BALANÇO ENERGÉTICO DO RIO GRANDE DO SUL - CEEE Balanco Energetico... · Encontra-se a capacidade...

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BALANÇO ENERGÉTICO DO RIO GRANDE DO SUL a n o b a s e 2 0 0 9 Série Histórica RS – 30 anos

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  • BALANO ENERGTICODO RIO GRANDE DO SUL

    a n o b a s e 2 0 0 9

    S r i e H i s t r i c a R S 3 0 a n o s

    a n o b a s e 2 0 0 9a n o b a s e 2 0 0 9

  • BALANO ENERGTICODO RIO GRANDE DO SUL2 0 1 0 - a n o b a s e 2 0 0 9

  • Governadora do Estado

    Yeda Rorato Crusius

    Secretrio de Infra-Estrutura e Logstica

    Daniel de Moraes Andrade

    Secretrio Adjunto de Infra-Estrutura e Logstica

    Adalberto Silveira Netto

    Presidente do Grupo CEEE

    Srgio Camps de Morais

    Diretor de Planejamento e Projetos Especiais

    Olavo Sebastio Lautert Valendorff

    Coordenao Executiva

    Regina Telli

    Equipe Tcnica

    Gilberto Jos CapelettoGustavo Humberto Zanchi de Moura

    Apoio Tcnico

    Jaques Alberto BensussanJoo Carlos Felix

    Apoio Logstico

    Mara Ione Guerra de MedeirosNatlia Weber

    Grupo CEEEAv. Joaquim Porto Villanova, 20191.410-400 - Bairro Jardim CarvalhoPorto Alegre - RSwww.ceee.com.bre-mail: [email protected] 51 3382 571755 51 3382 6525

    Bibliotecria responsvel: Cristina Volz Pereira - CRB 10/1265

    Realizado de fevereiro a agosto de 2010.Copyright 2010 - Grupo CEEEAutorizada a reproduo do contedo deste documento, desde que, obrigatoriamente, citada a fonte.Reprodues para fins comerciais so rigorosamente proibidas.

    C238b Capeletto, Gilberto Jos Balano Energtico do Rio Grande do Sul 2010: ano base 2009 / Gilberto Jos Capeletto e Gustavo Humberto Zanchi de Moura. - Porto Alegre, Grupo CEEE / Secretaria de Infra-Estru-tura e Logstica do Rio Grande do Sul, 2010. 240p. ; il.

    1. Energia - Rio Grande do Sul - 2009. 2. Recursos Energticos - Produo, Transformao e Consumo. 3. Energia - Dados Nacionais e Internacionais. I. Ttulo II. Moura, Gustavo Humberto Zanchi de

    CDD: 338.47671 CDU: 620.91 (816.5)

  • BALANO ENERGTICODO RIO GRANDE DO SUL

    2010a n o b a s e 2 0 0 9

  • Ademir Koucher, Alex Fabiane Silveira Menezes, Andreia Fantinel, Antonio Hein, Antonio Paulo Cargnin, Antonio Paulo Lima de Carvalho, Augusto Saporiti Sehnem, Balala Campos, Camila Dahmer, Carla Tomaschewski Bartz, Carlos Berwanger Carlan, Carlos Daniel Gazzana, Carlos Roberto Martins Silva, Cludio Joel de Quadros, Cleiton Luis Rezende Cabral, Cleonice Freitas, Clovis Coimbra Teixeira, Cristina Volz Pereira, Cristine Anversa, Dagmar Sehn, Daniel Machado, Dbora Moraes Hillig, Eder Fabiano Muller, Eduardo Bess Ferraz, Eduardo Jandt Tavares, Eduardo Knor, Eduardo Souto Montes, Elenice Bratz, Elisa Helena Porto Gayer, Elvindo Possebon, Elvio Luis Lopes Kfer, Everson Remi Malysz, Fabiano Terres Matte, Fabio Quevedo, Fernando Dal Bello, Fernando Wendt, Flvio Girardelo, Flavio Roberto Soares Pereira da Silva, Gilberto Wageck Amato, Gildo Bratz, Guido Canto Alt, Hedio Bittencourt Lovatto, Hlio Weiss, Humberto Luis Alves Batista, Idelmo Mastella, Itamara Henrique de Oliveira, Jair dos Santos Silveira, Janine Ponte, Jenifer Galafassi, Joo Batista Coronet, Jose Emilio Steffen, Jos Enoir Loss, Jos Lopes, Jos Wagner Maciel Kaehler, Jos Zordan, Juarez Tambeiro , Julio Cezar Silva, Leandro Couto Bujes, Luciano Manetti, Luis Alexandre Rodrigues, Luiz Filipe Hillesheim, Maira Magalhes Capeletto, Marcelo Wasem, Marcos Prudente, Margarete Ribeiro Sinnott, Maria Carolina Abreu Lima da Rosa Homrich, Maria de Goreti Brand , Mario Marcio Torres, Mrio Pilla Rosito , Mauricio Simon, Mauro Roberto Leite Medina, Mayra Regina Neres Rocha, Michela Dutra Gonalves, Oni Luiz Montagner, Otemar Alencastro dos Santos, Paula Marcondes Ferrari Diez, Paulo Recena Grassi, Paulo Ricardo Ribeiro Camargo, Paulo Rogrio da Luz Soares, Paulo Vicente, Paulo Westphalen, Pedro Moraes, Roberto Ferreira Borba, Rosa Maria Amaral, Rosane Klafke Kozlowski, Rosiclei Aparecida Damio, Rui Dick, Saionara Franco, Srgio Bordignon, Vanessa Marques, Wilson Lacerda Feij Junior.

    Ao Pricles Gomide (in memorian), nossa homenagem ao excelente profissional responsvel pela diagramao do Balano Ener-gtico do Rio Grande do Sul 2005/2006/2007 e do Balano Energtico do Rio Grande do Sul 2009 - Ano Base 2008.

    Nossos agradecimentos aos profissionais que contriburam na realizao deste trabalho:

  • O Grupo CEEE tem a grata satisfao de apresentar mais esta publicao do Balano Energtico do Rio Grande do Sul, reiterando o compromisso de sua publicao anual. Com a colaborao e apoio da Secretaria de Infra-Estrutura e Logstica do Rio Grande do Sul, SEINFRA, e das instituies envolvidas na matriz energtica estadual, foi possvel a disponibilizao dos dados neste anurio.O Balano Energtico 2010 - Ano Base 2009 traz a contabilizao da oferta e consumo de energia e uma das principais fontes de consulta de dados referente ao Estado do Rio Grande do Sul. Nesse sentido, o Balano torna-se referncia de estudo e de planejamento do setor energtico.Nessa 31 edio do Balano Energtico consolidado do Rio Grande do Sul, apresentada a converso da srie histrica dos balan-os energticos, de 1979 a 2004, para a metodologia internacional. Anteriormente, a srie histrica de 1979 a 2004 era apresentada na metodologia RS, disponibilizada no stio do Grupo CEEE (www.ceee.com.br) em formato digital e publicada no Balano Energti-co do RS 2005-2007. Com a converso para a metodologia internacional e a consequente padronizao da srie nos 30 anos, pode ser traada a evoluo da matriz energtica do RS. Com isso, tem-se a possibilidade de realizar anlises e comparaes de forma dinmica e prtica entre os anos da srie ou entre diferentes fontes de energia.No anexo I so apresentados os dados dos principais energticos produzidos e consumidos no Estado, considerando as principais linhas de totalizao do Balano em unidades originais. O objetivo facilitar os estudos de sries histricas da evoluo de energticos.O Balano Energtico referente ao ano 2008 sofreu ligeiras modificaes, em virtude da atualizao dos dados da Usina Hidrel-trica de Barra Grande e da considerao mais refinada do biodiesel. No Balano Energtico do RS 2010 - Ano Base 2009, houve a preocupao mais acurada em relao computao do biodiesel.O Grupo CEEE realizou e publicou o BERS 2005 - 2007 e o BERS 2009 - Ano Base 2008. A alterao na nomenclatura tem a inteno de padronizar com o formato empregado pelo Balano Nacional - BEN, pelos Balanos Energticos de outras Unidades Federativas, bem como pela AIE - Agncia Internacional de Energia. A realizao pelo Grupo CEEE est em acordo com a portaria 11/2008, da Secretaria de Infra-Estrutura e Logstica, SEINFRA, expedida em 23 de abril de 2008.Nesta edio, apresentado o Balano Energtico referente ao ano de 2009, bem como assuntos relacionados s matrizes energticas estadual, nacional e mundial.Com a realizao de pesquisas em empresas, rgos, instituies e entidades setoriais, so levantados os montantes de produo de recursos energticos primrios, sua transformao em fontes secundrias, a importao e exportao (considera-se a fronteira estadual) e o uso final dessas energias.A pesquisa realizada para a consolidao dos dados extensa e uma parcela dos energticos produzidos e consumidos no Estado no possui contabilizao oficial, ou seja, uma parcela da produo e consumo de energia exige estimativas e pesquisas por amostragem desses montantes. Para as prximas publicaes, sero necessrias novas pesquisas direcionadas e uma maior colaborao de rgos responsveis para obteno dos dados estimados nesta edio.A apresentao procura trazer uma linguagem agradvel, grficos, fotos, ilustraes e outros recursos que atendam aos interes-ses dos tcnicos do setor, bem como de outros segmentos que possam, de alguma forma, us-lo como fonte de informao e pesquisa, ampliando o pblico ao qual se destina.O Balano Energtico do Rio Grande do Sul 2010 - Ano Base 2009 e a srie histrica na metodologia internacional esto dispo-nibilizados no stio do Grupo CEEE.

