Bandeirante 092013 - nº 250

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250 250 250 250 250 SETEMBRO 2013 O Bandeirante Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo “Ela era uma pessoa simples e boa. Um pouco limitada, mas tudo que fazia era com muito capricho. Quando passava roupa não havia de ficar nenhuma ruguinha. Deveria estar mais lisa do que uma pétala de rosa. Cozinhava muito bem, tudo feito com muito amor.Leia o conto de MARIA DO CÉU C.LOUZÃ na p. 6 Consultas inesquecíveis “Quem não tem um episódio para contar sobre o que ocorre entre as quatro paredes de um consultório? Recém-saído da faculdade, eu dava plantão num Pronto-Socorro público. Apesar de sempre haver pessoas de um nível razoável para atender, a maioria da população era composta por gente bastante simples.A crônica profissional de WALTER WHITTON HARRIS está na p. 9 “Tentei pegar um galho e impedir que entrasse janela adentro, afastando-a para mais longe, quando a primavera mostrou sua força e feriu meu dedo. Olhei feio para ela, massageando meu dedo dolorido. Logo me veio a cena do meu tropeço e a ideia de vingança que a dona da floricultura falou. Olhei para a Primavera e senti que ela queria dizer: quero ser livre, sei escolher meu caminho.” A crônica de JACYRA DA COSTA FUNFAS você lê na p. 7 Botucatu recebe a XII Jornada Médico-Literária Paulista - p. 11 Eu e a buganvília Edição comemorativa de 25 anos Os jacarandás floriram Nesta edição comemorativa do Jubileu de Prata da Sobrames-SP, você tem notícias e informações especiais sobre os eventos e conquistas da Sociedade hoje e ao longo destes 25 anos. Estão presentes também nesta edição os autores: ALCIONE ALCÂNTARA GONÇALVES (p.5) | FLERTS NEBÓ (p.4) JOSEF TOCK (p.5) | MÁRCIA ETELLI COELHO (p.8) e ROBERTO ANTONIO ANICHE (p.8)

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250250250250250SETEMBRO

2013O Bandeirante

Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo

“Ela era uma pessoa simples e boa. Um poucolimitada, mas tudo que fazia era com muito

capricho. Quando passava roupa não havia de ficarnenhuma ruguinha. Deveria estar mais lisa do que

uma pétala de rosa. Cozinhava muito bem,tudo feito com muito amor.”

Leia o conto de MARIA DO CÉU C.LOUZÃ na p. 6

Consultas inesquecíveis“Quem não tem um episódio para contar sobre o que ocorreentre as quatro paredes de um consultório? Recém-saído dafaculdade, eu dava plantão num Pronto-Socorro público. Apesarde sempre haver pessoas de um nível razoável para atender, amaioria da população era composta por gente bastante

simples.”

A crônica profissional de WALTER WHITTON HARRIS está na p. 9

“Tentei pegar um galho e impedir que entrasse janela adentro,afastando-a para mais longe, quando a primavera mostrou suaforça e feriu meu dedo. Olhei feio para ela, massageando meu

dedo dolorido. Logo me veio a cena do meu tropeço e a ideia devingança que a dona da floricultura falou. Olhei para a

Primavera e senti que ela queria dizer: quero ser livre, sei

escolher meu caminho.”

A crônica de JACYRA DA COSTA FUNFAS você lê na p. 7

Botucatu recebe a XII Jornada Médico-Literária Paulista - p. 11

Eu e a buganvília

Edição comemorativa de 25 anos

Os jacarandás floriram

Nesta edição comemorativa do Jubileu de Prata da Sobrames-SP,você tem notícias e informações especiais sobre os eventos e

conquistas da Sociedade hoje e ao longo destes 25 anos.

Estão presentes também nesta edição os autores:ALCIONE ALCÂNTARA GONÇALVES (p.5) | FLERTS NEBÓ (p.4)

JOSEF TOCK (p.5) | MÁRCIA ETELLI COELHO (p.8)e ROBERTO ANTONIO ANICHE (p.8)

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2 O Bandeirante - Setembro 2013

Jornal O Bandeirante

ANO XXIII - nº. 250 -

Setembro 2013

Publicação mensal da SociedadeBrasileira de Médicos Escritores -

Regional do Estado de São Paulo

SOBRAMES-SP. Sede: Av.

Brigadeiro Luiz Antonio, 278 - 7º Andar - Sala 1 (Prédio da

Associação Paulista de Medicin a) - São Paulo - SP

Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Marcos Gimenes

Salun (MTb 20.405-SP)

Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto

(MTb 17.671-SP).

Redação e Correspondência: Rua Francisco Pereira

Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201-100 –

Jundiaí – SP E-mail: [email protected]

Tels.: (11) 4521-6484 Celular (11) 99937-6342.

Colaboradores desta edição (textos literários): Alcione

Alcântara Gonçalves, Flerts Nebó, Jacyra da Costa Funfas,

Josef Tock, Márcia Etelli Coelho, Maria do Céu Coutinho Louzã,

Roberto Antonio Aniche e Walter Whitton Harris.

Tiragem desta edição: 500 exemplares (papel) e mais de

1.000 exemplares PDF enviados por e-mail.

Diretoria - Gestão 2013/2014 - Presidente: Josyanne Rita

de Arruda Franco. Vice-Presidente: Carlos Augusto Ferreira

Galvão. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo-Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro: Aida

Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho FiscalEfetivos:Hélio Begliomini, Luiz Jorge Ferreira e Marcos

Gimenes Salun. Conselho Fiscal Suplentes: José Jucovsky,

Rodolpho Civile e José Rodrigues Louzã.

