Avante setembro outubro 2014

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À s vésperas do Dia das Crianças, 12 de Ou- tubro, coordenadora do Departamento Na- cional da Criança (DNTC) escreve sobre relevância da criança na missão, destacando es- pecialmente a importância de valorizar a infância e o direito delas serem crianças antes de tudo. “A igreja deve escolher para trabalhar com crianças o seu melhor pessoal: gente cheia do Espírito San- to, madura espiritualmente, chamada por Deus, dotada de talentos e dons para o exercício desse ministério. Ali precisamos do nosso melhor esca- lão. Essa é a equipe da educação da graça como registra Lucas 2.52”, ressalta. Página 4. DNTC envia artigo sobre o cuidado no trato com as crianças Acolhendo os pequeninos 10 º Encontro Regional de Escola Do- minical da Primeira Região Eclesi- ástica debateu os rumos e desafios da educação cristã em painel realizado no Insti- tuto Metodista Bennett. O evento ocorreu sob o tema Escola Dominical em Construção. De acor- do com a secretária de Educação Cristã da Igreja Metodista na Primeira Região, Lorely Del Valle, o objetivo é trabalhar essa abordagem em relação ao próximo biênio e também oferecer novos recur- sos para o fortalecimento da ED nas igrejas locais. O encontro teve início com um grande culto de oração e louvor a Deus. Além disso, contou com a apresentação de uma peça de teatro encenada por jovens e adolescentes de diversas igrejas me- todistas, contando a relação da Educação com o Metodismo desde as suas origens. Leia mais na página 9. Publicação bimestral da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro – 1ª RE Ano XL • Nº 443 • Setembro/Outubro de 2014 Palavra do Bispo Lockmann expõe sobre perfil da Igreja viva Página 3 Entrevista Projeto Salto prepara missão para a África Página 5 Nacional Colégio Episcopal orienta metodistas sobre eleições Página 6 Igrejas em ação Jiu-jitsu é usado como ferramenta de evangelização Página 10 Contexto Evento lembra lutas e conquistas da mulher negra Página 12 Fé e Nexo Judeus x Palestinos Construindo a partir da Escola Dominical Rumos e desafios da educação cristã são tratados durante 10º Encontro Regional

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Às vésperas do Dia das Crianças, 12 de Ou-tubro, coordenadora do Departamento Na-cional da Criança (DNTC) escreve sobre

relevância da criança na missão, destacando es-pecialmente a importância de valorizar a infância e o direito delas serem crianças antes de tudo. “A igreja deve escolher para trabalhar com crianças o seu melhor pessoal: gente cheia do Espírito San-to, madura espiritualmente, chamada por Deus, dotada de talentos e dons para o exercício desse ministério. Ali precisamos do nosso melhor esca-lão. Essa é a equipe da educação da graça como registra Lucas 2.52”, ressalta. Página 4.

DNTC envia artigo sobre o cuidado no trato com as crianças

Acolhendo os pequeninos

10º Encontro Regional de Escola Do-minical da Primeira Região Eclesi-ástica debateu os rumos e desafios

da educação cristã em painel realizado no Insti-tuto Metodista Bennett. O evento ocorreu sob o tema Escola Dominical em Construção. De acor-do com a secretária de Educação Cristã da Igreja Metodista na Primeira Região, Lorely Del Valle, o objetivo é trabalhar essa abordagem em relação ao

próximo biênio e também oferecer novos recur-sos para o fortalecimento da ED nas igrejas locais. O encontro teve início com um grande culto de oração e louvor a Deus. Além disso, contou com a apresentação de uma peça de teatro encenada por jovens e adolescentes de diversas igrejas me-todistas, contando a relação da Educação com o Metodismo desde as suas origens.

Leia mais na página 9.

Publicação bimestral da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro – 1ª REAno XL • Nº 443 • Setembro/Outubro de 2014

Palavra do BispoLockmann expõesobre perfilda Igreja vivaPágina 3

EntrevistaProjeto Saltoprepara missãopara a ÁfricaPágina 5

Nacional Colégio Episcopalorienta metodistassobre eleiçõesPágina 6

Igrejas em açãoJiu-jitsu é usadocomo ferramentade evangelizaçãoPágina 10

ContextoEvento lembralutas e conquistasda mulher negraPágina 12

Fé e NexoJudeus x Palestinos

Construindo a partir da Escola Dominical

Rumos e desafios da educação cristã são tratados durante 10º Encontro Regional

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EDITORIAL

Publicação bimestral da Igreja Metodista na 1ª Região Eclesiástica

Fundado em maio de 1973

Ano XXXVIII nº 443

Rua Marquês de Abrantes, 55 – Flamengo22.230-061 – Rio de Janeiro – RJTel.: (21)2557-3542 / 3509-1074

Fax: (21)2557-7048

[email protected]

BISPO DA 1ª REGIÃO ECLESIÁSTICAPaulo Tarso de Oliveira Lockmann

Os artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da Igreja Metodista.

CONSELHO EDITORIALRonan Boechat de Amorim (coordenador), Selma Antunes da Costa, Jarbas de Souza,

Paulo Welte, Gláucia Mendes Silvestre, Pablo Massolar, Luciano Vergara, Nádia

Mello, Carla Tavares, Camila Alves e Luiz Daniel

EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVELNádia Mello (MTb 19.333)

REDAÇÃO E REVISÃOEvandro Teixeira

ASSISTENTES DE REDAÇÃOCarla Tavares e Camila Alves

REVISÃO DA PALAVRA DO BISPOFilipe Pereira Mesquita

FOTOGRAFIASHenrique Moraes

DIAGRAMAÇÃOwww.estudiomatiz.com.br

TIRAGEM: 10.500 exemplares

ASSINATURA INDIVIDUAL: R$ 20,00

METODISMO NO MUNDOMETODISMO NO MUNDO

Evangelismo Mundial: missões e homenagem n O Comitê de Evangelismo do Concílio Mun-dial Metodista, coordenado pelo dr. Eddie Fox, esteve reunido em agosto, em Nashville, Tennes-se (EUA). Além do bispo Paulo Lockmann, que preside o Concílio, a reunião contou também com a participação dos secretários das áreas que compõem o Comitê. A pauta abordou a expan-são do Metodismo em várias regiões do mundo. As dificuldades enfrentadas pela Igreja da África Oeste também receberam atenção durante o en-contro. Na Nigéria, por exemplo, a Igreja cresce com força, alcançando 3 milhões de membros, mas vive em constante conflito com os radicais islâmicos.

O encontro foi encerrado com um culto em ação pelo trabalho empenhado pelo dr. Eddie Fox e sua esposa, Mary Nell, à frente do Comitê. Este ano, o casal completou 25 anos de ministé-rio. Fox coordena ainda o Instituto Mundial de Evangelismo, que treina líderes para promover o avanço missionário e evangelístico do metodismo no mundo.

Ciemal em assembleia geral no Méxicon O Conselho de Igrejas Evangélicas Metodis-tas da América Latina e Caribe (Ciemal), repre-sentado por seu presidente, reverendo Gabriel Montalvo Lizzete, e o secretário-geral, reverendo Luciano Pereira da Silva, participou da Assem-bleia Geral da Igreja Metodista do México. O evento aconteceu na cidade de Tijuana, México, no final do primeiro trimestre. O tema do en-contro foi Burning Heart, em que se falou sobre a experiência vivida por John Wesley em 24 de maio de 1738, em Aldersgate Street.

Na ocasião, o presidente e o secretário-geral tiveram a oportunidade de discursar na assem-bleia compartilhando projetos e relatórios do Ciemal. Eles falaram sobre as necessidades da Igreja na América Latina e no Caribe e a cria-

ção de programas que possam desenvolver entre igrejas nacionais novas propostas para o cresci-mento da missão.

Conselho Mundial apoia ordenação de bispas n O secretário-geral do Conselho Metodista Mundial, Ivan Abrahms, enviou uma carta ao ar-cebispo de Cantuária, Justin Welby, parabenizan-do a Igreja Anglicana da Inglaterra pela aprovação, em seu Sínodo Geral, em York, do episcopado fe-minino. "Essa decisão histórica é recebida de bra-ços abertos pelo Conselho Metodista Mundial e tem as bênçãos e orações dos metodistas em todo o mundo", declarou Abrahms. A aprovação da mudança derruba séculos de tradição anglicana, que foi fundada no século XVI, durante o reinado de Henrique VIII. Oriunda da Igreja Católica, a instituição tem cerca de 77 milhões de fiéis em todo o mundo.

Líderes mundiais dialogam sobre a Paz em Conferência Mundial na Bélgican O bispo Paulo Lockmann esteve ao lado de representantes de igrejas cristãs, comunidades eclesiásticas e chefes de religiões mundiais du-rante os dias 7 e 9 de setembro, na cidade de An-tuérpia, na Bélgica. O motivo foi a 28ª edição do Encontro Internacional pela Paz, organizado pela Comunidade de Sant' Egidio.

O evento anual teve por tema “A Paz é o Fu-turo” e dialogou sobre a 1ª Guerra Mundial, após 100 anos de seu início, evocando um futu-ro em que o respeito mútuo, o diálogo e a coope-ração ajudem a erradicar o fantasma do conflito armado.

Os participantes discutiram temas atuais, tais como a relação entre as religiões e a violência, economia, desenvolvimento sustentável e a luta contra a pobreza. As discussões se concentra-ram, também, em algumas áreas particularmen-te críticas de países como Nigéria e Iraque.

Construir é o caminho

A construção de um mundo melhor por meio de ações que promovam restauração e salvação é o desejo da-queles que possuem um coração sincero e converti-

do. E, na Igreja Metodista, esses esforços estão sendo cada vez mais comuns a partir dos braços regionais e trabalhos locais. Não foi à toa que o tema da Escola Dominical este ano envolveu a palavra construção. A ideia, segundo Lorely Del Valle, secretária regional de Educação Cristã, é lem-brar que a ED é um espaço onde “relacionamento, missão, comunhão e frutos para o Reino de Deus” estão sempre em construção. (Página 9).

Com mais de 200 anos de existência, este sempre foi o papel da Escola Dominical: formar o caráter e valores cris-tãos e trabalhar para a missão. Do mesmo modo, os espaços para a criança vêm se concretizando também como verda-deiras oportunidades de se obter uma Igreja bem edificada e firmada cada vez mais nos passos de Jesus. Oportunamen-te, próximo ao Dia das Crianças, o Avante traz o artigo Meninos e meninas no caminho da Missão (Página 4). Nele, a coordenadora nacional do Departamento de Trabalho com Crianças (DNTC), Rogéria Valente, expõe bem a relevância de construirmos cada vez mais uma caminhada envolvendo a participação desses pequeninos na vida da Igreja.

