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EDIÇÕES INSTRUTIVASDIFUNDINDO CONHECIMENTOS

ÁLBUM COROGRÁFICODO BRASIL

(JANEIRO — FEVEREIRO)

RIQUEZAS DENOSSA TERRA

(MARÇO — ABRIL)

EXCELENTE Atlas para o estudo da geogra-

fia do Brasil, contendo mapas dos Estados,Territórios e do Distrito Federal. Os mapassão acompanhados de dados atualizados sobrecada unidade da Federação. Álbum de grandeformato e inteiramente colorido.

UTILÍSSIMO para o exato conhecimento

daquilo que o Brasil possui em seu solo eproduz pelo trabalho de seus filhos. Zonas deprodução. Um verdadeiro retrato do Brasil,mostrando ao vivo as possibilidades atuais efuturas de nossa terra. Páginas lindamenteilustradas, excelente colorido e dados atualís-simos.

HISTÓRIA E ORIGEMDAS COISAS

(MAIO — JUNHO)

"O TICO-TICO"Publicação da S. A. "O MALHO"

Diretor A. A. de Souza e SilvaRua Afonso Cavalcanti, 33 — Rio.

PREÇO: CR$ 25,00.

NAÇÕES AMERICANAS(JULHO — AGOSTO)

PEQUENA enciclopédia colorida e farta-

mente ilustrada, desvendando a origem enarrando a história dos principais inventos edescobertas. Um compêndio agradável de Li-ções de Coisas, atraente pela sua originalidadee grandemente útil. Trabalho de paciente bus-ca e pesquisa divulgando dados que respon-dem a perguntas que todos nós nos fazemos.

LINDO álbum todo colorido, reunindo em

harmonioso conjunto tudo o que respeitaàs 21 Nações do Continente Americano. Ban-deiras, escudos, história, resumo da geografiafísica e econômica, mapa e posição no conti-nente, divisão política, datas magnas, religião,moeda, sistema de governo, etc. Um álbumcomo não há igual.

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"Não tenhas acanhamento de perguntar o que nãosabes, nem de aprender de quem quer que seja, pois distonunca se vexaram as pessoas de bom tino. Deves te-lo ede não saber e de não quereres aprender". — L. VIVES.

^CORRE-NOS com grande freqüência o desejo de conhecer a origem de certas coisas - hábitos, frases, tradições,

no^T^perstições - assim como de ficar sabendo a quem a Humanidade deve este ou aquele invento, esta ou aquela des-

coberta.Nem sempre, porém, é fácil, no momento, vêr satisfeitos tais desejos.

Nesta edição especial, a terceira que lança em 1959, "O TICO-TICO" oferece aos leitores, num conjunto a que pro-

curou dar a forma e o aspecto mais atraentes e agradáveis, curiosas informações que responderão a muitas perguntas que

constantemente nos fazemos.

Nestas páginas se encontram muitos "porquês", muitos "quandos", muitos "quem", embora tenhamos consciênc.a de

que não realizámos obra sem defeitos.

E quem conseguiria realizar isso, se neste particular há ainda tanta incerteza, tanta hipótese, tanta versão fantas.osa.

Nosso trabalho principal foi a concatenação, a reunião de dados, pelos quais, em alguns casos, poderíamos responder

com precisão, mas que em maioria se ressentem, para nós como para quem quer que seja, da garantia de inteiro e absolu-

ta autenticidade, de vez que nessas pesquisas se palmilha sempre a trilha da probabilidade.

De qualquer modo, a intenção deste lançamento é a melhor e mais sadia. Muitos dos informes aqui reunidos serão pas-

síveis de retificação ou controvérsia, mas, ainda assim, tendo-se em vista que "da discussão nasce a luz", estaremos prestando

um bom serviço.

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0/mtoeliv LIVRO¦ escrita é de importância enorme para a humani- Foi pela es-Idade. Sem ela os povos não teriam hoje conhe- crita que sábia-

cimento das obras e conquistas de seus antepassados mente se trans-em quaisquer modalidades do saber.

«¦^¦«¦¦^¦^¦«¦¦aVaVa^L^Ll \£ WH^f^ \^VHÍw¥ * ' I

Um fenício.

mitiram, de po-vos para povos,as utilidades dedescober-tas científicas,o conhecimentodas línguas, tô-da manifesta-ção de progres-so, enfim.

Coube aosegípcios a in-venção da es-crita em papel,que data de unsdois mil anos ciam tão bem a escrita, tinham forçosamenteantes do nasci- de idealizar o papel, como complemento de seusmento de Jesus conhecimentos.Cristo. Tais po- Assim foi, e aos egípcios se atribui a fabricação dovos, que conhe- papel, feito, naquele tempo, do caule de uma planta

O TICO-TICO

Um babilônio

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chamada "papiro". Possuidores, as-sim, da escrita e do papel, é claro queforam os egípcios os primeiros povosque colecionaram, que reuniram, emlivro, as suas leis, os seus preceitoseducativos, os segredos da química,etc. Tais livros serviram para perpe-tuar o esforço e as conquistas dessesantigos civilizadores, cuja história ahumanidade de nossos dias conhecenão só pelos monumentos, que aação do tempo não pôde destruir,

NÓ GÓRDIO

GORDIUS, simples lavrador frí-

gio, veio a ser rei por haverpreenchido um oráculo que tinhaanunciado a realeza àquele que pri-meiro entrasse no templo de Júpiterem Jordimn. Midas, seu filho, con-sagrou àquele deus o carro que o ti-nha conduzido ao templo.

O nó que ligava a canga à lançaestava dado com tal arte, que era im-possível descobrir as duas extremi-dades da corda.

Foi prometido o império da Ásiaa quem descobrisse as duas extremi-dades e desatasse o nó. Alexandre,na sua expedição contra a Pérsia,cortou de um só golpe de espada onó górdio, vindo assim a ganhar aconfiança dos seus soldados supers-ticiosos, 334 anos antes de Cristo.Tal é a origem do nó górdio.

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_^_b aí ^' a^t y v ^o ^^ ^ //

Um egípcio.

como pelos "papiros", isto é, folhas escritas forman-

do livros.Antes da invenção do papel, não existia o livro. Os

babilônios e os assírios, muito antes dos egípcios, es-creviam em tijolos de argila, por meio de estiletes.

Tais tijolos, uma vez cheiosdos caracteres de escrita, erampostos a secar e, em seguida,guardados. E' fácil de vêr, porém,que, com o tempo, tais tijolos nãomostravam com clareza os ca-racteres neles gravados, não ofe-recendo, desse modo, as vanta-gens da escrita sobre papel, maistarde levada a efeito, como já sedisse acima, pelos egípcios.

O que vocês não devem ignoraré o trabalho exaustivo dos primei-ros organizadores de livros. Estesconsumiam dezenas de dias detrabalho de um homem, pois eramescritos à mão.

IQUAL É A ORIGEM DO BOLODE NOIVAS?

Obôlo de noivado, ou de casamen-

to, vem dos antigos romanos,entre os quais era parte importanteda cerimônia nupcial a recém-casa-da partir um biscoito especial feitode farinha, água e sal. Desse biscoitoprovém o bolo de noiva de hoje, quea tradição ordena que seja partidopela desposada, para que fique ga-rantida sua felicidade futura. Comoa gente de hoje complica tudo, osbolos de agora têm aspecto majesto-so, enfeites, fitas, bonecos em cima,andares, janelas, portinhas...

Maio-Junho de 1959

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a ud a AaC\história domapa é tão

antiga como araça humana.

Os selvagensfaziam mapas

-^ —. •*«•*-*-%- 9 u e compreen-m DO M A P A ??? à i a m perfeita-

mente.Quando o capitão Charles Wilkes visitou os mares do sul,

os nativos desenharam na coberta de seu barco mapas deta-lhados da região. Os índios america-nos guiavam-se por traçados feitos sô-bre peles de antílope.

Quando Cortez chegou ao Mexi-co, Montezuma lhe fez presente deum mapa no qual figurava, com clare-za, o golfo do México. Pedro de Gamaem sua "História dos Incas" relatacomo os índios tinham mapas do país,onde assinalavam as diferentes mon-tanhas e vales e algumas povoações.Um dos imperadores íncas, no ano1191, traçou um mapa incluindo uma cidade conquistada, queesperava colonizar. A Ramsès II se atribui o primeiro mapadas cidades que existiam à margem do Nilo, feito em 1.300 AC.

Em alguns túmulos descobertos em Tebas, aparecerampinturas murais representando homens medindo terrenos.

No museu de Turim se conservam dois antiquíssimos ma-pas feitos em papiro, mostrando o lugar onde havia minas deouro no deserto nubiano e o regresso, da Síria, de Seti I, a rotapara Herópolis e um canal do Nilo onde aparecem pintadosalguns crocodilos. (Este canal se transformou, séculos depois,no atual Canal de Suez, que liga o Nilo ao Mar Vermelho).

Pelo que se pode ver, nenhuma raça se atribui a inven-

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ção do mapa; este trabalho vem se aperfeiçoando à medidaque avança a civilização.

Ao declarar guerra aos persas, o rei de Esparta recomen-dou a Antagora que lhe fizesse um traçado do país que iaconquistar. Antagora lhe mostrou uma peça de bronze na qualgravara a superfície terreste.

Descobriu-se no Iraque uma pedra que representa ummapa-múndi, feito 1.000 anos A. C; nele a terra surge comoum disco rodeado de água por todos os lados, ficando no cen-tro a Babilônia. Foram, contudo, os gregos, e não os babilô-nios, que traçaram os mapas mais exatos e deram ao mundo

forma mais aproximada e verdadeira.Os antigos, decerto, achariam

menos difícil traçar um mapa doseu mundo, reduzido à Europa, àÁsia e ao Continente Africano, doque os modernos cartógrafos, quese vêem às voltas com as cons-tantes mudanças de fronteiras.

