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DECISÕES ESTRATÉGICAS DE MARKETING EM AMBIENTES TURBULENTOS: Um Estudo Exploratório no Setor de Bens de Consumo Não-Duráveis em 1981 e 1989 BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COPPEADjUFRJ, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM (M.Se.) APROVADA POR: ANGELA DA Pref. PAULO FERNANDO FLEURY DA SILVA E SOUZA (CO PEADjUFRJ) preY:. " / RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JUNHO DE 1992 CAMPOMAR

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DECISÕES ESTRATÉGICAS DE MARKETING EM AMBIENTES TURBULENTOS: Um Estudo Exploratório no Setor de Bens de Consumo Não-Duráveis

em 1981 e 1989

BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COPPEADjUFRJ, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CI~NCIAS (M.Se.)

APROVADA POR:

~a. ANGELA DA RO~HA

a=~ Pref. PAULO FERNANDO FLEURY DA SILVA E SOUZA

(CO PEADjUFRJ)

~ preY:. "

/

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JUNHO DE 1992

CAMPOMAR

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ii

Costa Pereira, Beatriz Helena Kury

Decisões Estratégicas de Marketing em Ambientes Turbulentos: um estudo exploratório no setor de bens de consumo não-duráveis em 1981 e em 1989. Rio de Janeiro: COPPEADjUFRJ, 1992.

xiii, 291 p., 29,7 cm.

Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPEAD, Mestrado em Administração.

1- Estratégia de Marketing 2- Marketing-Aspectos Econômicos 3- comportamento do Consumidor 4- Marketing-História 5- Tese (Mestrado COPPEADjUFRJ)

I- Titulo.

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iii

A todos aqueles que acreditam que o Brasil é um pais viável e que não se cansam de trabalhar nesse sentido

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iv

AGRADECIMENTOS

Aparentemente solitário, a realização de um estudo como este

não seria de fato possivel se não existissem tantas pessoas e

instituições que nos incentivassem a levá-lo a cabo. São muitos

aqueles a quem gostaria de agradecer e aqui vai toda a minha

admiração e respeito.

Às diversas instituições que financiaram meus anos de estudos

e a realização da tese propriamente dita, notadamente, a CAPES,

a Fundação Guilhermina Guinle, a Fiat Lux e a própria COPPEAD.

À olga Mercado Kury, minha avó, que colaborou decisivamente na

complementação dos recursos necessários para que pudesse me

manter durante esses anos todos.

À Angela da Rocha, orientadora e amiga, que me guiou com mãos

seguras e coração doce durante todo o desenvolvimento deste

trabalho. Ao professor Frederico Carvalho, pelos sábios

conselhos quando do tratamento estatistico dos dados. Ao

professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de

indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram retratar

quantitativamente o Brasil da década de 80. Ao professor Paulo

Pinheiro, sempre solicito e incansável, que pacientemente

opiniou na elaboração do questionário. Ao professor Avraham

Shama, já há muito preocupado em superar crises, muito à frente

do nosso tempo, cujos trabalhos me serviram de guia.

Às empresas e seus executivos que se dispuseram a pré-testar o

questionário: Fleischmann Royal, Casa do Esporte e Pena Branca.

Às empresas que fizeram parte da amostra estudada, na pessoa de

seus executivos, que pacientemente responderam ao imenso

rosário de perguntas que compõem o questionário de tese e que

muito me ensinaram.

Ao Edson cortes, profissional de primeira linha, pelo auxilio

inestimável prestado quando do processamento dos dados e

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v

emissão de relatórios; pela amizade; pelo companheirismo e pela

enorme paciência. À Denise e ao Marcos, prestativos e

eficientes na digitação dos milhares de dados que envolvem este

estudo. Ao Fávio, por sua ajuda na montagem dos gráficos de

indicadores econômicos.

À Maria Helena, minha mãe, pela ajuda na conferência da

digi tação de dados e pelo crédito incondicional às minhas

escolhas de vida.

À Patricia, amiga do peito e companheira de vida, pelo

empréstimo de longo prazo e totalmente livre de encargos do seu

microcomputador, pelo ombro sempre disponivel nos momentos mais

dificeis e por tudo o mais.

À Marisa, por toda sua experiência e aconselhamento. À Ana

Rita, que adequou as citações bibliográficas aos padrões

exigidos. À Paula, também pela ajuda precisa e amiga na

montagem das citações bibliográficas. À Marinete, bibliotecária

de mão cheia, e à super Bárbara por todo o apoio que me

ofertaram nos grandes e pequenos detalhes.

Ao Andrézinho, fiel escudeiro, pela ajuda na preparação dos

exemplares de tese. À Giovanna, pela ajuda na revisão dos

tantos detalhes finais, pela companhia e bom-humor com que me

presenteou.

À turma da CP Promoções, que com imensa criatividade,

enriqueceram a apresentação realizada no dia da defesa de tese.

E ainda, ao Bidú, ao OClécio, ao Zezinho, à Cida, à Regina, à

Irani, ao Ricardo, ao Seu Miguel, ao pi toco, à Suzana, à

Solange, à Gisele, pelos motivos que só eles conhecem.

Por fim, gracias a la vida, que me ha dado tanto .•. Todas as

coisas têm o seu tempo, e, segundo o termo que a cada uma foi

prescrito, todas elas passam debaixo do céu ...

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vi

SUMÁRIO

o objetivo do presente estudo foi o de explorar questões

relati vas ao redirecionamento da estratégia de marketing de

empresas brasileiras frente a um quadro de turbulência

ambiental. Propôs-se, especificamente, a explorar tal questão

no âmbito de um grupo de vinte e seis empresas produtoras de

bens de consumo não-duráveis, comparando-se dois anos entre os

quais decorreu um período de turbulência ambiental: 1981 e

1989.

o caráter incontrolável das forças do macroambiente exige das

empresas a adaptação a novos contextos, adaptação esta que pode

ser viabilizada por intermédio dos fatores por elas

controláveis, vale dizer, seus compostos de marketing.

A existência de um arquivo de dados elaborado em 1981, contendo

informações sobre a estratégia de marketing adotada naquela

época por tal grupo de empresas, tornou possível a realização

de estudo comparativo, voltando-se a visitar as mesmas empresas

que compunham a amostra utilizada em 1981.

Foram definidos os conceitos das diferentes estratégias de

marketing e de cada um dos elementos do composto mercadológico:

política de produto; política de preço; política de

distribuição e política de promoção, e foram descritas as

prescrições encontradas na literatura sobre o comportamento

adequado à adoção em períodos de alta turbulência ambiental.

A partir da revisâo de literatura foram formuladas diversas

hipóteses sobre as diferenças no comportamento estratégico das

empresas em estudo em 1981 e em 1989. A coleta de dados foi

realizada a partir de questionário estruturado. Foram ouvidos

os executivos responsáveis pelas decisões de marketing da

empresa.

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vii

A análise quantitativa dos dados consistiu na realização de

testes de hipóteses, tendo sido utilizados para tal a análise

linear de discriminantes e o teste do qui-quadrado. Além dos

testes de hipóteses, realizou-se urna análise qualitativa dos

resultados com o intuito de ampliar o entendimento dos

resultados quantitativos obtidos.

As conclusões obtidas neste trabalho aplicam-se especificamente

aos casos estudados. Apesar disto, é possível levantar algumas

hipóteses tentativas sobre o comportamento estratégico de

marketing das empresas em períodos de turbulência ambiental a

serem testadas em outros períodos e setores:

o comportamento estratégico de marketing das empresas em

períodos de menor turbulência ambiental apresenta

características distintas daquele adotado em períodos de

maior turbulência ambiental;

Existe uma associação entre desempenho e comportamento

estratégico de marketing.

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viii

ABSTRACT

This study aims at exploring some issues concerning changes in

marketing strategies of Brazilian companies facing a turbulent

environment. Especifically, this was done by comparing

marketing strategies adopted by a group of twenty-six producers

of non-durable consumer goods in the years 1981 and 1989, a

period during which environmental turbulance occured.

The uncontrollable nature of environmental forces demands from

companies the ability to constantly adapt to new situations.

This adaptation can be achieved by effectively managing those

factors controlled by the firms, that is, their marketing

mixes.

The existence of a datafile created in 1981, containing

information about the marketing strategies adopted at that time

by the companies studied, made possible the development of a

comparative study. Thus the same companies which were part of

the sample used in 1981 were again interviewed.

Defini tions were developed for different types of marketing

strategies, as well as for each one of the marketing mix

components: product, price, place and promotion. Prescriptions

from the literature about effective strategic marketing

behavior to be adopted during periods of high environmental

turbulence were also described.

The literature review allowed to raise several hypotheses about

differences of each firm's strategic marketing behavior between

1981 and 1989.

The data was collected using a structured questionnaire.

Executives responsible for each company's marketing decisions

were interviewed.

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ix

The hypotheses were tested using quantitative methods,

especifically linear discriminant analysis and the chi-square

testo A qualitative analysis of the data was also performed,

aiming to improve the understanding of quantitative results

obtained.

The final conclusions of the study are limited to the cases

studied. It is however possible to raise some new hypotheses

about strategic marketing behavior under turbulent

environmental conditions to be tested in other industries and

periods of time:

strategic marketing behavior in less turbulent times is

differentiated from strategic marketing behavior in more

turbulent times.

There is an association between performance and strategic

marketing behavior.

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x

íNDICE

I - INTRODUÇÃO

1. Objetivo do Estudo ..•..•..•....•.................. 1

2. Importância do Estudo .........................•..• 1

3. O Conceito de "Turbulência Ambiental" .......•..... 3

4. O Locus da Pesquisa ....•..•.•..••.•..•...•........ 7

4.1. O Quadro Político Brasileiro

nos Anos 80 ..•..•.••••.••.•••••............ 8

4.2. A Evolução da Economia Brasileira

nos Anos 80 ....•.......•..•..•............ 13

4.2.1. A Economia Brasileira no Período

1980-1984 .......................... 14

4.2.2. A Economia Brasileira no período

1985-1989 .....•.•...•••............ 16

4.2.3. Síntese dos Indicadores Econômi-

cos do Período em estudo ....•..•... 20

4.3. A Indústria de Transformação e o Setor de

Bens de Consumo Não-Duráveis

nos Anos 80 ..•.••.••.•.•••...••.••..•..•.. 27

II - REVISÃO DE LITERATURA

1. O Mercado Consumidor Brasileiro .•.••...•••••.•..• 41

2. O Comportamento do Consumidor em Ambiente

Turbulento ......................................• 42

2.1. Considerações Teóricas .•...•.............. 43

2.2. O Comportamento do Consumidor Brasileiro .. 46

2.2.1. O Comportamento do Consumidor Brasi-

sileiro na década de 70 ............ 47

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xi

2.2.2. O Comportamento do Consumidor Brasi­

leiro no período 1981-1985 .......•. 48

2.2.3. O Comportamento do Consumidor Brasi-

no Plano Cruzado •.••............... 51

2.2.4. O Comportamento do Consumidor Brasi-

leiro no período 1987-1989 ......... 52

3. A Evolução do Marketing ••.•..•.•••••..•.......... 56

4. Estratégias de Marketing ...•..•..•............... 61

4 .1. Conceituação .•••••••.••.••....••.•........ 61

4.2. Algumas Estratégias de Marketing

Recomendadas em Ambientes Turbulentos ...•. 65

4.2.1. Segmentação e Concentração em

Segmen to •..••••..•..•.•..••..••.•.. 65

4.2.2. Estratégia de Desenvolvimento de

Mercado .•..•.......•.....•..••.•..• 67

4.2.3. Estratégia de Diferenciação •.....•. 68

4.3. Política de Produto ................••..... 70

4.3.1. Determinação do Mix de Produto ..... 70

4.3.2. Embalagem ..•................••..... 74

4.3.3. Ciclo de Vida do Produto .•...••.•.. 75

4.3.4. Novos Produtos ..............•..•... 76

4.3.5. Política de Marca •..••.••.••....•.. 78

4.3.6. Licenciamento ............•..•..•... 82

4.4. Política de Preços •................••....• 82

4.5. Política de Distribuição .................. 90

4.5.1. Franchising ........................ 92

4.6. Política de Promoção ......•............... 94

4.6.1. Propaganda .........•............... 95

4.6.2. Promoção de Vendas ••..•.••.....•.. lOl

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xii

4.6.3. Venda Pessoal ..................... 104

4.6.4. Publicidade ..............•.....•.. 104

4.7. Estratégias de Marketing em Tempos

Turbulentos: Os Estudos de Shama .......•. l05

5. Esquema Conceitual do Estudo .................... lll

III - METODOLOGIA

1. Ob j eti vo .•..•..•....•..•.•.....•................ 135

2. Perguntas de Pesquisa ...•..••••••.••.•••........ 136

3. Hipóteses •.•..•.•..•..•................•....•.•. 136

3.1. Hipótese Geral e Sub-Hipóteses ••.•....... 136

3.2. Hipóteses Específicas ..................•. 137

3.2.1. Hipóteses Relativas à Política

de Produto .•.......•.....•...•..•. 137

3.2.2. Hipótese Relativa à Política

de Preço •.....•......•......••..•. 138

3.2.3. Hipótese Relativa à Política

de Distribuição ...............•... 138

3.2.4. Hipótese Relativa à Política

de Promoção .................•..... 139

3.2.5. Hipóteses Relativas a Estratégias

Marketing ....•..............••.... 139

4. Operacionalização das Variáveis contidas

nas Hipóteses ...•.................•.•........... 139

5. Verificação de Hipóteses •.....•..•.............. 142

6. Determinação da população e da Arnostra •.••....•. 144

7. Instrumento de Coleta de Dados .••.••............ 145

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xiii

8. Coleta de Dados .............•................... 149

8.1. Trabalho de Campo •..•.•.••.••.••..•..•.•• 149

8.2. Coleta de Dados Secundários ..•.....•..... 150

9. Análise dos Dados •.•..••.••.•..•.....••.••.••.•• 150

10 . Limitações •.••.•..•....••••.••.••.••.•.•..•..... 150

IV - RESULTADOS

1. Análise Descri ti va .............................. 153

2. Verificação de Hipóteses ...............•..••.... 210

2.1. Hipótese Geral ........................... 210

2.2. SUb-Hipótese 1 .......•.............•...•. 214

2.3. Sub-Hipótese 2 .............•............• 217

2.4. Hipóteses Específicas ...........•........ 221

V - CONCLUSÕES

1. Sumário .........•.•.....•..•.••.•.••............ 224

2. Considerações Finais .............•.......•...... 226

3. Campos de Pesquisas Futuras •....•.••......•..... 231

BIBLIOGRAFIA ..••...................•..•..•..•..•........ 233

ANEXO 1 - Operacionalização das Variáveis ..............• 247

ANEXO 2 - Questionário .•.••.•.•••••.•........•..•..•...• 253

ANEXO 3 - Modelo de Carta ............................... 288

ANEXO 4 - Modelo de Fax .•..............................• 290

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1

CAPíTULO I

INTRODUÇÃO

1. OBJETIVO DO ESTUDO

Este estudo tem por objetivo explorar algumas hipóteses

relativas ao redirecionamento da estratégia de marketing das

empresas brasileiras do setor de bens de consumo frente a um

quadro de turbulência ambiental.

Toda a problemática que permeou a sociedade brasileira ao longo

da década de 80 - de "ilha da prosperidade" à grave crise

econômica e social - pode ser vista como uma oportunidade de

tentar entender, através de pesquisa de caráter cientifico,

como as empresas brasileiras realizaram adaptações em seus

compostos de marketing para lidar com a complexidade destas

transformações.

Especificamente, este estudo se propõe a explorar tal questão

no âmbito de um grupo de empresas brasileiras produtoras de

bens de consumo não-duráveis, comparando-se dois anos entre os

quais decorreu um periodo de turbulência ambiental.

2. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

A partir de 1922 e dos estudos realizados por F. E. Clark,

marketing passou a ser concebido como sistema, na medida em que

a troca que se realiza entre compradores e vendedores se dá em

âmbi to mais abrangente. Segundo Kotler ( 1 ) 1 , "em primeiro

lugar, há o sistema central

conjunto de fornecedores

de marketing,

cujos inputs

que consiste em um

heterogêneos são

transformados por uma empresa e seus concorrentes em outputs

valorizados que passam por intermediários de marketing a fim de

1 Citações no final de cada capitulo.

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2

alcançar o mercado final. Em segundo lugar, há um ambiente de

vários públicos que, individual ou coletivamente, afetam a

atuação do sistema central de marketing", além de amplas forças

no macroambiente influenciando-o igualmente, diretamente ou via

seus vários públicos.

De fato, as forças do macroambiente, de natureza econômica,

política, tecnológica, cultural, etc., modificam a estrutura e

a forma de ação do sistema de marketing.

Ainda, a questão crucial quanto ao meio ambiente é que este se

encontra em constante mudança, e estas transformações ocorrem

em ritmo cada vez mais acelerado. No caso brasileiro em

especial, as empresas se defrontam com ambiente de grande

instabilidade, ampliando ainda mais as dificuldades a serem

enfrentadas.

o caráter incontrolável das forças do macroambiente exige das

empresas a adaptação a novos contextos, adaptação esta que pode

ser viabilizada por intermédio dos fatores controláveis pelas

empresas, vale dizer, seus compostos de marketing.

A existência de um arquivo de dados elaborado em 1981, contendo

informações sobre a estratégia de marketing adotada naquela

época por determinado grupo de empresas do setor de bens de

consumo não-duráveis, tornou possível a realização de estudo

comparativo, voltando-se a visitar as mesmas empresas que

compunham a amostra utilizada em 1980. Esses estudos são

incomuns na literatura, dada a dificuldade de diferentes

pesquisadores utilizarem os mesmos dados. Tais estudos, no

entanto, são uma tradição do Instituto de pós-Graduação e

pesquisa em Administração (COPPEAD) da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, que se tem refletido em trabalhos como os de

Christensen, Rocha & Gertner (2) e Rocha, Christensen & Gertner

( 3 ) •

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3

A principal contribuição que este estudo pode trazer é o

delineamento de um referencial teórico que venha auxiliar a

gerência de empresas, já que as alterações bruscas e constantes

do ambiente deixam pouco tempo livre para os executivos de

marketing procederem a uma reflexão mais profunda sobre o

assunto. Além disso, este estudo poderá servir de base para

futuras pesquisas, principalmente se considerarmos a quase

inexistência - até mesmo em âmbito mundial - de pesquisas

cientificas que tratem desta questão.

A importância deste estudo deriva portanto de:

a recente ênfase em estudos que relacionam estratégia e

ambiente;

a quase inexistência de estudos sobre estratégia de marketing

em ambientes turbulentos;

o pequeno número de estudos comparando a evolução do

comportamento estratégico das empresas em dois momentos do

tempo entre os quais importantes modificações ambientais se

processaram;

o pequeno número de estudos empiricos voltados para a prática

do marketing no Brasil.

3. O CONCEITO DE ftTURBUL!HCIA AMBIENTALft

Para efeitos deste estudo, considera-se como turbulento o

ambiente em que atuam as empresas quando este apresenta uma ou

mais das seguintes características:

(i) alternância de periodos de expansão e recessão econômica;

(ii) altos níveis de inflação ou variações bruscas nas taxas

de inflação;

(iii) instabilidade social, caracterizada por desemprego,

convulsões sociais, etc. e;

(i v) instabilidade do sistema político, caracterizada por

aI ternância de regimes politicos, reestruturação política

de partidos ou de ministérios.

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4

Cabe ressaltar que a idéia de turbulência ambiental deve ser

pensada em termos relativos e não em termos absolutos. Em um

quadro de inflação zero e crescimento econômico a taxas

constantes, qualquer alteração que venha a ocorrer pode ser

percebida pelos diversos agentes econômicos, empresas e

consumidores em particular, como "brusca" ou "profunda". Por

outro lado, é possível se estar diante de um quadro em que a

elevação gradual dos níveis inflacionários de 20% para 30% em

um período de, por exemplo, cinco anos, não produza qualquer

impacto significativo no comportamento dos diversos agentes

econômicos.

o mesmo se pode afirmar com relação à instabilidade social.

Determinada sociedade poderia conviver com taxa de desemprego

bem mais elevada do que outra, sem que isto levasse à

percepção, por parte de empresários e consumidores, da

existência de turbulência.

Assim sendo, pode-se dizer que o conceito de turbulência

ambiental envolve a percepção por parte dos agentes econômicos

da ocorrência de mudanças bruscas ou erráticas, ou seja, de

alteraçôes não previsíveis.

A literatura existente sobre o tema oferece suporte ao conceito

anteriormente definido. Por exemplo, utilizando a taxonomia de

Emery e Trist (4), Glaser (5) assinala a existência de diversos

estados ambientais possíveis: ambientes estáveis, apresentando

menor ou maior interdependência entre seus elementos, mas onde

não ocorrem mudanças bruscas ou rupturas; ambientes que

apresentam instabilidades localizadas, mas que ainda assim

podem ser considerados estáveis; e, ambientes turbulentos nos

quais ocorrem processos dinâmicos de mudança.

Para Glaser (6), a turbulência se caracterizaria por aumentos

significati vos nos graus de dinamismo, complexidade e

interdependência entre os elementos do ambiente. Segundo o

autor, uma das características do ambiente turbulento seria o

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5

claro reconhecimento, por parte dos elementos do sistema, da

interdependência existente entre a organização e o ambiente.

Child (7), por sua vez, diferencia ambientes turbulentos de

ambientes estáveis a partir de três variáveis: a frequência de

mudança nas variáveis ambientais relevantes; o grau de

diferença envolvido em cada mudança ocorrida; e o grau de

irregularidade no padrão geral de mudança.

Ainda, Sormunen e Zei thaml (8) concebem "turbulência" como

"volatilidade ambiental", definindo-a como "variações

imprevisíveis nos elementos do ambiente-tarefa da organização".

Os autores chamam a atenção para o aspecto da descontinuidade

como fenõmeno típico de ambientes turbulentos.

O enfoque adotado por Sormumen e Zei thaml (9), no entanto,

refere-se menos ao macroambiente e mais ao ambiente-tarefa, ou

seja, aquele em que a empresa atua diretamente, como, por

exemplo, a indústria em que se insere a organização.

Neste sentido, os fatores associados à volatilidade ou

turbulência do ambiente-tarefa seriam: dinâmica do produto,

instabilidade de demanda, e instabilidade de parcela de

mercado. Child (10), na mesma linha, aponta as mudanças nas

preferências dos consumidores, na tecnologia de produção e as

flutuações de preço como geradores de turbulência no

ambiente-tarefa.

Contrastando a definição adotada no presente estudo com a de

alguns dos autores citados, verifica-se que as forças do

macroambiente aqui indicadas afetam indiscriminadamente todas

as organizações, independentemente da indústria em que operam.

Ao contrário, as forças do ambiente-tarefa afetam apenas, ou

predominantemente, as empresas da indústria específica na qual

atuam.

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6

Estudo realizado pela JWT (11), em 1975, aponta uma situação de

mudanças bruscas e rupturas no macroambiente norte-americano da

primeira metade da década de 70, que caracterizaria a

turbulência ambiental conforme definida no presente estudo. Tal

situação foi descrita através dos seguintes fenômenos:

rápido crescimento da inflação;

drástico aumento no nível de desemprego;

queda substancial da renda disponível;

escassez de bens;

convulsão do quadro político, resultando na renúncia do

Presidente e seu vice e;

alterações na política externa, pondo em risco a posição e

credibilidade dos Estados Unidos enquanto líder mundial.

Tal estudo enfatiza ainda que o impacto destes fenômenos é

ampliado pela velocidade com que ocorrerram, a ponto dessa

tornar-se um fenômeno em si mesma.

Em apoio a esta posição, acrescenta-se o ponto de vista de Hall

(12), que utiliza o termo "ambiente hostil" de forma similar à

aqui utilizada para "ambiente turbulento", sugerindo ser aquele

reflexo dos efeitos combinados de crescimento econômico

vagaroso e errático, da intensificação das pressões

inflacionárias, do excesso de regulamentação dos negócios e do

acirramento da concorrência.

A literatura de marketing e estratégia tem recentemente

mencionado o termo "turbulência ambiental", referindo-se em

particular à estagflação. Na visão de Shama (13), "embora não

sendo totalmente novo - o conceito de estagflação foi discutido

primeiramente por Alvin Hansen em 1939 - este fenômeno teve

impacto limitado antes da primeira crise do petróleo em 1973".

Ainda, segundo o autor, estagflação não é um conceito uniforme

e não existe consenso sobre suas causas. Shama (14) afirma que

"embora muitos economistas concordem que estagflação é a

combinação de um quadro, ao mesmo tempo, recessivo e

inflacionário, não existe uma definição operacional clara sobre

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os niveis de recessão e inflação que caracterizam o inicio da

estagflação. Na medida em que esta é uma questão aberta a

opiniões e julgamentos pessoais, presume-se que um quadro de

estagflação se instale no momento em que tanto os indices de

inflação quanto os de desemprego se desviem de niveis

considerados "normais" ou "aceitáveis" "

A associação dos termos "turbulência ambiental" à estagflação

deve-se, provavelmente, ao fato de ter sido este o principal

fenômeno de instabilidade ambiental, entre os anteriormente

relacionados, ocorrido nas últimas décadas.

A década de 80 caracterizou-se, no caso do Brasil, em especial,

como um periodo de turbulência ambiental, segundo a definição

adotada por esse estudo. Serra (15) salienta que "o saldo da

década foi um impressionante inventário de frustrações. Na

média de uma vez a cada ano e meio, o pais passou por sete

planos de estabilização da moeda e treze politicas salariais

diferentes. As regras do câmbio mudaram dezessete vezes, as

regras para o controle de preços sofreram cinquenta e três

aI terações. Os planos para encaminhar o problema da divida

externa foram vinte e os projetos de austeridade e cortes nos

gastos públicos somaram dezoito decretos. Nesse periodo o

cidadão brasileiro conheceu quatro moedas diferentes e calculou

a desvalorização do dinheiro por dez índices variados."

4. O LOCUS DA PESQUISA

O objetivo desta seção é o de retratar brevemente o Brasil do

periodo examinado por este estudo, mais precisamente aquele da

década de 80, com o propósito de assinalar os fenômenos que

caracterizaram a existência de turbulência ambiental durante o

período em questão.

Ainda, a identificação das forças do macroambiente, atuantes

durante o periodo em estudo, deverá auxiliar o entendimento das

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hipóteses levantadas sobre o redirecionamento dos compostos de

marketing das empresas.

4.1. O QUADRO POLíTICO BRASILEIRO NOS ANOS 80

A primeira metade da década de 70 caracterizou-se como o

período do "milagre econômico brasileiro", ou seja, rápido

desenvolvimento econômico sem o aumento da inflação.

A primeira crise do petróleo em 1973 colocou fim à contínua

expansão da economia mundial e, em âmbi to nacional,

inviabilizou a continuidade do "milagre", prenunciando a crise

do sistema no plano político. A despeito de todo o aparelho

repressor, a opinião pÚblica começou, assim, a questionar o

regime e a pedir o fim do arbítrio e o restabelecimento de um

regime democrático, representativo e livre (16).

O General Ernesto Geisel então, em 1975, assumiu o poder

juntamente com o compromisso de promover o retorno à

democracia. Com efeito, em fins de 1978, e de seu Governo,

Geisel havia desativado elementos básicos da estrutura militar

e uma anistia parcial possibilitou o retorno ao país de grande

número de exi lados pol í ticos. Cabe notar,· entretanto, que a

despeito da crise internacional que se havia iniciado em fins

de 1973, o Governo adotou uma política de realização de grandes

investimentos em atividades de base e de infra-estrutura, o que

agravou consideravelmente o problema da dívida externa nacional

(17).

o General João Batista Figueiredo assumiu o poder em 1979 e,

com ele, a promessa de levar adiante o processo de abertura

política iniciado por seu antecessor.

A palavra de ordem em 1979 na política brasileira era

negociação. A distensão política possibilitou a cobrança por

parte das grandes massas operárias de maior negociação também

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sobre as relações entre capital e trabalho, acelerando assim a

atividade sindical (18).

Além dos conflitos trabalhistas, a nova gestão enfrentou

igualmente uma série de dificuldades herdadas do periodo

anterior, entre as quais a divida externa considerável e

indices inflacionários cada vez mais elevados. Até então

mantivera-se a crença, por parte das equipes econômicas

governamentais, de que o Brasil teria condições de continuar

crescendo aceleradamente sem ser molestado pela crise que

atingia o resto do mundo (19). No entanto, a partir de 1981, o

Governo acabou por admitir, na prática, a falência do modelo

econômico brasileiro vigente até então, adotando medidas

recessivas, conforme será relatado na seção seguinte.

Na esfera politica, Figueiredo promulgou a anistia ampla, geral

e irrestrita e, ao mesmo tempo, procedeu à reformulação dos

partidos politicos, forçando a fragmentação da oposição.

Surgiram, assim, o PMDB - Partido do Movimento Democrático

Brasileiro -, formado pela maior parte dos politicos do antigo

MDB - Movimento Democrático Brasileiro -; o novo PTB-Partido

Trabalhista Brasileiro - à sombra de seu antecessor dos anos

pré-Revolução; o PP - Partido Popular - liderado por figuras

que haviam participado do sistema durante toda a sua

existência; o PDT - Partido Democrático Trabalhista - de Leonel

Brizola e o PT - Partido dos Trabalhadores - oriundo dos

movimentos sindicais do ABC paulista.' O PDS Partido

Democrático Social - , por sua vez, tornou-se o reduto dos

politicos ligados ao Governo.

O Governo Figueiredo restabeleceu também as eleições diretas

para governadores de Estado e para o Senado, que foram marcadas

para o ano de 1982. Nessas eleições a oposição conquistou os

, Segundo Skidmore (20), a criação do Trabalhadores " ... foi a primeira tentativa séria organizar um genuino partido da classe operária".

Partido dos em 30 anos de

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governos de nove Estados, mas, embora recebendo 60% do total de

votos, não conseguiu fazer maioria no Congresso. Conseqüente­

mente, encontrava-se em posição inferior no Colégio Eleitoral

que iria escolher o sucessor do General Figueiredo.

Durante os anos de 1982 e 1983, o Governo não teve de se

preocupar com as reivindicações dos trabalhadores, uma vez que

a profunda recessão pela qual passava o país se encarregara de

reduzir o poder de barganha dos sindicatos, apenas ressurgidos.

A situação econômica e o recente domínio, por parte da

oposição, de certos postos-chave propiciaram a discussão sobre

a legitimidade da eleição presidencial indireta que estava por

acontecer e que acabou culminando, em 1985, em campanha popular

em favor de eleições diretas para presidente. O objetivo da

campanha era influenciar o Congresso que iria votar emenda

constitucional neste sentido. O movimento teve abrangência

nacional, mas mesmo assim, a emenda acabou sendo derrotada.

A disputa pela presidência se deu, então, entre o candidato do

Governo, Paulo Maluf, e aquele escolhido pela oposição,

Tancredo Neves. A oposição se unificou, criando a Aliança

Democrática. Políticos descontentes com a escolha de Paulo

Maluf, como candidato oficial, desertaram o partido

governamental, PDS, criando novo partido, o PFL - Partido da

Frente Liberal - garantindo inclusive a indicação de um de

seus membros para a vice-presidência, na chapa oposicionista,

o então Senador José Sarney.

Realizada a eleição, saiu-se vitorioso o candidato da coligação

oposicionista. Começava, assim, a "Nova República" e o Brasil

conhecia seu primeiro presidente civil desde 1964.

No entanto, Tancredo Neves morreu antes de assumir a

presidência, tomando posse em seu lugar o vice-presidente, José

Sarney. Embora este último não herdasse naturalmente os

atributos de Tancredo Neves, além de ter sido pouco tempo antes

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o líder do partido do governo militar, era consenso entre os

diversos segmentos políticos de que a redemocratização deveria

continuar e, assim sendo, todos apoiaram a sua posse.

José Sarney teve de governar inicialmente com o Ministério

escolhido por Tancredo Neves. Este Ministério espelhava a

ambigüidade, inerente à "Nova República", fruto de coligações

e acordos conciliatórios, e era composto na sua maioria por

Ministros do partido de oposição ao antigo governo militar, o

PMOB (21).

Segundo Skidmore (22) este era também o momento em que os

brasileiros recomeçavam a acreditar na mobilização política

como possibilidade de conquista de melhores condições de vida,

embora ainda engatinhassem no difícil aprendizado e exercício

de sua cidadania.

As primeiras realizações políticas do Governo foram a

promulgação de leis que restabeleciam as eleições diretas para

presidente, a concessão do direito de voto aos analfabetos e a

legalização de todos os partidos políticos que pudessem atender

aos requisitos mínimos para seu registro.

o Congresso, por sua vez, restabeleceu eleições diretas para

prefeitos que foram marcadas para 15 de novembro de 1985. Foi,

então, que o primeiro teste das urnas da "Nova República"

trouxe como resultado uma grande vitória para o PMDB.

Em princípios de 1986, a inflação atingira níveis alarmantes e

a popularidade do Presidente Sarney declinava. Os economistas

do Governo desenvolveram, então, novo plano de estabilização

econômica, o "Plano Cruzado", o qual ganhou aceitação pública

imediata. Skidmore (23) lembrava que " ••• 0 poder do presidente

de governar por decreto-lei continuava intacto e foi usado

tanto para a implementação do Plano Cruzado quanto para a

adoção de medidas envolvendo despesas".

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Apesar das dificuldades enfrentadas pelo novo plano, em 15 de

novembro de 1986, o PMDB garantia ampla vitória nas eleições

para governadores e deputados constituintes, o que

desestabilizou ainda mais a já frágil coalizão governamental

PFL-PMDB. Logo após as eleições, algumas medidas foram adotadas

no sentido de solucionar problemas do novo plano econômico,

abalando, junto à opinião pública, a imagem do Governo e da

oposição, que a esta altura se confundiam. Mesmo assim, muitos

defendiam medidas ainda mais duras e impopulares para a solução

dos problemas.

No quadro político,

para a Assembléia

a atenção se voltou, no

Nacional constituinte,

início de 1987,

recém-eleita. A

Constituinte, promulgada em 15 de novembro de 1988, provocou

divisões dentro do PMDB, uma vez que as posições ideológicas de

cada grupo que dele fazia parte se tornaram mais evidentes.

Partidos recém criados se fortaleceram.

O "Plano Cruzado" fracassou e a ele se seguiram inúmeras outras

tentativas que também não obtiveram sucesso. A inflação, a

dívida externa e a concentração de renda eram ainda graves

problemas com que se defrontava a sociedade brasileira nos

úl timos meses de mandato do Presidente Sarney. A opção do

Governo foi, tanto do ponto de vista econômico quanto político,

a de apenas administrar a passagem do poder para o próximo

Governo, a ser eleito pelo voto direto ao final de 1989, e que

tomaria posse em março de 1990.

O ano de 1989 foi marcado, então, pela campanha para a

Presidência da República, que deveria culminar na eleição em

dois turnos do primeiro presidente eleito pelo voto direto

depois da Revolução de 1964. O primeiro turno consagrou o

candidato do recém criado PRN - Partido da Renovação Nacional -

Fernando Collor de Mello, ex-governador do Estado de Alagoas e

oriundo de família tradicional de políticos nordestinos, e o

candidato do PT - Partido dos Trabalhadores - então deputado

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federal, Luis Inácio da Silva, o Lula, ex-lider sindical do ABC

paulista e fundador do seu partido.

Fernando Collor de Mello saiu-se vitorioso nas eleições

presidenciais buscando desvincular-se inteiramente da classe

politica, oferecendo a imagem de politico sem vicios, jovem e

dinâmico. Pregava a redução drástica da intervenção do Estado

na economia a ser obtida através de amplo Programa de

privatização de Estatais, assim como também por intermédio da

liberalização e internacionalização da economia. Prometia

elevar o pais à categoria de nação desenvolvida pertencente ao

primeiro Mundo. Ao mesmo tempo declarava-se representante dos

"descamisados", garantindo que lutaria por melhor distribuição

de renda, deixando claro, porém, que para que isso fosse

possivel seria necessário debelar o processo hiperinflacionário

instaurado no pais, liquidando de vez com a inflação.

4.2. A EVOLUçAO DA ECONOMIA BRASILEIRA NOS ANOS 80

o inicio da crise na economia brasileira, marcado pela

reaceleração inflacionária, coincidiu com o primeiro choque do

petróleo em 1973 e determinou o começo do fim do chamado

"milagre econômico", isto é, o fracasso do modelo econômico

implantado desde 1968: desenvolvimento acelerado sustentado por

recursos externos.

De fato, como observa Singer (24), o aumento dos preços do

petróleo e o esgotamento das possibilidades materiais de

crescimento da produção, que não pôde acompanhar a excessiva

acumulação de capital do periodo 1968-1972, culminaram em

aumento acelerado das importações e em déficit cada vez maior

na balança comercial.

Contador (25) relata que, a estratégia adotada pelo Governo

para enfrentar esta situação consistia em financiar este

déficit via empréstimos externos e redução das reservas

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internacionais, além de atenuar as mudanças necessárias dos

preços relativos da economia através da concessão de incentivos

fiscais e subsidios a determinados setores empresariais, o que

por sua vez possibilitava a expansão da divida pública interna.

Singer (26) argumenta ainda, que o segundo choque do petróleo

em 1979, somado às metas do II PNDE Plano Nacional de

Desenvolvimento Econômico - contribuiram para agravar ainda

mais este quadro. Sendo assim, pOde-se dizer que desde 1979, a

pesada divida externa e seu serviço, que se avolumou

consideravelmente a partir de 1970 pela própria elevação da

taxa internacional de juros, tornaram o Brasil praticamente

insolvente. Seus déficits em conta corrente eram, então,

saldados mediante a tomada de mais dinheiro externo.

4.2.1. A Economia Brasileira no periodo 1980 - 1984

No final de 1980, com a manutenção de elevados déficits em

conta corrente e a conseqüente pressão dos credores externos,

o Governo decidiu alterar a politica econômica, inaugurando-se

assim, em 1981, o periodo recessivo que perdurou até 1983.

Como analisou Singer (27), os três anos consecutivos de

recessão - 1981 a 1983 - produziram algumas mudanças

estruturais na economia nacional. A primeira delas foi a

redução no nivel geral de investimentos, o qual se dirigiu

basicamente para a produção de bens exportáveis e bens

substitutos daqueles até então importados, sem maiores

preocupações com o mercado interno.

Ao mesmo tempo, a crise forçou o pais a conviver com

elevadissimas taxas de inflação e de juros. Tal instabilidade

econômica levou muitas empresas produtivas a liquidarem seus

débi tos e tornarem-se apl icadoras de recursos, substi tuindo

lucros operacionais em declinio por ganhos financeiros

ascendentes.

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15

No tocante à divida externa novos empréstimos foram contraidos,

após a assinatura, em 1982, de acordo com o Fundo Monetário

Internacional - FMI -, o qual visava apenas assegurar o

pagamento do serviço e a "rolagem" do principal. Ainda assim,

dificuldades em garantir superávits comerciais aliadas à

maxidesvalorização do cruzeiro, ocorrida em fevereiro de 1983,

levaram o pais a suspender parcialmente, naquele ano, o

pagamento das amortizações da divida vencidas ao longo do

periodo.

Os salários médios sofreram perdas reais e os gastos com

consumo de bens duráveis reduziram-se. Além disso, o

empobrecimento gerado por três anos consecutivos de declinio do

produto per capita e a compressão salarial fez com que se

expandisse

válvula de

(28).

a chamada economia informal,

escape do desemprego no mercado

funcionando como

formal de trabalho

A divida interna seguia os mesmos passos da divida externa, ou

seja, aumentava apenas para garantir o pagamento do seu serviço

e a "rolagem" do seu principal. Os resultados concretos desta

situação foram o crescimento e o fortalecimento do setor de

intermediação financeira.

Em 1984 a economia brasileira voltou a crescer, principalmente

em razão do aumento das exportações. Ao mesmo tempo, houve

expressiva queda das importações graças à redução dos

investimentos e à substituição das importações. Ao final do

ano, o superávit acumulado da balança comercial garantiu o

fechamento das contas externas e a reconstrução das reservas

cambiais nacionais.

A eleição presidencial indireta em 1984 aliada à redução da

pressão dos credores externos e do FMI, satisfeitos com o

pagamento integral dos juros sobre a divida, propiciaram o

afrouxamento das politicas recessivas.

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16

4.2.2. A Economia Brasileira no periodo 1985 - 1989

Em 1985 a economia continuou a crescer, só que desta vez não

mais em razão das exportações - que se reduziram em relação ao

ano anterior -, mas sim em função da expansão da demanda

interna. Conforme analisa Singer (29), em resumo, pOde-se dizer

que o crescimento da demanda, em 1985, se deu para dentro e não

para fora, como ocorreu em 1984, e que se originou

fundamentalmente da combinação dos seguintes fatores:

- expansão do mercado interno, resultante do crescimento da

renda real dos assalariados nos setores público e privado

(concessão de reajustes trimestrais) e da grande liquidez

financeira propiciada por elevadas taxas de expansão dos

meios de pagamento, e

existência de capacidade ociosa para atender a esta demanda

reprimida.

Foram constatados sinais de retomada de investimento por parte

das empresas produtoras que acreditavam na obtenção de taxas de

lucros maiores do que a taxa de juros e sentiram-se encorajadas

pela continuidade do crescimento da economia.' Apesar disto,

verificava-se já estar próxima a plena utilização das

instalações produtivas em vários ramos industriais, além de

estar sendo diagnosticada escassez episódica de matérias-primas

e de certos tipos de mão-de-obra (31).

Nesse contexto, reduziu-se a taxa de desemprego e alcançou-se

a meta prevista de superávit comercial, embora a taxa de

inflação não houvesse cedido e se mantivesse o descontrole dos

gastos públicos.

A primeira mudança real de direção na condução da política

econômica foi o rompimento com o FMI, o que evidenciou a

crença, por parte do Governo, de que a solução para a crise não

, De fato, segundo singer (30), em 1985, a taxa de lucro das 500 maiores empresas nacionais atingiu em média 13,7%.

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17

deveria passar pelo ajuste recessivo da economia nacional, como

sempre defendera o FMI.

Com a aceleração da inflação no inicio de 1986, o Governo vê

inviabilizada a implementação de seu projeto desenvolvimentista

e decide decretar, em fevereiro de 1986, o "Plano Cruzado",

também chamado de "Programa de Inflação Zero".

o objetivo explicito do Plano era a desindexação da economia,

revertendo a expectativa inflacionária, garantindo o apoio das

diversas camadas da sociedade às medidas. A idéia era também a

de aumentar a eficácia das políticas monetária e fiscal em

razão do maior intervalo entre reajustes de preços e salários

na economia, e, assim, propiciar importantes fatores de redução

do endividamento interno do setor público.

Até então, a inflação havia resistido à terapia ortodoxa,

adotada entre 1981 e 1983, e se avolumado com o forte impacto

sobre os preços das desvalorizações cambiais de 1979 e 1983 e

com os efeitos aceleradores do aumento do consumo pessoal em

finais de 1985.

optou-se, assim, pelo chamado choque heterodoxo que era,

fundamentalmente, um programa de desindexação da economia, com

o intuito de obter queda rápida da inflação sem recessão e, de

preferência, garantindo a maior neutralidade distributiva

possível (32).

o "Plano Cruzado" promoveu considerável expansão da renda e do

emprego, principalmente junto às classes mais populares.

Segundo os economistas do IBRE, a convicção do empresariado de

que "terminara a era da especulação financeira é suficiente

para garantir um elevado nível de atividade no setor real da

economia e a retomada do nível de emprego" (33).

No entanto, o que se verificou foi um surto de consumo sem

precedentes. As razões que explicariam este fenõmeno, na visão

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18

de Singer (34), seriam a busca da satisfação de desejos de

compra, há tanto tempo reprimidos, como também, nem tanto o

aumento da renda, mas principalmente a perspectiva de que ela

não iria decrescer no futuro.

Paralelamente, não houve o necessário aumento proporcional das

poupanças e dos investimentos e este consumo excedente foi

suprido através da queima de estoques disponíveis e do forte

aumento das importações de alimento (35).

A continuidade do crescimento econômico no longo prazo tornou­

se impraticável diante do estrangulamento da capacidade

produtiva e das distorções de preços ocasionadas pelo

congelamento e agravadas, com o passar do tempo, por pressões

reais de custos.

Este processo levou, então, à escassez generalizada de bens,

cobrança de ágios - aparecimento do mercado negro de bens -,

perda de reservas cambiais, queda acelerada dos excedentes

exportáveis e conseqüentemente redução considerável no saldo da

balança comercial.

o déficit público continuou a crescer, sendo financiado também

através da emissão de moeda. Neste quadro de acirramento das

tensões inflacionárias, déficits interno e externo e problemas

de abastecimento, o Governo decidiu, então, intervir novamente

e em novembro de 1986 decretou o "Plano Cruzado 2", cujos

objetivos eram o desaquecimento da demanda interna de forma a

ajustá-la à oferta existente; o equilíbrio das contas externas

e o equilíbrio das contas do setor público.

As medidas adotadas aumentaram ainda mais as distorções dos

preços relativos, confirmando a volta da inflação, o que,

somado ao esgotamento das reservas cambiais e ao agravamento do

déficit público, prenunciou nova crise política.

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19

o ano de 1987 caracterizou-se pelos desajustes provocados pelos

di versos "pacotes" adotados, como também pelas indef inições

políticas em torno da elaboração de uma nova Constituinte para

o país.

A economia passou durante este ano por três fases distintas. Na

primeira delas, de janeiro a junho, persistiram as dificuldades

herdadas do ano anterior: superávits pouco expressivos da

balança comercial, grave enfraquecimento da atividade econômica

(recessão) e reaceleração dos níveis inflacionários.

Em sua segunda fase, com a substituição da equipe econômica

responsável pelo "Plano Cruzado", foi adotado novo plano de

estabilização econômica, o "Plano Bresser". Neste período

evidenciou-se recuperação dos saldos comerciais externos e

rápida queda da produção industrial, sinalizando o início de

nova recessão na indústria.

A partir de outubro, a inflação retomou seu ritmo, e o ano

terminou com a produção industrial mantendo-se basicamente

estagnada ••

Em 1988, a balança comercial se recuperou apresentando

superávit. No entanto, a moratória sobre a dívida, decretada

anteriormente, dificultou a retomada das negociações. Ao mesmo

tempo, a inflação atingia os 415,8% anuais. Em síntese, pode-se

dizer que a economia brasileira viveu, naquele ano, um período

de estagflação. 5

• O acréscimo de 3,5% do PIB deveria ser atribuído, segundo os economistas do IBRE, mais a decisões tomadas ainda em 1986, no auge do "Plano Cruzado", como também ao excelente desempenho do setor agropecuário (36).

5 O produto per capita em 1988 reduziu-se em relação àquele do ano anterior, denotando, indubitavelmente, um declínio dos padrões médios de vida.

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o ano de 1989 trouxe a ameaça da hiperinflação. Diante disto,

o Governo decidiu intervir, decretando, em janeiro, novo plano

econômico, desta vez chamado de "Plano Verão" e que acabou

sendo um plano heterodoxo, mas que, ao mesmo tempo, apresentava

elementos ortodoxos. Tinha como principal diretriz o corte

drástico das despesas do governo, preocupando-se ainda em

congelar temporariamente preços e praticar política de juros

altos para inibir possível aceleração do consumo.

Entretanto, os cortes nos gastos públicos não ocorreram. Com o

fim do congelamento, o medo de que os preços fugissem de

controle acelerou o consumo durante o período de maio a agosto

daquele ano. Conseqüentemente, a indústria voltou a se aquecer

chegando a produzir, no meio do ano, quase tanto quanto na

época do "Plano Cruzado" (37).

A partir de outubro a indústria moderou seu crescimento,

evitando maiores investimentos. Além de acreditar que o ano de

1990 seria recessivo, mantinha-se em compasso de espera na

expectativa de conhecer os resultados das eleições para

Presidência da República (38).

Dificuldades quanto ao pagamento da dívida externa tiveram de

ser enfrentadas com a redução na geração de divisas. A

suspensão dos pagamentos, embora não declarada verbalmente, se

verificou na prática sob a forma de atrasos constantes.

As expectativas quanto à chegada da hiperinflação voltaram,

levando o Governo a negociar com empresários um acordo, na

tentativa de ao menos manter os níveis mensais em torno dos 36%

até a posse do novo Governo, em março de 1990.

4.2.3. Síntese dos Indicadores Econômicos do Período em Estudo

Os gráficos 1.1 a 1.4 apresentam alguns indicadores econômicos

representativos do período em que se insere este estudo.

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21

sintetizam e quantificam as afirmações contidas no breve relato

realizado nos itens anteriores sobre a evolução da economia

brasileira.

A observação do Gráfico 1.1 evidencia que o Produto Interno

Bruto brasileiro, entre os anos de 1970 e 1980, apresentou

tendência de crescimento constante. É bem verdade, conforme

indica o Gráfico 1.2, que no ano de 1974 e no per1odo

1977 - 1978 o ritmo se desacelerou, baixando ao n1vel de 5%

contra os quase 14% alcançados em 1973. Entretanto, pOde-se

afirmar que estas alterações não foram a regra e sim a exceção

do per1odo. Nos demais anos da década o PIB crescia na ordem de

10% a cada ano.

A partir de 1981, porém, observa-se com bastante clareza a

variação brusca e substancial do seu comportamento, invertendo­

se inicialmente a tendência de crescimento, que foi

posteriormente retomada na segunda metade da década (Gráfico

1.2). Em particular, deve-se observar que não apenas reverteu­

se a tendência de crescimento como ocorreu, de fato, involução

da economia, ou seja, crescimento negativo nos anos de 1981,

1983 e 1988 (-4,4%, -3,5% e -0,39% respectivamente).

Em contrapartida, em 1986, a expansão da economia, medida pelo

PIB, bate o recorde histórico ao registrar taxa de crescimento

em relação ao ano anterior de 26,9%. De fato, tal fenômeno

demonstrou ter sido episódico e o PIB no ano seguinte (1987)

cresceu apenas 3,6%, 1ndice de crescimento inferior ao mais

baixo registrado durante toda a década de 70 e ano de 1980

inclusive (Gráfico 1.2).

Já o Gráfico 1.3 retrata o comportamento da inflação durante o

per1odo em estudo. Observa-se que, durante a década de 70, as

taxas de inflação elevaram-se gradativamente, fazendo com que

nesse per1odo de dez anos esta passasse de um patamar de 20%

para 54%. Os grandes picos do per1odo ocorreram nos anos de

1974, 1976 e 1979.

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G r á f I I 2 Va r i '" d o PI B c o açao

O. 3 Cada ano em rela"o ao ano anter; or

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A nas Fonte: FGV

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A nos Fonte: IBGE

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26

o processo inflacionário ganhou de fato novo impulso no ano de

1980, quando ocorreu em um só ano o que se verificou em uma

década, ou seja, o indice praticamente dobrou, passando de 54%

a 100%. A partir de então sua evolução se tornou mais errática,

embora se mantivesse firme a tendência de crescimento,

culminando com o grande salto verificado em 1988, batendo os

685% anuais, e prenunciando hiperinflação.

Conforme demonstra o Gráfico 1.4, o reflexo do desempenho da

economia fez-se sentir no comportamento dos indicadores

sociais. Ao mesmo tempo, sabe-se que o nivel de emprego

influencia o poder de consumo, que por sua vez afeta o

desempenho das empresas, caracterizando um verdadeiro circulo

vicioso.

Durante o periodo recessivo que se estendeu de 1981 a 1983, as

taxas de desemprego mantiveram-se em torno de 10%, atingindo em

1981 o nivel mais elevado dos anos 80.

A recuperação da economia, a partir de 1984, alterou o nivel de

desemprego que reduziu-se sensivelmente, a partir de 1985,

mantendo-se em torno de 8% até 1989.

