Bastos Junior, P. R. O. – Elicitação de Requisitos de Software Através Da Utilização de...

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Paulo Roberto de Oliveira Bastos Junior Elicitação de requisitos de software através da utilização de questionários Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós-gra- duação em Informática da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Informática. Orientador: Julio César Sampaio do Prado Leite Rio de Janeiro Abril de 2005

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Trabalho

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  • Paulo Roberto de Oliveira Bastos Junior

    Elicitao de requisitos de software atravs da utilizao de questionrios

    Dissertao de Mestrado

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-gra- duao em Informtica da PUC-Rio como requisito

    parcial para obteno do ttulo de Mestre em Informtica.

    Orientador: Julio Csar Sampaio do Prado Leite

    Rio de Janeiro Abril de 2005

  • Todos os direitos reservados. proibida a reproduo total ou parcial do trabalho sem autorizao do autor, do orientador e da universidade.

    Paulo Roberto de Oliveira Bastos Junior Graduou-se em Engenharia de Computao pela PUC-Rio

    em 2001. rea de interesse acadmico: Engenharia de software, mais especificamente a sub-rea de Engenharia de Requisitos. Atualmente trabalhando na multinacional de consultoria Accenture como Consultor, atuando como coordenador da equipe de operaes do sistema B2B Canal

    Cliente da Petrobras, realizando as seguintes atividades: levantamento de requisitos com o cliente; anlise e

    especificao (tcnica e funcional) das atividades a serem desenvolvidas; participao nas reunies/Atas e definies do projeto.

  • A meus pais

  • Agradecimentos

    A meus pais, pela fora e incentivo.

    A Deus, por me iluminar e me dar foras para atingir esse objetivo.

    A PUC-Rio, pelos auxlios concedidos, sem os quais esse trabalho no poderia ser realizado.

    A Julio Csar Sampaio do Prado Leite, orientador da dissertao, pelo apoio dado durante essa jornada.

  • RESUMO

    Bastos Junior, Paulo Roberto de Oliveira; Leite, Julio Csar Sampaio do

    Prado; Elicitao de requisitos de software atravs da utilizao de questionrios. Rio de Janeiro, 2005. 81p. Dissertao de Mestrado Departamento de Informtica, Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro.

    Um dos possveis meios utilizados para a coleta de fatos na elicitao de requisitos o uso do questionrio. Um questionrio consiste num documento usado para guiar uma ou mais pessoas a responder a uma ou mais perguntas. A

    elaborao de um questionrio um processo bem mais complexo do que possa aparentar. Um questionrio mal formulado pode levar a consideraes erradas, o

    que acaba sendo prejudicial ao projeto em questo. No existe um mtodo padro para a construo de questionrios, porm existem recomendaes de diversos autores com relao a essa importante tarefa no processo de pesquisa cientfica. O trabalho aqui apresentado detalha a tcnica de questionrios, identificando as

    etapas necessrias e comuns criao de um questionrio eficaz. Ser proposto um mtodo para a construo de perguntas de questionrios, que utiliza como base

    uma listagem de requisitos para a construo de questionrios de qualidade, obtida aps a realizao de uma extensa pesquisa nas reas de cincias sociais e marketing. Posteriormente apresentamos uma ferramenta utilizada para elicitao de requisitos de software, atravs da utilizao de questionrio, questionrio esse

    gerado atravs do mtodo proposto no presente trabalho.

    Palavras-Chave

    Engenharia de Requisitos; elicitao de requisitos; informtica; questionrios.

  • ABSTRACT

    Bastos Junior, Paulo Roberto de Oliveira; Leite, Julio Csar Sampaio do

    Prado; Software requirements elicitation through the use of questionnaires. Rio de Janeiro, 2005. 81p. Master degree thesis Computer Science Department, Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro.

    Questionnaire is one of the techniques available for requirements elicitation. A questionnaire is a document used to guide one or more people to answer one or more questions. The elaboration of a questionnaire is a process

    more complex than it can make look like. A questionnaire that is not well

    formulated can lead to unreliable information and may be harmful to the project in question. Although there is no standard method for the construction of questionnaires, there are recommendations from diverse authors with regard to this important task in the process of eliciting information. The work presented here details a technique for identifying the necessary and common stages for the

    creation of a questionnaire. A method for the construction of questions is proposed, which uses as base a list of requirements for the construction of quality

    questionnaires, obtained from the literature in the areas of social sciences and marketing. A tool for the elicitation of software requirements, by means of questionnaires is presented.

    Keywords

    Software Engineering; requirements elicitation; questionnaires.

  • SUMRIO

    1. Introduo 9 1.1. Motivao 9 1.2. Objetivo da dissertao 11 1.3. Organizao da dissertao 12

    2. Reviso da literatura 13 2.1. A utilizao de questionrios na Engenharia de Requisitos 13 2.2. A tcnica GQM 26

    3. Questionrios 29 3.1. Tipos de questes 29 3.2. Requisitos para a construo de questionrios de boa qualidade 36 3.3. Erros comumente cometidos num processo de aplicao de questionrios 40 3.4. Avaliao do questionrio 41

    4. Um processo para a elaborao de perguntas de questionrios para a elicitao de requisitos de software 44

    4.1. Definio do processo 44

    5. Experimento prtico 61 5.1. Caractersticas gerais da ferramenta 61 5.2. Apresentao da ferramenta 65 5.3. Mtodo utilizado para anlise das respostas e priorizao dos requisitos 76

  • 6. Avaliao, contribuio e desdobramentos 78 6.1. Avaliao do mtodo e da ferramenta propostos 78 6.2. Comparao com outras iniciativas 79 6.3. Contribuies 82 6.4. Trabalhos futuros 83

    7. Referncias bibliogrficas 84

  • 1 Introduo

    O objetivo desse captulo estabelecer o contexto de nossa pesquisa. Em primeiro lugar, so apresentados os aspectos de motivao dessa dissertao. Em

    segundo, so detalhados os objetivos que se espera serem atingidos atravs do desenvolvimento dessa dissertao. Em terceiro, so discutidos os aspectos de

    contribuio do nosso trabalho no contexto da Engenharia de Software. Finalmente, apresentado um sumrio dos prximos captulos dessa dissertao.

    1.1. Motivao

    O desenvolvimento de software requer uma srie de levantamentos necessrios para se definir as necessidades de um projeto a ser iniciado e que so comuns a qualquer projeto de software, como por exemplo:

    Identificao dos requisitos funcionais e no-funcionais do sistema a ser construdo;

    Identificao da infra-estrutura necessria;

    Levantamento da quantidade de profissionais e suas respectivas

    competncias;

    Definio das tecnologias a serem utilizadas;

    Planejamento das atividades a serem realizadas; Planejamento do cronograma do projeto; Definio do processo a ser adotado;

    Definio dos mtodos a serem utilizados;

    Muitas vezes difcil fazer reunies iniciais ou entrevistas para realizar o

    levantamento de requisitos do software em funo da dificuldade em se reunir todos os envolvidos ou interessados1 em um determinado projeto, seja por

    1 Os envolvidos ou interessados em um projeto so denominados stakeholders do projeto.

  • 10

    questes geogrficas (distncia fsica), por indisponibilidade de agenda para a presena de todos os envolvidos no projeto em questo ou at mesmo pelo no envolvimento e desinteresse das pessoas nas fases iniciais dos projetos. Sendo assim, alguns requisitos importantes no so documentados e priorizados e como conseqncia acabam no sendo levados em considerao nos ciclos de desenvolvimento do sistema em questo. Nesses casos, por exemplo, a tcnica de questionrios poderia ser empregada, de forma que os respondentes pudessem

    enviar as respostas quando lhes fosse mais conveniente. Questionrios so um dos possveis meios utilizados para a coleta de fatos

    na elicitao de requisitos. Um questionrio consiste num documento usado para guiar uma ou mais pessoas a responder a uma ou mais perguntas. A elaborao de um questionrio um processo bem mais complexo do que possa aparentar. Segundo Goode & Hatt [1], este instrumento de coleta de dados pode ser administrado por auto resposta ou por entrevista.

    Segundo Parasuraman [3], um questionrio ...to somente um conjunto de questes, feito para gerar os dados necessrios para se atingir os objetivos do projeto. Embora o mesmo autor afirme que nem todos os projetos de pesquisa utilizam essa forma de instrumento de coleta de dados, o questionrio muito importante na pesquisa cientfica, especialmente nas Cincias Sociais.

    Parasuraman [3] afirma tambm que construir questionrios no uma tarefa fcil e que aplicar tempo e esforo adequados para a construo do questionrio uma

    necessidade, um fator de diferenciao favorvel. Um questionrio mal formulado pode levar a consideraes erradas, o que acaba sendo prejudicial ao projeto em questo. No existe um mtodo padro para o projeto de questionrios, porm existem recomendaes de diversos autores com relao a essa importante tarefa no processo de pesquisa cientfica.

  • 11

    1.2. Objetivo da dissertao

    Nessa dissertao identificamos as etapas necessrias e comuns criao de um questionrio, com objetivo de elaborar uma lista de requisitos a serem utilizados como base para a gerao de questionrios. Este conhecimento foi adquirido atravs da bibliografia existente sobre o assunto.

    Aps a identificao das etapas necessrias, objetiva-se a elaborao de um mtodo que apie o processo de gerao de perguntas de questionrios,

    questionrios esses a serem utilizados para a coleta de requisitos e sua priorizao. Ser provido ento ao Engenheiro de Software uma forma de ajud-lo no processo de elaborao de questionrios, sobretudo no processo de elaborao de perguntas, criao e formatao dos mesmos.

    O objetivo no a construo de um questionrio que cubra todos os casos e requisitos possveis; a idia que com o tempo ele v sendo incrementado e

    ajustado. No o seu objetivo tambm substituir reunies ou entrevistas de levantamento de requisitos, mas sim apoi-las, priorizando perguntas previamente definidas (possveis requisitos) de acordo com a opinio dos respondentes. O questionrio poder ser aplicado aos respondentes, por exemplo, antes da

    realizao de reunies, com o objetivo de orientar o Engenheiro de Software a identificar quais os pontos mais importantes a serem levantados, do ponto de vista

    dos respondentes. Ele poder ser aplicado tambm na fase inicial de um projeto, onde os resultados obtidos estaro apoiando, servindo de base para o ciclo de vida do projeto, j que a qualquer momento teremos condies de confrontar os requisitos que foram priorizados pelos usurios com os que esto sendo levados em considerao no desenvolvimento do sistema em questo.

  • 12

    1.3. Organizao da dissertao

    Nessa dissertao ser apresentada uma estratgia para a coleta de requisitos e sua priorizao baseada na utilizao da tcnica de questionrios. O objetivo prover um apoio etapa inicial de elicitao de requisitos.

