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AS GRANDES BÍBLIAS DA HUMANIDADE As Grandes Bíblias, uma vez estudadas, fazem reconhecer as Verdades Iniciáticas Fundamentais, vindas através de remotos tempos, centenas de milênios, e desmancham essa coisa repugnante que é o fanatismo religioso, sectário, e o fanatismo por homens, livros, médiuns, etc. Ensinam que boa é a VERDADE, não homens ou religiões. A – Popol Bugg, ou Mãe das Bíblias, a dos Atlantes, citada em alguns antiqüíssimos documentos; B Ramaiana, de Rama, relatando a Grande Epopéia; C – Zend Avesta, de Zoroastro, a Bíblia dos Persas; D – Sabedoria Órfica, os Fundamentos Iniciáticos da Grécia; E – Tábua de Esmeralda, de Hermes, Bíblia dos Egípcios; F – Livro dos Mortos, também dos Egípcios; G – Livro dos Princípios, de Viasa Veda; H – Bagavad Gita, de Crisna, O SUPREMO LIVRO DA ANTIGÜIDADE; I – Velho Testamento, começando por Moisés e terminando em Malaquias, relatando profundos ensinos iniciáticos, mais tarde queimados e perdidos, depois restaurados de maneira incompleta, contraditória. Contém a Lei de Deus ou Moral Divina, promete a vinda do Cristo Exemplo de Conduta e o Derrame de Espírito sobre a carne; J – Evangelho de Buda, resumindo a Doutrina dos Trinta e Cinco Budas; K – Código de Manu; L – Versos Áureos de Pitágoras, ou o que restou da queima das bibliotecas; M – Talmud, verdadeiro testamento da Traição, dos rabinos israelitas, contradizendo Moisés e os Profetas, a Lei Moral e o Sadio Cultivo Mediúnico, deixado por Moisés, a partir de Números, capítulo 11; N – Novo Testamento, provando as profecias do Velho, isto é, a vinda do Messias Exemplo de Conduta, o Derrame de Revelação ou Espírito sobre a carne, etc. Convém lê-lo com honestidade, porque contra Jesus e Sua Tarefa Imortal se levantariam todas as pedradas contraditórias, todas as traições, como afirmou o Profeta Simeão, e elas estão no mundo, fantasiadas de verdadeiras...; O – Corão, a Bíblia dos Árabes; P – Evangelho Eterno, prometido em Apocalipse, 14, 6. Quem quiser estar a par dos Fundamentos Iniciáticos, de todas as Grandes Bíblias, leia os livros de Osvaldo Polidoro. E quem quiser, realmente, conhecer e praticar O VERDADEIRO CRISTIANISMO, leia a documentação Bíblico-Profética, com INTELIGÊNCIA E HONESTIDADE, ou fora de capciosos manobrismos de grupos quaisquer.

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AS GRANDES BÍBLIAS DA HUMANIDADE As Grandes Bíblias, uma vez estudadas, fazem reconhecer as Verdades Iniciáticas Fundamentais, vindas através de remotos tempos, centenas de milênios, e desmancham essa coisa repugnante que é o fanatismo religioso, sectário, e o fanatismo por homens, livros, médiuns, etc. Ensinam que boa é a VERDADE, não homens ou religiões. A – Popol Bugg, ou Mãe das Bíblias, a dos Atlantes, citada em alguns antiqüíssimos documentos;

B – Ramaiana, de Rama, relatando a Grande Epopéia; C – Zend Avesta, de Zoroastro, a Bíblia dos Persas; D – Sabedoria Órfica, os Fundamentos Iniciáticos da Grécia; E – Tábua de Esmeralda, de Hermes, Bíblia dos Egípcios; F – Livro dos Mortos, também dos Egípcios; G – Livro dos Princípios, de Viasa Veda; H – Bagavad Gita, de Crisna, O SUPREMO LIVRO DA ANTIGÜIDADE; I – Velho Testamento, começando por Moisés e terminando em Malaquias, relatando profundos ensinos iniciáticos, mais tarde queimados e perdidos, depois restaurados de maneira incompleta, contraditória. Contém a Lei de Deus ou Moral Divina, promete a vinda do Cristo Exemplo de Conduta e o Derrame de Espírito sobre a carne; J – Evangelho de Buda, resumindo a Doutrina dos Trinta e Cinco Budas; K – Código de Manu; L – Versos Áureos de Pitágoras, ou o que restou da queima das bibliotecas; M – Talmud, verdadeiro testamento da Traição, dos rabinos israelitas, contradizendo Moisés e os Profetas, a Lei Moral e o Sadio Cultivo Mediúnico, deixado por Moisés, a partir de Números, capítulo 11; N – Novo Testamento, provando as profecias do Velho, isto é, a vinda do Messias Exemplo de Conduta, o Derrame de Revelação ou Espírito sobre a carne, etc. Convém lê-lo com honestidade, porque contra Jesus e Sua Tarefa Imortal se levantariam todas as pedradas contraditórias, todas as traições, como afirmou o Profeta Simeão, e elas estão no mundo, fantasiadas de verdadeiras...; O – Corão, a Bíblia dos Árabes; P – Evangelho Eterno, prometido em Apocalipse, 14, 6. Quem quiser estar a par dos Fundamentos Iniciáticos, de todas as Grandes Bíblias, leia os livros de Osvaldo Polidoro. E quem quiser, realmente, conhecer e praticar O VERDADEIRO CRISTIANISMO, leia a documentação Bíblico-Profética, com INTELIGÊNCIA E HONESTIDADE, ou fora de capciosos manobrismos de grupos quaisquer.

