Betão nº31 - Novembro 2013
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Novembro 2013N.31
Vida Associativa: Controlo Metrolgico para Medir Melhor... 04
Tcnica: Betes da Arena Pernambuco 08
Qualidade: Marcao CE dos Produtos de Construo 24
Tcnica: Substncias Prejudiciais nos Agregados para Beto 26
Patrimnio: 50 Anos da Ponte da Arrbida 34
Revista da Associao Po
rtug
uesa das Empresas de Beto
Pronto
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01Novembro 2013 Beto n.31
Editorial
Uma das sries televisivas mais badaladas dos ltimos tempos e que adapta com evidente sucesso uma das mais interessantes obras literrias deste sculo, tem sido sem dvida A Guerra dos Tronos, uma saga pica e fantasista que transporta o espectador para um mundo de reinos e terras imaginrios onde a luta pelo poder no obedece a regras ou preceitos polti-cos, sociais ou morais de qualquer espcie.Curiosamente, no pudemos deixar de estabelecer um paralelo com o que se tem passado na indstria portu-guesa, nos tempos mais recentes.De facto, ainda no se travam batalhas, nem se arrasam ou pilham aldeias, ou mesmo se abatem socapa indi-vidualidades influentes ou incmodas para os desgnios ambiciosos dos pretendentes ao poder, nem existem pro-priamente verdadeiros tronos a conquistar/ocupar.No entanto, a crescente ausncia de escrpulos insta-lada no seio de muitos protagonistas dos sectores da construo, a qual atinge tambm a rea da produo de beto, exacerbada por uma poltica de concorrncia desleal feroz, suportada pelo clima de permissividade e pela inoperante fiscalizao da actividade econmica e comercial teimosamente instalados, conduziram-nos a um cenrio cada vez mais catico e desregrado, no qual o preo justo j no existe e a angstia da sobre-vivncia das organizaes impe a sua ditadura cruel sobre o bom senso e a qualidade desejveis.As maiores vtimas so, afinal, quer as estruturas e os betes que as integram, quer, sobretudo, os utiliza-dores finais, no que concerne salvaguarda e satisfa-o dos seus legtimos interesses. Hoje em dia, sabe-mos que as obras e os volumes de beto se tornaram, infelizmente, mais escassos em todo o pas, levando a que as decises sobre os fornecimentos dos mes-mos e as respectivas adjudicaes decorram a partir do preo mais baixo, independentemente dos pres-supostos em que o mesmo assenta. A partir daqui caiem rapidamente no esquecimento as indispens-veis prticas de controlo da qualidade dos materiais, e no caso vertente do Beto, sublinhadas atravs da ignorncia quase total e (tantas vezes) premeditada dos necessrios ensaios de identidade.
Eng.o Jorge Santos Pato
Quando, da parte dos prprios promotores ou donos de obra, projectistas e fiscalizaes, se negligenciam ou procuram facilitar as regras e as boas prticas que impendem sobre o processo construtivo e consigna-das na lei, a contento de alguns dos protagonistas envolvidos no mesmo, mas colocando em risco, na generalidade dos casos, quer o utilizador, quer o patri-mnio edificado, estamos lamentavelmente enqua-drados num ambiente pernicioso com consequncias desajustadas e lamentveis.E quando alguns dos agentes mais sensatos, idneos e responsveis, se querem opor a tal desiderato, ten-tando reactivar e introduzir o cumprimento das nor-mas em vigor, procurando cumprir alis, aquilo que seria normal e expectvel, e obtm como resposta o desvio da sua rota e o apagamento das imagens que tanto iluminaram, ento no estamos muito longe de replicar o comportamento e o quadro de valores morais e humanos que caracterizavam algumas das sociedades de outrora, mesmo as mais fictcias des-critas naquela saga histrica.Hoje, os reinos e os tronos deram lugar aos mercados e s empresas, e os reis e conselheiros transformaram--se nos detentores do poder administrativo e empre-sarial, pblico e privado.Os exrcitos foram simplesmente substitudos pelo simples argumento do preo mais baixo, custe o que custar a quem se destinam e aos utilizadores finais do beto e das estruturas...A fome e a misria, essas, pelos vistos ho-de conti-nuar, tal como noutras pocas, embora de modo mais sofisticado e porventura menos aparente.Na verdade e sem grande exagero, poderemos encontrar algumas semelhanas entre a sociedade actual e o mundo imaginrio da Guerra dos Tronos, s que no de agora no basta desligar o comando da TV ou fechar o livroQuanto ao beto em si mesmo, receamos que se torne uma espcie cada vez mais rara, e no caso do beto de qualidade, que a APEB sempre promoveu e defendeu, evolua para uma espcie, perigosamente em vias de extino
Uma Guerra sem Tronos
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Administrao e Servios Centrais:Av. das Foras Armadas, 125 7.1600-079 LisboaT.: 213 172 420 F.: 213 555 012 [email protected]
A actuar no mercado do beto pronto h mais de 35 anos, a Unibeto apresenta no seu currculo um vasto conjunto de obras, cuja envergadura e desafios associa-dos, representam para esta empresa uma consagrao do seu nvel de desempenho, quer na qualidade dos produtos que fabrica, quer na dos servios que presta.Numa ptica de permanente adaptao ao mercado, a Unibeto tem registado um crescimento contnuo aliado a uma ampliao do seu raio de aco, seja pela aquisio de outras empresas, seja pela instala-o de novas Centrais.Paralelamente, o seu Sistema de Gesto encontra-se certificado pela NP EN ISO 9001 desde o ano de 2000 e as suas Centrais dispem todas de um Sistema de Controlo de Produo implementado.A aliana entre a dinmica e a fiabilidade permite-lhe disponibilizar ao mercado da construo civil, um conjunto de solues diferenciadas ou complementares aos be-tes correntes, potenciando a melhor concretizao dos projectos dos seus clientes.
Gamas de Produtos especiais:
Argamassa EstabilizadaUniArplas
Beto ColoridoUniColorido
Beto DrenanteUniDren
Beto LeveUniLeve
Beto AutocompactvelUniBac
Beto BrancoUniBranco
Beto com FibrasUniFibra
Beto para PavimentosUniPiso
Beto ProjectadoUniProj
Beto PesadoUniPesado
solues diferenciadas
Beto DecorativoUniDcor
Beto para ExtrudirUniExtrude
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Novembro 2013 Beto n.31 03
Sumrio
Novembro 2013N.31
Associados da APEB: ABB, Beto Liz, Britobeto, Brivel, Concretope, Duarbel, Eurobeto, Euroclcio, Ibera, Lenobeto, Lusobeto,
Mota-Engil Engenharia e Construo, Pragosa Beto, Prebel, Salvador & Companhia, Sonangil, Tconcrete, Unibeto e Valgroubeto.
Membros Aderentes da APEB: Arcen, Arlaco, BASF, Direco de Infraestruturas Repartio de Engenharia de Aerdromos, Euromodal,
Perta, Prefangol, Saint-Gobain Weber Portugal, Sika Portugal e Sorgila.
Propriedade APEB Associao Portuguesa das Empresas de Beto Pronto Av. Conse-
lheiro Barjona de Freitas, 10-A, 1500-204 Lisboa T. 217 741 925/932 F. 217 785 839
E-mail: [email protected] Internet: www.apeb.pt Director Eng.0 Mrio Barros Director
Executivo Jorge S. Pato Coordenador Editorial Joo Andr
Depsito legal 209441/04
Design, Publicidade e Produo Companhia das Cores Design e Comunicao Empresarial,
Lda. Rua Sampaio e Pina, n.0 58, 2.0 Dto., 1070-250 Lisboa T. 213 825 610 F. 213 825 619
E-mail: [email protected] / [email protected]
Internet: www.companhiadascores.com
Os artigos assinados so da responsabilidade dos seus autores.
Vida AssociativaControlo Metrolgicopara Medir Melhor04
Foto da capa: Vista area sobre o estdio Arena Pernambuco, Brasil (Autor: Portal da Copa/ME)
NormalizaoNP EN 197-1:2012O que mudou?Eng.o Mrio Valente Costa
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06 Vida AssociativaDia Mundial da Qualidade: apenas mais uma data?!...
26TcnicaAgregados para Beto Substncias PrejudiciaisEng.o Joo Andr
24 QualidadeMarcao CE de Produtos de Construo
38 Notcias
TcnicaArena Pernambuco:Comparao do Desempenho de Beto Autocompactvel e Beto Convencional em Climas QuentesProf. Carlos Calado, Prof. Tibrio Andrade, Eng. Dayana Santos, Eng. Joo de CarvalhoProf. Aires Cames
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34 Patrimnio50 Anos da Ponte da Arrbida no PortoSeparataAcervo Normativo Nacionalsobre Beto e Seus Constituintes
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Beto n.31 Novembro 2013
Vida Associativa
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Nos dias que correm difcil encontrar actividades industriais onde no seja imprescindvel assegurar a mensurabilidade de diversas grandezas associadas s caractersticas e ao desempenho dos materiais e equi-pamentos que lhes so afectos.No caso da construo civil e obras pblicas, a ade-quada qualificao das propriedades das matrias-pri-mas e produtos utilizados pressupe que os mesmos sejam objecto de uma panplia de ensaios de caracte-rizao que permitam estabelecer a sua elegibilidade para as funes e aplicaes pretendidas.No entanto, no basta adquirir e explorar equipamen-tos capazes de proceder medio daquelas proprie-dades e parmetros inerentes, j que o acto de medir s vlido se for consubstanciado com um controlo metrolgico adequado, suportado pelo recurso a equipamentos rastreados e profissionais qualificados.Se verdade que o mercado oferece diversas possibi-lidades de escolha de equipamentos e meios tcnicos para servir as necessidades da indstria, nomeada-mente no mbito laboratorial, no ser menos impor-tante assegurar que os mesmos laborem em plenas
condies de fiabilidade e exactido, fornecendo valores vlidos durante a vida til dos equipamentos. assim que a Metrologia surge inevitavelmente asso-ciada boa utilizao dos equipamentos laborato-riais, assumindo-se como um factor indispensvel para garantir o sucesso e a credibilidade das medi-es efectuadas com os mesmos.Esta realidade foi recentemente evidenciada e com-provada atravs da parceria de colaborao efectiva encetada com a PERTANGOLA, no domnio das cali-braes de equipamentos de controlo dedicados realizao de ensaios de controlo da qualidade, desig-nadamente de betes, solos e agregados, betumino-sos e ligantes hidrulicos.Foi assim com natural entusiasmo, que o labora-trio de Metrologia da APEB, entidade acreditada pelo IPAC, iniciou uma colaborao com a empresa PERTANGOLA, disponibilizando a sua experincia e conhecimentos especficos, numa rea, a da metro-logia, cada vez mais determinante para o sucesso das organizaes que operam no meio econmico e industrial.