    O captulo 2 apresenta uma reviso da literatura a respeito do estado da arte

    no que diz respeito utilizao de questionrios na Engenharia de Requisitos. Alm disso, tambm ser apresentada a tcnica GQM (Goal Question Metric), utilizada no mtodo proposto nessa dissertao.

    No captulo 3 sero apresentados os conceitos que fundamentam a tcnica de questionrios. Alm disso, ser mostrado tambm que, aps a realizao de uma extensa pesquisa nas reas de Cincias Sociais e Marketing, com objetivo de colher as principais recomendaes de diversos autores a respeito das boas prticas a serem consideradas na elaborao e formulao de questionrios em

    geral, foi consolidada uma lista de requisitos para a construo de questionrios de qualidade.

    No captulo 4 ser apresentada a definio de um processo para a elaborao de perguntas de questionrios para a elicitao de requisitos de software. O

    objetivo prover ao Engenheiro de Software uma forma de ajud-lo no processo de construo de questionrios, sobretudo no processo de elaborao e criao de

    perguntas.

    No captulo 5 ser apresentada uma ferramenta utilizada para o processo de criao das perguntas de questionrios e avaliao dos resultados obtidos, atravs das respostas enviadas pelos respondentes.

    O captulo 6 ir discutir o mtodo e a ferramenta propostos, com objetivo de avali-las. Posteriormente, ser feira uma comparao da nossa proposta com

    outras iniciativas anlogas, ou seja, iniciativas relacionadas ao processo de elicitao de requisitos atravs da utilizao de questionrios, que foram identificadas no decorrer do processo de pesquisa. Apresentaremos a concluso,

    as contribuies esperadas e sugestes de possveis desdobramentos dessa dissertao.

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    2 Reviso da literatura

    Esse captulo tem por objetivo apresentar o estado da arte no que diz respeito utilizao de questionrios para a elicitao de requisitos, sobretudo

    requisitos de software, no contexto da Engenharia de Software. Posteriormente, ser apresentada a tcnica GQM (Goal Question Metric), que ser utilizada no processo de elaborao de perguntas.

    2.1. A utilizao de questionrios na Engenharia de Requisitos

    O trabalho estuda a tcnica de questionrios para a elicitao de requisitos e sua priorizao. Questionrios so utilizados em diversas reas, sobretudo nas Cincias Sociais e Marketing, sendo aplicados, por exemplo, em pesquisas de opinio, censo e pesquisas de boca de urna em poca de eleio. Questionrios tambm so bastante utilizados como uma tcnica auxiliar s tcnicas de entrevistas e reunies, tcnicas essas amplamente utilizadas no processo de

    elicitao de requisitos. Um dos objetivos aqui propostos estudar e explorar a sua utilizao na rea de Engenharia de Requisitos, como uma tcnica a ser

    utilizada para a elicitao de requisitos, sobretudo requisitos de software. O objetivo prover ao Engenheiro de Software uma forma de ajud-lo no processo de elaborao de questionrios, sobretudo no processo de elaborao de perguntas, criao e formatao de questionrios.

    Para que isso fosse possvel, foram realizadas vrias pesquisas com objetivo de identificar iniciativas que utilizassem questionrios para a elicitao de

    requisitos de software. A idia era tentar utilizar ao mesmo tempo tcnicas para a formulao de bons questionrios (o que no envolve muito o conhecimento tcnico, mas sim humano) e as tcnicas de Engenharia de Software destinadas a esse fim. Esse processo deu-se atravs da realizao de pesquisas em duas reas diferentes: pesquisas na rea de Engenharia de Software e mais especificamente

  • 14

    na rea de Engenharia de Requisitos; pesquisas em outras reas, tais como:

    Cincias Sociais e Marketing [1-4, 7-8]. As pesquisas realizadas na segunda rea resultaram positivamente, tendo o resultado dessas pesquisas gerado uma lista de requisitos para a construo de questionrios de qualidade, com boas prticas para a criao e formulao de bons questionrios.

    J as pesquisas na rea de Engenharia de Software e mais especificamente na rea de Engenharia de Requisitos, tambm foram realizadas pesquisas em

    diversas fontes, tais como:

    No site de buscas do Google;

    Em peridicos, portais, workshops e conferncias da rea, tais como: Workshop on Requirements Engineering [33, 34]; The 16th International Conference on Advanced Information Systems Engineering [25]; Requirements Engineering Journal [38]; REFSQ04 [39]; IEEE Computer Society [26]; Schloss Dagstuhl International Conference and Research Center for Computer Science [27]; SpringerLink [28]; M.E.Sharpe, Inc. [29]; Volere Requirements Resources [40]; RE 2003 - 11th IEEE International Requirements Engineering Conference [41]; RE 2004 - 12th IEEE International Requirements Engineering Conference [42]; The Requirements Engineering Specialist Group of the British Computer Society [43]; Journal of Management Information Systems [44]; Journal of Information, Law e Technology [30]; Journal of Information e Knowledge Management [31];

    Nas bibliotecas central e setorial de informtica da PUC-Rio;

    Foram trocados e-mails com alguns professores de universidades estrangeiras da rea de Engenharia de Software, tais como: Luisa Mich

    (Department of Information and Communication Technology - University of Trento); Mark Bergman (Information and Computer Science Department - University of California, Irvine); Al Davis (Information Systems College of Business - University of Colorado); Glenn Browne (Texas Tech University); Katrina Hands (Applied Computing University of Dundee); Sue Lewis (School of Mathematics - University of Southampton); Alistair Sutcliffe (Systems Engineering University of Manchester); Bashar Nuseibeh (Computing Department The Open University);

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    Essas buscas no tiveram um resultado to positivo quanto o obtido na rea

    de Cincias Sociais, porm, foram identificadas algumas fontes importantes para a pesquisa que, mesmo no estando diretamente relacionadas a elicitao de requisitos atravs da utilizao de questionrios (a maioria dos resultados obtidos eram diretamente relacionados s tcnicas de entrevista ou de reunio), ajudaram a servir de base para o processo de pesquisa e estudo do estado da arte do assunto.

    Foram identificados dois principais artigos e uma dissertao de mestrado,

    os quais descreviam cases que utilizaram indiretamente questionrios com esse fim. O primeiro [23], discute o desenvolvimento de uma ferramenta de entrevistas realizadas via computador, com objetivo de facilitar a elicitao de requisitos e conduzir avaliaes de usurios. Esse artigo utilizou a tcnica de questionrios como uma tcnica auxiliar, com objetivo de apoiar a tcnica de entrevistas. Pesquisas realizadas analisaram as tcnicas e processos adotados por

    entrevistadores especialistas humanos e simularam essas tcnicas e processos em softwares. Um projeto de pesquisa foi ento desenvolvido como uma investigao preliminar da potencial incorporao de uma ferramenta de entrevistas via computador nas reas de usabilidade e de Engenharia de Software. O objetivo do projeto, denominado UsE-IT, foi verificar se uma ferramenta de entrevista via computador poderia ajudar a facilitar os processos de obteno de requisitos e teste com usurio, que poderiam conseqentemente permitir de forma mais eficiente a criao de um sistema que satisfizesse os usurios. Foi planejado desenvolver uma ferramenta de entrevistas composta de duas partes: uma interface hipermdia para entrevistas e uma interface hipermdia para a anlise das entrevistas.

    Abaixo apresentado um resumo dos principais requisitos definidos para o sistema que foi construdo, em [23]:

    Ordenao dinmica das questes: cada questo deveria ter associada a ela um valor de prioridade, que poderia ter o seu valor alterado durante o curso da entrevista dependendo das respostas dadas pelos entrevistados durante a

    realizao da entrevista. Devem ser exibidas aos entrevistados as questes com prioridade mais alta. Logo, as questes devem ser perguntadas em uma ordem

    apropriada e apenas questes relevantes devem ser perguntadas.

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    Na figura abaixo possvel visualizar o processo de ordenao dinmica das

    questes:

    Figura 1 Processo de ordenao dinmica das questes de [23]

    Tipos de questo: as questes podem estar numa variedade de formatos. As de mltipla escolha devem ser utilizadas para questes fechadas e as de texto livre devem ser utilizadas para questes abertas. Tambm poderia existir a

    facilidade de utilizar ckeck-lists e listas drop-down conforme apropriado, de modo a tornar o processo de entrevistas o mais simples possvel para o entrevistado.

    Facilidade para rever as respostas: os entrevistados deveriam ser capazes de rever todas as respostas que eles tivessem dado durante qualquer estgio da

    entrevista.

    Confirmao das respostas: deveria ser solicitado que os entrevistados

    confirmassem suas respostas s questes de texto livre. Isso poderia permitir que os entrevistados checassem se eles marcaram as respostas da forma que eles realmente pretendiam.

    Sem facilidade para alterar as respostas: os entrevistados no deveriam

    ser capazes de alterar suas respostas uma vez que elas tivessem sido salvas na

    base de dados. Isso para imitar as entrevistas face-a-face onde todas as respostas dadas sero lembradas pelo entrevistador. Uma questo pode ser apresentada mais

    de uma vez durante o processo de entrevista, podendo ser dadas respostas diferentes para a mesma pergunta, mas todas as respostas devem ser gravadas na base de dados.

  • 17

    Facilidade para adicionar comentrios: os entrevistados deveriam ser capazes de adicionar comentrios a qualquer resposta dada, no momento em que

    eles estiverem respondendo ou quando estiverem revendo as respostas dadas anteriormente. Isso permite que expandam, expliquem ou justifiquem suas respostas sempre que sentirem necessidade.

    Foi decidido tambm que o processo de entrevista deveria ser extremamente

    fcil de ser realizado por usurios de computador experientes e inexperientes. A ferramenta deveria estar altamente acessvel, ento usabilidade e acessibilidade foram consideradas importantes durante todo o processo de desenho. Foi

    considerado importante implementar um sistema que se permitia um processo interativo com o entrevistado. Essa interao entre os entrevistados e os

    entrevistadores realizada perguntando aos entrevistados certas questes e depois imediatamente perguntando questes diretamente relacionadas s respostas que foram dadas anteriormente, conforme apropriado. Outra tcnica de entrevista utilizada foi a de perguntar apenas questes relevantes aos entrevistados, j que os mesmos tendem a responder mais favoravelmente se sentirem que cada questo importante e significante.