Evidencia-se, portanto, a partir da análise do ambiente

brasileiro na década de 80, a convivência das empresas com alta

turbulência ambiental, que de um lado, é claramente

identificada por intermédio dos indices econômicos e sociais e,

de outro, qualificada através do relato das ações politicas e

econômicas dos governos que se sucederam na década de 80, e de

suas consequências.

É no contexto deste ambiente pOlítico-econômico-social, em que

ocorrem profundas transformações, que as empresas brasileiras

foram levadas a adequar suas estratégias de marketing, um

imperativo para a sobrevivência das mesmas.

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27

4.3. A INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO E O SETOR DE BENS DE

CONSUMO NAo-DURÁVEIS NOS AROS 80

Na visão de Tsukamoto (39), "os efeitos

continuada e uma série de fatores

combinados da inflação

mais ou menos dela

decorrentes acabaram por promover uma profunda desfiguração da

sociedade e da economia, atingindo de forma especial as

empresas brasileiras. Essa desfiguração solapou a convivência

e a interdependência entre fornecedores, fabricantes,

distribuidores, varejistas e consumidores, possibilitando a

predominância de uma mentalidade e postura típicas de um

capitalismo selvagem. As relações comerciais transformaram-se

gradati vamente em operações bancárias, meramente egoístas, onde

valia o poder de impingir ao parceiro comercial condições

duras, de forma a maximizar o potencial de lucros imediatos,

mesmo às custas da qualidade das relações futuras ••. A situação

era especialmente favorável para a formação e expansão de

monopólios e oligopólios com forte tendência para a

horizontalização, abrindo espaços cada vez maiores e mais

privilegiados para os abusos do poder econômico. Os ganhos

fáceis no mercado financeiro provocaram ainda uma progressiva

degradação do dinamismo operacional das empresas: era muito

mais fácil, afinal, repassar custos para frente ou contratar um

diretor financeiro mais agressivo do que procurar corrigir

erros, incapacidades ou insuficiências administrativas e

operacionais do próprio negócio".

Não foi possível dispor de indicadores de desempenho que

quantificassem o comportamento, durante os anos 80, do setor de

bens de consumo não-duráveis como um todo. Desta forma, optou­

se pela apresentação de indicadores de vendas relativos às

cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde situa-se a

grande maioria das empresas componentes da amostra objeto deste

estudo. Foram ainda considerados os números referentes a

concordatas e falências requeridas, deferidas e decretadas pela

indústria de São Paulo, como um todo, na medida em que • • • • • i;..~ l.ndl.retamente traduzem desempenho. Tal.s l.ndl.cadores encontram-

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28

se nos Gráficos 1.5 a 1.8 e buscam apenas ilustrar, ainda que

de forma imperfeita, o breve relato que se seguirá dos fatos

ocorridos na indústria de transformação e no setor de bens de

consumo não-duráveis, durante os anos 80.

Os resultados da indústria brasileira como um todo, durante a

década de 80, foram condicionados pelas politicas econômicas

adotadas neste periodo; ora expansionistas, ora contracionis­

tas. A indústria de transformação, e em especial, aquela

produtora de bens de consumo não-duráveis, não fugiu à regra.

Em 1980, a produção de bens de consumo em geral cresceu, devido

principalmente ao bom desempenho do setor de bens de consumo

duráveis. Entretanto, os números do setor de bens de consumo

não-duráveis não eram assim tão positivos, pois embora

apresentando crescimento, indicavam tendência não definida

(40).

Em 1981, os indices financeiros das mil maiores empresas,

segundo a classificação da revista Dirigente Industrial",

indicavam claramente que a indústria de transformação havia

sido duramente atingida pela recessão, já que reduzira suas

vendas, diminuira seus lucros, baixara sua liquidez e

dispensara empregados (41).Em 1982, a rentabilidade e o emprego

das mil maiores indústrias de transformação reduziram-se,

confirmando o aprofundamento da crise (42). Com efeito, somente

em São Paulo foram requeridas 127 concordatas, cerca de 72%

mais do que os pedidos do ano anterior. Não obstante,

antepondo-se à idéia de que a amplitude da recessão poderia ser

medida pelo quadro de insolvências, o professor Andrea Calabi,

da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, afirmava

" A grandeza utilizada para estabelecer a classificação das mil maiores indústrias de transformação do pais é a receita operacional liquida que é entendida como faturamento. Quando se fala em rentabilidade entende-se lucro liquido do exercicio como porcentagem do patrimônio liquido. A liquidez é medida pelo indice de liquidez corrente -Ativo Circulante/Passivo circulante­e o endividamento como a porcentagem do Passivo Circulante mais o Exigivel a Longo Prazo em relação ao Ativo Total.

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33

que os números de insolvência não diziam muito porque "as

pequenas empresas que constituem o maior contingente de

estabelecimentos do país não "quebram", simplesmente fecham

suas portas." Concordatas, portanto refletiriam mais apertos

conjunturais e inesperados de crédito do que a contração do

nível de atividade (43).

Vale ainda destacar que a revista Exame (44) afirmava, em

reportagem de setembro de 1982, a qual se baseava no estudo de

sete casos de concordatas importantes e depoimentos de

professores e consultores, que grande parte da culpa pelas

concordatas não poderia ser atribuída unicamente a fatores

externos, mas sim a fatores internos, tais como estratégias

inadequadas, estruturas pesadas e erros operacionais. Segundo

opinião da revista, a maior diferença entre as empresas de boa

saúde e aquelas concordatárias estava na relação entre despesas

financeiras e vendas apresentada pelos dois grupos.

Na verdade, durante 1982, o maior prejudicado com a

intensificação da crise, no âmbito da indústria de bens de

consumo, foi o setor de bens duráveis, apresentando crescimento

bem inferior àquele obtido pelo setor de não-duráveis. Parece

lógico supor que tal fato se deu já que o preço unitário do bem

de consumo durável é bem mais elevado do que aquele do bem

não-durável. A inexistência de excedentes de renda para o

consumo de bens duráveis acabou direcionando grande parte do

orçamento da família para o consumo de não-duráveis essenciais

(45).

o ano de 1983, o pior do período recessivo iniciado em 1981,

revelou uma diminuição, pelo terceiro ano consecutivo, da

rentabilidade das mil maiores empresas da indústria de

transformação. Esta queda foi acompanhada pelo encolhimento do

emprego (46).

Quanto à liquidez corrente das empresas, esta manteve-se

praticamente inalterada em relação ao índice apresentado no ano

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34

anterior. Ainda em termos globais, o endividamento geral

(capital de terceiros em relação ao total do ativo) reduziu-se

levemente. Aparentemente estas indústrias estariam procurando

tornar-se menos dependentes de capital de terceiros para assim

reduzir o risco de inadimplência (47).

o setor de bens de consumo não-duráveis, em especial, também

não conseguiu resistir à recessão e apresentou queda significa­

tiva em suas atividades (48).

o ano de 1984 marcou o inicio da recuperação para a empresa

industrial brasileira (49). As indústrias de transformação

cresceram em faturamento, lucros, emprego e também viram sua

saúde financeira fortalecida na redução de seus niveis de

endi vidamento, o mais baixo dos sete anos anteriores ( 50) •

Tanto assim que verificou-se redução no número de concordadas

requeridas e falências decretadas no âmbito da indústria de São

Paulo sofreu expressiva redução.

Entretanto, a recuperação da economia em 1984 s6 foi sentida

pelo setor de bens de consumo a partir do segundo semestre.

Mesmo assim, permanecia a dúvida sobre se este fenômeno devia­

se de fato a um aumento do poder de consumo dos brasileiros, ou

se ocorria apenas em função da liberação das cotas de PIS-PASEP

e da devolução do Imposto de Renda. Este reaquecimento tardio

fez com que o setor praticamente não apresentasse crescimento

em relação ao ano anterior (51).

o ano de 1985 veio consolidar a fase de recuperação da

indústria brasileira pela intensificação da demanda interna, em

especial o setor de bens de consumo

exceções para certos sub-setores

indústrias diversas (52;53).

não-duráveis, com algumas

- têxtil e vestuário e

o ano de 1986 foi aquele em que a produção da indústria

brasileira apresentou a maior taxa de expansão desde o ano de

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35

1976, em função do enorme surto de demanda provocado pelo

"Plano Cruzado" (54).

o indice médio de rentabilidade das mil maiores empresas de

transformação, publicado pela Dirigente Industrial, se elevou,

assim como o endividamento continuou em queda. Já o indice de

liquidez médio sofreu alterações,

registrado no ano anterior (55).

igualando-se àquele

Os problemas, surgidos em 1986, de escassez, ágio e produção

insuficiente sinalizavam, para o ano de 1987, uma reversão do

crescimento que vinha sendo apresentado pela indústria até

então. Com efeito, neste ano a indústria praticamente não

cresceu. No caso das mil maiores indústrias de transformação,

"o lucro da parcela mais significativa das empresas

brasileiras, em 1987, arranhou o fundo do poço e ficou no ponto

mais baixo dos últimos 10 anos" (56). Concomitantemente, o

indice de endividamento continuou em queda principalmente em

função do alto custo do dinheiro e as incertezas sobre o rumo

a ser trilhado pela economia (57).

As dificuldades enfrentadas pelas empresas em 1987 podiam ser

comprovadas pelo aumento do número de concordatas deferidas e

falências decretadas na indústria de São Paulo. Mesmo assim, o

número de falências no inicio de 1987 era considerado pela

revista Exame como relativamente modesto, e este fenômeno se

explicaria como sendo decorrente da antecipação, por parte das

empresas, de problemas mais graves, apelando logo para a

concordata, já que não anteviam mudanças a curto prazo (58).

O ano de 1988 é mais um ano de estagnação da economia e

decréscimo nas atividades da indústria de transformação (59).

O setor de bens de consumo não-duráveis apresentou a maior taxa

negativa de crescimento da indústria de transformação (60).

O ano de 1989 iniciou-se com uma expansão do consumo, provocada

pelas expectati vas de aumento substancial dos preços.

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36

Entretanto, tal expansão foi refreada pela queda no poder real

de compra da população (61). Ainda, como observou Janowitzer

(62), sabia-se que a indústria de transformação em 1989 estava

operando próxima de sua capacidade instalada e, se o aumento do

consumo tivesse se prolongado pelo segundo semestre, acabaria

sendo limitado por esta realidade.

É nesse momento que o presente estudo identificou as

estratégias de marketing seguidas por empresas brasileiras do

setor de bens de consumo não-duráveis, de modo a compará-las

com aquelas seguidas por essas mesmas empresas no início da

década.

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37

CITAçõES

1. KOTLER, P. Marketing. Ed. Compacta. São Paulo: Atlas, p.49, 1980.

2. CHRISTENSEN, C. H.; ROCHA, A.; GERTNER, R. K. An empirical investigation of factors influencing exporting success of Brazilian firms. The Journal of International Business Studies, v.18, n.3, p.61-77, Fa11 1987.

3. ROCHA, A.; CHRISTENSEN, C.; GERTNER, D. Trading companies: an evaluation of the Brazilian experience. proceedings of the 1988 BALAS International Conference. San Diego, California: Business Association of Latin American Studies, Feb. 1988.

4. EMERY, F. E.; TRIST, E. L. The Causal Texture of Organizational Environments. Human Relation, v.18, p.21-32, 1965. Apud: GLASER, S. The marketing system and the environment. European Journal of Marketing, v. 19, n. 4 , p.54-72, 1985.

5. GLASER, S. The marketing system and the environment. European Journa1 of Marketing, v.19, n.4, p.54-72, 1985.

6. Ibidem.

7. CHILD, J. Organizational Structure, Environment, and Performance: The Role of Strategic Choice. Sociology, v.6, p.1-22, 1972.

8. SORMUNEN, J.; ZEITHAML, Strategic Flexibility, Conceptual Model. SI.:

9. Ibidem.

10. CHILD, op. cito

C. P. Environmental VOlatility, and Organizational Performance: A Sn., p.2, 1986? 25p.

11. CHANGE in the market place: an analysis of the recent changes in consumer behavior and the events and attitudes underlying them. SI.: J.W. Thompson, 1975. 24p.

12. HALL, W. K. Survival strategies in a hostile environment. Haryard Business Reyiew, v.?, n?, p.75-85, Sep-Oct 1980.

13. SHAMA, A. Marketing in a Slow-Growth Economy: the impact of stagflation on consumer psycho10gy. New York: praeger Publishers, p.1, 1980.

14. Ibid. p.2.

15. SERRA, J. Existe uma Saída. Veja, v.23, n.?, p.62-3, ago. 1990

Page 51: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

38

16. JAGUARIBE, H. oito décadas da RepÚblica (1901-1980). Rio de Janeiro: Iuperj, 1983. 44p. (IUPERJ - Série Estudos, 15).

17. Sociedade e política: um estudo sobre a atualidade brasileira. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

18. SKIDMORE, T.E. Brasil: de Castelo a Tancredo, 1964-1985. 3.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

19. JAGUARIBE, op. cit., 1985.

20. SKIDMORE, op. cito p.429.

21. JAGUARIBE, op. cit., 1985.

22. SKIDMORE, op. cit., 1988.

23. Ibid. p.545.

24. SINGER, P. O dia da lagarta: democratização e conflito distributivo no Brasil do cruzado. São Paulo: Brasi­liense, 1987.

25. CONTADOR, C. Inflation and monetary reforms: the post war Brazi1ian experience. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 1987. 18p. (Relatório Técnico, 101).

26. SINGER, op. cito

27. Ibidem.

28. A ECONOMIA invisível. Exame, n.300, p.26-34, maio 1984.

29. SINGER, op. cito

30. Ibidem.

31. A RETOMADA dos investimentos. Conjuntura Econômica, v.40, n.1, p.7-9, jan. 1986.

32. RETROSPECTIVA de 1986 e perspectiva para 1987. In: A ECONOMIA brasileira e suas perspectivas, XXI. Rio de Janeiro: APEC, 1987.

33. SINAL de alerta na balança. Conjuntura Econômica, v.40, n.11, p.12, novo 1986.

34. SINGER, op cito

35. RETROSPECTIVA de 1986 e perspectiva para 1987. In: A ECONOMIA brasileira e suas perspectivas, op. cito

36. 1987/88-PANORAMAS e perspectivas. conjuntura Econômica, v.42, n.2, p.11-5, fev. 1988.

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39

37. COMPASSO de espera. ~, V.22, n.46, p.118-20, novo 1989.

38. Ibidem.

39. TSUKAMOTO, Y. Algumas coisas que as empresas esqueceram no tempo da inflação e das quais é preciso lembrar agora. Mercado Global, v.13, n.68, p.7, maio/ago. 1986.

40. OS BENS de consumo duráveis lideram o crescimento indus­trial. Exame, n.215, p.8-10, dez. 1980.

41. PRODUÇÃO e lucros em queda. Dirigente Industrial, v.23, n.10, p.91, out. 1982.

42. REPETE-SE o resultado fraco. Dirigente Industrial, v.24, n.10, p.76-8, out. 1983.

43. POR QUE as empresas estão em crise. Exame, n.259, p.20, set. 1982.

44. Ibidem.

45. CAMARGO, T. Um mercado das elites. A4ministracão e Seryicos, v.1, n.1, p.10-7, abro 1979.

46. RECUPERAÇÃO já se aproxima. Dirigente Industrial, v. 25, n.10, p.76-9, out. 1984.

47. Ibidem.

48. Ibidem.

49. CAMINHO está livre para a recuperação. Dirigente Industrial, v.26, n.1, p.11, jan. 1985.

50. RECUPERAÇÃO em marcha. Dirigente Industrial, v.26, n.10, p.54-7, out. 1985.

51. UMA FIRME recuperação das vendas de duráveis. Exame, n.312, p.8-10, novo 1984.

52. Só a inflação pode deter o crescimento. Dirigente Industrial, v.27, n.1, p.7, jan. 1986.

53. BOM ano para a indústria. Dirigente Industrial, v.27, n.10, p.84-7, out. 1986.

54. INDÚSTRIA cresceu 10,9% em 1986. Exame, n.371, p.12-4, mar. 1987.

55. OS NÚMEROS do ano do cruzado. Dirigente Industrial, v.28, n.10, p.68-71, out. 1987.

56. A RENTABILIDADE foi para o espaço. Dirigente Industrial, v.29, n.15, p.70, out. 1988.

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40

57. A RENTABILIDADE foi para o espaço, op. cit., p.70-4.

58. MARCAS reais da crise. Exame, v.19, n.374, p.33, abro 1987.

59. O TERCEIRO ano de recessão. Exame, v.21, n.4, p.10-1, fev. 1989.

60. JANOWITZER, R.G. transformação. p.101-12, out.

Investimentos físicos na Conjuntura Econômica,

1989.

61. COMPASSO de espera, op. cito

62. JANOWITZER, op. cito

indústria de v.43, n.10,

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41

CAPíTULO II

REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo é composto por quatro seções. A primeira delineia

o objeto do estudo, conceituando e definindo o que se

convencionou chamar de mercado consumidor brasileiro. A segunda

seção busca relatar o comportamento do consumidor brasileiro em

ambiente turbulento, ou seja, de que forma foram alterados

hábitos e processo decisório de compra no período em que se

insere o estudo. As duas últimas seções se empenham em discutir

de que maneira as empresas poderiam se ajustar às mudanças no

comportamento do consumidor; na terceira seção é feito um breve

relato da evolução do marketing no Brasil e, finalmente, a

quarta e última seção se preocupa em apontar estratégias de

marketing recomendadas em ambientes turbulentos.

1. O MERCADO CONSUMIDOR BRASILEIRO

Inicialmente, é preciso conceituar o que se entende por

consumidor ou mercado consumidor brasileiro. No caso do Brasil,

mercado interno não é sinônimo de mercado consumidor, já que

este último é o resultado de uma equação mais complexa formada

por variáveis tais como distribuição de renda, poder de

consumo, oportunidade de emprego, entre outras (1). Na verdade,

não existe apenas um mercado consumidor brasileiro, mas sim

dois: o mercado ativo e o chamado "mercado marginal".

Não existe um número único e preciso que quantifique estes

mercados, já que cada instituto de pesquisa utiliza diferentes

critérios estatísticos. Entretanto, pOde-se dizer que em meados

de 1987, o mercado ativo representava aproximadamente 35% do

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total da população brasileira' e que este se confunde com a

chamada classe média, ou melhor, um seu segmento muito

específico, o maior beneficiário do "milagre econômico". De

acordo com Aldrighi (3), esta classe conheceu "uma rápida e

extraordinária ascensão porque pôde se beneficiar de um período

excepcional de crescimento da economia e da expansão e melhora

qualitativa das oportunidades de trabalho".

Já o "mercado marginal" praticamente só tem aspirações de

consumo, uma vez que o consumo efetivo fica restrito por seu

ínfimo poder de compra. Portanto, quando se fala em consumidor

brasileiro se está quase sempre pensando neste grupo de

consumidores que é a classe média.

Definido o mercado consumidor, convém destacar também que

geralmente o que se conhece no Brasil, por intermédio das

pesquisas realizadas, é o consumidor do Rio de Janeiro e o de

São Paulo, e então a partir deles se generaliza para o resto do

país. Entretanto, mesmo tendo comprovado a eficiência do efeito

demonstração, é preciso reconhecer que diferenças regionais

quantitativas e qualitativas existem.

2. O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR EM AMBIENTE TURBULENTO

Mudanças no contexto político, econômico e social de um país

tais como, mudança de governo, alterações na Constituição,

elevação da taxa de inflação, aumento do desemprego, queda do

poder de compra, escassez

expectativas,

de bens provocam alterações nas

atitudes e comportamentos dos percepções,

indivíduos que ali vivem. Estes indivíduos enquanto

consumidores também respondem a estas mudanças. O i tem 2.1

busca tecer algumas considerações teóricas sobre o

1 Esta estimativa foi feita pela Marplan, conhecido instituto de pesquisa de mercado, e considera não só a renda como também a posse de bens como máquina de lavar, televisão a cores, automóvel e ainda o nível de escolaridade e a profissão (2).

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comportamento do consumidor diante de alterações no quadro

econõmico e o item seguinte se preocupa em relatar e analisar

algumas experiências vividas pelos consumidores brasileiros nos

anos 80.

2.1. CONSIDERAçõES TEÓRICAS

Há pouco conhecimento teórico sobre o comportamento adotado

pelo consumidor em situação de turbulência ambiental. Os poucos

estudos existentes analisam situações de estagflação, que, como

se viu, é um dos aspectos característicos de turbulência

ambiental.

Os primeiros estudos sobre situações de estagflação datam da

Grande Depressão Americana e enfocavam o problema do ponto de

vista da teoria econômica. Em seguida vieram as experiências

vividas por alguns países no período que se sucedeu à Segunda

Grande Guerra. Entretanto, o impacto

pode ser considerado limitado até

petróleo em 1973.

causado por este fenômeno

o advento da crise do

Os poucos estudos que tratam do assunto datam do final da

década de 70 e começo dos anos 80 quando os Estados Unidos,

como de resto todo o mundo, enfrentavam o problema da crise do

petróleo. Por exemplo, pode-se citar estudo realizado pela BBDO

em 1975 (4), analisando o comportamento dos consumidores,

revendedores e industriais nos Estados Unidos, no período

72/74; estudo feito pela JWT também em 1975 (5), explorando as

mudanças do comportamento do consumidor diante das mudanças no

ambiente econômico; pesquisa realizada pela American Business

Press (6), também da mesma época, sintetizando experiências com

cinco recessões observadas na economia americana do pós-Segunda

Guerra Mundial, enfocando a propaganda, e ainda, os estudos de

Shama (7; 8); Hayes e Abernathy (9); Hall ( 10 ) e Ostheimer

(11). Entretanto, trata-se de pesquisas de caráter esporádico.

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44

A teoria econômica, na palavra de Duesenberry (12) e de suas

críticas à função consumo keynesiana, postula que a razão entre

o consumo e a renda de um indivíduo é função da razão entre a

sua renda corrente e seu nível de renda mais alto previamente

alcançado, ou seja, em outras palavras, sugere que o consumo

presente é influenciado pela lembrança do poder de compra que

o indivíduo possuía no passado, mais precisamente, daquele

nível mais alto alcançado anteriormente. É como se os

indivíduos possuíssem um mecanismo de defesa contra a queda em

seu nível de renda e tardassem em aceitá-la, postergando,

assim, cortes em suas despesas de consumo. Esta constatação

pode, por exemplo, explicar porque, mesmo em um ano como o de

1981 no Brasil, quando já se havia iniciado um processo

recessivo, as despesas com bens de consumo não haviam

apresentado a queda que seria de se esperar.

Outra constatação da teoria econômica, extraída de estudo

realizado por Cagan (13) sobre hiperinflação, é a de que as

expectativas dos indivíduos sobre possíveis mudanças no nível

de preços influenciam as expectativas destes mesmos indivíduos

quanto à sua renda futura esperada. Pode-se imaginar assim, por

exemplo, as influências de um "Plano Cruzado" nas decisões de

consumo da população.

Outro fenômeno interessante verificado por Friedman (14) quando

testava o modelo da função consumo keynesiana para os dados

relativos à "Grande Depressão" nos Estados Unidos, iniciada no

ano de 1933, foi o de que o consumo real foi sempre maior do

que aquele calculado pelo modelo. A explicação de Friedman para

este fato é a de que os americanos reconheceram que a "Grande

Depressão" era algo fora do comum e especial, não podendo ser

comparada ao sobe-e-desce tradicional da economia, e, sendo

assim, atribuíram a maior parte do declínio de sua renda a um componente negativo transitório.

Bayton (15), teórico do comportamento do consumidor, por sua

vez, postula que as respostas dos consumidores às alterações do

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45

ambiente ocorrem em dois níveis, um influenciando o outro. a

primeiro deles corresponde a respostas ditas emocionais

(mudanças de atitude) e o segundo a respostas chamadas de

comportamentais. Respostas comportamentais são aquelas

apontadas como sendo as responsáveis imediatas por alterações

no comportamento das vendas e nos hábitos de compra.

Exemplos de respostas comportamentais são o corte nos itens de

maior peso no orçamento, maior aproveitamento de ofertas e

liquidações, troca de produtos mais caros por similares mais

baratos, diminuição do desperdício. Ainda, é possível que estas

respostas comportamentais se dêem em sentido inverso, através

de aumento do consumo, ou seja, uma resposta do tipo "aproveito

enquanto posso", numa tentativa agressiva, e por vezes até

auto-destrutiva, de resistência à queda no seu padrão de vida,

tentando, quem sabe, reforçar sua diferenciação social, já que

neste momento muitos não têm condição para fazê-lo. Entretanto,

para que estas respostas comportamentais sejam decifradas

adequadamente, certos pesquisadores acreditam que é preciso que

se conheçam as respostas emocionais por trás destes novos

comportamentos. Estas se concretizam, por exemplo, nas

expectativas - menos ou mais favoráveis dos consumidores

quanto a suas perspectivas econômicas futuras, na volatilidade

de suas opiniões em geral, além do nível de ansiedade que

experimentam (16).

a estudo realizado pela BBDa (17), em 1975, por exemplo, apurou

que os consumidores norte-americanos, durante o período de 1972

a 1974, gastaram menos em bens duráveis e mais em bens

não-duráveis e que, embora o nível de gastos em dólares não se

tenha alterado sensivelmente, houve drástica mudança nas

categorias de consumo. Esses consumidores passaram a fazer

maior número de visitas aos supermercados do que antes e

passaram a visitar diversos revendedores, ao invés de apenas

um, para tirar partido das ofertas especiais promovidas por

cada um deles. a estudo registrou, ainda, que houve queda nas

compras por impulso. No caso dos consumidores de alimentos,

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46

verificou-se que eram leais às marcas mais anunciadas, mas que,

à medida em que os preços aumentavam, houve uma tendência para

a compra de itens mais baratos. Também digna de nota foi a

constatação de que um aumento de preços de aproximadamente 11%

em um ano foi registrado na opinião dos consumidores como sendo

de 30%. Finalmente, o estudo concluiu que, em um período de

elevação de preços, o consumidor se torna particularmente

consciente da qualidade.

Shama (18), por sua vez, acredita que em situações de

estagflação os consumidores se dividem em dois grupos: os que

acei tam as duras condições impostas pelo ambiente e buscam

assim mesmo manter seus padrões de consumo e aqueles que para

ajustar-se às novas condições do ambiente alteram seus valores

e estilo de vida. De acordo com o pesquisador, esse segundo

grupo de consumidores passar ia, entre outros, a ser mais

cuidadoso em seus gastos, preocupar-se-ia mais em reduzir

desperdícios, demandaria produtos mais baratos, mais duráveis,

e estaria mais sensível a promoções e liquidações.

2.2. O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO

No caso do Brasil, uma das principais dificuldades na análise

do comportamento do consumidor, do final do "milagre econômico"

aos dias de hoje, reside exatamente na ausência quase total de

evidências empíricas que sirvam como base para uma avaliação de

caráter mais científico de seu comportamento. É-se forçado,

portanto, a utilizar testemunhos de observadores do

comportamento do mercado brasileiro, tipicamente pessoas

envolvidas com o setor produtivo, executivos ou especialistas

de agências de propaganda ou institutos de pesquisa de mercado.

Tais opiniões devem ser observadas com cautela, considerando-se

o desconhecimento quanto ao seu embasamento científico.

De forma geral, a opinião predominante entre esses observadores

do mercado é de que o comportamento do consumidor brasileiro

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47

teria sofrido profundas alterações, decorrentes da convivência

com uma economia recessiva, onde as expectativas de retorno ao

"milagre econômico" tornam-se cada vez mais frágeis e

distantes. Seguindo-se essa corrente, poder-se-iam distinguir

quatro fases básicas: a dos ávidos consumidores da década de 70

até 1981,ou os "filhos do milagre": a dos consumidores

desiludidos diante da descoberta de que o tempo do milagre

havia se esgotado, ou os "órfãos do milagre,,2: a fase do

Cruzado que recuperou a utopia de consumo vivida durante o

"milagre" e que se restringiu à parte do ano de 1986, e

finalmente, o periodo pós-Cruzado, que se estende até hoje e

que retrata consumidores frustrados pelo fracasso de tantos

planos econômicos e pela inflação renitente, sofrendo com a

redução cada vez mais nitida do seu poder de consumo.

2.2.1. O Comportamento do Consumidor Brasileiro na Década de 70

segundo Aldrighi (20), a classe média, que representa o mercado

consumidor do pais, "é a geração que amadureceu no milagre:

cresceu e adolesceu, portanto, convivendo com uma relativa

privação material, uma educação rigida e uma moralidade

conservadora" e é ainda " ... um segmento que se define menos em

função de propriedades, rendas e itens de conforto doméstico e

mais por atributos psicossociais como aspirações, mentalidade

Esse segmento possui e estilo de comportamento.

própria de reagir econômica

impulsividade, auto-indulgência e

uma forma

e socialmente: com otimismo,

indulgência com os filhos".

A principio, em momentos de crise, esta classe estaria disposta

a sacrificar seu prazer pessoal (itens pessoais, uma marca

preferida) em favor do reconhecimento social (automóvel, por

exemplo). "Movida pelo motor da ascensão social, a classe média

2 As expressões filhos do milagre e órfãos do milagre foram criadas pela pesquisadora Vera Aldrighi e utilizadas em seu artigo nA classe média sai do paraíso ou Os órfãos do milagre"(19).

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consome produtos que, pelo preço e sofisticação não lhe são

devidos" (21). Na opinião de Aldrighi (22), apesar de sua

pequena representatividade numérica, essa classe média teria

sido responsável pela propagação de seu modelo de vida e de

comportamento para as classes menos favorecidas.

o crescimento acelerado que se verificou, no Brasil, no final

dos anos 60 e inicio da década de 70, teria provocado a

primeira grande mudança no comportamento do consumidor

brasileiro nos últimos vinte anos. "Estimulado pelas

possibilidades que a indústria de consumo passou a oferecer e

pelas facilidades e atrativos dos supermercados e shopping

centers, o brasileiro descobriu o prazer de comprar. Comprava­

se de tudo, sem pensar em preços, sem exigir qualidade, sem

programar gastos" (23).

2.2.2. O Comportamento do Consumidor Brasileiro no período

1981 - 1985

Com o final da década de 70 encerra-se "um per iodo de consumo

desenfreado gerado pela absoluta inexistência de alternativas

de poupança ou investimento que remunerassem sequer o capital

aplicado e de um quadro econômico artificialmente

desenvolvimen-tista .•. " (24).

Os primeiros três anos da nova década foram marcados, como se

viu, por profunda recessão, caracterizada por maiores indices

de desemprego e de inflação, elevação da taxa de juros, perda

crescente do poder de compra do consumidor, retração da

produção e aumento da especulação financeira.

O consumidor brasileiro teve de adaptar-se àquela nova

realidade econômica. A partir de 1981, a queda dos salários

acabou por impor cortes nos orçamentos, propiciando uma mudança

no comportamento de compra, isto é, tornando-o mais racional,

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49

o que acabou por produzir um consumidor mais consciente e

exigente (25).

Insegurança, frustração e

indicadores dos sentimentos

apreensão teriam-se tornado os

básicos do brasileiro de então

(26). O consumidor brasileiro teria passado, assim, a ser

bastante sensível a preço, mas ao mesmo tempo não deixando de

lado a qualidade do produto, ou seja, "exercendo com maior

ênfase seu poder discricionário, elegendo produtos e serviços

com um critério de consciente ou inconsciente

custo-benefício •.• ". Produtos e serviços seriam avaliados

"primordialmente, por seus atributos tangíveis e, em segundo

plano, por seus atributos intangíveis. Dentre os atributos

tangíveis que mais atenção passaram a despertar no consumidor

estão qualidade e preço. Na impossibilidade de avaliar de forma

tangível o atributo qualidade, assumem importância os elementos

representativos desse atributo, tais como prazo de garantia,

facilidade de troca, acesso fácil para reclamação etc" (27).

Este mecanismo de defesa de sua renda, desenvolvido pela classe

média, também teria sido evidenciado por maior controle de

despesas via contenção de gastos, aproveitamento de ofertas e

liquidações, manutenção de estoque de produtos em casa, além da

troca de marcas - das mais caras para as mais baratas -' da

substituição de bens por similares mais baratos e, ainda, até

mesmo por mudanças mais profundas de hábito, concretizadas na

eliminação de certas categorias de produto (29; 30; 31).

Fato implícito nestas mudanças seria o de que os consumidores

teriam tido de repensar suas necessidades individuais,

reordenando prioridades. Em 1983 acreditava-se que a maior

, Segundo Juracy Parente, então gerente geral da Santos Diniz Consultoria de Marketing e professor do Departamento de Mercadologia da Fundação Getúlio Vargas, "o apelo do preço (uma poderosa arma de vendas, sobretudo em períodos de retração) está abrindo espaço para os produtos sem marca e para as marcas próprias" (28).

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50

prioridade no orçamento de despesas de consumo das famílias

fosse o item alimentação (32). Com efeito, uma pesquisa

realizada por uma empresa de estudos e serviços de marketing,

naquele ano, indicava que, no total de consumo de todas as

classes, o item de maior

aI imentação. Em segundo

e

prioridade das famílias urbanas era

lugar, apareceram as

em terceiro figuravam

despesas

aquelas

com

com automóveis próprios

produtos destinados à

gastos com vestuário.

manutenção do lar. Em quarto lugar, os

o segundo item da escala de prioridades - despesas com

automóvel que a princípio causaria estranheza, é melhor

explicado por estudo feito pelo departamento de pesquisa da

agência de propaganda Standard, Ogilvy & Mather em 1984 (33),

que concluiu, detalhando o perfil do consumidor da classe

média, que este, embora houvesse se tornado mais racional,

preservara todos os valores da sociedade de consumo, entre os

quais, os que assumiam maior importância, eram a busca de

segurança e de prestígio.'

Também em 1984, o Listening Post5 confirmava os comportamentos

que surgiram com a crise: "a adoção de modos de consumo mais

racionais; maior controle dos gastos; maior auto-defesa;

adiamento dos projetos onerosos"· (35) .

• Reforçando a tese da preservação dos valores da sociedade de consumo Souza (34) declara que "no processo de contenção de despesas, inseriram-se comportamentos que foram da supressão do refrigerante nas refeições dominicais à eliminação da empregada, •.• mesmo que nesse caso, numa atitude bem característica do comportamento do consumidor de classe média, fosse necessário comprar o forno de microondas e o freezer ... ".

5 O Listening Post foi criado em 1977 para atuar como um medidor de comportamento da classe média brasileira. Consulta trimestralmente 450 donas-de-casa por telefone em sete capitais brasileiras.

6 Cabe notar, contudo, que as classes menos privilegiadas eram as que mais relutavam em mudar seu padrão de consumo e se sentiam ainda atraídas por produtos que já vinham sendo postos de lado pela classe média. "Mais curiosos ainda são os dados que

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51

Conforme relata Souza (37), a partir de 1985 "uma conjugação de

fatores. .. devol veu ao consumidor o estimulo reprimido de

consumir, resgatando intenções, desejos asfixiados pela

desesperança e pelo temor do desemprego que haviam marcado o

comportamento coletivo, principalmente de 1981 a 1984".

2.2.3. O Comportamento do Consumidor Brasileiro no nPlano

Cruzadon

Em principios de 1986, "subitamente, o pais passou por fortes

transformações econômicas. A criação de uma moeda forte, o

congelamento dos preços e a transformação do povo em "fiscais

do presidente" fez com que o consumidor deixasse de ver a união

do governo com os empresários contra o povo e passasse a

sentir-se mais protegido, mais forte ••• " (38).

Os consumidores responderam, então, de imediato. Reduziu-se a

sensibilidade a preço e cresceu aquela em relação a marca. Como

relata Parente (39), "o consumidor percebeu que produtos de

qualidades diferentes tinham preços proporcionais aos seus

niveis de qualidade, tornando-se mais estável em sua avaliação

da relação qualidade/custo". Também abandonou o hábito de

estocar bens de consumo em casa e aumentou a variedade de suas

compras. 7 Ainda como consequência de sua maior conscientização,

passou a privilegiar a propaganda cujo conteúdo tivesse "um

Luis Grottera levantou em pesquisa de pantry Check (literalmente exame de dispensa) que realizou em favelas do Rio de Janeiro, em junho do ano passado. Havia maionese em 33% dos domicilios, detergente em pó e liquido para roupa em 83%, creme para pele em 22%, xampu em 40% e creme rinse em 29%" (36).

7 Inúmeras pesquisas foram realizadas no sentido de detectar alterações no comportamento do consumidor após a decretação do "Plano Cruzado", entre elas a "Indicator de consumo", medindo comportamento e atitudes do consumidor paulistano; "Radar MPM", realizada pela agência de propaganda MPM, a qual se baseava na opinião dos chefes de familia cariocas, assim como outras realizadas pela Santos Diniz Consul toria de Marketing. (40;41;42) .

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maior compromisso com o produto, buscando orientar a compra do

consumidor fornecendo informações sobre as caracteristicas dos

produtos, componentes, diferenciais, utilização, conservação,

cuidados dentre outros" (43).

Apesar de todos os ganhos aparentes obtidos com o "Plano

cruzado", que acabaram por lhe conferir nova silhueta, o

consumidor brasileiro enfrentava problemas. Como tão bem

analisou Herzog (44) "o consumidor sente que controla melhor

sua vida, porque pode fazer um planejamento realista de seus

gastos, mas por outro lado sente-se controlado, pois além de

perder a possibilidade de complementar a renda familiar com

ganhos financeiros, reais ou ilusórios, diminuiu sua

possibilidade de compra em função das limitações do crediário.

A segunda questão é a contradição entre o "eu" cidadão e o "eu"

consumidor. O pacote econômico fortaleceu a posição do cidadão

dentro da sociedade de consumo, transformando a reclamação num

instrumento efetivo de pressão e de controle de preços. Na

esfera do consumidor, o pacote reduziu a margem individual de

manobra, quer porque restringiu a compra de oportunidades, quer

porque diluiu o espaço de negociação nas compras à vista ••. Há

mudanças também a nivel dos modelos ideativos de consumo. O

pacote está obrigando o consumidor a reformular estratégias de

consumo e a rever sua filosofia básica: o poder real de compra

passa a ser o parâmetro de decisão. Essas mudanças de consumo

implicam alterações no estado geral, já que consumir constitui

parte nuclear da concepção de vida e da constituição da

identidade. A nova situação funciona para mui tos como um

cabresto, e dá margem a um processo de congelamento dos sonhos

de ascensão e diferenciação social".

2.2.4. O Comportamento do Consumidor Brasileiro no Per iodo

1987 - 1989

Reforçando a crença de que as respostas emocionais dos

consumidores são fundamentais na determinação de seu

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53

comportamento, Azambuja (45) declarava que pesquisas realizadas

demonstravam o quanto o consumidor era sensivel a dados

concretos e que seus sentimentos de confiança ou desconfiança

em relação à "Nova República" dependeriam primordialmente do

que essa fosse efetivamente capaz de promover.

Com efeito, as tantas dificuldades encontradas pelo "Plano

Cruzado", como o surto de demanda sem precedentes e a escassez

de produtos e conseqüente aparecimento do mercado negro de

bens, desacreditaram o novo Governo, impedindo o consumidor de

agir livremente e segundo os novos critérios estabelecidos.

Exemplo disto foi a volta à formação de estoques domésticos,

desta vez para se prevenir contra a escassez (46).

o fracasso do Plano Cruzado prenunciava, para o ano de 1987, o

reinicio da recessão e a classe média, naquele ano, perdeu

renda real e teve de pagar preços aI tos pelos produtos que

queria consumir. Ela se sentia "apática, sem energia para

brigar, misturando sensações de impotência ("a participação é

inútil") e de culpa ("fracassamos junto com o Cruzado"),

furiosa com a classe politica, com o povo brasileiro" (47).

Novamente se verificou um processo de down trading, isto é,

substituição de marcas mais caras por outras mais baratas.

o ano de 1988 confirmou a mudança de comportamento verificada

em 1987, já que naquele ano a economia permaneceu praticamente

estagnada, enquanto a inflação continuava ascendente.

Em 1989, apesar da tentativa de redução da inflação com a

decretação do "Plano verão", era patente a incredulidade, por

parte da classe média, quanto à melhoria de seu padrão de vida.

Em estudo especial de pesquisa publicado em março daquele ano

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por uma agência de propaganda, foram detectadas algumas

atitudes de consumo como mais proeminentes."

A primeira delas era chamada racionalidade-esperteza, ou seja,

atribuição de maior valor à durabilidade dos produtos do que à

sua aparência, aproveitando-se de ofertas e liquidações; recusa

à aplicação de dinheiro em investimentos de risco e ainda

defesa da idéia de que quem sabe lidar com o dinheiro acaba

tirando vantagem da inflação.

A segunda atitude, chamada de consumo defensivo,

idéia de passar a poupar mais, mesmo que fosse

mantimentos para ganhar da inflação. Era firme

sugeria a

estocando

também a

determinação em comprar marcas que apresentassem o menor preço

e ainda assumia comportamento defensivo com relação à

propaganda, acreditando que ela faria comprar o que não se

estaria precisando.

A terceira e última atitude refletia o comportamento dos

consumidores convictos, ou seja, aqueles que eram atraídos em

especial por produtos caros, sempre compravam mais do que

planejavam, assumiam sua opção por determinada marca, adoravam

comprar em shopping centers e finalmente, acreditavam ser a

propaganda importante instrumento de informação.

Tais perfis do consumidor brasileiro estão sujeitos à

comprovação empírica. É possível que o acesso a informações

confidenciais de empresas, a partir da realização de pesquisas

de mercado, permitisse a obtenção de dados concretos que

possibilitassem o teste científico das hipóteses levantadas

anteriormente.

" A pesquisa foi realizada pela MPM Propaganda e o título de seu relatório final é Brasileiros e Brasileiras (48). A amostra utilizada era composta por 450 pessoas pertencentes às classes A e B do Rio de Janeiro, são Paulo e Porto Alegre.

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55

Deve-se ainda salientar que alguns observadores do mercado

discordam das colocações anteriores. Troiano (49), por exemplo,

observa que seria preciso saber "o

comportamentais revelam alterações mais

de identidade do consumidor ou o quanto

quanto as mudanças

profundas de atitude e

elas não são, de fato,

formas de adaptação às novas condições sociais e de mercado ... "

e afirma que não é possível entender de fato flutuações

comportamentais sem que se conheçam minuciosamente os valores

e as atitudes do consumidor enquanto pessoa. Ainda, de acordo

com Troiano ( 50), as mudanças comportamentais do consumidor

brasileiro, durante os períodos recessivos que enfrentou,

refletiam "um conflito entre a identidade das pessoas e a

possibilidade de poder expressá-la enquanto consumidor"."

Troiano (52) declarava: "por isso tudo, não acreditamos que

seja válido se falar em novo consumidor, ou apenas adotar os

critérios sócio-econômicos para abordá-los. Não existe um novo

consumidor. Ele continua tendo as mesmas aspirações, desejos e

valores básicos. A forma de expressá-los é que mudou. O que tem

sido chamado de novo consumidor é, na

interpretação pouco cuidadosa e, principalmente,

verdade, urna

superficial do

seu comportamento. Este, de fato, tem mudado, porque as

condições de mercado têm-se alterado profundamente nos últimos

20 anos no Brasil. E isso certamente induz a mudanças na

maneira das pessoas agirem. Surpreendente seria se o

comportamento do consumidor não se aI terasse em condições

ambientais diferentes".

" Troiano (51) sugeria a seguinte segmentação na busca pelo entendimento dos consumidores brasileiros: detectou oito segmentos distintos de consumidores, agrupados em três grandes grupos: os necessitados, formado por indivíduos preocupados primordialmente com a satisfação de suas necessidades básicas; os ajustados, que orientam suas atitudes a partir dos modelos de conduta adotados por grupos dos quais fazem parte e para quem a busca de adequação é fundamental, e finalmente, os inovadores, aqueles cujas motivações surgem da necessidade do seu próprio desenvolvimento interior e, contrariamente aos ajustados, buscam a diferenciação no grupo a que pertencem.

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56

3. A EVOLUÇÃO DO MARKETING

Foi na década de 50 que o ensino do marketing foi introduzido

no país através da Escola de Administração de Empresas de São

Paulo da Fundação Getúlio Vargas. concomitantemente, surgiram

as primeiras publicações especializadas e foram criadas as

primeiras associações profissionais voltadas para marketing.

Ao mesmo tempo, conforme esclarece Corrêa (53) a prática do

marketing, empregada já há alguns anos nos Estados Unidos,

chega também ao Brasil nos anos 50, pelas mãos dos executivos

das primeiras grandes empresas multinacionais dedicadas à

fabricação de produtos de consumo de massa, principalmente

artigos de limpeza doméstica e higiene pessoal.

Cobra (54) afirma que o termo foi introduzido "primeiro como

mercadologia, depois como mercadização,

advindas de traduções livres da palavra

ambas expressões

mágica de origem

anglo-saxônica marketing. E esta veio do latim mercare - ato de

comerciar, ou seja, negociar ..• Antes desse período, s6 a venda

existia e dominava os organogramas das empresas apenas

aceitando, para completar o apelido de gerentes e diretores,

uma pequena corruptela: comercial".

Ainda segundo Cobra (55), é somente no final da década de 60

que a gerência de produto passa, pouco a pouco, a se destacar

e começam a ter lugar as primeiras chefias de promoção,

propaganda e pesquisa de mercado.

Na visão de Pena (56), o período de 1968 a 1974, fase de

expressivo desenvolvimento econômico, "era uma época em que se

vendia qualquer coisa a qualquer preço". Não obstante, Arruda

(57) salienta que este período " ..• caracterizou-se como de

conscientização dos executivos brasileiros em relação à

necessidade de cuidar das estratégias de marketing. Muitas das

empresas, em fase de expansão, tiveram que determinar bem seu

ramo de negócio, para concentrar esforços ... ". De fato, segundo

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57

a autora, a necessidade de se segmentar o mercado, dada a

diversidade de condições que o caracterizava no que dizia

respeito à faixa etária, nível sócio-econômico-cultural,

concentração geográfica, hábitos e atitudes, teria sido logo

percebida pelos executivos brasileiros.

Apesar dos avanços verificados durante estes anos todos,

algumas dificuldades permaneciam. Arruda (58) lembrava que, na

época, "um obstáculo a ser vencido na prática das atividades de

marketing foi o da resistência das empresas nacionais, de

estrutura tipicamente familiar, à racionalidade dos processos

de administração propostos. A profissionalização custou a ser

respeitada por proprietários que, à guisa de um sucesso

tradicional, relutavam em aceitar mudanças de estratégias. Com

as experiências e sob o prisma de marketing, tais alternativas

poderiam acarretar-lhes um ainda melhor desempenho ... ".

Com efeito, Cobra (59) atesta que ao f inal da década de 70

"ainda prevalecia em muitas empresas brasileiras a dicotomia:

vendas e marketing, em paralelo, como funções autônomas.

Gradativamente, porém, a função venda vai sendo incorporada

pelo marketing, ainda que em muitos casos apenas pela mudança

do apelido do gerente de vendas".

Guagliardi (60) identificava em artigo escrito em 1979 que,

naquela época, no Brasil, coexistiam, pelo menos quatro

estágios de orientações, dos quais três eram perfeitamente

identificáveis e o outro, ainda se encontrava em estado

embrionário. O primeiro deles era o chamado de Vendas Passivas,

ou seja, "venha até mim adquirir o produto que tenho em

estoque, ou serviço que tenho para lhe oferecer". O segundo

estágio era o das Vendas Agressivas. Neste estágio são as

ati vidades de propaganda e promoção de vendas as grandes

vedetes. As empresas não mais esperam seus clientes, mas vão

igualmente à sua procura onde quer que se encontrem, embora não

se preocupem em identificar necessidades especificas dos

diferentes segmentos que formam o mercado. Em breves palavras,

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58

os executivos neste estágio se dizem: "preciso forçar a venda

do meu produto ou serviço". O terceiro estágio, por sua vez,

traduzia-se pela seguinte frase: "satisfaço uma necessidade ou

desejo do cliente através da oferta de um produto ou serviço

desenvolvido para esse fim". Para tal, passa a ser necessário

o conhecimento e análise do ambiente e do sistema de marketing

em que opera a empresa, do mercado como um todo e dos diversos

segmentos que o compõem, do comportamento do consumidor, da

pesquisa de marketing, do composto promocional e do

plane jamento e controle dos programas de ação. O quarto e

último estágio era considerado aquele da orientação para o

Marketing Social. "Este tipo de orientação social é ainda

praticamente inexistente no Brasil porque tanto o consumidor

quanto os órgãos do governo não se mobilizaram para forçar uma

ação neste sentido por parte das empresas. Porém se ocorrer no

Brasil o que tem ocorrido em sociedades mais desenvolvidas,

esta quarta orientação virá e poderá afetar muitas empresas que

não se adaptarem às novas regras do jogo. E será possivel dizer

que a sobrevivência das organizações equivale ao equilibrio

entre os desejos dos consumidores, os lucros das empresas e o

bem-estar da coletividade".

O Brasil vem enfrentando, desde o inicio da década de 80 até os

dias de hoje, periodos de turbulência ambiental. Inflação e

crise econômica fizeram com que, até 1979, as ações de

marketing, de modo geral, estivessem mais ligadas à

administração de vendas e à fixação de politicas de preço que

motivassem a compra de bens de consumo como forma de proteção

contra a inflação.

O planejamento voltado para o mercado consumidor e até mesmo o

maior desenvolvimento e aprofundamento da atividade de

marketing foram comprometidos pelas tantas alterações no quadro

econômico pelas quais tiveram as empresas de passar, encurtando

seu horizonte de planejamento e assim, restringindo grande

parte de suas deliberações a ações de curto prazo, cujo

objetivo primeiro era apenas a garantia da sobrevivência (61).

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59

Richers (62) declarava, em artigo publicado pela revista

Mercado Global em meados de 83, que "mais e mais empresas

utilizam a expressão marketing no seu dia-a-dia, mas poucas são

as que perseguem uma filosofia de marketing e adotam o seu

ferramental".

Em 1985 a confirmação da recuperação da economia desloca a

preocupação quase exclusiva das empresas, durante a crise, com

a política de preços para outros componentes do mix

mercadológico (63). Se por um lado muitas empresas, como já

advertira Tsukamoto (64), passaram a se preocupar apenas com

seus lucros financeiros, pouco importando-se com a sua

rentabilidade operacional, algumas poucas, ao contrário,

visualizaram como saída para a crise a utilização cada vez

maior dos instrumentos de marketing buscando por exemplo,

através da segmentação, a diferenciação de seus produtos (65:

66) .

Ainda, em 1985, Corrêa (67) esclarecia: "na espiral de consumo

proposta na dissertação Pensamento em Marketing: Um Estudo

Exploratório, de autoria de Aylza M. Munhoz .•. , não há como

fugir à evidência de que, enquanto o mercado norte-americano,

de uma forma homogênea, se encontra há muitos anos no último

estágio, há segmentos de consumo brasileiro que ainda carecem

da noção de propriedade e do desejo de riquezas, estágios

iniciais da espiral. E, na medida em que a distribuição de

renda no Brasil está caracterizada por uma pirâmide de base

muito larga, não se cria massa critica suficiente para acionar

o estágio seguinte: o aumento da produção. O estágio final da

espiral, a sociedade de consumo ou a sociedade afluente, é um

luxo disponível apenas para alguns poucos produtos brasileiros.

É preciso ter bem claro que vastas áreas do mercado brasileiro

ainda estão longe da saturação, assegurando aos fabricantes que

tudo o que for produzido será vendido, desde que haja um mínimo

de consistência nas políticas de preço e distribuição do

produto .•. ".

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60

Apesar de toda a evolução descrita anteriormente, sabe-se que

ainda hoje, no Brasil, é pequeno o número de empresas

brasileiras que adota uma política de marketing integrado.