Controlo Metrolgicopara Medir Melhor
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decorreu e foi transmitida durante a campanha, uma preocupao clara, e no menos relevante, em elu-cidar os clientes e empresas visitadas sobre as van-tagens e o dever qualitativo que lhes incumbe, em manter nas melhores condies de conservao, fun-cionamento e exactido os seus equipamentos, o que em justa medida assegura, no apenas o bom desem-penho e a qualidade do trabalho que prestam, mas tambm a elevao da sua imagem no mercado envol-vente e o aumento da sua credibilidade e confiana junto dos respectivos utilizadores.Foi para este ltimo objectivo que concorreu, afinal, o resultado das aces desenvolvidas pela PERTAN-GOLA, saldadas por um sucesso assinalvel, alicer-ado, quer no conhecimento tcnico aliado experi-ncia consolidada pelo Laboratrio de Metrologia da APEB ao longo de muitos anos a operar numa rea to especfica e delicada, como a da Metrologia, quer pela prpria postura assertiva e excelente grau de colaborao dos clientes, nos processos desen-volvidos durante o perodo em que se desenrolaram os trabalhos.Acreditamos pois, que foi dado mais um importante passo na senda das iniciativas de interaco activa com a indstria angolana, reforando-se assim um elo de parceria fundamental para o progresso e compe-tncia tcnica das organizaes envolvidas.
Actualmente, Angola assume-se como um dos maio-res expoentes da nova economia em frica, existindo uma diversidade de empreendimentos em curso ou programados a curto e mdio prazo, que exigem uma resposta cabal e um elevado grau de desempenho dos agentes envolvidos.Para lograr atingir tal objectivo no basta, contudo, ter meios tcnicos e humanos aptos e operacionais, pois a garantia da fiabilidade dos mesmos essencial, fim para o qual os trabalhos de calibrao dos equipa-mentos afectos ao controle dos materiais incorpora-dos nas construes assumem uma relevncia enorme.Neste sentido a PERTANGOLA planificou e despole-tou recentemente em Angola, uma ampla campanha local de aces de calibrao e verificao, dirigidas a uma gama variada de equipamentos, designada-mente mquinas de ensaio, balanas e estufas.Realizou-se assim uma campanha alargada que incluiu uma dezena de localidades do extenso territrio angolano, de Norte a Sul, passando por Luanda, Ben-guela, Huambo, Patriota, Zango, Lubango, Cunene, Soyo, Luena e Uge, e que prestou um servio dedi-cado a diferentes entidades estabelecidas ou a operar no ramo da construo civil e na indstria de beto e agregados em Angola. Para alm do servio intrnseco inerente aos traba-lhos de calibrao dos equipamentos em si mesmos,
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Neste mundo de inquietao permanente no qual o simples acto de acordar se transforma rapidamente num desejo premente e irresistvel de voltar a mergu-lhar no sonho, para assim evitar cair no pesadelo do quotidiano actual, tem-se assistido progressivamente delapidao dos valores sociais e morais bsicos da nossa sociedade, alguns dos quais vincaram durante anos a cultura empresarial da indstria portuguesa.Nos meandros da actividade produtiva, comercial e industrial, o termo qualidade e os actos ou funes associados, constituram um factor basilar essencial na maturao e consolidao profissional das orga-nizaes, sustentculo da sua credibilidade no mer-cado, catalisador da sua imagem perante os clientes, e impulsionador da satisfao final dos utilizadores dos produtos e servios disponibilizados.A maioria de todos ns, independentemente do seu meio profissional, habituou-se a lidar, a prescrever e a exigir resultados evidentes da existncia de sistemas da qualidade, produtos e recursos certificados, orga-nismos notificados e acreditados, etc., cuja presena diria nos habitumos a testemunhar numa sociedade de consumo vida e competitiva, na qual a prpria qualidade se assumiu como argumento de venda ou atraco comercial, conveniente e eficaz, afinal, tam-bm uma nova ferramenta de marketing para os seus promotores.Talvez por isso mesmo, aquele ltimo aspecto aca-bou por se sobrepor em muitos casos, prpria natu-reza e misso intrnseca da qualidade enquanto factor gerador de mais-valias de desempenho e satisfao no mercado.No surpreende assim, que haja sectores para os quais, dada a sua especificidade e a pliade de agen-tes envolvidos nos respectivos processos produtivos, a implementao dos desejveis nveis de qualidade sempre careceu de um maior rigor e compulso.Um desses sectores afinal o da construo civil, obras pblicas e indstrias afins, onde se tem assis-tido nos ltimos tempos a recuos preocupantes no percurso j traado anteriormente, rumo consolida-o de polticas da qualidade conscientemente assu-midas e funcionais.No passado ms de Novembro celebrou-se curiosa-mente o Dia Mundial da Qualidade, o qual coincidiu tambm com a abertura do 38. Colquio da Quali-dade organizado pela APQ (Associao Portuguesa
para a Qualidade), em paralelo com mltiplas iniciati-vas similares um pouco por todo o mundo, como so os casos da Semana Europeia da Qualidade (11 a 17 de Novembro), promovida pela EOQ (European Orga-nization for Quality) e o Ms Mundial da Qualidade celebrado pela ASQ (American Society for Quality).No caso portugus, a APQ escolheu como tema nuclear do seu colquio, A qualidade para um futuro sustentvel, procurando concentrar as aten-es no facto de se dever perspectivar a continuidade das aces em defesa da qualidade a mdio e longo prazo, sem sucumbir no imediato profunda crise em que o pas se tem debatido. Para tal, a APQ defende que fundamental reforar a formao da genera-lidade dos profissionais da qualidade para lograr aumentar a credibilidade das suas propostas e o seu contributo para a competitividade.No deixa de ter um sabor amargo a constatao de todos estes eventos serem realizados em prol de algo to importante em todo o mundo, mas que, no momento actual, se afigura cada vez menos comum na sociedade portuguesa em geral e no domnio da indstria nacional transformadora em particular.Infelizmente, a realidade actual que se nos depara, sobretudo na rea da construo, e que envolve ine-vitavelmente os subsectores das indstrias de beto e agregados, entre outras, evidencia uma regresso crua e inaceitvel relativamente s boas prticas e plena observncia dos regulamentos e procedimen-tos aplicveis.Uma pretensa agilizao do acesso aos intervenien-tes nos processos de controlo e fiscalizao da produ-o e colocao de beto no mercado, no obstante existir um acervo normativo nacional de referncia de cumprimento obrigatrio, tem vindo a ser confundida com um facilitismo irresponsvel e desviante face aos propsitos da legislao e aos legtimos interesses dos utilizadores, que so, em ltima instncia, o des-tino final da satisfao dos requisitos da qualidade que devem impender e ser assegurados aos materiais e s construes que os incorporam. Hoje, havendo menos obras e empreendimentos em curso, seria de esperar que a fiscalizao e a monito-rizao do cumprimento das regras subjacentes a um adequado controlo da qualidade e conformidade dos Betes e Agregados, fossem mais incisivas e exigen-tes, visando assim a equidade perante a lei da actua-
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(falta da) qualidade e que se traduzem num retro-cesso relativamente aos patamares j alcanados anteriormente. No basta, de facto, celebrar datas que no so cor-respondidas de forma efectiva e real, nas prticas e procedimentos assumidos e implementados na socie-dade civil e industrial. Seria talvez mais prolfero esta-belecer um Observatrio da Qualidade que identifi-casse e diagnosticasse o estado actual, inventariando as situaes a merecer interveno imediata, condu-zindo a solues de curto prazo, pragmticas e funcio-nais para a defesa e reinstalao dos nveis de quali-dade devidos.Num pas transfigurado pela crise, os investimentos na construo tm cado na perigosa tentao de dis-pensar ou aligeirar os preceitos e prticas inerentes ao controlo da qualidade dos materiais, como se a sua existncia fosse um custo suprfluo que se possa dis-pensar em momentos de forte restrio oramental. Trata-se de uma acepo errada cujas consequncias acarretam problemas graves.Nesta conjuntura sobressaem tambm os actos de descarga da conscincia, por parte daqueles que pres-sentindo a mera responsabilidade ou a obrigao de realizarem algumas aces formais de comprovao da qualidade dos materiais, aceitam que a oferta mais barata, (que nem sempre aquela que est isenta de eventuais conflitos de interesses) seja a escolhida para o trabalho a executar.Sabemos que em Portugal h gente competente e qualificada na indstria de Beto, nomeadamente na vertente do Beto Pronto, mas tambm constatamos que em muitas obras estruturais, o grau de exign-cia, quer dos especificadores do projecto, quer das prprias fiscalizaes adstritas aos empreendimentos agora menor, sendo algo comum ignorar que a lei e o bom senso prevem a interveno de entidades independentes, designadamente laboratrios acredi-tados nas operaes de controlo da conformidade do beto, atravs dos ensaios de identidade. Se j estamos a construir to pouco em Portugal, pelo menos asseguremo-nos que quer o Beto que conce-bido, produzido e colocado, quer as edificaes que so erigidas, tenham a qualidade e durabilidade devidas.De outra forma continuaremos a fantasiar a realidade com a comemorao de datas aparentemente signifi-cativas, mas efectivamente desprovidas do contedo concreto que pretendem fundamentar.Se a Qualidade considerada como um factor deter-minante para um futuro sustentvel, ento preciso que os responsveis da construo desse futuro assu-mam com plenitude essa premissa e sejam os primei-ros valorizar e a permitir o seu importante contributo para tal cenrio. Ora, aquilo que mais se v agora no nosso Pas, so sobretudo as palavras e cada vez menos os actos.
o dos agentes activos no mercado. No entanto, veri-fica-se cada vez mais o oposto, ou seja: Obras idnticas ou com a mesma classe de inspec-
o (exemplo: classe 2 e 3), nas quais no so reque-ridos ensaios de identidade do beto em laborat-rios acreditados;
Obras de classe de inspeco 3, nas quais o pro-dutor fornece beto sem possuir a necessria cer-tificao do controle de produo da unidade que fabrica o beto;
Obras nas quais no so realizados os ensaios de identidade por entidades independentes, externas aos diferentes intervenientes na mesma;
Obras distribudas geograficamente por diversas frentes de trabalho numa determinada regio, nas quais sendo a tipologia das mesmas igual e tendo o beto caractersticas comuns, no so aplicados os mesmos cenrios ou critrios mnimos de exign-cia na comprovao da conformidade dos betes.