    As questes includas na entrevista e suas ordens correspondentes so determinadas pelos autores da entrevista. Conforme as questes iam sendo cadastradas na base de dados, foram sendo associadas prioridades a elas, o que determinava a ordem em que elas iriam ser apresentadas aos entrevistados. Certas regras foram sendo utilizadas para alterar as prioridades das questes conforme necessrio, durante o processo atual de entrevistas. Foi desenvolvido um sistema

    web, de forma a atender o requisito de que o sistema deveria estar disponvel a usurios em uma variedade de localizaes geogrficas.

    O segundo artigo [32], discute as causas razes da dificuldade de se capturar requisitos arquiteturais significantes, sugerindo ento uma abordagem sistemtica para a captura desses tipos de requisito, que so extremamente importantes, de forma a garantir que eles no sejam negligenciados. Um requisito arquitetural qualquer requisito arquiteturalmente significante, onde o nvel de significncia pode estar implcito ou explcito. Requisitos arquiteturais implcitos so aqueles

    que possuem atributos particulares. Por exemplo, qualquer requisito de alto risco, alta prioridade ou baixa estabilidade pode ser considerado arquiteturalmente

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    significante. Entretanto o artigo foca primeiramente nos requisitos explcitos, os

    quais so freqentemente tcnicos por natureza.

    Alguns exemplos de requisitos arquiteturais explcitos:

    Suporte a mltiplas linguagens;

    O banco utilizado ser o Oracle 8i;

    O sistema rodar sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia;

    Ser requerido um help on-line;

    Toda a lgica de apresentao ser escrita em Visual Basic.

    O mtodo prope uma abordagem sistemtica que proveja um framework para classificar requisitos arquiteturais, de forma a garantir tambm que eles no sejam negligenciados.

    Nesse artigo [32] um sistema para a classificao de requisitos, o FURPS+ [32], foi desenvolvido por Robert Grady da empresa Hewlett-Packard. O acrnimo FURPS+ representa:

    Funcionalidade;

    Usabilidade;

    Confiabilidade;

    Performance;

    Suportabilidade.

    O + em FURPS+ nos ajuda a lembrar interesses como: Requisitos de desenho;

    Requisitos de implementao;

    Requisitos de interface;

    Requisitos fsicos.

    A sigla URPS restante descreve requisitos no funcionais que so geralmente arquiteturalmente relevantes:

    Usabilidade: interesse nas caractersticas como esttica e consistncia na interface do usurio;

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    Confiabilidade: interesse nas caractersticas como disponibilidade, acurcia nos clculos realizados pelo sistema, e habilidade do sistema se recuperar

    no caso de falhas;

    Desempenho: interesse nas caractersticas como transferncia de dados,

    tempo de resposta, tempo para recuperao, tempo para inicializao.

    Suportabilidade: interesse nas caractersticas como testabilidade,

    adaptabilidade, gerenciabilidade, compatibilidade, configurabilidade, instalabilidade, escalabilidade e locabilidade.

    O + no acrnimo FURPS+ utilizado para identificar categorias que geralmente representam restries. De modo simplificado, mecanismos arquiteturais representam uma soluo comum para um problema encontrado com

    freqncia. Mecanismos arquiteturais so freqentemente utilizados para realizar requisitos arquiteturais. A tabela abaixo, obtida em FURPS [32], mostra trs categorias de mecanismos arquiteturais e como mecanismos arquiteturais so expressos em cada uma das trs categorias:

    Mecanismo de anlise Mecanismo de desenho Mecanismo de implementao

    Persistncia RDBMS OODBMS

    Oracle Ingres

    ObjectStore Comunicao Object Request Broker

    Message queue

    Orbix, VisiBroker MSMQ, MQSeries

    Um mecanismo de anlise representa uma implementao independente de

    soluo. Um mecanismo de desenho um refinamento do mecanismo de anlise. Ele assume alguns detalhes do ambiente de implementao, mas no faz parte de uma implementao especfica. Finalmente um mecanismo de implementao um refinamento do mecanismo de desenho e especifica a implementao exata do

    mecanismo.

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    A figura abaixo resume os relacionamentos entre requisitos e mecanismos

    mostrando refinamentos dos requisitos do FURPS em diferentes nveis de refinamento:

    Figura 2 Relacionamentos entre requisitos e mecanismos [32]

    A abordagem proposta para obter requisitos arquiteturais com FURPS foi a seguinte, de acordo com [32]:

    1. Mantenha uma lista completa de requisitos arquiteturais, sem levar em considerao se os itens listados so relevantes ou no para um projeto particular;

    2. Para cada requisito arquitetural, formule uma ou mais questes que possam ajudar no processo de especificao. Tenha certeza de que todos os envolvidos no projeto possam entender essas questes;

    3. Ajude os envolvidos no projeto mostrando a eles o impacto potencial de responder uma questo de uma forma ou de outra;

    4. Capture as respostas dadas a cada uma das questes; 5. Ajude o arquiteto assegurando que os envolvidos no projeto (em adio

    s respostas das questes) atribuam uma prioridade ou um peso a cada requisito arquitetural. Esse peso atribudo ajudar o arquiteto a fazer escolhas entre os requisitos.

  • 21

    A tabela abaixo exemplifica um questionrio desse tipo, questionrio esse

    proposto em FURPS [32], que inclui tambm exemplos de respostas:

    Requisito Questes Impacto Respostas Prioridade

    Licenas O sistema, ou parte dele ser licenciado?

    Existem muitas

    restries no

    mecanismo

    utilizado para

    prover

    capacidade de licenciamento?

    Quanto maior a sofisticao do mecanismo de licenciamento,

    maior o tempo para

    realizao da

    comercializao e

    maior o custo de

    manuteno.

    O mdulo de controle de estoque ser

    comercializado como um

    componente

    separado do sistema e ir

    requerer licena.

    A ferramenta

    FlexLM

    utilizada por

    toda nossa organizao para

    prover

    capacidade de licenciamento.

    Mdia

    Disponibili-dade

    Existe algum

    requisito a

    respeito do tempo mdio entre

    falhas do sistema (MTBF)?

    Quanto maior a disponibilidade, maior o grau de comercializao do

    sistema.

    Disponibilidade uma

    caracterstica

    chave do

    produto. O produto deve ter

    um MTBF de 60 dias

    Alta

    Que plataformas O desenvolvimento O produto deve Alta

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    Suporte a plataformas

    o sistema deve suportar?

    para uma nica

    plataforma pode reduzir o potencial de comercializao do produto.Tambm

    pode permitir uma integrao com as

    caractersticas das plataformas.

    ser

    implementado para rodar nas seguintes

    plataformas

    UNIX:

    Sun Solaris

    IBM AIX

    HPUX

    J a dissertao da Ana Paula Gilvaz [5] prope uma estratgia na qual o Engenheiro de Software conta com a ajuda de um assistente automatizado para a conduo de entrevistas. Essa estratgia instancia um modelo conceitual durante o processo de entrevistas, modelo conceitual esse que representa os elementos do sistema objeto, segundo o enfoque dado por trs mtodos para a determinao de requisitos de informao: BSP (Business System Planning), CSF (Critical Sucess Factors) e E/M (End-Means Analysis). Esses mtodos utilizam uma estratgia para a determinao dos requisitos do sistema de informao, tomando como base a anlise das caractersticas do sistema envolvente ao sistema de informaes, que a Organizao.

    Aps a entrevista, o Engenheiro de Software dispe de uma base de conhecimento organizada segundo o modelo conceitual proposto. O Engenheiro de Software interage com o assistente e o cliente, conduzindo o processo de

    entrevista. No decorrer da entrevista uma ferramenta (FAES), que consiste num assistente para apoiar a entrevista, sugere a agenda de perguntas, fazendo crticas

    com base em heursticas e informaes armazenadas na base de conhecimento. O cliente vai fornecendo as respostas que vo sendo alimentadas na ferramenta pelo Engenheiro de Software.

    A ferramenta composta de quatro componentes:

    Controle: trata da interao com o Engenheiro de Software e controla os

    mecanismos para perguntar e aplicar as heursticas;

    Agenda de perguntas: baseia-se no modelo conceitual e contm as perguntas responsveis pela instanciao desse modelo;

  • 23

    Base de conhecimento: armazena as respostas fornecidas pelo cliente, as crticas feitas pela ferramenta, e as entradas feitas pelo Engenheiro de Software;

    Heursticas: foram derivadas do modelo conceitual e do seu uso em experimentos pilotos.

    Nessa dissertao [5], foi adotado um padro de questionrio utilizado para instanciar o modelo que utiliza o conceito de unificao de variveis, isto , cada pergunta composta de uma parte fixa mais uma parte varivel que corresponde

    resposta de uma outra pergunta j respondida. Cada pergunta tem o objetivo de instanciar um nodo no meta-modelo. A relao entre duas perguntas definida por

    cada arco que liga um par de nodos do modelo. No decorrer da entrevista, os nodos vo sendo instanciados com cada uma das respostas para cada pergunta feita e os arcos vo ligando cada par de instncias de respostas que se relacionam.

    Figura 3 Modelo conceitual de entrevista [5]

    A estratgia apresentada na dissertao da Ana Paula Gilvaz [5] prope cinco tipos de perguntas:

    1. Perguntas de instanciao: se referem s perguntas responsveis pelo

    preenchimento do modelo;

  • 24

    2. Perguntas de relao: foram derivadas a partir de um conjunto de heursticas de relao. Tais heursticas tm o objetivo de descobrir novas relaes no previamente definidas entre os elementos do modelo;

    3. Perguntas de complementao: foram derivadas a partir de algumas heursticas de complementao. Seu objetivo verificar se uma informao associada a algum elemento do modelo importante para algum outro elemento do modelo que possua uma ligao direta com o elemento informao;

    4. Perguntas de inconsistncia: tem o propsito de alertar sobre inconsistncias ocorridas a respeito de uma resposta;

    5. Perguntas de investigao: questionam sobre a existncia de informaes que podem ter sido esquecidas de serem mencionadas, permitindo que sejam acrescentadas no modelo novas instncias.

    Aps a realizao da entrevista, temos uma base de conhecimento onde as informaes armazenadas esto organizadas segundo o modelo conceitual. O

    objetivo que esse modelo fornea os subsdios para que o Engenheiro de Software possa iniciar o processo de definio de requisitos. O modelo documenta a entrevista de uma forma estruturada, disponibilizando ao Engenheiro de Software as respostas da entrevista organizadas segundo o papel de cada uma no

    sistema objeto, permitindo que sejam feitas vrios tipos de consultas estruturadas para extrair do modelo a mais variada gama de informaes.