Muitas tendem a confundir marketing com propaganda e algumas

chegam até a delegar a função de planejamento de marketing a

agências de propaganda, ao invés de realizá-lo internamente.

Como afirmava Cobra (68) em princípios de 1985, " ... 0 mais

comum é encontrar-se empresas com estruturas de vendas

levemente infiltradas por funções de marketing".

Rocha e Christensen (69), a seu tempo, acreditam que quer pelo

protecionismo, limitando a concorrência, quer pela escassez

interna de bens, o vendedor continua a ocupar posição

privilegiada na estrutura social".

Gracioso (70), por sua vez, crê que as dificuldades encontradas

pelas empresas brasileiras em praticar o marketing estejam

ligadas à conjugação de três fatores: "... a interferência

excessiva do Estado na economia; o fechamento de nossas

fronteiras à competição e à tecnologia de fora e o

estrangulamento provocado pelos nossos desníveis sociais ..• ".

Na verdade, segundo Arruda (71) "a evolução do pensamento de

marketing, no Brasil, pode ocorrer com certa velocidade no

campo acadêmico, porém a assimilação efetiva, com reflexos

sobre a prática, sobre a administração de marketing das

empresas, parece ser relativamente morosa. A compreensão e

absorção dos novos conceitos e relações teóricas vêm sendo

conseguidos de forma gradual, através do ensino, estudos e

publicações, mas sua implementação parece surgir com maior

intensidade em empresas multinacionais norte-americanas, cuja

filosofia de ação se apóia nos modernos métodos e sistemas já

experimentados pela matriz." Arruda afirma, ainda, que "a

crescente evolução da atividade de marketing no Brasil requer,

por isso, um conhecímento muito mais rápído e profundo das

raízes teóricas do marketing, para agilizar, intensificar e

adaptar seus princípios à realidade do país".

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61

Entretanto, sabe-se ao mesmo tempo que, embora muitas empresas

brasileiras ainda hoje não adotem conscientemente uma política

de marketing integrado, acabam por fazê-lo na prática, o que

valida a proposta de pesquisa aqui apresentada, aproximando os

modelos teóricos considerados, da realidade empresarial

brasileira. Afirmações como as de Arruda (72) e Guagliardi (73)

somam-se à crença de que a aplicação da orientação para

marketing é de extrema importância no caso brasileiro:

"Em fases de incerteza e instabilidade econõmica, faz-se

necessário responder com rapidez ou ameaças de marketing,

sob pena de comprometer todo o negócio em poucas horas".

"Ã medida que o mercado se torna mais competitivo e com

tendências para excedentes de produção e de vendas, muito

provavelmente a orientação de se forçar a venda do produto

não é compatível com a sobrevivência a longo prazo da

empresa, em termos da obtenção dos lucros desejados".

4. ESTRATÉGIAS DE MARKETING

4.1. CONCEITUAÇÃO

São encontradas, na literatura disponível, uma série de

definições sobre estratégia de marketing. De maneira geral, as

várias conceituações que povoam a literatura se complementam.

Abell (74), por exemplo, acredita que o âmbito da estratégia de

marketing

marketing

ciclo de

se restringe à manipulação de conceitos tais como,

mix, classificação de bens,

vida do produto etc. Já

segmentação,

Kotler (75)

teoria do

opta por

concei tuação bem mais abrangente, ao def inir estratégia de

marketing como sendo " .•• um conjunto de objetivos, pOlíticas e

normas que guiam o esforço de marketing da empresa no correr do

tempo seu nível, mix e alocação, em parte de forma

independente, e em parte como resposta a mudanças nas condições

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62

competitivas e ambientais". Ginebra (76), por sua vez,

flexibiliza o conceito, incluindo, igualmente, as decisões

estratégicas não claramente articuladas ou explicitadas, ao

afirmar que estratégia de marketing é um "critério de

comportamento", "um conjunto de pensamentos e linhas mestras de

ação", que guia e orienta a maneira como a empresa se relaciona

com o mercado e a concorrência, de sorte a atingir seu objetivo

imediato de "prover determinados bens para satisfazer a

necessidades concretas dos indivíduos ou grupos sociais". Em

resumo, como concluíram Christensen e Schmidt (77), "a

estratégia de marketing é a parte visível da estratégia

empresarial, abrangendo as decisões sobre a seleção do composto

prOduto-mercado e a forma de competir. A estratégia de

marketing é a face externa da estratégia empresarial".

De fato, teóricos como Hofer e Schendel (78), acreditam que a

estratégia é um instrumento de mediação ou acasalamento entre

a organização e o macroambiente, isto é, entre os contextos

interno e externo. Com efeito, como declara Mintzberg (79),

"muitos autores ..• argumentam que as organizações precisam da

estratégia para estabelecer uma direção para si próprias, como

também para superar a concorrência, ou pelo menos para

capacitá-las a reagir adequadamente às ameaças do

macroambiente". É o próprio Mintzberg (80) que afirma,

igualmente, que a "estratégia é necessária para reduzir a

incerteza e garantir consistência .•. ".

Em resumo, pOde-se dizer que é grande a crença de que

estratégia e macroambiente se relacionam fortemente. Como

sugere a literatura sobre Estratégia, o macroambiente pode e

deve influenciar a estratégia (81; 82; 83, 84; 85; 86).

Ao mesmo tempo, é preciso ter em mente, como sugere Mintzberg

(87), que "enquanto prescrições de mudanças de estratégia são

largamente apregoadas pela literatura, a gerência do processo

de mudança na prática, especialmente quando esta envolve

mudança de filosofia, torna-se difícil. O empenho da estratégia

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63

em lidar com a mudança - seu papel de protetora da organização

contra distração (Christensen et alii 1982) - (88) bloqueia a

capacidade de resposta da organização às mudanças no

ambiente. .• Isto é especialmente verdadeiro quando não são

apenas as máquinas que devem ser alteradas, mas também a cabeça

das pessoas. Estratégia, como padrão de comportamento, pode

cegar a organização contra a sua própria perecibilidade. Sendo

assim, nós concluimos que estratégias podem funcionar para a

organização como os tapa-olhos dos cavalos: eles os mantêm

seguindo em linha reta, mas impedem o uso de sua visão

periférica". A propósito, Light (89) citava o exemplo de

quatorze das setenta e cinco empresas americanas, consideradas

como as mais bem dirigidas no livro In Search of Excellence, as

quais não podiam mais ser consideradas como tal, respeitados os

mesmos padrões de excelência, um ano após terem sido eleitas.

Isto porque não teriam respondido de forma adequada a

importantes mudanças ocorridas no mercado americano durante

esse período .'0

Para efeito deste estudo, a definição adotada para "estratégia

de marketing" é a de que esta envolve decisões relacionadas à

seleção de produto-mercadO e a forma de competir. Estratégias

de produto-mercado são aquelas que se preocupam em definir que

fatia da demanda será atendida pela empresa e com que produtos

específicos cada uma destas fatias será atendida. Alguns

autores elaboraram as diversas alternativas disponíveis às

empresas, dos quais se destacam Kotler (91) e Ansoff (92).

Embora cientes da inflexibilidade gerada, por vezes, pela

adoção desta ou daquela estratégia de marketing, não se pode

desprezar o fato de que as transformações do ambiente ocorrem

em ritmo cada vez mais acelerado. Sendo assim, pOde-se dizer

10 Light (90) sugere que o homem de Marketing deve ter FINGERSPITZENGEFÜHL, um vocábulo alemão que quer dizer sensibilidade na ponta dos dedos. "Em suma, seu verdadeiro significado é manter os dedos sensíveis no pulso do mundo que nos cerca".

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64

que é de vital importância o papel a ser desempenhado pelo

marketing, no sentido de estar em constante alerta, objetivando

manter a sintonia das empresas com seus mercados.

Ainda, é importante lembrar que estudar a estratégia de

marketing a posteriori, a partir dos movimentos da empresa no

mercado, pode parecer um erro metodológico, já que muitas das

conceituações existentes sobre o assunto afirmam que a decisão

estratégica precede à ação e que ela deve ser exp11cita. Desta

forma, o correto seria pesquisar o processo de decisão

estratégico. A questão é que nem sempre é poss1vel recuperá-

10.H Christensen e Schmidt (94) argumentam que na verdade "o

que interessa ao pesquisador é a estratégia efetivamente

seguida, exp11cita ou não, planejada ou não. Para conhecer a

estratégia de urna empresa, portanto, a principal fonte

dispon1vel ao pesquisador seriam as ações realizadas pela

empresa em um determinado per10do de tempo, a

se deduziria a estratégia. Pode-se estudar

partir das quais

a estratégia a

partir deste conjunto de ações empreendidas pela empresa em sua

trajetória no mercado, pode-se falar de uma estratégia ex-post

sem se considerar se foi ou não produto do acaso? Esta

dificuldade foi considerada por vários pesquisadores, que

defenderam o ponto de vista de que,

pode diferir significativamente da

pesquisador deve ater-se ao que

se a estratégia ex-ante

estratégia ex-post, o

a empresa realizou,

deduzida a partir das independentemente de se a estratégia,

ações concretas desenvolvidas pela empresa no mercado, foi

11 Christensen e Schmidt (93) afirmam, por exemplo, que esta dificuldade se deve a que:

" - podem não existir registros sobre o processo de decisão estratégica;

a decisão estratégica pode não haver sido planejada, e resultar de acontecimentos fortuitos e improvisações;

a decisão estratégica, ainda que planejada, pode não haver sido exp11cita a priori;

- a decisão estratégica, ainda que planejada e exp11cita, pode haver sido alterada no curso da ação".

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65

planejada, obedeceu a diretrizes, ou resultou simplesmente do

comportamento a posteriori do decisor".

4.2. ALGUMAS ESTRATÉGIAS DE MARKETING RECOMENDADAS EM AMBIENTES

TURBULENTOS

Para efetuar a adaptação permanente necessária, as empresas

dispõem de conjuntos básicos de estratégias, denominadas

"estratégias genéricas", pertinentes às escolhas de produto­

mercado e formas de concorrência.

4.2.1 Segmentação e Concentração em Segmento

Segundo Kotler (95), uma empresa dispõe de três alternativas

possíveis, entre elas a de "Concentração em Segmento". Este é

o caso em que a empresa, depois de segmentar o mercado em

vários públicos distintos, escolhe um ou bem poucos destes

segmentos como alvo de suas ofertas. Desta forma, a empresa

pode realizar melhor o trabalho de desvendar as reais

necessidades do segmento escolhido e buscar suprí-las da melhor

forma possível, além de poder, eventualmente, se permitir

almejar uma alta participação neste segmento específico.

Porte r (96), por sua vez, apresenta três alternativas

genéricas, por intermédio das quais, uma empresa pode concorrer

em um determinado mercado, sendo uma delas a estratégia de

focalização. A adoção de tal estratégia implicaria na seleção

e escolha de determinado segmento como o alvo a ser atingido

pela empresa, a qual se assemelha consideravelmente à

estratégia de concentração em segmento descrita por Kotler

(97).

Na opinião de Christensen e Schmidt (98), a estratégia de

concentração em segmento parece ser mais apropriada a empresas

que contam com recursos limitados, ou seja, empresas de menor

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66

porte, como é o caso das empresas que fazem parte do universo

pesquisado por este estudo.

Com efeito, a literatura propõe que as empresas, em períodos

recessivos, ao invés de buscar atingir o mercado como um todo,

concentrem-se em segmentos que correspondam à melhor relação

oportunidade/risco. Em outras palavras, recomenda às empresas

que segmentem o mercado e adotem uma estratégia de concentração

em segmento, escolhendo dentre os segmentos identificados no

mercado, aqueles que a empresa deseja e pode atender melhor do

que o fariam seus concorrentes. A literatura, além de

recomendar a adoção da estratégia de concentração em segmento,

sugere, igualmente, que as empresas aprimorem seu processo de

segmentação de mercado, definindo e analisando o mercado mais

criteriosamente e escolhendo com mais precisão e clareza os

critérios de segmentação a serem adotados, já que a definição

equivocada dos nichos de mercado implicaria no enfrentamento de

sérias dificuldades por parte das empresas (99; 100; 101; 102;

103; 104; 105; 106; 107; 108; 109; 110; 111; 112; 113; 114;

115; 116; 117; 118).

De fato, de acordo com Cobra (119) " ... a segmentação como uma

subdvisão de um mercado maior em partes menores com potencial

significativo de mercado deve permitir a uma empresa a

consecução de objetivos tais como:

aumentar a participação de mercado em segmentos

significativos de consumo;

- exercer um esforço concentrado de marketing e avaliar os

resultados com maior facilidade, além de minimizar recursos

físicos, monetários e humanos;

facilitar a concentração do esforço de vendas e distribuição

nos segmentos-chave;

diminuir sensivelmente os investimentos em publicidade e

promoção de vendas, antes pulverizados, e a partir da

segmentação, concentrados em mercados menores;

aumentar a lucratividade e a imagem da empresa nos segmentos-

chave 11 • Todos estes objetivos parecem adequar-se

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perfeitamente a periodos de turbulência, quando os recursos

se escasseiam.

Da mesma forma, um alto executivo de uma grande empresa

paulista (120), declarava em 1983, que empresas de porte menor,

com pequena participação no mercado, encontram o caminho da sua

sobrevivência e mesmo de crescimento na utilização da

estratégia de segmentação, concentram seus recursos no mercado

regional e, às vezes também, na especialização por linha de

produto.

4.2.2. Estratégia de Desenvolvimento de Mercado/Abertura de

Novos Mercados

Segundo Ansoff e como ilustram Christensen e Schmidt (121),

"uma empresa pode atuar em um ou vários mercados distintos,

entendendo-se por mercado aquela parte da demanda total que se

caracteriza por apresentar uma mesma necessidade ••. Em busca de

novas oportunidades, uma empresa pode permanecer em mercados já

explorados ou expandir-se para novos mercados. A forma de fazer

cada uma destas coisas dependerá das decisões relativas à

oferta especifica a ser feita pela empresa a estes mercados •.•

A empresa poderia, portanto, permanecer nos mercados já

explorados, aumentando suas vendas dos atuais produtos

(penetração no mercado) ou desenvolvendo novos produtos

(desenvolvimento de produto). Poderia, ainda, expandir-se para

novos mercados, oferecendo os mesmos produtos (desenvolvimento

de mercado), ou novos produtos (diversificação)".

Com efeito, outra das recomendações presente na literatura

sobre estratégias de marketing em tempos de turbulência diz

respeito à abertura de novos mercados, ou seja, a adoção de uma

estratégia de desenvolvimento de mercado, de acordo com a

classificação de Ansoff (122). Richers (123) recomenda que se

tire partido de tendências favoráveis de mercado, como por

exemplo, a crescente interiorização da economia. As empresas

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68

deveriam passar a dar mais atenção aos mercados situados fora

dos grandes centros, até então, o único alvo de muitas delas.'2

Da mesma forma, a literatura acredita que, em momentos assim,

o volume de exportações cresceria, já que o mercado externo

seria visto corno urna das melhores saídas para o enfrentamento

de um mercado interno retraído (125; 126; 127; 128; 129; 130;

131; 132). Richers (133) salienta, entretanto, que a exportação

não deveria ser "encarada corno um mero complemento para

aumentar

Para ser

conquista

adaptação

os negócios ou preencher apenas capacidades ociosas.

bem-sucedida, será preciso cada vez mais investir na

de mercados no exterior, sobretudo através da

de linhas de produtos e serviços às características

da demanda de mercados específicos do exterior".

4.2.3. Estratégia de Diferenciação

Na visão de Kotler (134), a opção pela estratégia de

diferenciação de mercado pressupõe a crença, por parte da

empresa, de que o mercado é heterogêneo. Desta forma, ele é por

ela segmentado, isto é, subdividido em vários segmentos

distintos e muitos destes segmentos, ou até mesmo todos eles,

são escolhidos corno alvo pela empresa. Neste caso, no entanto,

cada um dos segmentos é atendido com uma oferta especifica e

demanda ações de marketing diferenciadas.

Para Porte r (135), optando pela adoção de urna estratégia de

diferenciação, urna empresa decide oferecer um determinado

produto ao mercado que é percebido por ele corno único, isto é,

um produto ou serviço que não possue substituto no mercado em

questão.

'2 Mercados domésticos, corno por exemplo, o do interior do Estado de São Paulo representavam mercados de grande potencial de consumo e são citados por diversas vezes como segmentos que vinham se mantendo incólumes diante de todas as dificuldades econômicas por que vem passando o pais (124).

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Alderson (136), por sua vez, acredita que a empresa, ao optar

por uma estratégia de diferenciação de produtos, objeti va

oferecer maior satisfação/menor risco sem que isto implique em

aumento de preço. Segundo o autor, "um produto diferencia-se de

outro quando existe uma base significativa que permita

distinguir os bens oferecidos por uma empresa dos que outra

empresa oferece. Essa base pode ser real ou imaginária, desde

que tenha real importância para o comprador e leve a alguma

preferência de um produto com relação a outro. A diferenciação

de produto pode assumir di versas formas, tais como forma,

estilo, qualidade, embalagem, variedade, aspectos técnicos do

produto, marca, serviço, canais etc. Além disso, a propaganda

e a promoção contribuem para aumentar a diferenciação".

A literatura também recomenda que as empresas em momentos

turbulentos lancem mão da estratégia de diferenciação,

insistindo que é preciso buscar continuamente maneiras de

distinguir-se da concorrência. Uma vez que apenas um ou alguns

poucos segmentos serão escolhidos como alvo, é preciso que se

busque maior competi ti vidade nestes segmentos pré-definidos por

intermédio da diferenciação de produtos. Qualquer diferencial

registrado pelo consumidor seria de suma importância.

Diferenciais de qualidade efetivo, ou até mesmo de uma

distribuição eficiente, independentemente da política de preços

que se pratique, poderiam elevar o grau de competitividade da

empresa em dados segmentos, facilitando, assim, suas conquistas

(137; 138; 139; 140; 141; 142; 143; 144; 145).~

,> Consta da literatura um exemplo interessante: o da marca Natura. "Basicamente, o conceito dizia respeito à uma cosmética terapêutica, através da utilização de princípios ativos naturais (extratos vegetais e animais) que, na realidade, são empregados por outras produtoras. No entanto, a linguagem de apresentação e divulgação deste conceito também era diferenciado, através da personalização de tratamento" (146).

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70

4.3. POLÍTICA DE PRODUTO

4.3.1. Determinação do Hix de Produto

Segundo Kotler (147), o produto é o elemento mais importante do

marketing mixo

A literatura fornece inúmeras definições de produto. De certa

forma, muitas delas se complementam. A mais genérica de todas

é aquela que determina que produto é tudo aquilo que possa ser

considerado como objeto de troca entre indivíduos ou

organizações (148). O detalhamento deste conceito levou Stanton

(149) a concluir que o produto corresponde a um conjunto de

atributos tangíveis e intangíveis, incluindo embalagem, cor,

preço, prestígio do fabricante, prestígio do distribuidor entre

outros, conjunto este que é visto pelo consumidor como capaz de

satisfazer seus desejos e necessidades.

Ao se fazer referência ao produto, no contexto de estratégia de

marketing, pensa-se em primeiro lugar na escolha da política de

produto a ser adotada pela empresa. Com efeito, Boyd e Massy

(150) argumentam que a maior preocupação da gerência de

marketing concentra-se no desenvolvimento de uma pOlítica

viável de produto. "Quase todas as decisões tomadas pela

empresa - certamente a formulação de todas as demais

estratégias - são tremendamente influenciadas pelas decisões

referentes a produto. De fato, a estratégia de produto de uma

empresa é o cerne de todo o seu esforço de planejamento".

A determinação da política de produto envolve uma série de

decisões. A primeira delas diz respeito à escolha do mix de

produto a ser produzido e comercializado: que linhas de produto

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71

serão produzidas e qual deve ser a composição destas linhas,

isto é, quais os itens que dela deverão fazer parte."

stanton (152) determina que a estrutura de um mix de produto

possui duas dimensões: amplitude e profundidade. Sua amplitude

é medida pelo número de linhas produzidas; sua profundidade

pela variedade de tamanhos, cores, modelos oferecidos dentro de

cada linha de produto.

Inúmeras estratégias podem ser adotadas pela gerência de

marketing de uma empresa, no que tange à amplitude do mix de

produto. Uma empresa pode decidir-se pela expansão de seu mix

de produto, aumentando o número de linhas ou itens oferecidos.

Contrariamente, pode optar pela contração do seu mix, reduzindo

linhas ou itens dentro de cada uma destas linhas.

Quanto à determinação do tipo de produto a ser oferecido ao

mercado, ou seja, no que diz respeito à profundidade da linha,

a empresa pode optar por privilegiar: a oferta de produtos mais

caros e sofisticados; o oferecimento de itens mais baratos e

populares - fenômenos denominados pelos norte americanos como

trading up e trading down -; ou ambos.

No que diz respeito ao composto de produto, certos

comportamentos seriam mais adequados a contextos turbulentos,

como se verifica na vasta literatura pesquisada.

14 Kotler (151) define linha de produto como "um grupo de produtos/itens dentro de uma mesma família/classe de produtos que são intimamente relacionados por exercerem uma função semelhante, serem comercializados por intermédio dos mesmos canais de distribuição e situarem-se numa mesma faixa de preços. Uma linha de produtos é composta por uma série de itens que se distinguem dos demais pelo tamanho, preço, aparência ou algum outro atributo". Para efeito deste estudo considera-se como "linha de produto", o conjunto de produtos que possuam as mesmas características básicas e atendam ao mesmo tipo de necessidade básica. A definição utilizada para itens, por este estudo, determina que "itens" são todos os tipos/variedades/modelos dentro de uma mesma linha de produto, excetuando-se os diferentes tamanhos de um mesmo tipo/variedade/modelo.

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72

o primeiro destes comportamentos diz respeito ao número de

linhas de produto oferecidas pela empresa. Como menciona a

literatura, as empresas estariam buscando a racionalização

máxima de seu mix, reduzindo o número de linhas produzidas,

retirando de fabricação aquelas consideradas menos rentáveis,

em função dos seus altos custos de produção e baixa

competitividade (153; 154; 155).

o mesmo raciocínio é válido para a composição das linhas de

produto oferecidas pela empresa, isto é, seu número de itens.

A expectativa é a de que itens que perderam a rentabilidade e

que possuíam custos altos de

outros com maior potencial

esperado. O próprio corte

produção fossem substituídos por

de mercado e de maior retorno

no número total de itens via

eliminação de itens complementares de linha, de baixo giro,

- simplificação da linha - surge como atitude recomendada em

contexto econômico recessivo. A composição das linhas, em tal

contexto, passa a ser também função de custos financeiros e a

literatura prescreve a eliminação de produtos de baixo

potencial de mercado, em prol da concentração de esforços em

itens carros-chefe de vendas (156; 157; 158; 159; 160; 161;

162; 163; 164). Na visão de Richers (165), "a desativação de um

setor ou linha de produtos é aconselhável quando gera

prejuízos, sem claras perspectivas de recuperação e sobretudo

quando o capital nele investido promete retornos mais elevados

se aplicado de outra maneira".

Além da quantidade de itens que compõem as linhas de produto,

outro aspecto fundamental na composição destas linhas é a

determinação da variedade de itens que a empresa deverá

oferecer ao consumidor. A escolha do tipo de produto a ser

oferecido ao mercado em situações de recessão e onde se

verifica elevado nível de concentração de renda em mãos de

poucos deveria se pautar, segundo prescreve a literatura, pela

polarização do mercado em seus dois extremos: de uma lado, na

oferta de produtos mais populares e conseqüentemente de preços

mais accessíveis, compensando, assim, a pequena margem pelo

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maior volume de vendas gerado, e, de outro, na oferta de

produtos mais sofisticados e preços elevados, buscando atingir,

desta forma, segmentos menos vulneráveis à conjuntura econômica

(166; 167; 168; 169; 170; 171; 172; 173; 174; 175; 176; 177;

178; 179; 180; 181; 182; 183; 184; 185).u

No primeiro caso, supõe-se que o achatamento dos salários

abriria um grande mercado para produtos mais populares e

baratos. Produtos até então tidos como populares, vulgares e

elaborados com materiais inferiores consagrariam-se como os

preferidos por grande parte dos consumidores, os quais, diante

da perda de seu poder aquisi ti vo, mudariam seus hábitos de

consumo, cristalizando-se no mercado a substituição de produtos

tidos como tradicionais (187; 188; 189).

Segundo Garcia (190), "a impotência das empresas frente ao

ambiente possibilitou a visualização do ajustamento, como

ingrediente básico das decisões e a necessidade de atender ao

invés de impor ao mercado os bens e serviços". Portanto,

caberia às empresas preocuparem-se em oferecer produtos mais

populares e baratos e em reposicionar os itens de sua linha

tradicional, acompanhando o fenômeno de down-trading

(deslocamento do consumo para produtos de preços mais baixos)

verificado nestes periodos (191).

Estudo realizado no final de 1980 constatou que

prejudicadas nestas circunstâncias eram

as marcas mais

as marcas

intermediárias, as quais não se destacavam pela sua imagem de

qualidade e sofisticação, nem concorriam à base de preços. Tal

fenômeno ter-se-ia verificado também no Brasil durante a

recessão que teve lugar após a Revolução de 1964, como também

em outros paises que atravessaram periodos recessivos no

pós-guerra (192).

15 Grabowsky (186) relata que a escolha "tende a se polarizar: é o sapato finissimo ou o de plástico, o relógio Rolex ou o Timex, o jeans ou a confecção fina".

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74

Ainda sobre a variedade de itens a serem oferecidos ao mercado,

a literatura pesquisada sugere que os chamados bens de

conveniência, ou seja, aqueles que facilitam a vida do

consumidor, representariam grande potencial de mercado face à

"proletarização" da classe média brasileira (193; 194; 195;

196; 197). Com efeito, constatou-se que em paises europeus, em

fases de recessão ou depressão, o desempenho de produtos que

ofereciam ao consumidor o que chamaram de "beneficio único" em

termos de conveniência ou valor-extra era bastante satisfatório

(198) .

4.3.2. Embalagem

Decisões sobre a embalagem a ser utilizada fazem parte,

igualmente, do elenco de preocupações da gerência de marketing.

Para stanton (199) "packaging pode ser definido como o conjunto

de atividades no planejamento do composto de produto que

engloba o desenho e a produção do recipiente ou envólucro para

o produto".

Cobra (200), por sua vez, designa cinco funções essenciais da

embalagem:

facilitar a armazenagem;

proteger e conservar o produto;

ajudar a posicionar ou reposicionar o produto;

facilitar o uso do produto e

ajudar a vender o produto.

Neste particular, stanton (201) argumenta que uma empresa "deve

embalar seu produto de maneira a aumentar suas possibilidades

de lucro. Uma embalagem pode ser tão atraente a ponto do

consumidor pagar mais apenas para tê-la, mesmo que o aumento no

preço exceda o custo adicional da embalagem". Por outro lado,

a embalagem também pode ser utilizada para baratear o produto,

ou seja, reduzir custo.

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75

De acordo com Cundiff, Still e Govoni (202) "a decisão sobre o

tamanho da embalagem deriva de diversos fatores, mas os mais

importantes cingem-se à unidade de consumo e à taxa de

consumo". Assim como no caso da escolha do tipo de produto a

ser oferecido, suspeita-se que a tendência do mercado em

períodos recessivos, sobretudo no setor de alimentos, seria a

de absorver cada vez mais produtos em embalagens econômicas

- maiores - ou a granel, ou ainda reduzidas menores -

adaptando-se, assim, ao movimento de polarização de renda dos

consumidores brasileiros nos seus dois maiores extremos (203;

204; 205).

4.3.3. ciclo de Vida do Produto

Outro fator que deve ser considerado quando da escolha de uma

política de produto diz respeito ao ciclo de vida do produto.

Segundo Cundiff, Still e Govoni (206), "os produtos, como os

seres humanos, possuem determinado tempo de vida durante o qual

conhecem diversos estágios ••. A vida do produto realmente tem

início com seu lançamento no mercado; prossegue por um período

em que sua evolução cresce, atinge a maturidade, declina e

finalmente morre".

Segundo Stanton (207) é possível

de vida de um produto. A vida

prolongada durante os estágios

gerenciar e controlar o ciclo

útil de um produto pode ser

de maturação e saturação,

revitalizando-o, por exemplo, via o desenvolvimento de uma nova

embalagem; adoção de uma nova política de preços ou

processando-se-Ihe alterações (forma, cor, estilo, textura e

desenho) .

É de se esperar, como verifica-se na literatura pesquisada, que

haja, por parte das empresas, a busca pela redução da

obsolescência de seus produtos, ou seja, aumento de seus ciclos

de vida, uma vez que queda do poder aquisitivo implica maior

racionalidade por parte do consumidor, que passaria a exigir de

suas compras o maior benefício possível. De fato, menciona a

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76

literatura, em especial no caso do setor de confecções, que o

consumidor seria mais receptivo a modelos menos perecíveis e

mais versáteis que pudessem ser usados com mais frequência e em

qualquer ocasião (208; 209).

Todas estas decisões são constantemente reavaliadas e a empresa

deve decidir-se periodicamente pelo lançamento ou

discontinuidade de linhas de produto ou itens de linha.

4.3.4. Novos Produtos

No que tange ao lançamento de novos produtos, como sugerem Boyd

e Massy ( 210) "é preciso ter sempre em mente que um novo

produto pode ser um produto totalmente novo (uma inovação no

sentido mais amplo da palavra); um produto que é novo apenas

para a empresa (itens similares estão disponíveis no mercado);

um produto que representa um aprimoramento de um item já

produzido pela empresa; ou, finalmente, uma modificação de

produto que se adiciona à linha já existente (por exemplo, um

novo sabor)".

No que diz

de novos

respeito ao

produtos

processo de desenvolvimento e lançamento

em contextos turbulentos, algumas

considerações são encontradas na literatura pertinente.

A primeira delas diz respeito ao número de lançamentos a serem

efetuados. Argumenta-se que em épocas de recessão este número

seria reduzido. o aperto conjuntural que provoca mudanças no

comportamento de compra do consumidor levaria as empresas a

serem mais cautelosas no lançamento de novos produtos. Ao mesmo

tempo, menciona também a literatura que a inovação, a qual se

configura em necessidade permanente para o setor de bens de

consumo, em especial não-duráveis, torna-se ainda mais

imperiosa em ambiente turbulento, já que nestes momentos

verifica-se acirramento da concorrência. Não obstante,

exatamente por estarem vivendo em ambiente instável, a

preocupação deveria ser a de reduzir estes lançamentos ao

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77

mínimo indispensável para não haver perda de mercado e

simultaneamente tentar efetuar lançamentos que envolvam o menor

risco possível. Isto significa que há de se esperar menor grau

de inovação envolvendo estes lançamentos, já que se supõe que,

quanto menor o grau de inovação, mais fácil se torna atenuarem­

se seus riscos (211; 212; 213).

A propósito, Cobra (214) afirma que a "inovação é importante,

mas produz riscos. O que se observa é que muitas empresas, pelo

fato de não pretenderem correr riscos, não inovam. Muitas

apenas adaptam e outras apenas reagem quando pressionadas à

ação do meio ambiente".

Com efeito, estudos realizados nos Estados Unidos e no Brasil,

em 1982 e 1985 respectivamente, comprovaram que a maioria dos

lançamentos efetuados durante os períodos analisados envolviam

menor grau de inovação. "Um novo produto geralmente resultava

de uma extensão de linha, uma alteração de embalagem, uma

modificação na composição do produto, um aperfeiçoamento no

design ou estilo, uma nova fragrância ou sabor" (215). Mais

precisamente, a pesquisa realizada no ano de 1982, nos Estados

Unidos, revelou que nos cinco anos anteriores a 1982, mais de

50% dos lançamentos efetuados correspondiam, na realidade, a

pequenas adições ou revisão de produtos já existentes em outras

linhas e que apenas 10% podiam ser considerados como

efetivamente tratando-se de novos produtos (216). Ainda, uma

pesquisa realizada no ano de 1983 junto a cento e dezessete

empresas fornecedoras constatou que, em 1982, o número de

desati vações superou o número de lançamentos em aproximadamente

12% (217).

Além disso, uma vez que os lançamentos efetuados passam a ser

menos inovadores, e portanto de menor risco, é razoável supor

que haja redução do seu tempo de desenvolvimento.

Parece lógico supor, também, que em épocas de turbulência,

torna-se imperiosa a necessidade de interpretação das rápidas

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mudanças de mercado verificadas para que se possa reagir

adequadamente a elas. Neste sentido, propõe a literatura que a

utilização de instrumentos de pesquisa de mercado deve se

acentuar (218; 219; 220). Garcia (221) afirma que o sistema de

informação e a pesquisa passam a ser considerados como

ingredientes fundamentais para o processo decisório.

4.3.5. Política de Marca

Outro aspecto intimamente ligado à pOlítica de produto diz

respeito a decisões de marca, isto é, à escolha de uma política

de marca. ' •

A marca exerce importante função no processo de compra, em

particular no caso de produtos de consumo não-duráveis. De modo

geral, a empresa deve definir a que produtos atribuir marca, de

que forma isto deve ser feito e como administrá-las (223). Mais

especificamente, a empresa deve concluir sobre quantas marcas

usar e em que produtos; quando usar o nome da empresa como

marca; se deve usar sua marca, isto é, a marca do fabricante ou

a do distribuidor.

Um exemplo que pode ser tirado das experiências européia e

americana como poderosa arma de vendas, sobretudo em períodos

de retração da economia, é o oferecimento de produtos

genéricos, isto é, sem marca e o de produtos que levam marcas

próprias dos distribuidores.

A diferença entre produtos genéricos e aqueles que possuem

marcas de lojas ao invés de marcas dos fabricantes é que esses

não levam qualquer marca, são apresentados em embalagens muito

,. A American Marketing Association afirma que uma marca é "um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação dos mesmos, que identifique os bens e serviços oferecidos por um vendedor ou grupo de vendedores e os diferencie dos demais concorrentes" (222). Resumindo, é a marca que permite a identificação do produto por parte do consumidor.

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simples e têm a finalidade de cumprir a função básica do

produto. Sendo assim, são itens de menor custo e o apelo do

preço, sem perda significativa da qualidade, garantir-Ihes-ia

maior preferência por parte dos consumidores.

Do mesmo modo, a oferta de produtos com marcas próprias de

varejistas possibilita que vantagens obtidas pelos varejistas

sejam repassadas ao consumidor, tornando, assim, este tipo de

produto mais adequado a momentos de retração da economia.

Algumas destas vantagens são: maior controle de qualidade por

parte do canal de distribuição sobre o que é produzido e

principalmente aquisição do produto a preços reduzidos, já que

são eliminados os gastos do produtor ou fornecedor com

propaganda, embalagens e distribuição, permitindo a venda ao

consumidor por preços menores ou, no mínimo iguais aos dos

concorrentes (224; 225; 226; 227; 228; 229; 230; 231; 232).

Stanton (233) comenta que "um número cada vez maior de

fabricantes vêm adotando esta política e esta tendência parece

que deve continuar. Considerações financeiras constituem-se na

principal explicação para este comportamento. Este negócio gera

volume adicional de vendas e de lucro. Os pedidos são

normalmente bastante elevados, o pagamento é à vista e a

posição de capital de giro do produtor se fortalece. Ainda, o

produtor pode utilizar seus recursos produtivos de forma mais

efetiva ••. ".

Rocha e Christensen (234) esclarecem que a empresa dispõe de

várias alternativas para decidir-se sobre o número de marcas a

serem utilizadas e sobre a forma de sua atribuição: dentro de

uma mesma linha, a empresa pode optar pela oferta de marca

única, ou por marcas múltiplas; entre linhas, a empresa pode

adotar política de extensão de marca, ou de marcas

independentes.

Para efeito deste estudo, o interesse se volta para a política

de marcas múltiplas. Kotler (235) define política de marcas

múltiplas como sendo "o desenvolvimento por parte de um

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80

determinado produtor de duas ou mais marcas que competem entre

si". De acordo com Young (236), a utilização de política de

marcas múltiplas se fundamenta no preceito básico de que duas

marcas vendidas pela mesma empresa tendem a gerar maior vendas

e lucros do que apenas uma.

As razões que levariam à adoção de urna política de marcas

múltiplas, segundo Kotler (237) são várias. A primeira delas é

que auxilia a empresa a vencer a concorrência acirrada.

"Lançando diversas marcas, o produtor abarca uma maior parcela

do mercado disponível, deixando menos espaço para a

concorrência". O autor argumenta, igualmente, que uma política

de marcas múltiplas capacita a empresa a tirar vantagem de

diferentes segmentos de mercado. Os consumidores respondem a

vários benefícios e apelos e até mesmo pequenas diferenças

entre marcas podem obter grande número de seguidores.

Na visão de Volckaert (238) "uma política de marcas múltiplas

está intimamente associada a outros aspectos do programa de

marketing corno segmentação e novos produtos ... "

Ainda, Schmidt e Guimarães (239) relatam que entre os motivos

que parecem levar as empresas ao uso desta política estão:

"aumentar sua participação no mercado total através do

atendimento das necessidades específicas dos segmentos;

proteger dos concorrentes sua posição no mercado, através do

lançamento defensivo de várias marcas;

expandir o tamanho do mercado, incorporando ao mesmo novos

consumidores; que não haviam sido atraídos pelas marcas já

existentes;

- obter economias de escala na produção, superiores aos gastos

adicionais de marketing requeridos por uma nova marca e,

- evitar a concorrência entre os distribuidores, oferecendo

marcas distintas".

Propõe a literatura que em períodos turbulentos é muito comum

a centralização dos esforços de marketing em determinadas

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81

marcas mais fortes, já que se acredita serem estas mais

resistentes aos abalos provocados pela recessão.'7

É parte integrante do receituário de turbulência a sustentação

da marca com todas

crença de que em

as forças disponíveis,

períodos desta natureza

tendo em vista a

oferecer vantagens perceptíveis ao consumidor

o produto

(241; 242;

deva

243;

244; 245; 246). Cobra (247) faz constar de um artigo escrito

por ele para a revista Exame, em fins de 1983 a seguinte

recomendação: "é útil ampliar o conhecimento de sua marca junto

aos seus mercados potenciais". Pensam assim também os europeus,

que verificaram melhor desempenho em tempos recessivos de

marcas líderes de imagem, as quais ofereciam um forte "algo

mais" (248).

Resta, ainda, a decisão sobre a forma de se atribuir marca aos

produtos, ou seja, a adoção de política de marca única ou de

marcas múltiplas; política de extensão de marca ou de marcas

independentes, ou ainda, política de uso do nome da empresa,

cumprindo a função de endosso corporativo.

Neste particular, sugere a literatura disponível que as

empresas durante as épocas de turbulência deveriam optar pela

adoção de política de marcas múltiplas. Dentre os motivos

citados como propulsores de tal comportamento, destacam-se a

proteção da posição de mercado da empresa frente aos seus

concorrentes, por intermédio do lançamento defensivo de várias

marcas; o aumento do seu market share total, através do

17 A propósito, Faria de Paula Jr. declarou no simpósio Internacional de Publicidade, realizado em 1983, acreditar que marcas fortes resistem melhor aos abalos da recessão, citando como exemplos a Coca-Cola, a Goodyear, a Eveready, a Gillette e a Lipton entre outras, e assinalando que "essas marcas se mantêm na liderança do mercado norte-americano há quase sessenta anos, tendo passado pelo crack da Bolsa de 29, pela segunda Guerra Mundial e pela crise do Petróleo" (240). Citou, igualmente, exemplos similares para o mercado brasileiro, tais como o tênis Canga, as sandálias Havaianas, as pilhas Ray-o-Vac, Kibon, OMO, Kollynos, Hellmann's e Nescau.

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atendimento das necessidades específicas dos diversos segmentos

de mercado, como também a expansão do mercado, via incorporação

ao mesmo de novos consumidores que não haviam sido atraídos

pelas marcas já existentes (249; 250). O objetivo de tal

política seria então o de evitar macular a imagem de marcas de

notório prestígio, batizando produtos mais populares com outra

marca qualquer, possibilitando assim o atendimento de outros

segmentos de mercado (251).

4.3.6. Licenciamento

Propõe também a literatura para períodos de turbulência a

utilização do licenciamento de marcas'· como eficaz arma de

marketing em especial no caso dos setores de brinquedos, têxtil

e confecções, alimentos e calçados. Isto porque acredita-se que

tal procedimento facilita em muito a colocação do produto no

mercado, reduzindo riscos e aproveitando-se dos esforços de

marketing de outrem para a concretização de suas vendas. O

licenciamento de moldes ou modelos reduz o volume de recursos

a ser investido no desenvolvimento de produtos, além de

funcionar como fator de tranferência de tecnologia. Já o

licenciamento de personagens toma emprestado a imagem destes,

que é assim incorporada ao produto (253).

4.4. POLÍTICA DE PREÇOS

Segundo Cundiff, still e Govoni (254) "sem preços não há

marketing. Os produtos podem ser adequados aos mercados aos

quais serão lançados, mas somente quando os compradores e os

vendedores concordam no que diz respeito a preços é que, de

,. Segundo Leite (252), licenciamento " ... é a autorização para o licenciado produzir e/ou vender algum bem ou serviço no mercado, atuando com o nome do licenciador. Este, por sua vez, autoriza essa produção sob certas condições de padrão de qualidade do produto/serviço, que são previamente aprovadas por ele, antes de ser lançado no mercado com sua marca".

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83

fato, ocorrem transferências de propriedade .•• Em outras

palavras, só quando o preço é um fator controlável (graças à

manipulação bem sucedida de outros elementos controláveis) pode

o empresário competir em bases que não sejam as de preço. Não

obstante, na maioria das situações de marketing, as decisões

sobre preços, quer individual quer coletivamente, influenciam

a facilidade relativa com que são efetuadas as transferências

de propriedade ... ".

Boyd e Massy (255), por sua vez, argumentam que "a política de

preços é uma das ferramentas mais prontamente disponível, e até

mesmo, de um certo modo, mais usada pela gerência de marketing.

Todo produto ou serviço tem o seu preço - já que é por

intermédio do preço, e do seu pagamento que as empresas

recuperam seus custos de produção e obtêm suas margens de

lucro. Todos os que participam do ato de consumir estão atentos

ao preço, já que ele representa a quantidade de recursos da

qual se deve abrir mão em troca de determinado produto ou

serviço".

Não obstante, como relatam Rocha e Christensen (256) "o

significado do preço para o consumidor é uma área ainda

bastante nebulosa para os estudiosos do marketing. De um lado,

a teoria econômica argúi a racionalidade do comportamento do

consumidor ao tomar decisões de compra; de outro, é crescente

o número de evidências empíricas indicando que o consumidor nem

sempre é racional em sua tomada de decisão". Entretanto, é

razoável supor que à medida em que fatores ambientais tais como

inflação e recessão passam a fazer parte do cotidiano dos

consumidores o atributo preço do produto cresce em importância.

Com efeito, Rocha e Christensen (257) salientam que "embora se

houvesse constatado em uma pesquisa nos EUA, em 1964, que os

executi vos de marketing davam pouca importância ao preço no

contexto das decisões de marketing, outro estudo, em 1976,

indicava que as pressões ambientais resultantes da aI ta nos

custos de energia e da aceleração do processo inflacionário

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haviam levado os executivos a perceberem o preço como uma

variável de maior destaque no marketing mix".

Chaim (258) relata que algumas pesquisas realizadas no Brasil,

durante o ano de 1983, constataram que o preço era, então, a

alma do negócio. "Observou-se por exemplo, que uma redução de

preço de 20% num determinado grupo experimental de produtos

provocou um aumento de 20% nas vendas; quando a queda de preço

foi de 30%, as vendas subiram 40%; e, com uma variação de 40%

a menos, houve aumento de 100% na comercialização dos produtos

em questão". Antônio Carlos Borges, então Superintendente

Técnico da Federação do Comérico do Estado de São Paulo,

afirmava em outubro de 1983, que havia "uma base teórica por

trás dessa influência que os preços estão exercendo na decisão

de compra do consumidor. O "milagre" inesgotável do ministro

Delfim Neto fez com que o brasileiro perdesse a noção de crise.

Ele comprou motivado pelas possibilidades de endividamento

pessoal, sem nenhuma sustentação prática: o brasileiro jamais

teve condições de assimilar essa indústria moderna que o País

tem. Ele sonhou mais do que podia e o resultado é que hoje o

Brasil é uma grande dívida - do País, das empresas, dos

consumidores" (259).

Ao mesmo tempo que o preço crescia em importância junto aos

consumidores, corrêa (260) relata que estudos realizados entre

instituições varejistas norte-americanas anteriores a 1982

"constataram que em período de elevação de preços, o consumidor

se torna particularmente consciente sobre a manutenção da

qualidade do produto, abandonando-o se a mesma cair". Estas

constatações e várias outras menções da literatura a respeito,

levam à conclusâo de que é necessário, em períodos

inflacionários, se preocupar cada vez mais, não apenas com o

atributo preço, mas com o conceito de valor.

passar a ser dado não mais ao preço

O enfoque deveria

ou à qualidade

separadamente, mas sim à relação entre estes dois aspectos do

produto. A idéia é a de que preço e qualidade passam a ser duas

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variáveis indissociáveis (261; 262; 263; 264; 265; 266; 267;

268; 269; 270).

E do que depende a determinação do preço de um produto? De

acordo com Cundiff, still e Govoni (271), "diversos fatores,

sejam eles internos à empresa, sejam ambientais, influenciam as

decisões a respeito da fixação de preços ••. Entre os fatores

internos encontram-se os objetivos da empresa e a imagem que

ela pretende construir junto ao público, os outros componentes

da estratégia global de marketing (adequação produto-mercado,

distribuição e promoção) e os custos. Os fatores ambientais, a

maior parte dos quais é incontrolável, abrangem a competição,

a psicologia e o comportamento do comprador, o clima econômico,

as pressões legislativas e governamentais. Interagindo de

maneira complexa, tanto os fatores internos quanto os

ambientais influenciam o estabelecimento dos objeti vos

relacionados à fixação de preços, à determinação das diretrizes

relativas a eles e à formulação das estratégias respectivas".

Segundo a literatura pesquisada, urna das primeiras providências

impostas pela turbulência aos gerentes e diretores de marketing

diz respeito à redefinição de suas políticas de preço. As

decisões de preço passam a ter de levar em conta a capacidade

que o consumidor terá ou não de absorver a rea justes. A

adaptação a esta nova realidade não parece ser fácil, já que

nestes momentos as empresas enfrentam urna fase de queda nas

vendas e em mui tos casos não dispõem de um mecanismo de

aferição da elasticidade de preços da demanda.

Em primeiro plano, deparam-se, então, com o desafio de ajustar

seus custos às exigências do mercado, que passa a exercer a

função de controlador severo de preços. É prescrito, desta

forma, pela literatura afim, o estabelecimento de rígido

controle de custos em todos os setores e departamentos:

- Corte dos Custos Indiretos - tais como a redução do consumo

de energia e o controle de despesas fixas;

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86

Corte dos Custos Diretos do produto sem, no entanto,

prejudicar exageradamente a qualidade já que, em épocas de

recessão, supõe-se que o consumidor pretenda auferir o maior

benefício possível de suas compras. Esta redução poderia ser

feita, apenas para citar alguns exemplos, por intermédio de

melhor aproveitamento dos insumos, diminuindo-se o

desperdício; via substi tuição de matérias-primas por

alternativas mais baratas, ou de acesso mais fácil no mercado

interno; através do treinamento de empregados, visando maior

capacitação e conseqüentemente a obtenção de ganhos de

produtividade;

Redução do Número de Fornecedores, a qual é apontada também

como forma de reduzir custos diretos do produto já que, assim

sendo, as empresas aumentariam seu poder de barganha junto

aos mesmos, garantindo melhores condições de negociação, e em

consequência, melhores preços, vantagem que poderia ser

repassada ao mercado, e finalmente,

- Redução dos Custos de Embalagem, como também a dos custos de

distribuição que passariam a ser igualmente consideradas como

prioridades pela administração das empresas. No caso das

embalagens, cortes em seus custos poderiam ser efetuados via

substituição de matéria-prima ou simplificação de design e

impressão. Já no que concerne aos custos de distribuição, o

incremento do uso de veiculos próprios em detrimento de

veículos de terceiros parece ser uma das soluções disponíveis

para os problemas gerados em períodos turbulentos , além da

redução do comprimento do canal de distribuição.(272; 273;

274; 275; 276; 277; 278; 279; 280; 281; 282; 283).

Além de preocupar-se com custos, a gerência de marketing deve

ocupar-se, em tempos de turbulência, da escolha de critérios

para o estabelecimento dos preços de seus produtos. Cundiff,

still e Govoni (284) declaram que " ... os empresários necessitam

de diretrizes com relação a preços no que diz respeito à

concorrência em geral, relacionamentos entre preços e custos ..•

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87

utilização da diferenciação no preço, liderança (ou

acompanhamento) na fixação dos preços no mercado, apreçamento

de linhas específicas de produto, manutenção do preço de

revenda, garantia aos clientes em face do declínio dos preços

e o uso da fixação de preços corno artifício promocional". Boyd

e Massy (285), por sua vez, comentam que "a complexidade do

processo de se apreçar um produto têm levado ao desenvolvimento

de um certo número de diferentes abordagens no que diz respeito

à fixação de preços. Embora nenhuma delas garanta um preço

ótimo, elas são todas baseadas em urna série de considerações

relevantes. Estas regras práticas de fixação de preços se

dividem em três categorias genéricas, as quais subdividem-se em

um certo número de sUb-categorias. São elas: fixação de preços

baseada no custo; fixação de preços baseada na concorrência e

fixação de preços baseada no consumidor".

A literatura pesquisada, no que diz respeito à determinação de

preços em períodos de turbulência, sugere que se adote política

de preços baseada nos preços da concorrência, ou seja, que se

busque a manutenção de preços competi ti vos. Na opinião de

Cundiff, still e Govoni (286), por exemplo, "um tipo de

situação em que o empresário pode ter ou não liberdade para

fixar preços é aquela que envolve atitudes relativas a preço,

conhecidas em seu conjunto corno ofertas competitivas. Se o

produto sujeito a ofertas competitivas possui pouco ou nenhum

grau de diferenciação, o empresário deve submeter-se a um preço

não só próximo, mas também igual ao de seus concorrentes, caso

deseje continuar com seus negócios".

stanton (287), por sua vez, esclarece que "a gerência pode

decidir-se por apreçar um produto de forma a acompanhar a

concorrência, isto é, igualar o seu preço ao preço da

concorrência •.. Uma empresa tende a adotar esta política de

preços quando o mercado é altamente competitivo e o produto não

possue nenhuma diferenciação significativa em relação aos

produtos concorrentes ... ".

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88

As condições prescritas por tal autor tendem, de fato, a se

verificar em ambientes recessivos. Em recessão, o desequilíbrio

entre oferta e demanda implica em concorrência mais acirrada e

o preço desempenha papel de fundamental relevãncia na luta pela

conquista do consumidor (288; 289; 290; 291; 292; 293; 294;

295; 296). Alguns estudos realizados sobre instituições

varejistas norte-americanas levaram Corrêa (297) a concluir

pela necessidade de se manter a competitividade em preços, em

mercados em crise.

Finalmente, além de recomendar a manutenção de preços

competitivos, sugere a literatura que se adote uma política de

fixação de preços baseada no consumidor, isto é, que o

redirecionamento do consumo, simultaneamente para cima e para

baixo, isto é, a polarização da oferta entre produtos populares

e produtos sofisticados resultaria, conseqüentemente, na

polarização das políticas de preços a serem praticadas, levando

as empresas a adotarem política de preços baixos para produtos

populares e política de preços mais elevados para produtos

sofisticados (298; 299; 300; 301; 302). O consumidor brasileiro

da crise tanto pode ser aquele que perde consideravelmente o

seu poder de compra, e, assim sendo, sai em busca de produtos

mais populares, como pode ser aquele que possue um nível de

renda de fato mais elevado e que sofre poucas alterações em seu

poder de compra. Já que a oferta de produtos tende à

polarização, isto é, de um lado busca atender a demanda por

produtos sofisticados e de outro a demanda por produtos mais

populares, os preços devem acompanhar este movimento: produtos

sofisticados terão preços mais elevados; produtos mais

populares serão mais baratos.

