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*Baseado na dissertação de mestrado Políticas Territoriais, Segregação e Reprodução das Desigualdades Sócio-espaciais no Aglomerado Urbano de Brasíliade George Alex Da Guia (FAU-UnB), sob orientação de Lucia Cony Faria Cidade (GEA-UnB) http://www.unb.br/fau/pos_graduacao Seminário: A QUESTÃO METROPOLITANA E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL Belo Horizonte, 20 de outubro de 2006 George Alex Da Guia [email protected] “Núcleo Brasília” Segregação e Reprodução das Desigualdades Sócio-espaciais no Aglomerado Urbano de Brasília*

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*Baseado na dissertação de mestrado “Políticas Territoriais, Segregação e Reprodução das Desigualdades Sócio-espaciais no Aglomerado Urbano de Brasília” de George

Alex Da Guia (FAU-UnB), sob orientação de Lucia Cony Faria Cidade (GEA-UnB)http://www.unb.br/fau/pos_graduacao

Seminário: A QUESTÃO METROPOLITANA E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO

NACIONAL Belo Horizonte, 20 de outubro de 2006

George Alex Da [email protected]

“Núcleo Brasília”

Segregação e Reprodução das Desigualdades Sócio-espaciais no Aglomerado Urbano de Brasília*

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Estruturação metropolitana

Breve Histórico– 1956-1969: Forte urbanização em região rural

• Forte ação estatal (desapropriação de terras, urbanização e periferização);

• Ocupação no DF baseada na hierarquia funcional e posição na ocupação;

• DF: 70,99% da população ocupada no setor terciário;

• Entorno Goiano: 79% da população ocupada no setor primário;

– 1970-1985: Urbanização das economias+ redistribuição populacional centrifuga

• 15.634 pessoas, ao ano, emigraram do DF para o Entorno Goiano;

• Entorno Goiano cresceu 9% a.a. e DF 8,155 a.a;

• DF: 80,17% da população ocupada no setor terciário;

• Entorno Goiano: 71% da população ocupada no setor primário.

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• Breve Histórico– 1986-2000: Segregação sócio-espacial+migração

intrametropolitana+ mobilidade pendular

• Consolidação do Entorno Goiano como área receptora de emigrantes do DF: 16.110 emigrantes ao ano;

• 42% da população de Águas Lindas é original do DF;

• DF: 85,06% da população ocupada no setor terciário;

• Entorno Goiano: 26,61% ocupada no setor primário;

• Elevadas densidades demográficas nas periferias e densidade rarefeita na bacia do Paranoá;

– Em termos de segregação, os intensos fluxos populacionais foram uma contrapartida sócio-demográfica ao processo de estruturação metropolitana observado desde a década de 60.

Estruturação metropolitana

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Considerações Iniciais

• O Aglomerado Urbano de Brasília é composto por 07 municípios goianos e o Distrito Federal com suas 19 cidades:

• O conjunto metropolitano abriga mais de 2.633,202 habitantes (IBGE-2000). Eqüivale a 22,63% do Centro-Oeste e 91,6% da RIDE;

• Em 2010, a estimativa é de 3.162,039 habitantes( IBGE-2006);

• A densidade demográfica do Aglomerado é de 187,12 hab/Km;

• As mulheres são maioria (51,7%), homens contribuem com 48,3%;

• 60,68% da população ocupada era composta por homens;

• Em 2003, o PIB per capita é de R$4.803.

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Considerações Iniciais

• No Aglomerado Urbano de Brasília se observa dois subespaços: DF e Entorno Goiano.

• O DF é resultante do processo de interiorização do país a partir de medidas desenvolvimentistas:

– Contribui com 76,6% da população total do Aglomerado;

– A densidade demográfica é de 352,16 hab/km;

– Em termos econômicos, é polarizado pela RA de Brasília, Taguatinga e Guará, que somados equivalem a 70% dos empregos formais do Aglomerado Urbano;

– Em termos populacionais é polarizado por Ceilândia e Taguatinga

– Possui o 3° maior PIB do país ( PIB per capita:R$16.920);

– É o maior PIB setorial de Administração Pública, Segurança Pública;

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• O Entorno Goiano é resultante do processo de estruturação metropolitana que privilegiou a forte urbanização no DF:

– ocupa a porção Sul/Sudoeste do território metropolitano;

– Contribui com 24,4% da população do Aglomerado;