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Râmâyana (As Religiões da Índia, Stela, Jorge Bertolazo)

O Râmâyana é posterior ao Mahâbhârata, escrito por Vâlmikê. Consta de 24.000 estrofes em 7 cantos,

do qual o primeiro e o último aparecem posteriormente. Trata ele da contenda entre Rama e Râvana. Monstruoso gigante demoníaco, que não os deuses, mas

só os homens podem matar. Vishnu então encarna-se em Rama, feito homem, e mata o monstro. A contenda termina com a morte do gigante que tinha roubado Sita, a esposa de Rama, escondendo-a na ilha Lanka, Ceilão.

Rama sobe ao trono de seu pai. Neste poema, que contém certamente um fundo histórico, isto é, a expansão dos Árias no sul da Índia, V. Henry pretende ver um mito solar; o sol (Rama) vive na obscuridade até que não encontra a aurora (Sita) depois de reinar sobre os países. O Ramâyana contribuiu muito para a difusão do culto de Vishnu e, dadas as maravilhas divinas e demoníacas que ele narra, é lido com grande interesse pelos hindus.

(*) Vishnu

(Induismo na Storia delle Religioni, Hull E.)

Vishnu, no hinduismo, assumiu aspectos diversos, que são considerados encarnações (avatâra) em

benefício dos homens. Assume um aspecto de um deus bom, amigo dos homens, tão desejoso de salvar o mundo que, por 10 vezes, fez a sua “descida” – avatâra, tendo encarnado: 1. em um peixe, sob cuja forma, durante o dilúvio, tirou a arca em que estava Manu, até o monte de Cashmir; 2. em uma tartaruga, para desarraigar o monte Mandara, ou para suster a terra que começava a afundar; 3. em um javali, que recuperou a terra, afundada nas águas de um novo dilúvio; 4. em um homem leão, que salvou o pio jovem Prhahada, matando o demônio Hiranka Kaçipu; 5. em Rama armado de machado, Paraçu Rama, sob cuja forma combate os príncipes orgulhosos; 6. em Rama, o herói brâmane de que trata o Râmâyana, distribuidor da casta dos guerreiros; 7. em Krishna, que aparece no fim da época do bronze para destruir o tirano Kansa, que representava o princípio do Mal; 8. no Buda, que passa, assim, a fazer parte do sistema hinduísta e vem ao mundo para apressar, com a pregação, a ruína dos ímpios; 9. a décima encarnação virá no fim do mundo, quando Vishnu, sob a forma de Kalkin, montado num cavalo branco, virá com a espada cintilante fazer justiça contra os ímpios e renovar a vida do mundo.

1. A grande Epopéia 2. O MAHABHARATA – a natural menção deste nome dá tremor ao pensamento sagrado. Este é um grande épico e

heróico poema. Ele contém uma centena de milhares de versos. Ele contém a essência de todas as escrituras. Ele é uma enciclopédia de ética, conhecimento, política, religião, filosofia e Dharma. Se você não encontrar qualquer coisa nele, você não poderá encontrá-la em outro lugar além dele. Ele contém dezoito Parvas, ou seções, a saber: Adi Parva, Sabha Parva, Vana Parva, Virata Parva, Udyoga Parva, Bhisma Parva, Drona Parva, Karna Parva, Shalya Parva, Sauptika Parva, Stree Parva, Shanti Parva, Anushasana Parva, Asvamedha Parva, Ashramavasika Parva, Mausala Para, Mahaprasthanika Parva e Swargarohanika Parva. Cada um destes Parvas contém muitos sub-parva ou subsecções.

3. Este maravilhoso livro foi composto por Shri Vyasa (Krishna Dvaipayana), que foi o avo de todos os heróis da epopeia. Ele ensinou esse épico ao seu filho Suika e aos seus discípulos Vaisampayana e outros. O rei

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Janamejaya, filho de Pariksit, o neto dos heróis desta epopéia, executou um grande sacrifício. A epopeia foi recitada por Vaisampayana para Janamejaya, aos comandos de Vyasa, Depois, Suta recitou o Mahabharata tal como feito por Vaisampayana para Janamejaya, para Saunaka e outros, durante um sacrifício protagonizado por Saunaka em Naimisaranya, a qual fica perto de Sitapur em Uttar Pradesh.

4. É muito interessante lembrar-se das aberturas e fechamentos das linhas deste grande épico. Ele começa com: “Vyasa cantou da inefável grandeza e esplendor do Senhor Vasudeva, quem é a origem e o suporte para tudo, quem é eterno, imutável, auto-iluminado, quem é não nascido em todas os seres, e a honestidade e a retidão dos Pandavas”. E termina com: “Erguendo as mãos eu grito com toda a força de minha voz; mas ai de mim, não há ninguém que escute minhas palavras que possa me dar a Suprema Paz, Alegria, e eterna Felicidade. Só se pode conquistar todos os objetos do desejo pelo Dharma (reta conduta)”.

