AVANÇOS NA ESTRATÉGIA DE MONITORAMENTO E CAPTURA … · atratividade de moscas-das-frutas, têm...
Transcript of AVANÇOS NA ESTRATÉGIA DE MONITORAMENTO E CAPTURA … · atratividade de moscas-das-frutas, têm...
ÉDER FARINA
AVANÇOS NA ESTRATÉGIA DE MONITORAMENTO E CAPTURA MASSAL NO
MANEJO DA MOSCA-DAS-FRUTAS SULAMERICANA EM FRUTEIRAS DE CAROÇO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Orientadora: Prof. Dra. Mari Inês Carissimi Boff Coorientador: Dr. Alexandre Carlos Menezes-Netto
LAGES
2019
ÉDER FARINA
AVANÇOS NA ESTRATÉGIA DE MONITORAMENTO E CAPTURA MASSAL NO MANEJO DA MOSCA-DAS-FRUTAS SULAMERICANA EM FRUTEIRAS DE
CAROÇO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.
Banca Examinadora
Orientador: _________________________________________________ Professora Dra. Mari Inês Carissimi Boff Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias, Lages/SC
Membro: ___________________________________________________
Professor Dr. Joatan Machado da Rosa Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR
Membro: ___________________________________________________
Pesquisador Dr. Cristiano João Arioli Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Estação Experimental de São Joaquim/SC
Aos meus pais, Irene Eggers Farina e Antonio Farina, pelo dom
da vida e pelo irrestrito e incondicional apoio – dedico.
AGRADECIMENTOS
À Deus.
À toda minha família, em especial aos meus pais Irene e Antonio pelo apoio em
todas as estapas deste processo.
A minha orientadora Dra. Mari Inês Carissimi Boff, pela oportunidade, amizade,
orientação, ajuda e principalmente pela confiança em mim depositada.
Ao meu coorientador Dr. Alexandre Carlos Menezes-Netto, pela dedicação ao
longo de todo o processo, pela paciência e pelas valorosas contribuições e em
especial por acreditar no meu potencial e compreender minhas limitações.
A Dra. Simone Silmara Werner pelas valoras contribuições na realização das
análises estatísticas deste trabalho.
Ao professor Dr. Joatan Machado da Rosa e ao pesquisador Dr. Cristiano João
Arioli, pela troca de experiencias ao longo deste período.
Ao Professor Dr. Elton Lúcio de Araújo, da Universidade Federal Rural do Semi-
árido, Mossoró-RN por identificar as moscas-das-frutas que não foram possíveis no
laboratório da UDESC.
Aos pesquisadores, técnicos, funcionários de campo e colegas colaboradores
da Epagri Videira, pela parceria, amizade, troca de conhecimento e apoio.
Aos professores, funcionários e colegas graduandos e pós-graduandos.
À EPAGRI de Videira e a UDESC de Lages, pela sessão de suas estruturas,
possibilitando a realização do curso de mestrado.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES,
pela concessão da bolsa de estudos.
“A ciência é o grande antídoto do veneno do
entusiasmo e da superstição”.
Adam Smith
RESUMO
FARINA, Éder. Avanços na estratégia de monitoramento e captura massal no manejo da mosca-das-frutas sulamericana em fruteiras de caroço. 2019. 127p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV. Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, Lages, 2019.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas frescas e a fruticultura de clima temperado tem importante papel neste cenário. Na região do Meio-Oeste Catarinense destaca-se o cultivo de pessegueiros e ameixeiras. As moscas-das-frutas pertencem à ordem Diptera, estão entre as pragas de maior expressão econômica na fruticultura mundial, principalmente as pertencentes à família Tephritidae, estão entre os principais problemas fitossanitários enfrentados pelos fruticultores. Considerando que são praga-chave, aperfeiçoar o monitoramento e desenvolver estratégias que proporcionem melhorias no manejo integrado de pragas é fundamental. O monitoramento consiste em acompanhar a flutuação populacional da praga com uso de armadilhas e atrativos alimentares. A captura massal é uma técnica de controle de insetos-praga, que objetiva atrair, capturar e matar o maior número de insetos possível, utilizando alta densidade de armadilhas e atrativos eficientes. Os objetivos do trabalho foram avaliar diferentes concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® na eficiência de captura, na evaporação das concentrações, na seletividade a insetos não-alvo e a diversidade de moscas-das-frutas em pomares comerciais de pessegueiro e ameixeira, nos municípios de Videira e Pinheiro Preto, nas safras 2017/18 e 2018/19. E também avaliar a eficiência de diferentes dispositivos de captura (concentração do atrativo alimentar, tipo de armadilha, cor atrativa e presença ou não de adesividade) no emprego da técnica de captura massal para o controle de moscas-das-frutas em pomar de ameixeira no município de Videira nas safras 2017/2018 e 2018/2019. Para o trabalho de monitoramento, o delineamento experimental foi casualizado em blocos, com cinco tratamentos (concentrações de 100, 75, 50, 25 e 5% de CeraTrap®). Utilizou-se cinco e seis repetições para ameixeira e pessegueiro respectivamente, que foram disponibilizadas em armadilhas McPhail de base amarela. As vistorias das armadilhas foram realizadas semanalmente, os insetos capturados foram recolhidos e em laboratório foi realizada a triagem. Para o trabalho de captura massal o delineamento também foi casualizado em blocos, com 14 tratamentos e sete repetições. A contagem dos insetos capturados foi realizada em intervalos de 15 dias ou mais. Para os dois trabalhos, as análises foram realizadas considerando o nível de 5% de significância. Concentrações de até 50% de CeraTrap® são eficientes na atratividade de moscas-das-frutas, têm baixa evaporação e possuem boa seletividade a insetos não-alvo. A concentração de 75% foi a selecionada para prática de monitoramento em pomares de ameixeira e pessegueiro. Em captura massal, são necessários mais estudos para que seja possível determinar qual é o melhor dispositivo para emprego da ferramenta. Palavras-chave: Prunus persica, Prunus salicina, atrativo alimentar, monitoramento, manejo, fruticultura.
ABSTRACT
FARINA, Éder. Advances in the strategy of monitoring and mass trapping in the management of South American fruit fly in stone fruit. 2019. 127p. Dissertation (Master’s Degree in Plant Science) – Santa Catarina State University – UDESC, Center of Agroveterinarian Science – CAV. Postgraduete Program in Plant Science, Lages, 2019.
Brazil is the world's third largest producer of fresh fruits and temperate fruit crops play an important role in this scenario. In the Midwest region of Santa Catarina stands out the cultivation of peaches and plums. Fruit flies belong to the order Diptera, are among the most economically significant pests in the world fruit crop, especially those belonging to the family Tephritidae, are among the main phytosanitary problems faced by fruit growers. Given that they are key pests, improving monitoring and developing strategies that provide improvements in integrated pest management is critical. Monitoring consists in monitoring the pest population fluctuation with the use of traps and food attractants. Mass capture is a pest insect control technique that aims to attract, capture and kill as many insects as possible using high trap density and efficient attractants. The objectives of this work were to evaluate different concentrations of the CeraTrap® food attractant on capture efficiency, evaporation of concentrations, selectivity to non-target insects and fruit fly diversity in commercial peach and plum orchards in the municipalities of Videira and Pinheiro Preto, in the 2017/18 and 2018/19 vintages. It also evaluated the efficiency of different capture devices (concentration of food attractant, type of trap, attractive color and presence or absence of adhesiveness) in the use of mass capture technique for the control of fruit flies in plum orchard in municipality of Videira in the 2017/2018 and 2018/2019 harvests. For the monitoring work, the experimental design was randomized blocks with five treatments (concentrations of 100, 75, 50, 25 and 5% of CeraTrap®). Five and six replications were used for plum and peach respectively, which were available in yellow-based McPhail traps. Trap surveys were carried out weekly, the captured insects were collected and the laboratory was screened. For the mass capture work the design was also randomized in blocks, with 14 treatments and seven replications. Captured insects were counted at intervals of 15 days or more. For both studies, the analyzes were performed considering the 5% level of significance. Concentrations of up to 50% CeraTrap® are effective in attracting fruit flies, have low evaporation and have good selectivity to non-target insects. The concentration of 75% was selected for monitoring practice in plum and peach orchards. In mass capture, further studies are needed to determine which device is best for using the tool. Key words: Prunus persica, Prunus salicina, food lures, monitoring, management, fruticulture.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Embalagens contendo concentrações de CeraTrap® 100, 75, 50, 25 e 5%
(esq. para dir.). ......................................................................................... 34
Figura 2 - Flutuação populacional da mosca-das-frutas sulamericana, nas safras
2017/18 e 2018/19 em pomares de pessegueiro nos municípios de
Pinheiro Preto e Videira. ........................................................................ 44
Figura 3 – Flutuação populacional da mosca-das-frutas sulamericana, nas safras
2017/18 e 2018/19 em ameixeira no município de Videira. .................... 49
Figura 4 – Variabilidade de insetos não-alvo capturados em pomares de Pêssegueiro
nas safras 2017/18 (a) e safra 2018/19 (b) nos municípios de Pinheiro Preto
e Videira. ..................................................... Erro! Indicador não definido.
Figura 5 – Variabilidade de insetos não-alvo capturados em pomares de ameixeira
nas safras 2017/18 (a) e safra 2018/19 (b) no município de Videira. Erro!
Indicador não definido.
Figura 6 – Vista frontal de diferentes modelos de armadilhas para a captura de
moscas-das-frutas (1) Multilure; (2) garrafa PET transparente; (3)
moskisan; (4) Tephri trap; (5) Ecological Tephri trap. ............................. 66
Figura 7 – Vista frontal (a) e lateral (b) de diferentes modelos de armadilhas
comerciais, (1) McPhail IPS 235; (2) MS2 trap; (3) Maxitrap Plus; (4)
Maxitrap UV; (5) Conetrap; (6) Dome Trap. ......................................... 66
Figura 8 – Armadilhas utilizadas: A) armadilha CeraTrap System® adaptada com
cartões amarelos adesivos em ambas as faces (volume 1,5 litros, com
quatro orifícios de 7mm); B) armadilha CeraTrap System® adaptada com
adesivo vinil amarelo (volume 1,5 litros, com quatro orifícios de 7mm); C)
armadilha do tipo PET, modelo da Coca-Cola Company (volume 0,6 litros,
com dois orifícios de 7mm)..................................................................... 71
Figura 9 – Flutuação populacional (índice MAD) de Anastrepha fraterculus em
armadilhas de captura massal em diferentes dispositivos de captura
(tratamentos 1 a 14 - concentração do atrativo alimentar, cor e superfície
adesiva), na safra 2017/2018 em pomar de ameixeira, no município de
Videira. ................................................................................................. 73
Figura 10 – Flutuação populacional (índice MAD) de Anastrepha fraterculus em
armadilhas de captura massal em diferentes dispositivos de captura
(tratamentos 1 a 14 - concentração do atrativo alimentar, cor e superfície
adesiva), na safra 2018/2019 em pomar de ameixeira, no município de
Videira. ................................................................................................ 74
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Informações das áreas experimentais e composição florística do entorno
dos pomares. .......................................................................................... 34
Quadro 2 – Datas das coletas de moscas-das-frutas nas safras 2017/2018 e
2018/2019, em pomar de ameixeira no município de Videira, com
intervalo de dias entre elas. ............................................................... 70
Quadro 3 – Valores de pH da água utilizada nas diluições e das diferentes
concentrações de CeraTrap® utilizadas na avaliação de dispositivo para
captura massal em pomar de ameixeira no município de Videira. ..... 78
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Número médio (± EP) e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas
(Anastrepha fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas com
diferentes concentrações de CeraTrap® por dia durante todo o período do
experimento, nas safras 2017-2018 e 2018-2019, em pomares de
pessegueiro nos municípios de Pinheiro Preto e Videira. ........................ 41
Tabela 2 – Número médio e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas (Anastrepha
fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas com diferentes
concentrações de CeraTrap® por dia a partir de 15 de novembro, nas safras
2017-2018 e 2018-2019, em pomares de pessegueiro nos municípios de
Pinheiro Preto e Videira. ........................................................................... 42
Tabela 3 – Número médio (± EP) e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas
sulamericana (Anastrepha fraterculus) capturados em armadilhas McPhail
iscadas com diferentes concentrações de CeraTrap®, nas safras 2017-2018
e 2018-2019, em pomares de ameixeira no município de Videira. ........... 48
Tabela 4 – Média de evaporação (mL) por armadilha por semana em pomar de
pessegueiro, nas safras 2017/18 e 2018/19, nos municípios de Pinheiro
Preto e Videira. ......................................................................................... 51
Tabela 5 – Média de evaporação (mL) por armadilha por semana em pomar de
ameixeira, nas safras 2017/18 e 2018/19, no município de Videira. ........ 51
Tabela 6 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na
safra 2017/18 em pomares de pessegueiro no município de Pinheiro Preto.
................................................................................................................. 52
Tabela 7 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na
safra 2018/19 em pomares de pessegueiro no município de Videira. .... 53
Tabela 8 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na
safra 2017/18 em pomares de ameixeira no município de Videira. ........ 55
Tabela 9 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na
safra 2018/19 em pomares de ameixeira no município de Videira. .......... 56
Tabela 10 – Custo em reais (R$) das diferentes concentrações do atrativo alimentar
CeraTrap® para o monitoramento de moscas-das-frutas por armadilha por
semana em pomares de pessegueiro e ameixeira, 2017/2018 e
2018/2019, nos municípios de Pinheiro Preto e Videira. ....................... 59
Tabela 14 - Médias (± EP) do total evaporado por tratamento na safra 2018/2019, em
pomar de ameixeira, no município de Videira. ......................................... 83
Tabela 15 – Percentuais (± EP) do total evaporado por tratamento na safra 2018/2019,
em pomar de ameixeira, no município de Videira. ................................... 84
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 23
2 CAPÍTULO 1 – MONITORAMENTO DE MOSCA-DAS-FRUTAS EM
PESSEGUEIRO E AMEIXEIRA COM ATRATIVO ALIMENTAR DE PROTEÍNA
ANIMAL .................................................................................................................... 29
2.1 RESUMO ............................................................................................................. 29
2.2 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 31
2.3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 33
2.3.1 Áreas experimentais e tratamentos utilizados .............................................. 33
2.3.2 Avaliação da eficiência de captura de Anastrepha fraterculus de diferentes
concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em pomares de pessegueiro
e ameixeira ................................................................................................... 35
2.3.2.1 Análise dos dados ................................................................................... 36
2.3.4 Avaliação da taxa de evaporação do atrativo alimentar CeraTrap® em
diferentes concentrações .............................................................................. 37
2.3.5 Avaliação da seletividade de concentrações de CeraTrap® na captura de
insetos não-alvo............................................................................................ 37
2.3.5.1 Análise dos dados ................................................................................... 39
2.3.6 Avaliação das concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em relação ao
custo-benefício ............................................................................................ 39
2.3.7 Avaliação da diversidade de moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro
e ameixeira, utilizando CeraTrap® como atrativo alimentar .......................... 40
2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 41
2.4.1 Avaliação da eficiência de captura de Anastrepha fraterculus do atrativo
alimentar CeraTrap® em diferentes concentrações – pessegueiro e ameixeira
...................................................................................................................... 41
2.4.2 Avaliação da taxa de evaporação do atrativo alimentar CeraTrap® em
diferentes concentrações .............................................................................. 50
2.4.3 Avaliação da seletividade de concentrações de CeraTrap® na captura de
insetos não-alvo............................................................................................ 51
2.4.4 Avaliação das concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em relação ao
custo-benefício ............................................................................................. 58
2.4.5 Avaliação da diversidade de moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro
e ameixeira, utilizando CeraTrap® como atrativo alimentar ......................... 60
2.5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 62
3 CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO DE DISPOSITIVO DE CAPTURA MASSAL PARA
CONTROLE DE MOSCAS-DAS-FRUTAS SULAMERICANA EM
POMARES DE AMEIXEIRA ....................................................... 63
3.1 RESUMO ............................................................................................................ 63
3.2 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 65
3.3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 68
3.3.1 Análise dos dados ........................................................................................ 71
3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 72
3.4.1 Eficiência das concentrações ................................................................... 72
3.4.2 Eficiência das armadilhas ......................................................................... 79
3.5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 85
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 87
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 93
APÊNDICE A – Tabela com número médio de moscas-das-frutas capturadas por
dia durante todo período, safras 2017/2018 e 2018/19. .......... Erro!
Indicador não definido.
APÊNDICE B – Cadernos de campo, safras 2017/18 e 2018/19 nos pomares de
pessegueiro e ameixeira. ............................................................ 105
APÊNDICE C – Tabelas com número médio de moscas-das-frutas capturadas
até meados de novembro e em todo o período safras 2017/18 e
2018/19 em pessegueiro. ............... Erro! Indicador não definido.
APÊNDICE D – Mapas das áreas de experimento de captura massal ............. 110
APÊNDICE E – Armadilhas utilizadas em pomares de pessegueiro e ameixeira.
.................................................................................................... 126
APÊNDICE F – Gráfico de MAD (Moscas/armadilha/dia) no entorno do pomar de
ameixa na safra 2018/19 .............................................................. 127
23
1 INTRODUÇÃO GERAL
Poduzindo mais de 40 milhões de toneladas por ano, o Brasil ocupa posição de
destaque na fruticultura mundial. Em 2016, o rendimento com a produção de frutas foi
de cerca de R$ 33,3 bilhões, colaborando com aproximadamente cinco milhões de
empregos, o que corresponde a 16% do total de vagas disponibilizados pelo
agronegócio (ABF, 2018).
No Brasil, desde 1950 o cultivo comercial de frutíferas de clima temperado
popularizou-se e se expandiu por diversas regiões através do cultivo da videira, das
frutíferas de caroço, pomoideas entre outras (BARBOSA et al., 2003).
Nas principais regiões onde há cultivo de frutíferas de clima temperado os
fruticultores enfrentam problemas fitossanitários de diversas origens. Dentre estes, as
espécies de moscas-das-frutas têm causado perdas tanto na quantidade como na
qualidade dos frutos em geral (BOTTON et al., 2016).
As moscas-das-frutas constituem um complexo de mais de 5.000 espécies
pertencentes à família Tephritidae distribuídas por todas as regiões do planeta.
Entretanto, são aproximadamente 20 espécies responsáveis pelas perdas
econômicas na fruticultura (MARTINS, 2002). São altamente polífagos, após
oviposição nos frutos realizada pelas fêmeas, ocorre a morte das células adjacentes
(LORSCHEITER et al., 2012) e durante a fase larval se alimentam da polpa dos frutos,
tendo, portanto, expressão econômica na fruticultura mundial (LIU; JIN; YE, 2013).
No Brasil, as espécies de moscas-das-frutas de importância econômica
pertencem a quatro gêneros: Anastrepha, Bactrocera, Ceratitis e Rhagoletis. Os
gêneros Bactrocera e Ceratitis estão representados por uma única espécie, a mosca-
da-carambola, B. carambolae, e a mosca-do-mediterrâneo, C. capitata,
respectivamente. O gênero Rhagoletis está representado por quatro espécies
(ZUCCHI, 2000), enquanto o gênero Anastrepha já possui o registro de 121 espécies
(ZUCCHI; MORAES, 2008).
A região Sul do Brasil destaca-se na produção de frutas de clima temperado,
como maçã (Malus domestica, Borkh) pêssego (Punus persica, L.), ameixa (Prunus
salicina, L.), pera (Pyrus communis, L.), e uva (Vitis vinifera e Vitis labrusca, L.) (IBGE,
2012).
No estado de Santa Catarina, estima-se que o setor frutícola seja representado
por mais de 13 mil produtores que produzem mais de 1,5 milhão de toneladas de frutas
24
(EPAGRI, 2019). São aproximadamente 1039 hectares de ameixeiras e 1371 de
pessegueiros e nectarineiras. Estas frutíferas representam cerca de 60 milhões de
reais com sua produção (GOULART JUNIOR; MONDARDO; REITER, 2017).
Na fruticultura de clima temperado da região Sul, nos estados do Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, a mosca-das-frutas sulamericana (MFSA), Anastrepha
fraterculus é a espécie de maior importância econômica (SALLES; KOVALESKI, 1990;
SCOZ et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2010, ROSA et al., 2017a, b).
Os danos diretos decorrem da oviposição nos frutos realizada pelas fêmeas,
provocando a depreciação dos frutos (LORSCHEITER et al., 2012). Além disso as
lesões servem como porta de entrada para agentes patogênicos causadores de
podridões (SANTOS et al., 2008; NAVA; BOTTON, 2010).
Os danos indiretos ocorrem durante a comercialização, devido às implicações
quarentenárias, uma vez que as frutas infestadas por moscas-das-frutas podem servir
para transportar e disseminar estas pragas (NAVA; BOTTON, 2010).
Para que haja sucesso no manejo das moscas-das-frutas, o monitoramento é
primordial. Consiste em um sistema de previsão que permite acompanhar a flutuação
populacional da praga, e é considerado uma importante ferramenta para a tomada de
decisão de controle e implementação do manejo integrado de pragas (SCOZ et al.,
2006; ALUJA et al., 2012; EPAGRI, 2016), ou ainda a detecção de espécies exóticas
e quarentenárias, caracterizando a população de moscas-das-frutas seja do ponto de
vista quantitativo como qualitativo (NASCIMENTO; CARVALHO; MALAVASI, 2000).
O monitoramento, quando eficiente, serve como ferramenta para adoção de
medidas de controle, as quais devem ser de baixo custo e ao mesmo tempo evitar a
praga nos pomares além de diminuir resíduo de agrotóxicos nos frutos (ARIOLI et al.,
2018).
