Bem estar 26-08-12
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Editorial
O olhar mais atento em cima de duas reportagens destaedição da Bem-Estar permite refletir sobre a importância denos livrarmos do que poderia ser chamado de “peso extraemocional”, gerado pelo apego, quando beira à compulsão,por coisas ou pessoas, e pelo estresse. No primeiro caso, oterapeuta Sambodh Naseeb mostra que o caminho está nabusca do autoconhecimento, da essência interior, queafasta o sentimento de que algo nos falta. No segundo, oinstrutor de ioga e meditação Salvador Hernandes ensinacomo transformar a energia gerada pelo estresse emmovimento proativo para a resolução de conflitos. 24
Seul (Coreia do Sul) e Los Angeles(EUA): dois roteiros diferentes, masigualmente empolgantes
16
Filho do diretor Jayme Monjardim,ator Jayme Matarazzo encara suacarreira sem deslumbre com a fama
13
Cardiologista escreve sobre a relaçãoda depressão com o aumento do riscode doenças cardiovasculares,conforme apontam estudos recentes
Poesia
Segredos do poeta
E descobrir com carinho
A arte de imaginar
Sorrir com a beleza das flores
Quando a natureza chorar
Ser namorado da vida
Fazer serenata ao luar
E ver no Universo
Segredos da beleza que há
A mensagem do silêncio
Em poesia revelar...
Decanta tudo que é belo
Com sentimentos profundo
O ego sonhador prevalece
Sendo para o amor
Coração não envelhece
Penetra num mundo secreto
Com as cores do universo
E faz sua moradia
Enluarada nos versos...
Margarida Góngora Mantovani
AUTOCONHECIMENTOTerapeuta corporal fala sobreimportância de exercitar odesapego em busca de maiorliberdade, leveza e conexão realcom tudo o que nos cercaPáginas 4 e 5
RELACIONAMENTOEspecialistas em comportamentoensinam como se “desintoxicar”de uma relação que não deucerto, fortalecer o ladoemocional e mirar o futuroPáginas 8 e 9
PSICOLOGIAConheça a EMDR, terapiade reprocessamento querestabelece a saúde física eemocional a partir de estímulosaos hemisférios do cérebroPáginas 10 e 11
LIVRONovo título da editoraSextante confronta opiniõesde Deepak Chopra e LeonardMlodinow a respeito daciência e espiritualidadePágina 12
Agência O Globo/Divulgação
Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação
Turismo
Edvaldo Santos
Televisão
Ação e leveza
OswaldoGrecoDIÁRIO DA REGIÃO
Editor-chefe
Fabrício Carareto
Editora-executiva
Rita Magalhães
Coordenação
Ligia Ottoboni
Editor de Bem-Estar e TV
Igor Galante
Editora de Turismo
Cecília Demian
Editor de Arte
César A. Belisário
Diretora Superintendente
Rosana Polachini
Pesquisa de fotos
Mara Lúcia de Sousa
Diagramação
Cristiane Magalhães
Tratamento de Imagens
Arthur Miglionni, Humberto
Pereira e Luciana Nardelli
Matérias
Agência Estado
Agência O Globo
TV Press
2 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
O ALVORECER DAMENTE SUPERIOR
Espiritualidade
José Trigueirinho Netto
O advento da nova cons-
ciência humana inclui a
reestruturação da mente. Re-
quer não um simples reordena-
mento, mas uma verdadeira
transmutação, que pode ser au-
xiliada pela concentração no
mundo interior, pelo serena-
mento. É para esclarecer isso
que escrevi o livro “Trabalho
Espiritual com a Mente”, lança-
do pela Editora Pensamento.
Descreve como ampliar hori-
zontes e expandir a compreen-
são da vida.
“Trabalho Espiritual com a
Mente” surgiu de duas pergun-
tas endereçadas a mim, tema
de uma palestra publicada pe-
la Irdin Editora: “Que signi-
fica fundir a mente concreta
na abstrata, torná-las uma
só?” e “Que é o despertar do
intelecto superior?”
O lado material da mente –
também chamado de conscien-
te esquerdo, responsável pela
criação dos pensamentos nor-
mais, concretos – é dirigido ao
mundo exterior, enquanto o la-
do espiritual – o consciente di-
reito – abarca a intuição. Os
dois podem funcionar de ma-
neira harmônica. Quando nos
dispomos a avançar nesse senti-
do, a primeira etapa é a de orga-
nizar os conteúdos da mente.
Depois, devemos entregá-los à
luz maior que refulge no inte-
rior do nosso ser. Não há como
chegar à realidade sem cruzar
essa ponte, “do coração”.
Na atividade de pensar, em
que a maioria das pessoas se en-
volve de modo aleatório e de-
senfreado, a mente se fixa em
circunstâncias materiais. En-
quanto se mantém dispersa,
voltada para o que os sentidos
apresentam, é difícil aplicar a
atenção em temas elevados. A
concentração só se faz possível
quando desconfiamos do que
nos atrai, agrada ou contenta e
nos dirigimos prioritariamente
à busca espiritual e à adesão ao
Desconhecido em nós.
A mente não é apenas uma
fábrica de pensamentos engen-
drados a partir de estímulos
sensoriais. Tem um lado capaz
de se manter separado do que é
percebido pelos sentidos. Esse
lado, o intelecto, tem de ser
educado pela aspiração ao Alto.
E assim, até as células cerebrais
são transformadas.
A essa metamorfose se suce-
de o desenvolvimento da men-
te psíquica que, por sua vez,
desmantela os condicionamen-
tos e passa a captar ideias de ní-
veis mais profundos. Ela deve
alargar-se pelo cultivo da obe-
diência ao Eu Superior e da hu-
mildade, atitudes que nos per-
mitem seguir o rumo correto.
Nesse caminho, o lado mate-
rial da mente vai-se atenuando
e, quando por fim já não nos su-
bordina, tornamo-nos recepti-
vos a impulsos provenientes de
mais alto. Começamos a perce-
ber algo maior, e um novo as-
pecto desponta. Relacionamo-
nos então de forma diferente
com plantas, animais e pessoas.
É quando conhecemos outro ti-
po de pensamento: o que surge
sem o raciocínio. E, pouco a
pouco, a mente passa a acolher
o que vem da Hierarquia espiri-
tual planetária. Aprende a irra-
diar o que capta e a utilizar tais
impulsos para o bem geral. Pes-
soas de boa vontade, que de fa-
to se dispõem a ajudar o próxi-
mo, precisam descobrir essa
senda e entrar nesse magnífico
serviço. �
Serviço
Extraídodoboletim“Sinais deFigueira”
(Irdin Editora), de Trigueirinho
(www.trigueirinho.org.br). Palestrasdo
autorpoderão ser ouvidas, gratuitamente,
nosite: www.irdin.org.br, ouno grupode
estudos,que se reúneàs quintas-feiras,
às20horas, na ruaPorfírioPimentel, 55,
BomJesus (2ª travessa acimada Av.
AlbertoAndaló). Mais informações:
José Trigueirinho Netto éfilósofo espiritualista, autor de77 livros, com cerca de 2,5milhões de exemplarespublicados até o momento, emais de 1,7 mil palestrasgravadas ao vivo
Ela deve alargar-se pelo cultivo da obediência ao Eu Superior e da
humildade, atitudes que nos permitem seguir o rumo correto
Quem é
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 3
O desapego gera serenidade e alegria. Ficamos mais leves
e com sentimento de conexão com tudo que nos cerca
Gisele [email protected]
O líder espiritual indiano
Osho já dizia que todas as nos-
sas misérias e sofrimentos não
são nada mais do que apego.
Nossa ignorância e escuridão
são uma estranha combinação
de apegos. “Todas as nossas po-
sições, nossos poderes, nosso di-
nheiro, nosso prestígio, respei-
tabilidade, são todos bolhas de
sabão. Não fique apegado a bo-
lhas de sabão; senão, você esta-
rá em contínua miséria e ago-
nia”, disse. Para Osho, portan-
to, o desapego é a essência do
caminho.
Desapego nada mais é do
que é a habilidade de não se
apegar a algo ou a alguém, en-
tendendo a natureza das posses
e das relações. É a diferença
que marca ter posse de algo e
ser possuído por algo (caracte-
rística do apego). É claro que o
fato de possuirmos algo não é
ruim. Todos nós temos necessi-
dades de alimentação e abrigo,
de cuidar de nossa saúde e edu-
cação e, na medida em que so-
mos seres sociais e vivemos em
grupos, precisamos de coisas
utilizadas nessa sociedade. No
entanto, precisamos entender a
necessidade dos objetos e do
pertencimento social ao mes-
mo tempo em que podemos ter
a habilidade de nos desligar, de
nos desapegar.
Mas quais as características
das pessoas apegadas e desape-
gadas? Via de regra, as desape-
gadas são tranquilas, estão sem-
pre em paz. Conhecem sua ver-
dadeira natureza e sabem que o
fato e a possibilidade de perde-
rem alguma posse ou se distan-
ciarem de alguém não vai mu-
dar sua verdadeira natureza. Já
as pessoas apegadas podem
apresentar diversos sintomas,
como ansiedade, fobia, depres-
são, ou seja, ou têm medo de
perder ou perderam e não sou-
beram lidar bem com a perda.
Sobre desapego, o músico e
terapeuta corporal Sambodh
Naseeb, professor de medita-
ção e autoconhecimento, falou
com a revista Bem-Estar.
Revista Bem-Estar - De
que forma podemos nos desa-pegar e por que devemos nosdesapegar?
Sambodh Naseeb - Uma
boa maneira de nos desapegar
é, primeiro, começar a perce-
ber nossos apegos. Quando nos
tornamos conscientes dos ape-
gos, começamos a perceber o
quanto eles nos impossibilitam
a paz verdadeira. Ao perceber
os apegos, podemos aos poucos
começar a escolher qual cami-
nho tomar. O autoconhecimen-
to e a meditação são caminhos
que ajudam, porque equili-
bram o organismo corpo/men-
te e abrem canal para uma vida
mais consciente e lúcida, em
que passamos a perceber o que
sentimos, o que pensamos, de
uma forma mais sutil e profun-
da. Assim, é possível aumentar
a presença da consciência, que
Autoconhecimento
LIVRE
4 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
é nossa essência natural. A pre-
sença nos alimenta, nos nutre,
de modo a não permanecermos
com sentimento de que “algo
está faltando”. Esse sentimento
de falta é o que nos faz apegar a
coisas e pessoas.
Bem-Estar - O que aconte-ce quando atingimos um nívelmaior de desapego?
Naseeb - Há uma sensação
de maior liberdade, se-
renidade e alegria. Fi-
camos mais leves e
com sentimento de co-
nexão com tudo que nos
cerca. Também podemos
estar mais aptos a relaciona-
mentos verdadeiros de amor,
pois o amor real não é carência
e medo de estar sozinho e sim
uma abundância de energia
que se deseja trocar e comparti-
lhar com o outro. A riqueza de
um relacionamento baseado no
amor real é uma das maiores
alegrias do desapego.
Bem-Estar - Como nos de-sapegar das pessoas e dascoisas?
Naseeb - Uma boa dica é co-
meçarmos a refletir sobre nos-
sas compulsões, que são aque-
les desejos repetitivos que
criam sofrimento. Apego e de-
sejo compulsivo andam juntos.
Aprender a meditar é um bom
caminho. Meditação é um en-
contro com a verdade, uma ma-
neira de você perceber a realida-
de com mais lucidez. Medita-
ção é uma limpeza e ao mesmo
tempo uma aproximação com a
luz interior. Mas se você esti-
ver em profundo sofrimento
por causa de um apego a al-
guém, por exemplo, a dica é
uma boa terapia, breve, que pos-
sibilite a você ver as causas des-
te apego e abrir canais de cura e
ação para a solução disso.
Bem-Es ta r - Qua l amaior dificuldade no mun-do atual com tantas distra-ções para que consigamosnos desapegar?
Naseeb - A maior dificulda-
de é ouvir mais o mundo do
que a nós mesmos. Nos cursos
de meditação, eu sempre per-
gunto: “Onde está sua atenção?
Onde está seu foco a maior par-
te do tempo?” Se a maior parte
do tempo sua atenção está nos
pensamentos e não na vida
real, então você é um viciado
na mente e, sendo assim, vo-
cê fechou seu canal intuiti-
vo. Quando estamos vicia-
dos em pensamentos, o foco
da nossa atenção não é mais
na vida, mas nas imagens
mentais. Imagens mentais
são sempre do passado. Pen-
samentos são eventos da me-
mória. A vida não é um even-
to da memória. A vida está
sempre no agora. Essa sinto-
nia no momento presente é um
outro nome para meditação.
Meditação é uma nova forma
de viver, que é baseada no mo-
mento presente, não no apego
excessivo aos pensamentos. É
um despertar da inteligência
que habita em nós. Estamos o
tempo inteiro fazendo histó-
rias mentais. Nós nos ocupa-
mos o tempo inteiro com coi-
sas desnecessárias ao invés de
estarmos abertos à vida a cada
segundo. Aí, a vida acontece e
não estamos presentes. Esta-
mos sempre consultando o pas-
sado e o futuro. E o que isso ge-
ra? Falta de energia e presença.
Então, nos voltamos a coisas e
pessoas de forma compulsiva
para buscar essa energia que es-
tá faltando. Uma boa dica ini-
cial é aprender a trazer a aten-
ção para a respiração, para o
corpo. Sair da mente e ir para
a respiração. É um primeiro
passo. Há outras maneiras
mais profundas que você po-
de aprender em trabalhos
com meditação em grupo. E
com tudo isso será possível
notar que, aos poucos, vão di-
minuindo nossos apegos e au-
mentando nossa apreciação
pela vida e as pessoas. A pre-
sença do amor surge, o desejo
real de amar acontece, por-
que agora estamos livres de
compulsões. E quando a ener-
gia está livre ela quer dançar,
quer celebrar, quer amar,
quer se divertir nesta bela vi-
da. Para quem vive assim, a
vida é uma brincadeira. Desa-
pego é consequência do auto-
conhecimento. É ir ao encon-
tro de uma vida festiva, leve,
viva e cheia de celebração a
cada momento diante de todos
os desafios que surgirem.
Exercite o desapego
Procure se conhecer e busque um diálogoconsigo mesmo. Aceite-se
Abra mão do excesso. Deixe que as coisas
se reciclem, tudo na natureza e no universo
se recicla
Quando estiver em um relacionamento,
procure construir uma relação onde o outro
possa ser uma companhia e não um suporte;
busque interação de troca e não de
dependência. É ruim para ambos quando o
relacionamento carrega o peso da dependência
Questione-se. Procure saber porque você
está tão apegado às coisas e o quanto asposses conseguem realmente preenchê-lo
Procure saber porque é tão consumista equer tanto ter alguma coisa
Preencha os espaços internos de formasmais duradouras e que deem a vocêmaior estabilidade
Entre em contato com a essência divinaque temos internamente. A meditação podeajudar a olhar para dentro de si com os olhos damente e da confiança. O contato com seusilêncio interior pode trazer um preenchimento
muito grande �
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 5
Curso em Rio Preto ensina
como usar a energia gerada
pelo estresse para superar
problemas emocionais
Elen [email protected]
Um dos grandes desejos da
sociedade moderna é fugir do
estresse, cujos efeitos - tensão,
irritação, dores de cabeça, respi-
ração acelerada - são incômo-
dos geralmente só resolvidos
pelo “desligamento” geral da
mente e do corpo de tudo o que
remete aos problemas e às com-
plicações do dia a dia.
Mas segundo o instrutor de
ioga e meditação Salvador Her-
nades, que também é coach e io-
gaterapeuta, em Rio Preto, essa
reação do organismo diante de
situações adversas que preci-
sam de solução é como um ins-
tinto de sobrevivência, que
existe desde a era mais primiti-
va do homem. “Para os animais
e os homens dos tempos primi-
tivos, o agente estressor era al-
go bem concreto, como um pre-
dador correndo atrás, sendo
que a sobrevivência era lutar (e
vencer a luta) ou fugir.”
Isso significa que o estres-
se é um reação conquistada
na evolução, mas como não é
usada da mesma forma, toda
a energia disponibilizada é
acumulada, o que gera todos
aqueles efeitos negativos ao
organismo.
Por isso, um curso com a te-
mática “Estresse – fazendo do
vilão um amigo” será ministra-
do exatamente para ensinar co-
mo enxergar, controlar e apro-
veitar essa energia.
Acompanhe a entrevista
concedida à Revista Bem-Estar
por Salvador Hernandes e reve-
ja sua concepção a respeito do
estresse. Afinal, situações es-
tressantes podem estar presen-
tes, mas o modo como são rece-
bidas e resolvidas é o que faz a
diferença.
Revista Bem-Estar - Qual éa reação do corpo quando es-tá exposto ao estresse?
Salvador Hernandes - O or-
ganismo está preparado para
acionar a reação de estresse
diante de situações identifica-
das como ameaçadoras. Uma
cascata de respostas fisiológi-
cas é ativada, com a produção
dos chamados hormônios do es-
tresse, preparando o corpo para
uma reação de luta ou fuga
diante do agente agressor. As
pupilas dilatam, a respiração e
o coração aceleram, o sangue
desloca-se da superfície da pele
para a musculatura e mais uma
série de reações bioquímicas.
Neste momento, em que a men-
te considera que existe um peri-
go, o corpo está preparado para
lutar. Mas, para o homem mo-
derno, os predadores são repre-
sentados muito mais por aspec-
tos emocionais do que reais.
Não temos tigres de dente-de-
sabre correndo atrás de nós pe-
las ruas, mas temos desafios
igualmente perigosos no nosso
ambiente de trabalho, nas nos-
sas relações familiares e amoro-
sas. A reação de estresse desen-
cadeada é a mesma, mas não
usamos mais a energia para cor-
rer, e ela acaba se acumulando
prejudicialmente em nossos
corpos e mentes.
Bem-Estar - De que formaé possível transformar esse“vilão” em amigo?
