Barroso - AOutraVoz · sobre o Tenente Canedo que presidiu à Câmara de Montalegre durante o tempo...

16
Director: Carvalho de Moura Ano XXXI, Nº 470 Montalegre, 30.04.2015 Quinzenário E-mail:[email protected] 0,90 € (IVA incluído) Barroso Noticias de Paulo Morais Candidato a Presidente da República P7 Tristes Sinais dos Tempos Será que este nosso mundo enlouqueceu? Não sendo habitual, nesta edição o NB aborda as tragédias que se verificam em África e no Médio Oriente. P3 O Senhor Tenente e o Senhor Presidente Carlos Branco conclui a série de crónicas sobre o Tenente Canedo que presidiu à Câmara de Montalegre durante o tempo do Estado Novo. Trabalhos de interesse histórico e social que este jornal publicou e que certamente muitos leitores apreciaram independentemente da fiabilidade na narração de algumas passagens. P4 POLITICAMENTE FALANDO O 25 de Abril não podia deixar de ocupar as páginas do jornal e ninguém melhor que Domingos Chaves para se ocupar deste tema sinónimo de liberdade. P5 Política Municipal vista de fora O Dr. Manuel Ramos, desta vez, aborda o tema dos milhões que andam por aí escondidos e que tanta falta faziam a Montalegre e seu termo. DESPORTO Terminou o Campeonato da Divisão de Honra da AF Vila Real e o Montalegre ficou a um ponto de ser campeão. Mas a época correu bem e não só o honroso 2.º lugar como também outros prémios da prova justificam que os montalegrenses rendam homenagem a todos os intervenientes do CDC Montalegre que lutaram e conseguiram uma prestação muito positiva e honrosa para Montalegre. O Vilar de Perdizes, mais modesto no seu percurso, também merece reconhecimento dos vilarenses e de todos os barrosões pelo muito que contribuiu para o engrandecimento da nossa terra P15 A primavera em Barroso A primavera, ainda que timidamente, está chegando às terras de Barroso. Algumas espécies de carvalhos só agora começam a despontar. Não há no mundo postais mais lindos que aqueles que se podem desfrutar nas nossas terras. As serras do Larouco, Barroso, do Grito, da Mourela, do Altar dos Cabrões, da Lomba, do Coto Ferrolho e todos esses montes além Gerês, este com matizes um pouco diferentes, ostentam uma beleza ímpar. As urzeiras e os sargaços estão no auge da floração duma cor lilás que não é normal ver-se no resto do nosso território, mas se estende pela Galiza adentro, terra mãe gêmea de Barroso. A par disso, gente sem escrúpulos anda por aí a pegar fogo por todo o lado. Como é possível tanta insensibilidade? Tanta falta de civismo? E de respeito pela nossa paisagem tão linda? Que é que essa gente pretende com tamanha cueldade? Tem a Câmara a palavra com a tomada de posições firmes que visem prevenir estes desmandos que tantos prejuizos causam a todos nós.

Transcript of Barroso - AOutraVoz · sobre o Tenente Canedo que presidiu à Câmara de Montalegre durante o tempo...

Director: Carvalho de Moura

Ano XXXI, Nº 470Montalegre, 30.04.2015

Quinzenário

E-mail:[email protected]

0,90 € (IVA incluído) BarrosoNoticias de

Paulo Morais Candidato a Presidente

da RepúblicaP7

Tristes Sinais dos Tempos

Será que este nosso mundo enlouqueceu? Não sendo habitual, nesta edição o NB aborda as tragédias que se verificam em África e no Médio Oriente.

P3

O Senhor Tenente e o Senhor Presidente

Carlos Branco conclui a série de crónicas sobre o Tenente Canedo que presidiu à Câmara de Montalegre durante o tempo do Estado Novo. Trabalhos de interesse histórico e social que este jornal publicou e que certamente muitos leitores apreciaram independentemente da fiabilidade na narração de algumas passagens.

P4

POLITICAMENTE FALANDO

O 25 de Abril não podia deixar de ocupar as páginas do jornal e ninguém melhor que Domingos Chaves para se ocupar deste tema sinónimo de liberdade.

P5

Política Municipal vista de fora

O Dr. Manuel Ramos, desta vez, aborda o tema dos milhões que andam por aí escondidos e que tanta falta faziam a Montalegre e seu termo.

DESPORTO

Terminou o Campeonato da Divisão de Honra da AF Vila Real e o Montalegre ficou a um ponto de ser campeão. Mas a época correu bem e não só o honroso 2.º lugar como também outros prémios da prova justificam que os montalegrenses rendam homenagem a todos os intervenientes do CDC Montalegre que lutaram e conseguiram uma prestação muito positiva e honrosa para Montalegre.O Vilar de Perdizes, mais modesto no seu percurso, também merece reconhecimento dos vilarenses e de todos os barrosões pelo muito que contribuiu para o engrandecimento da nossa terra

P15

A primavera em Barroso

A primavera, ainda que timidamente, está chegando às terras de Barroso. Algumas espécies de carvalhos só agora começam a despontar. Não há no mundo postais mais lindos que aqueles que se podem desfrutar nas nossas terras. As serras do Larouco, Barroso, do Grito, da Mourela, do Altar dos Cabrões, da Lomba, do Coto Ferrolho e todos esses montes

além Gerês, este com matizes um pouco diferentes, ostentam uma beleza ímpar. As urzeiras e os sargaços estão no auge da floração duma cor lilás que não é normal ver-se no resto do nosso território, mas se estende pela Galiza adentro, terra mãe gêmea de Barroso.

A par disso, gente sem escrúpulos anda por aí a pegar fogo por todo o lado. Como é possível

tanta insensibilidade? Tanta falta de civismo? E de respeito pela nossa paisagem tão linda?

Que é que essa gente pretende com tamanha cueldade?

Tem a Câmara a palavra com a tomada de posições firmes que visem prevenir estes desmandos que tantos prejuizos causam a todos nós.

30 de Abril de 20152 BarrosoNoticias de

LAURENTINO JOAQUIM DOS SANTOS, de 83 anos, viúvo de Ana Rosa Pereira, natural da freguesia de Cabril, e residente em Pisões, freguesia de Viade de Baixo, faleceu no dia 14 de Abril, sendo enterrado no cemitério de Friães.AMADEU AUGUSTO ALVES, de 89 anos, viúvo de Clementina Rosa da Costa, natural da freguesia de Cabril e residente em Xertelo, desta mesma freguesia, faleceu no dia 14 de Abril no Hospital de Chaves, sendo enterrado no cemitério de Xertelo.ROGÉRIO SERENO CARVAS, de 50 anos, solteiro, natural de Salto e residente na freguesia da Chã, faleceu no passado dia 14 de Abril sendo enterrado no cemitério novo de Chaves.JOÃO BERNARDES DIAS, de 46 anos, casado com Clementina Ramos Afonso Dias, natural da freguesia de Covelães e residente em Basel, Suiça, faleceu no dia 12 de Abril.JOAQUINA FERNANDES CHAVES, de 90 anos, viúva de Manuel Vaz, natural e residente na freguesia de Gralhas, faleceu no Hospital de Chaves, no dia 19 de Abril.ARMINDA DE JESUS GONÇALVES, de 84 anos, casada com António Gonçalves, natural da freguesia de Vila da Ponte onde residia no lugar de Bustelo, faleceu no dia 25 de Abril, sendo enterrada no cemitério de Bustelo.JOAQUINA GONÇALVES DELGADO, de 88 anos, viúva de Manuel Gonçalves Barreira, natural de Solveira, e ultimamente residente no Lar de S. José, de Montalegre, faleceu no Hospital de Chaves no dia 27 de Abril, sendo enterrada no cemitério de Solveira.ARMINDA ALVES RAMOS, de 89 anos, divorciada de José de Sousa Ferreira, natural e residente em Tourém, faleceu no Hospital de Chaves, no dia 27 de Abril.

PAZ ÀS SUAS ALMAS!

CORTEJO CELESTIALMONTALEGREAssinalado o 25 de Abril

A Câmara de Montalegre comemorou o 25 de Abril de forma modesta, à semelhança do que tem feito nos anos passados. Os Bombeiros Voluntários de Montalegre e a Banda de Música de Parafita completaram o reportório. Verdade se diga que o povo pouco ou nada adere às festividades programadas para este dia 25 de Abril, Dia da Liberdade.

Sobre o 25 de Abril e o seu significado ver a crónica de Domingos Chaves na página 7.

Batata de Semente - Últimos exemplares à venda

«A campanha de retoma da produção de batata de semente que o município de Montalegre levou a cabo ao longo do último ano foi «aposta ganha». Um investimento, assegura o vice-presidente David Teixeira, que «deve continuar» sendo «um exemplo da valorização do orgulho local». O sucesso desta aposta já deu lugar a uma nova campanha que apresenta um incremento «significativo» nos aderentes e na área de cultivo. Entretanto, há ainda alguns sacos de batata da primeira campanha que estão à venda nos

locais abaixo descritos. Único concelho em

Portugal com batata de semente certificada, Montalegre retomou este ano a produção do “ouro branco”, outrora fonte de avultados rendimentos e símbolo da região. Foi com esse propósito que o município de Montalegre voltou os olhos para a terra, foco bastante aplaudido e que, feitas as contas, deu saldo positivo, como adianta David Teixeira,

vice-presidente da autarquia: «a Câmara de Montalegre ao fazer o balanço da primeira experiência, chegou à conclusão de que é uma aposta ganha e é um investimento que deve continuar», sendo «um exemplo da valorização do orgulho local que está a dar os seus frutos».

«AGRILOJA VENDEU 90% DA PRODUÇÃO»

Nesta ótica, David Teixeira adverte que já está no terreno «a fase inicial da segunda campanha de batata de semente», daí que seja lançado «este alerta a todos os agricultores» no sentido de «ser preciso valorizar os nossos produtos e as nossas terras». O autarca lembra que «ainda temos alguns sacos de batatas de semente que gostávamos que fossem plantadas de novo em Montalegre» ao mesmo tempo que invoca o «grande parceiro» associado a este projeto: «a Agriloja vendeu 90% da produção e está ainda a vender, assim como algumas lojas locais...é o momento de decisão e de voltar a querer que Montalegre fique conhecida por aquilo que produz com qualidade». No encalço, David Teixeira faz questão de acentuar as qualidades deste produto de excelência: «a batata de semente afirma Montalegre como local de eleição de produção de montanha, sem doenças e sem bactérias».

In cm-Montalegre

Câmara faz protocolo com empresa para venda de batata

A Câmara de Montalegre, Cooperativa Agrícola do Barroso (Coop Barroso) e um empresário do ramo alimentar estiveram reunidos esta semana. Do encontro resultou um protocolo de cooperação com vista à venda de 125 toneladas de batata Agria, um número que pode duplicar no ano seguinte. Está assim criado mais um impulso de dinamização local com vista a rentabilizar

um dos produtos mais nobres da gastronomia barrosã.

Se tudo correr como o planeado, a partir de Setembro estão no mercado mais de 100 toneladas de batata produzida no concelho de Montalegre. Um número que promete duplicar, no próximo ano, envolvendo particulares dado que este ano a produção fica a cargo, em exclusivo, da Cooperativa Agrícola do Barroso (Coop Barroso). A noticia saiu de

um encontro realizado esta semana entre Câmara Municipal de Montalegre, Coop Barroso e o empresário Luís Veiga, rosto principal da empresa Veiga Alimentar - Fabrico e Distribuição De Produtos Alimentares, Lda.

O presidente do município de Montalegre explica as conclusões do encontro: «estivemos reunidos com uma empresa produtora de grandes quantidades de batata frita para o mercado nacional e internacional. Pretendemos estabelecer as bases de um protocolo de cooperação onde a Coop Barroso se propõe fornecer, anualmente, um conjunto alargado de toneladas de batata para que essa empresa possa operar com regularidade no mercado». Deste modo, adianta Orlando Alves, «estamos a trabalhar na recuperação da identidade do Barroso, muito associada à produção de batata». O autarca reconhece que o concelho não devia ter feito «um interregno tão alargado» ao ponto de quase «termos perdido este emblema». Porém, sublinha Orlando Alves, «ainda vamos a tempo de o recuperar» desde que haja «boa vontade dos produtores barrosões», um facto que «está a verificar-se», garante.

“VEIGA ALIMENTAR”

A laborar há 17 anos, a empresa “Veiga Alimentar” tem no mercado batatas fritas com selo Portugal Sou Eu. Um dado que comprova a competência de uma firma virada para o futuro e para o rigor do presente. Neste propósito, a batata frita “Barrosã” vai passar a ser constituída, também, por batatas do concelho. Uma mais valia, reconhece o empresário: «estabelecemos um protocolo no âmbito do fornecimento de batata para a indústria alimentar. Um dos meus objetivos é trabalhar com produtores da região e estar com Montalegre era um grande objetivo». Luís Veiga conta que «a batata destina-se a ser frita, transformando-a em “chips”». Embora reconheça que a variedade Kennebec é «muito boa», a mais adequada é a Agria. Um foco que a partir de setembro terá visibilidade um pouco por toda a Europa e não só: «temos mercado em todo o território de Portugal Continental, nos Açores, em Espanha, Inglaterra, França, Holanda e Angola». Em suma, advoga o empresário, «há interesse de todas as partes envolvidas nesta parceria e é isso que se pretende, para divulgação e dar algum ânimo à agricultura em Trás-os-Montes».

In: cm-montalegre

SOLVEIRAJoão “Mentiras” em julgamento

João Morais Pereira, de seu verdadeiro nome, de 66 anos, é o presumível homicida de Arlindo, de 44 anos, no Bar “A Tocha” de Solveira, ocorrido no mês de Abril de 2007. Foi no largo fronteiro ao referido Bar que João “Mentiras” com uma arma caçadeira atirou contra o Arlindo, gerente do Bar, quando este estava a sair da viatura acabada de estacionar. Segundo relatos que se divulgaram, no dia anterior, os dois terão discutido com ameaças à mistura.

João Mentiras, após o incidente, desapareceu e andou fugido à justiça estes anos todos (8 anos). Uns diziam ter embarcado para o Brasil outros para Espanha, mas afirmou no Tribunal de Vila Real que, logo após o crime, fugiu para França donde permaneceu três meses. Depois disso, garantiu em Tribunal que “esteve sempre em sua casa em Chaves”, até ser detido na noite de consoada pela Polícia Judiciária numa operação caracterizada como de “elevado índice de perigosidade”. Então, foram-lhe apreendidas várias armas.

No dia 21 de Abril foi ouvido em audiência no Tribunal de Vila Real onde apresentou a sua versão do crime, declarando que a vida dele na altura não estava a correr bem, que bebia um copo porque se tinha divorciado, que estava arrependido e pediu desculpas ao Tribunal e à família.

Igreja de Solveira

Por causa de Joaquina «ANA» Delgado, recentemente falecida, a Igreja de Solveira abriu as suas portas para nela se celebrarem as exéquias. E deu para ver uma Igreja linda, espaçosa e muito bem cuidada. A par duma simplicidade que se nota em tudo, ressalta a nobreza de algumas peças como p.e. a Cruz situada por detrás do sacrário.