De facto, e no obstante estarem estabelecidas regras claras e precisas sobre os requisitos a observar e satis-fazer no domnio do controlo da qualidade dos betes aplicados na obras que ainda se vo erigindo em Por-tugal, constata-se com apreenso, que as mesmas no so respeitadas ou acabam at por ser negligen-ciadas, seja nas obras particulares, seja nas pblicas, conduzindo assim o patrimnio edificado a situaes inadmissveis, cujo desfecho poder ter consequn-cias lamentveis.Numa altura em que esto em curso trabalhos de revi-so do normativo e da legislao que regula a activi-dade da especificao, produo, controlo e coloca-o no mercado dos betes de ligantes hidrulicos e dos agregados que os incorporam, estamos con-frontados com uma obscura realidade, intolervel para um pas, no qual, se j no bastassem os problemas de ordem poltica, social e econmica que o tm per-seguido, depara-se agora, tambm, com uma preo-cupante quebra nos nveis de rigor qualitativo e dis-ciplina que se haviam defendido e estabelecido em redor das indstrias de beto e agregados. Como agravante, surgem cada vez mais situaes de coni-vncia ou passividade de diversas entidades e agen-tes responsveis no processo construtivo.Criou-se um mau hbito de, sob o pretexto da ditadura dos preos e da conteno de custos, culpar a reces-so pela adopo de uma poltica do laissez faire, lais-sez passer, como se diria na linguagem francfona. No entanto, aquilo que se deixa fazer e passar, vai dei-xar marcas indelveis que muitos lamentaro no futuro. Deste modo incumbe-nos despertar a ateno daqueles que continuam a deter responsabilidades no seio do mundo da construo e obras pblicas e nas actividades que a suportam, para os cenrios que se esto a erigir no nosso Pas envolvendo a
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Beto n.31 Novembro 2013
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Resumo
O emprego do beto autocompactvel (BAC) como alternativa ao uso do beto convencional (BC) depen-der, em grande parte, de dois fatores: qualidade e custo compatvel. A qualidade abrange aspetos rela-cionados com a trabalhabilidade, resistncia mec-nica e durabilidade, e a sua aplicao deve ser devida-mente comprovada por intermdio de uma avaliao comparativa de custos que demonstre a viabilidade do seu emprego em larga escala, nomeadamente em grandes empreendimentos. O presente trabalho, tem por objetivo apresentar alguns resultados compara-tivos de durabilidade e resistncia mecnica realiza-dos em amostras de BC e BAC, utilizados na obra da Arena Pernambuco, com o intuito de estudar e iden-tificar possveis diferenas no comportamento desses betes, a partir dos resultados obtidos. Elegeram-se duas das composies mais aplicadas na obra, que uti-
lizaram a mesma relao gua/cimento, uma para BAC e outra para BC, tendo sido caracterizadas por inter-mdio da realizao dos seguintes ensaios: resistncia compresso, mdulo de elasticidade, absoro de gua por capilaridade, difuso de ies cloreto e absor-o de gua por imerso. Durante os meses de maio a julho de 2012 foram realizadas as moldagens dos pro-vetes e a extrao de carotes, provenientes de blocos construdos especificamente para o estudo. Os resul-tados obtidos no permitiram diferenciar o BAC do BC relativamente ao seu desempenho de durabilidade. O BAC apresentou resultados de resistncia compres-so um pouco superiores aos do BC equivalente, em mdia 10.6% aos 7 dias e 4.2% aos 28 dias de idade.
Palavras-Chave: Beto autocompactvel, durabili-dade, beto convencional, resistncia compresso.
Arena Pernambuco:
Carlos Calado, Professor Adjunto da UPE, Pernambuco, Brasil; Doutorando do Programa Doutoral em Engenharia Civil da Universidade do Minho, Portugal, [email protected] Andrade, Professor, Mestre, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Pernambuco, Brasil, [email protected] Santos, Engenheira Civil, Mestre, Construtora Norberto Odebrecht, [email protected] de Carvalho, Mestrando do Departamento de Engenharia Civil da UPE, Pernambuco, Brasil, [email protected] Cames, Professor Auxiliar do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho, [email protected]
Comparao do Desempenhode Beto Autocompactvele Beto Convencional em Climas Quentes
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1. Introduo
O presente artigo tem como objetivo avaliar as vanta-gens e limitaes do emprego da tecnologia do beto autocompactvel (BAC) comparativamente ao beto convencional (BC), na situao real de uma aplicao em obra em clima quente, nas condies tpicas da regio nordeste do Brasil. Assim, foi possvel adquirir e validar conhecimentos atravs da experincia resul-tante da construo da Arena Pernambuco, onde foi uti-lizado um volume aproximado de 58.000 m3 de beto, sendo 40% de BAC e 60% de BC, caracterizando-se como um estudo de caso que possibilita uma avalia-o real atravs de pesquisa aplicada em obra.Neste contexto, comparou-se o desempenho do BAC e do BC em amostras obtidas e armazenadas em condies ideais de laboratrio, com carotes extradas do beto aplicado na obra e submetido s mesmas condies de exposio ambiental real da Arena Pernambuco, submetendo-as aos ensaios de: resistncia compresso, mdulo de elasticidade, difuso de ies cloreto, absoro de gua por capila-ridade e absoro de gua por imerso. Dessa forma, a pesquisa apresenta resultados que pretendem ser-vir como exemplo prtico para o meio acadmico e como prtica positiva, tcnica e econmica, para as empresas de construo.
2. Arena Pernambuco
Para avaliao da aplicao real do BAC foi selecio-nada a obra da Arena Pernambuco (PE), construda para receber jogos da Copa das Confederaes 2013 e da Copa do Mundo 2014, da FIFA. Com perfil mul-tiuso adaptvel para diversos eventos a Arena tam-bm foi projetada para sediar grandes espetculos, convenes e outras competies desportivas.A Arena PE est localizada no municpio de So Lou-reno da Mata - PE, na Regio Metropolitana do Recife, tendo sido projetada para uma capacidade mxima de 46.105 pessoas, abrangendo uma rea construda de, aproximadamente, 128.000 m.A estrutura da Arena constituda por elementos de beto armado em todos os nveis, inclusive nas reas de arquibancada. O volume de beto definido em projeto foi de aproximadamente 58.000 m, distri-budo por 6 nveis. As fundaes foram constitudas
recorrendo a sapatas apoiadas diretamente sobre o solo e estacas tipo raiz, moldadas in situ.Para o estudo apresentado, foi considerada a pro-duo de beto realizada nos meses de maio, junho e julho de 2012, meses de grande concentrao de betonagens. Nesse perodo, foi betonada uma quan-tidade de, aproximadamente, 26% do total previsto no projeto. Este perodo foi caracterizado por uma inten-sidade de chuvas muito abaixo do esperado para a poca em estudo, e a temperatura ambiente variou entre 27C e 30C.
2.1. Descrio breveA Figura 1 apresenta a Arena Pernambuco em fase de concluso, onde podem ser observadas as rampas de acesso e os dois nveis de arquibancadas, inferior e superior, todas executadas em BAC.
Para auxiliar a identificao e localizao das estru-turas, o projeto foi dividido em 6 nveis, 58 eixos e 6 linhas, distribudos em 10 setores.Na Figura 2 possvel observar o desenvolvimento da obra no setor Sul, onde se destacam alguns dos nveis principais de projeto. Pode-se visualizar a dife-rena de nvel entre as lajes e a altura de betonagem dos pilares dos principais eixos da estrutura.
Figura 1 Vista area da obra (Arena Pernambuco 2013)
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Beto n.31 Novembro 2013
Tcnica
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A fachada leste pode ser verificada na Figura 3 (a), onde so identificados os pilares de sustentao da arquibancada superior, bem como da rampa de acesso localizada no setor sudeste. A Figura 3 (b) iden-tifica parte da arquibancada inferior e, tambm, dos apoios para montagem da superior, localizadas nos setores norte e noroeste. Todos os pilares, as pare-des das rampas de acesso e as estruturas pr-molda-das da arquibancada foram executadas com BAC. O recurso ao BAC foi motivado pela elevada densidade de armaduras dos elementos estruturais e pela neces-sidade de reduo do tempo de colocao e com-pactao do beto. O BAC permitiu, tambm, entre outros fatores para alm da diminuio do tempo de execuo das estruturas, a colocao em obra de grandes volumes de betonagem em menos etapas.
2.2. Trabalhos realizados durante maio, junho e julho de 2012Durante os meses de maio at julho de 2012 a cons-truo da Arena Pernambuco encontrava-se na fase de execuo da superestrutura, com o incio de mon-tagem das estruturas pr-moldadas das arquibanca-das inferior e superior. A utilizao de BAC neste perodo foi intensificada e, para alm de pilares e paredes, todas as estruturas prmoldadas da arqui-bancada (vigas jacar e degraus) foram realizadas com BAC.Durante o perodo referido, foram colocados em obra, nas estruturas, aproximadamente 15.000 m de beto; destes, cerca de 40% (6.000 m) foram BAC, o que cor-responde a um volume mdio mensal de 2.000 m. O volume considerado nesta pesquisa representa cerca de 26% do total dos 58.000 m de beto estrutural pre-visto para a construo da totalidade da Arena.Na Figura 4 (a), apresenta-se uma vista area parcial da Arena, com destaque para o avano da superestru-tura no ms de junho de 2012. Nessa fase, todos os pilares, paredes de reservatrios, paredes das rampas de acesso e paredes de contenso foram executados com BAC. As vigas e lajes foram betonadas com BC de acordo com o planeamento da obra.A Figura 4 (b) destaca a concluso da montagem da arquibancada inferior do setor sul e parte do setor sudeste, realizada com BAC. Esta figura permite desta-car, tambm, a altura dos pilares betonados com BAC em apenas uma etapa, entre os nveis de laje adjacen-tes, assim como a betonagem da arquibancada superior.
Figura 3 (a) Fachada leste. (b) Vista interna norte e noroeste.(Arena Pernambuco 2012)
Figura 4 (a) Vista area parcial da Arena. (b) Vista interna da arquibancadainferior sul e sudeste. (Arena Pernambuco 2012)
Figura 2 Visualizao da obra no setor Sul. (Arena Pernambuco - 2012)
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2.3. O BAC e o BC aplicados na obraO beto aplicado na obra foi especificado em projeto para atender Classe III de agressividade ambiental da norma ABNT NBR 6118 (2007) Projeto de estrutu-ras de concreto Procedimento, bem como seus Esta-dos Limites ltimos (ELU) e Estados Limites de Ser-vio (ELS), levando em considerao as diretrizes para durabilidade das estruturas de beto.A norma ABNT NBR 6118 (2007) na sua Tabela 6.1 Classes de agressividade ambiental apresenta a Classe III como a indicada para ambientes marinhos ou industriais, consequentemente de agressividade forte, com grande risco de deteriorao da estrutura.Para atendimento s exigncias normativas relaciona-das com a Classe III de agressividade ambiental foi especificado pelo projeto estrutural um beto com resistncia caracterstica compresso aos 28 dias (medida em cilindros com 150 mm de dimetro e 300 mm de altura) igual a 40 MPa e relao gua/cimento em massa igual a 0.45.A opo associada utilizao de BAC juntamente com BC partiu dos construtores da obra e no foi devida a exigncias dos projetos estrutural ou arqui-tetnico. A aplicao de BAC foi necessria para aten-der s necessidades de colocao e compactao do beto nas estruturas, considerando, entre outros fatores, a grande densidade de armaduras em algu-mas zonas, nomeadamente em pilares. Outro fator preponderante foi a possibilidade de efetuar alturas de betonagens elevadas, atingindo entre 4 m e 6 m. Assim, optando pelo BAC, foi possvel betonar pilares em apenas uma nica etapa, preenchendo de uma vez a totalidade da distncia entre pavimentos.A utilizao do BAC tambm possibilitou a reduo dos prazos de execuo das estruturas, antecipando etapas de entrega para incio das atividades de aca-bamento, de instalaes e permitiu antecipar a mon-tagem da cobertura do estdio.