Hernandes - Podemos
aprender a utilizar a energia
disponibilizada para a supera-
ção de obstáculos que apare-
cem em nossas vidas, sabendo
como direcioná-la e evitando a
resposta agressiva, desenvol-
vendo a capacidade assertiva e
pró-ativa na condução de nos-
sas ações. Um aspecto muito
importante nesse aprendizado
é a reavaliação do que conside-
ramos como estressante. É pos-
sível mudar nossas avaliações
cognitivas sobre o que realmen-
te é perigoso para nós e o que
podemos encarar de forma
mais tranquila, como desafios
não ameaçadores à nossa sobre-
vivência, mas instrumentos pa-
ra nosso crescimento como se-
res humanos.
Bem-Estar - Dê exemplosdas técnicas para gerenciar oestresse no dia a dia.
Hernandes - Existem mui-
tas técnicas eficazes para con-
trolar o estresse no dia a dia.
Realizar atividades físicas, co-
mo uma caminhada, uma práti-
ca de ioga ou mesmo na acade-
mia ajudam a utilizar a energia
acumulada pelas possíveis rea-
ções de estresse de um dia de
forma mais equilibrada. A ativi-
dade física por si só libera ou-
tros hormônios e substâncias
que fazem uma reação oposta
ao estresse, como a sensação de
bem-estar. A meditação é outra
ferramenta maravilhosa para
um bom gerenciamento do es-
tresse, pois ativa o que se conhe-
ce como “resposta de relaxa-
mento” – uma reação fisiológi-
ca que neutraliza os efeitos do
estresse. Na meditação, tam-
Comportamento
VIREO JOGO
6 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
bém conseguimos di-
minuir as quantidades de
hormônio cortisol e, finalmen-
te, podemos aprender (e utilizar)
técnicas respiratórias capazes de
modificar nossos estados men-
tais. Essa conexão entre respira-
ção mais curta, no alto do peito, e
rápida, com os estados emocio-
nais de ansiedade, medo e estres-
se, é bem conhecida há muito
tempo. Se consigo trazer minha
respiração para um padrão mais
tranquilo, abdominal e profundo,
a mente também acompanha esse
processo.
Bem-Estar - Quais são ascaracterísticas positivas queo estresse pode desenvolverem nós?
Hernandes - O estresse po-
de ser útil quando realmente
nos protege de perigos verda-
deiros. Diante de ameaças con-
cretas do tipo acidentes, situa-
ções de perigo de vida, nosso
corpo-mente reage com um ní-
vel de energia surpreendente.
Há muitos re-
latos de pessoas
que conseguem sair
desses quadros de perigo,
correndo, saltando, nadando,
como nunca fariam em uma si-
tuação normal. É a energia a
mais que o estresse disponibili-
za. Quando estivermos diante
de situações estressantes, pode-
mos aprender a usar essa ener-
gia, agilidade, destreza, na solu-
ção de problemas, no enfrenta-
mento equilibrado dos desafios
emocionais, no trabalho, entre
outros.
Bem-Estar - Esse compor-tamento tende a ser igual pa-ra mulheres e homens? O quedifere?
Hernandes - A forma com
que homens e mulheres lidam
com o estresse também apresen-
ta variações interessantes liga-
das aos aspectos psicológicos
próprios. Os homens buscam
mais as atividades físicas como
forma de atenuar o estresse e as
mulheres conseguem enfrentá-
lo utilizando apoio social de
grupos e/ou amigos. Algumas
estatísticas apontam que, ao
contrário do que se imagina, as
mulheres são mais estressadas
do que os homens. A figura clássi-
ca do homem de negócios e alto
executivo das bolsas de valores é
superada pela mulher moderna,
que tem dupla ou tripla jornada
de trabalho, tendo que cuidar dos
filhos, da casa, do marido, fazer
compras, trabalhar fora e – ufa! –
estar bonita, magra, sorridente.
Cuidado, mulheres, com seu ní-
vel de estresse!
Bem-Estar - Como equili-brar o corpo e mente de umapessoa estressada e em rit-mo acelerado?
Hernandes - Uma pessoa
em altíssimo grau de estresse,
em exaustão, pode precisar de
intervenção externa para se re-
cuperar. Deve procurar um mé-
dico para reavaliar sua condi-
ção física, como está seu aspec-
to nutricional, e também de aju-
da psicoterápica, para reapren-
der a fazer avaliações mais rea-
listas de sua vida. Em meio a es-
sa ajuda, tem sido cada vez
mais frequente a aplicação de
programas que visam ensinar
às pessoas a gerenciar o estres-
se. São programas que envol-
vem técnicas de meditação, re-
laxamento, respiração, com-
preensão do estresse em seus as-
pectos físicos e emocionais e co-
mo lidar no dia a dia com even-
tos estressantes. A pessoa es-
tressada tem de fazer esse
aprendizado, pois só ela é capaz
de responder por si mesma e
realizar as mudanças necessá-
rias em seu modo de ser.
Bem-Estar - De um modogeral, quais são os benefíciosda meditação para a saúde fí-sica e mental?
Hernandes - A meditação é
uma técnica de atenção que
tem sido amplamente pesquisa-
da por sua capacidade de trazer
benefícios físicos e mentais pa-ra os que a praticam. Inúmerasalterações cerebrais foram de-tectadas nos praticantes de lon-go tempo, com estimulação deáreas cerebrais responsáveis pe-la atenção e concentração. O cé-rebro funciona de forma otimi-zada. As glândulas funcionamde forma equilibrada, produzin-do hormônios nos níveisideais. Há redução de dores eefeitos positivos nos sistemasdigestivo, reprodutivo e intesti-nal. No aspecto emocional, háuma grande estabilização damente com maior capacidadede atenção, de foco nas ativida-des do dia a dia, redução nospensamentosrepetitivos e melhorcondição para tomar decisõesassertivas. �
ServiçoCurso“Estresse – fazendodo vilãoumamigo”, dodia 5desetembroa7denovembro, às quartas-feiras, das 20horasàs 21h30.Palestra gratuitadia 29deagosto. Na rua15denovembro,3.171, sala75, em RioPreto. A entradaéumquilo de alimentonão perecível.Maisinformações, (17) 3223-3757
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 7
Aprenda como se “desintoxicar” de um amor
fracassado e encare o futuro de cabeça erguida
Gisele Bortoleto
“Se sou amado, quanto mais amado, mais
correspondo ao amor. Se sou esquecido, devo
esquecer também, pois amor é feito espelho:
tem que ter reflexo”, disse o poeta chileno Pa-
blo Neruda (1904-1973).
Amores são relacionamentos carregados de
afeto, relações caracterizadas pela projeção de
nossos mais íntimos sentimentos e desejos na
tela da vida de outra pessoa. A projeção e a ex-
pectativa de que o outro corresponda aos nos-
sos modelos idealizados é quase sempre uma
experiência frustrante, mais pela dificuldade
de reconhecer que erramos do que pela impos-
sibilidade de transformarmos o outro em nos-
so desenho imaginário.
Mas quando um relacionamento não dá cer-
to, é hora de dizer adeus e se preparar para a
chegada de novos amores. Essa é uma regra cla-
ra - abrir espaço para que o novo possa en-
trar. Porém, por que temos tanta dificulda-
de em nos desvencilhar de um amor que
não deu certo?
Precisamos ter forças para nos “desinto-
xicar” dessa relação e só assim permitir que
outra pessoa possa nos fazer feliz. Não é
uma coisa fácil, tanto que existem na inter-
net até blogs especializados no assunto. É o
caso da página “Como se desintoxicar da
pessoa errada” (comosedesintoxicardoho-
memerrado.blogspot.com.br).
“Para muitas pessoas, é impossível elabo-
rar o fim da relação, porque isso implicaria
em desconstruir as expectativas de amores
idealizados e passar a conviver com a reali-
dade como ela se apresenta (não como gosta-
ríamos que fosse) e todos os seus desencan-
tos”, diz a psicóloga cognitivo-comporta-
mental Mara Lúcia Madureira. Desse mo-
do, elas transferem seus sentimentos para
outra pessoa, perpetuando a experiência da
projeção.
Aceitar o fim é reconhecer a possibilida-
de de, em algum tempo, ficar bem sem aque-
la pessoa, encontrar outras gratificações,
ter mais tempo para conhecer gente nova,
resgatar a alegria, alterar a rotina, os pensa-
mentos e refazer a vida. A aceitação, elabora-
ção do luto, superação da dor e restabeleci-
mento afetivo evidenciam um estado de nor-
malidade da saúde mental.
“Aproprie-se da razão. Em vez de evitar
falar e pensar no assunto, afirme-se em alto
e bom som: ‘acabou’”, recomenda Mara.
“Repita: ‘Essa pessoa não participa mais da
minha vida. Agora ela está se refazendo ou
se divertindo, buscando outros amores e eu
devo fazer o mesmo’”.
Gastar tempo pensando sobre o que foi
ou deixou de ser ou o que não foi e deveria
ter sido não contribui para melhorar e ain-
da piora o que já está ruim. É preciso deixar
sua vida seguir em frente a despeito da dor.
Não tente negar o sofrimento, nem se fazer
de mártir pela dor. Apenas aceite o sofri-
mento e interaja com ele. “A vida segue e é
preciso acompanhá-la. Acorde, se arrume e
vá trabalhar. “Chore quando sentir vontade, la-
ve o rosto e tome o prumo novamente. Saia
com amigos, vá aos compromissos, viaje, faça
tudo apesar dos pesares. Sofrer o fim de um
amor, tudo bem. Paralisar a vida por isso, é pa-
tológico”, adverte Mara.
Relacionamento
‘Faxina’emocional
8 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Identifique a causa dotérmino e aprenda com ela. Paraisso, uma visão neutra dasituação é necessária. A terapiaajuda a desenvolver habilidadesque impeçam a repetição damesma experiência no futuro
Pelo menos a princípio,evite lugares, músicas,atividades e objetos que estejamcarregados de lembranças. Adica é dissociar (aprender aseparar) as lembranças dosobjetos e locais, atrelando-os anovas pessoas e situações
Adote uma rotina diferente:entre em academias, cursos deioga, faça acupuntura, reúnaamigos para caminhar emlugares onde não tem o hábitode ir, planeje viagens, participede novos grupos sociais. Abrasua mente para o novo e olhepara frente
Pare de falar, ver fotos outrocar mensagens com a pessoaamada para desativar a área docérebro associada ao apego
Jogue fora ou escondapresentes, cartas, roupas eoutros objetos queestimulem lembranças
Foque no que deu errado,para incentivar o cérebro aregistrar as experiências ruins eaprender a superá-las
Resista à tentação de entrarem contato com o ex após algunsmeses sem contato, para não
correr o risco de reativar estaregião cerebral
Ninguém é perfeito. Não seiluda com as mentiras que osamigos, parentes e outraspessoas lhe contam sobrenamorados, maridos e paisperfeitos. Isso é lenda
Quando decidir encerrar arelação, jamais se permitasentir dó da outra pessoa. Émelhor que ela sofra e se libertedo que mantê-la iludida sobnosso desamor
Pior do que sentir dó dooutro é sentir dó de si mesmo.Aprenda a ficar só. Isso é bom enecessário para desintoxicar eelaborar o luto
É preciso sepultar osmortos. Se o amor morreu,enterre-o e se permita viver oluto. Tentar compensar umaperda se envolvendoprecocemente com alguémnem sempre traz bonsresultados. Os fantasmas dopassado costumam voltar paranos assombrar
Nunca comece umrelacionamento impregnadode outro. Desintoxique-se paranão levar para o presenteemoções pertencentes a outrahistória, com outra pessoa e em
outro momento �
Fonte: Mara Lúcia Madureira e
Alexandre Cáprio, psicólogos; Helen
Fisher, antropóloga
Evite recaídas1 - Fique em pé, imagine a pessoa na sua frente também
de pé e a conexão energética entre vocês. Pode ser uma luz que
conecta umbigo com umbigo ou qualquer outra conexão em
outra parte do corpo, mas o importante é que você a veja como
uma luz. Com sua mão direita, faça um golpe de caratê para
cortar essa conexão e, em seguida, bata palma três vezes. Em
seguida, lave suas mãos em água corrente e depois com sal
grosso. Se não tiver sal grosso, pode passar álcool
2 - Entre em uma banheira com água e coloque bastante
sal grosso dentro. Fique nela por uns 15 minutos. Depois disso,
deixe a água sair e continue sentada pensando na pessoa e que
aquela água que está escoando está levando com ela toda a
energia que os conecta. Depois, tome um banho da cabeça aos
pés limpando todo o sal e a água que ficou no seu corpo
3 - Entre no mar dos pés a cabeça e tome aquele banho
com a intenção de limpar a sua ligação com a outra pessoa.
Quando mergulhar a cabeça, pense na conexão energética dos
dois e deixe o mar levá-la
Fonte: Margareth Signorelli, especialista em relacionamentos amorosos
O rompimento do laço cria
uma série de efeitos desagradá-
veis. Mesmo se a relação não
era boa, nós nos condiciona-
mos com a presença do outro.
O afastamento gera um efeito
parecido com uma abstinência,
que terá momentos suaves e ou-
tros nem tanto. “A maioria das
pessoas confunde essa fase com
saudade e amor, voltando a fi-
car juntos apenas para repetir
seus dramas mais uma vez. Sa-
ber disso pode ajudar você a li-
dar melhor com a nova rotina”,
diz o psicólogo cognitivo-com-
portamental Alexandre Cáprio.
Reveja sua postura: pare de
acreditar que você precisa de al-
guém que o complete para que
a felicidade seja possível. Nin-
guém pode preencher o vazio
existencial de outra pessoa,
ressalta Cáprio. É exatamen-
te esse pensamento que faz
com que os outros dependam
de uma relação ou de alguém
sempre. Isso sufoca, gerando
tanta pressão e cobrança que
destrói o vínculo. “Você deve
aprender a ser feliz sozinho pa-
ra ter a liberdade de escolher
uma pessoa por amor e não por
necessidade”, complementa.
“Tudo ao nosso redor é
energia e emana energia e, no
nível quantum, estamos todos
ligados e conectados. Quando
você tem um relacionamento
íntimo com alguém, esses cor-
dões de conexão são ainda
maiores”, explica Margareth
Signorelli, especialista em rela-
cionamentos amorosos. Isso
significa, segundo ela, que mes-
mo que o parceiro tenha se dis-
tanciado de você há muito tem-
po esta conexão pode im-
pedir a chegada de al-
go novo e precisa ser
cortada. (GB) Desintoxique-se
Corte a conexão energética
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 9
Inspirada nos movimentos
oculares durante o sono REM,
psicoterapia EMDR estimula o
cérebro para curar traumas
Jéssica [email protected]
Problemas psicológicos e emocionais, principal-
mente relacionados a traumas, como transtorno do
estresse pós-traumático (TEPT), depressão, ansieda-
de, fobias, distúrbios de comportamento, entre ou-
tros, podem ser tratados com uma psicoterapia espe-
cífica: o EMDR.
A psicóloga Maria Aparecida (Tina) Junqueira
Zampieri, facilitadora e supervisora de EMDR, em
Rio Preto, explica que a psicoterapia por EMDR é
um método que utiliza a estimulação dos hemisfé-
rios do cérebro.
A sigla vem de “Eye Movement Desensibization
and Reprocessing”, inspirada nos movimentos ocula-
res que acontecem durante o sono REM, fase em que
ocorrem os sonhos.
Atualmente, o método é conhecido apenas como
terapia de reprocessamento. “Quando uma pessoa so-
fre trauma psicológico, podem ocorrer alterações no
nível de funcionamento de algumas regiões do cére-
bro. Isso foi constatado por tomografias de Petscan e
Spectscan. Na prática, a pessoa pode ter reações co-
mo irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concen-
tração, alterações no sono, no apetite, enfim, reações
a curto ou a longo prazo, que podem interferir muito
na vida em família, no trabalho ou mesmo no lazer.
Exames feitos após a psicoterapia por EMDR mos-
tram o cérebro restabelecido e que, no dia a dia, a pes-
soa reconquistou sua vida normal”, afirma.
O EMDR foi criado pela pesquisadora e psicólo-
ga Francine Shapiro. Os estudos sobre o método sur-
giram de uma experiência pessoal vivida pela norte-
americana há 30 anos, quando, caminhando em um
parque, percebeu estar melhorando de seu mal-estar
diante da situação difícil em que se encontrava. “Ho-
je, o EMDR é uma terapia integrativa bem funda-
mentada e organizada. Recebeu uma premiação da
APA (American Psychological Association) pelos be-
nefícios no tratamento de TEPT e conquistou o títu-
lo de terapia baseada em evidências pelas pequisas
que têm sido realizadas”, diz Tina.
Em entrevista à revista Bem-Estar, a psicóloga fa-
la também sobre os benefícios e quais problemas po-
dem ser tratados pelo EMDR.
Revista Bem-Estar - Qual o objetivo do EMDR?Tina Zampieri - É restabelecer a saúde. Como a
saúde do corpo sofre influências da mente e psique, é
esperado que a saúde física também melhore com o
tratamento.
Bem-Estar - Quais os benefícios desse tipo depsicoterapia?
Tina - O EMDR tem se mostrado ágil na resposta
a vários tipos de problemas, em especial aqueles asso-
ciados com traumas psicológicos. Mas nem todas as
situações terão uma resposta rápida, e há inclusive si-
tuações que necessitam de acompanhamento a longo
prazo, como nas doenças crônicas. Espera-se que a
pessoa possa lidar bem com sua vida em geral, com a
família e o trabalho, que esteja livre para ser feliz.
Em suma, com o tratamento com EMDR, pretende-
se aumentar a resiliência.