.

Matérias assinadas são de responsabilidade de seus

autores e não representam, necessariamente, a opiniãoda Sobrames-SP

Editores de O BandeiranteFlerts Nebó - novembro a dezembro de 1992

Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994

Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz Najar - 1995-1996

Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000

Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009

Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009

Roberto A.Aniche e Carlos Augusto F. Galvão - 2010

Josyanne R.A.Franco e Carlos Augusto F.Galvão - 2011-2012

Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - janeiro 2013

Presidentes da Sobrames SP1º. Flerts Nebó (1988-1990)

2º. Flerts Nebó (1990-1992)

3º. Helio Begliomini (1992-1994)4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996)

5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998)

6º. Walter Whitton Harris (1999-2000)

7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002)

8º. Luiz Giovani (2003-2004)

9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005)

10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006)

11º. Helio Begliomini (2007-2008)

12º. Helio Begliomini (2009-2010)

13º.Josyanne Rita de Arruda Franco (2011-2012)

14º.Josyanne Rita de Arruda Franco (2013-2014)

Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun

Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto

Diagramação: Marcos Gimenes Salun | Rumo Editorial

Produções e Edições Ltda.Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica Editora

Expediente Editorial

Josyanne Rita de Arruda Franco

Médica Pediatra Presidente da Sobrames-SP

NESTA DATA QUERIDA,NOSSOS PARABÉNS!

A Sobrames--SP é feita debravos! Homens em u l h e r e sdedicados quecom altruísmo eemoção abraçamas causas de umaconfraria deletras. Doando-secom galhardia,dispensam tempo, talento e conhecimento técnico, intuitivoe criativo, ao crescimento e consolidação dos laços deamizade e estímulo à produção literária.

A Sobrames-SP completa 25 anos nesta primaveraque se anuncia!  Quantos acontecimentos jubilosos e tristesforam acolhidos com fraterno abraço entre poesias, prosa epizzas! Quantas chegadas e partidas contabilizadas emruidosa alegria ou respeitoso silêncio! Quantas lágrimas nasfaces enrubescidas pela emoção ou pelo sorver do vinho. Eas estradas viajadas a organizar Jornadas? Braços fortescarregando livros, refeições rápidas, intervalos preciososentre uma e outra consulta para telefonemas diversos,e-mails sem fim a buscar apoio, a fazer esforço, afomentar vida e solidez que alimentasse a excêntrica artede escrever.

Aos diretores e amigos de coragem, silenciosos eincansáveis, a reconhecida gratidão! Aos talentosos membrosassociados, o agradecimento pela presença que ilustranossas Pizzas Literárias e dá sentido ao nosso trabalho!Aos visitantes de sempre e aos novos amigos, as portaspermanentemente abertas para o convívio e o deleite daamizade que é adornada de palavras em prosa e verso!

A todos aqueles que sem ruídos vão dando forma aossonhos, a gratidão pela parceria na caminhada! E à queridaSobrames-SP, os mais efusivos e jubilosos parabéns!

09/09 – Flerts Nebó

13/09 – José Jucovsky

14/09 – Alitta Guimarães

Costa Reis

15/09 – Marcos Gimenes Salun

16/09 - Sobrames-SP

As Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP acontecemna terceira quinta-feira de cada mês, a partir

das 19h00 na PIZZARIA BONDE PAULISTARua Oscar Freire, 1.597 - Pinheiros - S.Paulo

19 de setembro 2013COMEMORAÇÃO DOS 25 ANOS DA SOBRAMES-SP

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O Bandeirante - Setembro 2013 3

Ainda estou trabalhando. Tenho tentado escrever sobre os 25 anosda Sobrames-SP,  mas sinto que estou me repetindo a cadaparágrafo e começo tudo de novo... Nosso percurso está no livro doHelio e do Salun quando dos 20 anos, nas 250 edições deO Bandeirante, nas doze coletâneas e nove antologias. Como falarsobre tudo isso sem parecer exaustiva? Foram onze Jornadas poreste imenso Estado,  momentos inesquecíveis com amigosinolvidáveis, situações inusitadas e muita amizade. Pense comigo:quantas Pizzas Literárias a sorrir, aplaudir e se comover com tudo oque foi dito? Foram quase 280 reuniões! Parece que as palavrascontinuam flutuando em um tempo que não passa, na memóriaafetiva que embala as mais carinhosas recordações... E quandopenso na sede que conseguimos, no Blog que alimentamos eatravessou fronteiras internacionais com os confrades e confreirasde outras partes do mundo? São tantos ganhos, meu amigo, tantascoisas felizes coletadas em 25 anos que não cabem na recente sededa APM...Conquistas que me fazem sorrir com a franqueza e odesprendimento que eu tinha há duas décadas,  tão jovem parapretender chegar até aqui, e tão adulta para ter deixado o tempopassar sem estar na Sobrames-SP desde o dia 16 de setembro de1988. Queria ter estado naquela noite de outrora da fundação daregional paulista com minha bebê caçula, que então contava comdez meses de idade, ainda no colo, amamentada exclusivamentecom o leite materno, mas já embalada pelas poesias que euescrevia e declamava para a minha plateia doméstica,  semimaginar que apenas dois anos depois estaria cercada de grandes etalentosos escritores que me acolheram com amizade e estímuloentre médicos dedicados à arte de escrever. Que posso eu falar daSobrames-SP sem ter os olhos marejados de emoção e o coraçãorepleto de saudade dos que já partiram, deixando incrustados emseus escritos e na lembrança a força de seu talento, o brilho daerudição e a imensurável gratidão por tantas empreitadas nasveredas da literatura...Ou mesmo a doce presença, afável e terna,daqueles que escutaram, embevecidos, contos e crônicas, poesias ecanções, acompanhando amores e amados? Meu amigo, a Sobrames--SP é parte de uma história de vida compartilhada com muitasoutras vidas. É um caminho percorrido à sombra, ladeado porcanteiros floridos. É um lugar à beira de um fresco regato, onde ovento sopra manso e os pássaros cantam sem pressa... É um recantodentro do peito que vive perfumado pelo aroma de pizzas, transpiraum suor salpicado de garoa e que, alerta, é despertado pelotrânsito de uma cidade gigante que cresce e enlouquece, mas nãodesarvora as emoções de quem quer continuar a ter nos encontrosliterários o seu pedaço de céu no mundo...Diga-me com toda afranqueza, meu amigo: o que mais eu poderia dizer sobre aSobrames-SP?  Um abraço e até mais. Josyanne