– A densidade demográfica é de 70,38 hab/Km;

– Em termos econômicos e populacionais é polarizado por Luziânia e Valparaíso;

– O maior PIB encontra-se na cidade de Luziânia (PIB per capita R$5.605)-3 vezes menor que do DF;

Considerações Iniciais

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Planaltina

Distrito

Federal

Luziânia

Sto. Antonio do Descoberto

Cid. Ocidental

Águas Lindas de Goiás

Valparaíso de Goiás

Novo Gama

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• Aglom. Urbano:126 AED´s

• DF: 106 AED´s– 12 AED´s:

loteamentos clandestinos e irregulares de baixa renda

– 07 AED´s: loteamentos irregulares de média e alta renda

• Entorno :20 AED´s– 10 AED´s:

loteamentos clandestinos

Identificação de AED´s

Planaltina de Goiás

Águas Lindas de Goiás

Novo Gama

Valparaíso de Goiás

Sto. Antonio Descoberto

Distrito Federal

Cidade Ocidental

Luziânia

0102

03

04

05

06

07

08

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Diagnóstico sócio-urbano

Taxa de ocupação

Empregos formais

Densidade demográfica

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• Estrutura Social no Aglomerado Urbano de Brasília.

– Peculiar e complexa.

• Peculiar pela irrelevância da indústria na composição da estrutura social.

• Complexa pela relevância dos setores médios na composição da estrutura social.

– Forte heterogeneidade de acesso aos recursos urbanos pelos setores médios.

– Reforço da oposição entre grupo dirigente e o subproletariado.

– As maiores participações das mulheres concentram-se nas ocupações do grupo intelectual e do subproletariado.

Diagnóstico sócio-urbano

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Distribuição da população ocupada por grupo sócio-ocupacional

Aglomerado Urbano de Brasília,2000

1,65 1,65

8,36

2,25

25,62

17,30

14,77

28,41

Ocup.agrícolas

Dirigente Intelectual PequenaBurguesia

SetoresMédios

Prolet. doSecundário

Prolet. doTerciário

Sub-proletariado

Grupos

Diagnóstico sócio-urbano

Grupo das Ocupações Agrícolas 1,65Ocupações Agrícolas 1,65

Grupo Dirigente 2,67

Grandes Empregadores 0,45

Dirigentes do Setor Público 0,91

Dirigentes do Setor Privado 0,29

Profissionais Liberais 1,03

Grupo Intelectual 7,33

Prof. Empregados de Nível Superior 3,09

Prof. Estatutários de Nível Superior 1,74Professores de Nível Superior 2,49Pequena Burguesia 2,25Pequenos Empregadores 2,25Setores Médios 28,41Ocupações de Escritório 11,28Ocupações de Supervisão 3,70Ocupações Técnicas 5,08Ocup. Médias da Saúde e Educação 3,87Ocup. de Seg. Pública, Just. e Correios 4,48

Proletariado do Secundário 17,30

Trabalhadores da Indústria Moderna 2,83

Trabalhadores da Indústria Tradicional 2,34

Operários de serviços auxiliares 3,37

Operários da Construção Civil 7,86

Ocupações Artísticas e Similares 0,91

Proletariado do Terciário 25,62

Trabalhadores do Comércio 8,48Prest. de Serviços Especializados 10,73Prest. de Serviços Não Especializados 6,41Sub-proletariado 14,77Trabalhadores domésticos 10,93Ambulantes e biscateiros 3,84

Composição da população ocupada das categorias socioocupacionais

Aglomerado Urbano de Brasília,2000

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Diagnóstico sócio-urbano

• Grupo dirigente concentra-se na faixa de renda acima de 20 s.m.

• Setores Médios apresentam distribuição mais dispersa:

– 29,33% concentram-se na faixa de renda de 2 a 5 s.m.

– 24,29% concentram-se na faixa de 10 ou mais s.m.

• Proletariado (Secund. E Terc.) concentram-se na faixa até 5 s.m

• Subproletariado concentra-se nas faixas de 1/2 a 2 s.m.

