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LUÍS FILIPE MENEZES ASSEGURA Revitalização urbanística pode reconquistar 50 mil habitantes para o Porto Pág. 12 www.vidaeconomica.pt Nº 1495 / 31 de maio 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20 www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa Crédito fiscal extraordinário para 20% do investimento Págs. 14 e 15 CARLOS BRITO CONSIDERA “Portugal precisa de 10 milhões de empreendedores” Pág. 19 CRÉDITO SOFID aprova operações de financiamento de 25 milhões Pág. 29 PUB 9 720972 000037 01495 PUB A partir de 1 de Julho transporte em segurança com a Sage Não deixe para a última! Saiba mais em: www.sage.pt · 808 200 482 · [email protected] PUB PAULO MORGADO AFIRMA “Está por descobrir o mundo das Apps para as empresas” Págs. 6 e 7 METAL AIMMP Franchising SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO BANCA Montepio apresenta a taxa mais baixa no crédito universitário Pág. 31 EMPRESAS Mota-Engil aumenta resultados em 22% Pág. 34 Toshiba quer crescer no segmento profissional Pág. 23 TURISMO Transavia estuda novas rotas Pág. 26 Stephane Garelli, diretor do IMD, considera possível inverter a queda da competitividade “Estado deve diminuir a complexidade nas obrigações das empresas” Págs. 4-5

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LUÍS FILIPE MENEZES ASSEGURA

Revitalização urbanística pode reconquistar 50 mil habitantes para o Porto

Pág. 12

www.vidaeconomica.pt

Nº 1495 / 31 de maio 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

Crédito fiscal extraordinário para 20% do investimento

Págs. 14 e 15

CARLOS BRITO CONSIDERA

“Portugal precisa de 10 milhões de empreendedores”

Pág. 19

CRÉDITO

SOFID aprova operações de financiamento de 25 milhões

Pág. 29

PUB

9 720972 000037

0 1 4 9 5

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A partir de 1 de Julho transporte em segurança com a SageNão deixe para a última! Saiba mais em: www.sage.pt · 808 200 482 · [email protected]

PUB PAULO MORGADO AFIRMA

“Está por descobrir o mundo das Apps para as empresas”

Págs. 6 e 7

METALAIMMPFranchising

SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO

BANCA

Montepio apresenta a taxa mais baixa no crédito universitário

Pág. 31

EMPRESAS

Mota-Engil aumenta resultados em 22%

Pág. 34

Toshiba quer crescer no segmento profissional

Pág. 23

TURISMO

Transavia estuda novas rotasPág. 26

Stephane Garelli, diretor do IMD, considera possível inverter a queda da competitividade

“Estado deve diminuir a complexidade nas obrigações das empresas”

Págs. 4-5

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PASSOS COELHO

O Governo de Passos Coelho insiste em apresentar medidas a

conta-gotas, criando um clima de clara intranquilidade e até de desconfiança. E é na área fiscal que tal facto é mais notório, tendo um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que vai suceder no dia seguinte, o que significa que ninguém tem sequer o direito de planear a sua vida. O primeiro-ministro não explica as medidas, com a agravante de que o odioso da questão recai sempre sobre os mesmos, aqueles que estão no sistema e cumprem as suas obrigações fiscais.

2 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

ABERTURA

Top da semana

ÁLVARO SANTOS PEREIRA

Os últimos tempos têm sido mais favoráveis ao ministro da Economia. A “agenda de crescimento

e investimento” começa a ganhar forma, o que poderá ser um bom sinal para os empresários. Parece que finalmente Álvaro Santos Pereira começa a ganhar algum peso no seio do Executivo, ou seja, o ministro das Finanças tem menos espaço de manobra. O facto de o responsável da pasta da Economia estar a promover reuniões com as confederações patronais também pode ser encarado como mais um passo no sentido de uma maior aposta no desenvolvimento económico, em detrimento das medidas de austeridade. Este é também o momento ideal para debater os apoios comunitários.

DURÃO BARROSO

Vai-se aproximando o fim do mandato de Durão Barroso à frente da

Comissão Europeia e não se pode afirmar que deixe marcas dignas de registo. O presidente da Comissão Europeia praticamente está esvaziado de influência, quando era exatamente o inverso aquilo que se lhe pedia. Bruxelas deixou de ser o principal centro de decisões. Agora o centro da Europa está localizado em Berlim e Durão Barroso nunca teve (ou não quis) capacidade para alterar esse estado de coisas. Fica muito longe do papel desenvolvido por Delors, ainda que Durão tenha sofrido uma das maiores recessões de sempre. O responsável da Comissão não deixará propriamente saudades à maioria dos cidadãos europeus.

EXPANSIÓN

Patronal europeia prevê contração de 0,4% na Zona Euro

BusinessEurope, a patronal europeia, prevê uma contração de 0,4% do PIB na Zona Euro, este ano, mas estima um avanço de 1,1%, em 2014, desde que a confiança empresarial melhore no segundo semestre deste ano. Para o conjunto da União Europeia prevê um crescimento nulo, este ano, e uma expansão moderada da atividade económica de 1,4%, no próximo exercício.A situação do desemprego continuará a ser uma preocupação importante durante este e no próximo ano, com uma taxa de 12%, na Zona Euro, este ano, valor que deverá descer apenas 0,1%, em 2014. Em toda a União Europeia, o desemprego vai situar-se em 11,1%, este exercício, diminuindo 0,5%, em 2014, ainda de acordo com a BusinessEurope.

LES ECHOS

China avança contra a química europeia

A China avançou com um novo procedimento junto da Comissão Europeia contra a química europeia, considerando que esta está a utilizar práticas de dumping. O processo

respeita ao mercado dos produtos derivados do cloro. Vários grupos serão envolvidos, como a Solway e a DowChemical. A Europa não é a única visada, pois um procedimento idêntico será entregue nas autoridades norte-americanas. É a segunda queixa apresentada por Pequim contra a União Europeia em apenas duas semanas, por questões de anti-dumping. Parece evidente que a China está a reagir aos ataques europeus contra os seus produtos, sendo que foram agravadas muitas taxas aduaneiras, facto que está a revoltar as autoridades de Pequim.

THE WALL STREET

JOURNAL

Europa corre risco de desindustrialização

A proposta da Comissão Europeia de “reindustrializar” a Europa passou a tema de debate entre os empresários da região. A ideia é aumentar a participação da indústria na produção económica do continente dos atuais 15,6% para 20% até 2020.Para muitos empresários, a meta mais não é que uma vaga esperança, sendo o verdadeiro desafio evitar que a desindustrialização se intensifique. O problema do setor vai além do facto de os seus mercados internos atravessarem uma crise profunda. A realidade é que são cada vez mais as empresas que estão sob fogo cruzado da concorrência.

ImprensaEM REVISTA

Internacional .......... Pág. 10Comissão quer obrigar grandes empresas a maior transparência fiscal

Empresas ................ Pág. 17Conferência BPM debate a prática da gestão por processos

Fiscalidade .............. Pág. 22Governo anuncia maior ação de fiscalização externa da Autoridade Tributária

Tecnologias ........... Pág. 23Toshiba quer crescer no segmento profissional sem abandonar o do consumo

Empresas ................ Pág. 25Xarão já exporta cerca de 30% da sua produção

Turismo .................. Pág. 26Transvia estuda novas rotas no mercado português

Mercados ................ Pág. 31Montepio apresenta a TAEG mais baixa do mercado de crédito universitário

Mercados ................ Pág. 33“É fundamental as crianças começarem a lidar com o dinheiro desde a mais tenra idade”

Automóvel .............. Pág. 38Mercado de reparadores de vidros para automóveis está saturado

Nesta edição

06 Atualidade

“Está por descobrir o mundo das Apps para as empresas”

21 Fiscalidade

Competitividade fiscal é essencial para o crescimento económico e do emprego

30 Mercados

Financiamento especializado inverte tendência e regista crescimento generalizado

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta Araújo, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

A família vai aumentar brevemente, pelo que, pretendendo mudar de casa, já tenho outra em vista. O proprietário do novo apartamento já me disse que tanto vende como arrenda e já me deu valores para as duas hipóteses, pelo que me compete decidir.

Como ainda não consegui vender o apartamento onde moro e os financia-mentos bancários não estão fáceis, de momento, não me será possível com-prar, pelo que já me decidi pelo arren-damento. Mas será que, para além do arrendamento, posso, de algum modo, acautelar uma futura e eventual compra do imóvel, celebrando, p. ex., um con-trato-promessa de compra e venda?»

A hipótese que o leitor coloca, de arrendar uma casa, acautelando uma futura e eventual aquisição do imóvel, é perfeitamente viável e adequada a situações como a supra descrita, em que há necessidade de vender a casa anterior para financiar a nova casa ou até mesmo a situações de atrasos no financiamento bancário.

Para o efeito não será necessário que o leitor se vincule celebrando um contrato-

promessa de compra e venda mas apenas que o senhorio se vincule, obrigando-se a vender o imóvel, caso o arrendatário pretenda adquiri-lo e no momento em que ele possa fazê-lo.

Trata-se do designado como “arrendamento com opção de compra” que mais não é do que um contrato de arrendamento associado a uma promessa unilateral de venda.

O referido arrendamento com opção de compra é completamente viável porque no sistema legal português vigora o princípio da liberdade contratual, segundo o qual os contraentes podem estipular as obrigações contratuais que mais lhes convenham, desde que as mesmas sejam lícitas, podendo, inclusivamente, misturar cláusulas próprias de contratos expressamente tipificados na lei, como é o arrendamento, com outras obrigações que pretendam adicionar ao contrato.

O que sempre convém, nestes casos, é que todas as pretensões e obrigações estipuladas entre as partes fiquem claramente reduzidas a escrito.

Pelo exposto, recomenda-se que as condições do arrendamento sejam reduzidas a escrito, em documento com a completa identificação dos contraentes, nos termos habituais, com estipulação da renda, duração do contrato, eventuais prazos para denúncia e outras condições, como, p.ex. as relacionadas com a utilização de zonas comuns, caso se trate de fração em edifício constituído em propriedade horizontal.

Mais deverá estipular o contrato que, pelo preço expresso contratualmente, o proprietário se obriga a vender o imóvel ao arrendatário, caso este venha a pretender adquiri-lo. Para o efeito os contraentes poderão estipular um prazo durante o qual o arrendatário poderá exercer este direito, podendo, até, convencionar que as rendas pagas entretanto, ou uma percentagem das mesmas, sejam deduzidas ao preço do imóvel.

Muito embora os traços gerais deste tipo de contratos sejam os supra referidos, convém que o documento seja elaborado por profissional forense devidamente habilitado para o efeito.

CONTRATOS

Arrendamento com opção de compra

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Um contrato de arrendamento associado a uma promessa unilateral de venda

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EX-MINISTRO DAS FINANÇAS MIGUEL BELEZA AFIRMA

“Reduzir o IRC aumenta o investimento, cria emprego e potencia as exportações”FERNANDA SILVA [email protected]

O ex-ministro das finanças Mi-guel Beleza admite que o “super-crédito fiscal” para as empresas, anunciado pelo Governo, é “uma boa ideia” e acrescentou que, no atual momento, o IRC deveria ser o “mais baixo possível” pois a re-dução deste imposto “aumenta o investimento, cria emprego e po-tencia as exportações”.

Presente no primeiro jantar--debate da quarta edição das Con-ferências do Palácio, para analisar o atual momento da economia nacional, o economista foi ainda mais longe e defendeu que o “IRC

não devia existir”. Na verdade, “tributamos as empresas porque não sabemos tributar as pessoas”, justificou.

Quanto à criação de um gabi-nete de apoio ao investimento externo, o ex-ministro também saudou a medida, sobretudo por-que “precisamos de investimento direto estrangeiro”. Ainda assim, para o economista é importante perceber se estes “envolvem novos fundos ou se se trata de uma nova redistribuição”.

Já quanto à ideia de o banco alemão KfW financiar as Peque-nas e Médias Empresas (PME) portuguesas, Miguel Beleza foi pe-rentório e afirmou estar “cansado

de ouvir falar das PME, porque qualquer PME que se preze quer passar a ser uma GEE (Grande ou Enorme Empresa)”. As PME “querem crescer senão não têm êxito”, reforçou.

“Descida de IRC deveria ser para todas as empresas”

Já para o economista Alberto Castro a iniciativa do Governo é uma “daquelas medidas que não atrapalham e que podem ajudar alguma coisa”. Igualmente pre-sente no evento, o professor da Universidade Católica alertou, ainda assim, que esta medida “não pode condicionar a reforma que

está a ser levada a cabo por Lobo Xavier” e defendeu que esta deve-ria resultar numa “descida de IRC para todas as empresas e não con-dicionar”.

O professor na Universidade Ca-tólica sublinhou ainda que não en-tende o limite dos cinco milhões, “uma vez que as grandes empresas podem ficar de fora, o que não de-veria acontecer, uma vez que têm um papel fundamental”. Por essa razão, no seu entender, deveria “acabar o preconceito contra as grandes empresas, até porque es-tas podem estar com uma taxa de rentabilidade mais baixa do que as empresas pequenas”.

Quanto o facto de esta medida

ser apenas para este ano, Castro admitiu que esta talvez possa vir a ser prolongada, “mas o impor-tante é o estímulo imediato, pois se alguma empresa estava a pensarinvestir para o ano aproveita parao fazer agora”.

Alberto Castro e Miguel Beleza foram os primeiros oradores con-vidados no jantar-debate que ocor-reu recentemente no Palácio da Bolsa no IV Ciclo de Conferências,tendo como tema a análise da eco-nomia atual. A próxima conferên-cia terá como convidados Fernan-do Freire de Sousa e João Duque erealizar-se-á no próximo dia 06 deJunho, a partir das 19h30, no Palá-cio da Bolsa, no Porto.

ATUALIDADE

Portugal lidera na execução dos Fundos do QRENComparando os montantes transferidos para cada Estado-membro com a dotação programada para o período 2007-2013, Portugal já recebeu da Comissão Europeia 56,1% da sua dotação reprogramada (acima da mé-dia da UE27, de 41,5%). Em termos absolutos, e a título de pagamentos intermédios, Portugal continua no grupo dos 4 países com maiores volu-mes de transferências totais da CE.

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JOÃO LUIS DE [email protected]

Vida Económica - A que-da acentuada de Portugal no ranking de competitividade do IMD que acaba de ser di-vulgado deve-se à contração da economia?

Stephane Garelli - No ano passado, o PIB em Portugal contraiu 3,2% e não pode con-tinuar assim. Vai ter que voltar a crescer.

Na Grécia tal como em Por-tugal, as exportações aumenta-ram. É necessário concentrar a ação nos produtos transacioná-veis, no que se pode produzir e vender, e não depender apenas do consumo. Isso é fundamen-tal. Mas não se pode esperar que as exportações compensem por si só a queda do consumo interno. Não chega.

O país vai ter que se concen-trar em duas frentes: as exporta-ções, e eu diria fora da Europa, porque representa a maior área de crescimento, com a boa liga-ção que existe a África, Angola,

a América Latina. É aqui que para além da Europa existem oportunidades.

Por outro lado, é necessário relançar até certo ponto o con-sumo.

Quando Portugal entrou na União Europeia, cometeram--se dois erros. Um foi apostar no baixo custo. Rapidamente, a Europa Central tornou-se um concorrente de Portugal nas ati-vidades de baixo custo.

O segundo erro foi concen-trar-se nos mercados europeus, deixando de dar atenção a África e à América Latina. São dois grandes mercados onde o país tem boa reputação e bons contactos. Poderia ter sido uma fonte de crescimento para Por-tugal.

O crescimento não se pode basear no consumo, em centros comerciais e no imobiliário. Tem que se assentar na produ-ção. A reindustrialização tam-bém é uma questão importante na Europa. É preciso fazer coi-sas.

VE - A perda de competiti-vidade deve-se aos erros de políticas públicas ou ao mau desempenho do setor priva-do?

SG - Há responsabilidades em ambos os lados. Infeliz-mente, o setor público gastou de mais. Não se trata apenas de dimensão mas também de com-plexidade na forma como atua. No critério “Facilidade em fazer negócios” Portugal está na 46ª posição. Há muita complexida-de imposta pelo Estado, o que é um problema. Diminuir a com-plexidade imposta pelo Estado deve ser uma prioridade.

O setor privado enveredou no que era mais fácil, apostando no imobiliário e no turismo. Não se constrói um país apenas so-bre o turismo e imobiliário. É necessário fazer algo mais.

É necessária alguma austeri-dade mas temos que nos con-centrar no crescimento. Há vários países na Europa que podem produzir a baixo custo e atrair o turismo. Mas Por-tugal tem vantagens únicas na ligação com África e América Latina.

A austeridade é poupar, é reduzir os custos. Mas não se triunfa apenas reduzindo os custos. É necessário crescer. Onde pode Portugal crescer,

STEPHENE GARELLI AFIRMA

PME são a única possibilidade

“Não se pode esperar que as exportações compensem por si só a queda do consumo interno” – alerta Stephane Garelli.

Desemprego aumenta para 12,3% na Zona EuroA taxa de desemprego deverá chegar aos 12,3% na Zona Euro, no próximo ano, segundo as previsões da OCDE. O que contrasta com a média de 7,8% dos países que integram aquela organização, a qual alerta para uma maior deterioração das condições do mercado de trabalho em muitos países da moeda única. As taxas de desemprego deverão subir em países como a Bélgica, a França, a Itália e a Holanda, bem como naqueles que estão com programas de res-gate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.

Consolidação orçamental terá de atingir 3,7% do PIBPortugal terá de garantir uma consolidação orçamental equivalente a 3,7% do PIB, em média, entre 2014 e 2030, para que possa reduzir o rácio da dívida pública para 60% do PIB naquele último ano. De notar que a situação só será mais drástica para o Japão, no que toca aos países da OCDE, já que Portugal está no grupo dos que possuem uma dívida superior a 100% do PIB. Em situação idêntica à nossa estão ainda o Reino Unido e os Estados Unidos, com 5,9% e 4%, respetivamente.

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4 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

A Europa Central tornou-se um concorrente de Portugal nas atividades de baixo custo.

Vai ter que haver uma pausa na austeridade para Portugal voltar a crescer. O país terá que apostar mais na produção e menos no consumo – considera Stéphane Garelli. Em entrevista à “Vida Económica”, o diretor do IMD Competitiveness Center defende a diminuição na complexidade que o Estado impõe aos agentes económicos, criando inúmeros obstáculos às empresas.A saída da crise passa, para Stephane Garelli, pela prioridade às médias e pequenas empresas. Se o Estado remover os obstáculos burocráticos que têm sido colocados às empresas, e se o país aproveitar as vantagens da ligação a África e à América Latina, será possível inverter a atual tendência e recuperar a competitividade que vem perdendo. “A competitividade é construir a prosperidade das pessoas”- afirma.

ATUALIDADE

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quais são as prioridades, o que deve ser feito?

A competitividade é construir a prosperidade das pessoas. Não é destruir a prosperidade. A mensagem deve ser: a situação é difícil mas o dia de amanhã vai ser melhor do que o dia de hoje.

VE - Para a recuperação vai ser mais importante a contri-buição das grandes empresas ou das PMNE?

SG - Praticamente todos os países do Mundo têm grandes empresas. Até os países pobres têm grandes empresas. O im-portante são as empresas mé-dias e pequenas. Têm duas vantagens: criam postos de trabalho e diversificam a ati-vidade económica. E podem focar-se nas exportações. Com a tecnologia e a logística as pe-quenas empresas podem tornar--se exportadoras.

O que faz a diferença são as

médias empresas. Olhamos para a Alemanha, a Suécia e vemos a importância das médias em-presas.

Para Portugal as médias e pe-quenas empresas vão ser uma oportunidade única para criar emprego.

É necessário reduzir a tribu-tação sobre as empresas. Mas, para isso, tem que aumentar a tributação do consumo, o que vai matar a economia. Tem que ser uma mudança gradual.

VE - Os dados do último ranking do IMD revelam ten-dências positivas no plano mundial?

SG - A nível global, os Esta-dos Unidos voltam a ocupar a primeira posição no ranking da competitividade. O setor finan-ceiro está mais competitivo e as empresas americanas estão a ter um desempenho relativamente bom devido aos progressos na

tecnologia e na inovação e têm muito dinheiro disponível. As empresas americanas têm 2500

mil milhões de dólares em li-quidez disponível.

A previsão é que os Estados Unidos produzam mais gás do que a Rússia em 2050 e mais petróleo que a Arábia Saudita em 2020, o que contribui para baixar o preço da energia e da eletricidade.

Os Estados Unidos estão melhor e mesmo os preços do imobiliário estão a recuperar. O crescimento é de 1,8% no pri-meiro quadrimestre, revelando--se bastante sólido.

A Europa não está numa si-tuação famosa. Encontra-se no meio de uma recessão com um crescimento nulo que também se deve em parte aos programas de austeridade. Os programas de austeridade estão corretos em si mesmos, mas foram im-plementados de forma demasia-do drástica e demasiado rápida, matando o crescimento. Sem crescimento não há competiti-

vidade.Em relação à Ásia e países

emergentes como o Brasil, a Rússia e a Índia, a grande lição é que, quando abranda a eco-nomia nos Estados Unidos e na Europa, eles também são afeta-dos. Continua a ser um mundo global, apesar de fragmentado e com diferenças no desempenho entre os países.

É algo semelhante à neces-sidade de emagrecer. Pode-se emagrecer deixando de comer, e nesse caso morremos, ou pode--se fazer gradualmente. Já não é apenas uma questão económica mas também uma questão po-lítica e social. Temos que ter o cuidado de não destruir a “fá-brica” social na Europa. Prova-velmente, vamos ter uma pausa nos programas de austeridade. Temos que garantir que as pes-soas voltam a encontrar em-prego e que a economia volta a crescer.

para criar emprego

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 5

Diminuir a complexidade imposta pelo Estado deve ser uma prioridade.

Tribunal de Contas permite empréstimos a 79 câmarasO Tribunal de Contas aprovou empréstimos de mais de 386 milhões a um total de 79 câma-ras, integrados no Programa de Apoio à Economia Local (PAEL). Um valor que se destina aopagamento de dívidas a fornecedores. Trata-se do acesso a uma linha de crédito que permite o pagamento de dívidas de curto prazo. Entretanto, mais 10 autarquias esperam o visto doTribunal de Contas, o que só acontecerá depois de ser enviada mais informação. Ao todo,aderiram a este programa 112 câmaras municipais.

Um terço das PME tem crédito malparadoA crise está a afetar de forma dramática as PME. Em abril, mais de 30% das pequenas e mé-dias empresas estavam em situação de incumprimento dos seus créditos junto da banca. Em causa estão cerca de 11 mil milhões de euros, sendo que há um ano o valor estava em 27,2% das PME com créditos, de acordo com o Banco de Portugal. No que toca às grandes empresas a situação não é tão dramática, com o incumprimento a cifrar-se em 18,9%, contra 16,9% em abril do ano passado. Em risco estarão cerca de 500 milhões de euros, refere o banco central.

Estados Unidos lideram competitividade mundial

O ranking do IMD Competitiveness Center relativo a 2013, que acaba de ser divulgado, atribui a primeira posição aos Estados Unidos que assim recuperam a liderança perdida para Hong-Kong no ano anterior. Em segundo lugar surge agora a Suíça, enquanto Hong-Kong baixou para a terceira posição. Suécia, Singapura, Noruega, Canadá e Alemanha destacam-se entre os países mais competitivos do mundo.Portugal perdeu cinco posições de 2012 para 2013, ocupando agora o 46.º lugar, atrás de países como Espanha, Itália, Peru, Lituânia e Rússia.Entre os fatores que evoluíram negativamente destacam-se o crescimento negativo, o aumento dos spreads nas taxas de juro, a coesão social, o risco de instabilidade política e o envelhecimento da população.Pelo lado positivo, o ranking do IMD refere a evolução da balança comercial, as exportações e os resultados no ensino superior.Como fatores de atratividade do nosso país

são evidenciadas as infraestruturas, a força de trabalho qualificada e a competitividade dos custos.Entre 2012 e 2013, o país evoluiu mal em termos de emprego e da eficiência do Governo, vertente onde o ranking evidencia a evolução mais negativa. Portugal piora em termos de finanças públicas, na política fiscal, na legislação para as empresas, no quadro institucional e no quadro societário.No mercado de trabalho, a evolução é também negativa. Apesar das alterações introduzidas nas leis laborais, Portugal baixa da 46.ª para a 52.ª posição.Em sentido inverso há um ganho expressivo em produtividade e eficiência (com uma subida da 41.ª para a 27ª posição) e também nas atitudes e valores, com uma subida da 45.ª para a 37.ª posição.Com sede na Suiça, o IMD é considerado por instituições como o Financial Times como a primeira escola de negócios em programas globais e a primeira em formação de executivos fora dos Estados Unidos.

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Vamos ter uma revolução no mundo das empresas no acesso a aplicações – prevê Paulo Morgado. Em entrevista à “Vida Económica”, o CEO da Capgemini afirma que quem melhor conhecer o que existe de opções de software já feito para a sua indústria, mais consegue pensar de uma forma inovadora.Atenta à evolução do mercado, a Capgemini já não se posiciona tanto como uma empresa que tem muitos programadores e fazem muitas linhas de código, preferindo ter mais arquitetos, mais especialistas nas novas soluções de cloud.Para Paulo Morgado, a Capgemnini é bastante competitiva a otimizar equipas que estão a fazer outsourcing de serviço de tecnologias de informação. Outras ofertas que funcionam bem em condições económicas adversas são, por exemplo, a recuperação de crédito, a profissionalização das equipas comerciais, através da implementação de soluções de B2B ou a optimização e integração dos diferentes canais de distribuição, incluindo os eletrónicos.

JOÃO LUIS [email protected]

Vida Económica - As tecnologias de in-formação vão continuar a evoluir e a alte-rar o mercado e a forma de trabalho nas empresas?

Paulo Morgado - Estamos a passar por um período de adaptação a este novo mundo tec-nológico baseado no conceito de cloud que é já uma realidade.

Viemos da era de não ter que ter tudo numa máquina central. Começaram por sur-gir os servidores e agora existe a cloud, onde estão disponíveis muitas soluções que conju-gam software e infraestrutura, abrindo novos horizontes a esta indústria das tecnologias de informação. Esta é a área de aposta da Cap-gemini também a nível internacional. Acho que o futuro da indústria do IT é florescente.

Vamos estar cada vez mais naquilo que cha-mamos a Internet das coisas. À medida que formos conseguindo “identificar” as coisas ,começa-se a gerar volumes de informação, a ter procedimentos completamente inovado-res nos actos de compra.

Por exemplo, um setor que ainda tem espa-ço para crescer é o setor automóvel. O nosso carro hoje ainda não é uma central informá-tica. Será inevitável que os nossos carros se tornem centrais informáticas com níveis de ligação à distribuição, em que o nível de au-

tomatismo é tal que provavelmente não será o condutor que tem de avisar a oficina ou mar-car a revisão, ou seja, com a comunicação será o próprio automóvel a avisar o concessionário que é preciso fazer aquela revisão. Com opor-tunidades que vão existir no mundo das tec-nologias de informação, os aparelhos e equi-pamentos começaram a ter vida informática por eles próprias, dispensando a intervenção humana. Vai ser uma alteração do modelo de funcionamento da vida das pessoas ainda mais drástica do que a mudança que surgiu com as comunicações móveis. Levanta ques-tões de segurança e de privacidade, mas que serão resolvidas. É aí que vai estar a criativi-dade das empresas de software e das empresas integradoras como a Capgemini. A indústria do IT tem um futuro brilhante à sua frente.

Há algumas empresas que neste momento não estão aproveitar para fazer bons negócios, enquanto a indústria do IT ainda não en-tra nessa era digital, mas que o devem fazer. Quando entrar a era digital naturalmente que os preços na indústria do IT vão subir outra

vez e o mercado vai ficar novamente aqueci-do. As boas oportunidades de negócios que as empresas tinham atualmente para fazer podem-se perder.

VE - Algumas empresas fornecedoras portuguesas têm oportunidades de cres-cer nesta área?

PM - A indústria portuguesa do IT devia orientar-se para zonas de maior valor acres-centado. Não são as empresas de disponibi-lização de mão-de-obra, as zonas de maior valor acrescentado. O maior potencial está so-bretudo na indústria do software. A indústria do software é parecida com a indústria far-macêutica, em que há grandes componentes de investimento em investigação e desenvol-vimento, mas depois descoberto um medica-mento muito eficaz ou um software que fun-cione muito bem, na indústria farmacêutica são sobretudo as patentes que dão dinheiro, na indústria de software é o licenciamento das soluções que se torna rentável. É para aí que as empresas portuguesas têm de se encami-

nhar cada vez mais, até porque quanto maior é o índice de software produzido mais fácil é vender o produto internacionalmente.

VE - O mercado português continua a revelar muito interesse e apetência pelos novos gadgets, em detrimento das ferra-mentas que aumentam a produtividade das empresas e dos profissionais?

PM - É saudável que os particulares pres-tem atenção também à indústria. Os ipads e os ipods já não são gadgets, são instrumentos que eles próprios introduziram revoluções na vida das pessoas pela sua usabilidade, que é muito superior à usabilidade de um PC e per-mitiram o desenvolvimento de uma série de aplicações pessoais que acompanham o pró-prio aparelho. O que ainda está por descobrir é o mundo das Apps para as empresas. Muitas pessoas desconhecem que a Amazon tem um negócio de venda de aplicações empresariais muitíssimo grande.

Também se vai assistir à revolução no mun-do das empresas no acesso a aplicações.

No mundo empresarial é hoje absoluta-mente crítico também do ponto de vista mais operacional que os gestores dominem essas aplicações que hoje em dia já existem para as suas indústrias. Como elas já estão pratica-mente disponíveis para utilização, quem mais conhecer o que existe de opções de software já feito para a sua indústria, mais consegue pensar de uma forma inovadora.

VE - Esse aspeto vai alterar a forma como as empresas encaram e trabalham a inovação?

PM - Deve mudar. Por exemplo, agora fala-se muito nas questões do Smart Mete-ring, que passa, entre outras coisas, por ter contadores inteligentes nas nossas casas, que nos conseguem dar informações sobre os ní-veis de consumo, a variação de preços durante as várias horas do dia, etc.. As empresas de “utilities” vão precisar de desenvolver novos softwares para suportar essa maior ligação entre o consumidor e o fornecedor. Ora se essas empresas não souberem que já existem na cloud um conjunto de aplicações que res-pondem a esta necessidade, vão optar pelos tradicionais desenvolvimentos de software e pagar muito mais por algo que bastaria fazer o “download” da cloud.

VE - Tem expetativas positivas em re-lação aos próximos programas europeus de apoio à inovação onde se pretende au-mentar a participação das empresas?

PM - Tenho, desde que não se gaste di-nheiro em inovação apenas pela inovação. Ou seja, a investigação e desenvolvimento, onde o mundo académico também participa, deve materializar-s em produtos e serviços inova-dores, mas que respondam a uma necessidade não preenchida dos clientes..