A ciência que trata dos mapas,do seu traçado e do seu estudo,chama-se Cartografia, porque pri-mitivamente os mapas eram cha-

geográficas. Mapa-múndi é o mapa"cartas"chamadosque abrange toda a superfície terrestre. Há, ainda, osmapas continentais, os dascidades. Estes últimos sãochamados "plantas". Em vezde se dizer: o mapa da cida-de de Juiz de Fora, deve-sedizer: a planta topográfica.

Ela não deixa de ser ummapa, mas a denominaçãoconvencional é "planta"

A palavra "folklore" tem suaorigem na antiga lingua sa-

xônica. Folk significa "o povo" elore quer dizer "o saber". Logo,folklore quer dizer: o saber dopovo. As lendas, as histórias quepassam de geração a geração, ascantigas, os brinquedos, rodas,etc, tudo isso é folklore.

O TICO-TICO

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EM 12 de Agosto

de 1848, morriaem Tampton House,Inglaterra, GeorgeStephenson, inventorda locomotiva a vapor.Nascera em Wylam a8 de Junho de 1781.Sua família era decondição muito mo-desta e o pai trabalha-va nas minas. Ao ficareste cego, George osubstituiu na tarefa elogo chamou a aten-ção dos chefes porseus pequenos inven-tos para facilitar otrabalho.

Sem outros mestresque não fossem umagricultor vizinho e oslivros que lhe era pos-sivel ler, adquiriu Ste-phenson sólida cultu-ra, e foi ascendendo

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A LOCOMOTIVAem seus empregos até ocupar vários importantes. Preocupadoem substituir a tração animal pela tração a vapor, realizou di-versas experiências, que deram como resultado a construçãoda locomotiva, um dos inventos mais notáveis da época.

Como precisou ganhar a vida desde muito cedo, não pôdefreqüentar a escola. Foi sucessivamente cuidador de vacas, en-graxa te, aprendiz de alfaiate e relojoeiro. Diz-se que aos 18anos ainda não sabia lêr, mas demonstrava Contínuo afã deaprender, de preferência a mecânica. Pôde, por fim, assistira aulas três vezes por semana, e sua alegria foi imensa ao po-der ler e escrever. Idealizou depois um dispositivo para os va-gonetes que transportavam o minério nas minas, o qual reduziao trabalho de homens e cavalos. Esse fato causou grande admi-ração a seus chefes, que resolveram ajudá-lo moral e financei-ramente, instalando para êle uma oficina. A primeira locomo-tiva e vapor foi experimentada em 1814, e andava uns 5 quilo-metros por hora. Chamava-se "My lord" e sua aparição provo-cou comentários jocosos. Em 1830 construiu outra máquina"The Rocket" (O foguete), com a qual inaugurou a primeira

!££ 'Mil

J Â ORIGEM DO DIAPASÀO i

I:•

lí•••

iaã

II

John Stove, que teve a honra

de ser trombeteiro do rei deInglaterra, Jorge II, arreliava-se com a dificuldade que haviaem dar aos instrumentos musi-cais de um conjunto uma afi-nação comum. Depois de estu-dar vários processos para reme-diar este inconveniente, Stoveacabou por acertar e, em 1711,inventou o diapasão.

Este instrumento não era, defato, de uma regularidade ab-soluta e a sua tonalidade varia-va, segundo o metal de que erafeito. Esta imprecisão mante-ve-se até 1859. Nesse ano, umacomissão internacional decre-tou que o diapasão devia emitiroitocentas e setenta vibraçõespor segundo, o que correspon-dia, daí por diante, ao "Ia" nor-mal.

.:.:. • •

linha de estrada de ferro, entre Liver-pool e Manchester. Já eram realidadeos sonhos de Stephenson, que instalouuma grande fábrica. Ali, com hábeiscolaboradores, foi aperfeiçoando cadavez mais a sua invenção.

Maio-Junho de 1959

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JIGhcuXúáNO

tempo de Luís XIV, chegou a Parisum regimento de Croatas (povo de

um lugar chamado Croácia, na Sérvia).Desfilaram sole-nemente pelasruas da capitalfrancesa.

Por causa dofrio, que era intenso, traziam os sol-dados uma faixa de seda ou musse-lina branca, em volta do pescoço.

Luiz XVI, vendo-os, gostoudesse envoltório, e adotou-o.Seguiram-no, como é bem de

ver, todos os cortezãos.O nome dado a esse acces-

sório da indumentária masculi-na, foi "croate", em homena-

gem aos soldados da Croácia,nome esse que, deturpado, pas-sou a crovate, gorvate e . . . fi-

nalidade gravata!Era, porém, a gravata de uso

exclusivo dos nobres e milita-

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res. Só em 1789, quando se deua revolução que teve como re-sultado a tomada da Bastilha,é que a gravata se tornou deuso geral.

Entanto, é erro supor-se quea gravata surgiu no séculoXVIII. Os romanos já a conhe-

ciam sob o nome de "focale". A princípiousada pelos doentes e pessoas débeis,mais tarde era indispensável aos oradorese, em épocas frias, pelos soldados romã-nos. Não tinham, contudo, como a grava-ta dos croatas, feitio determinado: era

uma tirad e pano,apenas.

jA&s. MtilÊír ^^Tsl#''il Depois, foi Jr^B ^

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Romano com "focale". — Holandês do século XVII, gravata à Ia marinière.por cima da couraça.

Francês, século XVII, gravata

O TICO-TICO

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do e embelezando-se, passando a ser de rendas, pregueada,etc. Móis tarde, essas gravatas rendadas foram sendo usadaspelas damas, passando o homem a usá-la simples, larga, es-voaçante.

Depois foi diminuindo e no século XIX era uma fita es-treita, negra, em volta do colarinho.

E, acompanhando a moda do vestuário masculino, ela foicrescendo ou di-minuindo, confor-me a época.

Assim, em pie-no século XX, nosseus primeirosanos, rodeava opescoço, ocultan- |jdo colarinho epeito, espalhan-do-se em amplospregueados. Era muma como remi-niscência da cou-raça dos arme-nios, do séculoXIV, e chamava-se "plastron".

|k_Os artistas,

desde 1830, ado-

taram uma gravata característica: larga faixa de seda quasesempre negra, num grande laço de pontas caídas. Por esa mes-ma época, usava-se a gravata de loco feito e o fitilho, estepara as solenidades, aquela para uso diário.

Hoje é usada a gravata de laço per fazer, uma peça lar-ga nas pontas, mais estreita no centro, permitindo ao homemenlaçá-la em um nó que exige arte, sem dúvida. Dizem que a

gravata pretai^_^; usada pelos mari-

nheiros ingleses eespalhada por to-dos os marinhei-nheiros do mundo,não é senão umpreito rendido àmemória do almi-rante Nelson, daMarinha britâni-ca.

E' o luto queaté hoje perdurapela grande perdaque sofreu a In-glaterra com amorte do grandemarinheiro.

I, II e III — Gravatas do século XVII; IV, V e VI —Gravatas do século XVIII. Figs. VII e IX: princípio emeados do século XIX. Figs. VIII e X — princípio do século X.

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o cristão que dela se serve para fazer o sinal da cruz, lembra assimA ÁAIIA RFNTA i_ mstitu*Ção das aspersões «'m• " ¦**¦ água benta é atribuiída ao Pon-

•$¦

que foi regenerado pelas águas do batismo.A água lustrai era a que, entre os antigos, servia para as lustra-

ções ou purificações. Era a água comum na qual mergulhavam umtição ardente tirado do local dos sacrifícios, ou a água do mar, naqual deitavam folhas de oliveira, de loureiro e de verbena. Osroraanc. aspergiam com ela os filhos, alguns dias depois do seu nas-cimento, colocando-a também, com o mesmo fim, sobre os seus mortos.

tífice Santo Alexandre, martirizado no tempo do imperador Adriano.A água é o símbolo da purificação. Misturam-lhe sal para figurar

a sabedoria cristã que deve temperar todas as nossas ações e as nossaspalavras, a lim de nos preservar da corrupção.

A bênção da água precede, de ordinário, a missa cantada.A pia da água benta está colocada à entrada de todas as igrejas;

Maio - Junho de 1959

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OlHPtUOuso

docha-

péu teve pro-vàvelmente asua origemna China. Osmais antigosexempla-res de quehá testemu-nho foramusados peloschineses

e, pela sua forma e amplitude (um pano largo se ajustava à cabeça)demonstram bem sua finalidade de proteção contra os rigores do Sol.

Outro chapéu usado pelos chineses antigos, especialmente pelos co-reanos, tinha a forma de uma grande pandeireta com armação interior,pela qual se ajustava ao crânio polido desses orientais.

Em certa fase do Império Chinês o uso do chapéu teve caráter ofi-ciai, consoante as estações. O de Verão era de palha e o de Inver-no, de feltro, sendo quaíquer dos modelos muito largo, de copa hemisfé-rica ou cênica, rematada por uma borla. Na Europa, o mais antigo cha-péu que se conhecece é de origem grega e foi usado pelosromanos, como indumentária de teatro e para os passeiosao ar livre. Tinha a designação de "petasus" e era um pe-queno chapéu preso ao ombro por um cordão. O "petasus"

caiu em desuso e o chapéu só voltou a aparecer na Europanos fins do século XIII. Nesta altura as gentes do campocomeçaram a usar chapéus de formas variadasX redondos, cilíndricos e ponteagudos), utilizan-do, para a confeção dos mesmos, fêltros ou panoçrosso. As classes nobres adotaram os modelospopulares, dando-lhes formas pretenciosas. Ochapéu típico da França medieval era alto, coma copa em forma de pico arredondado. A aba eralevantada atrás e descida à frente.

No século XV generalizou-se o uso do cha-péu, sujeitando-o já às exigências da moda.