    O uso do modelo permitiu a representao de componentes do sistema objeto e da relao entre eles, introduzindo uma clareza maior ao problema, alm de possibilitar a definio de um conjunto de heursticas que criticam e validam as informaes armazenadas no modelo. Essas heursticas foram derivadas do modelo conceitual e procuram por relaes que possam fazer algum sentido. As heursticas utilizadas se classificam em:

    Heursticas de relao: esto baseadas na existncia de termos-comuns entre as instncias do modelo pertencentes a classes conceituais distintas;

    Heursticas de complementao: so aplicadas quando as heursticas de relao so vlidas;

    Heursticas de validao: ocorrem quando as heursticas de relao no so vlidas e caracterizam regras de condio de validade de alguns componentes do modelo;

  • 25

    Heursticas de consistncia: verificam a consistncia de um componente do modelo.

    O assistente atua em dois momentos: em tempo da entrevista, fornecendo uma estratgia para o preenchimento do modelo conceitual e identificando relaes no pr-definidas; e num segundo momento (ps-entrevista) disponibilizando o modelo preenchido, que pode ser manipulado para a extrao de relatrios e estatsticas.

    Como pde ser verificado, os artigos [23] e [32] no falam especificamente da utilizao da tcnica de questionrios para a elicitao de requisitos, sobretudo requisitos de software. Tanto em [23] quanto em [32], fica a cargo do prprio Engenheiro de Software formular as perguntas que sero utilizadas nos questionrios, assim como elabor-los, no existindo um mtodo que o apie nessa tarefa.

    J a dissertao da Ana Paula Gilvaz [5] utiliza a tcnica de questionrios para a elicitao de requisitos, porm, ela aplicada como um apoio tcnica de entrevistas. As perguntas do questionrio so geradas pelo assistente automatizado

    proposto, com objetivo de conduzir as entrevistas realizadas pelo Engenheiro de Software.

    Esses dois resumos dos artigos [23] e [32] anteriormente detalhados, assim como a dissertao da Ana Paula Gilvaz [5], foram os que acreditamos terem sido os mais relevantes, aps as pesquisas que foram realizadas na rea de Engenharia de Software e mais especificamente na rea de Engenharia de Requisitos. Eles

    ajudaram a servir de base para o processo de pesquisa e estudo do estado da arte do assunto.

  • 26

    2.2. A tcnica GQM

    Diversos atributos dos produtos, projetos e processos de software podem ser medidos. No entanto, deve-se selecionar um conjunto de mtricas pequeno e equilibrado, que ir ajudar a organizao a acompanhar o progresso na direo de seus objetivos. Segundo Solingen & Berghout [14], a tcnica GQM Goal Question Metric (Objetivo/Pergunta/Mtrica) excelente para selecionar as mtricas apropriadas aos seus objetivos. A tcnica iniciada selecionando-se alguns objetivos do processo ou da organizao. Declaram-se os objetivos de modo que sejam quantificveis e mensurveis. Acreditamos que [14] fornece uma boa explicao sobre GQM e resumimos abaixo seus pontos principais.

    Para cada objetivo, identificam-se as perguntas que teriam de ser respondidas, para saber se o objetivo est sendo alcanado. Se o seu objetivo era reduzir os custos de manuteno em 50% no prazo de um ano, algumas perguntas apropriadas poderiam ser: Quanto gasta em manuteno a cada ms? Qual a parcela dos custos de manuteno que gastamos em cada aplicativo suportado?

    Finalmente, identificam-se mtricas que ajudaro a responder cada pergunta. De acordo com Solingen & Berghout [14], algumas delas sero simples itens de dados, contadas diretamente, tais como valor total gasto em manuteno. Outras

    mtricas sero calculadas a partir de um ou mais itens de dados. Para responder a ltima pergunta anterior, deve-se saber o nmero de horas gasto em cada um dos trs tipos de manuteno citados, bem como o custo total de manuteno em um dado perodo. As mtricas e sua interpretao refletem os valores e os pontos de vista dos diferentes grupos afetados: colaboradores, usurios e operadores. Conforme descrito acima, podemos concluir ento que a tcnica GQM define certos objetivos, refina esses objetivos em questes e define mtricas que devem prover informaes que respondam s questes. Respondendo s questes, os dados medidos definem os objetivos de modo operacional podendo ento ser analisados para identificar se os mesmos foram atingidos ou no.

  • 27

    O primeiro passo de um programa de mtricas estabelecer a baseline2 corrente, de forma que o progresso possa ser avaliado atravs de comparao com ela e em termos dos objetivos.

    O GQM define o modelo de medio em trs nveis, segundo Solingen & Berghout [14]:

    Nvel conceitual (Objetivo): um objetivo definido para um objeto, para uma variedade de razes, com respeito aos vrios modelos da qualidade, dos vrios pontos de vista e relativo a um ambiente particular. O conjunto de objetivos baseado nas necessidades da organizao e seus projetos. O objetivo determina o que deve ser melhorado ou aprendido. Segundo [14], o processo de definio de objetivos suportado por templates como o descrito abaixo. Utilizando esses templates possvel definir objetivos em termos de finalidade, perspectiva e ambiente. A identificao de sub-objetivos, entidades e atributos relacionados aos sub-objetivos feita nesse passo.

    Finalidade: analisar alguns objetos (processos, produtos) com a finalidade de melhorar, avaliar, motivar, caracterizar, predizer. Perspectiva: com enfoque em custo, corretude, remoo de defeitos, mudanas,

    segurana, do ponto de vista do usurio, cliente, gerente, desenvolvedor, corporao.

    Ambiente: nos contextos de fatores de problemas, pessoais, recursos, processos.

    Nvel operacional (Questo): um conjunto de questes quantificveis so utilizadas para definir modelos do objeto de estudo e depois focar nesse objeto para caracterizar a avaliao ou a realizao de um objetivo especfico. Objetivos de negcio so traduzidos em questes com foco na medio. As mesmas questes podem ser definidas para suportar interpretaes de dados de mltiplos objetivos;

    Nvel quantitativo (Mtrica): um conjunto de mtricas, baseadas em modelos, so associadas com cada pergunta com objetivo de responder-lhe de uma maneira mensurvel. Nesse passo, as mtricas identificadas devem ser

    adequadas para prover informaes que respondam s questes. Geralmente cada mtrica pode fornecer informaes que respondam a vrias questes e algumas

    2 Baseline: Conjunto de artefatos aceitos e controlados que sero utilizados em atividades

  • 28

    vezes so necessrias combinaes de mtricas para que uma questo seja respondida.

    Figura 4 A tcnica GQM [14]

    Segundo Solingen & Berghout [14], uma vez que esses passos foram identificados, dados so coletados e interpretados para produzir respostas s

    questes quantificveis que foram definidas para completar os objetivos.

    posteriores sua aceitao. [14]

  • 29

    3 Questionrios

    Esse captulo tem por objetivo apresentar os principais conceitos envolvidos na tcnica de questionrios, exibindo tambm os possveis tipos de questes, respostas e formatos que podem ser apresentados em um questionrio.

    Posteriormente, so listados requisitos para a construo de questionrios de boa qualidade assim como os principais erros comumente cometidos em um processo de pesquisa com base em questionrios.

    3.1. Tipos de questes

    Questionrios podem ser elaborados e aplicados de diversas maneiras, de acordo com as necessidades. A seguir, segundo Parasuraman [3], sero apresentadas as principais formas de aplicao de questionrios:

    Auto resposta (via correio ou e-mail): tem como vantagens o fato de poder ser enviado a um grande nmero de pessoas de forma no muito dispendiosa e o respondente pode preencher o questionrio quando lhe for mais conveniente. No

    entanto, este tipo de questionrio tem tambm algumas desvantagens: baixa taxa de resposta, no sendo indicado para perguntas que exijam respostas muito detalhadas.

    Auto resposta (em grupo): um grupo de pessoas reunido e as perguntas so feitas simultaneamente, contudo cada pessoa responde individualmente ao seu

    questionrio. Os grupos so reunidos mediante algum critrio de convenincia. Se as pessoas que esto sendo questionadas no entenderem o significado de alguma

    pergunta podem pedir ajuda ou esclarecer o propsito do estudo. Auto resposta (porta a porta): este tipo de questionrio menos habitual.

    O investigador, neste caso, desloca-se a casa ou ao local de trabalho dos

  • 30

    questionados, entrega e explica o questionrio e depois volta para receb-lo ou

    pede que o devolvam pelo correio. Este tipo de questionrio tem a vantagem de poder ser feito quando mais conveniente ao questionado tal como nos questionrios via correio ou e-mail e tem a vantagem de ser possvel um contato com o investigador com o fim de esclarecer dvidas na interpretao das respostas ou no objetivo do estudo. A grande desvantagem deste tipo de questionrios so os custos financeiros associados (custo com o deslocamento at os locais da entrevista, tempo gasto para a realizao das entrevistas e apurao dos resultados).

    Entrevista (pessoal): atravs de uma entrevista, o investigador preenche o questionrio com as respostas s perguntas que vai fazendo ao questionado. H um contato pessoal e direto entre o investigador e o questionado. Ao contrrio dos

    outros tipos de questionrios, o entrevistador tem a oportunidade de se certificar que o questionado quer dizer mesmo o que disse. As entrevistas facilitam,

    tambm, as respostas s perguntas que pedem opinies. O questionrio por entrevista consome muito tempo e, conseqentemente, muito dispendioso. O entrevistador considerado parte do instrumento da recolha de dados e precisa de um treino prvio para aprender a conduzir uma entrevista e como ultrapassar as

    dificuldades.

    Entrevista (telefnica): este tipo de entrevista possibilita ao investigador ter a informao rapidamente. Tal como as entrevistas pessoais, este tipo de entrevista possibilita ao investigador o contato pessoal e direto com o questionado, desta forma, facilitam as respostas a perguntas que pedem opinies a questes de follow-up e do ao entrevistador a oportunidade de se certificar que o questionado respondeu exatamente aquilo que queria dizer. Contudo tambm tem

    desvantagens. Muitas pessoas no gostam que lhes telefonem para casa, outras no tm telefone que conste nas listas telefnicas. Este tipo de entrevistas no pode ser muito extenso.

