Balanço e Perspectivas para o setor de lácteos Balanço e ...

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Ano XIX - Nov/Dez 2015 - nº 117 - R$ 18,00 - www.revistalaticinios.com.br - ISSN 1678-7250 Balanço e Perspectivas para o setor de lácteos Balanço e Perspectivas para o setor de lácteos Tendências Mudanças do consumidor Tendências Mudanças do consumidor QUEM É QUEM Os maiores laticínios do Brasil QUEM É QUEM Os maiores laticínios do Brasil

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Ano XIX - Nov/Dez 2015 - nº 117 - R$ 18,00 - www.revistalaticinios.com.br - ISSN 1678-7250

Balanço e Perspectivas para o setor

de lácteos

Balanço e Perspectivas para o setor

de lácteos

TendênciasMudanças do consumidor

TendênciasMudanças do consumidor

QUEM É QUEM

Os maiores laticínios do Brasil

QUEM É QUEM

Os maiores laticínios do Brasil

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CONJUNTURA

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Ano XIX - nº 117 - novembro/dezembro 2015www.revistalaticinios.com.br

ISSN 1678-7250

Diretor e EditorLuiz José de Souza

[email protected]

RedaçãoJuçara Pivaro

[email protected]

PublicidadeLuiz Souza

Carolinna [email protected]

Daiane [email protected]

AtendimentoAna Carolina Senna de Souza

[email protected]

CapaFoto: www.freeeimages.com

DiagramaçãoFábio Ruiz

AssinaturaAssinatura anual - R$ 105,00 (6 edições)

Número avulso - R$ 18,00

Comitê EditorialAirton Vialta - DG/Ital

Ana Lidia C. Zanele Rodrigues - Allegis ConsultoriaAntônio Fernandes de Carvalho - UFV

Ariene Gimenes Van Dender - Tecnolat/ItalDarlila Aparecida Gallina - Tecnolat/Ital

Izildinha Moreno - Tecnolat/ItalJosé Alberto Bastos Portugal - Embrapa Pecuária Sudeste

Mucio Furtado - DuPont/DaniscoNeila Richards - UFSM

Sebastião César Cardoso Brandão - UFV/Amazing Foods

SETEMBRO EDITORA

Ed. Green Office MorumbiRua Domingues Lopes da Silva 890, Cj. 402

Portal do MorumbiCEP 05641-030, São Paulo, SP, Brasil

Tel.: (11) [email protected]

As opiniões e conceitos emitidos emartigos assinados não representam necessariamente a posição da

revista Indústria de Laticínios.Mantenha seus dados atualizados preenchendo os formulários

no site www.revistalaticinios.com.br

Editorial

P

Após as dificuldades encontradas, não apenas pelo setor de lácteos, em 2015, alguns especialistas da cadeia do leite arriscam a dizer que o desempe-nho do setor não deve piorar. Se ficar ruim para o mercado interno com consumidores apertando os cintos em suas compras, o setor pode contar com o câmbio favorável para exportação. Confira esses movimentos em nossa matéria de capa que traz um breve balanço de 2015 e perspectivas para 2016.

Um setor importante, porém carente de estímulo de forma concreta e organizada, a cadeia do lei-te conta com o empenho da Viva Lácteos, entida-de criada em 2014, que organiza ações em várias áreas para aprimorar a produção do campo à in-dústria. Para falar do desempenho da entidade, en-trevistamos Marcelo Costa Martins, presidente da Viva Lácteos.

Entender as mudanças de comportamento do consumidor diante do panorama atual da econo-mia também é fundamental para as empresas de alimentos e bebidas direcionarem suas pesquisas e marketing. Com o objetivo de trazer tendências nesse sentido, nesta edição, publicamos entrevista com a gerente de pesquisa da Mintel Brasil, que dá um breve relato sobre as mudanças em andamento.

Durante períodos de crise, a criatividade e a busca para obter maior conhecimento dos movi-mentos de mercado são importantes para ganhar competitividade e, durante 2016, nossa publicação tentará levar a seus leitores as novas ideias e soluções.

Boa Leitura!

Luiz SouzaDiretor

rezados Leitores,

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SUMÁRIO

ANUNCIANTES

Águia Inox......................................................................................5

Anhembi......................................................................................37

Döhler.................................................................................. 2ª capa

Fortitech..............................................................................4ª capa

Globalfood...................................................................................33

Granolab......................................................................................13

Hidrozon.......................................................................................11

Hiper Centrifugation....................................................................27

Injesul..........................................................................................35

Instituto de Embalagens.............................................................29

Livro Requeijão Cremoso e Outros Queijos Fundidos..................45

Quinabra.................................................................................25

São Caetano.................................................................................23

SIG Combibloc.................................................................... 3ª capa

Tovani Benzaquen........................................................................31

• EntrevistaMarcelo Costa Martins, presidente da Viva Lácteos – Estímulo para o setor..........................................................................6

• Empresas & NegóciosLançamentos e inovações no mercado de lácteos...................................................................................................................14

• Matéria de CapaQuem é quem nas indústrias de laticínios e Perspectivas 2016............................................................................................18

• PainelMovimento do mercado do setor de leite e derivados...........................................................................................................24

• TendênciasRenata Pompa Moura – Mudanças no consumo.....................................................................................................................38

• ConjunturaExcesso de chuvas no Sul e falta no Nordeste prejudicam produção....................................................................................42

• Fazer MelhorA importância do design da embalagem para a indústria de lácteos ..................................................................................47

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Estímulo organizado para o setor

ENTREVISTA

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Criada, em 2014, pelos principais fabricantes e associações, a Viva Lácteos trabalha para promover o setor e desenvolver ações que resultem em ganho de produtividade e competitividade. Marcelo Costa Martins, presidente da entidade, fala das ações e desafios a frente de um setor que emprega milhões de pessoas no campo e na indústria.

Marcelo Costa Martins é engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal de Viçosa, Especialista em

Administração Rural (Universidade Federal de Lavras) e Mestre em Economia (Universidade de Brasília).

Atualmente ocupa o cargo de Diretor Executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) e é Con-

sultor Técnico da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecu-

ária e Abastecimento.

Já atuou como superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) no Estado de Goiás;

Assessor Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Professor Universitário das Disci-

plinas: Economia e Política Agrícola, Comercialização Agrícola, Administração e Planejamento Rural; Pesquisa-

dor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além de atuar na área de Política

Leiteira da Nestlé.

"A Viva Lácteos trabalha intensamente na atualização

dos marcos regulatórios para o setor".

Revista Indústria de Laticínios - Como foi o processo de criação da Viva Lácteos e quando a entidade foi fundada?■ Marcelo Costa Martins - A ideia de criar a Viva Lácteos surgiu a partir de con-versas informais entre líderes e empre-sários que sentiam a necessidade de um porta-voz para representá-los em nego-ciações de interesse do setor. Antes de sua criação, a associação contratou con-sultoria para realizar um amplo estudo sobre a melhor forma atuação. Assim, em 8 de abril de 2014, foi fundada em Brasília, a Viva Lácteos que conta com os princi-pais fabricantes e associações do setor no Brasil.

RIL – Quais são os principais objetivos da entidade e quantas empresas fazem parte da entidade?■ Marcelo Costa Martins - A associação foi criada para promover maior conheci-mento sobre o setor, desenvolver ações que auxiliem no ganho de competitividade e de produtividade. O setor de lácteos emprega milhões de pessoas, gera rique-za para produtores rurais, colaborado-ra com a melhora das contas externas graças à exportação de produtos, como leite em pó, leite condensado e queijos, e tem um peso significativo no PIB nacional. A Viva Lácteos nasceu com apoio irrestri-to de todos os segmentos do setor. En-tre os associados atuais há 26 empresas líderes na produção de lácteos e três im-portantes associações. Juntos, os asso-ciados da Viva Lácteos são responsáveis por 70% da produção de leite e derivados

do país, incluindo leites, iogurtes, queijos, requeijões, manteiga, entre outros. Ao todo, esse mercado movimenta em torno de R$ 100 bilhões ao ano e emprega qua-se 4 milhões de pessoas, a maioria delas no campo. A associação é composta por fabricantes de produtos lácteos (Auro-ra, Aviação, Caprilat, Catupiry, CCGL, Danone, DPA, Embaré, Frimesa, Fonter-ra, Italac, Itambé, Jussara, Kerry, Lacta-lis, Mococa, Nestlé, Ourolac, Piracanjuba, Polenghi, Porto Alegre, Regina, Scala, Schreiber, Tirolez e Vigor) e associações do setor, como a ABIQ (Associação Brasi-leira da Indústria de Queijo), o G100 (Asso-ciação Brasileira de Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios) e a ABLV (Associação Brasileira da Indús-tria de Leite Longa Vida).

RIL – Como foi formatada a Viva Lácteos para desempenhar o papel a que se pro-põe para o setor?■ Marcelo Costa Martins - A Viva Lácteos possui um Conselho Administrativo, com-posto por representantes das empresas associadas, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva, formada pelo Presidente e Di-retor Executivo, que são profissionais con-tratados no mercado. Os temas de interesse do setor são tra-tados nos comitês técnicos da Viva Lác-teos, que são formados por especialistas das empresas nas áreas de regulatórios, comércio exterior, tributação, comunica-ção, entre outros. Após ampla discussão define-se o posicionamento da associação.

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ENTREVISTA

"Já tivemos um avanço importante em 2015. Foi

publicado o Decreto nº 8.533, que regulamenta o artigo

9-A da Lei 10.925/2004, introduzido pela Lei

13.137/2015. Com a regulamentação, as

empresas e cooperativas poderão utilizar 50% do

crédito presumido de PIS e COFINS para pagar outros tributos federais ou pedir

ressarcimento".

"No campo, há a necessidade de ampliar

os esforços no sentido de desenvolver ações

de qualificação profissional voltados à melhoria contínua da qualidade do leite".

RIL – Cite algumas ações e/ou programas já em andamento na entidade. Apesar do pouco tempo de existência, o Viva Lácte-os já colheu frutos? ■ Marcelo Costa Martins - Na área inter-nacional, a Viva Lácteos vem atuando na abertura de novos mercados e na pro-moção comercial. Participou ativamente da aprovação do Certificado Sanitário Internacional (CSI) para exportar para a Rússia. Em parceria com o Ministério da Agricul-tura, propiciou às empresas de lácteos nacionais participação das feiras World Food Moscow e Prodexpo, ambas realiza-das em Moscou (Rússia). Um resultado que pode ser colhido dessas ações foi o em-barque de queijos e manteiga para o mer-cado russo, entre 2014 e 2015.A entidade organizou missões das auto-ridades sanitárias de Cuba, do Chile e do Panamá para habilitar plantas industriais para exportar para esses países. Partici-pou das negociações para atualização do CSI para a China. Em relação a promoção comercial, para o biênio 2015/2017, a APEX-BRASIL desenvol-verá, em parceria com a Viva Lácteos, o Projeto Setorial de Promoção Internacio-nal para o Setor Lácteo Brasileiro. A ideia do projeto é seleção de oito países como prioritários para a realização de ações de ampliação de mercados, mas sem perder o foco na abertura de novos países.Na atuação no país, a Viva Lácteos par-ticipou de grupo de trabalho que criou o Programa Leite Saudável, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O objetivo é melhorar a competi-tividade do setor lácteo brasileiro, con-templando os cinco principais estados produtores: Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Jun-tos, eles representam 72,6% da produção nacional. O programa tem sete eixos de atuação: assistência técnica gerencial, melhoramento genético, política agrícola, sanidade animal, qualidade do leite, marco regulatório e ampliação de mercados.

RIL – Atualmente, sustentabilidade tem ga-nhado força em todas as atividades. Como a entidade poderá colaborar para que o setor torne-se cada vez mais eficiente em preservação ambiental na produção, des-de o campo, passando por indústria até chegar ao mercado de consumo?■ Marcelo Costa Martins - A Viva Lácteos trabalha intensamente na atualização dos marcos regulatórios para o setor. Essas legislações, entre outros fatores, trazem a possibilidade das empresas empregarem novas tecnologias de produção, permitindo a entrega de novos produtos aos consumi-dores, como também diminuem as perdas e os resíduos no processamento.Além desse trabalho, as próprias empre-sas já promovem ações no sentido de pre-servar o meio ambiente. A utilização das Estações de Tratamento de Efluentes (ETE) é uma obrigação, mas há outras expe-riências interessantes, como a neutraliza-ção da emissão de gases de efeito estufa.

RIL – A melhoria da qualidade do leite no Brasil tem sido um desafio ao longo dos anos e uma das ações que contribuíram para atingir esse objetivo foi o pagamento baseado na qualidade por parte de algu-mas empresas. Quais outras formas existem que não seja essa? A Viva Lácteos tem pro-jetos nesse quesito?■ Marcelo Costa Martins - A qualidade do leite brasileiro tem melhorado ao longo do tempo e o trabalho neste momento está direcionado para a adequação do produto aos padrões exigidos por países europeus e pelos Estados Unidos.A indústria e os órgãos fiscalizadores es-tão cada vez mais rigorosos em seu pro-cesso de análise do leite e diversos testes são feitos no produto. As indústrias do se-tor investem pesadamente em tecnologia e em modernização dos seus controles de qualidade.

No campo, há a necessidade de ampliar os esforços no sentido de desenvolver ações de qualificação profissional voltados à melhoria contínua da qualidade do leite. Estimular e modernizar também esse segmento da cadeia é prioridade da Viva Lácteos, pois se trata de um ponto fun-damental para que o produto brasileiro ganhe ainda mais qualidade, produtivida-de e competitividade.Paralelamente, a Viva Lácteos tem de-mandado a reestruturação do Programa Nacional de Qualidade do Leite (PNQL), de-senvolvido pelo Ministério da Agricultura. Entre outras questões, propõe-se a siste-matização, numa plataforma, dos dados sobre qualidade do leite, a ser executado pela Embrapa; a integração do PNQL ao Sistema de Informações Gerenciais (SIG-SIF) e o fortalecimento da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite.