Muitas vezes investe-se muito na investiga-

PAULO MORGADO, CEO DA CAPGEMINI PORTUGAL, AFIRMA

“Está por descobrir o mundo

“Vai haver uma alteração do modelo de funcionamento da vida das pessoas ainda mais drástica do que mudança que surgiu com as comunicações móveis” – considera Paulo Morgado.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

A Capgemini Portugal tem um “track record” de bons resultados de 10 anos consecutivos, o que não é normal nas empresas de consultoria.

Page 7: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

das Apps para as empresas”

ção de determinado produto mas depois ele não chega ao mercado porque se conclui que ou a concorrência faz mais barato ou o consu-midor não quer aquilo que foi desenvolvido.

VE - No caso concreto da Capgemini, está a mudar a forma de trabalhar com as empresas clientes?

PM - Temos que ser cada vez mais especia-listas em ajudar os nossos clientes a encontrar soluções de negócios, em ajudá-los a tomar as melhores decisões quanto aos fornecedores dessas soluções que existem na cloud, mon-tar a segurança que é preciso, uma vez que é preciso um nível de segurança grande no acesso à informação. Ainda há bancos que são resistentes a esta coisa da cloud e ainda não perceberam que isso vai ser o futuro, portan-to é preciso investir nessas soluções de segu-rança e isso abre outras perspetivas para nós. Deixámo-nos de posicionar tanto como uma empresa que tem muitos programadores e fa-zem muitas linhas de código, mas precisamos de mais arquitetos, mais especialistas nestas soluções de cloud, precisamos de pessoas que a todo o momento andem com os nossos par-ceiros da cloud e interajam com eles.

VE - O trabalho realizado no mercado português pela Capgemini está a corres-ponder às expectativas e previsões?

PM - A nível do mercado nacional, es-tamos preparados para aguentar este clima recessivo que o mercado tem estado a atra-vessar, inovando bastante em ofertas que nós julgamos que nestes momentos se vendem melhor, nomeadamente, tudo que tenha a ver com questões de outsourcing para reduzir custos das empresas. A Capgemnini é bastan-te competitiva a otimizar equipas que estão a fazer outsourcing de serviço de tecnologias de informação. Outras ofertas que funcio-nam bem em condições económicas adversas são, por exemplo, a da recuperação de crédito (que é hoje um dos principais problemas da banca), a da profissionalização das equipas comerciais, através da implementação de soluções de B2B (porque é preciso ser mais eficaz do que a concorrência a vender), ou as que passam pela optimização e intregração dos diferentes canais de distribuição, incluin-do os eletrónicos (porque é preciso disputar a atenção, a satisfação e a retenção do consu-midor final).

VE - Quais são as principais áreas de atividade?

PM - A Capgemini tem três áreas de ne-gócio: a parte de consultoria, em que faz uma consultoria estratégica ligada a soluções tecnológicas, a parte de desenvolvimen-to de projetos de tecnologia e depois tem o outsourcing, quando nos substituímos aos

nossos clientes para fazer a manutenção e o desenvolvimento dos seus sistemas instalados.

O nosso objetivo é sobretudo apostar na rentabilidade da Capgemini. Não queremos crescer a todo o custo, porque isso implica que vamos para franjas de clientes onde a probabilidade de incumprimento nos paga-mentos aumenta. E também não queremos crescer a todo o custo porque ganhamos contratos contra a nossa concorrência com

preços muito baixos e portanto degradamos a margem.

A nossa faturação tem-se mantido estável nos 25 milhões de euros, correspondendo a um quadro médio de 330 pessoas em Portu-gal. A estratégia para atravessar a crise tem de passar por continuar a apostar na banca que continua a ser um setor forte da Capgemi-ni. Ao estar, atravessar um momento menos bom, a banca obriga-nos a ser mais criativos. Mas a nossa estratégia passa também por nos focarmos muito nos serviços prestados a mul-tinacionais que são menos afetadas pela crise. Alguns setores como as “utilities”, telecomu-nicações, não registam quebras muito signifi-cativas nos resultados.

Vamos procurando reagir à crise, concen-trando-nos naqueles clientes que têm mais mercado e naqueles clientes que têm mais capacidade financeira para não começarmos a ter aquilo que eu chamo vendas de fraca qualidade, quando o nível de incumprimen-to de potenciais pagamentos é superior e as margens são menores.

VE - Considera que é possível manter a rentabilidade na atual conjuntura?

PM - A Capgemini Portugal tem um “track

record” de bons resultados de 10 anos conse-cutivos, o que não é normal nas empresas de consultoria, sobretudo nós que atuamos deuma forma bastante independente no merca-do. Não somos nem uma empresa de regime,nem de um cliente muito grande para o qual vendemos uma parcela muito significativa donosso negócio.

Temos uma gama de clientes bastante di-versificada e isso dá-nos uma maior estabi-lidade nos resultados. Daí esta performance obtida ao longo dos dez últimos anos ter sidouma performance acima da média de outrospaíses que foram menos afectados pela crise, facto que é encarado pelo grupo como muito positivo. O mais natural seria Portugal per-tencer, desde 2010, aos países com menosperformance do grupo, o que não aconteceu,apesar da conjuntura difícil que temos.

Estabelecemos por princípio, desde finaisde 2003, quando entrei como administrador--delegado, que não teríamos dívida. Essa éuma restrição que nos impomos a nós pró-prios, porque acho que a ausência de dívidacria rigor na gestão e obriga-nos a reagir em termos estratégicos mais rapidamente do que as empresas que, vão socorrendo-se de finan-ciamento bancário para compensar uma me-nor capacidade de autofinanciamento.

Apostamos tudo na capacidade de autofi-nanciamento.

Em 2010, se olharmos para o relatório de contas, a Capgemini Portugal era uma das poucas empresas que distribuiu dividendos para a casa-mãe.

A nossa política é de autofinanciamen-to e cash, que são coisas muito mais árduas e difíceis do que o conforto e as almofadasdo financiamento. Portanto, esta crise não constituiu uma novidade para nós em termos de trabalho. Fazemos 16 anos este ano depresença no mercado português. Baseamosmuito o nosso fator de diferenciação em ser-mos muito agressivos comercialmente, muitoinovadores, chegarmos antes da concorrênciapara não termos tanta concorrência ao níveldos preços. Essa tem sido uma estratégia quetem resultado. É a conjugação destes fatores que cria esta estabilidade da Capgemini aolongo do tempo. O grupo em si está bem. Ogrupo seguiu também uma estratégia de an-tecipação de uma redução de custos que tinha que haver no mercado das TI. Portanto, temhoje 40 mil pessoas na Índia das suas 125 milpessoas e a sua ideia é crescer até às 70 mil num futuro não muito longínquo.

“A indústria portuguesa do IT devia-se orientar para zonas de maior valor acrescentado – afirma Paulo Morgado.

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ATUALIDADE

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A investigação e desenvolvimento, onde o mundo académico também participa, deve materializar-se em produtos e serviços inovadores, mas que respondam a uma necessidade não preenchida dos clientes.

Muitas pessoas desconhecem que a Amazon tem um negócio de venda de aplicações empresariais muitíssimo grande.

Page 8: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

A cidade de Cenon acrescenta uma nova dimensão à atividade desenvolvida com o Marché Portugais ao reunir empresas e cole-tividades locais portu-guesas em França – afir-mou António Rocha. O cônsul-geral de Portugal em Bordéus foi um dos oradores do Encontro Económico organizado pela Câmara de Cenon, antecedendo o Marché Portugais, uma mostra de produtos portugue-ses, que contou com três dezenas de expositores, atraindo 15 mil visitantes.

Entre os expositores contavam--se os principais bancos portu-gueses, CGD, BPI e BCP.

Arcos de Valdevez e Paredes de Coura tiveram uma participa-ção ativa com os presidentes das autarquias e várias empresas dos dois concelhos. O concelho de Caminha estreou-se neste evento com o vice-presidente Flamiano Martins e um conjunto de em-presas interessadas em expandir a sua atividade no mercado francês e na região de Bordéus.

O Encontro Económico teve o testemunho de empresários franceses que já têm unidades de produção nos Arcos de Valdevez, onde fabricam componentes para o setor aeronáutico. O balanço da atividade industrial desenvolvida nos Arcos de Valdevez é positiva e

os empresários envolvidos equa-cionam a expansão da produção e aumento do volume de emprego.

Autarquias têm papel ativo na internacionalização

O cônsul-geral de Portugal em

Bordéus destacou o mérito da iniciativa de Alain David, presi-dente da Câmara de Cenon, e de Fernanda Alves, vice-presidente da autarquia. “É uma iniciativa muito feliz que vai no mesmo sentido dos esforços do Consu-lado sobre a promoção da diplo-

macia económica e da aproxima-ção entre empresas, contribuindo para a internacionalização dos contactos” – afirmou.

Para António Rocha, estas ati-vidades são cada vez mais indis-pensáveis como multiplicadores de oportunidades de intercâm-

GEMINAÇÕES ENTRE CONCELHOS DE PORTUGAL E FRANÇA DINAMIZAM RELAÇÕES COMERCIAIS

Feira de Cenon aproxima empresas

Manuel Dias Vaz, Alain David e António Rocha destacaram o efeito positivo das geminações na internacionalização da economia regional.

O CEVAL esteve presente no Marché Portugais com o presidente Luís Ceia e várias empresas do Alto Minho.Manuel Dias Vaz elaborou um relatório que avalia em profundidade os resul-tados obtidos com as geminações entre Portugal e a Aquitaine.

Malparado das famílias aumenta menosAs famílias conseguiram abrandar a tendência de crescimento do incumprimento do crédito junto da banca, em abril, relativamen-te ao mês anterior. O malparado subiu de 15,5% para 16,6%, o que se traduziu em cerca de 4,2% do total do crédito atribuído às famílias. Estão por pagar cerca de 4,8 mil milhões de euros, sendo que o incumprimento no crédito à habitação representa 2,3% do total do crédito concedido.

Brasil acelera crescimento já este anoO Brasil deverá recuperar, ainda no presente ano, a trajetória de crescimento acelerado, que perdeu durante o exercício passado. O PIB tende a crescer cerca de 2,9%, passando para uns invejáveis 3,5% no ano que vem. Em 2012, o crescimento da economia brasileira ficou por uns fracos 0,9%, sendo que a aceleração se ficará a dever essencialmente às políticas de relançamento orçamental e monetário que sustentam a progressiva recuperação do país. Por outro lado, au-mentam os riscos de intensificação das tensões inflacionistas.

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ATUALIDADE

Page 9: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

bio. “Visam também os laços que contribuir para o reforço dos la-ços económicos e comerciais des-centralizados entre as empresas e regiões dos dois países, para fazer face às perturbações e dificulda-des que sofremos com a crise” – disse o diplomata português.

Segundo referiu, estes encon-tros proporcionam ocasiões úni-cas para estabelecer novas coope-rações e parcerias com vantagens para as empresas e para a econo-mia, numa altura em que é neces-sária a contribuição de todos.

“Trabalhar em conjunto na atual conjuntura é assegurar uma via direta para ultrapassar as difi-culdades das pessoas, das famílias

e das empresas” – referiu.

Geminações dinamizam cooperação económica

Além do Encontro Econó-mico, a semana de Portugal in-cluiu um colóquio sobre as ge-minações entre a Aquitaine e as cidades e vilas portuguesas.

Para António Rocha, as gemi-nações constituem uma via cada vez mais necessária para o apro-fundamento das relações entre os países da União Europeia. Se-gundo referiu, a geminação entre o Porto e Bordéus, que este ano celebra o 35.º aniversário, pode constituir o modelo em relação

a outras, sem esquecer Cenon e Arcos de Valdevez, Paredes de Coura e Villeneuve D`Ornon e Torres Vedras e Pessac e Viana do Castelo, entre as mais próximas.

“Na Aquitaine como em Por-tugal, valorizamos muito estas ligações e queremos fazer avan-çar a cooperação entre os nossos concelhos” – disse António Ro-cha.

O Colóquio sobre as Gemi-nações contou com a presença de Manuel Dias Vaz, presidente do Comité de Homenagem a Aristides Sousa Mendes, e teve o apoio do Conseil Général de la Gironde e do Conseil Régio-nal d’Aquitaine.

portuguesas ao mercado francês

A Vida Económica esteve presente com os seus produtos na feira de Cenon.

Rui Pereira e Sérgio Pereira apresentaram em Cenon os produtos da MSP ligados à construção e engenharia civil.

Sérgio Meira, gerente da Metalocaminha Metalomecânica, já tem clientes nomercado francês e pretende desenvolver a atividade na região de Bordéus.

No stand do Concelho de Caminha, o consul de Portugal em Bordeaus apre-ciou a oferta de produtos da região.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 9

Bruxelas flexibiliza metas do défice orçamentalPortugal vai ter mais tempo para atingir um défice orçamental inferior ao limite de 3%, omesmo sucedendo com a Espanha, a França, a Holanda, a Polónia e a Eslovénia. A garantia foi dada pela Comissão Europeia, mas ficaram recomendações para que sejam desenvolvidas maisreformas estruturais. O nosso país terá até 2015 para chegar a um défice de 2,5% do PIB, sendoa meta para este ano de 5,5%, passando para 4% no próximo. De salientar que Passos Coelho já admitiu negociar uma nova flexibilização para o próximo exercício.

EPUL com fim à vistaA Assembleia Municipal de Lisboa aprovou a extinção da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), tendo contado para o efeito com a abstenção do PSD. Entretanto, ficou a garantia de que os trabalhadores vão avançar com uma providência cautelar para travar a referida extinção. Garcia Pereira foi mandatado para impugnar a decisão, considerando que a proposta é ilegal, na medida em que a EPUL foi criada em sede da Assembleia da República. Os trabalhadores também duvidam das garantias dadas por António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Júlio Magalhães apresentou livro em Cenon

O Marché Portugais em Cenon teve a presença de Júlio Magalhães. O jornalista e escritor apresentou o seu livro “Longe do meu coração”, estando em preparação a edição desta obra em língua francesa, por iniciativa da “Vida Económica”. O romance retrata as expetativas, anseios e dificuldades dos portugueses que emigraram para França nos anos 60 e 70, sendo considerado como uma das melhores obras no seu género.Em Cenon, Júlio Magalhães teve oportunidade de cumprimentar numerosos elementos da comunidade portuguesa e de autografar exemplares do seu livro aos visitantes que se deslocaram ao Domaine du Loret, em Cenon.

Page 10: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

É uma boa notícia para o setor por-tuário. A Comissão Europeia pretende modernizar os portos da região, com o objetivo de obterem eficiência e compe-titividade, face aos três grandes europeus, Roterdão, Amberes e Hamburgo, os quais absorvem uma quinta parte de todo o trá-fego de mercadorias que chega por mar à União Europeia.

Acontece que aqueles três portos estão cada vez mais congestionados e é necessá-rio desenvolver os restantes, especialmente os localizados no Mediterrâneo. Para Bru-xelas, o desequilíbrio entre a atividade dos cerca de 1200 portos europeus traduz-se em custos adicionais para quem carrega, transporta e consome os produtos que che-gam à União por via marítima, podendo ser poupados até 10 mil milhões de euros até 2030, caso se aplique a proposta. Entre as prioridades de Bruxelas está assegurar uma maior transparência e processos mais abertos para a designação dos fornecedores de serviços portuários, de modo a evitar preços abusivos por parte dos operadores que detêm direitos exclusivos.

A Comissão também quer reduzir a bu-rocracia e os trâmites administrativos e é fundamental melhorar as ligações rodo e ferroviárias com o interior. Além disso, há a intenção de flexibilizar as possibilidades de financiamento dos portos, ao mesmo tempo que se evita a fraude na atribuição de fundos públicos. Também é possível re-

duzir as taxas dos navios com as melhores performances ambientais.

Será ainda criada uma comissão que terá como função intermediar o debate entre os empresários e os trabalhadores com in-teresses comuns. A estratégia apresentada

será a primeira legislação setorial para esta área de atividade. Face ao volume da carga transportada por via marítima, os portos têm de obter financiamento e obter cada vez mais sinergias, o que é possível num prazo muito curto.

Bruxelas quer obrigar as grandes empre-sas que operam na União Europeia a reali-zarem um exercício extra de transparência fiscal. Se a proposta for para diante, as so-ciedades afetadas terão de revelar os lucros que obtêm e quais os impostos que pagam em cada país onde estão ativas.

De acordo com a Comissão Europeia, atualmente, apenas 10% das maiores em-presas da União disponibilizam regular-mente esse tipo de informação. Na base desta iniciativa da Comissão está o que classifica de “planeamento fiscal agressi-vo”. A intenção é aplicar a todas as grandes empresas o modelo imposto à banca, no âmbito da diretiva de requisitos de capital, que obriga as entidades financeiras a reali-zarem o referido exercício de transparên-cia. Bruxelas já está a estudar qual o modo mais adequado para dar forma legal a esta obrigação. Uma possibilidade poderá pas-sar pela sua inclusão na diretiva sobre as normas contabilísticas que está a ser nego-ciada.

De notar que foram tomadas algumas medidas recentemente no que toca ao combate à fraude e à evasão fiscais, pelo

que a Comissão está empenhada em dar corpo a um novo enquadramento legislati-vo que possibilite um combate mais eficaz. São muitos milhões de euros que escapam aos cofres estatais e comunitários por via do planeamento fiscal agressivo, sendo dis-so exemplo empresas como a Google ou a Apple, cujas sedes estão localizadas em países fiscalmente mais competitivos.

Bruxelas pretende modernizaros portos europeus

Bruxelas quer obrigar grandes empresasa maior transparência fiscal

A multinacional Googleé uma das grandes empresas que está na mira das autoridades comunitáriasao nível fiscal.

Luxemburgo admite levantamento do sigilo bancárioO Governo luxemburguês admite que o seu país vai aplicar, a partir de 2015, as mesmas regras de troca de informação bancária, a qual já está em vigor noutros Estados-Membros da União Europeia. O Luxembur-go considera que pretende avançar com as novas regras, desde que os outros estados sigam o mesmo caminho, como é o caso do Reino Uni-do. E também não é colocada de parte a possibilidade de estender a troca automática a países terceiros, como Suíça, Andorra ou Mónaco.

Parlamento Europeu apoia supervisão única bancáriaO Parlamento Europeu já mostrou o seu apoio à supervisão única bancária do BCE sobre os bancos europeus com mais de 30 mil milhões de euros de ativos. O Banco Central Europeu tem carta verde para supervisionar diretamente as entidades fi-nanceiras e também se poderá pronunciar sobre o restante.

ATUALIDADE/Internacional

Atividade

da Zona Euro

atenua recessão

A atividade da Zona Euro continua em recessão, no entanto, verificou-se uma atenuação em maio. Foi alcançado o me-lhor nível em três meses. Ainda assim, a região da moeda única terminou o seu sétimo mês consecutivo em situação de recessão, de acordo com o gabinete de es-tudos Markit.

Enquanto a indústria travou o seu retro-cesso para o rimo mais lento desde janei-ro, os serviços revelaram a contração mais débil de fevereiro. As novas encomendas voltaram a registar uma forte quebra, so-mando já 22 meses sucessivos em terre-no negativo, o que faz prever uma fraca atividade nos próximos meses. Importa notar que esta fraca atividade continua a ser generalizada. Na Alemanha, a eco-nomia está parada, a França apresentou uma intensa contração e o resto da região mantém uma desaceleração continuada, de uma gravidade alarmante. Isto apesar de, em maio, se terem registado alguns in-dícios de atenuação da recessão nos países da periferia.

Economia alemã melhora mas continua frágil

A economia alemã vai renovar o cresci-mento, depois de ter estagnado no primei-ro trimestre. No entanto, vai ficar longe dos níveis de antes da crise, sobretudo de-vido ao fraco desempenho dos investimen-tos e das exportações. O consumo interno será o principal motor da economia ger-mânica.

Nos três primeiros meses verificou-se uma melhoria do consumo e do senti-mento de negócios, o que fez com que a Alemanha entrasse em terreno negativo. Para a totalidade do ano, o Governo es-pera um crescimento modesto de meio ponto orçamental. As exportações ten-dem a ser muito fracas e podem mesmo pesar na fatura do crescimento. O “salva--vidas” será mesmo o consumo interno, mas ainda é muito discutível de qual será a amplitude dessa recuperação, pelo que o investimento também se adivinha bas-tante limitado.

O investimento do lado das indústrias não descola, face à debilidade das expor-tações. Neste caso, muito dependerá da evolução do euro e se o iene vai manter a trajetória de descida, como tem sucedido nos últimos meses.

10 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

Ainda há margem para garantir mais eficiência nos portos europeus, desde que as verbas sejam direcionadas de forma adequada.

Page 11: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

O projeto em negociação de centralizar num futuro “banco de fomento” a gestão do novo QREN é uma decisão muito oportuna. No contexto da atual situação económica e no meio de uma profunda crise financeira internacional, continua a ser evidente no nosso país a falta de um modelo de desenvolvimento que seja partilhado sob a forma de contrato estratégico entre o Estado e a sociedade civil. Os atores económicos e sociais (municípios, empresas, universidades, centros de inovação) preocupam-se unicamente com a sua sobrevivência conjuntural e com isso têm desperdiçado a oportunidade única de fazer do QREN uma aposta sustentada para o futuro do país. Por isso, com o “banco de fomento” o novo QREN pode ser um instrumento de desenvolvimento estruturante.

O QREN foi concebido como um instrumento inovador para dar resposta às novas exigências que a competição da economia global e os novos fenómenos sociais exigem ao nosso país. O balanço de 20 anos de Fundos Comunitários em Portugal, recentemente cumpridos, é muito claro: aposta sustentada na melhoria das infraestruturas do país, numa lógica não raras vezes pouco coordenada e monitorizada (veja-se a proliferação desnecessária de parques industriais e pavilhões desportivos municipais), falhas sucessivas nas ações de formação empreendidas ao longo das três intervenções levadas a efeito, resultados muito frágeis nas áreas essenciais da inovação, conhecimento e competitividade. Ou seja. Vinte anos depois, Portugal é um país de autoestradas com menos coesão territorial e crescentes desigualdades sociais numa Europa em grande indefinição de identidade.

O QREN não pode ser interpretado pelos atores nacionais como mais um instrumento financeiro utilizável para dar cobertura a uma crescente falta de financiamento nos circuitos tradicionais. Em tempo de crise

financeira, impõe-se mais do que nunca um verdadeiro “choque operacional” que conduza a mudanças claras e necessárias: desativação das atividades empresariais sem valor, aposta maciça numa formação / educação que produza quadros reconhecidos pelo mercado, fixação de investimentos e talentos nas regiões mais desfavorecidas, criação de um contexto competitivo moderno voltado para a criatividade das pessoas e a qualidade de vida das cidades. O QREN dispõe dos instrumentos financeiros que poderão ajudar a alavancar toda esta Agenda de Mudança que queremos para o nosso país.

É por isso que a aposta num processo de desenvolvimento através do “Banco de Fomento” pode vir a recentrar a aposta em novas variáveis estratégicas. Um sinal de aposta nas políticas do conhecimento, centradas em territórios inteligentes e apostas na dinamização de verdadeiros “trabalhadores criativos”. Ideias muito simples e claras e para as quais mais não é necessário do que um pacto de “cumplicidade estratégica” e “convergência operacional” entre todos os que têm responsabilidades – atores públicos, empresas, universidades e centros de saber. O QREN não pode ser interpretado como um mero instrumento conjuntural de resposta a uma crise estrutural mas antes como uma aposta estrutural capaz de alterar a conjuntura no futuro.

Portugal não pode perder esta oportunidade de alteração do seu paradigma de desenvolvimento estratégico através da aposta de um “Banco de Fomento” para o novo QREN. Em tempo de profunda crise financeira, têm que ser acionados mecanismos de adequada utilização dos fundos disponíveis. O “Banco de Fomento” é um sinal positivo. O QREN tem, duma vez por todas, que se assumir como um fator estratégico de convergência positiva do país face aos novos desafios duma economia global complexa e exigente.

Nos últimos dias uma notícia suscitou-me a atenção. Segundo a SIC Notícias, foram criadas mais 2.600 empresas, até abril, do que em período homólogo do ano transacto. Devo dizer que fiquei surpreendido.

Não me parecia possível que um país esmagado pela crise económica, afogado em austeridade, com os índices de desemprego e de consumo a bater recordes, fosse capaz de gerar tanta criação de empresas.

Olhando mais de perto para esta notícia, verifica-se que um dos sectores que mais contribuiu para esta corrida à constituição de novas empresas e novos negócios (mais de 15 mil nos primeiros 4 meses do ano) é a agricultura.

Os novos empreendedores da agricultura são jovens, casais e famílias, dinâmicos, determinados a correr riscos e a dedicarem-se ao seu novo projecto de vida. Tenho encontrado muitos jovens com estas características.

Tenho tido a feliz oportunidade de poder aconselhar muitos deles, acompanhar a criação do seu projecto e seguir a sua evolução. Este é um tempo de dificuldades, mas também de oportunidades.

Na agricultura, muitos jovens têm dado ao país um exemplo de empreendedorismo e de

capacidade para correr riscos. E estão dispostos a contribuir para ajudar o país e a economia a sair do lodaçal em que se encontra.

É preciso, também, que o Governo perceba que tem aqui uma massa crítica única para alavancar a nossa economia, criar emprego e riqueza. É fundamental que os poderes públicos sejam parceiros responsáveis neste sector.

Eliminar burocracias, tornar mais céleres as aprovações dos projetos a financiar, cumprir os prazos de pagamentos das ajudas, criar um provedor do agricultor e facilitar o crédito para os jovens agricultores (sobretudo apoios de tesouraria com custos de juros compatíveis com a margem bruta gerada pelas actividades agrícolas, o que não está a acontecer) são pequenas coisas que em muito podem ajudar o país. Tenho dado o meu contributo através do lançamento de petições públicas para a criação do Provedor do Agricultor e na reivindicação de colocar o banco público, a Caixa Geral de Depósitos, a apoiar a agricultura e os jovens agricultores. O apelo que aqui deixo é que os poderes públicos possam ser um apoio e não um obstáculo a toda esta energia que os jovens agricultores estão a canalizar para levantar a nossa economia.

ATUALIDADE/Opinião

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 11

Nome

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E-mail Nº Contribuinte

Solicito o envio de exemplar(es) do livro O Contrato de Arrendamento Rural com o PVP unitário de 24€.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

(recortar ou fotocopiar)

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c • 4000-263 PORTO

Autor: Adalberto Costa Páginas: 528 P.V.P.: € 24

Anotado e comentado, inclui legislação complementar em que destacamos a Lei n.º 62/2012, de 10 de dezembro e a Lei n.º 63/2012, de 10 de dezembro (relativas à Bolsa Nacional de Terras) e ainda minutas, resenha de jurispru-dência e tabela de correspondências.

- A legislação Portuguesa e o Ar-rendamento Rural- Os tipos de arrendamento- O que mais interessa à execu-ção do contrato- Alterações à renda fi xada no contrato - O subarrendamento e as ce-dências contratuais- A conservação e a benefi cia-ção dos prédios rústicos- O contrato de arrendamento rural e o fi sco- O procedimento para a atuali-zação da renda

[email protected] • 223 399 400 • http://livraria.vidaeconomica.pt

NOVIDADE

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PORTUGAL TEM UMA OPORTUNIDADE ÚNICA DE RETOMAR A AGENDA DO CRESCIMENTO

O “banco de fomento” e o QREN

Um setor contra a corrente

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

O decurso do período de dois anos em que o sujeito passivo não teve qualquer atividade não obriga a Autoridade Tributária a declarar oficiosamente a cessação de atividade, sendo esta, repete-se, uma obrigação do sujeito passivo.

De entre as obrigações declarativas dos sujeitos passivos previstas no Código do IVA encontra-se a obrigação de declaração de cessação de actividade, a qual deve ser apresentada no prazo de trinta dias a contar da data da mesma cessação de atividade.

Assim, durante o referido período de dois anos em que o sujeito passivo não teve qualquer atividade, continua o mesmo obrigado à apresentação da declaração periódica, a qual subsiste, mesmo não havendo, no período correspondente, operações tributáveis realizadas.

No caso apreciado pelo Tribunal Central Administrativo Sul, a Autoridade Tributária efectuou liquidações oficiosas de IVA, relativas aos anos de 1995 a 2001, a uma sociedade que apresentou a declaração de início de actividade

em 17.04.1991 e cessou a mesma em 31.12.2001.

A impugnação judicial apresentada pelos responsáveis subsidiários foi julgada totalmente procedente, no entanto, não concordando a Fazenda Pública com a mesma, apresentou recurso para o TCA Sul, alegando que o Código do IVA não estabelece qualquer presunção de cessação de atividade do sujeito passivo, nem impõe à Autoridade Tributária a obrigação de declaração da mesma cessação.

Entendeu o Tribunal Central Administrativo Sul que a cessação de actividade, decorrente do período de dois anos sem a prática de atividade pelo sujeito passivo, não reveste características oficiosas, razão pela qual não vincula a Autoridade Tributária. Esta obrigação é da responsabilidade do sujeito passivo ou dos seus legais representantes, no caso de se tratar de uma pessoa coletiva.

(Acórdão do TCA Sul, Processo n.º 06102/12, de 26.02.2013)

MARGARIDA MARTINS LEITÃOAdvogada da Gali Macedo & Associados

Obrigação de declaração de cessação de atividade

JOSÉ MARTINO Engenheiro Agrónomojosemartino.blogspot.com

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Luís Filipe Menezes tem um plano para reconquistar 50 mil habitantes para a cidade do Porto no espaço de uma década. Por forma a inverter a lógica de perda de habitantes sentida na última década (menos 90 mil habitantes), o candidato do PSD à Câmara do Porto propõe a criação de áreas de especialização dentro da cidade, áreas essas nem sempre coincidentes com as fronteiras das freguesias.

FERNANDA SILVA [email protected]

Luís Filipe Menezes revelou à “Vida Económica” o seu plano para a cidade do Porto. O autarca propõe a implementação de um “macroplano” baseado em cinco pó-los distintos, a saber: Ambiente, sobretudo na freguesia de Aldoar e prevendo a “revi-talização do Parque da Cidade, tornando-o mais atrativo e sinónimo de qualidade de vida”; Atlântico, nas freguesias de Nevo-gilde, Foz do Douro e Lordelo do Ouro; Conhecimento e Saúde, nas freguesias de Ramalde e Paranhos, e assente na “valo-rização do papel do Hospital de São João e Campus Universitário da Asprela”; Me-mória, que engloba as freguesias do cen-tro histórico e também Bonfim, Cedofeita e Massarelos, e prevê a “potenciação do Centro Histórico ao nível das grandes ci-dades europeias”; e Inovação, projetando a “recuperação estrutural da freguesia de Campanhã, a mais pobre da cidade”.

A complementar este plano geral para a cidade, existirão ainda um total de 80 “mi-croplanos”, a ser apresentados em breve, e que incluem, equipamentos e zonas como o Mercado do Bolhão, Silo Auto, jardins do Palácio de Cristal ou Fontainhas.

Reabilitação urbana possibilita criação de centenas de postos de trabalho

O candidato do PSD à Câmara do Por-

to promete então apostar na reabilitação do Mercado do Bolhão e do ‘Silo Auto’ e garante que estes projetos permitirão criar “centenas de postos de trabalho” e que terão um importante impacto na dinami-zação económica da cidade. Para o candi-dato, os projetos poderão ainda potenciar

uma “maior atratividade do comércio tra-dicional, com influência na qualidade de vida para as famílias, e num reforço da componente turística da cidade”.