Nos pomares convencionais, a principal ferramenta de controle utilizada pelos
fruticultores ainda é o químico, através de aplicações de inseticidas organofosforados
em pulverizações de cobertura, as quais visam a contenção de adultos e/ou larvas
presentes nos frutos (KOVALESKI; SUGAYAMA; MALAVASI, 2000; BOTTON et al.,
2016). Embora apresente as vantagens de ser rápida e prevenir o ataque das fêmeas
e o desenvolvimento larval (NAVA; BOTTON, 2010), os custos ecológicos associados
são elevados e estão relacionados a baixa seletividade aos inimigos naturais e insetos
polinizadores, além de elevado período de carência dos inseticidas (SCOZ; BOTTON;
GARCIA, 2004; NAVA; BOTTON, 2010). Além disso, várias moléculas inseticidas que
25
apresentavam eficácia contra a moscas-das-frutas não podem mais ser utilizadas,
como por exemplo a fenthiona, ou apresentam restrições de uso, caso de dimetoato,
fenitrotiona, methidathiona (BOTTON et al., 2017).
Se por um lado há carência por produtos com registro para frutíferas de clima
temperado, por outro há a uma tendência do mercado consumidor mundial por adquirir
e consumir frutas frescas com baixos níveis de resíduos de agrotóxicos e
preocupações com os impactos sobre os insetos benéficos e a saúde humana
(VARGAS et al., 2008). Diante desta realidade, as novas estratégias de controle têm
como base principal a supressão populacional de adultos. Desta forma ferramentas
confiáveis de monitoramento permitem melhorias nas práticas de controle da praga
(ARIOLI et al., 2018).
Na natureza, as principais fontes de alimento das moscas-das-frutas são, o
honeydew secretado por insetos sugadores, fezes de pássaros e frutos danificados
por outros animais ou em estado de decomposição (PROKOPY; ROITBERG, 1984).
Alimentos energéticos e proteicos são essenciais para que as moscas das frutas
alcancem a maturidade sexual e se tornem aptas ao acasalamento (SALLES, 2000;
ZUCOLOTO, 2000).
Considerando os aspectos bioecologicos das moscas-das-frutas que, para
atingirem a maturação fisiológica, necessitam de alimentos energéticos e proteicos,
várias substâncias foram testadas com a finalidade de atraí-las realizando assim o
monitoramento de suas populações em pomares comerciais (MONTEIRO et al., 2007;
BORTOLI et al., 2016). Atualmente, há uma grande disponibilidade de atrativos no
mercado (NAVA; BOTTON, 2010; ROSA et al., 2017a, b). Ainda assim, danos
significativos são observados, resultando em prejuízos aos fruticultores devido a
falhas no monitoramento (NAVA; BOTTON, 2010; BORTOLI et al., 2016).
Durante muito tempo o suco de uva integral foi o principal atrativo utilizado.
Porém estudos recentes apontam sua ineficácia no monitoramento de moscas-das-
frutas frente a outros atrativos disponíveis, principalmente atrativos a base de proteína
(MONTEIRO et al., 2007; HERRERA et al., 2015; ROSA et al., 2016; BOTTON et al.,
2016). Falhas na detecção de moscas-das-frutas foram observados em pomares onde
o suco de uva foi utilizado como atrativo alimentar (ZUANAZZI, 2012).
O questionamento quanto à eficácia do suco de uva, se dá principalmente
devido à variação na composição do produto, de acordo com o cultivar da uva, safra,
marca comercial etc. Além disso, na maioria das situações que se emprega o suco
26
como atrativo ocorre uma captura significativa de predadores, parasitoides e
polinizadores em função da baixa especificidade do atrativo para a praga-alvo (ZART;
FERNANDES; BOTTON, 2009).
Estudos em diferentes culturas têm demonstrado que o CeraTrap® tem maior
atratividade para moscas-das-frutas quando comparado à outras soluções
alimentares. Obtido à frio, por um um processo de hidrólise enzimática (SANTOS-
RAMOS et al., 2011) e constituído por fontes proteicas de origem animal, provoca a
emissão regular de compostos voláteis, o que o tornam um ótimo atrativo para as
moscas-das-frutas (LASA et al., 2014b; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al., 2017b).
Além disso, a estabilidade do produto ao longo do tempo, sugere uma baixa
evaporação no campo. (LASA et al. 2014a, b).
Atualmente, o problema é o custo monetário do atrativo. Para o monitoramento
de MFSA, o suco de uva (25%) utilizado como atrativo, tem um menor custo por
hectare por semana (R$ 2,64/ US$ 0,84) quando comparado a outros atrativos, como
o torula® (R$ 3,81/ US$ 1,22) ou ceratrap® (R$ 4,63/ US$ 1,40) (Dólar: R$ 3,11 / jun.
2015) (ROSA; ARIOLI; BOTTON, 2015).
Os fruticultores necessitam produzir mais com menos e respeitando o meio
ambiente. Com a retirada de moléculas inseticidas do mercado, a exigência do
consumidor e principalmente o aumento nos custos de produção (BOTTON et al.,
2016), é preciso desenvolver uma estratégia de manejo viável para controlar as
moscas-das-frutas nos pomares.
Em razão da recomendação técnica de uso do atrativo CeraTrap® sem diluição,
a principal desvantagem é o custo de aquisição. Considerando que normalmente são
utilizados ao menos 300 mL/armadilha, temos um custo significativo por hectare, para
implementar a técnica de captura massal, por exemplo (MACHOTA Jr., 2015), para
hospedeiros como o pessegueiro Prunus persicae (L.), a densidade de armadilhas fica
em torno de 120 armadilhas por hectare (NAVARRO-LLOPIS; PRIMO; VACAS, 2014),
e um custo aproximado de US$ 280 (Dólar: R$ 3,85/ jun. 2019).
Dessa forma, torna-se importante avaliar diferentes concentrações do atrativo
alimentar CeraTrap®, vislumbrando a possibilidade de redução do custo de
monitoramento e implementação da técnica de captura massal em fruticultura de clima
temperado, aperfeiçoando as recomendações técnicas de manejo de moscas-das-
frutas e contribuindo para o manejo integrado de pragas.
27
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da diluição do CeraTrap® sobre a
eficácia na captura de moscas-das-frutas e a seletividade sobre insetos não-alvo,
quando utilizado no monitoramento em pomares de pessegueiro e ameixeira.
Também procurou, avaliar qual o melhor dispositivo para um sistema de captura
massal, avaliando concentrações de CeraTrap®, uso de cor atrativa bem como de cola
adesiva e por final, buscou demonstrar índices econômicos quando da utilização do
CeraTrap® em diferentes concentrações.
28
29
2 CAPÍTULO 1 – MONITORAMENTO DE MOSCA-DAS-FRUTAS EM
PESSEGUEIRO E AMEIXEIRA COM ATRATIVO
ALIMENTAR DE PROTEÍNA ANIMAL
2.1 RESUMO
A fruticultura de clima temperado tem importante papel no cenário econômico
nacional. Na região do Meio-Oeste Catarinense destaca-se o cultivo de pessegueiros
e ameixeiras. Os danos causados por moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) é um
dos principais problemas fitossanitários enfrentados pelos fruticultores. Considerando
que as moscas-das-frutas são praga-chave, o monitoramento da flutuação
populacional com armadilhas contendo atrativos alimentares é indispensável para a
adoção de estratégias de controle. O objetivo do trabalho foi avaliar diferentes
concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® para o monitoramento e manejo de
moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro e ameixeira. Os experimentos foram
realizados em pomares comerciais nos municípios de Videira e Pinheiro Preto, nas
safras 2017/18 e 2018/19. O delineamento experimental foi casualizado em blocos,
com cinco tratamentos (soluções de CeraTrap® nas concentrações de 100, 75, 50, 25
e 5%). Utilizou-se cinco e seis repetições para ameixeira e pessegueiro
respectivamente, que foram disponibilizadas em armadilhas McPhail de base amarela
fixadas no pomar. As vistorias das armadilhas foram realizadas semanalmente, os
insetos capturados foram recolhidos e em laboratório foi realizada a triagem. Todas
as análises foram realizadas considerando o nível de 5% de significância.
Concentrações de até 50% de CeraTrap® são eficientes na atratividade de moscas-
das-frutas e seletividade a insetos não-alvo. A concentração de 75% apresenta o
melhor custo benefício para prática de monitoramento em pomares de ameixeira e
pessegueiro.
30
31
2.2 INTRODUÇÃO
No Brasil, a fruticultura está presente em todos os estados da federação e a
produção foi avaliada em cerca de R$ 33,3 bilhões no ano de 2016 e emprega cerca
de cinco milhões de pessoas (ABF, 2018).
No estado de Santa Catarina, estima-se que o setor frutícola seja representado
por mais de 13 mil fruticultores que produzem mais de 1,5 milhão de toneladas de
frutas (EPAGRI, 2019). Em se tratando das culturas de pêssego e ameixa são
cultivados aproximadamente 1371 e 1039 hectares respectivamente (GOULART
JUNIOR; MONDARDO; REITER, 2017). São 667 produtores de pêssego e 448 de
ameixa, que produzem aproximadamente 18.140 e 16.000 toneladas por ano destas
frutas (EPAGRI, 2019).
Desde a implantação da fruticultura no sul do Brasil, as moscas-das-frutas são
o principal problema fitossanitário enfrentado pelos fruticultores (BOTTON et al.,
2016). Estes insetos pertencentes à família Tephritidae, são altamente polífagos e,
durante a fase larval se alimentam da polpa dos frutos, tendo, portanto, expressão
econômica na fruticultura mundial (LIU; JIN; YE, 2013).
Na fruticultura de clima temperado da região Sul, nos estados do Rio Grande
do Sul e Santa Catarina, a mosca-das-frutas-sulamericana (MFSA), Anastrepha
fraterculus (Wiedemann, 1830) é a espécie de maior importância econômica
(SALLES; KOVALESKI, 1990; SCOZ et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2010, ROSA et al.,
2017b).
Os danos decorrem da oviposição nos frutos realizada pelas fêmeas, causando
a morte das células (LORSCHEITER et al., 2012) já o desenvolvimento das larvas
(LIU; JIN; YE, 2013), provoca a depreciação dos frutos. Além disso, as lesões
permitem a entrada de agentes patogênicos causadores de podridões (SANTOS et
al., 2008; NAVA; BOTTON, 2010).
Identificar a presença de pragas nas culturas é elementar para realizar um bom
manejo. O monitoramento permite estimar a flutuação populacional da praga através
de amostragens e subsidia a adoção de medidas de controle, contribuindo para o
manejo integrado (DENT, 2000).
Na fruticultura de clima temperado, em sistemas convencionais de produção, a
principal ferramenta de controle utilizada pelos produtores ainda é o controle químico
(BOTTON et al., 2016). Embora a pulverização em cobertura total apresente as
32
vantagens de ser rápida e prevenir o ataque, pode apresentar custos ecológicos
elevados como, por exemplo, o efeito deletério a inimigos naturais e/ou insetos
polinizadores devido à baixa seletividade de inseticidas de amplo espectro de ação
(SCOZ; BOTTON; GARCIA, 2004; NAVA; BOTTON, 2010).
A realidade atual de manejo da MFSA tem por base a supressão populacional
de adultos, uma vez que inseticidas de profundidade que tinham ação sobre larvas
nos frutos perderam o registro para as frutíferas de caroço (ARIOLI et al., 2018).
Portanto, ferramentas confiáveis de monitoramento são essenciais para a eficiência
das práticas de controle da praga (ARIOLI et al., 2018). São diversas as estratégias
de captura utilizadas, no caso das moscas-das-frutas utilizam-se armadilhas iscadas
com atrativos alimentares (ROSA et al., 2017b; ARIOLI et al., 2018).
Para o gênero Anastrepha não existe armadilha seca para monitoramento,
utilizando-se somente atrativos líquidos que capturam fêmeas e machos, sendo
generalistas para as espécies do gênero, mas essenciais para detectar a praga
(SUCKLING et al., 2016). Avanços consideráveis no manejo poderiam ocorrer com a
disponibilização de um atrativo sexual para A. fraterculus, semelhante ao que ocorre
para machos de Ceratitis capitata (Wied., 1824), com o uso de trimedlure (MACHOTA
JR, 2015). Em hipótese, isso ocorre devido a importância regionalizada de A.
fraterculus, não dispertando interesse econômico das empresas que fomentam esse
tipo de pesquisa.
Em fruticultura de clima temperado, o atrativo mais utilizado por muito tempo
foi o suco de uva, comumente diluído a 25%, por ser de baixo custo e de fácil acesso
pelos produtores. Contudo, pesquisas recentes vêm demonstrando a ineficiência
deste atrativo frente a outros disponíveis no mercado (ROSA et al., 2017b; ZUANAZZI,
2012).
Além disso, devido à valorização do suco de uva integral no mercado nacional
(MELLO, 2013), em tese, somente será viável usar suco de uva a 25% como atrativo,
se o mesmo for elaborado pelo produtor. Em 2015 o atrativo já custava por semana
por armadilha US$ 0,50, sendo superior aos apresentados por Torula® (US$ 0,44),
glicose invertida a 10% (US$0,35) e proteína hidrolisada BioAnastrepha a 5% (US$
0,26) (Dólar: R$ 3,50/ ago. 2015) (MACHOTA JR, 2015).
Dentre os atrativos disponíveis no mercado brasileiro, está o CeraTrap® que
possui um processo de emissão de compostos voláteis de amônia, que é atrativo para
as moscas-das-frutas (BIOIBÉRICA, 2019), obtido à frio, por um um processo de
33
hidrólise enzimática (SANTOS-RAMOS et al., 2011), que é menos impactante aos
compostos proteicos que a hidrólise ácida (EPSKY; KENDRA; SCHNELL, 2014).
O produto possui alta estabilidade (LASA et al., 2014b) e mantem a eficácia na
captura de adultos nos pomares por longos períodos de tempo (SANTOS-RAMOS et
al. 2011; LASA e CRUZ 2014; LASA et al. 2015; LASA et al. 2014b; MACHOTA JR,
2015). Vários autores relatam sucesso na captura de fêmeas quando é utilizado
CeraTrap® como padrão de captura (MIRANDA-SALCEDO et al., 2014; HERRERA et
al., 2015; LASA et al., 2015; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al., 2017b). A proteína
hidrolisada CeraTrap®, é o atrativo mais eficiente no monitoramento de Anastrepha
fraterculus, em pomares de fruticultura temperada (ARIOLI et al., 2018).
O objetivo desse trabalho foi avaliar a melhor concentração do atrativo
alimentar CeraTrap® (em relação a eficiência de captura, maior seletividade a insetos
não-alvo e melhor custo-benefício) para monitoramento da mosca-das-frutas
sulamericana em pomares de pessegueiro e ameixeira.
2.3 MATERIAL E MÉTODOS
2.3.1 Áreas experimentais e tratamentos utilizados
Os experimentos foram conduzidos em pomares comerciais de pessegueiro
(Prunus persica L.) e de ameixeira (Prunus salicina L.) localizados na região Meio-
Oeste de Santa Catarina, na bacia hidrográfica do Rio do Peixe, nas safras 2017/2018
e 2018/2019 (Quadro 1).
Foram avaliadas a eficiência de concentrações de 100, 75, 50, 25 e 5%, diluídos
em água não clorada, do atrativo alimentar CeraTrap® (Figura 1), na captura de
adultos de moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro e ameixeira, na
evaporação, na seletividade a insetos não-alvo, no custo-benefício e na diversidade
de espécies de moscas-das-frutas.
34
Figura 1 – Embalagens contendo concentrações de CeraTrap® 100, 75, 50, 25 e 5%
(esq. para dir.).
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Quadro 1 – Informações das áreas experimentais e composição florística do entorno
dos pomares.
Pomar Pêssego 2017/18
Pomar pêssego 2018/19
Pomar Ameixa 2017/18 – 2018/19
Coordenadas geográficas
27°04'13" S, 51 11'08" O
27°03'09" S, 51 08'48" O
27°05'41" S, 51°08'03" O
Município Pinheiro Preto, SC
Videira, SC Videira, SC
Área (ha) ≈ 1,0 ≈ 1,0 ≈ 1,0
Cultivares e idade do pomar
PS10711 (50%) 4 anos + Eragil
(50%) 10 anos
PS 10711 (70%) 5 anos + Eragil (30%) 05 anos
Letícia, 7 anos
Espaçamento entre plantas
5 x 2 m (PS10711)
5 x 4 m (Eragil)
6 x 1,2 m 5 x 2,4 m
Altitude (m) 775 888 766
Relevo Plano (<5% declive)
Plano (<5% declive)
Ondulado (20-30% declive)
Composição vegetal do entorno do pomar
Remanescente de mata atlântica (norte), lavouras de milho (sul e
leste) e vinhedo (oeste).
Remanescente de mata atlântica
(norte e sul), pomares de
ameixa (leste) e nectarina (oeste).
Pomares de ameixa cv. Fortune ao sul, vinhedos
(variedades Bordô ao norte ao oeste)
remanescente de mata atlântica e pomar de
Letícia ao leste.
35
2.3.2 Avaliação da eficiência de captura de Anastrepha fraterculus de diferentes
concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em pomares de pessegueiro e
ameixeira
Nos pomares de pessegueiro os experimentos foram conduzidos em
delineamento casualizado em blocos, com cinco tratamentos (concentrações de 100,
75, 50, 25 e 5% de CeraTrap®) e seis repetições (armadilhas).
Nos pomares de ameixeira os experimentos também foram conduzidos em
delineamento casualizado em blocos, com os mesmos cinco tratamentos, mas com
cinco repetições (armadilhas). Foram utilizadas, em ambos os pomares, três
armadilhas contendo somente água (não clorada), distribuídas ao acaso como
testemunhas.
As armadilhas utilizadas foram do tipo McPhail de base amarela, com 300 mL
de solução de atrativo alimentar, fixadas nas plantas a uma altura entre 1,5 e 2 metros
da superfície do solo, conforme Nava e Botton (2010). A fixação das armadilhas nos
ramos das plantas foi realizada com fio de cobre recapado (4 mm).
As armadilhas foram distribuídas aleatoriamente no pomar, distantes entre si
de no mínimo 20 metros de raio. A instalação das armadilhas foi realizada na fase de
pegamento de frutos e permaneceram até a colheita.
Na safra 2017/2018, no pomar de pessegueiro as armadilhas foram instaladas
no dia 13/09/2017 e permaneceram nele até 03/01/2018, totalizando 113 dias. Na
safra 2018/2019 as armadilhas foram instaladas em 19/09/2018 e removidas em
16/01/2019, totalizando 120 dias.
Na safra 2017/2018, no pomar de ameixeira as armadilhas foram instaladas no
dia 13/10/2017 e permaneceram até 17/01/2018, totalizando 97 dias. Na safra
2018/2019 as armadilhas foram instaladas no dia 18/10/2018 e permaneceram até
06/02/2019, totalizando 112 dias.
As avaliações foram realizadas semanalmente, consistindo da coleta e
armazenamento dos exemplares de moscas-das-frutas em recipientes com álcool
etílico 70%, identificados com data e local. Para a coleta, o conteúdo (líquido atrativo
+ insetos) de cada armadilha foi vertido sobre peneira e recipiente graduado, para
medição e registro do volume remanescente de solução. Na sequência, os insetos
não-alvo capturados por tratamento foram acondicionados nos recipientes com álcool
36
70%; o volume remanescente da solução devolvido nas armadilhas e complementado
até 300 mL (volume inicial).
A separação das moscas-das-frutas dos demais insetos foi realizada ainda nos
pomares, dentro da peneira utilizada para filtragem, com auxílio de pinça
entomológica.
2.3.2.1 Análise dos dados
Para a variável captura de adultos (machos e fêmeas), os dados foram
avaliados considerando o somatório de capturas por repetição de todo o período do
experimento. Devido ao maior número de capturas a partir de meados de novembro,
observado nas duas safras, outra análise foi realizada, considerando as capturas de
15 de novembro até o fim da colheita. A análise de eficiência das concentrações do
atrativo levou em consideração o pomar inteiro, sem fazer análise separada por
cultivar.
As análises de dados foram realizadas considerando as safras 2017/2018 e
2018/2019 individualmente para pessegueiro, mas conjunta para o pomar de
ameixeira, devido baixo número de capturas. Para o número de exemplares de
Anastrepha capturados por armadilha foi utilizado o modelo binomial negativo,
implementado no pacote MASS (VENABLES; RIPLEY, 2002); para a proporção de
fêmeas em relação ao total de capturados (razão sexual), empregou-se a distribuição
binomial. Os gráficos de resíduos versus valores preditos e gráficos seminormais
foram empregados para análise de diagnóstico dos modelos ajustados. A comparação
entre as diferentes concentrações foi realizada por meio da análise de contrastes
disponível no pacote multicomp (HOTHORN, BRETZ; WESTFALL, 2008). Todas as
análises foram realizadas considerando o nível de 5% de significância, com auxílio do
ambiente estatístico R (R Core Team, 2018).
Foi calculado o índice MAD (mosca/armadilha/dia) = Moscas/(Armadilha x Dias
de exposição das armadilhas), que é utilizado como base para tomadas de decisão
de controle, onde o índice de 0,5 é considerado como nível de controle.
37
2.3.4 Avaliação da taxa de evaporação do atrativo alimentar CeraTrap® em
diferentes concentrações
Para obter o percentual de evaporação das diferentes concentrações de
CeraTrap® testadas, semanalmente realizou-se a mensuração considerando o volume
inicial de 300 mL por armadilha. O conteúdo (líquido atrativo + insetos) de cada
armadilha, após vertido sobre peneira para reter os insetos, foi mensurado em proveta
graduada e a diferença entre o volume inicial e o volume medido foi registrada.
Sempre que a aferição registrou volume inferior a 300 mL, foi feita reposição com
solução do tratamento correspondente. Os dados foram avaliados considerando o
somatório da evaporação no período e dividido pelo número de semanas em que foi
conduzido o experimento.
Alguns cuidados foram tomados no intuito de proporcionar maior acurácia na
mensuração do volume evaporado. As armadilhas foram instaladas em posições do
dossel de modo a receberem níveis semelhantes de luz solar/sombreamento; foram
fixadas com auxílio de fio de cobre recapado (4 mm - pouco flexível) para evitar
transbordamento por ação do vento ou da turbina de pulverização. Ainda, no ato de
avaliação dos insetos capturados, cuidados para não derramar o líquido foram
tomados.