    Esta publicao compe-se de nove captulos e de onze anexos, com o seguinte contedo:

    Captulos:

    Captulo 1 - Panorama e Tendncia Mundial do Consumo de Energia. Examina a situao energtica mundial, com nfase em cen-rios provveis do panorama mundial em 2030. Para elaborao deste captulo, a equipe tcnica baseou-se principalmente nos estudos da Agncia Internacional de Energia (International Energy Agency - IEA).

    Captulo 2 - Panorama Energtico Nacional. Apresenta um panorama nacional da situao energtica, com base nos textos da Empresa de Pesquisa Energtica - EPE e nas projees efetuadas pela IEA para o Brasil.

    Captulo 3 - Setor Energtico do Rio Grande do Sul. Procura dar uma viso panormica do setor energtico do Rio Grande do Sul, desde o setor petrleo e derivados at os diferentes tipos de biomassa, como lenha, casca de arroz, bagao de cana, carvo vegetal e outros,

    A P R E S E N T A O

  • passando obviamente pela eletricidade, gs natural, carvo mineral e demais. Neste captulo, o leitor encontrar comparaes de con-sumos de combustveis entre o RS e Estados selecionados, bem como poder examinar os preos mdios pagos pelos consumidores gachos pelas energias que consomem.

    Captulo 4 - Metodologia e Conceituao. Apresenta a metodologia e conceitos empregados no BERS 2009 - Ano Base 2008, funda-mentados na metodologia internacional, tambm utilizada pelo BEN. Alm da metodologia e conceituao, efetuam-se as explanaes sobre as operaes que redundam na execuo completa das matrizes do BERS.

    Captulo 5 - Oferta e Demanda de Energia. Com base nos Balanos Energticos, examina-se a oferta e demanda de energia por fontes primrias e secundrias.

    Captulo 6 - Centros de Transformao. Analisa a energia nos centros de transformao, com base nos dados das tabelas dos Balanos.

    Captulo 7 - Consumo de Energia Setorial. Demonstra o consumo de energia por setor das diferentes fontes de energia.

    Captulo 8 - Energia e Sociedade. Aborda, de forma resumida, a situao do RS em relao aos principais indicadores socioeconmicos e de relacionamento do consumo de energia per capita e de energia pelo Produto Interno Bruto - PIB, e faz comparao dos principais indicadores do Estado com os correspondentes nacionais. Traz tambm a espacializao de consumos de energticos nos municpios do Estado.

    Captulo 9 - Recursos e Reservas Energticas. Apresenta os recursos e reservas de energias disponveis no Rio Grande do Sul.

    Anexos:

    Anexo A - Capacidade Instalada. Encontra-se a capacidade instalada no Brasil e no RS das fontes de energia.

    Anexo B - Dados Mundiais de Energia. Apresenta dados econmicos e energticos de diferentes pases e regies selecionados.

    Anexo C - Unidades. So apresentadas tabelas de unidades de converso utilizadas no Balano.

    Anexo D - Fuso Nuclear. Apresenta o estudo sobre a fuso nuclear, seus enormes desafios tecnolgicos e extraordinrias possibilidades de gerao para benefcio da humanidade.

    Anexo E - Fator de Carga. Alm da definio, so apresentados exemplos prticos de clculo de fator de carga para usinas hdricas, trmicas e elicas.

    Anexo F - Energia dos Oceanos. Demonstra como funciona a gerao de energia eltrica nos oceanos, suas vantagens e desvantagens e a abordagem de novas tecnologias em desenvolvimento.

    Anexo G - Srie Histrica do BERS 1979 - 2008 na Metodologia Internacional - 30 Anos. Apresenta a srie histrica do Balano Energ-tico do Rio Grande do Sul na metodologia internacional, referente aos anos de 1979 a 2008.

    Anexo H - Srie Histrica de Fontes de Energia Selecionadas. Demonstra, por meio de tabelas, a evoluo da produo, transformao e consumo das principais fontes de energia no Estado. As sries so apresentadas em unidades originais no perodo de 1979 a 2008.

    Anexo I - Balano Energtico Mundial 2007. Apresenta o mais recente Balano Energtico mundial disponvel para situar o RS em m-bito mundial. apresentado na unidade milhes de tep.

    Anexo J - Balano Energtico Nacional 2008. Para situar o RS no Brasil, apresentado o ltimo Balano Nacional disponvel. apresen-tado na unidade mil tep.

    Anexo K - Balano Energtico do Rio Grande do Sul 2009. Seguindo critrios internacionais de elaborao de Balanos Energticos, apresentado o BERS referente ao ano de 2009 nas unidades originais, bilhes de kcal e mil tep.

  • PANORAMA E TENDNCIA MUNDIAL DO CONSUMO DE ENERGIA ...............................................................................................151.1 - Panorama Econmico Mundial .................................................................................................................................................191.2 - Cenrios Alternativos de Crescimento Econmico Mundial de 2006 a 2030 ...........................................................................201.3 - Evoluo do Consumo de Energia por Habitante no Mundo, em Regies e em Pases Selecionado ........................................21

    PANORAMA ENERGTICO NACIONAL .............................................................................................................................................252.1 - Situao em 2008 dos Energticos que Compe a OIE do Pas ...............................................................................................262.1.a - Energia Eltrica .......................................................................................................................................................................262.1.b - Petrleo ..................................................................................................................................................................................272.1.c - Gs Natural ............................................................................................................................................................................272.1.d - Produtos da Cana-de-Acar .................................................................................................................................................282.1.e - Carvo Mineral .......................................................................................................................................................................282.1.f - Lenha e Carvo Vegetal ..........................................................................................................................................................282.2 - Destaque do Brasil na Produo de Energia .............................................................................................................................292.3 - Reduo da Dependncia Externa de Energia ..........................................................................................................................292.4 - Crescimento do PIB Brasileiro e da Oferta Interna de Energia - OIE .........................................................................................292.5 - Elasticidade Renda do Consumo de Energia no Brasil ..............................................................................................................302.6 - Balano de Energia til - BEU ...................................................................................................................................................30

    SETOR ENERGTICO DO RIO GRANDE DO SUL ................................................................................................................................333.1 - Petrleo e seus Derivados .........................................................................................................................................................343.1.a - leo Diesel .............................................................................................................................................................................363.1.b - Biodiesel (B100) vendido na mistura com o leo diesel .........................................................................................................373.1.c - Gasolina C ..............................................................................................................................................................................373.1.d - GLP ........................................................................................................................................................................................383.1.e - leo Combustvel ...................................................................................................................................................................393.1.f - QAV (Querosene de Aviao) ..................................................................................................................................................403.1g - Gasolina de Aviao ................................................................................................................................................................403.1.h - Preos Mdios dos Derivados do Petrleo aos Consumidores ...............................................................................................413.2 - Eletricidade ................................................................................................................................................................................433.2.a - Gerao, Transmisso e Distribuio de Energia Eltrica no RS ..............................................................................................443.2.b - Setor de Gerao de Energia Eltrica no RS ...........................................................................................................................443.2.c - Setor de Transmisso de Energia Eltrica no RS ......................................................................................................................463.2.d - Evoluo das Demandas Mximas e da Capacidade de Atendimento no RS ........................................................................473.2.e - Setor de Distribuio de Energia Eltrica no RS ......................................................................................................................483.3 - Biogs .......................................................................................................................................................................................503.4 - Lenha, Carvo Vegetal e Madeira .............................................................................................................................................513.4.a - Silvicultura no RS e em Estados Brasileiros Selecionados .......................................................................................................513.4.b - Florestas Plantadas com Outras Espcies ...............................................................................................................................523.4.c - Produo de Lenha e Carvo Vegetal Segundo o IBGE ..........................................................................................................543.4.d - Carvo Vegetal .......................................................................................................................................................................553.5 - Carvo Mineral ..........................................................................................................................................................................563.5.a - A Produo de Carvo Mineral do RS ....................................................................................................................................573.5.b - Previso de Crescimento da Produo de Carvo no RS .......................................................................................................58

    ndice

  • 3.5.c - Preos Mdios Anuais de Venda de Carvo Praticados no RS ................................................................................................583.6 - Energia Elica ............................................................................................................................................................................593.7 - Lixvia ........................................................................................................................................................................................603.8 - Gs Natural ...............................................................................................................................................................................613.8.a - Demanda e Oferta de Gs Natural no Rio Grande do Sul ......................................................................................................623.8.b - Preos Mdios do GNV aos Consumidores ............................................................................................................................623.8.c - Suprimento do Gs Natural para o Rio Grande do Sul ...........................................................................................................633.8.d - Gs Natural Boliviano ............................................................................................................................................................643.8.e - A Importncia de um Anel de Gasodutos no RS ....................................................................................................................653.8.g - Consideraes sobre o GNL ...................................................................................................................................................663.9 - Casca de Arroz ..........................................................................................................................................................................673.10 - Biocombustveis ......................................................................................................................................................................673.10.a - Biodiesel (B100)12 ................................................................................................................................................................673.10.b - lcool Etlico Anidro e Hidratado .........................................................................................................................................673.10.c - Bagao da Cana ...................................................................................................................................................................693.10.d - Polietileno Verde...................................................................................................................................................................703.11 - Energia Solar Fotovoltaica .......................................................................................................................................................70