Bem-Estar - Para quais tipos de problemas ou
traumas essa técnica pode ser aplicada?Tina - Há pessoas que são ditas mais resilientes, isto
é, não são facilmente abatidas por situações que para ou-
tras pessoas poderiam ser traumáticas. Pelo contrário:
parecem sair mais fortalecidas frente aos desafios diá-
rios. Por princípio, os traumas tendem a gerar congela-
mento de memórias que, assim, não podem ser acessa-
das como experiência de vida. Chamamos essas memó-
rias congeladas de cistos. Parecem ilhas de memória in-
tacta, porque na terapia a lembrança vem por inteiro,
muitas vezes até com o cheiro que estava presente no
evento traumático. Conforme o acontecimento, ao in-
vés de sentir-se mais experiente, a pessoa pode desen-
volver uma reação aguda a estresse ou, mais adiante,
um transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Fi-
ca passada, tem pesadelos recorrentes, insônia, sinto-
mas depressivos. Mas, enquanto na reação aguda a es-
tresse com o tempo esses sintomas vão melhorando, no
TEPT os sintomas tendem a acentuar, e a vida pode fi-
car muito prejudicada, por vezes a ponto de não se sair
de casa. O EMDR tem sido muito resolutivo para essas
situações. O acúmulo de traumas menores do dia a dia
também pode trazer sintomas semelhantes e igual-
mente ser tratados com EMDR.
Bem-Estar - Qualquer pessoa pode ser benefi-ciada com o EMDR?
Psicologia
FELICIDADERESTABELECIDA
Psicóloga Tina
Zampieri (de
branco) simula
uma consulta
com base na
técnica de
EMDR: resposta
rápida a trauma
psicológico e
outros problemas
Guilherme Baffi
10 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Tina - De bebês a idosos, o EMDR não há restrição de idade
para ser aplicado. A criança mais jovem que atendi estava com 8
meses de idade e o resultado foi excelente. Foi uma emergência,
em que o bebê havia presenciado um incidente e, depois disso,
não conseguia dormir. Saiu dormindo do consultório. Há limites
sim de aplicação. Temos cautela com pessoas portadoras de epi-
lepsia, e solicitamos a avaliação e o acompanhamento do médico
em pacientes gestantes, por exemplo.
Bem-Estar - Quando o EMDR não é indicado?Tina - Pessoas que fazem uso de benzodiazepínico não têm res-
posta significativa com o EMDR. Também há muita cautela com
fissura, que precisa ser avaliada e o processo bem acompanhado
pelo médico. Bem como com pacientes cardíacos, em que há estu-
dos sendo feitos, e, preferencialmente, o médico deve estar a par
do tratamento.
Bem-Estar - Antes de iniciar esse tipo de terapia, é necessá-ria alguma avaliação?
Tina - A psicoterapia por EMDR difere das demais por seu caráter
bem estruturado e principalmente pela estimulação cerebral, seja ocular,
tátilousonora.Umaboaavaliaçãoénecessáriacomonasdemais linhasda
psicologia.Umacompressãodiagnósticadocasoeoencaminhamentopa-
raoutrasáreasdamedicina, terapiaocupacionale outrassãorequisitospa-
rao sucesso do tratamento. Cada caso é um caso. Além da avaliação psico-
lógicahabitual,que incluientrevistaeaplicaçãodetestesconformeocaso,
solicitamos avaliação médica para os casos em que o clínico julgar reco-
mendado.Alémdisso,comoemoutrostratamentospsicológicos,osupor-
tefamiliaredeoutrosprofissionaisafinsseráestimuladoepreparadosem-
pre que necessário.
Bem-Estar - Em média, quanto tempo pode durar uma ses-são e quantas sessões são necessárias para que a psicotera-pia seja eficaz?
Tina - A duração da consulta depende do ritmo de cada cliente, de
uma a duas sessões (convencionais de 50 minutos). A duração do trata-
mento depende do caso. O tratamento mais rápido que já fiz em um
caso de transtorno do pânico durou oito sessões. Era um jovem adulto
em tratamento médico há 6 anos. As crises cessaram e ele conseguiu
voltar a trabalhar, mesmo continuando com o acompanhamento médi-
co. No entanto, já tratei outros casos com o mesmo diagnóstico com
duração de um ano.
No método do EMDR, é feita a estimulação cerebral por meio deaparelhos que emitem sinais alternados. “Por exemplo, utilizam-se
movimento de luzes que o paciente acompanha com os olhos, sons ou
sinais táteis, sempre alternados, para estimular os hemisférios cerebrais,com o objetivo de ativar o reprocessamento de memórias, o que acontece
naturalmente, principalmente durante o sono REM”, explica Tina Zampieri
Segundo a psicóloga, o EMDR parece reativar esse processo natural, o
que favorece uma reorganização mais adequada e proveitosa dasmemórias, que ficam então disponíveis como experiências de vida. Tina
explica que fobias na infância, por exemplo, são transtornos que resultam
de situações que não foram processadas. Essas memórias têm asemoções e sensações físicas dos eventos congelados. “Quando algo
similar ocorre, automaticamente conecta o material guardado dentro da
rede de memória contendo a experiência não processada, e as sensações
físicas e afetos negativos previamente armazenados vêm à tonainvoluntariamente. É por isso que a pessoa tem reações involuntárias,
como ‘explodir’, às vezes”, diz
Tina ainda afirma que os primeiros eventos perturbadorespermanecem imutáveis e servem para bloquear o acesso a outros
acontecimentos que podem já existir na memória. “Quando a pessoa faz a
terapia, vai completando o processamento de eventos, consegue digerir as
experiências traumáticas. Em todos os casos, podemos observar que
sempre aumentam as lembranças positivas da vida”, diz �
Como funciona
Divu
lgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 11
Livro da editora Sextante confronta ciência e religião a partir dos
pontos de vista divergentes de Deepak Chopra e Leonard Mlodinow
Elen Valereto
A maioria das dúvidas levanta-
das a respeito da humanidade cami-
nha entre dois campos bem distin-
tos e conflituosos: ciência e reli-
gião. Enquanto o primeiro é domi-
nado pela razão, o outro é conduzi-
do pela fé.
O principal assunto divergente
é sobre o início da vida na Terra.
Na busca por respostas sempre ob-
jetivas, a ciência baseou-se nas
pesquisas da Física para chegar à
gênese, mas a explicação por li-
vros religiosos impõe a Deus ou a
vários outros deuses e mestres es-
pirituais a criação de tudo o que
se vê e o modo como deve ser con-
duzida a vida.
Esse antigo embate entre razão
e fé é discutido em uma mesma
obra por duas frentes que defen-
dem cada qual suas bandeiras. Dee-
pak Chopra, autor de “As sete leis
espirituais do sucesso”, e Leonard
Mlodinow, de “O andar do bêba-
do”, mostram suas visões de mun-
do em “Ciência x Espiritualidade”
(editora Sextante).
O principal objetivo da obra é
dar subsídios por meio da argumen-
tação apresentada para que cada pes-
soa faça sua própria reflexão e te-
nha uma consequente ajuda na for-
mação de opinião a respeito. Por
meio de ensaios dos dois autores, in-
tercalados como em réplicas, Cho-
pra e Mlodinow dividem 18 capítu-
los em 312 páginas.
Tudo isso feito sem troca de vio-
lência ou farpas, diferente do que
acontecia e acontece até hoje entre
alguns povos em nome de uma
“guerra santa”. Um exemplo citado
no livro, referindo-se à intolerância
religiosa e de pensamento, tem co-
mo vítima Sócrates, que fora conde-
nado por defender suas convicções
filosóficas, o que era uma afronta
aos deuses cultuados em Atenas.
O mais interessante a ser desta-
cado é que a verdade defendida e
acreditada por cada um é a verda-
de do modo que cada um vê o
mundo. A concepção sobre ser,
ver, sentir e pensar podem ser di-
vergentes, mas não podem, nem
uma nem outra, ser ignoradas,
pois tratam-se de consciências:
espiritual e racional.
O choque surge da crença de
Chopra de que o universo tem um
projeto e significado próprio, sendo
a espiritualidade transcendente e
interior, por isso é importante “vol-
tar à fonte da religião”, diz o escri-
tor. Segundo ele, o excesso de co-
nhecimentos científicos reduz a hu-
manidade, negando a experiência
subjetiva da vida, como os valores
encontrados (e sentidos) no amor,
na confiança, fé, compaixão.
O que Chopra quer destacar tam-
bém em “Ciência e Espiritualidade” é
que a defesa dele não é em nome de ne-
nhuma religião específica, mas como
pesquisador da consciência.
Já Mlodinow rebate que o amor e
a bondade das religiões motivaram
muitas mortes – até mais que as pro-
vocadas pela bomba atômica, diz o
autor –, pois funcionam como uma
ferramente de ódio.
Origem
A proposta de colocar no papel
concepções tão diferentes surgiu de
um encontro direto e despreten-
sioso entre Chopra e Mlodinow,
durante um programa de televisão.
Chopra, defensor da espiritualida-
de, fora convidado para falar sobre
o tema “O futuro de Deus” para um
plateia composta por cientistas, es-
tudantes e leigos.
Ao final da conversa, o apresen-
tador chamou Mlodinow para fa-
zer uma pergunta ao entrevistado
da noite, que preferiu ensinar físi-
ca. O resultado descoberto foi dis-
cordâncias tamanhas entre eles
que os instigaram a projetar em
um mesmo livro exatamente a te-
mática que defendiam.
Ensaios
Disparidade existencial
Fonte: Livro Ciência x Espiritualidade (editora Sextante)
DEEPAK CHOPRA (ESPIRITUALIDADE)
Há uma realidade invisível que é a fonte
de todas as coisas visíveis
Essa consciência invisível
pode ser conhecida pela nossa consciência
A inteligência, a criatividade e o poder
de organização estão entrelaçados no
cosmo
LEONARD MLODINOW (CIÊNCIA)
Não há prova científica da existência deDeus nem de qualquer criador
Não se pode provar que o universosegue um projeto
A aleatoriedade parece ser a vencedorade longo prazo no universo, pois as estrelasmorrem e a energia se aproxima do zero
absoluta �
Pontos divergentes
Repro
dução
12 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Estudos comprovam que a doença aumenta os sinais
evolutivos das síndromes coronarianas agudas
Oswaldo Tadeu GrecoCardiologista
Muito se disse sobre a de-
pressão como “essa dor no pei-
to que não passa”. Mais do que
palavras de poetas, estudos re-
centes realizados por diversos
centros em todo o mundo corre-
lacionam a depressão com o au-
mento do risco de doença car-
diovascular, assim como, in-
versamente falando, o risco
cardiovascular pode ace-
lerar um quadro de de-
pressão ou comporta-
mento bipolar.
Enquanto a
doença cardiovas-
cular pode estar as-
sociada ao aumen-
to do risco de dis-
túrbios de humor,
estes aumentam
também os índices
de mortalidade, espe-
cialmente após cirur-
gias de revasculariza-
ção do miocárdio (pon-
tes de safena).
Nas síndromes coronaria-
nas agudas, estudos científicos
têm comprovado que quadros de
depressão aumentam ainda mais
os sintomas e sinais evolutivos da
doença. Duas vertentes de estu-
dos são realizadas na atualidade
buscando investigar, de um lado,
a depressão como provável fator
causal das síndromes coronaria-
nas e, de outro, compreender por
que os pacientes comprovada-
mente deprimidos têm respostas
negativas ao tratamento de pro-
blemas cardíacos.
Em um desses estudos, que
utilizou como base investigati-
va um parâmetro conhecido co-
mo Inventário de Depressão de
Beck (IDB), no qual 21 itens
são considerados na análise do
paciente para investigação do
quadro depressivo, 209 pacien-
tes com síndromes coronaria-
nas foram investigados.
Considerando que o IDB
tem uma margem que vai de 0 a
64 pontos e que o ponto de cor-
te que define a depressão clíni-
ca é igual ou maior que 10, o
grupo foi dividido entre pacien-
tes com escore de 0 a 4 e igual
ou maior que dez. Neste últi-
mo, onde os sintomas da de-
pressão já estavam previamen-
te instalados antes do evento
cardíaco, o índice de mortalida-
de foi duplicado nos 42 meses
em que se seguiram os estudos,
quando comparados ao grupo
com escore de 0 a 4 pontos.
Para os estudiosos, esta foi
uma confirmação do elo entre a
depressão e a piora nos quadros
de eventos cardíacos, no caso
estudado, da Angina Instá-
vel. Ainda de acordo ao es-
tudo, intervenções que
atuem na depressão
são de valor expressi-
vo na melhora geral
do paciente.
Em outro estu-
do randomizado
desenvolvido por
centros de pesqui-
sa norte-americanos,
pacientes com qua-
dros de eventos cardía-
cos como a doença co-
ronariana, que foram
submetidos a terapias
antidepressão chegavam a
triplicar os índices de melho-
ra da doença em relação a gru-
pos de controle não submeti-
dos a psicoterapia.
Ainda que os estudos este-
jam em curso, as evidências são
claras o bastante para admitir a
relação entre a depressão e as
doenças do coração. Ainda que
um grande percurso deva ser fei-
to para a total compreensão do
que relaciona ambos os proble-
mas, é cada vez maior a evidência
de que a máxima do poeta romano
Juvenal está correta “... deve-se pe-
diremoração ter ‘mentesãem cor-
po são’, uma alma corajosa que ca-
reça de temores e que se coloque a
longevidade em último lugar en-
tre as bênçãos da natureza, que se
suporte os labores do dia a dia des-
conhecendo a ira, a cobiça e, ao fi-
nal de tudo, possa-se crer sempre
mais”. Mente sã em corpo são. �
Depressão e riscocardiovascular
ww
w.s
xc.h
u/D
ivulg
ação
Edvaldo Santos
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 13
Sophia Abrahão avalia o intenso ritmo das gravações de
“Rebelde” e confirma suas analogias com a personagem
TV Press
A simbiose entre Sophia
Abrahão e sua personagem em
“Rebelde” é indisfarçável.
Com trejeitos delicados e um
discurso voltado para o univer-
so da moda, a atriz assume que
muitas vezes chega a se confun-
dir com a patricinha Alice. No
ar há mais de um ano como
protagonista da trama “teen”
da Record, que tem conquista-
do grande parte dos adolescen-
tes, esta paulistana de 21 anos
tem tido pouco tempo para se
despir da personagem. Afinal,
além das gravações de segunda
a quinta para a novela mexica-
na adaptada por Margareth
Boury, Sophia ainda viaja nos
finais de semana com os de-
mais protagonistas para os sho-
ws pelo Brasil afora. “Eu ama-
dureci bastante desde o início
de ‘Rebelde’, assim como mi-
nha personagem. Me identifi-
co demais com ela e com o esti-
lo de ela ser e se vestir”, afirma
a atriz.
No entanto, no início da
primeira temporada da trama,
em março do ano passado, Ali-
ce mal acreditava que a novela
pudesse ter tanta repercussão
e que ainda conseguisse fôlego
para uma segunda temporada.
“Tudo era uma aposta. Nin-
guém acreditava que pudesse
dar tão certo. Agora estamos
com milhares de fãs. Só eu te-
nho mais de 1 milhão de segui-
dores no Twitter. Isso é um fe-
nômeno”, espanta-se a atriz so-
bre a trama que tem média de
apenas 5 pontos na audiência,
mas que conquistou milhares
de fãs pelo país, principalmen-
te através dos shows em cida-
des do interior. Tanto que exis-
te uma grande possibilidade
da terceira temporada em
2013. “Somos sempre os últi-
mos a saber das novidades. Só
descobrimos que teria uma se-
gunda temporada uma semana
antes de começarmos a gra-
var”, diverte-se.
Durante e fora das grava-
ções, Sophia está sempre agarra-
da ao namorado Micael Borges,
que vive o protagonista Pedro no
folhetim. O ator não só faz o par
romântico da personagem de So-
phia, mas também começou a na-
morar com a atriz durante a nove-
la. Com isso, a atriz assegura estar
cada vez mais confiante com a
personagem, que também tem ca-
racterísticas muito próximas de
seu papel de estreia na tevê, em
“Malhação”. Quando integrou o
elenco da 15ª temporada da tra-
ma da Globo, há cinco anos, So-
phia interpretou outra patrici-
nha, a Felipa. “Mas a Sophia é mi-
nha personagem de maior desta-
que. Não pensava em pegar uma
protagonista tão rápido”, analisa.
Cada vez mais afiada nos
shows do sexteto, Sophia fre-
quenta aulas de canto e dança
para se adaptar às alterações
nas apresentações na turnê da
banda. “Comecei bem insegu-
ra, mas já tenho alguma maturi-
dade no palco para dançar e
cantar”, acredita a atriz, que sol-
tou a voz pela primeira vez na
peça “Confissões de Adolescen-
te”, em 2010, sua única passa-
gem profissional pelo teatro.
“Adoraria fazer outra peça e
um filme, mas não podemos
nem pensar em atuar em nada
paralelamente. Não tenho tem-
po para respirar”, explica.
O único tempo livre da
atriz tem sido utilizado para
aprimorar o visual da persona-
gem. Completamente ligada
em moda, Sophia passa horas
buscando referências estéticas
para Alice para mostrá-las para
a figurinista Mariana Baffa,
que cuida do visual das “rebel-
des”. Atenta às novidades, a
atriz assegura que adoraria fa-
zer faculdade de moda assim
que terminarem as gravações
da produção. “Muitas meninas
me pedem dicas de estilo. Pos-
to meu ‘look’ diariamente na in-
ternet. Adoro esse estilo meni-
ninha da Alice, mas tem dias
que também estou bem ‘rock’n’
roll’”, anima-se a loura, que pre-
tende continuar trabalhando
para o público “teen” na tevê.
“Eles são super fiéis. Não pen-
so em mudar de foco”, avisa. �
“Rebelde” – Segunda a sexta,
às 21h, na Record
Perfil
Questão de identidade
Universoparalelo
O segundo trabalho deSophia Abrahão na tevê foi na série“Bicicleta e Melancia”, noMultishow, em 2010
Os testes que a atriz fez paraintegrar o elenco de “Rebelde”foram rigorosos até com asmedidas. Sophia inclusive teve dese apresentar de biquíni para seraprovada como uma dasprotagonistas da trama
Antes mesmo de estrear nanovela “teen” da Record, a únicaintimidade da atriz com a músicaeram algumas canções que Sophiadedilhava no violão
A atriz costuma acordar às 6hpara conseguir ter tempo de malharcom seu personal trainer. Sophiafaz musculação, esteira e transportde duas a quatro vezes por semana
A paixão de Sophia
Abrahão pela moda sur-
giu com a própria carrei-
ra. Assim como nove en-
tre 10 modelos, a atriz co-
meçou a posar para fotos e
desfilar após ser descober-
ta por um “olheiro” aos
13 anos de idade. A partir
daí, colocou sua mochila
nas costas e foi rodar paí-
ses como China e Japão
por quatro meses. No en-
tanto, quando voltou ao
Brasil, logo decidiu fazer
um curso de teatro até sur-
gir a oportunidade de fa-
zer um teste para “Malha-
ção”, onde estreou na tevê
há cinco anos. Mesmo as-
sim, o universo do “prêt-à-
porter” e da alta costura
continua sendo um dos
maiores interesses da
atriz longilínea, que ain-
da pensa em cursar facul-
dade de moda. “Com cer-
teza ainda quero traba-
lhar nessa área. É um dos
meus planos”, salienta.
