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ÉDER FARINA AVANÇOS NA ESTRATÉGIA DE MONITORAMENTO E CAPTURA MASSAL NO MANEJO DA MOSCA-DAS-FRUTAS SULAMERICANA EM FRUTEIRAS DE CAROÇO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Produção Vegetal do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Orientadora: Prof. Dra. Mari Inês Carissimi Boff Coorientador: Dr. Alexandre Carlos Menezes-Netto LAGES 2019

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ÉDER FARINA

AVANÇOS NA ESTRATÉGIA DE MONITORAMENTO E CAPTURA MASSAL NO

MANEJO DA MOSCA-DAS-FRUTAS SULAMERICANA EM FRUTEIRAS DE CAROÇO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Orientadora: Prof. Dra. Mari Inês Carissimi Boff Coorientador: Dr. Alexandre Carlos Menezes-Netto

LAGES

2019

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ÉDER FARINA

AVANÇOS NA ESTRATÉGIA DE MONITORAMENTO E CAPTURA MASSAL NO MANEJO DA MOSCA-DAS-FRUTAS SULAMERICANA EM FRUTEIRAS DE

CAROÇO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.

Banca Examinadora

Orientador: _________________________________________________ Professora Dra. Mari Inês Carissimi Boff Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias, Lages/SC

Membro: ___________________________________________________

Professor Dr. Joatan Machado da Rosa Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR

Membro: ___________________________________________________

Pesquisador Dr. Cristiano João Arioli Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Estação Experimental de São Joaquim/SC

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Aos meus pais, Irene Eggers Farina e Antonio Farina, pelo dom

da vida e pelo irrestrito e incondicional apoio – dedico.

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AGRADECIMENTOS

À Deus.

À toda minha família, em especial aos meus pais Irene e Antonio pelo apoio em

todas as estapas deste processo.

A minha orientadora Dra. Mari Inês Carissimi Boff, pela oportunidade, amizade,

orientação, ajuda e principalmente pela confiança em mim depositada.

Ao meu coorientador Dr. Alexandre Carlos Menezes-Netto, pela dedicação ao

longo de todo o processo, pela paciência e pelas valorosas contribuições e em

especial por acreditar no meu potencial e compreender minhas limitações.

A Dra. Simone Silmara Werner pelas valoras contribuições na realização das

análises estatísticas deste trabalho.

Ao professor Dr. Joatan Machado da Rosa e ao pesquisador Dr. Cristiano João

Arioli, pela troca de experiencias ao longo deste período.

Ao Professor Dr. Elton Lúcio de Araújo, da Universidade Federal Rural do Semi-

árido, Mossoró-RN por identificar as moscas-das-frutas que não foram possíveis no

laboratório da UDESC.

Aos pesquisadores, técnicos, funcionários de campo e colegas colaboradores

da Epagri Videira, pela parceria, amizade, troca de conhecimento e apoio.

Aos professores, funcionários e colegas graduandos e pós-graduandos.

À EPAGRI de Videira e a UDESC de Lages, pela sessão de suas estruturas,

possibilitando a realização do curso de mestrado.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES,

pela concessão da bolsa de estudos.

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“A ciência é o grande antídoto do veneno do

entusiasmo e da superstição”.

Adam Smith

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RESUMO

FARINA, Éder. Avanços na estratégia de monitoramento e captura massal no manejo da mosca-das-frutas sulamericana em fruteiras de caroço. 2019. 127p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV. Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, Lages, 2019.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas frescas e a fruticultura de clima temperado tem importante papel neste cenário. Na região do Meio-Oeste Catarinense destaca-se o cultivo de pessegueiros e ameixeiras. As moscas-das-frutas pertencem à ordem Diptera, estão entre as pragas de maior expressão econômica na fruticultura mundial, principalmente as pertencentes à família Tephritidae, estão entre os principais problemas fitossanitários enfrentados pelos fruticultores. Considerando que são praga-chave, aperfeiçoar o monitoramento e desenvolver estratégias que proporcionem melhorias no manejo integrado de pragas é fundamental. O monitoramento consiste em acompanhar a flutuação populacional da praga com uso de armadilhas e atrativos alimentares. A captura massal é uma técnica de controle de insetos-praga, que objetiva atrair, capturar e matar o maior número de insetos possível, utilizando alta densidade de armadilhas e atrativos eficientes. Os objetivos do trabalho foram avaliar diferentes concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® na eficiência de captura, na evaporação das concentrações, na seletividade a insetos não-alvo e a diversidade de moscas-das-frutas em pomares comerciais de pessegueiro e ameixeira, nos municípios de Videira e Pinheiro Preto, nas safras 2017/18 e 2018/19. E também avaliar a eficiência de diferentes dispositivos de captura (concentração do atrativo alimentar, tipo de armadilha, cor atrativa e presença ou não de adesividade) no emprego da técnica de captura massal para o controle de moscas-das-frutas em pomar de ameixeira no município de Videira nas safras 2017/2018 e 2018/2019. Para o trabalho de monitoramento, o delineamento experimental foi casualizado em blocos, com cinco tratamentos (concentrações de 100, 75, 50, 25 e 5% de CeraTrap®). Utilizou-se cinco e seis repetições para ameixeira e pessegueiro respectivamente, que foram disponibilizadas em armadilhas McPhail de base amarela. As vistorias das armadilhas foram realizadas semanalmente, os insetos capturados foram recolhidos e em laboratório foi realizada a triagem. Para o trabalho de captura massal o delineamento também foi casualizado em blocos, com 14 tratamentos e sete repetições. A contagem dos insetos capturados foi realizada em intervalos de 15 dias ou mais. Para os dois trabalhos, as análises foram realizadas considerando o nível de 5% de significância. Concentrações de até 50% de CeraTrap® são eficientes na atratividade de moscas-das-frutas, têm baixa evaporação e possuem boa seletividade a insetos não-alvo. A concentração de 75% foi a selecionada para prática de monitoramento em pomares de ameixeira e pessegueiro. Em captura massal, são necessários mais estudos para que seja possível determinar qual é o melhor dispositivo para emprego da ferramenta. Palavras-chave: Prunus persica, Prunus salicina, atrativo alimentar, monitoramento, manejo, fruticultura.

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ABSTRACT

FARINA, Éder. Advances in the strategy of monitoring and mass trapping in the management of South American fruit fly in stone fruit. 2019. 127p. Dissertation (Master’s Degree in Plant Science) – Santa Catarina State University – UDESC, Center of Agroveterinarian Science – CAV. Postgraduete Program in Plant Science, Lages, 2019.

Brazil is the world's third largest producer of fresh fruits and temperate fruit crops play an important role in this scenario. In the Midwest region of Santa Catarina stands out the cultivation of peaches and plums. Fruit flies belong to the order Diptera, are among the most economically significant pests in the world fruit crop, especially those belonging to the family Tephritidae, are among the main phytosanitary problems faced by fruit growers. Given that they are key pests, improving monitoring and developing strategies that provide improvements in integrated pest management is critical. Monitoring consists in monitoring the pest population fluctuation with the use of traps and food attractants. Mass capture is a pest insect control technique that aims to attract, capture and kill as many insects as possible using high trap density and efficient attractants. The objectives of this work were to evaluate different concentrations of the CeraTrap® food attractant on capture efficiency, evaporation of concentrations, selectivity to non-target insects and fruit fly diversity in commercial peach and plum orchards in the municipalities of Videira and Pinheiro Preto, in the 2017/18 and 2018/19 vintages. It also evaluated the efficiency of different capture devices (concentration of food attractant, type of trap, attractive color and presence or absence of adhesiveness) in the use of mass capture technique for the control of fruit flies in plum orchard in municipality of Videira in the 2017/2018 and 2018/2019 harvests. For the monitoring work, the experimental design was randomized blocks with five treatments (concentrations of 100, 75, 50, 25 and 5% of CeraTrap®). Five and six replications were used for plum and peach respectively, which were available in yellow-based McPhail traps. Trap surveys were carried out weekly, the captured insects were collected and the laboratory was screened. For the mass capture work the design was also randomized in blocks, with 14 treatments and seven replications. Captured insects were counted at intervals of 15 days or more. For both studies, the analyzes were performed considering the 5% level of significance. Concentrations of up to 50% CeraTrap® are effective in attracting fruit flies, have low evaporation and have good selectivity to non-target insects. The concentration of 75% was selected for monitoring practice in plum and peach orchards. In mass capture, further studies are needed to determine which device is best for using the tool. Key words: Prunus persica, Prunus salicina, food lures, monitoring, management, fruticulture.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Embalagens contendo concentrações de CeraTrap® 100, 75, 50, 25 e 5%

(esq. para dir.). ......................................................................................... 34

Figura 2 - Flutuação populacional da mosca-das-frutas sulamericana, nas safras

2017/18 e 2018/19 em pomares de pessegueiro nos municípios de

Pinheiro Preto e Videira. ........................................................................ 44

Figura 3 – Flutuação populacional da mosca-das-frutas sulamericana, nas safras

2017/18 e 2018/19 em ameixeira no município de Videira. .................... 49

Figura 4 – Variabilidade de insetos não-alvo capturados em pomares de Pêssegueiro

nas safras 2017/18 (a) e safra 2018/19 (b) nos municípios de Pinheiro Preto

e Videira. ..................................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 5 – Variabilidade de insetos não-alvo capturados em pomares de ameixeira

nas safras 2017/18 (a) e safra 2018/19 (b) no município de Videira. Erro!

Indicador não definido.

Figura 6 – Vista frontal de diferentes modelos de armadilhas para a captura de

moscas-das-frutas (1) Multilure; (2) garrafa PET transparente; (3)

moskisan; (4) Tephri trap; (5) Ecological Tephri trap. ............................. 66

Figura 7 – Vista frontal (a) e lateral (b) de diferentes modelos de armadilhas

comerciais, (1) McPhail IPS 235; (2) MS2 trap; (3) Maxitrap Plus; (4)

Maxitrap UV; (5) Conetrap; (6) Dome Trap. ......................................... 66

Figura 8 – Armadilhas utilizadas: A) armadilha CeraTrap System® adaptada com

cartões amarelos adesivos em ambas as faces (volume 1,5 litros, com

quatro orifícios de 7mm); B) armadilha CeraTrap System® adaptada com

adesivo vinil amarelo (volume 1,5 litros, com quatro orifícios de 7mm); C)

armadilha do tipo PET, modelo da Coca-Cola Company (volume 0,6 litros,

com dois orifícios de 7mm)..................................................................... 71

Figura 9 – Flutuação populacional (índice MAD) de Anastrepha fraterculus em

armadilhas de captura massal em diferentes dispositivos de captura

(tratamentos 1 a 14 - concentração do atrativo alimentar, cor e superfície

adesiva), na safra 2017/2018 em pomar de ameixeira, no município de

Videira. ................................................................................................. 73

Figura 10 – Flutuação populacional (índice MAD) de Anastrepha fraterculus em

armadilhas de captura massal em diferentes dispositivos de captura

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(tratamentos 1 a 14 - concentração do atrativo alimentar, cor e superfície

adesiva), na safra 2018/2019 em pomar de ameixeira, no município de

Videira. ................................................................................................ 74

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Informações das áreas experimentais e composição florística do entorno

dos pomares. .......................................................................................... 34

Quadro 2 – Datas das coletas de moscas-das-frutas nas safras 2017/2018 e

2018/2019, em pomar de ameixeira no município de Videira, com

intervalo de dias entre elas. ............................................................... 70

Quadro 3 – Valores de pH da água utilizada nas diluições e das diferentes

concentrações de CeraTrap® utilizadas na avaliação de dispositivo para

captura massal em pomar de ameixeira no município de Videira. ..... 78

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número médio (± EP) e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas

(Anastrepha fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas com

diferentes concentrações de CeraTrap® por dia durante todo o período do

experimento, nas safras 2017-2018 e 2018-2019, em pomares de

pessegueiro nos municípios de Pinheiro Preto e Videira. ........................ 41

Tabela 2 – Número médio e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas (Anastrepha

fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas com diferentes

concentrações de CeraTrap® por dia a partir de 15 de novembro, nas safras

2017-2018 e 2018-2019, em pomares de pessegueiro nos municípios de

Pinheiro Preto e Videira. ........................................................................... 42

Tabela 3 – Número médio (± EP) e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas

sulamericana (Anastrepha fraterculus) capturados em armadilhas McPhail

iscadas com diferentes concentrações de CeraTrap®, nas safras 2017-2018

e 2018-2019, em pomares de ameixeira no município de Videira. ........... 48

Tabela 4 – Média de evaporação (mL) por armadilha por semana em pomar de

pessegueiro, nas safras 2017/18 e 2018/19, nos municípios de Pinheiro

Preto e Videira. ......................................................................................... 51

Tabela 5 – Média de evaporação (mL) por armadilha por semana em pomar de

ameixeira, nas safras 2017/18 e 2018/19, no município de Videira. ........ 51

Tabela 6 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na

safra 2017/18 em pomares de pessegueiro no município de Pinheiro Preto.

................................................................................................................. 52

Tabela 7 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na

safra 2018/19 em pomares de pessegueiro no município de Videira. .... 53

Tabela 8 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na

safra 2017/18 em pomares de ameixeira no município de Videira. ........ 55

Tabela 9 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na

safra 2018/19 em pomares de ameixeira no município de Videira. .......... 56

Tabela 10 – Custo em reais (R$) das diferentes concentrações do atrativo alimentar

CeraTrap® para o monitoramento de moscas-das-frutas por armadilha por

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semana em pomares de pessegueiro e ameixeira, 2017/2018 e

2018/2019, nos municípios de Pinheiro Preto e Videira. ....................... 59

Tabela 14 - Médias (± EP) do total evaporado por tratamento na safra 2018/2019, em

pomar de ameixeira, no município de Videira. ......................................... 83

Tabela 15 – Percentuais (± EP) do total evaporado por tratamento na safra 2018/2019,

em pomar de ameixeira, no município de Videira. ................................... 84

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 23

2 CAPÍTULO 1 – MONITORAMENTO DE MOSCA-DAS-FRUTAS EM

PESSEGUEIRO E AMEIXEIRA COM ATRATIVO ALIMENTAR DE PROTEÍNA

ANIMAL .................................................................................................................... 29

2.1 RESUMO ............................................................................................................. 29

2.2 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 31

2.3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 33

2.3.1 Áreas experimentais e tratamentos utilizados .............................................. 33

2.3.2 Avaliação da eficiência de captura de Anastrepha fraterculus de diferentes

concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em pomares de pessegueiro

e ameixeira ................................................................................................... 35

2.3.2.1 Análise dos dados ................................................................................... 36

2.3.4 Avaliação da taxa de evaporação do atrativo alimentar CeraTrap® em

diferentes concentrações .............................................................................. 37

2.3.5 Avaliação da seletividade de concentrações de CeraTrap® na captura de

insetos não-alvo............................................................................................ 37

2.3.5.1 Análise dos dados ................................................................................... 39

2.3.6 Avaliação das concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em relação ao

custo-benefício ............................................................................................ 39

2.3.7 Avaliação da diversidade de moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro

e ameixeira, utilizando CeraTrap® como atrativo alimentar .......................... 40

2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 41

2.4.1 Avaliação da eficiência de captura de Anastrepha fraterculus do atrativo

alimentar CeraTrap® em diferentes concentrações – pessegueiro e ameixeira

...................................................................................................................... 41

2.4.2 Avaliação da taxa de evaporação do atrativo alimentar CeraTrap® em

diferentes concentrações .............................................................................. 50

2.4.3 Avaliação da seletividade de concentrações de CeraTrap® na captura de

insetos não-alvo............................................................................................ 51

2.4.4 Avaliação das concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em relação ao

custo-benefício ............................................................................................. 58

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2.4.5 Avaliação da diversidade de moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro

e ameixeira, utilizando CeraTrap® como atrativo alimentar ......................... 60

2.5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 62

3 CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO DE DISPOSITIVO DE CAPTURA MASSAL PARA

CONTROLE DE MOSCAS-DAS-FRUTAS SULAMERICANA EM

POMARES DE AMEIXEIRA ....................................................... 63

3.1 RESUMO ............................................................................................................ 63

3.2 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 65

3.3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 68

3.3.1 Análise dos dados ........................................................................................ 71

3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 72

3.4.1 Eficiência das concentrações ................................................................... 72

3.4.2 Eficiência das armadilhas ......................................................................... 79

3.5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 85

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 87

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 93

APÊNDICE A – Tabela com número médio de moscas-das-frutas capturadas por

dia durante todo período, safras 2017/2018 e 2018/19. .......... Erro!

Indicador não definido.

APÊNDICE B – Cadernos de campo, safras 2017/18 e 2018/19 nos pomares de

pessegueiro e ameixeira. ............................................................ 105

APÊNDICE C – Tabelas com número médio de moscas-das-frutas capturadas

até meados de novembro e em todo o período safras 2017/18 e

2018/19 em pessegueiro. ............... Erro! Indicador não definido.

APÊNDICE D – Mapas das áreas de experimento de captura massal ............. 110

APÊNDICE E – Armadilhas utilizadas em pomares de pessegueiro e ameixeira.

.................................................................................................... 126

APÊNDICE F – Gráfico de MAD (Moscas/armadilha/dia) no entorno do pomar de

ameixa na safra 2018/19 .............................................................. 127

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1 INTRODUÇÃO GERAL

Poduzindo mais de 40 milhões de toneladas por ano, o Brasil ocupa posição de

destaque na fruticultura mundial. Em 2016, o rendimento com a produção de frutas foi

de cerca de R$ 33,3 bilhões, colaborando com aproximadamente cinco milhões de

empregos, o que corresponde a 16% do total de vagas disponibilizados pelo

agronegócio (ABF, 2018).

No Brasil, desde 1950 o cultivo comercial de frutíferas de clima temperado

popularizou-se e se expandiu por diversas regiões através do cultivo da videira, das

frutíferas de caroço, pomoideas entre outras (BARBOSA et al., 2003).

Nas principais regiões onde há cultivo de frutíferas de clima temperado os

fruticultores enfrentam problemas fitossanitários de diversas origens. Dentre estes, as

espécies de moscas-das-frutas têm causado perdas tanto na quantidade como na

qualidade dos frutos em geral (BOTTON et al., 2016).

As moscas-das-frutas constituem um complexo de mais de 5.000 espécies

pertencentes à família Tephritidae distribuídas por todas as regiões do planeta.

Entretanto, são aproximadamente 20 espécies responsáveis pelas perdas

econômicas na fruticultura (MARTINS, 2002). São altamente polífagos, após

oviposição nos frutos realizada pelas fêmeas, ocorre a morte das células adjacentes

(LORSCHEITER et al., 2012) e durante a fase larval se alimentam da polpa dos frutos,

tendo, portanto, expressão econômica na fruticultura mundial (LIU; JIN; YE, 2013).