De acordo com a coordenadora DNTC, a igreja não tem compromisso apenas com as crianças, mas também com os rumos desta nação. Ela lembra que o profeta Zacarias já expressava o sonho de Deus de ver uma sociedade de jus-tiça e paz, “com ruas e cidades de Jerusalém se enchendo de meninos e meninas que nelas brincarão” (Zc 8.5). Não podemos viver tranquilamente dentro dos nossos muros se muitas de nossas crianças não se beneficiam de condições ele-mentares de vida; se não têm o que é básico para viver com dignidade. Criança fora da escola é problema nosso. Criança passando necessidade é problema nosso. Criança sofrendo abuso e maus-tratos é problema nosso. Família que não tem condições de educar seus filhos na fé é problema nosso, desta-ca o texto.

Direitos da criança e questões como a justiça e ao bem--estar social deveriam ser preocupações também de quem quer construir um Brasil melhor. Pensando nas próximas eleições, o Colégio Episcopal emitiu uma carta de orienta-ção para o período eleitoral. Acreditamos que um processo político, em seu sentido amplo, não se esgota com as eleições. Os valores de cidadania, marcados por gestões públicas trans-parentes e probas, têm correspondência na vida de integrida-de cotidiana de cada cidadão brasileiro, na participação, nas reivindicações e na projeção de ações que visem ao bem co-mum, conclui o documento (Páginas 6 e 7).

De fato, o caminho para construção começa a partir do momento em que tomamos consciência de que algo preci-sa ser construído ou, talvez, reformado. Importante é que iniciativas sejam tomadas, por mais simples que aparente-mente possam parecer. Que possamos nos inspirar nesse tema da Escola Dominical e aplicá-lo também em outras áreas de nossas vidas. De fato, ED sempre está nos ensi-nando algo mesmo que indiretamente.

Boa leitura!Nádia Mello

Editora

ACONTECE

Pessoas que trabalham com criançasEstão abertas as inscrições para o 22º Encontro Nacional de Pessoas que Trabalham com Crian-ças. Sob o tema Nos caminhos da missão com arte

e criatividade, o evento será realizado na Facul-dade de Teologia (Fateo), em São Bernardo do Campo (SP), de 26 a 28 de setembro. Informa-ções e inscrições pelo site da área nacional www.metodista.org.br.

DISPONÍVEL PARA COMPRA ONLINE OU NA SEDE REGIONAL

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Temos variadas opiniões sobre o que é a Igreja, mas dificilmente nos re-

portamos à Palavra para enten-der a expectativa de Deus. Quero repartir com todos que me acompanham um pouco do que podemos ler sobre a Igreja na Bíblia. Tenho afirmado de várias maneiras que a compre-ensão mais bíblica e adequada de ser Igreja do Senhor é a ma-neira metodista.

A Igreja visível de Cristo é uma congregação dos fiéis na qual se prega a pura Palavra de Deus, e se ministram devida-mente os sacramentos com to-das as coisas a eles necessárias, conforme a Instituição de Cris-to. Somos uma Igreja conciliar à semelhança da Igreja Primiti-va, que se reunia para discutir e decidir os problemas. Veja, por exemplo, em Atos 6.1-7, a eleição dos diáconos; ou Atos 15.6-29, o Concílio de Jeru-salém. A forma de governo da Igreja Metodista é episcopal e seu sistema representativo.

Outra característica é que somos uma Igreja conexional, isso significa que o dom de ser povo de Deus não se esgota na experiência da igreja local, mas se projeta sobre as outras, for-mando um distrito; e os distri-tos, nesta conexão missionária, formam a Região Eclesiástica; e as Regiões Eclesiásticas, a Igreja Metodista brasileira; e, como Igreja brasileira, conec-tamo-nos com o Metodismo mundial no Concílio Mundial Metodista. Mas vejamos pon-tualmente, na Bíblia, caracte-rísticas que apontam o modo de ser Igreja Viva:

A Igreja viva tem sede de DeusNão basta ter uma eclesiologia correta, dispor de boas instala-ções, poltrona, ar condicionado, etc, nem ter uma agenda cheia de programas e convidar bons pregadores. A presença de Deus em nosso meio não é garantida por um bom louvor, melhor som e instrumentos. Lembrem-se da Igreja de Laodiceia: Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomi-tar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não pre-ciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu e Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, en-trarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo (Ap 3.16-17e 20). Que tragédia uma igreja rica, tinha tudo, mas não tinha Deus. E o pior, o Senhor estava do lado de fora querendo entrar e eles não percebiam. Ou ainda, como a Igreja de Éfeso: Tenho, porém, contra ti que abando-naste o teu primeiro amor (Ap 2.4). Perder o primeiro amor é

fazer as coisas de Deus por há-bito, por tradição, sem paixão, amor e alegria. Examinemos nossas motivações em fazer a obra do Senhor.

A Igreja viva sabe qual é sua MissãoGosto muito da definição canô-nica A missão da Igreja Metodis-ta é participar da ação de Deus no seu propósito de salvar o mun-do. Também fico entusiasmado com a visão regional: O Evange-lho para cada pessoa, um grupo de discipulado para cada rua, uma igreja em cada bairro ou ci-dade a fim de alcançar 1 milhão de discípulos e discípulas.

Mas são letras; precisam se tornar carne, sangue nas veias do povo metodista, a começar pela classe pastoral. Wesley era muito prático ao definir a mis-são aos seus pregadores: Vocês não têm nada a fazer, senão ga-nhar almas. Portanto, gastem e sejam gastos nesta obra. Devem ir sempre, não apenas ao encontro dos que precisam de vocês, mas dos que precisam mais. Sua ên-fase na disciplina, santificação e discipulado foi o que manteve o avivamento Metodista na In-glaterra vivo e crescente.

As classes de cuidado mútuo e crescimento foram o modo de discipulado mais reconhecido no mundo todo. Moody disse sobre elas: As reuniões de classe metodista são a melhor institui-ção para treinamento de conver-tidos que o mundo já viu. Ma-teus 28.18-20 também registra: Jesus, aproximando-se, falou--lhes, dizendo: Toda a autorida-de me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à con-sumação do século.

A Igreja viva é uma Igreja da PalavraHá muitas fórmulas para ser uma Igreja bem-sucedida, livros sobre o tema são inumeráveis, podem--se escolher os modelos que se oferecem, mas nenhum supera o modelo bíblico. Ainda que mui-tos afirmem serem suas igrejas bíblicas, cabe comentar, pois eu já tenho mostrado os equívocos trazidos pelos modismos de su-cesso, reunir muita gente não faz uma igreja ser bíblica. Lem-brem-se do profeta Isaias: Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao ajunta-mento solene (Is 1.13).

Se nós oferecermos cura, libertação, prosperidade, sem conversão a Jesus e discipulado,

teremos ajuntamento religioso, mas não a Igreja do Senhor. Uma Igreja bíblica tem fundamento: Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjo-nas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevale-cerão contra ela. (Mt 16.16-18).Ouçamos ainda Pedro afirman-do: Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual

se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.11-12). Este é o nosso fundamento bíblico, o qual identifica a Igreja Viva e sua Missão. Por fim, há o exem-plo da Igreja de Bereia: Ora, estes de Bereia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, exa-minando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Com isso, muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição e não poucos homens (At 17.11-12). É disso que precisa-mos, uma Igreja que conheça e viva a Palavra do Senhor.

A Igreja viva tem visão missionáriaComo o Senhor que serviu e deu sua vida por resgate de muitos, a Igreja não vive para sobreviver, não vive para si mes-ma. Celebra, louva, ora, mas seu coração está nas famílias não alcançadas da Igreja, no bairro, na cidade, no país e no mundo. Jesus após a ressurrei-ção deu esta visão missionária estratégica: mas recebereis po-der, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemu-nhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8).

Nossa fronteira missionária começa na nossa Jerusalém, nossa família, nosso bairro, e vai até os confins da Terra. Uma Igreja viva precisa des-tas dimensões claras em sua estratégia missionária. Nós so-mos herdeiros de uma tradição histórico-eclesiástica mais rica

da História da Igreja, o Meto-dismo do Rev. João Wesley e seus irmãos e irmãs do Meto-dismo Primitivo na Inglaterra. Não preciso dizer o quanto foi ativo, itinerante e missionário o Metodismo de João Wesley, prefiro que o diga o bispo Fran-cis J. Ensley: ... o ministério de Wesley é impressionante, mesmo em nossos dias de algarismos as-tronômicos. Havia 70.000 me-todistas, só na Inglaterra, quan-do Wesley faleceu. Talvez outros 70.000 houvessem falecido na fé metodista durante seu longo ministério do Metodismo Primi-

tivo na Inglaterra. E sua visão era O Mundo é a Minha Paró-quia. Preciso falar mais?

Uma Igreja viva é uma igreja discipuladoraDiscipular é a forma de ser da Igreja. Assim foi para Jesus e para a Igreja primitiva. Disci-pular não é uma opção a mais de trabalho na vida das igrejas locais. Discipular é uma ordem de Jesus à qual devemos obe-decer. Principalmente quando Jesus diz: Ide, fazei discípulos de todas as nações (...) ensinan-do-os a guardar (praticar) todas as coisas que vos tenho ordenado (Mt 28.19-20). Esses desafios consistem em ajudar a todos os cristãos, tanto os novos con-vertidos como os antigos mem-bros de todas as igrejas locais, a viverem efetivamente como discípulos de Jesus. Assim fa-zendo, contribuiremos para a multiplicação do número dos ministros e ministras, e para o seu crescimento como pessoas em Cristo. E, por conseguinte, para o crescimento do número de ministérios na vida da Igreja, para o cumprimento da Missão. Cada discípulo(a) tem dons e exerce seu(s) ministério(s), que concorre(m) para o cres-cimento numérico da Igreja, abençoando vidas, bairros e cidades. É necessário definir com clareza a origem bíblica do discipulado e sua implica-ção na vida da Igreja.

Anotem um detalhe: o dis-cipulado é fim e meio. É fim porque a ordem é fazer discí-pulos; é meio porque o discí-pulo maduro, pronto, torna-se um cristão ativo e frutífero na

sociedade, mudando o am-biente onde vive, sendo sal da terra, luz do mundo, sinal do Reino; com isso, a missão se realiza e o Reino de Deus cresce em nosso meio. E nos tornamos como a Igreja de Filadélfia: Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experi-mentar os que habitam sobre a terra (Ap 3.10).