1. A epopeia em poucas palavras 2. O Mahabharata é a história da grande guerra da Índia entre os Pandavas e os Kauravas. Os dois irmãos,

Dhritarashtra e Pandu nasceram por intermédio de Vyasa, após a morte de Vichitravirya. Dhritarashtra nasceu cego, Pandu sucedeu ao trono, mas ele transmitiu o reino para seu irmão mais velho, e introduziu-se na floresta, junto com os seus cinco filhos como Yudhisthira, etc., eles nasceram chamando-se “Pandavas”. Dhritarashtra também teve cem filhos como Duryodhana e outros, chamados de “Kauravas”. Pandu morreu durante a infância dos seus filhos e Dhritarashtra continuou no poder do reino com a ajuda de seu tio-avô Bhisma, que prometeu a si mesmo o celibato para a sua vida toda. Os príncipes Pandava e Kaurava foram educados e criados juntos, e treinaram da mesma forma através de Dronacharya. Juntos, o grupo de príncipes consideravam-se designados para o trono, e colocavam-se acima dos outros com hostilidade, e os sentimentos deles, e relações, crescia em tensão dia a dia. Por conta da perseguição dos Kauravas, os Pandavas abandonaram o seu lar e sofreram muitas dificuldades e dor; mas no casamento deles com a filha de Drupada (Draupadi), o rei Dhritarashtra deu metade do reino para os Pandavas. Os Pandavas fizeram melhoras em seu país e estabeleceram a capital em Indraprastha, e, então, realizaram o sacrifício de um cavalo com grande pompa. Os Kauravas foram também convidados, mas, ao verem a boa fortuna dos Pandavas, e sentindo-se ofendidos pelas brincadeiras feitas por eles, ficaram com ciúmes e ressentimentos, retornando à casa com sentimentos de inimizade e vingança. Eles conspiraram contra os Pandavas, e os convidaram para uma aposta, e, através disto, eles ganharam toda a riqueza, o reino, e a pessoa deles; também insultaram e maltrataram a esposa deles, Draupadi, na presença de todos. No final das contas, os Pandavas tiveram que exilar-se na floresta por doze anos, e passar outro ano num local secreto, e, no retorno do exílio teriam direito a retomarem o reino que eles perderam. Os Pandavas cumpriram com isto tudo, mas, ao retornarem, os Kauravas recusaram-se a devolver-lhes o reino.

3. Isto causou a grande guerra familiar, da qual todos os Kauravas, e os dois exércitos, foram aniquilados, sobrevivendo apenas os Pandavas, recebendo a vitória.

4. Os Pandavas foram ajudados pelo Senhor Krishna, e outros de suas relações, como Drupada, Virata, etc., e as forças deles contava com sete batalhões (Akshauhinis). Os Kauravas também tiveram ajuda de pessoas de suas relações e amigos, e as forças deles eram de dezessete batalhões. Os Pandavas tiveram sucesso por causa da sua correta ação, e pela Divina Graça (auxílio de Krishna).

5. O cego Dhritarashtra representa Aviyda, ou ignorância; Yudhisthira representa Dharma; Duryodhana, Adharma; Draupadi, Maya; Bhisma, a liberdade das paixões; Dussasana, qualidades diabólicas; Sakuni, inveja e traição; Arjuna, a alma individual; e o Senhor Krishna, a Alma Suprema; Kurukshetra é Antahkarana.

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3. A mensagem do Mahabharata

A mensagem do Mahabharata é a mensagem da Verdade e da Retidão. O grande épico produz uma moral despertando nos leitores e estimulando-os para andarem no caminho de Satya (verdade) e Dharma (retidão). Ele encoraja-nos fortemente para fazer o bem, praticar Dharma, cultivar o desapego, para entender a natureza ilusória deste universo, e das desvantagens dos prazeres sexuais, e, assim, obtendo Eterna Bem-aventurança e Imortalidade. Ele induz as pessoas para fazerem o que Yudhisthira fez, e a abandonarem o que fez Duryodhana. Fixa-te no Dharma tenazmente. Tu irás alcançar eterna felicidade e Moksha (liberação), o summum bomum da vida. Este é o objetivo final e central dos ensinamentos do Mahabharata. Tomara que estes ensinamentos e suas ilustrações deste antigo épico, te guiem em todos os caminhos de tua vida. Tomara que tu te fixes no Dharma. Tomara que as grandes características do Mahabharata te inspirem! Tomara que tu te embebas com a retidão de Yudhisthira, a pureza de Bhisma, a coragem de Arjuna e a tolerância de Karna!

Glórias pra Sri Bhagavan Vyasa, o grande ancestral destes heróis, o autor do Mahabharata, um Chiranjeevi e um Avatara do Senhor Hari.

Significado de Rama

Que a Rama, avatar de Vishnu e marido de Sita é um símbolo de sacrifício, um modelo de fraternidade,

um administrador ideal, e um guerreiro incomparável. A essência da Rama é, portanto, a essência da

excelência em cada exercício.

Rama é o exemplo supremo de como as pessoas devem se comportar no mundo, como um país deve ser

governado, como a integridade e moralidade dos seres humanos devem ser

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protegidos. Ações elevados, qualidades ideais e pensamentos sagrados são fundamentos básicos de

caráter. Rama é a própria personificação destes três atributos.

O Princípio de Rama é uma combinação do divino no humano e do humano no Divino. A inspiradora história

de Rama apresenta o código de ética tripla relativa ao indivíduo, à família e à sociedade. Se a sociedade está

progredindo bem, a família também estará feliz, harmoniosa e unida. Para a unidade na família, os indivíduos

que a compõem devem ter um espírito de sacrifício.

Rama e Sita

Sita significa literalmente "enrugada", ou seja, a linha feita enquanto se ara a terra, e no período védico ela foi uma das deusas associadas à fertilidade. O Kausik-sutra e o Paraskara-sutra associam-na várias vezes como a esposa de Parjanya (um deus associado às chuvas) e Indra.

