AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO PARA MINERAÇÃO DE DADOSmauricio052/Topicos em...

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EMERSON RABELO AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO PARA MINERAÇÃO DE DADOS MARINGÁ 2007

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EMERSON RABELO

AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO PARA MINERAÇÃO DE DADOS

MARINGÁ

2007

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EMERSON RABELO

AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO PARA MINERAÇÃO DE DADOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Universidade Estadual de Maringá, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciência da Computação. Orientadora: Profª. Drª. Maria Madalena Dias

MARINGÁ

2007

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil)

Rabelo, Emerson

R114a Avaliação de técnicas de visualização para mineração de

dados / Emerson Rabelo. -- Maringá : [s.n.], 2007.

103 p. : il. color., figs.

Orientadora : Profª. Drª. Maria Madalena Dias.

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de

Maringá. Programa de Pós-graduação em Ciência da

Computação, 2007.

1. Mineração de dados. 2. Visualização de informação. I.

Universidade Estadual de Maringá. Programa de Pós-graduação

em Ciência da Computação. II. Título.

CDD 21.ed. 006.312

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AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO PARA MINERAÇÃO DE DADOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Universidade Estadual de Maringá, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciência da Computação.

Aprovado em 05/09/2007

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Maria Madalena Dias Universidade Estadual de Maringá – DIN/UEM

Profa. Dra. Clélia Franco Universidade Estadual de Maringá – DIN/UEM

Prof. Dr. Júlio Cesar Nievola Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PPGIa/PUCPR

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela força nos momentos de dificuldades e, pela luz que

iluminou e guiou meus passos direcionando-me no caminho da aprendizagem.

Agradeço a minha mãe Josefa Benites Rabelo, pela sua dedicação e amor e ao meu pai

Valentim Rabelo, que sempre me mostrou por meio de atitudes o valor da humildade e do

trabalho. O meu irmão que sempre esteve presente e disposto a me ajudar em qualquer

momento.

Agradeço a minha Esposa Juliana F. Rabelo por estar ao meu lado em todos os momentos de

alegria e dificuldades, pois sem a sua presença com certeza seria muito mais difícil.

Agradeço a Deus mais uma vez, por ter colocado no meu caminho uma pessoa maravilhosa

que é minha orientadora professora Maria Madalena Dias, pela oportunidade,

profissionalismo, não medindo esforços no apoio para realização deste trabalho

compartilhando o seu conhecimento.

Agradeço a todos os professores que, de forma direta ou indireta, contribuíram para este

trabalho, principalmente a professora Clélia Franco pelo valor dos seus conhecimentos,

conselhos e sua disposição.

Agradeço ao meu Primo Heber Rabelo pela ajuda na finalização deste trabalho.

Agradeço aos funcionários do Departamento de informática em especial a Maria Inês

Davanço pela ajuda e paciência.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

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“As invenções são sobretudo os resultados de um trabalho teimoso”

Alberto Santos Dumont ( 1873-1932)

{inventor do avião e do relógio de pulso}

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RESUMO

Nas últimas décadas, o constante avanço na área de Tecnologia da Informação (TI) tem

viabilizado o armazenamento de grandes quantidades de dados. Viabilidade fornecida pelo

baixo custo de dispositivos de armazenando, fácil acesso à Internet, existência de sistemas de

informação e de ferramentas de gerenciamento. Com essa explosão no volume de dados,

surge a necessidade de novas pesquisas para encontrar formas eficazes e inteligentes na busca

de informações úteis. A mineração de dados é uma área de pesquisa que tem contribuído na

busca de conhecimentos implícitos que possam dar suporte à tomada de decisão. Na verdade,

a mineração de dados faz parte de uma área mais ampla que é descoberta de conhecimento em

banco de dados (Knowledge Discovery in Database - KDD). O processo KDD envolve várias

atividades que são divididas em três etapas principais: pré-processamento, mineração de

dados e pós-processamento. Na etapa de pós-processamento, o usuário final precisa interagir

com o sistema para analisar os resultados obtidos. No entanto, ainda existe dificuldade no

entendimento desses resultados. A utilização de técnicas de visualização de informação tem se

mostrado um meio de promover esse entendimento. Assim, este trabalho apresenta uma

avaliação de técnicas de visualização de informação para representação dos resultados obtidos

com a aplicação de técnicas de mineração de dados. Esta avaliação foi realizada de acordo

com o método conhecido como Avaliação de Características, tendo como resultado a análise

da eficácia da utilização de técnicas de visualização de informação geométricas e

iconográficas, principalmente em relação aos resultados obtidos com a aplicação do algoritmo

K-médias.

Palavras-Chave: Descoberta de conhecimento em banco de dados. Visualização de

informação. Mineração de dados.

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ABSTRACT

In the last few decades, constant advances in the field of Information Technology (IT) have

enabled the storage of large quantities of data. This has been possible to the low costs of

storage devices, easy access to the Internet, and the existence of information systems and

management tools. With this surge in data volume, new researches become necessary in order

to find efficient and intelligent methods when searching for useful information. Data mining

is an area of research that has contributed in the search for implicit knowledge that can give

support to decision-making. In reality, data mining is part of a broader field, Knowledge

Discovery in Database – (KDD). The KDD process involves several activities, which are

divided into three main stages: data preparation, data mining and results analysis. In the

results analysis stage, the final user needs to interact with the system in order to analyze the

obtained results. However, there is much in difficulty in interpreting these results. The use of

information visualization techniques has shown to be an effective way to promote better result

interpretation. Thus, this study presents an evaluation of information visualization techniques

for the display of results obtained through the application of data mining techniques. This

evaluation was carried through in accordance with the known method as Evaluation of

Characteristics, having as resulted the analysis of the effectiveness of the use of geometric and

iconographic techniques of information visualization, mainly in relation to the results gotten

with the application of the K-media algorithm.

Keywords: Knowledge Discovery in Database. Information visualization. Data mining.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1 – Processo de Desenvolvimento da Pesquisa ..................................................... ...19

Figura 2.1 – Processo KDD.................................................................................................. ...23

Figura 2.2 – Associação entre conjunto de dados e classes ................................................. ...26

Figura 2.3 – Algoritmo K-médias ........................................................................................ ...31

Figura 2.4 – Passos de execução do algoritmo K-média...................................................... ...32

Figura 2.5 – Processo simplificado de visualização de informação auxiliada por computador

............................................................................................................................................... ...34

Figura 2.6 – Modelo de referência para visualização .......................................................... ...35

Figura 2.7 – Exemplo de matriz de dispersão ...................................................................... ...38

Figura 2.8 – Eixos da visualização de dispersão de dados 3D ............................................. ...39

Figura 2.9 – Exemplo de coordenadas paralelas com dados fictícios .................................. ...40

Figura 2.10 – Exemplo de faces de chernoff........................................................................ ...41

Figura 2.11 – Exemplo de um icone da visualização Star Glyphs ....................................... ...42

Figura 2.12 – Exemplo da visualização de dados utilizando Star Glyphs............................ ...42

Figura 2.13 – Exemplo de um icone da visualização figura de aresta ................................. ...43

Figura 3.1 – Ser humano como elemento central do processo KDD ................................... ...47

Figura 4.1a – Coordenadas paralelas com 10.000 registros................................................. ...54

Figura 4.1b – Coordenadas paralelas com 100.000 registros............................................... ...54

Figura 4.2a – Dispersão de dados tridimensional com 100 registros .................................. ...55

Figura 4.2b – Dispersão de dados tridimensional com 1.000 registros................................ ...55

Figura 4.2c – Dispersão de dados tridimensional com 10.000 registros .............................. ...55

Figura 4.3a – Faces de chernoff com 56 registros ............................................................... ...55

Figura 4.3b – Faces de chernoff com 169 registros ............................................................. ...55

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Figura 4.4 – Visualização Figuras de aresta (Stick figure) .................................................. ...56

Figura 4.5a – Coordenadas paralelas representando 100 registros com 10 atributos .......... ...57

Figura 4.5b – Coordenadas paralelas representando 100 registros com 34 atributos .......... ...57

Figura 4.5c – Coordenadas paralelas representando 100 registros com 100 atributos......... ...57

Figura 4.6 – Faces de chenorff com 15 atributos ................................................................. ...59

Figura 4.7a – Coordenadas Star Glyphs com 10 atributos.................................................. ...59

Figura 4.7b – Coordenadas Star Glyphs com 30 atributos.................................................. ...59

Figura 4.7c – Coordenadas Star Glyphs com 80 atributos .................................................. ...59

Figura 4.7d – Coordenadas Star Glyphs com 500 atributos................................................ ...59

Figura 4.8 – Coordenadas Star Glyphs com 500 atributos.................................................. ...61

Figura 4.9 – Matriz dispersão de dado representando a base de dados “mtcars”................. ...64

Figura 4.10 – Coordenadas paralelas representado base de dados “mtcars”........................ ...65

Figura 4.11 – Matriz de Dispersão – Base de dados “USarrests” ........................................ ...66

Figura 4.12 – Coordenadas paralelas - Base de dados “USarrests” ..................................... ...67

Figura 4.13 – Dispersão de dados representando Correlação positiva, negativa e nula...... ...68

Figura 4.14 – Correlação na visualização de dispersão de dados base“USarrests” ............. ...68

Figura 4.15 – Repr. de correlação positiva da visualização de coordenadas paralelas ........ ...69

Figura 4.16 – Repr. de correlação negativa da visualização de coordenadas paralelas ....... ...69

Figura 4.17 – Correlação e distribuição de valores em Coordenadas Paralelas................... ...69

Figura 5.1 – Matriz de dispersão (base de dados Uem/2005) .............................................. ...76

Figura 5.2a – Coordenadas paralelas representando 131 registros contendo valores nulos para

o atributo sexo ...................................................................................................................... ...77

Figura 5.2b – Coordenadas paralelas representando 10 registros contendo valores nulos para

o atributo sexo ...................................................................................................................... ...77

Figura 5.3 – Star Glyph representando os candidatos aprovados......................................... ...78

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Figura 5.4 – Resultado do algoritmo K-médias ................................................................... ...79

Figura 5.5 – Coordenadas paralelas gerado pelo algoritmo K-means.................................. ...81

Figura 5.6 – Coordenadas paralelas com destaque no eixo vertical que representa o atributo

redação................................................................................................................................... ...82

Figura 5.7 – Dispersão de dados tridimensional representado resultado do algoritmo de

agrupamento da base “UEM-2005”....................................................................................... ...83

Figura 5.8 – Faces de chernof. Representando os Centróides dos grupos gerados pelo

algoritmo K-médias ............................................................................................................... ...84

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Tarefas e Métodos de MD ............................................................................... ...29

Tabela 2.2 – Visualização de informação comparada à visualização científica................... ...34

Tabela 3.1 – Tipo de dados para o atributo estado civil ....................................................... ...48

Tabela 3.2 – Características de dados................................................................................... ...49

Quadro 4.1 – Classificação da informação........................................................................... ...60

Quadro 4.2 – Ranking dos atributos em relação à percepção .............................................. ...61

Tabela 4.1 – Análise de características das técnicas de visualização ................................... ...73

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LISTA DE SIGLAS

KDD Knowledge Discovery in Databases

MD Mineração de Dados

IHC Interação Humano-Computador

VDM Visual Data Mining

DW Data Warehouse

UEM Universidade Estadual de Maringá

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 16

1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................................................... 17 1.2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................................... 18 1.3 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA............................................................... 18

1.3.1 Processo de Desenvolvimento da Pesquisa ..........................................................19 1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .......................................................................................................... 21

2 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA.................................................................................................................. 23

2.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 23 2.2 DESCOBERTA DE CONHECIMENTO EM BANCO DE DADOS (KDD).............................................. 23 2.3 MINERAÇÃO DE DADOS........................................................................................................................ 26

2.3.1 Tarefas de mineração de dados ............................................................................27 2.3.2 Técnicas de mineração de dados ..........................................................................28 2.3.3 Algoritmo de Agrupamento ..................................................................................30

2.4 VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO ..................................................................................................... 34 2.4.1 Mineração Visual de Dados ..................................................................................36 2.4.2 Técnicas de Visualização de Informação.............................................................37

2.5 LINGUAGEM R......................................................................................................................................... 44 2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................................... 45

3 ANÁLISE DE PARÂMETROS GERAIS PARA KDD ............................................................................... 47

3.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 47 3.2 FATOR HUMANO E DOMÍNIO DE APLICAÇÃO ................................................................................. 47 3.3 DOMÍNIO DE DADOS .............................................................................................................................. 48 3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................................... 50

4 AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO................................................................................ 52

4.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 52 4.2 FONTES DE DADOS................................................................................................................................. 52 4.3 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS............................................................................................... 54

4.3.1 Escalabilidade ........................................................................................................54 4.3.2 Dimensionalidade ..................................................................................................57 4.3.3 Tipos de dados........................................................................................................61 4.3.4 Interação.................................................................................................................63 4.3.5 Interpretabilidade..................................................................................................65 4.3.6 Relacionamento entre os atributos.......................................................................67 4.3.7 Correlação ..............................................................................................................69

4.4 RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 72

5 APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO............................................. 76

5.1 VISUALIZAÇÃO DOS DADOS ORIGINAIS .......................................................................................... 76 5.2 VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO ALGORITMO DE AGRUPAMENTO............................... 80 5.3 CONSIDERAÇÕE FINAIS ........................................................................................................................ 86

6 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS................................................................................................ 88

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 91

APÊNDICE A - ALGORITMOS DE AGRUPAMENTO................................................................................ 95

A.1 - ALGORITMO K-MÉDIAS EM PORTUGOL......................................................................................... 95 A.2 - FUNÇÃO DO ALGORITMO DE AGRUPAMENTO K-MÉDIA NA LINGUAGEM R........................ 96

APÊNDICE B - VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO UTILIZANDO LINGUAGEM R........................ 98

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B.1 - MATRIZ DE DISPERSÃO...................................................................................................................... 98 B.2 - DISPERSÃO DE DADOS TRIDIMENSIONAL (SCATTER PLOT 3D) ............................................... 99 B.3 - COORDENADAS PARALELAS.......................................................................................................... 101 B.4 - FACES DE CHERNOFF........................................................................................................................ 102 B.5 - STAR PLOT........................................................................................................................................... 103

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1 INTRODUÇÃO

Diante de um cenário com gigantesco acúmulo de informações, surge a necessidade de

ferramentas computacionais apropriadas para gerenciar e analisar tais informações. No mundo

atual vem crescendo a participação dos computadores na sociedade em vários ramos de

atividades como econômica, científica, saúde e social. Existem computadores prontos para

armazenar o que foi efetuado, calculado, medido e decidido. No entanto, muitas decisões são

tomadas sem que haja conhecimento suficiente baseado em informações provenientes dos

dados acumulados em bases de dados de sistemas transacionais.

Para atender este contexto, surge uma nova área denominada Descoberta de Conhecimento

em Banco de Dados (Knowledge Discovery in Databases – KDD), que é uma área da ciência

da computação. A descoberta de conhecimento é caracterizada como um processo complexo

que tem por objetivo extrair conhecimento em grandes volumes de dado e é composto por três

etapas principais: pré-processamento, mineração de dados e pós-processamento.

A etapa de pré-processamento tem como objetivo a preparação dos dados para a aplicação de

técnicas de mineração de dados (MD). A etapa de mineração de dados realiza a busca efetiva

por conhecimentos úteis para suporte à tomada de decisão. A etapa de pós-processamento

abrange o tratamento e o entendimento dos conhecimentos obtidos na MD. Tal tratamento

tem como objetivo viabilizar a avaliação da utilidade do conhecimento descoberto

(FAYYAD; PIATESTKY; SHAPIRO, 1996a).

Para facilitar o entendimento dos resultados da MD, é necessário o uso de técnicas de

visualização de informação, que tem como objetivo possibilitar a introspecção de um conjunto

de dados, fornecendo uma representação visual, evidenciando possíveis fatos dentro do

contexto de investigação (RODRIGUES, 2003). É importante considerar no processo de

visualização, a escolha de qual técnica deve ser empregada em determinada aplicação ou

situação.

O estudo de técnicas de visualização de informação em sistemas de KDD envolve as

seguintes áreas: Computação Gráfica, Interface Humano-Computador, Banco de dados e MD.

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As técnicas de visualização de informação têm por objetivo representar graficamente um

determinado domínio de aplicação, de forma a explorar com alto desempenho o conhecimento

deste domínio e a capacidade cognitiva do homem, facilitando a compreensão e a

interpretação das informações apresentadas, na busca de novos conhecimentos.

Atualmente, existe certa dificuldade no entendimento e uso do conhecimento descoberto com

a aplicação de técnicas de mineração de dados. Esta dificuldade pode estar relacionada à

inexistência de critérios de integração de técnicas visualização de informação com técnicas de

mineração de dados.

A utilização mal empregada de técnicas de visualização em qualquer etapa do processo KDD

pode gerar resultados insuficientes ou até mesmo incorretos, provenientes de erros de

representação gráfica. Na tentativa de sanar este tipo de problema, nesta pesquisa foi realizada

a avaliação de técnicas de visualização de informação na representação de resultados obtidos

com a aplicação de técnicas de agrupamento.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral é avaliar técnicas de visualização de informação para proporcionar, aos

desenvolvedores e utilizadores de sistemas de KDD, meios eficazes para a escolha de técnicas

adequadas na representação dos conhecimentos obtidos. Para atingir este objetivo,

inicialmente foram identificadas características que influenciam na representação de

informações.

