Basquete em cadeira de rodas

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Basquete em Cadeira de Rodas

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Basquete em Cadeira de Rodas

Basquete em Cadeira de Rodas

Histricofoi criado nos Estados Unidos pelos veteranos da II Guerra Mundial em 1945, no entanto no existe nenhum registro por escrito que confirme esta data. O primeiro registro que se tem de 6 de dezembro de 1946, quando foi publicado um artigo em um jornal americano comentando sobre os acontecimentos em uma partida de BCR (STROHKENDL, 1996).Durante este mesmo perodo, surgia na Inglaterra o BCR como prtica esportiva teraputica. Dr. Guttmann, responsvel pela direo do centro de lesados medulares no Hospital Stoke Mandeville

No BrasilNo Brasil, o surgimento do BCR deu-se por intermdio de Srgio Del Grande e Robson Sampaio que, ao retornarem de um programa de reabilitao nos Estados Unidos, trouxeram esta modalidade para So Paulo e Rio de Janeiro. Em funo da receptividade desta modalidade, Robson funda no Rio de Janeiro o Clube do Otimismo e Del Grande funda em So Paulo o Clube dos Paraplgicos em 28 de julho de 1958 (MATTOS, 1994).

O BCR representou o Brasil pela primeira vez em uma Paraolimpada, em 1972, na cidade de Heidelberg, Alemanha Ocidental;A partir deste perodo, muitos outros clubes foram estruturados e entidades foram criadas para estimular a prtica desta modalidade por pessoas com deficincia;O BCR feminino, a primeira participao ocorreu na Paralimpada de Atlanta, em 1996, nos Estados Unidos, como equipe convidada.

A primeira entidade nacional a dirigir esta modalidade foi a Abradecar (Associao Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas) at o ano de 1997. Neste mesmo ano, em funo do aumento no nmero de equipes, surgiu a necessidade de criar-se uma entidade mxima para coordenar, normalizar e incrementar a prtica desta modalidade no Brasil. Surgindo assim a CBBC (Confederao Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas) que, por sua vez, resporta-se ao rgo mximo em nvel mundial, a IWBF (International Whellchair Basketball Federation).

Classificao Funcional no BCRO sistema de Classificao Funcional utilizado pelo BCR foi criado visando a valorizar as condies de movimento do atleta e, ao mesmo tempo, dar oportunidade queles que possuem um comprometimento significativo na mobilidade de terem um espao garantido na prtica da modalidade em nvel competitivo.

A classificao dita funcional pelo fato de os atletas serem avaliados em relao sua funcionalidade em situao de jogo;A classificao visa a organizar os atletas em classes para que possam competir em condies de paridade funcional, conseqentemente a competio torna-se mais justa;tambm objetiva permitir que atletas com maior comprometimento fsico tenham oportunidade de participar de competies, assim como atletas que apresentam um menor grau de comprometimento;

A primeira classificao utilizada na prtica do BCR teve origem na avaliao mdica, o que resultou em um sistema incapaz de agrupar os vrios tipos de deficincia segundo a funcionalidade; medida que indivduos comprometidos por outro tipo de deficincia fsica (amputaes, seqelas de poliomielite, entre outras) comearam a participar desta modalidade, tornou-se necessrio criar critrios que permitissem a participao de todos, independentemente do tipo de leso e do nvel de comprometimento que apresentassem;

A Filosofia de Normalizao de Nugent: Qualquer indivduo que apresentar comprometimento nas pernas, ou nas partes inferiores do corpo, estando desse modo impossibilitado de praticar o basquetebol convencional, ser considerado elegvel para jogar basquetebol em cadeira de rodas;o professor de educao fsica, Horst Strohkendl, da Alemanha, elaborou um sistema de classificao com a colaborao de ex-atletas e mdicos, que consistia na categorizao da funcionalidade do atleta nos planos transversal, sagital, frontal, ao executar os movimentos bsicos do BCR como impulsionar e frear a cadeira, controlar a bola, driblar, passar, receber, arremessar, fintar e disputar rebote. Sendo assim, possvel identificar o volume de ao do atleta;

