Banana Fitossanidade

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BANANA Fitossanidade Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia Brasília - DF 2000 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Mandioca e Fruticultura Ministério da Agricultura e do Abastecimento Zilton José Maciel Cordeiro Organizador

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BANANAFitossanidade

Embrapa Comunicação para Transferência de TecnologiaBrasília - DF

2000

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Mandioca e FruticulturaMinistério da Agricultura e do Abastecimento

Zilton José Maciel Cordeiro Organizador

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Série Frutas do Brasil, 8

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Responsável pela edição: José Márcio de Moura SilvaCoordenação editorial: Embrapa Comunicação para Transferência de TecnologiaRevisão, normalização bibliográfica e edição: Vitória RodriguesPlanejamento gráfico e editoração: Marcelo Mancuso da Cunha

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Banana. Fitossanidade / ???????????????????..[et al.]. ; Embrapa Mandioca eFruticultura (Cruz das Almas, BA). — Brasília: Embrapa Comunicação paraTransferência de Tecnologia, 2000.?????p. ; (Frutas do Brasil ; 8).

Inclui bibliografia.ISBN ????????????

1. Banana - Fitossanidade. 2. Banana - Pragas e doenças. I. ??????????, II.Embrapa Mandioca Fruticultura (Cruz das Almas, BA). III. Série.

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AAUTUTORESORES

Ana Lúcia BorgesEngo. Agro., D.Sc. em Solos e Nutrição de Plantas, Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura,Caixa Postal 007, CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA.E-mail: [email protected]

Atônio Lindemberg Martins MesquitaEngo. Agro., D.Sc. Entomologia Agrícola, Pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical,Caixa Postal 3761, Cep 60511-110, Fortaleza, CEE-mail: [email protected]

Aristoteles Pires de MatosEngo Agro Ph.D. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA.E-mail: [email protected]

Dilson da Cunha Costa Eng.º Agrº, M.Sc. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,CEP 44380-000,Cruz das Almas,BA.E-mail: [email protected]

Jairo Ribeiro da SilvaEng.o Agro, B.Sc., Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal - Secretaria de Defesa Sanitária Vegetal,Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Esplanada dos Ministérios Bloco D anexo A,CEP 70043-900, Brasília, DF.E-mail: [email protected]

José Eduardo Borges de CarvalhoEng. Agr. D. Sc. em Manejo e Conservação de Solo, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura,Caixa Postal 007 CEP 44380-000 Cruz das Almas BAE-mail: [email protected]

Luadir GasparottoEng.o Agro, D.Sc. em Fitopatologia , Pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Caixa Postal 319,CEP 69.048-660, Manaus, AM.

Marilene FancelliEngo. Agro., M.Sc. em Etimologia, Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA.E-mail: [email protected]

Paulo Ernesto Meissner FilhoEng.º. Agrº., D.Sc. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,CEP 44380-000, Cruz das Almas, BAE-mail: [email protected]

Paulo Sérgio Torres BriosoEng.º. Agrº., D.Sc., Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Caixa Postal 74585,Departamento de Entomologia e Fitopatologia, CEP 23851-970, Seropedica, RJ.E-mail: [email protected]

Zilton José Maciel CordeiroEngo. Agro., D.Sc. em Fitopatologia, Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007,CEP 44380-000, Cruz das Almas, BA.E-mail: [email protected]

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APRESENTAPRESENTAÇÃOAÇÃO

Uma das caraterísticas do Programa Avança Brasil é a de conduzir os empreendi-mentos do Estado, concretizando as metas que propiciem ganhos sociais e institucionaispara as comunidades às quais se destinam. O trabalho é feito para que, ao final daimplantação de uma infra-estrutura de produção, as comunidades envolvidas acrescen-tem, às obras de engenharia civil requeridas, o aprendizado em habilitação e organização,que lhes permita gerar emprego e renda, agregando valor aos bens e serviços produzidos.

O Ministério da Agricultura e do Abastecimento participa desse esforço, com oobjetivo de qualificar nossas frutas para vencer as barreiras que lhes são impostas nocomércio internacional. O zelo e a segurança alimentar que ajudam a compor umdiagnóstico de qualidade com sanidade são itens muito importantes na competição comoutros países produtores.

Essas preocupações orientaram a concepção e a implantação do Programa de Apoioà Produção e Exportação de Frutas, Hortaliças, Flores e Plantas Ornamentais – FRUPEX.O Programa Avança Brasil, com esses mesmos fins, promove o empreendimentoInovação Tecnológica para a Fruticultura Irrigada no Semi-árido Nordestino.

Este Manual reúne conhecimentos técnicos sobre a fitossanidade da banana. Taisconhecimentos foram reunidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –Embrapa – em parceria com as demais instituições do Sistema Nacional de PesquisaAgropecuária, para dar melhores condições de trabalho ao setor produtivo, preocupadoem alcançar padrões adequados para a exportação.

As orientações que se encontram neste Manual são o resultado da parceria entre oEstado e o setor produtivo. As grandes beneficiadas serão as comunidades para as quaisas obras de engenharia também levarão ganhos sociais e institucionais incontestáveis.

Tirem todo o proveito possível desses conhecimentos.

Marcus Vinicius Pratini de Moraes

Ministro da Agricultura e do Abastecimento

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SUMÁRIOSUMÁRIO

CAPÍTULO 1FITOSSANIDADE NA EXPORTAÇÃO DE BANANA .................................................................. 9Importância ....................................................................................................................................................... 9Termos e coonceitos ...................................................................................................................................... 10Fitossanidade................................................................................................................................................... 10Pragas quarentenárias ..................................................................................................................................... 11Erradicação ...................................................................................................................................................... 11Inspeção........................................................................................................................................................... 11Quarentena pós-entrada ................................................................................................................................ 12Monitoramento ............................................................................................................................................... 12Área livre ......................................................................................................................................................... 12Planos de contingência ou emergência ........................................................................................................ 12Tratamento pós-colheita ................................................................................................................................ 12Exigeências para exportação ......................................................................................................................... 14

CAPÍTULO 2MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS .................. 15Importância ..................................................................................................................................................... 15Desenvolvimento dos problemas fitossanitários ........................................................................................ 15Ambiente e localização .................................................................................................................................. 15Escolha e aquisição de materiais propagativos ............................................................................................ 16Cuidados no estabelecimento do pomar ...................................................................................................... 17Monitoramento do bananal ........................................................................................................................... 18Desenvolvimento na pré-colheita e colheita ............................................................................................... 19

CAPÍTULO 3PRAGAS ......................................................................................................................................................... 21Broca-do-rizoma - Cosmopolites sordidus (Germ.) (Coleoptera: Curculionidae). ........................................ 21Bulgões - Pentalonia nigronervosa Coq. (Homoptera: Aphididae) Aphis gossypii glover (Homoptera: Aphididae)Myzus persicae (sulzer) (Homoptera: aphididae) ............................................................................................ 26Tripes - Frankliniella spp. (Thysanoptera: Aelothripidae) Thrips spp., Chaetanaphothrips spp.,Caliothrips bicinctusBagnall, Tryphactothrips lineatus Hood, Hercinothrips spp. (Thysanoptera: Thripidae) ................................ 28Traça-da-bananeira - Opogona sacchari (Bojer) (Lepidoptera: Lyonetiidae) ................................................ 32Lagartas-desfolhadoras - Caligo spp., Opsiphanes spp. (Lepidoptera: Nymphalidae), Antichloris spp.(Lepidoptera: Arctiidae) ................................................................................................................................. 33Outras pragas .................................................................................................................................................. 34

CAPÍTULO 4DOENÇAS FÚNGICAS E BACTERANAS ....................................................................................... 36Sigatoka-amarela - (Mycosphaerella musicola = Pseudocercospora musae ) .......................................................... 36Sigatoka-negra - (Mycosphaerella fijiensis = Paracercospora fijiensis) ................................................................. 43Mal-do-panamá - (Fusarium oxysporum f. sp. cubense) .................................................................................... 48Doenças de frutos .......................................................................................................................................... 51Doenças de pré-colheita ................................................................................................................................ 51Outras doenças fúngicas ................................................................................................................................ 56Doenças bacterianas ....................................................................................................................................... 59Moko (Ralstonia solanacearum, raça 2) ............................................................................................................. 59Podridão-mole (Erwinia spp.) ........................................................................................................................ 63Outras doenças bacterianas ........................................................................................................................... 65

CAPÍTULO 5DOENÇAS CAUSADAS POR NEMATÓIDES ................................................................................. 66Nematóide cavernícola (Radopholus similis, raça bananeira) ....................................................................... 66Nematóides-das-galhas (Meloidogyne spp.) .................................................................................................... 70

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Outros nematóides ......................................................................................................................................... 72Medidas gerais de controle ............................................................................................................................ 73

CAPÍTULO 6DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS ................................................................................................... 78Viroses quarentenárias ................................................................................................................................... 78topo-em-leque - (banana bunchy top virus, BBTV) ......................................................................................... 78mosaico-das-brácteas - (banana bract mosaic virus, BBrMV) ......................................................................... 79viroses existentes no Brasil ............................................................................................................................ 79Mosaico-do-pepino - (Cucumber mosaic virus, CMV) .................................................................................... 79Estrias-da-bananeira (Banana streak virus, BSV) ........................................................................................... 81

CAPÍTULO 7PLANTAS DANINHAS ............................................................................................................................ 83Introdução ....................................................................................................................................................... 83Matocompetição na cultura da banana ........................................................................................................ 83Métodos de controle ...................................................................................................................................... 84

CAPÍTULO 8PROBLEMAS DE CAUSA ABIÓTICA E ANORMALIDADESDE CAUSA DESCONHECIDA ............................................................................................................. 87Problemas de causa abiótica .......................................................................................................................... 87Introdução ....................................................................................................................................................... 87Mancha-de-maturidade .................................................................................................................................. 87Queima de sol ................................................................................................................................................. 87Quimeras ......................................................................................................................................................... 87Chilling (Friagem) ............................................................................................................................................ 87Azul-da-bananeira ........................................................................................................................................... 88Afloramento-de-rizoma ................................................................................................................................. 88Defeito na abertura da folha ......................................................................................................................... 89Deficiências nutricionais ................................................................................................................................ 89Problemas de causa desconhecida ................................................................................................................ 92

CAPÍTULO 9USO DE AGROTÓXICOS EM BANANEIRA ................................................................................ 96Introdução ....................................................................................................................................................... 96Toxicidade dos defensivos agrícolas ............................................................................................................ 97Equipamentos de proteção individual – EPIs ............................................................................................ 97Armazenamento ............................................................................................................................................. 98Receituário agronômico ............................................................................................................................... 100Aquisição dos defensivos agrícolas ............................................................................................................. 101Cuidados no manuseio dos defensivos ...................................................................................................... 101Descarte das embalagens vazias .................................................................................................................. 103Intoxicações com defensivos agrícolas ...................................................................................................... 104Tratamento médico ...................................................................................................................................... 106Causas de fracassos no controle fitossanitário .......................................................................................... 107Manutenção e lavagem dos pulverizadores ............................................................................................... 107

CAPÍTULO 10ENDEREÇOS ÚTEIS ............................................................................................................................. 109

CAPÍTULO 11REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 115

CAPÍTULO 12GLOSSÁRIO ............................................................................................................................................... 119

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99Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

1IMPORTÂNCIAIMPORTÂNCIA

A banana é o principal produto docomércio internacional de frutas frescas,movimentando, aproximadamente, US$ 5bilhões anuais. Os maiores produtores sãoÍndia, Equador, Brasil e Filipinas. Nas ex-portações, o Equador, a Costa Rica, a Co-lômbia e as Filipinas lideram o comércioexportador. O Brasil e a Índia, apesar deserem grandes produtores mundiais, têmparticipação inexpressiva no mercado in-ternacional. Praticamente toda a produçãonacional de banana é comercializada nomercado interno, o que torna o Brasil o

FITOSSANIDADE NAEXPORTAÇÃO DEBANANA

Jairo Ribeiro da Silva

Zilton José Maciel Cordeiro

Fonte: FNP/SECEX/DECEX.

(*) US$ 1.000 FOB; (**) Em toneladas; (***) Até junho.

primeiro consumidor mundial dessa fruta.Uma parcela estimada em 1% da produçãonacional é exportada, destacando-se o Uru-guai e a Argentina como principais impor-tadores (Tabela 1).

Internamente, a cultura ocupa o se-gundo lugar em volume e valor da produ-ção entre as frutas produzidas, perdendoapenas para a laranja. Além disso, abananicultura sempre foi uma das ativida-des agrícolas de grande importância pelopapel social que exerce na fixação dohomem no campo e na geração de empre-go rural.

Tabela 1.Tabela 1. Evolução das exportações brasileiras de bananas frescas e secas no período de 1996 a1998.

DestinoAno de 1996 Ano de 1997 Ano de 1998 (***)

Valor (*) Quant. (**) Valor (*) Quant. (**) Valor (*) Quant. (**)

Argentina 3.620,00 20.318,00 4.568,00 26.007,00 5.035,00 30.532,00

Uruguai 2.529,00 09.621,00 3.694,00 14.020,00 2.227,00 12.270,00

Países Baixos 0,00 0,00 70,50 18,70 43,50 11,40

Espanha 0,00 0,00 24,80 6,90 115,20 348,30

Chile 55,00 13,80 12,20 3,00 3,80 1,00

Alemanha 22,20 3,90 7,90 1,90 4,30 1,10

EUA 0,00 0,00 3,60 3,20 0,00 0,00

Cabo Verde 0,00 0,00 0,40 0,90 0,20 0,20

Dinamarca 0,40 0,10 0,40 0,10 0,00 0,00

Total 6.226,60 29.956,80 8.381,80 40.061,70 7.429,00 43.152,00

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade1010

Embora o Brasil figure como um gran-de produtor e consumidor, a bananiculturanacional enfrenta sérios problemas nas fa-ses de produção e pós-colheita, que limitama sua inserção no mercado internacional.Dentre os fatores limitantes, inclui-se aqualidade da fruta que é produzida, da qualse perde cerca de 40%. Isto é reflexo domanejo inadequado durante a produção eapós a colheita. Um dos fatores de perda éa qualidade fitossanitária da fruta. Sabe-seque somente frutos de alta qualidade, pro-duzidos livres de pragas, doenças e distúr-bios diversos são capazes de conquistarnovos mercados. Existem, entretanto, exi-gências específicas da parte dos países im-portadores de frutas frescas, que devem,necessariamente, ser atendidas. Em primei-ro lugar, são feitas rigorosas restrições àentrada de frutas portadoras de organismosexóticos, que possam representar risco paraa agricultura do país importador. Outrarestrição importante diz respeito aosagrotóxicos utilizados na fase de produçãodas frutas e a seus resíduos, os quais sãoobjeto de vigilância permanente. Neste sen-tido, o Brasil pode beneficiar-se das condi-ções climáticas apresentadas principalmen-te pela região Nordeste, que, associadas aomanejo adequado da irrigação podem, pro-porcionar o desenvolvimento de umabananicultura com baixa incidência de do-ença, oferta regular e boa qualidade dosfrutos. As melhores bananas do mundo sãoproduzidas nas zonas mais quentes do glo-bo, especialmente entre os trópicos de Cân-cer e Capricórnio.

Esses fatores e condições mostram aimportância da fitossanidade na exporta-ção da fruta e apontam para a necessidadede levar ao produtor informações práticase objetivas, que possibilitem a internalizaçãodas informações e a conseqüente aplicaçãode novos conhecimentos e a solução dosproblemas nas próprias áreas de produção.

TERMOS E CONCEITTERMOS E CONCEITOSOS

FitossanidadeFitossanidade

De acordo com o Artigo II do novo

texto da Convenção Internacional paraProteção de Vegetais adotado na XX Ses-são da Conferência da Organização dasNações Unidas para Alimentação e Agri-cultura - FAO, bem como pela Resolução14/79, promulgada pelo Decreto n.º 318,de 31 de outubro de 1991 e publicado noDiário Oficial da União de 1º de novembrode 1991, o termo praga significa qualquerforma de vida vegetal ou animal, ou qual-quer agente patogênico daninho ou poten-cialmente daninho para os vegetais ou pro-dutos vegetais.

A presença de pragas constitui, por-tanto, motivo de preocupação para o agri-cultor por representar uma ameaça cons-tante à produção vegetal dessa fruta.

As pragas podem disseminar-se deuma região para outra por caminhos natu-rais como, por exemplo, o vento e pássaros,ou ainda por vias criadas pelo homem, oqual, sem dúvida, vem contribuindo paratal dispersão desde que se engajou na agri-cultura. Nesse sentido, o homem temdesempenhado um papel de destaque devi-do à expansão dos movimentos migratóri-os das populações, à intensificação do co-mércio internacional e ao progresso dosmeios de transporte (terrestre, marítimo eaéreo), fatos que ampliaram substancial-mente os riscos de disseminação de pragas.

No início do século, os países passa-ram a adotar maior controle sanitário, a fimde evitar o ingresso e o estabelecimento depragas exóticas, já pensando na proteção daagricultura e do meio ambiente. O conjuntode práticas, medidas ou métodos para im-pedir a introdução e o estabelecimento,bem como controlar essas pragas constituio que se denomina defesa sanitária vegetal,quarentena vegetal ou fitossanidade.

A quarentena vegetal, que as autorida-des públicas de um país impõem aos de-mais, restringe a entrada de plantas, produ-tos vegetais (frutas, sementes, folhas) eculturas de organismos vivos, assim comomaterial de embalagem e até mesmocontêineres nos quais os produtos são trans-

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portados. Com isso, protegem sua agricul-tura das pragas inexistentes no seu territó-rio. A partir de 1º de janeiro de 1995, asmedidas quarentenárias têm sidoestabelecidas com base em evidência bioló-gica e jamais por razões políticas ou econô-micas, conforme determina o Acordo deMarrakesh, do qual o Brasil é signatário, eque criou a Organização Mundial do Co-mércio, da qual este país é membro.

Pragas quarentenáriasPragas quarentenárias

Segundo o texto da Convenção Inter-nacional para a Proteção das Plantas apro-vado em Roma em 1979 — referendadopelo Governo Brasileiro pelo DecretoLegislativo n.º 12 de 1985 —, define-secomo praga quarentenária para um deter-minado país, todo organismo de naturezaanimal ou vegetal que não estando presenteno país apresenta características de serempotenciais causadoras de graves danos eco-nômicos se introduzidas.

Existem dois tipos de pragaquarentenária:

• Praga quarentenária A1 é aquela queainda não está presente no país;

• Praga quarentenária A2 é aquela quejá está presente no país, porém nãose encontra amplamente distribuída,ou seja, existem áreas e/ou regiõesgeográficas em que a praga não estáestabelecida e, além disso, possuemprogramas oficiais de controle.

Por exemplo, para que uma praga sejaconsiderada quarentenária A2 para o Brasil,há necessidade de obter esse reconheci-mento por parte dos demais países que,com o Brasil, compõem a região da Améri-ca do Sul conhecida como Cone Sul (Ar-gentina Chile, Paraguai e Uruguai), pormeio do seu Comitê de Sanidade Vegetal -Cosave. Tal procedimento foi acordadopela Resolução Única da V Reunião doConselho de Ministros desse Comitê, em12 de junho de 1995 e adotado pela PortariaMinisterial n.º 641, de 10 de outubro de1995, publicada no Diário Oficial da União

da mesma data. Por esses mesmos instru-mentos, foram criadas e adotadas pelo Bra-sil, as Diretivas para o Reconhecimento deÁreas Livres de Pragas.

Para a bananicultura, brasileira, são asseguintes as pragas quarentenárias e respec-tivos tipos:

No caso específico da banana, a Secre-taria Nacional de Defesa Agropecuária -SDA do Ministério da Agricultura e doAbastecimento, pela da Portaria n.º 128 de18 de julho de 1994, publicada no DiárioOficial da União de 22 de julho de 1994,proibiu a importação de mudas, rizomas,pseudocaules, outros materiais de propaga-ção e frutos de bananeira, para quaisquerfins, produzidos em países onde esteja pre-sente o fungo M. fijiensis, organismo causa-dor da sigatoka-negra.

ErradicaçãoErradicação

A introdução de uma nova praga e oudoença nos países tem em geral forte reper-cussão social e econômica. Cite-se, porexemplo, a da mosca-do-mediterrâneo (umapraga de frutos) no estado da Califórnia,Estados Unidos da América, no período de1980 a 1982, que representou para aquelepaís perdas de 100 milhões de dólares nasvendas de frutas e o dispêndio de outros100 milhões para erradicá-la.

O processo de erradicação consiste naeliminação total de uma praga por diversosmétodos como, por exemplo, o de induzira morte de bananeiras afetadas pelo moko(Ralstonia solanacearum - raça 2) com o uso deherbicida específico.

InspeçãoInspeção

Como o trânsito de plantas ou de suaspartes, por meio de turistas ou do comérciointernacional e regional, representa umaameaça para qualquer país ou região, sãonecessários atos normativos e pessoal qua-lificado para a fiscalização e inspeção inte-restadual ou internacional desses produtos.Os profissionais desta área atuam geral-

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mente em portos, aeroportos e postos defronteira, executando tarefas rotineiras deinspeção de vegetais, emissão de certifica-do fitossanitário, fornecimento de atesta-dos liberatórios, apreensão, interdição edestruição de material suspeito.

A inspeção corresponde ao exame vi-sual e minucioso, com o auxílio de instru-mentos próprios para a detecção de sinais esintomas de organismos exóticos. Suas téc-nicas podem incluir uma série de examesdestinados a constatar a presença tanto deovos de ácaros e insetos como da estruturade reprodução de fungos e outrospatógenos, quer em plantas quer em produ-tos de origem vegetal, ou no material deembalagem. Esse procedimento permiteque só os produtos tidos como livres depragas quarentenárias entrem no país.

Quarentena pós-entradaQuarentena pós-entrada

Quando os exames não acusam a pre-sença de pragas, o inspetor responsávelpela quarentena fornece um atestado quegarante a fitossanidade da partida e, emconseqüência, a sua liberação. Emcontraposição, se o produto for considera-do de alto risco, passará pela análise daquarentena pós-entrada. Esta consiste noenvio do produto a uma estaçãoquarentenária a fim de ser examinado sobcondições de isolamento que indicarão se oproduto será liberado ou destruído, geral-mente por meio de incineração.

MonitoramentoMonitoramento

No caso das frutas destinadas à expor-tação, deve-se, em princípio, escolher ascultivares mais resistentes às pragas e cujosfrutos tenham boa aceitação pelo mercadoa que se destinam. O monitoramento daregião onde o bananal está localizado éindispensável para contribuir parae a ma-nutenção da boas condições fitossanitárias.O monitoramento deve ser feito mediantevisitas periódicas ao bananal por profissio-nais qualificados, nas diferentes épocas doano e nas diversas fases fenológicas dobananal, para verificar a ocorrência de

pragas, proceder ao exame da qualidade equantidade dos insetos capturados pelasarmadilhas previamente e adequadamentedistribuídas pelo bananal, para subsidiaruma avaliação do estado fitossanitário dobananal e poder adotar as medidas cabíveiscom a maior brevidade possível.

Área livreÁrea livre

Há países importadores de banana,como a Argentina, que exige no CertificadoFitossanitário, que acompanha o produtoque será exportado, uma declaração adicio-nal de que a fruta provém de área livre domoko (R. solanacearum - Raça 2).

Como já foi citado anteriormente, parauma área ser considerada livre, é necessárioseguir as exigências feitas pela Portaria Mi-nisterial n.º 641, de 10 de outubro de 1995,publicada no Diário Oficial da União damesma data, bem como as Diretivas para oReconhecimento de Áreas Livres de Pra-gas, preconizadas pela Organização dasNações Unidas para Agricultura e Alimen-tação - FAO.

Planos de contingência ouPlanos de contingência ouemergênciaemergência

Se numa área considerada livre domoko, por exemplo, for detectada a praga,entrarão em vigor os chamados planos decontingência ou emergência. Estes consis-tem na implementação de medidas visandoimpedir a proliferação da praga, que nocaso do Moko, seria a intensificação daerradicação de bananeiras com a praga e asplantas vizinhas mesmo que sadias numraio de 5 metros para impedir a proliferaçãoda praga.

TRATRATTAMENTAMENTO PÓSO PÓS--COLHEITCOLHEITAA

Considerando-se todo o processo deexportação da banana , entre a colheita e acomercialização da fruta podem transcor-rer até 22 dias, dependendo logicamente dadistância entre o centro produtor e o centroconsumidor. Para que um fruto colhidopossa chegar ao seu destino em boas condi-ções, alguns cuidados especiais devem ser

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tomados. Conforme se pode observar nocapítulo sobre doenças fúngicas ebacterianas, são vários os patógenos queprovocam manchas em frutos durante oseu desenvolvimento e após a colheita.

Duas doenças são particularmenteimportantes na fase de pós-colheita: a po-dridão-da-coroa, causada por diversospatógenos como Fusarium roseum; Verticilliumtheobromae e Colletotrichum musae e aantracnose, causada por C. musae. A primei-ra ocorre principalmente devido aoferimento que se produz durante odespencamento dos cachos, tornando-seuma porta aberta para a entrada depatógenos, e a segunda é o problema maisimportante da pós-colheita de frutos, ocor-rendo de duas formas distintas: a antracnosede frutos maduros, originária de infecçãolatente na casca verde, e a antracnose nãolatente, produzida pela invasão deColletotrichum em ferimentos sobre frutos

verdes em trânsito. As lesões não se for-mam sobre frutos verdes antes da colheita.

O tratamento pós-colheita deve inici-ar no campo, dispensando-se cuidados es-peciais durante a colheita, transporte,despencamento, lavagem e embalagem dosfrutos, manuseando-os, cuidadosamente,para evitar qualquer tipo de ferimento. Apósa lavagem, recomenda-se a pulverizaçãodos frutos, visando ao controle de infec-ções que tenham ocorrido na pré-colheita eaquelas que venham a ocorrer durante otransporte e comercialização. Os principaisprodutos registrados no Brasil para o con-trole de patógenos em frutos de banana,tanto na pré como na pós-colheita, podemser observados na Tabela 2. Internacional-mente, entretanto, são mais aceitos os pro-dutos à base de thiabendazol e benomyl. Asconcentrações recomendadas geralmentelevam em consideração a distância que se-para o cultivo do mercado consumidor.

Tabela 2Tabela 2 . Fungicidas registrados para uso no controle de patógenos que ocorrem em frutos e/ouem pós-colheita de banana.

* São os únicos produtos com registro no Ministério da Agricultura e do Abastecimento para tratamento de frutos na pós-colheita de banana.

Nome técnicoProduto

ComercialIndicação

Dose (prod.com.)

Grupoquímico

Thiabendazol Tecto 600Deigthoniella/Fusarium/Thielaviopsis/Verticilium/

Gloeosporium

Benzimidazol

Thiabendazol Tecto SC*

Fusarium roseum/F.oxysporum/ F. moniliforme/Thielaviopsis paradoxa/Gloeosporium musarum

41- 92 ml/100 Lde água

Benzimidazol

Mancozeb Persist SC Thielaviopsis paradoxa 4,5 L/haDitiocarbamato

Mancozeb Frumizeb Colletotrichum musae90 g/100 L de

águaDitiocarbamato

Oxicloreto decobre

Cuprozeb Thielaviopsis paradoxa250 g/100 L de

águaCúprico

ImazalilMagnate500 CE *

Colletotrichum gloeosporioides200 ml/1000 L

de águaImidazól

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade1414

EXIGÊNCIAS PEXIGÊNCIAS PARAARAEXPORTEXPORTAÇÃOAÇÃO

As exigências para a exportação debananqas dependem de cada país importa-dor, mesmo para os países que compõem oMercosul, pois os produtos não estão har-monizados. No caso da Argentina, porexemplo, um dos principais importadoresda banana brasileira, o Serviço Nacional deSanidade e Qualidade Agroalimentar -Senasa exige que no CertificadoFitossanitário que acompanha a partidadeverá constar de uma declaração adicionalassegurando que a banana provém de árealivre de Ralstonia solanacearum - Raça 2. Poroutro lado, de acordo com a ResoluçãoSAGyP nº 99/94, a banana não poderáingressar na Argentina pelas províncias deJujuy, Salta, Tucumán e Catamarca. Na che-gada do produto na Argentina, a partida serásubmetida à inspeção de rotina e serão colhi-das amostras do material para sua posterioranálise em laboratório. Além disso, a merca-doria deverá cumprir o estabelecido nasnormas de qualidade comercial, agrotóxicose condições para o seu consumo.

Sabe-se que somente a alta qualidadede frutos produzidos, livres de pragas e dedistúrbios fisiológicos, é capaz de conquis-tar novos mercados. Existem, entretanto,exigências específicas por parte dos paísesimportadores que devem, necessariamen-te, ser atendidas. Em primeiro lugar, sãofeitas rigorosas restrições à entrada de fru-tas portadoras de organismos exóticos, que

possam representar risco para a agriculturado país importador. Outra restrição impor-tante diz respeito aos agrotóxicos utilizadosna fase de produção das frutas e a seusresíduos, os quais são objeto de vigilânciapermanente. Ainda com respeito a restri-ções, a última informação são sobre asexigências feitas com relação a embalagensde madeira, pois muitas delas podem servirde veículo para introdução de importantespragas, como o besouro-chinês (Anoplophoraglabripennis). Esse besouro, recentementeestabelecido nos Estados Unidos, nos esta-dos de Nova Iorque e Illinois preocupa asautoridades de sanidade vegetal daquelepaís por constituir uma ameaça concreta àsregiões americanas produtoras de madeira.Nesse particular já existem restrições noChile, e, em novembro de 1999, os Ministé-rios da Fazenda, da Agricultura e do Abas-tecimento do Brasil editaram a PortariaInterministerial n.º 499, de 3 de novembrode 1999, publicado no Diário Oficial daUnião do dia 5 de novembro de 1999.

Assim sendo, é muito importante queo exportador em potencial verifique asexigências do país importador para evitarproblemas no momento da colocação dafruta no país de destino. Para tanto, érecomendável que se assegure de todas asinformações quanto às exigências do adidoagrícola na embaixada ou consulado do paíspara onde se deseja exportar. Tais informa-ções podem ser complementadas por meiode contatos com exportadores de banana.

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1515Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

2MANEJO INTEGRADODAS PRAGAS,DOENÇAS E PLANTASDANINHAS

Zilton José Maciel Cordeiro

Antônio Lindemberg Martins Mesquita

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

A demanda por alimentos mais saudá-veis, ricos em vitaminas e sais minerais, masde baixo poder calórico, é uma das princi-pais preocupações da sociedade moderna.As frutas preenchem, em grande parte, essanecessidade, principalmente a das classesde poder aquisitivo mais elevado. Quandose fala de alimentos mais saudáveis, a prin-cipal preocupação está na utilização dosagrotóxicos que, em muitos casos, excede aracionalidade. Porém há que se ter emmente que, embora se pretenda consumirfrutos produzidos com menor uso deagrotóxicos, a qualidade e a boa aparênciadestes não serão negligenciadas. Neste sen-tido, os países importadores vêm valorizan-do a adoção de práticas adequadas de ma-nejo do pomar como parte integrante deum sistema de prevenção contra pragas edoenças de modo que reflita em reduçãodo uso de agrotóxicos. Tais práticas ecuidados serão focalizados neste Manual,sob a forma de conceitos básicos que de-vem ser compreendidos e implementadossempre que possível.

DESENVDESENVOLOLVIMENTVIMENTO DOSO DOSPROBLEMAS FITPROBLEMAS FITOSSANITÁRIOSOSSANITÁRIOS

Os problemas fitossanitários se de-senvolvem a partir da interação entre: oambiente – que são as condições climáticasrepresentadas, principalmente, por umida-de e temperatura; o hospedeiro – que nestecaso específico é a bananeira e a ação devetores de doenças – que são os insetos ou

o próprio homem com suas interferênciasdiversas, aliados à presença de pragas e/oupatógenos, constituindo os quatro elemen-tos fundamentais, responsáveis pela ocor-rência de problemas fitossanitários e porsua gravidade. Sempre que um ou mais deum dos três primeiros fatores citados sãodesfavoráveis às pragas ou doenças, ouquando o homem intervém positivamentepara controlá-las, os problemasfitossanitários são minimizados ou, porvezes, eliminados. Estas são informaçõesbásicas que técnicos e agricultores devemter em mente, para exercer ações de contro-le sobre esses problemas, valorizando-se aadoção de medidas preventivas e açõesplanejadas.

AMBIENTE E LAMBIENTE E LOCALIZAÇÃOOCALIZAÇÃO

Embora a bananeira seja cultivada nasmais variadas condições climáticas, a instala-ção dos pomares deve atentar para aspectosrelacionados com o tipo de solo, o supri-mento de água, a luminosidade e o calor.

Quanto ao solo, um aspecto muitoimportante é a sua profundidade. Apesar dea bananeira apresentar um sistema radicularsuperficial, é importante que ele seja pro-fundo, apresentando uma camada com maisde 75 cm, sem qualquer impedimentofísico à penetração do sistema radicular.Além disso, é relevante a boa disponibilida-de de oxigênio para o desenvolvimento dosistema radicular. Os solos cultivados combanana devem ter boa profundidade e dre-nagem interna, para que os excessos deumidade sejam drenados rapidamente e o

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade1616

nível do lençol freático seja mantido abaixode 1,80 m. Cultivos estabelecidos em solosmal drenados proporcionam o crescimentode plantas estressadas e, conseqüentemen-te, mais suscetíveis à maioria dos proble-mas de doença.

No que diz respeito às necessidadeshídricas, as maiores produções estão asso-ciadas a uma precipitação anual de 1.900mm, bem distribuídos durante todo o ano.Isto significa ausência de deficiência hídrica,ou seja, ausência de estação seca. Para aten-der a essa exigência, os plantios devem-selocalizar em áreas com índice pluviométricomaior ou igual a 1.900 mm, bem distribuídodurante o ano, ou estar localizados em áreasque possibilitam o uso da irrigação.

A luz e a temperatura são tambémfatores indispensáveis para a obtenção deboas colheitas. A intensidade luminosa afe-ta diretamente o ciclo vegetativo e produti-vo da bananeira. A temperatura ótima paraum desenvolvimento normal da bananeirasitua-se na faixa de 28oC, considerando-se afaixa de 15ºC a 35oC de temperatura, comoos limites extremos para a exploração raci-onal da cultura. Constatou-se que tempera-turas de 22oC são ideais para a iniciaçãofloral e as de 31oC, para a emissão dasfolhas. Em temperaturas abaixo de 15oC,ocorre paralisação das atividades da planta.

Como se pode observar, as condiçõesclimáticas ótimas para produção comercialde banana são também ótimas para o de-senvolvimento de doenças, como é o casoda sigatoka-negra. Outro aspecto impor-tante para o desenvolvimento das doenças,principalmente de parte aérea, é a umidaderelativa do ar. Em muitos casos, a simplesmanutenção de altos níveis de umidaderelativa é suficiente para o desenvolvimen-to da doença. O melhor desenvolvimentoda bananeira é obtido com média de umida-de relativa anual superior a 80%. Essa con-dição acelera a emissão de folhas e prolongaa sua longevidade. A associação de altaumidade relativa, chuvas e temperaturaselevadas é condição básica para a ocorrên-

cia das doenças fúngicas, principalmente asigatoka- amarela e a sigatoka-negra.

ESCOLHA E AESCOLHA E AQUISIÇÃO DEQUISIÇÃO DEMAMATERIAIS PROPTERIAIS PROPAAGAGATIVTIVOSOS

As mudas constituem um dos itensmais importantes na implantação de umpomar, seja ele de qualquer espécie vegetal.Na bananicultura, da qualidade das mudasdepende, em grande parte, o sucesso doempreendimento. Além de influenciar deforma direta no desenvolvimento e produ-ção do bananal, sobretudo no seu primeirociclo, as mudas têm papel fundamental nasua qualidade fitossanitária, uma vez quevárias doenças, pragas e ervas daninhaspodem ser levadas pela muda, comprome-tendo totalmente o sucesso do novo plan-tio. Dentre estes problemas podem-se ci-tar: nematóides, broca-do-rizoma, mal-do-panamá, moko, podridão-mole e vírus.

De acordo com as tecnologias atual-mente disponíveis, as mudas podem serobtidas por quatro métodos diferentes. Nãohá método que apresente apenas vanta-gens, por isso, em qualquer deles é precisotomar os devidos cuidados, para reduzir osriscos que podem estar embutidos na pro-dução da muda. Assim, podem-se obter asseguintes mudas para utilização no plantio:

Mudas convencionaisMudas convencionais

São mudas obtidas pela separação debrotos a partir do rizoma-mãe, normal-mente retiradas de um bananal já estabele-cido, tomando-se os seguintes cuidados:

• Se possível, implantar um viveiro es-pecífico para este fim, tomando-se os cuida-dos necessários para evitar problemas como:broca-do-ramo, mal-do-panamá, moko, po-dridão-mole, nematóides e vírus. Veja reco-mendações contidas nos capítulos sobredoenças, nematóides, vírus ervas danihas.

• Caso a retirada das mudas ocorraem bananal comercial, fazê-la em plantioscom até 4 anos de idade, certificando-se deque esteja livre dos problemas citadosinicialmente.

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1717Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

• Proceder à limpeza das mudas nolocal de sua retirada e não deixá-las arma-zenadas no próprio bananal, o que poderápossibilitar a infestação, principalmente porbroca-do-rizoma.

• Caso o plantio não seja imediato,mantê-las em local sombreado, para redu-zir a dessecação e o estresse do plantio.

• Dar preferência às mudas tipo chi-fre ou chifrão, que normalmente têm boareserva e, dessa forma, resistem mais àscondições adversas após o plantio.

Mudas obtidas pelo fracionamentoMudas obtidas pelo fracionamentodo rizomado rizoma

Neste tipo de muda, as gemas sãoretiradas como frações do rizoma e planta-das em canteiros, para germinação e poste-rior transferência para o campo. Os princi-pais cuidados são:

• Selecionar rizomas sadios para ob-ter as frações a serem plantadas.

• Proceder a uma boa limpeza dorizoma, para eliminação de qualquer pro-blema que possa estar encoberto pelas raízes.

• Plantar as frações em solo livre depatógenos, principalmente de nematóides.

Mudas obtidas por ferimento deMudas obtidas por ferimento degemasgemas

Essas mudas são obtidas a partir dasgemas laterais presentes no rizoma, medi-ante subdivisão do meristema apical, for-mação de calo e conseqüente desenvolvi-mento de mudinhas, que são retiradas eenraizadas em sacos plásticos sob condi-ções de câmara úmida.

O cuidado principal está na escolha derizomas de plantas livres de pragas e doen-ças, conforme já enfatizado no item anteri-or, e o estabelecimento das mudas emsubstrato estéril.

Mudas produzidas Mudas produzidas in vitroin vitro

Esse tipo de muda é produzido emlaboratório sob condições assépticas. Con-forme já enfatizado, o cuidado principal

também está na escolha do materialpropagativo (matriz), para dar origem a umexplante livre de problemas fitossanitários,principalmente de vírus. Apesar de todosos cuidados que podem e devem ser toma-dos na escolha das plantas-matrizes, estemétodo ainda não pode oferecer garantiasabsolutas de limpeza viral, uma vez que atecnologia de detecção de vírus em plantasde banana ainda carece de alguns avanços.

O método pode, entretanto, garantir alimpeza em relação às demais doenças cau-sadas por fungos, bactérias e nematóides.

Outro aspecto a considerar na escolhade mudas produzidas in vitro é o problema devariação somaclonal. O controle dependerá,basicamente, da idoneidade do laboratório.

Em síntese, o que se pode dizer emrelação ao material de plantio é que a qua-lidade fitossanitária da muda depende, ba-sicamente, da seleção do material original.Em relação aos métodos de obtenção, amuda produzida in vitro é a que oferecemaior garantia fitossanitária, devido às con-dições assépticas em que é produzida.