De copa baixa e abas largas e flexíveis, or-namentado com penas, plumas e pedras precio-sas, o chapéu torna-se para os aristocratas fran-ceses um objeto de luxo, a que procuram dar amaior elegância possível.

No século XVI generaliza-se o seu uso emPortugal e na Espanha, e portugueses e espa-nhóis se encarregam de levá-lo a todas as par-tes do Mundo.10

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Os reis, os nobres da Corte e os magistrados usavam um chapéumais simples, de origem italiana, que consistia num elevado tronco decone, de pano negro, a servir de copa, e quase sem abas. Uma fita preta,rodeando a base da copa, era o único adorno do chapéu. Filipe II de Es-panha aparece em todos os retratos usando esse deselegante modelo.

O século XVIII trouxe um novo modelo de chapéus. A copa hemis-férica adaptava-se perfeitamente à cabeça e a. aba dobrava-se em trêspontos equidistantes, caindo sobre va copa. A este chapéu, a que se deuo nome de tricórnio, sucedeu um modelo militar de frente triangular.

No tempo de Napoleão, era de copa redonda e com a aba levantadados lados. Êle, porém, usava-as levantadas atrás e na frente.

Depois da Revolução Francesa, na França e na Inglaterra, os ele-gantes começaram a usar o chapéu alto, com os mais variados feitios,ao capricho do gosto de cada um. Na Inglaterra o primeiro chapéu altocustou ao seu proprietário uma questão em tribunal e uma multa de500 libras por ter alterado a ordem pública, tal foi o espanto do povoperante o novo modelo.

O chapéu alto teve diversas configurações e enfeites.Foi de feltro grosseiro, enformado, de abas reviradas, largas ou es*

treitas, felpudo ou liso, com fivela de prata ou fita.A fita, quando usada, era de variadas cores e por elas se sabia até

a família a que pertencia quem o usava, porque este formato de cha-péu popularisou-se até à criadagem. Sóquando apareceu o chapéu alto, de sedalustrosa e finíssima, é que este ornamentose fixou na aristocracia e o seu formato erasensivelmente o mesmo que ainda hojemantém. Mais recentemente apareceu o"coco", chapéu duro de copa redonda e abaestreita. No princípio do século XX usou-semuito o chapéu de palha — "palhinha" ou"panamá". E assim foi evoluindo o chapéude feltro mole, de copa amolgada, com umafita larga na volta da base e de abas largase estreitas, consoante o gosto de cadaum. Ao passo que as formas diversas

dos chapéus foram evoluindo até aquilo a que hojechegaram, foram aparecendo outros tapa-cabeças. Osgorros, os diversíssimos modelos de bonés, as carapuçase as comodíssimas boinas vascas a cujo inventor todas ascompanhias de caminhos de ferro ou de navegação de-viam erigir um monumento, tal é a comodidade que desseornamento da indumentária masculina advém ao via-jante. Pôde botar a cabeça de fora da janela, encostar-separa dormir uma soneca comodamente repimpado, e nãotem necessidade de a passar a ferro no final datemporada.

O TICO-TICO

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tarOS PRIMEIROS SAPATO

o calçado desempenhou por muitos anos um pape!importante no físico do homem, em seus costu-

mes religiosos e sociais. Desde que a caça era a princi-pai ocupação do homem primitivo, é lógico supor queas peles foram o primeiro material usado para a fa-bricação do calçado. Os arqueólogos chegaram a tal

mdedução com base nos achado:pertencentes ao período neóliser talhados para trabalhepeles. O tipo de calçado"sim, usado pelos índite ao que se

.certos implementoslis pareci

irarmocas-

irobp na Idade deBronze.riavom

estilos do calçadc

füêm is bo-

lestO Hornm _fh_m_____ g<j fr_-c ..p/w; je Co|çfldfl<Otf IJUIll.'."'

pastorese acordo com o climiplo, eram usadas nos pi

nos de clima frio.civilizações da Mesopotâmiaie^<rtg

tipeos sapatos e u7"Tn.n__iii {

"pll lnylii-fliirfT no resto

da Europa, as pontas dos sapatos chegaram a ser tãoexageradamente longas e ridículas, que foi preciso oParlamento Britânico votar uma lei contra tal abusoda moda, dispondo, em 1463, que o calçado não podiater bico maior do que duas polegadas de comprimento.

Os saltos, ou tacões, foram também mais altos nosapato de homem quando Luiz XIV ordenou aos sapa-teiros da corte que lhe fizessem o calçado com altostacões de cortiça, com o fim de parecer mais alto doque todos. Para sua tristeza, os cortesãos o imitaramimediatamente, jogando por. terra sua aspiração. A pri-meira fábrica de sapatos em grande escala, na Améri-

Maio - Junho de 1959

ca, data do ano 1629, quando TomazBaird chegou ao continente americano,na segunda viagem da "Mayflower".

A máquina de cortar couro foi in-ventada em 1845 e a esta seguiu trêsanos depois a criação revolucionária etão útil da máquina de coser, que

_»i inte dia tam ente adotada na indús-tria doVcalçado por John Nicola e de-pp-5 aperfeiçoada por Isaac Singer. Aproduçãè de sapatos aumentou consi-deravelnjente. Um fabricante chegoua confeccionar a assombrosa cifra dedezeseisf pares por dia ! Apesar dessenotávpKilvento, os sapateiros continua-

ajjraa costurando as solas dosigptrfos a mão, até que, em 1858, Ly-man Blake criou uma máquina que, fi-nalmente, foi bem aceita pelos fabri-cantes, que se convenceram da vanta-gem de fazerem sapatos em série.

A manufatura de sapatos em nos-sos dias constitui um processo muitocomplexo. Indispensável será dizer,para dar uma idéia aproximada, quenas grandes fábricas os sapatos passampor inúmeras mãos, antes que sejamentregues às lojas para a venda, e tam-bém são desenhados cientificamentecom o fim de dar o máximo conforto anossos pés.

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|os colarinhos!Ü TI. M 1825, numa modesta j

1 X_J aldeia inglesa, a mulher 1| dum ferreiro achou que não 1{ era razoável ter de lavar a §| camisa do marido só porque Wí o colarinho estava enxova- jj lhado, nem tão pouco o ma- \

Ü rido havia de usar o colari- \\ nho sujo, pela razão de es- HI tar limpa a camisa. Depois [

j de muito refletir no assun- j| to, resolveu o problema, fa- 1| zendo camisas com colari- §j| nhos postiços. Tão feliz pa- (

W receu a idéia, que logo foi HH adotada pelos parentes e j§

| vizinhos do ferreiro, depois í\ em toda a região e, final- (

H mente, no mundo inteiro.Um comerciante de Lon- (

| dres, Ebenezer Brown, foi jH bastante esperto para per- [

I ceber, imediatamente, o ne- j|j gócio que podia vir a fazer |§§ com essa ligeira reforma no §f

\ vestuário e lançou na capi- j[ tal britânica a inovação da \

H mulherzinha.E, de fato, o negócio o |

j enriqueceu.

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M' tenha dito que olenço, como é atual-mente, apareceu emmeados do século XV,pesquisas recentes di-zem ser êle originárioda China, pois há cêr-ca de três mil anos, du-

rante o reinado do imperador Hwang, existia o lenço de seda. Da mesma for-ma, sabe-se que o lenço não era desconhecido no antigo Egito, onde o usavamcomo uma espécie de talismã.

E' preciso que se diga, porém, que a utilidade primitiva do lenço não era aque hoje tem: a de assoar. Era para enxugar o suor das faces e das mãos. AGrécia antiga, no sé-culo de Péricles, nãoo conhecia, pois aspessoas de distinçãoenxugavam os olhoscom o próprio man-to. Entretanto, osgregos do baixo Im-pério usaram, primi-tivamente, com onome de "facíolas",

peças de tecidos es-peciais com que en-xugavam o rosto.

Só muito maistarde, os romanos co-nheceram o "suda-rium" e o "orarium",

pedaços de pano comque enxugavam osuor (daí "suda-rium") e limpavama boca ("orarium").

Interessante éque, tanto os gregos12

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como os romanos levaramem consideração, como atoreprovável, o assoar-se empúblico, o que, naturalmen-te, faziam com os dedos, talqual o homem primitivo. Detal forma reparavam, que,uma das qualidades exigidaspara o orador ou cantor, oumúsico, ou mesmo para osque concorriam a qualquercertame artístico, era o denão se assoar diante do povo.O mais que podiam fazer eraenxugar o rosto, não com o"sudarium", mas com omanto.

Nessa época havia o usode dois panos, um para amão, o "orarium", outro paraa cinta, o "sudarium". Tro-cá-los era motivo de censu-ras ásperas e de menosprezo.

Mais tarde, durante aocupação moura, "suda-rium" e "orarium" confun-diram-se e acabaram servindo para limpar o nariz, isto é, tornando-se verdadeiramente no lenço de hoje.

E teve, então, a sua evolução. Nos meados do século XV umadama da alta linhagem de Veneza cortou, de um pedaço de linho,uma forma ovalada que guarneceu de renda. Era o chamado "lençoveneziano" que surgia. E todos os países civilizados o adotaram. Eo lenço se foi aprimorando e tomando formas bizarras, como notempo de Henrique II, em que havia lenços bordados, mas de for-mato hexagonal. E essa forma continuaria se os tecelões não pro-testassem junto de Luiz XVI, alegando o desperdício de fios.

Luiz XVI, atendendo-os, assinou em janeiro de 1875 uma leiordenando que: "o comprimento dos lenços fabricados no reino

será. de ora em diante, igual à largura".

O TICO-TICO

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*X*m* do Século XVI

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E surgiu o lenço quadrado, formato esse que o distingue e caracte-rixa ainda hoje. Mas o uso do lenço em público nem sempre foi sinal dedistinção. Por longo tempo, em certas partes da Europa, as pessoas decondição elevada não tinham o direito de assoar o nariz em lenços, che-gando-se, na França, ao exagero de ser considerada uma vulgaridade asimples referência à palavra lenço. Daí o receio, a vergonha de se servirde um lenço em público.