O projeto de Luís Filipe Menezes para “regenerar e recuperar” o mercado do Bo-lhão “até ao final do ano” tem assegurado o necessário financiamento, estimado em 12,5 milhões de euros, que seria suportado pelo vencedor do concurso de “construção de um parque de estacionamento subter-râneo” que servirá o Bolhão e o comércio tradicional existente nas ruas Sá da Ban-deira e Santa Catarina.

Assegura que o espaço será mantido “como mercado tradicional e equipamen-to público” mas com novas valências, tais como “espaços de restauração, de serviços e um Espaço Cultural onde será possível realizar conferências, eventos musicais e artísticos”. O candidato adianta ainda que o novo mercado poderá ser uma realidade já no “final de 2014”.

Já quanto à requalificação do “Silo Auto”, o ainda presidente da Câmara de Gaia garante que este se “manterá como parque de estacionamento”, sendo parte do edifício ocupado por “espaços alternati-vos e inovadores para as artes” e um outro “dedicado aos ofícios” tradicionais. Mais

radical é a proposta de criação de um heli-porto no terraço.

Porto deve apostar no turismo potenciando marcas como Serralves

Numa outra perspetiva, Menezes con-sidera importante que a cidade concreti-ze uma aposta no turismo, “potenciando a mais-valia de ‘marcas’ como Serralves, o Vinho do Porto, a Casa da Música, o Fan-tasporto, o Futebol Clube do Porto” e ga-rantindo a sua presença nos mais variados palcos e praças internacionais.

“O Porto e a Região Norte, que engloba também a Galiza, tem muitas potencialida-des turísticas, económicas e ambientais que importa potenciar através da valorização da sua forte componente empreendedora, da sua vasta riqueza paisagística e da força das suas gentes” salientou o candidato.

Prometendo “promover o emprego e combater o desemprego”, o candidato anunciou ainda que procurará “desenvol-ver uma diplomacia económica junto das grandes praças financeiras” por forma a “captar investimento estrangeiro” e fo-mentar a “reindustrialização” e a “criação de novos postos de trabalho” na cidade.

LUÍS FILIPE MENEZES, CANDIDATO DO PSD À CÂMARA DO PORTO, ASSEGURA

Macroplano urbanístico pode reconquistar 50 mil habitantes para o Porto

Ordem

dos Médicos

contesta limite

para medicamentos

a idosos

A recomendação adotada pela ARS Norte no sentido de que a prescrição para doentes com mais de 75 anos não ultrapasse os cinco medicamentos, “é ab-solutamente inaceitável” - afirma Miguel Guimarães.

Para o presidente do Conselho Regio-nal do Norte da ordem dos Médicos, o que a ARS Norte propõe nesta recomen-dação não é um indicador de saúde, antes um indicador meramente economicista e simplificador, que reduz a evidência científica a um número máximo abstrato de cinco medicamentos por doente, sem avaliar as especificidades de cada caso e o impacto que a ausência de medicação poderia ter num doente com patologia crónica.

Mas, na perspetiva de Rui Cernadas, da ARS Norte, o objetivo da medida não é ensinar os médicos a prescrever nem exis-te “nenhuma intenção restritiva do ponto de vista de despesa”.

Apesar desta explicação, Miguel Gui-marães considera que a recomendação funciona como um convite ao não trata-mento dos doentes, especialmente daque-les que enfrentam uma patologia crónica. “A Medicina evoluiu no sentido de tornar as patologias crónicas mais debilitantes em patologias controladas, com impacto evidente na qualidade de vida dos doen-tes. Este controlo só foi possível com re-curso à inovação terapêutica na área do medicamento” - afirma.

Novo racionamento

Para Miguel Guimarães, esta iniciativa da ARS Norte constitui uma nova ten-tativa no caminho do racionamento em Saúde. É uma investida clara e concreta no sentido de limitar o acesso dos doen-tes à medicação prescrita pelo seu médico, ainda que exposta de forma subtil e sofis-ticada.

Em causa estará, para Miguel Guima-rães, “uma inaceitável intromissão na ati-vidade médica, não só porque coloca em causa a autonomia dos profissionais no tratamento dos seus doentes como impõe uma pressão absolutamente intolerável ao sugerir que a sua não aplicação terá efeitos diretos na avaliação de desempe-nho dos médicos. “Muito bom” seria se o nosso país não dispusesse de uma eli-te burocrática capaz de fazer este tipo de propostas”.

“Neste contexto, reafirmo a posição que temos defendido, exigindo à ARS Norte a imediata suspensão desta recomendação, e apelando a todos os médicos que cum-pram o Código Deontológico e atuem de acordo com a melhor evidência científica que dispõem, assegurando o melhor trata-mento possível aos seus doentes” - conclui Miguel Guimarães.

“Reabilitação do Mercado do Bolhão e do Silo Auto vai permitir a criação de centenas de postos de trabalho”, admite Luís Filipe Menezes.

Oli reforça presença em AngolaA Oli, empresa de sistemas de instalação sanitária, vai reforçar a sua presença no mercado an-golano. Foi selecionada para equipar o condomínio de luxo Imoluanda, constituído por 140 apartamentos e 25 residências. De salientar que a Oli conta, desde o início do ano, com um stock permanente de sistemas de instalação sanitária, de forma a dar uma resposta imediata às necessidades de construção naquele mercado em rápido crescimento. A disponibilização imediata do produto é fundamental para garantir qualquer tipo de negócio.

Porto de Leixões aumenta capacidadeA Administração dos Portos do Douro e Leixões apresentou os projetos que possibilitarão reforçar a sua capacidade, designadamente a execução da Plataforma Logística, o novo terminal de conten-tores e a reformulação do porto de pesca de Matosinhos. No que se refere à plataforma logística, foi assinado um contrato com a Zaldesa, permitindo a presença desta empresa e da APDL no futuro porto seco a ser desenvolvido em Salamanca. Foi assinalado o início da construção do pólo 2, em que o grupo Luís Simões estará presente enquanto maior entidade nacional de distribuição.

12 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

ATUALIDADE

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CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Vinho verde

Herdei 6 hectares de terreno no concelho de Paredes, dos quais 4 hectares possuem uma vinha plantada e os restantes não se encontram a ser utilizados para agricultura. Tenho 32 anos e nunca exerci atividade agrícola, contudo, como me encontro desempregado e ainda possuo algumas poupanças, pretendia aproveitar este terreno para produzir vinho verde.Para tal será necessário arrancar a vinha existente, que está em más condições, e plantar videiras novas em todos os 6 hectares de terreno. Ao nível de equipamentos para produção da uva, vou precisar de adquirir um trator e alfaias agrícolas. A linha de transformação da uva em vinho será composta por lagares, esmagadores, prensas, entre outros, e terá de ser instalada num pavilhão a construir. Pretendo subcontratar o engarrafamento.Dado que se trata de um investimento de elevado montante, poderei obter algum subsídio do Estado?

RESPOSTAComo possui menos de 40 anos e nunca exerceu atividade agrícola, pelo que será a primeira vez que assume a titularidade de uma exploração agrícola, poderá enquadrar-se na Ação 1.1.3 – Instalação de Jovens Agricultores do PRODER.O promotor deve assumir formalmente a gestão e titularidade de uma exploração pela 1ª vez e deve reunir à data de apresentação do pedido de apoio um conjunto de condições, designadamente:Possuir o 9º ano de escolaridade; Possuir a aptidão e competência profissional adequadas ou apresentar um plano de formação, se à data de apresentação do pedido não as possuir; Cumprir as condições legais necessárias ao exercício da respetiva atividade;Apresentar um Plano Empresarial de desenvolvimento da exploração agrícola;Não ter obtido aprovação de quaisquer ajudas ao investimento antes da data de apresentação do pedido de apoio; Não ter recebido quaisquer ajudas à produção ou à atividade agrícola, exceto nos dois anos anteriores ao ano de apresentação do pedido de apoio;Possuir registo da exploração no Sistema de Identificação Parcelar (SIP).As operações devem, ainda, apresentar um montante mínimo de investimento elegível de 5000 J. Os beneficiários devem manter a atividade pelo menos

durante 5 anos.Os apoios são concedidos sob a forma de subsídio não reembolsável (a fundo perdido) e revestem 2 tipologias distintas:Prémio à instalação;Apoio aos investimentos.O prémio à instalação corresponde a 40% do Valor do Investimento do Plano Empresarial (VIPE, que corresponde ao investimento total), não podendo ultrapassar os 30 000 J. Relativamente ao apoio ao investimento, a taxa de apoio depende do tipo de despesa de investimento:Despesas relacionadas com a produção de uva - produção primária de produtos agrícolas: 60% do investimento elegível por se localizar numa zona desfavorecida; Despesas relacionadas com a transformação da uva em vinho - transformação e comercialização de produtos agrícolas: 40% do investimento elegível.O limite máximo deste apoio ao investimento é de 250 000 J por beneficiário.De realçar que a compra das videiras é considerada como investimento elegível por se tratar de plantas plurianuais.WWW.SIBEC.PT [email protected] 228 348 500

American Club of Lisbon abre concursoO American Club of Lisbon lança o desafio a jovens estudan-tes portugueses: apresentar projetos que reforcem os laços lu-so-americanos. O prémio é de 3300 dólares, o que equivale a cerca de 2500 euros. Este valor assegura as despesas da viagem e estadia nos Estados Unidos durante duas a quatro semanas.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 13

As XII Conferências de Valen-ça reuniram na cidade de Valença figuras de relevo para debaterem as possibilidades económicas da Euro-Região.

Vários especialistas de renome nacional e internacional fomen-taram um debate enriquecedor sobre “As oportunidades da eco-nomia para a Euro-Região”, tema que as Conferências de Valença adotaram para a décima segunda edição, numa iniciativa organi-zada pela Escola Superior de Ci-ências Empresariais, sediada em Valença.

Vital Morgado, vice-presidente da AICEP, Juan Lirón, diretor do Agrupamento Europeu de Coo-peração Territorial Galiza-Norte de Portugal, Ramon Font, diretor do Programa de Relações da Ge-neralitat da Catalunya com os Pai-ses Lusófanos e Lídia Monteiro, diretora do Turismo de Portugal, encabeçaram uma lista de ora-dores que garantiram um debate profundo, animado e dinâmico.

A Caixa Geral de Depósitos fez--se representar nas Conferências de Valença com a apresentação das linhas de financiamento de apoio à internacionalização das empresas da região. José Paulo Rodrigues, CEO da Headpartners, abordou

o tema das carreiras internacionais de sucesso no futuro.

A sessão de abertura contou com as presenças de Rui Teixei-ra, presidente do Politécnico de Viana, Jorge Mendes, presidente da Câmara de Valença, e de João Paulo Vieito, diretor da Escola Su-perior anfitriã da iniciativa.

Durante o encontro foi apre-sentado o Passaporte para o Em-preendedorismo, que, em conso-nância com o “Impulso Jovem”, visa, através de um conjunto de medidas específicas articuladas entre si apoiar jovens qualificados, com projetos de empreendedoris-mo inovador ou com potencial de elevado crescimento.

As conferências encerraram com a entrega dos prémios e certi-ficados de participação às equipas que participaram na terceira edi-ção do Jogo de Gestão Interesco-las, uma iniciativa que esta Escola Superior promoveu junto de alu-nos de todas as escolas da região e que despoletou já a participação de mais de três centenas de alunos.

Recorde-se que o jogo de gestão Global Challenge 5 – consistiu num desafio lançado às Escolas EB 2/3, secundárias e profissio-nais do Alto Minho, desenvolvido pelo CESIM.

Conferências de Valença debateram oportunidades económicas da Euro-Região

Cândida

Almeida

volta

ao Clube

de Pensadores Joaquim Jorge, fundador do

Clube dos Pensadores, apresenta o seu novo livro “Pensamentos”, hoje, pelas 21h30, no Hotel Ho-liday Inn.

A apresentação da obra será fei-ta por Cândida Almeida, procu-radora-geral adjunta .

Estará também presente Leonor Furtado, procuradora da Repú-blica, Joaquim Jorge ,no livro salienta que não é antissistema mas aposta na regeneração da democracia. Atualmente os polí-ticos não nos oferecem soluções e há a tentação de corrê-los todos e que venham os antipolíticos. Essa reação é uma explosão que pode aliviar, mas não resolve o pro-blema. É precisa uma revolução tranquila dos cidadãos que não se sentem representados.

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TERESA [email protected]

O pacote de incentivos fiscais ao investimento apresentado a semana passada pelo Gover-no, com o objetivo de relançar a economia, fomentar o cres-cimento económico e a criação de emprego em Portugal, divide os empresários e dirigentes asso-ciativos empresariais quanto aos benefícios para as PME. E tam-bém não agrada por inteiro aos fiscalistas e aos especialistas em internacionalização ouvidos pela “Vida Económica” no decorrer desta semana.

Não falando já nos reparos que merece o curto intervalo de tempo para as empresas investi-rem (seis meses), bem como o ’timing’ do lançamento das me-didas, para mais sabendo-se que há uma comissão encarregue da reforma do IRC, liderada por António Lobo Xavier, que deve-rá apresentar ao Governo muito em breve um conjunto de medi-das de âmbito fiscal para vigorar a partir de 2014.

A “Vida Económica” contac-tou, aliás, o fiscalista, perguntan-do-lhe se as novidades apresen-tadas pelo Governo em matéria de incentivos fiscais ao investi-mento resultam do trabalho da Comissão a que ele preside, mas até ao fecho da edição não obti-vemos qualquer resposta.

“Não é uma medida para a generalidade das empresas portuguesas”

Ouvido pela “Vida Económi-ca”, o presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mo-biliário de Portugal (AIMMP) põe a nu as fragilidades dos be-

nefícios fiscais ao investimento de natureza contratual anuncia-dos pelo Governo. Afirmando que, “no abstrato, a medida é louvável, porque o país necessita de investimento, nomeadamen-te estrangeiro”, Vítor Poças dei-xa, contudo, o reparo: “Esta não é uma medida para a generalida-de das empresas portuguesas”, a começar pelas cinco mil do seu setor associadas da AIMMP, “90% das quais fatura abaixo de três milhões de euros/ano e que não terão nem mercado nem ca-pacidade de financiamento para poderem alavancar investimen-tos desse montante mínimo”.

“Pode até acontecer que o Go-verno esteja a pensar em projetos

estruturantes que desconheço”, diz Vítor Poças, mas “esta me-dida será para médias/grandes empresas ou para empresas es-trangeiras.

O dirigente associativo con-

trapõe dizendo que o Governo deveria, isso sim, “criar progra-mas de apoio à fusão de empre-sas, através da constituição de sociedades veículo, que permi-tissem financiar a criação de em-presas novas com mais dimensão pela via da fusão, articulação e deslocalização das existentes com objetivos de aglutinação de empregos e de meios”.

“Uma medida feita por quem não conhece o país”

Na mesma linha, e questiona-do sobre se acredita que as PME portuguesas estão em condições de beneficiar dos benefícios fis-cais ao investimento de nature-

za contratual, Miguel Coelho, secretário-geral da Associação Empresarial de Águeda, tem a resposta pronta.

“Claro que não” estão em condições de beneficiar dos be-nefícios, começa por dizer. “Pri-meiro, porque os bancos não emprestam dinheiro às PME, logo está vedado o acesso a esta medida por parte da maioria das empresas; segundo, porque a quebra de consumo e a incerteza quanto à evolução da economia repelem qualquer intenção de investimento”.

Aliás, frisa Miguel Coelho, “esta é uma medida feita por quem não conhece o país ou, en-tão, por quem tem o objetivo de apoiar determinado investimen-to numa postura muito seletiva”. Acrescenta ainda dizendo que “as PME são responsáveis pela manutenção de mais de 75% do emprego em Portugal” e que “o impacto deste crédito fiscal ao investimento na criação de no-vos postos de trabalho será mui-to reduzido”, ainda que – “e esta medida vale, somente, por isso” – não deixe de ser “um sinal po-sitivo que se transmite ao país e aos investidores”.

“Medida deveria ser anunciada com maior antecedência”

“Portugal necessita de uma abordagem mais agressiva e sele-tiva ao nível dos incentivos fiscais que dá ao investidor, utilizando os instrumentos ao seu dispor para estimular o investimento e a qualidade deste”, começa por explicar à “Vida Económica” a docente convidada da Universi-dade de Columbia (EUA) e espe-cialista em internacionalização,

Incentivos fiscais ao investi

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

ANA TERESA LEHMANN – Porto Business School/Columbia

University (EUA)“Para ter mais impacto e ser mais transparente, este tipo de medida deveria ser anunciado com uma maior antecedência e vigorar por um período mais alargado. Por outro lado, nas condições atuais de limitação de crédito, e dada a falta de recursos da maioria das empresas, poucas serão as que estão em condições de investir montantes superiores a três milhões de euros. Além de que a questão do curto intervalo de tempo de que as empresas dispõem para realizar os seus investimentos é igualmente limitativa”.

RAFAEL CAMPOS PEREIRA – Vice-Presidente Executivo da AIMMAP

“O Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento é, do ponto de vista conceptual, muito interessante, pois promove o investimento e pode contribuir para o crescimento económico, podendo equivaler a uma redução do IRC para as empresas que façam investimentos. A falta de liquidez e as dificuldades de acesso ao financiamento poderão, no entanto, prejudicar a eficácia da medida. E o período de vigência é muito curto, além de que é anunciado com muito pouca antecedência, o que irá seguramente comprometer os efeitos positivos. Ainda assim, o balanço será interessante”.

MIGUEL COELHO – Associação Empresarial de Águeda

“Este crédito fiscal não é dirigido às PME. E como se dirige às grandes empresas e ao investimento estrangeiro, a medida destina-se maioritariamente a investimento já planeado. Logo, acredito que, apesar de apertado, o timing será exequível, mas o alcance e resultados serão muito limitados. Trata-se de um crédito fiscal desajustado da realidade, que não se dirige às PME e, por essa via, terá um impacto e alcance muito reduzido, até porque a quebra de consumo e a incerteza quanto à evolução da economia repelem qualquer intenção de investimento”.

ROGÉRIO FERNANDES FERREIRA – Fiscalista, RFF & Associados

“Ao nível do IRC, este é, de facto, o momento para efetuar uma revisão séria do sistema de tributação das empresas, sobretudo simplificando e, se possível, reduzindo taxas aplicáveis, por forma a torná-lo mais competitivo e atraindo, dessa forma, o investimento externo, o que, conforme anunciado, está a ser tido em conta pela Comissão encarregada da reforma já em curso. Não tenhamos a ilusão de que será a fiscalidade a tornar competitiva a economia nacional. É preciso adotar, dentro do que for possível, todas as medidas que permitam o renascimento do tecido empresarial”.

VÍTOR POÇAS – Associação das Indústrias de Madeira e

Mobiliário de Portugal (AIMMP)“Apesar de, no abstrato, a medida ser louvável, porque o país necessita de investimento, nomeadamente estrangeiro, o Governo deveria criar programas de apoio à fusão e/ou aquisição de empresas, através da constituição de sociedades veículo, que permitissem financiar a criação de empresas novas a partir da fusão de empresas já existentes, ganhando mais dimensão por essa via. Era defensável e muito útil que pudéssemos dispor dessas sociedades veículo, que promovessem e financiassem a deslocalização de empresas”.

As opiniões de...

“Apenas conseguirão as empresas que já tiverem projetos de investimento decididos e prontos a serem realizados e que se encaixem nos valores indicados”

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mento afastam as PME

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 15

Empresas podem reduzir IRC durante cinco anosO Conselho de Ministros aprovou na última semana vários incentivos fiscais ao investimento dirigidos às empresas. Entre as medidas anunciadas conta-se o Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento, com dedução à coleta anual do IRC durante um período de cinco anos de um montante equivalente a 20% do investimento elegível, não podendo a dedução exceder 70% da coleta apurada. O investimento (com o limite máximo de cinco milhões de euros) terá de ser realizado entre 1 de junho e 31 de dezembro de 2013,

sendo que a atividade tem de entrar em funcionamento ou começar a ser utilizada até 31 de dezembro de 2014.O Governo anunciou ainda condições fiscais atrativas para estimular o investimento produtivo e a criação de emprego através do Regime de Apoio ao Investimento (RFAI), prolongando o período de vigência deste regime de 2013 para 2017 e aumentando o limite do benefício dos atuais 25% para 50% da coleta de IRC. Também se procedeu a um alargamento dos Benefícios Fiscais ao

Investimento de Natureza Contratual, com redução do investimento mínimo exigido dos atuais cinco milhões de euros para três milhões.Para que o leitor possa perceber melhor os efeitos práticos da medida e os potenciais ganhos a alcançar, a “Vida Económica” pediu duas simulações para duas empresas-exemplo (ver caixa). Os cálculos foram efetuados por Mónica Respício Gonçalves, do escritório do fiscalista Rogério Fernandes Ferreira (RFF & Associados).

CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO CRÉDITO FISCAL EXTRAORDINÁRIO AO INVESTIMENTO

Empresa 1: Empresa 2:

Matéria coletável: J 200.000 Matéria coletável: J 1.000.000

Despesa de Investimento: J 150.000 Despesa de Investimento: J 750.000

Coleta: J 200.000*25%= J 50.000 Coleta: J 1.000.000*25%= J 250.000

Montante da dedução à coleta concedida: J 30.000 (20% do investimento), com o limite de J 35.000 (70% da coleta do imposto)

Montante da dedução à coleta concedida: J 150.000 (20% do investimento), com o limite de J 175.000 (70% da coleta do imposto).

IRC a pagar: J 20.000 (J 50.000 - J 30.000) IRC a pagar: J 100.000 (J 250.000 - J 150.000)

NOTA 1 - A dedução à coleta em causa poderá valer para os cinco anos subsequentes, sempre que não possa ser considerada no ano em causa.NOTA 2 - Para efeito das simulações, a RFF & Associados assumiu que as empresas em causa reúnem as condições cumulativas para aplicação do CFEI e não considerou a aplicação da derrama municipal de 1,5% sobre o lucro tributável. Também não se aplicou a derrama estadual.

Ana Teresa Lehmann. Aliás, diz, “outro dos temas fundamentais é a estabilidade das políticas”, pois “o investidor necessita de previsibilidade” para dar forma às suas decisões.

Por outro lado, e apesar de realçar que a criação de um ga-binete de apoio ao investidor in-ternacional no âmbito fiscal e a diminuição dos prazos para aná-lise dos projetos de investimento são “muito positivas”, Ana Te-resa Lehmann mostra dúvidas quanto à natureza das empresas que podem vir a beneficiar dos incentivos fiscais agora anuncia-dos.

Considera, aliás, que apenas o conseguirão “as empresas que já tiverem projetos de investimen-to decididos e prontos a serem realizados e que se encaixem nos valores indicados”. As restantes, dadas as “condições atuais de limitação de crédito e a falta de recursos” que as carateriza, “difi-cilmente investirão somente por causa deste crédito fiscal” e, para mais, “com tão pouco tempo de ajustamento”.

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Grupo Rangel investe no negócio farmacêuticoO grupo Rangel vai investir mais 1,2 milhões de euros no negócio farmacêutico. O projeto assenta no reforço da automatização dos processos de “picking” e de “sorting” de encomendas até ao final do ano. Está previsto também o alargamento das instalações logísticas da Rangel Pharma no Mon-tijo. A empresa pretende distribuir mais de 240 mil medicamentos este ano, um número que ten-ciona aumentar em 30% no próximo exercício. “Os próximos cinco anos passarão pela manuten-ção do crescimento de dois dígitos desta unidade”, de acordo com o presidente do grupo.

InovaDomus estabelece parcerias para projeto de reabilitaçãoA InovaDomus – Associação para o Desenvolvimento da Casa do Futuro assinou cinco par-cerias, no âmbito da reabilitação de um edifício antigo em Ílhavo. Os novos parceiros para este projeto são o Instituto do Ambiente e Desenvolvimento (IDAD), a Câmara Municipal de Ílhavo, as empresas Dryas Octopetala e Garbi e o arquiteto Bruno Marques, que contribuirão nas ações de diagnóstico, monitorização e estudo das intervenções de reabilitação.

Oradora: Prof Drª Olinda GarciaProf. Doutora da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Especialista em Direito Civil, em especial no arrendamento urbano com diversas publicações nesta área.

O Novo regime de arrendamento Urbanoprincipais alterações

Contactos:Patrícia Flores Tel: 223 399 466Fax: 222 058 [email protected]

Organização:

13junho17 horas

Entrada Livre sujeita a inscrição

Programa:17h00 – Receção dos participantes17h15 – Boas Vindas: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim; Vida Económica; APRENOR17h20 – Prof. Drª Olinda Garcia: “O novo regime do arrendamento urbano”

DEBATE

“Out of the Office” compila histórias de sucesso em escritórios pouco convencionaisANA SANTOS [email protected]

“Este livro não é só um livro”, assegurou José Alberto Carvalho na apresentação de “Out of the Office”, livro desenvolvido por José Gabriel Quaresma e Carlos Gonçalves e editado pela Vida Económica. Convidado para apresentar a obra, o diretor de informa-ção da TVI destacou a capacidade interativa do livro que permite aceder a mais conteúdos sobre os diversos temas abordados através de smartphones e tablets.

“A partir de hoje podemos ler, ouvir e ver este livro”, anunciou José Gabriel Quaresma, que procurou compilar nesta obra algumas histórias de profissionais que desenvolvem negócios de sucesso em escritórios que fo-gem ao conceito tradicional. Co-working ou escritórios virtuais são tendências crescentes no mundo dos negócios e das gerações que aproveitam os benefícios da mobilidade que as novas tecnologias permitem.

“Não vale a pena dizer que o teletrabalho ou o co-working são os modelos ideais. Vai depender da altura da nossa vida e do projeto em causa”, referiu Carlos Gonçalves, diretor--geral do Espaço Ávila. “Hoje as pessoas po-dem trabalhar onde quer que estejam porque

existem modelos, ferramentas e tecnologias que suportam o trabalho dos profissionais”, salientou.

Também José Gabriel Quaresma apresen-tou nesta obra as potencialidades de cada um dos modelos de escritório, sobretudo em tempos de crise. “Se um dia ficar sem empre-go, certamente vou arranjar forma de ter tra-balho usando ferramentas tecnológicas e uma rede de contactos”, equacionou o jornalista da TVI.

Ao seu lado, José Alberto Carvalho re-conheceu que “precisamos todos de abrir o nosso espírito para novos modelos de orga-nização do trabalho e de organização da so-ciedade”, referindo que “muitas vezes traba-lhamos melhor em equipa não partilhando o mesmo espaço”.

O lançamento do “Out of the Office” foi iniciado com uma conferência de imprensa realizada realizada no dia 2 de maio na Fnac Colombo, com a presença dos autores e o Jornalista da TVI José Alberto Carvalho. De-pois, realizaram-se sessões de apresentação em Lisboa, a 6 de maio, na Fnac Colombo, no Estádio Cidade de Coimbra, a 16 de maio, e finalmente no El Corte Inglés Vila Nova de Gaia, em 22 de maio.

16 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

José Manuel Quaresma, José Alberto Carvalho e Carlos Gonçalves na apresentação na Fnac Colombo.

Carlos Gonçalves, Miguel Peixoto de Sousa e José Gabriel Quaresma, na apresentação realizada no El Corte Inglés Vila Nova de Gaia.

José Manuel Quaresma apresenta potencialidades da obra.

A capacidade interativa do livro que permite aceder a mais conteúdos sobre os diversos temas.

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Pelo sexto ano consecutivo o Instituto Português de Business Process Management (IPBPM) organiza a conferência anual especializada em BPM em Portugal. A edição deste ano decorre nos dias 5 e 6 de junho e terá lugar no Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação na Universidade Nova de Lisboa. O objetivo geral do encontro é a “dinamização e reforço da comunidade BPM em Portugal”.FERNANDA SILVA [email protected]

A Conferência BPM Lisboa 2013 pro-curará salientar o contributo que as abor-dagens BPM poderão proporcionar “para o aumento da produtividade das organiza-ções” e discutir as “aplicações práticas” desta metodologia, explica Jorge Coelho.

Em declarações à “Vida Económica”, o presidente do IPBPM salienta ainda que a conferência apresentará uma “configuração multifacetada de forma a ir ao encontro de várias expectativas” e destaca a Master Class assegurada por Robert Winter, especialista da Universidade de St. Gallen, na Suíça, so-bre o tema “Process Performance Manage-ment” e que se debruçará sobre as melhores práticas para medir e monitorizar os proces-sos de negócio.

A fechar o primeiro dia haverá ainda a apresentação dos resultados do Observató-rio BPM Portugal, que o IPBPM está a lan-çar este ano, abrangendo uma parte das mil maiores empresas nacionais e que permitirá avaliar “o estado de maturidade das empre-sas na gestão por processos e o seu impacto na produtividade”.

Já para o segundo dia está ainda prevista a apresentação de vários casos portugueses que culminará com quatro mesas-redondas que discutirão o contributo do BPM especi-ficamente nas áreas do Controlo de Gestão, dos Recursos Humanos, da Qualidade e dos Sistemas de Informação.

Partilha de ideias e práticas

Tal como nas anteriores edições, o evento “privilegia o conhecimento dos membros da comunidade portuguesa de BPM e a opor-tunidade de partilhar com eles as ideias e dificuldades”. Nesse sentido, para Jorge Co-elho, a participação na conferência oferecerá “uma experiência muito rica em termos de partilha de ideias, de práticas e de conheci-mentos com os profissionais e académicos que se interessam pelo BPM e desenvolvem a sua prática diária na temática”. “Em simul-tâneo, o evento resultará numa “oportunida-de de atualizar conhecimentos relativamen-te às tendências mundiais de BPM e de as discutir pessoalmente com representantes da comunidade internacional de BPM”, rema-ta o mesmo responsável.

Desafiado a esclarecer o que é, na prática, o BPM e como funciona esta metodologia, o presidente do IPBPM explica que esta é uma “disciplina de gestão orientada ao clien-

Conferência BPM debate a prática da gestão por processos

“O BPM é uma disciplina de gestão orientada ao cliente, que procura o sucesso das organizações, alinhando a estratégia dos processos”, explica Jorge Coelho, presidente do IPBPM.

te, numa perspetiva transversal, e que procu-ra o sucesso das organizações, assegurando o alinhamento estratégico dos processos”.

Para tal, os gestores têm à sua disposição um conjunto de práticas que se distribuem em três grandes grupos: estratégicas, operacio-nais e tecnológicas. Estas procuram modelar a estratégia organizacional, com base em cadeias de valor, sistemas ou competências organiza-cionais, definir modelos de melhoria contínua e de governação e assegurar o alinhamento es-tratégico dos processos operacionais.