Paulistana Sophia Abrahão,
21 anos, vive a patricinha
Alice em “Rebelde”
Instantâneas
Luiza Dantas/Divulgação
TV - 14 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Foco definidoJoséLoreto,oDarksonde“AvenidaBrasil”,estácotadopa-
ra integrar o elenco de “O Caribe É Aqui”, título provisó-
rio da substituta de “Lado a Lado”, próxima novela das
seis da Globo. Mas o ator prefere não desviar a atenção e
manter o foco na novela de João Emanuel Carneiro. “As
pessoas estão olhando diferente para o meu trabalho. A co-
brança está sendo maior, assim como a lente de aumento e
o foco de luz. Foi me dada a chance e tenho de fazer jus ao
trabalho. Já bateu o frio de ‘baita responsabilidade’. Agora
estou tranquilo, não quero cair no conforto”, avisa.
Entre amigasAnaFurtadojáiniciouostrabalhosnocomandodo“Estre-
las”, da Globo. A apresentadora substitui Angélica, que já
entrou de licença-maternidade. Neste período, Ana conti-
nuará à frente do “Vídeo Show”. Esta não é a primeira vez
delanaprodução.Em2007,AnatambémsubstituiuAngé-
licanaapresentaçãodoprograma.Areestreiairáaoarapar-
tir de setembro. Para Angélica, a troca gera muita seguran-
ça. “Fico feliz por tê-la novamente cuidando do meu ‘filho
de coração’. Ela sempre foi muito carinhosa e competente
com meu público”, frisa. A direção de núcleo é de Boni-
nho, marido de Ana, com direção geral de L.P. Simonetti.
Tudo em famíliaGlória Pires quase não terá férias depois do “remake” de
“Guerra dos Sexos”, próxima novela das sete da Globo.
Apesardanovelasóestrearemoutubro,aatrizestáreserva-
da para “A Mãe da Barra”, um “spin-off” do episódio ho-
mônimo do seriado “As Brasileiras”, que será grava-
do assim que os trabalhos do folhetim terminarem.
A produção será protagonizada por Glória e suas fi-
lhas, Ana e Antônia – que também está no elenco de
“Guerra dos Sexos”. “A Mãe da Barra” conta as aven-
turas de uma mãe coruja e suas filhas adolescentes.
A direção é de Daniel Filho.
Casa novaJulianne Trevisol está de visual novo. A transformação foi
idealizadapelocabeleireiroCelsoKamura,contratadopela
Record para repaginar o “look” de alguns atores de “Bala-
cobaco”, próxima novela da emissora. Na mudança, a atriz
ficou com um corte tipo “joãozinho” e os fios na cor mel.
Na trama, assinada por Gisele Joras, Julianne interpretará
uma alpinista social, que acredita que sua vida mudará ao
subir ao altar com o personagem de Wagner Santisteban.
A produção estreia em outubro.
RepetecoAGlobobateuomartelo.Anovela“DaCordoPecado”foi
a escolhida para substituir “Chocolate Com Pimenta” em
“Vale a Pena Ver de Novo” a partir de setembro. A produ-
ção, escrita por João Emanuel Carneiro, foi exibida origi-
nalmente em 2004, sendo que, em 2007, foi reprisada no
“Vale a Pena Ver de Novo”. A trama é protagonizada por
Taís Araújo e tratade umtriângulo amoroso entre sua per-
sonagem e os de Reynaldo Gianecchini e Giovanna Anto-
nelli, que vive a vilã da história.
Na filaAguinaldo Silva vai ter de esperar um bom tempo até es-
treara próxima novela das nove que já começou a escrever.
Na frente do autor estão Glória Perez, que estreia em outu-
bro “Salve Jorge”, a substituta de “Avenida Brasil”. Logo
após,entraWalcyrCarrasco,comsuaestreianohoráriono-
bre da Globo, a partir de 2013. No mesmo ano, deve ser a
vez de Manoel Carlos, com seu folhetim com Júlia Lem-
mertz como a última Helena. E, após ele, é possível que se-
ja a vez de Aguinaldo Silva, que está distante das novelas
desde “Fina Estampa”.
Talento infantilApartirdodia5desetembro,às22h,aRecordexibeo“rea-
lity show” “Ídolos Kids”. A produção será comandada por
CássioReise terácomojuradosKellyKey,AfonsoNigroe
João Gordo. O vencedor da produção ganhará R$ 100 mil.
AgendaAsseletivasregionais do “reality show” de moda “Me-
nina Fantástica”, do “Fantástico”, começam no dia
1º de setembro em Rio Branco e Goiânia. No dia 8,
Manaus, Brasília e Curitiba; dia 15, Belém e Belo
Horizonte; dia 22, Campo Grande, Florianópolis e
Fortaleza; dia 29, Recife e Rio de Janeiro; dia 6 de
outubro, Salvador e Porto Alegre e no dia 13, em
São Paulo. A partir do dia 18 de novembro, a
competição começará para valer com todas as can-
didatas confinadas na casa do programa. A produ-
ção será comandada por Zeca Camargo e a mode-
lo Izabel Goulart.
Turismo humoradoNodia23deoutubro,noMultishow,estreiaanovatempo-
rada de “220 Volts”. A produção, comandada por Paulo
Gustavo, gravou esquetes de seus personagens em diversas
partes de Nova Iorque, como o Museu de Cera, no barco
que leva turistas para a Estátua da Liberdade, na Times
Square e até no metrô.
Dormindo comestranhoEm outubro, o Multishow estreia “Meu Passado Me Con-
dena”. A série é uma produção composta por Inês Viana,
Marcelo Valle, Fábio Porchat e Miá Mello. As gravações
começaram este mês, em Itaipava, em Petrópolis, Região
Serrana do Rio. Em 13 episódios, a comédia conta a histó-
ria de dois jovens que resolvem se casar depois de apenas
ummêsdenamoro.AduplaescolheItaipavaparaa lua-de-
meleláacurtarelaçãoéatropeladapormuitosconflitos,co-
moaconvivênciadequemmalseconhece.OtextoédeTa-
ti Bernardi e a direção é de Julia Resende.
Realismo fantásticoCerca de 36 anos depois, Sônia Braga está cotada para vol-
tar a integrar o elenco de “Saramandaia”, novela exibida
em1976, que ganhará um “remake”,em 2013. A produção
éescritaporRicardoLinharesemostraráavidadeumapa-
cata cidade com personagens para lá de curiosos. Como
uma mulher que explode de tanto comer, um homem que
não dorme há muito tempo, outro que cuspia o coração
sempre que se emocionava e também tinha um que pos-
suía asas, entre outros. Na primeira versão do folhetim,
Sônia interpretou Marcina Moreira, uma mulher que,
quando excitada, queimava tudo ao redor.
Soltando a voz“Cantoras do Brasil” é o novo programa do Canal
Brasil. A produção estreia em setembro e, em 13 epi-
sódios, vai homenagear nomes femininos da música
brasileira. A série terá participação de Camila Pitan-
ga, entre outras personalidades.
Sigam o “mestre”Fernando Caruso está com um novo projeto no Mul-
tishow. O humorista comandará “Estranhamente”, uma
série cômica. A produção terá 13 episódios com esquetes
dehumor encenadas pelo comediante e atoresdesconheci-
dos, que foram selecionados por “workshops” realizados
por Caruso. A previsão de estreia é em outubro.
Contra o tempoO ator Nelson Freitas terá um papel fixo em “O Fim do
Mundo”, título provisório da nova série de Alexandre Ma-
chado e Fernanda Young. A produção será protagonizada
por Alinne Moraes e Danton Mello, que vivem um casal.
Na trama, ela é uma tresloucada e ele, do tipo mais certi-
nho.Ambosestãocertosdequeofimdomundoestápróxi-
mo e resolvem realizar as mais absurdas loucuras. A previ-
são de estreia é para novembro. �
ZappingTV Press
Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 15 - TV
Jayme Matarazzo evidencia sua
independência na pele do grafiteiro
Rodinei de “Cheias de Charme”
TVPress
Jayme Matarazzo encara a car-
reira de ator com simplicidade.
Sem a vaidade e o deslumbre
com a fama, bem comum em jo-
vens atores, o intérprete do es-
quentado Rodinei, de “Cheias de
Charme”, mostra-se mais interes-
sando em construir uma carreira
diversificada e independente do
nome de seu pai, o diretor de nú-
cleo da Globo, Jayme Monjar-
dim. “Não existe peso em ser fi-
lho de quem sou. O admiro como
diretor e assim como tenho vonta-
de de voltar a trabalhar com ele,
também almejo ser reconhecido
pelo meu trabalho”, conta o ator,
que estreou na tevê interpretando
o próprio pai quando criança em
“Maysa – Quando Fala o Cora-
ção”, minissérie de 2009 que re-
tratou a trajetória de sua avó, a
cantora Maysa.
Apenas três anos separam a es-
treia do ator paulistano na tevê e
seu personagem na atual novela
das sete. No entanto, Jayme anali-
sa com orgulho as diferenças entre
os tipos que vem interpretando.
Depois de dar vida ao espírito Da-
niel,de “Escrito nasEstrelas”, e ao
valente Príncipe Felipe, de “Cor-
del Encantado”, ele se sente insti-
gado pela chance de viver seu pri-
meiro papel naturalista e com ca-
racterísticas mais populares em
“Cheias de Charme”. “O universo
do grafite sempre me interessou.
Mas o personagem vai além da ar-
te. Ele reflete o cotidiano de pes-
soas reais, verdadeiros artistas ur-
banos divididos entre a ideologia
e o mercado das artes plásticas”,
destaca o ator de 26 anos.
Pergunta – O grafite não éumtemamuito recorrentenate-ledramaturgia.Qual erasua rela-
çãocom esse tipode arte antesde dar vida ao Rodinei?
JaymeMatarazzo–Ografite é
uma expressão artística muito ur-
bana e visceral. Por isso, sempre
me chamou a atenção. Ao saber os
primeiro detalhes sobre o Rodi-
nei, vi que seria legal me aprofun-
dar neste tema. Uma coisa é você
apreciar o grafite, outra coisa é sa-
ber quem são as pessoas que pro-
duzem essa arte. Hoje, ao invés de
admirar e tentar interpretar as
obras que vejo espalhadas pelas
ruas, sinto que fui além. Dois me-
ses de preparação me deram o es-
tofo necessário para o papel.
Pergunta – Como assim?Matarazzo – Evitei o cami-
nho mais fácil. Sei quem são os ar-
tistas. A partir das histórias de ca-
da um, consigo saber as reais mo-
tivações de suas obras. Isso me dá
uma impressão mais real do traba-
lho deles, que ultrapassa formas e
cores. Sei a maneira que se expres-
sam, qual é a interação deles com
a rua e a mensagem que querem
passar. Meu mergulho nesse uni-
verso não foi só na arte, mas na
ideologia do grafite, que reúne
um mundo de artistas e aprecia-
dores, inseridos em diferentes ca-
madas sociais. Minha pesquisa
foi bem antropológica.
Pergunta – A dificuldadeem lidar com a comercializa-ção da arte é um dos pontoscentrais da trama de Rodinei.Essa característica foi o focode sua preparação?
Matarazzo – Com certeza. Vi
os dilemas do Rodinei na realida-
de. Ele é como muitos grafiteiros
que conheci. Ele teve uma infân-
cia difícil, é extremamente ínte-
gro e apaixonado pelo que faz.
Usa a rua para se expressar e aca-
ba ganhando notoriedade com is-
Entrevista
ARTE PRÓPRIA
Jayme Matarazzo, filho do diretor Jayme Monjardim: “Não tenho problema em trabalhar com meu pai”
Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação
TV - 16 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
so. Em nenhum momento ele
quer que essa popularidade passe
por cima das coisas que ele acredi-
ta. Por ser engajado com a ideolo-
gia do grafite e ter um pensamen-
to político vibrante, ele acaba em
um grande dilema, achando que
o sucesso de sua arte possa signifi-
car a venda dele para o sistema.
Até porque ele não quer ser visto
como um artista individual. Ele
pensa coletivo, e quer que todo o
“crew” (grupo de amigos que ha-
bitualmente pintam juntos) seja
reconhecido. Rodinei é bem com-
plexo (risos).
Pergunta – Esse “dilema”aumenta com o envolvimentodo Rodinei com a Liara (TaináMüller). Você acredita que épossível fazer sucesso, semperder os valores pessoais?
Matarazzo – O que é bom,
em algum momento precisa ser
mostrado. A Liara abre a cabeça
dele. Ela morou anos em Berlim,
é superligada à arte de rua, mas
de forma mais elitizada. Ela exibe
o trabalho dele no exterior, as pes-
soas se interessam e ela quer expli-
car a ele que fazer sucesso não é
crime (risos). Eu concordo muito
com isso. No entanto, meu perso-
nagem é muito quadrado. Ao in-
vés de ficar feliz, ele fica chatea-
do, pois não quer transformar sua
arte em negócio. Artistas indepen-
dentes, verdadeiramente concei-
tuais e acostumados a um proces-
so artesanal, quando descobertos,
passam por momentos desse tipo.
Pergunta – Além de com-por as complexidades do Rodi-nei, você também teve deaprender a grafitar. Isso ficouapenas para o personagem ouvocê passou a colorir murosda cidade?
Matarazzo – Foi uma parte
envolvente do processo e acabou
por invadir a vida pessoal. Pintei
ao lado de alguns amigos que co-
nheci durante a preparação. Hoje
em dia, de vez em quando, convi-
do o Sérgio Malheiros, que faz o
Niltinho na novela, para fazer
uma arte, uma pintura, pela Bar-
ra da Tijuca (Zona Oeste do Rio
de Janeiro), bairro onde a gente
mora. É bacana passar por esses
lugares e ver alguma obra minha.
Pergunta – Você tem doistrabalhos de época e uma tra-ma de tom espiritual no currí-culo. O clima urbano de“Cheias de Charme” foi impor-tante na hora de acertar suaparticipação na novela?
Matarazzo – Sem dúvida, es-
te é meu personagem mais urba-
no, solto, moleque. Que tem uma
juventude de rua. Em “Escrito
nas Estrelas” fiz um espírito, um
trabalho denso, pesado. Depois,
em “Cordel Encantado” eu era
um príncipe contido, sonhador,
em uma trama de época. A relação
do Rodinei com a contemporanei-
dade me deixou diante de algo no-
vo, que eu ainda não tinha experi-
mentado na tevê. Essa diferença
me encheu de vontade de fazer a
novela. Mas existem outros moti-
vos para eu aceitar um trabalho.
Pergunta – Quais?Matarazzo – Eu sou um “no-
vato”. Estou apenas começando.
Nada melhor do que aprender fa-
zendo. Então, é interessante pa-
ra mim quando pinta um perso-
nagem bacana, forte, em uma no-
vela com propostas arrojadas. A
verdade é que, como iniciante e
contratado pela emissora, eu te-
nho a obrigação de dizer sim (ri-
sos). Outra coisa importante é
que “Cheias de Charme” é a
quarta equipe diferente com que
eu trabalho.
Pergunta – Por ser seu pri-meiro personagem urbano, es-teticamente o Rodinei é bemdiferente de seus papéis ante-riores. Qual a importância dovisual para a sua atuação?
Matarazzo – Ajuda muito a
distanciar os personagens na me-
mória do público e na minha in-
terpretação. Desde que estreei, fiz
um trabalho por ano. É preciso
criar essa diferenciação visual en-
tre eles e o Rodinei realmente é o
mais diferente da minha carreira.
Raspei o cabelo, passei a usar cava-
nhaque e estou mais relaxado,
sem frescura mesmo, com o meu
próprio “look”.
Pergunta – Você se impor-ta em ter de modificar o seu vi-sual por causa de um persona-gem na tevê?
Matarazzo – Não. Eu já nem
tenho muita vaidade. Por isso, é
muito tranquilo mudar por causa
de trabalho. Me coloco sempre à
disposição da equipe de caracteri-
zação e me adaptei rápido a esse
visual. Particularmente, gostei do
cabelo, acho que combinou com
o clima quente do Rio de Janeiro.
Pergunta – Desde a sua es-treia em “Maysa – Quando Fa-la o Coração”, você não traba-lhou em mais nenhuma produ-ção dirigida por seu pai. Éuma forma de você seguir umcaminho independente den-tro da emissora?
Matarazzo – Não tenho ne-
nhum problema em trabalhar
com meu pai. Porém, sempre que
ele está no comando de alguma
produção, eu já estou envolvido
em outra. Isso simplesmente
acontece! Não é algo que eu esteja
buscando. Ao mesmo tempo em
que adorei atuar sob o comando
dele, acho muito legal ser chama-
do por outras produções.
Pergunta – Por quê?Matarazzo – Sou muito curio-
so. E uma das coisas mais baca-
nas dentro da Globo é a variação
do trabalho de acordo com o dire-
tor de núcleo. Isso é relevante pa-
ra mim. Nunca escondi meu dese-
jo de aprender outras coisas. Ago-
ra estou focado em interpretar,
mas tenho muita vontade de diri-
gir. Gosto de ter a chance de co-
nhecer uma outra equipe, ser
guiado por outro diretor e traba-
lhar o texto de um novo autor. E
fico contente por em tão pouco
tempo de carreira ter meu nome
lembrado por núcleos diferentes.
Pergunta – “Cheias de Char-me” acaba em setembro. Vocêjá tem algum projeto para quan-do a novela chegar ao fim?