Deve-se à imperatriz Josefina acabar com semelhante e tolo pre-conceito. A famosa esposa de Napoleão Bonaparte, não tendo bons den-tes, servia-se de lencinhos rendados, para levá-los à boca, quando ria,encobrindo, assim, a sua imperfeição.

Não é preciso dizer que seu gesto foi imitado, e os lenços entraramem moda, cada qual mais rico embordados e rendas finas.

Contam que, antes disso, hou-ve na Europa uma época em que sóaos padres era permitido o uso delenços em público.

Também se diz que a Inglater-ra conheceu o lenço no tempo deEduardo IV, em 1480, sabendo-seque esse monarca possuia em seuguarda-roupa cerca de cinco dú-zias de lenços.

*O lenço entrou em moda até

mesmo para escolha das noi-vas.

Assim, era uso dos persas:quando queriam mostrar a prefe-rência por uma jovem que deseja-vam para esposa, jogavam o lençodiante dela.

Os turcos, em lugar de fazer aescolha dessa forma, enviavam àssuas noivas no dia do casamentoum anel, uma moeda e um lençobordado.

E, assim, o lenço tornou-se in-dispensável tanto ao homem comoMaio-Junho de 195»

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Imperatriz Josefina, esposa deNapoleão Bonaparte

à mulher, não só como peçanecessária, como também paramanifestação de seus senti-mentos.

Basta que recordemos achamada "linguagem do len-ço", tão usada pelos nossosantepassados: sacudir um len-ço branco queria dizer: "Querofalar-te".

Limpar o rosto com umlenço: "Adoro-te !"

Deixar cair o len-ço: "Cumpre o que pro-metes te !"

As crianças tambémse servem dos lenços paraseus brinquedos.

E' o "chicote quei-ma do'' ...

E' a "cabra-cega" ...E* o "quem primeiro che-gar"...

O povo também fazdo lenço um motivo paraseus cantos, bem comopara suas crendices. Darum lenço branco a alguém é sinal de separação, daí o cuidado de senão fazer semelhante presente:

Lenço branco é apartamento;eu que digo é porque sei;me vejo apartado hojede um lenço branco que dei.

Aqui tens um lenço brancopara limpar o teu rosto.Queira Deus que isto não sejaentre nós algum desgosto.

Essas e outras quadrinhas inspiradas no lenço, são sempre repeti-das com encanto.

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Polonês do Século XV, com olenço no eatto.

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1*V / & Ter*/*+ &*+ /V*ise&*ÇDeve ter havido um dia, celebre entre muitos, na his-

tória do homem primitivo, em que este descobriu quecertas coisas, postas sobre a superfície das águas, nãoiam para o fundo como sucedia a tantas outras. Nessedia nasceu a navegação. Depois, observando como as avesaquáticas "remavam", com as suas patinhas membrano-sas, devem os nossos antepassados ter ideado a maneirade remar, utilizando as mãos espalmadas.

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Na ânsia de melhorar sempre, que tem caracteriza-do o homem desde seu aprecimento sobre a face úa Terra,os primitivos começaram por juntar vários paus, atando-os, e surgiu a balsa, ou jangada. E já utilizavam remosfeitos de madeira, e varas, para se impulsionar sobre aságuas. Mais tarde lhes veio a idéia de escavar os tron-cos das árvores, com instrumentos ou com o fogo, e nas-ceram as canoas.

14

Foi também um dia grandioso, decerto, aquele emque os homens descobriram que podiam utilizar o vento,para impulsionar seus botes e outras embarcações. Asvelas primitivas eram feitas de junco, vime, palhas ata-das juntas, peles de animais, e, posteriormente, de teci-do. Botes a vela, como o da ilustração acima, eram usa-dos pelos egípcios, em tempos muito anteriores à era cris-tã. Já então os homens sabiam utilizar um leme.

Aqui está uma galengos, que, além das velas, iporque os de suas embarc.ço escravo. Algumas tinilera veio o termo "galé", pforçados. Na proa, a galemal. Os gregos diziam: 'caminho, através das ond

O TICO-TICO

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as usadas pelos gre-ssavam os remos, atén acionados por bra-iem remeiros. De ga-hdenados a trabalhosuma cabeça de ani-

arcos devem ver seu

Mais tarde passaram os armadores — assim se cha-mavam os construtores de embarcações, nome conserva-do, aliás, até hoje — a construir barcos de grande caladoe envergadura. Os mais importantes eram as caravelas.Foi em caravelas que Colombo conduziu seus homens naaventura do descobrimento do Novo Mundo. A figuranos mostra a "Santa Maria", caravela que levava a in-sígnia de Colombo. As outras eram "Pinta" e "Nina".

Outros tipos de embarcação, com novas formas depropulsão, foram sendo idealizados. Fizeram-se barcascom pás laterais, ainda hoje usadas no rio Mississipi, dotipo dos "ferry-boats"

que serviam entre Rio e Niterói.Outros tipos, tinham as rodas propulsoras na popa. Os"gaiolas", do Rio São Francisco, são tipos antiquadosdessas embarcações, mas prestam excelente serviço ànavegação fluvial.

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Já então os homens começavam a querer mais velo-cidade nos mares. Queriam furtar-se ao cativeiro dosventos, de que dependiam para suas viagens. E com adescoberta da máquina a vapor, foi construído o "Savan-nah", primeiro barco a vapor que atravessou o oceano.Mas, por causa das dúvidas, o "Savannsh" levava aindasuas velas... Nada custava e... podiaq£ as máquinas fa-lhar, na hora do regresso... »

Maio - Junho de 1959

Os navios modernos são verdadeiras cidades flutuan-tes. Têm piscina, quadras de tênis, pistas para patina-ção, e todos os confortos. Conduzem milhares de pessoas.O "Savannah" levou vinte e cinco dias para atravessar oAtlântico. Os navios de hoje o fazem em cinco, apenas.Posteriormente o homem aprendeu a viajar por sob osoceanos, nos submarinos. Mas... isso é já outrahistória.

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O Canal de Peammd18 de Novembro de 1913, por entre manifestações fes-

B tivas, o navio "Luiza" atravessou, como "teste", o novocanal aberto no ístmo do Panamá.

Foi o primeiro navio a fazer essa travessia. Se não exis-tisse aquela passagem artificial, teria a embarcação que via-jar todo o Atlântico Sul, atravessar o Estreito de Magalhães,subir pelo Pacífico, e com essa longa viagem perder-se-iamdias e dias.

O "Canal do Panamá", obra monumental só comparávelà da abertura do Canal de Suez, sobrepuja-a no que diz res-peito à técnica, embora seja de menor extensão. Ligando osoceanos que banham as costas americanas, tem grande im-portância comercial e estratégi-ca, isto é, para a navegaçãoem tempo de paz, e para os movi-mentos de tropas em tempos deguerra.

Tem êle 50 milhas de compri-mento. Seu funcionamento é curiosoe o desenho desta página nos dáuma idéia de como correm as coisas,sempre que um navio vai atravessarde um lado para outro.

O canal não está todo êle nomesmo nível.

O navio penetra numa das suassecçoes, que têm o nome de eclusas,e que são fechadas por meio de com-portas. A água da eclusa onde ficaparado o navio vai, então, subindo ou16

descendo (conforme a embarcaçãoesteja passando da parte baixapara a elevada, ou vice-versa).

Quando atinge o nível da águana eclusa imediata., abrem-se as comportas e êle continua anavegar até ficar dentro da outra eclusa. Repete-se a opera-ção e êle passa para outro compartimento, até chegar à eclu-sa que está ao nível do oceano, num lado ou outro, e então êleabandona o Canal propriamente dito, saindo para mar alto.

A diferença de nível entre uma extremidade e outra, doCanal, é de 87 pés. E a distância que um navio economiza,a travessa ndo-o, é de 7.000 milhas marítimas.

Ao lado do Canal, sobre as margens, forças militares nor-te-americanas montam guarda a essa genial obra de enge-nharia hidráulica, que, embora esteja no Panamá, é controla-lada pelos Estados Unidos.

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O TICO-TICO

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S NOMESDAS PARTESDO MUNDO

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T"*\ E onde vêm os nomes que tém as partes do-Mundo: Europa, Ásia,LJ Africa, América e Oceania, ou Austrália ? O nome da América,todos sabem que lhe vem do de Américo Vespúcio, e é história bastanteconhecida a injustiça que se cometeu com relação a Colombo, que foio descobridor.

Mas, vejamos os outros. Vejamos EUROPA.Tinha esse nome uma explicação: dizia-se que provinha de uma

palavra fenicia "Ereb", que significa "a terra onde se põe o sol". Umestudioso, porém, demonstrou que essa teoria não é certa. Segundo seulivro, Europa era o nome de um território situado ao norte da Grécia,ou, para ser mais exato ainda, da região da costa da antiga Trácia. Na

literatura grega muito se falana terra de Europa, nome quese conservou sob a forma deOropos, Europos, província ma-c edênica.

Quando se conheceram me-lhor as regiões situadas mais aonorte, o nome. dado primitiva-mente só a uma limitada região,foi aplicado às novas terras.Mais tarde, o nome veio a servirpara designar todo o continente.

E a ÁSIA ?No que diz respeito à Ásia, também nos devemos reportar às

fontes gregas.O historiador Herodoto atribui a denominação das colônias

jônieas a um chefe chamado Asias. Homero fala dos "pânta-nos de Asis".

Pouco a pouco o nome Asis serviu para ir designando todo oterritório descoberto a leste e, afinal, para indicar a "Ásia" grande,diferençando-a das regiões mais antigas que levaram, no principio,essa denominação, e que ficaram sendo conhecidos como "Ásiamenor".