Que dizer desta data?

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4 O Bandeirante - Setembro 2013

No dia 09 de setembro, costumo come-morar meu aniversário. O que é um erro.Explico o porquê. Minha vida, realmente teveinício entre o final do mês de dezembro de1919 ou começo do mês de Janeiro de 1920:não posso precisar a data com certeza.

Isso ficará para os obstetrasresolverem, mas de fato quando osespermatozoides de meu pai encontraram oóvulo que os esperava, no útero de minhamãe, e a minha vida intrauterina teve início.Ela teve uma duração de NOVE meses edepois fui expulso e a expulsão logo foiseguida dos primeiros tapas dos que levei

durante a vida, e foram dados pela “parteira” e também foi a primeira vez quechorei, porque o ar frio do ambiente fez meus pulmões se dilatarem e perdi o“calorzinho” a que estava acostumado.

Os anos foram passando e fui crescendo, aprendendo o que podia e não podiafazer. Aprendi a falar, depois ler, escrever, etc. etc. Praticando esportes, nadando,correndo, torcendo pelo nosso time, enfim VIVENDO, como consegui fazer até estemomento, quando vou expressar o Meu Desejo que considero que talvez não devatardar; isso ficará na vontade de Deus — se é que ele existe — e irei para o céu, setambém existe e serei o primeiro “Santo” com esse nome.

Tenho a certeza de que não irei para o Inferno, porque ele já está aqui, naterra onde estamos todos vivendo, neste instante. Mas, terminando o meu tempo,que creio já tenha sido estabelecido por ordem dos cromossomas, outros hormôniose pelo D.N.A. que temos em nossos organismos, passarei a ser um Corpo Sem Vida=C.S.V: jamais serei um CADÁVER, pois essa palavra significa CARNE DADA AOS VERMES,e não tenho disposição de servir de pasto para uns bichinhos que nada fizeram pormim.

Assim o meu corpo morto, ou C.S.V. deverá ser cremado! Virarei cinzas, queserão recolhidas e, provavelmente, misturadas com outras que restaram de queimasanteriores. Uma vez recolhidas essas cinzas, desejo que elas sejam colocadas emtrês saquinhos plásticos.

O primeiro levado para o cemitério do Araçá e depositado no túmulo, ao ladode meus pais e irmão. O segundo entregue no Museu do Show Medicina, e pregadonuma parede ou colocado num dos armários com os dizeres: Flerts Nebó — Criadore Primeiro Diretor do Show Medicina — 1944. O terceiro que suas cinzas sejam jogadasno terreno da entrada na Frente da Faculdade de Medicina, na Avenida Dr. Arnaldo,que foi onde me formei médico, tendo entrado pela Porta da Frente da “Casa deArnaldo” e ajudará as raízes de alguma das plantas ou árvores que por ali existampara se tornarem mais vivas, e quem passar pela avenida saiba que minhas cinzasestão ao lado da velha Escola.

Para meus filhos, parentes ou amigos, escrevi antes de “bater as botas” epara que não ignorem o MEU ÚLTIMO DESEJO.

(Escrito no dia 27 de abril de 2006)

Flerts Nebó

Meu desejo

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O Bandeirante - Setembro 2013 5

O homem, é um bicho danado,Que sabe olhar pro passado;Revê aquilo que fez,Com tremenda rapidez.

O homem, é um animal social,Que se relaciona de modo normal,Formando grupos de sobrevivência,Melhorando assim a sua existência.

O homem, é um ser inteligente,Que atua de modo influente,Na sociedade à qual pertence,Para a melhoria de todo o ambiente.

O homem, é um Espírito encarnado,Que busca um maior aprendizado,Para o seu crescimento e evolução,Neste planeta de prova e expiação.

O homem, será anjo no futuro,Que trará seu conhecimento seguro,Para formar a sociedade sem desigualdades,Onde reinará o amor sem maldades.

O Homem está no porvir do Novo Mundo.O Horizonte é planoe o pedregulho acertou o seu calo.

A língua enrola e faladialetos ternários e quaternários.Sons que imitam sons.Ruídos que se calam.

O mundo é panorâmicoe ocluso.Vejo do meio dos olhos,periferias extremas.

O mundo é dos tolose ignóbeis decibéis.Sons metálicos,que armam as revoltas,e as grandes revoluções.