Matarazzo – Aproveitando
esse meu desejo em dirigir, fiquei
com muita vontade de fazer um
documentário sobre o universo
do grafite. Acho que seria uma
maneira de homenagear e mos-
trar os artistas que me ajudaram.
Não tem muita coisa no Brasil so-
bre esse tema, então seria legal
apresentar um trabalho do tipo.
Seria minha primeira brincadei-
ra como diretor, mas é algo bem
embrionário ainda.
“Cheias de Charme” – Segunda a
sábado, às 19h20, na Globo
“Maysa - Quando Fala o Coração” (Globo, 2009) - Jayme
“Escrito Nas Estrelas” (Globo, 2010) - Daniel
“Cordel Encantado” (Globo, 2011) - Felipe
“Cheias de Charme” (Globo, 2012) - Rodinei
Jayme Matarazzo faz
questão de dividir a cons-
trução de Rodinei com a
equipe de direção de arte
de “Cheias de Charme”, co-
mandada por Guga Feijó.
Enquanto o ator se preocu-
pou com a complexidade e
os dilemas do papel, a equi-
pe da novela arquitetou o
conceito artístico do perso-
nagem. Inclusive, as peças
e obras criadas pelo grafi-
teiro no folhetim são assi-
nadas pela artista plástica
Ana Durães. “É um traba-
lho de interdependência.
Eu precisava saber as esco-
lhas do pessoal da direção
de arte para criar o gestual
e as intenções da minha in-
terpretação na hora em
que o Rodinei está grafitan-
do”, explica.
Compartilhar a compo-
sição de seu personagem
foi uma novidade para Jay-
me. Ele mesmo assume
que foi difícil se distanciar
de uma parte importante
do processo de trabalho,
mas garante que só conse-
guiu mergulhar e traçar as
nuances de Rodinei por-
que não precisou estudar
os traços e cores da obra de
Ana. “O Rodinei é metade
moleque, metade grande
artista. Quis entender mui-
to mais o personagem, do
que aprender a desenhar
bem. Na hora do desenho,
a equipe entra em cena”,
valoriza.
Da galera
A história de vida e o ta-
lento de grandes nomes do
grafite nacional, como Ac-
me, Toz, Marcelo Ment e a
dupla OsGêmeos, serviram
de inspiração para o atual
trabalho de Jayme Matara-
zzo na tevê. Mas, inicial-
mente, o ator estranhou o
jeito mais contido e fecha-
do de alguns artistas que o
ajudaram a criar o gestual
e o modo de falar de Rodi-
nei. “Cheguei na humilda-
de. Queria apenas apren-
der e observar. Por sorte,
eles entenderam que meu
objetivo era levantar uma
bandeira sobre o movimen-
to do grafite”, conta o ator,
que inclusive, aponta a par-
ticipação de OsGêmeos,
“duo” formado pelos ir-
mãos Otávio e Gustavo
Pandolfo, em “Cheias de
Charme”, como um dos
pontos altos de seu perso-
nagem. “Pela visibilidade
mundial e pelo nível de su-
cesso, eles são uma referên-
cia do grafite brasileiro.
Foi muito legal ir até São
Paulo conhecer o estúdio
da dupla e contracenar
com eles”, derrama-se. �
Trajetória televisiva
Trabalho coletivo
Jayme Matarazzo e Larissa Maciel na minissérie “Maysa”, de 2009
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 17 - TV
Amanda Richter vive colegial ousada no “remake” de “Gabriela”
TV Press
As tramas de época sempre im-
pressionaram Amanda Richter. Pri-
meiro, pela possibilidade de experi-
mentar uma cultura bem diferente
da que vive. Mas também por poder
buscar referências literárias dos pe-
ríodos retratados na ficção. Diante
disso, sua escalação para viver a
“avançadinha” Iracema de “Gabrie-
la” foi mais que uma motivação para
voltar ao ar depois de quase três
anos longe dos folhetins. “É uma de-
lícia viver um papel assim. A Irace-
ma está à frente das outras meninas,
é a primeira do seu grupo que lê um
livro como ‘O Crime do Padre Ama-
ro’”, vibra, referindo-se ao livro de
Eça de Queiroz, publicado em 1875,
sobre um padre que se apaixona por
uma mulher.
No caso de sua personagem, é fin-
gindo que ela tenta se livrar do peri-
go. Isso porque a menina já não é
mais virgem, mas foi a escolhida por
Jesuíno, personagem de José Wi-
lker, para ser sua nova esposa. O
grande problema é que ele já assassi-
nou a esposa Sinhazinha, de Maitê
Proença, depois de flagrá-la na cama
com o amante Osmundo, de Erik
Marmo, que também foi morto pelo
marido traído. E, agora, deixa claro
que não quer saber de uma esposa
que não seja “pura”. “O bacana é
que o núcleo das estudantes repre-
senta a juventude feminina curiosa e
reprimida de 1920, que queria expe-
rimentar mil coisas, mas tinha de se-
guir o que se esperava de uma garota
naquele tempo. Ou pelo menos fin-
gir isso”, avalia Amanda, que divide
a maior parte de suas cenas com as
colegas Luiza Valdetaro, Vanessa
Giácomo e Fernanda Pontes, que in-
terpretam as jovens Gerusa, Malvi-
na e Zuleika.
A escalação para viver o papel
veio de outra experiência com o dire-
tor Mauro Mendonça Filho. Ano
passado, a atriz fez testes para um
dos personagens do “remake” de “O
Astro”. Mas, como ela não estava
dentro do perfil para o papel, seguiu
em busca de um novo trabalho na te-
vê. Só que o Maurinho, como é cha-
mado pela equipe, gostou de sua
atuação. E, por isso, a convidou para
interpretar Iracema neste projeto.
“Desde que optei por essa carreira,
sei que temos dias de vitórias e ou-
tros de derrotas. Receber um ‘não’
nem sempre é sinal de que você foi
mal em uma avaliação. A vida reser-
va surpresas para a gente”, filosofa.
Além da novela, Amanda tam-
bém está no ar na série “Viagem
Sem Fim”, do canal a cabo Mul-
tishow. No programa, ela e os atores
Bruno Pereira, Caio Vaz, Cinara
Leal, Day Mesquita, Ana Terra e
Ícaro Silva viajaram pela Califórnia
em busca de aventuras e curtições.
Desde provar vinhos até pular de pa-
raquedas. Mas Amanda conta que
nem sempre as experiências fo-
ram agradáveis. “Cheguei a acor-
dar às 4 horas da manhã para o
salto e, por causa do vento, não ro-
lou. Contratempos que aconte-
cem mesmo em viagens”, explica
ela, que gravou por um mês no
ano passado os episódios da série.
A vontade de ser atriz e apresen-
tadora se manifestou em Amanda
ainda criança. “Eu pegava a câmara
e filmava as pessoas, perguntando
quem elas eram, o que faziam, do
que gostavam. Sempre curti esse
meio artístico”, confessa. Aos 14
anos, se mudou de Joinville, em San-
ta Catarina, para morar com uma tia
em São Paulo. Enquanto terminava
o ensino médio, aproveitava para es-
tudar interpretação e fazer testes na
capital paulista. Chegou a trabalhar
meio ano como modelo na Ásia, mas
aos 17 se transferiu para o Rio de-
pois de ser aprovada nos testes para
a Oficina de Atores da Globo. “Acho
que foi ali que meus pais percebe-
ram que não era uma brincadeira de
criança e adolescente. E eles sempre
me apoiaram muito”, recorda. �
“Gabriela” - Terça a sexta, às 23h, na Globo
Close
Avanço no tempo
Além da novela, Amanda também está no ar na série “Viagem Sem Fim”, do canal Multishow
Pedro Paulo Figueiredo/Divulgação
TV - 18 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Atuações de personagens periféricos surpreendem em “Gabriela”
TV Press
Os grandes destaques do
“remake” de “Gabriela vêm de
onde menos se espera. Ao com-
pletar dois meses no ar, a trama
de Walcyr Carrasco, inspirada
na obra mais traduzida de Jor-
ge Amado, não chegou a empol-
gar a audiência, que se mantém
nos 18 pontos de média. Mas
surpreendeu. Juliana Paes, que
vive a personagem-título e era
a presença mais aguardada da
produção, tem passado quase
despercebida na história. Não
que a atriz esteja deixando a de-
sejar no papel, mas não tem o
carisma necessário quando as
comparações se remetem à ver-
são da inebriante Sônia Braga.
Nem mesmo seu Nacib, de
Humberto Martins, chega per-
to das referências fortes da in-
terpretação de Armando
Bógus. Obviamente trata-se de
uma produção exibida 30 anos
depois, com outra linguagem,
uma edição diferenciada e ou-
tra direção. Mas os grandes mé-
ritos da trama estão nos papéis
menos aguardados.
Luiza Valdetaro, por exem-
plo, tem surpreendido como a
bela e sensível Gerusa, uma so-
frida menina rica que se apaixo-
na por Mundinho Falcão, de
Mateus Solano. Exatamente o
maior desafeto político de seu
avô, o temido coronel Ramiro
Bastos, de Antônio Fagundes.
A cada cena, quase sempre com
uma caprichada fotografia e
apurada estética, a persona-
gem de Luiza comove e con-
segue transmitir com eficiên-
cia todo seu conflito com o
amor proibido.
O mesmo acontece com Jo-
sé Wilker, que depois de anos
interpretando tipos que sem-
pre se remetiam à própria figu-
ra do ator, finalmente o cearen-
se de Juazeiro do Norte voltou
a trazer total verossimilhança a
um personagem. O seu ensi-
mesmado Coronel Jesuíno se
destaca diante dos últimos tra-
balhos de Wilker. Desde antes
mesmo das sequências de quan-
do descobriu que era traído pe-
la falecida Sinhazinha, de
Maitê Proença, Wilker já explo-
rava com maestria todas as pos-
sibilidades cênicas oferecidas a
cada cena.
Prova de que nem sempre
os papéis de maior destaque da
versão anterior, da mesma pro-
dução, são parâmetro para boas
atuações. O mesmo se pode di-
zer de Maria Machadão, vivida
por Ivete Sangalo nesta versão,
e por Eloísa Mafalda na produ-
ção exibida em 1975. Mesmo
correta e ainda tateando a per-
sonagem baiana, o que causou
uma facilidade para a atriz-can-
tora, Ivete ainda precisa de mui-
tas horas de cenas para se equi-
parar à interpretação da ines-
quecível Eloísa.
Já Vanessa Giácomo vira
um contraponto. A Malvina,
antes interpretada por Elizabe-
th Savalla na produção adapta-
da por Walter George Durst,
também se destacava. Assim co-
mo esta versão de Malvina por
Vanessa. Na verdade, a atriz se
sobressaiu na tevê desde sua es-
treia como protagonista de “Ca-
bocla”, em 2004. Segura em ca-
da diálogo e trejeito de sua perso-
nagem de ideias avançadas para
meados da década de 20, Vanessa
consegue “atrair” toda a atenção
das câmaras para sua persona-
gem. Mérito também da compe-
tente direção de Mauro Mendon-
ça Filho e do inspirado texto de
Walcyr Carrasco. �
Gabriela” - Terça a sexta,
às 23h, na Globo
Crítica
ALÉM DO ÓBVIO
Luiza Valdetaro e
Mateus Solano:
personagens
secundários
surpreendem
mais que os
protagonistas
em “Gabriela”
Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 19 - TV
Entre a afinidade e a mesmice, elenco fala dos prós e contras em retomar parcerias amorosas na ficção
TV Press
Pela frequente repetição de
elenco e tramas semelhantes, a
sensação de “déjà vu” ao acom-
panhar boa parte das novela
brasileiras é recorrente. Isso fi-
ca ainda mais evidente quando,
em menos de um ano, dois ato-
res que formaram um casal vol-
tam a repetir a parceria. Como
é o caso de Camila Pitanga e
Lázaro Ramos, intérpretes de
Carol e André em “Insensato
Coração”, de 2011, e que serão
os apaixonados Isabel e Zé Ma-
ria em “Lado a Lado”, próxima
novela das seis, da Globo, que
tem previsão de estreia para o
dia 10 de setembro. “É uma óti-
ma coincidência. Pois além
de voltar a trabalhar com a
Camila, boa parte da equipe é
a mesma de ‘Insensato Cora-
ção’. O novo trabalho é uma
novela de época, acho que is-
so minimiza as comparações
com os personagens anterio-
res”, acredita Lázaro.
Outro casal que volta a se
encontrar este ano na tevê é Ro-
ger Gobeth e Juliana Silveira.
A primeira vez que os dois con-
tracenaram como par românti-
co foi em “Floribella”, folhe-
tim infantojuvenil exibido pela
Band em 2005. A partir de outu-
bro, em “Balacobaco”, da Re-
cord, os dois – que chegaram a
ficar noivos na vida real e de-
pois romperam – serão Isabel e
Danilo. “Já começamos a gra-
var. Como somos muito ami-
gos até hoje, é legal voltar a tra-
balhar juntos, agora em uma
trama adulta”, conta Juliana.
A teledramaturgia nacional
tem vários casos de pares ro-
mânticos recorrentes. No en-
tanto, se hoje a escalação é feita
a partir da “química” da dupla
no vídeo e da preferência dos
autores e diretores, nos folhe-
tins dos anos 60 e 70, escalar du-
plas que obtiveram êxito em
tramas anteriores era garantia
de sucesso de audiência e dava
identidade aos folhetins. Dessa
fórmula, surgiram casais clássi-
cos como Tarcísio Meira e Gló-
ria Menezes, Yoná Magalhães e
Carlos Alberto, e Eva Wilma e
Carlos Zara. No caso de Regina
Duarte, ao invés de apenas um
par, ela dividiu ao longo da car-
reira quatro novelas com Cláu-
dio Marzo: “Véu de Noiva”,
“Minha Doce Namorada”, “Ca-
rinhoso” e “Irmãos Coragem”.
E outras três ao lado de Francis-
co Cuoco: “Legião dos Esque-
cidos”, “Selva de Pedra” e
“Sétimo Sentido”. “Naquela
época o público vibrava ao
saber que um casal iria reto-
mar a parceira. Era uma lou-
cura. Trabalhar com o Mar-
zo e o Cuoco virou uma cons-
tante na minha vida. Ao lon-
go dessas tramas, beijei, bri-
guei e chorei muito com eles
e por eles”, diverte-se Regina.
Com poucos núcleos e ce-
nas, as novelas do passado
eram apoiadas na trama e no ca-
risma do casal principal, algo
que em folhetins mais recentes
foi sendo esvaziado pelo au-
mento do número de persona-
gens e tramas paralelas. “A no-
vela quer retratar a realidade.
As relações humanas também
não duram mais tanto tempo.
Hoje grava-se muito e o par ro-
mântico não está sempre em
primeiro plano”, compara, en-
tre risos, Glória Menezes, par
de Tarcísio Meira – seu marido
na vida real – em mais de 15 no-
velas e no seriado “Tarcísio e
Glória”, de 1988.
Atualmente, ao formarem
de novo um casal, a maior preo-
cupação dos atores é não seguir
a mesma linha de atuação do
anterior. Para isso, focam nas
diferenças entre cada trabalho
e buscam outros olhares e in-
tenções para cada cena. “O pro-
cesso fica mais complicado. É
claro que o público vai olhar e
lembrar do par anterior, mas a
gente trabalha para isso aconte-
cer sem causar nenhum prejuí-
zo ao trabalho que está indo ao
ar”, analisa Giulia Gam, par de
Edson Celulari nas novelas
“Que Rei Sou Eu?” – trama que
atualmente está sendo reprisada
pelo canal Viva –, “Fera Ferida”
e na minissérie “Dona Flor e
Seus Dois Maridos”. Outro par
recorrente na teledramaturgia
dos últimos anos é Alexandre
Borges e Cláudia Raia. Entre
“Engraçadinha”, de 1995, e “Ti-
Ti-Ti”, de 2010, a dupla já deu
vida a seis casais na tevê. “Brin-
co que Alexandre é o homem
com que mais tenho intimida-
de. Já fomos da comédia ao dra-
ma, já rolamos na lama (risos).
É bom trabalhar com quem te-
nho afinidade. Afinal, casal ro-
mântico em novela se beija mui-
to, né?”, questiona Cláudia. �
Circuito Interno
COMEÇAR DE NOVO
Semformarem, necessariamente, o
casal dahistória, “AvenidaBrasil”marca
osegundoencontro deNathalia Dill e
CauãReymondna tevê.Nanovela,
Déboraéapaixonadapor Jorginho,mas
ele gostadeNina, deDébora Falabella. A
mesmasituaçãovivida pelos atoresem
“CordelEncantado”, onde apersonagem
deNathalia,Doralice, gostavade Jesuíno,
interpretadoporCauã,mas omocinhosó
tinhaolhos para Aurora, deBiancaBin
Protagonistas da temporada2005
de“Malhação”, FernandaVasconcellos e
ThiagoRodrigues levaramaparceria da
novelinhapara ohorário nobre ao
interpretaremumcasal em“Páginas da
Vida”, de2006. Anosdepois, em2010,
elesainda foramparna fracassada
“TemposModernos”
SeGabriel BragaNunes não tivesse
trocadoaRecord pelaGlobo, eleestaria
contabilizandoseuquarto casal ao lado
dePalomaDuarte. Eradeleopapel de
protagonistade “Máscaras”
Depois de Glória Menezes, a atriz
que mais trabalhou com Tarcísio Meira
foi Vera Fischer. O último par romântico
da dupla foi em “Insensato Coração”,
de 2011
Instantâneas
TV - 20 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Ao completar 40 anos de tevê, Sergio Chapelin mostra-se produtivo à frente do “Globo Repórter”
TV Press
A voz límpida e a postura
firme de Sérgio Chapelin ocul-
tam seus 71 anos de idade.
Fluente e sem grandes doses
de nostalgia, ele reage com
simpatia e surpresa ao ser ques-
tionado sobre suas quatro déca-
das de televisão, completadas
este ano. “Me sinto um sobre-
vivente por ainda estar no ar.
Muitos acham que eu já deve-
ria ter me aposentado. Mas is-
so é uma decisão que só compe-
te a mim e à emissora. Quando
ela quiser, vai me avisar. Quan-
do eu sentir necessidade, peço
para sair”, argumenta, entre ri-
sos, o apresentador do “Globo
Repórter”.