A par dos cuidados que ali se notam, a Igreja de Solveira comporta o essencial duma forma simples e nobre. Dá gosto ver uma Igreja assim. E porque ela é o espelho das suas gentes, é de prestar homenagem a um povo que tão bem sabe cuidar do seu património

FÁTIMAPapa vem a Fátima em 2017

Em 2017 vai celebrar-se o centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima que vão ser especialmente sentidas com a presença do Papa Francisco que já anunciou a sua presença nas cerimónias que irão ser preparadas para o efeito.

30 de Abril de 2015 3BarrosoNoticias de

Tristes Sinais do nosso Tempo

1 - Fez há dias um ano que os terroristas do Boko Haram sequestraram 276 meninas de uma escola na Nigéria. Com este acto o grupo islâmico disse «Olá!» ao mundo. Desde o início de 2014, o número de mulheres raptadas totaliza as 2.000 e os mortos chegam aos 5.500.

O The Wall Street Journal publicou um impressionante trabalho fotográfico sobre o trabalho feito pela Unicef para recuperar psicologicamente as crianças que sobreviveram aos ataques do grupo terrorista.

2 - Dois terroristas invadem a redacção de um jornal satírico, em Paris, e matam 12 pessoas, a maioria jornalistas que, entre outros assuntos, “brincavam” com as religiões e os seus Profetas.

O mundo reage de imediato. Sites e televisões fazem acompanhamentos em directo, com envio de jornalistas. Os líderes políticos dirigem-se também ao local deste crime e atropelam-se para aparecerem na primeira linha das imagens dessas manifestações de repúdio.

3 - Dois meses depois, um grupo terrorista ataca uma Universidade Católica e mata 148 alunos unica e exclusivamente por serem católicos.

Nos jornais e nos sites há pequenas breves notas e nas televisões a notícia passa sem directos, interrupções das emissões ou enviados especiais.

Esta postura não é fruto do racismo mas sim da amoralidade reinante nesta nossa sociedade, praticamente desprovida de valores, que criámos e aceitamos...

E os poderosos (NATO e USA) viram-se para a Ucrânia onde se gastam milhões a treinar soldados para matar. E, divertem-se em bailaricos e mostram-

se sorridentes diante das câmaras da TV como se nada disto lhes dissesse respeito.

4 - Ainda no outro fim de semana, o auto-proclamado Estado Islâmico (Daesh) divulgou um vídeo em que foram degolados 15 homens numa praia e executados outros 15 numa zona de mato – todos seriam cristãos etíopes.

Que civilização é esta que assiste impávida e serena a crimes hediondos e não reage.

Ninguém chora a morte das crianças e dos adolescentes nem a dor imensa dos seus pais.

Para onde caminha este nosso mundo?

Porque é que não se gastam os recursos possíveis nos combates ao Estado Islâmico, ao Bocco Haram e a outros grupos terroristas deste quilate que matam por fusilamento pessoas inocentes diante das câmaras das Tvs, que degolam jornalistas, que executam, torturam

e massacram crianças e jovens? Porque não canalizar os recursos possíveis para acabar com estas monstruosidades?

PS- No final desta crónica, veio a notícia da catástrofe humanitária de Lampedusa, a maior tragédia de sempre no Mediterrâneo: mais 700 mortos a somar aos 4.500 dos últimos 15 meses.

A União Europeia reuniu-se de emergência e foi lesta a demonstrar o horror face ao naufrágio desse Domingo, quando uma embarcação com imigrantes se virou ao largo da costa da Líbia: de “genocídio” a “vala comum”, conta o Observador. Segundo um sobrevivente, viriam 950 pessoas a bordo, incluindo dezenas de crianças.

Sobre este caso, os media estiveram atentos. “Não dá para engolir. O Mediterrâneo transformado em cemitério. A vergonha da política europeia”, escreveu André Macedo,

director do Diário de Notícias. Já no Correio da Manhã, Eduardo Dâmaso diz que estas mortes “são os números da ignomínia europeia, que deixa entregue à sua sorte, ao cinismo do “salve-se quem puder”, os milhares que fogem da miséria, das mafias do tráfico humano, da guerra e do jiadismo”.

Como estes outros comentários puderam ser vistos. E que resultados práticos se notaram na classe dirigente dos paises ocidentais? Uma reunião em Bruxelas que deu reforços de verbas para combater as causas da emigração. Nada mais. O Boko Haran vai continuar a massacrar e a matar crianças e jovens inocentes, o Estado Islâmico ser visto nas Tvs a fusilar e a degolar pessoas cujo crime é serem cristãos e os que tentarem fugir destas atrocidades acabarão por ter uma morte horrorosa nas águas do Mediterrâneo.

Tristes sinais dos tempos!

Dr José Manuel

A sementeira:

Continuamos a acompañar a Guillermo Budiño Cajaraville e Ricardo Losada Blanco, en “Normas técnicas para o cultivo, colleita e almacenaxe da Pataca en Galicia”, edición da Xunta de Galicia, no capítulo da sementeira.

Aconsellan a non cultivar patatas dous anos consecutivos na mesma terra. Esto sí que parece que xa se viña facendo

desde tempos antigos nas nosas aldeas.

Outras advertencias, tal vez máis adecuadas aos grandes agricultores da Limia, son as de utilizar sempre semente certificada, e dar coñecimento aos servicios oficiais de sanidade vexetal de calquera anomalía que poida mostrar a dita semente.

- Tratamentos:

O manual que andamos a analizar tén un conteúdo eminentemente técnico, polo que, se alguén está interesado en aprender máis, deberá dirixirse á Consellería do Medio Rural. Na internet poden obter fácilmente os contactos dos Servicios máis próximos.

Nós simplemente resumimos o excelente

traballo dos autores, anotamos algunhas ideas, e añadimos algún comentario de cosecha propia, para amenizar o tema. O importante é que se fale da patata, que a xente vexa que a patata – para semente e para consumo – non é unha cuestión intrascendente. Moitos fillos diste interior esquecido viven dela, e tal vez moitos máis poderían facelo.

Dicen os técnicos que no tratamento deben utilizarse só productos autorizados, aplicando as cantidades mínimas posibles, atendendo escrupulosamente ao etiquetado e ás normas relativas á toxicidade, respeitando as compatibilidades entre diversos productos, os prazos de aplicación, etc.

A continuación presentan un relatorio de pragas e enfermedades da planta, con

esclarecedoras ilustraciós, e especifican unha serie de regras para a aplicación de herbicidas, fungicidas, insecticidas e nematicidas. Interesantísimo aprender o qué facer co mildeu, o pé negro, a alternaria, os vermes, os escaravellos, os nemátodos (quistes na raíz), etc.

- A rega:

Todos sabemos o que pasa cuando se rega demáis a patata. E todos concordamos en que é millor sementala nunha terra apropiada – terra “boa pá patata” – antes que regala. No pueblo nunca vin a naide ir regar as leiras das patatas. E conta a lenda que os da Limia, pa comer, víñanas buscar alí...

Os consellos que dan os autores, niste apartado

da rega, son absolutamente sensatos: a filosofía da rega debe ir encamiñada a asegurar a colleita, nunca dirixida a obter unha superproducción; o exceso de auga pérdese na profundidade e arrastra a fertilización; os encharcamentos acarretan asfixia e enfermedades; a última rega será como mínimo 35 días antes da colleita; a rega co cultivo xa desenvolvido pode provocar o mildeu; etc.

No próximo Número do “Notícias” terminaremos o estudio diste “Normas técnicas...”, dos señores Guillermo Budiño e Ricardo Losada, atendendo ao que nos ensinan sobre a colleita, o almacenaxe e envasado, e as distintas variedades recomendadas para a nosa comarca.

TERRA FÉRTIL XIII(Patata de Semente – Cont.)

Carvalho de Moura

30 de Abril de 20154 BarrosoNoticias de

O Senhor Tenente e o Senhor Presidente (V)

“O homem é o homem e a sua circunstância” (Ortega y Gasset)

Consequências de uma revivência

O senhor Tenente Canedo, depois de deixar o Município como Presidente da Câmara, passou a desempenhar as funções de Presidente da Cooperativa Agrícola dos Produtores de Batata de Semente de Montalegre. Nesta qualidade, começa a vir mais frequentemente à cidade do Porto. O meu primo Abel Lameirão, funcionário daquela Cooperativa, passou a exercer também funções como motorista do Senhor Tenente. Sempre que chegavam ao Porto, era na messe dos oficiais, a cerca de duzentos metros da minha casa, que iam almoçar. A maior parte das vezes, o meu primo e o senhor Tenente passavam lá por casa. Quando no fim das aulas do período da manhã via estacionada a carrinha da Cooperativa na minha rua, mal entrava em casa anunciava a toda a familia : “ Estão cá o Senhor Tenente e o Abel !”. Era o Abel que me trazia, de Montalegre, batatas, pão de centeio fresquinho, couves, etc. Vejam lá o jeito que me dava o Senhor Tenente ser Presidente da Cooperativa de Montalegre ! No primeiro desta série de artigos, contei como, numa tarde de férias da Páscoa, andamos às fisgadas aos vidros da Câmara e fomos apanhados pela GNR e lavados à presença do Senhor Tenente. Aquela de o Senhor Tenente nos defender com “unhas e dentes” perante um diabólico Sargento da GNR e de nos ter confessado que, se assim continuasse a defender-nos, ainda acabava por ser preso pelo Sargento andou a baralhar a minha cabeça durante muito tempo. Certo dia, ao entrar na porta da rua da minha casa, deparei-me com o Abel Lameirão e tirei tudo a limpo : “Ó Abel, um sargento da GNR pode prender um Tenente do Exército ?“.O Abel precipitou-se. Sem me perguntar do que estávamos a falar, respondeu-me logo : “Porque é que não perguntas ao senhor Tenente ? “. Presumi logo que o Abel sabia da história ! Começa a crescer-me a convicção de que toda aquela trama não passara de uma combinação, bem urdida, entre o Senhor Tenente e o Sargento da GNR. Surgiu a oportunidade, de um dia, a meio

da tarde encontrar, sentado no sofá da minha casa, o Senhor Tenente. Só estava em casa a minha avó. O meu pai e o Abel tinham saído para irem comprar algo ao Senhor Tenente. Este encontro veio mesmo a surgir na altura certa. Comprimentei-o ,com toda a alegria e não deixei escapar estar ocasião: “Ó Senhor Tenente, ora conte-me lá como pode um Sargento da GNR prender um Tenente que ao mesmo tempo é um Presidente da Câmara ?”. O Senhor Tenente como pessoa inteligente que era, apercebeu-se logo de onde eu queria chegar. Olhou-me com aquele seu sorriso engraçado e muito malandro e não se conteve, desata-me a gargalhada ! Lembrando-me só do que passei com aquele safado Sargento, não aguentei e descontrolei-me : “ O Senhor Tenente saiu-me um grande malandreco, sabia ?”.Se o Senhor Tenente já não conseguia segurar o riso, então este foi mesmo descontrolado. A minha avó, que ouviu eu chamar “malandreco” ao Senhor Tenente, vem de lá da cozinha : “Ó Senhor Tenente, desculpe a má educação do meu neto!” Mas quando vê que o Senhor Tenente se escangalhava a rir, não sabe o que dizer e retira-se a desabafar sózinha : “Ó meu Deus, este mundo está perdido!...”. Entretanto, acabam de entrar o meu pai e o Abel. A minha avó, muita aflita previne o meu pai : “ O seu filho acaba de maltratar o Senhor Tenente!”. O meu pai avança para a sala e vê o Tenente Canedo perdido e escangalhado de um riso que não mais parava. Olha para mim, estupefacto e começa o Abel Lameirão a perder-se de riso. Coube ao Abel explicar ao meu pai o que se estava a passar, já que o Senhor Tenente até chorava de se rir tanto. O meu pai, já inteirado desta história, só de ver o Senhor Tenente a rir-se, acabou também por ficar contagiado.

Abaixo Canedo!

O Senhor Tenente Canedo foi uma das personagens que, entre os barrosões, mais suscitou sentimentos opostos. Confidenc-iava-me um conterrâneo que, se quisermos ver os barrosões divi-didos, é trazer o Tenente Cane-do para a conversa. Logo após a revolução do vinte e cinco de Abril, a diáspora barrosã do dis-trito do Porto promovia grandes e concorridos almoços que, dado o número de pessoas, eram realiza-dos no maior sala do restaurante Casa Branca, junto ao mar, em Lavadores, Vila Nova de Gaia. Era

uma grande e animada confrat-ernização barrosã, fruto de forte sentimento identitário. Depois do repasto, vinham os discur-sos, uns de circunstância, outros fugindo ao espírito do convívio, traziam chama revolucionária e, inflamados, acabavam sempre no “Bota abaixo” aos Canedos. Estava o “caldo entornado!”. Começava a desmobilização e eram mais as pessoas que vinham para fora da sala do que aquelas que ficavam lá dentro. A divisão entre os barrosões era patente. Quando decorria um desses dis-cursos, alguém, a meu lado, em-polgava-se todo, batendo com as mãos em cima da mesa, no bota abaixo aos Canedos. Vendo aquela agressividade toda, per-guntei-lhe porque reagia assim de uma maneira tão descontro-lada. A resposta é elucidativa : “ São Canedos, pá ! “. Pergun-tei-lhe, então, se todos os Cane-dos mereciam ser tratados assim. E ele respondia-me: “Se não são assim, são na mesma Canedos !”. Um caso curioso era o facto de aqueles discursos inflamados anti-Canedos não serem, propri-amente, anti-Tenente Canedo. E a explicação corrente, ouvida de viva voz, era esta : “O Tenente Canedo não era má pessoa, não era, não senhor ! Quando se fala dos Canedos, cometemos sempre a falácia de generalização a tudo quanto é Canedo. Há Canedos e Canedos ! Os próprios filhos do Senhor Tenente, o João – que valeu a muito barrosão- e a Te-resa são dois vivos exemplos de como os Canedos são excelentes pessoas. Exemplos são também os filhos do Dr.António: o Dr. João, ex-Presidente da Câmara e o Dr. António, médico cirur-gião no Hospital de Santo Antó-nio no Porto. O primeiro, o João Canedo, depois de ter sido Pres-idente da Câmara desempenhou funções como notário na Câmara de Lisboa. Já ninguém se lembra quanto bons empregos conseguiu a muito bom barrosão. Foi uma das pessoas mais estimadas e prestigiada na edilidade lisboeta. O António (Dr.Antoninho) deixou nome e fama de grande médi-co. Recebia, de braços abertos, qualquer barrosão que lhe apare-cesse no Hospital. O Dr. Américo Canedo e o seu irmão, Dr. Augus-to Canedo, juntamente com os filhos merecem a raiva e o ódio ? Grande e boa gente ! Hoje, toda a descendência dos Canedos é gente boa barrosã. É por isso que, enquanto decorria o comício, lá dentro, na sala da Casa Branca, se fazia humor cá fora e a maior parte dos barrosões queria rir. O Abel Pinheiro, Tesoureiro da Fa-zenda Pública na Vila da Feira,

nestes momentos de conversa e boa disposição, contava histórias da nossa gente barrosã perante as quais era impossível conter o riso. Então, quando vinham as histórias do meu pai e do Fernan-do Afonso, este bom humor valia o espírito do convívio. Era através destes convívios que ia ouvindo e apanhando as histórias do“Sa-fado”- um empregado do Zizo ; do grupo do “forno velho”; do Larouco, das bruxas do baldoso e, sobretudo, uma muito especial sobre uma cena pitoresca de con-fronto físico entre o Dr. Landeiro e Senhor Tenente, muito perto do Largo do Pelourinho. Em abono da verdade, devo dizer que esta história, já a tinha ouvido, em minha casa, numa conversa entre o meu pai e o meu tio, Dr. Mon-talvão Machado.