3. Materiais e metodologia
3.1. MateriaisPara viabilizar o uso de BAC nas estruturas, vrias com-posies foram estudadas, variando-se os adjuvantes empregues e o tipo de cimento.Considerando as vrias composies de BAC e BC defi-nidas, optou-se, para este estudo, por aplicar as com-posies que foram fabricadas utilizando o mesmo cimento, agregados e adjuvantes, sendo elas denomi-nadas de CAA-009 para o BAC e CC-012 para o BC.A grande diferena entre as dosagens de cada tipo de beto consistiu num maior teor de finos e de arga-
massa no BAC, em relao ao do BC, e a uma maior quantidade de adjuvante superplastificante, utili-zando-se praticamente a mesma quantidade de gua. As composies de BAC e BC aplicadas na obra no perodo em anlise esto mais detalhadas na Tabela 1.
Caractersticas /dosagem CAA-009 CC-012
Resistnciaestimada fck (MPa)
40 40
Espalhamentoou abaixamento (mm)
700 a 750 140+/-20
Tipode cimento
CP-II F 32 CP-II F 32
Consumode cimento (kg/m3)
499 451
Consumode areia (kg/m3)
856 815
Consumode brita (Dmx)19 mm (kg/m3)
830 917
Consumode gua (l/m3)
199 180
Relao(A/C)
0,40 0,40
Consumo (l/m3)de adjuvante plastificante
2,99 2,71
Consumo (l/m3)de adjuvante superplastificante
4,49 1,80
AplicaesParedes e
PilaresVigas
Os materiais constituintes para o fabrico dos betes foram: cimento CP II-F-32, que um cimento portland com-
posto com fler calcrio; adjuvante lquido de presa normal, plastificante com
alto poder de reduo de gua. Composto por sais sul-fonados e carbohidratos em meio aquoso. Densidade igual a 1,19 kg/ litro e pH de 5,5;
adjuvante lquido superplastificante de presa normal de terceira gerao. Composto por soluo de poli-carboxilatos em meio aquoso. Densidade igual a 1,06 kg/ litro e pH de 5,0;
os agregados finos e grossos utilizados foram os dis-ponveis no mercado. O agregado grosso britado, a partir de rocha grantica, fornecido por pedreira da Regio Metropolitana de Recife. O agregado fino utili-zado de origem quartzosa, extrada de jazida no leito do Rio Paraba, na divisa do estado de Pernambuco com a Paraba;
a gua utilizada foi fornecida da estao de tratamento de gua instalada no estaleiro. Foram coletadas amos-tras mensais para anlise e acompanhamento da obten-o das caractersticas necessrias para uso em beto.
Tabela 1 Composies e caractersticas da dosagem do BAC
e do BC
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3.2. MetodologiaConforme referido anteriormente, o perodo de recolha dos dados e amostras in situ foi de apro-ximadamente 90 dias, durante os meses de maio a julho de 2012. Nesse perodo foram realizados ensaios de campo (primeira etapa) e de laborat-rio (segunda etapa).No estaleiro da obra foram realizados os seguintes ensaios durante os trs meses: espalhamento para o BAC, de acordo com a NBR
15823-2 (2010); abaixamento para o BC, de acordo com a NBR
10342 (2012); resistncia compresso uniaxial, nas idades de
7 e 28 dias, para o BC e para o BAC, de acordo com a NBR 5739 (2007);
registo da temperatura do beto na sada da cen-tral e aquando da sua colocao na estrutura.
Os resultados do controlo tecnolgico do beto foram cedidos para anlise pela empresa que exe-cutou a obra. A Tabela 3 mostra alguns dos resulta-dos obtidos para cada composio e a quantidade de amostras ensaiadas.Para aprofundamento dos estudos de durabilidade do BAC e do BC utilizados na obra, realizaram-se os seguintes ensaios em laboratrio: absoro de gua por capilaridade segundo a
NBR 9779 (2012); absoro de gua por imerso de acordo com
a NBR 9778 (2005), que permitiu determinar o ndice de vazios e a massa especfica;
difuso de ies cloreto, conforme a ASTM C1202 (2012);
resistncia compresso de acordo com a NBR 5739 (2007);
mdulo de elasticidade em compresso segundo a NBR 8522 (2008), para a idade de 33 dias.
Nesta segunda etapa, alm de estudar o compor-tamento dos BC e BAC em relao aos ensaios de durabilidade, procurou-se avaliar a influncia que as amostras sofreriam quando armazenadas em condies distintas. Nesse caso, as amostras sub-
metidas aos ensaios descritos anteriormente tive-ram duas origens diferentes: Famlia PR Correspondente a 15 provetes de BC
e 15 provetes de BAC moldados e curados (ver Figuras 5 a 8) conforme a NBR 5738 (2003);
Famlia CR Correspondente a 15 carotes extra-das de peas pr-moldadas de BC e 15 carotes extradas de blocos executados no estaleiro uti-lizando a dosagem CAA-009 (ver Figuras 9 e 10). Os blocos foram curados por apenas 24 horas, com manta hmida, reproduzindo de certa forma as condies de cura das peas produzidas.
Figura 5 Fabrico do beto
Figura 6 Moldagem dos provetes
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A extrao das carotes foi efetuada cumprindo os parmetros preconizados pela NBR 7680 (2007).A Tabela 2 apresenta o resumo do nmero dos prove-tes e carotes envolvidos nos ensaios de laboratrio.
Figura 10 Cura das carotes em condies atmosfricas do local
Figura 7 Cura dos provetes PR em condies de laboratrio Figura 8 Cura dos provetes PR em condies de laboratrio
Figura 9 Cura das carotes em condies atmosfricas do local
Famlia ComposioAbsoro de gua por capilaridade
Absoro de gua por imerso
Difuso de ies cloretoResistncia compresso e
mdulo de elasticidade
PR CAA-009 3 3 3 5
PR CC-012 3 3 3 5
CR CAA-009 3 3 3 5
CR CC-012 3 3 3 5
Tabela 2 Total de amostras usadas para cada ensaio
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4.2. Resistncia compresso e mdulo de elasticidadeA Tabela 4 apresenta os resultados dos ensaios de resistncia compresso conforme a norma ABNT NBR 5739 (2007). Tambm se apresentam os resulta-dos dos ensaios de determinao do mdulo de elas-ticidade em compresso conforme a norma NBR-8522 (2008). Convencionou-se chamar provete PR s
4 Resultados
4.1. Controlo tecnolgicoA Tabela 3 apresenta a quantidade de amostras, as resis-tncias mdias compresso aos 7 e aos 28 dias e os espa-lhamentos/abaixamentos mdios, dos ensaios realizados durante os 3 meses da pesquisa no estaleiro da obra.
Ms N amostras
Temperaturas (C) Espalha-mento/
abaixamento (mm)
7 dias 28 diasInicial
(Centralde beto)
Final(Bombagem)
Resistncia(MPa)
Mdia ()desvio-padro
Resistncia(MPa)
Mdia ()desvio-padro
Composio: CAA - 009
maio 27 34,4 33,8 700 44,14,57
40,05,07
48,53,49
49,94,69junho 90 32,8 33,1 702 38,15,14 49,54,98
julho 81 32,1 32,8 705 40,74,13 51,04,53
Composio: CC - 012
maio 78 33,9 37,3 159 43,13,70
38,74,97
49,03,34
48,64,01junho 152 32,4 32,7 160 36,54,60 47,54,14
julho 235 31,4 31,6 158 38,84,60 49,24,00
Tipo Composio fcki (MPa) Mdias Eci (GPa) Mdias
Provete PR BAC 57,4 1,69 38,2 1,31
Carote CR BAC 56,7 3,65 39,4 2,32
Provete PR BC 62,6 1,72 41,1 0,87
Carote CR BC 63,1 3,22 39,9 1,17
amostras armazenadas em condies de laboratrio, e carote CR s amostras armazenadas em condi-es de exposio reais de agressividade ambiental, no local. A idade das amostras aquando da realizao dos ensaios foi de 33 dias (fckj = resistncia compres-so e Eci = mdulo de elasticidade).
Tabela 3 Resultados para as duas composies mais aplicadas no estudo
Tabela 4 Resultados de resistncia compresso e mdulo de elasticidade
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Usando a abordagem de Two-Way Anova e nvel de significncia de 5%, verifica-se no haver diferena estatisticamente significativa entre o tipo de amostra (provete/carote), mas sim em relao composio. As Figuras 11 e 12 ilustram isso mesmo. A barra refere--se ao intervalo de confiana de 95%. Convm referir que todos os coeficientes de variao destes resulta-dos experimentais foram menores do que 10%.
As Figuras 13 e 14 apresentam o grfico box-plot para as variveis fcki e Eci, em que se pode visualizar melhor a influncia da composio e a independncia do tipo de amostra (provete ou carote).
Conforme pode ser constatado por observao da Tabela 4, a mdia da resistncia compresso dos pro-vetes em relao das carotes foi 1.2% superior para o BAC e 3.6% para BC, o que indica uma tendncia de possvel melhoria de desempenho do beto arma-zenado em condies de laboratrio. No entanto, a pequena diferena serve apenas como indicativo. No que concerne ao mdulo de elasticidade para o BAC, as carotes apresentaram mdia 3.1% superior em rela-o aos provetes, ao contrrio do BC, onde a mdia do mdulo de elasticidade dos provetes foi 3% supe-rior em relao s carotes. Assim, os resultados apre-sentam-se compatveis, com diferenas pouco repre-sentativas e dentro da margem de variao esperada para o resultado dos ensaios.
Figura 11 Resultados de fcki em funo da composioe do tipo de amostra
Figura 13 Resultados de Eci em funo da composioe do tipo de amostra
Figura 14 Resultados de Eci em funo da composioe do tipo de amostra
Figura 12 Resultados de Eci em funo da composioe do tipo de amostra
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4.3. Durabilidade Difuso de ies cloretoApresenta-se a seguir, na Tabela 5, os resultados dos ensaios de difuso de ies cloreto para trs amostras de BAC e trs amostras de BC, obtidas recorrendo a provetes e carotes, com a idade de 60 dias, con-tendo ainda a identificao de cada uma das amos-tras ensaiadas e o resultado (C) que representa a carga mdia passante em Coulomb.