Os objetivos específicos são:

• Apresentar os elementos teóricos relacionados às técnicas de mineração de dados e

técnicas de visualização de informação;

• Selecionar características de técnicas de visualização capazes de conduzir à escolha

daquela mais adequada na representação de resultados obtidos na aplicação de técnicas

de agrupamento;

• Avaliar técnicas de visualização por meio das características selecionadas;

• Apresentar os resultados obtidos na MD utilizando técnicas de visualização, segundo

as características selecionadas.

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1.2 JUSTIFICATIVA

A busca de conhecimento em banco de dados abrange várias áreas de pesquisa, tais como:

sistemas de informação, banco de dados, mineração de dados e visualização de informação.

A mineração de dados, que é uma das etapas do processo KDD, utiliza vastos repositórios de

dados (data warehouse - DW) para tentar descobrir se há algum conhecimento escondido

entre os dados. Neste contexto, a área de visualização de informação, aliada à mineração de

dados, apresenta-se como um campo de estudo de grande utilidade. Esta agregação é

referenciada na literatura como mineração visual de dados (MVD), apresentada na Seção

2.4.1.

A área de visualização de informação é um campo emergente de pesquisa que se preocupa

com a representação de informações através de imagens gráficas, que possam ser

reconhecidas e facilitem o entendimento pelos seres humanos.

O emprego da visualização apropriada pode ajudar na capacidade de descoberta de padrões,

relacionamento de dados ou até mesmo resultados gerados por algoritmos utilizando técnicas

de mineração de dados. Porém, um mau emprego de técnicas de visualização pode

comprometer o trabalho de descoberta de conhecimento.

A avaliação realizada neste trabalho busca fornecer subsídios aos usuários e analistas de

sistemas KDD na escolha da visualização mais adequada. A sugestão sobre qual técnica de

visualização de informação utilizar na descoberta de padrões, relacionamento de dados e

interpretação dos resultados gerados por algoritmos de mineração de dados, pode evitar erros

na análise desses resultados.

1.3 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Esta pesquisa pode ser classificada como aplicada com procedimentos técnicos experimentais.

Menezes e Silva (2001, p. 20) classificam a pesquisa de natureza aplicada da seguinte forma:

“objetiva gerar conhecimento para aplicar práticas dirigidas à solução de problemas

específicos”. Do ponto de vista de procedimento técnico experimental: “determina-se um

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objeto de estudo, selecionam-se as variáveis capazes de influenciá-lo, definem-se as formas

de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto”.

A metodologia adotada neste trabalho é fundamentada no estudo de diversas tecnologias, as

principais são: descoberta de conhecimento em banco de dados (Knowledge Discovery in

Database – KDD), mineração de dados (Data Mining - MD), técnicas de visualização de

informação e linguagem R.

1.3.1 Processo de Desenvolvimento da Pesquisa

As principais etapas de pesquisa desta dissertação foram: revisão da literatura versando sobre

KDD, MD, algoritmos de MD, técnicas visualização; definição das características das

técnicas de visualização, avaliação das técnicas de visualização utilizando as características

levantadas, aplicação da técnica de visualização em conjunto com mineração de dados e

resultados alcançados.

A Figura 1.1 representa as etapas do processo de desenvolvimento da pesquisa. Nesta Figura,

à esquerda estão relacionados às principais etapas da pesquisa e à direita os elementos

envolvidos em cada etapa. Através destas etapas foi possível criar um ambiente de avaliação.

1) Revisão da Literatura

A revisão da literatura englobou conceitos e características do processo KDD, mineração de

dados, técnicas de visualização (projeções geométricas e iconográficas) e técnicas de

interação.

2) Estudo e Seleção de Algoritmo de MD

Nesta etapa foram estudados alguns algoritmos de agrupamento (K-médias, Kmedoid, entre

outros) e selecionado o algoritmo K-médias, que é um algoritmo amplamente utilizado na

implementação da tarefa de agrupamento.

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3) Identificação das características.

Esta etapa visou a identificação de características relevantes das técnicas de visualização de

informação, tendo como base as vantagens, desvantagens e limitações de sua utilização. Após

essa identificação, foi realizado um filtro para selecionar somente as características comuns a

todas as técnicas, sendo descartadas aquelas de caráter particular (característica referente

somente a uma visualização).

4) Estudo de ferramentas

Nesta etapa foram feitas pesquisas sobre ferramentas para manipulação de dados, que

executem algoritmos de MD e projetem técnicas de visualização.

Figura 1.1: Processo de Desenvolvimento da Pesquisa.

Revisão da literatura

Estudo e seleção de Algoritmo de

MD

Avaliação das técnicas de

visualização

Identificação das características

Estudo da ferramenta

KDD, MD, Técnica de visualização, Interação na

visualização.

Identificar características comuns a todas as técnicas de visualização de informação

Linguagem R

Avaliação das técnicas de visualização por meio das

características comuns.

Selecionar o algoritmo de agrupamento.

(K-Médias, K-medoid Agnes, DBscan)

Uso de técnicas de visualização na MD

Mostrar o uso de técnicas de visualização de informação para

representar resultados de mineração de dados

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5) Avaliação das técnicas de visualização na MD

A avaliação é a verificação da eficiência na capacidade de exibir informações realmente

relevantes que facilitem a análise, interpretação e compreensão do conjunto de informações.

Nesta etapa foram utilizadas as características propostas neste trabalho, selecionadas bases de

dados e avaliadas as técnicas por meio de sua implementação na Linguagem R.

6) Uso de técnicas de visualização.

Esta etapa consistiu nos seguintes passos:

• Selecionar uma base de dados real;

• Projetar a base de dados utilizando visualização de informação e elaborar

algumas interpretações;

• Aplicar o algoritmo de MD em bases de dados;

• Apresentar o resultado do algoritmo de MD em algumas visualizações de

informação, identificar padrões e interpretar os resultados;

Para realização desses passos, foi utilizada a linguagem R e o resultado obtido na etapa

anterior.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Além deste capítulo que apresenta a introdução, objetivos, justificativa e metodologia de

desenvolvimento da pesquisa, este trabalho é dividido em mais cinco capítulos:

No segundo capítulo é apresentada a fundamentação teórica dos conceitos relativos ao

processo KDD, à mineração de dados, às técnicas de visualização de informação e à

ferramenta utilizada.

No terceiro capítulo são descritos os parâmetros gerais (fator humano e domínio de dados),

necessários na realização do processo KDD.

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22

No quarto capítulo é descrita a avaliação realizada sobre as técnicas de visualização de

informação.

No quinto capítulo é mostrado o uso de técnicas de visualização de informação na análise de

dados e dos resultados obtidos na aplicação do algoritmo K-médias, conforme as

características avaliadas e descritas no capítulo anterior.

No sexto capítulo são apresentadas a conclusões e sugestões para trabalhos futuros.

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23

2 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

2.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo são apresentados os principais conceitos teóricos necessários para o

desenvolvimento deste trabalho, que são: processo KDD; mineração de dados; métodos de

agrupamento e algoritmo K-médias; técnicas de visualização de informação e a linguagem R

que foi a ferramenta utilizada neste trabalho.

2.2 DESCOBERTA DE CONHECIMENTO EM BANCO DE DADOS (KDD)

O termo KDD foi formalizado em 1989 para atender os processos referentes à busca de

conhecimento a partir de bases de dados. Uma das definições mais populares foi proposta em

1996 por um grupo de pesquisadores (FAYYAD; PIATESTKY; SMYTH, 1996b, p. 30):

“KDD é um processo, de várias etapas, não trivial, interativo e iterativo, para

identificação de padrões compreensíveis, válidos, novos e potencialmente úteis a

partir de grandes conjuntos de dados.”

O termo Interativo indica a atuação do Homem para a realização dos processos, sendo ele o

responsável por utilizar as ferramentas computacionais para análise e interpretação dos dados.

Para obter um resultado satisfatório, é necessário muitas vezes repetir o processo de forma

integral ou parcial, ou seja, o processo é iterativo.

A descoberta de conhecimento em base de dados é o processo de extração de conhecimento

através de manipulação de dados. Feldens (1998 apud DIAS, 2001) define as seguintes etapas

para KDD:

• Pré-processamento: Atividades que visam gerar uma representação conveniente para

os algoritmos de mineração, a partir da base de dados. Inclui a seleção (automática

e/ou manual de atributos relevantes), amostragem, transformações de representação,

etc. Goldschmidt e Passos (2005) afirmam que esta etapa possui fundamental

relevância no processo KKD, e apresenta as seguintes funcionalidades para esta etapa:

seleção de dados, limpeza dos dados, codificação dos dados, normalização dos dados,

construção de novos atributos e correção de prevalência.

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• Mineração de dados: Aplicação de algoritmos de mineração aos dados pré-

processados, ou seja, busca efetiva por conhecimentos úteis a partir dos dados. Esta

etapa é detalhada na próxima seção.

• Pós-processamento: Seleção e ordenação das descobertas interessantes, mapeamentos

de representação de conhecimento e geração de relatórios. É nesta etapa que o

especialista em KDD e o especialista no domínio de aplicação avaliam os resultados

obtidos e criam novas alternativas para novas investigações de dados. Goldschmidt e

Passos (2005) apresentam algumas operações para a realização desta etapa, tais como:

simplificação do modelo de conhecimento, transformação do modelo de conhecimento

e organização e apresentação dos resultados.

A Figura 2.1 ilustra um exemplo proposto por Fayyad, Piatestky e Smyth (1996a) que

consiste em cinco passos básicos: Seleção, Pré-Processamento, Transformação, Mineração de

dados e Interpretação.

Seleção: os dados são escolhidos como um subconjunto de interesse, ou sumarizados em um

subconjunto de amostragem. Os itens mais apropriados, segundo o analista, são escolhidos e

prossegue-se com a descoberta de conhecimento.

Pré-processamento: são utilizadas ferramentas para preparação dos dados visando deixá-los

em um formato mais apropriado para as próximas etapas. Aqui são tratadas distorções,

ausência de dados ou, simplesmente, é realizada uma reorganização das informações.

Figura 2.1: Processo KDD

Fonte: adaptado de (FAYYAD; PIATESTKY; SMYTH, 1996b, p. 29).

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25

Transformação: os dados são processados e disponibilizados em uma forma diferente da

original, mas ainda mantendo suas propriedades. O novo formato busca o melhor

aproveitamento dos dados nas etapas seguintes. Como exemplo, tem-se a discretização de

dados, normalização e redução de dimensionalidade.

Mineração de Dados: é extraído conhecimento com o auxílio de métodos computacionais

capazes de revelar padrões, estruturas, tendências, etc. Diferentes métodos podem ser usados

em função da natureza dos dados e das informações que se desejam alcançar, como

identificação de aglomerados, geração de resumos e classificação.

Interpretação: o resultado da mineração é submetido à apreciação do analista, que pode

julgar necessário refazer o processo, alterando uma ou todas as etapas anteriores. Podem ser

utilizados outros conjuntos de interesse, outras técnicas de pré-processamento/transformação

ou ferramentas de MD adicionais.

De uma forma geral, a complexidade que envolve o processo de KDD, decorre de diversos

fatores que podem ser subdivididos em dois conjuntos (FAYYAD; PIATETSKY; SMYTH,

1996b):

• Fatores operacionais – dificuldade de integrar diversos algoritmos específicos,

manipulação de grande base de dados e tratamento dos resultados de forma ideal.

• Fator de controle – considera a complexidade de gerenciar e direcionar o processo

KDD. Exemplos de dificuldades encontradas neste fator: formulação dos objetivos a

serem alcançados, realização do pré-processamento, seleção do algoritmo ideal para

mineração de dados que satisfaça os objetivos, limitações humanas, tais como:

o capacidade limitada e memorização de resultados, pois a cada momento

surgem diversos resultados diferentes;

o dificuldade em interpretar resultados;

o conjugar tais interpretações para tomada de decisão.

Goldschmidt (2003) organiza as atividades realizadas na área KDD em três grandes grupos,

que são:

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• Atividades voltadas ao desenvolvimento tecnológico - abrange todas as iniciativas

de concepção e desenvolvimento de recursos de apoio que possam ser utilizados na

busca por novos conhecimentos em grandes bases de dados.

• Atividades de execução de processos de KDD - refere-se às atividades voltadas à

busca efetiva de conhecimento em bases de dados. As ferramentas produzidas pelas

atividades de desenvolvimento tecnológico são utilizadas na execução de KDD.

• Atividades envolvendo a aplicação de resultados obtidos em processos de KDD –

uma vez obtidos modelos de conhecimento úteis a partir de grandes bases de dados, as

atividades se voltam à aplicação dos resultados no contexto em que foi realizado o

processo de KDD. Exemplos comuns de aplicação de resultados são as alterações em

estratégias de negócios que tenham como objetivo procurar tirar proveito do

conhecimento obtido. Tais alterações podem variar desde o posicionamento de

produtos nas gôndolas de um mercado até políticas estratégicas corporativas.

2.3 MINERAÇÃO DE DADOS

Conforme já citado a mineração de dados pode ser considerada como uma parte do processo

de KDD. Goldschmidt e Passos (2005) afirmam que este é a principal etapa. Segundo

Shimabukuru (2004), estima-se que a MD represente de 15% a 25% do processo de KDD.

Nessa etapa que compreende a aplicação de algoritmo para extrair e ser capaz de identificar

padrões, estruturas, tendências e revelar novidades que sejam úteis e de interesse do usuário,

vários métodos podem ser usados em função da natureza dos dados e das informações que se

desejam alcançar.

Mineração de dados também pode ser definida como a descoberta de informações úteis a

partir de um conjunto de dados. Para a obtenção dessas informações, é necessária a utilização

de técnicas e tarefas de busca por relacionamentos e padrões existentes entre os dados (DIAS,

2001). Nas próximas seções são descritas resumidamente as principais tarefas e técnicas de

MD.

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2.3.1 Tarefas de mineração de dados

As tarefas correspondem aos problemas que podem ser tratados pela mineração de dados. As

tarefas mais comuns são:

Classificação: é uma das tarefas mais importantes e populares conhecidas. Ela busca uma

função que permite associar corretamente cada registro (x) (Figura 2.2) de um banco de dados

a um único rótulo categórico de (y) chamado de classe. Exemplo: num levantamento de

regiões com probabilidade de existência de mosquito da dengue. Sendo possível criar classes

de baixa, médio e alto risco de contaminação. Exemplos (DIAS, 2001):

• Classificar pedidos de crédito.

• Identificar pedidos de seguros fraudulentos.

• Identificar a melhor forma de tratamento de um paciente.

Associação: procuram encontrar associações entre conjunto de valores. Um exemplo clássico

é determinar quais produtos costumam serem colocados juntos em um carrinho de

supermercado. Outra definição, “A tarefa de associação pode ser considerada uma tarefa bem

definida, determinística e relativamente simples, que não envolve predição da mesma forma

que a tarefa de classificação” (FREITAS, 2000 apud DIAS, 2000, p. 10). Exemplo:

determinar quais produtos geralmente são colocados juntos em um carrinho de supermercado.

Regressão: esta tarefa é similar à tarefa de classificação. Fundamentalmente ela busca por

funções que mapeiem os registros de um banco de dados. Exemplos (DIAS, 2001):

X1

X2

X3

X4

• • •

Y1

Y2

Y3

Y4

• • •

Dados Classes

Figura 2.2: Associação entre conjunto de dados e classes.

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• estimativa da probabilidade de um paciente sobreviver, dado o resultado de um

conjunto de diagnóstico de exames;

• definição do limite do cartão de crédito para cada cliente em um banco;

• estimativa do número de filhos ou a renda total de uma família;

• previsão da demanda de um consumidor para um novo produto.

Agrupamento: Usado para particionar os registros de uma base de dados em subconjuntos ou

clusters1. Nesta tarefa, não há classes predefinidas, os registros são agrupados segundo algum

critério de semelhança. Exemplos (DIAS, 2001):

• agrupar clientes por região do país;

• agrupar clientes com comportamento de compra similar;

• agrupar seções de usuários Web para prever comportamento futuro de usuário.

Sumarização: consiste em identificar e apresentar, de forma concisa e compreensível, as

principais características dos dados em um conjunto de dados (DIAS, 2001). Exemplo:

identificar as características dos candidatos de um concurso público: São pessoas com faixa

etária entre X e Y anos, possuem casa própria e nível superior completo. Exemplos:

• tabular o significado e desvios padrão para todos os itens de dados;

• derivar regras de síntese.

Após a seleção de qual tarefa utilizar, deve-se também escolher o algoritmo, pois para cada

tarefa existem diferentes algoritmos, alguns simples e outros mais sofisticados, como os

algoritmos que utilizam redes neurais.

2.3.2 Técnicas de mineração de dados

As tarefas de mineração de dados são desempenhadas por técnicas de mineração de dados e

diferentes técnicas servem para diferentes propósitos (HARRISON, 1998). A seguir são

descritas de forma sucinta as técnicas de mineração de dados normalmente utilizadas:

Descoberta de Regras de Associação – introduzida por Agrawal, Imielinski e Swamil

(1993), identifica conjuntos de itens que ocorrem simultaneamente e de forma freqüente em

1 cluster é um grupo de entidades que têm características similares e que compartilham certas propriedades.