Natural de Valença, sul-flu-
minense, a carreira de Sérgio
começou na Rádio Clube da ci-
dade. Amparado pela boa voz,
aos 18 anos, mudou-se para o
Rio de Janeiro, onde trabalhou
como locutor em grandes esta-
ções da época, como a Rádio
Nacional e a Rádio Jornal do
Brasil. “Foi onde aprendi a fa-
lar as notícias de forma correta.
Essa segurança foi importante
na hora de encarar as câmaras”,
conta Sérgio, que teve sua pri-
meira experiência na tevê em
1972, no “Jornal Hoje”.
Com passagem por jornalís-
ticos como “Fantástico”, “Jor-
nal da Globo” e “Globo Repór-
ter” – ele já comandou o progra-
ma em três fases: de 1973 a
1983, de 1986 a 1989, e de 1996
até os dias atuais –, Sergio se
tornou conhecido nacional-
mente pelos quase 20 anos em
que esteve, ao lado de Cid Mo-
reira, na bancada do “Jornal
Nacional”. Com sua carreira te-
levisiva quase toda na Globo,
ele lembra com bom humor
sua rápida passagem pelo SBT,
onde apresentou o programa
de variedades “Show Sem Li-
mites”, de 1983 a 1984. “Estava
fazendo a mesma coisa há mui-
to tempo. Aí me apareceu o Sil-
vio Santos com um salário ten-
tador. No entanto, não foi uma
experiência legal. Sem brigas,
pedi para voltar aos noticiários
globais”, relembra.
Pergunta – Este ano vocêcompleta 40 anos de carreirana tevê. O que o motiva a con-tinuar no comando do “GloboRepórter”?
Sérgio Chapelin – Tenho
um contrato a cumprir (risos).
Confesso que, pela minha ida-
de, o corpo já demonstra al-
guns sinais de cansaço. Mas, na
verdade, aliado ao respeito a es-
se vínculo empregatício com a
Globo, eu também gosto muito
do que faço. E essa paixão me
dá forças para sair da minha ca-
sa, no interior de Minas Gerais,
e vir toda semana ao Rio de Ja-
neiro gravar o “Globo Repór-
ter”. Tenho uma excelente rela-
ção com todos na produção e
por ser um programa semanal,
me garante um esquema de tra-
balho muito tranquilo.
Pergunta – Apesar deatuar como apresentador, vo-cê é do tipo que sugere pau-tas ou se envolve no desen-volvimento das matérias doprograma?
Chapelin – Eu confio de-
mais nos repórteres, redatores
e produtores do “Globo Repór-
ter”. Em alguns momentos, na
hora de gravar, dou apenas
uma leve modificada no roteiro
e só. Nas reportagens, tenho
até tido uma participação bem
mais ativa em programas espe-
ciais. Fiz algumas viagens no
projeto dos biomas brasileiros,
também entrevistei alguns no-
mes para o programa em home-
nagem aos 60 anos da telenove-
la. Quando o assunto me insti-
ga, sinto muito prazer em ter
uma participação mais efetiva,
como foi também o caso da edi-
ção sobre a história dos trens
do Brasil.
Pergunta – Você foi o pri-meiro apresentador do “GloboRepórter”. Como avalia as mu-danças no programa ao longodos anos?
Chapelin – Assim como to-
dos os programas de televisão,
ele foi se adequando ao surgi-
mento de novas tecnologias e
novas linguagens de mídia. É
essencial dizer que é um progra-
ma que deu certo, muitas coi-
sas entraram e saíram da grade
da emissora ao longo desses
anos. No início, ele tinha um
caráter mais artístico, muito in-
fluenciado pelo cinema docu-
mental. Depois passou a ter
uma “pegada” mais investigati-
va e aventureira, extremamen-
te factual. Hoje em dia, o “Glo-
bo Repórter” tenta unir tudo
de melhor que já foi feito, mas
com um apelo ao entretenimen-
to e de olho na internet.
Pergunta – Como assim?Chapelin – As pessoas hoje
assistem ao programa enquan-
to navegam por seus computa-
dores e celulares. Eu não tenho
nenhum domínio sobre esses
objetos (risos), mas sei das mo-
dificações que eles causaram na
tevê. Enquanto o programa es-
tá no ar, chovem críticas, elo-
gios e sugestões, que são devida-
mente analisadas, para adequar
o formato ao telespectador. A
televisão, como um todo, dei-
xou de fazer programas para
um público passivo. Essa
interação modificou tudo: tex-
to, enquadramento de câmara,
ilustrações, apresentação. É tu-
do muito mais informal.
Pergunta – Sua origem é orádio, mas foi na televisãoque sua carreira se desenvol-veu. Qual a importância da te-vê na sua trajetória?
Chapelin – É total. Me tor-
nei conhecido de todos os brasi-
leiros assim que entrei para o
“Jornal Nacional”. Além disso,
apresentei os jornais mais im-
portantes da emissora. Conheci
várias pessoas ao longo desses
anos, fiz algumas amizades e
passei momentos muito mar-
cantes a frente desses telejor-
nais. Eu e Cid (Moreira) não es-
távamos na reportagem, mas
éramos o ponto de encontro en-
tre o telespectador e a notícia.
Da bancada do “JN”, vimos a
televisão e o mundo mudar. Fi-
co feliz de fazer parte disso. �
“Globo Repórter” – Sextas,às 22h15, na Globo
Cinco Perguntas
A voz da notícia
“Me sinto um
sobrevivente por ainda
estar no ar”, diz Sérgio
Chapelin, 71 anos
Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 21 - TV
MALHAÇÃO - 17H20
Segunda-feira -Rosário,PenhaeCidase
desentendem. A notícia do rompimento
do grupo se espalha rapidamente. Ela-
no, Stela e Kleiton promovem uma cam-
panhapara impedirqueogruposesepa-
re. Conrado fica decepcionado ao saber
que Cida não será mais uma celebrida-
de. Gilson tenta ajudar Samuel com o
vestibular.Dinhaquersaberse Ináciovai
reatar com Rosário. Cida e Conrado es-
barramcomStelaeElano.Penha,Cidae
Rosáriosãohostisumascomasoutras.
KleitoneElanodivulgamacampanhadu-
rantea entrevista com Gentil.
Terça-feira -CidaeRosário secomovem
comaatitudedeKleitoneElano.Chaye-
ne vibra com o desentendimento do
trio.CidasenteciúmedeElanocomSte-
la. Lygia deixa Manuela viajar com Ale-
jandro. Ela não gosta da intromissão de
Gilson na educação de Samuel. Otto
pensa em Penha. Cida, Rosário e Pe-
nha sofrem. Socorro cobra a promessa
de Chayene de se apresentar com ela.
Máslova tenta vender os pertences de
Otto. Tom avisa que conseguiu uma
turnê para Rosário cantar com Fabian.
Gilson e Penha se desentendem.
Quarta-feira - Gilson e Penha se sentem
atraídos um pelo outro. Fabian tem rea-
ção alérgica em um novo tratamento pa-
raorosto.Rosárioe Inácioseencontram
nobufê.ElanoeStelacomeçamanamo-rar. Gilson dá conselhos de como con-quistargarotasparaSamuel.Dinhadeci-de se separar de Inácio. Lygia atrapalhaum beijo entre Samuel e Beatriz. Ale-jandro e Lygia se beijam. Rosárioconfessa a Sidney que está confusacom seus sentimentos por Fabian.Tom convida Inácio para fazer aturnêno lugar de Fabian.Quinta-feira - Isadora critica a conversaentreCida e Sarmento.Chayene inventanova prova para Socorro. Otto pede pa-ra ficar com Penha. Sônia sonha comSandro. Brunessa fica triste ao saberque Rodinei e Liara estão casados. Pe-nhacomentacom Ivonequenãoacredi-
ta que Otto a fará esquecer Sandro. Ivo-ne recupera as peças que Máslova rou-boudeOtto. Isadoradescobreoendere-ço de Conrado. Cida visita o namorado.Inácio tenta fazer com que Rosário de-sista de Fabian. Gilson se encanta aover Penha na praia.Sexta-feira -GilsonePenhasedesenten-dem. Cida se abala com o que Isadoralhe diz sobre Conrado. Penha encon-tra um bilhete de Gilson em seu car-ro e sente-se culpada por tê-lo trata-do mal. Chayene fica tensa com oempenho de Socorro para cantarcom ela. Lygia não gosta quando Sa-muel diz que Gilson ficou interessa-do em uma mulher na praia. Gilson e
Penha pensam um no outro. Sar-mento recebe uma má notícia sobreseu processo. Rosário beija Fabian/Inácio, que se surpreende.Sábado - Fabian/Inácio é antipático comRosário e reclama das fãs para os jorna-listas.Sarmentoavisaquepodesercon-denado. Lygia convida Penha para ir asuacasa.CidaencontraElanoeficaaba-lada. Isadora se insinua para Niltinho.Stela se declara para Elano. Inácio ficanervoso ao saber que Sidney acompa-nhará Rosário na turnê. Niltinho e Isado-rase beijam. Lygia decide ir paraa Espa-nha e pede para Gilson ficar com Sa-muel.RosárioserevoltaaosaberqueFa-bianseapresentará usandoplayback.
AVENIDA BRASIL - 21H00
AMOR ETERNO AMOR - 17H55
Segunda-feira - Max não acredita que
Nina tenha ficado com o dinheiro do
sequestro. Leleco diz a Tufão que ele
deve ficar com a mulher que ama. Ni-
na aceita o pedido de casamento de
Jorginho. Muricy chega à chácara e
descobre que Carminha não está.
Noêmia, Verônica e Alexia descon-
fiam quando Cadinho diz que vai a
uma reunião. Dolores e Diógenes fi-
camsurpresosaosaberemqueLean-
dro vai morar comRoni eSuelen. Tes-
sália ouve Leleco oferecendo mais di-
nheiro para Darkson seduzi-la e briga
com o marido. Nilo conta para Carmi-
nhaqueNinaeJorginhovãosecasar.
Terça-feira - Tufãonãosesenteàvon-
tadecom apresença deCarminha na
mansão. Tessália termina com Lele-
co. Carminha pega algumas de suas
joias. Darkson se declara para Tes-
sália, que não acredita nele. Roni
ignora Suelen para dar atenção a
Leandro. Nina pede que Begônia
adiante parte do dinheiro da ven-
da da estância. Max segue Nina
sem que ela perceba e a escuta di-
zer a Jorginho que ficou com o di-
nheiro do sequestrodeCarminha.
Quarta-feira - Carminha dá dinheiro a
Zezé. Leleco admite para Tufão que
não sabe se quer ficar com Tessália
ou com Muricy. A mãe de Tufão fica
curiosa sobre a situação do ex-mari-
do e Adauto sente ciúme. Max pede
perdão a Carminha. Nina estranha a
reaçãodeTufão aocontarque vai pa-
rar de trabalhar parase casar. Carmi-
nhadiz aMaxquedaráo trocoemNi-
na. Leandro leva Beverly para casa e
Roni e Suelen reclamam. Silas acon-
selha Darkson a insistir com Tes-
sália. Nina e Jorginho se preparam
para o casamento. Carminha vai pa-
ra o depósito de lixo.
Quinta-feira - Carminha faz um escân-
daloduranteacerimôniadocasamen-
tosimbólicodeNinaeJorginho.Carmi-
nha inventa umahistória paraTufão e
pedeparapassar anoite comele.Be-
gônia visita Nina no hospital. Cadinho
recebedecretodefalência.Darksonfi-
ca arrasado ao saber que Tessália e
Leleco reataram. Suelen sente ciúme
da cumplicidade de Roni e Leandro.
Jorginho se surpreende ao encontrar
Tufãonohospital. TufãodizaJorginho
queestá apaixonadoporNina.
Sexta-feira - Chocado com a revela-
ção, Jorginho desiste de contar para
Tufão sobre o namoro com Nina. Car-
minha manda Max voltar para a man-
são. Jorginhonão revelaparaNinaso-
bre os sentimentos de Tufão. Muricy
espera Tessália sair e se encontra
com Leleco. Carminha percebe que o
maridonãogostamaisdela.Jimmyex-
pulsa Cadinho da empresa. Cadinho
avisa que está falido e Verônica dizque não ficará com ele. Max e Iva-na reatam o casamento. Jorginhorevela para Leleco que é o namo-rado de Nina. Tufão pede a sepa-ração a Carminha.Sábado - Leleco pede que Jorginhoabra mão de Nina. Ivana diz a Maxque passará a noite com ele na lan-cha. O teste de gravidez de Tessáliadá negativo e Leleco fica aliviado.Verônica e Noêmia rejeitam Cadinho.Jorginho conta para Lucinda que Tu-fão está apaixonado por Nina. Jorgi-nho tentaconvencerNinaaviajar comele. Na frente da cozinheira, Muricypergunta a Tufão por que ele quer seseparar deCarminha.
Segunda-feira - Dimas fica nervo-so ao saber que Angélica está vi-va. Priscila diz a Miriam que Rodri-go foi para a delegacia. Rodrigoavisa que vai para Rio Fundo en-contrar Angélica. Fernando pedeajuda a Miriam para tentar desco-brir o que aconteceu com
Zenóbio. Melissa ameaça Elisa ea manda envenenar a bebida deRodrigo. Fernando desconfia dodesespero de Dimas ao saberque Angélica está viva. Rodrigochega ao quarto de Angélica nomomento em que Branco iria enve-nená-la.
Terça-feira - Branco deixa o quar-to sem que Rodrigo o veja. Elisa in-forma Melissa que Angélica serátransferida para o Rio de Janei-ro. Melissa demite Divina e ex-pulsa Junior de sua casa.Zenóbio pede ajuda a Clara pa-ra se vingar de Melissa. Miriam
fica intrigada com o que Claralhe conta sobre Zenóbio. Verbe-na perdoa Angélica e as duasvelam o sono de Rodrigo. Jáquiaparece na redação e Laura eGil percebem o entrosamentodela com Henrique. Miriam ePedro descobrem que Melissa
e Virgílio podem estar envolvi-d os no assass i na t o deZenóbio. Melissa visita Angéli-ca vestida como Verbena.Quarta-feira a sábado - Até o fe-chamento desta edição, a emis-sora não divulgou o resumo doscapítulos.
Segunda-feira -Marcela,amãedeGil,é anova professora deEducação Físi-ca do colégio Quadrante. Lia pede pa-ra ir aoshowde rockdeNando,paide
Morgana. O show se transforma emumevento social daescola. Orelhadi-vulgaosvídeosdanovaprofessorana
TV Orelha. Marcela se anima para irao show de Nando. Dinho pensa emsua viagem. Marcela diz a Gil que irá
aoshowcomele.Marcela ajuda a tur-maaentrar noshow deNando.Terça-feira - Orelha elogia Marcela eGil não gosta. Ju faz um comentário
sobre o Egito e Dinho estranha. Ore-lha se anima ao ver Marcela dispen-sando um rapaz. Gil reclama de Ore-lha, que filma Marcela. Ju tenta con-
versar com Dinho durante o show eLia repreende a amiga. Ana beija Bru-no na frente de Nélio e Rasta. Nando
se atira sobre a plateia e acaba cain-donochão.Marcela leva Gil, Lia eRa-faelparaohospital. Rita levaPilhaem
casa. Ana tenta reatar comBruno. Lo-renzo dia que Nando precisa ser ope-rado.OrelhadivulgaosvídeosdeMar-cela.Morgana beijaRafael.
Quarta-feira - Morgana e Rafael ficamconstrangidosapósobeijo.Brunoficasurpreso ao ver Ju carregando muitoslivros para a escola. Rosa vasculha a
mochiladePilha. Judescobre sobreobeijo que Morgana e Rafael trocaram.Dinhopedeum livroemprestadoa Ju.
Isabela não aceita o fato de Marcelaestar interessada em Leandro. A tur-ma inventa desculpas para escapar
da aula de Educação Física. LorenzoaconselhaNandoaterhábitossaudá-veis. Lia fica animada com a aula deMarcela, que traz uma cama elástica
para os alunos. Leandro divide a tur-mae Ju ficanogrupode Dinho.Quinta-feira - Ju comemora após Di-nho combinar de se encontrar com ogrupo. Rita se oferece para trabalharnabibliotecadepoisdasaulas.Ritare-preende Luiza por buscá-la na escola.Gil garante a Mário que conseguiráconvencer Marcela a comprar a man-são. Morgana briga com Nando e Tizi-nhaa repreende.Dinho revelaseuse-gredoparaJu.Orelha,FatinhaeLiade-batem sobre o trabalho de robótica.Dinho leva Ju até seu esconderijo etentabeijá-la.
Sexta-feira - Ju afasta Dinho, que fica
surpreso.AliceelogiaJuedeixaDinho
pensativo. Lia gosta de saber que a
amiga rejeitou o rapaz. Nando ouve
Morgana reclamar dele. Pilha entrega
o dinheiro que recebeu por passear
com os cachorros para Rosa. Dinho
vai à casa de Ju. Lia fica contente ao
saber que ele está interessado na
amiga. Nando afirma a Tizinha que
mudará seu comportamento. Orelha
vê a foto antiga que Rita tem de Ma-
thias.Dinhopede Juem namoro.
Resumo das novelas
CHEIAS DE CHARME - 19H05
GLOBO
TV - 22 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Segunda-feira - Lucy e Miguel pensam
em uma maneira de vigiar o porão dos
rebeldes. Maria e Murilo namoram na
sala de estar do Elite Way. Leila flagra
Pilar dormindo abraçadacom uma foto
de Binho. Vitória e Bernardo gravam
um vídeo de comédia. Pilar diz aos re-
beldes que ainda é apaixonada por Bi-
nhoechora.Aliceeosrebeldesconver-
sam sobre a festa. Diego e Roberta vi-
vemclimade romance.AliceeRoberta
ajudam Pilar a se encontrar com Bi-
nho. Miguel invade o quarto de Pilar e
mexe no computador dela.
