BELO HORIZONTE XVI SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES … DA BARRAGEM DO RIO... · A intensidade dos...
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XVI SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS
BELO HORIZONTE
NOVEMBRO 1985
RECUPERAO DA BARRAGEM DO RIO GRANDE - MACIQD OESTE
ASPECTOS RELATIVOS A SEGURAN(;A
TDn II
Marcos de Oliveira Guerra
ELEI'ROPAUW - Eletricidade do Sao
Paulo S/A
487
RBCUPERAcAO DA BARRAGEM DO RIO GRANDE - MACIOD OESTE
A.SPPX`POS RIIJ\TIV()S A SEGURANc1\
1. OBJETIW
0 presente trabalho tem por objetivo apresentar um abordagem sobre a
evolucao dos estudos desenvolvidos com o proposito de recuperar a con
fiabilidade no macico-oeste da Barragem do Rio Grande. Para tanto, os
criterios tradicionais tiveram que ser adaptados as imposicoes do
diagnostico do deserrpenho da referida estrutura, born corm as caracte
risticas do seu envolvirrento com o rreio ambiente. Os conceitos de no-
tencial do risco, por suer vez, mostraram-se inoperantes para qualifi
car ou indicar possiveis obras de reforco, as quais so foram possi-
veis apos exaustivo trabalho do interpretacao do modclo geotecnico.
De certa forma, objetiva-se tambem aprescntar a metodologia adotada
na Eletropaulo para a recuneracao do sistema de barramentos, em parti
cular aterros hidraulicos construidos a mais de meio seculo.
2. INrRODU D
A Barragem do Rio Grande e uma estrutura com 1.400m de comprimento
e ester localizada a 15 km ao sul da cidade do Sao Paulo, renresando as
aquas do Rio Grande e tributarios e constituindo o principal barrawnto do
sistema de geragaio da Serra do Mar, cm Cubata`o. Atualmento oste anroveita -
nento encontra-se envolvido nor densa ocupacao urbana e can intenso desen
volvimento industrial, aspectos clue propiciam uma condicao atfoica e delica
da quando abordados sob o enfoque de seguranca (figura n9 1).
489
MAPA DE SITUAQ40
BARRAGEM DOGUARAPIRANGA
RESERVATORIO1 BILLINGS
AREA URBANA0 10
0 100 200 300 Km
20
FIGURA N ° I - LOCALIZAAAO DA BARRAGEM DO R 10GRANDE.
30 Km
490
A construcao desta barragem ocorreu no periodo de 1926 a 1937 e
envolveu 2.500.000 m' de solo, 81.000 m' de concreto e 126.500 m' de
"rip-rap", formando um barramento corn 30 m de altura maxima, dois maci-
cos de terra segmentados por uma estrutura de concreto que constitue a
casa de forca, ou Usina Elevatdria de Pedreira.
A secao central esta construida sobre rocha sa, ao passo que os
aterros laterais tern fundacao em pacotes aluvionares originados de alte-
raeoes de gnaisses. 0 reservatorio formado permite acumular 1230 x 16m'
de agua, dos quais quase a totalidade pode ser mobilizada para geracao
nas Usinas Henry Borden.
0 tratamento das fundacoes do barramento constou apenas da remo-
cao do material vegetal superficial. Simultaneamente , um canal de des
vio foi aberto, a ccrca de 150 m da ombreira esquerda. A partir dal co-
mecaram as servicos de escavaca'o das fundacoes da usina , construcdo dos
muros de arrimo , ou encostas corn os diques laterais. Os aterros foram
executados corn o auxilio da hidromecanizacao e a configuraca`o final pro-
piciou: macigo leste (a esquerda ) corn 470 m e macico oeste (a direi-
ta) corn 830 m de conprimento.
Una parede de vedacao de concreto foi construida, ao longo dos
diques, apoiada em rocha decomposta, tendo em vista o melhor controle de
percolaca'o e a preocupacao can a acao de animais, entre as quais, formi
gas, ayes e roedores.
A intensidade dos trabalhos, ora rapida demais , ora lenta, em fun-
cao das constantes alteraco`es do projeto original, veio a favorecer a
ocorrencia de alguns acidentes , as quais refletiram o conhecimento e as
tecnicas disponiveis na epoca, assim corro as 1imitacoes das mesmas. Va-
rios problemas detectados no periodo pos-construtivo tambdm indicaram de
ficiencias de coneepcao (projeto) e construtivas.
