batata doce

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 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.323-328, 2012 323 ISSN 1517-8595 ESTUDO DA CINÉTICA DE SECAGEM DE BATATA-DOCE ( I pom oea batata s) Joice Correia dos Santos 1 , Daniella Cecília Lemos Souza 2 , Michele Matos de Santana 3 , Alessandra Almeida Castro 4 , Gabriel Francisco da Silva 5  RESUMO As raízes e tubérculos tropicais são fontes importantes de alimentos ricos em energia para a nutrição humana e podem desempenhar um papel importante no contexto de desenvolvimento sustentável, como uma fonte independente de energia e nutriente. A secagem apresenta uma alternativa tecnológica de redução das perdas pos colheita de frutos e hortaliças. O trabalho teve como objetivo avaliar e estudar a cinética de secagem da batata-doce (  Ipomoea batatas) em um secador solar de bandeja, também foi feita a caracterização físico-química da batata doce após secagem. Observou-se que o experimento de secagem apresentou-se de forma adequada após 10 horas de exposição ao calor. Foi obtida uma atividade de água de 0,40±0,01 valor este considerado apropriado para a conservação da tuberosa. O comportamento físico-químico, após a secagem, revelou pH 6,30±0,12, umidade de 7,10±0,12 %,acidez total titulável 10,85±1,39 %,  proteína 5,00±0,20 % e cinzas de 3,60±0,30%. A partir dos resultados obtidos foi possível concluir que a secagem de batata doce apresenta-se como uma boa alternativa para o aproveitamento deste tubérculo. Palavras-Chave:  Parâmetros físico-químicos, farinha, secagem. KINETICS STUDY OF DRYING OF SWEET POTATO ( I pom oea batatas )  AB STR A CT The tropical roots and tubers are important sources of high-energy foods for human nutrition and may play an important role in the context of sustainable development as an independent source of energy and nutrients. The drying offers a technology alternative of reduction post- harvest losses of fruits and vegetables. The study aimed to evaluate and study the kinetics of drying of sweet potato (  Ipomoea batatas) in a solar dryer of the tray, besides was also made  physicochemical characterization of sweet potato after drying. It was observed that the drying experiment showed an appropriate manner after 10 hours of exposure to heat. We obtained a water activity of 0.40±0.01, which is considered appropriate for the conservation of tuberose. After drying, the physicalchemical behavior revealed pH 6.30±0.12, moisture 7.10±0.12%, total acidity 10.85±1.39%, protein 5.00±0.20% and ash 3.60±0.30%. From the results we conclude that the drying of sweet potato presents itself as a good alternative to the use of this tuber. Keywords:  Physicochemical parameters, flour, drying. Protocolo 1  Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos, UFS  .Email:  [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe. 2  Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos, UFS   .Email: [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe. 3  Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos, UFS  .Email: [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe. 4  Professora Dra. da Universidade Federal de Sergipe    UFS    Email: [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe. 5  Professor Dr. da Universidade Federal de Sergipe   UFS   .Email: [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Sergipe

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batata

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  • Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.323-328, 2012 323 ISSN 1517-8595

    ESTUDO DA CINTICA DE SECAGEM DE BATATA-DOCE (Ipomoea batatas)

    Joice Correia dos Santos1, Daniella Ceclia Lemos Souza2, Michele Matos de

    Santana3, Alessandra Almeida Castro4, Gabriel Francisco da Silva5

    RESUMO

    As razes e tubrculos tropicais so fontes importantes de alimentos ricos em energia para a

    nutrio humana e podem desempenhar um papel importante no contexto de desenvolvimento

    sustentvel, como uma fonte independente de energia e nutriente. A secagem apresenta uma

    alternativa tecnolgica de reduo das perdas pos colheita de frutos e hortalias. O trabalho teve

    como objetivo avaliar e estudar a cintica de secagem da batata-doce (Ipomoea batatas) em um

    secador solar de bandeja, tambm foi feita a caracterizao fsico-qumica da batata doce aps

    secagem. Observou-se que o experimento de secagem apresentou-se de forma adequada aps 10

    horas de exposio ao calor. Foi obtida uma atividade de gua de 0,400,01 valor este

    considerado apropriado para a conservao da tuberosa. O comportamento fsico-qumico, aps

    a secagem, revelou pH 6,300,12, umidade de 7,100,12 %,acidez total titulvel 10,851,39 %,

    protena 5,000,20 % e cinzas de 3,600,30%. A partir dos resultados obtidos foi possvel

    concluir que a secagem de batata doce apresenta-se como uma boa alternativa para o

    aproveitamento deste tubrculo.