Agora, a AFRICA.

O primeiro nome era Líbia, por derivação do nome dos habitai.-tes, os líbios.

Antigamente, era assim: a terra tomava o nome dos habitantes.Hoje, os habitantes recebem o nome do lugar em que vivem.

Depois da conquista de Cartago, os romanos tomaram posse dacosta líbia, chamando essa região "província Africa*', por causa datribu dos Aires (ou Afros), que ali vivia.

Durante muito tempo existiram ao mesmo tempo os doisnomes: Líbia e Africa.

Maio-Junho de 1»59

Afinal, os romanos foram estendendo seu domínio pouco a pou-co, e a Líbia foi desaparecendo, e um dia ficou toda a região conhe-cida como Africa apenas.

Contudo, o nome "Líbia" ainda existe, numa porção de terra queantes da primeira grande guerra era possessão italiana e que é, hoje,nação soberana.

E, por fim, AUSTRÁLIA.Em seu mapa do mundo antigo, o sábio Ptolomeu desenhou a

Africa e a Ásia como um só continente, e marcou seu limite ao sulpor uma linha, chamando Industão ao que depois se conheceu comoSomália.

As terras que se imaginava existirem para o sul dessa linha, fo-ram chamadas "terras austrálias", desconhecidas.

Acreditava-se, então, na existência de um Continente Austral.Austral significa: que fica ao Sul.

Os descobridores, mais tarde, encontraram terras ao sul daquelalinha imaginária, chegando a descobrir terras quase no PoloSul.

Em 1601 e 1605 Heredia e Jansz descobriram o continente aus-traliano, e deram a essa terra tal nome, para perpetuar as hipó-teses geográficas concebidas pela imaginação dos antigos.

A Austrália é o menor dos continentes.*m**m*»****m*mmt*m*mm*+»********m»m*»***»m^t»******Êt»i**tia^ <^S*^N/^WWVW^V^M^V^^WM^VWMWM^_0^WW^

A ORIGEM DO "JAZZ-BAND".—

O nome jazz-band, aplica-se universalmente a grupos orquestrais,cujos instrumentos principais, especialmente a bateria, são de

criação moderna. Parece que o jazz teve .a sua origem em Chicago nodecorrer da 1.* grande guerra, no Café Schilter.

Havia ali um negro que tocava diversos instrumentos interpretandotrechos musicais que não tinham sido escritos especialmente para talconjunto. Sucedia muitas vezes os freqüentadores oferecerem ao negrovárias bebidas em voltas seguidas. Então o homem ficava frenético edava largas à sua fantasia batendo quase que ao mesmo tempo nos seusdiversos instrumentos, sem ritmo nem cadência. Os freqüentadores ma-nifestavam grande entusiasmo e encorajavam o executante, chamando-opelo seu primeiro nome: Jazbo. O diminutivo de Jazbo cedo se transfor-mou em Jazz, que passou a ser a palavra empregada para designar asorquestras do tipo bem conhecido de todos nós

A música de jazz tem sofrido ultimamente minuciosa evolução,mas isto já é outra história.

A*A***^am***a*****j**m*a*m*m>m*m*ms***m***m+mma*i*m*^^

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j_-f ^YT_.

vos horizontes para as meias. Um inglês, GuilhermeRider, teve a idéia de confeccionar meias com agu-lha, como se faziam, então, os bordados e as rendas.E, conforme documentos, Rider fez dois pares de

meias de tricô de seda, que ofereceu ao rei Eduardo Ie ao conde de Rembrock. Dizem outros pesquisado-

S povos antigos não co- res que foi o rei Henrique lll, quem teve a idéia de mandar fa-

nheceram o uso das zer meias de

krftetafmeias. Usavam sandálias seda para seuamarradas por tiras de um te- uso, com tricôcido qualquer, em volta das e à agulha, en-

pernas. Tendo grande cuida- comendando-asdo com os pés, banhavam-noscom água perfumada, fricio-nando-os depois.com óleo finoe trescalante. As damas ro-manas, porém, para se prote-

a Rider. Mas,segundo cons-ta, os barreti-nos (artíficesque trabalha-

inu nus, uuicni, uuiu _¦_ i/iwi*.-¦ _ vam artigos de

gerem do frio, e mesmo para , A , Jfeltro, panoconservar os pes macios, usa- . . p -

Um grego

vam uma faixa de lã ou seda,com que enrolavam as pernase os pés. Esse hábito foi, em

pouco, imitado pelos homens, nobres e elegantes daquela épo-ca e em breve se estendeu a todos o uso de faixas de pano gros-so ajustadas nas pernas por meio de cordões ou de finas tirasde couro. Mas, os pés ficavam à mostra, nas sandáliasabertas.

Na Idade Média, como abrigo do frio, usavam os homensuma espécie de ceroula com pés, incômoda, na maioria dasvezes. Um dia teve alguém a idéia de separar o pé da perna,e essa separação, pode-se dizer, veio â constituir a primeirameia, que, como se vê, era feita de pano ou de qualquer estofoem que entrava a lã. O progresso e o bom-gôsto abriram no-

18

etc.) de Paris,temendo a con-corrência dessanova invenção,fizeram comque o criado dequarto do reicortasse váriasmalhas dasmeias antes deapresenta - Iasao sobera-no que, ao cal-çá-las teve odesgosto de vê- Um romano e um g a u 1 ê s.

O TICO-TICO

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(as se desfiarem. Decepcionado, Riderdeixou a França, passando-se para aInglaterra, onde foi muito bem oco-Ihido, e onde estabeleceu a primeiroindústria de meias. Isto se deu em1514. Em 1609, outro inglês, Guilher-me Lee, inventou a primeira máquinade fazer meias. Com esse tear, tive-ram os ingleses tão grandes proven-tos que tudo fizeram para que o pri-vilégio não saísse da Inglaterra.Sucedeu, po-

Século XVI

rém,que JeanHundres, ope-rário da fa-brica de Lee,voltou à Fran-ça e, lá, poruma fidelida-de extraordi-nária de me-mória, pôdereconsti-

ruir todo o modelo de Lee, sendo mon-tado um grande tear para meias, emBois de Boulogne. E esse tear foi o pon-to de partida de todos os outros quese criaram nos países adiantados daEuropa. Em 1720, Senart, artíficefrancês, estabeleceu em Santerre aprimeira fiação de lã penteada parameias de estamenha, destinadas aossacerdotes, frades, freiras, tec. Só em1745 é que se fundou a primeira fá-Maio-Junho de 1959

(WÊà\V^\ ^^^^^J$AW§gmi

Idade Média

brica de meiasao tear, n aFrança, E m1770, Sarrazincriou, em Pa-ris, e depoisem Lião, asfá-b r i c a s demeias de algo-dão, à manei-ra das inglê-s a s, tecendotodos os pon-tos de tricô sô-bre cadeia.Daí se originoua fabricaçãomecânica daschamadosmeias trance-sas, duradou-ras e bonitas aq u e o povo,tendo em vista a procedência do fio usado, chamou mais tarde,"fio de Escócia", pois era de lá que vinha o fio de algodão em-pregado. A pricípio as meias eram lisas. Depois, com o apertei-çoamento da maquinaria e o gosto do artífice, surgiram asbordadas, rendadas, com flores e desenhos vários, etc. De vezem quando a moda faz valer essas ou aquelas meias, havendoépocas em que são mais usadas umas que outras. Assim, asmeias pretas, hoje completamente em desuso, foram, em prin-cípio deste século, o complemento indispensável do vestuáriofeminino, fosse qual fosse a côr* do vestido ou do sapato. Pre-sentemente, as meias são feitas em nylon e até de vidro.

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Séculos XVIII e XIX

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Kuy. PRETENDEM ai-

gumas pessoasque janeiro, pri-meiro mês do nos-so calendário, queé o gregoriano, (por ter sido estabele-cido por um papa chamado Gregório)deve seu nome a Jano (ou Janus, emlatim) o Pacífico, a quem a lenda atri-buía duas caras, em sentido oposto,podendo, assim, olhar ao mesmotempo o ano que finda e o ano quecomeça. E* discutível, porém, que as-

sim seja, porque antes de ser janeiro o primeiro mês do ano —já tinha esse nome...

Fevereiro era especialmente dedicado ao culto da deusaJuno. Chamava-se "Februarius", entre os romanos, palavraderivada de "februare", purificar, porque durante esse período eramcelebradas festas expiatórias, festas de penitência, arrependimento epurificação.

Março era dedicado ao deus da guerra, Marte; primeiro,.porqueesse deus mitológico era, também considerado protetor das colheitas;segundo, porque era em março que os exércitos, imobilizadosdurante o inverno, retornavam à mobilização, para empreen-der novas conquistas.

Março era, para os romanos, o primeiro mês do calendá-rio: daí ser o ano romano também chamado marcial.

Vejamos abril. O nome vem do latim "aperie", abrir, por-que é o mês em que a terra — no outro hemisfério, onde essesimbolismo se originou, — parece abrir-se para que nasçamas plantas, e os ramos ficam cheios de brotos e flores.

Durante certo tempo abril também teve a honra de sero primeiro mês d*ò ano.

Era em 1.° de abril que todos trocavam presentes comose faz hoje a 1.° de janeiro, e vem daí o costumede "trote", dado a 1.° de abril.

Quando passou o começo do ano para 1.°de janeiro, houve engraçadinhos que continua-ram a dar os clássicos presentes, mas... por tro-ça, e enganando os incautos, os que não selembram da mudança e os recebiam inocente-

^ü llV*'1^^ 1 Iv II mente.Maio era dedicado aos cidadãos romanos

importantes, os "Majores" (maiores), e daí onome e quanto a junho, deve o seu ao fato deser dedicado aos jovens ("juniores"), por ser o

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OÔ NOMES POÔ M6-36S

T JHIi

A

J ÍSkÊk

período em que se celebravam, emRoma, as festas da juventude.