Na perspetiva do impacto que estas prá-ticas poderão ter, Jorge Coelho enumera que, ao nível estratégico, estas “permitem clarificar, comunicar e controlar a estratégia

do negócio, aumentando a probabilidade da sua execução”. Já na componente orga-nizacional, o BPM possibilita o “desenho de modelos de funcionamento que fortalecem as lideranças e clarificam responsabilidades através da definição de fronteiras organi-zacionais e do alinhamento dos objetivos individuais com os organizacionais, o que melhora o sucesso da coordenação e go-vernação”. Por fim, ao nível operacional, a metodologia oferece um aumento da pro-dutividade, redução de custos e melhoria da qualidade serviço”. No global, resume o responsável, estas práticas “resultam numa maior adaptabilidade das organizações ao contexto externo e maior sucesso”.

Santa Casa investe 400 mil euros nas NeurociênciasA primeira edição dos Prémios Santa Casa Neurociências foi esta semana apresentada em Lis-boa. Um total de 400 mil euros vai ser distribuído em dois galardões: o Prémio Melo e Castro,para a recuperação e tratamento de lesões vertebro-medulares, e o Prémio Mantero Belard,para o tratamento de doenças associadas ao envelhecimento, como a Doença de Parkinson ede Alzheimer.

UTAD promove a Universidade Júnior 2013Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) promove a “Universidade Júnior 2013”, de 1 a 5 de julho, a maior oferta de atividades científicas e lúdicas, este ano, dedicadas à biodiversidade, em parceria com o Programa de Biodiversidade do Município de Vila Real. Para jovens com idades compreendidas entre os 9 e os 16 anos, as inscrições já se encontram abertas.

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Programa StartUp GNRation recebe candidaturasde 20 de maio a 23 de junho

Estão abertas as candidaturas ao Programa StartUp GNRation, um pro-grama de incubação e aceleração de ideias e talento, que usa os princí-pios Lean StartUp, a arrancar no espaço GNRation, em Braga. O StartUpGNRation tem como principal objetivo apoiar jovens empreendedores noprocesso de desenvolvimento de ideias de negócio inovadoras e com gran-de potencial de crescimento, privilegiando a arte, a ciência e a tecnologia.

O aumento da competitividade da economia nacional está inteiramente dependente da capacidade de inovação do país e, nesse sentido, um dos “elementos essenciais” é o empreendedorismo, defende Carlos Brito. Em conversa com a ‘Vida Económica’, no rescaldo da 6ª edição da Semana da Promoção da Inovação e Empreendedorismo da Universidade do Porto (SPIE´UP), o pró-reitor da UP para a área de Empreendedorismo garante que “Portugal precisa de 10 milhões de empreendedores” e lança o repto: “Todos temos que ter capacidade de iniciativa”, pois “só assim conseguiremos gerar novas soluções para os desafios que nos colocam”.

FERNANDA SILVA [email protected]

Perante o atual contexto de crise econó-mica que o país atravessa, “é absolutamen-te essencial” apostar na dinamização do empreendedorismo enquanto solução para potenciar o crescimento económico do país, começa por afirmar Carlos Brito.

Recordando que o país caiu no ranking da competitividade internacional de 30º, em 2005, para 49º, em 2012, o pró-reitor da Universidade do Porto (UP) para a área de Empreendedorismo salienta que o problema da economia nacional “não é só financeiro”, mas sim “um problema económico”. Por esse motivo, o docente defende que o país “só pode ganhar competitividade se fizer coisas diferentes e de maneira diferente, ou seja, tem de inovar”. Ora, “um dos elementos es-senciais à inovação é o empreendedorismo” e por isso “Portugal precisa de 10 milhões de empreendedores. Todos temos que ter capa-cidade de iniciativa”, pois “só assim consegui-remos gerar novas soluções para os desafios que nos colocam”, sentencia.

Todavia, o pró-reitor da UP admite que o nosso país, e a Europa em geral, “não têm um espirito empreendedor como aquele que encontramos nos Estados Unidos da Améri-ca” (EUA), o que resulta em que as pessoas “assumam menos riscos” e encarem o insu-cesso como algo marcadamente negativo. “Nos EUA o insucesso é uma ‘coisa normal’, sendo mesmo, por vezes, valorizado porque significa que a pessoa arriscou e isso é va-lorizado pela sociedade. Já na Europa não é assim, menos ainda nos países do Sul da Europa. Quem tem menos sucesso é visto como um falhado”, lamenta.

ECONOMIAO país caiu no ranking da competitividade internacional de 30º,em 2005, para 49º, em 2012

Felizmente, contrapõe, “as coisas em Por-tugal têm vindo a alterar-se”, sobretudo no meio universitário, onde a “atitude dos estu-dantes tem vindo a alterar-se radicalmente” em resultado da “crise e não só”. Esta é, as-sim “uma atitude empreendedora não tanto por vocação mas por necessidade”, resume.

“Um bom projetoarranja sempre dinheiro”

Questionado acerca daquele que é o prin-cipal desafio com que se deparam os empre-endedores, a obtenção de financiamento, e como ultrapassar este obstáculo, Carlos Brito garante que “um bom projeto arranja sempre dinheiro”.

“Conheço muito mais maus projetos fi-nanciados do que bons projetos que não foram financiados por falta de dinheiro. Ali-ás, se o projeto é bom, não basta que o seja apenas do ponto de vista da ideia, da res-posta a uma necessidade do mercado, e da tecnologia”, mas também “é preciso saber vendê-lo aos investidores e posteriormente aos clientes”, assegura.

Procurando aconselhar todos aqueles que procuram, neste momento, superar este obstáculo, o pró-reitor da UP lembra que financiar um negócio emergente “exige ca-pitais muito adequados” e que estes, “muitas vezes, não são os financiamentos tradicionais que encontramos na banca”. “É verdade que o capital é necessário, mas também o são os conhecimentos e o networking”. Por esse motivo, “quem dá o capital também deve dar conhecimento do mercado, da tecnologia, do negócio e poder abrir portas”, sublinha.

Assim, enumera, “se o negócio for muito pequeno, ou mesmo antes de a empresa ser criada, o que necessita é do chamado ‘capi-tal semente’, que pode ir buscar à família, amigos ou então aos suficientemente ‘lou-cos’ que se queiram envolver no negócio. Já numa fase mais avançada poderemos ter os Business Angels, que são clubes de investi-dores que geralmente aportam capital mas também conhecimentos e networking. Por fim, pode-se ainda avançar para o Capital de Risco, dirigido sobretudo a empresas maiores que necessitem de 500 mil euros ou mais”.

“Ideia é importante,mas isso é apenas 1%”

Ainda assim, a ideia e o financiamento são apenas duas das componentes necessárias a um bom projeto de empreendedorismo. Apesar de uma ideia ser “importante”, isso é “apenas 1%. A partir daí é que começam os desafios e desde logo é preciso desenvolver um plano de negócio para viabilizar essa ideia do ponto de vista económico”, explica o respon-sável pela área do Empreendedorismo da UP.

CARLOS BRITO, PRÓ-REITOR DA UP PARA A ÁREA DE EMPREENDEDORISMO, AFIRMA

“Portugal precisa de 10 milhões de empreendedores”

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“Um bom projeto arranja sempre dinheiro”, garante Carlos Brito.

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MAL FLETCHER, ESPECIALISTA BRITÂNICO E CONSULTOR EM LIDERANÇA, ASSEGURA

“Líderes devem promover uma cultura de inovação”

“Promover uma cultura de inovação” e criar um ambiente no qual “as pessoas possam florescer”, articulando “uma visão para a organização” e desenvolvendo “uma estratégia para apoiar essa mesma visão”, devem ser as principais preocupações dos líderes empresariais do século XXI, defende Mal Fletcher. Em entrevista à “Vida Económica”, o especialista britânico e consultor em liderança, que recentemente se deslocou a Portugal para participar na II Conferência Internacional “Liderança e Empreendedorismo”, organizada pela AEP, admite existir “uma escassez” de líderes políticos que “revelem ideias sobre como encarar a atual situação de forma positiva, explicando quais as etapas a seguir e como aproveitar as oportunidades que surgem diante de nós”.

FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica – Que características são essenciais à liderança de uma orga-nização no século XXI?

Mal Fletcher – Os líderes são, essen-cialmente, arquitetos culturais: articulam uma visão para a organização, fornecendo a narrativa que o grupo representa, desen-volvendo uma estratégia para apoiar essa visão e trazendo as pessoas para a causa. No geral, criam uma cultura na qual as pessoas possam florescer.

Ainda assim, os líderes exercitam dife-rentes competências que os gestores, que estão principalmente preocupados com a estrutura, métricas e “benchmarks”. Estes são elementos importantes, mas a menos que os líderes promovam a cultura dese-jada, uma boa estrutura não resultará em algo fresco ou inovador e não haverá qual-quer crescimento.

VE – E qual é o maior desafio para os líderes atuais?

MF – São muitos os desafios para os lí-deres de hoje – e é também grande o nú-mero de oportunidades. Um dos maiores, porém, é a necessidade de promover a cul-tura de inovação apesar da difícil conjun-tura económica. Ideias são apenas ideias até que resolvam problemas práticos, ape-

nas então elas se tornam inovações. Não sou economista, mas como um es-

pecialista social sei que uma cultura que apoia a inovação é essencial para transfor-mar a economia. Se os líderes se concentra-rem em todas as razões pelas quais as suas organizações não conseguem crescer, ou não almejam fazer negócios, eles vão pro-mover ambientes conformistas, em que as pessoas têm muito medo de arriscar. Este é o começo do fim para qualquer organi-zação.

VE – Olhando para o futuro, qual deve ser o foco da ação de um líder?

MF – Existem, é claro, muitos fatores que os líderes devem ter presentes. Ainda assim, acredito que uma das questões mais importantes é esta: em que tipo de cidade ou nação quero eu, e os meus clientes, vi-ver daqui a dez anos? E o que posso fazer hoje para que tal se concretize?

Num ambiente globalizado, urbanizado e digitalizado, não podemos mais pensar de forma isolacionista, olhando apenas para o que irá fazer aumentar o lucro ou servir os nossos próprios interesses. A ver-dade é que, na esteira da crise financeira, os consumidores estão a tornar-se, de al-guma forma, ativistas e a contribuir para uma mudança cívica e social mais ampla. Nesse sentido, as pessoas querem trabalhar com empresas cujos produtos e serviços produzam mais-valias para a própria co-munidade.

“Não precisamos de mais pensamento burocrático”

VE – Até agora temos falado sobre a liderança em termos de organizacionais mas será que estas ideias também se aplicam à liderança política?

MF – Sim, muito. Demasiadas vezes os líderes políticos comportam-se mais como gestores burocráticos. Isto é, quando con-frontados com um grande problema, con-centram-se na conceção de novas estrutu-ras, ao invés de abordar a necessidade de realinhar a cultura.

Enquanto os economistas discutem a forma como responder à crise económica e os políticos trabalham para encontrar as estruturas adequadas a uma nova economia, temos uma escassez de líderes políticos que revelem ideias sobre como encarar a atual situação de forma positiva, explicando quais as etapas a seguir e como aproveitar as opor-tunidades que surgem diante de nós.

VE – E quais são, no seu entender, as questões críticas que necessitam de ser reequacionadas durante este período de transição económica?

MF – Penso que uma das questões mais críticas que precisamos fazer é esta: como podemos ir além do consumismo puro e assumir um compromisso cívico de mu-dança? Como podemos criar um mercado que nos serve, ao invés de um mercado que nos define? E como podemos colocar

a ética de novo no coração das empresas? Uma outra questão essencial para Portu-

gal é esta: como podemos manter os nossos melhores e mais brilhantes jovens? Portu-gal tem algumas universidades excelentes, mas o país está a perder continuamente jovens licenciados e empresários que estão a encontrar melhores oportunidades nou-tros lugares.

VE – Tendo em conta a sua experiên-cia, que conselhos daria aos líderes polí-ticos e económicos nacionais?

MF – Hesito em dar conselhos, pois, à semelhança de todos os líderes políticos e económicos, também os portugueses en-frentam problemas enormes e multifaceta-dos. No entanto, tendo por base a minha experiência de mais de 20 anos sobre este tema, posso adiantar que é hoje necessária uma liderança conduzida por convicção, compaixão e trabalho conjunto. Não pre-cisamos de mais pensamento burocrático – pelo menos por parte das principais figuras públicas.

Contudo, existe um importante lugar para a administração e, nesse sentido, pre-cisamos que os nossos principais líderes públicos articulem o futuro e uma visão alternativa à presente situação. Ainda as-sim, os líderes precisam de ser honestos acerca dos desafios que enfrentamos, mas também para expressar uma nova direção e articular estratégias claras para o cresci-mento.

Mal Fletcher defende que os líderes são, essencialmente, arquitetos culturais.

Corticeira Amorim e Joana Vasconcelos levam cortiça à Bienal de VenezaOs produtos da Corticeira Amorim foram amplamente usa-dos na transformação do cacilheiro “Trafaria Praia”, o pro-jeto de Joana Vasconcelos, que assinalará a participação de Portugal na Bienal de Veneza. O Trafaria Praia será oficial-mente inaugurado a 1 de Junho e ficará aberto ao público até 24 de Novembro.

Novo ‘Banco de Inovação Social’ajuda a criar emprego próprioEncerram hoje as candidaturas ao concurso promovido pelo Ban-co de Inovação Social. A iniciativa da Santa Casa da Misericór-dia de Lisboa vai ajudar a concretizar cerca de 30 projetos empre-endedores, especialmente de quem está numa situação precária ou desempregados. Os 30 vencedores, revelados em junho, verão os seus projetos apoiados de forma a poderem desenvolvê-lo.

EMPREENDER

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O Governo pretende desenvolver um sistema de tributação direta das empresas mais estável e competitivo. A garantia foi dada por Maria Luís Albuquerque, secre-tária de Estado do Tesouro, que defendeu que “a competitividade fiscal representa um eixo da estratégia do Governo e um impor-tante recurso para o estímulo do cresci-mento económico e do emprego”.

As afirmações foram feitas durante o I Fórum Baía do Tejo, que teve lugar no Barreiro, sob o tema “Reindustrialização: Um caminho para o futuro da economia portuguesa” e que contou com a presença de inúmeros operadores económicos, polí-ticos e dirigentes associativos. A secretária de Estado prestou declarações à imprensa, tendo afirmado: “A estratégia do Governo tem-se consolidado primeiro com a apro-vação de medidas que facilitem o seu acesso ao financiamento, como linhas de crédito a juros mais baixos e, agora, pela promo-ção do investimento, um elemento funda-mental para o crescimento económico.” A governante quis chamar a atenção, desta forma, para o facto de ter sido apresentada a proposta de lei que regulamenta o Cré-dito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI), considerando que este regime po-derá traduzir-se num forte impacto ao nível do investimento empresarial.

A este propósito afirmou: “Um dos eixos fundamentais desta estratégia é a competi-tividade fiscal. Com efeito, a política fiscal constitui um poderoso recurso para o fo-mento do crescimento, da competitividade e do emprego.” Para além de ter salientado algumas medidas já anunciadas pelo Go-verno, como a reforma do IRC prevista para o próximo ano, a entrada em vigor em outubro do IVA de caixa e o referido crédito fiscal ao investimento, Maria Luís Albuquerque destacou o compromisso do Executivo em avançar com um regime de tributação direta das empresas “mais mo-derno, estável e competitivo”. Assim, con-sidera que “as regras de tributação direta das empresas são tidas internacionalmente como especialmente relevantes para pro-

mover o investimento, a competitividade e a internacionalização das empresas”.

União bancária é prioridade para o Governo

Estas declarações seguiram-se um dia após Vítor Gaspar, ministro das Finanças, ter defendido que a união bancária é uma prioridade para o Governo português. A par de outras medidas fiscais, como salientou, é essencial para o regresso ao crescimento económico. “É essencial concretizar todos os elementos da união bancária, de forma consistente e de acordo com o calendário.”

O governante aproveitou a conferência de imprensa com o presidente do Eurogrupo

para reafirmar que o país está a desenvolver esforços no sentido do seu ajustamento estru-tural, considerando que há boas expetativas de Portugal ficar em boas condições de sair de forma sustentada do programa imposto pela troika e ser capaz de cumprir com as suas obri-gações. Quanto às metas orçamentais, admi-tiu a necessidade de uma maior flexibilidade no futuro, “mas apenas se se verificarem cir-cunstâncias que a tal obriguem”.

Vítor Gaspar coloca como primeiro ob-jetivo o cumprimento do acordo assinado por Portugal. “Presentemente, a abordagem europeia coloca a tónica nos limites para o défice estrutural, bem como nos esforços dos Estados-Membros para concluírem os processos de ajustamento.”

Os funcionários públicos voltam a ser o alvo preferencial do Executivo. É provável que já em julho sejam aumentados os descontos para a ADSE (subsistema de saúde). Por ou-tro lado, o Governo estará decidido a baixar o período de requalificação dos funcionários públicos para 12 meses, anteriormente fixado em 18 meses. Os sindicatos não se confor-mam com as medidas que estão na calha.

Quanto ao aumento da taxa de ADSE, de fora ficam apenas os beneficiários que

aufiram pensões até 485 euros. O Governo tenciona avançar com a medida o mais rapi-damente possível, por via de decreto-lei, de acordo com Ana Avoila, da Frente Comum. Ou seja, a maioria esmagadora dos beneficiá-rios vai assistir a um agravamento de 0,75%, passando para 2,25%, este ano, e subindo para 2,5% logo no início de 2014. O que, em termos objetivos, se traduzirá em mais um corte no salário dos funcionários públi-cos.

Entretanto, o Sindicato dos Quadros Téc-nicos do Estado (SQTE) anunciou que o Governo pretende reduzir o período de re-qualificação dos funcionários públicos para 12 meses, considerando que “a mudança de um sistema de mobilidade especial para um projeto de requalificação mais não é do que colocar trabalhadores no desemprego”. De notar que o processo de requalificação se aplica a todos os trabalhadores que desempe-nham funções públicas.

DE ACORDO COM MARIA LUÍS ALBUQUERQUE, SECRETÁRIA DE ESTADO DO TESOURO

Competitividade fiscal é essencial para o crescimento económico e do emprego

Governo agrava descontos para a ADSE

JUNHO

Até ao dia 10

- Periodicidade Mensal – Entrega via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Abril e pagamento do respetivo imposto. Conjuntamente com a de-claração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões in-tracomunitárias isentas, efetuadas no mês de Abril.

- Entrega da Declaração Mensal de Remune-rações pelas entidades devedoras de rendi-mentos do trabalho dependente sujeitos a IRS, bem como os que se encontrem excluídos de tributação, para comunicação daqueles rendi-mentos e respetivas retenções de imposto, das deduções efetuadas relativamente a contribui-ções obrigatórias para regimes de proteção so-cial e subsistemas legais de saúde e a quotiza-ções sindicais, relativas ao mês anterior.

Até ao dia 15

- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos No-tários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo pre-dial, das relações dos atos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos, bem como a relação dos atos ou contratos sujei-tos a IMT praticados no mês anterior.

Até ao dia 20

- Entrega das importâncias retidas, no mês an-terior, para efeitos de Imposto sobre o Rendi-mento das Pessoas Singulares

- Entrega das importâncias retidas, no mês an-terior, para efeitos de Imposto sobre o Rendi-mento das Pessoas Coletivas

Entrega das importâncias retidas, no mês ante-rior, para efeitos de Imposto do Selo.

- Declaração Recapitulativa - Entrega da De-claração Recapitulativa pelos sujeitos passivos do regime normal mensal que tenham efectu-ado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso excedido o montante de J 50.000.

Até ao dia 25

Comunicação por transmissão eletrónica de dados dos elementos das faturas emitidas no mês anterior pelas pessoas singulares ou cole-tivas que tenham sede, estabelecimento, está-vel ou domicílio fiscal em território português e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA.

FISCALIZAÇÃO

DA FATURAÇÃO Megacampanha em andamento

Encontra-se a decorrer até ao final de outubro uma ação de fiscalização à faturação das em-presas de todos os setores de atividade, acção à qual foram afetos um número significativo de funcionários da Autoridade Tributária e Adua-neira.Denominada “Plano de Ações Externas Lo-cais”, esta operação tem como objetivo fiscali-zar o cumprimento das obrigações de faturação das empresas e reforçar a eficácia do controlo do sistema e-fatura.No primeiro trimestre deste ano foram emi-tidas e comunicadas à (AT) mais de 900 mi-lhões de faturas, das quais 90 mil de consu-midores finais que inseriram faturas no Portal das Finanças.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADEA Autoridade Tributária e Aduaneira publicou as taxas de juro aplicáveis às dívidas constituí-das entre os meses de janeiro e junho, no caso de operações realizadas em Portugal ou noutros países da Zona Euro. No caso de parte das operações terem sido realizadas fora da região da moeda única, então a AT adianta que deverá ser contactada a Direção de Serviços de Regula-ção Aduaneira (DSRA). As taxas aplicáveis variam entre um mínimo de 0,19 e um máximo de 0,22, respeitante ao ano em curso.

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 21

“Um dos eixos fundamentais desta estratégia é a competitividade fiscal”, afirma Maria Luís Albu-querque, secretária de Estado do Tesouro.

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Serão efetuadas visitas a estabelecimentos comerciais em todos os setores de atividade até final do próximo mês de outubro. Os funcionários da AT verificarão se os agentes económicos estão a cumprir todas as suas obrigações fiscais de faturação e de comunicação à AT dos elementos das respetivas faturas.

Desafios e perspetivas para a contabilidade e a fiscalidadeO IPCA e a OTOC realizam, ao longo do dia de hoje, no Fórum de São Bento de Menni, em Barcelos, a 1ª conferência de contabilidade e fiscalidade subordinada ao tema “Desafios atuais e perspetivas futuras”. Especialistas nacionais e internacionais participam em três painéis sobre te-mas diversificados e atuais, relacionados com as novas tendências nas áreas da fiscalidade e da con-tabilidade. Em debate estarão matérias como as alterações nas diretivas comunitárias em termos de contabilidade, os avanços e recuos da nova diretiva comunitária, entre muitos outros temas.

Aprovado calendário das provas de admissão aos Colégios de EspecialidadeFoi aprovado o calendário de apresentação de candidaturas aos Colégios de Especialidade e respetivo processo de admissão, no âmbito do Estatuto da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. A data limite da apresentação de candidatura é o dia 20 de agosto e, quanto ao pro-cesso de admissão, a primeira prova escrita decorre a 21 de Setembro e a segunda uma semana mais tarde. O calendário ficou aprovado em reunião do conselho diretivo.

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Havendo uma aquisição de um terreno, em 2012, para futura construção, por 180 mil euros, por parte de um sujeito passivo de IRC, procedeu-se à valorização do mesmo contabilisticamente em existências pelo valor de aquisição. Mas a Autoridade Tributária (AT) fez a sua avaliação, atribuindo um valor patrimonial tributário (VPT) de 403 mil euros, havendo um pagamento acrescido de IMT. Como proceder à reavaliação do terreno no que respeita ao valor patrimonial, uma vez que a alteração tem bastante influência para um posterior cálculo dos custos e apuramento de IRC? O sujeito passivo vai proceder ao pagamento anual de IMI relativo ao valor patrimonial e ficará prejudicado em termos de apuramento de custos se não puder fazer a reavaliação.

Até final de 2009, o Código do IRC (CIRC), no seu artigo 58.º-A, impunha o registo contabilístico dos imóveis adquiridos a partir de 2004 pelo seu valor patrimonial tributário, para que a empresa pudesse beneficiar desse valor no cálculo das reintegrações aceites fiscalmente e na determinação de resultado tributável numa venda futura. A partir de 1 de janeiro de 2010, com a alteração do CIRC, pelo Decreto-Lei n.º 159/2009, de 13 de julho, o artigo 64.º (anterior artigo 58.º-A) já não obriga a qualquer registo contabilístico dos imóveis pelo seu valor patrimonial tributário, atendendo a que estas alterações do CIRC visaram uma separação das regras fiscais face às regras contabilísticas, tendo sempre em atenção as correções previstas. Efetivamente, no preâmbulo do referido Decreto-Lei que alterou o IRC (parágrafo 16), o legislador destaca a preocupação de eliminar os constrangimentos sobre a contabilidade decorrentes da legislação fiscal, nomeadamente quanto à necessidade de contabilização do valor patrimonial tributário dos imóveis, deixando de existir tal obrigação. O VPT dos imóveis não deixará de ser relevante para a determinação de resultados tributáveis, mas a partir de agora o CIRC já não exige qualquer obrigação de se registar esse VPT na contabilidade, devendo essa informação apenas constar no dossiê fiscal. Em termos contabilísticos, os imóveis adquiridos deverão ser reconhecidos pelo respetivo custo de aquisição, seja classificado como inventário, ativo fixo tangível ou propriedade de investimento. O custo de aquisição, neste caso do terreno para construção, deverá incluir o preço de compra, impostos que não sejam recuperáveis (dedutíveis), como por exemplo o IMT (se tiver sido sujeito) e outros custos diretamente atribuíveis à aquisição para colocar o imóvel no seu estado atual e em condições de ser usado para o fim a que se destina. O IMT adicional pago pela empresa adquirente, decorrente do aumento do VPT, também poderá ser incluído no custo de aquisição do terreno. No caso em concreto, tratando-se da aquisição de um terreno

destinado à construção para venda no decurso da atividade corrente, este deverá ser classificado como um inventário nos termos da NCRF 18 – Inventários. Nos termos do parágrafo 9 da NCRF 18, os inventários, incluindo um terreno para construção, deverão ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. A NCRF 18 não prevê qualquer possibilidade para a valorização de um inventário para um valor acima do referido custo de aquisição ou de construção, incluindo para o valor patrimonial tributário. Assim, a determinação do VPT pela Autoridade Tributária e Aduaneira não terá qualquer relevância para efeitos contabilísticos. Todavia, esse VPT determinado acima do custo de aquisição continuará a ser relevante fiscalmente, para a determinação do resultado tributável no momento da venda do imóvel, devendo a respetiva notificação ser incluída no dossiê fiscal da empresa. No momento de uma eventual venda do imóvel, na determinação do resultado tributável (por venda do imóvel, terreno e edifício construído), haverá que ter em consideração o VPT definitivo determinado nesse momento da aquisição do imóvel, quando este for superior ao valor de aquisição nos termos da alínea b) do n.º 3 do artigo 64.º do Código do IRC. A entidade deverá ainda ter em consideração o VPT definitivo determinado no momento da venda, quando este seja superior ao valor de venda, ainda que seja determinado posteriormente, conforme previsto na alínea a) do n.º 3 (e n.º 4) do artigo 64.º do CIRC. Assim, se o rédito de venda do imóvel, contabilizado nos termos da NCRF 20 – Rédito, for inferior ao VPT definitivo determinado por essa venda, a entidade vendedora deverá acrescer no campo 745 do quadro 07 da modelo 22, a diferença positiva entre esse valor de venda e referido VPT atribuído pelas finanças. Se o custo de aquisição do imóvel, contabilizado nos termos da NCRF 7 – Ativos fixos tangíveis, for inferior ao VPT definitivo determinado no momento da aquisição desse imóvel, como será o caso em questão, a entidade, enquanto adquirente, deverá deduzir no campo 772 do quadro 07 da modelo 22, a diferença positiva entre o VPT definitivo e o custo de aquisição do imóvel. No caso do VPT definitivo determinado no momento da venda, ou no momento da aquisição, do imóvel for inferior ao valor de venda ou ao custo de aquisição, a entidade não deverá efetuar qualquer correção ao lucro tributável na modelo 22. Como se constata, o sujeito passivo de IRC, ainda que não possa contabilizar a valorização do custo do terreno para o VPT determinado pela AT, não ficará prejudicado em termos fiscais na determinação do resultado tributável, pois esse VPT determinado no momento da aquisição, superior ao custo de aquisição, será relevante para determinação do resultado tributável no momento da venda, nos termos da alínea b) do n.º 3 do artigo 64.º do CIRC.

FISCALIDADE

22 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

Valor patrimonial tributário isento de registo em sede contabilística

Em termos contabilísticos, os imóveis adquiridos deverão ser reconhecidos pelo respetivo custo de aquisição, seja classificado como inventário, ativo fixo tangível ou propriedade de investimento.

Governo anuncia maior ação de fiscalização externa da Autoridade Tributária

O Executivo anunciou que foi dado início à maior ação de fiscalização externa a empresas realizada no âm-bito da fiscalidade em Portugal. Envolve cerca de dois mil funcionários dos serviços e das direções de Finanças de todo o país. “Esta ação externa de fiscalização visa ga-rantir o cumprimento das obrigações de faturação pelas empresas e o reforço da eficácia do controlo do sistema e-fatura”, refere o Governo em comunicado.

Serão efetuadas visitas a estabelecimentos comerciais em todos os setores de atividade até final do próximo mês de outubro. Nessas ações, os funcionários da AT ve-rificarão se os agentes económicos estão a cumprir todas as suas obrigações fiscais de faturação e de comunicação à AT dos elementos das respetivas faturas. Por sua vez, está previsto que os funcionários prestarão aos agentes econó-micos todas as informações necessárias ao cumprimento adequado das obrigações legais de faturação e reportarão as infrações detetadas.

“A reforma da faturação, bem como esta ação exter-na de fiscalização sem precedentes no país, inserem-se na estratégia definida pelo Governo de reforçar a eficá-cia do combate à fraude e à economia paralela e, dessa forma, reforçar a equidade do sistema fiscal.” Considera o Governo que o funcionamento em pleno do sistema e-fatura permite o controlo prévio e a monitorização da entrega do IVA nos cofres do Estado por parte dos agentes económicos. “De janeiro a março, foram emi-tidas e comunicadas mais de 900 milhões de faturas. O processo permitiu a deteção de diversas irregularidades e situações fraudulentas, tendo sido identificadas dezenas de milhares de empresas em situação irregular”, conclui o comunicado.

Gestão coletiva de direitos de produtores

Foi, entretanto, resolvida a questão da cobrança do IVA relativa aos anos de 2008 a 2012 na gestão coletiva de direitos de produtores, artistas e intérpretes. A solução encontrada por parte da administração fiscal traduziu-se na suspensão das ações de inspeção e na anulação das liquidações adicionais de IVA que estavam em curso.

As remunerações devidas como contrapartida do licen-ciamento de direito de autor e direitos conexos sempre se encontraram isentas de IVA, mas o Orçamento de Esta-do de 2012 criou uma distinção entre os titulares dessa isenção, retirando expressamente as pessoas coletivas. O entendimento assumido vai ao encontro da necessidade de clarificar esta questão, permitindo “encarar com oti-mismo a dinamização do setor associado aos produtores, artistas e intérpretes, bem como a continuação regular das suas atividades que têm uma importância muito ex-pressiva ao nível cultural e socioeconómico.

Em 2012, o sujeito passivo “A” procedeu à partilha dos bens pelos seus quatro filhos, dos quais constam terrenos agrícolas (viticultura), ficando contudo com a reserva de usufruto para si. Os terrenos, explorados por cada um dos filhos, geram rendimentos agrícolas decorrentes da venda de mosto ao Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto I.P.. Este Instituto, em 2013, emite uma declaração em nome de cada um dos filhos pela importância que lhes foi liquidada em 2012 pela venda do mosto decorrente da exploração do terreno agrícola, na importância de cerca de quatro mil euros a cada um. O sujeito passivo “A” nunca declarou o exercício de qualquer atividade agrícola, apresentando apenas em sede de IRS a pensão auferida. Face à partilha efetuada com reserva de usufruto, a quem compete apresentar a declaração dos rendimentos agrícolas? Face à revogação da alínea 33, do artigo 9.º do CIVA, a quem compete a entrega da declaração de início de atividade decorrente do exercício da atividade de viticultura?