    Palavras-Chave: Parmetros fsico-qumicos, farinha, secagem.

    KINETICS STUDY OF DRYING OF SWEET POTATO (Ipomoea batatas)

    ABSTRACT

    The tropical roots and tubers are important sources of high-energy foods for human nutrition

    and may play an important role in the context of sustainable development as an independent

    source of energy and nutrients. The drying offers a technology alternative of reduction post-

    harvest losses of fruits and vegetables. The study aimed to evaluate and study the kinetics of

    drying of sweet potato (Ipomoea batatas) in a solar dryer of the tray, besides was also made

    physicochemical characterization of sweet potato after drying. It was observed that the drying

    experiment showed an appropriate manner after 10 hours of exposure to heat. We obtained a

    water activity of 0.400.01, which is considered appropriate for the conservation of tuberose.

    After drying, the physicalchemical behavior revealed pH 6.300.12, moisture 7.100.12%, total

    acidity 10.851.39%, protein 5.000.20% and ash 3.600.30%. From the results we conclude

    that the drying of sweet potato presents itself as a good alternative to the use of this tuber.

    Keywords: Physicochemical parameters, flour, drying.

    Protocolo 1 Mestre em Cincia e Tecnologia de Alimentos, UFS .Email: [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, So Cristvo, Sergipe. 2 Mestranda em Cincia e Tecnologia de Alimentos, UFS .Email: [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, So Cristvo, Sergipe. 3 Mestranda em Cincia e Tecnologia de Alimentos, UFS .Email: [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, So Cristvo, Sergipe. 4 Professora Dra. da Universidade Federal de Sergipe UFS Email: [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, So Cristvo, Sergipe. 5 Professor Dr. da Universidade Federal de Sergipe UFS .Email: [email protected] - Av. Marechal Rondon, S/N Jardim Rosa Elze, So Cristvo, Sergipe

  • 324 Estudo da cintica de secagem de batata-doce Santos et al.

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.323-328, 2012

    INTRODUO

    A batata-doce originaria da Amrica

    Tropical, pertence famlia das

    Convolvulceas. embora perene essa tuberosa

    considerada anual, rstica, de fcil manuteno,

    de boa resistncia seca e ampla adaptao.

    Esta espcie apresenta a caracterstica de

    armazenar reservas nutritivas em suas razes,

    possuindo imenso potencial alimentcio e

    industrial (Montes 2007).

    Seu cultivo produz mais alimento que

    qualquer outra raiz, sendo uma boa fonte de

    energia, provitamina A, alm de vitaminas do

    Complexo B e sais minerais como Clcio,

    Fsforo e Ferro e acido ascrbico, no entanto

    nos paises latino- americanos se tem mantido

    como cultivo de subsistncia, apesar das

    condies de solo e clima propicio para seu

    desenvolvimento (Marcato 1991).

    A batata-doce (Ipomoea batatas), planta

    originria da Amrica Tropical uma das

    tuberosas mais populares do Brasil, sendo

    consumida na forma assada ou cozida e

    industrializada na forma de doces. A rea

    cultivada de batata-doce no mundo de 8.867

    Km2 sendo a terceira tuberosa mais cultivada.

    No Brasil a rea cultivada foi de 18.000

    hectares em 1998, com produo de 270.000

    toneladas, sendo que o estado de So Paulo foi

    responsvel por 12 % da produo (Leonel

    2002).

