Betoneiras v4

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Betoneiras

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Ministrio da Educao

Universidade Tecnolgica Federal do Paran

Campus Curitiba

Departamento Acadmico de Construo Civil - DACOC

Apostila de BetoneirasApostila preparada pelos alunos do Curso de Engenharia de Produo Civil da Universidade Tecnolgica Federal do Paran, como parte da aula prtica da disciplina Obras de Construes Pesadas, ministrada pelo Professor Adalberto Matoski.Curitiba

2010Sumrio

1. INTRODUO.................................................................................................................3

2. UNIFORMIDADE DA MISTURA...................................................................................5

3. TEMPO DE MISTURA.....................................................................................................5

4. TRABALHABILIDADE...................................................................................................8

5. MISTURA DO CONCRETO............................................................................................9

6. DOSAGEM DO CONCRETO (DETERMINAO DO TRAO)..................................17

7. CENTRAL DE ARGAMASSAS E CONCRETOS..........................................................19

8. TRANSPORTE DO CONCRETO.....................................................................................20

9. MANUTENO DA BETONEIRA.................................................................................24

10. Estudo de caso........................................................................................................24

11. concretos de cimento portland..................................................................32

12. concreto pr-misturado (usinado).............................................................34

13. lanamento do concreto................................................................................36

14. tipos de betoneria................................................................................................37

BETONEIRAS1 - INTRODUOUma betoneira ou misturador de concreto o equipamento utilizado para mistura de materiais, na qual se adicionam cargas de pedra, areia, cimento e gua, na proporo devida, de acordo com a finalidade da mistura. Esse equipamento pode ser utilizado na mistura e preparo de outros produtos como raes, adubos, plsticos, etc. Neste caso sua denominao passa a ser como misturador. A betoneira pode ser classificada em funo de sua mobilidade, ou seja: mvel na forma de transporte por caminho betoneira, com um sistema movido por uma correia de ao acoplada a um motor normalmente alimentado por um sistema de transmisso do veculo e hidrulico; fixa como conhecida no Brasil equipada com motor; semi-fixa o mesmo que fixa porem pode ser fcilmente removida pois possui rodas; automtica movida por um motor sincronizada equipada com esteiras rolantes. Outra forma de classificar as betoneiras o mtodo de descarga. Na betoneira basculante, a cmara de mistura, denominada tambor, se inclina para a descarga. Na betoneira fixa, o eixo permanece sempre horizontal e a descarga se faz invertendo o sentido de rotao do tambor (caso em que a betoneira se denomina de tambor reversvel), ou, algumas vezes, por abertura do tambor. Existem tambm betoneiras de eixo vertical, semelhantes em princpio a batedeiras de bolo; denominadas de betoneiras de ao forada, para diferenciar das betoneiras basculantes e das fixas, que se baseiam na queda livre e tombamento do concreto no interior do tambor. Os sistemas de mistura podem variar conforme o tipo, sendo os mais comuns pivotantes (onde o tambor gira entorno de um eixo) ou rotativas (o tambor gira sobre roletes). As pivorantes funcionam atravs do giro do tambor e palhetas que cortam a "massa" a ser misturada, como em um liquidificador, j as rotativas provocam o turbilhonamento da mistura, com ps elevando e jogando o material, como em uma roda d'gua invertida.

Geralmente, as betoneiras basculantes tm um tambor em forma cnica ou arredondada com paletas internas. A eficincia da mistura depende dos detalhes de projeto, mas a ao de descarga sempre boa, pois todo o concreto pode ser descarregado rapidamente sem segregao logo que o tambor basculado. Por esse motivo, esse tipo de betoneira tem preferncia para misturas com baixa trabalhabilidade e para aquelas com agregado com grande tamanho mximo.

Por outro lado, devido baixa velocidade de descarga das betoneiras de tambor com eixo fixo, s vezes o concreto passvel de segregao. Em particular, as partculas maiores de agregado tendem a permanecer na betoneira de modo que a descarga comea com argamassa e termina com um conjunto de partculas de agregado grado revestidas. Essas betoneiras so usadas menos freqentemente do que no passado.

As betoneiras com tambor de eixo fixo sempre so alimentadas por uma caamba tambm usada com a s betoneiras basculantes de grande capacidade. importante que a carga completa de caamba seja sempre transferida para a betoneira sem que fique material aderente caamba. s vezes a descarga ajudada por um vibrador montado na caamba.

Geralmente as betoneiras de caamba no so mveis e, portanto, so usadas em centrais de mistura, em instalaes de pr-moldados ou em laboratrios de concreto. A betoneira consiste essencialmente de uma caamba circular girando em torno de seu eixo, com um ou dois conjuntos planetrios de agitadores girando em torno de um eixo no coincidente com o eixo da caamba. Algumas vezes a caamba permanece imvel e o eixo planetrio gira em torno do prprio eixo da caamba. Em qualquer caso, igual o movimento relativo entre os agitadores e o concreto, e o concreto completamente misturado em qualquer parte da caamba. Lminas raspadoras impedem de a argamassa ficar aderente s paredes laterais da caamba e a altura dos agitadores pode ser ajustada de modo a impedir a formao de uma camada de argamassa no fundo da caamba.

As betoneiras de caamba oferecem a possibilidade de observar o concreto que est sendo misturado e, portanto, de ajustagem da mistura, em alguns casos. Elas so particularmente eficientes com misturas rijas e coesivas e so, portanto, muito usadas no preparo de concreto pr-moldado. Elas so tambm adequadas, devido aos dispositivos de raspagem, para mistura de pequenas quantidades de concreto, sendo, por isso, usadas em laboratrios.

Nas betoneiras de tambor, figura 1, no h raspagem das paredes durante a mistura, de modo que uma certa quantidade de argamassa permanece aderente e assim permanece at que se proceda limpeza da betoneira. Conclui-se que, no incio da concretagem a primeira mistura deve deixar uma grande proporo de argamassa na betoneira e, na descarga, deve haver uma grande proporo de partculas gradas apenas revestidas de argamassa. Rotineiramente, essa primeira betonada no deveria ser usada. Como alternativa, pode ser introduzida certa quantidade de argamassa na betoneira antes do incio da concretagem, procedimento que pode se denominar untamento ou revestimento da betoneira. Uma maneira simples e conveniente consiste em carregar a betoneira com as quantidades normais de cimento, gua e agregado mido, omitindo simplesmente o agregado grado. A mistura que sobrar da que ficar aderente pode ser usada na obra e pode ser adequada para outras finalidades. A necessidade do untamento no deve ser esquecida nos trabalhos de laboratrio.

