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36 SEGUNDO TRIMESTRE 2006 FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA I&D VoIP@FEUP reduz custos e aumenta versatilidade às comunicações FEUP na corrida de Bolonha EM FOCO Instituição de vanguarda com os olhos postos no futuro À CONVERSA COM… Carlos Costa: Director da FEUP fala da adesão da Faculdade a Bolonha Rui A. Cardoso

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A revista Engenharia é uma publicação semestral de divulgação externa das atividades da FEUP nas áreas de ensino, investigação e desenvolvimento, e de ligação ao meio socioeconómico envolvente.

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36Segundo trimeStre 2006 Faculdade de engenharia da universidade do Porto Distribuição gratuita

I&D

VoIP@FEUP reduz custos e aumenta versatilidade às comunicações

FEUP na corrida de Bolonha

Em foco

Instituição de vanguarda com os olhos postos no futuro

À convErsa com…

Carlos Costa: Director da FEUP fala da adesão da Faculdade a Bolonha

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editorial

agendaJulho a Setembro

em FocoPossuindo recursos humanos e materiais, infra-estruturas, experi-ência, cultura, capacidade de mudança e motivação adequadas, a FEUP apresenta-se em 2006 na primeira linha do potencial nacional exigido a algumas das instituições do ensino superior.O BiFEUP esteve à conversa com alguns alunos e confirmou a aprendizagem pró-activa que aqui por entre corredores e gabinetes se «respira».

À conVerSa com... carloS coStacarloS coStaNuma altura em que a FEUP se prepara para entrar em Bolonha, o director da Faculdade, Carlos Costa, falou ao BiFEUP sobre o processo de adaptação desta instituição ao novo paradigma peda-gógico e as suas mais-valias: “Bolonha vai dar maior confiança aos empregadores para acreditarem num diploma”.

oPiniÃo“O desafio de Bolonha e o QualiFEUP”, por José Faria, Professor Auxiliar na Secção de Automação, Controlo e Sistemas de Produção Industrial do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores e responsável pelo QualiFEUP – Gabinete de Quali-dade da FEUP.

inVeStigaÇÃo e deSenVolVimentoO Centro de Informática da FEUP iniciou em 2005 o Projecto VoIP@FEUP, actualmente com mais de 120 utilizadores.

FeuP Por dentroO Dia da Graduação destacou-se também este ano de entre os even-tos com cunho FEUP. O ritual mais uma vez repetiu-se com a partici-pação de professores, alunos, empresas e instituições convidadas. Conferências e congressos, palestras e workshops, sessões de apre-sentação e acções de sensibilização, marcaram ainda o 2º semestre de 2006 na FEUP.

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No âmbito do Processo de bolonha, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto vai lançar, em 2006/2007, nove mestrados integrados com as seguintes designações: Engenharia Civil,; Enge-nharia do Ambiente; Engenharia Electrotécnica e de Computadores; Engenharia industrial e Gestão; Engenharia informática e Computação; Engenharia mecânica; Engenharia metalúrgica e de materiais, Engenharia Química e, por fim, bioengenharia (este último criado de raiz e em parceria com o instituto de Ciências biomédicas Abel Salazar). Avançando já com a adequação do programa doutoral em Enge-nharia biomédica, a FEUP tem ainda em preparação a reformulação ou criação, também no âmbito do Processo de bolonha, de outros cursos, nomeada-mente os resultantes de alterações dos actuais mestrados e Doutoramentos, os quais deverão ser propostos para poderem ser iniciados no ano lectivo de 2007/2008.

Para que todo este processo de apresentação dos novos cursos fosse possível já no próximo ano lecti-vo – apesar de 2010 ser data limite para a adequação dos cursos a bolonha - esta faculdade teve de preparar dossiers de candidatura, demonstrando a efectiva adequação aos pressupostos do processo de bolonha, nomeadamente a adequação dos curricula e processos de ensino/aprendizagem à obtenção dos conhecimentos, competências e atitudes previstos para os 1º e 2º ciclos de estudo, no que refere aos mestrados integrados e, para o 3º ciclo, no que refere ao Programa Doutoral.