    METODOLOGIA E CONCEITUAO............................................................................................................................ 734.1 - Descrio Geral .........................................................................................................................................................................734.2 - Conceituao ............................................................................................................................................................................734.2.a - Energia Primria .....................................................................................................................................................................734.2.b - Energia Secundria ................................................................................................................................................................744.2.c - Total Geral ..............................................................................................................................................................................744.2.d - Oferta .....................................................................................................................................................................................744.2.e - Transformao ........................................................................................................................................................................754.2.f - Perdas .....................................................................................................................................................................................754.2.g - Consumo Final .......................................................................................................................................................................764.2.h - Ajustes Estatsticos .................................................................................................................................................................764.2.i - Produo de Energia Secundria .............................................................................................................................................764.3 - Conveno de Sinais .................................................................................................................................................................764.4 - Operaes Bsicas da Matriz Balano Energtico .....................................................................................................................774.4.a - Energia Primria e Secundria ...............................................................................................................................................774.4.b - Transformao ........................................................................................................................................................................774.4.c - Consumo Final de Energia ......................................................................................................................................................774.5 - Execuo na Prtica do Balano Energtico 2010 - Ano Base 2009 em tep ............................................................................794.5.a - Primeira Etapa ........................................................................................................................................................................794.5.b - Segunda Etapa .......................................................................................................................................................................81Para os energticos primrios: ...........................................................................................................................................................81Para os energticos secundrios, consideram-se as seguintes converses:........................................................................................824.6 - Execuo na Prtica do Balano Energtico 2009 em kcal .......................................................................................................834.7 - Classificao Setorial .................................................................................................................................................................83

    OFERTA E DEMANDA DE ENERGIA ..................................................................................................................................................875.1 - Oferta e Demanda de Energia por Fontes Primrias .................................................................................................................875.1.a - Petrleo ..................................................................................................................................................................................875.1.b - Gs natural .............................................................................................................................................................................875.1.c - Carvo Vapor ..........................................................................................................................................................................87

  • 5.1.d - Energia hidrulica ...................................................................................................................................................................885.1.e - Lenha .....................................................................................................................................................................................885.1.f - Produtos da cana ....................................................................................................................................................................885.1.g - Outras fontes primrias ..........................................................................................................................................................885.2 - Oferta e Demanda de Energia por Fontes Secundrias .............................................................................................................915.2.a - leo Diesel .............................................................................................................................................................................915.2.b - leo combustvel ....................................................................................................................................................................915.2.c - Gasolina A ..............................................................................................................................................................................915.2.d - Gasolina C (gasolina automotiva) ..........................................................................................................................................915.2.e - Gs Liquefeito do Petrleo - GLP ...........................................................................................................................................925.2.f - Nafta .......................................................................................................................................................................................925.2.g - Querosene (de aviao e iluminante) .....................................................................................................................................925.2.h - Eletricidade .............................................................................................................................................................................925.2.i - Carvo vegetal ........................................................................................................................................................................925.2.j - lcool etlico (anidro mais hidratado) ......................................................................................................................................925.2.k - Biodiesel (B100) .....................................................................................................................................................................935.2.l - Outras fontes secundrias do petrleo ....................................................................................................................................935.2.m - Produtos no energticos do petrleo ..................................................................................................................................935.3 - Energias Renovveis e no-Renovveis - Oferta Interna de Energia no Brasil e no RS ............................................................96

    CENTRO DE TRANSFORMAO .......................................................................................................................................................996.1 Refinarias de Petrleo ..................................................................................................................................................................996.2 - Centrais Eltricas de Servios Pblicos ....................................................................................................................................1006.3 - Centrais Eltricas Autoprodutoras ...........................................................................................................................................1036.4 - Destilarias ................................................................................................................................................................................1046.5 - Carvoarias ...............................................................................................................................................................................104

    CONSUMO DE ENERGIA SETORIAL ................................................................................................................................................1077.1 - Setor Energtico ......................................................................................................................................................................1087.2 - Setor Residencial (Inclui os domiclios urbanos e rurais) ..........................................................................................................1087.3 - Setor comercial ........................................................................................................................................................................1087.4 - Setor Pblico ...........................................................................................................................................................................1087.5 - Setor Agropecurio ..................................................................................................................................................................1097.6 - Setor Transportes .....................................................................................................................................................................1097.7 - Setor Industrial ........................................................................................................................................................................109

    ENERGIA E SOCIEDADE ..................................................................................................................................................................1138.1 - Energia e Socioeconomia ........................................................................................................................................................1138.2 - Espacializao do Consumo dos Principais Energticos no RS................................................................................................1168.3 - Indicadores Sociais do RS Indiretamente Relacionados com a Energia ...................................................................................120

    RECURSOS E RESERVAS ENERGTICAS ..........................................................................................................................................127

  • 9.1. - Carvo Mineral .......................................................................................................................................................................1279.2 - Turfa ........................................................................................................................................................................................1289.3 - Xisto Betuminoso ....................................................................................................................................................................1299.4 - Potencial Hidreltrico ...............................................................................................................................................................1309.8 - Definies................................................................................................................................................................................1369.8.a - Recursos ...............................................................................................................................................................................1369.8.b - Reservas ...............................................................................................................................................................................1369.8.c - Reserva Medida ....................................................................................................................................................................1369.8.d - Reserva Indicada ..................................................................................................................................................................1379.8.e - Reserva Inferida ....................................................................................................................................................................1379.8.f - Reserva Lavrvel ....................................................................................................................................................................1379.8.g - Remanescente ......................................................................................................................................................................1379.8.h - Individualizado .....................................................................................................................................................................1379.8.i - Inventrio ..............................................................................................................................................................................1379.8.j - Viabilidade .............................................................................................................................................................................1379.8.k - Projeto Bsico .......................................................................................................................................................................1389.8.l - Construo ............................................................................................................................................................................1389.8.m - Operao.............................................................................................................................................................................138

    ANEXO A - CAPACIDADE INSTALADA ............................................................................................................................................141ANEXO B - DADOS MUNDIAIS DE ENERGIA ..................................................................................................................................150ANEXO C - UNIDADES ....................................................................................................................................................................155C.1 - Poder Calorfico .......................................................................................................................................................................159C.1.a - Poder Calorfico Superior ......................................................................................................................................................159C.1.b - Poder Calorfico Inferior........................................................................................................................................................159ANEXO D - FUSO NUCLEAR .........................................................................................................................................................161A Humanidade Abandonando o Paradigma da Escassez Energtica? ............................................................................................161D.1 - Consideraes Fsicas Preliminares .........................................................................................................................................161D.1.a - Tipos Principais de Confinamentos Magnticos ...................................................................................................................162D.1.b - Princpio de Funcionamento ................................................................................................................................................162D.1.c - Fator de Segurana Q .........................................................................................................................................................162D.1.d - Instabilidades .......................................................................................................................................................................162D.1.e - Alguns Tipos de Reao de Fuso Nuclear ...........................................................................................................................163D.1.f - Peculiaridades do Deutrio e do Trtio ...................................................................................................................................163D.1.g - Custos dos Combustveis .....................................................................................................................................................163D.1.h - Reservas ...............................................................................................................................................................................163D.1.i - Vantagens e Desvantagens da Fuso Nuclear Controlada ....................................................................................................164D.1.j - Grande Economia de Combustvel ........................................................................................................................................164D.1.k - Custos 2 ...............................................................................................................................................................................164D.2 - Tecnologia de Fuso Nuclear ..................................................................................................................................................164D.3 - Confinamento Magntico .......................................................................................................................................................165D.4 - Configurao Inicial ................................................................................................................................................................166D.5 - Pesquisas em Fuso Nuclear Controlada ................................................................................................................................166 D.6 - Esforo Conjunto de Vrias Naes: o Projeto ITER ................................................................................................................166D.6.a - ITER - O Maior Tokamak do Mundo ....................................................................................................................................168D.6.b - Magnetos .............................................................................................................................................................................169D.6.c - Sistema de Campo Toroidal ..................................................................................................................................................170D.6.d - Sistema de Campo Poloidal .................................................................................................................................................170D.6.e - Solenoide Central .................................................................................................................................................................171D.6.f - Recipiente a Vcuo ...............................................................................................................................................................172D.6.g - Paredes Modulares ..............................................................................................................................................................173D.6.h - O Desviador do ITER ............................................................................................................................................................174

