Bahianest Agosto 2010

16
BAHIANEST AGOSTO 2010 | 1

description

Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia

Transcript of Bahianest Agosto 2010

Page 1: Bahianest Agosto 2010

Bahianest agosto 2010 | 1

Page 2: Bahianest Agosto 2010

2 | Bahianest agosto 2010

Único sistema de embalagem com:

• Não é tóxico • Não polui o meio ambiente • Indicado para materiais

termosensíveis

Vaporização por peróxido de hidrogênio1

TYVEC®+

Padrão em segurança para fármacos

AF_An_20,3x27_ilustras.indd 1 5/14/10 5:36 PM

Page 3: Bahianest Agosto 2010

Bahianest agosto 2010 | 3

Prezado Colega,

A 23ª Jornada Baiana de Anestesiologia está se aproximando. Nos dias 24 e 25 de setembro, Sauípe será o palco de grandes debates em anestesiologia.

A programação científica está envolvente. Convidamos renomados palestrantes e, teremos três importantes cursos durante a jornada. Tudo isso para que você possa trocar experiências e incorporar no-vos conhecimentos.

O destino é Sauípe, na JORBA!

Dr. Márcio Henrique Lopes Barbosa Diretor Científico da SAEB

CRM/Ba 11.988

BAHIANEST é uma publicação da SAEB - Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia em parceria com a COOPANEST-BA- Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas Estado da Bahia.

RedaçãoAv. Garibaldi, 1815, Sobreloja, Bloco B, Centro Médico Empresarial, Ondina, Salvador - Bahia.Fone: 71 3247-4333

DIRETORIA Presidente Dr. Marco Aurélio Oliveira GuerraCRM/Ba 11.048 Vice-Presidente Dr. Adhemar Chagas ValverdeCRM/Ba 6.055 Secretário Geral Dr. Gilvan da Silva Figueiredo CRM/Ba 12.617 1º Secretário Dr. Hugo Eckener Dantas de Pereira CardosoCRM/Ba 15.709 1ª Tesoureira Dra. Ana Cláudia Morant BraidCRM/Ba 9.622

2º Tesoureiro Dr. Luiz Alberto Vicente TeixeiraCRM/Ba 5.739

Diretor Científico Dr. Márcio Henrique Lopes BarbosaCRM/Ba 11.988

Diretor de Defesa Profissional Dr. Jedson dos Santos NascimentoCRM/Ba 11.927

Presidente da COOPANEST-BADr. Carlos Eduardo Aragão AraujoCRM/Ba 3811

Responsável pela revista:Dr. Marco Aurélio Oliveira GuerraCRM/Ba 11.048

Textos e EdiçãoCinthya Brandão - Jornalista DRT 2397www.cinthyabrandao.com.br

Designer GráficoCarlos Vilmarwww.carlosvilmar.com.br

FotografiasHitanez Freitas

Tiragem 800 exemplares

ImpressãoCartograf

Editorial

Tivemos um semestre muito proveitoso com vários eventos e assí-dua participação dos associados. Realizamos o 15º ENAI em Teixeira de Freitas com engajamento da comunidade médica e acadêmica do extremo sul da Bahia, resultando no maior número de participantes dos últimos 10 anos. A SAEB esteve presente apoiando outros even-tos como o Curso do Instituto de Anestesia Regional, ABNM - Bloqueio Residual, Monitorização e Reversão, Proteção de Órgãos com Inala-tórios e Gas Man. Tudo isso evidencia o quanto os anestesiologistas baianos tem grande interesse em atualização científica.

Modernizamos o site da SAEB tornando-o mais prático e acrescentamos novidades como a área de classificados e a revista on-line. A partir de agora, o associado terá acesso a todas as edições atuais e anteriores da Bahianest através do site.

No momento estamos empenhados num novo desafio, a realização da 23ª JORBA nos dias 24 e 25 de setembro no Hotel Sauípe Class, no Complexo Costa do Sauípe. Será um evento inovador para o associado e sua família. Contamos com a sua presença!

Dr. Marco Aurélio Oliveira Guerra Presidente da SAEB

CRM-Ba 11.048

www.saeb.org.br

Page 4: Bahianest Agosto 2010

4 | Bahianest agosto 2010

No contrato com o complexo, a SAEB buscou condições diferenciadas de hos-pedagem para os sócios. “Para tornar o fim de semana proveitoso e acessível, procuramos montar um pacote all in-clusive com o passaporte de lazer para que enquanto o associado participe das aulas, sua família desfrute de toda a es-trutura que o hotel dispõe. Montamos uma programação cientifica iniciando às 9h e terminando às 16h para que o associado também aproveite com sua família”, acrescenta Dr. Marco.

A programação científica também é inovadora, este ano, com os cur-sos: SAVA (Suporte de Vida Avança-do em Anestesia), Ultrassonografia em Anestesia e Monitorizarão He-modinâmica, além das aulas teóri-cas com palestrantes competentes de todo o Brasil e um destacado convi-dado internacional. “Estamos traba-lhando com muito afinco para reali-

zar uma jornada inesquecível. O tema é atualização em perioperatório. Des-tarte, abordaremos o que é relevante para os anestesiologistas. Ademais, os cursos durante a jornada, frutos de parcerias com a SBA e outras entida-des de relevo, proporcionarão educa-ção continuada com qualidade”, res-salta o diretor científico da SAEB, Dr. Márcio Henrique Barbosa.

As perspectivas são as melhores pos-síveis de acordo coma diretoria e co-missão organizadora da jornada. “Com uma programação científica de alto padrão e a possibilidade de inte-gração entre as famílias dos associa-dos, acredito que a JORBA terá su-cesso nos seus objetivos e resultando num final de semana diferente e agra-dável”, finaliza Dr. Marco Guerra.

Cinthya Brandão Jornalista DRT/Ba 2.397

23ª JORBA em Costa do Sauípe:

conhecimento científico no paraíso

Nos dias 24 e 25 de setembro, a SAEB – Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia rea-lizará o evento mais importante da especialidade no estado. A 23ª JORBA – Jornada de Anes-tesiologia do Estado da Bahia acontecerá num local paradisíaco, no Complexo Costa do Sau-ípe. “Após ouvir a opinião de vários colegas, surgiu uma idéia: porque não fazer um evento onde pudéssemos unir o científico ao lazer? Então a diretoria decidiu fazer a JORBA no Ho-tel Sauípe Class, para que os associados possam desfrutar de um fim de semana com suas famílias e seus colegas fazendo uma interação entre ambos, já que nossas rotinas tão cor-ridas muitas vezes não permitem que haja essa convivência”, explica o presidente da SAEB, Dr. Marco Guerra.