No entanto, o verdadeiro trabalho de fundo não é de hoje. Há muito que a FEUP tem vindo a preparar--se para a adaptação ao Processo de bolonha.

tendo tomado consciência da necessidade e da complexidade da alteração do paradigma pedagógi-co para um modelo mais centrado no aluno, na sua aprendizagem, na sua aquisição de conhecimentos e competências e não tanto na transmissão de conhecimentos, a FEUP foi desenvolvendo ao longo dos anos uma série de acções de forma a permitir que a transformação fosse possível.

Nesse sentido, realizou acções de formação para docentes (envolvendo desenho curricular, práticas de aprendizagem activa, métodos de avaliação, desenvolvimento de capacidades comunicacionais e aquisição de competências em e-Learning), adoptou em 1997 o sistema europeu de créditos em todas as disciplinas (bem como o sistema europeu de comparabilidade de classificações para alunos em

Prof. Carlos magalhães oliveira*

Ficha tÉcnica

mobilidade), procedeu a alterações pedagógicas im-portantes no sentido de promover a aprendizagem activa num número crescente de disciplinas, iniciou em 2001 a preparação para a transformação dos cursos (definindo as grandes linhas das alterações curriculares a introduzir assim como a matriz de conhecimentos, capacidades e atitudes pessoais, interpessoais e profissionais que deveriam ser ad-quiridas pelos seus alunos, de acordo com padrões internacionais) e preparou, em conformidade, os novos planos de estudo. Neles se molda o sistema de avaliação que permite garantir as condições para a aquisição das competências. Por exemplo, uma

ProPriedade Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

ediÇÃo dCi divisão de Comunicação e imagem

corPo editorial Ana martins, Carlos oliveira, Cristina soares,

Paulo Jesus e Ricardo moura

textoS Ana martins e Cristina soares

FotograFia Anabela Trindade, Cristina soares,

Filipe Paiva, João Kendall e Rui A. Cardoso

deSign gráFico e ProduÇÃo Ricardo moura | dCi FEUP

Sede FEUP, Rua dr. Roberto Frias, 4200-465 - Porto

Tel: 225 081 895 | Fax: 225 081 503 | e-mail: [email protected]

imPreSSÃo mARCA – Artes Gráficas

tiragem 2500 exemplares

dePóSito legal

Contacto para publicidade Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

DCI - Divisão de Comunicação e Imagem

Telef. 225 081 895 | e-mail: [email protected]

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disciplina em cujos objectivos esteja incluída a ca-pacidade de comunicação, não poderá ser avaliada exclusivamente por uma prova escrita…

Embora, como em todos os processos de reforma, haja prós e contras, penso que as vantagens da adesão ao Processo de bolonha superam largamente as suas desvantagens. os ganhos em eficiência e o desenvolvimento de outras competências, como a da auto-aprendizagem, nos cursos da FEUP, compen-sarão largamente eventuais perdas de abrangência ou profundidade.

Com bolonha haverá um aumento da eficiência na aquisição de competências por parte dos alunos, uma facilitação da sua mobilidade (durante e após o percurso académico) e um grande desenvolvimento de competências de auto aprendizagem, facilitando desta forma a aprendizagem ao longo da vida e consequente versatilidade no prosseguimento de carreiras profissionais.

Na base destas mais-valias está todo um processo de melhoria ao nível da clarificação dos objectivos de cada mestrado integrado, da adequação dos pro-cessos de avaliação ao cumprimento e à verificação desses objectivos, da obrigatoriedade de acreditação por agências de acreditação internacionais etc., não esquecendo o facto de serem criadas as seguintes condições de comparabilidade: a adopção de um sistema comum de unidades de crédito ECtS, a adopção de um sistema europeu de comparabilida-de de classificações e a criação do Suplemento ao Diploma, um documento que descreve os objectivos dos cursos e que permitirá clarificar diferenças entre estes, (pela especificação de objectivos, conte-údos e graus de proficiência) e assim distingui-los mesmo que tenham designações semelhantes e correspondam a um mesmo grau académico.