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banco de dados, esta técnica estabelece uma correlação estatística entre os itens de dados

(GOEBEL; GRUENWALD, 1999). Existem diversos algoritmos desenvolvidos para

aplicação de descoberta de regras de associação, dentre eles (GOLDSCHMIDT; PASSOS,

2005): Apriori, DHP (Direct Hashing and Pruning, Partiition, DIC ( Dynamic Itemset

Counting), Eclat, Maxclique e Cumalte.

Árvores de Decisão – Técnica que utiliza a recursividade para particionamento da base de

dados na construção de uma árvore de decisão. Cada nó não terminal desta árvore representa

um teste ou decisão sobre o item de dado (GOEBEL;GRUENWALD, 1999). Os algoritmos

que implementam esta técnica são: CART, CHAID, C5.0, Quest, ID-3, SLIQ, SPRINT

(DIAS, 2001).

Raciocínio Baseado em Casos – Procura solucionar problemas fazendo uso direto de

experiências e soluções passadas, a distância dos vizinhos dá uma medida da exatidão dos

resultados (DIAS, 2001). Algoritmos que implementam esta técnica: BIRCH, CLIQUE.

Algoritmos Genéticos – Muito útil para problemas que envolve otimização

(GOLDSCHMIDT; PASSOS, 2005). Procedimento interativo para construção de hipóteses

sobre a depedencia entre as variáveis (GOEBEL; GRUENWALD, 1999). Algoritmos que

implementam esta técnica (DIAS, 2001): Algoritmo Genético Simples, CHC, Algoritmo de

Hillis, GA-Nuggets, GA-PVMINER.

Redes Neurais Artificiais – segue analogia do funcionamento de um cérebro humano

formando neurônios artificiais conectados (GOEBEL; GRUENWALD, 1999). As redes

neurais não supervisionados são os mais adequados para realização tas tarefas de

agrupamento (GOLDSCHMIDT; PASSOS, 2005). Algoritmos desenvolvidos para estas

técnicas: Perceptron, Rede MLP, Rede Hopfield, Rede BAM, Redes ART, Rede IAC, Rede

LVQ, Rede Counterpropagation, Rede RBF, Rede PNN, Rede Time Delay, Neocognitron,

Rede BSB (DIAS, 2001).

Goldschmidt e Passos (2005) apresentam um resumo das tarefas de KDD de acordo com as

técnicas e algoritmos, Tabela 2.1:

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Tarefas Métodos de MD

Associação Basic, Apriori, DHP, Partition, DIC, ASCX-2P

Classificação Redes neurais: C4.5, Rough sets, algortimo genéticos (Ex: Rule

Evolver), Cart, K-NN, Classificadores Bayesianos.

Regressão Redes Neurais (Ex: Back Propagation).

Sumarização C4.5, Algoritmo Genético (Ex: Rule Evolver)

Agrupamento K-Means, K-Modes, K-Prototypes, Fuzzy K-Means, Algoritmo

Genéticos, Redes Neurais (Ex: Kohonen), Clarans.

2.3.3 Algoritmo de Agrupamento

Técnicas de agrupamento são empregadas para dividir os registros de uma base em

subconjuntos, de tal forma que os registros que compartilham o conjunto tenham

similaridades entre si e sejam distintos dos registros armazenados em outros conjuntos. As

medidas de similaridades são pré-estabelecidas.

Definição formal para agrupamento não fuzzy de acordo com Hruschka e Ebecken (2003),

determina que um conjunto com n registros X = {X1, X2, ..., Xn}, onde Xi ∈ ℜp é um vetor de

dimensão p que pode ser agrupado em k subconjuntos disjuntos C={C1,C2,....,CK}, desde que

as seguintes condições sejam respeitadas:

� A união dos subconjuntos forma o conjunto original - C1 ∪ C2 ∪ C3 ... ∪ Ck = X.

� Um registro não pode pertencer a mais de um subconjunto - Ci ∩ Cj = {}, ∀ i ≠ j, 1≤ i

≤ k e 1≤ j ≤ k.

� Cada subconjunto deve ter ao menos um objeto - Ci ≠ {}, ∀ i, 1≤ i ≤ k.

Um algoritmo ideal que implementa a tarefa de agrupamento deve ser capaz de lidar com os

atributos categóricos, numéricos e ordinais. Quando o algoritmo não atende a estes requisitos

é necessário efetuar uma codificação de dados2.

2 Codificação de dados: operação de pré-processamento responsável pela forma como os dados serão representados durante o processo KDD (GOLDSCHMIDT; PASSOS ,2005).

Tabela 2.1: Tarefas e Métodos de MD Fonte: Adaptado de (GOLDSCHMIDT; PASSOS, 2005, p.116).

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Para análise de agrupamento existem diferentes critérios que medem a similaridade entre os

registros, porém, para realização deste trabalho foi utilizado o método de agrupamento onde a

distância entre dois registros é expressa pela distância euclidiana na seguinte fórmula:

Sendo,

• d - resultado do cálculo (distância); • i , j – representam os dois registros selecionados; • p – número de variáveis (dimensão);

Não é somente o método que calcula a distância entre registros que diferenciam os algoritmos

de agrupamento, eles também podem ser diferenciados de acordo com o método de formação,

tais como: (Partição, Hierárquico, Baseado em modelo, Baseado em Grade e Baseado em

Densidade). Este trabalho trata somente do algoritmo que utiliza o método de partição (K-

médias).

O método de partição permite que os registros em análise sejam movidos de um grupo para

outro grupo em diferentes etapas que ocorrem no processamento do algoritmo, na tentativa de

buscar de forma direta a divisão aproximadamente ótima dos registros.

De acordo com Goldschmidt e Passos (2005), o algoritmo mais popular para realização da

tarefa de agrupamento é o K-médias proposto em 1967 por J. MacQueen (DINIZ; LOUZADA

NETO, 2000 apud PRASS 2004, p. 38) que utiliza o método de partição. Este Algoritmo

possui diversas variações, tais como: K-modes, K-Prototypes e Kmedoids. Em geral estas

variações diferem no cálculo da similaridade entre os grupos encontrados e o elemento ou na

estratégia para calcular a média dos grupos.

O algoritmo K-médias faz uso de dados numéricos, selecionando k elementos para formação

inicial dos centróides (elementos centrais) do grupo. Esta seleção pode ser realizada das

seguintes formas:

• Selecionando randomicamente k elementos.

• Selecionando os k primeiros elementos.

• Selecionar k elementos de tal forma que seus valores sejam bem diferentes.

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32

Após a seleção dos centróides, é calculada a distância de cada elemento (registro da base) em

relação aos centróides, sendo considerada a menor distância encontrada para efetuar o

agrupamento. O processo termina somente quando todos os elementos estejam agrupados. A

Figura 2.3 apresenta um resumo do funcionamento do algoritmo K-médias:

A Figura 2.4 mostra um exemplo da execução do algoritmo de agrupamento K-médias,

formando dois grupos, com os seguintes elementos: (4,7,8,2,5,3,9). Para definição dos

centróides, podem ser utilizados os critérios citados acima, porém neste exemplo foram

selecionados os dois primeiros elementos e, posteriormente, utilizou-se a média para a

formação dos novos centróides.

Figura 2.3: Algoritmo K-médias Fonte: Goldschmidt e Passos (2005, p. 104)

Escolher k-centróides

Atualizar grupos

Selecionar a menor distância

Atribuir objeto ao grupos

Calcular distância dos grupos

Apresentar grupos

Houve mudança na configuração

dos grupos ?

Sim

Não

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Descrição dos passos da execução do algoritmo K-médias da Figura 2.4:

• Os dois primeiros elementos do conjunto formaram dois grupos e foram utilizados

como centróides.

• O próximo elemento é selecionado e verifica-se qual centróide tem o valor mais

próximo ao seu valor, o elemento é adicionado ao grupo e é calculado o novo valor

para o centróide, assim por diante.

• Esgotados os elementos, termina-se o processo.

• Resultado: grupo 1 com os seguintes elementos (4,2,5,3) – grupo 2 com os seguintes

elementos (7,8,9).

Este algoritmo apresenta atributos confiáveis, porém foram identificados os seguintes

problemas:

• Não consegue determinar se há realmente apenas k grupos distintos (PINHEIRO,

2006) (este problema é comum a todos algoritmos de agrupamento).

• O fato do usuário ter que especificar o número de grupos é visto como uma

desvantagem, sendo necessária a realização de diversos experimentos

(GOLDSCHMIDT; PASSOS, 2005).

• É sensível a ruídos (outliers), já que pequena quantidade de dados inconsistentes ou

diferentes, em relação ao conjunto de dados formado, pode influenciar

substancialmente na formação dos grupos (CARLANTONIO, 2001).

{8,2,5,3,9} grupo 1 (4) grupo2 (7)

Centróide - 1 (4) Centróide - 2 (7)

a)

{2,3,4,9} grupo 1 (4) grupo 2 (7, 8)

Centróide - 1 (4) Centróide - 2 (7,5)

b)

{5,3,9} grupo 1 (4,2) grupo 2 (7,8)

Centróide - 1 (3) Centróide - 2 (7,5)

c)

{9} grupo1(4,2,5,3) grupo2(7,8)

Centróide - 1 (3,5) Centróide - 2 (7,5)

e)

{3,9} grupo 1 (4,2,5) grupo 2 (7,8)

Centróide - 1 (3,6) Centróide - 2 (7,5)

d)

{} grupo1(4,2,5,3)grupo2(7,8,9)

Centróide - 1 (3,5) Centróide - 2 (8)

f)

Figura 2.4: Passos de execução do algoritmo k-média.

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• Não é adequado para descobrir grupos com tamanhos muitos diferentes

(CARLANTONIO, 2001).

• Exige que os dados sejam do tipo numérico ou binário (HUANG, 1997).

2.4 VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO

No mundo contemporâneo, a facilidade de coletar e armazenar informações se tornou uma

tarefa de certo modo “trivial”, mas quando se trata de extrair conhecimentos em grandes bases

de dados esta tarefa torna-se complexa. Desta forma muitos pesquisadores têm se motivado a

descobrir recursos, métodos e técnicas para facilitar a descoberta de conhecimento e, também,

o entendimento desses conhecimentos.

As técnicas de visualização de informação podem ser usadas para facilitar esse entendimento.

Elas baseiam-se na capacidade humana de percepção e cognição. A interação do ser humano

faz parte do processo que envolve visualização de informação. O sistema de percepção

humano analisa eventos complexos com rapidez, reconhece automaticamente propriedades

não usuais e, ao mesmo tempo, desconsidera propriedades sem interesse.

Combinando aspectos de computação gráfica, interação humano-computador (IHC) e

mineração de dados, é possível criar um modelo de visualização de informação em modo

gráfico para que o usuário, utilizando sua visão, consiga interpretar as informações de forma

rápida. Não tendo o mesmo efeito se fosse apresentado no formato original (tabelas). Na

literatura foram encontrados dois ramos que tratam as visualizações de informação:

visualização de dados científicos e visualização de informação (RODRIGUES, 2003). A

Tabela 2.2 ilustra as diferenças entre os parâmetros das técnicas de visualização de

informação e cientifica.

Tabela 2.2: Visualização de informação comparada à visualização científica.

Fonte: adaptado de (GERSHON E EICK, 1997, p.29)

Usuário Tarefa Entrada Volume

Visualização cientifica Especializado,

altamente técnico

Profundo entendimento

dos fenômenos

científicos

Dados físicos, medidas,

resultados de simulação

Pequeno a volumoso

Visualização de

informação

Usuário comum,

especializado e

altamente técnico

Busca, descoberta de

relações

Relações, dados não-

físicos, informação

Pequeno a volumoso

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Visualização de dados científicos que provem de dados que correspondem a medidas

associadas a objetos físicos, fenômenos ou posição num domínio espacial. Um exemplo desta

visualização poderia ser um fluxo de ar sobre as asas de um avião, tendo informações no

formato de vetores 3D amostrado periodicamente em um experimento aeronáutico, sendo este

fenômeno representado através de flechas que indicam a direção do fluxo de ar posicionado

em relação às asas do avião.

Visualização de informações procura representar graficamente dados de um determinado

domínio de aplicação. Exemplo deste tipo é uma base de dados de pacientes de um hospital,

com nome, sexo e número de internações e consultas, data de nascimento e naturalidade.

Estes dados são considerados abstratos e necessita de um mapeamento para representação

gráfica, assim poderá ser revelada informação interessante para um determinado propósito. A

Figura 2.5 demonstra um processo automatizado de visualização de informação.

Embora a visualização de dados científicos seja uma área muito interessante, o foco desta

proposta está na realização de visualização de informações de dados abstratos. Entretanto,

Rhyne (2003 apud SHIMABUKURU, 2004, p.12) questionam a necessidade de diferenciação

entre visualização científica e de informação em virtude do uso intercambiado das técnicas de

visualização, particularmente em domínios emergentes, como visualização geográfica e

visualização em bioinformática.

A Figura 2.6 exibe graficamente um modelo de referência para desenvolvimento de sistemas

de visualização de informação. A direção das setas da esquerda para direita representa a

transformação dos dados brutos em transformações visuais para interpretação humana. As

Figura 2.5: Adaptação do processo simplificado de visualização de informações auxiliada por computador. Fonte: Nascimento e Ferreira (2005, p. 1268).

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36

setas da direita para esquerda representam a modificação de cada etapa das transformações e

do mapeamento visual realizado pelo ser humano.

2.4.1 Mineração Visual de Dados

A integração de técnicas de mineração de dados e visualização de informação é referenciada

na literatura como mineração visual de dados (Visual Data Mining - VDM), ocorrendo um

balanceamento entre o processo automático e o interativo (WONG, 1999; KEIM, 2002;

SHIMABUKURU, 2004). A Mineração Visual de Dados aproxima o usuário e o processo de

descoberta de conhecimento em termos de técnicas de visualização eficientes, capacidade de

interação e transferência de conhecimento.

A visualização de informação não é capaz de substituir as técnicas convencionais de MD, mas

existem possibilidades únicas que não podem ser desprezadas, ou seja, as duas técnicas unidas

podem potencializar enormemente a exploração de informação, observando que a utilização

intercalada pode causar penalidades relativas às deficiências e limitações de cada uma

(WONG, 1999). O mesmo autor define duas formas de integração das técnicas de

visualização, que são:

• Acoplamento forte, onde a visualização e o processo analítico são integrados em uma

única ferramenta, aproveitando os pontos fortes de cada uma das áreas.

• Acoplamento fraco, onde as áreas são simplesmente intercaladas, possibilitando um

aproveitamento parcial do potencial de cada uma delas no uso em conjunto.

De acordo com Han e Kamber (2000 apud BARIONI, 2002, p. 22), a visualização e

mineração de dados são processos que podem ser integrados das seguintes formas:

Figura 2.6: Modelo de referência para visualização

Fonte: Adaptado (CARD; MACKINLAY, 1999, p.232).

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37

• Dados armazenados em banco de dados podem ser visualizados sob diferentes níveis

de abstração, podendo ser utilizadas diferentes combinações de atributos. As formas

visuais utilizadas podem ser cubos 3D, curvas, superfícies, grafos ligados e outras.

• Os resultados da mineração de dados podem ser visualizados por meio de formas

visuais.

• Visualizar as etapas do KDD de forma que o usuário possa acompanhar o processo

desde a extração dos dados até a apresentação do resultado.

• Mineração de dados visual (VDM – Visual Data Mining): Ferramentas de visualização

de informação podem ser utilizadas tanto para extrair conhecimentos quanto para a

análise dos resultados obtidos com a aplicação de alguma técnica de mineração de

dados.

Em casos que envolvem grande volume de dados, o usuário pode selecionar porções da base

de dados de interesse utilizando técnicas de visualização de informação, diminuindo assim a

árdua tarefa exercida no entendimento dos resultados de MD para grande volume de dados.

2.4.2 Técnicas de Visualização de Informação

As técnicas de visualização de informação podem ser utilizadas como mecanismos que

auxiliam a compreensão dos resultados da mineração de dados.

A seguir são descritas as técnicas de visualizações de informação selecionadas. Antes, porém,

são feitos alguns comentários relativos ao conceito de foco/contexto e de técnicas de interação

(RUSSO; GROS; ABEL, 1999; NASCIMENTO; FERREIRA, 2005).

O conceito foco\contexto apresenta uma visão geral dos dados a serem visualizados, mas

destacando uma região de interesse (foco) através de uma ampliação. Exemplos de técnica

que utilizam estes conceitos: Fish-eye e Browser Hiperbólico.

o Fish-eye - consiste numa representação de uma lente que aumenta os objetos

que estão próximos, enquanto mostra os objetos circundantes com menos

detalhes.

o Browser Hiperbólico – utilizado nas técnicas de visualização que representam

árvores, auxiliando a exploração das hierarquias.

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38

As técnicas de interação têm o intuito de facilitar o processo de compreensão dos dados,

auxiliando o usuário na exploração e criando outras possibilidades de visualização. A Figura

2.6 apresenta um modelo de visualização de informação que permite a inserção do humano na

transformação dos dados, no mapeamento visual e na transformação das visões.

As técnicas de interação que podem ser utilizadas em técnicas de visualização são as

seguintes:

• Projeção interativa: redefine as projeções dinâmicas geradas a partir de um conjunto

multidimensional.