De acordo com o disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º

do Código do IVA, são sujeitos passivos do imposto as pessoas singulares ou coletivas que, de um modo independente e com caráter de habitualidade, exerçam atividades de produção, comércio ou prestação de serviços, incluindo as atividades extrativas, agrícolas e as das profissões livres.Por outro lado, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º do Código do IRS, consideram-se rendimentos empresariais e profissionais (sujeitos a IRS - categoria B), os decorrentes do exercício de qualquer atividade comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária. No caso em apreciação, são os filhos que exercem a atividade agrícola (viticultura), pelo que são eles os sujeitos passivos de IVA e de IRS, categoria B.O pai, sujeito passivo “A”, poderá ou não auferir rendimentos prediais, pelo arrendamento dos prédios de que é usufrutuário, os quais, a existirem, estão sujeitos a IRS, categoria F.Assim, são os filhos que devem entregar a declaração de início de atividade ou a declaração de alterações previstas nos artigos 31.º e 32.º, respetivamente, ambos do Código do IVA.

Filhos que exercem atividade agrícola são sujeitos passivos de IRS e IVA

Consideram-se rendimentos empresariais e profissionais (sujeitos a IRS – categoria B) os decorrentes do exercício de qualquer atividade comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária.

Informação elaborada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, segundo o Novo Acordo Ortográfico

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Empresa quer crescer no segmento profissional sem abandonar o segmento de consumo. João Amaral, diretor-geral, pretende reorganizar o negócio de modo a reduzir os custos e ao mesmo tempo incrementar as vendas, principalmente no segmento profissional e nas áreas de maior rentabilidade. Ao mesmo tempo, admite querer batalhar para trazer para Portugal mais investimento e novas unidades de negócio.

SUSANA MARVÃ[email protected]

A Toshiba é sinónimo de qualidade e ino-vação há mais de 135 anos, garante João Amaral, diretor-geral da Toshiba Portugal e Espanha. “Fazemos questão de manter este compromisso que assumimos perante o nosso mercado e que nos leva a apostar no desenvol-vimento de produtos de excelência”. O negó-cio tem estado a correr bem, diz o diretor--geral, sendo o objetivo da empresa reforçar o posicionamento no mercado empresarial. “Acreditamos que as empresas estão a olhar para a tecnologia como um investimento que lhes permita melhorar produtividade e, consequentemente, serem mais competitivas. Estamos a reforçar a nossa oferta em produtos e serviços para ir ao encontro dessas expectati-vas e ajudar as organizações portuguesas”.

Para ultrapassar este período economica-mente menos favorável, João Amaral diz que o fundamental tem sido a aposta na qualida-de de soluções de produtividade e seguran-ça, aliadas à durabilidade e qualidade, assim como a garantia de uma uniformidade de serviços de assistência a nível internacional. “Tudo requisitos que se associam à Toshiba”, garante. “A nossa oferta de equipamentos é muito completa e asseguramos suporte técni-co e assistência em qualquer ponto do globo e isso permite-nos apoiar as empresas da me-lhor forma e com as soluções mais adequa-das”. Aliás, o diretor-geral afiança que um fabricante de equipamentos informáticos, com larga especialização em equipamentos vocacionados para uma utilização profissio-nal, “como é o caso das gamas Tecra e Por-tégé, cuja estabilidade das plataformas e ní-veis de fiabilidade imbatíveis permitem que tenhamos há sete anos a campanha ‘toshiba não avaria’, permite ao decisor da compra um retorno garantido ao investimento e a garan-tia de que se pode concentrar mais no seu ne-gócio e menos na tecnologia (pois ela estará sempre a funcionar)”.

O foco é na rentabilidade

Em momentos conturbados como o que atravessamos, o desafio que se coloca à Toshi-

ba é o de garantir o equilíbrio da operação, estando o foco na rentabilidade, mais do que no crescimento do negócio, diz João Amaral. “Importante será também manter o rumo que temos seguido até aqui: disponibilizar produtos de elevada qualidade e inovação e trabalhar com os nossos parceiros no canal de distribuição para que esses produtos estejam à disposição dos clientes”. Para isso, a empre-sa pretende continuar a inovar, apostando em novos equipamentos, que acompanhem a evolução de mercado. “A nossa missão en-quanto subsidiária em Portugal é garantir a satisfação dos consumidores e das empresas que confiam na Toshiba, para que voltem a escolher a marca em compras futuras”.

Aliás, João Amaral reclama que a Toshiba inventou o portátil há 28 anos e o lançou com grande sucesso diretamente no merca-do europeu e não no Japão, como seria ló-gico para uma empresa de origem Japonesa. “Localmente começámos por nos ajpoiar em distribuidores grossitas, o que é normal para um mercado mais pequeno, mas o sucesso de vendas ditou que surgisse a subsidiária, aliado também à necessidade de criar uma estrutura de centros de reparação, que pudesse dar su-porte após venda aos seus clientes nacionais. Hoje, somos líderes de mercado e somente em Portugal damos suporte diário a um par-que instalado superior a 800 mil equipamen-tos ativos.”

Basicamente, a empresa conta como gran-des clientes com os distribuidores grossistas e cerca de 3500 clientes indiretos ativos. Cerca de 700 compram regularmente, sendo que os 50 maiores são seguidos diretamente pelos comerciais Toshiba. “Esta é uma rede que nos ajuda a potenciar o nosso negócio local e com a qual contamos para reforçar a nossa estraté-gia e posicionamento no mercado”.

De duas para três áreas de negócio

Até há dois meses, eram duas as áreas de negócios em Portugal: portáteis, acessórios e serviços e eletrónica de consumo (TV e DVD/BD). Recentemente, e em linha com a estratégia internacional implementada pela companhia, a empresa separou os portáteis consumo dos portáteis profissionais – “para garantir mais enfoque estratégico neste mer-cado”, pelo que agora são três as áreas de ne-gócio em Portugal.

Questionado sobre o que tem vindo a mu-dar na forma de fazer negócio nos últimos

anos, João Amaral admite que há sobretudo uma maior exigência e competitividade. “Por parte dos clientes e do canal de distribuição com quem trabalhamos. E maior competi-tividade com entrada de novos players e de-saparecimento de outros, mas o mercado das tecnologias é dos mais competitivos”.

João Amaral diz serem uma organização extremamente ágil e flexível, apesar de o mer-cado ter mudado bastante mais que a empre-sa. “Temo-nos adaptado às novas realidades e circunstâncias, mas na essência continuamos a mesma empresa, focada na qualidade dos nossos produtos e no bem-estar dos nossos clientes”.

Para se distinguirem da concorrência, a Toshiba focaliza-se na comercialização decomputadores pessoais portáteis e televisores.“O que nos distingue é a nossa especializaçãoem portabilidade, a nossa capacidade de ino-vação e qualidade dos produtos, associada a uma estratégia comercial que se coaduna como melhor interesse dos parceiros de venda, re-vendedores e retalhistas nacionais, em geral”.

Segmento profissional é para crescer

Em termos de negócio, a empresa quercrescer no segmento profissional sem aban-donar o segmento de consumo. João Amaral quer reorganizar o negócio de modo a reduziros custos e ao mesmo tempo incrementar as vendas, principalmente no segmento pro-fissional e nas áreas de maior rentabilidade.Ao mesmo tempo, admite querer batalhar para trazer para Portugal mais investimento enovas unidades de negócio. “Os nossos equi-pamentos reúnem um conjunto de tecnolo-gias e especificações bastante valorizadas em ambiente profissional como alargada coneti-vidade, soluções de segurança e gestão remo-ta, facilidades de ligação com um conjunto alargado de portas standards sem necessidade de recorrer a adaptadores e, claro, sempre a incorporação das mais recentes tecnologias”.

JOÃO AMARAL, DIRETOR-GERAL DA TOSHIBA PORTUGAL E ESPANHA

Toshiba quer crescer no segmento profissional sem abandonar segmento de consumo

João Amaral assume destino do mercado espanhol

Em abril, João Amaral assumia a direção-geral da Toshiba também em Espanha. Com esta nomeação, João Amaral, além de se manter como diretor regional para Portugal e Espanha, cargo que ocupa desde fevereiro de 2011, assumiu também as operações da filial em Espanha e a direção estratégica do negócio no país.João Amaral, de 51 anos, possuía já uma extensa carreira profissional na área das tecnologias de informação, tendo iniciado a sua carreira na Toshiba há 13 anos, sendo em 2003 nomeado diretor-geral da Toshiba Portugal, sendo o responsável direto pela abertura dos escritórios da empresa japonesa no nosso país. Posteriormente, em 2011, foi nomeado responsável máximo do negócio da Toshiba em Espanha e Portugal.

João Amaral, diretor- geral da Toshiba Portugal e Espanha.

Instituto Politécnico de Tomar e Santuário de Fátima assinam protocoloEntendendo a importância de um intercâmbio cultural, científico e pedagógico entre o San-tuário de Fátima, no quadro das valências do Museu do Santuário de Fátima, e o InstitutoPolitécnico de Tomar, no quadro do seu Laboratório de Conservação e Restauro, estas duas entidades assinaram ontem um protocolo de cooperação institucional visando o estudo cien-tífico da Imagem de Nossa Senhora de Fátima venerada na Capelinha das Aparições.

TECNOLOGIAS

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Empresa de TI sediada no Porto quer chegar ao final de 2013 a faturar um milhão de euros. A “culpa” é da crise, que obriga as PME a recorrerem a soluções e serviços de gestão documental para reduzir custos, impulsionando o negócio da Gomaval.

A Gomoval, empresa especiali-zada em soluções tecnológicas de impressão, digitalização e desma-terialização de documentos, bem como em soluções para a partilha e segurança de informação, ga-rante que o período de crise não

tem afetado o seu negócio. Bem pelo contrário. Este ano a empre-sa pretende, pela primeira vez, alcançar a fasquia de um milhão de euros.

A explicação parece ser “sim-ples”. O número crescente de PME nacionais que, em época de austeridade, estão a recorrer a soluções e serviços de gestão

documental para reduzir custos está a impulsionar o negócio da Gomaval.

Segundo Gomes Correia, ge-rente da Gomaval, são cada vez mais as empresas, desde socieda-des de advogados a empresas de construção, passando pelos mais diversos órgãos públicos que, sensíveis aos custos, estão a aderir

EMPRESA DE TI PREVÊ FATURAR UM MILHÃO EM 2013

Crise gera negócio à Gomaval

“Nos próximos meses vamos reforçar os meios humanos com a contratação de dois comerciais e um técnico e, no próximo ano, vamos acrescentar à sede, no Porto, um novo espaço de suporte comercial na cidade de Braga, para o qual iremos necessitar de mais cinco elementos”

PUBa este tipo de serviços.

“Desde 2009 que estamos a as-segurar uma média de 130 novos clientes por ano e, até final deste ano, estaremos a prestar serviços a mais de 600. Temos consciên-cia de que vendemos às empresas uma poupança que pode che-gar aos 50% e, muitas vezes, ao diagnosticarmos a situação atual das empresas, os custos diretos e indiretos que têm com a gestão de documentos revelam-se uma total surpresa para os gestores”, observou, em comunicado de imprensa.

O mesmo responsável avança que, para fazer face aos índices de crescimento que a Gomaval tem apresentado, a equipa será reforçada com a contratação de novos elementos ainda este ano e a abertura da primeira delegação, um dos objetivos para 2014.

Reforço da equipa

“Nos próximos meses vamos reforçar os meios humanos com a contratação de dois comerciais e um técnico e, no próximo ano, vamos acrescentar à sede, no Por-to, um novo espaço de suporte comercial na cidade de Braga, para o qual iremos necessitar de mais cinco elementos”, revela Gomes Correia.

Especialista em soluções tecno-lógicas de impressão, digitaliza-ção e desmaterialização de docu-mentos, bem como em soluções para a partilha e segurança de informação, a Gomaval orientou, em 2008, o seu negócio para as soluções de outsourcing de gestão documental, tendo, no mesmo ano, estabelecido parceria com a Lexmark Portugal, com vista à implementação dos produtos e soluções daquela multinacional norte-americana.

Com o objetivo de reforçar a relação com os seus clientes e de apresentar as soluções para as suas necessidades empresariais mais exigentes, a Gomaval pro-moveu, a 16 de Maio, as “Jorna-das da Comunicação 3.1”, um evento que reuniu representantes de mais de 100 PME de todo o país.

TECNOLOGIAS

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Xarão exporta 30% da produção

Instituto Politécnico de Tomar e Santuário de Fátima assinam protocoloEntendendo a importância de um intercâmbio cultural, científico e pedagógico entre o San-tuário de Fátima, no quadro das valências do Museu do Santuário de Fátima, e o InstitutoPolitécnico de Tomar, no quadro do seu Laboratório de Conservação e Restauro, estas duas en-tidades assinaram ontem um protocolo de cooperação institucional visando o estudo científico da Imagem de Nossa Senhora de Fátima venerada na Capelinha das Aparições.

EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 25

A Xarão – Companhia Portuguesa de Li-cores está a expandir a vertente exportadora no setor dos destilados, xaropes e licores.

Sediada em Valongo, a empresa tem 30 anos de atividade e trabalha atualmente no

mercado português e em 30 mercados adi-cionais, como EUA, Canadá, Angola, Bra-sil e vários países europeus. A exportação representa 30% do volume de faturação da empresa.

Maria da Graça Carvalho recebe medalha

Maria da Graça Carvalho foi distinguida com a medalha do Instituto Politécnico de Santarém. A medalha é atribuída “pela reite-rante atividade desenvolvida em prol do Ins-tituto, e a sua visão estratégica para o desen-volvimento do ensino na área do desporto, nomeadamente no desporto de alta competi-ção”. A deputada europeia, na altura Ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, apro-vou, em 8 de março de 2005, a atribuição de verbas para a construção da Escola.

A homenagem à antiga Ministra da Ci-ência e do Ensino Superior contou com a presença do ministro de Educação e Ci-ência, Nuno Crato, e foi integrada na ce-rimónia solene de inauguração das novas instalações da escola superior de desporto de Rio Maior e da cantina e aniversário do Instituto.

Maria da Graça Carvalho, que está liga-da ao mundo da educação há mais de 30 anos, afirma que “está muito honrada em receber esta medalha” e considera “esta ho-menagem muito significativa”.

Na qualidade de membro do Parlamen-to Europeu e das Comissões ITRE e dos Orçamentos, Maria da Graça Carvalho tem estado envolvida na preparação do

Orçamento Europeu 2014-2020, tanto na capacidade de relatora do programa espe-cífico de execução Horizonte 2020 como na capacidade de deputada do PPE res-ponsável pelas áreas da ciência, inovação, energia, ambiente, alterações climáticas e espaço.

Maria da Graça Carvalho (www.graca-carvalho.eu) é deputada ao Parlamento Eu-ropeu. Atualmente é relatora da Comissão de Indústria do PE para a Implementação do Programa Específico Horizonte 2020.

Eurodeputada Maria da Graça Carvalho

Hugo Monteiro, administrador dos Licores Xarão.

Recentemente, a Xarão esteve numa missão empresarial à China e daí resulta-ram dois negócios que irão permitir à em-presa começar a exportar para o mercado asiático já a partir do final do ano, estando de momento em curso a adaptação dos

rótulos às normas destes países. De realçar também que no final de 2012 a Xarão re-cebeu a certificação ISO 22000 na área da higiene e segurança alimentar, tornando--se assim a primeira empresa portuguesado setor a obter este grau de certificação. A empresa acredita que daqui em diante outros mercados poderão vir a ser tra-balhados, uma vez que esta norma é umcertificado de confiança para os parceiros internacionais.

A Xarão Licores esteve também repre-sentada naquela que é a maior feira asiá-tica na área da alimentação e hotelaria, a HOFEX, que decorreu há dias em Hong- Kong.

Este certame tem uma área de 60 mil m2, e cerca de 1900 expositores nos seg-mentos de bebidas, comida, serviços de restauração, equipamentos, design e tec-nologia, atraindo 35 mil visitantes profis-sionais.

A Xarão Licores esteve também representada naquela que é a maior feira asiática na área da alimentação e hotelaria, a HOFEX, que decorreu há dias em Hong Kong

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Portugal terá um papel central na estratégia de desenvolvimento do grupo Air France/KLM através da companhia ‘low-cost’ Transavia. Em entrevista à VE, Jean-Florent Meli, diretor de vendas da Transavia France, revelou que estão a ser estudados novos destinos e “Portugal está no coração deste plano”. A companhia está “a crescer em França, ao contrário da Holanda”, onde “o mercado está estável”.

MARC [email protected]

A Transavia está envolvida na reestrutu-ração da Air France “e poderemos ter no-vas rotas adicionais”. Assim, a companhia recebeu três novos aviões a juntar aos 13 aparelhos com que opera. Porém, “con-tinuaremos a crescer até aos limites dos slots”, disse Jean-Florent Meli.

No contexto desta estratégia, que impli-ca a quase divisão do território francês – a Transavia operará com base em Nantes, Lyon e Lille e a Air France operará a partir do Sul de França, baseada em Toulouse, Marselha e Nice - Portugal terá “um papel determinante”, mas ainda não decidido.

Para já, o diretor de vendas da Transa-via France recusa que já tenham sido es-tabelecidas negociações com os aeroportos nacionais. “Não há negociações, só con-versações, tentando antever o futuro. Já re-cebemos um grande apoio dos aeroportos, somos parceiros, sobretudo no Porto”, que marcou “o início” da presença da compa-nhia em Portugal.

Por outro lado, com a entrada da Vinci no setor aeroportuário português, “que já é um nosso grande parceiro em França”, a Transavia espera “ter o mesmo nível de relação em Portugal”.

Jean-Florent Meli disse que, “quando se fala da relação de um aeroporto com uma companhia aérea ‘low-cost’, lembramo--nos da Ryanair”. Aquele responsável frisa que “não estamos nesse esquema e não ne-gociamos da mesma forma”. Na ótica da Transavia, o objetivo é “desenvolver o trá-fego, mas que perdure no futuro; não que-remos esmagar margens, tirar dinheiro e ir

embora. Queremos investimento realista para nós e para os parceiros”, salientou.

O terceiro destino

Falando à margem de um ‘roadshow’ nacional em que participaram ainda os hotéis Vila Galé, a Sixt e a Travelport, o diretor de vendas da Transavia France tra-çou um balanço dos seis anos de presença da companhia em Portugal. Com um ‘load factor’ mínimo de 80% nas rotas – “como companhia ‘low cost’ precisámos do tráfe-go” –, Portugal transformou-se “para nós num destino chave”. Jean-Florent Meli su-blinhou que o país é o terceiro destino da Transavia na Holanda, depois de Espanha e Grécia; bem como em França, seguindo--se a Marrocos e Tunísia.

Por outro lado, Portugal “opera todo o ano” para Porto, Lisboa, Funchal e, mais recentemente, Faro. Este dado confere uma vantagem competitiva importante para Portugal, uma vez que a Transavia, “apesar de ser uma companhia aérea de la-zer, com um pico de atividade no Verão (Grécia e Turquia)”, encontra em Portugal menores quebras de operação durante o ano.

Ou seja, referiu à VE, “Portugal não é apenas um destino de férias, mas também negócios”. O facto de “as vendas serem fei-tas diretamente no mercado português” é outro destaque feito pelo responsável. Se-gundo Jean-Florent Meli, “6% das vendas de passageiros com destino à Holanda são feitas em Portugal”, “35% das vendas de Lisboa para Paris são feitas em Lisboa” e “45% das vendas para a rota Porto, Paris são feitas em Portugal”.

A Transavia.com opera atualmente um voo diário Paris/Lisboa e quatro voos se-manais Amesterdão/Porto. Desta forma, “os passageiros passam a poder marcar voos em combinação com a KLM a partir do Porto para uma multiplicidade de des-tinos via Amesterdão”, salientou.

Para além da rota Paris/Porto, que arran-cou há seis anos e, no pico de Agosto, con-tará com quatro voos diários, a Transavia opera em Portugal a única rota doméstica na Europa (excluindo França). A rota Por-to/Funchal, com voos diários, conta ainda

REFERIU JEAN-FLORENT MELI, DIRETOR DE VENDAS DA TRANSAVIA FRANCE, EM ENTREVISTA À VE

Transaviaestuda novas rotasem Portugal

Oportunidade aberta pelo Magrebe

Portugal pode encontrar uma oportunidade para certos segmentos com a quebra sentida no Norte de África. Jean-Florent Meli revelou que certos destinos na Europa estão a tentar colocar oferta com “o mesmo nível de preços e vemos, surpreendentemente, Itália, com a Sicília a manter boa oferta ao mesmo nível de preços este ano”. No caso da Transavia, “vendemos muitos grupos para o Funchal, sobretudo no período entre Abril/Maio e Setembro/Outubro, e também grupos para o Porto”.Em Faro, a Transavia obteve igualmente “um negócio importante nos charters”, revelou o diretor de vendas da companhia. “Temos mais procura este ano por charters para o sul de Portugal; estamos ainda limitados a duas lotações por semana, porque o tráfego de charters em França está muito concentrado nos fins-de-semana”. A intenção da companhia é de “desenvolver o destino Faro - a Transavia na Holanda já tem voos regulares e charter, e pensamos poder abrir voos regulares para Faro”.No caso da Tunísia, a Transavia sentiu uma “quebra muito importante no mercado de férias, mesmo com uma grande campanha promocional que o governo tunisino está a desenvolver neste momento em França”. O B2B e os ‘tour operators’ “estão a trabalhar bem em destinos como Djerba e sul do Tunísia, pois têm produto muito barato, mas no Norte da Tunísia (Tunis, Monastir) o tráfego B2B está completamente em baixo”.A Transavia mantém no entanto um tráfego de emigração que “suporta os nossos voos” (operações diárias para Djerba, Monastir e Tunis em base diária), “apesar de um ‘revenue’ baixo”. Já Marrocos está em franco crescimento e “abrimos novas rotas como Essaouira, Marraquexe e Agadir”.

TURISMO

26 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

35%das vendas Lisboa/Paris e 45% das vendas Porto/Paris são feitas em Portugal

Lei das Entidades Regionais em vigorEntrou em vigor a Lei n.º 33/2013, de 16 de maio, que es-tabelece o regime jurídico das áreas regionais de turismo de Portugal continental, a sua delimitação e características, bem como o regime jurídico da organização e funcionamento das entidades regionais de turismo. Em Portugal continental são consideradas cinco áreas regionais de turismo.

com ligação a Paris, cinco vezes por sema-na, bem como Nantes/Porto/Funchal duas vezes por semana. Também a rota Paris/Lisboa opera numa base diária e, em Abril 2012, a Transavia arrancou com a rota Nantes/Lisboa, “cujo resultado é muito sa-tisfatório”, concluiu.

O papel do ‘trade’ A estratégia da Transavia em Portugal

passa ainda pela inclusão na plataforma GDS da Travelport. Segundo Nélson Al-meida, diretor comercial da empresa, sen-do a Transavia “uma companhia ‘low cost’

pura”, abandona “o canal web ‘online’ para vir integrar o GDS e escolheu a Travelport em Portugal como projeto-piloto para o fazer em exclusivo para o mundo inteiro”, disse à VE.

Assim, “existe a perceção que o canal ‘online’ não consegue transportar a com-panhia a todos os mercados” e que, por ou-tro lado, “os públicos do ‘online’ esgotam--se”. Daí “a necessidade de estarem junto dos agentes de viagens para chegar a esses públicos-alvo”, explica. Ou seja, para que as companhias aéreas alcancem os “clientes ‘corporate’, empresa ou grupos, necessaria-mente precisam de estar junto do trade”.

Em Portugal, a Transavia voa todo o ano para Porto, Lisboa e Funchal, o que denota que não se trata apenas de um mercado de lazer e férias, sustenta Jean-Florent Meli, diretor de vendas da Transavia France.

Page 27: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

MARC [email protected]

Os municípios do Tâmega e o Agrupamento de Produtores de Carne Maronesa têm vindo a aliar esforços com outras entidades, como a Rota do Românico e a Dólmen, para criar uma oferta in-tegrada capaz de valorizar a oferta turística regional.

Este programa foi apresentado em Amarante, no restaurante “A Eira” (por sinal premiado no con-curso de Gastronomia dos Vinhos Verdes), onde o destaque foi dado à carne maronesa como produto regional típico de grande especi-ficidade.

Os esforços de valorização deste produto são levados a cabo desde os anos 80 pelo referido Agrupa-mento de Produtores, o qual tem como objetivo promover um pro-duto regional que assenta num

genótipo raro – a raça maronesa – que está localizada no Marão.

O responsável pela associação, Virgílio Alves, é professor e inves-tigador da UTAD, hoje retirado, mas continua a empregar o seu tempo e saber na defesa de “um património genético raro” e de “uma civilização que existia no Marão e que se estendia ao planal-to do Alvão, até ao Vale do Douro e Foz Côa”, explicou. A fórmula encontrada para salvar esta raça passa pela “valorização do produ-to pela sua qualidade organoléti-ca”, bem como “pelas qualidades nutritivas” desta carne, oriunda de um animal de trabalho a que as gentes chamavam “boi carreiro”.

São três as instituições unidas em torno deste projeto: para além da referida associação, responsá-vel pelo livro genético da raça, juntam-se a cooperativa agrícola de Vila Real e uma entidade certi-

ficadora, que traça a rastreabilida-de dos animais. Assim, é possível conhecer a origem de qualquer porção vendida, a data de abate, entre outros fatores considerados imprescindíveis para garantir a de-fesa da Denominação de Origem Protegida.

Atualmente, o agrupamento monitoriza 5200 carcaças, numa média de quatro por produtor, das quais cerca de 60% são consumi-das pelo próprio agricultor, referiu Virgílio Alves. Por outro lado, são 1500 as carcaças que aguardam certificação para venda, sendo que ao produtor é pago um preço de 5 euros/kg. O objetivo da associa-ção é ter disponíveis para o mer-cado cerca de 2000 carcaças/ano, as quais Virgílio Alves espera que possam ter o seu mercado princi-pal na região.

Para além disso, este projeto comum engloba a promoção da

Rota do Românico. Esta começou no Vale do Sousa mas hoje abran-ge os 12 municípios do Tâmega e Sousa, com 58 monumentos clas-sificados. No caso do concelho de Amarante, foi ainda relevada, para

além da oferta gastronómica e ví-nica, o potencial cultural, patenteno Museu Amadeo de Souza-Car-doso, mas também a valência lite-rária, desde Teixeira de Pascoaes a Agustina Bessa-Luís.

Tâmega e Marão unem oferta para valorizar turismo

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à Vida Económica Johannes Ruckert, director.

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 27

Turismo do Centro promove-se na GalizaO Turismo do Centro de Portugal vai organizar

uma ação promocional Ria de Aveiro na Galiza, nas cidades de Santiago de Compostela e Vigo, nos dias 7 e 8 de junho. Para além das ações de rua, que decor-rem em locais estratégicos das localidades referidas, a ação promocional prevê momentos de negócio com operadores e agentes de viagens espanhóis.

Feira das Viagens decorre até domingoA primeira edição da “Feira das Viagens” do Campo Peque-

no, que vai decorrer entre os dias 31 de Maio e 2 de Junho, espera receber a visita de cerca de 40 mil pessoas. A “Feira das Viagens” conta com cerca de 100 expositores, entre ope-radores turísticos, agentes de viagens, empresas de cruzeiros, cadeias de hotéis, empresas de animação turística e destinos nacionais e internacionais.

TURISMO

A HUMANIDADE É A NOSSA MISSÃO E A LUSOFONIA POLO DE CONVERGÊNCIA DE POVOS E ESPAÇOS

LISBOA, 21 e IV Seminário Rotário dos Países de língua Ofi cial Portuguesa

09H00-09H30 Recepção e entrega de Documentação aos participantes10H00-11H15 ROTARY E AS COMISSÕES INTER PAÍSES NO ESPAÇO DA CPLPCarlos Gueiros Governador do Distrito 4610 - 1991/1992

O ROTARY EM ANGOLAAna Leite, Rotary Club de Luanda

O ROTARY NO BRASILSizenando Affonso, Governador do Distrito 4610 – 1991/1992

AS CIP’S NO BRASILCarlos Gueiros, Governador do Distrito 4610 – Coordenador Nacional CIP’s

AS CIP’S COM OS PALOPCecília Sequeira, Geminação de Clubes/ Comissões Inter-Países, Distrito 1970

AS CIP’S EM PORTUGAL Luís Delgado, Governador Distrito 1960 - 1999/2000, Coord. Nacional CIP’s

11H30-13H00 CULTURA, DEFESA E PRESERVAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESAHenrique Maria Alves Governador do Distrito 1970 - 2008/2009

O ROTARY E A EDUCAÇÃO NA SENDA DA PAZAntónio Olavo Rocha, Governador do Distrito 9101 - 2013/2014

O ENSINO SUPERIOR EM ÁFRICA Salvato Trigo, Reitor da Universidade Fernando Pessoa

A FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN Eduardo Marçal Grilo, Administrador

ESCRITOR Luís Cardoso “Takas” de Timor

12H30-14H30 ALMOÇO

14H30 – 16H00TURISMO E PATRIMÓNIOMarcelo Rebelo de Sousa Distrito 1960

TURISMO EM PORTUGAL Secretaria de Estado do Turismo do Governo Português - AICEPPedro Reis, Presidente da Ag. para Investimento e Comércio Externo Portugal

O PATRIMÓNIO COMO POLO DE ATRAÇÃOCabo Verde. Câmara de Comércio e TurismoGualberto do Rosário, Presidente

Moçambique EmbaixadaFilomena Malalane, Conselheira Comercial

ESCRITOR GONÇALO CADILHE

16H30 – 18H30SAÚDE E A CONTRIBUIÇÃO DE ROTARYDiamantino Gomes Governador do Distrito 1970 - 2004/2005

O MINISTÉRIO DA SAÚDE PORTUGUÊSPaulo Macedo, Ministro do Governo Português

BIALLuís Portela, Chairman

EDUCAÇÃO EM SAÚDEHelena Alves, Rotary Club Porto-Foz

BIOÉTICA Daniel Serrão, Rotary Club Porto-Foz

END POLIO Henrique Pinto, Governador de Distrito 1970 - 2002/2003

20H00-23H00 JANTAR OFICIAL

DIA 2209H30-10H15

ROTARY E O MEIO AMBIENTEJosé Carlos Estorninho Governador de Distrito 1960 – 1990/1991

GESTÃO DE ÁGUA POTÁVELManuel Frexes, Administrador das Águas de Portugal

RECURSOS HÍDRICOS João Bettencourt, Governador de Distrito 9210 – 2011/2012

WATER TEAM INTERNATIONALGeorge Lewis

10H30-12H00 EMPREENDEDORISMOBernardino Pereira Governador de Distrito 1970 - 2007/2008

COACHING E EMPREENDEDORISMO Sérgio Almeida, Vice-Presidente ICU

ECONOMIA E EMPREENDEDORISMO Rui Martinho, Bastonário Ordem dos Economistas

PROJETO DE MICRO CRÉDITO DE CABO VERDELúcia dos Passos, Presidente da MORABI

AEP NO EMPREENDEDORISMOJosé António Barros; Presidente EMPREENDEDORISMO NOS PALOPDomingos Simões Pereira, Secretário Executivo da CPLP 2008-2012

Jorge Sampaio - Alto Representante da Aliança das Civilizações – 2007/2013

CONCLUSÕES Chairman do Seminário, Manuel Cardona e Sessão ofi cial de encerramento/Intervenções formais.