Cada atleta classificado de acordo com comprometimento fsico-motor e a escala obedece aos nmeros 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objetivo de facilitar a classificao e a participao de atletas que apresentam qualidades de mais de uma classe distinta (os chamados casos limtrofes) foram criadas quatro classes intermedirias: 1,5, 2,5 e 3,5. O nmero mximo de pontuao em quadra no pode ultrapassar 14 e vale a regra de que, quanto maior a deficincia, menor a classe.Classe 1.0 1.5 Classe 2.0 2.5 Classe 3.0 3.5 Classe 4.0 4.5

O atleta recebe esta classificao quando ele apresenta caractersticas que no lhe permitem enquadrar-se em uma classe ou outra, sendo assim considerado como limtrofes (bordline) pelo fato do volume de ao estar entre duas classes;Quando ultrapassado o limite de 14 pontos ser aplicada uma falta tcnica contra o tcnico.

Equipe 01 Equipe 02 Equipe 0301 1.0 01 1.5 01 2.002 1.5 02 2.5 02 3.503 2.5 03 1.0 03 1.004 4.5 04 4.0 04 4.005 4.5 05 4.5 05 2.514 pts 13.5 pts 13 pts

Exemplos de formao de equipes visando a colocar 14 pontos ou menos em quadra:

FATORES QUE DETERMINAM A CLASSIFICAOOs principais fatores que determinam a classe de um jogador so:1) Funo de tronco;2) Funo dos membros inferiores;3) Funo dos membros superiores;4) Funo das mos.A amplitude, a fora e a coordenao de todos os movimentos so levados em considerao como componentes individuais de classificao e, ento, as funes so relacionadas durante situaes de jogo at chegar-se classificao do atleta.

Os PlanosO plano transversal: fazer a rotao do tronco para olhar para a direita ou esquerda, mantendo uma posio sentada ereta.O plano sagital: flexionado o tronco para frente, levando as mos em direo aos ps e voltando posio ereta.O plano frontal: inclinando o tronco para a direita ou esquerda, sem movimento no plano frontal e voltando posio ereta.

Aspectos da Classificao1) Os atletas so classificados nacionalmente em sua primeira competio oficial (a competio considerada oficial quando reconhecida pela CBBC Confederao Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas. Ao participarem de uma competio internacional, reconhecida pela IWBF, deveropassar por uma banca de classificadores internacionais, e a classe recebida neste evento dever ser acatada em eventos nacionais, cabendo protesto caso haja dvidas quanto classe adquirida pelo atleta;2) Quando o atleta apresentar uma leso degenerativa, importante que seja solicitada uma reviso de sua classe periodicamente, pois no decorrer de um, dois ou mais anos , provvel ter havido uma alterao no seu volume de ao. A reviso peridica se aplica em casos de cirurgia que tenha provocado uma diminuio na capacidade motora do atleta, aps ele j ter recebido uma classificao.

3) H tambm os casos considerados com limitaes mnimas, gerando at mesmo dvidas sobre a elegibilidade do atleta. Nestes casos, comum serem apresentados documentos mdicos como radiografias banca de classificadores, nacionais ou internacionais.

Vale salientar que apenas leso no membro superior ou tronco no torna um jogador elegvel para prtica do BCR: o jogador deve atender ao critrio para elegibilidade da IWBF, pelo qual eles devem ser classificados de acordo com sua deficincia nos membros inferiores;Para jogadores que apresentam limitao nos membros superiores, alguns pontos devem ser observados:Fora;Alcance de movimento;Controle da bola;Capacidade de arremesso;Controle da cadeira de rodas com o controle da bola e sem o controle da bola;Capacidade para passar, driblar e receber uma bola com qualquer das mos;pegar a bola do cho em ambos os lados, sem apoiar na cadeira.

CARACTERSTICAS E REGRAS1) O basquetebol convencional igual ao BCR?Podemos considerar que as regras do BCR so semelhantes s do basquetebol convencional;Porm, so feitas algumas modificaes, principalmente no que se refere ao uso da cadeira de rodas, pelo fato dos atletas obrigatoriamente terem de jogar sentados.