No entanto, em períodos de alta intensidade de precipitação pluviométrica,
houve incremento no volume inicial em algumas armadilhas, devido à entrada de água
de chuva. Nesses casos, fez-se uma média de volume das demais repetições
(armadilhas) do mesmo tratamento na semana em avaliação.
Para os dados de evaporação foi realizada análise de variância clássica e teste
de Tukey para comparação de médias, sendo as pressuposições do modelo
verificadas por meio do teste de Bartlett e Shapiro-Wilk utilizando o software R (R
CORE TEAM). Considerou-se o nível de 5% de significância.
2.3.5 Avaliação da seletividade de concentrações de CeraTrap® na captura de
insetos não-alvo
A avaliação da seletividade do atrativo alimentar CeraTrap® foi realizada pela
identificação de insetos não-alvo (insetos que não pertencem ao grupo das moscas-
das-frutas) capturados nos diferentes tratamentos.
38
A captura de insetos não-alvo implica em duas questões principais no manejo
das moscas-das-frutas, a saber: (1) quanto maior a quantidade de insetos não-alvo
capturados, menor a praticidade no monitoramento, uma vez que exige mais tempo e
trabalho para as inspeções; e (2) insetos polinizadores e agentes de controle biológico
(parasitoides e predadores), especialmente, não são desejáveis de serem capturados
em função das relevantes funções ecológicas que desempenham. Desse modo, as
avaliações de seletividade incluíram a quantificação e a identificação das ordens e de
algumas famílias dos insetos não-alvo capturados, com ênfase nos grupos que
reconhecidamente exercem função de polinização e de controle biológico (parasitismo
e predação), como é o caso da família Syrphidae (Diptera), que reconhecidamente
atuam como predadores na fase larval e polinizadores na fase adulta (NUNES SILVA
et al., 2016).
As coletas dos insetos não-alvo foram semanais, sendo a semana considerada
como repetição. Os insetos não-alvo capturados nos tratamentos foram coletados,
acondicionados em recipiente com tampa rosqueável contendo álcool 70%, e
identificados com data e local. Em laboratório, os insetos foram triados, contados e
separandos por categorias como insetos que têm relevante função
biológica/ecológica, por exemplo. Em alguns casos, devido ao alto número de insetos
capturados (principalmente nas concentrações de 25 e 5%), a contagem dos dípteros
não-alvo foi feita por estimativa, dividindo a área da bandeja, de fundo branco com
600cm2, em seis quadrantes e realizando a média pela área total, após contagem de
2 ou 3 quadrantes.
Para os parasitoides, predadores e polinizadores, famílias que
reconhecidamente exercem essas funções ecológicas foram levadas em
consideração: Chrysopidae e Hemerobiidae (Neuroptera); Coccinellidae (Coleoptera);
Apidae, Vespidae, Halictidae e outras famílias de vespas parasitoides (Hymenoptera);
Syrphidae (Diptera). Para os insetos não alvo, por dificultarem a atividade de
monitoramento, seguiu-se a metodologia proposta por EMBRAPA (2013) onde foram
contabilizados os exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias que não
Tephritidae e Syrphidae (designados como Outros Diptera); além dos exemplares de
Lepidoptera, Coleoptera e Hemiptera, mais aranhas (designados como Outros).
39
2.3.5.1 Análise dos dados
Para análise dos dados utilizou-se a análise de componentes principais, sendo
utilizada como resposta a quantidade de capturados por parcela em cada grupo de
insetos (Chrysopidae e Hemerobiidae (Neuroptera); Coccinellidae (Coleoptera);
Apidae, Vespidae, Halictidae e outras famílias de vespas parasitoides (Hymenoptera);
Syrphidae (Diptera), Diptera (Outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras
famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae e Outros = Lepidoptera +
Coleoptera + Hemiptera + Aranhas).
A análise de componentes principais é uma técnica redução de dimensão que
proporciona, por meio da representação dos componentes no plano (gráfico
conhecido como biplot), a visualização das variáveis (nesse caso, grupos de insetos)
em relação às médias das amostras de cada tratamento. No gráfico, quanto menor o
ângulo entre dois vetores, mais positivamente relacionadas as variáveis que
representam; e quanto mais próximo de 180° o ângulo entre dois vetores, mais
negativamente relacionadas as variáveis. Quando o ângulo entre dois vetores é
próximo de 90° indica que essas variáveis são pouco relacionadas.
A técnica consiste em reescrever a matriz de variância e covariância observada
em autovetores (componentes principais) e autovalores (variabilidade explicada em
cada componente) de forma decrescente. Sendo possível representar com poucos
componentes grande parte da variabilidade observada nos dados.
2.3.6 Avaliação das concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em relação
ao custo-benefício
A partir dos resultados de eficiência de captura, evaporação e seletividade a
insetos não-alvo, foi possível verificar quais os tratamentos apresentam-se viáveis
para uso em monitoramento. Calculou-se o custo de monitoramento por armadilha
por semana, considerando simultaneamente a média de evaporação observada.
O cálculo do custo de reposição semanal das diferentes concentrações do
atrativo alimentar foi realizado utilizando o seguinte modelo e considerando o preço
médio R$ 30,00/litro de CeraTrap®:
40
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 (𝑅$) = Evaporação semanal por armadilha X Concentração
100 X Preço médio do
litro
1000 (1)
Assim, obteve-se o valor do total de atrativo evaporado/armadilha/semana e,
por conseguinte, o custo de monitoramento por armadilha para cada uma das
concentrações. Multiplicando este valor pelo número de armadilhas utilizado por
hectare (de duas a quatro) é possível obter o custo total de reposição/ha/semana para
os diferentes tratamentos em pomares de pessegueiro e de ameixeira (NAVA;
BOTTON, 2010).
Para os dados de custo, foi realizada a análise de variância clássica e teste de
Tukey para comparação de médias, sendo as pressuposições do modelo verificadas
por meio do teste de Bartlett e Shapiro-Wilk utilizando o software R (R CORE TEAM).
Todas as análises foram feitas considerando o nível de significância de 5% de
significância.
2.3.7 Avaliação da diversidade de moscas-das-frutas em pomares de
pessegueiro e ameixeira, utilizando CeraTrap® como atrativo alimentar
Sabe-se que no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, aproximadamente
95% das moscas-das-frutas capturadas em armadilhas nos pomares pertencem à
espécie Anastrepha fraterculus que é nativa da região (SALLES; KOVALESKI, 1990;
SCOZ et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2010).
As espécies de mosca-das-frutas coletadas nas avaliações semanais dos
experimentos foram identificadas com base nos caracteres morfológicos (padrões alar
e torácico, mediotergito e subescutelo) das fêmeas. A identificação do gênero
Anastrepha foi baseada em chaves taxonômicas de Steyskal (1977) e Zucchi (2000).
Quando não foi possível realizar a identificação das espécies com base nestas
características morfológicas, os espécimes foram enviados para taxonomista, que
realizou exame ventral do acúleo para determinação da espécie (ALBERTI; BOGUS;
GARCIA, 2012).
41
2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.4.1 Avaliação da eficiência de captura de Anastrepha fraterculus utilizando
atrativo alimentar CeraTrap® em diferentes concentrações – pessegueiro e
ameixeira
Nos pomares de pessegueiro, foram realizadas 16 e 17 avaliações/coletas nas
safras 2017/18 e 2018/19, respectivamente. Em 2017/18, em 113 dias, foram
capturados 268 exemplares de MFSA, dos quais, 228 fêmeas (85%) e 40 machos
(15%). Na safra 2018/19, em 120 dias, foram capturados 137 indivíduos, 96 fêmeas
(70,1%) e 41 machos (29,9%).
Na primeira safra, considerando todo o período de avaliação, as concentrações
de 50 e 75% capturaram mais que 100, 25 e 5%. Na segunda safra, a concentração
de 75% capturou mais que as concentrações inferiores, assim como 50%, que
capturou mais que 25 e 5%, 100% não diferiu de 75 e 50% (Tabela 1).
Tabela 1 – Número médio (± EP) e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas
(Anastrepha fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas
com diferentes concentrações de CeraTrap® por dia durante todo o
período do experimento, nas safras 2017-2018 e 2018-2019, em
pomares de pessegueiro nos municípios de Pinheiro Preto e Videira.
Concentrações 2017-2018 2018-2019
Total % fêmeas Total % fêmeas
100% 5,83 ± 1,17 b 78 a 8,00 ± 5,45 ab 84 a 75% 15,67 ± 5,35 a 89 a 10,00 ± 2,62 a 76 a 50% 17,50 ± 6,76 a 92 a 3,83 ± 1,47 b 83 a 25% 2,83 ± 1,54 b 50 a 0,67 ± 0,49 c 83 a 5% 2,00 ± 0,63 b 82 a 0,17 ± 0,17 c 100 a
Água1 1,67 ± 1,20 75 0,33 ± 0,33 100 1Para o controle (Água), foram utilizadas 3 armadilhas. Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Tukey 5% de significância). Testes realizados após a transformação para escala logarítmica.
De maneira geral, as concentrações de 100, 75 e 50% capturaram mais MFSA
do que as concentrações de 25 e 5%, nos dois anos de avaliação. Autores já relataram
a superioridade da concentração de 100% frente a outros atrativos alimentares (LASA
et al., 2014b; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al., 2017b). Embora a recomendação
técnica para o atrativo CeraTrap® seja de uso sem diluição (BIOIBÉRICA, 2019), os
resultados aqui obtidos evidenciam que mesmo diluído em água, o atrativo CeraTrap®
42
mantém a capacidade de capturar um grande número de moscas-das-frutas (LASA et
al., 2015; ROSA et al., 2015).
Tabela 2 – Número médio e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas (Anastrepha
fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas com diferentes
concentrações de CeraTrap® por dia a partir de 15 de novembro, nas
safras 2017-2018 e 2018-2019, em pomares de pessegueiro nos
municípios de Pinheiro Preto e Videira.
Concentrações 2017-2018 2018-2019
Total % fêmeas Total % fêmeas
100% 5,83 ab 78 a 6,67 ab 84 a 75% 15,17 a 90 a 9,33 a 78 a 50% 17,00 a 91 a 3,67 b 82 a 25% 2,67 b 50 a 0,50 c 75 a 5% 2,00 b 82 a 0,17 c 100 a
Água1 1,66 75 0,33 100 1Para o controle (Água), foram utilizadas 3 armadilhas. Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Tukey 5% de significância). Testes realizados após a transformação para escala logarítmica.
Rosa, Arioli e Botton (2015) testando diluições de CeraTrap®, em pomares de
macieira, capturaram 1091 adultos, e constataram que 21, 18 e 39% foram capturados
nas concentrações de 100, 75 e 50%, respectivamente, sendo que 50% capturou mais
MFSA que as demais concentrações.
Algo semelhante foi observado na safra 2017/18 deste trabalho, quando
considerado período total do experimento, as concentrações de 75 e 50% capturaram
mais moscas-das-frutas que as demais concentrações, inclusive naquela de máxima
concentração (100%) (Tabela 1).
Miranda-Salcedo (2018) utilizando a diluição de uma parte de CeraTrap® e duas
de água (33%) para capturar moscas-das-frutas do gênero Anastrepha na cultura da
manga, no México, afirma que armadilhas iscadas com esta solução são eficientes
em reduzir a população de Anastrepha ludens e Anastrepha obliqua, utilizando 40
armadilhas por hectare.
O nível de controle da moscas-das-frutas na maioria das frutíferas de
importância economica é quando o MAD (mosca/armadilha/dia) for igual ou superior
a 0,5 (CARVALHO, 2005). As concentrações de 75 e 50% também apresentaram os
maiores MAD na safra 2017/18 que as demais concentrações; na safra 2018/19 a
concentração de 75% apresentou o maior MAD (Figura 2).
43
Em ambas as safras o maior número de capturas de moscas-das-frutas ocorreu
em dezembro. Salles e Kovaleski (1990) já reportaram que a flutuação populacional
desta praga é maior do início de novembro ao final de janeiro, com picos populacionais
em meados de dezembro.
Na safra 2017/18 o MAD quase foi atingido na data de 13/12/2017 com as
concentrações de 75 e 50% e extrapolado na data de 20/12/2017 para as
concentrações de 50, 75 e 100% (Figura 2).
Na safra 2018/19 o MAD de referência quase foi atingido com a concentração
de 75%, a qual também foi superior no critério de atratividade (tabela 1). Na sequência,
as maiores médias (MAD) foram obtidas com as concentrações de 50 e 100%,
respectivamente (Figura 2).
44
Figura 2 - Flutuação populacional da mosca-das-frutas sulamericana, nas safras
2017/18 e 2018/19 em pomares de pessegueiro nos municípios de Pinheiro Preto e
Videira.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Jahnke, Reyes e Redaelli (2014) avaliando um atrativo a base de proteína
hidrolisada vegetal e suco de uva (25%) na cultura de pessegueiro, obtiveram maior
número de capturas na fase de maturação dos frutos e o produto a base de proteína
foi mais eficientena nesta fase, de frutos maduros. No presente trabalho as maiores
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
MA
D
100 75 50 25 5 Água
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
MA
D
100 75 50 25 5 Água
45
capturas ocorreram a partir da segunda quinzena de dezembro, quando também já
havia frutos em maturação e/ou maduros no pomar.
As variações da densidade populacional de moscas-das-frutas também podem
ser influenciadas pela disponibilidade de hospedeiros e outros fatores climáticos
(ALBERTI; BOGUS; GARCIA, 2012).
Em hipótese, parte do acréscimo populacional de A. fraterculus pode estar
associado ao aumento da temperatura média. Autores como Salles (2000) e Formolo
et al. (2011) relatam que o aumento na temperatura é um fator ecológico que
incrementa a população da espécie. A temperatura ideal para A. o desenvolvimento
de A. fraterculus varia de 15,3 a 26,8 ° C (Cardoso et al., 2002). Araujo et al. (2019)
observaram queda acentuada na captura de A. fraterculus a partir de março, quando
as temperaturas abaixo de 15 ° C foram registradas, no entanto, a probabilidade de
ocorrência da praga não diferiu entre os tipos de paisagem adjacentes e não foi
afetada pela presença de plantas hospedeiras específicas. Portanto a flutuação
populacional desta praga nos pomares está associada a diversos fatores e não
apenas ao estágio de maturação dos frutos.
Considerando todo o período de avaliação, as diferentes concentrações de
CeraTrap®, não diferiram entre si para razão sexual. Não houve diferença na razão
sexual da MFSA entre as concentrações de CeraTrap® estudadas (tabela 1).
Bortoli et al. (2016) avaliaram cinco atrativos em pomares de citros (CeraTrap®
sem diluição), Torula® (6 pastilhas 3g/L), Bioanastrepha® (5%), glicose de milho (10%)
e suco de uva tinta (25%), e verificaram que o atrativo CeraTrap® diferiu para captura
de moscas-das-frutas e capturou mais fêmeas que os demais atrativos, obtendo uma
razão sexual de 55,33% de fêmeas. Avaliando estes mesmos atrativos, CeraTrap® foi
quem capturou o maior percentual de fêmeas não acasaladas entre todos, o que é
interessante. Uma vez que para provocar a injúria nos frutos é necessário que estas
fêmeas já tenham acasalado (BORTOLI, 2014).
Neste trabalho os percentuais de fêmeas foram superiores aos encontrados por
vários autores que utilizaram o CeraTrap® como padrão de captura. Em pomares de
ameixa, pera e goiaba serrana, nas regiões de Videira, Caçador e São Joaquim, os
seguintes percentuais de fêmeas foram obtidos: ameixa, 67,7% de fêmeas, em pera,
60,9% de fêmeas (ROSA et al., 2017b). Em pomares de goiaba serrana, do total
capturado de moscas-das-frutas 57,4% eram fêmeas (ROSA et al., 2017a).
46
Em vinhedos, Machota Jr, (2015) obteve um percentual de 62% de fêmeas de
A. frateculus utilizando CeraTrap® como padrão de captura. No México, Herrera et al.
(2015) obtiveram média de 77% de fêmeas de Anastrepha ludens.
Embora para determinação do MAD, não se leve em consideração o sexo das
MFSA, a maior captura de fêmeas é desejável, pois são estas que causam os danos
diretos aos frutos quando realizam a oviposição (SALLES, 1999; ROSA et al., 2017b).
As concentrações de 25 e 5% não foram eficientes na captura de MFSA, e
vários fatores podem ter contribuído para isso. O tempo de decomposição do atrativo
pode influenciar na atratividade, já que produtos à base de proteína liberam amônia,
que é percebida pelos tefritídeos como fonte proteica (LÓPEZ-GUILLÉN; TOLEDO;
ROJAS, 2010).
A amônia e seus compostos voláteis desempenham um importante papel na
atração olfativa de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, porém em altas
concentrações este elemento pode agir de forma antagônica (BATEMAN; MORTON.,
1981; MALO, 1992).
Autores relatam problemas relacionados a variações nos atrativos entre lotes
de um mesmo atrativo em razão do substrato e do método de obtenção, pois muitos
produtos utilizados como atrativos alimentares para o manejo de moscas-das-frutas
são resíduos industriais (EPSKY; KENDRA; SCHNELL, 2014).
A proteína hidrolisada CeraTrap® se mantém estável, sem a proliferação de
micélio fúngico, por longo período, em uma solução de aspecto branco-creme, o que
sugere a presença de conservantes na composição (LASA et al., 2014b). Nas nossas
avaliações, essas características foram observadas tanto na concentração de 100
quanto na de 75%. A concentração de 50% apresentou um aspecto mais transparente,
similar a óleo vegetal, mantinham um odor similar e característico, mas por vezes
apresentou proliferação fúngica.
As concentrações de 25 e 5%, além de apresentarem proliferação fúngica,
apresentaram odor fétido e aspecto de decomposição acentuados após 2 a 3
semanas no campo, comprovando falta de estabilidade das mesmas.
Problema semelhante é notado na maioria das proteínas hidrolisadas
disponíveis comercialmente no Brasil, por apresentarem alto teor de melaço de cana-
de-açúcar e diferenças de composição e formulação provocando instabilidade do
produto (RAGA, 2005; RAGA et al., 2006). Variação também encontrada quando se
utiliza suco como atrativo devido à variação na composição do produto, de acordo
47
como cultivar, safra, marca comercial etc. (THOMAS et al., 2001). A decomposição do
atrativo atrai maior quantidade de insetos (especialmente dípteros), dificulta a limpeza
das armadilhas e aumenta o tempo necessário para avaliações (BORTOLI, 2014;
MACHOTA Jr, 2015). Todos esses problemas também foram observados nesse
estudo, quando da utilização das concentrações de 25 e 5% de CeraTrap®.
A hidrólise ácida é mais hostil aos compostos proteicos, pois necessita de
pressão e temperatura elevada (EPSKY; KENDRA; SCHNELL, 2014), diferente do
processo de hidrólise enzimática, que ocorre à frio (SANTOS-RAMOS et al., 2011),
através do qual o CeraTrap® é obtido, o que lhe confere menor degradação, além de
maior atratividade e estabilidade (LASA et al., 2014b) mantendo a eficácia na captura
de adultos de A. fraterculus por até 60 dias em condições de campo (MACHOTA JR,
2015). No presente trabalho, com reposição semanal a eficiência do produto
ultrapassou a marca de 100 dias.
De maneira geral é possível afirmar que as concentrações de 100, 75 e 50%
se degradaram menos e foram mais estáveis, o que possibilitou maior atratividade e,
assim, maiores taxas de captura. O CeraTrap® emite compostos voláteis de amônia
(BIOIBÉRICA, 2019), e a diluição a 25 e 5% provavelmente o descaracterizou e o
tornou altamente instável. O estudo de intermediárias entre 25 e 50% possivelmente
permitiria outras inferências.
Nos pomares de ameixeira, foram realizadas 14 e 16 coletas nas safras
2017/18 e 2018/19, respectivamente. Em 2017/2018, em 97 dias, foram capturados
35 exemplares de moscas-das-frutas, sendo 20 fêmeas (57,14%) e 15 machos
(42,85%). Em 2018/2019, em 112 dias, foram capturados 59 exemplares de moscas-
das-frutas, sendo 47 fêmeas (79,66%) e 12 machos (20,33%). Nas duas safras, o total
de capturados foi de 94 indivíduos.
Não houve interação significativa entre anos de realização e tratamentos.
Dessa forma a comparação foi realizada utilizando a média dos insetos capturados
nas duas safras. A concentração de 75% capturou mais que 25 e 5%. As
concentrações de 100 e 50% não diferiram entre si e nem com as demais (Tabela 3).
De maneira geral, as concentrações de 100, 75 e 50% capturaram mais MFSA do que
as concentrações de 25 e 5%.
48
Tabela 3 – Número médio (± EP) e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas
sulamericana (Anastrepha fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas
com diferentes concentrações de CeraTrap®, nas safras 2017-2018 e 2018-2019, em
pomares de ameixeira no município de Videira.
Concentrações Total % fêmeas
100% 2,9 ± 0,85 ab 73 a 75% 3,6 ± 0,81 a 75 a 50% 1,4 ± 0,37 ab 69 a 25% 0,6 ± 0,27 b 50 a 5% 0,7 ± 0,33 b 75 a
Água1 - - 1O tratamento controle (Água) foi desconsiderado da análise, em função de ter capturado somente um exemplar em cada safra. Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Teste de hipóteses para todos os pares de contrastes; 5% de significância).
A superioridade na estabilidade e captura de CeraTrap® na concentração
máxima (100%) frente a outros atrativos alimentares já foi comprovada por diversos
autores (LASA et al., 2014; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al., 2017b; ARIOLI et al.,
2018). Contudo, os resultados obtidos nos experimentos conduzidos em pomares de
ameixeira e pessegueiro reforçam a possibilidade de utilização do CeraTrap® diluído,
pois, comprovadamente, mantem as características de alta atratividade e captura de
adultos de moscas-das-frutas sulamerica (A. fraterculus).
Rosa, Arioli e Botton testaram as concentrações de 100, 75 e 50% de
CeraTrap® na captura de MFSA em macieira e constataram que a 50% o atrativo
capturou mais moscas do que nas concentrações de 75 e 100%.