Mundo, mundo,viramundo,de tanto virar,endoideceu.

O homem e sua evoluçãoAlcione Alcântara Gonçalves

Novo mundoJosef Tock

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6 O Bandeirante - Setembro 2013

Chegou a primavera e num repente a cidadeamanhece toda enfeitada com as copas de árvoresmuito floridas. Parecem buquês gigantes de corlilás. São os jacarandás mimosos, de São Paulo.Atrevidos, como que desafiando a cidadebarulhenta, que se movimenta sem parar, pintamuma linda cor junto ao concreto frio e cinzento.

Mas se me encantou assistir, mais uma vez, atanta exuberância da primavera, relembrei alguém— que no passado fez parte da nossa vida — e quenos deixou muitas saudades.

“Ela não consegue pilotar as quatro bocasdo fogão ao mesmo tempo!” observava comhumor o chefe da casa, quando - com muita pressa -chegava do trabalho do hospital, que o ocupava pelamanhã e ia pedindo o almoço para poder continuarsua vida de médico atarefado.

Ela era uma pessoa simples e boa. Um poucolimitada, mas tudo que fazia era com muitocapricho. Quando passava roupa não havia de ficarnenhuma ruguinha. Deveria estar mais lisa do queuma pétala de rosa. Cozinhava muito bem, tudofeito com muito amor.

Vinda de Minas — mesmo da roça — chegouacompanhada pela mãe, para trabalhar em nossacasa. Ao descer do ônibus, dava a impressão de quehavia alguma coisa estranha com ela. O andar umpouco lento, talvez tímido. Tinha uma pequenadificuldade para falar e quando falava fechava àsvezes os olhos. Chamava a atenção. Sua mãe aoser questionada se ela teria tido alguma doençade pequena, respondeu simplesmente que não.Aparentava estar perto da casa dos quarenta anos,mas idade para ela era um assunto proibido emque não se deveria tocar nunca.

O pior — ainda que nos pasmasse — não possuíadocumentos, pois não havia sido registrada. Maistarde, escrevemos ao pai, insistindo muito para

que — em uma das vezes em que ela fosse para aroça — ele a acompanhasse ao cartório e aregistrasse. E foi assim que ela pôde esconder umpouco a sua idade. Nunca conseguimos acreditar naque dizia ter, pois aparentava ser um pouco maisvelha.

O seu nome: Alcídia. Certamente havia sidocriado a partir do nome do pai que era Alcides.Mas nos disse que todos a chamavam de Cida e foiassim que ela se chamou todo o resto do tempo.

Logo mostrou o quanto cozinhava bem. A sualentidão para fazer qualquer coisa era compensadapelo capricho e esmero em tudo que fazia e,sobretudo, pela comida tão saborosa.

Caprichosa ao máximo, queria ver tudo limpoe especialmente bem arrumado. Nada deveria estarfora do seu lugar. O que não era muito fácil, numacasa onde três crianças, levadas, que adoravam fazerestripulias, cruzavam pela cozinha, correndo, aosgritos nas suas brincadeiras. Muitas vezes até paraprovocá-la.

Mas não se incomodava de preparar maisum prato ou aumentar a quantidade daquele quejá estava sendo feito, na chegada de mais alguémpara comer. Era na cozinha que ela se revelava.E ficava feliz ao ouvir os elogios tão merecidos aela destinados.

Não importava o que fosse, cumpriria o seupapel de matar a fome, com um tempero perfeito.Coisa não muito fácil quando, mais tarde, trêsadolescentes gostavam de trazer, sempre desurpresa, colegas para almoçar ou jantar.

Dedicava uma verdadeira paixão por florese mais curioso ainda: por fardas. Qualquer homemfardado era considerado um verdadeiro Apolo,fosse militar ou mesmo um porteiro, bemaprumado com um bonito uniforme que chamasseatenção.

Os anos passaram e tendo comprado umterreninho, resolveu construir a sua casa. Assimpassou a trabalhar como diarista, para tomar contados pedreiros e pôr as mãos à obra mesmo. E nosdias em que podia, ajudava a fazer massa,carregava tijolos e ia aos poucos comprando osmateriais necessários. Quando pronta, estavarealizado o seu sonho. Exibia logo um jardimcaprichado e completando sua felicidade: umcachorro e também uma casinha para ele. Asplantas cuidadas por ela eram sempre viçosas eassim em pouco tempo o jardim ostentava algumasverduras, lindas roseiras e uma muda de árvorefrutífera.

Mas o que nos divertia era a o seu desejo, oumesmo mania, de reformar e modificar a casa. Eraquase um vício derrubar paredes. Assim, o que ficavamais engraçado: onde era a cozinha passava a ser a

Os jacarandás floriramMaria do Céu Coutinho Louzã

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O Bandeirante - Setembro 2013 7

sala e a sala dera lugar para o quarto e a cozinhaestava em outro canto. Toda vez que a fôssemosvisitar, não sabíamos nunca por onde teríamos queentrar e onde estaríamos sendo recebidos. Apenas oquintal permanecia no mesmo lugar. Afinal não erapossível mudar a árvore, nem as lindas roseiras queeram o seu orgulho.

Não se casou apesar de um grande desejo deencontrar uma cara metade, mas que fosse um bonitohomem fardado! Acho que não importava que fardafosse: militar, bombeiro ou mesmo um porteiroelegantemente uniformizado.