Figura 1 Betoneira de tambor

O tamanho nominal de uma betoneira representado pelo volume de concreto depois de adensado (BS 1305:1974), que pode ser de at metade do volume dos componentes soltos, antes da mistura. As betoneiras so feitas em uma grande variedade de tamanhos, desde 0,04 m3, para uso em laboratrio, at 13m3. Se a quantidade misturada representa menos do que um tero da capacidade nominal da betoneira, a mistura resultante pode no ser uniforme, e, naturalmente, a operao no seria econmica. Sobrecargas no excedendo 10% geralmente no so prejudiciais.

Todas as betoneiras consideradas at este ponto so intermitentes, sendo que, cada betonada misturada e descarregada antes da adio de mais materiais. Um tipo diferente, a betoneira contnua, descarrega o concreto misturado continuamente sem interrupes, sendo alimentada por um sistema de dosagem contnua volumtrica ou gravimtrica. A betoneira propriamente dita consiste de uma lmina espiralada girando a uma velocidade relativamente alta em um invlucro fechado ligeiramente inclinado.2 UNIFORMIDADES DA MISTURAEm qualquer betoneira essencial que haja movimentao do material entre diferentes partes da cuba de modo a produzir um concreto uniforme. A eficincia da betoneira pode ser medida pela variabilidade da mistura descarregada em vrios recipientes sem interrupo do fluxo do concreto. Por exemplo, um ensaio um tanto rigoroso da ASTM C 94-94 (formalmente aplicvel a caminhes betoneira) estabelece que devem ser tomadas amostras a cerca de 1/6 e 5/6 da capacidade da betoneira, e as diferenas entre as duas amostras no devem exceder os limites apresentados na tabela 1.:

Tabela 1 limites de acordo com ASTM C94 94 Massa especfica do concreto

(16kg/m3

Teor de ar incorporado

(1%

Abatimento

(25mm (abatimento mdio at 100mm)

(40mm (abatimento mdio entre 100mm e 150mm)

Frao de agregado retido na 4,75mm(6%

Densidade da argamassa sem ar

(1,6%

Resistncia compresso, 7 dias

(7,5%

Investigadores suecos mostraram que a melhor medida de uniformidade da mistura a uniformidade do teor de cimento: a uniformidade considerada satisfatria se o coeficiente de variao no exceder 6% para misturas com abatimento com pelo menos 20mm e 8% para misturas com menor trabalhabilidade.

Foi desenvolvido na Frana um mtodo para determinar a distribuio de gua ou de aditivo por traadores radioativos. Pode-se acrescentar que a uniformidade da mistura no serve apenas para avaliar o desempenho, mas tambm para avaliar o efeito da seqncia de colocao dos materiais na betoneira.

3 TEMPO DE MISTURANas obras, muitas vezes a tendncia misturar o concreto o mais rapidamente possvel, e, por esse motivo, importante saber qual o tempo mnimo de mistura necessrio para obter um concreto com composio uniforme e, como resultado, com resistncia satisfatria. Esse tempo varia com o tipo de betoneira e, a rigor, no o tempo de mistura, mas sim o nmero de revolues da betoneira que deve ser o critrio para uma mistura adequada. Geralmente, so suficientes cerca de 20 revolues. Como existe uma velocidade tima de mistura recomendada pelo fabricante da betoneira, o nmero de revolues e o tempo esto relacionados.

Para cada betoneira existe uma relao entre o tempo de mistura e a uniformidade da mistura. Na Figura 2 so mostrados dados tpicos obtidos em experincia de Shalon e Reinitz, sendo a variabilidade representada pelo intervalo entre resistncias de corpos de prova moldados com a mistura depois de tempos determinados.

Figura 2 - Relao entre a resistncia compresso e o tempo de mistura (Neville, 1997)A Figura 3 mostra os coeficientes de variao dos resultados do mesmo ensaio em funo do tempo. Fica evidente que a mistura durante menos de 1 ou 1 minutos resultam concreto sensivelmente mais variveis, mas, o prolongamento do tempo de mistura alm desses valores, no resulta aumento significativo na uniformidade.

Figura 3 - Relao entre o coeficiente de variao da resistncia e o tempo de mistura (Neville, 1997)

A resistncia mdia do concreto aumenta com um aumento do tempo de mistura, como, por exemplo, foi mostrado pelas experincias de Abrams. A velocidade de crescimento diminui rapidamente aps cerca de um minuto e no significativa aps dois minutos: algumas vezes at mesmo se nota uma ligeira reduo da resistncia. No entanto, dentro do primeiro minuto, a influncia do tempo de mistura consideravelmente importante.

Como j foi mencionado, o tempo exato de mistura, que recomendado pelo fabricante da betoneira, varia com o tipo de equipamento e depende do seu tamanho. O essencial assegurar a uniformidade de mistura, que pode ser conseguida com um tempo mnimo de mistura de 1 minuto para uma betoneira com capacidade de 750 litros, aumentando-se 15 segundos para cada 750 litros adicionais de capacidade. Estas diretrizes so apresentadas tanto pela ASTM C 94-94 como pela ACI 304R-89. De acordo com a ASTM C 94-94, o tempo de mistura deve ser contado a partir do momento em que todos os materiais slidos tenham sido colocados na betoneira, sendo tambm estabelecido que toda a gua seja adicionada antes que transcorra um quarto do tempo total da mistura.

Os nmeros mencionados se referem betoneiras comuns, mas existem betoneiras modernas de grande capacidade que funcionam satisfatoriamente com tempos de mistura de 1 a minutos. Em misturadores de cuba de alta velocidade, o tempo de mistura pode ser at 35 segundos. Por outro lado, quando se usam agregados leves, o tempo de mistura no deve ser menor que 5 minutos, s vezes subdivididos em dois minutos para mistura do agregado com a gua, seguidos de 3 minutos depois da adio do cimento. Em geral, o tempo necessrio para se obter uniformidade satisfatria depende de como os materiais se misturam durante o carregamento na betoneira: o carregamento simultneo benfico.