CUIDCUIDADOS NOADOS NOESTESTABELECIMENTABELECIMENTO DOO DOPOMARPOMAR

A nutrição das plantas é parte impor-tante no controle integrado de pragas edoenças da bananeira. Com base nisso, oprimeiro cuidado deve ser o de proceder aanálises químicas do solo, para determina-ção das necessidades de calagem e aduba-ção das plantas. Vale lembrar que os pro-blemas, como o mal-do-panamá, são maisfreqüentes em áreas com baixo pH e que ocálcio e o magnésio podem ter influênciadireta na operacionalização do mecanismode resistência das variedades. Ainda emrelação ao solo, dar preferência à implanta-ção do pomar em áreas sem histórico deocorrência de mal-do-panamá, moko, po-dridão-mole e nematóides. Esses patógenospodem-se manter no solo, mediante es-truturas de sobrevivência como é o caso

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade1818

dos clamidósporos de Fusarium oxysporum f.sp. cubense, causador do mal-do-panamá.Bactérias e nematóides sobrevivem, princi-palmente, por intermédio de hospedeirosalternativos, que podem ser plantas dani-nhas presentes no próprio bananal ou nassuas proximidades.

- Utilizar a adubação orgânica na épo-ca do plantio e, se possível, durante ocrescimento das plantas. Essa prática ele-va a diversidade de vida no solo, aumen-tando a competição entre as espécies e,conseqüentemente, reduzindo a severida-de das doenças causadas por patógenos desolo e também de folha, como é o caso domal-de-sigatoka, uma vez que a adubaçãoorgânica poderá imprimir mais taxa de cres-cimento às plantas.

- Executar as obras de engenharia comoa construção dos canais de drenagem, demodo que o solo, mesmo em ocasiões demuita chuva, mantenha-se bem drenado,evitando a ocorrência de problemas comoa podridão-mole e de estresse nas plantas,tornando-as mais suscetíveis aos proble-mas fitossanitários.

- Construir carreadores, formando qua-dras de largura adequada, para facilitar otrânsito dentro do bananal e as operaçõesde controle químico do mal-de-sigatoka,principalmente quando ele for realizadopor via tratorizada.

- No início do desenvolvimento dasplantas, tomar cuidados especiais com aocorrência da broca-do-rizoma que, quan-do ocorre nessa fase, costuma atingir omeristema apical das plantas, levando-asà morte.

MONITMONITORAMENTORAMENTO DOO DOBANANALBANANAL

A vistoria permanente oumonitoramento do pomar é uma práticafundamental para a detecção e prevençãode problemas fitossanitários. Assim, com arealização de inspeções periódicas, é possí-vel controlar doenças mediante a erradicação

precoce de focos como nos casos de moko,podridão-mole, vírus e até mesmo do mal-do-panamá. Como exemplo, pode-se citarque a convivência com o moko na AméricaCentral tem como base a identificação pre-coce dos focos e a sua rápida erradicação.

A colocação em prática desse tipo demonitoramento é possível desde que ostrabalhos de observação sejam realizadospor uma pessoa bem treinada e em condi-ções de recorrer às ilustrações e às in-formações dos capítulos referentes apragas e doenças, para consubstanciarseu diagnóstico.

A evolução do dano constatado e asinformações sobre as condições climáticase a variedade da planta afetada, entre outrosdados, permitem que se trace uma estraté-gia de controle, incluindo a aplicação deagrotóxicos, se necessária. Neste caso, asrecomendações precisarão do parecer deum técnico especializado no assunto.

As inspeções periódicas e omonitoramento das populações de broca-do-rizoma, mediante a utilização de iscasatrativas, e dos nematóides no solo ou nasraízes, pela extração e a determinação daspopulações, permitem a indicação do con-trole de uma forma segura, evitando, as-sim, a aplicação sistemática de defensivose tornando, conseqüentemente, o contro-le mais racional.

Para as doenças mais devastadoras dacultura, que são a sigatoka-amarela e asigatoka-negra, é possível mediante a reali-zação de inspeções e medições semanais doestádio de desenvolvimento das lesões nasfolhas 2, 3 e 4, e do ritmo de emissão defolhas, colocar em prática um sistema depré-aviso, para indicar o momento idealpara se fazer o controle químico. O métodoconhecido como pré-aviso biológico foidesenvolvido pelos franceses e, posterior-mente, modificado e adaptado para ascondições da Costa Rica, possibilitando aredução do número de aplicações defungicidas. Sua utilização, no entanto, deveser precedida de ajustes locais.

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1919Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

Para melhor orientação e aplicaçãodas práticas recomendadas, o pomar deveser subdividido em quadras, que serãoidentificadas por números ou nomes. Asinspeções das quadras devem ser periódi-cas, sendo mais freqüentes nas épocas deflorescimento e frutificação, ocasião emque muitos problemas de doença e defici-ência nutricional são mais freqüentes. To-das as informações e atividades executadas,bem como a evolução do estadofitossanitário da quadra, devem serregistradas.

DESENVDESENVOLOLVIMENTVIMENTO NA PRÉ-O NA PRÉ-COLHEITCOLHEITA E COLHEITA E COLHEITAA

É importante o acompanhamento doestado nutricional das plantas durante afase de crescimento, mediante a realizaçãode análises químicas de solo e folha. Comose sabe, plantas mal nutridas ficam, demodo geral, mais predispostas aos proble-mas fitossanitários. Além disto, é impor-tante manter o equilíbrio entre os nutrien-tes, principalmente K, Ca e Mg.

A manutenção de um ritmo mais ace-lerado na emissão de folhas (pelo menosuma a cada seis dias) é um aspecto impor-tante no controle do mal-de-sigatoka, paraatingir a fase de frutificação com o maiornúmero possível de folhas sem manchas.Além de garantir um bom enchimento defrutos, isso assegurará maior proteção con-tra a queimadura de sol, que quase sempreocorre por desfolhamento da planta. Comoa nutrição da planta é fundamental, tambémo suprimento de água deve ser mantido, paragarantir a absorção dos nutrientes e, emconseqüência, o ritmo de crescimento.

Recomenda-se, ainda, a eliminação defolhas com altas infestações de sigatokas oumesmo parte delas, como forma de reduziro potencial de inóculo. Essa prática melhoraa eficiência obtida com o controle químico.

As plantas daninhas devem sermantidas sob controle, mediante capinamanual, aplicação de herbicidas e/ou

roçagem. A presença de altas densidades deplantas daninhas no bananal poderá bene-ficiar a ocorrência de broca, devido aofornecimento de sombra que favorece oseu abrigo.

Outro aspecto de alta relevância emrelação às plantas daninhas é que elas po-dem servir de hospedeiras para muitospatógenos, entre os quais se destacam osvírus, principalmente o vírus-do-mosaico-do-pepino (CMV), que apresenta elevadonúmero de hospedeiros alternativos (vejacapítulo sobre virologia), as bactérias, prin-cipalmente a causadora do Moko (ver capí-tulo sobre Moko) e os próprios nematóides.

A manutenção de uma cobertura ve-getal nas ruas do pomar é conveniente, umavez que favorece a presença de inimigosnaturais das pragas e evita a erosão do solo,principalmente nas regiões de grandes pre-cipitações pluviais.

Para a suplementação de água, sãopreferíveis os sistemas de irrigação localiza-da (gotejamento e microaspersão). A as-persão convencional pode apresentar umasérie de inconvenientes, que vão da mádistribuição da água até a ocorrência dedanos nas folhas. Além disso, oumedecimento direto das folhas favorece oaparecimento da sigatoka- amarela e dasigatoka-negra.

Durante a fase de desenvolvimento defrutos, são freqüentes os problemas dedeficiência nutricional, merecendo toda aatenção por parte do produtor (veja itemsobre deficiências nutricionais).

Os frutos, por sua vez, são afetadospor uma série de fungos, que provocammanchas de diversas formas e tamanhos,devendo-se aplicar as medidas gerais decontrole, indicadas no capítulo sobre doen-ças fúngicas e bacterianas. Dentre estas, ébom lembrar a necessidade de eliminaçãode folhas secas como forma de reduzir opotencial de inóculo e proceder aoensacamento dos cachos, o que tambémdiminuirá o contato dos frutos com ospatógenos.

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade2020

No manuseio da fruta durante as ope-rações de colheita, transporte, despen-camento, lavagem e embalagem, devem serdispensados todos os cuidados possíveis,para evitar ferimentos aos frutos o que serefletirá em menor incidência deColletotrichum (antracnose) durante acomercialização.

O sucesso na produção de banana de

qualidade começa na pré-colheita, quandoas frutas requerem o máximo de cuidadopara se manterem sadias e com bom aspec-to. Nas regiões produtoras que registramaltos índices de umidade relativa do ar,todas as precauções são necessárias, emvirtude da maior incidência de doençasfúngicas ou bacterianas, das quais aantracnose é a mais comum.

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2121Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

3PRAGAS

Marilene FancelliAntônio Lindemberg Martins Mesquita

BROCA-DOBROCA-DO-RIZOMA-RIZOMACosmopolites sordidus Cosmopolites sordidus (Germ.)(Germ.)(Coleoptera: Curculionidae).(Coleoptera: Curculionidae).

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Dentre as pragas que atacam a cultura,a broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus(Germar)) é a mais severa, em função dosdanos que causa e da sua ampla distribuiçãogeográfica. É assim chamada pelo fato de alarva construir galerias no interior do rizoma,sendo, contudo, conhecida também pelonome vulgar de moleque-da-bananeira. Apraga está presente em praticamente todasas regiões produtoras de banana no Brasil eno mundo, atacando com maior ou menorintensidade todas as cultivares, nas diversasfases de desenvolvimento da planta. Temcomo principal meio de propagação a mudainfestada.

DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDADESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA

O inseto pertence à famíliaCurculionidae, caracterizada pela presençade um prolongamento anterior (rostro), emcuja extremidade estão inseridas as peçasbucais mastigadoras. Apesar de registradoem plantas do gênero Ensete, C. sordidus émais freqüentemente mencionado comoespécie monófaga, restrita à Musa spp. Suacoloração é preta, mede por volta de 11mm de comprimento e 5 mm de largura(Figura 1). Os adultos são ativos à noite,sendo encontrados, durante o dia, em am-bientes úmidos e sombreados junto dastouceiras, entre as bainhas foliares e nosrestos culturais. A longevidade do adultovaria de alguns meses a 2 anos; insetosmantidos sem alimentação podem sobrevi-ver durante vários meses.

Figura 1. Figura 1. Adúlto e pupa da broca-do-rizoma-da-bananeira, Cosmopolitessordidus.

A oviposição é realizada a 1 mm ou 2mm da epiderme, geralmente perto da re-gião de inserção das bainhas foliares. Osovos são colocados individualmente emorifícios abertos pelo rostro das fêmeas.Eles são brancos e elípticos (2 mm decomprimento e 1 mm de largura). A taxa deoviposição (10 a 50 ovos por fêmea) depen-de da temperatura, da alimentação e donúmero de indivíduos agrupados.

O período de incubação varia de 3 a 15dias, após o qual inicia-se a fase larval,causadora dos danos no rizoma. As larvassão ápodes, apresentam coloração branca,cabeça marrom e ligeiramente mais estreitado que o corpo (Figura 2). No últimoestágio de desenvolvimento, após seis ousete ínstares, medem cerca de 11 mm decomprimento. A duração do período larvaldepende da cultivar, da temperatura e daidade da planta, variando de 22 a 45 dias.

Ao final do desenvolvimento larval, oinseto constrói uma câmara pupal no inte-

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rior do rizoma, mas geralmente próxima àsuperfície. A pupa é branca, mede 12 mmde comprimento e 6 mm de largura, e osmovimentos restringem-se à porção termi-nal do abdome. A duração da fase pupalvaria de 4 a 22 dias.

DANOS E CONSEQÜÊNCIASDANOS E CONSEQÜÊNCIASECONÔMICASECONÔMICAS

Os danos que evidenciam o ataque dapraga são causados pelas larvas, que cons-troem galerias no rizoma (Figura 3), debili-tando as plantas e tornando-as mais sensí-veis ao tombamento, sobretudo naquelasque se apresentam na fase de frutificação.As galerias no rizoma também causam da-nos indiretos como o favorecimento à pe-netração de patógenos nas áreas atacadas,causando podridões e morte da planta.

Plantas infestadas, em geral, apresen-tam desenvolvimento limitado, amare-lecimento das folhas com posteriorsecamento, ausência de frutificação e, so-bretudo em plantas jovens, morte da gemaapical. O peso médio de cachos de bananei-ra cultivar Nanicão, em áreas onde o con-trole da praga foi efetuado, variou de 25 kga 30 kg, enquanto que em uma área com altainfestação da broca-do-rizoma, o peso doscachos variou de 15 kg a 18 kg. Além disso,os frutos colhidos na área infestada foramcurtos e finos, em contraste com aquelesobtidos de plantas sadias, os quais foramcompridos e grossos.

CONTROLECONTROLE

Utilização de mudas livres deinfestação

A utilização de mudas sadias, produ-zidas in vitro ou de maneira convencional, éo primeiro cuidado a ser tomado na instala-ção do bananal. A seleção das mudas emcampo requer uma inspeção rigorosa dorizoma. Normalmente, recomenda-se a re-tirada das bainhas foliares e a limpeza dorizoma, ou o seu descorticamento, com oobjetivo de eliminar ovos e galeriaspreexistentes. Embora o descorticamentoseja útil para reduzir a dispersão do inseto,em áreas onde sua ocorrência seja generali-zada, pode haver necessidade de tratamen-to químico das mudas, o que normalmenteé realizado mediante imersão do material deplantio em calda com inseticida, registradopara a cultura e próprio para essa finalidade,durante um determinado período de tem-po. A aplicação de inseticidas granuladosdiretamente na cova de plantio também éprática recomendada.

Resistência varietal

A resistência de plantas a insetos éconsiderada uma estratégia segura e durávelpara o controle de C. sordidus. A busca porresistência ao inseto é prioridade, particu-larmente, no contexto de uma agriculturapobre com baixas taxas de investimentos.

Figura 2. Figura 2. Larva da broca-do-rizoma-da-bananeira, Cosmopolites sordidus.

Figura 3. Figura 3. Galerias provocadas pela larva de Cosmopolitessordidus em rizoma de bananeira.

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Embora, em condições de campo, to-das as variedades sejam infestadas, existemtrabalhos que mostram diferenças quantoao desenvolvimento, à sobrevivência e àatratividade para a oviposição em funçãodos genótipos utilizados. Em condições delaboratório, alguns autores constataramprolongamento no desenvolvimento larvaldo inseto quando alimentado com rizomasda cultivar Prata Santa Maria e redução naduração dessa fase quando as larvas forammantidas com as variedades Terra e Mysore.A generalização sobre a suscetibilidade deum determinado grupo genômico exigecautela, em virtude da grande variabilidadegenética, também dentro de um mesmogrupo genômico. Entretanto, de maneirageral, a utilização de determinadas cultiva-res como Terra, D’Angola, Nanica eNanicão requer maior intensidade no ma-nejo da praga do que outras como Prata,Prata-anã, Pacovan, Maçã e Mysore. Estu-dos sobre a dureza do rizoma permitiramdetectar um dos prováveis mecanismos daresistência em genótipos diplóides de bana-neira, embora outras causas também pu-dessem estar associadas a esse caráter.

Iscas atrativas

A utilização das iscas tem como base aatração exercida pelas substâncias voláteispresentes no pseudocaule e rizoma da ba-naneira sobre adultos de C. sordidus. Alémdo controle, elas são úteis em estudos sobrea estimativa populacional do inseto.

Apesar das iscas de rizoma serem maisatrativas, as de pseudocaule são mais utili-zadas pela facilidade de obtenção. As iscasde pseudocaule devem ser confeccionadasa partir de plantas que já produziram, nomáximo até 15 dias após a colheita, e podemser dos tipos queijo, telha ou sanduíche.

A isca telha consiste num pedaço depseudocaule de 50 cm a 60 cm de compri-mento, cortado ao meio no sentido longitu-dinal. Deve ser colocada na touceira próxi-ma à base da planta, com a face cortadavoltada para o solo (Figura 4). A isca tipo

Figura 4. Figura 4. Isca “Telha” colocada na toceira próxima à base daplanta.

Figura 5. Figura 5. Isca “queijo” confeccionada em planta que já produziucacho.

queijo é preparada cortando-se opseudocaule a aproximadamente 30 cm donível do solo, efetuando-se um novo corte(parcial ou total) à metade dessa altura(Figura 5). A isca tipo sanduíche é obtidapela justaposição de duas iscas telha ou deduas seções transversais de pseudocaulecom 15 cm de altura.

A isca queijo é bem mais eficiente doque a telha; entretanto a facilidade de ob-tenção dessas últimas favorece o seu em-prego com relação aos tipos queijo e sandu-íche. Os insetos capturados podem sercoletados manualmente e, posteriormente,

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destruídos. A utilização de um inseticidaaplicado na superfície cortada substitui acatação manual dos adultos. Do ponto devista prático, pode-se adotar a seguinterecomendação: utiliza-se a base das plantascolhidas para confeccionar iscas do tipoqueijo e emprega-se o resto do pseudocaulepara as do tipo telha. De maneira geral,recomenda-se o número de 60 a 100 iscas/ha,com coletas semanais e renovação quinze-nal das iscas. Contudo, a eficiência da captu-ra é maior com o aumento na densidade dasiscas e freqüência de coletas, porém o custoda operação, associado à disponibilidade demão-de-obra, deve ser considerado.

Controle biológico

Com relação aos inimigos naturais deC. sordidus, coleópteros da família Histeridae(Plaesius javanus, Hololepta quadridentata eOmalodes foveola) foram referidos como pre-dadores de larvas da broca-do-rizoma. Noentanto, os resultados alcançados não fo-ram muito promissores, com exceção docontrole biológico exercido por P. javanus,introduzido em Fiji e Taiti. Os freqüentesinsucessos no controle biológico dessa pra-ga deve-se à não especificidade dosparasitóides e predadores registrados e aopróprio habitat do inseto, dificultando ocontato com os inimigos naturais.

Estudos a respeito da utilização denematóides entomopatogênicos, pertencen-tes às famílias Steinernematidae eHeterorhabditidae, no controle da broca-do-rizoma, mostram que além de eficientese específicos, são facilmente criados emescala. A eficácia da suspensão de Steinernemacarpocapsae no controle de adultos, aplicadaàs iscas de pseudocaule, foi confirmada. Aslarvas de C. sordidus foram infectadas pelo S.carpocapsae, mas não os adultos, quandoaplicados nos rizomas. Em condições delaboratório, registrou-se mortalidade de83% para larvas de C. sordidus, quandosubmetidas à infecção por diferentes isola-dos de Heterorhabditis.

O fungo entomopatogênico Beauveriabassiana é um dos inimigos naturais mais

estudados e utilizados como agente de con-trole biológico de C. sordidus no Brasil, vistoque pode ser facilmente produzido comer-cialmente e a um custo relativamente baixo.A suspensão do inóculo que contém osconídios de B. bassiana é distribuída, pormeio de pincelamento ou pulverização,sobre a superfície das iscas de pseudocaule.O fungo atua sobre os adultos capturados,os quais morrem alguns dias após a infec-ção. A aplicação de B. bassiana em condi-ções de baixa umidade relativa e precipita-ção em bananal irrigado é também viável nocontrole de C. sordidus, em razão domicroclima favorável aos processos de in-fecção e disseminação do fungo.

A eficiência do controle microbianodepende de fatores bióticos, climáticos enão climáticos. Dentre os fatores não cli-máticos, o solo, apesar de ser o maiorreservatório para os fungos entomopato-gênicos, apresenta inúmeras limitações aoseu estabelecimento e atuação, entre eles acomposição mineral, orgânica e microbiana,as quais podem influenciar a persistência, aatividade biológica e o comportamentoepizootiológico.

Em condições de laboratório, a partirdo oitavo dia após a aplicação, o efeitosinergético entre B. bassiana e óleo mineral,aumenta significativamente a mortalidade(88%), em comparação com a ação de am-bos os agentes isoladamente, ao passo queaos 20 dias após a aplicação, o efeito foiaditivo, com 98% de mortalidade.

Controle químico

Além da modalidade de tratamentoquímico das mudas, alguns inseticidas po-dem ser usados na cova de plantio e emcobertura.

Quando são utilizadas iscas, alternati-vamente à coleta manual dos insetos, pode-se aplicar inseticidas à superfície delas. Emalgumas regiões, o nível de controle combase no número de insetos encontrado porisca está estabelecido, variando de 2 a 5insetos/isca no estado de São Paulo. No

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2525Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

estado do Espírito Santo, os níveis de con-trole são da ordem de 2, 4 e 5 adultos/isca,para planta-matriz, primeiro e segundo se-guidores, respectivamente.

O estabelecimento de níveis de con-trole com base no número de insetos regis-trado nas iscas é discutido por autores, poisa eficiência das capturas depende das con-dições climáticas e, muitas vezes, não érepresentativa da população larval. Apesardisso, não se pode negar a importância deestudos dessa natureza, pois, a utilização deiscas para o controle da broca-do-rizomano estado do Espírito Santo, com base empesquisas sobre a movimentação do insetoe sob o ponto de vista de seu controle,reduziu drasticamente a quantidade de in-seticida utilizada, a poluição doagroecossistema e a exposição do aplicador,em comparação com o método anterior-mente utilizado (polvilhamento semestralnas touceiras).

A aplicação de inseticidas sobre o solo,na base da planta, tem sido também reco-mendada e adotada, principalmente em áreasde exploração mais intensiva. Alguns pro-dutos comumente usados para controle denematóides têm sido recomendados para ocontrole da broca devido a sua dupla açãonematicida/inseticida (Tabela 3, CapítuloV). Para o controle específico da broca-do-rizoma, a distribuição do defensivo deveser localizada bem próxima à touceira cir-cundando completamente todas as plantasda touceira, cobrindo uma faixa de 10 cm a15 cm de largura.

Controle por comportamento

O comportamento gregário, mediadopor cairomônios vegetais e feromônios deagregação e sexual foi exaustivamente dis-cutido por alguns autores. Provavelmente,o inseto necessita de um estímulo químicoda planta para iniciar a produção deferomônios, visto que a bananeira é utiliza-

Tabela 3Tabela 3 . Produtos químicos registrados para a cultura da bananeira.

*imersão das mudas por 15 minutos;.1 cultura estabelecida; 2 bananal em formação

Ingredienteativo

Produto comercial Indicação Dose (prod. com.) Grupo químico

Aldicarb Temik 150 Cosmopolites sordidus 15-20 g/cova carbamato

Aldicarb Temik 100 Cosmopolites sordidus 30 g/cova carbamato

Carbaryl Sevin 480 SC Antichloris eriphiaCaligo illioneus

Opogona sacchariOpsiphanes invirae

225 ml/ 100 l água340 ml/ 100 l água225 ml/ 100 l água340 ml/ 100 l água

carbamato

CarbarylCarbaryl

Fersol Pó 75 Opogona sacchari 10-15 kg/ha carbamato

Carbaryl Sevin 75 Opogona sacchari 10-15 kg/ha carbamato

Carbaryl Agrivin 850 PM Opogona sacchari 1,0-1,3 kg/ha carbamato

Carbofuran Ralzer 50 GR Cosmopolites sordidus 3-5 g/isca queijo carbamato

Carbofuran Furadan 50 G Cosmopolites sordidus 3-5 g/isca carbamato

Carbofuran Furadan 350 SC1 Cosmopolites sordidus 400 ml/100 l água carbamato

Carbofuran Furadan 350 TS Cosmopolites sordidus 400 ml/100 l água carbamato

Carbofuran Diafuran 50 Cosmopolites sordidus 50-80 g/cova carbamato

Ethoprophos Rhocap Cosmopolites sordidus 2,5 g/isca organofosforado

Terbufos Counter 50 G Cosmopolites sordidus60 g/cova2

40 g/cova3

25 g/isca queijoorganofosforado

Trichlorfon Dipterex 500 Opogona sacchari 0,3 l/ 100 l água organofosforado

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade2626

da tanto como fonte alimentar como localpara a sua reprodução. Dessa forma, resul-tados obtidos por meio de pesquisas relaci-onadas com a resistência de plantas a inse-tos podem esclarecer determinados padrõescomportamentais do inseto.

Com o objetivo de identificar oscairomônios de rizomas e pseudocaules deduas cultivares, uma resistente e outra sus-cetível ao C. sordidus, utilizando a técnica doolfatômetro para discriminar as respostasde indivíduos, de ambos os sexos, aos volá-teis extraídos das plantas, verificou-se quemachos e fêmeas responderam de maneirasimilar aos dois genótipos e aos voláteiscoletados, indicando que as respostas deorientação observadas são, preferencialmen-te, direcionadas à procura do alimento enão para a busca de locais para oviposição.Entretanto, as respostas à cultivar suscetí-vel foram mais intensas, embora a misturados voláteis que ocorreram em maior quan-tidade nessa cultivar não tenha provocadorespostas, sugerindo que outros compos-tos presentes em menor proporção sejamos responsáveis pela atratividade. Utilizan-do técnica semelhante, em estudos visandodeterminar respostas olfativas do inseto emrelação à amostra de etanol, pseudocaule erizoma de Musa acuminata, abacaxi e cacau,observou-se que o inseto foi atraído so-mente para partes da bananeira. Além dis-so, tecidos sadios foram mais atrativos doque aqueles infestados pela broca e, nocampo, odores de tecidos do rizoma atraí-ram mais do que aqueles liberados pelopseudocaule.

Uma substância (1,8-cineole) eletro-fisiologicamente ativa foi identificada entreos componentes voláteis de cultivares sus-cetíveis à broca-do-rizoma. Também de-monstrou-se que essa substância foi atrati-va ao inseto. Nas cultivares resistentes, elaesteve ausente. Por outro lado, outra subs-tância (b-felandrena) que exibiu atividadeeletrofisiológica, mas não foi atrativa ao C.sordidus, esteve presente somente na culti-var resistente.

Ainda que em fase de laboratório,estes estudos de agregação mostram que háperspectivas de utilização dessa técnica nocombate à broca-do-rizoma, constituindo-se, no futuro, em mais uma alternativadentre as várias recomendações existentespara o manejo integrado da praga.

PULGÕESPULGÕES - -Pentalonia nigronervosa Pentalonia nigronervosa Coq.Coq.(Homoptera: Aphididae)(Homoptera: Aphididae)Aphis gossypii Aphis gossypii GloverGlover(Homoptera: Aphididae)(Homoptera: Aphididae)Myzus persicaeMyzus persicae (Sulzer) (Sulzer)(Homoptera: Aphididae)(Homoptera: Aphididae)

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Apesar de a colonização da planta serrealizada somente pelo pulgão da bananei-ra, Pentalonia nigronervosa Coq., outras espé-cies como Aphis gossypii Glover e Myzuspersicae (Sulzer) também serão citadas devi-do à sua importância como transmissorasda virose conhecida como mosaico-da-ba-naneira (CMV).

O comportamento para seleção dahospedeira dos pulgões é caracterizado pelaspicadas de prova e, nesta etapa, se umaplanta encontra-se infectada pelo vírus,ocorre a contaminação da parte anterior dointestino do inseto, o que possibilita a trans-missão de viroses mesmo para plantas nãohospedeiras dos referidos insetos. Comoevidenciado por microscopia eletrônica, asviroses que apresentam relação não-persis-tente com o vetor estão altamente concen-tradas nos protoplastos de célulasepidérmicas de plantas hospedeirassistemicamente infectadas.

Recentemente, com a expansão douso de plantas in vitro, tem-se registradomaior dispersão do CMV do que no passa-do. Sua ocorrência é maior nas cultivares dosubgrupo Cavendish, mas também foi cons-tatada em variedades do subgrupo Prata eTerra. Os bananais são atacados na fasevegetativa, isto é, antes do florescimento.

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Casos de 100% de plantas infectadas têmsido reportados na Índia. No Brasil, estima-se que 10% das bananeiras encontram-seinfectadas por essa doença, apesar dainexistência de levantamentos. Além detransmitir o mosaico-da-bananeira, P.nigronervosa é também vetor do bunchy top(BBTV), virose ainda não constatada noBrasil

DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDADESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA

Pentalonia nigronervosa Coq.

Conhecido como pulgão-da-bananei-ra (Figura 6), é um inseto sugador de seiva,cujas colônias localizam-se na porção basaldo pseudocaule, protegidas pelas bainhasfoliares externas. Mede cerca de 1,2 mm a1,6 mm de comprimento, sendo que asformas adultas apresentam variação na co-loração, de avermelhada a marrom-escura,enquanto que as formas jovens, originadaspor partenogênese, possuem cor mais cla-ra. O período de desenvolvimento ninfal éde 10 dias, com 5 a 6 ecdises, sendo alongevidade de 11 dias. Nesse período, afêmea produz até 18 descendentes. Os hos-pedeiros alternativos desses afídeos são

Caladium spp, Arum maculatum, Hedychiumcoronarium, Languas speciosa e Colocasia spp.,dentre outros.

Aphis gossypii Glover

Também chamado de pulgão-do-al-godoeiro, encontra-se distribuído no mun-do todo, mas em regiões temperadas, ficarestrito a casas de vegetação. É particular-mente abundante e de ocorrência generali-zada nos trópicos. Os insetos ápteros sãovariáveis na cor. Os espécimes grandes, demodo geral, são verde-escuros, quase pre-tos, mas os adultos produzidos em colôniaspopulosas podem ter menos de 1 mm eapresentar a coloração amarelada, quasebranca. São extremamente polífagos, ata-cando algodão, cucurbitáceas, citros, café,cacau, berinjela, pimenta, quiabo e muitasplantas ornamentais, como hibisco. Trans-mite mais de 50 viroses, tanto com relaçãonão-persistente (feijão, ervilha, crucíferas,aipo, caupi, cucurbitáceas, Dahlia, alface,cebola, pimenta, soja, morango, batata doce,fumo e tulipa) quanto com relação persis-tente (algodão, lírio e ervilha). Por não sedesenvolver em bananeira, dados biológi-cos não foram apresentados.

Myzus persicae (Sulzer)

Essa espécie, vulgarmente chamadade pulgão-verde, pode ser confundida comA. gossypii, pois ambas são amarelo-claras.Entretanto, podem ser diferenciadas pelaforma do corpo, mais alongada em M.persicae, além do sifúnculo escuro e cilíndri-co em sua extensão e proporcionalmentemenor. Também apresentam coloraçãomuito variável. Suas plantas hospedeirasprimárias são Prunus persicae, P. nigra, P.tanella e, possivelmente, P. serotina. Hospe-deiros secundários englobam 40 diferentesfamílias de plantas, muitas das quais impor-tantes economicamente. É considerado omais polífago dos afídeos e o mais impor-tante vetor de viroses, capaz de transmitirmais de 100 fitoviroses. As viroses transmi-tidas de modo persistente são beet mildyellowing, beet yellow net, beet mild yellows, pea

Figura 6. Figura 6. Muda de bananeira atacadapelo pulgão Pentalonia nigronervosa.

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enation mosaic, pea leaf roll, potato leaf roll, radishyellows, tobacco vein distorting e tobacco yellowveinbanding, etc. (Blackman & Eastop, 1984).Os dados biológicos são ausentes para ba-naneira, pela mesma razão apresentada noitem anterior.

A polifagia em afídeos pode ser com-preendida com base em uma extensão doconceito de hospedeiro-reserva e significa,preferencialmente, a capacidade de alimen-tação em muitas famílias diferentes de plan-tas e não a ausência de especificidade ali-mentar.

DANOS E CONSEQÜÊNCIASDANOS E CONSEQÜÊNCIASECONÔMICASECONÔMICAS

Pentalonia nigronervosa Coq.

Os danos diretos são devidos à sucçãode seiva das bainhas foliares externas (pró-ximo ao nível do solo) por adultos e ninfas,levando à clorose das plantas e deformaçãodas folhas.

Em altos níveis populacionais, podemser encontrados no ápice do pseudocaule,no qual provocam o enrugamento da folhaterminal. O honey-dew excretado favorece odesenvolvimento de fungos saprófitas.

Conforme mencionado anteriormen-te, os danos indiretos são devidos à trans-missão das viroses bunchy top e CMV. Plan-tas jovens de bananeira, oriundas de mudasin vitro mostraram mais sintomas de CMVdo que as plantas convencionais aos 5 me-ses de idade. Os sintomas das viroses sãodescritos no capítulo VI.

Aphis gossypii Glover e Myzuspersicae (Sulzer)

Como a bananeira não é hospedeiradesses pulgões, os prejuízos referem-sesomente à transmissão do CMV, efetuadade maneira não-persistente em breves pica-das de prova, após a aquisição a partir deplantas infectadas.

CONTROLECONTROLE

A eliminação das plantas doentes e amanutenção do material de plantio livre de

vírus são recomendadas para o controle dobunchy top e do CMV. Entretanto, como essevírus não ocorre no Brasil, severas barrei-ras quarentenárias devem ser respeitadaspara evitar a sua introdução.

Com relação ao CMV, as medidas aserem tomadas para reduzir os danos sãocontrolar as plantas daninhas hospedeirasdo vírus e evitar plantas cultivadas na vizi-nhança com alto potencial de infecção.Dentre os hospedeiros do vírus, destacam-se as cucurbitáceas, tomate, milho, Cannaindica, Panicum colonum, Paspalum conjugatum,Digitaria sanguinalis, Musa spp. e Commelinaspp. A data de plantio pode ser ajustadapara períodos nos quais a população dosafídeos seja reduzida.

Coleópteros da família Coccinelidae,Cryptogonus orbiculus e Diomus oportunus foramrelatados como inimigos naturais de P.nigronervosa, respectivamente. É provávelque, em função da predação exercida poresses inimigos naturais, populações do pul-gão da bananeira sejam mantidas em níveisque não prejudiquem diretamente a cultura.

TRIPESTRIPES - -Frankliniella Frankliniella spp.spp.(Thysanoptera: Aelothripidae)(Thysanoptera: Aelothripidae)ThripsThrips spp., spp.,Chaetanaphothrips Chaetanaphothrips spp.,spp.,Caliothrips bicinctusCaliothrips bicinctus Bagnall, Bagnall,Tryphactothrips lineatus Tryphactothrips lineatus Hood,Hood,HercinothripsHercinothrips spp. spp.(Thysanoptera: Thripidae)(Thysanoptera: Thripidae)

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Os tripes são insetos pequenos, comampla distribuição geográfica, mas compreponderância de espécies tropicais, quese caracterizam pela presença de asasfranjadas, o que conferiu o nomeThysanoptera à ordem na qual se encon-tram classificados.

O aparato alimentar é único entre osinsetos. Somente a mandíbula esquerda está

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presente nos estágios pós-embrionários,sendo as maxilas transformadas em um parde estiletes assimétricos, que se unem paraformar o canal alimentar. Esses autoresregistraram informações obtidas na litera-tura sobre o modo de alimentação dasespécies de tripes. Larvas e adultos usam amandíbula para fazer um orifício na super-fície da planta, no qual os estiletes sãointroduzidos.

DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDADESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA

Tripes da erupção dos frutos -Frankliniella spp.

As espécies com maior distribuiçãogeográfica são Frankliniella parvulla Hood eFrankliniella insularis (Franklin), entretantoFrankliniella brevicaulis Hood e Frankliniellafulvipennis Moulton ocorrem com maior fre-qüência no Brasil. Os ovos são colocadosindividualmente na epiderme da casca defrutos jovens com menos de duas semanasde idade. As formas jovens podem serbrancas ou amarelo-claras e, como os adul-tos, são muito ativas. Os adultos apresen-tam coloração marrom-escura e são encon-trados geralmente em flores jovens abertas.Também podem ocorrer naquelas floresque estão ainda protegidas pelas brácteas,alimentando-se nas brácteas e, algumas ve-zes, sobre frutos jovens. O ciclo de desen-volvimento de ovo a adulto varia de 13 diasa 29 dias. A pupação ocorre no solo, prin-cipalmente na área de projeção do cacho.

Tripes do encortiçamento - Thripsspp.

Thrips exilicornis Hood e Thrips florumSchmutz estão freqüentemente relaciona-dos com o sintoma de encortiçamento nosfrutos de banana. T. exilicornis exibe umacentuado dimorfismo sexual, sendo as fê-meas maiores e de coloração marrom-escu-ra, enquanto os machos são menores e decoloração amarelada. Formas jovens e adul-tos alimentam-se, normalmente, nas partesflorais remanescentes das extremidades dosfrutos e das flores do coração. As fêmeasfazem a postura no fruto, introduzindo o

ovo na epiderme por meio do ovipositor.As condições ótimas para o seu desenvolvi-mento são alta temperatura e baixa umida-de. Com relação à outra espécie, T. florumcoexiste e é, freqüentemente, confundidocom Thrips hawaiiensis Morgan, que é tam-bém registrado como praga de banana naAustrália. Os adultos de T. exilicornis ali-mentam-se das flores, enquanto elas aindaestão cobertas pelas brácteas, sendo os ovoscolocados na epiderme de frutos jovens.Após a eclosão, as larvas dirigem-se para asflores, onde alimentam-se da mesma formaque os adultos.

Tripes da ferrugem dos frutos -Chaetanaphothrips spp., Caliothripsbicinctus Bagnall e Tryphactothripslineatus Hood

Chaetanaphothrips orchidii Moulton eChaetanaphothrips signipennis Bagnall estãorelacionados com o sintoma da ferrugemdos frutos. No Brasil, além de C. orchidii, asespécies Caliothrips bicinctus Bagnall eTryphactothrips lineatus Hood são as maisfreqüentes. C. bicinctus são insetos peque-nos, que vivem nas inflorescências, entre asbrácteas do coração e os frutos. Os ovos,colocados sob a cutícula do fruto, são co-bertos por uma secreção, que se torna escu-ra. As formas jovens movimentam-se len-tamente e são claras, enquanto que os adul-tos são escuros.

Tripes do prateamento da banana- Hercinothrips spp.

Hercinothrips bicinctus Bagnall eHercinothrips femoralis Reuter são as espéciesque provocam esse sintoma nos frutos. Aslarvas e adultos são de coloração marrom-escura e medem 1,5 mm de comprimento.As larvas de H. bicinctus começam a sealimentar imediatamente após a eclosão,freqüentemente em grupos de 10 a 20 nomesmo fruto. Completado o desenvolvi-mento, a larva passa para o solo, ondeocorre a pupação e emergência do adulto.O ciclo de vida (ovo a ovo) é de aproxima-damente 25 dias. Apesar de ocorrer em

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade3030

frutos de banana, H. femoralis é consideradouma séria praga de plantas sob cultivo pro-tegido em regiões temperadas.

DANOS E CONSEQÜÊNCIASDANOS E CONSEQÜÊNCIASECONÔMICASECONÔMICAS

Tripes da erupção dos frutos -Frankliniella spp.

Os danos manifestam-se nos frutosem desenvolvimento, na forma de pontua-ções marrons e ásperas ao tato (Figura 7).As puncturas resultantes da oviposição so-bre o fruto reduzem o seu valor comercial,mas não interferem na qualidade da fruta.

Tripes do encortiçamento -Thrips spp.

Swaine & Corcoran (1975) demons-traram que T. florum provoca omanchamento da epiderme de bananas(corky scab), o que desvaloriza drasticamenteo valor comercial do fruto, com diminuiçãodo lucro.

Os adultos, por serem atraídos pelainflorescência emergente, causam danospelas atividades de oviposição e alimenta-ção no fruto em desenvolvimento. Quando

o ataque é muito intenso, as pontuaçõescoalescem e originam, posteriormente, nofruto maduro, os sintomas descritos a se-guir. A epiderme torna-se marrom-acinzentada a avermelhada e áspera, algu-mas vezes, com a formação de rachaduras.Os sintomas são mais evidentes sobre olado mais externo dos dedos apicais.