A sua cor predileta era o roxo ou lilás. Tudoque fosse dessa cor a encantava. Fazia crochês muitobonitos e muitas vezes na sua cor preferida. Assim,quando chegava o tempo dos jacarandás florirem pelacidade, era ela a primeira a chamar a atenção para acor que enfeitava as praças e calçadas de São Paulo.

Inesperadamente, precisou ser operada de umcâncer. Conseguimos que fosse aposentada e por

alguns anos foi lutando pela sua recuperação atéque partiu deixando saudades e muitas lembrançasqueridas.

É impossível não recordar aquela criatura,especialmente quando a cidade se enfeita de roxoou lilás. A sua comidinha tão saborosa, a suapaixão pelas flores e pelas fardas e a sua grandedificuldade em entender como se pagava umacompra com cheque. Isso era mais um grandemistério na sua vida.

Muitas vezes quando vejo alguém chegar aoportão da nossa casa, ainda tenho a impressão deque vou vê-la entrar. Chegava toda bemarrumadinha, balançando a cabeça, com o seu jeitocaracterístico de falar devagar, piscando os olhos.E nas mãos - para me oferecer - sempre um vasinhocom uma planta que havia comprado ou um buquêde rosas lindas do seu jardim.

Levei muito tempo para encontrar uma planta que meagradasse para colocar na jardineira do terraço do meu apartamento.O muito tempo que digo foi encontrar de pronto uma planta jáformada, florida, bem certinha para o local. Foi difícil. Numa dasvezes, correndo viveiros e floriculturas, tropecei num vasinho comuma plantinha definhada, com algumas flores cor-de-rosa. Pedidesculpas à dona da floricultura e ela me respondeu: desculpas asenhora peça à senhora Buganvília.

Quem é dona Buganvília? — perguntei. É essa que a senhoraquase matou com seu tropeção, respondeu ela. Olhei para o chão esenti uma tristeza em ver a tal Buganvília esparramada, comopedindo socorro. Abaixei-me, juntei seus pequenos galhos comalgumas flores e disse: vou levar essa. A senhora garante que elavai vingar? Só se ela se vingar da senhora, disse a dona da floriculturanum tom de trocadilho.

Já no novo endereço, a Buganvília mirrada recebeu o nomemais popular e comum de Primavera. Alimentada com vitaminasque a boa terra exige, cresceu, floresceu e seus galhos espinhososforam parar na janela de um quarto. Tentei pegar um galho e impedirque entrasse janela adentro, afastando-a para mais longe, quandoa primavera mostrou sua força e feriu meu dedo. Olhei feio paraela, massageando meu dedo dolorido. Logo me veio a cena do meutropeço e a ideia de vingança que a dona da floricultura falou.Olhei para a Primavera e senti que ela queria dizer: quero serlivre, sei escolher meu caminho.

Fiquei vendo a Primavera sempre de longe, com um pequenosentimento de ingratidão pelo espinho que me feriu. Precisei meausentar de casa por quinze dias, pensando em trocar a Primaverapor outra planta. Quando voltei, ao abrir a janela do quarto, umgalho da Primavera com lindo cacho de flores viçosas, tocado pelaleve brisa, atravessou o parapeito e suavemente roçou pela minhaface, dando-me o beijo de boas-vindas, selando, assim, o nossocarinho mútuo. Desisti de trocar a querida Primavera ou Buganvíliapor outra planta.

Eu e a buganvíliaJacyra da Costa Funfas

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8 O Bandeirante - Setembro 2013

Márcia Etelli Coelho

Caixa de Pandora

Não vá na contramão da manifestaçãoRoberto Antonio Aniche

O quarto está escuro, perdido no tempo.A porta semiaberta implora companhia.O silêncio inseguro tonifica o ventoque se eleva na névoa, congela e arrepia.

Eu puxo a maçaneta e entro, ali, sorrateiro.De tudo curioso, uma vez mais me arrisco.Sem que ninguém me veja, serei pioneiro,a vencer o desgosto, achar o que eu preciso.

Mas o teto em ruína renega o passado.Um espelho partido afronta a maldição.Uma teia me obriga a agachar o meu passoe a desviar do abismo que brota do chão.

Em um canto, tão só, empoeiradamente,uma caixa dourada me convida a abri-la.Testemunha sem dó de um estranho presenteem uma era findada, na glória, esquecida.

A dúvida me intriga e comprime o meu peito:Será que um tesouro se esconde dentro dela?Dinheiro de um roubo que perdeu o endereço?Um dote de rainha que morreu donzela?

Imagino fortuna, mudança de vida.Conquistar um apreço para o eterno amor.Preencher a lacuna da antiga partida.Aumentar o meu preço, sanar toda dor.

Sem outra maneira, eu me aproximo, silente,sem saber do segredo que nela se encerra.Espanto a poeira, abro a caixa e... de repente,um brilho atiça o medo, a luz quase me cega.

A ciranda do tempo retrai o segundo.Enlouquecem-se os gritos, nem todos são meus.Esperança, não lembro, ainda estás nesse mundo?Com o olhar no infinito, eu choro e rezo... a Deus!

Há dias que queria sair de casa, do trabalho, esquecer momentaneamente as contas, a família,o cachorro do vizinho. Tem dias que preciso do ar impregnado de energia, de luta, para me sentirvivo. Abandono tudo de repente, tomado da decisão inusitada de aparecer, gritar, sentir-me importante.Meu coração bate rápido, minha respiração fica ofegante. Lá vou eu, lembrando dos tempos deestudante, avançando com coragem.