Comissão Nacional de Acreditação

Especialidades: Anestesiologia:

15,0 pontos Medicina Intensiva:

8,0 pontos

Page 5: Bahianest Agosto 2010

Bahianest agosto 2010 | 5

24 de setembro (6ª feira) 8h Entrega de material de pré-inscritos Inscrições

9h – 9h50 Painel: HemotransfusãoCoordenador: Dr. Eron Garcia de Santana (Ba) 9h – 9h20 Gatilho transfusional: o que há de novo? Dr. Eron Garcia de Santana (Ba) 9h20 – 9h40 Estratégias alternativas em pacientes que recusam transfusão Dra. Liana Torres de Araújo Azi (Ba) Debate

9h50 – 10h10 Diabetes mellitus – Como conduzir a farmacoterapia no perioperatório? Dr. Marcos Antonio Albuquerque (Se)

10h10 – 10h30 Hipotermia perioperatória não intencional: influência no resultado cirúrgico Dr. Macius Pontes Cerqueira (Ba)

10h30 – 10h50 Coffee-break

10h50 – 11h30 Painel: ObstetríciaCoordenador: Dr. Jedson dos Santos Nascimento 10h50 – 11h10 Alterações fisiológicas na gestante e implicações para a anestesia Dra. Ana Paula Cronemberger (DF) 11h10 – 11h30 Como conduzir a anestesia nas emergências obstétricas Dr. Jedson dos Santos Nascimento (Ba)

11h30 – 11h50 Guidelines em PCR. O que pode mudar? Dr. Márcio Pinho (RJ)

11h50 – 12h10 Betabloqueadores: estratégia clínica e aspectos práticos do uso Dr. Marcius Vinicius Maranhão (Pe) 12h10 – 13h20 Almoço 13h30 – 14h00 Anestesia e medicina perioperatória Dr. Enis Donizetti Silva (SP) 14h – 14h20 Aspectos relevantes na anestesia para o obeso mórbido Dr. Luiz Marcelo Sá Malbouisson (SP)

14h20 – 15h10 Painel: DorCoordenadora: Dra. Anita Perpétua de Castro 14h20 – 14h40 Bloqueio de nervo periférico – Uma boa opção para otimizar a analgesia pós-operatória? Dr. Antonio Argolo Sampaio Filho (Ba) 14h 40 – 15h00 Hiperalgesia induzida por opióides no centro cirúrgico: como devo manejá-la? Dra. Anita Perpétua de Castro (Ba) Debate

15h10 – 16h Painel: Responsabilidade médicaCoordenador: Dr. José Abelardo Garcia de Meneses 15h10 – 15h30 A prática da anestesia e o Novo Código de Ética Médica Dr. José Abelardo Garcia de Meneses (Ba)

15h30 – 15h50 Responsabilidade médica: uma visão jurídica Dr. Iran Furtado (Ba) Debate 18h Sessão Solene

25 de setembro (sábado) 9h – 9h30 Avanços na anestesia para cirurgia torácica Dr. Eduardo Chini (EUA) 9h30 – 10h40 Painel: Monitorização hemodinâmicaCoordenador: Dr. Gustavo França (Ba) 9h30 – 9h50 Monitorização minimamente invasiva Dr. Enis Donizetti Silva (SP) 9h50 – 10h10 Monitorização hemodinâmica avançada Dr. Gustavo França (Ba) 10h10 – 10h30 Avaliação hemodinâmica da adequação da volemia Dr. Luiz Marcelo Sá Malbouisson (SP) Debate

10h40 – 11h Coffee-break 11h – 11h20 Impacto do sugamadex no uso dos relaxantes musculares Dr. Edmar José Santos (RJ)

11h20 – 11h40 Anestesia na criança-como minimizar riscos e complicações baseadas em evidências? Dr. Alexandre Vieira Figueiredo (Ba) 11h40 – 12h Anestesia no paciente com TCE Dr. Antonio Carlos Brandão (MG)

12h – 13h30 Almoço

13h30 – 14h40 Painel: Cardiopata em cirurgia não cardíacaCoordenador: Dr. Márcio Henrique Barbosa (Ba)

13h30 – 13h50 Algoritmo para avaliação do cardio pata em cirurgia não cardíaca Dr. Jedson dos Santos Nascimento (Ba) 13h50 – 14h10 Revascularização miocárdica pré-operatória Dr. Márcio Henrique Barbosa (Ba) 14h10 – 14h30 Abordagem ao paciente em uso de antiagregantes plaquetários Dr. Carlos Hohlenwerger Tavares (Ba) Debate

14h40 – 15h Proteção de órgãos no intraoperatório Dra. Alexandra Rezende Assad (RJ)

15h – 15h20 Anestesia venosa total: fundamentos práticos. Dr. Marcos Antonio Albuquerque (Se) 15h20 – 15h40 Equilibrando custo e qualidade em anestesia Dr. Alexandre Goulart Pustilnik (Ba)

15h40 – 16h Fatos sobre o idoso para consideração do anestesiologista Dr. Eduardo Chini (EUA)

Programação

Page 6: Bahianest Agosto 2010

6 | Bahianest agosto 2010

SALVAMENTO

O desabamento de um casarão de três an-dares na noite do dia 17 de julho, em Con-ceição da Praia, ficará marcado na memó-ria da população baiana e, principalmente, de quem vivenciou o dramático resgate. Elielson dos Santos Oliveira, 40 anos, foi uma das quatro vítimas soterradas. Com o braço esquerdo preso em uma das vi-gas que sustentava os escombros, ele precisou amputar o membro para conse-guir ser salvo com vida. Puxá-lo seria uma tentativa arriscada já que poderiam ocor-rer novos desmoronamentos. Elielson fi-cou debaixo dos escombros durante todo o sábado e a cirurgia, que durou cerca de duas horas, começou por volta das 22h.

História teve diversos protagonistas, den-tre eles um jovem médico que se dedica a salvar vidas nas mais adversas e inusi-tadas situações, há 2 anos e 6 meses, no SAMU da Região Metropolitana de Salva-dor: o anestesiologista em último ano de residência, Dr. Enox de Paiva Júnior, na-tural de Catolé do Rocha, na Paraíba, for-mado em 2006 pela Universidade Federal de Campina Grande. Dr. Enox Júnior é um dos integrantes do CET das Obras Sociais Irmã Dulce, coordenado pela Dra. Vera Azevedo. Em entrevista, ele conta como foi a experiência de realizar uma aneste-sia numa situação de tamanho risco.

Bahianest: Como qualifica o momento vivi-do durante o resgate?

Dr. Enox Jr: Uma experiência que envolve

o estudo dos riscos envolvido, pois a equi-pe do SAMU não estava pensando ape-nas em Elielson. Nossa preocupação era com a equipe do corpo de bombeiros e do SAMU que já estavam lá há quase 24 ho-ras. A retirada de Elielson com segurança, também garantiu a segurança de todos os profissionais envolvidos no resgate.

Bahianest: Qual a técnica utiliza para reali-zar o bloqueio?

Dr. Enox Jr: Inicialmente tentei utilizar a técnica de Vieira modificada. Palpação da 1° costela, progressão com agulha toque na 1° costela com agulha, recuo e admi-nistração. O posicionamento da vítima di-ficultou a abordagem sendo optado pela técnica interescalenica perivascular de winnie. Não me recordo com certeza a duração do procedimento, mas devo ter demorado uns 40 minutos. Com muita sorte consegui parestesia logo na primei-ra tentativa, não dispunha de estimulador de nervo periférico, e mesmo que tives-se, não sei se conseguiria manipular agu-lha, seringa e estimulador na posição em que estava. Seguro pelas pernas e anco-rado pelo cinto quase de cabeça para bai-xo. Tive que descer duas vezes ao local. A primeira infiltração com 20 ml de lido-caína 2% com vasoconstrictor forneceu melhora de 80 por cento da dor, segun-do Elielson. Não sei se por latência ou por falha, ele referiu dor ao início da desar-ticulação ao nível do cotovelo esquerdo. A nova infiltração do mesmo volume da

Ato de coragem e profissionalismo salva vida de homem soterrado

mesma solução favoreceu anestesia su-ficiente para o procedimento.

Bahianest: O que contribuiu para o suces-so da ação?

Dr. Enox Jr: A preparação da cena pelos colegas do SAMU e pela equipe do corpo de bombeiros foi decisiva. No atendimen-to pré-hospitalar, só se resgata vítimas se a equipe estiver segura. O mandamen-to do socorrista é em primeiro, 2° e 3° lugar a segurança da equipe. Outros fa-tores que contribuíram foi o treinamen-to fornecido pelo SAMU em resgate verti-cal (não chamar de rapel) e o treinamento que o CET me ofereceu na prática de blo-queios regionais.