Inscrições em: www.seminariorotario.pt

DIA 21

CHAIRMAN: Manuel Cardona, Governador do Distrito 1970 – 1987/1988

MEDIA PARTNER:

Projeto comum engloba a valorização do património cultural, gastronómico e turístico das regiões do Tâmega e Marão.

Page 28: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

Santander Totta tem o “Melhor Contact Center” O Banco Santander Totta foi distinguido pela Associação Portuguesa de Con-tact Centers (APCC) como o “Melhor Contact Center do Sector Banca”, no âmbito dos Prémios APCC 2013. Os resultados apurados são fruto de um estudo da consultora KPMG, em parceria com a SPIRITUC Investigação Aplicada.

EM FOCO

28 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

JOSÉ DE ALMEIDA REGISTA GRANDE AFLUÊNCIA AO 5º CONGRESSO NACIONAL DE MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO COMERCIAL

“Empresas têm necessidade de reinventar a motivação”Mais de 300 pessoas participaram em Lis-boa no 5º Congresso Nacional de Motivação e Desempenho Com-ercial, confirmando a grande necessidade de inspiração para encontrar soluções de motivação de equipas em tempo de crise. A iniciativa assinala o 10º aniversário da consul-tora Ideias & Desafios.ANA SANTOS [email protected]

“Não havendo dinheiro para aumentar salários ou para su-portar outro tipo de incentivos aos colaboradores, as empresas procuram novas ferramentas de motivação das suas equipas”, confirma José de Almeida, par-tner da Ideias & Desafios, que este ano recebeu mais de três centenas de inscrições para o 5º Congresso Nacional de Motiva-ção e Desempenho Comercial. O evento não esqueceu os tem-pos de incerteza vividos atual-

mente por todo o tecido em-presarial português e procurou dar a conhecer exemplos de em-presas que conseguem manter equipas empenhadas, com índi-ces de produtividade elevados, recorrendo a ideias criativas dos seus líderes.

“Seja numa grande organi-zação ou numa empresa de pe-quena ou média dimensão, a motivação das equipas tornou--se num tema a que os líderes dão cada vez mais valor, já que dela poderá depender o maior ou menor grau de sucesso da empresa”, reconhece José de Almeida. “E as empresas sen-tem hoje uma grande neces-sidade de reinventar a moti-vação. Faz parte da estratégia de liderança em tempos como estes”, sublinha o consultor da Ideias & Desafios, para quem essa reivenção se coloca a em todas as áreas de trabalho. “É preciso reinventar a forma de comunicar com os colaborado-res, é preciso reiventar as ven-das, no fundo todo o modelo de gestão de recursos humanos tem de ser adaptado a esta con-juntura, onde o dinheiro dei-xou de ser uma ferramenta dis-ponível. E este é um processo irreversível. É um caminho que

se faz agora, por necessidade, mas que veio para ficar”, ante-cipa José de Almeida.

De chefe a líder

“Não chefie, lidere!”. O con-selho foi deixado por Anabela Conde, associate da Ideias & Desafios precisamente no painel dedicado à liderança em tempos de incerteza. “A liderança é uma arte que pode ser conquista-da”, anunciou a consultora, que apresentou o líder como alguém muito envolvido no trabalho que a sua equipa desenvolve, longe da ideia tradicional do chefe que se distancia dos co-laboradores, restringindo a sua relação com eles à transmissão de ordens. “Hoje o líder tem de comunicar mais, antecipar mais e inovar mais. E deve transmitir

à equipa as coisas boas e as coi-sas más, para que todos estejam envolvidos nos processos que à empresa dizem respeito”, alegou Anabela Conde. “É também o tempo de cada líder potenciar as capa-cidades individuais de cada um dos dos seus co l aboradore s” , aconselhando os gestores a iden-t i f i c a r os me-l h o r e s recursos dos seus c o l a b o -radores e a desenvolvê-los em prol do sucesso da empresa. “E é tempo de pensar criativa-mente”, sublinhou também a consul-tora, lembrando que os tempos de incerteza consti-tuem habitual-mente um dos melhores estímu-los para aguçar a imaginação e a criatividade das pessoas.

Qualidades que o empreserário deve possuir!As qualidades que o empresário deve possuir para alcançar o sucesso permanecem ao longo dos tempos. Contudo, considero que a ênfase ou a ponderação de cada uma delas se alterou…

Comprometimento!O empresário compromete-se a 100% com os projetos que desenvolve. Comprometer-se a 100% significa comprometer a 100% o seu tempo (de trabalho e de lazer), a sua energia e os seus recursos (património). O empresário acredita na sua empresa, nos seus produtos e serviços. Acredita nos seus clientes e no relacionamento que mantém com eles.Quando o empresário acredita de boa-fé nos seus negócios, torna-se um catalisador: As pessoas gostam de comprar em empresas que acreditam genuinamente naquilo que

oferecem. Os seus colaboradores gostam de trabalhar com empresários que acreditam genuinamente nos seus projetos.Os financiadores (bancos) apreciam empresários que se envolvem e têm uma visão clara para onde querem levar os seus negócios.

Responsabilidade!Existem muito poucas profissões que implicam a assunção de tanta responsabilidade como a de ser empresário. O empresário assume a responsabilidade de todos os negócios que acontecem na sua empresa – dos bons e dos maus. O seu envolvimento é total: moral, motivacional e material.Quando se é empresário a responsabilidade ganha outra dimensão!Considero mesmo que só depois de se ser

empresário é que se consegue avaliar o poder das palavras que acabo de expressar.

Preparação!O empresário tem de ter capacidade para avaliar todo um conjunto de detalhes em perspetiva. Tem de estar disposto a fazer sacrifícios que a pessoa comum não faz.

Profissionalismo!Como exemplo que é para a sua equipa, o empresário tem de atuar de modo muito profissional. Só assim, a sua empresa será vista por todos incluindo pelos seus clientes, como uma organização muito profissional com a qual se pode contar.

Ambição!O empresário tem de querer ir mais além. Deve ver a sua empresa competitiva

naquilo que faz e querer levá-la para uma zona de crescimento sustentado.

Corajoso!Cabe ao empresário enfrentar e assumir riscos.A crise profunda que atravessa Portugal não pode ser encarada com medo.O medo e o receio são os principais inimigos do seu negócio.A capacidade para enfrentar o medo é uma marca superior do empresário.

Aprendizagem contínua!Procure continuamente o conhecimento: dos seus clientes, novos mercados, novas formas de se organizar, novas ideias, etc.O empresário deve dedicar uma parte significativa do seu tempo a aprender.Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.quantumcrescimentonegocios.com

“Todo o modelo de gestão de recursos humanos tem de ser adaptado a esta conjuntura, onde o dinheiro de-ixou de ser uma ferramenta disponível”, afirmou José de Almeida

A motivação das equipas tornou-se num tema a que os líderes dão cada vez mais valor

Page 29: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

MERCADOS

Dow Jones 29/May .....15288,48

Var Sem ...............................-0,62% Var 2013 ..............................16,70%

Nasdaq 29/May ............. 3467,59

Var Sem ...............................-0,98% Var 2013 ..............................14,85%

IBEX 35 29/May ............8441,70

Var Sem ...............................-0,25% Var 2013 ................................3,36%

DAX 29/May ..................8336,58

Var Sem ...............................-2,28% Var 2013 ................................9,51%

CAC40 29/May ................. 3974,12

Var Sem ...............................-1,90% Var 2013 ................................9,15%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (29.05) 6037,44

-0,07% Var. Semana

5900

5950

6000

6050

6100

6150

23 Mai 24 Mai 27 Mai 28 Mai 29 Mai

6,76% Var. 2013

ANTÓNIO REBELO DE SOUSA, PRESIDENTE, REVELA

SOFID tem 25 milhões de euros de operações de financiamento aprovadasEm três anos de atividade, a SOFID tem 26 operações aprovadas e 11 contratadas, num valor global de 25 milhões e 13 milhões de euros, respetivamente. “A SOFID tem tido capacidade financeira para responder às solicitações existentes”, afirma António Rebelo de Sousa, presidente da SOFID.“Será errado pensar-se que a SOFID neste momento tem falta de recursos financeiros para acudir àquilo que são as solicitações que têm vindo a ser feitas em matéria de concessão de crédito.” De qualquer forma, entende que, “para participar em sindicatos bancários envolvendo montantes mais elevados, entendíamos que seria conveniente que houvesse um aumento de capital social”.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica – Nos primeiros anos de atividade que também marcaram o arranque da SOFID, a ação desenvolvida e os resultados obtidos correspondem às expetativas?

António Rebelo de Sousa - O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela SO-FID tem sido altamente positivo. Iniciámos as nossas funções há três anos e na oportu-nidade de facto a SOFID tinha realmente contratado duas operações e tinha aprovado cinco operações. Neste momento temos 26 operações aprovadas e temos 11 operações contratadas. Mais do que isso o volume cor-respondente dessas operações contratadas hoje em dia é na ordem dos 13 milhões de euros e em relação às operações aprovadas na ordem dos 25 milhões de euros. São valores realmente bastante mais significativos. Muito mais significativos do que na altura.

Por outro lado, a SOFID hoje em dia tem uma visibilidade que é diferente porque tem realizado muitos contactos com empresas, com clientes. Anualmente fazemos cerca de 300 contactos com empresas, o que é notável, atendendo a que temos um número muito reduzido de colaboradores (12 pessoas) e, por outro lado, para além disso, temos participa-do em muitos seminários, muitos colóquios, muitas conferências. Neste momento temos operações aprovadas nos mais diversos países, em Marrocos, Angola, Guiné-Bissau, Mo-çambique, África do Sul, Brasil, México.

VE – Existe capacidade para aumentar essa produção?

ARS - A atividade que tem vindo a ser de-senvolvida tem sido muito interessante e se não desenvolvemos mais é porque também existem algumas limitações. Fazemos parte da rede das EDFI – European Development Finance Institutions, mas para que nós pos-samos participar em sindicatos com outros bancos de desenvolvimento precisaríamos ter uma maior capacidade de intervenção em termos financeiros, porque, dados os nossos rácios, só podemos financiar até dois milhões e meio de euros por operação. E também só podemos conceder garantias bancárias até esse mesmo montante e de facto isso tem constituído alguma limitação na nossa possi-bilidade de participação nesses sindicatos.

Por outro lado, temos a possibilidade de gerir o fundo InvestiMoz. Estamos também muito interessados em dinamizar o ITF – In-frastructure Trust Fund.

A SOFID tem sido dinâmica e estamos na expetativa daquilo que vier a ser a definição da nova estratégia de internacionalização para a economia portuguesa, que deve estar para breve. O Governo criou um concelho para a internacionalização para a economia portu-guesa que irá com certeza apresentar propos-tas concretas nesse domínio.

VE - E até agora os recursos financeiros têm sido suficientes para a procura exis-tente?

ARS - Têm sido suficientes. A SOFID tem tido capacidade financeira para responder às solicitações existentes, como de facto, com a flexibilização do fundo de investimento con-tinua a ter capacidade para responder a soli-citações que têm vindo a ser feitas. A SOFID não só concede empréstimos como também emite garantias bancárias e faz operações de capital de risco. A SOFID continua a ter ple-na capacidade para satisfazer as solicitações existentes. O outro problema é a SOFID ter a capacidade para participar em sindicatos ban-cários envolvendo montantes mais elevados, e isso já implicaria outros rácios. Para esse efei-to, entendíamos que seria conveniente que houvesse um aumento de capital social. De qualquer maneira, será errado pensar-se que a SOFID neste momento tem falta de recursos financeiros para acudir àquilo que são as soli-citações que têm vindo a ser feitas em matéria de concessão de crédito.

VE - Neste momento, nota-se que as empresas estão mais interessadas em in-vestir no estrangeiro como alternativa aos problemas do mercado interno?

ARS - Quando falamos da internaciona-lização das empresas, temos que considerar vários tipos de internacionalização. Temos a internacionalização “soft”, que tem a ver com exportações, internacionalização “interme-diate”, que ter a ver com o franchising, e a internacionalização “hard” que tem a ver com o investimento direto no estrangeiro. O que

acontece é que as pessoas depositam grandes esperanças na internacionalização “soft”.

VE – Mas nas exportações a SOFID não pode dar apoio financeiro…

ARS - A SOFID não intervém nas expor-tações e as perspetivas existentes não são tão otimistas quanto seria desejável, porque em relação à Europa é o que se sabe, está numa situação de recessão e portanto não é previ-sível que as exportações possam aumentar significativamente em relação à Europa, que realmente representa 70% do nosso mercado de destino e depois os chamados mercados al-ternativos são nalguns casos mais problemáti-cos do que se possa pensar, porque tem uma propensão a adotar medidas protecionistas.

VE - Que tipo de internacionalização interessa mais às empresas portuguesas?

ARS - A internacionalização “hard” corres-ponde à ideia que não interessa tanto quanto

a internacionalização “soft”, porque vai criar valor noutros países e criar emprego noutros países, enquanto a internacionalização soft,mal ou bem, cria valor e emprego no próprio país. Mas não é bem assim.

Em primeiro lugar, temos de fazer uma análise em termos setoriais. É diferente ter-mos empresas que investem em setores que são nucleares, que são setores-chave de outras economias, e isso permite-nos ter influência económica nessas economias, ou não. Por-tanto, há esse aspeto estratégico que tambémtem de ser ponderado.

Em segundo lugar, temos outro aspeto queé particularmente relevante, que, ao inves-tirmos no estrangeiro, há uns “inputs” que são necessários nessas empresas, as matérias--primas, o know how, o software, etc., querealmente continuam a ser fornecidos porempresas portuguesas.

Em terceiro lugar, há a utilização de exce-dente de stoks que possam existir nas empre-sas e que podem ser de alguma forma mobi-lizados nas empresas que vierem a ser criados nesses países.

Em quarto lugar, há a utilização dos pró-prios países do equipamento que nalguns ca-sos já não estão a ser devidamente utilizados nopaís de origem e que podem ser melhor apro-veitados nos países que realmente são objeto do novo investimento. A internacionalização “hard” pode ser estrategicamente adequada a um conjunto de empresas portuguesas.

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 29

“A SOFID tem plena capacidade financeira para satisfazer as solicitações existentes”, afirma An-tónio Rebelo de Sousa.

Temos a possibilidade de gerir o fundo InvestiMoz. Estamos também muito interessados em dinamizar o ITF – Infrastructure Trust Fund.

Page 30: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

O leasing, o renting e o fac-toring registaram um compor-tamento positivo nos primeiros meses de 2013, tendo registado aumentos exponenciais em abril, em comparação com o ano ante-rior, apesar do ambiente de crise no país, que tem levado a uma quebra no investimento. “Este é mais um sinal positivo de como as empresas que atuam no mer-cado português encaram estas formas de financiamento alterna-tivo como uma opção viável para fazer face à quebra da atividade económica”, de acordo com um comunicado da Associação Por-tuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF). Considerando a totalidade dos primeiros quatro meses de 2013, o Leasing já fi-nanciou investimentos no valor de 453 milhões de euros, o fac-toring tomou 6,136 mil milhões de euros (471 dos quais no apoio à exportação) em faturas e o ren-ting foi responsável pela aquisi-ção de 5281 viaturas no valor de quase 100 milhões de euros.

Leasing imobiliário destacou-se em abril

Na análise isolada ao mês de abril, os dados da ALF revelam que o leasing registou um total de investimento no valor de 128,95 milhões de euros, no mês de abril, o que representa um crescimento de 42,7% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando este valor se situou nos 90,34 milhões de euros. Destaque sobretudo para o leasing imobi-liário, que cresceu 63,7%, regis-tando 53,18 milhões de euros em abril 2013. O mesmo comporta-mento positivo foi verificado no leasing mobiliário, que assinalou um aumento de 31%, tendo regis-tado um valor de 75,77 milhões de euros no mês em análise.

Quanto ao renting, o número de viaturas novas adquiridas em abril situou-se nas 1560, tendo aumen-tado 7,9% em comparação com o período homólogo, tendo assim atingido um valor de 28,16 mi-lhões de euros, o que constitui um

crescimento de 3%. Em abril do ano passado, o número de viaturas adquiridas havia sido de 1446, que representavam um valor de 27,33 milhões de euros.

No que respeita ao factoring, instrumento que garante o recebi-mento atempado das faturas, em termos globais, assistiu-se a um crescimento de 3,4% no volume de créditos tomados, comparan-do abril de 2013 (1,629 mil mi-lhões de euros) com abril de 2012 (1,575 mil milhões de euros). No que respeita ao confirming (paga-mento de faturas), os valores regis-tados em abril de 2013 foram de 521,29 milhões de euros, um au-mento de 4,8% em comparação com o período homólogo onde es-tes valores se situaram nos 497,41 milhões de euros. De salientar o aumento de 9,6% do factoring dedicado à exportação que repre-sentou 131,74 milhões de euros em abril de 2013. O factoring à exportação tem vindo a crescer ininterruptamente, já desde antes da crise que afeta Portugal.

DE ACORDO COM OS DADOS DA ALF

Financiamento especializado inverte tendência e regista crescimento generalizado no mês de abril

A associação presidida por José Beja Amaro vê no crescimento do crédito especializado “um sinal positivo”.

MERCADOS

30 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

0,58% Var. Semana 0,005% Var. Semana 0,42% Var. Semana

-1,94% Var. 2013 -0,926% Var. 2013 -7,27% Var. 2013

Euro/Libra 29/May ....0,8561

Var Sem ........................ -0,18% Var 2013 ........................ -5,09%

Euro/Iene 29/May .130,5870

Var Sem .........................2,00% Var 2013 ...................... -12,47%

Euribor 3M 29/May .. 0,2000

Var Abs Sem ....................0,001 Var 2013 ..........................-0,801

Euribor 1Y 29/May ....0,4760

Var Abs Sem ................... 0,003 Var 2013 ......................... -1,028

Ouro 29/May ........1388,38

Var Sem ......................0,94% Var 2013 ....................-17,18%

Prata 29/May ............22,41

Var Sem .....................-0,96% Var 2013 ...................-25,92%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (29.05) 1,2941 EURIBOR 6M (29.05) 0,2980 PETRÓLEO BRENT (29.05) 103,05

1.282

1.284

1.286

1.288

1.29

1.292

1.294

1.296

23 Mai 24 Mai 27 Mai 28 Mai 29 Mai0.29

0.291

0.292

0.293

0.294

0.295

0.296

0.297

0.298

0.299

23 Mai 24 Mai 27 Mai 28 Mai 29 Mai101.5

102

102.5

103

103.5

104

104.5

23 Mai 24 Mai 27 Mai 28 Mai 29 Mai

Neste momento, o dinheiro é seguramente o bem mais escasso em Portugal. O Estado não o tem. Salvo as devidas excepções, as empresas e os particulares também não. E até os bancos não têm dinheiro, o sinal mais claro de que ele escasseia no país.

Este foi o resultado de vários anos em que saiu mais dinheiro de Portugal do que aquele que entrou. Foram vários os canais que serviram para operar esta sangria, e nesta coluna já me tenho referido ao principal – o défice da balança de transacções correntes. Este défice que, em percentagem do PIB, chegou a atingir um dos valores mais altos do mundo (10%) há cerca de cinco anos, está agora praticamente corrigido. A correcção foi vertiginosa, é preciso admitir, embora conseguida à custa de uma recessão igualmente vertiginosa.

O tema que pretendo hoje tratar é o do Investimento Directo Estrangeiro (IDE), que constitui uma das tradicionais fontes de receita externa do

país. Refiro-me às receitas resultantes da abertura de empresas estrangeiras em Portugal ou da aquisição por estrangeiros de posições de controlo em empresas portuguesas, líquidas das correspondentes operações realizadas por portugueses no estrangeiro.

Este item da Balança de capitais que, à última contagem, gerava uma receita para o país de cerca de 30 mil milhões de euros, está estagnado desde 2007, e não se antevê que possa crescer nos próximos anos, apesar de alguns esforços que têm sido feitos pelos últimos governos para atrair capitais ao país.

O investimento directo estrangeiro em Portugal depende, em primeiro lugar, de uma conjuntura macroeconómica favorável e de crescimento que, muito claramente, não se vislumbra no país nos próximos anos. Se muitos empresários portugueses só se mantêm como empresários, na conjuntura actual, porque não conseguem deixar de o ser, não é provável que muitos empresários

estrangeiros estejam dispostos a vir investir em Portugal o seu dinheiro para caírem na mesma situação.

À conjuntura macroeconómica desfavorável acrescem ainda as nossas tradicionais dificuldades culturais em nos adaptarmos a uma cultura de negócios, como as morosidades burocráticas, a lentidão dos processos decisórios, a dependência do Estado por parte da sociedade civil e empresarial, a multiplicidade e conflitualidade das leis e a ineficácia do nosso sistema de justiça que, frequentemente, demora anos para fazer cumprir um contrato, se é que alguma vez o faz cumprir.

Junte-se a isto a baixa produtividade do trabalhador português (cerca de metade daquela que prevalece na Alemanha) e a protecção desproporcionada na segurança de emprego que é dada ao trabalhador nacional em comparação com o seu congénere europeu, e logo se vê que Portugal não é, nem de longe, o país

mais atractivo para um empresário estrangeiro, singular ou empresa multinacional, vir arriscar o seu dinheiro. O mais provável é que, no fim do processo, fique sem ele.

A conclusão é que não é pela via do IDE que nós poderemos esperar no futuro próximo o excedente externo capaz de nos permitir começar a pagar as dívidas que o país tem com o exterior. Sem mecanismos endógenos que se vejam e que possam operar esta reviravolta, o mais provável é que a economia portuguesa continue nos próximos tempos a navegar nas águas em que agora navega. Até que uma alteração drástica, que, na minha opinião, só pode vir do desmembramento da Zona Euro, permita ao país recomeçar de novo e em novas bases. Existe um certo fatalismo na situação económica do país. Não há nada a fazer senão esperar.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Investimento Directo EstrangeiroEspeculação

PEDRO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA

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MERCADOS

Montepio apresenta a TAEG mais baixa do mercado em crédito universitárioMARIA JOÃO AGUIARRODRIGO TRÊPATERESA GONÇALVESFEP Junior Consulting

O Montepio destaca-se entre os bancos com oferta direcionada ao crédito universitário. Dos 12 bancos tipicamente analisados, apenas sete bancos oferecem o produto crédito universitário. No entanto, é de salientar que o Bar-clays, o Banco Popular, o BBVA e o BIC apresentam como alterna-tiva a este tipo de financiamento o crédito pessoal. No entanto, por apresentarem condições bas-tante distintas, optámos por não comparar o crédito pessoal e o crédito universitário. Dentro dos bancos que disponibilizam este produto, destaca-se o Montepio pela reduzida TAEG que oferece tendo em conta os pressupostos assumidos, 2,07%. O Crédito Formação Montepio pode variar entre montantes de dois mil eu-ros a 25 mil euros, dependente do nível do curso ao qual irá ser feita a candidatura. O prazo de carência é de seis meses e o prazo de reembolso varia entre 36 e 120 meses.

A nível do montante de finan-ciamento, o banco que mais se destaca pela amplitude do inter-valo de variação é o BPI, cujo crédito pode ir até os 75 mil eu-ros. O valor máximo mais baixo oferecido pelos bancos é 25 mil euros, pelo Santander Totta, o Montepio e o Crédito Agrícola. No que concerne aos prazos de carência do crédito, o BPI oferece o prazo mais alargado, podendo ir até 60 meses. No prazo de re-embolso, a solução mais alargada são 120 meses, destacando-se a Caixa Geral de Depósitos, o BPI e o BES sem limite mínimo para

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 31

BES “Best Subcustodian Bank”em Portugal pelo sétimo ano consecutivoO BES foi nomeado, pelo sétimo ano consecutivo, o melhor banco na prestação de serviços de subcustódia em Portugal, pela revista internacional Global Finance. O júri selecionou os melhores pres-tadores de serviços de subcustódia em 69 países, de entre as insti-tuições que de forma segura e consistente prestam os melhores ser-viços em mercados locais a custodiantes globais.

Millennium bcp patrocina SPAO Millennium bcp e a Sociedade Portuguesa de Autores assinaram um acordo, em que o ban-

co se torna patrocinador da instituição durante um ano. Ao longo desse pe-ríodo, o BCP vai apoiar o Dia do Autor, o Grande Prémio de Teatro, o Pré-mio Consagração de Carreira, o Grande Prémio da Música – Prémio Pedro Osório, o Prémio Alçada Baptista de Literatura Memorialistica e Autobio-gráfica, o Prémio de Rádio Igrejas Caeiro, a Revista “Autores”, bem como outras iniciativas culturais que venham a ser acordadas entre as partes.

Banco Produto Montante de financiamento

PrazosTAEG (1)

Utilização Carência Reembolso

CGD CrediFormação Caixa Até 30.000J 48 - 72 meses *1 Até 36 meses Até 120 meses 4,30%

BPI Crédito Formação BPI 1.000J - 75.000J n/a

12 meses ou múltiplode 12 meses; Duração

do curso + 6 meses, com máximo de 60 meses

Até 120 meses 4,71%

BES BES Up Vida Académica 1.000J - 30.000J n/a Até 12 meses Até 120 meses 5,50% *2

Santander TottaCrédito Universitário

Plus Até 25.000J n/a Até 48 meses 24 – 84 meses 3,90% - 4,50%

MontepioCrédito Formação

Montepio 2.000J - 25.000J*1 n/a Até 12 meses 36 - 120 meses 2,07% *2

BanifCrédito Formação

Académica 5.000J - 50.000J 6 - 72 meses Até 12 meses 24 - 120 meses 4,18%

Crédito AgrícolaEnsino 5.000J - 60.000J n/a 6 - 42 meses*1 24 – 120 meses 5,51%

Crédito Universitário com Garantia Mútua Até 25.000J 1 - 60 meses 12 meses 6 - 120 meses 2,28%

*1 Dependente do nível do curso*2 Assumindo uma média entre 14 e 16 valores

Pressupostos:Crédito para licenciatura de 3 anos, com um montante de 15.000J, com carência de 1 ano e reembolso em 6 anos, para os bancos que oferecem o produto Crédito Universitário.

Dos 12 bancos tipicamente analisados, apenas sete bancos oferecem o produ-to crédito universitário. Nesses casos, a solução é o crédito pessoal.

reembolso, sendo por isso mais flexíveis. Pelo contrário, o San-tander Totta oferece a solução mais inflexível, podendo assumir apenas um prazo entre 24 e 84 meses.

Usualmente, das soluções de crédito universitário disponíveis no mercado, as que apresentam menores taxas de juro são os cré-ditos com garantia mútua. Con-tudo, à data da publicação deste artigo, os plafonds anuais para estes créditos já tinham sido atin-gidos, pelo que estas soluções não estão disponíveis para compara-ção. É por esta razão que o Mil-lennium bcp não se encontra em análise, dado que oferece apenas com Garantia Mútua. Apenas foi possível obter informações relati-vamente ao crédito com Garan-tia Mútua do Crédito Agrícola, dado o simulador online ainda estar disponível. As restantes ta-

xas foram obtidas através dos serviços ao balcão, assumindo um crédito contraído para uma licenciatura de três anos, uma vez que a maioria das licenciaturas têm esta duração devido ao pro-cesso de Bolonha, com um mon-tante de 15 mil euros, prazo de carência de 12 meses, dado que o recém-licenciado ainda não terá, ao longo desse ano, a capacidade financeira necessária para pagar o mesmo, e prazo de reembolso em 72 meses. Tendo em conside-ração estes pressupostos, o banco que apresenta a melhor TAEG é o Montepio com uma taxa de 2,07%, seguindo-se do Crédi-to Agrícola com Garantia Mú-tua com 2,28%. Os bancos que apresentam as soluções de crédito mais caras são o Crédito Agríco-la sem Garantia Mútua e o BES, com taxas de 5,51% e 5,50%, respetivamente.

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ASFAC REVELOU NÚMEROS DO PRIMEIRO TRIMESTRE

Concessão de crédito continua em queda

Galp Energia e universidades criam instituto para petróleo e gás no mundo lusófonoA Galp Energia e as universidades de Aveiro, Coimbra, Lisboa, Minho e Porto vão criar o Instituto do Petróleo e Gás. O objetivo é poten-ciar a competitividade das indústrias de energia através da formação avançada de quadros técnicos e da criação de uma rede de cooperação entre empresas, instituições de ensino superior e outras entidades pú-blicas e privadas de I&D e de inovação industrial.

Esaf eleita a melhor sociedade gestora em PortugalA Esaf foi eleita a melhor sociedade gestora de fundos de investi-mento mobiliário em Portugal. A gestora do grupo Espírito Santo foi ainda distinguida em mais quatro áreas: Melhor Sociedade Ges-tora Nacional de Obrigações, Melhor Fundo Nacional Obrigações Euro (Espírito Santo Obrigações Europa), Melhor Fundo Estran-geiro Obrigações Euro (Espírito Santo Euro Bond) e Melhor Fundo Nacional Misto Moderado Euro (Espírito Santo Estratégia Ativa).

A “tendência de decréscimo dos montantes concedidos irá manter-se ao longo dos próximos meses”, avisa o presidente da ASFAC.

MERCADOS

32 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

O preço do petróleo abrandou nos últimos tempos, por consequência da estagnação económica na Europa, mas principalmente pelo excesso de oferta de crude... As refinarias do Mar do Norte regressaram da fase de manutenção, a produção dos países fora da OPEP não tem sido tão afetada ultimamente e os conflitos no Iraque ainda não afetaram os campos petrolíferos.

Enquanto isso, nos Estados Unidos a produção de crude continua a atingir níveis altíssimos, a oferta é abundante mas este país ainda só consegue produzir pouco mais de metade do petróleo consumido (recentemente, e como reflexo da redução dos problemas nos oleodutos que atravessam o país até ao Golfo do México, tem-se verificado uma maior utilização de crude relativamente aos meses anteriores, e esse facto permite que o nível das importações americanas de crude ainda não tenha descido significativamente).

No entanto, e nos últimos meses, os EUA já conseguiram produzir quase 90% do consumo total de energia do país, níveis só antes vistos na década de 80!

De onde vem esta abundância extra? Do gás natural, claro...

Os Estados Unidos possuem a quinta maior reserva de gás natural do mundo (relativamente a reservas comprovadas, representando 4% da oferta mundial). Porém, a oferta estimada de “shale gas” (gás natural retirado de rochas sedimentárias, cuja extração de forma pouco convencional é extremamente difícil) ao largo daquele país leva a que o Departamento de Energia considere que em 2035 este gás de xisto já seja responsável por quase metade do total da oferta de gás natural dos EUA (em 2000 esta percentagem era apenas de 1%, e em 2010 já terá sido de 20%).