    Segundo Goode & Hatt [1], os preparativos de construo de um questionrio vlido pressupem um conjunto de procedimentos metodolgicos e tcnicos. Esses procedimentos vo desde a formulao do problema at

  • 31

    aplicao numa amostra reduzida (similar amostra - estudo no que se refere distribuio de caractersticas), ao pr-teste, que constituindo um estudo piloto, faculta dados empricos suscetveis de melhoramento do questionrio:

    Formulao de um problema colocado sob a forma de uma questo inicial que constitui a base para a construo do questionrio;

    A pergunta base deve ser: Clara (precisa, concisa, unvoca); Exeqvel (realista, que se revele adequada aos recursos

    temporais, materiais, tcnicos e pessoais); pertinente (neutra e que vise compreenso); Explicao dos objetivos da pesquisa, depois de esboado o quadro

    terico de referncia e clarificadas definies e conceitos;

    Formulao de hipteses, fazendo interagir a teoria e a verificao emprica, constituindo deste modo um importante guia do trabalho de pesquisa e

    uma valiosa orientao da obteno de dados;

    Segundo Selltiz & Cook [4], a elaborao de um questionrio que proporcione rigor de informao passa pela identificao dos conjuntos a inquirir; pela opo por uma ou outra, ou por vrias modalidades e tipos de perguntas, dependendo dos objetivos da pesquisa e das caractersticas e disponibilidades dos inquiridos e tendo presentes os processos de tabulao e tratamento de dados disponveis. A elaborao das perguntas decorre naturalmente dos indicadores

    selecionados; as respostas que o leque de perguntas proporciona so funo da qualidade da sua formulao.

    Tendo em vista uma tabulao facilitada, usual codificar as perguntas. Entretanto, se suspeitar que a codificao poder ocasionar dificuldade de leitura,

    prefervel prescindir desta operao. Segundo Mattar [2], a validao interna, apreciao crtica efetuada por

    especialistas ou colegas do investigador, como garantia de um inqurito por questionrio mais bem sucedido e o pr-teste, so operaes efetuadas em nome da clareza e adequao do questionrio populao alvo.

    Segundo Mattar [2], os tipos de questes so extremamente importantes num instrumento de coleta de dados na medida em que tem efeito no tipo e

  • 32

    qualidade da informao obtida. Os tipos de questes mais usados em

    questionrios so as questes de resposta aberta (qualitativas) e de resposta fechada (quantitativas). Para decidir qual o tipo de questo que melhor se adeqe ao questionrio, importante ter em conta o modo como planejamos usar a informao obtida, pois a forma como estruturamos as nossas questes determina a unidade de medida pela qual as respostas sero classificadas. Por sua vez, a unidade de medida adotada dita quais os procedimentos estatsticos podem ser

    aplicados aos dados e o modo como a informao possa ser analisada e disponibilizada. Alm disso, na escolha entre questes de resposta aberta e

    questes de resposta fechada, devemos ter em conta o propsito para o qual determinada informao usada, as caractersticas da populao em estudo e o mtodo proposto para comunicar os resultados.

    Segundo Mattar [2], ambos os tipos de questes tm as suas vantagens e desvantagens em situaes diferentes. At certo ponto, estas dependem do modo de administrao do questionrio e do fato de estarem a ser usados para obter

    informao sobre fatos ou sobre opinies.

    Questes de resposta aberta (qualitativas): este tipo de pergunta no apresenta respostas alternativas, proporcionando ao respondente plena liberdade

    de resposta. Os respondentes tm que elaborar as suas respostas utilizando as suas prprias palavras. Devem possuir uma justificativa e um objetivo. Ex: Porque escolheu a PUC como Universidade para ingressar no curso de Informtica?. So normalmente utilizadas no comeo do questionrio. Existe concordncia em que se deve partir de questes gerais para especficas. Uma pergunta aberta geral, do tipo "Quando se fala em poltica, o que vem sua cabea?", proporciona um insight na estrutura de referncia do respondente e pode ser muito til na interpretao de respostas a perguntas posteriores. Outro importante uso na

    obteno de informaes adicionais e esclarecimentos, com indagaes como: "Por que?", "Por favor, explique.", "Por que pensa dessa forma?".

    A tabela detalhada a seguir, obtida em [36], lista as principais vantagens e desvantagens decorrentes da utilizao de questes referentes a respostas do tipo aberta (qualitativas) em questionrios:

  • 33

    Vantagens Desvantagens

    Estimula o pensamento livre,

    solicita sugestes, explora a memria

    das pessoas, clarifica posies, esclarece opinies, atitudes e percepes;

    Requer um grande esforo para

    codificar a informao para posterior anlise dos dados, dada a quantidade e variedade de informao cedida pelo inquirido;

    Permite que o inquirido se expresse sem limitaes, resultando da

    uma grande variedade de informao e eliminando virtualmente os vieses

    associados ao investigador;

    Geralmente requer mtodos qualitativos para codificar e analisar as

    respostas, o que exige mais tempo e um

    julgamento mais subjetivo que a codificao das questes de resposta fechada;

    Indispensvel para estudos exploratrios nos quais o principal

    objetivo do investigador encontrar a informao mais relevante acerca de um

    tpico, nomeadamente na preparao para o desenvolvimento de questes de

    resposta fechada para um questionrio definitivo.

    Geralmente surgem dificuldades em interpretar e categorizar as respostas;

    Difcil construo de variveis significativas para anlise estatstica,

    podendo ocorrer distoro das respostas durante o processo de codificao;

    preciso bastante tempo para responder a este tipo de questes;

    Maior probabilidade de ocorrerem

    vieses associados ao entrevistador, no caso de questionrios administrados por entrevista;

    Normalmente difcil determinar numa resposta onde h erros de omisso.

  • 34

    Questes de resposta fechada (quantitativas): este tipo de perguntas limita o inquirido opo entre duas ou mais respostas apresentadas, das quais ele escolher a que melhor descreve a sua opinio. Ex: "Concorda com o mtodo de ensino da PUC?" Sim, No. O exemplo apresentado anteriormente um exemplo de uma questo dicotmica (bipolar), a qual adequada para muitas perguntas que se referem a questes de fato, bem como a problemas claros e a respeito dos quais existem opinies bem cristalizadas.

    Nos casos de mltipla escolha, os respondentes optaro por uma das alternativas, ou por determinado nmero permitido de opes. Segundo Mattar

    [2], ao elaborar perguntas de respostas mltiplas, o pesquisador se depara com dois aspectos essenciais: o nmero de alternativas oferecidas e os vieses de posio.

    Segundo Selltiz & Cook [4], podemos apontar algumas consideraes importantes relacionadas s questes de mltipla escolha. As alternativas devem ser coletivamente exaustivas e mutuamente exclusivas, ou seja, devem cobrir todas as respostas possveis e uma alternativa deve ser totalmente incompatvel com todas as demais. A opo Outros. Quais? ______" de grande ajuda para garantir a excluso entre as possveis respostas. Para que sejam mutuamente exclusivas cada respondente dever identificar apenas uma opo que represente

    corretamente sua resposta, ou seja, a escolha de uma alternativa deve excluir todas as demais. Quanto aos vieses de posio, estes ocorrem em funo da tendncia de se escolher, no caso de palavras, as que aparecem como primeiras opes de resposta e, quando se tratar de nmeros, a escolha daquele que ocupa a posio central. No intuito de contornar esses vieses, pode-se alternar a seqncia de apresentao das opes de resposta, durante a coleta de dados, atravs de diversas formas para o questionrio.

    Outro tipo de questo fechada so as do tipo gradativas, onde o usurio

    seleciona uma dentre as possveis respostas graduais apresentadas. Normalmente o usurio expressa o seu grau de conhecimento ou opinio a cerca de um determinado assunto. Ex: Indique o seu grau de aprendizado da linguagem UML,

    com base no que foi utilizado nas aulas experimentais. Respostas: 1 No aprendi; 2 Aprendi, mas tenho dvida; 3 Aprendi o bsico; 4 Aprendi, mas

    no sei usar sozinho; 5 Aprendi e sei usar.

  • 35

    A tabela detalhada a seguir, extrada de [36], lista as principais vantagens e desvantagens decorrentes da utilizao de questes referentes a respostas do tipo fechadas (quantitativas) em questionrios:

    Vantagens Desvantagens

    Contribuem para maior uniformidade e simplificam a anlise das respostas;

    Conduzem os inquiridos numa determinada direo, no permitindo que eles expressem a sua e potencialmente

    nica resposta;

    So mais rpidas e mais fceis de

    responder;

    Falha pela falta de variedade e

    profundidade;

    As respostas so mais fceis de

    tabular;

    H uma maior probabilidade de

    erros do investigador porque este pode selecionar os padres de resposta que lhe interessam;

    A sua anlise mais rpida e mais econmica;

    O padro de resposta dado para uma questo pode condicionar a resposta do inquirido de tal modo que esta pode no

    refletir verdadeiramente a opinio do inquirido, mas sim o grau de concordncia

    ou discordncia deste em relao opinio do investigador;

    A lista de respostas possveis ajuda a clarificar o significado da questo;

    A facilidade em responder a uma lista pr - determinada de respostas pode criar a tendncia de escolher uma ou mais categorias sem refletir sobre o assunto;

    Adequadas a tpicos acerca dos

    quais se dispe de muita informao;

    So de difcil elaborao, pois

    necessrio incorporar todas as possveis respostas a uma determinada pergunta;

    Segundo Mattar [2], a ordem das questes importante na medida em que afeta a qualidade da informao, o interesse e at a disposio dos respondentes na participao do estudo. Relativamente a este assunto, h duas correntes de

  • 36

    opinio: a primeira defende que as questes devem ser colocadas ao acaso; a

    segunda, por sua vez, considera que as questes devem seguir uma progresso lgica baseada nos objetivos do estudo (tcnica do funil), opinio que partilhada pela maioria dos autores. Contudo, a primeira concepo til em situaes em que o investigador quer que os respondentes expressem os seus acordos ou desacordos em relao a diferentes aspectos de um tema. Neste caso, uma listagem lgica de declaraes ou questes pode condicionar o respondente a

    opinies expressas pelo investigador atravs das suas declaraes. No que diz respeito tcnica do funil (as questes seguem uma progresso

    lgica baseada nos objetivos do estudo), esta tem claras vantagens na medida em que conduz gradualmente o respondente para os temas do estudo, comeando pelos temas mais simples e prosseguindo para os mais complexos, estimulando o respondente a responder s questes colocadas. Neste caso, as perguntas delicadas

    ou complexas no devem ser colocadas no incio; as perguntas gerais devem preceder as especficas; as mais concretas devem preceder as mais abstratas;

    questes acerca de comportamento devem ser colocadas antes de questes acerca de atitudes; devem ser colocadas primeiro as de carter impessoal e s depois as de carter pessoal. necessrio evitar o mais possvel o chamado efeito de contgio, ou seja, a influncia da pergunta precedente sobre a seguinte. As primeiras questes, de descontrao do respondente, so chamadas de quebra-gelo porque tm a funo de estabelecer contato, colocando-o vontade.

    3.2. Requisitos para a construo de questionrios de boa qualidade

    Realizamos uma pesquisa nas reas de Cincias Sociais e Marketing [1-4, 7-8], com objetivo de colher as principais recomendaes de diversos autores a respeito das boas prticas a serem consideradas na elaborao e formulao de questionrios em geral.