Ela surgiu como uma importante divindade no Ramayana de Valmiki, escrito aproximadamente entre 200 AC e 200 DC, e vários vernáculos extraídos do mesmo, com conteúdos ligeiramente modificados, ao longo dos séculos seguintes. Estes textos enaltecem Rama e Sita como o casal divino, e inúmeras mitologias, lendas, e folclores giram em torno deles. Sita é sempre representada em associação com Rama, o seu marido, e Rama é fundamental para a sua vida e existência. Ela tem um papel dominante em toda a tradição mitológica hindu tão longe quanto o retrato da mulher e esposa ideal aparece. Ela representa a devoção da esposa, paciência e castidade. Ela obscurece várias outras esposas divinas hindu, como Parvati e Lakshmi, e outros semelhantes esposas dedicadas da mitologia hindu, como Savitri e Damayanti.

Sita foi a esposa de Rama, na realidade filha da deusa Terra e surgida num lago de dentro de uma flor de lótus. Foi encontrada pelo piedoso rei de Mitila, Janaka Maharaja, que a criou como uma filha. A narrativa purânica (ancestral) conta que o Maharaja Janaka era o guardião do famoso arco de Shiva, tão grande e pesado que era transportado por uma junta de dez bois enormes.

Sita é uma das divindades mais populares do Hinduísmo. Atualmente, Sita é associada a Rama, tal como a sua mulher, e ela recebe culto junto com seu marido Rama, sendo considerada uma das muitas encarnações de Lakshmi.

Rama é, na mitologia hindu, um dos avatares do deus Vishnu. A ele é dedicado o poema sagrado Ramayana, que juntamente com o Mahabharata compôem as mais respeitadas narrativas históricas da cultura védica.

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Rama ou Ramachandra, Rama significa a fonte do todo o prazer, que é comparado a Chandra, a lua encantadora, ou aquele que brilha na Terra.

É o símbolo do grande homem, o perfeito filho, o perfeito marido, irmão, amigo e governante. Sua saga está descrita na epopeia litero-religiosa Ramayana, onde é relatado com detalhes seu casamento com Sita, e sua luta contra o demônio Ravana, o mais terrível demônio do mundo.

1. Introdução

O Ramayana de Valmiki, provavelmente, é o mais antigo e glorioso épico no mundo. Ele é conhecido como o Adikavyam, ou seja, o primeiro poema. O Ramayana exercita um grande poder de modelagem sobre a vida das pessoas. Ele contém lições objetivas para maridos e esposas, pais e filhos, irmãos e irmãs, amigos e inimigos.

2. Suas origens

Valmiki certa feita perguntou para Narada: “Ó venerável Rishi (sábio), por favor, diga-me se existe um homem perfeito neste mundo, que seja ao mesmo tempo virtuoso, bravo, obediente, verdadeiro, nobre, constante nas suas obrigações, e querido por todos os seres?”

Narada respondeu: “Existe tal pessoa, é um príncipe de Iksvaku chamado Rama. Ele é virtuoso, bravo, gentil e sábio. Ele é um grande herói. Ele ama a sua atividade, sem nenhum apego, imensamente. Ele é o protetor do Dharma. Ele é firme e constante; justo e generoso. Ele é bem versado nos Vedas e na arte da guerra. Ele é único na posse das virtudes e inigualável em beleza. Ele é um filho obediente, um irmão gentil, um amável esposo, uma amigo de fé, um rei ideal, um inimigo misericordioso, e ama a todas as entidades vivas. Todas as pessoas O adoram”. Valmiki, refletindo sobre esta fluente descrição, caminhou em direção a margem do rio Tamasa. Aconteceu, por acaso, de um casal de Kraunchas (pássaros) estarem brincando um com o outro amorosamente. Repentinamente, o pássaro macho foi abatido por um caçador cruel, e a fêmea, vendo o macho se contorcer em agonia no chão, gritou de lamentação. O sábio sentiu grande piedade ao avistar a queda do pássaro, e ao lamento dolorido da sua companheira, e exclamou com força: “Jamais, ó caçador cruel, irás ter descanso; matastes um Krauncha no meio do seu amor”. Estas palavras saíram espontaneamente, na forma de um verso musical, tendo quatro bases de dezoito sílabas cada uma (métrica Anustup).

3. A visita do Senhor Brahma

Quando, então, Brahma, o criador do mundo, pessoalmente, apareceu diante do poeta, e disse: “Cante a história encantadora de Rama na mesma métrica melodiosa; enquanto este mundo durar, enquanto as estrelas no céu brilharem, essa melodia deve espalhar-se por sobre os homens”. Assim que disse isto, o Senhor Brahma desapareceu. Ele inspirou o poeta com o conhecimento de toda a história de Sri Rama. Imediatamente Valmiki sentou-se em meditação, e narrou cada evento na história de Sri Rama na sua visão Yóguica. Então ele iniciou a escrever o Ramayana. A melodia do Ramayana nasceu do coração do amor e da piedade de um pássaro ferido. Quando aplicado ao Ramayana, os versos de Valmiki soam de piedade pelos Krauncha, podendo ser assim interpretado: Sri Rama e Sita representam os dois Kraunchas; Ravana represente o caçador cruel. Sita foi cruelmente separada de Rama, pelo cruel caçador Ravana. Existe, então, uma leve similaridade nestes casos. O cruel caçador agir como um precursor para a inspiração de Valmiki ao narrar o Ramayana.