    A vida de prateleira da batata-doce no

    maior de que algumas semanas aps a colheita

    ou processada para que seu contedo de

    umidade seja reduzido, podendo ser estocada

    por um maior perodo de tempo (Chen 2002).

    Dos diversos processos para conservao

    de alimentos desenvolvidos pelo homem, a

    secagem, o mais antigo deles, apresenta-se

    vivel para reverter esse quadro.

    Um dos procedimentos mais importantes

    para a conservao de alimentos por

    diminuio de sua atividade de gua a

    secagem, considerando que a maioria dos frutos

    frescos so constitudos por mais de 80% de

    gua.

    O processo de secagem implica em uma

    considervel reduo de volume e

    indiretamente reduo de custos em transportes

    e manipulao do produto alm de prover um

    efetivo mtodo prolongamento de sua vida til

    (Brasileiro 1999).

    A secagem normalmente pode ser

    definida como a remoo de lquido de um

    material slido por evaporao em um corrente

    gs. Na prtica, freqentemente o liquido

    gua e o gs ar.

    Em alguns casos a gua pode ser

    mecanicamente removida de materiais slidos

    por pressurizao, centrifugao ou mtodos

    (Farias 2002).

    No processo de secagem por evaporao

    quando um slido seco ocorre dois processos

    fundamentais e simultneos: h transferncia de

    massa na forma de lquido ou de vapor dentro

    do slido para a superfcie. Os fatores que

    governam estes processos determinam a

    velocidade de secagem e o movimento no

    interior do slido conseqncia do gradiente

    de concentrao que depende das

    caractersticas do material.

    Ao se expor um material biolgico a uma

    determinada umidade relativa, ocorre um

    fenmeno de transferncia de massa para se

    alcanar um equilbrio dinmico entre a

    umidade do produto e a do ambiente. Tal fato

    acontece quando a presso de vapor da gua na

    superfcie do material se iguala a do ar que o

    envolve (Kurozaiwa 2005).

    Efeito da temperatura

    Conforme Almeida et al (2002) os

    produtos so muito diferenciados entre si,

    devido a sua forma, estrutura e suas dimenses,

    alem das condies de secagem serem muito

    diversas, conforme as propriedades do ar de

    secagem e a forma como se faz o contato com o

    ar/produto.Uma vez que o produto colocado

    em contato com o ar quente, ocorre uma

    transferncia de calor do ar ao produto sob

    efeito da diferena de temperatura existente

    entre eles. Simultaneamente, a diferena de

    presso parcial de vapor existente entre ao ar e

    a superfcie do produto determina uma

    transferncia de massa para o ar.

    Esta ltima se faz na forma de vapor de

    gua, uma parte do calo que chega ao produto

    utilizada para vaporizar a gua.

    A taxa de secagem pode ser acelerada

    com o aumento da temperatura do ar de

    secagem e com o aumento do fluxo de ar que

    passa pelo produto por unidade de tempo, entre

    eles: a umidade inicial do produto e a espessura

    da camada distribuda na bandeja.

    Cintica da secagem

    Para definir um estudo cintico, durante a

    secagem de um slido necessrio que se

    determine variao de massa do mesmo em

    intervalos de tempo programados. A partir

  • Estudo da cintica de secagem de batata-doce Santos et al. 325

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.323-328, 2012

    destes possvel verificar seu comportamento

    atravs da variao de umidade em funo de

    tempo de secagem.

    A velocidade de secagem ou velocidade

    de evaporao definida como sendo a massa

    de gua evaporada por unidade de tempo e

    rea. A velocidade de secagem pode ser

    calculada pela equao (1) e o termo dW/dt

    determinado atravs das tangentes curva de

    teor de umidade versus tempo.

    dtdWA

    mR

    /( (1)

    em que:

    m = a massa do slido seco (kg);

    A = a rea da superfcie molhada sobre a qual o ar escoa e ocorre a evaporao (m);

    W = o teor de umidade (kg de gua/kg de slido seco).