Hoje, se queremos ser uma Igreja Viva, devemos criar um ambiente espiritual favorável

em nosso meio, uma paixão e amor pelos perdidos sem Cris-to, de modo que, como resulta-do, vidas se convertam e acei-tem Jesus como Senhor e Sal-vador. Falando disso: Quantas pessoas se converteram em sua igreja local no mês passado? Atenção! Quando falo de am-biente da Igreja Viva, não estou falando do templo ou da pro-priedade da igreja local somen-te, estou falando de onde vivem os membros da igreja, mas do sentir-se parte da comunidade. Isso, de fato, é o que caracteri-za a Igreja de Cristo.

Uma Igreja Viva tem seu mi-nistério projetado muito além dela mesma. Sua vida como povo de Deus causa impacto. Tenho por hábito, antes de chegar à igreja local, que vou visitar, perguntar na vizinhança sobre a localização da igreja. Na maioria das vezes, tenho me alegrado com as respos-tas, pois as pessoas lembram e mencionam ações ministeriais da igreja, e me indicam com segurança como chegar a ela. Algumas vezes, com desola-ção, ouço as pessoas, a menos de cinco quadras da igreja, di-zerem que nunca ouviram falar desta igreja; não desisto, insis-to com a pergunta, para con-ferir, mas o desconhecimento persiste. Minha preocupação com uma Igreja Viva se ba-seia no fato de que como é fá-cil cairmos numa rotina de ma-nutenção, perdendo a paixão missionária. Manter a chama acesa é nosso desafio diário. Deus nos abençoe.

Paulo lockmann

Bispo da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro

Por uma Igreja viva!

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PALAVRA DO BISPO

Se nós oferecermos cura, libertação, prosperidade, sem conversão a Jesus e discipulado, teremos ajuntamento religioso, mas não a Igreja do Senhor

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Entende-se, com base no texto de Deuteronômios 6.4-7, que as crianças me-

recem atenção especial das fa-mílias e da Igreja. Entretanto, percebemos que há compreen-sões equivocadas sobre elas e consequentemente sobre o tipo de tratamento a elas dispensa-do. Há pessoas que as enxer-gam como “alvos” da missão, pecadores a serem alcançados. De fato, é correto ensinar-lhes o Evangelho. No entanto, pre-cisamos saber como Deus as enxerga e o tipo de trabalho que a Bíblia nos ensina e orien-ta a desenvolver com elas.

Percebemos, no entanto, que as crianças são vistas por alguns como “meios” da mis-são, sendo usadas como inter-mediárias na tarefa evangeli-zadora da igreja para alcançar seus familiares. Vê-las somente com esse papel dentro do tra-balho de evangelização carac-teriza uma desconsideração. E isso é sério e nocivo.

Para outros, porém, elas são invisíveis. Quando passam pela porta do templo, nem são cumprimentas. O pregador não usa uma linguagem que elas possam entender; no louvor, não há cânticos que as consi-derem. Elas não são incluídas nos projetos e ações da Igreja, não são visitadas quando estão doentes; o pastor não leva ceia a elas quando impossibilitadas de congregar; nas construções e mobiliários, não há nada ade-quado ao tamanho delas.

Há ainda um grupo que vê as crianças como um estorvo. Para esses, “Elas são a igreja de amanhã”. Entre eles, no entan-to, como há os que acham que investir nelas é dar continui-dade a igreja e também aque-les que só desejam tirá-las de perto para não atrapalharem. É doloroso quando o pessoal que trabalha com crianças assume essa última postura desenvol-vendo atividades focadas na distração dos pequeninos sem os objetivos grandiosos que o trabalho com crianças merece.

Igreja e a infânciaA Igreja é corresponsável, junto com os pais, pela educação de fé das crianças. É uma comuni-dade de graça onde as famílias são acolhidas; os pais, curados e cuidados; e as crianças re-cebem esse cuidado por inter-médios dos seus pais e da sua família de fé.

Parece adequada a imagem da infância como o lugar da fonte das águas. O espaço da vida onde as crianças não estão perdidas, e o nosso trabalho é para que nenhuma delas venha a se perder. Elas não precisam conhecer o pecado para enten-der o amor de Deus. Precisa-mos cuidar para que a fonte não seja contaminada, pois o trabalho realizado nessa fase do desenvolvimento irá marcá-la positiva ou negativamente por toda a vida. Afinal, o veneno na fonte das águas compromete toda a vida do rio.

A igreja deve escolher para trabalhar com crianças o seu melhor pessoal: gente cheia do Espírito Santo, madura es-piritualmente, chamada por Senhor, dotada de talentos e dons para o exercício desse

ministério. Ali, precisamos do nosso melhor escalão. Essa é a equipe da educação da graça, como registra Lucas 2.52.

Criança é gente na missãoNão é raro ouvirmos testemu-nhos de crianças que confronta-ram seus pais por algum erro de comportamento; e de outras que foram a uma EBF e acabaram levando também os familiares para a igreja. Com frequência, elas aparecerem com atitudes de adulto. Elas oram, pregam, ministram orações como gente grande, e a cura acontece. Nes-ses momentos, a igreja num raro lampejo reconhece-as como par-te da missão. Mas não as com-preende da mesma forma quan-do são simplesmente crianças.

Criança é criança. Não po-demos esperar que elas se com-portem como adultos. É bom que tenham energia, alegria, sinceridade e capacidade de perdoar de criança. Movimen-tem-se e façam barulho como criança. Que sejam amadas, acolhidas, respeitadas, perce-bidas, envolvidas na vida da igreja como criança que são.

Criança é nosso compromissoO profeta Zacarias (Zc 8.4-5) expressa o sonho de Deus de ver uma sociedade de justiça e paz, com praças frequentadas pelas famílias e crianças viven-do em segurança, onde haja qualidade de vida e longevida-de. A igreja tem compromisso com a criança e com os rumos dessa sociedade. Não podemos viver tranquilamente dentro dos nossos muros se muitas de nossas crianças não se benefi-ciam de condições elementa-res de vida; se não têm o que é básico para viver com digni-dade. Criança fora da escola é problema nosso. Criança pas-sando necessidade é problema nosso. Criança sofrendo abuso e maus-tratos é problema nos-so. Família que não tem condi-ções de educar seus filhos na fé é problema nosso.

O tamanho da nossa visãoO trabalho que desenvolvere-mos com nossas crianças tem o tamanho da nossa visão. Po-demos nos dispor a ser meros cuidadores, que as distraem

durante o culto para que não atrapalhe a liturgia Ou ter cons-ciência de que estamos cons-truindo os fundamentos de fu-turas gerações para que o país torne-se habitável.

A igreja estará educando a fé da criança, se acreditar na se-mente que está sendo lançada em seus corações, amar a Deus e esses pequeninos, enxergan-do em cada um deles pessoas inteiras e capazes de entender e se comprometer com a men-sagem do evangelho.

ConclusãoEsse tema anual de 2014: Me-ninos e meninas nos caminhos da missão parece-nos relevante. Mas só vai se tornar concreto se ele chegar à igreja local e motivar ações que modifiquem positivamente a sua prática. E que o Deus de toda sabedoria nos capacite pelo poder e dina-mismo do Espírito Santo para que possamos caminhar com nossas crianças conduzindo-as ao Reino de Deus.

RogeRia Valente

Coordenadora do Departamento Nacional de Trabalho

com Crianças na 1ª RE

Meninos e meninas nos caminhos da missãoPor ocasião do Dia da Crianças, coordenadora do DNTC fala do cuidado com os pequeninos

NACIONAL

As crianças não precisam conhecer o pecado para entender o amor de Deus. Precisamos cuidar para que

a fonte não seja contaminada, pois o trabalho realizado nessa fase do desenvolvimento irá marcá-la positiva

ou negativamente para toda a vida

Participantes animados com os resultados de uma das conferências do Departamento

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Henrique Rodrigues e Roseane Muller estão se preparando para de-

senvolver um trabalho de mis-sões na África. Eles fazem par-te do Projeto Missionário Salto e passaram por um período de treinamento na Escola de Mis-sões. À espera do momento em que irão para campo, eles con-versaram com o Jornal Avante e falaram sobre os desafios que os aguardam em solo africano e a necessidade de envolvimento da igreja como um todo na obra missionária.

Avante: Como foi a preparação para o Projeto Missionário Salto na Esco-la de Missões?Roseane Muller: Essa prepara-ção para o envio à África durou um ano. Tivemos treinamentos teóricos e práticos sobre como trabalhar com o povo muçul-mano e também sobre a visão bíblica da missão. Durante esse tempo, fizemos todo um estudo sobre a cultura africana e vivemos como se estivésse-mos lá. Não podíamos entrar na internet nem comer muito, porque, na missão, não tere-mos tantos alimentos à nossa disposição. Também tivemos pouco contato com a família, já que teremos muita dificuldade de acesso à comunicação.

Avante: Quais os possíveis desafios que vocês esperam encontrar por lá?Roseane: Aqui, no mundo ocidental, já chegamos à pós--modernidade, e eles lá ainda nem caminham para isso. Para nós, é difícil lidar com a ques-tão de não ter internet, não ter liberdade para conversar uns com os outros. Na cultura afri-cana, por exemplo, a mulher

Preparados para o campoIntegrantes do Projeto Salto falam das expectativas em relação à missão na África

ENTREVISTA

não tem contato com homem, só com mulher, e isso dificulta muito, já que acostumamos a ser livres na nossa cultura. En-tão, nosso principal desafio e dificuldade, que queremos su-perar, é o relacionamento.

Avante: Para que local exatamente da África vocês serão enviados?Henrique Rodrigues: A Escola está trabalhando com algumas opções. Como a África vem passando por um momento di-fícil por conta do vírus ebola, que está afetando o oeste do continente, ainda não existe lugar certo desenvolver nosso projeto. Hoje temos três op-ções: Senegal, Mali e Guiné--Bissau. A gente está aguardan-do a Escola fazer contato com esses países para ver a possi-bilidade de trabalhar neles. Hoje, percebe-se uma maior facilidade no Mali, porque a gente tem uma missionária da Escola de Missões que já teve uma vivência lá, onde morou por dois anos. Além disso, ela tem alguns contatos que estão facilitando nossa ida.

Avante: Já existem outros missioná-rios na África. Qual o diferencial dos missionários que vão pelo Projeto Salto?Henrique: A Agência Missioná-ria já tem gente na África. No Senegal, temos o Carlinhos e a Débora; em Moçambique, te-mos Valdemar e Luzia, que são da Igreja de Petrópolis; e Fabi-nho e Zuleica, de Juiz de Fora. Eles são casados e missioná-rios efetivos, cuja vida está integralmente voltada para missões. O nosso projeto tem o diferencial de estar formando uma equipe de jovens, de 18 a

30 anos, para estar vivendo du-rante dois anos e meio dentro de um país. São jovens que es-tão indo servir e levar a Palavra a um país ainda não alcançado pelo Evangelho.