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4.A composição do Ramayana

O Ramayana de Valmiki contém 24.000 versos, os qual foram agrupados em 500 capítulos, e novamente em

sete Kandas ou seções, a saber: Bala, Ayodhya, Aranya, Kishkindha, Sundara, Yuddha, e Uttara Kandas. No seu conteúdo há uma genuína poesia clássica sânscrita. Os jovens filhos de Rama: Kusa e Lava, foram os primeiros recitadores do mundo, que cantaram a música deste reputado trabalho. Eles se vestiram as roupas de ascetas do retiro do mestre Valmiki, e cantaram o maravilhoso poema na presença do pai deles, Rama, e outros heróis na história.

5. O Significado esotérico do Ramayana

O significado esotério do Ramayana é este: Ravana representa Ahankara ou egoísmo. Suas dez cabeças representam os dez sentidos. A cidade de Lanka é a cidade de novo portões do corpo físico. Vibisana corresponde ao intelecto. Sita é a paz. Rama é Jñana (sabedoria). Matar as dez cabeças de Ravana é matar o egoísmo e o controlar os sentidos. Salvar Sita é alcançar a paz a qual o Jiva (alma individual) perdeu por causa dos desejos. Alcançar Jñana é ter o Darsana de Rama, o Ser Supremo.

Aquele que cruza este oceano de Moha, e destrói os Rakshasas: Raga e Dvesha (gosto e desgosto; querer e não querer), é um Yogin, que esta unido com Shanti, ou Paz, sempre repousando no Atman, e regozijando-se na eterna bem-aventurança. Sri Rama representa o bem, ou Sattva; Ravana o mal. Sri Rama e Ravana lutaram um com o outro, e finalmente Rama tornou-se vitorioso. O positivo sempre supera o negativo; o bem sempre vence o mal.

O RÂMÂYANA [por Jorge Bertolaso Stella I ]

1. O Râmâyana , a épica que exalta os feitos (ayana — "viagem") de Rama, consta de sete livros (kânda "secção")

de cerca de 24.000 çlokas ou estrofes, contidas em sete capítulos ou cantos (sargas).

2. Seu autor foi Vâlmiki, de cuja existência não se deve duvidar, brahmane e vânaprastha = "habitante da selva";

cooperou para o renascimento do sânscrito e foi o glorificador de um herói nacional. A crítica, especialmente

da parte de H. Jacobi, lhe atribui a paternidade dos livros II — VI, sendo o primeiro (I) e o último (VII)

acréscimos. Mas mesmo os livros II-VI contêm matéria que não é propriamente de Vâlmiki, mas certa

ampliação da parte dos bardos ou cantores das lendas de Rama.

3. 2. A respeito do significado da façanha de Rama, a crítica moderna, considerando que Lankâ é a ilha de Ceilão, a

interpretou especialmente como sendo a luta pela expansão dos árias na índia meridional; outros querem ver

nos demônios de Lankâ os budistas de Ceilão, oprimidos pela reação brahmânica; outros consideram um mito

solar; outros finalmente, negando ao poema qualquer conteúdo alegórico, lhe atribuem porém um

fundamento mitológico: em Rama tem-se no espírito Indra, em Sita, nascida da terra, o sulco personificado nas

divindades protetoras da agricultura e dos frutos da terra.

4. 3. Existem três revisões do Râmâyana: a mais difundida delas, Schlegel chamou impropriamente setentrional,

mas que deve ser chamada vulgata; Jacobi indicou-a com a letra C; a revisão bengálica ou gaudiana, como a

chamou Garrezio que deu a tradução completa em 5 volumes, indica-a como a letra B; e finalmente a redação

ocidental que é distinguida com a letra A, Kashmiriana, conhecida somente nos manuscritos.

5. 4. Deixando de banda os livros I e VII e as partes dos livros II-VI seguramente espúrias, julga-se que o Râmâyana

tinha sua forma atual já no segundo século da era cristã, antes que o Mahâbhârata recebesse sua redação

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definitiva. Todavia, no que se refere ao núcleo fundamental dos dois poemas, o Râmâyana é provavelmente

posterior. Os textos budistas não o conhecem, porém contêm indícios dos quais se pode concluir que havia

cantos de bardos ou de qualquer modo de tipo Akyâna, que se referiam à saga de Rama, da qual, além disso,

têm-se, no Veda, somente raras referências. Não é improvável que as âkyânas, cantos dos feitos, que existiam

há muito tempo e transmitidos pelos bardos, tenham sido difundidos e plasmados por Vâlmiki, talvez no IV ou

III século a.C. 5.

