Aves do Parque Nacional do Catimbau, Buíque, Pernambuco, Brasil
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Aves da Mata do Estado, São Vicente Férrer, Pernambuco, Brasil
RELATÓRIO TÉCNICO
Glauco Alves Pereira
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Glauco Alves Pereira
Aves da Mata do Estado
São Vicente Férrer,
Pernambuco, Brasil
RECIFE -PE
NOVEMBRO, 2009
RELATÓRIO TÉCNICO
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CRÉDITOS
CONSULTOR Glauco Alves Pereira REVISÃO TÉCNICA Diele Lôbo Sônia Aline Roda ORGANIZAÇÃO Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste - CEPAN FOTOGRAFIAS Créditos nas legendas APOIO Subprograma Projetos Demonstrativos – PDA/MMA Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste - AMANE Conservação Internacional do Brasil Agencia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – CPRH Instituto Chico Mendes de Biodiversidade – ICMBio Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
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Para citação bibliográfica: PEREIRA, G. A. Aves da Mata do Estado, São Vicente Férrer, Pernambuco, Brasil. Relatório Técnico. Recife: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste. 2009.
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 1
2. MÉTODOS ..................................................................................................................... 1
3. AVIFAUNA ..................................................................................................................... 4
3.1. Espécies ameaçadas de extinção e endêmicas.............................................. 7
3.2. Espécies indicadoras da qualidade ambiental ............................................ 10
3.3. Aves cinegéticas e ‘aves de gaiola’ ............................................................. 12
4. ESTÁGIO DE CONSERVAÇÃO E REGENERAÇÃO DA MATA DO ESTADO ...................... 14
5. AMEAÇAS E IMPACTOS À BIODIVERSIDADE ............................................................... 15
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 16
Apêndice: Lista das aves registradas Mata do Estado, São Vicente Férrer,
Pernambuco.
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1. APRESENTAÇÃO
Este relatório tem como objetivo caracterizar a avifauna da Mata do Estado –
fragmento de floresta Atlântica Ombrófila Montana, com cerca de 600 ha, localizada
no município de São Vicente Férrer, Pernambuco.
A Mata do Estado é uma das cinco áreas selecionadas pelo Projeto Apoio a
Criação de Unidades de Conservação na floresta Atlântica de Pernambuco para ser
elaborada proposta de criação de uma unidade de conservação pública. Portanto, as
informações aqui apresentadas também visam contribuir com subsídios para endossar
a proposta de criação de uma unidade de conservação para esta área.
2. MÉTODOS
As informações de ocorrência de aves utilizadas neste relatório foram
compiladas a partir de consultas às publicações existentes, como estudos ornitológicos
publicados (Roda, 2003; Roda et al., 2003; Roda & Carlos, 2004; Roda & Pereira, 2006)
e a base de aves do Centro de Endemismo Pernambuco do Centro de Pesquisas
Ambientais do Nordeste (CEPAN). Também foi realizada uma incursão a campo entre
os dias 20 e 21 de março de 2009, na qual foi acrescentada algumas espécies de aves
ocorrentes nos diversos ambientes encontrados na Mata do Estado, como o florestal,
aquático (açudes e brejos) e áreas abertas (pastos, áreas de cultivo, etc.) (Figura 1).
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Figura 1 – Ecossistema florestal na Mata do Estado, São Vicente Férrer, Pernambuco.
Os avistamentos foram realizadas nos períodos da manhã (das 5 às 9:30h),
tarde (das 15:00 às 18:00h) e noite, esta última, no intuito de se registrar aves de
hábitos noturnos, como corujas e bacurais.
Para auxiliar na identificação das espécies, foram utilizados um binóculo Tasco
sonoma de aumento 8 x 42 mm, um gravador SONY TCM 5000 – EV e um microfone
ultradirecional Sennheiser ME 67 “long shotgun”. Com estes dois últimos
equipamentos foi realizado um banco de dados com as vozes das aves gravadas. Para a
identificação das espécies florestais, em algumas ocasiões foi realizada a técnica do
play back, onde as espécies de comportamentos mais discretos são atraídas pela
emissão de sua voz através do gravador. Também foram utilizados guias de campo e
livros especializados para auxiliar na identificação das espécies, tais como Ridgely &
Tudor (1989, 1994), Sick (1997), Souza (1998), Erize et al. (2006), Sigrist (2006).
A nomenclatura científica e classificação taxonômica seguem o Comitê
Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2008). Para os nomes populares das
espécies utilizaram-se os nomes presentes na lista das aves do estado de Pernambuco
(Farias et al., 2008). As espécies exóticas invasoras foram consideradas de acordo com
a lista das espécies encontradas em Pernambuco (CEPAN, 2009).