Beto Amostra Carga mdia passante em Coulomb (C) Classificao ASTM C 1202
BACProvete 2040 Moderada
Carote 2585 Moderada
BCProvete 1665 Moderada
Carote 2940 Moderada
Figura 15 Resultados mdios de absoro de gua por capilaridade
O mtodo de ensaio adotado (ASTM C 1202 (1994)) classifica a resistncia penetrao de cloretos a par-tir da carga passante em Coulomb (C). Assim, em rela-o s amostras da obra da Arena da Copa, todos os ensaios efetuados para BAC e BC, em provetes ou carote, indicaram uma classe de resistncia moderada.Observa-se que as carotes de BAC apresentaram melhor desempenho que as de BC. No entanto, os provetes de BC apresentaram melhor desempenho que os de BAC. Por outro lado, tanto para as amos-tras de BAC como para as de BC, o desempenho dos provetes foi superior ao das carotes, indicando que os ensaios em amostras armazenadas em condio de laboratrio apresentam melhor desempenho que os ensaios em amostras extradas em condies de expo-sio igual agressividade do ambiente onde a obra foi construda. No entanto, as diferenas obtidas no foram suficientes para alterar a classe de resistncia penetrao de cloretos.
4.4. Durabilidade Absoro de gua por capilaridadeApresentam-se a seguir, na Figura 15, os resultados dos ensaios de absoro de gua por capilaridade, expressos em g/cm2, para trs amostras de BAC e trs amostras de BC. Os ensaios foram feitos em prove-tes PR e em carotes CR com a idade de 35 dias aquando do incio dos ensaios. Os resultados foram obtidos dividindo-se o acrscimo de massa em cada intervalo de tempo considerado pela rea da seco do provete submetido a ensaio. Na Tabela 6 esto indicados os resultados das medies do aumento de massa e o resultado dos clculos da absoro de gua
por capilaridade para o BAC e para o BC, utilizando--se quer PR, quer CR.Observando os resultados obtidos, verifica-se um comportamento similar do BAC e do BC. Assim, de acordo com os resultados obtidos, tudo indica que o desempenho do BAC similar ao do BC.
Comparando os resultados de absoro de gua por capilaridade nos provetes e nas carotes, verifica-se que as amostras armazenadas em condies de labo-ratrio evidenciaram um desempenho ligeiramente superior s armazenadas em condies reais de expo-sio agressividade do ambiente onde a obra foi construda, exceto nas primeiras horas de ensaio, em que sucedeu o inverso (at s 24 horas).
Tabela 5 - Resultados dos ensaios de difuso de ies cloretos
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Variveis(%)
AmostraBAC
MdiaBC
Mdia
Provetes PR
A RD-04 4.48 3.90
IV RD-04 10.59 8.99
Carotes CR
A RD-04 4.72 5.41
IV RD-04 11.24 12.22
Figura 16 Resultados mdios das medies de massa das amostras
4.5. Durabilidade ndice de vaziosApresenta-se a seguir os resultados dos ensaios para determinao do ndice de vazios para o BAC e para o BC, expressos em percentagem (%), e determina-dos aos 33 dias de idade do beto aquando do incio dos ensaios. Consideram-se trs amostras de BAC e trs amostras de BC, provenientes de provetes PR e carotes CR.Inicialmente foram medidas as massas das amostras de BAC e BC e so apresentadas na Figura 16, onde: mi = massa inicial medida aps secagem em estufa; ms = massa saturada; mr = massa medida aps etapa de ebulio (real).
Aps os resultados obtidos foi possvel calcular a ab-soro de gua por imerso A (%) e proceder ao cl-culo do ndice de vazios Iv, expresso em percentagem (%) na Tabela 6.
Por observao dos resultados expressos na Tabela 6 possvel constatar que as carotes de BAC apresen-taram um desempenho superior s de BC. No entan-to, com os provetes sucedeu precisamente o oposto: o BC apresenta um melhor desempenho que o BAC. Por outro lado, tanto para as amostras de BAC como para as de BC, o desempenho dos provetes foi su-perior ao desempenho das carotes, indicando que os ensaios em amostras armazenadas em condio de laboratrio apresentam melhor desempenho que os ensaios em amostras armazenadas em condies de exposio real agressividade do ambiente onde a obra foi construda.
5. ConclusesPode-se afirmar que, com base nos resultados obti-dos no estudo realizado, as propriedades do beto endurecido no foram significativamente alteradas, quando do emprego de BAC ou BC considerados equivalentes, produzidos incorporando pastas com a mesma relao A/C. Este aspeto particularmente relevante uma vez que as vantagens na opo de um BAC so indiscutveis sob o ponto de vista do com-portamento em fresco, com aumento da produtivida-de e facilidade de colocao em peas de elevada esbeltez e densidade de armadura.Quanto aos provetes moldados e curados sob condi-o normalizada e as carotes extradas de blocos que sofreram as condies normais de cura num clima quente, os resultados obtidos tambm se mostraram, em geral, semelhantes, indiciando que em ambos os betes (BAC e BC) no ocorreu perda significativa de desempenho das propriedades no estado endureci-do devido exposio ao clima quente.O trabalho experimental realizado in situ, com a obra em pleno ritmo de desenvolvimento, disponibilizou um conjunto de resultados que permitiu efetuar uma anlise comparativa de desempenho entre os dois ti-pos de beto, conforme demonstrado ao longo deste artigo. Assim, com base nos resultados obtidos, possvel concluir que o beto autocompactvel uma alter-nativa vivel ao uso do beto convencional vibrado mesmo em regies de clima quente.
Este artigo foi escrito segundo o novo acordo ortogrfico.
Tabela 6 Resultados dos clculos do ndice de vazios
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REFERNCIAS AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C 1202 Rapid Chloride Penetrability Test. EUA, 2012.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6118 Projeto de estruturas de concreto- Procedimento. Rio de Janeiro, 2007.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 573: Concreto-Procedimento para moldagem e cura de cor-pos de prova. Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 5739: Concreto Ensaios de compresso de corpos de prova cilndricos. Rio de Janeiro, 2007.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 7680: Concreto- Extrao, preparo e ensaio de testemunhos de concreto. Rio de Janeiro, 2007
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 8522: Concreto Determinao do mdulo esttico de elas-ticidade compresso. Rio de Janeiro, 2008.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 9778: Argamassa e concreto endurecidos Determinao da absoro de gua, ndices de vazios e massa especfica. Rio de Janeiro, 2005.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 9779: Argamassa e concreto endurecidos Determinao da absor-o de gua por capilaridade. Rio de Janeiro, 2012.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 10342: Concreto Perda de abatimento Mtodo de ensaio. Rio de Janeiro, 2012.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15823-2: Concreto auto-adensvel Parte 2: Determinao do espalhamento e do tempo de escoamento- Mtodo do cone de Abrams. Rio de Janeiro, 2010.
PUBEspecial Angola Outubro 2012 Beto n.29
Esp
ecial A
ngola
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mente a um material estrutural essencial, o que com-promete o futuro de muitas estruturas edificadas.A falta de informao no acto de compra por parte de alguns clientes sem conhecimentos tcnicos adequa-dos do Beto Pronto, tem sido uma constante com a qual ainda se deparam os servios desta empresa. Uma m escolha pode vir a reflectir-se no futuro, originando, por vezes, danos irreparveis. A criao de Alvars especficos para este tipo de acti-vidade, com diversas classes, semelhana do que
Designao: Prefangol, Lda. Actividade: Fabrico e comercializao de Beto Pronto, Agregados e Prefabricao de Produtos de Beto Principais produtos: Beto Pronto e AgregadosMais informaes: 00244 222 291 550
B.I.
tem sido prtica comum na indstria da construo de outros pases, ou a implementao de um processo que assegure e certifique a aptido e competncia profis-sional dos operadores actuantes no sector, deve ser um passo a dar, o quanto antes, por parte das entidades responsveis, pois s assim se poder acabar com uma concorrncia desleal, que cada vez mais vem acentuan- do a sua indesejvel e nociva presena no mercado.Acreditamos por conseguinte, que s podemos preva-lecer no mercado com uma efectiva adeso s regras e regulamentos que regem este tipo de produtos, pelo que esperamos que sejam asseguradas a breve prazo, uma disciplina e uma fiscalizao rigorosas nesta indstria.
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NP EN 197-1:2012O que mudou?
1. Enquadramento
A necessidade de criar uma norma harmonizada que ser-visse transversalmente os pases da Comunidade Econ-mica Europeia (CEE) levou ao incio dos trabalhos, em 1969, e atribuio dessa responsabilidade ao Comit Europeu de Normalizao (CEN), em 1973, que delegou essa tarefa no Comit Tcnico CEN/TC 51.Nos anos setenta havia cerca de 20 tipos diferentes de cimento, todos normalizados a nvel nacional e com pro-vas de desempenho satisfatrio em aplicaes corren-tes ou especiais. Esta realidade constituiu uma dificul-dade para o CEN e obrigou definio do conceito de cimentos correntes. Numa primeira abordagem, o CEN decidiu apenas incluir os cimentos indicados para uso cor-rente em beto armado, que fossem familiares na maioria dos pases europeus. A Diretiva dos Produtos da Constru-o, no entanto, impunha que fossem tambm conside-rados os cimentos tradicionais utilizados com sucesso nos diversos pases, com o intuito de remover barreiras tcnicas ao comrcio na rea da construo na CEE. Esta abordagem abria a porta a cerca de 50 tipos de cimentos diferentes, levando a que se distinguissem os cimentos correntes dos cimentos especiais.Assim, a EN 197-1 2000, primeira norma harmonizada da histria, limitava-se, em termos de mbito, aos cimentos correntes, com a inteno de os cimentos ditos especiais (cimentos com propriedades adicionais ou especiais) serem includos em futuras revises, medida que se fossem desenvolvendo estudos tcnicos acerca da sua utilizao.
Os requisitos fsicos, mecnicos e qumicos, e os critrios de conformidade a que os cimentos correntes devem obedecer, ficaram ento definidos no espao da UE, mas com a omisso assumida no que diz respeito aos cimen-tos correntes resistentes a sulfatos e aos de baixo calor de hidratao. Algumas lacunas foram sendo colmata-das com adendas consecutivas, at que o CEN/TC 51 concluiu estudos tcnicos que permitiram estabelecer quais os cimentos correntes aceites como resistentes a sulfatos, incluindo-os e definindo-os na EN 197-1:2011.O objetivo mais importante desta reviso , deste modo, a definio dos requisitos adicionais para cimentos correntes de baixo calor de hidratao, cimentos correntes resistentes aos sulfatos e cimen-tos de baixa resistncia inicial.Manter-se-o fora do mbito da EN 197-1 os cimentos de muito baixo calor de hidratao que continuam a ser enquadrados pela EN 14216.
2. As alteraes mais significativas
2.1 Cimentos resistentes aos sulfatos / Notao SR A degradao do beto sob ao dos sulfatos con-sequncia de uma reao qumica entre os ies sulfato e as partculas de aluminato triclcico (C3A) da matriz cimentcia com formao de sulfoaluminato de clcio conhecido vulgarmente como etringite.
Eng.o Mrio Valente Costa, Cimpor Indstrias de Cimentos, S.A.