Segundo Edouard Schouré “Quando, um dia, os gênios opostos eram unidos em inocência primitiva, na época ariana primitiva, surgiram os hinos védicos, onde transparecem o sentimento do divino, na unidade que penetra o todo. Como nasceu tal civilização?... A primeira concentração do núcleo ariano, no Irã, fez-se por meio de uma seleção no seio da raça branca, sob a direção de um conquistador legislador, que deu ao seu povo uma religião e uma lei conformes ao gênio da raça branca”. Já Zoroastro menciona seu legislador: Yima. Na epopéia hindu, Ramayana, ele aparece com o nome de Rama. Segundo as tradições egípcias, tal época é o reinado de Osíris. Orfeu denominou-o Dionisos, na Grécia. Rama, sábio jovem druida, com sua dupla tiara de conquistador e iniciado, tendo na mão o fogo místico iluminador das raças, foi conhecedor das virtudes das plantas, astrônomo, profeta. A autoridade emana dele sobre os druidas mais velhos da antiga Cítia. Curou com visco (depois de aconselhado através de uma visão de um Gênio) seu povo castigado pela peste, por causa das práticas de sacrifícios humanos*, colocando o carneiro como estandarte de seus partidários. Em outra visão esplendorosa, recebe deste Gênio, a Inteligência Divina, a incumbência de espalhar seu fulgor pela terra, orientado para o Oriente, liderando a raça boreal. Transformou a mulher em sacerdotisa do lar, desenvolveu e organizou os superiores de sua raça. Promove festas que uniam os dois planos da vida em saudações recíprocas. A seu comando, a raça branca estabeleceu-se no Irã, às portas do Himalaia, mas deveria entrar na Índia, centro principal da raça dos Negros (feito que consta do Zend-Avesta). Toda esta epopeia é recheada de fenômenos e manifestações divinas (fontes de água no deserto, alimentos, curas), até a chegada ao Ceilão, sua meta final. Depois de nova e fulgurante visão, renuncia a todos os bens mundanos e afasta-se dos seus, ensinando seus discípulos, que levam ao Egito o símbolo da unidade das coisas, o fogo sagrado. Até o desencarne, o patriarca dos iniciados dedica-se a ensinar, e deixa o calendário dos Árias, que deu origem aos signos do zodíaco através dos emblemas secretos dos graus de iniciação. *[origem de Esculápio, gênio da medicina que empunha a vareta sob a forma de caduceu. Em Números, 21, está: “Então o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel. Veio o povo a Moisés e disse: havemos pecado, porque temos falado contra o Senhor e contra ti”]. “Ao mesmo tempo, o templo alarga-se; as suas colunas sobem até ao céu; a sua abóbada perde-se no firmamento. Então, Rama, arrebatado pelo seu sonho, viu-se transportado ao cimo de uma montanha, sob o

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céu todo estrelado. De pé, junto a si, o seu Gênio explicava-lhe as constelações e fazia-o ler, nos sinais acesos do Zodíaco, os destinos da humanidade.” - G. I. Rama foi o fundador da Astrologia. Seja qual for o grau de influência do magnetismo cósmico sobre as criaturas, o certo, que temos obrigação de respeitar, é que todas as grandes verdades de caráter espiritualista, que foram transmitidas aos homens comuns, vieram por meio de alguns homens excepcionais. Neste caso temos, uma vez mais, o fenômeno mediúnico ou espírita a servir de alicerce. Rama fora arrebatado em espírito e instruído pelo seu Guia ou Gênio.(A Bíblia dos Espíritas)

“Na sua guerra contra os povos e os reis djambus, como então se chamavam, Ram, ou Rama segundo os orientais, emprega meios aparentemente miraculosos, porque estão fora do alcance das faculdades ordinárias da humanidade, mas que os grandes iniciados devem ao conhecimento e aperfeiçoamento das forças ocultas na natureza.” - G. I. Em primeiro lugar, entre fenômenos mediúnicos e milagres há uma só diferença - é que os fenômenos mediúnicos sempre existiram e os milagres jamais. Ao que os ignaros chamam milagre, fenômeno sem causa própria, a Verdade proclama como ação de espíritos, através de criaturas dotadas de certas faculdades. Estas certas faculdades são da natureza do espírito, em combinação com certas influências fisioenergéticas dessas pessoas. Entre os desencarnados, os encarnados, as faculdades mediúnicas e as influências fisioenergéticas é que se processam os fenômenos. Os grandes iniciados não se fizeram na carne, em uma vida; eles vieram de outras vidas, de realizações antanhas. Os Cristos não se fazem na Terra, de uma feita. No Espaço e no Tempo, nos Mundos e nas Formas, enfrentando Condições e Situações é que eles se forjam. É o destino de todos os filhos de Deus. .(A Bíblia dos

Espíritas) “Os reis e os enviados dos povos ofereceram-lhe o poder supremo: ele pede um ano para refletir, e de novo tem um sonho. O Gênio que o inspirava fala-lhe durante o sono.” - G. I. Na grande visão de última hora, ao contrário de Jesus e de outros que a tiveram nas primeiras horas, Rama foi advertido sobre os perigos do Reino do Mundo. É muito bom recomendar tais leituras aos espíritas em geral, mormente aos dirigentes de Casas Espíritas, pois reina entre eles o gosto pelo Espiritismo Tabelado, tipo engarrafado ou feito em pílulas, comportando apenas meia dúzia de sentenças doutrinárias. O que passar disso, dizem que não é Espiritismo. Entretanto, os textos todos, de todas as Bíblias da Humanidade, provam o fenômeno mediúnico como base de todas as Grandes Revelações. E quem mais sabe, sobre a Restauração do Cristianismo, pode afirmar que atrás de Elias, ou Kardec, o Codificador, estiveram as Legiões do Senhor, os Grandes Iniciados em ação, para que o Espiritismo viesse a constituir a Síntese das Revelações. Se uma lei tem o direito de reivindicar o Alicerce da Verdade, essa lei é o Mediunismo ou Profetismo. E se alguém quiser apelar para o mesmo Alicerce, ele se mostrará vivo e presente, pronto a dar sempre o seu eterno testemunho. .(A Bíblia dos Espíritas)

“O meu reino não é deste mundo.” - Jesus O Diretor Planetário assim afirmou, depois de todos os Grandes Reveladores terem dito e feito, pouco mais ou menos, a mesma coisa. O Reino da Plenitude Espiritual é o Avesso do Mundo. Todas as Escolas Iniciáticas ensinavam assim, fazendo ver que o curso das vidas devia normalmente conduzir as almas à Sagrada Finalidade. Esta implicava e implica na vitória sobre a lei dos renascimentos e das mortes. Conseqüentemente, quem ganha num Reino perde no outro e vice-versa. Logo, é de bom alvitre fazer da matéria bom uso, nunca porém adorando-a. Quem se curva diante da matéria ou do mundo, ao invés de apenas usá-los bem, a si mesmo se desmerece. Lede e comparai Rama com Jesus, na Grande Visão da Tentação. .(A Bíblia dos Espíritas)

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RAMAYANA - a história

O Ramayana é um dos dois grandes épicos hindus; conta sobre a vida na Índia, em torno de 1000 aC, e oferece exemplos de comportamento. O herói, Rama, viveu sua vida inteira exemplificando; de fato, por isso o hindu o considera herói.