    Inicialmente, as recomendaes dos autores da bibliografia estudada foram

    coletadas e armazenadas. Aps a coleta, as recomendaes foram cruzadas, com objetivo de identificar algum conflito ou contradio entre elas. Os conflitos e contradies encontrados foram eliminados, restando apenas a lista de

  • 37

    recomendaes sem conflito, ou seja, uma lista de recomendaes de boas prticas para a elaborao de questionrios, onde cada elemento da lista uma recomendao que pode ser considerada um consenso, visto pelo autor dessa dissertao, entre os autores da bibliografia estudada.

    O resultado dessa lista foi consolidado em uma listagem de requisitos para a apoiar o processo de construo de questionrios de qualidade, que ser detalhada a seguir. Essa lista de requisitos poder ser utilizada como referncia por pessoas

    que desejam elaborar questionrios e ser utilizada como base para o processo de construo de questionrios. A seguir, sero listados esses requisitos:

    Deve ser definida a amostra, ou seja, o grupo populacional ao qual ser aplicado o instrumento de obteno de dados (neste caso, o questionrio); a amostra condiciona a tcnica ou tcnicas de coleta de dados utilizadas e as caractersticas do prprio questionrio;

    Existe concordncia em que se deve partir de questes gerais para

    especficas;

    As perguntas gerais devem preceder as especficas;

    As perguntas mais concretas devem preceder as mais abstratas;

    Questes acerca de comportamento devem ser colocadas antes de questes acerca de atitudes;

    Devem ser colocadas primeiro as questes de carter impessoal e s depois as de carter pessoal;

    necessrio evitar o mais possvel o chamado efeito de contgio, ou seja, a influncia da pergunta precedente sobre a seguinte;

    As primeiras questes, de descontrao do respondente, so chamadas

    de quebra-gelo porque tm a funo de estabelecer contato, colocando-o vontade;

    O desenho visual de um questionrio deve ser atrativo e facilitar o

    preenchimento das questes na seqncia correta;

    Se o formato for muito complexo, os respondentes tendem a evitar questes, fornecer dados incorretos ou mesmo recusar-se a responder ao questionrio;

  • 38

    O nmero de questes introduzidas deve ser levado em conta: se for em nmero excessivamente reduzido podem no abranger toda a problemtica que

    se pretende inquirir; se pelo contrrio forem demasiado numerosas, no s se arrisca a ser de anlise impraticvel no tempo disponvel para a investigao como tm um efeito dissuasor sobre os inquiridos, aumentando a probabilidade de no resposta;

    Um questionrio deve parecer curto. Por exemplo, podemos reduzir o nmero de pginas, o que implica por sua vez num maior nmero de questes por

    pgina;

    Um questionrio no deve ser demasiado longo, pois a concentrao quer do investigador quer do respondente tende a diminuir medida que se aproxima o final do questionrio bem como o interesse deste ltimo. Alm disso,

    a anlise torna-se bastante demorada;

    O questionrio tambm no deve ser demasiado curto, pois no

    permite obter a informao necessria e os respondentes podem sentir que no tiveram oportunidade de exprimir as suas opinies;

    No se deve separar a mesma questo por pginas diferentes;

    As questes devem ser numeradas de forma conveniente;

    Deve ser deixado espao suficiente entre os itens;

    Quando so includas questes de resposta aberta, o espao de resposta deve ser suficientemente grande;

    Determinadas partes mais importantes devem ser sublinhadas ou

    destacadas;

    As instrues de preenchimento devem ser claramente distinguidas das

    questes e respostas alternativas;

    A identificao do respondente deve ser feita preferencialmente no incio do questionrio. Colhe-se apenas o nome do respondente, deixando-se seus dados gerais para o final do questionrio, com vistas a se evitarem vieses;

    Solicitao de cooperao: importante motivar o respondente atravs

    de uma prvia exposio sobre a entidade que est promovendo a pesquisa e sobre as vantagens que essa pesquisa poder trazer para a sociedade e em particular para o respondente, se for o caso;

  • 39

    Instrues: as instrues apresentadas devero ser claras e objetivas ao nvel de entendimento do respondente e no somente ao nvel de entendimento do

    pesquisador;

    Informaes de classificao do respondente: os dados de classificao

    do respondente, se necessrios, normalmente devero estar no final do questionrio. Podem ocorrer distores se estiverem no incio porque o entrevistado poder distorcer as respostas, caso seus dados pessoais j estejam revelados no incio da pesquisa;

    necessrio tambm que o pesquisador faa algumas reflexes, do tipo: A pergunta realmente necessria?, Qual a sua utilidade?. Estas perguntas por sua vez, desdobram-se nas seguintes questes:

    O assunto exige uma pergunta separada, ou pode ser includo em outras perguntas?

    Existem outras perguntas que j incluem adequadamente este ponto? A pergunta desnecessariamente minuciosa e especfica?

    Vrias perguntas so necessrias sobre o assunto desta pergunta ou uma o suficiente?

    Deve-se evitar o uso de abreviao. No se devem tratar dois assuntos complexos em uma mesma pergunta;

    Todos os aspectos importantes sobre este tpico sero obtidos da forma como foi elaborada a pergunta?

    As pessoas tm a informao necessria para responder a pergunta?

    Que objees algum poderia ter para responder esta pergunta? O tema abordado muito ntimo, perturbador ou expe socialmente as pessoas, de forma a causar resistncias e respostas falsas?

    O tema embaraoso para o respondente colocar em perigo seu prestgio caso seja contrrio a idias socialmente aceitas?

    A pergunta devidamente neutra, a fim de no influenciar nas respostas?

    Deve ser proporcionada ao respondente uma situao de liberdade, em

    que a pessoa seja estimulada a apresentar francamente suas opinies.

  • 40

    3.3. Erros comumente cometidos num processo de aplicao de questionrios

    Segundo Selltiz & Cook [4], em um processo de pesquisa podem ocorrer dois tipos de erros, os erros amostrais e os erros no-amostrais. O primeiro est ligado a falhas nos processos de escolha da amostra e da determinao do seu

    tamanho. Quanto aos erros no-amostrais, inmeras so as fontes de sua ocorrncia; entre elas, questionrios de dados mal elaborados, com questes

    tendenciosas ou dbias e a escolha ou o uso incorreto de escalas de medio. A mensurao sempre ocorre em situaes complexas, onde diversos fatores influenciam as caractersticas medidas e o processo de mensurao, podendo gerar erros no-amostrais.

    De acordo com Selltiz & Cook [4], a variao entre resultados individuais, num instrumento de medida aplicado a um grupo de pessoas, decorre de certo

    nmero de fatores contribuintes. Parte da variao pode ser entendida como resultante de diferenas reais, entre os indivduos, quanto caracterstica que est sendo medida; parte dela representa erros na mensurao. O problema bsico na avaliao de resultados de qualquer mensurao o de definir o que deve ser considerado como diferenas reais na caracterstica medida e o que deve ser considerado como variaes devidas a erro de mensurao. Selltiz & Cook [4] aponta algumas das possveis fontes de diferenas nos resultados, num grupo de indivduos:

    Diferenas verdadeiras na caracterstica em anlise: idealmente, todas as diferenas encontradas em um processo de mensurao deveriam referir-se,

    exclusivamente, s diferenas reais quanto ao que se pretende medir;

    Diferenas reais em outras caractersticas relativamente estveis do

    indivduo, influindo nos resultados. Resultados obtidos num grupo refletem no apenas diferenas na caracterstica que est sendo medida, mas tambm diferenas

    em variveis tais como grau de formao, inteligncia, personalidade, as quais vem contaminar os resultados de um questionrio de atitude ou as avaliaes de um observador;

    Diferenas devidas a fatores pessoais passageiros, tais como indisposio momentnea, estado de fadiga, sade e distrao;

  • 41

    Diferenas devidas a fatores de situao: muitas vezes, as variaes na situao em que ocorre a mensurao desempenham um grande papel nas

    diferenas de resultados num grupo de indivduos. Assim, por exemplo, um levantamento com uma dona de casa pode ser fortemente influenciado pela presena de outras pessoas da famlia (marido e filhos);

    Diferenas devidas s variaes na aplicao: mtodos inadequados ou no-uniformes de aplicao de um questionrio podem contribuir para variaes nos resultados. Apenas para exemplificar, os Engenheiros de Software podem

    inverter a ordem das perguntas, omitir questes e responder perguntas no respondidas baseando-se em julgamentos prprios a respeito do entrevistado;

    Diferenas devidas amostragem de itens: por melhor que seja um questionrio, provavelmente no ser capaz de abarcar todos os itens do universo

    de itens significativos para a caracterstica que est sendo medida.

    Falta de clareza do questionrio: as diferenas nas respostas podem

    significar diferenas de interpretao do questionrio, e no diferenas reais nas caractersticas que esto sendo medidas;

    Questionrios mal elaborados, com questes tendenciosas, dbias, ou seqencialmente mal posicionadas.

    Percebe-se, portanto, a importncia de um questionrio bem construdo e bem aplicado, garantindo ento uma significativa reduo no nvel do erro no-amostral.

    3.4. Avaliao do questionrio

    importante a realizao de um processo de anlise, porque provvel que no se consiga prever todos os problemas ou dvidas que podem surgir durante a

    aplicao do questionrio. Sem o processo de anlise, pode haver grande perda de tempo, dinheiro e credibilidade caso se constate algum problema grave com o questionrio j na fase de aplicao. Nesse caso o questionrio ter que ser refeito e estaro perdidas todas as informaes j colhidas.