2) Quais as diferenas bsicas entre BCR e o basquetebol convencional?R: Vamos iniciar a resposta desta pergunta, falando sobre a cadeira de rodas.Todos os jogadores precisam estar sentados na cadeira de rodas durante o jogo;As cadeiras de rodas de jogo so diferentes e especiais em relao a cadeira social;As cadeiras so consideradas extenso do prprio corpo do jogador, observando os detalhesna sua fabricao que no permitiro que ela esteja nem muito larga nem muito justa;As caractersticas das cadeiras de rodas devero seguir o padro definido pela federaointernacional como forma de garantir segurana e competitividade.

3.1 Cadeiras de rodas3.1.1 Uma ateno especial deve ser dada cadeira de rodas, pois ela considerada como sendo parte do jogador;3.1.2 Somente uma almofada permitida no acento da cadeira de rodas. Ela deve ter as mesmas dimenses do acento da cadeira de rodas; no mais que 10cm de espessura,exceto para os jogadores ponto 3.5, 4 e 4.5, em que ele no deve exceder 5cm;

3.1.3 O apia-ps, ou quando aplicvel, a barra protetora horizontal na frente/lados da cadeira de rodas, no devem estar acima de 11cm do cho no seu ponto mais adiante e por toda sua extenso. Esta barra pode ser reta ou levemente curvada, mas no deve ser pontiaguda;3.1.4 A parte de baixo do apia-ps deve ser desenhada de forma que previna danos superfcie de jogo;

3.1.5 A altura mxima do topo das laterais dos ferros do acento at o solo, incluindo o material que forma o acento da cadeira de rodas, no deve exceder 53cm quando a(s) rodinha(s) da frente estiver(em) em sua posio de rolamento para frente;3.1.6 A cadeira de rodas pode ter trs ou quatro rodas isto , duas rodas grandes atrs e uma ou duas rodas pequenas na frente da cadeira;3.1.8 Nenhum sistema de direcionamento, marchas ou freios so permitidos na cadeira de rodas;3.1.9 Nenhuma rodinha ou pneu que marque o cho permitido. Excees podem ser feitasquando for demonstrado que as marcas podem ser facilmente removidas;3.1.10 Apoios de braos ou outros suportes para membros superiores, que estiverem presos cadeira de rodas, no devem se projetar alm da linha das pernas do jogador ou do seu tronco em sua posio sentada natural.

algumas regras vlidas para melhor compreenso das diferenas entre BCR e o basquetebol convencional.4.3.4 Jogar descalo no permitido.13.2.1 Empurrar a bola deliberadamente com a cadeira de rodas, chutar ou bloque-la com qualquer parte da perna ou dar um soco com o punho cerrado uma violao. Mas, se a bola tocar acidentalmente a cadeira de rodas ou qualquer parte do membro inferior no uma violao;

14.4 uma violao para um jogador com controle da bola ou tentando adquirir o controle da bola:14.4.1 Tocar o solo com qualquer parte de seu corpo exceto a(s) mo(s), ou14.4.2 Inclinar-se para frente ou para trs na cadeira de rodas, fazendo com que qualquer parte 16.2.1 Uma cesta da rea de trs pontos conta trs pontos.Comentrio: As duas rodas grandes devem estar dentro da rea de cesta de trs pontos, isto , as duas rodas pequenas podem estar em cima ou na frente da linha da rea de cesta de trs pontos. dela, que no a(s) roda(s), toque o solo.

23.2.4 Se um jogador deliberadamente jogar ou dar um tapa na bola em direo a um adversrio, fazendo com que a bola saia da quadra, a bola ser concedida aos adversrios, mesmo que ela tenha sido tocada por ltimo por aquela equipe.

24.1 Um drible comea quando um jogador, tendo ganhado o controle de uma bola viva em quadra:24.1.2 Impulsiona sua cadeira de rodas e dribla simultaneamente, ou alternadamente impulsiona sua cadeira de rodas e dribla a bola. A bola poder ser colocada no colo, no entre os joelhos,enquanto impulsionando a cadeira de rodas, e um ou dois impulsos podem ser seguidos por um ou mais dribles.24.1.3 Usar ambas as seqncias acima alternadamente.25.1.1.1 O nmero de impulsos, enquanto estiver segurando a bola, no poder exceder a dois.

