Barkaça 9
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N. 9BARKAÇA
SOBRETUDO
A sede do nada que se fez de seusolhos ávidos
Seu corpo impávidoMeu sangue cálido
O silêncio do desejoO grito do tempo ecoando
O romper do laço, o jorrar das veiasO jardim do desejo deserto
Você venciaNa distância de nosso encontro
Eu vencidaNo absurdo de meu gritoA sede, a fome: o sangueO sangue, a fome, a sede...
O nada
Carolina de Pinho
DIVINÓPOLIS - MG - ABRIL 2011
BARKAÇA 9 - PÁGINA 2 - abril 2011
Editorial
É com satisfação oceânica que desatracamos mais uma ediçãodeste singelo folheto. de sopro em sopro, de suspiro emsuspiro a barca estica as velas e caminha. Itinerário: Vale doJequitinhonha e Rio Grande do Sul. Contemplados com a BolsaFunarte de Circulação Literária 2010, hasteamos os ânimospara desembarcarmos em novas plagas, novos ares. O agitoestá garantido pois levamos na bagagem toda nossaparafernalha eletrônica + folhetos barkaça + livros de autoresdi-versos + baneres + sorrisos + poesia!! Acompanhe nossanova peripécia em www.barkaca.com
Guto Lacaz
Editores e diagramadores:
David Willian de Oliveira (diOli) - [email protected] N. de Almeida Penido - [email protected] Antônio Teixeira (mingau) - [email protected]
Colaboradores:
Amanda Bruno, Carol de Pinho, Camila Bussard, DaniloFerraz, Flavimar Guilherme, Gabriela Marcondes, GutoLacaz, Hugo Lima, Hugo Pontes, Jairo Faria, Jennifer
Martins, João Victor Pacifico, Karol Penido, Kátia Bento,Mauricio Marques, Michel Mingote, Tchello d'Barros
Correspondências:
[email protected] Rio de Janeiro, 621, apto 601, Centro
35500-009 - Divinópolis - MG
Imagem da capa: Jennifer MartinsImagem Página 8: Gabriela Brasileiro
1000 exemplares / Distibuição gratuita.
Revisão dos Autores
www.barkaca.com
Toda correção ortográfica é um eletro choque naminha emissão poética tenho que desmilitarizarlinguagens desestruturalizar exércicios de sintaxesdesorientar sociedades tecnocratas orientaçõessensoriais dinamitar o que for fonético deflagrarconsciências Busco a imperfeição das métricas ogenocídio da concordância narrativa briga de galoininterrupta em 110 volts a bomba de hidrogênio emestado de fusão eu quero guerra eu sou ummercenário da minha língua arrombando as virgensda academia Brasileira da sopa de letrinhas nãosou não consigo não consigo ser maior não consigoser melhor não consigo ser pior não consigo ser nãoconsigo ser João Cabral de Melo Neto
Danilo Ferraz
BARKAÇA 9 - PÁGINA 3 - abril 2011
Haicai para os Sem-terra - Tchello d'Barros
Uma lágrima escorre pelo seu rosto,etérea como o ácido pirúvico.
Vejo uma lâmina correr entre seus dedose volverem a mim seus olhos
marejados de uma liquidez tocante.Sem que uma palavra só me diga
tomo folêgo e respondo-lhe:- Deixa que eu corto as cebolas, meu bem.
João Victor Pacífico
Texturas
Não te preocupes em me decifrar,sou costurada com a linha da ambiguidade,
vestida com discursos de calar.Não procure em mim suas verdades
minha bainha não foi feita,toco em todas as texturas.Minha cor não foi eleita,sou camaleão sem cura.
Sou verso de intuiçãopergunta possível
tentativa de explicação.
Meu verso é repleto de possibilidades,não possuo sequência, não possuo métrica.
Sou cúmplice da dualidade,rima anacrônica perdida na realidade.
Não te preocupes em me decifrar.
Gabriela Marcondes
BARKAÇA 9 - PÁGINA 4 - abril 2011
Novela das 8
Flavimar Guilherme
Lembra aquela vezque sentamos à beira-mar
pra tomar sorvetetrocar confidências
e ver o céu magentase encher de estrelas?
Pois é:Repeti com outra!
PEGA LADRÃO!Alguém tirouum pedaço
do meup~o
Kátia Bento
SEXO DE MINEIRIM
Beijim-beijim-beijim-beijimPeitim-peitim-peitim-peitimCheck-check-check-check
Bundim-bundim-bundim-bundimLambidimnabucetim-lambidim-lambidim-lambidim
Check-check-check-checkMordidim-mordidim-mordidim-mordidim
Check-check-check-checkXuak-xuak-xuak-xuak
E a mineirinha grita:PIUÍIIIII!!!!!!!!!!!!!!
Jairo Faria
BARKAÇA 9 - PÁGINA 5 - abril 2011
Ela e eu
Ela falava de sonhosEu sonhava
Ela falava de lugaresEu viajava
Ela falava de féEu acreditava
Ela falava em anjosEu acendia velas
Ela falava em floresEu cultivava as mais belas
Ela era atriz(Representa bem, bem sei)
Ela era bailarinaEu dancei
Maurício Marques
Mal-Estendido
Eu vi um homem estendido no varal,pregado com pregadores verdes
mas ele não era homem só,era também vegetalescorria seiva bruta
balançava com o ventoEle era homem,ele era vegetal,
ele era ideia.
Aquele homem era minha ficção.
Camila Bussard
karol penido
quizumba: à roberto piva
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BARKAÇA 9 - PÁGINA 6 - abril 2011
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BARKAÇA 9 - PÁGINA 7 - abril 2011
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Hugo Lima
BARKAÇA 9 - PÁGINA 8 - abril 2011