491
Dentre os acidentes ocorrdos destacaram-se deslizamentos do camadas
de aterro mal consolidadas, rompimontos parciais de taludes, recalques e
deformacdes excessivas, erosdes ou afundamentos na crista e junto ao pe do
talude jusante (lado oeste), surgdncias de aqua, inoperancia do sistema de
drenagem, etc. A cada ocorrencia especifica foi dado um tratamento adequa-
do recuperando a configuragao e a operacionalidade originais. As princi-
pais intervencoes compreenderam obras de reconstrucao ou remodelacao do
sistema de drenagem e abatimentos dos taludes de jusante, entre outras.
Os conceitos adotados Para a recuperando do macigo oeste, em esoe-
cial quanto as consideracdes sobre a seguranca e a representatividade do
ncdelo geotecnico adotado, formam um exenplo interessante para a apresenta
cdo e discussao tecnica, uma vez que o caso e enfocado a luz do registro
e acompanhamento do desempenho da barragem do longo do aproximadamente 60
anos.
3. a1NSIDERAODES soBRE A SEGURIWCA DA
Para avaliar as condicoes do sequranga da Barragem do Rio Grande
evitou-se apenas considerar os crit6rios tradicionais do calculo do fator
de seguranga em secdes geometricamente no is desfavoraveis ou em alqumas
sec6es tipicas. Da mcsma forma , as tentativas de intcrpretacao do modelo
fisico, associado ao potencial do risco sugerido por Hagen c Sarkaria, em
funcao da classificacao dada a estrutura , cm terms de altura, volume de
igua armazenado, distincia ao centro populacional mais proximo, indice de
avaliacao da populacao e propriedades, indice relativo ao tipo do barramen
to considerado, tornaram-se infrutiferas uma vez quo, sob qualquer um dos
aspectos analisados, sempre retrataria risco miximo.
0 fato do macico ter sido construido hidriulicancnte e estar envolvi
do pela cidade do Sao Paulo fatalmente inixoe potencial do risco eleva-
492
do .
A pesquisa da seguranca do macico oeste foi baseada nos levantamen
tos desenvolvidos pela Comissdo Internacional de Grandes Barragens onde
acidentes e ruinas sdo associados as suas respectivas causas principais,
conform observa-se na figura n9 2.
0 confronto entre o comportamento do aterro e o diagranii apresenta
do mostra que a estrutura esta, estatisticamente, enquadrada dentro de
70% dos casos de rupturas e 86% dos acidentes cadastrados. 0 aoarente
conprometim?nto da estabilidade e evidenciado pelas dcformacoes signifi-
cativas, inoperdncia parcial do sistema do drenagem, alem da evidcncia
de um fator de seguranca, para a secao geometrical me mais desfavora-
vel, abaixo dos valores interacional-ente aceitos (1, 2). As caracteris
ticas de percolacdo, devido d susoeita de fenomeno semelhante a "oipinq",
ou erosoes provocadas por surgencias, sdo tambem consideradas na avalia-
cdo do desempenho da barragem.
Com base nos registros historicos e na tabulacao da Comissa'o Inter
nacional de Grandes Barragons, foram direcionados os esforcos para a ca-
racterizacao do modelo fisico a adotar nos cilculos de estabilidade. As
sim sendo, houve o cuidado do represcntar o macico pelas propriedades
dos materiais utilizados, conforme a sua predominancia em terms estrutu
rais e funcionais, a despeito dos volumes envolvidos. Outra premissa ba-
sica, para o desenvolvimento da fase de estudos numericos, foi ter como
condicdo de contorno o valor do coeficiente de seguranca minimo iqual a
unidade.
Rn sintese, a seguranca do m3cico oeste foi posquisada com base cm
criterios genericos de causas do acidentes e rupturas, associado a rola-
tividade do potencial do risco, a reoresontatividade do corrportamento dos
materiais de construclo e sua participaglo na nerformace do aterro, onde
493
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FIGURA N2 2 - BARRAGEM DO RIO GRANDE - MACI;OOESTE - CAUSAS DE ACIDENTES ERUPTURAS (%) - CIGB .
494
M
N
Q W00
Q'Q 9
0 CLW Qm u
I
N
os registros histdricos sao deci:ivos para o estabeleciirento das secdes
tipicas, as condicdes atuantes e possiveis de percolacao. Para tanto,
todas as informacdes disponiveis foram estudadas e interrelacionadas.