Princpio do cilindro O princpio do cilindro definido como o espao dentro do cilindro imaginrio ocupado por umjogador e sua cadeira de rodas no solo.

33.2 Princpio da verticalidade O cilindro da cadeira de rodas33.2.1 Na quadra de basquetebol, cada jogador tem o direito ao espao (cilindro) na quadra ocupado por sua cadeira de rodas e seu tronco quando sentado na posio ereta.NOTA: O cilindro definido como a forma geomtrica formada pelo jogador, sua cadeira de rodas com todas as rodas, incluindo o anti-tip em contato com o solo como visto de cima.33.2.2 Este princpio protege o espao na quadra que sua cadeira de rodas ocupa e o espao areo acima de seu tronco e de sua cadeira de rodas.33.3.3 Um jogador no pode posicionar sua cadeira de rodas entre as rodas traseiras da cadeira de rodas de um adversrio.33.3.4 A posio legal de marcao estende-se para cima do tronco do jogador, mas dentro do cilindro formado pela cadeira de rodas e tronco do jogador. O jogador pode levantar seus braosacima de sua cabea, mas deve mant-los numa posio dentro do cilindro imaginrio.

33.6.2 Um jogador em movimento com ou sem a bola pode atravessar a trajetria de um adversrio sob as seguintes condies:33.6.2.1 O eixo da roda traseira do jogador que est atravessando a trajetria possa ser visto frente do ponto mais frente da cadeira de rodas do adversrio, isto , os apia-ps, ou, no caso de uma cadeira de rodas com uma projeo localizada na frente da cadeira, frente deste ponto mais frente da projeo.33.7.2 Jogadores em movimento que param frente de um adversrio em movimento devem dar distncia suficiente entre as cadeiras de rodas, possibilitando ao adversrio brecar ou mudar a direo sem causar contato severo.

33.7.3 Contato leve pode ser considerado como acidental se um jogador tentar brecar ou mudara direo de sua cadeira de rodas.33.9.3 legal para um jogador estender seu(s) brao(s) ou cotovelo(s) quando estiver assumindo uma posio em quadra, mas ele(s) deve(m) ser abaixado(s) (dentro do cilindro) quando um adversrio tentar passar. Se um jogador no conseguir abaixar seu(s) brao(s) ou cotovelo(s) e o contato ocorrer, uma falta de segurar ou bloquear.

FALTAS:32.1.2 Uma falta uma infrao s regras, levando em considerao contato pessoal ilegal com um adversrio e/ou sua cadeira de rodas e/ou comportamento antidesportivo.NOTA: A cadeira de rodas considerada como sendo parte do jogador.

Falta pessoalUm jogador no deve segurar, bloquear, empurrar, fazer carga ou impedir a progresso de um adversrio estendendo sua mo, brao, cotovelo, ombro, quadril, perna, joelho ou p, nem flexionando seu corpo em uma posio anormal (fora de seu cilindro), nem dever iniciar nenhuma jogada violenta ou dura.

Falta tcnica:Levantar da cadeira de rodas para ganhar uma vantagem ilcita.Tirar ambas as rodas traseiras do cho para ganhar uma vantagem ilcita.Tirar seus ps do apia-ps para ganhar uma vantagem ilcita.Usar qualquer parte dos membros inferiores para ganhar uma vantagem ilcita ou para controlar a cadeira de rodas.

O arremessador de LANCE(s) LIVRE(s):Tomar uma posio atrs da linha de lance livre e dentro do semicrculo. Sua(s) rodinha(s) da frente pode(m) estar frente da linha.No tocar a linha de lance livre ou entrar na rea restritiva com qualquer parte de seu corponem suas rodas traseiras at que a bola tenha entrado na cesta ou tenha tocado o aro.

Penalidade:Se, em qualquer momento do jogo, uma equipe exceder o limite de 14 pontos, uma falta tcnica ser marcada contra o tcnico com a correo imediata da escalao da equipe;A tabela da mesma altura - a distncia do aro ao solo de 3,05cm.O nmero de jogadores o mesmo;A quadra de basquetebol tem o mesmo tamanho;O tempo de jogo igual- quatro tempos de 10 minutos com intervalo de 15 minutos entre o segundo e terceiro perodos;se um atleta cair em quadra e apresentar necessidade de ajuda, necessrio que os integrantes do seu banco de reserva aguardem uma autorizao do rbitro da partida para que se entre na quadra para que o atleta possa ser auxiliado.