• Filtragem interativa: o usuário filtra a porção de dados mais interessante e efetua

comparações entre as mesmas.

• Zoom interativo: possibilidade de expandir ou diminuir os elementos de visualização.

• Distorção interativa: é a deformação dos elementos visuais de maneira que as

propriedades visuais não sejam perdidas.

Concluindo, a visualização de informação, além de transmitir conhecimentos, tem um grande

potencial para receber comandos, tais como, por exemplo: controlar a quantidade de dados na

tela, alterar a representação da visualização e ajustar escalas.

Keim e Kriegel (1996) descrevem técnicas de visualização de informação multidimensional

agrupando-as nas categorias de técnicas geométricas, iconográficas, hierárquicas e orientadas

a pixel. No entanto, neste trabalho foram utilizadas somente as visualizações pertencentes às

técnicas de visualização de informação geométricas e iconográficas, que se demonstrou

adequada para projeção do resultado do algoritmo de agrupamento. Essas técnicas são

descritas a seguir.

a) Técnicas de Projeções Geométricas As visualizações existentes nessa técnica tentam gerar projeções bidimensional e

tridimensional em base de dados multidimensionais, com intuito de revelar informações de

interesse. Dentre estas técnicas encontram-se: matriz de dispersão, gráfico de dispersão de

dados em três dimensões (Scatter plot 3D) e coordenadas paralelas.

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Matriz de Dispersão Esta visualização é a mais antiga, popular e muito utilizada para representação de dados de

alta dimensionalidade em uma representação bidimensional (SHIMABUKURU, 2004;

NASCIMENTO; FERREIRA, 2005).

A matriz de dispersão permite a visualização do relacionamento entre os atributos. Para isto,

esta visualização projeta os atributos aos pares formando células associadas a dois atributos

que são mapeados pelo eixo x (linha horizontal) e eixo y (linha vertical), conforme é ilustrado

na Figura 2.7, que foi gerada com auxílio da linguagem R (ferramenta discutida mais adiante).

Para a projeção da visualização da matriz de dispersão são necessárias n(n-1)/2 células para

representar uma base de dados com “n” atributos.

Figura 2.7: Exemplo de matriz de dispersão - (linguagem R)

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Gráfico de Dispersão de Dados 3D - (Scatter Plot 3d)

Esta visualização consiste em projetar registros de uma base de dados representados por

pontos num plano e os atributos representados por eixos. sendo a posição dos pontos

dependente dos eixos que formam as dimensões da visualização (KOSARA; SAHLING;

HAUSER, 2004).

Gráfico de dispersão de dados é uma visualização popular e muito conhecida utilizada para

mapear dados multidimensionais utilizando coordenadas (FEKETE; PLAISANT, 2002). Esta

visualização em três dimensões projeta, num espaço tridimensional, o relacionamento de três

atributos da base de dados, representado pelas coordenadas X, Y e Z, conforme ilustrado na

Figura 2.8. Um dos intuitos desta visualização é revelar os dados de maneira experimental a

fim de determinar os pontos de concordância (KOSARA; SAHLING; HAUSER, 2004). Este

método gráfico é muito eficiente para determinar se existe uma relação, padrão ou tendência

entre variáveis.

Esta visualização permite a inserção de propriedades visuais (cor, tamanho, forma, orientação

e etc...), aumentando desta forma o número de atributos que podem ser representados.

Figura 2.8: Eixos da visualização de dispersão de dados 3D - os registros são

representados pelas esferas.

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Coordenadas Paralelas

A visualização de Coordenadas Paralelas, proposta por Inselberg e Dimsdale (1990), consiste

em mapear um espaço n-dimensional em uma estrutura bidimensional que utiliza n eixos

eqüidistantes denominados coordenadas (BENDIX; KOSARA; HAUSER, 2005;

NASCIMENTO; FERREIRA, 2005). Os eixos verticais representam as dimensões ou

atributos de dados. Uma linha representa cada item de dado conectado aos eixos com os seus

respectivos valores, permitindo a visão de padrões, conforme ilustrado na Figura 2.9. Os eixos

verticais são padronizados em uma escala que varia do menor ao maior valor do atributo.

Para representar uma base de dados com x atributos, x = (x1 ,x2 ,...,xn ), necessita-se a mesma

quantidade de coordenadas, isto é, a representação de x1 na coordenada 1, x2 na coordenada 2 e

assim por diante até a representação de xn na coordenada n.

Uma vantagem desta visualização de informação é a representação de todos os atributos em

uma mesma visualização, permitindo fazer interpretações visuais entre os atributos, exemplo:

a visualização da Figura 2.9 permite observar que a maioria das pessoas relacionadas tem

aproximadamente 30 anos, sendo a maior parte delas do sexo feminino, residentes na zona 7 e

que obtiveram notas próximas a 10,0.

Ana Maria

João

Ricardo

Paula

Kátia

Carla

Flavia

Nome Idade Sexo Bairro

Nota

20

30

40

50

60

Acima

F

M

Zona 5

Aeroporto

Centro

Zona 7

0

2,5

5,0

7,5

10,

Figura 2.9: Exemplo de Coordenadas Paralelas com dados fictícios.

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b) Técnicas Iconográficas Estas técnicas trabalham com objetos geométricos com aparência paramétrica que podem ser

mapeados a atributos de uma base de dados (ESTIVALET; FREITAS, 2000). A idéia é

mostrar as características essenciais de um domínio de dados, por meio de ícones.

Elas também são utilizadas para representações multidimensionais e podem ser compostas por

atributos geométricos (forma, tamanho e orientação) e atributos de aparência (cor e textura),

que podem ser associados aos itens de dados em análise.

Algumas das visualizações classificadas como técnicas iconográficas são: Faces de Chernoff,

Star Glyphs e Figura de Arestas (Stick Figure).

Faces de Chernoff

Um dos primeiros trabalhos utilizando uma técnica baseada em ícones foi realizado por

Chernoff (1973). Este autor observou que o ser humano tem sensibilidade a uma grande

variedade de expressões faciais. Assim, ele sugeriu que ícones pudessem ser representados

por faces, associando suas propriedades (tais como as formas da boca, cabelo e olhos) com

atributo de dados. Este tipo de visualização é denominado Faces de Chernoff.

A Figura 2.10 mostra um exemplo de representação de Faces de Chernoff, que representam

uma base de dados contendo notas dos alunos de uma escola. São exemplos do mapeamento

de propriedades do ícone com os atributos da base de dados:

• cores das faces associadas ao sexo (azul-masculino ou rosa-feminino);

• a curva da boca representando a situação (aprovado e reprovado);

• a quantidade de cabelos representando o valor das notas.

Figura 2.10: Exemplo de Faces de Chernoff

Fonte: adaptado de (NASCIMENTO; FERREIRA , 2005, p. 1268).

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Star Glyphs

Star Glyphs é uma visualização que combina coordenadas paralelas com ícones (LEE;

REILLY; BUTAVICIUS, 2003). Esta visualização consiste na representação de p ≥ 2

atributos projetados em duas dimensões. Um círculo é construído para servir como referência

e do seu centro são projetadas linhas que representam os p atributos que emanam como raios

formando uma estrela, como é ilustrado na Figura 2.11. Para uma melhor observação, os raios

são conectados com uma linha. O tamanho do raio representa o valor do atributo.

(JOHNSON; WICHNER, 1982; NASCIMENTO; FERREIRA, 2005).

A Figura 2.12 ilustra a visualização “Star Glyphs” representando a quantidade de atividades

acadêmicas de um grupo de professores. Cada estrela representa um professor, sendo os raios

as diferentes atividades acadêmicas que ele realiza. A extensão do raio ilustra a quantidade da

atividade. Por meio desta visualização é possível verificar quais professores têm um maior ou

menor destaque, ou seja, realizam maior número ou menor número de atividades.

Figura 2.11: Exemplo de um ícone da visualização Star Glyphs.

Figura 2.12: Exemplo da visualização de dados utilizando Star Glyphs.

Fonte: Nascimento e Ferreira (2005, p. 1301).

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Figura de Arestas (Stick Figure)

Consiste em segmentos de linhas denominados ramos que possuem três parâmetros: ângulo,

intensidade e comprimento. Estes parâmetros podem ser utilizados para representar os

atributos de dados. As ligações dos ramos formam um ícone. A Figura 2.13 ilustra um

exemplo de ícone da visualização Figura de Arestas.

2.5 LINGUAGEM R

Foi necessário pesquisar ferramentas para auxiliar na avaliação das técnicas de visualização,

considerando a capacidade de exibir informações que facilitem a análise, interpretação e

compreensão de um conjunto de informações.

Durante o desenvolvimento da pesquisa, verificou-se que as ferramentas avaliadas eram muito

específicas para resolução de determinados problemas e que para cada avaliação necessitaria

usar uma nova ferramenta ou tentar adaptar uma já conhecida, tornando o trabalho

dispendioso. Outra questão levada em consideração na escolha da ferramenta de visualização

foi o fato das informações serem resultados da aplicação de algoritmos de mineração de

dados. Seguindo este raciocínio, a Linguagem R foi escolhida por fornecer tanto funções que

implementam algoritmos de mineração de dados quanto a possibilidade de geração de

visualizações.

R é uma linguagem de programação especializada em computação com dados e ao mesmo

tempo um ambiente para cálculos estatísticos e gerador de gráficos. Trata-se de uma

Figura 2.13: Exemplo de um ícone da visualização figura de arestas.

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linguagem gratuita sob os termos da Licença Pública Geral GNU 3, criada por Ross Ihaka e

Robert Gentleman na universidade de Auckland em Nova Zelândia e atualmente mantida pela

comunidade de desenvolvedores espalhada pelo mundo (THE R, 2007).

A linguagem R, como qualquer outra linguagem de programação, permite a criação de novas

funcionalidades utilizando a linguagem C. Isto é, tem seu código fonte aberto que pode ser

estendido para outras linguagens de programação (Python, Perl e Java). Além disso, é

possível inserir funcionalidades da linguagem R em programas escritos em outras linguagens,

fazendo com que diferentes linguagens possam utilizar o seu poder estatístico e de geração de

gráficos.

A instalação da linguagem R fornece um conjunto de pacotes (julgados pela sua importância

ou de uso comum) que são carregados quando a sua execução. Esses pacotes contêm as

funcionalidades que foram desenvolvidas e disponibilizadas para a comunidade, porém, para

realização deste trabalho foi necessária a utilização de outros pacotes que não estão presentes

na instalação da linguagem.

Geralmente, os algoritmos de mineração de dados geram resultados que necessitam de

interpretação. Para que esses resultados sejam projetados, é necessário adaptá-los aos

formatos dos parâmetros de entrada da funcionalidade de geração de visualização.

A linguagem R contém diversos pacotes, dentre eles: manipulação de dados, algoritmo de MD

e técnicas de visualização. Apesar de não existirem ligações entre as funções existentes nos

pacotes (por este motivo, a necessidade de adaptação para realizar a comunicação entre as

funções), todo o trabalho é realizado num mesmo ambiente. O termo “ambiente” refere-se à

categorização de R como um sistema planejado e coerente, em vez de uma aglomeração de

ferramentas específicas.

2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando os diferentes objetivos dos algoritmos para executar as tarefas de mineração de

dados, pode-se concluir que seus resultados podem colaborar em diversos domínios de

3 A GNU (Licença Pública Geral) - Garante a liberdade de compartilhamento e alteração de software de livre

distribuição.

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aplicação. No entanto, o uso desses algoritmos ainda requer mais aperfeiçoamento, pois

muitas vezes o usuário necessita repetir o mesmo processo com parâmetros diferentes que não

podem ser alterados no meio da execução. Isto pode ocorrer por falta ou uso inadequado de

ferramentas de visualização de informação. O uso adequado de técnicas de visualização de

informação pode diminuir esta quantidade de ciclos de tentativas e erros.

O entendimento dos processos KDD (conceitos básicos e técnicas) fornece subsídio para

identificação das etapas nas quais é possível inserir técnicas de visualização de informação,

por exemplo: selecionar uma visualização adequada à etapa de pré-processamento com o

objetivo de facilitar a eliminação de redundância, correção de erros e verificação de valores

ausentes.

Neste capítulo foram apresentados conceitos referentes às áreas de descoberta de

conhecimento em banco de dados e mineração de dados e algumas visualizações de

informação, classificadas como técnicas de projeção geométricas e técnicas iconográficas,

utilizadas na avaliação proposta neste trabalho. Além disso, foi descrita sucintamente a

Linguagem R que propiciou esta avaliação.

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3 ANÁLISE DE PARÂMETROS GERAIS PARA KDD

3.1 INTRODUÇÃO

De acordo com Fayyad, Piatestky e Smyth (1996a), para cada etapa do processo KDD (pré-

processamento, mineração de dados e pós-processamento), existem várias opções que podem

ser selecionadas. Essas opções estão relacionadas a fator humano, domínio de aplicação e

domínio de dados. Assim, neste capítulo é apresentada uma discussão sobre estes fatores.

3.2 FATOR HUMANO E DOMÍNIO DE APLICAÇÃO

A presença humana na escolha e combinação das opções de cada etapa do processo KDD é

essencial devido, principalmente, a sua intuição, experiência anterior e conhecimentos para

analisar, interpretar, direcionar e combinar estratégias a serem realizadas. Fayyad, Piatestky e

Smyth (1996a) e Goldschmidt e Passos (2005) consideram o especialista no domínio de

aplicação como um dos principais componentes necessários para melhor compreensão do

processo KDD.

Goebel e Gruenwald (1999) relacionam fatores humanos necessários a cada etapa do processo

KDD. Eles são classificados como: especialista em mineração de dados, em KDD, no

domínio da aplicação e usuários finais (engenheiros, gerentes, administradores, etc.).

Obviamente a existência de profissionais diferentes nestes estágios exige demandas diferentes

e trazem pré-requisitos diferentes. Geralmente, os usuários finais não têm capacidade de

efetuar uma análise complexa nos dados, mas naturalmente eles têm um grande conhecimento

do domínio da aplicação. De forma geral, é o ser humano que executa a difícil tarefa de

orientar e executar o processo KDD, conforme ilustrado na Figura 3.1.

Goldschmidt e Passos (2005) apresentam o especialista em KDD como pessoa ou grupo de

pessoas experientes para direcionar a execução do processo, que define o que, como e quando

deve ser realizada cada ação. O especialista em KDD interage com o especialista no domínio

de aplicação.

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Mesmo que o processo KDD seja automatizado, o fator humano é essencial para o sucesso de

sua realização, porque é ele que tem a compreensão do domínio dos dados (natureza, forma e

conteúdo), sendo pré-requisito indispensável na abstração de qualquer conhecimento útil.

Na etapa de pré-processamento, por exemplo, é necessário o conhecimento sobre o domínio

da aplicação e domínio de dados para facilitar a organização, limpeza e seleção do conjunto

de dados.

3.3 DOMÍNIO DE DADOS

Um exemplo sobre a necessidade do conhecimento do domínio de dados é o fato de não ser

possível fazer uma classificação utilizando somente o tipo de dados que foi determinado para

o atributo (integer, float, string, char, boolean e etc), pois é necessário ter o conhecimento do

seu valor. Este é o caso do atributo que representa o estado civil, onde pode não existir um

padrão do tipo de dado que deve ser utilizado, podendo ser representado de várias formas,

conforme a Tabela 3.1 abaixo:

Meta Insight

Banco de dados Dados

processados Saídas

Analise e Visualização

Consultas Apresentação

Figura 3.1: Ser humano como elemento central do processo de KDD. Fonte: Adaptado de (GOLDSCHMIDT; PASSOS, 2005, p. 22).

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Tipo de dados

Atributo Integer Char String

Solteiro 0 ‘S’ ‘solteiro’

Casado 1 ‘C’ ‘casado’

Viúvo 2 ‘V’ ‘viuvo’

Divorciado 3 ‘D’ ‘divorciado’

Tabela 3.1: Tipo de dados para o atributo estado civil.

O valor do atributo pode ser representado por dois tipos de dados (qualitativo e quantitativo),

encontrados na maioria dos repositórios de dados de um sistema de informação.

Os dados quantitativos são representados por valores numéricos que podem ser de duas

naturezas: discreta ou contínua. Os valores de natureza discreta referem-se às contagens, por

exemplo: número de acidentes com veículos registrados por mês. Os valores de natureza

contínua referem-se às representações em escala, por exemplo: área, volume, peso e

velocidade.

Os dados qualitativos são utilizados para nomear e atribuir rótulos, identificando

característica, qualidade e categoria do atributo, podem ser de natureza nominal ou ordinal.

Não há uma ordenação nos valores de natureza nominal, desta forma só é possível definir uma

relação de igualdade ou diferença, por exemplo: estado civil (casado, divorciado, solteiro,

viúvo). Os valores de natureza ordinal possibilitam ordenar as categorias, por exemplo: nível

de escolaridade, temperatura (frio, morno e quente).

Desta forma, os valores do atributo que representa “estado civil”, apresentando na Tabela 3.1,

podem ser classificados como sendo qualitativos de natureza nominal, pois não possuem uma

ordem entre seus valores.

O tipo de dado também influencia na escolha da técnica de mineração. Dias (2002) apresenta

uma classificação das técnicas de mineração de dados a serem aplicadas de acordo com as

características dos dados existentes, conforme pode ser visto na Tabela 3.2.