Considere-se agora o outro extremo mistura prolongada. Geralmente ocorre evaporao de gua da mistura resultando reduo de trabalhabilidade e aumento de resistncia. Um efeito secundrio a triturao do agregado, particularmente quando mole: assim, a granulometria do agregado se torna mais fina e a trabalhabilidade menor. O atrito produz um aumento da temperatura da mistura.

No caso de concreto com ar incorporado, a mistura prolongada reduz o teor de ar de cerca de 1/6 por hora, dependendo do tipo de aditivo incorporador de ar usado, ao passo que um atraso no lanamento sem mistura contnua resulta uma reduo de cerca de 1/10 do teor de ar. Por outro lado, reduzindo-se o tempo de mistura a menos de 2 ou 3 minutos, pode resultar uma incorporao inadequada de ar.

A mistura intermitente at cerca de 3 horas e, em alguns casos, at 6 horas, no prejudicial quanto resistncia e durabilidade, mas a trabalhabildade diminui com o tempo a menos que se impea a sada de umidade da betoneira. A adio de gua para restabelecer a trabalhabilidade, resulta uma reduo da resistncia do concreto. O tempo de mistura, segundo alguns autores, pode ser definido em funo do dimetro conforme figura 4, sendo t em segundos e D em metros

Figura 4 tipo de betoneira de acordo com a inclinao do eixo.

4 ORDEM DE COLOCAO DE MATERIAISNo existem regras gerais para a ordem de colocao dos materiais na betoneira, por isso depende das propriedades dos componentes e da betoneira. Geralmente, coloca-se antes uma pequena quantidade, seguida de todos os materiais slidos, de preferncia colocados uniforme e continuamente. Se possvel, a maior parte da gua seria introduzida simultaneamente, adicionando-se o restante aps a colocao de todos os slidos. No entanto, com algumas betoneiras de tambor, com misturas secas, necessrio colocar antes parte da gua e o agregado grado, pois de outra forma sua superfcie no seria suficientemente molhada. Alm disso, se o agregado grado estiver completamente ausente, a areia ou a areia e o cimento ficam aderentes na entrada da betoneira e no se incorporam mistura. Se a gua ou o cimento forem colocados muito rapidamente ou estiverem muito quentes, existe o risco de se formarem pelotas de cimento com at 70mm de dimetro. Com betoneiras pequenas de laboratrio e misturas muito rijas, tem se mostrado conveniente colocar o agregado mido, depois uma parte do agregado grado e o cimento, depois a gua, e finalmente o restante do agregado grado, de modo a desfazer os ndulos da argamassa.

Ensaios com concreto fluido com superplastificante, mostraram que o abatimento maior quando o cimento e o agregado mido so misturados antes e menor quando o cimento e a gua so misturados antes. Obteve-se uma abatimento intermedirio com a mistura simultnea de todos os componentes. A Figura 5 mostra essa situao e tambm que a perda de abatimento foi mais rpida quando o cimento e o agregado mido foram misturados antes. A perda de abatimento foi mais lenta quando todos os materiais foram misturados simultaneamente. Portanto, aparentemente, a tcnica usual de mistura a mais favorvel para minimizar a perda de abatimento.

Figura 5 - Perda de abatimento com o tempo de concretos com relao gua/cimento 0,25 e superplastificante para diversas seqncias de carregamento: (A) todos os constituintes simultaneamente; (B) primeiramente o cimento e gua; (C) primeiramente o cimento e o agregado mido. (Neville, 1997)

Quando se misturam concretos fluidos, a avaliao visual da consistncia pelo operador na possvel, porque o concreto se apresenta simplesmente fluido.

5 TRABALHABILIDADEExistem trs mtodos principais para a medida de trabalhabilidade: o ensaio vebe (utilizado em misturas mais secas - consiste na anlise, em mesa vibratria, do tempo necessrio para um concreto na forma tronco-cnica, se transformar na forma cilndrica), o ensaio do fator de compactao (desenvolvido na Inglaterra, consiste na utilizao de dos reservatrios tronco-cnicos colocados um sobre o outro e de uma forma cilndrica colocada abaixo destes reservatrios. O reservatrio superior, preenchido com concreto e nivelado sem compactao. Por gravidade, o concreto acaba compactado no cilindro de volume conhecido, onde obtida a massa especfica e comparada com a obtida no ensaio Vebe). O mtodo mais disseminado, entretanto, o ensaio de abatimento de tronco de cone (ou, simplesmente, Slump test), e procede da seguinte forma (o procedimento deve durar, no mximo, 3 minutos): (figura 6)- O concreto colocado, em 3 camadas individuais compactadas com 25 golpes de uma haste de ponta arredondada, em um

tronco de cone com 30cm de altura;

- Aps o preenchimento das 3 camadas, o excesso concreto nivelado com a base do tronco do cone (cone de Adams);

- Retirar lentamente o tronco do cone sem esforos laterais;

- Colocar o tronco de cone, em posio invertida ao lado do concreto e mede-se com uma rgua o abatimento do concreto.

Figura 6 ensaio abatimento do concreto6 MISTURA DO CONCRETODefinida como a juno dos componentes a fim de formar um composto homogneo. O objetivo revestir a superfcie dos agregados com pasta de cimento e formar uma massa uniforme. Formalmente, mistura a operao de fabricao do concreto destinada a obter um conjunto resultante do agrupamento interno dos agregados, aglomerante, gua e dos aditivos.

6.1 Mistura manual:

O amassamento manual, conforme prescreve a NBR 6118/78, s poder ser empregado em obras de pequena importncia, onde o volume e a responsabilidade do concreto no justifiquem o emprego de equipamento mecnico, no podendo nesse caso, amassar, de cada vez, volume superior ao correspondente a 100 kg de cimento. Serve para pequenos volumes de concreto, para obras de pequeno porte e que requerem baixa resistncia mecnica. Deve ser realizada em superfcie plana, impermevel e resistente. A ordem de colocao dos materiais interfere na qualidade do concreto e, portanto, devem ser adicionados os ingredientes secos e, em seguida, a gua. Procedimentos:O agregado deve ser espalhado em uma camada sobre uma superfcie resistente, limpa, no porosa; espalha-se o cimento sobre o agregado e os materiais secos so misturados revirando-se de um lado para o outro do estrado, cortando-se com uma p, at que a mistura se apresente uniforme. Geralmente so necessrias trs viradas. Adiciona-se a gua aos poucos de modo que no escapem do montem nem gua nem cimento. Revira-se a mistura novamente, geralmente trs vezes, at que se apresente com cor e consistncia uniformes. obvio que, durante esse procedimento, no se deve permitir que o solo ou outros materiais estranhos se misturem com o concreto.

