Betão nº31 - Novembro 2013

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Novembro 2013 N.31 Vida Associativa: Controlo Metrológico para Medir Melhor... 04 Técnica: Betões da Arena Pernambuco 08 Qualidade: Marcação CE dos Produtos de Construção 24 Técnica: Substâncias Prejudiciais nos Agregados para Betão 26 Património: 50 Anos da Ponte da Arrábida 34 Revista da Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto

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Titulada pela APEB (Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto), a Revista Betão desde o seu lançamento em 1998, que se afirmou como o instrumento privilegiado de informação da indústria do betão pronto, permitindo assegurar uma comunicação eficaz entre a Associação e os seus Associados e Membros, e todas as outras entidades que, de modo directo ou indirecto, lidam com este material. Com uma periodicidade semestral e uma linha editorial de enorme rigor, a revista Betão é composta por vários artigos técnicos criteriosamente avaliados, sendo ainda espaço de análise e reflexão da evolução do sector.

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Novembro 2013N.31

Vida Associativa: Controlo Metrológico para Medir Melhor... 04

Técnica: Betões da Arena Pernambuco 08

Qualidade: Marcação CE dos Produtos de Construção 24

Técnica: Substâncias Prejudiciais nos Agregados para Betão 26

Património: 50 Anos da Ponte da Arrábida 34

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01Novembro 2013 Betão n.31

Editorial

Uma das séries televisivas mais badaladas dos últimos tempos e que adapta com evidente sucesso uma das mais interessantes obras literárias deste século, tem sido sem dúvida “A Guerra dos Tronos”, uma saga épica e fantasista que transporta o espectador para um mundo de reinos e terras imaginários onde a luta pelo poder não obedece a regras ou preceitos políti-cos, sociais ou morais de qualquer espécie.Curiosamente, não pudemos deixar de estabelecer um paralelo com o que se tem passado na indústria portu-guesa, nos tempos mais recentes.De facto, ainda não se travam batalhas, nem se arrasam ou pilham aldeias, ou mesmo se abatem “à socapa” indi-vidualidades influentes ou incómodas para os desígnios ambiciosos dos pretendentes ao poder, nem existem pro-priamente verdadeiros tronos a conquistar/ocupar.No entanto, a crescente ausência de escrúpulos insta-lada no seio de muitos protagonistas dos sectores da construção, a qual atinge também a área da produção de betão, exacerbada por uma política de concorrência desleal feroz, suportada pelo clima de permissividade e pela inoperante fiscalização da actividade económica e comercial teimosamente instalados, conduziram-nos a um cenário cada vez mais caótico e desregrado, no qual o preço justo já não existe e a angústia da sobre-vivência das organizações impõe a sua ditadura cruel sobre o bom senso e a qualidade desejáveis.As maiores vítimas são, afinal, quer as estruturas e os betões que as integram, quer, sobretudo, os utiliza-dores finais, no que concerne à salvaguarda e satisfa-ção dos seus legítimos interesses. Hoje em dia, sabe-mos que as obras e os volumes de betão se tornaram, infelizmente, mais escassos em todo o país, levando a que as decisões sobre os fornecimentos dos mes-mos e as respectivas adjudicações decorram a partir do preço mais baixo, independentemente dos pres-supostos em que o mesmo assenta. A partir daqui caiem rapidamente no esquecimento as indispensá-veis práticas de controlo da qualidade dos materiais, e no caso vertente do Betão, sublinhadas através da ignorância quase total e (tantas vezes) premeditada dos necessários ensaios de identidade.

Eng.o Jorge Santos Pato

Quando, da parte dos próprios promotores ou donos de obra, projectistas e fiscalizações, se negligenciam ou procuram facilitar as regras e as boas práticas que impendem sobre o processo construtivo e consigna-das na lei, a contento de alguns dos protagonistas envolvidos no mesmo, mas colocando em risco, na generalidade dos casos, quer o utilizador, quer o patri-mónio edificado, estamos lamentavelmente enqua-drados num ambiente pernicioso com consequências desajustadas e lamentáveis.E quando alguns dos agentes mais sensatos, idóneos e responsáveis, se querem opor a tal desiderato, ten-tando reactivar e introduzir o cumprimento das nor-mas em vigor, procurando cumprir aliás, aquilo que seria normal e expectável, e obtém como resposta o desvio da sua rota e o apagamento das imagens que tanto iluminaram, então não estamos muito longe de replicar o comportamento e o quadro de valores morais e humanos que caracterizavam algumas das sociedades de outrora, mesmo as mais fictícias des-critas naquela saga histórica.Hoje, os reinos e os tronos deram lugar aos mercados e às empresas, e os reis e conselheiros transformaram--se nos detentores do poder administrativo e empre-sarial, público e privado.Os exércitos foram simplesmente substituídos pelo simples argumento do “preço mais baixo, custe o que custar a quem se destinam e aos utilizadores finais do betão e das estruturas”...A fome e a miséria, essas, pelos vistos hão-de conti-nuar, tal como noutras épocas, embora de modo mais sofisticado e porventura menos aparente.Na verdade e sem grande exagero, poderemos encontrar algumas semelhanças entre a sociedade actual e o mundo imaginário da Guerra dos Tronos, só que no de agora não basta desligar o comando da TV ou fechar o livro…Quanto ao betão em si mesmo, receamos que se torne uma “espécie” cada vez mais rara, e no caso do betão de qualidade, que a APEB sempre promoveu e defendeu, “evolua” para uma espécie, perigosamente em vias de extinção…

“Uma Guerra sem Tronos…”

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Administração e Serviços Centrais:Av. das Forças Armadas, 125 – 7.º1600-079 LisboaT.: 213 172 420 • F.: 213 555 012 [email protected]

A actuar no mercado do betão pronto há mais de 35 anos, a Unibetão apresenta no seu currículo um vasto conjunto de obras, cuja envergadura e desafios associa-dos, representam para esta empresa uma consagração do seu nível de desempenho, quer na qualidade dos produtos que fabrica, quer na dos serviços que presta.Numa óptica de permanente adaptação ao mercado, a Unibetão tem registado um crescimento contínuo aliado a uma ampliação do seu raio de acção, seja pela aquisição de outras empresas, seja pela instala-ção de novas Centrais.Paralelamente, o seu Sistema de Gestão encontra-se certificado pela NP EN ISO 9001 desde o ano de 2000 e as suas Centrais dispõem todas de um Sistema de Controlo de Produção implementado.A aliança entre a dinâmica e a fiabilidade permite-lhe disponibilizar ao mercado da construção civil, um conjunto de soluções diferenciadas ou complementares aos be-tões correntes, potenciando a melhor concretização dos projectos dos seus clientes.

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Novembro 2013 Betão n.31 03

Sumário

Novembro 2013N.31

Associados da APEB: ABB, Betão Liz, Britobetão, Brivel, Concretope, Duarbel, Eurobetão, Eurocálcio, Ibera, Lenobetão, Lusobetão,

Mota-Engil – Engenharia e Construção, Pragosa Betão, Prebel, Salvador & Companhia, Sonangil, Tconcrete, Unibetão e Valgroubetão.

Membros Aderentes da APEB: Arcen, Arlaco, BASF, Direcção de Infraestruturas – Repartição de Engenharia de Aeródromos, Euromodal,

Perta, Prefangol, Saint-Gobain Weber Portugal, Sika Portugal e Sorgila.

Propriedade APEB – Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto • Av. Conse-

lheiro Barjona de Freitas, 10-A, 1500-204 Lisboa • T. 217 741 925/932 • F. 217 785 839

• E-mail: [email protected] • Internet: www.apeb.pt • Director Eng.0 Mário Barros • Director

Executivo Jorge S. Pato • Coordenador Editorial João André

Depósito legal 209441/04

Design, Publicidade e Produção Companhia das Cores – Design e Comunicação Empresarial,

Lda. – Rua Sampaio e Pina, n.0 58, 2.0 Dto., 1070-250 Lisboa • T. 213 825 610 • F. 213 825 619

• E-mail: [email protected] / [email protected]

• Internet: www.companhiadascores.com

Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores.

Vida AssociativaControlo Metrológicopara “Medir Melhor”…04

Foto da capa: Vista aérea sobre o estádio Arena Pernambuco, Brasil (Autor: Portal da Copa/ME)

NormalizaçãoNP EN 197-1:2012O que mudou?Eng.o Mário Valente Costa

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06 Vida AssociativaDia Mundial da Qualidade: …apenas mais uma data?!...

26TécnicaAgregados para Betão – Substâncias PrejudiciaisEng.o João André

24 QualidadeMarcação CE de Produtos de Construção

38 Notícias

TécnicaArena Pernambuco:Comparação do Desempenho de Betão Autocompactável e Betão Convencional em Climas QuentesProf. Carlos Calado, Prof. Tibério Andrade, Eng.ª Dayana Santos, Eng.º João de CarvalhoProf. Aires Camões

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34 Património50 Anos da Ponte da Arrábida no Porto

SeparataAcervo Normativo Nacionalsobre Betão e Seus Constituintes

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Betão n.31 Novembro 2013

Vida Associativa

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Nos dias que correm é difícil encontrar actividades industriais onde não seja imprescindível assegurar a mensurabilidade de diversas grandezas associadas às características e ao desempenho dos materiais e equi-pamentos que lhes são afectos.No caso da construção civil e obras públicas, a ade-quada qualificação das propriedades das matérias-pri-mas e produtos utilizados pressupõe que os mesmos sejam objecto de uma panóplia de ensaios de caracte-rização que permitam estabelecer a sua elegibilidade para as funções e aplicações pretendidas.No entanto, não basta adquirir e explorar equipamen-tos capazes de proceder à medição daquelas proprie-dades e parâmetros inerentes, já que o acto de medir só é válido se for consubstanciado com um controlo metrológico adequado, suportado pelo recurso a equipamentos rastreados e profissionais qualificados.Se é verdade que o mercado oferece diversas possibi-lidades de escolha de equipamentos e meios técnicos para servir as necessidades da indústria, nomeada-mente no âmbito laboratorial, não será menos impor-tante assegurar que os mesmos laborem em plenas

condições de fiabilidade e exactidão, fornecendo valores válidos durante a vida útil dos equipamentos.É assim que a Metrologia surge inevitavelmente asso-ciada à boa utilização dos equipamentos laborato-riais, assumindo-se como um factor indispensável para garantir o sucesso e a credibilidade das medi-ções efectuadas com os mesmos.Esta realidade foi recentemente evidenciada e com-provada através da parceria de colaboração efectiva encetada com a PERTANGOLA, no domínio das cali-brações de equipamentos de controlo dedicados à realização de ensaios de controlo da qualidade, desig-nadamente de betões, solos e agregados, betumino-sos e ligantes hidráulicos.Foi assim com natural entusiasmo, que o labora-tório de Metrologia da APEB, entidade acreditada pelo IPAC, iniciou uma colaboração com a empresa PERTANGOLA, disponibilizando a sua experiência e conhecimentos específicos, numa área, a da metro-logia, cada vez mais determinante para o sucesso das organizações que operam no meio económico e industrial.

Controlo Metrológicopara “Medir Melhor”…

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Vida Associativa

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decorreu e foi transmitida durante a campanha, uma preocupação clara, e não menos relevante, em elu-cidar os clientes e empresas visitadas sobre as van-tagens e o dever qualitativo que lhes incumbe, em manter nas melhores condições de conservação, fun-cionamento e exactidão os seus equipamentos, o que em justa medida assegura, não apenas o bom desem-penho e a qualidade do trabalho que prestam, mas também a elevação da sua imagem no mercado envol-vente e o aumento da sua credibilidade e confiança junto dos respectivos utilizadores.Foi para este último objectivo que concorreu, afinal, o resultado das acções desenvolvidas pela PERTAN-GOLA, saldadas por um sucesso assinalável, alicer-çado, quer no conhecimento técnico aliado à experi-ência consolidada pelo Laboratório de Metrologia da APEB ao longo de muitos anos a operar numa área tão específica e delicada, como é a da Metrologia, quer pela própria postura assertiva e excelente grau de colaboração dos clientes, nos processos desen-volvidos durante o período em que se desenrolaram os trabalhos.Acreditamos pois, que foi dado mais um importante passo na senda das iniciativas de interacção activa com a indústria angolana, reforçando-se assim um elo de parceria fundamental para o progresso e compe-tência técnica das organizações envolvidas.

Actualmente, Angola assume-se como um dos maio-res expoentes da nova economia em África, existindo uma diversidade de empreendimentos em curso ou programados a curto e médio prazo, que exigem uma resposta cabal e um elevado grau de desempenho dos agentes envolvidos.Para lograr atingir tal objectivo não basta, contudo, ter meios técnicos e humanos aptos e operacionais, pois a garantia da fiabilidade dos mesmos é essencial, fim para o qual os trabalhos de calibração dos equipa-mentos afectos ao controle dos materiais incorpora-dos nas construções assumem uma relevância enorme.Neste sentido a PERTANGOLA planificou e despole-tou recentemente em Angola, uma ampla campanha local de acções de calibração e verificação, dirigidas a uma gama variada de equipamentos, designada-mente máquinas de ensaio, balanças e estufas.Realizou-se assim uma campanha alargada que incluiu uma dezena de localidades do extenso território angolano, de Norte a Sul, passando por Luanda, Ben-guela, Huambo, Patriota, Zango, Lubango, Cunene, Soyo, Luena e Uíge, e que prestou um serviço dedi-cado a diferentes entidades estabelecidas ou a operar no ramo da construção civil e na indústria de betão e agregados em Angola. Para além do serviço intrínseco inerente aos traba-lhos de calibração dos equipamentos em si mesmos,

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Betão n.31 Novembro 2013

Vida Associativa

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Neste mundo de inquietação permanente no qual o simples acto de acordar se transforma rapidamente num desejo premente e irresistível de voltar a mergu-lhar no sonho, para assim evitar cair no pesadelo do quotidiano actual, tem-se assistido progressivamente à delapidação dos valores sociais e morais básicos da nossa sociedade, alguns dos quais vincaram durante anos a cultura empresarial da indústria portuguesa.Nos meandros da actividade produtiva, comercial e industrial, o termo qualidade e os actos ou funções associados, constituíram um factor basilar essencial na maturação e consolidação profissional das orga-nizações, sustentáculo da sua credibilidade no mer-cado, catalisador da sua imagem perante os clientes, e impulsionador da satisfação final dos utilizadores dos produtos e serviços disponibilizados.A maioria de todos nós, independentemente do seu meio profissional, habituou-se a lidar, a prescrever e a exigir resultados evidentes da existência de sistemas da qualidade, produtos e recursos certificados, orga-nismos notificados e acreditados, etc., cuja presença diária nos habituámos a testemunhar numa sociedade de consumo ávida e competitiva, na qual a própria qualidade se assumiu como argumento de venda ou atracção comercial, conveniente e eficaz, afinal, tam-bém uma nova ferramenta de marketing para os seus promotores.Talvez por isso mesmo, aquele último aspecto aca-bou por se sobrepor em muitos casos, à própria natu-reza e missão intrínseca da qualidade enquanto factor gerador de mais-valias de desempenho e satisfação no mercado.Não surpreende assim, que haja sectores para os quais, dada a sua especificidade e a plêiade de agen-tes envolvidos nos respectivos processos produtivos, a implementação dos desejáveis níveis de qualidade sempre careceu de um maior rigor e compulsão.Um desses sectores é afinal o da construção civil, obras públicas e indústrias afins, onde se tem assis-tido nos últimos tempos a recuos preocupantes no percurso já traçado anteriormente, rumo à consolida-ção de políticas da qualidade conscientemente assu-midas e funcionais.No passado mês de Novembro celebrou-se curiosa-mente o Dia Mundial da Qualidade, o qual coincidiu também com a abertura do 38º. Colóquio da Quali-dade organizado pela APQ (Associação Portuguesa

para a Qualidade), em paralelo com múltiplas iniciati-vas similares um pouco por todo o mundo, como são os casos da Semana Europeia da Qualidade (11 a 17 de Novembro), promovida pela EOQ (European Orga-nization for Quality) e o Mês Mundial da Qualidade celebrado pela ASQ (American Society for Quality).No caso português, a APQ escolheu como tema nuclear do seu colóquio, “A qualidade para um futuro sustentável”, procurando concentrar as aten-ções no facto de se dever perspectivar a continuidade das acções em defesa da qualidade a médio e longo prazo, sem sucumbir no imediato à profunda crise em que o país se tem debatido. Para tal, a APQ defende que é fundamental reforçar a formação da genera-lidade dos profissionais da qualidade para lograr aumentar a credibilidade das suas propostas e o seu contributo para a competitividade.Não deixa de ter um sabor amargo a constatação de todos estes eventos serem realizados em prol de algo tão importante em todo o mundo, mas que, no momento actual, se afigura cada vez menos comum na sociedade portuguesa em geral e no domínio da indústria nacional transformadora em particular.Infelizmente, a realidade actual que se nos depara, sobretudo na área da construção, e que envolve ine-vitavelmente os subsectores das indústrias de betão e agregados, entre outras, evidencia uma regressão crua e inaceitável relativamente às boas práticas e à plena observância dos regulamentos e procedimen-tos aplicáveis.Uma pretensa agilização do acesso aos intervenien-tes nos processos de controlo e fiscalização da produ-ção e colocação de betão no mercado, não obstante existir um acervo normativo nacional de referência de cumprimento obrigatório, tem vindo a ser confundida com um facilitismo irresponsável e desviante face aos propósitos da legislação e aos legítimos interesses dos utilizadores, que são, em última instância, o des-tino final da satisfação dos requisitos da qualidade que devem impender e ser assegurados aos materiais e às construções que os incorporam. Hoje, havendo menos obras e empreendimentos em curso, seria de esperar que a fiscalização e a monito-rização do cumprimento das regras subjacentes a um adequado controlo da qualidade e conformidade dos Betões e Agregados, fossem mais incisivas e exigen-tes, visando assim a equidade perante a lei da actua-

Dia Mundial da Qualidade: …apenas mais uma data?!...

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(falta da) qualidade e que se traduzem num retro-cesso relativamente aos patamares já alcançados anteriormente. Não basta, de facto, celebrar datas que não são cor-respondidas de forma efectiva e real, nas práticas e procedimentos assumidos e implementados na socie-dade civil e industrial. Seria talvez mais prolífero esta-belecer um Observatório da Qualidade que identifi-casse e diagnosticasse o estado actual, inventariando as situações a merecer intervenção imediata, condu-zindo a soluções de curto prazo, pragmáticas e funcio-nais para a defesa e reinstalação dos níveis de quali-dade devidos.Num país transfigurado pela crise, os investimentos na construção têm caído na perigosa tentação de dis-pensar ou aligeirar os preceitos e práticas inerentes ao controlo da qualidade dos materiais, como se a sua existência fosse um custo supérfluo que se possa dis-pensar em momentos de forte restrição orçamental. Trata-se de uma acepção errada cujas consequências acarretam problemas graves.Nesta conjuntura sobressaem também os actos de descarga da consciência, por parte daqueles que pres-sentindo a mera responsabilidade ou a obrigação de realizarem algumas acções formais de comprovação da qualidade dos materiais, aceitam que a oferta mais barata, (que nem sempre é aquela que está isenta de eventuais conflitos de interesses) seja a escolhida para o trabalho a executar.Sabemos que em Portugal há gente competente e qualificada na indústria de Betão, nomeadamente na vertente do Betão Pronto, mas também constatamos que em muitas obras estruturais, o grau de exigên-cia, quer dos especificadores do projecto, quer das próprias fiscalizações adstritas aos empreendimentos é agora menor, sendo algo comum ignorar que a lei e o bom senso prevêem a intervenção de entidades independentes, designadamente laboratórios acredi-tados nas operações de controlo da conformidade do betão, através dos ensaios de identidade. Se já estamos a construir tão pouco em Portugal, pelo menos asseguremo-nos que quer o Betão que é conce-bido, produzido e colocado, quer as edificações que são erigidas, tenham a qualidade e durabilidade devidas.De outra forma continuaremos a fantasiar a realidade com a comemoração de datas aparentemente signifi-cativas, mas efectivamente desprovidas do conteúdo concreto que pretendem fundamentar.Se a Qualidade é considerada como um factor deter-minante para um futuro sustentável, então é preciso que os responsáveis da construção desse futuro assu-mam com plenitude essa premissa e sejam os primei-ros valorizar e a permitir o seu importante contributo para tal cenário. Ora, aquilo que mais se vê agora no nosso País, são sobretudo as palavras e cada vez menos os actos.