Historicamente, o nível de ação adotado para tomada de decisão de controle
da MFSA em frutíferas (temperadas e tropicais) no Brasil foi o índice MAD
(mosca/armadilha/dia) de 0,5. Nos dois anos de experimento em pomar de ameixeira,
não houve nenhum momento em que o nível populacional atingiu esse índice. Na safra
2017/2018, o maior MAD obtido foi de 0,31 em 10/01/2018, para a concentração de
75%; na safra 2018/19, de 0,22 em 04/01/2019, na concentração de 100%.
Na safra 2017/18, houve capturas de 08/11/2017 até 06/12/2017, e em
03/01/2018. Na safra 2018/19, embora o total de capturas tenha se mantido baixo, em
quase todas as semanas foram capturadas moscas-das-frutas (Figura 3).
49
Figura 3 – Flutuação populacional da mosca-das-frutas sulamericana, nas safras
2017/18 e 2018/19 em ameixeira no município de Videira.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
MA
D
100 75 50 25 5 Água
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
MA
D
100 75 50 25 5 Água
50
2.4.2 Avaliação da taxa de evaporação do atrativo alimentar CeraTrap® em
diferentes concentrações
Na safra 2017/18, em pessegueiro, a concentração de 5% evaporou mais que
a de 50%; as concentrações de 25, 75 e 100% não diferiram entre si e nem diferem
de 5 e 50%. Na safra 2018/19, as concentrações de 5 e 25% não diferiram entre si e
evaporaram mais que as concentrações de 50, 75 e 100%, as quais também não
diferiram entre si (Tabela 4).
Na cultura da ameixeira o experimento foi conduzido no mesmo pomar nas
duas safras, a análise foi feita em conjunto. A concentração de 25% evaporou mais
que 50, 75 e 100%, e a concentração de 5% não diferiu de 25 e 50% (Tabela 5).
A ausência ou diminuição da necessidade de reposição do atrativo nas
armadilhas ao longo da safra é um fator importante para a diminuição de custos em
programas de controle de moscas-das-frutas (LASA et al. 2014a; ARIOLI et al., 2018).
Lasa e Cruz (2014) afirmam que a duração dos atrativos alimentares
disponíveis no mercado é reduzida e se torna um aspecto limitante para o emprego
da técnica da captura massal, por exemplo. Vários autores relatam a estabilidade do
atrativo CeraTrap® no campo (LASA et al., 2014; HERRERA et al., 2015; BORTOLI et
al., 2016; ROSA et al., 2017b; ARIOLI et al., 2018), conferindo-lhe até 60 dias de
eficácia na captura de adultos de A. fraterculus (MACHOTA Jr, 2015).
Utilizando CeraTrap® como atrativo e avaliando diferentes configurações de
armadilhas confeccionadas em garrafas PET de 600 e 2000 mL e armadilhas McPhail,
esta última não apresentou diferença significativa dos demais modelos para captura
de moscas-das-frutas, mas quando avaliada a evaporação entre os diferentes
modelos, a capacidade de retenção apresentada pela armadilha McPhail, foi
significativamente menor, em hipótese pelo tamanho do orifício central na porção
inferior da armadilha (Ø 45mm), facilitando a evaporação (MACHOTA JR., 2015).
De maneira geral, as concentrações 50, 75 e 100% evaporaram menos que as
concentrações de 25 e 5%. Pode-se inferir que não há diferença para média de
evaporação entre os três tratamentos mais eficientes na captura.
Em hipótese, concentrações que evaporam menos duram mais tempo a campo
sem a necessidade de reposição, portanto as concentrações de 25 e 5% se mostraram
ineficazes em relação a este quesito, contudo este não é o único fator a ser
considerado na escolha de uma solução alimentar.
51
Tabela 4 – Média de evaporação (mL) por armadilha por semana em pomar de
pessegueiro, nas safras 2017/18 e 2018/19, nos municípios de Pinheiro
Preto e Videira.
Concentrações Safra 2017/18 Safra 2018/19
100 46,66 ab 36,57 b 75 46,25 ab 35,19 b 50 44,37 b 36,56 b 25 48,22 ab 47,40 a
5 59,64 a 43,43 a
Água1 45,52 36,57 1 Para o controle foram utilizadas 3 armadilhas com água e não foi considerado na análise dos dados; 2 – Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Tukey 5% de significância). Testes realizados após a transformação para escala logarítmica.
Tabela 5 – Média de evaporação (mL) por armadilha por semana em pomar de
ameixeira, nas safras 2017/18 e 2018/19, no município de Videira.
Concentrações Safra 2017/18 Safra 2018/19 Média geral
100 29,00 24,56 26,78 c
75 28,71 24,69 26,70 c 50 29,43 27,06 28,24 bc
25 34,07 36,69 35,37 a
5 35,21 28,88 32,04 ab Água1 - - -
1 Para o controle forma utilizadas 3 armadilhas com água e não foi considerado na análise dos dados; 2 – Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Tukey 5% de significância). Testes realizados após a transformação para escala logarítmica.
2.4.4 Avaliação da seletividade de concentrações de CeraTrap® na captura de
insetos não-alvo.
Em pomar de pessegueiro, a análise dos componentes principais na safra
2017/18 mostrou que a dimensão 1 e 2 contêm 26,03% e 17,81% da variabilidade dos
dados, respectivamente (Figura 4a). O posicionamento dos vetores permite dizer que
a concentração de 5% está relacionada a maior captura de Outros Diptera e a
concentração de 25% tem maior relação com a captura de Apidae, Halictidae e Outros
(Lepidoptera, Coleoptera, Hemiptera a aranhas) (Tabela 6).
52
Tabela 6 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na
safra 2017/18 em pomares de pessegueiro no município de Pinheiro
Preto.
Insetos não-alvo Concentrações
100% 75% 50% 25% 5%
Chrysopidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,22 Hemerobiidae 0,22 0,55 0,33 0,44 0,55 Vespidae 2,66 3,55 10,22 1,55 1,55 Apidae 0,22 0,22 0,44 0,88 0,88 Halictidae 0,22 0,33 0,33 1,33 0,22 Parasitoides 0,11 0,11 0,33 0,11 0,55 Syrphidae 0,11 0,22 0,00 0,00 0,00 Diptera (Outros) 219,33 296,55 236,11 919,88 1112,33 Outros 4,77 8,00 6,55 15,44 12,33
Diptera (outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae. Outros = Lepidoptera + Blattodea + Coleoptera + Hemiptera + Aranhas.
A concentração de 50% apresenta maior relação com a captura de Vespidae.
As concentrações de 75 e 100% estão em direção oposta aos vetores que indicam a
captura de Diptera (Outros), demonstrando baixa relação entre estas concentrações
e a captura desses insetos não-alvo. Na safra 2018/19, as dimensões 1 e 2 contêm
23,07% e 16,09% da variabilidade dos dados, respectivamente (Figura 4b).
Novamente as diluições de 25 e 5% capturaram mais insetos não-alvo, principalmente
Outros Diptera. Inversamente, as concentrações de 50, 75 e 100% apresentaram
baixa captura desse grupo de insetos. Para os demais grupos, a distribuição de
capturas foi similar entre as concentrações (Figura 4b; Tabela 7).
53
Tabela 7 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na
safra 2018/19 em pomares de pessegueiro no município de Videira.
Insetos não alvo Concentração
100% 75% 50% 25% 5%
Chrysopidae 0,11 0,17 0,05 0,05 0,00 Hemerobiidae 1,58 3,23 3,52 3,29 3,52 Vespidae 24,17 18,76 15,35 11,35 6,64 Apidae 1,76 1,52 0,94 3,94 4,35 Halictidae 0,23 0,05 0,05 0,17 0,41 Parasitoides 0,11 0,35 0,94 0,47 0,29 Coccinellidae 0,23 0, 47 0,76 0,23 0,47 Syrphidae 0,47 0,35 1,05 0,82 0,41 Diptera (outros) 278,41 234,17 436,70 3082,00 1338,35 Outros 3,88 4,05 4,05 10,47 6,76
Diptera (outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae. Outros = Lepidoptera + Hemiptera + Coleoptera (outros) + Blattodea + Aranhas.
54
55
Em ameixeira, na safra 2017/18, as dimensões 1 e 2 contêm 25,66% e
18,30% da variabilidade dos dados, respectivamente (Figura 5a). A
concentração de 25% se destaca no gráfico, estando mais relacionada às
capturas de Outros Diptera, Hemerobiidae e Outros (Lepidoptera, Coleoptera,
Hemiptera e aranhas) (Tabela 8). O tratamento 100% ficou mais relacionado a
Halictidae e Vespidae. A concentração 75% encontra-se em direção oposta ao
vetor que representa os outros Diptera, permitindo dizer que é um tratamento
que muito pouco se relacionou à captura de indivíduos desse grupo taxonômico,
o qual teve relevante número de capturas do total de capturas no experimento.
O tratamento 50% também é inversamente relacionado aos Hemerobiidae e
Outros (Figura 5a; Tabela 8).
Tabela 8 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por
semana na safra 2017/18 em pomares de ameixeira no município
de Videira.
Insetos não alvo Concentração
100% 75% 50% 25% 5%
Hemerobiidae 0,00 0,00 0,00 0,36 0,09 Vespidae 3,45 1,27 2,18 0,63 0,90 Apidae 0,09 0,00 0,27 0,18 0,00 Halictidae 0,45 0,18 0,00 0,18 0,00 Parasitoides 0,18 0,09 0,36 0,27 0,27 Syrphidae 0,00 0,18 0,00 0,00 0,27 Diptera (outros) 191,27 80,00 236,90 850,18 305,36 Outros 1,72 2,00 1,09 13,72 4,81
Diptera (outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae. Outros = Lepidoptera + Coleoptera + Hemiptera + Aranhas.
Na safra 2018/19, as dimensões 1 e 2 contêm 24,67% e 17,59% da
variabilidade dos dados, respectivamente (Figura 5b). O tratamento 25%
novamente se destacou em relação aos demais, com grande número de
capturas, especialmente de outros Diptera, mas também de Outros e
Hemerobiidae (Tabela 9). Todas as demais concentrações tiveram
comportamento inverso com relação às capturas ocorridas para concentração
de 25%, sendo que a concentração de 50% tem alguma relação com a captura
de Coccinellidae e as concentrações de 75 e 100% apresentaram um padrão de
captura muito similar entre si.
56
Tabela 9 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por
semana na safra 2018/19 em pomares de ameixeira no município
de Videira.
Insetos não alvo Concentração
100% 75% 50% 25% 5%
Hemerobiidae 0,18 0,18 0,25 1,25 0,18 Vespidae 1,87 0,87 1,00 0,68 0,68 Apidae 0,12 0,06 0,12 0,31 0,00 Halictidae 0,06 0,06 0,00 0,12 0,18 Parasitoides 0,00 0,00 0,18 0,31 0,25 Coccinellidae 0,06 0,00 0,12 0,00 0,00 Syrphidae 0,43 0,62 0,62 0,93 1,31 Diptera (outros) 28,93 41,45 163,56 1210,25 609,75 Outros 3,00 2,06 3,43 10,75 2,31
Diptera (outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae. Outros = Lepidoptera + Coleoptera (outros) + Hemiptera + Aranhas + Blattodea.
57
58
Numericamente as concentrações 25 e 5% capturaram mais dípteros não-alvo,
em ambos os pomares e safras. Além disso, a concentração de 25% também foi nas
duas culturas e nas duas safras a que mais capturou insetos não-alvo e outros como
Lepidoptera, Coleoptera, Hemiptera e aranhas (Tabelas 6 a 9).
As concentrações de 25 e 5% se mostraram ineficientes para capturar moscas-
das-frutas. Com relação à captura de insetos não-alvo, estes tratamentos também se
mostram inadequados, pois capturaram mais insetos não-alvo que as concentrações
de 100, 75 e 50%. Além de dificultar o trabalho de vistoria das armadilhas, há um custo
ecológico nessa captura massiva de outros insetos que não a praga de interesse,
onde são capturados inimigos naturais e polinizadores (SCOZ et al., 2004; NAVA;
BOTTON, 2010).
Um problema frequente em sistemas de monitoramento de moscas-das-frutas
utilizando atrativos alimentares é a quantidade de insetos não-alvo capturados nas
armadilhas (THOMAS et al., 2001), principalmente quando a estabilidade do atrativo
é baixa, que é o caso da maioria dos sucos, por exemplo. Além destes insetos
dificultarem no monitoramento em função da grande quantidade, eles também podem
exercer funções benéficas como predação, parasitismo e polinização (ZART;
FERNANDES; BOTTON, 2009; VILLAR et al., 2010; BORTOLI, 2014).
A escolha de atrativos menos seletivos é preferida, pois a escolha normalmente
baseia-se no custo e na facilidade de obtenção (PIÑERO et al., 2003), sendo
desconsiderados aspectos como padronização da composição, durabilidade da
solução no campo, eficácia nas capturas e seletividade a artrópodes não-alvo (RAGA
et al., 2006; VILLAR et al., 2010).
Embora estudos recentes demonstrem o potencial de uso de sucos de frutas
no monitoramento de moscas-das-frutas (NUNES et al., 2013; JAHNKE; REYES;
REDAELLI, 2014), na atualidade produtos à base de proteína hidrolisada são
melhores atrativos para essas espécies (ROSA et al., 2017b), com destaque para o
CeraTrap®, que tem boa seletividade a organismos não-alvo (LASA et al., 2014b).
2.4.5 Avaliação das concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em relação
ao custo-benefício
Com base no cálculo de custo semanal de monitoramento, todas as
concentrações diferem entre si (Tabela 10). Os valores de monitoramento por
59
tratamento para o pomar de ameixeira foram mais baixos devido ao fato de que as
médias de evaporação também foram mais baixas. Em hipótese a menor evaporação
ocorreu em ameixeira devido a maior densidade de folhagem do dossel do pomar.
Tabela 10 – Custo em reais (R$) das diferentes concentrações do atrativo alimentar
CeraTrap® para o monitoramento de moscas-das-frutas por armadilha
por semana em pomares de pessegueiro e ameixeira, 2017/2018 e
2018/2019, nos municípios de Pinheiro Preto e Videira.
Concentrações (%) Pessegueiro
Safra 2017/18
Pessegueiro
Safra 2018/19
Ameixa -
Safra 2017/18 e
2018/19
100 1,40 a 1,10 a 0,80 a
75 1,04 b 0,79 b 0,60 b
50 0,66 c 0,54 c 0,42 c
25 0,36 d 0,36 d 0,26 d
5 0,09 e 0,07 e 0,04 e
1. Nos pomares de pessegueiro, a análise do custo foi realizada por safra
Uma desvantagem do uso de proteínas hidrolisadas como atrativos é a captura
de insetos não-alvo (ALUJA, 1994), com uso de suco de uva o número de insetos não-
alvo capturados é ainda mais elevado (THOMAS et al., 2001; MACHOTA JR, 2015).
O atrativo CeraTrap®, apesar de ser uma proteína hidrolisada possui boa seletividade
para insetos não-alvo (LASA et al., 2014b).
Porém, com base nos resultados de capturas, evaporação e seletividade,
constata-se que as concentrações de 25 e 5% não são eficientes para monitoramento
de moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro e ameixeira, independente de
custo semanal com atrativo, pois além de não ser eficiente na captura de A.
fraterculus, capturou grande número de insetos não-alvo o que aumentaria
significativamente os custos com mão de obra para realização do monitoramento.
Há uma redução no número de captura de insetos não-alvo quando ocorre a
utilização de proteínas hidrolisas e levedura de Torula® em comparação com suco de
uva (MACHOTA JR, 2015). O suco de uva e glicose contém açúcar e pH ácido
(MACHOTA JR, 2015). Em hipótese o pH alcalino de atrativos como Torula® e
CeraTrap® diminuem as capturas de insetos não-alvo (HEATH et al., 2009) o mesmo
60
é observados no presente trabalho, mesmo em diluição o CeraTrap® mantém esta
característica, assim como o produto sem diluição o pH das concentrações de 75 e
50% ficou próximo da alcalinidade.
Como as concentrações de 100, 75 e 50% não diferem entre si na evaporação,
é necessário considerar o total de capturas e a seletividade destas três concentrações,
para que seja possível determinar qual delas apresenta melhor custo-benefício. Com
relação à captura de insetos não-alvo, com exceção das concentrações de 25 e 5%
que já não foram eficientes na captura, as demais concentrações se equiparam. No
entanto a concentração de 75% apresentou os melhores resultados para a captura de
MFSA, não diferindo de 100 e 50% em pomares de ameixeira e em pessegueiro na
safra 2017/18, mas sendo superior a 50% na captura na safra 2018/19 em
pessegueiro. Portanto, embora monetariamente a concentração de 75% não seja mais
econômica que 50%, é a que apresenta melhor custo-benefício para monitoramento
de MFSA em frutíferas de caroço, pois de modo geral foi a que mais capturou A.
fraterculus, além disso a campo foi possível observar que 50% apresentou maior
proliferação de micélio fúngico, o que também dificulta a prática do monitoramento.
2.4.6 Avaliação da diversidade de moscas-das-frutas em pomares de
pessegueiro e ameixeira, utilizando CeraTrap® como atrativo alimentar
De um total de 268 moscas-das-frutas capturadas nos pomares de pessegueiro
na safra 2017/18, 267 delas eram da espécie Anastrepha fraterculus, correspondendo
a 99,62% do total, o outro exemplar pertence a Rhagoletis blanchardi.
Na safra 2018/19, de um total de 137 moscas-das-frutas capturadas nos
pomares de pessegueiro, 136 eram da espécie Anastrepha fraterculus
correspondente a 99,27% do total. O outro indivíduo encontra-se em identificação.
Nos pomares de ameixeira, na safra 2017/18, foram capturados apenas 35
exemplares de moscas-das-frutas, sendo 33 pertencentes a Anastrepha fraterculus,
correspondendo a 94,28% do total; e os outros dois exemplares pertencentes a
Rhagoletis blanchardi e Anastrepha montei.
Na safra 2018/19 foram capturados 59 exemplares de moscas-das frutas,
sendo 57 da espécie Anastrepha fraterculus correspondente a 96,61% do total, e os
outros dois indivíduos ainda não foram identificados.
61
Quatrocentos e noventa e nove indivíduos de moscas-das-frutas foram
capturados, sendo 405 em pessegueiro e 94 em ameixeira. Considerando as duas
culturas e as duas safras, 493 indivíduos são da espécie Anastrepha fraterculus
(98,79%), e seis são de outras espécies (1,21%).
Informações sobre níveis de infestação, fenologia e taxonomia de espécies são
importantes para entender a dinâmica populacional de moscas-das-frutas e seus
hospedeiros (ROSA et al., 2018).
Os resultados corroboram os de outros autores de que no Rio Grande do Sul e
em Santa Catarina, aproximadamente 95% das moscas-das-frutas capturadas em
armadilhas pertencem à espécie Anastrepha fraterculus (SALLES; KOVALESKI,
1990; SCOZ et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2010). Embora seja consenso entre vários
autores de que para região sul do Brasil a espécie A. fraterculus seja predominante,
avaliar a diversidade de espécies continua sendo de suma importância, caso surjam
novas espécies e também identificar a presença de possíveis espécies quarentenárias
(NAVA; BOTTON, 2010).
No México, diversos trabalhos mostram que mesmo havendo grande
diversidade de espécies de Anastrepha em pomares comerciais, A. ludens, A.
serpentina e A. obliqua representam mais de 90% das capturas (ALUJA et al., 2012).
No Brasil, a dominância de apenas uma ou duas espécies de moscas-das frutas
também foi constatada em várias pesquisas (ALBERTI; BOGUS; GARCIA, 2012;
HUSC et al., 2012; ROSA et al., 2018).
Rosa et al. (2017b), por exemplo, utilizando CeraTrap® como padrão de captura
atingiram um percentual de 98,7 de moscas-das-frutas da espécie Anastrepha
fraterculus, em pomares de ameixa, pera e goiaba-serrana, nas regiões de Videira,
Caçador e São Joaquim. Comparando atrativos alimentares em pomar de macieira,
Teixeira et al. (2010) obtiveram um percentual de 99,9% de moscas-das-frutas da
espécie A. fraterculus. Resultado similar foi encontrado por Scoz et al. (2006) em
pomares de pessegueiro, onde 100% dos indivíduos capturados eram desta espécie.
A alta incidência da espécie A. frateculus, tem correlação direta com a presença
de hospedeiros nativos. Em Santa Catarina, a presença da espécie foi confirmada em
20 espécies nativas e exóticas pertencentes a 8 famílias botânicas (GARCIA;
NORRBOM, 2011). Ressalta-se ainda que esta é a espécie selvagem mais adaptada
e provavelmente por este motivo seja predominante (BISOGNIN et al., 2013).
62
2.5 CONCLUSÕES
O atrativo alimentar CeraTrap®, na concentração de 50% mostrou-se viável em
relação a recomendação atual que é de 100%, na captura de fêmeas adultas de
Anastrepha fraterculus em pomares de pessegueiro e ameixeira;
A concentração de 75% do atrativo alimentar CeraTrap® deve ser utilizada para
monitoramento de Anastrepha fraterculus em pomares de pessegueiro e ameixeira;
As concentrações de 5 e 25% do atrativo alimentar CeraTrap® são inviáveis
para serem utilizadas em programas de monitoramento/manejo de Anastrepha
fraterculus;
Acima de 98% das moscas-das-frutas capturadas em armadilhas iscadas com
o atrativo alimentar CeraTrap®, na região do Vale do Rio do Peixe, pertencem a
espécie Anastrepha fraterculus.
63
3 CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO DE DISPOSITIVO DE CAPTURA MASSAL PARA
CONTROLE DE MOSCAS-DAS-FRUTAS SULAMERICANA EM
POMARES DE AMEIXEIRA
3.1 RESUMO
Anualmente as pragas causam sérios prejuízos à produção, necessitando de
ferramentas eficientes para seu manejo. As moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae)
estão entre as pragas de maior expressão econômica na fruticultura mundial. A
captura massal é uma técnica de controle de insetos-praga que objetiva atrair,
capturar e matar o maior número de insetos possível, utilizando alta densidade de
armadilhas e atrativos eficientes. Com a retirada de algumas moléculas inseticidas do
mercado brasileiro nos últimos anos e a exigência por alimentos livres de resíduos,
novas ferramentas precisam ser desenvolvidas e aprimoradas. A captura massal é
uma dessas ferramentas, podendo ser empregada como alternativa no manejo de
moscas-das-frutas no Brasil. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes
configurações (combinação de concentração do atrativo alimentar, cor e superfície
adesiva) de armadilhas na eficiência de captura da mosca-das-frutas sulamericana.
