BancárIoS Do ES CORREIO BancárioEm 10/11/2011, a presidenta Dilma sancionou a lei n° 12.519/2011,...

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CORREIO BANCÁRIO www.bancarios-es.org.br INFORMATIVO DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO ES FILIADO À CUT Nº 887 24/11/2011 A 06/12/2011 PMV criminaliza greve dos bancários Professor de economia da Ufes afirma: “Nenhum país está imune à crise do capitalismo” Página 6 Página 8 Assédio moral continua no Bradesco e Sindicato cobra providências da direção do banco Página 5 Compensação de horas de greve: não aceite pressão; prazo vai até 15 de dezembro Página 3 ESPORTES - Os bancários do Santander e as bancárias da CEF foram os vencedores do 2° Torneio de Futebol Soçaite Masculino e Vôlei Feminino 2011. Página 7 Gulherme Ferrari Numa prática antissindical, a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) multou o Sindicato dos Bancários/ES por afixar cartazes nas agências ban- cárias durante a greve para informar a população do movimento. O valor das multas chega perto dos R$ 40 mil. Para retaliar os trabalhadores em greve, a gestão do prefeito João Coser (PT) usa uma lei que versa sobre a preservação da limpeza pública no município. O Sindicato está recorrendo à Justiça para pre- servar o direito de manifestação dos trabalhadores.

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InformatIvo Do SInDIcato DoS

BancárIoS Do ESfIlIaDo À cut

nº 887

24/11/2011

a 06/12/2011

PMV criminaliza greve dos bancários

Professor de economia da Ufes afirma: “Nenhum

país está imune àcrise do capitalismo”

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Página 8

Assédio moral continua no Bradesco e Sindicato

cobra providências da direção do banco

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Compensação de horas de greve: não aceitepressão; prazo vai até 15 de dezembro

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ESPORTES - Os

bancários do

Santander e as

bancárias da CEF

foram os vencedores

do 2° Torneio de

Futebol Soçaite

Masculino e Vôlei

Feminino 2011. Página 7

Gulherme Ferrari

Numa prática antissindical, a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) multou o Sindicato dos Bancários/ES por afixar cartazes nas agências ban-cárias durante a greve para informar a população do movimento. O valor das multas chega perto dos R$ 40 mil.

Para retaliar os trabalhadores em greve, a gestão do prefeito João Coser (PT) usa uma lei que versa sobre a preservação da limpeza pública no município. O Sindicato está recorrendo à Justiça para pre-servar o direito de manifestação dos trabalhadores.

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Artigo

Compensação da greve

www.bancarios-es.org.brEspírito Santo

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BancárioInformativo do Sindicato dos Bancários do Espírito SantoRua Wilson Freitas, 93, Centro, Vitória/ES - 29016-340 Tel: (27) 3331-9999 Colatina (3722-2647), Cachoeiro (3522-7975) e Linhares (3371-0092)

Coordenador Geral: Jessé Gomes de AlvarengaDiretor de Imprensa: Júlio César PassosEditoras: Sueli de Freitas - MTb 537/92-ES, Lara Abib (MTb 2669-ES) e Luciana Silvestre Girelli - MTb 2210-ESEstagiária de jornalismo: Ana Elisa BassiEditoração: Jorge Luiz - MTb 041/96Impressão: Gráfi ca Espírito SantoE.mail: [email protected]: 10.000 exemplaresDistribuição gratuita

Em 10/11/2011, a presidenta Dilma sancionou a lei n° 12.519/2011, que reconhece o dia 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra e de Zumbi. No entanto, temos algo a comemorar?

Observo que ainda não. Temos muito a reivindicar, considerando as condições precárias de vida do povo negro, os elevados índices de violência sobre esse segmento, além dos cotidia-nos desrespeitos a valores, representa-ções e manifestações culturais negras.

No Brasil, é mais fácil sugerir a beatificação da Princesa Isabel por seu ato “heróico e milagroso” do que reconhecer a luta histórica de mulhe-res e homens negras/os. Essa suges-tão de beatificação desrespeita a história dos negros/as, haja vista que a “milagrosa libertação” os manteve, na verdade, aprisionados a condições humilhantes de vida.