ção dos agentes activos no mercado. No entanto, veri-fica-se cada vez mais o oposto, ou seja:• Obras idênticas ou com a mesma classe de inspec-

ção (exemplo: classe 2 e 3), nas quais não são reque-ridos ensaios de identidade do betão em laborató-rios acreditados;

• Obras de classe de inspecção 3, nas quais o pro-dutor fornece betão sem possuir a necessária cer-tificação do controle de produção da unidade que fabrica o betão;

• Obras nas quais não são realizados os ensaios de identidade por entidades independentes, externas aos diferentes intervenientes na mesma;

• Obras distribuídas geograficamente por diversas frentes de trabalho numa determinada região, nas quais sendo a tipologia das mesmas igual e tendo o betão características comuns, não são aplicados os mesmos cenários ou critérios mínimos de exigên-cia na comprovação da conformidade dos betões.

De facto, e não obstante estarem estabelecidas regras claras e precisas sobre os requisitos a observar e satis-fazer no domínio do controlo da qualidade dos betões aplicados na obras que ainda se vão erigindo em Por-tugal, constata-se com apreensão, que as mesmas não são respeitadas ou acabam até por ser negligen-ciadas, seja nas obras particulares, seja nas públicas, conduzindo assim o património edificado a situações inadmissíveis, cujo desfecho poderá ter consequên-cias lamentáveis.Numa altura em que estão em curso trabalhos de revi-são do normativo e da legislação que regula a activi-dade da especificação, produção, controlo e coloca-ção no mercado dos betões de ligantes hidráulicos e dos agregados que os incorporam, estamos con-frontados com uma obscura realidade, intolerável para um país, no qual, se já não bastassem os problemas de ordem política, social e económica que o têm per-seguido, depara-se agora, também, com uma preo-cupante quebra nos níveis de rigor qualitativo e dis-ciplina que se haviam defendido e estabelecido em redor das indústrias de betão e agregados. Como agravante, surgem cada vez mais situações de coni-vência ou passividade de diversas entidades e agen-tes responsáveis no processo construtivo.Criou-se um mau hábito de, sob o pretexto da ditadura dos preços e da contenção de custos, culpar a reces-são pela adopção de uma política do “laissez faire, lais-sez passer”, como se diria na linguagem francófona. No entanto, aquilo que se deixa fazer e passar, vai dei-xar marcas indeléveis que muitos lamentarão no futuro. Deste modo incumbe-nos despertar a atenção daqueles que continuam a deter responsabilidades no seio do mundo da construção e obras públicas e nas actividades que a suportam, para os cenários que se estão a erigir no nosso País envolvendo a

Vida Associativa

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Betão n.31 Novembro 2013

Técnica

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Resumo

O emprego do betão autocompactável (BAC) como alternativa ao uso do betão convencional (BC) depen-derá, em grande parte, de dois fatores: qualidade e custo compatível. A qualidade abrange aspetos rela-cionados com a trabalhabilidade, resistência mecâ-nica e durabilidade, e a sua aplicação deve ser devida-mente comprovada por intermédio de uma avaliação comparativa de custos que demonstre a viabilidade do seu emprego em larga escala, nomeadamente em grandes empreendimentos. O presente trabalho, tem por objetivo apresentar alguns resultados compara-tivos de durabilidade e resistência mecânica realiza-dos em amostras de BC e BAC, utilizados na obra da Arena Pernambuco, com o intuito de estudar e iden-tificar possíveis diferenças no comportamento desses betões, a partir dos resultados obtidos. Elegeram-se duas das composições mais aplicadas na obra, que uti-

lizaram a mesma relação água/cimento, uma para BAC e outra para BC, tendo sido caracterizadas por inter-médio da realização dos seguintes ensaios: resistência à compressão, módulo de elasticidade, absorção de água por capilaridade, difusão de iões cloreto e absor-ção de água por imersão. Durante os meses de maio a julho de 2012 foram realizadas as moldagens dos pro-vetes e a extração de carotes, provenientes de blocos construídos especificamente para o estudo. Os resul-tados obtidos não permitiram diferenciar o BAC do BC relativamente ao seu desempenho de durabilidade. O BAC apresentou resultados de resistência à compres-são um pouco superiores aos do BC equivalente, em média 10.6% aos 7 dias e 4.2% aos 28 dias de idade.

Palavras-Chave: Betão autocompactável, durabili-dade, betão convencional, resistência à compressão.

Arena Pernambuco:

Carlos Calado, Professor Adjunto da UPE, Pernambuco, Brasil; Doutorando do Programa Doutoral em Engenharia Civil da Universidade do Minho, Portugal, [email protected]ério Andrade, Professor, Mestre, Departamento de Engenharia Civil da UFPE, Pernambuco, Brasil, [email protected] Santos, Engenheira Civil, Mestre, Construtora Norberto Odebrecht, [email protected]ão de Carvalho, Mestrando do Departamento de Engenharia Civil da UPE, Pernambuco, Brasil, [email protected] Camões, Professor Auxiliar do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho, [email protected]

Comparação do Desempenhode Betão Autocompactávele Betão Convencional em Climas Quentes

Técnica

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Novembro 2013 Betão n.31

Técnica

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1. Introdução

O presente artigo tem como objetivo avaliar as vanta-gens e limitações do emprego da tecnologia do betão autocompactável (BAC) comparativamente ao betão convencional (BC), na situação real de uma aplicação em obra em clima quente, nas condições típicas da região nordeste do Brasil. Assim, foi possível adquirir e validar conhecimentos através da experiência resul-tante da construção da Arena Pernambuco, onde foi uti-lizado um volume aproximado de 58.000 m3 de betão, sendo 40% de BAC e 60% de BC, caracterizando-se como um estudo de caso que possibilita uma avalia-ção real através de pesquisa aplicada em obra.Neste contexto, comparou-se o desempenho do BAC e do BC em amostras obtidas e armazenadas em condições ideais de laboratório, com carotes extraídas do betão aplicado na obra e submetido às mesmas condições de exposição ambiental real da Arena Pernambuco, submetendo-as aos ensaios de: resistência à compressão, módulo de elasticidade, difusão de iões cloreto, absorção de água por capila-ridade e absorção de água por imersão. Dessa forma, a pesquisa apresenta resultados que pretendem ser-vir como exemplo prático para o meio académico e como prática positiva, técnica e económica, para as empresas de construção.

2. Arena Pernambuco

Para avaliação da aplicação real do BAC foi selecio-nada a obra da Arena Pernambuco (PE), construída para receber jogos da Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo 2014, da FIFA. Com perfil mul-tiuso – adaptável para diversos eventos – a Arena tam-bém foi projetada para sediar grandes espetáculos, convenções e outras competições desportivas.A Arena PE está localizada no município de São Lou-renço da Mata - PE, na Região Metropolitana do Recife, tendo sido projetada para uma capacidade máxima de 46.105 pessoas, abrangendo uma área construída de, aproximadamente, 128.000 m².A estrutura da Arena é constituída por elementos de betão armado em todos os níveis, inclusive nas áreas de arquibancada. O volume de betão definido em projeto foi de aproximadamente 58.000 m³, distri-buído por 6 níveis. As fundações foram constituídas

recorrendo a sapatas apoiadas diretamente sobre o solo e estacas tipo raiz, moldadas in situ.Para o estudo apresentado, foi considerada a pro-dução de betão realizada nos meses de maio, junho e julho de 2012, meses de grande concentração de betonagens. Nesse período, foi betonada uma quan-tidade de, aproximadamente, 26% do total previsto no projeto. Este período foi caracterizado por uma inten-sidade de chuvas muito abaixo do esperado para a época em estudo, e a temperatura ambiente variou entre 27ºC e 30ºC.

2.1. Descrição breveA Figura 1 apresenta a Arena Pernambuco em fase de conclusão, onde podem ser observadas as rampas de acesso e os dois níveis de arquibancadas, inferior e superior, todas executadas em BAC.

Para auxiliar a identificação e localização das estru-turas, o projeto foi dividido em 6 níveis, 58 eixos e 6 linhas, distribuídos em 10 setores.Na Figura 2 é possível observar o desenvolvimento da obra no setor Sul, onde se destacam alguns dos níveis principais de projeto. Pode-se visualizar a dife-rença de nível entre as lajes e a altura de betonagem dos pilares dos principais eixos da estrutura.

Figura 1 – Vista aérea da obra (Arena Pernambuco – 2013)

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Técnica

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A fachada leste pode ser verificada na Figura 3 (a), onde são identificados os pilares de sustentação da arquibancada superior, bem como da rampa de acesso localizada no setor sudeste. A Figura 3 (b) iden-tifica parte da arquibancada inferior e, também, dos apoios para montagem da superior, localizadas nos setores norte e noroeste. Todos os pilares, as pare-des das rampas de acesso e as estruturas pré-molda-das da arquibancada foram executadas com BAC. O recurso ao BAC foi motivado pela elevada densidade de armaduras dos elementos estruturais e pela neces-sidade de redução do tempo de colocação e com-pactação do betão. O BAC permitiu, também, entre outros fatores para além da diminuição do tempo de execução das estruturas, a colocação em obra de grandes volumes de betonagem em menos etapas.

2.2. Trabalhos realizados durante maio, junho e julho de 2012Durante os meses de maio até julho de 2012 a cons-trução da Arena Pernambuco encontrava-se na fase de execução da superestrutura, com o início de mon-tagem das estruturas pré-moldadas das arquibanca-das inferior e superior. A utilização de BAC neste período foi intensificada e, para além de pilares e paredes, todas as estruturas prémoldadas da arqui-bancada (vigas jacaré e degraus) foram realizadas com BAC.Durante o período referido, foram colocados em obra, nas estruturas, aproximadamente 15.000 m³ de betão; destes, cerca de 40% (6.000 m³) foram BAC, o que cor-responde a um volume médio mensal de 2.000 m³. O volume considerado nesta pesquisa representa cerca de 26% do total dos 58.000 m³ de betão estrutural pre-visto para a construção da totalidade da Arena.Na Figura 4 (a), apresenta-se uma vista aérea parcial da Arena, com destaque para o avanço da superestru-tura no mês de junho de 2012. Nessa fase, todos os pilares, paredes de reservatórios, paredes das rampas de acesso e paredes de contensão foram executados com BAC. As vigas e lajes foram betonadas com BC de acordo com o planeamento da obra.A Figura 4 (b) destaca a conclusão da montagem da arquibancada inferior do setor sul e parte do setor sudeste, realizada com BAC. Esta figura permite desta-car, também, a altura dos pilares betonados com BAC em apenas uma etapa, entre os níveis de laje adjacen-tes, assim como a betonagem da arquibancada superior.

Figura 3 – (a) Fachada leste. (b) Vista interna norte e noroeste.(Arena Pernambuco – 2012)

Figura 4 – (a) Vista aérea parcial da Arena. (b) Vista interna da arquibancadainferior sul e sudeste. (Arena Pernambuco – 2012)

Figura 2 – Visualização da obra no setor Sul. (Arena Pernambuco - 2012)

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Novembro 2013 Betão n.31

Técnica

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2.3. O BAC e o BC aplicados na obraO betão aplicado na obra foi especificado em projeto para atender à Classe III de agressividade ambiental da norma ABNT NBR 6118 (2007) – Projeto de estrutu-ras de concreto – Procedimento, bem como seus Esta-dos Limites Últimos (ELU) e Estados Limites de Ser-viço (ELS), levando em consideração as diretrizes para durabilidade das estruturas de betão.A norma ABNT NBR 6118 (2007) na sua Tabela 6.1 – Classes de agressividade ambiental apresenta a Classe III como a indicada para ambientes marinhos ou industriais, consequentemente de agressividade forte, com grande risco de deterioração da estrutura.Para atendimento às exigências normativas relaciona-das com a Classe III de agressividade ambiental foi especificado pelo projeto estrutural um betão com resistência característica à compressão aos 28 dias (medida em cilindros com 150 mm de diâmetro e 300 mm de altura) igual a 40 MPa e relação água/cimento em massa igual a 0.45.A opção associada à utilização de BAC juntamente com BC partiu dos construtores da obra e não foi devida a exigências dos projetos estrutural ou arqui-tetónico. A aplicação de BAC foi necessária para aten-der às necessidades de colocação e compactação do betão nas estruturas, considerando, entre outros fatores, a grande densidade de armaduras em algu-mas zonas, nomeadamente em pilares. Outro fator preponderante foi a possibilidade de efetuar alturas de betonagens elevadas, atingindo entre 4 m e 6 m. Assim, optando pelo BAC, foi possível betonar pilares em apenas uma única etapa, preenchendo de uma vez a totalidade da distância entre pavimentos.A utilização do BAC também possibilitou a redução dos prazos de execução das estruturas, antecipando etapas de entrega para início das atividades de aca-bamento, de instalações e permitiu antecipar a mon-tagem da cobertura do estádio.

3. Materiais e metodologia

3.1. MateriaisPara viabilizar o uso de BAC nas estruturas, várias com-posições foram estudadas, variando-se os adjuvantes empregues e o tipo de cimento.Considerando as várias composições de BAC e BC defi-nidas, optou-se, para este estudo, por aplicar as com-posições que foram fabricadas utilizando o mesmo cimento, agregados e adjuvantes, sendo elas denomi-nadas de CAA-009 para o BAC e CC-012 para o BC.A grande diferença entre as dosagens de cada tipo de betão consistiu num maior teor de finos e de arga-

massa no BAC, em relação ao do BC, e a uma maior quantidade de adjuvante superplastificante, utili-zando-se praticamente a mesma quantidade de água. As composições de BAC e BC aplicadas na obra no período em análise estão mais detalhadas na Tabela 1.

Características /dosagem CAA-009 CC-012

Resistênciaestimada fck (MPa)

40 40

Espalhamentoou abaixamento (mm)

700 a 750 140+/-20

Tipode cimento

CP-II F 32 CP-II F 32

Consumode cimento (kg/m3)

499 451

Consumode areia (kg/m3)

856 815

Consumode brita (Dmáx)19 mm (kg/m3)

830 917

Consumode água (l/m3)

199 180

Relação(A/C)

0,40 0,40

Consumo (l/m3)de adjuvante plastificante

2,99 2,71

Consumo (l/m3)de adjuvante superplastificante

4,49 1,80

AplicaçõesParedes e

PilaresVigas

Os materiais constituintes para o fabrico dos betões foram:• cimento CP II-F-32, que é um cimento portland com-

posto com fíler calcário;• adjuvante líquido de presa normal, plastificante com

alto poder de redução de água. Composto por sais sul-fonados e carbohidratos em meio aquoso. Densidade igual a 1,19 kg/ litro e pH de 5,5;

• adjuvante líquido superplastificante de presa normal de terceira geração. Composto por solução de poli-carboxilatos em meio aquoso. Densidade igual a 1,06 kg/ litro e pH de 5,0;

• os agregados finos e grossos utilizados foram os dis-poníveis no mercado. O agregado grosso é britado, a partir de rocha granítica, fornecido por pedreira da Região Metropolitana de Recife. O agregado fino utili-zado é de origem quartzosa, extraída de jazida no leito do Rio Paraíba, na divisa do estado de Pernambuco com a Paraíba;

• a água utilizada foi fornecida da estação de tratamento de água instalada no estaleiro. Foram coletadas amos-tras mensais para análise e acompanhamento da obten-ção das características necessárias para uso em betão.

Tabela 1 – Composições e características da dosagem do BAC

e do BC

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Betão n.31 Novembro 2013

Técnica

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3.2. MetodologiaConforme referido anteriormente, o período de recolha dos dados e amostras in situ foi de apro-ximadamente 90 dias, durante os meses de maio a julho de 2012. Nesse período foram realizados ensaios de campo (primeira etapa) e de laborató-rio (segunda etapa).No estaleiro da obra foram realizados os seguintes ensaios durante os três meses:• espalhamento para o BAC, de acordo com a NBR

15823-2 (2010);• abaixamento para o BC, de acordo com a NBR

10342 (2012);• resistência à compressão uniaxial, nas idades de

7 e 28 dias, para o BC e para o BAC, de acordo com a NBR 5739 (2007);

• registo da temperatura do betão na saída da cen-tral e aquando da sua colocação na estrutura.

Os resultados do controlo tecnológico do betão foram cedidos para análise pela empresa que exe-cutou a obra. A Tabela 3 mostra alguns dos resulta-dos obtidos para cada composição e a quantidade de amostras ensaiadas.Para aprofundamento dos estudos de durabilidade do BAC e do BC utilizados na obra, realizaram-se os seguintes ensaios em laboratório: • absorção de água por capilaridade segundo a

NBR 9779 (2012);• absorção de água por imersão de acordo com

a NBR 9778 (2005), que permitiu determinar o índice de vazios e a massa específica;

• difusão de iões cloreto, conforme a ASTM C1202 (2012);

• resistência à compressão de acordo com a NBR 5739 (2007);

• módulo de elasticidade em compressão segundo a NBR 8522 (2008), para a idade de 33 dias.

Nesta segunda etapa, além de estudar o compor-tamento dos BC e BAC em relação aos ensaios de durabilidade, procurou-se avaliar a influência que as amostras sofreriam quando armazenadas em condições distintas. Nesse caso, as amostras sub-

metidas aos ensaios descritos anteriormente tive-ram duas origens diferentes:• Família PR – Correspondente a 15 provetes de BC

e 15 provetes de BAC moldados e curados (ver Figuras 5 a 8) conforme a NBR 5738 (2003);

• Família CR – Correspondente a 15 carotes extra-ídas de peças pré-moldadas de BC e 15 carotes extraídas de blocos executados no estaleiro uti-lizando a dosagem CAA-009 (ver Figuras 9 e 10). Os blocos foram curados por apenas 24 horas, com manta húmida, reproduzindo de certa forma as condições de cura das peças produzidas.

Figura 5 – Fabrico do betão

Figura 6 – Moldagem dos provetes

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Novembro 2013 Betão n.31

Técnica

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A extração das carotes foi efetuada cumprindo os parâmetros preconizados pela NBR 7680 (2007).A Tabela 2 apresenta o resumo do número dos prove-tes e carotes envolvidos nos ensaios de laboratório.

Figura 10 – Cura das carotes em condições atmosféricas do local

Figura 7 – Cura dos provetes – PR – em condições de laboratório Figura 8 – Cura dos provetes – PR – em condições de laboratório

Figura 9 – Cura das carotes em condições atmosféricas do local

Família ComposiçãoAbsorção de água por capilaridade

Absorção de água por imersão

Difusão de iões cloretoResistência à compressão e

módulo de elasticidade

PR CAA-009 3 3 3 5

PR CC-012 3 3 3 5

CR CAA-009 3 3 3 5

CR CC-012 3 3 3 5

Tabela 2 – Total de amostras usadas para cada ensaio

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Betão n.31 Novembro 2013

Técnica

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4.2. Resistência à compressão e módulo de elasticidadeA Tabela 4 apresenta os resultados dos ensaios de resistência à compressão conforme a norma ABNT NBR 5739 (2007). Também se apresentam os resulta-dos dos ensaios de determinação do módulo de elas-ticidade em compressão conforme a norma NBR-8522 (2008). Convencionou-se chamar provete – PR – às

4 Resultados

4.1. Controlo tecnológicoA Tabela 3 apresenta a quantidade de amostras, as resis-tências médias à compressão aos 7 e aos 28 dias e os espa-lhamentos/abaixamentos médios, dos ensaios realizados durante os 3 meses da pesquisa no estaleiro da obra.

