Avaliação do comportamento estrutural de conectores Perfobond … Sistemas construtivos mistos. 6....

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Juliana da Cruz Vianna Avaliação do comportamento estrutural de conectores Perfobond e T-Perfobond para vigas mistas Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil. Orientadores: Sebastião A. L. de Andrade Pedro C. G. da S. Vellasco Luis F. da C. Neves Rio de Janeiro Agosto de 2009

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  • Juliana da Cruz Vianna

    Avaliação do comportamento estrutural de conectores Perfobond e T-Perfobond para vigas mistas

    Tese de Doutorado

    Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil.

    Orientadores: Sebastião A. L. de Andrade Pedro C. G. da S. Vellasco Luis F. da C. Neves

    Rio de Janeiro Agosto de 2009

    DBDPUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510763/CA

  • Juliana da Cruz Vianna

    Avaliação do comportamento estrutural de conectores Perfobond e T-Perfobond em vigas mistas

    Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.

    Prof. Sebastião Arthur Lopes de Andrade Presidente / Orientador

    Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio

    Prof. Pedro Colmar Gonçalves da Silva Vellasco Co-Orientador

    Departamento de Estruturas e Fundações - UERJ

    Prof. Luis Filipe da Costa Neves Co-Orientador

    Departamento de Engenharia Civil - FCTUC - Portugal

    Profa. Marta de Souza Lima Velasco Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio

    Prof. Luciano Rodrigues Ornelas de Lima

    Departamento de Estruturas e Fundações - UERJ

    Profa. Arlene Maria Sarmanho Freitas Departamento de Engenharia Civil - UFOP

    Prof. José Guilherme Santos da Silva

    Departamento de Estruturas e Fundações - UERJ

    Prof. José Eugênio Leal Coordenador Setorial

    do Centro Técnico Científico – PUC-Rio

    Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2009

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  • Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial deste trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador.

    Juliana da Cruz Vianna Graduou-se em Engenharia Civil pela Unifoa-Centro Universitário de Volta Redonda em 2001. Obteve o título de Mestre em Ciência pela Universidade Católica do Rio de Janeiro em 2005. Possui vários trabalhos publicados em atas de conferência e revistas internacionais na área de construção mista de aço e concreto.

    Ficha catalográfica CDD: 624

    CDD: 624

    Vianna, Juliana da Cruz Avaliação do comportamento estrutural de conectores Perfobond e T-Perfobond para vigas mistas. / Juliana da Cruz Vianna ; orientadores: Sebastião A. L. de Andrade, Pedro C. G. da S. Vellasco, Luis F. da C. Neves. – Rio de Janeiro : PUC, Departamento de Engenharia Civil, 2009. 300 f. : il. ; 30 cm Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Civil. Inclui referências bibliográficas. 1. Engenharia civil – Teses. 2. Viga mista. 3. Conector de cisalhamento. 4. Perfobond. 5. Sistemas construtivos mistos. 6. Construção mista. I. Andrade, Sebastião A. L. de. II. Vellasco, Pedro C. G. da S. III. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Civil. IV. Título.

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  • Agradecimentos

    A Deus pela vida. Aos meus queridos pais, Ivan e Mariinha, pelo suporte, carinho

    e incentivo durante toda a minha vida. A toda minha família pelo apoio e

    incentivo, e em especial aos meus irmãos, Rodrigo e Janaina, pelo carinho e

    amizade.

    Aos professores e orientadores Sebastião Arthur Lopes de Andrade e Pedro

    Colmar G. da S. Vellasco, pelos relevantes conhecimentos transmitidos e

    orientação durante o trabalho.

    Ao orientador português Luis F. da C. Neves, por ter possibilitado a realização da

    maior parte da campanha experimental da tese no Laboratório de Mecânica

    Estrututal do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra.

    Pela orientação, apoio, acolhimento em Portugal, pela paciência, amizade e

    carinho.

    A Teresa Cordeiro, que juntamente com Luis F.C.N., me acolheram como uma

    filha em Portugal. Agradeço a amizade, o carinho, o apoio, a companhia e a

    dedicação. Obrigada por tudo. Agradeço também aos seus pais pelo

    acolhimento em Portugal.

    Ao Patrício, pelo amor, carinho, compreensão, companhia e apoio durante toda a

    fase deste trabalho. “A nossa história está apenas começando”, (Pires, 2009).

    A minha querida amiga Patrícia C. da Cunha, uma das grandes incentivadoras.

    Seu incentivo foi fundamental para realização deste trabalho.

    Ao prof. Luciano Lima, pelo incentivo e apoio na realização do programa

    Sandwich em Coimbra, e pela amizade e companhia.

    Aos meus grandes e queridos amigos, Ângela Ávila, Gustavo Christani, ao meu

    primo Fabrício, que sempre me apoiaram e incentivaram.

    As amizades nascidas e fortalecidas na PUC-Rio, Gisele e Júlio, Diego,

    Alexandre e Alberto, pela companhia e pelo incentivo.

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  • Em especial aos amigos Fernando Ramires, Ricardo Araújo, Magnos Freitas e

    Larissa que auxiliaram e motivaram o desenvolvimento deste trabalho. E aos

    amigos Arthur, João, Suellen, André, Lucas entre outros, que trabalharam no

    LEM-DEC e que de alguma forma colaboraram no meu trabalho.

    Aos funcionários do Laboratório de Estruturas e Materiais da PUC-Rio, Euclides,

    Evandro, José Nilson e Haroldo, pela colaboração na montagem e execução dos

    ensaios.

    Aos funcionários do Laboratório de Mecânica Estrutural da Universidade de

    Coimbra, João, Miguel, Zé, pela ajuda na execução dos ensaios. Em especial ao

    Luís Gaspar, pela sua dedicação para realizar os ensaios, pela amizade e pelo

    ótimo convívio.

    Aos colegas portugueses da Universidade de Coimbra, Rui Simões, Sandra

    Jordão, Aldina Santiago, Eduardo Júlio, Luis Simões, Afonso Mesquita, e ao

    amigo João Veludo, por toda motivação no desenvolvimento deste trabalho. A

    todos os demais funcionários da Universidade de Coimbra e da PUC-Rio pela

    colaboração.

    As amizades especiais nascidas em Coimbra, Thais, Aura e Raquel, pela

    amizade, apoio, companhia e carinho.

    A empresa brasileira Metalfenas e a portuguesa J. Rascão, pelos serviços de

    fabricação dos perfis metálicos.

    A empresa portuguesa Pascoal & Pascoal Ltda. pelo apoio e suporte financeiro

    para a realização deste projeto de pesquisa em Coimbra.

    A colaboração do Engenheiro Tiago Pires Ferreira, da empresa SCA, Serralharia

    Central de Alvarelhos, Lda (Portugal) e do Engenheiro Ricardo Davi, da empresa

    Projetec (Brasil), na avaliação dos custos que permitiram suportar o estudo

    econômico apresentado neste trabalho.

    Ao CNPq pela bolsa no Brasil, à Capes-Grices pela bolsa em Portugal.

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  • Resumo Vianna, Juliana da Cruz; Andrade, Sebastião Arthur Lopes de (orientador); Vellasco, Pedro Colmar G. da Silva (co-orientador), Neves, Luís Filipe da Costa (co-orientador, Universidade de Coimbra, Portugal). Avaliação do comportamento estrutural de conectores Perfobond e T-Perfobond para vigas mistas. Rio de Janeiro, 2009. 307p. Tese de Doutorado – Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

    As vigas mistas são um exemplo das cada vez mais difundidas estruturas

    mistas, e resultam da associação de uma viga de aço com uma laje de concreto

    ou mista, ligadas por meio dos conectores de cisalhamento. Dentre os diversos

    tipos existentes pode-se citar os pernos com cabeça (stud bolts), perfis C e o

    Perfobond. Um conector alternativo foi proposto para estruturas mistas, o T-

    Perfobond, que deriva do conector Perfobond acrescentando a componente da

    mesa, que trabalha como um bloco. Combina portanto a alta resistência do

    conector tipo bloco com a ductilidade e resistência ao levantamento dos furos do

    Perfobond. Para determinação da sua capacidade resistente foi realizado um

    programa experimental envolvendo cinquenta e dois ensaios do tipo push-out

    com conectores Perfobond, T-Perfobond e T, um ensaio em escala real e uma

    modelagem numérica. Os ensaios push-out estabeleceram a carga máxima e a

    capacidade de deformação dos conectores. Procurou-se com o ensaio em

    escala real determinar a resistência última da estrutura, o modo de ruína, as

    deflexões e as deformações, e validar o comportamento do conector T-

    Perfobond em uma estrutura real. Os resultados indicaram que o modelo de

    plastificação total pode ser adotado para a determinação do momento fletor

    resistente em vigas mistas bi-apoiadas com conectores T-Perfobond. Os

    modelos numéricos auxiliaram no estudo da capacidade de deformação da mesa

    do conector T-Perfobond, e na investigação das vigas com interação total ou

    parcial ao cisalhamento. Sob o ponto de vista econômico, um estudo

    comparativo dos custos dos conectores Perfobond, T-Perfobond e Studs foi

    conduzido e concluiu-se que os conectores Perfobond e T-Perfobond são mais

    econômicos em até 33% que os conectores Studs. Dentre as vantagens

    estruturais e construtivas de utilizar os tipos de conectores alternativos

    destacam-se: a alta resistência, a fácil produção e instalação no perfil de aço

    através de solda corrente, e bom comportamento à fadiga.

    Palavras-chave

    Viga mista; Conector de cisalhamento; Perfobond; Sistemas construtivos

    mistos; Construção mista; Análise experimental de estruturas.