Tripes da ferrugem dos frutos -Chaetanaphothrips spp.,Caliothrips bicinctus Bagnall eTryphactothrips lineatus Hood

Esses tripes provocam a ferrugem dosfrutos (Figura 8), o que diminui sua quali-dade, embora o dano não afete a polpa dabanana. Entretanto, frutos atacados nãosão aceitos para exportação. O dano é cau-sado pela oviposição nos frutos jovens,com subseqüente alimentação por larvas eadultos na epiderme do fruto, localizando-se, principalmente, na área de contato entreos dedos. Em frutos com 30 dias de idade,as áreas atacadas são ligeiramenteesbranquiçadas. À medida que o fruto sedesenvolve, os sintomas tornam-se maisseveros. Assim, em frutos cujo diâmetro éde 32 mm, a epiderme perde o brilho e

Figura 7. Figura 7. Pontuações na casca do fruto provocadas pelo tripes da erupção dos frutos.

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torna-se marrom-avermelhada e áspera. Emcasos de forte infestação, a epiderme podeapresentar pequenas rachaduras devido àperda de elasticidade.

Tripes do prateamento da banana- Hercinothrips spp.

Sua atividade alimentar nos frutos debanana causa a ruptura das célulasepidérmicas. Os sintomas – faixas pratea-das que mais tarde tornam-se marrons – sãoencontrados entre os frutos onde os ovosforam colocados. Quando o fruto é muitojovem e o ataque é severo, podem surgirrachaduras longitudinais na epiderme.

CONTROLECONTROLETripes das flores - Frankliniella spp.

Alguns autores concluíram que não hácontrole prático dessas espécies, pois ostripes ovipositam antes que o cacho sejaensacado. Contudo, a aplicação de insetici-das no solo, a despistilagem e a remoção docoração podem reduzir a sua população.

Tripes do encortiçamento -Thrips spp.

Como não há registro de multiplica-ção do inseto em hospedeiros alternativos,

a remoção do coração durante os meses deinverno foi considerada o único métodopraticado contra o inseto. O uso de inseti-cidas aplicados no momento da emergênciado cacho reduziu o número de frutos afeta-dos pelo encortiçamento, quando a popu-lação foi alta. No caso de baixa incidênciados tripes, nenhum tratamento reduziu onível dos sintomas, sendo antieconômicoo controle.

Tripes da ferrugem dos frutos -Chaetanaphothrips spp.,Caliothrips bicinctus Bagnall eTryphactothrips lineatus Hood

Resultados promissores no controlede C. orchidii foram obtidos quando oscachos foram ensacados e as plantas dani-nhas, tais como Commelina sp. e Brachiariapurpurascens, foram controladas. O uso desacos tratados, aplicações de inseticida nabase da touceira e no solo reduzem a inci-dência e danos do tripes.

Tripes do prateamento da banana- Hercinothrips spp.

Estudos mostram que uma única apli-cação de inseticida antes da proteção dos

Figura 8. Figura 8. Sintoma de ataque do tripes da ferrugem dos frutos.

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cachos pelo ensacamento foi eficiente con-tra C. bicinctus. Também, um segmento defaixa tratada com inseticida medindo 2 cmpor 1,5 cm controla a praga quando cachosjovens foram ensacados.

TRAÇA-DTRAÇA-DA-BANANEIRAA-BANANEIRA - -Opogona sacchariOpogona sacchari (Bojer) (Bojer)(Lepidoptera: Lyonetiidae)(Lepidoptera: Lyonetiidae)

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

No Brasil, sua ocorrência é restrita aoestado de São Paulo e de Santa Catarina.Provocou grandes perdas à bananiculturapaulista na década de 70. Provavelmente,foi introduzida, clandestinamente, no Bra-sil por meio de mudas de bananeira ou emoutros hospedeiros alternativos (cana-de-açúcar, gladíolo, dália, inhame, bambu etubérculos de batata).

DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDADESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA

O ciclo de desenvolvimento (ovo aadulto) é em torno de 55 dias no estado deSão Paulo. As mariposas medem 13 mm a14 mm de comprimento e 30 mm de enver-gadura, apresentam coloração marrom-cla-ra com as asas posteriores acinzentadas. Aoviposição é realizada geralmente na extre-

midade dos frutos e os ovos podem sercolocados de maneira agrupada ou isolada.A lagarta, em seu último estágio de desen-volvimento, mede cerca de 25 mm. Embananais do litoral paulista, verificou-seque o aumento da precipitação determinouuma redução na infestação da praga. EmSanta Catarina, sua ocorrência é mais fre-qüente no norte do Estado.

DANOS E EFEITOS ECONÔMICOSDANOS E EFEITOS ECONÔMICOS

O inseto pode atacar todas as partes daplanta, exceto as raízes e as folhas. A lagartapenetra no fruto, constroe galerias na pol-pa, que resultam no seu apodrecimento(Figura 9), o que inviabilizando a suacomercialização. Somente um indivíduopode ser encontrado em cada galeria, poisocorre o canibalismo nessa espécie. Nãoobstante, pode ser encontrada mais de umalagarta no fruto, mas em galerias diferentes.O produto também é recusado para expor-tação. A presença do inseto no bananalpode ser verificada pelo acúmulo de resídu-os na extremidade apical dos frutos e pelasua maturação precoce.

CONTROLECONTROLE

Práticas culturais como a despitilageme autilização de cultivares cujas extremida-

Figura 9. Figura 9. Fruto atacado pela traça da bananeira Opogona sacchari.

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3333Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

des dos cachos sejam “limpas”, auxiliam nocontrole da praga. A proteção dos cachoscom sacos de polietileno, mesmo quandoestes foram impregnados com inseticidasnão foi eficiente como medida de controle.Após à colheita proceder a eliminação doengaço, seccionamento do pseudocaule empedaços pequenos como forma de reduzirfonte de novas infestações.

O controle químico deve ser concen-trado nos meses que coincidem com amaior atividade ovipositora do inseto (fe-vereiro a junho), após a verificação da suapresença nos restos florais e nos frutos emdesenvolvimento.

Em testes efetuados em laboratório ecampo, verificou-se a presença de substân-cias sexualmente ativas no extrato bruto defêmeas virgens, sendo possível detectar ospicos populacionais da praga ao longo doano. Verificou-se a possibilidade de utiliza-ção do feromônio sexual na determinaçãoda flutuação populacional do inseto numdeterminado local, com o propósito deindicar a época mais adequada para a aplica-ção de inseticidas.

LALAGARTGARTASAS-DESFOLHADORAS-DESFOLHADORAS- - Caligo Caligo spp., spp., OpsiphanesOpsiphanes spp. spp.(Lepidoptera: Nymphalidae),(Lepidoptera: Nymphalidae),Antichloris Antichloris spp. (Lepidoptera:spp. (Lepidoptera:Arctiidae)Arctiidae)

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOOs desfolhadores podem causar da-

nos à bananeira por reduzir a área foliar daplanta, com reflexos negativos na quantida-de de fotossintatos elaborados. Há váriosgêneros associados com danos foliares embanana, embora somente três sejam signi-ficativos: Caligo, Opsiphanes e Antichloris. Asespécies C. beltrao (Illiger), C. illioneus (Cr.),O. invirae (Hueb.), O. cassiae luculusFruhstorfer, A. eriphia (Fabr.) e A. viridisDruce (litoral paulista) têm sido referidascomo desfolhadoras de bananeira no esta-do de São Paulo, enquanto que no estado daBahia, ocorreram C. brasiliensis (Felder)O. invirae e A. eriphia.

DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDADESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA

No estádio adulto, Caligo spp. (Figura10) pode atingir até 14 cm de envergadura.É conhecida como borboleta-coruja, emrazão da disposição das escamas em suasasas posteriores, em vista ventral. Os ovossão colocados em grupos sobre as folhas debananeira. Após 7 a 10 dias, ocorre a eclosãodas lagartas, que são gregárias e alimentam-se à noite. Durante o dia, elas podem serencontradas abrigadas sobre as folhas secasda planta. No último estádio de desenvolvi-mento, as lagartas medem cerca de 10 cm decomprimento e apresentam coloração mar-rom, mimetizando as folhas secas da bana-neira. No gênero Opsiphanes (Figura 11), osovos são colocados, individualmente, e as

Figura 10. Figura 10. Lagarta desfolhadora da bananeira, Caligobrasiliensis.

Figura 11. Figura 11. Lagarta desfolhadora da bananeira, Opsiphanesinvirae.

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade3434

de alimentar pode destruir a folha inteira,exceto a nervura central. Tal afirmativa nãose aplica ao gênero Antichloris, cujas lagartasapenas perfuram o limbo foliar. Em expe-rimento de simulação dos danos de desfolhapor lagartas, verificou-se que a remoção de20% da área foliar não provocou reduçãona produtividade da cultura.

CONTROLECONTROLE

Em geral, as lagartas são mantidas emequilíbrio por seus inimigos naturais. Ocontrole químico dessas espécies, quandonecessário, deve ser realizado com insetici-das seletivos, para evitar a destruição dosinimigos naturais. Surtos de lagartas-desfolhadoras, quando relatados, normal-mente estão relacionados com o usoindevido de inseticidas.

OUTRAS PRAOUTRAS PRAGASGAS

Abelha-arapuáAbelha-arapuá - - Trigona spinipesTrigona spinipes(Fabr.) (Hymenoptera: Apidae)(Fabr.) (Hymenoptera: Apidae)

Conhecida também como abelha-ca-chorro, apresenta coloração preta, mede

lagartas também permanecem isoladas du-rante o desenvolvimento larval. Elas po-dem ser encontradas na face inferior dasfolhas, ao longo da nervura central. Noúltimo estágio de desenvolvimento, podematingir cerca de 8 cm e apresentam colora-ção verde com estreitas faixas longitudinaisamarelas e brancas. Os adultos são borbo-letas de coloração marrom com uma faixaalaranjada nas asas anteriores. A enverga-dura do inseto é em torno de 8 cm. Comrelação ao gênero Antichloris (Figura 12), noúltimo estádio de desenvolvimento, as la-gartas medem 3 cm de comprimento e sãoamarelas com uma densa pubescência. Sãoencontradas na face inferior das folhas. Noestádio adulto, elas se transformam emmariposas muito semelhantes a vespas. Osadultos são escuros, com uma coloraçãopreta brilhante.

DANOS E CONSEQÜÊNCIASDANOS E CONSEQÜÊNCIASECONÔMICASECONÔMICAS

As lagartas pertencentes ao gêneroCaligo e Opsiphanes iniciam sua alimentaçãonas margens das folhas e com a sua ativida-

Figura 12. Figura 12. Lagarta desfolhadora da bananeira, Antichloris eriphia.

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3535Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

em torno de 6 mm de comprimento, en-contrando-se presente em bananais na fasede floração, onde obtém resinas vegetaisque são utilizadas como aglutinadores naconstrução de seus ninhos. O ataque àsflores e aos frutos jovens provoca o apare-cimento de lesões irregulares principalmenteao longo das quinas (Figura 13), o quedeprecia seu valor comercial. Sua impor-tância também está associada à transmissãoda bactéria causadora do moko.

Broca-rajadaBroca-rajadaMetamasius hemipterusMetamasius hemipterus(Coleoptera: Curculionidae)(Coleoptera: Curculionidae)

Inseto freqüentemente associado aobananal, sendo atraído pelas iscas utilizadasna captura de adultos da broca-do-rizoma.Não é considerado praga da cultura. Oadulto é um besouro curculionídeo de colo-ração marrom com listras longitudinais pre-tas (Figura 14). As larvas são ápodes, apre-sentam coloração amarelada, curvatura ab-dominal acentuada, estigmas visíveis e mai-or agressividade do que C. sordidus. São,normalmente, encontradas em pseudo-caules tombados, em decomposição ou emplantas depauperadas. As pupas sãorevestidas por um casulo confeccionadocom fibras do pseudocaule.

Apesar de não ser prejudicial à bana-neira, a multiplicação livre desse insetopode causar problemas a culturas vizinhasdas quais o inseto seja praga, como a cana-de-açúcar e o coqueiro. Um aspecto inte-ressante da presença da broca-rajada embananais é a possibilidade de ser eficienteagente de disseminação do fungo B. bassiana,pois, além de também ser atraída pelosodores de fragmentos de pseudocaule, apre-senta maior mobilidade do que os adultosda broca-do-rizoma, aumentando, portan-to, a possibilidade de a praga vir a se conta-minar pelo fungo.

Figura 13. Figura 13. Lesões provocadas pela abelha arapuá,Trigona spinipes, ao longo das quinas de frutos debananeira “Terra”.

Figura 14. Figura 14. Broca-rajada da bananeira Metamasiushemipterus .

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4DOENÇASFÚNGICAS EBACTERIANAS

Zilton José Maciel Cordeiro

Aristóteles Pires de Matos

DOENÇAS FÚNGICASDOENÇAS FÚNGICAS

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

As doenças fúngicas constituem osprincipais problemas fitopatológicos dabananeira, normalmente afetada em todoo seu ciclo vegetativo e produtivo, nas suasdiversas partes (raiz, pseudocaule, folha efruto), por um grande número de doençascausadas por diversas espécies de fungos.Esses patógenos, em alguns casos, são fato-res limitantes da produção dessa fruta. Pode-se afirmar que o sucesso na produção debanana depende em grande parte dos cui-dados dispensados a essas doenças. O nívelde produtividade e qualidade dos frutosserá tanto melhor quanto menor for a inci-dência de manchas e/ou podridões, quepodem aparecer nas raízes, no pseudocaule,nas folhas e nos frutos. Neste segmentoserão abordadas, em profundidade, as do-enças fúngicas de maior significado econô-mico, não deixando também de citar aque-las de efeitos secundários.

SIGASIGATTOKA-AMARELAOKA-AMARELA((Mycosphaerella musicola =Mycosphaerella musicola =Pseudocercospora musae )Pseudocercospora musae )

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

A história da sigatoka-amarela oucercosporiose da bananeira teve início emJava em 1902. Os primeiros prejuízossignificativos registrados ocorreram nasIlhas Fiji (Vale de Sigatoka), de onde lheveio o nome. Está distribuída por quasetodas as regiões produtoras de banana domundo. No Brasil, a doença foi constatadainicialmente na Amazônia, em 1944, estan-do hoje presente no país inteiro, embora

com maiores efeitos econômicos nas regi-ões ou microrregiões produtoras, onde aschuvas são mais freqüentes e a temperaturase mantém em torno do nível tido comoótimo, de 25 °C. A região Sudeste é a quemelhor se enquadra nessas condições eonde se encontra a maior concentração decultivos de bananeira.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

A sigatoka-amarela é causada porMycosphaerella musicola, Leach, a forma per-feita ou sexuada de Pseudocercospora musae(Zimm) Deighton, que corresponde à for-ma imperfeita ou assexuada do mesmofungo. Dois tipos de esporos estão envol-vidos no aparecimento da doença: o esporosexuado, que é o ascósporo, e o assexuado,o conídio. As diferenças de comportamen-to, entre eles, podem se refletir naepidemiologia da doença, que é fortementeinfluenciada pelas condições climáticas.Três elementos associados ao clima ¾ chu-va, orvalho e temperatura ¾ são funda-mentais para que ocorram infecção, produ-ção e disseminação do inóculo (Tabela 1).Uma vez depositado sobre a folha, o esporogerminará se houver presença de umidade.Dependendo da temperatura, a germinaçãose processará num intervalo de 2 a 6 horas,ocorrendo posteriormente, o crescimentoda hifa sobre a folha, num processo quepode estender-se pelo espaço de dois a seisdias. Localizando um estômato, haverá aformação de apressório seguindo-se à pe-netração do tecido. As folhas mais suscetí-veis à infecção, em ordem decrescente, vãoda vela à folha 3, embora possa ocorrerinfecção na folha 4. Quando as estações sãobem definidas, a produção diária de inóculopode ser relacionada com a presença de

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3737Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

água sobre a folha e com níveis mínimos detemperatura, já que temperaturas máximasraramente são limitantes se houver águalivre sobre as folhas.

Os aspectos epidemiológicos maisimportantes para cada tipo de esporo pro-duzido são:

Produção e disseminação dosascósporos

A formação dos pseudotécios (estru-tura reprodutiva de M. musicola onde seformam os ascósporos) ocorre em ambasas faces da folha, porém com maior con-centração na face superior. A produção émaior nas folhas que ocupam as posiçõesde números 5 a 10 e na prevalência deperíodos chuvosos combinados com tem-peraturas superiores a 21°C. O pique deprodução ocorre no início da estaçãoseca. A água da chuva é essencial para aliberação dos ascósporos; estes são disse-minados principalmente pelo vento.

Produção e disseminação dosconídios

Admite-se que os esporodóquios (es-truturas onde se formam os conídios) sãoproduzidos em maior número que os

pseudotécos em plantações comerciais. Poroutro lado, nos locais onde o controle ébem feito, os conídios são provavelmente amaior fonte de inóculo contínuo. Durantea estação seca diminui sensivelmente aprodução de conídios, embora estes seencontrem presentes em lesões foliares esejam produzidos em noites com 10 a 12horas de orvalho.

Na ausência de período chuvoso fa-vorável à produção de ascósporos, osconídios tornam-se a maior fonte de inóculoresponsável pelo manchamento, por seremmenos exigentes que os ascósporos emrelação à ocorrência de chuva. A produçãode conídios é muito sensível a temperaturasabaixo de 22 °C.

Os sintomas iniciais da doença apare-cem como uma leve descoloração em for-ma de ponto entre as nervuras secundáriasda segunda à quarta folha, a partir da vela.A contagem das folhas é feita de cima parabaixo: a folha da vela é a zero e as subse-qüentes recebem os números 1, 2, 3, 4, eassim por diante. Essa descoloração au-menta, formando uma estria de tonalidadeamarela. Com o tempo as pequenas estriasamarelas passam para marrom e, posteri-

Tabela 4.Tabela 4. Diferenças no comportamento de conídios e ascósporos de Mycosphaerellamusicola com reflexos na epidemiologia da sigatoka-amarela.

Fontes: Stover,1972; Stover & Simmonds,1987.

Conídio Ascósporo

Produzido diariamente quando o orvalhoestá presente. Não é dependente de chuva.

Produzido periodicamente quando hápresença de chuva. Produção dependentede chuva.

Liberado pelo orvalho e chuva Liberado principalmente por chuva

Disseminado pela água Disseminado pelo vento

Infecção sobre toda a folha, mas comtendência basal

Infecção principalmente apical

Sobrevive três a quatro semanas sobre afolha

Sobrevive oito semanas no pseudotécio

Temperatura ótima para germinação ecrescimento de tubo germinativo mais baixa

Temperatura ótima mais alta

Pode aumentar infecção no período seco Pouca ou nenhuma infecção no período seco

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade3838

ormente, para manchas pretas, necróticas,circundadas por um halo amarelo, adqui-rindo a forma elíptico-alongada, apresen-tando de 12mm a 15 mm de comprimentopor 2 mm a 5 mm de largura, dispondo-separalelamente às nervuras secundárias dafolha (Figura 15).

Em estádios avançados da doença, eocorrendo em alta freqüência de lesões, dá-se o seu coalescimento, com o comprome-timento de uma grande área foliar, caracte-rizando o efeito mais drástico da sigatoka-amarela, ou seja, a morte prematura dasfolhas com todas as suas conseqüências(Figura 16).

DANOS E EFEITOS ECONÔMICOSDANOS E EFEITOS ECONÔMICOS

Os prejuízos causados pela sigatoka-amarela são resultantes da morte precocedas folhas e do conseqüente enfraqueci-mento da planta, com reflexos imediatos naprodução (Figura 17). Altos níveis de do-ença provocam ainda diminuição do núme-ro de pencas e do tamanho dos frutos,maturação precoce dos frutos no campo,enfraquecimento do rizoma e perfilhamentolento. Segundo informações coletadas novale do Ribeira em São Paulo, uma im-

portante região produtora de banana dopaís, os prejuízos causadas pela sigatoka-amarela são da ordem de 50% da produção,podendo serem tomados como média parao país. Em verdade, nos microclimas muitofavoráveis, esses prejuízos podem atingir100%, uma vez que os frutos, quando pro-duzidos sem nenhum controle, não apre-sentam valor comercial.

CONTROLECONTROLE

Várias são as medidas que podem edevem ser tomadas para controlar a sigatoka-amarela. Na agricultura moderna, o manejointegrado de pragas e doenças constitui aprincipal arma de luta fitossanitária, sobre-tudo, para reduzir o uso dos agrotóxicos.Serão apresentados a seguir diversas alter-nativas e aspectos que devem ser conside-rados no controle desta importante doença.

Uso de variedades resistentes

Para as cultivares do subgrupoCavendish, no qual estão incluídas as vari-edades que dominam o mercado internaci-onal de banana, até o momento não existemopções varietais com resistência ou tolerân-cia à sigatoka-amarela. O que existem são

Figura 15. Figura 15. Sigatoka-amarela: lesões elípticas-alongadas típicas da doença.

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3939Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

alguns híbridos tipo Gros Michel, que era aprincipal variedade comercializada na dé-cada de cinqüenta, mas foi substituída pelasua suscetibilidade ao mal-do-panamá. Es-ses híbridos carecem de melhores avalia-ções agronômicas, mas são portadores deníveis intermediários de resistência àsigatoka-amarela. Dentre as variedades tam-bém de exportação, as do subgrupo Terra,que incluem a Terra, Terrinha e D’angola,são resistentes a essa doença.

Controle culturalEmbora o controle químico ainda seja

o meio mais poderoso na luta contra asigatoka-amarela nas variedades dosubgrupo Cavendish, as práticas culturaisque reduzam a formação de microclimasfavoráveis à doença são parte fundamentalde uma estratégia integrada de combate.Neste caso, os principais aspectos a seremlevados em conta são os seguintes:

Drenagem

Além de melhorar o crescimento geraldas plantas, a drenagem rápida de qualquer

Figura 16.Figura 16. Sigatoka-amarela : necrose do limbo foliar.

Figura 17. Figura 17. Sigatoka-amarela: redução da área foliarverde e queda de produção.

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade4040

excesso de água no solo reduz as possibili-dades de formação de microclimas adequa-dos ao desenvolvimento dessa doença.

Combate às plantas daninhas

No bananal, a presença de altas popu-lações de plantas daninhas não só incrementaa ação competitiva que elas exercem, comotambém favorece a formação de microclimaadequado aos patógenos, devido ao au-mento do nível de umidade no interior dobananal.

Desfolha

A eliminação racional das folhas ataca-das ou de parte delas é de suma importân-cia, uma vez que com isso se reduz a fontede inóculo no bananal. É preciso, entretan-to, que tal eliminação seja feita com bastan-te critério, para não provocar danos maio-res que os causados pela própria doença.No caso de infecções concentradas, reco-menda-se a eliminação apenas da parte afe-tada. Quando, porém, o grau de incidênciafor alto e a infecção tiver avançado extensa-mente sobre a folha, aconselha-se que estaseja totalmente eliminada. Não há necessi-dade de retirar as folhas do bananal. Embo-ra as folhas infectadas continuem produ-zindo esporos por algum tempo após ocorte, os esporos liberados concentram-seem torno de um metro de altura, não atin-gindo conseqüentemente as folhas sadiaspara causar novas infecções. Elas servirão,por outro lado, como cobertura morta,retornando após a decomposição, na formade nutrientes para as plantas. É uma práticaauxiliar utilizada por grandes empresas pro-dutoras de banana.

Nutrição

Plantas adequadamente nutridas pro-piciam um ritmo de emissão de folhas maisacelerado, ocorrendo nesta condição o apa-recimento de folhas em intervalos meno-res. A conseqüência imediata é o apareci-mento das lesões de primeiro estádio e/oumanchas em folhas mais velhas da planta.Verifica-se nessa situação o que se podechamar de compensação das perdas

provocadas pela doença com a manutençãode uma área foliar fotossintetizante adequa-da às necessidades da planta. Em plantasmal nutridas, o lançamento de folhas élento e, conseqüentemente, as lesões serãovisualizadas em folhas cada vez mais novas.

Sombra

Plantas mantidas sob condições som-breadas apresentam pouca ou nenhumadoença. As razões podem ser duas: reduçãoou não formação de orvalho, importantefator no processo de infecção e, ainda,redução na incidência de luz, que tambémé importante no desenvolvimento dos sin-tomas da doença. O cultivo de banana emsistema agroflorestal, certamente é umaboa opção para a região amazônica, princi-palmente pelo seu caráter preservacionista.Logicamente, plantas sob condições som-breadas sofrem alterações de ciclo, tornam-se mais estioladas e perdem em produção.

O adensamento do plantio tem sidomuito utilizado em fruticultura. No caso debananas tipo Plátanos esta prática funcio-nou bem na Colômbia, reduzindo a inci-dência de sigatoka. As razões da reduçãoforam as mesmas já comentadas. Entretan-to, o sistema colombiano foi trabalhadocomo cultura anual, ou seja, no sistemaconvencional não se pode afirmar que oaumento de densidade populacional con-corra para a redução da sigatoka.

Controle químico

Os fungicidas ainda são a principalarma para o controle da sigatoka-amarela,principalmente quando se tratar das varie-dades do subgrupo Cavendish. Entre asrecomendações para a aplicação defungicidas estão as seguintes:

Horário

Os fungicidas devem ser aplicados nashoras mais frescas do dia, no início damanhã e/ou no final da tarde. Somente emdias frios ou nublados as aplicações podemser feitas a qualquer hora do dia. Quandose aplicam fungicidas sob condições de

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4141Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

temperatura elevada, além de haver maiorrisco para o aplicador, as pulverizaçõesperdem em eficiência, em virtude, princi-palmente, da evaporação do produto.

Condições climáticas

Os dias ou períodos de vento fortedevem ser evitados. A aplicação defungicidas quando há ocorrência de ventosprovocará grande deriva do produto e di-minuirá, conseqüentemente, a sua eficácia.

A pulverização não deverá ser feitaquando estiver chovendo, por pouco queseja. A chuva provoca a lavagem do produ-to, diminuindo a eficiência do controle. Aqueda de chuvas fortes logo após umaaplicação de fungicida praticamente invali-da o seu efeito. A eficiência da operaçãoestará assegurada quando, entre o momen-to da aplicação e o da ocorrência de chuvaleve, transcorrer um intervalo de temposuperior a três horas.

Direcionamento do produto

A eficiência da pulverização depende-rá em grande parte do local de deposição doproduto na planta. Como o controle éessencialmente preventivo, é importanteque as folhas mais novas sejam protegidas,vez que é por meio delas que a infecçãoocorre. Por conseguinte, em qualquer apli-cação, o produto deverá ser elevado acima

do nível das folhas, a fim de que seja depo-sitado nas folhas da vela, 1, 2 e 3, as quais,desse modo, ficarão protegidas da infecção.Percebe-se que as pulverizações mais efici-entes são as realizadas via aérea.

Épocas de controle

Conforme se ressaltou antes, a inci-dência da sigatoka-amarela é fortementeinfluenciada pelas condições climáticas,basicamente temperatura e umidade (chu-va). Como em quase todo o país há umaseparação clara entre período seco e perío-do chuvoso, o controle da sigatoka deve serpriorizado neste último, ocasião em que oambiente é mais propício ao desenvolvi-mento da doença. De modo geral, pode-sedizer que o controle da sigatoka deve come-çar tão logo se inicie o período de chuvas eprolongar-se até a sua interrupção.

A indicação do controle poderá serfeita por sistemas de pré-aviso. Para suaexecução, entretanto, é indispensável a re-alização de estudos localizados.

Produtos, dosagens e intervalos deaplicação

Na Tabela 5 estão relacionados osprincipais produtos em uso ou com poten-cial de utilização no controle da sigatoka-amarela.

Tabela 5.Tabela 5. Principais produtos comerciais, dosagens e intervalos de aplicação,recomendados para o controle do mal-de-sigatoka.

* Não deve ser aplicado em mistura com óleo mineral (mistura fitotóxica), devendo pois ser veiculadoem água e espalhante adesivo.

Produtos Nome comercialDosagem

deprincípioativo/ha

Intervalo/aplicações

Óleo mineral OPPA, Spray oil etc. 12 a 15 l 2 semanas

Propiconazol + óleo mineral Tilt 100 a 125 ml 4 semanas

Benomyl + óleo mineral Benlate 125 a 150 ml 4 semanas

Thiabendazol + óleo mineral Cercobin, Tecto etc. 125 a 150 ml 4 semanas

Metiltiofanato + óleo mineral Cycosin, Topsin 125 a 150 ml 4 semanas

Clorotalonil* Bravo, Daconil 800 a 1600 g 4 semanas

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade4242

Os intervalos de aplicação, indicadosna Tabela 5, são normalmente utilizadosem sistemas de controle sistemático, ouseja, durante o período mais favorável aodesenvolvimento do mal-de-sigatoka, oprodutor inicia o seu controle e, dependen-do do produto que está sendo empregado,adota um dos intervalos mencionados. Nemtodos esses produtos, no entanto, estãoregistrados no Ministério da Agricultura edo Abastecimento, para uso no controle domal-de-sigatoka. Na Tabela 6, estão relaci-onados vários produtos utilizados no con-trole da doença, catalogados para uso emfruticultura no Estado da Bahia e comregistro no Ministério da Agricultura e doAbastecimento

Comentários adicionaisO aparecimento de populações do

patógeno resistentes a fungicidas tem sidouma ocorrência comum no controle dasigatoka-amarela, principalmente no casodos benzimidazóis e thiabendazóis, queatuam na divisão celular como inibidores damitose. Para evitar tais problemas, é impor-tante a alternância de produtos e o própriomonitoramento do controle com testes delaboratório.

Os intervalos entre aplicações pro-postos na Tabela 6 poderão ser diminuídosou ampliados, dependendo das condiçõesclimáticas, da concentração de inóculo noambiente e do parecer de um técnico espe-cializado no assunto.

Tabela 6.Tabela 6. Principais características dos fungicidas com registro, para uso no controledo mal-de-Sigatoka da bananeira.

Fonte: ADAB (S.D.)

Nome comercial Princípio ativo FormulaçãoConcentraçãode princípio

ativo

Classetoxicológica

Bayfidan Triadimenol Granulado 60 g/kg IV

Bayfidan TriadimenolConcentradoEmusionável

250 g/L II

Benlate Benomyl Pó molhável 500g/kg III

Cercobin Tiofanato metílicoSuspensãoconcentrada

500 g/litro IV

Cobre Sandoz BR Óxido cuproso Pó molhável 560 g/kg IV

Cupravit verde Oxicloreto de cobre Pó molhável 840 g/kg IV

Cupravit azul Oxicloreto de cobre Pó molhável 588 g/kg IV

Dacostar ClorotalonilSuspensãoconcentrada

500 g/L I

Dithane Mancozeb Pó molhável 800 g/L III

Folicur TebuconazoleConcentradoemulsionável

200 g/L III

Fungiscan Tiofanato metílico Pó molhável 700g/kg IV

Juno PropiconazoleConcentradoemulsionável

250g/L III

Manzate Mancozeb Pó molhável 800 g/kg III

Opus EpoxiconazoleSuspensãoconcentrada

125 g/L II

Tilt PropiconazoleConcentradoemulsionável

250 g/L III

Vanox Clorotalonil Pó molhável 750 g/kg II

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4343Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

SIGASIGATTOKA-NEGRAOKA-NEGRA((Mycosphaerella fijiensis =Mycosphaerella fijiensis =Paracercospora fijiensis)Paracercospora fijiensis)

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

A sigatoka-negra surgiu em 1963, nasIlhas Fiji, distrito de Sigatoka, como agentecausal da doença conhecida como raia-negra. Atualmente está presente nas princi-pais regiões produtoras de banana do mun-do, abrangendo Ásia, África, América eOceania. Em 1972, foi constatada emHonduras, disseminando-se, posteriormen-te, por toda a América Central e do Sul. Foiconstatada no Brasil em fevereiro de 1998,no estado do Amazonas e, depois, no Acre,Rondônia e Mato Grosso. A rapidez comque a doença vem-se disseminando pelopaís está acima da expectativa, podendo,num futuro não muito distante, atingir to-dos os estados produtores.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

O fungo causador da sigatoka-negra éum ascomiceto conhecido comoMycosphaerella fijiensis Morelet (fase sexuada)ou Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton(fase anamórfica). A primeira descrição foiem 1963 nas Ilhas Fiji, distrito de Sigatoka,causando a doença conhecida como raia-negra. Em 1972, foi descrita em Honduras,a doença denominada sigatoka-negra, cau-sada por M. fijiensis var. difformis (Stover,1980). Somente mais tarde descobriu-seque M. fijiensis é a mesma M. fijiensis var.difformis, ou seja, sigatoka-negra é sinônimode raia-negra (Carlier et al., 1994). A faseassexual (P. fijiensis) está presente durante afase de estrias ou manchas jovens da doen-ça, quando se observam conidióforos sain-do sozinhos ou em pequeno número dosestômatos. São visíveis, principalmente, naface inferior da folha. A fase sexuada éconsiderada a mais importante no aumentoda doença, uma vez que, um grande núme-ro de ascósporos são produzidos em estru-turas denominadas pseudotécios.

O desenvolvimento de lesões desigatoka e a sua disseminação são forte-mente influenciados por fatores ambientaiscomo umidade, temperatura e vento. Oesporo, uma vez depositado sobre as folhasde variedades suscetíveis, germinará na pre-sença de um filme de água. A duração desseprocesso depende da temperatura. O perí-odo de incubação tem se mostrado extre-mamente variável, dependendo do ambi-ente. Na sigatoka-negra, a produção deesporos é mais precoce, ocorrendo ainda nafase de estrias. A presença de maciça infec-ção induz conseqüentemente, uma maiorprodução de esporos, imprimindo, porconseguinte, maior taxa de progresso dadoença, em comparação com a sigatoka-amarela, razão pela qual esta desapareceem cerca de três anos, após o surgimentoda sigatoka-negra.

O vento, juntamente com a umidade,principalmente na forma de chuva, são osprincipais responsáveis pela liberação dosesporos e disseminação da doença. No casoespecífico da sigatoka-negra no Brasil, ou-tras vias importantes para sua disseminaçãotêm sido as folhas doentes utilizadas embarcos e/ou caminhões bananeiros, paraproteção dos frutos durante o transporte, eas bananeiras infectadas levadas pelo riodurante o período de cheia nos rios amazô-nicos (Figura 18).

Figura 18. Figura 18. Disseminação da Sigatoka-negra na regiãoamazônica por carreamento de plantas contaminadaspelo rio.

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Tabela 7.Tabela 7. Características do estádio anamórfico de Mycosphaerella musicola eMycosphaerella fijiensis que podem distinguir as duas espécies.

Fonte: Stover,1972.

As principais características que dife-renciam M. musicola de M. fijiensis, as quaissão observadas somente durante a faseanamórfica do patógeno, estão listadas noTabela 7. As duas espécies podem tambémser separadas por marcadores molecularestipo RAPD, tanto pela utilização do DNA,extraído de culturas puras do patógeno,como pela utilização direta do tecido dafolha infectada.

Morfologia Cilíndricos a obclava-dos–cilíndricos, retos ou curvos, claros aclaro-oliváceos, 0-6 septos, hilo basal indis-tinto. Obclavados a cilíndricos-obclavados,retos ou curvos, hialinos a claro-oliváceos, 1-10 septos, hilo basal ligeiramente espessado.

Os sintomas causados pela evoluçãodas lesões produzidas pela sigatoka-negrase assemelham aos decorrentes do ataqueda sigatoka-amarela. A infecção ocorre nasfolhas mais novas da planta, seguindo osmesmos requisitos apontados para asigatoka-amarela. Na sigatoka-negra, en-tretanto, os primeiros sintomas aparecemna face inferior da folha como estrias de cormarrom (Figura 19), evoluem para estriasnegras, formando um halo amarelo. Aslesões em estádio final apresentam tambémcentro deprimido de coloração cinza. Ge-ralmente, no entanto, devido à alta freqüên-cia de infecções (Figura 20), o coalescimentodas lesões dessa doença ocorre ainda nafase de estrias, não possibilitando a forma-

Características M. musicola M. fijiensis

Conidióforos

Início de formação Estádio inicial de mancha Primeiros estádios de estria

FormaçãoEm densos fascículos(esporodóquios) sobre estromamarrom-escuro ou preto.

Emerge do estômatoisoladamente ou em pequenogrupo (2 - 8) e não apresentaestroma.

Distribuição sobrea folha

Abundante em ambas assuperfícies das lesões ou àsvezes mais freqüente nasuperfície superior.

Largamente presente nasuperfície inferior da lesão.

Morfologia

Quase retilíneos, hialinos,principalmente sem septação,geniculação ou ramificação,cicatriz do esporo nãoevidente.

Reto ou variavelmente curvo,claro a marrom-claro, 0-5septos, freqüentementegeniculados, raramenteramificados na base, cicatriz doesporo ligeiramenteespessada.

Dimensões (µm) 5-25 x 2-3,5 16,5-62,5 x 4-7

Conídios

Morfologia

Cilíndricos a obclavados-cilíndricos, retos ou curvos,claros a claro-oliváceos, 0-6septos, hilo basal indistinto.

Obclavados a cilíndricos-obclavados, retos ou curvos,hialinos a claro-oliváceos, 1-10septos, hilo basal ligeiramenteespessado.

Dimensões (µm) 18-81 x 2-6 (média 59 x 3) 30-132 x 2,5-5 (média 72,5 x 4)

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Figura 19. Figura 19. Sigatoka-negra: estrias marrons na face inferior da folha.

Figura 20. Figura 20. Sigatoka-negra: coalescimento das lesões ainda na fase de estrias.

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ção de halo amarelo em volta da lesão,causando o impacto visual preto nas folhasafetadas e conseqüente necrose precoce daárea foliar afetada (Figura 21). Os reflexosda doença são sentidos pela rápida destrui-ção da área foliar, reduzindo-se a capacida-de fotossintética da planta e, conseqüente-mente, a sua capacidade produtiva.

Na Tabela 8, estão agrupadas algumascaracterísticas próprias da sigatoka-amarelae da sigatoka-negra, em relação aos sinto-mas observados no campo, que são impor-tantes no seu diagnóstico.

DDANOS E EFEITANOS E EFEITOS ECONÔMICOSOS ECONÔMICOS

A sigatoka-negra é a mais grave e temi-da doença da bananeira no mundo. Suasimilar, a sigatoka-amarela, já está presenteno Brasil desde a década de quarenta. Ape-sar de sua reconhecida severidade sobre asbananeiras, nas regiões onde a sigatoka-negra é introduzida, a amarela desapareceem cerca de três anos. Isto se deve à maior

agressividade da sigatoka-negra em relaçãoà amarela, implicando em aumento signifi-cativo de perdas, que podem chegar a 100%da produção, onde o controle não é realiza-do. Outro efeito imediato provocado pelapresença dessa doença, é o aumento docusto de controle em função, basicamente,do maior número de aplicações anuais defungicidas, requeridas para o seu controle.Na América Central este número tem che-gado a ultrapassar, em algumas épocas, acasa das 50 aplicações anuais, ou seja, cincovezes mais do que o número de aplicaçõesnormalmente utilizadas para a sigatoka-amarela, com custo de controle atingindo acasa dos mil dólares/hectare/ano. Outrofator agravante é o aumento do espectro devariedades atingidas pela doença, que atacaseveramente a cultivar Maçã (medianamentesuscetível à sigatoka-amarela) e os Plátanos,do subgrupo Terra. Na prática o que seobserva é a presença de uma grande quan-tidade de lesões por área e uma conseqüen-

Figura 21. Figura 21. Sigatoka-negra: necrose precoce do limbo foliar.

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te morte do tecido foliar antes mesmo de aslesões atingirem o estádio adulto ou delesões maduras. Em plantas atacadas, oimpacto visual é bastante forte devido àqueima precoce das folhas, que adquiremtonalidade escura a preta.