O mês de julho chamava-se% "quintilis", c quinto.

Como, porém, se festejava nês-mês o aniversário de Julio-Cesar,Marco Antônio decidiu, com o fitode homenagear a memória do gran-

pde general, que o mês receberia seu nome. Ficou pois sendo'Julius".

Sendo agosto o mês seguinte a "quintilis", era, lógica-mente, "sextilis" o seu nome. E tomou o nome de outro gran-

de vulto da história romana, Augusto, no ano 73 de Roma, por umdecreto do Senado.

O mês de setembro, sob o imperador "Tibério", tomou seunome.

Foi, mais tarde, chamado "Germânico", sob o reinado de Domi-ciano; no de Tácito, chamou-sc "Tácito"; no de Antônio,chamou-se "Antonius" e durante o domínio de Cômmodo,também chamado Hércules, foi chamado assim.

Contudo, o nome setembro (september) prevaleceu,se bem que o mês não ficasse sendo o sétimo do ano, comoera então, pois no calendário gregoriano ficou no nonolugar.

O mesmo se deu, aliás, com outubro, novembroe dezembro, cuja denominação, exata enquanto durou ocalendário marcial, ou romano, hoje não corresponde maisà ordem por eles ocupada.

Dezembro, sendo o décimo-segundo, recorda pelonome, o tempo em que foi apenas o dé-cimo.

Esse mês, aliás, já se chamou, estranha-mente, "Amazonas", por ordem do imperadorCômmodo, que assim pretendeu render ho-menagem a uma bela dama romana pelaqual estava enamorado.

Mas a paixão do imperador passou e a de-nominação foi esquecida, voltando dezembro aser chamado dezembro.

O TICO-TICO

Jtt/B '/tkwmtâwrwii * O B. JtfflfSl âJKKfV

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Ty OR diversos caminhos, sem se-A quer se conhecerem, nem tãopouco terem conhecimento dos seusrespectivos êxitos, chegaram os sá-bios que se têm ocupado da origemdas letras, do valor e representaçãodestas, a conclusões análogas e se-melhantes, concordando, no seuconjunto,Nem que o homem, ao que-rer desenhar as suas idéias e fixar adedução de razões do seu espirito,não fez outra coisa senão deixar nosseus idiomas os vestígios das criatu-ras e objetos a que primitivamenteandava associado.

As primeiras exteriorizações dopensamento foram, portanto, hiero-glíficas; multiplicadas porém, em se-guida, foi necessário recorrer a sim-plificações, a sinais que, co/icretizan-do os grandes grupos, permitissempor leves alterações, indicar as vari-antes e desinências.

Que isto assim tem sido, provam-no os hieroglifos egípcios, os alfabe-tos orientais e até as nossas própriasletras, degenerações muito degene-radas e regeneradas dos primitivoshieroglifos.

O canto e a faculdade de pairar,de algumas aves, chamaram logo aatenção dos homens primitivos; ecomprovam essa admiração, a exal-tação e preponderância das aves noshieroglifos e a nominação análoga,em muitos idiomas, das aves e dascoisas sagradas, deuses, sacerdo-tes, etc.

Maio - Junho de 1959

Em algumas ilhas da Oceania,as de Harvey, os pássaros são cha-mados pelos sacerdotes os "pia-

actua", isto é, as caixas dos deuses.Os indígenas dizem que, preca-

vidos os deuses contra a primitivaignorância do homem relativamen-

os mais persistentes e que maisaparecem, com efeito, em quase to-dos os alfabetos; e, examinando de-tidamente tais idiomas, vè-se queas letras que têm esse caracterdão o nome à ave" que repre-sentam.

A Origem das Letraste às coisassagradas, cria-ram os pás-saros para queestes o ini-ciassem em tãosublime conhe-cimento; sendo,

porém, inú-til tal medida,

porque os ho-m e n s ouviamsem entender,os próprios deu-s e s entraram,então, nos cor-

pos das aves,

para ensinar oshomens na sualinguagem.

Os caracteresaviformes são

kWWUVrtVVWW

Evolução do K (davasugirt)O pavão

t&* ri QEvolução do Kk (davanagM)

O petrel

ít nEvolução do Hké htbreu — ünu ave

e o seu pintainho

nEvolução do P grego—A cegonha

M, U e Z, nos hieroglifos egípcios

O I do alfabeto zend.

A prova maisextraordi-nária desta ve-rossi milis-sima hipótese,deve-se, todavia,não a um sábio,mas a umacriança de trêsanos, a qual,ao ver as cru-zes swásticasque a c o m p a-nhavam o tra-balho do pro-f e s s o r Car-los Von denSteinen sobreos "Desenhos eOrnamen-tos Prehistóri-cos" (Frehisto-

torisch Zeichen und Ornomente),não pôde deixar de exclamar:

"Olha, que cegonhas !"O grito daquele petiz valeu por

todas as razões, e, aceita a intuiçãoinfantil por suporte de toda e qual-quer investigação, a teoria da ori-gem aviforme das letras ficou, senão firme, pelo menos bastante bemassente e, desde logo, como corrobo-ração de que o desenho e a escrita

primitiva foram apenas a expressãodas primeiras associações do ho-mem.

O "K" davanagiri é a evoluçãodum pavão; o "kn" reproduzido emcaracteres latinos representa a evo-lução gráfica do petrel (ave palmí-pede aquática).

O "Hhé" hebreu, a de um pin-taínho com a galinha sua mãe, con-firmando o valor alegórico da letraque lhe davam os antigos gramáti-cos ca bal ís tas: o amor, o carinho.O "P" grego é a evolução duma ce-gonha; o "I" do alfabeto zend, aevolução dum pato, um pelicano, ouum cisne, talvez.

Será mentira ou verdade, tudoisto ? Não o sabemos.

A hipótese tem verossimilhança,e<s tudo.

O que é evidente é que asformas animais serviram dc modeloe padrão para a ornamentação e quemil desenhos caprichosos e sem sen-tido à primeira vista, se poilem re-duzir a uma forma animal.

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mmm-*-m*-mmjmmmTtmmm»a-m-im

^«fffr „__ AS TESOURASAl

tesoura, esse objeto que as mulheres consi-Jderam de primeira necessidade, tem origem

muito remota. Seu nome vem do latim: "coetus"

que significa "cortado", apesar de que se chamavam, pri-mitivamente, "forces" e, depois, "cisei". Daí vem "ciseau",em francês. Na antigüidade a tesoura era feita de dentes de animais,muito aguçados, ou de pedras de jaspe e cristal de rocha, finamente poli-das. Mais tarde começaram a ser utilizadas folhas de bronze/ maisafiadas e cortantes. Reunidas aos pares, deram forma definitiva às tesouras.

Sob este feitio, por volta do século XVI, se tornaram conhecidas nomundo todo, datando dessa época magníficos exemplares de ouro e pra-ta, artisticamente trabalhados e incrustados de pedras preciosas.

No meio do século XVI certo italiano teve a idéia de cruzar as lâmi-nas e de acrescentar anéis nas* extremidades. E, com esse feitio, tornadaspopulares na Europa, graças a presente feito à rainha da França peloDuque de Veneza, chegaram as tesouras aos nossos dias.

SORVETE

Elantiquissima a.origem do sorvete. Veio do Orien-

te. Um sectário de Maomé, cujo nome guardacarinhosamente a tradição muçulmana, foi o pri-meiro que se ocupou em gelar a nata e o sumo dealgumas frutas.

No principio, as bebidas geladas consistiam emlíquidos que se refrigeravam em vasos rodeados deneve; mas os sorvetes não se conheciam ainda.

Em 1560, Procópio Cal pel li estabeleceu-se emParis e a êle se deve a propagação desta indústria.

A corte e os potentados não tardaram em sa-borear as delícias dos sorvetes. No dia em que ogrande Conde recebeu a visita de Luiz XIV no seumagnífico castelo de Chantily, o seu cozinheiro,Vatel, apresentou à sobremesa um magnífico gela-do que se assemelhava à forma dum ovo. Vatel foifelicitado por {.odos, o que não impediu que mor-resse nessa mesma noite, desgostoso por não ter pei-xe fresco para o almoço do rei, no dia seguinte.

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DE quando data o

primeiro violino?Uma bela lenda pre-tende que um jovemsonhador belga o des-cobriu por estranhoacaso. Vale a pena co-nhecer a história: Essehomem gostava de ouvir cantar o rou-xinol. Um dia, não ouvindo mais o seuamigo, veio a descobrir que havia sido

um gato selvagem quem o devorara. Louco de raiva, matou ogato e procurou inutilmente nas suas entranhas os vestígiosdaquela voz de ouro. Por fim, desesperado, abandonou os res-tos do bicho. Mas não pôde conter-se que não voltasse a fimde procurar ainda uma vez uma lembrança da música que ohavia maravilhado. Então as entranhas do gato haviam se-cado, seus ossos branqueado. Êle estendeu então as .tripas dacabeça ao fim da espinha dorsal. Fê-las vibrar com os dedos,e qual não foi o seu espanto achando a voz do rouxinol!

Será que esta lenda corresponde à realidade ?Nunca o saberemos, porque os pesquisadores nos

orientam para lado muito diverso. De acordo com estes,22

•"SS* j o violino nos teriavindo da índia, trazido

í pelos Cruzados. Assimi sendo, ficou conhecido¦ na Europa desde o sé-i culo XII, na época da[ Segunda Cruzada. A| forma atual, porém, êle

só a tomou no século XVI. Os mais célebres vio-linos nos vêm de Cremona, na Itália.

Foi em 1550 que se estabeleceu nessacidade a família Am a ti. que fabricou a célebregama dos instrumentos, que serviram à músi-ca de Carlos IX.

Stradivarius. o mais célebre dos fabrican-tes de violinos, nasceu nessa cidade 150 anosmais tarde. Fêz aí concorrência a Guarnieri.