Mês Nº amostras

Temperaturas (Cº) Espalha-mento/

abaixamento (mm)

7 dias 28 diasInicial

(Centralde betão)

Final(Bombagem)

Resistência(MPa)

Média (±)desvio-padrão

Resistência(MPa)

Média (±)desvio-padrão

Composição: CAA - 009

maio 27 34,4 33,8 700 44,1±4,57

40,0±5,07

48,5±3,49

49,9±4,69junho 90 32,8 33,1 702 38,1±5,14 49,5±4,98

julho 81 32,1 32,8 705 40,7±4,13 51,0±4,53

Composição: CC - 012

maio 78 33,9 37,3 159 43,1±3,70

38,7±4,97

49,0±3,34

48,6±4,01junho 152 32,4 32,7 160 36,5±4,60 47,5±4,14

julho 235 31,4 31,6 158 38,8±4,60 49,2±4,00

Tipo Composição fcki (MPa) Médias Eci (GPa) Médias

Provete – PR BAC 57,4 ± 1,69 38,2 ± 1,31

Carote – CR BAC 56,7 ± 3,65 39,4 ± 2,32

Provete – PR BC 62,6 ± 1,72 41,1 ± 0,87

Carote – CR BC 63,1 ± 3,22 39,9 ± 1,17

amostras armazenadas em condições de laboratório, e carote – CR – às amostras armazenadas em condi-ções de exposição reais de agressividade ambiental, no local. A idade das amostras aquando da realização dos ensaios foi de 33 dias (fckj = resistência à compres-são e Eci = módulo de elasticidade).

Tabela 3 – Resultados para as duas composições mais aplicadas no estudo

Tabela 4 – Resultados de resistência à compressão e módulo de elasticidade

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Novembro 2013 Betão n.31

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Usando a abordagem de Two-Way Anova e nível de significância de 5%, verifica-se não haver diferença estatisticamente significativa entre o tipo de amostra (provete/carote), mas sim em relação à composição. As Figuras 11 e 12 ilustram isso mesmo. A barra refere--se ao intervalo de confiança de 95%. Convém referir que todos os coeficientes de variação destes resulta-dos experimentais foram menores do que 10%.

As Figuras 13 e 14 apresentam o gráfico box-plot para as variáveis fcki e Eci, em que se pode visualizar melhor a influência da composição e a independência do tipo de amostra (provete ou carote).

Conforme pode ser constatado por observação da Tabela 4, a média da resistência à compressão dos pro-vetes em relação à das carotes foi 1.2% superior para o BAC e 3.6% para BC, o que indica uma tendência de possível melhoria de desempenho do betão arma-zenado em condições de laboratório. No entanto, a pequena diferença serve apenas como indicativo. No que concerne ao módulo de elasticidade para o BAC, as carotes apresentaram média 3.1% superior em rela-ção aos provetes, ao contrário do BC, onde a média do módulo de elasticidade dos provetes foi 3% supe-rior em relação às carotes. Assim, os resultados apre-sentam-se compatíveis, com diferenças pouco repre-sentativas e dentro da margem de variação esperada para o resultado dos ensaios.

Figura 11 – Resultados de fcki em função da composiçãoe do tipo de amostra

Figura 13 – Resultados de Eci em função da composiçãoe do tipo de amostra

Figura 14 – Resultados de Eci em função da composiçãoe do tipo de amostra

Figura 12 – Resultados de Eci em função da composiçãoe do tipo de amostra

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Betão n.31 Novembro 2013

Técnica

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4.3. Durabilidade – Difusão de iões cloretoApresenta-se a seguir, na Tabela 5, os resultados dos ensaios de difusão de iões cloreto para três amostras de BAC e três amostras de BC, obtidas recorrendo a provetes e carotes, com a idade de 60 dias, con-tendo ainda a identificação de cada uma das amos-tras ensaiadas e o resultado (C) que representa a carga média passante em Coulomb.

Betão Amostra Carga média passante em Coulomb (C) Classificação ASTM C 1202

BACProvete 2040 Moderada

Carote 2585 Moderada

BCProvete 1665 Moderada

Carote 2940 Moderada

Figura 15 – Resultados médios de absorção de água por capilaridade

O método de ensaio adotado (ASTM C – 1202 (1994)) classifica a resistência à penetração de cloretos a par-tir da carga passante em Coulomb (C). Assim, em rela-ção às amostras da obra da Arena da Copa, todos os ensaios efetuados para BAC e BC, em provetes ou carote, indicaram uma classe de resistência moderada.Observa-se que as carotes de BAC apresentaram melhor desempenho que as de BC. No entanto, os provetes de BC apresentaram melhor desempenho que os de BAC. Por outro lado, tanto para as amos-tras de BAC como para as de BC, o desempenho dos provetes foi superior ao das carotes, indicando que os ensaios em amostras armazenadas em condição de laboratório apresentam melhor desempenho que os ensaios em amostras extraídas em condições de expo-sição igual à agressividade do ambiente onde a obra foi construída. No entanto, as diferenças obtidas não foram suficientes para alterar a classe de resistência à penetração de cloretos.

4.4. Durabilidade – Absorção de água por capilaridadeApresentam-se a seguir, na Figura 15, os resultados dos ensaios de absorção de água por capilaridade, expressos em g/cm2, para três amostras de BAC e três amostras de BC. Os ensaios foram feitos em prove-tes – PR – e em carotes – CR – com a idade de 35 dias aquando do início dos ensaios. Os resultados foram obtidos dividindo-se o acréscimo de massa em cada intervalo de tempo considerado pela área da secção do provete submetido a ensaio. Na Tabela 6 estão indicados os resultados das medições do aumento de massa e o resultado dos cálculos da absorção de água

por capilaridade para o BAC e para o BC, utilizando--se quer PR, quer CR.Observando os resultados obtidos, verifica-se um comportamento similar do BAC e do BC. Assim, de acordo com os resultados obtidos, tudo indica que o desempenho do BAC é similar ao do BC.

Comparando os resultados de absorção de água por capilaridade nos provetes e nas carotes, verifica-se que as amostras armazenadas em condições de labo-ratório evidenciaram um desempenho ligeiramente superior às armazenadas em condições reais de expo-sição à agressividade do ambiente onde a obra foi construída, exceto nas primeiras horas de ensaio, em que sucedeu o inverso (até às 24 horas).

Tabela 5 - Resultados dos ensaios de difusão de iões cloretos

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Novembro 2013 Betão n.31

Técnica

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Variáveis(%)

AmostraBAC

MédiaBC

Média

Provetes – PR

A RD-04 4.48 3.90

IV RD-04 10.59 8.99

Carotes – CR

A RD-04 4.72 5.41

IV RD-04 11.24 12.22

Figura 16 – Resultados médios das medições de massa das amostras

4.5. Durabilidade – Índice de vaziosApresenta-se a seguir os resultados dos ensaios para determinação do índice de vazios para o BAC e para o BC, expressos em percentagem (%), e determina-dos aos 33 dias de idade do betão aquando do início dos ensaios. Consideram-se três amostras de BAC e três amostras de BC, provenientes de provetes – PR – e carotes – CR.Inicialmente foram medidas as massas das amostras de BAC e BC e são apresentadas na Figura 16, onde: mi = massa inicial medida após secagem em estufa; ms = massa saturada; mr = massa medida após etapa de ebulição (real).

Após os resultados obtidos foi possível calcular a ab-sorção de água por imersão A (%) e proceder ao cál-culo do índice de vazios Iv, expresso em percentagem (%) na Tabela 6.

Por observação dos resultados expressos na Tabela 6 é possível constatar que as carotes de BAC apresen-taram um desempenho superior às de BC. No entan-to, com os provetes sucedeu precisamente o oposto: o BC apresenta um melhor desempenho que o BAC. Por outro lado, tanto para as amostras de BAC como para as de BC, o desempenho dos provetes foi su-perior ao desempenho das carotes, indicando que os ensaios em amostras armazenadas em condição de laboratório apresentam melhor desempenho que os ensaios em amostras armazenadas em condições de exposição real à agressividade do ambiente onde a obra foi construída.

5. ConclusõesPode-se afirmar que, com base nos resultados obti-dos no estudo realizado, as propriedades do betão endurecido não foram significativamente alteradas, quando do emprego de BAC ou BC considerados equivalentes, produzidos incorporando pastas com a mesma relação A/C. Este aspeto é particularmente relevante uma vez que as vantagens na opção de um BAC são indiscutíveis sob o ponto de vista do com-portamento em fresco, com aumento da produtivida-de e facilidade de colocação em peças de elevada esbeltez e densidade de armadura.Quanto aos provetes moldados e curados sob condi-ção normalizada e as carotes extraídas de blocos que sofreram as condições normais de cura num clima quente, os resultados obtidos também se mostraram, em geral, semelhantes, indiciando que em ambos os betões (BAC e BC) não ocorreu perda significativa de desempenho das propriedades no estado endureci-do devido à exposição ao clima quente.O trabalho experimental realizado in situ, com a obra em pleno ritmo de desenvolvimento, disponibilizou um conjunto de resultados que permitiu efetuar uma análise comparativa de desempenho entre os dois ti-pos de betão, conforme demonstrado ao longo deste artigo. Assim, com base nos resultados obtidos, é possível concluir que o betão autocompactável é uma alter-nativa viável ao uso do betão convencional vibrado mesmo em regiões de clima quente.

Este artigo foi escrito segundo o novo acordo ortográfico.

Tabela 6 – Resultados dos cálculos do índice de vazios

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Betão n.31 Novembro 2013

Técnica

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REFERêNCIAS AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C 1202 – Rapid Chloride Penetrability Test. EUA, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto- Procedimento. Rio de Janeiro, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 573: Concreto-Procedimento para moldagem e cura de cor-pos de prova. Rio de Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: Concreto – Ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7680: Concreto- Extração, preparo e ensaio de testemunhos de concreto. Rio de Janeiro, 2007

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8522: Concreto – Determinação do módulo estático de elas-ticidade à compressão. Rio de Janeiro, 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9778: Argamassa e concreto endurecidos – Determinação da absorção de água, índices de vazios e massa específica. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9779: – Argamassa e concreto endurecidos – Determinação da absor-ção de água por capilaridade. Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10342: – Concreto – Perda de abatimento – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15823-2: Concreto auto-adensável – Parte 2: Determinação do espalhamento e do tempo de escoamento- Método do cone de Abrams. Rio de Janeiro, 2010.

PUBEspecial Angola • Outubro 2012 Betão n.29

Esp

ecia

l Ang

ola

39

mente a um material estrutural essencial, o que com-promete o futuro de muitas estruturas edificadas.A falta de informação no acto de compra por parte de alguns clientes sem conhecimentos técnicos adequa-dos do Betão Pronto, tem sido uma constante com a qual ainda se deparam os serviços desta empresa. Uma má escolha pode vir a reflectir-se no futuro, originando, por vezes, danos irreparáveis. A criação de Alvarás específicos para este tipo de acti-vidade, com diversas classes, à semelhança do que

Designação: Prefangol, Lda. Actividade: Fabrico e comercialização de Betão Pronto, Agregados e Prefabricação de Produtos de Betão Principais produtos: Betão Pronto e AgregadosMais informações: 00244 222 291 550

B.I.

tem sido prática comum na indústria da construção de outros países, ou a implementação de um processo que assegure e certifique a aptidão e competência profis-sional dos operadores actuantes no sector, deve ser um passo a dar, o quanto antes, por parte das entidades responsáveis, pois só assim se poderá acabar com uma concorrência desleal, que cada vez mais vem acentuan- do a sua indesejável e nociva presença no mercado.Acreditamos por conseguinte, que só podemos preva-lecer no mercado com uma efectiva adesão às regras e regulamentos que regem este tipo de produtos, pelo que esperamos que sejam asseguradas a breve prazo, uma disciplina e uma fiscalização rigorosas nesta indústria.

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Betão n.31 Novembro 2013

Normalização

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NP EN 197-1:2012O que mudou?

1. Enquadramento

A necessidade de criar uma norma harmonizada que ser-visse transversalmente os países da Comunidade Econó-mica Europeia (CEE) levou ao início dos trabalhos, em 1969, e à atribuição dessa responsabilidade ao Comité Europeu de Normalização (CEN), em 1973, que delegou essa tarefa no Comité Técnico CEN/TC 51.Nos anos setenta havia cerca de 20 tipos diferentes de cimento, todos normalizados a nível nacional e com pro-vas de desempenho satisfatório em aplicações corren-tes ou especiais. Esta realidade constituiu uma dificul-dade para o CEN e obrigou à definição do conceito de “cimentos correntes”. Numa primeira abordagem, o CEN decidiu apenas incluir os cimentos indicados para uso cor-rente em betão armado, que fossem familiares na maioria dos países europeus. A Diretiva dos Produtos da Constru-ção, no entanto, impunha que fossem também conside-rados os cimentos “tradicionais” utilizados com sucesso nos diversos países, com o intuito de remover barreiras técnicas ao comércio na área da construção na CEE. Esta abordagem abria a porta a cerca de 50 tipos de cimentos diferentes, levando a que se distinguissem os cimentos correntes dos cimentos especiais.Assim, a EN 197-1 2000, primeira norma harmonizada da história, limitava-se, em termos de âmbito, aos cimentos correntes, com a intenção de os cimentos ditos especiais (cimentos com propriedades adicionais ou especiais) serem incluídos em futuras revisões, à medida que se fossem desenvolvendo estudos técnicos acerca da sua utilização.

Os requisitos físicos, mecânicos e químicos, e os critérios de conformidade a que os cimentos correntes devem obedecer, ficaram então definidos no espaço da UE, mas com a omissão assumida no que diz respeito aos cimen-tos correntes resistentes a sulfatos e aos de baixo calor de hidratação. Algumas lacunas foram sendo colmata-das com adendas consecutivas, até que o CEN/TC 51 concluiu estudos técnicos que permitiram estabelecer quais os cimentos correntes aceites como resistentes a sulfatos, incluindo-os e definindo-os na EN 197-1:2011.O objetivo mais importante desta revisão é, deste modo, a definição dos requisitos adicionais para cimentos correntes de baixo calor de hidratação, cimentos correntes resistentes aos sulfatos e cimen-tos de baixa resistência inicial.Manter-se-ão fora do âmbito da EN 197-1 os cimentos de muito baixo calor de hidratação que continuam a ser enquadrados pela EN 14216.

2. As alterações mais significativas

2.1 Cimentos resistentes aos sulfatos / Notação SR A degradação do betão sob ação dos sulfatos é con-sequência de uma reação química entre os iões sulfato e as partículas de aluminato tricálcico (C3A) da matriz cimentícia com formação de sulfoaluminato de cálcio conhecido vulgarmente como etringite.

Eng.o Mário Valente Costa, Cimpor Indústrias de Cimentos, S.A.

Page 22: Betão nº31 - Novembro 2013

Betão n.31 Novembro 2013

Normalização

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O efeito mais visível deste processo é a expansão do betão, que pode não só comprometer a sua integri-dade, mas também a sua capacidade de aderência às armaduras, deixando-as desprotegidas e desligadas do seu principal aliado.Uma vez que o principal alvo dos sulfatos é um dos minerais que constituem o clínquer, a melhor forma de prevenir esta situação é utilizar cimentos com menor percentagem de clínquer e limitar o teor de C3A a um valor máximo consoante a utilização prevista.Nesta perspetiva, a NP EN 197-1:2012 define logo à partida sete cimentos correntes resistentes aos sul-fatos, agrupados em três tipos principais e podendo todos usar a notação SR.Os requisitos a que devem obedecer são os indicados no quadro 2 da Norma.

2.1.1 Cimento Portland resistente aos sulfatos/ CEM I –SR 0/ CEM I –SR 3/ CEM I –SR 5O cimento Portland resistente aos sulfatos divide-se em três categorias, relacionadas diretamente com o teor de C3A no clínquer correspondendo cada uma delas a um valor máximo de C3A admissível.

• CEM I-SR 0 <-> clínquer com teor de C3A = 0%• CEM I-SR 3 <-> clínquer com teor de C3A ≤ 3%• CEM I-SR 5 <-> clínquer com teor de C3A ≤ 5% (para

algumas aplicações este tipo de cimento poderá ter um C3A superior a 5%, desde que devidamente declarado na embalagem ou nos documentos comer-ciais de acompanhamento.)

Tipos principais

Notação dos 7 produtos(tipos de cimentos correntes resistentes

aos sulfatos)

Composição (percentagem em massa a))

Constituintes principaisConstituintes

adicionais minoritários

ClínquerK

Escória dealto-forno

S

Pozolana natural

P

Cinza volante siliciosa

V

CEM ICimento Portland

resistente aos sulfatos

CEM I-SR 0CEM I-SR 3CEM I-SR 5

95 – 100 - - - 0 – 5

CEM IIICimento de alto-forno resistente aos sulfatos

CEM III/B-SR 20 – 34 66 – 80 - - 0 – 5

CEM III/C-SR 5 – 19 81 – 95 - - 0 – 5

CEM IVCimento pozolânico

resistente aos sulfatos b) CEM IV/A-SR 65 – 79 - <---------- 21 – 35 ----------> 0 – 5

CEM IV/B-SR 45 – 64 - <---------- 36 – 55 ----------> 0 – 5

a) Os valores do Quadro referem-se à soma dos constituintes principais com os adicionais minoritários.b) Nos cimentos pozolânicos resistentes aos sulfatos, tipos CEM IV/A-SR e CEM IV/B-SR, os constituintes principais, excepto o clínquer,

devem ser declarados na designação do cimento (ver exemplos na secção 8).

Figura 1 – Quadro 2 da Norma: Os 7 produtos da família

dos cimentos correntes resistentes aos sulfatos

A determinação do C3A deve ser feita por aplicação da fórmula de Bogue à análise química do clínquer.

C3A=2,65*A-1,69*F Em que: A -> a percentagem de Al2O3 em massa no clínquer F -> a percentagem de Fe2O3 em massa no clínquer

No caso particular do cimento Portland pode-se apli-car a mesma fórmula aos resultados da análise quí-mica do cimento uma vez que se trata de um tipo de cimento com elevado teor de clínquer. Os critérios de conformidade da presente Norma impõem que esta determinação seja feita semanal-mente em período inicial de autocontrolo e quinze-nalmente em situação de produção corrente.

2.1.2 Cimento de alto forno resistente aos sulfatosOs cimentos de alto forno resistentes aos sulfatos são cimentos constituídos essencialmente por escória de alto forno. O facto de terem uma baixa incorporação de clínquer, além do contributo da escória, explica o facto de já não ser estabelecido um limite para o C3A. No entanto, só os cimentos CEM III/B e CEM III/C são considerados resistentes aos sulfatos.

2.1.3 Cimento pozolânico resistente aos sulfatosA imposição de limites ao teor de C3A não se cinge aos cimentos do tipo I. Os cimentos pozolânicos tam-bém veem o seu teor de C3A limitado ao valor máximo de 9%, tanto no caso do CEM IV/A como no CEM IV/B.

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Betão n.31 Novembro 2013

Normalização

21

1 2 3 4 5

Propriedade Método de ensaio Tipo de cimento Classe de resistência Requisitos a)

Teor de sulfatos(em SO3)

EN 196-2*)

CEM I-SR 0CEM I-SR 3

CEM I-SR 5b)

CEM IV/A-SRCEM IV/B-SR

32,5 N32,5 R42,5 N

3,0 %

42,5 R52,5 N52,5 R

3,5 %

C3Ano clínquer)

EN 196-2*) d)

CEM I-SR 0

Todas

= 0 %

CEM I-SR 3 3 %CEM I-SR 5

5 %

- e) CEM IV/A-SRCEM IV/B-SR 9 %

Pozolanicidade EN 196-5*) CEM IV/A-SRCEM IV/B-SR

Todas Satisfaz o ensaio aos 8 d

a) Os requisitos são indicados em percentagem em massa do clínquer do cimento como produto final, como definido neste Quadro.b) Para aplicações específicas, os cimentos CEM I-SR 5 poderão ser produzidos com um teor de sulfatos maior. Neste caso, o valor numérico deste teor deve ser declarado na embalagem ou na guia de remessa.c) O método de ensaio para a determinação do teor de C3A do clínquer do produto final está em desenvolvimento no CEN/TC 51.d) No caso específico do CEM I, é permitido calcular o teor de C3A do clínquer a partir da análise química do cimento. O teor de C3A deve ser calculado pela equação (1) (ver 5.2.1).e) Até o método de ensaio estar finalizado, o teor de C3A do clínquer (ver 5.2.1) deve ser determinado com base na análise do clínquer como parte do Controlo da Produção em fábrica do produtor (EN 197-2:2000*, 4.2.1.2).*) Ver Anexo NA (nota nacional).

