AVALIAÇÃO DE REGULAGENS EM DISTRIBUÍDORES...
5
AVALIAÇÃO DE REGULAGENS EM DISTRIBUÍDORES DE CORRETIVOS E FERTILIZANTES DO TIPO PENDULAR Leonardo DÜSTERHÖFT ; João Pedro Fossa BERNARDY ; Lucas Renan EFFTING ; Fabrício Campos MASIEIRO ; Ricardo Kozoroski VEIGA . 1 Estudante do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio e Bolsita de iniciação científica do Instituto Federal Catarinense – Rio do Sul. E-mail: [email protected] 2 Estudante do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio e Bolsita de iniciação científica do Instituto Federal Catarinense – Rio do Sul. E-mail: [email protected]. 3 Estudante do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio e Bolsita de iniciação científica do Instituto Federal Catarinense – Rio do Sul. E-mail: [email protected]. 4 Doutor em Agronomia e professor do Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul. E-mail: masiero@ifc- riodosul.edu.br. 5 Doutorando em Engenharia de produção e professor do Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul. E-mail: [email protected]. Introdução As adubadoras ou semeadoras a lanço normalmente são utilizadas para culturas que não necessitam espaçamento definido entre elas, os distribuidores nada mais são do que um tipo de máquina, na qual o adubo ou semente é espalhado sobre o solo através de mecanismos distribuidores que utilizam a força centrífuga ou a inércia (MACHADO, et al. 2005). Conforme MACHADO, et al. (2005), nos distribuidores existem muitas formas de trabalho sendo uma delas a centrifuga, esta por sua vez também tem suas variações: disco único e disco duplo. Na forma de distribuição por inércia utiliza-se o distribuidor com o tubo oscilante, também chamado pendular. Disco único é um equipamento montado onde a distribuição é feita por um disco que se localiza abaixo do depósito, que normalmente tem forma cônica, na posição horizontal. O disco é composto por várias aletas que servem para distribuir o produto que cai do depósito por gravidade. O disco tem uma velocidade de trabalho de normalmente 500 a 600 rpm. No disco duplo a concepção desse equipamento é semelhante ao anterior, tendo um ou dois cones para armazenagem (varia conforme o modelo) e também há versões de arrasto onde que o material a ser distribuído é trazido aos discos por uma corrente transportadora que passa pelo fundo do depósito arrastando o material, este tem maior autonomia por possuir um depósito maior, comumente o de arrasto não é utilizado para sementes e sim para fertilizantes e corretivos. Tubo oscilante (pendular), neste equipamento possui um braço tubular localizado horizontalmente abaixo do deposito que efetua entre 400 oscilações laterais por minuto, as sementes ao saírem do depósito e chegarem a sua extremidade encontram uma abertura onde são projetadas para o exterior.
Transcript of AVALIAÇÃO DE REGULAGENS EM DISTRIBUÍDORES...
AVALIAÇÃO DE REGULAGENS EM DISTRIBUÍDORES DE CORRETIVOS E
FERTILIZANTES DO TIPO PENDULAR
Leonardo DÜSTERHÖFT ; João Pedro Fossa BERNARDY ; Lucas Renan EFFTING ; Fabrício Campos MASIEIRO ;
Ricardo Kozoroski VEIGA .
1 Estudante do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio e Bolsita de iniciação científica do Instituto
Federal Catarinense – Rio do Sul. E-mail: [email protected]
2 Estudante do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio e Bolsita de iniciação científica do Instituto
Federal Catarinense – Rio do Sul. E-mail: [email protected].
3 Estudante do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio e Bolsita de iniciação científica do Instituto
Federal Catarinense – Rio do Sul. E-mail: [email protected].
4 Doutor em Agronomia e professor do Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul. E-mail: masiero@ifc-
riodosul.edu.br.
5 Doutorando em Engenharia de produção e professor do Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul. E-mail:
Introdução
As adubadoras ou semeadoras a lanço normalmente são utilizadas para culturas que
não necessitam espaçamento definido entre elas, os distribuidores nada mais são do que um
tipo de máquina, na qual o adubo ou semente é espalhado sobre o solo através de mecanismos
distribuidores que utilizam a força centrífuga ou a inércia (MACHADO, et al. 2005).