Cinthya Brandão Jornalista DRT/Ba 2397

Page 7: Bahianest Agosto 2010

Bahianest agosto 2010 | 7

SER MÉDICO E SER HUMANODr. Décio Iandoli Jr.

O livro conta, através de várias histórias, a trajetória do seu aprendizado, no que se refere à verdadeira vocação do médi-co, hoje um tanto apagada pelo tecnicismo e pela industriali-zação da medicina. Talvez esse livro possa ser capaz de des-pertar os ideais mais nobres, aqueles que levam as pessoas a escolher as profissões da Área da Saúde, e resgatar o bri-lho e a empolgação do início de suas formações profissio-nais. A leitura desta obra é um bálsamo para nossos atribu-lados dias.

Dr. Décio Iandoli Jr. (43 anos) é médico, formado pela Univer-sidade São Francisco, em Bragança Paulista, no ano de 1987. Especializou-se em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo e é membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirur-gia do Aparelho Digestivo (CBCD). Concluiu o Doutorado em Medicina no ano de 1999 pela Universidade Federal Paulis-ta – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM). É profes-sor titular da cadeira de “Fisiologia” dos cursos de Biologia, Fisioterapia e Farmácia da Universidade Santa Cecília (UNI-SANTA) e ministra a disciplina de “envelhecimento e espiri-tualidade” no curso de Gerontologia na mesma universidade. Professor doutor do departamento de Cirurgia do Centro Uni-versitário Lusíada – Faculdade de Ciências Médicas de San-tos (UNILUS-FCMS).

Dra. Cidália Maria Limoeiro de Araújo Auad Médica Anestesiologista

CRM/Ba 9640

DICA DE LEITURA

www.perfline.com/livro Este site traz na íntegra uma boa oportunidade de intro-dução aos conceitos da circulação extracorpórea. Com uma linguagem fácil e tópicos objetivos o livro está em sua segunda edição e pode ser baixado em pdf. Reco-mendo especialmente aos residentes em anestesiologia com interesse em anestesia cardíaca.

www.nysora.com/Para os admiradores da anestesia regional recomendo o site da escola de anestesia regional de NY. O site traz textos ilustrados e atualizados sobre as diversas técni-cas de bloqueio. Traz também suas últimas publicações e vídeos sobre as diversas técnicas de anestesia guia-das por US.

Dr. Daniel Adans Wenzinger Médico Anestesiologista

CRM-SP 127.016 - CRM-BA 21.732

DICA DE SITE

Page 8: Bahianest Agosto 2010

8 | Bahianest agosto 2010

No dia 22 de maio, a cidade de Teixeira de Freitas foi pal-co do 15º ENAI - Encontro de

Anestesiologia do Interior da Bahia, que trouxe o Seminário de Medici-na Perioperatória e Emergências. O evento foi uma realização da SAEB - Sociedade de Anestesiologia do Es-tado da Bahia, em parceria com a Unimed Extremo Sul e a Secretaria Municipal de Saúde de Teixeira de Freitas.

A médica Cidália Auad, anestesiolo-gista em Teixeira de Freitas, mem-bro ativo da Saeb e delegada em exercício do Conselho Regional de Medicina, abriu o evento agrade-cendo aos membros da Saeb, pela oportunidade para realização des-te encontro em Teixeira de Freitas. Agradeceu também a participação expressiva da sociedade médica do extremo sul da Bahia, bem como a inscrição de outros profissionais da saúde. Dra. Cidália ressaltou que o evento foi um marco na história da medicina do extremo sul, iniciando uma nova era de atualizações e de inclusão da região no cenário cientí-fico da Bahia.

Dentre as 105 inscrições encontra-vam-se médicos de várias especia-lidades, representando toda região do extremo sul, inclusive de Euná-polis e dos municípios da 9ª DIRES, enfermeiros, estudantes de enfer-magem, biomedicina e fisioterapia. Todos participaram com entusias-mo e aproveitamento, atualizando e adquirindo mais conhecimentos no atendimento em emergências mé-dicas durante palestra sobre as no-

vas diretrizes na ressuscitação car-diopulmonar, com apresentação prática da médica anestesiologis-ta Roseny Rodrigues, em manequim cedido pela FASB.

Os temas foram abordados pelos 6 palestrantes, mestres e professores da SAEB, Dr. Hugo Eckener Cardoso, Dr. Jedson Nascimento, Dr. Luciano Garrido, Dr. Márcio Henrique Bar-bosa, Dra. Roseny Rodrigues e Dra. Vera Lúcia Azevedo, acompanha-dos do vice-presidente da Saeb, Dr. Adhemar Chagas Valverde e do seu presidente Dr. Marco Guerra, que destacou a importância deste even-to para a região do extremo sul, res-salvando o interesse dos profissio-nais locais por mais conhecimentos e melhores condições de trabalho.

Ao final do evento os participan-tes receberam Certificado da Saeb, com validação para crédito de títu-lo e com carga horária de 10 horas para os estudantes. O vice-prefeito Hosmário Ferreira, esteve presen-te e proferiu palavras de incentivo a este projeto, parabenizando a inicia-tiva e reforçando a importância de se vencer as distâncias para trazer mais conhecimento à região.

Na sexta-feira, 21 de maio, a dire-ção da Saeb reuniu-se com direto-res técnicos de hospitais de Teixei-ra de Freitas e municípios visinhos, quando o Dr. Jedson Nascimento, Dr. Márcio Henrique Barbosa e Dr. Marco Guerra discorreram sobre a importância da consulta pré-anesté-sica para diminuir o risco cirúrgico e a incidência de suspensão de cirur-

15º ENAI atrai público recorde dos últimos 10 anos

gias após todo preparo do paciente. Foi solicitado para que todos os hos-pitais da região implantem consultó-rios de Consulta Pré-anestésica em atendimento às Normas da Socieda-de Brasileira de Anestesiologia, re-sultando num grande avanço para a medicina do Extremo sul Baiano.

Por fim, o presidente Dr. Marco Guerra, em nome da Diretoria da Saeb, convidou Dr. Adhemar Cha-gas Valverde para entregar uma pla-ca de agradecimento e reconheci-mento à médica anestesiologista Cidália Auad com a seguinte descri-ção: “A Sociedade de Anestesiolo-gia da Bahia presta homenagem à Dra. Cidália Maria Limoeiro de Araú-jo Auad, por sua dedicação e esmero na organização do 15º ENAI, regis-trando, com a entrega desta placa, o agradecimento e reconhecimento pelo seu grande trabalho desenvol-vido, tornando possível a realização de mais um Encontro de Anestesio-logia do Interior da Bahia, neste ano, na cidade de Teixeira de Freitas. Di-retoria da SAEB”.

Dra. Cidália Auad é homenageada pelo grande apoio ao 15º ENAI.

Page 9: Bahianest Agosto 2010

Bahianest agosto 2010 | 9

Também foram agraciados os pa-trocinadores e parceiros que torna-ram possível o Seminário: Unimed Extremo Sul representada pelo pre-sidente Michel Correia Auad e seus diretores Cláudio Ferreira Chagas e Ronaldo Silva, Secretaria Munici-pal de Teixeira de Freitas na pessoa do secretário Geraldo Magela, re-presentado pelo Vice-Prefeito Hos-mário Ferreira e Laboratório Cris-tália, presente no evento através do Gerente Distrital, Arnol Brito da Sil-va Filho e do seu Gerente Regional, Isaias Gonçalves da Silva.

Ainda foram lembrados: o Laborató-rio B. Braun, Hospital São Paulo, Ce-narium Eventos, FASB, além da De-coração Rebouças, Pousada Lord, Gil Som, Arte e Festa, e pelas secre-tárias voluntárias do evento Magna Lima, Tawana Passos e Thalita Al-ves.