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O status de ocorrência das espécies foi obtido seguindo-se os trabalhos de Sick
(1997) e RODA (2003), onde as aves foram classificadas em: 1) residente (espécie que
se reproduz na região); 2) Migrante meridional (espécie migrante do hemisfério sul); 3)
migrante setentrional (espécie migrante do hemisfério norte); 4) introduzida (espécie
trazida de outros locais e solta indevidamente na região); 5) status desconhecido
(espécie não enquadrada em nenhuma categoria anteriormente citada); e, 6) extinta
(espécie que não existe mais na natureza).
Quanto ao uso do habitat, as espécies foram classificadas em a) dependentes -
espécies associadas ao interior de florestas, podendo em alguns casos, também
ocorrer em ambientes de borda; b) semi-dependente - compreende as espécies que
ocorrem tanto no interior das florestas e suas bordas como em áreas mais abertas da
matriz circundante dos fragmentos; e, c) independente - espécies que habitam áreas
abertas, áreas antrópicas, não necessitando de áreas florestais para nenhuma de suas
atividades. Essa classificação segue principalmente a proposta por Parker et al (1996),
Sick (1997) e Roda (2003).
A classificação das espécies quanto ao nível trófico foi baseado em seus itens
alimentares: a) Frugívoros, quando sua base alimentar são frutos ou, também
artrópodes; b) Granívoros, quando se alimentam de grãos; c) Insetívoros, quando se
alimentam de artrópodes; d) Nectarívoros, quando a base da sua alimentação é o
néctar das flores (inclui-se nesta categoria, também, uma grande quantidade de
artrópodes); e) Onívoros, quando os táxons alimentam-se de artrópodes, frutos, grãos
e pequenos vertebrados; f) Predadores, quando se alimentam de pequenos
vertebrados e/ou grandes insetos; g) Aquáticos, são as espécies que se alimentam na
água, podendo ser de artrópodes e suas larvas, algas, brotos, etc; h) Detritívoros, que
se alimentam de matéria em decomposição. Essa classificação baseou-se
principalmente em Ridgely & Tudor (1989; 1994), Sick (1997) e Roda (2003).
O status de conservação foi obtido através de informações de endemismo e de
ameaça dos táxons. Os endemismos da floresta Atlântica estão de acordo com Parker
et al. (1996) e Roda (2002). Para as espécies restritas ao Centro Pernambuco, seguiu-se
Stattersfield et al. (1998), Roda (2002) e Silveira et al. (2003a). A classificação das
espécies ameaçadas e as suas categorias foi baseada no Livro Vermelho da Fauna
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Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et al., 2008) e a lista vermelha global da
IUCN – União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2009).
3. AVIFAUNA
Um total de 166 espécies de aves pertencentes a 41 famílias foi registrado na Mata
do Estado, sendo a maior parte das espécies pertencentes às famílias Tyrannidae
(16,8%), Thraupidae (9%), Thamnophilidae (8,4%) e Trochilidae (7,2%) (Figura 2,
Apêndice). Todas as espécies registradas são residentes, reproduzindo na região, ou ao
menos realizam pequenas migrações regionais. Nenhuma espécie exótica foi
observada.
Na Mata do Estado 75.3 % das espécies observadas são dependentes ou semi-
dependentes do ambiente florestal, ou seja, necessitam da floresta para manutenção
de pelo menos parte de suas atividades biológicas. O restante não apresenta
associação com esse ambiente, sendo encontrados em áreas abertas, como pastos,
campos e áreas alagadas, no entanto, ocasionalmente podem ser observados em
bordas das matas ou nas copas das árvores (Figura 3).
Os grupos tróficos mais representativos quanto ao número de espécie são: os
insetívoros e frugívoros, com 68 e 35 espécies, respectivamente. O grupo trófico com
menor representatividade foi o dos detritívoros, com apenas duas espécies (Figura 4).
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Figura 2 - Representatividade geral das famílias de aves assinaladas para a Mata do Estado, São Vicente Férrer, Pernambuco.
28 15
14 12
10 6
5 5
4 4 4 4 4 4
3 3 3 3 3
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
0 5 10 15 20 25 30
Tyrannidae Thraupidae
Thamnophilidae Trochilidae
Accipitridae Emberizidae
Picidae Furnariidae Falconidae
Rallidae Cuculidae
Dendrocolaptidae Pipridae
Turdidae Columbidae
Strigidae Caprimulgidae
Icteridae Fringillidae
Ardeidae Cathartidae Alcedinidae
Ramphastidae Tityridae
Vireonidae Hirundinidae
Troglodytidae Polioptilidae
Parulidae Tinamidae
Cracidae Psittacidae Tytonidae
Nyctibiidae Trogonidae Momotidae Bucconidae
Conopophagidae Scleruridae Coerebidae
Cardinalidae
Número de espécies
Fam
ílias
6
Figura 3 – Uso do hábitat das espécies de aves na Mata do Estado, São Vicente Férrer, Pernambuco. SDE = semi-dependente; DEP = dependente.