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  • Abstract Vianna, Juliana da Cruz; Andrade, Sebastião Arthur Lopes de; Vellasco, Pedro Colmar G. da Silva, Neves, Luís Filipe da Costa (advisors). Assessment of Perfobond connector behaviour for composite beams. Rio de Janeiro, 2005. 307p. DSc. Thesis – Department of Civil Engineering, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

    Steel and composite beams have been extensively used in buildings and

    bridges. The component that assures the shear transfer between the steel profile

    and the concrete deck, enabling the composite action to develop, is the shear

    connector. Among the different types of connectors the headed studs, C sections

    and the Perfobond may be referred. An alternative connector has been proposed

    for composite structures, the T-Perfobond. The main difference between the

    studied Perfobond and T-Perfobond connectors is the presence of a flange,

    providing a further anchorage to the system. This connector combines the high

    strength of the block connector with ductility and resistance to uplift of the

    Perfobond holes. To evaluate their shear capacity an experimental programme

    that consisted of fifty-two push-out test and one full-size test, and some numerical

    analysis were performed. The push-out tests have established the maximum load

    capacity and deformation of the connectors. The full-size test has determined the

    composite beam load carrying capacity, typical failure modes, associated

    stresses and displacements, and has validated the behaviour of the T- Perfobond

    connector in an actual structure. The results indicated that the plastic distribution

    can be adopted for T- Perfobond connectors. The numerical analysis helped in

    the assessment of the deformation capacity of the T-Perfobond flange connector,

    and the investigation of the composite beam with total or partial connection. From

    the economic point of view, a comparative study of the cost of Perfobond, T-

    Perfobond and Studs connectors was conducted and it was concluded that the

    Perfobond and T-Perfobond connectors lead to an economy of up to 33% when

    comparing to the Studs connectors. Among the structural and constructive

    advantages of the use of alternative types of connectors, an high resistance,

    easy manufacturing and installation of steel beam by current welding and good

    performance to fatigue may be referred.

    Keywords

    Composite beams; shear connector; Perfobond; composite construction; experimental structural analysis.

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  • Sumário 1 Introdução 28 1.1. Vigas mistas 29

    1.1.1. Características das vigas mistas 29

    1.1.2. Comportamento da viga mista em relação ao cisalhamento na interface 30

    1.2. Motivação 35

    1.3. Objetivos 36

    1.4. Estrutura do documento 37 2 Revisão Bibliográfica 39 2.1. Conectores de Cisalhamento 39

    2.1.1. Histórico 39

    2.1.2. Classificação dos conectores 50

    2.1.3. Ensaios de push-out segundo EUROCODE 4 (2005) 52

    2.1.4. Ensaios de conectores em modelos experimentais não usuais 53

    2.1.5. Equações para cálculo da resistência de conectores 55

    2.2. Vigas Mistas 64

    2.2.1. Histórico 64

    2.2.2. Largura efetiva 68

    2.2.3. Dimensionamento de vigas mistas biapoiadas 70

    3 Concepção do conector e programa experimental dos ensaios tipo Push-out 71 3.1. Concepção do conector 71

    3.2. Programa experimental dos ensaios tipo Push-out 72

    3.3. Primeira etapa 74

    3.3.1. Conectores de cisalhamento 74

    3.3.1.1. Primeira série 77

    3.3.1.2. Segunda série 78

    3.3.1.3. Terceira série 79

    3.3.1.4. Quarta série 80

    3.3.2. Preparação do Ensaio tipo Push-out 81

    3.3.2.1. Forma e Armadura 83

    3.3.2.2. Concreto 84

    3.3.2.3. Montagem do Ensaio 85

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  • 3.3.2.4. Instrumentação e aplicação do carregamento 86

    3.3.3. Resultados 90

    3.3.3.1. Primeira série 90

    3.3.3.1.1. Concreto 90

    3.3.3.1.2. Ensaios Push-out 91

    3.3.3.1.3. Mecanismos de colapso 98

    3.3.3.1.4. Conclusões 100

    3.3.3.2. Segunda série 101

    3.3.3.2.1. Concreto 101

    3.3.3.2.2. Ensaios Push-out 102

    3.3.3.2.3. Mecanismos de colapso 111

    3.3.3.2.4. Conclusões 114

    3.3.3.3. Terceira série 115

    3.3.3.3.1. Concreto 115

    3.3.3.3.2. Ensaios Push-out 115

    3.3.3.3.3. Mecanismos de colapso 121

    3.3.3.3.4. Conclusões 125

    3.3.3.4. Quarta série 125

    3.3.3.4.1. Concreto 125

    3.3.3.4.2. Ensaios Push-out 126

    3.3.3.4.3. Mecanismos de colapso 129

    3.3.3.4.4. Conclusões 129

    3.3.3.5. Comparação entre as séries iniciais 129

    3.3.3.5.1. Influência do concreto 129

    3.3.3.5.2. Influência do tipo de conector: Perfobond versus T-Perfobond 132

    3.3.3.5.3. Influência das armaduras no conector T-Perfobond 135

    3.3.4. Conclusões Gerais - Primeira Etapa 136

    3.3.4.1. Influência da espessura da chapa do conector 137

    3.3.4.2. Influência do número de furos e do espaçamento entre eles 138

    3.3.4.3. Importância da altura do conector 138

    3.3.4.4. Influência das armaduras 138

    3.3.4.5. Influência da resistência à compressão do concreto 139

    3.3.4.6. Ductilidade da ligação 140

    3.3.4.7. Modo de ruptura 140

    3.4. Segunda etapa 145

    3.4.1. Conectores de cisalhamento 145

    3.4.1.1. Quinta série 146

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  • 3.4.1.2. Sexta série 146

    3.4.2. Preparação do Ensaio tipo Push-out 147

    3.4.2.1. Forma e Armadura 148

    3.4.2.2. Concreto 150

    3.4.2.3. Montagem do Ensaio 151

    3.4.2.4. Instrumentação e aplicação do carregamento 153

    3.4.3. Resultados 158

    3.4.3.1. Concreto 158

    3.4.3.2. Quinta série 159

    3.4.3.3. Sexta série 161

    3.4.3.4. Comparação entre as séries da segunda etapa 166

    3.4.3.5. Mecanismo de colapso 168

    3.4.3.6. Conclusões 171

    3.5. Comparação entre a primeira e a segunda etapa 172

    3.6. Propriedades dos materiais 174

    3.6.1. Concreto 174

    3.7. Conclusões gerais 175

    4 Programa experimental do ensaio em escala real 177 4.1. Introdução 177

    4.1.1. Preparação do Ensaio em Escala Real 177

    4.1.1.1. Apoios 179

    4.1.1.2. Forma e Armadura 180

    4.1.1.3. Concreto 183

    4.1.1.4. Instrumentação e aplicação do carregamento 184

    4.2. Resultados 191

    4.2.1. Propriedades dos materiais 191

    4.2.1.1. Concreto 191

    4.2.2. Ensaio em escala real 191

    4.2.2.1. Modo de colapso 191

    4.2.2.2. Momento máximo e deslocamentos verticais 192

    4.2.2.3. Deformações 195

    4.2.2.4. Deslizamento relativo na interface 210

    4.2.2.5. Avaliação teórica da resistência 211

    4.3. Conclusões 215

    5 Modelagem numérica 217

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  • 5.1. Conectores T-Perfobond 217

    5.1.1. Elementos finitos utilizados 217

    5.1.1.1. Elemento Shell 63 217

    5.1.2. Malha, condições de contorno e aplicação da solicitação 218

    5.1.3. Relações constitutivas utilizadas 219

    5.1.4. Análise dos resultados 220

    5.1.5. Conclusões 221

    5.2. Ensaio em escala real 222

    5.2.1. Elementos finitos utilizados 223

    5.2.1.1. Elemento Solid 65 223

    5.2.1.2. Elemento Shell 43 224

    5.2.1.3. Combin 39 225

    5.3. Modelagem Numérica 225

    5.4. Validação da modelagem numérica 228

    5.5. Conclusões 234

    6 Discussão dos resultados 235 6.1. Introdução 235

    6.2. Discussão dos resultados dos ensaios de push-out com Perfobond 235

    6.2.1. Análise das equações de Oguejiofor & Hosain 239

    6.2.2. Análise da equação de Medberry & Shahrooz 240

    6.2.3. Análise da equação de Ushijima et al. 241

    6.2.4. Análise da equação de Al-Darzi 242

    6.2.5. Análise da equação de Veríssimo 243

    6.2.6. Considerações iniciais 244

    6.2.7. Modelo ajustado com análise de regressão múltipla 246

    6.3. Discussão dos resultados dos ensaios de push-out com T-Perfobond 248

    6.3.1. Modelo ajustado com análise de regressão múltipla 251

    6.4. Comparação do ensaio em escala real com ensaio push-out 255

    6.4.1. Força de cisalhamento por conector e deslizamento entre a seção de aço

    e concreto 255

    6.4.2. Conclusões 259

    6.5. Estudo econômico 259

    6.5.1. Conclusões 264

    6.6. Conclusões gerais 265

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  • 7 Considerações finais 267 7.1. Introdução 267

    7.2. Principais conclusões 269

    7.3. Principais contribuições do presente trabalho 271

    7.4. Sugestões para trabalhos futuros 272

    Referências bibliográficas 274

    Anexo A Dimensionamento da armadura transversal 278

    Anexo B Dimensionamento da viga mista 281

    Anexo C Verificação dos momentos e tensões 291

    Anexo D Comparação push-out e ensaio escala real 298

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  • Lista de Figuras Figura 1.1 – Vigas mistas (a) Seção de aço em I. (b) Seção de aço em caixão.

    (c) Sistema treliçado. 30

    Figura 1.2 – (a) Pontes mistas. (b) e (c) Laje steel deck em sistema de piso 30

    Figura 1.3 – Comparação de vigas fletidas sem ação mista e com ação mista,

    Queiroz et.al (2001) 31

    Figura 1.4 – Transferência de forças de cisalhamento longitudinal por meio de

    conectores studs, David (2007). 32

    Figura 1.5 – Tipos de fissuração na laje, Kotinda (2006) 33

    Figura 1.6 – Superfície típica de falha ao cisalhamento, Cosenza & Zandonini

    (1999) 35

    Figura 1.7 – Conector proposto: T-Perfobond. 36

    Figura 2.1 – Desenvolvimento histórico dos conectores de cisalhamento. (a)

    Sistemas de abas. (b) Conectores espirais. (c) Perfil U. (d) Studs. Cosenza &

    Zandonini (1999) 40

    Figura 2.2 – Visão geral da discretização para os modelos com conector perfil

    “U” formado a frio, Tristão (2005) 41

    Figura 2.3 – Conector T, Cruz (2006) 41

    Figura 2.4 - Exemplos de conectores disponíveis, Vianna et al. (2008a) 44

    Figura 2.5 - Cisalhamento dos pinos virtuais de concreto, em dois planos de

    corte, nos furos do Perfobond, Veríssimo (2007) 44

    Figura 2.6 – Conectores Perfobond para reforço de estrutura, Neves & Lima

    (2005) 47

    Figura 2.7 - Conectores PSC, Chromiak & Studnicka (2008) 48

    Figura 2.8 – Geometria do corpo de prova do ensaio do conector disposto em

    paralelo, Martins (2008) 49

    Figura 2.9 – Curva carga versus deslizamento, Cosenza & Zandonini (1999). 50

    Figura 2.10 – Classificação dos conectores e suas curvas características, David

    (2007). 51

    Figura 2.11 – Ensaio de push-out, Eurocode (2005) 52

    Figura 2.12 – Esquema do ensaio push-out, Topkaya et al. (2004) 54

    Figura 2.13 – Single push-out test, Valente (2007) 55

    Figura 2.14 – Conectores tipo bloco, EUROCODE 4 (2001). 58

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  • Figura 2.15 – (a) Definição das áreas Af1 e Af2. (b) Definição dos ângulos α e β.