E no Espírito Santo? Na atual conjuntura, não espantaria a indica-ção de menção honrosa por bons fei-tos a algum secretário de segurança pública que, energicamente, atua em comunidades populares, aprisionan-do e executando jovens supostamente envolvidos no tráfico, numa demons-tração da eficiência do Estado. Além de desocupar áreas com famílias, “bota o terror” em estudantes em ma-nifestações e executa sumariamente pessoas “suspeitas”, mesmo que elas estejam desarmadas.

Com grande tristeza, percebo a histórica prioridade do Estado em res-ponder às demandas sociais através da repressão em detrimento da implemen-tação de leis, como a de n° 7.723/2004, que institui a política de promoção da igualdade racial. É nessa inversão de valores que observo que não temos muito o que comemorar no dia 20 de novembro.

Vivian Meira é assistente social e in-tegra o Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes).

20 de novembro: comemorar ou manter a resistência?

Apesar de ser classificado como 7ª potência econômica do mundo, o Brasil contabiliza cerca de 14 milhões de anal-fabetos e 29,5 milhões de analfabetos funcionais. Tal quadro não poderia ser diferente, uma vez que o país investe em educação pública apenas 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Estudos apontam que para reverter a situação educacional do país o governo brasileiro deveria investir, já, no mínimo 10% do PIB em Educação Pública. No entanto, isso não é possível devido ao modelo de distribuição dos re-cursos públicos no país.

Segundo o movimento pela Au-ditoria Cidadã da Dívida, em 2010, o pagamento de juros e amortizações da dívida pública consumiu R$635 bilhões, ou seja, 45% do Orçamento Federal. No mesmo período, destinou-se menos de 10% do Orçamento da União para Edu-cação (2,89%), Saúde (3,91%), Segurança

(0,56%) e Reforma Agrária (0,16%).Com o objetivo de lutar pela am-

pliação de investimentos imediatos em educação pública, está sendo organiza-da a campanha “10% do PIB na Educa-ção Pública, já!”, com realização de um plebiscito nacional que começou em 6 de novembro e vai até 6 de dezembro. Além de alertar a população sobre a necessidade de melhorar a qualidade da educação pública, a campanha põe em debate o modelo de distribuição de renda no Brasil.

A luta por 10% do PIB para a Edu-cação representa a luta pela mudança no modelo econômico, já que a ampliação dos recursos para a área só se viabiliza com a alteração da política que prioriza o pagamento de juros da dívida pública ao invés do investimento em setores sociais. Vamos participar do plebiscito e ampliar esse debate com a sociedade!

10% do PIB para a educação pública já!

Bancos públicos abusam na cobrança

FINANCIÁRIOS IEm acordo aprovado com a Fenacrefi, o reajuste será de 8% sobre salários e benefícios e 11% sobre o piso.

FINANCIÁRIOS IIA PLR será maior que a de 2010, com pagamento antecipado de 60% da parte fixa, equivalente a R$ 960.

FINANCIÁRIOS IIIO acordo inclui, pela primeira vez, o combate ao assédio moral, semelhante à CCT dos bancários em 2010.

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Após o movimento de greve, é recorrente a pressão exagerada para a reposição das horas so-

bre os bancários dos bancos públicos. Em muitos casos, a compensação tor-na-se um mecanismo de punição uti-lizado pelo banco para sobrecarregar os trabalhadores e forçá-los a cumprir metas abusivas.

De acordo com a Convenção Co-letiva de Trabalho (CCT) dos bancários, na Cláusula 55, o limite máximo para compensação da greve é de duas horas diárias. Não é estipulado um limite mí-nimo, o que significa que não é obriga-tório fazer a compensação diariamente, mas sim de acordo com a necessidade do trabalho. “A compensação das horas de greve deve levar em consideração a disponibilidade do funcionário e a necessidade do serviço, respeitando sempre a função dos bancários, sendo vedado qualquer tipo de desvio de fun-ção”, afirmou o coordenador geral do Sindicato, Jessé Alvarenga.

Além disso, a compensação não pode acontecer em feriados ou finais de semana e as horas extraordinárias realizadas antes da assinatura da Con-venção não podem compensar os dias de greve. A compensação está valendo desde o dia 24 de outubro e deve ser feita até o dia 15 de dezembro.

Caso haja alguma irregularidade na forma de cobrança das horas a se-rem compensadas, os bancários devem comunicar imediatamente à entidade sindical para que sejam tomadas as de-vidas providências.