Quando Rama era um menino novo, era o filho perfeito. Mais tarde era um marido ideal de sua esposa fiel, Sita, um exemplo de responsabilidade no reino de Aydohya. "Seja como Rama," foi o que ensinaram aos jovens hindus por 2.000 anos; "seja como Sita."

Dasharatha, rei de Aydohya, tem três esposas e quatro filhos. Rama é o mais velho. Sua mãe é Kaushalya. Bharata é o segundo filho de sua esposa favorita, rainha Kaikeyi. Os outros dois são gêmeos, Lakshman e Shatrughna. Um sábio educa os meninos, treinado-os no manejo do arco. Rama pode acertar uma maçã que foi pendurada em uma corda.

Nos arredores, a filha da rainha chama-se Sita. Quando era hora de Sita escolher seu noivo, em uma cerimônia chamada swayamvara, aos príncipes foi pedido para armarem um arco gigante. Ninguém pode nem mesmo levantar o arco, mas Rama curvou-o, não somente armou-o, mas também o quebrou em dois. Sita indica que escolheu Rama como seu marido enrolando uma guirlanda em seu pescoço.

O rei Dasharatha, pai de Rama, decide-se que é hora de passar seu trono a seu filho mais velho, Rama, e de se aposentar. Todos parecem satisfeitos. Este plano cumpre as regras do dharma porque o filho mais velho deve governar e, se um filho já puder responsabilizar-se, os últimos anos do rei podem ser gastos em uma busca de descanso. Além disso, todos amam Rama.

Entretanto, a madrasta de Rama, segunda esposa do rei, não se satisfez. Quer que seu filho, Bharata, governe. Por causa de um juramento que Dasharatha tinha feito a ela anos antes, de que lhe satisfaria dois desejos, o rei concorda com o banimento de Rama por quatorze anos, e coroa Bharata, mesmo tendo o rei, de joelhos, implorado a ela a não exigir tais coisas. Com o coração partido, o entristecido rei não pode enfrentar Rama com a notícia; Kaikeyi foi dizer-lhe a novidade.

Rama aceitou inquestionavelmente o decreto. "Eu obedeço fielmente ao comando do pai", disse para sua madrasta, "mesmo porque, eu iria mesmo se você o requisitasse". Quando Sita, esposa de Rama, ouviu que ele seria banido, implorou para acompanhá-lo em seu exílio na floresta. "Como a sombra segue a matéria, assim a esposa deve fazer com o marido", lembrou ela a Rama. "Não é o dharma da esposa estar ao lado do marido? Deixe-me andar diante de você de modo que eu possa alisar o trajeto para seus pés", clamou-lhe ela. Rama concorda, e então ele, Sita e seu irmão Lakshmana rumaram à floresta.

Bharata, que pela maldade da mãe subira ao trono, revolta-se muito quando soube o que aconteceu. Nem por um momento considerara quebrar as regras do dharma, tornando-se rei no lugar de Rama. Procurou por Rama na floresta: “Pela regra da hierarquia, o trono é do mais velho", lembrou ele a Rama. "Por favor, volte e reivindique seu lugar como o rei; é seu por direito!”

Tendo Rama se recusado a ir substituir o comando do seu pai, Bharata tomou as sandálias do seu irmão e disse: "Eu colocarei estas sandálias no trono, como símbolo de sua autoridade. Eu governarei somente como regente em seu lugar e, a cada dia, porei minhas oferendas nos pés de meu senhor. Quando terminarem os quatorze anos do banimento, retornar-lhe-ei alegremente o reino". Rama ficou muito impressionado com a abnegação de Bharata. Quando ele se retirava, Rama disse-lhe: "Devia ter sabido que você renunciaria feliz; isso é o que a maioria de homens trabalha vidas para alcançar".

Os anos passam e Rama, Sita e Lakshman são muito felizes na floresta. Rama e Lakshman destroem os rakshasas (criaturas maldosas) que perturbam suas meditações. Um dia, uma princesa dos rakshasas tenta seduzir Rama, e Lakshmana fere-a, mantendo-a afastada. Ela retorna a seu irmão Ravana, rei de Lanka (Sri Lanka, anteriormente Ceilão), e conta a seu irmão (que tem uma fraqueza por mulheres bonitas) sobre a encantadora Sita.

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Ravana planeja seqüestrar Sita. Manda um cervo dourado, mágico, para que Sita o deseje. Rama e Lakshman vão caçar os cervos, mas primeiro desenham um círculo protetor em torno de Sita e avisam-na de que estará segura enquanto não pisar fora do círculo. Enquanto caçam, Ravana (que pode mudar sua forma) aparece como um asceta que lhe pede esmolas. No momento em que Sita pisa fora do círculo para dar-lhe o alimento, os de Ravana agarram-na e carregam-na para fora de seu reino em Lanka.