Citemos ainda o nome de Maggini, que tra-balhou em Brescia, cerca do ano de 1612. Sãoesses os nomes dos maiores fabricantes de vio-linos. Os instrumentos por eles fabricados sãoraríssimos e valem, atualmente, autênticafortuna.

O S V ITRAIS

it arte do vitral é uma indústriaJHL muito interessante que atingiuo seu apogeu na Idade-Média.

Os povos do Oriente parecem tersido os primeiros a empregarem estegênero de decoração translúcida, eé de presumir que tenha datado dasrelações de Roma com a Ásia, a in-trodução, na Itália, dos mosaicoscompostos de placas de vidro, colo-ridas. Sabe-se por Plinio que a vi-trificação existia já há muito, naGália. O que é certo é que os maisantigos vitrais que conhecemos nãoprovêm de mais longe que o séculoXII, isto é, da época em que apare-cem os monumentos mais impor-tantes.

O TICO-TICO

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A ORIGEM DA "MISSA DO GALO_^ _^

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O nome de "Missa do Galo" tem a seguinte origem: Pouco antes de dar as 12 horas da noite de24 de Dezembro, cada lavrador da província de Toledo, Espanha, matava um galo, em me-

mória daquele que cantou três vezes quando Pedro , o apóstolo, negou Jesus, por ocasião da sua pri-são. Depois que a ove estava morta era levada para a igreja e oferecida ao Senhor, e só depois da suachegada é que se realizava a missa, que era celebrada com grande solenidade.

Terminada a cerimônia religiosa e os cânticos os fiéis dirigiam-se à sacristia e ali, sobre umaesteira de palha ou, na sua falta, sobre um pano estendido no chão, todos deixavam as aves sob aguarda do pároco, que ficava sendo o responsável por elas. No dia seguinte, os gaios eram reparti-dos entre as pessoas pobres da terra que, assim, podiam festejar o Natal com arroz e galo. Em algu-mas aldeias espanholas e portuguesas era costume levar-se um galo vivo para a igreja a fim de queêle cantasse durante a missa. Quando o galo cantava, todos ficavam contentes porque era bom au-gúrio, mas, se acontecia o contrario, e a ave se mantinha muda, todos se intristeciam, pois isto que-ria dizer que teriam um ano ruim para a colheita e que muitas outras coisas desagradáveis haviamde acontecer. Então, o sacerdote subia ao púlpito e pedia a Deus que protegesse a todos. O galo quecantasse era carregado em procissão, percorrendos casas, onde era alimentado e mimado como ne-nhum outro; às vezes até morrendo de tanto comer. O galo que não berrasse o seu "qui-ri-qui-qui"morto, mas ninguém o comia e suas penas eram queimadas.

era

H I STÓRI A DE UM TÍTULO

O título de Príncipe de Gales, o mais alto de toda a vasta e ricasérie de títulos nobres da Grã-Bretanha, por isso que é usado

unicamente pelos herdeiros da coroa, data do tempo de Eduardo I.E sua história, certamente pouco conhecida, não deixa de ser curió-sa. Pelejava o rei Eduardo I contra os habitantes de Gales, porqueestes não queriam submeter-se ao rei de Inglaterra. Certamentecom o nobre intuito de evitar que mais sangue se derramasse, o mo-narca fez aos homens de Gales uma proposta: que aceitassem umpríncipe da sua nação, cuja vida era irrepreensível e que não sabiauma única palavra de inglês. Acordaram os insubmissos com a so-iução, afirmando que aceitariam um soberano nessas condições e,então, o rei apresentou-lhes seu filho, que nascera uns dias antes,exatamente no País de Gales. O povo gostou da enternecedora arti-manha e, sem qualquer reserva, prestou juramento de fidelidade aopequenino soberano. Nascera, assim, o elevado título de Príncipede Gales que, desde então, passou a ser usado pelos futuros sobe-ranos da Grã-Bretanha.

Maio - Junho de 1959

A ORIGEM DO PAPEL BRANCO

ATÉ o ano de 1746 todos os papeis eram de côr amarelada.

Um dia, quando a senhora Buttanshaw, esposa de um fa-bricante inglês de papel, visitava a fábrica de seu marido, rasgou-se a bolsa em que ela carregava alguns embrulhos, e o que con-tinha tinta azul em pó, (anil) para lavar roupa, caiu dentro da va-silha onde estava sendo preparada a pasta de papel. A senhora nadadisse ao esposo, receosa de que houvesse, com aquele acidente,.es-tragado todo o material do tacho. Quando o papel ficou prontonão foi amarelado e sim muito alvo. O Sr. Buttanshaw ficou tão sa-tisfeito que ordenou a produção em maior quantidade. Foram fei-tas novas misturas, porém o papel produzido foi amarelado, comoo antigo. Decepcionado, em conversa com a esposa, contou-lhe que,inexplicavelmente, tinham conseguido produzir um papel muitobranco, porém, que, posteriormente, não tinha sido possível fazeroutro igual. Então a senhora Buttanshaw narrou o que havia acon-tecido e seu marido, graças àquele acidente, aumentou a sua for-tuna fabricando o papel branco

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OSTRACISMO

Votac-o do ostracismo.

EM muitas cidades da Grécia se

dava o nome de ostracismo auma espécie de banimento tempo-rário, que o povo reunido pronuncia-va contra um cidadão, não comopena. mas como medida de segu-

rança, quando receava que êle. porsua influência nos negócios públi-cos. por seu merecimento ou servi-ços# quisesse atentar contra a liber-dade do povo.

Nenhuma deshonra estava liga-da ao ostracismo. O condenadoconservava a propriedade de seusbens, que só no banimento por cri-me eram confiscados; usufruía desuas rendas, no estrangeiro, e, ex-pirado o prazo legal desse desterro,voltava com todos os direitos de ei-dadão. Em Atenas a duração era de10 anos, mas o povo podia chamardo exílio os cidadãos cujos serviçosjulgasse necessários. Eram precisos6 mil votos para a decretação doostracismo. Os cidadãos votavamescrevendo seus sufrágios em umaconcha (em grego

"ostrakon").Por extensão se usa da expressão"condenado ao ostracismo", aludin-do-se a quem se dedicou à políticaou ao serviço da pátria, mas cujopréstimo, por qualquer motivo, nãoé aproveitado pelo governo.

ODDIMPIDH rM_HÀO _^ primeiro canhão de campanharl-lrl_.llYV W.I1MMU V_/ do segundo os planos do rei Gus

foi fabrica-Gustavo Adolfo,

da Suécia. Era constituído por um tubo de bronze, reforçado por cordas encera*das e por sua vez cobertas por espessa capa de couro.

Essa peça era bastante leve para acompanhar a infantaria por toda partee atirava de preferência metralha.

Foi utilizado pela primeira vez em 1611 e em 1632 copiado pela Holanda epela Alemanha; mais tarde, durante a Guerra dos Sete Anos, pela França,

ORIGEMDOS SELOS

FOI Rowland Ilill quem, no ano de 1837, inventou

o selo. Esta invenção tem uma história bastanteinteressante e, portanto, digna de ser contada.

Um dia o carteiro bateu à porta de humilde esta-lagem duma aldeia inglesa, com o fim de entregarcarta vinda da Escócia, recebendo, em troca, a taxade dois xelins. A estalajadeira examinou cuidadosa-mente o sobrescrito e, depois, restituiu a carta ao car-teiro, explicando:

Pode levá-la: sou pobre demais para pagar doisxelins por uma carta.

Rowland Hill observou esta cena e, impelido porum impulso de generosidade, pagou a taxa, julgandoque isso alegraria a boa mulher. Notou, com bastanteassombro, que a estalajadeira não abriu a sôbre-carta.Resolveu interrogá-la. Eis a resposta imediata:

Que vantagem há, em eu abrir a carta ? Sóme interessa o sobrescrito. E sabe porque ? Tenho umfilho na Escócia, e fizemos a seguinte combinação:não pagar taxa pela nossa correspondência. O endere-ço compõe-se de seis linhas, e é escrito por pessoa dafamilia, de forma que, numa simples olhadela, logosei que meu filho, minha nora e neto gozam saúde.

A sôbre-carta nada tem dentro. Aqui está o mo-tivo por que a carta continua sobre a mesa".

Rowland Hill sentiu-se profundamente comovidoe percebeu então que o preço elevado das taxas ofere-cia sérias dificuldades à vulgarização da correspon-dência. Estudando o assunto resolveu propor ao Par-lamento a substituição das taxas à distância por umataxa fixa. Simplificava-se o antigo processo por umnovo, que consistia na venda de pedacinhos de papel,com vinhetas impressas, que cada indivíduo colarianas suas cartas.

A invenção de Rowland Hill, em pouco tempo,tornou-se esplêndida realidade, não só na Inglaterracomo nas outras nações.

24O TICO-TICO

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A ORIGEM DA ROCA E DO FUSO~*~*~>**-*-^~»~>~»~^ ¦-¦-¦-¦-.-.-i.n.i-u-ujijLii.i.-u-j.-jvuJ

Al roca vem do tempo dos romanos. Estes

I davam-lhe o nome de "colus". Faziam-naordinariamente de bambu com uns 95 centíme-tros de comprimento e fendida em cima, con-forme chegou até nossos dias.

Existe no Museu Britânico uma curiosa es-tampa colorida, inspirada num original egípcio,que representa uma roca daquele país, finamen-te trabalhada.

Ainda hoje as mulheres do campo fazemas suas rocas da mesma matéria e com o mesmofeitio como as faziam as egípcias, gregas e ro-manas.