Não obstante o valor de C3A presente no clínquer, nem todos os cimentos pozolânicos podem ser considerados resisten-tes aos sulfatos. Aliás, a notação SR está apenas reservada aos cimentos pozolânicos cuja adição seja Pozolana Natural, Cinza Volante Siliciosa ou ambas. Aqueles que sejam cons-tituídos por Sílica de Fumo, Pozolana Natural Calcinada ou Cinza Volante Calcária não poderão usar esta notação. Existe ainda mais um detalhe que não poderá ser esquecido: Seja qual for a adição, ela terá de ser no mínimo de 21%.Ao contrário do que sucede no CEM I, pelo menor teor de clínquer do CEM IV, o cálculo do C3A já não poderá ser feito aplicando a fórmula de Bogue à análise química do cimento. Esta determinação terá de ser feita diretamente no clínquer, aplicando esta fórmula aos resultados da análise química do clínquer, obtida do controlo de produção em fábrica.Está em desenvolvimento pelo CEN/TC 51 um método de ensaio que permita a determinação do teor de C3A no clínquer a partir do cimento pelo que, brevemente este assunto poderá ficar muito mais claro.

2.1.4 Requisitos adicionais para cimentos correntes resistentes aos sulfatosAlém do que já foi dito anteriormente, a NP EN 197-1:2012 define requisitos adicionais a que os cimen-

Figura 2 – Quadro 5 da Norma: Requisitos adicionais para cimentos correntes resistentes aos sulfatos expressos como valores

característicos especificados

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Betão n.31 Novembro 2013

Normalização

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Membros do CEN

Norma Nacional Tipos de cimento CEM

ÁustriaÖNORM B 3327-1ÖNORM B 4710-1

II/A-S, II/B-S, II/A-V, II/B-V,II/A-M, II/B-M, II/A-D, III/A

Bélgica NBN B12-108 V/A (S-V)

Dinamarca DS/INF 135I

II/A-V, II/B-V

França NF P 15-319

II/A-S, II/B-S, II/A-V, II/A-P, II/A-M (S-V)

III/A

V/A, V/B

Hungria MSZ 4737-1 II/A-V

Itália UNI 9156

II/A-S, II/B-S, II/A-D, II/A-P, II/A-V, II/A-L, II/A-LL, II/B-L, II/B-LL, II/A-M, II/A-W, II/A-T, II/B-P, II/B-V, II/B-W, II/B-T, II/B-M

III/A

IV/A, IV/B

V/A, V/B

Polónia PN-B-19707

II/B-V

III/A

V/A, V/B

Portugal NP EN 206-1

II/A-L, II/A-LL, II/A-M, II/A-S, II/B-S, II/A-D, II/A-P, II/B-P, II/A-V, II/B-V

III/A

IV/A, IV/B

V/A, V/B

Espanha UNE 80303-1

II/A-S, II/B-S, II/A-D, II/A-P, II/B-P, II/A-V, II/B-V

III/A

V/A

Suíça SN EN 206-1II/A-D

II/B-M (D, V, S, T, LL)

Reino Unido BS 8500

II/B-V

III/A

IV/A (V), IV/B (V)

Figura 3 – Anexo A da Norma: Lista de cimentos correntes considerados resistentes aos sulfatos nas normas nacionais

dos diferentes países membros do CEN não incluídos no Quadro 2 ou não preenchendo os requisitos do Quadro 5

tos devem obedecer para poderem ser considerados resistentes aos sulfatos. Estes requisitos encontram--se resumidos no quadro 5 da Norma e são essen-cialmente teores de sulfatos mais conservadores nos cimentos do tipo I e IV, e a imposição de os cimentos do tipo IV satisfazerem o ensaio da determinação da pozolanicidade aos 8 dias.

2.2 Cimentos considerados resistentes aos sulfatos pelos diferentes países membros do CEN A relativa escassez de cimentos com estas característi-cas em alguns países da EU e bons resultados obtidos na utilização de outros cimentos ao longo de vários anos levou alguns dos países da EU a considerarem

como resistentes aos sulfatos alguns dos cimentos correntes e permitir a sua utilização como tal dentro do seu território.Esses cimentos ou não se encontram previstos no Quadro 2, ou não preenchem os requisitos do Qua-dro 5 e não lhes é permitida a utilização da notação SR na designação normalizada.Os cimentos considerados resistentes aos sulfatos nas normas nacionais dos países membros do CEN são apresentados no Anexo A da Norma. No caso de Portugal é o Documento Nacional de Aplicação da NP EN 206-1, concretamente o quadro 10 da LNEC E 464:2007, que elenca esses cimentos.

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Betão n.31 Novembro 2013

Normalização

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2.3 Cimentos de baixo calor de hidrataçãoO fabrico do cimento, como é amplamente conhecido, é um processo no qual uma parte dos 1450ºC a que ocorre a clinquerização irá permanecer latente no clínquer que constitui o cimento. Esta energia térmica potencial irá ser libertada por altura do processo de hidratação do cimento numa reação exotérmica. Se nos casos mais cor-rentes esta libertação de calor não se traduz em nenhum embaraço para a obra, em betonagens de grandes mas-sas já é necessário limitar esta libertação de calor sob pena de comprometer o desempenho da estrutura.A NP EN 197-1:2012 no seu artigo 7.2.3 define inequi-vocamente o critério que define os cimentos de baixo calor de hidratação: O calor de hidratação não poderá ser superior a 270J/g, aos 7 dias quando determinado pela NP EN 196-8:2008, ou às 41h quando esta determi-nação for feita pela NP EN 196-9:2008.Estes cimentos são identificados com a notação LH. Os cimentos de muito baixo calor de hidratação continuam a ser enquadrados pela EN 14216.

2.4 Cimentos de baixas resistências iniciaisAs baixas resistências iniciais estão intimamente liga-das ao baixo calor de hidratação. É facilmente compre-endida esta relação: processo de hidratação mais lento e resistências iniciais mais baixas concorrem para uma libertação de calor mais moderada. Para os cimentos do tipo III a NP EN 197-1:2012 pre-viu uma nova classe de resistência inicial que é exclu-siva para este tipo de cimento conforme especificada no quadro 3: Classe LO desenvolvimento mais lento do processo de hidratação, com consequência direta no crescimento da resistência, torna os betões fabricados com estes cimentos mais sensí-veis durante o processo de maturação o que exige cuidados suplementares. A duração do período de cura e as metodo-logias de proteção são os pontos que devem merecer espe-cial atenção por parte do projetista e do utilizador do betão.

Classe de resistência

Resistência à compressão(MPa) Tempo de início

de presa(min)

Expansibilidade(mm)Resistência inicial Resistência de referência

aos 2 d aos 7 d aos 28 d

32,5 L a) - 12,0

32,5 52,5 75

10

32,5 N - 16,0

32,5 R 10,0 -

42,5 L a) - 16,0

42,5 62,5 6042,5 N 10,0 -

42,5 R 20,0 -

52,5 L a) 10,0 -

52,5 - 4552,5 N 20,0 -

52,5 R 30,0 -a) Classe de resistência definida apenas para os cimentos CEM III.

Figura 4 – Quadro 3 da Norma: Requisitos mecânicos e físicos expressos como valores característicos especificados

2.5 Outras alterações Esta revisão da Norma abriu espaço ainda a algumas pequenas correções e ajustes circunstanciais, de pouca relevância para o mercado português mas que não podiam ser descuradas num artigo que pretende parti-lhar as principais alterações que esta revisão introduziu. O quadro 1 vê corrigidos os limites de introdução de adi-ções em dois cimentos. O CEM II/A M passa a ter como limite mínimo de adições 12%, o que na prática já assim era, uma vez que dois constituintes a um mínimo de 6% já perfaziam os 12% agora preconizados pela Norma. O outro limite alterado, de forma muito subtil, foi a diminui-ção em 1% do limite máximo de escórias e das restantes adições no cimento composto CEM V/B.Outra novidade, já nos requisitos químicos, é a permis-são de o cimento CEM II/B-M com mais de 20% de xisto cozido poder conter até 4,5% de SO3 em todas as clas-ses de resistência.A NP EN 197-1:2012 abre ainda espaço para a produ-ção, na mesma fábrica, de vários cimentos com a mesma designação normalizada.

3. ConclusõesNão considerando alguns ajustes de menor relevo, as grandes alterações introduzidas pela NP EN 197-1:2012 são sem sombra de dúvidas a definição de requisi-tos para cimentos resistentes aos sulfatos, cimentos de baixo calor de hidratação e cimentos de baixas resistên-cias iniciais.Não será esta Norma que revolucionará a escolha do ligante ou a produção de betão, também não era esse o objetivo do CEN/TC 51 quando a redigiu. No entanto, permite harmonizar a utilização destes cimentos, contri-buindo para construções mais duráveis, construídas com materiais mais adequados, utilizando menos recursos naturais e contribuindo para um melhor meio ambiente.

Este artigo foi escrito segundo o novo acordo ortográfico.

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Betão n.31 Novembro 2013

Qualidade

24

Foi finalmente publicado o diploma que executa o Regulamento (UE) n.º 305/2011, do parlamento Euro-peu e do Conselho, que entrou em pleno vigor no pas-sado dia 1 de Julho de 2013. Trata-se do Decreto-Lei n.º 130/2013, de 10/09/2013.O referido Regulamento (UE) n.º 305/2011, usualmente conhecido por Regulamento dos Produtos de Constru-ção (RPC), estabelece as condições harmonizadas para a colocação dos produtos de construção no mercado Europeu, sucedendo à Directiva 89/106/CEE, que foi transcrita para o direito nacional através do Decreto--Lei n.º 113/93.Não obstante o RPC seja um regulamento comunitá-rio e como tal ter aplicação directa e obrigatória, cada Estado-Membro precisa de estabelecer as disposições que permitem a sua execução na ordem jurídica interna desse país. Para o efeito, o RPC estabelece um período de transi-ção que se prolongou desde Março de 2011 até Junho de 2013, durante o qual os Estados-Membros deveriam ter publicado os seus diplomas de execução para que tudo estivesse preparado para a entrada do RPC em vigor na data estabelecida: 1 de Julho de 2013.Isto aconteceu na generalidade dos países, mas relati-vamente a Portugal, o Governo Português foi incapaz de o fazer em tempo útil, provocando uma situação inu-sitada, uma vez que na data indicada o nosso país se viu sem qualquer organismo notificado, nomeadamente organismos de certificação e laboratórios de ensaios, e sem fiscalização de mercado.Só no dia 10 de Setembro de 2013, com a publicação do Decreto-Lei n.º 130/2013 é que a situação fica resol-vida, ficando completo o acervo legal inerente à comer-cialização dos produtos de construção no nosso país.

Este diploma define assim as disposições que permi-tem executar o RPC, nomeadamente as seguintes:

• A Direcção Geral das Actividades Económicas (DGAE) é designada para assegurar a representa-ção do nosso país no seio do Comité Permanente da Construção;

• O Instituto Português da Qualidade (IPQ) é nomeado como autoridade notificadora, isto é, como entidade responsável pela avaliação dos organismos de notifi-cados (organismos autorizados a exercer as funções de avaliação e verificação da regularidade do desem-penho, nomeadamente: organismos de certificação e laboratórios de ensaios) e de os notificar à Comissão Europeia e aos outros Estados-Membros;

• Ao IPQ é igualmente atribuída a responsabilidade de assegurar as funções de Ponto de Contacto para os produtos de construção;

• É estabelecida a obrigatoriedade de a Declaração de Desempenho e as informações e instruções de segurança (que acompanham o produto) serem redigidas na língua Portuguesa para os produtos colocados no mercado nacional;

• São nomeadas as autoridades fiscalizadoras, nomea-damente a Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que fica responsável pela fiscali-zação do mercado, e a Autoridade Tributárias e Adua-neira, que fica com a responsabilidade de controlar a fronteira externa relativamente aos produtos pro-venientes de países terceiros;

• São, ainda, claramente identificadas as infracções que são passíveis de constituir contra-ordenação e as correspondentes coimas e sanções acessórias (ver Quadro seguinte).

Marcação CE de Produtos de ConstruçãoDecreto-Lei n.o 130/2013, de 10 de Setembro

Qualidade

Page 27: Betão nº31 - Novembro 2013

Novembro 2013 Betão n.31

Qualidade

25

Tal como referido acima, o RPC sucede à Directiva 89/106/CEE, pelo que este diploma revoga o Decreto--Lei n.º 113/93, de 10 de Abril. O diploma entrou em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, ou seja: 11 de Setembro de 2013.Relativamente ao betão, nomeadamente o betão pronto, não obstante se trate de um produto de cons-trução colocado no mercado, continua a não estar abrangido pela marcação CE, pois a norma de refe-rência, EN 206-1, publicada no ano 2000, não é uma norma harmonizada, isto é: não consta da lista de normas harmonizadas relativamente aos produtos de construção.Por conseguinte, o disposto no Decreto-Lei n.º 130/2013 não afecta a colocação no mercado do betão, o qual continua a não poder ostentar a marcação CE. De refe-rir que é por esta razão que existe legislação especí-fica relativamente à colocação no mercado do betão, a saber: Decreto-Lei n.º 301/2007, de 23 de Agosto.

No entanto, os fabricantes de betão pronto deverão ter em conta o disposto no Decreto-Lei n.º 130/2013, nomeadamente no que respeita aos materiais cons-tituintes que adquirem, os quais, com a excepção da água, estão todos abrangidos por especificações téc-nicas harmonizadas, devendo o respectivo fabricante emitir uma declaração de desempenho e aplicar a marcação CE (nas embalagens ou nos documentos comerciais).Desta forma, os fabricantes do betão têm legitimi-dade de exigir aos seus fornecedores o fornecimento da declaração de desempenho, redigida na língua portuguesa, tal como as instruções e informações de segurança que devem acompanhar o produto.

Contra-Ordenações Coimas

Recusa de apresentação de documentação e informação ou de acesso às suas instalações à ASAE

Pessoa singular: 1000€ a 3740€

Pessoa colectiva: 2500€ a 44 890€

Aposição da marcação CE em produtos não-conformes com os requisitos aplicáveis

Falta de aposição da marcação CE em produtos abrangidos

Aposição de outras marcações, sinais e inscrições susceptíveis de induzir terceiros em erro quanto ao significado e/ou ao grafismo da marcação CEAposição de qualquer outra marcação que prejudique a visibilidade e legibilidade da marcação CE

Aposição da marcação CE em produtos de construção não abrangidos por especificação técnica harmonizada

Pessoa singular: 1500€ a 3740€

Pessoa colectiva: 5000€ a 44 890€

Falta de elaboração da Declaração de Desempenho para produtos colocados no mercado

Pessoa singular: 500€ a 3740€

Pessoa colectiva: 2000€ a 44 890€

Não conformidade do conteúdo da Declaração de Desempenho

Fornecimento desadequado da Declaração de Desempenho

Declaração de Desempenho não redigida em Português

Inexistência, incorrecção ou incompletude da documentação técnica que suporta a Declaração de DesempenhoIncumprimento do prazo de arquivo de 10 anos para a Declaração de Desempenho e para a correspondente documentação técnicaFalta de aposição de elementos que permitam a identificação do produto (tipo, lote ou número de série ou quaisquer outros elementos que permitam a respectiva identificação)Falta de aposição da identificação do fabricante e do importador (no produto, na embalagem ou num documento que acompanhe o produto)

Instruções e informações de segurança não redigidas em Português

O não fornecimento ou recusa de disponibilização da informação e documentação solicitadas por uma autoridade competenteA não disponibilização da identificação do operador económico a quem forneceram, ou que lhe tenha fornecido, um produto de construção

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21 de Novembro de 2013

Pretende-se com este documento, informar os associados da APEB e todos os interessados, sobre o acervo normativo aplicável ou com inte-resse para o sector do betão pronto, nomeadamente o referente ao betão e seus constituintes. Além das normas portuguesas apresentam--se também as Especificações LNEC e outros documentos normativos europeus, tais como Relatórios Técnicos (TR) e Especificações Técnicas (TS), que complementam o acervo normativo nacional. Esta informação corresponde à situação verificada em 21 de Novembro de 2013, pelo que, após esta data, deverá ser periodicamente actualizada, face à anulação, substituição ou publicação de novos documentos normativos.

Acervo Normativo Nacional sobre Betão e os seus Constituintes

AgregAdosNormas

NP 957:1973 Inertes para argamassas e betões. Determinação do teor em água superficial de areias.

NP 1039:1974 Inertes para argamassas e betões. Determinação da resistência ao esmagamento.

NP 1380:1976 Inertes para argamassas e betões. Determinação do teor em partículas friáveis.

NP 1382:1976 Inertes para argamassas e betões. Determinação do teor de álcalis solúveis. Processo por espectrofotometria de chama.

NP 1457:1977 Peneiros e peneiração para ensaio. Vocabulário.

NP 1458:1977Peneiros para ensaio. Redes metálicas e chapas metálicas perfuradas. Aberturas nominais.

Errata: Mai 1979

NP EN 932-1:2002 Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 1: Métodos de amostragem.

NP EN 932-2:2002 Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 2: Métodos de redução de amostras laboratoriais.

NP EN 932-3:2010 Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 3: Método e terminologia para a descrição petrográfica simplificada.

EN 932-5:2012 Tests for general properties of aggregates. Part 5: Common equipment and calibration.

NP EN 932-6:2002 Ensaios das propriedades gerais dos agregados. Parte 6: Definições de repetibilidade e reprodutibilidade.

EN 933-1:2012 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 1: Determination of particle size distribution - Sieving method.

NP EN 933-2:1999Ensaios para determinação das características geométricas dos agregados. Parte 2: Determinação da distribuição granulométrica. Peneiros de ensaio, dimensão nominal das aberturas.

EN 933-3:2012 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 3: Determination of particle shape - Flakiness index.

EN 933-4:2008 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 4: Determination of particle shape – Shape index.

NP EN 933-5:2010Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 5: Determinação da percentagem de superfícies esmagadas e partidas nos agregados grossos.

EN 933-6:2001 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 6: Assessment of surface characteristics. Flow coefficient of aggregates.

NP EN 933-7:2002 Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 7: Determinação do teor de conchas. Percentagem de conchas nos agregados grossos.

EN 933-8:2012 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 8: Assessment of fines - Sand equivalent test.

EN 933-9:2011+A1:2013 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 9: Assessment of fines - Methylene blue test.

EN 933-10:2009 Tests for geometrical properties of aggregates. Part 10: Assessment of fines - Grading of filler aggregates (air jet sieving).

NP EN 933-11:2011 Ensaios das propriedades geométricas dos agregados. Parte 11: Ensaio para classificação dos constituintes de agregados grossos reciclados.

NP EN 1097-1:2012 Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 1: Determinação da resistência ao desgaste (micro-Deval).

NP EN 1097-2:2011 Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 2: Métodos para a determinação da resistência à fragmentação.

NP EN 1097-3:2002 Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 3: Determinação da baridade e do volume de vazios.

NP EN 1097-4:2012 Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 4: Determinação dos vazios do fíler seco compactado.

NP EN 1097-5:2011 Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 5: Determinação do teor de água por secagem em estufa ventilada.

EN 1097-6:2013 Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 6: Determination of particle density and water absorption.

NP EN 1097-7:2012 Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 7: Determinação da massa volúmica do fíler. Método do picnómetro.

EN 1097-8:2009 Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 8: Determination of the polished stone value.

NP EN 1097-9:2002 Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Parte 9: Determinação da resistência ao desgaste provocado por pneus com correntes. Ensaio nórdico.A1:2005

EN 1097-10:2002 Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 10: Determination of water suction height.

EN 1097-11:2013Tests for mechanical and physical properties of aggregates. Part 11: Determination of compressibility and confined compressive strength of lightweight aggregates.