Tcnicas de Manejo deCadeira de Rodasa) Tcnica de proteo para queda;b) Propulso da cadeira de rodas:- Propulso da cadeira para frente;- Propulso da cadeira para trs.c) Frenagem da cadeira de rodas;d) Mudana de direo;e) Largadas e partidas;f) Empinar a cadeira.

Tcnica de proteo para queda:Fundamental que o aluno aprenda algumas tcnicas para se proteger da queda de uma cadeira de rodas;sugere que o aluno comece parado, desequilibrando-se para trs com um dos braos estendidos por trs do encosto da cadeira o mais prximo possvel desta, enquanto o outro brao sustenta a cadeira de rodas, evitando que ela deslize para frente, segurando o aro de propulso ou o aro e o pneu ao mesmo tempo.

Na seqncia, caso o aluno necessite voltar posio sentada, ele poder faz-lo agindo num movimento conjunto do empurro do brao contra o solo e o puxo do aro propulsor para trs, jogando o seu corpo para cima e para frente;

Propulso da cadeira de rodas (deslocamento da cadeira):Deslocamento da cadeira para frente: Pode ser utilizada a empunhadura (pegada/toque) somente no aro de propulso ou em conjunto, entre o aro de propulso e os pneus. A locomoo da cadeira de rodas ocorre a partir do movimento que dever ser iniciado na altura da linha do quadril, ou seja, na parte superior do aro da cadeira de rodas.

O aluno inicia o toque com as mos simultaneamente e, paralelamente, promove uma propulso para a frente e para baixo, em movimentos contnuos, at a extenso total dos braos. O trmino desse movimento se d com a palma das mos do aluno voltadas para baixo, havendo descontrao total dos braos. O aluno dever manter o seu corpo ligeiramente inclinado frente, com o seu tronco parado durante a propulso

Observaes:Os alunos que no possurem controle de tronco devero inclinar para a frente da forma que Conseguirem;A velocidade da cadeira ser de acordo com a velocidade imprimida no movimento;Tetraplgicos no conseguiro fazer a preenso completa dos dedos no aro de propulso em funo da leso neurolgica; apenas ser realizado o contato das mos.

Erros mais comuns:

No aproveitar o deslize da cadeira aps a propulso, provocando, dessa maneira, uma pequena frenagem todas as vezes que nela tocar.No executar o toque com as mos paralelas e simultneas, imprimindo na maioria das vezes, maior fora de um lado do que de outro, provocando dessa maneira uma mudana de direo da cadeira.Iniciar ou terminar o toque na cadeira em altura recomendada, provocando assim um nmero exagerado de toques e, conseqentemente, maior gasto de energia.Movimentar o tronco durante o toque

Deslocamento da cadeira para trs:No aprendizado desta tcnica, devero seguir-se os mesmos princpios utilizados no deslocamento para frente, observando que os movimentos devem ser realizados no sentido contrrio. O toque deve iniciar na frente da linha do quadril do atleta, com extenso total dos braos, percorrendo o aro de propulso at a altura da linha do quadril. Durante esse movimento, o tronco do atleta deve ser ligeiramente inclinado para frente e parado, facilitando assim o movimento completo

ATENO: Comeo com os braos estendidos, totalmente frente, no aro de impulso e o corpo ligeiramente inclinado no mesmo sentido; no segundo momento, realizado um movimento puxando os braos simetricamente para trs at a altura da cintura em conjunto com a elevao do tronco;frenagem deve ser suave deixando o aro de impulso deslizar entre as mos que estaro colocadas frente do corpo, pois uma parada brusca com as mos na altura da cintura (ao lado corpo) poder causar o empinamento da cadeira de rodas com uma queda do aluno para trs.