    59

    Figura 2.16 – Variação da excentricidade da força frontal, Veríssimo et al. (2007)

    64

    Figura 2.17 – Largura efetiva b, Queiroz et al.(2001) 69

    Figura 2.18 – Incompatível deslocamento complementar em uma

    descontinuidade do cortante, Oelhlers & Bradford, 1999. 69

    Figura 2.19 – Distribuição de tensões na laje, David 2007. 70

    Figura 3.1 – Conector T-Perfobond rib proposto por Ferreira (2000) 71

    Figura 3.2 – Concepção do conector T-Perfobobond 72

    Figura 3.3– Geometria dos conectores, Leite (2006) 74

    Figura 3.4 – Configurações dos conectores Perfobond, Vianna et al. (2008d) 75

    Figura 3.5 - Configurações dos conectores T-Perfobond, Vianna et al. (2008d) 76

    Figura 3.6 – Conectores Perfobond e T-Perfobond primeira série 78

    Figura 3.7 – Protótipos dos conectores Perfobond e T-Perfobond da primeira

    série 78

    Figura 3.8 – Conectores Perfobond da segunda série 79

    Figura 3.9 – Protótipos dos conectores Perfobond da segunda série 79

    Figura 3.10 – Conectores T-Perfobond da terceira série 80

    Figura 3.11 – Protótipos com conectores T-Perfobond da terceira série 80

    Figura 3.12 – Conectores T-Perfobond da quarta série 81

    Figura 3.13 – Protótipos com conectores T-Perfobond da quarta série 81

    Figura 3.14 – Configuração do perfil com conector T-Perfobond – Portugal 82

    Figura 3.15 – Configuração detalhada do protótipo TP-2F-120. 82

    Figura 3.16 – Montagem das armaduras e formas no DEC, Coimbra. 83

    Figura 3.17 – Concretagem dos protótipos no DEC, UC – Portugal 85

    Figura 3.18- – Estrutura de reação e instrumentação para o ensaio tipo push-out,

    DEC. 86

    Figura 3.19 – Instrumentação dos protótipos, DEC – Coimbra. 87

    Figura 3.20 – Instrumentação dos extensômetros dos protótipos da primeira

    série. 87

    Figura 3.21 – Instrumentação dos extensômetros do protótipo P-2F-AR-120-A,

    da segunda série. 88

    Figura 3.22 – Instrumentação dos extensômetros do protótipo P-2F-AR-200-A,

    da segunda série. 88

    DBDPUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510763/CA

  • Figura 3.23 – Instrumentação dos extensômetros do protótipo P-4F-AR-200-A,

    da segunda série. 89

    Figura 3.24 – Instrumentação dos extensômetros do protótipo TP-2F-AR-120-A,

    da terceira série. 89

    Figura 3.25 – Esquema de carregamento para o controle do ensaio de push-out

    90

    Figura 3.26 – Conectores Perfobond com dois furos com 120 e 200mm de

    espessura de laje. 92

    Figura 3.27 – Conectores Perfobond, primeira série 92

    Figura 3.28 – Histórico da tensão no conector Perfobond, Vianna et al. (2008b).

    93

    Figura 3.29 – Conectores T-Perfobond com dois furos com 120 e 200mm de

    espessura de laje. 94

    Figura 3.30 – Conectores T-Perfobond, primeira série 94

    Figura 3.31 – Histórico da tensão no conector T-Perfobond, Vianna et al.

    (2008b). 95

    Figura 3.32 – Comparação do Perfobond com T-Perfobond com dois furos e laje

    de 120mm. 96

    Figura 3.33 – Comparação do Perfobond com T-Perfobond com dois furos e laje

    de 200mm. 97

    Figura 3.34 – Comparação do Perfobond com T-Perfobond com quatro furos e

    laje de 200mm. 97

    Figura 3.35– Demolição dos protótipos. 98

    Figura 3.36– Modos de ruína dos Perfobond, Vianna et al.(2007) 99

    Figura 3.37– Modos de ruína dos T-Perfobond. 99

    Figura 3.38– Plastificação dos conectores, primeira série. 100

    Figura 3.39 – Conectores Perfobond para laje com 120mm, segunda série 102

    Figura 3.40 – Conectores Perfobond para laje com 200mm, segunda série 102

    Figura 3.41 – Detalhe das armaduras nos furos 103

    Figura 3.42 – Conectores Perfobond para laje com 120mm e 200mm, segunda

    série 103

    Figura 3.43 – Separação horizontal do conector Perfobond sem furos, P-SF-120-

    A. 104

    Figura 3.44 – Conectores Perfobond para laje com 200mm e presença das

    armaduras. 105

    Figura 3.45 – Deformações no ensaio do conector P-2F-AR-120-A. 107

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  • Figura 3.46 – Extensômetros no conector e na barra no protótipo P-2F-AR-120-

    A. 107

    Figura 3.47 – Extensômetros no conector e na barra no protótipo P-2F-AR-200-

    A. 108

    Figura 3.48 – Deformações no ensaio do conector P-2F-AR-200-A. 108

    Figura 3.49 – Extensômetros no conector e na barra no protótipo P-4F-AR-200-

    A. 109

    Figura 3.50 – Deformações no ensaio do conector P-4F-AR-200-A. 110

    Figura 3.51 – Deformações no conector P-4F-AR-200-A. 111

    Figura 3.52 – Deformações no conector P-4F-AR-200-A, para carga de 350kN.

    111

    Figura 3.53– Protótipo P-SF-120-A após ensaio, segunda série. 112

    Figura 3.54– Protótipo P-2F-120-A após ensaio, segunda série. 112

    Figura 3.55– Modos de ruína dos conectores Perfobond, P-2F-AR-120-A,

    segunda série. 113

    Figura 3.56– Protótipo P-2F-AR-120-A após ensaio, segunda série. 113

    Figura 3.57– Protótipo P-SF-200-A após ensaio, segunda série. 113

    Figura 3.58– Protótipo P-2F-200-A após ensaio, segunda série. 114

    Figura 3.59– Protótipo P-4F-200-A após ensaio, segunda série. 114

    Figura 3.60 – Conectores para laje de 120mm, terceira série 116

    Figura 3.61 – Conectores Perfobond para laje com 120mm, segunda série 116

    Figura 3.62 – Conectores Perfobond para laje com 120mm, segunda série 117

    Figura 3.63 – Conectores T-Perfobond para laje com 120mm, terceira série 117

    Figura 3.64 – Conectores T-Perfobond para laje com 120mm e 200mm, terceira

    série 118

    Figura 3.65 – Histórico da tensão no conector T-Perfobond, terceira série. 120

    Figura 3.66 – Deformações no ensaio do conector TP-2F-AR-120-A 120

    Figura 3.67– Protótipo TP-2F-120-B após ensaio, terceira série. 121

    Figura 3.68– Protótipo TP-2F-120-B-IN após ensaio, terceira série. 122

    Figura 3.69– Protótipo T-2F-120-A após ensaio, terceira série. 123

    Figura 3.70– Protótipo TP-2F-200-A após ensaio, terceira série. 124

    Figura 3.71– Protótipo TP-4F-200-B após ensaio, terceira série. 124

    Figura 3.72 – Conectores T e T-Perfobond, quarta série. 126

    Figura 3.73 – Protótipos com armaduras de 10mm, quarta série. 127

    Figura 3.74 – Protótipos com armaduras de 12,5mm, quarta série. 127

    Figura 3.75 – Influência das armaduras nos conectores da quarta série. 128

    Figura 3.76 – Configuração dos protótipos após ensaios, quarta série. 129

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  • Figura 3.77 – Influência do concreto nos Perfobond com dois furos 130

    Figura 3.78 – Influência do concreto nos Perfobond com quatro furos 130

    Figura 3.79 – Influência do concreto nos T-Perfobond com dois furos 131

    Figura 3.80 – Influência do concreto nos T-Perfobond com quatro furos 132

    Figura 3.81 – Perfobond versus T-Perfobond – laje de 120mm 133

    Figura 3.82 – Perfobond versus T-Perfobond- Conectores com armadura nos

    dois furos 133

    Figura 3.83 – Perfobond versus T-Perfobond – laje de 200mm 134

    Figura 3.84 – Influência das armaduras nos conectores T-Perfobond e T. 136

    Figura 3.85 – Condições de ruptura do concreto em função da espessura,

    Veríssimo (2007). 137

    Figura 3.86– (a) Distribuição da tensão de tração abaixo do conector. (b) Bloco

    de tensão idealizado, Medberry & Shahrooz (2002) 142

    Figura 3.87 – Carregamento num pino de concreto, Kraus & Wurzer (1997) 144

    Figura 3.88 - Configurações dos conectores T-Perfobond, segunda etapa 145

    Figura 3.89 – T-Perfobond invertido, segunda etapa 146

    Figura 3.90 – Configuração do perfil com conector T-Perfobond - Brasil 147

    Figura 3.91 – Detalhamento da armadura e configuração do push-out, segunda

    etapa. 148

    Figura 3.92 – Montagem das formas e armaduras no LEM, PUC-Rio. 149

    Figura 3.93 – Concretagem dos protótipos no LEM, PUC-Rio. 150

    Figura 3.94 – Separação horizontal 151

    Figura 3.95 – Configuração dos ensaios com e sem neoprene. 152

    Figura 3.96- – Estrutura de reação e instrumentação para o ensaio tipo push-out,

    LEM. 152

    Figura 3.97- – Rótula para o ensaio tipo push-out, LEM. 153

    Figura 3.98 – Instrumentação dos protótipos, LEM – PUC-Rio. 154

    Figura 3.99 - Instrumentação global dos protótipos, LEM – PUC-Rio. 154

    Figura 3.100 – RDL´s verticais no perfil / laje e RDL´s na viga de transição, LEM.