Mas, voltando aos Canedos, não podemos deixar de falar do Domingos Afonso, de Negrões, Sabem quem é? Nunca ouviram falar do “Viva Canedo”?

Viva Canedo!

Este Domingos Afonso não era mais nem menos que o “Viva-Canedo”. Desde a minha infância o “Viva Canedo!” fazia parte das histórias que ouvia sobre o Vitor Branco e os Canedos. Esta figura pitoresca em todo o Barroso era um apoiante dos Canedos. Era um pobre homem que angariava esmola por essas terras do Barroso e gostava de beber o seu copito. Então, quando se pressentia a presença do “Viva Canedo” havia que acicatá-lo :

- Biba Bitro !- É gente que num conheço…- Biba Canedo !- E seus arredores… É o Dr. Bento da Cruz que

nos lembra o “Viva Canedo”, nos seus livros “Vitor Branco” e nos “Guerrelheiors Antifranquistas”.

A morte do Domingos Afonso – o “Viva Canedo” – deu-se numa noite fria e escura de Setembro, no ano de 1946, quando o bando de guerrilheiros antifranquistas do Juan veio a Negrões para praticar um ato de vingança contra o Pinto. O “Viva-Canedo”, encontrando-se em sua casa, mal foi surpreendido pelos primeiros tiros veio à janela e, com o lampião na mão, foi logo atingido com um tiro na cabeça, acabando por morrer algumas horas depois. Segundo foi provado em Tribunal do Porto, foi o próprio chefe do bando, o mítico Juan Rivero, que disparou contra o “Viva Canedo”. O meu primo, Mário Júlio Montalvão Machado – ex- Presidente da Assembleia da República - foi patrono no

julgamento, do tribunal do Porto, daquele a quem se acusava de ser o mandante desta morte do Pinto. Li e reli os apontamentos que o meu primo guardava a propósito da morte do Pinto de Negrões. Toda esta história dos guerrilheiros antifranquistas na região de Barroso foi, notávelmente, investigada e documentada pelo Dr. Bento da Cruz, no seu excelente trabalho “Guerrelheiros Antifranquistas em Trás-os-Montes.

Despedida

Acabo mais uma série de “Histórias com Rosto”. É numa perspetiva muito pessoal, subjetiva que escrevo sobre gente da minha terra, lugares da minha memória e sobre histórias da minha vivência ou que ouvi contar, sinalizadas no tempo próprio. Assino e leio os jornais da minha terra, para saber e inteirar-me do que por lá se passa. Agora, quando os jornais da minha terra deixam de falar sobre a minha região barrosã para falarem sobre o já dito e o já comentado, de uma forma tendenciosamente dogmática, só me resta poupar tempo e dinheiro e desligar-me desse jornal. Escrevo sobre pessoas ligadas à minha terra e à minha infância, independentemente da sua condição social, confissão religiosa, cor clubista ou preferência política. Foi assim nesta série de cinco artigos, sobre João Rodrigues Canedo. O Senhor Tenente Canedo deixou-nos num período de maior radicalização - politico-ideológica - da sociedade portuguesa. Agora, cerca de quarenta anos após a sua morte, caberá à história contar-nos, de uma forma isenta, o papel deste homem ao serviço da região barrosã. Numa tarde de verão, não me posso recordar se era sábado ou domingo, vi, pela última vez, o senhor Tenente. Segundo constatei, ia para um piquenique para os lados dos Pisões ou Venda Nova, com a sua afilhada Teresinha do Belmiro. Já se encontrava bem acomodado dentro do carro. Apercebi-me dos movimentos apressados, sinal de atraso em que se encontravam. Não ousei aproximar-me do carro para não aumentar mais o atraso. Fiquei ali como “petrificado” a ver o carro deslizar rua abaixo até ser despertado por uma voz de feminina : “É a vida Carlos, a lei da vida…”. Foi este o meu último olhar de despedida lançado sobre o meu amigo, já que, na minha memória, nunca dele me despedi.

Carlos Branco

30 de Abril de 2015 5BarrosoNoticias de

Graça Martins regressa ao cargo de subdiretora do Agrupamento de Escolas

Publicou o vosso jornal, na edição de 30 de janeiro último, a notícia, verdadeira, da exoneração de Graça Martins do cargo de subdiretora do Agrupamento de Escolas Dr. Bento da Cruz, pelo facto de ser minha esposa. Acrescentava a notícia que “a existência da situação ilegal na escola de Montalegre foi denunciada pelo Inspetor-Geral de Educação e Ciência que nessa conformidade informou o Diretor-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE)”.

Pois bem, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela (TAF), sem surpresas, em decisão proferida no dia 8 de abril, veio dar razão às decisões tomadas, aquando da nomeação, mandando regressar a Prof.ª Graça Martins ao cargo de subdiretora que ocupou desde o início do meu mandato.

Em primeiro lugar, e para que não restem dúvidas (que só existem na cabeça daqueles, poucos, felizmente, que julgam os outros da forma como eles são), a nomeação da Graça Martins não se prendeu com o

facto de vir a usufruir de qualquer benefício remuneratório. Deveu-se, exclusivamente, às suas qualidades profissionais e à dedicação que sempre mostrou por este estabelecimento de ensino. Quanto a benefícios remuneratórios, quem nos conhece sabe perfeitamente que é exatamente ao contrário.

Em segundo lugar, mas não menos importante, é sabido que desde que assumi o cargo de diretor do agrupamento que, nesta casa, não se praticam ilegalidades, sejam elas do tipo que forem.

Ilegalidades, bagunçadas, ou prepotência são coisas que aqui não se praticam. Andam, como sabemos, na imaginação de um reduzidíssimo grupo de pessoas que se julgam detentores do poder absoluto, mas que a realidade teima em as contradizer.

Há, é verdade, pessoas que, tal como o eucalipto, secam tudo à sua volta. Que não aceitam que a democracia funcione. Mas a esses, só ligam aqueles que deles dependem. Ou, como refere o articulista que “tanto formigueiro” tem causado a algumas pessoas,

“que deles tem medo”.Mas vamos a factos:Poucos dias depois de ser eleito

diretor do agrupamento solicitei ao meu superior hierárquico, nos termos previstos no Código do Procedimento Administrativo, que me informasse se existia, ou não, alguma ilegalidade na nomeação da minha cônjuge como subdiretora tendo-me este respondido que não existia.

Nesse sentido, nomeei a Prof.ª Graça Martins como subdiretora do agrupamento, precisamente no dia em que nomeei os meus adjuntos.

É curioso que todos os inspetores que passaram por esta instituição (e foram muitos, diga-se de passagem) sabiam da nossa relação conjugal e pediam o documento passado pelos serviços centrais do Ministério da Educação e Ciência (MEC) que atestava a legalidade da nomeação. Que vontade tinham de agir!

Surpreendentemente, no passado dia 22 de dezembro, exatamente três anos e dois dias depois da minha tomada de posse, recebo uma notificação do senhor Diretor-Geral dos Estabelecimentos Escolares para, sob proposta da Inspeção Geral de Educação e Ciência (IGEC), “exonerar a subdiretora, por se tratar de uma decisão ilegal”. Anexada a esta notificação estava a proposta de abertura de um processo disciplinar à minha pessoa.

Mas que porra, ou se preferirem, que porcaria: se fiz tudo dentro dos normativos legais, se demos o melhor que temos pela instituição que dirigimos, como é que, tanto tempo depois, e com que motivação, alguém se lembra de inventar uma ilegalidade e mandar, por fax, acrescente-se, exonerar a subdiretora?

Aqui há gato, pensei para com os meus botões.

Mas cada coisa a seu tempo, e tempo é certamente aquilo que não nos vai faltar para desmascarar quem está por detrás de tudo isto e informar a população do Concelho de Montalegre sobre todo o processo, que vai desde o dia em que, por irresponsabilidade, alguém decidiu fundir os dois agrupamentos de escolas então existentes no Concelho até aos dias de hoje, sem esquecer os processos disciplinares, e respetivas conclusões, que existiram desde que “o antigo ciclo” se fundiu com a Escola

Secundária de Montalegre. Essa é a promessa que, a bem de toda a verdade, aqui vos deixo. Quem não deve, não teme!

Este, por razões meramente processuais, ainda não é o momento, por muito que a mim me custe. Como devem imaginar, não tem sido fácil ter de estar calado. Mas a responsabilidade e noção do cargo que ocupo assim me obriga.

Deste modo, com responsabilidade e consciente dos deveres a que estou obrigado por lei, embora contrariado, como disso dei conta no despacho publicado em diário da república, exonerei a minha esposa que, naturalmente, e com todo o meu apoio, recorreu ao TAF de Mirandela para fazer valer os seus direitos. Sem surpresas, o tribunal decidiu a seu favor.

Mas recuemos um pouco, para percebermos melhor os contornos deste caso.

Em 19 de maio de 2014 o senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência mandou averiguar a legalidade da nomeação da subdiretora (recordo aqui, que já vários inspetores tinham anexado aos processos que trataram a declaração passada pelo MEC em como não existia qualquer ilegalidade).

A 22 de setembro do mesmo ano apresenta-se na escola uma outra inspetora para averiguar os mesmos factos.

A 6 de novembro de 2014, a senhor inspetora que conduziu o processo de inquérito aberto a 19 de maio, conclui que não existe qualquer tipo de ilegalidade na nomeação da subdiretora. No entanto, este processo “fica guardado na gaveta” até ao dia 1 de janeiro de 2015, leu bem: 1 de janeiro de 2015, para que o processo que foi aberto a 22 de setembro, quatro meses depois do primeiro, pudesse inventar uma pretensa ilegalidade capaz de levar à exoneração da subdiretora.

E foi assim, deste modo, que a 22 de dezembro fui notificado para cumprir a ordem que atrás referimos.

Mais, analisemos o que estava na proposta da IGEC, e que passo a citar: “deve o Sr. Instrutor do processo disciplinar, quando iniciar a instrução do mesmo, verificar se foi dado cumprimento à determinação do Sr. DGEstE, para efeitos disciplinares e para ponderar a eventualidade de suspensão preventiva do arguido, caso se verifiquem os requisitos”.

Ora aí está: “esta gente”, que está por detrás de tudo isto, pretendia atingir, não a subdiretora, mas sim o diretor. Sonham de noite, prestam-se a todo o tipo de malabarismos, com um único fim: atingir a honorabilidade do diretor no sentido de o destituir do cargo para o qual foi, democraticamente, eleito. Mas, podem ficar sossegados, não lhes vai ser fácil.

Como dizia uma pessoa amiga, este é o tempo deles, o nosso vem a seguir. Acrescento: está quase a chegar. Num estado de direito ninguém pode ser acusado, muito menos julgado, duas vezes “pelo mesmo (pretenso) crime”. Mas isso é um assunto que os tribunais, na hora certa, vão dirimir. Com uma certeza: não se participa só ao Ministério público. Constitui-se advogado. De outra coisa podem estar certos: decisão por mim tomada, só o tribunal a anula. É para isso que eles servem.

Por último, fazendo um convite a toda a população do Concelho, no seguimento do desafio que em tempos me foi lançado por Bento Monteiro, que aproveito para cumprimentar e incentivar. Não desista! Como diz o povo “quem diz a verdade, não merece castigo”. Eu cá me aguento com as insinuações. Enquanto estiverem entretidos comigo, não incomodam terceiros. Eis o desafio que vos lanço: passem pela sede do agrupamento. Estou disponível para vos informar e mostrar a documentação acerca de toda a tramoia feita com a convocatória que deu origem a uma inacreditável queixa em tribunal, que tem servido de argumento “a essa gente” para denegrir esta instituição, procurando responsabilizar os outros pelos seus próprios atos. Tal argumento só fica mal a quem o utiliza. Aliás, quem consegue fazer uma coisa destas, se os deixarem, do que serão capazes de fazer?

A terminar, deixo aqui a conclusão da última inspeção concluída no agrupamento: “procurar fazer cumprir os regulamentos definidos é, no Agrupamento de Escolas Dr. Bento da Cruz, motivo para discórdias e invocação de irregularidades.”

Felizmente, para o bem da nossa instituição, são muito poucos, mas mesmo muito poucos, aqueles que discordam.

Paulo Alves

cont. P7

VILARINHO DE NEGRÕESUma das aldeias mais bonitas de Portugal

Segundo a Vortex Magazine, portal de língua portuguesa dedi-cada à divulgação de temas relacionados com a sociedade, cultura, viagens e videos, Vilarinho de Negrões é uma das 5 aldeias mais bonitas de Portugal.

Piodão, em Arganil, Monsanto, de Idanha a Nova, Sortelha, de Sa-bugal e Castelo Rodrigo, de Figueira de Castelo Rodrigo são as outras aldeias portuguesas que compõem o lote das selecionadas.

De referir entretanto que Vilarinho de Negrões, tal como a maior parte das aldeias do concelho de Montalegre, não tem saneamento, uma necessidadde básica que pouco ou nada tem preocupado a Câmara de Montalegre.

Tratando se duma boa notícia pela promoção que daí resulta e pela consequente procura que a mesma potencia, o mais certo é criar expectativas que resultarão num fiasco que colocarão a Câmara de Montalegre entre os municípios que mais desprezam as populações do seu território.

O Presidente da Câmara veio já a terreiro e, a par doutras consi-derações banais e despropositadas, tal como é seu timbre, já prometeu duas coisas: levar lá a Volta a Portugal e fazer o saneamento porque, como ele diz, “uma terra linda tem de ser tratada com “pinças”...

O leitor percebeu o que quis dizer Orlando Alves? Com pinças, com muitos cuidados, tratam se as coisas mais delicadas, mas a verda-de é que a Câmara de Orlando Alves, seguindo o rumo traçado pelas anteriores de Fernando Rodrigues, nunca quis saber das aldeias para coisa nenhuma. Só se lembram delas na altura das eleições.

Dentre as cinco MAIS, será a única que não tem saneamento básico, o que é uma vergonha.

“Tratada com pinças”, enfim...Outras frases lapidares “No Comment”: «Vilarinho de Negrões

é uma espécie de Jerusalém», «É a “galinha” descrita na bíblia como sendo a Jerusalém que aconchega os seus filhos»...