Terça-feira - Pilar tenta se encontrar
comBinhonoalmoxarifado,masLucya
tranca no local. Miguel usa o e-mail de
Pilar para mandar uma mensagem. Jo-
nas se diverte ao dar aula para as
crianças. Binho fica preocupado com
a demora de Pilar e pede ajuda a Die-
go. Um misterioso carro preto tenta
atropelar Binho, mas Diego salva o ra-
paz. Miguel solta Pilar e finge não sa-
ber o que está acontecendo. Cilene fi-
ca decepcionada ao saber que Artur
querodivórcio.Os rebeldesajudamBi-
nho. Tadeu agarra Tatiana e a beija.
Lucy se escondee ouvea conversa dePingo com os professores.Quarta-feira - Maria e Juju fofocam so-breoacidentedeBinho.Murilo sepreo-cupa com a visita de seu pai ao colé-gio. Vitória fica revoltada ao perceberque o seu vídeo não está fazendo su-cesso na internet. Leila fica chocadacomocomportamentoestranhode Jo-nas. Miguel finge ser bom moço paraPilar. Maria e Murilo namoram na salade estar quando as crianças entram.Jonas deixa Binho ficar no quarto dosrebeldes e surpreende Leila. Miguel fi-ca furioso ao saber que Binho está no
Elite Way. Binho tenta convencer Pilarde que Miguel não é confiável. O casalnão resiste e se beija.Quinta-feira - Lucy e Miguel conversamsobreBinho.Ascriançascomentamso-bre a mudança de comportamento deJonas. Aline esnoba Raul e pensa emMurilo. Aline e Mariana se desenten-dem.Miguel relembraopassadoquete-vecomBinho.Asrebeldesriemapóssa-beremqueBinhodormiránoquartodosmeninos.Jonasconvidaosrebeldespa-ra jogar sinuca. Márcia fica triste ao sa-berque terá dedevolver o cachorrinho.Sexta-feira - Lucy é flagrada por Tatiana
mexendo nas gavetas. Miguel ameaçacontar o passado de Binho. Vitória eBeatriz discutem e Bernardo grava aconversa. Jonas vai até o porão dos re-beldes e se diverte com os instrumen-tos do grupo. Vitória tenta bater emBeatriz,mas João a segura. Luana per-gunta a Milena se ela está apaixonadapor Serginho. Silvia segue os conse-lhos de Ofélia e tenta seduzir Leonar-do. Binho alerta os rebeldes sobre Mi-guel. Milena e Luana tentam descobriro segredo de Rosa Maria. Diego e Ro-berta se beijam na biblioteca. Lucy tiracópia da chave do porão.
Segunda-feira-HelenatentadizeraOlí-via que Jaime se arrependeu. A direto-raafirmaquevaiafastá-laportempoin-determinado.AprofessoracontaaRa-fael que está sendo afastada. Os alu-nos falam mal de Suzana, a professo-rasubstituta.Olíviadizaelaqueserãograndes amigas. Rafael diz a Miguelque Olívia quer mandar Helena embo-ra. Miguel diz que pedirá ajuda ao Sr.Morales. Helena chora em casa. Crisaconselha a professora a procurar ou-tra escola para dar aula. Os alunos re-solvemdeclarar guerra a Suzana e Olí-via. O sinal toca e os alunos deixamSuzana falandosozinha.
Terça-feira - Os alunos vão à casa deHelena.Suzanasentemedodedarau-
lanodia seguinte. Ela diz que vai pre-
cisar da ajuda de Firmino. Valéria diz
a Suzana que ela está enganada se
pensaquea turmavai gostar delaco-
mo gosta de Helena. Miguel e Rafaelfazem uma lista de assinaturas pe-
dindo a volta da professora. Matilde
alerta Olívia e diz que, sem Helena,
os alunos vão tomar conta da esco-
la. A diretora pensa em tornar o afas-
tamento permanente. Os alunos
não interagem durante a aula. Máriotaca giz na professora, que começa
a chorar. Cirilo convida Maria Joaqui-na para tomar sorvete.
Quarta-feira - Maria Joaquina pede pa-
raCirilodeixá-laempaz.Osalunosdei-
xam uma caixa de presente na mesa
de Suzana. Quando ela abre, vê uma
cobra e cai da cadeira. Valéria desafiaaprofessoraduranteaaula.Eladáum
castigo à aluna e a manda copiar um
texto cinco vezes. Davi tenta defender
a amada, mas recebe o mesmo casti-
go. Suzana revela aos alunos que He-
lena não vai voltar mais. Morales afir-
ma que a professora deve voltar e dei-xa Olívia furiosa. Morales telefona pa-
ra Miguel e diz que Helena retornará àescola no dia seguinte. A professora
sofreum acidentenocaminho.
Quinta-feira-Ospedestrespedemres-
gate. Cris é informada do acidente pe-
la polícia e liga para Clara para pedir a
ajuda de Miguel. Cris conta do aciden-te para Olívia, mas pede para diretora
não contar aos alunos. Suzana chega
naescola comumapombinhamachu-
cadaedizaosalunosqueaencontrou
narua.ElapedeparaMário tomarcon-
tadoanimal, comoumaformadecon-
quistaraclasse.Migueldizàenfermei-ra que precisa falar com o médico do
hospital. Aos prantos, Cris é tranquili-zadaporMiguel eRafael.Sexta-feira -OmédicorevelaqueHele-na está com lesões múltiplas. Miguelpedeatransferênciadaprofessorapa-ra o hospital onde trabalha. No re-creio, Suzana fica ao lado das meni-nas e bate corda para elas pularem.Jaime diz a Firmino que os alunos co-meçaramagostardaprofessorasubs-tituta.Cris,MigueleRafael visitamHe-lenanoquarto,maselacontinuadesa-cordada.ValérianãoaceitaSuzanaco-mo sua professora. A aluna estranhaa ausência de Helena e os alunos co-meçama ficar preocupados.
Segunda-feira - Eliza ameaça Laís. Ma-ria avisa Otávio (Martim) que precisa irà fazenda esperar por Salles. Novais eJohnny tentam achar pistassobre ElizanoquartodeOtávio (Martim).MarcoAn-tônio visita Mirella, mas se irrita ao verRégis. Laís diz a Jairo que Valeria sabea verdade sobre a Organização. Mariaconvence Martim (Otávio) a viajar comela para o Mato Grosso do Sul. Déciodescobreque a foto de Tônia com Zezi-nho é montagem. Pulga chama Eneida
para a reunião. Otávio (Martim) fingeapoiar Big One na busca por Eliza. Ma-riaeMartim(Otavio) reencontramopai.Terça-feira - A pedido de Eliza, Valériamarca encontro com Novais. Eliza se-gue Novais e fica intrigada ao ver Faus-to com ele. Salles diz a Maria que a fa-zendaBenarodeveservendida.Novaisexige que Fausto dê uma prova de queTavinhoestá comele.Salles tenta con-vencerOlíviaarecordaropassado.Otá-vio (Martim) questiona Big Blond sobre
o paradeiro de Dinorá. Martim (Otávio)tranca Maria no quarto com ele. Mariaescuta Olivia no corredor e pede socor-ro. Martim (Otávio) tenta se explicar eSallesaparece.Quarta-feira - Salles revela a Martim(Otávio) que Olivia é a sua verdadeiramãe. Maria conta que Salles não é opai de Martim (Otávio). Yara e Nair cui-dam de Tavinho. Novais tortura Di-norá. Eliza osurpreende e resgata suamãe. Toga entregaos documentos fal-
sificadosparaMartim(Otavio).Manue-la desabafa com Décio que teme vol-tar a ser garota de programa.Régis diza Mirella que vai comprar a fazenda.Laís teme que Valéria descubra sobreo desvio de dinheiro. Martim (Otávio)tenta agarrar Maria, mas Salles e Oli-via o impedem.Quinta-feira - Martim (Otávio) diz a Sal-les que vai se casar com Maria. Mariadiz que não quer Salles e Martim (Otá-vio)nafazenda.Otávio(Martim)eDécio
procuram por Eliza na casa de Valéria.Tônia sente fortes contrações e se de-sespera. Novais recebe foto de Faustocomomenino. ElviraseassustaaoverqueSotero conhece Big Blond. Luma eEdu sofrem ao esperar Tônia sair da ci-rurgia. Na fazenda, Otávio (Martim) im-pede Martim (Otávio) de viajar com osdocumentosde venda das terras.Sexta-feira - Até o fechamento destaedição,aemissoranãodivulgouoresu-modocapítulo.
Terça-feira - Nacib proíbe a espo-sa de dançar na rua. Nacib se des-culpa com Zarolha, mas deixa cla-ro que o seu coração é de Gabrie-la. Arminda diz a Iracema que vaiarrumar solução para Jesuíno nãodescobrir que ela não é mais vir-gem. Maurício aceita ser advoga-do de Jesuíno. Mundinho repreen-de Rômulo por ser casado e namo-rar Malvina. Conceição flagra Ge-rusa com Mundinho. Jesuíno avi-
sa à família de Iracema que querapressar o casamento. Gabrielajanta na casa de Tonico.Quarta-feira - Gerusa e Ramiro co-mem com as mãos para acompa-nhar Gabriela e todos acabam se-guindo o coronel. Malvina destra-ta Josué, que busca consolo ao la-do de Glória. Fabiana chantageiaTonico ao vê-lo se aproximandode Gabriela. Lindinalva diz a Fa-gundes e Clemente que Juvenal
mandou matá-la. Nacib repreendeGabriela por seu comportamento.Sandra surpreende Anabela comRamiro e ameaça matar os dois.Quinta-feira - Ramiro descobre ogolpe de Sandra e Anabela e as le-va de carro para um local distan-te. Gerusa segue o conselho deConceição e pede a Mundinhoque tente fazer um acordo políticocom o avô. Pirangi liquida a dívidade Lindinalva com Machadão. Ra-
miro manda seus capangas desa-parecerem com Sandra. Jesuínodepõe na delegacia, mas não épreso pelo delegado. Gabriela diza Arminda que casamento é comouma prisão. Glória conta a Coriola-no que Rômulo é casado. Mundi-nho dá dinheiro para Anabela eSandra saírem de Ilhéus.Sexta-feira - Ramiro escuta Alfre-do e decide não machucar Mundi-nho. Zarolha convence Gabriela
a visitar Nacib no Vesúvio. Na-cib não gosta de ver Gabriela ea pro íbe de sai r à noi te .Machadão se declara para Ra-miro e diz que deixaria o Bata-clan para ficar com ele. Mundi-nho alerta Gerusa que ela teráde enfrentar o avô. Coriolanopergunta a Josué quem é a mu-lher com quem ele tem um ca-so. Iracema se arruma para anoite de núpcias com Jesuíno.
Resumo das novelas
REBELDE - 21H00
CARROSSEL - 19H50
MÁSCARAS - 22H15
GABRIELA - 23H00
GLOBO
RECORD
SBT
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 23 - TV
Turismo
CORRE, SEUL,CORRE!
Design e tecnologia
marcam o ritmo
acelerado da capital
sul-coreana
Agência O Globo
Bebe-se muito, come-se bem e
compra-se bastante em Seul, capital
da Coreia do Sul. Tudo num ritmo
acelerado, de acordo com o cresci-
mento econômico miraculoso de
um país que até a metade do século
passado era miserável. O lema de
Seul é Bhalli-Bhalli. Algo como
“Mais rápido, mais rápido”!
Às 23h de uma quarta-feira, a
Avenida Gangnam - uma das princi-
pais do centro da capital - está engar-
rafada. Não houve acidente. Toda
noite é a mesma coisa naquele pon-
to, tomado por restaurantes, bares,
cafés e lojas que não têm hora para
fechar.
Seul cresceu e apareceu. Deixou
de ser uma cidade sem personalida-
de, esmagada entre dois pesos-pesa-
dos asiáticos: Tóquio e Pequim.
Com 10 milhões de habitantes, a
metrópole se transforma rapidamen-
te, lucrando e se sofisticando com
os investimentos em design e tecno-
logia.
Não exige muito tempo para ser
explorada. Tudo é rapidinho, como
pregam os sul-coreanos, mas sur-
preendente e com cheiro de futuro.
TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Arte na entrada: esculturas
ao ar livre decoram
fachadas modernas em
Gangnam
Agência
OG
lobo
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 25 - TURISMO
Seul foi eleita Capital do Design Mundial, pelo
Conselho Internacional das Sociedades de Design Industrial
Agência O Globo
A revista americana Fo-
reign Policy incluiu Seul na
lista das dez cidades mais glo-
balizadas do mundo “por
exemplificar atividade econô-
mica, capital humano, troca
de informações, experiência
cultural e engajamento políti-
co”, servindo como ponte de
integração regional.
O Aeroporto Internacional
de Incheon tem lugar cativo na
lista dos melhores do planeta.
Em 2010, Seul foi eleita Capital
do Design Mundial, pelo Con-
selho Internacional das Socie-
dades de Design Industrial.
Um projeto assinado pela ar-
quiteta iraquiana Zaha Hadid -
o Dongdaemun Plaza, um com-
plexo comercial e cultural ro-
deado por parques em constru-
ção - mostra como o país está
decidido a se destacar.
Gangnam, com suas ruas en-
garrafadas, ao sul do rio Han,
está longe de ser um bairro ines-
quecível. Mas é ponto de parti-
da para os passeios, por reunir
os principais hotéis.
Arranha-céus modernos,
muitos com entradas marcadas
por esculturas ao ar livre, sim-
bolizam o crescente poder eco-
nômico da Coreia do Sul, terra
de empresas icônicas, como Sa-
msung (que mantém o Leeum -
Samsung Museum of Art), LG
e Hyundai.
A estação de metrô de Gang-
nam, que abriga um shopping
center subterrâneo, leva o visi-
tante a qualquer região da cida-
de e vale como referência. É ali
que todos se encontram.
Para escapar do clima de
centro financeiro, um bom co-
meço é atravessar o rio (usando
o eficientíssimo sistema de me-
trô, um dos maiores do mun-
do) até o distrito de Insadong,
onde ficam as ruas comerciais
mais tradicionais de Seul.
Insadong tem uma rua prin-
cipal, a Insadong-gil, e o ideal é
percorrê-la sem olhar para o re-
lógio, se embrenhando pelas
ruelas paralelas que escondem
lojinhas bacanas, casas de chá,
galerias de arte, livrarias, barra-
cas de antiguidades e suvenires
simpáticos.
Os mais famosos produtos
made in Korea são os eletrôni-
cos, mas pode acreditar: Seul
oferece muitas outras possibili-
dades para saciar o seu espírito
consumista.
Algo que chama a atenção é
a grande quantidade de desig-
ners locais. Em geral, os asiáti-
cos são fanáticos pelas grifes in-
ternacionais de luxo e os sul-co-
reanos não são tão diferentes as-
sim de seus vizinhos.
Mas para quem gosta de
compras, a cidade é um acha-
do. Não à toa, japoneses e chine-
ses desembarcam na Coreia do
Sul só com uma coisa em men-
te: comprar.
A fase dos artigos baratos e
copiados está ficando para trás.
Seul encontrou a sua cara e ela
tem charme.
Para uma visão panorâmi-
ca, a N Seoul Tower, em Yong-
san-gu, tem um mirante a 236
metros de altura, no Monte Na-
msan. A cidade vem mudando
radicalmente desde a Copa do
Mundo de 2002, que a colocou
no mapa turístico da Ásia.
A indústria do entreteni-
mento ajuda a atrair visitantes.
Novelas e filmes sul-coreanos
têm uma legião de fãs no conti-
nente, mas é o K-pop - a músi-
ca pop coreana - que realmente
faz a diferença.
As imensas bandas de meni-
nos e meninas, como SHINee,
The Boss, The Boys e Girls Gene-
ration, são um fenômeno mun-
dial e vêm exportando uma ima-
gem mais cool da Coreia.
Em alguns casos, a mo-
dernização incomoda. Em
Insadong, a renovação exa-
gerada do bairro foi critica-
da pela população por desca-
racterizar demais uma re-
gião antiga. A prefeitura foi
obrigada a rever o projeto.
Coreia do Sul
GALERIAS DE ARTEE LOJAS COM ESTILO
Gigantes:
Gangnam, o
bairro mais
central de Seul,
reúne hotéis e
sedes de
empresas como
a Samsung
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Garosu-gil é outra parte da
cidade bem moderninha, que
ganhou o apelido de “Europa
de Seul”. O clima, no entanto,
está mais para o SoHo nova-ior-
quino mesmo. É uma sucessão
de bares, restaurantes, clubes
noturnos e lojas fashion de ma-
tar de inveja qualquer grande
capital ocidental. O desfile de
gente bonita (as sul-coreanas
são conhecidas como as mais
belas mulheres da Ásia) já justi-
fica a espera por uma mesa
num dos muitos cafés do lugar,
todos wi-fi.
É outro fator de orgulho pa-
ra os moradores: a cidade é a
mais conectada do mundo, on-
de smartphones são item de pri-
meira necessidade e a velocida-
de da internet bate as do Japão
e dos EUA.
As celebridades do K-pop
gostam de passear por Garo-
su-gil. O brunch de domingo
é um acontecimento social e
as opções são diversas, com
cardápios que vão do chinês
ao escandinavo.
Quem disse que os sul-co-
reanos só comem kimchi (con-
serva de vegetais fermentados
extremamente picante)? Culi-
nária fusion e lojas de departa-
mento também arrastam muita
gente ao bairro de Apgujeong.
A rua mais conhecida é a
Rodeo Street, outro ponto de
Seul bastante popular entre o
público jovem. É uma boa op-
ção para o almoço, mas segure
o cartão de crédito porque a re-
gião mais concorrida da cidade
no momento fica longe dali,
em Samcheongdong.
O nome é complicado, mas
vale a pena conhecer essa área,
no norte de Seul. As casas são
antigas, com telhados de madei-
ra que lembram pagodes chine-
ses, mas muitas foram transfor-
madas em galerias de arte con-
temporânea, cafés orgânicos e
butiques mínimas.
Se estiver cansado de ver
tanta gente jovem, bonita e
fashion, pode partir para
uma caminhada às margens
do rio Han, onde os morado-
res andam de bicicleta, cor-
rem ou simplesmente se esti-
ram na grama.
