Bactérias - texto didático ensino fundamental

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QUEM MORA COMIGO? Você já ouviu muitas histórias sobre monstros que moram embaixo da sua cama ou no seu armário, certo? E alguma vez você já ouviu falar das criaturinhas que moram no seu umbigo? Aposto que não! Não é só no umbigo que existem outros organismos pequenos. Neste exato momento, milhões e milhões de bactérias estão em várias partes do nosso corpo! Verdade, elas são capazes de nascer, reproduzir e morrer no nosso corpo, ou seja, passam a vida inteira em seu corpo. Isso muitas vezes ocorre sem que a gente perceba, porque muitas dessas bactérias não causam prejuízo à nossa saúde. Achou nojento? Pode ficar tranquilo, você não tem absolutamente nada com o que se preocupar: isso é mais que normal. Temos todos diversos ’moradores’ no interior e exterior de nosso corpo, sendo que muitos deles são importantes para seu bom funcionamento. Você conhece algum exemplo de seres benéficos aos seres humanos e que vivem dentro do nosso corpo? Os lactobacilos são exemplos desses organismos que habitam nosso intestino. Eles regulam as funções desse órgão e protegem-no da ação de bactérias nocivas, ao mesmo tempo em que conseguem alimento em uma fartura difícil de encontrar em qualquer outro lugar. Assim, os dois lados saem ganhando estabelecendo uma relação chamada de simbiose. Essa relação vantajosa para os dois organismos não acontece somente com os seres humanos. As bactérias também são capazes de viver dentro de outros animais, como é o caso dos ruminantes (como uma vaca, por exemplo). Dentro do estômago de ruminantes, a presença das bactérias é fundamental: sem a ação delas, esses animais não conseguiriam digerir a celulose (um tipo de açúcar) que existe no capim que comem. E sem a digestão dessa substância, teriam certamente muitos problemas de estômago! Alguns pesquisadores afirmam que, no total, existe um número superior a 10 bilhões de bactérias em nosso corpo divididas em mais de 200 espécies diferentes. A grande maioria vive no interior do organismo, em que a temperatura é mais ou menos estável e o alimento é abundante. Elas preferem os lugares em que é fácil encontrar comida: dentes, garganta e aparelho digestivo. Mas poucas bactérias habitam os locais em que há líquido correndo, como os canais por que passam as lágrimas ou a urina. Elas não resistem à força da correnteza e acabam sendo arrastadas. Embora o número de bactérias que habitam o corpo humano seja alto, todas elas, se reunidas, encheriam um recipiente pouco maior que uma garrafa pequena de refrigerante. E esse volume, comparado com o do nosso corpo, não significa muito. Quando estamos doentes, o volume de bactérias aumenta por causa das que invadem o organismo para provocar a

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Texto sobre relações entre bactérias e outros seres vivos com ênfase nas relações positivas e com os seres humanos para ser utilizado em sala de aula visando acabar com concepções sobre o assunto

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QUEM MORA COMIGO?Você já ouviu muitas histórias sobre monstros que moram embaixo da sua cama ou no seu armário,

certo? E alguma vez você já ouviu falar das criaturinhas que moram no seu umbigo? Aposto que não!

Não é só no umbigo que existem outros organismos pequenos. Neste exato momento, milhões e milhões de bactérias estão em várias partes do nosso corpo! Verdade, elas são capazes de nascer, reproduzir e morrer no nosso corpo, ou seja, passam a vida inteira em seu corpo. Isso muitas vezes ocorre sem que a gente perceba, porque muitas dessas bactérias não causam prejuízo à nossa saúde. Achou nojento? Pode ficar tranquilo, você não tem absolutamente nada com o que se preocupar: isso é mais que normal. Temos todos diversos ’moradores’ no interior e exterior de nosso corpo, sendo que muitos deles são importantes para seu bom funcionamento.