RIL – A entidade tem planos de fazer al-gum tipo de parceria com o Governo Fede-ral para incentivar investimentos no setor de lácteos?■ Marcelo Costa Martins - Em 2015, a Viva Lácteos foi convidada a integrar o Fórum das Entidades Representativas do Agro-negócio Brasileiro. O objetivo desse fórum é promover o diálogo entre o MAPA e as principais entidades que representam o agronegócio no país para alinhamento e atualização de informações com foco na sugestão de novas políticas e estratégias que beneficiem o setor. Ainda com o MAPA, a associação participou do grupo de trabalho que criou o Progra-ma Leite Saudável, é signatária do “Pacto pela qualidade dos produtos agropecuá-rios do Brasil” e deve assinar, no próximo mês, o acordo de cooperação técnica para melhoria nos processos de acesso ao mercado externo, como também a promo-ção comercial dos produtos lácteos.A associação também participa do grupo de trabalho do Ministério do Desenvolvi-mento Agrário (MDA), que visa apoiar o de-senvolvimento e fortalecimento da Cadeia Produtiva do Leite na Agricultura Familiar.Além disso, será parceira do Governo Federal por meio da Apex - Agência Bra-sileira de Promoção de Exportações e In-vestimentos (APEX-BRASIL). O projeto está em fase final de estruturação visando a promoção comercial e a consolidação dos produtos brasileiros em mercados estra-tégicos. Os países alvos a serem trabalha-dos são: Angola, Argélia, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Rússia.

RIL – Há projetos que visem diminuir, por exemplo, carga tributária para o produtor e indústria?■ Marcelo Costa Martins - Nesse sentido, já tivemos um avanço importante em 2015. Foi publicado o Decreto nº 8.533, que re-gulamenta o artigo 9-A da Lei 10.925/2004, introduzido pela Lei 13.137/2015. Com a regu-lamentação, as empresas e cooperativas poderão utilizar 50% do crédito presumido de PIS e COFINS para pagar outros tribu-tos federais ou pedir ressarcimento. Para tanto, precisam se habilitar por meio da utilização de 5% do valor na execução de projeto técnico de melhoria da qualidade e da produtividade do produtor de leite, por meio do Programa Leite Saudável. Os que não se habilitarem terão direito a 20%. Dessa forma, garantimos não só equilíbrio tributário como caminhos para investimento na melhoria da qualidade e produtividade do leite brasileiro.

RIL – O consumo de leite e lácteos do Bra-sil ainda é pequeno se comparado com Europa e até mesmo com países da Amé-rica Latina. De que forma a entidade vai tentar estimular o consumo?■ Marcelo Costa Martins - A qualidade do leite é fundamental para o incremento do consumo. Porém, as exigências não se limi-tam à questão da qualidade, mas esten-de-se à necessidade de desenvolver novos produtos com base láctea que atendam a demanda dos diversos perfis de consumi-dores. Há também outras questões rele-vantes, como a modernização dos marcos regulatórios junto aos órgãos responsá-veis como a ANVISA, Ministério da Agricul-tura e Ministério da Saúde; a necessidade de investimentos em pesquisa e desenvol-vimento e o constante trabalho de comu-nicação visando esclarecer a população sobre a importância da ingestão de lácte-os para a saúde, especialmente entre as crianças e os idosos.Nesse sentido, a Viva Lácteos criou recen-temente um Comitê Técnico, que está de-senvolvendo, entre outras ações, o “Plano de Desmitificação da Intolerância à Lacto-se”. A ideia é esclarecer a população sobre a importância do leite como alimento. A corrente de médicos favoráveis ao con-sumo de leite e de produtos lácteos sus-tenta cientificamente que a ingestão des-

"O ano passado foi de abertura de novos

mercados e essa será a tendência para 2016,

ou seja, fortalecer a cadeia produtiva por meio

de melhoria da competitividade para

a ampliação dos destinos dos

produtos brasileiros".

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ENTREVISTA

"A Viva Lácteos criou recentemente um Comitê

Técnico, que está desenvolvendo, entre outras

ações, o “Plano de Desmitificação da

Intolerância à Lactose".

ses alimentos é muito importante para a saúde, especialmente entre as crianças e adultos na terceira idade. Todos desta-cam que o produto contém proteína de alta qualidade que ajuda na construção dos tecidos, auxiliando na preservação dos músculos, cabelos, unhas e demais partes do corpo. Possui vitaminas como A, B e D, que protegem os olhos, fornecem ener-gia e melhoram a concentração, além de combater a anemia e fortalecer os os-sos por ser rico em cálcio. Seus minerais favorecem o processo de cicatrização e melhoram o sistema imunológico. Outros benefícios também são verificados, como prevenir doenças neurológicas. É preciso levar essas informações aos consumido-res, aos formadores de opinião, aos agen-tes de saúde, enfim a todos que podem influenciar direta ou indiretamente no aumento do consumo dos lácteos e, conse-quentemente, na melhoria da qualidade de vida da população.

RIL – Quais os dados recentes da evolução do consumo de lácteos no Brasil compara-do com outros países?■ Marcelo Costa Martins - Na última déca-da, houve um incremento do consumo de 34%, saltando de 131 litros per capita/ano para 175 litros. Ou seja, em 2014, cada bra-sileiro consumiu quase 50 litros de leite (na forma fluida e derivados) a mais, que em 2004. No entanto, ainda há muito espaço para crescer. Na Suíça, o consumo é de 316 litros, na França, nos Estados Unidos e na Argentina é de 260, 254 e 220 litros respec-tivamente.

RIL – A produção de leite no Brasil está em crescimento? ■ Marcelo Costa Martins - O Brasil é o 4º maior produtor mundial de leite. A produ-ção brasileira apresentou um crescimen-to substancial nos últimos dez anos, de cerca de 4% ao ano. Em 2014, o país pro-duziu 35 bilhões de litros. Porém, em 2015, registramos um cenário de estabilidade em relação ao ano anterior.

RIL – Quanto o Brasil exporta atualmen-te em lácteos processados? Há espaço para aumentar exportação de processa-dos de leite?■ Marcelo Costa Martins - O Brasil expor-tou, em 2015, US$ 319 milhões, equivalente a 442 milhões de litros. O ano passado foi de abertura de novos mercados e esta será a tendência para 2016, ou seja, fortalecer a cadeia produ-tiva por meio de melhoria da competitivi-dade para a ampliação dos destinos dos produtos brasileiros. Em 2015, vimos um cenário internacional com queda de pre-ços e essa conjuntura, de maior oferta que demanda, deve perdurar neste pri-meiro semestre de 2016. Em contraparti-da, o câmbio ficou mais favorável para as exportações, o que permitiu o superávit da balança comercial nos meses de julho, agosto, setembro e novembro.Nesse sentido, o foco da Viva Lácteos para 2016 será o de fortalecer o trabalho para a promoção comercial para o mercado ex-terno. Alguns resultados já foram obser-vados em 2015. O mercado Russo está se consolidando e, em 2015, o setor exportou 182 toneladas de manteiga e 248 de queijo. Para 2016, temos espaço para pelo menos dobrar essa quantidade. Há a expectativa de iniciar os embarques para a China, este é o novo desafio do se-tor e o Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento (MAPA) avançou nas negociações, conseguindo a atualização do certificado sanitário internacional para aquele país. A China representa 9% das importações mundiais de manteiga; 3% de queijo e 21% de leite em pó. O Méxi-co também poderá ser uma importante oportunidade para 2016, dependendo do andamento das negociações tarifárias constantes no Acordo de Complementa-ção Econômica (ACE 53).

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"A expectativa é que as cotações se recuperem a

partir do segundo semestre deste ano. Um dos desafios

para o setor é reduzir a dependência da Venezuela".

RIL – Quais países importam do Brasil atualmente? ■ Marcelo Costa Martins - Durante o ano passado, o Brasil embarcou 28 tipos de produtos lácteos para 45 diferentes destinos. A maior quantidade continua sendo comprada pela Venezuela, US$ 238 milhões, seguido da Arábia Saudita, Angola e Emirados Árabes Unidos com respecti-vamente, US$ 13 milhões, US$ 11 milhões e US$ 7 milhões.

RIL – Que países têm potencial para serem importadores e que ainda não são ‘clientes’ dos lácteos brasileiros?■ Marcelo Costa Martins - A China, o Méxi-co e o Panamá são potenciais comprado-res e o Brasil já está em negociação.

RIL – Quais os lácteos mais consumidos no Brasil? A atual crise econômica afetou sig-nificativamente o setor?■ Marcelo Costa Martins - Os principais produtos lácteos consumidos no Brasil são o Leite UHT, o Leite em Pó, os Queijos e a Manteiga. Em virtude da crise econômica, a oferta está muito ajustada à demanda. Isso ocorre em virtude da produção de lei-te e do consumo não terem incremento significativo em 2015.

RIL – Quais os lácteos mais exportados? E quais ainda têm potencial para ganhar o mercado externo?■ Marcelo Costa Martins - O principal pro-duto é o leite em pó integral, com US$ 234 milhões. O segundo é o leite condensado com US$ 41 milhões, seguido do leite modifi-cado com US$ 13 milhões.Todos os produtos lácteos têm potencial para ganhar mercado externo. Atualmen-te, as exportações estão concentradas na América Latina, África e Oriente Mé-dio, destino de mais de 90% das vendas externas de leite e derivados. A abertura de novos mercados e a consolidação da-queles para os quais o Brasil já exporta devem sustentar o crescimento. O câm-bio atual é um estímulo às vendas ao exte-rior, embora os preços internacionais dos lácteos estejam pressionados em decor-rência, principalmente, da desaquecimen-to da demanda.

A expectativa é que as cotações se recu-perem a partir do segundo semestre des-te ano. Um dos desafios para o setor é re-duzir a dependência da Venezuela. No ano de 2015, 75% da receita com exportações veio das vendas para esse país. Os passos para diversificar os clientes já estão sen-do dados. Após a abertura do mercado em 2015, o país já embarcou, para a Rússia, 182 tone-ladas de manteiga e 248 de queijos. Oito plantas estão em processo de habilitação para exportar leite em pó, para a China. O setor também espera a habilitação de plantas, ainda neste semestre para ex-portar leite condensado ao Panamá. Há ainda uma negociação de acordo tarifário com o México.

RIL – Quais os principais desafios para a en-tidade no mercado interno e no externo?■ Marcelo Costa Martins - Acrescentamos ao que já foi mencionado, a necessidade de modernização dos marcos regulatórios junto aos órgãos responsáveis como a AN-VISA e MAPA e o incentivo ao investimento em pesquisa e desenvolvimento. Ao mesmo tempo, é necessário manter o trabalho de comunicação para esclarecer A popu-lação sobre a importância da ingestão de lácteos para a saúde, especialmente para crianças e idosos.

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EMPRESAS & NEGÓCIOS

Novo Cream Cheese Catupiry®, mais sabor e versatilidade à mesa

A fabricante do requeijão mais famoso do Brasil está diversificando seu portifólio para continuar surpreendendo o paladar de seus consumidores. Após entrar para a categoria de alimentos prontos com o lançamento da linha de quitutes, a marca anuncia seu mais novo produto: o Cream Cheese Catupiry®.

Leve, saboroso e de textura cremosa, o produto é elaborado a partir de um delicioso creme de leite, que passa por rigoroso processo industrial, assegurando sabor incomparável, com a qualida-de da marca Catupiry, que faz seus momentos mais gostosos!

Além de se fazer presente no café da manhã com excelência, o Cream Cheese Catupiry® tam-bém é um curinga na culinária, figurando como ingrediente essencial em diferentes receitas, do cheesecake à pizza, da entrada à sobremesa, garantindo pratos especiais com a chancela da Ca-tupiry.

O Novo Cream Cheese Catupiry® chega ao mercado em embalagem de 150g e pode ser encontra-do nos melhores supermercados e padaria de todo o Brasil.

Barbosa & Marques lança Queijo Colonial Temperado ReginaO Barbosa & Marques, empresa de laticínios presente no mercado brasileiro desde 1915, fabri-

cante dos produtos Regina, lança com exclusividade o Queijo Colonial Temperado Regina, produto de sabor marcante, ideal para ser degustado como aperitivo acompanhado de um bom vinho tinto ou incluso em pratos saborosos.

Disponível nas principais redes supermercadistas, o Queijo Colonial Temperado Regina é con-siderado um dos ícones de destaque da gastronomia gaúcha. O produto de produção artesanal, fabricado na região sul do Brasil, passa por um processo de maturação, responsável por uma de suas características mais peculiares: casca amarelada, interior macio e sabor único.

Seu consumo é altamente benéfico por ser fonte de cálcio e energia. Pode ser adicionado em sa-ladas diversas ou de ervas que lhe conferem um sabor mais picante. Além disso, este tipo de queijo é indicado para desenvolver a receita do tradicional pão de queijo mineiro.

O Queijo Colonial Temperado Regina para sua melhor conservação deve ser refrigerado entre 1 e 10ºC. Recomenda-se retirar da geladeira pelo menos 20 minutos antes do consumo para melhor percepção da consistência e sabor.

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O Barbosa & Marques, empresa de laticínios presente no mercado brasileiro desde 1915, fa-bricante dos produtos Regina, lança com exclusividade o Queijo Colonial Temperado Regina, produto de sabor marcante, ideal para ser degustado como aperitivo acompanhado de um bom vinho tinto ou incluso em pratos saborosos.