Figura 4 - Número de espécies por categorias tróficas na Mata do Estado, São Vicente Férrer, Pernambuco. INS – Insetívoro; FRU – Frugívoro; ONI – Onívoro; NEC – Nectarívoro; GRA – Granívoro; AQUA – Aquático; PRE – Predador; DETR – Detritívoro.
Dependente, 80
Semidependente, 45
Independente, 41
68
35
19 16
13 8
5 2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
INS FRU PRE ONI NEC AQUA GRA DETR
Nú
mer
o d
e es
péc
ies
Categorias Tróficas
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3.1. ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO E ENDÊMICAS
Ao todo 21 espécies/subespécies ameaçadas de extinção foram observadas na
Mata do Estado, sendo 21 registradas na lista do Livro Vermelho da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção (Machado et al., 2008) e sete na lista global da IUCN (2008),
merecendo destaque a choquinha-de-alagoas Myrmotherula snowi, espécie
classificada como Criticamente Ameaçada em ambas as listas. Quanto aos endemismos
foram encontradas dezenove espécies endêmicas ao Centro Pernambuco (porção
litorânea da floresta Atlântica entre os estados de Alagoas e Rio Grande do Norte) e
oito à floresta Atlântica brasileira (Tabela 1).
Tabela 1 – Espécie e subespécies ameaçadas de extinção e endêmicas da Floresta Atlântica ou do Centro Pernambuco. Categorias de ameaça: VU = Vulnerável; EP = Em Perigo; CR = Criticamente Ameaçado. Endemismo: CP = restritas ao Centro Pernambuco; FA = restritas à Floresta Atlântica Brasileira.
Espécies
Ameaça
Lista Nacional
Ameaça
Lista Global
Endemismo
Aphanthochroa cirrochloris - - FA
Cercomacra laeta sabinoi VU - CP
Conopophaga melanops nigrifrons VU - CP
Curaeus forbesi VU EP FA
Dendrocincla fuliginosa taunayi EP - CP
Euphonia pectoralis - - FA
Florisuga fusca - - FA
Hemithraupis flavicollis melanoxantha - - CP
Momotus momota marcgraviana EP - CP
Myrmeciza ruficauda soror EP EP CP
Myrmotherula snowi CR CR CP
Penelope superciliaris alagoensis EP - CP
Phylloscartes ceciliae EP EP CP
Picumnus exilis pernambucensis VU - CP
Platyrinchus mystaceus niveigularis VU - CP
Pyriglena leuconota pernambucensis VU - CP
Ramphocelus bresilius - - FA
Schiffornis turdina intermedia - - CP
Synallaxis infuscata EP EP CP
Tangara cyanocephala corallina VU - FA
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Tangara fastuosa VU VU CP
Terenura sicki EP EP CP
Thalurania watertonii VU - FA
Thamnophilus aethiops distans EP - CP
Thamnophilus caerulescens pernambucensis VU - CP
Xenops minutus alagoanus VU - CP
Xiphorhynchus fuscus atlanticus VU - FA
Entre as aves ameaçadas de extinção, merece destaque a presença de três
espécies descritas na década de 1980, na região de Murici, em Alagoas, que foram
posteriormente, encontradas em Pernambuco, são elas: o zidedê-do-nordeste
Terenura sicki (Figura 5), o cara-pintada Phylloscartes ceciliae e a choquinha-de-
alagoas Myrmotherula snowi (Figura 6). Essas espécies merecem destaque, pois, além
de apresentarem área de distribuição restrita ao Centro Pernambuco, atualmente
ocorrem em poucos locais desta região, tendo suas populações diminuídas
principalmente pelo desmatamento e perda de hábitats. Durante a visita nos dias 20 e
21 de março, indivíduos do zidedê-do-nordeste foram observados em diversos pontos,
vocalizando nas copas das árvores, principalmente nas bordas da mata. O cara-pintada
foi ouvido no interior do fragmento em poucas ocasiões. Não detectamos a presença
da choquinha-de-alagoas. Outra espécie ameaçada, o anumará Curaeus forbesi (Figura
7), se destacou pela grande quantidade de indivíduos observados, principalmente
durante as primeiras horas da manhã.
O jacu Penelope superciliaris alagoensis, não foi detectado durante nossa
visita, no entanto é uma ave muito conhecida pelos nativos da região pelo valor de sua
carne, sendo muito procurada por caçadores. A subespécie de jacu registrada na Mata
do Estado ocorre apenas nos estados de Alagoas e Pernambuco. Segundo Silveira et al.
(2003a) essa subespécie é capaz de agüentar determinados níveis de desmatamento e
caça, sendo encontrados no nordeste do Brasil tanto em fragmentos bem conservados
como em fragmentos altamente degradados.