  • D.6.i - Sistemas de Medio ............................................................................................................................................................174D.6.l - Aquecimento por Ciclotron de on ........................................................................................................................................176D.6.m - Aquecimento por Ciclotron de Eltron ................................................................................................................................177D.6.n Criostatos ............................................................................................................................................................................177D.6.o - Sistema de Vcuo .................................................................................................................................................................178D.6.p - Alavanca Remota .................................................................................................................................................................178D.6.q - Fonte de Potncia Eltrica ....................................................................................................................................................179D.6.r - Ciclo do Fluido ......................................................................................................................................................................179D.6.s - Clula Quente.......................................................................................................................................................................180D.6.t - gua Fria ..............................................................................................................................................................................181D.6.u - Criao de Trtio ...................................................................................................................................................................181D.7 - JET ...........................................................................................................................................................................................182D.8 - KSTAR .....................................................................................................................................................................................182D.9 - TRTF ........................................................................................................................................................................................182D.10 - Dispositivo Helicoidal Grande ...............................................................................................................................................183D.11 - Equipamento Nacional de Ignio e Laser Megajoule ........................................................................................................ 183D.12 - Petal e Hiper ..........................................................................................................................................................................183D.13 - Mquina Z ............................................................................................................................................................................183D.14 - Outros Projetos de Fuso ......................................................................................................................................................184D.15 - Fuso a Frio ...........................................................................................................................................................................184D.15.a - A Experincia de Fuso a Frio em Bolonha - Itlia .............................................................................................................184D.16 - Utilizando a Fuso para Gerar Energia .................................................................................................................................185ANEXO E - FATOR DE CARGA .........................................................................................................................................................186ANEXO F - ENERGIA DOS OCEANOS .............................................................................................................................................188Aproveitamento da Energia dos Oceanos .......................................................................................................................................188F.1 - Produo de Energia com as Ondas do Mar ............................................................................................................................188F.1.a - Sistemas Dentro do Mar .......................................................................................................................................................188F.2 - Sistemas em Terra ....................................................................................................................................................................189F.2.a - Coluna de gua Oscilante ....................................................................................................................................................189F.2.b - Canal Engarrafado ................................................................................................................................................................189F.2.c - Dispositivo Pendular ..............................................................................................................................................................189F.2.d - Desafios ambientais e econmicos .......................................................................................................................................189F.4 - Energia das Mars ...................................................................................................................................................................190F.4.a - Barragem ou Represa ............................................................................................................................................................190F.4.b - Cercamento das Mars .........................................................................................................................................................190F.4.c - Turbinas para Aproveitar as Correntes Marinhas ...................................................................................................................191F.4.d - Desafios Ambientais e Econmicos .......................................................................................................................................192F.5 - Produo de Energia Eltrica a partir da Converso de Gradientes Trmicos dos Oceanos .....................................................192F.5.a - Outras Tecnologias da OTEC .................................................................................................................................................193F.6 - O Conversor de Energia do Movimento das Ondas Pelamis Portugal ......................................................................................193F.6.a - Operao ...............................................................................................................................................................................193ANEXO G - SRIE HISTRICA DO BERS 1979 - 2008 NA METODOLOGIA INTERNACIONAL - 30 ANOS .....................................226ANEXO H - SRIE HISTRICA DE FONTES DE ENERGIA SELECIONADAS ......................................................................................226ANEXO I - BALANO ENERGTICO MUNDIAL 2007 .....................................................................................................................228ANEXO J - BALANO ENERGTICO NACIONAL 2008 ...................................................................................................................229ANEXO K - BALANO ENERGTICO DO RIO GRANDE DO SUL 2009 ...........................................................................................230Sub-ndice ............................................................................................................................................................... 233Referncias Bibliogrficas .............................................................................................................................................................. 238

  • Panorama e Tendncia Mundial do Consumo de Energia

    Dragline na Mina de Carvo em Candiota - RS Foto: Fernando Dias

    BALA

    NO

    ENER

    GTI

    CO D

    O RI

    O GR

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    SUL

    2

    010

    - ANO

    BAS

    E 20

    09

  • C A P T U L O 1 15

    O consumo mundial de energia em 1990 foi de 8,755 bilhes de toneladas equivalentes de petrleo - tep (347,4 quadrilhes de Btu) conforme o International Energy Outlook 2009 - IEO 2009. Em 2006, esse valor atingiu 11,905 bilhes de tep. Considerando-se uma taxa de crescimento mdia de 1,5% no perodo 2006 a 2030, podemos estimar que em 2030 o consumo mundial seja de 17,094 bilhes de tep. Isto representa um crescimento de 43,59 % no mercado mundial de energia.Podemos observar no grfico 1.1 que se trata de um crescimento robusto, mesmo considerando um cenrio muito provvel de preos altos dos combustveis derivados do petrleo e do gs natural.Prev-se que o crescimento mais significativo no consumo de energia se dar nos pases no pertencentes Orga-nizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico - OCDE2, com taxas mdias de crescimento do consumo de energia de 2,3% contra uma taxa de 0,6% dos pases da Organizao. Estima-se que praticamente dobrar em 2030 o consumo de energia desses pases (crescimento de 73,34%) em comparao com o ano de 2006. Observa-se que em 2010 o consumo de energia dos pases da OCDE passar a ser ligeiramente ultrapassado pelos pases no pertencentes (6,12 bilhes contra 6,69 bilhes de tep). O consumo dos pases no pertencentes OCDE ser 43,82% maior em relao aos pases da OCDE em 2030.

    Grfico 1.1 - Mercado Mundial de Consumo de Energia de 1990 a 2030

    Fonte: International Energy Outlook 2009

    No grfico 1.2 apresentada a situao de evoluo dos consumos de energia de alguns pases selecionados (no caso do continente africano, considerou-se o continente como um todo). Em termos relativos, visvel que o Brasil perde terreno especialmente no cotejo com os pases no pertencentes OCDE.

    No IEO 2009 utilizou-se a unidade btu, que aqui foi convertida para TEP (Tonelada Equivalente de Petrleo), considerando-se que 1tep=39.680.000 btu, conforme anexo C. Mesmo sendo o Joule a unidade do sistema mtrico internacional de energia, emprega-se em balanos energticos a unidade tep, provavelmente por sermos a civilizao do petrleo, bem como pelo fato de que se expressos em Joule os valores seriam numericamente muito grandes. Fazem parte da OCDE 30 pases, a saber: Alemanha, Austrlia, ustria, Blgica, Canad, Coria do Sul, Dinamarca, Eslovquia, Espanha, Estados Unidos, Finlndia, Frana, Grcia, Hungria, Irlanda, Islndia, Itlia, Japo, Luxemburgo, Mxico, Noruega, Nova Zelndia, Pases Baixos, Polnia, Portugal, Reino Unido, Repblica Checa, Sucia, Sua e Turquia.

    8.763

    11.90512.810

    13.89915.013

    16.06117.094

    4.982

    6.091

    6.119 6.361

    6.585 6.792 7.011

    3.778

    5.817

    6.6897.538

    8.427

    9.26910.083

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    12.000

    14.000

    16.000

    18.000

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    12.000

    14.000

    16.000

    18.0001990 2006 2010 2015 2020 2025 2030

    PANORAMA E TENDNCIA MUNDIAL DO CONSUMO DE ENERGIA

  • BALANO ENERGTICO DO R IO GRANDE DO SUL 2010 - ANO BASE 200916

    Pode-se observar o enorme salto de crescimento do consumo de energia na China que ultrapassar o consumo ame-ricano um pouco antes de 2025, e estar consumindo 37,13% a mais de energia que os Estados Unidos em 2030.J a ndia, consumia apenas 38,60% a mais de energia que o Brasil em 1990, e passar a consumir aproximadamen-te 80% a mais em 2030. Obviamente, tais projees baseiam-se na expectativa de que tanto a ndia como a China continuaro a ter taxas elevadas em relao ao PIB brasileiro.