Estas operaes devem ser feitas em locais prprios como caixas de madeira previamente molhadas, sobre chapas metlicas ou pisos de concreto ou cimento.

Um cuidado especial deve ocorrer com a adio de gua visto que a dificuldade de se fazer a mistura provoca uma tentativa de aumento no volume de gua para facilitar o processo, alterando assim o fator a/c.

6.2 - Mistura mecnica (betoneiras):

- Com a caamba carregadora, deve-se respeitar o posicionamento dos componentes, sob pena de afetar a caracterstica do concreto obtido (ordem, do fundo para a superfcie: 50% dos agregados grados, agregados midos, cimento, o restante dos agregados grados);

Para a colocao dos componentes em betoneira, tambm deve ser obedecida uma ordem, que :

1 - Agregado grado;2 Parte da gua;

3 Agregado mido;Estes componentes retiram a argamassa aderida

4 - Cimento;

5- Restante da guaAlguns cuidados devem ser tomados, a betoneira nunca deve estar seca, e, se possvel, j deve ter sido executada a imprimao ("sujar" a betoneira com argamassa de mesmo trao do que a usada no concreto). Aps a betonada (mistura dos componentes), o concreto deve ser transportado para o local de aplicao, e seu transporte deve ser tal que consiga manter a homogeneidade da mistura, permitindo sempre que possvel o lanamento direto nas frmas e rpido o bastante para que o concreto no perca trabalhabilidade.Os fatores fundamentais neste processo so:

1. tempo de mistura

2.velocidade do equipamento3.colocao dos materiais.Quando se dispuser de um equipamento de carga contnua ordem poderia ser a seguinte:

a) gua

b) agregado grado

c) agregado mido

d) cimento

6.2.1 Qualidade da misturaPara obter-se um concreto de boa qualidade deve-se fazer uma mistura adequada.

Considerar:

Eficincia do Equipamento

Estado de Conservao

Tempo da Mistura

Velocidade da Betoneira

Ordem de Colocao dos Materiais na Betoneira

Figura 7 Betoneira intermitente de queda livre com eixo inclinado

A betoneira, figura 7, precisa estar limpa (livre de p, gua suja e restos da ltima utilizao) antes de ser usada. Os materiais devem ser colocados com a betoneira girando e no menor espao de tempo possvel. Aps a colocao de todos os componentes do concreto, a betoneira ainda deve girar por um tempo mnimo j apresentado nesse trabalho.

Os principais elementos a serem considerados na operao de uma betoneira so:

- tempo de mistura - velocidade de rotao - quanto a velocidade de rotao, para cada tipo de betoneira existe uma velocidade tima do tambor, acima da qual poder haver o incio da centrifugao dos materiais, diminuindo, portanto, a homogeneidade da mistura. 6.2.2 Rotao: para betoneiras intermitentes de eixo inclinado (queda livre)

Velocidade baixa:prejudica a homogeneidade e consistncia

Velocidade alta:segregao acmulo dos agregados na parede da cuba pela fora centrfuga. A tabela 2 apresenta os limites de velocidade.Tabela 2 - Limites aconselhveis de velocidade

Frequencia Tipo de betoneira (eixo)

InclinadoHorizontalVertical

N(r.p.m)19D a 21D17D a 21D

6.3 Manuteno da betoneiraPara manter e proteger a betoneira siga as instrues abaixo:

- Antes de efetuar qualquer limpeza, assegure-se sempre que o produto esteja desligado e o cabo e alimentao desconectado da rede eltrica;

- Aps cada uso, retirar o excesso com gua;

- Nunca bater no tambor com ferramenta que possa danificar a mesma.

- Para perodos longos sem utilizao, recomenda-se proteger o equipamento com leo ou outro tipo de antiferrugem.

Antes de realizar qualquer interveno em seu produto, desligue-o da rede eltrica.

A substituio do cabo de alimentao somente poder ser feita por pessoal especializado.

Recomenda-se que a manuteno ou conserto de seu produto seja feito pela rede autorizada. imprescindvel que tais atividades sejam feitas por pessoal qualificado. Alguns sintomas de seu produto so devidos a fatores relacionados com instalao ou operao, no se tratando de defeitos ou quaisquer outros problemas que exijam manuteno.

6.4 Recomendaes para o uso de betoneira

-Limpe sempre as peas, pinho e cremalheira, mantendo-as lubrificadas;

- Ajustar temporariamente o pinho com a cremalheira para evitar desgaste excessivo;

- Lubrificar o produto no incio de perodos de operao em todos os pontos de lubrificao

(graxeiras);

- Observar periodicamente o estado da correia do motor.

- Graxa recomendada: SHELL Alvania R2, Castrol Lm2, Atlantic Litholine 2 ou similares

Betoneiras de cuba basculante: so de 100, 120, 320 e 350 litros de capacidade, elas so de fcil operao e requerem os seguintes cuidados: Lavar diariamente aps o uso, deixando a mquina aproximadamente 30 minutos batendo com pedra n 2 ou 3 e gua para a limpeza interna do tambor.

Conservar a cremalheira, o pinho e a engrenagem do volante sempre livres de impurezas e engraxados. Manter os bicos de lubrificao sempre bem engraxados. Nunca colocar os agregados com a mquina parada, sempre com o motor ligado.

Para que haja um bom funcionamento do equipamento, o mesmo s poder trabalhar com a base nivelada, de preferncia apoiada em caibros no lugar das rodas.

Observar os mesmos cuidados mencionados acima para as betoneiras de cuba basculante.

A corrente deve estar sempre bem regulada e alinhada evitando desgaste prematuro e excessivo das engrenagens da corrente.

