UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Faculdade de Administração e Ciências ContábeisGraduação em Administração Pública a Distância

BARREIRAS NA IMPLANTAÇÃO DA ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL NO BRASIL

GILSON RODRIGUES DE SALLESGraduando em Administração Pública – Turma: A

Orientador do TCC: Prof. Marcelo Ferreira Trezza Knop

Resumo

O trabalho apresentado teve como objetivo principal descrever a partir de pesquisas bibliográficas as principais barreiras culturais que dificultaram a implantação do modelo de Administração Pública Gerencial no Brasil.Os objetivos específicos do trabalho foram: Identificar as principais características dos modelos da Administração Pública e seus conceitos. Identificar os principais traços culturais brasileiros e verificar sua presença nas organizações públicas e privadas. E realizar um paralelo entre os conceitos presentes no modelo gerencial de administração pública e os traços culturais brasileiros, visando discutir as principais barreiras à implantação desse modelo.Para o correto direcionamento do trabalho a metodologia utilizada foi bibliográfica e a dialética.Dentre os resultados do estudo apresentado, constatou-se a forte influência da colonização portuguesa no Brasil, onde o modelo administrativo patrimonialista da época foi responsável pela difusão de características que se transformaram em traços culturais presentes na Administração Pública até os dias atuais.

Palavras-Chave: Administração Pública Gerencial, Patrimonialismo, Burocracia, Cultura, Cultura Brasileira.

Introdução

O trabalho direcionou-se para o contexto administrativo público brasileiro, apresentando definições conceituais relativas a esse assunto, destacando posteriormente os três modelos utilizados na gestão pública: o patrimonialista, o burocrático e o gerencial.O estudo buscou cruzar levantamentos bibliográficos, quanto a temática dos modelos na Administração Pública brasileira e como os aspectos culturais influenciam até os dias de hoje a gestão pública e até mesmo a sociedade como um todo, buscando-se apontar algumas barreiras para a implantação da Administração Pública Gerencial no Brasil.

Dentro do TCC apresentado, o primeiro capítulo, é composto pela introdução do estudo apresentado.O referencial teórico é o segundo capitulo do trabalho, sendo o mais extenso, pois, contou com a colaboração de diversos autores para uma fundamentação bibliográfica adequada, buscando-se melhor compreensão dos temas apresentados.O terceiro capítulo apresenta os aspectos metodológicos que nortearam o trabalho.O quarto capitulo foi composto pelos resultados e discussão do estudo proposto, buscando-se interpretar o referencial colhido, apresentando os possíveis resultados obtidos e como esses respondem os questionamentos feitos. Com vistas a finalizar o trabalho, mais não o tema proposto, em seu último momento o estudo contempla as considerações finais, com o intuito de responder a situação-problema proposta, apresentando sua conclusão e considerações finais.

Aspectos Metodológicos:

O trabalho apresentado é de cunho bibliográfico, sendo utilizadas diversas fontes teóricas para o desenvolvimento dessa pesquisa, com a participação de obras e autores de renome, permitindo um amplo embasamento bibliográfico. Constata-se também a predominância da metodologia dialética, com a utilização de diversas concepções teóricas, apresentando questionamentos quanto o contexto colonial brasileiro, sua influência na Administração Pública brasileira e como os traços culturais permeiam a gestão pública nacional moldando comportamentos e organizações até os dias de hoje.

Desenvolvimento

Por ser constituído por uma revisão bibliográfica, o referencial teórico é extenso e buscou abrangente aparato literário, tendo constante participação das obras de Marx Weber, Bresser Pereira, Oliveira Vianna, Faoro, Holanda, Chiavenato, Caldas e Motta entre outras obras de importantes autores.

Explanou-se de forma abrangente sobre a Administração Pública Patrimonialista, a Burocrática e a Gerencial. Sendo que a primeira ocorreu na colonização indo desde o Império até a República Velha. Com o governo de Getúlio Vargas, surge a Reforma Burocrática e a utilização da burocracia weberiana, e, em 1995, no Governo Fernando Henrique Cardoso, implantou-se o modelo gerencial. O estudo buscou apresentar os principais pontos de cada modelo e como eles se agregam ou anulam com o passar do tempo.Posteriormente, apresentou-se conceitos sobre a cultura e como essa influência diretamente as organizações, a cultura patrimonialista no contexto europeu, juntamente com o surgimento da democracia no Brasil. Finaliza-se o referencial com o estudo do contexto histórico da cultura brasileira, juntamente com a formação da sociedade e das organizações públicas.

Com base no contexto teórico, averiguou-se que desde o período patrimonial, passando pelo contexto burocrático brasileiro, a organização pública não trabalhava visando atender ao interesse público. Com o advento do modelo gerencial buscou-se implantar técnicas da gestão privada, visando a prestação de serviços com eficiência e qualidade. Dessa forma, houve avanços, mais constata-se pela bibliografia apresentada, que a proposta teórica do modelo gerencial brasileira se diverge do que é verificado na prática.

Neste campo a temática deve ser explorada em função da intensificação dos argumentos de pesquisa levados a termo pelo autor. Nele repousa o coração do esforço redacional e, desta forma, sua redação deve oferecer ao leitor uma sensação de satisfação e, principalmente, de compreensão em relação ao encadeamento dos assuntos e a sua correlação ao tema central abordado.

Considerações Finais

Constatou-se que muito já foi feito visando uma melhoria na gestão pública brasileira, diminuindo as desigualdades e a corrupção, com uma gestão pública mais transparente, porém, a Administração Pública Gerencial não conseguiu se desvincular da cultura patrimonialista já enraizada no contexto público, gerando-se distorções que não permitem seu funcionamento eficiente.

Em razão do apresentado pelos autores e tomando como base o modelo patrimonialista, destacam-se alguns aspectos que podem ser considerados barreiras para a Administração Pública Gerencial, sendo esses: o individualismo, a falta de distinção entre o público e o privado, o nepotismo, o clientelismo, o empreguismo, a pessoalidade, o distanciamento entre as classes e a corrupção.

Outros aspectos que podem ser considerados barreiras para a implantação do modelo gerencial no Brasil, são as seguintes disfunções burocráticas: rigidez extrema, resistência a mudanças, obediência “cega” as normas, excesso de autoritarismo e formalismo, ineficiência, ineficácia e privilégios.

Visto que a temática apresentada foi abrangente, esse estudo pode ser considerado apenas um “pontapé” inicial para futuras pesquisas, tornando interessante o aprofundamento em diferentes contextos, assim como a apresentação de outras barreiras para a implantação da Administração Pública brasileira.

Neste campo devem ser escritas as linhas que conterão as reflexões finais sobre o trabalho de pesquisa realizado. Sua elaboração, para tanto, não deve trazer à tona informações novas que não tenham sido tratadas anteriormente, no contexto do desenvolvimento da proposta. A adoção da nomenclatura considerações finais é estimulada na construção deste trabalho, em função de que dificilmente, neste estágio inicial, serão elaborados trabalhos conclusivos.