No Brasil, as espécies de moscas-das-frutas de importância econômica

pertencem a quatro gêneros: Anastrepha, Bactrocera, Ceratitis e Rhagoletis. Os

gêneros Bactrocera e Ceratitis estão representados por uma única espécie, a mosca-

da-carambola, B. carambolae, e a mosca-do-mediterrâneo, C. capitata,

respectivamente. O gênero Rhagoletis está representado por quatro espécies

(ZUCCHI, 2000), enquanto o gênero Anastrepha já possui o registro de 121 espécies

(ZUCCHI; MORAES, 2008).

A região Sul do Brasil destaca-se na produção de frutas de clima temperado,

como maçã (Malus domestica, Borkh) pêssego (Punus persica, L.), ameixa (Prunus

salicina, L.), pera (Pyrus communis, L.), e uva (Vitis vinifera e Vitis labrusca, L.) (IBGE,

2012).

No estado de Santa Catarina, estima-se que o setor frutícola seja representado

por mais de 13 mil produtores que produzem mais de 1,5 milhão de toneladas de frutas

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(EPAGRI, 2019). São aproximadamente 1039 hectares de ameixeiras e 1371 de

pessegueiros e nectarineiras. Estas frutíferas representam cerca de 60 milhões de

reais com sua produção (GOULART JUNIOR; MONDARDO; REITER, 2017).

Na fruticultura de clima temperado da região Sul, nos estados do Rio Grande

do Sul e Santa Catarina, a mosca-das-frutas sulamericana (MFSA), Anastrepha

fraterculus é a espécie de maior importância econômica (SALLES; KOVALESKI, 1990;

SCOZ et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2010, ROSA et al., 2017a, b).

Os danos diretos decorrem da oviposição nos frutos realizada pelas fêmeas,

provocando a depreciação dos frutos (LORSCHEITER et al., 2012). Além disso as

lesões servem como porta de entrada para agentes patogênicos causadores de

podridões (SANTOS et al., 2008; NAVA; BOTTON, 2010).

Os danos indiretos ocorrem durante a comercialização, devido às implicações

quarentenárias, uma vez que as frutas infestadas por moscas-das-frutas podem servir

para transportar e disseminar estas pragas (NAVA; BOTTON, 2010).

Para que haja sucesso no manejo das moscas-das-frutas, o monitoramento é

primordial. Consiste em um sistema de previsão que permite acompanhar a flutuação

populacional da praga, e é considerado uma importante ferramenta para a tomada de

decisão de controle e implementação do manejo integrado de pragas (SCOZ et al.,

2006; ALUJA et al., 2012; EPAGRI, 2016), ou ainda a detecção de espécies exóticas

e quarentenárias, caracterizando a população de moscas-das-frutas seja do ponto de

vista quantitativo como qualitativo (NASCIMENTO; CARVALHO; MALAVASI, 2000).

O monitoramento, quando eficiente, serve como ferramenta para adoção de

medidas de controle, as quais devem ser de baixo custo e ao mesmo tempo evitar a

praga nos pomares além de diminuir resíduo de agrotóxicos nos frutos (ARIOLI et al.,

2018).

Nos pomares convencionais, a principal ferramenta de controle utilizada pelos

fruticultores ainda é o químico, através de aplicações de inseticidas organofosforados

em pulverizações de cobertura, as quais visam a contenção de adultos e/ou larvas

presentes nos frutos (KOVALESKI; SUGAYAMA; MALAVASI, 2000; BOTTON et al.,

2016). Embora apresente as vantagens de ser rápida e prevenir o ataque das fêmeas

e o desenvolvimento larval (NAVA; BOTTON, 2010), os custos ecológicos associados

são elevados e estão relacionados a baixa seletividade aos inimigos naturais e insetos

polinizadores, além de elevado período de carência dos inseticidas (SCOZ; BOTTON;

GARCIA, 2004; NAVA; BOTTON, 2010). Além disso, várias moléculas inseticidas que

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apresentavam eficácia contra a moscas-das-frutas não podem mais ser utilizadas,

como por exemplo a fenthiona, ou apresentam restrições de uso, caso de dimetoato,

fenitrotiona, methidathiona (BOTTON et al., 2017).

Se por um lado há carência por produtos com registro para frutíferas de clima

temperado, por outro há a uma tendência do mercado consumidor mundial por adquirir

e consumir frutas frescas com baixos níveis de resíduos de agrotóxicos e

preocupações com os impactos sobre os insetos benéficos e a saúde humana

(VARGAS et al., 2008). Diante desta realidade, as novas estratégias de controle têm

como base principal a supressão populacional de adultos. Desta forma ferramentas

confiáveis de monitoramento permitem melhorias nas práticas de controle da praga

(ARIOLI et al., 2018).

Na natureza, as principais fontes de alimento das moscas-das-frutas são, o

honeydew secretado por insetos sugadores, fezes de pássaros e frutos danificados

por outros animais ou em estado de decomposição (PROKOPY; ROITBERG, 1984).

Alimentos energéticos e proteicos são essenciais para que as moscas das frutas

alcancem a maturidade sexual e se tornem aptas ao acasalamento (SALLES, 2000;

ZUCOLOTO, 2000).

Considerando os aspectos bioecologicos das moscas-das-frutas que, para

atingirem a maturação fisiológica, necessitam de alimentos energéticos e proteicos,

várias substâncias foram testadas com a finalidade de atraí-las realizando assim o

monitoramento de suas populações em pomares comerciais (MONTEIRO et al., 2007;

BORTOLI et al., 2016). Atualmente, há uma grande disponibilidade de atrativos no

mercado (NAVA; BOTTON, 2010; ROSA et al., 2017a, b). Ainda assim, danos

significativos são observados, resultando em prejuízos aos fruticultores devido a

falhas no monitoramento (NAVA; BOTTON, 2010; BORTOLI et al., 2016).

Durante muito tempo o suco de uva integral foi o principal atrativo utilizado.

Porém estudos recentes apontam sua ineficácia no monitoramento de moscas-das-

frutas frente a outros atrativos disponíveis, principalmente atrativos a base de proteína

(MONTEIRO et al., 2007; HERRERA et al., 2015; ROSA et al., 2016; BOTTON et al.,

2016). Falhas na detecção de moscas-das-frutas foram observados em pomares onde

o suco de uva foi utilizado como atrativo alimentar (ZUANAZZI, 2012).

O questionamento quanto à eficácia do suco de uva, se dá principalmente

devido à variação na composição do produto, de acordo com o cultivar da uva, safra,

marca comercial etc. Além disso, na maioria das situações que se emprega o suco

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como atrativo ocorre uma captura significativa de predadores, parasitoides e

polinizadores em função da baixa especificidade do atrativo para a praga-alvo (ZART;

FERNANDES; BOTTON, 2009).

Estudos em diferentes culturas têm demonstrado que o CeraTrap® tem maior

atratividade para moscas-das-frutas quando comparado à outras soluções

alimentares. Obtido à frio, por um um processo de hidrólise enzimática (SANTOS-

RAMOS et al., 2011) e constituído por fontes proteicas de origem animal, provoca a

emissão regular de compostos voláteis, o que o tornam um ótimo atrativo para as

moscas-das-frutas (LASA et al., 2014b; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al., 2017b).

Além disso, a estabilidade do produto ao longo do tempo, sugere uma baixa

evaporação no campo. (LASA et al. 2014a, b).

Atualmente, o problema é o custo monetário do atrativo. Para o monitoramento

de MFSA, o suco de uva (25%) utilizado como atrativo, tem um menor custo por

hectare por semana (R$ 2,64/ US$ 0,84) quando comparado a outros atrativos, como

o torula® (R$ 3,81/ US$ 1,22) ou ceratrap® (R$ 4,63/ US$ 1,40) (Dólar: R$ 3,11 / jun.

2015) (ROSA; ARIOLI; BOTTON, 2015).

Os fruticultores necessitam produzir mais com menos e respeitando o meio

ambiente. Com a retirada de moléculas inseticidas do mercado, a exigência do

consumidor e principalmente o aumento nos custos de produção (BOTTON et al.,

2016), é preciso desenvolver uma estratégia de manejo viável para controlar as

moscas-das-frutas nos pomares.

Em razão da recomendação técnica de uso do atrativo CeraTrap® sem diluição,

a principal desvantagem é o custo de aquisição. Considerando que normalmente são

utilizados ao menos 300 mL/armadilha, temos um custo significativo por hectare, para

implementar a técnica de captura massal, por exemplo (MACHOTA Jr., 2015), para

hospedeiros como o pessegueiro Prunus persicae (L.), a densidade de armadilhas fica

em torno de 120 armadilhas por hectare (NAVARRO-LLOPIS; PRIMO; VACAS, 2014),

e um custo aproximado de US$ 280 (Dólar: R$ 3,85/ jun. 2019).

Dessa forma, torna-se importante avaliar diferentes concentrações do atrativo

alimentar CeraTrap®, vislumbrando a possibilidade de redução do custo de

monitoramento e implementação da técnica de captura massal em fruticultura de clima

temperado, aperfeiçoando as recomendações técnicas de manejo de moscas-das-

frutas e contribuindo para o manejo integrado de pragas.

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O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da diluição do CeraTrap® sobre a

eficácia na captura de moscas-das-frutas e a seletividade sobre insetos não-alvo,

quando utilizado no monitoramento em pomares de pessegueiro e ameixeira.

Também procurou, avaliar qual o melhor dispositivo para um sistema de captura

massal, avaliando concentrações de CeraTrap®, uso de cor atrativa bem como de cola

adesiva e por final, buscou demonstrar índices econômicos quando da utilização do

CeraTrap® em diferentes concentrações.

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2 CAPÍTULO 1 – MONITORAMENTO DE MOSCA-DAS-FRUTAS EM

PESSEGUEIRO E AMEIXEIRA COM ATRATIVO

ALIMENTAR DE PROTEÍNA ANIMAL

2.1 RESUMO

A fruticultura de clima temperado tem importante papel no cenário econômico

nacional. Na região do Meio-Oeste Catarinense destaca-se o cultivo de pessegueiros

e ameixeiras. Os danos causados por moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) é um

dos principais problemas fitossanitários enfrentados pelos fruticultores. Considerando

que as moscas-das-frutas são praga-chave, o monitoramento da flutuação

populacional com armadilhas contendo atrativos alimentares é indispensável para a

adoção de estratégias de controle. O objetivo do trabalho foi avaliar diferentes

concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® para o monitoramento e manejo de

moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro e ameixeira. Os experimentos foram

realizados em pomares comerciais nos municípios de Videira e Pinheiro Preto, nas

safras 2017/18 e 2018/19. O delineamento experimental foi casualizado em blocos,

com cinco tratamentos (soluções de CeraTrap® nas concentrações de 100, 75, 50, 25

e 5%). Utilizou-se cinco e seis repetições para ameixeira e pessegueiro

respectivamente, que foram disponibilizadas em armadilhas McPhail de base amarela

fixadas no pomar. As vistorias das armadilhas foram realizadas semanalmente, os

insetos capturados foram recolhidos e em laboratório foi realizada a triagem. Todas

as análises foram realizadas considerando o nível de 5% de significância.

Concentrações de até 50% de CeraTrap® são eficientes na atratividade de moscas-

das-frutas e seletividade a insetos não-alvo. A concentração de 75% apresenta o

melhor custo benefício para prática de monitoramento em pomares de ameixeira e

pessegueiro.

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2.2 INTRODUÇÃO

No Brasil, a fruticultura está presente em todos os estados da federação e a

produção foi avaliada em cerca de R$ 33,3 bilhões no ano de 2016 e emprega cerca

de cinco milhões de pessoas (ABF, 2018).

No estado de Santa Catarina, estima-se que o setor frutícola seja representado

por mais de 13 mil fruticultores que produzem mais de 1,5 milhão de toneladas de

frutas (EPAGRI, 2019). Em se tratando das culturas de pêssego e ameixa são

cultivados aproximadamente 1371 e 1039 hectares respectivamente (GOULART

JUNIOR; MONDARDO; REITER, 2017). São 667 produtores de pêssego e 448 de

ameixa, que produzem aproximadamente 18.140 e 16.000 toneladas por ano destas

frutas (EPAGRI, 2019).

Desde a implantação da fruticultura no sul do Brasil, as moscas-das-frutas são

o principal problema fitossanitário enfrentado pelos fruticultores (BOTTON et al.,

2016). Estes insetos pertencentes à família Tephritidae, são altamente polífagos e,

durante a fase larval se alimentam da polpa dos frutos, tendo, portanto, expressão

econômica na fruticultura mundial (LIU; JIN; YE, 2013).

Na fruticultura de clima temperado da região Sul, nos estados do Rio Grande

do Sul e Santa Catarina, a mosca-das-frutas-sulamericana (MFSA), Anastrepha

fraterculus (Wiedemann, 1830) é a espécie de maior importância econômica

(SALLES; KOVALESKI, 1990; SCOZ et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2010, ROSA et al.,

2017b).

Os danos decorrem da oviposição nos frutos realizada pelas fêmeas, causando

a morte das células (LORSCHEITER et al., 2012) já o desenvolvimento das larvas

(LIU; JIN; YE, 2013), provoca a depreciação dos frutos. Além disso, as lesões

permitem a entrada de agentes patogênicos causadores de podridões (SANTOS et

al., 2008; NAVA; BOTTON, 2010).

Identificar a presença de pragas nas culturas é elementar para realizar um bom

manejo. O monitoramento permite estimar a flutuação populacional da praga através

de amostragens e subsidia a adoção de medidas de controle, contribuindo para o

manejo integrado (DENT, 2000).

Na fruticultura de clima temperado, em sistemas convencionais de produção, a

principal ferramenta de controle utilizada pelos produtores ainda é o controle químico

(BOTTON et al., 2016). Embora a pulverização em cobertura total apresente as

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vantagens de ser rápida e prevenir o ataque, pode apresentar custos ecológicos

elevados como, por exemplo, o efeito deletério a inimigos naturais e/ou insetos

polinizadores devido à baixa seletividade de inseticidas de amplo espectro de ação

(SCOZ; BOTTON; GARCIA, 2004; NAVA; BOTTON, 2010).

A realidade atual de manejo da MFSA tem por base a supressão populacional

de adultos, uma vez que inseticidas de profundidade que tinham ação sobre larvas

nos frutos perderam o registro para as frutíferas de caroço (ARIOLI et al., 2018).

Portanto, ferramentas confiáveis de monitoramento são essenciais para a eficiência

das práticas de controle da praga (ARIOLI et al., 2018). São diversas as estratégias

de captura utilizadas, no caso das moscas-das-frutas utilizam-se armadilhas iscadas

com atrativos alimentares (ROSA et al., 2017b; ARIOLI et al., 2018).

Para o gênero Anastrepha não existe armadilha seca para monitoramento,

utilizando-se somente atrativos líquidos que capturam fêmeas e machos, sendo

generalistas para as espécies do gênero, mas essenciais para detectar a praga

(SUCKLING et al., 2016). Avanços consideráveis no manejo poderiam ocorrer com a

disponibilização de um atrativo sexual para A. fraterculus, semelhante ao que ocorre

para machos de Ceratitis capitata (Wied., 1824), com o uso de trimedlure (MACHOTA

JR, 2015). Em hipótese, isso ocorre devido a importância regionalizada de A.

fraterculus, não dispertando interesse econômico das empresas que fomentam esse

tipo de pesquisa.

Em fruticultura de clima temperado, o atrativo mais utilizado por muito tempo

foi o suco de uva, comumente diluído a 25%, por ser de baixo custo e de fácil acesso

pelos produtores. Contudo, pesquisas recentes vêm demonstrando a ineficiência

deste atrativo frente a outros disponíveis no mercado (ROSA et al., 2017b; ZUANAZZI,

2012).

Além disso, devido à valorização do suco de uva integral no mercado nacional

(MELLO, 2013), em tese, somente será viável usar suco de uva a 25% como atrativo,

se o mesmo for elaborado pelo produtor. Em 2015 o atrativo já custava por semana

por armadilha US$ 0,50, sendo superior aos apresentados por Torula® (US$ 0,44),

glicose invertida a 10% (US$0,35) e proteína hidrolisada BioAnastrepha a 5% (US$

0,26) (Dólar: R$ 3,50/ ago. 2015) (MACHOTA JR, 2015).

Dentre os atrativos disponíveis no mercado brasileiro, está o CeraTrap® que

possui um processo de emissão de compostos voláteis de amônia, que é atrativo para

as moscas-das-frutas (BIOIBÉRICA, 2019), obtido à frio, por um um processo de

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hidrólise enzimática (SANTOS-RAMOS et al., 2011), que é menos impactante aos

compostos proteicos que a hidrólise ácida (EPSKY; KENDRA; SCHNELL, 2014).

O produto possui alta estabilidade (LASA et al., 2014b) e mantem a eficácia na

captura de adultos nos pomares por longos períodos de tempo (SANTOS-RAMOS et

al. 2011; LASA e CRUZ 2014; LASA et al. 2015; LASA et al. 2014b; MACHOTA JR,

2015). Vários autores relatam sucesso na captura de fêmeas quando é utilizado

CeraTrap® como padrão de captura (MIRANDA-SALCEDO et al., 2014; HERRERA et

al., 2015; LASA et al., 2015; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al., 2017b). A proteína

hidrolisada CeraTrap®, é o atrativo mais eficiente no monitoramento de Anastrepha

fraterculus, em pomares de fruticultura temperada (ARIOLI et al., 2018).

O objetivo desse trabalho foi avaliar a melhor concentração do atrativo

alimentar CeraTrap® (em relação a eficiência de captura, maior seletividade a insetos

não-alvo e melhor custo-benefício) para monitoramento da mosca-das-frutas

sulamericana em pomares de pessegueiro e ameixeira.

2.3 MATERIAL E MÉTODOS

2.3.1 Áreas experimentais e tratamentos utilizados

Os experimentos foram conduzidos em pomares comerciais de pessegueiro

(Prunus persica L.) e de ameixeira (Prunus salicina L.) localizados na região Meio-

Oeste de Santa Catarina, na bacia hidrográfica do Rio do Peixe, nas safras 2017/2018

e 2018/2019 (Quadro 1).

Foram avaliadas a eficiência de concentrações de 100, 75, 50, 25 e 5%, diluídos

em água não clorada, do atrativo alimentar CeraTrap® (Figura 1), na captura de

adultos de moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro e ameixeira, na

evaporação, na seletividade a insetos não-alvo, no custo-benefício e na diversidade

de espécies de moscas-das-frutas.

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Figura 1 – Embalagens contendo concentrações de CeraTrap® 100, 75, 50, 25 e 5%

(esq. para dir.).

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Quadro 1 – Informações das áreas experimentais e composição florística do entorno

dos pomares.