O sistema de frico deve estar sempre limpo de impurezas e bem lubrificado.As lonas de freio e frico devem ser trocadas regularmente. No permitir a entrada de graxa no disco de frico e na cinta do freio. Nunca use cabo de ao emendado ou desfiado.Betoneiras rotativas: so de 500, 750 e 1000 litros de capacidade e requerem basicamente todos o cuidados acima mencionados.

Acionamento com motores eltricos:

Conforme a NR18 (18.21.1) A execuo e manuteno das instalaes eltricas, devem ser realizadas por trabalhador qualificado e a superviso por profissional legalmente habilitado.A ligao eltrica deve ser feita por intermdio de conjunto tomada / plug macho, ou terminais eltricos com proteo adequada de isoladores e fita isolante.

Assegure-se que a voltagem da rede a mesma do equipamento. O cabo de ligao e possveis extenses devero ser compostos por cabos de conduo eltrica com proteo mecnica, do tipo PP, com 04 pernas, sendo 3 para as fases e 1 para o terra, com bitola mnima prevista em norma especfica.O cabo de ligao dever ser inteirio, sem emendas, de modo a no haver correntes de fuga. O circuito de ligao dever ser protegido por interruptor de corrente de fuga do tipo DR. O fio terra dever estar ligado a um terminal terra que garanta uma resistncia mxima de 10 W (Ohms). Cuidado especial dever ser tomado quanto queda de fases, pois a falta de uma delas danificar o motor.Eletricista Qualificado dever ainda verificar se o sentido da rotao est correta, caso contrrio, dever providenciar a inverso de uma das fases.

Acionamento com motores a exploso, diesel e gasolina: Abastecer sempre com combustvel limpo sem impurezas, em ambientes ventilados. Abastecer sempre com o motor frio, evitando incndios.

Limpar diariamente os filtros de ar e inspecionar os filtros de combustvel.

Verificar o nvel do leo do crter no motor a cada 04 horas de uso. O motor s poder ser ligado em ambiente ventilado.

Para ambos os casos, motor eltrico ou a gasolina, o operador dever:

Usar culos de segurana, botinas, luvas de raspa ou PVC e protetor auricular se for o caso.

Lembre-se, conforme a NR18 (18.22.1) A operao de mquinas e equipamentos que exponham o operador ou terceiros a riscos, s pode ser feita por trabalhador qualificado e identificado por crach.7 CENTRAL DE ARGAMASSAS E CONCRETO7.1 - Localizao:Nas proximidades do estoque de areia, brita e saibro; Ao lado do equipamento para transporte vertical; Em local coberto, de preferncia.7.1.1 Cuidados:Evitar o cruzamento de fluxos;

rea pavimentada e coberta para circulao de carrinho de mo e gericas;

Prever tablado para estoque dos sacos de aglomerantes necessrios para o dia.

Dimenso:rea mnima de 20m.

7.1.2 Mistura

A ordem de colocao dos materiais e a velocidade de rotao para mistura devem estar de acordo com as especificaes do equipamento ou conforme indicado por experincia.

7.1.3 Mistura Parcial na central

A parte da gua a ser completada na obra dever ser adicionada imediatamente antes da mistura final e descarga. Deve ser rigorosamente controlada a quantidade de gua adicionada na central e a ser completada na obra. Adio suplementar de gua para correo de abatimento devido a evaporao somente permitido antes do incio de descarga desde que:

- Abatimento inicial >10mm.

- Que a correo no aumente o abatimento em mais de 25mm.

- Abatimento aps correo esteja dentro da faixa especificada .

- T entre primeira adio de gua at o incio da descarga seja

superior a 15 minutos 8 TRANSPORTES DO CONCRETOEste tipo procedimento que ocorre quando o concreto preparado em usina. Podem ser efetuado de vrias maneiras

O transporte do concreto misturado at o local de lanamento, precisa ser feito o mais rpido possvel para minimizar os efeitos de enrijecimento e perda de trabalhabilidade.

A uniformidade e homogeneidade do concreto devem ser mantidas, at que seja descarregado. O concreto com o passar do tempo fica mais consistente, fenmeno normal em todos os concretos, portanto importante o seu controle.

No caso de transporte com caminhes betoneira deve-se atentar para:

necessidade de gua extra; aderncia do concreto na betoneira; acrscimo de torque no eixo; dificuldade de bombeamento; queda de produtividade da equipe em funo da dificuldade no lanamento, adensamento e

acabamento do concreto;

possibilidade de diminuio da resistncia, durabilidade e outras propriedades.a)Caminho basculante comum:

Este tipo de transporte (figura 8) inadequado visto que pode haver perda de material por no serem estes caminhes perfeitamente estanques. Pode haver segregao devido falta de agitao do material, alm de perdas por exsudao, evaporao durante o transporte, trajetos com pisos irregulares, etc. Outro inconveniente a descarga do material que feita de forma inconveniente visto que a abertura da caamba no apropriada. Existe um tipo de caminho basculante com agitadores de fundo que permitem uma melhor qualidade do produto alm de permitir um maior tempo de transporte. No primeiro caso pede-se ter um percurso de no mximo de 45 minutos ao passo que no segundo pode-se operar at 90 minutos, dependendo do operador e do percurso.

Figura 8 Caminho basculante para transporte de concreto

b)Caminhes betoneira So normalmente misturadores e agitadores, dependendo da velocidade de rotao da betoneira Quando as rotaes so de 6 15 rpm so agitadores, quando de 16 20 rpm, misturadores. Quando os caminhes tm dupla finalidade, a mistura pode ser terminada na obra. Quando o material sai da usina com velocidade de agitao pode-se fazer uma remistura rpida na obra.

Outra maneira executar a adio da gua somente na obra, exigindo entretanto um controle mais rigoroso neste aspecto. O transporte pode ocorrer em tempos de noventa minutos ou mais dependendo da experincia do operador. O transporte muito prolongado e que ultrapasse este tempo deve ser feito com aditivos ou a utilizao de materiais secos, com a adio de gua somente no local da obra. Transporte Agitao com velocidade de 02 a 04 RPM evitando segregao e incio de pega. Descarga Descarga com velocidade de 12 a 16 RPM.