    Grfico 1.2 - Evoluo do Consumo de Energia em Pases Selecionados

    Tabela 1.1 - Evoluo do Consumo de Energia em Pases Selecionados

    Fonte: International Energy Outlook 2009

    Se considerarmos o setor de utilizao de energia, a predominncia poder variar de forma significativa no tempo entre os pases da OCDE e pases no pertencentes. No caso especfico do setor industrial, a intensidade energtica (relao entre taxa de crescimento do consumo de energia e a taxa de crescimento do PIB) continuar crescendo mais inten-samente nos pases no pertencentes Organizao do que nos pases pertencentes (conforme grfico 1.3), j que os investidores sero atrados por menores custos e menores restries ambientais em relao aos pases da OCDE.Em 1980, 52% de toda energia industrial mundialmente consumida ocorria no setor industrial dos pases da OCDE. Em 2006, a parcela de participao do consumo industrial destes pases caiu para 41,77%, sendo projetada para 2030 uma participao de 31,39% no consumo. A taxa mdia anual de crescimento do consumo de energia no setor industrial de 0,2% ao ano, contra 2,1% para os pases no pertencentes Organizao no perodo de 2006 a 2030. Da mesma forma nos setores comercial, residencial e de transportes projeta-se um crescimento mais lento do con-sumo de energia nos pases pertencentes Organizao. Tal fato prende-se a vrios fatores, entre eles, destaca-se a reduo populacional ou o pequeno crescimento desses pases. Prev-se um crescimento do consumo de energia no setor residencial de 0,6% e no setor comercial de 1,0% ao ano.Historicamente, o crescimento do setor transportes tem uma forte correlao com a renda per capita e com o nmero de automveis per capita. Projeta-se de 2006 a 2030 uma taxa de crescimento de 2,7% ao ano no consumo de energia para o setor transportes das naes no pertencentes OCDE, e de 0,3 % para os pases pertencentes. O crescimento mundial ser de 1,4%.

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    500

    1.000

    1.500

    2.000

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    3.500

    4.000

    4.500

    1990 2006 2015 2030

    Fonte: International Energy Outlook 2009

    Unidade: milhes de tep

    Pas 1990 2006 2010 2015 2020 2025 2030Estados Unidos 2.135 2.523 2.518 2.593 2.656 2.749 2.863Canad 277 353 368 393 416 439 461Mxico 126 186 166 186 209 229 249Japo 471 575 552 577 590 585 580Coria do Sul 96 237 277 292 302 320 333Rssia 993 766 811 864 907 930 950China 680 1860 2281 2669 3125 3546 3926ndia 199 446 481 577 675 746 814frica 239 365 408 446 481 519 549Brasil 146 242 287 325 365 411 454

  • C A P T U L O 1 17

    Grfico 1.3 - Consumo de Energia Industrial nos Pases da OCDE e no-OCDE de 2006 a 2030

    No perodo 2006 - 2030, prev-se um crescimento do consumo de todas as fontes de energia (grfico 1.4). Espera-se que os combustveis fsseis (petrleo e outros combustveis lquidos , gs natural e carvo) continuem suprindo a maior parte da energia consumida no mundo at 2030. Considerando um cenrio do custo de combustveis lquidos no declinantes at 2030, espera-se que a parcela de 36,49% de participao global dos combustveis lquidos em 2006 caia para 31,80% em 2030. A produo mundial de combustveis lquidos crescer de 84,6 milhes de barris equivalentes de petrleo por dia em 2006 para 106,6 milhes de barris equivalentes de petrleo em 2030, sendo predominante at 2030, mas com participao na matriz energtica mundial caindo de 36,49% em 2006 para 31,80% em 2030 (grfico 1.5). No setor transportes, ainda existem poucas alternativas econmicas para substituir os combustveis lquidos. Projeta-se que o setor transporte absorver 57,92% do crescimento total projetado do consumo de combustveis lquidos no perodo de 2005 a 2030. Por sua vez, o setor industrial responder por 31,40% do crescimento.

    Grfico 1.4 - Utilizao por Tipo de Combustvel no Mercado Mundial de Energia de 1990 a 2030

    O estudo do IEO 2007 inclui diversos combustveis lquidos como o etanol e o biodiesel como combustveis lquidos fsseis, a rigor combustveis renovveis como o etanol deveriam ser examinados em separado. Inclui-se aqui petrleo, derivados lquidos do petrleo, etanol, biodiesel, lquidos oriundos da liquefao do carvo, lquidos oriundos da liquefao de gs natural, gs natural liquefeito, leo combustvel e hidrognio lquido.

    0

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    12.000

    14.000

    16.000

    18.0001990 2006 2015 2030

    Fonte: International Energy Outlook 2009

    2006 2010 2015 2020 2025 2030 4.500

    4.000

    3.500

    3.000

    2.500

    2.000

    1.500

    1.000

    500

    0

    Fonte: International Energy Outlook 2009

  • BALANO ENERGTICO DO R IO GRANDE DO SUL 2010 - ANO BASE 200918

    Grfico 1.5 - Produo Mundial de Energticos Lquidos de 2006 a 2030

    No tocante ao consumo mundial de gs natural, projeta-se para o perodo de 2006 a 2030 uma taxa mdia anual de crescimento de 1,6%, saindo de 2,95 trilhes de metros cbicos em 2006 para 4,33 trilhes de metros cbicos em 2030. H uma tendncia clara de crescimento do preo mdio internacional do gs, o que tornar o carvo mais competitivo. Entre os setores usurios do gs natural como energtico, destaca-se o setor industrial que, segundo previses, consumir 40,0% do total mundial em 2030.O carvo provavelmente ser a fonte mundial de energia que ter a segunda maior taxa de crescimento (perdendo apenas para a taxa de crescimento dos energticos renovveis) no perodo de 2006 a 2030. O consumo mundial de carvo crescer de 3,213 trilhes de tep para 4,793 trilhes de tep em 2030, com uma taxa anual de cresci-mento de 1,7%. O crescimento maior do consumo de carvo ocorrer principalmente nos pases no pertencentes OCDE, especialmente a China e a ndia. A participao do carvo na matriz energtica mundial est projetada para passar de 27% em 2006 para 28% em 2030. O setor eltrico mundial ser responsvel por aproximadamente 42% do consumo mundial de carvo no perodo, e o setor industrial por cerca de 25%. A China tem abundantes recursos de carvo e absorver nada menos que 73,84% de todo acrscimo do consumo mundial de carvo mineral do perodo 2006 - 2030. A gerao de energia eltrica crescer 77%, conforme mostra o grfico 1.6, saindo de uma produo mundial de 18,0 trilhes de kWh em 2006 para 31,8 trilhes de kWh em 2030. A maior parte do crescimento da gerao de energia eltrica acontecer nos pases no pertencentes OCDE, onde se prev que a taxa mdia anual de cres-cimento da produo de energia eltrica ser de 3,5%. J a taxa anual mdia prevista para os pases da OCDE de 1,2%. Gs natural e carvo seguiro sendo os mais importantes combustveis.A energia eltrica gerada em usinas termonucleares crescer de 2,7 trilhes de kWh em 2006 para 3,8 trilhes de kWh em 2030. Espera-se que haja avanos tecnolgicos nas centrais termonucleares, especialmente na questo da seguran-a. Em face a tais aspectos, projeta-se que o setor eltrico termonuclear ir crescer de uma capacidade instalada de 377 GW em 2006 para 509 GW em 2030; mesmo prevendo-se um declnio do setor eltrico dos pases da OCDE (especial-mente na Alemanha e na Blgica) por questes de na natureza ambiental. J a previso de crescimento da capacidade instalada para os pases no pertencentes OCDE de 4,2% ao ano e 1,2% para os pases da OCDE.Espera-se que a China acrescente 47 GW de usinas ao seu setor eltrico, a ndia 17 GW e a Rssia 21 GW. A gerao de eletricidade renovvel (hidroeltricas, elicas, solares) poder crescer a taxas anuais de 2,9%. O crescimento do preo do gs natural poder tornar competitiva a produo de energia eltrica renovvel, como a energia elica e outras, podendo contar com apoio governamental onde no for competitiva com a energia eltrica produzida com carvo e gs natural. A maior parte do crescimento da produo de energia eltrica renovvel provavelmente vir de usinas hidroeltricas de mdio e grande porte a serem construdas em pases no pertencentes OCDE, na sia e na Amrica do Sul (caso das usinas a serem construdas nos Rios Madeira, Tocantins e outras) e Amrica Central, onde existem inmeras plantas de usinas hidroeltricas projetadas. Com exceo da Turquia e do Canad, no se espera a instalao de novas usinas hidroeltricas nos pases da OCDE, j que os recursos hidroeltricos j foram explorados. Nos pases da Organizao, a energia eltrica renovvel vir de aproveitamentos elicos, solar, geotrmico, lixo municipal e biomassa, especialmente do etanol celulsico.