Os bancários das agências do BNB de Linhares e Colatina aprova-ram, em assembleia no dia 26 de outubro, a proposta de reajuste li-near de 10% na tabela do Plano de Cargos e Remuneração (PCR) e no VCP e reajuste de 9% para todas as demais verbas e benefícios.

O acordo estipulou para a PLR social o percentual de 3% do lucro líquido do banco, de forma linear, além da PLR seguindo a re-gra da Fenaban, limitada a 9% do lucro líquido do banco. Também foi aprovada uma promoção especial, a partir de janeiro de 2012, referen-

te aos três primeiros níveis do PCR. Para André Luiz Zambon,

bancário do BNB da agência de Co-latina, o acordo específico avançou para além da Fenaban em alguns pontos, mas não tratou de ques-tões fundamentais como a revisão do PCR. “Devido à permanência na greve por mais uma semana, al-cançamos um percentual maior em alguns itens e reajuste do piso. Po-rém, melhores condições de traba-lho e revisão do PCR, fundamentais para os bancários, não foram trata-dos no acordo”, afirmou André.

Acordo com BNB tem avanços pontuaisbancários do bnb persistiram na greve e obtiveram conQuistas

Sérgio Cardoso

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Tempo na fi la de banco tem limite!

Queremos a contratação de mais bancários!

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Ramal ............... Órgão9955.................. Administração9956.................. Administração9951.................. Coordenação de Políticas Permanentes9975.................. Centro Sindical 9953.................. Informática9959.................. Relações Sindicais9990.................. Relações Sindicais9965.................. Relações Sociais9957.................. Esportes9962.................. Sala dos diretores suplentes9960.................. Finanças9961.................. Finanças9971.................. Imprensa9972.................. Imprensa9988.................. Jurídico9989.................. Jurídico9996.................. Coordenação Geral9991.................. Secretaria (4º andar)9992.................. Secretaria (4º andar)9997.................. Recepção 9998.................. Recepção 9977.................. Cultura9978.................. Formação9980.................. Saúde9968.................. Saúde9967.................. Secretaria Geral9954.................. Assuntos Socioeconômicos9993.................. Fax

QUANDO VOCÊ LIGAR PARA O SINDICATO, DISQUE 3331 E ORAMAL DESEJADO.CONFIRA:

Assédio Moral

Direção do Bradesco não toma atitude

BANESTES IIIOs banestianos querem o retorno da contribuição patronal para os aposentados na Banescaixa.

BANESTES IApós a assinatura do Acordo Coletivo, em 26/10, a expectativa agora é para as mesas temáticas no Banestes.

BANESTES IIUm dos temas em debate será a Banescaixa, plano de saúde dos funcionários do banco.

CASSI INo dia 30 de novembro, o Conselho de Usuáros da Cassi realiza a VI Conferência Estadualde Saúde.

CASSI IIO evento acontece às 17 horas, no prédio da GEREL-ES (Av. Nossa Sra. dos Navegantes,n° 325, Praia do Suá).

Delegados sindicais na CEF

Constrangimento extremo de fun-cionários, com o uso de xinga-mentos e utilização de palavras

de baixo calão na presença de clientes, perseguição e demissão de bancários com problemas de saúde, exposição de trabalhadores em reuniões e pressão para cumprimento de metas. Essas situações estão se tornando corri-queiras dentro da agência Bradesco General Osório, fruto de uma política de gestão do banco que intimida e amedronta os trabalhadores.

Apesar de as práticas de assédio moral já terem sido sistematicamente denunciadas pelo Sindicato dos Bancá-rios/ES, inclusive em reunião com o ge-rente regional Antônio Aylton Dalvi, no dia 20 de julho, essa forma de violên-cia organizacional continua a imperar no espaço de trabalho dos bancários do Bradesco. No dia 22 de setembro, diante da inoperância da direção esta-dual do banco em resolver a questão, a entidade enviou uma carta ao Diretor Departamental da empresa, José Luiz

Santander não ouve bancários e aplica reajuste de 8,77% no plano médico

Rodrigues Bueno, relatando os abusos. Mais uma vez, nada foi feito.

“Passados cinco meses do pri-meiro contato do Sindicato, o Bra-desco sequer apurou as denúncias encaminhadas, muito menos tomou qualquer providência para que o as-sédio seja extinto das dependências do banco. Identificamos que há casos

semelhantes em todo o Estado, o que confirma uma política de gestão no banco que massacra os trabalhadores. Insistimos no diálogo com a direção do banco, mas eles provaram que não estão dispostos. Agora é mobilizar os trabalhadores para ações mais efeti-vas”, afirma a diretora do Sindicato, Lucimar Barbosa.