Ama

30 de Abril de 20156 BarrosoNoticias de

MAPC

UM PARÁGRAFOUm Parágrafo # 50 – Cusquice

É verdadeiramente o desporto nacional, indo muito para além do omnipresente futebol e das chegas que vão pontificando por aqui e por ali, neste enclave barrosão. A choca também vai ficando esquecida, presa a memórias de pauladas mais ou menos certeiras em mãos alheias... Por isso, assumimos que a cusquice será, em absoluto, o desporto nacional. Nacional e transversal a todas as idades, géneros e condições perante a vida. Todos aprendemos desde cedo a nobre arte da cusquice nas suas diversas variações e nas diversas posturas a ter perante o objecto da cusquice. Assim, de forma mais ou menos sistemática, vamos cuscando o que se passa à nossa volta. O que se passa? Normalmente é pouco... Por isso é melhor ir cuscando o que não se passa. Assim enveredamos por caminhos fantasiosos de aventura e descoberta da invenção, cuja doçura ultrapassa em muito o que é real. Não aconteceu? Poderia muito bem ter acontecido. Eu sempre disse que iria acontecer, de uma forma ou de outra. Não é que eu seja cusco... eles é que se põem a jeito! Fico triste, no entanto, por constatar que a cusquice só vai vingando porque se verifica uma de duas amargas hipóteses: ou a vida dos cuscos está tão cheia de problemas que é sempre melhor ignorá-los, atendendo aos (reais ou imaginários) problemas do vizinho ou então a sua vida é tão vazia e desinteressante que não lhes resta outra alternativa que não seja viver a vida do vizinho. Em qualquer dos casos é patético...

João Nuno Gusmão

IMI pode não estar correto

Entre 2011 e 2012, o Fisco levou a cabo uma mega-avaliação dos imóveis em Portugal. Contudo, escreve o Jornal de Notícias, a atualização automática que está a ser feita obriga os proprietários a pagar um valor elevado que não deveria ser cobrado. O antigo deputado do PCP, Honório Novo, é uma das vítimas desta atualização.

Em declarações ao JN contou que, na sequência da mega-avaliação, o Fisco avaliou a sua casa em 119.966 euros. Três anos depois, o político simulou o seu valor patrimonial e descobriu que era de 94.990 euros. Pedida a reavaliação do imóvel, o Fisco confirmou o valor inferior a 100 mil euros, contudo, quando chegou a conta do IMI para pagar, deu de caras com uma fatura que não só não dizia respeito aos 94 mil euros, como continha ainda um valor superior aos 119 mil anteriormente atribuídos.

Perante esta situação, Honório Novo foi às Finanças pedir explicações e foi-lhe dito que a atualização automática, prevista na lei, é feita tendo em conta apenas a desvalorização da moeda, razão pela qual o valor do seu imóvel subira para os 122.665 euros.

De acordo com o presidente da Associação de Proprietários Lisbonenses, esta situação está a afetar milhares de portugueses e pode, inclusivamente, vir a agravar-se devido ao novo mapa de localização que o Fisco está a preparar.

Este novo mapa, explica o JN, vai diferenciar o valor patrimonial dos imóveis localizados no centro das cidades daqueles que estão nas periferias o que, segundo as Finanças, vai beneficiar a “generalidade dos proprietários”.

Mas este benefício, garante Luís Menezes Leitão, só terá lugar se os proprietários pedirem uma avaliação dos respetivos imóveis, caso contrário poderão ser prejudicados pela atualização automática que é feita de três em três anos, podendo, também, estar a pagar um coeficiente de localização que não é o correto.

VI – O Cooperativismo em Portugal

Agora, e para finalizar, só mais um pequeno comentário sobre o cooperativismo em Portugal.

Como vimos o ideal cooperativo é democrático e igualitário e é nestas bases que as sociedades cooperativas têm funcionado em quase todo o mundo.

No nosso país, desde o advento do Estado Novo, as cooperativas têm sido objecto de restrições. Foram desvirtuadas nos seus princípios e objectivos por uma série de medidas destinadas a anular-lhes o espírito democrático e a adaptá-las e submetê-las ao corporativismo.

O processo desencadeado tem sido longo e moroso pelo que seria enfadonho enumerá-lo. A resistência que esta acção tem encontrado é prova de que também cá o movimento cooperativo tem vitalidade.

O processo de “domesticação” das cooperativas iniciou, há pouco tempo, mais um capítulo com a publicação do Decreto 520/71. Este diploma legislativo pretendeu liquidar as cooperativas cuja acção cultural era actuante e dinâmica. Ao abrigo deste Decreto, o Governo mandou encerrar uma dezena de cooperativas, algumas das quais interpuseram recurso para o Supremo Tribunal Administrativo.

Não pretendo entrar na crítica deste problema, até porque seria aqui descabida, mas peço para ele um pouco de reflexão.

O Senhor Ministro da Educação Nacional tem insistido, em muitos dos seus discursos, na necessidade de fazer chegar a cultura a toda a população; os responsãveis que até há pouco

tiveram a responsabilidade do sector da Economia lembraram-nos, com frequência, que é preciso aumentar a produtividade e o rendimento dos trabalhadores apontando apontando a especialização como meio de o conseguir. Ainda o mesmo sector da Economia lembrou e recomendou mesmo o cooperativismo como um travão à subida do custo de vida. Caberia às cooperativas um papel estabilizador dos preços. Mas esse papel seria realmente benéfico se a sua acção se estendesse até à produção, então sim, as cooperativas seriam moralizadoras dos mercados.

Pois, os objectivos atrás enunciados, eram alguns dos que as cooperativas portuguesas se propunham realizar se o Decreto 520/71 não viesse limitar a sua acção estritamente ao campo económico, o que não se coaduna com o espírito cooperativo.

A este respeito é concludente a actuação da VIS – Cooperativa de Ensino e Difusão Cultural - , como podem julgar por esta notícia publicada no passado dia 23 de Agosto por um jornal de Lisboa:

“(...) Para concluir: o Cooperativismo Português, desviado do seu ideal, não cumpre a missão para que foi criado, a de renovação social pela implantação de uma nova economia. Isto explica também a falta de adesão do nosso povo ao actual movimento cooperativo. Daqui formulo um voto: de que esta situação seja transitória”.

(Continua)

No próximo número: O Cooperativismo – II Parte

José Enes Gonçalves

O Cooperativismo - 5(Continuação)

EXTRACTO

Certifico para efeitos de publicação que, por escritura outorgada hoje, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Dra Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 51 e seguintes do livro 981-A, SILVINA BARROSO e marido JOÃO CASTRO, casados em comunhão geral, naturais da freguesia de Outeiro, deste concelho, onde residem na Rua do Arrabalde, nº 8, declararam:

Que são donos, com exclusão de outrém, do seguinte bem imóvel, situado na freguesia de Outeiro, concelho de Montalegre:

- Prédio urbano situado na RUA DO FORNO, composto de corte, com a superfície coberta de cinquenta e seis metros quadrados, a confrontar do norte e nascente com João Castro, sul com Rua do Forno e do poente com Agostinho da Rocha Dias, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 394.

Que o prédio encontra-se ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Montalegre e está inscrito na respetiva matriz em nome do justificante marido.

Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhes o direito de propriedade do prédio, mas iniciaram a sua posse em mil novecentos e setenta e cinco, ano em que o adquiriram, por doação meramente verbal de Manuel Maria Gomes, solteiro, maior, residente que foi no mencionado lugar de Outeiro, já falecido.

Que, desde essa data, sempre têm usado e fruído o prédio, procedendo a todas as obras de conservação e restauração e nele guardando os seus haveres, pagando todas as contribuições por ele devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado e sem oposição de ninguém há mais de vinte anos o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob o prédio por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.Está conforme.Cartório Notarial de Montalegre, 28-04-2015.

O Ajudante, (Assinatura ilegível)

Conta: Artigos: “ 20.4.5) ------------ 23,00 €São vinte e três eurosRegistada sob o n.º 254

Notícias de Barroso, n.º 470, de 30 de abril de 2015

30 de Abril de 2015 7BarrosoNoticias de

Há quem antes, não tivesse precisado de partido, quem não sentisse a falta da liberdade e se desse bem a viver de joelhos e a andar de rastos.

Houve cúmplices da ditadura, bufos e torturadores!... Houve até quem sentisse medo, quem estivesse desesperado, quem visse camaradas seus morrer na guerra, e quem soubesse dos amigos nas prisões e se calasse. Mas houve também quem resistisse e gritasse, e quem foi calado a tiro ou nas prisões.

Uns pagaram com a liberdade e a vida a revolta que sentiram, outros governaram a vida com a desonra que

calaram.Houve quem visse

apodrecer o regime e pretendesse a glória de exibir o cadáver e a glória da libertação!... Esses, viram-se frustrados por um punhado de capitães sem medo, que tudo arriscaram para que todos pudéssemos ser livres.

Quarenta e um anos passados sobre a manhã libertadora de Abril, o medo e a fome estão porém de regresso. Por ora, não é ainda a PIDE que prende, mas é o desemprego e a destruição metódica e eficaz dos direitos conquistados que paralisam o povo e o lançam de novo na aventura da emigração e na incerteza do futuro.

Os actuais governantes ao traírem de forma inequívoca e deliberada o ideal da social-democracia, em benefício de um projecto político extremista com o objectivo de cercear direitos e fazerem do país um laboratório do ultraliberalismo -“custe o que custar” - assim o ditaram, e o desespero que

espalham é a semente das convulsões que se avizinham num retrocesso que os mais pessimistas estavam longe de prever.

Apagaram os símbolos identitários da Pátria com a alienação dos históricos feriados do 5 de Outubro e do 1.º de Dezembro e transformaram o 10 de Junho, como antes se fazia, em altar da exaltação da raça. O regresso dos velhos valores têm pois um discurso, uma lógica e um projecto à boa maneira daqueles que nunca se conformaram com a “perda do Império” e o descrédito da ditadura. Só faltava empobrecer os portugueses e submetê-los pelo medo. E se bem o pensaram, melhor o conseguiram!... Três milhões de pobres, segundo o recente relatório da Cáritas, são a consequência destas miserabilistas politicas. Com o corte de 600 milhões de euros nas pensões de reforma que pretendem viabilizar, é o regresso mole a um passado

afrontoso e a um quotidiano de desespero.

Abril cumpriu a descolonização, o desenvolvimento e a democratização e não foram os seus capitães que agravaram as desigualdades sociais ou contribuíram para a perda da generosidade, entusiasmo e solidariedade que galvanizaram Portugal e os portugueses.

Não se ignora a crise que se abateu sobre o mundo, mas não há justificação para a falta de equidade na repartição dos sacrifícios nem para a devastação dos direitos a que só a cegueira ideológica e o espírito de vingança marcam o ritmo e a selectividade.

A PIDE, as prisões políticas, a censura, o degredo, o exílio, a tortura, a discriminação da mulher, a violação do domicílio e da correspondência são dolorosas recordações dos “mais velhos”!... Os “menos velhos”, esses, lembram apenas a implantação da democracia e a restauração dos direitos

cívicos. É pouco?!... Será talvez, mas nunca tão poucos fizeram tanto por Portugal como os Capitães de Abril. Não deixemos agora que nos conduzam ao passado.

Assim, comemorar Abril, é ser fiel ao seu ideário e honrar os seus heróis!... É uma forma de dizer basta à mais violenta ofensiva da direita contra os seus valores nos últimos 40 anos. Nada, absolutamente nada, pode ser pior do que um Portugal beato, rural e analfabeto que o salazarismo manteve graças à repressão policial.

Na ditadura, o País não era a casa comum dos Portugueses!... Era a cela colectiva dos que não fugiam. O 25 de Abril transformou Portugal. Tanto tempo nas nossas vidas, tão pouco na história de um povo. É tempo de voltarmos ao espírito de Abril.

Viva o 25 de Abril. SEMPRE.

POLITICAMENTE FALANDO!...

- 25 DE ABRIL!... Uma data a não esquecer

Domingos Chaves

Paulo Morais, 51 anos, natural de Viana do Castelo, é neto de dois barrosões: Alfredo Carneiro Batista (família da an-tiga Casa do Cerrado) e de Ma-ria Júlia Morais Caldas, (família dos Zizos, da Farmácia Morais Caldas). Professor universitário nas áreas da Estatísca e Mate-mática, foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, de 2002 a 2005, tendo sido responsável pelos pelouros do Urbanismo, Ação Social e Ha-bitação. É actualmente vice--presidente da Direção da As-sociação Cívica Transparência e Integridade e é colunista no jornal “Correio da Manhã”.

Desde que se afastou da política partidária tem vindo a denunciar a promiscuidade entre os poderes políticos e os poderes económicos.

Foi no dia 18 de Abril, no Café Piolho, um dos mais em-

blemáticos da cidade do Porto e com uma grande tradição de resistência republicana e estu-dantil ao Estado Novo que Pau-lo Morais tornou pública a sua candidatura às eleições para a presidência da República, de 2016, a segunda a ser tornada pública, depois de Henrique Neto.

O “Piolho” foi pequeno para acomodar uma assistência que encheu, por completo, este simbólico Café e que vibrou, através de fortes e demorados aplausos. Muitas personagens ligadas ao mundo académico, estudantes universitários, gente das artes e das letras e ao direi-to subscreveram a candidatura de Paulo Morais.

O Café Piolho voltou aos seus momentos grandes que es-tiveram à altura da sua história que dignificaram a cidade do Porto.

Na sessão de apresentação desta candidatura, apontou como prioridades o combate à corrupção e a transparên-cia das contas públicas. “Foi a corrupção que nos trouxe a

crise e a pobreza”. Explica que a corrupção é a razão maior dos nossos males. Ela surge “da mais absoluta promiscui-dade entre negócios e políti-

ca. Verdadeiramente, já nem se consegue distinguir entre a política e o negócio”, decla-rou. Foi esta “promiscuidade que transformou o Parlamento numa central de negócios, com

os deputados a usarem o cargo em benefício dos grupos eco-nómicos que lhes garantem be-nefícios generosos” e advogou que “as leis mais importantes

não poderão ser elaboradas nas grandes sociedades de advo-gados, em função dos grandes interesses instalados”.

Paulo Morais descreveu medidas anunciadas em cam-panha eleitoral e que não foram depois concretizadas durante os mandatos. Afirmou também que as eleições se transforma-ram em “concursos para a es-colha do maior mentiroso”, ga-rantindo que se for eleito demi-tirá o Governo que não cumpra as promessas eleitorais.

Paulo Morais reconhece que a caminhada que começou no dia 18 de Abril com a apre-sentação da sua candidatura é “difícil, mas não é impossível”.

A recolha de assinaturas começou imediatamente a se-guir à apresentação da candi-datura.