Avante: Como tem sido a recepti-vidade nos distritos que vocês têm visitado?Roseane: Temos sido muito bem recebidos. Uma coisa que nós notamos e sempre comen-tamos com os pastores é que, muitas vezes, a nossa Igreja é conscientizada pela emoção, principalmente quando fala-mos de África. Mas não é da forma como nós queremos trabalhar, porque nós enten-demos que missão não é ação social. Missão é levar boas-no-vas do Reino, e ação social é consequência dessa vida nossa com Cristo. Entendemos que não estamos indo matar fome das pessoas, estamos indo ma-tar a sede de Deus. Então, pas-samos nas igrejas e tentamos levar essa ideia de forma a não emocionar, mas de incentivar a fidelidade delas com a missão. Para nós, tem sido muito legal. Somos pioneiros nessa área de levar um novo jeito de fazer missão. Porque, hoje, missão está muito ligado à emoção. E não é emoção, é Reino. Enten-demos que é difícil, mas, gra-ças a Deus, a Igreja Metodista tem conseguido, aos poucos, abrir a visão em relação a isso.

Avante: O curso inclui estudo de idiomas?Roseane: Com certeza. A gran-de barreira hoje no mundo missionário transcultural é a língua. Quando soubemos que iríamos para o oeste africano,

que faz parte da Janela 10/40, começamos a estudar um pou-co e entendemos que a língua predominante é o francês. Es-tamos estudando francês há uns três meses com duas mis-sionárias que moraram no Mali e falam fluentemente, além de um africano, que é de Burkina Faso e também fala francês. Temos o francês da França, que elas aprenderam na Alian-ça Francesa, e o francês con-textualizado da África. Graças a Deus, tivemos a oportunidade fazer aulas com essas pessoas.

Avante: Como as pessoas que estão lendo essa entrevista podem cola-borar com esse projeto?Henrique: Estamos trabalhan-do com semeadores. São pes-soas que estarão nos ajudando mensalmente durante esses dois anos e meio. Elas podem entrar em contato com a gen-te. Então, encaminhamos um formulário que deve ser pre-enchido com o valor que pode contribuir e em que conta é mais fácil depositar: Banco do Brasil, Santander e Itaú. Duas contas são de integrantes da Agência Missionária e uma da própria Agência Missionária. As pessoas também podem nos ajudar em forma de boleto no valor desejado.

Avante: Qual a importância dessas contribuições? Roseane: Muitas vezes, a gente passa pelas igrejas, e as pesso-as pergutam: “Vocês estão pre-cisando de quanto? 100 reais, 200 reais...?”. E nós sempre fa-lamos: “A questão não é o valor, é a fidelidade”. Uma coisa que a gente comenta muito é que existe um prato na África cha-

mado thieboudienne. Com esse prato, fazemos comida para sete adultos com 5 reais. Mui-tas vezes as pessoas usam a des-culpa de que não têm condição de ajudar o missionário. E hoje eu posso dizer para quem está lendo essa entrevista que tem sim condições de ajudar. Com 5 reais, você muda a vida de um missionário e o contexto onde ele está vivendo. Existe, sim, a forma de ajudar. Não estamos indo somente por nós. Estamos indo para fazer projetos. Este projeto é de Deus, mas precisa-mos de dinheiro para realizá-lo. Então é muito importante essa contribuição. E que as pesso-as possam entender que não é simplesmente valor, mas uma contribuição de fidelidade com a missão.

Avante: Já existem projetos missio-nários sendo desenvolvido na África?Henrique: A gente está indo com dois objetivos iniciais que são a criação de dois projetos: o primeiro é a implantação de uma pré-escola. Vamos traba-lhar com crianças de 4 a 6 anos. Tivemos, durante este ano, capacitação para desenvolver esse projeto lá fora. E vamos abrir essa pré-escola na aldeia onde vamos viver. O segundo projeto é trabalhar com es-portes. Quando chega a outro país, o primeiro assunto sobre o qual o brasileiro é abordado é esporte, sobretudo futebol. A gente está indo também para fazer uma escolinha de futebol, Por meio desses dois projetos, pretendemos levar a Palavra de Deus.

entReVista PRoduzida Pelo PRogRama Vida e missão

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Ai daqueles que antes de se levantarem de manhã já fazem planos para explorar e maltratar os outros! E logo que se levantam fazem o que querem, pois são poderosos! Quando querem terrenos ou casas, eles os tomam. Maltratam os outros e

não respeitam a família nem a propriedade de ninguém

Escutem, líderes e autoridades de Israel! Vocês deviam praticar a justiça e, no entanto, odeiam o bem e amam o mal. Vocês tiram a pele do meu povo e

arrancam a carne dos seus ossos

[NTLH] (Miquéias 2.1-2; 3.1-2)

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O Colégio Episcopal da Igreja Metodista, à luz da inspiração bíblica

do profeta Amós, entende que o povo chamado metodista tem um papel preponderante em sua ação de cidadania, com-prometido com uma sociedade democrática de direitos, sob a égide da Constituição Federal e da Justiça Eleitoral. As elei-ções são parte deste processo de busca permanente de equi-dade social, de garantia dos di-reitos fundamentais à pessoa humana, de vivência ética e comunitária, às quais estimu-lamos o protagonismo de ho-mens e mulheres metodistas, comprometidas com os valores do Evangelho de Cristo.

Assim, conclamamos para que, nos dias 5 (em primeiro turno) e 26 (em segundo tur-no) de outubro, os metodistas participem da escolha das fu-turas lideranças nacionais e estaduais: Presidência da Re-pública, Senado Federal, Câ-mara de Deputados, Governo do Estado e Assembleias Le-gislativas. Para esse momento importante de nosso país, con-vocamos a Igreja Metodista à oração e à reflexão a fim de que estejamos bem orientados em nossas escolhas tendo em vista o bem-estar comum de todos os brasileiros.

Orientações pastoraisEste pronunciamento é dirigi-do a todos os metodistas, espe-cialmente às lideranças clérigas e leigas que desenvolvem ações permanentes de formação dou-trinária e de mobilização das igrejas locais. Reafirmamos que “A Igreja Metodista reconhece que é sua tarefa docente capa-citar os membros de suas con-gregações para o exercício de uma cidadania plena” (Credo Social, secção IV, item 1, p.51 dos Cânones 2012-2016).

Reafirmamos a democracia como um valor universal, bem como no governo representati-

vo dela decorrente, nas quais pessoas são eleitas, de forma livre e soberana pelo povo, por meio do voto. Entendemos que uma sociedade democrática pressupõe pluralidade de ideias e a livre expressão do pensa-mento político, alternância do poder, em forma republicana de participação popular.

Como cristãos, os ideais de uma representação política de-vem estar comprometidos com a formação de valores civiliza-tórios, tais como: o respeito ao semelhante, a igualdade peran-te a lei e os serviços do Estado, a solidariedade, a tolerância e a uma cultura de paz, entre ou-tros, que são também valores do Evangelho de Cristo.

Cenário político das eleições de 2014Desde o início do ano de 2014, alguns fatos sociais, políticos e econômicos têm gerado um contexto, por meio do qual, pastoralmente, podemos perce-ber o comportamento de nossa sociedade brasileira, que em um mundo globalizado onde fatos acontecidos em diferentes países e regiões se conectam em relações de mútua influên-cia. Percebemos, de um modo em geral, que vivemos numa sociedade volátil, marcada pela inconstância e variação econô-micas; complexa, com multipli-cidade de formas de ver e in-terpretar a realidade, e os con-flitos de natureza geopolítica; incerta, gerando um contexto de dúvidas quanto aos passos a serem dados e a insegurança de projeção de ações para o futu-ro; e, politicamente, ambígua, com inúmeros sentidos sobre determinada situação; muitas vezes com posições contraditó-rias sobre o mesmo fato.1

O processo do chamado “mensalão”, julgado pelo STF, expos, na esfera partidária, a dualidade de forças políticas de matizes ideológicas distin-tas, que se digladiam eleitoral-mente, visando ao acesso ao

Pronunciamento do Colégio Episcopal sobre as Eleições Nacionais de 2014

NACIONAL

(1) Pronunciamento do Colégio Episcopal sobre as eleições nacionais de 2010; (2) Pronunciamento do Colégio episcopal sobre as eleições nacionais de 2010. (adpt)

Como votar de forma cidadã1O voto, sendo um direito individual, é a mani-

festação de desejo comunitário; do bem comum que desejamos para o nosso País, Estado e Cidade. Neste sentido, como mulheres e homens cristãos, nosso voto é expressão plena da paz e da justiça que buscamos, como princípios do Reino de Deus.

2A busca de valores humanitários e comunitários pelo voto deve sinalizar a defesa intransigente

da dignidade da pessoa humana, da preservação de toda a criação, como uma luta na qual nos soma-mos a todas as pessoas e movimentos que buscam transformação de nossa sociedade, sem abdicar do protagonismo da nossa fé em Cristo.

3 Ao colocarmos nosso voto na urna, estamos vo-tando em ideias, programas partidários, alianças

e pessoas. Isto significa conhecer a vida pregressa e o caráter de quem se apresenta como candidato (a). Precisamos conhecer as principais linhas de ação e compromissos do partido e a natureza das alianças estabelecidas para cumprimento do programa. Cer-tamente que o acompanhamento do horário eleito-ral permite conhecer um pouco destes pressupos-tos acima; as promessas e compromissos assumidos para futuro acompanhamento e cobrança.

4 Reafirmamos o que foi dito no Pronunciamento sobre as eleições de 2010:

“Exercer um voto ético, comprometido com o reino de Deus, pois a vontade soberana do Senhor deve ser vista e sentida na vida de todos os seres humanos. Candidatos/as que a cada eleição se apre-sentam de maneira diferente, frutos de estratégias de marketing e alianças comprometedoras não são dignos de nosso apoio. De igual modo, ninguém deve receber nosso voto simplesmente por expres-sar uma religiosidade evangélica. Antes, devemos recordar que “a fé, se não tiver obras, por si só estará morta” (Tg 2.1). E ainda, o voto ético não se desti-na a políticos descomprometidos, e sim aos que são “sal da terra e luz do mundo”. Ele não é vendido ou trocado por bens materiais, mas “traz vida em abun-dância”. Não se deixa levar pelas aparências, e sim, fortalece a verdade que liberta. Ele é consciente e traz à memória o que nos pode dar esperança de uma sociedade cidadã”1.

Sugestões práticasDado a importância das eleições e da necessidade de um voto consciente, cidadão e que reflita nos-so compromisso com a melhoria das condições de vida para as pessoas e nosso País, sugerimos algumas ações práticas para serem desenvolvidas nas igrejas locais por meio dos seus diferentes segmentos:

1 Realizar seminário que permita uma análise da conjuntura do País, do Estado e da Cidade.

2 Promover momentos de reflexão e de estudo mínimo do processo eleitoral, das responsabi-

lidades relativas aos cargos em disputa.