Disponível nas principais redes supermercadistas, o Queijo Colonial Temperado Regina é considerado um dos ícones de destaque da gastronomia gaúcha. O produto de produção arte-sanal, fabricado na região sul do Brasil, passa por um processo de maturação, responsável por uma de suas características mais peculiares: casca amarelada, interior macio e sabor único.

Seu consumo é altamente benéfico por ser fonte de cálcio e energia. Pode ser adicionado em saladas diversas ou de ervas que lhe conferem um sabor mais picante. Além disso, este tipo de queijo é indicado para desenvolver a receita do tradicional pão de queijo mineiro.

O Queijo Colonial Temperado Regina para sua melhor conservação deve ser refrigerado entre 1 e 10ºC. Recomenda-se retirar da geladeira pelo menos 20 minutos antes do consumo para melhor percepção da consistência e sabor.

Barbosa & Marques lança Queijo Colonial Temperado Regina

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EMPRESAS & NEGÓCIOS

Linha Selecta Supreme da Duas Rodas conta com cinco novos produtos

Kinder Ovo inova com personagens temáticos para surpreender nessa Páscoa

Na constante busca por inovação e aprimoramento, a linha Selecta Supreme, da Duas Rodas, lança cinco novos produtos para facilitar ainda mais a vida de seus clientes. A linha de ganaches ganhou três sabores irresistíveis, sendo que um deles é exclusivo no mercado: o Ganache Choco-late Sabor Avelã,que alia a inovação em um produto premium com pedaços de avelã.

O Ganache Sabor Chocolate Meio Amargo possui notas intensas de cacau, sabor, cremosidade

e textura ideal. Já o Ganache Chocolate Branco traz o sabor do mais puro chocolate cremoso. A linha de ganaches é indicada para recheios e coberturas de bolos e tortas, trufas, bombons,

pães de mel, alfajores, ovos de Páscoa, doces e sobremesas em geral. Linha de docinhos – Brigadeiro e Beijinho Seguindo a tendência de mercado na busca

de praticidade e qualidade, a Selecta Supre-me apresenta ao mercado também uma linha de docinhos, com dois sabores:Brigadeiro e Beijinho. Práticos e prontos para uso, os pro-dutos possuem o verdadeiro sabor de receita caseira com os melhores ingredientes. Têm textura perfeita para o manuseio e rendem muito mais que o produto artesanal, pois não há desperdício.

Além dos tradicionais docinhos, os produ-

tos podem também ser utilizados como re-cheios e coberturas de bolos, tortas, trufas, bombons, pães de mel, alfajores, ovos de Pás-coa, pizzas doces e sobremesas em geral.

Esses lançamentos ampliam o portfólio da

empresa e aumentam a participação no mer-cado artesanal de chocolates e panificação e confeitaria. Os produtos são comercializados em potes de 1,01kg e podem ser encontra-dos em lojas de doces, produtos para festas e atacados.

Presente no Brasil desde 1994, Kinder Ovo, marca do grupo italiano Fer-rero, apresenta suas novidades para a Páscoa. Reconhecida pela qualidade de seus produtos, traz o tradicional chocolate ao leite feito sem corantes ou conservantes, além de brinquedos lúdicos e educativos que incentivam a criatividade e coordenação motora das crianças e estimulam a interação entre pais e filhos.

Neste ano, Kinder Ovo surpreende com um lançamento que promete

agradar ainda mais às famílias: uma linha de ovinhos e ovões com exclu-sivas surpresas do Surpreendente Mundo de Kinder Ovo. Nessa história, Dinossauros, Sereias e seus amigos estarão presentes tanto nos pequenos ovos de 20 gramas, quanto nos exclusivos ovos de Páscoa de 150 gramas.

E as novidades não param por aí! A linha de licenciados de Kinder Ovo

conta com surpresas inéditas em diversos temas com os personagens de maior sucesso no mundo infantil: My Little Pony, Minions e Transformers.

Além disso, a marca apresenta também as novas surpresas da linha Kinder Ovo Natoons, grande des-taque de vendas nos últimos anos. E, para completar a diversão da Páscoa, Kinder Bunny e Mini Eggs chegam para deixar as brincadeiras ainda mais animadas.

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QUEM É QUEM NA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

Balanço de 2015 e Perspectivas 2016Tempos de equilíbrio trabalhoso

Diante de um ano de dificuldades, como foi 2015, os produtores da ca-deia do leite esperam um 2016 com dificuldades, porém não de piora para o setor. Um dos caminhos para driblar a contenção de despesas no mercado brasileiro pode estar na possibilidade de exportação em

função do dólar em patamar mais alto que nos últimos anos.

Por Juçara Pivaro

A palavra que melhor define o ano de 2015 no Brasil é crise, ou seja, mais um período de desafios para o mercado brasileiro buscar saídas, sobreviver e superar as dificulda-des. Nesse quesito, ou seja, administrar crises, o brasileiro já se tornou especialista. Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, classificou 2015 como um ano que trouxe proble-mas sérios para qualquer cadeia produtiva. “Foi um ano em que tivemos dois fatores importantes associados – questões complexas na política e na economia brasileira. Em 2015, a produção do setor do leite foi de 35 bilhões de litros de leite e o crescimento esteve em torno de 2%. Com o brasileiro ganhando menos, houve restrição nas com-pras, afetando bastante os derivados lácteos”.

Para o presidente da Leite Brasil, a corrupção e suas con-sequências para o país foram responsáveis por limitar in-vestimentos no Brasil. “O fato é que o mercado está difícil para todos. Para 2016, não consigo ver melhora significativa, mas também não vejo piora. Para aqueles que produzem alimentos não deverá ficar ruim como para outros setores que são mais atingidos quando os consumidores apertam o cinto nas escolhas de compras”, complementa Rubez.

“A situação da economia brasileira vai depender muito do momento político pelo qual estamos passando”, avalia Rubez, destacando que o setor leiteiro tem capacidade de produzir mais.

QueijosUma fatia considerável dos lácteos, o segmento de

queijos também avaliou 2015 como um ano de desacele-ração de consumo, mas a ABIQ (Associação Brasileira das Indústrias de Queijos) avaliou que deve fechar o ano com crescimento positivo, ao redor de 3% sobre 2014.

Os tipos de queijos mais consumidos continuaram os mesmos, ou seja, mussarela, requeijão e prato. Esse é um modelo de hábito de consumo que permanece, porém com a introdução de novas variedades, como cremosos e queijos finos.

Na visão da Abiq, em 2015, o consumidor ainda tentou manter sua cesta de alimentos, procuran-do pontos de venda com preços mais baixos para os mesmos produtos que tinha hábito adquirir, porém o setor foodservice foi responsável pela desaceleração mais significativa.

A entidade estima que os pequenos e médios laticínios estejam operando com margens apertadas, ou seja, com menor rentabilidade. Os insumos subiram com o dólar, o custo da energia e do combustível subiu muito acima da inflação. O preço do leite se manteve alto mesmo na safra. Apesar de todos esses fatores, as empresas têm fei-to um grande esforço para manter seus preços de venda. Um equilíbrio bem trabalhoso.

1º Semestre (US$ Milhões) 2º Semestre (US$ Milhões) Total (US$ Milhões)

2014 2015 Variação % 2014 2015 Variação % 2014 2015 Variação %

Importações 205,7 216,6 5% 240,4 202,7 -16% 446,1 419,3 -6%

Exportações 168,2 105,8 -37% 177,2 213,4 20% 345,4 319,2 -8%

Saldo -37,5 -110,8 -63,2 10,7 -100,7 -100,1

Fonte: Aliceweb/MDIC; Elaboração: VIVA LÁCTEOS

Dados da Balança Comercial de Lácteos Brasileira

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Evolução em qualidadeNos últimos cinco anos houve grande esforço das in-

dústrias de queijos em automatizar linhas ou partes da sua produção. O objetivo era especialmente melhorar os padrões de qualidade dos produtos. Foi um período de visível modernização. Já em 2015, as instabilidades da economia deixaram os empresários mais cautelosos em investimentos, mas permaneceu o foco na qualidade. A Abiq acredita que alguns investimentos ainda serão man-tidos em 2016.

Um lampejo de ações benéficas despontou para o se-tor no ano passado, novas regras de crédito do PIS/CO-FINS, que trouxeram novas demandas para habilitação ao crédito e que ainda geram muitas dúvidas porque en-volvem MAPA e Ministério da Fazenda.

Para estimular o consumo de queijos, a ABIQ adotou algumas ações, entre elas divulgar os valores nutricionais do produto e combater os modismos em dietas milagro-sas e fantasiosas. A entidade procura difundir constante-mente o consumo consciente de três doses diárias de lác-teos com porções diferentes, dependendo da faixa etária do consumidor e de suas necessidades alimentares. Os queijos são fontes essenciais de proteína, sais minerais como o cálcio e o potássio, além de vitaminas A e D e vi-taminas complexo B. Desde que o consumidor não tenha um problema específico de saúde, ele não deve prescin-dir de consumir esses nutrientes que trazem benefícios à saúde. Até consumidores que são comprovadamente intolerantes à lactose, os queijos são indicados, matura-dos que naturalmente não contêm lactose ou os queijos frescos com Zero Lactose.

O Brasil evoluiu em consumo nos últimos cinco anos e, 2015, os dados ainda não foram cruzados com a es-timativa de crescimento da população, mas a entidade aponta que o consumo continuará perto dos 5,2 quilos por habitante, abaixo do que ocorre na Argentina, Uru-guai e Chile.

A Abiq entende que 2016 será um ano de cautela, como sugere o cenário para toda a economia brasileira, mas não de desânimo. A indústria de queijos vem passando por um processo de modernização e evolução e, embora seja esperado um crescimento muito pequeno em 2016, a indústria de queijos vai continuar trabalhando para me-lhorar sua performance e sua competitividade, além de trabalhar para introduzir inovações.

Os principais desafios do setor serão manter os quei-jos acessíveis aos consumidores brasileiros frente a uma renda per capita que está em decréscimo e também usar toda a tecnologia possível para manter os custos sobre controle e, se possível, em queda para o ano de 2016.

PerspectivasCom o consumo interno em baixa, a capacidade de pro-

dução do setor de lácteos pode ser explorada de outras formas em tempos de economia desacelerada no país e trazendo mudanças de direcionamento de produção no próximo ano.

Em 2016, o dólar alto, perspectivas de aumento de in-flação e consequente queda do poder aquisitivo dos con-sumidores brasileiros devem refletir em todas as áreas da economia e, no setor de leite, não será diferente. Para o produtor do campo, maiores custos com insumos impor-tados, além da alta do preço de grãos devem diminuir os lucros. Essa situação deverá afastar as possibilidades de investimentos. Como resultado, os custos atuais da pro-dução e as margens de lucros apertadas terão reflexo no preço de matéria-prima.

A indústria deverá sentir essa pressão e também sofre-rá com aumento dos custos com energia, mão de obra e de insumos. Esse cenário levará à perda de rentabilidade das empresas.

Porém, nem tudo são dificuldades e a demanda favorá-vel do mercado internacional na área de lácteos em 2016 pode beneficiar o Brasil, que terá oportunidade e espaço para exportar. Com a oferta de alguns países exportado-res em baixa, a exemplo da Nova Zelândia, a menor pro-dução na Europa e maior restrição ao mercado de leite no EUA, detectada pelas projeções do Rabobank, caso o dólar fique próximo do patamar de R$4,00, o Brasil poderá ex-portar mais produtos lácteos neste ano.

Estudos A Conab (Companhia de Nacional de Abastecimento)

publica, desde 2006, estudos e análises conjunturais de vá-rios setores da agropecuária e, entre eles, o do leite. O vo-lume 3 – Safra 2015/2016 Produtos de Verão da Perspec-tivas da Agropecuária faz um balanço do setor de leite nos últimos anos e projeta previsões de mercado para 2023.

Na última publicação, diferente dos anos anteriores, a divulgação das perspectivas foi dividida em duas par-tes: produtos de verão e produtos de inverno, separan-do as culturas de acordo com o período de colheita. No trabalho, foram apresentadas as projeções dos produtos de verão: arroz, feijão, algodão, milho, soja, sorgo, carnes (bovinos e aves) e leite. E no primeiro trimestre de 2016 serão divulgadas as projeções dos produtos de inverno.

No levantamento sobre o mercado nacional da publi-cação de verão, o estudo da Conab aponta que a pro-dução nacional de leite aumentou a uma taxa média anual de 4,3% a.a. entre 2010 e 2014, evoluindo de 30,7 bilhões para 36,3 bilhões de litros (estimativa para o úl-timo ano). Para 2015, estima-se um crescimento de 4%

na produção, podendo alcançar 37,7 bilhões de litros e, para 2016, crescimento de 4,2%, ou 39,3 bilhões de litros. No mesmo período, a produção sob inspeção aumentou a uma taxa média anual de 4,2% a.a., alcançando 24,7 bilhões de litros em 2014, ou 68,3% da produção total. Estima-se um aumento de 4% em 2015 e de 4,2 % em 2016, ou seja, uma produção sob inspeção federal, esta-dual ou municipal para o próximo ano de 26,8 bilhões de litros.(Ver tabela 1)

Ainda no estudo da Conab, com relação aos principais derivados lácteos, as projeções da OECD/FAO estimam os seguintes crescimentos da produção brasileira, en-tre o período 2012/14 e 2024 (Tabela 5 e Gráficos 12 a 15): • 12,1% para a manteiga, evoluindo de 83,5 mil para 93,6 mil toneladas; • 20,5% para o queijo, cuja produção deve aumentar de 719,3 mil para 867,1 mil toneladas em 2024; • 17,8% para o leite em pó desnatado, evoluindo de 148,6 mil toneladas no período 2012/14 para 175,1 mil toneladas ao final do período; • 37% para o leite em pó integral, que deve aumentar de 546,6 mil para 749 mil toneladas em 2024.

