Benzodiazepínicos
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BENZODIAZEPÍNICOSTRANQUILIZANTES25.03.09
EFEITOS FARMACOTERAPÊUTICOS
Redução da ansiedade Redução da agressividade Redução do tônus muscular Abstinência do álcool
BENZODIAZEPÍNICOS
1961- Diazepam: Tensil®: 2-cetobenzodiazepínico
Clonazepam : Rivotril®: 2-cetobenzodiazepínico
Lorazepam: Lorium® , Lorax®:3-hidroxibenzodiazepínico
Alprazolam : Frontal®:triazolobenzodiazepínico
Outros efeitos
RESPIRAÇÃO: doses hipnóticas sem efeito
Cuidados em crianças e hepatopatias.
CARDIOVASCULAR:doses pré-anestésicas diminuem PA e aumentam débito cardíaco.
TRATO DIGESTIVO: diminuem secreção.
MECANISMO DE AÇÃO
Atuam em sítios alostéricos (unidade alfa) dos receptores GABA-A no SNC, facilitando abertura de canais de íons Cl- (inibitórios): influxo de Cl- : hiperpolarização da célula
Não atuam na ausência de GABA
Variantes (BZ1;BZ2;BZ6) da unidade alfa do receptor seriam responsáveis pelos diferentes efeitos dos BDZ (ansiolítico, anticonvulsivante)
MECANISMO DE AÇÃO
Triazolobenzodiazepínicos (alprazolam): efeito também sobre sistemas noradrenérgicos (subregulação dos receptores β-adrenérgicos pós-sinápticos em pesquisas)
Estudos: Efeitos subreguladores sobre fator liberador de corticotropina (CRF), o qual desencadeia resposta de estresse do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal
ANTAGONISTAS DE RECEPTORES BDZ
FLUMAZENIL: antagoniza a ligação do BDZ no sítio
alostérico do receptor GABA A útil na reversão da superdosagem em
pequenas doses contínuas pode precipitar síndrome de abstinência
em pacientes crônicos (ex. convulsões)
AGONISTAS INVERSOS DE RECEPTORES BDZ
BETA-CARBONILAS
Competem pelos sítios específicos do BDZ (na ausência de BDZ)
provocam efeitos contrários, ex. : ansiogênicos, convulsivantes, etc.
Utilizados somente em pesquisa
GABAGABAClCl--
ClCl--
GABAGABA
ClCl--
Cl-
ClCl--ClCl--
Extra-celularExtra-celular
Intra-celularIntra-celular
ClCl--
ClCl--
ClCl--
ClCl--ClCl--
Receptor GABAérgico
benzodiazepínicos
FARMACOCINÉTICA, ABSORÇÃO e AÇÃO
Bem absorvidos por via oral, pico de concentração plasmática : 1 hora
BZD oxidados no fígado podem sofrer interação medicamentosa com: (citocromo P450, retarda degradação dos BZP) Nefazodona Fluoxetina Fluvoxamina Sertralina Cimetidina ACHO
FARMACOCINÉTICA, ABSORÇÃO e AÇÃO
2-ceto: diazepam Absorção oral: rápida Oxidação no fígado – processo lento:
meia-vida longa Meia-vida: 40 h Metabólito ativo: desmetildiazepam (60
h) Clonazepam: 40 h
Muito lipofílico: início de ação mais rápido
FARMACOCINÉTICA, ABSORÇÃO e AÇÃO
3-hidroxi: lorazepam Absorção oral: intermediária Metabolismo por conjugação direta com ác.