Carlos Branco

Paulo Morais candidato a Presidente da República

BarrosoNoticias de

8 30 de Abril de 2015

Recordo-me perfeitamente de ter lido várias notícias no portal da Câmara de Montalegre que despertaram a minha atenção pelo seu carácter insólito. A mais recente afirmava até à exaustão que a Sexta-13 rende para o município mais de 1 milhão, portanto, cerca de 1,1 milhões; outra dizia que a Feira do Fumeiro rende 3 milhões; uma prova nacional na Pista rende quase 1 milhão (940 mil euros); se for campeonato do mundo, o rendimento dispara; outro evento, já não me recordo

qual, rende 2,4 milhões. Tudo isto multiplicado pelo número de eventos dará, segunda a CMM, uma quantidade brutal de dinheiro que se aproxima do orçamento da Câmara. Aparentemente a CMM descobriu uma forma fácil e prazenteira de ser rico com pouco esforço e de resolver todos os problemas de tesouraria; mais ainda: ser rico, não trabalhar e gozar a vida em festarolas.

Estimado leitor, se for assim, será fácil às Câmaras resolver os problemas de tesouraria: basta fazer eventos do mesmo

tipo e estão todos os problemas de dinheiro resolvidos e todos passaremos a ser muito ricos; se assim for, então eu sou a favor destes eventos e cesso toda a crítica. Sim, mas (e aqui é que está a parte difícil) só depois de a CMM apresentar as provas em como aqueles proveitos são autênticos e de dizer onde está tão grande volume de dinheiro. Caso contrário não passará de um truque, de uma falácia ou de um sofisma para enganar.

Tais afirmações merecem-se as seguintes interrogações:

1) Essas receitas astronómicas são

líquidas ou ilíquidas? Uma coisa é ilíquida, outra coisa é livre de impostos e de todas as despesas inerentes à organização dos eventos.

2) Onde está todo esse dinheiro? Por onde circula e nos bolsos de quem entrou?

3) Que estudos sérios de base económica foram feitos para chegar a tal conclusão? Apresente-os.

4) Como é possível que uma corrida para o campeonato nacional sem ninguém a assistir possa render 940 mil euros?

Uma informação da CMM dizia que, relativamente às corridas, encomendou o estudo a uma empresa, cujo nome não me recordo, e que a projecção económica era apoiada no número de notícias que o espetáculo gerou.

Assim sendo, as minhas interrogações persistem:

5) Uma notícia é equivalente a uma nota de 200 ou 500 euros? E uma notícia num jornal nacional equivale a um grande maço de notas? OK, mas onde pára o dinheiro?

6) Um milhão de euros deixa de impostos, só de IVA, 230 mil euros, mas, observando no PORBASE os impostos pagos em Montalegre, verificamos que nem por sombras isso é possível.

Numa entrevista, o Presidente afirmou que “o dinheiro não chega todo ao mesmo tempo”. Pois bem, onde terminam os comentários do Presidente começam as minhas interrogações:

7) Se o dinheiro não chega de uma assentada, então a que ritmo chega?

8) E o dinheiro dos eventos de 2013 e 2014 já chegou? Se chegou onde está

porque eu não o vejo e se não chegou não devia já ter chegado? Então quando chega e nos bolsos de quem vai entrar?

Prezado leitor, a Câmara quer fazer passar a ideia de que os investimentos arris-cados e desvairados que faz, fora das áreas tradicionais em que uma câmara atua, são muitíssimo rentáveis, mesmo milionários, só que, ao não dizer onde pára o dinheiro, o seu discurso não passa de uma falácia. Eu, um cidadão, acho as projecções hiper-bólicas e ridículas e quero saber como se chegou a esses números, mas não consigo saber. Pergunto, mas só recebo insultos.

De facto, a CMM tem de revelar que estudos fez, que inquéritos foram feitos aos comerciantes, tem de mostrar faturas, im-postos pagos na região (pois um valor tão elevado de dinheiro tem de deixar rasto nos impostos pagos na região), enfim, tem de provar que as afirmações são verdadeiras, caso contrário tudo não passa de uma falá-cia. Além disso, se os valores são esses, mais se justifica que os comerciantes de Monta-legre paguem a totalidade dos eventos e que paguem todos.

Dizer que os valores apresentados emanam do número de notícias que o evento originou, não prova nada porque uma notícia não é uma nota de 500 euros (ainda que gostem muito de notas de 500), nem uma notícia num jornal de grande tiragem é um grande maço de notas. Uma notícia é uma notícia. Nesse equívoco reside a falácia.

Reside ainda noutra coisa: na confusão entre dinheiro real e dinheiro virtual. Mesmo

admitindo, abstractamente, que os eventos rendam esses valores, trata-se de dinheiro virtual e não real, ora uma câmara, empresa, família ou Estado vive de dinheiro real e não virtual, tal como nós vivemos num mundo real e não virtual. Vá o amigo leitor a um bar e pague com dinheiro virtual e verá o que lhe acontece; recebam os membros do executivo da Câmara o ordenado em dinheiro virtual e vê-los-emos a barafustar; pague a CMM aos seus fornecedores em dinheiro virtual e veremos se eles aceitam!

Em conclusão, a Câmara tem consciência de que gasta muito dinheiro não no bem-estar dos cidadãos, como é sua obrigação, mas em espectáculos fora do âmbito de atuação de uma câmara. Por isso, precisa de justificar-se assiduamente perante os seus cidadãos, dizendo que é por eles renderem muitos milhões que os faz. Todavia, ao apresentar lucros hiperbólicos e milionários sem provas, não consegue convencer ninguém e faz um triste papel de sofista. Tudo não passa de uma grande falácia. A mim não me importa se uma câmara faz “o maior espectáculo de rua de Portugal” ou a maior corrida automobilística de Portugal (é preferível que não faça, pois não faz parte das suas funções, mas da dos empresários), mas se faz uma melhor comunidade municipal e se zela pelo bem-estar dos munícipes. Andar a brincar às corridas e às bruxas em tempos de crise, de pobreza, de emigração, de exclusão social e de desemprego é uma aberração.

Manuel Ramos

Política municipal vista de fora

Dinheiro Real e Dinheiro Virtual

“A Câmara quer fazer passar a ideia de que os investimentos arriscados e desvairados que faz, fora das áreas tradicionais em que uma câmara atua, são muitíssimo rentáveis, mesmo milionários, só que, ao não apresentar as provas, os milhões

não passam de uma falácia”.

“Uma notícia não é uma nota de 500 euros, nem uma notícia num jornal de grande tiragem é um grande maço de

notas. Nesse equívoco reside a falácia.”

BarrosoNoticias de

930 de Abril de 2015

Quality Inn

- Casamentos; Baptizados; Aniversários; Congressos e todos os Eventos

- Quartos com promoções durante todo o ano

- Restaurante: Além dos pratos (nacionais e estrangeiros) constantes

da Carta também serve refeições económicas com tudo incluído por 6

- Piscina; Sauna; Banho turco; Hidromassagens e Massagens

O Hotel ainda tem à disposição do cliente uma variada gama de percursos

pedestres, de bicicleta ou motorizados para dar a conhecer os valores

culturais das terras de Barroso.

Rua do Avelar, 2 5470 Montalegre- Tel: (351) 276 510 220 - Tlm: 91 707 91

Construção Civile Obras PúblicasCarpintariaLavandariaFunerária

Rua Central, 325470-430 SALTO

Tel. 253 659897

Fax: 253 659927 eTelem: 96 657 2973

Paula Cunha, Lda

,

Sede:Lugar do Barreiro rua 14730-450 Vila do PradoPortugal

O Superde Montalegre

com promoçõestodas

Rua da Portela, nº 3 5470-229 Montalegre

Paula Cunha, Lda

A empresa do concelho de Montalegre que procura servir os seusclientes com eficiência e qualidade

as semanas

Construção Civil e Obras PúblicasCarpintariaLavandariaFunerária

Paula Cunha, Lda.A Empresa do concelho de Montalegre que procura servir os seus clientes com eficiência e qualidade.

Projectos, Fiscalização e Direcção Técnica

AGÊNCIA FUNERÁRIA INTERNACIONAL LDa Av. João XXI, n°477, 4715-035 BRAGA

Telefone 253 061 149 - Fax 253 060 916 Telemóvel 927 054 000 [email protected]

POMPES FUNEBRES E.F.G 18 Rue Belgrand 75020 Paris

Tél : 00331 46 36 39 31 – Fax : 00331 46 36 97 46 Portable : 00336 07 78 72 78

[email protected]

AGENCIAS FUNERARIAS Fernando ALVES E.F.G INTERNACIONAL

RECONSTITUIÇÃO CORPORAL EMBALSAMENTO DO CORPO CREMAÇÃO

TRASLADAÇÕES TANATOPRAXIA TANATOESTÉTICA

30 de Abril de 201510 BarrosoNoticias de

NNNNN OOOOOTÍCT ÍCT ÍCT ÍCT ÍCIAS DIAS DIAS DIAS DIAS DE BARE BARE BARE BARE BARR O S OR O S OR O S OR O S OR O S OSeja um amigo da sua terra,

Assine este jornal.

“Bom filho, bom marido,excelente pai, bom amigo e colega”

Vítima de doençaprolongada desde o dia 5 deJunho de 2002 faleceu nopassado dia 25 de Fevereiro oTito. Tina 59 anos de idade.Funcionário das Finanças deMontalegre, por isso conhecidoem todo o concelho, o Tito eranatural de Sabuzedo. Casoucom Mariana Francisca AnjoAfonso Freitas, da Vila daPonte, de quem teve duas filhas,a Alexandra e a Ana Margaridaque ajudou a criar e educoucom muita dedicação, não sepoupando a sacrifícios para quenada lhes faltasse. Conseguiudar a cada uma delas umestatuto social para enfrentarema vida com mais facilidade, umaenfermeira e a outra analista.

Devido às fragilidades comque vivia em consequência da

doença que o obrigou a deixaro emprego com 54 anos deidade, passou a viver na sua casade Vila da Ponte sob oscuidados da extremosa esposa,Mariana, funcionária da ZonaAgrária de Barroso que, por sua

vez, se viu obrigada a pedir areforma antecipada para sededicar a tempo inteiro, de alma

e coração, ao seu marido Tito.Asua esposa Mariana e as

filhas Alexandra e Ana Maria erestante família vêm por estemeio agradecera todos quantosse dignaram assistir ao funerale missa de sétimo dia ou que deoutra forma lhe manifestaramo seu pesar e solidariedad.Agradecem de modo especialaos seus dois médicos defamília, Drs António Sousa eCarlos Reis, pessoas muitohumanas, dedicadas e sempredisponíveis, bem como aossenhores enfermeiros e pessoalauxiliar do Centro de Saúde quecom carinho o trataram duranteos últimos 5 dias da sua vida.

O Tito foi bom filho, bommarido, excelente pai, bomamigo e colega.

GABINETE DE APOIO AO EMIGRANTEGABINETE DE APOIO AO EMIGRANTEGABINETE DE APOIO AO EMIGRANTEGABINETE DE APOIO AO EMIGRANTEGABINETE DE APOIO AO EMIGRANTE

Tito Cruz Gonçalves de Freitas24.05.1948 - 25.02.2008

Vendem-seApartamentos T3 e Lojas Comerciais

Rua do Salgado, s/n 5470-239 Montalegre

Contactos: 0034 – 988 460 4250034 – 66 416 6214

1-Assinaturas

Pede-se aos nossos amigos assinantes que procurem ter os pagamentos da assinatura do jornal actualizados.Os valores das assinaturas são os seguintes:

Nacionais = 20,00 €urosEstrangeiras:Espanha = 30,00 €urosResto da Europa = 35,00 €urosResto do Mundo = 35,00 €uros

As assinaturas podem ser liquidadas através do envio de cheque ou vale postal em €UROS passados à ordem do Notícias de Barroso ou por transferência Bancária para a CO em nome de Maria Lurdes Afonso Fernandes Moura, usando as referências seguintes:

Nacionais - NIB: 0079 0000 5555 1489101 27Estrangeiras: - IBAN: PT50 0079 0000 5555 148910127 - SWIFT/BIC: BPNPPTPL

Na etiqueta da sua direcção pode ver a data de pagamento (PAGO ATÉ…) do jornal. Se entender que não está certo, contacte-nos (+351 91 452 1740).

2. Prestação de serviços

Atenção aos srs. Assinantes que optarem por fazer transferências bancárias dos valores das assinaturas ou outros. Do pagamento efectuado devem avisar a administração do jornal ou através do próprio Banco ou por mail [email protected] ou por telefone.

Isto porque o Banco que transfere o dinheiro e até o próprio talão comprovativo da transferência que dá o Banco não indicam dados do assinante pagador. Como consequência, não se registam os pagamentos desses assinantes.

Ajude-nos a fazer um jornal ainda melhor.

BarrosoNoticias de

EXTRATOCertifico para efeitos de publicação que, por escritura exarada em 22 de Abril de 2015, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório

Notarial de Montalegre, a cargo de Maria Carla de Morais Barros Fernandes, Adjunta de Conservador, em substituição legal e em exercício de funções notariais, exarada a folhass 43 e seguintes do livro 981-A, JOAQUIM DA SILVA e mulher LAURINDA DE JESUS PIRES MARQUES, casados em comunhão geral, naturais ele da freguesia de Negrões, deste concelho, e ela da freguesia da Chã, do mesmo concelho, onde residem no lugar de Medeiros, na Rua do Alto do Pial, n.º 9, declararam:

Que são donos, com exclusão de outrém, do seguinte bem imóvel, situado na freguesia da Chã, concelho de Montalegre:- Prédio rústico situado em CASTANHEIRA, composto de cultura arvense de sequeiro, com a área de mil e cem metros quadrados, a confrontar

do norte com Joaquim Francisco Pereiro, sul e nascente com António Dias e do poente com Ana Maria Álvares de Moura, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1145.

Que, após pesquisas nos diversos Serviços Públicos, não foi possível obter o artigo matricial antes do ano de mil novecentos e noventa e sete, encontra-se ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Montalegre e está inscrito na respetiva matriz em nome do justificante marido.

Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhes o direito de propriedade do prédio, mas iniciaram a sua posse em mil novecentos e oitenta, ano em que o adquiriram por doação meramente verbal de Domingos Dias Leal e muher Maria da Silva, residentes que foram no mencionadado lugar de Medeiros.

Que, desde essa data, sempre têm usado e fruído o indicado prédio, cultivando-o e colhendo os seus frutos, pagando todas as contribuições por ele devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado e sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob o prédio por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.Está conforme.