A literatura preocupou-se em enumerar as condições adequadas à

adoção de uma política de preços elitistas, ou à adoção de uma

política de preços populares. cundiff, still e Govoni (303),

por exemplo, argumentam que " ••• durante a fase de pioneirismo

do produto no mercado cinco fatores tornam a estratégia de

preço elitista atraente para os empresários. Em primeiro lugar,

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89

se o produto possui elevado grau de diferenciação, tende a

exibir incialmente demanda mais inelástica de preço... Em

segundo lugar, um elevado preço divide o mercado em segmentos

de acordo com sua reação em face do preço do produto - o preço

elitista atinge segmento relativamente insensível a preço .•• Em

terceiro lugar, se um preço de lançamento é demasiadamente

elevado, é fácil reduzí-Io, mas se é baixo demais torna-se

difícil e arriscado aumentá-lo. Em quarto lugar, um elevado

preço de lançamento amiúde gera maiores vendas e mais lucros

para a empresa que um baixo preço de lançamento - em outras

palavras, o preço elitista proporciona recursos que o

empresário pode utilizar posteriormente para expandir suas

vendas rumo a outros segmentos do mercado. Em quinto lugar,

finalmente, o preço eli tista proporciona ao empresário inovador

a possibilidade de reaver as despesas de desenvolvimento do

produto antes que os concorrentes - cujas despesas respectivas

certamente serão menores - entrem no mercado". Já no que diz

respei to à opção por uma política de preços populares, os

autores declaram que "a administração da empresa deve levar

seriamente em consideração a possibilidade de utilizar a

estratégia do preço popular em qualquer uma das quatro

condições seguintes: 1) quando a demanda pelo novo produto

possui alta elasticidade de preço, mesmo no estágio pioneiro do

produto no mercado; 2) quando o empresário pode realizar

substancial economia de produção e de marketing se obtiver um

grande volume de vendas (tais economias, naturalmente, trazem

em seu bojo a redução dos custos médios totais); 3) quando o

empresário espera forte competição muito pouco depois do

lançamento do produto no mercado - ou seja, quando espera que

o estágio pioneiro do produto não dure muito tempo; 4) quando

há pouco ou nenhum mercado para o produto na camada mais rica

da população - ou seja, o segmento do mercado constituído de

compradores que adquirem a mercadoria sem se preocuparem com o

preço dela".

Cobra (304), por sua vez, garante que "um produto de baixa

qualidade, baixo esforço promocional, deve ter sempre preço

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baixo, a menos que a demanda esteja reprimida. É como vender

quinquillharias na selva amazônica ou na Serra Pelada. Mas um

produto de alta qualidade, diferenciado, com um alto esforço

promocional, justifica um preço alto".

4.5. POLíTICA DE DISTRIBUIÇÃO

Rocha e Christensen (305) afirmam que " para que se

caracterize a existência de um canal é importante que a

propriedade ou o controle do produto ou serviço passe do

fabricante, pelo canal, para o consumidor ou usuário. De fato,

segundo Stanton (306) e de acordo com o relato de Cundiff,

still e Govoni (307), " ... canal de distribuição - também

chamado de canal de marketing - é o caminho que se abre para a

transferência direta ou indireta de propriedade de determinado

produto, com início no fabricante e com término no consumidor

final ou no cliente industrial.

Kotler (308) sugere que os "canais de marketing podem ser

classificados de acordo com o número de intermediários

envolvidos na transação. Cada instituição que desempenha alguma

função no sentido de levar o produto e sua titularidade até o

local onde o consumidor potencial se encontra constitui-se em

um intermediário... . Acrescenta, ainda, que é o número de

intermediários que irá determinar o tamanho ou comprimento de

um canal. Neste sentido, Boyd e Massy (309) argumentam que "o

produtor tem as seguintes opções no que diz respeito ao

tamanho/comprimento dos canais: (1) ele pode vender diretamente

ao consumidor final (2) ele pode vender diretamente ou através

de seus agentes aos varejistas (3) ele pode vender a

atacadistas que vendem aos varejistas (4) ele pode vender tanto

através de super-atacadistas como de seus agentes, ou ainda,

através de ambos, ou (5) ele pode usar alguma combinação de

canais diretos e indiretos. Esta última opção tem se tornado

cada vez mais popular com o crescimento das grandes

organizações varejistas".

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91

Rocha e Christensen (310) acreditam que "o uso de

intermediários é função do número de fabricantes e do número de

clientes. O intermediário é um facilitador da relação do

fabricante com seus inúmeros clientes e um facilitador da

relação entre o cliente e seus inúmeros fornecedores. Este

papel facili tador se expressa em termos de tempo, lugar e

posse. Tem o intermediário, portanto, um papel dual, à luz do

qual se deve considerar toda e qualquer decisão de canal.

Cundiff, still e Govoni (311) acrescentam ainda que "a natureza

do produto, suas características técnicas, seu grau de

diferenciação em relação a produtos concorrentes, sua

perecibilidade, facilidade ou dificuldade de venda, esses e

outros aspectos podem limitar as alternativas do canal de

marketing a ser utilizado".

Sendo assim, Cundiff, Still e Govoni (312) afirmam que "as

decisões referentes ao número de intermediários a serem

utilizados estão intimamente vinculadas à intensidade da

distribuicão. Há três graus de intensidade de distribuição: de

massa, seletiva

existem mui tas

e exclusiva - classificações

gradações intermediárias.

aleatórias, já que

A intensidade da

distribuição deve ser encarada como uma larga faixa em que, de

um lado, se acha a distribuição de massa, e, de outro, a

distribuição exclusiva. Dentro desse espectro aparecem diversos

pontos que representam graus de distribuição seletiva. Os

autores não citaram, no entanto, que a empresa pode igualmente

decidir-se pela adoção de uma política de distribuição direta,

isto é, pode decidir não utilizar intermediários, vendendo seus

produtos diretamente ao usuário.

Distribuição exclusiva, de acordo com Rocha e Christensen (313)

"ocorre quando a empresa utiliza um ou poucos intermediários.

Nestes casos, é comum que o intermediário se dedique

exclusivamente à linha de produtos do fabricante, ou que esta

seja sua atividade principal ..• A maior parte das empresas que

opta por esta política atende a segmentos restritos do mercado,

com produtos de alto preço e compra infrequente ••.• Já no que

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92

concerne à distribuição seletiva ou limitada os autores afirmam

que "comumente, as empresas que atingem segmentos selecionados

do mercado optam, porém, por uma pOlitica de distribuição

seletiva ou limitada, ao invés de distribuição exclusiva. À

distribuição seletiva permite à empresa atingir número razoável

de canais, sem contudo popularizar o seu produto". Finalmente,

os autores atestam que quando a empresa adota politica de

distribuição intensiva "seu propósito é obter a colocação do

produto no maior número possivel de pontos de venda. À

distribuição intensiva é particularmente adequada a produtos de

consumo de compra frequente, alta rotatividade, preços médios

ou baixos".

À literatura sobre o marketing em tempos de turbulência indica

que, em consonância com a polarização da politica de produtos,

isto é, de um lado o oferecimento de produtos bem populares,

mais baratos e de outro, o de produtos sofisticados, mais

caros, a distribuição deveria ser mais seletiva para produtos

de prestigio, objetivando a manutenção da seletividade e

sofisticação conceitual dos mesmos, e mais intensiva para

produtos populares, garantindo, desta forma, maior volume de

vendas e compensando, portanto, suas reduzidas margens (314;

315) À propósito, Rocha e Christensen (316) comentam que " ... a

politica de distribuição adotada por uma empresa poderá estar

relacionada a sua estratégia de segmentação".

4.5.1. Franchising

Outra das prescrições encontrada na literatura, no que diz

respeito à politica de distribuição, sugere o fortalecimento da

técnica de franchising em momentos de turbulência."

,. De acordo com Leite (317), utiliza-se o termo " ..• franquia para designar a tipologia adotada como um sistema de distribuição avançado". "Franqueador" é aquele que outorga o direito de uso de sua marca a outrem, e "franqueado" aquele que recebe a concessão do direito de uso da marca.

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93

o Brasil é considerado o terceiro maior mercado em potencial

para o franchising, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e

do Japão,

perfil das

em razão de sua vasta extensão territorial e do

pequenas e

empresas

médias e

brasileiras,

carecem de

pesadamente em expansão. 20

que são

recursos

em sua

para

maioria

investir

Além da determinação do tipo de canal de distribuição a ser

utilizado em períodos turbulentos, a gerência de marketing

também deve preocupar-se com outros aspectos da pOlítica de

distribuição, os quais afetam, indubitavelmente, o desempenho

da empresa em épocas de recessão. A literatura pesquisada

revela que a " .. . preocupação em evitar um agravamento na

retração da demanda demonstra que os especialistas em marketing

incorporam, finalmente,

mercadológico .•• o pricing

apenas pela fixação de

o preço ao chamado

agora está deixando de ser

um índice de reajustes,

composto

definido

adotado

mecanicamente, para tornar-se uma estratégia bem mais ampla ... "

(319). Entende-se que uma estratégia bem mais ampla inclua uma

maior e melhor negociação das condições de venda e crédito

junto aos canais de distribuição. Adverte-se sobre o fato de

que " ..• mais do que nunca, conceder grandes prazos ao comprador

como forma de aumentar as vendas é perigoso ••• " (320; 321). Por

outro lado, salienta-se, igualmente, que é preciso dispender

cada vez mais esforços no sentido de sedimentar boas relações

com os canais de distribuição (322).

20 De acordo com o sócio-presidente de uma destas empresas que optaram pela adoção do franchising, esta decidiu-se pelo não enfrentamento direto das grandes marcas nos seus pontos de venda tradicionais, já que sua produção era semi-artesanal e sua marca pouco conhecida. O franchising foi, assim, a solução adotada, já que não possuíam recursos financeiros para a instalação de lojas próprias por todo país. liA idéia era a de encontrar pessoas que queriam instalar seu próprio negócio, não tinham cacife para investir em grandes estoques e estavam dispostas a dividir os riscos de uma nova marca ... Com essa estratégia, a empresa pôde se expandir rapidamente e consolidar uma imagem de prestígio entre os consumidores das classes A e B" (318).

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94

Neste sentido, a literatura propõe também, como forma de

viabilizar as vendas, maior agilidade e rapidez nos prazos de

entrega. Este procedimento ajudaria a conquistar a preferência

do distribuidor, garantindo, assim, a colocação de seus

produtos (323).

o pressuposto de que em momentos de turbulência é preciso que

se estabeleça rígido controle de custos inclui a redução do

nível de estoques, tanto de matérias-primas, quanto de produtos

acabados. As empresas passariam a administrar seus estoques de

maneira a que se mantivessem em níveis mínimos, viabilizando o

cumprimento dos pedidos sem, no entanto, representarem

significativa inversão de recursos em capital de giro (324;

325: 326). Com efeito, de acordo com o professor da Fundação

Getúlio vargas, Luiz Carlos Moraes Rego, lia administração de

materiais vem sendo encarada como uma forma eficiente e até

certo ponto cômoda de redução de custos, já que, ao contrário

do corte de pessoal - em geral, a primeira aI ternati va que

surge - não cria conflitos diretos dentro da empresa 11 (327).

4.6. POLÍTICA DE PROMoçÃO

Kotler ( 328) acredita que uma leitura mais abrangente do

composto promocional da empresa ou seu mix de comunicação leva

à conclusão de que tudo o que se relaciona ao produto, como por

exemplo, a sua cor ou tamanho; a sua embalagem, seu preço,

transmite uma mensagem qualquer, ou seja, todos estes elementos

consti tuem-se em formas de comunicação. O autor declara que

"uma vez decidido que posicionamento será adotado, todos os

elementos do marketing mix devem buscar reforçá-lo". Rocha e

Christensen (329), por sua vez, restringem o conceito a

aspectos diretamente ligados à comunicação e definem o composto

promocional como sendo " ••• 0 conjunto dos instrumentos de

marketing voltados para informar o cliente atual ou potencial

sobre as ofertas da empresa, moti vá-lo a considerar essas

ofertas corno alternativas de compra e persuadí-Io a adquirir os

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95

produtos ou serviços da empresa como melhor alternativa para a

realização de seus desejos ou o atendimento de suas

necessidades".

As principais ferramentas promocionais disponíveis são a

propaganda; a promoção de vendas; a venda pessoal e a

publicidade. A empresa pode e deve fazer uso de diferentes

combinações destas ferramentas, já que cada uma delas possui

características específicas e pode se adequar mais a uma

situação do que a outra. Segundo Borden e Marshall (330) existe

normalmente mais de uma maneira de se combinar estas

ferramentas de forma a obter o composto mais eficaz na busca de

melhores e maiores lucros.

4.6.1. PROPAGANDA

No que diz respeito à propaganda, Rocha e Christensen (331)

atestam que esta " .• • pode ser definida como um conjunto de

atividades através das quais determinadas mensagens são

transmitidas a um público-alvo, usando meios de comunicação de

massa pagos pelo anunciante, com o propósito explícito de

informar, motivar e persuadir os membros do público-alvo a

adotarem produtos, serviços ou idéias, sob o patrocínio de

determinada organização". Segundo os autores, a publicidade se

diferencia da propaganda por ser gratuita e não ter o

patrocínio do anunciante.

Ainda, na visão de Kotler (332), " .•. 0 propósito da propaganda

é o de motivar respostas dos potenciais consumidores à empresa

e suas ofertas. Ela busca fazê-lo provendo informação,

canalizando desejos, e apresentando razões para justificar a

preferência pela oferta de uma determinada empresa".

A propaganda pode servir a uma série de objetivos. Ela pode ser

utilizada, por exemplo, para estimular o conhecimento em

relação à imagem da empresa junto a um determinado

público-aI vo, designada de propaganda institucional. Pode,

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96

ainda, ajudar a criar e fortalecer a imagem de uma determinada

marca especifica, o que se convencionou chamar de propaganda de

marca ou propaganda para demanda seletiva. A propaganda pode,

até mesmo, ter como meta a disseminação da informação sobre

determinada promoção de venda que irá ocorrer (333).

o pressuposto de que os consumidores reduzem suas compras em

épocas de turbulência pode levar à conclusão precipitada de que

as empresas poderiam, nestes momentos, se permitir reduzir o

volume de propaganda, já que toda a concorrência reagiria da

mesma forma. No entanto, a literatura atesta que as empresas

mais agressivas reconhecem o valor da propaganda em periodos de

depressão e até mesmo aproveitam estas oportunidades para

lançarem programas de expansão (334; 335; 336; 337; 338; 339;

340; 341; 342; 343; 344; 345).

Estudo realizado em 1975, analisando o comportamento dos

consumidores, revendedores e indústrias norte-americanas no

periodo de 1972 a 1974, época em que a economia dos EUA

encontrava-se em recessão, juntamente com um trabalho realizado

a respeito das cinco recessões observadas na economia dos EUA,

depois da Segunda Grande Guerra, buscaram comprovar a

necessidade de se continuar investindo em propaganda em

per iodos recessivos. Foram analisados cinco periodos recessivos

distintos cobrindo uma fase de vinte e seis anos. As principais

conclusões destes estudos foram as de que:

a propaganda acelera o crescimento. Empresas que investiram

mais em propaganda cresceram mais rápido do que as que

investiram menos;

a propaganda facilita e apressa a recuperação. De uma maneira

geral, as empresas mais agressivas em propaganda durante um

determinado periodo recessivo sairam-se primeiro dele;

a propaganda afeta diretamente as vendas. Aumentos continuos

em propaganda foram acompanhados de aumentos similares nas

vendas;

as empresas que mantiveram uma politica agressiva de

propaganda na recessão de 1974/1975, não apenas mantiveram

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97

seus investimentos, como também aumentaram a diferença sobre

as empresas mais conservadoras. Aquelas que reduziram seu

volume de propaganda obtiveram aumentos minimos nas vendas em

1974, sofreram declinio nas vendas em 1975 e cresceram muito

modestamente ao longo do periodo de cinco anos posteriores.

Já aquelas que mantiveram o nivel de suas verbas de

propaganda nada sofreram durante o periodo critico, no que

diz respeito à vendas e aumentaram seus faturamentos em média

em 180% no espaço de cinco anos. Os lucros revelaram um

comportamento semelhante (346; 347; 348; 349).

Gracioso (350) afirmava, no ano de 1983, que o consumidor

brasileiro de então obedecia a dois critérios básicos para a

escolha de um produto: a imagem de qualidade e o preço. A

literatura pesquisada argumenta que à medida que se fortifica

o conceito de marketing a propaganda deixa de ser encarada como

despesa, transformando-se em parte integrante do composto

mercadológico (351; 352). Com efeito, em 1983, periscinoto

declarava que "o anunciante está consciente de que a

publicidade é uma ferramenta coadjuvante em seus esforços para

manter ou ampliar seu share de mercado e, longe de retrair-se

em momento de turbulência, ele deverá continuar investindo"

(353).

A literatura sugere ainda que a "propaganda deveria ser sempre

encarada como um meio de atingir e manter metas. Os orçamentos

publicitários deveriam manter sempre uma estreita relação com

os objetivos corporativos e não apenas com os resultados ou

estimativas de venda" e que "épocas de crise são talvez mais

favoráveis para obter-se mudanças nas posições do mercado"

(354). De fato, um estudo realizado por Peckhman, acompanhando

os investimentos publicitários de vinte e cinco marcas de

grande importância no mercado norte-americano, durante a

recessão de 1969/1970, concluiu que 60% das quinze marcas que

reduziram seu volume de propaganda perderam posição no mercado,

ao passo que apenas 30% das dez que aumentaram seus

investimentos em propaganda revelaram quedas de suas

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participações. Em resumo, constatou-se que perdas de posição no

mercado ocorreram duas vezes mais frequentemente entre as

marcas que cortaram seus investimentos em propaganda (355).

Faria de Paula Jr. afirmava, em 1983, acreditar que marcas

fortes resistem melhor aos abalos da recessão, e assinalava que

essas marcas se mantinham na liderança do mercado

norte-americano há quase sessenta anos já que investiram

continuamente em propaganda durante todo este tempo (356).

Embora a literatura prescreva a manutenção, e até mesmo o

aumento dos investimentos em propaganda durante períodos

turbulentos, advoga, igualmente, que estes devem ser seletivos,

isto é, recomenda que os gastos se concentrem em produtos cujos

apelos se adequem mais corretamente ao momento em questão.

Assim sendo, conclui-se que seriam eleitos os produtos

populares e mais baratos, em uma ponta do espectro da oferta e,

no outro extremo, seriam privilegiados os produtos mais

sofisticados e conseqüentemente mais caros, acompanhando de

perto o movimento dos consumidores que não deixam simplesmente

de comprar, mas sim, redirecionam seus gastos e tornam-se mais

criteriosos quanto à forma de gastar o seu dinheiro (357; 358;

359) .

Além de dar prioridade a produtos cujos atributos correspondam

mais certeiramente às expectativas dos consumidores em momentos

turbulentos, quando da alocação da verba de propaganda entre o

portfólio de produtos da empresa, a literatura recomenda que se

dê maior ênfase à propaganda para demanda seletiva, isto é, que

as empresas invistam

preferencialmente na imagem

361; 362; 363; 364; 365).

seus recursos promocionais

de marca de seus produtos (360;

Segundo Matarazzo, "em tempos de

recessão, o consumidor precisa acreditar na performance do

produto, senão ele acaba acreditando que são todos iguais e

simplesmente compra o mais barato. É aí que a propaganda é mais

importante do que nunca para manter e também para melhorar a

imagem do produto" (366).

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99

No que diz respeito à mensagem promocional, a literatura propõe

que, em períodos de turbulência, as empresas se preocupem em

divulgar possibilidades de uso do produto que não aquelas já

tradicionalmente veiculadas. A idéia é a de que em períodos

assim se deve oferecer ao cliente a maior quantidade possível

de benefícios (367; 368). Cundiff, still e Govoni (369), por

exemplo, afirmavam que "a identificação de novos usos para o

produto é uma forma de "esticar" a vida desse produto".

Durante a recessão americana de 1974 a 1975, algumas empresas

encontram uma maneira de explorar outras oportunidades. Um

exemplo citado pela literatura narra que "a Quaker começou a

promover produtos à base de cereais, como fontes baratas de

proteínas, conseguindo assim reverter um longo processo de

declínio das vendas de aveia e farinha de milho" (370).

A literatura sugere ainda que em épocas de turbulência as

mensagens devem ser o mais honestas e diretas possível e devem

enfatizar os benefícios procurados pelo consumidor em tais

momentos. O consumidor tenderia a ser mais cauteloso, mais

preocupado em não cometer erros e passaria a exigir, portanto,

que a propaganda exibisse mensagens verdadeiras e linguagem

accessível (371; 372; 373).

Segundo Melnik, uma das regras básicas sobre a qual se deve

pautar a implementação de uma política de promoção em períodos

de turbulência, é a de que a desconfiança do consumidor é

crescente e que a sofisticação exagerada da mensagem poderia

acabar ofendendo a grande parte da população. "Se antes era

possível supor que as pessoas sonhavam com o acesso a

determinados refinamentos, hoje é provável que sirva apenas

para ferir sensibilidades" (374). Melnik acreditava ainda que

grandes produções reverteriam em dinheiro mal gasto, se não

transmitissem idéias claras e precisas. A atitude do consumidor

em épocas de turbulência não seria mais aleatória e impulsiva

e a busca por status passaria para segundo plano. O consumidor

descobriria, então, o valor intrínseco dos produtos,

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100

racionalizando suas escolhas. Ter status, para este consumidor,

corresponderia a ser inteligente e usar de bom senso na hora da

compra (375).

Corroborando com a crença de Melnik e tantos outros, Furquim

declarava que a ascensão do consumidor que busca mais qualidade

e renega modismos levaria a uma propaganda de conteúdo mais

elaborado " ... sem "sacadas vazias", mais consistente e

engajada. Contra as "gracinhas" que geram o recall da

"gracinha" e não do produto" (376).

Além disso, é natural supor que quando o mercado se retrai o

consumidor busque vantagens reais. Os argumentos de venda

deveriam ser principalmente racionais. Os temas das campanhas

girariam em torno da idéia de que tal fabricante se esforça por

manter os preços baixos e tem por objetivo assegurar as

melhores ofertas do mercado (377; 378; 379).

No que tange à escolha dos veiculos de comunicação, em tempos

turbulentos, sugere a literatura pesquisada ser mais indicado

o uso de midia mais segmentada e seletiva. Em primeiro lugar,

porque em momentos assim a própria oferta de produtos é mais

segmentada e seletiva, e, em segundo lugar, porque é preciso

buscar a melhor relação custo-beneficio possivel (380; 381).

Noonan recomendava em fins de 1984: " use um rifle para

decidir sobre sua verba, e não uma metralhadora; restrinja-se

a pontos determinados, de maior eficácia ••. " (382). Um ano

antes, Melnik (383) declarava: "não vai bastar apenas a

propaganda massiva e nem avaliações matemáticas dos resultados

como a circulação ou o readership. O que vai importar é o grau

de comunicação do meio, sua influência na sociedade e seu

conteúdo .•. ".

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101

4.6. 2. PROMoçÃO DE VENDAS

Na visão de Kotler (384) "promoção de vendas compreende uma

grande variedade de ferramentas promocionais de curto prazo,

designadas a estimular mais cedo e/ou mais forte a resposta do

público-alvo... De acordo com Rocha e Christensen (385) a

promoção de vendas " ... distingue-se da propaganda pelo fato de

visar, fundamentalmente, resultados de venda de curto prazo".

Ainda segundo esses autores, são vários os tipos de promoção

disponíveis: promoção de vendas ao consumidor (distribuição de

amostras, demonstrações, distribuição de cupons, ofertas a

preços mais baixos, prêmios, material para educação do

consumidor, promoções de eventos esportivos); promoção de

vendas ao varejista (descontos por quantidade, descontos para

novos produtos, incentivos para organização de vendas do

varejista) e promoção de vendas institucional, cujo propósito

é desenvolver a imagem da empresa junto a seus vários públicos.

Segundo Strang (386), níveis elevados de promoção com relação

à propaganda seriam encontrados naqueles casos em que:

- a taxa de contribuição aos lucros do produto estivesse abaixo

da média da empresa;

- houvesse pouca lealdade à marca;

- houvesse pouca diferenciação entre as marcas concorrentes;

- o produto fosse dirigido ao mercado infantil;

- o produto não fosse objeto de compra planejada;

- o produto se encontrasse nas fases de introdução ou declínio

em seu ciclo de vida;

o produto apresentasse comportamento de vendas sazonal

bastante acentuado;

- o produto tivesse pequena participação no mercado;

- os concorrentes utilizassem fartamente promoção;

- o produto concorresse em um mercado onde marcas privadas

fossem um elemento competitivo importante.

Já em 1980, Kotler (387) afirmava que " ... 0 alto nível de

inflação recente, no entanto, tem levado as empresas a usar

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102

mais agressivamente as ferramentas de promoção, no intuito de

mostrar aos consumidores maneiras de economizar dinheiro e

ganhar maior valor no mercado.

Como salientado repetidas vezes, o consumidor de todas as

classes sociais, em períodos de turbulência, passaria a

racionalizar o consumo, muitas vezes substituindo produtos em

função de preço, deixando de lado a fidelidade a marcas. Campos

(388) declarava, em meados de 1983, que "a inflação corroendo

o poder de compra, somada a fatores psicológicos de crise,

levou a consumidora a valorizar seu dinheiro e a observar, com

maior rigidez, o binômio custo-benefício". Esta constatação

indicava que a preocupação central das empresas passaria a ser

com a venda propriamente dita e a conclusão imediata seria a de

que não só os investimentos em propaganda deveriam, no mínimo,

ser mantidos, corno também, os investimentos em promoção

deveriam ser majorados. O intuito seria o de garantir a

colocação e giro mais rápido dos estoques (389; 390; 391; 392;

393; 394; 395; 396; 397; 398; 399; 400; 401; 402; 403; 404).

Com efeito, pesquisa realizada relativa ao trimestre

jUlho-setembro de 1983 revelava que a compra em ofertas e

liquidações figurava corno um dos principais artifícios da

classe média na sua reação à recessão econômica (405). A

literatura adverte, no entanto, que " ... 0 consumidor desconfia

das promoções em que as vantagens que lhes são oferecidas não

são evidentes, e resiste ao que considera "truques de vendas"

que não lhe proporcionam vantagens específicas (406).

Não só as empresas tenderiam a aumentar seus investimentos em

promoção em épocas de turbulência, como também buscar iam a

criação e o desenvolvimento de novos métodos promocionais.

Segundo Camargo, "é nesses momentos que os

empresáriosjexecuti vos buscam novas aI ternati vas de vendas,

pesquisando caminhos ao mesmo tempo eficazes e de menores

custos" (407). Assim sendo, as empresas passariam a lançar mão

de todos os recursos promocionais disponíveis. Exemplos citados

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103

pela literatura vão desde os tradicionais descontos e

bonificações até a realização de concursos entre balconistas.

são consideradas, também, a distribuição de brindes, a

prestação de diversos serviços gratuitos à clientela, promoções

relâmpago nos pontos de venda, cuponagem - introduzida no

mercado brasileiro em 1981 -, telemarketing, demonstração, além

de todo o arsenal de marketing direto do qual são exemplos as

publicações patrocinadas (408; 409; 410; 411; 412; 413; 414).

Seguindo o principio de que as empresas em períodos de

turbulência devem controlar seus custos, buscando cada vez

maior eficiência e a melhor relação custo-benefício possível

para seus investimentos, a literatura argumenta que o esforço

promocional das empresas deveria se concentrar mais sobre

linhas e marcas do que sobre produtos. Esta atitude faria;

inclusive, com que fosse possível prolongar a vida útil dos

produtos (415).

Uma vez que a preocupação maior das empresas em momentos de

turbulência

o volume de

e qualquer

passa a ser com a venda propriamente dita, não só

promoções deveria ser aumentado, como também toda

atividade capaz de gerar vendas deveria ser

incrementada. Desta forma, recomenda a literatura que haja

intensificação das atividades de merchandising, ou seja,

trabalho mais intenso do ponto de venda, o que inclui maiores

cuidados com a exposição dos produtos, vitrinagem, colocação de

displays, maior disputa por espaço nas prateleiras e pontas de

gôndola. Em momentos nos quais a briga pela conquista do

consumidor se torna mais acirrada, o merchandising poderia

ajudar a fazer com que determinada marca fosse escolhida pelo

consumidor entre tantas outras (416; 417). Leone declarava, em

1981, que era "fundamental investir no ponto de venda, pois é

ali que o produto se distingue da concorrência" (418).

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104

4.6.3. VENDA PESSOAL

Para Rocha e Christensen (419) venda pessoal "é o conjunto das

atividades realizadas pelo vendedor com o propósito de

informar, motivar e persuadir o cliente a adquirir um produto

ou serviço da empresa, podendo incluir ou não a concretização

da venda propr iamente di ta". Kotler ( 420) acrescenta que a

venda pessoal " ... pode ser usada para atingir uma série de

objetivos, tais como chamar a atenção para o produto, provocar

interesse, desenvolver a preferência pelo produto, negociar

condições de pagamento, fechar uma venda e fornecer reforço

pós-venda". Ainda de acordo com Kotler (421), "cada empresa

contem uma ou mais pessoas que tem responsabilidade direta em

contactar e lidar com consumidores efetivos e potenciais. Nós

chamamos este grupo de força de vendas ..• ".

Concomitantemente a todos os demais esforços prescritos, até

então, pela literatura, como comportamentos adequados ao

enfrentamento da turbulência, surge a intensificação dos gastos

com vendas, visando o aprimoramento das equipes de

comercialização, uma vez que em última instância serão elas as

responsáveis pela colocação ou não no mercado dos produtos da

empresa (422; 423; 424).

4.6.4. PUBLICIDADE

o Glossário de Termos de Marketing (425), publicado pela

American Marketing Association, define Publicidade como sendo

um estímulo impessoal à demanda de um produto, serviço ou

unidade de negócio, que se realiza por intermédio da inserção

de opiniões favoráveis e notícias de interesse comercial na

imprensa escrita, rádio ou televisão, que não são pagas por

nenhum patrocinador.

Na visão de Rocha e Christensen (426), "a propaganda distingue­

se da publicidade por ser essa última gratuita, e não

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105

patrocinada pelo anunciante; da promoção de vendas e da venda

pessoal, por utilizar meios de comunicação de massa".

Kotler (427) acredita que seriam três as qualidades primordiais

deste instrumento promocional: credibilidade elevada; grande

penetração entre aqueles consumidores potenciais que não vêem

com bons olhos os apelos da propaganda ou da venda pessoal, já

que se confunde com "noticia" e possui tom mais informativo do

que persuasivo; e, finalmente, capacidade de traduzir o

conceito ou imagem de um produto ou empresa.

À literatura pesquisada sobre comportamentos estratégicos de

marketing em per iodos turbulentos não indica, em especial,

atitude mais adequada a ser adotada com respeito a esta

ferramenta promocional. Dessa forma, não foram levantadas

hipóteses envolvendo Publicidade no presente estudo.

4.7. ESTRATÉGIAS DE MARKETING EM TEMPOS TURBULENTOS: OS ESTUDOS

DE SRAMA

É bastante restrita a literatura existente, no que diz respeito

a trabalhos cientificos, sobre estratégias de marketing em

per iodos de turbulência. À principal exceção que se apresenta

são os estudos de Shama.

Segundo Shama (428), mudanças no ambiente econômico, tais como

inflação, recessão, escassez e suas várias combinações, as

quais representam diferentes tipos de estagflação, afetam os

valores e expectativas dos individuos no que diz respeito a

salários, emprego, preços, produtos e serviços. Na opinião do

autor, tais alterações se refletem igualmente nas atitudes e

comportamento destes individuos enquanto consumidores e,

conseqüentemente, apresentam importantes implicações para a

gerência de marketing (FIGURA 1).

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106

FIGURA 1

MODELO CONCEITUAL DE SRAMA

MUDANÇAS NO AMBIENTE EXTERNO, TAIS COMO

( 1 ) Escassez ( 2 ) Inflação ( 3 ) Recessão ( 4 ) Estagflação:

(a) Inflação-escassez (b) Inflação-recessão (c) Recessão-escassez (d) Inflação-recessão-escassez

II

VISÃO E EXPECTATIVAS DOS CONSUMIDORES SOBRE:

( 1 ) Salários (2) Emprego ( 3 ) Preços (4) Produtos e Serviços

11

MUDANÇAS NAS ATITUDES E NO COMPORTAMEN-TO DOS CONSUMIDORES

II

IMPLICAÇÕES PARA GERtNCIA DE MARKETING (Alterações escolha dos segmentos-alvo e decisões sobre o composto mercadoló-gico)

Fonte: Adaptdado de Shama (434)

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107

Buscando conhecer melhor as alterações que se processam nos

hábitos dos consumidores na presença de um quadro econômico de

estagflação, o autor desenvolveu um estudo longitudinal,

realizando duas pesquisas do tipo survey com amostragem por

quotas da área metropolitana de Nova York, o primeiro em 1976,

e o segundo em 1978. O mesmo questionário foi aplicado nos dois

casos. As variáveis idade, sexo e nacionalidade foram

consideradas variáveis de controle. O questionário era composto

por perguntas fechadas e utilizava a escala Likert de sete

pontos. As perguntas buscavam respostas pertinentes aos efeitos

da situação econômica vigente sobre suas vidas; o significado

da situação econômica vigente traduzido em termos do efeito

sobre composto mercadológico; e os ajustes realizados face à

situação econômica em curso.

As respostas obtidas comprovaram a suspeita do autor de que

alterações na ordem econômica, levando a situações de

estagflação, acarretam mudanças nas atitudes dos consumidores,

dividindo-os em dois grupos distintos: os que aceitam as duras

condições impostas pelo ambiente e buscam assim mesmo manter

seus padrões de consumo, e aqueles que para ajustar-se às novas

condições do ambiente alteram seus valores e estilo de vida.

Com efeito,

pesquisadas

aproximadamente dois terços das duas amostras

relataram ter a estagflação alterado suas

preferências de consumo e mais de três quartos declararam ter

sido a estagflação responsável por terem passado a julgar

produtos e serviços de nova maneira. 2'

2. Vale notar que o estudo deste novo padrão de comportamento de consumo se iniciou com os trabalhos de EIgin (429) e EIgin e Mitchell (430;431), em 1977, estudos estes que foram calcados no trabalho de Gregg (432) e sua análise da opinião pública e pesquisas sobre o consumidor datados de 1936. É interessante lembrar que o aparecimento deste distinto padrão de comportamento foi discutido por Gregg (433) em 1936. Esquecido com o advento da Segunda Guerra, ele reapareceu nos anos 70. De fato, este fenômeno parece obedecer um ciclo de aparição/desaparição. Sendo assim, é razoável supor que no caso da estagf1ação desaparecer este novo padrão de comportamento de

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108

Dentre os ajustes apontados pelos respondentes pode-se citar o

fato de terem passado a comparar mais antes de efetuar a

compra; sentirem-se mais atraídos por promoções e vendas

especiais; darem prioridade a produtos de maior durabilidade,

no caso da compra de bens-duráveis; demandarem produtos mais

baratos; visitarem maior número de estabelecimentos antes de

comprar e acreditarem menos nos apelos da propaganda.

Além disso, o cruzamento dos dados referentes ao impacto da

situação econômica vigente e as variáveis demográficas

demonstrou que aqueles afetados mais negativamente pela

estagflação em 1976 e 1978 eram consumidores de classe média e:

aqueles que trabalhavam em indústrias de serviço;

famílias cuja renda total excedia US$ 20.000;

os jovens (os de 18 a 34 anos foram mais negativamente

afetados);

os desempregados;

os solteiros e os casados cujas esposas não trabalhavam;

os caucasianos e

os universitários.

Baseado nas conclusões destes estudos, o autor advoga que é

preciso alterar a gerência de marketing para atender a estes

"novos consumidores". Segundo Shama (435), " ... consumidores que

acreditam que o pequeno é bonito e o menos é melhor ameaçam os

executivos de marketing, acostumados a aumentar vendas baseados

na premissa de que o grande é bonito e o mais é melhor. Já que

mudar não é da preferência de ninguém, identificar este

segmento-alvo emergente e a ele se dedicar é ser inteligente".

Sendo assim, o autor elabora um guia para o profissional de

marketing que visa atender este novo consumidor.

No que diz respeito à política de produto, Shama (436)

recomenda, entre outros, a simplificação dos produtos; o

desenvol vimento de produtos mais práticos e funcionais; ou

consumo perderia algo de sua atualidade.

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109

ainda, a melhoria na qualidade como opção para obtenção de

preços e margens mais altas. Recomenda ainda que a embalagem

seja igualmente simplificada.

No que tange à política de preços, Shama (437) acredita que as

empresas devem, acima de tudo, operar preços competitivos. A

propósito da política de distribuição, o autor, aconselha que

a rede de distribuição seja simplificada e que sejam usados

prioritariamente distribuidores de menor porte.

No que concerne à política de promoção, sugere que o orçamento

seja repensado; que valor, qualidade, simplicidade e

funcionalidade sejam atributos reforçados pelas mensagens

publicitárias e que estas se tornem mais informativas e menos

agressivas; que seja utilizada mídia mais especializada e que

os vendedores sejam treinados e aumentem o seu conhecimento

sobre o produto.

Shama (438) conclui, igualmente, que é difícil fazer

generalizações, visto que são ainda necessárias evidências

emp1r1cas conclusivas e validação das estratégias de marketing

dirigidas a esse distinto grupo de consumidores. Entretanto,

garante que flexibilidade, capacidade de adaptação e inovação

são fatores extremamente importantes para aqueles que lidam com

este novo tipo de consumidor.

Para obter um conhecimento mais quantitativo e sistemático

sobre os efeitos da estagflação, Shama (439) realizou pesquisa

de campo junto às 500 maiores empresas classificadas pela

revista Fortune. Foi elaborado questionário para medir os

efeitos da estagflação na gerência de marketing e as alterações

subsequentes nas estratégias e táticas adotadas pelas empresas.

Cento e quatro empresas responderam. Todos os questionários

foram endereçados ao vice-presidente de marketing. Todas as

perguntas utilizavam a escala Likert de cinco pontos. O

questionário continha afirmações sobre os efeitos do ambiente

econômico sobre os componentes do marketing mix, ou afirmações

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110

relativas a diferentes opções de ajuste. Pedia-se aos

respondentes que indicassem até que ponto os efeitos e ajustes

listados tinham sido vivenciados por suas empresas.

A análise dos resultados levou à conclusão de que os efeitos do

ambiente externo se fizeram sentir em primeiro lugar nas

decisões de política de preços. Depois então, nas decisões de

política de produto, escolha dos segmentos-alvo, política de

promoção e finalmente nas decisões de política de distribuição.

5. ESQUEMA CONCEITUAL DESTE ESTUDO

o presente estudo parte do pressuposto de que um conjunto de

forças ambientais específicas do ambiente brasileiro na década

de 80 influenciaram o comportamento estratégico de marketing

das empresas brasileiras. Esses fatores foram analisados nos

capítulos 1 e 2 deste trabalho. O Quadro 1 resume o conjunto de

forças atuantes nos anos de 1981 e 1989, registrando o contexto

em que o presente estudo se realizou. A seguir, a Figura 2

retrata o modelo conceitual deste estudo, apresentando as

forças ambientais, suas interrelações e suas implicações para

a estratégia de marketing.

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111

QUADRO 1

PLANO POLíTICO

1981

.governo militar: Preso Figueiredo

.distensão política

.aceleração da atividade sindical

.anistia ampla,geral e irrestrita

.refomulação dos partidos políticos

.fragmentação da oposição

1988

.governo democrático:fim da gestão Sarney (1985-1989) e eleições diretas (nov.1989)

.fracasso da"Nova República"

.nova Constituição

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112

QUADRO 1 (cont.)

PLANO ECONÔMICO

1981

.falência do modelo econômico vigente

.crescimento dos índices de inflação

.nível elevado da dívida externa

.pressão dos credores externos

.medidas recessivas:arrocho monetário e controle da demanda

.suspensão de investimentos iniciados

.queda na produção e emprego de mão-de-obra

.superávit comercial proveniente da queda das importações

.elevação das taxas de juros

1989

.elevada taxa de inflação: hiperinflação à vista

.déficit público insusten­tável

.dificuldades no pagto. da da dívida externa

.sucessivas reformas mone­tárias

.falência dos sucessivos planos econômicos que a­dotaram congelamento de preços e salários

.crise de investimentos no setor produtivo

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113

QUADRO 1 (cont.)

AGENTES ECONÔMICOS: O SETOR DE BENS DE CONSUMO NÃO-DURÁVEIS

1981

.bom desempenho do 1980, crescentes dades no decorrer

setor em dificul­de 1981

.início de processo de adap­tação das empresas à con­juntura recessiva

1989

.reaquecimento do consumo/pro­dução: primeira metade do ano

.a partir de outubro comporta­mento ligado às expectativas políticas; eleições presiden­ciais:"em compasso de espera"

.expectativas de hiperinflação e recessão seguram os inves­timentos das empresas que o­peram a 84% de sua capacidade

AGENTES ECONÔMICOS: OS CONSUMIDORES

1981

.queda dos salários reais

.expectativas ainda favorá­veis de consumo lastreadas pela experlencia vivida durante o "milagre econõ­mico"

. resistência à queda nos padrões de consumo

.esboço de mudanças no com­portamento do consumidor : reage com certo otimismo, impulsividade e auto­indulgência. Disposto ainda a sacrificar prazer pessoal em favor de reconhecimento social

1989

.queda dos salários reais

.expectativas pessimistas quan­to à melhoria de seu padrão de vida e de consumo:frustrações decorrentes do sucessivo fra­casso dos planos econômicos

.consolidação de um novo com­portamento de compra: -atribuição de maior valor à durabilidade dos produtos;

-receptivos a ofertas e li­quidações;

-queda da lealdade à marca; -comportamento defensivo em relação à propaganda.

.Dúvida: mudanças comportamen­tais revelam alterações mais profundas de atitude e iden­tidade do consumidor, ou são apenas formas de adaptação às novas condições sociais e de mercado?

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Fatores f • POhtlCOS

'I'

,

~

lL

Fatores A • EconoInlcos

FIGURA 2

Modelo Conceitual

IL

Performance da Comportamento Indústria de do Consumidor

Individual Bens de C~ns~mo Não Duravels

"

, ....:! I' ,

i!. • N DeClsoes

f . Estrateglcas de Marketing

'1'

f-' f-'

"'"

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115

CITAÇÕES

1. ALÉM do eixo Rio-São Paulo. Administracão e Servicos, v.5, n.32, p.36-7, abro 1983.

2. OS APUROS da classe média. Exame, n.376, p.32-9, maio 1987.

3. ALDRIGHI, V. A classe média sai do paraiso ou os órfãos do milagre. Mercado Global, v.10, n.57, p.29, nov.jdez. 1983.

4. INFLAÇÃO, recessão, marketing e propaganda. Mercado Global, v.6, n.45, p.25-9, maiojjun. 1979.

5. CHANGE in the market place: an analysis of the recent changes in consumer behavior and the events and attitudes underlying them. 51.: J.W. Thompson, 1975. 24p.

6. INFLAÇÃO, recessão, marketing e propaganda, op. cit.

7. SHAMA, A. Marketing in a Slow-Growth Economy:the impact of stagflation on consumer psychology. New York: praeger Publishers, 1980.

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14. FRIEDMAN, M. A theorv of the consumption function. princeton: princeton University Press, 1957.

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Page 129: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

116

16. CHANGE in the market place: changes in consumer behavior underlying them, op. cito

an analysis of the recent and the events and attitudes

17. INFLAÇÃO, recessão, marketing e propaganda, op. cito

18. SHAMA, op. cit., Summer 1981.

19. ALDRIGHI, op. cit., p.28-31, nov./dez. 1983.

20. Ibid. p.29.

21. OS APUROS da classe média, op. cit., p.35.

22. ALDRIGHI, op. cit., p.28-31, nov./dez. 1983.

23. O NOVO consumidor. Exame, v.19, n.350, p.36, abro 1986.

24. SOUZA, M.G. varejista. 1985.

As alternativas Mercado Global,

do consumidor no v.12, n.64, p.9,

25. O NOVO consumidor, op. cit., p.36-41.

26. AZAMBUJA, R.S. Os amargos Global, v.12, n.64, p.12-7,

27. SOUZA, op. cit., p.11.

remédios da crise. jul./ago. 1985.

comércio jul./ago.

Mercado

28. AS EMPRESAS adaptam-se aos novos tempos. Exame, n .170, p.18, maio 1981.

29. AZAMBUJA, op. cito

30. A ERA do cruzado. Marketing, v.19, n.148, p.91-4, fev. 1986.

31. O NOVO consumidor, op. cit., p.36-41.

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34. SOUZA, op. cit., p.9-10.

35. LISTENING post: a trajetória da nação nas palavras de suas consumidoras, op. cito

36. WATANABE, M. O consumo urbano: uma discussão sobre quantidade e qualidade. Adm-Administracão e Marketing, v.1, n.2, p.25, novo 1984.

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37. SOUZA, op. cit., p.9.

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43. A ERA do cruzado, op. cit., p.93, fev. 1986.

44. HERZOG, C. Como compreender e atender ao novo consumidor brasileiro. Mercado Global, v.13, n.68, p.24, maiojago. 1986.

45. AZAMBUJA, op. cito

46. O VAREJO depois do cruzado. Mercado Global, v.13, n.69, p.7-15, set.jdez. 1986.

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49. TROIANO, J. O jogo de esconder do novo consumidor. Mercado Global, v.13, n.69, p.23, set.jdez. 1986.

50. Ibid. p.24.

51. Ibid. p.22-7.

52. Ibid. p.27.

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55. Ibid. p.26-30.

56. CORR~A, E., op. cit., p.25, fev. 1985.

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58. Ibidem.

59. COBRA, op. cit., p.27, abro 1985.

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61. O VAREJO depois do cruzado, op. cito

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67. CORR~A, E., op. cit., p.24, fev. 1985.

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70. GRACIOSO, op. cit., p.32.

71. ARRUDA, op. cit., p.17.

72. Ibid. p.21.

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93. CHRISTENSEN; SCHMIDT, op. cit., p.19.

94. Ibid. p.21.

95. KOTLER, op. cit., 1972.

96. PORTER, M. Competitive Strategy. New York: The Free Press, 1980.

97. KOTLER, op. cit., 1972.

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119. COBRA, op. cit., p.51, set. 1983.

120. RIOS, op. cito

121. CHRISTENSEN; SCHMIDT, op. cit., p.l0-l.

122. ANSOFF, op. cito

123. RICHERS, op. cit., jan. 1983.

124. BLANDER, op. cito

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131. RICHERS, op. cit., jan. 1983.

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133. RICHERS, op. cit., p.39, jan. 1983.

134. KOTLER, op. cit., 1972.

135. PORTER, op. cito

136. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.300.

137. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

138. GELMAN, J.J. Ajustamento da empresa a mercados em transição. Mercado Global, v.9, n.53, p.39-41, 2 2 trim. 1982.

139. RIOS, op. cito

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141. VIANNA, op. cito

142. CONSUMIDOR vai buscar qualidade e permanência dos produtos, op. cito

143. AS MUDANÇAS que a conjuntura impõe à moda, op. cito

144. RICHERS, op. cit., p.38-9, jan. 1983.

145. AS EMPRESAS que ganham da crise, op. cito

146. A DISTRIBUIÇÃO alternativa definindo mercadoló-gicas, op. cit., p.l0.

estratégias

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152. STANTON, op. cito

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155. RICHERS, op. cit., p.38-9, jan. 1983.

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156. A CLASSE média brinca menos, op. cito

157. CHAIM,C. De porta em porta. Administracão e Servicos, v.6, n.44, p.31-3, abro 1984.

158. GELMAN, op. cito

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160. ESTRATÉGIA da sobrevivência, op. cito

161. JOHN, op. cito

162. OFENSIVA contra a retranca, op. cito

163. SNOOPY, na vanguarda, para aquecer o setor. Exame, n.284, p.19-21, set. 1983.

164. CHEGOU a hora de reagir. op. cito

165. RICHERS, op. cit., p.39, jan. 1983.

166. CHAIM, op. cit., abro 1982.

167. CHAIM, C., A moda barata do tênis. Administracão e Servicos, v.4, n.22, p.17-20, jun. 1982.

168. ______ ~-. Tendências de consumo na crise. Administracão e Servicos, v.4, n.24, p.6-15, ago. 1982.

169. CHAIM, op. cit., out. 1983.

170. A CLASSE média brinca menos, op. cito

171. CHAIM, op. cit., abro 1984.

172. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

173. THOMÉ, op. cito

174. ALENCAR, B.; CARVALHO, F. O culto ao consumidor. Bolsa, n.610, p.16-9, set. 1983.

175. VIANNA, op. cito

176. GONÇALVES, D. O lojista e a crise. Diretor Lojista, v.11, n.126, p.29-31, mar. 1984.

177. BLANDER, op. cito

178. GARCIA, op. cit., jan. 1986.

179. AS EMPRESAS adaptam-se aos novos tempos, op. cit, p.18-23.

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180. AS MUDANÇAS que a conjuntura impõe à moda. op. cito

181. COMO as empresas esperam a recuperação, op. cito

182. UMA MUDANÇA geral de rumos, op. cito

183. CHEGOU a hora de reagir. op. cito

184. VANTAGENS da segunda marca, op. cito

185. VOLTA aos tempos de recessão, op. cito

186. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35.

187. GONÇALVES, op. cito

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189. GARCIA, M.N. Produto: quando não há indexação e os preços estão congelados. Marketing, v.19, n.149, p.56, mar. 1986.

190. GARCIA, op. cit., p.38, jan. 1986.

191. ALENCAR; CARVALHO, op. cito

192. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

193. CHAIM, op. cit., ago. 1982.

194. BLANDER, op. cito

195. GARCIA, op. cit., jan. 1986.

196. AS EMPRESAS adaptam-se aos novos tempos, op. cit., p.18-23.

197. AS MUDANÇAS que a conjuntura impõe à moda, op. cito

198. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

199. STANTON, op. cit., p.222.

200. COBRA, M.H.N. Marketing básico: uma brasileira. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1984.

201. STANTON, op. cit., p.223.

perspectiva

202. CUNDIFF, E.W.; STILL, R.R.; GOVONI, N.A.P. Marketing básico: fundamentos. São Paulo: Atlas, p.215, 1979.

203. ROLIM, S. Uma queda no padrão. Administracão e Servicos, v.5, n.39, p.35-7, novo 1983.

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125

204. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

205. COMO as empresas esperam a recuperação, op. cito

206. CUNDIFF; STILL; GOVONI, op. cit., p.196.

207. STANTON, op. cit., 1978.

208. AS MUDANÇAS que a conjuntura impõe à moda, op. cito

209. AGILIDADE de lançamentos: a resposta para a descapitaliza­ção. Meio & Mensagem, v.6, n.142, p.23, dez.1984.

210. BOYD; MASSY, op. cit., p.284.

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213. AS EMPRESAS adaptam-se aos novos tempos, op. cit., p. 18-23.

214. COBRA, op. cit., p.374, 1984.

215. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.270, 1987.

216. LENTINI, C. Maior atenção para os custos. Administracão e Servicos, v.4, n.22, p.41-3, jun. 1982.

217. JOHN, op. cito

218. LENTINI, op. cito

219. COMO as empresas esperam a recuperação, op. cito

220. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35-7.

221. GARCIA, op. cit., jan. 1986.

222. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.122.