3 Confrontar as ideias e os programas partidários com os ensinos e ênfases da Igreja; à luz da Pa-

lavra de Deus.

4 Compartilhar informações consistentes sobre os candidatos/as, que permitam a percepção

de sua coerência política, sua integridade ética e moral, sua capacidade de dialogar com a sociedade e sensibilidade aos problemas e demandas sociais.

5 Quando possível, promover e/ou participar de eventos que reúnam diferentes candidatos aos

cargos eletivos para tomar conhecimento pessoal de suas propostas e posicionamentos políticos face aos desafios nacionais e estaduais.

6 A despeito de descrédito ou desconfianças que alguém possa ter em relação à política partidá-

ria, a busca de uma sociedade mais justa e solidária requer perseverança e continuidade histórica na luta por ideais civilizatórios. Assim, entendemos que o exercício do voto é uma das garantias perma-nente da construção de um Estado democrático de direito. Portanto, recomendamos aos irmãos e irmãs não deixarem de votar. Não anulem seu voto!

Recomendações específicas2

1 As dependências das igrejas locais e de nossas instituições sociais e educacionais podem servir

como espaço para a informação, reflexão e debate de propostas dos candidatos, visando à conscienti-zação das comunidades onde estão localizados os diversos trabalhos metodistas. Tal uso deve ser feito sempre em acordo com o Regimento da Igreja, se-gundo o disposto no Art. 56. Item XXV dos Cânones 2012-2016.

2 Campanhas políticas devem ser evitadas no mo-mento do culto público ou de reuniões específi-

cas da própria igreja, tais como a Escola Dominical.

3 Ao Ministério Ordenado da Igreja Metodista cabe, prioritariamente, a tarefa de apoiar e sus-

tentar pastoralmente a ação e a reflexão política dos membros leigos. As pastoras e pastores metodistas devem procurar ajuda-los a concretizar, na prática política partidária, a mensagem do Reino de Deus e da sua Justiça.

4 Os pastores e pastoras, membros do Ministério Ordenado da Igreja Metodista, que se sentirem

desafiados para a postulação de cargos políticos deverão pedir licença do Ministério Ativo. Desta maneira, evita-se a partidarização do púlpito e de nossa vida eclesial causada por qualquer divergên-cia político-partidária envolvendo outros pastores e pastoras, bem como os/as membros leigos das comunidades locais.

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poder. Contudo, tais fatos re-velam a fragilidade dos partidos majoritários na elaboração de suas amplas alianças partidá-rias. Alianças políticas que, em muitos casos, não são de natu-reza politico-ideológica, mas, se constituem em verdadeiro fisio-logismo. A principal motivação tem sido a de ocupar os cargos ou as funções administrativas ou legislativas nas estruturas de governo, e não implementar po-líticas públicas mais efetivas nas áreas da saúde, saneamento bá-sico, educação e mobilidade ur-bana, entre outros setores. Nes-te sentido, tanto os chamados partidos de “esquerda” como de “direita” têm práticas e articula-ções muito semelhantes.

Os movimentos sociais (ma-nifestações) que ganharam as ruas revelam um nível de in-satisfação com a representati-vidade política e o desencanto

com bandeiras históricas, dos movimentos sociais e políticos tradicionais que propugnavam por uma sociedade democrá-tica, justa, com relações de transparência na administra-ção e no trato da coisa públi-ca. Os atos de vandalismo e de violência, que seguiram na esteira dessas manifestações, refletem uma juventude desas-sistida e desprovida de valores éticos, morais e espirituais ine-rentes à condição humana.

Neste contexto reivindicató-rio, o movimento da juventude das periferias em direção aos grandes centros comerciais, aos shoppings centers, nos chamados “rolezinhos”, expos a face laten-te do preconceito social e étnico em nossa sociedade. Ou seja, a busca pela inclusão social mar-cada fortemente, em uma socie-dade capitalista, pelo consumo mediático constitui o extrato e

o combustível de inconformida-de para a grande maioria cujos resultados concretos de cresci-mento econômico do país não se refletem nas melhores con-dições de saneamento básico, mobilidade urbana, ambiente educacional, emprego, saúde, alimentação e lazer.

Ou seja, vivemos uma con-juntura social que aponta para um futuro de tensões sociais e políticas. Por um lado, o recru-descimento da repressão aos mo-vimentos de rua, por outro lado a crescente violência de grupos organizados com suas distintas bandeiras reivindicatórias.

ConclusãoAcreditamos que um processo político, em seu sentido am-plo, não se esgota com as elei-ções. Os valores de cidadania, marcados por gestões públicas transparentes e probas, têm

correspondência na vida de integridade cotidiana de cada cidadão brasileiro, na partici-pação, nas reivindicações e na projeção de ações que visem ao bem comum.

Como cristãos metodistas, cremos na Graça de Deus, re-velada em plenitude em Jesus de Nazaré, como o poder do amor transformador, salvador, libertador e reconciliador de todas as pessoas. Como discí-pulos, participamos deste pro-cesso eleitoral, procurando ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5.13-14).

Como herdeiros da herança wesleyana da cruz e da chama, lembremo-nos de que para John Wesley “a santidade era ênfase essencial para articu-lar tanto a promoção da vida, como a promoção do bem co-mum e, também, a formação de personalidades com caráter

e compromisso, capazes de vi-venciar a sua vocação cristã”.2

(1) Conceitos levantados por Wilson Zuccherato em reunião do CONSAD(2) Carta Pastoral: Evangelho em ação – ação social da Igreja Metodista. 2014.

São Paulo, 31 de julho de 2014

BisPo adonias PeReiRa do lago PResidente do colégio ePiscoPal

BisPo João caRlos loPes Vice-PResidente do colégio ePiscoPal

BisPa maRisa de FReitas FeRReiRa secRetáRia do colégio ePiscoPal

BisPo Paulo taRso de oliVeiRa lockmann

BisPo luiz VeRgilio Batista da Rosa

BisPo José caRlos PeRes

BisPo RoBeRto alVes de souza

BisPo caRlos alBeRto taVaRes

Missões, tô dentro! Esse foi o tema que levou mais de mil pessoas

ao Centro de Convenções John Wesley, em Xerém, Duque de Caxias, para participarem do 13º Encontro Regional de Mu-lheres Metodistas. Além do bis-po Paulo Lockmann, o evento contou com a participação de vários pastores e dos superinten-dentes missionários da Primeira e da Sétima Região, Lúcio de Sant´Anna e Carlos Roberto de Oliveira Queiroz.

Fátima Regina Carneiro fi-cou feliz com o resultado do primeiro evento realizado pela Federação de Mulheres tendo ela como presidente. “Graças

a Deus, conseguimos repetir o êxito dos eventos anteriores, reunindo um grande número de mulheres em torno dessa celebração”, enfatiza.

Ela ressaltou ainda que o tema deste ano serviu para in-centivar e reforçar o trabalho da Federação, que sempre esteve envolvida com missões. “Temos vários projetos de apoio missio-nário, entre os quais o envio de doações às instituições meto-distas Carlota Pereira Louro e Ana Gonzaga e, também, auxí-lio à Pastoral Carcerária”, infor-ma. Além disso, a Federação re-aliza, frequentemente, encon-tros de capacitação envolvendo as Sociedades de Mulheres.

Na ocasião, também foi comemorado os 130 anos da Federação de Mulheres. Se-gundo a presidente, a conti-nuidade desse trabalho reflete a força do segmento. “No iní-cio, eram oito mulheres e hoje são quase 12 mil em todo o Brasil. Isso só nos leva a acre-ditar que nosso trabalho não vai parar por aqui, porque ain-da temos muito a fazer como missionárias dentro da Igreja Metodista”, declara.

O evento teve início às 9h, com uma devocional dirigida pela pastora Gláucia Mendes e a participação do ministério de louvor da Igreja Metodista em Irajá. Em seguida, a pastora Ana

Claudia Carvalho, da igreja As-sembleia de Deus Ministério Kainon, trouxe uma palavra para as mulheres destacando o chamado missionário na vida de Moisés e levando em conta o tema do encontro. “Eu pen-so que, por trás de uma grande Igreja, há grandes mulheres. E esse trabalho é um resulta-do disso. Elas são uma potên-cia nas mãos de Deus quando dobram os joelhos e oram ao

Senhor”, afirma a palestrante.Na parte da tarde, o bispo

Paulo Lockmann foi o respon-sável pela reflexão bíblica, ba-seada em Atos 2. “Na realida-de, a missão da Igreja só pode ser realizada se ela estiver re-vestida, pelo poder do Espírito Santo”, ensina. Ele lembrou ainda que encontros como esse fortalecem a ideia de que cada sociedade atua como uma agência missionária.

Reunidas em prol da missãoMulheres da Primeira Região lotam centro de convenções em evento focado na obra missionária

n Carla Tavares

REGIÃO

Bispo Lockmann foi um dos preletores do evento

Mais de mil mulheres se reuniram no Centro de Convenções John Wesley

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Compartilhando a fé em CristoMissionários metodistas levam a Palavra de Deus a mais de 3 mil corações nordestinos

n Redação

MISSÃO

Metodista em Encontro de Histórian Cerca de 100 pessoas se reuniram no Espaço Cultural da Universidade Santa Úrsu-la para participar do XVI En-contro Regional de História. A Editora Chama, representada pelo reverendo Heraldo Costa, líder da Igreja Metodista em Santa Bárbara, também mar-cou presença no evento, que é promovido pela Associação Nacional de História do Rio de Janeiro (ANPUH-RJ) em par-ceria com a Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Heraldo Costa, que tam-bém é professor universitário e mestre em História, foi convi-dado pela ANPUH para apre-sentar seu trabalho científico sobre tolerância religiosa, ao

lado de outros historiadores. A cada dois anos, a Associação realiza o Simpósio Nacional de História, o maior e mais importante evento da área re-alizado no país e na América Latina. No intervalo entre dois simpósios nacionais, as Seções Regionais organizam seus en-contros estaduais, que este ano teve como tema os Saberes e Práticas Científicas.

Novos membros do Consadn O presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodis-ta, bispo Adonias Pereira do Lago, consagrou e empossou os novos presidente e vice-pre-sidente do Conselho Superior de Administração e Conselho Diretor das Instituições Me-

todistas de Educação (Con-sad), Paulo Borges Campos Jr. e Aires Ademir Leal Clavel. A celebração aconteceu na Sede Nacional da Igreja Metodista, no final de agosto.