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QUEM É QUEM NA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

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Tabela 1: Brasil: Quadro de oferta e demanda de leite (equivalente) *** 2010 a 2016 (est) - Em milhões de litros

Ano

Produção Total Produção sob inspeção Exportações Importações Consumointerno

total aparente

Consumo per capita **

Total Var % Total Var %Sob

insp. total %

Total Var %Xs/

Prod. Insp. %

Total Var %Ms/

P r o d . Insp. %

L i t r o s / hab Var %

2010 30.715 5,6% 20.976 7,0% 68,3% 428 24,8% 2,0% 789 -0,4% 3,8% 31.076 159,0 4,2%

2011 32.096 4,5% 21.795 3,9% 67,9% 126 -70,6% 0,6% 1.219 54,5% 5,6% 33.189 168,1 5,8%

2012 32.304 0,6% 22.338 2,5% 67,9% 117 -7,5% 0,5% 1.278 4,8% 5,7% 33.466 168,0 -0,1%

2013 34.255 6,0% 23.553 5,4% 68,4% 134 14,6% 0,6% 1.071 -16,2% 4,5% 35.193 175,1 4,2%

2014 * 36.311 6,0% 24.741 5,0% 68,3% 450 237,4% 1,8% 727 -32,1% 2,9% 36.587 180,8 3,3%

2015 * 37.763 4,0% 25.731 4,0% 68,0% 508 12,8% 2,0% 698 -4,0% 2,7% 37.953 185,7 2,7%

2016 * 39.349 4,2% 26.811 4,2% 68,2% 532 4,7% 2,0% 671 -3,9% 2,5% 39.488 191,3 3,0%

Legenda: *Estimativas para a produção total em 2014, 2015 e 2016 e produção sob inspeção em 2015 e 2016. Estimativas para as exportações e importações em 2015 e 2016.** População estimada residente em 1§¶ de julho (Fonte:IBGE)*** Leite de vaca.Fonte: IBGE, MDI/Alice, MAPA/AGE, Embrapa/SCE, OCB/CBL, CNA, Leite Brasil e Embrapa Gado de LeiteFonte: Conab

Tabela 2: Brasil: produção de derivados perspectivas para 2024 (base: média 2012-14)

Derivado 2012 - 14 2024 Var %

Manteiga 83,5 93,6 12,1%

Queijo 719,3 867,1 20,5%

Leite em pó desnatado 148,6 175,1 17,8%

Leite em pó integral 546,6 749,0 37,0%

Uruguai 43,90 37,08 -15,6%

Fonte: OECDF/FAO

Quem é quem na indústria de laticínios

Empresas Receita Líquida (em R$ milhões) Lucro Líquido (R$ milhões) Origem do Capital Estado

1 Nestlé 15880 - SU SP

2 Itambé 2.989 - BR MG

3 Vigor 1.890 66 BR SP

4 Piracanjuba 1.887 121 BR GO

5 Castrolanda 1.884 62 BR PR

6 Embaré 1.009 30 BR MG

7 Laticínios Jussara 643 17 BR SP

8 Yakult 454 54 JP SP

9 CBL Alimentos 414 22 BR CE

10 COOPA 331 3 BR MG

11 SELITA 242 0 BR ES

12 La Sereníssima Laticínios 237 7 AG SP

13 COOPRATA 223 -1 MG SP

14 Laticínios Godiva 217 -3 BR MG

15 Forno de Minas 196 13 BR MG

16 Barbosa & Marques 168 6 BR MG

17 EMIFOR 163 1 BR MG

18 Laticínios Carolina 156 15 BR PR

19 Lactojoara Pic Nic 154 2 BR PR

20 Laticínios Aviação 151 19 BR MG

21 COAPIL 139 3 BR ES

22 Damare 133 0 BR ES

23 Alibra Ingredientes 120 8 BR SP

24 Isis 110 19 BR PB

25 Asperbras Alimentos Lácteos

106 3 BR MG

26 Leite Macuco 106 1 BR RJ

27 K&S Alimentos 105 10 BR PR

28 Trevo Alimentos 84 6 BR MG

29 SOORO 78 19 BR PR

30 Verde Campo 72 11 BR MG

Fonte: Globo Rural – 11° Anuário do Agronegócio - As 500 maiores empresas do setor )(-) dado não fornecido ou que não se aplica à empresa

No cenário de 2015, confira o ranking das maiores empresas do setor de laticínios de acordo com pes-quisas realizadas pelo 11° Anuário do Agronegócio - As 500 maiores empre-sas do setor, da Revista Globo Rural.

QUEM É QUEM NA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

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Livro "Pensando o Leite" é lançado na ESALQ

Entre novembro de 1992 e abril de 2015, o professor aposentado da Escola Superior de Agri-cultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), Vidal Pedroso de Faria, assinou os editoriais da revista Balde Branco, publicação especializada no setor pecuarista leiteiro. Durante esses 23 anos, Vidal debruçou-se nessa tarefa com o objetivo de transferir seu conhecimento para profissionais do setor leiteiro do Brasil.

Todo este trabalho encontra-se agora compilado na obra “Pensando o Leite”, lançado no Salão Nobre da ESALQ na tarde desta quarta-feira, 25/11, em cerimônia que reuniu autoridades aca-dêmicas e do meio rural, professores, funcionários e estudantes. A edição do livro foi possível graças ao apoio da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FAERJ); do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Rio de Janeiro (SENAR-RIO); do Serviço Brasileiro de Apoio

A obra está editada em três volumes, que somam mais de 620 páginas. No volume 1 (Conceitos) são apresentados os editoriais que fazem referência aos conceitos básicos de produção de leite, à história do setor leiteiro no mundo, além de textos ligados à educação, pesquisa e extensão. No volume 2 (Economia), são apresentados os editoriais relacionados com o consumo de leite e defesa contra ataques desferidos ao leite em campanhas organizadas na mídia, a qualidade do leite, a economia de todo o processo e um segmento da atividade leiteira que muito preocupa os produ-tores, os recursos humanos. Já no volume 3 (Manejo) são apresentados editoriais relacionados às atividades de manejo em geral do rebanho e da produção de alimentos.

Em sua homenagem ao autor da obra, o diretor da ESALQ, professor Luiz Gustavo Nussio, disse que o lançamento da publicação na ESALQ é um momento de festa. “Trata-se de um conteúdo valioso, que traz não somente conhecimento técnico, mas também reflete a atitude crítica, a pon-deração e a sensatez, características do professor Vidal. A ESALQ está entre as cinco melhores ins-tituições em ciências agrárias do mundo e, chegamos até aqui pela diligência de alguns visionários e hoje homenageamos um desses visionários”.

Para o editor da Balde Branco, jornalista Nelson Rentero, a relação com o professor Vidal foi profícua e uma das qualidades do docente foi adaptar a linguagem cientifica à realidade do pro-dutor rural de forma simples e didática. “Ele tinha uma noção exata enquanto editorialista buscou sempre abordar questões atuais, ou temas clássicos, sempre apresentando reflexões sobre o tema e com uma precisão narrativa muito jornalística, apesar de não sê-lo. Além, claro, da exatidão no tamanho do texto, algo em torno de 3600 toque, e sempre com uma pontualidade constante. Quem ler os textos encontrará uma leitura clara, simples, sem repetições. Os editoriais do professor Vidal são pílulas de sabedoria”.

A publicação, segundo Rentero, expande a contribuição do professor Vidal. “Agora esses textos não estão mais em revistas antigas, perdidas, mas possibilita o registro de um conhecimento que precisa ser consultado, porque qualquer técnico ou produtor da área que ler 10 páginas por dia desses volumes, com certeza ficará mais sabido naquilo que ele faz”.

Ao final da cerimônia, o professor Vidal revelou que temas do cotidiano, recortes de jornais e mesmo o contato com as pessoas mais próximas lhe foram úteis para dar inspiração para escrever os editoriais. “Eu recebi, em 1992, um convite para escrever 3 textos e acabei ficando por 22 anos. Esse livro resgata esse trabalho que fiz com muita satisfação, cultivando uma relação harmoniosa e de liberdade que tive com os profissionais da revista. Não é uma leitura científica, mas espero que possa colaborar de alguma forma com os profissionais do setor. Meu maior desafio foi encon-trar fontes de inspiração, mas outras publicações diversas, recostes de jornais, notícias internacio-nais e as conversas com a minha esposa me ajudaram todos esses anos”.

A publicação “Pensando o Leite” será disponibilizada para todas as federações de agricultura do país, além de unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem. “Temos também um projeto de dis-ponibilizar a versão eletrônica no nosso site”, completou o presidente da FAERJ, Rodolfo Tavares.

Leão Alimentos, do Sistema Coca-Cola, negocia entrada em segmento de lácteos no Brasil

O Sistema Coca-Cola Brasil, por meio da Leão Alimentos e Bebidas, e a Laticínios Verde Campo, de Mi-nas Gerais, assinaram contrato de intenções com cláusula de compra e protocolaram requerimento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Com 15 anos de história, a Verde Campo é uma marca pioneira em produtos lácteos no Brasil. Em sua fábrica em Lavras (MG), a empresa vem produzindo principalmente iogurtes e queijos, que estão conquistando o país. Já consolidada no mercado de diet e light, a companhia é pioneira e líder absoluta em produtos lácteos sem lactose, sendo proprietária da marca Lacfree, que hoje se estende por diversas opções de produtos.

O Sistema Coca-Cola Brasil é líder em vários segmentos de bebidas no mercado nacional. Após sua entrada nos negócios de sucos e néctares, chás, águas e isotônicos, a potencial expansão para o mercado de produtos lácteos frescos faz parte da estratégia de oferecer mais opções de bebidas no mercado.

Os valores e conceitos dos fundadores da Verde Campo sobre inovação e qualidade estão alinhados com o que o Sistema Coca-Cola oferece aos seus consumidores. Se concretizada essa negociação, o Siste-ma Coca-Cola Brasil irá inaugurar sua entrada em produtos refrigerados, abrindo oportunidades para no futuro ampliar sua atuação em novos segmentos de bebidas.

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Tirol e SIG Combibloc lançam Projeto "Tirolzinho Transforma"

no Paraná

PAINEL

O projeto Tirolzinho Transforma teve início no Estado do Paraná em outubro. A ação de educação ambiental, direcionada a alunos dos 2º e 3º anos do Ensino Fundamental, já foi realizada em Santa Catarina, e agora chega ao Paraná devido à grande repercus-são e resultados positivos alcançados. Trata-se de uma iniciativa da LacticíniosTirol, um dos maiores laticínios do Brasil, em parceria com a SIG Combibloc, uma das líde-res mundiais na fabricação de embalagens cartonadas assépticas.

Em Santa Catarina, foram mais de 13 mil alunos impactados diretamente pelo pro-

jeto, que visitou mais de 100 escolas em todo o Estado. Durante a ação, milhares de brinquedos foram criados a partir de embalagens e materiais recicláveis. Para o Para-ná, a expectativa é ultrapassar estes números.

O concurso tem seu foco na educação ambiental voltada à reutilização e reciclagem

de materiais, e, para isto, incentiva os alunos a reutilizar embalagens cartonadas va-zias, como caixas de leite longa vida e achocolatados, para a criação de brinquedos. A iniciativa busca aguçar a imaginação e incentivar a prática de sustentabilidade, e para isso, uma caravana do concurso estará percorrendo as escolas do estado Paranaense divulgando a campanha e promovendo uma oficina com embalagens e materiais reci-cláveis. Mesmo as escolas que não receberem esta visita, também poderão participar do concurso, desde que enquadradas no regulamento que será disponibilizado no site www.tirolzinho.com.br.

Os brinquedos desenvolvidos pelas crianças serão encaminhados para a Tirol, que,

por meio de uma comissão julgadora, vai eleger os melhores, considerando critérios como criatividade, funcionalidade e utilização de embalagens na sua construção. Cin-co brinquedos serão selecionados e seus autores ganharão prêmios especiais. Além disso, os mesmos serão submetidos a uma votação popular para eleger o melhor. A escola do brinquedo mais votado ganhará a revitalização de um de seus ambientes, no valor de R$ 18 mil. Para conhecer mais sobre o projeto e os resultados alcançados em Santa Catarina, acesse https://www.youtube.com/watch?v=wsRXM_q6Krw.

Produtos Piracanjuba chegam aos Estados Unidos

A Piracanjuba comemora o envio do primeiro contêiner para os Estados Unidos. Os produtos serão comercializados por meio de um distribuidor parceiro para redes de supermercados especializadas no público brasileiro. Para o varejo, foram exportadas bebidas lácteas, creme de leite e itens da linha zero lactose da marca (creme de leite, leite condensado, bebida láctea e doce de leite). Para o food service, leite condensado. A previsão é que, até o final de dezembro, todos os produtos já estejam dis-poníveis nas gôndolas e, no caso do food, nos restaurantes, hotéis, cozinhas industriais e confeitarias.

“Nosso grande desafio é atingir, primeiramente, o consumidor brasileiro, que vive nos Estados Uni-dos. Em seguida, queremos que os americanos conheçam nossos produtos e passe a incorporá-los no dia a dia. E não queremos ficar só em terras americanas não. Já estamos prospectando novos mer-cados, em vários países”, afirma a coordenadora de Comércio Exterior da empresa, Silvana Oliveira.