    155

    Figura 3.101 – Extensômetros no protótipo TP-2F-AR-IN-10-12-C. 155

    Figura 3.102 – Identificação das barras instrumentadas com extensômetros. 156

    Figura 3.103 –Extensômetros rosetas no conector. 156

    Figura 3.104 –Extensômetros lineares da alma do conector. 156

    Figura 3.105 – Identificação dos extensômetros lineares nas barras. 157

    Figura 3.106 – Extensômetros lineares nas barras passantes nos furos e no

    estribo. 157

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  • Figura 3.107 – Extensômentros no protótipo TP-2F-AR-IN-10-12-C protegidos

    157

    Figura 3.108 – Sistema de aplicação e controle de carga, segunda etapa 158

    Figura 3.109 – Conectores T-Perfobond da quinta série. 160

    Figura 3.110 – Conectores T-Perfobond da sexta série. 161

    Figura 3.111 – Deformação nas mesas dos conectores. 162

    Figura 3.112 – Deformação na alma do conector da Laje 1 163

    Figura 3.113 – Deformação na alma do conector da Laje 2 163

    Figura 3.114 – Deformação das barras passantes nos furos dos conectores da

    laje 1 164

    Figura 3.115 – Deformação das barras da laje 1. 164

    Figura 3.116 – Deformação das barras passantes nos furos dos conectores da

    laje 2. 165

    Figura 3.117 – Deformação das barras da laje 2. 165

    Figura 3.118 – Deformação dos estribos. 166

    Figura 3.119 – Conectores T-Perfobond da quinta série e sexta série. 167

    Figura 3.120 – Conectores T-Perfobond, segunda etapa de ensaios 168

    Figura 3.121 – Modos de ruína, segunda etapa de ensaios 169

    Figura 3.122 – Modos de ruína, TP-2F-AR-IN-10-16-B. 170

    Figura 3.123 – Modos de ruína, TP-2F-AR-IN-10-12-C. 170

    Figura 3.124 – Comparação do T-Perfobond IPN 340 versus HP 200x53. 173

    Figura 3.125 – Conectores T-Perfobond: IPN 340 e HP 200x53. 173

    Figura 4.1 - Configurações dos conectores T-Perfobond, a partir do HP200x53

    178

    Figura 4.2 - Configurações do perfil da viga de 9,0m, W410x60 178

    Figura 4.3 – Espaçamento entre os conectores 178

    Figura 4.4 – Dimensões dos espaçadores 179

    Figura 4.5 – Sistema de apoios: móvel e fixo. 179

    Figura 4.6 – Sistema de apoios: móvel e fixo – vão de 8,8m. 180

    Figura 4.7 – Montagem das armaduras e formas no LEM. 181

    Figura 4.8 – Detalhamento das armaduras em torno do conector. 182

    Figura 4.9 – Acabamentos finais na laje. 182

    Figura 4.10 – Concretagem da laje, LEM – PUC-Rio. 183

    Figura 4.11 – Extensômetros. 184

    Figura 4.12 – Extensômetros. 184

    Figura 4.13 – Instrumentação e aplicação do carregamento. 186

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  • Figura 4.14 – Instrumentação da viga mista. 187

    Figura 4.15 – Instrumentação e aplicação do carregamento. 188

    Figura 4.16 – Célula de carga. 188

    Figura 4.17 – Esquema de aplicação de carga. 190

    Figura 4.18 – Falha por cisalhamento. 192

    Figura 4.19 – Fissuras verticais na laje de concreto 192

    Figura 4.20 – Momento máximo versus deslocamento vertical no meio do vão.

    193

    Figura 4.21 – Momento máximo versus deslocamento vertical do ensaio final. 194

    Figura 4.22 – Fissura longitudinal no meio do vão. 195

    Figura 4.23 – Identificação e posição dos extensômetros. 195

    Figura 4.24 – Momento máximo versus deformação da mesa inferior da viga,

    seção AA. 196

    Figura 4.25 – Momento máximo versus deformação da mesa superior da viga,

    seção AA. 196

    Figura 4.26 – Momento máximo versus deformação da mesa inferior da viga,

    seção BB. 197

    Figura 4.27 – Momento máximo versus deformação da mesa superior da viga,

    seção BB. 198

    Figura 4.28 – Seção A-A, 1/5 do vão, 2P = 100kN, Mmax = 345kNm 199

    Figura 4.29 – Seção A-A, 1/5 do vão, 2P = 155kN, Mmax = 491kNm 199

    Figura 4.30 – Seção A-A, 1/5 do vão, 2P = 200kN, Mmax = 613kNm 200

    Figura 4.31 – Seção A-A, 1/5 do vão, Ensaio final - 2P = 220kN, Mmax =

    665kNm 200

    Figura 4.32 – Meio do vão - Seção BB, 2P = 100kN, Mmax = 345kNm 201

    Figura 4.33 – Meio do vão - Seção BB, 2P = 155kN, Mmax = 491kNm 201

    Figura 4.34 – Meio do vão - Seção BB, 2P = 200kN, Mmax = 613kNm 202

    Figura 4.35 – Meio do vão - Seção BB, Ensaio final - 2P = 220kN, Mmax =

    665kNm 202

    Figura 4.36 – Seção A-A, 1/5 do vão - 2P = 220kN, Mmax = 665kNm 203

    Figura 4.37 – Meio do vão, Seção BB, Ensaio final - 2P = 220kN, Mmax =

    665kNm 204

    Figura 4.38 – 2P = 200kN – Deformações nos conectores das extremidades. 205

    Figura 4.39 – 2P = 220kN – Deformações nos conectores das extremidades. 205

    Figura 4.40 – Deformações nos conectores intermediários. 206

    Figura 4.41 –Deformações nos conectores centrais. 206

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  • Figura 4.42 –2P = 200kN – Deformações das armaduras passantes do conector

    (1). 207

    Figura 4.43 –2P = 200kN – Deformações das armaduras passantes do conector

    (2). 207

    Figura 4.44 –Ensaio final – Deformações das armaduras passantes do conector

    (1). 208

    Figura 4.45 –Ensaio final – Deformações das armaduras passantes do conector

    (2). 208

    Figura 4.46 – Extensômetros nas armaduras passantes 209

    Figura 4.47 – Deformações das armaduras passantes dos conectores

    intermediários. 209

    Figura 4.48 –Deformações das armaduras passantes dos conectores centrais.

    210

    Figura 4.49 – Momento máximo versus deslizamento no meio do vão. 210

    Figura 4.50 – Flecha teórica e experimental 213

    Figura 4.51 – Determinação da rigidez experimental 214

    Figura 5.1 – Elemento Shell 63, Manual do Ansys 218

    Figura 5.2 – Conector T-Perfobond 219

    Figura 5.3 – Malha e restrições da mesa do conector 219

    Figura 5.4 – Conector IPN340 – espessura 18,3mm. 220

    Figura 5.5 – Chapa de 12mm. 220

    Figura 5.6 – Conector HP200x53 – espessura 11,3mm. 221

    Figura 5.7 – Força versus deslizamento dos conectores Perfobond e T-

    Perfobond 223

    Figura 5.8 – Elemento SOLID65, fonte: Manual do Ansys 224

    Figura 5.9 – Elemento SHELL43, fonte: Manual do Ansys 224

    Figura 5.10 – Discretização típica da viga mista 225

    Figura 5.11 – Modelagem dos conectores, Queiroz et al. (2007) 227

    Figura 5.12 – Diagrama tensão-deformação idealizado do concreto, NBR 6118

    (2002) 228

    Figura 5.13 – Layout da viga simplesmente apoiada, Queiroz et al. (2007) 228

    Figura 5.14 – Carga versus deslocamento vertical no meio do vão 230

    Figura 5.15 – Carga versus deslocamento vertical no meio do vão 230

    Figura 5.16 – Carga versus deslocamento vertical no meio do vão 231

    Figura 5.17 – Deformação da laje de concreto – 3 Perfobonds. 232

    Figura 5.18 – Deformação da laje de concreto – 9 Perfobonds. 232

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  • Figura 5.19 – Deformação da laje de concreto – regiões sob maiores tensões

    dos modelos com Perfobond e T-perfobond. 232

    Figura 5.20 – Deformação da laje de concreto - 3 T-Perfobonds (IPN 340). 233

    Figura 5.21 – Deformação da laje de concreto – 3 T-Perfobonds (HP200x46,1).

    233

    Figura 5.22 – Deformação da laje de concreto – 50 Studs 234

    Figura 6.1 – Experimental versus teórico da primeira série 237

    Figura 6.2 – Experimental versus teórico da segunda série 237

    Figura 6.3 – Experimental versus teórico da primeira série 238

    Figura 6.4 – Experimental versus teórico da segunda série 239

    Figura 6.5 – Experimental versus teórico da segunda série 245

    Figura 6.6 – Experimental versus teórico da segunda série 245

    Figura 6.7 – Experimental versus modelo proposto 248

    Figura 6.8 – Conectores T-Perfobond 249

    Figura 6.9 – Experimental versus teórico - conector T-Perfobond 250

    Figura 6.10 – Experimental versus teórico - conector T-Perfobond invertido 250

    Figura 6.11 – Experimental versus modelo proposto conector T-Perfobond. 254

    Figura 6.12 – Experimental versus modelo proposto conector T-Perfobond

    Invertido. 254

    Figura 6.13 – Seção transversal da viga mista 256

    Figura 6.14 – Modelo esquemático para o cálculo da força de compressão 257

    Figura 6.15 – Força por conector versus deslizamento 258

    Figura 6.16 – Número de conectores por vão 261

    Figura 6.17 – Conectores T-Perfobond mais econômicos 261

    Figura 6.18 - Peso relativo (expresso em termos de custos) do material para as

    vigas, do material para os conectores, e da mão de obra de fabricação e

    instalação dos conectores. 262

    Figura 6.19 - Economia no custo total de produção e instalação dos conectores,

    por vão e por tipo (expressa em valores percentuais, em relação ao conector

    tipo Stud) 264

    Figura 6.20 - Custos do material dos conectores no Brasil e Portugal. 264

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  • Lista de Tabelas Tabela 3.1 – Ensaios Push-out, primeira etapa 77

    Tabela 3.2 – Resistência à compressão média do concreto da primeira série. 91

    Tabela 3.3 – Resultados dos ensaios da primeira série. 96

    Tabela 3.4 – Resistência à compressão média do concreto da segunda série. 101

    Tabela 3.5 – Resultados dos ensaios da segunda série. 106

    Tabela 3.6 – Resistência à compressão média do concreto da terceira série. 115

    Tabela 3.7 – Resultados dos ensaios da terceira série. 121

    Tabela 3.8 – Resistência à compressão média do concreto da quarta série. 126

    Tabela 3.9 – Resultados da quarta série 128

    Tabela 3.10 – Influência do concreto nos conectores Perfobond 131

    Tabela 3.11 – Perfobond versus T-Perfobond 134

    Tabela 3.12 – Influência das armaduras nos conectores T e T-Perfobond 136

    Tabela 3.13 – Ensaios Push-out, segunda etapa 146

    Tabela 3.14 – Resistência à compressão dos cp´s da quinta e sexta série,

    segunda etapa. 159

    Tabela 3.15 – Resultados dos ensaios da quinta série 161

    Tabela 3.16 - Resultados dos ensaios da segunda etapa 167

    Tabela 3.17 – Comparação entre a primeira e segunda etapa 174

    Tabela 3.18 – Resistência à compressão média do concreto 174 Tabela 4.1 – Cargas consideradas 189