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3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo foi discutida a importância do papel humano para a condução do processo de

descoberta de conhecimento em banco de dados e a necessidade da participação humana ser

especializada, pois influenciam desde a definição dos objetivos da execução do processo até a

avaliação dos resultados.

Conclui-se que não é possível criar qualquer tipo de classificação de técnicas de mineração de

dados e de visualização de informação utilizando somente o tipo de dado definido para um

Característica Descrição Técnicas de Mineração de Dados

Variáveis de categorias

São campos que apresentam valores de um conjunto de possibilidades limitado e predeterminado

• Descoberta de regras de associação

• Árvores de decisão Variáveis numéricas São aquelas que podem ser somadas e

ordenadas • Raciocínio baseado

em casos (MBR) • Árvores de Decisão

Muitos campos por registro

Este pode ser um fator de decisão da técnica correta para uma aplicação específica, uma vez que os métodos de mineração de dados variam na capacidade de processar grandes números de campos de entrada

• Árvores de decisão

Variáveis dependentes múltiplas

Caso em que é desejado prever várias variáveis diferentes baseadas nos mesmos dados de entrada

• Redes neurais

Registro de comprimento variável

Apresentam dificuldades na maioria das técnicas de mineração de dados, mas existem situações em que a transformação para registros de comprimento fixo não é desejada

• Descoberta de regras de associação

Dados ordenados cronologicamente

Apresentam dificuldades para todas as técnicas e, geralmente, requerem aumento dos dados de teste com marcas ou avisos, variáveis de diferença etc.

• Rede neural intervalar (time-

delay) • Descoberta de

regras de associação Texto sem formatação

A maioria das técnicas de mineração de dados é incapaz de manipular texto sem formatação

• Raciocínio baseado em casos (MBR)

Tabela 3.2: Características de dados. Fonte: Dias (2002, p. 1718).

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atributo numa base de dados, sendo essencial o conhecimento do domínio de dados antes da

realização de qualquer etapa do processo de descoberta de conhecimento em banco de dados.

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4 AVALIAÇÃO DE TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO

4.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentada uma avaliação de técnicas de visualização de informação

baseada nas características gerais definidas neste trabalho e aqui descritas. Essas

características foram identificadas de acordo com a literatura pesquisada e tendo como

enfoque o uso dessas técnicas para visualização de resultados obtidos com a aplicação de

técnicas de mineração de dados.

Nesta avaliação elegeu-se a técnica de avaliação de análise de características, conforme

descrita em Pfleeger (2004), que consiste em relacionar as características importantes de

métodos, processos ou ferramentas e atribuir pontuações de 1 (não satisfaz) até 5 (satisfaz

completamente), neste caso a representação visual de técnicas de visualização de informação.

Esta avaliação possibilitará a melhor escolha sobre quais técnicas de visualização utilizar,

fazendo um estreitamento do leque de opções existentes.

Nas próximas seções, as fontes de dados utilizadas na avaliação são descritas sucintamente e é

apresentada a avaliação realizada utilizando a Linguagem R.

4.2 FONTES DE DADOS

Na avaliação das técnicas de visualização de informação foram utilizadas bases de dados que

fornecem condições específicas para cada característica avaliada, por exemplo:

• Para avaliar a capacidade das técnicas de visualização de informação em relação à

característica de escalabilidade, é necessário utilizar uma base de grande volume de

dados.

• Para avaliar a capacidade das técnicas de visualização de informação em relação à

característica de dimensionalidade, torna-se necessário o uso de uma base de dados

com diferentes quantidades de atributos.

As características referentes à escalabilidade, dimensionalidade e outras são descritas nas

próximas seções.

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A seguir são descritas as bases de dados (encontradas na linguagem R) utilizadas neste

trabalho:

1) USarrests

Esta base contém dados estatísticos sobre as apreensões realizadas a cada 100.000 residentes

dos estados do Estados Unidos da América em 1973, referentes a assalto, assassinato e

violação. Nela é fornecida, também, a porcentagem da população que vive em áreas urbanas.

Os atributos desta base são:

• Murder – Número de apreensões por assassinato (a cada 100.000 residentes).

• Assault – Número de apreensões por assalto (a cada 100.000 residentes).

• UrbanPop – Porcentagem da população urbana.

• Rape – Número de apreensões por violação (a cada 100.000 residentes).

2) Mtcars

Esta base contém dados sobre o consumo de combustível e dez aspectos relacionados ao

projeto e ao desempenho de 32 veículos produzidos nos anos de 1973-74. Os atributos desta

base são:

• Mpg – Consumo.

• Cyl - Número de cilindros.

• Disp - Cilindrada.

• Hp - Número de Cavalos\força.

• Drat - Relação do eixo traseiro.

• Wt - V/S.

• Qsec –Tempo para percorrer ¼ de milha.

• Am - Tipo de transmissão (0 = automático, 1 = Manual).

• Gear - Número de engrenagens.

• Carb -Número de carburadores.

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3) Matrizes

Algumas matrizes foram criadas na linguagem R para representar bases de dados de alta

escalabilidade e alta dimensionalidade. Na linguagem R, a criação de uma matriz é realizada a

partir da reorganização de elementos de um vetor em linhas e colunas. Cada elemento da

matriz é representado como a seguir: [(posição da linha na matriz), (posição da coluna na

matriz)]. Os valores dos elementos que compõem a matriz foram determinados aleatoriamente

usando funções da linguagem R.

4.3 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS

Dentre as técnicas de visualização pesquisadas, pode-se destacar um grupo de características

comuns a todas, que são:

� Escalabilidade - número de registros.

� Dimensionalidade – número de atributos.

� Tipos de dados – classificação de dados como qualitativos e quantitativos.

� Interatividade – possibilidade de inserção de técnicas de interação.

� Interpretabilidade – facilidade de extrair informação.

� Relacionamento entre atributos.

� Correlação – grau de relacionamento entre os atributos.

Por meio destas características foi possível gerar as pontuações atribuídas às visualizações de

informação que compõem este trabalho, a saber: técnicas geométricas e técnicas

iconográficas.

4.3.1 Escalabilidade

Segundo Traina et al. (2002), escalabilidade refere-se tanto à complexidade computacional

sobre o número de registros numa relação, quanto sobre o número de atributos. A quantidade

de registros que podem ser apresentados simultaneamente é uma das limitações nas técnicas

de visualização. Com elevado número de registros, o resultado apresenta-se com considerável

grau de desordem (RUNDENSTEINER et al., 2002).

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Keim e Kriegel (1996) cita as limitações de algumas técnicas de visualização em relação ao

número de registros num conjunto de dados e afirma que a visualização de coordenadas

paralelas é capaz de representar aproximadamente 1000 registros. Este autor afirma, também,

que as técnicas geométricas rapidamente alcançam os limites do que pode ser considerado

compreensível. Isto ocorre devido ao fato de haver sobreposição dos registros mapeados em

posições iguais ou próximas, apresentando “borrões”, ou seja, regiões totalmente preenchidas.

Shimabukuru (2004) afirma que a visualização de grandes volumes de dados requer a

integração da técnica com operações de interação adequadas, que possibilitem seleção e

filtragem de itens de interesse.

As regiões totalmente preenchidas, “borrões” das coordenadas paralelas, geram visualizações

incompreensíveis. Porém, percebe-se que o uso de cores pode auxiliar na visualização de

padrões. Para demonstrar este fato, matrizes com diferentes quantidades de registros foram

criadas e utilizadas como parâmetros de entrada na execução do algoritmo k-médias. Os

resultados obtidos foram plotados nas técnicas de coordenadas paralelas, onde as linhas

representam os atributos da matriz e as cores representam os agrupamentos, como é possível

constatar nas Figuras 4.1a e 4.1b. As cores se destacam como borrões, possibilitando a

visualização dos padrões de cada agrupamento.

Como é possível verificar nas Figuras 4.1a e 4.1b, o aumento no número de registros de

10.000 para 100.000 gera borrões que demonstram os padrões. Neste exemplo, o algoritmo

gerou três grupos, mas, porém, dependendo do domínio da aplicação e da quantidade de

registros, pode haver necessidade da criação de mais grupos e, conseqüentemente, da

utilização de mais cores.

a) b)

Figura 4.1: Coordenadas paralelas a) 10.000 registros, b) 100.000 registros. (linguagem R).

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Para reafirmar a dificuldade na visualização de grande quantidade de registros com o uso de

técnicas geométricas, as Figuras 4.2a, 4.2b e 4.2c mostram a visualização de dispersão de

dados em projeção tridimensional (scatter plot 3D) de matrizes com tamanhos de 100, 1.000 e

10.000 linhas, respectivamente, e com cinco colunas. Nestas figuras é possível observar que,

conforme o número de registros aumenta, a visualização se torna incompreensível.

As técnicas baseadas em ícones possibilitam a representação de um número pequeno de

registros devido ao tamanho dos elementos gráficos (RODRIGUES, 2003).

Das visualizações classificadas como técnicas iconográficas, avaliadas neste trabalho, as faces

de chernoff é a visualização que tem a maior limitação na questão escalabilidade, pois permite

a representação apenas de uma pequena quantidade de registros, conforme pode ser visto nas

Figuras 4.3a e 4.3b. Na avaliação desta técnica foram utilizadas matrizes de diversos

tamanhos, porém a quantidade máxima que permitiu uma visualização interpretável foi a

matriz de 169X8, representando 169 registros com oito atributos.

a))

b) c)

Figura 4.2: Dispersão de dados tridimensional a) 100 registros, b) 1.000 registros, c) 10.000 registros - (linguagem R).

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De acordo com Shimabukuru (2004), a visualização figuras de arestas é classificada como

técnica iconográfica possibilita representar grandes volumes de dados. Esta técnica de

visualização utiliza as duas dimensões da tela para mapear dois atributos de dados, com os

demais atributos sendo mapeados para ângulos e/ou comprimentos de segmentos. Na Figura

4.4 é representada a imagem composta de ícones pertencentes a visualização figura de arestas,

gerada a partir de 5 imagens de satélite da região dos Grandes Lagos, na qual diversas texturas

são identificadas.

4.3.2 Dimensionalidade

Esta característica está relacionada à capacidade que as técnicas de visualização possuem na

representação de atributos.

Figura 4.3: Faces de Chernoff a) 56 registros b) 169 registros - (linguagem R).

a) b)

Figura 4.4: Visualização figuras de aresta (Stick Figure) Fonte: Gri 2001 (SHIMABUKURO apud 2004, p. 21)

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Keim (2002) cita que geralmente é utilizada nas visualizações de informação uma grande

quantidade de registros e cada qual tem muitos atributos, por exemplo: uma experiência física

pode ser descrita com cinco atributos ou centenas de atributos. O autor chama o termo

atributo de dimensão e classifica os dados como unidimensional, bidimensional,

multidimensional ou podem ser dados complexos como hipertexto ou redes (grafos). Tanto na

área científica quanto na engenharia e ainda no mundo dos negócios, a maioria dos dados é da

forma multidimensional, ou seja, conjuntos de dados que contêm tipicamente mais que três

atributos (PUNTAR, 2003). As técnicas de visualização de informação têm a proposta de

interpretar conjuntos de dados multidimensionais.

Nessa interpretação, deve-se levar em conta a capacidade de percepção humana, ou seja, o

limite conceitual da dimensionalidade que segundo Rodrigues (2003), pode estar entre baixo e

alto. No entanto, não existe um consenso sobre o que pode ser considerado como baixa e alta

dimensionalidade, podendo variar entre 5 e 10 atributos (BEYER et al., 1999; BERCHTOLD

et al. 1998 apud RODRIGUES, 2003, p. 19), estar em torno de 34 atributos (OLIVEIRA;

LEVKOWITZ, 2002 apud RODRIGUES, 2003, p. 19), ou mesmo estar acima de 100

atributos ( BÖHM; KRIEGEL, 2000 apud RODRIGUES, 2003, p. 19).

Utilizando estes limites conceituais como base, foram criadas diversas matrizes com

diferentes colunas (representando os atributos). Após a criação, cada matriz foi plotada nas

técnicas de visualização de informação utilizadas no trabalho.

A literatura revisada é unânime quando se trata das coordenadas paralelas para representação

de dados multidimensionais (KEIM; KRIEGEL, 1996; WEGMAN; LUO, 1996; GERSHON;

EICK, 1997; INSELBERG; DIMSDALE, 1990; RODRIGUES, 2003; SHIMABUKURU,

2004; NASCIMENTO; FERREIRA, 2005). Esta técnica mapeia cada atributo a uma linha

conectando pontos nos eixos.

A Figura 4.5 exibe três visualizações da técnica de coordenadas paralelas, com quantidades

diferentes de atributos (10, 34 e 100 respectivamente) e com a mesma quantidade de registros.

O limite de atributos que as coordenadas paralelas podem suportar está restrito à resolução da

tela do computador. Conforme pode ser observado, o aumento de atributos causa borrões que

dificultam a visualização ou até mesmo o reconhecimento de padrões.

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Outra técnica de projeção geométrica de visualização que tem a capacidade de representar alta

dimensionalidade é a matriz de dispersão de dados. Shimabukuru (2004), afirma que

dispersão de dados é a técnica de visualização de informação mais antiga e popular para a

projeção de dados de alta dimensionalidade em uma representação visual bidimensional.

Para a visualização de dispersão de dados tridimensional (scatter plots 3D), Ebert et al. (2000)

sugere a possibilidade da utilização de ícones para representação dos atributos dos dados,

permitindo dessa forma o aumento no número de dimensões que podem ser exploradas nesta

visualização. Utilizando esta sugestão, pode-se considerar que esta visualização tem boa

representação na característica dimensionalidade.

A técnica de visualização iconográfica é outra das mais utilizadas, onde as figuras são usadas

como codificadores geométricos, tirando partido dos seus atributos visualmente perceptíveis

como cor, forma e textura (LEVKOWITZ, 1991 apud RUSSO; GROS; ABEL, 1999, p. 4).

As faces de chernoff, desenvolvida por Chernoff (1973), é classificada como técnica de

visualização iconográfica, também pode ser utilizada para visualizar dados multidimensionais,

partindo da capacidade do ser humano de conseguir distinguir características visuais. Embora

esta técnica seja muito útil em exibir dados multidimensionais, os registros são apresentados

separadamente, uma vez que eles não transmitem qualquer informação sobre os reais valores

com as quais se relacionam. Porém, as faces de chernoff possuem a capacidade de ilustrar

tendências ou parte dos dados que devem ser colocados em evidência (RUSSO; GROS;

ABEL , 1999).

a)

b)

c)

Figura 4.5: Cordenadas paralelas: a) 10 atributos. b) 34 atributos. c) 100 atributos. Todas visualizações representam 100 registros - (linguagem R).

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A Figura 4.6 ilustra a visualização de faces de chernoff utilizando um matriz de 3 x 15 (três

registros e quinze atributos). Os atributos são representados pelas seguintes características:

altura da face, largura da face, forma da face, altura da boca, largura da boca, curva do sorriso,

altura dos olhos, largura dos olhos, altura do cabelo, largura do cabelo, estilo do cabelo, altura

do nariz, largura do nariz, largura das orelhas e altura das orelhas.

Na revisão bibliográfica realizada não é estabelecido um limite de quantidade de

características que podem ser utilizadas nesta visualização. Johnson e Wichner (1982) sugere

até 18 atributos. Na linguagem R, a função que projeta esta visualização, chamada “faces”,

possibilita a representação máxima de 15 atributos.

Outra técnica de visualização iconográfica que trabalha com dados multidimensionais,

semelhante às faces de chernoff, é a visualização star glyphs. Johnson e Wichner (1982)

dizem que esta visualização é útil para padronizar determinadas informações e a utiliza para

determinar similaridade nos agrupamentos. Lee, Reilly e Butavicius (2003) afirmam que as

visualizações “faces de chernoff” e “star glyphs” são pontos multidimensionais que usam

espaço dimensional útil para detectar agrupamento e outliers. A visualização “star glyphs”

permite um maior número de atributos comparado com “faces de chernoff”, conforme pode

ser visto na Figura 4.7, que mostra a possibilidade de representação de até aproximadamente

80 atributos (Figura 4.7c). No entanto, como mostra a Figura 4.7d, com uma grande

quantidade de atributos é possível visualizar somente borrões.

Figura 4.6: Faces de chenorff com 15 atributos - (linguagem R).

d) c) b) a)

Figura 4.7: Star glyphs - a) 10 atributos, b) 30 atributos, c) 80 atributos, d) 500 atributos. (linguagem R)

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Além das técnicas de visualização iconográficas Faces de Chernoff e Star glyphs, existe a

visualização de Figura de arestas (Stick Figure) que, apesar de representar alta escalabilidade,

possui certa limitação referente à dimensionalidade, que é da ordem de aproximadamente uma

dezena (KEIM; KRIEGEL, 1996)

4.3.3 Tipos de dados

Freitas et al. (2001) e Chi e Riedl (1998) consideram a identificação das características

relativas aos tipos de dados como procedimento essencial na seleção de uma técnica de

visualização.

Freitas et al. (2001) classificam a informação em classe de informação, tipos dos valores,

natureza do domínio e dimensão do domínio, conforme pode ser visto no Quadro 4.1.