Cartório Notarial de Montalegre, 22-04-2015O 1.º Ajudante, (Assinatura ilegível)

Conta: Emol: Art.º 20.4.5) ------------ 23,00 €São: vinte e três eurosRegistado sob o n.º 239

Notícias de Barroso, n.º 470, de 30 de abril de 2015

EXTRATOCertifico para efeitos de publicação que, por escritura outorgada hoje, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Dra Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 47 e seguintes do livro 981-A, GLÓRIA AFONSO CRESPO e marido NORBERTO MANUEL MARTINS MALHEIRO, casados em comunhão de adquiridos, ela natural da freguesia de Padornelos, deste concelho e ele da freguesia de Grade, concelho de Arcos de Valdevez, onde residem no lugar de Pousada, Estrada Nacional, Caixa 108, DECLARARAM:Que ela é dona, com exclusão de outrém, dos seguintes bens imóveis, situados na União das Freguesias de Meixedo e Padornelos, concelho de Montalegre:- Um: Prédio rústico situado na REVOLTA, composto de pastagem, com a área de quatro mil e quinhentos metros quadrados, a confrontar do norte com José Fernandes Pires, sul com José Gonçalves Urbano, nascente e poente com caminho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 2868.- Dois: Prédio rústico situado em COUTADO, composto de cultura arvense de sequeiro, com a área de mil e duzentos metros quadrados, a confrontar do norte e nascente com o caminho e do sul e poente com Joaquim Alves, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1436.Que estes prédios estavam inscritos na matriz da freguesia de Padornelos (extinta), respetivamente sob os artigos 1154 e 437 e, apesar de pesquisas nos diversos Serviços Públicos, não foi possível obter os artigos da matriz anteriormente ao ano de mil novecentos e noventa e sete e encontram-se ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Montalegre.Que não tem qualquer título de onde resulte pertencer-lhe o direito de propriedade dos prédios, mas iniciou a sua posse em mil novecentos e oitenta e seis, ano em que os adquiriu por partilha meramente verbal por óbito de seus pais João Afonso Crespo e Maria Afonso, residentes que foram na dita freguesia de Padornelos.Que desde essa data, por si ou por intermédio de alguém, sempre tem usado e fruído os indicados prédios, apascentando o gado e cultivando-o e colhendo os seus frutos, pagando todas as contribuições por eles devidas e fazendo essa exploração com a consciência de ser a sua única dona, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob os prédios por USUCAPIÃO, que expressamente invoca para efeitos de ingresso dos mesmos no registo predial.Está conforme.Cartório Notarial de Montalegre, 24-04.2015.

O Ajudante, (Assinatura ilegível)

Conta: Artigos: “ 20.4.5) ------------ 23,00 €São vinte e três eurosRegistada sob o n.º 247

Notícias de Barroso, n.º 470, de 30 de abril de 2015

EXTRATOCertifico para efeito de publicação certifico que, por escritura outorgada hoje, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Dra Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 41 e seguintes do livro 981-A, MARIA OLINDA BAÍA SEARA SALVADOR e marido JOÃO DIAS SALVADOR, casados em comunhão de adquiridos, naturais da freguesia da Chã, deste concelho, onde residem no lugar de Peirezes, na Rua Principal, nº 90, declararam:Que são donos, com exclusão de outrém, dos seguintes quatro bens imóveis:Imóvel situado na União das Freguesias de Montalegre e Padroso, concelho de Montalegre:- Um: - Prédio rústico situado em PONTE DO CARIGO, composto de cultura arvense de sequeiro, com a área de cinco mil e quatrocentos metros quadrados, a confrontar do norte com José Gonçalves Lage, sul e nascente com caminho público e do poente com José Rua Dias, inscrito na tespetiva matriz sob o artigo 396.Imóveis situados na União das Freguesias de Meixedo e Padornelos, concelho de Montalegre:- Dois - Prédio rústico situado em MIÕES, composto de pastagem natural, com a área de dois mil e cem metros quadrados, a confrontar do norte e poente com Joaquina Alberta Gonçalves Mendes, sul com Joaquina Gervásio Rua e do nascente com João Esteves, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 6351.- Três: - Prédio rústico situado em TOJAIS, composto de lameiro, com a área de seiscentos e setenta metros quadrados, a confrontar do norte com João Fernandes Jorge Mendes Madeira, sul com José Alves Rosa Adriano, nascente e poente com caminho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 9049.- Quatro - Prédio rústico situado em CORGO DO INFANTE, composto de cultura arvense de sequeiro, com a área de mil e duzentos metros quadrados, a confrontar do norte com Virgínia Baía, sul com José Joaquim Rua Caldas, nascente com Maria Fernanda Mendes Madeira e do poente com José Joaquim Rosa Dias, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 5615.Que o prédio identificado na verba um, estava inscrito na matriz da Freguesia de Montalegre (Extinta) sob o artigo 413 e os restantes estavam inscritos na matriz da Freguesia de Meixedo (Extinta) sob os artigos 3461, 4889 e 3093, respetivamente e, após pesquisas nos diversos Serviços Públicos, não foi possível obter os artigos matriciais antes do ano de mil novecentos e noventa e sete e todos eles se encontram ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Montalegre.Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhes o direito de propriedade dos prédios, mas iniciaram a sua posse em mil novecentos e noventa, ano em que os adquiriram já no estado de casados, por doação meramente verbal de João Gonçalves Seara, viúvo, residente que foi no mencionado lugar de Peirezes.Que desde essa data, sempre têm usado e fruído os indicados prédios, cultivando-os, colhendo os seus frutos e apascentando o gado, pagando todas as contribuições por eles devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob os prédios por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeitos de ingresso dos mesmos no registo predial.Está conforme.Cartório Notarial de Montalegre, 22-04-2015.

O Ajudante, (Assinatura ilegível)

Conta: Artigos: “ 20.4.5) ------------ 23,00 €São vinte e três eurosRegistada sob o n.º 237

Notícias de Barroso, n.º 470, de 30 de abril de 2015

30 de Abril de 2015 11BarrosoNoticias de

Mónica Lewinsky, num vídeo TED, conta-nos a experiência fulminante e dolorosa por que passou desde que em Janeiro de 1998 foi conhecido o seu caso com o ex-presidente americano, Bill Clinton. Começa por nos informar de que está profundamente arrependida desta aventura amorosa, que trouxe consequências devastadoras para a sua vida. Sabe que jamais encontrará o tira-nódoas para limpar esta mácula inapagável. Mas, no fim do vídeo, vemos uma Mónica a olhar em frente, a dizer com convicção que sobreviveu. Todos têm direito a recomeçar.

O seu caso rebentou na era da revolução digital. Ao fim de meia dúzia de horas de

ser mediático, a sua fotografia estava espalhada por todos os cantos do mundo e por todas as redes socias, sites e jornais. Sem qualquer dó nem piedade, Mónica foi sugada para o centro de um turbilhão de humilhação pública, com comentários ignóbeis, piadas torpes, julgamentos cruéis, mails infames, facilmente criados por muitos atiradores de pedras anónimos e covardes que nascem como cogumelos na internet e espalhados por muitos de forma inconsciente e insensível. Todos os nomes ultrajantes lhe foram aplicados. Não havia dia em que não sentisse que era o alvo preferido para todo o tipo de escárnio, zombaria e irrisão. «Vista por muitos, mas conhecida por poucos». Em poucos dias, perdeu toda a sua reputação e dignidade. Quase ia perdendo a vida, mas, graças à família, «sobreviveu».

Impressionada com a tragédia do jovem americano Tyler Clementi, que em 2010 se suicidou depois de ser divulgado na internet um vídeo de uma relação sexual com outro colega, Mónica decidiu fazer este vídeo para alertar

sobre dois graves problemas nas sociedades atuais, que nos obrigam a refletir: a crueldade e a falta de ética no submundo da internet e a indústria da humilhação. Já aqui o referi mais do que uma vez, o submundo da internet, onde qualquer pessoa minimamente habilidosa consegue construir um site ou um blog ou participar em redes socias, com posts, artigos e comentários ao sabor da sua libertinagem e dos seus humores, veio pôr a nu a malcriadez, a boçalidade, a incivilidade e a ominosa falta de valores dos tempos atuais. É de ficar estupefacto com a facilidade com que hoje em dia se insultam e se humilham os outros e se comenta e expõe a vida das pessoas, sem a mínima capacidade de escuta e de diálogo e sem qualquer mínimo respeito pelos outros, o que não deixa de ser sinal de um profundo mal-estar no íntimo das pessoas e de como estamos empobrecidos como pessoas humanas. Na sociedade da globalização e da mediatização, como é esta em que vivemos, há uma execrável indústria da humilhação, comandada por alguns órgãos de comunicação social e seus apaniguados,

que anda só em busca do que é escandaloso, abjeto, vergonhoso e imoral, ou seja, o sensacionalismo. E quanto pior, melhor, tudo fazendo para que o falatório e o impacto sejam cada vez maiores. Assim poderá vender mais e quanto mais vende, mais lucros pode ter. É uma indústria que vive à custa do rebaixamento e do aniquilamento das pessoas, decepando irremediavelmente vidas a toda a hora na guilhotina escabrosa da sua ignomínia. E o que é terrível constatar é que a sociedade consome e devora esta indústria. Que mau gosto e que estranha forma de estar na vida! Qual é o diário português mais vendido em Portugal?

No seu vídeo, Mónica aponta algumas soluções, com as quais concordo: temos de empreender uma revolução humana e uma revolução digital, com ética. Vivemos numa sociedade que nos tem vindo a tornar frios e insensíveis para com os outros, vive-se numa surdez alarmante. É preciso recuperar valores fundamentais na convivência e na relação entre pessoas humanas, como são a compaixão e a empatia. Jesus Cristo disse isto, por outras palavras, há dois mil anos. O

outro que está a meu lado, seja ele quem for, merece ser atendido, escutado e amado e não desprezado e humilhado. Toda a pessoa humana quer ser feliz, realizando a sua humanidade. Logo, isso implica acolhimento e total respeito pelo seu nome, pela sua diferença e pela sua dignidade. A internet é um meio fabuloso e poderosíssimo, que revolucionou o mundo. Foi criada para se comunicar e partilhar dados e para facilitar e agilizar a vida das pessoas. Não deve ser usada para denegrir e humilhar os outros, nem para descarregarmos os nossos ódios, invejas e azedumes sobre os outros ou sobre a sociedade, sem o mínimo respeito por nada, nem por ninguém. A liberdade de expressão não dá o direito a insultar e a falar mal sem preocupação pela verdade e pela retidão.

Em mês de revolução, que estas também não deixem de estar nos nossos horizontes, mantendo-nos alerta para lá das muitas anestesias em que vivemos ou em que nos querem fazer viver. Temos um grave deficit de humanidade na sociedade atual, que não nos pode deixar indiferentes.

A Cultura da Humilhação

Pe Vítor Pereira

Cerca de três milhões de euros (2.947.974,86€) é o valor do saldo orçamental que transita para a gerência de 2015 da Câmara Municipal de Boticas. Este é o valor apresentado no Relatório de Contas e Gestão 2014 da autarquia, aprovado esta quarta-feira em reunião do Executivo e que agora será presente para apreciação e votação pela assembleia Municipal.

Fernando Queiroga, Presidente da Câmara Municipal, refere que estes valores “atestam bem da boa saúde financeira da autarquia, a que se soma o facto dos passivos financeiros terem sido de 0%, como resultado de não terem sido contraídos quaisquer empréstimos durante o ano de 2014”.

Da apreciação do Relatório de Contas e Gestão 2014 há ainda outros pontos que permitem auferir que a Câmara Municipal detém uma saudável solidez financeira, fruto de um planeamento e uma gestão eficaz dos recursos financeiros disponíveis, que evidenciam também alguns aspectos fundamentais para avaliar que as apostas feitas pelo executivo foram as mais acertadas. A dívida a médio e longo prazo foi reduzida em mais de 613

mil euros e a dívida a curto prazo em cerca de 38 mil euros, sublinhando-se ainda que o Município terminou o ano de 2014 com um prazo médio de pagamento a fornecedores de apenas 15 dias.

Em termos de taxas de execução, as despesas correntes obtiveram uma execução de 81,17% e a taxa de execução da receita (receitas correntes e de capital), foi de 85,18%.

Globalmente, e tendo em conta que o ano de 2014 se caracterizou por um contexto macroeconómico desfavorável, o Município de Boticas apresenta resultados muito positivos, que demonstram o esforço na consolidação do equilíbrio financeiro alcançado nos últimos anos. Para isso muito contribuíram as medidas impostas pelo Executivo Municipal, garantindo o cumprimento na adequação dos compromissos assumidos face aos recursos financeiros disponíveis.

Apesar dos constrangimentos económicos e financeiros com que o País de debateu em 2014, e a que o Município de Boticas não foi alheio, uma gestão racional e eficiente dos recursos disponíveis permitiu ao Executivo desenvolver o

projeto preconizado para o concelho de Boticas, assumindo os apoios sociais, o apoio à criação de emprego e o desenvolvimento turístico como os três grandes pilares da sua atuação. E, apesar de todas as dificuldades que limitaram a sua ação e intervenção, foi possível continuar a percorrer o caminho que permite afirmar Boticas como um município de excelência social, onde a preocupação com o bem-estar da população e a consequente qualidade de vida no concelho, são, antes de qualquer obra, a prioridade da Autarquia. Uma atuação que tem merecido o reconhecimento por parte dos mais variados organismos e instituições independentes. A título exemplicativo, refira-se que em 2014 os apoios concedidos às famílias aumentaram em mais de 200%, o que equivale a mais 89.186,94€ atribuídos em apoios sociais face a 2013. No mesmo período, os apoios e subsídios atribuídos a instituições sem fins lucrativos, onde se enquadram as associações culturais, desportivas, recreativas e de solidariedade, tiveram um aumento de 135.853,59€, o que em termos percentuais corresponde a mais 54%.

Também as transferências para as juntas de freguesia foram alvo de um aumento significativo, na ordem dos 35%.

O Presidente da Câmara sublinha ainda que “os resultados económicos e financeiros de 2014 abrem excelentes perspectivas para 2015 e são demonstrativos do caminho firme e seguro que o executivo tem vindo a

percorrer, fazendo face às reais

necessidades da sua população

e primando por uma gestão

aberta, transparente e rigorosa

dos recursos financeiros,

apostando no desenvolvimento

de um projecto envolvente e

direccionado para o bem estar

e para a crescente melhoria

das condições de vida da sua

população”.

BOTICAS

Relatório de Contas e Gestão de 2014 com saldo orçamental de três milhões de euros

30 de Abril de 201512 BarrosoNoticias de

«O monge é simplesmente um homem que procura levar a sério o cristianismo.» (Dom Guérange).

Nada nas suas origens faria prever que o estado monástico iria tornar-se o garante e o salvador de uma civilização. Se a Igreja, em tempos de paz, e após as terríveis perseguições de que foi vítima corria risco de perder o papel crucial que lhe estava destinado, tornando-se mais numerosa, mais rica e mais poderosa, uma nova raça de testemunhas relembrarão ao mundo as superiores razões integrais do Evangelho.

O termo monge (do grego monos) irá corporizar de imediato a acepção geral para designar todos aqueles que foram chamados a viver, sob uma determinada condição, sem qualquer tipo de contactos directos com o mundo. Os solitários são qualificados indiferentemente eremitas (érêmos, solidão, deserto), ou anacoretas (anakhoretés, retiro). Agrupados em comunidades, os monges são conhecidos por cenobitas (Koinon, comum). O asceta é o monge, anacoreta ou cenobita, que se exercita no cumprimento da sua vocação (askesis, prática, ou exercício). Consequentemente o mosteiro é etimologicamente a morada dum único indivíduo que vive isolado. Por uma transferência de significação passa a designar o conjunto de edifícios a que se acolhe uma colectividade.