Apesar da crescente importância do gás natural, o efeito da oferta abundante desta matéria-prima sobre o preço do petróleo continua a ser reduzido, dada a utilização ainda diminuta. Mas tenderá a ser cada vez maior... Em 2012, o preço do gás natural nos EUA desceu substancialmente, enquanto na Europa o movimento foi de subida (deste lado do Atlântico, muitas empresas refletem uma indexação ao crude quando elaboram o preço do gás natural). Estes preços eram similares em 2008, mas, actualmente, o preço desta matéria-prima nos Estados Unidos é cerca de metade do preço praticado na Europa.

Tal é o impacto desta oferta de gás natural nos EUA que já se estimam efeitos directos nos indicadores económicos daquele país, tal como a

redução do défice da balança comercial (redução das importações de petróleo) e o aumento do PIB (aumento do investimento em tecnologias de exploração de gás, tal como a conversão dos combustíveis das frotas de camiões e autocarros) mas o efeito indireto da criação de emprego também já é visível.

E qual a perspectiva para a Europa? O gás natural já representa cerca de 25% do consumo total de energia da Zona Euro, mas o nível de importações deverá aumentar (metade do gás consumido vem de fora) pois não parecem existir reservas abundantes desta matéria-prima nesta zona do Globo, com exceção das reservas que poderão estar localizadas ao pé de Chipre. Recentemente, foi discutida a hipótese de estas reservas poderem ajudar este país a reduzir os seus problemas económicos (algumas empresas russas, dominantes no mercado europeu, avançaram com a possibilidade de comprar o direito de exploração em mares cipriotas). A confirmar-se a existência destas reservas (estima-se que possam chegar a 3,5% das reservas mundiais), o Chipre poderá substituir todo o consumo atual de petróleo por gás natural, e ainda assim sobrarão 99% desta matéria-prima para ser exportada !!!

No entanto, e nos últimos meses, os EUA já conseguiram produzir quase 90% do consumo total de energia do país, níveis só antes vistos na década de 80!De onde vem esta abundância extra? Do gás natural, claro...

Estaremos perto de uma mudança no panorama geoestratégico do petróleo? Talvez, se acreditarmos que surgem rumores que os Estados Unidos poderão transferir gastos militares do Oriente Médio para a Ásia, como consequência da ameaça nuclear da Coreia do Norte, pela necessidade de gás natural da China e Japão (os EUA permitem exportações desta matéria-prima, ao contrário do que acontece com o crude) mas também porque poderemos estar a chegar a uma fase de esgotamento na oferta do “ouro negro” em alguns países árabes membros da OPEP.

Apetece perguntar... Há gás natural no Beato?

Gás, o combustível do futuro?É natural...

RUI CORREIA DIRECTOR DA SALADE MERCADOS DO BARCLAYS

A concessão de crédito baixou 6,6% no primeiro trimestre do ano face ao trimestre homólogo, cifrando-se nos 860 milhões de euros, de acordo com os dados da Asso-ciação de Instituições de Crédito Especia-lizado (ASFAC). Face ao último trimestre de 2012, a quebra foi de 3,8 por cento. O presidente da ASFAC, António Menezes Rodrigues, considera que a “tendência de decréscimo dos montantes concedidos irá manter-se ao longo dos próximos meses, uma vez que a situação económica e finan-ceira do país, que levou ao aumento do de-semprego e aos baixos níveis de confiança dos portugueses, irá manter-se”.

Esta quebra deve-se sobretudo ao crédito clássico concedido a particulares, que re-presenta 91,7% do total do crédito clássico concedido, e cuja descida foi de 12,6%. De salientar que este tipo de crédito registou uma quebra de 11,9%, representando ape-nas 31,8% do total de crédito concedido. Contudo, também o crédito stock apre-sentou um recuo de 20%, representando 40,4% do total de crédito concedido pe-las associadas da ASFAC, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em

sentido contrário, o crédito revolving apre-senta uma evolução de 35%, confirmando o movimento ascendente que se observou ao longo de 2012 (esta subida está relacio-nada com o aumento do número de pon-tos de venda do produto).

A grande fatia (64%) dos montantes concedidos no crédito clássico continua a ser destinada à aquisição de meios de transporte, seguindo-se a aquisição de ar-tigos para o lar, com 18%, e o crédito pes-soal, com 14%. Verificou-se, no entanto, um aumento de 4,5% do montante con-cedido em crédito pessoal face ao mesmo trimestre do ano anterior, ao contrário do que sucedeu com a aquisição de meios de transporte, que decresceu 16,9%, e com o crédito lar, cuja quebra foi de 10,3%.

Relativamente ao número de contratos de crédito clássico nos primeiros três meses deste ano, foram celebrados 83 806, dos quais 98,1% com particulares. Em média, o valor atribuído por cada contrato, en-tre janeiro e março, foi de 3267 euros, o que representa uma diminuição de 7,5% em comparação com o mesmo período de 2012.

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MERCADOS

As crianças devem começar a ter a noção da realidade do dinheiro e dos problemas que a sua gestão pode levantar “desde a mais tenra idade”, de acordo com Susana Albuquerque, secretária-geral e coordenadora do Programa de Educação Financeira da Associação de Sociedades Financeiras para Aquisições a Crédito (ASFAC). Numa entrevista concedida à “Vida Económica” a propósito do Dia da Criança, que se assinala amanhã (1 de junho), a especialista em educação financeira da ASFAC aponta a informação como o melhor caminho, tanto no que se refere à educação de base de crianças e jovens como em cenários de sobreendividamento. “É crucial esta explicação para que os mais jovens percebam que é necessário alterar os estilos de vida e os hábitos de consumo”, explica Susana Albuquerque.

AQUILES [email protected]

Vida Económica – O cenário da edu-cação financeira em Portugal é diferente do de outros países?

Susana Albuquerque – Sim. Em primei-ro lugar porque não há educação financei-ra obrigatória nas escolas como há em In-glaterra ou Estados Unidos, por exemplo. Em Portugal a educação financeira é uma realidade recente, pelo que ainda há muito trabalho a fazer, já que a educação é um in-vestimento a médio-longo prazo.

VE – A educação financeira é impor-tante a partir de que idade das crianças?

SA – É fundamental as crianças come-çarem a lidar com o dinheiro desde a mais tenra idade. Por volta dos dois/três anos é a altura ideal, dado que é nesta fase que co-meçam a pedir coisas. Assim, pode começar por mostrar as diferenças entre aquilo que queremos e desejamos e aquilo que preci-samos. Outra coisa que se pode fazer para a educação financeira das crianças nesta idade é pedir-lhes para escolher uma de entre as inúmeras coisas que querem, explicando que só podemos comprar isto, é uma intro-dução à ideia de respeitar um orçamento e

os respetivos limites financeiros. Essencial também é que a partir desta idade se ensine a valorizar tudo aquilo que temos: desde a comida aos brinquedos. À medida que os filhos vão ficando mais velhos, a responsa-bilização em relação ao dinheiro deve ser maior. Assim, sugiro que, a partir dos seis/sete anos, os pais deem uma semanada aos filhos, pois é a melhor forma de lhes ensi-narem a fazer e gerir um orçamento – uma das competências do dinheiro mais impor-tantes; que lhes peçam ajuda para fazer a lista de compras e mais importante ainda para respeitar no supermercado, para além de lhes mostrar as diferenças entre notas e moedas e lhes ensinar o seu valor e como calcular o troco. Outra vantagem grande de dar semanada aos seus filhos é a de lhes per-mitir aprender a poupar, o que pressupõe que o valor dado inclua um pouco mais do que as necessidades que é suposto satisfazer. Por volta dos 10/11 anos, pode passar para a mesada. Em ambos os casos, os pais não devem desanimar se os filhos gastarem o di-nheiro antes do prazo estipulado. É normal que isso aconteça. O importante é que ele vá aprendendo com as suas escolhas.

VE – Pelo lado do papel dos pais,

como se deve abordar o tema para au-mentar as probabilidades que a mensa-gem passe?

SA – A naturalidade e regularidade com que se fala sobre o dinheiro devem ser uma constante, para que as crianças percebam que o dinheiro não é um tema tabu, mas sim algo do quotidiano. O exemplo dos pais é fundamental para as crianças, pelo que os pais devem tomar as atitudes e com-portamentos mais corretos, uma vez que estão, simultaneamente, a contribuir para a formação dos mais pequenos e para a sua correta gestão financeira. Por outro lado, os pais devem envolver as crianças na vida fi-nanceira da família. O momento em que é definido o orçamento familiar e os objetivos a atingir deve ter a participação das crianças, não só porque é um bom exercício para a sua formação, mas também porque as res-ponsabiliza e as ajuda a perceber para onde devem caminhar. Há outros momentos, como a preparação da lista de compras ou a ida ao supermercado que podem e devem servir para lhes dar noções de educação fi-nanceira. A diferença entre necessidades e desejos, entre caro e barato, fazer contas e cumprir o estipulado: tudo isto é possível numa simples ida às compras.

VE – Em cenários de endividamento e de insolvências, como se deve comu-nicar com as crianças para minorar umimpacto destas experiências traumati-zantes?

SA – Em primeiro lugar, quero referir queuma situação de endividamento não tem deser necessariamente má. Grande parte dos portugueses endividou-se para comprarcasa, contudo, não estão em situação de sobreendividamento, essa sim é uma situa-ção preocupante. Diz-se que estamos numa situação de sobreendividamento quando os rendimentos não são suficientes para fazerface às despesas dos empréstimos. E istopode acontecer não por má gestão, mas sim por razões inesperadas, como são o desem-prego, a doença e o divórcio. Atualmente, efruto da conjuntura económica, o desem-prego tem levado várias famílias a entrar em dificuldades financeiras. Nesses casos emque há dificuldades financeiras, podendomesmo chegar a insolvências, há que ex-plicar às crianças que a realidade mudou para a família, explicando o motivo e dandoexemplo de outras pessoas conhecidas que também estão em situação difícil do pontode vista financeiro. É crucial esta explicação para que os mais jovens percebam que énecessário alterar os estilos de vida e os há-bitos de consumo. Dar exemplos de como se vivia antigamente, mostrando que a feli-cidade não advém dos bens materiais, podeser bastante importante para apoiar na per-ceção da nova realidade. Os pais, enquanto exemplo, devem encarar essa mudança sem rancor, pois assim será muito mais fácil para os mais pequenos.

VE – Voltando à educação financeiradas crianças, além da família, que papel podem ter instituições como as IFIC eos bancos?

SA – As instituições financeiras são de-tentoras de know-how nesta matéria, pelo que, havendo um baixo nível de educação financeira no país, é normal que, enquan-to instituições responsáveis, se preocupem e desenvolvam ações tendo em vista o au-mento dos conhecimentos dos portugueses nesta matéria. Hoje em dia, muitas insti-tuições financeiras desenvolvem já projetosde educação financeira no âmbito dos seus programas de responsabilidade social.

VE – Qual o papel da escola nessa educação financeira?

SA – Tal como em qualquer outra área, a escola tem um papel crucial na educaçãofinanceira das crianças. Não quero com isto dizer que os pais tenham uma responsabili-dade menor. Certos da importância do seu papel na formação financeira dos mais jo-vens, recebemos cada vez mais pedidos deescolas – quer públicas, quer privadas – para desenvolver projetos de educação financeiranas escolas.

SUSANA ALBUQUERQUE, COORDENADORA DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA DA ASFAC, ACONSELHA

“É fundamental as crianças começarem a lidar com o dinheiro desde a mais tenra idade”

SAG com resultado líquido negativo de 3,7 milhõesA SAG – Soluções Automóvel Globais obteve um resultado líquido negativo de 3,7 milhões de euros, no primeiro trimestre. Ainda assim, importa notar que o EBITDA sofreu uma apreciação de 22%, face período homólogo do ano pas-sado, para 14,8 milhões de euros. A Unidas, participada da SAG no Brasil, tem revelado um desempenho positivo, facto que tem permitido, de algum modo, compensar as dificuldades que se verificam no mercado interno.

Cimpor aumenta ganhos em sete por centoA Cimpor obteve um aumento dos lucros de 7%, no primeiro trimestre e face a período homólogo do ano passado, para cerca de 52,4 milhões de euros. “Este resultado deveu-se, sobretudo, à recomposição do perfil do grupo. A perfor-mance do novo conjunto de ativos aportados pela InterCement resultou numa contribuição para o EBITDA consolidado quatro vezes superior à dos ativos ce-didos pela Cimpor no processo de permuta concluído no final de 2012.”

“Em Portugal a educação financeira é uma realidade recente, pelo que ainda há muito trabalho a fazer”, explica a coordenadora do Programa de Educação Financeira da ASFAC. Amanhã assinala--se o Dia da Criança.

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 33

Page 34: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

O Grupo Mota-Engil registou um resultado líquido de 5,5 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. Este valor representa um crescimento de 22% face aos 4,5 milhões re-gistados no mesmo período de 2012. Para este crescimento contribuiu decisivamente a atividade internacional, que repre-sentou 64% do total do volume de negócios, e que permitiu o crescimento da atividade do grupo em 2,7%, para 471,2 milhões de euros, com destaque para África, onde se registou um crescimento de 5,2%, e América Latina, onde se verificou um expressivo crescimento de 55,9%, que, estando em linha com a tendência dos últimos trimestres, permitiram compen-sar a retração no mercado europeu.

Através do crescimento internacional, o Grupo conseguiu aumentar o EBITDA em 8,5% para 62,2 milhões de euros, e o EBIT para 35,8 milhões de euros (um crescimento de 8,8%), revelando assim os resultados do primeiro trimestre uma maior rentabilidade e eficiência operacional. Relativa-mente à carteira de encomendas, de cerca de 3,4 mil milhões de euros, continua a demonstrar o crescimento da representa-tividade dos mercados externos (com 79% do total), com os mercados de África e América Latina a representarem 48% e 25%, respetivamente. Em termos financeiros, a Mota-Engil manteve a tendência de crescimento do seu investimento face ao período homólogo (25 milhões de euros contra 20 milhões no primeiro trimestre de 2012), concentrado maioritariamen-te na expansão orgânica das suas operações internacionais, conseguindo, simultaneamente, reduzir a dívida líquida em 2% face ao período em comparação.

O aumento da maturidade da dívida é igualmente outro indicador que se destaca dos resultados hoje apresentados que demonstram um grupo mais internacional, com níveis supe-riores de rentabilidade e de reforço estrutural do seu balanço.

Criação da região Europa

No seguimento da alteração do modelo organizacional im-plementado em 2012, passando de uma matriz de áreas de negócio para um âmbito regional, o Grupo concretizou no início de 2013 o modelo definido ao criar a região Europa. Esta integra, numa única base regional e sob a mesma plata-forma de gestão, os mercados que atualmente constituem as regiões de Portugal e Europa Central, passando, assim, a ter uma divisão de negócios entre Europa, África e América La-tina. Segundo a Mota-Engil, esta reorganização leva o grupo a afirmar-se “cada vez mais como uma multinacional, de base portuguesa e com uma crescente atividade internacional”. O pressuposto estratégico da constituição da região Europa tem por objetivo único o reforço das sinergias operacionais e de gestão financeira desta região.

Centro de competências de engenharia

Entretanto, a empresa anunciou a criação de um centro de competências de Engenharia, sediado em Portugal, e baseado nos segmentos especializados de trabalhos portuários e de fer-rovias. “Este centro, que congrega as referidas especialidades, assegurará a capacidade do grupo para marcar presença onde quer que surjam oportunidades, reconhecendo a existência de know-how interno que lhe permite competir à escala global, sendo assim criadas as condições operacionais para tal objeti-vo”, refere a Mota Engil, em comunicado. A entidade acres-centa que “a concretização deste centro de competências surge na sequência das solicitações crescentes surgidas a nível inter-nacional para o estudo e apresentação de propostas, de forma mais expressiva na África Subsariana e na América Latina”.

Europ Assistance garante usados da OpelA Europ Assistance é a companhia de seguros recomendada pela Opel para a gestão das ga-rantias dos veículos usados abrangidos pelo programa Opel Usados Certificados. A garantia é equivalente à de fábrica e tem cobertura nacional, sendo as reparações dos veículos efetuadas na rede oficial Opel. Estão incluídos no programa Opel Usados Certificados veí-culos com até sete anos ou 150 mil km.

ATIVIDADE INTERNACIONAL DO GRUPO REPRESENTOU 64% DO TOTAL NO PRIMEIRO TRIMESTRE

Mota-Engil com crescimento de 22%

EDP encaixa 450 milhões através de securitização do défice tarifárioA EDP acordou ceder à Tagus – Sociedade de Titularização de Créditos uma parcela do défice tarifário do ano passado e respetivos juros, por um valor de 450 milhões de euros. O défice ta-rifário resultou do diferimento por cinco anos da recuperação do sobrecusto relacionado com a aquisição de energia aos produtores em regime especial. No final do ano passado, a EDP de-tinha um montante de 973 milhões de euros do referido défice tarifário.

MERCADOS

34 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

O crescimento da atividade internacional permitiu uma subida de 2,7% do volume de negócios do grupo, para 471,2 milhões de euros.

O comentário de um rapaz de 16 anos foi capaz de iniciar, durante esta semana, uma larga discussão entre direita e esquerda, num assunto que chocou muitas mentes sobretudo quando enquadrado naquilo que tem sido uma das variáveis mais difíceis de gerir durante a crise – o desemprego.

Raquel Varela, no programa “Prós e Contras”, quase fazia uma alusão que Martim era um capitalista explorador que pagava o SMN, contudo sem levar em conta os vários detalhes económicos que o SMN implica.

Muitos argumentam que aumentar o SMN serve para ajudar sobretudo os mais necessitados, contudo, aquilo que à primeira vista parece uma boa medida ignora um detalhe importante – o SMN é de 4,34 J/hora. Posso apostar que oiço já um zumbido de vozes a clamarem que o SMN está longe desse valor, contudo ignoram também um detalhe importante. Sabendo que uma empresa emprega alguém se este adicionar valor então é necessário contabilizar o custo de trabalho para a empresa. Os 4,34J/hora advêm de 485J x 14 meses, adicionados da TSU (23,75%) e do trabalho realizado efectivo (11 meses). Ora, o detalhe que muitos ignoram é que

o SMN não obriga as empresas a pagar esse valor a todos os trabalhadores, mas força sim a pagar esse valor aos que mantém. Aos que despede ou que acabam por nunca ser contratados, a empresa não tem obrigação de pagar o valor de SMN.

Vamos tomar como exemplo o negócio do Martim – que, como dissemos, a razão para se contratar alguém é se efectivamente virmos valor acrescentado. Suponhamos que o Martim ganha 1J por camisola, excluindo o custo do trabalhador, um determinado SMN não obriga às empresas a pagar esse montante a todos os trabalhadores. Obriga, sim, a pagá-lo aos trabalhadores que escolhe em manter, e sem necessidade de pagar àqueles que são despedidos ou que nem chegam a ser contratados. O João, que trabalha para o Martim, produz 6 camisolas por hora, criando um valor de 6J para o empreendedor por hora. Se o Martim lhe pagar o SMN, então acaba por ter 1,16J de lucro por hora.

Ora, é normal que um empreendedor empregue indivíduos com capacidades díspares. O Zé, que trabalha igualmente para o Martim, é o mais produtivo, conseguindo fazer 7 camisolas/hora, gerando um valor de 7J e como tal um

lucro de 2,16J/hora. O Carlos é dos três o menos produtivo, conseguindo produzir 5 camisolas/hora, perfazendo um lucro final de 0,66J. Para o Martim, isto resulta num valor final de 4J/hora.

Imaginemos que os políticos sobem o SMN de 485J para 600J por mês, representando um custo horário de 5,37J por trabalhador. O que acontece consequentemente aos trabalhadores do Martim?

O João que produz 6 camisolas, gera um lucro de 0,63J. O Zé, o mais produtivo, gera 1,63J, ao passo que o Carlos gera um prejuízo de -0,37J/hora, acabando por não gerar qualquer valor para o dono, e inclusive este ficaria melhor em 0,37J/hora ao despedir o Carlos. O SMN foi efectivamente benéfico para o José e o João, visto que foram aumentados em 1J/hora, contudo foi devastador para o Carlos, que perde o seu trabalho ou impossibilitado de ser futuramente contratado e ficou prejudicado em 4,34J/hora.

Portanto, uma das conclusões a que podemos chegar é a de que o SMN não ajuda o trabalhador à custa do dono, mas beneficia sim os trabalhadores mais produtivos à custa dos menos produtivos,

eliminando a possibilidade de estes competirem no mercado de trabalho e até mesmo aprimorarem as suas capacidades. Adicionalmente, esta medida beneficia os indivíduos que à partida não precisam de ajuda – os mais produtivos. O que é que eventualmente acabaria por acontecer ao José? Ou o dono reconheceria as suas capacidades, premiando-o por tal, ou ao não fazê-lo a concorrência ofereceria melhores condições para que José fosse gerar valor para a outra empresa. De qualquer das formas, o José eventualmente sairia beneficiado.

Portanto, os trabalhadores que o SMN beneficia, acabariam por ser beneficiados de qualquer maneira, mesmo sem a existência do mesmo.

É preciso incentivar atitudes de empreendedores como o Martim, eliminando burocracias, custos e facilitando a criação de ideias, dado que, sendo o dinheiro o reflexo da produção de bens e serviços de uma economia, para Portugal ficar efectivamente mais rico, precisamos dos indivíduos que empreendem, como o Martim, na produção desses bens.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Martim e o salário mínimo

SALVADOR NOBRE DA VEIGAaccount manager da XTB

Page 35: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

Trata-se de uma conta programada que não tem montante mínimo de abertura, permitindo que o cliente escolha se quer poupar mensalmente, pontualmente ou mesmo num sistema misto. O montante mínimo dos reforços é de 10 euros, sendo o valor máximo de 2000 euros. No total, o investimento máximo das entregas não poderá ser superior a 24 mil euros. Em troca, o banco aplica uma TANB de 2,75%, acrescida de uma bonificação anual de 0,25%, caso sejam efetuadas 12 entregas por ano.

MARTA ARAÚ[email protected]

Com uma nota de 10 já pode esperar resultados

Não é preciso ter muito dinheiro para começar a poupar. Esta é a principal men-sagem deste depósito a prazo do Banco Espírito Santo (BES). Até porque, nesta Conta Poupança Dez, a instituição bancá-ria não exige sequer qualquer capital mí-nimo para a subscrição do produto. Con-tudo, o banco irá premiar, essencialmente, a capacidade de fidelização ao produto. Quanto mais tempo colocar os 10 euros de lado, maior será a TANB aplicada.

A flexibilidade, e tal com acontece nou-tras soluções de poupança na banca na-cional, é uma das palavras de ordem. Na atual conjuntura, a capacidade de aliança e de cumprimento dos clientes para com os produtos financeiros já teve melhores dias, pelo que se impõe a implementação de so-luções menos pesadas no que concerne aos

montantes de investimento.Neste sentido, o cliente pode escolher,

desde logo, se pretende que o prazo des-te produto seja de 3, 5 ou 10 anos. Sem montante mínimo de abertura de conta, as entregas podem ser mensais ou pontu-ais. Seja como for, e em ambos os casos, o montante mínimo, tanto para entregas mensais como para reforços pontuais, o valor mínimo é de 10 euros, sendo o má-ximo de 2000 euros. Tudo somado, estes valores não poderão ultrapassar os 24 mil euros.

TANB fixa acrescida de mais bonificação em caso de fidelização

A taxa anual nominal bruta (TANB) da Conta Poupança Dez é de 2,75%. Esta taxa base será acrescida numa bonificação anual de 0,25%, em caso de cumprimento do plano de entregas (12 entregas mensais/ano), aplicável ao ano seguinte e acumu-lável.

Ainda neste âmbito, tenha em linha de conta que o máximo de bonificação acu-mulada no final do prazo é de 0,50% (3 anos), 1% (5 anos) ou 2,25% (10 anos).

Os juros serão pagos anualmente na re-novação ou no vencimento no caso do úl-timo ano, por crédito do respetivo valor na conta poupança.

De salientar ainda que são permitidos reforços a qualquer momento até ao mon-tante máximo anual definido para as entre-gas programadas e reforços pontuais, sen-do os juros calculados proporcionalmente de acordo com a taxa de juro em vigor para o período.

Este produto permite realizar mobiliza-ções antecipadas, totais ou parciais. Sendo que a mobilização antecipada, total ou parcial, antes do vencimento implica a pe-nalização total dos juros desse período vin-cendos e não pagos, bem como a perda da bonificação do período seguinte adquirida por cumprimento do plano de entregas mensais.

Jerónimo Martins ganha mais de 75 milhões no primeiro trimestreO grupo de distribuição Jerónimo Martins aumentou o seu resultado líquido 10,4%, no pri-meiro trimestre, para 75,3 milhões de euros. Face a período homólogo do ano passado, o EBI-TDA cresceu quase 14%, para cerca de 166,8 milhões de euros. As vendas ascenderam a perto de 2,8 mil milhões de euros, mais 15,6% do que no exercício anterior.

Lucros da Ibersol caem 54%A Ibersol registou um resultado líquido de 128 mil euros, no primeiro trimestre, o que se tra-duziu num decréscimo de 54%, face a igual período do ano passado. “No primeiro trimestre, a crise económica na Península Ibérica continuou a afetar negativamente a evolução da ativi-dade do grupo. O efeito recessivo destes mercados foi atenuado pela atividade desenvolvida em Angola”, refere a empresa em comunicado.

A Comissão Europeia consi-dera que as provas de resistência levadas a cabo aos bancos pelas autoridades melhoram em cada ronda e que as próximas serão ainda mais consistentes. Bruxe-las garante que estes testes vão ter resultados muito positivos

na governação da banca euro-peia.

Em comunicado, Bruxelas admite que ainda há margem para melhorar. Todavia, deixou o aviso que é preciso assegurar que as decisões tomadas pelas agências comunitárias de super-

visão não podem cair em “saco roto”, sobretudo quando é dete-tado incumprimento das regras comunitárias ou nos casos de arbitragem entre as autoridades nacionais. Mas vai mais longe e levanta outras questões, desig-nadamente estudar se o sistema

de governação dos organismos é satisfatório ou se é necessário introduzir certos elementos, como um maior controlo atra-vés do Parlamento Europeu. Aumentar o papel das entidades de supervisão para que também assumam a proteção dos consu-

midores, a vigilância dos índi-ces de referência ou o controlodireto das instituições – câma-ras de compensação ou grandecompanhias de seguros – sãooutras matérias que estão emcima da mesa para debate fu-turo.

Próximos testes de resistência aos bancos serão mais “robustos”

A NOSSA ANÁLISE

Conta Poupança do BES chega aos 5% com 10 euros/mês

CONSELHOS

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 35

MERCADOS

Page 36: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

Fixing29.mai.13

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1.2952 0.50% -0.36% -1.83%

EUR/JPY 130.90 -0.13% 2.16% 15.22%

EUR/GBP 0.8570 0.21% 2.02% 5.01%

EUR/CHF 1.2480 -0.05% 1.69% 3.38%

EUR/NOK 7.6000 0.88% -0.28% 3.43%

EUR/SEK 8.6082 0.16% 0.59% 0.31%

EUR/DKK 7.4539 0.00% -0.03% -0.10%

EUR/PLN 4.2250 0.38% 1.59% 3.71%

EUR/AUD 1.3447 1.09% 6.29% 5.78%

EUR/NZD 1.5912 -0.13% 4.16% -0.83%

EUR/CAD 1.3434 0.71% 1.34% 2.26%

EUR/ZAR 12.6714 2.47% 6.83% 13.41%

EUR/BRL 2.6866 1.52% 3.31% -0.63%

Eur/Usd permanece perto de máximos de três anos

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

No início do mês o PSI 20 recuou dos máximos do ano, rejeitando o teste ao nível estabelecido no início do ano. Desde o terceiro trimestre de 2012 que o PSI 20 registava uma forte tendência de alta, tendo esta recuperação sido travada pelos 6375 pontos. Apesar de no final do primeiro trimestre ter sido observada uma forte queda no índice nacional, os 5500 pontos ofereceram um forte suporte, tendo este sido seguido por uma nova tentativa de cotar acima dos 6375 pontos. Um novo teste aos máximos do ano é ainda possivel.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Esta semana, o índice alemão registou novamente máximos históricos, reforçando o momento ascendente que se vinha registando desde finais de 2011. De facto, a, quebra da zona de resistência entre os 7200/7420 pontos já sugeria a possibilidade de renovação dos máximos históricos. Após algumas semanas de “pausa”, em meados deste mês, o teste conseguiu quebrar com sucesso os 8112 pontos, tendo já ultrapassado os 8500 pontos.

As Euribor subiram ligeiramente, suportadas por dados económicos mais favoráveis que reduziram as expectativas de uma política monetária mais agressiva por parte do BCE. No entanto, a taxa de referência a 3 meses continua abaixo dos 0.20% e a dos 6 meses dos 0,30%. Estão depositados junto do BCE perto de 86 mil milhões de euros a 0% e já são vários os dias em que o valor está abaixo dos 100 mil milhões de euros, confirmando-se a redução estrutural do excesso de liquidez no sistema interbancário. O BCE continua a explorar caminhos para facilitar a concessão de crédito às pequenas empresas situadas nas regiões periféricas da Zona Euro. Segundo Joerg Asmussen, o BCE irá manter a política de expansão monetária, no entanto deverá ser cauteloso quanto à redução da taxa de depósito para valores negativos. Mais, reforçou que taxas a níveis reduzidos durante um período demasiado longo poderá criar novos riscos. Alguns governos da UE solicitaram

que os investimentos públicos sejam excluídos dos cálculos dos Orçamentos de Estado, para que se consigam atingir os objetivos orçamentais mais facilmente, mas para Asmussen este não será o caminho mais correto. O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou que os países membros não deverem apoiar-se no sistema de resgate do bloco para se “esquivarem” da responsabilidade dos problemas existentes no setor bancário nacional. Adicionalmente, elogiou Portugal, Espanha e Grécia por se encontrarem a fazer progressos significativos na reforma das suas economias. O Instituto Ifo acredita num maior crescimento da economia alemã no segundo trimestre deste ano, devido, em grande parte, à forte recuperação verificada no sector da construção. O índice Ifo que mede o sentimento dos empresários alemães, subiu acima do esperado em Maio após 2 meses de queda, indiciando que a maior economia europeia está a ganhar ritmo de crescimento, depois de um primeiro

trimestre desapontante. Christian Noyer, membro francês do conselho do BCE e governador do Banco de França, realçou que o seu país deverá focar-se no controlo dos gastos públicos, já que não existe margem para aumentar mais os impostos. Os custos com o estado social representam 30% do PIB, encontrando-se este em níveis insustentáveis, sendo que o melhor caminho para lidar com esta situação seria o combate aos gastos públicos em vez de novos aumentos das contribuições por parte da população. O índice de confiança dos consumidores franceses caiu fortemente, em Maio, fixando-se bem abaixo da média de longo prazo e aquém das previsões dos analistas. Neste contexto, as taxas de juro de longo prazo continuam a recuperar de mínimos históricos. Há a ideia de que a política de estímulos dos Bancos Centrais mais tarde ou mais cedo terá que abrandar, no que resultará um aumento de oferta de títulos no sistema.