4. REPRESF TATIVIDADE Do DECO FISICO
Grande enfase foi dada na adocao de uma secao tipica que represen
tasse as condicdes reais do macigo e de suas fundacdes . As pesquisas vol
taram-se para a analise do desempenho em funcao das investigagdes reali-
zadas no passado , analise e interrelacionamento do acidentes, etc. Desta
forma , foi possivel identificar zoneamentos com ccxrVortamentos diferen-
ciados e selecionar as secoes mais representativas. Corn a orientac5o mcn
cionada foi possivel programer uma canpanha do investigacdes geotccnicas
objetiva, a qual constou de 24 sondagens a Dcrcussio com cravaca'o de
amostrador SPT a cada metro ou em horizontes intermediarios do interes-
se, instalarcio de instrumentos para substituicao dos existences e acompa
nhamento da obra, (piez(5metros "stand-pipe", medidores do nivel d'agua e
inclinometros ), execug5o de pocos profundos no corpo do aterro e na fun-
dacao para coleta de blocos indeformados e annstras deforntidas nara en
saios "in situ" e em laboratdrio.
Estando a campanha do investigacoes voltada para a representati-
vidade do corrportamento da estrutura, houve a preocupac5o de selecionar
as amostras de solo do modo a dar continuidade neste propdsito. Inicial
mente, os materiais foram aqrupados scgundo suas propriedades fisicas,
procurando identificar a influcncia do cada um no desempenho estrutural.
Com este procedimento observou-se excelente convergencia na definicao de
5 tipos de solo para o aterro e 2 nara a fundacao, conforme indicado a
seguir:
495
SOLOS DO ATERRO
TIPO
IA
IB
IC
II
III
SOW
Arcias limpas
Areias muito siltosas
Areias nuito argilosas
Siltes
Argilas
SOIDS DA F D1'C O
TIPO SOLO
Siltes
Argilas
CARACTERISTICAS
% de finos < 20% sem plasticidade
% do finos entre 20 e 50% sem plasti
cidade
% de finos entre 20 e 500 com plasticidade (acima da linha A)
% de finos > 50% (abaixo da linha A)
de finos > 500 (acima da linha A)
CARACTERISTICAS
% de finos > 50°% (abaixo d 1inha A)
% de f ins > 50% (acima da I inha A)
A figura n9 3 itustra o exposto, atraves do grafico ' s mix x hot.
Em terms quantitativos, o aterro hidraulico pode ser caracteriza-
do por 80 % de solos arenosos ( 70% de areia lavada e 10% de arcia silto-
sa), 13% de siltes e 7% de argilas. A representatividade dos materiais
existentes tambem foi verificada em ternros de compactacao, permcabilida-
496
cs MAX. ( t/m3)17 8
1,01 5
LEGENDA
20 25 30 35 40 45hot (%)
O AREIAS LIMPAS (I A)
ci AREIAS SILTOSAS OU ARGILOSAS ( IB EIIC)O SILTES (II)
0 ARGILAS (III)
a SILTES (IV) 1FUDArAO
0 ARGILAS (V) J
FIGURA N2 3 - BARRAGEM DO RIO GRANDEREPRESENTATIVIDADE DE AMOSTRAS.
497
de e adensamento, concluindo-se que os cinco tipos de solos consistem
o modelo fisico adequado para as analises de resistdncia e estabilida-
de. Apesar da representatividade volumetrica, observou-se que os mate
riais minoritarios (argilas e siltes) influenciavam no comportamento
do macico mais significativamente que as areias, principalmente devido
a configuracao geometrica de seas ocorr6ncias.
Para a caracterizacao dos parametros de resistencia dos solos do
aterro e da fundarao, acumulando as condicoes definidas cu:ro desfavora
veis, foram executados ensaios triaxiais drenados nas arcias e nao
drenados para siltes e argilas. Para estes 61timos tambem foram rcali-
zados ensaios drenados comp tcntativa de obtencao de envoltorias de re
sistencia efetiva.
Os ensaios no drenados consistiram em triaxiais corn adensamen
to rapido e saturacao por contrapressio corn medida de oressoes neu-
tras. Este criterio foi adotado devido a verificacao de que os mate
riais argilosos e menos resistentes apresentavam graus de saturacao
proxirms a 100%, mesmo estando acima do lencol freatico, alem da possi
bilidade de ocorrer a subida do nivel d'agua no interior do macigo em
funcdo de alteracoes do regime de percolacao.