    Fonte: International Energy Outlook 2009Nota: No total mundial e nos totais parciais da OCDE e No-OCDE esto inclusos os montantes de biocombustveis

  • C A P T U L O 1 19

    Grfico 1.6 - Gerao Mundial de Eletricidade por Tipo de Combustvel de 2006 a 2030

    A preocupao mundial com a emisso de gases como o CO2, o chamado efeito estufa, tambm foi produto de previ-so para o perodo 2006 - 2030, especialmente se levando em conta que a emisso desses gases tem registrado cres-cimento mdio anual de 1,9%. Essas emisses so causadas em grande parte pela ao do homem, especialmente na produo das mais diferentes formas de energia. Projeta-se que o crescimento mundial de emisses de gases do efeito estufa saltar de 29 bilhes de toneladas em 2006 para 40,4 bilhes de toneladas em 2030. O maior cresci-mento provavelmente ocorrer nos pases no pertencentes OCDE, em particular em face ao elevado crescimento do carvo para produo de energia. J em 2006 a emisso de gases do efeito estufa pelos pases no pertencentes Organizao superou a emisso oriunda dos pases pertencentes. Em 2030, a produo de gases do efeito estufa ser 76,84% maior nos pases no pertencentes OCDE (grfico 1.7).

    Grfico 1.7 - Emisso Mundial de Dixido de Carbono OCDE e no-OCDE de 1990 a 2030

    1.1 - Panorama Econmico Mundial

    O crescimento econmico tem um relevante papel no crescimento da demanda de energia. Considerou-se no IEO 2009, para projeo de taxas de crescimento econmico, tpicos como: crescimento populacional, taxas de participa-o da fora de trabalho na renda, crescimento da produtividade (via tecnologia e demais processos), acumulao de capital, bem como o desenvolvimento da infraestrutura e os mecanismos regulatrios de mercado estabelecidos pe-los governos, especialmente na criao de regras estveis que permitam investimentos e crescimento a longo prazo.De 2006 a 2030, o crescimento mundial anual mdio projetado foi de 3,5% (tabela 1.2). Para os pases da OCDE, o crescimento anual previsto foi de 2,2%; enquanto que para os pases no pertencentes o crescimento previsto foi de 4,9% (especialmente em funo da China e da ndia). Tais cenrios foram traados j levando em conta a crise econmica mundial.

    0

    5.000

    10.000

    15.000

    20.000

    25.000

    30.000

    35.000

    40.000

    45.000

    1990 2006 2010 2015 2020 2025 2030

    20061990 2010 2015 2020 2025 2030

    Fonte: International Energy Outlook 2009

    Fonte: International Energy Outlook 2009

  • BALANO ENERGTICO DO R IO GRANDE DO SUL 2010 - ANO BASE 200920

    Tabela 1.2 - Taxa de Crescimento Mdio Anual para o PIB do Mundo, de Regies e de Pases Selecionados de 1980 a 2030

    Fontes: International Energy Outlook 2009 para valores 2006-2030. Demais valores IEO 2008.

    Com relao ao PIB mundial, o cenrio de referncia projeta que o PIB mundial ser de 137,48 trilhes de dlares (grfico 1.8). J no cenrio de alto crescimento econmico, o valor atingir 153,38 trilhes de dlares em 2030; enquanto que no cenrio de baixo crescimento econmico ser de 122,81 trilhes de dlares.

    Grfico 1.8 - Crescimento do PIB Mundial para os Cenrios de Referncia, de Elevado Crescimento e de Baixo Crescimento de 1990 a 2030

    1.2 - Cenrios Alternativos de Crescimento Econmico Mundial de 2006 a 2030

    Em face das incertezas de projetarem-se taxas de crescimentos futuros para a economia mundial, o IE0-2009 apre-senta, alm do cenrio de referncia, as hipteses de elevado crescimento econmico mundial e de baixo crescimento econmico mundial. No caso de crescimento elevado, 0,5% de taxa de crescimento acrescido ao cenrio de refe-rncia; e, no caso de baixo crescimento, 0,5% subtrado (grfico 1.9).No cenrio de referncia em 2030 (taxa mdia de 3,5% de crescimento da economia mundial no perodo de 2006 a 2030), o mercado mundial de energia atingir 17,09 bilhes de tep (sendo 10,10 bilhes de tep nos pases no per-tencentes OCDE). J no cenrio de elevado crescimento econmico (taxa mdia anual de crescimento da economia mundial de 4,0%) o mercado mundial atingir 18,48 bilhes de tep. No cenrio de baixo crescimento econmico (taxa mdia de crescimento da economia mundial de 3,0%), o mercado mundial atingir 15,82 bilhes de tep.

    137,48

    59,94

    69,7787,17

    106,63

    128,50

    153,38

    35,66

    67,9580,74

    94,38

    108,24122,81

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    120,00

    140,00

    160,00

    180,0020061990 2010 2015 203020252020

    Previso - Percentagem por ano

    Regio/Pas 1980-2005 2005 2006 2007 2006-2030Estados Unidos 3,1 3,1 2,9 2,1 2,4Canad 2,8 3,1 2,8 2,5 2,2Mxico 2,5 2,8 4,8 3,3 3,4Japo 2,3 1,9 2,2 2,0 0,8Coria do Sul 6,8 4,2 5,0 4,9 3,3Austrlia / Nova Zelndia 3,3 2,7 2,6 3,3 3,0Total OCDE 2,7 2,6 3,1 2,7 2,2Rssia 0,1 6,4 6,7 7,0 3,6China 9,8 10,4 11,1 11,5 6,4ndia 5,9 9,2 9,4 9,0 5,6frica 2,9 5,2 5,5 6,0 4,0Brasil 2,5 2,9 3,7 4,6 3,6Total No-OCDE 4,0 7,5 8,0 8,1 4,9Total Mundial 3,3 4,9 5,4 5,4 3,5

    Fonte: International Energy Outlook 2009

  • C A P T U L O 1 21

    Grfico 1.9 - Mercado Mundial de Consumo de Energia em Trs Cenrios de Crescimento Econmico de 1990 a 2030

    1.3 - Evoluo do Consumo de Energia por Habitante no Mundo, em Regies e em Pases Selecionados

    No IEO 2009 prev-se uma taxa de crescimento anual da populao mundial de 1%, sendo que em alguns pases, como Japo e Rssia, espera-se inclusive um decrscimo da populao. Isto significa que a previso de que a populao mundial de 6,590 bilhes de habitantes em 2006 chegar a 8,327 bilhes de habitantes em 2030. Para o Brasil, a previso de uma taxa de crescimento populacional anual de 0,9% (ligeiramente inferior taxa mdia anual de crescimento da populao mundial). A tabela 1.3 apresenta o consumo mundial de energia por habitante no perodo 1990-2030, incluindo-se regies e pases selecionados.Fica claro, na comparao com os pases desenvolvidos, que o consumo per capita de energia dos brasileiros baixo e continuar assim em 2030. Enquanto a mdia mundial sair de 1,81 tep por habitante em 2006 para 2,05 em 2030, o Brasil chegar em 2030 com modestos 1,96 tep por habitante, valor muito aqum dos 5,52 tep por habi-tante dos pases da OCDE.

    Tabela 1.3 - Consumo de Energia por Habitante no Mundo, em Regies e em Pases Selecionados de 1990 a 2030

    Unidade: tep por habitante

    Regio/Pas 1990 2006 2010 2015 2020 2025 2030

    Estados Unidos 8,40 8,40 8,10 7,93 7,74 7,66 7,63

    Canad 9,90 10,69 10,82 11,23 11,24 11,54 11,83

    Mxico 1,50 1,78 1,51 1,61 1,73 1,83 0,08

    Japo 3,80 4,49 4,31 4,54 4,76 4,79 4,91

    Coria do Sul 2,23 4,94 5,66 5,97 6,17 6,53 6,93

    Austrlia/Nova Zelndia 5,67 6,55 6,49 6,81 6,93 6,95 7,06

    Total OCDE 4,75 5,18 5,08 5,15 5,22 5,28 5,36

    Rssia 6,66 5,36 5,80 6,36 6,87 7,27 7,66

    China 0,59 1,41 1,69 1,92 2,20 2,45 2,69

    ndia 0,23 0,39 0,39 0,44 0,49 0,52 0,54

    frica 0,38 0,39 0,40 0,39 0,38 0,37 0,36

    Brasil 0,97 1,28 1,44 1,55 1,66 1,79 1,92

    Total No-OCDE 0,89 1,07 1,17 1,24 1,32 1,38 1,44

    Total Mundial 1,65 1,81 1,86 1,91 1,96 2,00 2,05

    Fonte: International Energy Outlook 2009

    17,09

    11,9112,87

    14,2215,63

    17,02

    18,48

    8,76

    12,7613,59

    14,4315,16 15,82

    0,00

    2,00

    4,00

    6,00

    8,00

    10,00

    12,00

    14,00

    16,00

    18,00

    20,0020061990 2010 2015 203020252020

    Fonte: International Energy Outlook 2009

  • PanoramaEnergtico Nacional

    Unidade de Hidrotratamento de Instveis - REFAP - Canoas - RS Foto: Acervo Petrobras

    BALA

    NO

    ENER

    GTI

    CO D

    O RI

    O GR

    ANDE

    DO

    SUL

    2

    010

    - ANO

    BAS

    E 20

    09

  • C A P T U L O 2 25

    O Balano Energtico Nacional de 2009 - BEN 2009 - Ano Base 2008 informa que o consumo brasileiro de energia em 2008 atingiu 226,39 milhes de tep (grfico 2.1). Considerando-se as projees do IEO 2009 de um crescimento de consumo de energia de 2,6% ao ano (no perodo de 2006 a 2030), o Pas consumir 398,2 milhes de tep em 2030.Em 2008, o consumo de energia por habitante no Brasil foi de 1,194 tep por habitante. Os 226,39 milhes de tep consumidos pelo Brasil em 2008 correspondem a 89,63% da Oferta Interna de Energia - OIE, sendo um consumo 3,65 vezes superior ao verificado em 1970.