Reconhecendo que, com bolonha, poderá haver o perigo potencial de perda de abrangência e profun-didade em alguns mestrados integrados - quando comparados com mestrados homólogos anteriores, decorrente da diminuição do número total de anos anteriormente necessários para a sua conclusão -, acredito no entanto que, em termos globais, os be-nefícios deste novo formato pedagógico superarão os possíveis constrangimentos decorrentes desta mudança de paradigma educativo, contribuindo para que cada vez mais o ensino e a aprendizagem sejam de excelência. •

* Vice-presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Bolonha: da reflexão estratégica à mudança de paradigma

Há muito que a FEUP tem vindo a preparar-se para a adaptação ao Processo de Bolonha.

EdiToRiAl

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AGEndA

FormaÇÃo contÍnua Julho - SetemBro

3 a 7 de Julhosegurança em Redes locais e na internetResponsável: Prof. José magalhães Cruz

13 e 14 de Julhodocumentação de Software: Uma Abordagem ágil e ColaborativaResponsável: Prof. Ademar Aguiar

18 a 22 de setembroVisualização CientificaResponsável: Prof. João manuel R. s. Tavares

18 de setembro de 2006 a 31 de Julho de 2007Curso de Técnico superior de segurança e higiene do Trabalho (homologado pelo ishsT)Responsável: Prof. João santos Baptista

28 e 29 de setembro Projecto e simulação hidráulica de Redes Públicas de Abastecimento de águaResponsável: Prof. mário Valente neves

Gestão de operações em Transporte Ferroviário* Responsável: Prof. álvaro Costa

Gestão de operações em Transporte Público Rodoviário de Passageiros* Responsável: Prof. Jorge Freire de sousa

*com datas a definir

ERRATAna rubrica de i&d do BiFEUP anterior não foi mencionado que o lsTs conta com uma importante colaboração do isEP e do inEGi no projecto e na opera-ção de veículos subaquáticos.

na página 22 do BiFEUP anterior as fotografias do dr. Armindo monteiro e do dr. Alberto Castro estão trocadas. Aos visados e aos nossos leitores as nossas desculpas.

Fórum emPrego em SetemBrono âmbito das relações Universidade – Empresa, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) organiza anualmente o “Fórum-Em-prego”, com o objectivo de facilitar o contacto directo e privilegiado entre empresas, finalistas e recém-licenciados desta Faculdade e de proporcionar um momento de divulgação de oportunida-des profissionais.

Este ano, a FEUP promove este evento de 25 a 28 de setembro, contemplando um espaço de stands para as empresas e um espaço para conferências, workshops e debates sobre a temática do emprego, empreendedorismo e criação de Spin-Offs. o programa desta edição inclui ainda as “manhãs abertas às empresas”, iniciativa que visa dar a conhecer às empresas os

Workshop SoBre ViaS de alta Velocidade Encontram-se já abertas as inscrições para o Workshop “Track for high-speed Railways”, que irá decorrer na FEUP de 12 a 13 de outubro. Esta iniciativa - que pretende contribuir para a dissemina-ção e desenvolvimento do conhecimen-to nas diversas áreas da engenharia que se relacionam com as vias de alta velocidade e, deste modo, colaborar na formação do corpo técnico nacional para a concretização da instalação da rede ferroviária de alta velocidade em Portugal - deverá ser particular-mente interessante para designers, consultores, empresas de construção, operadores, fornecedores, estudantes, investigadores, professores, proprietá-rios de infra-estruturas e representan-tes de entidades reguladoras.