No início de novembro, o San-tander surpreendeu os funcionários com o anúncio de um reajuste de 8,77% no plano de saúde. O comuni-cado foi feito sem qualquer discus-são prévia com os bancários, embo-ra a instituição tenha um canal de debates com os trabalhadores espe-

cífico para questões de saúde, o Fó-rum de Saúde, cujo funcionamento está previsto no Acordo Aditivo com o banco.

“Queremos que o Fórum seja respeitado. Somos co-participantes do plano, já que pagamos parte dele, e é nosso direito opinar nas

deliberações relativas ao seu fun-cionamento. Devemos ter acesso ao contrato e poder discutir situações como essa sem sermos pegos de surpresa com reajustes e decisões unilaterais e arbitrárias”, critica o diretor do Sindicato dos Bancários/ES Demétrius Casado Nunes.

As eleições dos delegados sindicais da Caixa Econômica Federal vão acontecer de 28 de novembro a

5 de dezembro, nos locais de trabalho, durante os turnos diurno e noturno. Se-rão eleitos representantes de agências e órgãos regionais para um mandato de um ano, com início em 19 de dezembro de 2011 e término em 15 de dezembro de 2012. Os candidatos têm até o dia 25 deste mês para se inscrever.

Serão eleitos delegados de acor-do com a lotação em cada local de tra-balho. Nas unidades que têm até cem funcionários, será eleito um delegado; de 101 a 200 funcionários, dois delega-

dos; de 201 a 300, três; de 301 a 400, quatro e acima de 400 funcionários cin-co delegados sindicais.

Entre as atribuições dos delega-dos estão a representação dos bancários junto ao Sindicato, a organização nos lo-cais de trabalho e o encaminhamento de reivindicações e sugestões para melhoria das condições de trabalho.

“A gente espera que todas as agências elejam representantes. A elei-ção para delegados sindicais é uma conquista histórica. Não devemos dei-xar de exercitar esse direito”, afirma Bernadeth Martins, diretora do Sindica-to e funcionária da CEF.

Eleições terão início no dia 28

A direto-ra do Sindicato Goretti Barone e o aposentado Se-bastião Ceschim (fotos) foram elei-tos para compor a próxima gestão da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB). Candida-tos apoiados pelo Sindicato, Goretti e Ceschim vão ocupar os cargos no Conse-lho Deliberativo e na Direção Regional, respectivamente. O resultado foi divul-gado no dia 18 de novembro. O período de mandato é de três anos.

“Estar na gestão da ANABB é uma conquista dos bancários do Espíri-

Goretti Barone e Ceschim são eleitospara a próxima gestão da ANABB

to Santo. Neste mo-mento, aproveita-mos para reafirmar nosso compromisso com os associados, com a transparên-cia e a democra-cia. Eu e Ceschim

agradecemos a todos que votaram e contribuíram. Agora é hora de refletir sobre os rumos da ANABB e partir para a defesa intransigente dos direitos dos associados”, ressaltou Goretti Barone.

A posse dos eleitos para o Con-selho Deliberativo ocorrerá na primeira quinzena de dezembro. Os conselheiros fiscais e os diretores regionais tomam posse em janeiro.

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Diálogomaurício sabadini

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Por que a crise econômica tem impactado principalmente os países da Europa, em especial a Grécia, e os Estados Unidos?

Apesar de a crise estar se ma-nifestando na Europa, ela precisa ser entendida como uma crise do capita-lismo, pois é a manifestação da con-tradição entre o desenvolvimento das forças produtivas do trabalho e as re-lações capitalistas de produção. A crise atual se manifesta na esfera financeira, que hoje se localiza na Euro-pa. Não significa dizer que é uma crise europeia. É uma crise mundial que se caracte-riza pelo desenvolvimento do sistema de crédito, formado por vários instrumentos fi-nanceiros, como a venda de ações nas bolsas de valores e os títulos da dívida pública. Ao longo dos anos, a crise se apresentou em várias partes do mundo. Atualmente, se manifesta no centro do capitalismo: nos Estados Uni-dos e nos países europeus periféricos da zona do Euro. Esses países estiveram no centro de movimentos especulativos ao redor do mundo e apresentaram sinais de endividamento bastante elevados ao longo dos anos.