Outra espécie encontrada com freqüência nas bordas da mata foi o pintor-
verdadeiro Tangara fastuosa (Figura 8). Alguns casais foram observados
movimentando-se constantemente em árvores que continham bromélias, utilizando-as
como local para nidificação. Na floresta Atlântica pernambucana, essa espécie nidifica
entre os meses de janeiro e abril (Farias et al., 1996; Silveira et al., 2003b). Algumas
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espécies e subespécies ameaçadas, porém menos exigentes ao processo de
fragmentação foram registradas, principalmente nas bordas das matas, a espanta-
raposa Thamnophilus caerulescens pernambucensis se destacou por ser
constantemente observada. Essa subespécie também é abundante em outros
fragmentos florestais do Centro Pernambuco (Farias et al, 2007; Farias, 2009).
Figura 5 - Zidedê-do-nordeste Terenura sicki (Foto de Ciro Albano).
Figura 6 - Choquinha-de-alagoas Myrmotherula snowi (Foto de Ciro Albano).
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Figura 7 - Anumará Curaeus forbesi (Foto de Ciro Albano).
Figura 8 - Pintor-verdadeiro Tangara fastuosa (Foto de Ciro Albano).
3.2. ESPÉCIES INDICADORAS DA QUALIDADE AMBIENTAL
Dois grupos de passeriformes florestais representam importância fundamental
para a Mata do Estado, são os insetívoros de sub-bosque e os escaladores de troncos.
No primeiro grupo, representados principalmente pelas famílias Thamnophilidae e
Tyrannidae, estão espécies como a choquinha-de-alagoas Myrmotherula snowi, a
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choquinha-de-flanco-branco M. axillaris, a choquinha-lisa Dysithamnus mentalis, o
chororó-didi Cercomacra laeta sabinoi, o formigueiro-de-cauda-ruiva Myrmeciza
ruficauda soror e a choca-lisa T. aethiops distans, patinho Platyrinchus mystaceus
niveigularis, abre-asa Mionectes oleagineus, dentre outros. Esses táxons são
importantes indicadores do estado em que se encontra a floresta (Pitarelli et al.,
2008), estando ausentes em áreas altamente fragmentadas, que perderam parte dos
micro-hábitats existentes anteriormente. No segundo grupo estão os representantes
das famílias Picidae e Dendrocolaptidae, como o pica-pau-anão-canela P. fulvescens, o
pica-pau-de-topete-vermelho Dryocopus lineatus, o picapauzinho-avermelhado
Veniliornis affinis, o arapaçu-pardo Dendrocincla fuligionosa taunayi e o arapaçu-
rajado Xiphorhynchus fuscus atlanticus, dentre outros. De acordo com Soares & Anjos
(1999) as espécies escaladoras de tronco também são importantes, cuja presença pode
ser empregada para verificar como está a qualidade ambiental de uma floresta.
Outro grupo registrado, também considerado importante elemento na análise
da qualidade ambiental são os grandes frugívoros representados na Mata do Estado
pelos tucanos e araçaris, o jacu Penelope superciliaris alagoensis e o surucuá-de-
barriga-vermelha Trogon curucui (Figura 9). Esses grandes frugívoros são mais
especializados e sensíveis à fragmentação florestal, pois dependem de extensas áreas
florestadas onde existe disponibilidade constante de alimentos durante o ano (Willis,
1979; Aleixo & Villiard, 1995). Os frugívoros de porte menor, como os pertencentes à
família Thraupidae, Pipridae e Fringillidae também desempenham importante papel no
cenário local, atuando como potenciais dispersores de pequenas sementes no
ambiente florestal.
Os predadores, representados pelos gaviões, falcões e corujas, que estão no
topo da cadeia alimentar, são duramente afetados pela fragmentação florestal, dado
que muitas dessas espécies necessitam de extensas áreas florestais para reproduzir,
caçar e realizar movimentos migratórios (Ferguson-Lee & Christie, 2001). A Mata do
Estado merece destaque por apresentar registros de aves de rapinas com poucos
registros no Centro Pernambuco, como o gavião-tesoura Elanoides forficatus e o
gaviãozinho Gampsonyx swainsonii (Roda & Pereira, 2006).
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Figura 9 - Surucuá-de-barriga-vermelha Trogon curucui (Foto de Ciro Albano).
3.3. AVES CINEGÉTICAS E ‘AVES DE GAIOLA’
Algumas espécies cinegéticas foram registradas, como o lambu-espanta-boiada
Crypturellus parvirostris, o jacu Penelope superciliaris alagoensis (Figura 10), a rolinha-
caldo-de-feijão Columbina talpacoti, a juriti-gemedeira Leptotila rufaxilla e a parari
Geotrygon montana (Figura 11). Apesar da presença dessas espécies, nenhuma
atividade de caça foi observada no interior do fragmento nem nas áreas vizinhas.