    Principais fatores que influenciam a

    velocidade de secagem

    Velocidade do ar

    Para determinar condio de temperatura

    e umidade relativa do ar, a velocidade de

    secagem pode aumentar com o aumento da

    vazo do gs. A velocidade de circulao de

    gs importante nos fenmenos de

    transferncia de calor e massa, principalmente

    quando estes ocorrem por conveco como no

    caso do secador solar.

    Temperatura

    A temperatura afeta a velocidade de

    evaporao de umidade superficial e da difuso

    de umidade interna. Normalmente, quanto

    maior a temperatura em que se processa a

    secagem, maior a velocidade de secagem.

    Umidade relativa

    a razo, expressa em porcentagem,

    entre a massa de vapor de gua existente em

    determinado volume de gs para a massa de

    vapor de gua necessria para saturar o mesmo

    volume mesma temperatura. Desde que a

    temperatura de secagem se mantenha constante,

    um abaixamento da umidade relativa do ar

    resulta num aumento da velocidade de

    secagem. Pode-se concluir que, quanto menor a

    umidade relativa do ar, maior ser a velocidade

    de secagem.

    Teor de umidade

    Quanto maior o teor de umidade do

    slido maior ser a taxa de umidade, causando

    no inicio da secagem velocidades elevadas.

    Espessura do slido

    Quanto menor a espessura do slido,

    maior ser a velocidade de secagem, reduzindo

    o tempo da secagem.

    MATERIAIS E MTODOS

    As anlises para a caracterizao do leo

    so regulamentadas atravs de normas e foram

    efetuadas para a amostra em estudo como

    citadas na Tabela 1.

    O trabalho foi realizado no Laboratrio

    de Tecnologias de Alimentos do Departamento

    de Engenharia Qumica da Universidade

    Federal de Sergipe UFS.

    Como mostra a Figura 1 o secador solar

    utilizado consta de uma cmara de vidro

    temperado de 0,8m x 1,1m x 1,65m de

    dimenses com doze bandejas e coletor de

    0,15m x 1,0m x 6,0m de dimenses de

    alumnio, com superfcie negra no fundo e

    vidro temperado no topo

    As tuberosas utilizadas neste

    experimento foram adquiridas no CEASA-SE.

    As batatas foram levadas para o laboratrio e

    sanitizadas com sumavegue (cloro orgnico

    para alimentos) na concentrao de 20 ppm, por

    5 minutos em seguida foram fatiadas em

    rodelas com espessura de 2mm utilizando

    processador tipo industrial,

    Os filetes foram distribudos

    uniformemente em quatro bandejas e colocadas

    em pontos diferentes do secador de solar de

    bandeja. As variveis operacionais foram

    medidas, dentre elas: temperatura do secador,

    massa seca e mida, temperatura ambiente e

    umidade relativa, medidas em um intervalo de

    10 minutos para a amostragem at que se

    atingisse peso constante.

  • 326 Estudo da cintica de secagem de batata-doce Santos et al.

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.323-328, 2012

    Figura 1- secador solar de bandeja

    Analise fsica qumica

    A amostra foi avaliada quanto aos teores

    de pH, umidade, atividade de gua, cinzas,

    protena e acidez titulvel. As anlises fsico-

    qumicas foram realizadas segundo AOAC

    (1980). O teor de umidade foi determinado

    usando-se um analisador de umidade por infra-

    vermelho IV-2000. Para determinao do teor

    de cinzas utilizou-se a mufla a 550 C por 4

    horas. O teor de protena das amostras foi

    determinado utilizando-se destilador micro-

    Kjeldahl e bloco digestor, avaliando-se a

    porcentagem de nitrognio na amostra. A

    atividade de gua foi determinada utilizando o

    equipamento de marca Aqualab e o pH

    determinado com o pHmetro digital.

    RESULTADOS E DISCUSSES

    Caracterizao fsico-qumica

    Os resultados dos parmetros fsico-

    qumicos da farinha de batata-doce esto

    apresentados na Tabela 1.