8.1 - Problemas decorrentes do transporte

Alguns dos mais importantes so:

hidratao do cimento que pode ocorrer devido s condies ambientes e temperatura. evaporao da gua devido tambm fatores ambientais absoro por parte do agregado em especial da argila expandida. No caso deste perigo conveniente a saturao antecipada do mesmo triturao que ocorre com a agitao do material frivel. A areia modifica o mdulo de finura ao passo que a brita pode-se transformar em areia. Em qualquer dos casos necessidade de se alterar o teor de gua para evitar a perda de trabalhabilidade.

8.2 - Transporte dentro da obra

o transporte aps a descarga do concreto pela betoneira. Podem ser distncias pequenas ou grandes dependendo unicamente da obra em questo.Deve-se considerar que o tempo mximo entre o final da mistura e o inicio da concretagem de 2 horas; perodo em que deve ficar sob agitao para evitar enrijecimento e segregao.

8.2.1 - Transporte manual

Caixas ou padiolas com peso compatvel este tipo de transporte, com no mximo 70 kg. sendo necessrio neste caso o trabalho de duas pessoas. So tambm usados baldes que podem ser iados por cordas facilitando o transporte vertical.

A produo com este tipo de transporte muito baixa, sendo somente admissvel em obras de pequeno porte.

8.2.2 - Transporte com carrinhos e giricas

Existem diversos tipos de carrinhos de mo de uma roda, ou giricas, de duas rodas. Deve-se ter caminhos apropriados sem rampas acentuadas. Deve-se usar carrinhos com pneus de modo a evitar tanto a segregao, como a perda do material. O transporte vertical em casos de grande altura devem ser efetuados por elevadores ou guinchos. Existem caambas elevatrias associadas elevadores que proporcionam uma maior rapidez neste transportes.

8.2.3 - Transporte com gruas caambas e guindastes

So caambas especiais para concreto com descarga de fundo e que so acionadas hidraulicamente. Estas caambas so transportadas por gruas ou guindastes, figura 9, e o tempo de aplicao depende da carga, transporte e descarga. Um dos limitadores a capacidade da grua tanto na altura como na carga.

Figura 9 Concretagem com grua

8.2.4 - Transporte por esteiras

feito pelo deslocamento de esteiras sobre roletes podendo ser transportado diversas distncias, podendo estas esteiras serem articulveis o que permite o transporte para diversos pontos. Estas esteiras podem ser inclinadas desde que no com ngulos muito inclinados. Na descarga deve haver um aparador para evitar a perda de material assim como um funil permite uma remistura dos agregados.

Alguns cuidados devem ser tomados com relao velocidade visto que um aumento da mesma permite um maior contato com o ar aumentando assim a evaporao. A temperatura ambiente pode afetar a qualidade do concreto transportado.

8.2.5 - Bombeamento

Transporte por meio de tubulaes sob efeito de algum tipo de presso que pode ser por ar comprimido, tubos deformveis ou pisto. As maneiras mais eficientes so a primeira e a ltima. O sistema por ar comprimido tem uma perda significativa nas juntas das tubulaes o que pode afetar a produtividade. O sistema de mangueiras deformveis por demais demorado. O sistema mais utilizado o de pistes.

No sistema de ar comprimido o concreto lanado dentro da tubulao atravs de um sistema de vlvulas e gaxetas e impulsionado pela presso do ar. no sistema de mangueira deformvel o concreto lanado na tubulao e atravs da presso de roletes nos tubos. O sistema por pistes funciona tambm com um sistema de vlvulas e gaxetas. O concreto lanado na tubulao por um sistema de pistes e aps esta operao uma vlvula fecha esta entrada e libera outro pisto que impulsiona o concreto para a tubulao. Os ciclos se invertem recomeando o processo.

As tubulaes so rgidas, ligadas por um sistema de engate rpido, terminando num tubo flexvel para a distribuio do concreto. O dimetro mais utilizado de 125 mm existindo entretanto outros.

Alguns cuidados devem ser adotados na execuo do concreto tais como; o dimetro do agregado no deve ser maior que 1/3 do dimetro do tubo. O concreto deve ter slump de 8 a 10 com no mnimo 60% de argamassa. O concreto desloca-se dentro da tubulao de forma constante, devendo haver uma pelcula lubrificante entre a tubulao e a massa, que obtida com a introduo na tubulao de uma nata de cimento antes do incio da concretagem.

Qualquer obstruo na tubulao deve ser imediatamente eliminada de modo a no permitir que o concreto endurea. A concretagem deve comear do ponto mais distante da tubulao com a retirada dos tubos que vo se tornando desnecessrios. Em algumas concretagens se faz necessria a introduo de vlvulas de reteno para impedir a volta do concreto.9 ESTUDOS DE CASO9.1 Produo do concreto em central

a. Instalao fsica da central A central conta com 12 mil m que abrigam duas balanas dosadoras de concreto, um galpo de armazenamento de agregados, o ptio e dois laboratrios (vide figura 10).

Figura 10 Instalao da CentralAs dosadoras (figura 11) possuem balanas e sensores de umidade. O processo de dosagem controlado por uma central de comando, que determina o trao a ser utilizado e tem controle sobre a quantidade de material a ser utilizado para produo de cada concreto.

Figura 11 Usina dosadora de cimentoNo galpo de armazenamento de agregados (figura 12) os materiais ficam separados em baias. Particularmente nesta central havia areia de brita, areia de quartzo, pedrisco, brita 1 e brita 2. No ptio h uma rea de lavagem dos caminhes, onde eles so limpos para a entrega e no retorno.

Figura 12 Carregadeira no galpo de armazenamento

9.2 A aplicao do concreto

Observaram-se os seguintes procedimentos realizados pela construtora no recebimento e aplicao do concreto:

1. O recebimento do concreto feito por funcionrios de um laboratrio terceirizado (Concremat) que responsvel pela verificao do mesmo. So eles que realizam o ensaio de abatimento do tronco de cone, observando se confere com o pedido. A Concremat e a Engemix moldam corpos de prova (CPs).

Figura 13 Betoneira enchendo a caamba

2. Depois da aceitao do concreto, o lanamento do concreto realizado de duas maneiras: por bombeamento, ou por caambas (figura 13) que so levadas por gruas (figura 14). O concreto bombeado somente em lajes e vigas e lanado atravs caambas nos pilares, pois se fosse realizado o bombeamento nos pilares as frmas no agentariam a grande presso que esse mtodo oferece, segundo o mestre-de-obras, tcnico em edificaes.