A palavra “Monaquismo” vem do grego monachós, aquele que está só; designa uma forma de vida cristã totalmente consagrada a Deus no retiro, no silêncio, na oração, na penitência e no trabalho. Representava a negação do mundo sem qualquer concessão. O Monaquismo implica sempre ascese, ou a prática da auto-disciplina: jejum, o silêncio, e a proibição contra a propriedade pessoal, e uma aceitação do desconforto corporal.

O Monacato cristão tem seus fundamentos imediatos no próprio Evangelho, onde

o Senhor Jesus aconselha a deixar tudo e seguir incondicionalmente o Cristo (S. Marcos, cap. X, ver.21). Havia à época de Cristo, em toda a região conhecida como Médio Oriente, e particularmente no judaísmo tardio, uma corrente ascética e mística. João Baptista, com o seu baptismo, situa-se nitidamente neste movimento, pelo seu estilo de vida e pela sua pregação, independentemente de sua pertença ou não à seita dos Essênios, Jesus fez-se baptizar por João Baptista e assim assumiu este movimento. E assumindo-o, claramente lhe deu um sentido radicalmente novo. O próprio Jesus viveu com os seus discípulos uma forma de vida comunitária que tinha muito mais em comum com esta tradição do que com as tradições dos rabinos do seu tempo, ou mesmo, com os profetas do A. Testamento. Eis porque a expressão: “Vita Apostólica” na literatura monástica primitiva significará principalmente toda esta vida dos Apóstolos com Jesus.

As obras de João Cassiano, que descreviam os costumes e a espiritualidade dos Padres do Deserto, foram as grandes inspiradoras do Monaquismo ocidental. Alguns homens desejando levar uma vida mais fervorosa, partiram para o deserto praticando aí uma existência de mortificação, pobreza e humildade de acordo com os preceitos do Evangelho, tendo sido designados por Padres do Deserto. Estas comunidades estenderam-se até à Tebaida e parece ter sido nessa região, que a tradição diz ter nascido o monaquismo cristão. A Tebaida era a região do Alto Antigo Egipto. Ficou conhecida por este nome devido à sua proximidade da antiga capital egípcia de Tebas. Do ponto de vista da semântica, significa, ermo, solidão profunda. O solitário do deserto é como um valente soldado de élite; posto avançado da Cristandade. A devoção destes solitários do deserto é do mesmo molde

que as pirâmides: grandiosa, incomensurável, quase sobre-humana. É a calma e o silêncio que os eremitas procuraram, para voluntariamente chegarem à iluminação. Este mesmo sinal, esta «qualquer coisa que brilha em silêncio» - esta voz bíblica que clama no deserto…

Vida solitária, ou vida em comum? Estas duas vocações, longe de se excluírem auxiliam-se e completam-se. Mas todos os Padres do Deserto, e sobretudo S. Pacómio, são unânimes em repeti-lo: o isolamento absoluto torna-se num ideal superior à vida comunitária, porque é mais propício a uma contemplação mais profunda, mais próxima do divino. Apesar das obrigações da vida em comum, os mosteiros ofereciam melhores garantias de recolhimento do que a solidão absoluta. Faltava ainda encontrar o equilíbrio entre o trabalho e a oração, sem prejuízo para esta. Estes defeitos só serão corrigidos com o tempo. Serão precisos séculos, e o génio de um S. Basílio, de um S. Agostinho, de um Cassiano, de um S. Bento e a experiência duma multidão de monges desconhecidos. A obra monástica não teria sido durável se ela não se tivesse inventado interiormente, corrigido e completado dia após dia, para desabrochar numa síntese incomparável de organização política, de administração económica, de psicologia humana e de amor sobrenatural.

S. Paulo, o eremita falecido em 347, foi um dos primeiros anacoretas a refugiar-se no deserto. Nesta fase -- Epopeia do deserto -- impõe-se a figura e a obra de Stº. Antão, ou Santo António do deserto (251- 356), considerado “o patriarca do monaquismo”, levou uma vida austera no horrível deserto de Pispir, baixo Egipto, dedicando-se à contemplação, à oração e à penitência. O seu papel é determinante no desenvolvimento posterior do Monaquismo. Na última etapa da sua vida S. António estabelece-se no monte Colzim,

perto do mar Vermelho. Leia-se a deliciosa biografia do santo da sua luta com os demónios de Henri Queffelec. -- É este santo o padroeiro dos animais, por quem o nosso povo nutre tanta devoção! -- Na mesma data, Macário (300-390) rodeia-se de discípulos sob a sua custódia moral, tal como S. Hilarião (290-371) na Palestina.

Nascimento da regra de S. Pacómio (287-347), ou início de uma vivência em comunidade – instituição da vida em comum. S. Pacómio funda o primeiro mosteiro numa zona abandonada de Tabenese. Os bens dos monges, entretanto falecidos, eram doados ao mosteiro ao qual estavam ligados. Esta disposição faz com que a riqueza desses mesmos mosteiros aumente. O mosteiro Pacomiano assemelhasse a um falanstério, assente na “racionalização” do trabalho capaz de se prover a si mesmo, da única actividade dos seus membros. As trocas com o mundo limitam-se ao máximo. A vida em comunidade proporciona ao monge uma independência material absoluta, sem a qual o espírito não seria verdadeiramente livre. A aprendizagem da obediência é a grande inovação que a reforma de S. Pacómio introduziu no deserto, a pedra angular sobre a qual assenta doravante a vida monástica. O monge é antes de tudo um homem que renunciou completamente à sua própria vontade, que não tem outra vontade que não seja a do seu superior, que deve executar as ordens como se elas emanassem do próprio Deus. Os Padres do Deserto tinham compreendido perfeitamente bem que a significação do trabalho monástico, não é prioritariamente económico, mas ascética e espiritual.

Samuel Rubensen mostrou que Antão e os seus companheiros, longe de serem iletrados como se pensou por muito tempo, foram alimentados com o ensinamento filosófico e teológico da Igreja de Alexandria e dos seus grandes

doutores.S. Basílio, Bispo de Cesareia

(330-379) Capadócia, com seu irmão S. Gregório de Nissa e seu amigo S. Gregório Nazianzo, lança os fundamentos da organização monástica na Ásia Menor. Segundo S. Basílio os monges devem pronunciar os votos perpétuos de obediência, castidade e pobreza. É de opinião que o isolamento absoluto é contrário à vontade de Deus. O homem não foi concebido de forma a prescindir do socorro dos seus semelhantes, nem mesmo para as necessidades mais simples da vida. Nós somos necessários uns aos outros. Deus assim o desejou para nos forçar a reunir, a associar-nos. A vida solitária ao isolar cada indivíduo em si mesmo mutila a natureza…Em que se transforma a solidariedade humana na via solitária do deserto? Se cada um de nós se retira na sua solidão, no sentido de procurar a sua própria salvação, assim divididos, como formaremos nós um só corpo? Eles (eremitas) creem que no seu isolamento poderão trabalhar melhor a sua perfeição. Não veem que separados dos seus semelhantes são incapazes de conhecer os seus próprios defeitos, e ainda menos corrigirem-nos!

Esta condenação inapelável sobre o anacoretismo e o eremitismo vira uma página definitiva na história do Monaquismo. Pouco a pouco o espírito de S. Basílio penetra a atmosfera Oriental, a sua acção e influência vai estar na origem do Monte Athos. Pacómio forneceu uma organização à vida em comum, mas Basílio vai dar-lhe uma alma. O Monacato, surgido duma recusa violenta do mundo, ganha com ele a sua dimensão ecuménica (ecclesial ) irá desenvolver-se num ideal de caridade militante que vai encontrar a mais completa realização no Ocidente

(Continua)

José Fernando Dias de Moura

O Florescimento Monástico I

30 de Abril de 2015 13BarrosoNoticias de

Lita Moniz

O mundo em rede aproxima mundos, diminui distâncias, tudo acontece ao

mesmo tempo. As informações circulam rapidamente, as fronteiras geográficas no mundo em rede foram totalmente eliminadas. Todo o mundo conectado simultaneamente, uma aldeia global.

O mundo encolheu, as ideias produzidas no Polo Norte interagem com as produzidas no Polo Sul.

Há quem ache tudo isto uma loucura, uma invasão de privacidade, o Facebook sabe mais de você do que você mesmo.

O que está mudando? O que está mudando

é a natureza da sociedade humana, é a forma como esta é constituída. O nosso padrão é centralizador: surgem lideranças, impõem padrões

de comportamento e o povo os segue, somos regulados por esses padrões centralizadores: poder legislativo, executivo e judiciário. Há outros padrões, claro, todos eles estão sob ameaça de desabarem no mundo em rede.

A sociedade humana é hoje, e cada vez será mais, uma sociedade interativa. Pessoas interagindo, não há mais a figura de um líder, mas sim uma inteligência coletiva, um sistema inteligente, criativo. Mais oportunidades, mais caminhos, mais possibilidades, mais impulsos inovadores. Um campo de força que habilita cada ser humano a ser atuante, participativo.

Está interagindo em rede. É parte do fluxo interativo.

Claro que num mundo onde todos podem interagir, expor suas opiniões, se expressar livremente há de haver muita coisa ruim a chegar, mas a própria força interativa vai descartando uma a uma o que não vem para somar. E tão depressa chega, mais depressa ainda desaparece.

É seleção natural mesmo.Segundo Augusto de Franco,

um especialista do mundo em rede, essa conectividade e interatividade vai muito além dos ecrãs dos nossos computadores, tablets, smarthpones etc.

As informações têm o

poder de romper hierarquias, instauram novos tipos de comportamento, novas formas de pensamento.

Segundo estudos apresentados por este especialista, há quatro fenômenos provenientes do grau de interatividade:

1º - Tudo que interage se aproxima, aglomera, é capaz de produzir aglomerados, assim se formou o universo. Aqui, mais precisamente estamos falando de aglomerados humanos, de repente, milhões de pessoas na rua a pleitear um mundo melhor para todos.

2º - Tudo que interage pode enxamear, gerar um enxame de gente já agindo como uma inteligência coletiva, sem liderança, movido por um campo de força gerado ali pela união de todos.

3º - Efeito cloning: somos seres imitativos parece que trazemos um script do tipo, imite a vida que está à sua volta.

Mas como não há líder. Na interatividade imitamos e criamos, tudo simultaneamente. Daí, muita coisa já nos parece velha, ultrapassada.

4º - Efeito Crunching. Quanto mais aumenta o grau de interatividade, mais o mundo encolhe. É o que Augusto de Franco chama de fenômeno do mundo pequeno.

Aqui, diminui o número

de intermediários entre Você e outra pessoa. Fica mais fácil esse intercâmbio social, independe do tempo e do espaço.

Neste contexto, que ainda nos parece utópico, muda a natureza da sociedade. Podemos a qualquer momento enxamear: Sete bilhões de pessoas a dançar a mesma música. Claro que Augusto Franco fala em possibilidades.

Mas os quatro efeitos são indiscutivelmente possíveis no mundo em rede.

O que chamamos de sociedade pode passar a ser um corpo que se move solidariamente, em termos físicos, passa a ser um sistema inteligente que se move. Uma inteligência coletiva capaz de mudar o nosso modo de ser, de pensar, de viver.

O efeito da invasão da privacidade, diante dos inúmeros benefícios que podem advir da interatividade em rede, passam a ser amenizados, e há ferramentas que coíbem esses abusos.

Vamos colocar em rede o que pode ser colocado em rede.

Há quem não acredite nisto, e não veja benefícios sociais nenhuns no mundo em rede.

Há os que usam e abusam desta interatividade para promoverem seus empreendimentos, seus projetos. Um jeito prático de

mostrar ao mundo quem são, o que querem que o mundo veja.

Outros criam imagens distorcidas de si mesmo, mostram para o mundo não o que são, mas o que gostariam de ser. Ou como gostariam de ser vistos.

A rede social é uma inteligência reguladora, sabe bem separar as águas.

Há sim, e aí é bem complicado, gente que se aproveita das redes sociais para denegrir a imagem de pessoas a quem não querem bem.

Mas a velocidade em que tudo isto acontece é capaz de desfazer todos estes inconvenientes.

Lança-se em rede uma calúnia qualquer, e no mesmo instante vão aparecer dezenas de informações a desdizer tudo aquilo.

É possível viver de redes distribuídas?

Sustentar negócios pelo próprio fluxo?

Estamos nos adaptando a um mundo em transição.

Muitas atividades vão passar por mudanças radicais, e muitas mais oportunidades vão surgir à medida que vamos passando de um sistema centralizador para um mundo distribuído.

O modelo social, sem impor nada, vai gerando possibilidades para que cada um se adapte a este novo modelo social.

Redes Sociais

Por motivo da celebração do 19º aniversário do “Grupo de Folclore Casa de Portugal” no Principado de Andorra, irá de-correr nos próximos dias 1 e 2 de Maio a quinta edição do Festival de Folclore Ibérico – Principado de Andorra, uma iniciativa da entidade cultural fundada a 1 de Maio de 1996.Nesta edição, a cultura tra-dicional da Península Ibérica estará a cargo, em represen-tação de Andorra, pelo Esbart Dansaire d’Andorra la Vella, em representação de Espanha, pela Agrupación Virgen de las Nieves de Tanos – Torrelavega (Cantabria), e pelo Rancho Re-

gional Recordar é Viver de Pa-ramos – Espinho (Portugal) que juntamente com o Grupo an-fitrião representarão o folclore lusitano.No dia 1 de Maio, terá lugar a Sessão Solene no Comú d’Es-caldes-Engordany (Câmara Municipal), onde os Grupos serão recebidos pela Cònsol Major (Presidente da Câmara), Sra. Trini Marín e à qual assis-tirá também o Sr. Manuel Dias, Presidente da Junta de Fregue-sia de Paramos. Na cerimónia serão impostas a fitas comemo-rativas e será feita a entrega de lembranças alusivas ao Festival.No dia 2 de Maio, sábado, a

partir das 21 horas realiza-se o desfile pelas ruas de Escaldes--Engordany, coincidindo com o evento de rua “Nit Vivand”,

um espaço comercial e de la-zer para os turistas que visitam o país.Após o desfile, a Sala do Prat

del Roure será o palco prin-cipal das celebrações onde, a partir das 22 horas, mais de 150 folcloristas apresentam as danças e cantares tradicionais ao enumero publico que tra-dicionalmente assiste ao en-contro ibérico de culturas, com entrada gratuita.A realização deste Festival, não seria possível sem a colabora-ção do tecido empresarial por-tuguês e andorrano que anual-mente tem apostado na sua concretização, e que este ano será transmitido via internet pela Rádio Ondas de Portugal.