Frenagem da cadeira:A frenagem pode ser realizada com ambas ou com uma das mos, dependendo da situao em que so solicitadas. Alerta que, para provocar a parada da cadeira de rodas, o aluno deve inclinar, quando possvel, o tronco para trs, pressionando com as mos simultneas, de forma firme e gradativa, o aro de propulso frente da linha do quadril;Porm, o aluno pode ver-se forado a parar bruscamente; ento, dever parar de maneira normal, observando, no entanto, a maneira de segurar o aro de propulso e o pneu ao mesmo tempo, para que a cadeira no deslize ou derrape em pisos muito lisos.

Mudanas de direo:Para o aluno aprender a dominar a cadeira de rodas, fundamental que ele consiga realizar mudanas de direo, pois esses movimentos permitiro que, tanto nas aulas de educao fsica quanto nos jogos ldicos/competio, ele possa desenvolver movimentos de finta. No BCR, a mudana de direo pode ser observada em giros de 90, 180 e 360 para direita e/ou esquerda;O aluno dever pressionar, de forma crescente, o aro de propulso do lado para o qual deseja realizar o giro, inclinando ligeiramente o tronco para trs e para o lado do giro. Nos giros de 180 e 360, alm da presso no aro, pode tambm ser necessria uma puxada rpida do aro para trs, obrigando a cadeira a girar mais rapidamente sobre o seu eixo

Largadas e partidas:Esta tcnica muito utilizada no BCR em arranques bastante rpidos, curtos ou longos, que propiciem um bom posicionamento do atleta no ataque, defesa e contra-ataque. Vale mencionar que, para o aluno apresentar domnio neste fundamento, ele deve postar o quadril o mximo possvel para trs, inclinar a parte superior do tronco para frente e tocar vigorosamente o aro de propulso para frente. Entretanto, o aluno dever tomar cuidado, pois, tocando a cadeira com fora e velocidade para frente, ela poder se inclinar para trs, provocando a queda do aluno

Empinar a cadeira: importante salientarmos que esta ao, alm de no ser um movimento usual, no permitida durante o jogo de BCR.Este fundamento sugerido para alunos que j possuam um bom domnio de tronco e poder tambm ser utilizado nas aulas de educao fsica como uma atividade ldica, em que o aluno poder desenvolver vrias situaes que permitam que a cadeira de rodas seja empinada (frente/lateral/giros).

INICIAO AO BASQUETEBOL EM CADEIRA DE RODAS

O basquetebol uma modalidade com grande destaque social e um dos esportes mais praticados no mundo inteiro. Muitas so suas qualidades: Dinamismo. Cooperao. Estratgia. Alegria e motivao. Desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras. Desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos e sociais. Possibilidade de pratica em ambientes abertos e fechados. Oferecimento atividades competitivas e recreacionais, podendo ser jogado por pessoas de quase todas as idades e de ambos os sexos.

Na evoluo dos estudos voltados iniciao e aprendizagem esportiva na proposta de uma prtica pedaggica abrangente, h o destaque para quatro pontos fundamentais: diversidade, incluso, cooperao e autonomia (PAES e BALBINO, 2005). importante lembrar que os alunos cadeirantes em sua grande maioria utilizam-se do equipamento somente para atividades de uso dirio e, provavelmente, nas aulas de educao fsica e no BCR; mais especificamente, ele ter de aliar este controle ao manuseio do objeto bola o que aumentar a necessidade de ajustes constantes

Como estamos num processo de iniciao ao esporte, importante que o professor tenha oportunidade de conhecer a cadeira, suas possibilidades de deslocamentos, como o seu corpo se organiza na cadeira. Pea ao aluno esta oportunidade, assim voc poder ter uma noo mais clara das atividades que poder propor vivenciar na prtica com o uso da cadeira de rodas e permita tambm que outros alunos da sala o faam. Este pode ser um dos primeiros passos para voc desenvolver uma aula de iniciao;

preciso ter em mente algumas recomendaes sugeridas por Souza (1994) a respeito das contraindicaes, restries, para ento iniciarmos a prtica propriamente dita.Inaptido: considerar como inapto s aulas os alunos que: Apresentarem doenas infectocontagiosas, distrbios renais, infeces urinrias, lceras de decbito (escaras) etc.; Estiverem em perodo de convalescena, aps doenas, cirurgias, fraturas ou contuses graves; Apresentarem dor e/ou febre.Contra-indicaes: Casos de dores intensas. Irritaes drmicas. Precrio estado geral ou de funes vitais. Feridas abertas ou alteraes intensas da temperatura corporal.