EN 1367-1:2007 Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 1: Determination of resistance to freezing and thawing.

NP EN 1367-2:2013 Ensaios das propriedades térmicas e de meteorização dos agregados. Parte 2: Ensaio do sulfato de magnésio.

NP EN 1367-3:2005Ensaios das propriedades térmicas e de meteorização dos agregados. Parte 3: Ensaio de ebulição para basaltos “Sonnenbrand”.

AC:2011

NP EN 1367-4:2011 Ensaios das propriedades térmicas e de meteorização dos agregados. Parte 4: Determinação da retracção por secagem.

EN 1367-5:2011 Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 5: Determination of resistance to thermal shock.

EN 1367-6:2008 Tests for thermal and weathering properties of aggregates. Part 6: Determination of resistance to freezing and thawing in the presence of salt (NaCl).

EN 1744-1:2009+A1:2012 Tests for chemical properties of aggregates. Part 1: Chemical analysis.

NP EN 1744-3:2005 Ensaios das propriedades químicas dos agregados. Parte 3: Preparação de eluatos por lexiviação dos agregados.

EN 1744-4:2005 Tests for chemical properties of aggregates. Part 4: Determination of water susceptibility of fillers for bituminous mixtures.

NP EN 1744-5:2011 Ensaios das propriedades químicas dos agregados. Parte 5: Determinação de sais de cloreto solúveis em ácido.

NP EN 1744-6:2011 Ensaios das propriedades químicas dos agregados. Parte 6: Determinação da influência do extracto de agregados reciclados no tempo de início de presa do cimento.

EN 1744-7:2011 Tests for chemical properties of aggregates. Part 7: Determination of loss of ignition of Municipal Incinerator Bottom Ash Aggregate (MIBA Aggregate).

EN 1744-8:2012 Tests for chemical properties of aggregates. Part 8: Sorting test to determine metal content of Municipal Incinerator Bottom Ash (MIBA) Aggregates.

NP EN 12620:2002+A1:2010 Agregados para betão.

NP EN 13055-1:2005Agregados leves. Parte 1: Agregados leves para betão, argamassas e caldas de injecção.

AC:2010

NP EN 13055-2:2011 Agregados leves. Parte 2: Agregados leves para misturas betuminosas e tratamentos superficiais e para aplicações em camadas de materiais não ligados ou tratados com ligantes hidráulicos.

NP EN 13139:2005Agregados para argamassas.

AC:2010

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21 de Novembro de 2013

AGREGADOS (Cont.)

Especificações LNEC

E 222:1968 Agregados. Determinação do teor em partículas moles.

E 251:1985 Inertes para argamassas e betões. Ensaio de reactividade com os sulfatos em presença de hidróxido de cálcio.

E 415:1993 Inertes para argamassas e betões. Determinação da reactividade potencial com os álcalis. Análise petrográfica.

E 467:2006 Guia para a utilização de agregados em betões de ligantes hidráulicos.

E 471:2009 Guia para a utilização de agregados reciclados grossos em betões de ligantes hidráulicos.

CIMeNTosNormas

NP 4435:2004 Cimentos. Condições de fornecimento e recepção.

NP EN 196-1:2006 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 1: Determinação das resistências mecânicas.

NP EN 196-2:2006 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 2: Análise química dos cimentos.

NP EN 196-3:2005+A1: 2009 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 3: Determinação do tempo de presa e da expansibilidade.

NP EN 196-5:2011 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 5: Ensaio de pozolanicidade dos cimentos pozolânicos.

NP EN 196-6:2010 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 6: Determinação da finura.

NP EN 196-7:2008 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 7: Métodos de colheita e de preparação de amostras de cimento.

NP EN 196-8:2010 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 8: Calor de hidratação. Método da dissolução.

NP EN 196-9:2010 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 9: Calor de hidratação. Método semi-adiabático.

NP EN 196-10:2007 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 10: Determinação do teor do crómio (VI) solúvel em água no cimento.

NP EN 197-1:2012 Cimento. Parte 1: Composição, especificações e critérios de conformidade para cimentos correntes.

NP EN 197-2:2001 Cimento. Parte 2: Avaliação da conformidade.

NP EN 197-4:2006 Cimento. Parte 4: Composição, especificações e critérios de conformidade para cimentos de alto-forno de baixas resistências iniciais.

NP EN 413-1:2011 Cimento de alvenaria. Parte 1: Composição, especificações e critérios de conformidade.

EN 413-2:2005 Masonry cement. Part 2: Test methods.

NP EN 14216:2005 Cimento. Composição, especificações e critérios de conformidade para cimentos especiais de muito baixo calor de hidratação.

NP EN 14647:2010 Cimento de aluminato de cálcio. Composição, especificações e critérios de conformidade.

NP EN 15743:2010 Cimento supersulfatado. Composição, especificações e critérios de conformidade.

Especificações LNEC

E 64:1979 Cimentos. Determinação da massa volúmica.

E 357:1995 Cimentos brancos. Determinação da brancura (factor de reflectância luminosa).

E 462:2004 Cimentos. Resistência dos cimentos ao ataque por sulfatos.

E 476:2007 Pastas de cimento. Determinação da retracção autogénea.

Outros documentos

DNP CEN/TR 196-4:2011 Métodos de ensaio de cimentos. Parte 4: Determinação quantitativa dos constituintes.

CR 13933:2000 Masonry cement – Testing for workability (cohesivity).

CR 14245:2001 Guidelines for the application of EN 197-2 “Conformity Evaluation”.

TR 15697:2008 Cement – Performance testing for sulfate resistance – State of the art report.

AdIçõesNormas

NP 4220:2010 Pozolanas para betão, argamassa e caldas. Definições, requisitos e verificação da conformidade.

NP EN 450-1:2012 Cinzas volantes para betão. Parte 1: Definição, especificações e critérios de conformidade.

NP EN 450-2:2006 Cinzas volantes para betão. Parte 2: Avaliação da conformidade.

NP EN 451-1:2006 Métodos de ensaio das cinzas volantes. Parte 1: Determinação do teor de óxido de cálcio livre.

NP EN 451-2:1995 Métodos de ensaio de cinzas volantes. Parte 2: Determinação da finura por peneiração húmida.

NP EN 13263-1:2005+A1: 2009 Sílica de fumo para betão. Parte 1: Definições, requisitos e critérios de conformidade.

NP EN 13263-2:2005+A1: 2009 Sílica de fumo para betão. Parte 2: Avaliação da conformidade.

NP EN 15167-1:2008 Escória granulada de alto-forno moída para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 1: Definições, especificações e critérios de conformidade.

NP EN 15167-2:2008 Escória granulada de alto-forno moída para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 2: Avaliação da conformidade.

Especificações LNEC

E 384:1993 Escória granulada de alto-forno moída para betões. Determinação do teor de material vítreo por difracção de raios X.

E 385:1993 Fíler calcário para betões. Determinação do valor do azul de metileno.

E 386:1993 Fíler calcário para betões. Determinação do teor de carbono orgânico total (TOC).

E 412:1993 Materiais em pó. Determinação da superfície específica. Método B.E.T..

E 466:2005 Fíleres calcários para ligantes hidráulicos.

Outros documentos

TR 15677:2008 Fly ash obtained from co-combustion – A report on the situation in Europe.

TR 15840:2009 Evaluation of conformity of fly ash for concrete – Guidelines for the application of EN 450-2.

TR 16443:2013 Backgrounds to the revision of EN 450-1:2005+A1:2007 - Fly ash for concrete.

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21 de Novembro de 2013

AdJUVANTesNormas

NP EN 480-1:2006+A1:2011 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 1 : Betão de referência e argamassa de referência para ensaio.

NP EN 480-2:2007 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 2: Determinação do tempo de presa.

NP EN 480-4:2007 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 4: Determinação da exsudação do betão.

NP EN 480-5:2007 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 5: Determinação da absorção capilar.

NP EN 480-6:2007 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 6: Análise por espectrofotometria de infravermelhos.

NP EN 480-8:2012 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 8: Determinação do teor de resíduo seco.

NP EN 480-10:2009 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 10: Determinação do teor de cloretos solúveis em água.

NP EN 480-11:2007 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 11: Determinação das características dos vazios do betão endurecido com ar introduzido.

NP EN 480-12:2007 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 12: Determinação do teor de álcalis dos adjuvantes.

NP EN 480-13:2009+A1:2011

Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 13: Argamassa de alvenaria de referência para o ensaio de adjuvantes para argamassa.

NP EN 480-14:2007 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 14: Medição da susceptibilidade à corrosão do aço em betão armado pelo ensaio electroquímico potenciostático.

NP EN 480-15:2013 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Métodos de ensaio. Parte 15: Betão de referência e método de ensaio de adjuvantes modificadores da viscosidade.

NP EN 934-1:2008 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 1: Requisitos gerais.

NP EN 934-2:2009+A1:2012

Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 2: Adjuvantes para betão. Definições, requisitos, conformidade, marcação e etiquetagem.

NP EN 934-3:2009+A1:2012

Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 3: Adjuvantes para argamassa de alvenaria. Definições, requisitos, conformidade, marcação e etiquetagem.

NP EN 934-4:2009 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 4: Adjuvantes para caldas de injecção para bainhas de pré-esforço. Definições, requisitos, conformidade, marcação e etiquetagem.

NP EN 934-5:2008 Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 5: Adjuvantes para betão projectado. Definições, requisitos, conformidade, marcação e etiquetagem.

NP EN 934-6:2003Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 6: Amostragem, controlo da conformidade e avaliação da conformidade.

A1:2008

Especificações LNEC

E 416:1993 Adjuvantes para argamassas e betões. Avaliação da corrosão das armaduras. Métodos electroquímicos.

ÁgUANormas

NP EN 1008:2003 Água de amassadura para betão. Especificações para a amostragem, ensaio e avaliação da aptidão da água, incluindo água recuperada nos processos da indústria de betão, para o fabrico de betão.

NP EN 13577:2008 Ataque químico do betão. Determinação da concentração de dióxido de carbono agressivo da água.

BeTãoNormas

NP 1385:2010 Betões. Determinação da composição do betão fresco.

NP 1387:2010 Betão. Determinação dos tempos de presa.

NP EN 206-1:2007

Betão. Parte 1: Especificação, desempenho, produção e conformidade.Emenda 1:2008

Emenda 2:2010

NP EN 206-9:2010 Betão. Parte 9: Regras adicionais para betão autocompactável (BAC).

NP EN 12350-1:2009 Ensaios do betão fresco. Parte 1: Amostragem.

NP EN 12350-2:2009 Ensaios do betão fresco. Parte 2: Ensaio de abaixamento.

NP EN 12350-3:2009 Ensaios do betão fresco. Parte 3: Ensaio Vêbê.

NP EN 12350-4:2009 Ensaios do betão fresco. Parte 4: Grau de compactabilidade.

NP EN 12350-5:2009 Ensaios do betão fresco. Parte 5: Ensaio da mesa de espalhamento.

NP EN 12350-6:2009 Ensaios do betão fresco. Parte 6: Massa volúmica.

NP EN 12350-7:2009 Ensaios do betão fresco. Parte 7: Determinação do teor de ar. Métodos pressiométricos.

NP EN 12350-8:2010 Ensaios do betão fresco. Parte 8: Betão autocompactável. Ensaio de espalhamento.

NP EN 12350-9:2010 Ensaios do betão fresco. Parte 9: Betão autocompactável. Ensaio de escoamento no funil V.

NP EN 12350-10:2010 Ensaios do betão fresco. Parte 10: Betão autocompactável. Ensaio de escoamento na caixa L.

NP EN 12350-11:2010 Ensaios do betão fresco. Parte 11: Betão autocompactável. Ensaio de segregação no peneiro.

NP EN 12350-12:2010 Ensaios do betão fresco. Parte 12: Betão autocompactável. Ensaio de espalhamento no anel J.

NP EN 12390-1:2012 Ensaios do betão endurecido. Parte 1: Forma, dimensões e outros requisitos para o ensaio de provetes e para os moldes.

NP EN 12390-2:2009Ensaios do betão endurecido. Parte 2: Execução e cura de provetes para ensaios de resistência mecânica.

Errata: Nov 2010

NP EN 12390-3:2011 Ensaios do betão endurecido. Parte 3: Resistência à compressão de provetes.

NP EN 12390-4:2003 Ensaios do betão endurecido. Parte 4: Resistência à compressão – Características das máquinas de ensaio.

NP EN 12390-5:2009 Ensaios do betão endurecido. Parte 5: Resistência à flexão de provetes.

NP EN 12390-6:2011 Ensaios do betão endurecido. Parte 6: Resistência à tracção por compressão de provetes.

NP EN 12390-7:2009 Ensaios do betão endurecido. Parte 7: Massa volúmica do betão endurecido.

NP EN 12390-8:2009 Ensaios do betão endurecido. Parte 8: Profundidade de penetração da água sob pressão.

NP EN 12504-1:2009 Ensaio do betão nas estruturas. Parte 1: Carotes. Extracção, exame e ensaio à compressão.

NP EN 12504-2:2012 Ensaio de betão nas estruturas. Parte 2: Ensaio não destrutivo – Determinação do índice esclerométrico.

NP EN 12504-3:2007 Ensaio de betão nas estruturas. Parte 3: Determinação da força de arranque.

NP EN 12504-4:2007 Ensaio de betão nas estruturas. Parte 4: Determinação da velocidade de propagação dos ultra-sons.

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21 de Novembro de 2013

BETÃO Normas (Cont.)

NP EN 13670:2011Execução de estruturas de betão.

Emenda 1:2012

NP ENV 13670-1:2007Execução de estruturas em betão. Parte 1: Regras gerais.

Emenda 1:2008

NP EN 13791:2008 Avaliação da resistência à compressão do betão nas estruturas e em produtos prefabricados.

NP EN 14487-1:2008 Betão projectado. Parte 1: Definições, especificações e conformidade.

NP EN 14487-2:2008 Betão projectado. Parte 2: Execução.

NP EN 14488-1:2008 Ensaios de betão projectado. Parte 1: Amostragem do betão fresco e endurecido.

NP EN 14488-2:2008 Ensaios de betão projectado. Parte 2: Resistência à compressão do betão projectado jovem.

NP EN 14488-3:2008 Ensaios de betão projectado. Parte 3: Resistência à flexão (máxima, última e residual) de vigas reforçadas com fibras.NP EN 14488-4:2005+A1: 2008 Ensaios de betão projectado. Parte 4: Resistência de aderência em carotes à tracção simples.

NP EN 14488-5:2008 Ensaios de betão projectado. Parte 5: Determinação da capacidade de absorção de energia de provetes de lajes reforçadas com fibras.

NP EN 14488-6:2008 Ensaios de betão projectado. Parte 6: Espessura de betão sobre um substrato.

NP EN 14488-7:2008 Ensaios de betão projectado. Parte 7: Dosagem de fibras no betão reforçado com fibras.

NP EN 14845-1:2008 Métodos de ensaio de fibras no betão. Parte 1: Betões de referência.

NP EN 14845-2:2008 Métodos de ensaio de fibras no betão. Parte 2: Influência sobre a resistência.

NP EN 14889-1:2008 Fibras para betão. Parte 1: Fibras de aço. Definições, especificações e conformidade.

NP EN 14889-2:2008 Fibras para betão. Parte 2: Fibras poliméricas. Definições, especificações e conformidade.

Especificações LNEC

E 383:1993 Betões. Determinação da resistência à penetração de cloretos. Método da célula de difusão.

E 387:1993 Betões. Caracterização de vazios por método microscópico.

E 388:1993 Betões. Análise macro e micro-estrutural. Exame petrográfico.

E 389:1993 Betões. Preparação de lâminas delgadas para análise micro-estrutural.

E 390:1993 Betões. Determinação da resistência à penetração de cloretos. Ensaio de imersão.

E 391:1993 Betões. Determinação da resistência à carbonatação.

E 392:1993 Betões. Determinação da permeabilidade ao oxigénio.

E 393:1993 Betões. Determinação da absorção de água por capilaridade.

E 394:1993 Betões. Determinação da absorção de água por imersão. Ensaio à pressão atmosférica.

E 395:1993 Betões. Determinação da absorção de água por imersão. Ensaio no vácuo.

E 396:1993 Betões. Determinação da resistência à abrasão.

E 397:1993 Betões. Determinação do módulo de elasticidade em compressão.

E 398:1993 Betões. Determinação da retracção e da expansão.

E 399:1993 Betões. Determinação da fluência em compressão.

E 413:1993 Betões. Determinação da permeabilidade ao ar e à água. Método de Figg.

E 454:1999 Betões de cimento branco. Recomendações para a escolha dos constituintes.

E 461:2007 Betões. Metodologias para prevenir reacções expansivas internas.

E 463:2004 Betões. Determinação do coeficiente de difusão dos cloretos por ensaio de migração em regime não estacionário.

E 464:2007 Betões. Metodologia prescritiva para uma vida útil de projecto de 50 e de 100 anos face às acções ambientais.

E 465:2007 Betões. Metodologia para estimar as propriedades de desempenho do betão que permitem satisfazer a vida útil de projecto de estruturas de betão armado ou pré-esforçado sob as exposições ambientais XC e XS.

E 475:2007 Betões. Determinação da permeabilidade à água. Método GWT.

E 477:2007 Guia para especificação do betão de ligantes hidráulicos conforme com a NP EN 206-1.

Outros documentos

CR 1901:1995 Regional Specifications and Recommendations for the avoidance of damaging alkali silica reactions in concrete.

CR 12793:1997 Measurement of the carbonation depth of hardened concrete.

TS 12390-9:2006 Testing hardened concrete – Part 9: Freeze-thaw resistance – Scaling.

TS 12390-10:2007 Testing hardened concrete – Part 10: Determination of the relative carbonation resistance of concrete.

TS 12390-11:2010 Testing hardened concrete – Part 11: Determination of the chloride resistance of concrete, unidirectional diffusion.

CR 13901:2000 The use of the concept of concrete families for the production and conformity control of concrete.

CR 13902:2000 Test methods for determining the water/cement ratio of fresh concrete.

TR 15177:2006 Testing the freeze-thaw resistance of concrete – Internal structural damage.

TR 15678:2008 Concrete – Release of regulated dangerous substances into soil, groundwater and surface water – Test method for new or unapproved constituents of concrete and for production concretes.

TR 15868:2009 Survey of national requirements used in conjunction with EN 206-1:2000.

TR 16142: 2011 Concrete – A study of the characteristic leaching behaviour of hardened concrete for use in the natural environment.

TR 16349: 2012 Framework for a specification on the avoidance of a damaging Alkali-Silica Reaction (ASR) in concrete.

TR 16369: 2012 Use of control charts in the production of concrete.

TR 16563:2013 Principles of the equivalent durability procedure.

CAldAs de INJeCçãoNormas

NP EN 445:2008 Caldas de injecção para armaduras de pré-esforço. Métodos de ensaio.

NP EN 446:2008 Caldas de injecção para armaduras de pré-esforço. Procedimentos de injecção.

NP EN 447:2008Caldas de injecção para armaduras de pré-esforço. Requisitos básicos.

Errata: Jan 2011

Fontes de informação: www.ipq.pt | www.lnec.pt | www.cen.euSignificado do sombreado: linha inserida e/ou alterada

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Betão n.31 Novembro 2013

Técnica

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Preâmbulo

Afigurando-se o Betão como um dos materiais de cons-trução mais relevantes dos tempos modernos, é neces-sário ter consciência de que o seu comportamento e desempenho nas diversas construções que integra, depende inevitavelmente das propriedades dos seus constituintes, dos quais os Agregados se assumem como protagonistas marcadamente influentes.De facto, a diversidade de origens, tipologias e carac-terísticas inerentes àqueles materiais acabam por con-dicionar a jusante, a própria qualidade dos Betões que vão incorporar.Assim, procurou-se, com o presente artigo, dar uma orientação e alertar para a forma como determinados factores podem interferir decisivamente e de modo indesejável na qualidade dos betões, nomeadamente a existência de substâncias prejudiciais nos agregados.A base do texto que se segue fundamenta-se de uma forma objectiva, para além do acervo normativo aplicá-vel em Portugal, essencialmente na norma europeia EN 12620, transcrevendo-se, quando justificável, algumas passagens dos documentos normativos.