Entretanto, neste trabalho o enfoque está nos tipos de valores (aqui nomeado como “tipos de

dados”) para avaliação destas características. No entanto, é necessário considerar também a

natureza do domínio na classificação do tipo de dado. Assim, os tipos de dados podem ser

classificados como (DOWNING; CLARK, 2002; SHIMAKURA, 2007):

• qualitativo nominal – dados alfanuméricos que não possuem ordem (ex.: marca de

carros);

Quadro 4.1: Classificação da informação Fonte: Freitas et al. (2001, p. 147).

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• qualitativo ordinal – dados alfanuméricos que possuem ordem (ex.: frio, morno e

quente);

• quantitativo discreto – dados numéricos (contínuo ou reais) que se referem a

contagens (ex.: número de acidentes com veículos registrado no mês);

• quantitativo contínuo – dados numéricos (inteiros ou reais) que se referem a

representações em escala (ex.: área, volume, peso e velocidade).

Na realização da avaliação das técnicas de visualização de informação utilizando a linguagem

R, foi encontrado um problema em relação ao parâmetro de entrada para o tipo de dado

qualitativo, pois a linguagem R não permite este tipo de dado de entrada em algumas

visualizações de informação. Para solucionar este problema, foi realizada a operação de

codificação, apresentada por Goldschmidt e Passos (2005), no qual os valores qualitativos

foram substituídos por valores numéricos.

Das técnicas de visualização de informação avaliadas, todas permitem a representação de

dados quantitativos (discreto e contínuo). No entanto, para dados qualitativos nominais, as

técnicas iconográficas avaliadas não possibilitam boa representação. O uso de cores na

visualização “faces de chernoff” contribui para uma melhor representação em alguns atributos

qualitativos nominais, como é o caso, por exemplo, de sexo (M/F), estado civil

(casado/solteiro/viúvo) e Unidade Federal (PR/SP/MG...).

A inserção de propriedades de visualização pode tornar mais efetiva4 a técnica de visualização

de informação quando avaliada em relação à característica tipos de dados qualitativos.

Mackinlay (1986) propõe uma ordenação de prioridades na utilização das propriedades de

visualização, considerando os mais perceptíveis aos menos perceptíveis em relação aos tipos

de dados quantitativos e qualitativos (ordinais e nominais), conforme pode ser visto na Figura

4.8 e Quadro 4.2.

4 - A efetividade está relacionada à facilidade de se compreender os dados apresentados. Para ser efetiva, uma visualização deve ser de rápida percepção e induzir a uma quantidade menor de erros de interpretação do que outras formas de se visualizar os mesmos dados. (NASCIMENTO, 2005).

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4.3.4 Interação

A interação consiste no diálogo entre usuário e a máquina, potencializando assim o poder

elucidativo de uma determinada técnica de visualização, ou seja, a interação dinâmica faz com

que o usuário altere suas visualizações de forma que suas metas possam ser alcançadas (VAZ;

CARVALHO, 2004; RODRIGUES, 2003).

Quadro 4.2: Ranking dos atributos em relação à percepção. Fonte: (Mackinlay, 1986, p. 125).

Figura 4.8: Propriedades da visualização. Fonte: (Mackinlay, 1986, p. 125).

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A avaliação da característica de interação tem como objetivo verificar a possibilidade do uso

de técnicas de interação nas técnicas de visualização de informação selecionadas.

Na realização desta avaliação não foi possível criar interações utilizando a linguagem R por

não ter sido encontrado um pacote com este objetivo. Entretanto, pode-se concluir que a

técnica de filtragem interativa e zoom interativo se aplicam às visualizações selecionadas

neste trabalho. A técnica de zoom interativo permite comprimir e expandir elementos gráficos

da visualização, demonstrando maior eficácia para as técnicas de visualização iconográficas,

como é apresentado por Nascimento e Ferreira (2005) nos itens relacionados a seguir sobre

possíveis formas de interação usando técnicas de visualização iconográficas e a visualização

de coordenadas paralelas.

Formas de interação em técnicas de visualização iconográficas:

• Possibilidades de modificação dinâmica entre a associação do componente da

visualização com os atributos de dados.

• Controle sobre a quantidade de ícones visualizados simultaneamente, alterando o

tamanho do mesmo, por meio de zoom interativo.

• Os ícones podem ser ordenados conforme a necessidade do usuário.

• Por meio de um simples clique no ícone é possível ter acesso à informação mais

detalhada sobre o que o ícone representa, com apoio do zoom interativo.

Formas de interação em coordenadas paralelas:

• Possibilidade de incluir e excluir eixos verticais.

• Selecionar intervalos de interesse no eixo, destacando os intervalos com cores

mais intensas, este processo simboliza filtragem dos dados e zoom interativo.

• A possibilidade de selecionar mais do que uma coordenada simultaneamente,

criando um processo de filtragem que realiza operações de união, intersecção ou

complemento entre os registros (representado pelas linhas horizontais).

Wegman e Luo (1996) realizaram um trabalho, ao qual exploraram dados multidimensionais

em projeções bidimensionais, utilizando a visualização de coordenadas paralelas. Os autores

redefiniram dinamicamente as projeções geradas a partir de uma base multidimensional. A

idéia é isolar os agrupamentos ou dados de interesse pintando estes conjuntos na visualização.

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Portanto, pode-se verificar a possibilidade de interação na visualização de coordenadas

paralelas.

4.3.5 Interpretabilidade

A área de descoberta de conhecimento em base de dados tem como objetivo principal

identificar dados, padrões, modelos potencialmente úteis que sejam, sobretudo, altamente

interpretáveis (FAYYAD; PIATETSKY; SMYTH, 1996a). Sendo assim, a característica de

interpretabilidade foi selecionada com o intuito de verificar a existência ou não de facilidade

na interpretação das informações apresentadas utilizando as técnicas de visualização de

informação selecionadas neste trabalho.

Segundo Nascimento e Ferreira (2005), as técnicas de visualização de informação envolvem o

sentido humano da visão e este tipo de percepção está relacionado a diversas áreas, tais como

psicologia, lingüística e artes visuais, e, ainda, a algumas subáreas da computação, como

visão computacional e interação humano-computador. No entanto, essas áreas não são

consideradas nesta avaliação.

A matriz de dispersão foi a primeira visualização de informação avaliada em relação à

característica de interpretabilidade, por ser esta característica apontada por Shimabukuru

(2004) como sendo uma das vantagens desta visualização.

A Figura 4.9 representa a visualização de matriz de dispersão com sete atributos da base de

dados “mtcars” e com os três grupos gerados pelo algoritmo “K-médias” aplicado sobre esta

base. Os grupos estão representados pela propriedade de visualização cor (vermelho, preto e

verde).

Observando esta figura é possível interpretar que há uma clara divisão dos grupos

determinada pelos valores do atributo número de cilindros “cyl”. Outra interpretação possível

diz respeito ao relacionamento entre os atributos, que torna visível a similaridade e

dissimilaridade entre eles.

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Outra técnica de projeção geométrica avaliada foi a visualização de coordenadas paralelas que

projetam o relacionamento entre os atributos da base de dados em padrões bidimensionais,

permitindo interpretar características como a diferença na distribuição e correlação entre os

atributos (INSELBERG; DIMSDALE, 1990; WEGMAN; LUO, 1996). A análise da

característica de correlação entre atributos é discutida na Seção 4.3.7. A Figura 4.10

representa a visualização das coordenadas paralelas, demonstrando a distribuição dos registros

com os atributos da base de teste “mtcars” e os grupos formados pelo algoritmo “K-médias”

por meio de cores (vermelho, verde e preto).

Na Figura 4.10 é possível observar uma concentração de cores nos eixos horizontais que

cruzam com o eixo vertical do atributo “cyl” e que irradiam para os eixos verticais “disp” e

“hp”. Pode-se concluir que os três grupos gerados pelo algoritmo não contêm valores iguais

para os atributos “cyl” e “disp” e o número de cilindros (cyl) é proporcional aos valores dos

atributos “disp” e “hp”.

Figura 4.9: Matriz dispersão de dado representando a base de dados “mtcars” - (linguagem R).

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Quanto às técnicas iconográficas, a visualização “faces de chernoff” foi avaliada por

possibilitar uma visualização rápida e compacta de vários ícones simultaneamente, conforme

afirmam Estivalet e Freitas (2000). Esta representação do domínio de dados é eficiente, porém

exige uma adaptação do usuário, visto que é necessário habituar-se à interpretação de cada

característica visual existente de acordo com o mapeamento dos atributos (LEE; REILLY;

BUTAVICIUS, 2003).

Na avaliação das visualizações selecionadas foi constatado que uma boa interpretação dos

dados não depende só da técnica utilizada, mas também do domínio de aplicação,

entendimento do domínio de dados e conhecimento do usuário em relação às técnicas de

visualização e aos domínios considerados.

4.3.6 Relacionamento entre os atributos.

Esta característica diz respeito à possibilidade de representação do relacionamento entre

atributos, como é o caso da técnica geométrica matriz de dispersão de dados que representa o

relacionamento entre atributos (SHIMABUKURU, 2004). A Figura 4.11 mostra um exemplo

do uso desta técnica.

Como pode ser visto na Figura 4.11, todos os atributos de dados da base de teste (USarrests)

estão representados, onde as projeções dos atributos são realizadas aos pares e organizadas em

formato de matriz, com cada célula associada a dois atributos identificados nas linhas e

colunas da matriz. Nesta técnica de visualização é possível adicionar atributos qualitativos

Figuras 4.10: Coordenadas paralelas representando a base de dados “mtcars” - (linguagem R).

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utilizando formas e cores nos componentes de visualização. Na Figura 4.11 as cores

representam os grupos formados na execução do algoritmo K-médias.

Outra técnica de projeção geométrica de visualização que mostra o relacionamento entre os

atributos é as coordenadas paralelas, representada na Figura 4.12. Ao gerar uma representação

planar, transforma relações multivariadas em padrões bidimensionais (WEGMAN; LUO,

1996). De acordo com a resolução disponível e dimensão da tela, é possível visualizar muitos

atributos.

A relação entre os atributos encontra-se nos eixos verticais, quanto mais próximos os eixos

melhor a visualização da relação. Por exemplo, o atributo “assault” relacionado com o

atributo “urbanpop” é demonstrado através das posições das linhas horizontais que exibe o

significado na relação conforme pode ser visto na Figura 4.12a. O relacionamento entre os

atributos “assault” e “rape” que estão separados pelo atributo “urbanpop”, é necessário criar

mentalmente a relação ou retirar o atributo, conforme a Figura 4.12b.

Figura 4.11: Matriz de Dispersão – Base de dados “USarrests”. (linguagem R)

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Quanto às técnicas iconográficas, não foi possível determinar a existência de relacionamentos,

desta forma optou-se em não avaliar tal característica.

4.3.7 Correlação

Correlação ou coeficiente de correlação fornece o grau de relacionamento entre duas variáveis

(DOWNING; CLARK, 2002). A correlação é a associação ou interdependência entre os

atributos da base de dados, utilizada para demonstrar se existe uma relação ou não entre

atributos de interesse.

Quando se trata de correlação, a visualização de dispersão de dados é a mais referenciada na

literatura (CRESPO, 1999; DOWNING; CLARK, 2002), fornecendo uma medida de

correlação positiva ou negativa de acordo com o sentido da dispersão de dados.

A visualização de dispersão de dados fornece uma nuvem de pontos em um plano cartesiano

utilizando eixos (x,y), sendo muito útil para identificar correlação linear (CRESPO, 1999). A

correlação é identificada na visualização de acordo com a posição dos pontos, isto é, se os

pontos do diagrama têm como “imagem” uma reta ascedente ela é linear positiva (ver Figura

4.13a), da mesma forma se os pontos formarem uma “imagem” como uma reta descendente,

ela é linear negativa (Figura 4.13b). Entretanto, se os pontos apresentam-se dispersos, não

oferecendo uma “imagem” definida, conclui-se que não há relação entre os atributos em

estudo (Figura 4.13c) (DOWNING; CLARK, 2002; CRESPO, 1999).

a)

Figura 4.12: Coordenadas paralelas - Base de dados “USarrests” - (linguagem R).

b)

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Para demonstrar esta característica, foi utilizada a base de teste “USarrests” na visualização

da matriz de dispersão de dados com uma função criada na linguagem R, que calcula a

correlação, demonstra os valores calculados e constrói linhas que acompanham a dispersão

(linhas vermelhas na Figura 4.14). Como pode ser observado nesta visualização, o maior

coeficiente de correlação encontrado está entre os atributos “morte” e “assalto”, identificado

como correlação positiva, ou seja, o número de mortes aumenta conforme o número de

assaltos também aumenta.

Outra técnica de projeção geométrica avaliada foi a visualização de coordenadas paralelas.

Por meio de observação é possível verificar na Figura 4.15 a similaridade de comportamento

entre os eixos que representam os registros, caracterizando assim a correlação positiva. Já na

Figura 4.16, é possível observar o contrário, isto é, a dissimilaridade do comportamento dos

eixos que representam os registros, indicando a existência de correlação negativa.

a) b) c)

Figura 4.13: Dispersão de dados; a) Correlação positiva; b) Correlação negativa; c) Correlação nula.

Figura 4.14: Correlação na visualização de dispersão de dados - base de dados “USarrests”. (Linguagem R)

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War (2002 apud SHIMABUKURU, 2003, 19), apresenta a evidência de correlação, através

do cruzamento entre as linhas horizontais, como pode ser observado na Figura 4.17 a

existência de uma correlação negativa entre os eixos 6 e 7 destacados em verde.

Figura 4.15: Representação de correlação positiva da visualização de coordenadas paralelas

Figura 4.16: Representação de correlação negativa da visualização de coordenadas paralelas

Figura 4.17: Correlação e distribuição de valores em Coordenadas Paralelas. Fonte: (WAR, 2002 apud SHIMABUKURU, 2003, p. 19).

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Foram utilizadas as bases de teste na avaliação da visualização de coordenadas paralelas com

o objetivo de identificar a existência de correlações. No entanto, os resultados não foram

satisfatórios, pois esta visualização não demonstrou as correlações existentes identificadas

previamente pela visualização dispersão de dados, devido ao fato de haver sobreposição dos

registros mapeados que apresentaram “borrões” (ver Figura 4.5a).

Quanto às técnicas iconográficas, não foi realizado qualquer tipo de avaliação pela

impossibilidade de interpretação da visualização da característica de correlação.

4.4 RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entender as visualizações de informação e conhecer as vantagens e limitações que elas

oferecem pode auxiliar a sua utilização correta e, conseqüentemente, melhorar a sua

interpretação, evitando assim futuras frustrações e tomada de decisão incorreta.

Neste capítulo foram apresentadas as características identificadas como sendo fatores que

influenciam na utilização de técnicas de visualização de informação. Cada característica foi

avaliada com o intuito de identificar suas qualidades e limitações.

A avaliação foi realizada utilizando bases de dados de teste, algoritmo de mineração de dados

K-médias e a linguagem R. Foram definidas pontuações que variam de zero (não satisfaz) a

cinco (satisfaz completamente), conforme o modelo de análise de característica descrito por

Pfleeger (2004). Segue abaixo uma análise resumida dos resultados obtidos na avaliação de

acordo com as características definidas:

• Escalabilidade: existem limitações para as técnicas de projeção geométrica relacionada

às bases de dados que possuem um grande número de registros, porém, para identificar

padrões gerados pelos algoritmos de mineração de dados, estas técnicas demonstram-

se eficientes. Já as técnicas iconográficas possuem maior limitação, no caso da

visualização “star glyphs” e “faces de chernoff”, o que não ocorre para a visualização

“Figura de arestas” que é utilizada para identificar padrões em grandes bases de dados,

por meio das formações e posições dos ícones que podem formar texturas.

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• Dimensionalidade: esta característica foi avaliada de acordo com a quantidade de

atributos possíveis de serem projetados nas visualizações de informação, sem causar a

poluição visual ou “borrões”. Abaixo é apresentado o número de atributos para cada

visualização avaliada de acordo com a limitação do dispositivo utilizado neste

trabalho:

o Matriz de dispersão: aproximadamente 15 atributos, considerando forma e

cores.

o Dispersão de dados 3D: nesta visualização três atributos podem ser

representados por três eixos, adicionalmente podem ser utilizadas propriedades

de visualização (tais como: densidadade, cor, área, volume, posição e etc.) na

representação de outros atributos. Neste trabalho a projeção foi feita para

aproximadamente cinco atributos.

o Coordenadas paralelas: foi possível projetar 35 atributos.

o Star glyphs: aproximadamente 80 atributos.

o Figura de arestas: esta visualização tem alta dimensionalidade.

o Faces de chernoff: foi possível projetar aproximadamente 15 atributos de

acordo com características da “face”.

• Tipos de dados: os tipos de dados quantitativos e qualitativos ordinais são projetados

em todas as visualizações de informação avaliadas, porém os tipos de dados

qualitativos nominais apresentam dificuldade em sua representação nas técnicas

iconográficas, onde é necessário o uso das propriedades de visualização, por exemplo:

cor e forma.

• Interação: foi constatado que existem diferentes técnicas de interação que podem ser

aplicadas às visualizações de informação.

• Interpretabilidade: a matriz de dispersão e dispersão de dados tridimensional

demonstraram fácil interpretação na avaliação. As coordenadas paralelas também

facilitam a interpretação, porém dificultam a visualização da relação entre atributos

pelo fato de existirem coordenadas separadas. Para a interpretação das técnicas

iconográficas é necessário o conhecimento das propriedades de visualização

consideradas, juntamente com o mapeamento realizado com os atributos. Nos casos

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em que o objetivo do uso da visualização é encontrar padrões, a visualização “Figura

de aresta” é indicada.