    Grfico 2.1 - Consumo Final de Energia no Brasil de 1970 a 2030

    No tocante matriz energtica de consumo (grfico 2.2), observou-se em 2008 que o setor industrial foi responsvel por 36,4% do consumo; enquanto que o setor transporte foi responsvel por 27,6%; o setor residencial por 10,0%; o setor comercial por 2,7%; e o setor agropecurio por 4,4%. Sendo que esses cinco setores somados foram respon-sveis por 81,1% do consumo de energia verificado no pas em 2008.

    Grfico 2.2 - Evoluo do Consumo Final de Energia no Brasil por Setor de 1991 a 2008

    Industrial

    Transporte

    Residencial

    ComercialPblico Agropecurio

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    70,0

    80,0

    90,0

    100,00

    1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

    Fonte: Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008

    PANORAMA ENERGTICO NACIONAL

    Valor informado no BEN 2009 - Ano Base 2008, que no coincide com o valor apresentado no IEO 2009.

    Fonte: At 2008 - Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008

  • BALANO ENERGTICO DO R IO GRANDE DO SUL 2010 - ANO BASE 200926

    Do ponto de vista das fontes (grfico 2.3), observou-se em 2008 que os derivados do petrleo foram responsveis por 40,8% do consumo; a eletricidade por 16,3%; o lcool por 5,2%; e a lenha, que j teve uma participao de 11,8% em 1991, apresentou em 2008 um consumo de 7,4%. J o gs natural foi responsvel por 7,4%, valor que era de 2,4% em 1991. A participao do bagao de cana expressiva na matriz energtica, atingindo 12,7% em 2008.Ao contrrio de pases como China e ndia, a participao do carvo mineral na matriz energtica brasileira baixa, de apenas 1,7%.

    Grfico 2.3 - Evoluo do Consumo Final de Energia no Brasil por Fonte de 1991 a 2008

    2.1 - Situao em 2008 dos Energticos que Compe a OIE do Pas

    2.1.a - Energia Eltrica

    Na tabela 2.1, pode-se verificar a Oferta Interna de Energia Eltrica - OIEE, a Gerao Interna de Energia Eltrica e o Consumo Final das principais fontes para o caso brasileiro em 2008.Em 2008, as importaes brasileiras de energia eltrica atingiram 42,9 TWh, que, somada com a gerao interna do Pas de 463,1 TWh, e subtraindo-se os 0,69 TWh de exportao, fizeram com que a OIEE fosse de 505,3 TWh (43,5 milhes de tep). O consumo final de energia eltrica foi de 428,3 TWh, apresentando, assim, 15,25% da energia ofertada em perdas.

    Tabela 2.1 - Energia Eltrica

    Fonte: Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008

    A estrutura da oferta de energia eltrica brasileira (tabela 2.2) foi proveniente em 73,4% de usinas hidroeltricas (sendo 3,4% de pequenas centrais hidroeltricas - PCHs); 15,4% de centrais termoeltricas; 2,8% de centrais nucle-ares; e 8,5% de importao lquida.H uma diferena significativa entre a estrutura brasileira e a estrutura mdia mundial de energia eltrica. Na estrutura mundial (tabela 2.3), 41,5% da energia eltrica provem de centrais a carvo mineral; 20,9% de centrais a gs natural; 15,6% de centrais hidroeltricas; 13,8% de centrais termonucleares; e 5,6% de centrais com derivados de petrleo.

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    70,0

    80,0

    90,0

    100,0

    1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

    Fonte: Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008

    TWh milhes tep

    Oferta Interna de Energia Eltrica - OIEE 505,3 43,5

    Gerao de Energia Eltrica 463,1 39,8

    Importao lquida 42,9 3,7

    Consumo Final 428,3 36,8

    Exportao Lquida 0,69

    Perdas em relao a OIEE 15,25

    Capacidade instalada das centrais de gerao de energia eltrica (inclusive autoprodutores) 103.962 MW

  • C A P T U L O 2 27

    Tabela 2.2 - Estrutura de Oferta Interna de Energia Eltrica no Brasil em 2008

    Fonte: Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008

    Tabela 2.3 - Estrutura de Oferta Interna de Energia Eltrica no Mundo em 2007

    Fonte: Key World Energy Statistcs IEA - 2009

    2.1.b - Petrleo

    Em 2008, foram produzidos no Brasil (tabela 2.4) 1,82 milhes de barris por dia - bbl/d de petrleo e gs natural li-quefeito - LGN. O consumo final de derivados energticos do petrleo chegou a 1,60 milhes bbl/d. Desse montante, a maior parcela, 48,21%, foi o consumo de leo diesel rodovirio com 771.300 bbl/d, ficando na segunda posio o consumo de gasolina veicular com 433.800 bbl/d, com uma fatia de 27,11%.A capacidade nominal instalada de refino de derivados do petrleo em 2008 atingiu 2,044 milhes bbl/d.

    Tabela 2.4 - Produo, Importao Lquida, Consumo, Reservas e Capacidade Instalada

    Fontes: BEN 2009 - Ano Base 2008 e Anurio Estatstico Brasileiro de Petrleo e Gs Natural e Biocombustveis 2009

    2.1.c - Gs Natural

    Em 2008, a produo brasileira de gs natural (tabela 2.5) atingiu 59,2 milhes de metros cbicos por dia, sendo importados 31 milhes de m por dia de gs. Na matriz energtica de 2008, o gs natural apareceu com 10,3%.A estrutura de consumo do gs natural apresentou a predominncia do consumo industrial com9,58%, sendo que 18% do gs natural foi reinjetado e 10% queimado e perdido. Para o uso veicular, foi consumido 7,43% de gs natural.

    %

    Centrais hidroeltricas 73,4

    Centrais termoeltricas 15,4

    Importao lquida 8,5

    Centrais nucleares 2,8

    %

    Centrais a carvo mineral 41,5

    Centrais a gs natural 20,9

    Centrais hidroeltricas 15,6

    Centrais termonucleares 13,8

    Centrais com derivados de petrleo 5,6

    Bbl / dia Bbl

    Produo petrleo 1,817 milhes

    Produo de derivados 1,87 milhes

    Consumo de derivados 1,60 milhes

    Consumo de gasolina veicular 433,8 mil

    Consumo de leo diesel rodovirio 771,3 mil

    Consumo de leo combustvel 89,1 mil

    Consumo de GLP residencial 211,2 mil

    Capacidade instalada nominal de refino 2,044 milhes

    Reservas provadas de petrleo 12,8 bilhes

  • BALANO ENERGTICO DO R IO GRANDE DO SUL 2010 - ANO BASE 200928

    Tabela 2.5 - Produo, Importao, Consumo, Reservas e Capacidade Instalada

    2.1.d - Produtos da Cana-de-Acar

    Em 2008, a produo brasileira de etanol (soma de anidro e hidratado), tabela 2.6, atingiu 467.500 bbl/d (barris/dia). Os produtos energticos resultantes da cana representaram 17% da matriz energtica brasileira.

    Tabela 2.6 - Produtos da cana-de-acar no Brasil em 2008

    Rendimento do etanol de cana: 87,7 l por tonelada de canaRendimento do etanol do melao: 339,1 litros por tonelada de melaoFontes: BEN 2009 - Ano Base 2008 e Anurio Estatstico Brasileiro de Petrleo e Gs Natural e Biocombustveis 2009

    2.1.e - Carvo Mineral

    O carvo mineral e seus derivados apresentaram uma participao de 5,8% na matriz energtica brasileira em 2008, percentual muito abaixo do que se verifica mundialmente.O carvo vapor (energtico) nacional e seu consumo predomina nas centrais eltricas de servios pblicos. J o carvo meta-lrgico importado, se expande quando ocorre combusto incompleta e consumido na indstria siderrgica. No tocante ao carvo vapor, o consumo industrial representou uma parcela de 83,8%, e o consumo na gerao de energia eltrica, 16,2%.

    Tabela 2.7 - Carvo Mineral

    Fonte: Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008

    2.1.f - Lenha e Carvo Vegetal

    Em 2008, a lenha e o carvo vegetal (tabela 2.8) corresponderam a 11,60% da matriz energtica do Pas. O consumo de lenha foi de 41,25% em carvoarias; 26,37% no residencial; e 31,05% no agropecurio e industrial.