Participar de feiras e eventos nacionais e internacionais direcionados para o segmento de ali-mentos e varejo, apresentando a empresa e os produtos tem sido uma das principais estratégias para abertura de novos mercados. Além disso, a marca busca constantemente novos contatos entre importadores e distribuidores potenciais. “Acreditamos que nosso mix de produtos tem tudo para se tornar global”, destaca Silvana.

A Piracanjuba já exporta para Angola, Chile, Venezuela e Paraguai. Os produtos que mais interes-saram aos compradores, geralmente, é o leite em pó, seguido de queijos, manteiga e leite condensado.

Para anunciar a chegada aos Estados Unidos, a empresa vai contar com comerciais na Globo In-ternacional, no intervalo dos principais programas. Além disso, serão realizadas degustações nos pontos de venda por todo o país.

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Produtos Forno de Minas podem ser encontrados nos restaurantes e pontos de alimentação do Inhotim

O ano começa com uma boa notícia para os visitantes do Inhotim, um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil. Desde o início de janeiro, todo o mix de produtos Forno de Minas pode ser encontrado nas lanchonetes, pontos de alimentação e até nos restaurantes do Instituto. “Trata-se de um dos maiores centros de arte ao ar livre, que recebe turistas de todas as partes do mundo. E temos produtos que, com um toque mineiro, vão agradar o paladar não só dos brasileiros, mas também desses turistas estrangeiros. Portanto, é uma oportunidade para ativação da marca e também para que as pessoas conheçam nossas delícias”, afirma a gerente de marketing da Forno de Minas, Gisa Santos.

Os pontos de lanche e cafés contam com pães de queijo, folhados, empanadas, quiches, waffle e empadas. Já nos restaurantes é servida toda a linha de massas frescas congeladas e as batatas Forno de Minas.

Laticínios Bela Vista investe mais de R$ 11 mi em uma

das maiores Estações de Tratamento de Efluentes do mundo

Quinta maior indústria de laticínios do país, o Laticínios Bela Vista, deten-tor da marca Piracanjuba, é uma empresa goiana que adotou a responsabili-dade socioambiental como um dos seus principais valores. Ciente da impor-tância do uso adequado dos recursos naturais na produção de alimentos, e para a preservação da vida, a indústria está prestes a dar mais um salto em qualidade e tecnologia. Com investimentos superiores a R$ 11 milhões, vai inaugurar, no dia 25 de novembro, uma das maiores Estações de Tratamento de Efluentes, com reatores anaeróbicos de baixa taxa, em indústrias de lati-cínios, no mundo. É a primeira no país.

Para formulação, desenvolvimento e realização desse projeto inovador fo-ram necessários cerca de dois anos e meio de trabalho e uma equipe que che-gou a contar com 400 pessoas. A equipe de engenharia do Laticínios Bela Vis-ta realizou a obra Civil e a montagem mecânica. A ADI Sistemas Ambientais Ltda forneceu toda a tecnologia canadense e equipamentos, que contempla-ram a reformulação da Estação de Tratamento de Efluentes atual, e a adoção do Reator ADI-BVF, um dos melhores processos disponíveis em todo mundo.

Nesse sistema, o efluente é tratado em meio anaeróbio e o gás formado é captado e enviado para duas caldeiras que utilizarão esse combustível para a geração de vapor. A eficiência no tratamento dos resíduos chegará a 99%, com a possibilidade de reaproveitamento, também, da água. Por outro lado, o Laticínios Bela Vista, que já utiliza exclusivamente madeira de refloresta-mento em suas caldeiras de Biomassa, contará com uma redução de 30% no consumo de lenha, graças ao uso do Biogás gerado pelo novo sistema.

De acordo com o diretor industrial da empresa, Marcos Helou, entre os objetivos do projeto estão tornar o tratamento dos efluentes produzidos pela indústria mais robusto e preparado para o crescimento da indústria, além de, ao mesmo tempo, aproveitar a geração de Biogás e reduzir ainda mais o im-pacto ambiental. “Pretendemos devolver ao rio a água com excelente quali-dade e pronta para um possível reuso. E, ainda, vamos incentivar a produção de energia sustentável com benefícios ambientais para a sociedade. A empre-sa conseguiu estruturar um corpo profissional seleto e multidisciplinar, o que propiciou pesquisar e implantar com sucesso a tecnologia. Hoje, as decisões tomadas no Laticínios Bela Vista levam em consideração a nova lógica de pensamento voltada para a preservação ambiental”, reforça.

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Laboratório da SIG Combibloc conta agora com teste específico para produtos UHT, o novo Stork UHT

Uma nova unidade de trocador de calor Stork UHT (Sterideal ST5T-SPEC UHT), fornecida pela JBT Corporation’s Stork Food & Dairy Systems, foi adicionada à linha de envase piloto instalada no laboratório da SIG Combibloc na Alemanha. Este sistema é ideal para testar produtos com a tecnologia drinksplus, ou seja, com pedaços de frutas, vegetais ou cereais em grãos, antes de serem envasados em embalagens cartonadas assépticas da SIG Combibloc. No combiLab, os desenvolvimentos de produtos, como drinksplus, são testados sob condições reais. Este serviço ajuda a garantir o sucesso do produto.

O novo Stork UHT acabou de ser apresentado na conferência da ISBT (Sociedade Internacional de Tecnólo-gos de Bebidas), a ‘BevTechEurope’, patrocinada pela Stork e pela SIG Combibloc; e realizada na matriz da SIG Combibloc, em Linnich, na Alemanha. Segundo Sven Fischer, diretor Global de Tecnologia da SIG Combibloc: “Tivemos a honra de receber vários integrantes da ISBT, juntamente com nossos clientes. Houve um retorno bastante positivo sobre as apresentações, além da troca de experiências e insights sobre os testes práticos dis-poníveis no combiLab”.

A ISBT foi fundada em 1952 como uma plataforma para a troca de informações e transferência de conheci-mento na área de tecnologia de bebidas. A Associação, sediada em Washington, D.C. (EUA), tem mais de 1.000 integrantes. Ela é a única organização no mundo dedicada aos aspectos científicos e técnicos do desenvolvi-mento, processo e tecnologia de envase, embalagem e distribuição de bebidas não alcoólicas. Seus membros incluem tecnólogos em bebidas, cientistas e fabricantes de bebidas, além de fornecedores dessa indústria em posições técnicas e científicas.

Network de expertsSven Fischer completa: “Sediar a conferência BevTech Europe deu à SIG Combibloc a oportunidade de apre-

sentar o portfólio do combiLab para um público de alto nível; também pudemos mostrar nossa experiência e projetos relacionados à tecnologia drinksplus. Com esta tecnologia, é possível processar e envasar, asseptica-mente, bebidas que contenham até 10% de pedaços naturais, utilizando as máquinas de envase padrão da SIG Combibloc para produtos lácteos líquidos e bebidas não carbonatadas. Os pedaços podem ter até 6 mm. Ao reunirmos os melhores especialistas das indústrias de bebidas com nossos clientes, também oferecemos um network de qualidade”.

Na planta-piloto de envase da SIG Combibloc no combiLab, o foco é o desenvolvimento de novos produtos e o relançamento e melhorias relacionadas ao sistema de envase asséptico, com testes em condições reais. O objetivo é testar, de forma rápida e flexível, protótipos de materiais de embalagem, máquinas de envase, emba-lagens cartonadas e novos conceitos de produtos, gerando informações sobre todo o sistema de embalagem e processo de envase, para projetos internos e dos clientes da SIG Combibloc. O combiLab possui diversos equipa-mentos para atender a estes propósitos – desde equipamentos para o processamento do produto até máquinas de envase asséptico para bebidas e alimentos líquidos; também há aplicadores de tampas e bocais.

Alto nível de automação O novo trocador de calor UHT da Stork, instalado no combiLab, complementa os testes existentes. Segundo

Rudolf Flörke, head de Tecnologia Asséptica da SIG Combibloc: “O Stork UHT Sterideal ST5T-SPEC é um modelo com desempenho superior ao sistema UHT anterior e permitetrabalhar com uma vasta gama de produtos. Ele também tem um nível mais alto de automação.Os clientes que usam os serviços do combiLab também se bene-ficiarão destas vantagens no desenvolvimento e fabricação de conceitos inovadores de produto, sob condições reais, além de testar a tecnologia de processo”.

Com o Stork UHT estabelecemos um novo curso para o futuro. As ‘Inclusões’ foram um ponto importante no ‘BevTech Europe’. Como explica Sven Fischer: “Especialmente na área de bebidas com pedaçospodemos esperar muitas novidades no futuro. Bebidas que você não apenas bebe, mas também pode mastigar, já começaram a trilhar seu caminho na Ásia e em várias partes do mundo, e são vistas como desenvolvimentos bastante po-sitivos. Todos os tipos de novas combinações são possíveis e, com nossa tecnologia, eles também são viáveis”.

• Soluções para redução de Sódio;

• Queijos e Creme de Leite em pó;

• Iogurte, Mel e Doce de Leite em pó;

• Frutas e vegetais desidratados;

• Extratos de Chás instantâneos;

• Aromas Naturais e Artificiais;

• Enzima Lactase;

• Fermentos lácteos;

• Conservantes Nisina e Natamicina.

• Ingredientes Funcionais: Wellmune®, All-Q™, Fabuless™,

Fruitflow®, Carnipure™, Ômega³, Fitosterol;

• Proteínas vegetais (soja, arroz, trigo, aveia e ervilha);

• Sucralose-SPLENDA®;

• Vitaminas e Minerais;

• Celulose Microcristalina;

• Sais Fundentes e Fosfatos Especiais;

• Fibras solúveis e insolúveis;

• Colágeno Hidrolisado;

• Edulcorante Natural Stevia;

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A ABRE (Associação Brasileira de Embalagem) lançou a versão em português da carti-lha “O Valor das Embalagens Flexíveis na Redução de Desperdício de Alimentos”. O proje-to de tradução e impressão a partir do documento original produzido pela FPA - Flexible Packaging Association – entidade norte-americana representativa da indústria de emba-lagens flexíveis, foi liderado pelo Comitê de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ABRE. A produção do material foi motivada pelo projeto sobre economia circular e a valorização da função da embalagem na prevenção de perdas, que está em desenvolvimento junta-mente com a Cetesb e Fundação Ellen MacArthur da Inglaterra.

Com informações claras e objetivas, o documento apresenta evidências científicas quantitativas sobre como e emprego adequado das embalagens flexíveis e tecnologias disponíveis reduzem o desperdício de alimentos, chamando a atenção para uma discus-são sobre a significância ambiental desse ato, bem como o comportamento dos consumi-dores a respeito.

“Essa iniciativa traz uma informação de valor para a nossa sociedade, com a finalidade de disponibilizar dados e referências sobre a inter-relação entre embalagem e práticas que reduzam as perdas e o desperdício de alimentos, bem como para fomentar junto à indústria novas soluções e tecnologias”, destaca Luciana Pellegrino, diretora Executiva da ABRE.

A cartilha mostra pesquisas e estudos que demonstram comprovadamente o verdadei-ro ganho para o meio ambiente na prevenção do desperdício de alimentos por meio do devido acondicionamento dos produtos, o que se aplica a todas as embalagens. “É a pri-meira vez que a ABRE publica um material especificamente sobre um tipo de embalagem. O Comitê entendeu que este exemplo, calcado em estudos com embalagens flexíveis, é pertinente a toda a indústria de embalagens e irá esclarecer o tema de forma objetiva e inspiradora ao setor”, analisa Gisela Schulzinger, presidente da ABRE.

Os principais tópicos abordados na cartilha são: O que significa o desperdício de ali-mentos; o comportamento do consumidor; Aumento da vida útil e Novas tecnologias.

ABRE lança cartilha sobre embalagens e o desperdício

de alimento

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Pesquisa, pequeno produtor, alimentos seguros e sustentabilidade

são o foco da Secretaria para 2016

Duas Rodas amplia certificação internacional FSSC 22000

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, de-finiu as principais prioridades da Pasta para 2016. Ganham ênfase a aproximação entre pes-quisa e sua aplicação no campo, a preservação ambiental alinhada com a produção agrope-cuária, a atenção ao pequeno produtor e agricultor familiar e a saudabilidade dos alimentos.

De acordo com o secretário, essas quatro diretrizes seguem as orientações do governador Geraldo Alckmin para a Pasta e foram cristalizadas ao longo de 2015. A primeira é a necessá-ria união entre produção no campo e preservação dos recursos naturais. O ano de 2016 será a consolidação da ideia de que é possível produzir sem agredir o meio ambiente.

Arnaldo Jardim lembrou que “serão prioridades para a Secretaria a implementação do Pro-grama de Regularização Ambiental (PRA), a definição do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC) e caminharmos para desenvolver o conceito de Integração Lavoura--Pecuária-Floresta (ILPF)”.

Outro foco da Pasta será a integração entre produção e pesquisa, diminuir a distância entre a tecnologia gerada pelo Governo do Estado e sua aplicação no campo. Um ponto importante será a implantação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) em cada um dos institutos vinculados à Secretaria. Para garantir mais resultados, serão multiplicadas as parcerias com o setor produtivo. Está em pauta também a consolidação da dinâmica das Câmaras Setoriais e o fortalecimento do funcionamento das Comissões Técnicas.

A terceira prioridade será a atenção especial ao pequeno produtor e ao agricultor familiar, destacada em iniciativas como a continuidade e o avanço do Programa Microbacias II. Está na lista também a consolidação da participação de agricultores em ações como o Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS).

A preocupação em oferecer um alimento seguro para o consumo da população paulista também será priorizada em 2016, por meio de atividades como o processo de exterminação dos chamados obsoletos, que são os defensivos sem condições de aplicação e que serão in-cinerados. A Secretaria enfatizará ainda o Programa Aplique Bem, que por meio de software reduz a quantidade de produtos químicos aplicados nas culturas.