Pomar Pêssego 2017/18

Pomar pêssego 2018/19

Pomar Ameixa 2017/18 – 2018/19

Coordenadas geográficas

27°04'13" S, 51 11'08" O

27°03'09" S, 51 08'48" O

27°05'41" S, 51°08'03" O

Município Pinheiro Preto, SC

Videira, SC Videira, SC

Área (ha) ≈ 1,0 ≈ 1,0 ≈ 1,0

Cultivares e idade do pomar

PS10711 (50%) 4 anos + Eragil

(50%) 10 anos

PS 10711 (70%) 5 anos + Eragil (30%) 05 anos

Letícia, 7 anos

Espaçamento entre plantas

5 x 2 m (PS10711)

5 x 4 m (Eragil)

6 x 1,2 m 5 x 2,4 m

Altitude (m) 775 888 766

Relevo Plano (<5% declive)

Plano (<5% declive)

Ondulado (20-30% declive)

Composição vegetal do entorno do pomar

Remanescente de mata atlântica (norte), lavouras de milho (sul e

leste) e vinhedo (oeste).

Remanescente de mata atlântica

(norte e sul), pomares de

ameixa (leste) e nectarina (oeste).

Pomares de ameixa cv. Fortune ao sul, vinhedos

(variedades Bordô ao norte ao oeste)

remanescente de mata atlântica e pomar de

Letícia ao leste.

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2.3.2 Avaliação da eficiência de captura de Anastrepha fraterculus de diferentes

concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em pomares de pessegueiro e

ameixeira

Nos pomares de pessegueiro os experimentos foram conduzidos em

delineamento casualizado em blocos, com cinco tratamentos (concentrações de 100,

75, 50, 25 e 5% de CeraTrap®) e seis repetições (armadilhas).

Nos pomares de ameixeira os experimentos também foram conduzidos em

delineamento casualizado em blocos, com os mesmos cinco tratamentos, mas com

cinco repetições (armadilhas). Foram utilizadas, em ambos os pomares, três

armadilhas contendo somente água (não clorada), distribuídas ao acaso como

testemunhas.

As armadilhas utilizadas foram do tipo McPhail de base amarela, com 300 mL

de solução de atrativo alimentar, fixadas nas plantas a uma altura entre 1,5 e 2 metros

da superfície do solo, conforme Nava e Botton (2010). A fixação das armadilhas nos

ramos das plantas foi realizada com fio de cobre recapado (4 mm).

As armadilhas foram distribuídas aleatoriamente no pomar, distantes entre si

de no mínimo 20 metros de raio. A instalação das armadilhas foi realizada na fase de

pegamento de frutos e permaneceram até a colheita.

Na safra 2017/2018, no pomar de pessegueiro as armadilhas foram instaladas

no dia 13/09/2017 e permaneceram nele até 03/01/2018, totalizando 113 dias. Na

safra 2018/2019 as armadilhas foram instaladas em 19/09/2018 e removidas em

16/01/2019, totalizando 120 dias.

Na safra 2017/2018, no pomar de ameixeira as armadilhas foram instaladas no

dia 13/10/2017 e permaneceram até 17/01/2018, totalizando 97 dias. Na safra

2018/2019 as armadilhas foram instaladas no dia 18/10/2018 e permaneceram até

06/02/2019, totalizando 112 dias.

As avaliações foram realizadas semanalmente, consistindo da coleta e

armazenamento dos exemplares de moscas-das-frutas em recipientes com álcool

etílico 70%, identificados com data e local. Para a coleta, o conteúdo (líquido atrativo

+ insetos) de cada armadilha foi vertido sobre peneira e recipiente graduado, para

medição e registro do volume remanescente de solução. Na sequência, os insetos

não-alvo capturados por tratamento foram acondicionados nos recipientes com álcool

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70%; o volume remanescente da solução devolvido nas armadilhas e complementado

até 300 mL (volume inicial).

A separação das moscas-das-frutas dos demais insetos foi realizada ainda nos

pomares, dentro da peneira utilizada para filtragem, com auxílio de pinça

entomológica.

2.3.2.1 Análise dos dados

Para a variável captura de adultos (machos e fêmeas), os dados foram

avaliados considerando o somatório de capturas por repetição de todo o período do

experimento. Devido ao maior número de capturas a partir de meados de novembro,

observado nas duas safras, outra análise foi realizada, considerando as capturas de

15 de novembro até o fim da colheita. A análise de eficiência das concentrações do

atrativo levou em consideração o pomar inteiro, sem fazer análise separada por

cultivar.

As análises de dados foram realizadas considerando as safras 2017/2018 e

2018/2019 individualmente para pessegueiro, mas conjunta para o pomar de

ameixeira, devido baixo número de capturas. Para o número de exemplares de

Anastrepha capturados por armadilha foi utilizado o modelo binomial negativo,

implementado no pacote MASS (VENABLES; RIPLEY, 2002); para a proporção de

fêmeas em relação ao total de capturados (razão sexual), empregou-se a distribuição

binomial. Os gráficos de resíduos versus valores preditos e gráficos seminormais

foram empregados para análise de diagnóstico dos modelos ajustados. A comparação

entre as diferentes concentrações foi realizada por meio da análise de contrastes

disponível no pacote multicomp (HOTHORN, BRETZ; WESTFALL, 2008). Todas as

análises foram realizadas considerando o nível de 5% de significância, com auxílio do

ambiente estatístico R (R Core Team, 2018).

Foi calculado o índice MAD (mosca/armadilha/dia) = Moscas/(Armadilha x Dias

de exposição das armadilhas), que é utilizado como base para tomadas de decisão

de controle, onde o índice de 0,5 é considerado como nível de controle.

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37

2.3.4 Avaliação da taxa de evaporação do atrativo alimentar CeraTrap® em

diferentes concentrações

Para obter o percentual de evaporação das diferentes concentrações de

CeraTrap® testadas, semanalmente realizou-se a mensuração considerando o volume

inicial de 300 mL por armadilha. O conteúdo (líquido atrativo + insetos) de cada

armadilha, após vertido sobre peneira para reter os insetos, foi mensurado em proveta

graduada e a diferença entre o volume inicial e o volume medido foi registrada.

Sempre que a aferição registrou volume inferior a 300 mL, foi feita reposição com

solução do tratamento correspondente. Os dados foram avaliados considerando o

somatório da evaporação no período e dividido pelo número de semanas em que foi

conduzido o experimento.

Alguns cuidados foram tomados no intuito de proporcionar maior acurácia na

mensuração do volume evaporado. As armadilhas foram instaladas em posições do

dossel de modo a receberem níveis semelhantes de luz solar/sombreamento; foram

fixadas com auxílio de fio de cobre recapado (4 mm - pouco flexível) para evitar

transbordamento por ação do vento ou da turbina de pulverização. Ainda, no ato de

avaliação dos insetos capturados, cuidados para não derramar o líquido foram

tomados.

No entanto, em períodos de alta intensidade de precipitação pluviométrica,

houve incremento no volume inicial em algumas armadilhas, devido à entrada de água

de chuva. Nesses casos, fez-se uma média de volume das demais repetições

(armadilhas) do mesmo tratamento na semana em avaliação.

Para os dados de evaporação foi realizada análise de variância clássica e teste

de Tukey para comparação de médias, sendo as pressuposições do modelo

verificadas por meio do teste de Bartlett e Shapiro-Wilk utilizando o software R (R

CORE TEAM). Considerou-se o nível de 5% de significância.

2.3.5 Avaliação da seletividade de concentrações de CeraTrap® na captura de

insetos não-alvo

A avaliação da seletividade do atrativo alimentar CeraTrap® foi realizada pela

identificação de insetos não-alvo (insetos que não pertencem ao grupo das moscas-

das-frutas) capturados nos diferentes tratamentos.

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38

A captura de insetos não-alvo implica em duas questões principais no manejo

das moscas-das-frutas, a saber: (1) quanto maior a quantidade de insetos não-alvo

capturados, menor a praticidade no monitoramento, uma vez que exige mais tempo e

trabalho para as inspeções; e (2) insetos polinizadores e agentes de controle biológico

(parasitoides e predadores), especialmente, não são desejáveis de serem capturados

em função das relevantes funções ecológicas que desempenham. Desse modo, as

avaliações de seletividade incluíram a quantificação e a identificação das ordens e de

algumas famílias dos insetos não-alvo capturados, com ênfase nos grupos que

reconhecidamente exercem função de polinização e de controle biológico (parasitismo

e predação), como é o caso da família Syrphidae (Diptera), que reconhecidamente

atuam como predadores na fase larval e polinizadores na fase adulta (NUNES SILVA

et al., 2016).

As coletas dos insetos não-alvo foram semanais, sendo a semana considerada

como repetição. Os insetos não-alvo capturados nos tratamentos foram coletados,

acondicionados em recipiente com tampa rosqueável contendo álcool 70%, e

identificados com data e local. Em laboratório, os insetos foram triados, contados e

separandos por categorias como insetos que têm relevante função

biológica/ecológica, por exemplo. Em alguns casos, devido ao alto número de insetos

capturados (principalmente nas concentrações de 25 e 5%), a contagem dos dípteros

não-alvo foi feita por estimativa, dividindo a área da bandeja, de fundo branco com

600cm2, em seis quadrantes e realizando a média pela área total, após contagem de

2 ou 3 quadrantes.

Para os parasitoides, predadores e polinizadores, famílias que

reconhecidamente exercem essas funções ecológicas foram levadas em

consideração: Chrysopidae e Hemerobiidae (Neuroptera); Coccinellidae (Coleoptera);

Apidae, Vespidae, Halictidae e outras famílias de vespas parasitoides (Hymenoptera);

Syrphidae (Diptera). Para os insetos não alvo, por dificultarem a atividade de

monitoramento, seguiu-se a metodologia proposta por EMBRAPA (2013) onde foram

contabilizados os exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias que não

Tephritidae e Syrphidae (designados como Outros Diptera); além dos exemplares de

Lepidoptera, Coleoptera e Hemiptera, mais aranhas (designados como Outros).

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39

2.3.5.1 Análise dos dados

Para análise dos dados utilizou-se a análise de componentes principais, sendo

utilizada como resposta a quantidade de capturados por parcela em cada grupo de

insetos (Chrysopidae e Hemerobiidae (Neuroptera); Coccinellidae (Coleoptera);

Apidae, Vespidae, Halictidae e outras famílias de vespas parasitoides (Hymenoptera);

Syrphidae (Diptera), Diptera (Outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras

famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae e Outros = Lepidoptera +

Coleoptera + Hemiptera + Aranhas).

A análise de componentes principais é uma técnica redução de dimensão que

proporciona, por meio da representação dos componentes no plano (gráfico

conhecido como biplot), a visualização das variáveis (nesse caso, grupos de insetos)

em relação às médias das amostras de cada tratamento. No gráfico, quanto menor o

ângulo entre dois vetores, mais positivamente relacionadas as variáveis que

representam; e quanto mais próximo de 180° o ângulo entre dois vetores, mais

negativamente relacionadas as variáveis. Quando o ângulo entre dois vetores é

próximo de 90° indica que essas variáveis são pouco relacionadas.

A técnica consiste em reescrever a matriz de variância e covariância observada

em autovetores (componentes principais) e autovalores (variabilidade explicada em

cada componente) de forma decrescente. Sendo possível representar com poucos

componentes grande parte da variabilidade observada nos dados.

2.3.6 Avaliação das concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em relação

ao custo-benefício

A partir dos resultados de eficiência de captura, evaporação e seletividade a

insetos não-alvo, foi possível verificar quais os tratamentos apresentam-se viáveis

para uso em monitoramento. Calculou-se o custo de monitoramento por armadilha

por semana, considerando simultaneamente a média de evaporação observada.

O cálculo do custo de reposição semanal das diferentes concentrações do

atrativo alimentar foi realizado utilizando o seguinte modelo e considerando o preço

médio R$ 30,00/litro de CeraTrap®:

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40

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 (𝑅$) = Evaporação semanal por armadilha X Concentração

100 X Preço médio do

litro

1000 (1)

Assim, obteve-se o valor do total de atrativo evaporado/armadilha/semana e,

por conseguinte, o custo de monitoramento por armadilha para cada uma das

concentrações. Multiplicando este valor pelo número de armadilhas utilizado por

hectare (de duas a quatro) é possível obter o custo total de reposição/ha/semana para

os diferentes tratamentos em pomares de pessegueiro e de ameixeira (NAVA;

BOTTON, 2010).

Para os dados de custo, foi realizada a análise de variância clássica e teste de

Tukey para comparação de médias, sendo as pressuposições do modelo verificadas

por meio do teste de Bartlett e Shapiro-Wilk utilizando o software R (R CORE TEAM).

Todas as análises foram feitas considerando o nível de significância de 5% de

significância.

2.3.7 Avaliação da diversidade de moscas-das-frutas em pomares de

pessegueiro e ameixeira, utilizando CeraTrap® como atrativo alimentar

Sabe-se que no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, aproximadamente

95% das moscas-das-frutas capturadas em armadilhas nos pomares pertencem à

espécie Anastrepha fraterculus que é nativa da região (SALLES; KOVALESKI, 1990;

SCOZ et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2010).

As espécies de mosca-das-frutas coletadas nas avaliações semanais dos

experimentos foram identificadas com base nos caracteres morfológicos (padrões alar

e torácico, mediotergito e subescutelo) das fêmeas. A identificação do gênero

Anastrepha foi baseada em chaves taxonômicas de Steyskal (1977) e Zucchi (2000).

Quando não foi possível realizar a identificação das espécies com base nestas

características morfológicas, os espécimes foram enviados para taxonomista, que

realizou exame ventral do acúleo para determinação da espécie (ALBERTI; BOGUS;

GARCIA, 2012).

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41

2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

2.4.1 Avaliação da eficiência de captura de Anastrepha fraterculus utilizando

atrativo alimentar CeraTrap® em diferentes concentrações – pessegueiro e

ameixeira

Nos pomares de pessegueiro, foram realizadas 16 e 17 avaliações/coletas nas

safras 2017/18 e 2018/19, respectivamente. Em 2017/18, em 113 dias, foram

capturados 268 exemplares de MFSA, dos quais, 228 fêmeas (85%) e 40 machos

(15%). Na safra 2018/19, em 120 dias, foram capturados 137 indivíduos, 96 fêmeas

(70,1%) e 41 machos (29,9%).

Na primeira safra, considerando todo o período de avaliação, as concentrações

de 50 e 75% capturaram mais que 100, 25 e 5%. Na segunda safra, a concentração

de 75% capturou mais que as concentrações inferiores, assim como 50%, que

capturou mais que 25 e 5%, 100% não diferiu de 75 e 50% (Tabela 1).

Tabela 1 – Número médio (± EP) e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas

(Anastrepha fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas

com diferentes concentrações de CeraTrap® por dia durante todo o

período do experimento, nas safras 2017-2018 e 2018-2019, em

pomares de pessegueiro nos municípios de Pinheiro Preto e Videira.

Concentrações 2017-2018 2018-2019

Total % fêmeas Total % fêmeas

100% 5,83 ± 1,17 b 78 a 8,00 ± 5,45 ab 84 a 75% 15,67 ± 5,35 a 89 a 10,00 ± 2,62 a 76 a 50% 17,50 ± 6,76 a 92 a 3,83 ± 1,47 b 83 a 25% 2,83 ± 1,54 b 50 a 0,67 ± 0,49 c 83 a 5% 2,00 ± 0,63 b 82 a 0,17 ± 0,17 c 100 a

Água1 1,67 ± 1,20 75 0,33 ± 0,33 100 1Para o controle (Água), foram utilizadas 3 armadilhas. Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Tukey 5% de significância). Testes realizados após a transformação para escala logarítmica.

De maneira geral, as concentrações de 100, 75 e 50% capturaram mais MFSA

do que as concentrações de 25 e 5%, nos dois anos de avaliação. Autores já relataram

a superioridade da concentração de 100% frente a outros atrativos alimentares (LASA

et al., 2014b; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al., 2017b). Embora a recomendação

técnica para o atrativo CeraTrap® seja de uso sem diluição (BIOIBÉRICA, 2019), os

resultados aqui obtidos evidenciam que mesmo diluído em água, o atrativo CeraTrap®

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42

mantém a capacidade de capturar um grande número de moscas-das-frutas (LASA et

al., 2015; ROSA et al., 2015).

Tabela 2 – Número médio e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas (Anastrepha

fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas com diferentes

concentrações de CeraTrap® por dia a partir de 15 de novembro, nas

safras 2017-2018 e 2018-2019, em pomares de pessegueiro nos

municípios de Pinheiro Preto e Videira.

Concentrações 2017-2018 2018-2019

Total % fêmeas Total % fêmeas

100% 5,83 ab 78 a 6,67 ab 84 a 75% 15,17 a 90 a 9,33 a 78 a 50% 17,00 a 91 a 3,67 b 82 a 25% 2,67 b 50 a 0,50 c 75 a 5% 2,00 b 82 a 0,17 c 100 a

Água1 1,66 75 0,33 100 1Para o controle (Água), foram utilizadas 3 armadilhas. Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Tukey 5% de significância). Testes realizados após a transformação para escala logarítmica.

Rosa, Arioli e Botton (2015) testando diluições de CeraTrap®, em pomares de

macieira, capturaram 1091 adultos, e constataram que 21, 18 e 39% foram capturados

nas concentrações de 100, 75 e 50%, respectivamente, sendo que 50% capturou mais

MFSA que as demais concentrações.

Algo semelhante foi observado na safra 2017/18 deste trabalho, quando

considerado período total do experimento, as concentrações de 75 e 50% capturaram

mais moscas-das-frutas que as demais concentrações, inclusive naquela de máxima

concentração (100%) (Tabela 1).

Miranda-Salcedo (2018) utilizando a diluição de uma parte de CeraTrap® e duas

de água (33%) para capturar moscas-das-frutas do gênero Anastrepha na cultura da

manga, no México, afirma que armadilhas iscadas com esta solução são eficientes

em reduzir a população de Anastrepha ludens e Anastrepha obliqua, utilizando 40

armadilhas por hectare.

O nível de controle da moscas-das-frutas na maioria das frutíferas de

importância economica é quando o MAD (mosca/armadilha/dia) for igual ou superior

a 0,5 (CARVALHO, 2005). As concentrações de 75 e 50% também apresentaram os

maiores MAD na safra 2017/18 que as demais concentrações; na safra 2018/19 a

concentração de 75% apresentou o maior MAD (Figura 2).

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Em ambas as safras o maior número de capturas de moscas-das-frutas ocorreu

em dezembro. Salles e Kovaleski (1990) já reportaram que a flutuação populacional

desta praga é maior do início de novembro ao final de janeiro, com picos populacionais

em meados de dezembro.

Na safra 2017/18 o MAD quase foi atingido na data de 13/12/2017 com as

concentrações de 75 e 50% e extrapolado na data de 20/12/2017 para as

concentrações de 50, 75 e 100% (Figura 2).

Na safra 2018/19 o MAD de referência quase foi atingido com a concentração

de 75%, a qual também foi superior no critério de atratividade (tabela 1). Na sequência,

as maiores médias (MAD) foram obtidas com as concentrações de 50 e 100%,

respectivamente (Figura 2).