Alem dos triaxiais foram executados ensaios de cisalhamento dire
to.
0 resumo dos pardmetros de resistdncia ester indicado no quadro a
seguir:
498
SOLD ^ sat
(tf /m3)
^nat
(tf /m3)
ENSAIO a0EO
(tf /m 3)
ATRIRO
Areiasdo aterro 1,75 1,60 S 0 29° a 31°
R sat 0 170 a 200
Siltes do ater- 1,60 1,60 S 0 27° a 28°
ro R sat 0 a 1 18° a 20°
Argilas do ater 1,60 1,60 S 0 26° a 28°
ro R sat 1,3 14° a 15°
Solos de funda- 1,4 1,4 R sat min. 1,7 10,3°
caoR sat medio 3, 11,8°
R sat max. 2,7 13,5°
Com base nas informacoes disponivois foi possivel escolher a secao
mais representativa do aterro em funcao das caracteristicas de contorno e
das propriedades significativas, observando-se ocorr6ncias tais cone: a
presenca sistematica do siltes e argilas com espessura maior quo 10 cm
entre as cotas 740 e 725 m, os baixos valores de SPT cm elevacoes infe-
riores a 740 m, o zonean nto do aterro e a tentativa do aproximacao com
o metodo construtivo. Assim com base na analise das diversas secoes,obti
das atraves de sondagens e ensaios, obteve-se "mapas" das propriedades
do solo e do desempenho do aterro, possibilitando a selecao de uma "fa-
tia-critica".
499
i
Este procedimento resultou em uma tentative de considerar o conpor
tamento medio do aterro, aplicando as condicoes de contorno, no permi-
tindo superposicoes de efeitos realrrente inprovaveis. A preocupacao corn
a representatividade do material e a objetividace das campanhas de in-
vestigacdo possibilitaram uma solucdo can Gusto inferior ao espcrado,man
tendo-se o coeficiente de seguranca em niveis elevados (1, 7). Outro as-
pecto a destacar e que foi possivel caractcrizar uma sego representati
va (figura n9 4) do aterro corm um todo, embora n:io necessariamente coin
cidente can a de maior altura ou de geometric fis.ca ou geotecnica mais
arrojada. Por outro lado, a secao escolhida esta muito associada aos pro
blemas verificados durante sua villa util. Diante disso, corn todas as ca-
racteristicas fixadas, os calculos passaram a ser elaborados para varias
condicoes de percolacao, ou sej.i, de linha fredtica.
0 processamento se deu polo metodo de Morgenstern e Price, corn a
s4 lif icacdo de Spencer.
5. PRE [SSAS E CASOS ESItUADOS
Foram consideradas corm premissas de cilculo o seguinte:
modelo fisico representativo (geometrico e geotecnico);
nivel d'agua a jusante sujeito ao desempenho da parede de veda-
cao;
. rupturas limitadas ao trecho compreendido entre a fundaca'o, na
elevadoo 719,00 m e a crista da parede de concreto (746,30 m);
. eventual necessidade de incorporar berme a jusante.
500
LEGENDAQI AREIAS C/SILTES® ARGILAS C /SILTES
® SOLOS DA FUNDACAO® BERMA DE ESTABILIZAqAO- -LINHA FREATICA
TABELA I - RESUMO DOS ENSAIOS DE LABORATORIO
NAT SAT RSAT0,*aAS (kgf/cm2D E S C R I AO
. . MAT(tf/m3 ) tf/m3) C 0.
AREIA FINA MUITO ARGILOSA 1.58 1,71 0,09 17.4° 0.00 3 I,
SILTE ARENOSO,MICACEO , VERM . PALID 1 . 60 1.63 0,00 20.5° 0,00 29. , N^
ARGILA AREN . ALGOMICACEA ,VERM . PAL 1,25 1 . 56 0.00 i 19.9° 0.001 27, 1°WI- IX
SILTE ARG . MICACEO C/ CAMADAS DE1 46 1 57 0 09 18 4° 0 00 30 8
JN
o:
AREIA FINA.CINZA E AMARELO , , , , , ,a
"VARVED CLAY " ARGILA , SILTE E AREIAESTRATIFICADOS . CINZA ESCURA 1,58 1.58 0.13 15.10 0 . 00 26.