CONTROLE

As recomendações formuladas para asigatoka-amarela são válidas para a sigatoka-negra, até mesmo em relação aos produtosutilizados. Porém, a depender do ambientea ser enfocado, ajustes poderão ser necessá-rios tendo em vista que esta é uma doençade maior agressividade que a sigatoka-ama-rela e, por conseguinte, deverá requerermaior número de aplicações de defensivose, conseqüentemente, maior atenção noque diz respeito ao manejo do controlequímico, quanto a aspectos de surgimentode formas do patógeno, resistentes aosprodutos em uso. Esses ajustes poderãoexigir, por exemplo, a redução do intervalo

entre as aplicações, a adaptação dos equipa-mentos com a finalidade de atingir maioreficiência na aplicação, e a busca de novasmoléculas fungicidas e/ou formulações.Tais ajustes foram necessários ao esquemade controle da doença na Costa Rica, quan-do ela foi introduzida no país. A Costa Ricaé provavelmente um dos países onde asigatoka-negra tem ocorrido com maiorintensidade. As dificuldades encontradasno controle dessa doença são devidas, prin-cipalmente, à queda na eficiência de produ-tos químicos que já foram muito importan-tes, como por exemplo, o propiconazol. Aprática do controle químico tem exigido aaplicação de até 56 pulverizações ao ano, oque significa a utilização de intervalos entrepulverizações, menores que uma semana.No momento, produtos de contato comomancozeb, com nova formulação, têmganhado espaço no controle da doença,devido aos problemas de resistência que seagravaram em relação aos triazóis.

Tabela 8.Tabela 8. Sintomas observáveis em campo que podem diferenciar a sigatoka-amarela da sigatoka-negra.

Característica Sigatoka-amarela Sigatoka-negra

Visualização dosprimeiros sintomas

Estrias amarelo-claras na facesuperior da folha

Estrias marrons na face inferiorda folha

Presença de haloamarelo

Comum Nem sempre aparece

Freqüência relativade lesões/área

foliarBaixa Alta

Suscetibilidade dascultivares

O subgrupo Terra é resistente ea Ouro é altamente suscetível

O subgrupo Terra é suscetível, ea Ouro é resistente

Visualização daslesões jovens

Melhor visibilidade na facesuperior da folha

Melhor visibilidade na faceinferior da folha

Coalescimento daslesões

Normalmente ocorre já nosestádios finais da lesão

Normalmente ocorre ainda nafase de estrias, deixando a árealesionada completamente preta

Forma das leõesPredomínio de lesões elípticas

de contornos bem definidosLesões geralmente irregulares

de contornos mal definidos

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MALMAL-DO-DO-P-PANAMÁANAMÁ((Fusarium oxysporum Fusarium oxysporum f. sp..cubensecubense))

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

O mal-do-panamá é uma doençaendêmica em todas as regiões produtorasde banana do mundo. Já as raças têm distri-buição relativamente restrita. A raça 4, porexemplo, que é preocupante para abananicultura de exportação do tipoCavendish, apresenta distribuição restrita,sendo encontrada em plantações das IlhasCanárias, África do Sul, Austrália e Taiwan.Os casos de mal-do-panamá em variedadesCavendish, aqui no Brasil, têm sido conse-qüência de estresse sofrido pelas plantas,que perdem sua capacidade de reação àinfecção, sendo infectadas pela raça 1 dopatógeno. A doença está distribuída portodo o país, mas causando problemas prin-cipalmente nas variedades AAB dos tiposPrata e Maçã, que têm sido afetadas pelasraças 1 e 2. Não há relato da ocorrência daraça 4 no Brasil.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

O mal-do-panamá é causado porFusarium oxysporum f. sp. cubense (E.F. Smith)Sn e Hansen. É um fungo de solo, ondeapresenta alta capacidade de sobrevivência.Pertence à classe dos Deuteromycetos oufungos imperfeitos, não se conhecendo oseu estádio sexuado. Entre as raças dopatógeno, as devastadoras são a 1, 2 e 4. Araça 3 é importante para a Heliconia, porémnão o é para a bananeira.

O fungo sobrevive no solo por longosperíodos, na ausência do hospedeiro, fatoque provavelmente se deve à formação deestruturas de resistência denominadasclamidósporos. Existe, também, a hipóteseda sua sobrevivência em estádio saprofítico,formando heterocários com linhagens nãopatogênicas de F. oxysporum. Nesses casos,o núcleo presente em hifas dessas linhagensvoltaria a atuar na presença do hospedeirosuscetível.

Pouco se conhece a respeito da influ-ência de parâmetros climáticos como luz,temperatura e umidade no desenvolvimen-to de sintomas do mal-do-panamá na bana-neira. Sabe-se, porém, que o solo influifortemente na incidência da doença, com-parável à do próprio hospedeiro. Como oF. oxysporum f. sp. cubense é um fungo desolo, qualquer alteração nesse ambientepoderá influenciar positiva ou negativa-mente no avanço da doença. Há quemacredite que a resistência e a suscetibilidadea esse fungo devem ser definidas tendocomo referencial as condições do solo.

As principais formas de disseminaçãoda doença são o contato dos sistemasradiculares de plantas sadias com esporosliberados por plantas doentes e, em muitasáreas, o uso de material de plantio contami-nado. O fungo também é disseminado porágua de irrigação, de drenagem, de inunda-ção, assim como pelo homem, por animaise equipamentos.

A disseminação de esporos pelo ven-to, embora citada por alguns autores, nãodeve ser considerada como uma formaeficiente, uma vez que os esporos não tole-ram mais de 20 horas de dessecação ao ar.Na realidade, após quatro horas sua viabili-dade já é grandemente comprometida. Alémdisso, a infecção ocorre sempre pela raiz,tornando pouco provável que espóros leva-dos pelo vento atinjam o sistema radicular.

As plantas infectadas por F. oxysporumf. sp. cubense exibem externamente umamarelecimento progressivo das folhas maisvelhas para as mais novas, começando pe-los bordos do limbo foliar e evoluindo nosentido da nervura principal (Figura 22).Posteriormente, as folhas murcham, secame se quebram junto ao pseudocaule. Emconseqüência, ficam pendentes, o que dá àplanta a aparência de um guarda-chuvafechado (Figura 23). É comum constatar-se que as folhas centrais das bananeiraspermanecem eretas mesmo após a mortedas mais velhas. Além disso, pode-se obser-var ainda em plantas infectadas: estrei-tamento do limbo das folhas mais novas,

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Figura 22. Figura 22. Mal-do-Panamá: amare-lecimento progressivo das folhas maisvelhas.

Figura 23. Figura 23. Mal-do-Panamá: quebra dasfolhas formando guarda-chuva fechado.

engrossamento das nervuras e, eventual-mente, necrose do cartucho. No caso espe-cífico das variedades do subgrupoCavendish, têm sido observados sintomas

semelhantes à queimadura de folhas. Aindaexternamente, é possível notar, próximo aosolo, rachaduras do feixe de bainhas, cujaextensão varia com a área afetada no rizoma(Figura 24).

Internamente, através de corte trans-versal ou longitudinal do pseudocaule, ob-serva-se uma descoloração pardo-avermelhada provocada pela presença dopatógeno nos vasos (Figura 25). A vista detopo mostra a presença de pontos descolo-ridos ou uma área periférica das bainhas decoloração amarronzada, com centro semsintomas. A vista longitudinal mostra aslinhas de sintomas que começam na base eestendem-se em direção ao ápice da bainha.Nesse corte também se vê o centro dopseudocaule sem sintomas. Em estádiosmais avançados, os sintomas de descolora-ção vascular podem ser observados tam-bém na nervura principal das folhas.

O corte transversal do rizoma tam-bém revela a presença do patógeno peladescoloração pardo-avermelhada exibida,cuja intensidade é maior na área devascularização densa, onde o estelo se juntaao córtex (Figura 26).

Figura 24. Figura 24. Mal-do-Panamá: rachaduradas bainhas do pseudocaule.

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DANOS E EFEITOSDANOS E EFEITOSECONÔMICOSECONÔMICOS

O mal-do-panamá está entre os pro-blemas fitossanitários mais sérios que afli-gem os produtores de banana no mundo.Seu destaque é cada vez maior, diante dasmudanças radicais já impostas àbananicultura mundial na década de ses-senta e, mais recentemente, pelo apareci-mento de uma nova raça do patógeno cau-sador do mal-do-panamá capaz de atacar asvariedades resistentes do subgrupoCavendish. Isso mostra a necessidade doavanço da pesquisa na busca de novas alter-nativas genéticas ou culturais para o con-trole dessa doença. No caso do Brasil, noentanto, a ocorrência de fusariose em vari-edades resistentes do subgrupo Cavendishnão tem sido caracterizada como raça 4.Porém, há uma grande preocupação nestesentido, porque se sabe das dificuldades aserem enfrentadas para o controle destadoença.

CONTROLECONTROLE

Até o momento, os esforços paracontrolar o mal-do-panamá por via quími-ca, inundação ou práticas culturais não pro-duziram os resultados esperados. As reco-mendações têm-se orientado, por conse-guinte, para o uso de variedades resistentes,cabendo o destaque, sob esse aspecto, àscultivares do subgrupo Cavendish. Essas,entretanto, têm sido afetadas pela raça 4 dopatógeno, embora sua distribuição aindaseja bastante restrita.

Não obstante a resistência apresenta-da pelas variedades citadas e as do subgrupoTerra, ocorrem casos esporádicos de mal-do-panamá, mesmo entre as variedades re-sistentes que, entretanto, não têm sido ca-racterizados, no Brasil, como uma quebrade resistência.

Como medidas preventivas recomen-dam-se as seguintes práticas:

• Evitar as áreas com histórico de inci-dência do mal-do-panamá;

Figura 25. Figura 25. Mal-do-Panamá: descoloração vascularobservada no pseudocaule.

Figura 26. Figura 26. Mal-do-Panamá: descoloração vascularobservada no rizoma.

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• Utilizar mudas comprovadamente sa-dias e livres de nematóides; estes po-derão ser os responsáveis pela quebrada resistência;

• Corrigir o pH do solo, mantendo-opróximo à neutralidade e com níveisótimos de cálcio e magnésio, que sãocondições menos favoráveis aopatógeno;

• Dar preferência a solos com teores maiselevados de matéria orgânica, o queaumenta a concorrência entre as espé-cies, dificultando a ação e a sobrevivên-cia de F. oxysporum cubense no solo;

• Manter as populações de nematóidessob controle, já que eles podem serresponsáveis pela quebra da resistên-cia ou facilitar a penetração dopatógeno, por meio dos ferimentos;

• Manter as plantas bem nutridas, guar-dando sempre uma boa relação entrepotássio, cálcio e magnésio.

Nos bananais já estabelecidos, emque a doença comece a se manifestar,recomenda-se a erradicação das plantasdoentes como medida de controle, paraevitar a propagação do inóculo na área decultivo. Na área erradicada aplicar calcárioou cal hidratada.

DOENÇAS DE FRUTOSDOENÇAS DE FRUTOS

A preocupação com as doenças queocorrem em frutos tem-se restringido mui-to ao tratamento dos frutos após a colheita,para garantir maior tempo de prateleira.Em verdade, a aparência dos frutos e apresença de manchas neles se devem, emgrande parte, ao manejo adotado nas fasesde crescimento vegetativo e de produção. Adepender dos cuidados adotados, os fun-gos manchadores de frutos podem causarsérios prejuízos aos bananicultores. Embo-ra a qualidade da polpa, raramente, sejaafetada, os frutos manchados são descarta-dos devido aos defeitos e ao mau aspectoque apresentam, os quais levam os consu-

midores a rejeitá-los, resultando em baixasvendas e baixos preços.

Vários são os patógenos que atacamos frutos antes ou após à colheita, causan-do-lhes manchas ou podridões.

DOENÇAS DE PRÉ-DOENÇAS DE PRÉ-COLHEITCOLHEITAA

lesão-de-Johnstonlesão-de-Johnston(Pyricularia grisea(Pyricularia grisea))

A doença é causada pelo fungoPyricularia grisea, considerado o mais pode-roso patógeno manchador de frutos, comotambém um colonizador saprofítico co-mum de folhas, ainda que sem causar pro-blemas. Todas as variedades comerciais debanana são suscetíveis, porém o subgrupoCavendish é o mais severamente afetadopor este patógeno.

O sintoma inicial é uma ligeira pontu-ação escura, que se expande rapidamentepara cima e para baixo, ao mesmo tempoque adquire uma coloração parda. Emestádio mais avançado da doença, essa co-loração passa de parda a quase preta, apre-sentando-se envolta por um halo amarelo,com uma depressão na parte central queamiúde se trinca. A doença é, freqüen-stemente, observada em frutos com maisde 60-70 dias. Pode também ocorrer empós-colheita, resultante de infecções laten-tes, recebendo o nome de pitting disease.

Mancha-parda (Mancha-parda (Cercospora hayiCercospora hayi))Em cultivos do hemisfério ocidental,

este é um defeito comum em frutos desen-volvidos durante períodos chuvosos e quen-tes. Sua incidência varia grandemente deum país para outro, sendo porém maior noMéxico, na Guatemala e em Honduras. Écausada por Cercospora hayi, um saprófitacomum, sobre folhas de banana já mortas esobre folhas de plantas daninhas senescentesou mortas. Os esporos dessa espécie tam-bém aparecem sobre manchas de sigatoka ecordana em folhas verdes. Todas as varie-dades de banana são suscetíveis, mas osubgrupo Cavendish parece ser mais sensí-vel que o Gros Michel.

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Os sintomas aparecem como man-chas marrons, surgidas sobre a ráquis, queprogridem atingindo a coroa e os dedos.Variam de páleas a pardo-escuras e apre-sentam margem irregular circundada porum halo de tecido encharcado. Tambémvariam em tamanho, geralmente em tornode 5 mm a 6 mm de comprimento. Asmanchas só aparecem em frutos com idadeigual ou superior a 50 dias. Em contrastecom a pinta de P. grisea, não ocorre aumentoda freqüência ou do tamanho das manchasna maturação.

Mancha-losango (Mancha-losango (Cercospora hayi;Cercospora hayi;Fusarium solani; Fusarium roseumFusarium solani; Fusarium roseum))

Esta mancha de fruto foi primeira-mente descrita, em 1968, como sendo cau-sada por Fusarium roseum, possivelmente emconjunção com outro fungo secundáriocomum sobre casca de banana. Estudosposteriores mostram que o invasor primá-rio é Cercospora hayi, seguido por Fusariumsolani, F. roseum e, possivelmente, outrosfungos. A mancha-losango tem sido a causacomum da perda de frutos em Honduras ena Guatemala desde a expansão do cultivo

das variedades Cavendish. Ela também ocor-re sobre Gros Michel, embora em menorgrau. Ocorrência relativamente severa foitambém observada em plantios de MatoGrosso do Sul.

Os sintomas no início e no final dodesenvolvimento da mancha-losango sãobastante característicos. Entre essas duasfases, entretanto, ela pode ser confundidacom Pitting. O primeiro sintoma é o apare-cimento sobre a casca do fruto verde deuma mancha amarela imprecisa medindo 3mm a 5 mm de diâmetro. Como as célulasinfectadas não se desenvolvem e o tecidosadio em torno da lesão cresce, surge umarachadura circundada por um halo amarelo.Esta aumenta de extensão além do halo e sealarga no centro. O tecido exposto pelarachadura e o halo amarelo tornam-senecróticos, entram em colapso e escure-cem. A mancha aparece então como umalesão em forma de losango, preta, deprimi-da, com 1,0 cm a 3,5 cm de comprimentopor 0,5 cm a 1,5 cm de largura (Figura 27).As manchas pequenas raramente se esten-dem além da casca; já no caso de manchasgrandes, a polpa fica eventualmente expos-

Figura 27. Figura 27. Mancha-losango: lesões em forma de losango preto, deprimindo a casca do fruto.

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ta. As manchas começam a aparecer quan-do os frutos estão aproximando-se doponto de colheita. Um aumento do núme-ro e do tamanho das manchas pode, entre-tanto, ocorrer após a colheita. A mancha-losango só se manifesta em períodos chu-vosos prolongados.

Pinta-de-DeightoniellaPinta-de-Deightoniella(Deightoniella torulosaDeightoniella torulosa)

A pinta não é um defeito grave dacasca da banana, exceto de forma ocasional,após períodos de chuvas que se prolongamalém do normal ou quando os frutos sãocolocados em sacos de polietileno insufici-entemente perfurados. O problema é cau-sado pelo fungo Deightoniella torulosa, que éum habitante freqüente de folhas e floresmortas. Tem sido reportado como umpatógeno fraco de folhas velhas edanificadas, bem como de pontas de frutos.A doença sucede em períodos de chuvasprolongadas.

As pintas tendem a ser severas nasplantações mal conduzidas, em que se dei-

xam grandes quantidades de folhas pendu-radas, ou cuja drenagem é deficiente. Comoa pinta se manifesta quando as bananasestão desenvolvidas e como muitos frutosapresentam incidência tão baixa que suaaparência não chega a ser afetada, estadoença é quase mascarada pela cor amarelados frutos amadurecidos. Todas as varieda-des de banana são afetadas pela pinta.

Os sintomas podem aparecer sobrefrutos em todos os estádios de desenvolvi-mento. Consistem em manchas diminutas,geralmente com menos de 2 mm de diâme-tro, de coloração que vai do marrom-avermelhado ao preto. Um halo verde-escuro circunda cada mancha. As pintasaumentam quando o fruto se acerca doponto de colheita (Figura 28). Os frutosvelhos são mais resistentes à infecção; os de10 a 30 dias de idade são infectados maisprontamente que os de 70 a 100 dias. Aspintas não devem ser confundidas com asmanchas causadas por choque e com asresultantes de oviposição de tripes nas flo-res, as quais podem ser removidas.

Figura 28. Figura 28. Pinta-de-Deighthoniella: inúmeras pequenas lesões sobre o fruto e coroa.

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Ponta-de-charutoPonta-de-charuto((Verticillium theobromae;Verticillium theobromae;Trachysphaera fructigena)Trachysphaera fructigena)

Na literatura são citados vários fungoscomo os causadores da podridão das pon-tas dos frutos, porém os mais consistente-mente isolados das lesões são Verticilliumtheobromae e Trachysphaera fructigena. A ocor-rência da doença em variedades do subgrupoCavendish tem sido associada a períodos dealta umidade. No Brasil, além do subgrupoCavendish, o problema aparece com fre-qüência em variedades do subgrupo Terra.

Os sintomas da ponta-de-charuto ca-racterizam-se por uma necrose preta quecomeça no perianto e atinge a ponta dosfrutos ainda verdes. O tecido necróticocorrugado cobre-se de fungos e faz lembrara cinza da ponta de um cigarro (Figura 29).A podridão se espalha lentamente e, rarasvezes, afeta mais que dois centímetros daponta do fruto.

Controle

As doenças de fruto na fase de pré-colheita apresentam características de so-brevivência e ocorrência que permitem oseu agrupamento com recomendações ge-rais de controle. Tais medidas são relacio-nadas a seguir e visam, basicamente, à redu-ção do potencial de inóculo pela eliminaçãode partes senescentes e redução do contatoentre patógeno e hospedeiro.

• Eliminação de folhas mortas ou emsenescência.

• Eliminação periódica de brácteas, prin-cipalmente, durante o período chuvoso.

• Ensacamento dos cachos com sacode polietileno perfurado, tão logo ocorra aformação dos frutos.

• Implementação de práticas culturaisadequadas, orientadas para a manutençãode boas condições de drenagem e de densi-dade populacional, bem como para o con-trole de plantas daninhas, a fim de evitar umambiente muito úmido na plantação.

• Proteção dos frutos, antes doensacamento, com fungicidas tais comoDithane e Manzate.

DOENÇAS DE PÓSDOENÇAS DE PÓS--COLHEITCOLHEITAA

Podridão-da-coroaPodridão-da-coroa((Fusarium roseum;Fusarium roseum;Verticillium theobromae eVerticillium theobromae eGloeosporium musarum/Gloeosporium musarum/Colletotrichum musae)Colletotrichum musae)

A prática do despencamento, necessá-ria à comercializando dos frutos em pencasou buquês, eliminou o problema da podri-dão-do-engaço, mas apareceu a podridão-da-coroa ou almofada, um problema atémais grave que o anterior, devido à proxi-midade da área afetada com os frutos. Oproblema se desenvolve em conseqüênciados ferimentos provocados pela operação,que facilita a entrada de microrganismoscausadores da decomposição dos tecidos.De modo geral, a podridão se restringe à

Figura 29. Figura 29. Ponta-de-charuto: necrose da ponta dofruto.

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coroa, ainda que, eventualmente, possa es-tender-se ao pedicelo e aos frutos. O pro-blema normalmente resulta da atividadecombinada de vários fungos. Os maisfreqüentemente associados à podridão-da-coroa são: Fusarium roseum (Link) Sny eHans., Verticillium theobromae (Torc.) Hughese Gloeosporium musarum Cooke e Massel(Colletotrichum musae Berk e Curt.). Umasérie de outros fungos também têm sidoisolados, porém, com menor freqüência.

Os sintomas se manifestam peloescurecimento dos tecidos da coroa, sobrea qual pode-se desenvolver um micéliobranco-acinzentado (Figura 30). A ocor-rência da podridão-da-coroa é uma anoma-lia capaz de causar sérios prejuízos na fasede comercialização da banana, razão pelaqual exige cuidados especiais, iclusive comadoção, do controle químico. Caso contrá-rio, as chances de que a doença possa seinstalar durante as fases de transporte ecomercialização são muito grandes.

apressório e penetram neles. Não há, entre-tanto, o desenvolvimento de sintomas emfrutos verdes. Ocorrida a penetração, ainfecção permanece quiescente até que ofruto entre em maturação. Duas formasdistintas da doença são observadas: aantracnose de frutos maduros, originária deinfecção latente da casca verde e que per-manece dormente até o início da maturação;e a antracnose não latente, produzida pelainvasão do patógeno em ferimentos ocorri-dos sobre frutos verdes em trânsito. Comos modernos sistemas de embalagem e otransporte em caminhões ou navios frigorí-ficos, os frutos estão agora menos sujeitosàs injúrias. As variedades Cavendish sãomais suscetíveis à antracnose de ferimentode frutos verdes do que a Gros Michel. Porsua vez, os frutos maduros são mais susce-tíveis que os verdes.

Os sintomas caracterizam-se pela for-mação de lesões escuras deprimidas. Estas,sob condições de alta umidade, cobrem-sede frutificação rosada, que são acérvulos deColletotrichum. As lesões aumentam de tama-nho com a maturação do fruto e podemcoalescer, formando grandes áreasnecróticas deprimidas (Figura 31). Geral-mente, a polpa não é afetada, exceto quan-

Figura 30. Figura 30. Podridão-da-coroa: necrosedos tecidos da coroa com aparecimentode sinais do fungo.

Antracnose (Antracnose (Colletotrichum musaeColletotrichum musae))

As lesões de antracnose em frutos debanana representam o mais grave problemana pós-colheita desta fruta. Embora semanifeste durante esse período, o proble-ma tem início no campo, ocasião em que osesporos dispersos no ar são depositadossobre os frutos, germinam, formam

Figura 31. Figura 31. Antracnose: necrose preta e deprimida dacasca, mostrando frutificação rosada do fungo.

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do exposta a altas temperaturas, ou quan-do os frutos se encontram em adiantadoestágio de maturação. Os frutos atacadospela antracnose amadurecem mais depres-sa que os sadios.

CONTROLECONTROLE

O controle deve começar no campo,com boas práticas culturais, conforme re-comendado para o controle de patógenosde frutos na pré-colheita. Na fase de colhei-ta e pós-colheita todos os cuidados devemser tomados para evitar ferimentos nosfrutos, que são a principal via de penetraçãodos patógenos. Além disso, é importante acalibragem dos frutos, uma vez que os demaior calibre favorecem o aparecimento dadoença durante o transporte.

As práticas em pós-colheita dedespencamento, lavagem e embalagem de-vem envolver o manuseio extremamentecuidadoso dos frutos e medidas rigorosasde assepsia. A par desses cuidados, o últi-mo passo é o controle químico que pode serfeito por imersão ou por atomização dosfrutos. Os seguintes princípios ativos têmsido utilizados a nível mundial:Thiabendazol (Tecto 60, TBZ, Mertect,Termazol); Benomyl (Benlate); Tiofanatometílico (Cercobin M-70, Cycosin, TopsinM). As dosagens recomendadas variam de200 ppm a 400 ppm do ingrediente ativo,dependendo da distância do mercado con-sumidor. Vale salientar ainda que essa reco-mendação é válida também para o controleda podridão-da-coroa.

Nem todos esses produtos, no entan-to, estão registrados na Secretaria de Defe-sa Sanitária Vegetal do Ministério da Agri-cultura e do Abastecimento, para uso notratamento de frutos. Além disso, aqueleprodutor que desejar exportar sua produ-ção deve estar atento para as exigências dopaís importador, que, muitas vezes, temuma legislação própria sobre o assunto sóaceitando frutos tratados com determina-dos produtos.

OUTRAS DOENÇASOUTRAS DOENÇASFÚNGICASFÚNGICAS

As doenças fúngicas mais graves dabananeira são a sigatoka-amarela, a sigatoka-negra e o mal-do-panamá, mas uma série deoutras, principalmente manchas foliares,de importância secundária, são encontra-das nas plantações. Elas serão abordadas deforma resumida a seguir.

Mancha-de-CordanaMancha-de-Cordana((CCordana musaeordana musae ) )

É uma lesão considerada secundáriaem banana, pois as medidas de controleaplicadas à sigatoka também servem paracontrolar esta doença. É causada pelo fun-go Cordana musae Zimm., freqüentementeassociado às manchas de sigatoka nas vari-edades suscetíveis a essa doença. Entretan-to, esse fungo pode também penetrar otecido sadio, embora encontre maior difi-culdade devido à formação de barreiras. Aprodução de conídios ocorre, abundante-mente, na face inferior da lesão em noitescom formação de orvalho ou durante perí-odos chuvosos. Por volta das sete horas damanhã ocorre o pico de concentração deconídios no ar, obedecendo a uma periodi-cidade diurna regular. O parasitismo destaespécie, quando associado às lesões deSigatoka, provoca aumento no seu tama-nho, formando zonas concêntricas, circun-dadas por um halo amarelo (Figura 32).Podem ocorrer também sintomas nos bor-dos foliares, causando necrose do tecidoformando ziguezague irregular, com umabanda amarela separando o tecido sadio dodoente. Em coleções de germoplasma,observa-se que os genótipos com maiorparticipação da espécie Musa balbisiana apre-sentam, proporcionalmente, mais lesõesde Cordana. A literatura cita os plátanosAAB como muito mais extensivamenteafetados.

Mancha-de-CloridiumMancha-de-Cloridium((CCloridium musaeloridium musae))

É uma mancha foliar bastante comumem bananais crescendo em ambiente tropi-

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cal de muito calor e umidade. Entretanto,não causa danos ao crescimento e à produ-ção das plantas. É causada pelo fungoCloridium musae Stahel, que produz conídiossomente na face inferior da folha, ocorren-do com maior freqüência em ambientescom muita umidade, em condições de som-bra de árvores e margens úmidas de flores-tas. Em meio de cultura, cresce prontamen-te sobre um grande número de substratos,produz colônias cinza-escuras e esporulafacilmente sobre meio de batata-dextrose-ágar (BDA). Os sintomas caracterizam-sepelo aparecimento de diminutas lesões den-samente agrupadas, formando manchasmarrom-escuras, as quais ocupam uma con-siderável área da folha (Figura 33).

MANCHA-DE-DEIGHTONIELLAMANCHA-DE-DEIGHTONIELLA((Deightoniella torulosa =Deightoniella torulosa =Helminthosporium torulosumHelminthosporium torulosum))

O fungo causador desta doença,Deightoniella torulosa, é um saprófita colo-nizador de folhas secas da bananeira e umfraco parasita sobre folhas velhas, especial-mente onde estão ocorrendo senescência,injúria, pobres condições de crescimento e

alta umidade. Quando boas práticas cultu-rais e o controle da sigatoka são aplicados,as manchas de Deightoniella são raras. Elasaparecem, principalmente, ao longo dosbordos do limbo foliar e sobre as folhasmais velhas e inferiores. É comum, ainda, asua ocorrência sobre a nervura principaldas folhas mais velhas da planta. Há infor-mações de que a ocorrência desse patógenona bananeira está associada com sintomasde deficiência de manganês na planta. Osprimeiros sintomas aparecem como peque-nas lesões necróticas pretas com 1 mm a 2mm de diâmetro (Figura 34). As manchaspodem aumentar em tamanho, tornando-se ovais, com dois ou mais centímetros emdiâmetro, e bordos pretos.

LESÕES-DE-PHYLLOSTICTINALESÕES-DE-PHYLLOSTICTINA((Phyllostictina musarumPhyllostictina musarum))

São pequenas lesões que podem serobservadas sobre folhas e frutos verdes,causadas pelo fungo Phyllostictina musarum(Macrophoma musae, Phoma musae), facilmen-te identificado pela formação de picnídiospretos sobre as lesões. Os sintomas apare-cem nas folhas como pequenas lesões mar-

Figura 32. Figura 32. Mancha-de-Cordana: lesões com halo amarelo semelhante às deSigatoka.

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Figura 33. Figura 33. Mancha-de-Cloridium: lesões agrupadas, formando manchas marrom-escuras.

Figura 34. Figura 34. Mancha-de-Deightoniella: lesões necróticasdistribuidas pelo limbo e nervura principal.

rons a pretas, estendendo do meio para asmargens de folhas senescentes. Cada man-cha tem cerca de 1 mm de diâmetro combordos indefinidos. Na superfície da man-cha tem-se a sensação de aspereza devidoao grande número de picnídios pretos so-bre ela. Algumas vezes, estes se agregam,formando círculos, surgindo manchas pre-tas de 4 mm de diâmetro, circundadas porum halo verde-amarelo, Podendo ocorrero coalescimento das lesões, formando gran-des áreas escurecidas.

Ocorre, principalmente, sobre varie-dades do subgrupo Cavendish na Ásia eOceania. Em Taiwan, este patógeno tor-nou-se tão importante quanto aMycosphaerella fijiensis. O controle pode serfeito com os mesmos produtos utilizadosno controle da sigatoka-negra, exceto osbenzimidazóis.

Podem ser encontradas ainda sobre asfolhas da bananeira várias outras manchas,dentre as quais destacam-se: mancha foliarde Mycosphaerella, causada por Mycosphaerellamusae; mancha foliar de Periconiella, causadapor Periconiella musae, uma espécie fúngica

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muito similar à Cloridium musae; e a manchade Cladosporium, causada por Cladosporiummusae. São normalmente lesões escuras apretas, muito pequenas, que ocorrem emgeral sobre folhas velhas, sem causar danoseconômicos importantes na maioria dasregiões produtoras do mundo.

DOENÇAS BADOENÇAS BACTERIANASCTERIANAS

As doenças bacterianas na bananeiraconstituem um grupo menos numeroso deque as fúngicas e, numa escala de importân-cia, pode-se afirmar que apresentam me-nor significado econômico, apesar dos da-nos que uma doença como o moko podecausar em uma plantação. Assim como osfungos, as bactérias podem afetar todas aspartes da planta, causando severos danos.Neste item, serão abordadas em maioresdetalhes o moko e a podridão-mole, por setratar de problemas mais graves para acultura, fazendo-se referências rápidas so-bre outras bacterioses conhecidas.

MOKMOKOO((Ralstonia solanacearumRalstonia solanacearum, raça 2), raça 2)

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

Existem informações de que a do-ença surgiu na Guiana por volta de 1840 e,posteriormente, causou problemas em plan-tios de Trinidad e Tobago. À exceção dasFilipinas, a doença está restrita ao hemisfé-rio ocidental, abrangendo o México, aAmérica Central, a Colômbia, o Peru, oSuriname, o Brasil, entre outros países. Nascondições brasileiras, a doença está presen-te em todos os estados da região Norte,com exceção do Acre. Surgiu também noestado de Sergipe, em 1987, onde vemsendo mantida sob controle, medianteerradicação dos focos.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

A doença é causada pela bactériaRalstonia solanacearum Smith (Pseudomonassolanacearum), raça 2. Além dessa raça, abactéria causadora da murcha ou moko dabananeira, apresenta outras duas:

Raça 1: afeta solanáceas e outras plantas;

Raça 3: afeta solanáceas.

Segundo informações disponíveis, nasFilipinas a raça 1 causa murcha leve embananeira, embora aparentemente apenasplantas que crescem sob condições desfa-voráveis sejam afetadas.

As três raças de R. solanacearum podemser diferenciadas pela reação em folhas defumo (Nicotiana tabacum) infiltradas comsuspensão bacteriana. A raça 1 não produzsintomas visíveis após 24 horas, mas causamurcha e necrose após oito dias; a raça 2causa reação de hipersensibilidade; a raça 3provoca, apenas, descoloração amarela daárea infiltrada, 48 horas após a inoculação.

A raça 2 apresenta linhagens com ca-racterísticas patogênicas e epidemiológicasdiferentes, das quais pelo menos estas cincosão reconhecidas na bananeira:

• Linhagens D ou distorção - Origi-nária de Heliconia selvagem, provoca subde-senvolvimento e distorção de plantas jo-vens. Tem baixa virulência sobre bananei-ras e baixa capacidade tanto de invadirbrácteas florais como de sobreviver no solo(menos de seis meses). Em meio detetrazólio, forma colônias irregulares, bran-cas e fluidas.

• Linhagem B ou banana - Provavel-mente originária da linhagem D por muta-ção, é altamente virulenta sobre a bananei-ra. Apresenta pouca ou nenhum exsudaçãode pus bacteriano pelas brácteas florais,sendo moderada a sua capacidade de inva-di-las. Sobrevive no solo por 12 a 18 mesese é indistinguível da linhagem D em meiode cultura.

• Linhagem SFR, de small, fluidal, round(colônias pequenas, fluidas e redondas) -Originária de B ou D, é altamente virulentasobre a bananeira. Possui alta capacidadeinvasora de brácteas florais, sobre as quaisforma abundante exsudação de pusbacteriano. Sua sobrevivência no solo é detrês a seis meses.

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• Linhagem H - É provavelmentemutante da linhagem B, afeta a variedadeBluggoe, mas não as bananeiras comerciais.

• Linhagem A ou Amazônica - Pro-posta para essa região, sendo posterior-mente identificada em material no tipo Pra-ta oriundo do Amapá.

A permanência da bactéria em áreasonde a doença tenha sido constatada nãoestá condicionada apenas à sua capacidadede sobrevivência no solo; também dependeda presença de plantas invasoras hospedei-ras, grande parte das quais já foi identificada.

A transmissão e a disseminação dadoença pode ocorrer de diferentes formas,dentre as quais se destaca o uso de ferra-mentas infectadas nas várias operações quefazem parte do trato dos pomares, bemcomo a contaminação de raiz para raiz ou dosolo para a raiz, principalmente no caso dalinhagem B, cujo período de sobrevivênciano solo é bem mais longo (12 a 18 meses) queo da linhagem SFR (até seis meses).

Outro veículo importante de trans-missão, sobretudo do ponto de vistaepidemiológico, são os insetos visitadoresde inflorescências, tais como as abelhas(Trigona spp.), vespas (Polybia spp.), mosca-das-frutas (Drosphyla spp.) e muitos outrosgêneros. A transmissão via insetos é maiscomum no caso da linhagem SFR do queno da B, uma vez que esta última raramen-te flui de botões florais infectados.Exsudações provocadas pelo corte debrotações novas, pseudocaule e coraçãode plantas infectadas podem constituiruma importante fonte de inóculo para adisseminação por meio dos insetos.

Os sintomas do moko se apresentamtanto nas plantas jovens como nas adultas epodem confundir-se com os do mal-do-panamá. Existem, porém, diferençasmarcantes no que respeita aos sintomasdessas duas doenças, percebidas nasbrotações, na parte interna do pseudocaule,assim como nos frutos e no engaço dasplantas doentes.

Nas plantas jovens e em rápido pro-cesso de crescimento, uma das três folhasmais novas adquire coloração verde-pálidaou amarela e se quebra próximo à junção dolimbo com o pecíolo. No espaço de poucosdias a uma semana muitas folhas se que-bram (Figura 35). O sintoma mais caracte-rístico do moko, entretanto, se manifestanas brotações novas que foram cortadas evoltaram a crescer. Estas escurecem,atrofiam e podem apresentar distorções.As folhas, quando afetadas, podemamarelecer ou necrosar.

Figura 35. Figura 35. Moko: quebra do pecíolodas folhas mais novas da planta.

A descoloração vascular do pseudocauleé mais intensa no centro (Figura 36) e émenos aparente na região periférica, aocontrário do que ocorre na planta atacadapelo mal-do-panamá, na qual a descolora-ção vascular apresenta maior diâmetro eestá concentrada mais perifericamente.

Nos frutos das plantas atacadas pelomoko, os sintomas jamais presentes nomal-do-panamá são muito característicos.Internamente, os frutos apresentam po-dridão seca, firme, de coloração parda(Figura 37). A presença de frutos amarelosem cachos verdes normalmente indica aincidência de moko.

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Figura 36. Figura 36. Moko: intensa descoloração vascular dos tecidos centrais do pseudocaule.

Figura 37. Figura 37. Moko: podridão seca, de coloração parda na polpa dos frutos.

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Para um teste rápido, destinado a de-tectar a presença da bactéria nos tecidos daplanta, utiliza-se um copo transparente comágua até dois terços de sua altura, em cujaparede se adere uma fatia delgada da parteafetada (pseudocaule ou engaço), cortadano sentido longitudinal, fazendo-a pene-trar ligeiramente na água. Dentro de apro-ximadamente um minuto ocorrerá a desci-da do fluxo bacteriano, tal como mostra aFigura 38.

• Nas plantas adultas, na fase de de-senvolvimento final do cacho ou durante acolheita, pode-se observar o desenvolvi-mento anormal dos filhos, caracterizadopela distorção ou desembainhamento emorte destes.

DANOS E EFEITOSDANOS E EFEITOSECONÔMICOSECONÔMICOS

O moko ou murcha-bacteriana-da-bananeira, constitui permanente ameaça aoscultivos dessa planta. Apesar de incluir-seno rol das principais doenças da bananeirano hemisfério ocidental, provoca maioresperdas entre as culturas de plátanos do quenos cultivos comerciais. A distribuição domoko é restrita, pois não obstante a presen-ça de seu agente em muitas áreas produto-ras de banana no mundo, as linhagens queatacam essa cultura só incidem no hemisfé-rio ocidental e nas Filipinas. A confirmaçãooficial no Brasil ocorreu em 1976, no entãoTerritório Federal do Amapá. Por váriosanos, o Ministério da Agricultura e do Abas-tecimento manteve um programa deerradicação da doença na região Norte, sen-do posteriormente abandonado. Sua ocor-rência em Sergipe, em 1987, levou a DefesaSanitária Vegetal a fazer novas erradicaçõesnesse Estado e os focos foram controlados.

Algumas características da doença,como disseminação por insetos, morte rá-pida das plantas afetadas, ausência de vari-edades resistentes, deixam sempre os pro-dutores em alerta, devido aos riscos deperda que normalmente acompanham oscasos de ocorrência do moko nas planta-ções de banana.

CONTROLECONTROLE

Os pontos principais do controle domoko são a detecção da doença e a rápidadestruição tanto das plantas infectadas comodas que lhes são adjacentes, as quais, embo-ra aparentemente sadias, podem ter contra-ído a doença. Para tanto, é indispensávelque um esquema de inspeção dos plantiosseja cumprido por pessoas bem treinadas erepetido a intervalos regulares de 2 a 4

Os sintomas mencionados a seguirforam observados em bananais da regiãoNorte:

• Murcha da última bráctea do coração,a qual cai sem se enrolar. Neste estádio aráquis já mostra os sintomas da doença, quan-do cortada, porém os frutos são normais.

• Seca do coração e da ráquis. Nesteestádio os frutos já podem apresentar sinto-mas típicos, como os descritos anterior-mente.

• Nas plantas jovens, uma ou maisfolhas, a partir geralmente do ápice, sedobram no pecíolo ou na nervura principal,mesmo antes de amarelecerem.

Figura 38. Figura 38. Moko: teste do copo, mostrando o fluxobacteriano a partir dos vasos infectados.

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semanas, dependendo do grau de incidên-cia da doença. Constatada a infecção numaplanta, esta deve ser imediatamente elimi-nada, devendo-se proceder à observaçãodas plantas vizinhas a fim de aferir a neces-sidade de também eliminá-las.

A erradicação é feita mediante a apli-cação de herbicida como o glifosato a 50%,injetado no pseudocaule ou introduzidopor meio de palitos embebidos nessa sus-pensão. O produto deve ser aplicado emtodas as brotações existentes na touceira(3 ml a 30 ml por planta, dependendo daaltura desta).