Também foi assinalada a presença de diversas espécies consideradas como
‘aves de gaiola’, que são espécies procuradas por criadores de aves, seja no intuito de
criar ou de comercializá-las em feiras livres da Região Metropolitana do Recife e em
outros estados (Pereira & Brito, 2005). As principais espécies encontradas neste
trabalho são: tapacu Forpus xanthopterygius, sabiá-gongá Turdus rufiventris, sabiá-
branco T. leucomelas, sabiá-bico-de-osso T. amaurochalinus, sabiá-golada T. albicollis,
encontro-de-prata Tachyphonus rufus, sangue-de-boi Ramphocelus bresilius, sanhaçu-
do-azul Thraupis sayaca, sanhaçu-do-verde T. palmarum, pintor-verdadeiro Tangara
fastuosa, pintor-coleira T. cyanocephala corallina, frei-vicente T. cayana, verdelim
Dacnis cayana, saíra Cyanerpes cyaneus, tiziu Volatinia jacarina, papa-capim
Sporophila nigricolis, patativa-golada S. albogularis, galo-de-campina Paroaria
dominicana, papa-pimenta Saltator maximus, xexéu-de-bananeira Icterus cayanensis,
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anumará Curaeus forbesi, papa-arroz Molothrus bonariensis, vem-vem Euphonia
chlorotica e guriatã E. violacea. Nenhuma captura de aves silvestres foi flagrada,
porém algumas espécies foram observadas em gaiolas no terraço de algumas
residências próximas à Mata do Estado.
Figura 10 - Jacu Penelope superciliaris alagoensis (Foto de Sérgio Leal).
Figura 11 - Parari Geotrygon montana (Foto de Ciro Albano).
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4. ESTÁGIO DE CONSERVAÇÃO E REGENERAÇÃO DA MATA DO ESTADO
A Mata do Estado apresenta um avançado estágio de regeneração, estando a
maior parte bem conservada. Alguns pontos mostram-se em estágio mais recente de
regeneração, principalmente nos locais mais afastados, que foram possivelmente
impactados por ação humana no passado.
O avançado estágio de regeneração possibilita os mais variados estratos e
micro-hábitats no ambiente florestal. Concluindo então, a maior diversidade de micro-
hábitats favorece uma maior diversidade de espécies de aves. O sub-bosque sombrio,
por exemplo, pode ser habitado por espécies mais sensíveis a luminosidade, como o
formigueiro-de-cauda-ruiva Myrmeciza ruficauda soror (Figura 12). O sub-bosque mais
aberto, iluminado, próximo a bordas de matas serve de moradia para espécies menos
sensíveis à fragmentação, como o papa-formiga-pardo Formicivora grisea. Árvores
mortas na floresta, com buracos servem de refúgio para pica-paus e arapaçus. Grandes
cupinzeiros nas árvores são excelentes locais para o sucucuá-de-barriga-vermelha
Trogon curucui nidificar. O dossel da floresta, com árvores imensas, é o local preferido
dos grandes araçaris e tucanos e de alguns gaviões, como o gavião-pedrês Buteo
nitidus e o gavião-da-mata Micrastur semitorquatus, escutados constantemente na
Mata do Estado. Nos ambientes de áreas abertas (capinzais e áreas abertas, como
pastos, áreas antrópicas com árvores esparsas e plantações) foram encontradas
diversas espécies de aves como o lambu-espanta-boiada Crypturellus parvirostris, o
gavião-carijó Rupornis magnirostris, o papa-capim Sporophila nigricollis e o papa-arroz
Molothrus bonariensis. O ambiente aquático, mesmo com poucas espécies registradas
também é importante para a manutenção das aves de hábitos aquáticos e semi-
aquáticos. Nos brejos com vegetação paludosa foram encontrados jaçanãs e os
pequenos ralídeos. No açude, facilmente são observados a andorinha-do-rio
Tachycineta albiventer, os martins-pescadores e os socós. Vale salientar que a
conservação da Mata do Estado está diretamente relacionada à preservação dos
recursos hídricos da região, que fornece água para alguns municípios da região.