Faixa de RendimentoGrupos sócio-ocupacionais

Ocupações Agrícolas 13,15 2,18 69,22 17,37 5,79 3,17 2,27Dirigente 0,00 0,06 0,83 4,11 15,09 24,02 55,89Grupo Intelectual 0,49 0,23 4,19 9,36 24,55 29,29 32,38Pequena Burguesia 0,00 0,00 3,91 10,20 27,33 27,44 31,12Setores Médios 0,74 0,34 16,97 29,33 28,84 15,53 8,99Prolet. do Secundário 1,47 1,23 46,88 35,78 11,65 3,30 1,16Prolet. do Terciário 1,19 1,45 39,46 41,26 12,76 3,90 1,17Sub-proletariado 0,82 3,84 73,28 18,51 3,25 0,90 0,23

Mais de10 a 20

Maisde 20

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000 (dados tabulados pelo autor)

Faixas de Rendimento Nominal do Individuo por grupo socioocupacionais (s.m) Aglomerado Urbano de Brasília,2000

Semrendimentos

até 1/2Mais de1/2 a 2

Mais de

Mais de5 a 10

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Diagnóstico sócio-urbano

• Total de pessoas no grupo dirigente, que recebem acima de 20 s.m. é 27 vezes superior que o observado no subproletariado.

• Em relação aos Setores Médios, diferença é de 2 vezes superior.

• 44,29% da renda até ½ s.m. são do subproletariado

• 33,3% da renda entre 2 a 5 s.m. são do proletariado do secundário.

Faixa de RendimentoGrupos sócio-ocupacionais

Ocupações Agrícolas 16,88 2,51 2,84 0,89 0,51 0,49 0,45

Dirigente 0,00 0,08 0,04 0,24 1,49 4,16 12,43

Grupo Intelectual 3,59 1,49 0,98 2,74 12,21 25,63 36,35

Pequena Burguesia 0,00 0,00 0,25 0,81 3,68 6,49 9,45

Setores Médios 18,37 7,56 13,47 29,14 48,65 46,07 34,23

Prolet. do Secundário 32,71 24,54 33,30 31,81 17,59 8,77 3,95

Prolet. do Terciário 17,93 19,54 18,98 24,85 13,05 7,01 2,69

Sub-proletariado 10,53 44,29 30,14 9,53 2,84 1,38 0,45Total 100 100 100 100 100 100 100

Mais de10 a 20

Maisde 20

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000 (dados tabulados pelo autor)

Grupos socioocupacionais por Faixas de Rendimento (s.m.) Aglomerado Urbano de Brasília,2000

Semrendimentos

até 1/2Mais de1/2 a 2

Mais de

Mais de5 a 10

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Diagnóstico sócio-urbano

• Menores níveis de escolaridade (0 a 7 anos de estudo) concentram-se nos grupos agrícolas, proletariado (sec. e terc.) e subproletariado.

– 44,87% do subproletariado têm entre 4 a 7 anos de estudo.

– 46,37% do subprolet., do proletariado (sec. e terc.) têm entre 1 a 3 anos de estudo e equivalem, em conjunto, a 58% da população do Aglomerado Urbano.

• Maiores níveis de escolaridade (11 anos ou mais de estudo) concentram-se nos grupos dirigentes, intelectuais.

– 55,40% do grupo dos setores médios têm entre 11 a 14 anos de estudo.

De 1 a 3 e Alfabet.de Adultos

de 4 a 7 de 8 a 10 de 11 a 14 mais de 15sem

instrução

Ocupações Agrícolas 25,02 37,32 10,78 6,69 1,39 18,80

Dirigente 0,63 2,61 5,11 31,44 60,00 0,23

Grupo Intelectual 0,51 1,98 3,70 24,43 69,13 0,25

Pequena Burguesia 3,71 14,66 15,71 41,44 23,48 1,01

Setores Médios 1,58 8,65 18,12 55,40 15,77 0,49

Prolet. do Secundário 10,81 36,54 25,67 21,09 1,22 4,66

Prolet. do Terciário 17,16 43,60 19,16 11,20 1,33 7,54

Sub-proletariado 18,40 44,87 19,31 8,98 0,36 8,08

Grupos sócio-ocupacionais

Anos de Estudo

Anos de estudo segundo o grupo sócio-ocupacionalAglomerado Urbano de Brasília-2000

Fonte: IBGE, Censo Demográfico,2000- dados trabalhados pelo autor

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Diagnóstico sócio-urbano

Aparente segmentação do tipo de moradia

– 85,19% dos cômodos concentram-se :ocup. agrícola, proletariado e subproletariado.

– 76,64% dos apartamentos concentram-se nos grupos dirigente, intelec., peq. burguesia e setores médios.