Conforme MACHADO, et al. (2005), nos distribuidores existem muitas formas de
trabalho sendo uma delas a centrifuga, esta por sua vez também tem suas variações: disco
único e disco duplo. Na forma de distribuição por inércia utiliza-se o distribuidor com o tubo
oscilante, também chamado pendular. Disco único é um equipamento montado onde a
distribuição é feita por um disco que se localiza abaixo do depósito, que normalmente tem
forma cônica, na posição horizontal. O disco é composto por várias aletas que servem para
distribuir o produto que cai do depósito por gravidade. O disco tem uma velocidade de
trabalho de normalmente 500 a 600 rpm. No disco duplo a concepção desse equipamento é
semelhante ao anterior, tendo um ou dois cones para armazenagem (varia conforme o modelo)
e também há versões de arrasto onde que o material a ser distribuído é trazido aos discos por
uma corrente transportadora que passa pelo fundo do depósito arrastando o material, este tem
maior autonomia por possuir um depósito maior, comumente o de arrasto não é utilizado para
sementes e sim para fertilizantes e corretivos. Tubo oscilante (pendular), neste equipamento
possui um braço tubular localizado horizontalmente abaixo do deposito que efetua entre 400
oscilações laterais por minuto, as sementes ao saírem do depósito e chegarem a sua
extremidade encontram uma abertura onde são projetadas para o exterior.
Segundo Molin e Menegatti (2003) os distribuidores tipo centrífugo apresentam
variação na quantidade de produto que distribuem e essa variação mostra que a pré-regulagem
da alavanca de distribuição não é precisa. Por isso estes equipamentos necessitam de
regulagens periódicas, pois estas influenciam na densidade do produto, que influenciara na
produtividade da lavoura, sendo que essas regulagens passam despercebidas pelos produtores
sendo somente notadas quando a produtividade da lavoura não alcança o previsto ou o
equipamento quebra. Por tais motivos o presente trabalho estudou os fatores que influenciam
na distribuição.
O presente trabalho tem como objetivo verificar e instruir sobre quais são as
regulagens corretas dos distribuidores de corretivos e fertilizantes do tipo pendular.
Material e Métodos
O estudo foi realizado no Instituto Federal Catarinense – Câmpus Rio do Sul,
localizado na comunidade de Serra Canoas, Município de Rio do Sul.
Segundo MACHADO, et al. (2005), o procedimento mais utilizado para a regulagem
de distribuidores envolve os seguintes processos: adicionar uma quantidade precisa de adubo
ou semente no depósito do equipamento; coloca-se a palanca de regulagem da abertura de
saída no ponto desejado; escolhe-se a marcha utilizada na operação e rotação ideal de trabalho
(540 ou 1000rpm no eixo de tomada de potência do trator), percorre-se uma determinada
distância, por exemplo, de 100m; é de grande importância que seja observado durante o
processo a largura efetiva de trabalho do equipamento; feito isso se observa o quanto de
semente ou adubo que foi utilizado para a operação e sabendo a área de trabalho efetiva de
trabalho do equipamento (distância percorrida * largura efetiva de trabalho), pode-se através
de uma regra de três calcular o quanto está sendo depositado por hectare; Obs.: Para aumentar
ou diminuir a quantidade de sementes ou adubo a ser distribuída varia-se a abertura de saída
pela palanca de regulagem, e também pela velocidade de deslocamento da máquina.
Para o teste de densidade e largura de trabalho, foram utilizadas bandejas dispostas
diretamente no solo a distâncias iguais para determinar a quantidade de produto depositado a
certa distância do distribuidor.
Ao fazermos as avaliações tínhamos uma lista de pontos a checar, que continha todas
as informações que deveriam ser colocadas à prática para que a distribuição estivesse
adequada. Completando esse cheque liste poderíamos fazer a verificação da largura de
trabalho e a densidade de aplicação em kg/hectare.