2016 será também o ano de “desenvolver instrumentos e um programa específico de moni-toramento para que se evite resíduos de toxinas nos alimentos, preservando a saudabilidade deles. Estes são programas fundamentais como um todo para a Secretaria de Agricultura”, concluiu Arnaldo Jardim.

A Duas Rodas, líder nacional na fabricação de aromas e produtos para a indústria de alimentos e de bebidas, recebeu em novembro, a confirmação da sua segunda Certificação Internacional em Segu-rança de Alimentos FSSC 22000, concedida pela DNV GL, fundação norueguesa de auditoria.

Agora, três unidades na fábrica da Matriz, situada em Jaraguá do Sul (SC), contam com esta chan-cela de atendimento de padrões mundiais de exigências de segurança de alimentos: Essências (recer-tificada), Aromas Encapsulados, Corantes, Frutas e Extratos desidratados (Spray Drier) e Aromas Pó.

A certificação comprova que as unidades trabalham com técnicas que garantem a qualidade segura do alimento não apenas na fabricação, mas também no fornecimento de matérias-primas e outros suprimentos.

"A ampliação da certificação internacional assegura um diferencial importante de mercado e con-solida o nosso Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos, que tem como estratégia permanente a ampliação deste escopo para outras unidades de produção da empresa no Brasil", afirma o diretor de Inovação e Tecnologia, Antonio Carlos Figueiredo Gonçalves.

Presente em mais de 30 países, a Duas Rodas atua há 90 anos na fabricação de ingredientes para as indústrias de alimentos e de bebidas no Brasil e no mundo. Com mais de 10 mil clientes, a empresa possui um portfólio com cerca de 3 mil itens divididos em dois grandes mercados: o de Sabores, com aromas, extratos naturais, desidratados, condimentos e aditivos, soluções integradas e ingredientes para a área de nutrição animal, com a marca Statera; e o de Food Service, com produtos de sorvetes, chocolates, confeitaria e panificação, com as marcas Selecta e Mix. Líder brasileira na fabricação de aromas e produtos para a indústria de alimentos e de bebidas, a Duas Rodas foi fundada por imigran-tes alemães na cidade de Jaraguá do Sul (SC), onde funciona ainda hoje sua sede principal. A com-panhia conta atualmente com outras duas fábricas no Brasil (Sergipe e Manaus), quatro na América Latina (Argentina, Chile, Colômbia e México), além de sete centros de pesquisa e desenvolvimento e um Innovation Center. Em constante expansão, a multinacional brasileira adquiriu, recentemente, a Mix Indústria de Produtos Alimentícios, que atua com linhas de confeitaria e chocolateria, em São Bernardo do Campo (SP).

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Tetra Pak divulga estudo sobre perfil de consumo

dos Millennials Há uma nova geração de consumidores: os denominados Millennials. Eles são jovens – têm

entre 20 e 35 anos -, são exigentes e gastam cerca de US$ 600 bilhões por ano, segundo um estudo global realizado pela Goldman Sachs e divulgado pela Tetra Pak.

O levantamento aponta que, em relação ao consumo, o grupo está sempre procurando novos produtos e serviços. Nos Estados Unidos, 65% dos Millennials afirmaram que tinham interesse em testar todas as novidades, independentemente da área (podia ser de ópera a uma escalada), contra 39% de outras gerações.

Outra tendência do grupo é a busca por refeições (comidas e bebidas) rápidas e simples. Cerca de 41% deles disseram que estão dispostos a pagar mais por produtos que facilitem suas vidas.

No entanto, facilidade e agilidade, para os Millennials, não significa aderir ao junk food. Eles prezam essas características, porém, também têm como foco a preocupação com a saúde, sendo que mais da metade (51%) evita fast food, e 63% afirma escolher alimentos e bebidas que confe-rem mais qualidade de vida e saúde. Eles querem ser mais sustentáveis, com 53% afirmando que gostariam de fazer mais pelo meio ambiente.

Além de serem compradores experientes que sabem bem avaliar o preço e a qualidade do pro-duto. O grupo está pronto para reinventar o mercado, com um novo jeito de comprar e vender. É a primeira geração que cresceu com a internet e desde criança soube o que era o mundo globa-lizado, capaz de diminuir a distância e realizar compras em outros países. Mais da metade deles tem amigos que vivem no exterior e 20% dedica seu tempo ao estudo ou trabalho fora do país.

Além disso, são mais dependentes da tecnologia e conectados que qualquer outra geração. Mais de 84% dos Millennials possuem smartphone e, com isso, esperam que as marcas estejam igualmente conectadas. Eles enxergam a atividade online como um importante complemento para o mundo off-line. 54% declaram que as redes sociais contribuíram para os relacionamentos com amigos e família.

Análise na hora da compra Os consumidores Millennials buscam cinco atributos-chave nos produtos quando vão às com-

pras: O aspecto da embalagem; Se o manuseio e transporte é fácil; Se é prático para beber e comer diretamente; Se a embalagem pode ser fechada novamente e se o produto é sustentável.

Para embalagens desenvolvidas para o consumo fora de casa, conveniência é um ponto im-portante. Eles esperam tanto portabilidade quanto resistência da embalagem, o que os deixam dispostos inclusive a pagar mais caro pelos produtos.

65% dos Millennials afirmaram que tinham interesse em testar todas as novidades, de ópera a uma escalada, contra 39% de outras gerações;

41% deles disseram que estão dispostos a pagar mais por produtos que facilitem suas vidas;

53% disseram que que gostariam de fazer mais pelo meio ambiente

63% afirmaram que usam os alimentos e bebidas para dar mais qualida-de ao estilo de vida

Mais de 84% dos Millennials possuem smartphone e, com isso, eles es-peram que as marcas estejam igualmente conectadas.

O portfólio da BASF oferece carotenoides (betacaroteno, licopeno e luteína), que são muito utiliza-dos como corantes. Os corantes betacarotenos do portfólio podem ser naturais (de fonte de algas), ou idênticos aos naturais, e possuem um range de cor entre amarelo e laranja. O licopeno, que é idêntico ao natural, tem a cor vermelha, enquanto a luteína, de fonte natural proveniente de uma flor chamada marigold, tem a cor amarela. Além desta função tecnológica, esses três carotenoides têm alto poder antioxidante.

Os corantes podem ser aplicados, por exemplo, em bebidas lácteas, iogurtes, margarinas e queijos. Os betacarotenos são comumente utilizados em margarinas por proporcionarem um amarelo mais

claro. Já o licopeno, por ter cor mais avermelhada, pode ser usado em um iogurte de morango, por exemplo. A aplicação do corante varia muito de acordo com a cor que se pretende atingir e do tipo de produto.

Tanto o betacaroteno como o licopeno e a luteína do portfólio da BASF podem ser encontrados em duas formas: em óleo e em pó, e em diferentes concentrações. Isso facilita a aplicação em diferentes produtos e a escolha do carotenoide utilizado vai de acordo com a necessidade do processo de aplica-ção do cliente e seu produto.

Na linha de betacarotenos, a BASF conta com a versão em pó dispersível em água fria e, portanto, fa-cilmente aplicada em bebidas, e com a versão emulsão, que também é aplicada em alimentos e bebidas.

O licopeno pode ser encontrado nas formas em pó, microencapsulada, dispersível em óleo e na forma em pó dispersível em água fria. A luteína também possui as formas em pó e óleo em diferentes concen-trações. A BASF também conta em seu portfólio com o éster de luteína e a luteína livre.

Corantes da BASF para lácteos

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TENDÊNCIAS

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Revista Indústria de Laticínios - De ma-neira geral, como foi o desempenho das várias categorias de alimentos e bebidas em 2015?■ Renata Moura- Ainda não possuímos da-dos finalizados das diversas categorias para 2015, pois só serão fechados no pri-meiro semestre de 2016. O que possuímos sobre o ano passado são estimativas e dados do comportamento do consumidor durante este ano. Em 2015, o consumidor brasileiro priorizou seus gastos,focando nos itens essenciais. Alimentos e bebidas foram um dos setores que menos sofre-ram, em especial alimentos e bebidas do dia a dia considerados básicos. Por exem-plo, 51% dos brasileiros manteve seu volu-me de compras de alimentos/bebidas do dia a dia de marcas conhecidas/populares nos últimos 12 meses, 23% aumentou seu volume de compras desse tipo de alimen-tos/bebidas e apenas 18% cortou esses produtos da sua lista de compras. Já em relação aos produtos não essenciais de marcas conhecidas/populares, como por exemplo, biscoitos Bono e chocolates Ga-roto, o corte foi maior, com 30% reduzin-do suas compras desses tipos de produ-tos nos 12 meses anteriores a setembro de 2015.

RIL – Em 2015, os casos de inovações e/ou ocupação de novos nichos de mercado ocorreram mais fortemente em quais ca-tegorias de alimentos e bebidas?■ Renata Moura - Nos últimos anos, a as-censão da classe média com seu maior poder aquisitivo estimulou o surgimen-to de inovações em diversas categorias com produtos que ofereciam um maior valor agregado. Quanto ao lançamento de novos produtos, desde 2011, categorias dos segmentos de panificação, molhos e condimentos, salgadinhos e laticínios se destacaram. A categoria de iogurtes é um exemplo disso. O iogurte grego surgiu no Brasil no segundo semestre de 2012, e dados da nossa pesquisa realizada recen-temente indicou que 61% dos brasileiros consumiu a categoria nos 12 meses ante-riores a agosto de 2015. Apesar da crise, 22% dos consumidores indicou que aumen-tou o seu consumo deste tipo de iogurte nos últimos 12 meses.

Mudanças no consumo

Nas últimas décadas, o brasileiro de todas as classes sociais teve oportunidade de consumir mais, no caso da nova classe média que vinha em crescimento ou experimentar inovações e produtos mais sofisticados. Com a situação econômica do Brasil apertando o orçamento dos consumidores, houve a necessidade de mudanças nos hábitos de compra. Renata Pompa Moura fala um pouco do comportamento do brasileiro no setor de alimentos e bebidas, de tendências e alternativas que as indústrias podem fazer para estimular o consumo.

Renata Pompa de Moura é gerente de pesquisa da Mintel no Brasil, desde 2009. Com mais de doze anos de

experiência trabalhando em empresas de consultoria e pesquisa de mercado no Brasil, Estados Unidos e Chile,

Renata possui um amplo conhecimento do comportamento do consumidor e de tendências globais de consumo.

RIL – Principalmente, em 2015, o movi-mento de mudança de consumo na classe média foi forte em decorrência da crise na economia brasileira. A crise traz tam-bém oportunidades e, nesse aspecto, quais seriam os caminhos para evitar perda de consumo? Inovação? Novas embalagens? Lançamentos com produtos de menor cus-to? Outros.■ Renata Moura - Entre os quatro princi-pais grupos pesquisados, alimentos e bebi-das, incluindo itens de marca e de marca própria, são os setores que os consumi-dores C12 estão comprando mais nos úl-timos 12 meses. Em setembro de 2015, 38% dos consumidores C12 declarou que es-tão comprando mais alimentos e bebidas comparado com um ano atrás. A maior redução é em relação aos alimentos não essenciais, com 31% dos consumidores da classe média declarando que estão com-prando uma menor quantidade compara-do ao ano anterior. Em relação às mar-cas próprias de supermercado, 28% da classe média está mantendo seu volume de compras, enquanto 12% está compran-do mais e 25% está comprando menos. A crise pode ser uma oportunidade para as marcas próprias se destacarem, uma vez que geralmente essas marcas são mais acessíveis que as regulares. Os preços baixos são prioridade para os consumido-res brasileiros, com 78% deles declarando que esse é o motivo que mais pesa na de-cisão de compra de alimentos e bebidas. No Reino Unido, o varejista Tesco iniciou uma campanha chamada “prove antes de comprar” em seis lojas em agosto de 2015. A campanha envolveu diversas categorias de produtos e pode ajudar a impulsionar o consumo de marcas privadas no Brasil também, mostrando aos consumidores a qualidade dos produtos.

"As marcas têm a oportunidade também para transformar suas promoções e descontos em momentos

divertidos para o consumidor com ações que surpreendam

as pessoas."

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TENDÊNCIAS

RIL – A Mintel, durante evento realiza-do em 2015, divulgou as tendências para consumo em 2016. No evento, foram des-tacadas algumas alternativas de vários setores da indústria que foram aplicadas na Europa e EUA. Com a diferença de cultura entre esses locais em relação ao brasileiro, acredita que algumas das alter-nativas citadas sejam aplicáveis no Brasil?■ Renata Moura - Com certeza, as ten-dências são todas aplicáveis ao Brasil neste momento de crise econômica e po-dem ser utilizadas para que as marcas se diferenciem frente ao consumidor. Países como os EUA e UK passaram por crises econômicas recentemente e as marcas tiveram que inovar para continu-ar atraindo o consumidor. Muitos desses exemplos podem ser replicados ou adap-tados ao Brasil. Por exemplo, serviços de compartilhamento, troca e assinatura estão emergindo em diversos setores e devem se tornar ainda mais popular uma vez que o consumidor está buscando al-ternativas para economizar. As marcas têm a oportunidade também para trans-formar suas promoções e descontos em momentos divertidos para o consumidor com ações que surpreendam as pessoas.