A camiseta que eu não vestia desde os tempos da ditadura brilhava tanto a ponto de encher meupeito de orgulho. Fogos de artifício na mochila, bandeira enrolada, carregada tal qual uma AR-15, lávou eu, sem lenço, sem documento, lembrando e soltando meu grito de guerra. Sou jovem novamente,entro no meio da turba, perco a minha identidade numa massa humana imponderável e indomável. Atelevisão irá nos mostrar junto com mais de sessenta mil pessoas!

Será que meus filhos estarão me vendo no jornal das seis? A massa grita, explode, as bandeirasesvoaçam sobre nossas cabeças, até que bombas explodem na alegria incontida. Estendo a minhabandeira e grito a plenos pulmões todas as palavras engasgadas por muitos anos. Não me lembro demais nada.

Meus filhos me viram no jornal das seis, ensanguentado, caído e pisoteado agarrado à bandeirado Corinthians, no meio da torcida do São Paulo em pleno estádio do Morumbi...

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Quem não tem um episódio para contar sobre oque ocorre entre as quatro paredes de um consultório?Recém-saído da faculdade, eu dava plantão num Pronto--Socorro público. Apesar de sempre haver pessoas deum nível razoável para atender, a maioria da populaçãoera composta por gente bastante simples. Certo dia,atendi uma mãe carregando uma criança nua sentadaem seu braço, que teria pouco mais de um ano de idade.Ao perguntar a ela o que acontecia, virou o nenê denádegas expostas para mim, que estava sentado àmesa do consultório e o nenê soltou uma bela explosão,inundando de fezes líquidas meu rosto, óculos e roupa.O diagnóstico estava feito. Noutra oportunidade, aoindagar de uma senhora o que ela tinha, respondeuque estava ali para eu dizer o que ela tinha, afinal decontas quem era o médico? Não houve jeito de fazê-laentender que sem contar-me sua história, nãoconseguiria fazer um diagnóstico. Foi necessáriochamar sua acompanhante, que ficara na antessala,para esclarecer o mal-entendido e prosseguir com aconsulta.

Já mais tarimbado, atendia funcionários de umacompanhia de ônibus num plantão de domingo. O colegaque fui substituir costumava facilitar a vida dos motoristase cobradores que, folgando aos sábados, vinham buscarum atestado médico para emendar o domingo. Nãoachando isso correto, comecei a recusar o afastamentodesses funcionários, sem que houvesse causa quejustificasse. A maioria aceitava — depois fiquei sabendoque procurava um hospital e lá obtinha o atestado —,mas um dia, um paciente, inconformado com minharecusa de lhe fornecer o atestado, tornou-se agressivo eme disse que estava com uma arma apontada para mim,escondida sob o jornal que carregava na mão. Não deutempo nem de ele terminar sua frase de ameaça, poisjoguei a mesa do consultório em cima dele e lá ficou eleprostrado. Naquele tempo eu fumava e havia um pesadocinzeiro de vidro na mesa que peguei para me defender.Não foi necessário; ele estava desarmado. O fato foicomunicado à sua empresa e ele foi demitido por justacausa.

Consultas inesquecíveisWalter Whitton Harris

Quantos fatos mais não foram observados noAmbulatório de Ortopedia. Por exemplo, o pacientereferiu que torcera o cotovelo. Ao examiná-lo, nadaencontrei e vi que ele me olhava como se eu fossemaluco. Aí apontou para o tornozelo e me disse que olocal machucado era o “cotovelo do pé”! Outra vez,um paciente caiu sobre o ombro e me disse que estavacom dor na “naxila”. Isso, sem se referir a passagensmais picantes:

Certa feita, uma jovem queixou-se de dor nascostas. Antes que pudesse solicitar para se despirparcialmente e usar a camisola apropriada, foi tirandotoda a roupa, inclusive as peças íntimas e com a maiornaturalidade do mundo. Senti-me constrangido, mas,para não deixá-la assim também, examinei-a comnaturalidade e pedi que se vestisse de novo. Porém, nasaída, ela fez uma cara de sapeca e me perguntou se eunão tinha apreciado a carne! Fiz-me de desentendido.Em total oposição à situação anterior, recebi uma pacienteque sofrera uma pancada na coxa. Veio para a consultacom uma saia justa e curtíssima. Na tentativa deexaminá-la, já deitada, pois machucara a parte superiorda coxa, fez um drama para manter a saia puxada parabaixo, imagino que para não mostrar a calcinha. Ficoudifícil para mim e, para eu não ficar de saia justa, fuiobrigado a dizer-lhe, elegantemente, que precisaria tirara saia para poder examiná-la direito. Ofereci-lhe umlençol. Que nada! Na mesma hora, arrancou a saia, fezuma cara de vítima e cobriu o rosto com a mão.Rapidamente, completei o exame, fui sentar à mesa doconsultório e pedi que se vestisse.

Lembro-me bem de uma ocasião quando eu eradiretor clínico de um hospital e tive de substituir um dosmédicos que iria chegar atrasado. Um jovem aparentandoboa saúde se queixava de dor de garganta. Examinei-o enada encontrei, porém fiz-lhe uma receita. Ao sair, pediuque lhe atestasse o dia, que recusei fazer. Mais tarde,recebi telefonema da delegacia do bairro, dizendo queum paciente estava querendo registrar uma queixa deomissão de socorro contra o hospital e o delegado queriame comunicar o fato por ser o diretor. Ao perceber quese tratava do mesmo rapaz que eu atendera, pedi pararevistá-lo e a receita foi encontrada. O delegado pediumil desculpas e disse que iria dar um belo susto no rapazpor falsa acusação. Serviu de lição para jamais deixarde fornecer uma receita no primeiro atendimento a umpaciente. Além do médico se resguardar, o pacientenormalmente sente que a consulta foi incompleta semter uma receita na mão.