o workshop contará com a presença de vários especialistas internacionais nesta matéria, oriundos de países em que a rede ferroviária de alta velocidade se encontra mais avançada, com o in-tuito de partilharem com a comunidade técnica e científica os seus conheci-mentos e experiências neste domínio, para discutirem o comportamento das soluções implementadas, e os seus potenciais melhoramentos.http://www.fe.up.pt/hsRTrack

uniVerSidade Júnior na FeuP A FEUP acolhe, a exemplo do ano pas-sado, algumas das actividades inseridas nas “oficinas de Verão” e “Verão em Projecto” da “Universidade Júnior - Cur-sos de Verão da U. Porto”.

durante o mês de Julho as Faculdades da Universidade do Porto, entre as quais a FEUP, recebem cerca de 5 mil jovens

FeuP e inegi organizam m2d’2006A Faculdade de Engenharia da Univer-sidade do Porto irá acolher a 5ª edição da “m�d - international Conference on mechanics & materials in design” durante os próximos dias 24 e 26 de Julho. segundo um dos responsá-veis pela organização do evento, o investigador do inEGi e Professor da FEUP Joaquim silva Gomes, “o âmbito desta Conferência é relativamente alargado, cobrindo diversos temas nas áreas de Engenharia mecânica, desenvolvimento de Produto e Enge-nharia dos materiais (intelligent de-sign, Computational mechanics, new Techniques in sensory and instrumen-tation, materials Processing & surface Engineering, Engineered materials, novel Techniques in manufacturing, E-Teaching mechanics & materials and Case studies), como aliás vem sendo hábito nas edições anterio-res”. A organização da “m2d’2006” é da responsabilidade conjunta dos Professores Joaquim silva Gomes e shaker A. meguid (Catedrático das Universidades de Toronto/Canadá e nanyang/singapura). http://paginas.fe.up.pt/~m2d

o núcleo de Aeronáutica, Aeroespacial e modelismo (nAAm) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) vai realizar, entre os dias 9 e 11 de setembro, o Concurso de Aeromode-lismo “desafio nAAm’0�”.

Esta iniciativa – que terá lugar no Aeroclube da Costa Verde, em Espinho

laboratórios de ensino e investigação da Faculdade, onde os alunos desen-volvem as suas actividades durante o percurso académico.

organizado pela área de Relações Empresariais da divisão de Cooperação, estarão presentes neste evento enti-dades ligadas à formação e à temática do emprego que darão a conhecer aos estudantes as melhores técnicas de procura de emprego, estratégias para criação do próprio emprego, financia-mentos disponíveis para apoiar a fase de start-up de projectos inovadores, os diferentes programas de estágio nacionais e internacionais, bem como empresas de vários sectores que parti-ciparão em debates com os diferentes departamentos e Spin-offs da [email protected]

oficialmente lançado no dia 25 de Abril pela Associação de Antigos Alunos da licenciatura em Engenharia informática e Computação (Alumni lEiC), em parce-ria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o Concur-so de ideias de negócio “AlUmnidEA” entra na recta final em Agosto com a escolha dos 20 melhores projectos. no mês de setembro será feita a selecção final, com um máximo de cinco vence-dores. Cada ideia premiada receberá o montante mínimo de 5 mil euros, sendo que este capital deverá ser aplicado na criação da empresa. Aos vencedores será ainda atribuído um ano de espaço de incubação, formação e consultoria. http://alumnidea.fe.up.pt

concurSo alumnidea entra na recta Final

- tem como objectivo projectar e cons-truir aviões rádio controlados para le-vantarem o máximo de carga possível e participarem numa prova de resistência e está especialmente direccionada para alunos do ensino superior, aeromodelis-tas profissionais e aficionados em geral.http://desafionaam.com/naam2

que irão lançar-se numa aventura de exploração das Ciências, das Artes e das letras, através de projectos de elevada qualidade científica, sempre apoiados pelos professores e investigadores das diferentes instituições UP.http://www.up.pt/universidadejunior

DEsaFio NaaM’06 arraNca EM sEtEMBro

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FEUP na corrida de Bolonha

Instituição de vanguarda com os olhos postos no futuro

Possuindo recursos humanos e materiais, infra-estruturas, experiência, cultura, capacidade de mudança e motivação ao mais alto nível, a FEUP apresenta-se em 2006 na primeira linha do potencial nacional exigido a algumas das instituições do ensino superior. A cooperação com os mais avançados centros de educação e desenvolvimento científico interna-cionais, a aprendizagem cada vez mais centrada nos alunos, e ainda um conjunto de estruturas bem equipadas e de serviços qualificados, são apenas algumas das mais-valias da Faculdade que a constituem como um centro de excelência.