Figura 14 Caamba sendo iada pela grua

Treinamento dos motoristas: os motoristas recebem treinamento especial para o correto manuseio do produto, atendimento ao cliente na obra e na conduo da betoneira. Isso de extrema importncia pelo fato de que os motoristas possuem responsabilidades fundamentais, pois alm de conduzirem os caminhes, eles moldam e coletam os corpos de prova na obra e completam a dosagem da gua no concreto. Na nota fiscal existe uma indicao da quantidade de gua a ser adicionada.

10.4 Aspectos relevantes de normas pertinentes

Devem-se seguir as normas brasileiras em cada etapa de produo do concreto. As normas especificam entre outros: como devem ser feitos o recebimento dos materiais primrios, a dosagem, tipos de agregados e os ensaios de resistncia. Abaixo, segue uma lista das principais normas seguidas pela construtora da obra visitada e da empresa dosadora de concreto:

- NBR 12655 Concreto - Preparo, Controle e Recebimento;

- NBR 7211 Agregado para Concreto Especificao;

- NBR 7212 Execuo do Concreto Dosado na Central;

- NBR 12654 Controle Tecnolgico de Materiais Componentes do Concreto;

- NBRNM67 Determinao da Consistncia -Abatimento do Tronco de Cone;

- NBR 5738 Procedimento para Moldagem e Cura do Corpo de Prova;

- NBR 5739 Ensaio de Compresso do Corpo de Prova Cilndrico;

- NBR 5732 Cimento Portland comum;

- NBR 6118 Projeto e execuo de obras de concreto armado

- NBR 8224 - Concreto Endurecido. Determinao de fluncia.

- NBR 11581 Cimento Portland Determinao dos tempos de pega;

- NBR 7215 Cimento Portland Determinao da resistncia compresso. 15

11. CONCRETOS DE CIMENTO PORTLAND11.1 Preparo

a) O concreto deve ser preparado no local da obra ou recebido pronto, para emprego imediato, quando preparado em outro local e transportado.

b) O preparo no local da obra deve ser feito em betoneira de tipo e capacidade aprovados pela Fiscalizao, somente sendo permitida a mistura manual em casos de emergncia, sob a devida aprovao da Fiscalizao.

c) As operaes de medida dos materiais componentes do trao devem ser realizadas, sempre que possvel, em bases ponderais, empregando-se instalaes gravimtricas, automticas ou de comando manual, adequadamente aferidas.

d) Quando a dosagem dos componentes da mistura for efetuada por processo volumtrico, devem ser empregados caixotes de madeira ou metlicos, de dimenses adequadamente definidas, indeformveis pelo uso e corretamente identificados, em obedincia ao trao projetado.

e) Quando da operao de enchimento dos caixotes, o material no poder ultrapassar o plano da borda, no sendo permitida a formao de abaulamentos, devendo ser procedido sistematicamente o arrasamento das superfcies finais.

f) Ateno especial deve ser conferida ao processo de medio da gua de amassamento, devendo ser previsto dispositivo de medida capaz de garantir a medio do volume de gua com erro mximo de 3%, em relao ao teor fixado na dosagem.

g) Os materiais devem ser colocados no tambor de modo que uma parte da gua de amassamento seja admitida antes dos materiais secos. A ordem de entrada dos materiais na betoneira deve ser a seguinte: parte do agregado grado, cimento, areia, o restante de gua de amassamento e, por fim, o restante do agregado grado.

h) Os aditivos eventualmente empregados devem ser adicionados gua em quantidades corretas, antes do lanamento desta no tambor, salvo diante de recomendao por outro procedimento, por parte da Fiscalizao.

i) O tempo de mistura deve ser estabelecido experimentalmente para a betoneira empregada, devendo assegurar perfeita homogeneidade do produto final.

j) Quando utilizada mistura volumtrica, a mesma deve referir-se a uma quantidade inteira de sacos de cimento.

l) Sacos de cimento parcialmente utilizados ou que contenham cimento endurecido, devem ser rejeitados.

m) Quando a mistura for executada em central de concreto situada fora do local da obra, a betoneira e os processos utilizados devem atender aos mesmos requisitos anteriormente definidos.

n) O concreto deve ser preparado somente nas quantidades destinadas ao uso imediato. O concreto que estiver parcialmente endurecido no poder ser remisturado.

5.1.3 Transporte

a) Quando o transporte do concreto for realizado por caminho betoneira, este deve ser dotado de tambor impermevel, que seja capaz de transportar e descarregar o concreto de maneira que no haja segregao.

b) A velocidade de rotao do tambor deve estar contida no intervalo de 2 a 6 rotaes por minuto.

c) O volume de concreto no tambor no deve exceder a 80% da capacidade deste, salvo se for expressamente definida, pelo fabricante, uma condio distinta.

d) A entrega do concreto deve ser contnua, a fim de evitar o endurecimento parcial do material j lanado. Em hiptese alguma deve ser permitido que o intervalo de tempo entre as descargas seja maior do que 30 minutos, sem a prvia liberao da Fiscalizao.

e) No deve ser permitido que o concreto, aps sua mistura, permanea em repouso por mais do que 30 minutos, antes do seu lanamento.

12 - CONCRETO PR-MISTURADO (USINADO)12.1 - Concreto dosado em central (NBR 7212)O concreto usinado obtido em centrais dosadoras, geralmente chamadas de concreteiras. So instalaes preparadas para a produo em escala, constitudas de silos armazenadores, balanas, correias transportadoras e equipamentos de controle. Na maioria dos casos, para as obras urbanas, a mistura feita no prprio caminho, durante o trajeto entre a central de concreto e a obra. Nas obras de grande porte, como barragens e estradas, as centrais podem fazer a mistura e o material transportado por gruas e caambas. Dentre as vantagens do uso de concreto pronto (usinado) pode-se destacar:

a) economia de materiais, menor perda de areia, brita e cimento;b) maior controle tecnolgico dos materiais, dosagem, resistncia e consistncia, com melhoria da qualidade;c) racionalizao do nmero de ajudantes na obra, com a conseqente reduo dos encargos trabalhistas;d) melhor produtividade da equipe;e) reduo no controle de suprimentos e eliminao de reas de estoque no canteiro;f) reduo do custo da obra.