Foram 14 tratamentos casualizados em 7 blocos. Todas as análises foram realizadas
considerando o nível de 5% de significância. Concentrações a partir de 50% de
CeraTrap® são eficientes na atratividade de moscas-das-frutas, porém os dados
obtidos nessas duas safras ainda não permitem determinar se a cor e a cola agregam
eficiência no dispositivo a ser utilizado em captura massal.
64
65
3.2 INTRODUÇÃO
Anualmente os fruticultores enfrentam adversidades na produção, como a
ocorrência de insetos fitófagos, que na condição de pragas causam sérios prejuízos e
exigem ferramentas eficientes para seu manejo. Desta forma, tecnologias vêm sendo
desenvolvidas, visando monitoramento, eficiência de captura e controle, objetivando
reduzir custos e minimizar os impactos ambientais, além de proporcionar alimentos
mais saudáveis ao consumidor final.
As moscas-das-frutas são dípteros (Tephritidae) que causam danos diretos
decorrentes do desenvolvimento larval (construção de galerias) na polpa dos frutos,
bem como do aumento da incidência de doenças (principalmente a podridão-parda,
causada pelo fungo Monilinia fructicola) associadas à lesão causada pelas fêmeas
durante a oviposição (NAVA; BOTTON, 2010). A importância é tamanha que em
situações de falha no controle, as perdas podem ser de 100% da produção (EPAGRI,
2016).
Desde a implantação da fruticultura no sul do Brasil, as moscas-das-frutas são
o principal problema fitossanitário enfrentado pelos fruticultores (BOTTON et al., 2016)
e o uso de inseticidas em cobertura ainda é a principal ferramenta utilizada para o
controle desta praga (BOTTON et al., 2017). Contudo, os inseticidas que
apresentavam eficácia na mortalidade de larvas foram retirados do mercado ou
apresentam restrições de uso (BOTTON et al., 2017) e, portanto, as novas táticas de
controle devem ter como base principal a supressão populacional de adultos,
permitindo melhorias nas práticas de controle da praga com redução significativa de
custos (ARIOLI et al., 2018).
A captura massal (mass trapping) é uma tática de controle que tem por princípio
atrair, capturar e matar, utilizando uma alta densidade de armadilhas com atrativos
líquidos ou sólidos, que atraem os insetos para as armadilhas (EL-SAYED et al., 2006;
NAVARRO-LLOPIS; PRIMO; VACAS, 2012; SHELLY et al., 2014). Essa técnica
possibilita a redução do emprego de inseticidas em pomares de produção
convencional e vem sendo utilizada de forma rotineira para controle da mosca-do-
mediterrâneo Ceratitis capitata (Wied., 1824) (Diptera: Tephritidae) na Espanha, Itália
e Marrocos (EL ARABI et al., 2011). No entanto, o sucesso da captura massal
depende da eficiência da substância utilizada como atrativo e da eficácia da armadilha
na captura (NAVARRO-LLOPIS; PRIMO; VACAS, 2012) (Figuras 6 e 7 e Tabela 11).
66
Figura 4 – Vista frontal de diferentes modelos de armadilhas para a captura de
moscas-das-frutas (1) Multilure; (2) garrafa PET transparente; (3)
moskisan; (4) Tephri trap; (5) Ecological Tephri trap.
Fonte: Adaptado de Lasa, 2015.
Figura 5 – Vista frontal (a) e lateral (b) de diferentes modelos de armadilhas
comerciais, (1) McPhail IPS 235; (2) MS2 trap; (3) Maxitrap Plus; (4)
Maxitrap UV; (5) Conetrap; (6) Dome Trap.
Fonte: Adaptado de Lasa, 2014b.
No Brasil, essa ferramenta chegou a ser utilizada no controle da mosca-das-
frutas com armadilhas iscadas com suco de frutas (LORENZATO, 1984). Porém, a
baixa eficiência nas capturas (SALLES, 1995; SCOZ et al., 2006;) e a necessidade de
constante reposição ou trocas semanais dos atrativos (NAVA; BOTTON, 2010; RAGA;
VIEIRA, 2015) inviabilizou a adoção da técnica, que é pouco explorada nos pomares
brasileiros (ARIOLI et al., 2018). Portanto, a estabilidade do atrativo utilizado é
67
essencial para viabilizar a técnica, uma vez que implica em questões centrais de
manejo que são a mão de obra e o custo (BOTTON et al., 2017; ARIOLI et al., 2018).
Com a introdução, no mercado brasileiro, de uma nova formulação de proteína
hidrolisada de origem animal altamente atrativa para as moscas-das-frutas e com
elevada estabilidade a campo, foi possível retomar os trabalhos de controle por
captura massal. Diferentes armadilhas e adesivos de cor amarela são comumente
utilizados em programas de controle de dípteros, avaliar estas ferramentas
conjuntamente com atrativo eficiente é o objetivo central do trabalho.
Foi avaliado durante duas safras, diferentes armadilhas (combinação de
concentração do atrativo alimentar, cor e superfície adesiva), com o objetivo de
disponibilizar informações sobre: qual seria a melhor concentração de CeraTrap®
conjugada com o tipo de armadilha, que viabilize a implementação da captura massal
para a supressão populacional da mosca-das-frutas sulamericana Anastrepha
fraterculus em pomares de frutas de caroço.
68
Tabela 11 – Características e classificação de produtos disponíveis comercialmente
para o manejo das moscas-das-frutas em pomares de frutíferas
(adaptado de Vargas, Piñero e Hoffmann, 2014).
Atrai e mata
Tipos Modo de ação Descrição Exemplo
Captura massal
Armadilhas úmidas
Moscas se afogam no líquido
Iscas líquidas (proteína hidrolisada ou sais de amônia
CeraTrap®, Olipe, Servatray®
Atrativos secos + água
MultiLure® iscada com BioLure + água
Armadilhas secas
Armadilhas adesivas
Atrativo seco armadilha Delta
Inseticida
Inalação (DDVP)
Moskisan® + BioLure®
Inseticida de contato
Decis®
Estações Isca
Atrai e infecta Contaminação por contato
Fungos
Atrai e mata
Inseticida de contato
M3®, Vioril®, Magnet® MED MAT
Inseticida de ingestão
SPLAT (Anamed®), EPALure&kill®
Atrai e esteriliza
Agente esterilizante de ingestão
Adress®
3.3 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido durante as safras 2017/2018 e 2018/2019, em
pomar comercial de ameixeira (Prunus salicina, cultivar Fortune) de aproximadamente
5 hectares, 10 anos de idade, e espaçamento de 5 (entre linhas) x 1,20m (entre
plantas). O entorno do pomar é constituído, em grande parte, por remanescentes de
mata atlântica; um pomar de pessegueiro a leste; e um vinhedo a oeste. O pomar está
localizado na região do Meio-Oeste de Santa Catarina, Alto Vale do Rio do Peixe, no
município de Videira, a 27°03’39” de latitude Sul, 51°06’40” de longitude Oeste e
altitude média de 870m. Segundo a classificação de Köppen (PEEL; FINLAYSON;
MCMAHON, 2007), o clima local é temperado.
69
A eficiência de captura da mosca-das-frutas sulamericana foi avaliada com
armadilhas (garrafas) de polietileno tereftalato (PET) modelo CeraTrap System® de
1,5L (12 tratamentos) e mais duas armadilhas (PET) de 600mL (02 tratamentos)
combinados com concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® (100, 75 e 50%); cor
(amarela e transparente) e superfície adesiva (presença e ausência) das armadilhas
(Tabela 12). Como nos trabalhos de captura massal obtidos até então no Brasil foram
utilizadas armadilhas (garrafas) PET de 0,6L, dois tratamentos (controle) foram
adicionados ao experimento. Os experimentos foram conduzidos em delineamento
casualizado em blocos, com sete repetições (armadilhas). Na safra 2 os tratamentos
foram recasualizados dentro de cada bloco (Apêncide D). Foram realizadas quatro
coletas na safra 2017/18 e três coletas na safra 2018/19, com diferentes intervalos de
tempo (Quadro 2).
Com auxílio de peagâmetro, em laboratório, também foram obtidos os valores
de pH de cada concentração e da água utilizada na diluição. Com objetivo de obter
maiores informações que contribuíram na discussão dos resultados.
Em cada coleta, foram contabilizadas as moscas-das-frutas presas na cola
adesiva (para os tratamentos que possuíam este meio de captura), posteriormente,
com auxílio de peneira e pinça entomológica, foi realizada contagem das moscas que
estavam no interior da armadilha (no atrativo). Para as armadilhas que possuíam cola
os adesivos eram repostos após cada coleta.
70
Tabela 12 – Caracterização dos tratamentos utilizados no experimento para avaliação
de dispositivo para ser utilizado em estratégia de captura massal, nas
safras 2017-2018 e 2018-2019, em pomares de ameixeira no município
de Videira.
Trat. Concentração
do atrativo alimentar
Armadilha Volume
de atrativo Cor
Superfície adesiva (cola) 1
Tipo/ Volume
1 100% Transparente Presente PET 1,5 L2 0,6 L
2 100% Transparente Ausente PET 1,5 L2 0,6 L
3 100% Amarela Presente PET 1,5 L2 0,6 L
4 100% Amarela Ausente PET 1,5 L2 0,6 L
5 75% Transparente Presente PET 1,5 L2 0,6 L
6 75% Transparente Ausente PET 1,5 L2 0,6 L
7 75% Amarela Presente PET 1,5 L2 0,6 L
8 75% Amarela Ausente PET 1,5 L2 0,6 L
9 50% Transparente Presente PET 1,5 L2 0,6 L
10 50% Transparente Ausente PET 1,5 L2 0,6 L
11 50% amarela Presente PET 1,5 L2 0,6 L
12 50% amarela Ausente PET 1,5 L2 0,6 L
13 100% transparente Presente PET 0,6 L3 0,3 L
14 100% transparente Ausente PET 0,6 L3 0,3 L
1Superfície adaptada com cartões amarelos com adesividade em ambas as faces, modelo Biocontrole – Métodos de Controle de Pragas Ltda. (Indaiatuba, Brasil) (Figura 8)
2Garrafa plástica de polietileno tereftalato (PET), modelo CeraTrap System® da Bioibérica S.A. (Barcelona, Espanha), volume 1,5 litros (Figura 8) 3Garrafa plástica de polietileno tereftalato (PET), modelo da Coca-Cola Company (Atlanta, EUA), volume 0,6 litros (Figura 8)
Quadro 2 – Datas das coletas de moscas-das-frutas nas safras 2017/2018 e
2018/2019, em pomar de ameixeira no município de Videira, com
intervalo de dias entre elas.
Safra 1
Datas de coleta
Intervalo de dias Safra 2
Datas de coleta
Intervalo de dias
18/10/2017 08/11/2018
08/11/2017 21 28/11/2018 20
01/12/2017 22 20/12/2018 23
15/12/2017 14 09/01/2019 20
09/01/2018 24
71
Para o tratamento de cor “transparente”, foram retirados os rótulos que
envolviam as garrafas. Para a cor “amarela”, as armadilhas foram envoltas com
adesivo vinil de cor amarela (marca Starline®) até a altura dos orifícios de entrada.
Para os tratamentos com superfície adesiva, foram utilizados cartões amarelos com
adesividade em ambas as faces (marca Biocontrole®), de 11 x 6,5 cm. Os cartões
(dois por garrafa) foram colados imediatamente abaixo dos orifícios de entrada,
fixados com arame galvanizado para evitar o desprendimento e foram substituídos em
cada coleta.
Figura 6 – Armadilhas utilizadas: A) armadilha CeraTrap System® adaptada com
cartões amarelos adesivos em ambas as faces (volume 1,5 litros, com
quatro orifícios de 7mm); B) armadilha CeraTrap System® adaptada com
adesivo vinil amarelo (volume 1,5 litros, com quatro orifícios de 7mm); C)
armadilha do tipo PET, modelo da Coca-Cola Company (volume 0,6 litros,
com dois orifícios de 7mm).
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
3.3.1 Análise dos dados
Para a variável captura de adultos (machos e fêmeas), os dados foram
avaliados considerando o somatório de capturas por repetição durante todo o período
do experimento, ou seja, todas as datas de avaliação.
As análises de dados foram realizadas considerando as safras 2017/2018 e
2018/2019 individualmente. Para análise dos dados do número de indivíduos
capturados por armadilha, foi utilizado o modelo Binomial Negativo, implementado no
72
pacote MASS (VENABLES; RIPLEY, 2002). Para a análise dos dados de razão sexual
empregou-se a distribuição binomial com parâmetro de dispersão (quasibinomial). Os
gráficos de resíduos versus valores preditos e gráficos seminormais foram
empregados para análise de diagnóstico dos modelos ajustados. A comparação entre
as diferentes concentrações foi realizada por meio da análise de contrastes disponível
no pacote multicomp (HOTHORN; BRETZ; WESTFALL, 2008). Todas as análises
foram realizadas considerando o nível de 5% de significância, com auxílio do ambiente
estatístico R (R CORE TEAM, 2018).
Para melhor discussão dos dados, foi calculado o índice MAD
(mosca/armadilha/dia): MAD = Moscas/(Armadilha x Dias de exposição das
armadilhas). As médias de MAD por data de coleta e por safra são apresentadas
graficamente.
3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.4.1 Eficiência das concentrações
Foram capturadas 306 moscas-das-frutas na safra 2017/18 e 1738 na safra
2018/19, totalizando 2044 indivíduos. Na primeira safra, foram capturadas 210 fêmeas
(68,52%) e 96 machos (31,48%); e na segunda safra, 1072 fêmeas (61,68%) e 666
machos (38,32%), com média de 62,7% de fêmeas nas duas safras.
Embora para determinação do MAD não se leve em consideração o sexo das
MFSA, uma maior captura de fêmeas é desejável, pois são estas que causam os
danos diretos aos frutos quando realizam a oviposição (SALLES, 1999; ROSA et al.,
2017b).
Embora a dinâmica populacional de diversas espécies de moscas-das-frutas
sofra influência de variáveis climáticas como precipitação, umidade relativa do ar,
temperatura e ventos (RAGA et al., 1996; GARCIA; CORSEUIL, 1999), as variações
da densidade populacional de moscas-das-frutas também podem ser influenciadas
pela disponibilidade de hospedeiros (ALBERTI; BOGUS; GARCIA, 2012). Salles
(1995) afirma que a flutuação populacional da mosca-das-frutas não obedece a um
padrão, e pode haver diferenças significativas entre os anos, regiões e até locais
dentro de uma mesma região.
73
Na safra 2017/18, nota-se um leve aumento nas capturas já na segunda coleta
em 01/12/17, mas os maiores MAD (próximos de 0,18) foram obtidos com os
tratamentos 1 e 3 na data de 15/12/17 e foram bem abaixo do nível de controle (índice
MAD igual a 0,5) (CARVALHO, 2005) (Figura 9).
Na safra 2018/19, também houve um aumento nas capturas na segunda coleta
(20/12/18) e incremento significativo na última coleta (09/01/2019), sendo que nesta
data foram observados os maiores MAD para todos os tratamentos, com destaque
para os tratamentos 6 e 8 que apresentaram valores acima de 1,6 (Figura 10).
Figura 7 – Flutuação populacional (índice MAD) de Anastrepha fraterculus em
armadilhas de captura massal em diferentes dispositivos de captura
(tratamentos 1 a 14 - concentração do atrativo alimentar, cor e superfície
adesiva), na safra 2017/2018 em pomar de ameixeira, no município de
Videira.
(1) 100%, transparente, com cola 1,5 L; (2)100%, transparente, sem cola, 1,5 L; (3) 100%, amarela, com cola, 1,5 L; (4) 100%, amarela, sem cola, 1,5; (5) 75%, transparente, com cola, 1,5 L; (6) 75%, transparente, sem cola, 1,5 L; (7) 75%, amarela, com cola, 1,5 L; (8) 75%, amarela, sem cola, 1,5 L; (9) 50%, transparente, com cola, 1,5 L; (10) 50%, transparente, sem cola 1,5 L; (11) 50%, amarela, com cola, 1,5 L; (12) 50%, amarela, sem cola, 1,5 L; (13) 100%, transparente, com cola 0,6 L; (14) 100%, transparente, sem cola, 0,6 L. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
0,2
08/11/2017 01/12/2017 15/12/2017 09/01/2018
MA
D
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
74
Figura 8 – Flutuação populacional (índice MAD) de Anastrepha fraterculus em
armadilhas de captura massal em diferentes dispositivos de captura
(tratamentos 1 a 14 - concentração do atrativo alimentar, cor e superfície
adesiva), na safra 2018/2019 em pomar de ameixeira, no município de
Videira.
1) 100%, transparente, com cola 1,5 L; (2)100%, transparente, sem cola, 1,5 L; (3) 100%, amarela, com cola, 1,5 L; (4) 100%, amarela, sem cola, 1,5; (5) 75%, transparente, com cola, 1,5 L; (6) 75%, transparente, sem cola, 1,5 L; (7) 75%, amarela, com cola, 1,5 L; (8) 75%, amarela, sem cola, 1,5 L; (9) 50%, transparente, com cola, 1,5 L; (10) 50%, transparente, sem cola 1,5 L; (11) 50%, amarela, com cola, 1,5 L; (12) 50%, amarela, sem cola, 1,5 L; (13) 100%, transparente, com cola 0,6 L; (14) 100%, transparente, sem cola, 0,6 L. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
As médias de captura foram menores na safra 2017/18 do que na safra 2018/19
(Tabela 13). Na safra 2017/18, os tratamentos 1, 3 e 14 não diferiram entre si e
capturaram mais indivíduos do que o tratamento 10. Porém, esses tratamentos não
diferiram dos demais. Na safra 2018/19, os tratamentos não diferiram entre si.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
28/11/2018 20/12/2018 08/01/2019
MA
D
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
75
76
Embora o número de capturas da safra 2018/19 tenha sido maior do que na
safra 2017/18 e isso favoreça a visualização das diferenças entre os tratamentos, as
capturas se concentraram principalmente nos blocos 6 e 7 e, assim, gerou grande
variabilidade nos dados. Assim, mesmo com grande amplitude nas médias (máxima
38,00; mínima 9,00), a variabilidade (erros padrão) influenciou decisivamente para não
haver diferença entre os tratamentos.
A eficiência de captura de mosca-das-frutas do atrativo alimentar CeraTrap®
utilizado sem diluição frente a outros atrativos já foi amplamente relatada em
diferentes cultivos agrícolas e países (LASA et al., 2014b; BORTOLI et al., 2016;
ROSA et al., 2017b). O atrativo se mantém eficiente a campo por longo período sem
necessidade de troca e, desse modo, é satisfatório em um cenário de escassez de
mão de obra cada vez maior. Para A. obliqua, por exemplo, esse atrativo teve
durabilidade de 30 dias (Lasa e Cruz, 2014); para A. ludens, já se registraram
durabilidades de 45 a 60 (Santos-Ramos et al., 2011), 60 (Lasa et al. (2015)) e 90 dias
(Lasa et al., 2014b); e para A. fraterculus, já se observou durabilidade de 60 dias
(Machota Jr., 2015).
Vários autores relatam também um maior percentual de captura de fêmeas
quando utilizaram CeraTrap® como padrão de captura (MIRANDA-SALCEDO et al.,
2014; HERRERA et al., 2015; LASA et al., 2015; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al.,
2017b). Bortoli et al. (2016), avaliaram cinco atrativos (CeraTrap®, Torula®,
Bioanastrepha®, glicose de milho e suco de uva tinta) em pomares de citros, e
verificaram que o CeraTrap® além de capturar mais moscas-das-frutas, também
capturou mais fêmeas (razão sexual de 55,33%) que os demais atrativos.
Em Videira, Caçador e São Joaquim, Rosa et al. (2017b) obtiveram 67,7%
fêmeas e 32,3% machos em pomar de ameixeira; e 60,9% de fêmeas e 39,1% de
machos em pomar de pera. Em pomares de goiaba serrana, Rosa et al. (2017a)
registraram 57,4% de fêmeas e 42,6% de machos de mosca-das-frutas.
Em vinhedos na Serra Gaúcha, Machota Jr. (2015) obteve um percentual de
62% de fêmeas utilizando CeraTrap® como padrão de captura. No México, para a
espécie Anastrepha ludens, Herrera et al. (2015) encontraram uma média um pouco
superior, de 77% de fêmeas.
O número de fêmeas capturadas na safra 2017/18 foi, em geral, maior do que
na safra 2018/19, mas os tratamentos não diferiram para razão sexual, em ambas as
safras. (Tabela 13).
77
Testando concentrações de 100, 75 e 50% de CeraTrap® os percentuais de
fêmeas de A. ludens obtidos por Lasa et al. (2015) foram de 82,3; 84,1 e 81,3% de
fêmeas, respectivamente. Rosa, Arioli e Botton (2015) testando as mesmas
concentrações para A. fraterculus obtiveram percentuais menores, de 55,3; 52,1 e
53,1%.
Miranda-Salcedo (2018) utilizou uma solução com uma parte de CeraTrap® e
duas de água (33%) para capturar moscas-das-frutas do gênero Anastrepha na
cultura da manga, no México, e afirma que armadilhas iscadas com esta solução são
eficientes em reduzir a população de Anastrepha ludens e Anastrepha obliqua na
cultura, utilizando 40 armadilhas por hectare.
Testando concentrações de 100, 75 e 50% de CeraTrap®, em pomares de
laranja no México, os tratamentos não apresentaram diferenças significativas na
captura de A. ludens, porém concentrações mais altas apresentaram uma pequena
tendência de capturar mais (LASA et al., 2015).