Rama desespera-se quando retorna à cabana vazia e não encontra Sita. Ravana levou-a a seu palácio em Lanka, mas não pode forçá-la a ser sua esposa. Então, instala-a em um bosque e, alternadamente, conversa mansamente e ameaça-a, numa tentativa de forçá-la a concordar com um casamento entre eles. Sita nem mesmo olha para ele, pensa somente em seu amado Rama.

Um exército dos macacos oferece-se para ajudá-lo a encontrar Sita. Hanuman, o general do grupo dos macacos, pode voar, já que seu pai é o vento. Ele voa a Lanka e, encontrando Sita no bosque, mostra o anel que levara para a identificação, conforta-a e diz que seu Rama virá logo para salva-la. Os homens de Ravana capturam Hanuman, e Ravana manda que embrulhem a cauda de Hanuman num pano e ateiem no fogo. Com sua cauda queimando, salta de monte em monte, ateando fogo em Lanka. Voa então em direção a Rama para dizer-lhe onde Sita está

Rama, Lakshmana e o exército dos macacos constroem uma ponte da costa da Índia a Lanka, cruzando sobre Lanka. A batalha pode seguir. Rama mata diversos de irmãos de Ravana e então Rama confronta Ravana. (Ravana é conhecido por sua sabedoria, como também por sua fraqueza por mulheres). Rama mata, finalmente, Ravana.

Rama livra Sita. Sita, entretanto, não é imediatamente recebida por Rama; ele questiona sua castidade por ter vivido na casa de um outro homem. Quando pede a ela que se submeta ao teste pelo fogo, ela concorda. Posta à prova sua inocência, ela torna a se reunir a Rama. Ele sobe ao trono, mas mais tarde Rama abandona-a para dar prioridade à opinião pública, e ela vai viver em outra parte.

Valmiki, um eremita, acolhe-a. Nascem os gêmeos Kusa e Lava. Ele levou 12 anos compondo os versos de Ramayana e ensinando-os aos meninos, que os cantavam acompanhados de tambores e alaúde. Neste ano, Rama, governador de Ayodhya, promove um festival de ação de graças e coloca uma estátua de ouro de Sita no lugar que seria dela. Todos os dias, os gêmeos cantaram trechos do longo poema, encantando todo o povo.

Sauti, o contador de histórias, conta o que aconteceu a partir dali: Pela fabulosa história de Ramayana, Rama descobre que os gêmeos são seus filhos e pediu para que se

buscasse Sita, a fim de reatarem sua vida em comum. Sentado no trono na clareira onde foi o festival, aguarda a adorada e linda esposa.

Quando ela chega à sua frente, Janaka, pai de Sita e marido da Mãe Terra, diz: “Não há censuras”. Rama responde: “Perdoa-me, e perdoa a todos nós”. Ela olha o povo que se agrupa em torno deles, sorri, e pede permissão a Rama para provar sua inocência, o que lhe foi concedido. Clama, então: “Mãe Terra, se fui fiel a Rama, leva-me para casa, esconde-me!”

O chão fende-se num tremor e Mãe Terra toma-a no colo, acariciando-a. Fecha-se a fenda, suavemente, para sempre. Rama lamenta que não mais poderá vê-la.

Passam-se os anos, e o Tempo, enviado de Brama, vem até Rama. Conversam. Chega o dia da partida de Rama. Mergulhará no rio... ele e todos os seus seguidores que lhe entregaram o fogo de seus nascimentos, os quais foram apagados por Rama naquelas águas.

“Confia na Verdade!... e foi o primeiro a mergulhar e continuou mergulhando até o outro lado, vencendo todo o tempo passado e todo o tempo por vir...”

Kusa e Lava cantaram: “Isto encerra o caminho de nosso Pai; a narrativa, afinal, acabou”.

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Trecho de Ramayana, diálogo entre o Tempo e Rama: - Pai, sou Kala, o Tempo. Trago palavras de Brama. Mas, para falar primeiro por mim mesmo, estais sempre além de mim, sois sempre mais velho do que eu, por isso vos chamo Pai. O que quer que vá além de mim, sois vós que fazeis ir. Mas até para vós a força e a mocidade passam, e eu fluo como um rio sem nenhum obstáculo em seu leito e nada para retê-lo; um rio que, depois de passar, nunca retorna. Usai-me ou esbanjai-me, como quiserdes, nunca mais poderei retornar a vós. - Teu fim é teu começo, - disse Rama -, começas quando acabas. Há muito, meu filho, apareceram o Sol, a Lua e as estrelas, e o Tempo principiou a correr outra vez. És meu próprio e querido filho, meu bom e fiel servidor. Abres as flores da primavera e unes os amantes. Perdoas tudo; feres, depois curas. O Tempo sempre dirá. Mais cedo ou mais tarde, revelas todos os segredos, e és sábio, conheces toda a Ciência de todos os mundos. -Trago o amor – disse o Tempo -, uno em matrimônio homens e mulheres, mantenho as criancinhas vivas. Faço nascer a Lua e dou alimento e riqueza. Falais?... deixo-vos falar. Fazeis o bem?... minha mão guia a vossa. Quando encontrais um novo grande dia... fui eu quem o fez aparecer. É tudo um, Rama, todo o tempo que já foi ou que será é um... o começo e o fim são difíceis de ver e são um, Rama... O Tempo sorriu. – E também minto muito, Rama... devo reconhecê-lo... -Tiraste partes queridas da minha vida e as colocaste fora de meu alcance – respondeu Rama. –Vivi tantos invernos frios e primaveras perfumadas, tantos dias e tantas noites, que não posso acreditar que não os haverá sempre mais e mais.