    Tabela 4.2 – Resistência à compressão média do concreto 191

    Tabela 4.3 – Momentos e tensões experimentais 211

    Tabela 4.4 – Rigidez e carga aplicada 214 Tabela 5.1- Configurações dos modelos e resultados 229

    Tabela 6.1 – Resultados experimentais versus teóricos do conector Perfobond

    236

    Tabela 6.2 – Resultados experimentais versus teóricos do conector Perfobond

    238

    Tabela 6.3 – Resultados experimentais versus teóricos do conector Perfobond –

    Oguejiofor & Hosain 240

    Tabela 6.4 – Resultados experimentais versus teóricos do conector Perfobond –

    Medberry e Shahrooz 241

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  • Tabela 6.5 – Resultados experimentais versus teóricos do conector Perfobond –

    Ushijima 242

    Tabela 6.6 – Resultados experimentais versus teóricos do conector Perfobond –

    Al-Darzi 243

    Tabela 6.7 – Resultados experimentais versus teóricos do conector Perfobond –

    Veríssimo 244

    Tabela 6.8 – Dados considerados na análise de regressão e resultados 246

    Tabela 6.9 – Coeficientes de regressão 247

    Tabela 6.10 – Resultados experimentais versus teóricos do conector T-

    Perfobond 249

    Tabela 6.11 – Dados considerados na análise de regressão e resultados obtidos

    251

    Tabela 6.12 – Coeficientes de regressão 252

    Tabela 6.13 - Quantidade de conectores para os vãos analisados 260

    Lista de Quadros Quadro 3.1 – Conectores Perfobond e T-Perfobond por etapas 73

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  • Lista de Símbolos Letras Romanas Maiúsculas Ac área efetiva de concreto da seção longitudinal da laje

    Acc área de cisalhamento do concreto por conector

    Acs área da seção transversal do conector

    Af1 área da superfície frontal

    Af2 área da superfície dianteira do conector

    AR presença de armaduras passantes nos furos

    As área da seção transversal da barra

    Asc área de concreto nos furos do conector

    Atr área das barras de armadura transversal

    E módulo de elasticidade do aço

    Ec módulo de elasticidade do concreto

    Eci módulo de elasticidade

    Ecs módulo de elasticidade secante

    I inércia da viga de aço

    Ie inércia da seção mista considerando a interação parcial

    Im inércia da seção mista

    IN posição do conector invertida

    L vão da viga

    Lc comprimento de contato entre o concreto e a mesa do perfil

    Lcs comprimento do perfil “U” laminado

    Mcc momento atuante devido a carga concentrada

    MDF Medium-density fiberboard, placa de fibra de madeira de média densidade

    Mpp momento devido ao peso próprio

    Mre momento resistente experimental

    Mt momento total

    P Perfobond

    P carga concentrada

    Prd resistência de cálculo do conector

    Prk menor resistência encontrada dos três ensaios de modelos idênticos reduzida em 10%

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  • Prk resistência característica do conector

    PrkNormaliz resistência característica ao cisalhamento normalizada do conector

    Rg coeficiente para consideração do efeito de atuação de grupos de conectores

    Rp coeficiente para consideração da posição do conector

    SF sem furos

    T conector T

    TP T-Perfobond

    Letras Romanas Minúsculas a distância entre o apoio e a carga concentrada

    b espessura da laje

    bef largura efetiva

    bf largura da mesa

    bf largura da mesa do perfil de aço

    d diâmetro do furo do conector

    dst diâmetro das armaduras que passam pelos furos

    f´c resistência média do concreto à compressão

    f´y resistência nominal à tração do aço

    fck resistência característica do concreto à compressão

    fck resistência característica do concreto à compressão em corpos de prova cilíndricos

    fckmedio valor médio da resistência característica do concreto à compressão em corpos de prova cilíndricos

    fcmcubos resistência do concreto à compressão em corpos de prova cúbicos

    fmax flecha devido ao peso próprio

    fmaxcc flecha devido a carga aplicada

    fu resistência à ruptura especificada para o material do conector

    fu limite de resistência

    fut resistência à ruptura do conector obtida no ensaio experimental

    fy limite de escoamento do aço

    fyd resistência ao escoamento da barra

    h altura da laje abaixo do conector

    hsc altura do conector

    n número de furos do conector

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  • n grau de interação

    q peso próprio

    qu resistência do conector ao cisalhamento

    qu barra resistência da barra ao cisalhamento

    qu bloco resistência do bloco ao cisalhamento

    qu,test resistência do conector ao cisalhamento do ensaio

    qutotal resistência total do conector

    s espaçamento entre conectores

    tc espessura da laje

    tf espessura da mesa

    tfcs espessura da mesa do conector

    tPL espessura da pré-laje

    tsc espessura do conector

    tw espessura da alma do conector

    Letras Gregas α ângulo entre a barra e o plano da mesa

    β ângulo no plano horizontal entre a barra e o eixo longitudinal da viga

    β1, β2, β3, β4 Coeficientes de regressão

    δ flecha devido a carga aplicada

    δmax deslocamento vertical experimental

    δteor deslocamento vertical teórico durante a fase elástica do ensaio

    δu capacidade de deslizamento

    δuk capacidade de deslizamento característico

    φ diâmetro das armaduras

    γa fator de segurança do para o aço estrutural

    γc fator de segurança do concreto

    γcs coeficiente de ponderação da resistência do conector

    γs fator de segurança da armadura

    γv coeficiente de ponderação da resistência, igual a 1,25

    σa tensão no aço

    σap tensão no aço com interação parcial

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  • σc tensão no concreto

    σmax tensão máxima

    Lista de Abreviaturas ASTM American Society for Testing and Materials

    DEC Departamento de Engenharia Civil

    LEM-DEC Laboratório de Estruturas e Materiais – Departamento de Engenharia Civil

    LVDT Linear Variable Differential Transducer

    NBR Norma Brasileira Registrada

    PUC-Rio Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    RDL Régua de deslocamento linear

    UC Universidade de Coimbra

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  • 1 Introdução

    Esta tese apresenta a avaliação do comportamento estrutural de

    conectores de cisalhamento tipo Perfobond e T-Perfobond em estruturas mistas

    compostas por dois materiais fundamentais para a concretização de grandes

    projetos de engenharia: o aço e o concreto armado.

    O comportamento de estruturas mistas é baseado na ação conjunta entre

    o perfil de aço e o concreto armado. Para que isto ocorra, é necessária que na

    interface aço-concreto desenvolvam-se forças longitudinais de cisalhamento.

    Ensaios em estruturas mistas mostram que, para baixos valores de carga, a

    maior parte do cisalhamento longitudinal é desenvolvida na interface por

    aderência química entre a nata de cimento e a superfície de aço. No entanto,

    continuando o carregamento, percebe-se que, para cargas mais elevadas,

    ocorre o rompimento desta aderência e que, uma vez rompida, esta não pode

    mais ser restaurada. Os valores de carga que provocam a quebra da adesão

    química são bastante variados, dependendo de fatores tais como: fator água-

    cimento, desenvolvimento de fissuras, retração do concreto, tensões provocadas

    pela variação de temperatura, falhas locais de contato entre o concreto e o aço

    devido a problemas durante a execução, entre outros. Desta forma, exceto em

    vigas totalmente envolvidas por concreto, pilares mistos e fôrmas de aço com

    cantos reentrantes, torna-se impraticável levar em conta esses fenômenos no

    cálculo de sistemas mistos. É necessário, portanto, o uso de conectores de

    cisalhamento para transmitir o cisalhamento na interface aço-concreto.

    Preliminar a todo o tratamento das características comportamentais e dos

    critérios de projeto do conector de cisalhamento é conveniente dar algumas

    definições e classificações úteis baseadas nos parâmetros chaves

    comportamentais da rigidez, resistência, e ductilidade:

    • Rigidez: um conector de cisalhamento realiza a interação total (a

    interação é "rígida" e nenhum deslizamento ocorre sob tensão na

    interface aço-concreto) ou a interação parcial (a interação é flexível

    e o deslizamento ocorre na interface).

    • Resistência: quando todo esforço de cisalhamento existente entre a

    viga de aço e a laje de concreto é transmitido, trata-se de um caso

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  • 29

    de interação total. (Os conectores são colocados em número

    suficiente para desenvolver a resistência máxima à flexão da viga

    mista.) Entretanto, quando a resistência de cálculo do sistema é

    muito superior à solicitação pode-se transmitir parte deste esforço

    de cisalhamento reduzindo a resistência de cálculo do sistema

    misto, e neste caso trabalha-se com a Interação Parcial.

    • Finalmente, uma conexão é dúctil se sua capacidade de

    deformação (deslizamento) for adequada para uma redistribuição

    completa das forças que agem nos conectores individuais.

    Os parâmetros comportamentais relevantes para o tipo de análise adotado

    no projeto (isto é, análise elástica, inelástica, ou plástica) têm que ser

    consideradas. Em particular, a flexibilidade da interação deve ser considerada

    nas análises elásticas e inelásticas, que fariam o projeto menos complexo.

    Entretanto, a suposição simplificada da interação total é satisfatória para a

    maioria dos conectores de cisalhamento utilizados na prática onde o efeito do

    deslizamento não é considerado.

    1.1. Vigas mistas

    1.1.1. Características das vigas mistas

    As vigas mistas de aço e concreto consistem em um componente de aço

    simétrico em relação ao plano de flexão, que pode ser um perfil I (outros perfis,

    como caixão ou tubular retangular) ou uma treliça, com uma laje de concreto

    acima de sua face superior, segundo a NBR 8800:2008. Os tipos de lajes

    previstos são: maciça moldada no local, mista e com pré-laje de concreto pré-

    moldada. Deve haver ligação mecânica por meio de conectores de cisalhamento

    entre o componente de aço e a laje, de tal forma que ambos funcionem como um

    conjunto para resistir à flexão. Em qualquer situação, a flexão ocorrerá no plano

    que passa pelos centros geométricos das mesas ou dos banzos superior e

    inferior do componente de aço.