Jose Luis Carvalho

Principado de Andorra

5º Festival de Folclore Ibérico

30 de Abril de 201514 BarrosoNoticias de

A 1ª Volta ao Alto Tâmega, de 22 a 24 de maio, arranca em força com um pelotão profissional de cerca de 150 ciclistas que integram equipas nacionais e internacionais, designadamente oriundas de

Espanha e Rússia. A apresentação da primeira

edição da Volta ao Alto Tâmega decorreu a 28 de abril, na sede da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega (Chaves) e contou com a presença dos autarcas dos seis municípios da região, designadamente Fernando Queiroga (Boticas), António Cabeleira (Chaves), Orlando Alves (Montalegre), Rui Vaz Alves (Ribeira de Pena), Amílcar de Castro Almeida (Valpaços) e Alberto Machado (Vila Pouca de Aguiar).

Delmino Pereira,

presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, referiu que a data é «muito oportuna» por se realizar em vésperas da Volta a Portugal; vai trazer grandes ciclistas à região, numa prova «exigente e de

grande espetacularidade». O percurso foi apresentado por Carlos Pereira, da Fullsport, que organiza a Volta ao Alto Tâmega.

Os autarcas que intervieram reforçaram a ideia da prática da modalidade desportiva na região e a consolidação do espírito de união entre os seis concelhos. O autarca anfitrião, António Cabeleira prenunciou que esta prova vai ser «a primeira de muitas voltas à região»; a presidir à Comunidade Intermunicipal, Rui Vaz Alves anunciou que

este «é o primeiro evento conjunto e a primeira vez que a comunidade mostra o seu território»; Amílcar de Castro Almeida, representante da EHATB – Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso, realça a oportunidade de «mostrar a identidade da região e alavancar o turismo».

A Volta ao Alto Tâmega vai juntar a nata do pelotão nacional numa competição em quatro etapas, com um total de 335 quilómetros. A corrida começa em Chaves, a 22 de maio (19h00), com um prólogo de cinco km em sistema de contrarrelógio por equipas. A etapa rainha, ao longo de 197 km, é no dia 23 com partida de Boticas (11h) e chegada à serra do Larouco, Montalegre (16h). No dia 24, a corrida é de Valpaços (9h) a Ribeira de Pena (10h30). À tarde, a partir das 16h, corre-se o circuito de Vila Pouca de Aguiar. No dia 24, de manhã, haverá ainda uma prova aberta a todos os corredores amadores com o apoio logístico da organização.

KICKBOXINGTaça de Portugal

Catarina Dias, filha do empreiteiro António Augusto Gonçalves Dias, de Gralhós, foi no passado dia 19 de Abril,

consagrada campeã da Taça de Portugal de kickboxing, na categoria de peso 70 kilos.

Catarina Dias já em Outubro de 2014 tinha sido Campeã Regional de Kickboxing, em Guimarães.

Desta vez, vence a Taça de Portugal da categoria depois

de ter derrotado nos combates uma adversária, por sinal atleta que pertence ao Sporting Clube de Portugal. Os combates realizaram-se em Mirandela.

Parabéns à Catarina Dias! Viva Gralhós! Viva Barroso!

CICLISMO

1.ª Volta do Alto Tâmega

30 de Abril de 2015 15BarrosoNoticias de

BarrosoNoticias de

Sede: Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tel: +351 276 512 285 e 91 452 1740 email: [email protected] http://omontalegrense.blogspot.comPropriedade: José António Carvalho de Moura, Contribuinte nº 131 503 324, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tels: +351 276 512 285 e 91 452 1740 FAX: +351 276 512 281 Email: [email protected]

Editor: Nuno Moura, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre, email: [email protected]: Maria de Lourdes Afonso Fernandes Moura

Paginação e composição: [email protected], Rua Miguel Torga, 492 5470-211 MontalegreRegisto no ICS: 108495

Impressão: Empresa Diário do Minho, Lda Rua de Santa Margarida, 4 A, 4710-306 Braga email: [email protected] http://www.diariodominho.pt

Colaboradores: António Chaves, António Pereira Alves, Barroso da Fonte, Carlos Branco, Custódio Montes, Dias Vieira, Domingos Cabeças (Inglaterra), Domingos Dias (USA), Duarte Gonçalves, Fernando Moura, Fernando Rosa (USA), Francisco Laranjeira, João Soares Tavares, José dos Reis Moura, José Manuel Vaz, José João Moura, Hélder Alvar, Lita Moniz (Brasil), João Adegas, José Duarte (França), José Rodrigues (USA), Lobo

Sentado, Manuel Machado, Maria José Afonso, Norberto Moura, Nuno Carvalho, Ricardo Moura, Sérgio Mota e Victor Pereira

Assinaturas: Nacionais: 20,00 € Estrangeiros: 35,00 €

Tiragem: 2.000 exemplares por edição

(Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores não vinculando necessariamente a orientação do jornal ou da sua direcção)

DESPORTO

FUTEBOL

Campeonato Distrital da AF Vila Real

25.ª Jornada, no Campo das Baraças, de Cerva, Dia 19-04-2015

CERVA 1 MONTALEGRE 2

A equipa do CDC de Montalegre: Vieira; Leonel Costa, Abreu, Rendeiro e Leonel Fernandes; Chico, Carvalho (Gabi 63) e Veras (Marco 69); Badará, Bruno Madeira (Rafa 76) e Zack. Treinador: Zé Manuel Viage

Golos: Campos, (na própria baliza) e Zack.

Mau espectáculo de futebol. O Montalegre venceu bem, o Cerva jogou bem na primeira parte mas acabaram as pilhas na

etapa complementar onde não criou perigo.

Entrou forte o conjunto barrosão que inaugura o marcador depois de canto: Veras tenta o cabeceamento e Campos corta de forma defeituosa e faz auto-golo.

Animados com o golo, o Montalegre carrega no acelerador mas o Cerva, a partir dos dez minutos, equilibra a partida. Aos 31 minutos Zack faz o 0-2 num disparo de pé esquerdo. E ainda antes do intervalo o Cerva reduz numa grande jogada iniciada por Armando, passa por dois, cruza para o remate forte e colocado de Cláudio.

A segunda parte foi típica de final de época – futebol lento, mal jogado e com muitas faltas. As substituições não surtiram o efeito desejado no Cerva, já no

Montalegre Gabi, Rafa e Marco entraram bem.

O jogo termina com vitória pela margem mínima da equipa barrosã. O melhor do Montalegre foi o capitão Chico, já no Cerva destaque para Fábio e o guarda-redes Filipe.

26.ª Jornada, Estádio Dr Diogo Vaz Pereira, de Montalegre, Dia 26-04-2015

MONTALEGRE 4 VALPAÇOS 2

A equipa do CDC de Montalegre: Vieira; Leonel Costa, Abreu (Bruno Madeira 62), Rendeiro e Leonel Fernandes; Rafa (Veras 61), Chico, Gabi; Badará, Zack e Fidalgo (Fortunato 63). Treinador: Zé Manuel Viage

Golos: Zack – 3 e Leonel Fernandes

Montalegre é vice - campeão distrital

O Montalegre voltou a sagrar-se vice – campeão ao bater o Valpaços por 4-2, num jogo em que o triunfo barrosão nunca esteve em causa…

Entrou melhor o Montalegre com Badará perto do golo logo nos minutos iniciais e, depois Zack abriu o marcador. O Valpaços teve muitas dificuldades em termos ofensivos e a defender dava espaços que a equipa barrosã soube aproveitar bem. Aos 27 minutos, Zack volta a marcar de forma acrobática.

A etapa complementar começou com o golo cem do Montalegre no campeonato num bom disparo de Leonel Fernandes. Os barrosões chegavam com facilidade às imediações da área contrária.

Aos 55 minutos Zack consumou uma excelente exibição com um hat – trick.

Já com o jogo resolvido, o Valpaços procurou dar outra imagem e Chala faz grande golo depois de cruzamento perfeito de Santinho. Tiago com um remate certeiro voltou a marcar para o Valpaços num remate forte e colocado.

Vitória justa do Montalegre, excelentes golos e boa arbitragem.

O Montalegre volta a ser vice – campeão, teve o melhor ataque, com 101(!) golos, a melhor defesa, o melhor marcador da prova, Badará, com 29 golos, e ainda o prémio fair – Play.

Só faltou o mais importante, o título, que foi para o Mondinense!

Ncarvalho c/redacção

Está concluido o Campeonato da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Vila Real.

O CDC Montalegre acabou por não superar o Mondinense, o novo Campeão Distrital, e ficou-se pelo 2.º lugar com menos um ponto. Mondinense e Montalegre realmente as duas melhores formações deste campeonato de 2014/2015.

O Montalegre, nos 26 jogos, averbou 22 vitórias, um empate e 3 derrotas. Foi a equipa que marcou mais golos, 101 bem longe das outras equipas e aquela que sofreu menos golos, apenas 19.

Tem dois excelentes prémios, o melhor marcador, Badará e o fair-play.

É um feito com saldo muito positivo e, por isso, digno dos

maiores elogios da parte de todos os montalegrenses e do povo do concelho de Montalegre.

Prabéns aos atletas, aos corpo técnico comandado pelo José Manuel Reis (treinador) e aos dirigentes que souberam engrandecer o nome da nossa terra.

O GD Vilar de Perdizes teve prestação mais modesta. Ficou-se pelo 9.º lugar da tabela

classificativa. No conjunto, somou 9 vitórias, 6 empates e 11 derrotas. Marcou 37 golos e sofreu 41.

Mesmo assim, são dignos do maior apreço todos os que se envolveram nesta iniciativa de competir na Divisão de Honra. Só possível porque Vilar possui gente com grande força anímica para se abalançar em projectos desta grandeza.

Para eles, dirigentes, jogadores e treinadores, também, os nossos parabéns pelo que fizeram por Vilar e o concelho de Montalegre.

Justo é que os vilarenses e todo o povo barrosão saibam apreciar devidamente esta presença nos distritais de futebol.

Cm

CDC Montalegre é vice-campeão distritalGD Vilar de Perdizes ficou no 9.º posto da tabela

MEL DO LAROUCO O mel do Larouco é produzido nas encostas da serra com o mesmo

nome e resulta das florações da urze, sargaço, sangorinho, carvalho e outras espécies ve-getais da região de Barroso Apicultor nº 110796J. A. Carvalho de MouraRua Miguel Torga, nº 4925470-211MONTALEGRETels: +351 91 452 1740 e 276 412 285Fax: +351 276 512 281Mail: [email protected]

MUNDIAL RALLYCROSS

Johan Kristoffersson triunfa em Montalegre«O sueco Johan

Kristoffersson venceu a primeira prova do Campeonato do Mundo de Rallycross realizada no circuito internacional de Montalegre. A vitória na “prova-rainha” (Supercars) foi alcançada por entre muita chuva levando a melhor sobre o lendário Petter Solberg (segundo) e o jovem Timmy Hansen (terceiro). Daremos todos os pormenores deste mega evento desportivo ao longo do dia.

Foi entre muita chuva que o piloto sueco Johan Kristoffersson (4m33,888s), ao volante de um VW Polo Supercar, venceu a primeira jornada do Campeonato do Mundo de Rallycross disputada este fim de semana no circuito internacional de Montalegre. Kristoffersson bateu na final o campeão do mundo Petter Solberg (4m37,678s) - Citroen DS3 Supercar - e o jovem Timmy Hansen (4m45,575s) em Peugeot 208 Supercar. Davy Jeanney (Team Peugeot-Hansen) e o líder do primeiro dia, Andreas Bakkerud (Ford Olsbergs MSE), foram quarto e quinto. O sexto classificado foi PG Andersson (Marklund

Motorsport). No sétimo posto ficou o piloto do DTM Mattias Ekstrom (Audi S1 Supercar). Ainda nos 10 primeiros encontramos Topi Heikkinen (VW Polo), Timur Timerzyanov e Manfred Stohl.

Nas outras categorias, dizer que o antigo campeão europeu de Autocross, Krisztian Szabo, venceu entre os Super1600 (Skoda Fabia), seguido pelo francês Andrea Dubourg, em Renault Clio. O último lugar do pódio foi ocupado por Janis Baumani, em Renault Twingo.

Por fim, o campeão dos RX Lites (carros de 310 cv com chassis tubular) em 2014, Kevin Eriksson, dominou e venceu a categoria no circuito de Montalegre. Kevin Hansen – irmão mais novo de Timmy – foi segundo. Na terceira posição ficou Joachim Hvaal.

«FIM DE SEMANA FANTÁSTICO»

As fracas condições do tempo não criaram mossa no ânimo do presidente da Câmara de Montalegre. Orlando Alves prefere valorizar o impacto

do evento: «apesar do mau tempo foi um fim de semana fantástico, animadíssimo e muito participado». Entre o leque de caras conhecidas que marcou presença no circuito internacional barrosão, o autarca destaca a presença de Emídio Guerreiro, Secretário de Estado do Desporto e Juventude: «tivemos a honra de ter aqui o Secretário de Estado do Desporto e Juventude...foi uma oportunidade para o confrontar com algumas falhas e deficiências que temos que suprir». Ainda sobre este assunto, o número um da edilidade opinou: «vai daqui com uma boa impressão sobre o nosso circuito e veio também aprender algo que irá transmitir em Lisboa». Em síntese, esclareceu Orlando Alves, «trata-se de um evento de grande impacto e de grande visibilidade para uma terra pequena como Montalegre que passa a ser falada em todo o Mundo, pelas transmissões televisivas e pelo facto de sermos parceiros de um campeonato desta dimensão que fica já muito perto daquilo que costumamos ver na Formula1».

«PROVA FANTÁSTICA»

Muito satisfeito pela atmosfera que observou, o Secretário de Estado do Desporto e Juventude corroborou com o discurso do presidente da Câmara ao mesmo tempo que sublinhou o “ano de ouro” que Portugal vive em matéria de desporto automóvel: «é a primeira vez que venho ver esta prova. É fantástica. Em 2015, Portugal é dos pouquíssimos países do Mundo que tem três provas a contar para mundiais da FIA (Federation Internationale de l’Automobile). Temos aqui o WRX (Campeonato do Mundo de Rallycross), vamos ter o WTCC (World Touring Car Championship) também em Trás-os-Montes, em Vila Real, e o Rally de Portugal, também no Norte. É um ano em cheio para o automobilismo português e para os adeptos destas modalidades».

«MONTALEGRE É EXEMPLO»

Na mesma linha, Emídio

Guerreiro lembrou que esta conjetura «é muito importante para as nossas economias locais». O desporto, adverte o governante, «é um fator económico muito importante para a recuperação do país», onde «Montalegre é um bom exemplo disso». O responsável governativo disse ainda que «o dinamismo e agitação, durante este fim de semana, representa muito dinheiro para a atividade local». A fechar, o Secretário de Estado do Desporto e Juventude elogiou a política seguida pela autarquia local: «estamos perante uma estratégia correta de uma terra pequena do Interior que consegue colocar-se no mapa mundial em várias atividades o que é extremamente importante», isto surge porque «o desporto pode ser um fator de diferenciação e Montalegre tem agarrado bem isso, tornando-se uma referência em diferentes modalidades o que é muito positivo...o caminho é este, trabalhar em rede e estabelecer parcerias».

In cm-montalegre