TExTo dE CRisTinA soAREs

NA FACULDADE de Engenharia da Universidade do Porto o dia começa cedo! São oito da manhã e os corredores começam a encher-se. Alguns alunos como o bruno, do 3º ano do curso de Engenharia Electrotécnica

e Computadores (LEEC) da Faculdade e um dos rostos mais populares da FEUP pela constante actividade associativa, passaram a noite a trabalhar no mais re-cente projecto do NAAm – Núcleo de Aeronáutica, Aeroespacial e modelismo -, um concurso de aeromodelismo que pretende projectar e construir aviões-rádio controlados para levantarem o máximo de carga possível e participarem numa prova de resistência.

bruno esteve parte da noite no laboratório M102 com um grupo de colegas envolvidos neste desafio. Pensaram nas implicações que o projecto envolve ao nível da divulgação e, em mais um conjunto de tarefas que aqui, por entre corredores e gabinetes, é possível conseguirem.

Da Recepção à Secretaria, da biblioteca ao Centro de informática, nos Depar-tamentos ou nos Laboratórios, por toda a Faculdade a principal preocupação é contribuir para o crescimento académico e a aprendizagem de mais de seis mil alunos, objectivo que depende de todos – docentes, estudantes e pessoal não docente – e em que cada um tem um papel a desempenhar. Ajudar os estudan-tes a desenvolverem competências, atitudes e valores, o pensamento crítico, o saber aprender, conscientes das suas responsabilidades cívicas e individuais, dotados de capacidade de comunicação oral e escrita, de auto-estima e de auto-confiança e da capacidade de reconhecer as suas competências, da capacidade de liderança e de trabalho em grupo, é a principal preocupação de toda a Comu-nidade da Faculdade.

Nesta medida, iniciou-se em 2005/2006 um projecto de melhoria da quali-dade dos serviços prestados e da eficiência das Unidades orgânicas da FEUP a

que se deu o nome de QualiFEUP – Gabinete de Qualidade da FEUP. Com vista a melhorar a informação e facilitar o acesso aos serviços, melhorar a eficiência dos proces-sos, e encontrar mecanismos de controlo de execução, o QualiFEUP encontra justificação no facto de, ao contrário do que acontece ao nível do ensino e da investigação em que existem processos formais de avaliação de qualidade e de acreditação, ao nível dos Serviços não existir nem referenciais nem sistemas de avaliação de qualidade. Assim, o QualiFEUP procedeu, “em estreita colaboração com os Directores de Serviço, ao levantamento das áreas de actividade de suporte da FEUP e à identificação dos respectivos processos”, como explica José Faria, docente da FEUP e responsável pela introdução do projecto-piloto.

novo sIstEma DE ImprEssão garantE rapIDEz a baIxo custoNa sala i120 respira-se azáfama. Pedro, e mais um grupo de dez elementos, estão atarefadíssimos com a preparação da documentação para a próxima reunião com o Grupo modelo Continente. A pedido da empresa, e no âmbito da disciplina de Laboratório de Gestão de Projectos (LGP), do 4º ano da Licenciatura em Engenharia informática e Computação (LEiC), estão a desenvolver um “Portal de Suporte Workflow”, projecto que faz parte de um universo bem mais alargado - 16 projectos de software, cada um com cerca de 10 a 11 alunos.