223. KOTLER, op. cit., p.353, 1980.

224. CHAIM, op. cit., ago. 1982.

225. ______ , op. cit., out. 1983.

226. ALENCAR; CARVALHO, Dp. cito

227. GONÇALVES, op. cito

228. BLANDER, op. cito

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229. A OpçÃO pela marca própria. Meio & Mensagem, v.10, n.322, p.29, ago. 1988.

230. GARCIA, M.N., op. cit., mar. 1986.

231. LUCCAS, S. Nhac! Huuummm! Superhiper, v.7, n.3, p.57-64, mar. 1981.

232. ESLAVA, S.P. De que lado fica a vantagem. Superhiper, v.14, n.1, p.48-56, jan. 1988.

233. STANTON, op. cit., p.219.

234. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., 1987.

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239. SCHMIDT, A.M.R.; GUIMARÃES, H.B. Condições e Políticas de Marcas em Empresas Nacionais Consumo. Revista de Administracão, v. 20, Jan.jMar. 1985.

Impacto das de Bens de n.1, p.61,

240. CONTRA a crise, use planejamento. Meio & Mensagem, v.5, n.117, p.32, novo 1983.

241. ALVES, T.R. Planejando a recuperação. Adm-Administração e Marketing, v.1, n.2, p.17-20, out. 1984.

242. CONTRA a crise, use planejamento, op. cit., p.32-3.

243. ESTRATÉGIA da SObrevivência, op. cito

244. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35-7

245. VOLTA aos tempos de recessão, op. cito

246. CORRIDA para vencer obstáculos. Exame, v.20, n.3, p.42-3, abro 1988.

247. COBRA, op. cit., p.51, set. 1983.

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248. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

249. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.125.

250. VANTAGENS da segunda marca, op. cito

251. RICHERS, op. cit., p.38-9, jan. 1983.

252. LEITE, R.C. Franchising na criacão de novos negócios. São Paulo: Atlas, p.30, 1990

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254. CUNDIFF; STILL; GOVONI, op. cit., p.459.

255. BOYD; MASSY, op. cit., p.329.

256. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.139.

257. Ibid. p.134.

258. CHAIM, op. cit., p.15, out. 1983.

259. Ibid. p.12.

260. CORR~A, T.S. Segmentação do mercado como opção. Mercado Global, v.9, n.53, p.54, 2° trim. 1982.

261. CHAIM, op. cit., abro 1982.

262. _____ , op. cit., jun. 1982.

263. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

264. CORR~A, F. op. cit., 2° trim. 1982.

265. CAMPOS, op. cito

266. BLANDER, op. cito

267. FUNKE, M. A comissão e o marketing no recuperação econômica. Meio & Mensagem, p.12-3, out. 1984.

268. GARCIA, op. cit., jan. 1986.

269. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35-7.

270. CORRIDA para vencer obstáculos, op. cito

271. CUNDIFF; STILL; GOVONI, op. cit., p.461.

272. CHAIM, op. cit, abro 1982.

caminho da v.6, n.139,

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273.

128

_____ , op. cito jun. 1982.

274. CHAIM, op. cit., p.11-5, out. 1983.

275. , op. cit., abro 1984.

276. ALVES, op. cito

277. GELMAN, op. cito

278. CAMPOS, op. cito

279. GONÇALVES, op. cito

280. BLANDER, op. cito

281. FUNKE, op. cito

282. COMO as empresas esperam a recuperação, op. cito

283. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35-7.

284. CUNDIFF; STILL; GOVONI, op. cit., p.485.

285. BOYD; MASSY, op. cit., p.340.

286. CUNDIFF; STILL; GOVONI, op. cit., p.505.

287. STANTON, op. cito p.223.

288. CHAIM, op. cit., abro 1982.

289. , op. cit., p.11-5, out. 1983.

290. , op. cit., abro 1984.

291. CORR~A, F., op. cit., 2· trim. 1982.

292. CAMPOS, op. cito

293. BLANDER, op. cito

294. AS EMPRESAS adaptam-se aos novos tempos, op. cit., 18-23.

295. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35-7.

296. CORRIDA para vencer obstáculos, op. cito

297. CORR~A, T.S., op. cit., 2° trim. 1982.

298. A CLASSE média brinca menos, op. cito

299. VIANNA, op. cito

300. BLANDER, op. cito

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129

301. UMA MUDANÇA geral de rumos, op. cito

302. VOLTA aos tempos de recessão, op. cito

303. CUNDIFF; STILL; GOVONI, op. cit., p.497.

304. COBRA, op. cit., p.432, 1984.

305. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.154.

306. STANTON, op. cit., 1978.

307. CUNDIFF; STILL; GOVONI, op. cit., p.327.

308. KOTLER, op. cit., p.413, 1980.

309. BOYD; MASSY, op. cit., p.379.

310. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.155.

311. CUNDIFF; STILL; GOVONI, op. cit., p.332.

312. ----; ---; op. cit., p.340.

313. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.157 e p.158.

314. CHAIM, op. cit., abro 1982.

315. A DISTRIBUIÇÃO alternativa definindo estratégias mercado­lógicas, op. cito

316. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.158.

317. LEITE, op. cit., p.27

318. A EXPANSÃO das vendas exclusivas. Exame, v.20, n.377, p.43, maio 1987.

319. BLANDER, op. cit., p.40-1.

320. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35-7.

321. GELMAN, op. cito

322. CHAIM, op. cit., abro 1982.

323. BLANDER, op. cit., p.40-2.

324. CHAIM, op. cit., p.11-5, out. 1983.

325. GELMAN, op. cito

326. GONÇALVES, op. cito

327. COMO as empresas esperam a recuperação, op. cito

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130

328. KOTLER, op. cit., p.467, 1980.

329. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.169.

330. BORDEN, N.H.; Marshall, M.V. Advertising's role in the marketing mix a review and amplication. In: __ _ Advertising management: text and cases. Homewood: Irwin, 1959.

331. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.199.

332. KOTLER, op. cit., p.498, 1980.

333. _______ , op. cit., 1980.

334. INFLAÇÃO, recessão, marketing e propaganda, op. cito

335. CHAIM, op. cit., abro 1982.

336. MACHADO, A. A propaganda e a crise. Administracão e Servicos, v.5, n.33, p.11-5, maio 1983.

337. OTÁVIO, op. cito

338. A CLASSE média brinca menos, op. cito

339. ROLIM, op. cito

340. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

341. CORR~A, F., op. cit., 2' trim. 1982.

342. CAMPOS, op. cito

343. FUNKE, op. cito

344. COMO as empresas esperam a recuperação, op. cito

345. UMA MUDANÇA geral de rumos, op. cito

346. INFLAÇÃO, recessão, marketing e propaganda, op. cito

347. ALVES, op. cito

348. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

349. FUNKE, op. cito

350. CONTRA a crise, use planejamento, op. cit., p.32-3.

351. ALVES, op. cito

352. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

353. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.37.

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131

354. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

355. CORR~A, F., op. cit., 2° trim. 1982.

356. CONTRA a crise, use planejamento, op. cit., p.32-3.

357. CHAIM, op. cit., ago. 1982.

358. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

359. CORR~A, F., op. cit., 2° trim. 1982.

360. ALVES, op. cito

361. CONTRA a crise, use planejamento, op. cit., p.32-3.

362. PEREIRA, G.M.G. da atividade p.24-34, jul.

A comunicação mercadológica: uma evolução publicitária. Marketing, v.17, n.129,

1984.

363. ESTRATÉGIA da sobrevivência, op. cito

364. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35-7

365. VOLTA aos tempos de recessão, op. cito

366. ROLIM, op. cit., p.37.

367. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

368. ESTRATÉGIA da sobrevivência, op. cito

369. CUNDIFF; STILL; GOVONI, op. cit., p.222.

370. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

371. CHAIM, op. cit., ago. 1982.

372. A FUNÇÃO da propaganda em tempos de crise, op. cito

373. PEREIRA, op. cito

374. CONTRA a crise, use planejamento, op. cito p.33.

375. BLANDER, op. cito

376. CONSUMIDOR vai buscar qualidade e permanência dos produtos, op. cito

377. CORR~A, F., op. cit., 2° trim. 1982.

378. COMO as empresas esperam a recuperação, op. cito

379. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35-7.

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132

380. MACHADO, op. cito

381. ALVES, op. cito

382. FUNKE, op. cit., p.12.

383. CONTRA a crise, use planejamento, op. cit., p.33.

384. KOTLER, op. cit., p.526, 1980.

385. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.212.

386. STRANG, R.A. The re1ationship between advertasing and promotion in brands strategy: Carnbridge, Massachussets: Marketing Science Institute, Oct. 1975. (Report n.75-119). Apud: ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.212-3.

387. KOTLER, op. cit., p.526, 1980.

388. CAMPOS, op. cito

389. CHAIM, op. cit., abro 1982.

390. MACHADO, op. cito

391. CHAIM, op. cit., p.11-5, out. 1983.

392. ROLIM, op. cito , p.35-7.

393. GELMAN, op. cito

394. CAMPOS, op. cito

395. CONTRA a crise, use planejamento, op. cito , p.32-3.

396. FUNKE, op. cito , p.12-3.

397. PEREIRA, op. cito

398. ESTRATÉGIA da sObrevivência, op. cito

399. AS EMPRESAS adaptam-se aos novos tempos, op. cit., p.18-23.

400. AS MUDANÇAS que a conjuntura impõe à moda, op. cito

401. COMO as empresas esperam a recuperação, op. cito

402. UMA MUDANÇA geral de rumos, op. cito

403. UM AJUSTE geral na área de lingerie. Exame, n.296, p.36-8, mar. 1984.

404. CORRIDA para vencer obstáculos, op. cito

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133

405. CHAIM, op. cit., p.11-5, out. 1983.

406. CORR~A, F., op. cit., 2° trim. 1982.

407. TELEMARKETING: atividade favorecida pela crise. Meio & Mensagem, v.10, n.321, p.17, ago. 1988.

4 O 8. A CONSAGRAÇÃO do marketing direto, com ou sem cr ise. Administracão e Servicos, v.6, n.46, p.40-2, jun. 1984.

409. GELMAN, op. cito

410. CAMPOS, op. cito

411. MOURA, op. cito

412. UM AJUSTE geral na área de lingerie, op. cito

413. VOLTA aos tempos de recessão, op. cito

414. CORRIDA para vencer obstáculos, op. cito

415. A CLASSE média brinca menos, op. cito

416. CAMPOS, op. cito

417. PEREIRA, op. cito

418. ESTRATÉGIA da sobrevivência, op. cito

419. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.173.

420. KOTLER, op. cit., p.468, 1980.

421. Ibid. p.543.

422. OTÁVIO, op. cito

423. GONÇALVES, op. cito

424. OFENSIVA contra a retranca, op. cit., p.35-7.

425. COMMITEE on definitions: a glossary of marketing terms. American Marketing Association. Chicago: AMA, 1960. Apud: KOTLER, P. Marketing management: analysis, planning, and controlo 4.ed. Englewood Cliffs: Prentice­Hall, p.468, 1980.

426. ROCHA; CHRISTENSEN, op. cit., p.199.

427. KOTLER, op. cit., p.526, 1980.

428. SHAMA, op. cit., Summer 1981.

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134

429. ELGIN, D. Voluntary Simp1icity and the Unfolding of Man. Consciousness and Culture, v.1, n.1, p.1-21, 1977. Apud: SHAMA, A. Coping with stagflatin: voluntary simplicity. Journal of Marketing, v.45, n.3, p.120-34, Summer 1981.

430. ELGIN, D.; MITCHELL, A. Voluntary Simplicity. the Co-Evolution Quarterly, p.4-18, Summer 1977. Apud: SHAMA, A. Coping with stagflatin: voluntary simplicity. Journal of Marketing, v.45, n.3, p.120-34, Summer 1981.

431. ; • Voluntary Simplicity: Life Style of the Future? The Futurist, p.200-216, Aug. 1977. Apud: SHAMA, A. Coping with stagflatin: voluntary simplicity. Journal of Marketing, v.45, n.3, p.120-34, Summer 1981.

432. GREGG, R. Voluntary Simplicity (1936), reprinted in Manas, p.4-11, Sep. 1974. Apud: SHAMA, A. Coping with stagflatin: voluntary simplicity. Journal of Marketing, v.45, n.3, p.120-34, Summer 1981.

433. Ibidem.

434. SHAMA, op. cit., Summer 1981.

435. Ibid. p.132.

436. Ibid. p.120-34

437. Ibidem.

438. Ibidem.

439. SHAMA, op. cit., 1980.

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135

CAPÍTULO UI

METODOLOGIA

1. OBJETIVO

Este estudo tem por objetivo explorar algumas questões

referentes ao redirecionamento do comportamento estratégico de

marketing das empresas em situação de alta turbulência

ambiental.

Especificamente,

brasileiro da

propõe-se a explorar tais questões no ambiente

década de 80, comparando o comportamento

estratégico de marketing de empresas brasileiras produtoras de

bens de consumo não-duráveis em 1981 e 1989. Considera-se 1981

corno ano de menor turbulência ambiental do que 1989, em função

de o segundo apresentar maiores instabilidade politica,

econômica e social, geradas ao longo dos anos 80'. Ainda, foram

considerados corno anos mais recessivos durante a década aqueles

de 1982, 1983, 1987, 1988 e 1989 comparativamente aos anos de

1984, 1985 e 1986, que foram definidos corno os de maior

expansão durante o periodo em estudo.

Os dados referentes ao ano de 1981 foram extraidos do arquivo

de dados da tese de doutorado de Schmidt (440) e encontravam-se

disponiveis no COPPEADjUFRJ.

Os dados relativos ao ano de 1989 foram coleta dos pela autora

do presente estudo em entrevistas pessoais realizadas junto a

executivos de topo das empresas pesquisadas, durante o periodo

de julho a setembro de 1990.

, Embora o ano de 1981 tenha marcado o inicio do prime~ro periodo recessivo dos anos 80, as respostas coletadas na pesqulsa de campo então realizada refletem dados e opiniões a respeito do ano de 1980.

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136

2. PERGUNTAS DE PESQUISA

Quatro perguntas de pesquisa orientaram este estudo:

ÀS empresas brasileiras pesquisadas, no setor de bens de

consumo não-duráveis, alteraram seu comportamento

estratégico em 1989 se comparado àquele adotado em 1981?

Em caso positivo, que alterações foram feitas?

ÀS mudanças verificadas, em 1989, no comportamento

estratégico das empresas pesquisadas em relação àquele de

1981, são distintas no caso das empresas consideradas mais

bem sucedidas em 1981, e no caso daquelas consideradas

menos bem sucedidas em 1981?

Em caso positivo, que diferenças existem?

3. HIPÓTESES

Foram formuladas uma hipótese geral e duas sUb-hipóteses, além

de dezessete hipóteses especificas.

3.1. HIPÓTESE GERAL E SUB-HIPÓTESES

Enunciam-se a seguir as hipóteses nulas e respectivas

sub-hipóteses testadas neste estudo:

HG - Não é possivel discriminar a situação das empresas

pesquisadas em 1981, no setor de bens de consumo

nãO-duráveis, de sua situação em 1989, por intermédio

das variáveis que descrevem seu comportamento

estratégico em 1981 e em 1989.

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137

SH1- Não é possivel discriminar a situação em 1981

das empresas pesquisadas, consideradas mais bem

sucedidas naquele ano, de sua situação em 1989,

por intermédio das variáveis que descrevem seu

comportamento estratégico em 1981 e em 1989.

SH2- Não é possivel discriminar a situação em 1981

das empresas pesquisadas, consideradas menos

bem sucedidas naquele ano, de sua situação em

1989, por intermédio das variáveis que

descrevem seu comportamento estratégico em 1981

e em 1989.

3.2. HIPÓTESES ESPECÍFICAS

3.2.1. Hipóteses relativas à Politica de Produto

HE1. Não existe associação entre o número de linhas de

produto comercializadas em 1981 e em 1989, no caso

das empresas pesquisadas.

HE2. Não existe associação entre o número de i tens de

produto comercializados em 1981 e em 1989, no caso

das empresas pesquisadas.

HE3. Não existe associação entre a opinião dos executivos

das empresas pesquisadas quanto ao grau de lealdade

dos consumidores à marca em 1981 e em 1989.

HE4. Não existe associação entre

mudança (total ou parcial) de

a periodicidade de

linha de produto em

1981 e em 1989, no caso das empresas pesquisadas.

HE5. Não existe associação entre o número de i tens de

produto lançados em 1981 e em 1989, no caso das

empresas pesquisadas

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138

HE6. Não existe associação entre o tempo de desenvolvi­

mento de novos produtos em 1981 e em 1989, no caso

das empresas pesquisadas.

HE7. Não existe associação entre o grau de inovação dos

itens lançados em 1981 e em 1989, no caso das

empresas pesquisadas.

HE8. Não existe associação entre o número de empresas

pesquisadas que possuem departamento de pesquisa e

desenvolvimento de novos produtos em 1981 e em 1989.

HE9. Não existe associação entre o uso de pesquisa de

marketing no processo de desenvolvimento e lançamento

de novos produtos em 1981 e em 1989, no caso da

empresas pesquisadas.

HE10. Não existe associação entre o número de alterações

substanciais feitas em embalagem em 1981 e em 1989,

no caso das empresas pesquisadas.

3.2.2. Hipóteses relativas à Pol1tica de Preço

HE11. Não existe associação entre o custo do produto

propriamente dito em 1981 e em 1989, no caso das

empresas pesquisadas.

HE12. Não existe associação entre a adoção de política de

preços competitivos em 1981 e em 1989, no caso das

empresas pesquisadas.

3.2.3. Hipótese relativa à Política de Distribuição

HE13. Não existe

intermediários

associação entre o número de

utilizados em 1981 e em 1989, no caso

das empresas pesquisadas.

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139

3.2.4. Hipótese relativa à Política de Promoção

HE14. Não existe associação entre os gastos com propaganda

e promoção em 1981 e em 1989, no caso das empresas

pesquisadas.

3.2.5. Hipóteses relativas à Estratégias de Marketing

HE15. Não existe associação entre a utilização de

segmentação de mercado em 1981 e em 1989, no caso das

empresas pesquisadas.

HE16. Não existe associação entre o número de mercados

domésticos atendidos em 1981 e em 1989, no caso das

empresas pesquisadas.

HE17. Não existe associação entre o volume exportado em

1981 e em 1989, no caso das empresas pesquisadas.

4. OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS CONTIDAS NAS HIPÓTESES

Apresenta-se a seguir a forma pela qual as variáveis contidas

nas hipóteses foram operacionalizadas, indicando-se as

perguntas através das quais as informações necessárias foram

obtidas nos questionários aplicados em 1981 (referente a dados

de 1980) e em 1990 (relativo a dados de 1989)2.

Hipótese/ SUb-Hip.

HG,SH1,SH2, HEI

HG,SH1,SH2, HE2

Nome da Variável

n' de linhas

n' de itens

Medida Operacional

n' de linhas

n' de itens

N' da perg. Questionário

1981 1990

A9 B1

A12 B2a

2 O questionário utilizado em 1981 pode ser encontrado no trabalho de Schmidt (441).

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Hipótese/ Sub-Hip.

HG,SH1,SH2, HE3

HG,SH1,SH2, HE4

HE5

HE6

HE7

HG,SH1,SH2, HES

HG,SH1,SH2, HE9

HEIO

HEll

HE12

Nome da Variável

lealdade à marca

periodicidade mudança de linha

nO de itens lançados

tempo desen­vto.nov.prod.

nO itens lan­çados consi­derados ino­vação

n° de empres. c/depto.P&O

uso de pesquisa de mercado

alterações

custo do produto

preços venda em rel.lider

preços venda em rel.princ. concorrentes

140

Medida operacional

N" da perg. Questionário

1981 1990

percepção execu-tivos do grau AIS

periodo de tempo em que ocorre mudança (de parte ou do todo) EI

n 2 de itens lançados E6

meses/anos gastos desenvto.nov.prod. E2

no itens lançados considerados inova-ção E6a

no de empres.

B8

Cl

C2

C4

C3

c/depto.P&D E7 C5

realização testes mercado,pesq.p/es- E14 C6 colha marcas,testes preferência etc

n" alteraç.embal. E6b B13

n 2 de fornecedores FI 02

preç.venda abaixo dos da lider

preç.venda na média

B12a 04b

dos princ.concor- B12b D4c rentes

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Hipótese/ Sub-Hip.

HG,SHl,SH2, HE13

HG,SH1,SH2, HE14

HG,SHl,SH2, HE15

HG,SHl,SH2, HE16

HG,SHl,SH2, HE17

Nome da Variável

n" de inter­mediários

gastos c/pro­paganda e promoção

utilização segmentação

nO regiões atendidas no merc.domést.

atividade de exportação

141

Medida Operacional

N° da perg. Questionário

1981 1990

uso de atacadistas C17 E1

uso ptos de venda próprios

uso venda dir.clien-

C17a E1

tes institucionais C17 E1

uso de varejistas % fat.via atacado

% fat.via ptos venda

C17 E1 C17 Ela

próprios C17a Ela

% fat.via vda. dir. clientes instit. C17 Ela

% fat.via varejo C17 Ela

% fat.tot.gasto c/ prop. e prom. 020 F2

% fat.lin.princ. gasto c/prop.e prom.p/lin.princ.

D20a F2a

percepção executi­vos qto à forma de encarar o mercado C16 B5 (como um todo ou composto por gru-pos diferenciados)

nO regiões atendidas mercado doméstico B1

atitude em relação à exportação B2

A8

A9

Maiores detalhes sobre a operacionalização das variáveis são

descritos no Anexo 1.

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142

5. VERIFICAÇÃO DE HIPÓTESES

Para o teste de HG, SH1 e SH2 utilizou-se análise discriminante

que permite estudar diferenças entre dois ou mais grupos de

medidas. Inicialmente, processou-se análise estatística

descritiva com o intuito de realizar uma primeira análise

empírica que permitisse explorar as variáveis que participariam

da análise discriminante. Grande parte das variáveis utilizadas

foram operacionalizadas conforme descrito no instrumento de

coleta de dados utilizado pelo estudo realizado em 1981. As

restantes sofreram algumas transformações na atribuição de seus

valores conforme explicita o Anexo 1.

A técnica de análise discriminante gera uma equação do tipo:

D = d, X VAR, + d 2 x VAR2 + ..... + d" x VARn

onde:

D =

VARn =

d n =

valor discriminante (espera-se que casos de um

mesmo grupo possuam valor D semelhante)

variáveis independentes

coeficientes relacionados às variáveis VARn (com

base no valor destes coeficientes, pOde-se

avaliar o peso de cada variável na equação

discriminante)

Para a inclusão das variáveis discriminantes adotou-se o método

de wilks passo-a-passo (stepwise).

o coeficiente Lambda de wilks mínimo foi o critério

especificado para a seleção das variáveis aptas a entrar na

análise. Quanto menor o coeficiente Lambda maior o poder

discriminante da variável.

o método passo-a-passo obedece a seguinte rotina: seleção

inicial da variável que possui o menor coeficiente Lambda de

wilks isoladamente; combinação da variável selecionada com cada

uma das variáveis disponíveis e cálculo de um novo coeficiente

Lambda de wilks para cada uma das variáveis; seleção da segunda

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143

variável que em conjunto com a variável inicial, produziu o

menor coeficiente Lambda; combinação das duas variáveis com

cada uma das variáveis que ainda não entraram na análise e

cálculo de um novo Lambda etc. Este procedimento continua até

que todas as variáveis tenham sido selecionadas ou que a adição

de novas variáveis não contribua mais para a discriminação

entre os grupos.

À medida que a análise seleciona novas variáveis, algumas das

que já haviam sido selecionadas podem perder seu poder de

discriminação porque a informação que contêm sobre as

diferenças entre os grupos está agora disponível na combinação

das demais variáveis incluídas. Essas variáveis são

automaticamente eliminadas da análise por serem consideradas

"redundantes". Uma variável desprezada em um determinado passo

da análise pode retornar em um passo seguinte desde que seja a

que minimize o coeficiente Lambda naquele passo.

Foi adotado nível de significãncia de 5% para rejeição da

hipótese nula.

No caso de SHl e SH2, as amostras utilizadas diferiram daquela

usada para o teste de HG. Em 1981, foram detectadas dezesseis

empresas bem sucedidas e dez empresas menos bem sucedidas. O

critério adotado em 1981 para mensurar o sucesso das empresas

foi o da rentabilidade, expressa pela média trienal da taxa de

retorno sobre recursos próprios calculada da seguinte forma:

Taxa de Retorno si Lucro Líquido antes dos Impostos .100 Recursos Próprios = -------------------------------------­

Patrimônio Líquido

Foram consideradas empresas de alta rentabilidade relativa

aquelas cuja média dos últimos três anos de sua taxa de retorno

sobre recursos próprios situava-se no terço superior da

amostra. Inversamente, as empresas consideradas de baixa

rentabilidade relativa foram aquelas cuja taxa de retorno sobre

recursos próprios pertencia ao terço inferior da amostra.

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144

Para o teste das dezessete hipóteses especificas foram

analisadas as Tabulações Cruzadas para determinar a existência

de associação entre as variáveis envolvidas, fazendo-se uso do

teste do Qui-Quadrado.

Também nestes casos, foi adotado nivel de significância de 5%

para rejeição da hipótese nula.

6. DETERMINAÇÃO DA POPULAÇÃO E DA AMOSTRA

Para a consecução do objetivo proposto por este estudo foi

necessário pesquisar apenas as empresas que compunham a amostra

utilizada pelo estudo realizado em 19813• Desta forma, não

foram determinadas população e amostra da maneira usual. Na

verdade, considera-se que a pesquisa de campo do presente

estudo realizou-se junto à população de vinte e seis empresas

do setor de bens de consumo não-duráveis, consideradas pela

amostra de 1981.

Dentre as vinte e seis empresas pesquisadas, constam empresas

fabricantes de produtos tais como, alimentos; artigos de moda:

vestuário, calçados, lingerie; brinquedos e cosméticos.

As empresas pesquisadas encontravam-se localizadas na região do

Grande Rio, em outras cidades do Estado do Rio de Janeiro, e na

região da Grande São Paulo. Finalmente, foram incluidas ainda

empresas localizadas na cidade de Curitiba, capital do Estado

do Paraná.

A amostra final de 1981 era composta por 30 empresas,

distribuidas da seguinte forma: 11 empresas fabricantes de

alimentos embalados de marca; 9 fabricantes de artigos de moda

(vestuário, lingerie, calçados); 4 do setor de cosméticos; e 6

fabricantes de brinquedos. Não foi possivel contactar quatro

3 A amostra utilizada no estudo de 1981 era do tipo não-probabilistico.

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delas, três

fechadas, e

do

uma

145

setor de alimentos, duas das quais foram

do setor de cosméticos. Sendo assim, a

neste estudo, foi composta de 26 empresas

8 empresas fabricantes de alimentos

população pesquisada,

assim distribuidas:

embalados de marca; 9 pertencentes ao setor de artigos de moda

(vestuário, lingerie e calçados); 3 do ramo de cosméticos; e 6

fabricantes de brinquedos, conforme demonstra a Tabela 111.1,

na página seguinte.

7. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

utilizou-se como instrumento de coleta de dados questionário

estruturado composto basicamente por perguntas fechadas e

algumas perguntas abertas. O instrumento continha as mesmas

perguntas que constavam da sua versão de 1981, além de outras

incluidas para atender aos objetivos deste estudo, que são

distintos do estudo realizado em 1981.

Redigida a primeira versão do questionário, esta foi submetida

a cuidadoso pré-teste junto a três empresas não pertencentes à

amostra; duas delas do setor de alimentos e a outra fabricante

de artigos de moda, notadamente vestuário e calçados. Os

pré-testes apontaram as alterações necessárias, as quais foram

processadas e originaram a versão final do questionário, que se

encontra no Anexo 2.

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Respostas

Localização Física Estado do Rio de Janeiro Estado de São Paulo Estado do Paraná

Setor de Atuação Alimentos Artigos de Moda (Vestuário, Lingerie e Calçados)

Cosméticos Brinquedos

Data de Fundação Final do Século XIX à Década de 30 Final dos Anos 40/Anos 50 Anos 60/Início dos Anos 70

(1981=26;1989=26)

146

TABELA 111.1

1981

Freq. Absol.

11 13

2

8

9 3 6

13 6 7

Freq. Relat.

42,0 50,0 8,0

31,0

35,0 11,0 23,0

50,0 23,0 27,0

1989

Freq. Absol.

11 13

2

8

9 3 6

Freq. Relat.

42,0 50,0 8,0

31,0

35,0 11,0 23,0

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147

o instrumento elaborado inclui sete categorias distintas de

perguntas:

1') Perguntas relativas à caracterização geral da empresa no

que diz respeito a:

- controle acionário e tipo de gerência (familiar ou não;

capital nacional ou mUltinacional, se faz parte de grupo ou

não);

- tamanho (número de empregados);

- processo produtivo (produção por encomenda ou produção para

estoque) ;

- capacidade produtiva (capacidade ociosa);

- sistema de distribuição (regional ou nacional; exportadora ou

não) .

Esta categoria, além de incorporar perguntas relacionadas a

algumas hipóteses do estudo ligadas à Estratégia (abertura de

novos mercados, aumento das exportações), visava,

primordialmente, controlar algumas variáveis que poderiam

afetar as variáveis objeto deste estudo, evitando distorções

nos resultados.

2") Perguntas relacionadas às hipóteses deste estudo versando

sobre Política de Produto, abrangendo:

- linhas de produto;

- profundidade e amplitude das linhas de produto;

- composição do mercado do qual a empresa participa (principais

concorrentes);

- segmentação de mercado;

- uso de políticas de marcas; objetivos e procedimentos na

adoção de marcas;

- tipos de embalagem;

- gerência da vida útil dos

aspectos ligados ao

(intensidade; grau de

produtos;

lançamento

risco;

de novos

inovação;

desenvolvimento; existência de departamento ou

produtos

tempo de

setor de

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148

pesquisa e desenvolvimento, assim como de gerência de novos

produtos; utilização de pesquisa de mercado).

3» Perguntas relacionadas às hipóteses deste estudo versando

sobre Política de Preço:

- controle de preços;

- comportamento e poder de barganha dos fornecedores:

- controle de custos;

- preços relativos:

- qualidade relativa:

- comportamento do consumidor no que diz respeito à preço,

qualidade e valor do produto adquirido:

- políticas de preço adotadas.

4') Perguntas relacionadas às hipóteses deste estudo versando

sobre Política de Distribuição:

- tipos de canais de distrubuição:

- prazo médio de entrega:

- prazo médio de estoque (estoque total e estoque de produtos

acabados);

- relacionamento da empresa com seus canais de distruição:

- utilização de franchising.

5') Perguntas relacionadas às hipóteses deste estudo versando

sobre Política de Promoção:

grau de intensidade da propaganda e promoção;

- distribuição da verba de propaganda e promoção entre as

diversas linhas de produto comercializadas;

- escolha do tipo de mensagem publicitária;

- escolha do tipo de mídia:

- tipos de promoção adotados:

- grau de intensidade das atividades de merchandising:

- grau de intensidade dos gastos com vendas;

- preocupação ou não com o treinamento de vendedores e o

desenvolvimento da estrutura de vendas de maneira geral.

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149

6") Perguntas relacionadas às hipóteses deste estudo versando

sobre Estratégias de Marketing, notadamente sobre a adoção

ou não da estratégia de diferenciação.

Corno nem todas as informações desejadas podiam ser obtidas a

partir dos dados coletados em 1981, e ainda, temendo-se não ser

possível revisitar as empresas que haviam sido entrevistadas em

1981, optou-se por incluir urna série de perguntas sobre

mudanças na estratégia das empresas entre 1988 e 1989.

As respostas obtidas para essas perguntas foram utilizadas de

forma complementar na análise descritiva, não fazendo parte do

teste de hipóteses.

8. COLETA DE DADOS

8.1. TRABALHO DE CAMPO

o trabalho de campo consistiu, em primeiro lugar, na

atualização dos endereços e identificação, por telefone, do

respondente qualificado que foi definido corno sendo o executivo

responsável pelas decisões de marketing da empresa, o qual, em

alguns casos, confundia-se com o próprio executivo-chefe da

empresa.

Urna vez identificada a pessoa a ser entrevistada, procedeu-se

à marcação de entrevistas pessoais por telefone, precedida do

envio de correspondência em duas etapas (carta e fac símile

respeitando o intervalo de urna semana entre o envio da primeira

e a expedição do fax, os quais se encontram nos anexos 3 e 4.

Em função de serem executivos de topo, os respondentes alegavam

agenda cheia, o que fez com que as entrevistas se processassem

em ritmo mais lento do que o desejado. As entrevistas foram

então realizadas durante os meses de julho, agosto e setembro

de 1990.

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150

8.2. COLETA DE DADOS SECUNDÁRIOS

Paralelamente ao trabalho de campo propriamente di to, foi

realizada· ampla pesquisa em revistas especializadas, com o

intui to de obter informações adicionais que auxiliassem a

análise do problema em questão.

9. ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram analisados quantitivamente e qualitativamente.

A análise quantitativa foi dirigida para as principais

dimensões mensuráveis da realidade em estudo. O primeiro passo

consistiu na codificação dos dados coletados por intermédio do

questionário estruturado. Para o processamento dos dados,

utilizou-se o SPSS (Statistical Package for Social sciences).

A análise qualitativa baseou-se em informações coletadas, de

forma estruturada, junto aos executivos entrevistados; em

informações adicionais, coletadas de forma não-estruturada

durante as entrevistas; em informações e dados secundários

publicados em revistas especializadas. A análise qualitativa

teve corno objetivo ampliar a perspectiva no entendimento dos

resultados quantitativos encontrados.

10. LIMITAÇÕES

A primeira grande limitação deste estudo deve-se ao fato de

praticamente inexistir literatura sobre o objeto do estudo,

isto é, sobre o comportamento estratégico de marketing das

empresas em situações de turbulência ambiental. Este fato fez

com que a revisão de literatura, alicerce da construção de

hipóteses, se baseasse mais intensamente na utilização de

material existente em periódicos de negócio, cujas afirmações

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151

estavam mais ligadas ao bom senso e experiências especificas,

do que em constatações científicas.

Outra limitação que se apresenta diz respeito à dificuldade de

mensuração de estratégia e de comportamentos estratégicos

especificas. Além disso, são diversos os niveis de turbulência

ambiental que pode uma sociedade enfrentar, e acredita-se que

para cada um desses matizes possam existir comportamentos

estratégicos mais adequados. Sendo assim, é preciso muita

cautela ao concluir sobre comportamentos especificos a serem

adotados em si tuações ambientais mutantes e de aI ta

instabilidade.

Por outro lado, o uso de uma amostra já existente, que se

constituiu na população analisada pelo presente estudo, não

permite estender as conclusões obtidas neste trabalho para o

universo de empresas brasileiras atuantes no setor de bens de

consumo não-duráveis. Ainda, considera-se como limitação, o

desaparecimento de algumas das empresas pesquisadas pelo estudo

de 1981, o que aliado à não-colaboração por parte de outras,

reduziu o tamanho da população estudada.

Também em função de se tratar de um estudo comparativo, foi

necessário utilizar o mesmo instrumento de coleta de dados

adotado em 1981, questionário esse que foi elaborado a partir

de interesses especificos da pesquisa então realizada, que

apresentava propósito distinto do presente estudo. Desta forma,

foi preciso trabalhar grande parte dos dados colhidos na forma

do estudo de 1981, mesmo que essa não fosse considerada a ideal

para os objetivos desta pesquisa.

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152

CITAÇÕES

440. SCHMIDT, A. da R., Estratégias de Marketing em Empresas Brasileiras com Baixa Participacão no Mercado no Setor de Bens de Consumo Não-Duráveis. IESE - UNIVERSIDAD DE NAVARRA, Set. 1982.

441. Ibidem.

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153

CAPíTULO IV

RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados obtidos no presente

estudo, tanto os de natureza quantitativa quanto qualitativa.

Inicialmente, faz-se uma análise descritiva, utilizando-se

frequências. Ao mesmo tempo, dada a grande riqueza de

informações obtidas nas entrevistas e provenientes de dados

secundários, ilustram-se os aspectos discutidos com descrições

da atuação das empresas, de caráter mais qualitativo.

Em seguida são feitos os testes das hipóteses, utilizando-se

para tal o teste do qui-quadrado e a análise linear de

discriminantes.

1. ANÁLISE DESCRITIVA

A análise descritiva aqui apresentada não se propõe a produzir

generalizações empíricas, mas apenas a servir corno ponto de

partida para a análise posterior, assim corno a fornecer

subsídios que permitam levantar hipóteses para futuras

pesquisas.

• O IMPACTO DA DÉCADA DE 80 NA NATUREZA E NA ESTRUTURA DAS

EMPRESAS PESQUISADAS

No decorrer da década de 80, verifica-se a ocorrência de certas

mudanças nas vinte e seis empresas pesquisadas, conforme se

pode observar nas Tabelas IV.1 a IV.4.

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154

TABELA IV.1

Características Gerais da Empresa

Tamanho (medido em número de empregados)

1981 1989

Tamanho Freq. I Freq. Freq. I Freq. (Número de empregados) Absol. Relat. Absol. Relat.

. Pequena 1 (até 100 empregados)

3,8 1 3,8

Média 15 57,7 10 38,5 (101 - 500 empregados)

. G:rande 10 38,5 15 57,7 (ac~ma de 500 empregados)

(1981=26; 1989=26)

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155

TABELA IV.2

Características Gerais da Empresa

Composição do Capital e Tipo de Gerência

1981 1989

Características Freq. I Freq. Absol. Relat.

Freq. I Freq. Absol. Relat.

% de Capital Nacional

Até 60%

100%

Participação em Grupo

Não Fazem Parte de Grupo

Fazem Parte de Grupo

Participação do Faturamento da Empresa no Faturamento Total do Grupo

Menos de 50%

51% a 98%

99% a 100%

Não Responderam

Estrutura Organizacional

Familiar

. Não Familiar

Intervenção da família Proprie­tária na Gerênc1a

Nenhuma

Alguma

Moderada

Grande

Total

(1981=26; 1989=26)

2

24

17

9

3

18

5

20

6

8

1

2

1

14

7,6

92,3

65,4

34,6

11,5

69,2

19,2

76,9

23,1

30,8

3,8

7,7

3,8

53,8

3

23

14

12

8

3

15

20

6

8

2

2

14

11,5

88,5

53,8

46,2

30,8

11,5

57,7

76,9

23,1

30,8

7,7

7,7

53,8

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Caracteristicas

156

TABELA IV.3

Caracteristicas Gerais da Empresa

Aspectos Ligados à Produção

1981 1989

Freq. Absol.

Freq. Relat.

Freq. Absol.

% do Faturamento Oriundo de Produção para Estoque

O

1 a 50%

51 a 90%

91 a 100%

% Capacidade Ociosa

Não Possuem (O)

10% a 49%

50% ou Mais

Número de Fornecedores

Até 10

11 a 20

21 a 50

51 ou Mais

Não Responderam

Número de Fornecedores Respon­sáveis por mais de 10% das Compras

Nenhum

1 a 3

4 a 8

Não Responderam

(1981=26; 1989=26)

5

3

3

15

12

14

2

3

5

16

3

17

5

1

19,2

11,5

11,5

57,7

46,2

53,8

7,7

11,5

19,3

61,5

11,5

65,4

19,3

3,8

4

4

2

16

11

14

1

5

3

4

8

6

3

17

2

4

Freq. Relat.

15,4

15,4

7,7

61,5

42,3

53,9

3,8

19,3

11,5

15,4

30,7

23,1

11,5

65,4

7,7

15,4

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157

TABELA IV.4

Estrutura de Mercado da Linha Principal

Características

Tamanho do Mercado

Até 10 Empresas

11 a 50

51 a 100

101 a 500

Mais de 500

Não Responderam

(1981=26; 1989=26)

Tipo de Mercado

Mercado Novo (Demanda começa a crescer)

Mercado em Crescimento

Mercado Maduro (Demanda ± Estabilizada)

Mercado em Declínio (demanda está diminuindo)

Não Responderam

(1981=26; 1989=26)

% Crescimento do Mercado (Empre~as em Mercados em Crescl.mento)

1 a 5%

6 a 10%

11 a 15%

Não Responderam

(1989=16)

1981

Freq. I Freq. Absol. Relat.

1

5

6

9

2

3

1

12

11

2

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

3,8

19,2

23,0

34,7

7,7

11,6

3,8

46,2

42,3

7,7

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

1989

Freq. I Freq. Absol. Relat.

4

5

1

8

7

1

13

10

2

1

7

2

2

5

15,4

19,2

3,8

30,9

26,9

3,8

50,0

38,5

7,7

3,8

43,8

12,5

12,5

31,2

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158

• Mudanças no porte das empresas (1981 • 1989)

Uma das observações que se pode fazer refere-se ao processo de

crescimento das empresas no decorrer da década de 80. De forma

geral, as empresas estudadas tornaram-se maiores, tomando-se

como critério para medição de tamanho o número de empregados .

. Mudanças no capital e na gerência (1981 • 1989)

As empresas estudadas eram, em sua grande maioria, nacionais,

ou apresentavam elevada participação de capital nacional, tanto

em 1981 quanto em 1989.

Entre 1981 e 1989, porém, reduziu-se a participação nacional na

estrutura de capital de duas das empresas pesquisadas. Esta

redução não foi, contudo, muito significativa, embora deva-se

salientar que essas empresas se encontravam em dificuldades

financeiras.

Verificou-se também que três empresas afiliaram-se a grupos

durante os anos 80, enquanto que uma outra, a qual fazia parte

de grupo em 1981, deixou de fazê-lo, já que a família

proprietária dividiu entre os herdeiros as diversas empresas do

conglomerado.

Quatro das doze empresas que faziam parte de grupo tinham

alguma participação acionária de empresas estrangeiras, quer na

própria empresa, quer em alguma de suas coligadas.

Enquanto as duas empresas ligadas a grupos majoritariamente

estrangeiros aproveitavam-se da experiência produtiva,

comercial e administrativa das demais empresas do grupo fora do

país, as outras duas, ligadas a grupos majoritariamente

brasileiros, mas com interesses acionários estrangeiros,

utilizavam tais conexões como ponte para a entrada e conquista

de mercados externos.

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159

A diversificação esteve presente no processo de crescimento de

alguns grupos pesquisados. Dos oito grupos privados nacionais,

quatro verticalizaram consideravelmente suas operações, sendo

que um pode ser considerado como totalmente verticalizado. Um

dos grupos majoritariamente estrangeiro é igualmente inteira­

mente verticalizado. Ainda, um dos grupos brasileiros pretende

diversificar seus negócios, descontinuando a atividade da

empresa pesquisada e partindo para uma variante de seu negócio

atual, atendendo a um segmento e necessidade distintos dentro

do ramo.

As empresas de estrutura familiar assim se mantiveram, mas

ocorreu ligeiro aumento na participação da família na direção

dos negócios. Na verdade, no caso de três das empresas

pesquisadas, embora tenham mantido estrutura familiar, o

controle acionário mudou de mãos, isto é, alteraram-se as

famílias titulares. Todas, sem exceção, encontravam-se em

dificuldades, sendo que uma delas era concordatária. A origem

das dificuldades advinha do fato de que os herdeiros que

passaram a administrá-las não possuíam competência adminis­

trativa para manter seus negócios em condições saudáveis.

Cabe notar também que, em 1989, apenas um dos oito grupos

privados nacionais encontrava-se totalmente profissionalizado,

enquanto um outro estava tratando de viabilizar o processo de

profissionalização, que se iniciou de fato em 1990 •

• Mudanças na estratégia do negócio (1981 • 1989)

Quatro das empresas da amostra passaram por uma concordata

durante o período em estudo; uma delas era, ainda em 1990, uma

empresa concordatária.'

1 Em fins de 1991, depois da pesquisa de campo ter se realizado uma destas empresas entrou, novamente, com pedido de concordata.

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160

Com o propósito de ilustrar alguns dos processos de mudança

verificados, convém relatar algumas experiências específicas

vividas pelas empresas.

Caso 6:

Caso 8:

Caso 9:

Trata-se de empresa produtora de calçados. A produção

de sapatos que 10 anos antes era de 1.800 pares por

dia passou a ser de apenas 500 pares por dia em 1989.

O varejo se transformou no principal negócio da

empresa, tanto no que diz respeito ao faturamento

quanto no que concerne à lucratividade. Vários dos

comportamentos esperados em situações de turbulência

se verificaram no caso das lojas, em especial, e não

ocorreram na fábrica. Seu registro, portanto, é

apenas qualitativo já que, para permitir a comparação

foram consideradas respostas pertinentes à fabricação

de calçados e não referentes à comercialização de

calçados.

Trata-se de moinho, empresa produtora de farinha de

trigo e seus sub-produtos. O controle acionário

passou às mãos de um forte grupo estrangeiro que já

possuia vários outros moinhos. A empresa deixou,

portanto, de ser independente e não detém mais o

controle total de suas operações. Em 1989, a empresa

era responsável apenas pela fabricação dos produtos

e operacionalização de controles. As vendas eram

realizadas pela equipe de vendedores de outro moinho

também pertencente ao grupo, e as diretrizes

estratégicas do negócio, inclusive mercadológicas,

eram traçadas por outro dos moinhos do grupo.

Tratava-se em 1981 de empresa produtora de

brinquedos. Depois de ter passado por uma concordata,

processou uma verdadeira reestruturação de suas

operações, a qual se iniciou em 1986. Desmembrou-se

em várias empresas, cada qual passando a ser

responsável pela produção de cada uma de suas linhas.

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161

Construiu também uma fábrica para produção de seu

insumo básico. Desta forma, se especializou mais,

verticalizou-se e ainda passou a comercializar a

produção excedente do insumo básico para terceiros.

A empresa responsável pela fabricação de brinquedos

em 1981 transferiu grande parte de sua produção para

uma fábrica sediada em Manaus com o intuito de

aproveitar-se de benefícios fiscais. Em 1990, o

negócio principal do grupo não era mais o mesmo de

1981, ou seja, a produção e comercialização de

brinquedos e sim a fabricação de peças industriais.

Caso 10: Trata-se de empresa do ramo alimentício, fabricante

de chocolates. A empresa pediu concordata em 1985 e

logo em seguida foi vendida para duas pessoas

juridicas em partes iguais: uma distribuidora de

chocolates e uma confecção de roupas. Hoje a empresa

é uma sociedade anônima. No mesmo ano de 1985,

conseguiu sair da concordata. As principais

alteraçôes processadas diziam respeito à escolha do

segmento-alvo a ser atendido: os produtos mais

sofisticados e caros deixaram de ser produzidos,

sendo substi tuidos por produtos mais populares e

baratos. A idéia que fundamentou esta escolha foi a

de evitar a concorrência direta com as lideres do

segmento. A empresa também utilizou-se do licencia­

mento de personagens infantis, os quais passaram a

assinar grande parte de seus produtos. Este comporta­

mento lhes vem garantindo, desde então, elevado

volume de vendas.

Caso 13: Trata-se de empresa do ramo alimenticio, produtora de

óleo comestivel e seus sub-produtos. A empresa entrou

com pedido de concordata em abril de 1990. A partir

da data de aceitação do pedido a empresa contava com

dois anos para quitar suas dividas, e a pretensão da

diretoria era a de sair da concordata em 15 meses. A

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162

empresa declarou que o pedido de concordata foi

conseqüência da sucessão de planos econômicos

decretados. Em 1986, aproveitando-se do crédito

barato e do aumento de demanda provocado pelo Plano

Cruzado, resol veram duplicar a capacidade de

produção. Construíram, assim, nova planta industrial

fora do centro de São Paulo. Com o fracasso do Plano

Cruzado, embora não tenham tido dificuldade em escoar

toda a produção, os encargos da dívida se tornaram

proibitivos. Novos planos econômicos se seguiram e a

empresa em 1987 e 1988 viveu administrando dívidas.

Segundo o respondente, neste negócio eram necessários

cerca de US$500.000 (quinhentos mil dólares) diários

de capital de giro e, portanto, a empresa sempre

dependeu de bancos para financiar suas operações.

Normalmente valiam-se de descontos de duplicatas ou

hot money no caso de vendas para o mercado interno e

de adiantamentos de contratos de câmbio no caso das

exportações. Em março de 1990, eles já se haviam

comprometido a entregar determinada quantidade de

toneladas para importadores e o fizeram (zerando seus

estoques), contando com a renovação do crédito que

havia possibili tado a produção das toneladas

entregues para que outras pudessem ser, então,

fabricadas. Acontece que os bancos pararam de

emprestar e o crédito se tornou ainda mais caro. Sem

crédito e com uma série de compromissos a cumprir, a

solução foi efetuar o pedido de concordata. Dois dos

sócios tiveram problemas cardíacos. São japoneses de

origem e não se conformavam em ter de atrasar

pagamentos.

Ainda, a fábrica que se localiza em São Paulo,

independentemente da concordata, teria de ser fechada

por pressão da prefeitura que não queria mais

permitir atividades industriais em pleno centro da

Page 176: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

163

cidade: a região tinha deixado de ser zona

industrial.

As primeiras medidas de saneamento financeiro

adotadas foram a demissão de funcionários e

desativação da fábrica de São Paulo. Entre as várias

alternativas consideradas pensavam na venda de parte

do imobilizado; na importação de produtos para

comercialização no mercado interno (já que medidas

governamentais estavam tornando este caminho mais

atrativo); na constituição de uma joint venture ou

ainda na venda do negócio.

Caso 14: Trata-se de empresa produtora de brinquedos. Entraram

em concordata em 1982. Desde então, alteraram o

grupo-aI vo, dedicando-se à fabricação de produtos

mais populares. Prolongaram ao máximo a vida útil dos

moldes de seus produtos, procedendo apenas a pequenas

alterações. Nos últimos três anos nenhum novo produto

foi lançado. A pretensão da empresa é a de buscar a

redução da participação de brinquedos em seu

faturamento total. A idéia é que esta linha passe a

responder por apenas 25% do faturamento, ao mesmo

tempo que a participação de utilidades domésticas

seria elevada a 60% do faturamento total. Em 1990, a

situação verificada era diametralmente oposta à

pretendida.

Caso 16: Trata-se de empresa produtora de brinquedos. A

empresa deixou de produzir toda a linha de utilidades

domésticas, já que seus custos operacionais eram

muito elevados e, assim, não conseguiam ser

competitivos. Entraram em concordata no ano de 1982

e sairam dela em 1983. Um único item foi responsável

pelo fim da concordata: a cópia, não muito fiel, de

um carro personagem de seriado de TV. O molde era

próprio e foi pintado de preto. A principio preto é

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164

considerada cor não adequada a produto infantil.

Mesmo assim, resolveram lançar o item, o qual acabou

sendo o responsável pelo fim da concordata. A partir

de então perceberam quão potente era a ferramenta do

licenciamento e passaram a trabalhar cada vez mais

com o licenciamento de personagens.

Caso 19: Trata-se de empresa fabricante de produtos têxteis.

A partir de 1986, com o término do sistema de

franquias, passaram a produzir praticamente só a

partir de pedidos. Apresentam a coleção e programam

a produção a partir das encomendas dos clientes.

Optaram também pelo licenciamento de marca forte,

internacionalmente conhecida.

Caso 20: Trata-se de empresa produtora de calçados. Em 1985,

o controle acionário da empresa, pertencente

inicialmente a duas famílias, mudou de mãos. Uma

delas adquiriu as ações da outra e passou a ser

praticamente a única dona da empresa (apenas cerca de

1% do capital ainda pertence à família originalmente

majoritária). A empresa passou então a fazer parte de

um grupo, já que os negócios da família que se tornou

majoritária não se limitavam à participação que

detinha na empresa. O grupo atuava em 1990 no ramo da

fabricação de calçados masculinos, fabricação de

calçados de segurança (botas e botinas), no ramo de

papel e embalagens, transportes, informática, além de

possuírem algumas fazendas e uma usina de aguardente.