Você conhece algum exemplo de seres benéficos aos seres humanos e que vivem dentro do nosso corpo? Os lactobacilos são exemplos desses organismos que habitam nosso intestino. Eles regulam as funções desse órgão e protegem-no da ação de bactérias nocivas, ao mesmo tempo em que conseguem alimento em uma fartura difícil de encontrar em qualquer outro lugar. Assim, os dois lados saem ganhando estabelecendo uma relação chamada de simbiose.

Essa relação vantajosa para os dois organismos não acontece somente com os seres humanos. As bactérias também são capazes de viver dentro de outros animais, como é o caso dos ruminantes (como uma vaca, por exemplo). Dentro do estômago de ruminantes, a presença das bactérias é fundamental: sem a ação delas, esses animais não conseguiriam digerir a celulose (um tipo de açúcar) que existe no capim que comem. E sem a digestão dessa substância, teriam certamente muitos problemas de estômago!

Alguns pesquisadores afirmam que, no total, existe um número superior a 10 bilhões de bactérias em nosso corpo divididas em mais de 200 espécies diferentes. A grande maioria vive no interior do organismo, em que a temperatura é mais ou menos estável e o alimento é abundante. Elas preferem os lugares em que é fácil encontrar comida: dentes, garganta e aparelho digestivo. Mas poucas bactérias habitam os locais em que há líquido correndo, como os canais por que passam as lágrimas ou a urina. Elas não resistem à força da correnteza e acabam sendo arrastadas.

Embora o número de bactérias que habitam o corpo humano seja alto, todas elas, se reunidas, encheriam um recipiente pouco maior que uma garrafa pequena de refrigerante. E esse volume, comparado com o do nosso corpo, não significa muito. Quando estamos doentes, o volume de bactérias aumenta por causa das que invadem o organismo para provocar a doença. Mas não pense que o corpo está tomado por elas! Embora as bactérias sejam muitas, quase não conseguimos perceber sua presença.

As bactérias também não vivem na bexiga ou nas partes inferiores dos pulmões, que são muito distantes do exterior para esses microorganismos chegarem até lá. Afinal, eles vêm de fora para dentro! Quando as bactérias são encontradas nesses lugares, é porque estão presentes no organismo em um número muito maior que o normal. Ou seja, está acontecendo uma infecção. As próprias bactérias que vivem em nosso corpo sem causar mal podem provocar uma doença se o sistema imunológico estiver em baixa, isto é, se os anticorpos, nossas células de defesa, estiverem em menor quantidade que o normal. As principais causas dessa queda são a desnutrição, tratamentos com remédios fortes, invasões de vírus…

Eiii, antes de sair correndo para o médico, saiba que essas criaturas vivem em harmonia com a gente e servem como um grande exército de defesa. “Para viver sem essas bactérias, teríamos que morar em uma bolha”, explica Robert Dunn, chefe de uma pesquisa.

Mas olhe lá: não vale usar a biodiversidade de bactérias no seu corpo como desculpa e parar de tomar banho! A falta de higiene permite a entrada de outras bactérias, fungos, piolhos e outras coisas que podem deixar você doente, então, o ideal é estar sempre limpinho e cheiroso.

Agora você não precisa mais sentir aquele medo de ficar sozinho que às vezes aparece. Se lhe servir de consolo, lembre que, o tempo todo, mais de 10 bilhões de seres vivos estão juntinhos de você, fazendo uma companhia que, muitas vezes, é benéfica para o funcionamento do seu organismo… Basta manter uma boa saúde e higiene e você e seus coleguinhas microrganismos poderão ter uma vida longa!

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INFORMAÇÕES SOBRE TEXTO E AUTORAS

Texto utilizado em aula sobre bactérias com uma turma de 7º ano do Ensino Fundamental II e produzido com base em artigos de divulgação científica.

Paula Bergantin Oliveros – Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemáticas (PPGECNM) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Mariana Leite da Silveira – Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemáticas (PPGECNM) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)