Na ocasião, também foi rea-lizada a posse de quatro novos conselheiros deste órgão de administração superior, que é

o maior da Rede Metodista de Educação. Ele é composto por 10 membros titulares e dois suplentes. Com isso, o Consad ficou organizado da seguinte forma: Luiz Vergilio Batista da Rosa, bispo assistente; Paulo Borges Campos Jr, presiden-te do Consad; Aires Ademir Leal Clavel, vice-presidente do Consad; vogais: Afranio Gonçalves Castro, Augusto Campos de Rezende, Esther Lopes, Jonas Adolfo Sala, Mar-cos Torres, Oscar Francisco Al-ves, Valdecir Aldecir Barreros e Ronilson Carassini; suplentes: Robson Aguiar e Nelson Cus-tódio Fér; Elias Bonifácio Lei-te, assessor da Cogeam; e re-verenda Joana D'arc Meireles, secretária executiva para Vida e Missão

Missionários cumpriram o ide de Jesus no nordeste

Pastor Heraldo Costa representou a Editora Chama em evento

Paulo Borges Campos Jr é o novo presidente do Consad

Com o desejo de compar-tilhar a sua fé em Jesus, um grupo de missioná-

rios esteve realizando um tra-balho evangelístico em terras nordestinas, nos meses de ju-lho e agosto. Durante esse tra-balho missionário, mais de 3,5 mil pessoas foram evangeliza-das, e várias delas aceitaram Jesus. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Ministé-rio Ide Por Cristo, liderado pelo irmão Sebastião Castro; a Escola de Missões (Imform); e os Voluntários em Missão da 1ª Região. A reverenda Selma An-tunes da Costa, coordenadora dos Voluntários em Missão, e a missionária Alessandra Bezerra também colaboraram na lide-rança dessa ação evangelística.

O grupo foi composto de ir-mãos das Igrejas Metodistas de Botafogo, Fortaleza, Itatiaia, Jardim Botânico, Petrópolis, Resende, Teresina e Três Rios. Logo na primeira etapa, que aconteceu na IM de Fortale-za, liderada pelo pastor Ivan Martins, parte da equipe par-ticipou de trabalhos de capaci-tação, cultos, evangelismo de rua, visita nos lares, apresenta-ção de peça teatral em escola e pintura da igreja.

Já na segunda etapa, os mis-sionários foram recebidos pelo pastor Wilson Santos e sua es-posa, Fabiana Santos, na Igreja de Acaraú. Juntaram-se ao gru-po também os pedreiros Félix Alves de Oliveira, da Metodis-ta da Gamboa; e Luiz Louren-ço Filho, da Congregação de Jaguarembé, em Itaocara. Eles ficaram responsáveis pela cons-trução dos banheiros da Igreja em Acaraú. “Essa foi uma fase de integração, organização das atividades e muita oração”, diz a pastora Selma Antunes.

Em meio aos devocionais diários, treinamentos, orações, testemunhos e toda a prepa-

ração pelo qual passaram, o grupo foi se fortalecendo e se unindo ainda mais, estreitan-do laços para alcançarem um objetivo comum: ganhar vidas para o Reino de Deus. Pasto-ra Selma lembra o empenho necessário para essa missão: “Foram dias de muito trabalho, dias de suar a camisa em prol da obra do Senhor, acordan-do às 6 da manhã e dormindo meia noite”, comenta.

Os irmãos atuaram em evangelismos de rua, em feiras, escolas, palestra para jovens, visitas a orfanatos, hospital e posto de saúde. A irmã Glei-sa Bianchini, de Itatiaia, por exemplo, esteve louvando a Deus num programa da rádio local. Nessa oportunidade, ela compartilhou a transformação que Jesus fizera em sua vida. Durante a atividade evange-lística houve também panfle-tagem com a distribuição de pulseiras explicando o Plano de Salvação e de Bíblias.

Segundo a pastora Selma, foi notória a ação do Espírito San-to, abrindo as portas dos colé-gios e operando nos lugares em que a equipe passava. “Tivemos a oportunidade de conversar com o cacique dos Tremem-bés, que nos deu uma lição de vida, compartilhando o modo pedagógico do funcionamento da escola na preservação da na-tureza e dos valores culturais”, ressalta a reverenda. Ela disse ainda que, durante as visitas às escolas, os alunos riam e parti-cipavam, mas, no momento em que as dinâmicas referiam-se aos valores dos ensinamentos bíblicos, tiveram um compor-tamento diferente. “Todos fica-vam em silêncio, com os olhos fitos, recebendo as boas-novas do Evangelho. Houve um do-mínio pleno do Espírito Santo nos lugares que passamos”, tes-tifica pastora Selma.

Os missionários também visitaram as congregações em Juritianha, Olhos D’Água, Ita-rema e Almofala. Uma das atividades evangelísticas foi desenvolvida de forma lúdica e didática com base no traba-lho do irmão Ismar Carvalho, cujo nome artístico é Quequé, da IM de Resende. Ismar é responsável pela Trup Mais um Sorriso, ONG que desen-volve atividades circenses. De acordo com a pastora Selma, um dos integrantes da equipe, Marcus Paulo da Silva, da IM de Três Rios, também colabo-rou na realização dessa missão. “Sentimos o mover do Senhor trabalhando na vida do Marcus Paulo. Ele nunca tinha atuado na área circense, porém fez du-pla com o Quequé, nascendo assim o palhaço Quiqui, tra-zendo muita alegria para a ga-rotada”, comenta a reverenda.

Outro foco importante da viajem foi a reforma dos ba-nheiros da Igreja de Acaraú, financiada pelas contribuições das Igrejas de Teresópolis, Manguinhos, Congregação dos Ossos e Jardim Botânico, que enviaram ofertas para comple-tar a compra do material. Além dos banheiros, foram feitos al-guns reparos na Casa Pastoral, como a colocação de mais uma janela e portas no banheiro.

Segundo relato do pastor Wil-son Santos, da Igreja de Acaraú, após a finalização do trabalho e o retorno dos missionários, alguns frutos já estão sendo colhidos. “Os jovens da igreja local estão motivados em fazer missões, evangelizando nas tardes de do-mingo e querendo aprender ar-tes cênicas para se apresentarem em praças, hospitais e escolas. Além disso, os cultos estão com uma frequência melhor”, testifi-ca o líder local.

colaBoRou PastoRa selma antunes

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Recentemente, o Instituto Metodista Bennett se-diou o 10º Encontro Re-

gional de Escola Dominical da Primeira Região Eclesiástica, desenvolvido sob o tema Escola Dominical em Construção. De acordo com a secretária de Educação Cristã da 1ª RE da Igreja Metodista, Lorely Del Valle, o objetivo é trabalhar essa abordagem em relação ao próximo biênio e também ofe-recer novos recursos para o fortalecimento da ED nas igre-jas locais.

De acordo com Lorely, a Es-cola Dominical é um espaço onde são construídos relacio-namento, missão, comunhão e frutos para o Reino de Deus. “A gente espera que as pessoas tenham bem firme em seus co-rações que a ED é um lugar que serve para a construção do Rei-no. Então, não tem a ver com o fato de se estar construindo algo novo. Afinal, a Escola Do-minical é bem antiga, tem mais de 200 anos”, explica a secretá-ria de Educação Cristã.

O encontro teve início com um grande culto de oração e louvor a Deus. Além disso, contou com a apresentação de uma peça de teatro encenada por jovens e adolescentes de diversas Igrejas Metodistas, contando sobre a relação da Educação com o Metodismo desde as suas origens. Mais tar-de, um painel sobre os rumos e desafios da educação cristã foi mediado pela metodista Deise Marques. Esse momento da programação contou com a participação dos pastores Mar-celo Fraga, da IM do Catete; e Nicanor Lopes, doutor em Ci-ência da Religião; da cientista social Lidiane Vieira, da IM de Realengo; e da pedagoga Lúcia Assis, da IM do Grajaú.

Deise Marques destacou que ED deveria continuar agindo como espaço para capacitação e educação, papel que Escola desempenhou durante muito tempo. Além disso, a sociedade deveria funcionar como grupos de discipulado. “Por conta dis-so, a Escola Dominical tem se reinventado e descoberto no-vos caminhos para que a igreja cresça. Afinal, quanto mais a membresia for educada e en-tender mais sobre a Bíblia e as origens do Metodismo, mais ela estará fortalecida e preparada”, pondera Deise.

Para Deise, a contribuição de todos os participantes do painel foi muito importante. “No novo contexto em que a Igreja se encontra, por exem-plo, o discipulado tem sido um tema recorrente. No entanto, em muitos momentos, a ED e

as sociedades acabam sendo alijadas desse processo”, co-menta Deise, reafirmando em seguida a importância das abor-dagens durante o evento. “Esse painel mostrou que precisamos ter mais pontes e menos muros para a Educação Cristã. A con-tribuição de todos para o forta-lecimento e a capacitação dos membros da Igreja é uma pos-sibilidade totalmente viável”.

Ao longo do evento, os me-todistas levaram ao altar cubos com palavras, como perseve-rança, iniciativa e gratidão, representando os tijolos que estruturam a Escola Domini-cal. Pastor Marcelo Fraga des-tacou que ED está sempre em construção na medida em que ela constrói o conhecimento e o relacionamento, e tem a identificação com o próximo como um ato contínuo. “Esta-

mos sempre aprendendo e, ao mesmo tempo, ensinando. Esta é a dinâmica da vida, aprender para ensinar e ensinar apren-dendo”, declara o reverendo.

A mensagem oficial ficou por conta do pastor Nélio do Espí-rito Santo, da Igreja Metodista da Rocinha. Em sua ministra-ção, ao falar da importância da Escola Dominical, fez um para-lelo entre a educação cristã e a fé. Segundo ele, durante algum tempo, a ED entrou em proces-so de desconstrução. “O espa-ço da Escola foi sendo desvalo-rizado e substituído pelo culto. Timóteo, inclusive, fala sobre a importância da Educação Cristã. Na verdade, o conheci-mento orienta e fortalece a fé, dando equilíbrio”, afirma.

O pastor comentou tam-bém que, apesar da dedicação dos professores, a igreja, de forma geral, ainda não trata a Educação Cristã com o devido cuidado e a merecida impor-tância. Para ele, muitas pessoas ainda alimentam o preconceito de que quem estuda Teolo-gia torna-se mais intelectual e menos espiritual. “A vida cristã se dá a partir das informações que recebemos. Então, é extre-mamente complicado alguém imaginar que o conhecimento tira de alguém a fé. É como pensar que um médico deixa de ser humano porque ele co-nhece o nosso corpo por den-tro”, comenta o pastor Nélio.