São algumas das dificuldades no atendimentomédico. Já se foram os dias em que permanecia umaenfermeira dentro do consultório, junto ao médico, parasalvá-lo de circunstâncias parecidas às relatadas.Precisamos ser extremamente cautelosos e, mais ainda,recorrer ao bom senso e ao humor, dependendo dadelicadeza da situação.

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Autores da SOBRAMES-SP lançam livros

LIGIA TEREZINHA PEZZUTO“Serviço de Escuta - o que ée como implantá-lo”Ed.Ave-Maria - SPO livro tem como base servir deexplicação e aplicação de umserviço muito importante nosdias atuais: o da escuta.Com texto coloquial, a autoravale-se de alguns princípios daconfissão e da psicoterapia parasuporte neste trabalho. Olançamento será no dia 14 desetembro, das 10 às 12hs naLivraria Ave-Maria na RuaJaguaribe, 761 - Sta.Cecília -SP. O livro também seráapresentado na XII JornadaMédico-Literária Paulista emBotucatu. Contatos:[email protected]

Além do lançamento da obra coletiva IX Antologia Paulista durante a Jornada Literária em Botucatu, onde estãopresentes 40 autores da Sobrames paulista (veja página ao lado), vários autores estarão lançando ou

apresentando novos livros individuais neste mês de setembro.

LUIZ JORGE FERREIRA“Antena de Arame”Rumo Editorial - SPMergulhar nas histórias destelivro cheio de magia será umaaventura inesquecível. O autoré um mestre em dar novastintas à realidade misturando-aa vigorosas pinceladas surreaisque não deixarão o leitorescapar destas páginas semuma incrível dose deencantamento. Luiz Jorgeestará apresentando seu novotrabalho durante a XII JornadaMédico-Literária Paulista, nacidade de Botucatu, entre 26 e29 de setembro. Contatos einformações com o autor peloe-mail:[email protected]

JOSYANNE RITA DEARRUDA FRANCO

“Assoalho de Plumas”Rumo Editorial - SPOs versos da autora

transcendem a poesia edelicadamente pousam no íntimodas pessoas mais sensíveis. Em

alguns momentos ela évertiginosamente passional e

inconsequente com ossentimentos e em outros tão

sutil como uma pluma que pousano aconchego de uma sala, rente

a uma lareira e dois cálices devinho. Josyanne também

apresentará seu novo trabalhodurante a XII Jornada Médico-

Literária Paulista, na cidade deBotucatu, entre 26 e 29 de

setembro. Contatos einformações com a autora pelo e-mail: [email protected]

WALTER WHITTON HARRIS“Hunky-Dory - uma antologia

de prosa e verso”Rumo Editorial - SP

Com maestria e rara habilidadepara lidar com as palavras, o

autor coloca nas páginas destevolume 20 anos de seu labor

literário. São histórias extraídasda vida e que aqui são narradascom a ágil versatilidade de umatleta ou com o encantamento

de um mago, ora em prosasricas de conteúdo e acuradapesquisa, ora em versos de

mágica e delicada sensibilidade.Uma obra para se degustar como vagar necessário para sentir

todos os seus sabores e aromas.Contatos, aquisições e

informações com a autoratravés do e-mail:

[email protected]

Alcione é Embaixador da AbrammilAlcione Alcântara Gonçalves recebeu no último dia 15 de agosto o

título de Embaixador da ABRAMMIL - Academia Brasileira deMedalhística Militar, na 21ª Cerimônia da Academia realizada no

Museu Militar Conde de Linhares, no Rio de Janeiro, RJ.

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O Bandeirante - Setembro 2013 11

Botucatu recebe escritores da SOBRAMESChegou a hora do esperado evento literário da SOBRAMES. De 26 a 29 de setembro, a cidade de Botucatu, no

interior de São Paulo, acolherá os autores da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores para a realizaçãosimultânea da XII Jornada Médico-Literária Paulista e da VII Jornada Nacional da Sobrames.

Conheça aqui as atrações deste evento.

Além dos serviços do Hotel Primar durante o café damanhã, almoço e coffee breaks nos intervalos das sessõesliterárias, o evento contará com jantares nos restaurantesCeleiro e Sinhô Sinhá. No sábado o almoço será a bordodo navio Cidade de Cuesta, que navegará com osparticipantes pelo Rio Tietê, até a transposição da Eclusa,em Barra Bonita.

A abertura da Jornadaacontecerá na quinta-feira noTeatro Municipal de Botucatu,aonde teremos a apresentaçãode um Coral e logo após seráservido um coquetel. Na sexta--feira, haverá apresentaçãoespecial da Camerata deBotucatu e no sábado, noencerramento do evento,teremos uma apresentação deConjunto Folcórico Regionaldurante a entrega dos prêmios.

Cultura, lazer e boa comidaO evento conta com ainscrição de 26 autores, com51 textos literários, sendo 26em prosa e mais 25 poesias.Haverá ainda a inclusão de 10textos em prosa e poesia deacadêmicos de medicina daFMB previamenteselecionados. Todos essestextos serão publicados nosANAIS do evento, cuja ediçãoestá sendo preparada para

impressão pelo parque gráfico da UNESP deBotucatu. Um primoroso trabalho. Assim, durante asquatro sessões literárias previstas para o evento,teremos a leitura de um livro ao vivo, na voz de seusautores. Será uma oportunidade imperdível, abertaao público e que acontecerá na sala de eventos doPrimar Plaza Hotel.