• Relacionamento entre atributos: as técnicas de projeção geométrica permitem

visualizar os relacionamentos entre atributos, sendo a matriz de dispersão a

visualização de informação que melhor representa esta característica.

• Correlação: a visualização de dispersão de dados é a que melhor demonstra esta

característica.

A partir da avaliação realizada, foi possível criar a Tabela 4.1 (Analise de características de

técnicas de visualização).

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Projeção Geométrica Técnicas Iconográficas

Características

Matriz Dispersão

Dispersão de dados

3D Coordenadas

Paralelas Star

Glyphs

Figura de

arestas Faces de Chernoff

Suporte a quantidade de dados (Escalabilidade) 5 4 5 1 5 1

Suporte a quantidade de atributos (Dimensionalidade) 3 2 4 5 5 3

Representação de dados qualitativos nominais 2 2 5 1 1 1

Representação de dados qualitativos ordinais 5 5 5 5 5 5

Representação de dados quantitativos discretos 5 5 5 5 5 5

Representação de dados quantitativos contínuos 5 5 5 5 5 5

T

I

P

O

S

D

E

D

A

D

O

S

Representação de dados mistos (qualitativos e quantitativos) 5 5 5 4 4 4

Interação 5 5 5 5 5 5

Facilidade de interpretação (Interpretabilidade) 5 5 3 3 3 4

Relacionamento entre os atributos 5 3 3 1 1 1

Correlação 5 4 2 X X X

Legenda:

Pontuação: (1) não satisfaz completamente, (2) não satisfaz, (3) satisfaz parcialmente, (4) satisfaz, (5) satisfaz completamente.

Tabela 4.1: Análise de características das técnicas de visualização.

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5 APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO DE

INFORMAÇÃO

Neste capitulo é demonstrado o uso de técnicas de visualização de informação na

representação de dados e de resultados obtidos na aplicação de um algoritmo de agrupamento.

O objetivo é confirmar a avaliação realizada e apresentada no capítulo anterior utilizando uma

base de dados real. Tanto o algoritmo de agrupamento quanto as técnicas de visualização de

informação apresentadas neste capítulo utilizam recursos oferecidos pela linguagem R.

Inicialmente, foi selecionada a base de dados para a experimentação. Optou-se pela base de

candidatos da Universidade Estadual de Maringá (UEM), contendo os resultados das provas

referentes ao vestibular de inverno do ano de 2005, somente do curso de medicina, disponível

no endereço eletrônico www.cvu.uem.br.

Esta base foi modificada num formato adequado para sua utilização na linguagem R e contém

1598 registros representando os candidatos ao curso de medicina e 13 atributos, que são:

idade, nota da prova de redação, nota da prova de geografia, nota da prova de historia, nota da

prova de biologia, nota da prova de matemática, nota da prova de português, nota da prova de

língua estrangeira, nota da prova de física, nota da prova de química, nota final (total),

classificação do candidato e situação do candidato (aprovado, reprovado e desclassificado).

5.1 VISUALIZAÇÃO DOS DADOS ORIGINAIS

A visualização de informação tem uma representação significativa no processo de análise de

dados, facilitando a sua interpretação. Na fase de pré-processamento do processo KDD, o

analista precisa ter um entendimento sobre os dados que, em alguns casos, podem apresentar

inconsistências, principalmente quando são o resultado da integração de duas ou mais bases

de dados. Além da detecção de possíveis inconsistências, o uso de visualização de

informação pode auxiliar na descoberta de tendências e padrões entre os dados originais que

servirão de base na limpeza e seleção de atributos a serem usados como parâmetros de entrada

para a mineração de dados.

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A visualização de informação sobre dados originais pode, também, fornecer conhecimentos

que darão suporte à tomada de decisão, sem que haja necessidade da aplicação de uma técnica

de mineração de dados.

Desta forma, antes de aplicar o algoritmo de agrupamento, foram utilizadas algumas técnicas

de visualização com intuito de encontrar características da base de dados.

De acordo com a Tabela 4.1 (resultado da análise de características da técnica de

visualização), descarta-se a visualização “faces de chernoff” e “star glyphs”, pois a base de

dados possui 1598 registros e estas visualizações têm como característica a baixa

escalabilidade. Em contrapartida, as visualizações matriz de dispersão, coordenadas paralelas

e figuras de arestas apresentam-se como as mais adequadas quanto à escalabilidade e

dimensionalidade.

Como já avaliado no Capítulo 4, as coordenadas paralelas demonstram-se úteis na

identificação de padrões gerados por algoritmos de agrupamento com grande quantidade de

registros, o que não ocorre na visualização preliminar da base de dados (sem aplicação do

algoritmo de agrupamento), sendo ineficiente com mais de 1000 registros.

Considerando que a matriz de dispersão obteve alta pontuação em todas as características

avaliadas e apresentadas na Tabela 4.1, esta visualização é uma opção para projetar a base de

dados original com todos os seus atributos e registros. Com a filtragem dos candidatos

aprovados, diminui-se a escalabilidade, possibilitando o uso da visualização de informação

“star glyphs”. Assim, a seguir são apresentadas as análises realizadas aplicando as técnicas de

visualização geométricas e iconográficas, mais especificamente as visualizações matriz de

dispersão e “star glyphs”.

a) Projeção Geométrica

Como a matriz de dispersão é a visualização que melhor consegue representar a correlação

entre os atributos, a sua projeção foi realizada com ênfase nesta característica. A Figura 5.1

ilustra esta visualização, onde é possível observar:

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• Os candidatos aprovados têm idade inferior a trinta anos, conforme mostra a relação

entre os atributos idade e situação (1 - aprovado, 2 - desclassificado e 3 – reprovado).

• Os atributos referentes às notas das provas têm alto grau de relacionamento linear

positivo (correlação) entre si.

• Os atributos com maior grau de relacionamento (correlação) são as notas das provas

de geografia e história e as notas das provas de química e biologia.

• O atributo total de pontuação tem maior grau de relacionamento com os atributos

referentes às notas das provas de química e biologia.

• O atributo idade apresenta correlação nula com os demais atributos.

Pelo fato da visualização ter gerado “borrões”, poderiam ser projetados somente aqueles

atributos de maior interesse para facilitar o entendimento sobre a dispersão dos dados.

`

Com intuito de utilizar alguma visualização de informação para verificar a existência de

inconsistências em base de dados, foi incluído o atributo sexo na base de candidatos da

Universidade Estadual de Maringá (UEM) com alguns valores nulos.

Observando as Figuras 5.2a e 5.2b, é possível verificar uma inconsistência nas bases de dados

em relação ao atributo sexo que apresenta valor “nulo” para vários registros. Assim, conclui-

se que a visualização de coordenadas paralelas consegue demonstrar à existência de atributos

Figura 5.1: Matriz de dispersão (base de dados Uem/2005) - (Linguagem R).

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com valores incorretos ou ausentes. Esta visualização também pode fornecer uma idéia da

quantidade de registros que contêm valores incorretos, por meio da quantidade de linhas que

irradiam do atributo em questão, por exemplo, a Figura 5.2a representa uma base de dados

com 8,2% de registros contendo valor “nulo” no atributo sexo, enquanto que a Figura 5.2b

representa outra base de dados contendo apenas 0,62% de registros com valor “nulo” no

atributo sexo, como pode ser visto nestas figuras.

b) Técnica Iconográfica

A Figura 5.3 ilustra a visualização “Star Glyphs” onde foram projetados somente os

candidatos aprovados. Nesta visualização é possível realizar algumas considerações sobre as

pontuações das provas de cada candidato em relação às pontuações dos demais candidatos

aprovados, tais como:

• O candidato número 6 possui os menores valores obtidos nas provas de matemática,

geografia, historia e física.

• Os candidatos 3 e 8 possuem as melhores notas na maioria das disciplinas.

• O candidato 12 obteve a menor nota em biologia e sua nota em português é

relativamente alta em relação às demais notas por ele obtidas.

• Os candidatos 3, 16, 19 e 20, obtiveram notas boas em todas as provas, enquanto que

os demais candidatos apresentam pelo menos uma prova com nota baixa.

b) a)

Figura 5.2: Coordenadas paralelas: a) representando 131 registros contendo valores nulos para o atributo sexo, b) representando 10 registros contendo valores nulos para o atributo sexo - (linguagem R)

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Por meio deste exemplo, foi possível extrair algumas interpretações. No entanto, a avaliação

apresentada na Tabela 4.1 pontuou a característica interpretabilidade para a visualização “Star

Glyphs” com valor três, pela necessidade do uso do mapa representado na Figura 5.3.

5.2 VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO ALGORITMO DE

AGRUPAMENTO

Após a preparação da base de dados e o uso de visualizações de informação sobre os dados

originais, o algoritmo de agrupamento “K-médias” foi selecionado por ser um dos mais

referenciados na literatura e, também, pelo fato da maioria dos atributos existentes na base de

dados ser do tipo quantitativo.

Na linguagem R, a função que implementa o algoritmo de agrupamento “K-médias” se

encontra na biblioteca “amap” e possui cinco parâmetros de entrada. As linhas de código

utilizadas para carregar a biblioteca e executar a função “Kmeans” são:

library(amap)

Kmeans(x, centers, iter.max = 10, nstart = 1,method = " euclidean ")

Figura 5.3: Star Glyph representando os candidatos aprovados - (linguagem R).

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Os parâmetros da função “Kmeans” são descritos a seguir:

• x - é a estrutura de dados da base de dados de entrada, juntamente com o seu conteúdo

(valores numéricos dos atributos);

• centers – número desejado de grupos;

• inter.max – número máximo de interações que o algoritmo deve realizar.

• method – medida de distância a ser utilizada: "euclidean", "maximum","manhattan",

"canberra", "binary", "pearson" ou "correlation.

A Figura 5.4 ilustra os resultados obtidos com a execução do algoritmo K-médias, que são

divididos em quatro partes:

1. indica a quantidade de registros para cada grupo criado;

2. indica os centróides de cada atributo relacionado para cada grupo;

3. vetor do agrupamento que identifica o grupo criado para cada registro;

4. somatória da raiz quadrada por grupo.

Conforme pode ser observado na Figura 5.4, os resultados apresentados não dão subsídios

suficientes para a sua interpretação, sendo necessário, portanto, o uso de técnicas de

Figura 5.4: Resultado do algoritmo K-médias - (Linguagem R).

1

2

3

4

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visualização de informação. A seguir são demonstradas as visualizações de informação

utilizadas para representar esses resultados.

a) Projeção Geométrica

De acordo com a avaliação realizada neste trabalho, a visualização de coordenadas paralelas é

uma das técnicas de projeção geométrica que obtiveram boa pontuação referente à

característica de escalabilidade, pelo fato de conseguir demonstrar padrões nos resultados

obtidos pelo algoritmo de agrupamento. Wegmam e Luo (1996) afirmam que a tarefa de

agrupamento é facilmente interpretada utilizando a representação de coordenadas paralelas.

Observando a projeção do resultado do algoritmo na visualização de coordenadas paralelas,

ilustrada na Figura 5.5, é possível constatar a formação de padrões nos quatro grupos gerados

pelo algoritmo de agrupamento, como descritos a seguir:

• Grupo 1 (linhas pretas) – grande maioria dos candidatos reprovados com o total de

pontuação igual a zero.

• Grupo 2 (linhas vermelhas) – grande maioria dos candidatos desclassificados com o

total de pontuação inferior a aproximadamente 754 (metade do total de pontuação

obtida pelo candidato classificado em primeiro lugar que foi 1508).

• Grupo 3 (linhas azuis) – grande maioria dos candidatos desclassificados com o total de

pontuação superior a aproximadamente 754.

• Grupo 4 (linhas verdes) - grupo de candidatos que obtiveram as melhores pontuações.

Além da identificação dos padrões dos grupos, é possível identificar outras interpretações na

visualização de coordenadas paralelas, por exemplo:

• A faixa etária da maioria dos candidatos é inferior a aproximadamente 27 anos.

• Quase todos os candidatos do Grupo 1 (linhas pretas) obtiveram nota zero na redação,

e neste mesmo grupo é possível verificar a existência de candidatos que obtiveram

notas com valores acima da média, sendo o grupo que apresenta a maior dispersão em

outras provas.

• Muitos candidatos do Grupo 1 zeraram a prova de língua estrangeira, considerando

que existe uma concentração de linhas pretas no valor zero referente ao atributo LE

(língua estrangeira).

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• Existem candidatos que obtiveram boas notas na prova de redação, mas não estão

agrupados no Grupo 4, pois é possível verificar na visualização que há candidatos de

outros grupos no topo da linha vertical que representa o atributo redação, conforme

Figura 5.6.

• O Grupo 4 é o grupo dos candidatos que obtiveram as melhores notas nas provas de

biologia, química e português, como pode ser observado na concentração de linhas

verdes no topo das linhas verticais que representam os atributos referentes a estas

provas. O destaque maior está na prova de química.

• Apesar dos candidatos do Grupo 4 terem obtido as melhores pontuações no total geral,

é possível observar que muitos deles obtiveram notas abaixo da média nas provas de

matemática, língua estrangeira e física.

• Entre os candidatos com as melhores notas, poucos obtiveram notas com valores

próximos ao valor máximo atingido na prova de matemática, conforme pode ser

observado na dispersão existente na linha vertical que representa este atributo.

• Pode-se observar a existência de candidatos do Grupo 2 com boas notas (acima da

média) nas provas de redação, geografia, história, língua estrangeira e química e com

notas abaixo da média na prova de matemática.

Figuras 5.5: Coordenadas paralelas gerado pelo algoritmo K-means - (Linguagem R).

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As interpretações realizadas na visualização de coordenadas paralelas não se esgotaram,

outras poderiam ser listadas de acordo com o conhecimento e o interesse sobre o tipo de

informação a ser extraído pelo avaliador, por exemplo, o avaliador pode estar interessado

apenas no grupo que representa os melhores candidatos. Assim, pode-se filtrar da base de

dados os candidatos do Grupo 4 e serem gerados novos agrupamentos, ou até mesmo utilizar

outras tarefas de mineração de dados (associações, regressão, sumarização ou classificação).

Outra visualização que apresentou boa escalabilidade para demonstrar padrões de resultados

do algoritmo de agrupamento é a visualização de dispersão de dados tridimensional (Figuras

5.7), utilizando a propriedade cor para representar os grupos formados.

De forma geral, observando o eixo referente ao atributo da prova de biologia das Figuras 5.7a

e 5.7b, é possível constatar a separação das cores, sugerindo as seguintes interpretações:

• O grupo de cor vermelha representa a maioria dos candidatos que obteve na prova de

biologia nota inferior a aproximadamente 30 pontos.

• O grupo de cor verde representa a maioria dos candidatos que obteve na prova de

biologia nota no intervalo aproximado entre 30 e 50 pontos. o grupo de cor azul

representa a maioria dos candidatos que obteve na prova de biologia nota superior a

aproximadamente 50 pontos;

• O grupo de cor preta representa a maioria dos candidatos que obteve nota zero para a

prova de redação.

Pode-se observar, também, na Figura 5.7a a existência de correlação positiva entre a prova de

química e a prova de biologia, já demonstrada pela Figura 5.1, e a separação dos grupos

Figura 5.6: Coordenadas paralelas com destaque no eixo vertical que representa o atributo redação - (linguagem R).

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(representados pelas cores) verificada pelo menor e maior valor do atributo da prova de

química. Possibilitando as seguintes interpretações:

• O grupo representado pela cor vermelha tem a maioria dos candidatos com a

pontuação inferior ao grupo representado pela cor verde e azul.

• O grupo representado pela cor verde tem a maioria dos candidatos com a pontuação

superior ao grupo representado pela cor vermelha e inferior ao grupo representado

pela cor azul.

• O grupo representado pela cor azul tem a maioria dos candidatos com a pontuação

superior aos grupos representados pelas cores verde e vermelha.

Não se esgotaram as possibilidades de identificação de outras interpretações que podem ser

realizadas, até porque, esta visualização permite a sua projeção em diferentes ângulos.

b) Técnicas Iconográficas

De acordo com a avaliação das técnicas de visualização de informação que resultou na Tabela

4.1, as visualizações “faces de chernoff” e “Star Glyphs”, tiveram baixa pontuação na

característica escalabilidade e maior pontuação para dimensionalidade. Considerando que a

escabilidade analisada diz respeito à quantidade de grupos, após a aplicação de um algoritmo

de agrupamento, e que os centróides representam os grupos criados, ou seja, para cada grupo

a) b)

Figura 5.7: Dispersão de dados tridimensional representando resultado do algoritmo de agrupamento da base “UEM-2005” - (linguagem R).

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existe um centróide que é um conjunto de valores calculados para cada atributo, mantendo o

mesmo número de atributos, é possível utilizar a visualização “faces de chernoff” ou “star

grlyphs” para representar os grupos.

A Figura 5.8 ilustra a visualização “faces de chernoff” representando os centróides dos

quatros grupos gerados pelo algoritmo K-médias, sendo que as variações nos valores dos

atributos determinam faces distintas. As alterações que ocorrem nas faces são realizadas pelo

mapeamento do atributo com as características de uma face (altura da face, altura da boca,

altura dos olhos, largura do cabelo e etc...).