Costa et al. (2016) testando CeraTrap® na captura de Ceratitis capitata afirmam
que em concentração de até 75% o produto não diminui a atratividade da solução. Já
os resultados encontrados por Rosa, Arioli e Botton (2015) testando estas mesmas
concentrações de CeraTrap®, na cultura da macieira, obtiveram o maior percentual de
capturas (39%) com a concentração de 50%, diferindo das demais.
No capítulo 1, em experimentos para monitoramento em pessegueiro e
ameixeira, embora genericamente as concentrações de até 50% sejam eficientes na
captura de MFSA, mostraram também que a concentração de 75% foi melhor que as
demais para uso em monitoramento nestas culturas.
A atração olfativa de moscas-das-frutas está relacionada à liberação de amônia
e seus compostos voláteis, que desempenham um importante papel na atração do
gênero Anastrepha (VISSER, 1986). Uma maior captura de fêmeas pode ser
explicada devido à demanda que estas possuem por alimentos proteicos para
produção de óvulos (SALLES, 2000; ZUCOLOTTO, 2000).
Um dos fatores que implica na eficiência do atrativo é o tempo de decomposição
(LÓPEZ-GUILLÉN; TOLEDO; ROJAS, 2010) e um dos principais compostos finais da
decomposição de atrativos proteicos é o nitrogênio amoniacal (MAZOR, 2009). Essa
tendência de capturar mais moscas-das-frutas poderia estar relacionada a um
aumento no grau de decomposição destas substâncias (MALO, 1992).
78
Porém, com a diminuição da velocidade de decomposição do atrativo, ocorre
também a diminuição na liberação de amônia (HEATH et al., 2009), que por sua vez
está relacionada ao pH básico da solução atrativa e influencia diretamente na
eficiência de captura (BATEMAN; MORTON, 1981).
O pH da água usada para diluir o atrativo, bem como dos tratamentos (Quadro
3) foram um pouco inferiores aos registrados por Machota Jr. (2015), onde os valores
de pH oscilaram entre 7,0 e 8,0 para CeraTrap®.
Quadro 3 - Valores de pH da água utilizada nas diluições e das diferentes
concentrações de CeraTrap® utilizadas na avaliação de dispositivo para
captura massal em pomar de ameixeira no município de Videira.
Soluções pH
Água 6,55
CeraTrap® 100% 6,78
CeraTrap® 75% 6,92
CeraTrap® 50% 6,96
Vários autores ressaltam a importância do aumento do pH da solução atrativa
na captura de moscas-das-frutas (EPSKY et al., 1993; EPSKY; KENDRA; SCHNELL,
2014; RAGA; VIEIRA, 2015) e incremento na atratividade da solução nesta condição
(MAZOR; GOTHILF; GALUN, 1987; PAIVA; PARRA, 2013; RAGA; VIEIRA, 2015).
Os resultados obtidos por Machota Jr. (2015) reforçam a superioridade nas
capturas de MFSA utilizando proteínas hidrolisadas e levedura Torula® com pH
oscilando entre 7,0 e 9,0 em relação a suco de uva e glicose, com pH de 3,0 e 4,0
(MACHOTA JR., 2015).
Proteínas hidrolisadas oferecem aminoácidos livres para nutrição e reprodução
e contêm fagoestimulantes, o que faz com que os insetos sejam atraídos por estas
substâncias (VARGAS; PROKOPY, 2006). Vários substratos usados como atrativos
para moscas-das-frutas são produtos da hidrólise de proteínas, e o tipo de hidrólise
pode afetar o tipo e quantidade de voláteis liberados (EPSKY; KENDRA; SCHNELL,
2014).
O CeraTrap® é obtido através de um processo de hidrólise enzimática à frio
(SANTOS-RAMOS et al., 2011), menos impactante aos compostos proteicos que a
hidrólise ácida (EPSKY; KENDRA; SCHNELL, 2014), conferindo-lhe menor
79
degradação, além de maior atratividade e estabilidade do produto (LASA et al.,
2014b).
A proteína hidrolisada CeraTrap® (100%) mantem-se estável por longo período
sem a proliferação de micélio fúngico, o que insinua a presença de conservantes na
composição (LASA et al., 2014b). Em hipótese, havendo conservante no produto
comercial, nas concentrações de 75 e 50%, a quantidade desses conservantes
diminui, favorecendo o desenvolvimento de bactérias que contribuiriam na
disponibilização de amônia e consequentemente na captura de MFSA, já que segundo
Heat et al. (2009) alguma atividade microbiana pode ser necessária no atrativo para
manter uma quantidade consistente de amônia sendo disponibilizada.
A diluição da proteína CeraTrap® até 75% em água não diminui a atratividade
da solução, mas favorece o aparecimento de fungos (COSTA et al., 2016). Apesar
disso, os resultados obtidos mostram que as concentrações de 75 e 50% podem ser
tão atrativas quanto a de 100%.
3.4.2 Eficiência das armadilhas
O uso de alta densidade de armadilhas iscadas com proteína e açúcares
fermentados objetivando captura em massa foi estudado na Espanha, na década de
1920 com uso de armadilhas “cazamoscas”. Essa armadilha era de vidro transparente,
em formato de sino, com uma invaginação na base e com um reservatório para
solução atrativa (GÓMEZ-CLEMENTE, 1929; PLANES, 1936, 1959). Newell (1936)
foi o primeiro a se referir a ela como armadilha McPhail, embora esse tipo de armadilha
tenha sido descrito 40 anos antes na Alemanha (Steyskal, 1977).
No Brasil, a estratégia chegou a ser utilizada na década de 80, com sucos de
frutas como atrativo (LORENZATO, 1984), mas devido à baixa eficiência, entrou em
desuso. Atualmente, a técnica volta ao cenário como uma oportunidade de controle,
dada a disponibilidade de atrativos mais eficientes (ARIOLI et al., 2018).
Atualmente, o custo pode ser um impedimento para a adoção da captura
massal (SHELLY et al., 2014), e a eficiência de controle depende diretamente da
densidade de armadilhas.
Hospedeiros mais sensíveis às injúrias causadas por moscas-das-frutas, como
o pessegueiro (Punus persica, L.), exigem uma densidade de 100 a 120 armadilhas
por hectare, por exemplo, sendo que programas de manejo de C. capitata na Europa
80
têm alcançado êxito com densidades até 150 armadilhas por ha (NAVARRO-LLOPIS;
VACAS, 2014). No Brasil, com uma densidade de armadilhas de 80 a 100/ha, COSTA
et al. (2016) afimam ser eficientes no manejo de C. capitata. Em densidades menores
(50 armadilhas/ha, por exemplo), a técnica da captura massal está frequentemente
associada a aplicações complementares de iscas tóxicas (LEZA et al., 2008) e/ou
pulverizações em área total.
Além do custo das armadilhas, a necessidade de reposição constante dos
atrativos, comum no caso dos atrativos líquidos, é uma limitação para uso da técnica
(THOMAS et al., 2001). Depende ainda do custo do atrativo que será utilizado
(NAVARRO-LLOPIS; PRIMO; VACAS, 2012) e outras várias características das
armadilhas que podem afetar a captura de tefritídeos-praga (CYTRYNOWICZ;
MORGANTE; SOUZA, 1982; LÓPEZ GUILLEN et al., 2009).
A armadilha McPhail é comumente utilizada em programas de monitoramento,
apesar de ser considerada cara, de difícil manuseio e de baixa eficiência (ALUJA,
1994; SHELLY et al., 2014). De acordo com Malo (1992) e Epsky et al. (1993),
armadilhas McPhail iscadas com proteínas hidrolisadas atraem ambos os sexos, mas
tendem a capturar mais fêmeas.
Já as armadilhas de Steiner, Jackson ou Nadel são do tipo seca (sem solução
líquida) e geralmente atrativas somente para machos, como trimedlure para Ceratitis
capitata (Wiedemann) ou metil eugenol e isca para muitas espécies de Bactrocera e
Dacus (TAN et al., 2014).
Neste trabalho, foram utilizadas armadilhas do tipo úmidas e com cola, que é
um dispositivo do tipo seco (Tabela 11). Até então não existe armadilha seca para
monitorar e capturar espécies de Anastrepha, utilizam-se somente atrativos líquidos
que capturam tanto fêmeas quanto machos das espécies desse gênero (SUCKLING
et al., 2016).
Uma estratégia de armadilhagem focada nas fêmeas é sempre mais eficiente,
já que a redução delas está diretamente relacionada à redução do dano aos frutos
(SALLES, 1999; ROSA et al., 2017b). Pesquisas sobre atrativos sintéticos para
fêmeas e o desenvolvimento de armadilhas ou dispositivos de atração e morte focados
em fêmeas são elementares no desenvolvimento de sistemas de captura massal
(NAVARRO-LLOPIS; VACAS 2013). Neste trabalho, de maneira geral todos os
tratamentos capturam mais fêmeas do que machos, nas duas safras (tabela 13).
81
As moscas-das-frutas são fotopositivas, ou seja, respondem à luz. Por este
motivo a maioria das armadilhas apresenta sua parte superior transparente, mantendo
as moscas na parte alta, acima dos orifícios de entrada, reduzindo fugas. A parte
inferior da armadilha é colorida e modelada para fornecer estímulos visuais para as
moscas-das-frutas. Por exemplo, as armadilhas projetadas mais recentemente para
C. capitata incluem formas arredondadas e cores amarelas (DÍAZ-FLEISCHER;
PIÑERO; SHELLY,2014).
É de amplo conhecimento que a cor amarela ou amarelo fluorescente é
altamente atraente para muitas espécies de moscas das frutas, incluindo A. fraterculus
(CYTRYNOWICZ; MORGANTE; SOUZA, 1982). Por exemplo, Netto, Campos e
Ishimura (2004) avaliaram a flutuação populacional de Anastrepha spp. em
maracujazeiro com armadilhas adesivas azuis e amarelas e verificaram que 79% dos
indivíduos desse grupo foram capturados por armadilhas amarelas. Bressan et al.
(1991) avaliaram a influência das cores e formas das armadilhas na captura de
moscas-das-frutas e também perceberam que as armadilhas amarelas apresentam
os maiores índices de captura. No entanto, Adamuchio et al. (2008), verificaram que
não houve eficiência das armadilhas McPhail modificadas pela adição da cor amarela
no seu terço inferior sobre as McPhail transparentes na captura de moscas-das-frutas.
Moscas do gênero Anastrepha também parecem ser atraídas por objetos
esféricos de cor amarela (CYTRYNOWICZ; MORGANTE; SOUZA, 1982). Sivinski
(1990), por exemplo, descobriu que esferas laranjas e verdes de 20 cm de diâmetro
eram mais atraentes para as fêmeas de A. suspensa do que esferas brancas,
amarelas ou pretas. No entanto, para esferas menores, 14 cm de diâmetro, a cor
amarela foi preferida.
Assim, aparentemente a eficiência da cor dependente também do tamanho da
armadilha, sendo a cor amarela preferida quando as armadilhas são menores (se
assemelhando a uma fruta hospedeira) e a cor verde quando as armadilhas são
maiores (ROBACKER, 1992). Para A. ludens, no entanto, este efeito pode ser
observado apenas em parcelas sem frutos. Quando a fruta está presente, o efeito do
tamanho é provavelmente menos importante e, como regra geral, em pomares com
frutas, o tamanho das armadilhas deve ser maior do que o das frutas (ROBACKER,
1992).
Pesquisas recentes têm contribuído para o desenvolvimento adicional de
projetos de novas armadilhas com diferentes cores, formas, configurações e materiais
82
que melhoram a eficácia da armadilha e, ao mesmo tempo, fornecem um método de
controle mais fácil de aplicar (NAVARRO-LLOPIS; VACAS 2013).
Navarro-Llopis et al. (2008) relataram que os novos desenhos de Moskisan®
(SanSan Agriculture Engineering, Valência, Espanha) capturam entre 1,5 a 2 vezes
mais fêmeas de C. capitata que MultiLure® ou Tephri-Traps®. Lucas-Espadas e
Hermosilla-Cerón (2008) obtiveram resultados semelhantes na Espanha, com
aumento de desempenho para a armadilha Moskisan® e a Maxitrap® (Probodelt,
Amposta, Espanha) em relação à Tephri-Trap® (Figura 6).
Machota Jr. (2015), testando em laboratório diferentes armadilhas (Maxitrap®;
Bioibérica trap®; CeraTrap System® trap; garrafa PET transparente; garrafa PET
verde; garrafa PET com metade inferior amarela; e armadilhas McPhail) iscadas com
Ceratrap®, não encontrou diferença significativa no número de insetos capturados
entre os diferentes modelos, e também não observou diferenças na captura de
fêmeas.
Embora Barros, Amaral e Malavasi (1991) alegam que modelos alternativos são
menos eficientes na captura de A. fraterculus em comparação à armadilha McPhail,
Lasa et al. (2014a) e Machota Jr. (2015) concluíram que armadilhas de baixo custo,
confeccionadas a partir de garrafas de polietileno tereftalato (PET), por exemplo, têm
potencial de reduzir custos em uma estratégia de captura massal.
Lasa et al. (2015), testando CeraTrap® na captura de Anastrepha ludens em
diferentes tipos de armadilha, constatou que armadilhas confeccionadas em garrafas
PET transparentes de 500 mL, com três orifícios de entrada de 10 mm foi equivalente
a outras três armadilhas comerciais (MultiLure®, Moskisan® e a Maxitrap®) e superior
a uma outra (Ecological Tephri®) na captura, com um custo unitário bem inferior.
Avaliando diferentes armadilhas na captura de Anastrepha serpentina,
Rodríguez et al. (2015) encontraram resultados semelhantes, mostrando que uma
armadilha de garrafa PET incolor simples e barata, iscada com CeraTrap®, foi tão
eficaz para a captura de A. serpentina quanto Multilure® ou Tephri Trap®.
Considerando que a maioria dessas armadilhas comerciais de base amarela
(Figura 7) quando comparadas com armadilhas PET transparentes, ambas iscadas
com o mesmo atrativo alimentar, capturam a mesma quantidade de moscas, pode-se
afirmar que a cor amarela não assume papel relevante na atratividade quando se
utiliza CeraTrap® como padrão de captura. Os dados obtidos neste trabalho
corroboram com isso, uma vez que armadilhas de coloração amarela iscadas com
83
diferentes concentrações de CeraTrap® não capturaram mais MFSA que armadilhas
transparentes.
Machota Jr. (2015) testando armadilhas confeccionas em PET e iscadas com
CeraTrap®, concluiu que armadilhas de 600 e 2000 mL, com 2 e 4 orifícios de entrada,
ambas iscadas com 250 mL de solução atrativa, capturam a mesma quantidade de
adultos, mas armadilhas de 600 mL, com dois orifícios evaporam menos atrativo que
as demais. Costa et al. (2016) verificaram que garrafas PET de 2L promovem o dobro
da evaporação da solução atrativa em relação às PET de 1L.
Quanto à evaporação, o tratamento 6 diferiu de 11, 13 e 14, enquanto 1, 2, 5,
9 e 10 evaporaram mais que o tratamento 13. Todos os demais não diferiram entre si
(Tabela 14). Quando se avaliou o percentual evaporado, todos os tratamentos se
equiparam no critério evaporação, ou seja, desconsiderando o volume inicial, as
perdas por evaporação são iguais (Tabela 15).
Tabela 11 - Médias (± EP) do total evaporado por tratamento na safra 2018/2019, em
pomar de ameixeira, no município de Videira.
Tratamentos Total evaporado
6. 75% sem cola Transparente 203,33±16,86 a 1. 100% com cola Transparente 184,28±12,31 ab 2. 100% sem cola Transparente 182,85±7,78 ab
10. 50% sem cola Transparente 180,00±8,99 ab 9. 50% com cola Transparente 177,14±17,68 ab 5. 75% com cola Transparente 175,71±21,02 ab 7. 75% com cola Amarela 174,28±8,95 abc
12. 50% sem cola Amarela 171,42±16,82 abc 8. 75% sem cola Amarela 165,71±13,42 abc 4. 100% sem cola Amarela 164,28±7,19 abc 3. 100% com cola Amarela 160,00±13,90 abc
11. 50% com cola Amarela 135,71±26,17 bc 14. 100% sem cola Transparente 120,00±9,25 bc 13. 100% com cola Transparente 108,57±10,78 c
84
Tabela 12 – Percentuais (± EP) do total evaporado por tratamento na safra 2018/2019,
em pomar de ameixeira, no município de Videira.
Tratamentos Percentuais evaporados
6. 75% sem cola Transparente 20,33±1,68 a 14. 100% sem cola Transparente 20,00±1,54 a 1. 100% com cola Transparente 18,42±1,23 a 2. 100% sem cola Transparente 18,28±0,77 a 13. 100% com cola Transparente 18,09±1,79 a 10. 50% sem cola Transparente 18,00±0,89 a 9. 50% com cola Transparente 17,71±1,76 a 5. 75% com cola Transparente 17,57±2,10 a 7. 75% com cola Amarela 17,42±0,89 a 12. 50% sem cola Amarela 17,14±1,68 a 8. 75% sem cola Amarela 16,57±1,34 a 4. 100% sem cola Amarela 16,42±0,71 a 3. 100% com cola Amarela 16,00±1,39 a 11. 50% com cola Amarela 13,57±2,61 a
Resultados parecidos foram obtidos no Capítulo 1 deste trabalho, onde as
concentrações de até 50% não diferiram para o critério evaporação.
Avaliando armadilhas com orifícios variando de 3 a 7 mm de diâmetro para
capturas de B. oleae e C. capitata, Luque-López e Pereda-Cruz (2003) observaram a
necessidade de um diâmetro mínimo de 5mm, com maiores capturas em 7mm. As
armadilhas utilizadas no trabalho (padrão Bioibérica®, CeraTrap System® trap),
contém 4 orifícios de entrada de 7mm.
Garrafas PET com dois orifícios de entrada de 7 mm foram utilizadas como
tratamentos controle (13 e 14) e foram iscadas com a metade (300mL) do volume
padrão utilizado nas armadilhas CeraTrap System® trap de 1,5L (600mL).
Considerando que na safra 2017/18 o tratamento 14 capturou mais que o 10 e que no
ano seguinte os tratamentos 13 e 14 não diferiram dos demais para captura, há de se
considerar a necessidade de mais estudos com uso desse tipo de material na
construção de dispositivos de captura.
Dos 14 tratamentos testados, metade deles continha adesivos com o objetivo
de avaliar a capacidade de incremento de captura de moscas que por ventura fossem
recrutadas até a armadilha, mas não fossem capturadas no atrativo.
Alguns autores utilizam dispositivos com cola em trabalhos com tefritídeos.
Duarte et al. (2015) realizaram monitoramento populacional através da instalação de
cinco armadilhas adesivas amarelas, dupla face Biotrap® (Yee, 2011) de 25,0 cm x
85
10,0 cm, em 2 ha de pomar de goiaba, espaçadas 30 m entre si, no interior da copa
das plantas e substituídas por novas quinzenalmente.
Azevedo et al. (2013) também utilizaram cola entomológica em experimento
avaliando frutos artificiais na captura de moscas-das-frutas e observaram que não
houve diferença entre os diferentes formatos e cores de frutos cobertos com cola
entomológica, mas que a armadilha McPhail utilizada como testemunha capturou mais
que os frutos artificiais.
Katsoyannos, Papadopoulos e Stavridis (2000) utilizando painéis adesivos
duplos de cor amarela, 15 x 20 cm (armadilha Rebell) capturaram sete vezes mais
indivíduos do que em painel amarelo, 14 x 23 cm, individual revestido com um adesivo
mais eficaz, o que mostra a eficiência de dispositivos com cola na captura de
tefritídeos.
Embora dispositivos com cola venham sendo utilizados na captura de moscas-
das-frutas, no presente trabalho a presença de cola nas armadilhas iscadas com
atrativo alimentar não contribuiu no incremento de capturas.
Estudos adicionais sobre a resposta de moscas-das-frutas a estímulos visuais
e de odor podem ajudar a projetar armadilhas mais eficientes para uso em programas
de captura massal e reduzir a dependência dos produtores em aplicações de
inseticidas (RODRÍGUEZ et al., 2015).
3.5 CONCLUSÕES
Os resultados obtidos nos experimentos realizados em duas safras ainda não
permitem determinar o melhor dispositivo (combinação de tipo, cor e superfície da
armadilha, e concentração do atrativo CeraTrap®). No entanto, é possível afirmar que
as concentrações de 100, 75 e 50% têm eficiência na captura de moscas-das-frutas e
que a superfície adesiva e a cor amarela não incrementam a eficiência de capturas de
MFSA quando se utiliza CeraTrap® como atrativo alimentar.
86
87
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No total foram capturados 499 indivíduos de moscas-das-frutas, 405 em
pomares de pessegueiro e 94 em pomares de ameixeira. Do total geral 78,35% eram
fêmeas e 21,64% eram machos. No pessegueiro 80% de fêmeas e 20% machos. Na
ameixeira 71,27% fêmeas e 28,72% machos. Estes dados reforçam o que foi discutido
nos capítulos 1 e 2 de que o atrativo avaliado captura um maior número de fêmeas e
isso é importante em um manejo da praga, haja visto que é a fêmea quem causa os
danos diretos.
Devido à baixa captura no pomar de ameixeira na safra 2017/18 (capítulo 1),
apenas 34 indivíduos, na safra 2018/19 foram colocadas 02 armadilhas iscadas com
CeraTrap® puro, na mata que circunda o pomar, uma em cada lateral. Estas
armadilhas foram instaladas no mesmo dia em que foi implantado o experimento. A
ideia inicial foi a de munir o produtor com informações sobre a flutuação populacional,
no intervalo entre as coletas do experimento, pois estas eram semanais e pensando
em controle no período de maturação dos frutos, este intervalo de tempo era muito
grande.
Após orientação, com as capturas dessas armadilhas, o produtor podia
perceber uma possível alta na população da praga, no entorno do pomar e adotar uma
medida de controle, por exemplo pulverização com inseticida em cobertura.