Ainda durante os debates, os participantes avaliaram os desafios que ainda precisam ser vencidos e algumas ques-tões com as quais os metodis-tas precisam lidar no dia a dia, como a popularização das mí-dias sociais, o relativismo e o individualismo, entre outros te-mas. “As mídias, por exemplo,

informam, mas também defor-mam”, opina pastor Marcelo Fraga. Segundo ele, principal-mente na pós-modernidade, os desafios da ED têm sido gran-des. “Então, é dentro desse cal-deirão que nasce uma proposta de solidez na formação cristã, que não passa somente pelo ensino, mas também pelo viés da comunhão, da edificação e do consolo. Para mim, a edu-cação abrange muito mais do que o fato em si, mas também inclui a percepção do outro e a identificação com a dor do ou-tro”, comenta.

Segundo Lorely, eventos como o Encontro Regional po-dem animar o povo de Deus a continuar investindo nesses es-paços de educação dentro das igrejas locais. “As pessoas saem do encontro muito animadas. Isso é muito positivo. A gente espera que na igreja local elas consigam executar esse tra-balho, dando continuidade ao que elas puderam compartilhar durante este encontro. É claro que isso não depende só do membro que vem ao encontro, mas, sim, de uma série de situ-ações”, diz.

Na parte da tarde, foram ainda realizadas diversas ofici-nas para debater temas espe-cíficos para diversas áreas de interesse relacionadas à Esco-la Dominical. “Todos os que entram na igreja têm acesso livre à ED. A nossa proposta é que as igrejas tenham grupos que abranjam cada área espe-cífica, como crianças, jovens, juvenis, mulheres e homens. Não é obrigatório que haja turmas específicas em todas as igrejas. Isso vai da realidade de cada uma. O importante é que não se perca esse espaço”, conclui Lorely.

Educação cristã em construçãoEncontro Regional de Escola Dominical debate rumos e desafios da educação na Igreja Metodistan Diego Luri

REGIÃO

Programação do evento, realizado no auditório Tucker, incluiu dinâmica de descontração com atividade corporal e relaxamento

Lorely Del Valle expõe sobre o tema do evento

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ONordeste brasileiro foi a região escolhida para a realização do último

Seminário Mundial de Evan-gelismo. A semana de 6 a 12 de agosto foi marcada por um rit-mo intenso de atividades que envolveram momentos de co-munhão e troca, e reuniu, em Recife (PE), lideranças meto-distas de diversos países da América Central e Caribe, como Jamaica e Costa Rica. Além do bispo Paulo Lock-mann, presidente do Concílio Mundial Metodista, estiveram presentes Eddie Fox, diretor mundial de Evangelismo, e Winston Worrell, diretor do Instituto Mundial Metodista de Evangelização.

Segundo o bispo Paulo Lo-ckmann, o Instituto tem visita-do continentes diferentes. No Brasil, antes de Recife, passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Velho e Rio Grande do Sul. Lockmann lembrou que o objetivo do Seminário é mo-bilizar a nação e fez referên-cia a cada um como parte de uma “Igreja viva, vibrante e em crescimento”.

Na acolhida, a bispa Marisa de Freitas, da Região Missio-nária do Nordeste (Remne),

disse que “a comunhão em torno de Cristo, a mesma lín-gua que o Espírito Santo fala a nós, é algo indescritível”. Estiveram presentes no evento ainda os bispos Carlos Alber-to, da Região Missionária da Amazônia (Rema); Luiz Vergí-lio, da 2º Região Eclesiástica; e José Carlos Perez, da 3ª Re-gião Eclesiástica.

Logo na abertura, Winston Worrell fez uma explanação com base no tema do Seminá-rio, Que o mundo conheça Jesus Cristo. A partir de Mateus 28, ele falou sobre as dúvidas que os discípulos de Cristo tinham para realizar a missão mesmo há tanto tempo caminhando com Jesus. Relacionando o texto de Mateus com a vida da Igreja na atualidade, ele tratou sobre os medos e ansiedades que podem surgir na caminha-da daqueles que optam por fa-zer a obra do Senhor.

ProgramaçãoFizeram parte da programação mais de 10 plenárias envolven-do temas focados em evange-lismo e missões. A primeira plenária foi ministrada pelo bispo Paulo Lockmann. A par-tir de Atos 2, o presidente do

Concílio Mundial Metodista destacou a ação e as caracte-rísticas do Espírito Santo na vida da Igreja.

Já o diretor mundial de evangelismo do Concílio Mundial Metodista, Eddie Fox, antes de expor sobre o tema Compartilhando a Fé, chamou atenção para o aspec-to missionário do Seminário realizado em Recife. “Estou consciente de que essa con-ferência é evento missionário. É um movimento que acon-tece num lugar especial da América Latina. Estamos fe-lizes por esse encontro acon-tecer aqui nessa região. Estou muito entusiasmado de estar com vocês, pois uma boa parte do meu coração mora no Bra-sil’’, disse.

Tiveram uma palavra no evento também Jacqui Rose--Tucker (Liderança Contagio-sa), Georg Emmerich (Cres-cimento e desenvolvimento das Igrejas no Nordeste), Luís Wesley (Evangelho e Cultu-ra), Elisângela Lima Hifram (Região Missionária da Ama-zônia), Flávio Antunes (2ª Região Eclesiástica), e Jane Eiri (5ª Região Eclesiástica), entre outros.

A Igreja Metodista em Bar-ra de Jangada (PE), que fica na Região Metropolitana do Re-cife, também esteve presente e foi representada pelo grupo evangelístico de rua Guerrei-ros. “Temos uma Janela 10x40 no Brasil. Devemos ir além com os instrumentos que Deus tem nos dado e sermos ousa-dos ao espalhar o Evangelho de Cristo Jesus’’, disse o pas-tor Fernando Corrêa Pinto, da igreja Metodista em Barra de Jangada.

Grupos WesleyanosFez parte da programação um momento para troca de conhe-cimento. Divididos em grupos chamados Wesleyanos, os par-ticipantes tiveram uma opor-tunidade rica de aprendizado e crescimento. Falaram de suas experiências e desafios, forta-lecendo uns aos outros. Pos-teriormente houve a apresen-tação de relatórios dos grupos wesleyanos.

Para a pastora da Igreja Me-todista em Belém (PA), Deise Coimbra, o grupo proporciona conhecimento do que cada um vive nas localidades onde estão inseridas. “O compartilhar traz o entendimento do que Deus

faz em cada região, indepen-dentemente da localização geográfica. Percebemos que todos estão na mesma visão do crescimento metodista no Bra-sil”, disse.

Os participantes do Semi-nário Metodista Mundial de Evangelismo tiveram ainda a chance de visitar igrejas na lo-calidade, levando um pouco do que viveram durante o evento. Também puderam conhecer a realidade das comunidades locais que visitaram: Igreja Metodista Central, no bair-ro da Torre; Igreja Metodista Wesleyana, em Afogados; Igre-ja Metodista dos Guararapes; e Igreja Metodista no Alto da Bondade, onde fica a Creche Gente Nova.

Foi de consenso entre os participantes o saldo positi-vo do encontro. “Eu não sei o quanto o Seminário vai mu-dar as nossas vidas daqui para frente. Mas diante da tão di-fícil tarefa que é trabalhar em uma região missionária, essa semana foi um refrigério para as nossas almas. O seminário Mundial de Evangelismo foi um sorriso de Deus para nós”, afirmou bispa Marisa no en-cerramento.

Que o mundo conheça Jesus CristoSeminário Mundial de Evangelismo Metodista estimula comunhão e troca em Recife

INTERNACIONAL

Metodistas brasileiros e estrangeiros, unidos no propósito de levar o evangelho a cada criatura, participaram de plenárias e momentos litúrgicos durante os sete dias de evento

n Redação

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Casamento comunitário em Paulo de Tarson A Igreja Metodista Paulo de Tarso, em Margarida, sub--bairro de Campo Grande (RJ) liderada pelo pastor Fabiano de Oliveira, promoveu o casa-mento comunitário no primeiro semestre deste ano. O objetivo foi regularizar a situação matri-monial de 20 casais. A cerimô-nia foi celebrada pelo superin-tendente distrital de Realengo e Campo Grande, reverendo Paulo Vieira.

Dias festivos em Monte Calvárion Agosto foi um mês festi-vo para os membros da Igreja Metodista Monte Calvário, em Santa Cruz (RJ), liderada

pelo pastor José Ubirajara So-ares da Cruz. As celebrações começaram na realização da tradicional Festa da Colheita, com barracas de comidas típi-cas, caldos, bazar e muitos lou-vores. O culto à noite contou com a participação da Comu-nidade das Pedrinhas, que es-teve presente nos dois dias do evento. O pastor José Caetano foi responsável pela direção da festividade. Já na semana se-guinte, a Igreja promoveu o 1º Encontro de Mulheres, mais conhecido como Culto Rosa. Houve muitas participações es-peciais, como a da irmã Priscila 11

IGREJAS EM AÇÃO

IM Pilar investe nos casais n Cerca de 100 pessoas participaram da segunda edição do jantar de casais promovido pela Igreja Metodista em Pilar, liderada pelo pastor Jorge Militino. Nessa programação, re-alizada em junho, o Ministério de Casais local contou com uma equipe de apoio, que ficou responsável em preparar e servir o jantar. O objetivo é resgatar o romantismo entre os cônjuges e também atrair não evangélicos para ouvirem a Palavra de Deus. “Os casais ficam tão satisfeitos e felizes que prometem voltar. Agradecemos ao Senhor Jesus por nos capacitar a cada dia para realizar sua obra”, ressalta Deyse Ignácio Bento, coordenadora do Ministério de Casais, ao lado de seu esposo, Manoel Bento.

Além disso, nos dias que seguiram, os metodistas de Ferreira puderam ouvir a Palavra de Deus por meio da Irmã Débora Zaluar, da Metodista Central em Pádua, e do reverendo Rondinelle Silva, da Metodista em Campo Ale-gre. “Agradeço a todos os irmãos que tão graciosamente se envolveram para a realização deste evento. Foi um grande desafio, mas vencemos. Peço que orem, pois sabemos o que Deus quer de nós: santificação e evangelização. Que Deus nos abençoe”, declarou o pastor Reinaldo Santana.

No mês seguinte, igreja obteve mais uma conquista ao promover a formatura de cinco casais do curso MMI 2=1 Casados para Sempre, que é ministrado nas dependências da igreja. Na ocasião, foi preparado um coquetel para re-ceber formandos e convidados. Durante a programação, vários testemunhos de restauração de casamentos foram ouvidos, e os casais receberam seus certificados, além de homenagem e presentes. “Deixamos claro que o curso é apenas um instrumento usado pelo Senhor, pois é Jesus quem transforma, cura e restaura” enfatizou Deyse Ignácio.