No caso da fábrica de calçados masculinos, entre­

vistada para este estudo, várias modificações se

processaram após a aquisição do controle acionário.

Desistiram momentaneamente das exportações, pois

sofreram desfalque do então representante americano.

Promoveram grande racionalização da produção.

Passaram a copiar da concorrência e, muitas vezes,

Page 178: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

165

novos itens representavam apenas mudança de cor ou

adição de pequeno detalhe. Vêm deixando progressi­

vamente de lado a linha mais tradicional, destinada

a um pÚblico de faixa etária mais elevada para

produzir uma linha mais jovem e assim atender a um

público de menos idade, mais seguidor de moda. Na

verdade, não apresentava preços competitivos na linha

tradicional e vinha adotando estratégia mercadológica

inteiramente inadequada.

A fábrica de calçados masculinos há muito vinha

apresentando prejuizos e chegou-se a cogitar o seu

fechamento. O objetivo dos novos donos, em 1990, era

o de alterar o seu pÚblico-alvo, abandonando o

cliente-varejo e passando a atender o

cliente-indústria através do oferecimento de calçados

de segurança. A compra de uma indústria de calçados

pesados em 1989 definiu o futuro dos negócios de

calçados do grupo. Desta forma, passariam a atender

um nicho de mercado que acreditavam iria crescer

mui to no futuro, pelo fortalecimento dos direi tos

trabalhistas no pais que, conseqüentemente, exigiria

indumentária adequada para uma série de atividades

industriais. Além disso, declararam preferir lidar

com o cliente-indústria, com quem já estão

acostumados a trabalhar em função dos demais negócios

do grupo, do que com os varejistas (principalmente os

grandes que querem impor condições sempre mui to

desfavoráveis). Já começaram a fazer propaganda desta

linha e passaram a treinar equipe de vendas para

trabalhar especialmente este novo produto.

Continuarão, no entanto, a produzir as demais linhas

em menor escala, esperando que o mercado se aqueça e

possam desenvolvê-las, já que apostavam na melhora

gradual do poder aquisitivo da população.

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166

• Mudanças nos processos produtivos (1981 z 1989)

Apesar de algumas alterações terem-se verificado, de forma

geral, o mesmo padrão parece ter sido mantido no decorrer da

década. Entretanto, cabem aqui algumas considerações.

Em oi to das onze empresas em que ocorreram alterações no

percentual do faturamento oriundo da produção para estoque,

este percentual aumentou. Em três delas, a criação de pontos de

venda próprios ou o interesse em atender eventuais pedidos de

última hora foram os motivos identificados; em outras três, a

maior experiência no negócio, adquirida ao longo do tempo,

permitiu programação mais perfeita da produção, ou seja, maior

racionalização das operações. Finalmente, em duas delas, caiu

o faturamento de linhas baseadas em produção sob encomenda,

reduzindo-se a participação desta linha no faturamento total da

empresa. 2

Das três empresas que aumentaram o percentual do faturamento

advindo da produção sob encomenda, duas o fizeram com vistas à

redução de risc0 3 e outra por incapacidade administrativa de

montar um programa de produção correto.

• O IMPACTO DA DÉCADA DE 80 NO MARKETING DAS EMPRESAS

• Mudanças percebidas no mercado (1981 z 1989)

Procurou-se conhecer a opinião dos executivos entrevistados

quanto ao estágio de amadurecimento dos mercados de sua linha

de maior faturamento: se se tratava de mercado novo, em que

2 Em um dos casos, a empresa, por decisão estratégica, transferiu sua produção de peças industriais para outra empresa do grupo e, no outro, porque a empresa decidiu se dedicar, em especial, à produção de brinquedos.

3 Uma delas o fez quando descontinuou o seu sistema de franquias.

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167

a demanda pelo produto estivesse começando a crescer; ou de

mercado em crescimento; ou de mercado no qual a demanda

estivesse mais ou menos estabilizada, ou, finalmente, de

mercado no qual a demanda estivesse diminuindo. As respostas

mostram que os executivos entrevistados não consideram ter

ocorrido grandes modificações no estágio de amadurecimento de

seus mercados principais de atuação, apesar da turbulência

vivida durante o intervalo decorrido entre os dois

levantamentos de dados (1981 e 1989).

Por outro lado, acreditavam em alterações no tamanho do

mercado, ainda que essas opiniões se dividissem: nove deles

apontaram o aumento do número de concorrentes, ou seja, a

existência, em 1989, de um mercado mais competitivo, enquanto

que outros oito declararam ter diminuido seu número de

concorrentes.

• Mudanças na política de produto

As Tabelas IV. 5 a IV. 9 ilustram as alterações ocorridas na

política de produto das empresas entrevistadas face às várias

situações confrontadas ao longo da década de 80 •

• Mudanca na quantidade de linhas de produto (1981 x 1989)

Uma das questões levantadas por este estudo dizia respeito à

redução da quantidade de linhas de produto em tempos

turbulentos. As respostas obtidas mostram que quatro das

empresas pesquisadas reduziram a quantidade de linhas de

produto; duas aumentaram; e finalmente, a grande maioria (ou

seja, vinte empresas) manteve inalterada a quantidade de linhas

de produto fabricadas.

Grande parte das empresas que reduziram a quantidade de linhas

de produto alegaram tê-lo feito com o intuito de garantir maior

especialização da produção e, conseqüentemente, de obter maior

eficiência e assim tornarem-se mais competitivas.

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168

TABELA IV.5

Linhas e Itens de Produto Fabricados

1981 1989

Respostas Freq. Absol.

Freq. Relat.

Freq. Absol.

Freq. Relat.

Quantidade de Linhas

1 13 50,0 16 61,5

2 7 26,9 6 23,1

3 5 19,2 2 7,7

4 1 3,8 2 7,7

(1981=26; 1989=26) -------------------------------Quantidade de Itens

Até 50 7 26,9 8 30,8

51 - 200 11 42,3 11 42,3

201 - 500 4 15,4 7 26,9

Mais de 500 3 11,5

Não Responderam 1 3,8

-------------------------------(1981=26;1989=26)

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169

TABELA IV.6

Mudanças nas Linhas e Itens Fabricados (Quantidade, faturamento)

Respostas

Número de Linhas

Reduziu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

(1981=26;1989=26)

Faturamento da Linha 1

Reduziu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

(1981=26; 1989=26)

Faturamento da Linha 2

Reduziu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

(1981=14; 1989=10)

Faturamento da Linha 3

Reduziu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

(1981=6; 1989=4)

Número de Itens

Reduziu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

Não Respondeu

(1981=26; 1989=26)

1989/1981

Freq. Absol.

4

20

2

7

13

6

6

1

7

4

1

1

14

1

10

1

Freq. Relat.

15,4

76,9

7,7

26,9

50,0

23,1

42,9

7,1

50,0

66,7

16,7

16,7

53,8

3,8

38,5

3,8

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170

TABELA IV.7

Ti~ de Produto Ofertado Prioritariamente ao Mercado

Data de Entrada no Desde o Inicio Mercado das Operações

Tipo de Produto Freg. Absol.

Freg. Relat.

· Produtos Populares 14 60,8

N=23 -------------------------------

· Produtos Práticos 4 80,0

N=5 -------------------------------

· Produtos de Luxo 15 93,7

N=16 -------------------------------

Per iodos Recessivos Turbulentos

Freg. I Freg. Absol. Relat.

9 39,1

1 20,0

1 6,3

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Características

Quantidade de Marcas

1 a 2

3 a 5

6 a 10

11 ou Mais

Não Responderam

Lealdade à Marca

Compra Indiferentemente Qualquer Marca na Mesma de Preço e Qualidade

171

TABELA IV.8

Faixa

Marcas

1981

Freq. Absol.

9

7

1

2

7

Existe Ligeira Preferência

8

2

13

3

Existe Forte Preferência

Existe Absoluta Lealdade

(1981=26;1989=26)

Freq. Relat.

34,6

26,9

3,8

7,7

26,9

30,8

7,7

50,0

11,5

1989

Freq. Absol.

9

6

5

6

11

5

7

3

Freq. Relat.

34,6

23,1

19,2

23,1

42,3

19,2

26,9

11,5

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172

TABELA IV.9

Aspecto de Politica de Marca

Atitudes

· Atenção Especial Diriqida a Determinada Marca (1989/1988)

N=19

• Enfase em Politica de Marcas Múltiplas em 1989 e/ou 1988

N=19

· utilização de Liçenciamento de Marcas Conhecldas em 1989

N=26

Intensificação de Licencia­tos de Marcas Conhecidas em 1989 e/ou 1988

N=12

SIM

Freq. Absol.

Freq. Relat.

10 52,6

9 47,4

12 46,2

5 41,7

NÃO

Freq. Absol.

Freq. Relat.

9 47,4

la 52,6

14 53,8

7 58,3

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173

Ainda, cabe salientar que uma das empresas que manteve

inalterada a quantidade de linhas de produto o fez desconti­

nuando uma das linhas para que outra a substituísse. A linha

que passou a ser então fabricada era correlata à linha prin­

cipal, verificando-se mais uma vez a preocupação com a obtenção

de maior especialização.

Por outro lado, as duas empresas que aumentaram a quantidade de

linhas de produto, assim como as que reduziram esta quantidade,

pareciam estar buscando a adaptação às novas condições de

mercado. Em um dos casos, o aumento ocorreu porque a empresa em

questão incorporou outra empresa do grupo que fabricava uma

linha distinta, mas dentro do mesmo ramo de negócios. O intuito

declarado foi o da busca por maior eficiência, já que os

produtos das duas empresas eram complementares. A outra empresa

que aumentou a quantidade de linhas de produto o fez buscando

diversificar sua produção, mas dentro da mesma categoria de

produto, passando, então, a produzir i tens de menor custo

unitário e mais populares visando adequar-se a queda do poder

de compra que vinha sofrendo o consumidor brasileiro.

Mudanças no faturamento das linhas de produto (1981 x 1989)

No que diz respeito à participação da linha de maior

faturamento em 1981, constatou-se que, em treze empresas tal

participação se manteve inalterada. Sete empresas declararam

ter-se reduzido a participação e seis delas indicaram aumento.

As alterações nas participações das linhas no faturamento total

das empresas reforçam o comportamento observado no que diz

respeito à quantidade de linhas de produto fabricadas:

concentração de esforços para aumentar competitividade,

fortalecendo a linha principal, ou diversificação, apostando em

uma segunda linha mais popular e, portanto, destinada a

satisfazer as necessidades de um grupo cada vez maior de

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174

consumidores (atendimento de nicho especifico de mercado não

atendido anteriormente) .

. Mudança na quantidade de itens produzidos (1981 x 19891

Outra das questões levantadas teoriza que, em situações de

turbulência, as empresas tenderiam a reduzir a quantidade de

itens fabricados. Com efeito, quatorze das vinte e seis

empresas pesquisadas o fizeram. No entanto, enquanto apenas uma

empresa manteve inalterada a quantidade de itens produzidos,

outras dez aumentaram a quantidade de itens fabricados.

As justificativas fornecidas na grande maioria dos casos para

explicar a redução na quantidade de itens estavam associadas à

idéia. de maior racionalização da produção e do negócio da

empresa. Em alguns casos a redução na quantidade de itens se

deu, inclusive, por intermédio da eliminação de linhas de

produto. Racionalizar a produção, na opinião de grande parte

dos executivos ouvidos, constituir-se-ia em descontinuar itens

obsoletos e de demanda insignificante, o que levaria,

inclusive, à sensivel redução dos custos de produção,

possibili tando melhor negociação junto aos fornecedores de

matéria-prima.' Em resumo, a racionalização da produção

possibilitaria melhor controle

capital de giro, melhores

produtividade.

de estoque, menor necessidade de

condições de compra, maior

Outra observação interessante a respeito é a de que, muitas

vezes, apesar de a quantidade de itens não ter sido reduzida

significativamente, ou até mesmo, quando se registrou aumento

na quantidade de itens, processou-se verdadeira reestruturação

no perfil de produtos oferecidos ao mercado. Isto quer dizer

4 É costume no mercado, fornecedores definirem seu preço final em função da quantidade comprada, portanto, quanto maior o número de insumos básicos distintos a serem adquiridos, menor a quantidade comprada de cada um e, conseqüentemente, maior o seu custo.

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175

que em muitos casos foram racionalizadas e inclusive

descontinuadas sub-linhas de baixo faturamento, enquanto que a

linha de produto carro-chefe da empresa aumentou a variedade de

sua oferta de itens. Em outros, foram reduzidos os itens da

linha de produto mais sofisticada e lançada nova linha de

produto considerada mais popular, visando atender à polarização

da demanda. A decisão estratégica de implementar a produção de

uma nova linha foi defendida por alguns executivos

entrevistados como forma de aumentar o volume de vendas das

empresas em um periodo em que a recessão di lapidava o poder de

compra dos consumidores brasileiros, já que se tratava de linha

de produto popular, contando com itens de menor qualidade e de

custo unitário bem mais baixo.

Em suma, a despeito do aumento no número global de i tens,

verificado em alguns casos, é possivel detectar preocupação da

gerência em racionalizar produção e negócio. Ainda no que se

refere ao aumento na quantidade de itens fabricados, observou­

se que, em alguns casos, este representava apenas o

oferecimento de embalagens de tamanhos diferentes, ou ainda,

refletia aquisição ou incorporação de outras empresas •

. Mudancas no perfil da oferta (recessão. expansão)

Este estudo também questiona a ocorrência de alterações no mix

de produtos oferecidos pela empresa ao mercado em períodos

turbulentos. Supôs-se que produtos mais populares, de preço

mais baixo; produtos genéricos, vendidos sem qualquer marca;

produtos com marcas próprias dos varejistas; produtos que

apresentassem beneficio único em termos de conveniência e

praticidade; assim como produtos mais sofisticados, de preço

mais alto, dirigidos a clientela selecionada deveriam compor

preferencialmente o portfolio de produtos da empresas.

De fato, nove empresas passaram a oferecer produtos populares,

de preço mais baixo em per iodos considerados turbulentos. É

interessante notar ainda que, grande parte das empresas, ou

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176

seja, quatorze delas já ofereciam, desde o início de suas

operações, produtos populares e/ou produtos sofisticados .

. Mudancas nas embalagens (1981 x 1989)

Outra das questões abordadas neste estudo é a de que alterações

nas embalagens deveriam ser processadas visando reduzir seu

custo e, conseqüentemente, baixar o custo final dos produtos.

No caso específico do setor de alimentos, surgiriam embalagens

econômicas (maiores), que permitiriam o estoque de produtos,

atitude considerada adequada em período de inflação crescente;

e ainda, bem ao contrário, embalagens reduzidas (menores)

visando atender aos que contavam com menor disponibilidade de

renda.

Seis empresas processaram alterações em suas embalagens durante

períodos considerados turbulentos, no que concerne à linha de

produtos principal.

As modificações se deram basicamente por intermédio da

substituição da matéria-prima utilizada (que passou a ser menos

sofisticada), do corte dos excessos do ponto de vista da

programação visual, e ainda, em alguns casos, passando a ser

desenvolvida pela própria empresa, ao invés de por terceiros.

Outro fator que levou as empresas a procederem a alterações em

embalagens foi o interesse em modernizar sua imagem, promovendo

maior diferenciação do produto e assim buscando ganhar a

atenção do consumidor, através de apelo à percepção seletiva,

ampliando a atratividade do produto nas prateleiras.

Cabe notar ainda que, entre os fabricantes de alimentos,

algumas modificações foram feitas com o intuito de conferir

maior durabilidade ao produto, isto é, aumentar sua vida útil.

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177

Mudancas na política de marca (1981 x 1989 e 1988 x 1989)

No que diz respeito à quantidade de marcas utilizadas pelas

empresas não é possível fazer afirmações mais definitivas, uma

vez que em 1981, no caso de sete das empresas entrevistadas não

foi possível obter este dado, o que dificulta a comparação das

respostas. De qualquer forma, parece ter havido aumento no

número de marcas utilizadas dentro da linha principal da

empresa. Este aumento talvez reforce o ponto de vista de que,

em momentos turbulentos, se deva dar maior ênfase a políticas

de marcas múltiplas, lançando novas marcas de preço mais baixo,

garantindo o volume de vendas sem macular a imagem da marca

tradicional.

Igualmente digno de nota é o fato de que, no caso da linha

principal, seis dos vinte e seis executi vos entrevistados

perceberam queda significativa na lealdade dos consumidores à

marca.

o estudo pressupôs, igualmente, que as empresas deveriam

proceder à valorização de suas marcas principais em períodos

turbulentos. Aproximadamente metade dos entrevistados que

trabalhavam com mais de uma marca (dez empresas) declararam ter

dedicado atenção especial a uma ou algumas marcas específicas

em 1989, as quais, na grande maioria dos casos, eram as marcas

ncarro-chefen de vendas da empresa. Cinco delas adotavam este

procedimento desde o início de suas operações; quatro passaram

a fazê-lo em períodos considerados turbulentos e urna em período

considerado de expansão ou de maior estabilidade. A

concentração de esforços em determinadas marcas, segundo os

entrevistados, garantia a coerência da estratégia mercadológica

adotada.

Vale notar que, no caso das empresas fabricantes de brinquedos

em especial, em função do modus operandi do negócio, os

lançamentos ganham sempre maior atenção e concentram grande

parte dos esforços de marketing das empresas.

Page 191: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

178

Afirma-se que, sob condições de turbulência, as empresas

deveriam enfatizar a consecução de uma política de marcas

múltiplas. Os resultados apontam que nove das empresas

entrevistadas dedicaram maior ênfase à política de marcas

múltiplas em 1989, no que se refere à linha principal. Uma

delas mantinha tal comportamento desde o início de suas

atividades: as oito restantes passaram a adotá-lo em períodos

considerados turbulentos. Alguns executivos declararam que o

intuito de tal ênfase era o atendimento a nichos específicos de

mercado, utilizando-se de várias marcas cada uma delas

destinada a determinado nicho. Além disso, desta forma seria

possível combater marcas concorrentes mais baratas, vencer

possives tentativas de dumping e ao mesmo tempo atingir

segmento de menor poder aquisitivo, reduzindo a preocupação com

a qualidade, sem macular a imagem de sua marca tradicional.

No que tange à utilização de licenciamento de marcas, também

considerada uma alternativa para períodos de turbulência,

constatou-se que doze das empresas pesquisadas afirmaram

utilizá-lo no ano de 1989. Alguns executivos acreditavam que,

aprovei tando-se dos investimentos e esforços de terceiros,

reduziriam o seu nível de investimentos, mitigando assim os

riscos. Na opinião de alguns, o licenciamento é sinônimo de

vendas garantidas com muito menos esforço de marketing.

No caso do setor de brinquedos, em especial, o licenciamento é

procedimento largamente utilizado. Os recursos necessários para

que novos produtos sejam desenvolvidos internamente são muito

elevados e o retorno de longo prazo. Sendo assim, alguns

executivos e empresários do ramo julgavam que nenhuma empresa

no Brasil teria fôlego para fazê-lo, ao menos no que diz

respeito a parte da linha. Além disso, para alguns, a compra de

produtos e tecnologia já desenvolvida seria uma espécie de

importação de know how que ajudaria no desenvolvimento interno

de produtos e poderia levar, no longo prazo, à independência

total da empresa do processo de licenciamento. Outros

acreditavam que, em linhas gerais, as crianças do mundo todo

Page 192: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

179

são iguais e manifestam as mesmas necessidades e desejos. Desta

forma, ao utilizarem-se de licenciamento, estariam reduzindo o

risco dos novos lançamentos. 5 No caso do licenciamento de

personagens, supunha-se que seu carisma seria automaticamente

transferido para o produto.

Verificou-se, ainda, utilização mais intensa do licenciamento

de marcas, no caso de cinco das empresas entrevistadas.

• Mudanças na política de novos produtos

A Tabela IV.10 reflete mudanças ocorridas na política de novos

produtos das empresas pesquisadas, durante a década de 80.

Mudancas na quantidade de lancamentos (1981 • 1989)

A redução do número de lançamentos consta como mais uma das

suposições quanto ao comportamento estratégico de marketing em

períodos de turbulência.

Contrariamente ao esperado, o lançamento de novos itens em 1989

foi mais intenso do que em 1981. No caso dos setores de

vestuário, brinquedos e cosméticos, onde os atributos de moda

dos produtos se fazem bem mais presentes, o lançamento de novos

itens ocorre por certo. Entretanto esses vêm, na realidade,

apenas repor itens que saem de linha. A lógica que rege tal

comportamento é a de aumentar a variedade da oferta para assim

poder atender a vários grupos distintos de consumidores. Ainda,

é importante ter em mente aspectos qualitativos destes

lançamentos, ou seja, se se refere a verdadeira inovação no

mercado, ou a item que

Embora os resultados

incorpora somente pequenas alterações.

apontem para o aumento do número de

inovações entre 1981 e 1989, este aumento é quase

5 Cabe ressaltar que a brinquedos é muito pequena, desenvolvimento é muito longo.

vida útil enquanto

da maior que seu

parte tempo

dos de

Page 193: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

180

TABELA IV. 10 Novos Produtos

Respostas

Número de Novos Itens Lançados

Nenhum

1 - 20

21 - 100

101 - 500

(1981=26; 1989=26)

Número de Itens lançados conside­rados inovação no mercado

Nenhum

1 - 10

11 - 20

21 - 57

(1981=26; 1989=26)

Periodicidade de Mudança de Linha (Todo ou Parte)

Não Existe

De Acordo com a Sazona1idade

Anualmente

Intervalos Superiores a Um Ano

(1981=26; 1989=26)

Tempo Médio de Desenvolvimento de um Novo Produto

Menos de Um Ano

de 1 a 2 Anos

de 3 a 5 Anos

(1981=22; 1989=25)

Existência de Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento

Sim

Não

(1981=26; 1989=26)

1981

Freq. I Freq. Absol. Relat.

8

10

7

1

21

5

10

7

7

2

15

7

15

11

30,8

38,5

26,9

3,8

80,8

19,2

38,5

26,9

26,9

7,7

68,2

31,8

57,7

42,3

1989

Freq. Absol.

8

5

8

5

18

2

3

3

10

12

3

1

17

7

1

8

18

Freq. Relat.

30,8

19,2

30,8

19,2

69,2

7,7

11,5

11,5

38,5

46,2

11,5

3,8

68,0

28,0

4,0

30,8

69,2

Page 194: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

181

TABELA IV.10 (cont.)

Novos Produtos

Respostas

Existência de Gerência de Novos Produtos

Sim

Não

(1989=26)

Realização de Pesquisas de Mercado

Não Fazem Pesquisa

Restringem-se a Consultas Info~maLs a Vendedores e/ou CanaLs

Fazem Pesquisa mas não de Forma Sistemática

Fazem Pesquisa de Forma Sistemática

Não Responderam

(1981=26; 1989=26)

1981

Freq. Absol.

n.d.

n.d.

3

5

4

3

1

Freq. Relat.

n.d.

n.d.

50,0

19,2

15,4

11,5

3,8

1989

Freq. Absol.

2

24

13

6

2

5

Freq. Relat.

7,7

92,3

50,0

23,1

7,7

19,2

Page 195: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

182

insignificante (14%), especialmente se considerada a evolução

da tecnologia na década de 80. Além disso, é preciso ter em

mente que as respostas obtidas, no que diz respeito aos

lançamentos representarem verdadeiras inovações no mercado ou

não, referiram-se à opiniões e percepções dos executivos

entrevistados .

. Mudança na periodicidade de mudança de linha (1981 x 1989)

No que concerne à periodicidade de mudança de linha, de seu

todo ou de parte dela, a observação mais interessante é a de

que um maior número de empresas passou a repensar suas linhas

de acordo com a "sazonalidade" a elas inerente. Na verdade, ao

invés de redução da obsolescência do produto, como esperado,

foram incrementados seus "atributos de moda" e assim favorecida

sua "perecibilidade". Moda passou a ser sinõnimo de

sazonalidade. Apesar disto, alguns executivos relataram que,

sobretudo do ponto de vista da produção, as empresas buscaram

ampliar ao máximo a vida útil dos produtos, mantendo moldes e

procedendo apenas a pequenas alterações.

Mudança no tempo de desenvolvimento de novos produtos

(1981 x 1989)

Uma das suposições deste estudo é a de que há redução no tempo

tomado com o desenvolvimento de novos produtos quando se

atravessa período de turbulência. No caso da linha

não se observou alteração substancial no

principal,

tempo de

desenvol vimento de um produto novo, tendo este tempo sido

estimado em menos de um ano na grande maioria dos casos e

praticamente não ultrapassando dois anos. Na verdade, metade

das empresas declarou não ter ocorrido qualquer alteração na

quantidade de tempo empregada com o desenvolvimento de novos

produtos, enquanto que o depoimento da outra metade se dividiu

quase que equitativamente entre a ocorrência de sua redução e

de seu aumento.

Page 196: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

183

As empresas que reduziram o tempo gasto com o desenvolvimento

de novos produtos o fizeram ou porque passaram a copiar a

concorrência, adicionando pequenos detalhes aos moldes

observados, ou porque passaram a dominar mais e melhor a

tecnologia de produção de seus produtos, ou ainda, porque

intensificaram o uso de licenciamento.

Já as empresas que reportaram terem aumentado este tempo são

aquelas que pouco se preocupavam com o desenvolvimento de novos

produtos e passaram a fazê-lo, ou ainda aquelas que alegavam

ter o mercado se tornado mais exigente e,

das vezes, passou a ser necessário o

tecnologia nova, mais elaborada.

por isso, na maioria

desenvolvimento de

Mudanças no perfil de risco quando do lancamento de novos

produtos (1988 • 1989)

Metade dos executivos entrevistados alegaram ter buscado, em

1989, a redução do risco que normalmente envolve o lançamento

de novos produtos. Com efeito, as indicações obtidas na

literatura sugerem a ênfase em lançamentos que envolvam menores

riscos/menor grau de inovação, para períodos turbulentos.

As várias maneiras citadas para proceder à redução do risco nos

lançamentos - o que ocorreu fundamentalmente em empresas do

setor de vestuário e de brinquedos - foram basicamente as

seguintes:

observação da concorrência (mercado nacional e interna­

cional), dos modismos que imperam a cada estação, para então

copiar os modelos, adicionando apenas pequenos detalhes;

realização de pré-venda: antes de lançarem a coleção, os

principais clientes eram consultados, apresentando-se-lhes os

croquis;

- espera de pelo menos seis meses depois do lançamento de um

novo item para começar a produzí-lo em grande escala, de

forma a possibilitar a análise dos resultados de venda;

Page 197: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

184

- produção sob encomenda;

- uso de licenciamento;

uso de pesquisas de mercado;

participação em feiras internacionais.

Uso de ferramentas de marketing no processo de

desenvolvimento de novos produtos (1981 x 1989)

Refere também a literatura que momentos de turbulência levariam

à intensificação do uso de ferramentas de marketing no processo

de desenvolvimento de novos produtos.

Os dados coletados mostram que, em 1989, o número de empresas

que possuiam departamento de pesquisa e desenvolvimento de

novos produtos era a metade daquele apurado em 1981. Ainda, em

1989 duas empresas passaram a ter em sua estrutura uma gerência

especifica de novos produtos, o que pode ser considerado

insignificante, quando considerado o total de vinte e seis

empresas.

Não houve alteração substancial no comportamento das empresas

no que se refere à realização de pesquisas de mercado. Metade

da amostra continuou a não fazer pesquisa de qualquer tipo.

Entretanto, aumentou ligeiramente o número de empresas que

passaram a fazer pesquisa de forma sistemática (de três para

cinco). Na opinião de alguns dos executivos entrevistados, a

busca do conhecimento cada vez maior e melhor das necessidades

dos clientes, através de pesquisas de mercado, permite que

nichos de mercado ainda não atendidos pela concorrência sejam

identificados.

Page 198: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

185

• Mudanças na política de preços

As Tabelas IV.11 a IV.13 refletem modificações sofridas na

política de preços das empresas pesquisadas, no período coberto

pelo estudo •

. Política de precos (1988 x 1989)

Acredita-se que, em períodos turbulentos, ocorra polarização de

preços, ou seja, ênfase na oferta de produtos mais baratos ou

no oferecimento de produtos mais caros.

A análise dos dados obtidos mostrou que, no caso da linha

principal, quatro das empresas entrevistadas tinham seus preços

tabelados, o que as impedia de controlá-los. Das vinte e duas

empresas restantes, cerca de 30% da amostra (nove empresas em

1988 e sete em 1989) disseram praticar política de preços

médios; seis empresas praticavam política de preços baixos;

três adotavam política de preços premi um (elevados), enquanto

que sete, em 1989, alegavam praticar, ao mesmo tempo, política

de preços baixos e política de preços elevados, respeitando a

polarização de sua oferta entre produtos mais sofisticados e

produtos mais populares.

A opção por esta ou aquela política de preços, segundo alguns

dos entrevistados, visava manter a coerência com o tipo de

produto que ofereciam e com o tipo de segmento-alvo pretendido.

No caso dos que adotavam política de preços baixos, alguns

acreditavam que ncada centavo ganhon em redução de custos

deveria ser repassado para o consumidor.

Page 199: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

186

TABELA IV.ll Preço e Qualidade face à concorrência

Respostas

Preços da Linha Principal tro~ados pelo Governo · Sl.m

· Não

Con-

Comparação dos Preços Reais de dos Produtos d~ Linha Principal com Preços Rea1S de Venda dos Produtos da Empresa Líder na Linha Principal

Abaixo

Mesmo Patamar

Acima

Não se Aplica (Empresa se diz 11der)

Não Responderam

Comparação da Qualidade dos ProâutQs da Linha Princi~l com a Qua11dade dos Produtos da Empresa,Líder na Linha Principal • Inferl.or

Comparável

Superior

Não se Aplica (Empresa se diz líder)

Não Responderam -------------------------------Comparação dos Preços Reais de dos Produtos da Linha Principal com Preços Reais de VeQda dos Produtos de seus Princ1pais Concorrentes

Abaixo da Média

Na Média

Acima da Média

Não Responderam -------------------------------Comparação da Qualid~de dos Proautos da Linha Pr1ncipal com a Qualidade dos Produtos de seus Principais Concorrentes · Comparável

Superior

Não Responderam

(1981=26; 1989=26)

1981

Freq. Absol.

4

22

4

12

8

1

1

1

11

12

1

1

2

16

7

1

9

17

Freq. Relat.

15,4

84,6

15,4

46,2

30,8

3,8

3,8

3,8

42,3

46,2

3,8

3,8

7,7

61,5

26,9

3,8

34,6

65,4

1989

Freq. Absol.

6

20

6

8

8

2

2

16

6

3

1

3

12

9

2

10

15

1

Freq. Relat.

23,1

76,9

23,1

30,8

30,8

7,7

7,7

61,5

23,1

11,5

3,8

11,5

46,2

34,6

7,7

38,5

57,7

3,8

Page 200: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

187

TABELA IV.12

Variação do Preço, Qualida~e e Valor dos Produtos aa L~nha Pr~ncipal

1989/1988

Respostas

Preços de Venda dos Produtos

Aumentaram

Mantiveram-se Inalterados

Diminuiram

Não Responderam

Qualidade dos Produtos

Manteve-se Inalterada

Aumentou

Percepção Sobre a Variação na Relação Qualidade e Preço

Houve Deterioração

Manteve-se Inalterado

Houve Melhora

(1988=26; 1989=26)

Freqüência Absoluta

3

6

16

1

14

12

1

17

8

Freqüência Relativa

11,5

23,1

61,5

3,8

53,8

46,2

3,8

65,4

30,8

Page 201: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

188

TABELA IV.13

Comportamento de Compra/Pol1tica de Preços

Respostas

Comportamento de Compra

Passou a Comprar Levando mais em Consideração o Preco

Passou a Comprar Levando mais em consideração a Relação Preço/Qualidade

Passou a comprar Levando mais em consideração a Qualidade

Não Responderam

pot1tica ~e Preços Praticada Pr1or1tar1amente

Preços Tabelados

Preços Baixos

Preços Elevados

Ambas

Preços Médios

(1988=26; 1989=26)

1988

Freq. I Freq. Absol. Relat.

8

11

6

1

4

6

3

4

9

30,8

42,3

23,1

3,8

15,4

23,1

11,5

15,4

34,6

1989

Freq. I Freq. Absol. Relat.

6

11

7

2

4

6

3

6

7

23,1

42,3

26,9

7,7

15,4

23,1

11,5

23,1

26,9

Page 202: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

189

Um dos entrevistados declarou que, apesar de a empresa produzir

bens mais sofisticados, de custo unitário elevado, praticavam

politica de preços baixos, encurtando sua margem substancial­

mente, para poder tornar seus produtos accessiveis ao maior

número possivel de consumidores .

. Corte em custos (recessão x expansão)

A preocupação em reduzir custos, quando existente, se

concentrava basicamente no corte em custos diretos do produto,

deixando de lado custos de embalagem e custos de distribuição.

De um total de onze empresas que realizaram corte em seus

custos diretos, em 1989, seis o fizeram premidas pela recessão.

Outras três, no entanto, realizaram estes cortes em periodos

considerados de expansão econômica e de maior estabilidade,

entre 1981 e 1989. As restantes duas empresas, desde o inicio

de suas operações, vêm-se preocupando em reduzir custos

permanentemente.

Do total de quatorze empresas que declarou ter cortado custos,

seis procederam à redução de forma superficial; seis obtiveram

redução significativa, ao passo que apenas duas empresas

efetuaram redução drástica de seus custos.

As formas encontradas para a consecução de corte em custos

foram fundamentalmente as seguintes:

verticalização da produção;

- melhor seleção de fornecedores a partir de critérios como

preço e condições de pagamento;

redução do consumo de energia;

- enxugamento do quadro de pessoal;

utilização de equipamentos mais modernos;

utilização de novos métodos de produção;

- redução do desperdicio de matéria-prima;

automação da linha de produção, permitindo aumento da

produtividade;

treinamento de operários;

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190

- aumento de frota própria;

- cobrança de frete à parte.

Preço versus qualidade versus valor: o que passa a ser

prioridade para o consumidor (1988 x 1989)

Acredita-se que, em períodos turbulentos, as empresas tenham

maior preocupação com a manutenção de preços competitivos e

busquem garantir a melhoria no valor oferecido ao consumidor

(ênfase passa a ser dada a valor e não apenas a preço ou

qualidade isoladamente).

Na opinião da maioria dos executivos entrevistados, os preços

de venda de seus produtos da linha principal, em 1989,

diminuíram em termos reais, se comparados aos praticados em

1988. Por outro lado, pouco mais da metade deles acreditava que

a qualidade de seus produtos não se havia alterado nos últimos

anos (1988 e 1989).

curiosamente, quandO a noção de valor é introduzida, os

respondentes declararam acreditar que a relação

qualidade/preço, isto é, o valor de seus produtos não se

alterou nos anos de 1988 e 1989, ainda que afirmassem que a

qualidade se manteve e o preço se viu reduzido.

No que diz respeito ao comportamento de compra do consumidor,

onze deles afirmaram que o consumidor, tanto em 1988 quanto em

1989, teria passado a comprar levando mais em consideração a

relação preço/qualidade dos produtos. Em outras palavras, que

o mesmo se teria tornado mais consciente do valor dos produtos.

Ao mesmo tempo - de forma mais acentuada em 1988 do que em

1989 - alguns deles declararam que, na verdade, o consumidor

teria passado a comprar levando mais em consideração o preço

das mercadorias.

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191

. Mudanças na política de distribuição

As Tabelas IV.14 a IV.16 mostram as alterações ocorridas na

política de distribuição das empresas em estudo, durante os

anos 80 .

• Comprimento do canal de distribuicão (1981 x 19891

No que concerne aos canais de distribuição utilizados, no caso

da linha principal, em 1989, maior número de empresas passou a

contar com pontos de venda próprios. Pontos de venda próprios

se traduzem em menores custos de distribuição, benefício que

pode ser repassado ao consumidor no preço de venda do produto.

De fato, o faturamento proveniente de pontos de venda próprios

aumentou em 1989 se comparado àquele obtido em 1981.

Houve ligeiro aumento no número de empresas que usavam

atacadistas para distribuir seus produtos, enquanto que grande

parte das empresas continuou a usar varejistas como canal de

distribuição, sem mudança substancial em relação a 1981. Neste

caso também houve incremento do faturamento oriundo da venda a

atacadistas, em detrimento daquele proveniente da venda a

varejistas. Embora estes últimos continuassem a ser usados pela

maioria das empresas, perderam em participação para os demais.

Também a venda direta a clientes institucionais passou a ser

opção de maior número de empresas em 1989 do que em 1981. Venda

a clientes insti tuicionais normalmente significa volume grande,

o que pode resolver problemas em períodos de redução do poder

aquisitivo da população. Com efeito, o faturamento advindo da

venda direta a clientes institucionais foi maior em 1989 do que

aquele registrado em 1981.

Page 205: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

192

TABELA IV.14

Distribuição

1981

Respostas Freq. Absol.

Pontos de Venda Próprios

sim 3

Não 23

-------------------------------Atacadistas

Sim 15

Não 11

-------------------------------Varejistas

Sim 24

Não 2

-------------------------------Venda Direta a Clientes Institucionais

Sim 2

Não 24

-------------------------------(1981=26; 1989=26)

1989

Freq. Relat.

Freq. Absol.

Freq. Relat.

11,5 8 30,8

88,5 18 69,2

57,7 18 69,2

42,3 8 30,8

92,3 23 88,5

7,7 3 11,5

7,7 5 19,2

92,3 21 80,8

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193

TABELA IV.15

Mudança no Canal de pistrib!J.ição e }:lo Faturamento de cada tlpO de dls~ribuldor

1989/1981

Respostas

Comprimento do canal de distribuição

Diminuiu o Número de Intermediários

Canais se Mantiveram Inalterados

Aumentou o Número de Intermediários

(1981=26; 1989=26)

Faturamento com Pontos de Venda Próprios

Aumentou

Não Responderam

N=6

Faturamento com Atacadistas

Diminuiu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

Não Responderam

N=19

Faturamento com Varejistas

Diminuiu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

Não Responderam

N=25

Faturamento com Venda Direta a Clientes Institucionais

Diminuiu

Aumentou

Não Responderam

N=6

Freqüência Absoluta

4

16

6

5

1

6

4

8

1

13

6

5

1

1

4

1

Freqüência Relativa

15,4

61,5

23,1

83,3

16,7

31,6

21,1

42,1

5,3

52,0

24,0

20,0

4,0

16,7

66,7

16,7

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194

TABELA IV.16

Variação nos Prazos Médios e na form~ d~ Relacionamento Entre a Empresa e os D1str1bu1dores

Respostas

Prazo Médio de Entrega

Reduziu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

Não Responderam

Prazo Médio de Estoque Total

Reduziu

Manteve-se Inalterado

Não Responderam

Prazo Médio de Estoque de Produtos Acabados

Reduziu

Manteve-se Inalterado

Não Responderam

Relacionamento Empresa/Distribuidores

Houve Menos Negociação

Não Houve Alteração

Houve Muito Mais Negociação

Não Responderam

(1988=26; 1989=26)

1989/1988

Freqüência Absoluta

3

15

1

7

4

16

6

2

19

5

1

11

13

1

Freqüência ReIativa

11,5

57,7

3,8

26,9

15,4

61,5

23,1

7,7

73,1

19,2

3,8

42,3

50,0

3,8

Page 208: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

195

Na verdade, diferentemente do que postulava a literatura

consul tada, não se observou redução relevante no número de

intermediários. O tamanho dos canais de distribuição permaneceu

inal terado no caso da maioria das empresas entrevistadas,

enquanto que seis delas encompridaram-no e apenas quatro

buscaram sua redução.

Mudancas nos prazos médios (1988 x 1989)

Embora se esperasse a ocorrência de redução dos prazos médios,

praticamente não se registraram alterações nos prazos médios de

entrega, estoque total e estoque de produtos acabados. A

ocorrência mais significativa se deu no caso do prazo médio de

estoque total, que foi reduzido por quatro das empresas

entrevistadas. A justificativa fornecida por alguns dos

respondentes foi a de que o prazo médio de estoque total

reduziu-se, já que 1989 foi um ano hiperinflacionário, optando­

se assim pelo "estoque do dinheiro", ao invés do de matéria­

prima ou produto acabado.

Mudanças no nivel de negociacão junto aos fornecedores

(1988 x 1989)

Fato interessante relatado por metade das empresas

entrevistadas, no tocante à politica de distribuição, foi a

declaração de que houve muito mais negociação entre empresa e

canais de distribuição no ano de 1989. Tal constatação parece

dar apoio à suposição de que, tanto no que diz respeito a

prazos de pagamento, quanto no que concerne a condições de

crédito, a negociação deveria ser mais intensa entre empresas

e distribuidores.

. Mudanças na politica de promoção

As Tabelas IV.17 a IV.19 relatam as modificações processadas na

politica de promoção das empresas no per iodo por que se estende

o estudo.

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196

propaganda, TABELA IV .17

Promoção e Vendas como do Faturamento Total

Percentual

1981 1988 1989

Resposta Freq. Absol

Freq. Relat

Freq. ! Freq. Absol Relat

Freq. !Freq • bsol. Relat

% do Faturamento Total Gasto com Propaganda e Promoção

O 4 15,4 7 26,9 7 26,9

1 a 2% 9 34,6 5 19,2 6 23,1

3 a 5% 10 38,5 8 30,8 7 26,9

6 a 10% 3 11,5 2 7,7 2 7,7

11 a 15% 2 7,7 2 3,8

16 a 30% 2 7,7 2 3,8

Não Responderam 2 7,7 2 7,7

(1981=26;1988=26;1989=26) -------------------------------% do Faturamento Total Gasto com Propaganda . O n.d. n.d. 9 34,6 9 34,6

1% n.d. n.d. 4 19,2 5 19,2

2 a 3% n.d. n.d. 2 3,8 1 3,8

Não Responderam n.d. n.d. 11 42,3 11 42,3

-------------------------------% do Faturamento Total Gasto com Promoção

O n.d. n.d. 9 34,6 9 34,6

1% n.d. n.d. 5 19,2 5 19,2

2 a 3% n.d. n.d. 1 3,8 1 3,8

Não Responderam n.d. n.d. 11 42,3 11 42,3

-------------------------------Gastos cfVendas como Percentual do Faturamento Total

1 a 5% n.d. n.d. 11 42,3 11 42,3

6 a 10% n.d. n.d. 3 11,5 2 7,7

11 a 15% n.d. n.d. 4 15,4 6 23,1

16 a 20% n.d. n.d. 3 11,5 2 7,7

21 a 30% n.d. n.d. 2 7,7 2 7,7

31 a 50% n.d. n.d. 1 3,8 1 3,8

Não Responderam n.d. n.d. 2 7,7 2 7,7

-------------------------------b1988=26; 1989=26)

anterior, bs.: As Respostas relativas a 1981 referem-se ao ano ou seja, 1980.

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197

TABELA IV.18

Mudanças em PrPRagand~1 Promoção, ~erchand1s1ng e vendas

1989/1981

Respostas Freg. I Freg. Absol. Relat.

Variação do Valor Real em Moeda Corrente Gasto c/Prop.e Prom. . Não Fazem/F!zeram Propaganda

e/ou Promoçao

Diminuiu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

Não Responderam

(1981=26;1988=26;1989=26)

Participação dos Gastos com Verl;la Total

D1minuiu

Manteve-se Inalterado

Aumentou

Não Responderam

N=18

Quantidade de itens da Linha Partiçip~ndo de Promoções

D1m1nu1u

Manteve-se Inalterada

Aumentou

N=17

12

3

9

2

Promoção na

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

Principal

n.d.

n.d.

n.d.

Concentração de Gastos com Promoção no Caso da L1nha Principal

Mais em çetermin.prod. do que L1nha c/um todo n.d.

Mais na(ê) Marca(~) que compoe(m) a L1nha n.d.

Mais na Linha como um Todo

Não se Aplica

N=18

AtividaQes de Merchandising · Reduz1ram-se

· Mantiveram o Mesmo Ritmo

· Intensificaram-se

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d. -----------------------------------------N=16

46,2

11,5

34,6

7,7

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

1989/1988

Freq. I Freg. Absol. Relat.

7

5

7

7

4

7

6

1

1

14

2

4

7

2

5

2

10

4

13,5

19,2

26,9

26,9

22,2

38,9

33,3

5,6

5,9

82,4

11,8

22,2

38,9

11,1

27,8

12,5

62,5

25,0

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198

TABELA IV.18

Mudanças em Pr.op.agand'!l Promoção, Xerchand1s1ng e vendas

(continuação)

1989/1981 1989/1988

Respostas

Gastos c/vendas c/% do Fat. Total

Diminuiram

Mantiveram-se Inalteradas

Aumentaram

(1988=26; 1989=26)

Freq. Absol.

n.d.

n.d.

n.d.

Treinamento de Vendedores e Desenvto. Estrutura de Vendas em Geral

Foi Menos Intenso

Não Apresentou Alteração Substancial

Foi Mais Intenso

Não é Realizado

(1988=26; 1989=26)

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

Freq. Relat.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

n.d.

Freq. Absol.

5

19

2

1

4

6

15

Freq. Relat.

19,2

73,1

7,7

3,8

15,4

23,1

57,7

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199

TABELA IV.19

Teor das Mensagens Publicitárias

Respostas

Inclusão nas Mensagens Publici­tárias de Novas Possibilidades de Uso dos Produtos

sim

Não

Forma e Conteúdo das Mensagens Passaram a Ser Mais Simples, Diretas e sem Rodeios

sim

Não

Pr~ço Baixo Ressaltado com Ma~or Enfase nas Mensagens

Sim

Não

Não Responderam

Qualidade Superior Ressaltada com Maior Enrase nas Mensagens

Sim

Não

Não Responderam

Melhor Relação Qualidade/Preço Ressaltada com Maior Enfase nas Mensagens

sim

Não

Não Responderam

(1988=18; 1989=18) (continua ... )

1988

Freq. I Freq. Absol. Relat.

1

17

6

12

1

16

1

7

10

1

2

15

1

5,6

94,4

33,3

66,7

5,6

88,8

5,6

38,9

55,6

5,6

11,1

83,3

5,6

1989

Freq. I Freq. Abso1. Relat.

1

17

6

12

1

16

1

7

10

1

2

15

1

5,6

94,4

33,3

66,7

5,6

88,8

5,6

38,9

55,6

5,6

11,1

83,3

5,6

Page 213: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

200

TABELA IV.19

Teor das MensageQs Publicitárias ( ••• Contl.nuação)

Respostas

Praticidade e Funcionalidade Ressaltadas com Mal.or Enfase nas Mensagens

sim

Não

Não Responderam

Sofisticação Ressaltada com Mal.or Enfase nas Mensagens

Sim

Não

Não Responderam

Diferenciação Ressaltada com Maior Enfase nas Mensagens

Sim

Não

Não Responderam

Im~gem/Tradição Ressaltada com Mal.or Enfase nas Mensagens

Sim

Não

Não Responderam

outros Aspectos Ressaltados com Maior Enfase nas Mensagens

Sim

Não

Não Responderam

(1988=18; 1989=18)

1988

Freq. I Freq. Absol. Relat.

3

14

1

1

16

1

5

12

1

3

14

1

9

8

1

16,7

77,8

5,6

5,6

88,9

5,6

27,8

66,7

5,6

16,7

77,8

5,6

50,0

44,4

5,6

1989

Freq. I Freq. Absol. Relat.

3

14

1

1

16

1

5

12

1

3

14

1

10

7

1

16,7

77,8

5,6

5,6

88,9

5,6

27,8

66,7

5,6

16,7

77,8

5,6

55,8

41,7

5,6

Page 214: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

201

. Gastos com propaganda e promocão (1981 • 1989)

A 1 i ter atura indicou que as empresas deveriam proceder ao

aumento, ou no mínimo, à manutenção dos gastos com propaganda

e promoção em períodos de turbulência.

Os dados coletados indicam que, enquanto doze das empresas

entrevistadas diminuíram seus gastos com propaganda e promoção,

se comparados os investimentos de 1989 com os de 1981, nove

delas acusaram aumento. Na verdade, no que diz respeito a

gastos com propaganda e promoção em períodos de redução de

demanda, como observaram vários executivos, parecem ser estes

os primeiros gastos a serem cortados em

seja, quando vendas aumentam, gerando

muitas empresas,

sobra de caixa

ou

as

empresas despendem parte desta sobra com propaganda; quando as

vendas caem, gerando escassez de caixa, cortes em propaganda

são os primeiros a serem efetuados.

Concentracão da verba de propaganda e ênfase na propaganda de

demanda seletiva (1988 x 1989)

Outra das suposições correntes é a de que as empresas passariam

a concentrar seus gastos com propaganda em produtos

considerados mais adequados a momentos de turbulência. Em

outras palavras, passaria a haver maior seleção dos produtos a

serem anunciados e seria dedicada maior atenção à propaganda de

demanda seletiva.

Dez das empresas entrevistadas alteraram a forma de distribuir

a verba entre os produtos da linha principal (1989 em relação

a 1988), e outras dez alegaram ter ocorrido concentração da

verba em determinados produtos. Este comportamento é coerente

com a observação feita anteriormente de que algumas empresas

dedicaram mais atenção a determinadas marcas do que a outras.

Esta concentração ocorreu principalmente no caso das marcas

consideradas ncarros-chefen de vendas das empresas, ou ainda,

no caso dos produtos que são dirigidos a novos nichos de

Page 215: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

202

mercado especificos que a empresa deseja atingir. No caso do

setor de brinquedos, em especial, são sempre os lançamentos que

são acanhoados com maior parcela da verba destinada a

propaganda e promoção .

. Mudancas nas mensagens publicitárias (1988 • 1989)

No tocante ao teor das mensagens publicitárias, no caso da

linha principal, as respostas mais expressivas foram as

seguintes:

mensagens passaram a ser mais simples, diretas e sem rodeios,

conforme indicado em seis das empresas pesquisadas·;

- o atributo "qualidade superior" foi ressaltado por sete das

empresas estudadas;

- a diferenciação do produto foi reforçada, no caso de cinco

das empresas da amostra e,

outros fatores, tais como aspectos intangiveis do produto

(magia, beleza e sonho) foram citados por nove das empresas

entrevistadas •

. Atitude diante da promocão (1988 • 1989)

Outra suposição

turbulência, é a

existente,

que defende

a respeito de

a intensificação

per iodos

dos gastos

de

com

promoção de vendas, que passariam a ser mais freqüentes e a

incluir número cada vez maior de produtos.

Seis das empresas entrevistadas (pouco mais de um quarto da

amostra) acusaram aumento na participação dos gastos com

promoção na verba total de propaganda e promoção, no que tange

à linha principal. A inflação ascendente fez com que certas

empresas, por não saberem se estavam ganhando ou perdendo

dinheiro, majorassem suas margens, e os varejistas, enfrentando

• Alguns dos executivos entrevistados, relataram que o mercado estava "cheio de conversa fiada".

Page 216: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

203

dificuldades com as vendas, passassem a pleitear mais e maiores

descontos.

Ao mesmo tempo, alguns dos entrevistados afirmaram ter

substituído as promoções por serviço mais apurado de pós-venda,

oferecendo atendimento especial e diferenciado a seus

distribuidores.

Por outro lado, quanto à quantidade de itens em

grande maioria das empresas alegou ter esta

inalterada.

promoção, a

se mantido

Ainda, os executivos de sete empresas garantiram ter

concentrado seus gastos com promoção nas marcas que compunham

a linha e não na linha como um todo, como se supunha. A razão

que justifica tal procedimento é a de que a marca possui muita

força e, ao promovê-la, está-se indiretamente promovendo a

linha como um todo, o nome da empresa etc .