1. Generalidades

Os agregados utilizados na fabricação de betão não devem ser reactivos com o cimento e ser suficiente-mente estáveis diante da acção dos agentes externos com os quais vão estar em contacto na central de pro-dução de betão.Os agregados devem estar isentos de substâncias pre-judiciais, como argila, matéria orgânica, etc., que dimi-nuam a sua aderência à pasta de cimento ou que pre-judiquem as reacções de presa e endurecimento do betão.Os agregados não devem reagir com o cimento dando lugar a produtos expansivos que possam criar tensões internas na massa de betão, que alterem ou diminuam as resistências mecânicas ou durabilidade dos mesmos.As substâncias prejudiciais nos agregados podem ser

divididas em três grandes grupos: • impurezas que interferem na hidratação do cimento

(ácidos húmicos, sais minerais); • substâncias envolventes do agregado, formando

películas (argila e silte ou pó de pedra);• partículas frágeis e defeituosas (torrões de argila,

carvão, linhina).

Podem instalar-se, ainda, certas reacções químicas entre o agregado e o cimento, que ao originarem expansão, anulam a coesão existente entre os mate-riais. As reacções expansivas enquadram-se em três tipos diferentes:

• reacção em meio húmido, entre álcalis do cimento e a sílica não cristalizada do agregado;

• reacção dos álcalis do cimento com o carbonato de magnésio de certos calcários dolomíticos;

• reacção de determinadas formas da alumina do agre-gado (por exemplo, feldspatos sódicos alterados ou caulinizados), com sulfatos em presença de elevada alcalinidade proveniente da hidratação do cimento.

2. Impurezas de origem orgânica

A matéria orgânica é a impureza mais frequente nos agregados finos. Consiste em tecidos de animais e vegetais, geralmente sob a forma de partículas minús-culas de húmus e argila orgânica, que são principal-mente formados por carbono, nitrogénio e água. Este tipo de material, ao encontrar-se em grandes quanti-dades, afecta de uma forma nociva as propriedades do betão, como a resistência, a durabilidade e os tem-pos de presa do betão.As impurezas orgânicas interferem nas reacções quí-micas de hidratação do cimento durante o processo de presa originando um retardamento, o qual ori-gina, como anteriormente se referiu, uma diminuição da resistência e da durabilidade do betão. Por isso é importante detectar este tipo de matéria, saber como actua e até que quantidade é admissível.

Agregados para Betão – Substâncias Prejudiciais

Eng.o João André

Técnica

Page 33: Betão nº31 - Novembro 2013

Novembro 2013 Betão n.31

Técnica

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Ao falar-se nos prejuízos causados pela matéria orgâ-nica no betão, também se deve dar ênfase aos danos provocados nas armaduras, como o aço, onde pode ocorrer a corrosão, que é um dos maiores problemas no betão armado, produzindo-se a degradação das suas propriedades. Como nem todas as impurezas orgânicas são preju-diciais o mais aconselhável é realizar um ensaio para conhecer a quantidade de matéria nos agregados e desta maneira se poder tomar decisões, sobre a uti-lização dos agregados. Estes ensaios sobre a deter-minação dos componentes orgânicos que afectam o endurecimento e a presa do cimento encontram-se descritos na norma EN 1744-1, secção 15. A norma EN 12620 refere que a presença de matéria orgânica deve ser determinada de acordo com a EN 1744-1 secção 15.1 (determinação do teor de húmus). Se os resultados revelarem um teor elevado em húmus, convém determinar a presença de ácido fúl-vico de acordo com a EN 1744-1 secção 15.2. Se nes-tes ensaios a cor do líquido que sobrenada for mais clara que as cores-padrão, pode considerar-se que os agregados não contêm matéria orgânica.

2.1 Teor de húmusA matéria orgânica que dá ao solo a cor escura é constituída essencialmente por um material chamado húmus. O húmus deriva principalmente das plantas que realizam fotossíntese. Alguns componentes desse material (como a celulose e a hemicelulose) provêm por sua vez da decomposição anterior efectuada por organismos que vivem no solo. A fracção de cor escura do húmus é formada por ácidos húmicos e fúlvicos, e é solúvel em soluções alcalinas devido à presença dos grupos ácidos.O ensaio que se deve fazer inicialmente é a deter-minação do teor de húmus (EN 1744-1 Secção 15.1). Como referido anteriormente, o húmus é uma subs-tância orgânica que se forma no solo pela decompo-sição de restos de animais e de plantas. O teor de húmus é determinado a partir de um ensaio colorimé-trico, quando o provete para ensaio é agitado numa solução de hidróxido de sódio. O método de ensaio baseia-se no facto de o húmus desenvolver uma cor escura ao reagir com o hidró-xido de sódio. A intensidade da cor depende do teor de húmus. Se a solução não estiver ou estiver apenas ligeiramente colorida (ver figura 1), o agregado não contém quantidades consideráveis de húmus. O apa-recimento de uma cor escura (ver figura 2) resulta nor-

malmente num teor elevado de húmus. No entanto esta reacção poderá ter outras causas. O resultado do ensaio deve indicar se a cor da solução é um Ensaio Negativo (mais clara do que a cor padrão) ou um Ensaio Positivo (mais escura do que a cor padrão).O facto de, após o ensaio de um agregado, a cor ser mais escura que a cor padrão, não significa necessaria-mente que seja impróprio para utilizar. A matéria orgâ-nica detectada por este método pode não ser preju-dicial para o betão como acontece com a linhina; a coloração obtida no ensaio pode ser devida a mine-rais ou sais de ferro; há ainda compostos orgânicos como a glucose, que não dão cor à solução, e são pre-judiciais para o cimento. A natureza da matéria orgâ-nica presente no agregado é muito mais importante do que a quantidade.Se existirem suspeitas da existência de açúcares ou de matérias contendo açúcar, convém que o agre-gado seja sujeito ao ensaio de determinação dos con-taminantes orgânicos pelo método da argamassa de acordo com a norma EN 1744-1 secção 15.3.

2.2 Teor de ácido fúlvicoSe os resultados do ensaio de determinação do teor de húmus revelarem um teor elevado em húmus, convém determinar a presença de ácido fúlvico de acordo com a EN 1744-1 secção 15.2 que especifica um método de determinação do teor de ácido fúlvico dos agregados finos. Os ácidos fúlvicos são componentes dos ácidos húmi-cos que têm um efeito retardador na hidratação do

Figura 2 – Agregado com elevado teor de húmus

Figura 1 – Agregado sem húmus considerável

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Betão n.31 Novembro 2013

Técnica

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cimento. Os ácidos fúlvicos dissolvem-se em ácido clorídrico produzindo uma cor amarela. A intensidade da cor aumenta à medida que aumenta a concentra-ção de ácidos fúlvicos. Os compostos de Fe (III) pro-duzem uma cor acastanhada na presença de ácido clorídrico. Esta cor é eliminada pela conversão dos compostos de Fe (III) em compostos de Fe (II) inco-lores utilizando uma solução de cloreto de estanho.O resultado do ensaio deve indicar se a cor da solu-ção é um Ensaio Negativo (mais clara do que a cor padrão) ou um Ensaio Positivo (mais escura do que a cor padrão) .A solução colorida padrão é obtida por dissolução de 45,0 g de FeCl3.6H2O e 5,50 g CoCL2.6H2O em 279,5 g de água com 1 ml de HCl concentrado. A solução colorida padrão (laranja-tangerina) é equivalente à Cor Normalizada Gardner n.º 11 (ver Figura 3).

2.3 Determinação dos contaminantes orgânicos pelo método da argamassaJá foi referido que o facto de, após o ensaio de um agregado, a cor ser mais escura que a cor padrão, não significa necessariamente que seja impróprio para uti-lizar. Neste caso pode realizar-se o ensaio de determi-nação dos contaminantes orgânicos pelo método da argamassa (EN 1744-1 secção 15.3) que é muito mais moroso de realizar, mas conclusivo sobre a qualidade dos agregados relativo a este parâmetro.

De acordo com a norma EN 1744-1 secção 15.3 o método de argamassa é um ensaio de desempenho com o objectivo de demonstrar e quantificar quais-quer efeitos que os contaminantes orgânicos nos agregados possam ter no endurecimento da arga-massa. O método consiste em preparar duas arga-massas nominalmente idênticas e ensaiá-las quanto ao índice de endurecimento e resistência à compres-são. Uma das argamassas é feita com o agregado de ensaio tal como recebido, enquanto a outra arga-massa é preparada com o mesmo agregado após ter sido aquecido a (480±25)oC de forma a destruir a matéria orgânica. O agregado aquecido funciona como um controlo a partir do qual o agregado em estudo é comparado. Procede-se à avaliação no que respeita ao seu efeito no tempo de presa e na resis-tência à compressão aos 28 dias de idade. Logo após terminada a mistura de cada argamassa (uma com o agregado aquecido, outra com o agregado no estado de recepção), determina-se o tempo de presa de acordo com a norma EN 1015-9. De acordo com a norma EN 1015-11, a partir de cada mistura deter-mina-se a resistência à compressão de cada arga-massa aos 28 dias.De acordo com a norma EN 12620 secção 6.4.1, as proporções de tais materiais devem ter um valor que não provoquem:• um aumento do tempo de presa nos provetes de

argamassa de ensaio superior a 120 min;• uma diminuição da resistência à compressão nos

provetes da argamassa de ensaio superior a 20 % aos 28 dias.

3. Constituintes que afectam a superfície de acabamento do betão

Quando o aspecto da superfície do betão for uma característica essencial ou determinante, convém que os agregados não contenham materiais em propor-ções capazes de afectar negativamente a qualidade ou durabilidade da superfície.Geralmente, são partículas que pelas suas proprieda-des físicas alteram a integridade ou a resistência do betão, não só devido ao facto de a sua resistência ser inferior à da argamassa mas também à possibilidade de alterações volumétricas excessivas por embebição, secagem ou congelação da água no seu interior.Certos constituintes de agregados podem ter um efeito prejudicial na superfície de acabamento do betão podendo formar manchas, descolorações, expansões ou destacamentos se estiverem perto da superfície do betão. Os sulfuretos de ferro reactivos e a lenhite são dois exemplos de materiais que podem provocar tais efeitos no betão.

Figura 3 – Cor Normalizada Gardner n.º 11

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Novembro 2013 Betão n.31

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A lenhite e o carvão devem ser eliminados do agre-gado se este se destina ao betão à vista e, no betão sujeito a desgaste, a presença de todas as partículas friáveis e com baixa resistência deve ser também com-pletamente eliminada.Sabendo-se que pequenas percentagens, em massa, de contaminantes nos agregados podem afectar a superfí-cie de acabamento do betão, convém verificar se a ori-gem dos agregados é adequada ao destino final.A norma EN 12620 Anexo G secção G.4 refere que, normalmente, a proporção de contaminantes orgâni-cos leves, determinada de acordo com a norma EN 1744-1 secção 14.2, convém que não exceda:• 0,5 % em massa do agregado fino; ou• 0,1 % em massa do agregado grosso.

Quando a superfície de acabamento for de particular importância, a proporção de contaminantes orgânicos leves, determinada de acordo com a norma EN 1744-1 secção 14.2, convém que não exceda:• 0,25 % em massa do agregado fino; ou• 0,05 % em massa do agregado grosso.

Em certos casos, como por exemplo para paramentos mais críticos, pode ser necessário estabelecer requi-sitos adicionais quanto aos níveis de contaminantes orgânicos leves.

4. Impurezas constituídas por sais minerais

Muitos sais minerais podem estar misturados com o agregado e provocar alterações na presa, na resis-tência, na durabilidade, promover a deterioração do betão, originando reacções nocivas com o cimento ou com as armaduras do betão armado, como já referido anteriormente. Enquadram-se neste âmbito o caso de agregados contaminados ou contendo sais mine-rais tais como cloretos, compostos contendo enxo-fre (exemplo, sulfatos (especialmente gesso)), sulfure-tos, óxidos de ferro e certos compostos de chumbo e zinco.

4.1 CloretosOs cloretos podem existir nos agregados naturais ou serem provenientes da água com a qual estiveram em contacto. Em geral, os agregados extraídos do mar contêm sais em que predominam os cloretos e os sul-fatos.Os cloretos alteram o tempo de presa do cimento e a velocidade do endurecimento, sendo extremamente perigosos no caso do betão armado ou pré-esforçado. Porque, existindo armaduras de aço, a presença do ião cloro promove a oxidação sob a forma de ferru-gem, provocando não só diminuição da sua secção, mas também expansão, pois a ferrugem forma-se com

um extraordinário aumento de volume, que acaba por romper o recobrimento do betão, o que acelera mais ainda o processo de corrosão. Assim, pode-se afirmar que a corrosão devida aos cloretos é generalizada e altera a secção do aço, que rompe normalmente, com o alongamento unitário de rotura que tinha antes da corrosão.O teor de iões cloro solúveis em água da maior parte dos agregados extraídos de depósitos continen-tais é geralmente muito baixo. Sempre que se possa demonstrar que o teor de cloro de tais materiais não é superior a 0,01%, este valor pode ser utilizado no cál-culo do teor máximo de cloretos dos materiais cons-tituintes do betão. O ensaio deve ser realizado de acordo com a norma EN 1744-1 secção 5.1 - Determi-nação de sais de cloreto solúveis em água utilizando o método de Volhard (método de referência).A percentagem de cloretos no betão deve ser limitada através de valores precisos em função dos diferentes tipos de betão. De acordo com a norma NP EN 206-1:2007 secção 5.2.7 o cloreto de cálcio e os adjuvan-tes à base de cloretos não devem ser adicionados ao betão com armaduras de aço, aço de pré-esforço ou com qualquer outro tipo de material embebido. O teor de cloretos de um betão, expresso em per-centagem de iões cloreto por massa de cimento, não deve exceder o valor dado no quadro seguinte:

Para a determinação do teor de cloretos de um betão deve calcular-se a soma das contribuições dos mate-riais constituintes, usando um, ou uma combinação,

Utilização do betãoClasse

do teor de cloretos a)

Máximo teor de Cl por

massa de cimento b)

Sem armaduras de aço ou outros metais embebidos, com excepção de dispositivos de elevação resistentes à corrosão

Cl 1,0 1,0 %

Com armaduras de aço ou outros metais embebidos

Cl 0,20Cl 0,40

0,20 %0,40%

Com aço de pré-esforçoCl 0,10Cl 0,20

0,10%0,20%

a) Para um uso específico do betão, a classe a aplicar depende das disposições válidas no local de utilização do betão.b) Quando forem utilizadas adições do tipo II e quando estas forem consideradas para a dosagem de cimento, o teor de cloretos é expresso em percentagem de iões cloreto por massa de cimento mais massa total das adições consideradas.

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Betão n.31 Novembro 2013

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dos seguintes métodos:• cálculo baseado, para cada um dos materiais consti-

tuintes, no teor máximo de cloretos permitido na res-pectiva norma ou no teor declarado pelo produtor;

• cálculo baseado, para cada um dos materiais consti-tuintes, no teor de cloretos calculado mensalmente a partir da média das últimas 25 determinações mais 1,64 vezes o respectivo desvio-padrão. Este método é particularmente aplicável a agregados dragados do mar e para aqueles casos onde não existe um valor máximo declarado ou normalizado.

4.2 SulfatosA presença de sulfatos nos agregados pode levar à desagregação do betão por expansão. Os sulfa-tos podem reagir com a alumina do agregado ou do cimento, se em presença de uma solução sobressatu-rada de hidróxido de sódio originar-se etringite, reac-ção que é expansiva. Em certas condições, outros compostos com enxofre presentes nos agregados podem oxidar-se no betão e produzir sulfatos. Estes podem também provocar a desagregação do betão por expansão. O ensaio de determinação de sulfatos solúveis em ácido é realizado de acordo com a norma EN 1744-1 secção 12. O teor de iões sulfatos é expresso como uma percentagem da massa do agregado. De acordo com a especificação LNEC E 467 o requisito de con-formidade para os agregados, exceptuando as escó-rias arrefecidas ao ar, implica um valor menor ou igual a 0,2 %.

4.3 Enxofre totalQuando requerido, o teor total de enxofre dos agrega-dos, determinado de acordo com a norma EN 1744-1 secção 11, não deve exceder 1 % em massa para os agregados, excepto escórias de alto-forno arrefecidas ao ar.Devem ser tomadas precauções especiais quando no agregado se verifique a existência de pirrotite (forma instável do sulfureto de ferro) pois este mineral é muito instável em presença dos agentes atmosféricos, pois oxida-se facilmente produzindo ácido sulfúrico. Se a presença da pirrotite for confirmada, o teor máximo de enxofre deve ser reduzido para 0,1 %.

4.4 AlcalinosA pesquisa de iões alcalinos só deve ser realizada quando o agregado que se vai utilizar é reactivo com os álcalis, e apenas tem interesse a limitação da quan-tidade de álcalis quando o ligante do betão é cimento portland ou portland de ferro. O inconveniente da existência, nos agregados, de sais não prejudiciais para o betão nem para as armaduras resume-se à pos-sível provocação de eflorescências, devido à percola-

ção da água através do betão, e à sua evaporação na superfície. A eflorescência é provocada pelo carbo-nato de cálcio, pelo sulfato de cálcio e pelos carbo-natos e sulfatos alcalinos, provenientes dos sais incor-porados no betão. Há no entanto casos de destruição do betão devido à cristalização e dissolução alternada de sais (especialmente sulfato de magnésio) no betão.

5. Finos

De acordo com a norma EN 12620 a definição de finos é a fracção do agregado que passa no peneiro de 0,063 mm. Tipo de partículas finas: • argila (dimensões inferiores a 2µm)• silte ou pó de pedra (dimensões entre 2µm e 60 µm)

proveniente da britagem.

As partículas finas, devido às suas dimensões podem enfraquecer o betão, na medida que ao revestirem as partículas do agregado, impedem uma aderência activa da pasta de cimento com o agregado.Estes tipos de partículas podem aumentar a água de amassadura e fazê-la variar de uma para a outra. Logo, para uma determinada composição de betão cuja consistência se pretende manter constante, a incor-poração de partículas finas, para além das do estudo da composição, origina uma variabilidade da água de amassadura com implicações nas propriedades do betão, nomeadamente na sua resistência.

5.1 Influência da argila e do pó de pedra A influência de partículas de argila é mais nefasta para o betão que as partículas finas provenientes da brita-gem. Por isso a quantidade admissível para o fabrico do betão é diferente.As partículas de argila têm dimensões inferiores à do cimento. O mecanismo de aderência das partículas de argila ao cimento, origina a formação de uma pelí-cula que constitui uma barreira à difusão de iões, que impede a cristalização regular e homogénea dos com-ponentes hidratados. Se não forem em quantidade suficiente para formar películas à volta dos grãos de cimento vão interferir no crescimento dos cristais dos componentes hidra-tados e na sua colagem que pode até ser impedida ou muito reduzida.Há argilas que pela sua constituição mineralógica

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modificam a presa e o endurecimento do betão e outras como as argilas expansivas do tipo da ben-tonite que, por adsorção da água de amassadura, podem tornar o betão durante a mistura duro, com falta de trabalhabilidade.Se a argila reveste o agregado, também tem uma acção prejudicial ao impedir a perfeita ligação do cimento com o agregado, com implicações nas ten-sões de rotura do betão.A presença das partículas de argila pode baixar as ten-sões de rotura à compressão entre 20 % a 30 %.Sobre este assunto A. Sousa Coutinho realizou um estudo sobre uma composição de betão que se des-creve:Composição do betão de referência por metro cúbico: 300 kg de cimento; 1855 kg de agregados (795 kg de areia e 1060 kg de agregados grossos) e 190 l de água. A consistência do betão medida através do ensaio de abaixamento, mantém o valor de 30mm.