Embora o produtor vistoriasse as armadilhas, o mesmo não descartava os
insetos capturados, e quando era realizada a coleta no experimento, estas armadilhas
eram novamente vistoriadas e quando capturavam moscas-das-frutas, a quantidade
e o sexo eram registrados.
Após a realização dos experimentos de monitoramento, os produtores
forneceram seus cadernos de campo, com as datas e os produtos utilizados nas
aplicações fitossanitárias, realizadas durante os experimentos (Apêndice B) e desta
forma foi possível fazer comparações/ análises entre o controle químico adotado, as
capturas e eficiência no manejo da praga.
Ambos os produtores não utilizavam a ferramenta de monitoramento em seus
pomares. Como pode-se observar nos cadernos de campo, principalmente em
ameixeira e na safra 2017/18 em pessegueiro (capítulo 1), as aplicações de inseticidas
eram feitas ao esmo, e tinham por objetivo controlar além das moscas-das-frutas,
88
outras pragas da cultura como a broca dos ponteiros (Grapholita molesta, Busk) e
tripes (Tripes spp.).
Mesmo após a implantação dos experimentos, por se tratar de pomares
particulares não podíamos interferir no manejo dos produtores, quanto a utilização de
moléculas inseticidas. Porém sempre que detectada a presença de moscas-das-
frutas, os produtores eram informados e quando o número de capturas, era
significativo, embora não atingisse o MAD referência (0,5) era feita recomendação de
aplicação de inseticida em cobertura, mas a decisão final sempre foi do produtor.
A partir do início de dezembro, coincidindo com o fim da colheita do PS10711
e início de maturação do Eragil, observou-se um acréscimo no número de capturas e
devido a isso na data de 06/12/2017 foi feita recomendação de controle, com MAD de
0,31 para as concentrações de 75 e 50%, pois foram observados alguns frutos
infestados. Na semana seguinte na data de 13/12/17, os índices MAD se mantinham
e nova recomendação foi feita, porém, o produtor mesmo advertido, realizou aplicação
de inseticida somente na data de 19/12/17. Na data de 20/12 o MAD foi extrapolado,
atingindo índice de 0,65 na concentração de 100% e próximos de 1,9 nas
concentrações de 75 e 50%; e infelizmente, devido a esse “atraso” na adoção de
medida de controle, houveram perdas, pois no momento da aplicação do inseticida
danos já haviam sido provocados.
Na safra 2017/18, o total de aplicações de inseticida no pomar de pessegueiro
até a colheita foi de nove aplicações para o cultivar PS10711 e 11 aplicações para o
cultivar Eragil.
Na safra 2017/18 na cultura da ameixeira, as aplicações de inseticidas eram
realizadas semanalmente, sem restrição. No total do ciclo produtivo, foram realizadas
11 aplicações. Na cultura da ameixeira em nenhum momento foram identificados
danos causados por MFSA.
Na safra 2018/19, em ambas as culturas houve diminuição no número de
aplicações de inseticidas (Apêndice B). Em parte, isso pode ter ocorrido pela
conscientização promovida junto aos produtores. Na cultura do pessegueiro, onde
houve uma redução ainda maior, outro fator que contribuiu foi o manejo adotado pelo
proprietário e o fato de o mesmo possuir formação técnica na área.
No pomar de pessegueiro, safra 2018/19, o produtor optou por realizar
aplicações de inseticida para controle de MFSA, de acordo com o monitoramento
proporcionado pelo experimento. Foram apenas 04 aplicações de inseticidas durante
89
o ciclo produtivo, sendo uma delas, na data de 29 de setembro para controle de G.
molesta, utilizando Lefenurom que é um regulador de crescimento, e, portanto, menos
agressivo a insetos não-alvo por exemplo. Quando foram realizadas as outras
aplicações com intuito de controlar MFSA o cultivar PS10711 já havia sido colhido, ou
seja, neste cultivar não foi necessária nenhuma intervenção com inseticida com intuito
de controlar a praga e isso foi possível graças ao monitoramento. Em outra condição
o produtor teria realizado aplicações de inseticida.
Ressalva-se que na data de 22/12/18, quando o MAD oscilava próximo a 0,3
foi realizada aplicação de deltametrina no cultivar Eragil. Na mesma data, o produtor
aplicou também etofenproxi no cultivar PS10711 (pós colheita), com intuído de auxiliar
no controle de MFSA, que “entrariam” no cultivar Eragil, já que o pomar é um só. Na
data de 27/12/18 como o valor de MAD se manteve na casa de 0,3, indicando a
presença da praga no pomar, foi realizado outra aplicação de inseticida somente no
Eragil, novamente com deltametrina.
Justamente do intervalo desta aplicação até a semana seguinte, foi atingido o
maior valor de MAD (0,42) para a concentração de 75%. Presume-se que, essa
intervenção com inseticida foi providencial, caso não fosse realizada, muito
provavelmente haveria danos, pois como observado no ano anterior mesmo com
índice MAD (0,5) não sendo atingido foram obeservadas injúrias em alguns frutos.
Estas aplicações de inseticida contribuíram para redução populacional, mantendo os
frutos livres de infestação, até o fim da colheita.
Ressalta-se ainda que todas as moléculas utilizadas têm registro para a cultura.
Não houve perdas e o número de captura de indivíduos de moscas-das-frutas nas
armadilhas do experimento (137 moscas), foi considerável.
Em ameixeira, na safra 2018/19, nas duas armadilhas iscadas com CeraTrap®
na mata que circunda o pomar, foram observadas 42 capturas. No mesmo período,
foram 59 capturas em todo o pomar, em 28 armadilhas. No pomar, em nenhum
momento durante o experimento foi observado um MAD igual ou superior a (0,5) o
que implicaria recomendação de controle. No entanto, considerando as capturas na
mata, o MAD foi atingido em duas oportunidades: 0,86 e 0,79 nas datas de 24 e 30 de
janeiro, momento este em que os frutos já estavam maduros (Apêndice F).
Podemos afirmar que as aplicações de inseticida realizadas entre 21/11/18 e
28/12/18, foram desnecessárias, uma vez que, nem no pormar e nem na mata, o valor
de referência (0,5) foi atingido. Foram três aplicações neste período: malationa em
90
01/12/18; acetamiprido em 08/12/18 e deltametrina em 28/12/18. E ainda uma de
abamectina (acaricida) em 06/12/18 a qual segundo relato do produtor é um
“preventivo”. No meio técnico sabe-se que este excesso de aplicações favorece um
desequilíbrio ecológico e consequentemente a proliferação de ácaros. Além do custo
monetário das pulverizações, que envolvem a aplicação do produto, há ainda a
emissão de carbono, a exposição desnecessária do aplicador ao ativo e ocorrem
ainda, custos ecológicos, como a redução de insetos predadores, parasitoides e
polinizadores e aumento na carga de agrotóxicos nos frutos.
Na safra 2017/18, em ameixa, embora em momento algum o índice de controle
(0,5) tenha sido atingido, na data de 29/11/2017 ainda que muito baixo (0,06), o MAD
foi similar entre os tratamentos, o que poderia sugerir a presença da praga na
totalidade do pomar. No entanto coincidentemente nesta mesma data o produtor
realizou uma aplicação de inseticida (Apêndice B).
Possivelmente não houvesse essa aplicação em 29/11/17, até a próxima
semana o índice MAD poderia ser alcançado com algum dos tratamentos. No entanto,
e como era esperado, a praga sofreu ação de controle, reduzindo sua população e
consequentemente o número de captura nas armadilhas. Como não havia armadilhas
na mata não há meios de fazer comparativos.
Na safra 2018/2019, o MAD na mata foi de 0,36 nas datas de 10/01/19 e
17/01/19 e de 0,85 em 24/01/19 e 0,79 em 30/01/19 ultrapassando o índice de
referência (0,5) nestas duas últimas semanas, ou seja, a curva de MAD na mata foi
crescente de 27/12 até 24/01, indicando presença da praga nas proximidades do
pomar.
No entanto, o mesmo comportamento não foi observado em nenhum dos
tratamentos no pomar. Isso sugere que as aplicações de inseticidas nas datas de
28/12/19 e 09/01/19 controlaram o início de uma possível infestação. Posteriormente
em 20/01/19, momento em que foram registrados os maiores MAD na mata, evitando
a entrada de MFSA no pomar e consequentemente havendo baixa captura nas
armadilhas.
Sugere-se que houve interferência das aplicações de inseticida em cobertura,
na captura de indivíduos de moscas-das-frutas no pomar. Diante do observado nas
duas safras e nas duas culturas avalia-se que o MAD (0,5) de referência demanda
ajustes para pomares menores e heterogêneos.
91
Apesar da densidade de armadilhas do experimento, na safra 2017/18 em
pessegueiro, mesmo sem o MAD (0,5) ser atingido, foram encontrados frutos com
larvas. Em pomares menores e que possuam em seus entornos remanescentes de
mata, a qual possui hospedeiros da MFSA, esse valor de referência precisa ser
discutido, devido a dinâmica da praga e ao fato de estar utilizando o melhor atrativo
disponível hoje no merado.
Na safra 2, também em pêssego, foram realizadas intervenções com
inseticidas, com MAD abaixo de 0,5. O comportamento da flutuação populacional,
nas semanas seguintes permitem afirmar que se a interveção fosse realizada somente
quando o valor de referência fosse atingido, provavelmente haveria danos.
Outro fator que é essencial em áreas assim é adoção de estratégias integradas
de controle, como exemplo, cito o uso de isca tóxica que atualmente assim como o
monitoramento é muito pouco utilizado pelos produtores. A adoção do manejo
integrado de pragas, reduz custos monetários e ecológicos que envolvem a produção.
Com relação ao experimento de captura massal, são necessários novos
trabalhos, novas pesquisas, devido a impossibilidade de determinar qual dispositivo é
mais eficiente diante dos resultados obtidos. Trabalho paralelo que vem sendo
desenvolvido em goiaba serrana, contribuirá para sanar essa incógnita, a ideia
também é repetir o experimento na próxima safra em ameixeira.
Adoção de armadilhas alternativas, de baixo custo pra serem utilizadas neste
tipo de estratégia de controle, também precisam de mais estudos, pois vários
trabalhos mostram que é possível a adoção destes materiais com eficiência, e no
presente trabalho (capítulo 2) armadilhas PET de 600 mL, utilizadas como
testemunhas apresentaram-se tão eficiente quanto as armadilhas comerciais.
A possibilidade de utilizar o CeraTrap® diluído em monitoramento e captura
massal pode ser muito valoroso, pois abre a possibilidade de expadir essa estratégia
para outras culturas como a maçã, uva de mesa e até frutíferas tropicais, como por
exemplo manga. Na adoção de captura massal, considerando 120 armadilhas,
iscadas com 300 mL de solução atrativa e considerando o custo médio por litro de
30,00 R$, o custo por hectare pra implementação da ferramenta seria de 1080,00 R$.
com base nos dados do experimento, poderíamos optar pela concentração de 50% e
terimos uma economia de 540,00 R$ por hectare com a mesma eficiência.
92
93
REFERÊNCIAS
ADAMUCHIO, J. G. et al. Influência da cor em armadilhas modelo McPhail para atração de mosca-das-frutas em pomares de pessegueiro. Caatinga, v. 21, n. 3, p.124-127, 2008. ALBERTI, S.; BOGUS, G. M.; GARCIA, F. R. M. Flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera, Tephritidae) em pomares de pessegueiro e maracujazeiro em Iraceminha, Santa Catarina. Revista Biotemas, v. 25, n. 2, p. 53-58, 2012. ALUJA, M. Bionomics and Management of Anastrepha. Annual Review of Entomology, v. 39, n. 1, p. 155-178, 1994. ALUJA, M. et al. Undersatanding long-term fruit fly (Diptera: tephritidae) population dynamics: implications for area-wide management. Journal of Economic Entomology, v. 105, n. 3, p. 823-836, 2012. ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2017 / KIST, B. B; et al. Santa Cruz do Sul: Gazeta Santa Cruz, 2018. 92 p. Disponível em: <http://www.editoragazeta.com.br/produto/anuario-brasileiro-da-fruticultura/>. Acesso em: 28 de jan. 2019. ARIOLI, C. J. et al. Novas ferramentas para monitoramento e controle massal de mosca-das-frutas. In: Embrapa Uva e Vinho-Resumo em anais de congresso (ALICE). Synergismus scyentifica UTFPR, v. 13, n. 1, p. 15-20, 2018. AZEVEDO, F. R. et al. Influência da cor e forma dos frutos artificiais e quadrantes da copa da goiabeira sobre a atração de Anastrepha spp. para oviposição. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, Garça, v.23, n.1, p.34 - 45, jun., 2013. BARBOSA, W. et al. Distribuição geográfica e diversidade varietal de frutíferas e nozes de clima temperado no Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 25, n. 2, p. 341-344, 2003. BARROS, M. D.; AMARAL, P. M.; MALAVASI, A. Comparison of glass and plastic McPhail traps in the capture of the South American fruit fly Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) in Brazil. Florida Entomologist, v. 74, n. 3, p. 467-468, 1991. BATEMAN, M. A.; MORTON, T. C. The importance of ammonia in proteinaceous attractants for fruit flies (Family: Tephritidae). Australian Journal of Agricultural Research, v. 32, n. 1, p. 883-903, 1981.
94
BIOIBÉRICA. Bioibérica S.A. CeraTrap®. 2015. Disponível em: <https:// www.bioiberica.com/plant-health/biological-attractants-1/cera-trap-1/>. Acesso em: 30 abr 2019. BISOGNIN, M. et al. Biologia da mosca-das-frutas sulamericana em frutos de mirtilo, amoreira-preta, araçazeiro e pitangueira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 48, p. 141-147, 2013. BORTOLI, L. C. et al. Evaluation of food lures for fruit flies (Diptera: Tephritidae) captured in a citros orchard of the Serra Gaúcha. Florida Entomologista, v. 99, n. 3, p. 381-384, 2016. BORTOLI, L. C. Interações tritróficas entre moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae), seus hospedeiros e parasitoides (Hymenoptera) e avaliação de atrativos para monitoramento na Região da Serra Gaúcha, RS. 2014. 90f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. BOTTON, M. et al. Captura massal da mosca-das-frutas sul-americana Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) como estratégia para a supressão populacional em cultivo protegido de uva fina de mesa. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2017. 15p. (Embrapa Uva e Vinho. Circular Técnica, 136). BOTTON, M. et al. Moscas-das-frutas na fruticultura de clima temperado: situação atual e perspectivas de controle através do emprego de novas formulações de iscas tóxicas e da captura massal. Agropecuaria Catarinense, v. 29, n. 2, p. 103-108, 2016. BRESSAN, S.; TELES, M. M. C.; CARVAJAL, S. S. R. Influência das cores e formas das armadilhas na captura de Anastrepha spp. (Diptera: Tephritidae) em condições naturais. Londrina, Anais ..., v. 20, n. 1, p. 18-26, 1991. CARDOSO, V.V. et al. The effects of constant and alternating temperatures on the reproductive potential, life span, and life expectancy of Anastrepha fraterculus (Wiedemann) (Diptera: Tephritidae). Brazilian journal of biology. São Carlos. Vol. 62, n. 4B, p. 775-786, 2002. CARVALHO, R. S. Metodologia para monitoramento populacional de moscas-das-frutas em pomares comerciais. Bahia, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasil, 2005.
95
COSTA, M. L. E. et al. Cera Trap® como atrativo para a coleta massal de Ceratitis capitata (Diptera:Tephritidae) In: Anais. XXVI Congresso Brasileiro Entomologia, 2016. CYTRYNOWICZ, M.; MORGANTE, J. S.; SOUZA, H. M. L. Visual responses of South American fruit flies, Anastrepha fraterculus, and Mediterranean fruit flies, Ceratitis capitata to colored rectangles and spheres. Environmental Entomology, v. 11, n. 6, p. 1202-1210. DENT, D. Insect Pest Management. 2. ed. Ascot: CABI, 432p. 2000. DÍAZ-FLEISCHER, F.; PIÑERO, J.C.; SHELLY, T. E. Interations between thephritid fruit fly physiological state and stimuli from baits and traps: Looking for the pied piper of hanelin to lure pestiferous fruit flies. In: SHELLY, T. et al. (Eds.) Trapping and the Detection, Control, and Regulation of Tephritid Fruit Flies: Lures, Area-Wide Programs, and Trade Implications. Springer: Dordrecht, p.145-172, 2014. DUARTE, R. T. et al. Flutuação populacional de moscas-das-frutas em pomar de goiaba no município de Pindorama – SP. Revista Agrarian, v.8, n. 28, p.133-138, Dourados, 2015. EL-ARABI, M. M. et al. CeraTrap®, a mass trapping system for the control of the Mediterranean fruit fly Ceratitis capitata in citrus fruit crops. IOBC/WPRS Bulletin, v. 62, p. 207-212, 2011. EL-SAYED, A. M. et al. Potential of mass trapping for long-term pest management and eradication of invasive species. Journal of Economic Entomology, v. 99, n. 5, p. 1550-1564, 2006. EMBRAPA. Guia para o reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas. Brasília: Embrapa, 2013. 52 p. EPAGRI. Combate às moscas-das-frutas em pomares domésticos. Florianópolis: Epagri, 2016. 20 p. (Boletim Didático, 133). EPAGRI. Fruticultura Catarinense em Números. 2012/2013. Disponível em: <http://www.epagri.sc.gov.br/?page_id=2763>. Acesso em: 14 jul. 2017.
96
EPAGRI. Números da agropecuária catarinense – 2019. Florianópolis, SC, 2019. 65p. (Epagri. Documentos, 291) Valor da produção; área plantada; estrutura fundiária. EPSKY, N. D. et al. Evaluation of protein bait formulations for the Caribbean fruit fly (Diptera: Tephritidae). Florida Entomologist, v. 76, n. 1, p. 626-635, 1993. EPSKY, N. D.; KENDRA, P. E.; SCHNELL, E. Q. History and development of food-based attractants. In: SHELLY, T. et al. (Eds.). Trapping and the Detection, Control, and Regulation of Tephritid Fruit Flies: Lures, Area-Wide Programs, and Trade Implications. Springer: Dordrecht, p.75-118, 2014. FORMOLO, R. et al. Diagnóstico da área cultivada com uva fina de mesa (Vitis vinífera L.) sob cobertura plástica e do manejo de pragas. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 33, n. 1, p. 103-110, 2011. GARCIA, F. R. M.; CORSEUIL, E. Influência de fatores climáticos sobre moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) em pomares de pessegueiro em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Revista da Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia, v. 1, n. 1, p. 71-75, 1999. GARCIA, F. R. M.; NORRBOM, A. L. Tephritoid flies (Diptera, Tephritoidea) and their plant hosts from the state of Santa Catarina in southern Brazil. Florida Entomologist, v. 94, n. 1, p. 151-157, 2011. GÓMEZ-CLEMENTE, F. Experiencias de lucha contra la Ceratitis capitata Wied. com cazamoscas de vidrio. Boletín de Patología Vegetal y Entomología Agrícola, v. 4, p. 21–38, 1929. GOULART JUNIOR, R.; MONDARDO, M.; REITER, J. M. W. Relatório sobre a Fruticultura Catarinense: Fruticultura em números - Safra 2014/15. Florianópolis: Epagri, 2017. 114p. (Epagri. Documentos, 271). HEATH, R. R. et al. Dynamics of pH modification of an acidic protein bait used for tropical fruit flies (Diptera: Tephritidae). Journal of Economic Entomology, v. 102, n. 6, p. 2371-2376, 2009. HERRERA, F. et al. Comparison of hydrolyzed protein baits and various grape juice products as attractants for Anastrepha fruit flies (Diptera: Tephritidae). Journal of Economic Entomology, v. 109, n. 1, p. 161-166, 2015.
97
HOTHORN, T.; BRETZ, F.; WESTFALL, P. (2008). Simultaneous Inference in General Parametric Models. Biometrical Journal, v. 50, n. 3, p. 346-363, 2008. HUSCH, P. E. et al. Characterization of the fauna of fruit flies (Diptera: Tephritidae) in the region of Ponta Grossa, Paraná, Brazil. Ciência Rural, v. 42, n. 10, p. 1833-1839, 2012. IBGE. Produção Agrícola Municipal (PAM) – culturas temporárias e permanentes. Rio de Janeiro, 2012. Tabela 10. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pam/2012/default_perm_ods.shtm>. Acesso em: 31 ago. 2017. KATSOYANNOS, B. I.; PAPADOPOULOS, N.T.; STAVRIDIS D. Evaluation of trap types and food attractants for Rhagoletis cerasi (Diptera: Tephritidae). Journal of Economic Entomology, v. 93, n. 3, p. 1005–1010, 2000. KOVALESKI, A.; SUGAYAMA, R. l.; MALAVASI, A. Controle químico em macieiras. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Org.) Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil – Conhecimento básico e aplicado. 1ed. Ribeirão Preto: Holos, p.135-142, 2000. LASA, R. et al. Efficacy of commercial traps and food odor attractants for mass trapping the Mexican fruit fly Anastrepha ludens. Journal of Economic Entomology, v. 107, n. 1, p. 198-205, 2014b. LASA, R. et al. Inexpensive traps for use in mass trapping Anastrepha ludens (Diptera: Tephritidae). Florida Entomologist, v. 97, n. 3, p. 1123-1130, 2014a. LASA, R.; CRUZ, A. Efficacy of new commercial traps and the lure Ceratrap® against Anastrepha obliqua (Diptera: Tephritidae). Florida Entomologist, v. 97, n. 4, p. 1369-1377, 2014. LASA, R. et al. Economic and highly effective trap-Lure combination to monitor the Mexican fruit fly (diptera: tephritidae) at the orchard level. Journal of Economic Entomology, v. 108, n. 4, p. 1637-1645, 2015. LEZA, M. M. et al. Female-biased mass trapping vs. bait application techniques against the Mediterranean fruit fly, Ceratitis capitata (Dipt., Tephritidae). Journal of Applied Entomology, v. 132, n. 1, p. 753-761, 2008.