É importante que a área erradicadapermaneça limpa durante o pousio. Estedeve ter a duração de 12 meses, no caso dalinhagem B, e de seis meses, no da SFR.Findo esse período, pode-se retomar ocultivo de bananeira no local. Em planta-ções abandonadas devido ao moko, todasas espécies de Musa e Heliconia devem serdestruídas e a área alqueivada por 12 meses.Nas áreas virgens onde houver infestaçãode espécies de Heliconia, estas deverão serdestruídas com herbicidas, mantendo-se aárea em pousio durante 12 meses.

Outras medidas importantes para ocontrole do moko:

• Desinfecção das ferramentas usa-das nas operações de desbaste, corte dopseudocaule e colheita. Para tanto, proce-de-se à imersão desse material em soluçãode formaldeído 1:3, após seu uso em cadaplanta.

• Eliminação do coração assim que aspencas tiverem emergido em variedadescom brácteas caducas. Esta prática visa aimpedir a transmissão pelos insetos. A re-moção deve ser feita quebrando-se a parteda ráquis com a mão.

• Plantio de mudas comprovada-mente sadias.

• Na medida do possível, o uso deherbicidas deve substituir as capinas manu-ais ou mecânicas.

Até o momento não se tem nenhumaalternativa genética para o controle do moko.

PODRIDÃOPODRIDÃO-MOLE-MOLE((Erwinia sppErwinia spp.).)

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

Foi descrita em Honduras, em 1949,como uma destrutiva doença sobre planta-ções de banana Gros Michel. Na ocasiãoforam noticiados também severos ataquesno Panamá, na Costa Rica e na Guatemala.A literatura internacional, entretanto, nãodá destaque à doença, sinal de que ela temimportância secundária. Observa-se, po-rém, que o número de casos tem aumenta-do gradativamente no Brasil nos últimosanos. Tem sido constada na região Nortedo país, no perímetro irrigado governadorNilo Coelho, no submédio São Francisco, eno perímetro irrigado do Jaíba, norte deMinas Gerais em áreas irrigadas de Barrei-ras na Bahia. O problema pode ser observa-do em todas as regiões produtoras, masaparece com maior freqüência nas áreasirrigadas, provavelmente por deficiência nomanejo da irrigação, que tem possibilitadoo excesso de umidade em pontos localiza-dos dentro da plantação.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

A podridão-mole descrita emHonduras foi atribuída à bactéria Erwiniamusa, relacionada com a espécie E. carotovora.É uma bactéria móvel, gram-negativa, queforma colônias branco-acinzentadas, sembrilho, sobre meio nutriente-ágar. Acredi-ta-se que a bactéria perde rapidamente suapatogenicidade em cultura. Os casosregistrados no Brasil referem-se à E.carotovora subsp. carotovora.

As observações indicam que a doençainicia-se no rizoma, progredindo posterior-mente para o pseudocaule. Os sintomascaracterizam-se pelo apodrecimento dorizoma (Figura 39), evoluindo da base parao ápice. Ao se cortar o rizoma oupseudocaule de uma planta afetada, podeocorrer a liberação de grande quantidade de

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material líquido fétido, daí o nome podri-dão aquosa. Na parte aérea, os sintomaspodem ser confundidos com aqueles domoko ou mal-do-panamá. A planta nor-malmente expressa sintomas de amare-lecimento e murcha das folhas (Figura 40),podendo ocorrer a quebra da folha no meiodo limbo ou junto ao pseudocaule. Os sinto-mas são mais típicos em plantas adultas, mastendem a ocorrer com maior severidade emplantios jovens estabelecidos em solos infes-tados, devido à presença de ferimentos gera-dos pela limpeza das mudas.

DANOS E EFEITOS ECONÔMICOSDANOS E EFEITOS ECONÔMICOS

Apesar da ocorrência relativamentecomum da podridão-mole em bananeira,em nenhum dos casos o problema tevecaráter de epidemia, embora nas áreasirrigadas represente um perigo potencial,exigindo maior controle da umidade do

solo. Os danos causados não têm sidomensurados, mas com certeza não têmparticipação economicamente importante,dentro do custo de produção da cultura.

CONTROLECONTROLE

As medidas gerais de controle que sãorecomendadas não incluem intervenções comagrotóxicos, mas sim algumas práticas quemantenham as condições menos favoráveisao desenvolvimento da bactéria, tais como:

• manejar corretamente a irrigação,evitando o excesso de umidade no solo;

• eliminar plantas doentes ou suspei-tas, realizando-se vistorias periódicas daárea plantada;

• utilizar, em lugares com histórico deocorrência de doenças, mudas já enraizadas,para prevenir infecções precoces, que ten-dem a ocorrer via ferimentos provocadosdurante a limpeza das mudas (descorti-camento);

• utilizar práticas culturais que pro-movam a melhoria da estrutura e aeraçãodo solo.

Figura 39. Figura 39. Podridão-mole: apodreci-mento total do rizoma.

Figura 40. Figura 40. Podridão-mole: amare-lecimento e murcha das folhas.

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OUTRAS DOENÇAS BACTERIANASOUTRAS DOENÇAS BACTERIANASA literatura cita a ocorrência de outras

bacterioses na bananeira, tais como:

Podridão da ponta do frutoFoi descrita em Honduras com o nome

de mokillo, devido à semelhança com frutosinfectados por Pseudomonas solanacearum.Acredita-se que a causa principal seja umabactéria do gênero Pseudomonas (Ralstonia)que foi consistentemente isolada da lesão.Ocorre alteração da forma do fruto, que,freqüentemente, torna-se mais estreito naponta e menor do que os outros dedos.Internamente, pode-se observar descolora-

ção na ponta do dedo, que avança por todaa polpa.

Podridão-mole de frutos verdes

A infecção inicia no perianto de frutosjovens, penetra na polpa gradualmente,avançando para o final. Os frutos afetadospodem ou não amadurecer prematuramen-te e exibir uma área preta na casca. A polpatende a deprimir-se, mas a podridão variade uma simples descoloração amarela auma liquefação escurecida do tecido. Doistipos de bactérias predominaram entre osmateriais doentes, não sendo, entretanto,confirmado o agente causal primário.

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

A bananeira é uma das fruteiras emque os danos às raízes são bastante eviden-ciados por ataques de fitonematóides. Osmais prejudiciais estão envolvidos na des-truição das raízes primárias e do sistema deapoio da planta, resultando na diminuiçãoda eficiência de absorção de água e nutrien-tes pelas raízes e no acamamento de plantasà medida que os cachos se aproximam dacolheita. Danos nas raízes e nos rizomas,causados pela invasão de nematóides segui-dos por certos fungos e bactérias, são osmais sérios problemas nas variedades dosubgrupo Cavendish depois da sigatoka-negra. Na 0cultura da banana são relatadas146 espécies de nematóides parasitas ouassociadas ao cultivo, distribuídas em 43gêneros (Gowen & Quénéhervé, 1990),dos quais 28 já foram relatados em territó-rio nacional. Entre as espécies, Radopholussimilis, Pratylenchus coffeae e Meloidogyne spp.destacam-se pelos danos causados e pelaampla distribuição nas principais regiõesprodutoras de banana do mundo. No Bra-sil, diversas espécies têm sido identificadasem associação às raízes e ao solo da rizosferade bananeiras, entretanto, apenas R. similisé tida como de maior importância econô-mica, embora outras como Meloidogynejavanica e M. incognita, Helicotylenchusmulticinctus, Pratylenchus coffeae e Rotylenchulusreniformis também ocorram, causando da-nos expressivos na cultura (Ferraz, 1995;Costa et al., 1997; Gonzaga, 1997). Aespécie H. multicinctus é encontrada comfreqüência em infestações mistas com R.similis e/ou Meloidogyne spp., porém poucose sabe a respeito da extensão dos danoscausados por H. multicinctus. A ocorrênciade Pratylenchus coffeae em áreas de produçãonacional de banana é esporádica.

5DOENÇASCAUSADAS PORNEMATÓIDES

Dilson da Cunha Costa

NEMANEMATÓIDE CATÓIDE CAVERNÍCOLAVERNÍCOLA((Radopholus similis, Radopholus similis, raça raçabananeira)bananeira)

OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃOOCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO

Apesar de o primeiro relato oficial tersido realizado por Carvalho, em 1959, noVale do Ribeira, estado de São Paulo, éimpossível precisar a época de sua introdu-ção no Brasil, havendo indicações de suapresença em bananais infestados nessa re-gião, pelo menos desde a década de 40. Noestado de São Paulo, encontra-se dissemi-nado no litoral paulista, causando maioresdanos no chamado litoral sul, onde se situaa região do Vale do Ribeira. Muitos bana-nais localizados nos municípios de Regis-tro, Cajati, Jacupiranga, Eldorado Paulista,Juquiá, Miracatu, Pedro de Toledo, Itariri,Pariquera-Açu, Iguape, Peruíbe e Itanhaém,entre outros, encontram-se infestados.Assim, também, no interior paulista, naregião chamada de Planalto, embora exis-tindo uma portaria legal do Instituto Bioló-gico de São Paulo, que proibia o trânsito demudas de banana do litoral para o planaltopaulista e para outras regiões do país, a suadisseminação infelizmente não pode serevitada, por meio do comércio de mudascontaminadas. Zem & Lordello,1983, re-forçam tal hipótese, ao listarem os estadosonde R. similis foi verificado parasitando abananeira (Bahia, Ceará, Espírito Santo,Goiás, Distrito Federal, Maranhão, MatoGrosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Riode Janeiro.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

Esta espécie é vulgarmente chamadade nematóide cavernícola, designação quese deve ao sintoma por ela causado no

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córtex das raízes e rizomas de bananeirasem virtude da ação do endoparasitismomigratório. A espécie R. similis apresenta-severmiforme tanto no estágio juvenil comono adulto. O ciclo de vida deste nematóidetem duração de três a quatro semanas. Dosovos eclodem juvenis no segundo estádio(J2) que crescem e passam por três ecdisessubseqüentes, originando os adultos ma-chos e fêmeas. É marcante o dimorfismosexual nessa espécie. O macho apresenta oaparelho digestivo degenerado e não é con-siderado parasita. As fêmeas são providasde forte estilete e esôfago completo. Areprodução se dá por anfimixia, podendoocorrer, excepcionalmente, partenogênese.

Os danos causados nas raízes e norizoma (Figuras 41 e 42 ) são atribuídos àsjuvenis (J2, J3 e J4) e às fêmeas de R. similisque se alimentam do citoplasma e, às vezes,do núcleo das células corticais. Estas, porsua vez, tornam-se necrosadas pelo fato deterem suas paredes danificadas e seu con-teúdo exaurido, problema que é agravado

pelo movimento contínuo do nematóideno tecido cuja conseqüência é a formaçãode extensas áreas necróticas de coloraçãoavermelhada (Figura 43). Quando ocorrealta infestação, a espécie R. similis provocarachaduras ao longo das raízes, facilitandoa penetração de patógenos secundários (fun-gos e bactérias), assim como do agentecausal do mal-do-panamá, Fusariumoxysporum f. sp. cubense (Figura 44).

Em conseqüência do ataque de R.similis, as raízes tornam-se necrosadas, re-duzindo a sua capacidade de absorção esustentação. São freqüentes os casos detombamento de plantas pela ação do ventoou pelo peso do próprio cacho (Fig. 45). Asperdas provocadas por esse nematóide po-dem chegar a 100% entre as bananeiras dosubgrupo Cavendish.

A dispersão do nematóide cavernícolase processa principalmente por meio dematerial propagativo. Outras formas dedisseminação são os implementos agrícolascontaminados, o trânsito de trabalhadores

Figura 41.Figura 41. Raízes de bananeira necrosadas por ataque de Radopholus similis.

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Figura 43.Figura 43. Corte longitudinal da raiz: necroses marrom avermelhada sintoma dainfecção por Radopholus similis.

Figura 42.Figura 42. Danos no rizoma: Necroses escuras causadas por Radopholus similis.

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regiões do país onde ocorreu a expansão dacultura. R. similis tem sido encontrado pra-ticamente em todas as áreas cultivadas combananeiras Cavendish, causando severosdanos, especialmente em solos arenosos,onde as perdas em produção atingiram até100%. Na região produtora do norte deMinas Gerais que, na década de 1990 surgiucomo grande pólo de desenvolvimento debananicultura irrigada, a produção de espé-cies do subgrupo Cavendish foi inviabilizadaem poucos anos. As lavouras foram, inici-almente, estabelecidas com materialpropagativo contaminado de procedênciado Vale do Ribeira (SP). Os solos arenosos,associados às altas temperaturas predomi-nantes na região, provavelmente favorece-ram a rápida multiplicação do nematóide.Atualmente, predomina naquela região amonocultura de Prata-anã, que mostrou-setolerante ao nematóide e substituiu rapida-mente as cultivares do subgrupo Cavendish.Entretanto, em poucos anos, a maioria dosbananais dessa cultivar localizados na re-gião encontra com níveis altos de infestação,sendo necessária, em alguns casos, a elimi-nação completa dos mesmos. A altainfestação do nematóide na região podeestar associada a áreas severamente ataca-das pelo mal-do-panamá (Fusarium

Tabela 9.Tabela 9. Perdas causadas por R. similisna cultura da banana (Musa spp.).

Figura 44.Figura 44. Rachaduras nas raízes: infecção severa por Radopholus similis e patógenosoportunistas.

e animais, o escoamento de água em áreasde declive e as águas de rega. Embora maisrestrito do que o da raça citros, o círculo dehospedeiros da raça banana pode atingirplantas de diversas famílias botânicas.

DANOS E EFEITOS ECONÔMICOSDANOS E EFEITOS ECONÔMICOS

Algumas estimativas dos efeitos de R.similis na produção de banana em algunspaíses são listadas na Tabela 9. O nematóidecavernícola, no momento com ampla disse-minação no Brasil, tem causado bastanteprejuízos, não somente nos estados de SãoPaulo e Rio de Janeiro, como nas demais

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Local Perdas doRendimento

África 20 a 80%

Brasil 80 a 100%

Colômbia 30 a 60%

Costa Rica 6,2%/ha/ano

Filipinas 60%

México 50 a 58%

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oxysporum f. sp. cubense), o que não é relata-do em outras regiões produtoras dessa cul-tivar. Com a migração da bananiculturabrasileira dos estados de São Paulo e SantaCatarina, para a região Nordeste, sobretu-do para os projetos de irrigação implanta-dos pelo governo ao longo do Vale do RioSão Francisco, essa espécie de nematóidetem encontrado condições de solo e climafavoráveis para a sua multiplicação. Naregião de Petrolina, vários bananais dePacovan, com poucos anos de estabeleci-dos, apresentam-se com altos níveis deinfestação e baixa produtividade, sendonecessárias aplicações de nematicidas dealto custo para garantir cachos com frutosde boa qualidade.

NEMANEMATÓIDESTÓIDES-D-DASAS--GALHASGALHAS((MeloidogyneMeloidogyne spp.) spp.)

OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃOOCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO

Os nematóides formadores de galhas,principalmente as espécies Meloidogynearenaria, M. hapla, M. incognita e M. javanica,ocorrem em todas as regiões onde se culti-vam bananeiras. Dentre as espécies deMeloidogyne relatadas em associação às raízesde bananeiras, em diferentes partes domundo, até o momento, apenas M. incognitae M. javanica são as de maior ocorrência emais amplamente distribuídas.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

As espécies do gênero Meloidogyne ca-racterizam-se por acentuado dimorfismosexual; a fêmea apresenta o corpo globoso,periforme ou em forma de saco, e imóvel;o macho tem corpo vermiforme e é inativo.

A penetração nas raízes ocorre noestádio juvenil vermiforme (J2), pela regiãomeristemática da raiz; em seguida migra atéa zona de maturação, onde estabelece umlocal de alimentação na região vascular,tornando-se sedentária. Passa por trêsecdises até atingir a fase adulta, quandoadquire corpo globoso. Deposita seus ovosno exterior da raiz (Figuras 45). Os ovosque a fêmea lança para o exterior permane-

F igura 45.F igura 45. Fêmea adulta deMeloidogyne javanica ovopositando noexterior da raiz.

Figura 46.Figura 46. Raízes de muda de bananeiracom galhas causadas por Meloidogynejavanica.

cem unidos por meio de uma matriz gelati-nosa secretada pela própria fêmea durantea oviposição. O sintoma característico doataque desse nematóide é o engrossamentolocalizado nas radicelas e raízes denomina-do de galhas (Figura 46). O desenvolvimen-to das galhas radiculares se dá pela hipertrofiae hiperplasia de células do parênquima

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vascular da raiz. As células hipertróficasmultinucleadas são chamadas de célulasgigantes; funcionam como verdadeiros ar-mazéns no suprimento alimentar dosnematóides sedentários.

Quando a infestação é severa, o sistemaradicular apodrece facilmente (Figura 47) eas plantas não absorvem água e nutriente dosolo de forma adequada, reduzindo o seutempo de vida; crescem menos, mostran-do-se amareladas, com menor produção efrutos pequenos. A disseminação dessesnematóides por seus próprios meios é mui-to pequena, sendo facilitada por meio demudas infectadas destinadas ao plantio, pelosolo aderido às ferramentas e às máquinasagrícolas, pelas enxurradas e pela água deirrigação, além dos pés ou dos excrementosde animais.

DANOS E EFEITOSDANOS E EFEITOSECONÔMICOSECONÔMICOS

Devido à sua ampla distribuição noscultivos de banana, Meloidogyne incognita e M.javanica têm sido grande destruidoras deraízes nas regiões mais áridas do Brasil,podendo seus danos, em determinadas áre-

Figura 47.Figura 47. Raiz apodrecida com alta infestação de Meloidogyne javanica.

as, serem comparáveis aos de R. similis. Altainfestação de M. incognita causa em bananei-ras do subgrupo Cavendish redução deperfilhamentos, do tamanho e do peso,além de atrasar a maturação dos cachos. Osdanos causados nos cultivos de banana sãodiretamente proporcionais ao aumento desuas populações. O incremento ou o de-créscimo da população dependerão de fa-tores ambientais que atuem direta ou indi-retamente sobre o nematóide ou sobre ahospedeira, bem como de fatores inerentesà biologia do próprio nematóide.

Com relação aos fatores ambientais, oteor de umidade no solo é consideradocomo o de maior importância, seguido deoutros, como as condições edáficas, asituação fisiológica da planta e a presençade outros organismos (fungos, bactérias,outros nematóides etc.) no mesmo nicho.Entre os fatores diretamente associados àbiologia dos nematóides que afetam adinâmica populacional está a ação da densi-dade populacional da própria espécie regu-lando o tamanho da população. Outrofator endógeno que afeta a dinâmicapopulacional é a presença de variaçõespatogênicas dentro das espécies.

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OUTROS NEMAOUTROS NEMATÓIDESTÓIDES

Helicotylenchus multicinctusHelicotylenchus multicinctus

Esta espécie pertence ao grupo dosnematóides espiralados (famíliaHoplolaimidae), apesar de não apresentaressa característica. Após a morte lenta emágua quente, esses nematóides assumemformas que variam de retilíneas até um “C”aberto. Tanto as juvenis como os adultosdos dois sexos são vermiformes; aparente-mente inexiste dimorfismo sexual.

H. multicinctus é uma espécieectoparasita e endoparasita migratória. Ju-venis e adultos dos dois sexos se alimentamde citoplasma no parênquima cortical emque penetram. A exemplo do que ocorreno parasitismo por R. similis, dá-se onecrosamento das células com as paredesdanificadas e desprovidas de citoplasma.

Os sintomas do ataque por H.multicinctus consistem em pequenas lesõesacastanhadas sob a forma de mini-pontuações superficiais localizadas, princi-palmente, nas raízes mais grossas. Quandoo ataque é muito severo, as lesões podemcoalescer, dando às raízes um aspectonecrosado semelhante ao produzido pelo

parasitismo por R. similis (Figura 48). Seve-ras perdas provocadas por H. multicinctusforam observadas em Israel, onde essenematóide ocorre na ausência de R. similis.As lesões por H. multicinctus também po-dem ser colonizadas por fungos comoFusarium, Rhizoctonia e Cylindrocarpon.

H. multicinctus tem sido a espécie maisfreqüentemente associada à bananeira emlevantamentos realizados nas principais re-giões produtoras do Brasil, porém pouco seconhece sobre os danos por ela causados,sendo necessários estudos mais detalhadosobre sua patogenicidade isoladamente esua interação com diferentes agentespatogênicos. Sua disseminação é feita demaneira semelhante à de R. similis.

Pratylenchus coffeaePratylenchus coffeae

Esta espécie pertence ao grupo doschamados nematóides das lesões radiculares.Os estágios juvenis e adultos dos dois sexossão vermiformes; tampouco se verifica emP. coffeae a presença de dimorfismo sexual.

O parasitismo por P. coffeae é seme-lhante ao de R. similis, embora as lesõescausadas pelo primeiro sejam menos exten-sas e de evolução mais lenta (Figura 49).

Figura 48.Figura 48. Necroses típicas do ataque de Helicotylenchus multicinctus em raiz debananeira.

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Registra uma distribuição mais restrita quea de R. similis e H. multicinctus, sendo verifi-cado em levantamentos realizados nas prin-cipais regiões produtoras de banana doBrasil, em apenas 2,5% das amostras. Adisseminação se processa de maneira seme-lhante à de R. similis.

MEDIDAS GERAIS DE CONTROLEMEDIDAS GERAIS DE CONTROLE

A primeira medida de controle a seradotada em relação aos fitonematóides dabananeira é evitar a sua introdução na áreade cultivo. Quando, porém, eles já se en-contram estabelecidos nos cultivos, outrasmedidas de controle tornam-se indispensá-veis, devendo fundamentar-se nas estimati-vas dos danos causados. A avaliação de taisdanos pode ser feita tomando-se por basealguns parâmetros, como, por exemplo, acontagem dos nematóides nas raízes erizomas, o índice de lesões nas raízes erizomas e a contagem mensal de plantastombadas pela ação dos nematóides.

A seguir estão relacionadas algumaspráticas recomendadas para o controle dosfitonematóides de bananeira.

Mudas livres de nematóides

O ideal seria plantar mudas de cultiva-res resistentes aos nematóides e que tives-

sem boa aceitação dos consumidores. Aforma mais segura de combate aosnematóides é sem dúvida a utilização demudas de biotecnologia, produzidas emlaboratório de comprovada idoneidade téc-nica e comercial, e plantadas em solos nun-ca utilizados para o cultivo de bananeiras.Na Embrapa Mandioca e Fruticultura, acombinação de tratamentos (descor-ticamento do rizoma e a obtenção de mu-das por fracionamento de rizomas + imersãodos pedaços de rizomas em solução dehipoclorito de sódio a 1% + semeio emcanteiros com aplicação de Nemacur 400CE- 5 ml/ 100 l de água) é prática consideradasegura na obtenção de mudas sadias. Quan-do as mudas convencionais apresentamalta infestação, o tratamento pela combi-nação dos métodos físico, químico e me-cânico não elimina totalmente osnematóides. Em Janaúba/MG e Petrolina/PE essa prática não tem sido eficiente,ocorrendo altos níveis de tombamentosde plantas em poucos anos de plantio. Odescorticamento visa à eliminação ou àredução do inóculo contido na muda, me-diante a supressão das raízes e dos tecidosafetados no rizoma, com a ajuda de faca oufacão. As mudas descorticadas devem seracondicionadas de forma que evite a sua

Figura 49.Figura 49. Dano: Raiz de bananeira infectada por Pratylenchus coffeae.

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reinfestação. A quimioterapia é executadaem combinação com a anterior. Consistena imersão das mudas em recipiente comprodutos de ação nematicida. Recomenda-se a sua imersão durante 15 minutos emcalda preparada com 400 ml de Furadan350 SC, dissolvido em 100 litros de água. Atermoterapia pode também ser combinadaao método mecânico, em que, após odescorticamento dos rizomas, as mudassão submetidas a temperaturas de 65ºC, por5 min. e/ou 55ºC, por 20 min. A utilizaçãode mudas produzidas em viveiro sob origoroso combate aos nematóides, é a prá-tica mais eficaz para retardar o aumento dadensidade populacional desses parasitos,em relação ao uso de mudas obtidas debananais jovens ou velhos. As mudas assimpreparadas e tratadas devem ser plantadasem solos virgens de bananeiras, ou ondetenha sido realizada uma rotação de cultura,por período mínimo de seis meses, ouestado em pousio por um tempo determi-nado, conforme as suas condições físicas.

Cultivar Resistente

Embora seja uma alternativa de gran-de interesse para a produção de banana, ascultivares do subgrupo Cavendish não apre-sentam resistência aos principais nematóidesda bananeira. Ensaios preliminares de casade vegetação na Embrapa Mandioca e Fru-ticultura têm sido realizados com genótiposde bananeiras melhorados e/ou introduzi-dos no Banco de Germoplasma para seleci-onar resistência a R. similis, Meloidogyneincognita e M. javanica. Dentro do grupogenômico AAB, as cultivares Prata e Prata-anã e do AAAB, a cultivar Pioneira com-portam-se como moderadamente resisten-tes a R. similis e Meloidogyne incognita. Emborao comportamento tolerante das cultivaresdo subgrupo Prata a R. similis seja observa-do, alguns fatores devem ser seguidos. Osníveis populacionais de R. similis nos bana-nais podem variar bastante, resultando im-pactos negativos sobre as produções igual-mente variáveis. Isto pode ocorrer em ra-

zão de diferentes fatores do ambiente. Comocomentado anteriormente, na fase inicial dabananicultura no norte de Minas Gerais,mudas de Nanicão infectadas por R. similiscontaminaram os solos arenosos de Janaúbae do projeto Jaíba plantados com banana.O tipo de solo, associado às altas tempera-turas da região proporcionaram maiorescondições de multiplicação dos nematóides.Dessa forma, foi verificado em poucosanos que áreas de plantio de cultivar Prata-anã encontravam-se severamente atacadascom danos semelhantes de tombamentocaracterísticos de bananais do subgrupoCavendish. Porém em áreas do Vale doRibeira (SP) e em Itajaí (SC), a rotação emáreas-problema com o cultivo da Prata-anã,tem sido uma opção favorável. Um outrofator importante a ser considerado na buscade resistência de genótipos de bananeira aR. similis é a existência de biótipos ou raçasdo nematóide, até o momento pouco estu-dada no Brasil.

Alqueive

Destina-se à redução da população denematóides a um nível que não cause danoeconômico à cultura. Consiste na destrui-ção do bananal, mecanicamente, porherbicidas, assim como de toda a vegetaçãoda área, a fim de manter o terreno limpo porum período mínimo de seis meses. Estaprática é aconselhável por ocasião da reno-vação dos bananais. O período de pousiodeve obedecer não só às condições do solocomo também à biologia dos nematóidessob controle. Na região do Vale do Ribeira(SP), esta medida de controle já começou aser adotada por vários produtores, na buscade melhores produtividades, porém o perí-odo de 3 a 4 meses ainda é pouco parareduzir as populações de nematóides a bai-xos níveis de danos econômicos.

Inundação

Esta prática é adotada em virtude doefeito negativo do excesso de umidade dosolo sobre as populações de nematóidesfitoparasitos, em conseqüência, principal-

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mente, da deficiência de oxigênio livre e dastransformações químicas produzidas nomeio pela ação de microorganismosanaeróbicos (fungos e bactérias). A inun-dação da área por um período mínimo de 6a 7 semanas é altamente eficiente para redu-zir populações de nematóides. Obviamen-te, a inundação deve ser realizada em áreasde renovação de bananais e a água utilizadanão poderá originar-se de locais com altainfestação de nematóides. Esta medida temsido pouco utilizada em áreas de plantiocontínuo ou perene.

Rotação de culturas

Consiste na redução da população pormeio de plantio de cultivares não hospedei-ras das espécies que se quer combater. Nocaso das espécies de Meloidogyne essa práticaé de difícil implantação, pelo fato de queesses fitonematóides apresentam um círcu-lo de plantas hospedeiras muito amplo den-tro das espécies cultivadas. Para R. similis hánecessidade de estudos do comportamentode espécies vegetais, que possam ser utiliza-das em programas de rotação. O cravo-de-defunto e brachiária são eficientes na redu-ção de R. similis, Pratylenchus sp., Meloidogyneincognita e Helicotylenchus multicinctus, em pe-ríodos de 6 a 9 meses de cultivo no campo.A mucunã-preta, embora eficiente para amaioria dos nematóides, comporta-se nocampo como boa hospedeira para H.multicinctus, espécie esta considerada a demaior ocorrência em bananais no mundo.

Adubação Orgânica

Adubação orgânica consiste no uso demateriais orgânicos na fertilização do solo.Admite-se que a matéria orgânica é respon-sável pelo declínio de populações denematóides no solo. Porém, o que ocorre éum aumento da população dos inimigosnaturais dos fitonematóides, como fungos,bactérias, nematóides predadores,protozoários etc., que causam um decrésci-mo na população de nematóides. Ocorre,também, a produção e liberação de subs-tâncias com efeito nematicida, como o áci-

do butírico ou ácidos graxos voláteis. Afalta de matéria orgânica e atividade microe macrobiológica afetam bastante o desen-volvimento das bananeiras; sendo assim, aadubação orgânica se faz necessária nosbananais. A fermentação de restos vegetaisdenominada bokashi de EM (microrganis-mos eficazes) já é prática utilizada comsucesso na melhoria da fertilidade dos ba-nanais e redução da população denematóides, em alguns países da AméricaCentral. No Brasil, o bokashi de banana(engaço e restos de bananeiras) encontra-seem fase de testes na região de Janaúba(MG), Vale do Ribeira (SP) e Curaçá (BA).

Tratamento Químico

É o método utilizado com maior fre-qüência no controle de nematóides embanana. A eficiência dos nematicidas estácondicionada ao tipo de solo em que sãoaplicados, à dosagem e aos métodos deaplicação, bem como à época e à freqüênciado tratamento. Na Tabela 10, estão relacio-nados alguns nematicidas que vêm sendoutilizados no cultivo de banana. Para adeterminação da dose adequada do produ-to, devem-se levar em conta não só o incre-mento econômico, mas também aspectosde natureza ecológica e de saúde pública,como, por exemplo, a acumulação de resí-duos tóxicos nos frutos além dos níveistoleráveis.

Quanto ao tipo de solo, a eficiênciados nematicidas depende principalmenteda textura do terreno. Para os solos detextura mais fina (argilosos), recomenda-sedosagem maior do que para os de texturamais grossa. Muitos autores consideramque a aplicação de nematicidas na cova, porocasião do plantio, é mais eficiente do quea realizada em cobertura. Quando se faz aaplicação em cobertura, esta deve serdirecionada para as plantas-filhas, dado que,após a inflorescência, a resposta ao trata-mento é insignificante em termos de pro-dução. Os produtos granulados utilizadosem cobertura devem cobrir um raio de 30cm a 50 cm da planta.

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Tabela 10.Tabela 10. Principais nematicidas utilizados no controle dos nematóides.

Para a aplicação dos nematicidas,desaconselham-se os períodos em que suaeficiência é menor, como os de excessivaumidade do solo, a fim de evitar perdas doproduto. A freqüência de aplicação dosnematicidas deve ser determinada de acor-do com o período residual do produto e darelação custo-benefício. Alguns pesquisa-dores já estão preocupados com a possibi-lidade de desenvolvimento de resistênciados nematóides aos nematicidas, a exemplodo que ocorreu com alguns insetos quedesenvolveram resistência a carbamatos ea compostos organofosforados. Em vistadesse fato, sugerem-se aplicações alterna-

Figura 50.Figura 50. Furo no pseudocaule da bananeira com a utilização da ‘lurdinha’, paraaplicação de nematicida.

das dos produtos e menor freqüência daaplicação.

Atualmente na região do Vale do Ri-beira (SP) e Itajaí (SC), a aplicação de quími-cos não é uma prática comum no controlede nematóides, a não ser para a broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus). Vários moti-vos explicam este fato, entre eles, os altoscustos dos produtos e a ineficácia do con-trole dos nematóides durante longo tempo.Porém, no norte de Minas Gerais e naregião Nordeste, o problema é desconheci-do, ou as aplicações de nematicidas sãorealizadas com auxílio da lurdinha nopseudocaule da bananeira três vezes ao ano(Figuras 50 e 51).

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taNome Comercial Nome Técnico Formulação

DosesRecomendadas

Furadan carbofuran 50 G e 350 SC 80 g/cova e/ou 400 ml/l00 l de água

Rhocap ethoprophos 100 GR 30 g/cova

Temik aldicarb 150 GR 15-20 g/cova

Counter terbufos 150 GR 20 g/cova

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Figura 51.Figura 51. Aplicação do nematicida ‘Counter 50 G’ no pseudocaule: método práticodo produtor.

Uso de escoras e amarração dasplantas

Esta prática não tem efeito direto so-bre a população de nematóides, mas ameni-za as perdas conseqüentes do tombamentodas plantas cujo sistema radicular fica com-prometido quando elas são atingidas porventos e chuvas fortes, ou sofrem com opróprio peso dos cachos.

Controle biológico

Até o momento, o controle biológicodos nematóides em bananeira tem recebidopouca atenção de parte dos pesquisadores.Alega-se que, apesar da existência de para-sitas e predadores dos nematóides, os resul-tados de aplicação prática no campo nãotêm sido satisfatórios.

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Geralmente, os produtores e muitostécnicos brasileiros não consideram as viro-ses como sendo problemas sérios na cultu-ra da bananeira, uma vez que, com freqüên-cia, os danos causados por elas não são tãovisíveis, como os devidos à infecção porfungos ou bactérias. Com a modernizaçãodos métodos de produção de mudas, pas-sou-se a produzir milhares de mudas apartir de poucas matrizes, neste caso ficouevidenciada a importância do emprego dematrizes sadias. Além disso, após uma plan-tação estar infectada por uma virose nãoexistem métodos rápidos e baratos paraeliminá-la. O sucesso do controle de viro-ses depende do emprego de medidas pre-ventivas que evitem a infecção dos plantios.

VIROSES QUVIROSES QUARENTENÁRIASARENTENÁRIAS

Para a bananicultura brasileira é im-portante muito cuidado na introdução demudas e matrizes de bananeira vindas doexterior, uma vez que em outras paísesocorrem viroses que não estão presentesaqui, como o vírus do topo-em-leque e ovírus do mosaico-das- brácteas.

TTOPOOPO-EM-LEQUE-EM-LEQUE((banana bunchy top virusbanana bunchy top virus, BBTV), BBTV)

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

O BBTV ocorre na África, Ásia e nosul do Pacífico.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

O topo-em-leque da bananeira écausado pelo vírus do mesmo nome - bana-na bunchy top virus, BBTV. Esse vírus possuipartículas isométricas com 18 mm a 20 mm

6DOENÇASCAUSADAS PORVÍRUS

Paulo Ernesto Meissner Filho

Paulo Sérgio Torres Brioso

de diâmetro, DNA de fita simples, sendodisseminado por meio de mudas infectadasa longas distâncias, e no plano local, pelopulgão Pentalonia nigronervosa, o qual trans-mite o vírus de forma persistente. A bana-neira é o principal hospedeiro desse vírus,sendo todas as espécies de bananeira susce-tíveis ao BBTV. Em condições experimen-tais, Ensete ventricosum é suscetível ao vírus.Há evidências de que Canna indica, Hedychiumcoronarium, Heliconia spp. e Colocasia esculentasejam hospedeiras do BBTV. Plantas vo-luntárias próximas à plantação servem defonte de inóculo.

As plantas afetadas apresentam as fo-lhas do ápice com clorose marginal, maisestreitas, com tamanho reduzido e ficameretas lembrando um leque (Figura 52).Uma planta infectada pode não produzircachos. No pseudocaule e nas folhas ocor-rem estrias verde-escuras.

DANOS E EFEITOS ECONÔMICOSDANOS E EFEITOS ECONÔMICOS

Os danos causados pelo BBTV sãovariáveis, sendo que em alguns casos ele éum fator limitante para a produção de bana-neira. Além disso, há uma série de gastoscom a erradicação de plantas e com a manu-tenção de medidas quarentenárias, acresci-dos do fato de a presença do BBTV limitaro intercâmbio de germoplasma.

CONTROLECONTROLE

Até o momento não foi encontradafonte de resistência a esse vírus em bananei-ra. No momento a principal medida decontrole é a adoção de medidas quaren-tenárias para evitar a introdução da viroseem regiões onde ela não existe. . Nos locaisnos quais o vírus está presente, recomen-dam-se o plantio de mudas sadias e a erra-

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7979Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

dicação das plantas infectadas. A cultura invitro de meristemas, associada comtermoterapia, tem permitido a obtenção deplantas sadias.

cias e no pecíolo (Figura 53), morte dasbainhas foliares, mosqueado no pseu-docaule, má formação dos frutos e diminui-ção no tamanho do cacho.

DANOS E EFEITOS ECONÔMICOSDANOS E EFEITOS ECONÔMICOS

Nas Filipinas provoca perdas superio-res a 40%. Nas plantas afetadas, os frutospodem ficar chochos, ou então apresenta-rem estrias, causando redução do seu valorcomercial.

MOSAICOMOSAICO-D-DASAS-BRÁCTEAS-BRÁCTEAS((banana bract mosaic virusbanana bract mosaic virus,,BBrMV)BBrMV)

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

Até o momento somente foi registra-da a sua presença na Ásia.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

O vírus do mosaico-das-brácteas-da-bananeira (banana bract mosaic virus, BBrMV)possui partículas flexuosas com 700 nm a750 nm é uma espécie do gênero Potyvirus einfecta bananeiras e plátano. O vírus étransmitido por material de propagaçãovegetativa e pelos afídeos Rhopalosiphummaidis, Aphis gossypii e Pentalonia nigronervosade modo não-persistente.

As plantas infectadas apresentam ris-cas descontínuas nas brácteas da inflorescên-

Figura 52.Figura 52. Sintomas do vírus do topo-em-leque em bananeira.

Figura 53.Figura 53. Sintomas do vírus do mosai-co-das-brácteas-da-bananeira.

CONTROLECONTROLE

Adotar medidas quarentenárias paraevitar a introdução da virose em regiõesonde ela não existe. Erradicar as plantasinfectadas. Utilizar para o estabelecimentode novos plantios mudas sadias e indexadaspara viroses.

VIROSES EXISTENTES NO BRASILVIROSES EXISTENTES NO BRASIL

Até o momento já foram relatados noBrasil, o vírus do mosaico-do-pepino(cucumber mosaic virus, CMV) e o vírus dasestrias-da-bananeira (banana streak virus,BSV). Mesmo para as viroses já presentesno país é importante o seu monitoramento,uma vez que em diferentes regiões podemestar presentes estirpes com diferente viru-lência e epidemiologia.

MOSAICOMOSAICO-DO-DO-PEPINO-PEPINO(cucumber mosaic virus, CMV)(cucumber mosaic virus, CMV)

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

Este vírus é cosmopolita e ocorre emtodo o território brasileiro

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AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

Esse vírus possui partículas isométricascom 30 mm de diâmetro, contém genomatripartido, apresenta quatro RNAs de fitasimples e pertence à família Bromoviridae eao gênero Cucumovirus. O CMV causa adoença conhecida com mosaico ou cloroseinfecciosa da bananeira. As plantas afetadasapresentam porte reduzido, sintomas demosaico das folhas (folha com diferentescolorações de verde) (Figura 54). Asnervuras secundárias ficam espessas, podeocorrer distorção das folhas. Dependendoda estirpe presente, quando na região ocor-rem temperaturas abaixo de 24ºC, verifica-se a necrose do pseudocaule e das folhas, eaté mesmo a morte de plantas (Figura 55).

O CMV possui mais de 200 plantashospedeiras, sendo disseminado por meiode mudas infectadas e, naturalmente, deforma não-persistente por mais de 60 espé-cies de afídeos, especialmente Aphis gossypii,Rhopalosiphum maidis, R. prunifoliae e Myzuspersicae. Em bananais, geralmente a plantadaninha Commelina diffusa (Figura 56) é umafonte de inóculo para a plantação. O vírusé transmitido pelas sementes de algumasplantas hospedeiras.