A função da Linguagem R que implementa a geração da visualização “faces de chernoff” não

apresenta qualquer informação sobre como foi realizado o mapeamento de cada atributo com

as propriedades da face. Com a realização de alguns testes com o atributo total de pontuação,

pode-se verificar que este atributo está relacionado com as propriedades relativas a cabelo.

Somente a face quatro tem uma maior projeção do cabelo, sendo assim é possível afirmar que

o Grupo 4 contém os candidatos aprovados e o Grupo 1 os candidatos reprovados.

5.3 CONSIDERAÇÕE FINAIS

A principal preocupação em relação à utilização das técnicas de visualização é a geração de

visualizações que não prejudiquem as interpretações, pois a compreensão incorreta de dados

pode levar à tomada de decisão incorreta. Portanto, é importante que sejam fornecidos

subsídios para a escolha correta da técnica de visualização.

Existem inúmeras visualizações de informação e a aplicação de cada visualização requer um

estudo particular com intuito de conhecer as suas vantagens e desvantagens. Assim, algumas

Figura 5.8: Faces de chernof representando os centróides dos grupos gerados pelo algoritmo k-médias - (linguagem R).

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visualizações foram utilizadas tendo como dados de entrada uma base de dados real e a sua

análise foi apresentada neste capítulo.

Por meio dessa análise, foi possível verificar a utilidade da avaliação das técnicas de

visualização realizada e descrita no Capítulo 4, principalmente em relação à análise de

resultados obtidos na aplicação de um algoritmo de agrupamento que, por sua vez, pode ser

usado na mineração de dados.

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6 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS

Apesar do uso já bastante difundido de ferramentas de mineração de dados, ainda existe

grande dificuldade por parte do tomador de decisão no entendimento dos conhecimentos

gerados por essas ferramentas. Isto geralmente ocorre devido ao formato dos resultados

apresentados. Algumas dessas ferramentas não utilizam representações gráficas.

Existem técnicas de visualização de informação que podem contribuir para o melhor

entendimento dos resultados da mineração de dados. No entanto, ainda existem dificuldades

no uso dessas técnicas, principalmente por não haver um direcionamento sobre quais delas

são mais adequadas para a visualização de informação, tomando como base características das

informações a serem visualizadas e características das próprias técnicas que facilitam o

entendimento dessas informações.

Buscando amenizar essas dificuldades, neste trabalho é apresentada uma avaliação de técnicas

de visualização de informação geométricas e iconográficas. A técnica de avaliação utilizada

foi Análise de Características, onde foram identificadas características relevantes sobre as

técnicas de visualização de informação, tanto em relação às informações a serem visualizadas

quanto à capacidade de interpretação. Para cada técnica de visualização avaliada foi atribuída

uma pontuação em relação a cada característica identificada. No entanto, a Análise de

Características é uma técnica subjetiva, pois a avaliação reflete a tendência do avaliador.

Na avaliação realizada foram analisadas as vantagens, desvantagens e limitações de algumas

técnicas de visualização de informação por meio do uso de bases de dados fornecidas pelo

ambiente de programação, de matrizes de dados com valores gerados aleatoriamente e de base

de dados real. Além disso, as técnicas de visualização foram utilizadas para representação dos

resultados obtidos com a aplicação do algoritmo de agrupamento K-médias.

O principal objetivo da avaliação apresentada neste trabalho é fornecer subsídios para o uso

de técnicas de visualização de informação na análise de resultados obtidos com a aplicação de

técnicas de mineração de dados, contribuindo para um melhor entendimento desses

resultados. Portanto, a intenção não foi criar regras ou receitas sobre a utilização das

visualizações, por existir grande variedade de técnicas de visualização de informação e ser

difícil afirmar o quanto cada uma delas consegue representar o potencial analítico de

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mineração de dados. Neste trabalho foram analisadas a tarefa de agrupamento e seis

visualizações de informação, classificadas em duas técnicas de visualização (projeção

geométrica e iconográfica).

Os resultados da avaliação realizada demonstraram o quanto cada técnica de visualização

analisada pode contribuir no entendimento tanto de dados originais existentes nas bases de

dados quanto de resultados obtidos com a aplicação de um algoritmo de agrupamento. Assim,

pode-se concluir que o uso adequado de técnicas de visualização facilita a análise de dados

em geral de resultados da mineração de dados.

A linguagem R, utilizada na aplicação do algoritmo de agrupamento e na geração das

visualizações mostrou ser um recurso viável apesar de fornecer um processo semi-automático

onde é necessário o envolvimento do analista na realização de determinadas tarefas. Nesta

linguagem existem diversas bibliotecas que contêm algoritmos para realização da tarefa de

MD, por exemplo, a biblioteca “R-WEKA” que permite a utilização dos algoritmos da

ferramenta WEKA5. Porém, os resultados desses algoritmos, quando possível, devem ser

adaptados para a sua utilização em outra função que projeta visualização.

Como trabalhos futuros podem ser citados:

• Avaliação de outras técnicas de visualização, por exemplo: Técnicas Orientadas a

Pixel e Técnicas Hierárquicas.

• Agregação de técnicas de interação nas funcionalidades de visualização existentes na

linguagem R, por exemplo: zoom e filtragem interativa na visualização de

coordenadas paralelas.

• Construção de uma interface na linguagem R com recursos de manipulação, limpeza e

tratamento da base de dados.

• Integração das funcionalidades que implementam algoritmos de mineração de dados e

técnicas de visualização de informação na linguagem R, como por exemplo, adaptar a

saída da função “k-means” (algoritmo de agrupamento) para a entrada da função

“parcoord” (visualização de coordenadas paralelas).

5 Weka (Waikato Environment for Knowledge Analisys) ferramenta especifica para mineração de dados escrita em java. Contemplando

conjuntos de algoritmos para realização das tarefas de agrupamento, classificação e associação.

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• Elaborar uma avaliação contemplando outras tarefas de MD (classificação, associação,

regressão e etc...), e verificar quais dentre as técnicas de visualização podem ser

integradas às tarefas de MD.

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APÊNDICE A - ALGORITMOS DE AGRUPAMENTO

A.1 - ALGORITMO K-MÉDIAS EM PORTUGOL

Numero de grupos (k);

Ler os registros que serão agrupado;

Enquanto existir objetos não agrupado faça

Calcule a distância entre o elemento e os centróides;

Adicione o elemento ao agrupamento que possuir a menor

distância;

Recalcule o centróide do agrupamento;

fim para

para Todos os k agrupamentos faça

Calcule a Soma de Quadrados Residual;

fim para

repita

para todos os n elementos faça

Mova o elemento para os outros agrupamentos;

Recalcule a Soma de Quadrados Residual;

se soma dos Quadrados Residual diminuiu então

O objeto passa a fazer parte do agrupamento que produzir maior

ganho;

Recalcule a Soma de Quadrados Residual dos agrupamentos

alterados;

fim se

fim para

até Número de interações = i ou Não ocorra mudança de objetos

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A.2 - FUNÇÃO DO ALGORITMO DE AGRUPAMENTO K-MÉDIA NA LINGUAGEM R

Obs: frases em itálico no código e precedidas do símbolo “#” são comentários.

> kmeans(x, centers, iter.max = 10, nstart = 1, method = "euclidean")

Exemplos de código:

# fonte: documentação do R

> x <- rbind(matrix(rnorm(100, sd = 0.3), ncol = 2),

matrix (rnorm (100, mean = 1, sd = 0.3), ncol = 2))

> colnames(x) <- c("x", "y")

> (cl <- kmeans(x, 2))

> plot(x, col = cl$cluster)

> points(cl$centers, col = 1:2, pch = 8, cex=2)

#agrupamento da base de dados USArrests

> library(amap) # carrega o pacote em memória

> x = USArrests # atribuir a base de dados numa variável

> x # exibir base de dados

> cl<-Kmeans(x,5,method = "euclidean") #Agrupar os elementos e

armazena na variável “cl”

> cl # exibir agrupamento

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# agrupar base de dados uem

> library(amap) #carregar pacote na memória

> library(Rweka) #carregar pacote do weka

> x<-read.arff('D:/uem_medicina.arff') #carregar a base de dados uem

que esta formato de leitura do WEKA>

> cl<-Kmeans(x,5,method = "euclidean") # agrupar a base

> cl #exibir agrupamento

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APÊNDICE B - VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO UTILIZANDO

LINGUAGEM R

Obs: frases em itálico no código e precedidas do símbolo “#” são comentários.

B.1 - MATRIZ DE DISPERSÃO

Função:

plot(x, col, pch, type …)

Paramêtros:

• x - base de dados;

• col - propriedade cor para cada registro;

• pch - propriedade tipo formato para cada registro;

• type – tipo dos componentes utilizado na visualização, "p" pontos, "l" para linhas, "b"

pontos utilizando linhas, "h" para histograma, "s" linhas verticais e horizontais ligando

os pontos.

• ... – existência de outros parâmetros.

Exemplos de códigos:

#fonte: documentação do R

> plot(cars)

> lines(lowess(cars))

> plot(sin, -pi, 2*pi)

## Distribuição discreta

> plot(table(rpois(100,5)), type = "h", col = "red", lwd=10,

main="rpois(100,lambda=5)")

Projeção da visualização da matriz de dispersão representado o resultado do algoritmo “k-

medias” aplicado na base de dados “USArrests

#Projeção da Figura 4.11 (matriz de dispersão)

> x = USArrests #carregar a base

> cl<-Kmeans(x,5,method = "euclidean") # agrupar os registros

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> plot(x,col=cl$cluster) # projetar visualiação

#projeção da Figura 4.14 (matriz de dispersão com destaque para

característica correlação)

> ma_correlacao <- function(a,b, digits=2, prefix="", cex.cor)

{função para exibição da matriz}

{ u <- par("u"); on.exit(par(u))

par(u = c(0, 1, 0, 1))

r <- abs(cor(a,b))

txt <- format(c(r, 0.123456789), digits=digits)[1]

txt <- paste(prefix, txt, sep="")

if(missing(cex.cor)) cex <- 0.8/strwidth(txt)

test <- cor.test(a,b)

Signif <- symnum(test$p.value, corr = FALSE, na = FALSE,

cutpoints = c(0, 0.001, 0.01, 0.05, 0.1, 1),

symbols = c("***", "**", "*", ".", " "))

text(0.5, 0.5, txt, cex = cex * r)

text(.8, .8, Signif, cex=cex, col=2)

}

>pairs(USArrests, lower.panel= panel.smooth,upper.panel=

ma_correlacao)

B.2 - DISPERSÃO DE DADOS TRIDIMENSIONAL (SCATTER PLOT 3D)

Pacote: scatterplot3d

Função:

scatterplot3d(x, y=NULL, z=NULL, color=par("col"), pch=NULL,

main=NULL, sub=NULL, xlim=NULL, ylim=NULL, zlim=NULL,

xlab=NULL, ylab=NULL, zlab=NULL, scale.y=1, angle=40,

axis=TRUE, tick.marks=TRUE, label.tick.marks=TRUE,

grid=TRUE, box=TRUE, ...)

Parâmetros:

• x – fonte de dados, caso utilize este parâmetros somente como coordenada é

necessário utilizar o parâmetro y e z;

• y, z– coordenada y e z;

• color – propriedade cor;

• pch – uso de simbolos;

• main – titulo da visualização;

• sub – sub-titulo da visualização;

• xlim, ylim, zlim – limites para as coordenadas;

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• xlab, ylab, zlab – títulos para os eixos;

• scale.y – determinação escalas;

• angle – projeção em diferentes ângulos;

• axis – valor lógico que indica a remoção dos eixos;

• tick.marks – valor lógico que permite a remoção das linhas

tracejadas;

• label.tick.marks – valor lógico para exibir layout dos valores das

linhas tracejadas;

• grid – valor lógico que indica se as linhas devem ser visualizadas;

• Box – valor lógica que indica a presença de um cubo na visualização

Exemplos de códigos:

#fonte: documentação do R

#visualização da figura b.1 – Mistura de cores

> library(scatterplot3d)# carregar pacote

> cc <- colors()

> crgb <- t(col2rgb(cc))

> par(xpd = TRUE)

> rr <- scatterplot3d(crgb, color = cc, box = FALSE, angle = 24,

xlim = c(-50, 300), ylim = c(-50, 300), zlim = c(-50, 300))

> cubedraw(rr)

> rbc <- rainbow(201)

> Rrb <- t(col2rgb(rbc))

> rR <- scatterplot3d(Rrb, color = rbc, box = FALSE, angle = 24,

xlim = c(-50, 300), ylim = c(-50, 300), zlim = c(-50, 300))

> cubedraw(rR)

> rR$points3d(Rrb, col = rbc, pch = 16)

Figura b.1 – Visualização dispersão de dados 3d

Representando um cubo com mistura de cores- Fonte: Documentação R

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# projeção da Figura 5.7: Dispersão de dados tridimensional

representando resultado do algoritmo de agrupamento da base UEM-

2005”.

x <- read.table('D:/base_de_teste/uem_2005.txt') # carregar a base

de dados uem >

y <- x[-4]... # selecionar os atributos de interesse

> cl<-Kmeans(x,5,method = "euclidean") # agrupar a base

> library(scatterplot3d)# carregar pacote

> scatterplot3d(y, color=cl$cluster,type="h",angle=55, scale.y=0.7,

pch=16, main="scatterplot3d - 5") #Projeção da base de dados

utilizando o atributo cor para representar os grupos

B.3 - COORDENADAS PARALELAS Pacote: MASS

Função:

parcoord(x, col = 1, lty = 1, var.label = FALSE, ...)

Parâmetros:

• x – base de dados;

• col – propriedade cor (vetor);

• lty – tipo de linhas (vetor);

• var.label – valor lógico que indica a necessidade de layout.

Exemplos:

# Projeção da Figuras 5.5: Coordenadas paralelas gerado pelo

algoritmo K-means utilizando a base de dados “uem/2005”.

> x <- read.table('D:/base_de_teste/uem_2005.txt') #carregar a base

de dados uem

> y <- x[-4]... # selecionar os atributos de interesse

> cl<-Kmeans(x,5,method = "euclidean") #agrupar a base

> parcoord((x), col = cl$cluster)

# projeção da Figura 4.1a

x<-matrix(sample(1:10000,3400,),100,100)

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cl<-Kmeans(x,3,method = "euclidean")

parcoord((x), col = cl$cluster)

B.4 - FACES DE CHERNOFF

Pacote: TeachingDemos

Função:

faces(xy, which.row, fill = FALSE, nrow, ncol, scale = TRUE, main, labels)

Parametros:

• xy – x representa os registros e y os atributos (fonte de dados);

• which.row –valor lógico que permite a permutação na linhas;

• fill – se este valor é verdadeiro somente os atributos da base mapeado nas

propriedades da face sofrem transformação;

• Nrow – número de colunas da face;

• Scale- valor lógico que permite normalizar a escala das propriedades da face;

• Main – titulo da visualização;

• Labels – valor lógico que determina a projeção do layout para cada ícone.

Exemplos:

#fonte: documentação do R – figura b.2

faces(rbind(1:3,5:3,3:5,5:7))

data(longley)

faces(longley[1:9,])

set.seed(17)

faces(matrix(sample(1:1000,128,),16,8),main="random faces")

Figura b.2 – faces de chernof com valores aleatórios

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Exemplos:

# Projeção da Figuras f.2: representa a faces de chernoff com todos

os registros da base de dados “USArrests”, o número acima da face,

significa

a qual grupo cada face pertence, agrupamento gerado pelo algoritmo

k-means.

> library(amap)

> library (TeachingDemos)

> x = USArrests

> cl<-Kmeans(x,5,method = "euclidean")

> faces(cl$centers)

> faces(x,labels=matrix(cl$cluster))

B.5 - STAR PLOT Pacote: graphics

Função: stars(x, full = TRUE, scale = TRUE, radius = TRUE,

labels = dimnames(x)[[1]], nrow = NULL, ncol = NULL, len = 1,

key.loc = NULL, key.labels = dimnames(x)[[2]], key.xpd = TRUE,

...)

Paramêtros:

Figura F.2 – Faces de Chernoff, representando todos os registros da base de dados

“USArrests”, com o layout (número) representando o número do grupo a qual pertence.

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• x- fonte de dados (matriz ou data frame)

• full – parâmetro lógico, para o valor “True” é projeção é realizada em todo o circulo,

caso contrario é projetado na metade do circulo

• scale – parâmetro lógico, para o valor “true” os dados são projetado numa escala de 0

a 1.

• Radius - parâmetro lógico, habilita e desabilita os eixos emitidos, deixando apenas as

retas que conectam as pontas dos eixos.

• Labels – layout de cada icone.

• nrow,ncol – Numero de linhas e colunas

• len - tamanho dos eixos.

Exemplo:

# Visualização da Figura 5.3

> x <- read.table('D:/base_de_teste/uem_2005.txt') #carregar a base de

dados uem

> library(graphics)# carregar biblioteca na memória

> y <- x[-13] #retirar o atributo class

> stars(y, key.loc = c(8, 2.5),main = "analise dos candidatos cluster" ,

flip. Labels=FALSE) #projetar visualização

# Visualização da Figura 4.7a

> stars(b,len = 0.8, key.loc = c(9, 1.5),draw.segments = TRUE)