Ocupações Agrícolas 1,91 0,24 2,22

Dirigente 1,03 4,79 0,02

Grupo Intelectual 5,09 24,88 0,75

Pequena Burguesia 1,88 4,28 0,60

Setores Médios 26,14 42,69 11,22

Prolet. do Secundário 28,29 11,83 33,23

Prolet. do Terciário 19,60 4,83 26,35

Sub-proletariado 16,05 6,46 25,60

Total 100,00 100,00 100,00

Fonte: IBGE, Censo Demográfico,2000- dados trabalhados pelo autor

Pessoas segundo a tipologia habitacional por grupo socio-ocupacional

Aglomerado Urbano de Brasília- 2000

Grupos sócio-ocupacionais Casa Apart. Comôdo

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• Índices dos setores médios e dos grupos “populares” sugerem analise mais detalhada de sua inserção no mercado de trabalho local;

• Setores Médios

– Equivale a quase 30% da população ocupada.

– Quase todos os índices são acima da média metropolitana.

– 15,77% das pessoas ocupadas nos setores médios têm acima de 15 anos de estudo, enquanto grupo dirigente têm 60%.

– 24,29% apresenta renda acima de 10 s.m.

• Grupos Populares

– Equivale a quase 58% da população ocupada.

– Quase todos os índices estão abaixo ou na média metropolitana.

– 2,92% das pessoas ocupadas nos setores populares têm acima de 15 anos de estudo.

– 82,42% das pessoas que recebem entre ½ a 1 s.m. concentram-se no grupo popular.

Diagnóstico sócio-urbano

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0,0383

0,1000

0,2818

0,3776

25

24

23

22

21

20

19

18

17

16

15

14

13

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

• O método foi aplicado aos dados do Censo Demográfico de 2000, onde foram encontrados três fatores (75,9% da variância total).

Diagnóstico sócio-urbano

n autovalor acumulada

1 0,3776 0,37762 0,2818 0,65943 0,1000 0,75944 0,0383 0,79775 0,0361 0,83386 0,0204 0,85427 0,0198 0,87408 0,0171 0,89119 0,0143 0,9054

10 0,0104 0,915811 0,0090 0,924812 0,0074 0,932213 0,0069 0,939114 0,0055 0,944615 0,0045 0,949116 0,0035 0,952617 0,0034 0,956018 0,0031 0,959119 0,0027 0,961820 0,0026 0,964421 0,0024 0,966822 0,0019 0,968723 0,0013 0,970024 0,0012 0,971225 0,0007 0,9719

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• Foram identificados 3 diferentes composições sócio-espaciais, que internamente foram subdivididas em 6 área:

– Grupo superior: representação 5x superior a média metropolitana de dirigentes do setor público, privado e intelectuais.

• Tipo superior : 42,04% de dirigentes e intelectual e 34% de setores médios.

– Grupo médio: presença de grupos dirigentes, dos setores médios e da pequena burguesia.

• Tipo médio superior: presença 1 ½ maior que a média metropolitana de dirigentes e profissionais de nível superior.

• Tipo médio: composição heterogênea de setores médios, proletariado sec. e terc.(28,65% e 16,26% e subproletariado (12,34%).

– Grupo popular: ausência de grupos dirigentes e forte presença dos grupos “populares”.

• Tipo Popular: presença acima da média metropolitana do grupo popular.

• Tipo Popular e operário: presença do proletariado do secundário e terciário (prest. serviços e operários da construção civil).

• Tipo Popular e Agrícola: elevada representação de ocupações agrícolas (4x acima da média), com presença do subproletariado e ausência das demais categorias sócio-ocupacionais.

Diagnóstico sócio-urbano

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Tipologiasócio-espacialTipo Superior: 3,14% das unidades espaciais e 8,28% da população ocupada.

•Tipo Médio Superior: 19% das unidades espaciais e 18,85% da população ocupada.

•Tipo Médio: 30,70% das unidades espaciais e 22,22% da população ocupada.

•Tipo Popular: 26,77% das unidades espaciais e 20,42% da população ocupada.

•Tipo Popular e Operário: 18,01% das unidades espaciais e 27% da população ocupada.

•Tipo Popular e Agrícola: 2,38% das unidades espaciais e 3,23% da população ocupada.

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Lago Norte

Plano Piloto

Brazlândia

Vila Estrutural

Taguatinga

- Samambaia

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• Em que medida a estrutura social é influenciada pelo setor de emprego (público ou privado)?