    As vigas mistas são empregadas em construções de edifícios e pontes,

    Figura 1.1 e Figura 1.2, Cosenza & Zandonini (1999).

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  • 30

    Figura 1.1 – Vigas mistas (a) Seção de aço em I. (b) Seção de aço em caixão. (c)

    Sistema treliçado.

    Figura 1.2 – (a) Pontes mistas. (b) e (c) Laje steel deck em sistema de piso

    O benefício de se usar o aço estrutural com o concreto é de se aproveitar

    ao máximo o desempenho de cada material: a tração do aço, e a compressão do

    concreto, formando assim um sistema mais eficiente se comparado à viga

    somente de aço. Algumas vantagens da consideração da ação mista em vigas

    de aço e lajes de concreto são:

    - redução do peso global da estrutura e consequente alívio nas fundações;

    - diminuição da altura dos perfis;

    - possibilidade de vencer maiores vãos;

    - redução de flechas;

    - redução de custos.

    As vigas podem ser simplesmente apoiadas ou contínuas. As

    simplesmente apoiadas contribuem para maior eficiência do sistema misto, pois

    a viga de aço trabalha predominantemente à tração e a laje de concreto à

    compressão, embora não seja muitas vezes a solução mais econômica.

    1.1.2. Comportamento da viga mista em relação ao cisalhamento na interface

    A ação mista é desenvolvida quando dois elementos estruturais são

    interconectados de tal forma a se deformarem como um único elemento como,

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  • 31

    por exemplo, o segundo sistema da Figura 1.3 formado por uma viga de aço

    biapoiada suportando uma laje de concreto em sua face superior.

    Não existindo qualquer ligação na interface, os dois elementos se

    deformam independentemente e cada superfície da interface estará submetida a

    diferentes deformações, o que provocará um deslizamento relativo entre elas.

    Considerando que o elemento de aço esteja interligado ao elemento de concreto

    por meio de conectores de cisalhamento, com resistência suficiente para resistir

    ao fluxo de cisalhamento gerado na interface, os dois elementos tenderão a se

    deformar como um único elemento.

    A ligação entre o aço e o concreto é dimensionada em função do diagrama

    de esforços cortantes longitudinais por unidade de comprimento, conhecido

    como fluxo de cisalhamento longitudinal. A resultante do diagrama do fluxo de

    cisalhamento longitudinal é dada em função da máxima força cortante que se

    pode transmitir através da ligação.

    Figura 1.3 – Comparação de vigas fletidas sem ação mista e com ação mista, Queiroz

    et.al (2001)

    O índice que permite avaliar o grau de interação entre laje e perfil, ηi, é

    determinado pela relação entre o somatório das resistências individuais dos

    conectores situados entre uma seção de momento fletor máximo e a seção

    adjacente de momento nulo, já a resultante do fluxo de cisalhamento, tem valor

    igual a menor resistência oferecida pela laje ou pelo perfil. Quando η i ≥ 1 a

    interação é completa e quando η i < 1 a interação é parcial.

    O fluxo de cisalhamento longitudinal que se gera na interface entre a laje

    de concreto e a viga de aço, em vigas mistas, é transferido por meio de um

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  • 32

    número discreto de pontos, representados pelos conectores de cisalhamento,

    conforme mencionado em Oehlers (1989). No caso do conector pino com cabeça

    (stud), as forças de cisalhamento longitudinal são transferidas da laje de

    concreto para a viga de aço, conforme Figura 1.4.

    O fuste do conector é submetido à força de cisalhamento (Fsh), distante da mesa do perfil metálico de uma distância z, segundo Oehlers & Park (1992). O produto da força Fsh pela correspondente excentricidade z gera um momento Msh. Logo, essas forças atuantes resultam em tensões de cisalhamento e normais aplicadas ao corpo do conector.

    Figura 1.4 – Transferência de forças de cisalhamento longitudinal por meio de

    conectores studs, David (2007).

    A magnitude destas tensões não depende somente da força de

    cisalhamento Fsh, mas também da excentricidade, z, que é função da rigidez

    relativa entre o concreto e o conector. Se a rigidez do concreto é muito maior

    que a rigidez apresentada pelo conector, a excentricidade, z, tenderá a zero,

    caso contrário, z tenderá a metade da altura do conector pino com cabeça.

    A zona de concreto que se encontra imediatamente em frente ao conector

    de cisalhamento, denominada zona de compressão triaxial, está sujeita a

    elevadas tensões de compressão, conforme apresentada na Figura 1.4.

    Segundo os mesmos autores, existem diversos mecanismos que levam à ruptura

    do conector pino com cabeça quando da transferência das forças de

    cisalhamento longitudinal da laje para a viga:

    a) quando o concreto for menos rígido quando comparado ao conector, o

    concreto começa a fissurar antes que o conector plastifique, proporcionado

    assim o aumento da excentricidade z. Conseqüentemente, as tensões normais

    no pino do conector aumentarão mais rapidamente que as tensões de

    cisalhamento, conduzindo o conector à ruptura.

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  • 33

    b) se o conector for menos rígido que o concreto, z diminui, reduzindo assim o

    momento (Msh) no conector. Além disso, a zona de compressão triaxial se

    reduzirá, diminuindo a altura efetiva do conector, ocasionando assim a ruptura

    do concreto na zona de compressão triaxial e, conseqüentemente, o aumento de

    z, já que a rigidez do concreto diminui. A partir daí, retorna-se ao mecanismo de

    ruptura descrito no item a.

    Quanto aos modos de fissuração que podem ocorrer na laje, associados à

    ruptura do conector de cisalhamento, por conseqüência da redução gradual da

    resistência e rigidez do concreto na zona de compressão triaxial, destacam-se

    três tipos, segundo Oehlers (1989):

    - fissuração perpendicular à direção longitudinal da viga,

    - fissuração que se propaga na direção das bielas de compressão

    - fissuração longitudinal à viga, sendo essa a mais nociva ao concreto,

    tendo como conseqüência a ruptura do conector.

    Segundo essa mesma referência, a armadura transversal não impede a

    ruptura do concreto, porém limita a propagação das fissuras. Os tipos de

    fissuração estão ilustrados na Figura 1.5.

    Figura 1.5 – Tipos de fissuração na laje, Kotinda (2006)

    Desta forma, recomenda-se que sejam adotadas armaduras transversais

    com o objetivo de se limitar a propagação da fissura longitudinal na região onde

    se encontram as linhas de conectores de cisalhamento. Esta armadura deverá

    ser uniformemente distribuída ao longo do vão da viga, posicionada na face

    inferior da laje e calculada de acordo com o modelo de treliça de Morsh.

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  • 34

    De acordo com a NBR 8800:2008 a fissuração da laje, causada por

    cisalhamento, na região adjacente à viga de aço, paralelamente a esta, deve ser

    controlada por armadura adicional, transversal à viga, a não ser que se

    demonstre que as armaduras necessárias para outros fins, devidamente

    ancoradas, sejam suficientes para esta finalidade. A referida armadura,

    denominada armadura de costura, deve ser espaçada uniformemente ao longo

    do comprimento, entre as seções de momento máximo positivo e momento nulo

    nas regiões com momento positivo, ou entre as seções de momento máximo

    negativo e momento nulo nas regiões com momento negativo.

    A área da seção desta armadura, As, não pode ser inferior a 0,2% da área

    da seção de cisalhamento do concreto por plano de cisalhamento (plano A-A na

    Figura 1.6) no caso de lajes maciças ou de lajes mistas com nervuras

    longitudinais ao perfil de aço e 0,1% no caso de lajes mistas com nervuras

    transversais, não sendo em nenhum caso inferior a 150 mm2/m. Deve-se ainda

    atender, para cada plano de cisalhamento longitudinal, tanto nas regiões de

    momentos positivos quanto nas de momentos negativos, às seguintes

    condições, Cosenza & Zandonini (1999):

    1vv ≤ (1.1)

    Onde: ν é a força de cisalhamento longitudinal de projeto

    suqv = (1.2)

    E ν1 (força de cisalhamento longitudinal de cálculo) o menor entre:

    sd.fefvAu.cv..5,21 vysrAv ++= τη (1.3)

    3

    sdc.fcv..2,01

    vAv += η (1.4)

    Onde:

    qu é a resistência do conector de cisalhamento;

    s é o espaçamento entre os conectores

    Acv é a área de cisalhamento do concreto no plano considerado, por

    unidade de comprimento (mm2/mm);

    Aefv é a área da armadura transversal disponível na seção da laje

    considerada (corte A-A da Figura 1.6) por unidade de comprimento (mm2/mm);

    η é o fator que considera a densidade do concreto, para concreto normal

    η=1;

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  • 35

    τu é a resistência ao cisalhamento dada por 0,25.fct;

    fct é a resistência a tração do concreto dada por 0,21.(fck)2/3; sendo fck a

    resistência característica do concreto a compressão (MPa);

    νsd é a contribuição da forma de aço no caso do steel-deck;

    fysr é a resistência de cálculo ao escoamento do aço da armadura dada por

    fy/γs, fy é a resistência ao escoamento do aço e γs é o coeficiente de ponderação

    do aço igual a 1,15;

    fc é a resistência de cálculo à compressão do concreto dada por fck/γc, γc é

    o coeficiente de ponderação do concreto igual a 1,50;

    Figura 1.6 – Superfície típica de falha ao cisalhamento, Cosenza & Zandonini (1999)

    1.2. Motivação

    O emprego de estruturas mistas já é bastante difundido em vários países,

    e vem sendo a cada ano mais comum no Brasil.

    A motivação para desenvolvimento de novos produtos para a transferência

    de cisalhamento em estruturas mistas é relacionada a assuntos que envolvem

    particular tecnologia, necessidades econômicas ou estrutural de projetos

    específicos. Neste contexto, alguns outros conectores de cisalhamento

    alternativos são propostos para estruturas mistas, o T-Perfobond (Figura 1.7).

    Este conector deriva do conector Perfobond acrescentando a componente da

    mesa ao conector, trabalhando como um bloco. A motivação por desenvolver

    este conector T-Perfobond é combinar a alta resistência do conector tipo bloco

    com alguma ductilidade e resistência ao levantamento que surge dos furos do

    Perfobond.

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  • 36

    Figura 1.7 – Conector proposto: T-Perfobond.

    1.3. Objetivos

    O principal objetivo deste trabalho foi desenvolver e caracterizar um

    conector de cisalhamento, o T-Perfobond, que possui alta capacidade de carga e

    deslizamento, sendo portanto um conector dúctil.