Concursos literáriosTodos os textos inscritos na Jornada participam dosconcursos para poesia e prosa. Os textos já foramentregues aos membros da Academia Botucatuense deLetras, que escolherão os vencedores. Participarão comojurados os acadêmicos Antonio Evaldo Klar (presidenteda ABL), Evanil Pires de Campos, Maria Amélia Blasi ToledoPizza e Sebastião Avelar Pires. O prêmio para osvencedores em cada modalidade será o belíssimo eexclusivo troféu “O Bandeirante”, confeccionado pelaartísta plástica Eleonora Yoshino.

Jornada Nacional e Fórum ABRAMESAlém de sediar a XII Jornada Paulista, o evento recebetambém a VII Jornada Nacional da Sobrames, e em razãodisso, conta com a participação de representantes deregionais de vários Estados, estando também programadoum Fórum da Academia Brasileira de Médicos Escritores(ABRAMES), com apresentação de versos e prosas dosacadêmicos e homenagem a Evanil Pires de Campos.

Um livro lido ao vivo

LANÇAMENTO DA IX ANTOLOGIA PAULISTA

Já está pronta a IX Antologia Paulista - 2013 que reúne os trabalhospublicados em “O Bandeirante” no período de abril de 2011 a marçode 2013. A obra tem 146 textos de 40 autores da Sobrames Paulista.Sob a coordenação de Marcos Gimenes Salun, a IX Antologia Paulistaé parte das comemorações dos 25 anos da Sobrames-SP e terálançamento em setembro, durante a Jornada em Botucatu. Emnovembro de 2013, a obra será também apresentada num Sarau aser realizado na Associação Paulista de Medicina. Aguardeconfirmação da data no próximo “O Bandeirante”.

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FATOS & OLHARESMárcia Etelli Coelho

Jubileu de PrataSOBRAMES-SP completa 25 ANOSno dia 18 de setembro de 2013e a comemoração será na Pizza

Literária do dia 19.Participe desta efeméride!

XII Jornada Médico-LiteráriaPaulista e VII JornadaNacional da Sobrames

Dias 26, 27, 28 e29 de setembro, no Hotel Primar

Plaza, em Botucatu-SP.Prestigie estes eventos!

IX Antologia PaulistaLançamento na Jornada Literáriade Botucatu em 27 de setembro.

Aguarde confirmação dadata do lançamento emSão Paulo, num Sarau na

Associação Paulista deMedicina. Previsão para

novembro.

Pizza Literária de NatalA reunião festiva de Natal já

tem data confirmada para 19 dedezembro. Não perca!

2014IX Congresso da UMEAL

De 12 a 15 de março de 2014,será realizado na cidade deMaputo (Moçambique) o IX

Congresso da UMEAL. A ComissãoOrganizadora, presidida por

Helder Martins, prepara amplarepresentatividade cultural dos

povos lusófonos, incluindoespetáculos com a CompanhiaNacional de Canto e Dança e aCompanhia Teatral “Motumbela

Gogo”, além de sessões literárias,passeios e gastronomia regional.Presença confirmada de PaulinaChiziane e do premiadíssimo Mia

Couto. Em breve maioresinformações!

“QUEM é QUEM”

Resposta na próxima edição.

Participe desta seção

enviando uma foto sua bem

antiga para a redação.

HELIO BEGLIOMINI

era a garoto sorridente da

edição de AGOSTO.

DESAFIO DO MÊSVocê sabe quem é este

garoto ao lado do fiel cão

Chuquel? Uma pista: é

decano da Sobrames-SP.

À BEIRA DA LAREIRA

No dia 2 de agosto de 2013, tomaram posse na Academia Brasileira deMédicos Escritores, os ilustres colegas José Medeiros (AL), Roberto

Antônio Carneiro (PR) e Antônio José Souto Loureiro (AM).Dr. Medeiros, presidente da Sobrames de Alagoas, em seu discurso

de posse, enfatizou a importância da família e direcionou umagradecimento especial pelo contínuo apoio do sobramista paulistaHelio Begliomini, lendo um trecho de seu “Crer na Sobrames”. Narealidade, o título original do texto de Helio Begliomini é “Crer naAbrames”, mas como essas duas Entidades são coírmãs, a bonita

mensagem vale para ambas e já foi postada nosobramespaulista.blogspot.com.

A Superpizza do dia 15 de agostoapresentou textos de tema “AsCoisas Boas da Vida” em justahomenagem ao centenário de RubemBraga e recepcionou a sobramista doParaná Helena Lúcia Sória e osparaenses Luiz Raimundo Coutinho eJosé Maria Toscano. A lareira acesaabrandou o intenso frio e, entrecrônicas e poemas, constatou-se maisuma vez que o encontro harmoniosode amigos consiste, sem dúvida, emuma das melhores coisas da vida.

POSSE NA ABRAMES

No dia 23 de agosto de 2013, Nelson Jacintho tomou posse comoneoacadêmico titular da cadeira 32 da Academia de Letras e Artes

de Ribeirão Preto sendo seu paraninfo o acadêmico e tambémsobramista Carlos Roberto Ferriani. Mais uma conquista literária

que orgulha a Sobrames-SP.

NELSON JACINTHO NA ALARP