DANOS E EFEITOSDANOS E EFEITOSECONÔMICOSECONÔMICOS

Recentemente no Brasil, em MatoGrosso e Minas Gerais, ocorreram perdaselevadas devido ao CMV. Tem sido obser-vado que plantas jovens e tenras são muitoatrativas para os afídeos vetores. Então,nestas circunstâncias a presença de inóculopróximo aos plantios pode provocar a ocor-rência de CMV em surtos epidêmicos, ha-vendo nestes casos perdas elevadas. NaChina já foram observadas perdas de até100% devido a esse vírus.

CONTROLECONTROLE

Utilizar novos mudas indexadaspara viroses. Instalar os bananais novos emáreas livres de plantas daninhas e distantesde plantios de hortaliças, comocucurbitáceas e solanáceas; não cultivar entreas bananeiras cultura intercalar suscetívelao vírus. O mato e estes plantios permitema formação de colônias de pulgões vetoresdo CMV. Erradicar dos bananais as plantasque apresentarem sintomas fortes de mo-saico. É possível obter mudas sadias dematrizes submetidas à termoterapia, utili-zando o cultivo de meristemas in vitro, ougemas laterais obtidas de rizomas tratados.

Figuras 54.Figuras 54. Sintomas do vírus do mosaico-do-pepino.

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Figura 56.Figura 56. Planta daninha - Commelinadiffusa.

Figuras 55.Figuras 55. Sintomas do vírus do mosaico-do-pepino.

ESTRIASESTRIAS-D-DA-BANANEIRAA-BANANEIRA((banana streak virusbanana streak virus, BSV), BSV)

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

O BSV ocorre no Brasil, na Europa,na África, na Ásia e na Oceania.

AGENTE CAUSAL E SINTOMASAGENTE CAUSAL E SINTOMAS

Esta virose é causada pelo vírus dasestrias-da-bananeira (banana streak virus,BSV), que possui partículas baciliformescom 30 nm x 130 nm a 150nm, contendoDNA de fita dupla, pertencente ao gêneroBadnavirus. O BSV é disseminado pelassementes de plantas infectadas, ficandointegrado ao genoma da planta hospedeira.Foi introduzido no Brasil e em outras regi-

ões do mundo por meio de mudasinfectadas, juntamente com a variedadeMysore. O vírus é transmitido naturalmen-te pela cochonilha Planoccocus citri Russo eSaccharicoccus sacchari Ckll de formasemipersistente. As hospedeiras do vírusestão restritas à bananeira, à cana-de-açúcare à Canna edulis Ker-Gawl. Em condiçõesexperimentais, Ensete spp. é suscetível aesse vírus. O BSV possui numerosas estir-pes sorologicamente distintas. As plantasafetadas apresentam riscas foliares, lesõesfoliares cloróticas que, com o passar dotempo, tornam-se necróticas (Figura 57).Em algumas situações podem ocorrer adistorção dos cachos, a podridão interna e,conseqüentemente, a morte da planta.

DANOS E CONSEQÜÊNCIASDANOS E CONSEQÜÊNCIASECONÔMICASECONÔMICAS

A infecção pelo BSV ocasiona per-das variáveis, que podem atingir 90% daprodução. Uma vez que o vírus fica integra-do ao genoma da planta hospedeira, não há,no momento, métodos que permitam lim-par uma planta após ela ter sido infectada.Plantas infectadas não podem ser utilizadasem cruzamentos, pois transmitirão o víruspara a sua progênie.

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CONTROLECONTROLEUtilizar para a formação de novos

bananais mudas indexadas para BSV.Erradicar as plantas infectadas. Não existe,até o momento, um método que permita

Figura 57.Figura 57. Sintomas do vírus das estrias-da-bananeira.

eliminar o vírus de plantas infectadas. Boaspráticas agronômicas têm permitido man-ter a produtividade em pomares infectadoscom o vírus. Há germoplasma com níveldiferente de resistência ao BSV.

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7 PLANTASDANINHAS

José Eduardo Borges de Carvalho

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

A bananeira é uma planta muito sensí-vel à competição de plantas daninhas pelosfatores de produção como nutrientes e,principalmente, por água, resultando naredução do vigor e na produtividade, razãopela qual o seu controle dessas ervas éfundamental para o sucesso da cultura.

Ao definir um programa de controlede plantas daninhas na cultura da banana, éimportante levar em consideração que osistema radicular é bastante superficial,sendo, freqüentemente, danificado pelascapinas mecânicas ou manuais, podendoagravar a ocorrência de doenças comomoko, mal-do-panamá e podridão-mole,que penetram pelo sistema radicular. Alémdesse aspecto, a maioria dos plantios noBrasil está situada em áreas com decliveacentuado, exigindo assim um manejo ade-quado do mato e coberturas vegetais, comoprática conservacionista.

As plantas daninhas podem favorecera ocorrência de pragas e servir como hospe-deiras de vírus ou de nematóides, gravespatógenos que atacam a bananeira. Poroutro lado, é possível explorar a convivên-cia harmônica entre plantas daninhas e acultura da banana, permitindo tê-las comoaliadas num manejo mais ecológico dobananal, como fonte de alimento e abrigode inimigos naturais de pragas e doenças,conforme já observado na cultura dos citros.

Nesse capítulo, será abordada a inter-ferência das plantas daninhas com o desen-volvimento da cultura, os métodos maisutilizados para seu controle e as relaçõescom o combate de pragas e doenças.

MAMATTOCOMPETIÇÃO NAOCOMPETIÇÃO NACULCULTURA DTURA DA BANANAA BANANA

A cultura da banana é muito sensível àcompetição de plantas daninhas pelos fato-res de produção no período de formação dobananal, exigindo limpas mensais, por pro-porcionarem crescimento mais rápido daplanta e produção mais elevada (Chambers,1970). Estes resultados foram confirmadosem outros trabalhos, nos quais se observa-ram que as capinas mensais, ao longo doano, proporcionaram resultados de cresci-mento e produção mais próximos aos docultivo mantido sempre no limpo (Seeyave& Phillips, 1970, citados por Durigan ,1984).

Avaliando o efeito das plantas dani-nhas sobre o peso do cacho da cultivarPrata em áreas declivosas do estado doEspírito Santo, Gomes (1983) observou, naplanta-mãe, que o peso do cacho foi preju-dicado quando a primeira capina foi realiza-da após 30 dias do plantio, tendo atribuídoà competição por nutrientes a principalcausa da queda do peso do cacho.

Apesar da necessidade de limpas cons-tantes, os primeiros cinco meses da instala-ção são os mais limitantes para a cultura,requerendo, segundo Alves & Oliveira 1997,cinco a seis capinas. Nessa etapa, o controledas plantas daninhas deve ser realizadoadequadamente para que o crescimento dasbananeiras não seja afetado e sua recupera-ção não seja excessivamente lenta.

Após esse período a cultura é menossensível à competição do mato (BelalcázarCarvajal, 1991). Com esse conhecimento,as plantas daninhas podem ser utilizadas

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade8484

como fonte de alimento e abrigo de inimi-gos naturais de pragas e doenças, favore-cendo o manejo ecológico do bananal.Apesar disso, não deve ser descartada apossibilidade de algumas plantas daninhasservirem, também, como hospedeiras denematóides e de agentes causais de doençascomo viroses, sendo necessário eliminá-lastotalmente ou mantê-las ceifadas, evitandosua convivência com a cultura da banana.

É preciso considerar, ainda, que a pos-sibilidade de convivência da bananeira como mato, sem prejuízo na produção, é umaprática conservacionista, atuando na redu-ção significativa das perdas de solo e águapor escoamento nas áreas declivosas e que,portanto, deve ser buscada desde que nãointerfira negativamente no controle de pra-gas e doenças.

MÉTMÉTODOS DE CONTROLEODOS DE CONTROLE

CapinaCapinaO controle de plantas daninhas, com

enxada, utilizado pelos pequenos produto-res, deve ser realizado com critério paraevitar danos ao sistema radicular superficialda bananeira, evitando, também, a penetra-ção de patógenos de solo nos ferimentoscausados às raízes.

Esse método de controle tem um efei-to muito curto, com o rápido resta-belecimento do mato nos períodos chuvo-sos, além do baixo rendimento e dos custoselevados, já que são necessários, em média,15 homens/dia para capinar um hectare deum bananal com densidade de 1.300touceiras (ITAL,1990, citado por Alves &Oliveira, 1997; Souto et al., 1999). Assim,para evitar a competição de plantas dani-nhas nos primeiros cinco meses da instala-ção do bananal são necessárias cinco a seiscapinas, com um custo total, aproximado,de R$ 720,00 por hectare. Dessa forma, acapina manual é impraticável nos grandescultivos de banana e plátano.

Controle mecânicoControle mecânicoO uso da grade de discos e da enxada

rotativa para o controle de do mato nas ruas

dos bananais estabelecidos com densidadebaixa e média, e dispostos em linhas parale-las, não é uma prática muito recomendadapor acarretar problemas de compactação eendurecimento da camada superficial dosolo e cortes no sistema radicular, apesar deser um método eficiente de controle. O usodesses equipamentos fica limitado até osegundo mês após o plantio.

Cinco meses depois da instalação dobananal, o uso da roçadeira manual é ummétodo viável, apresentando grande rendi-mento de trabalho, sem as limitações dacapina manual. Outra vantagem dessa prá-tica cultural é a manutenção da integridadedo solo, pois evita a sua manipulação, nãocausa danos ao sistema radicular das plantase, conseqüentemente, reduz os riscos deabrir portas para doenças como o mal-do-panamá, moko e podridão-mole, além deser também uma prática preservacionista.Em áreas afetadas pelo moko, na regiãoNorte, o uso deste sistema de controle deplantas daninhas reduziu drasticamente aincidência da doença (Pereira, 1990). Orendimento do trabalho pode ser aindamaior com a utilização da roçadeiramotomecanizada (Souto et al. 1997, citadopor Souto et al. 1999).

Controle químicoControle químico

Na Tabela 11 são apresentados osherbicidas registrados e recomendados paraa cultura da banana no Brasil. Observa-seque há herbicidas pré-emergentes ou resi-duais que são aplicados ao solo logo após oplantio do bananal e antes da emergênciadas plantas daninhas, para inibir seu cresci-mento, e os pós-emergentes (de contato esistêmicos), para o controle das plantasdaninhas já desenvolvidas, provocando asua morte. A escolha do herbicida ou damistura de herbicidas a ser utilizada vaidepender da composição matoflorísticapresente na área e da seletividade da cultura.Em virtude da facilidade de manuseio, domenor impacto ambiental e da formação deuma cobertura morta, que possibilita a con-servação da umidade do solo por um perí-

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odo mais longo, existe, atualmente, fortetendência de usar, em área total, osherbicidas pós-emergentes sistêmicos emsubstituição aos pré-emergentes, além deapresentarem um custo de controle muitomenor que as capinas manuais. SegundoMesquita et al., 1983, o controle químico deplantas daninhas contribuiu para a reduçãode Cosmopolites sordidus capturados no bana-nal, em comparação à utilização de cober-tura morta formada por partes da própriabananeira.

O efeito de capinas regulares e dealguns herbicidas mais utilizados nabananicultura, sobre o peso do cacho e ociclo de produção da bananeira Prata, foiestudado por Gomes et al.,1984, que ob-servaram que nenhum dos herbicidas emisturas utilizadas foi superior à roçadeira.Entretanto o glifosate (1,23 kg/ha do ingre-diente ativo) e a mistura de paraquat +diuron (0,3 + 1,6 kg/ha do i. a.) apresenta-ram resultados idênticos a essa mistura, nocontrole das plantas daninhas presentes. O

herbicida glifosate nas doses compreendi-das entre 0,72 a 1,08 kg/ha do i.a., apresen-tou controle do mato superior a 80%, du-rante um período observado de 60 diasapós aplicação, sem causar fitotoxidade àbananeira (Schmidt, 1988; Carvalho et al.,1990).

Controle integrado com manejo deControle integrado com manejo decoberturas vegetaiscoberturas vegetais

Controle integrado é a combinação demétodos que, de forma eficiente, promo-vem o combate às plantas daninhas nabananicultura, reduzindo custos e uso deherbicidas; possibilitam um ambiente maisecológico no bananal; melhoram e preser-vam os recursos naturais, como solo e água,proporcionando maior competitividade esustentabilidade ao produtor, mas acima detudo, ajudando no controle de pragas edoenças da bananeira.

O controle cultural, abordado porBelalcázar Carvajal,1991, enquadra-se per-feitamente nesse conceito, pois, ao garantir

Tabela 11.Tabela 11. Herbicidas recomendados e registrados no Brasil para a cultura dabanana. (Rodrigues & Almeida, 1998).

Herbicida /MarcaDose

(l ou kg/ha)i.a.

(kg/ha)modo deaplicação

Herbipak 500 g/l 2,4 - 4,8 1,2 - 2,4 Pré-emergência

Metrimex 500 g/l 2,4 - 5,6 1,2 - 2,8 Pré-emergência

Metrimex 800 g/kg 2,5 - 3,8 2,0 - 3,04 Pré-emergência

Finale 200 g/l 2,0 0,40 Pós (jato dirigido)

Siptram 800 g/kg 2,0 - 5,0 1,6 - 4,0 Pré-emergência

Gramocil 300 g/l 2,0 - 3,0 0,6 - 0,9 Pós (jato dirigido)

Roundup 360 g/l 0,5 - 6,0 0,18 - 2,16 Pós (jato dirigido)

Roundup W.G. 720 g/l 0,5 - 3,5 0,36 - 2,52 Pós (jato dirigido)

Gramoxone 200 g/l 1,5 - 3,0 0,30 - 0,60 Pós (jato dirigido)

Zapp 480 g/l 1,0 - 6,0 0,48 - 2,88 Pós (jato dirigido)

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o estabelecimento uniforme do bananal e ocrescimento rápido do cultivo, coloca-o emvantagem sobre as plantas daninhas. A ado-ção de menor distância entre plantas temcontribuído para diminuir a incidência domato daninhas, pois, com a sombra produ-zida, evita-se o crescimento de espéciesmuito agressivas e induz-se ao predomíniode espécies de pouco crescimento e menosexigentes pelos fatores de produção.

A utilização de coberturas mortas(mulching) como um método integrado decontrole do mato, utilizando restos cultu-rais de bananeira, capim picado, bagaço decana, palha-de-arroz, café ou cacau, apesarde elevar a produtividade, tem custo eleva-do, seja na produção do material a ser usadocomo cobertura, seja para transportá-lo,não se caracterizando como prática viávelem grandes bananais, ficando a sua aplica-ção restrita a cultivos de pequena extensão,do tipo familiar.

Ressaltam-se contudo, duas alternati-vas de controle integrado viáveis a qualquerextensão do cultivo, sendo a primeira aintegração do método mecânico com oquímico, pela aplicação de herbicidas pós-emergentes no espaço estreito (entre plan-tas) e no espaço largo (entrelinhas) o uso deroçadeira em determinadas épocas do ano,onde a concorrência por água é minimizada,

pelos aspectos e vantagens já abordadasdesse método. Na época de deficiência deágua no solo, recomenda-se o controle quí-mico em área total para formação de umacobertura morta, conservando a umidade,permitindo um suprimento mais adequadode água, principalmente na região Nordes-te. Uma segunda alternativa, recomendadapor Borges & Souza,1998, para o primeiroano de instalação do bananal sem irrigação,é o plantio de feijão-de-porco (Canavaliaensiformis) no espaço largo para melhorar aspropriedades do solo. Deve ser plantado noinício das chuvas e ceifado (em qualquerfase de desenvolvimento) na estação seca(para evitar a competição por água com abananeira) e deixado na superfície do solo.Nas linhas da cultura, herbicidas pós-emer-gentes são usados para o controle do matoe formação de cobertura morta. Os resulta-dos obtidos por Mesquita et al.,1983, mos-traram que o uso de leguminosas nas entre-linhas do bananal, a exemplo do feijão-de-porco, como método de controle de plan-tas daninhas e como prática de rotação decultura, contribuiu para redução dainfestação de Cosmopolites sordidus, insetocausador da broca-do-rizoma. Da mesmaforma, recomenda-se o uso de leguminosas(Crotalaria juncea, soja perene, mucuna),como medida cultural de controle denematóides.

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8 PROBLEMAS DECAUSA ABIÓTICA EANORMALIDADES DECAUSA DESCONHECIDA

Zilton José Maciel Cordeiro

Ana Lúcia Borges

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Além dos problemas de doenças epragas com agente causal definido, existe nacultura da bananeira uma série de anorma-lidades cuja causa é abiótica, ou seja, não éprovocada por organismos vivos. Há, tam-bém, algumas anormalidades, provavelmen-te de natureza biótica, mas que não foramainda definidas. Entre os problemas de cau-sa abiótica, podem estar incluídas as aberra-ções genéticas, as anormalidades fisiológi-cas, as deficiências nutricionais e problemascausados por alterações climáticas.

PROBLEMAS DE CAPROBLEMAS DE CAUSAUSAABIÓTICAABIÓTICA

Mancha-de-maturidadeMancha-de-maturidade

É uma anormalidade fisiológica queaparece na casca dos frutos disposta longi-tudinalmente como uma listra de cor ver-melha-alaranjada a marrom. Comumente,aparece sobre os ombros externos dos de-dos. O defeito geralmente é insignificante,mas aparece quando o grau de maturaçãodo fruto torna-se excessivo. Esta anormali-dade é, algumas vezes, confundida comdanos causados pelo tripes-da-ferrugem.Entretanto, a diferença entre eles é que ossintomas de tripes são encontrados entre osdedos, enquanto este problema aparece naparte externa do fruto.

Queima de solQueima de sol

Em períodos de alta intensidade de luze calor, a queima de sol sobre frutos e cauleda bananeira é muito comum. Isto ocorre

especialmente sobre plantas localizadas emáreas abertas tais como ao longo de estra-das, diques, cercas e casas. É comum oamarelecimento da casca dos frutos, mas,em casos severos, a parte afetada podetornar-se marrom ou preta e até apodrecer.Quando ocorre apenas o amarelecimento,o defeito, praticamente, não é notado apósa maturação.

QuimerasQuimeras

Quimeras são listras no tecido da cas-ca dos frutos com colorido anormal. Apa-recem normalmente como bandasavermelhadas ou marrons sobre a casca.

ChillingChilling (friagem) (friagem)

Consiste em uma descoloração dotecido vascular abaixo da epiderme do fru-to. Retirando-se a película (epiderme) dofruto verde, observa-se a presença de estri-as marrom–avermelhadas no tecidovascular. Onde ocorre esse problema, ofluxo de látex é reduzido ou interrompido ea casca tende a aderir fortemente às cama-das subepidermais.

Frutos com este problema amadure-cerão mais lentamente do que os normais,terão um amarelo sem brilho e, se a desco-loração for severa, o fruto pode nãoamarelecer, mas tornar-se cinza sem brilho.A placenta pode tornar-se endurecida. Aqualidade para o consumo somente é afeta-da quando a injúria pelo frio é muito severa.

O chilling pode ocorrer no campo quan-do a temperatura atinge 18o C por váriashoras. Pode ocorrer também devido à refri-

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geração ou ventilação impróprias nos com-partimentos de carga. Os sintomas dedescoloração por chilling, normalmente, sóaparecem após 48 h de exposição a baixastemperaturas.

Controle

A colocação de sacos de papel, reves-tidos com polietileno perfurado sobre osfrutos, pode prevenir vários graus de frio.Porém, um simples saco de polietileno per-furado não é suficiente para proteger osfrutos da friagem.

Azul-da-bananeiraAzul-da-bananeira

O azul-da-bananeira é uma desordemfisiológica causada pelo desequilíbrio entreK e Mg, cujo sintoma é evidenciado pelomosqueamento pardo-violáceo da face in-ferior dos pecíolos e da base das nervurascentrais (Figura 58), que, quando cortadas,podem apresentar apodrecimento internoe exalar mau cheiro.

Em bananeiras do subgrupo Plantain,na Colômbia, não foram observados os sin-tomas típicos do azul-da-bananeira em plan-tas deficientes em Mg, e sim pontos necróticosno pecíolo próximo à lâmina foliar.

Desordens fisiológicas foram obser-vadas em plantações de banana na CostaRica, em solos pobres em nutrientes e emperíodos de menor precipitação. As plantascom sintomas apresentavam partes amare-ladas no limbo de folhas intermediárias eestas manchas se intensificavam em plantascom cacho. Quando o problema era severo,estas partes amarelas, eventualmente,necrosavam. Esse fenômeno pode ser ex-plicado por desbalanços das relações K-Ca-Mg, devido aos altos níveis de K e Ca emrelação aos de Mg.

Afloramento-de-rizomaAfloramento-de-rizoma

O rizoma é o caule verdadeiro dabananeira, localizando-se abaixo da super-fície do solo. A partir dele serão formadas asraízes, as folhas que originarão opseudocaule e, por fim, os frutos. Uma desuas funções é a sustentação da planta e,para que isto ocorra, o melhor seria que orizoma se mantivesse dentro do solo. En-tretanto, em algumas variedades, principal-mente as do subgrupo Terra, o rizomatende a aflorar mesmo que o seu plantiotenha sido feito em covas mais profundas.Quando isso acontece poderá ocorrer aprodução de um segundo rizoma ao níveldo solo. O afloramento do rizoma é, por-tanto, uma característica de crescimentodessas variedades que não pode ser altera-da. A conseqüência do afloramento é oaumento do risco de tombamento das plan-tas, necessitando a adoção da prática deamarrio ou de seu escoramento. Além doaspecto genético que fica evidente nas vari-edades tipo Terra, outros fatores que pro-voquem estresse nas plantas certamentepoderão provocar o afloramento do rizomae, entre estes, destaca-se a presença delençol freático muito superficial.

Figura 58. Figura 58. Azul-da-bananeira: coloração azulada dospecíolos.

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Defeito na abertura da folhaDefeito na abertura da folha

Esta é uma anomalia bastante comumprincipalmente nas variedades do subgrupoTerra, nas quais o ápice foliar não completaa sua abertura, provocando defeitos nafolha. Esta apresenta-se com ápice rasgadoou retorcido (Figura 59). Aparentementenão há danos para a planta, mas há semprepor parte dos produtores um questionamentosobre a ocorrência do defeito

foro, potássio e magnésio) e desequilíbrioentre cátions (azul-da-bananeira).

MACRONUTRIENTESMACRONUTRIENTES

Deficiência de nitrogênio (N) - Ossintomas de deficiência de N aparecem, noinício do desenvolvimento da planta, sob aforma de clorose (verde-clara) uniforme egeneralizada das folhas. Ocorre tambémredução da distância entre as folhas, o quedá à planta um aspecto de roseta, bem comopecíolos róseos (Figura 60). Além disso, onúmero de folhas é reduzido e aumentamos dias para a sua emissão; os cachos produ-zidos são raquíticos e com menor númerode pencas.

Figura 59. Figura 59. Defeito na abertura da folha.

DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAISDEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS

Quando um nutriente mineral está emdeficiência, a planta expressa estedesequilíbrio por sintomas visuais, que nor-malmente são traduzidos por deformaçõesnas folhas e frutos, redução do crescimentode vários órgãos vegetais e mudanças nacoloração, sobretudo, do sistema foliar.

Em geral, os sintomas de deficiên-cia de nutrientes na bananeira se manifes-tam das seguintes formas: sintomas genera-lizados (nitrogênio e cobre), sintomas nasfolhas jovens (cálcio, enxofre, boro, ferro ezinco), sintomas nas folhas medianas(manganês), sintomas nas folhas velhas (fós-

Figura 60. Figura 60. Sintomas de deficiência de nitrogênio

Deficiência de fósforo (P) - As fo-lhas mais velhas são tomadas por umaclorose marginal, em forma de dentes deserra (Figura 61), e os pecíolos se quebram;as folhas novas adquirem coloração verde-escura tendendo a azulada. Os frutos podemapresentar menor teor de açúcar e as raízesapresentarem-se pouco desenvolvidas.

Figura 61. Figura 61. Sintomas de deficiência de fósforo

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Deficiência de potássio (K) - Carac-teriza-se pelo amarelecimento rápido emurchamento precoce das folhas mais ve-lhas, com o limbo dobrando-se na ponta dafolha, aparentando aspecto encarquilhadoe seco (Figura 62). O cacho é a parte daplanta mais afetada pela falta de K, pois,com o baixo suprimento desse nutriente, atranslocação de carboidratos das folhas paraos frutos diminui, produzindo frutos pe-quenos, com maturação irregular e polpapouco saborosa.

Deficiência de magnésio (Mg) - Adeficiência de Mg caracteriza-se peloamarelecimento paralelo às margens dolimbo foliar, por deformações irregularesnas emissões florais e podridão dos pecíolos,com mau cheiro e descolamento das bai-nhas do pseudocaule. O sintoma mais co-mum no campo é a clorose da parte internado limbo - com a nervura central e bordospermanecendo verdes - também conheci-da como clorose magnesiana (Figura 64).Quando os sintomas atingem os cachos,estes tornam-se raquíticos e deformados,com maturação irregular dos frutos, polpamole, viscosa e de sabor desagradável,ocorrendo também o apodrecimento rápi-do do fruto.

Figura 62. Figura 62. Sintomas de deficiência depotássio.

Deficiência de cálcio (Ca) - A defi-ciência de Ca caracteriza-se por clorosesnos bordos, descontínuas e em forma dedentes de serra, engrossamento das nervurassecundárias e diminuição do tamanho dafolha (Figura 63). Nos frutos pode levar àmaturação irregular, a pouco aroma e açú-car, além da podridão.

Figura 63. Figura 63. Sintomas de deficiência decálcio.

Figura 64. Figura 64. Sintomas de deficiência demagnésio.

Deficiência de enxofre (S) - Carac-teriza-se por uma clorose generalizada dolimbo das folhas mais novas, que desapare-ce com a idade (Figura 65). Quando adeficiência progride, há necrose das mar-gens do limbo e pequeno engrossamentodas nervuras, à semelhança do que ocorrena deficiência de cálcio. Às vezes sobrevêmmudanças na morfologia da planta, comausência de limbo foliar, crescimentoatrofiado, cachos muito pequenos ou en-gasgados.

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MICRONUTRIENTESMICRONUTRIENTES

Deficiência de boro (B) - Os primei-ros sinais se expressam como listras amare-lo-esbranquiçadas, que se espalham pelasuperfície da folha e paralelamente à nervuraprincipal, seguidas de necrose (Figura 66).As folhas podem ficar deformadas e apre-sentar redução do limbo, semelhante aoque se constata quando há deficiência deenxofre (Figura67). Nos casos graves, sur-ge uma goma no pseudocaule que atinge aflor e pode até mesmo impedir sua emer-gência, ficando a inflorescência bloqueadadentro do pseudocaule.

Figura 65. Figura 65. Sintomas de deficiência deenxofre

Figura 66. Figura 66. Sintomas de deficiência deboro.

Figura 67. Figura 67. Sintomas de deficiência deboro.

Deficiência de cobre (Cu) – É facil-mente confundida com deficiência de N,devido à clorose generalizada e porte redu-zido da planta, em forma de guarda-sol.Fica extremamente sensível ao ataque detripes, fungos e vírus-do-mosaico e os fru-tos apresentam manchas de ferrugem.

Deficiência de ferro (Fe) – As plan-tas deficientes em Fe apresentam clorosemarginal do limbo das folhas mais jovens,atingindo com rapidez o interior pelos es-paços internervais, podendo ficar quaseque totalmente descoloridas (brancas).

Deficiência de manganês (Mn) –Observa-se uma clorose do limbo em pentenos bordos (Figura 68). Eventualmente,

Figura 68. Figura 68. Sintomas de deficiência demanganês.

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ocorre desenvolvimento do fungoDeightoniella torulosa no limbo foliar, poden-do contaminar os frutos.

Deficiência de zinco (Zn) – As plan-tas deficientes em Zn têm crescimento edesenvolvimento retardado, folhas peque-nas e lanceoladas. Estas apresentam tam-bém listras amarelo-esbranquiçadas entreas nervuras secundárias (Figura 69) epigmentação vermelha na face inferior(Figura 70). Os frutos, além de peque-nos, podem apresentar-se enrolados, comas pontas verde-claras e o ápice em formatode mamilo, no caso de bananas do subgrupoCavendish.

Os sintomas de deficiência de Zn são,muitas vezes, confundidos com os de infec-ção por vírus.

PROBLEMAS DE CAPROBLEMAS DE CAUSAUSADESCONHECIDDESCONHECIDAA

AmarelãoAmarelão

Esta anomalia tem ocorrido com fre-qüência em plantas da variedade Terra oudo subgrupo Terra nos estado da Bahia e doAmazonas. Segundo informações da litera-tura, o problema pode ser o mesmo relata-do como Mata amarilla ou Colorado disease, decausa incerta, ocorrendo sobre plantaçõesde Honduras, sendo citada também comode ocorrência esporádica ao longo de todaa costa atlântica da América Central eSuriname.

Os sintomas são descritos comoamarelecimento das folhas inferiores deplantas adultas ou com frutos. O avanço daanomalia é acropetal, até que apenas umaspoucas folhas mais novas permaneçam ver-des. As folhas que aparecem após os pri-meiros sintomas são menores e mais estrei-tas. As brotações podem também apresen-tar os sintomas, que geralmente provocama sua morte. Sintomas no pseudocaule,quando presentes, consistem emdescontínua descoloração vascular, usual-mente pálida e menos extensa de que ossintomas de mal-do-panamá e moko e qua-se sempre confinados às bainhas externas.

Os sintomas observados em bananaisbrasileiros são bastante semelhantes aossintomas externos descritos na literatura.Porém, os danos observados nopseudocaule são muito mais intensos. Hádesenvolvimento de uma podridão aquosacom mau cheiro, semelhante aos casos depodridão-de-erwinia (Figura 71). Oamarelecimento exibido nas folhas lembramuito a deficiência de Potássio ( Figura 72),que aliás é dada como a causa maior doproblema no estado do Amazonas. Noscachos de plantas afetadas tem sido obser-vada a redução do tamanho dos frutos na

Figura 69. Figura 69. Sintomas de deficiência dezinco.

Figura 70. Figura 70. Sintomas de deficiência dezinco.

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sua metade inferior (Figura 73). Há aindacasos de uma podridão aquosa depseudocaules de plátanos AAB, cujos sin-tomas são parecidos com os ocorridos noBrasil. Quanto às possíveis causas, emboraa literatura cite os solos pesados e a mádrenagem como prováveis responsáveispelo aparecimento dos sintomas, que separecem com os do amarelão, as condiçõesde solo observadas na Bahia, não condu-zem a esta hipótese. Porém, continuam emanálise as possibilidades de relacionamentocom a nutrição potássica. Na eliminaçãodessa hipótese, a mais provável passa a serum problema patológico, mas que tenhadistribuição vascular.

Figura 71. Figura 71. Sintomas de podridão aquo-sa no pesudocaule de plantas comamarelão.

Figura 72. Figura 72. Amarelecimento de folhassemelhante à deficiência de potássio.

Figura 73. Figura 73. Anomalia observada nametade inferior de cachos.

MachiamentoMachiamento

A denominação de machiamento édada por produtores para plantas de bananatipo Terra que se apresentam anormais e,usualmente, não chegam a lançar o cachoou quando o fazem, esses são fora de pa-drão. Por isso os produtores dizem que aplanta “machiou”. Os sintomas apresenta-dos são baixo crescimento, pseudocaulemais alargado na base, folhas em forma deleque, presença de lesões foliares na forma

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estrias cloróticas (Figura 74), folhas meno-res e mais estreitas. Esses sintomas geral-mente se assemelham aos causados pelosvírus CMV e BSV, podendo ser observadostambém nas brotações de plantas afetadas(Figura 75)

Figura 74. Figura 74. Planta com baixo crescimen-to, estrias cloróticas nas folhas e forma-ção de topo em leque.

Figura 75. Figura 75. Filhos de plantas acome-tidas pelo “machamento”, exibindo sin-tomas semelhantes de níveis CMV e BSV.

Figura 76. Figura 76. Lesões necróticas no tecidointerno do pseudocaule.

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Mancha preta do frutoMancha preta do fruto

Este problema começou a ser obser-vado a cerca de dois anos e, de acordo comas consultas e materiais para análise que têmchegado na Embrapa Mandioca e Fruti-cultura , já ocorre nos estados de MinasGerais, São Paulo, Mato Grosso, Bahia ePernambuco. Diversas cultivares têm sidoafetadas, sem que haja uma definição sobrea causa do problema. Plantas afetadas apre-sentam redução drástica no crescimentoexibindo manchas pretas nas bainhas exter-nas do pseudocaule vistas como lesõesnecróticas quando cortado (Figura 76). Asmanchas pretas aparecem também externa-mente no engaço do cacho e são vistasinternamente como pontuações necróticos(Figura 77). Nos frutos é marcante a man-cha preta que aparece contrastando com acasca verde, podendo enegrecer todo ofruto (Figura 78). Em geral o problemarestringe-se à casca. Observações realiza-das em frutos maduros, apresentando ossintomas, mostram o desenvolvimento de

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Figura 77. Figura 77. Pontuações necróticas noengaço.

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Figura 78. Figura 78. Manchas negras, alongadas,visíveis na casca dos frutos.

Figura 79. Figura 79. Sintomas de cor ferrugem napolpa com presença de grânulos nacasca de frutos maduros.

grânulos nas áreas necróticas, provocandoum ferimento de cor ferrugem na polpa(Figura 79). Dentre as diversas consultasfeitas à Embrapa Mandioca e Fruticul-tura , constatou-se que o problema já ocor-re nas variedades Prata Anã, Pacovan eTerra e que vários tetraplóides já apresenta-ram os sintomas na área experimental doCNPMF. As primeiras tentativas foi isolaralgum patógeno das lesões, não teve suces-so. Trabalhe-se no momento, com a hipó-tese de ser um problema causado por vírus.Independente do agente causal os sintomasobservados preocupam pelo número devariedades já afetadas e pelos danos poten-ciais que o problema poderá causar. Comomedidas de controle tem sido recomenda-da a erradicação das plantas afetadas.

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9USO DEAGROTÓXICOS EMBANANEIRA

Luadir Gasparotto

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

O mercado de frutas frescas está evo-luindo rapidamente e os consumidores es-tão tornando-se cada vez mais exigentesquanto à qualidade e à sanidade dos frutos.Além disso, há muita pressão de ecologistascom relação ao impacto ambiental provo-cado por agrotóxicos.

Agrotóxicos, segundo a Lei Federal7.802 de 11.07.89, são os produtos e osagentes de processos físicos, químicos oubiológicos, destinados ao uso nos setoresde produção, armazenamento ebeneficiamento dos produtos agrícolas, naspastagens, na proteção de florestas, nativasou implantadas, e de outros ecossistemas, e,também, de ambientes urbanos, hídricos eindustriais, cuja finalidade seja alterar a com-posição da flora ou da fauna, a fim depreservá-las da ação danosa de seres vivosconsiderados nocivos. Desta forma, prefe-rimos utilizar o termo defensivo agrícolaque, apesar de sinônimo, comumente éutilizado de forma mais restrita para desig-nar produtos, em geral sintéticos, destina-dos ao controle de organismos prejudiciaisao crescimento e produção de plantas e deanimais, e à preservação dos produtosagropecuários.

Como muitos outros produtos úteis,os defensivos agrícolas podem ser perigo-sos. A grande maioria das pessoas que osutiliza não questiona a sua validade, empre-gando-os de forma inadequada, ameaçan-do não só a saúde daqueles que os manipu-lam, mas também dos consumidores.

A ignorância do homem quanto aomanuseio correto dos produtos fitossa-nitários e de suas conseqüências nos or-

ganismos não alvos, aliada às inadequadastécnicas de aplicação têm contribuído bas-tante para o aumento dos efeitos indesejá-veis ao meio ambiente.

Antes de adotar qualquer medida decontrole, várias perguntas devem ser res-pondidas:

• Há necessidade de controlar a pragaou patógeno? Em caso afirmativo, qual ométodo mais eficiente e menos oneroso?

• Se for necessária a utilização dedefensivos agrícolas, qual o produto maisindicado? Dosagem? Período de carência?Intervalos entre aplicações? Quando, ondee como aplicá-lo? Quais são seus efeitossobre os inimigos naturais e sobre o meioambiente? Como transportar, armazenar emanusear o produto?

A falta de atenção, de consciência oumesmo a ignorância de muitos técnicos,vendedores e produtores sobre o assuntosão as principais causas de acidentes e deinsucessos no emprego de defensivos agrí-colas. Como exemplo, podemos citar ocaso do uso de super ou subdosagens. Assuperdosagens, apesar de eficientes, po-dem apresentar efeitos deletérios com re-sultados imprevisíveis às plantas, aos ani-mais, aos consumidores e ao meio ambien-te. As subdosagens, além de não seremeficientes, colocam em risco a produção epoderão propiciar o aparecimento de pra-gas ou patógenos resistentes ao produto.

Os defensivos são essenciais à bana-neira devido às pragas e doenças que redu-zem drasticamente a produção e a produti-vidade. Porém, exigem toda precaução, vi-sando à proteção dos operários que osmanipulam e aplicam, bem como dos con-

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9797Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

sumidores de banana, dos animais de cria-ção, de abelhas, peixes e, tanto quantopossível, de organismos predadores e para-sitas, enfim, do meio ambiente.

Os cuidados devem ser adotados notransporte, no armazenamento, no manu-seio (preparo, aplicação, descarte de emba-lagens etc.) e quando ocorrem acidentes.Além disso, é importante conhecer atoxicidade dos produtos e como decidir naescolha do defensivo para determinada pra-ga ou doença.

TTOOXICIDXICIDADE DOSADE DOSDEFENSIVDEFENSIVOS AOS AGRÍCOLASGRÍCOLAS

A toxicidade da maioria dos defensi-vos é expressa em termos do valor da DoseMédia Letal (DL50), por via oral, represen-tada por miligramas do produto tóxico porquilo de peso vivo, necessários para matar50% de ratos e outros animais testes.

Conquanto adotado universalmente,esse índice de toxicidade dos componentesbásicos dos defensivos é considerado deprecisão relativa, uma vez que, em funçãoda espécie, do sexo, da idade, do estadonutricional do animal, do tipo da formula-ção e da via de penetração da substância,variam os valores apurados. De outra parte,sob condições comparáveis da toxicidadeinerente, da forma física, da concentração,da dosagem, da freqüência da aplicação, dapersistência dos resíduos, podem ocorrermetabólitos mais funestos que o produtooriginal, como no caso do Fenthion, quedobra seu DL50 no organismo, passando asulforido ou sulfona etc.

Um produto altamente tóxico, aplica-do em baixa concentração do seu princípioativo ou menor dosagem, pode ser de me-nor risco para a saúde humana do queoutros menos tóxicos, usados em altas con-centrações ou em dosagem mais elevada.

O DL50 tem sido de utilidade comomero fator de comparação dos referidoscompostos químicos, estando a interpreta-ção de seus valores condicionada a certas

limitações, quando atribuída a sua significa-ção toxicológica ao homem.

Assim, para fins de prescrição dasmedidas de segurança contra riscos para asaúde humana, os produtos são enquadra-dos em função do DL50, inerente a cada umdeles.

I- Extremamente tóxicos (DL50 < 50mg/kg de peso vivo);

II-Muito tóxicos (DL50 – 50 a 500 mg/kg de peso vivo);

III-Moderadamente tóxicos (DL50 –500 a 5000 mg/kg de peso vivo);

IV-Pouco tóxicos (DL50 > 5000 mg/kg de peso vivo).

De acordo com a toxicidade dos de-fensivos agrícolas, o rótulo da embalagemapresenta na parte inferior uma faixa comuma das seguintes cores: vermelha, amare-la, azul ou verde.

Vermelho vivo: para os produtos daclasse toxicológica I;

Amarelo intenso: para os produtos daclasse toxicológica II;

Azul intenso: para os produtos daclasse toxicológica III;

Verde intenso: para os produtos daclasse toxicológica IV.