MPa, por vezes a fronteira entre a verificação da con-formidade para um C25/30, no estudo em análise. De salientar que para uma mesma percentagem de subs-tituição de agregado a argila tem um acréscimo maior de água que a do pó de pedra, para a mesma consis-tência. O pó de pedra é constituído por partículas com dimensões maiores que as da argila, logo é menor a sua influência no crescimento e colagem dos cristais do cimento hidratado. A incorporação de pó de pedra no betão em deter-minadas situações permite corrigir a granulometria do agregado ou até da pasta de cimento, contribuindo para uma maior compacidade da mistura nos casos de betões com dosagens baixas de cimento e/ou betões com areia mais grossa com falta de finos.As limitações para a incorporação do pó de pedra no betão não são por isso tão grandes como para a argila.O maior inconveniente das partículas muito finas é diminuírem a resistência ao desgaste, nomeadamente por abrasão. Os agregados que contenham quanti-dade de partículas finas superiores aos limites estabe-lecidos devem ser lavados. No caso da argila e matéria orgânica muito ligadas ao agregado, a lavagem mais eficaz é obtida recorrendo à adição de hidróxido de sódio na água de lavagem. A solução de hidróxido de sódio ataca a matéria orgânica e origina a floculação da argila, limpando o agregado das partículas finas que se encontravam aderentes à sua superfície.A acção prejudicial dos finos existentes nos agregados finos e nos fíleres deve ser avaliada através da realiza-ção dos ensaios de: • determinação do teor de finos de acordo com a

norma EN 933-1; • ensaio do equivalente de areia de acordo com a

norma EN 933-8;• ensaio de azul de metileno de acordo com a norma

EN 933-9.

A determinação do teor em agregados muito finos e matérias solúveis contidas nos agregados é realizada de acordo com a norma NP EN 933-1 relativa à análise granulométrica dos agregados.

O teor de finos de um agregado é dado pela equação:

onde:

M1 - massa do provete de ensaio secoM2 - massa do material seco com granulometria supe-

rior a 0,063 mm.

Figura 4 – Variação da tensão de rotura à compressão, a 28 dias, do betão de referência, com a quantidade de argila, de pó de calcário e de 5% de pó com quantidades crescentes de argila. A percentagem refere-se ao peso total do agregado.

A substituição de 2 % de agregado por argila (aproxi-madamente 37 kg de argila por metro cúbico) baixou a tensão de rotura em 28 %.No caso da substituição de agregado por pó de pedra o decréscimo das tensões de rotura não é tão signifi-cativo. Uma substituição de agregado por 3 % de pó de pedra origina uma diminuição da resistência em 4

(M1 - M2) + P M1

x100f

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Nota: partículas retidas no peneiro de 0,063 mm e res-tantes de dimensão superior.P - massa do material peneirado que passa no peneiro

de 0,063 mm na peneiração a seco do material seco após a lavagem.

Nota: (M1 – M2) quantidade de finos que passaram no peneiro de 0,063 mm durante a lavagem do agregado.

5.2 Ensaio de equivalente de areiaO ensaio de equivalente de areia destina-se especial-mente a medir rápida e seguramente o teor de argila, com o fim de evitar a utilização de materiais com quan-tidades excessivas de argila.Quando o agregado contém outros finos, além da argila, o ensaio não é conclusivo. Pois as partículas argilosas são mais sensíveis à floculação que outras partículas finas.O ensaio de equivalente de areia é tão sensível à quantidade de finos como à qualidade dos finos.

5.3 Ensaio de azul de metilenoA norma sobre o ensaio de azul de metileno, que se baseia na adsorção de um corante (azul de metileno), foi desenvolvida em França nos finais dos anos 80, com o objectivo de caracterizar a natureza dos finos que se uti-lizavam na fabricação do betão. Posteriormente desen-volveram-se variantes da dita norma para determinar a presença de argila nos finos das partículas de tama-nho inferior a 400 um para a sua utilização, também, em agregados destinados a pavimentos. As diferen-ças entre estas normas são várias e de diferente signi-ficado; entre elas, podem mencionar-se as relativas às fracções de finos utilizadas no ensaio, a concentração da solução de azul de metileno que se utiliza, o método de determinação da mancha de azul (visual e calorimé-trica), assim como a forma de expressão dos resulta-dos de ensaio. Nas primeiras normas (por exemplo, NLT 171/ 90 e UNE 83130) o resultado era expresso em gramas de azul de metileno por cem gramas de amos-tra (g/100 g), enquanto na NP EN 933-9 o resultado é expresso em gramas de azul de metileno por mil gra-mas de amostra (g/1000 g).Os primeiros estudos realizados sobre a norma EN 933-9 referiam que não era necessário modificar as especificações fixadas nas normas anteriores, e assim se manteve até início do ano 2002, quando se compro-vou que a especificação devia alterar-se, pelo menos através da introdução na norma europeia de uma nova unidade de medida. As variações da norma de ensaio poderiam levar também à fixação de valores distintos, em função da capacidade de adsorção da fracção fina, que varia segundo a natureza e composição das argi-las que a formam; este método seria muito complicado de sistematizar e de especificar e não se vislumbra que traga maior qualidade aos agregados finos das diferen-

tes unidades de produção e utilização (exemplo, pavi-mentos). Assim, a comissão responsável pela elabo-ração das normas de produto europeias optaram por uma solução simples que resolve a situação descrita e que consiste em multiplicar os valores do azul de meti-leno por dez, para manter as especificações nos níveis semelhantes às normas anteriores à EN 933-9.O ensaio de azul de metileno tem como objectivo ava-liar o grau de contaminação argilosa dos finos constituin-tes do agregado fino. O azul de metileno tem a proprie-dade de ser adsorvido pela argila e matéria orgânica. O princípio do ensaio baseia-se numa massa de finos que é dispersa em água destilada à qual se adicionam incre-mentos de azul de metileno. Enquanto o azul de meti-leno é adsorvido, ele não cora a água. Esta reacção veri-fica-se depositando uma gota sobre um papel de filtro: o centro da mancha é azul escura (argila antes de adsor-ver o azul de metileno) e a auréola da mancha mantém--se incolor. A partir de uma certa quantidade de azul de metileno, a auréola persiste de cor azul claro de cerca de 1 mm à volta da mancha. Nesta fase toda a argila esgo-tou a sua capacidade de adsorção.Nota: Adsorção – processo pelo qual uma substância (gás ou líquido) adere à superfície de outra (sólido).Na adsorção verifica-se a formação de uma camada de gás ou líquido sobre a superfície de um sólido.

A norma NP EN 933-9 define um método para a deter-minação do valor (MB) do azul de metileno da fracção 0/2 mm em agregados finos e de granulometria extensa e a determinação do valor azul de metileno da fracção 0/0,0125 mm (MBF) (Ex. misturas betuminosas).De acordo com esta norma incrementos de uma solu-ção de azul de metileno são sucessivamente adiciona-das a uma suspensão em água destilada do provete, até que o limite de adsorção do azul de metileno pelas par-tículas seja atingido. Este limite é identificado através do método da mancha em papel de filtro.Quando os finos são pouco argilosos, pode adicionar--se caulinite à suspensão. (Ver em anexo descrição do ensaio).

6. Avaliação dos finos

De acordo com a norma EN 12620, os finos devem ser considerados não prejudiciais quando qualquer uma das quatro condições seguintes se verificar:a) teor total de finos do agregado fino inferior a 3 % ou

a outro valor de acordo com as disposições em vigor no local de utilização do agregado;

b) valor do equivalente de areia (SE), quando determi-nado de acordo com a EN 933-8, superior a um limite inferior especificado;

c) valor do ensaio de azul de metileno (MB), quando determinado de acordo com a EN 933-9, inferior a um determinado limite especificado;

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Novembro 2013 Betão n.31

Técnica

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d) desempenho equivalente ao de um agregado consi-derado satisfatório ou quando haja evidência do seu emprego satisfatório, sem que tenham resultado pro-blemas.

Os requisitos de conformidade para os ensaios do equi-valente de areia e do azul de metileno na fracção 0/2 mm devem normalmente ser expressos com uma probabili-dade de 90 %.De acordo com a especificação LNEC E 467 os requisitos mínimos para a verificação de conformidade para o teor de fino e qualidade dos finos é a seguinte:

a) teor de finos: agregados grossos: f4;agregados naturais 0/8: f16;agregados de granulometria extensa: f16;agregados finos: f22.

b) valor do equivalente de areia (SE), quando determi-nado de acordo com a EN 933-8, SE ≥ 50 para agre-gados com mais de 3% de finos;

c) valor do ensaio de azul de metileno (MB), quando determinado de acordo com a EN 933-9, MB 2,0 g/kg de finos para agregados com mais de 3% de finos.

BIBLIOGrAFIA

[1] EN 12620:2013 (Ed. 2) Aggregates for concrete[2] EN 1744-1:2009+A1:2012 (Ed. 1) Tests for chemical properties

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[8] Especificação LNEC 467:2006 Guia para a utilização de agre-gados em betões de ligantes hidráulicos.

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Betão n.31 Novembro 201334

Património

Comemoraram-se em 22 de Junho do corrente, 50 anos da inauguração da Ponte da Arrábida sobre o rio Douro, verdadeiro expoente da engenharia civil portuguesa e que à data, no ano de 1963, constituia a ponte em arco de betão armado com maior vão em todo o mundo: 270 metros.De facto a Ponte da Arrábida constitui uma obra-prima da Engenharia de Pontes, sendo como tal reconhe-cida internacionalmente. O seu processo construtivo, ao abrigo de um cimbre metálico em arco apoiado nas duas margens, com peso de 2200 toneladas, e colo-cado sucessivamente em três posições distintas, cons-tituiu uma operação de extraordinário rigor e enge-nho, nunca antes realizada.A Ponte da Arrábida é a primeira grande ponte sobre o rio Douro integralmente concebida, projectada e construída pela Engenharia Portuguesa. O seu autor, Engenheiro Edgar Cardoso, notabilizou-se como pro-jectista de pontes, combinando sabiamente nas suas obras, espalhadas pelos quatro continentes, engenho, ousadia, inovação, sensibilidade e apuro estético. No

contexto do acervo de obras que deixou, a Ponte da Arrábida é, para muitos especialistas, a sua maior obra-prima. Ao longo das últimas décadas a Ponte da Arrábida tornou-se um dos mais poderosos sím-bolos da cidade do Porto, provavelmente aquele que no futuro melhor simbolizará o Porto do século XX. No presente, a Ponte da Arrábida, para além da sua relevância utilitária como principal ligação entre as duas margens do rio no coração da Área Metro-politana do Porto, constitui Património no sentido mais nobre do termo. De entre as pontes do estuá-rio do rio Douro, a Ponte da Arrábida é a ponte mais próxima da foz, inserindo-se numa área muito sensível em que têm surgido novas construções, em ambas as margens, quer à cota alta, quer à cota das duas estra-das marginais. O ano de 2013 tem assim um signifi-cado especial para a Cidade Invicta, pois não só se comemoram os 50 anos de vida em serviço da Ponte da Arrábida, como também se completa o centenário do nascimento naquela cidade, do seu autor, o ines-quecível Engenheiro Edgar Cardoso.

Património

50 Anos da Ponte da Arrábida no Porto

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Novembro 2013 Betão n.31

Património

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O seu projectista, Engenheiro Edgar Cardoso, nascido no Porto (1913) e licenciado na Faculdade de Enge-nharia (1937), notabilizou-se ao longo de quase seis décadas de intensa vida profissional, como um excep-cional projectista de estruturas, sendo autor do pro-jecto de pontes em quatro continentes. Tinha aca-bado de completar 50 anos aquando da inauguração da Ponte da Arrábida, considerada por muitos como uma das suas obras-primas. Perto de três décadas depois, já quase octogenário, via inaugurada em 24 de Junho de 1991, a ponte ferroviária de S. João, pou-cos quilómetros a montante da Ponte da Arrábida, e que tal como esta, foi um recorde mundial em pontes desta tipologia, com o seu vão central de 250 metros sobre o rio Douro, que veio a substituir a centenária Ponte Maria Pia, situada 180 metros a jusante.Nestas 5 décadas, desde a sua construção, a Ponte da Arrábida, para além de constituir a principal liga-ção rodoviária entre as duas margens do rio Douro no coração da Área Metropolitana do Porto, consoli-dou-se como um dos mais poderosos, se não o mais poderoso símbolo da Cidade. Os primeiros estudos para uma nova travessia datam de 1930. A ideia de uma ponte ligando o Candal à Arrábida surgiu em 1945, e foi submetida ao Conse-lho Superior das Obras Públicas em 1950. Decidiu-se avançar com uma ponte mista (rodoviária e ferroviária) na zona da Arrábida, mas estudos posteriores levaram à opção de manter o traçado ferroviário independente da estrada, em face das dificuldades com as ligações às redes de um e de outro lado. Edgar Cardoso foi então escolhido, em 1952, para proceder à elabora-ção de anteprojectos para a ponte rodoviária. Foram cinco os anteprojectos, correspondentes a outras tan-tas soluções:• Ponte em betão armado;• Ponte de alvenaria regular;• Ponte suspensa;• Ponte metálica do tipo arco;• Ponte de betão pré-esforçado.A escolha acabou por recair na solução da ponte em arco de betão armado.

Por razões de economia, Edgar Cardoso concebeu um cimbre metálico galgando o rio de um só vão – em vez da solução de execução directa do arco, em troços sucessivamente espiados à parte já executada.Tal cimbre foi dimensionado com três arcos de alma cheia, tipo “caixão”, contraventados entre si, e permi-tia construir uma das costelas.Numa segunda fase seria ripado com as suas 2200 tf sobre caminhos de deslizamento até à posição da segunda costela, dando lugar à betonagem desta.

Como se referiu, a Ponte da Arrábida sobre o rio Douro, no Porto, foi inaugurada no dia 22 de Junho de 1963, segundo projecto do Engenheiro Edgar Car-doso, sendo, naquela data, a ponte em arco cons-truída em betão armado com maior vão em todo o mundo: 270 metros. A metodologia usada para a sua construção, por um lado, e a solução construída, por outro, constituíram na época avanços notáveis a nível internacional. A obra em si era descrita então, como: “uma ponte de arco com tabuleiro superior, de tímpanos aligeira-dos, com a rasante à cota de 68 m, com 25 m de lar-gura, comportando o seu perfil transversal duas fai-xas de circulação de 8 m cada, duas pistas de 1,70 m para ciclistas, dois passeios de 1,50 m e um separa-dor central de 2 m. Com a nova ponte, o vão sobre o rio Douro era assim vencido por um só arco de flecha igual a 52 m e com uma corda de 270 m, o que o tor-nava o maior vão do mundo de betão armado, entre os executados até então. O arco é formado por duas costelas, cada uma com a largura constante de 8 m, nas quais se apoia uma série de colunas rectangulares que sustentam o tabuleiro. Este tem o comprimento de 493 m, e a ponte, entre encontros, tem uma exten-são total de cerca de 615 m”.

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Betão n.31 Novembro 201336

Património

Após a conclusão do cimbre procedeu-se à constru-ção da costela, betonando-a por secções espaçadas, de comprimentos variáveis. Por fim, quando só faltava o fecho, foram bloqueadas as articulações das nascen-ças. Oito macacos de 700 tf foram colocados no fecho. A acção de 4500 tf fez aumentar 0,10 m a abertura do fecho e, nessa posição, ele foi betonado. Após a presa necessária, os macacos foram retirados e a cos-tela ficou a constituir um arco encastrado.Macacos idênticos foram então utilizados na base dos primeiros troços do cimbre para permitir aliviar e reti-rar uma primeira “bolacha” do apoio não rígido, a que se seguiram outras “bolachas” até ao cimbre baixar 0,40 m, ficando apoiado em charriots de aço através de interposta viga de betão armado.

Finalmente, o cimbre seria colocado por baixo do vão entre costelas para a execução da grade de contra-ventamento.As fases mais espectaculares da obra foram precisa-mente a montagem do cimbre na sua primeira posi-ção e as suas ripagens posteriores – fases que tiveram lugar só após a construção dos viadutos de acesso, com os seus pilares, pilastras e tabuleiro.Em cada margem, começou-se por montar os caixões do primeiro troço, apoiados em maciços não rígidos, formados por “bolachas” e prumos de madeira, e com o recurso a gruas fixas nas margens.Depois, os caixões do segundo troço foram monta-dos e ligados aos do primeiro por rebitagem, ficando apoiados em pórticos provisórios de betão armado construídos nas margens, para a amarração contra o vento. Aqui as gruas já estavam montadas no bordo dos primeiros troços. Os caixões destes primeiros e segundos troços foram levados em camião até ao local de montagem.Seguiram-se o terceiro, o quarto e o quinto troços, em que o transporte já foi feito pelo rio, com batelões e seus rebocadores, e as gruas posicionadas sempre na ponta do troço anterior. O conjunto foi então espiado por uma série de cabos de aço ao tabuleiro do respec-tivo viaduto de acesso, já construído.Nova operação semelhante foi seguida para os sextos e sétimos troços, com outra série de cabos de amarra-ção. A montagem do oitavo troço precedeu uma das fases mais celebradas desta obra – a montagem do tramo central de fecho, com 78 m de comprimento, 500 tf de peso, elevado desde o batelão pelas gruas, agora instaladas no bordo do oitavo troço.

Foto

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Novembro 2013 Betão n.31

Património

37

Ficha Técnica da Obra( Elementos retirados do Livro “As Pontes do Porto”, dePaulo Cruz e José M. Lopes Cordeiro, Ed. Civilização, Porto 2001)

Início da construção 25 . Out . 1956

Inauguração 22 . Jun . 1963

Pessoal envolvido na construção

Média diária de operários 400

Máximo diário de operários 1050

Total de horas de trabalho 8.000.000

Consumo de materiais

Cimento 19.280 ton.

Betão 58.700 m3

Varão de aço 2.250 ton.

Aço laminado no cimbre 2.200 ton.

Aço laminado na ponte (guardas) 74 ton.

Madeira em moldes, cavaletes e andaimes 6.600 m3

Alvenarias e cantarias 7.700 m3

Escavações e movimentos de terra 93.000 m3

Reboco com argamassa de cimento e areia

no extradorso dos arcos incluindo pintura 4.500 m3

Dimensões

Comprimento total: 495 m

Largura total da plataforma: 26,5 m

Largura de cada faixa de rodagem: 8 m

Largura de cada corredor para ciclistas: 2 m

Largura de cada passeio: 2 X 1,5 m

Largura do separador: 2 m

Custo previsto no projecto80 410 415$00 (5300$00 / m2)

Custo real112 799 039$00 (7 435$00 / m2)

De novo por meio de macacos, agora actuando na hori-zontal sobre as nascenças do cimbre, foi lentamente arrastado sobre caminhos de deslizamento até à posi-ção da outra costela, 15,00 m a jusante da primeira.Operação inversa da do descimbramento colocou o cimbre na posição correcta para a construção da costela.De idêntico modo se procedeu para, em terceira fase, colocar o cimbre no meio das costelas com vista à exe-cução da “grade” de betão armado que as une.Finalmente o cimbre foi colocado em três posições sucessivas e desmontado costela a costela, troço a troço, por meio de pórticos, diferenciais e equipamen-tos instalados sobre a “grade”.Seguiu-se a construção dos pilares e do tabuleiro na parte correspondente ao arco, já que os viadutos laterais estavam já concluídos antes da montagem do cimbre.O tabuleiro da Ponte da Arrábida passou então a cons-tituir-se como uma peça contínua de quase 500 metros de extensão assegurando a ligação do Porto a Gaia.

BIBLIOGRAFIA [1] http://paginas.fe.up.pt/~arrabida50/site/documentos/Docu-

mento%20Ponte%20Arrabida.pdf.[2] Processo de Classificação da Ponte da Arrábida como Monu-

mento Nacional, Porto Julho de 2010 – IGESPAR

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Betão n.31 Novembro 2013

Notícias

38

Uma viga de betão branco com cortiça foi a peça ideali-zada pelo Arquitecto Carrilho da Graça para a sua parti-cipação em “Metamorphosis”, a exposição inaugural da ExperimentaDesign 2013, em exibição no Mosteiro dos Jerónimos até 1 de Dezembro. A Unibetão participou na concretização deste projecto dando corpo ao objecto, que se tornou o resultado da metamorfose do cimento em cortiça. Foi produzido um UniLeve® cortiça branco*, que conferiu à peça um aspecto suave e uma leveza contrastante com a robustez do elemento, que é simultaneamente estrutural, resis-tente, leve e branco.