Q
ARGILA MUITO PLASTICA . ESTRATIFI-CADA , CINZA ESCURA 1,61 1.61 0,13
°13,9 0,00 28,
SILTE ORGANICO COR PRETA 1.43 1,47 0.31 I2.7° 0.00 26.I 0< 1SILTE ORGANICO ARG., COR PRETA 1, 60 1,60 1.30 1 10,6 0.00 29. N a
ARGILA INORGANICA CINZA CLARA 1.64 1,64 0.17 1 10.3° 0, 00 23.400
Zon
'SILTE ARG AREN MARROM E CINZA 1,6 1 1,68 0,27 1 3,5° 0, 00 28, 1°i
TABELAII - PARAMETROS ADOTADOS NAS ANALISES
MATERIAL COESAO(tf/m2 ) ANGULO DE ATR Gat(tf/m3) sot (tf/m3) ENSAIOSTO (GRAUS) 11
AREIASC /SIL-TES DO ATERRO
ZERO 29 0 1.60 1.75 S_
ARGILAS C/SIL-1.30 14 ° 1 .6 0 1.60 sot
TES DO ATERRO
SOLOS DA 3. 0 11,8- 1.40 1.40 sotFUNDACAO
BERMA DEESTABILIZACAO ZERO ZERO 1.80 - -
FIGURA N2 4 - BARRAGEM DO RIO GRANDE,- MACICOOESTE - SEcAO T(PICA REPRESENTATI-VA.
501
As situacoes previstas para o desenvolvimento de sub -pressoes (figu
ra n9 5 ) levaram em conta a eficiencia da parade de vedacao em 80%, cdm
o sub-dreno operante - caso normal; eficiencia de 50% , com operacao da
drenagem - caso excepcional de sub -pressoes ; eficiencia da parade de veda-
rao em 300b com sub-dreno operando - caso limite dc sub-pressocs , c, final
mente, ineficiencia total da parede e da drenagem - caso limite ultimo de
sub-pressoes . Estes casos foram subm-tidos a imposicao de uma berma do ta-
lude jusante , observando-se a seguinte evolucao do fator de seguranca:
C DC=
Normal
cRfao , S94 BEW
Superior 1,27
Excepcional
Limite
Limite ultimo
Inferior
Superior
Inferior
Superior
Inferior
Inferior
Superior
Inferior
1,27
1,12
1,24
11,04
(*) considerados na analise de estabilidade
(**) valores abaixo da unidade
Fs
1,65(*)
1,82
1,64
1,73
1,64
1,63
1,40 (*)
1,17
1,21
502
- "CORE -WALL" COM 80% DE EFICIENCIA-FS= 1,19
750,6m7463 m
SOLUCAO PROPOSTA
IL 728,Om
723,Om u ' -• -
- "CORE-WALL" COM 80%DE EFIC19NCIA
- FS = 1.65
1 750,0 m746,3m
DRENO EFICIENTE COM BERMA FS= 1,40
- "CORE-WALL" COM 30% DE EFICIENCIA SEM BERMA FS = 1,04
i 750,6m746,,3m
CASOLIMITE ULTIMO
723,Om
- DRENO INEFICIENTE- "CORE -WALL" INEFICIENTE
731,5m726,4m
FIGURA N2 5 - BARRAGEM DO RIO GRANDECASOS ESTUDADOS.
503
Comb pode ser observado, a inclusao da berm garante um incren nto
de aproximadamente 58% no fator de seguranca, quando comparado, na mesma
situacao, ao estado original do aterro, exceto para o caso limite ultimo,
onde preve-se o comprometimento da estabilidade. No entanto, com a berm,
o Fs calculado e 17% maior quo a unidade, o que da, ate certo ponto, o
conforto de alguma estabilidade residual quando o macico estiver submcti
do as mais severas condigoes de percolacao possiveis.
6. OBRAS RF ULT1 NI'E5
Os servicos de recuperacao do aterro consituiram-so em:
. abrandamento parcial do talude jusante com a incorporacao de um
berma apoiada em filtros horizontais e inclinados. Tais filtros
tem o objetivo de evitar surgencias na face do talude na eventua
lidade de ocorrer a inoperancia do sistema de dronagem e da pare
de de vedacao de concreto. Esta medida foi adotada de modo a qa-
rantir a seguranca minima necessaria para a estrutura, no caso
limite ultimo, possibilitando a atuaCao no sentido de reparos ou
providencias restauradoras.