Silva, da Igreja Quadrangular, que foi convidada para louvar, e da preletora da noite, Martha Chisostomo, da Igreja Verbo da Vida. A direção ficou por conta da presidente das mulheres da igreja local, Simone Barbosa, que classificou a celebração como “Uma noite abençoada de renovação espiritual”.

Ação Social movimenta Duas Barras n O trabalho evangelístico Pro-jeto Quem Ama Cuida, promovi-do no bairro Recanto da Vitória, no Município de Duas Barras, em agosto, marcou a cidade. O evento contou com a parceria das Metodistas de Sumidouro e Carmo. Estiveram presentes a reverenda Selma Antunes; e o Superintendente Distri-tal de Itaocara, pastor André Luiz, além dos pastores Edino Matias Prudente e Emyliano

Aniversário da IM em Brás de Pina n A Igreja Metodista em Brás de Pina, sob a liderança da pastora Ana Neide Ramos, comemo-rou 57 anos de existência, no inicio do segundo trimestre. Para celebrar a data, foram separa-dos três dias de agradecimento a Deus. Cerca de 100 pessoas participaram do evento. “Somos muito gratos ao Senhor por tudo o que Ele tem feito pela Igreja Metodista em Brás de Pina”, declarou a pastora local.

O Ministério de louvor da igreja local deu o toque musical ao evento, que contou com a presença do superintendente missionário, reverendo Lucio Sant`Anna; do pastor Marcelo Mariano; e do seminarista Emerson Costa. A igreja usou a passagem de Mateus 20.28 como tema, que diz: “Bem como o filho do homem não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”.

Comunhão entre irmãos em Santa Bárbaran As Igrejas Metodistas do bairro de Santa Bárbara, em Niterói, provaram que a união realmente faz a força. Com o intuito de levar o amor de Cristo aos corações e promo-ver uma comunhão entre os irmãos, no início de agosto, as igrejas reuniram seus jovens e adolescentes para uma grande noite de adoração a Deus. A festa, que teve um toque coun-try, aconteceu na Igreja Meto-dista Central, mas contou ain-da com a colaboração da Igreja Metodista Missionária.

A juventude cantou louvo-res a Deus e realizou apresen-tações de dança, teatro e mala-bares. A mensagem bíblica da noite foi ministrada pelo pastor Alanir da Silva de Moraes, res-ponsável pela Igreja Metodista Missionária em Santa Bárba-ra. Além do culto organizado pelos jovens e juvenis, foi re-alizada a Festa da Roça, que contou com a participação de toda a igreja local. A Sociedade de Mulheres, com a Diaconia,

ficou responsável pelas barra-quinhas com comidas típicas. Já as brincadeiras ficaram a cargo do Ministério Infantil.

Dupla comemoração na IM em Bonsucesson A Igreja Metodista em Bon-sucesso, sob a direção do pastor Pedro Araújo de Oliveira, com-pletou 46 anos de existência em junho. Na ocasião, também foi feita uma homenagem à irmã Alice Oscar, que completou 70 anos no mesmo mês. Para cele-brar a data, houve um almoço promovido pelos filhos da ani-versariante. Estiveram presen-tes os pastores Jairo de Souza, da IM em Jardim Carioca; Car-mem de Souza, da IM em São João de Meriti; e Luiz Cláudio de Souza, da IM em Resende. A Irmã Alice é responsável pela Ação Social da igreja local. O pastor Jairo de Souza trouxe uma reflexão bíblica com base nos salmos 139.1-14. Durante o culto, louvores foram entoa-dos pelo Ministério de Música local e a Sociedade de Mulhe-res apresentou um jogral.

Cruz de Souza. Mais de 100 atendimentos foram prestados à população local. Além dos serviços como corte de cabelo, atendimentos médico e nutri-cional, aferição de pressão arte-rial e orientação jurídica. Hou-ve também recreação infantil com atividades diversificadas, guloseimas e muitos brindes para a garotada.

Durante o projeto, os evan-gelistas foram de casa em casa fazendo visitas, orações com os moradores e distribuindo Bíblias. Os juvenis do Distrito de Itaocara também estiveram presentes fazendo evangelismo de impacto na cidade. “O nos-so objetivo era levar o amor de Deus. E ficamos muito felizes com o resultado deste projeto, onde vidas foram impactadas e famílias alcançadas”, declara Simone Curty, pastora da Igre-ja Metodista em Duas Barras.

Igreja Metodista em Brás de Pina comemorou 57 de existência

Formandos do curso Casados para Sempre na IM em Pilar

Festa da Colheita na IM Monte Calvário

Pastor Fabiano de Oliveira animado com a realização do casamento comunitário

Grupo se apresenta durante ação evangelística em Duas Barras

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Negras, sim senhor!Mulheres reafirmam a luta contra o racismo em evento que celebra a negritude feminina

n Nádia Mello

A história da mulher ne-gra é uma história de negação”. A frase é de

Maria da Fé Vianna, coordena-dora da Pastoral de Combate ao Racismo da Igreja Metodis-ta, e faz referência às conquis-tas desse grupo na sociedade, que, segundo ela, ainda podem ser mais significativas. A luta das mulheres negras, de acor-do com Maria da Fé, é cheia de avanços e retrocessos. Aná-lises desse tipo foram feitas durante eventos realizados na semana pelo Dia da Mulher Negra Latino Americana e Ca-ribenha, criado em 1992 e re-lembrado no início desse se-gundo semestre.

Pela colaboração nessa área, a coordenadora da Pastoral e diversas mulheres que atuam em prol dessa causa foram ho-menageadas pela Associação de Mulheres Negras Aqualtu-me e o grupo cultural de Jon-go Afrolaje. E, aproveitando a ocasião, a Pastoral de Combate ao Racismo, ligada à Secretaria Regional de Ação Social, e ou-tros grupos que representam a negritude também se reuniram em encontro que destacou a importância dessa caminhada, no Instituto Central do Povo (ICP), localizado na Gamboa.

A saúde da mulher negra foi a ênfase desse evento. A po-pulação negra, como um todo, tem uma dificuldade maior no que tange a essa questão. Segundo Maria da Fé, essa diferença é marcante indepen-dentemente da conhecida defi-ciência da saúde pública, que não é capaz de atender ade-quadamente todas as pessoas. “É fundamental conhecer mais sobre o processo que envolve a saúde, buscar informações es-clarecedoras”, diz.

Para Maria Aparecida Patro-cínio, médica de saúde pública, é necessário fornecer informa-ção para a população femini-na em relação à situação da mulher negra no país e buscar novas formas de enfrentamen-

to das desigualdades e injusti-ças pelas quais ela passa. Até existem políticas públicas, mas a questão não é a falta de le-gislação, e, sim, da aplicação e cobrança do que se legisla. Se-gundo ela, os serviços de saúde não atuam de forma a identifi-car as singularidades da mulher negra, o que acaba não aten-dendo esse grupo. Seria pre-ciso mudar não só a forma de cuidado, mas o arsenal de me-dicamentos existentes nos ser-viços de saúde e a prática dos profissionais. “O debate deu oportunidade a uma troca que ajudou a desmitificar alguns ta-bus e descrever a verdadeira si-tuação da mulher negra. Achei extremamente rico e prazeroso. Acredito que todos saíram com a possibilidade de novas refle-xões, inclusive eu”, disse Maria Aparecida depois de ter palestra-do a respeito das determinantes sociais e repercussões na saúde da população negra.

Mais consciência sobre o racismoO pastor Valter Lobato, da Igre-ja Metodista da Gamboa, reco-nhece a importância da discus-são levada para o ICP, em fun-ção do que o evento proporcio-nou em termos de conscientiza-ção. Segundo ele, é importante estimular o conhecimento das pessoas com relação à questão da negritude e o maior entendi-mento sobre o racismo. “É pre-ciso fomentar outros encontros como esse. Achei muito positi-vo. Infelizmente as pessoas não conseguem entender que o ra-cismo é algo presente e está no nosso dia a dia. É preciso que aconteça um despertamento para esse assunto”.

O movimento de luta e re-sistência da mulher negra con-tra a opressão de gênero, ra-cismo e a exploração de classe conta ainda com a participação da coordenadora da ONG Coi-sa de Mulher, Neuza das Dores Pereira. “O debate surge da ne-cessidade de discutir a situação

da mulher negra após a diás-pora africana. A situação dela em todo o mundo está abaixo da base da pirâmide”, declara referindo-se às desigualdades.

Já para a educadora Cris-tiane Malungo, movimentos e lembranças de datas históricas e comemorativas contribuem com a reflexão das pessoas que pensam num mundo mais jus-to e com menos preconceito. “É importante lembrar-se da nossa luta, do quanto a gente conquistou e do quanto pre-cisamos ainda conquistar”. A advogada Berenice de Aguiar Silva acredita que o papel da mulher negra tem sido de sa-lutar importância atualmente, com mais abertura na socie-dade. “A mulher é mais vista como cidadã hoje, e não como aquela africana que foi violen-tada, escravizada, subjugada”. E a atriz Iléa Ferraz, que tam-bém é atuante no movimento negro, conclui ressaltando que à medida que a população ne-gra detém o poder de contar a sua história essa situação pode ser mudada. “Que sejamos nós os contadores”, frisou.

Ações em prol da mulher negra

Fora da Pastoral há vários encontros envolvendo a mulher ne-

gra, realizados em parceiras como a ONG Crioulo, que tem um

trabalho forte em torno da luta por direitos, da capacitação e da

elaboração de projetos. A vida da mulher negra vem sendo mostrada

ainda pela sétima arte. Diversas organizações envolvidas com a luta

da mulher negra se aproximaram do cinema de guerrilha, um projeto

da Academia de Letras e Artes de São João de Meriti. Toda última

segunda-feira do mês, alguma produção cinematográfica mostra a

vida da mulher negra. São apresentados filmes com personagens

que se destacam na sociedade.

Um programa de TV de São João de Meriti também está fazendo

uma produção voltada para a mulher negra. Pela Secretaria de Di-

reitos Humanos, por meio da Superintendência de Igualdade Racial,

Maria da Fé Vianna também tem tido a oportunidade de contribuir.

Trata-de da história de uma mulher que perdeu a vaga em determi-

nada universidade e não está conseguindo outra que a aceite por

ela ser negra e cadeirante. De fato, um exemplo de causa abraçada

por essa Superintendência e levada ao conhecimento dos que atu-

am nesse tipo de produção. Relatos chegam diariamente a Maria da

Fé e podem servir de inspiração para outros filmes.

Acima, Grupo se reuniu no ICP em evento que promovido em prol da saúde da mulher negra

Representantes do grupo cultural de jongo Afrolaje, que milita no combate ao racismo

CONTEXTO