    Goode & Hatt [1], afirmam que nenhuma quantidade de pensamento, no importa quo lgica seja a mente e brilhante a compreenso, pode substituir uma

  • 42

    cuidadosa verificao emprica. Da a importncia em se saber como o

    questionrio se comporta numa situao real atravs processo de anlise. Segundo Mattar [2], os processos de anlise podem ser realizados inclusive

    nos primeiros estgios, quando o instrumento ainda est em desenvolvimento, quando o prprio Engenheiro de Software pode realiz-lo, atravs de entrevista pessoal. O processo de anlise , segundo Goode e Hatt [1], um ensaio geral. Cada parte do procedimento deve ser projetada e implementada exatamente como o ser na hora efetiva da coleta de dados. As instrues para a coleta de dados devem estar na formulao final e serem obedecidas rigorosamente, para se verificar se

    so ou no adequadas. O questionrio deve ser apresentado na forma final e a amostra (embora menor) deve ser obtida segundo o mesmo plano que gerar a amostra final. Os resultados do processo de anlise so ento tabulados para que se conheam as limitaes do instrumento. Isto incluir a proporo de respostas

    do tipo "no sei", de questes difceis, ambguas e mal formuladas, a proporo de pessoas que recusam a entrevista, bem como os comentrios feitos pelos

    respondentes sobre determinadas questes. Goode e Hatt [1] destacam alguns sinais que indicam algo errado com o

    questionrio e que devero ser objeto de alteraes por parte do pesquisador aps o processo de anlise:

    Ausncia de ordem nas respostas: freqentemente, a causa uma questo (ou questes) que no se refere mesma experincia em cada respondente. Isto pode ser provocado pelo uso de palavras difceis, ou por questes que buscam obter muitos dados de uma s vez. Respostas totalmente

    desordenadas so um sinal de alerta;

    Respostas "tudo-nada": questes a que todos respondem da mesma

    maneira podem revelar uma resposta estereotipada ou clich;

    Grande proporo de respostas do tipo "no sei" ou "no compreendo": estes casos indicam questes formuladas inadequadamente, ou um mau plano de

    amostragem;

    Variao substancial de respostas quando se muda a ordem das

    questes;

    Alta proporo de respostas recusadas: aconselha-se rever com cuidado

    cada questo cujas recusas ultrapassem cinco por cento.

  • 43

    Com relao ao processo de anlise, recomenda-se:

    Seus respondentes devem pertencer populao alvo da pesquisa e ter

    tempo suficiente para responder todas as questes;

    Os Engenheiros de Software devem ser experientes;

    Com relao aos elementos funcionais do questionrio, deve-se verificar no processo de anlise:

    A clareza e a preciso dos termos utilizados;

    A necessidade eventual de desmembramento das questes;

    A forma das perguntas;

    A ordem das perguntas;

    A introduo;

    importante tambm se fazer uma reflexo sobre o valor de cada pergunta.

    Os questionrios tambm podem conter estruturas ou dependncias lgicas, ou seja, a seqncia de perguntas pode depender das respostas enviadas pelos respondentes. Essa abordagem funciona como uma espcie de dilogo entre o questionrio e o Engenheiro de Software, na qual o dilogo vai se adaptando a

    este ltimo. Caso o processo de anlise revele necessidade de muitas alteraes, o

    questionrio revisado dever ser ento novamente testado. O processo ser repetido tantas vezes quantas forem necessrias, at que o instrumento se encontre maduro, pronto para ser aplicado. De acordo com Mattar [2], para instrumentos que foram cuidadosamente desenvolvidos, dois ou trs ciclos de processos de anlise costumam ser suficiente.

  • 44

    4 Um processo para a elaborao de perguntas de questionrios para a elicitao de requisitos de software

    Esse captulo tem por objetivo apresentar um mtodo que foi criado com objetivo de prover ao Engenheiro de Software uma forma de ajud-lo no processo de elaborao de perguntas de questionrios. O mtodo proposto utiliza como

    base a tcnica GQM, descrita anteriormente.

    4.1. Definio do processo

    Com a finalidade de criar um mtodo que pudesse prover ao Engenheiro de Software uma forma de ajud-lo no processo de elaborao de perguntas de questionrios, foram realizadas diversas pesquisas com objetivo de identificar quais os principais tipos de requisitos existentes, categoriz-los (funcionais e no funcionais) e definir as principais atividades envolvidas no processo de levantamento dos requisitos de software em geral. Com base nesse estudo, foi

    elaborado um modelo conceitual, sujeito a alteraes, para a elicitao de requisitos de projetos ou sistemas de software, modelo esse criado atravs de pesquisas, da utilizao do SRS (Software Requirements Specification) da IEEE [24] e do modelo proposto na dissertao da Ana Paula Gilvaz [5]. O modelo flexvel est ilustrado a seguir:

  • 45

    Figura 5 Modelo conceitual

    A idia que esse modelo sirva de base para a elaborao das perguntas de questionrios, que sero utilizados para priorizar e elicitar alguns dos requisitos de

    software de um sistema ou produto a ser construdo. O modelo no cobre todos os casos possveis de requisitos, podendo ser utilizado ou no para ajudar no processo de elaborao de perguntas, dependendo do domnio em questo, como veremos atravs dos dois exemplos que sero apresentados adiante, os quais

    utilizaro o mtodo proposto. Posteriormente a tcnica GQM (Goal Question Metric) foi estudada, com

    objetivo de utiliz-la na construo de um processo de elaborao de perguntas de questionrios. O seguinte processo foi ento definido:

    Grupos de Usurios

    Sistema

    Famlia de Produtos

    Objetivos Funcionais

    Benefcios Objetivos no Funcionais

    Nvel de Instruo

    reas Funcionais

    Indstria Pode pertencer a

    Possui Utilizam

    Atende a

    Definem

    Definem

    Pertencem a

    Possuem

    Pertencem a

    Traz

    Possui

    Definem

    Trazem

    So relevantes em relao a

    Contribuem Conhecimento tcnico Possuem

  • 46

    Figura 6 Processo definido

    1. As perguntas que instanciam o modelo sero transformadas em objetivos do GQM, caso o modelo seja utilizado. Caso contrrio, devem ser definidos objetivos a serem alcanados com o questionrio que ser construdo. Para a definio dos objetivos, ser utilizado o seguinte template da tcnica GQM para a criao de objetivos, obtido de [14]:

    Finalidade: analisar alguns objetos (processos, produtos, outros modelos) com a finalidade de melhorar, avaliar, motivar, caracterizar, predizer. Perspectiva: com foco em custo, corretude, remoo de defeitos, mudanas, segurana, do ponto de vista do usurio, cliente, gerente, desenvolvedor, corporao.

    Ambiente: no contexto de fatores de: problemas, recursos e processos.

    Abaixo, segue um exemplo de obteno de uma relao do modelo. A relao abaixo obtida atravs da pergunta: Que objetivos no funcionais o sistema dever possuir?.

    Definir questes

    Objetivos do GQM

    Definir mtricas

    Questes necessrias

    Definir objetivos

    Relaes Template da tcnica GQM

    Especificar perguntas

    Instanciar modelo

    Perguntas do questionrio

    UDI

    Mtricas

    Ferramenta

    Modelo

  • 47

    Figura 7 Obteno de uma relao do modelo

    Aplicando o template de criao de objetivos anteriormente detalhado, a pergunta que instanciou a relao anteriormente transformada no seguinte objetivo:

    Analisar o sistema a ser construdo com a finalidade de identificar os

    requisitos no funcionais que o sistema dever possuir, com a perspectiva de documentao dos requisitos no funcionais do sistema a ser construdo, do ponto

    de vista do usurio, no contexto da companhia onde o sistema ser implantado.

    2. Sero listadas, para cada um dos objetivos obtidos do passo 1, as questes necessrias para que o objetivo seja atingido;

    3. Sero listadas, para cada questo, as mtricas que sero utilizadas de forma que as questes dos objetivos possam ser respondidas. Essas mtricas definidas sero as perguntas a serem aplicadas no questionrio.

    A seguir, com o objetivo de exemplificar a utilizao do mtodo proposto, aplicaremos o mtodo na criao de perguntas de questionrios para dois contextos diferentes:

    1. Avaliao de aprendizagem atravs de questionrios, obtido em [37]: construir uma estratgia de avaliao de um curso de Engenharia de Software, com o objetivo de verificar se um curso, que possui uma estratgia prpria, teve o efeito esperado. O objetivo tentar avaliar se os alunos da matria

  • 48

    Princpios de Engenharia de Software (PES) conseguiram assimilar aquilo que o curso procura enfatizar;

    2. Elicitao de requisitos para a especificao de um sistema multi-agente (Expert Committee - EC) aberto para suporte ao gerenciamento de submisses e revises de artigos submetidos a uma conferncia ou workshop [45]. O sistema oferece suporte a diferentes atividades: o envio de trabalhos, a atribuio de um artigo a um revisor, a seleo de revisores, a notificao da

    aceitao e recusa de artigos, entre outros.

    Para o primeiro problema, como o modelo conceitual foi criado com objetivo de elicitar requisitos de software, no faz sentido utiliz-lo para a criao dos objetivos das questes do questionrio, pois nesse caso estamos tentando avaliar um curso de Engenharia de Software ao invs de elicitar requisitos de um

    software a ser construdo. Sendo assim, ao invs de utilizar o modelo conceitual para a definio dos objetivos, inicialmente definimos os objetivos das questes sem a utilizao do modelo conceitual, onde os objetivos no so definidos atravs da instanciao dos nodos do modelo.

    Objetivos definidos para as questes que utilizam o conceito de unificao de variveis, isto , cada pergunta composta de uma parte fixa mais uma parte varivel:

    1. Saber o que o sujeito entende que aprendeu sobre [tpico] em aula expositiva [grau] e em aula experimental [grau];

    2. Saber a razo, caso o sujeito no tenha aplicado na aula experimental o que aprendeu sobre [tpico] em aula expositiva.

    Tpicos a serem abrangidos: 1. Linguagens de modelagem (UML); 2. Cenrios;

    Aplicando o tpico 1 (UML) ao objetivo 1, teremos o seguinte objetivo: Saber o que o sujeito entende que aprendeu sobre a linguagem de modelagem UML em aula expositiva [grau] e em aula experimental [grau]. Agora esse objetivo deve ser transformado em um objetivo do GQM, atravs da utilizao do template para a criao de objetivos:

  • 49

    Analisar as opinies dos alunos matriculados na matria PES no perodo de

    2004.1, com a finalidade de avaliar o grau de aprendizado da linguagem de modelagem UML em aulas expositivas e em aulas experimentais, com a perspectiva de documentao das opinies dos alunos, do ponto de vista dos alunos da matria, no contexto da Universidade (PUC-Rio) onde a matria foi aplicada.

    Seguindo o mtodo de criao de perguntas de questionrios definido

    anteriormente, sero aplicados os prximos passos: 1. Sero listadas, para cada objetivo, as questes necessrias para que o

    objetivo seja atingido; fica a cargo do Engenheiro de Software definir essas questes, assim como as mtricas para que as questes possam ser respondidas;

    2. Sero listadas, para cada questo, as mtricas que sero utilizadas, para que as questes dos objetivos possam ser respondidas. Essas mtricas definidas sero as perguntas a serem aplicadas no questionrio;

    Questes Mtricas (Perguntas) 1) Como voc avaliaria o seu

    grau de aprendizado da linguagem de modelagem UML apresentada nas aulas

    expositivas da matria PES na PUC-Rio, no perodo de 2004.1?