ANÁLISE PRODUZIDA A 29 DE MAIO DE 2013

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd Há duas semanas o Eur/Usd

quebrou o comportamento late-ral, entre os 1,30 e os 1,32 dó-lares, que vinha caracterizando a sua performance no último mês, recuando para mínimos de pou-co mais de 1 mês.

A quebra da zona de supor-te 1,30 dólares despoletou um movimento que levou o câmbio até valores ligeiramente abaixo dos 1,28 dólares. Apesar de uma recuperação estar em curso, en-quanto abaixo da resistência dos 1,3000/1,3030 dólares, uma vi-sita aos 1,2750 é ainda possível.

Eur/JpyO Eur/Jpy registou a sema-

na passada novos máximos de 3 anos, atingindo valores acima dos 133 ienes. Após um período de pausa, na sequência de um forte

movimento de subida de agosto de 2012 a fevereiro de 2013, o câmbio retomou a tendência de alta, ultrapassando os 128 ienes. Desde então o comportamen-to deste cross tem sido marcado por máximos e mínimos relativos mais altos. Os 128 ienes são o suporte relevante mais próximo mais próximo.

Eur/GbpOs movimentos do Eur/Gbp

têm sido caracterizados, desde os máximos de 20 meses observados em fevereiro, por máximos rela-tivos mais baixos. No entanto, o câmbio tem tido evidentes di-ficuldades em quebrar o suporte das 0,84 libras. Caso a quebra se suceda, poderemos assistir a uma violenta queda do câmbio, tal-vez para valores abaixo das 0,83 libras.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)29.maio13 31.outubro12 10.outubro12

1M 0.112% 0.112% = 0.000 0.116% -0.004

3M 0.200% 0.199% 0.001 0.207% -0.007

1Y 0.476% 0.475% 0.001 0.510% -0.034

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,50%BCE Lending Facility* 1,00% Deposity Facility* 0,00%

*desde 2 de maio 2013

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,50%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

July 13 0.200%August 13 0.210%

September 13 0.220%December 13 0.250%

March 15 0.550%September 16 1.135%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.190 0.2103X6 0.205 0.2151X7 0.294 0.3093X9 0.312 0.327

6X12 0.359 0.37412X24 0.704 0.723

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0.446 0.4663Y 0.595 0.6155Y 0.956 0.9668Y 1.462 1.472

10Y 1.734 1.754

Obrigações 5Y 10Y 4.21 5.52

3.25 4.420.89 2.060.53 1.533.07 4.190.92 2.001.02 2.150.43 0.93

Fontes: Reuters e IMF

MERCADOS

BCE explora soluções de concessão de crédito

36 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013

1,275

1,2965

1,32

Pri c e

USD

1,27

1,28

1,29

1,3

1,31

1,32

1,33

1,34

1,35

1,36

1,37

14 21 28 04 11 18 25 04 11 18 25 01 08 15 22 29 06 13 20 27

Jan 13 Fev 13 Mar 13 Abr 13 Mai 13

5.000

5.900

7.4207.200

8.112

Pric e

EUR

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

6.500

7.000

7.500

8.000

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

2000 2010

5.456,2

5.160

4.400

6.375

5.697

6.150

Pric e

EUR

4.200

4.500

4.800

5.100

5.400

5.700

6.000

6.300

07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 03 10 17 24 02 09 16 23 30 06 13 20 27 04 11 18 25 01 08 15 22 29 06 13 20 27 03 10 17 24 31 07 14 21 28 05 12 19 26 02 09 16 23 30 07 14 21 28 04 11 18 25 01 08 15 22 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17 24 31 07 14 21 28 05

Q4 2011 Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012 Q1 2013 Q2 2013

Page 37: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

Crédito y Caución prevê aumento de 5% nas insolvências O número de empresas em insolvência em Portugal vai aumentar 5% este ano, uma subida inferior à verificada nos últimos anos. A previsão da Crédito y Caución está incluída no rela-tório Economic Outlook de Maio deste ano. Em 2010 o número de insolvências aumentou 16%, tendo a taxa de crescimento aumentado até aos 20% deste ano.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 37

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Aumento do malparado vai continuar a valer perdas aos bancosO nível de malparado das empresas e das famílias vai levar o sistema financeiro português a ter de continuar a adotar “uma rigorosa gestão de risco e uma política prudente de reconhecimen-to das perdas associadas” nos próximos tempos. O aviso consta do Relatório de Estabilidade Financeira, que o Banco de Portugal divulgou esta semana.

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 0,648 4,01% 1,062 0,528 0,021 0,079 30,857 8,203 -- 0,77% 29-05-2013 16:38:00

INDITEX 97,29 -3,58% 111,800 63,970 4,232 4,748 22,989 20,491 1,95% 2,56% 29-05-2013 16:38:00

REPSOL YPF 18,135 -0,41% 18,550 10,900 1,700 1,714 10,668 10,581 2,76% 5,43% 29-05-2013 16:38:00

TELEFONICA 10,9 -1,00% 11,780 7,900 1,103 1,138 9,882 9,578 3,21% 6,82% 29-05-2013 16:38:00

FRA. TELECOM 8,15 -1,84% 11,580 7,203 1,069 1,033 7,624 7,890 6,14% 9,31% 29-05-2013 16:36:58

LVMH 137,1 -3,32% 143,400 111,000 7,503 8,399 18,273 16,323 2,12% 2,36% 29-05-2013 16:37:53

BAYER AG O.N. 83,88 -1,90% 87,210 47,625 5,825 6,498 14,388 12,898 2,27% 2,45% 29-05-2013 16:35:03

DEUTSCHE BK 35,625 -4,20% 38,730 22,110 3,981 4,705 8,932 7,558 2,10% 2,21% 29-05-2013 16:35:17

DT. TELEKOM 9,017 -4,73% 10,110 7,688 0,713 0,752 12,623 11,968 7,78% 5,88% 29-05-2013 16:35:10

VOLKSWAGEN 162,2 -3,74% 175,650 110,800 20,854 24,041 7,807 6,772 2,16% 2,60% 29-05-2013 16:35:17

ING GROEP 7,138 -2,49% 7,905 4,440 0,973 1,086 7,336 6,573 -- 0,25% 29-05-2013 16:35:44

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est FutPER Est Act PER Est

FutDiv. Yield

IndDiv. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,907 -1,50% 2,066 0,970 0,230 0,220 8,291 8,668 1,31% 0,94% 29-05-2013 16:35:00

B. COM. PORT. 0,105 -0,94% 0,120 0,047 -0,013 0,004 -- 26,250 -- 0,00% 29-05-2013 16:37:17

B.ESP. SANTO 0,806 0,00% 1,190 0,434 -0,027 0,071 -- 11,352 -- 0,00% 29-05-2013 16:35:00

BANIF-SGPS 0,111 -0,89% 0,170 0,108 -- -- -- -- -- -- 29-05-2013 16:15:12

B. POP. ESP. 0,630 3,28% 1,049 0,520 0,021 0,079 30,000 7,975 -- 0,00% 29-05-2013 16:25:16

BANCO BPI 1,087 -0,73% 1,380 0,346 0,078 0,101 13,936 10,762 -- 0,28% 29-05-2013 16:35:00

BRISA #N/A N.A. - 2,760 1,620 0,106 0,107 20,849 20,654 -- -- #N/A N Ap #N/A N Ap

COFINA,SGPS 0,488 -2,20% 0,730 0,300 0,045 0,030 10,844 16,267 2,05% 2,05% 29-05-2013 16:36:02

CORT. AMORIM 1,920 0,00% 2,100 1,194 0,250 0,250 7,680 7,680 5,21% 4,69% 29-05-2013 16:35:00

CIMPOR,SGPS 3,450 -1,43% 5,700 2,930 0,400 0,440 8,625 7,841 0,47% 6,09% 29-05-2013 16:35:00

EDP 2,512 2,16% 2,670 1,628 0,260 0,280 9,662 8,971 7,36% 7,48% 29-05-2013 16:35:00

MOTA ENGIL 2,238 5,22% 2,400 0,951 0,218 0,295 10,266 7,586 4,92% 4,92% 29-05-2013 16:35:00

GALP ENERGIA 12,470 1,14% 13,285 8,330 0,474 0,546 26,308 22,839 1,92% 2,21% 29-05-2013 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,620 0,00% 0,660 0,280 0,020 0,030 31,000 20,667 -- -- 28-05-2013 28-05-2013

J. MARTINS 16,670 -2,11% 18,560 11,071 0,703 0,829 23,713 20,109 1,77% 2,13% 29-05-2013 16:35:00

MARTIFER 0,720 5,88% 0,820 0,500 0,020 0,020 36,000 36,000 -- -- 29-05-2013 16:05:43

NOVABASE 2,770 -4,12% 3,080 1,660 0,223 0,250 12,422 11,080 3,61% 2,71% 29-05-2013 16:13:38

GLINTT 0,170 6,25% 0,210 0,090 -- -- -- -- -- -- 29-05-2013 16:22:32

P. TELECOM 3,495 -0,85% 4,462 3,003 0,319 0,342 10,956 10,219 9,30% 9,41% 29-05-2013 16:36:53

PORTUCEL 2,765 1,47% 2,915 1,680 0,262 0,262 10,553 10,553 5,79% 7,38% 29-05-2013 16:37:53

REDES E. NAC. 2,244 0,18% 2,390 1,800 0,232 0,250 9,672 8,976 7,58% 7,44% 29-05-2013 16:35:00

S. COSTA 0,200 11,11% 0,330 0,120 -- -- -- -- -- -- 29-05-2013 16:35:00

SEMAPA 6,980 -2,36% 7,410 4,602 0,973 0,940 7,174 7,426 -- 3,77% 29-05-2013 16:35:00

SONAECOM 1,651 -2,31% 1,818 1,091 0,159 0,158 10,384 10,449 7,27% 3,94% 29-05-2013 16:35:00

SONAE,SGPS 0,781 0,52% 0,795 0,366 0,041 0,063 19,049 12,397 4,24% 4,35% 29-05-2013 16:35:00

SONAE IND. 0,539 1,70% 0,683 0,384 -0,182 -0,097 -- -- -- 25,97% 29-05-2013 16:35:00

SAG GEST 0,190 0,00% 0,400 0,160 -0,050 -0,030 -- -- -- -- 29-05-2013 16:27:43

TEIX. DUARTE 0,480 4,35% 0,610 0,190 -- 0,050 -- 9,600 -- -- 29-05-2013 15:48:28

Z. MULTIMEDIA 3,500 1,27% 3,635 1,977 0,144 0,185 24,306 18,919 3,43% 4,43% 29-05-2013 16:35:00

Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento, a consolidação e a competitividade da sua empresa.

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O banco estatal alemão Kfw vai conceder empréstimos a PME de Portugal e Espanha. O valor total de financiamento projetado é de até dois dígitos, ou seja, de até 10 mil milhões de euros. Esta intenção cons-ta de uma carta enviada pelo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, ao seu congénere com a pasta da Eco-nomia, Philipp Roesler.

Este financiamento, que, de acordo com a publicação alemã “Der Spiegel,” poderá também beneficiar as PME gregas, vai ser concedido de forma indire-ta. O banco de fomento alemão emprestará o dinheiro a enti-dades públicas dos respectivos países, que depois concedem o financiamento ou entram no capital das empresas, bene-ficiando com uma taxa de juro mais reduzida que a praticada no mercado doméstico.

Na semana passada, após um encontro entre Vítor

Gaspar e Wolfgang Schäu-ble, já tinha sido reveladaesta intenção da Alemanhaem conceder financiamento às empresas portuguesas, nãotendo sido referido até à data qualquer valor de referência, nem as condições dos emprésti-mos. Também à Espanha a Ale-manha tem prometido váriosprogramas de apoio bilateral,numa estratégia que, como no-ticiou a Reuters, é vista comouma forma de melhorar a ima-gem do país na Europa, já que a Alemanha tem sido acusada de impor a austeridade que está a causar uma forte subida dodesemprego nos países do Sulda Europa. Na referida carta o ministro alemão promete uma“acção rápida” e com “resulta-dos visíveis” neste programa de financiamento das PME, de-fendendo ainda que nos paísesem crise devem ser relaxadas as regras que impedem auxí-lios estatais.

Banco estatal alemão disponível para emprestar até 10 mil milhões a PME ibéricas

O ministro das Finanças alemão quer injetar fundos nas PME do Sul da Europa.

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Mazda Portugal renova apoio às Aldeias SOSA Mazda Motor de Portugal renovou o apoio à Associação das Aldeias de Crianças SOS de Portugal. Tal como em 2012, o apoio da marca passa pela cedência de duas viaturas, vistas pela entidade como um contributo importante para a gestão da mobilidade, quer dos que prestam apoio social, quer no transporte dos jovens entre as suas infraestruturas.

AUTOMÓVEL

38 SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO DE 2013

AQUILES [email protected]

Vida Económica – Como está a ser 2013 para a Carglass em Portugal?

Frederico Santos – O ano começou de uma forma bastante positiva para nós, com bons resultados, potenciados, também, pela campanha que fizemos em abril. O grupo Belron [onde está integrada a Car-glass], a nível global, fez um acordo com a Bosch para a venda de escovas daquela marca. Ora, no mês de abril, fizemos uma campanha em que oferecíamos a todos os clientes uma escovas limpa-pára-brisas daquela marca. Com esta campanha, con-seguimos potenciar os nossos serviços e re-forçar a nossa posição no mercado. O mer-cado não está a crescer, mas conseguimos aumentar quota de mercado.

VE – Qual é a quota atual da Carglass em Portugal?

FS – Nós não temos medições de quota atuais. Medimos a quota no ano passado e rondava os 30%, o que representa a lide-rança. No entanto, são estimativas, não é uma quota oficial.

VE – Quais são os objetivos de fatura-ção da Carglass Portugal?

NÚMERO DE OPERADORES DE SUBSTITUIÇÃO DE VIDROS AUTOMÓVEIS VAI CAIR, SEGUNDO FREDERICO SANTOS (CARG

“Mercado de reparadores para automóveis está sat O mercado da reparação de vidros para automóvel “está saturado” e o número de operadores terá tendência de decréscimo a prazo, de acordo com Frederico Santos, diretor de marketing e comercial da Carglass Portugal. “Só vai sobreviver quem prestar um bom serviço e só consegue fazer quem tem grandes sinergias”, defende, em entrevista à “Vida Económica”. O mesmo responsável salienta que a Carglass consegue fazer essas sinergias, até por ser o terceiro maior comprador de vidros à escala mundial.

“Temos cerca de 200 trabalhadores no nosso país. A perspetiva é, pelo menos, manter esse núme-ro”, refere o diretor comercial e de marketing da Carglass Portugal.

A economiada mobilidade

Portugal continua a ter pela frente enormes desafios e ainda mantemos alguma indefinição acerca do momento de recuperação que todos ambicionamos. Também no setor automóvel, largamente atingido pela crise económica nos últimos anos e após um breve momento de “respiração assistida” em 2010, os desafios apresentam-se nas mais diversas frentes. Por um lado, todo o modelo de distribuição a sofrer reajustes enormes como resultado de menos vendas e menos margem e que tem levado a que muitos distribuidores fechem as portas, e, por outro, o conceito de mobilidade a mudar influenciado pela evolução tecnológica e novos hábitos de consumo de gerações claramente focadas na tecnologia.Alguns estudos apontam que o caminho passa pela utilização de um conceito de mobilidade muito alargado que inclui a partilha de automóveis, a menor utilização do veículo privado a favor de sistemas integrados com redes de transportes públicos e a racionalização das opções quando o consumidor tem de tomar uma decisão sobre que meio(s) deve utilizar. Contudo, a que velocidade podemos avançar quando são necessários investimentos avultados para conseguir as infra-estruturas adequadas a uma rede completamente integrada e funcional? Até que ponto estaremos preparados para alterar em definitivo o paradigma da mobilidade quando continuamos a dar uma enorme importância ao automóvel como reflexo da nossa posição na sociedade?As marcas têm tido um contributo importante nesta matéria não deixando de inovar e apresentar soluções que visam uma utilização mais racional do automóvel. Procuram também dar resposta a uma tendência que se verifica por todo o mundo: os jovens não valorizam da mesma forma o automóvel como as gerações anteriores. Um estudo publicado pelo Frontier Group em abril 2012, e que analisou dados do mercado americano, demonstrou, através dos dados da Federal Highway Administration, que o número de jovens (14-34) sem licença de condução aumentou de 21% para 26% entre 2000 e 2010. O mesmo estudo menciona ainda dados do German Income and Expenditure Survey sobre o mercado alemão e que referem um aumento da taxa de jovens sem viatura de 20% em 1998 para 28% em 2008. Entre as várias razões apontadas para o desinteresse pela propriedade de uma viatura e até mesmo a sua utilização estão as preocupações com o impacto no ambiente. É neste contexto que os construtores têm conseguido, a par de novos conceitos, melhorias significativas na eficácia energética dos motores que melhoram a sua performance com menores consumos de energia e, consequentemente, um impacto mais reduzido no ambiente.No entanto, fica cada vez mais evidente que, no final, a decisão será tomada com base na vantagem económica que determinada opção possa trazer ao consumidor final (particular ou empresa). Num contexto em que os custos estão permanentemente sob escrutínio, a decisão é fortemente influenciada pelo benefício económico. Conseguir integrar numa proposta de valor as vantagens de novas formas de mobilidade e menores impactos no meio ambiente com o real benefício (euros) é o desafio de qualquer solução.

PEDRO DIASDirector de ParceriasALD Automotive

FS – Tendo em conta as alterações es-truturais da Carglass Portugal, estamos a reportar a nível ibérico. Há um diretor-ge-ral ibérico e, embora sejamos unidades de negócio distintas, a consolidação de resul-tados é ibérica. A expetativa de faturação é de 100 milhões de euros este ano.

VE – Desse valor, quanto representará Portugal?

FS – Numa relação populacional, por-tanto, na ordem dos 20%.

VE – E como é que isso compara com 2012?

FS – Representa um certo crescimento, mas importa clarificar que, no ano passa-do, perdemos temporariamente o nosso maior cliente – o grupo Caixa Seguros – que, entretanto, já recuperámos. Portanto, não seria uma comparação fiável. Se tirar-mos esse efeito, há uma estagnação, o que não é mau, tendo em conta que o mercado está a cair.

VE - A propósito de seguradores, o facto de, de há uns anos a esta parte, muitos veículos terem quebra isolada de vidros é um impulso para as empresas do setor?

Page 39: BANCA “Estado deve diminuir a complexidade das empresas”um efeito repulsivo não só para os empresários nacionais como para os investidores internacionais. Nunca se sabe o que

Peugeot cria versão do 508 para frotasA Peugeot Portugal criou uma versão do 508 destinada a frotas. Batizada de Business Line esta variante do modelo do segmen-to D surfe associada às seguintes combinações motor/cai-xa: 1.6 HDi 115 CVM5, com um PVP de 26 890 euros (28 035 no caso da SW); e 1.6 e-HDi 115 2-Tronic, com um PVP de 27 215 euros (28 355 euros, no caso da SW).

LASS PORTUGAL)

de vidrosurado”

FS – Tanto foi um impulso grande que, nos últimos cinco anos, registou-se um forte aumento da concorrência neste setor. Isso significa que este segmento cresceu. O que acontece é que, a partir de 2010, 2011, houve estagnação e maturação do mercado. Este segmento depende muito do tráfego médio diário – o número de km percorrido é diretamente proporcional aos vidros partidos. Com o aumento dos preços dos combustíveis e com a degrada-ção da conjuntura económica, cada vez se conduz menos. Isso significa que o merca-do potencial da quebra isolada de vidros também está a diminuir.

VE – A longo prazo, o mercado vai man-ter essa tendência ou o facto de as pessoas manterem os carros mais tempo pode po-tenciar o mercado da substituição?

FS – O facto de as pessoas terem os car-ros mais anos não significa que haja mais substituições, até pelo contrário. Quando um carro é novo, uma pequena quebra é, por norma, suficiente para motivar a re-paração. Já se o carro tiver mais anos, as pessoas tendem a deixar ficar [a quebra] mais tempo. Portanto, para nós isso não é uma vantagem. O que pode acontecer nos próximos anos é que a conjuntura econó-mica desfavorável não deverá levar a cres-cimento do tráfego médio diário. Isto vai levar a que, a médio e longo prazo, apenas sobrevivam as empresas que estejam pre-paradas para atravessar momento de crise. A Carglass está inserida nesse grupo, tam-bém pelas próprias sinergias que podemos adotar pelo facto de estarmos num grupo como este. Por exemplo, podemos ter uma distribuição global, pois o grupo Belron é o terceiro maior comprador mundial de vidros, depois da Toyota e da General Mo-tors. O que é que isto faz? Faz com que tenhamos um grande poder de compra e acesso a qualquer vidro. Outro exemplo é o facto de termos as nossas próprias fer-ramentas e de nos podermos diferenciar através disso.

VE – Vai haver, portanto, consolida-ção do número de operadores?

“Acabámos de abrir uma agência em Viseu e os nossos planos passam por estarmos presentes nas capitais em que não estamos presentes. Isto sem descurar que o nosso modelo de negócio também assenta no serviço móvel”

AUTOMÓVEL

SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO 2013 39

FS – Não há espaço para mais opera-dores e o mercado está saturado. Só vai sobreviver quem prestar um bom serviço e só consegue fazer quem tem grandes si-nergias.

VE – Apesar do mercado estagnado, a Carglass Portugal está a investir.

FS – Sim, apesar da estagnação do mer-cado, a empresa encontra-se, em contraci-clo, a expandir a atividade. Acabámos de abrir uma agência em Viseu e os nossos planos passam por estarmos presentes nas capitais em que não estamos presentes. Isto sem descurar que o nosso modelo de negócio também assenta no serviços móvel. Por exemplo, embora não esteja-mos, através de uma agência, presentes em Bragança, nós fazemos muitos serviço nessa região, através desse serviço móvel. E não é assim tão residual quanto as pes-soas possam pensar. Com efeito, 30% do serviço da Carglass é feito através do ser-viço móvel. Nós queremos reforçar a nos-sa presença física além do serviço móvel porque fizemos um estudo de mercado e constata-se que existem certas localidades em Portugal, nomeadamente no interior, em que as pessoas sentem necessidade de ter uma presença física. Nos países an-glo-saxónicos não funciona assim – por exemplo, em Inglaterra, 80% dos serviços são móveis –, mas nos países mediterrâ-nicos sentimos essa maior necessidade de proximidade física. Nós tentamos fazer um equilíbrio, apostar no serviço móvel – até porque é mais cómodo e barato para o cliente, pois não tem custos adicionais – e vamos continuar a reforçar o investimen-to na presença física.

VE – Quantos trabalhadores é que a empresa tem em Portugal?

FS – Temos cerca de 200 trabalhadores no nosso país. A perspetiva é, pelo menos, manter esse número. Na agência de Viseu acrescentámos três pessoas.

VE – As oficinas, de marca e multi-marca, são concorrentes ou parceiros de empresas como a Carglass?

FS – Em termos de seguradoras, existem dois cenários. Um, da quebra isolada de vidros em específico, em que o cliente só tem o vidro partido e, nesse caso, somos concorrentes do concessionário. Outra si-tuação é quando existe uma participação em que, além do dano de vidros, existem danos de chapa. Nesses casos, a Carglass pode entrar como colocador de vidros fi-nal, por requisição da própria oficina. Mas o número de serviços que fazemos com concessionários é residual. Até porque a Carglass afirma-se como parceiro privile-giado das seguradoras.

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Vide artigos e gráficosblog: http://economiadasemana.blogspot.pt twitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa

Fui aluno do Professor Cavaco Silva. Era profi ssional, trabalhador, competen-te na sua área, não só bem intencionado, mas até generoso.

Mas como todos os mortais (com ex-cepção das nossas queridas mulheres que têm sempre razão) não é perfeito. Tem intermitências.

Na década de sessenta, alguns digna-tários, preocupados com o enfraqueci-mento do Professor Oliveira Salazar e a sobrevivência do regime, abordaram-no com “luvas de pelica”: “Senhor Profes-sor, muitos e bons anos lhe desejamos… mas infelizmente ninguém é eterno… não seria de pensar em designar um su-cessor para continuar a sua obra… de servir a nação…?”

“Em quem estão a pensar?” pergun-tou Salazar com aqueles olhos mistos de ironia e cansaço que o caracterizavam.

“Bem… há o Professor Marcelo Cae-tano… um homem culto, inteligente, trabalhador, honesto, dedicado à causa pública…”.

O Professor Oliveira Salazar olhou para eles, e à medida que rodava a cabeça para os fi tar um por um respondeu-lhes com um leve sorriso: “têm toda a razão, o Professor Marcelo Caetano é muito culto… trabalhador… inteligente… de facto uma pessoa muito capaz… só que…, só que… tem intermitências…”.

As intermitências do Professor Cava-co Silva, umas aceito com resignação e outras tornam-me ainda mais cavaquis-ta, porque recordo-me que quem terí-amos como presidente se não fosse ele: pessoas com a mentalidade e irresponsa-bilidade que levaram Portugal à Troika.

Inclusive, relativamente à última da invocação/reconhecimento da interven-ção divina e dos santos. E voltemos ao Professor Oliveira Salazar.

Quando o Papa Paulo VI na década de 60 visitou Fátima, Salazar chamou dois ministros (cujo nome não vos digo) e disse-lhes: “então que providências to-maram os senhores ministros para pro-tecção e segurança do Santo Padre?”

Os ministros (na altura o terrorismo ainda não tinha chegado) deram-se por apanhados: “ Ah, bem lembrado Senhor Presidente do Conselho, de facto deverí-amos tomar medidas de protecção, não é? Mas agora se calhar já não vamos a tempo… e pode ser que o Senhor Bispo de Fátima se tenha lembrado…”.

“Vão então falar com o Senhor Bispo e depois façam o favor de me visitar de novo”.

“Então?” perguntou-lhes Salazar no regresso.

“Ah, Senhor Presidente do Conselho, o Senhor Bispo de Fátima diz que de facto devíamos ter-mos lembrado, mas que não lhe ocorreu na altura… que agora já é tarde… e olhe, sugere que deixemos o assunto nas mãos de Nossa Senhora de Fátima, que ela não se há-de descuidar…”.

Salazar fi tou os ministros como um mestre de escola olha alunos sem emen-da e com uma voz cheia de comiseração respondeu-lhes:

“Não tenho dúvidas que Nossa Se-nhora de Fátima pode fazer o necessário para proteger o Santo Padre, só não sei é se ela fi cará muito satisfeita connosco, por estarmos a depositar nela, aquilo que era nossa obrigação fazer … “.

Que país é este em que as pessoas com dois braços e duas pernas não conse-guem ganhar a vida? E porquê?

Que é feita da esperança que no dia 25 de Abril presenciei no largo do Car-mo aquando da saída em chaimite do Professor Marcelo Caetano? Quem a raptou?

Que características pessoais são essas (será a preguiça?, será a vaidade?, será a inveja?) que fazem com que uns não façam nem deixem fazer? Criando um sistema (ao fi m de 40 anos) que não fun-ciona?

Estimado leitor, quando faço uma pergunta, não é porque saiba a respos-ta, é porque gostaria de saber a resposta. Onde está a raiz do mal? Tenham a bon-dade de dizer.

Nº 1495 / 31 de maio 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Recordando o professor Oliveira Salazar através do professor Cavaco Silva

NOTA DE FECHO

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ Mestre Drucker School PhD Columbia UniversityProfessor CatedráticoE-mail: [email protected] In: http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa

Uma edição

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O Espírito Santo Financial Group (ESFG) obteve ganhos de 1,9 milhões de euros, no primeiro trimestre, o que se tra-duziu numa quebra de 13 milhões, face a igual período do ano passado. A descida ter-se-á fi cado a dever essencialmente à cri-se na Zona Euro, refere o grupo em comu-nicado à CMVM.

Os resultados fi nanceiros apresentaram uma descida de mais de 23%, para 236 mi-

lhões de euros, tendo em conta os proble-mas da Zona Euro que afetaram as ativida-des bancárias e do segmento dos seguros. Ainda assim, o produto bancário cresceu 8%, para mais de 524 milhões de euros. “Não obstante as difi culdades, o BES, principal subsidiária bancária do ESFG, conseguiu aumentar signifi cativamente a sua base de depósitos e alargar a carteira de crédito no setor da banca de empresas.”

Espírito Santo Financial Group ganha menos 13 milhões

“Portugal tem agora condições mais fa-voráveis para atrair grupos estrangeiros, nomeadamente os custos de trabalho”, de acordo com Franquelim Alves, secretário de Estado do Empreendedorismo, Com-petitividade e Inovação. O governante acredita que haverá um reforço da presença estrangeira nos próximos anos.

Considera que, “do ponto de vista da competitividade, as coisas melhoraram consideravelmente, com custos de tra-balho mais atrativos, que recuperaram

em relação à tendência dos anos mais re-centes, que foi extremamente negativa”. Chamou ainda a atenção para o facto de estarem a ser criadas condições para re-duzir o risco fi nanceiro do país, a par da “simplifi cação de processos administrati-vos e aceleração dos processos de decisão de licenciamento e aprovação de proje-tos”. Por outro lado, garante que estão a ser feitos esforços ao nível da fi scalida-de, tendo sido já anunciadas medidas de curto prazo.

Governo diz que Portugal tem custos de trabalho mais atrativos

Público Geral: G140

Assinantes VE: G110

O endividamento e a negociação com a banca

LISBOA5 junhoHorário: (7 horas)9h30 às 18h

Objetivos: Preparar os participantes a tirarem partido dos benefícios de uma boa negociação com a banca e outros organismos financeiros.

Público-alvo: Empresários, Diretores Financeiros e outros quadros que sejam responsáveis nas empresas, pela negociação com a banca e com outros organismos financeiros.

Formador: Dr. Agostinho Costa

PROGRAMA:

1. As dificuldades das empresas: sinais e ameaças

2. A análise de risco da empresa por parte da banca

3. A prestação de informação às instituições bancárias

4. O diálogo empresa - banco

5. Como uma PME deve negociar com a banca

6. O relançamento de empresas em dificuldades

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados.No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a Vida Económica criou uma quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.

A Comissão Europeia está a estudar a possibilidade de alterar as regras de ajudas aos Estados-Membros, através de incenti-vos fi scais para os países mais afetados pela crise. Durão Barroso considera que se trata de uma “questão de “equidade e justiça”, tendo em conta a atual conjuntura.

O presidente da Comissão Europeia re-feriu sobre esta matéria: “A preocupação quanto aos países mais vulneráveis está a ser tida em conta pela Comissão, no âmbi-

to da revisão que está a ser feita dos prin-cípios orientadores sobre ajudas estatais, através da discriminação positiva de algu-mas possibilidades de incentivos fi scais aos países e às regiões mais vulneráveis.” Du-rão Barroso acredita que a discriminação positiva fi cará, efetivamente, consagrada na nova revisão das ajudas de Estado “por-que se trata também de uma questão de equidade e de justiça”, afi rmou no Parla-mento Europeu.

Bruxelas admite incentivos fi scais para países em difi culdades