98
LIU, X.; JIN, Y.; YE, H. Recent spread and climatic ecological niche of the invasive guava fruit fly, Bactrocera correcta, in mainland China. Journal of Pest Science, v. 86, n. 3, p. 449-458, 2013. LÓPEZ-GUILLÉN, G.; TOLEDO, J.; ROJAS, J. C. Response of Anastrepha obliqua (Diptera: Tephritidae) to Fruit Odors and Protein-Based Lures in Field Trials. Florida Entomologist, v. 93, n. 2, p. 317-318, 2010. LÓPEZ-GUILLÉN, G. et al. Response of Anastrepha obliqua (Diptera: Tephritidae) to visual and chemical cues under seminatural conditions. Journal of Economic Entomology, v. 102, n. 1, p. 954-959, 2009. LORENZATO, D. Eficiência de frascos e atrativos no monitoramento e combate de moscas-das-frutas do gênero Anastrephae Ceratitis capitata. Agronomia Sul Rio Grandense, v. 20, n. 2, p. 45-62, 1984. LORSCHEITER, R. et al. Caracterização de danos causados por Anastrepha fraterculus (Wiedemann) (Diptera, Tephritidae) e desenvolvimento larval em frutos de duas cultivares de quiviseiro (Actinidia spp.). Revista Brasileira de Fruticultura, v. 34, n.1, p. 67- 76. 2012. LUCAS-ESPADAS, A.; HERMOSILLA-CERÓN, A. Eficacia de Ceratrap® y otros atrayentes y mosqueros, en el control de mosca de la fruta (Ceratitis capitata) en cítricos. Levante Agrícola, v. 390, n. 1, p. 159-167, 2008. LUQUE-LÓPEZ, E.; PEREDA-CRUZ, L. La selectividad de las trampas “Olipe” (atrayente: cebos alimenticios) en la captura de la mosca del olivo Bactrocera oleae (Gmelin). Toll Negre, v. 2, p. 24-33, 2003. MACHOTA JR, R. Avaliação de armadilhas e atrativos para omonitoramento e captura massal de Anastrephafraterculus (Wied., 1830) (Diptera: Tephritidae) na cultura da videira. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, 2015. 132 f. MALO, E. A. Effect of bait decomposition time on capture of Anastrepha fruit flies. Florida Entomologist, v. 75, n. 2, p. 272-274, 1992.
99
MARTINS, D. S. Manejo integrado de moscas-das-frutas. In: ZAMBOLIM, L. (Ed). Manejo integrado de fruteiras tropicais: doenças e pragas. Viçosa: UFV, p. 615-647, 2002. MAZOR, M. Competitiveness of fertilizers with proteinaceous baits applied in Mediterranean fruit fly, Ceratitis capitata Wied. (Diptera: Tephritidae) control. Crop Protection, v. 28, n. 4, p. 314-318, 2009. MAZOR, M.; GOTHILF, S; GALUN, R. The role of ammonia in the attraction of females of the Mediterranean fruit fly to protein hydrolysate baits. Entomologia Experimentalis et Applicata, v. 43, n. 1, p. 25-29, 1987. MELLO, L. M. R. Vitivinicultura brasileira: Panorama 2012. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2013. 5p. (Comunicado Técnico, 137). MIRANDA-SALCEDO, M. A. et al. El Ceratrap® uma estratégia sustentable contra las moscas de la fruta (DIPTERA: TEPHRITIDAE). Entomología Mexicana, 1: 862-867, 2014. MIRANDA-SALCEDO, M. A. Manejo biorracional de moscas de la fruta (DIPTERA: TEPHRITIDAE) em michoacán. Entomología Mexicana, 5: 362-367, 2018. MONTEIRO, L.B. et al. Avaliação de atrativos alimentares utilizados no monitoramento de mosca-das-frutas em pessegueiro na Lapa-PR. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 29, n. 1, p 72-74, 2007. NASCIMENTO, S.; CARVALHO, R. S.; MALAVASI, A. Monitoramento populacional. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: Conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto: Holos, p. 109-117, 2000. NAVA, D. E.; BOTTON, M. Bioecologia e Controle de Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata em Pessegueiro. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2010. 29 p. (Documento, 315). NAVARRO-LLOPIS, V. et al. Evaluation of traps and lures for mass trapping of Mediterranean fruit fly in citrus groves. Journal of Economic Entomology, v. 101, n. 1, p. 126-131, 2008.
100
NAVARRO-LLOPIS, V.; PRIMO, J.; VACAS, S. Efficacy of attract-and-kill devices for the control of Ceratitis capitata. Pest Management Science, v. 69, n. 4, p. 478-482, 2012. NAVARRO-LLOPIS, V.; PRIMO, J; VACAS, S. Bait station devices can improve mass trapping performance for the control of the Mediterranean fruit fly. Pest Management Science, v. 71, n. 7, p. 923-927, 2014. NAVARRO-LLOPIS, V.; VACAS, S. Mass Trapping for Fruit Fly Control. In: SHELLY, T. et al. (Eds.) Trapping and the Detection, Control, and Regulation of Tephritid Fruit Flies: Lures, Area-Wide Programs, and Trade Implications. Springer: Dordrecht, 2014. p.513-555. NETTO, S. M. R.; CAMPOS, T. B.; ISHIMURA, I. Flutuação populacional de Anastrepha spp. 123 (Diptera:Tephritidae) em cultura orgânica de maracujá doce (Passiflora alata curtis, passifloraceae) 124 no município de São Roque, SP. Arquivos do Instituto Biológico, v. 71(suple.), p. 213-215, 2004. NEWELL, W. Progress report on the Key West (Florida) fruit fly eradication project. Journal Economic Entomology, v. 29, p. 116–120, 1936. NUNES, M. Z. et al. Avaliação de atrativos alimentares na captura de Anastrepha fraterculus (widemann, 1830) (díptera: tephritidae) em pomar de macieira. Revista de la Facultad de Agronomía, v. 112, n. 2, p. 91-96, 2013. NUNES-SILVA, P. et al. Visitantes Florais e Potenciais Polinizadores da Cultura da Macieira. Bento Gonçalves: Embrapa, 2016. 16 p. (Circular técnica 184). PAIVA, P. E. B.; PARRA, J. R. P. Hidrogenionic potential (pH) of the attractant, trap density and control threshold for Ceratitis capitata (Diptera: Tephritidae) on Hamlin oranges in São Paulo Central region, Brazil. Revista Brasileira de Fruticultura, v .35, n. 2, p. 464-470, 2013. PEEL, M. C.; FINLAYSON, B. L.; MCMAHON, T. A. Update world map of the Köeppen-Geiger Climate classification. Hydrology and Earth System Sciences, v.11, n.1, p.1633-1644, 2007. PIÑERO, J. et al. Human urine and chicken feces as fruit fly (Diptera: Tephritidae) attractants for resource-poor fruit growers. Journal of Economic Entomology, v. 96, n. 2, p. 334-340, 2003.
101
PLANES, S. Estado actual de los medios de lucha contra la mosca de los frutos, Ceratitis capitata, y la mosca del olivo Dacus oleae. Bol Pat Veg Ent Agric, v. 24, p. 51–66, 1959. PLANES, S. Plagas del campo. Servicio Agronómico Nacional. Estación de patología vegetal de Burjasot (Valencia). Ed. Graficas Uguina, Madrid, 1936. PROKOPY, R. J.; ROITBERG, B. D. Foraging behavior of true fruit flies: concepts of foraging can be used to determine how tephritids search for food, mates, and egg-laying sites and to help control these pests. American Scientist, v. 72, n. 1, p. 41-49, 1984. R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria, 2018. Disponível em: <https://www.R-project.org/>. RAGA, A. et al. Eficácia de atrativos alimentares na captura de moscas-das-frutas em pomar de citros. Bragantia, v. 65, n. 2, p. 337-345, 2006. RAGA, A. Incidência, monitoramento e controle de moscas-das-frutas na citricultura paulista. Laranja, v. 26, n. 2, p. 307-322, 2005. RAGA, A. et al. Dinâmica populacional de adultos de moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) em pomar de citros de Presidente Prudente-SP. Arquivos Instituto Biológico, v. 63, n. 2, p. 23-28, 1996. RAGA, A.; VIEIRA, S. M. J. Atratividade de proteína hidrolisada de milho em mistura com bórax sobre moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) em gaiolões de campo. Arquivos do Instituto Biológico, v.82, n.1, p.1-8, 2015. ROBACKER, D. C. Effect of shape and size of colored traps on attractiveness to irradiated, laboratory-strain Mexican fruit flies (Diptera: Tephritidae). Florida Entomologist. 75:230–241. 1992. RODRÍGUEZ, C. et al. Response of the sapote fruit fly, Anastrepha serpentina (Dípitera: tephritidae), to comercial lures and trap desings in sapodilla orchards. Florida Entomologist, v. 98, n. 4, p. 1199-1203, 2015.
102
ROSA, J. M. et al. Effect of food lures for monitoring of Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) in Acca sellowiana (Myrtaceae). Revista Colombiana de Entomología, v. 43, n. 2, p. 201-207, 2017 a. ROSA, J. M. et al. Evaluation of Food Lures for Capture and Monitoring of Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) on Temperate Fruit Trees. Journal of Economic Entomology, v. 110, n. 3, p. 995-1001, 2017 b. ROSA, J. M. et al. Friut fly (Diptera: Tephritidae) assemblage in feijoa orchard in Santa Catarina State, Brasil. Revista colombiana de Entomología, v. 44, n. 1, p. 110-115, 2018. ROSA, J. M.; ARIOLI, C. J.; BOTTON, M. Eficácia de diferentes concentrações de CeraTrap® na captura de mosca-das-frutas sulamericana em cultivo de macieira. In: Anais... XV Enfrute, Fraiburgo–SC, 2015. SALLES, L. A. B. Bioecologia e controle da mosca das frutas sul-americana. EMBRAPA/CPACT, Pelotas. 1995. 58p. (Boletim, 1). SALLES, L. A. B. Biologia e ciclo de vida de Anastrepha fraterculus (Wied.). In: Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: Conhecimento básico e aplicado. Holos, Ribeirão Preto, p. 81-86, 2000. SALLES, L. A. B. Efeito do envelhecimento e da decomposição do atrativo na captura de adultos de Anastrepha fraterculus (Wied.) (Diptera: Tephritidae). Revista Brasileira de Agrociências, v. 5, n. 2, p. 147-148, 1999. SALLES, L. A. B.; KOVALESKI, A. Mosca-das-frutas em macieira e pessegueiro no Rio Grande do Sul. Hortisul, v. 1. p. 5-9, 1990. SANTOS, J. P. et al. Incidência de podridão-branca em frutos de macieira com e sem ferimentos. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 30, n. 1, p. 118-121, 2008. SANTOS-RAMOS, M. et al. An environmentally friendly alternative (MS2®-CeraTrap®) for control of fruit flies in Mexico. Journal of Food, Agriculture and Environment, v. 9, n. 3/4, p. 926-927, 2011. SCOZ, P. L. et al. Avaliação de atrativos alimentares e armadilhas para o monitoramento de Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) (Diptera: tephritidae) na cultura do pessegueiro (Prunus persica). IDESIA, v. 24, n. 2 p. 7 -13, 2006.
103
SCOZ, P. L.; BOTTON, M.; GARCIA, M. S. Controle químico de Anastrepha Fraterculus (Wied.) (Diptera: Tephritidae) em laboratório. Ciência Rural, v. 34, p. 1689-1690, 2004. SHELLY, T. E. et al. (Eds.) Trapping and the detection, control, and regulation of Tephritid fruit flies: lures, area-wide programs and trade implications. Dordrecht, Heidelberg, New York, London: Springer, 2014. 643p. SIVINSKI, J. Colored spherical traps for capture of Caribbean fruit fly, Anastrepha suspensa. Florida Entomologist, v. 73, p. 123–128, 1990. STEYSKAL, G. C. Pictorial key to species of the genus Anastrepha (Diptera: Tephritidae). Washington: Entomological Society of Washington, 1977. 35p. SUCKLING, D. M. et al. Eradication of tephritid fruit fly pest populations: outcomes and prospects. Pest Management Science, v. 72, n. 3, p. 456–465, 2016. TAN, K. H. et al. Pheromones, Male Lures, and Trapping of Tephritid Fruit Flies. In: SHELLY, T. et al. (Eds.) Trapping and the Detection, Control, and Regulation of Tephritid Fruit Flies: Lures, Area-Wide Programs, and Trade Implications. Springer: Dordrecht, p.13-74, 2014. TEIXEIRA, R. L. et al. Atratividade de iscas alimentares para moscas-das-frutas em pomares de macieira. Agropecuária Catarinense, v. 23, p. 84-88, 2010. THOMAS, D. B. et al. Trap-lure combinations for surveillance of Anastrepha fruit flies (Diptera: Tephritidae). Florida Entomologist, v. 84, n. 1, p. 344-351, 2001. VARGAS, R. I. et al. Evaluation of SPLAT with spinosad and methyl eugenol or cue-lure for “attract-and-kill” of Oriental and Melon fruit flies. Journal of Economic Entomology, v. 101, n. 3, p. 759-768. 2008. VARGAS, R. I.; PROKOPY, R. J. Attraction and feeding responses of melon fly and oriental fruit fly to protein baits containing spinosad. Proceedings of the Hawaiian Entomological Society, v. 38, n. 1, p. 49-60, 2006. VENABLES, W. N.; RIPLEY, B. D. Modern Applied Statistics with S. Fourth Edition. Springer, New York, 2002.
104
VILLAR, L. et al. Atrativos alimentares na flutuação populacional de moscas-das-frutas e abelha irapuá. Scientia Agraria Paranaensis, v. 9, n. 3, p. 67-73, 2010. VISSER, J. H. Host odor perception in phytophagous insects. Annual Review of Entomology, v. 31, n. 1, p. 121-144, 1986. ZART, M.; FERNANDES, O. A.; BOTTON, M. Bioecologia e controle de moscas-das-frutas sul-americana Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) na cultura da videira. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2009. 8p. (Circular Técnica, 81). ZUANAZZI, J. V. Moscas-das-frutas, em curto prazo um panorama sombrio. Jornal da fruta, Lages, v.1, n.256, p.20, 2012. ZUCCHI, R. A. Taxonomia. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: Conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto: Holos, p. 13-24, 2000. ZUCCHI, R.A. & MORAES, R.C.B. 2008. Fruit flies in Brazil - Anastrepha species their host plants and parasitoids. Available in: www.lea.esalq.usp.br/anastrepha. Acesso em 30 jun. 2019. ZUCOLOTO, F.S. Alimentação e nutrição de moscas-das-frutas. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: Conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto: Holos, p. 67-86, 2000.
105
106
APÊNDICE B – Cadernos de campo, safras 1 e 2 nos pomares de
pessegueiro e ameixeira.
CADERNO DE CAMPO DO POMAR DE PÊSSEGO - (2017/2018):
DATA INGREDIENTE ATIVO PRODUTOS COMERCIAIS
14/08/17 Metidationa, difeconazol, mancozebe
Suprathion, Prisma, Dithane
22/08/17 Metidationa, difeconazol, mancozebe
Suprathion, Prisma, Dithane
30/08/17 Mancozebe, fosfito Dithane
09/09/17 ps Mancozebe, fluazinam, regulador de crescimento
Dithane, Frowncide, Stimulate
09/09/17 Eragil Difeconazole, metiram+piraclostrobina
Prisma, Cabrio Top
13/09/17 Instalação do experimento
20/09/17 Novalurom, procimidona, fertilizante foliar
Rimon, Sialex, Scudero
02/10/17 Novalurom, mancozebe, fosfito
Rimon, Dithane
16/10/17 Teflubenzurom, mancozebe, fosfito
Nomolt, Dithane
25/10/17 Metidationa, metiram+piraclostrobina, fluazinam, fosfito
Suprathion, Cabrio Top, Frowncide
31/10/17 Metidationa, mancozebe, difeconazol, fertilizante foliar
Suprathion, Manzate, Score
09/11/17 Abamectina, iprodiona, fertilizante foliar
Vertimec, Rovral
20/11/17 Abamectina, iprodiona Abamectin, Rovral
30/11/17 Eragil Iprodiona Rovral
07/12/17 Deltametrina Decis
19/12/17 Deltametrina Decis
CADERNO DE CAMPO DO POMAR DE AMEIXA - (2017/2018):
DATA INGREDIENTE ATIVO PRODUTOS COMERCIAIS
05/09/17 Fertilizante foliar (Ca, B) Ms florada
07/09/17 TDZ, aminoácido Drop, Terra-Sorb
12/09/17 Mancozebe, aminoácido Dithane, Terra-Sorb
20/09/17 Metidationa, mancozebe Suprathion, Dithane
05/10/17 Metidationa, mancozebe Suprathion, Dithane
13/10/17 Instalação do experimento
15/10/17 Metidationa, mancozebe Suprathion, Dithane
23/10/17 Malationa, mancozebe Malathion, Dithane
31/10/17 Fenitrotiona, mancozebe Sumithion, Dithane
08/11/17 Fosmete, tiofanato metílico
Imidan, Cercobin
107
19/11/17 Espinetoram, mancozebe Delegate, Dithane
29/11/17 Malationa, mancozebe Malathion, Dithane
07/12/17 Fosmete, tiofanato metílico
Imidan, Cercobin
15/12/17 Espinetoram, difeconazol Delegate, Score
22/12/17 Deltametrina, captana Decis, Orthocide
CADERNO DE CAMPO DO POMAR DE PÊSSEGO – (2018/2019):
DATA INGREDIENTE ATIVO PRODUTOS COMERCIAIS
03/08/2018 Dodina Dodex
10/08/2018 Dodina Dodex
17/08/2018 Difeconazol, mancozebe Score, Dithane
24/08/2018 Ciproconazol, mancozebe Alto, Dithane
30/08/2018 Azoxixtrobina+difeconazol Amistar Top
08/09/2018 Ciproconazol, mancozebe Alto, Dithane
15/09/2018 Mancozebe, aminoácido Dithane
19/09/2018 Instalação do experimento
22/09/2018 Fluazinam Frowncide
29/09/2018 Lufenurom, Mancozebe Match, Dithane
08/10/2018 Azoxixtrobina+difeconazol Amistar Top
20/10/2018 Tebuconazole+trifloxistrobina Nativo
28/10/2018 Mancozebe Dithane
05/11/2018 Aminoácido Coopercrop
15/11/2018 Ciproconazol, mancozebe Alto, Dithane
01/12/2018 Captana, fosfito Orthocide
10/12/2018 Captana, fosfito Orthocide
22/12/2018 Deltametrina, captana Decis, Orthocide
22/12/2018 (somente cultivar PS)
Etofenproxi, captana Trebon, Orthocide
27/12/2018 Deltametrina, captana Decis, Orthocide
CADERNO DE CAMPO DO POMAR DE AMEIXA – (2018/2019):
DATA INGREDIENTE ATIVO PRODUTOS COMERCIAIS
11/09/2018 Aminoácido, TDZ Liquiplex, Drop
12/09/2018 Boro
15/09/2018 Mancozebe, aminoácido Dithane, Liquiplex
27/09/2018 Espinetoram, mancozebe, Ca e B
Delegate, Dithane
04/10/2018 Malationa, mancozebe, CaB
Malathion, Dithane, CaB
10/10/2018 Mancozebe, Difeconazol Dithane, Score
16/10/2018 Mancozebe, CaB Dithane, CaB
18/10/2018 Instalação do experimento
22/10/2018 Mancozebe, tiofanato metílico, CaB
Dithane, Cercobin, CaB
29/10/2018 Fenitrotiona, mancozebe Sumithion, Dithane
108
11/11/2018 Malationa, mancozebe Dithane, Malathion
19/11/2018 Azoxistrobina Amistar
01/12/2018 Malationa, mancozebe Malathion, Dithane
06/12/2018 Abamectina Vertimec+óleo
08/12/2018 Acetaprimido + etofenproxi, azoxistrobina
Eleitto, Amistar
16/12/2018 Fosmete, mancozebe Imidan, Dithane
23/12/2018 Tebuconazol+trifloxistrobina Nativo
28/12/2018 Deltametrina, pirimetanil Decis, Mythos
03/01/2019 Tebuconazol+trifloxistrobina, CaB
Nativo, CaB
09/01/2019 Deltametrina, captana Decis, Orthocide
13/01/2019 Pirimetanil Mythos
20/01/2019 Deltametrina Decis
109
110
APÊNDICE D – Mapas das áreas de experimento de captura massal
Vista aérea do pomar de ameixa (capítulo 2), com divisão dos blocos na área, safra
2017/18.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
111
Distribuição dos tratamentos no bloco 1, safra 2017/18.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
112
Distribuição dos tratamentos no bloco 2, safra 2017/18.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
113
Distribuição dos tratamentos no bloco 3, safra 2017/18.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
114
Distribuição dos tratamentos no bloco 4, safra 2017/18.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
115
Distribuição dos tratamentos no bloco 5, safra 2017/18.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
116
Distribuição dos tratamentos no bloco 6, safra 2017/18.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
117
Distribuição dos tratamentos no bloco 7, safra 2017/18.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
118
Vista aérea do pomar de ameixa (capítulo 2), com divisão dos blocos na área, safra
2018/19.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
119
Distribuição dos tratamentos no bloco 1, safra 2018/19.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
120
Distribuição dos tratamentos no bloco 2, safra 2018/19.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
121
Distribuição dos tratamentos no bloco 3, safra 2018/19.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
122
Distribuição dos tratamentos no bloco 4, safra 2018/19.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
123
Distribuição dos tratamentos no bloco 5, safra 2018/19.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
124
Distribuição dos tratamentos no bloco 6, safra 2018/19.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
125
Distribuição dos tratamentos no bloco 7, safra 2018/19.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
126
APÊNDICE E – Armadilhas utilizadas em pomares de pessegueiro e ameixeira.
A) Armadilha McPhail instalada em pomar de pessegueiro; B) Armadilha McPhail
instalada em pomar de ameixeira.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
127
APÊNDICE F – Gráfico de MAD (Moscas/armadilha/dia) no entorno do pomar de
ameixa
Índice MAD (Mocas/armadilha/dia) por data, obtidos no contorno do pomar de ameixa
na safra 2018/2019 no município de Videira.