Fonte: www.teixeiranews.com.br

“Esta nova abordagem atraiu um grande número de profissionais ao evento, dan-do a todos a oportunidade de ampliar seus conhecimentos, participando de deba-tes e aula prática em ressuscitação cardiopulmonar. O momento de troca e apren-

dizagem aumentou a confraternização entre colegas, incentivando novos encontros científicos. Toda a população sentiu-se homenageada com esta oportunidade de se-

diar o 15º ENAI e aguarda novos eventos da SAEB.”, Dra. Cidália Auad.

“A Unimed extremo sul parabeniza a SAEB pela iniciativa de trazer à nossa região evento científico deste porte. Nosso interesse em propiciar mais oportunidade de atu-alização aos cooperados nos fez parceiros desta sociedade que disponibilizou seu qua-dro de professores para ministrar aulas e debater assuntos de grande importância no

atendimento em emergência. Diminuindo as distâncias, o 15º ENAI trouxe da capital in-centivo à educação continuada, que, muitas vezes, falta no interior dos estados.”,

Michel Correia Auad, presidente da Unimed Extremo Sul.

“O segredo do sucesso do ENAI foi a inovação. Procuramos fazer algumas alterações para tornar o encontro atrativo: pesquisamos o interesse dos anestesiologista, te-mas importantes - discutimos a medicina perioperatória e urgência, aulas práticas, o trabalho abnegado da Dra.Cidália e a motivação dos palestrantes. Nesse diapasão, posso dizer que o caminho para a criatividade passa pelo hábito de buscar o novo e o

diferente, sempre. E o ENAI de Teixeira de Freitas foi diferente.”, Dr. Márcio Henrique Barbosa, diretor científico da SAEB.

“Para um evento como esse ter um resultado tão positivo não há “fórmula secreta”. O que precisamos é de trabalho, engajamento, temas que sejam do interesse dos envol-vidos e divulgação do evento. No caso do ENAI, contamos com o grande apoio de Dra. Cidália, o envolvimento da comunidade médica na escolha dos temas e no formato do encontro além da presença de médicos altamente qualificados como palestrantes.”,

Dr. Marco Guerra, presidente da SAEB.

“Em qualquer evento o patrocinador espera entre outras coisas uma boa progra-mação científica, no sentido de que possa atrair um bom público, objetivo que neste evento em particular, foi plenamente alcançado conforme mostrado no elevado nú-mero de inscritos que marcaram presença, o que para nós da Cristália possibilitou a

oportunidade de vários e importantes contatos”, Isaias Gonçalves da Silva, gerente regional da Cristália.

ANO Nº CIDADE INSCRITOS2001 6º FEIRA DE SANTANA 912002 7º LENCÓIS 422003 8º PORTO SEGURO 402004 9º VALENÇA 622005 10º VITÓRIA DA CONQUISTA 432006 11º ITABUNA 242007 12º FEIRA DE SANTANA 522008 13º VITÓRIA DA CONQUISTA 372009 14º GUANAMBI 242010 15º TEIXEIRA DE FREITAS 105

NÚMERO DE PARTICIPANTES DOS ÚLTIMOS 10 ANOS

Page 10: Bahianest Agosto 2010

10 | Bahianest agosto 2010

Atualmente, sabemos que a hiper-glicemia é um achado comum em pacientes críticos, podendo aco-meter até 70% dos pacientes inter-nados em unidades de terapia in-tensiva. Estes desenvolvem uma resposta neuroimunometabóloca ao estresse, responsável pela libera-ção aumentada de hormônios con-tra-regulatórios à ação da insulina (glucagon, hormônio do crescimen-to, catecolaminas e glicocorticói-des) e citocinas inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF-α). Assim, o estado hor-monal gerado, favorece a elevação e manutenção destes níveis glicêmi-cos por promover glicogenólise, gli-coneogênese e resistência periféri-ca à insulina; e, ainda, perpetra uma alteração no metabolismo dos car-boidratos.

Além disso, outros fatores colabo-ram para a elevada prevalência des-te estado em pacientes críticos: o uso prévio de anestésicos inalató-rios pode propiciar a diminuição da secreção de insulina; a utilização de drogas vasoativas e fontes de glico-se exógenas; nutrição enteral e pa-renteral; além de outros fármacos e

a restrição ao leito interferindo no metabolismo glicídico.

Até o final dos anos 1990, acredi-tava-se que o aumento da glicemia relacionado à injúria era oriundo de uma resposta adaptativa e não de-letéria, devendo a glicemia per-manecer em nível alto o suficiente para maximizar a captação de glico-se pela célula sem, entretanto, cau-sar um estado hiperosmolar. Assim, convencionalmente só eram trata-dos pacientes com níveis glicêmicos acima de 215 mg/dL.

Entretanto, parece que estávamos equivocados. Estudos posteriores apontaram para um possível efei-to negativo da manutenção de ní-veis glicêmicos elevado no desfecho de pacientes críticos. O estudo DI-GAMI (Diabetes and Insulin-Glucose Infusion in Acute Myocardial Infarc-tion), por exemplo, em 1995 já su-geria que a hiperglicemia à admis-são hospitalar estava relacionada à piores resultados em pacientes dia-béticos, com infarto agudo do mio-cárdio (IAM) e acidente vascular ce-rebral (AVC).

A hiperglicemia e a liberação au-mentada de ácido graxos livres, pela demanda metabólica aumen-tada, elevam o consumo de oxigê-nio no cenário de um IAM ou AVC, podendo aumentar a área de isque-mia. Outrossim, predispõe a uma diminuição da função imunológica, aumento da resposta inflamatória e adesividade plaquetária, distúrbios eletrolíticos, disfunção endoltelial e diurese osmótica; influenciando, assim, negativamente no desfecho do tratamento destes indivíduos.

Experimentalmente, a utilização de insulina para controle glicêmico apresenta efeitos antiinflamatórios. A insulina suprime vias reguladas pelo fator nuclear kappa beta (NF-kB), inibindo a produção de TNF-al-fa, fator inibitório da migração de macrófagos e geração de superóxi-do. Em pacientes, o controle glicê-mico reduziu a proteína C reativa e a TNF-alfa (importantes mediadores inflamatórios).

Reconhecendo, deste modo, o po-tencial efeito deletério da hipergli-cemia aguda, a sua associação com

ARTIGO CIENTÍFICO

Estratégia de controle glicêmico no paciente crítico: parceira ou vilã?

A reposta do organismo a uma situação ameaçadora à ho-meostase foi descrita pela pri-

meira vez em 1936 por Hans Selye que a denominou de Síndrome de Adaptação Geral (SAG) e a dividiu di-daticamente em três fases interde-pendentes – Alarme, Estresse con-tínuo e Exaustão. Naquela época, o pesquisador sugeria a mobilização de glicose pelo fígado como uma resposta inerente à primeira fase desta síndrome e necessária ao res-tabelecimento da homeostasia.

Page 11: Bahianest Agosto 2010

Bahianest agosto 2010 | 11

piores resultados em pacientes crí-ticos e o provável efeito salutar que a insulina exerce suprimindo a transcrição de fatores pró-inflama-tórios, imaginamos que o controle estrito destes episódios de elevação glicêmica com a infusão contínua de insulina seja benéfico – e que in-fluencie positivamente o resultado no cuidado do paciente crítico! Ledo engano – talvez!