EQUIPEQUIPAMENTAMENTOS DEOS DEPROPROTEÇÃO INDIVIDUTEÇÃO INDIVIDUAL – EPISAL – EPIS

O avanço dos trabalhos na área dehigiene e proteção do trabalhador ruralvem gerando novos conceitos referentes àaplicação de defensivos agrícolas. Acimade tudo é preciso proteger o trabalhador depossível exposição aos defensivos e res-guardar a salubridade da atividade agrícola.

Os EPIs mais comumente utilizadossão: macacão de manga comprida, másca-ras protetoras, óculos e avental, luvas,botas e chapéu de abas largas impermeá-veis. Os EPIs a serem utilizados são indica-dos via receituário agronômico e nos rótu-los dos produtos.

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade9898

Os critérios que determinam a classifi-cação toxicológica devem ser considera-dos, a fim de garantir a proteção da parte docorpo mais exposta às ações da produto. Seo defensivo pertence à classe toxicológica I,devido à irritação persistente dos olhos,deve-se enfatizar a necessidade de proteçãoocular do usuário.

Recomendações:Recomendações:

• Os EPIs devem ser utilizados emboas condições, de acordo com a recomen-dação do fabricante e do produto a serutilizado, tendo-se o cuidado de observar sehá furos e rasgos, consertando-os ou subs-tituindo-os, se necessário.

• Os EPIs devem possuir Certificadode Aprovação (C.A.) do MTb.

• Os filtros das máscaras e respirado-res são específicos para defensivos e têmdata de validade.

• As luvas recomendadas devem serresistentes aos solventes dos produtos.

• O trabalhador deve seguir as instru-ções de uso de respiradores.

• A lavagem dos EPIs deve ser feitausando luvas e separadamente das roupasda família.

• Os EPIs devem ser mantidos emlocais limpos, secos, seguros e longe deprodutos químicos.

TransporteTransporteO transporte de defensivos pode ser

perigoso, principalmente, quando as emba-lagens são frágeis e quando a tampa dosfrascos apresentar problemas de vedação.Frascos de vidro ou de plástico e até mesmoas embalagens de papel podem romper-se econtaminar o veículo de transporte. A con-seqüência maior estaria no fato dareutilização do veículo para transportar ali-mentos, que poderiam sofrer contamina-ção, trazendo sérias conseqüências para osconsumidores. Devem-se tomar as seguin-tes precauções:

• Evitar a contaminação do ambientee locais por onde transitam.

• Nunca transportar defensivos agrí-colas com alimentos, rações, remédios etc.

• Nunca carregar embalagens queapresentem vazamentos. Se durante o trans-porte for constatado um vazamento, envol-ver essa embalagem com outra que evite adispersão do produtos.

• Embalagens com defensivos e quesejam suscetíveis de ruptura deverão serprotegidas durante seu transporte median-te materiais adequados.

• Verificar se as tampas estão bemajustadas.

• Impedir a deterioração das embala-gens e das etiquetas.

• Evitar que o veículo de transportetenha pregos ou parafusos sobressalentesdentro do espaço onde devem ser coloca-das as embalagens.

• Não levar produtos perigosos den-tro da cabine ou mesmo na carroceria senela viajarem pessoas ou animais.

• Não estacionar o veículo perto dascasas ou em locais de aglomeração humanaou de animais.

• Em dias de chuva, sempre cobrir asembalagens com lona impermeável se acarroceria for aberta.

ARMAZENAMENTARMAZENAMENTOO

Durante a armazenagem podem tam-bém ocorrer danos na embalagem, provo-cando problemas. Um outro fator impor-tante é a temperatura no interior do arma-zém. As temperaturas mais altas podemprovocar o aparecimento de pressões inter-nas nos frascos, contribuindo para a ruptu-ra da embalagem, ou mesmo, propiciandoo risco de contaminação de pessoas durantea sua abertura. Gases tóxicos podem tam-bém emanar daquelas embalagens que não

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9999Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

forem esvaziadas por completo, ou queforam contaminadas externamente porescorrimentos durante o uso. Esses vapo-res ou gases podem colocar em risco a vidade pessoas ou animais da redondeza.

Recomendações geraisRecomendações gerais

• Colocar em lugar coberto de maneiraa proteger os produtos contra as intempéries;

• Como um incêndio em depósito dedefensivos agrícolas traz riscos excepcio-nais, a construção deve ser de alvenaria,incombustível;

• O piso deve ser revestido de mate-rial impermeável, liso, fácil de limpar;

• Não deve haver infiltração de umi-dade pelas paredes, nem goteiras no telhado;

• Funcionários que trabalham nos de-pósitos devem ser adequadamente treina-dos. Devem receber equipamento indivi-dual de segurança e ser periodicamentesubmetidos à exames médicos;

• Junto de cada depósito devem ha-ver chuveiros e torneiras, para higiene dostrabalhadores;

• Um chuveirinho voltado para cima,para a lavagem de olhos, é recomendável.

• As pilhas dos produtos não devemficar em contato direto com o chão, nemencostadas na parede, pois pode haverperigo de umedecimento ou corrosão nasua base;

• Deve haver amplo espaço para mo-vimentação, bem como arejamento entre aspilhas;

• Estar situado o mais longe possívelde habitações ou locais onde se conservemou consumam alimentos, bebidas, drogasou outros materiais, que possam entrar emcontato com pessoas ou animais;

• Contar com facilidades necessárias,para que, no caso de existirem diferentestipos de produtos para uso agrícola, pos-sam ficar separados e independentes;

• Deve ser efetuado um controle per-manente das datas de validade dos produ-tos, evitando que caiam no vencimento. Aspilhas devem ser montadas para facilitaressa verificação;

• As embalagens para líquido devemser armazenadas com o fecho para cima;

• Os tambores ou embalagens de for-ma semelhante não devem ser colocadosverticalmente sobre os outros que se en-contram horizontalmente, ou vice-versa;

• Deve haver sempre disponibilidadede embalagens vazias, como tambores, parao recolhimento de produtos vazados;

• Deve haver sempre um adsorventecomo areia, terra, pó de serragem ou calcáriopara absorção de líquido vazados;

• Deve haver um estoque de sacos deplástico, para envolver adequadamenteembalagens rompidas;

• Nos grandes depósitos é interes-sante haver um aspirador de pó industrial,com elemento filtrante descartável, para seaspirar partículas sólidas ou frações de pósvazados;

• Se ocorrer um acidente que provo-que vazamentos, tomar medidas para queos produtos vazados não alcancem fontesde água, não atinjam culturas, e que sejamcontidos no menor espaço possível. Reco-lher os produtos vazados em recipienteadequado. Se a contaminação ambiental forsignificativa, avisar as autoridades, bemcomo alertar moradores vizinhos.

Pequenos depósitosPequenos depósitosNa fazenda, menores quantidades de

defensivos tendem a ser armazenadas. Po-rém, algumas regras devem ser observadas:

• Não guardar defensivos agrícolasou remédios veterinários dentro de resi-dências ou de alojamentos de pessoal.

• Não armazenar defensivos nos mes-mos ambientes onde são guardados ali-mentos, rações ou safras.

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• Se defensivos forem guardados numgalpão de máquinas, a área deve ser isoladacom tela ou parede, e mantida trancada.

• Não fazer estoque de produtos alémdas quantidades previstas para uso no curtoprazo, como uma safra agrícola.

• Todos os produtos devem ser man-tidos nas embalagens originais. Após umaremoção parcial dos conteúdos, as embala-gens devem ser novamente fechadas.

• No caso de rompimento de embala-gens, devem receber uma sobrecapa, prefe-rivelmente de plástico transparente paraevitar a contaminação do ambiente. O rótu-lo do produto deve permanecer visível.

• Na impossibilidade de manutençãona embalagem original, por estar muitodanificada, os produtos devem ser transfe-ridos para outras embalagens que não pos-sam ser confundidas com recipientes paraalimentos ou rações. Devem ser aplicadasetiquetas que identifiquem o produto, aclasse toxicológica e as doses a serem usa-das para as culturas em vista. Essas embala-gens de emergência não devem ser maisusadas para outra finalidade.

Incêndio em depósitoIncêndio em depósito

Qualquer incêndio é normalmente umatrativo para pessoas, que desejam ver oespetáculo. Quando esse incêndio podegerar vapores tóxicos, é importante evitar aaproximação de qualquer pessoadesprotegida.

Os meios de combate ao fogo podemvariar em função dos tipos de produtosarmazenados:

• Jatos de água não devem ser usadosquando se tenham produtos que possamser espalhados pela pressão de água e, even-tualmente, continuar a arder. Como exem-plo, enxofre.

• Embalagens com líquido combustí-vel devem ser esfriadas com neblina, evi-tando-se explosões.

• Máscaras contra gases são muitoimportantes para as pessoas envolvidas nocombate ao fogo.

RECEITUÁRIO ARECEITUÁRIO AGRONÔMICOGRONÔMICO

É o parecer técnico sobre a situaçãofitossanitária tendo como finalidade a utili-zação de métodos de controle mais adequa-dos, para efetivar o controle das pragas,doenças e plantas daninhas com baixo cus-to, sem comprometer a saúde do aplicador,do consumidor e do meio ambiente.

Aliado ao Receituário Agronômico, otécnico responsável deve considerar a in-trodução do manejo integrado como formade proteger os agentes responsáveis pelocontrole biológico natural e maximizar aeficiência dos defensivos agrícolas por meiodo seu uso racional e o emprego de umatecnologia de aplicação eficaz.

O Receituário Agronômico exige, im-põe e assume a responsabilidade profissio-nal em toda a sua amplitude por meio doseu documento formal – a receita.

Somente os engenheiros agrônomos eflorestais, nas respectivas áreas de compe-tência, estão autorizados a emitir a receita.Os técnicos agrícolas podem assumir aresponsabilidade técnica de aplicação, des-de que sob a supervisão de um engenheiroagrônomo ou florestal (ResoluçãoCONFEA No 344 de 27-07-90).

Para a elaboração de uma receita éimprescindível que o técnico vá ao localcom problemas para ver, avaliar, medir,auscultar os fatores ambientais, bem comosuas implicações na ocorrência do proble-ma fitossanitário e na adoção de prescri-ções técnicas.

As receitas só podem ser emitidas paraos defensivos registrados na SecretariaNacional de Defesa Agropecuária - SNDAdo Ministério da Agricultura e do Abasteci-mento, que poderá dirimir qualquer dúvidaque surja em relação ao registro ou à reco-mendação oficial de algum produto.

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101101Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

Os profissionais habilitados podemprovidenciar a confecção de seu talonáriode receitas, desde que respeitem a legislaçãoem vigor e que ele seja numerado e/oucontrolado pelo Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura e Agronomia –Crea de seu estado. Alguns Creas possuemtalonário próprio que o profissional podeadquirir.

AAQUISIÇÃO DOSQUISIÇÃO DOSDEFENSIVDEFENSIVOS AOS AGRÍCOLASGRÍCOLAS

• Procurar orientação técnica com oengenheiro agrônomo ou florestal.

• Solicitar o receituário agronômico,seguindo-o atentamente.

• Adquirir o produto em lojas cadas-tradas e de confiança.

• Verificar se é o produto recomen-dado (nome comercial, ingrediente ativo econcentração).

• Observar a qualidade da embala-gem, rótulo e bula (vazamento/amassa-dos/rasgados etc.).

• Verificar se a embalagem está lacrada.

• O prazo de validade, o número delote e a data de fabricação devem estarespecificados.

• Exigir a nota fiscal de consumidorespecificada.

CUIDCUIDADOS NO MANUSEIOADOS NO MANUSEIODOS DEFENSIVDOS DEFENSIVOSOS

O preparo da calda é uma das opera-ções mais perigosas para o homem e o meioambiente, pois o produto é manuseado emaltas concentrações. Normalmente, essaoperação é feita próxima a pontos de cap-tação de água, como poços, rios, lagos,açudes etc. Em geral ocorrem escorrimentose respingos que atingem o operador, amáquina, o solo e o sistema hídrico, promo-vendo desta forma a contaminação de or-

ganismos não alvos, principalmente daque-les que usarão a água para sua sobrevivência.

O despreparo do agricultor e seu des-conhecimento a respeito dos perigos que osdefensivos agrícolas apresentam, associa-dos à atual tecnologia de aplicação, contri-buem, cada vez mais, para a ocorrência deacidentes e o aumento da contaminaçãoambiental.

Cuidados antes das aplicaçõesCuidados antes das aplicações

• Siga sempre orientação de um téc-nico para programar os tratamentos fitossa-nitários;

• Leia atentamente as instruções cons-tantes do rótulo do produto e siga-as corre-tamente. O rótulo das embalagens deveconter as seguintes informações:

- a dosagem a ser aplicada;

- número e intervalo entre aplicações;

- período de carência, ou seja, tempomínimo necessário a ser esperado entre aúltima aplicação e a colheita do produto;

- quais as culturas, pragas, patógenosetc. em que o produto pode ser utilizado;

- DL50;

- classe toxicológica;

- efeitos colaterais no homem, animal,planta e meio ambiente;

- recomendações gerais em caso deenvenenamento;

- persistência (tempo envolvido nadegradação do produto);

- modo de ação do produto;

- formulação;

- compatibilidade com outros produ-tos químicos e nutrientes;

- Precauções.

• Inspecione sempre o plantio. Nãodeixe que pragas e doenças tomem conta,mas não aplique o produto sem necessidade.

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade102102

• Mantenha os defensivos em emba-lagens originais, bem fechadas e guardadasem depósitos apropriados, em locais forado alcance de crianças e animais domésti-cos, longe de alimentos.

• Siga, rigorosamente, as instruções,não usando concentrações além dos limitesrecomendados.

• Abra as embalagens com cuidado,para evitar respingo, derramamento do pro-duto ou levantamento de pó.

• Mantenha o rosto afastado e eviterespirar o defensivo, manipulando o pro-duto de preferência ao ar livre ou em ambi-ente ventilado.

• Evite o acesso de crianças, pessoasdesprevenidas e animais aos locais de mani-pulação dos defensivos.

• Não permita que pessoas fracas,idosas, gestantes, menores de idade e doen-tes apliquem defensivos. As pessoas emcondições de aplicarem defensivos devemter saúde, serem ajuizadas e competentes.

• Esteja sempre acompanhado quan-do estiver usando defensivos muito fortes.

• Verifique se o equipamento está emboas condições.

• Use aparelhos sem vazamento e bemcalibrados, com bicos desentupidos e fil-tros limpos.

• Use vestuários EPIs durante a ma-nipulação e aplicação de defensivos. Após aoperação, todo e qualquer equipamento deproteção deverá ser recolhido,descontaminado, cuidadosamente limpo eguardado.

Cuidados durante as aplicaçõesCuidados durante as aplicações

• Não pulverize árvores estando em-baixo delas.

• Evite a contaminação das lavourasvizinhas, pastagens, habitações etc.

• Não aplique defensivos agrícolas

em locais onde estiverem pessoas ou ani-mais desprotegidos.

• Não aplique defensivos nas proxi-midades de fontes de água.

• Não fume, não beba e não comadurante a operação sem antes lavar as mãose o rosto com água e sabão.

• Não use a boca - nem tampoucoarames, alfinetes ou objetos perfurantes -para desentupir bicos, válvulas e outraspartes dos equipamentos.

• Não aplique defensivos quando hou-ver ventos fortes; aproveite as horas maisfrescas do dia.

• Não faça aplicações contra o senti-do do vento.

• Não permita que pessoas estranhasao serviço fiquem no local de trabalhodurante as aplicações.

• Evite que, durante a operação, osoperários trabalhem próximos uns dosoutros.

Cuidados após as aplicaçõesCuidados após as aplicações

• As sobras de produtos devem serguardadas na embalagem original, bem fe-chadas.

• Não utilize as embalagens vaziaspara guardar alimentos, rações e medica-mentos; queime-as ou enterre-as.

• Não enterre as embalagens ou res-tos de produto junto de fontes de água.

• Queime somente quando o rótuloindicar e evite respirar a fumaça.

• Respeite o intervalo recomendadoentre as aplicações.

• Respeite o prazo de carência (in-tervalo de tempo entre a aplicação e acolheita).

• Não lave equipamentos de aplica-ções em rios, riachos, lagos e outras fontesde água.

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103103Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

• Evite o escoamento da água de lava-gem do equipamento de aplicações ou dasáreas aplicadas para locais que possam serutilizados pelos homens e animais.

• Ao terminar o trabalho, tome ba-nho com bastante água fria e sabão. Aroupa de serviço deve ser trocada e lavadadiariamente.

DESCARTE DDESCARTE DAS EMBALAAS EMBALAGENSGENSVVAZIASAZIAS

O destino das embalagens vazias é,atualmente, um problema muito grave. Emgeral, elas são deixadas amontoadas, próxi-mas dos pontos de captação de água, sendoutilizadas para fins diversos. Não existe atéo momento uma maneira prática e total-mente segura para destruir ou eliminar asembalagens vazias.

As embalagens de defensivos agríco-las não devem ser usadas para outras fina-lidades, por mais atrativas ou práticas quesejam.

A forma de descarte prevista em dis-positivos regulamentadores é oenterramento. Sendo relativamente fácilpara pequenos volumes, pode tornar-secomplexo em propriedades onde haja umconsumo elevado, exigindo um planeja-mento racionalizado.

Nas regiões onde não existam depósi-tos comunitários de lixo contaminado, odescarte é de responsabilidade do agricul-tor, que, isoladamente ou em convêniocom vizinhos, precisa montar uma estrutu-ra adequada.

Para assegurar-se de que as embala-gens estejam realmente vazias, deve-se usartodo o conteúdo, não deixando restos.

Existem diferentes formas de descartede embalagens, mas antes deve-se procederà tríplice lavagem, prática simples, que temo objetivo de reduzir significativamente osníveis de resíduos internos nas embalagens

vazias de defensivos agrícolas logo depoisdo uso do produto, para evitar que venha asecar, dificultando sua retirada. As embala-gens vazias, antes do descarte, devem serlavadas e enxaguadas três vezes. Para lavá-la, deve-se enchê-la com água até atingir ¼do volume, tampá-la e agitá-la por 30 se-gundos. A calda que resulta da lavagemdeve ser despejada no tanque do pulveriza-dor com a calda que será aplicada no pomar.

Após a tríplice lavagem, as embala-gens devem também ser furadas e amassa-das, para impedir o seu reaproveitamentocomo recipiente doméstico e rural. Mante-nha, porém, o rótulo das embalagens parafacilitar a sua identificação.

Para diminuir o volume de embalagensmetálicas ou de plástico, é recomendável umamassamento em prensa especial para essafinalidade. Os vidros devem ser quebrados.Para evitar a dispersão de fragmentos, efetu-ar a quebra dentro de um saco de plásticogrosso, como um saco de adubo.

Para as grandes propriedades agríco-las, recomenda-se montar na área dosdescartes uma prensa amassadora, com dis-positivo de recolhimento de resíduos queainda possam estar nas embalagens.

A embalagem usada pode ser armaze-nada para futura reciclagem controlada pe-los órgãos ambientais responsáveis, ou de-positada em um fosso sanitário.

Fosso sanitárioFosso sanitário

• O local para construção do fossodeve ser distante de qualquer fonte de água,casas e instalações de animais, fora do trân-sito de pessoas e animais, onde não sepreveja aproveitamento agrícola, mesmono longo prazo.

• O local não deve ser de baixada,sujeito a inundações ou a acúmulo de água.

• O solo deve ser profundo e depermeabilidade média a fim de permitiruma percolação lenta e a degradação bioló-gica do defensivo.

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Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade104104

• Abrir um fosso de 1 a 2 metros deprofundidade, comprimento e largura, nãoexcedendo a 3 m, de acordo com as neces-sidades.

• Distribuir no fundo do fosso umacamada de 20 cm de pedra irregular e umade 10 cm a 15 cm de pedra britada.

• Ao redor do fosso cavar uma valeta,com escoadouro para impedir a entrada deenxurradas.

• Reservar uma área suficiente para ainstalação de mais fossos, de acordo com anecessidade.

• Isolar o fosso com uma cerca detela, arame ou madeira para impedir a entra-da de animais e dificultar a entrada depessoas.

• Colocar uma placa de advertência(CAVEIRA), com os dizeres: LIXO TÓ-XICO.

• Antes de iniciar o uso e após cada 15cm de material descartado, intercalar comcamadas de cal virgem ou calcário para aneutralização;

• Completada a capacidade do fosso,cobrir com uma camada de 50 cm de terrae compactar bem.

• Uma camada adicional de 30 cm deterra deve ser colocada sobre o aterro paraque este fique acima de nível do terreno.

INTINTOOXICAÇÕES COMXICAÇÕES COMDEFENSIVDEFENSIVOS AOS AGRÍCOLASGRÍCOLAS

Os defensivos agrícolas, pelo seu po-der tóxico, podem envenenar uma pessoapela boca (no ato de comer, beber, oufumar, estando as mãos e rostos sujos comdefensivos), pelo nariz (quando não é utili-zada máscara e respira-se o produto), pelapele (quando o defensivo, seja pó, líquidoou gás, adere à roupa do trabalhador) epelos olhos (quando não é utilizado óculos,os respingos do produto podem atingi-los).

Sintomas de intoxicaçãoSintomas de intoxicação

O trabalhador intoxicado por defen-sivos apresenta algumas das seguintes alte-rações:

• Altamente irritado ou nervoso;

• Ansiedade e angústia;

• Desmaios, perda da consciência atéo coma. Coma é a situação de urgência, e ointoxicado pode vir a falecer;

• Convulsões ou ataques – a pessoacai no chão, soltando saliva ou baba emgrande quantidade, mexe com os braços epernas, além de não entender o que estáacontecendo;

• Fraqueza e mal-estar, dor de cabe-ça, vertigem, dificuldades para enxergar;

• Ânsia, vômitos, dores de barriga ediarréias;

• Respiração difícil, com dores nopeito e falta de ar;

• Muita saliva e suor;

• Fala palavras desconexas e apresen-ta tremores no corpo;

• Queimaduras e alterações da pele;

• Dores nos braços, barriga e peito;

• Urina alterada, seja na quantidade,cor ou consistência;

• Irritação do nariz, garganta, olhos,provocando tosse e lágrimas.

Primeiros socorrosPrimeiros socorros

Um rápido atendimento logo após acontaminação corporal, ingestão ou inala-ção de um defensivo agrícola é fundamen-tal para a preservação da saúde. Primeirossocorros devem ser prestados ainda nocampo, quando não houver recursos médi-cos imediatos. Não devem, contudo, serministrados remédios a título preventivo.Caberá sempre ao médico prescrever omedicamento adequado.

Page 104: Banana Fitossanidade

105105Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

Sintomas de intoxicação podem nãoaparecer de imediato. Deve ser prestadaatenção à possível ocorrência desses sinto-mas, para que possam ser relatados comprecisão. No rótulo do produto utilizadoconstam quais os sintomas, o antídoto e oque fazer.

O socorrista deve conhecer bem osdefensivos utilizados na propriedade e osantídotos recomendados. Manter a calma,afastar os curiosos e agir com rapidez esegurança. Acalmar a vítima, deitando-a nochão. Além dos primeiros socorros, deve-se providenciar um carro para levar a vítimaaté o hospital ou chamar um médico.

Materiais para atendimento deMateriais para atendimento deurgênciaurgência

Para que durante a fase de atendimen-to não tenhamos que improvisar ou correratrás de materiais, torna-se imprescindíveluma caixa de primeiros socorros, que con-tenha:

- sabão de coco ou comum;

- copos de vidro ou de papel;

- seringas descartáveis de 5 ml, comagulha;

- algodão;

- álcool;

- antídoto para os produtos mais uti-lizados na propriedade rural.

Esses antídotos ou contravenenos têmuma utilização regulada, quer dizer, paracada tipo de defensivo, um contraveneno,de acordo com a indicação no rótulo doproduto. Quando for utilizá-lo, siga rigoro-samente as instruções do rótulo do tóxico.

A caixa de primeiros socorros devesempre estar perto dos trabalhadores ou dolocal de armazenamento, manipulação, pre-paração ou aplicação, sendo o seu uso ex-clusivo do socorrista treinado.

Ingestão de produtos tóxicosIngestão de produtos tóxicos(intoxicação pela boca)(intoxicação pela boca)

Deve-se impedir ou retardar a ab-sorção dos componentes tóxicos pelo or-ganismo. Diversas medidas podem ser con-sideradas:

Indução do vômito

Pode ser indicada em certos casos,mas não é uma medida de primeiros socor-ros. Nunca induzir o vômito em pessoasinconscientes, semiconscientes ou em con-vulsão. A ingestão prévia de um copo deágua facilita o vômito. A introdução de umdedo, espátula, cabo de colher etc., pelaboca, estimulando partes profundas da gar-ganta, geralmente provoca vômitos. Águamorna e com sal de cozinha induz ao vômi-to, mas nem sempre é indicado. Uma solu-ção de tintura de Ipecacuanha, numa dosede 10 ml a 20 ml para adultos, produz boaindução ao vômito. Pode ser repetida após20 minutos.

Se houver ingestão de um produtogranulado fica mais difícil a eliminação erepetidas provocações de vômito, auxilia-das pela ingestão de água, devem serefetuadas.

Ao vomitar, a pessoa deve sermantida de bruços, com a cabeça inclinadapara baixo.

Guardar uma porção do materialvomitado para ser entregue ao médico, quepoderá mandar analisar o conteúdo. Se forprevista demora no encaminhamento,conservá-la em congelador.

O vômito é contra-indicado quan-do o paciente ingeriu um produto cáustico,de forte reação ácida ou alcalina, bem comoprodutos cujo solvente seja um derivado depetróleo, porque eles tendem a afetar asmucosas. Muitos concentradosemulsionáveis têm solventes agressivos, nãodevendo ser provocado o vômito se foramingeridos no estado puro ou pouco diluído.

Page 105: Banana Fitossanidade

Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade106106

Pode-se induzir o vômito, se os defensivosforam ingeridos de forma diluída, como nascaldas preparadas para pulverização.

Diluição do ingerido

Fazer o paciente tomar grande quan-tidade de água é no geral benéfico paradiluir o produto, facilitando sua eliminação,também por vômito. Leite e alimentosgordurosos tendem a promover absorçãode produtos lipossolúveis e devem ser evi-tados, exceto quando especificamente re-comendados. Evitar bebida alcóolica. Nun-ca dar algo via oral à pessoa inconsciente,semi-inconsciente ou em convulsão, poisexistem sérios riscos de aspiração para ospulmões.

AdsorventesGeralmente é recomendável admi-

nistrar adsorventes, como uma suspensãode carvão ativado, em água. Em situaçõesde emergência pode ser usado o carvãoativado existente em filtros de água domés-ticos.

Inalação de tóxico (intoxicação peloInalação de tóxico (intoxicação pelonariz)nariz)

• Retirar o paciente do ambiente con-taminado. Se existirem gases no ambiente,o socorrista deve usar máscara adequada.

• Transferir o paciente para um ambi-ente de ar puro, removendo-lhe ou afrou-xando as roupas.

• Retirar, próteses dentárias (denta-duras, por exemplo).

• Inclinar a cabeça para trás o máxi-mo possível (se houver queda da língua,puxá-la para a frente).

• Fazer respiração artificial (boca aboca, por exemplo) caso a respiração es-pontânea não seja adequada.

• Manter o paciente aquecido, utili-zando cobertores.

• As pernas devem ficar em posiçãoligeiramente superior ao corpo.

Contaminação da peleContaminação da pele

• Tirar as roupas contaminadas.

• Lavar imediatamente todo o corpodo paciente, principalmente as partes atin-gidas, com água fria e sabão.

• Vestir roupas limpas.

• Se o acidentado apresentar calafri-os, envolver o corpo com cobertores.

• Não aplicar pomadas ou fazer trata-mentos de superfície, se não forem reco-mendados pelo médico.

• Roupas contaminadas devem serlavadas em separado das roupas de usonormal da família.

Contaminação dos olhosContaminação dos olhos

• Banhar os olhos com água limpa efria, corrente e pouco intensa, por 10 a 15minutos;

• Não aplicar colírios ou pomadas, senão forem determinados pelo médico.

TRATRATTAMENTAMENTO MÉDICOO MÉDICO

Mesmo que tenham sido tomadas asprimeiras medidas de socorro, deve serbuscado um atendimento médico. Intoxi-cações por certos defensivos podem apre-sentar efeitos retardados ou pode voltar aocorrer um quadro de crise aguda algumashoras depois de contornada a primeira cri-se. São informações importantes para omédico:

• nome do produto que supostamen-te causou o acidente;

• nome do ingrediente ativo, grupoquímico;

• tipo de formulação e concentração doingrediente ativo na formulação comercial;

• é preferível sempre levar ao médicoum rótulo ou uma embalagem vazia, comrótulo ainda legível, pois nele constam quaissão os sintomas, o antídoto e quais asmedidas a serem adotadas;

Page 106: Banana Fitossanidade

107107Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

• forma em que estava o produtoquando ocorreu a contaminação, se puroou diluído em calda;

• há quantos dias vinha trabalhando opaciente com esse produto;

• que outros produtos o paciente ma-nipulou ou aplicou nas últimas semanas;

• forma de contaminação;

• se ingerido: volume aproximado daingestão, hora da ingestão e quantas horasdepois começaram a aparecer os sintomas;

• contaminação corporal: a que horasocorreu e quanto tempo depois começa-ram a aparecer os sintomas;

• se não houver contaminaçãosignificante, em que hora o paciente come-çou a aplicar o produto e quanto tempodepois começaram a aparecer os sintomas;

• tipos de sintomas;

• medidas de emergência tomadas;

• se o paciente já teve outros aciden-tes com defensivos;

• se vinha apresentando sintomas deintoxicação ultimamente;

• se o paciente tem algum tipo dedoença, sofre de algum problema em algumórgão (coração, rins, fígado etc.).

CACAUSAS DE FRAUSAS DE FRACASSOS NOCASSOS NOCONTROLE FITCONTROLE FITOSSANITÁRIOOSSANITÁRIO

Equipamentos e defensivos associ-am-se, mutuamente, para a obtenção deresultados satisfatórios. Na realidade, exis-tem muitos outros fatores envolvidos, masconsiderando apenas as máquinas e os pro-dutos, diríamos que o resultado da opera-ção seria antes um produto desses doisfatores do que uma média de suas eficiênci-as individuais.

Isto significa que o melhor defensi-vo, aplicado com uma máquina inadequadaou mal regulada não dá nem ao menos

resultados medianos, sendo mesmo mais pro-vável um fracasso completo na operação.

• Aplicação de defensivos deteriora-dos. O defensivo pode deteriorar-se pelascondições de armazenagem e preparo.

• Uso de máquinas e técnicas de apli-cação inadequadas.

• Não observância dos programas detratamento, tanto no que diz respeito àépoca, intervalo, como ao número de apli-cações.

• Escolha errônea dos defensivos. Émuito comum a apresentação de “equiva-lentes” pelo distribuidor.

• Início do tratamento depois quegrande parte da produção já está seriamentecomprometida.

• Confiança excessiva nos métodosde controle químico.

MANUTENÇÃO E LAMANUTENÇÃO E LAVVAAGEMGEMDOS PULDOS PULVERIZADORESVERIZADORES

A manutenção e a limpeza dos apa-relhos que aplicam defensivos devem serrealizadas ao final de cada dia de trabalhoou a cada recarga com outro tipo de produ-to, tomando os seguintes cuidados:

• colocar os EPIs recomendados;

• após o uso, certificar-se de que todaa calda do produto foi aplicada no localrecomendado; deve-se evitar o desperdí-cio, preparando a quantidade suficiente paraas suas necessidades;

• junto com a água de limpeza, colo-car detergentes ou outros produtos reco-mendados pelos fabricantes;

• repetir o processo de lavagem comágua e com o detergente por, no mínimo,mais duas vezes. Evitar respingos;

• desmontar o pulverizador, remo-vendo o gatilho, as molas, as agulhas, osfiltros e as pontas, colocando-os em umbalde com água;

Page 107: Banana Fitossanidade

Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade108108

• limpar também o tanque, as alças ea tampa, com esponjas, escovas e panosapropriados somente para isso;

• certificar-se de que o pulverizadorestá totalmente vazio;

• verificar se a pressão dos pneus é acorreta, se os parafusos de fixação apresen-tam apertos adequados, se a folga das cor-reias é a conveniente etc.;

• verificar se há vazamento, na bom-ba, nas conexões, nas mangueiras, registrose bicos, regulando a pressão de trabalhopara o ponto desejado, utilizando-se so-mente a água para isso;

• destravar a válvula reguladora de

pressão, quando o equipamento estiver coma bomba funcionando sem estar pulverizan-do. O mesmo procedimento deverá ser segui-do nos períodos de inatividade da máquina;

• no preparo da calda, utilizar somen-te água limpa, sem materiais em suspensão,especialmente areia, pelo poder abrasivoque esta possui sobre as partes ativas dosequipamentos;

• regular o equipamento, sempre queo gasto de calda variar de 15% em relação aoobtido com a calibração inicial;

• trocar os componentes do bico sem-pre que a sua vazão diferir de 5% da médiados bicos da mesma especificação.

Page 108: Banana Fitossanidade

109109Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

10 ENDEREÇOS ÚTEISASSOCIAÇÕESASSOCIAÇÕES

ABANORTE – ASSOCIAÇÃO DEBANANICULTORES DO NORTE DE MINASParque de ExposiçõesCEP: 39440-000 Janaúba-MG

ANDEF – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DEDEFENSIVOS AGRÍCOLASRua Capitão Antônio Rosa, 376 – 13o andarCEP: 01443-010 – São Paulo-SPTel. (011) 881 5033 – Fax: (011) 853-2637

HORTINEXA – ASSOCIAÇÃO NACIONALDOS EXPORTADORES DE HORTIGRA-NGEIROSR. Teodoro Sampaio, 417 – 7o andar – Conj.74CEP: 05405-000 - São Paulo-SPTel.: (011) 883-0322 – Telex: 11-24184Fax: (011) 853-3126

GPF – GRUPO PAULISTA DE FITOPATOLOGIAFCAV – UNESPCEP 14870-000, Jaboticabal, SPFone: (016) 323-2500; Fax: (016) 322-4275

IBF – INSTITUTO BRASILEIRO DO FRIOAl. Barão de Piracicaba, 799 – 2o AndarCEP: 01216-010 – São Paulo-SPTel.: (011) 221-5777 – Telex: 31404Fax: (11) 222-4418

IBRAF – INSTITUTO BRASILEIRO DA FRUTAR. Dr. Franco da Rocha, 137 – Conj. 42CEP: 05015-040 – São Paulo-SPTel.: (011) 261-6331 – Fax: (011) 263-2921

OCB – ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVASDO BRASILCentro Comercial Sul – Ed. Baracat – 4o andarCEP: 73300-500 – Brasília-DFTel.: (061)225-0275 – Telex: 61-1879Fax: (061) 226-8766

SBF – SOCIEDADE BRAS. DE FRUTICULTURAAv. Silvio Vantini, 52 – Nova JaboticabalCEP: 14870-000 – Jaboticabal - SPTel./fax: (16) 323 3102e-mail: [email protected]

SBF – SOCIEDADE BRAS. DE FITOPATOLOGIACx. Postal 04482CEP: 70919-970 – Brasília-DFTel.: (061) 348-2424

VALEXPORT – ASSOCIAÇÃO DOSEXPORTADORES DE HOTIGRANJEIROS EDERIVADOS DO VALE DO SÃO FRANCISCO.Cx. Postal, 120.CEP: 56300-970 – Petrolina-PETel.: (081) 961-5409

ANÁLISE DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOSANÁLISE DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS

INSTITUTO ADOLFO LUTZAv. Dr. Arnaldo, 355Bairro Serqueira Cezar, PacaembuCEP: 01246-902 - São Paulo-SPTel.: (011) 851-0111

INSTITUIÇÕES DE PESQUISA LIGADAS ÀINSTITUIÇÕES DE PESQUISA LIGADAS ÀBANANICULTURABANANICULTURA

CENTROS DE PESQUISA LIGADOS ABANANA

CTAA - CENTRO NACIONAL DE PESQUISADE TECNOLOGIA AGROINDUSTRIAL DEALIMENTOSAv. das Américas, 29501 - GuaratibaCEP: 23020-000 - Rio de Janeiro, RJ –Fone:(021) 410-2350Telex: 21-2367, Fax: (021) 410-1090

CNPAT - CENTRO NACIONAL DE PESQUISADE AGROINDUSTRIA TROPICALRua Drª Sara Mesquita, 2270 – PiciCEP: 60511-110, Fortaleza, CEFone: (21) 410-2350Tel: (85) 299-1800

CPAA – CENTRO DE PESQUISAAGROFLORESTAL DA AMAZÔNIAOCIDENTALRod. AM- 010, km 28, Estrada Manaus/ItacoatiaraCaixa Postal 319, CEP 69. 048-660, Manaus, AM.Fone: (092) 622-2012; Fax: (092) 622 1100

CNPMA - CENTRO NACIONAL DE PESQUISAE MONITORAMENTO AMBIENTALRod. SP 340, km 127,5Bairro Tanquinho VelhoCEP 13820-000- Jaguariúna, SPFone: (19) 38678700, Telex: 19-2655,EPBA-BR, Fax:(19) 38675225

CPAF-AC – CENTRO DE PESQUISAAGROFLORESTAL DO ACRERod. BR 364, km 14Caixa Postal 392, CEP 69908-970,Rio Branco, AC.Fone: 068) 224-3932/4025; Telex: 682589;Fax: (068) 224 4035

CNPMF - CENTRO NACIONAL DE PESQUISAEM MANDIOCA E FRUTICULTURARua Embrapa S/N Caixa Postal 007 - CEP44380Cruz das Almas, BA. Tel.:(075) 721-1210 -Fax:(075) 721-2420

CPATSA - CENTRO DE PESQUISAAGROPECUÁRIA DO TRÓPICO SEMI-ÁRIDOBR 428 km 152 - Zona Rural - CEP 56300-000 - Petrolina-PEFone: (081) 961-4411, Telex: 81-0016, Fax:(081) 992-1283

EPAMIG/ CTNMCaixa Postal 12, CEP 39440-000, Janaúba-MGFone: (038) 821 2160

EPAGRIRod. Ademar Gonzaga 1347Bairro ItacorubiFlorianópolis - SCCEP: 88034-901Fax: (048) 234-1024Fone: (048) 234-0066

IPA – EMPRESA PERNAMBUCANA DEPESQUISA AGROPECUÁRIAAv. General San Martin, 1371- BonjiCaixa Postal 1022, CEP 50571-000, Recife, PEFone: (081) 4452200; Fax: (081) 2274017

IAC - INSTITUTO AGRONÔMICO DECAMPINASAv. Barão de Itapura, 1481CEP 13020-000 Campinas, SPFone: (0192) 31-5422 - Telex: 19-1059Fax: (0192) 31-4943

FACAV - UNESPRod. Carlos Tonanni, km 5, JaboticabalCEP 14870, Tel.: (0163) 22-4000

CREACREA

CREA-ACAv. Ceará - 1146Rio Branco-AC, CEP 69900-460Fone: (068) 224-5632, Fax: (068) 224-9826

CREA-ALRua Dr. Osvaldo Sarmento, 22 - FarolMaceió - AL, CEP 57021-510Fone: (082) 221-0866 / 221-1037-PABXFax: (082) 221-0929

CREA-AM/RRRua Costa Azevedo, 174 - CentroManaus - AM, CEP 69010-230Fone: (092) 622-4714 / 622-4715-PABXFax: (092) 622-4716

CREA-BATrav.daAjuda,1-Ed.MartinsCatharino -2o AndarSalvador - BA, CEP 40020-030Fone: (071) 243-9055 / 243-9176 / 243-9976- PABX 243-8172-Pres.Fax: (071) 242-8214

Page 109: Banana Fitossanidade

Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade110110

CREA-CERua Paula Rodrigues, 304Fortaleza - CE, CEP 60411-270Fone: (085) 272-1444 - PABXFax: (085) 272-3083

CREA-DFSGAS - Q. 901 - Lote 72Brasília - DF, CEP 70390-010Fone: (061) 321-3001-PABX / 321-1581-Pres.Fax: (061) 321-1581

CREA-ESAv. Princesa Isabel, 54 - Ed. Caparaó - 9o

andarVitória - ES, CEP 29010-360Fone: (027) 222-2690 / 222-2374222-2444 / 222-2395 - Fax: (027) 223-5560

CREA-GORua 239, no 585 - Setor Leste UniversitárioGoiânia - GO, CEP 74605-070Fone: (062) 223-4405 - PABXFax: (062) 224-2793

CREA-MARua 28 de julho, 214São Luís - MA, CEP 65010-680Fone: (098) 221-2094 / 221-2116 / 221-2021-PABX

CREA-MGAv. Alvares Cabral, 1600Belo Horizonte - MG, CEP 30170-001Fone: (031) 335-7888-PABX / 335-4540-Pres.Fax: (031) 335-7949

CREA-MSRua Antônio Maria Coelho, 221 - Vila PlanaltoCampo Grande - MS, CEP 79009-380Fone: (067) 383-5916 / 383-5983 / 383-5315-Pres.Fax: (067) 721-2518

CREA-MTRua Campo Grande, 479 - CentroCuiabá - MT, CEP 78005-360Fone: (065) 321-0532 / 321-0326 / 321-0236-PABX - Fax: (065) 624-4484

FABRICANTES DE EQUIPAMENTOS DEAPLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

BERTHOUD INDÚSTRIA DE MÁQUINASAGRÍCOLAS LTDA.Rua Tenente Djalma Dutra, 888São José dos PinhaisCx. Postal 71CEP: 83100-970 – Curitiba-PRPABX: (041) 282-1191 – Telex: 6447 BM AG

CIA YAMAR – DISTRIBUIDORA DE MÁQUINASAv. Dr. Gastão Vidigal, 2001 – Vila LeopoldinaCEP: 05314-000 – São Paulo-SPTel.: (011) 261-0911, Telex: (011) 24080

MÁQUINAS AGRÍCOLAS JACTO S/ARua Dr. Luís Miranda, 1650CEP: 17580-000 – Pompéia-SPTel.: (014) 452-1811 e 452-1911Telex: (011) 79101.