Quando a roca estava cheia de lã, estes po-vos designavam-na por epitetos como: "compta""plena", "lana amicta", etc. Este de "lanaamicta" aparece-nos num baixo relevo do "Fo-rum" de Nerva, em Roma. Vê-se uma mulhercom uma roca na mão esquerda, o fio puxadoe pendurado ("stamem") fazendo girar o fuso("fusus") com os dedos da mão direita. O hábitode fiar fornecia às mulheres da Grécia e daItália antiga uma ocupação leve a que tôdasse entregavam.

Esse costume atravessou séculos e hoje ain-da se continua a preparar o fio com esses sim-pies instrumentos empregados pelas mulheresdas idades heróicas.

A roca ("colus") — a fiandeira antigafixava-a ao seu lado esquerdo, passando-lhe ocabo no cinto ("cingulum") da túnica.

Do mesmo modo, as mulheres as fi-xam, hoje, aos atilhos dos seus aventais deriscado.

iMaio - Junho de 1959

Os movimentos da fiação são curiosos e rá-pidos. A rotação do fuso, que a mão esquerdadeixa pender, enrola e entrança as fibras emum fio ("filum"), que, sem interrupção, é ali-montado na sua extremidade superior e proion-gado, por novas fibras que a mão desprende in-cessantemente da roca, à medida que a trançaé formada.

A roca e o fuso são, pois, de origem remota,tendo-se perpetuado através dos séculos comouma das mais interessantes indústrias caseiras,exclusivamente feminina e bastante produtiva.Em certas aldeias de Portugal, ainda hoje, amoça casadoura fia todo o seu enxoval, ajudadapela velha avó, de faces apergaminhadas, cujasmãos trêmulas nunca conheceram outro tra-balho.

Conta-se acerca da roca- e do fuso o se-guinte: "Hércules deixou-se um dia cair emdoida paixão por Omphale, rainha da Lydia.Esta apresentou-se de roca à cinta, fazendo gi-rar o fuso entre o polegar e o indicador da mãodireita. Perante a admiração de Hércules, Om-phale lhe disse:

"Sou a imagem do valor e da força!" Istosubjugou totalmente o homem, abatendo a pai-xão ardente que lhe inspirava a beleza da mu-lher. Passou a render-lhe um culto mais nobre.

Este caso impressionante vem da mitologiae afirma-se ter sucedido.

Plínio, Tíbullo e Ovídio muito escreveramacerca da roca e do fuso, esse produtivo passa-tempo da mulher "— símbolo do trabalho e daconstância".

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A HISTÓRIA DO DINHEIRO-PAPELDIZ-SE

que as notas de banco foram inven-tadas pelos chineses no ano 2697, an-

tes de Cristo.No museu asiático de Petrógrado, na Rús-

sia, existia outr'ora — se é que já não existe— uma emissão completa dessas notas, feita noano 1399 antes de Cristo !

Por outro lado, o escritor e historiador es-panhol, D. Antônio Agapida, refere que o condeTenula, cercado pelos mouros na fortaleza deAlhambra, se viu em dado momento sem di-nheiro para pagar aos seus soldados, os quaiscomeçaram a murmurar por não terem meiospara comprar aquilo de que necessitavam.

Nestas críticas circunstâncias o conde, queera um comandante sagacíssimo, escreveununs pequenos pedaços de papel várias somasque autenticou com a sua assinatura, e simul-taneamente publicou uma proclamação orde-nando aos habitantes que os reconhecessemcomo moeda equivalente às somas neles inseri-tas, ameaçando com severos castigos quem re-cusasse a sua aceitação, ao mesmo tempo queprometia trocá-los oportunamente por moedasde ouro e de prata.

O conde cumpriu, mais tarde, o que pro-metera. Este fato, ocorrido em 1484, é tido comoo primeiro exemplo que se conhece da existên-cia do papel-moeda.

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ALGUNS INVENTOS E DESCOBERTAS IMPORTANTES,——=— SEUS AUTORES E DATAS =___

As notas musicais.. Guido de Arezzo—1010A Bússola Árabes—1010O íman Bacon—1260Os óculos Armati—1285O compasso Gioja—1302A imprensa Gutemberg—1440O relógio de bolso P. Hele—1500O microscópio Jansen—1590O termômetro Drebbe—1621A lanterna mágica .... Kircher—1640O barômetro Torricelli—1643O pêndulo Huygens—1656O mamômetro Guericke—1661A válvula Papin—1680O tear Wyaty—1731O pára-raios Franklin—1752O farol Smeaton—1760

A máquina a vapor .... Watt-A pilha elétrica Volta-O amoníaco Berthollet-A bateria elétrica .. . Galvani-O telégrafo visual . . . Chappe-A litografia Senefelder-A electrólise Davy-A iluminação a gás

Murdoch e Lebon-As penas metálicas .... Wise-O barco a vapor .... Foulton-O prelo Konig-A luz elétrica Davy-A locomotiva .... Stephenson-A lâmpada dos mineiros . . Davy-A turbina Burdin-

768785785789793796797

798803807810812814817824

O motor elétrico ... Jedlicka—1829A máquina de costura

Thimortnier—1829A galvanoplastia .... Jacobi—1837O estetoscópio .. .. Weastone—1838O revólver Colt—1840O telégrafo Morse—1844Osacumuladores . . Armstrong—1844A rotativa Bullock—1845A helice Sauvage—1850A dinamite Nobel—1864O fonógrafo . . Edison—1877O microfone Hughes—1878A lâmpada elétrica .. Edison—1880O cinema Lumière—1895O radium .... O casal Curie—1898

0__ m t -r m _^v f~\ S primeiros palitos que os nossos antepassados trogloditas e lacustres usaram, foram, certamen-

O /V I li 1 W te, pequenos ossos de animais e espinhas de peixes. Assim, pode-se crer que a invenção do palitoJL íT JL_ _L X V-/ ng0 haja custado ao inventor um esforço intelectual demasiado. Nas obras de escritores clássicos an-

teriores à época romana, nenhuma menção se encontra no tocante ao diminuto instrumento de que tratamos. Os babilônicos, de requintadoluxo, os elegantes atenienses deviam, seguramente, cuidar do asseio dos dentes, tanto quanto os civilizados romanos. Pode-se, entretanto,presumir que Sardanápalo e Semíramis, Alcebiades e Aspásia manejavam com a mesma graça que Lúcullo e Horacio uma leve haste de alóespolido. Os historiadores latinos que se ocuparam das particularidades da "toilette" feminina, no tempo de Agrlppina e de Popéia, referem queas damas romanas, depois de terem polido os dentes com finíssimo pó de mármore, passavam entre eles uma ponta de porco-espinho.

Na China e no Japão o uso do palito remonta à mais longínqua antigüidade. Que há, no Ocidente, que os chineses não tenham conhe-cido desde tempos imemoriais ?

jfrM»»»»fl*»HMH)*»ttMHMH|H|HMH^^26 O TICO-TICO

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O JOGO DE XADREZSUA ORIGEM E SIGNIFICAÇÃO

/~N jogo do xadrez representa uma batalha entre dois campos de fôr-^-*/ ças inimigas iguais. Ambas têm o seu exército, comandado peloseu rei, acompanhado de toda a corte. Batalhas dessa ordem, hão deconvir os nossos leitores, não podem ser dirigidas pelos inteligentes pe-tizes que preferirão, sem dúvida, o sossego do lar, a alegria de outrosdivertimentos infantis, ao cálculo e à meditação que são necessáriospara o jogo do xadrez.

Não nos furtamos, entretanto, de dizer aos leitores o que é o jogo doxadrez, talvez o mais dificil de todos os jogos, tão dificil que o grandesábio Leibnitz o considerou como uma ciência. E uma ciência não podeser esplanada no pequeno espaço desta página. É êle de origem persa econsta do tabuleiro e das pedras, que são pretas e brancas.

O escopo principal do jogo de cada parceiro é colocar o rei adversa-rio em posição que, atacado, não pôde fugir nem se defender. Diz-se,quando tal acontece, que o rei está em cheque mate.

As pedras, tanto brancas como pretas, são: o rei, a rainha, os bis-pos (também chamados bobos), as torres, os cavalos e os peões. Estese os cavalos representam a infantaria e cavalaria do exército do rei. Astorres são as fortalezas, e os bispos os defensores da corte. Cada pedratem o seu movimento especial e por isso são muitas as combinaçõesdo jogo.

A marcha das pedras é a seguinte: o rei anda de casa em casa, emtodas as direções. A rainha anda para qualquer direção e não pôdesaltar por sobre outra pedra. A torre desloca-se nos sentidos horizontale vertical. O bispo caminha nas diagonais. O cavalo, a cada movimen-to, muda de côr na casa do tabuleiro, é a única pedra que pôde pularpor sobre outras e anda duas casas para o lado e uma para a frente,ou para trás, ou uma para a frente ou para trás e duas para os lados.

O peão anda na vertical, para a frente, de casa em casa, a não serna saída dò jogo, que pôde pular duas casas, e come para os lados, di-reita ou esquerda.

Duas pedras não podem ficar na mesma casa. A pedra que comefica no lugar da que foi comida ou tomada.

Essas as noções que damos a vocês do jogo do xadrez, cuja origemprovém de uma interessante lenda árabe.

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Um brâmane foi encarregado de divertir o rei e imaginou um jogoem que o rei, a peça mais importante, nada podia fazer sem o auxíliode seus súditos. O rei, entusiasmado com o jogo, ofereceu ao brâmanea recompensa que este quisesse. O brâmane, querendo dar mais umalição ao rei, pediu que lhe fosse dada a recompensa em grãos de trigo,do seguinte modo: um grão na primeira casa do tabuleiro, dois na 2.a,4 na 3.a e assim por diante, até a 64.a casa. O rei concedeu, julgandoaté modesto o pedido.

Feitos todos os cálculos, viram que 18.446.744.073.709.551.615de grãos de tigo seriam precisos, o que só se poderia conseguir se sesemeassem 76 vezes todos os continentes da Terra. E aí têm vocês aorigem e algumas noções do jogo de xadrez.

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