A despeito do resultado obtido pela Dra. Greet Van den Berghe e cola-boradores - em 2001, em um estudo prospectivo e randomizado, envol-vendo 1548 pacientes internados em uma UTI cirúrgica que, entre outras coisas, demonstrou a diminuição da mortalidade em 34% dos pacien-tes tratados com controle intensivo dos valores glicêmicos (Alvo varian-do entre 80-110 mg/dL) -, os estu-dos adicionais não conseguiram va-lidá-lo de maneira contundente ou, então, não conseguiram extrapolar este resultado para a população de pacientes não cirúrgicos. Ao contrá-rio, estudos recentes apontam para uma maior incidência de eventos adversos, hipoglicemia e mortalida-de entre a população submetida ao controle intensivo da glicemia.

Recentemente (Abril, 2009), o resul-tado do NICE-SUGAR (Normoglyce-mia in Intensive Care Evaluation and Survival Using Glucose Algori-thm Regulation) - um estudo multi-cêntrico, multinacional, randomiza-do, envolvendo 6104 pacientes, dos quais 35% haviam sido admitidos

à unidade após procedimentos ci-rúrgicos eletivos ou de emergência – mostrou não haver diferença na mortalidade em 90 dias, no núme-ro de dias de internamento em UTI e até a alta hospitalar, na necessi-dade de ventilação mecânica ou te-rapia de substituição renal entre os pacientes tratados agressivamen-te (Glicose: 81 -108 mg/dL) e os tra-tados convencionalmete (Glicose: 144 -180 mg/dL). E, ainda, observou um aumento da mortalidade no gru-po de tratamento intensivo (27,5% x 24,9%: OR= 1,14). Antes dele, dois grandes ensaios (o VISEP e o GLU-CONTROL) foram interrompidos precocemente devido aos episódios de hipoglicemia.

A hipoglicemia promove uma res-posta compensatória ao estresse e é uma grave ameaça à homeosta-se. Níveis persistentemente baixos de glicose levam á disfunção celu-lar irreversível, apoptose celular, falência orgânica múltipla e óbito. Entretanto, os sinais de episódios hipoglicêmicos e a resposta fisioló-gica do organismo a estes episódios podem estar diminuídos, ou ausen-tes, em pacientes críticos e, então, associar-se a conseqüências dele-térias relacionadas ao aumento da mortalidade nessa população.

A utilização de insulina está fre-qüentemente associada aos eventos hipoglicêmicos na prática médica, sendo esta uma das cinco drogas mais comumente relacionadas á er-ros de importância clínica nos EUA.

Todavia, as técnicas de coleta e os dispositivos utilizados atualmente para mensurar os valores de glico-se sanguíneos podem estar implica-dos nos episódios de hipoglicemia iatrogênica.

Atualmente, muitos especialis-tas em terapia intensiva e no mane-jo do paciente crítico permanecem incertos a respeito das estratégias de controle glicêmico. Parece- lhes equivocada a alternativa sugeri-da pelo estudo de Leuven (Dra Gre-et Van der Berghe) de manutenção de valores de glicose <110 mg/dL e de qual população se beneficiaria de uma estratégia menos rigorosa (Gli-cose: 140-180 mg/dL).

Porém, para nós anestesiologistas, isto não significa que esta terapêu-tica poderá ser totalmente aban-donada e que quaisquer níveis de glicemia serão aceitáveis para os nossos pacientes. Apesar de inúme-ros estudos abordando este assunto já terem sido concluídos, observa-se que a heterogeneidade das popu-lações estudadas, dos alvos de gli-cemia toleradas e dos protocolos de mensuração e controle destas dei-xaram muitas perguntas.

Estratégia de controle glicêmico no paciente crítico: parceira ou vilã? Esperamos que os estudos atual-mente em andamento possam en-contrar essa resposta.

Dr. Luís Maurício Freitas Médico Anestesiologista

CRM 18.679

1. Griesdale DE, de Souza RJ, van Dam RM, Heyland DK, Cook DJ, Malhotra A, Dhaliwal R, Henderson WR, Chittock DR, Finfer S, Talmor D. Intensive insulin therapy and mortality among cri-tically ill patients: a meta-analysis including NICE-SUGAR study data. CMAJ 2009;180:821–7

2. Umpierrez GE, Isaacs SD, Bazargan N, You X, Thaler LM, Kitabchi AE. Hyperglycemia: an inde-pendent marker of inhospital mortality in patients with undiagnosed diabetes. J Clin Endocrinol Me-tab 2002;87:978–82

3. Gandhi GY, Nuttall GA, Abel MD, Mullany CJ, Schaff HV, O’Brien PC, Johnson MG, Williams AR, Cutshall SM, Mundy LM, Rizza RA, McMahon MM. Intensive intraoperative insulin therapy versus conventional glucose management during car-diac surgery: a randomized trial. Ann Intern Med 2007;146: 233–43

4. Van den Berghe G, Wouters P, Weekers F,

Verwaest C, Bruyninckx F, Schetz M, Vlasselaers D, Ferdinande P, Lauwers P, Bouillon R. Intensive insulin therapy in the critically ill patients. N Engl J Med 2001;345:1359–67

5. Shamsuddin A, Paul GB, Silvio EI. Scientific Principles and Clinical Implications of Periopera-tive Glucose Regulation and Control. Anesth Analg 2010; 110: 478-497

6. Gandhi GY, Murad HM, Flynn DN, Erwin PJ, Ca-valcante AB, Nielsen HB, Capes SE, Thorlund K, Montori VM, Devereaux PJ. Effect of Perioperative Insulin Infusion on Surgical Morbidity and Mortali-ty: Systematic Review and Meta-analysis of Ran-domized Trials. Mayo Clin Proc 2008; 83(4): 418-430

7. Finfer S, Chittock DR, Su SY, Blair D, Foster D, Dhingra V, Bellomo R, Cook D, Dodek P, Hender-son WR, Hebert PC, Heritier S, Heyland DK, McAr-thur C, McDonald E, Mitchell I, Myburgh JA, Nor-

ton R, Potter J, Robinson BG, Ronco JJ. Intensive versus conventional glucose control in critically ill

patients. N Engl J Med 2009;360:1283–97

8. Dluhy RG, McMahon GT. Intensive Glycemic Control in the ACCORD

and ADVANCE Trials. N Engl J Med 2008;358;24:1630-1633

9. Skyler JS, Bergenstal R, Bonow RO, Buse J, De-edwania P, Gale EA, Howard BV, Kirkman MS, Ko-siborod M, Reaven P, Sherwin RS. Intensive glyce-mic control and the prevention of cardiovascular events: implications of the ACCORD, ADVANCE, and VA diabetes trials: a position statement of the American Diabetes Association and a scientific statement of the American College of Cardiology Foundation and the American Heart Association.

Circulation 2009;119:351–7

Referências:

Page 12: Bahianest Agosto 2010

12 | Bahianest agosto 2010

Nascido a 03 de agosto de 1921, na ca-pital baiana, filho do Professor Eduar-do Lins Ferreira de Araujo e de Beatriz Marques de Araujo, foi o segundo filho de três irmãos: Helga, Eduardo e Ru-bens.

Teve as suas primeiras letras ensina-das por sua mãe e, posteriormente, na Escola Jesus Maria José, e o seu cur-so secundário no Colégio Antonio Vieira que ficava em frente a sua casa no Gar-cia 82, e nele viveu a sua juventude, pois quando não estava a estudar, participa-va dos campeonatos de futebol que era um de seus esportes preferidos, culti-vando-o até quando a saúde não o im-pediu, nos babas do Clube dos Médicos aos sábados à tarde. Além do futebol praticou o remo na Ribeira, nos qua-dros do Esporte Clube Vitória que era seu time de coração.