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Figura 2 - Flutuação populacional da mosca-das-frutas sulamericana, nas safras

2017/18 e 2018/19 em pomares de pessegueiro nos municípios de Pinheiro Preto e

Videira.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Jahnke, Reyes e Redaelli (2014) avaliando um atrativo a base de proteína

hidrolisada vegetal e suco de uva (25%) na cultura de pessegueiro, obtiveram maior

número de capturas na fase de maturação dos frutos e o produto a base de proteína

foi mais eficientena nesta fase, de frutos maduros. No presente trabalho as maiores

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

MA

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100 75 50 25 5 Água

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

MA

D

100 75 50 25 5 Água

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45

capturas ocorreram a partir da segunda quinzena de dezembro, quando também já

havia frutos em maturação e/ou maduros no pomar.

As variações da densidade populacional de moscas-das-frutas também podem

ser influenciadas pela disponibilidade de hospedeiros e outros fatores climáticos

(ALBERTI; BOGUS; GARCIA, 2012).

Em hipótese, parte do acréscimo populacional de A. fraterculus pode estar

associado ao aumento da temperatura média. Autores como Salles (2000) e Formolo

et al. (2011) relatam que o aumento na temperatura é um fator ecológico que

incrementa a população da espécie. A temperatura ideal para A. o desenvolvimento

de A. fraterculus varia de 15,3 a 26,8 ° C (Cardoso et al., 2002). Araujo et al. (2019)

observaram queda acentuada na captura de A. fraterculus a partir de março, quando

as temperaturas abaixo de 15 ° C foram registradas, no entanto, a probabilidade de

ocorrência da praga não diferiu entre os tipos de paisagem adjacentes e não foi

afetada pela presença de plantas hospedeiras específicas. Portanto a flutuação

populacional desta praga nos pomares está associada a diversos fatores e não

apenas ao estágio de maturação dos frutos.

Considerando todo o período de avaliação, as diferentes concentrações de

CeraTrap®, não diferiram entre si para razão sexual. Não houve diferença na razão

sexual da MFSA entre as concentrações de CeraTrap® estudadas (tabela 1).

Bortoli et al. (2016) avaliaram cinco atrativos em pomares de citros (CeraTrap®

sem diluição), Torula® (6 pastilhas 3g/L), Bioanastrepha® (5%), glicose de milho (10%)

e suco de uva tinta (25%), e verificaram que o atrativo CeraTrap® diferiu para captura

de moscas-das-frutas e capturou mais fêmeas que os demais atrativos, obtendo uma

razão sexual de 55,33% de fêmeas. Avaliando estes mesmos atrativos, CeraTrap® foi

quem capturou o maior percentual de fêmeas não acasaladas entre todos, o que é

interessante. Uma vez que para provocar a injúria nos frutos é necessário que estas

fêmeas já tenham acasalado (BORTOLI, 2014).

Neste trabalho os percentuais de fêmeas foram superiores aos encontrados por

vários autores que utilizaram o CeraTrap® como padrão de captura. Em pomares de

ameixa, pera e goiaba serrana, nas regiões de Videira, Caçador e São Joaquim, os

seguintes percentuais de fêmeas foram obtidos: ameixa, 67,7% de fêmeas, em pera,

60,9% de fêmeas (ROSA et al., 2017b). Em pomares de goiaba serrana, do total

capturado de moscas-das-frutas 57,4% eram fêmeas (ROSA et al., 2017a).

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46

Em vinhedos, Machota Jr, (2015) obteve um percentual de 62% de fêmeas de

A. frateculus utilizando CeraTrap® como padrão de captura. No México, Herrera et al.

(2015) obtiveram média de 77% de fêmeas de Anastrepha ludens.

Embora para determinação do MAD, não se leve em consideração o sexo das

MFSA, a maior captura de fêmeas é desejável, pois são estas que causam os danos

diretos aos frutos quando realizam a oviposição (SALLES, 1999; ROSA et al., 2017b).

As concentrações de 25 e 5% não foram eficientes na captura de MFSA, e

vários fatores podem ter contribuído para isso. O tempo de decomposição do atrativo

pode influenciar na atratividade, já que produtos à base de proteína liberam amônia,

que é percebida pelos tefritídeos como fonte proteica (LÓPEZ-GUILLÉN; TOLEDO;

ROJAS, 2010).

A amônia e seus compostos voláteis desempenham um importante papel na

atração olfativa de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, porém em altas

concentrações este elemento pode agir de forma antagônica (BATEMAN; MORTON.,

1981; MALO, 1992).

Autores relatam problemas relacionados a variações nos atrativos entre lotes

de um mesmo atrativo em razão do substrato e do método de obtenção, pois muitos

produtos utilizados como atrativos alimentares para o manejo de moscas-das-frutas

são resíduos industriais (EPSKY; KENDRA; SCHNELL, 2014).

A proteína hidrolisada CeraTrap® se mantém estável, sem a proliferação de

micélio fúngico, por longo período, em uma solução de aspecto branco-creme, o que

sugere a presença de conservantes na composição (LASA et al., 2014b). Nas nossas

avaliações, essas características foram observadas tanto na concentração de 100

quanto na de 75%. A concentração de 50% apresentou um aspecto mais transparente,

similar a óleo vegetal, mantinham um odor similar e característico, mas por vezes

apresentou proliferação fúngica.

As concentrações de 25 e 5%, além de apresentarem proliferação fúngica,

apresentaram odor fétido e aspecto de decomposição acentuados após 2 a 3

semanas no campo, comprovando falta de estabilidade das mesmas.

Problema semelhante é notado na maioria das proteínas hidrolisadas

disponíveis comercialmente no Brasil, por apresentarem alto teor de melaço de cana-

de-açúcar e diferenças de composição e formulação provocando instabilidade do

produto (RAGA, 2005; RAGA et al., 2006). Variação também encontrada quando se

utiliza suco como atrativo devido à variação na composição do produto, de acordo

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47

como cultivar, safra, marca comercial etc. (THOMAS et al., 2001). A decomposição do

atrativo atrai maior quantidade de insetos (especialmente dípteros), dificulta a limpeza

das armadilhas e aumenta o tempo necessário para avaliações (BORTOLI, 2014;

MACHOTA Jr, 2015). Todos esses problemas também foram observados nesse

estudo, quando da utilização das concentrações de 25 e 5% de CeraTrap®.

A hidrólise ácida é mais hostil aos compostos proteicos, pois necessita de

pressão e temperatura elevada (EPSKY; KENDRA; SCHNELL, 2014), diferente do

processo de hidrólise enzimática, que ocorre à frio (SANTOS-RAMOS et al., 2011),

através do qual o CeraTrap® é obtido, o que lhe confere menor degradação, além de

maior atratividade e estabilidade (LASA et al., 2014b) mantendo a eficácia na captura

de adultos de A. fraterculus por até 60 dias em condições de campo (MACHOTA JR,

2015). No presente trabalho, com reposição semanal a eficiência do produto

ultrapassou a marca de 100 dias.

De maneira geral é possível afirmar que as concentrações de 100, 75 e 50%

se degradaram menos e foram mais estáveis, o que possibilitou maior atratividade e,

assim, maiores taxas de captura. O CeraTrap® emite compostos voláteis de amônia

(BIOIBÉRICA, 2019), e a diluição a 25 e 5% provavelmente o descaracterizou e o

tornou altamente instável. O estudo de intermediárias entre 25 e 50% possivelmente

permitiria outras inferências.

Nos pomares de ameixeira, foram realizadas 14 e 16 coletas nas safras

2017/18 e 2018/19, respectivamente. Em 2017/2018, em 97 dias, foram capturados

35 exemplares de moscas-das-frutas, sendo 20 fêmeas (57,14%) e 15 machos

(42,85%). Em 2018/2019, em 112 dias, foram capturados 59 exemplares de moscas-

das-frutas, sendo 47 fêmeas (79,66%) e 12 machos (20,33%). Nas duas safras, o total

de capturados foi de 94 indivíduos.

Não houve interação significativa entre anos de realização e tratamentos.

Dessa forma a comparação foi realizada utilizando a média dos insetos capturados

nas duas safras. A concentração de 75% capturou mais que 25 e 5%. As

concentrações de 100 e 50% não diferiram entre si e nem com as demais (Tabela 3).

De maneira geral, as concentrações de 100, 75 e 50% capturaram mais MFSA do que

as concentrações de 25 e 5%.

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Tabela 3 – Número médio (± EP) e percentual de fêmeas de mosca-das-frutas

sulamericana (Anastrepha fraterculus) capturados em armadilhas McPhail iscadas

com diferentes concentrações de CeraTrap®, nas safras 2017-2018 e 2018-2019, em

pomares de ameixeira no município de Videira.

Concentrações Total % fêmeas

100% 2,9 ± 0,85 ab 73 a 75% 3,6 ± 0,81 a 75 a 50% 1,4 ± 0,37 ab 69 a 25% 0,6 ± 0,27 b 50 a 5% 0,7 ± 0,33 b 75 a

Água1 - - 1O tratamento controle (Água) foi desconsiderado da análise, em função de ter capturado somente um exemplar em cada safra. Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Teste de hipóteses para todos os pares de contrastes; 5% de significância).

A superioridade na estabilidade e captura de CeraTrap® na concentração

máxima (100%) frente a outros atrativos alimentares já foi comprovada por diversos

autores (LASA et al., 2014; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al., 2017b; ARIOLI et al.,

2018). Contudo, os resultados obtidos nos experimentos conduzidos em pomares de

ameixeira e pessegueiro reforçam a possibilidade de utilização do CeraTrap® diluído,

pois, comprovadamente, mantem as características de alta atratividade e captura de

adultos de moscas-das-frutas sulamerica (A. fraterculus).

Rosa, Arioli e Botton testaram as concentrações de 100, 75 e 50% de

CeraTrap® na captura de MFSA em macieira e constataram que a 50% o atrativo

capturou mais moscas do que nas concentrações de 75 e 100%.

Historicamente, o nível de ação adotado para tomada de decisão de controle

da MFSA em frutíferas (temperadas e tropicais) no Brasil foi o índice MAD

(mosca/armadilha/dia) de 0,5. Nos dois anos de experimento em pomar de ameixeira,

não houve nenhum momento em que o nível populacional atingiu esse índice. Na safra

2017/2018, o maior MAD obtido foi de 0,31 em 10/01/2018, para a concentração de

75%; na safra 2018/19, de 0,22 em 04/01/2019, na concentração de 100%.

Na safra 2017/18, houve capturas de 08/11/2017 até 06/12/2017, e em

03/01/2018. Na safra 2018/19, embora o total de capturas tenha se mantido baixo, em

quase todas as semanas foram capturadas moscas-das-frutas (Figura 3).

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49

Figura 3 – Flutuação populacional da mosca-das-frutas sulamericana, nas safras

2017/18 e 2018/19 em ameixeira no município de Videira.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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100 75 50 25 5 Água

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100 75 50 25 5 Água

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50

2.4.2 Avaliação da taxa de evaporação do atrativo alimentar CeraTrap® em

diferentes concentrações

Na safra 2017/18, em pessegueiro, a concentração de 5% evaporou mais que

a de 50%; as concentrações de 25, 75 e 100% não diferiram entre si e nem diferem

de 5 e 50%. Na safra 2018/19, as concentrações de 5 e 25% não diferiram entre si e

evaporaram mais que as concentrações de 50, 75 e 100%, as quais também não

diferiram entre si (Tabela 4).

Na cultura da ameixeira o experimento foi conduzido no mesmo pomar nas

duas safras, a análise foi feita em conjunto. A concentração de 25% evaporou mais

que 50, 75 e 100%, e a concentração de 5% não diferiu de 25 e 50% (Tabela 5).

A ausência ou diminuição da necessidade de reposição do atrativo nas

armadilhas ao longo da safra é um fator importante para a diminuição de custos em

programas de controle de moscas-das-frutas (LASA et al. 2014a; ARIOLI et al., 2018).

Lasa e Cruz (2014) afirmam que a duração dos atrativos alimentares

disponíveis no mercado é reduzida e se torna um aspecto limitante para o emprego

da técnica da captura massal, por exemplo. Vários autores relatam a estabilidade do

atrativo CeraTrap® no campo (LASA et al., 2014; HERRERA et al., 2015; BORTOLI et

al., 2016; ROSA et al., 2017b; ARIOLI et al., 2018), conferindo-lhe até 60 dias de

eficácia na captura de adultos de A. fraterculus (MACHOTA Jr, 2015).

Utilizando CeraTrap® como atrativo e avaliando diferentes configurações de

armadilhas confeccionadas em garrafas PET de 600 e 2000 mL e armadilhas McPhail,

esta última não apresentou diferença significativa dos demais modelos para captura

de moscas-das-frutas, mas quando avaliada a evaporação entre os diferentes

modelos, a capacidade de retenção apresentada pela armadilha McPhail, foi

significativamente menor, em hipótese pelo tamanho do orifício central na porção

inferior da armadilha (Ø 45mm), facilitando a evaporação (MACHOTA JR., 2015).

De maneira geral, as concentrações 50, 75 e 100% evaporaram menos que as

concentrações de 25 e 5%. Pode-se inferir que não há diferença para média de

evaporação entre os três tratamentos mais eficientes na captura.

Em hipótese, concentrações que evaporam menos duram mais tempo a campo

sem a necessidade de reposição, portanto as concentrações de 25 e 5% se mostraram

ineficazes em relação a este quesito, contudo este não é o único fator a ser

considerado na escolha de uma solução alimentar.

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51

Tabela 4 – Média de evaporação (mL) por armadilha por semana em pomar de

pessegueiro, nas safras 2017/18 e 2018/19, nos municípios de Pinheiro

Preto e Videira.

Concentrações Safra 2017/18 Safra 2018/19

100 46,66 ab 36,57 b 75 46,25 ab 35,19 b 50 44,37 b 36,56 b 25 48,22 ab 47,40 a

5 59,64 a 43,43 a

Água1 45,52 36,57 1 Para o controle foram utilizadas 3 armadilhas com água e não foi considerado na análise dos dados; 2 – Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Tukey 5% de significância). Testes realizados após a transformação para escala logarítmica.

Tabela 5 – Média de evaporação (mL) por armadilha por semana em pomar de

ameixeira, nas safras 2017/18 e 2018/19, no município de Videira.

Concentrações Safra 2017/18 Safra 2018/19 Média geral

100 29,00 24,56 26,78 c

75 28,71 24,69 26,70 c 50 29,43 27,06 28,24 bc

25 34,07 36,69 35,37 a

5 35,21 28,88 32,04 ab Água1 - - -

1 Para o controle forma utilizadas 3 armadilhas com água e não foi considerado na análise dos dados; 2 – Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem (Tukey 5% de significância). Testes realizados após a transformação para escala logarítmica.

2.4.4 Avaliação da seletividade de concentrações de CeraTrap® na captura de

insetos não-alvo.

Em pomar de pessegueiro, a análise dos componentes principais na safra

2017/18 mostrou que a dimensão 1 e 2 contêm 26,03% e 17,81% da variabilidade dos

dados, respectivamente (Figura 4a). O posicionamento dos vetores permite dizer que

a concentração de 5% está relacionada a maior captura de Outros Diptera e a

concentração de 25% tem maior relação com a captura de Apidae, Halictidae e Outros

(Lepidoptera, Coleoptera, Hemiptera a aranhas) (Tabela 6).

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Tabela 6 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na

safra 2017/18 em pomares de pessegueiro no município de Pinheiro

Preto.

Insetos não-alvo Concentrações

100% 75% 50% 25% 5%

Chrysopidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,22 Hemerobiidae 0,22 0,55 0,33 0,44 0,55 Vespidae 2,66 3,55 10,22 1,55 1,55 Apidae 0,22 0,22 0,44 0,88 0,88 Halictidae 0,22 0,33 0,33 1,33 0,22 Parasitoides 0,11 0,11 0,33 0,11 0,55 Syrphidae 0,11 0,22 0,00 0,00 0,00 Diptera (Outros) 219,33 296,55 236,11 919,88 1112,33 Outros 4,77 8,00 6,55 15,44 12,33

Diptera (outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae. Outros = Lepidoptera + Blattodea + Coleoptera + Hemiptera + Aranhas.

A concentração de 50% apresenta maior relação com a captura de Vespidae.

As concentrações de 75 e 100% estão em direção oposta aos vetores que indicam a

captura de Diptera (Outros), demonstrando baixa relação entre estas concentrações

e a captura desses insetos não-alvo. Na safra 2018/19, as dimensões 1 e 2 contêm

23,07% e 16,09% da variabilidade dos dados, respectivamente (Figura 4b).

Novamente as diluições de 25 e 5% capturaram mais insetos não-alvo, principalmente

Outros Diptera. Inversamente, as concentrações de 50, 75 e 100% apresentaram

baixa captura desse grupo de insetos. Para os demais grupos, a distribuição de

capturas foi similar entre as concentrações (Figura 4b; Tabela 7).

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Tabela 7 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por semana na

safra 2018/19 em pomares de pessegueiro no município de Videira.

Insetos não alvo Concentração

100% 75% 50% 25% 5%

Chrysopidae 0,11 0,17 0,05 0,05 0,00 Hemerobiidae 1,58 3,23 3,52 3,29 3,52 Vespidae 24,17 18,76 15,35 11,35 6,64 Apidae 1,76 1,52 0,94 3,94 4,35 Halictidae 0,23 0,05 0,05 0,17 0,41 Parasitoides 0,11 0,35 0,94 0,47 0,29 Coccinellidae 0,23 0, 47 0,76 0,23 0,47 Syrphidae 0,47 0,35 1,05 0,82 0,41 Diptera (outros) 278,41 234,17 436,70 3082,00 1338,35 Outros 3,88 4,05 4,05 10,47 6,76

Diptera (outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae. Outros = Lepidoptera + Hemiptera + Coleoptera (outros) + Blattodea + Aranhas.

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Em ameixeira, na safra 2017/18, as dimensões 1 e 2 contêm 25,66% e

18,30% da variabilidade dos dados, respectivamente (Figura 5a). A

concentração de 25% se destaca no gráfico, estando mais relacionada às

capturas de Outros Diptera, Hemerobiidae e Outros (Lepidoptera, Coleoptera,

Hemiptera e aranhas) (Tabela 8). O tratamento 100% ficou mais relacionado a

Halictidae e Vespidae. A concentração 75% encontra-se em direção oposta ao

vetor que representa os outros Diptera, permitindo dizer que é um tratamento

que muito pouco se relacionou à captura de indivíduos desse grupo taxonômico,

o qual teve relevante número de capturas do total de capturas no experimento.

O tratamento 50% também é inversamente relacionado aos Hemerobiidae e

Outros (Figura 5a; Tabela 8).

Tabela 8 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por

semana na safra 2017/18 em pomares de ameixeira no município

de Videira.