    Fontes: BEN 2009 - Ano Base 2008 e Anurio Estatstico Brasileiro de Petrleo e Gs Natural e Biocombustveis 2009

    m / dia m

    Produo 59,2 milhes

    Importao 31 milhes

    Uso trmico do setor energtico 17,6 milhes

    Consumo industrial 35,7 milhes

    Consumo transporte 6,7 milhes

    Consumo gerao eltrica (Centrais eltricas de servios pblicos) 14,2 milhes

    Consumo na gerao eltrica (centrais eltricas autoprodutoras) 3,6 milhes

    Uso no energtico 2,2 milhes

    Reservas totais de gs natural 589,2 bilhes

    Reservas provadas 364,0 bilhes

    Bbl / dia toneladas

    Produo de etanol (anidro mais hidratado) 467,5 mil

    Produo de etanol hidratado 302,5 mil

    Produo de etanol (anidro mais hidratado) 165 mil

    Consumo final de etanol hidratado 229 mil

    Consumo final de etanol anidro 108,6 mil

    Exportao de etanol 88,3 mil

    Consumo de lcool anidro setor transporte 114 mil

    Consumo de lcool hidratado setor transporte 252,7 mil

    Consumo de etanol em outros usos (consumo no energtico) 26,2 mil

    Consumo trmico de bagao 225,73 milhes

    carvo metalgico carvo vapor (toneladas) (toneladas)

    Produo 260.000 6.351.000

    Importao 15.311.000 0

    Consumo industrial e transformao em coqueria 15.195.000 758.000

    Consumo na gerao eltrica 0 4.696.000

    Consumo em outras reas 133.000 221.000

  • C A P T U L O 2 29

    Tabela 2.8 - Lenha e Carvo Vegetal

    Fonte: Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008

    2.2 - Destaque do Brasil na Produo de Energia

    Em termos de produo de energia o grande destaque do Brasil no cenrio internacional continua sendo a expressiva parti-cipao de energia renovvel na matriz energtica do Pas. Em 2008, nada menos que 45,9% da Oferta de Energia Interna - OIE do Pas foi originria de fontes renovveis. No mbito mundial, em 2007, de acordo com o Key World Energy Statistcs - 2009, esse percentual foi de 12,7%, enquanto que nos pases da OCDE foi de apenas 7,2%. O Brasil o segundo maior produtor de hidroeletricidade do mundo, atrs da China e tendo ultrapassado o Canad em 2007. Na produo de etanol, o Brasil disputa a liderana mundial com os Estados Unidos, que emprega o milho para produzir o lcool, acarretando srios problemas de elevao nos preos mundiais dos alimentos, o que no ocorre na situao brasileira.

    2.3 - Reduo da Dependncia Externa de Energia

    A maior dependncia externa de energia no caso brasileiro ocorreu em meados da dcada de 70, sendo que a refe-rida dependncia, em 2008, ficou pouco acima de 8,3%, que representa um valor confortvel.

    2.4 - Crescimento do PIB Brasileiro e da Oferta Interna de Energia - OIE

    De 1970 a 1980, o PIB brasileiro cresceu em mdia 8,6%, enquanto o crescimento da oferta interna de energia foi de 5,5% (grfico 2.4).J no perodo de 1980 a 1985 a taxa de crescimento do PIB brasileiro foi de apenas 1,3% ao ano em mdia, enquanto que a taxa de crescimento da OIE foi de 2,7%, uma situao bem pior que a verificada no perodo anterior. No perodo de 1985 a 1993, enquanto o PIB cresceu 1,8% ao ano, a OIE cresceu 1,7%. De 1993 a 1997, o PIB cresceu 3,8% e a OIE 4,8%, enquanto que de 1997 a 2007 para um crescimento do PIB de 2,8% a OIE cresceu 2,8%. J de 2007 para 2008 o PIB cresceu 5,2% e a OIE 3,6%.Olhando-se o perodo de 38 anos (de 1970 a 2008), a mdia anual de crescimento do PIB ficou em 4,4% e a OIE cresceu 3,6% ao ano.

    Grfico 2.4 - Taxas Mdias de Crescimento do PIB e OIE no Brasil de 1970 a 2008

    1970-2008 - Taxa mdia no perodoFonte: Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008Nota: Clculo 1970-2008 e variao 2007-2008, elaborao BERS 2010 - ano base 2009

    toneladas

    Produo de lenha 94.279.000

    Consumo em carvoarias 38.892.000

    Consumo final energtico da lenha 54.385.000

    Consumo residencial da lenha 24.857.000

    Consumo de carvo vegetal 9.892.000

  • BALANO ENERGTICO DO R IO GRANDE DO SUL 2010 - ANO BASE 200930

    2.5 - Elasticidade Renda do Consumo de Energia no Brasil

    No perodo de 1970 a 2008, a relao entre a variao da taxa OIE e do PIB do Brasil (tabela 2.9) foi de 0,82. No caso da relao entre a variao da taxa de eletricidade total produzida e do PIB, a relao no mesmo perodo foi de 1,48.

    Tabela 2.9 - Elasticidade Renda do Consumo de Energia no Brasil

    * Inclui setor energtico** Inclui gasolina, lcool e gs natural Fonte: Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008Nota: Clculo 1970-2008 e variao 2007-2008, elaborao BERS 2010 - ano base 2009

    2.6 - Balano de Energia til - BEU

    No grfico 2.5, observa-se a variao da energia final, til e economia de energia para o caso brasileiro nos anos de 1984, 1994 e 2004. Observa-se que a energia final e a til aumentaram ao longo do tempo; porm, o potencial de economia de energia diminui medida que os rendimentos vo se aproximando de seus pontos timos.A relao entre a energia final e a til tem a dimenso de rendimento energtico. Pelos nmeros do BEN 2009, o rendimento energtico do Pas em 1984 foi de 46,9%, em 1994 de 53,9% e em 2004 de 57,5%.

    Grfico 2.5 - Variao da Energia til, Final e Economia de Energia no Brasil de 1984 a 2004

    0

    20

    40

    60

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    100

    120

    140

    160

    180

    200

    Fonte: Balano Energtico Nacional 2009 - Ano Base 2008

    1984 1994 2004

    1980-1970 1985-1980 1993-1985 1997-1993 2007-1997 2007-1970 2007-2008 1970-2008

    OIE/PIB 0,64 2,11 0,92 1,26 1,03 0,87 1,11 0,82

    Eletricidade Total/PIB 1,39 5,64 2,31 1,35 1,24 1,63 0,75 1,48

    Eletricidade Industrial/PIB 1,54 5,59 1,68 0,67 1,30 1,59 0,46 1,44

    Derivados Petrleo/PIB 0,95 -1,49 1,71 1,84 0,40 0,90 0,22 0,81

    Biomassa/PIB 0,06 3,34 0,55 0,53 1,36 0,43 1,43 0,45

    Carvo mineral de ao/PIB 1,23 7,15 1,93 0,83 0,70 1,41 0,03 1,50

    Energia industrial/PIB* 1,01 3,06 0,93 1,17 1,35 1,17 0,10 1,08

    Consumo combustveis ciclo OTTO/PIB**

    0,37 0,11 2,51 2,49 0,64 0,83 1,60 0,97

  • Setor Energticodo Rio Grande do Sul

    UHE Passo Real - RS Foto: Grupo CEEE

    BALA

    NO

    ENER

    GTI

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    O RI

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    2

    010

    - ANO

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    E 20

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  • C A P T U L O 3 33

    Neste captulo, ser examinado o setor energtico do Rio Grande do Sul, sendo apresentados os dados das fontes energticas utilizadas no Estado.A evoluo do consumo final de energia no Rio Grande do Sul no perodo de 2005 a 2009, e a projeo de crescimento at 2030, apresentada no Grfico 3.1 a seguir. Para os anos de 2010, 2015, 2020, 2025 e 2030 foram estabelecidas projees nas seguintes hipteses:i) O RS ter a mesma taxa de crescimento do consumo final de energia de 2,6% ao ano, valor previsto para o Brasil no IEO 2009 (perodo 2006-2030);ii) O RS ter uma taxa de crescimento do consumo final de energia de 5% ao ano, aproximadamente igual a taxa de cresci-mento verificada no perodo de 2005 a 2009.

    Grfico 3.1 - Valores Verificados do Consumo Final de Energia no RS, no Perodo de 2005 a 2009, e Projeo de Crescimento at 2030

    No tocante produo de energia em 2009, o RS destacou-se na produo de carvo vapor: foram 4,68 milhes de toneladas equivalentes produzidas, ficando na primeira posio no cenrio nacional. Nesse mesmo ano, foram produzidos 18.483 GWh de energia eltrica no Estado (centrais eltricas de servio pblico e autoprodutoras), ficando na dcima posio entre os estados brasileiros. A produo de lcool etlico hidratado nas destilarias foi de 2.458 m, volume abaixo da potencialidade do Estado.Nas tabelas 3.1, 3.2 e