    O teor de umidade da farinha de batata-

    doce obtida encontra-se dentro do valor

    mximo estipulado pela Anvisa (2005), que

    de 15%. Segundo Fernandes et al. (2008),

    farinhas com umidade acima de 14% tendem a

    formar grumos, o que ir prejudicar a produo

    de massas por processo contnuo, alm de

    possibilitar o desenvolvimento de

    microrganismos, como fungos, e a diminuio

    da estabilidade da farinha, j que a gua um

    componente essencial para que as reaes

    qumicas e enzimticas ocorram, diminuindo

    assim a sua vida til.

    Tabela 1 - Caracterizao fsico-qumica da

    farinha de batata-doce

    Parmetros Resultados

    Cinzas (%) 3,600,30

    Umidade (%) 7,100,10

    Protena (%) 5,000,20

    Acidez total titulvel (%) 10,851,39

    Aw 0,40,01

    pH 6,30,10

    A atividade de gua esta relacionada

    diretamente com a umidade, a qual se

    apresentou dentro da faixa estabelecida para ser

    considerado um alimento seco. Quanto aos

    teores de cinzas e protena os resultados obtidos

    foram semelhantes aos encontrados por Navas

    (1999) o qual obteve valores de 3,180,02 para

    cinzas e de 8,310,12 para protena. A amostra

    apresentou pH de 6,300,10, valor prximo ao

    encontrado por Ravi (2010) e Andrade et al.

    (2008) para farinha da batata-doce, 5,4 e 5,7,

    respectivamente. A acidez titulvel obtida foi

    de 10,85 1,39, resultado superior ao

    apresentado por Andrade et al. (2008), 7,55.

    Este valor pode ser considerado alto, visto que

    a acidez de um alimento pode ser decorrente

    dos prprios compostos naturais do alimento,

    formada pela fermentao ou pelo tipo de

    processamento ao qual o alimento foi

    submetido e, ainda, ser o resultado da

    deteriorao que o mesmo sofreu (Fernandes et

    al., 2008).

    Cintica de secagem

    As Figuras 2 e 3 mostram as curva de

    velocidade de secagem para a batata-doce.

    Figura 2 - Curva de velocidade de secagem

    0,000

    0,001

    0,002

    0,003

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11t (h)

    dW

    /dtA

  • Estudo da cintica de secagem de batata-doce Santos et al. 327

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.4, p.323-328, 2012

    Figura 3 - Curva de velocidade de secagem x

    Umidade na base seca

    Nas Figuras 2 e 3 identifica-se que a

    velocidade com o passar do tempo permanece

    constante. As curvas de secagem permitem

    predizer o momento do processo em que se

    atinge o teor de umidade desejado e desta

    forma possvel obter um produto de boa

    qualidade.

    As Figuras 4 e 5 constam as variaes de

    umidade na base mida e na base seca em

    funo do tempo.

    Figura 4 - Umidade na base mida x tempo

    Figura 5 - Umidade na base seca x tempo

    H um decrscimo significativo nas

    primeiras trs horas de secagem, pois parte

    significativa da umidade est livre na superfcie

    da batata- doce e nesta forma facilmente

    removida. Para os demais tempos as diferenas

    diminuem em virtude da resistncia interna ao

    transporte de umidade.

    Nesse perodo, a gua interage com os

    grupos polares das molculas dos constituintes.

    Assim, quanto maior a temperatura mais

    facilmente a gua removida.

    Tendo-se as curvas de secagem pode-se

    determinar o tempo de secagem adequado para

    esse teor de umidade.

    CONCLUSES

    Observou-se que o experimento de

    secagem apresentou-se de forma adequada aps

    10 horas de exposio ao calor.

    A partir dos resultados obtidos foi

    possvel concluir que a secagem de batata doce

    apresenta-se como uma boa alternativa para o

    aproveitamento deste tubrculo.

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    0,000

    0,001

    0,001

    0,002

    0,002

    0 100 200 300

    W,teor de umidade base seca

    dW

    /dt

    0

    10

    20

    30

    40

    50

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    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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    seca)

  • 328 Estudo da cintica de secagem de batata-doce Santos et al.

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