• Merchandising (1988 • 1989)

No que concerne atividades de merchandising, era de se esperar

que estas se intensificassem. Dezesseis empresas responderam

realizar atividades de merchandising, mas apenas quatro haviam

intensificado estas atividades no ano de 1989, se comparado ao

de 1988; a maioria manteve o mesmo ritmo do ano anterior (dez

empresas) . Estas atividades foram descritas como sendo

basicamente:

- visitas freqüentes de representantes aos pontos de venda para

verificação da limpeza, adequação da arrumação e exposição

dos produtos na prateleira, verificação do estoque no

depósito e acompanhamento dos preços da concorrência;

- colocação de displays e cartazetes;

- vitrinagem.

Page 217: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

204

. Vendas (1988 x 1989)

A suposição existente, no caso dos gastos com vendas era a de

que estes deveriam se intensificar, permitindo o desenvol vimen­

to e o aprimoramento das equipes de comercialização.

Na prática, verificou-se que gastos com vendas praticamente não

se alteraram em 1989 em relação ao ano anterior para a grande

maioria das empresas pesquisadas, no que diz respeito à linha

principal. Ainda assim, cinco delas reduziram estes gastos e

duas os incrementaram. Também neste caso, os gastos aumentavam

ou diminuiam de acordo com a sobra de caixa das empresas.

Muitas vezes, o motivo por trás da iniciativa de aumentar tais

investimentos era a perda de mercado para o concorrente. Ao se

sentirem ameaçados pela concorrência, reati vavam estas

atividades pensando poder, assim, aumentar o volume de vendas.

Especificamente, no que concerne a treinamento de vendedores e

desenvolvimento da estrutura de vendas em geral, a maioria dos

executivos afirmou não realizar tais atividades. No entanto,

dentre as empresas que as realizavam, seis o fizeram mais

intensamente em 1989 do que em 1981, tanto em treinamento de

vendedores, quanto em desenvol-vimento da estrutura de vendas.

Para tal, promoveram cursos de trei-namento e algumas chegaram

até, em alguns casos, a encontrar soluções alternativas, tais

como a produção de vídeo, permitindo o treinamento de maior

número de pessoas em todo o Brasil a custo reduzido .

• Estratégias (1981 • 1989 e 1988 x 1989)

As Tabelas IV.20 a IV.22 apresentam as alterações nas

estratégias de marketing adotadas pelas empresas para o período

em estudo.

Page 218: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

205

TABELA IVo20

Estratégia

1981

Respostas Freqo I Preqo Abso1o Relat o

Segmentação do Mercado

o Segmenta

o Não Segmenta

(1981=26; 1989=26)

Distribuição (cobertura do mercado)

o Regional

. Nacional

(1981=26; 1989=26)

Política de Exportação

Nunca Exportou

Já Exportou Regularmente

Exporta Esporádicamente

Exporta Regularmente

(1981=26; 1989=26)

% do Faturamento Total Exportado (das que exportam regularmente)

Até 5%

6 a 10%

11 a 50%

(1981=13; 1989=10)

12

14

9

17

9

2

2

13

6

4

3

46,2

53,8

34,6

65,4

34,6

7,7

7,7

50,0

46,2

30,8

23,1

1989

Freqo I Freqo Absolo Relato

19

7

10

16

6

7

3

10

5

3

2

73,1

26,9

38,5

61,5

23,1

26,9

11,5

38,5

50,0

30,0

20,0

Page 219: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

206

TABELA IV.21

Estratégi~ de Diferepciação dos Produtos da Llnha Princlpal da Empresa

1989/1988

Respostas

Diferenciação dos Produtos

sim

Não

Embalagem

Sim

Não

Política de Preços

Sim

Não

canais de Distribuição

· Não

Mensagem Publicitária

• Não

Veículos de Comunicação

· Não

Tipo de Promoção

• Não

outras Mudanças

• Sim · Não

(1988=26; 1989=26)

Freqüência Absoluta

14

12

5

21

4

22

26

26

26

26

3 23

Freqüência ReIativa

53,8

46,2

19,2

80,8

15,4

84,6

100,0

100,0

100,0

100,0

11,5 88,S

Page 220: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

207

TABELA IV.22

Estratégia de DifereQciação.em.Relação à Concorrência L~nha Pr~nc~pal

Respostas

Diferenciação dos Produtos

Sim

Não

Não Responderam -----------------------------------------Embalagem

Sim

Não

Não Responderam -----------------------------------------Politica de Preços

Sim

Não

Não Responderam

Canais de Distribuição

Sim

Não

Não Responderam -----------------------------------------Mensagens Publicitárias

· Não · Não Responderam -----------------------------------------Veiculos de Comunicação

· Não

· Não Responderam -----------------------------------------Tipo de Promoção

· Não · Não Responderam

outras Mudanças

Sim

Não

Não Responderam

(1988=26; 1989=26)

1989/1988

Freqüência Absoluta

Fre~ência Re ativa

17 65,4

7 26,9

2 7,7

4 15,4

20 76,9

2 7,7

6 23,1

18 69,2

2 7,7

3 11,5

21 80,8

2 7,7

24 92,3

2 7,7

24 92,3

2 7,7

24 92,3

2 7,7

17 65,4

7 26,9

2 7,7

Page 221: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

208

Recomenda a literatura que em períodos turbulentos as empresas

concentrem-se em segmentos especificos de mercado. De fato,

aumentou substancialmente o número de empresas que passou a

segmentar o mercado de atuação. A intenção parecia ser a de

viabilizar o atendimento de novos segmentos distintos daqueles

atendidos tradicionalmente pelas empresas.

Ainda, dez

aprofundado

das empresas entrevistadas declararam ter

a definição do perfil does) grupo(s) de

consumidores atendidos, em períodos turbulentos, evidenciando

maior preocupação com o processo de segmentação, no sentido de

torná-lo mais acurado e certeiro. As ferramentas usadas para

apurar a segmentação foram basicamente a observação do mercado

e das transformações que ocorreram na sociedade brasileira, ou

seja, através da experiência e intuição dos dirigentes. Além

disso, algumas empresas lançaram mão de pesquisas de mercado,

assim como de boa dose de intuição pessoal, segundo depoimento

de certos executi vos. Uma das empresas entrevistadas, por

exemplo, afirmou que melhor segmentação e atendimento de nichos

especificos de mercado, não disputados diretamente pela líder

ou pelos demais concorrentes de peso, seria a melhor estratégia

a ser seguida. Em resumo, acreditavam que "correr por fora" era

a grande solução.

A abertura de novos mercados domésticos e o aumento das

exportações constam igualmente como comportamentos

recomendáveis em tempos turbulentos. No entanto, apurou-se que

praticamente não houve alteração na cobertura de mercado da

linha principal entre os dois periodos em estudo. A única

exceção se deu no caso de uma das empresas que deixou de contar

com distribuição nacional, passando a comercializar seus

produtos apenas regionalmente.

Page 222: BEATRIZ HELENA KURY COSTA PEREIRA TESE SUBMETIDA … · professor Cláudio Contador que forneceu as séries históricas de indicadores macro e microeconômicos que possibilitaram

209

Ainda, as exportações se arrefeceram durante o período

considerado. Embora em 1989 fosse menor o número de empresas

(seis contra nove em 1981) que nunca havia exportado, algumas

delas deixaram de exportar regularmente entre os períodos em

estudo. Além disso, as empresas que declararam exportar

regularmente em 1989 apresentavam percentual do faturamento

total exportado menor do que o de 1981.

Outra recomendação presente na literatura para períodos de

turbulência é a adoção de estratégia de diferenciação. Pouco

mais da metade das empresas entrevistadas declarou que seus

produtos, em 1989, apresentavam alterações, se comparados a

1988. Isto se deu por intermédio do lançamento e reposicio­

namento de marcas; aumento da variedade, visando a conquista de

novos nichos e portanto atendimento de necessidades distintas

das até então atendidas; melhor matéria-prima, melhor

acabamento, maior durabilidade, maior controle de qualidade. Em

compensação, no que tange à embalagem, preço, distribuição e

comunicação, suas estratégias mantiveram-se inalteradas neste

mesmo período.

Ao mesmo tempo, grande parte dos executivos entrevistados

acreditava que seus produtos tinham-se diferenciado signifi­

cativamente com relação aos da concorrência em 1989, em relação

ao ano de 1988. Alguns deles também julgavam que seus preços se

diferenciavam sobremaneira dos da concorrência no ano de 1989.

Dezessete empresas alegaram ter-se diferenciado da concorrência

em 1989, se comparado ao ano de 1988, em função de "outras

aspectos". Dentre eles, os mais citados foram imagem de marca,

atendimento ao cliente (serviço diferenciado), uso de licencia­

mento, conhecimento do negócio, gerência, profissionalismo e

versatilidade.

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210

2. VERIFICAÇÃO DE HIPÓTESES

Apresentam-se a seguir os resultados obtidos com os testes das

hipóteses enunciadas no capitulo 111 deste estudo

(Tabela IV.23).

2.1. Hipótese geral: Não é possível discriminar a situação das empresas pesquisadas em 1981, no setor de bens de consumo não-duráveis, de sua situação em 1989, por intermé­dio das variáveis que descrevem seu comportamento estratégico em 1981 e em 1989

O teste de hipóteses, utilizando a análise linear de

discriminantes, método passo-a-passo, permitiu rejeitar a

hipótese nula. Obteve-se um lambda de wilks de 0,5234,

qui-quadrado de 29,779 com 8 graus de liberdade e probabilidade

maior ou igual a 0,0002 de se haver rejeitado erroneamente a

hipótese nula.

Assim sendo, para as empresas pesquisadas, pOde-se dizer que

existem diferenças no comportamento estratégico de marketing

adotado pelas empresas em 1981 e em 1989.

As variáveis que entraram na análise são apresentadas a seguir,

por ordem de poder discriminante:

• Uso de segmentacão

Esta foi a variável que apresentou maior poder discriminante.

A média das empresas em 1989 foi de 0,73, o que significa que

73% das empresas pesquisadas utilizavam segmentação de mercado

em 1989, comparativamente a 46% em 1981. Este resultado está de

acordo com uma das suposições levantadas na literatura, que

afirma ocorrer aumento na utilização de segmentação em

situações de turbulência ambiental.

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211

Tabela IV.23

TESTE DA HIPÓTESE GERAL (stepwise)

Variáveis Discriminantes Grupo I

1981

Uso de Segmentação 0,46

Uso de Atacadistas 0,58

Existência depto P&D 0,58

Lançamento de itens 1,04

Uso venda direta a clientes institucio- 0,08 nais

Gastos c/prop./prom. ( linha principal) 1,12

Número de Linhas 1,76

Uso de varejistas 0,92

Grupo I - 1981 (n=26) Grupo 11 - 1989 (n=26)

Lambda de wilks Qui-quadrado graus de liberdade

= 0,5234 = 29,779 = 8

p < = 0,0002

Médias

Grupo II 1989

0,73

0,69

0,31

1,38

0,19

0,73

1,61

0,88

Coeficientes Discriminan-tes

1,01526

0,87454

-0,82664

0,71657

0,67533

-0,36760

-0,26744

-0,23362

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212

• Uso de atacadistas

Esta variável foi a que apresentou o segundo maior poder

discriminante. A média das empresas pesquisadas em 1989 foi de

0,69, o que quer dizer que 69% das empresas utilizavam

atacadistas para distribuir seus produtos, enquanto que em 1981

apenas 58% o faziam .

. Existência de depto. de P&D

Esta foi a terceira variável em poder de discriminação. A média

para 1989 foi de 0,31, o que significa que, neste ano, 31% das

empresas possuíam departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento,

o que contrasta com o percentual obtido em 1981, que foi de

58%. Em resumo, apenas um terço das empresas possuia

departamentos de P&D em 1989, comparativamente a 1981. É

possível que isto seja um indicador de que as empresas

reduziram suas atividades de pesquisa e desenvolvimento de

novos produtos. Cabe notar que este resultado é contrário ao

esperado.

Quantidade de itens lancados

Esta foi a quarta variável em poder de discriminação. A média

para 1989 foi de 1,38, ao passo que em 1981 esta era de 1,04.

Interpretando-se esses resultados, verifica-se que em 1981, em

média, as empresas pesquisadas lançaram entre 1 a 20 itens em

sua linha principal; já em 1989, uma parcela substancial de

empresas (mais de um terço) havia lançado na faixa de 21 a 100

itens em sua linha principal. Estes resultados indicam que,

entre as empresas estudadas, foi maior o número de i tens

lançados em 1989 do que em 1981, contrariamente ao esperado, ou

seja, a ocorrência de redução no número de itens lançadosNo

entanto, conforme observado na análise descritiva, as empresas,

ainda que optando por lançar maior número de itens, fizeram

lançamentos que incorporavam menos inovações ou, ao contrário,

procuraram acentuar o aspecto de moda dos lançamentos

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213

adicionando pequenos detalhes, mas utilizando o mesmo modelo ou

o mesmo molde.

· Uso de venda direta a clientes institucionais

Esta foi a quinta variável em poder de discriminação. A média

para 1989 foi de 0,19, o que quer dizer que 19% das empresas

pesquisadas vendiam seus produtos diretamente a clientes

institucionais, comparativamente a apenas 8% em 1981. Houve,

portanto, aumento do número de empresas pesquisadas que

passaram a utilizar este tipo de distribuição, conforme o que

indica a literatura em situações de turbulência ambiental.

• Gastos com propaganda e promocão da linha principal (% fat.l

Esta foi a sexta variável a discriminar os dois grupos em

estudo. A média para 1989 foi de 0,73%, enquanto que em 1981

essa foi de 1,12%. Isto significa que as empresas pesquisadas

gastaram percentual menor de seu faturamento com propaganda e

promoção de suas linhas principais em 1989 do que em 1981.

Observe-se que a expectativa era de que ocorresse aumento ou

manutenção destes investimentos quando essas empresas se

defrontassem com situações de turbulência. Isto porque se supõe

que as empresas fariam maiores investimentos em propaganda e

promoção para contrabalançar os efeitos da recessão nos

orçamentos familiares. No entanto, as empresas brasileiras

estudadas optaram por reduzir seus gastos publicitários, o que,

ao menos teoricamente, poderia implicar em aprofundamento das

dificuldades enfrentadas.

· Número de Linhas de Produto

Esta foi a variável que apresentou o sétimo maior poder

discriminante. A média para 1989 foi de 1,61, ao passo que em

1981 a média obtida foi de 1,76. Considerando-se que este

número representa a quantidade de linhas fabricadas pelas

empresas estudadas, pode-se supor que houve redução no número

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214

de linhas de produto que compunham a oferta das empresas entre

1981 e 1989.

. Uso de varejistas

Esta foi a oitava e última variável em poder de discriminação.

A média para 1989 foi de 0,88, o que significa dizer que 88%

das empresas estudadas, neste ano, utilizavam varejistas para

distribuir seus produtos, enquanto que em 1981 92% das empresas

o faziam.

2.2. Sub-hipótese 1: Não é possível discriminar a situação em 1981 das empresas pesquisadas,con­sideradas mais bem sucedidas naquele ano,de sua situação em 1989, por in­termédio das variáveis que descrevem seu comportamento estratégico em 1981 e em 1989.

o teste de hipóteses, utilizando a análise linear de

discriminantes, método passo-a-passo, permitiu rejeitar a

hipótese nula. Obteve-se um lambda de wilks de 0,3814,

qui-quadrado de 25,059 com 8 graus de liberdade e probabilidade

igual a 0,0015 de se haver rejeitado erroneamente a hipótese

nula (Tabela IV.24).

. Uso de segmenta cão

Esta foi a variável que apresentou o terceiro maior poder

discriminante. A média obtida para 1989 foi de 0,75, o que quer

dizer que 75% das empresas mais bem sucedidas em 1981

segmentavam o mercado em 1989. Apenas 44% dessas mesmas

empresas o faziam em 1981. Esta variável aparece na hipótese

geral como a que possui maior poder discriminante.

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215

Tabela IV.24

TESTE DA SUB-HIPÓTESE 1 (Stepwise)

Variáveis Discriminantes Grupo I

1981

Lançamento de itens 1,06

Uso de Atacadistas 0,50

Uso de segmentação 0,44

Existência depto.P&D 0,63

Uso venda direta a clientes institucio- 0,63 nais

Uso pesquisa mercado (laçto. novos prod. ) 1,38

Periodic.mud.linha 2,00

Grau lealdade marca 2,56

Grupo I - 1981 (n=16) Grupo 11 - 1989 (n=16)

Lambda de wilks Qui-quadrado graus de liberdade

= 0,3814 = 25,059 = 8

p < = 0,0015

Médias

Grupo II 1989

1,56

0,63

0,75

0,31

0,19

1,00

1,69

1,88

Coeficientes Discriminan-tes

0,99150

0,97351

0,83819

-0,74081

0,65803

-0,53225

-0,36229

-0,31300

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216

· Existência de Departamento de P&D

Esta foi a variável que apresentou o quarto maior poder

discriminante. A média para 1989 foi de 0,31, ou seja, 31% das

empresas mais bem sucedidas em 1981 possuíam departamentos de

pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, ao passo que 63%

dessas mesmas empresas contavam com departamentos de P&D em

1981. Na hipótese geral esta mesma variável aparecia em

terceiro lugar, no que tange ao seu poder de discriminação.

· Uso de venda direta a clientes institucionais

Esta variável foi a que apresentou o quinto maior poder

discriminante, igualando-se ao ocorrido na hipótese geral. A

média obtida para 1989 foi de 0,19, o que significa dizer que

19% das empresas mais bem sucedidas em 1981 vendiam seus

produtos diretamente a clientes institucionais, ao passo que

63% dessas mesmas empresas adotavam este comportamento em 1981.

· Uso de pesquisa de mercado

Esta foi a variável que apresentou sexto maior poder

discriminante. A média obtida para 1989 foi de 1,00 enquanto

que, em 1981, essa média era de 1,38. Isto quer dizer que as

empresas mais bem sucedidas em 1981 passaram a fazer menos

pesquisa de mercado em 1989, se comparado ao seu comportamento

de 1981. Essa variável não entrou na análise discriminante com

relação à Hipótese Geral. Os resultados obtidos apresentam

direção contrária à prevista pela literatura, que suponha

ocorrer uso mais intenso de pesquisa de marketing no processo

de desenvolvimento e lançamento de novos produtos.

· Periodicidade de mudanca de linha

Esta foi a variável que apresentou sétimo maior poder

discriminante. A média das empresas pesquisadas, obtida para

1989, foi de 1,69, ao passo que a média em 1981, para este

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217

mesmo grupo de empresas, era de 2,00. Isto quer dizer que as

empresas mais bem sucedidas em 1981 reduziram, em 1989, o

intervalo de tempo em que realizavam mudanças em suas linhas de

produto. Este resultado também contraria as expectativas de que

ocorreria aumento na periodicidade de mudança de parte ou do

todo da linha principal da empresa. No entanto, está de acordo

com os resultados verificados no que diz respeito ao aumento do

lançamento de i tens, com o intuito de reforçar aspectos de

moda, e assim, garantir maiores volumes de venda .

. Grau de lealdade à marca (opinião dos executivos)

Esta foi a oitava e última variável a discriminar os dois

grupos em estudo. A média obtida para 1989 foi de 1,88, ao

passo que em 1981 a média era de 2,56. Considerando-se que o

valor 1 significa que "o consumidor compra indiferentemente

qualquer marca comparável na mesma faixa de preço e qualidade";

o valor 2 significa que "existe ligeira preferência pela

marca"; e o valor 3 que "existe forte preferência pela marca",

verifica-se que, em 1981, os consumidores eram vistos como

tendo entre "ligeira" e "forte" preferência pela marca,

enquanto que em 1989, passam a ser vistos como tendo entre

"nenhuma" e "ligeira" preferência, com maior tendência para

"ligeira". Portanto, na opinião dos executivos das empresas

pesquisadas, mais bem sucedidas em 1981, houve queda no grau de

lealdade à marca em 1989.

2.3. Sub-hip6tese 2: Não é possivel discriminar a situação em 1981 das empresas pesquisadas,con­sideradas menos bem sucedidas naquele ano,de sua situação em 1989, por in­termédio das variáveis que descrevem seu comportamento estratégico em 1981 e em 1989.

o teste de hipóteses, utilizando a análise linear de

discriminantes,

hipótese nula.

método passo-a-passo,

Obteve-se um lambda

permitiu

de wilks

rejeitar a

de 0,4170,

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218

qui-quadrado de 13,120 com 6 graus de liberdade e probabilidade

igual a 0,0412 de se haver rejeitado erroneamente a hipótese

nula (Tabela IV.25).

As variáveis que entraram na análise são apresentadas a seguir,

por ordem de poder discriminante:

· Uso de pontos de venda próprios

Esta foi a variável de maior poder discriminante, no caso das

empresas menos bem sucedidas em 1981. A média obtida para 1989

foi de 0,50, ou seja, 50% dessas empresas em 1989 possuíam

pontos de venda próprios, ao passo que apenas 10% dessas mesmas

empresas possuíam estes pontos em 1981. É curioso observar que

esta variável não entrou na análise discriminante no teste da

hipótese geral e da sUb-hipótese relativa às empresas mais bem

sucedidas.

· Uso de segmentacão

Esta foi a variável que apresentou segundo maior poder de

discriminante. A média obtida para 1989 foi de 0,70, o que quer

dizer que 70% das empresas menos bem sucedidas em 1981

segmentavam o mercado em 1989. Apenas 50% dessas mesmas

empresas o faziam em 1981.

· Uso de atacadistas

Esta foi a variável de terceiro maior poder de discriminação

entre os dois grupos em estudo, tendo sido a segunda com

relação à hipótese geral e à sub-hipótese sobre empresas mais

bem sucedidas. A média obtida para 1989 foi de 0,80, o que

significa dizer que 80% das empresas menos bem sucedidas em

1981 utilizavam atacadistas para distribuir seus produtos em

1989. Apenas 70% destas mesmas empresas utilizavam atacadistas

em 1981.

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219

Tabela IV.25

TESTE DA SUB-HIPÓTESE 2 (Stepwise)

Variáveis Discriminantes Grupo I

1981

Uso pto vda próprio 1,00

Uso de segmentação 0,50

Uso de Atacadistas 0,70

Lançamento de itens 1,00

Uso de varejistas 1,00

Queda lealdade marca 2,20

Grupo I - 1981 (n=10) Grupo 11 - 1989 (n=10)

Lambda de wilks Qui-quadrado graus de liberdade

= 0,4170 = 13,120 = 6

p < = 0,0412

Médias

Grupo 11 1989

0,50

0,70

0,80

1,10

0,80

2,40

Coeficientes Discriminan-tes

1,25544

1,22936

1,22803

-0,79593

-0,49442

0,42094

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220

Ouantidade de itens lancados

Esta foi a variável que apresentou o quarto maior poder de

discriminação. A média para 1989 foi de 1,10, enquanto que

a mesma para 1981 foi de apenas 1,00. Isto indica que foi mais

intenso o lançamento de itens em 1989 do que em 1981. No

entanto, comparativamente com as empresas mais bem sucedidas,

a diferença entre 1981 e 1989 é muito menor neste caso.

Uso de varejistas

Esta foi a variável que apresentou o quinto maior poder de

discriminação. A média obtida para 1989 foi de 0,80, o que quer

dizer que 80% das empresas pesquisadas, menos bem sucedidas em

1981, utilizavam varejistas para distribuir seus produtos, ao

passo que 100% dessas mesmas empresas adotavam este

comportamento em 1981. Esta variável não entrou na análise

discriminante relativa ao teste da sUb-hipótese sobre o

comportamento estratégico das empresas mais bem sucedidas, mas

entrou no teste da hipótese geral. Observe-se, porém, que as

diferenças entre as médias de 1981 e 1989 são muito maiores

para as empresas menos bem sucedidas do que para o conjunto de

empresas pesquisadas.

Grau de lealdade à marca (opinião dos executivos)

Esta foi a sexta e última variável a discriminar os dois grupos

em estudo. A média obtida para 1989 foi de 2,40, ao passo que

em 1981 a média era de 2,20. Isto significa que, na opinião dos

executivos das empresas menos bem sucedidas pesquisadas em

1981, houve aumento no grau de lealdade à marca em 1989. É

importante chamar a atenção para o fato de que os resultados

são opostos aos verificados com relação àqueles apresentados

pelas empresas mais bem sucedidas.

De fato, o comportamento estratégico das empresas mais bem

sucedidas em 1981 foi em parte distinto das empresas menos bem

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221

sucedidas. Como se observou, a ênfase estratégica das empresas

mais bem sucedidas esteve no aumento do lançamento de itens de

menor risco, na redução do comprimento do canal de distribuição

e no uso mais intenso de segmentação. A estratégia das menos

bem sucedidas em 1981 concentrou-se, primeiramente, na redução

do comprimento do canal de distribuição, no uso de segmentação

e no aumento do lançamento de itens, independentemente do grau

de risco envolvido. Embora o comportamento estratégico de

marketing das empresas menos bem sucedidas tenha seguido em

grande parte a mesma direção daquele adotado pelas empresas

mais bem sucedidas, a intensidade destes movimentos foi maior

no caso das mais bem sucedidas. Tomando-se o exemplo do uso de

segmentação, verifica-se que 70% das empresas mais bem

sucedidas passaram a adotá-lo em 1989, comparativamente a 1981,

ao passo que apenas 40% das empresas menos bem sucedidas o

adotavam em 1989, comparativamente a 1981.

2.4. Hipóteses especificas

Decidiu-se ainda testar cada hipótese especifica usando-se o

teste do qui -quadrado. Os resultados encontram-se na Tabel a

IV.26. Como se pode verificar, não foi possivel rejeitar as

hipóteses nulas exceto no caso da hipótese HE15, relativa ao

uso de segmentação de mercado.

No entanto, cabe observar que as hipóteses HE3, HE4, HE8 e HE13

(uso de pontos de venda próprios) teriam sido consideradas

significativas no caso de se ter adotado o n1vel de

significãncia de 10% para rejeição da hipótese nula.

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HEI

HE2

HE3

HE4

HE5

HE6

HE7

HE8

HE9

HE10

222

TABELA IV.26

Teste das Hipóteses Especificas

Hipóteses Resultados

Enunciado Qui-quadrado

Não existe associação entre o no de linhas 0,70165 em 1981 e em 1989

Não existe associação entre o n' de itens em 0,00742 1981 e em 1989

Não existe associação entre a opinião dos exe- 2,76923 cutivos qto ao grau de lealdade à marca em 1981 e em 1989

Não existe associação entre a periodicidade de 3,23887 mudança de linha em 1981 e em 1989

Não existe associação entre o n" de itens lan- 1,99693 çados em 1981 e em 1989

Não existe associação en-tre o tempo de desenvto. 0,00018 de novos produtos em 1981 e em 1989

Não existe associação en-tre o grau de inovação dos 0,92308 itens lançados em 1981 e em 1989

Não existe associação entre o n"de empresas que possuiam 3,82009 dept" de P&D em 1981 e em 1989

Não existe associação entre o uso de pesquisa de mkting 0,00742 em 1981 e em 1989

Não existe associação entre o no de alterações substan- 0,07704 ciais em embalagem em 1981 e em 1989

g.1. p:S

1 0,4022

1 0,9313

1 0,0961

1 0,0719

1 0,1576

1 0,9894

1 0,3367

1 0,0506

1 0,9313

1 0,7814

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HEll

HE12

HE13

HE14

HE15

HE16

HE17

223

TABELA IV. 26 (cont.)

Teste das Hipóteses Específicas

Hipóteses Resultados

Enunciado Qui-quadrado

Não existe associação entre o custo do produto propria­mente dito em 1981 e 1989

Não existe associação entre a adoção de política de pre­ços competitivos em 1981 e em 1989:

.preço abaixo da líder

.preço média princ.concorr.

Não existe associação entre o n' de intermediários usados em 1981 e 1989 Uso de:

atacadistas pontos de venda próprios clientes institucionais varejistas

Faturamento via: atacadistas pontos de venda próprios clientes institucionais varejistas

Não existe associação entre os gastos c/propaganda e pro-

2,10163

0,75892 0,27061

0,74641 2,88248 1,48571 0,22128

0,23301 1,63037 1,63037 0,01070

moção em 1981 e em 1989 0,27260

Não existe associação entre a utilização de segmentação 3,91398 de mercado em 1981 e em 1989

Não existe associação entre o n" de mercados domésticos 0,08293 atendidos em 1981 e em 1989

Não existe associação entre o volume exportado em 1981 e 0,70165 em 1989

g.1. p~

1

1 1

1 1 1 1

1 1 1 1

1

1

1

1

0,1471

0,3837 0,6929

0,3876 0,0895 0,2229 0,6381

0,6293 0,2017 0,2017 0,9176

0,6016

0,0479

0,7734

0,4022

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224

CAPíTULO V

CONCLUSÕES

1. SUMÁRIO

Este estudo teve por objetivo explorar questões relativas ao

redirecionamento da estratégia de marketing das empresas frente

a um quadro econômico caracterizado por instabilidade ambiental

elevada e contínua. Propôs-se, especificamente, a explorar tal

questão no âmbito de um grupo de empresas brasileiras

produtoras de bens de consumo não-duráveis.

Em primeiro lugar, situou-se o contexto do período em estudo,

discorrendo-se sobre a evolução, nos anos 80, dos quadros

político e econômico brasileiros, com destaque para o

comportamento da indústria de transformaçâo e o setor de bens

de consumo não-duráveis.

A revisão de literatura abordou, primeiramente, o comportamento

do consumidor em ambiente turbulento, inclusive, relatando

alguns estudos emp~r~cos a respeito, e buscou analisar, em

particular, o comportamento do consumidor brasileiro na década

de 80. As reações dos consumidores brasileiros diante das

sucessivas alterações e dificuldades impostas pelo ambiente

deveriam sinalizar a direção das alterações no comportamento

estratégico de marketing das empresas, necessárias à melhor

adaptação entre demanda e oferta neste novo contexto.

Em seguida, tratou-se da evolução do marketing no Brasil e da

história de sua adoção

intuito de conhecer o

pelas empresas brasileiras, com o

grau de adoção da orientação para

marketing entre as mesmas.

Foram definidos os conceitos das diferentes estratégias de

marketing e de cada um dos elementos do composto mercadológico:

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225

política de

distribuição

produto;

e política

política de

de promoção,

preço; política de

e foram descritas as

prescrições encontradas na literatura sobre o comportamento

adequado à adoção em períodos de alta turbulência ambiental. A

ausência de estudos empíricos sobre estratégia de marketing em

ambientes de alta turbulência levou à utilização de testemunhos

de observadores do comportamento do mercado brasileiro,

produtivo,

pesquisa de

tipicamente pessoas envolvidas com o setor

executivos ou especialistas de institutos de

mercado e de agências de propaganda. Esses depoimentos foram

recolhidos em períodos de negócio.

A partir da revisão de literatura foram formuladas diversas

hipóteses sobre as diferenças no comportamento estratégico das

empresas do setor de bens de consumo não-duráveis em 1981 e em

1989. Para o teste das hipóteses foram utilizadas a análise

linear de discriminantes e o teste do qui-quadrado. Adotou-se

um nível de significância de 5% para rejeição da hipótese nula.

A população do estudo foi formada por vinte e seis empresas

originárias da amostra utilizada em estudo desenvolvido em

1981, o que permitiu a realização de um estudo comparativo.

Tratava-se, na sua grande maioria, de

empresas, localizadas no Estado de São Paulo

Rio de Janeiro (onze) e Estado do Paraná

médias e grandes

(tre ze), Estado do

( duas). Cerca de

metade delas havia sido fundada entre o final do século passado

e a década de 30, enquanto a outra metade tinha entre 20 e 40

anos de operação. Eram, na quase totalidade, empresas de

capital 100% nacional.

Foram usados dois

sub-hipóteses 1 e 2:

empresas mais bem

grupos de empresas para os testes das

o primeiro deles, composto pelas dezesseis

sucedidas em 1981 e o segundo pelas dez

empresas menos bem sucedidas em 1981.

Foram entrevistados os executivos responsáveis pelas decisões

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226

de marketing da empresa, os quais, em certos casos, confundiam­

se com os próprios executivos-chefe das empresas, utilizando­

se, para tal, de questionário estruturado.

Os testes de hipóteses permitiram rejeitar as hipóteses nulas,

pOdendo-se afirmar que:

É possível discriminar a situação das vinte e seis empresas

pesquisadas em 1981, no setor de bens de consumo

não-duráveis, de sua situação em 1989, por intermédio das

variáveis que descrevem seu comportamento estratégico em 1981

e em 1989.

Tanto no caso das dezesseis empresas pesquisadas,

consideradas mais bem sucedidas em 1981, quanto no das dez

empresas, consideradas menos bem sucedidas em 1981, é

possível discriminar a situação em que se encontravam estas

empresas em 1981 de sua situação em 1989, através das

variáveis que descrevem seu comportamento estratégico em 1981

e em 1989.

Além dos testes de hipótese, realizou-se uma análise

qualitativa dos resultados com o intuito de ampliar o

entendimento dos resultados quantitativos obtidos.

2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As conclusões obtidas neste trabalho restringem-se aos casos

estudados, não se pondendo estendê-las para o uni verso de

empresas brasileiras atuantes no setor de bens de consumo

não-duráveis. Apesar

hipóteses tentativas

marketing em períodos

disto é possível levantar algumas

sobre o comportamento estratégico de

de turbulência ambiental.

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227

1. O comportamento estratégico de marketing das empresas em

períodos de menor turbulência ambiental apresenta

características distintas daquele adotado em períodos de

maior turbulência ambiental.

As principais diferenças no comportamento estratégico das

empresas, independentemente do desempenho apresentado, referem­

se a uso de segmentação de mercado, comprimento do canal de

distribuição, quantidade de lançamentos efetuados, grau de

inovação dos itens lançados, gastos com propaganda e promoção

e quantidade de linhas de produto fabricadas.

A opção pela segmentação do mercado e adoção de estratégia de

concentração em segmento foi, de fato, percebida pelos

executi vos das empresas entrevistadas como aI ternati va possível

e necessária à adequação das empresas a uma nova situação de

mercado. No caso do Brasil em particular, os diversos períodos

recessi vos vi venciados e conseqüente deterioração do poder

aquisitivo da população, em conjunto com um processo

inflacionário crônico, funcionando igualmente como fator de

concentração de renda, acentuou a fragmentação do mercado. Na

verdade, ocorreu polarização da demanda entre aqueles de poder

de consumo reduzido e os que se beneficiaram do processo de

concentração de renda, mantendo elevado poder de consumo. Sendo

assim, as empresas optaram por concentrar esforços em parcelas

menores do mercado.

A redução do comprimento do canal de distribuição que foi

efetivada pelas empresas é coerente com as novas condições

impostas pelo mercado. Uma das opções feitas pelos executivos

de marketing das empresas foi a de cortar custos de

distribuição, reduzindo o número de intermediários envolvidos

no processo de transferência de posse e propriedade dos

produtos.

Contrariamente às prescrições, as

quantidade de lançamentos efetivados.

empresas aumentaram a

É importante ressaltar,

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228

no entanto, que a recomendação feita pela literatura era a de

reduzir lançamentos ao mlnimo indispensável para que não

houvesse perda de mercado. Ao mesmo tempo, apontava para a

necessidade da permanente renovação, em especial no caso do

setor de bens de consumo não-duráveis, que se intensifica em

perlodos de crise com o acirramento da concorrência.

Ainda, é importante lembrar que o processo de amadurecimento do

consumidor brasileiro iniciou-se recentemente, fruto da própria

crise vivida nos anos 80, e muitas das prescrições válidas para

mercados consumidores de outros palses mais desenvolvidos,

ainda não se adequam à realidade do mercado brasileiro. A

utilização de parâmetros de consumo tais como, mais

durabilidade, menor preço não foi totalmente internalizada pelo

consumidor brasileiro. Por outro lado, as empresas brasileiras,

pelo fato de terem atuado em mercado protegido, não parecem ter

se preocupado adequadamente em proporcionar maior relação

custo/beneflcio de sua oferta. Isto posto, a salda encontrada

por muitas das empresas, ao contrário do que se poderia supor,

foi a de encurtar a vida útil dos produtos, e assim serem

capazes de vender a preços mais baixos e ainda provocar a

reposição para, desta forma, garantir volume de vendas no curto

prazo.

o aumento do número de lançamentos também ocorreu em alguns

casos em função da opção pelo atendimento a um novo segmento de

mercado, como por exemplo, o lançamento de uma nova linha de

produto mais popular e de preço mais baixo.

Por outro lado, comprovou-se, como esperado, que embora em

maior número, os lançamentos efetuados envolviam menor grau de

inovação. Na maioria dos casos, os novos itens lançados

limitavam-se a cópias de itens concorrentes bem sucedidos, ou

então à adição de pequenos detalhes.

No que diz respeito a propaganda e promoção, as empresas

contrariaram as prescrições da literatura, reduzindo seus

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229

investimentos. Embora cientes, como declarou grande parte dos

executivos entrevistados, de que tal procedimento poderia levar

à queda ainda maior do volume de vendas, os executivos

afirmaram, igualmente, não lhes restar outra opção. Pode-se

levantar algumas suposições com o intuito de interpretar tal

comportamento. A primeira delas se relaciona ao grau de crise

e turbulência envolvidos. Em paises como os Estados unidos, por

exemplo, em função do grau de recessão e crise em questão, a

folga de caixa das empresas possibilitaria a manutenção dos

investimentos em propaganda e promoção sem prejuizo da

continuidade das operações. Outra das suposições possivel é a

de que em mercados de baixa competitividade, como o brasileiro,

o uso de propaganda não é tão imprescindivel à continuidade do

negócio, quanto em mercados de alta competitividade.

A redução no número de linhas de produto também se configurou

como decisão estratégica das empresas entrevistadas. Conforme

demonstrou a análise qualitativa, mais do que reduzir pura e

simplismente linhas de produto, buscou-se descontinuar a

produção de itens menos rentáveis em prol da concentração de

esforços em itens carros-chefe de vendas.

2. Existe uma associação entre desempenho e comportamento

estratégico de marketing

Verificou-se que desempenho está associado a comportamentos

estratégicos de marketing distintos. Os métodos estatisticos

adotados não permitem a determinação da direção da causalidade.

No entanto, pode-se supor que esta associação ocorra,

igualmente, em sentido inverso, ou seja, a adoção de

comportamento estratégico de marketing mais ou menos adequado

a determinada situação de mercado pode levar a um melhor ou

pior desempenho.

No que diz respeito à distinção entre o comportamento

estratégico de marketing adotado pelas empresas mais bem

sucedidas e as menos bem sucedidas em 1981, verificou-se que a

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230

ênfase primeira dada pelas mais bem sucedidas concentrou-se no

aumento do lançamento de itens, demonstrando terem respondido

adequadamente à necessidade permanente do setor de processar

renovação constante. Ao mesmo tempo, foi enfatizado o

lançamento de itens envolvendo menor grau de inovação e,

conseqüentemente, implicando em menor risco para a empresa. A

redução do grau de inovação envolvendo itens lançados

expressou-se através da diminuição da periodicidade de mudança

de linha, redução dos gastos com pesquisa de mercado e

involução dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento de

novos produtos.

Embora com menor intensidade, o comportamento das menos bem

sucedidas, no que tange ao lançamento de itens, acompanhou o

mesmo movimento das empresas bem sucedidas. Entretanto, não se

observou redução significativa no grau de inovação envolvendo

lançamentos entre 1981 e 1989, no caso da empresas menos bem

sucedidas.

Da mesma forma, a ênfase dada ao uso da segmentação, por parte

das empresas mais bem sucedidas em 1981, foi mais intensa do

que aquela dedicada pelas empresas menos bem sucedidas. É

possível que não tenham se apercebido tão claramente da

necessidade de se adotar estratégia de concentração em segmento

em períodos turbulentos, como aqueles vividos durante a década

de 80.

Outra conclusão interessante sobre o comportamento estratégico

de marketing das empresas mais bem sucedidas e o daquelas menos

bem sucedidas é a que se refere ao grau de lealdade à marca.

Contrariamente à opinião dos executivos das empresas mais bem

sucedidas, os executivos das empresas menos bem sucedidas,

declararam ter havido aumento no grau de lealdade à marca entre

1981 e 1989. Trata-se, evidentemente, de um fenômeno

perceptual, já que o que foi medido foi a percepção dos

executivos entrevistados e não a realidade do mercado. Quais as

implicações dessas diferentes percepções para o comportamento

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231

estratégico das empresas? Pode-se supor que as empresas que

acreditam em maior lealdade à marca são aquelas que se

consideram imunes à concorrência e às alterações ambientais,

sofrendo, portanto, de miopia em marketing, conforme a

expressão clássica cunhada pelo Professor Levitt, da Harvard

Business School, ou seja, a crença de que seu produto está

acima de qualquer mudança no ambiente.

3. CAMPOS DE PESQUISAS FUTURAS

A primeira recomendação que se faz é de que se deve buscar

aprimorar o entendimento e a operacionalização de períodos de

maior e menor turbulência ambiental. A literatura se refere a

diferentes graus de turbulência, causados por diferentes forças

ambientais.

Ainda, recomenda-se o desenvolvimento de outros estudos sobre

estratégias de marketing em períodos turbulentos, com o intuito

de desenvolver tipologias que permitam classificar estratégias

adequadas aos vários graus de turbulência ambiental.

Igualmente, outros estudos comparando estratégias de marketing

em períodos de turbulência ambiental poderiam ser realizados

para outros setores de atividade.

É igualmente importante que se busque ampliar a realização de

estudos comparativos entre períodos distintos no tempo, assim

como entre países diferentes e culturas distintas.

Ainda, sabe-se que cada comportamento estratégico adotado é

único, já que se estrutura a partir de diferentes combinações

de políticas de produto, preço, distribuição e promoção. Este

fato faz com que sejam inúmeras as dificuldades em se mensurar

estratégia ou comportamento estratégico. Desta forma,

recomenda-se que a realização de estudos de caso em

profundidade para aprimorar o conhecimento de comportamentos

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232

estratégicos de marketing em períodos de menor ou maior

turbulência ambiental.

Outra recomendação para pesquisas futuras é a de que se

aprofunde o estudo de cada um dos aspectos do composto

mercadológico isoladamente, em situações de maior e menor

turbulêncial ambiental.

Destaca-se ainda, a necessidade de se testar cientificamente

alguns aspectos detectados pela revisão de literatura como

recomendáveis em períodos de crise e recessão e que, embora

aparentes na análise qualitativa dos resultados, não puderam

ser testados quantitativamente. Exemplos são os aspectos sobre

política de preço, sempre tão presentes nos estudos realizados

por Shama.

A maior de todas as conclusões que se chega ao final deste

trabalho é a de que é imprescindível estar sempre alerta às

alterações ambientais para que sejam engendradas as reações

necessárias à adequação a novos contextos que se apresentam. A

passividade é condenável neste caso e não há lugar para

Carolinas de Chico Buarque de Holanda •.. "eu bem que mostrei a

ela. O tempo passou na janela e s6 Carolina não viu ... ".

Sabiamente Sartre, o criador do existencialismo, declarou um

dia: "não importa o que fizeram de ti, mas o que fizeres com o

que fizeram de ti".

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ANEXO 1

OPERACIONALIZAÇAO DE VARIÁVEIS

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VARIÁVEIS

N° de linhas de produto

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Nº de itens

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Grau de lealdade à marca

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Alterações em embalagem

Nº de fornecedores

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

N° de novos itens lançados

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

248

OPERACIONALIZAÇÃO (Medidas)

n' de linhas fabricadas no ano (quantidade)

(1 e 2 ou mais)

n° total de itens fabricados no ano

1 = Até 50 2 = 51-200 3 = 201-500 9 = não responderam

(Duas classes: conversão de 9 value)

1+2 e 3 em missing

grau de lealdade à marca no ano (percepção dos executivos)

1 = consumidor compra indiferentemente qualquer marca comparável na mesma faixa de preço e qualidade

2 = existe ligeira preferência pela marca 3 = existe forte preferência pela marca 4 = existe absoluta lealdade à marca

(Duas classes: 1+2 e 3+4)

alterações em embalagem no ano O = não

. 1 = sim

n'

nO

de fornecedores no ano 1 = até 10 2 = 11 a 20 3 = 21 a 50 4 = 51 ou mais 9 = não responderam

(Duas classes: 1+2+3 e 4 conversão de 9 em missing value)

de itens lançados no ano O = nenhum 1 = 1 a 20 2 = 21 a 100 3 = 101 a 500

(Duas classes: 0+1 e 2+3)

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N' itens lançados conside­rados inovação

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Tempo de desenvolvimento de novos produtos

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Periodicidade mudança linha

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Existência depto P&D

Realização de pesquisas de mercado

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

249

n' itens lançados no ano considerados inovação

O = nenhum 1 = 1 a 10 2 = 11 a 20 3 = 21 a 57

(Duas classes: O e 1+2+3)

Tempo médio necessário, de costume, desenvto. novos prod.

1 = menos de um ano 2 = de 1 a 2 anos 3 = de 3 a 5 anos 4 = mais de 5 anos 9 = não responderam

(Duas classes: conversão de 9 value)

1 e 2+3+4 em missing

Periodicidade com que é costu-me mudar toda ou parte da linha de maior faturamento

1 = não existe qualquer periodicidade de mudança ou substituição de modelos 2 = periodicamente, respei­tando a sazonalidade inerente ao tipo de negócio 3 = anualmente 4 = periodicamente, a inter­valos superiores a um ano

(Duas classes: 2 e 3+4 conversão de 1 em missing value)

n' empr. que possuíam depto P&D no ano

O = não • 1 = sim

Realização regular de pesquisas mercado no (lançto. de novos produtos)

O = não faz pesquisa qualquer tipo

ano

de

1 = s6 faz informais a distribuidores

consultas vendeores ou

2 = faz pesq. de mercado, mas não de forma sistemática 3 = faz pesq. de mercado sistemática/regular (Duas classes: 0+1 e 2+3)

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Preços de venda em relação a líder

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Preços de venda em relação a principais concorrentes

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Uso de atacadistas

Uso de varejistas

Uso ptos.venda próprios

Uso vda.direta clientes institucionais

Faturamento ptos. venda próprios

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

250

comparação líder preços reais produtos linha principal

1 = abaixo 2 = no mesmo patamar 3 = acima 8 = não se aplica 9 = não responderam

(Duas classes: conversão de 8 e value)

1 e 2+3 9 em missing

comparação princ. conc. preços reais produtos linha principal

1 = abaixo 2 = na média 3 = acima 9 = não responderam

(Duas classes: conversão de 9 value)

1+2 e 3 em missing

uso de atacadistas no ano O = não

· 1 = sim

uso de varejistas no ano O = não

· 1 = sim

uso ptos.venda próprios no ano O = não

· 1 = sim

uso vda. clientes institucionais no ano

O = não · 1 = sim

percentual fato via ptos. venda próprios no ano

O = O .. 1 = 5 a 30% · 2 = 100% .-1 = não responderam

(Duas conversão value)

classes: de -1 em

O 1+2 missing

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Faturamento atacadistas

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Faturamento varejistas

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Faturamento institucionais

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Gastos prop.e promoção

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

251

percentual fato via atacadistas no ano

O = O 1 = 1 a 10% 2 = 11 a 35% 3 = 36 a 50% 4 = 51% ou mais

.-1 = não responderam

(Duas classes: 0+1 conversão de -1 em value)

e 2+3+4 míssíng

percentual fato via varejistas no ano

O = O 1 = 1 a 50% 2 = 51 a 70% 3 = 71 a 99% 4 = 100%

.-1 = não responderam

(Duas classes: 0+1+2 e 3+4 conversão de -1 em míssíng value)

percentual fato via venda direta clientes instit. no ano

O = O . 1 = 5 a 50% . 2 = 50% ou mais .-1 = não responderam

(Duas classes: conversão de -1 value)

O e 1+2+3 em míssíng

% fato total gasto cf propaganda e promoção no ano

O = O 1 = 1 a 2% 2 = 3 a 5% 3 = 6 a 10% 4 5

.-1

= = =

11 a 15% 16 a 30% não responderam

(Duas classes: 0+1 e 2+3+4+5 conversão de -1 em míssíng value)

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Gastos prop.e prom.linha 1

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

Uso de segmentação

Distribuição regional ou nacional

Atitude em relação à exportaçao

(PARA TESTE QUI-QUADRADO)

252

% fato linha de > fato gasto c/ propaganda e promoção c/linha de > faturamento no ano

O = O 1 = 1 a 2% 2 = 3 a 5% 3 = 6 a 10% 4 = II a 15% 5 = 16 a 30%

.-1 = não responderam

(Duas classes: 0+1 e 2+3+4+5 conversão de -1 em missing value)

segmentação de mercado no ano O = não

. 1 = sim

uso distribuição regional ou nacional

1 = regional . 2 = nacional

atitude em relação à exportação

O = nunca exportou 1 = j á e x p o r t o u

esporadicamente 2 = já exportou regularmente 3 = exporta esporadicamente 4 = exporta regularmente

(Duas classes: 0+1+2+3 e 4)

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ANEXO 2

QUESTIONÁRIO

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254

CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

1. Houve alguma mudança no controle acionário da empresa nos últimos dez anos?

( ) Sim ( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 2)

la. Que mudança foi esta? E em que ano ocorreu?

2. (NO CASO DE SER UMA EMPRESA FAMILIAR) Os membros da familia proprietária ocupam atualmente cargos de gerência na empresa?

( sim ( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 3)

2a. Quais das seguintes decisões são tomadas, em regra geral, por membros da familia que ocupam posições de gerência na empresa? (MOSTRAR CARTÃO 1)

TIPO DE DECISÃO

Compra de maquinaria Contratação e demissão de gerentes Promoções e aumentos salariais Solicitação de crédito Orçamento para propaganda/promoção

SIM

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

NÃO

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

3. Qual é ho je a percentagem de capital nacional nesta empresa? %

4. Esta empresa faz parte de algum grupo?

( ) Sim ( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 5)

4a.

4b.

Trata-se de um grupo:

( ) privado nacional ( ) estatal ( ) multinacional

Qual foi em 1989, aproximadamente, a percentual do faturamento desta faturamento total do grupo? %

participação empresa no

5. Quantos empregados tinha esta empresa aproximadamente ao final de ... 1989: 1988:

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255

5a. (CASO NÃO TENHA RESPONDIDO A PERGUNTA 5 P/O ANO DE 88) O número de empregados desta empresa em 1989, em relação à 1988 .••

( ) aumentou, ( ) diminuiu ou ( ) manteve-se praticamente o mesmo?

6. O faturamento desta empresa, em termos reais, em 1989 com relação ao ano de 1988 ...

( ) aumentou, ( ) diminuiu ou ( ) manteve-se praticamente o mesmo?

6a. Ainda em termos de faturamento, qual foi em 1989, aproximadamente, o percentual apurado:

... através de produção por encomenda (a partir de pedido) % •.. através de produção para estoque (venda a posteriori) %

6b. Houve alguma alteração substancial nestes percentuais em 1989 se comparados aos registrados em 1988?

( sim ( Não (PASSE PARA A PERGUNTA 7)

6c. Que alteração foi esta? Que razões a ocasionaram?

7. Nos últimos dois anos, 1989 e 1988, a empresa chegou a operar com capacidade ociosa?

( ) Não ( ) Sim. Em qual deles? ______ _ E de quanto foi aproxima-

damente? ___ _

8. Em 1989, onde, no Brasil, eram vendidos os produtos desta empresa?

( em todo o país ( em uma ou mais regiões do país. Especifique-as, por

favor.

REGIÕES

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256

8a. Em 1989, a empresa passou a ter seus produtos vendidos em alguma área que não era atendida ainda no ano de 1988? (novos mercados domésticos foram abertos pela empresa no ano de 1989?)

( Não (PASSE PARA A PERGUNTA 9) ( Sim

8b. Quais foram as novas áreas que passaram a ser atendidas em 1989? E porque a empresa decidiu vender ali seus produtos?