Insetos não alvo Concentração

100% 75% 50% 25% 5%

Hemerobiidae 0,00 0,00 0,00 0,36 0,09 Vespidae 3,45 1,27 2,18 0,63 0,90 Apidae 0,09 0,00 0,27 0,18 0,00 Halictidae 0,45 0,18 0,00 0,18 0,00 Parasitoides 0,18 0,09 0,36 0,27 0,27 Syrphidae 0,00 0,18 0,00 0,00 0,27 Diptera (outros) 191,27 80,00 236,90 850,18 305,36 Outros 1,72 2,00 1,09 13,72 4,81

Diptera (outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae. Outros = Lepidoptera + Coleoptera + Hemiptera + Aranhas.

Na safra 2018/19, as dimensões 1 e 2 contêm 24,67% e 17,59% da

variabilidade dos dados, respectivamente (Figura 5b). O tratamento 25%

novamente se destacou em relação aos demais, com grande número de

capturas, especialmente de outros Diptera, mas também de Outros e

Hemerobiidae (Tabela 9). Todas as demais concentrações tiveram

comportamento inverso com relação às capturas ocorridas para concentração

de 25%, sendo que a concentração de 50% tem alguma relação com a captura

de Coccinellidae e as concentrações de 75 e 100% apresentaram um padrão de

captura muito similar entre si.

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Tabela 9 – Quantidade de insetos não-alvo capturados por tratamento por

semana na safra 2018/19 em pomares de ameixeira no município

de Videira.

Insetos não alvo Concentração

100% 75% 50% 25% 5%

Hemerobiidae 0,18 0,18 0,25 1,25 0,18 Vespidae 1,87 0,87 1,00 0,68 0,68 Apidae 0,12 0,06 0,12 0,31 0,00 Halictidae 0,06 0,06 0,00 0,12 0,18 Parasitoides 0,00 0,00 0,18 0,31 0,25 Coccinellidae 0,06 0,00 0,12 0,00 0,00 Syrphidae 0,43 0,62 0,62 0,93 1,31 Diptera (outros) 28,93 41,45 163,56 1210,25 609,75 Outros 3,00 2,06 3,43 10,75 2,31

Diptera (outros) = exemplares de Diptera pertencentes a outras famílias (não identificadas), exceto Tephritidae e Syrphidae. Outros = Lepidoptera + Coleoptera (outros) + Hemiptera + Aranhas + Blattodea.

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Numericamente as concentrações 25 e 5% capturaram mais dípteros não-alvo,

em ambos os pomares e safras. Além disso, a concentração de 25% também foi nas

duas culturas e nas duas safras a que mais capturou insetos não-alvo e outros como

Lepidoptera, Coleoptera, Hemiptera e aranhas (Tabelas 6 a 9).

As concentrações de 25 e 5% se mostraram ineficientes para capturar moscas-

das-frutas. Com relação à captura de insetos não-alvo, estes tratamentos também se

mostram inadequados, pois capturaram mais insetos não-alvo que as concentrações

de 100, 75 e 50%. Além de dificultar o trabalho de vistoria das armadilhas, há um custo

ecológico nessa captura massiva de outros insetos que não a praga de interesse,

onde são capturados inimigos naturais e polinizadores (SCOZ et al., 2004; NAVA;

BOTTON, 2010).

Um problema frequente em sistemas de monitoramento de moscas-das-frutas

utilizando atrativos alimentares é a quantidade de insetos não-alvo capturados nas

armadilhas (THOMAS et al., 2001), principalmente quando a estabilidade do atrativo

é baixa, que é o caso da maioria dos sucos, por exemplo. Além destes insetos

dificultarem no monitoramento em função da grande quantidade, eles também podem

exercer funções benéficas como predação, parasitismo e polinização (ZART;

FERNANDES; BOTTON, 2009; VILLAR et al., 2010; BORTOLI, 2014).

A escolha de atrativos menos seletivos é preferida, pois a escolha normalmente

baseia-se no custo e na facilidade de obtenção (PIÑERO et al., 2003), sendo

desconsiderados aspectos como padronização da composição, durabilidade da

solução no campo, eficácia nas capturas e seletividade a artrópodes não-alvo (RAGA

et al., 2006; VILLAR et al., 2010).

Embora estudos recentes demonstrem o potencial de uso de sucos de frutas

no monitoramento de moscas-das-frutas (NUNES et al., 2013; JAHNKE; REYES;

REDAELLI, 2014), na atualidade produtos à base de proteína hidrolisada são

melhores atrativos para essas espécies (ROSA et al., 2017b), com destaque para o

CeraTrap®, que tem boa seletividade a organismos não-alvo (LASA et al., 2014b).

2.4.5 Avaliação das concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® em relação

ao custo-benefício

Com base no cálculo de custo semanal de monitoramento, todas as

concentrações diferem entre si (Tabela 10). Os valores de monitoramento por

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tratamento para o pomar de ameixeira foram mais baixos devido ao fato de que as

médias de evaporação também foram mais baixas. Em hipótese a menor evaporação

ocorreu em ameixeira devido a maior densidade de folhagem do dossel do pomar.

Tabela 10 – Custo em reais (R$) das diferentes concentrações do atrativo alimentar

CeraTrap® para o monitoramento de moscas-das-frutas por armadilha

por semana em pomares de pessegueiro e ameixeira, 2017/2018 e

2018/2019, nos municípios de Pinheiro Preto e Videira.

Concentrações (%) Pessegueiro

Safra 2017/18

Pessegueiro

Safra 2018/19

Ameixa -

Safra 2017/18 e

2018/19

100 1,40 a 1,10 a 0,80 a

75 1,04 b 0,79 b 0,60 b

50 0,66 c 0,54 c 0,42 c

25 0,36 d 0,36 d 0,26 d

5 0,09 e 0,07 e 0,04 e

1. Nos pomares de pessegueiro, a análise do custo foi realizada por safra

Uma desvantagem do uso de proteínas hidrolisadas como atrativos é a captura

de insetos não-alvo (ALUJA, 1994), com uso de suco de uva o número de insetos não-

alvo capturados é ainda mais elevado (THOMAS et al., 2001; MACHOTA JR, 2015).

O atrativo CeraTrap®, apesar de ser uma proteína hidrolisada possui boa seletividade

para insetos não-alvo (LASA et al., 2014b).

Porém, com base nos resultados de capturas, evaporação e seletividade,

constata-se que as concentrações de 25 e 5% não são eficientes para monitoramento

de moscas-das-frutas em pomares de pessegueiro e ameixeira, independente de

custo semanal com atrativo, pois além de não ser eficiente na captura de A.

fraterculus, capturou grande número de insetos não-alvo o que aumentaria

significativamente os custos com mão de obra para realização do monitoramento.

Há uma redução no número de captura de insetos não-alvo quando ocorre a

utilização de proteínas hidrolisas e levedura de Torula® em comparação com suco de

uva (MACHOTA JR, 2015). O suco de uva e glicose contém açúcar e pH ácido

(MACHOTA JR, 2015). Em hipótese o pH alcalino de atrativos como Torula® e

CeraTrap® diminuem as capturas de insetos não-alvo (HEATH et al., 2009) o mesmo

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é observados no presente trabalho, mesmo em diluição o CeraTrap® mantém esta

característica, assim como o produto sem diluição o pH das concentrações de 75 e

50% ficou próximo da alcalinidade.

Como as concentrações de 100, 75 e 50% não diferem entre si na evaporação,

é necessário considerar o total de capturas e a seletividade destas três concentrações,

para que seja possível determinar qual delas apresenta melhor custo-benefício. Com

relação à captura de insetos não-alvo, com exceção das concentrações de 25 e 5%

que já não foram eficientes na captura, as demais concentrações se equiparam. No

entanto a concentração de 75% apresentou os melhores resultados para a captura de

MFSA, não diferindo de 100 e 50% em pomares de ameixeira e em pessegueiro na

safra 2017/18, mas sendo superior a 50% na captura na safra 2018/19 em

pessegueiro. Portanto, embora monetariamente a concentração de 75% não seja mais

econômica que 50%, é a que apresenta melhor custo-benefício para monitoramento

de MFSA em frutíferas de caroço, pois de modo geral foi a que mais capturou A.

fraterculus, além disso a campo foi possível observar que 50% apresentou maior

proliferação de micélio fúngico, o que também dificulta a prática do monitoramento.

2.4.6 Avaliação da diversidade de moscas-das-frutas em pomares de

pessegueiro e ameixeira, utilizando CeraTrap® como atrativo alimentar

De um total de 268 moscas-das-frutas capturadas nos pomares de pessegueiro

na safra 2017/18, 267 delas eram da espécie Anastrepha fraterculus, correspondendo

a 99,62% do total, o outro exemplar pertence a Rhagoletis blanchardi.

Na safra 2018/19, de um total de 137 moscas-das-frutas capturadas nos

pomares de pessegueiro, 136 eram da espécie Anastrepha fraterculus

correspondente a 99,27% do total. O outro indivíduo encontra-se em identificação.

Nos pomares de ameixeira, na safra 2017/18, foram capturados apenas 35

exemplares de moscas-das-frutas, sendo 33 pertencentes a Anastrepha fraterculus,

correspondendo a 94,28% do total; e os outros dois exemplares pertencentes a

Rhagoletis blanchardi e Anastrepha montei.

Na safra 2018/19 foram capturados 59 exemplares de moscas-das frutas,

sendo 57 da espécie Anastrepha fraterculus correspondente a 96,61% do total, e os

outros dois indivíduos ainda não foram identificados.

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Quatrocentos e noventa e nove indivíduos de moscas-das-frutas foram

capturados, sendo 405 em pessegueiro e 94 em ameixeira. Considerando as duas

culturas e as duas safras, 493 indivíduos são da espécie Anastrepha fraterculus

(98,79%), e seis são de outras espécies (1,21%).

Informações sobre níveis de infestação, fenologia e taxonomia de espécies são

importantes para entender a dinâmica populacional de moscas-das-frutas e seus

hospedeiros (ROSA et al., 2018).

Os resultados corroboram os de outros autores de que no Rio Grande do Sul e

em Santa Catarina, aproximadamente 95% das moscas-das-frutas capturadas em

armadilhas pertencem à espécie Anastrepha fraterculus (SALLES; KOVALESKI,

1990; SCOZ et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2010). Embora seja consenso entre vários

autores de que para região sul do Brasil a espécie A. fraterculus seja predominante,

avaliar a diversidade de espécies continua sendo de suma importância, caso surjam

novas espécies e também identificar a presença de possíveis espécies quarentenárias

(NAVA; BOTTON, 2010).

No México, diversos trabalhos mostram que mesmo havendo grande

diversidade de espécies de Anastrepha em pomares comerciais, A. ludens, A.

serpentina e A. obliqua representam mais de 90% das capturas (ALUJA et al., 2012).

No Brasil, a dominância de apenas uma ou duas espécies de moscas-das frutas

também foi constatada em várias pesquisas (ALBERTI; BOGUS; GARCIA, 2012;

HUSC et al., 2012; ROSA et al., 2018).

Rosa et al. (2017b), por exemplo, utilizando CeraTrap® como padrão de captura

atingiram um percentual de 98,7 de moscas-das-frutas da espécie Anastrepha

fraterculus, em pomares de ameixa, pera e goiaba-serrana, nas regiões de Videira,

Caçador e São Joaquim. Comparando atrativos alimentares em pomar de macieira,

Teixeira et al. (2010) obtiveram um percentual de 99,9% de moscas-das-frutas da

espécie A. fraterculus. Resultado similar foi encontrado por Scoz et al. (2006) em

pomares de pessegueiro, onde 100% dos indivíduos capturados eram desta espécie.

A alta incidência da espécie A. frateculus, tem correlação direta com a presença

de hospedeiros nativos. Em Santa Catarina, a presença da espécie foi confirmada em

20 espécies nativas e exóticas pertencentes a 8 famílias botânicas (GARCIA;

NORRBOM, 2011). Ressalta-se ainda que esta é a espécie selvagem mais adaptada

e provavelmente por este motivo seja predominante (BISOGNIN et al., 2013).

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2.5 CONCLUSÕES

O atrativo alimentar CeraTrap®, na concentração de 50% mostrou-se viável em

relação a recomendação atual que é de 100%, na captura de fêmeas adultas de

Anastrepha fraterculus em pomares de pessegueiro e ameixeira;

A concentração de 75% do atrativo alimentar CeraTrap® deve ser utilizada para

monitoramento de Anastrepha fraterculus em pomares de pessegueiro e ameixeira;

As concentrações de 5 e 25% do atrativo alimentar CeraTrap® são inviáveis

para serem utilizadas em programas de monitoramento/manejo de Anastrepha

fraterculus;

Acima de 98% das moscas-das-frutas capturadas em armadilhas iscadas com

o atrativo alimentar CeraTrap®, na região do Vale do Rio do Peixe, pertencem a

espécie Anastrepha fraterculus.

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3 CAPÍTULO 2 – AVALIAÇÃO DE DISPOSITIVO DE CAPTURA MASSAL PARA

CONTROLE DE MOSCAS-DAS-FRUTAS SULAMERICANA EM

POMARES DE AMEIXEIRA

3.1 RESUMO

Anualmente as pragas causam sérios prejuízos à produção, necessitando de

ferramentas eficientes para seu manejo. As moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae)

estão entre as pragas de maior expressão econômica na fruticultura mundial. A

captura massal é uma técnica de controle de insetos-praga que objetiva atrair,

capturar e matar o maior número de insetos possível, utilizando alta densidade de

armadilhas e atrativos eficientes. Com a retirada de algumas moléculas inseticidas do

mercado brasileiro nos últimos anos e a exigência por alimentos livres de resíduos,

novas ferramentas precisam ser desenvolvidas e aprimoradas. A captura massal é

uma dessas ferramentas, podendo ser empregada como alternativa no manejo de

moscas-das-frutas no Brasil. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes

configurações (combinação de concentração do atrativo alimentar, cor e superfície

adesiva) de armadilhas na eficiência de captura da mosca-das-frutas sulamericana.

Foram 14 tratamentos casualizados em 7 blocos. Todas as análises foram realizadas

considerando o nível de 5% de significância. Concentrações a partir de 50% de

CeraTrap® são eficientes na atratividade de moscas-das-frutas, porém os dados

obtidos nessas duas safras ainda não permitem determinar se a cor e a cola agregam

eficiência no dispositivo a ser utilizado em captura massal.

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3.2 INTRODUÇÃO

Anualmente os fruticultores enfrentam adversidades na produção, como a

ocorrência de insetos fitófagos, que na condição de pragas causam sérios prejuízos e

exigem ferramentas eficientes para seu manejo. Desta forma, tecnologias vêm sendo

desenvolvidas, visando monitoramento, eficiência de captura e controle, objetivando

reduzir custos e minimizar os impactos ambientais, além de proporcionar alimentos

mais saudáveis ao consumidor final.

As moscas-das-frutas são dípteros (Tephritidae) que causam danos diretos

decorrentes do desenvolvimento larval (construção de galerias) na polpa dos frutos,

bem como do aumento da incidência de doenças (principalmente a podridão-parda,

causada pelo fungo Monilinia fructicola) associadas à lesão causada pelas fêmeas

durante a oviposição (NAVA; BOTTON, 2010). A importância é tamanha que em

situações de falha no controle, as perdas podem ser de 100% da produção (EPAGRI,

2016).

Desde a implantação da fruticultura no sul do Brasil, as moscas-das-frutas são

o principal problema fitossanitário enfrentado pelos fruticultores (BOTTON et al., 2016)

e o uso de inseticidas em cobertura ainda é a principal ferramenta utilizada para o

controle desta praga (BOTTON et al., 2017). Contudo, os inseticidas que

apresentavam eficácia na mortalidade de larvas foram retirados do mercado ou

apresentam restrições de uso (BOTTON et al., 2017) e, portanto, as novas táticas de

controle devem ter como base principal a supressão populacional de adultos,

permitindo melhorias nas práticas de controle da praga com redução significativa de

custos (ARIOLI et al., 2018).

A captura massal (mass trapping) é uma tática de controle que tem por princípio

atrair, capturar e matar, utilizando uma alta densidade de armadilhas com atrativos

líquidos ou sólidos, que atraem os insetos para as armadilhas (EL-SAYED et al., 2006;

NAVARRO-LLOPIS; PRIMO; VACAS, 2012; SHELLY et al., 2014). Essa técnica

possibilita a redução do emprego de inseticidas em pomares de produção

convencional e vem sendo utilizada de forma rotineira para controle da mosca-do-

mediterrâneo Ceratitis capitata (Wied., 1824) (Diptera: Tephritidae) na Espanha, Itália

e Marrocos (EL ARABI et al., 2011). No entanto, o sucesso da captura massal

depende da eficiência da substância utilizada como atrativo e da eficácia da armadilha

na captura (NAVARRO-LLOPIS; PRIMO; VACAS, 2012) (Figuras 6 e 7 e Tabela 11).

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Figura 4 – Vista frontal de diferentes modelos de armadilhas para a captura de

moscas-das-frutas (1) Multilure; (2) garrafa PET transparente; (3)

moskisan; (4) Tephri trap; (5) Ecological Tephri trap.

Fonte: Adaptado de Lasa, 2015.

Figura 5 – Vista frontal (a) e lateral (b) de diferentes modelos de armadilhas

comerciais, (1) McPhail IPS 235; (2) MS2 trap; (3) Maxitrap Plus; (4)

Maxitrap UV; (5) Conetrap; (6) Dome Trap.

Fonte: Adaptado de Lasa, 2014b.

No Brasil, essa ferramenta chegou a ser utilizada no controle da mosca-das-

frutas com armadilhas iscadas com suco de frutas (LORENZATO, 1984). Porém, a

baixa eficiência nas capturas (SALLES, 1995; SCOZ et al., 2006;) e a necessidade de

constante reposição ou trocas semanais dos atrativos (NAVA; BOTTON, 2010; RAGA;

VIEIRA, 2015) inviabilizou a adoção da técnica, que é pouco explorada nos pomares

brasileiros (ARIOLI et al., 2018). Portanto, a estabilidade do atrativo utilizado é

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67

essencial para viabilizar a técnica, uma vez que implica em questões centrais de

manejo que são a mão de obra e o custo (BOTTON et al., 2017; ARIOLI et al., 2018).

Com a introdução, no mercado brasileiro, de uma nova formulação de proteína

hidrolisada de origem animal altamente atrativa para as moscas-das-frutas e com

elevada estabilidade a campo, foi possível retomar os trabalhos de controle por

captura massal. Diferentes armadilhas e adesivos de cor amarela são comumente

utilizados em programas de controle de dípteros, avaliar estas ferramentas

conjuntamente com atrativo eficiente é o objetivo central do trabalho.