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O efeito mais visvel deste processo a expanso do beto, que pode no s comprometer a sua integri-dade, mas tambm a sua capacidade de aderncia s armaduras, deixando-as desprotegidas e desligadas do seu principal aliado.Uma vez que o principal alvo dos sulfatos um dos minerais que constituem o clnquer, a melhor forma de prevenir esta situao utilizar cimentos com menor percentagem de clnquer e limitar o teor de C3A a um valor mximo consoante a utilizao prevista.Nesta perspetiva, a NP EN 197-1:2012 define logo partida sete cimentos correntes resistentes aos sul-fatos, agrupados em trs tipos principais e podendo todos usar a notao SR.Os requisitos a que devem obedecer so os indicados no quadro 2 da Norma.
2.1.1 Cimento Portland resistente aos sulfatos/ CEM I SR 0/ CEM I SR 3/ CEM I SR 5O cimento Portland resistente aos sulfatos divide-se em trs categorias, relacionadas diretamente com o teor de C3A no clnquer correspondendo cada uma delas a um valor mximo de C3A admissvel.
CEM I-SR 0 clnquer com teor de C3A = 0% CEM I-SR 3 clnquer com teor de C3A 3% CEM I-SR 5 clnquer com teor de C3A 5% (para
algumas aplicaes este tipo de cimento poder ter um C3A superior a 5%, desde que devidamente declarado na embalagem ou nos documentos comer-ciais de acompanhamento.)
Tipos principais
Notao dos 7 produtos(tipos de cimentos correntes resistentes
aos sulfatos)
Composio (percentagem em massa a))
Constituintes principaisConstituintes
adicionais minoritrios
ClnquerK
Escria dealto-forno
S
Pozolana natural
P
Cinza volante siliciosa
V
CEM ICimento Portland
resistente aos sulfatos
CEM I-SR 0CEM I-SR 3CEM I-SR 5
95 100 - - - 0 5
CEM IIICimento de alto-forno resistente aos sulfatos
CEM III/B-SR 20 34 66 80 - - 0 5
CEM III/C-SR 5 19 81 95 - - 0 5
CEM IVCimento pozolnico
resistente aos sulfatos b)CEM IV/A-SR 65 79 - 0 5
CEM IV/B-SR 45 64 - 0 5
a) Os valores do Quadro referem-se soma dos constituintes principais com os adicionais minoritrios.b) Nos cimentos pozolnicos resistentes aos sulfatos, tipos CEM IV/A-SR e CEM IV/B-SR, os constituintes principais, excepto o clnquer,
devem ser declarados na designao do cimento (ver exemplos na seco 8).
Figura 1 Quadro 2 da Norma: Os 7 produtos da famlia
dos cimentos correntes resistentes aos sulfatos
A determinao do C3A deve ser feita por aplicao da frmula de Bogue anlise qumica do clnquer.
C3A=2,65*A-1,69*F Em que: A -> a percentagem de Al2O3 em massa no clnquer F -> a percentagem de Fe2O3 em massa no clnquer
No caso particular do cimento Portland pode-se apli-car a mesma frmula aos resultados da anlise qu-mica do cimento uma vez que se trata de um tipo de cimento com elevado teor de clnquer. Os critrios de conformidade da presente Norma impem que esta determinao seja feita semanal-mente em perodo inicial de autocontrolo e quinze-nalmente em situao de produo corrente.
2.1.2 Cimento de alto forno resistente aos sulfatosOs cimentos de alto forno resistentes aos sulfatos so cimentos constitudos essencialmente por escria de alto forno. O facto de terem uma baixa incorporao de clnquer, alm do contributo da escria, explica o facto de j no ser estabelecido um limite para o C3A. No entanto, s os cimentos CEM III/B e CEM III/C so considerados resistentes aos sulfatos.
2.1.3 Cimento pozolnico resistente aos sulfatosA imposio de limites ao teor de C3A no se cinge aos cimentos do tipo I. Os cimentos pozolnicos tam-bm veem o seu teor de C3A limitado ao valor mximo de 9%, tanto no caso do CEM IV/A como no CEM IV/B.
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Normalizao
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1 2 3 4 5
Propriedade Mtodo de ensaio Tipo de cimento Classe de resistncia Requisitos a)
Teor de sulfatos(em SO3)
EN 196-2*)
CEM I-SR 0CEM I-SR 3
CEM I-SR 5b)
CEM IV/A-SRCEM IV/B-SR
32,5 N32,5 R42,5 N
3,0 %
42,5 R52,5 N52,5 R
3,5 %
C3Ano clnquer)
EN 196-2*) d)
CEM I-SR 0
Todas
= 0 %
CEM I-SR 3 3 %CEM I-SR 5
5 %
- e)CEM IV/A-SRCEM IV/B-SR 9 %
Pozolanicidade EN 196-5*)CEM IV/A-SRCEM IV/B-SR
Todas Satisfaz o ensaio aos 8 d
a) Os requisitos so indicados em percentagem em massa do clnquer do cimento como produto final, como definido neste Quadro.b) Para aplicaes especficas, os cimentos CEM I-SR 5 podero ser produzidos com um teor de sulfatos maior. Neste caso, o valor numrico deste teor deve ser declarado na embalagem ou na guia de remessa.c) O mtodo de ensaio para a determinao do teor de C3A do clnquer do produto final est em desenvolvimento no CEN/TC 51.d) No caso especfico do CEM I, permitido calcular o teor de C3A do clnquer a partir da anlise qumica do cimento. O teor de C3A deve ser calculado pela equao (1) (ver 5.2.1).e) At o mtodo de ensaio estar finalizado, o teor de C3A do clnquer (ver 5.2.1) deve ser determinado com base na anlise do clnquer como parte do Controlo da Produo em fbrica do produtor (EN 197-2:2000*, 4.2.1.2).*) Ver Anexo NA (nota nacional).
No obstante o valor de C3A presente no clnquer, nem todos os cimentos pozolnicos podem ser considerados resisten-tes aos sulfatos. Alis, a notao SR est apenas reservada aos cimentos pozolnicos cuja adio seja Pozolana Natural, Cinza Volante Siliciosa ou ambas. Aqueles que sejam cons-titudos por Slica de Fumo, Pozolana Natural Calcinada ou Cinza Volante Calcria no podero usar esta notao. Existe ainda mais um detalhe que no poder ser esquecido: Seja qual for a adio, ela ter de ser no mnimo de 21%.Ao contrrio do que sucede no CEM I, pelo menor teor de clnquer do CEM IV, o clculo do C3A j no poder ser feito aplicando a frmula de Bogue anlise qumica do cimento. Esta determinao ter de ser feita diretamente no clnquer, aplicando esta frmula aos resultados da anlise qumica do clnquer, obtida do controlo de produo em fbrica.Est em desenvolvimento pelo CEN/TC 51 um mtodo de ensaio que permita a determinao do teor de C3A no clnquer a partir do cimento pelo que, brevemente este assunto poder ficar muito mais claro.
2.1.4 Requisitos adicionais para cimentos correntes resistentes aos sulfatosAlm do que j foi dito anteriormente, a NP EN 197-1:2012 define requisitos adicionais a que os cimen-
Figura 2 Quadro 5 da Norma: Requisitos adicionais para cimentos correntes resistentes aos sulfatos expressos como valores
caractersticos especificados
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Normalizao
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Membros do CEN
Norma Nacional Tipos de cimento CEM
ustriaNORM B 3327-1NORM B 4710-1
II/A-S, II/B-S, II/A-V, II/B-V,II/A-M, II/B-M, II/A-D, III/A
Blgica NBN B12-108 V/A (S-V)
Dinamarca DS/INF 135I
II/A-V, II/B-V
Frana NF P 15-319
II/A-S, II/B-S, II/A-V, II/A-P, II/A-M (S-V)
III/A
V/A, V/B
Hungria MSZ 4737-1 II/A-V
Itlia UNI 9156
II/A-S, II/B-S, II/A-D, II/A-P, II/A-V, II/A-L, II/A-LL, II/B-L, II/B-LL, II/A-M, II/A-W, II/A-T, II/B-P, II/B-V, II/B-W, II/B-T, II/B-M
III/A
IV/A, IV/B
V/A, V/B
Polnia PN-B-19707
II/B-V
III/A
V/A, V/B
Portugal NP EN 206-1
II/A-L, II/A-LL, II/A-M, II/A-S, II/B-S, II/A-D, II/A-P, II/B-P, II/A-V, II/B-V
III/A
IV/A, IV/B
V/A, V/B
Espanha UNE 80303-1
II/A-S, II/B-S, II/A-D, II/A-P, II/B-P, II/A-V, II/B-V
III/A
V/A
Sua SN EN 206-1II/A-D
II/B-M (D, V, S, T, LL)
Reino Unido BS 8500
II/B-V
III/A
IV/A (V), IV/B (V)
Figura 3 Anexo A da Norma: Lista de cimentos correntes considerados resistentes aos sulfatos nas normas nacionais
dos diferentes pases membros do CEN no includos no Quadro 2 ou no preenchendo os requisitos do Quadro 5
tos devem obedecer para poderem ser considerados resistentes aos sulfatos. Estes requisitos encontram--se resumidos no quadro 5 da Norma e so essen-cialmente teores de sulfatos mais conservadores nos cimentos do tipo I e IV, e a imposio de os cimentos do tipo IV satisfazerem o ensaio da determinao da pozolanicidade aos 8 dias.
2.2 Cimentos considerados resistentes aos sulfatos pelos diferentes pases membros do CEN A relativa escassez de cimentos com estas caractersti-cas em alguns pases da EU e bons resultados obtidos na utilizao de outros cimentos ao longo de vrios anos levou alguns dos pases da EU a considerarem
como resistentes aos sulfatos alguns dos cimentos correntes e permitir a sua utilizao como tal dentro do seu territrio.Esses cimentos ou no se encontram previstos no Quadro 2, ou no preenchem os requisitos do Qua-dro 5 e no lhes permitida a utilizao da notao SR na designao normalizada.Os cimentos considerados resistentes aos sulfatos nas normas nacionais dos pases membros do CEN so apresentados no Anexo A da Norma. No caso de Portugal o Documento Nacional de Aplicao da NP EN 206-1, concretamente o quadro 10 da LNEC E 464:2007, que elenca esses cimentos.
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2.3 Cimentos de baixo calor de hidrataoO fabrico do cimento, como amplamente conhecido, um processo no qual uma parte dos 1450C a que ocorre a clinquerizao ir permanecer latente no clnquer que constitui o cimento. Esta energia trmica potencial ir ser libertada por altura do processo de hidratao do cimento numa reao exotrmica. Se nos casos mais cor-rentes esta libertao de calor no se traduz em nenhum embarao para a obra, em betonagens de grandes mas-sas j necessrio limitar esta libertao de calor sob pena de comprometer o desempenho da estrutura.A NP EN 197-1:2012 no seu artigo 7.2.3 define inequi-vocamente o critrio que define os cimentos de baixo calor de hidratao: O calor de hidratao no poder ser superior a 270J/g, aos 7 dias quando determinado pela NP EN 196-8:2008, ou s 41h quando esta determi-nao for feita pela NP EN 196-9:2008.Estes cimentos so identificados com a notao LH. Os cimentos de muito baixo calor de hidratao continuam a ser enquadrados pela EN 14216.