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Figura 12. Formigueiro-de-cauda-ruiva Myrmeciza ruficauda soror (Foto de Ciro
Albano)
5. AMEAÇAS E IMPACTOS À BIODIVERSIDADE
Apesar dos níveis de regeneração e conservação da Mata do Estado, alguns pontos
negativos e impactos sua biodiversidade local devem ser mencionados:
Na Mata do Estado não existe nenhum posto de fiscalização, nem sequer
vigilantes que possam intervir ações de desmatamento ou outra ação ilegal;
Na Mata há algumas trilhas que são utilizadas constantemente pela população
nativa, servindo principalmente como atalhos para escolas, passagem de bois e
acessos a outros vilarejos;
O cultivo da banana, uva, macaxeira, e outras culturas agrícolas ladeiam a Mata
do Estado, estando muito próximas da borda da mata;
A pecuária, principalmente a criação de gado bovino, caprinos e asininos
(burros) é uma ameaça ao fragmento, pois foram encontrados alguns
indivíduos desses grupos em áreas de pastos próximas ao açude da Mata do
Estado. Apesar da presença desses animais, não foi observada a presença ou
mesmo vestígios dos mesmos no interior do fragmento. Em um trabalho
realizado na área em 2006, também foi observada a presença desses animais
no entorno do açude (Livramento et al., 2006).
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Recife: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, 2009.
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18
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19
APÊNDICE
Lista das aves registradas na Mata do Estado, São Vicente Férrer, Pernambuco. Status:
RES (Residente), INT (Introduzido). Uso do Hábitat: DEP (Dependente), SDE (Semi-
dependente); IND (Independente). Grupo Trófico: INS (Insetívoro), FRU (Frugívoro),
GRA (Granívoro), NEC (Nectarívoro), DETR (Detritívoro), PRE (Predador), AQUA
(Aquático). Ambientes: FL (Floresta), AB (Áreas abertas), AL (Áreas alagadas).
Espécie Nome Popular Status Uso do
habitat
Grupo
trófico
Ambientes
FL AB AL
Família Tinamidae
Crypturellus parvirostris lambu-espanta-boiada RES IND FRU x
Família Cracidae
Penelope superciliaris
alagoensis
jacu RES DEP FRU x
Família Ardeidae
Tigrisoma lineatum socó-boi RES IND AQUA x x
Butorides striata socozinho RES IND AQUA x
Família Cathartidae
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha RES IND DETR x x x
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta RES IND DETR x x x
Família Accipitridae
Leptodon cayanensis gavião-de-cabeça-cinza RES DEP PRE x
Elanoides forficatus gavião-tesoura RES SDE PRE x x
Gampsonyx swainsonii gaviãozinho RES IND PRE x
Elanus leucurus gavião-peneira RES IND PRE x x
Geranospiza caerulescens gavião-canela-seca RES SDE PRE x x
Rupornis magnirostris gavião-carijó RES IND PRE x x x
Buteo nitidus gavião-pedrês RES IND PRE x
Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta RES SDE PRE x
Buteo albonotatus gavião-de-rabo-barrado RES DEP PRE x
Família Falconidae
Caracara plancus carcará RES IND PRE x
Milvago chimachima carrapateiro RES IND PRE x
Herpetotheres cachinnans acauã RES SDE PRE x x
Micrastur ruficollis falcão-caburé RES DEP PRE x
Micrastur semitorquatus gavião-da-mata RES DEP PRE x
Família Rallidae
Aramides cajanea três-côcos RES SDE AQUA x
Laterallus viridis sanã-castanha RES SDE AQUA x
Laterallus melanophaius cambonje RES IND AQUA x
Pardirallus nigricans saracura-sanã RES IND AQUA x x
Família Columbidae
Columbina talpacoti rolinha-caldo-de-feijão RES IND GRA x x
Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira RES DEP FRU x
Geotrygon montana parari RES DEP FRU x
20
Espécie Nome Popular Status Uso do
habitat
Grupo
trófico
Ambientes
FL AB AL
Família Psittacidae
Forpus xanthopterygius tapacu RES IND FRU x x x
Família Cuculidae
Piaya cayana alma-de-gato RES SDE INS x x
Crotophaga ani anu-preto RES IND INS x x x
Guira guira anu-branco RES IND INS x x x
Tapera naevia peitica RES IND INS x x
Família Tytonidae
Tyto alba coruja-rasga-mortalha RES IND PRE x
Família Strigidae