Em 1940, entrou na Faculdade de Me-dicina da Bahia, quando prestou o seu Concurso vestibular, e obteve a classi-ficação em primeiro lugar. Lá concluiu o seu curso médico e dela guardava vá-rias recordações.

Em 1944, trabalhou como interno da Ca-deira de Clínica Propedêutica Cirúrgica, e foi iniciado como todos naqueles tem-pos se orientavam para as especialida-des cirúrgicas, a pulso e a contra gosto na realização de anestesias gerais.

Por necessidade e por obrigação tor-nou-se íntimo das máscaras de Om-bredane e Yankhauer e de outros dispo-sitivos utilizados para administração de anestésicos inalatórios. O basofórmio, o clorofórmio e o cloreto de etila passa-ram a fazer parte da sua respiração e certamente foram os agentes indutores da futura especialização.

Em 1945, após a sua formatura na tur-ma Adriano Pondé, foi em busca de mais conhecimentos num centro maior, pois faltavam equipamentos, e tudo aquilo que os livros já indicavam, à épo-

ca e, sobretudo, à experiência de uma especialidade que estava nascendo e se afirmando no meio médico, pois ainda muito seria necessário para a respon-sabilidade de ato tão complexo como a anestesia geral. Foi apresentado a um colega da força expedicionária brasilei-ra, o Dr. José Monteiro que o convidou para acompanhá-lo no Hospital das Cli-nicas da USP, em cujo Serviço de Anes-tesia trabalhava, e neste convívio culti-vou grandes amizades de quem sempre se recordava com carinho: Kentaro Takaoka, Alberto Caputo, Varela e a fi-gura para ele inesquecível de Gil Soa-res Bairão.

Terminado o estágio, na época não existia ainda residência médica, teve que retornar a Salvador, pois o dinheiro acabou e o pouco que restava mal dava para comprar e pagar as prestações de um aparelho de anestesia, um jogo de laringoscópio, cal sodada, ciclopropa-no, protóxido de azoto e dois cilindros de oxigênio.

Em Salvador fez os seus primeiros contatos e começou a prestar servi-ços inicialmente gratuitos, a cirurgi-ões da época no Hospital Santa Izabel, e na Maternidade Climério de Oliveira, transportando o material e todo o equi-pamento, inclusive drogas e o próprio oxigênio. Usando o “carro de praça”, pois na época não possuía ainda carro e não existia “TAXI”.

Em 1954 já eram 17 especialistas em Salvador e, juntamente com aqueles pioneiros da anestesia baiana atentos à necessidade gregária da especialidade ao perigo de desagregação e do avilta-mento da especialidade que lhes que-riam impor os IAP’S, fundou o SAS – Serviço de Anestesia de Salvador Ltda, em 16 de outubro de 1954, sendo então o seu primeiro presidente. Em seguida veio a fundação da SAB – Sociedade de Anestesia da Bahia de que também foi presidente na gestão 1955 que se tornou

a SAEB – Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia.

Da consciência dessa importância de união nasceu em 1948 e consolidou-se o movimento associativo da anestesio-logia nacional simbolizado pela nossa organização maior a SBA – Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

Destacou-se pela sua extraordinária capacidade de organizar e pela inces-sante disposição de luta. Participou da organização de todos os congressos re-alizados na Bahia até 1995, pois a esta época a idade e a saúde já o tinha afas-tado das atividades profissionais embo-ra se manifestasse atento a leitura dos periódicos nacionais, e regionais das entidades médicas. Foi sócio da ABM e AMB por vários anos até o seu jubila-mento.

Podemos destacar a sua atuação na AR – Assembléia de Representantes reali-zada no Congresso Brasileiro de Anes-tesiologia em 1962, quando ficaram definidos os valores a quantificar os ho-norários dos anestesiologistas aliando-se com Paulo Legerini, do Rio Grande do Sul e outros valentes companheiros, conquistado através da edição da famo-sa Resolução 062/63 do Departamen-to Nacional de Previdência Social, plei-to que recompensou por vários anos o trabalho realizado pelos anestesiolo-gistas. Até a criação da tabela da AMB e do INAMPS.

Participou de muitos movimentos da SBA, em 1969; no mais rigoroso domí-nio da farda, se alinhou com os aneste-siologistas do Rio Grande do Sul e em seguida aos do Pará em movimento de paralisação, pleiteando recomposição de perdas decorrentes do desrespeito já em andamento desde aquela época por uma remuneração digna do nosso tra-balho. Eram tempos de mares agitados, pairavam nos ares sensações de medo e insegurança, não havia ambiente para reivindicações litigiosas com órgãos do

DEIXARAM SAUDADES

Dr. Eduardo Lins Ferreira de Araujo FilhoAnestesiologista

Page 13: Bahianest Agosto 2010

Bahianest agosto 2010 | 13

governo. Contido pela cautela dos mais jovens numa inversão das situações ha-bituais de vida lhe restou apenas apoiar o movimento. No seu trabalho privado pertenceu a CAS – Clínica de Anestesia de Salvador atuando nos Hospitais Por-tuguês, Hospital Espanhol e IBOPC lo-cais que guardava grandes recordações de convívio com os colegas.

Em 1977 ao realizar-se em Salvador a primeira JONNA foi nela agraciado com o titulo de sócio honorário da SAEB – Sociedade de Anestesiologia do Esta-do da Bahia. Em 2004 participou das comemorações dos 50 anos da SAEB recebendo a medalha dos ex-presiden-tes, acredito que foi uma das suas últi-mas participações associativas.

Em 1987 a dinâmica social, com as suas leis inexoráveis, lançou faíscas na nos-sa comunidade de trabalho e o SAS que dirigiu por 30 anos deu lugar a COPAS

e posteriormente a COOPANEST-BA – Cooperativa dos Médicos Anestesio-logistas da Bahia da qual foi também seu fundador. Deixando em seus qua-dros dois anestesiologistas, um filho e um neto.

Não podemos deixar de referir o seu papel de professor de microbiologia na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, que veio a se aposen-tar quando da transferência da Facul-dade de Medicina do Terreiro.

Ainda continuou lecionando na UFBA, no Departamento de Biologia a cadeira de Zoologia por vários anos apaixona-do que foi pela vida marinha, tendo uma união muito afetiva com o mar, seja nos seus estudos de biologia marinha, nos dias contemplativos de veraneio em Mar Grande, na determinação das re-gatas de Itapagipe ou na sutileza do seu pincel ao fixar na tela de suas marinhas,

a poesia e a beleza que o nosso mar é capaz de transmitir.

Sua personalidade marcante, não te-ria por certo tantas realizações se não tivesse ao seu lado uma mulher, com quem se casou em 22 de dezembro de 1947, RUBRIA, serena e determina-da, com capacidade de compreender e amar, características do seu perfil de esposa, mãe, avó, e bisavó. Com quem partilhou a sua vida enquanto esteve ao seu lado.

Faleceu em 25 de julho de 2010 aos 88 anos. Deixando uma família com seis fi-lhos, onze netos, e cinco bisnetos ins-pirados por princípios morais cons-trutivos e orientados para o amor, e a construção de um mundo melhor.

Por, Dr. Carlos Eduardo Aragão Araujo CREMEB 3811

Presidente da COOPANEST-BA

Um dos precursores da anestesiologia baiana, Walter Vian-

na (TSA-SBA) faleceu no dia 28 de abril de 2010 na cidade de Salvador. Walter nasceu em Juazeiro, no norte do esta-do, no dia 07 de dezembro de 1922. Filho de família abastada e de grande influên-cia política do sertão baiano, região do rio São Francisco, dois dos seus ascen-dentes próximos foram governadores da Bahia, no entanto, Walter Vianna foi pessoa modesta e de fácil convivência, avesso a ostentação e honrarias, mais interessado em SER do que TER, sem-pre bem humorado, e pronto para servir onde o seu concurso fosse necessário.