• Em média, espaços do tipo superior e médio superior as diferenças de renda são próximas a 1,5x;

• Nos espaços populares e populares operários a diferença chega, em media, a 2,5x;

• Maior diferença salarial nos espaços do tipo popular e periféricos sugere constituição de tipos socioespaciais fortemente influenciados pelo setor de emprego;

• Há forte correlação entre apropriação das áreas urbanas consolidadas e setor de emprego;

Município/ Cidades do DFRendimentos

bruto(Média em R$)

Diferença entre RJU ou

não

Aglomerado Urbano 1.709 2,59Entorno Goiano 812 2,12Distrito Federal 2.187 3,05Brasília 3.479 1,64Brazlândia 1.211 3,85Candangolândia 1.168 2,42Ceilândia 1.140 2,82Cruzeiro 3.075 1,38Gama 1.417 3,17Guará 2.233 2,70Lago Norte 5.044 3,27Lago Sul 4.574 1,42Núcleo Bandeirante 2.987 2,58Paranoá 1.251 3,06Planaltina 1.203 3,44Recanto das Emas 842 2,77Riacho Fundo 1.453 3,52Samambaia 1.091 2,99Santa Maria 1.170 3,15São Sebastião 1.710 3,73Sobradinho 1.827 3,25Taguatinga 1.870 2,53Águas Lindas de Goiás 660 1,90Cidade Ocidental 973 2,13Luziânia 756 2,18Novo Gama 881 2,29Planaltina 553 1,71Sto. Antônio do Descoberto 638 2,01Valparaíso de Goiás 1.225 2,62

Diagnóstico sócio-urbano

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• Sobreposição-hierarquia sócio-espacial, centralidade econômica e localização residencial dos servidores públicos.

• Concentração-Tipo superior e médio superior em áreas onde se concentram 60% dos empregos formais.

Diagnóstico sócio-urbano

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Cômodo

Apartamento

Casa

Diagnóstico sócio-urbano

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Domicílios com acesso a saneamento adequado

Zoom Distrito Federal

• Heterogeneidade no acesso: Distrito Federal mais heterogêneo.

•Homogeneidade no inacesso: Entorno Goiano mais homogêneo no inacesso ao saneamento adequado.

Diagnóstico sócio-urbano

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•Forte incidência-domicílios alugados nos espaços de tipo popular e popular operário.

•Fraca incidência-pessoas auto-declaradas pretas ou pardas nos espaços do tipo superior e médio superior.

Percentual de pretos ou pardos

Proporção de domicílios alugados

Diagnóstico sócio-urbano

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• Suposições de recentes tendências de mudanças na organização sócio-espacial em direção a um padrão menos segregado não foram confirmadas.

– Reacomodações na organização sócio-espacial como condomínios de renda média e média alta em áreas periféricas e ocupações irregulares de baixa renda próximo ao centro principal não alteraram o conteúdo social e de qualidade ambiental.

– Reforço da mobilidade populacional “centrífuga”.

– Mobilidade “centrípeta” das atividades econômicas em torno da Bacia do Paranoá e adjacências.

Considerações finais

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Considerações finais

• O Aglomerado Urbano de Brasília evidencia as tendências observadas desde a fundação da capital federal, sobressaindo-se o contínuo processo de periferização dos pobres em direção ao Entorno Goiano e o fortalecimento da auto-segregação de parte do grupo dirigente, intelectual e dos setores médios nas áreas centrais ou em suas proximidades.

• As políticas estatais “a-espaciais” de promoção do serviço público, mediante a oferta de salários maiores, tiveram- e tem- fortes impactos sobre a estrutura social e espacial do Aglomerado Urbano.

• O descompasso entre oferta e demanda na localização dos equipamentos urbanos, de serviços públicos e empregos reforçam a segregação sócio-espacial no Aglomerado Urbano.

• A extrema dependência dos serviços de transporte coletivo e individual são a mais perversa faceta do Aglomerado Urbano de Brasília.

• O estudo contribui em duas vertentes: i) conhecimento do atual estágio da metropolização do núcleo urbano polarizado por Brasília e; ii) aponta a necessidade de adaptação das categorias sócio-ocupacionais às particularidades de um mercado de trabalho segmentado, desde as origens de Brasília entre a esfera pública e privada ( a ser realizado com o IPEA).