Pulsatrix perspicillata coruja-bode RES DEP PRE x x x
Glaucidium brasilianum caburé RES SDE PRE x x
Rhinoptynx clamator coruja-orelhuda RES IND PRE x x
Família Nyctibiidae
Nyctibius griseus mãe-da-lua RES SDE PRE x x
Família Caprimulgidae
Nyctiphrynus ocellatus bacurau-ocelado RES DEP INS x
Caprimulgus rufus joão-corta-pau RES IND INS x
Caprimulgus parvulus bacurau-chintã RES IND INS x x
Família Trochilidae
Glaucis hisurtus balança-rabo-de-bico-torto RES DEP NEC x
Phaethornis ruber beija-flor-carrapato RES DEP NEC x
Phaethornis pretrei rabo-branco-acanelado RES SDE NEC x x
Eupetomena macroura beija-flor-rabo-de-tesoura RES IND NEC x x x
Aphanthochroa
cirrochloris
beija-flor-cinza RES SDE NEC x x
Florisuga fusca beija-flor-desenhado RES DEP NEC x
Anthracothorax nigricollis bizunga RES SDE NEC x
Chlorostilbon notatus beija-flor-de-garganta-azul RES DEP NEC x x
Chlorostilbon lucidus besourinho-flor-de-bico-vermelho RES SDE NEC x x
Thalurania watertonii beija-flor-de-costas-violetas RES DEP NEC x
Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde RES SDE NEC x x
Heliothryx auritus beija-flor-de-bochecha-azul RES DEP NEC x
Família Trogonidae
Trogon curucui surucuá-de-barriga-vermelha RES DEP FRU x
Família Alcedinidae
Megaceryle torquata fura-barreira RES IND AQUA x
Chloroceryle amazona martim-pescador-verde RES SDE AQUA x
Família Momotidae
Momotus momota
marcgraviana
udu-de-coroa-azul RES DEP INS x
Família Bucconidae
Nystalus maculatus dorminhoco RES IND INS x x
Família Ramphastidae
Ramphastos vitellinus tucano-de-papo-amarelo RES DEP FRU x
Pteroglossus inscriptus tucano-perereca RES DEP FRU x
Família Picidae
21
Espécie Nome Popular Status Uso do
habitat
Grupo
trófico
Ambientes
FL AB AL
Picumnus exilis
pernambucensis
pica-pau-anão-de-pintas-amarelas RES DEP INS x x
Picumnus fulvescens pica-pau-anão-canela RES SDE INS x x
Veniliornis affinis picapauzinho-avermelhado RES DEP INS x
Veniliornis passerinus picapauzinho-anão RES SDE INS x x
Dryocopus lineatus pica-pau-de-topete-vermelho RES SDE INS x x
Família Thanophilidae
Taraba major chorró-olho-de-fogo RES SDE INS x x
Thamnophilus palliatus choca-listrada RES SDE INS x x
Thamnophilus
caerulescens
pernambucensis
espanta-raposa RES DEP INS x
Thamnophilus aethiops
distans
choca-lisa RES DEP INS x
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa RES DEP INS x
Myrmotherula axillaris choquinha-de-flanco-branco RES DEP INS x
Myrmotherula snowi choquinha-de-alagoas RES DEP INS x
Herpsilochmus atricapillus chorozinho-de-chapéu-preto RES DEP INS x
Herpsilochmus
rufimarginatus
chorozinho-de-asa-vermelha RES DEP INS x
Formicivora grisea papa-formiga-pardo RES SDE INS x
Terenura sicki zidedê-do-nordeste RES DEP INS x
Cercomacra laeta sabinoi chororó-didi RES DEP INS x
Pyriglena leuconota
pernambucensis
papa-taioca RES DEP INS x
Myrmeciza ruficauda
soror
formigueiro-de-cauda-ruiva RES DEP INS x
Família Conopophagidae
Conopophaga melanops
nigrifrons
cuspidor-de-máscara-preta RES DEP INS x
Família Scleruridae
Sclerurus mexicanus vira-folha-de-peito-vermelho RES DEP INS x
Família Dendrocolaptidae
Dendrocincla fuliginosa
taunayi
arapaçu-pardo RES DEP INS x
Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde RES DEP INS x
Dendroplex picus arapaçu-de-bico-branco RES SDE INS x x
Xiphorhynchus fuscus
atlanticus
arapaçu-rajado RES DEP INS x
Família Furnariidae
Synallaxis infuscata tatac RES DEP INS x x
Synallaxis frontalis tio-antônio RES SDE INS x x
Certhiaxis cinnamomeus casaca-de-couro RES IND INS x
Xenops minutus
alagoanus
bico-virado-miúdo RES DEP INS x
Xenops rutilans bico-virado-carijó RES DEP INS x
Família Tyrannidae
22
Espécie Nome Popular Status Uso do
habitat
Grupo
trófico
Ambientes
FL AB AL
Mionectes oleagineus abre-asa RES SDE FRU x
Leptopogon
amaurocephalus
cabeçudo RES DEP FRU x
Hemitriccus griseipectus maria-de-barriga-branca RES DEP INS x
Poecilotriccus fumifrons ferreirinho-de-testa-parda RES DEP INS x
Todirostrum cinereum relojinho RES SDE INS x x
Phyllomyias fasciatus pássaro-fantasma RES DEP FRU x x