2.4 Cimentos de baixas resistncias iniciaisAs baixas resistncias iniciais esto intimamente liga-das ao baixo calor de hidratao. facilmente compre-endida esta relao: processo de hidratao mais lento e resistncias iniciais mais baixas concorrem para uma libertao de calor mais moderada. Para os cimentos do tipo III a NP EN 197-1:2012 pre-viu uma nova classe de resistncia inicial que exclu-siva para este tipo de cimento conforme especificada no quadro 3: Classe LO desenvolvimento mais lento do processo de hidratao, com consequncia direta no crescimento da resistncia, torna os betes fabricados com estes cimentos mais sens-veis durante o processo de maturao o que exige cuidados suplementares. A durao do perodo de cura e as metodo-logias de proteo so os pontos que devem merecer espe-cial ateno por parte do projetista e do utilizador do beto.
Classe de resistncia
Resistncia compresso(MPa) Tempo de incio
de presa(min)
Expansibilidade(mm)Resistncia inicial Resistncia de referncia
aos 2 d aos 7 d aos 28 d
32,5 L a) - 12,0
32,5 52,5 75
10
32,5 N - 16,0
32,5 R 10,0 -
42,5 L a) - 16,0
42,5 62,5 6042,5 N 10,0 -
42,5 R 20,0 -
52,5 L a) 10,0 -
52,5 - 4552,5 N 20,0 -
52,5 R 30,0 -a) Classe de resistncia definida apenas para os cimentos CEM III.
Figura 4 Quadro 3 da Norma: Requisitos mecnicos e fsicos expressos como valores caractersticos especificados
2.5 Outras alteraes Esta reviso da Norma abriu espao ainda a algumas pequenas correes e ajustes circunstanciais, de pouca relevncia para o mercado portugus mas que no podiam ser descuradas num artigo que pretende parti-lhar as principais alteraes que esta reviso introduziu. O quadro 1 v corrigidos os limites de introduo de adi-es em dois cimentos. O CEM II/A M passa a ter como limite mnimo de adies 12%, o que na prtica j assim era, uma vez que dois constituintes a um mnimo de 6% j perfaziam os 12% agora preconizados pela Norma. O outro limite alterado, de forma muito subtil, foi a diminui-o em 1% do limite mximo de escrias e das restantes adies no cimento composto CEM V/B.Outra novidade, j nos requisitos qumicos, a permis-so de o cimento CEM II/B-M com mais de 20% de xisto cozido poder conter at 4,5% de SO3 em todas as clas-ses de resistncia.A NP EN 197-1:2012 abre ainda espao para a produ-o, na mesma fbrica, de vrios cimentos com a mesma designao normalizada.
3. ConclusesNo considerando alguns ajustes de menor relevo, as grandes alteraes introduzidas pela NP EN 197-1:2012 so sem sombra de dvidas a definio de requisi-tos para cimentos resistentes aos sulfatos, cimentos de baixo calor de hidratao e cimentos de baixas resistn-cias iniciais.No ser esta Norma que revolucionar a escolha do ligante ou a produo de beto, tambm no era esse o objetivo do CEN/TC 51 quando a redigiu. No entanto, permite harmonizar a utilizao destes cimentos, contri-buindo para construes mais durveis, construdas com materiais mais adequados, utilizando menos recursos naturais e contribuindo para um melhor meio ambiente.
Este artigo foi escrito segundo o novo acordo ortogrfico.
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Qualidade
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Foi finalmente publicado o diploma que executa o Regulamento (UE) n. 305/2011, do parlamento Euro-peu e do Conselho, que entrou em pleno vigor no pas-sado dia 1 de Julho de 2013. Trata-se do Decreto-Lei n. 130/2013, de 10/09/2013.O referido Regulamento (UE) n. 305/2011, usualmente conhecido por Regulamento dos Produtos de Constru-o (RPC), estabelece as condies harmonizadas para a colocao dos produtos de construo no mercado Europeu, sucedendo Directiva 89/106/CEE, que foi transcrita para o direito nacional atravs do Decreto--Lei n. 113/93.No obstante o RPC seja um regulamento comunit-rio e como tal ter aplicao directa e obrigatria, cada Estado-Membro precisa de estabelecer as disposies que permitem a sua execuo na ordem jurdica interna desse pas. Para o efeito, o RPC estabelece um perodo de transi-o que se prolongou desde Maro de 2011 at Junho de 2013, durante o qual os Estados-Membros deveriam ter publicado os seus diplomas de execuo para que tudo estivesse preparado para a entrada do RPC em vigor na data estabelecida: 1 de Julho de 2013.Isto aconteceu na generalidade dos pases, mas relati-vamente a Portugal, o Governo Portugus foi incapaz de o fazer em tempo til, provocando uma situao inu-sitada, uma vez que na data indicada o nosso pas se viu sem qualquer organismo notificado, nomeadamente organismos de certificao e laboratrios de ensaios, e sem fiscalizao de mercado.S no dia 10 de Setembro de 2013, com a publicao do Decreto-Lei n. 130/2013 que a situao fica resol-vida, ficando completo o acervo legal inerente comer-cializao dos produtos de construo no nosso pas.
Este diploma define assim as disposies que permi-tem executar o RPC, nomeadamente as seguintes:
A Direco Geral das Actividades Econmicas (DGAE) designada para assegurar a representa-o do nosso pas no seio do Comit Permanente da Construo;
O Instituto Portugus da Qualidade (IPQ) nomeado como autoridade notificadora, isto , como entidade responsvel pela avaliao dos organismos de notifi-cados (organismos autorizados a exercer as funes de avaliao e verificao da regularidade do desem-penho, nomeadamente: organismos de certificao e laboratrios de ensaios) e de os notificar Comisso Europeia e aos outros Estados-Membros;
Ao IPQ igualmente atribuda a responsabilidade de assegurar as funes de Ponto de Contacto para os produtos de construo;
estabelecida a obrigatoriedade de a Declarao de Desempenho e as informaes e instrues de segurana (que acompanham o produto) serem redigidas na lngua Portuguesa para os produtos colocados no mercado nacional;
So nomeadas as autoridades fiscalizadoras, nomea-damente a Autoridade da Segurana Alimentar e Econmica (ASAE), que fica responsvel pela fiscali-zao do mercado, e a Autoridade Tributrias e Adua-neira, que fica com a responsabilidade de controlar a fronteira externa relativamente aos produtos pro-venientes de pases terceiros;
So, ainda, claramente identificadas as infraces que so passveis de constituir contra-ordenao e as correspondentes coimas e sanes acessrias (ver Quadro seguinte).
Marcao CE de Produtos de ConstruoDecreto-Lei n.o 130/2013, de 10 de Setembro
Qualidade
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Novembro 2013 Beto n.31
Qualidade
25
Tal como referido acima, o RPC sucede Directiva 89/106/CEE, pelo que este diploma revoga o Decreto--Lei n. 113/93, de 10 de Abril. O diploma entrou em vigor no dia seguinte ao da sua publicao, ou seja: 11 de Setembro de 2013.Relativamente ao beto, nomeadamente o beto pronto, no obstante se trate de um produto de cons-truo colocado no mercado, continua a no estar abrangido pela marcao CE, pois a norma de refe-rncia, EN 206-1, publicada no ano 2000, no uma norma harmonizada, isto : no consta da lista de normas harmonizadas relativamente aos produtos de construo.Por conseguinte, o disposto no Decreto-Lei n. 130/2013 no afecta a colocao no mercado do beto, o qual continua a no poder ostentar a marcao CE. De refe-rir que por esta razo que existe legislao espec-fica relativamente colocao no mercado do beto, a saber: Decreto-Lei n. 301/2007, de 23 de Agosto.
No entanto, os fabricantes de beto pronto devero ter em conta o disposto no Decreto-Lei n. 130/2013, nomeadamente no que respeita aos materiais cons-tituintes que adquirem, os quais, com a excepo da gua, esto todos abrangidos por especificaes tc-nicas harmonizadas, devendo o respectivo fabricante emitir uma declarao de desempenho e aplicar a marcao CE (nas embalagens ou nos documentos comerciais).Desta forma, os fabricantes do beto tm legitimi-dade de exigir aos seus fornecedores o fornecimento da declarao de desempenho, redigida na lngua portuguesa, tal como as instrues e informaes de segurana que devem acompanhar o produto.
Contra-Ordenaes Coimas
Recusa de apresentao de documentao e informao ou de acesso s suas instalaes ASAE
Pessoa singular: 1000 a 3740
Pessoa colectiva: 2500 a 44 890
Aposio da marcao CE em produtos no-conformes com os requisitos aplicveis
Falta de aposio da marcao CE em produtos abrangidos
Aposio de outras marcaes, sinais e inscries susceptveis de induzir terceiros em erro quanto ao significado e/ou ao grafismo da marcao CEAposio de qualquer outra marcao que prejudique a visibilidade e legibilidade da marcao CE
Aposio da marcao CE em produtos de construo no abrangidos por especificao tcnica harmonizada
Pessoa singular: 1500 a 3740
Pessoa colectiva: 5000 a 44 890
Falta de elaborao da Declarao de Desempenho para produtos colocados no mercado
Pessoa singular: 500 a 3740
Pessoa colectiva: 2000 a 44 890
No conformidade do contedo da Declarao de Desempenho
Fornecimento desadequado da Declarao de Desempenho
Declarao de Desempenho no redigida em Portugus
Inexistncia, incorreco ou incompletude da documentao tcnica que suporta a Declarao de DesempenhoIncumprimento do prazo de arquivo de 10 anos para a Declarao de Desempenho e para a correspondente documentao tcnicaFalta de aposio de elementos que permitam a identificao do produto (tipo, lote ou nmero de srie ou quaisquer outros elementos que permitam a respectiva identificao)Falta de aposio da identificao do fabricante e do importador (no produto, na embalagem ou num documento que acompanhe o produto)
Instrues e informaes de segurana no redigidas em Portugus
O no fornecimento ou recusa de disponibilizao da informao e documentao solicitadas por uma autoridade competenteA no disponibilizao da identificao do operador econmico a quem forneceram, ou que lhe tenha fornecido, um produto de construo
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21 de Novembro de 2013
Pretende-se com este documento, informar os associados da APEB e todos os interessados, sobre o acervo normativo aplicvel ou com inte-resse para o sector do beto pronto, nomeadamente o referente ao beto e seus constituintes. Alm das normas portuguesas apresentam--se tambm as Especificaes LNEC e outros documentos normativos europeus, tais como Relatrios Tcnicos (TR) e Especificaes Tcnicas (TS), que complementam o acervo normativo nacional. Esta informao corresponde situao verificada em 21 de Novembro de 2013, pelo que, aps esta data, dever ser periodicamente actualizada, face anulao, substituio ou publicao de novos documentos normativos.