* ÁREAS * RAZÕES * *----------------*---------------------------------* * * * *----------------*---------------------------------* * * * *----------------*---------------------------------*

9. Com relação à atividade de exportação, esta empresa (MOSTRAR CARTÃO 2)

( ) exporta regularmente (PASSE PARA A PERGUNTA 9b) ( ) exporta esporadicamente (PASSE PARA A PRÓXIMA SEÇÃO) ( ) já exportou regularmente (PASSE PARA A PERGUNTA 9a) ( ) já exportou esporadicamente (PASSE PARA A PRÓXIMA

SEÇÃO) ( ) nunca exportou (PASSE PARA A PRÓXIMA SEÇÃO)

9a. Em que ano a empresa deixou de exportar?

Porque? ________________________________________________ _

(PASSE PARA A PRÓXIMA SEÇÃO)

9b. Em que ano a empresa começou a exportar regularmente?

9c. Nos últimos dois anos (1989 e 1988), que percentagem do faturamento total da empresa foi proveniente das exportações? (CASO ESTE PERCENTUAL NÃO ESTEJA DISPONíVEL) Qual foi, nos últimos dois anos (1989 e 1988), o valor exportado em US$ FOB? (PREENCHER OS CAMPOS CORRESPONDENTES NO QUADRO ABAIXO)

OU *------*-------------------*-----------------------* * ANOS * % EXPORT.jFAT.TOT * VALOR EXPORT.EM US$FOB* *------*-------------------*-----------------------* * 1989 * * * *------*-------------------*-----------------------* * 1988 * * * *------*-------------------*-----------------------*

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257

9d. (CASO NÃO TENHA RESPONDIDO À PERGUNTA 9C) O(a) sr(a) diria que, em 1989, o volume de exportações desta empresa se comparado àquele registrado em 1988 ..... .

( ) diminuiu, ( ) aumentou ou ( ) manteve-se praticamente inalterado?

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POLÍTICA DE PRODUTO

1 . CONSIDERE COMO LINHA DE PRODUTO O CONJUNTO DE PRODUTOS QUE TENHAM AS MESMAS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS E ATENDAM AO MESMO TIPO DE NECESSIDADE BÁSICA. Além da linha de ____ --::-:-_;--____ ' que outras linhas de produto a empresa fabricava em 1989? (REGISTRE AS RESPOSTAS NOS CAMPOS CORRESPONDENTES DO QUADRO ABAIXO - SE MAIS DE CINCO ANOTAR APENAS AS CINCO PRIMEIRAS)

(p.l) (p.la) (p.la) (p.2) (p.2b) Linha % fato Ano N"itens N"itens

1989 1988 1- % --2. % 3. % 4. -_% 5. -_%

(p.2a) (p.2c) Total:

la. Indique, para o ano de 1989, a percentagem do faturamento total correspondente a cada uma das linhas citadas e o ano em que cada uma dessas linhas foi introduzida ou retirada do mercado pela empresa. (REGISTRE NAS COLUNAS CORRESPONDENTES DO QUADRO ACIMA)

lb. (ESCOLHA A ALTERNATIVA CORRETA A PARTIR DA RESPOSTA DADA PI AS PERGUNTAS 1 E la) Ora) sr(a) diria que, em 1989, o número de linhas de produto desta empresa, em relação ao ano de 1988 ...

( ) aumentou. ( ) diminuiu. ( ) permaneceu o mesmo.

lc. (CASO TENHA AUMENTADO OU DIMINUÍDO) Que motivos levaram a empresa a (aumentar/diminuir) o número de linhas de produto?

2. CONSIDERE COMO ITENS TODOS OS TIPOSjVARIEDADES/MODELOS DENTRO DE UMA MESMA LINHA DE PRODUTO, EXCETUANDO-SE OS DIFERENTES TAMANHOS DE UM MESMO TIPOjVARIEDADEjMODELO. Dentro de cada uma das linhas consideradas anteriormente, quantos itens foram vendidos em 1989 pela empresa? (REPETIR O NOME DE CADA UMA DAS LINHAS E PREENCHER OS CAMPOS CORRESPONDENTES NO QUADRO ACIMA; CASO NÃO SAIBA RESPONDER, SOLICITAR CATÁLOGO DE PRODUTOS OU FORMULÁRIO DE PEDIDOS USADO PELO VENDEDOR)

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2a. (APENAS SE POSSUIR MAIS DE 5 LINHAS DE PRODUTO) Considerando-se agora todas as linhas de produto, qual foi o número total de itens vendidos em 1989 pela empresa? (PREENCHER A LINHA nTOTALn DO QUADRO ACIMA, NO CAMPO INDICADO)

2b. E para 1988, quantos itens foram vendidos dentro de cada uma das linhas de produto citadas? (PREENCHER OS CAMPOS CORRESPONDENTES NO QUADRO DA PÁGINA ANTERIOR)

2c. (APENAS SE POSSUIR MAIS DE 5 LINHAS DE PRODUTO) Ainda em 1988, qual foi o total de itens vendidos, se forem consideradas todas as linhas de produto produzidas pela empresa neste ano? (PREENCHER A LINHA nTOTALn DO QUADRO DA PÁGINA ANTERIOR, NO CAMPO INDICADO)

2d. (CASO TENHA HAVIDO ALTERAçAO NO N" DE ITENS OFERECIDOS EM 89) Que motivos levaram a empresa a (aumentar/diminuir) o número de itens produzidos em 1989 em relação à 1988?

************************************************************** A PARTIR DE AGORA A MAIORIA DAS PERGUNTAS DIRÁ RESPEITO APENAS À LINHA DE PRODUTO (CITAR A LINHA ESCOLHIDA) TODAS AS EXCEÇÕES sERÃo EXPLICITADAS **************************************************************

3. Durante os últimos dois anos, algum grande concorrente entrou no mercado de ______ -----,:-____ ? (REPETIR O NOME DO MERCADO DA LINHA ESCOLHIDA)

Não ( ) Sim - Quantos aproximadamente em 1989? _______ ~--Quantos aproximadamente em

1988? _________ __

3a. Durante os úl timos dois anos, algum grande concorrente saiu do mercado de ____________ ? (REPETIR O NOME DO MERCADO DA LINHA ESCOLHIDA)

( ) Não ) Sim - Quantos aproximadamente em 1989? ___ _ Quantos aproximadamente em 1988? ___ _

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3b.Em quanto oCa) sr(a) estimaria o número total de empresas concorrentes no mercado de ao final de 1989? (REPETIR O NOME DO MERCADO DA LINHA ESCOLHIDA E MOSTRAR CARTÃO 3)

( ) até 5 empresas ( ) de 51 a 100 ( ) de 6 a 10 ( ) de 101 a 500 ( ) de 11 a 20 ( ) de 501 a 1000 ( ) de 21 a 50 ( ) mais de 1000

4. Sem levar em conta as eventuais variações na demanda decorrentes do Plano Collor, oCa) sr(a) diria que com relação às características do mercado de (REPETIR O NOME DO MERCADO DA LINHA ESCOLHIDA)

( ) trata-se de um mercado novo, em que a demanda pelo produto está começando a crescer.

) é um mercado em crescimento. Qual foi o crescimento registrado em 1989? %

) é um mercado no qual a demanda pelo produto está mais ou menos estabilizada.

) é um mercado no qual a demanda pelo produto está di minuindo.

5. Qual das seguintes afirmativas melhor expressa a forma corno sua empresa atuou sobre o mercado de (REPETIR O NOME DO MERCADO DA LINHA ESCOLHIDA) no ano de 1989? ... E em 1988? (MOSTRAR CARTÃO 4)

1989 1988 ( ) ( ) a empresa atuou sobre todo o mercado, não

diferenciando grupos de consumidores, mas procurando atingi-los utilizando os mesmos instrumentos de marketing (por exemplo, as mesmas mensagens de propaganda, mesma midia, os mesmos canais de distribuição, etc.), ou seja, esta empresa não segmentou o mercado? (PASSE PARA A PERGUNTA 5a)

1989 1988 ( ) ( ) a empresa selecionou, dentro de seu mercado, um

ou mais grupos específicos de consumidores e procurou atender a cada grupo com urna oferta de produtos diferentes e/ou utilizando instrumentos de marketing distintos (por exemplo, mensagens de propaganda di f erentes, mídia diferente, canais de distribuição distintos, etc.), ou seja, esta empresa segmentou o mercado? (PASSE PARA A PERGUNTA 5c)

5a. (SÓ PARA OS QUE INDICARAM A PRIMEIRA ALTERNATIVA NA PERGUNTA 5) Corno oCa) sr(a) descreveria o perfil dos seus consumidores?

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5b. (SÓ PARA OS QUE INDICARAM A PRIMEIRA ALTERNATIVA NA PERGUNTA 5) O sr(a) diria que, em 1989, houve alguma mudança na definição do perfil desse(s) grupo(s) de consumidores atendido(s) pela empresa em relação ao ano de 1988? ( ) Não ( ) Sim. Que mudança foi esta?

_______________________ (PASSE PARA A PERGUNTA 6)

5c. (SÓ PARA OS QUE INDICARAM A SEGUNDA ALTERNATIVA NA PERGUNTA 5) Desde quando a empresa vem fazendo este tipo de divisão do mercado em grupos especificos de consumidores, ou seja, vem segmentando o

5d.

mercado? ________________________ _

Como o sr(a) descreveria especifico(s) de consumidores qual(is) a empresa dirigiu seus

este(s) grupo(s) (lttargets lt ) ao(s) produtos em 1989?

5e. Além das caracteristicas que o sr(a) acaba de citar para definir quem é(são) este(s) grupo(s) de consumidores, outras caracteristicas tais como ... (LER A LISTA DE CARACTERíSTICAS ABAIXO) poderiam também ser consideradas como atributos que diferenciam este(s) grupo(s) especifico(s) do resto do mercado? (CASO SEJAM ATENDIDOS MAIS DE UM SEGMENTO, ESPECIFICAR PARA CADA UM DELES NOS CAMPOS CORRESPONDENTES DO QUADRO ABAIXO) (MOSTRAR CARTÂO 5)

(p.5e) (p.5f) *----------------*-------------------------*--------* * CARACTERíSTICA * SEGMENTO(S) ATENDIDO(S) * MKT TOT* *----------------*--------*-------*--------*--------* * ( ) sexo * * * * * *----------------*--------*-------*--------*--------* * ( ) idade * * * * * *----------------*--------*-------*--------*--------* * ( ) classe soc * * * * * *----------------*--------*-------*--------*--------* * () ocupação * * * * * *----------------*--------*-------*--------*--------* * ( ) outros * * * * * *----------------*--------*-------*--------*--------* * * * * * * *----------------*--------*-------*--------*--------*

5f. E no caso dos demais grupos não atendidos pela empresa? Que carac-teristicas os definem e os diferenciam daqueles escolhidos pela empresa para serem atendidos? (LER AS CARACTERíSTICAS QUE CONSTAM NO QUADRO DA PÁGINA ANTERIOR E ANOTAR AS RESPOSTAS NOS CAMPOS CORRESPONDENTES - MOSTRAR CARTÂO 6)

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Sg. O sr(a) diria que, em 1989, houve alguma mudança na definição do perfil desse(s) grupo(s) de consumidores atendido(s) pela empresa em relação ao ano de 1988?

( ) Não ( ) Sim. Que mudança foi esta? ______________________ __

Sh. Nos últimos dois anos (1989 e 1988), ora) sr(a) diria que a empresa passou a adotar este procedimento mais intensamente e de maneira mais cuidadosa e precisa, ou não?

( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 6) ( ) Sim. Exatamente em que ano isto aconteceu?

si. De que modo foi possível tornar a segmentação mais cuidadosa e precisa?

Sj. Porque a empresa se preocupou em passar a segmentar mais e/ou melhor o seu mercado de atuação?

6. Em algumas empresas, as linhas de produto são compostas por várias sub-linhas. A linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) inclui mais de uma sub-linha?

( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 7) ( ) Sim

6a. Cite, por favor, as sub-linhas que estão incluídas dentro da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA - ANOTAR A RESPOSTA NOS CAMPOS CORRESPONDENTES DO QUADRO ABAIXO)

(p.6a) (p.6b) (p.6b) SUB-LINHA % TOTAL DA % TOTAL DA

LINHA 89 LINHA 88 1. ________________________________________________ ___ 2. _______________________ __ 3. _________________________________________________ _ 4. ________________________ ___ S • __________________________ _

6b. Qual foi, em 1989, o percentual do faturamento total correspondente às vendas de cada uma destas sub­linhas? ... E em 1988? (ANOTAR AS RESPOSTAS NO QUADRO ACIMA)

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7. No caso da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) em 1989, a empresa optou prioritariamente por oferecer ao mercado algum dos seguintes tipos de produto? Especifique, por favor, se for o caso, as sub-linhas/ marcas correspondentes a cada uma das opções apresentadas ... E em 1988? (ACEITE RESPOSTA MÚLTIPLA-MOSTRAR CARTÃO 7) 1989 1988 ( ) ( ) produtos populares, mais simples;

(SUb-linhas/marcas 89:

(

(

) (

) (

(sub/linhas/marcas 88:

-------------------------------------) ) produtos sofisticados, dirigidos

clientela mais selecionada; (sub-linhas/marcas 89:

a uma

-------------------------------------) (sub/linhas/marcas 88:

) produtos genéricos, isto é, aqueles que não levam marca alguma; (sub-linhas/marcas 89:

------------------------------------) (sub/linhas/marcas 88:

------------------------------------) ) ( produtos que levam apenas marcas de propriedade

dos varejistas; (sub-linhas/marcas 89:

-----------------------------------------) (sub/linhas/marcas 88:

-----------------------------------------) ) ( ) produtos práticos e funcionais, isto é, cujos

atributos principais estão ligados à pratici­dade e à funcionalidade que proporcionam. (SUb-linhas/marcas 89:

~~~~---------------------------------) (SUb/linhas/marcas 88:

-----------------------------------------)

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8. Com que marcas são vendidos os produtos desta empresa em cada uma dessas sub-linhas? ou ( SÓ PARA OS QUE NÃO TtM SUB-LINHAS) ... Com que marcas são vendidos os produtos desta empresa dentro da linha de ? (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA)

SUB-LINHA/LINHA MARCAS

1. ______________________ _

2. ____________________ ___

3. ____________________ __

4. ____________________ ___

5. ______________________ _

8a. Alguma das marcas citadas (A marca citada) anteriormente ª de propriedade da empresa?

( (

) Não ) Sim

QUE

(PASSE PARA A PERGUNTA 9) Quais? (SUBLINHAR NO

FOREM PRÓPRIAS) QUADRO ACIMA AS

8b. (APENAS SE POSSUIR ALGUMA MARCA QUE NÃO SEJA DE PROPRIEDADE DA EMPRESA) Cite, por favor, a parcela do faturamento da empresa em 1989 correspondente à venda de produtos da linha (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) que possuem marca(s) de propriedade da empresa. %

9. Considerando agora todas as sub-linhas/marcas, de uma forma geral, no caso da linha de ____ -:-____________ ..,.-(REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) e sem levar em conta as possíveis mudanças ocasionadas pelo Plano Collor, ora) sr(a) diria que... (SE EXISTEM DIFERENTES SUB-LINHAS/ MARCAS DENTRO DA LINHA, INDICAR PARA CADA UMA DELAS)­(MOSTRAR CARTÃO 8)

( ) existe absoluta lealdade à marca no mercado (marcas: ______________________________________________ )

( existe forte preferência pela marca (marcas: ______________________________________________ )

( existe ligeira preferência pela marca (marcas: ________________________________________________ )

( o consumidor compra indiferentemente qualquer marca comparável, na mesma faixa de qualidade/preço (marcas: ______________________________________________ __

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10. (APENAS NO CASO DA EMPRESA TRABALHAR COM MAIS DE UMA MARCA) Houve alguma modificação substancial no ano de 1989, em relação ao ano de 1988, no que diz respeito à alocação de esforços de marketing às diversas marcas com que trabalha a empresa, ou seja, alguma marca em especial recebeu maior ou menor atenção do ponto de vista mercadológico?

( ) Não (PASSE PARA PERGUNTA 11) ( ) Sim

10a. Qual(ais) foi(ram) essa(s) marca(s)? E em que consistiu esta (maior/menor) concentração de esforços de marketing?

10b. Quais as razões que levaram a empresa a dedicar (maior/menor) atenção a esta(s) marca(s) em especial?

11. (APENAS NO CASO DE TRABALHAR COM VÁRIAS MARCAS) Em algum momento, nos últimos dois anos (1989 e 1988), o procedimento de usar várias marcas dentro da linha de

(REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) foi mais enfatizado?

( ) Não (PASSE PARA PERGUNTA 12) ( ) Sim. Em que ano(s) isto aconteceu? ______________ __

11a. Quais as razões que levaram a empresa a intensificar o uso de várias marcas dentro da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) neste(s) ano(s)? 1989: ______________________________________________ __

1988: ______________________________________________ __

12. A empresa utiliza marcas de propriedade de outros, sob licença?

( ) Não (PASSE PARA PERGUNTA 13) ( ) sim. Desde quando?

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12a. Que motivos a levaram a utilizar marcas de propriedade de outros, sob licença?

12b. Em algum momento nos últimos dois anos (1989 e 1988), a empresa passou a utilizar mais intensamente marcas de propriedade de outros, sob licença?

( ) Não (PASSE PARA PERGUNTA 13) ( ) Sim - Em que ano isto aconteceu?

12c. Que motivos levaram a empresa a intensificar a utilização de marcas de outros, sob licença?

13. Em 1989, a empresa fez alguma alteração substancial em alguma de suas embalagens? ..• E em 1988? Especifique, por favor, se for o caso, para que sUb-linhas/marcas estas alterações foram realizadas.

1989 1988 ( ) ( ) Não (PASSE P/ PERGUNTA 14 SE A RESPOSTA FOR NÃO

P/OS 2 ANOS) ( ) ( ) sim. (Sub-linhas/marcas:

1989: ______________________________________________ __

1988: ________________________________________________ _

13a. Em que consistiu(ram) essa(s) modificação(ções)? (EXPLORAR: tamanho, rótulo, matéria-prima utilizada, design etc •.• ) - (REGISTRE AS RESPOSTAS PARA CADA UMA DAS SUB-LINHASjMARCAS SE FOR O CASO)

1989: ________________________________________ __

1988: ________________________________________ __

13b. Que motivos levaram a empresa a efetuar tal(tais) alteração(ções) em sua(s) embalagem(ens)? (REGISTRE AS RESPOSTAS PARA CADA UMA DAS SUB-LINHASjMARCAS SE FOR O CASO)

1989: ______________________________________________ __

1988: ________________________________________________ __

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14. Obsolescência, flutuações de moda, assim como modismos são fatores que alteram o "tempo de vida" dos produtos. Esta empresa, nos últimos dois anos (1989 e 1988), no caso da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) procurou, de alguma maneira, alterar a vida útil ou atenuar os "atributos de moda" de seus produtos?

( (

) Não (PASSE PARA A PRÓXIMA SEÇÃO) ) Sim. Em que ano isto aconteceu?

que caso, isto é, para qual das E ainda em

SUb-linhas/marcas?

14a. Como foi alterada a vida útil deste(s) produto(s) ou foram atenuados seus "atributos de moda" e por que razão a empresa julgou importante fazê-lo?

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NOVOS PRODUTOS

1. Com relação à linha de produtos de ________ _ (REPETIR O NOME DA LINHA), e sem levar em conta as possíveis mudanças decorrentes do Plano Collor, oCa) sr(a) diria que é costume neste negócio mudar toda a linha ou parte dela •..

( ) anualmente;

( periodicamente, respeitando a sazonalidade inerente ao tipo de produto (exemplo: a cada estação do ano, no caso do mercado de vestuário);

( ) periodicamente , porém a intervalos superiores a um ano;

( outra periodicidade qualquer. ESPECIFIQUE

( ) não existe qualquer periodicidade de mudança ou substituição de modelos.

2. Na linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA), quantas marcas e itens foram introduzidos por esta empresa em 1989? •.. E em 1988? (PREENCHA OS CAMPOS CORRESPONDENTES À COLUNA nN° TOtaln PARA MARCAS, DEDUZA DAS PERGUNTAS QUE TRATAM DESTE ASSUNTO NA SEÇÃO DE POLíTICA DE PRODUTO) - MOSTRAR CARTÃO 9) SE NENHUM LANCAMENTO FOI EFETUADO PASSE PARA A PERGUNTA 4)

*------------------------*-----------------------------* * Nº Total * N° Inovações no Mercado * * (p.2) * (p.3) * *------------------------*-----------------------------* * 1989 1988 * 1989 1988 * * * Marcas: * * Itens: *

* * * * *

* * * * * *------------------------*-----------------------------*

3. (CASO TENHA FEITO ALGUM NOVO LANÇAMENTO NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS) Do total de novas marcas e itens introduzidos no mercado por esta empresa nos últimos dois anos, quantos poderiam ser classificados como verdadeiras inovações no mercado? (PREENCHA OS CAMPOS CORRESPONDENTES NO QUADRO ACIMA - MOSTRAR CARTÃO 10)

3a. Por que motivos esses lançamentos foram efetuados?

1989: _____________________________________________ __

1988: _____________________________________________ __

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269

3b. Ora) sr(a) diria que, em 1989, a empresa buscou reduzir os riscos que envolvem normalmente os novos lançamentos no caso da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA)? ... E em 1988?

1989 1988 ( ) ( ) Não(PASSE PERG.4 SE RESP. FOR NÃO 88e89) ( ) ( ) Sim

3c. No caso de ter obtido êxito na tentativa de reduzir os riscos de novos lançamentos, especifique, por favor, de que maneira isto foi feito.

4. No caso da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA) e sem levar em conta as possiveis mudanças decorrentes do Plano Collor, quanto tempo leva, em média , desde o inicio do esforço de desenvolvimento de um novo produto até sua introdução no mercado? (MOSTRAR CARTÃO 11)

( ( ( ( (

) menos de 1 ano ) de 1 a 2 anos ) de 3 a 5 anos ) mais de 5 anos ) a pergunta não se aplica; pouco ou

desenvolvimento de novos produtos ocorre negócio.

nenhum neste

4a. Ora) sr(a) diria que, em 1989, em relação ao ano de 1988, nesta linha, este tempo médio de desenvolvimento de um novo produto até sua introdução no mercado ...

( ) diminuiu, ( ) aumentou ou ( ) manteve-se inalterado?

4b. (CASO TENHA DIMINUíDO OU AUMENTADO) Que razões levaram a (um/uma) (aumento/diminuicão) do tempo médio de desenvolvimento de seus novos produtos?

5. A empresa dispõe de um departamento/setor de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos?

( ) Não ( ) Sim (EXPLORAR)

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6.

270

5a. E de uma estrutura de gerência de novos produtos?

( ) Não(SE RESP. FOI NÃO EM 5 PASSE PARA A PERG.6) ( ) Sim

5c. Em que ano(s) foi(foram) implantada(s) esta(s) estrutura(s)? P&D

Ger.Novos Produtos

A empresa ALTERNATIVAS ALTERNATIVAS

realiza regularmente... (LER TODAS AS E MOSTRAR CARTÃO 12) (SE NENHUMA DAS

FOR ASSINALADA PASSE PARA A PRÓXIMA sEÇÃO)

( ) testes de mercado para novos produtos ( ) pesquisa para escolha de marcas para um novo produto ( ) testes de preferência junto aos consumidores ( ) outros (ESPECIFICAR)

6a. (CASO TENHA ASSINALADO ALGUMA DAS ALTERNATIVAS DA PERGUNTA 6) O (a) sr (a) diria que a empresa nos últimos dois anos (1989 e 1988), passou a fazer uso mais intenso destes instrumentos de pesquisa de mercado?

6b.

( ) Não (PASSE PARA A PRÓXIMA SEÇÃO) ( ) Sim. Exatamente em que ano isto aconteceu?

Que motivos instrumentos empresa?

levaram a esta maior utilização de de pesquisa de mercado por parte da

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1. Os preços linha de ESCOLHIDA) governo?

) Não

271

POLÍTICA DE PREÇOS

dos produtos fabricados por esta empresa da (REPETIR O NOME DA LINHA

são de alguma maneira fixados/controlados pelo

(

C ) Sim. Desde quando? (EXPLORAR)

2. Quantos fornecedores tinha a empresa aproximadamente em

3.

1989? E em 1988?

2a. (APENAS PARA OS QUE NÃO RESPONDERAM A PERGUNTA 2) OCa) srCa) diria que, em 1989, o número de fornecedores com que trabalhou a empresa em relação àquele observado no ano de 1988 ...

C ) aumentou, C ) reduziu-se ou C ) manteve-se inalterado?

2b. Destes, havia, em 1989, algum fornecedor que detinha mais de 10% das compras da empresa? C ) Não C) Sim. Quantos?

2c. situação era a mesma? Em 1988, esta C ) Sim C ) Não. Qual era então

em 1988? a situação

Em 1989, a empresa chegou a efetuar cortes em TODAS AS ALTERNATIVAS) - (MOSTRAR CARTÃO 13). E Cortes foram efetuados em •..

1989 1988 C ) C ) custos diretos do produto C ) C ) custos de embalagem C ) C ) custos de distribuição

(LER em 1988?

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4.

272

3a. (CASO TENHA EFETUADO CORTES EM ALGUMA DAS CATEGORIAS DE CUSTOS DISCRIMINADAS NA PERGUNTA 3). Especifique, por favor, de que maneira foi possivel efetuar tais cortes em 1989 ... E em 1988?

Custos diretos do produto: 1989: ______________________ _

1988: ______________________________________________ __

Custos de embalagem: 1989: ____________________________ __

1988: ______________________________________________ __

Custos de distribuição: 1989: ________________________ __

1988: ______________________________________________ __

Levando-se em consideração os preços de venda de seus produtos no mercado de _______________ (REPETIR O NOME DA LINHA),o(a) sr(a) diria que:

4a. os preços (reais) praticados pela empresa em 1989, em relação à 1988 ...

( ) aumentaram, ( ) reduziram-se ou ( ) mantiveram-se inalterados?

4b. os preços (reais) de seus produtos, comparados aos preços (reais) da empresa 1ider se situaram em 1989 ... E em 1988 ... (MOSTRAR CARTÃO 14)

1989 1988

( ) ( ) acima dos preços da empresa lider, ( ) ( ) no mesmo patamar de preços da empresa

lider ou ( ) ( ) abaixo dos preços da empresa lider

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273

4c. os preços (reais) de seus produtos, comparados aos preços (reais) dos seus principais concorrentes, excetuando-se a líder, se situaram em 1989 ... E em 1988 ... (MOSTRAR CARTÃO 15)

1989 1988

( ) ( ) acima da média dos seus principais concorrentes,

( ) ( ) na média dos seus principais concorrentes ou

( ( ) abaixo da média dos seus principais concorrentes.

5. Com relação à qualidade dos produtos fabricados por esta empresa da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA), ora) sr(a) diria que ...

5a. a qualidade dos produtos desta empresa em 1989 em relação àquela apresentada em 1988 ...

( ) melhorou, ( ) piorou ou ( ) manteve-se inalterada?

5b. a qualidade de seus produtos, comparada com a dos produtos da empresa líder, se mostrou em 1989 ... E em 1988 ••• (MOSTRAR CARTÃO 16)

1989 1988

( ) ( ) superior à dos produtos da empresa líder, ( ) ( ) de qualidade comparável à dos produtos da

empresa líder ou ) ) de qualidade inferior à dos produtos da

empresa líder?

5c. a qualidade de seus produtos, comparada com a dos produtos de seus principais concorrentes, se mostrou em 1989 ... E em 1988 ... (MOSTRAR CARTÃO 17)

1989 1988

( (

( ) (

( ) (

) superior à dos produtos de seus principais concorrentes;

) de qualidade comparável à dos produtos de seus principais concorrentes ou

de qualidade inferior à dos produtos de seus principais concorrentes?

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6. Com relação ao comportamento de compra do consumidor de seus produtos da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA), oCa) sr(a) diria que em 1989 ... E em 1988 ... (MOSTRAR CARTÃO 18)

1989 1988

) (

) (

( ) (

) o consumidor passou a comprar levando mais em consideração o preço dos produtos,

) o consumidor passou a comprar levando mais em consideração a qualidade dos produtos ou

) o consumidor passou a comprar levando mais em consideração a relação entre o preço e a qualidade do produto, ou seja, o beneficio total obtido com a compra?

7. Na sua opinião, e de um modo geral, qual das seguintes afirmati vas melhor expressa a percepção do consumidor final com relação à linha de ? (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA - MOSTRAR CARTÃO 19)

( ) O consumidor final julga, ao comparar o ano de 1989 ao de 1988, que houve melhoria na relação preço/qualidade de seus produtos, de tal maneira que o consumidor passou a obter mais "valor" com o produto;

O consumidor final julga, ao comparar o ano de 1989 ao de 1988, que a relação entre preço e qualidade de seus produtos se manteve inalterada;

) O consumidor final ao de 1988, que preço/qualidade de

julga, ao comparar o houve deterioração seus produtos.

ano de 1989 na relação

8. No caso da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) em 1989, a empresa optou por praticar prioritamente .•• (MOSTRAR CARTÃO 20). Especifique, por favor, se for o caso, as sUb-linhas/marcas correspondentes a cada urna das opções apresentadas ••.. E em 1988? (ACEITE RESPOSTA MÚLTIPLA)

1989 1988 ( ) ( ) uma politica de preços baixos; s.linha/marc.:

( ) ( uma politica de preços mais elevados; s.linha/marc. : __________________________________ __

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1989 1988 C ) C )

C ) C

275

ambas, ou seja, uma politica de para determinado C s ) produto C s ) preços altos para outro grupo de

preços baixos e, outra, de produtos ou

s.linhajmarc.: __________________________________ _

outra politica de preços qualquer. Especifique­a, por favor.

(PASSE PARA A PRÓXIMA SEÇÃO)

8a. OCa) sr(a) poderia explicar, por favor, o por quê da opção por uma politica

(REPETIR A RESPOSTA DA PERGUNTA ANTERIOR)?

1989: ______________________________________________ __

1988: ______________________________________________ __

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POLÍTICA DE DISTRIBUIÇÃO

1. As vendas de seus produtos da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) em 1989 eram feitas ... E em 1988?

1989 1988 ( ) (

( ( ( (

) ( ) ( ) ( ) (

) diretamente ao consumidor final, através de ptos de vda próprios

) a atacadistas ) a varejistas ) direto a clientes institucionais ) outros (ESPECIFIQUE) ________ __

(p. la) 1989 1988

% % ----- -------_% ----_% --_% % -------_% --_%

% % ----- -----

la. Cite, por favor, os percentuais correspondentes a cada um dos tipos de distribuidor, no caso de terem utilizado mais de um, para os dois anos em questão. (PREENCHA AS COLUNAS CORRESPOND. ACIMA)

2. (APENAS SE POSSUIR MAIS DE 1 SUB-LINHA OU MARCA) Se a empresa tinha em 1989 mais de uma sUb-linha/marca dentro da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA) e havia diferenças nos pontos de venda para alguma delas, especifique, por favor, quais eram os pontos de venda para cada uma e desde quando passaram a ser utilizados:

* Sub-linhajMarca * Ponto de Venda * Data introdução* *-------------------*------------------*----------------*

* * * * *-------------------*------------------*----------------* * * * * *-------------------*------------------*----------------*

2a . (CASO ALGUM NOVO PONTO DE VENDA TENHA PASSADO A SER UTILIZADO EM 1989) Ora) sr(a) poderia nos dizer o por quê de novos pontos de venda estarem sendo utilizados? ______________________ _

3. Qual foi em 1989, aproximadamente, o prazo médio de entrega praticado por esta empresa? __________ _ E em 1988?

3a. (CASO NÃO TENHA RESPONDIDO A PERGUNTA 3) Ora) sr(a) diria que, em 1989, o prazo médio de entrega prati­cado por esta empresa em relação ao ano de 1988 ... ( ) diminuiu, ( ) aumentou ou ( ) permaneceu praticamente inalterado?

3b. (CASO O PRAZO TENHA SE ALTERADO DE UM ANO PARA O OUTRO) Especifique, por favor, as razões que justificaram a alteração do prazo médio de entrega praticado pela empresa.

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4. Qual foi em 1989, aproximadamente, o prazo médio do estoque total (giro de estoque) da empresa? . E em 1988? (CONSIDERE COMO PRAZO MÉDIO DE ESTOQUES O VALOR DO ESTOQ. TOT. x 360 dd/CMV E O GIRO DE ESTOQUES COMO O CMV/VALOR DE ESTOQ. TOT.) E qual foi, aproximadamente, o prazo médio de estoque de produtos acabados em 1989? ..• E em 1988?

4a. (CASO NÃO TENHA RESPONDIDO A PERGUNTA 4) Ora) sr(a) diria que, em 1989, os prazos médios de estoque total e de produtos acabados desta empresa em relação ao ano de 1988 ...

Est.Tot. Est.PA ( ) ( ) diminui u, ( ) ( ) aumentou ou ( ) ( ) permaneceu praticamente inalterado?

4b. (CASO O PRAZO TENHA SE ALTERADO DE UM ANO PARA O OUTRO) Que razões levaram a empresa a ver alterado seu(s) prazo(s) médio(s) de estoque?

5. No ano de 1989, com relação a 1988, houve alguma alteração, na forma de relacionamento entre a empresa e seus canais de distribuição, no que diz respeito a algum dos itens abaixo relacionados? (MOSTRAR CARTÃO 21) Indique, por favor, se a alteração foi para mais ou para menos. (ASSINALE A RESPOSTA E SUBLINHE A TENDtNCIA DA ALTERAÇÃO)

( a empresa passou a ter contatos mais/menos frequentes com seus canais de distribuição

( houve mais discordância/concordância quanto a prazos e condições de venda oferecidos pela empresa a seus canais de distribuição

) ocorreram mais/menos alterações nas condições de venda da empresa aos seus canais de distribuição

) as negociações entre a empresa e seus canais de distribuição foram mais/menos intensas

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6. Qual das seguintes opções melhor caracteriza a atuação desta empresa no que se refere ao uso de franchising, ou seja, o método através do qual o proprietário de determi­nado(s) produto(s)jserviço(s) ou marca(s) concede a ter­ceiros o direito de comercializá-Io(s), em troca de deter­minado pagamento, como o de "royalties", por exemplo? (MOSTRAR CARTÃO :2:2)

( esta empresa não usa nem nunca usou franchising (PASSE PARA A PRÓXIMA SEÇÃO)

( esta empresa não usa atualmente, mas já utilizou franchising (PASSE PARA A PERGUNTA 6a)

( esta empresa usa franchising atualmente (PASSE PARA A PERGUNTA 6b)

6a. Em que período utilizou e porque deixou de utilizar? Período: a ______________ _ Razões

(PASSE PARA A PRÓXIMA SEÇÃO)

6b. Em que período usou mais intensamente e por que razões? Período: a ______ _ RazÕes

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POLÍTICA DE PROMOÇÃO

1. Ora) sr(a) diria que, em 1989, em relação a 1988 o valor real em moeda corrente gasto por esta empresa com propaganda e promoção (CONSIDERE COMO PROMOÇÃO, PROMoçÕES DE VENDA AO CONSUMIDOR TAIS COMO, DISTRIBUIÇÃO DE AMOSTRAS, DEMONSTRAÇÃO, OFERTAS A PREÇOS MAIS BAIXOS; PROMoçÕES DE VENDAS AO COMÉRCIO TAIS COMO, DESCONTOS, INCENTIVOS PARA A ORGANIZAÇÃO DE VENDAS DO VAREJISTA, ASSIM COMO TODO TIPO DE PROMOÇÃO DE VENDA INSTITUCIONAL)

( ) aumentou, ( ) diminuiu ou ( ) foi praticamente o mesmo?

la. (CASO TENHA AUMENTADO OU DIMINUÍDO) Por que?

2. Cite, por favor,o percentual de gastos com propaganda e com promoção sobre o faturamento total da empresa para os últimos dois anos -1989 e 1988-destacando a percentagem para cada uma delas separadamente. (ANOTE NAS TR~S PRIMEIRAS COLUNAS DO QUADRO ABAIXO)

*==========*===============*======================* *ANOS

* * % GASTOS TOT/ * * FAT. TOTAL *

% GASTOS LINHA/ FAT. LINHA

* *

*==========*========*======*=======*=====*========* * TOTAL * PROP. *PROM. * TOTAL *PROP.* PROM. * *===================*=============================* *1989 * * * * * * *----------*--------*------*-------*-----*--------* *1988 * * * * * * *==========*========*======*=======*=====*========*

2a. (APENAS SE POSSUIR MAIS DE UMA LINHA DE PRODUTO) Con-siderando agora apenas a linha de ________ _ (REPETIR O NOME DA LINHA), especifique, por favor,o percentual de gastos com propaganda e com promoção desta linha sobre o faturamento obtido pela empresa com esta linha para os últimos dois anos (1989 e 1988) , destacando a percentagem que coube a propaganda e promoção separadamente. (PREENCHER AS ~S ÚLTIMAS COLUNAS DO QUADRO ACIMA)

3. Ora) sr(a) diria que, nos últimos dois anos (1989 e 1988), esta empresa alterou a forma de distribuir o total da verba destinada à propaganda entre seus produtos na linha de (REPETIR O NOME DA LINHA)?

( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 4) ( ) Sim. Exatamente em que ano isto aconteceu? _____ _

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3a. Esta alteração levou a alguma concentração da verba de propaganda em determinado(s) produto(s)?

3b.

( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 4) ( ) Sim.

Que produto(s) foi(eram) este(s)? E quais que levaram a empresa a concentrar a propaganda em determinado(s) produto(s)?

as razões verba de

4. Nestes últimos dois anos, em especial, esta empresa buscou incluir em suas mensagens publicitárias da linha de

(REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) outras eventuais possibilidades de uso dos produtos, que não aquelas já conhecidas pelo mercado anteriormente?

( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 5) ( ) Sim. Exatamente em que ano isto aconteceu?

4a. Que motivos o (a) sr (a) atribuiria à decisão de inCluir nestas mensagens publicitárias outras possibilidades de uso para os produtos?

5. A escolha da mensagem publicitária, tanto de seu conteúdo como de sua forma, pode variar significativamente. Apenas para citar alguns exemplos, esta pode adotar um tom mais sofisticado ou então mais simples e direto. OCa) sr(a) diria que nos últimos dois anos (1988 e 1989), em especial, tanto a forma como o conteúdo das mensagens publicitárias da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA), veiculadas pela empresa, passaram a ser mais simples, diretas e sem rodeios?

( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 6) ( ) Sim. Exatamente em que ano isto aconteceu?

5a. Por que razão a empresa se decidiu por este tipo de mensagem?

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6. Nestes últimos dois anos, quais foram os atributos dos produtos da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) que foram ressaltados com maior ênfase pelas mensagens publicitárias veiculadas por esta empresa?

6a. Além destes que o (a) sr (a) acaba de citar, algum outro atributo entre os que constam da lista a seguir foram ressaltados com maior ênfase pelas mensagens publicitárias dos produtos da linha de _---, __ --:-:--:-:--_ (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) nestes últimos dois anos? (MOSTRAR CARTÃO 23) - (ACEITE RESPOSTA MÚLTIPLA)

1989 1988 ) ( ) preço baixo

( ) ( qualidade superior

( ) ( ) melhor relação qualidade/preço para o consumidor

( ( ) praticidade e funcionalidade

( ) ) sofisticação

( ) ( ) caracteristicas de seus produtos que se diferenciam daquelas apresentadas pelos produtos de seus principais concorrentes

( ) ( ) outros (ESPECIFIQUE)

6b. Quais os motivos que levaram a empresa a dar prioridade a este(s) atributo(s) de seus produtos quando da escolha de suas mensagens publicitárias?

7. Qual foi a midia utilizada por esta empresa para anunciar os produtos da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA) em 1989? No caso da empresa possuir mais de uma sub-linha/marca e de haver diferenças na midia utilizada para cada uma delas, por favor, especifique-as . ... E em 1988?

*S.LINHA/MARCA* VEÍCULOS * S.LINHA/MARCA * VEÍCULOS * * 1989 * 1988 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

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7a. (CASO TENHA PASSADO OU DEIXADO DE UTILIZAR UM NOVO MEIO DE COMUNICAÇÃO EM 1989) Por que razão a empresa passou a adotar novo(s) meio(s) de comunicação no ano de 1989? No caso da empresa ter alterado a midia uti1izada para mais de uma SUb-linha/marca e havendo diferenças entre elas, especifique, por favor, os motivos para cada uma delas.

SUB-LINHASjMARCAS * MOTIVOS

---------------------*-------------------------------------*

---------------------*-------------------------------------*

---------------------*-------------------------------------8. Na linha de (REPETIR O NOME DA LINHA

ESCOLHIDA), quais foram os tipos de promoção utilizados por esta empresa em 1989? •.. E em 1988? (MOSTRAR CARTÃO 24 QUE CONTEM DEFINIÇÃO DE PROMOÇÃO) 1989:

1988:

8a. (CASO NOVOS MÉTODOS TENHAM SIDO UTILIZADOS EM 1989) Porque a empresa passou/deixou de utilizar este(s) tipo(s) de promoção?

9. Ora) sr(a) diria que, em 1989, a participação dos gastos com promoção de vendas no tota1 da verba destinada aos gastos com propaganda mais promoção, em relação ao ano de 1988

( ) aumentou, ( ) diminuiu ou ( ) foi praticamente o mesmo?

9a. (CASO TENHA AUMENTADO OU DIMINUÍDO) Por que?

9b. Ora) sr(a) diria que nos ú1timos dois anos, a quantidade de produtos/itens da linha de

(REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA) que passaram a participar de promoções de vendas •..

( ) diminui u, ( ) aumentou ou ( ) manteve-se inalterada?

9c. (CASO TENHA AUMENTADO OU DIMINUÍDO) Exatamente em que ano isto aconteceu?

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9d. Quais os moti vos que levaram a empresa a (aumentar/diminuir) a quantidade de produtos/itens que passaram a participar de promoções de vendas?

10. Nestes últimos dois anos (1989 e 1988), no que se refere à linha de (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA), esta empresa passou a concentrar seus gastos com promoção de vendas ••• (ACEITE RESPOSTA MÚLTIPLA)

( mais em determinados produtos do que na linha como um todo,

( mais na linha como um todo do que em cada um dos produtos que dela fazem parte,

) (NO CASO DA EMPRESA TRABALHAR COM MARCA) mais na ( s ) marca(s) que compõe(m) esta linha. Que marca(s) foram estas?

10a. Exatamente em que ano isto aconteceu? __________ _

10b. Porque a empresa optou por concentrar seus gastos com promoção de venda (REPETIR A RESPOSTA DA PERGUNTA ANTERIOR)?

11. Esta empresa realiza atividades de merchandising para os produtos da linha (REPETIR O NOME DA LINHA ESCOLHIDA), ou seja, preocupa-se em adotar cuidados com a exposição de seus produtos, colocar displays, disputar pontas de gôndola (CONSIDERA-SE COMO MERCHANDISING O CONJUNTO DE AÇÕES QUE COLABORAM PARA A MAIOR E MELHOR VALORIZAÇÃO POSSíVEL DO PRODUTO NO PONTO DE VENDA JUNTO AOS SEUS DISTRIBUIDORES E CONSUMIDORES)

( ) Não (PASSE PARA A PERGUNTA 12) ( ) Sim

lIa. Quando começaram a ser realizadas e em que consistem especificamente estas atividades?

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11b. (APENAS SE COMEÇARAM A REALIZÁ-LAS ANTES DE sr(a) diria que, em 1989, estas atividades em ao ano de 1988 ..•

( ) intensificaram-se, ( ) reduziram-se ou

89) Ora) relação

( ) mantiveram o mesmo ritmo apresentado no ano anterior?

11c. (CASO TENHAM SE REDUZIDO OU SE INTENSIFICADO) Quais as razões que levaram a empresa a (intensificar / reduzir) suas atividades de merchandising?

12. Qual foi nos últimos dois anos (1989 e 1988), o percentual de gastos com vendas sobre o faturamento total da empresa? (CONSIDERA-SE COMO GASTOS COM VENDAS CUSTOS DIRETOS TAIS COMO, SALÁRIOS DE VENDEDORES, REMUNERAÇÃO DE INCENTIVO, VIAGENS E OUTRAS DESPESAS, COMO TAMBÉM CUSTOS INDIRETOS COMO POR EXEMPLO, DESPESAS DE FILIAL DE VENDAS, DE ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS, TREINAMENTO DE VENDEDORES, PESQUISA DE MERCADO, DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS, ESTATíSTICAS DE VENDAS ETC. . . ANOTAR NOS CAMPOS CORRESPONDENTES DO QUADRO ABAIXO)

(p.12) (p.12a) *==========*===============*======================* *ANOS *

* % GASTOS TOT/ * % GASTOS LINHA/ * FAT. TOTAL * FAT. LINHA

* *

*==========*===============*=======*=====*========* *1989 * * * *----------*---------------*----------------------* *1988 * * * *==========*===============*======================*

12a. (APENAS SE POSSUIR MAIS DE 1 LINHA DE PRODUTO) Considerando agora apenas a linha de produtos (REPETIR O NOME DA LINHA), qual foi nos últimos dois anos o percentual de gastos com vendas desta linha sobre o faturamento obtido pela empresa nesta linha? (ANOTAR NA ÚLTIMA COLUNA DO QUADRO ACIMA)

12b. (CASO TENHA AUMENTADO OU DIMINUíDO O % GASTO COM VENDAS) O sr. (a) poderia explicar o porquê desta alteração?

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12co Ora) sr(a) diria que em 1989, em relação a 1988,0 desenvolvimento da equipe de vendas, isto é, o treinamento de vendedores, o desenvolvimento de sua estrutura de vendas de maneira geral 000

( ) foi mais intenso, ( ) menos intenso ou ( ) não apresentou nenhuma alteração substancial?

12do (NO CASO DE TER SIDO MAIS OU MENOS INTENSO) Em que consistiu exatamente esse maior/menor esforço com o desenvolvimento da estrutura de vendas? (EXPLORAR)

12eo Ora) sr(a) poderia nos explicitar as razões que motivaram a empresa a preocupar-se mais/menos intensamente com o desenvolvimento de suas equipes de vendas?

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ESTRATÉGIA

1. OCa) sr(a) diria que, em 1989, os produtos da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA) se distinguiam

substancialmente daqueles oferecidos ao mercado no ano de 1988, no que diz respeito ... (MOSTRAR CARTÃO 25) - ACEITE RESPOSTAS MÚLTIPLAS) Caso a empresa tenha sub­linhas/marcas e haja diferenças entre elas, especifique, por favor, as distinções para cada uma delas.

(p.1) *p.1b* ( ) ao produto propriamente dito-seus * *

aspectos tangiveis e intangiveis *( )* s.l/marc.:________________________________ * *

( à embalagem *( )* s.l/marc.:________________________________ * *

( ao preço * ( ) * s . l/ma rc. : ---c::-----::---c:-;----;--:--:-::------,.--- * *

( ) aos locais onde são distribuidos e/ou * * tipo de distribuidor que os comercializa *()* s.l/marc.: ____ -;-~----.,...------------------ * *

( à mensagem publicitária * ( ) * s.l/marc.: ____________ .,...--~----~~--_=_-- * *

( ) aos veiculos de comunicação utilizados *()* s.l/marc.: ______ ~.,...----~---------------- * *

( ) ao tipo de promoção realizada *( )* s.l/marc.: ____ .,... __ ~_,~--------.,...-------- * *

( ) a outros aspectos (ESPECIFIQUE) ___________ *( )* * * -------------------------------------------s.l/marc.: ____________________________________ * *

la. Que motivos levaram a empresa a fazer tais modificações?

lb. OCa) sr(a) diria que, em 1989,os produtos da linha de (REPETIR O NOME DA LINHA) se distinguiram

substancialmente dos produtos concorrentes, em relação... (LEIA AS CARACTERíSTICAS LISTADAS NA PERGUNTA 1 E MARQUE A(S) RESPOSTA(S) NA COLUNA CORRESPONDENTE DO QUADRO ACIMA) (MOSTRAR CARTÃO 26). Caso a empresa possua SUb-linhas/marcas e haja diferenças entre elas, especifique, por favor, as distinções para cada uma delas.

lc. Que motivos levaram a empresa no ano de 1989 a diferenciar seus produtos daqueles oferecidos por seus principais concorrentes? (BUSQUE RESPOSTAS PARA CADA UM DOS ELEMENTOS DIFE­RENCIADORES DESTACADOS NO QUADRO ACIMA - 2 ~ COLUNA)

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NÃO SE ESOUECA DE ANOTAR O (S) CARGO (S) DO (S) ENTREVISTADO (S) SE AINDA NÃO O TIVER FEITO E A DATA DA ENTREVISTA. AGRADECA E CONCLUA A ENTREVISTA.

INFORMAÇÕES CADASTRAIS

RAZÃO SOCIAL DA EMPRESA ______________________________ COD. ____ __

NOME FANTASIA~ ____________________________________________________ _

ENDEREÇO, __________________________________________________ ___

CIDADE ________________________ __ ESTADO ____________________ ___

TELEFONE ________________ __ TELEX _______ FAC SÍMILE ______ __

NOME DO ENTREVISTADO __________________________________________ _

CARGO _______________________________________ _

NOME DO ENTREVISTADO __________________________________________ _

CARGO ________________________________________________________ __

NOME DO ENTREVISTADO __________________________________________ _

CARGO __________________________________________ _

NOME DO ENTREVISTADOR ________________________________________ _

DATA DA ENTREVISTA ___ / ___ / __ __

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ANEXO 3

MODELO DE CARTA

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Prezado(a) Senhor(a),

o Instituto de pós-Graduação e pesquisa em Administração COPPEAD - da Universidade Federal do Rio de Janeiro vem

dando continuidade a um programa de pesquisas cujo principal objetivo é estudar a gerência comercial das empresas brasileiras.

o estudo, que ora desenvolvemos, visa analisar aspectos estratégicos das decisões comerciais de nossas empresas face às condições econômicas adversas, às quais estas vêm sendo submetidas desde o início dos anos 80, tais como recessão e altos níveis inflacionários.

Em 1981, foram coletados por nossos pesquisadores, em sua organização, dados que permitiram a elaboração de importantes trabalhos acadêmicos.

Os dados que agora pretendemos coletar permitirão comportamento gerencial observado em períodos adversos, tema que pouca atenção tem recebido dos no Brasil e no exterior.

delinear o econômicos estudiosos

Sendo assim, solicitamos a colaboração de V.S·, no sentido de conceder uma entrevista pessoal a um de nossos pesquisadores.

Nosso centro entrará diretamente em contato com V. S' nos próximos dias a fim de que possamos informarmo-nos sobre a data e o horário de que dispõe para atender-nos.

Todas as informações prestadas serão consideradas estritamente confidenciais. Os resultados serão apresentados de forma agregada, de maneira a tornar impossível a identificação de respostas individuais.

Agradecendo desde já sua colaboração,

Atenciosamente,

Angela da Rocha Coordenadora de Ensino e Pesquisa

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ANEXO 4

MODELO DE FAX

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Rio de Janeiro, ___ / ___ / __ _

De: Heloisa Leite Diretora Coppead-UFRJ

Para: ________________ _

Prezado(a) Senhor(a),

Conforme solicitação feita pela Coordenadoria de Ensino e Pesquisa de nossa instituição em carta enviada a V.S· dia ___ / ___ próximo passado, gostaria de reiterar o pedido de concessão de uma entrevista pessoal aio) nosso(a) pesquisador(a) de forma a viabilizar a continuação do nosso programa de pesquisas sobre aspectos estratégicos da gerência comercial em empresas brasileiras.

Entraremos em contato com V.S· pedindo-lhe para reservar­nos um horário no decorrer da próxima semana.

Agradecendo antecipadamente sua colaboração, colocamo-nos à sua inteira disposição para quaisquer outros esclarecimentos julgados necessários.

Atenciosamente,

Heloisa Leite