12.2 - Centrais Dosadoras de Concreto. So as responsveis pela dosagem dos materiais componentes do concreto (MCC's) e sua transferncia para ocaminho betoneira. Neste tipo de central, amistura e a homogeneizao do concreto so feitas no prpriocaminho, antes de prosseguirpara a obra. Figura 15.

Figura 15 Central dosadora de concretoEstas centrais so compostas basicamente por silo de cimento, reservatrios para gua e aditivo, balanas de cimento e agregados, hidrmetros, compressores e transportadores de correia. A diferena bsica que existe entre as centrais dosadoras est na forma de pesar os agregados (tow go ou caixa de agregados) e no tipo de carregamento do caminho (manual ou automtico). Figura 16.

Tow Go: Balanaparaapesagem de agregados, alimentada diretamente pela p carregadeira.

Para a transferncia dos materiaispara o caminho, o balanceiro abreuma comporta na parte inferior desta balanaeaciona umtransportador de correia.

O Tow Go no pode ser automatizado.

Caixa de Agregados: Equipamento composto por uma balana e uma caixa com divisrias para armazenar, em mdia, de quatro a seis tipos de agregados.

O balanceiro efetua a pesagem abrindo as comportas dos materiais, conforme a seqncia e as quantidades determinadas no trao.Centraiscom estestiposde Caixa podem ser automatizadas.

Figura 16 Equipamentos das centrais dosadoras

O carregamento manual aquele onde o operador de balana (balanceiro) faz o controle da pesagem dos materiais e sua transferncia para o caminho. Para isto existe um painel de controle com botes para a abertura e fechamento de comportas, acionamento de transportadores de correia, insufladores de ar, vibradores, bombas dgua, etc.

Nas centrais automatizadas, o balanceiro digita o cdigo do trao e o volume a ser carregado no computador. Este por sua vez comanda o painel de controle e o balanceiro s interfere na dosagem se for constatado algum problema com a carga.

REFERNCIASNEVILLE, Adam M.. Propriedades do concreto. So Paulo: Pini, 1982. 738 p.FALCETTA, F. A. M. Materiais de construo civil: Segunda parte (Mat. de Constr. Civil II). Disponvel em: Acesso em: 03 set. 2008.ANDRADE, E. D. Construo Civil: Planejamento e Administrao. Disponvel em Acesso em: 03 set. 2008.AMARAL, T. G. Estruturas de Concreto Armado. Disponvel em: http://www.feciv.ufu.br/disciplinas/TCC2/Estruturas_de_concreto_armado.pdf> Acesso em 03 set. 2008. DOMICIANO, V. G. et al. Condies de mistura e a permeabilidade de concretos refratrios contendo fibras polimricas. Cermica, Dez 2003, vol.49, no.312, p.251-256. ISSN 0366-6913

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(http://www.engetop.ufba.br/topevc/MateriaisII/UNIDADE_03_CONCRETO_PRODUCAO02.pdf)

(http://64.233.169.104/search?q=cache:cz5Lm0qCOnQJ:apostilas.netsaber.com.br/apostilas/565.doc+betoneira+%22tempo+de+mistura%22&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=9&gl=br(http://www.ufrrj.br/institutos/it/dau/profs/edmundo/Concreto%20simples.pdf)(http://www.formeq.com.br/loja/produtos.asp?lang=pt_BR&tipo_busca=subcategoria&codigo_categoria=9&codigo_subcategoria=32)

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_1281250064.xlsGrf1

5.113.4521.8

6.213.120

7.513.2519

8.713.618.5

101418

11.914.717.5

13.215.117

13.915.3516.8

1415.316.6

14.115.2516.4

14.215.216.2

14.215.1516.1

14.315.1516

14.315.1516

Resistncia compresso mnima

Resistncia compresso mdia

Resistncia compresso mxima

tempo da mistura - seg

Resistncia compreso - MPa

Uniformidade da mistura

Plan1

Relao entre o temp oe a uniformidade da mistura (para uma mesma betoneira)

Tempo emResistncia compressoCoeficiente de

Segundosmnimamdiamximavariao

205.1013.4521.8049.12

256.2013.1020.0040.59

307.5013.2519.0033.82

408.7013.6018.5028.82

5010.0014.0018.0023.53

6011.9014.7017.5016.47

7013.2015.1017.0011.18

7513.9015.3516.808.53

8014.0015.3016.607.65

9014.1015.2516.406.76

10014.2015.2016.205.88

11014.2015.1516.105.59

12014.3015.1516.005.00

12514.3015.1516.005.00

Plan1

000

000

000

000

000

000

000

000

000

000

000

000

000

000

Resistncia compresso mnima

Resistncia compresso mdia

Resistncia compresso mxima

tempo da mistura - seg

Resistncia compreso - MPa

Uniformidade da mistura

Plan2

Plan3

_1281947286.xlsGrf2

49.12

40.59

33.82

28.82

23.53

16.47

11.18

8.53

7.65

6.76

5.88

5.59

5

5

Coeficiente de variao

Tempo de mistura - seg

Coeficiente de variao - %

Plan1

Relao entre o temp oe a uniformidade da mistura (para uma mesma betoneira)

Tempo emResistncia compressoCoeficiente de

Segundosmnimamdiamximavariao

205.1013.4521.8049.12

256.2013.1020.0040.59

307.5013.2519.0033.82

408.7013.6018.5028.82

5010.0014.0018.0023.53

6011.9014.7017.5016.47

7013.2015.1017.0011.18

7513.9015.3516.808.53

8014.0015.3016.607.65

9014.1015.2516.406.76

10014.2015.2016.205.88

11014.2015.1516.105.59

12014.3015.1516.005.00

12514.3015.1516.005.00

Plan1

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

Coeficiente de variao

Tempo de mistura - seg

Coeficiente de variao - %

Plan2

Plan3

_1190791647.unknown

_1272099187.xlsGrf1

238229212

207217212

175208198

156198184

148188162

(C)

(A)

(B)

Tempo - mm

Abatimento - mm

Plan1

Tempo - mm(C)(A)(B)

0238229212

30207217212

60175208198

90156198184

120148188162

Plan1

(C)

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Tempo - mm

Abatimento - mm

Plan2

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