Fez os seus primeiros estudos na ci-dade natal e veio posteriormente para Salvador, onde cursou o ginasial e o co-legial; ingressou na Faculdade de Me-dicina da Universidade Federal onde graduação em 1946. Concluído o curso de medicina, dedicou-se ao estudo da anestesiologia, fez estágio no Hospital Moncorvo Filho, na cidade do Rio de Ja-neiro. Retornou à Salvador e assumiu o cargo de assistente em uma das cadei-ras de clínica cirúrgica do Hospital das Clínicas da FMUFBA, passando a che-

fiar o serviço de anestesiologia. Foi es-tagiário, em 1952, do JOHN HOPKINS HOSPITAL – BALTIMORE MEDICAL COLLEGE OF VIRGINIA – RICHMOND, USA, como bolsista do CNPQ - Conse-lho Nacional de Pesquisa. Ao retornar à Faculdade de Medicina da UFBA, exer-ceu o cargo de Professor Adjunto, res-ponsável pela formação de várias gera-ções de anestesiologistas.

Fundador da Sociedade de Anestesio-logia do Estado da Bahia (SAEB), em 1953, Walter Vianna fez parte da primei-ra diretoria como Diretor Científico e exerceu o cargo de presidente de 1963 a 1965, cuja administração foi marca-da por diversos eventos científicos. Di-retor da Sociedade Brasileira de Anes-tesiologia, em 1966, honrou a Regional da Bahia pela sua competência e sere-nidade nas decisões da entidade maior da especialidade.

Walter Vianna tinha fome de saber. De formação clínica primorosa, viveu para ensinar e aprender. Não satisfei-to com a sua vasta cultura médica, re-solveu estudar odontologia e graduou-se pela Faculdade de Odontologia da UFBA em 1969. Durante a sua trajetória

acadêmica publicou diversos trabalhos científicos, participou de várias bancas examinadoras de concursos e foi con-ferencista em inúmeros congressos e jornadas. Ao longo de sua vida profis-sional foi fundador de quase todas as organizações relacionadas com a es-pecialidade em nossa capital, a exem-plo do Serviço de Anestesia de Salvador (SAS), Clínica de Anestesia de Salvador (CAS) e Cooperativa dos Médicos Anes-tesiologistas da Bahia (COOPANEST-BA). Além disso, trabalhou em quase todos os hospitais de Salvador, embo-ra sua maior dedicação tenha sido ao Hospital da Beneficência Portuguesa, o qual lhe conferiu o título de Sócio Hono-rário pelos relevantes serviços presta-dos à instituição.

Walter deixa viúva a competente e de-dicada enfermeira Suzani Costa Vian-na, que lhe conferiu dignidade nos seus momentos finais. Deixa também os fi-lhos Valéria, Walter Filho, Marcos e os netos Felipe, Lucas e Maria Eduarda.

Dr. Altamirando Santana, Presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, 1982.

CRM/BA 1863

Dr. Walter Vianna – uma vida dedicada à anestesiologia baiana

Page 14: Bahianest Agosto 2010

14 | Bahianest agosto 2010

Membros da COM¬SU, juntamente com o departamento jurídico do CFM, estiveram no dia 24 de março reuni¬dos com téc-nicos da Secretaria de Direito Econômi-co (SDE) do Ministério da Justiça. A SDE mais o Con¬selho Administrativo de De-fesa Econômica (Cade) e a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda são encarregados de zelar pela defesa da concorrência no Brasil.

A partir de denún¬cias de planos de saú-de, a SDE man¬tém o entendimento de que os médicos, ao se “juntarem em blo-co para impor uma tabela de honorá-rios, impossibilitam a con¬corrência en-tre pres¬tadores de serviços e elevam os custos para as operadoras e consumido-res”.

Na avaliação de Flo¬risval Meinão, mem-bro da COMSU e diretor da AMB, o en-contro foi positivo, pois reabriu o diálo-

go. “Argumentamos que os médicos não pre¬tendem cartelizar nem impor tabe-la. Dis-semos que não há nenhum siste-ma de reajuste para os mé¬dicos, como existe para outras classes de trabalhado-res, pois as empresas não aceitam acor-do, não aceitam cláusula contratual de repasse aos médicos e blo¬queiam qual-quer ne¬gociação”. O jurídico do CFM de-fende que a CBHPM é nomrati¬va e re-ferencial, não impositiva. Por par¬te da SDE, segundo Florisval, houve pelo me-nos um avanço no entendimento de que os médicos po-dem se organizar para ne-gociar, aceita-se a negociação através de entidade médica, associação ou gru-po de médicos, o que dá maior equilíbrio em relação à concepção anterior, de que a ne¬gociação deveria ser individual entre médi¬co e operadora.

A SDE abriu recente¬mente processos ad-ministrativos contra a União Nacio-nal das Instituições de Auto¬gestão (Uni-

das), refe¬rentes a negociações de preço no Amazo¬nas, Espírito Santo e Distri-to Federal. De acordo com a SDE, a Uni-das faz negocia¬ções em bloco, em nome de suas filiadas, para a contratação de prestadores de servi¬ços médicos-hospita¬lares nestas regiões. Para a SDE, a atuação concertada da Unidas impe-de a concretiza¬ção das vantagens de um mercado compe¬titivo, eliminando as possibilidades de ne¬gociações indivi-duais entre operadoras e prestadores de servi¬ços e a consequente possibilidade de con¬tratação sob condi¬ções variadas.

Essa medida con¬tra as operadoras de-monstra que quem tem muito mais po-der econômico e capa¬cidade de atuar em forma de cartel são os planos de saúde, não os médicos.

Fonte: Boletim da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (COMSU) - Abril/2010

Após mobilização da Comissão Nacional de Saúde Suplemen¬tar (COMSU) e da Co-missão de Assuntos Políticos (CAP), que reúne representantes das entida-des mé¬dicas nacionais, foi aprovado no dia 10 de fevereiro de 2010, na Comissão de Assun¬tos Sociais do Senado Federal, o substitutivo do senador Augusto Bote-lho (PT-RR) ao Projeto de Lei do Se¬nado (PLS) 276/2004, de autoria da Senado¬ra Lucia Vânia (PSDB-GO). O PLS 276 altera a Lei dos Planos de Saúde (Lei 9656/98) ao tornar obrigató¬ria a existência de

contratos firmados entre as operado-ras e os médicos pres¬tadores de ser-viços. O substitutivo apro¬vado contém emen¬da apresentada pelo senador Mo-zarildo Cavalcanti (PTB-RR), que prevê a periodi¬cidade anual do rea¬juste a ser repassado aos honorários médi¬cos. De acordo com a emenda, os planos de saú-de devem pro¬mover o reajuste no pra-zo de 90 dias após o início de cada ano. Caso o prazo não seja cumprido cabe-rá à ANS definir o reajuste a ser repas-sado aos médicos. O projeto contempla,

assim, o PL3466/04, já aprova¬do na Câ-mara Federal, que instituiu a CBHPM na saúde supementar. A aprovação na Co¬missão de Assuntos Sociais do Se-nado teve caráter terminati¬vo e, como não houve recurso em Plenário, no dia 13 de março o Senado Federal reme¬teu o PLS 276 para a apreciação da Câma¬ra dos Deputados.

Fonte: Boletim da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (COMSU) - Abril/2010

Receita Federal aperta o cerco contra os contribuintes

Médicos não praticam cartel, defendem entidades

PLS 276: reajuste anual dos honorários pode virar lei

1. O QUE SERÁ CRUZADO:

Todos devem começar a acertar a sua situação com o leão, pois neste ano o fisco começa a cruzar mais informa-ções e no máximo em dois anos eles vão cruzar tudo.