Glicurônico (mais rápido que oxidação): meia-vida curta
Meia-vida: 14 h
Menos lipofílico: início de ação mais lento
FARMACOCINÉTICA, ABSORÇÃO e AÇÃO
Triazolo: alprazolam Absorção oral: intermediária Metabolismo por oxidação, com
metabólitos ativos mais limitados: meia-vida curta
Meia-vida: 14 h
PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS
fraqueza náuseas e vômitos dores abdominais diarréia dores articulares dores torácicas incontinência urinária sedação ataxia amnésia anterógrada leve hipotensão
PRINCIPAIS EFEITOS PARADOXAIS ansiedade pesadelos taquicardia alucinações hostilidade alteração do comportamento
TOLERÂNCIA e DEPENDÊNCIA Tolerância é a diminuição do efeito
inicial atingido por um medicamento após algum tempo de uso na mesma dose. necessidade de escalonamento da dose
para manutenção do efeito desejado Dependência se caracteriza por uma
série de sintomas e sinais desagradáveis após a suspensão abrupta do uso de qualquer substância. comum mesmo em doses baixas e em
pouco tempo de uso
ABUSO e ACIDENTES
Abuso do uso de benzodiazepínicos é comum quando pacientes aumentam a dose recomendada ou o medicamento é usado sem orientação médica. fatores associados: características
pessoais, condições sociais e profissionais, distúrbios psiquiátricos
Pacientes idosos: maior risco de quedas (fratura de fêmur)
RISCOS
Risco cardiovascular O uso crônico de benzodiazepínicos
aumenta o risco de eventos coronarianos e de doenças cerebrovasculares
Risco respiratório Pacientes idosos (menor complacência das
vias aéreas - maior chance de complicação) risco aumentado de óbito em pacientes
com síndrome da apnéia do sono e uso de benzodiazepínicos
GRAVIDEZ e AMAMENTAÇÃO Não há passagem para o leite materno Atravessam a barreira placentária com
risco para o feto Uso em grávidas: avaliação da relação
entre custo e benefício
ALPRAZOLAMFRONTAL, TRANQUINAL, APRAZ, ALTROX
INDICAÇÕESIndicado no tratamento de estados de ansiedade Não deve ser administrado a pacientes com sintomas psicóticos
Sintomas de ansiedade: ansiedade, tensão, medo, apreensão, intranqüilidade, dificuldades de concentração, irritabilidade, insônia e/ou hiperatividade neurovegetativa, resultando em manifestações somáticas variadas.
Tratamento dos estados de ansiedade associados com outras manifestações como a abstinência do álcool
Transtorno do pânico (até 10 mg/dia; média 4-5 mg/dia)
A eficácia para uso prolongado excedendo a 6 meses não foi estabelecida por ensaios clínicos sistemáticos
ALPRAZOLAMFRONTAL, TRANQUINAL, APRAZ, ALTROX
PRECAUÇÕESALPRAZOLAM não é recomendado para ser
administrado a pacientes cujo principal diagnóstico seja a psicose.
Indivíduos com tendência para o abuso de drogas, tais como alcoolatras e toxicomanos, devem ser cuidadosamente observados.
Não operar veículos motorizados ou maquinaria perigosa até que se tenha certeza de que não experimentam sonolência ou tontura enquanto recebem este medicamento.
A dosagem gradualmente reduzida Sinais e sintomas de suspensão abrupta: ansiedade,
agitação, irritabilidade, tensão, insônia e, ocasionalmente, convulsões.
Pacientes com função renal ou hepática prejudicada Não foram estabelecidas segurança e eficácia em
menores de 18 anos
ALPRAZOLAMFRONTAL, TRANQUINAL, APRAZ, ALTROX
Interações medicamentosasEfeitos depressores do sistema nervoso central quando co-administrados com drogas tais como barbitúricos, álcool ou anti-histamínicos ou outros benzodiazepínicos
CarcinogêneseNenhuma evidência de potencial carcinogênico foi observada em camundongos durante um estudo de 24 meses
ALPRAZOLAMFRONTAL, TRANQUINAL, APRAZ, ALTROX
Uso durante a gravidez
Sugere-se um risco de malformações congênitas associadas com tranqüilizantes menores (clorodiazepóxido, diazepam e meprobamato) durante o primeiro trimestre de gravidez.
Administração de ALPRAZOLAM durante a gravidez deve sempre ser evitada
Uso durante a amamentação: como regra geral, amamentação não deve ser efetuada
ALPRAZOLAMFRONTAL, TRANQUINAL, APRAZ, ALTROX
EFEITOS COLATERAIS
Geralmente no início da terapia e desaparecem, usualmente, com a continuação do tratamento ou redução da dosagem.