RIL – Na área das indústrias de alimen-tos e bebidas, quais seriam as alternativas para não perder substancialmente ven-das? Por favor, cite alguns exemplos.■ Renata Moura - Varejistas têm a opor-tunidade de investir em experimentação e degustação dos seus produtos de marca própria. Existe oportunidade também para fazer o consumidor se sentir au-tossuficiente, dando-lhe meios para que desenvolva suas habilidades culinárias fa-zendo produtos e pratos em sua própria casa, como por exemplo, oferecendo trei-namentos para baristas. Outra alternati-va é transformar o processo de compra em algo divertido, não apenas oferecendo descontos e promoções ao consumidor, mas transformando estas iniciativas em algo divertido para o consumidor, por exemplo dando descontos para clientes que façam demonstrações de afeto e gentileza com o próximo, ou que partici-pem em brincadeiras durante o processo de compra.

RIL – Segmentos como o de produtos premium tendem a ter grande queda de vendas em 2016? Havia parcela significa-tiva da classe média baixa consumindo produtos premium no setor de alimentos e bebidas?■ Renata Moura - Sim, esperamos uma redução no consumo desses itens. Nos doze meses anteriores a agosto de 2015 31% dos consumidores da classe C12 re-duziram suas compras de produtos ali-mentícios não essenciais de marca, como por exemplo chocolates, balas. Além disso, em julho de 2015, 21% dos consumidores da classe C2 declaram que estavam com-prando menos biscoitos que nos doze me-ses anteriores a pesquisa.Na categoria de café por exemplo, qua-se a metade (45%) dos consumidores das classes C12 indicam que o preço baixo é um dos principais fatores que os influen-ciam na compra de café, indicando que muitos consumidores da classe média es-tão priorizando marcas mais acessíveis.

RIL – Em 2016, como devem se compor-tar os brasileiros em relação ao aspecto sustentabilidade em suas compras? A cri-se econômica deverá afetar o desejo de comprar produtos que tenham apelo ao meio ambiente, caso tenham maior custo?■ Renata Moura - Marcas que não agri-dam o meio ambiente influenciam na de-cisão de compra de 39% dos brasileiros. No entanto, com o agravamento da cri-se econômica preços baixos torna-se um fator cada vez mais importante para os consumidores. Portanto, os produ-tos sustentáveis devem também trazer o benefício de redução de custo para o consumidor para que possam chamar a sua atenção. A tendência Green and Lean da Mintel reforça este comportamento. Cada vez mais existe a necessidade de quantificar os benefícios financeiros dos produtos sustentáveis para o consumi-dor, tornando-os produtos mais necessá-rios em um período de crise. Por exemplo, produtos que utilizam embalagens que podem ser reutilizáveis pelo consumidor, com outras funções, além de garantir uma economia na compra de um produto futuro podem reforçar a imagem susten-tável do produto. Na verdade, os consumi-dores estão começando a descobrir que a adoção de práticas sustentáveis pode ajudá-los com suas finanças, como apon-tado na tendência de consumo para 2016 Sede por Mais.

RIL – Geralmente, quais categorias do se-tor da alimentação são mais afetadas em tempos de crise?■ Renata Moura - Certamente as cate-gorias de itens não essenciais, alimentos e bebidas premium, como os indicados na primeira questão. Em abril de 2015, 36% dos brasileiros acima de 18 anos já indi-caram que estavam comprando menos bebidas alcoólicas comparado com os 12 meses anteriores. RIL – Apesar de apresentar crescimen-to significativo nos últimos anos, o setor foodservice deve ter retração em 2016? Em caso de retração, isso beneficiaria as indústrias de alimentos, já que os consu-midores farão suas refeições em casa? Essa seria uma das oportunidades da crise para as indústrias?■ Renata Moura - Sim, o consumidor bra-sileiro tem reduzido a sua frequência de alimentação fora de casa e isso favorece as refeições feitas em casa. Em abril de 2015, 36% dos brasileiros já havia reduzido sua frequência de consumo de alimenta-ção fora de casa em relação aos 12 me-ses anteriores a pesquisa. Essa tendência tem afetado diferentes categorias de foodservice, inclusive fast food. Em se-tembro de 2015, 33% dos brasileiros decla-rou que estava comendo menos fora de casa, em restaurantes fast food (ex. Mc Donald’s, Bob’s, Habib’s) em comparação com os 12 meses anteriores à pesquisa. No entanto, 35% dos brasileiros declarou que está comprando mais alimentos para comer em casa nos últimos 12 meses, con-firmando este movimento de substituição da alimentação fora de casa pela dentro de casa. Surge oportunidade para as in-dústrias de alimentação em casa, com marcas trazendo para a casa do consu-midor produtos similares aos oferecidos em restaurantes ou os próprios restau-rantes lançando opções de comidas pre-paradas vendidas em supermercados para o consumo em casa.

RIL – Fale um pouco das pesquisas sobre as tendências para 2016 com o foco para as indústrias de alimentos e bebidas.■ Renata Moura - A tendência ‘Sede por Mais’ explica que enquanto o país luta con-tra a recessão e problemas climáticos, os brasileiros começam a descobrir que adotar práticas ecológicas pode ajudá--los a economizar dinheiro. Por exemplo, os consumidores começam a reciclar lixo em troca de descontos, trocando garra-fas e latas por descontos nas máquinas de refrigerante da Triciclo. Quando se trata de lidar com um possível raciona-mento de água, marcas de comida e be-bida – incluindo varejistas – têm a opor-tunidade de aumentar a conscientização sobre a quantidade de água necessária ou desperdiçada. Já a tendência "Ocupe Brasil" indica que os consumidores estão mais exigentes e, frequentemente fazem denuncias. As marcas estão se ajustando a este contexto com a busca por práti-cas justas. Em 2016, as marcas irão enco-rajar ações positivas entre seus clientes. A marca de sucos Tang, por exemplo, in-centiva crianças brasileiras a se unirem para conquistar mais e tornar o mundo um lugar melhor. Além disso, uma série de iniciativas que ajudam os consumidores a serem propulsores de mudanças positivas são observadas. A Red Bull, por exemplo, está apoiando um concurso para encon-trar projetos tecnológicos inovadores que possam melhorar a cidade de São Paulo. Outra tendência que vem sendo seguida por diversas empresas no setor de alimentos e bebidas é a da "Famílias Alternativas". Esta tendência indica que a forma como os brasileiros vivem juntos e criam laços evoluiu significativamente, re-sultando no surgimento de novas formas de convivência. A marca de sorvetes Ben & Jerry´s demonstrou, nos Estados Unidos, o seu apoio a essa tendência criando um sabor para apoiar o casamento entre as pessoas do mesmo sexo.

"No Reino Unido, o varejista Tesco iniciou uma campanha

chamada “prove antes de comprar” em seis lojas em

agosto de 2015. A campanha envolveu diversas categorias de produtos e pode ajudar

a impulsionar o consumo de marcas privadas no Brasil também, mostrando aos

consumidores a qualidade dos produtos."

"Cada vez mais existe a necessidade de quantificar

os benefícios financeiros dos produtos sustentáveis para o consumidor, tornando-os

produtos mais necessários em um período de crise.

Surge oportunidade para as indústrias de alimentação em

casa, com marcas trazendo para a casa do consumidor

produtos similares aos oferecidos em restaurantes."

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LEITE/CEPEAExcesso de chuva no Sul e falta no

Nordeste prejudicam produção

Figura 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite – OUTUBRO /15.(Base 100=Junho/2004) Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Figura 2: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionado pela IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG,GO e BA) Fonte: Cepea-Esalq/USP.

Tabela 1: Preços médios pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em NOVEMBRO/15 referentes ao leite entregue em OUTUBRO/15. Fonte: Cepea

O movimento sazonal de enfraquecimento dos preços do leite ao produtor se manteve em novembro, mas algu-mas atenuantes limitaram as quedas. Uma delas são as chuvas, excessivas no Sul e escassas no Nordeste. Outra foi um forte reajuste em Minas Gerais.

No balanço, o preço recebido pelo produtor (sem frete e impostos) recuou 0,57% de outubro para novembro, com a média indo para R$ 0,9675 /litro, conforme levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada Cepea), da Esalq/USP. Na comparação com novembro/14, o preço está 5,9% menor em termos reais (deflacionados pelo IPCA de outubro/15). O valor bruto (inclui frete e im-postos) pago pelos laticínios/cooperativas foi de R$ 1,0541/litro, redução de 0,46% em relação ao mês anterior.

Nos estados do Sul, as chuvas se intensificaram a ponto de reduzir a produção de leite em muitas regiões, além de dificultarem a captação do produto. Já na Bahia, é a falta de chuva que tem diminuído a produção, informa o Cepea.

Representando a média ponderada de sete estados, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) de outubro apontou queda de 0,86% frente a setembro. Na Bahia, no entanto, a redução mensal chegou a 13,99%. O Rio Grande do Sul também teve queda importan-te, de 5,78%, seguido por Santa Catarina (-4,55%) e Paraná (-1,47%). Diferentemente, São Paulo (2,74%), Minas Gerais (1,72%) e Goiás (1,62%) mantêm o ritmo de crescimento na produção, conforme avançam as chuvas.

Outro fator que impactou diretamente nos preços pa-gos ao produtor foi o reajuste feito por um laticínio de grande porte na mesorregião sul/sudoeste de Minas, dian-te do aumento da concorrência por produtores nessas pra-

ças. Com isso, a média do estado, que vinha em tendência de queda, reagiu e amenizou a baixa da média nacional.

Segundo alguns colaboradores do Cepea, o excesso de chuvas na região Sul, além de prejudicar a produção, tam-bém tem impedido o pecuarista de fazer a reforma das pastagens, comum nesta época do ano. Com isso, o merca-do de insumos para essas atividades nessas regiões está desaquecido, podendo haver consequências negativas fu-turas quanto ao fornecimento de pastagens de qualidade para alimentação dos animais.

O aumento da precipitação no Sul também divide a expectativa dos agentes consultados pelo Cepea quanto aos preços no próximo mês. Uma parte dos entrevistados (45,7%), que representa 51,6% do leite amostrado, acre-dita que o recuo deve se manter em dezembro. Por outro lado, 42,9% dos entrevistados, que representam 47,7% do volume amostrado, indicam estabilidade. E apenas 11,4% acreditam em alta.

No mercado de derivados, após quatro meses de quedas para o leite UHT e de três meses para o queijo mu-çarela, ambos se valorizaram no fechamento parcial de novembro. Alguns colaboradores apontam leve melhora na demanda por esses derivados, o que ajudou na recupe-ração dos preços. O leite UHT e o queijo muçarela ne-gociados no atacado do estado de São Paulo tiveram mé-dias de R$ 2,2628/litro e de R$ 13,54/kg, respectivamente, em novembro, 3,39% e 1,17% superiores aos valores de outubro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada dia-riamente com laticínios e atacadistas do estado de SP e tem o apoio financeiro da Organ ização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

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Custo com energia elétrica rural sobe 50% em um ano

Item essencial na atividade diária do produtor de leite, a energia elétrica é necessária para a ordenha me-cânica dos animais, preparo da alimentação do rebanho por meio das “picadeiras” e resfriamento do leite, entre outras atividades. Devido a sua importância operacio-nal, inclusive na iluminação dos ambientes, a variação de tarifa merece atenção nos custos de produção. Consi-derando-se todas as classes de consumo, o valor médio nacional neste ano (até setembro) foi de R$ 0,3317/kWh, alta de 50% se comparado ao mesmo período de 2014.

A maior tarifa na média deste ano foi verificada no Su-deste, de R$ 0,3587/kWh, enquanto a mais barata foi cobrara no Nordeste (R$ 0,2962/kWh).

O gasto com o grupo energia elétrica e combustível re-presentou 3,2% dos custos operacionais efetivos (COE) no mês de setembro/15, considerando-se a média ponde-

rada dos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Goiás foi onde este grupo de custo teve maior peso, de 4,4%, e Para-ná onde possui a menor ponderação, de 1,9%.

Em 2014, a média nacional do preço da energia elétri-ca da classe de consumo Rural (considerando-se os dados da ANEEL das regiões Sul, Sudeste, Centro- Oeste, Nordes-te e Norte) também dobrou no correr do ano fechando na média de R$ 0,1928/kWh. A região Sul do País apontou a maior alta no ano, de 41,36%, e a região Norte a menor elevação, de 20,78%.

A estiagem que atingiu grande parte do Brasil desde meados de 2014 reduziu consideravelmente a oferta de energia elétrica, uma vez que o País depende da gestão dos estoques de água nos seus reservatórios para atender a demanda interna. Com isso, foram acionadas as usinas termoelétricas, que levaram a reajustes nas tarifas.

Wagner H. Yanaguizawa, analista de mercado da equipe Leite Cepea

Gráfico 1. Evolução da tarifa média de for-necimento de energia elétrica para uso rural e rural irrigante.

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CADERNO DE TECNOLOGIADE LATICÍNIOS

FAZER MELHOR

A importância do design da embalagem para a indústria de lácteos

Balança comercial é positiva em novembro, com maior faturamento desde abril/14

A balança comercial brasileira de l ácteos registrou saldo positivo em novembro, de US$ 14,27 milhões - o maior faturamento desde abril de 2014 (US$ 14,35 mi-lhões). Este cenário resultou da queda na quantidade im-portada de lácteos (-42%) e também da receita despendida com as compras internacionais (-48%) de outubro para no-vembro. Além disso, as exportações de derivados de leite registraram alta de 14% em volume e, de 13% em receita no mesmo período.

Em novembro, foram internalizados 81,79 milhões de litros em equivalente leite, sendo que 77,5% deste volume correspondeu às compras de leites em pó¹. Em relação a outubro, a quantidade adquirida deste lácteo caiu 47,2% e o preço médio recuou 13% (US$ 2,18/kg).

As compras de leites em pó uruguaio caíram expressivos 91%, passando de 76,32 milhões de litros em equivalente leite em outubro para 7,11 milhões em novembro (o menor volume registrado desde fevereiro/14). Em contrapartida, o volume adquirido da Argentina cresceu 18%, atingindo 51,43 milhões de litros em equivalente leite. Assim, em novembro, a participação uruguaia no total importado de

Natália Salaro Grigol, analista de mercado da equipe Leite Cepea

¹ A categoria “leites em pó” considera os seguintes NCM definidos pela Secex: 4021010 - leite em po,mat.gorda<=1,5%,arsenio<5ppm,concentr.adoc.; 4022110 - Leite

integral, em pó,materia gorda>1.5%,concentr.n/adoc; 4021090 - outs.leites,cremes,em pó,mat.gorda<=1,5%,concentr.adoc. Vale destacar que o leite em pó integral (NCM

4022110) é o que registrou maior volume de compras, de 32,29 milhões de litros em equivalente leite, 51% do total.

leites em pó foi de apenas 11,2%, enquanto a argentina foi de 81,2%. A Argentina não assumia a liderança no fornecimento de leites em pó ao Brasil desde fevereiro deste ano.

Já em relação às exportações, somaram 58,17 milhões de litros em equivalente leite. A Venezuela continuou sendo o principal destino dos lácteos brasileiros (83%), seguida da Colômbia (2,87%), Urug uai (2,02%), Chile (1,99%), Arábia Saudita (1,44%) e Angola (1,16%).

As vendas externas de leites em pó aumentaram 15% e representaram 84% do total embarcado. Mais de 97,3% deste derivado foi enviado à Venezuela e 2,2% ao Uru-guai. Em média, o leite em pó brasileiro foi exportado a US$5,30/kg em novembro, queda de 0,9% frente ao pre-ço de outubro.

O Índice de Preços de Exportação de Lácteos do Cepea (IPE-L) fechou novembro a US$ 5,02/kg, recuo de 0,5% na comparação com o mês anterior. Em Reais, a média foi de R$18,97/kg, queda de 3,1% na mesma comparação em função da desvalorização de 2,6% do dólar frente à moeda brasileira (média de R$ 3,78 em nov/15).

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FAZER MELHOR

A importância do design da embalagem para a indústria de lácteos

Dra. Maria Izabel Merino de Medeiros 1

Kaliza Merino de Medeiros Godoy 2

Introdução O design de embalagem é uma vertente do design de

produto e do design gráfico. O profissional designer de pro-duto é responsável pelo desenvolvimento da embalagem, considerando problemas de ergonomia e estética tri-di-mensional. Enquanto o designer gráfico trata do rótulo da embalagem, onde o produto é apresentado graficamente seguindo a legislação vigente de rotulagem.

A embalagem comercial não é apenas um meio de armazenamento e transporte de um produto, mas é um objeto que possibilita aos consumidores uma relação afe-tiva individual com o produto. É a identidade da empresa a qual ela representa e em muitos casos é o único meio de comunicação do produto. O design da embalagem deve garantir uma boa comunicação com o consumidor, repas-sando informações sobre o produto e expondo seu caráter. Várias pesquisas demonstram que para muitos consumi-dores a embalagem é o objeto que identifica simbolica-mente o produto.

Pesquisas mostram que o consumidor não dissocia a embalagem do seu conteúdo, sendo a embalagem consi-derada expressão e atributo do conteúdo. Podemos citar como exemplo o design da garrafa de vidro utilizada no início da comercialização do leite e o das latas de leite condensado.

História e Mercado

As primeiras embalagens surgiram a mais de 10.000 anos da necessidade de transportar, acondicionar e arma-zenar alimentos nas antigas civilizações.

No Brasil, principalmente após os anos 80 com o advento da abertura de mercado para os produtos impor-tados houve um maior cuidado no design das embalagens dos produtos nacionais para concorrerem com as emba-lagens dos produtos importados que eram na época, mais atrativas ao consumidor.

No mundo, o crescimento do mercado global de embalagens está sendo impulsionado por uma série de tendências gerais, como a urbanização crescente, inves-timentos em construção, a expansão do setor de saúde e o rápido desenvolvimento ainda evidente nas economias emergentes, incluindo China, Índia, Brasil e alguns países da Europa Oriental. Nos próximos anos as maiores taxas de crescimento deverão ser observadas nos países em desenvolvimento.

Dados disponíveis em entidades de classe e outras as-sociações reconhecidas permitem identificar 782 empresas do setor de embalagem com atuação no Brasil, colocando o país em sétimo lugar no ranking mundial de maiores mercados de embalagem do mundo.

O aumento na renda pessoal disponível nos países em desenvolvimento estimula a demanda por uma ampla gama de produtos em seus respectivos mercados de consumo, resultando em um crescimento nas indústrias produtoras de embalagens para esses bens. Até 2016, estima-se que a participação do Brasil no mercado mun-dial aumentará de 3,7% para 4,0% subindo da 7ª para a 5ª posição no ranking.

O acelerado desenvolvimento econômico do País nos últimos anos trouxe ao mercado uma nova classe média emergente com maior poder de compra e um grau de exigência superior em relação aos produtos alimentícios básicos. Essas mudanças no comportamento de compra intensificaram a concorrência entre os laticínios que bus-cam fidelizar o novo consumidor com produtos inovadores acondicionados em embalagens chamativas e funcionais. É real o aumento da demanda por alimentos saudáveis, leves, frescos, naturais e orgânicos, bem como opções funcionais e fortificadas que deve continuar a crescer nos próximos anos. Os canais de venda passaram por mudan-ças significativas, com lojas de conveniência tornando--se pontos de venda cada vez mais importantes para os consumidores de todas as idades e origens.

Considerações na criação das embalagens

O cuidado com este trabalho significa que o design da embalagem envolve estudos representando além de estética e função, fatores sociais, culturais, de fabricação, de custos e de seleção de materiais que vão determinar mensagens qualitativas e quantitativas.

Uma embalagem não pode ser apenas bonita, ela deve cumprir padrões de higiene, formatos, praticidade e segu-rança. O design da embalagem agrega valor, adequando de forma eficiente às necessidades e expectativas do consu-midor e define seu posicionamento correto no mercado. É também, diferencial competitivo, pois através da inovação e da diferenciação o design pode criar uma personalidade capaz de conquistar a fidelidade do consumidor.

Ao se desenvolver uma embalagem, devem-se definir os elementos do projeto técnico como a escolha da maté-ria prima, processos produtivos, economia na fabricação e logística sempre associado à qualidade do produto. No ró-tulo deve-se estudar o design de informação e publicidade com o foco para a venda do produto, sua identidade com a empresa e a adequada interação com o material utilizado e seu processamento industrial objetivando a identificação do consumidor com o produto. Atualmente para garantir esta identificação as empresas investem cada vez mais em licenças (Marvel, Maurício de Souza, Cartoon Network, etc) conhecidas e desejadas pelo seu público alvo.

Tendências para o mercado de Embalagem

O consumidor atual valoriza produtos que facilitem o seu dia a dia e permitem economia de tempo nas ativida-des. Esse desejo traduzido para o design da embalagem significa: facilidade de abertura, possibilidade de refe-chamento, facilidade e simplicidade de preparo e uso do produto e descarte da embalagem, portabilidade para o consumo on-the-go, ou seja, em qualquer lugar a qualquer hora. A embalagem deve facilitar a vida de todos, não só dos idosos e das crianças. Deve reduzir desperdícios, mini-mizar riscos.

O consumidor interage com a embalagem em diversos aspectos, desde a escolha no momento da compra, du-rante o consumo do produto, até o momento do descarte. O desenvolvimento da embalagem deve considerar esses aspectos visando facilitar tal interação. Assim a embala-gem deve ser funcional e sem complicação.

Princípios do design universal devem ser aplicados à embalagem: uso conveniente, intuitivo e simples; informa-ção discernível; design gráfico e estrutural; sustentabilida-de; utilização equitativa, ou seja, a embalagem deverá ser utilizada por pessoas com diferentes capacidades.

Pode-se citar o exemplo da Vigor Alimentos que entrou no segmento de iogurtes salgados. Serão produzidos na nova linha itens do tipo grego nos sabores salsa e ceboli-nha e azeitona preta com uma embalagem diferenciada e patenteada pela empresa.

A embalagem também deve atender à segmentação de mercado. O aumento da quantidade de residências com apenas uma pessoa e a vida urbana cada vez mais atri-bulada têm criado uma demanda por produtos em por-ções individuais, principalmente no caso dos alimentos e bebidas. Além da questão econômica, pois permite menor desembolso, esse tipo de embalagem permite diferentes opções de consumo no caso de lares com mais de uma pessoa, ou seja, cada indivíduo, cada um na residência, escolhe o que quer consumir.

O consumidor também busca no produto uma satis-fação objetiva e subjetiva que resulte em sentimentos de realização e prazer, em novas emoções, na fuga do rotineiro e do cotidiano. A embalagem deve favorecer a identificação pessoal do consumidor com o produto ou com a marca.

No desenvolvimento da embalagem o designer sempre foca seu desenvolvimento no público alvo definido.

Alguns consumidores têm um estilo de vida sofistica-do e demandam produtos com alto valor agregado, como símbolo de status. Esse é o fenômeno de “premiumização” dos produtos e, consequentemente, da sofisticação da em-balagem, que reflete a demanda por produtos com quali-dade superior, como os queijos finos associados ao luxo e à indulgência.

Ainda há o consumidor que valoriza a qualidade de vida e o bem-estar, o que resulta na procura por produtos que tragam benefício à saúde e que exibam informações sobre sua origem, remetendo a aspectos de qualidade e de segurança.

A lembrança do passado, dos “bons tempos”, em em-balagens retrô, mesmo de edições limitadas, agrada ao consumidor. Embalagens que transformam os produtos em presentes, em itens colecionáveis, em entretenimento infantil, em ferramenta de interatividade com os jovens sempre farão sucesso.

A embalagem reforça a percepção do consumidor, proporciona diferenciação e apelo ao produto por meio da estética de cores, formatos, imagens, grafismos, até exage-rados e extravagantes, gerando grande estímulo sensorial e emocional.

Outra grande tendência no design da embalagem é a preocupação com a sustentabilidade. Transformações negativas que o planeta vem sofrendo, entendidas como consequências das ações do homem sobre a natureza, fizeram surgir uma nova consciência global ambiental e esforços de redução na emissão de gases de efeito estufa por todos os setores produtivos. Os estudos de Avaliação de Ciclo de Vida têm sido considerados um dos melhores instrumentos do marketing para a quantificação do custo ambiental de produtos e serviços. Essa técnica, na sua forma mais simplificada, o Life Cycle Thinking, torna--se uma poderosa ferramenta a ser aplicada tanto para a melhora contínua dos processos existentes como para nortear novos desenvolvimentos de produtos e processos para se tornarem mais sustentáveis. A aplicação desse conceito para as embalagens desdobra-se em quatro ten-dências a ser perseguidas na próxima década:

- Otimização do Sistema de Produto/Embalagem – é o repensar a embalagem desafiando seus limites de peso, formato, materiais e acessórios sem comprometer a integri-dade do produto. Maximizar o conteúdo acondicionado por massa de embalagem, concentrar produtos, reduzir tama-nhos, distribuir mais unidades por volume transportado.

- Reuso e Reciclagem de Materiais - incentivo ao uso de materiais reciclados reduz o consumo de recursos naturais e geralmente está associado ao menor consumo de energia e emissões. O reúso das embalagens e o aumento de sua durabilidade também amortizam seu custo ambiental.

- Gerenciamento de Resíduos e Logística Reversa - a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabele-ce a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, consumidores e poder público na destina-ção adequada dos resíduos gerados. Os resíduos gerados devem ter cadeias de destinação e/ou reaproveitamento estabelecidas e viáveis.

- Credibilidade e Ética - o marketing ambiental am-parado por métricas internacionalmente comprovadas é ferramenta poderosa de informação para o consumidor. A credibilidade tem sido atestada pelo uso de declarações e rótulos ambientais normatizados e certificações.

A Indústria de produtos lácteos deve ficar atenta com todos os fatores que influenciam o mercado de emba-lagens e que provocam mudanças de comportamentos habituais de consumo. Essas mudanças trazem desafios e oportunidades para as empresas em toda a cadeia pro-dutiva, uma vez que propiciam o lançamento de novas soluções para atender as novas demandas.1Pesquisadora Científica Tecnolat/ ITAL

2Designer – Profa. Especialista em Marketing das Faculdades Integradas de Bauru - FIB

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FAZER MELHOR

Conclusões

Na próxima década, o setor de embalagem terá cada vez mais importância para as indústrias de lácteos. Com o mercado brasileiro em transformação e contínuo cres-cimento, a embalagem se destacará como componente inovador dos produtos.

O sistema de embalagem será parte essencial de processos eficientes e sustentáveis, para conferir qua-lidade e segurança aos consumidores. Os estudos para monitoramento das tendências de design da embalagem representará, cada vez mais, um fator estratégico para a competitividade das empresas, pela sua capacidade de abrir oportunidades e indicar desafios e alternativas pro-missoras de investimento.

Referências – Grande parte deste texto foi retirado do excelente trabalho realizado pelo ITAL sobre tendências de embalagem até 2020. Conheçam o trabalho na íntegra acessando o site http://www.brasilpacktrends.com.br/

SARANTÓPOULOS, C. I. G. L. et al. As tendências de embalagem. In: BRASIL pack trends 2020. Campinas: ITAL, 2012. cap. 3, p. 67-83. http://www.embalagemetecnologia.com.br/pagina-artigos/

A importância do design da embalagem para a indústria de lácteos

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