. remodelacao e reconstrucao do sub- reno do macigo oeste do modo
a evitar a colmataca'o. Para tanto adotou-se os criterios normais
de dimensionamento de meios drenantes, admitindo a movimcntacao
(migra(;ao) do fracocs relativamcnte mais finas ao longo da zona
inter-materiais. Quanto a colm-i*tacao oriunda da prec.ipitacao do
compostos do ferro, optou-se pela construcao do caixas do passa-
gem, ou pocos de visita, com caracteristicas gcomctricas Sufi
cientes Para afogar os respectivos trechos do montante.
504
. efetivou-se a drenagem superficial dos taludes associado a imEer-
meabilizacdo da crista da barragem de modo a diminuir a possibili
dade de contribuicdo de precipitacoes no regime do percolacao
implantado.
. para a face montante, procurou-se recuperar a protegao oferecida
pelo "rip-rap" can o lancamento de uma camada de pedra de mao,
com didmetro medio igual a 20 cm, ao longo da barragem.
. instrumentar o aterro com piezometros e inclinometros; os primei-
ros junto is segues existentes, no sentido de proporcionar conti-
nuidade nas observacoes e rcgistros historicos, alem de substi-
tuir os dispositivos mais antigos e considerados obsoletos; no ca
so dos inclinometros, foram instalados junto a face interna de pa
rode do vedacao de concreto, em numero de tres. Esta instrumenta-
cao, com leituras normais periodicas (semanais), possibilita 0
acompanhamento da evolucao Bas caracteristicas de percolacao /de-
formacao que influenciam diretamente na seguranca de barragens.
7. OONCLUSOES
As caracteristicas do envolvimento urbanistico quo a Barragem Rio
Grande ester submetida refletem uma condicao onde a recuperacao da estrutu
ra tem que ser considerada sob o aspecto preventivo. Neste sentido, inten-
so acompanhanr nto e realizado para observar o scu dcsempenho, do modo ati
pico ao usual, garantindo que todas as intervencoes possam ser realizadas
a tempo de evitar maiores Banos ou connronx-ter a secjrranca do forma irre-
versivel.
0 caso do macico-oeste da Barragem do Rio Grande confirma a necessi
505
dade do estabelecimento de criterios mais rigorosos Para avaliacao do com-
portamento de barragens de terra localizadas proximas (a montante) de con
tros urbanos e industriais. No entanto, demonstrou ser efetivamente mais
interessante a continua observacao (mais de meio seculo) quo exaustivas
campanhas de investigacao e instalagao de instnuncntos sofisticados. T anti
use da "tendencia do comportamento" e indispensavel para que as recupera-
toes de estruturas possam ser oxecutadas do maneira segura e economica.
Nota-se que o n todo executivo influencia muito no desenrpenho da
estrutura, sendo indispensavel a sua perfeita conpreensao para que as
obras de recuperacao pudessem ser incorporadas a estrutura em oneracao.
Tambem observou-se, no passado, a execucao de servicos quo so tornarun, em
fungao deste fato, insuficientes, inocuos ou inonortunos.
8. WRAD FX.Tm Nn)C-
0 autor agradece i ELLTROPAULO - Eletricidade de Sao Paulo S/A, a
oportunidade de divulgar o presente trabalho assim comp aos funcionarios
do Departamento de Engenharia Civil.
9. RFSUMD
Os criterios gerais de avaliaca`o da seguranca do macico oeste - Bar
ragem do Rio Grande sao apresentados destacando-se os asoectos da necessi-
dade da recuperacao da estrutura e da sua localizadao particular dentro
do perimetro urban da Cidade de Sao Paulo. Leva-se cm conta a formulacao
de um modelo geotecnico, onde as esforcos sao direcionados para caracteri-
zar o desempenho relatado ao longo do aproximadamcnto mcio scculo do regis
506
tros e investigacoes. Neste sentido, da-se enfase ao comportamento daque
le aterro hidraulico e seu relacionamento com as Principais causas do aci
dentes e rupturas de barragens. Finalmente, destaca-se a importincia da
representatividade das amostras na escolha da secao critica, avalia-se as
condicoes de estabilidade e apresenta-se as obras de recuperacao da estru
tuna, onde o principal objetivo e manter as-condicoes para quo, a todo
instante, novas iniciativas do recuperacao preventivas possam ser efetiva
das.
10. BIBLIOGRAFIA
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