Mais comum: sonolência Menos freqüentes: aturdimento, visão turva,
desordens de coordenação, vários sintomas gastrintestinais e manifestações neurovegetativas
Reações paradoxais em raras ocasiões e ao acaso Pode ainda ocorrer prurido, incontinência ou retenção
urinária, alterações de libido e irregularidades menstruais
ALPRAZOLAMFRONTAL, TRANQUINAL, APRAZ, ALTROX
Superdosagem Ataxia e sonolência
Indica-se a indução do vômito e/ou lavagem gástrica. Experimentos efetuados em animais indicaram que
pode ocorrer colapso cardiopulmonar após grandes doses intravenosas (cerca de 195 mg/Kg; mais que 2000 vezes a dose máxima diária para seres humanos).
Outros estudos efetuados em animais sugeriram que a diurese forçada ou hemodiálise se mostraram provavelmente de pouco valor no tratamento da superdosagem.
DOSESA dose habitual é de 0,5 mg 2x/dia e/ou 1-2 mg/noite
BROMAZEPAMBROZEPAX, DEPTRAN, LEXOTAM, NERVIUM, NOVAZEPAM, SOMALIUM, SULPAM
Em doses baixas, BROMAZEPAM reduz seletivamente a tensão e a ansiedade
Em doses altas, promove efeito sedativo e músculo relaxante
Concentração plasmática máxima é atingida em 1- 2 horas após a administração oral
Biodisponibilidade média de substância não metabolizada é de 84%
Meia-vida de eliminação média é de 12 horas, mas pode ser maior nos pacientes idosos
Metabolizado no fígado Predominam dois metabólitos: 3 hidroxi bromazepam
e 2 (2 amino 5 bromo 3 hidroxibenzoilpiridina), que são excretados pela urina principalmente sob a forma conjugada
70% ligado às proteínas plasmáticas
BROMAZEPAMBROZEPAX, DEPTRAN, LEXOTAM, NERVIUM, NOVAZEPAM, SOMALIUM, SULPAM
INDICAÇÃO
Distúrbios emocionais: estados de tensão e ansiedade, humor depressivo ansioso, tensão nervosa, agitação e insônia;
Manifestações relacionadas à ansiedade e tensão:
- distúrbios funcionais cardiovasculares e respiratórios, tais como: pseudo angina do peito, ansiedade precordial, taquicardia, hipertensão psicogênica, dispnéia, hiperventilação;
- distúrbios funcionais gastrintestinais, como: síndrome de cólon irritável, colite ulcerativa, dor epigástrica, espasmos, distensão abdominal e diarréia;
- distúrbios funcionais geniturinários, como: bexiga irritável, freqüência urinária alterada e dismenorréia;
- outros distúrbios psicossomáticos, tais como: cefaléia e dermatoses psicogênicas.
Útil no tratamento dos estados de ansiedade e tensão nervosa devidos a doenças orgânicas crônicas
BROMAZEPAMBROZEPAX, DEPTRAN, LEXOTAM, NERVIUM, NOVAZEPAM, SOMALIUM, SULPAM
ABSTINÊNCIAInício variável, durando poucas horas a uma semana ou mais
Nos casos menos graves: tremor, agitação, insônia, ansiedade, cefaléia e dificuldade para concentrar-se
Outros sintomas de abstinência: sudorese, espasmos muscular e abdominal, alterações na percepção e, mais raramente delirium e convulsões
Acompanhamento médico bem próximo e apoio para o paciente
A interrupção abrupta deve ser evitada e adotado um esquema de retirada gradual
BROMAZEPAMBROZEPAX, DEPTRAN, LEXOTAM, NERVIUM, NOVAZEPAM, SOMALIUM, SULPAM
INTERAÇÃOEfeito pode ser intensificado pelo álcoolSe usado concomitantemente com outros medicamentos de ação central, tais como neurolépticos, tranqüilizantes, antidepressivos, hipnóticos, analgésicos e anestésicos, seu efeito sedativo pode ser intensificadoO uso simultâneo com levodopa pode diminuir o efeito terapêutico da levodopa
Em doses terapêuticas é bem tolerado Cansaço, sonolência e, em raros casos, relaxamento