Foi avaliado durante duas safras, diferentes armadilhas (combinação de

concentração do atrativo alimentar, cor e superfície adesiva), com o objetivo de

disponibilizar informações sobre: qual seria a melhor concentração de CeraTrap®

conjugada com o tipo de armadilha, que viabilize a implementação da captura massal

para a supressão populacional da mosca-das-frutas sulamericana Anastrepha

fraterculus em pomares de frutas de caroço.

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Tabela 11 – Características e classificação de produtos disponíveis comercialmente

para o manejo das moscas-das-frutas em pomares de frutíferas

(adaptado de Vargas, Piñero e Hoffmann, 2014).

Atrai e mata

Tipos Modo de ação Descrição Exemplo

Captura massal

Armadilhas úmidas

Moscas se afogam no líquido

Iscas líquidas (proteína hidrolisada ou sais de amônia

CeraTrap®, Olipe, Servatray®

Atrativos secos + água

MultiLure® iscada com BioLure + água

Armadilhas secas

Armadilhas adesivas

Atrativo seco armadilha Delta

Inseticida

Inalação (DDVP)

Moskisan® + BioLure®

Inseticida de contato

Decis®

Estações Isca

Atrai e infecta Contaminação por contato

Fungos

Atrai e mata

Inseticida de contato

M3®, Vioril®, Magnet® MED MAT

Inseticida de ingestão

SPLAT (Anamed®), EPALure&kill®

Atrai e esteriliza

Agente esterilizante de ingestão

Adress®

3.3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido durante as safras 2017/2018 e 2018/2019, em

pomar comercial de ameixeira (Prunus salicina, cultivar Fortune) de aproximadamente

5 hectares, 10 anos de idade, e espaçamento de 5 (entre linhas) x 1,20m (entre

plantas). O entorno do pomar é constituído, em grande parte, por remanescentes de

mata atlântica; um pomar de pessegueiro a leste; e um vinhedo a oeste. O pomar está

localizado na região do Meio-Oeste de Santa Catarina, Alto Vale do Rio do Peixe, no

município de Videira, a 27°03’39” de latitude Sul, 51°06’40” de longitude Oeste e

altitude média de 870m. Segundo a classificação de Köppen (PEEL; FINLAYSON;

MCMAHON, 2007), o clima local é temperado.

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A eficiência de captura da mosca-das-frutas sulamericana foi avaliada com

armadilhas (garrafas) de polietileno tereftalato (PET) modelo CeraTrap System® de

1,5L (12 tratamentos) e mais duas armadilhas (PET) de 600mL (02 tratamentos)

combinados com concentrações do atrativo alimentar CeraTrap® (100, 75 e 50%); cor

(amarela e transparente) e superfície adesiva (presença e ausência) das armadilhas

(Tabela 12). Como nos trabalhos de captura massal obtidos até então no Brasil foram

utilizadas armadilhas (garrafas) PET de 0,6L, dois tratamentos (controle) foram

adicionados ao experimento. Os experimentos foram conduzidos em delineamento

casualizado em blocos, com sete repetições (armadilhas). Na safra 2 os tratamentos

foram recasualizados dentro de cada bloco (Apêncide D). Foram realizadas quatro

coletas na safra 2017/18 e três coletas na safra 2018/19, com diferentes intervalos de

tempo (Quadro 2).

Com auxílio de peagâmetro, em laboratório, também foram obtidos os valores

de pH de cada concentração e da água utilizada na diluição. Com objetivo de obter

maiores informações que contribuíram na discussão dos resultados.

Em cada coleta, foram contabilizadas as moscas-das-frutas presas na cola

adesiva (para os tratamentos que possuíam este meio de captura), posteriormente,

com auxílio de peneira e pinça entomológica, foi realizada contagem das moscas que

estavam no interior da armadilha (no atrativo). Para as armadilhas que possuíam cola

os adesivos eram repostos após cada coleta.

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Tabela 12 – Caracterização dos tratamentos utilizados no experimento para avaliação

de dispositivo para ser utilizado em estratégia de captura massal, nas

safras 2017-2018 e 2018-2019, em pomares de ameixeira no município

de Videira.

Trat. Concentração

do atrativo alimentar

Armadilha Volume

de atrativo Cor

Superfície adesiva (cola) 1

Tipo/ Volume

1 100% Transparente Presente PET 1,5 L2 0,6 L

2 100% Transparente Ausente PET 1,5 L2 0,6 L

3 100% Amarela Presente PET 1,5 L2 0,6 L

4 100% Amarela Ausente PET 1,5 L2 0,6 L

5 75% Transparente Presente PET 1,5 L2 0,6 L

6 75% Transparente Ausente PET 1,5 L2 0,6 L

7 75% Amarela Presente PET 1,5 L2 0,6 L

8 75% Amarela Ausente PET 1,5 L2 0,6 L

9 50% Transparente Presente PET 1,5 L2 0,6 L

10 50% Transparente Ausente PET 1,5 L2 0,6 L

11 50% amarela Presente PET 1,5 L2 0,6 L

12 50% amarela Ausente PET 1,5 L2 0,6 L

13 100% transparente Presente PET 0,6 L3 0,3 L

14 100% transparente Ausente PET 0,6 L3 0,3 L

1Superfície adaptada com cartões amarelos com adesividade em ambas as faces, modelo Biocontrole – Métodos de Controle de Pragas Ltda. (Indaiatuba, Brasil) (Figura 8)

2Garrafa plástica de polietileno tereftalato (PET), modelo CeraTrap System® da Bioibérica S.A. (Barcelona, Espanha), volume 1,5 litros (Figura 8) 3Garrafa plástica de polietileno tereftalato (PET), modelo da Coca-Cola Company (Atlanta, EUA), volume 0,6 litros (Figura 8)

Quadro 2 – Datas das coletas de moscas-das-frutas nas safras 2017/2018 e

2018/2019, em pomar de ameixeira no município de Videira, com

intervalo de dias entre elas.

Safra 1

Datas de coleta

Intervalo de dias Safra 2

Datas de coleta

Intervalo de dias

18/10/2017 08/11/2018

08/11/2017 21 28/11/2018 20

01/12/2017 22 20/12/2018 23

15/12/2017 14 09/01/2019 20

09/01/2018 24

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Para o tratamento de cor “transparente”, foram retirados os rótulos que

envolviam as garrafas. Para a cor “amarela”, as armadilhas foram envoltas com

adesivo vinil de cor amarela (marca Starline®) até a altura dos orifícios de entrada.

Para os tratamentos com superfície adesiva, foram utilizados cartões amarelos com

adesividade em ambas as faces (marca Biocontrole®), de 11 x 6,5 cm. Os cartões

(dois por garrafa) foram colados imediatamente abaixo dos orifícios de entrada,

fixados com arame galvanizado para evitar o desprendimento e foram substituídos em

cada coleta.

Figura 6 – Armadilhas utilizadas: A) armadilha CeraTrap System® adaptada com

cartões amarelos adesivos em ambas as faces (volume 1,5 litros, com

quatro orifícios de 7mm); B) armadilha CeraTrap System® adaptada com

adesivo vinil amarelo (volume 1,5 litros, com quatro orifícios de 7mm); C)

armadilha do tipo PET, modelo da Coca-Cola Company (volume 0,6 litros,

com dois orifícios de 7mm).

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

3.3.1 Análise dos dados

Para a variável captura de adultos (machos e fêmeas), os dados foram

avaliados considerando o somatório de capturas por repetição durante todo o período

do experimento, ou seja, todas as datas de avaliação.

As análises de dados foram realizadas considerando as safras 2017/2018 e

2018/2019 individualmente. Para análise dos dados do número de indivíduos

capturados por armadilha, foi utilizado o modelo Binomial Negativo, implementado no

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pacote MASS (VENABLES; RIPLEY, 2002). Para a análise dos dados de razão sexual

empregou-se a distribuição binomial com parâmetro de dispersão (quasibinomial). Os

gráficos de resíduos versus valores preditos e gráficos seminormais foram

empregados para análise de diagnóstico dos modelos ajustados. A comparação entre

as diferentes concentrações foi realizada por meio da análise de contrastes disponível

no pacote multicomp (HOTHORN; BRETZ; WESTFALL, 2008). Todas as análises

foram realizadas considerando o nível de 5% de significância, com auxílio do ambiente

estatístico R (R CORE TEAM, 2018).

Para melhor discussão dos dados, foi calculado o índice MAD

(mosca/armadilha/dia): MAD = Moscas/(Armadilha x Dias de exposição das

armadilhas). As médias de MAD por data de coleta e por safra são apresentadas

graficamente.

3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.4.1 Eficiência das concentrações

Foram capturadas 306 moscas-das-frutas na safra 2017/18 e 1738 na safra

2018/19, totalizando 2044 indivíduos. Na primeira safra, foram capturadas 210 fêmeas

(68,52%) e 96 machos (31,48%); e na segunda safra, 1072 fêmeas (61,68%) e 666

machos (38,32%), com média de 62,7% de fêmeas nas duas safras.

Embora para determinação do MAD não se leve em consideração o sexo das

MFSA, uma maior captura de fêmeas é desejável, pois são estas que causam os

danos diretos aos frutos quando realizam a oviposição (SALLES, 1999; ROSA et al.,

2017b).

Embora a dinâmica populacional de diversas espécies de moscas-das-frutas

sofra influência de variáveis climáticas como precipitação, umidade relativa do ar,

temperatura e ventos (RAGA et al., 1996; GARCIA; CORSEUIL, 1999), as variações

da densidade populacional de moscas-das-frutas também podem ser influenciadas

pela disponibilidade de hospedeiros (ALBERTI; BOGUS; GARCIA, 2012). Salles

(1995) afirma que a flutuação populacional da mosca-das-frutas não obedece a um

padrão, e pode haver diferenças significativas entre os anos, regiões e até locais

dentro de uma mesma região.

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Na safra 2017/18, nota-se um leve aumento nas capturas já na segunda coleta

em 01/12/17, mas os maiores MAD (próximos de 0,18) foram obtidos com os

tratamentos 1 e 3 na data de 15/12/17 e foram bem abaixo do nível de controle (índice

MAD igual a 0,5) (CARVALHO, 2005) (Figura 9).

Na safra 2018/19, também houve um aumento nas capturas na segunda coleta

(20/12/18) e incremento significativo na última coleta (09/01/2019), sendo que nesta

data foram observados os maiores MAD para todos os tratamentos, com destaque

para os tratamentos 6 e 8 que apresentaram valores acima de 1,6 (Figura 10).

Figura 7 – Flutuação populacional (índice MAD) de Anastrepha fraterculus em

armadilhas de captura massal em diferentes dispositivos de captura

(tratamentos 1 a 14 - concentração do atrativo alimentar, cor e superfície

adesiva), na safra 2017/2018 em pomar de ameixeira, no município de

Videira.

(1) 100%, transparente, com cola 1,5 L; (2)100%, transparente, sem cola, 1,5 L; (3) 100%, amarela, com cola, 1,5 L; (4) 100%, amarela, sem cola, 1,5; (5) 75%, transparente, com cola, 1,5 L; (6) 75%, transparente, sem cola, 1,5 L; (7) 75%, amarela, com cola, 1,5 L; (8) 75%, amarela, sem cola, 1,5 L; (9) 50%, transparente, com cola, 1,5 L; (10) 50%, transparente, sem cola 1,5 L; (11) 50%, amarela, com cola, 1,5 L; (12) 50%, amarela, sem cola, 1,5 L; (13) 100%, transparente, com cola 0,6 L; (14) 100%, transparente, sem cola, 0,6 L. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

0,16

0,18

0,2

08/11/2017 01/12/2017 15/12/2017 09/01/2018

MA

D

1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

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Figura 8 – Flutuação populacional (índice MAD) de Anastrepha fraterculus em

armadilhas de captura massal em diferentes dispositivos de captura

(tratamentos 1 a 14 - concentração do atrativo alimentar, cor e superfície

adesiva), na safra 2018/2019 em pomar de ameixeira, no município de

Videira.

1) 100%, transparente, com cola 1,5 L; (2)100%, transparente, sem cola, 1,5 L; (3) 100%, amarela, com cola, 1,5 L; (4) 100%, amarela, sem cola, 1,5; (5) 75%, transparente, com cola, 1,5 L; (6) 75%, transparente, sem cola, 1,5 L; (7) 75%, amarela, com cola, 1,5 L; (8) 75%, amarela, sem cola, 1,5 L; (9) 50%, transparente, com cola, 1,5 L; (10) 50%, transparente, sem cola 1,5 L; (11) 50%, amarela, com cola, 1,5 L; (12) 50%, amarela, sem cola, 1,5 L; (13) 100%, transparente, com cola 0,6 L; (14) 100%, transparente, sem cola, 0,6 L. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

As médias de captura foram menores na safra 2017/18 do que na safra 2018/19

(Tabela 13). Na safra 2017/18, os tratamentos 1, 3 e 14 não diferiram entre si e

capturaram mais indivíduos do que o tratamento 10. Porém, esses tratamentos não

diferiram dos demais. Na safra 2018/19, os tratamentos não diferiram entre si.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

28/11/2018 20/12/2018 08/01/2019

MA

D

1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

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Embora o número de capturas da safra 2018/19 tenha sido maior do que na

safra 2017/18 e isso favoreça a visualização das diferenças entre os tratamentos, as

capturas se concentraram principalmente nos blocos 6 e 7 e, assim, gerou grande

variabilidade nos dados. Assim, mesmo com grande amplitude nas médias (máxima

38,00; mínima 9,00), a variabilidade (erros padrão) influenciou decisivamente para não

haver diferença entre os tratamentos.

A eficiência de captura de mosca-das-frutas do atrativo alimentar CeraTrap®

utilizado sem diluição frente a outros atrativos já foi amplamente relatada em

diferentes cultivos agrícolas e países (LASA et al., 2014b; BORTOLI et al., 2016;

ROSA et al., 2017b). O atrativo se mantém eficiente a campo por longo período sem

necessidade de troca e, desse modo, é satisfatório em um cenário de escassez de

mão de obra cada vez maior. Para A. obliqua, por exemplo, esse atrativo teve

durabilidade de 30 dias (Lasa e Cruz, 2014); para A. ludens, já se registraram

durabilidades de 45 a 60 (Santos-Ramos et al., 2011), 60 (Lasa et al. (2015)) e 90 dias

(Lasa et al., 2014b); e para A. fraterculus, já se observou durabilidade de 60 dias

(Machota Jr., 2015).

Vários autores relatam também um maior percentual de captura de fêmeas

quando utilizaram CeraTrap® como padrão de captura (MIRANDA-SALCEDO et al.,

2014; HERRERA et al., 2015; LASA et al., 2015; BORTOLI et al., 2016; ROSA et al.,

2017b). Bortoli et al. (2016), avaliaram cinco atrativos (CeraTrap®, Torula®,

Bioanastrepha®, glicose de milho e suco de uva tinta) em pomares de citros, e

verificaram que o CeraTrap® além de capturar mais moscas-das-frutas, também

capturou mais fêmeas (razão sexual de 55,33%) que os demais atrativos.

Em Videira, Caçador e São Joaquim, Rosa et al. (2017b) obtiveram 67,7%

fêmeas e 32,3% machos em pomar de ameixeira; e 60,9% de fêmeas e 39,1% de

machos em pomar de pera. Em pomares de goiaba serrana, Rosa et al. (2017a)

registraram 57,4% de fêmeas e 42,6% de machos de mosca-das-frutas.

Em vinhedos na Serra Gaúcha, Machota Jr. (2015) obteve um percentual de

62% de fêmeas utilizando CeraTrap® como padrão de captura. No México, para a

espécie Anastrepha ludens, Herrera et al. (2015) encontraram uma média um pouco

superior, de 77% de fêmeas.

O número de fêmeas capturadas na safra 2017/18 foi, em geral, maior do que

na safra 2018/19, mas os tratamentos não diferiram para razão sexual, em ambas as

safras. (Tabela 13).

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Testando concentrações de 100, 75 e 50% de CeraTrap® os percentuais de

fêmeas de A. ludens obtidos por Lasa et al. (2015) foram de 82,3; 84,1 e 81,3% de

fêmeas, respectivamente. Rosa, Arioli e Botton (2015) testando as mesmas

concentrações para A. fraterculus obtiveram percentuais menores, de 55,3; 52,1 e

53,1%.

Miranda-Salcedo (2018) utilizou uma solução com uma parte de CeraTrap® e

duas de água (33%) para capturar moscas-das-frutas do gênero Anastrepha na

cultura da manga, no México, e afirma que armadilhas iscadas com esta solução são

eficientes em reduzir a população de Anastrepha ludens e Anastrepha obliqua na

cultura, utilizando 40 armadilhas por hectare.

Testando concentrações de 100, 75 e 50% de CeraTrap®, em pomares de

laranja no México, os tratamentos não apresentaram diferenças significativas na

captura de A. ludens, porém concentrações mais altas apresentaram uma pequena

tendência de capturar mais (LASA et al., 2015).

Costa et al. (2016) testando CeraTrap® na captura de Ceratitis capitata afirmam

que em concentração de até 75% o produto não diminui a atratividade da solução. Já

os resultados encontrados por Rosa, Arioli e Botton (2015) testando estas mesmas

concentrações de CeraTrap®, na cultura da macieira, obtiveram o maior percentual de

capturas (39%) com a concentração de 50%, diferindo das demais.

No capítulo 1, em experimentos para monitoramento em pessegueiro e

ameixeira, embora genericamente as concentrações de até 50% sejam eficientes na

captura de MFSA, mostraram também que a concentração de 75% foi melhor que as

demais para uso em monitoramento nestas culturas.

A atração olfativa de moscas-das-frutas está relacionada à liberação de amônia

e seus compostos voláteis, que desempenham um importante papel na atração do

gênero Anastrepha (VISSER, 1986). Uma maior captura de fêmeas pode ser

explicada devido à demanda que estas possuem por alimentos proteicos para

produção de óvulos (SALLES, 2000; ZUCOLOTTO, 2000).

Um dos fatores que implica na eficiência do atrativo é o tempo de decomposição

(LÓPEZ-GUILLÉN; TOLEDO; ROJAS, 2010) e um dos principais compostos finais da

decomposição de atrativos proteicos é o nitrogênio amoniacal (MAZOR, 2009). Essa

tendência de capturar mais moscas-das-frutas poderia estar relacionada a um

aumento no grau de decomposição destas substâncias (MALO, 1992).

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Porém, com a diminuição da velocidade de decomposição do atrativo, ocorre

também a diminuição na liberação de amônia (HEATH et al., 2009), que por sua vez

está relacionada ao pH básico da solução atrativa e influencia diretamente na

eficiência de captura (BATEMAN; MORTON, 1981).

O pH da água usada para diluir o atrativo, bem como dos tratamentos (Quadro

3) foram um pouco inferiores aos registrados por Machota Jr. (2015), onde os valores

de pH oscilaram entre 7,0 e 8,0 para CeraTrap®.

Quadro 3 - Valores de pH da água utilizada nas diluições e das diferentes

concentrações de CeraTrap® utilizadas na avaliação de dispositivo para

captura massal em pomar de ameixeira no município de Videira.

Soluções pH

Água 6,55

CeraTrap® 100% 6,78

CeraTrap® 75% 6,92

CeraTrap® 50% 6,96

Vários autores ressaltam a importância do aumento do pH da solução atrativa

na captura de moscas-das-frutas (EPSKY et al., 1993; EPSKY; KENDRA; SCHNELL,

2014; RAGA; VIEIRA, 2015) e incremento na atratividade da solução nesta condição

(MAZOR; GOTHILF; GALUN, 1987; PAIVA; PARRA, 2013; RAGA; VIEIRA, 2015).

Os resultados obtidos por Machota Jr. (2015) reforçam a superioridade nas

capturas de MFSA utilizando proteínas hidrolisadas e levedura Torula® com pH

oscilando entre 7,0 e 9,0 em relação a suco de uva e glicose, com pH de 3,0 e 4,0

(MACHOTA JR., 2015).

Proteínas hidrolisadas oferecem aminoácidos livres para nutrição e reprodução

e contêm fagoestimulantes, o que faz com que os insetos sejam atraídos por estas

substâncias (VARGAS; PROKOPY, 2006). Vários substratos usados como atrativos

para moscas-das-frutas são produtos da hidrólise de proteínas, e o tipo de hidrólise

pode afetar o tipo e quantidade de voláteis liberados (EPSKY; KENDRA; SCHNELL,

2014).

O CeraTrap® é obtido através de um processo de hidrólise enzimática à frio

(SANTOS-RAMOS et al., 2011), menos impactante aos compostos proteicos que a

hidrólise ácida (EPSKY; KENDRA; SCHNELL, 2014), conferindo-lhe menor

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degradação, além de maior atratividade e estabilidade do produto (LASA et al.,

2014b).

A proteína hidrolisada CeraTrap® (100%) mantem-se estável por longo período

sem a proliferação de micélio fúngico, o que insinua a presença de conservantes na

composição (LASA et al., 2014b). Em hipótese, havendo conservante no produto

comercial, nas concentrações de 75 e 50%, a quantidade desses conservantes

diminui, favorecendo o desenvolvimento de bactérias que contribuiriam na

disponibilização de amônia e consequentemente na captura de MFSA, já que segundo

Heat et al. (2009) alguma atividade microbiana pode ser necessária no atrativo para

manter uma quantidade consistente de amônia sendo disponibilizada.

A diluição da proteína CeraTrap® até 75% em água não diminui a atratividade

da solução, mas favorece o aparecimento de fungos (COSTA et al., 2016). Apesar

disso, os resultados obtidos mostram que as concentrações de 75 e 50% podem ser

tão atrativas quanto a de 100%.

3.4.2 Eficiência das armadilhas

O uso de alta densidade de armadilhas iscadas com proteína e açúcares

fermentados objetivando captura em massa foi estudado na Espanha, na década de

1920 com uso de armadilhas “cazamoscas”. Essa armadilha era de vidro transparente,

em formato de sino, com uma invaginação na base e com um reservatório para

solução atrativa (GÓMEZ-CLEMENTE, 1929; PLANES, 1936, 1959). Newell (1936)

foi o primeiro a se referir a ela como armadilha McPhail, embora esse tipo de armadilha

tenha sido descrito 40 anos antes na Alemanha (Steyskal, 1977).

No Brasil, a estratégia chegou a ser utilizada na década de 80, com sucos de

frutas como atrativo (LORENZATO, 1984), mas devido à baixa eficiência, entrou em

desuso. Atualmente, a técnica volta ao cenário como uma oportunidade de controle,

dada a disponibilidade de atrativos mais eficientes (ARIOLI et al., 2018).

Atualmente, o custo pode ser um impedimento para a adoção da captura

massal (SHELLY et al., 2014), e a eficiência de controle depende diretamente da

densidade de armadilhas.

Hospedeiros mais sensíveis às injúrias causadas por moscas-das-frutas, como

o pessegueiro (Punus persica, L.), exigem uma densidade de 100 a 120 armadilhas

por hectare, por exemplo, sendo que programas de manejo de C. capitata na Europa

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têm alcançado êxito com densidades até 150 armadilhas por ha (NAVARRO-LLOPIS;

VACAS, 2014). No Brasil, com uma densidade de armadilhas de 80 a 100/ha, COSTA

et al. (2016) afimam ser eficientes no manejo de C. capitata. Em densidades menores

(50 armadilhas/ha, por exemplo), a técnica da captura massal está frequentemente

associada a aplicações complementares de iscas tóxicas (LEZA et al., 2008) e/ou

pulverizações em área total.

Além do custo das armadilhas, a necessidade de reposição constante dos

atrativos, comum no caso dos atrativos líquidos, é uma limitação para uso da técnica

(THOMAS et al., 2001). Depende ainda do custo do atrativo que será utilizado

(NAVARRO-LLOPIS; PRIMO; VACAS, 2012) e outras várias características das

armadilhas que podem afetar a captura de tefritídeos-praga (CYTRYNOWICZ;

MORGANTE; SOUZA, 1982; LÓPEZ GUILLEN et al., 2009).

A armadilha McPhail é comumente utilizada em programas de monitoramento,

apesar de ser considerada cara, de difícil manuseio e de baixa eficiência (ALUJA,

1994; SHELLY et al., 2014). De acordo com Malo (1992) e Epsky et al. (1993),

armadilhas McPhail iscadas com proteínas hidrolisadas atraem ambos os sexos, mas

tendem a capturar mais fêmeas.

Já as armadilhas de Steiner, Jackson ou Nadel são do tipo seca (sem solução

líquida) e geralmente atrativas somente para machos, como trimedlure para Ceratitis

capitata (Wiedemann) ou metil eugenol e isca para muitas espécies de Bactrocera e

Dacus (TAN et al., 2014).

Neste trabalho, foram utilizadas armadilhas do tipo úmidas e com cola, que é

um dispositivo do tipo seco (Tabela 11). Até então não existe armadilha seca para

monitorar e capturar espécies de Anastrepha, utilizam-se somente atrativos líquidos

que capturam tanto fêmeas quanto machos das espécies desse gênero (SUCKLING

et al., 2016).

Uma estratégia de armadilhagem focada nas fêmeas é sempre mais eficiente,

já que a redução delas está diretamente relacionada à redução do dano aos frutos

(SALLES, 1999; ROSA et al., 2017b). Pesquisas sobre atrativos sintéticos para

fêmeas e o desenvolvimento de armadilhas ou dispositivos de atração e morte focados

em fêmeas são elementares no desenvolvimento de sistemas de captura massal

(NAVARRO-LLOPIS; VACAS 2013). Neste trabalho, de maneira geral todos os

tratamentos capturam mais fêmeas do que machos, nas duas safras (tabela 13).

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As moscas-das-frutas são fotopositivas, ou seja, respondem à luz. Por este

motivo a maioria das armadilhas apresenta sua parte superior transparente, mantendo

as moscas na parte alta, acima dos orifícios de entrada, reduzindo fugas. A parte

inferior da armadilha é colorida e modelada para fornecer estímulos visuais para as

moscas-das-frutas. Por exemplo, as armadilhas projetadas mais recentemente para

C. capitata incluem formas arredondadas e cores amarelas (DÍAZ-FLEISCHER;

PIÑERO; SHELLY,2014).

É de amplo conhecimento que a cor amarela ou amarelo fluorescente é

altamente atraente para muitas espécies de moscas das frutas, incluindo A. fraterculus

(CYTRYNOWICZ; MORGANTE; SOUZA, 1982). Por exemplo, Netto, Campos e

Ishimura (2004) avaliaram a flutuação populacional de Anastrepha spp. em

maracujazeiro com armadilhas adesivas azuis e amarelas e verificaram que 79% dos

indivíduos desse grupo foram capturados por armadilhas amarelas. Bressan et al.

(1991) avaliaram a influência das cores e formas das armadilhas na captura de

moscas-das-frutas e também perceberam que as armadilhas amarelas apresentam

os maiores índices de captura. No entanto, Adamuchio et al. (2008), verificaram que

não houve eficiência das armadilhas McPhail modificadas pela adição da cor amarela

no seu terço inferior sobre as McPhail transparentes na captura de moscas-das-frutas.

Moscas do gênero Anastrepha também parecem ser atraídas por objetos

esféricos de cor amarela (CYTRYNOWICZ; MORGANTE; SOUZA, 1982). Sivinski

(1990), por exemplo, descobriu que esferas laranjas e verdes de 20 cm de diâmetro

eram mais atraentes para as fêmeas de A. suspensa do que esferas brancas,

amarelas ou pretas. No entanto, para esferas menores, 14 cm de diâmetro, a cor

amarela foi preferida.

Assim, aparentemente a eficiência da cor dependente também do tamanho da

armadilha, sendo a cor amarela preferida quando as armadilhas são menores (se

assemelhando a uma fruta hospedeira) e a cor verde quando as armadilhas são

maiores (ROBACKER, 1992). Para A. ludens, no entanto, este efeito pode ser

observado apenas em parcelas sem frutos. Quando a fruta está presente, o efeito do

tamanho é provavelmente menos importante e, como regra geral, em pomares com

frutas, o tamanho das armadilhas deve ser maior do que o das frutas (ROBACKER,

1992).

Pesquisas recentes têm contribuído para o desenvolvimento adicional de

projetos de novas armadilhas com diferentes cores, formas, configurações e materiais

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que melhoram a eficácia da armadilha e, ao mesmo tempo, fornecem um método de

controle mais fácil de aplicar (NAVARRO-LLOPIS; VACAS 2013).

Navarro-Llopis et al. (2008) relataram que os novos desenhos de Moskisan®

(SanSan Agriculture Engineering, Valência, Espanha) capturam entre 1,5 a 2 vezes

mais fêmeas de C. capitata que MultiLure® ou Tephri-Traps®. Lucas-Espadas e

Hermosilla-Cerón (2008) obtiveram resultados semelhantes na Espanha, com

aumento de desempenho para a armadilha Moskisan® e a Maxitrap® (Probodelt,

Amposta, Espanha) em relação à Tephri-Trap® (Figura 6).

Machota Jr. (2015), testando em laboratório diferentes armadilhas (Maxitrap®;

Bioibérica trap®; CeraTrap System® trap; garrafa PET transparente; garrafa PET

verde; garrafa PET com metade inferior amarela; e armadilhas McPhail) iscadas com

Ceratrap®, não encontrou diferença significativa no número de insetos capturados

entre os diferentes modelos, e também não observou diferenças na captura de

fêmeas.

Embora Barros, Amaral e Malavasi (1991) alegam que modelos alternativos são

menos eficientes na captura de A. fraterculus em comparação à armadilha McPhail,

Lasa et al. (2014a) e Machota Jr. (2015) concluíram que armadilhas de baixo custo,

confeccionadas a partir de garrafas de polietileno tereftalato (PET), por exemplo, têm

potencial de reduzir custos em uma estratégia de captura massal.

Lasa et al. (2015), testando CeraTrap® na captura de Anastrepha ludens em

diferentes tipos de armadilha, constatou que armadilhas confeccionadas em garrafas

PET transparentes de 500 mL, com três orifícios de entrada de 10 mm foi equivalente

a outras três armadilhas comerciais (MultiLure®, Moskisan® e a Maxitrap®) e superior

a uma outra (Ecological Tephri®) na captura, com um custo unitário bem inferior.

Avaliando diferentes armadilhas na captura de Anastrepha serpentina,

Rodríguez et al. (2015) encontraram resultados semelhantes, mostrando que uma

armadilha de garrafa PET incolor simples e barata, iscada com CeraTrap®, foi tão

eficaz para a captura de A. serpentina quanto Multilure® ou Tephri Trap®.

Considerando que a maioria dessas armadilhas comerciais de base amarela

(Figura 7) quando comparadas com armadilhas PET transparentes, ambas iscadas

com o mesmo atrativo alimentar, capturam a mesma quantidade de moscas, pode-se

afirmar que a cor amarela não assume papel relevante na atratividade quando se

utiliza CeraTrap® como padrão de captura. Os dados obtidos neste trabalho

corroboram com isso, uma vez que armadilhas de coloração amarela iscadas com

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diferentes concentrações de CeraTrap® não capturaram mais MFSA que armadilhas

transparentes.

Machota Jr. (2015) testando armadilhas confeccionas em PET e iscadas com

CeraTrap®, concluiu que armadilhas de 600 e 2000 mL, com 2 e 4 orifícios de entrada,

ambas iscadas com 250 mL de solução atrativa, capturam a mesma quantidade de

adultos, mas armadilhas de 600 mL, com dois orifícios evaporam menos atrativo que

as demais. Costa et al. (2016) verificaram que garrafas PET de 2L promovem o dobro

da evaporação da solução atrativa em relação às PET de 1L.

Quanto à evaporação, o tratamento 6 diferiu de 11, 13 e 14, enquanto 1, 2, 5,

9 e 10 evaporaram mais que o tratamento 13. Todos os demais não diferiram entre si

(Tabela 14). Quando se avaliou o percentual evaporado, todos os tratamentos se

equiparam no critério evaporação, ou seja, desconsiderando o volume inicial, as

perdas por evaporação são iguais (Tabela 15).

Tabela 11 - Médias (± EP) do total evaporado por tratamento na safra 2018/2019, em

pomar de ameixeira, no município de Videira.

Tratamentos Total evaporado

6. 75% sem cola Transparente 203,33±16,86 a 1. 100% com cola Transparente 184,28±12,31 ab 2. 100% sem cola Transparente 182,85±7,78 ab

10. 50% sem cola Transparente 180,00±8,99 ab 9. 50% com cola Transparente 177,14±17,68 ab 5. 75% com cola Transparente 175,71±21,02 ab 7. 75% com cola Amarela 174,28±8,95 abc

12. 50% sem cola Amarela 171,42±16,82 abc 8. 75% sem cola Amarela 165,71±13,42 abc 4. 100% sem cola Amarela 164,28±7,19 abc 3. 100% com cola Amarela 160,00±13,90 abc

11. 50% com cola Amarela 135,71±26,17 bc 14. 100% sem cola Transparente 120,00±9,25 bc 13. 100% com cola Transparente 108,57±10,78 c

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Tabela 12 – Percentuais (± EP) do total evaporado por tratamento na safra 2018/2019,

em pomar de ameixeira, no município de Videira.

Tratamentos Percentuais evaporados

6. 75% sem cola Transparente 20,33±1,68 a 14. 100% sem cola Transparente 20,00±1,54 a 1. 100% com cola Transparente 18,42±1,23 a 2. 100% sem cola Transparente 18,28±0,77 a 13. 100% com cola Transparente 18,09±1,79 a 10. 50% sem cola Transparente 18,00±0,89 a 9. 50% com cola Transparente 17,71±1,76 a 5. 75% com cola Transparente 17,57±2,10 a 7. 75% com cola Amarela 17,42±0,89 a 12. 50% sem cola Amarela 17,14±1,68 a 8. 75% sem cola Amarela 16,57±1,34 a 4. 100% sem cola Amarela 16,42±0,71 a 3. 100% com cola Amarela 16,00±1,39 a 11. 50% com cola Amarela 13,57±2,61 a

Resultados parecidos foram obtidos no Capítulo 1 deste trabalho, onde as

concentrações de até 50% não diferiram para o critério evaporação.

Avaliando armadilhas com orifícios variando de 3 a 7 mm de diâmetro para

capturas de B. oleae e C. capitata, Luque-López e Pereda-Cruz (2003) observaram a

necessidade de um diâmetro mínimo de 5mm, com maiores capturas em 7mm. As

armadilhas utilizadas no trabalho (padrão Bioibérica®, CeraTrap System® trap),

contém 4 orifícios de entrada de 7mm.

Garrafas PET com dois orifícios de entrada de 7 mm foram utilizadas como

tratamentos controle (13 e 14) e foram iscadas com a metade (300mL) do volume

padrão utilizado nas armadilhas CeraTrap System® trap de 1,5L (600mL).

Considerando que na safra 2017/18 o tratamento 14 capturou mais que o 10 e que no

ano seguinte os tratamentos 13 e 14 não diferiram dos demais para captura, há de se

considerar a necessidade de mais estudos com uso desse tipo de material na

construção de dispositivos de captura.

Dos 14 tratamentos testados, metade deles continha adesivos com o objetivo

de avaliar a capacidade de incremento de captura de moscas que por ventura fossem

recrutadas até a armadilha, mas não fossem capturadas no atrativo.

Alguns autores utilizam dispositivos com cola em trabalhos com tefritídeos.

Duarte et al. (2015) realizaram monitoramento populacional através da instalação de

cinco armadilhas adesivas amarelas, dupla face Biotrap® (Yee, 2011) de 25,0 cm x

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10,0 cm, em 2 ha de pomar de goiaba, espaçadas 30 m entre si, no interior da copa

das plantas e substituídas por novas quinzenalmente.

Azevedo et al. (2013) também utilizaram cola entomológica em experimento

avaliando frutos artificiais na captura de moscas-das-frutas e observaram que não

houve diferença entre os diferentes formatos e cores de frutos cobertos com cola

entomológica, mas que a armadilha McPhail utilizada como testemunha capturou mais

que os frutos artificiais.

Katsoyannos, Papadopoulos e Stavridis (2000) utilizando painéis adesivos

duplos de cor amarela, 15 x 20 cm (armadilha Rebell) capturaram sete vezes mais

indivíduos do que em painel amarelo, 14 x 23 cm, individual revestido com um adesivo

mais eficaz, o que mostra a eficiência de dispositivos com cola na captura de

tefritídeos.

Embora dispositivos com cola venham sendo utilizados na captura de moscas-

das-frutas, no presente trabalho a presença de cola nas armadilhas iscadas com

atrativo alimentar não contribuiu no incremento de capturas.

Estudos adicionais sobre a resposta de moscas-das-frutas a estímulos visuais

e de odor podem ajudar a projetar armadilhas mais eficientes para uso em programas

de captura massal e reduzir a dependência dos produtores em aplicações de

inseticidas (RODRÍGUEZ et al., 2015).

3.5 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos nos experimentos realizados em duas safras ainda não

permitem determinar o melhor dispositivo (combinação de tipo, cor e superfície da

armadilha, e concentração do atrativo CeraTrap®). No entanto, é possível afirmar que

as concentrações de 100, 75 e 50% têm eficiência na captura de moscas-das-frutas e

que a superfície adesiva e a cor amarela não incrementam a eficiência de capturas de

MFSA quando se utiliza CeraTrap® como atrativo alimentar.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No total foram capturados 499 indivíduos de moscas-das-frutas, 405 em

pomares de pessegueiro e 94 em pomares de ameixeira. Do total geral 78,35% eram

fêmeas e 21,64% eram machos. No pessegueiro 80% de fêmeas e 20% machos. Na

ameixeira 71,27% fêmeas e 28,72% machos. Estes dados reforçam o que foi discutido

nos capítulos 1 e 2 de que o atrativo avaliado captura um maior número de fêmeas e

isso é importante em um manejo da praga, haja visto que é a fêmea quem causa os

danos diretos.