    Para avaliar a eficiência de tal conector, foi necessário o estudo do

    comportamento estrutural do conector Perfobond, já que este compõe uma parte

    do conector proposto.

    Uma série de ensaios experimentais do tipo push-out com conectores

    Perfobond e T-Perfobond foi realizada. O ensaio push-out, definido no

    EUROCODE 4 (2005), é um ensaio padrão para analisar e caracterizar o

    comportamento da ligação entre o aço e o concreto. Este tipo de ensaio foi

    realizado neste trabalho por ser apropriado para estudar a resistência e

    características de tais conectores e possibilitar uma comparação com trabalhos

    realizados por outros autores.

    Neste trabalho foi analisado o projeto ideal dos ensaios de push-out,

    variando o tipo de apoio, com ou sem o neoprene na base, e variando sua

    espessura. Verificou-se que dependendo da espessura adotada, esta tem

    grande influência no comportamento e, consequentemente, nos resultados dos

    ensaios.

    Através dos ensaios de push-out, foi possível determinar a capacidade de

    carga máxima do conector, a capacidade de deformação e a relação carga-

    deslizamento, antes e depois que a carga máxima é atingida. Os valores de

    carga máxima e deslizamento máximo são importantes para o projeto de vigas

    mistas, pois estes determinam o possível modo de falha.

    Os ensaios de push-out simulam o comportamento do aço e concreto da

    viga mista. No entanto, a distribuição de carga ao longo da viga mista não é a

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  • 37

    mesma que ocorre nos ensaios de push-out, que é de forma direta. Em uma viga

    mista, o fluxo de cisalhamento na interface aço-concreto varia ao longo da viga e

    depende da distribuição da carga. Além disso, em uma viga mista, as

    deformações dos conectores alteram o fluxo da força de cisalhamento, havendo

    uma dimuinção da força máxima de cisalhamento e redistribuição da mesma.

    Portanto, foi importante verificar se os resultados obtidos dos ensaios de push-

    out são adequados para serem utilizados em análises de viga mista. Pela

    primeira vez no país, um ensaio em escala real foi realizado para verificar o

    comportamento do conector T-Perfobond numa simulação de uma estrutura real,

    verificando sua capacidade de deformação, sua ductilidade e sua capacidade de

    carga. O ensaio, cuja dimensões foram 9,0m de vão, com laje de 2,30m de

    largura e 0,12m de espessura, foi realizado no Laboratório de Estruturas da

    PUC-Rio, com carregamento distribuído. Com este ensaio de flexão da viga

    mista foi possível verificar os resultados dos push-out, e analisar a transferência

    dos esforços entre os elementos estruturais.

    Como alternativa aos ensaios em escala real, os quais são bastante

    onerosos, a modelagem numérica através dos Elementos Finitos foi adotada

    afim de verificar a aplicação dos conectores aqui estudados em vigas mistas,

    variando o espaçamento entre os conectores e, consequentemente, o grau de

    interação.

    A intenção deste trabalho foi analisar o conector T-Perfobond, através de

    ensaios de push-out, ensaio em escala real e em uma modelagem numérica.

    1.4. Estrutura do documento

    Esta tese começa com o presente capítulo, onde o escopo do trabalho, as

    motivações e os objetivos são estabelecidos.

    A primeira parte deste estudo, apresentada no Capítulo 2, é dedicada a

    revisão bibliográfica. São apresentados alguns tipos de conectores de

    cisalhamento, os ensaios usuais para obter a caracterização destes, as

    características de viga mista e seu comportamento em relação ao cisalhamento

    na interface entre seus elementos, perfil de aço e laje de concreto.

    O Capítulo 3 descreve a campanha experimental dos ensaios de push-out

    realizados com os conectores Perfobond, T-Perfobond e T. É apresentado em

    duas etapas. A primeira etapa é dedicada a campanha experimental realizada na

    Universidade de Coimbra, em Portugal, que é composta por quarenta e seis

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  • 38

    ensaios. A segunda etapa apresenta uma nova geometria do conector T-

    Perfobond, que foi analisado através de seis ensaios do tipo push-out. Neste

    capítulo apresenta-se além das descrições da preparação dos ensaios, os

    resultados obtidos e suas conclusões.

    No Capítulo 4 apresenta-se o ensaio experimental de uma viga mista em

    flexão. A viga em questão tem 8,8m de vão livre e uma laje de concreto com

    espessura de 120mm e 2,30m de largura. Nesta viga são instalados seis

    conectores de cisalhamento do tipo T-Perfobond, e foi dimensionada para

    interação parcial. São apresentadas a montagem do ensaio, os resultados

    obtidos e uma avaliação teórica da resistência.

    A modelagem numérica utilizada neste trabalho é apresentado no Capítulo

    5. Apresenta-se um breve estudo das mesas dos conectores T-Perfobond com

    ênfase na sua capacidade de deformação. Descreve-se também a modelagem

    numérica de uma viga mista no qual abrange o estudo do emprego dos

    conectores Studs, Perfobond e T-Perfobond em quantidades variadas.

    A discussão dos resultados são apresentados no Capítulo 6. É descrito

    uma comparação dos resultados dos ensaios de push-out com as equações

    teóricas existentes e são apresentadas novas propostas de equações para o

    dimensionamento dos conectores aqui apresentados. Uma comparação do

    resultado do ensaio em escala real da viga mista com o resultado obtido do

    push-out é apresentada.

    Por fim, o Capítulo 7 apresenta as considerações finais deste trabalho sob

    forma de suas principais conclusões e sugestões para trabalhos futuros.

    Os anexos presentes no final deste volume apresentam:

    Anexo A: Dimensionamento da armadura transversal.

    Anexo B: Dimensionamento da viga mista do ensaio em escala real

    segundo o EUROCODE 4 (2005).

    Anexo C: Verificação dos momentos e tensões atuantes no ensaio em

    escala real.

    Anexo D: Tabela dos dados de comparação entre o ensaio push-out e

    ensaio escala real.

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  • 2 Revisão bibliográfica

    2.1. Conectores de Cisalhamento

    2.1.1. Histórico

    O comportamento de estruturas mistas é baseado na ação conjunta entre

    o perfil de aço e o concreto armado. Para que isto ocorra, é necessária que na

    interface aço-concreto se desenvolvam forças longitudinais de cisalhamento, que

    são transmitidas através de conectores de cisalhamento.

    Melhoras no sistema de ligação vem sendo feitas desde o início do século

    passado, como mostra a Figura 2.1a que apresenta o sistema de abas

    patenteado por Julius Kahn em 1903. O desenvolvimento de conectores

    mecânicos eficientes progrediu lentamente, apesar dos esforços notáveis ambos

    na Europa (conectores espirais e rígidos) e na América do Norte (conectores

    flexíveis – perfil U). O uso dos conectores studs (em 1956) era

    consequentemente uma inovação significativa. Coincidentemente, os studs

    foram utilizados no mesmo ano em dois diferentes tipos de contrução, uma ponte

    e em um edifício. Desde então, passaram a ser os conectores de uso mais

    popular em sistemas mistos, Cosenza & Zandonini (1999).

    Segundo David (2007), estudos a respeito de conectores de cisalhamento

    iniciaram em 1933 na Suíça. O conector espiral analisado era formado por meio

    de barras redondas com forma de hélice. Para tal estudo, já nesta época, foram

    realizados ensaios de cisalhamento direto e ensaios de flexão em vigas mistas.

    Em 1943, os conectores em perfis laminados em forma de U, cantoneiras e

    seções H foram submetidos a ensaios experimentais.

    Os ensaios de flexão de vigas mistas e cisalhamento direto apresentam

    algumas diferenças quanto ao comportamento dos conectores. Nos ensaios de

    flexão, os conectores são solicitados indiretamente. A força no conector não é

    proporcional à força aplicada à viga, pois depende da rigidez de vários

    componentes.

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  • 40

    Os estudos com os conectores de uso mais difundido, studs, iniciaram em

    1954, Figura 2.1d. Este conector consiste de um pino especialmente projetado

    para funcionar como um eléctrodo de solda por arco eléctrico e ao mesmo

    tempo, após a soldagem, como conector de corte possuindo uma cabeça com

    dimensões padronizadas para cada diâmetro. O conector stud difundiu-se

    mundialmente, em função da produtividade que proporciona, da velocidade de

    aplicação, a boa ancoragem no concreto e a facilidade de colocação de

    armaduras entre os conectores. As desvantagens deste conector são, por um

    lado, apresentar limitações no caso de ligações sujeitas à fadiga, já que é um

    conector flexível e se deforma sob cargas de serviço, e por outro lado, a

    necessidade de um equipamento de solda especial, que inclui um gerador de

    grande potência no estaleiro de obras.

    Um outro tipo de conector é o perfil U laminado padrão americano, Figura

    2.1c. Estes conectores são instalados com uma das mesas apoiada sobre o

    perfil de aço e com o plano de alma perpendicular ao eixo longitudinal do perfil.

    Figura 2.1 – Desenvolvimento histórico dos conectores de cisalhamento. (a) Sistemas de

    abas. (b) Conectores espirais. (c) Perfil U. (d) Studs. Cosenza & Zandonini (1999)

    Tristão (2005) realizou uma simulação numérica dos conectores tipo studs

    e tipo U por meio de uma modelagem do ensaio experimental tipo push-out,

    cujos resultados foram confrontados com valores experimentais obtidos em

    ensaios realizados em laboratório, Figura 2.2. Ele utilizou o Método dos

    Elementos Finitos (MEF), cujas ferramentas disponibilizadas permitiram análises

    dos modelos em regime de não-linearidade física e geométrica. Os modelos

    numéricos apresentaram como variáveis de interesse o número de conectores

    na laje de concreto, a quantidade de armadura inserida no concreto, o diâmetro

    do conector tipo pino com cabeça (stud), a resistência do concreto, a espessura

    e posição de soldagem do conector tipo perfil “U” formado a frio. A variação

    destes parâmetros tiveram a finalidade de determinar a resistência última e a

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  • 41

    relação força-deslocamento dos conectores, bem como avaliar a concentração

    de tensão e deformação nas partes constituintes dos modelos.

    Figura 2.2 – Visão geral da discretização para os modelos com conector perfil “U”

    formado a frio, Tristão (2005)

    O conector T, Cruz (2006), consiste basicamente de um pedaço curto de

    perfil T soldado à mesa do perfil metálico (Figura 2.3), podendo ser produzido

    com diferentes tamanhos, a partir do corte de perfis laminados comerciais. A

    possibilidade de produzir conectores a partir de perfis laminados tem a vantagem

    de não ser necessário produzir um novo elemento de conexão específico. A

    solda de conectores T não requer equipamento especial e apresenta as

    características de uma solda usual. A espessura da alma e o comprimento do T

    formam a área de corte do conector, que é usualmente superior à do stud.