Para mais informações visite www.unibetao.ptou contacte [email protected]

* UniLeve®cortiça brancoD1,6 LC16/18 X0 Cl0,4 Dmáx12,5 S4

Unibetão naExperimenta Design

Perta abre filialem Moçambique

Presente há mais de 40 anos na área de Engenharia Civil e Obras Públicas, Fundações e Ambiente em Portugal, a Perta representa mais de 20 marcas internacionais líderes no seu segmento de mercado e tem alargado o seu mercado ao continente africano, com destaque para Angola com quem mantém relações regulares desde 2006, o que culminou na criação da Pertangola. Decorridos 5 anos, a experiên-cia no mercado africano permitiu à Perta a expansão a mais uma geografia, com a abertura, em 2013, da sua filial em Moçambique. Entre os seus clientes encontram-se as prin-cipais empresas de Construção Civil e Obras Públicas, Insti-tutos Públicos e Privados e Universidades.À semelhança do que acontece em Angola, a Perta em Moçambique fornece Equipamentos e presta Serviços de Assistência Técnica pós venda e Formação nas áreas de Construção Civil e Obras Públicas. Possui igualmente stock local de diversos equipamentos e materiais de consumo imediato, para atender às necessidades mais urgentes de todos os seus clientes.

Mais informações em www.perta.pt, www.pertangola.come www.pertamoz.com

SEW-EURODRIVE Portugalcertificada como entidade formadora

A SEW-EURODRIVE Portugal viu reconhecido o seu empenho na prestação de serviços de formação profis-sional técnica de elevada qualidade. A empresa foi certi-ficada como entidade formadora, no âmbito do disposto na Portaria n.º 851/2010, de 6 de Setembro, alterada e republicada pela Portaria n.º 208/2013, de 26 de Junho, nas áreas de: 520-Engenharia e técnicas afins e 523-Elec-trónica e automação. A SEW-EURODRIVE Portugal dispõe de uma equipa de recursos humanos dotada de elevadas competências técnico-profissionais nas suas áreas de actuação. Estas competências e experiência dos colaboradores funcio-nam como recurso principal da actividade desenvolvida ao nível da formação profissional técnica, através da concepção de módulos que permitem a transmissão de conhecimentos teóricos e práticos, ajustados às neces-sidades internas e externas, optimizando o desempenho dos seus profissionais.

Mais informações em www.sew-eurodrive.pt

ARCEN apresentanovo website

Com o objectivo de fortalecer a sua imagem online, a ARCEN remodelou o seu website, onde é possível assistir a um novo vídeo corporativo. Fundada em 1990 e reconhecida pelo seu vanguardismo tecnológico, a ARCEN oferece ao mercado soluções orien-tadas para o cliente, que vão desde a concepção do pro-jecto, à produção, passando pela montagem e assistência de equipamentos de betão, agregados e asfalto. Mais recen-temente, fruto da integração da empresa EUROCRANE no Grupo ARCEN, a sua oferta estende-se também aos equi-pamentos para portos marítimos.

Conheça o novo website da ARCEN em www.arcen.pt

Page 46: Betão nº31 - Novembro 2013

Associados

40 Betão n.31 Novembro 2013

Eurobetão – Betão Pronto, S.A.Av. das Forças Armadas 125, 7.º1600-079 LISBOA

Eurocálcio Calcários e Inertes, S.A.Vale de Ourém, São Mamede Apt. 962496-908 FÁTIMA

Ibera – Indústria de Betão, S.A.Quinta da Madeira, EN 114, Km 85Apartado 4247006-805 ÉVORA

Lenobetão, S.A.Apartado 1004PC Quinta da Sardinha2496-907 SANTA CATARINA dA SERRA

Lusobetão – Betões de Portugal S.A.Urb. Imotorres, Lote 8Quinta da Bela Vista2660-009 FRIELAS

Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A.Rua do Rego Lameiro, 38 4300-454 PORTO

Pragosa Betão, S.A.Apartado 462440 -901 BATALHA

Alexandre Barbosa Borges, S.A.Rua do Labriosque, 70 Martim4755-307 BARCELOS

Betão Liz, S.A.Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 LISBOA

BritoBetão, Lda.Herdade Monte das FloresEstrada da Canada, Apartado 4377002-505 ÉVORA

Brivel – Britas e Betõesde Vila Real, S.A.S. Cosme, S. Tomé do Castelo5000-371 VILA REAL

Concretope – Fábrica de Betão Pronto, S.A.Estrada Nacional 10/1, Qta. dos Porfírios2819-501 SOBREdA

Duarbel – Construção Civil e Obras Públicas, S.A.Rua da Aviação Portuguesa, 1352705-845 VILA VERdE SNT

Prebel – Soc. Técnica de Prefabricação e Construção, S.A.Caminho do Engenho Velho, São Martinho9000 - 260 FUNCHAL

Salvador & Companhia, Lda.R. dos Arcos, 67, Apartado 792301-909 TOMAR

Sonangil – Construção Civil e Obras Públicas, S.A.Quinta do SecretárioVia Rápida da Caparica2810-116 ALMAdA

TCONCRETE, S.A.Rua de Pitancinhos, Apartado 208, Palmeira4711-911 BRAGA

Unibetão – Indústrias de Betão Preparado, S.A.Av. das Forças Armadas 125, 7.º1600-079 LISBOA

Valgroubetão – Sociedade de Betão Pronto, Lda.Z. I. Vale do Grou, R. Sta. Bárbara2525-000 ATOUGUIA dA BALEIA

Page 47: Betão nº31 - Novembro 2013

Novembro 2013 Betão n.31

Associados

41

Capital Social22.000.000,00 euros

Sede SocialRua Alexandre Herculano, 35 1250-009 LisboaTelefone: 213 118 100

Fax: 213 118 821

Betão Liz, S.A.

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DO MERCADO

CONTACTO

Valença

João Pedro Alves

251 839 079

Ponte de Lima 258 762 840

Felgueiras 255 311 337

Guimarães 252 904 344

Famalicão 252 372 508

Bragança 273 300 950

Mirandela 278 263 722

Vila Real 259 336 954

Armamar

Eng.º Jorge Santos

254 851 048

Senhora da Hora 229 511 323

Rio Tinto 224 893 949

Custóias 229 512 849

Gondomar 224 649 780

Gaia 227 629 887

Esmoriz 256 781 016

Aveiro 234 342 471

Anadia 234 743 714

Viseu

Mário Jorge Neto

232 440 075

Tábua 235 412 736

Mangualde 232 611 501

Moncorvo 279 252 628

Guarda 271 221 321

Covilhã 275 331 551

Castelo Branco 272 327 501

Figueira da Foz

Eng.º Aníbal Ferreira

233 435 400

Coimbra 213 118 312

V. Nova de Poiares

239 420 640

Condeixa 239 941 072

Pombal 236 216 156

Leiria 244 841 735

Entroncamento 249 727 372

Rio Maior 243 991 138

Óbidos 262 959 595

Portela de Sintra

Eng.ª Cristina Cruz

219 233 471

Cascais 214 690 613

Carnaxide 214 247 547

Alhandra 219 511 401

Loures 219 893 589

Frielas 219 896 370

Alfragide 214 241 700

Almada

Eng.º Paulo David

212 533 728

Setúbal 265 709 600

Pinhal Novo 212 380 978

Alcochete 212 348 360

Alcantarilha 282 322 439

Esteveira 282 968 168

Loulé 289 420 280

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DO MERCADO

CONTACTO

Page 48: Betão nº31 - Novembro 2013

Betão n.31 Novembro 2013

Associados

42

Capital Social400.000,00 euros

Sede SocialS. Cosme – S. Tomé do Castelo5000-371 Vila Real

Telefone: 259 302 630 Fax: 259 356 538E-mail: [email protected]

Brivel – Britas e Betões de Vila Real, S.A.

Capital Social350.000,00 euros

SedeOutão – Setúbal

Serviços Centrais e AdministraçãoHerdade Monte das FloresEstrada da Canada, Apartado 4377002-505 Évora

Telefone: 266 704 138 Fax: 266 704 108

BritoBetão – Central de Betão, Lda.

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DE ZONA

CONTACTO

Évora

Eng.º Pedro Menéres

266 704 138

Vendas Novas 265 805 222

Alcácer do Sal 265 613 281

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DO MERCADO CONTACTO

Vila Real

Macedo de Cavaleiros

Eng.º Rui Teotónio259 302 630939 201 033

[email protected]

Hugo Ferreira 939 201 [email protected]

Page 49: Betão nº31 - Novembro 2013

Novembro 2013 Betão n.31

Associados

43

Sede SocialEstrada Nacional 10/1 Quinta dos Porfírios 2819-501 Sobreda

Telefone: 212 587 540 Fax: 212 587 548E-mail: [email protected]

Concretope – Fábrica de Betão Pronto, S.A.

Capital Social700.000,00 euros

Sede SocialRua da Aviação Portuguesa, 135Vila Verde 2705-845 Terrugem – Sintra

Telefone: 219 614 100 E-mail: [email protected]

CENTRO DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DO MERCADO CONTACTO

Vila Verde – Sintra António Fernando Rodrigues 219 614 100962 677 277

Duarbel – Construção Civil e Obras Públicas, S.A.

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DO MERCADO CONTACTO

Almada João Ferreira 969 053 428

Lagos

Albufeira Orlando Gonçalves 968 013 214

S. Brás de Alportel

Page 50: Betão nº31 - Novembro 2013

Betão n.31 Novembro 2013

Associados

44

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DO MERCADO

CONTACTO

Évora

Eng.º Joaquim Cascalheira

266 758 501/2

Montemor-o-Novo 266 893 709

Borba 268 890 612

Reguengos de Monsaraz 266 501 604

Sines

Eng.º Ricardo Matias

269 878 160

Beja 284 998 744

Moura 285 252 573

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DO MERCADO

CONTACTO

Pombal

Eng.º Luís Moreira

236 216 114

Leiria 244 843 170

Caldas da Rainha 262 841 777

Santarém 243 351 459

Abrantes 241 833 129

Entroncamento 249 719 272

Portalegre 245 362 177

Elvas 268 624 181

Coimbra 239 980 390

Tondela 232 817 325

Figueira da Foz 233 412 081

BejaEng.º Sebastião Santos

284 324 430

Sines 269 632 332

Capital Social675.000 euros

SedeOutão – Setúbal

Serviços Centrais e AdministraçãoAv. das Forças Armadas 125, 7.º1600-079 Lisboa

Telefone: 213 172 420 Fax: 213 555 012 E-mail: [email protected]

Eurobetão – Betão Pronto, S.A.

Capital Social2.000.000,00 euros

Sede SocialQuinta da Madeira EN 114, Km 85 Apartado 424 7006-805 Évora

Telefone: 266 758 500 Fax: 266 758 511 / 506

Ibera – Indústria de Betão, S.A.

Page 51: Betão nº31 - Novembro 2013

Novembro 2013 Betão n.31

Associados

45

Lenobetão, S.A.

Capital Social7.000.000,00 euros

Sede SocialApartado 1004PC Quinta da Sardinha2496-907 Santa Catarina da Serra

Telefone: 244 749 100Telefax: 244 749 129 E-mail: [email protected] Website: www.lenobetao.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DO MERCADO

CONTACTO

ParedesEng.º Bruno Martins

(962 108 237)

224 332 430Fátima 249 539 551Leiria 244 851 900

Abrantes

Eng.º Hugo Basílio(962 108 036)

241 362 217Castelo Branco 272 325 799

Portalegre 245 362 009Tortosendo 275 957 273

Guarda 962 108 036Alcantarilha Engº. João Jordão

(962 108 232)282 310 330

Montijo 212 308 390

Capital Social100.000.000,00 euros

Sede SocialRua do Rego Lameiro, 38 4300-454 Porto

Telefone: 220 914 820 Fax: 220 914 830

Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A.

*Centrais com capacidade para fornecer betão para Classe de Inspecção 3.

ÁREA COMERCIAL

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DO MERCADO

CONTACTO

Rego Lameiro Eng.ª Daniela Maia912 504 080

[email protected]

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVELPRODUÇÃO

CONTACTO

Paredes*

Eng.ª Marta Durães 919 448 593Canelas*

Venda Nova III*

Cantanhede

Ceira Eng.ª Fernanda Moreira 918 541 754

Santa Iria da Azóia*

Eng.ª Margarida Morgado 913 642 133Metro Sul Tejo*

Pedrógão*

Page 52: Betão nº31 - Novembro 2013

Betão n.31 Novembro 2013

Associados

46

Capital Social5.500,00 euros

Sede SocialRua dos Arcos, 67Apartado 792301-909 Tomar

Salvador & Companhia, Lda.

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR

DO MERCADO

CONTACTO

Tomar

Guerreira -

Santa Cita -Tomar

Dr. Joaquim Oliveira (Mercado) 249 382 112

Eng.º Hugo Cruz

(Qualidade)249 382 112

Pedro Nunes (Comercial) 962 604 463

Telefone/fax: 249 382 112 E-mail: [email protected]

Capital Social200.000,00 euros

Sede SocialQuinta do SecretárioVia Rápida da Caparica2810 -116 Almada

Telefone: 212 952 990Fax: 212 952 989E-mail: [email protected]: www.sonangil.pt

Sonangil - Construção Civil e Obras Públicas, S.A.

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR

DO MERCADO

CONTACTO

Almada Fernando Mendes 212 952 990

Page 53: Betão nº31 - Novembro 2013

Novembro 2013 Betão n.31

Associados

47

Unibetão – Indústrias de Betão Preparado, S.A.

Capital Social13.110.000,00 euros

Serviços Centrais e AdministraçãoAv. das Forças Armadas, 125 – 7º piso 1600-079 Lisboa

SedeOutão – Setúbal

Telefone: 213 172 420 Fax: 213 555 012 E-mail:[email protected]

CENTROS DE PRODUÇÃO

LOCAL RESPONSÁVEL/DIRECTOR DE ZONA

CONTACTO

Gaia / Maia

Eng.º José Guedes

227 169 180 / 229 415 953

Carriça / Póvoa do Varzim 229 871 490 / 252 611 460

Viana do Castelo / Braga 258 322 203 / 253 672 578

Guimarães / Penafiel 253 587 183 / 255 726 365

Amarante / Vila Real 255 432 819 / 259 336 067

St.ª Maria da Feira 256 373 625

Albergaria-a-Velha 234 524 533

Castelo Branco

Eng.º Pedro Menéres

272 907 221

Guarda 271 211 559

Frielas 219 898 640

Queluz 214 343 290

Linhó / Vila Franca de Xira 219 240 457 / 263 286 810

Torres Vedras 261 330 030

Setúbal / Alcochete 265 528 220 / 212 348 370

Casal do Marco 212 267 800

Ferreiras / Olhão Eng.º Sebastião Santos

289 571 371 / 289 703 336

Portimão / Lagoa 282 968 173 / 282 353 554

Para garantir uma solução de accionamento optimizada, não só conta o produto, como também as Organizações por detrás do produto. Por isso, oferecemos-Ihe um serviço inovador e completo de apoio ao produto, que está disponível 24 Horas por dia, 7 dias por semana.

Com o CDS® - Complete Drive Service, a SEW-EURODRIVE oferece aos seus clientes um sistema de serviço modular que vai ao encontro de todas as exigências impostas durante o ciclo de vida do produto: desde a colocação em funcionamento à gestão completa da manutenção – um pacote completo de seviços que contempla todos os aspectos da tecnologia de accionamentos. O resultado: uma solução feita à medida das suas necessidades. Entre outros serviços, o CDS® - Complete Drive Service evita ou minimiza tempos de paragem e anomalias.

Como o serviço perfeito também exige rapidez, os nossos Centros de Compêtencia estão sempre próximos do Cliente.

Page 54: Betão nº31 - Novembro 2013

Membros Aderentes

48 Betão n.31 Novembro 2013

DIRECÇÃO DE INFRAESTRUTURAS – REPARTIÇÃO DE ENGENHARIA DE AERÓDROMOSLaboratório de Solos e PavimentosAv. Leite de Vasconcelos, n.º 42724-506 AMADORATel.: 219 537 181 • Fax: 219 936 [email protected]

EUROMODAL, LDA.Rua Aires Ornelas, 1374000-023 PORtOTel.: 225 379 171 • Fax: 225 360 [email protected]

PERTA – SOC. EQUIP. CONST. CIVIL, LDA.Rua Jaime Lopes Dias, n.º 3 A/B1750-124 LiSBOATel.: 217 520 560 • Fax: 217 592 [email protected] www.perta.pt

PREFANGOL, LDA.Pólo industrial de VianaLuAnDAAngolatel.: 00244 222 291 550Fax: 00244 929 172 459

ARCEN ENGENHARIA, S.A.Rua de S. Caetano, n.º 125Zona ind. de S. Caetano4410-494 CAnELASTel.: 227 637 130 • Fax: 227 637 [email protected]

ARLACO – COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE MATERIAL ELECTRÓNICO, LDA.Rua Joaquim Agostinho n.º 334410-276 CanelasViLA nOVA DE GAiATel.: 227 128 271/80 • Fax: 227 128 [email protected]

BASF PORTUGUESA, S.A. Rua 25 de Abril, nº12689-538 PRiOR VELHOTel.: 219 158 550 • Fax: 219 158 [email protected] www.basf-cc.pt / www.basf.pt

SAINT-GOBAIN WEBER PORTUGAL, S.A.tojeira, Apartado 163240-908 AVELARTel.: 236 620 600 • Fax: 236 620 [email protected]

SIKA PORTUGAL, S.A.Rua de Santarém, 1134400-292 ViLA nOVA DE GAiATel.: 223 776 900 • Fax: 223 776 [email protected]

SORGILA – SOCIEDADE DE ARGILAS, S.A.Rua Principal, 14202415-002 BiDOEiRA DE CiMATel.: 244 720 580 • Fax: 244 721 [email protected]

Page 55: Betão nº31 - Novembro 2013

45 anos de experiência

CONTROLO DE QUALIDADE | FUNDAÇÕES | MINAS | AMBIENTE | OBRAS PÚBLICAS

Sede: Rua Jaime Lopes Dias, 3 A/B 1750-124 Lisboa T. +351 217 520 560 F. +351 217 592 842 E-mail: [email protected]

www.perta.pt

Av. 30 de Janeiro, 106GMatola A Maputo, MoçambiqueT. +258 842 266 030E-mail: [email protected]

www.pertamoz.com

Pertangola, Lda.Lar do Patriota, rua 62 – casa 626 Município de Belas Benfica – LuandaT. +244 921 011 926E-mail: [email protected]

www.pertangola.com

PORTUGAL MOÇAMBIQUEANGOLA

Page 56: Betão nº31 - Novembro 2013

Adding Value to Concrete

BASF Portuguesa, S.A.Sede:Rua 25 de Abril, nº 12689-538 PRIOR VELHOTel: 219 499 900Fax: 219 499 945

Delegação Norte:R. Manuel Pinto de Azevedo, 6264100-320 PORTOTelef.: 226 159 600Fax: 226 106 702

Encomendas EBE:Tel: 219 499 935Fax: 219 499 948 [email protected]

[email protected]

Controle total de execuçãoControle total de execuçãoGAMA GLENIUM® GAMA GLENIUM®

A gama de produtosGlenium® SKY é a famíliade superplastificantescom maior presença no mercadode betão pronto,demonstrando que a tecnologia deéter policarboxílico desenvolvidapela BASF ConstructionChemicals, fornece as melhores prestações e rentabilidade ao betão

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A gama de SuperplastificantesGlenium® ACE destinadaao mercado dapré-fabricação, proporcionaelevadas resistências iniciais, e poder fluidificante ao betão,tornando esta indústriamais rentável.

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ANUNCI GLENIUM SKY-portugues.indd 1 13/05/2013 11:24:03