Myiopagis gaimardii maria-pechim RES DEP FRU x
Elaenia flavogaster maria-já-é-dia RES SDE FRU x x
Elaenia spectabilis guaracava-grande RES SDE FRU x
Camptostoma obsoletum risadinha RES IND INS x x
Phaeomyias murina bagageiro RES IND INS x x
Capsiempis flaveola marianinha-amarela RES SDE INS x x
Phylloscartes ceciliae cara-pintada RES DEP INS x
Tolmomyias
sulphurescens
bico-chato-de-orelha-preta RES DEP INS x
Tolmomyias flaviventris bico-chato-amarelo RES DEP INS x x
Platyrinchus mystaceus
niveigularis
patinho RES DEP INS x
Myiophobus fasciatus filipe RES IND INS x x
Myiobius barbatus assanhadinho RES DEP INS x
Lathrotriccus euleri enferrujado RES DEP INS x
Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu RES DEP INS x
Fluvicola nengeta lavandeira RES IND INS x x
Arundinicola leucocephala viuvinha RES IND INS x
Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata RES DEP FRU x
Myiozetetes similis bem-te-vi-do-pequeno RES SDE ONI x x x
Pitangus sulphuratus bem-te-vi RES IND ONI x x x
Empidonomus varius peitica RES SDE INS x x
Tyrannus melancholicus bem-te-vi-de-cercado RES IND INS x x x
Myiarchus tyrannulus mané-besta RES SDE INS x x
Família Pipridae
Neopelma pallescens bate-caralho RES DEP FRU x
Manacus manacus rendeira RES DEP FRU x
Chiroxophia pareola dançarino RES DEP FRU x
Pipra rubrocapilla soldadinho RES DEP FRU x
Família Tityridae
Schiffornis turdina
intermedia
flautim-marrom RES DEP FRU x
Pachyramphus
polychopterus
caneleiro-preto RES DEP INS x x
Família Vireonidae
Cyclarhis gujanensis pitiguari RES DEP INS x x
Vireo olivaceus chorão-da-mata RES DEP INS x
Família Hirundinidae
Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora RES IND INS x x
Tachycineta albiventer andorinha-de-papo-branco RES IND INS x
23
Espécie Nome Popular Status Uso do
habitat
Grupo
trófico
Ambientes
FL AB AL
Família Troglodytidae
Troglodytes musculus rouxinol RES IND INS x x
Pheugopedius genibarbis garrinchão RES DEP ONI x
Família Polioptilidae
Ramphocaenus
melanurus
bico-assovelado RES DEP INS x
Polioptila plumbea gatinha RES SDE INS x x
Família Turdidae
Turdus rufiventris sabiá-gongá RES SDE ONI x x
Turdus leucomelas sabiá-branco RES SDE ONI x x
Turdus amaurochalinus sabiá-bico-de-osso RES SDE ONI x
Turdus albicollis sabiá-golada RES DEP ONI x
Família Coerebidae
Coereba flaveola sebito RES SDE NEC x x
Família Thraupidae
Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto RES SDE FRU x x
Thlypopsis sordida canário-de-folha RES SDE FRU x x
Tachyphonus cristatus tiê-galo RES DEP FRU x
Tachyphonus rufus encontro-de-prata RES SDE FRU x x
Ramphocelus bresilius sangue-de-boi RES DEP FRU x x
Thraupis sayaca sanhaçu-do-azul RES SDE ONI x x
Thraupis palmarum sanhaçu-do-verde RES SDE ONI x x
Tangara fastuosa pintor-verdadeiro RES DEP FRU x
Tangara cyanocephala
corallina
pintor-coleira RES DEP FRU x
Tangara cayana frei-vicente RES SDE FRU x x
Tersina viridis tangará RES DEP ONI x
Dacnis cayana verdelim RES DEP FRU x x
Cyanerpes cyaneus saíra RES DEP FRU x x
Chlorophanes spiza bico-doce RES DEP FRU x
Hemithraupis flavicollis
melanoxantha
saíra-galega RES DEP FRU x
Família Emberizidae
Volatinia jacarina tiziu RES IND GRA x
Sporophila nigricollis papa-capim RES IND GRA x
Sporophila albogularis patativa-golada RES IND GRA x
Tiaris fuliginosus cigarra-do-pará RES DEP GRA x x
Arremon taciturnus salta-caminho-da-mata RES DEP ONI x
Paroaria dominicana galo-de-campina RES IND ONI x x
Família Cardinalidae
Saltator maximus papa-pimenta RES DEP ONI x
Família Parulidae
Basileuterus culicivorus pula-pula RES DEP INS x
Basileuterus flaveolus canário-do-mato RES DEP INS x
Família Icteridae
Icterus cayanensis xexéu-de-bananeira RES SDE ONI x x
Curaeus forbesi anumará RES SDE ONI x x
24
Espécie Nome Popular Status Uso do
habitat
Grupo
trófico
Ambientes
FL AB AL
Molothrus bonariensis papa-arroz RES IND ONI x
Família Fringillidae
Euphonia chlorotica vem-vem RES SDE FRU x x
Euphonia violacea guriatã RES DEP FRU x x
Euphonia pectoralis guriatã-preta RES DEP FRU x