    Indique o seu grau de aprendizado da linguagem de modelagem UML, com base no que foi

    apresentado nas aulas expositivas da matria PES na PUC-Rio, no perodo

    de 2004.1. Respostas:

    1 No aprendi; 2 Aprendi, mas tenho dvida; 3 Aprendi o

    bsico; 4 Aprendi, mas no sei usar sozinho; 5 Aprendi e sei usar;

    2) Como voc avaliaria o seu grau de aprendizado da linguagem de modelagem UML utilizada nas aulas experimentais da matria PES na PUC-Rio, no perodo de 2004.1?

    Indique o seu grau de

    aprendizado da linguagem de modelagem UML, com base no que foi

    utilizado nas aulas experimentais da matria PES na PUC-Rio, no perodo de 2004.1.

  • 50

    Respostas:

    1 No aprendi; 2 Aprendi, mas tenho dvida; 3 Aprendi o

    bsico; 4 Aprendi, mas no sei usar sozinho; 5 Aprendi e sei usar;

    Aplicando o tpico 2 (Cenrios) ao objetivo 1, teremos o seguinte objetivo: Saber o que o sujeito entende que aprendeu sobre a tcnica de Cenrios em aula expositiva [grau] e em aula experimental [grau]. Agora esse objetivo deve ser transformado em um objetivo do GQM, atravs da utilizao do template para a criao de objetivos, anteriormente detalhado:

    Analisar as opinies dos alunos matriculados na matria PES no perodo de 2004.1, com a finalidade de avaliar o grau de aprendizado da tcnica de Cenrios em aulas expositivas e em aulas experimentais, com a perspectiva de

    documentao das opinies dos alunos, do ponto de vista dos alunos da matria, no contexto da Universidade (PUC-Rio) onde a matria foi aplicada.

    Seguindo o mtodo de criao de perguntas de questionrios definido anteriormente, sero aplicados os prximos passos:

    1. Sero listadas, para cada objetivo, as questes necessrias para que o objetivo seja atingido;

    2. Sero listadas, para cada questo, as mtricas que sero utilizadas, para que as questes dos objetivos possam ser respondidas. Essas mtricas definidas sero as perguntas a serem aplicadas no questionrio;

    Questes Mtricas (Perguntas) 1) Como voc avaliaria o seu

    grau de aprendizado da tcnica de Cenrios apresentada nas aulas expositivas da matria PES na PUC-Rio, no perodo de 2004.1?

    Indique o seu grau de aprendizado da tcnica de Cenrios,

    com base no que foi apresentado nas aulas expositivas da matria PES na PUC-Rio, no perodo de 2004.1.

  • 51

    Respostas:

    1 No aprendi; 2 Aprendi, mas tenho dvida; 3 Aprendi o

    bsico; 4 Aprendi, mas no sei usar sozinho; 5 Aprendi e sei usar;

    2) Como voc avaliaria o seu grau de aprendizado da tcnica de Cenrios utilizada nas aulas experimentais da matria PES na PUC-

    Rio, no perodo de 2004.1?

    Indique o seu grau de aprendizado da tcnica de Cenrios, com base no que foi utilizado nas aulas experimentais da matria PES na PUC-Rio, no perodo de 2004.1.

    Respostas:

    1 No aprendi; 2 Aprendi,

    mas tenho dvida; 3 Aprendi o bsico; 4 Aprendi, mas no sei usar sozinho; 5 Aprendi e sei usar;

    Aplicando o tpico 1 (UML) ao objetivo 2, teremos o seguinte objetivo: Saber a razo, caso o sujeito no tenha aplicado na aula experimental o que aprendeu sobre a linguagem UML em aula expositiva. Agora esse objetivo deve ser transformado em um objetivo do GQM, atravs da utilizao do template para a criao de objetivos, anteriormente detalhado:

    Analisar as opinies dos alunos matriculados na matria PES no perodo de 2004.1, com a finalidade de identificar a razo, caso o aluno no tenha aplicado nas aulas experimentais o que ele aprendeu sobre a linguagem UML nas aulas

    expositivas, com a perspectiva de documentao das opinies dos alunos, do ponto de vista dos alunos da matria, no contexto da Universidade (PUC-Rio) onde a matria foi aplicada.

    Seguindo o mtodo de criao de perguntas de questionrios definida, sero aplicados os prximos passos, onde sero listadas as questes e as mtricas a serem definidas:

  • 52

    Questes Mtricas (Perguntas) 1) Qual seria a razo de no ter

    sido aplicado nas aulas experimentais da linguagem UML o que foi apresentado nas aulas expositivas da matria PES na PUC-Rio, no perodo de 2004.1?

    Caso a sua avaliao em relao

    ao grau de aplicao da linguagem UML nas aulas experimentais da matria PES na PUC-Rio, no perodo de 2004.1, de acordo com o que foi apresentado nas aulas expositivas tenha sido ruim (ser ruim se voc tiver selecionado 1 ou 2 como

    resposta s duas questes anteriores), identifique a razo disso no seu ponto de

    vista:

    Respostas:

    1 No foi aplicada porque a infra-estrutura no permitia; 2 No foi

    aplicada porque o grupo no estava de acordo; 3 No foi aplicada porque seria necessrio muito esforo; 4 No foi

    aplicada porque eu no sabia utilizar a ferramenta apresentada; 5 Outros: _______________________________;

    Aplicando o tpico 2 (Cenrios) ao objetivo 2, teremos o seguinte objetivo: Saber a razo, caso o sujeito no tenha aplicado na aula experimental o que aprendeu sobre a tcnica de Cenrios em aula expositiva. Agora esse objetivo deve ser transformado em um objetivo do GQM, atravs da utilizao do template para a criao de objetivos, anteriormente detalhado:

    Analisar as opinies dos alunos matriculados na matria PES no perodo de 2004.1, com a finalidade de identificar a razo, caso o aluno no tenha aplicado

    nas aulas experimentais o que ele aprendeu sobre a tcnica de Cenrios nas aulas expositivas, com a perspectiva de documentao das opinies dos alunos, do

    ponto de vista dos alunos da matria, no contexto da Universidade (PUC-Rio) onde a matria foi aplicada.

  • 53

    Seguindo o mtodo de criao de perguntas de questionrios definida, sero

    aplicados os prximos passos, onde sero listadas as questes e as mtricas a serem definidas:

    Questes Mtricas (Perguntas) 1) Qual seria a razo de no ter

    sido aplicado nas aulas experimentais da tcnica de Cenrios

    o que foi apresentado nas aulas expositivas da matria PES na PUC-

    Rio, no perodo de 2004.1?

    Caso a sua avaliao em relao

    ao grau de aplicao da tcnica de Cenrios nas aulas experimentais da matria PES na PUC-Rio, no perodo de

    2004.1, de acordo com o que foi apresentado nas aulas expositivas tenha

    sido ruim (ser ruim se voc tiver selecionado 1 ou 2 como resposta s duas questes anteriores), identifique a razo disso no seu ponto de vista:

    Respostas:

    1 No foi aplicada porque a infra-estrutura no permitia; 2 No foi

    aplicada porque o grupo no estava de acordo; 3 No foi aplicada porque seria

    necessrio muito esforo; 4 No foi

    aplicada porque eu no sabia utilizar a ferramenta apresentada; 5 Outros: _______________________________;

    Para o segundo problema, o modelo conceitual que foi criado com objetivo de elicitar requisitos de software foi parcialmente utilizado para a criao dos objetivos das questes do questionrio, pois nesse caso estamos tentando elicitar requisitos de um software a ser construdo, tomando como base um modelo previamente definido para atingir essa finalidade. Os objetivos foram definidos parcialmente atravs da instanciao dos nodos do modelo. Alm da instanciao

  • 54

    dos nodos do modelo, foram definidos outros objetivos adicionais, que no estavam contemplados no modelo. Objetivos definidos para as questes:

    Levantados atravs da utilizao do modelo (nesse caso, as questes sero reutilizadas da base de conhecimento):

    1. Que objetivos no funcionais o sistema EC dever possuir?

    Levantados sem a utilizao do modelo: 2. Saber o grau de necessidade do sistema oferecer um cadastro de

    usurios, onde fosse possvel associ-los a congressos ou workshops. 3. Saber qual o grau de importncia do sistema oferecer uma

    funcionalidade onde fosse possvel cadastrar artigos de diferentes maneiras (ttulo, palavra-chave e autores).

    4. Saber qual o grau de necessidade do sistema oferecer a possibilidade de realizao de upload de artigos.

    5. Saber o grau de necessidade do sistema notificar automaticamente o revisor, caso existam artigos para serem revisados.

    O modelo ser reutilizado para a definio do objetivo 1. Inicialmente, obtemos a relao do modelo que diz respeito ao objetivo 1, conforme detalhado na figura 7. Essa relao definida atravs da pergunta: Que objetivos no funcionais o sistema dever possuir?.

    O prximo passo transformar esse objetivo obtido num objetivo do GQM de acordo com o sistema que ser desenvolvido (Expert Committee), atravs da utilizao do template para a criao de objetivos, anteriormente detalhado:

    Analisar o sistema Expert Committee a ser construdo com a finalidade de identificar os principais requisitos no funcionais que o sistema dever possuir,

    com a perspectiva de documentao dos requisitos no funcionais do sistema, do ponto de vista do usurio, no contexto da companhia onde o sistema ser implantado.

    Seguindo o mtodo de criao de perguntas de questionrios definido no incio dessa seo, sero aplicados os prximos passos, onde sero listadas as

    questes e as mtricas a serem definidas. Fica a cargo do Engenheiro de Software definir:

  • 55

    As questes necessrias para que o objetivo seja atingido, de acordo com o universo de informaes do sistema que ser desenvolvido;

    As mtricas que sero utilizadas, para que as questes dos objetivos possam ser respondidas.

    Como o modelo est sendo reutilizado para o objetivo 1, podemos obter as perguntas do questionrio que atingem esse objetivo diretamente da base de conhecimento. As perguntas so na realidade as mtricas que foram utilizadas

    para que as questes pudessem ser respondidas, mtricas essas definidas pelo Engenheiro de Software.

    Os requisitos no funcionais que foram considerados importantes pelo Engenheiro de Software, sendo ento levados em considerao na criao das mtricas foram os seguintes: portabilidade, reusabilidade, segurana e extensibilidade. As mtricas obtidas atravs dessa lista de requisitos no funcionais definida foram posteriormente cadastradas na base de conhecimento do modelo, podendo ser alteradas e adaptadas de acordo com a necessidade.

    Detalhamos abaixo a questo que foi definida para atingir o objetivo e as mtricas criadas para responder a questo.

    Questes Mtricas (Perguntas) 1) Quais os principais requisitos

    no funcionais que so importantes

    para o sistema Expert Committee a ser construdo?

    I