Resultados e discussão
1. aplicação de uréia e calcário com distribuidor pendular.
Nessa avaliação foi utilizado um distribuidor pendular montado da marca Jan 600,
acoplado a um trator Valmet 785. As avaliações foram dispostas em dois diferentes dias, a
avaliação com uréia foi realizada no dia 19/09/14 e a do calcário 09/12/14.
Na avaliação com ureia, a cultura que recebeu a adubação nitrogenada foi uma
pastagem de capim elefante, e o terreno com inclinação de 10% para Direita e 12,5% para
Esquerda. A velocidade de deslocamento foi em média 3,5 km/h e 540 RPM na TDP do
trator. Avaliamos o distribuidor com duas aberturas: 5/11 e 10/11 (Figura1 – gráfico
esquerdo).
Nesse contexto avaliou-se que a maior distribuição encontrou-se à aproximadamente 4
metros do ponto de distribuição e que no centro do distribuidor caiu menos fertilizante do que
nas partes laterais, isso é causado por que o distribuidor atua pela força da inércia, ou seja ele
lançará mais para os lados do que para o centro.
Pode-se observar com clareza na Figura 2 (gráfico direito) como houve variancia de
aplicação conforme a abertura da alavanca de distribuição e do funcionamento dos
distribuidores pendulares.
Figura 1: Quantidade de uréia distribuida pela distância a partir do centro do distribuidor
pendular com abertura 5/11 (gráfico esquerdo – azul) e abertura 11/11 (gráfico direito –
vermelho).
Na aplicação de Calcário, que ocorreu no setor de Mecanização Agrícola do IFC – Rio
do Sul no dia 09/12/2014, não havia inclinação no terreno. A velocidade de deslocamento foi
de 5 Km/h e 540 RPM na TDP do trator. Foi retirado o chapéu chinês para permitir um fluxo
constante na decida do material, que por motivo de umidade não fluía corretamente. Foi
avaliada a densidade de distribuição nas aberturas 5/11(Figura 2) e 11/11 em duas repetições
cada (Figura 3). Apesar da pequena dosagem esta regulagem foi bem precisa pois os valores
não ocilam diminuindo constantemente, tendo uma largura de trabalho de aproximadamente
1,5m, conforme o gráfico direito da Figura 2.
Figura 2: Quantidade de calcário distribuida pela distância a partir do centro do distribuidor
pendular com abertura 05/11.
Figura 3: Quantidade de calcário distribuida pela distância a partir do centro do distribuidor
pendular com abertura 11/11 (repetição 1 – esquerda; repetição 2 – direita)
Apesar da repetição feita a desuniformidade se confirmou nas duas avalições, dessa
forma podemos concluir que os distribuidores pendulares não são recomendados para
aplicações de calcário, uma vez que quando aplicados em baixas quantidades não atendem
uma largura de trabalho ideal e que quando aplica-se altas quantidades a distribuição e muito
variável.
Conclusão
Os distribuidores pendulares são adequados as aplicações de fertilizantes e sementes,
uma vez que as aplicações realizadas tiveram resultados uniformes e satisfatórios. Por outro
lado, a distribuição feita com calcário não atendeu as expectativas, de modo que a distribuição
satisfatória só ocorreu com baixas doses dos produtos, e quando se necessitou de uma maior
dose de calcário os resultados foram desuniformes e muito variáveis. Os objetivos futuros
consistem em testar diferentes tipos de distribuidores e divulgar para a comunidade local o
modo correto de realizar a regulagem.
Referências
MACHADO, A. L. T.; REIS, A. V.; MORAES, M. L. B.; ALONÇO, A. S. Máquinas para
preparo do solo, semeadura, adubação e tratamentos culturais. 2.ed. Pelotas: Ed.
Universitária UFPEL, 2005.
MOLIN, J.P. MENEGATTI, L.A.A. Desempenho de distribuidor a lanço com doses
variáveis de ureia. USP, Piracicaba, SP. Acesso em: 25/06/2014. Disponível em: <
http://www.ler.esalq.usp.br/molin/desempenho.pdf>.