muscular, podem ocorrer quando se usam altas doses (desaparecem com a redução da dose)
Tratamentos prolongados, controle do hemograma e da função hepática
DOSESA dose habitual é de 3-6 mg 1 a 2 x/dia
CLONAZEPAMRIVOTRIL, CLONOTRIL
BZD’s atuam como depressores do SNC, produzindo todos os seus níveis de depressão, desde uma leve sedação até hipnose, dependendo da dose
Estimulação dos receptores de GABA (ácido gama aminobutírico) no sistema reticular ativador ascendente
Eliminação é lenta, pois os metabólitos ativos podem permanecer no sangue vários dias e inclusive semanas, com efeitos persistentes
Meia-vida intermediária União às proteínas é alta Metabolizado no fígado Excretado por via renal
CLONAZEPAMRIVOTRIL, CLONOTRIL
Indicações
Tratamento de crises mioclônicas
Ausências do tipo epilépticas refratárias a succinimidas ou ácido valpróico
Crises convulsivas tônico-clônicas (geralmente associadas com outro anticonvulsivo)
Tratamento do pânico Dose
Adultos: no início, 0,5mg 3 vezes ao dia, aumentando de 0,5 a 1mg a cada 3 dias até conseguir o controle das crises convulsivas
dose máxima: 20mg ao dia
Doses pediátricas-lactentes e crianças menores de 10 anos: 0,01 a 0,03mg/kg/dia fracionadas em 2 a 3 doses
CLONAZEPAMRIVOTRIL, CLONOTRIL
Reações adversas
Pacientes geriátricos ou debilitados, crianças e pacientes com distúrbios hepáticos são mais sensíveis aos BZD’s
Enjôos ou sensações de enjôos, sonolência e, raramente, alterações de comportamento, alucinações, erupções cutâneas ou prurido, cansaço ou debilidade não habituais, distúrbios de micção
Precauções
Evitar o consumo de álcool e outros depressores do SNC Atravessa a placenta, devendo ser evitado seu uso durante
a gravidez, principalmente no primeiro trimestre Excretado no leite materno, pode provocar sedação no
recém-nascido e possivelmente dificuldades de alimentação e perda de peso
Tratamento a longo prazo em crianças, possíveis efeitos adversos sobre o desenvolvimento físico e mental, que podem não se evidenciar por muitos anos
CLONAZEPAMRIVOTRIL, CLONOTRIL
Interações Quando utilizado junto com analgésicos opiáceos,
reduzir a dose destes Antidepressivos tricíclicos pode diminuir o limiar
convulsivo, devendo modificar-se a dose de clonazepam
Carbamazepina pode aumentar seu metabolismo e diminuir sua concentração sérica
A prescrição simultânea de haloperidol pode produzir uma alteração no padrão ou freqüência das convulsões epileptiformes
Contra-indicações
Avaliar relação risco-benefício em intoxicação alcoólica aguda, antecedentes de dependência de drogas, glaucoma de ângulo fechado, disfunção hepática ou renal, depressão mental grave, hipoalbuminemia, miastenia grave, psicose, porfiria ou DPOC grave
CLONAZEPAMRIVOTRIL, CLONOTRIL
Transtorno do pânico – melhora ou prevenção de sintomas
1 a 3 mg/dia
Acelera resposta em:
Pacientes com depressão maior tratados com fluoxetina
Pacientes com transtorno do pânico tratados com sertralina
3 semanas: 0,5 a 1,5 mg ao deitar e, após, suspenso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MADALENA, J. Caruso. Psicofarmacologia clínica básica. São Paulo: Byk-procienx, 1975.
KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J.; GREBB, J. A. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 7. ed. Porto Alegre: Artes médicas, 1997.
BALLONE, G.J. Ansiolíticos & Tranqüilizantes . PsiqWeb, 2005.
COELHO, F. M. S. e cols. Benzodiazepínicos: uso clínico e perspectivas Benzodiazepines: clinical use and future. Moreira Jr., 2005.
Obrigada!
FIM