Quais os impactos da crise na vida dos trabalhadores?

Os impactos são diretos e ime-diatos. Por isso, todas as manifestações ao redor do mundo refletem a insatisfa-

ção dos trabalhadores, em especial de jovens, contra o desemprego e contra a precarização do trabalho imposta pe-los planos de austeridade econômica. Esses planos possuem as mesmas ca-racterísticas em todos os países, pois recebem orientações claras das institui-ções financeiras internacionais, como o FMI, para aplicar cortes diretos nas áreas sociais. Medidas como a reforma da Previdência, privatizações de ser-viços públicos e redução salarial são

algumas delas. Essa é a contrapartida imposta pelos credores financeiros para conter a crise, sendo que, na verdade, é uma forma de intensificar o processo de exclusão social.

Por que a crise do sistema fi-nanceiro não impactou diretamente o Brasil?

Não é que não impactou. A cri-se pode ser mais ou menos intensa de acordo com fatores estruturais e con-junturais inerentes a cada país. No Brasil, há particularidades em relação aos países da zona do Euro. Temos um mercado de trabalho bastante precari-zado, em que a população soluciona o

desemprego com trabalhos informais, realidade de 45% da população econo-micamente ativa. Temos um mercado interno muito grande a ser explorado e fartos recursos naturais que respon-dem à política de exportações de com-modities, o que pode ter contribuído para que o Brasil sentisse menos o impacto da crise. Porém, o país conta com as maiores taxas de juros do mun-do, uma verdadeira transferência de riqueza para a especulação financeira;

com uma dívida pública que já passou da casa dos trilhões e que é controlada em 56% por instituições financeiras. Em caso de turbulência na eco-nomia mundial, os reflexos no Brasil serão imediatos. O pro-blema do pagamento da dívi-

da pode trazer efeitos devastadores ao país. No capitalismo atual, interconec-tado, ninguém está imune à crise.

E quais são os desafios para os trabalhadores diante da crise?

Tem ocorrido um acirramento da luta de classes. O povo tem mani-festado, de maneira organizada ou não, sua insatisfação. O desafio é organizar essa massa de insatisfeitos a partir da reconfiguração do mundo do trabalho. Para isso, é preciso estabelecer pautas conjuntas de luta, restabelecer projetos alternativos ao sistema vigente e forta-lecer os movimentos sociais enfraqueci-dos pela política neoliberal.

maurício sabadini, professor do departamento de economia da ufes, relata os impactos da crise financeira nos países da europa e dos estados unidos, sobretudo para os

trabalhadores. ele afirma que o brasil não está imune a uma turbulência econômica.

“Nenhum país está imune à crise do capitalismo”

56% da dívida pública brasileira é controlada pelo sistema financeiro.

em caso de turbulência na economia mundial, os reflexos no

brasil serão imediatos.

PerfilJoel guilhermeraggi gomes

Joel, 49, há 3 anos sentiu que já fazia parte daquela extensa lista de pessoas consideradas

sedentárias. com o esporte, ele mudou de vida e, hoje, “corre”

atrás do prejuízo.

Sérg

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Quais esportes você pratica?Pratico Corrida de Rua nas mo-

dalidades até Meia Maratona e Mergu-lho Recreativo; faço parte de um grupo de mergulhadores expedicionários.

Com a corrida, você começou a participar de competições. Como é passar por essas experiências?

É muito legal! Cada chegada é uma vitória! Personalíssima! Acredito que a sensação de completar uma pro-va seja a mesma de quem a vence em primeiro lugar.

O que você traz do esporte para o cotidiano de trabalho?

Melhor disposição para enfren-tar o dia-a-dia, com certeza. E estando melhor física e emocionalmente, traba-lhamos melhor, rendemos mais e nos frustramos menos.

Que incentivo você dá aos co-legas bancários?

Todos deveriam ter consciência de que essa é uma atitude inteligente em relação a si próprio.

“de nada valem as ideias sem homens

que possa pô-las em prática”

Karl marx

Um sábado de esporte e descon-tração. Foi assim o 2° Torneio de Futebol Soçaite Masculino e Vô-

lei Feminino do ano de 2011, que acon-teceu no Centro Sindical dos Bancários, no dia 19 de novembro, organizado pelo Sindicato.

Contando com a participação de nove equipes e 65 atletas, a disputa pelo título de campeão no futebol so-çaite foi acirradíssima. Mas quem levou a melhor foi o time do banco Santander, que venceu a equipe do banco Safra nos pênaltis (por 2x1), depois de o jogo terminar empatado em 2x2 no tempo regulamentar.

Também são do Safra e Santan-der os bancários que se destacaram

no campeonato. Marcelo Marques, do time do Safra, foi eleito o artilheiro da disputa. Já o goleiro menos vazado da competição é do Santander, o bancário Felipe Carias.

No torneio de Vôlei Feminino, a equipe da APCEF sagrou-se campeã após derrotar as equipes convidadas da AEST (Associação Esportiva da Siderúr-gica de Tubarão) e da AERT (Associação Esportiva Recreativa Tubarão).

“Gostaríamos de parabenizar os bancários e as bancárias que participa-ram do torneio. Os eventos esportivos são espaços importantes de confrater-nização da categoria” ressalta Eduardo Facini, diretor de Esportes do Sindicato dos Bancários/ES.

Time do Santander vence no futebol

Torneios

acima, a disputa em Quadra; ao lado, a eQuipe

campeã: cef.

ao lado, a eQuipe campeã, santander; acima, o time safra

Fotos: Guilherme Ferrari

18 ANOS M24H IOs 18 anos do jornal Mulher 24 Horas será comemorado no dia 6 de dezembro, no Centro Sindical.

18 ANOS M24H IIA partir das 18 horas, coquetel, exposição, espetáculo Retratos de Mulher e lançamento da tirinha As bancárias.

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Bancário

Prefeito de Vitória João Coser (PT) criminaliza greve dos bancáriosAssim como em 2009, o Sindicato

dos Bancários/ES foi multado na greve deste ano, em torno de R$

40 mil, pela Prefeitura Municipal de Vi-tória (PMV), pelo fato de afixar cartazes nas agências bancárias informando o estado de greve à população. A justifi-cativa apresentada é a proibição da co-lagem em edifícios públicos e privados, conforme lei municipal 5.086/2000, que versa sobre a preservação da limpeza pública no município. Essa atitude, no entanto, é mais uma demonstração da política antissindical do prefeito João Coser (PT).

De acordo com o secretário geral do Sindicato dos Bancários/ES, Carlos Perei-ra de Araújo (Carlão), a ação da PMV de-monstra a retaliação do prefeito João Coser

(PT) ao movimento de greve dos bancários. “Nenhuma prefeitura do país multa os sin-dicatos por colagem de cartazes, pois é uma prática da categoria garantida cons-titucionalmente pelo direito de greve”, afir-mou Carlão. Ele disse que se trata de uma prática antissindical. “Além de enfrentar os banqueiros e os governos, somos crimina-lizados pelo atual prefeito de Vitória. Essa prática foi inaugurada nesta gestão”.

O Sindicato dos Bancários/ES reali-zou uma reunião com o secretário de Servi-ços da PMV, Romário de Castro, para explicar a legalidade da colagem de cartazes. Na ocasião, o próprio secretário sugeriu que o Sindicato enviasse recurso administrativo solicitando o cancelamento da multa. En-tretanto, o pedido foi recusado e o Sindicato está recorrendo da multa judicialmente.

Direito de greve Colagem de cartazes é respaldada pelo direito de greve

De acordo com a Assessoria Jurídica do Sindicato, a colagem de cartazes nas agências está ampa-rada pelo legítimo direito de greve, constitucionalmente garantido no Artigo 9° da Constituição Federal. Os cartazes fazem parte do movimento grevista, para dar visibilidade ao protesto bancário; logo, sua colagem não pode ser encarada como um ato ilícito.

Professores tambémsofrem retaliações

da PMVOs professores da rede muni-

cipal de Vitória também sofreram re-taliações com a política antissindical do prefeito na greve deste ano. Além de ter pedido a ilegalidade da greve, que gerou a aplicação de multa di-ária ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sindiupes), o prefeito João Coser (PT) chegou a entrar com uma ação na Justiça pe-dindo a prisão dos diretores do Sin-diupes e o bloqueio dos bens e da conta bancária do Sindicato.

bancários são multados pela pmv por afixar cartazes nas agências

greve dos professores

Ricardo Aguiar

Sérgio Cardoso