Se ainda tem fôlego, pode
se preparar para a noite em
Hongdae, reduto boêmio em
torno de quatro universida-
des. É uma área estudantil,
portanto, maiores de 30 são
corpos estranhos.
O programa é dançar, beber
soju (aguardente à base de bata-
ta-doce) e comer de madrugada
em barraquinhas de rua. Um
prato faz muito sucesso no lu-
gar: galbitang, sopa de carne de
costela. Repõe as energias, di-
zem, e cura a ressaca. (AG)
Conectados: os cafés de Seul são charmosos e obrigatoriamente com rede wi-fi
Surpresa: obras de
arte em fachadas se
espalham pela cidade
Estilo ocidental: cafés simpáticos com ares
de SoHo nova-iorquino
Moda: pequenas
galerias e
butiques
charmosas
fazem de Seul
um achado para
compras
Para ver e ser visto
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 27 - TURISMO
Seul passou metade do século passado colonizada pelas tropas japonesas
Agência O Globo
Seul é capital há mais de 600
anos. Por mais que a modernida-
de (com a mais rápida banda lar-
ga do mundo e as TVs em 3D) se-
ja hoje o traço mais evidente da
nova Coreia do Sul, as marcas do
passado ainda existem.
Seul passou metade do sécu-
lo passado colonizada pelas tro-
pas japonesas. Após o fim da Se-
gunda Guerra, mergulhou na
guerra civil que terminou com
a divisão das Coreias entre Nor-
te e Sul.
É uma história recente dra-
mática com um rastro de des-
truição. Os palácios de Seul, po-
rém, continuam de pé, simboli-
zando a força dos coreanos.
Existem cinco grandes palá-
cios que podem ser visitados. O
mais belo é o Gyeongbokgung,
construído em 1395, no início
da dinastia Joseon.
Cercada pelos montes Buka-
san e Namsan, a construção,
cujo nome significa “grande pa-
lácio abençoado pelo paraíso”,
era o coração da Seul real. Seu
destino foi trágico. Pegou fogo
durante a invasão japonesa no
século 16 e permaneceu aban-
donado por 250 anos, até ser re-
construído, transformando-se
numa pequena cidade que se-
guia os princípios da arquitetu-
ra chinesa, misturados à estéti-
ca da dinastia reinante.
Mas a Coreia foi anexada pe-
lo Japão em 1910 - período só
encerrado com a derrota japo-
nesa em 1945 - e o Gyeongbok-
gung voltou a sofrer.
A restauração total, simbóli-
ca para os coreanos, começou em
1990. O legado da ocupação, co-
mo o enorme prédio que abrigava
o governo japonês, foi removido
e o palácio - hoje Patrimônio da
Humanidade - está recuperando
suas formas originais, que guarda-
vam o sono dos reis.
O pavilhão atrás do hall cen-
tral é lindo. Fica de frente para
um lago artificial, onde a famí-
lia real e seus convidados pas-
seavam de barco, após os ban-
quetes oficiais. Passeios guia-
dos pelo palácio são gratuitos e
acontecem três vezes por dia.
Dois museus ficam no mes-
mo complexo: o National Folk
Museum, sobre tradições corea-
nas, e o National Palace Mu-
seum, que exibe peças das cole-
ções reais.
A mais antiga rua de Seul é
a Bell Street (Jongno), onde es-
tá o pavilhão de Bosingak. Ali
um sino gigante indica a entra-
da da cidade, marcada por qua-
tro portões. Na mesma região fi-
ca o palácio presidencial, que
também pode ser visitado. É o
Cheong Wa Dae, ou Casa Azul.
Coreia do Sul
Tradição nos paláciose casas de banhos
Metrô: o eficiente sistema de transporte de Seul é um dos maiores do mundo
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
As ruas de Seul são extrema-
mente seguras. Para entender o
clima de tensão que paira sobre a
península coreana é preciso sair
da capital e chegar à fronteira
com a Coreia do Norte.
É um programa turístico,
com tours organizados à Zona
Desmilitarizada (ZM), que sepa-
ra o Sul capitalista do Norte co-
munista. As barreiras que prote-
gem a região são as mais armadas
do mundo, mas o próprio gover-
no de Seul recomenda a visita -
desde que não exista nenhuma
crise militar entre os dois países
inimigos, separados desde 1953 e
sob permanente estado de guerra.
Várias agências oferecem o
passeio à última fronteira da
Guerra Fria. A excursão dura me-
tade do dia. É possível enxergar,
de binóculos, o lado norte-corea-
no, totalmente fechado para o
mundo pela ditadura. O observa-
tório construído para isso atrai
um milhão de turistas por ano.
A região, que corresponde a
0,5% do território da península, é
ironicamente um santuário ecoló-
gico, um lugar que já foi palco de
batalhas e hoje foi tomado pela na-
tureza, já que ali ninguém pode
viver. A mata e os rios estão pre-
servados e trilhas acessíveis le-
vam ao oceano.
A Planíce de Yangu, dentro
da Zona Desmilitarizada, guarda
as cicatrizes do confronto entre
os coreanos. Um túnel subterrâ-
neo usado pelos soldados norte-
coreanos foi descoberto em 1990
e está aberto ao público.
No memorial erguido para
lembrar as vítimas da guerra é
possível ouvir o depoimento de
sobreviventes.
Um quilômetro de cerca de
arame farpado, que também pode
ser percorrido, transformou-se
em local de peregrinação pela
paz, ainda distante entre os dois
lados da Coreia. (AG)
Mais tradição? O mais fa-
moso prato do país é o ko-
rean barbecue, churrasco co-
reano que se espalhou pela
Ásia (os moradores de Tó-
quio adoram).
O grill fica no centro da
mesa e tudo o que chega - fi-
lé, porco, legumes ou frutos
do mar - vai sendo colocado
na chapa.
Ao redor, ficam os mo-
lhos, em geral, picantes, ma-
carrão e arroz. Seul tem um
restaurante do gênero em ca-
da esquina, portanto, é com-
plicado escolher o melhor,
mas a carne de mais alta qua-
lidade é conhecida como
hanwoo.
Depois de uma refeição
assim, só tomando chá de
ginseng vermelho para se-
guir em frente. E não se ar-
raste. Mantenha a compos-
tura. Na capital sul-corea-
na, mulheres estão sempre
de salto alto e os homens
com o cabelo impecável,
como se fossem astros do
K-pop. � (AG)
Se o assunto é tradição, os
turistas são incentivados a expe-
rimentar as famosas casas de ba-
nho de Seul - uma herança da
colonização japonesa. Esses es-
tabelecimentos também se mo-
dernizaram e oferecem, além
de saunas comunitárias com
chão de pedra, onde famílias in-
teiras se estiram, massagens e
salões de beleza.
Sim, os sul-coreanos são ob-
cecados pela aparência. Cirur-
gias plásticas para mudar o ros-
to das moças são comuns, mas
voltemos às casas de banho (jji-
mjilbang): como descreveu o
The New York Times numa re-
portagem, “elas se tornaram
tão parte da vida social coreana
quanto ir ao cinema”.
Algumas abrigam até mil
pessoas. Uma das mais conheci-
das é a Dragon Hills - um par-
que de diversões, com salas co-
bertas de cristais. (AG)
Detalhe da decoração no Palácio Gyeongbokgung
Vigilância: a fronteira entre as Coreias é a mais armada do mundo
A juventude
descolada
de Seul
A última fronteira da Guerra Fria
Churrascocoreano
Herança japonesa
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 29 - TURISMO
Nova atração em parque temático, “fofoca tour” e renovação de Downtown movimentam a cidade
Agência O Globo
Planejar uma visita a Los Angeles é ta-
refa animada. Lá parece sempre haver espa-
ço para mais uma atração estreante.
Para futuras incursões, três exemplos
dessa contínua transformação são o simula-
dor Transformers: The Ride-3D, no Uni-
versal Studios Hollywood; o TMZ Tour,
pela rota das celebridades na cidade, e a re-
vitalizada área de Downtown, cada vez
mais agradável para turistas e moradores.
Poucas estações de metrô ou uma curta
corrida de táxi separam o icônico Chinese
Theatre no Hollywood Boulevard do par-
que temático - de menores proporções que
o de Orlando.
Desde sua abertura, no começo do ano,
nenhuma atração ali é mais procurada que
o brinquedo que simula uma batalha entre
os monstrengos mecânicos que se transfor-
mam em carros e jatos.
Já o tour promovido pelo portal de fofo-
cas mais famoso da última semana é um da-
queles programas que até poderiam ser co-
piados mundo afora, mas que só fazem sen-
tido mesmo sob o peculiar ponto de vista
do American way of life.
A visita a Downtown LA merece um
dia inteiro. Grandes investimentos são fei-
tos para repaginar o Centro da cidade, que
acaba de ganhar nova área verde.
O Grand Park se estende por três quar-
teirões desde a ala oeste do City Hall até os
pavilhões do Los Angeles Music Center,
conectando num corredor verde importan-
tes prédios públicos, como a corte local e a
biblioteca de Direito.
Até o fim do ano, a região ganhará
mais atrativos, como a reinauguração do
painel América Tropical, do muralista me-
xicano David Alfaro Siqueiros, e a exposi-
ção do ônibus espacial Endeavour no Cali-
fornia Science Center.
EUA
Los Angeles nunca para
Downtown: o Grand Park e a nova
área de lazer vista à noite, com o
City Hall ao fundo
Hollywood: robô
articulado na nova área
dedicada aos
Transformers, no
Universal Studios
TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Um exemplo da modernida-
de da tecnologia, o filme Trans-
formers: The Ride 3D tem sido
a sensação do Universal Stu-
dios Hollywood desde sua inau-
guração, em 25 de maio.
O simulador segue a linha
de The Amazing Adventures
of Spider-Man, na Universal
Orlando, com imagens em 3D
e alta definição e um carrinho
que percorre um circuito intera-
gindo com gigantescas telas e
efeitos especiais.
O brinquedo, inspirado na
série de três filmes lançados
entre 2007 e 2011, funciona
em 50.167 metros quadrados
no final da área inferior, no
extremo oposto da entrada
principal.
São 609 metros de trilhos e
14 telas, algumas delas tão altas
quanto o prédio, com 18 metros
de altura. No lado de fora, um pai-
nel enorme tem as imagens do ro-
bô bom Optimus Prime e o robô
mau Megatron. � (AG)
Serviço
Universal Hollywood Drive, Los Angeles.
Tel: 1-818-622-5140
universalstudioshollywood.com.
Ingressos:a partir de US$ 80.
Foi em Downtown que Los
Angeles nasceu e onde estão algu-
mas das principais apostas para o
futuro da cidade.
O coração financeiro e ad-
ministrativo desta metrópole
vem perdendo ao longo dos úl-
timos anos o aspecto inóspito
para se consolidar como mais
uma região a ser incluída no ro-
teiro de uma próxima viagem.
A repaginação do centro de
Los Angeles deu um grande passo
no dia 28 de julho. Desde então,
executivos podem relaxar um pou-
co no agradável Grand Park.
A área de cinco hectares se es-
tende da ala oeste do Civic Center
até o Music Center, ligando três
quarteirões e importantes prédios
da administração pública.
Oparquecontacomumpeque-
no jardim botânico com espécies
californianas, gramados para reali-
zação de eventos, cafeterias, me-
sas para piqueniques e a fonte
Arthur J. Will Memorial, que
foi reformada e agora apresenta
uma nova programação de lu-
zes e movimentos. (AG)
Turistas ansiosos esperam
inquietamente para embarcar
no micro-ônibus, cujas laterais
permitem visão ampla de tudo
à volta. Olhos e câmeras aten-
tos, qualquer movimento é dig-
no de clique.
A guia trata de mexer com os
ânimos das pessoas a bordo: “Ho-
je vocês são os paparazzi, se virem
alguma celebridade, gritem!”.
Este é o TMZ Tour, espécie
de safári urbano em busca de cele-
bridades nas principais vias de
Hollywood e Beverly Hills.
O inusitado passeio de duas
horas nasceu há um ano, fruto do
encontro entre o conhecido por-
tal de fofocas e a Starlines Tour,
tradicional empresa de city tours.
Não são as mansões das estre-
las que importam e sim os locais
em que elas passaram por situa-
ções vexatórias.
No comando de cada excursão,
umguiacomfarodepaparazzoees-
pírito de animador de auditório.
Não é preciso ser expert em fo-
foca americana para se divertir.
Basta saber o básico, como quem
são Lindsay Lohan e Paris Hil-
ton. As duas promoveram festas
inenarráveis no Roosevelt Hotel,
na Hollywood Boulevard, nossa
primeira parada.
Dentro do ônibus, duas telas
exibem reportagens, músicas
debochadas e registros de tours
anteriores, quando já foram
avistadas celebridades como o
roqueiro Steven Tyler e o rapper
Puff Daddy. (AG)
Serviço
Saída em frente ao Chinese Theater,
Hollywood Blvd.
Tel. 1-855-4869-8687
tmz.com/tour.
Oito saídas diárias entre 9h30 e 20h.
Bilhetes: US$ 49 (adultos).
O projeto arrojado do
The Broad é do
mesmo escritório
responsável pelo
Museu da Imagem e
do Som, no Rio
Cinema: nova atração inspirada nos Transformers é a mais
procurada no parque da Universal Studios
Com espírito de paparazzo, a guia Nasrene diverte o grupo
Batalha realista
Berço da cidade de cara nova
Safári em busca de fofoca
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 / 31 - TURISMO
Paulo Coelho
PREPARADOPARA O COMBATE
Escritor
Quando algo indesejável crescer na minha alma, peço a Deus que
me dê a mesma coragem para arrancá-lo sem piedade
Estou vestindo uma estranha farda
verde, cheia de zíperes, feita de tecido
grosso. Minhas mãos estão com luvas,
de modo a evitar ferimentos. Carrego co-
migo uma espécie de lança quase da mi-
nha altura: sua extremidade de metal
possui um tridente de um lado e uma
ponta afiada do outro.
E diante dos meus olhos, aquilo
que será atacado no próximo minuto:
meu jardim.
Com o objeto em minha mão, come-
ço a arrancar a erva daninha que se mis-
turou com a grama. Faço isso durante
um bom tempo, sabendo que a planta re-
tirada do solo irá morrer antes que se pas-
sem dois dias.
De repente, me pergunto: estou agin-
do certo?
Aquilo que chamo de “erva daninha”
é na verdade uma tentativa de sobrevi-
vência de determinada espécie, que de-
morou milhões de anos para ser criada e
desenvolvida pela natureza. A flor foi fer-
tilizada às custas de incontáveis insetos,
transformou-se em semente, o vento es-
palhou-a por todos os campos ao redor, e
assim – porque não está plantada em ape-
nas um ponto, mas em muitos lugares –
suas chances de chegar até a próxima pri-
mavera são muito maiores. Se estivesse
concentrada em apenas um lugar, estaria
sujeita aos animais herbívoros, uma
inundação, um incêndio, ou uma seca.
Mas todo este esforço de sobrevivên-
cia esbarra agora com a ponta de uma
lança, que a arranca sem qualquer pieda-
de do solo.
Por que faço isso?
Alguém criou o jardim. Não sei
quem foi, porque quando comprei a casa
ele já estava ali, em harmonia com as
montanhas e com as árvores ao seu re-
dor. Mas o criador deve ter pensado lon-
gamente no que fazer, plantado com
muito cuidado e planejamento (existe
uma aleia de arbustos que esconde a casa
onde guardamos lenha), e cuidado dele
através de incontáveis invernos e prima-
veras. Quando me entregou o velho moi-
nho - onde passo alguns meses por ano -,
o gramado estava impecável. Agora ca-
be a mim dar continuidade ao seu tra-
balho, embora a questão filosófica per-
maneça: devo respeitar o trabalho do
criador, do jardineiro, ou devo aceitar
o instinto de sobrevivência que a natu-
reza dotou esta planta, hoje chamada
de “erva daninha”?
Continuo arrancando as plantas inde-
sejáveis, e as colocando em uma pilha
que em breve será queimada. Talvez eu
esteja refletindo demais sobre temas que
nada têm a ver com reflexões, mas com
ações. Entretanto, cada gesto do ser hu-
m a n o é s a g r a d o e c h e i o d e
consequências, e isso me força a pensar
mais sobre o que estou fazendo.
Por um lado, aquelas plantas têm o
direito de se espalhar em qualquer dire-
ção. Por outro lado, se eu não as destruir
agora, elas terminarão por sufocar a gra-
ma. No Novo Testamento, Jesus fala de
arrancar o joio, de modo a não se mistu-
rar com o trigo.
Mas - com ou sem o apoio da Bíblia -
estou diante do problema concreto que a
humanidade enfrenta sempre: até que
ponto é possível interferir na natureza?
Esta interferência é sempre negativa, ou
pode ser positiva às vezes?
Deixo de lado a arma – também co-
nhecida como enxada. Cada golpe signi-
fica o final de uma vida, a não existência
de uma flor que iria desabrochar na pri-
mavera, a arrogância do ser humano que
quer moldar a paisagem ao seu redor.
Preciso refletir mais, porque estou neste
momento exercendo um poder de vida e
de morte. A grama parece dizer: “prote-
ja-me, ela irá me destruir”. A erva tam-
bém fala comigo: “eu viajei de tão longe
para chegar ao seu jardim – por que você
quer me matar?”
No final, o que vem ao meu socorro é
o texto indiano Bhagavad Gita. Lembro-
me da resposta de Khrisna ao guerreiro
Arjuna, quando este mostra-se desalenta-
do antes de uma batalha decisiva, atira
suas armas no chão, e diz que não é justo
participar de um combate que terminará
matando seu irmão. Khrisna responde
mais ou menos o seguinte: “Você acha
que pode matar alguém? Sua mão é Mi-
nha mão, e tudo que você está fazendo já
estava escrito que seria feito. Ninguém
mata, e ninguém morre”.
Animado por esta súbita lembrança,
empunho de novo a lança, ataco as ervas
que não foram convidadas a crescer em
meu jardim, e fico com a única lição des-
ta manhã: quando algo indesejável cres-
cer na minha alma, peço a Deus que me
dê a mesma coragem para arrancá-lo
sem qualquer piedade. �
32 / São José do Rio Preto, 26 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO