Banner minhocuçu semana do conhecimento 2015.pdf
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Monitoramento do minhocuçu Rhinodrilus alatus para o manejo da espécie
Fabíola Emanuele Silva Ferreira¹, Irla Paula Stopa Rodrigues², Raquel Hosken Pereira da Silva3, Bruno Michel Ferreira da Silva 4, Guilherme Batista Victor² , Júlia de Matos Nogueira² , Maysa Regina Gomes²,
Artur Queiroz Guimarães5, Maria Auxiliadora Drumond6 .
1Graduanda Ciências Socioambientais (UFMG); 2,Graduandos Ciências Biológicas (UFMG); 3Mestranda em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre; 4Graduando Geografia (UFMG); 5Graduado em
Ciências Biológicas (UFMG); 6Professora/ ICB/ Laboratório de Sistemas Socioecológicos;
O minhocuçu Rhinodrilus alatus é uma espécie tradicionalmente usada
como isca viva na pesca amadora. A extração e comércio se concentra na
região de Paraopeba, Caetanópolis e Curvelo e envolve aproximadamente
3000 pessoas. Essa atividade é tradicional e bem estabelecida, mas
cercada de conflitos socioambientais, como a invasão de propriedades e o
uso ilegal da fauna silvestre.
O objetivo desse trabalho é dar continuidade ao monitoramento da espécie
(que vem sendo feito desde 2004) verificando sua disponibilidade no
ambiente e o impacto das alterações climáticas sobre ela, bem como
conscientizar as crianças e famílias da região sobre uso sustentável do
Cerrado e entender melhor a importância e expectativa em relação à
extração de minhocuçu na comunidade quilombola de Pontinha.
Figuras 1, 2 e 4: Indivíduos adultos de minhocuçu Rhinodrilus alatus.
Figura 3: minhoqueiros deixando local de trabalho.
• O monitoramento de comércio é realizado com 12 comerciantes.
• Coletas de minhocuçus foram feitas em áreas de Cerrado nos anos de
2006, 2007, 2010, 2011, 2014 e 2015, totalizando 833 indivíduos. Foram
identificados o estágio de desenvolvimento e medidos o tamanho
corporal, a profundidade e o diâmetro das câmaras de estivação.
• Foram realizadas dinâmicas em escolas da região e produzido um vídeo
documentário com extratores.
• Entrevistas foram feitas na comunidade quilombola de Pontinha a fim de
relatar a importância da atividade de extração do minhocuçu para a
família, o histórico e a expectativa da atividade na comunidade.
As atividades nas escolas já atingiram um total de 1046 crianças em 6 escolas
diferentes. As crianças têm oportunidade de conhecer sobre animais do Cerrado e
a interação entre eles e o bioma, mas principalmente sobre o uso e conservação
do minhocuçu e pequi, recursos mais usados na região.
O monitoramento é de essencial importância para o manejo da espécie para que
sejam feitas projeções futuras em relação aos impactos e, consequentemente,
produzir e pensar ações que possam minimizá-los. Além disso, entender a
importância da atividade para as comunidades nos ajuda a pensar formas de
conservar a espécie explorada e, ao mesmo tempo, manter a tradição dos
comunitários.
Um comerciante (D) se destaca nas vendas, pois comercializa para diversos
lugares do país. Os comerciantes A, B e C apresentam um volume maior de
vendas do que os demais, que mantêm uma mesma faixa de venda anual
de dúzias de minhocuçu (até 1450 dúzias de minhocuçus por ano).
A queda nas vendas em 2014 foi relacionada pelos comerciantes ao alto valor
de venda do minhocuçu, pois nesse ano houve uma estação chuvosa irregular
que afetou o processo de extração e a disponibilidade de minhocuçus foi menor.
Já em 2015 a queda nas vendas foi relacionada à crise econômica e à má
qualidade dos rios em Minas Gerais.
A profundidade média da câmara de estivação variou entre os períodos, sendo
verificada pela análise de variância (ANOVA um fator) que há diferença
significativa (p < 0,01) entre a profundidade das câmaras no período de
2006/2007 com relação aos períodos 2010/2011 e 2014/2015, não havendo
diferença significativa entre os dois últimos períodos (Figura 6). O comportamento
dos minhocuçus R. alatus de construção de câmaras de estivação mais profundas
pode ser consequência de alterações climáticas, principalmente na precipitação, o
que pode gerar um grande impacto na população de R. alatus e,
consequentemente, na sua extração e comercialização pelas comunidades locais.
Figura 6: Profundidade média da câmara de estivação de Rhinodrilus alatus entre os anos
2006 e 2015 em áreas de Cerrado da região central de Minas Gerais. Barras indicam
intervalo de confiança de 95%.
Figura 5: Comércio do minhocuçu nos anos de 2007 a 2015.
Figuras 7 e 8: Dinâmicas realizadas em escolas de Paraopeba, Caetanópolis e
São José da Lagoa (Curvelo).
Famílias entrevistadas 26
Não posseum renda relacionada ao minhoucçu 3
Minhocuçu é a principal fonte de renda da casa 13
Pretendem continuar com a atividade 15
Atividades que complementam a renda bolsa família, aposentadoria,
extração de ardósia ou cristal
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
2007 2008 2010 2011 2012 2014 2015
Min
ho
cu
çu
s c
om
erc
ializad
os (
dú
zia
s)
Comerciante A
Comerciante B
Comerciante C
Comerciante D
Comerciante E
Comerciante F
Comerciante G
Comerciante H
Comerciante I