As informações que envolvam o CPF ou CNPJ serão cruzadas on-line com:

• CARTÓRIOS: Checar os Bens imóveis - terrenos, casas, aptos, sítios, cons-truções;

• DETRANS: Registro de proprieda-de de veículos, motos, barcos, jet-skis e etc.;

• BANCOS: Cartões de crédito, débito, aplicações, movimentações, financia-mentos;

EMPRESAS EM GERAL: Além das ope-rações já rastreadas (Folha de paga-mentos, FGTS, INSS, IRR-F e etc), pas-sam a ser cruzadas as operações de compra e venda de mercadorias e Ser-viços em geral, incluídos os básicos

(luz, água, telefone, saúde), bem como os financiamentos em geral. Tudo atra-vés da Nota Fiscal Paulista, Nota Fiscal Eletrônica e Nota Fiscal Digital. TUDO ISSO NOS ÂMBITOS MUNICIPAL, ESTA-DUAL E FEDERAL, amarrando pessoa física e pessoa jurídica através destes cruzamentos e o pior, podem FISCALI-ZAR OS ÚLTIMOS 5 ANOS !!!

2. MODERNIDADE DO SISTEMA:

Este sistema é um dos mais moder-nos e eficientes já construídos no mun-

FIQUE POR DENTRO

Page 15: Bahianest Agosto 2010

Bahianest agosto 2010 | 15

do e logo estará operando por inteiro!!! Só para se ter uma idéia, as operações relacionadas com cartão de crédito e débito foram cruzadas em um peque-no grupo de empresas varejistas no fim do ano passado, e a grande maioria de-les sofreram autuações enormes, pois as informações fornecidas pelas ope-radoras de cartões ao fisco (que são obrigados a entregar a movimentação), não coincidiram com as declaradas pe-los lojistas. Este cruzamento das infor-mações deve, em breve, se estender o número muito maior de contribuintes, pois o resultado foi “muito lucrativo” para o governo.

3. Foco nas empresas do SIMPLES:

Sua empresa é optante pelo SIMPLES?

Veja esta curiosidade inquietante: TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO REAL: Maioria das empresas de grande porte. Representam apenas 6% das empresas do Brasil e são responsáveis por 85% de toda arrecadação nacional;

TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMI-DO: Maioria das empresas de pequeno e médio porte. Representa 24% das em-presas do Brasil e são responsáveis por 9% de toda arrecadação nacional;

TRIBUTAÇÃO PELO SIMPLES NACIO-NAL: 70% das empresas do Brasil e respondem por apenas 6% de toda ar-recadação nacional. OU SEJA, é nas empresas do SIMPLES que o FISCO vai focar seus esforços, pois é nela onde se concentra a maior parte da informali-dade, leia-se, sonegação!!!

4. INFORMALIDADE DEVERÁ DIMI-NUIR:

Acredita-se que muito em breve, a prá-tica da informalidade tende a diminuir muito!!!

A recomendação é de que as empre-sas devem se esforçar cada vez mais no sentido de ir acertando os detalhes que faltam para minimizar problemas com o FISCO.

5. Supercomputador T-REX e Sistema Harpia:

FISCO APERTA O CONTROLE DOS CON-TRIBUINTES. A Receita Federal passou a contar com o T-Rex, um supercom-putador que leva o nome do devastador Tiranossauro Rex, e o software Harpia, ave de rapina mais poderosa do país, que teria até a capacidade de aprender com o “comportamento” dos contri-

buintes para detectar irregularidades. O programa vai integrar as secretarias estaduais da Fazenda, instituições fi-nanceiras, administradoras de cartões de crédito e os cartórios.

6. DIMOF:

Com fundamento na Lei Complementar nº 105/2001 e em outros atos normati-vos, o órgão arrecadador-fiscalizador apressou-se em publicar a Instrução Normativa RFB nº

811/2008, criando a Declaração de In-formações sobre Movimentação Fi-nanceira (DIMOF), pela qual as insti-tuições financeiras têm de informar a movimentação de pessoas físicas, se a mesma superar a ínfima quantia de R$ 5.000,00 no semestre, e das pessoas ju-rídicas, se a movimentação superar a bagatela de R$ 10.000,00 no semestre. A primeira DIMOF foi apresentada em 15 de dezembro de 2008.

7. Declaração do Imposto de renda já pronta pelo Fisco previamente:

IMPORTANTE: O acompanhamento e controle da vida fiscal dos indivíduos e das empresas ficarão tão aperfeiço-ados que a Receita Federal passará a oferecer a declaração de Imposto de renda já pronta, para validação do con-tribuinte, o que poderá ocorrer já daqui a dois anos.

8. Primeira etapa já iniciada em 2008, 37.000 contribuintes:

Apenas para a primeira etapa da cha-mada Estratégia Nacional de Atuação da fiscalização da Receita Federal para o ano de 2008 foi estabelecida a meta de fiscalização de 37 mil contribuintes, pessoas físicas e jurídicas, seleciona-dos com base em análise da CPMF, se-gundo publicado em órgãos da mídia de grande circulação.

9. Criação do Sistema Nacional de In-formações Patrimoniais do contribuin-te:

O projeto prevê, também, a criação de um sistema nacional de informações patrimoniais dos contribuintes, que po-derá ser gerenciado pela Receita Fede-ral e integrado ao Banco Central, DE-TRAN, e outros órgãos.

10. Penhora on line: Para completar, já foi aprovado um instrumento de penho-ra on line das contas correntes. Por for-ça do artigo 655-A, incorporado ao CPC pela Lei 11382/2006, poderá requerer ao

juiz a decretação instantânea, por meio eletrônico, da indisponibilidade de di-nheiro ou Bens do contribuinte subme-tido a processo de execução fiscal.

11. Revisão procedimentos e controles contábeis:

Tendo em vista esse arsenal, que vem sendo continuamente reforçado para aumentar o poder dos órgãos fazendá-rios, recomenda-se que o contribuinte promova revisão dos procedimentos e controles contábeis e fiscais praticados nos últimos cinco anos.

12. A Receita está trabalhando mesmo.

Hoje a Receita Federal tem diversos meios (controles) para acompanhar a movimentação financeira das pessoas. Além da DIMOF, temos a DIRPF, DIR-PJ, DACON.

DCTF, DITR, DIPI, DIRF, RAIS, DIMOB, etc. etc.. Ou seja, são várias fontes de informações.

13. Testes do sistema há já dois anos:

Esse sistema HARPIA, já estava em tes-te há 2 dois anos, e agora está traba-lhando pra valer. Com a entrada em vi-gor da nota fiscal eletrônica e do SPED, que vai começar pra valer em 2009, ai é que a situação vai piorar, ou melhor, melhorar a arrecadação.

Todo cuidado é pouco: A partir de ago-ra todos devem ter controle de todos os gastos no ano e verificar se os rendi-mentos ou outras fontes são suficientes para comprovar os pagamentos, além das demais preocupações, como lançar corretamente as receitas, bens, etc.

OBSERVAÇÕES:

As Hárpias são seres mitológicos gre-gos. São três monstros, representados com cabeça de mulher e corpo de ave de rapina. Segundo a tradição antiga, costumavam pousar nas casas de quem estava para morrer e ser levado aos In-fernos! Chama muito a atenção que, em grego, hárpias significa LADRAS! São as provedoras de almas para o Inferno! Ladras de almas! Depois do LEÃO, as HÁRPIAS e o TIRANOSSAURO REX!

Fonte: Sindcont

Page 16: Bahianest Agosto 2010

16 | Bahianest agosto 2010