Acervo Normativo Nacional sobre Beto e os seus Constituintes
AgregAdosNormas
NP 957:1973 Inertes para argamassas e betes. Determinao do teor em gua superficial de areias.
NP 1039:1974 Inertes para argamassas e betes. Determinao da resistncia ao esmagamento.
NP 1380:1976 Inertes para argamassas e betes. Determinao do teor em partculas friveis.
NP 1382:1976 Inertes para argamassas e betes. Determinao do teor de lcalis solveis. Processo por espectrofotometria de chama.
NP 1457:1977 Peneiros e peneirao para ensaio. Vocabulrio.
NP 1458:1977Peneiros para ensaio. Redes metlicas e chapas metlicas perfuradas. Aberturas nominais.
Errata: Mai 1979
NP EN 932-1:2002 Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 1: Mtodos de amostragem.
NP EN 932-2:2002 Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 2: Mtodos de reduo de amostras laboratoriais.
NP EN 932-3:2010 Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 3: Mtodo e terminologia para a descrio petrogrfica simplificada.
EN 932-5:2012 Tests for general properties of aggregates. Part 5: Common equipment and calibration.
NP EN 932-6:2002 Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 6: Definies de repetibilidade e reprodutibilidade.
EN 933-1:2012 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 1: Determination of particle size distribution - Sieving method.
NP EN 933-2:1999Ensaios para determinao das caractersticas geomtricas dos agregados. Parte 2: Determinao da distribuio granulomtrica. Peneiros de ensaio, dimenso nominal das aberturas.
EN 933-3:2012 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 3: Determination of particle shape - Flakiness index.
EN 933-4:2008 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 4: Determination of particle shape Shape index.
NP EN 933-5:2010Ensaios das propriedades geomtricas dos agregados. Parte 5: Determinao da percentagem de superfcies esmagadas e partidas nos agregados grossos.
EN 933-6:2001 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 6: Assessment of surface characteristics. Flow coefficient of aggregates.
NP EN 933-7:2002 Ensaios das propriedades geomtricas dos agregados. Parte 7: Determinao do teor de conchas. Percentagem de conchas nos agregados grossos.
EN 933-8:2012 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 8: Assessment of fines - Sand equivalent test.
EN 933-9:2011+A1:2013 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 9: Assessment of fines - Methylene blue test.
EN 933-10:2009 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 10: Assessment of fines - Grading of filler aggregates (air jet sieving).
NP EN 933-11:2011 Ensaios das propriedades geomtricas dos agregados. Parte 11: Ensaio para classificao dos constituintes de agregados grossos reciclados.
NP EN 1097-1:2012 Ensaios das propriedades mecnicas e fsicas dos agregados. Parte 1: Determinao da resistncia ao desgaste (micro-Deval).
NP EN 1097-2:2011 Ensaios das propriedades mecnicas e fsicas dos agregados. Parte 2: Mtodos para a determinao da resistncia fragmentao.
NP EN 1097-3:2002 Ensaios das propriedades mecnicas e fsicas dos agregados. Parte 3: Determinao da baridade e do volume de vazios.
NP EN 1097-4:2012 Ensaios das propriedades mecnicas e fsicas dos agregados. Parte 4: Determinao dos vazios do fler seco compactado.
NP EN 1097-5:2011 Ensaios das propriedades mecnicas e fsicas dos agregados. Parte 5: Determinao do teor de gua por secagem em estufa ventilada.
EN 1097-6:2013 Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 6: Determination of particle density and water absorption.
NP EN 1097-7:2012 Ensaios das propriedades mecnicas e fsicas dos agregados. Parte 7: Determinao da massa volmica do fler. Mtodo do picnmetro.
EN 1097-8:2009 Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 8: Determination of the polished stone value.
NP EN 1097-9:2002 Ensaios das propriedades mecnicas e fsicas dos agregados. Parte 9: Determinao da resistncia ao desgaste provocado por pneus com correntes. Ensaio nrdico.A1:2005
EN 1097-10:2002 Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 10: Determination of water suction height.
EN 1097-11:2013Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 11: Determination of compressibility and confined compressive strength of lightweight aggregates.
EN 1367-1:2007 Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 1: Determination of resistance to freezing and thawing.
NP EN 1367-2:2013 Ensaios das propriedades trmicas e de meteorizao dos agregados. Parte 2: Ensaio do sulfato de magnsio.
NP EN 1367-3:2005Ensaios das propriedades trmicas e de meteorizao dos agregados. Parte 3: Ensaio de ebulio para basaltos Sonnenbrand.
AC:2011
NP EN 1367-4:2011 Ensaios das propriedades trmicas e de meteorizao dos agregados. Parte 4: Determinao da retraco por secagem.
EN 1367-5:2011 Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 5: Determination of resistance to thermal shock.
EN 1367-6:2008 Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 6: Determination of resistance to freezing and thawing in the presence of salt (NaCl).
EN 1744-1:2009+A1:2012 Tests for chemical properties of aggregates. Part 1: Chemical analysis.
NP EN 1744-3:2005 Ensaios das propriedades qumicas dos agregados. Parte 3: Preparao de eluatos por lexiviao dos agregados.
EN 1744-4:2005 Tests for chemical properties of aggregates. Part 4: Determination of water susceptibility of fillers for bituminous mixtures.
NP EN 1744-5:2011 Ensaios das propriedades qumicas dos agregados. Parte 5: Determinao de sais de cloreto solveis em cido.
NP EN 1744-6:2011 Ensaios das propriedades qumicas dos agregados. Parte 6: Determinao da influncia do extracto de agregados reciclados no tempo de incio de presa do cimento.
EN 1744-7:2011 Tests for chemical properties of aggregates. Part 7: Determination of loss of ignition of Municipal Incinerator Bottom Ash Aggregate (MIBA Aggregate).
EN 1744-8:2012 Tests for chemical properties of aggregates. Part 8: Sorting test to determine metal content of Municipal Incinerator Bottom Ash (MIBA) Aggregates.
NP EN 12620:2002+A1:2010 Agregados para beto.
NP EN 13055-1:2005Agregados leves. Parte 1: Agregados leves para beto, argamassas e caldas de injeco.
AC:2010
NP EN 13055-2:2011 Agregados leves. Parte 2: Agregados leves para misturas betuminosas e tratamentos superficiais e para aplicaes em camadas de materiais no ligados ou tratados com ligantes hidrulicos.
NP EN 13139:2005Agregados para argamassas.
AC:2010
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21 de Novembro de 2013
AGREGADOS (Cont.)
Especificaes LNEC
E 222:1968 Agregados. Determinao do teor em partculas moles.
E 251:1985 Inertes para argamassas e betes. Ensaio de reactividade com os sulfatos em presena de hidrxido de clcio.
E 415:1993 Inertes para argamassas e betes. Determinao da reactividade potencial com os lcalis. Anlise petrogrfica.
E 467:2006 Guia para a utilizao de agregados em betes de ligantes hidrulicos.
E 471:2009 Guia para a utilizao de agregados reciclados grossos em betes de ligantes hidrulicos.
CIMeNTosNormas
NP 4435:2004 Cimentos. Condies de fornecimento e recepo.
NP EN 196-1:2006 Mtodos de ensaio de cimentos. Parte 1: Determinao das resistncias mecnicas.
NP EN 196-2:2006 Mtodos de ensaio de cimentos. Parte 2: Anlise qumica dos cimentos.
NP EN 196-3:2005+A1: 2009 Mtodos de ensaio de cimentos. Parte 3: Determinao do tempo de presa e da expansibilidade.
NP EN 196-5:2011 Mtodos de ensaio de cimentos. Parte 5: Ensaio de pozolanicidade dos cimentos pozolnicos.
NP EN 196-6:2010 Mtodos de ensaio de cimentos. Parte 6: Determinao da finura.
NP EN 196-7:2008 Mtodos de ensaio de cimentos. Parte 7: Mtodos de colheita e de preparao de amostras de cimento.
NP EN 196-8:2010 Mtodos de ensaio de cimentos. Parte 8: Calor de hidratao. Mtodo da dissoluo.
NP EN 196-9:2010 Mtodos de ensaio de cimentos. Parte 9: Calor de hidratao. Mtodo semi-adiabtico.
NP EN 196-10:2007 Mtodos de ensaio de cimentos. Parte 10: Determinao do teor do crmio (VI) solvel em gua no cimento.
NP EN 197-1:2012 Cimento. Parte 1: Composio, especificaes e critrios de conformidade para cimentos correntes.
NP EN 197-2:2001 Cimento. Parte 2: Avaliao da conformidade.
NP EN 197-4:2006 Cimento. Parte 4: Composio, especificaes e critrios de conformidade para cimentos de alto-forno de baixas resistncias iniciais.
NP EN 413-1:2011 Cimento de alvenaria. Parte 1: Composio, especificaes e critrios de conformidade.
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NP EN 14216:2005 Cimento. Composio, especificaes e critrios de conformidade para cimentos especiais de muito baixo calor de hidratao.
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CR 14245:2001 Guidelines for the application of EN 197-2 Conformity Evaluation.
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AdIesNormas
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NP EN 450-1:2012 Cinzas volantes para beto. Parte 1: Definio, especificaes e critrios de conformidade.
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NP EN 451-2:1995 Mtodos de ensaio de cinzas volantes. Parte 2: Determinao da finura por peneirao hmida.
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E 385:1993 Fler calcrio para betes. Determinao do valor do azul de metileno.
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E 412:1993 Materiais em p. Determinao da superfcie especfica. Mtodo B.E.T..
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Outros documentos
TR 15677:2008 Fly ash obtained from co-combustion A report on the situation in Europe.
TR 15840:2009 Evaluation of conformity of fly ash for concrete Guidelines for the application of EN 450-2.
TR 16443:2013 Backgrounds to the revision of EN 450-1:2005+A1:2007 - Fly ash for concrete.
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21 de Novembro de 2013
AdJUVANTesNormas
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NP EN 480-10:2009 Adjuvantes para beto, argamassa e caldas de injeco. Mtodos de ensaio. Parte 10: Determinao do teor de cloretos solveis em gua.
NP EN 480-11:2007 Adjuvantes para beto, argamassa e caldas de injeco. Mtodos de ensaio. Parte 11: Determinao das caractersticas dos vazios do beto endurecido com ar introduzido.
NP EN 480-12:2007 Adjuvantes para beto, argamassa e caldas de injeco. Mtodos de ensaio. Parte 12: Determinao do teor de lcalis dos adjuvantes.
NP EN 480-13:2009+A1:2011
Adjuvantes para beto, argamassa e caldas de injeco. Mtodos de ensaio. Parte 13: Argamassa de alvenaria de referncia para o ensaio de adjuvantes para argamassa.
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Adjuvantes para beto, argamassa e caldas de injeco. Parte 2: Adjuvantes para beto. Definies, requisitos, conformidade, marcao e etiquetagem.
NP EN 934-3:2009+A1:2012
Adjuvantes para beto, argamassa e caldas de injeco. Parte 3: Adjuvantes para argamassa de alvenaria. Definies, requisitos, conformidade, mar