Recomendaes: Aps uma queda de cadeira de rodas com suspeita de fraturas ou leses profundas, encaminhar a um mdico e s permitir o retorno s atividades fsicas aps a constatao de que no haver inaptido temporria. Em dias muito quentes, evitar que alunos lesados medulares fiquem com os ps descalos ou outra parte qualquer do corpo em contato direto com materiais que se aqueam facilmente (metais e piso). O contato prolongado, mesmo com materiais menos quentes, pode provocar queimaduras. Nos deslocamentos em cadeira de rodas (em corridas, basquete etc.), prender as pernas do aluno com faixa (corda) elstica, ou adotar assento anatmico mais adequado, de maneira que os joelhos se posicionem mais alto que os quadris, de tal forma que os ps no caiam de seu apoio. Portadores de paraplegia e tetraplegia apresentam distrbios de regulamentao trmica, no devendo ser expostos por muito tempo ao sol e calor intenso. Ter cuidado com locais muito abafados. Preventivamente poder ser levado para um local mais fresco e hidrat-lo. No aperfeioamento em tcnicas de manejo de cadeira, existe a possibilidade de se fazer bolhas de gua ou calos nas mos; caso seja necessrio, proteja-as, na semana inicial, com esparadrapos.

Prope-se que atividades ldicas sejam inseridas juntamente com pequenos jogos, para que possa propiciar o sucesso, mesmo que insignificantes para a metodologia convencional, pois poder proporcionar aumento da auto-estima, segurana e, assim, voc poder gradativamente ir diversificando suas propostas;

Encontramos ainda em Freitas (1997) que a iniciao no BCR dever ser estabelecida por cinco etapas de aprendizagem:a) Conhecimento da clientela, tipos de deficincia e seqelas (cartilha de introduo).b) Conhecimento do basquetebol convencional e o BCR; no podemos introduzir o BCR sem termos conhecimento bsico do basquetebol convencional e isto poder ser dado de diferentes formas na escola, por meio de palestras, aulas expositivas etc.c) Conhecimento da cadeira de rodas; nesta cartilha, ser apresentada algumas informaes, mas enriquecedor que o professor tenha tambm uma vivncia prtica com a cadeira de seu aluno.d) Classificao funcional no mbito escolar indispensvel para que o professor possa realizar alguns testes motores de funes musculares para saber se existem msculos lesionados, ou seja, quais os msculos que ele consegue movimentar e at onde consegue executar movimento.

O professor poder lanar mo de alguns artifcios, que possam ajud-lo no processo de iniciao, para orientar o seu aluno no desenvolvimento das atividades, observando assim se o aluno est bem sentado. A orientao poder ser no sentido de colocar uma almofada, faixas abdominais ou no p para ajustar melhor o corpo cadeira. Fixar o quadril no assento da cadeira ou na base do encosto, propiciando um ajuste melhor do aluno cadeira, facilitar a conduo do equipamento. importante saber se, no incio do ano letivo, o aluno usurio de prteses ou rteses, se ser adequado realizar as aulas com ou sem estes aparelhos. O uso dos acessrios sugeridos anteriormente, como faixas, para que o aluno possa sentir-se mais seguro e estvel na cadeira de rodas, podendo melhorar suas habilidades e capacidades motoras na cadeira.

Fundamentos do basquetebol e adaptaes ao BCR. relevante comentar, neste momento, o fundamento domnio de corpo e da cadeira de rodas no que se refere iniciao no BCR; aprenda as tcnicas de domnio de corpo e utilizao da cadeira de roda;

Desempenho no manejo de cadeira de rodasa) Tcnica de proteo para queda;b) Propulso da cadeira de rodas: - Propulso da cadeira para frente; - Propulso da cadeira para trs.c) Frenagem da cadeira de rodas;d) Mudana de direo;e) Largadas e partidas;f) Empinar a cadei