FABRICANTES DE EQUIPAMENTOS DEFABRICANTES DE EQUIPAMENTOS DEPROTEÇÃO INDIVIDUALPROTEÇÃO INDIVIDUAL

BERTAGLIA & SILVA LTDA.Av. Paes de Barros 3.743CEP: 03114-001 – São Paulo-SPTel.: (011) 494-2711Telex: (011) 1121988 BESL BRProdutos: Equipamentos de ProteçãoIndividual

BRÄGER LUBECA – IND. COM. E IMP. LTDA.Rua Cidade de Bagdá, 554Vila Santa CatarinaCx. Postal 21232CEP: 04377-000 – São Paulo-SPTel.: (011) 275-4022Telex: (011) 24259 LUBE BRProdutos: Máscaras e filtros

3MCaixa Postal 123CEP: 13001-970 – Campinas-SPTel.: (019) 242-2711Produtos: Máscaras e Filtros

MSA DO BRASIL EQUIPAMENTOS EINSTRUMENTOS DE SEGURANÇA LTDA.Av. Roberto Gordon, 138Cx. Postal 376CEP: 09900-090 – Diadema-SPTel.: (011) 445-1499Telex: (011) 44241 MSAE BRProdutos: Equipamentos e Instrumentos deSegurança

MUCAMBO – ARTEFATOS DE BORRACHAMUCAMBO LTDA.Av. Prof. Magalhães Neto, 999 – 5 – PitubaCx. Postal 97CEP: 41820-021 – Salvador-BATel.: (071) 231-4266Telex: (071) 3201 ABMU 41820Produtos: Artefatos de Borracha

PROT-CAPRua Ivaí, 356/368CEP: 03080-010 – São Paulo-SPTel.: (011) 292-4033Telex: (011) 38762 PRTP-BRProdutos: Artigos para Proteção Industrial.

PROTIM – EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS DEPROTEÇÃO LTDA.Rua Agostinho Gomes, 1537CEP: 04206-000 – São Paulo-SPTel.: (011) 274-3244Telex: (011) 35686 PEIPProdutos: Equipamentos de ProteçãoIndividual

REALRod. Regis Bittencourt, km 26Cx. Postal 144CEP: 06800-970 – São Paulo-SPTel.: (011) 914-1622 – Telex: (011) 1171847REALUVAProdutos: Equipamentos de Segurança

RIMPAC – ÓCULOS E EQUIPAMENTOS DESEGURANÇA RIMPAC LTDA.Rua Mogi-Mirin, 253CEP: 03187-040 – São Paulo-SPTel.: (011) 292-4033.Telex: (011) 36009 RMDE-BRProdutos: Óculos e Equipamentos deSegurança

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DOMINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DOABASTECIMENTOABASTECIMENTO

SDA – SECRETARIA DE DEFESA AGROP.COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIAFITOSSANITÁRIAEsplanada dos Ministérios Bl DAnexo – 3o andar Ala A – Sala 343.CEP: 70043-900 – Brasília-DFTel.: (061) 218-2258

DAS – SECRETARIA DE DEFESA AGROP.DIVISÃO DE AGROTÓXICOS E AFINS.Esplanada dos Ministérios Bl D – Anexo3o andar, Ala A – Sala 350.CEP: 70043-900 – Brasília-DFTel.: (061) 218-2445

REDE NACIONAL DE CENTROS DEINFORMAÇÃO E ASSESSORAMENTOTOXICOLÓGICO.

CENTRO DE ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICASHospital Santa LúciaAv. Comendador Pereira Inácio, s/n.CEP: 18131-000 – Sococaba-SPTel.: (015) 232-5222

CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕESHospital das Clínicas da UNICAMPCidade Universitária Zeferini VazCaixa Postal 6142CEP: 13081-970 – Campinas-SPTel.: (019) 239-3128

CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕESHospital das Clínicas – FNRPAv. Bandeirantes, s/n – Campus Universitário- USPCEP: 14030-670 – Ribeirão Preto-SPTel.: (016) 634-7020 r.190 – Telex: (0166)583

Page 110: Banana Fitossanidade

111111Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕESHospital de BaseAv. Brigadeiro Faria Lima, 5.544CEP: 15090-000 – São José do Rio Preto-SPTel.: (017) 232-9404/32 – 2755 r.105.

CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕESHospital JabaquaraAv. Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro,860CEP 04330-020 – Campinas-SPTel.: (019) 275-5311/578-5111 r. 215

CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕESUniversidade TaubatéAv. Granadeiro Guimarães, 270CEP 14020-130 – Ribeirão Preto-SPTel.: (012) 233-4422 r.247

CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕESHospital Universitário Antônio PedroR. Marques de Paraná, 303 – CentroCEP 24033-900 – Niterói-RJTel.: (021) 717-0148/717-0521

CENTRO DE EPIDEMIOLOGIAFundação Caetano Munhoz da RochaRua Engenheiro Repousas, 1707CEP: 80230-900 – Curitiba-PRTel.: (041) 222-8335/283-2917

CENTRO DE INFORMAÇÕES ANTIVENENOHospital do Pronto Socorro MunicipalRua General Vale, 192CEP: 78010-100 – Cuiabá-MTTel.: (065) 321-1212

CENTRO DE INFORMAÇÕES ANTIVENENOInstituto Dr. José FrotaRua Senador Pompeu, 1757CEP: 60025-001 – Fortaleza-CETel.: (085) 231-6666

CENTRO DE INFORMAÇÕES ANTIVENENOCIAVEHospital Central Roberto SantosAv. Saboeiro, s/n – CabulaCEP: 41187-900 – Salvador-BATel.: (071) 231-4343 – Telex: (071) 0155

CENTRO DE INFORMAÇÕES TÓXICO-FARMACOLÓGICADep. Farmacologia/UNESPCampus de BotucatuCEP: 18600-400 – Rubião Júnior-SPTel.: (014) 922-3048 - Telex: 0142107

CENTRO DE INFORMAÇÕES TÓXICO-FARMACOLÓGICAS SUDSAv. Presidente Costa e Silva, s/nJardim Bela VistaCEP: 75863-050 – Goiânia-GOTel.: (062) 249-1094

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASHospital de Base do Distrito Federal –SCS Q.101 – Bl. A.CEP: 70335-900 – Brasília-DFTel.: (061) 224-2509 - Telex: (061) 3434

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASCampus - Hospital Universitário _Bairro TrindadeCEP: 88040-900 – Florianópolis-SCTel.: (048) 233-9535 / 233-3111Telex: (048) 2527

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASHospital Geral de PortãoAv. República Argentina, 4.406CEP: 81050-000 – Curitiba-PRTel.: (041) 246-3434/246-1212Telex: (041) 5010

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASHospital Giselda TrigueiroRua Cónego Montes, s/n – QuintasCEP: 59037-170 – Natal-RNTel.: (084) 223-5544

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASHospital Universidade Federal – Campus Univ.CEP: 58059-900 – João Pessoa–PB.Tel.: (083) 224-6688

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASHospital Universitário de LondrinaAv. Roberto Kock, s/n.CEP: 86037-010 – Londrina-PRTel.: (043) 223-7444 r.244

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASInstituto Fernandes Figueira/IFFAv. Rui Barbosa, 716 – 6o andarCEP: 22250-020 – Rio de Janeiro-RJTel.: (021) 551-7697/552-0898/286-2424

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASLaboratório ToxicologiaRua Barão Mamoré, 749CEP: 66073-070 – Belém-PATel.: (091) 229-8444

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASRua Comendador Alexandre Amorim, 330 –AparecidaCEP: 69010-300- Manaus-AMTel.: (092) 232-2241/232-6504

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASRua do Direito Q.04 C/21 – Conj.COHAFUMACEP: 65078-430 – São Luís-MATel.: (098) 232-3812

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASRua Domingos Crescencio, 132 – 8o andarCEP: 90650-090 - Porto Alegre-RSTel.: (051) 223-6417 / 223-6110Telex: (051) 2077

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASRua Sagiro Nakamura, 800 – Vila IndustrialCEP: 12220-280 – São José dos Campos-SPTel.: (012) 329-1819 / 329-5400 r. 31

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASRua Samuel de farias, 75/602 – Casa ForteCEP: 52060-430 – Recife-PE

CENTRO DE INFORMAÇÕESTOXICOLÓGICASUniversidade Estadual de MaringáAv. Colombo, 3.690CEP: 87020-900 – Maringá-PRTel.: (044) 226-2727 – Telex: (044) 20198

NÚCLEO DE TOXICOLOGIA CLÍNICA–CIT-SSMSRua Filinto Muller, s/n – Bairro UniversitárioCEP: 79080-190 – Campo Grande-MSTel.: (067) 387-3031

PROGRAMA NACIONAL INTEGRADO DEINFORMAÇÕES FARMACOTOXICOLÓGICOFundação Osvaldo Cruz– M. Saúde –PRONITOXAv. Brasil, 4.036 – 5o andar.CEP: 21045-900 – Rio de Janeiro-RJTel.: (021) 270-0295 – Fax: (021) 590-3545Telex: (021) 37623

SERVIÇO DE TOXICOLOGIA DE MINASGERAISHospital João XXIIIAv. Alfredo Balena, 400CEP: 30130-100 – Belo Horizonte-MGTel.: (031) 224-4000

REGISTRANTES DE DEFENSIVOS AGRÍCOLASREGISTRANTES DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

ABBOT LABORATÓRIOS DO BRASIL LTDA.Rua Nova York, 245 – BrooklinCEP: 04560-908 – São Paulo-SP

AGIL AGROQUÍMICA INDUSTRIAL LTDA.Gleba Lindóia Lotes 1, 2, 3Parque Rui BarbosaCEP: 86079-590 – Londrina-PR

Page 111: Banana Fitossanidade

Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade112112

AGRICONTROL QUÍM. E BIOL. IMP. EXP.LTDA.R. Duarte da Costa, 397 – V. NogueiraCEP: 13088-310 – Campinas-SP

AGRICUR DEFENSIVOS LTDA.R. Sergipe, 475 – 3o andarCEP: 01243-001 – São Paulo-SP

AGRIPEC QUÍMICA E FARMACÊUTICA S.A.Av. Parque Sul, s/n. Distrito IndustrialCEP: 61940-878 – Maracanaú-CETel.: (085) 215-2622

AGRITEC IND BRASIL. DE HERBICIDAS LTDA.Rua Dr. José Rod. De Almeida, 348 – PaulicéiaCEP: 09980-160 – Piracicaba-SPTel.: (019) 434-2255

AGRO QUÍMICA MARINGÁ S.A.Rua Álvares Cabral, 1.210 – SerrariaCEP: 09980-160 – Diadema-SPTel.: (011) 465-1644

AGRO VETERINÁRIA VITAFLOR LTDA.Av. Juruá, 641 – AlphavilleCEP: 06455-010 – Barueri-SP

AGROCERES IMP. EXP. IND. E COM. LTDA.Av. Dr. V. de Carvalho, 40 – 3o andar – CentroCEP: 012010-900 – São Paulo-SP

AGROGEN BIOT. AGRÍCOLAS LTDA.Av. São Gabriel, 555, C/202CEP: 05085-060 – São Paulo-SP

AGROLI IND. QUÍM.. LTDA.Sítio Rage Maluf, Rio AcimaCEP: 13190-000 – Monte Mor-SPTel.: (019) 279-1362

AQB AGROQUÍMICA DO BRASIL S.A.Rod. Est. PE 41, km 02CEP: 53600-000 Iguarassu-PETel.: (081) 543-0558

ARBORE AGRÍCOLA E COM. LTDA.Av. Franc. Glicério 1424 – 11o andar - CentroCx. Postal 1643CEP: 13012-100 – Campinas-SP

ATTA KILL IND. E COM. DEF. AGRIC.LTDA.Av. Dr. Vieira Carvalho, 4o andar – CentroCEP: 01210-010 – São Paulo-SP

ATOCHEM PROD. QUÍM. LTDA.Alameda Campinas, 433 – 9o andar –Jardim PaulistaCEP: 01404-000 – São Paulo-SPTel.: (011) 289-2311

BASF BRASILEIRA S.A. INDÚST. QUÍMICASRua São Jorge, 230Cerâmica São Caetano do SulCEP: 01320-060 – São Paulo-SPTel.: (011) 441-1677

BAYER DO BRASIL LTDA.Rua Domingos Jorge, 1.000 – SocorroCEP: 04761-000 – São Paulo-SPTel.: (011) 525-5279

BROMISA INDUSTRIAL E COM. LTDA.Av. Angélica, 1814 – Conj. 1305/6 3ACEP: 01228-200 – São Paulo-SP

CALAIS S.A. IND. QUÍMICASAv. Nossa Senhora Aparecida 978CEP: 81350-340 – Curitiba-PR

CASA BERNARDO LTDA.Av. Ana Costa 482/184 – 9o andarCEP: 11060-003 – Santos-SP

CHEVRON DO BRASIL LTDA.Rua General Jardim, 660 – 6o andarCEP: 01223-010 – São Paulo-SP

CIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGARua São Francisco Eugênio, 329CEP: 20941-350 – São Cristovão-RJ

CIBA GEIGY QUÍMICA S.A.Av. Santo Amaro, 5137 – BrooklinCEP: 04706-900 – São Paulo-SPTel.: (011) 240-1011

CNDA CIA NACIONAL E DEFENS.AGRÍCOLASAv. das Nações Unidas, 14171 – Santo AmaroCEP: 04794-000 – São Paulo-SPTel.: (011) 241-1744

COMERCIAL AGRÍCOLA PAULISTA LTDA.Rua Uruguai, 1770CEP: 14075-330 – Pirassununga-SP

CVA AGRÍCOLA LTDA.Rua Belo Horizonte, 4559 – Vila Belmiro,CEP: 13630-000 - Pirassununga – SP

CYANAMID QUÍMICA DO BRASIL LTDA.Av. Rio Branco, 311 – 7o andarCEP: 20040-009 - Rio de Janeiro-RJTel.: (021) 297-4141

DEFENSA IND. DE DEFENSIVOS AGRÍC. S.A.Rua General Andrades Neves, 106 – CentroCEP 90010-210 – Porte Alegre-RSTel.: (051) 225-4022

DETROX IND. E COM. DE INSETICIDAS LTDA.Rua Guará, 2230 – Jardim Santos DumontCEP 01450-060 – Ribeirão Preto-SPTel.: (016) 634-9812

DIFFUCAP QUÍM. E FARMACÊUTICARua Goiás, 1232CEP: 21380-430- Rio de Janeiro-RJTel.: (021) 593-4233 – Fax: 212897197

DINAGRO AGROPECUÁRIA LTDA.Via Anhanguera, km 304CEP: 14097-140 – Ribeirão Preto-SP

DOMESA S.A. PARTICIPAÇÃO IMP. COM. ESERVIÇOAv. Paulista, 2073 – Terraço 2 –Cerqueira CésarCEP: 01051-300 – São Paulo-SPTel.: (011) 288-4044

DOW PRODUTOS QUÍMICOS LTDA.Rua Alexandre Dumas, 1671Chácara Santo AntônioCEP: 04717-903 – São Paulo-SPTel.: (011) 546-9122

DOWELANCO INDUSTRIAL LTDA.Rua Alexandre Dumas, 1671 4o andarCEP: 04717-903 – São Paulo-SP

DUPONT DO BRASIL S.A.Alameda Itapecuru, 506 – AlphavilleCEP: 06454-080 – Barueri-SPTel.: (011) 421-8420

ECADIL IND. QUÍMICA S.A.Rua Luiz Nallin, 403, Vila CosmosCEP: 13150-000 – Cosmópolis-SP

ELANCO QUÍMICA LTDA.Av. Morumbi, Brooklin PaulistaCEP: 04703-900 – São Paulo-SPTel.: (011) 533-9211

ENGENHARIA RURAL IND. DE MÁQ. LTDA.Av. Amoreiras, 3266 – Jardim do LagoCx. Postal 350950CEP: 13050-260 – Campinas-SP

FERSOL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.Rua Leopoldo C. Magalhães Jr, 1304Itaim BibiCEP: 04542-012 – São Paulo-SPTel.: (011) 813-3111

FERTIBRÁS S.A. ADUBOS E INSETICIDASAv. Henry Ford, 803 – Pres. AltinoCEP: 06210-108 – Osasco-SP

FMC DO BRASIL IND. E COM. LTDA.Av. Ar. Moraes Salles 711 – 2o andar – CentroCEP: 13010-001 – Campinas-SP

FORMICIDAS E CONEXÕES 7 BELO LTDA.Av. Paulista, 162 – Vera CruzCEP: 01310-000 – São Paulo-SP

HERBITÉCNICA DEFENS. AGRÍCOLAS LTDA.Rua Brigadeiro Luiz Antônio, 299 –Jardim PaulistaCEP: 68075-000 – Londrina-PRTel.: (043) 223-2626

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113113Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

HOKKO DO BRASIL IND. QUÍM. EAGROP.LTDA.Rua Apeninos, 970 - ParaísoCEP: 04104-020 – São Paulo-SPTel.: (011) 549-4111

GIULINI ADOLFOMER IND. QUÍM. S.A.Rua Ferreira Viana, 656 – SocorroCEP: 04761-010 – São Paulo-SPTel.: (011) 523-4877

HOECHST DO BRASIL QUÍM. E FARM. S.A.Av. das Nações Unidas, 18001CEP: 04795-900 – São Paulo-SP

ICI BRASIL S.A.Rua Verbo Divino, 1356 – Santo AmaroCEP: 04719–903 – São Paulo-SPTel.: (011) 525-2323

IHARABRAS S.A. INDÚSTRIA QUÍMICASAv. Brigadeiro F. Lima, 1815 – 2o andarConj. 21 Jardim PaulistaCEP: 01451-001 – São Paulo-SPTel.: (011) 813-2000

INDERCO IND. E COM. LTDA.Rua Gal. José L. P. Vascon.,11,Jardim ArpoadorCEP: 05566-140 – São Paulo-SP

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Page 113: Banana Fitossanidade

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Page 118: Banana Fitossanidade

119119Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

12GLOSSÁRIOAbortamento - ação de não vingar, de morrer antes de

desenvolver-se.Ação sistêmica - que se movimenta internamente na planta.Ácaros - artrópodes aracnídeos da ordem acarina, de corpo não

segmentado, abdome soldado ao cefalotórax com quatropares de patas de seis a sete segmentos, cuja respiração se fazpor traquéias ou através da pele, podendo ter vida livre ouparasitária.

Adesivo - é um adjuvante que auxilia o defensivo ou agrotóxicoa aderir na superfície tratada.

Adjuvante - qualquer substância inerte adicionada a umaformulação de defensivo, para torná-lo mais eficiente. É ocaso dos adesivos, emulsificantes, penetrantes, espalhantesumidificantes etc.

Aeração - ato ou efeito de arejar, renovar o ar; ventilação,circulação do ar.

Agressividade – capacidade de um microrganismo causardoença numa dada ????? ou variedade.

Agrotóxicos - defensivo agrícola; substância utilizada naagricultura com a finalidade de controlar insetos, ácaros,fungos, bactérias e ervas daninhas.

Alvo (de pulverização) - é a parte da planta a ser protegidapelo defensivo, por ser preferencialmente atacada pelapraga ou moléstia que se visa combater ou por ser o localpreferido pela praga ou doença para se instalar. Ele pode seencontrar mais externa ou internamente na planta, conformeo hábito da praga ou a localização dos tecidos mais sujeitosao ataque do fungo ou bactéria. Assim, em cada pulverizaçãoé necessário definir com propriedade o alvo, para que elapossa ser corretamente executada.

Ambiente - que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisaspor todos os lados.

Análise foliar - exame laboratorial das folhas com o fim dedeterminar o teor dos elementos fundamentais aodesenvolvimento da planta.

Análise de solo - exame laboratorial do solo, com a finalidadede determinar o teor dos elementos fundamentais aodesenvolvimento da cultura a ser plantada ou existente.

Anomalia - irregularidade, anormalidade.APHIS - Animal and Plant Health Inspection Service.Arar - lavrar, sulcar, revolver a terra.Áreas cloróticas - sintomas que se revelam pela coloração

amarela das partes normalmente verdes.Bactérias - organismos microscópicos unicelulares que podem

parasitar vegetais.Benzimidazóis - grupo de fungicidas sistêmicos abrangendo

os fungicidas Thiabendazol, Benomyl ( ou benomil?aparecem as duas formas em todos os textos da coleção, quala correta) e Tiofanato metílico, entre outros.

Bico - é a parte final do circuito hidráulico de um pulverizador,que tem as funções de transformar a calda em pequenasgotas, espalhando-as no alvo e controlar a saída de calda porunidade de tempo. No caso do combate às pragas e àsdoenças de um pomar, só são utilizados bicos tipo coneaberto, ou seja bicos cujo jato tem o formato de um conevazio no seu centro.

Bráctea - folha da inflorescência quase sempre de formamodificada, dimensões reduzidas e coloração viva.

Brocado - furado ou atacado por insetos adultos ou suas larvase lagartas.

Brotação - o mesmo que brotamento, isto é, saída de novosbrotos, que darão origem a ramificações, folhas e flores.

Calagem - método que consiste em adicionar substânciascálcicas (cal, calcário) à terra para corrigir a acidez.

Cálcio - elemento químico de número atômico 20, pertencenteaos metais alcalino-terrosos.

Calda - solução composta por água e agrotóxico.Calo - formação mais ou menos dura, originada dos tecidos

vegetais, sobretudo, em seguida a ferimentos.Castas - conjunto de uma espécie animal ou vegetal com

origem comum e caracteres semelhantes.

Casulos - invólucro filamentoso construído pela larva deinsetos.

Cochonilhas - nome vulgar e genérico usado para designarinsetos da ordem dos homópteros pertencentes à família doscoccídeos.

Coleóptero - ordem de insetos formada pelos besouros.Comensalismo - associação entre organismos de espécies

diferentes sem prejuízo para as partes envolvidas.Compatibilidade (de agrotóxicos) - propriedade que dois ou

mais agrotóxicos apresentam ao serem misturados sem quea eficiência de cada um seja alterada ou diminuída.

CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura eAgronomia.

Controle biológico - controle de uma praga, doença ou ervadaninha pela utilização de organismos vivos.

Convexa - de saliência curva, externamente arredondada,bojuda.

Corpo reticulado - que tem linhas e nervuras entrecruzadascomo a rede.

Crescimento pulverulento - aparecimento de uma coberturade pó sobre a epiderme das plantas.

Cúprico - grupo químico de agrotóxicos derivados de produtosà base de cobre.

Cutícula - camada de material de natureza cerosa (cutina),pouco permeável à água, que reveste a parede externa decélulas epidérmicas.

Dano - estrago, deterioração, danificação, lesão.De vez - no tempo adequado de ser colhido, entremaduro.Deficiências nutricionais - carência de algum elemento

químico fundamental ao desenvolvimento da planta.Definhado - enfraquecido, debilitado, consumido.Desinfetar - destruir os micróbios vivos.Deriva - é o fenômeno de arrastamento de gotas de pulverização

pelo vento.Desintegração da polpa - amolecimento da polpa.Dispersão - ato ou efeito de fazer ir para diferentes partes.Disseminar - espalhar por muitas partes; difundir, divulgar,

propagar.Distúrbio hormonal - perturbação ou anomalia causada pela

variação indesejável das quantidades de hormônios na planta.Distúrbios fisiológicos - problema ou anomalia na planta de

causa abiótica.Ditiocarbamato - grupo importante de fungicidas derivados

do ácido ditiocarbônico; ex.: Mancozeb, Maneb, Zineb.Dominância apical - Crescimento predominante das gemas

meristemáticas.Dorso - parte posterior, reverso.Eclosão - emergência do imago ou inseto perfeito da pupa; ato

ou processo de nascimento do ovo; saída do ovo pela larvaou pela ninfa.

Encarquilhado - cheio de rugas ou pregas, rugoso, enrugado.Entomopatogênico - capaz de produzir doenças ou parasitar

insetos.Eriofídeos - ácaros alongados pertencentes à família

Eriophydae.Erosão - movimentação do solo causada pela água das chuvas

e pelo vento.Escama - designação vulgar da secreção, em geral escamiforme,

dos insetos homópteros da família dos coccídeos(cochonilhas), sob a qual estes permanecem durante toda asua existência ou parte dela.

Espalhantes adesivos - produtos adicionados em pequenaproporção à solução de agrotóxicos com o fim de melhorara dispersão e adesão do produto sobre a planta.

Espécie - conjunto de indivíduos que guardam grandesemelhança entre si e com seus ancestrais, e estão aptos aproduzir descendência fértil; é a unidade biológicafundamental; várias espécies constituem um gênero.

Esporos - estrutura, geralmente unicelular, capaz de germinarsob determinadas condições, reproduzindo vegetativa ouassexuadamente o indivíduo que a formou; corpúsculoreprodutivo de fungos e algumas bactérias.

Page 119: Banana Fitossanidade

Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade120120

Esporulação - formação de esporos.Estilete – parte do aparelho bucal de nematóides

fitopatogênicos, que é introduzida na célula para captaralimento.

Estresse hídrico - conjunto de reações da planta à falta de águaque pode perturbar-lhe a homeostase.

Eucariotico - Organismo composto por uma ou maiscélulas que possuem núcleo distinto, envolvido pormembrana nuclear; eucarionte.

Euforbiáceas - grande, complexa e multiforme família deplantas floríferas, composta de árvores, arbustos e ervas; háperto de 7.200 espécies espalhadas pelo mundo; o Brasil érico em representantes, entre eles a seringueira.

Exportação in natura - ao natural.Exsudação - é a liberação de líquido da planta por meio de

ferimento em aberturas naturais (estômato, aqüífero ouhidatódio).

FAO - Organização para Alimentação e Agricultura; agênciadas Nações Unidas, cujo objetivo é contribuir para aeliminação da fome e a melhoria da nutrição no mundo.

Fendilhamento - separação no sentido do comprimento.Fertilização - aplicação de fertilizantes ou adubos.Fitotóxico - que é considerado tóxico, veneno para as plantas.Florescimento - ato de produzir flores.Fluxo vegetativo - período de crescimento das plantas, excluída

a reprodução.Fonte de inóculo - local onde são produzidas as unidades

reprodutivas ou propágulos de microrganismos patogênicos.Forma anamórfica - de origem assexuada.Forma assimétrica - que não se acha distribuída em volta de

um centro ou eixo.Forma imperfeita (de fungos) - fungos dos quais só

conhecemos estruturas de reprodução assexuada, ou seja, afase de produção de esporo assexuado ou conídio.

Formas aladas - com asas.Fungicidas - produtos destinados à prevenção ou ao combate

de fungos; agrotóxicos.Fungos fitopatogênicos - fungos que causam doenças em

plantas.Fungos - grupo de organismos que se caracterizam por serem

eucarióticos e aclorofilados; são considerados vegetaisinferiores.

Fungos oportunistas - fungos que, para se desenvolverem,aproveitam dos ferimentos ocorridos na planta por causasdiversas.

Galhas - desenvolvimento anormal de um órgão ou parte deledevido à hiperplasia e hipertrofia simultâneas das células,por ação de um patógeno; as galhas se desenvolvem tantoem órgãos tenros, e nas raízes e ramos de plantas herbáceas,como em órgãos lenhosos; são comuns aquelas produzidaspor nematóides nas raízes de várias plantas e menosfreqüentes as causadas por insetos fungos e bactérias emvários órgãos.

Gemas - brotações que dão origem a ramos e folhas (gemasvegetativas) e flores (gemas florais).

Gênero - conjunto de espécies que apresentam certo númerode caracteres comuns convencionalmente estabelecidos.

Germinação - nas sementes, consiste numa série de processosque culminam na emissão da raiz; o conceito de germinaçãose estendeu a todo tipo de planta e microrganismo; fala-seem germinação de esporos e até de gemas de estacas quereproduzem vegetativamente a planta de origem.

Gradagem - método que consiste em aplainar o solo por meiode grades puxadas por trator; também pode ser utilizada nocombate às plantas daninhas.

Granizo - precipitação atmosférica na qual as gotas de água secongelam ao atravessar uma camada de ar frio, caindo soba forma de pedras de gelo.

Hemisférica - que tem a forma da metade de uma esfera.Himenóptera - ordem de insetos representados pelas abelhas,

vespas, marimbondos e formigas.Hiperplasia - Crescimento exagerado de um órgão por

proliferação exagerada das células; hipertrofia numérica.

Hipertrofia - crescimento exagerado de parte de uma plantaou de toda a planta pelo aumento do tamanho das células.

Hospedeiros - vegetal que hospeda insetos e microrganismos,patogênicos ou não.

Incidência - que ocorre, ataca, recai.Inflorescência - nome dado a um grupo ou conjunto de flores.Ingrediente ativo - é a substância química ou biológica que dá

eficiência aos defensivos agrícolas. É também referidacomo molécula ativa.

Inimigos naturais - são os predadores e parasitas de uma pragaou doença existente em um local.

Inoculação - ato de inserir, introduzir ou implantar ummicrorganismo ou um material infectado num ser vivo.

Insetos polinizadores - insetos que transportam grãos depólen de uma flor para outra.

Intoxicação - ato de intoxicar, envenenamento.Intumescido - inchado, saliente, proeminente.Irrigação por gotejamento - tipo de irrigação localizada, feita

através de gotejadores.Lagartas - forma larval dos lepidópteros e de alguns

himenópteros (falsa-lagarta).Larvas - segundo estádio do desenvolvimento pós-embrionário

dos insetos.Lenho - o principal tecido vegetal de sustentação e condução

da seiva bruta nos caules e raízes; o mesmo que xilema.Lepidópteros - ordem de insetos representada pelas borboletas,

mariposas e traças.Limbo foliar - a parte expandida da folha (lâmina).Luminosidade - que indica o maior ou menor grau de luz.Macronutrientes - nutrientes que a planta requer em maior

quantidade (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio) para o seudesenvolvimento.

Materiais propagativos - partes das plantas utilizadas na suamultiplicação (sementes, mudas, bulbos, estacas).

Micélios - conjunto de filamentos ramificados ou em rede(hifas) que constitui a estrutura vegetativa de um fungo.

Microaspersão - tipo de irrigação localizada de plantas, feitapor meio de pequenos aspersores.

Micro-himenóptero - pequeno inseto da ordem himenóptera(vespinhas).

Micronutrientes - nutrientes que a planta requer em menorquantidade (boro, cobre, zinco, molibdênio, cloro, ferro),embora sejam também importantes para o seudesenvolvimento.

Microrganismos - forma de vida de dimensões microscópicas(fungos, bactérias, vírus e micoplasmas).

Necrose - sintoma de doença de plantas caracterizado peladegeneração e morte dos tecidos vegetais.

Nematóides - vermes geralmente microscópicos, finos ealongados que podem parasitar as plantas.

Ninfa - forma intermediária entre a larva e o inseto adulto.OMS - Organização Mundial de Saúde.Organoclorados - inseticidas à base de carbono, hidrogênio e

cloro, que às vezes contêm átomos de enxofre e oxigênio;são considerados agrotóxicos perigosos devido à sua longapermanência no meio ambiente.

Organofosforados - inseticidas à base de ácido orgânico (comcarbono), ácido fosfórico ou outros derivados de fósforo;são agrotóxicos.

Parasita - organismo que vive às custas de outro.Partenogênese - reprodução por meio de ovos que se

desenvolvem sem serem fecundados.Patógeno - organismo capaz de produzir doença.Pecíolo - parte da folha que prende o limbo (lâmina) ao caule,

diretamente ou por meio de uma bainha.Pedúnculo - pequena haste que suporta uma flor ou um fruto.Película - pele delgada, flexível ou rígida, lisa ou estriada.Pistola - barra de metal leve que tem uma das extremidades

acoplada à mangueira por meio de uma válvula e na outraum dispositivo para a colocação de bicos para a produção dapulverização desejada. A válvula de fechamento pode ser dotipo gatilho ou, mais comumente, do tipo rosca, com 350º degiro, o que faz o jato variar continuamente de sólido, ou comgotas grosseiras de grande alcance, a cônico fino, de pequenoalcance.

Page 120: Banana Fitossanidade

121121Frutas do Brasil, 8Frutas do Brasil, 8 Banana FitossanidadeBanana Fitossanidade

Plantas daninhas - o mesmo que ervas invasoras; mato quecresce no pomar e compete por água, luz e nutrientes com acultura principal.

Poda sanitária - corte de folhas mortas ou afetadas por algumapraga ou doença.

Pólen - pequenos grânulos produzidos nas flores, representandoo elemento masculino da sexualidade da planta, cuja funçãona reprodução é fecundar os óvulos das flores.

Polífaga - que se nutre de vários tipos de alimento; parasito queataca vários hospedeiros.

Polpa - parte carnosa dos frutos.População - conjunto de indivíduos da mesma espécie.Pós-colheita - período que vai da colheita ao consumo do

fruto.PPQ - Plant Protection and Quarentine.Precipitação pluvial - fenômeno pelo qual a nebulosidade

atmosférica se transforma em água, formando a chuva.Predador - organismo que ataca outros organismos, geralmente

menores e mais fracos, e deles se alimenta.Pulverização - aplicação de líquidos em pequenas gotas.Pulverização de pistola - sistema empregado na aplicação de

agrotóxicos sob a forma líquida, com equipamentos quepossuem bombas capazes de comprimir a calda a grandespressões e assim expeli-la através da pistola, onde é fracionadaem numerosas gotas de tamanho variável em função daregulagem feita.

Pupa - estádio dos insetos com metamorfose completa; estágionormalmente inativo em que ele não se alimenta; precedea fase adulta.

Quadro sintomatológico - conjunto de sintomas que as pragasou doenças causam nas plantas (murcha, seca, podridão).

Quebra-ventos - cortina protetora formada por árvores,arbustos de diversos tamanhos e telas, com a finalidade dediminuir os efeitos danosos do vento sobre um pomar.

Regiões semi-áridas - regiões semidesérticas com um períodomínimo de seis meses secos e com índices pluviométricosabaixo de 800 mm anuais.

Regiões subtropicais - regiões que apresentam um invernopouco rigoroso e temperaturas médias em torno de 30°C.

Regiões superúmidas - regiões com umidade relativa nuncainferior a 70% e temperaturas superiores a 25°C.

Regiões tropicais - regiões onde não ocorre inverno e astemperaturas médias são sempre superiores a 20°C.

Regurgitar - expelir, vomitar, lançar.Rendilhado - que tem pequena renda.Resistência varietal - é a reação de defesa de uma planta,

resultante da soma dos fatores que tendem a diminuir aagressividade de uma praga ou doença; esta resistência étransmitida aos descendentes.

Rija - que não é flexível; dura, rígida, resistente.

Saprófita - organismo capaz de se desenvolver sobre matériaorgânica.

Seletividade (de agrotóxicos) - é a propriedade que umagrotóxico apresenta quando, na dosagem recomendada, émenos tóxico ao inimigo natural do que à praga ou doençacontra a qual é empregado, apesar de atingi-los igualmente.

Severidade – intensidade de ocorrência de doença.Subsolagem - operação de rompimento das camadas

compactadas de solo abaixo de 30 cm, por meio de umimplemento chamado subsolador, tracionado por um trator.

Substrato - o que serve como suporte e fonte de alimentaçãode uma planta.

Suscetibilidade - tendência de um organismo a ser atacado porinsetos ou a contrair doenças.

Tecido corticoso - tecido da casca.Tórax - segunda região do corpo dos insetos, caracterizada

pela presença de pernas e em geral também de asas.Transmissor - organismo (inseto, nematóide, ácaro) que passa

uma doença de uma planta para outra.Tratos culturais - conjunto de práticas executadas numa

plantação com o fim de produzir condições mais favoráveisao crescimento e à produção da cultura.

Tubo polínico - expansão tubulosa do pólen que possibilita afecundação da oosfera por um de seus núcleos que funcionacomo gameta masculino.

Turbo-atomizador - equipamento de pulverização que produzgotas diminutas que são lançadas nas plantas através de umturbilhão, para atingir as partes superiores e inferiores daplanta.

Turgidez - inchação, dilatação.Tutoramento - colocação de uma vara ou estaca com a

finalidade de amparar uma muda ou árvore flexível.Urticantes - que queima ou irrita; que produz a sensação de

queimadura; pêlos urticantes das taturanas.USDA - United States Department of Agriculture ( traduzir,

ver o que foi feito com o verbete FAO)Variedade - subdivisão de indivíduos da mesma espécie que

ocorrem numa localidade, segundo suas formas típicasdiferenciadas por um ou mais caracteres de menorimportância.

Ventilação - circulação de ar.Vetor - organismo capaz de transmitir uma doença de uma

planta a outra.Vírus - agente infectante de dimensões ultramicroscópicas

que necessita de uma célula hospedeira para se reproduzir ecujo componente genético é o DNA ( ácidodesoxirribonucleico) ou o RNA( ácido ribonucleico).

Virulência (variabilidade) – capacidade de causar doença emuma variedade específica.

Volátil - diz-se de uma substância, geralmente um líquido,que evapora à temperatura ambiente normal se exposta ao ar.

Page 121: Banana Fitossanidade

República Federativa do Brasil

PresidenteFernando Henrique Cardoso

Ministério da Agricultura e do Abastecimento

MinistroMarcus Vinicius Pratini de Moraes

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Diretor-PresidenteAlberto Duque Portugal

Diretores-ExecutivosElza Angela Battagia Brito da CunhaDante Daniel Giacomelli ScolariJosé Roberto Rodrigues Peres

Embrapa Mandioca e Fruticultura

Chefe-GeralSizernando Luiz de Oliveira

Chefe-Adjunto de Comunicação, Negócios e ApoioJosé Eduardo Borges de Carvalho

Chefe-Adjunto de Pesquisa e DesenvolvimentoDomingo Haroldo Rudolfo Conrado Reinhardt

Chefe-Adjunto de AdministraçãoAlberto Duarte Vilarinhos

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

MinistroMartus Tavares