    Figura 2.3 – Conector T, Cruz (2006)

    Em relação aos studs, os conectores T apresentam como desvantagem a

    necessidade de utilizar uma maior quantidade de material para produzir um

    conector. Uma maior dificuldade em dispor a armadura ao longo da laje ocorre

    apenas quando a distribuição de conectores escolhida é muito densa. Em termos

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  • 42

    de fadiga, os conectores T apresentam as mesmas desvantagens do conector

    stud.

    David (2007) realizou uma análise experimental e teórica com conectores

    em perfil U formado a frio, Figura 2.4b, e vigas mistas constituídas por perfis

    formados a frio e laje de vigotas pré-moldadas. Nos ensaios do tipo push-out

    avaliou o tipo de carregamento, a espessura e altura do conector e a taxa de

    armadura transversal. A variável de maior importância para a resistência foi a

    espessura do conector. David (2007) apresentou uma nova proposta de equação

    para o cálculo de resistência de conectores em perfil U laminado com intuito de

    se avaliar melhor a resistência dos conectores U formados a frio.

    Nos ensaios em escala real, as oitos vigas ensaiadas possuíram as

    mesmas dimensões e tipo de carregamento, variou-se a espessura dos perfis,

    tanto da viga como dos conectores, posição da vigota treliçada e taxa de

    armadura transversal adicional. A variação no grau de interação foi obtida pela

    variação de espessura dos perfis. As dimensões desses ensaios foram: vão total

    de 3,65m; largura da laje de 0,9m; espessura de 0,12m.

    No seu trabalho, David (2007) desenvolveu também uma estratégia de

    modelagem numérica para simulação do comportamento estrutural da vigas

    mistas aço-concreto simplesmente apoiadas, utilizando métodos de elementos

    finitos através da ferramenta Ansys versão 8.0. As simulações numéricas

    consideraram a não linearidade física e geométrica. Ela utilizou três estratégias

    de modelagem: nós da interface acoplados em todas as direções; conectores

    modelados com elementos de casca juntamente com par de contato; e

    conectores simulados como molas, apresentando esta terceira estratégia, os

    melhores resultados.

    Maleki & Bagheri (2008) realizaram dezesseis ensaios tipo push-out com

    conectores em perfil U variando os tipos das lajes: concreto puro (C), concreto

    armado (RC), concreto reforçado com fibra (FRC), e com compósitos

    cimentíceos (ECC). Dos ensaios, nove foram realizados com carregamento

    monotónico (estático) e sete com carregamento com pequenos ciclos, que

    devem ser aplicáveis a estruturas mistas sujeitas a eventos sísmicos. Os modos

    de ruínas de todos os ensaios foram classificados em dois tipos: falha do

    conector e esmagamento do concreto. O modo de ruína do conector apresentou

    um comportamento dúctil com capacidade de deslizamento significativa em

    todos os ensaios. Os resultados mostraram que a utilização de fibras de

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  • 43

    polipropileno (PP), tem um ligeiro efeito sobre a capacidade de resistência ao

    cisalhamento e no comportamento da curva carga-deslocamento dos modelos,

    mas utilizando as fibras de álcool polivinílico (PVA) (ECC) há um ganho na

    resistência e na ductilidade consideravelmente. Na verdade, o comportamento

    do ECC sem qualquer reforço de armaduras, é como os de concreto armado. Ao

    se usar fibras e concreto puro com armaduras, há um ganho de resistência

    significativo.

    Sobre carregamento cíclico, a maioria dos modelos apresentaram 10%-

    23% de perda de carga comparando com o carregamento monotônico, sem

    alterar o modo de ruína. Nenhum dos modelos puderam sustentar por mais de

    dois ciclos os 90% da capacidade de carga do carregamento monotônico.

    Os mesmos autores realizaram uma análise numérica através da

    simulação do ensaio de push-out num modelo de elemento finito. O foco

    principal foi obter a capacidade de carga do conector tipo U em laje de concreto

    armado sobre carregamento monotônico. O modelo foi validado com os

    resultados dos modelos experimentais.

    O conector Hilti HVB, Figura 2.4c, foi desenvolvido pela Hilti Corporation e

    é utilizado mais na Europa, Queiroz (2001). Estes conectores são presos ao

    perfil metálico por meio de fixadores à pólvora. Essa forma de ligação possui a

    vantagem de não necessitar de energia na obra para a sua colocação, ao

    contrário dos conectores Studs. Dentre suas características e vantagens,

    destacam-se por serem conectores dúcteis, de fácil e simples instalação.

    O conector Perfobond rib, foi inicialmente projetado pela empresa de

    engenharia alemã Leonhardt, Andrä and Partners para aumentar a resistência à

    fadiga em uma ponte mista de concreto e aço na Venezuela, como alternativa

    aos studs, que apresentam baixo desempenho a fadiga, Zellner (1987). Este

    conector é composto por uma chapa retangular de aço, com furos, sendo este a

    posteriori soldados na viga de aço, como mostra a Figura 2.4d, e embutidos na

    laje de concreto. Durante a concretagem, os furos da chapa são preenchidos por

    concreto, formando cilindros que fornecem a resistência ao cisalhamento

    longitudinal e previnem a separação vertical entre a viga de aço e a laje de

    concreto, Figura 2.5. Além disto, o seu desempenho estrutural é melhorado com

    a colocação de barras de armaduras passando através dos furos do mesmo.

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  • 44

    a) Studs b) Perfil C, David(2007) c) X-HVB da Hilti

    d) Perfobond e) Crestbond (Veríssimo et al., 2006)

    Figura 2.4 - Exemplos de conectores disponíveis, Vianna et al. (2008a)

    Figura 2.5 - Cisalhamento dos pinos virtuais de concreto, em dois planos de corte, nos

    furos do Perfobond, Veríssimo (2007)

    No passado recente diversos autores realizaram uma quantidade

    considerável de ensaios tipo push-out para aferir a resistência do conector

    Perfobond, tendo sido concluído que diversos parâmetros geométricos e do

    material influenciam significativamente o comportamento estrutural do conector,

    tais como: a resistência à compressão do concreto, o número de furos, a

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  • 45

    espessura e dimensões da placa, e a quantidade de armadura transversal

    utilizada. São de referir os trabalhos de Machacek e Studnika (2002) , Vellasco

    et al. (2007), Veríssimo (2007), Al-Darzi (2007).

    Veldanda & Hosain (1992) realizaram quarenta e oito ensaios tipo push-out

    com Perfobond descontínuo e studs na Universidade de Saskatchewan, no

    Canadá. Eles variaram o tipo de laje, maciça e com forma de aço incorporada, a

    posição e quantidade de furos dos conectores, e a presença ou não de

    armaduras nos furos.

    Oguejiofor e Hosain (1992) com o objetivo de avaliar a aplicabilidade dos

    conectores Perfobond em sistemas de pisos mistos, ensaiaram seis vigas mistas

    em escala real. Estes ensaios foram divididos em duas séries, uma com

    conectores Perfobond e outra com conectores studs para que fosse comparado

    o comportamento de cada tipo de conector e sua capacidade última.

    Dando continuidade a sua pesquisa, Oguejiofor e Hosain (1994)

    realizaram mais 40 ensaios do tipo push-out com laje maciça para obter maiores

    detalhes sobre esse conector. Neste trabalho avaliaram os efeitos da presença e

    da quantidade de furos, do espaçamento entre eles, da armadura transversal e

    da resistência do concreto e propuseram a primeira equação para o cálculo da

    sua capacidade de resistência.

    Após propor a primeira equação, Oguejiofor e Hosain (1997) realizaram

    algumas análises numéricas e estabeleceram uma nova equação, que

    quantificaria melhor a capacidade de resistência ao cisalhamento da ligação.

    Essas equações são apresentadas posteriormente.

    Kraus & Wurzer (1997) propuseram um modelo numérico para análise não-

    linear do efeito de pino no concreto (nos furos) por elementos finitos. O modelo

    foi validado comparando seu resultado com resultados de ensaios

    experimentais.

    Ferreira (2000) adaptou a geometria do Perfobond para menores

    espessuras de laje para aplicação em lajes de edifícios residenciais. Realizou

    oito ensaios do tipo push-out e um ensaio em escala real de um pórtico plano

    semi-rígido misto com Perfobond. Foi o primeiro autor a isolar a componente da

    ponta do conector no ensaio de push-out.

    Hegger et al. (2001) realizaram um estudo sobre a ductilidade de

    conectores utilizados em concreto de alta resistência.

    Ushijima et al. (2001) investigaram algumas variáveis, até então não

    estudadas suficientemente, através de ensaios experimentais. Estas variáveis

    foram: espessura da chapa do conector, distância entre dois conectores em

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  • 46

    paralelo, presença da armadura passante e diâmetro dos furos. A partir destes

    ensaios, propuseram duas equações para o cálculo da resistência do Perfobond,

    considerando a presença ou não de armaduras nos furos.

    Machacek & Studnicka (2002) realizaram ensaios do tipo push-out e em

    escala real com conectores com furos de 32 e 60mm. Eles variaram o tipo de

    concreto, normal e alta resistência, a quantidade de armadura transversal, a

    altura do conector e a disposição dos conectores em paralelo.

    Medberry & Shahrooz (2002) propuseram uma terceira equação para o

    cálculo da resistência do conector Perfobond. Para determinação desta nova

    equação, realizaram uma campanha experimental de trinta ensaios na

    Universidade de Cincinnati, comparando seus resultados com alguns relatados

    por Oguejiofor & Hosain (1994). Eles realizaram além de ensaios experimentais

    uma modelagem numérica afim de verificar melhor a contribuição de cada termo.

    Valente & Cruz (2004) investigaram conectores tipo Stud, Perfobond e T-

    connector com concreto de alta resistência comparando com trabalhos

    anteriores e com as equações existentes para cálculo teórico.

    Rovnak & Duricova (2004) estudaram o comportamento dos conectores

    tipo Perfobond, Comb-Shaped, que é um conector com chapa dentada, e

    conectores Studs sob carregamento estático e cíclico, os possíveis modos de

    falha dos pinos de concreto e a maneira de quantificar as diferenças nos modos

    de falha. Eles realizaram ensaios do tipo push-out na Universidade de Kosice na

    Eslováquia com estes conectores para que seus resultados fossem comparados

    com resultados obtidos de outros autores.