Devido à baixa captura no pomar de ameixeira na safra 2017/18 (capítulo 1),

apenas 34 indivíduos, na safra 2018/19 foram colocadas 02 armadilhas iscadas com

CeraTrap® puro, na mata que circunda o pomar, uma em cada lateral. Estas

armadilhas foram instaladas no mesmo dia em que foi implantado o experimento. A

ideia inicial foi a de munir o produtor com informações sobre a flutuação populacional,

no intervalo entre as coletas do experimento, pois estas eram semanais e pensando

em controle no período de maturação dos frutos, este intervalo de tempo era muito

grande.

Após orientação, com as capturas dessas armadilhas, o produtor podia

perceber uma possível alta na população da praga, no entorno do pomar e adotar uma

medida de controle, por exemplo pulverização com inseticida em cobertura.

Embora o produtor vistoriasse as armadilhas, o mesmo não descartava os

insetos capturados, e quando era realizada a coleta no experimento, estas armadilhas

eram novamente vistoriadas e quando capturavam moscas-das-frutas, a quantidade

e o sexo eram registrados.

Após a realização dos experimentos de monitoramento, os produtores

forneceram seus cadernos de campo, com as datas e os produtos utilizados nas

aplicações fitossanitárias, realizadas durante os experimentos (Apêndice B) e desta

forma foi possível fazer comparações/ análises entre o controle químico adotado, as

capturas e eficiência no manejo da praga.

Ambos os produtores não utilizavam a ferramenta de monitoramento em seus

pomares. Como pode-se observar nos cadernos de campo, principalmente em

ameixeira e na safra 2017/18 em pessegueiro (capítulo 1), as aplicações de inseticidas

eram feitas ao esmo, e tinham por objetivo controlar além das moscas-das-frutas,

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outras pragas da cultura como a broca dos ponteiros (Grapholita molesta, Busk) e

tripes (Tripes spp.).

Mesmo após a implantação dos experimentos, por se tratar de pomares

particulares não podíamos interferir no manejo dos produtores, quanto a utilização de

moléculas inseticidas. Porém sempre que detectada a presença de moscas-das-

frutas, os produtores eram informados e quando o número de capturas, era

significativo, embora não atingisse o MAD referência (0,5) era feita recomendação de

aplicação de inseticida em cobertura, mas a decisão final sempre foi do produtor.

A partir do início de dezembro, coincidindo com o fim da colheita do PS10711

e início de maturação do Eragil, observou-se um acréscimo no número de capturas e

devido a isso na data de 06/12/2017 foi feita recomendação de controle, com MAD de

0,31 para as concentrações de 75 e 50%, pois foram observados alguns frutos

infestados. Na semana seguinte na data de 13/12/17, os índices MAD se mantinham

e nova recomendação foi feita, porém, o produtor mesmo advertido, realizou aplicação

de inseticida somente na data de 19/12/17. Na data de 20/12 o MAD foi extrapolado,

atingindo índice de 0,65 na concentração de 100% e próximos de 1,9 nas

concentrações de 75 e 50%; e infelizmente, devido a esse “atraso” na adoção de

medida de controle, houveram perdas, pois no momento da aplicação do inseticida

danos já haviam sido provocados.

Na safra 2017/18, o total de aplicações de inseticida no pomar de pessegueiro

até a colheita foi de nove aplicações para o cultivar PS10711 e 11 aplicações para o

cultivar Eragil.

Na safra 2017/18 na cultura da ameixeira, as aplicações de inseticidas eram

realizadas semanalmente, sem restrição. No total do ciclo produtivo, foram realizadas

11 aplicações. Na cultura da ameixeira em nenhum momento foram identificados

danos causados por MFSA.

Na safra 2018/19, em ambas as culturas houve diminuição no número de

aplicações de inseticidas (Apêndice B). Em parte, isso pode ter ocorrido pela

conscientização promovida junto aos produtores. Na cultura do pessegueiro, onde

houve uma redução ainda maior, outro fator que contribuiu foi o manejo adotado pelo

proprietário e o fato de o mesmo possuir formação técnica na área.

No pomar de pessegueiro, safra 2018/19, o produtor optou por realizar

aplicações de inseticida para controle de MFSA, de acordo com o monitoramento

proporcionado pelo experimento. Foram apenas 04 aplicações de inseticidas durante

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o ciclo produtivo, sendo uma delas, na data de 29 de setembro para controle de G.

molesta, utilizando Lefenurom que é um regulador de crescimento, e, portanto, menos

agressivo a insetos não-alvo por exemplo. Quando foram realizadas as outras

aplicações com intuito de controlar MFSA o cultivar PS10711 já havia sido colhido, ou

seja, neste cultivar não foi necessária nenhuma intervenção com inseticida com intuito

de controlar a praga e isso foi possível graças ao monitoramento. Em outra condição

o produtor teria realizado aplicações de inseticida.

Ressalva-se que na data de 22/12/18, quando o MAD oscilava próximo a 0,3

foi realizada aplicação de deltametrina no cultivar Eragil. Na mesma data, o produtor

aplicou também etofenproxi no cultivar PS10711 (pós colheita), com intuído de auxiliar

no controle de MFSA, que “entrariam” no cultivar Eragil, já que o pomar é um só. Na

data de 27/12/18 como o valor de MAD se manteve na casa de 0,3, indicando a

presença da praga no pomar, foi realizado outra aplicação de inseticida somente no

Eragil, novamente com deltametrina.

Justamente do intervalo desta aplicação até a semana seguinte, foi atingido o

maior valor de MAD (0,42) para a concentração de 75%. Presume-se que, essa

intervenção com inseticida foi providencial, caso não fosse realizada, muito

provavelmente haveria danos, pois como observado no ano anterior mesmo com

índice MAD (0,5) não sendo atingido foram obeservadas injúrias em alguns frutos.

Estas aplicações de inseticida contribuíram para redução populacional, mantendo os

frutos livres de infestação, até o fim da colheita.

Ressalta-se ainda que todas as moléculas utilizadas têm registro para a cultura.

Não houve perdas e o número de captura de indivíduos de moscas-das-frutas nas

armadilhas do experimento (137 moscas), foi considerável.

Em ameixeira, na safra 2018/19, nas duas armadilhas iscadas com CeraTrap®

na mata que circunda o pomar, foram observadas 42 capturas. No mesmo período,

foram 59 capturas em todo o pomar, em 28 armadilhas. No pomar, em nenhum

momento durante o experimento foi observado um MAD igual ou superior a (0,5) o

que implicaria recomendação de controle. No entanto, considerando as capturas na

mata, o MAD foi atingido em duas oportunidades: 0,86 e 0,79 nas datas de 24 e 30 de

janeiro, momento este em que os frutos já estavam maduros (Apêndice F).

Podemos afirmar que as aplicações de inseticida realizadas entre 21/11/18 e

28/12/18, foram desnecessárias, uma vez que, nem no pormar e nem na mata, o valor

de referência (0,5) foi atingido. Foram três aplicações neste período: malationa em

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01/12/18; acetamiprido em 08/12/18 e deltametrina em 28/12/18. E ainda uma de

abamectina (acaricida) em 06/12/18 a qual segundo relato do produtor é um

“preventivo”. No meio técnico sabe-se que este excesso de aplicações favorece um

desequilíbrio ecológico e consequentemente a proliferação de ácaros. Além do custo

monetário das pulverizações, que envolvem a aplicação do produto, há ainda a

emissão de carbono, a exposição desnecessária do aplicador ao ativo e ocorrem

ainda, custos ecológicos, como a redução de insetos predadores, parasitoides e

polinizadores e aumento na carga de agrotóxicos nos frutos.

Na safra 2017/18, em ameixa, embora em momento algum o índice de controle

(0,5) tenha sido atingido, na data de 29/11/2017 ainda que muito baixo (0,06), o MAD

foi similar entre os tratamentos, o que poderia sugerir a presença da praga na

totalidade do pomar. No entanto coincidentemente nesta mesma data o produtor

realizou uma aplicação de inseticida (Apêndice B).

Possivelmente não houvesse essa aplicação em 29/11/17, até a próxima

semana o índice MAD poderia ser alcançado com algum dos tratamentos. No entanto,

e como era esperado, a praga sofreu ação de controle, reduzindo sua população e

consequentemente o número de captura nas armadilhas. Como não havia armadilhas

na mata não há meios de fazer comparativos.

Na safra 2018/2019, o MAD na mata foi de 0,36 nas datas de 10/01/19 e

17/01/19 e de 0,85 em 24/01/19 e 0,79 em 30/01/19 ultrapassando o índice de

referência (0,5) nestas duas últimas semanas, ou seja, a curva de MAD na mata foi

crescente de 27/12 até 24/01, indicando presença da praga nas proximidades do

pomar.

No entanto, o mesmo comportamento não foi observado em nenhum dos

tratamentos no pomar. Isso sugere que as aplicações de inseticidas nas datas de

28/12/19 e 09/01/19 controlaram o início de uma possível infestação. Posteriormente

em 20/01/19, momento em que foram registrados os maiores MAD na mata, evitando

a entrada de MFSA no pomar e consequentemente havendo baixa captura nas

armadilhas.

Sugere-se que houve interferência das aplicações de inseticida em cobertura,

na captura de indivíduos de moscas-das-frutas no pomar. Diante do observado nas

duas safras e nas duas culturas avalia-se que o MAD (0,5) de referência demanda

ajustes para pomares menores e heterogêneos.

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Apesar da densidade de armadilhas do experimento, na safra 2017/18 em

pessegueiro, mesmo sem o MAD (0,5) ser atingido, foram encontrados frutos com

larvas. Em pomares menores e que possuam em seus entornos remanescentes de

mata, a qual possui hospedeiros da MFSA, esse valor de referência precisa ser

discutido, devido a dinâmica da praga e ao fato de estar utilizando o melhor atrativo

disponível hoje no merado.

Na safra 2, também em pêssego, foram realizadas intervenções com

inseticidas, com MAD abaixo de 0,5. O comportamento da flutuação populacional,

nas semanas seguintes permitem afirmar que se a interveção fosse realizada somente

quando o valor de referência fosse atingido, provavelmente haveria danos.

Outro fator que é essencial em áreas assim é adoção de estratégias integradas

de controle, como exemplo, cito o uso de isca tóxica que atualmente assim como o

monitoramento é muito pouco utilizado pelos produtores. A adoção do manejo

integrado de pragas, reduz custos monetários e ecológicos que envolvem a produção.

Com relação ao experimento de captura massal, são necessários novos

trabalhos, novas pesquisas, devido a impossibilidade de determinar qual dispositivo é

mais eficiente diante dos resultados obtidos. Trabalho paralelo que vem sendo

desenvolvido em goiaba serrana, contribuirá para sanar essa incógnita, a ideia

também é repetir o experimento na próxima safra em ameixeira.

Adoção de armadilhas alternativas, de baixo custo pra serem utilizadas neste

tipo de estratégia de controle, também precisam de mais estudos, pois vários

trabalhos mostram que é possível a adoção destes materiais com eficiência, e no

presente trabalho (capítulo 2) armadilhas PET de 600 mL, utilizadas como

testemunhas apresentaram-se tão eficiente quanto as armadilhas comerciais.

A possibilidade de utilizar o CeraTrap® diluído em monitoramento e captura

massal pode ser muito valoroso, pois abre a possibilidade de expadir essa estratégia

para outras culturas como a maçã, uva de mesa e até frutíferas tropicais, como por

exemplo manga. Na adoção de captura massal, considerando 120 armadilhas,

iscadas com 300 mL de solução atrativa e considerando o custo médio por litro de

30,00 R$, o custo por hectare pra implementação da ferramenta seria de 1080,00 R$.

com base nos dados do experimento, poderíamos optar pela concentração de 50% e

terimos uma economia de 540,00 R$ por hectare com a mesma eficiência.

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APÊNDICE B – Cadernos de campo, safras 1 e 2 nos pomares de

pessegueiro e ameixeira.

CADERNO DE CAMPO DO POMAR DE PÊSSEGO - (2017/2018):

DATA INGREDIENTE ATIVO PRODUTOS COMERCIAIS

14/08/17 Metidationa, difeconazol, mancozebe

Suprathion, Prisma, Dithane

22/08/17 Metidationa, difeconazol, mancozebe

Suprathion, Prisma, Dithane

30/08/17 Mancozebe, fosfito Dithane

09/09/17 ps Mancozebe, fluazinam, regulador de crescimento

Dithane, Frowncide, Stimulate

09/09/17 Eragil Difeconazole, metiram+piraclostrobina

Prisma, Cabrio Top

13/09/17 Instalação do experimento

20/09/17 Novalurom, procimidona, fertilizante foliar

Rimon, Sialex, Scudero

02/10/17 Novalurom, mancozebe, fosfito

Rimon, Dithane

16/10/17 Teflubenzurom, mancozebe, fosfito

Nomolt, Dithane

25/10/17 Metidationa, metiram+piraclostrobina, fluazinam, fosfito

Suprathion, Cabrio Top, Frowncide

31/10/17 Metidationa, mancozebe, difeconazol, fertilizante foliar

Suprathion, Manzate, Score

09/11/17 Abamectina, iprodiona, fertilizante foliar

Vertimec, Rovral

20/11/17 Abamectina, iprodiona Abamectin, Rovral

30/11/17 Eragil Iprodiona Rovral

07/12/17 Deltametrina Decis

19/12/17 Deltametrina Decis

CADERNO DE CAMPO DO POMAR DE AMEIXA - (2017/2018):

DATA INGREDIENTE ATIVO PRODUTOS COMERCIAIS

05/09/17 Fertilizante foliar (Ca, B) Ms florada

07/09/17 TDZ, aminoácido Drop, Terra-Sorb

12/09/17 Mancozebe, aminoácido Dithane, Terra-Sorb

20/09/17 Metidationa, mancozebe Suprathion, Dithane

05/10/17 Metidationa, mancozebe Suprathion, Dithane

13/10/17 Instalação do experimento

15/10/17 Metidationa, mancozebe Suprathion, Dithane

23/10/17 Malationa, mancozebe Malathion, Dithane

31/10/17 Fenitrotiona, mancozebe Sumithion, Dithane

08/11/17 Fosmete, tiofanato metílico

Imidan, Cercobin

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19/11/17 Espinetoram, mancozebe Delegate, Dithane

29/11/17 Malationa, mancozebe Malathion, Dithane

07/12/17 Fosmete, tiofanato metílico

Imidan, Cercobin

15/12/17 Espinetoram, difeconazol Delegate, Score

22/12/17 Deltametrina, captana Decis, Orthocide

CADERNO DE CAMPO DO POMAR DE PÊSSEGO – (2018/2019):

DATA INGREDIENTE ATIVO PRODUTOS COMERCIAIS

03/08/2018 Dodina Dodex

10/08/2018 Dodina Dodex

17/08/2018 Difeconazol, mancozebe Score, Dithane

24/08/2018 Ciproconazol, mancozebe Alto, Dithane

30/08/2018 Azoxixtrobina+difeconazol Amistar Top

08/09/2018 Ciproconazol, mancozebe Alto, Dithane

15/09/2018 Mancozebe, aminoácido Dithane

19/09/2018 Instalação do experimento

22/09/2018 Fluazinam Frowncide

29/09/2018 Lufenurom, Mancozebe Match, Dithane

08/10/2018 Azoxixtrobina+difeconazol Amistar Top

20/10/2018 Tebuconazole+trifloxistrobina Nativo

28/10/2018 Mancozebe Dithane

05/11/2018 Aminoácido Coopercrop

15/11/2018 Ciproconazol, mancozebe Alto, Dithane

01/12/2018 Captana, fosfito Orthocide

10/12/2018 Captana, fosfito Orthocide

22/12/2018 Deltametrina, captana Decis, Orthocide

22/12/2018 (somente cultivar PS)

Etofenproxi, captana Trebon, Orthocide

27/12/2018 Deltametrina, captana Decis, Orthocide

CADERNO DE CAMPO DO POMAR DE AMEIXA – (2018/2019):

DATA INGREDIENTE ATIVO PRODUTOS COMERCIAIS

11/09/2018 Aminoácido, TDZ Liquiplex, Drop

12/09/2018 Boro

15/09/2018 Mancozebe, aminoácido Dithane, Liquiplex

27/09/2018 Espinetoram, mancozebe, Ca e B

Delegate, Dithane

04/10/2018 Malationa, mancozebe, CaB

Malathion, Dithane, CaB

10/10/2018 Mancozebe, Difeconazol Dithane, Score

16/10/2018 Mancozebe, CaB Dithane, CaB

18/10/2018 Instalação do experimento

22/10/2018 Mancozebe, tiofanato metílico, CaB

Dithane, Cercobin, CaB

29/10/2018 Fenitrotiona, mancozebe Sumithion, Dithane

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11/11/2018 Malationa, mancozebe Dithane, Malathion

19/11/2018 Azoxistrobina Amistar

01/12/2018 Malationa, mancozebe Malathion, Dithane

06/12/2018 Abamectina Vertimec+óleo

08/12/2018 Acetaprimido + etofenproxi, azoxistrobina

Eleitto, Amistar

16/12/2018 Fosmete, mancozebe Imidan, Dithane

23/12/2018 Tebuconazol+trifloxistrobina Nativo

28/12/2018 Deltametrina, pirimetanil Decis, Mythos

03/01/2019 Tebuconazol+trifloxistrobina, CaB

Nativo, CaB

09/01/2019 Deltametrina, captana Decis, Orthocide

13/01/2019 Pirimetanil Mythos

20/01/2019 Deltametrina Decis

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APÊNDICE D – Mapas das áreas de experimento de captura massal

Vista aérea do pomar de ameixa (capítulo 2), com divisão dos blocos na área, safra

2017/18.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 1, safra 2017/18.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 2, safra 2017/18.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 3, safra 2017/18.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 4, safra 2017/18.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 5, safra 2017/18.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 6, safra 2017/18.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 7, safra 2017/18.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Vista aérea do pomar de ameixa (capítulo 2), com divisão dos blocos na área, safra

2018/19.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 1, safra 2018/19.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 2, safra 2018/19.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 3, safra 2018/19.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 4, safra 2018/19.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 5, safra 2018/19.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 6, safra 2018/19.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Distribuição dos tratamentos no bloco 7, safra 2018/19.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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APÊNDICE E – Armadilhas utilizadas em pomares de pessegueiro e ameixeira.

A) Armadilha McPhail instalada em pomar de pessegueiro; B) Armadilha McPhail

instalada em pomar de ameixeira.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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APÊNDICE F – Gráfico de MAD (Moscas/armadilha/dia) no entorno do pomar de

ameixa

Índice MAD (Mocas/armadilha/dia) por data, obtidos no contorno do pomar de ameixa

na safra 2018/2019 no município de Videira.