A reunião está marcada para amanhã e convém “não deixar para amanhã o que pode ser feito hoje”, garante Pedro. o produto final foi lido e relido e está pronto a ser impresso. Aqui não há dúvidas. o novo sistema de impressão, disponível desde março deste ano, será «ouro sobre azul».

o novo sistema (Print Express da Xerox) permite ao uti-lizador “maior rapidez e maior flexibilidade a baixo custo”, como explica ao biFEUP tito Vieira, responsável pelo

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Em FoCo FeuP na corrida de Bolonha

Centro de informática Prof. Correia Araújo (CiCA). “o trabalho é enviado para o sistema e fica retido no servidor, podendo ser libertado em qualquer impressora que faça parte do grupo após identificação do utilizador”, reitera.

Esta melhoria implicou algumas alterações em termos técni-cos, nomeadamente a substituição do parque de impressoras, a integração com o SiFEUP (Sistema de informação da FEUP), a melhoria do sistema de accounting, a disponibilização de novas funcionalidades e a segurança física das impressoras. Em termos práticos, poupa-se tempo e dinheiro. Se para o CiCA este novo sistema “é sinónimo de maior qualidade, fiabilidade e disponibilidade, e pressupõe a eliminação de desperdícios, a integração total com o SiGARRA, a disponibilização do conceito de impressão Pull Print, em que o utilizador pode enviar o trabalho para o servidor e imprimir o mesmo horas depois, após se identificar nos dispositivos apropriados, e a disponibilização do serviço de impressão a todos os computadores ligados à FEUPNet/Wireless e a partir de casa via VPN”, para os alunos este novo sistema de impressão significa “qualidade e rapidez”. terminaram-se as páginas borradas, as folhas dobradas, as linhas brancas… em suma, o desperdício de papel, e deu-se lugar a “impressoras incrivelmente rápidas onde as imagens e os grá-ficos podem ser imprimidos a cores e com excelente qualidade”, explica Pedro. Um sistema de segurança inteligente que não permite a impressão sem cartão e password.

Ao fundo do corredor acabam de imprimir algumas páginas de um relatório que amanhã será concerteza uma agradável surpresa para a modelo Continente. Dever cumprido!

“caloIros” Da fEup mElhor IntEgraDos no EspírIto unIvErsItárIoVera e Raquel passeiam pelo corredor b e gozam os curtos minutos de intervalo que antecedem mais um bloco de duas horas de Programação de Computadores. bem dispostas, são dois exemplos de empenho e dedicação. Conheceram-se na Faculdade e desde então são inseparáveis. «Caloiras» da Licen-ciatura em Engenharia mecânica (LEm) já gozam do sentimento de responsabilidade que é estudar na FEUP e é diariamente, no conjunto de actividades em que se envolvem, que vestem a camisola daquela que consideram “uma instituição classificada entre as melhores de engenharia”.

Da FEUP conhecem já quase tudo mas “as dimensões verda-deiramente colossais” da faculdade não facilitam a tarefa de completa integração às primeiro-anistas. orgulhosas, sentem que são parte integrante da Faculdade e agradecem ao Projecto FEUP a facilidade com que hoje sentem esta escola como sua. De referir que o Projecto FEUP constitui uma aposta da Direcção da Faculdade, iniciada no ano lectivo de 2004/2005 como projecto-piloto e reiterada em 2005/2006 como parte integrante do plano curricular do primeiro ano de todas as licenciaturas da FEUP. tendo por objectivo facilitar a integração e melhorar o desempenho, este projecto de socialização e aprendizagem facilitou-lhes a integração num grupo que não se restringiu aos alunos de mecânica mas, também a outros cursos da Faculdade.

A Vera sempre sonhou com a FEUP e prova disso foi ter arris-cado o curso de Engenharia mecânica da FEUP como primeira e única opção. As informações que lhe tinham dado sobre o nível de ensino da Faculdade e as próprias condições deste estabele-cimento, e ainda o contacto directo com a instituição através da iniciativa Semana Aberta foram motivos suficientes para que não tivesse dúvidas, explica. “Gostei imenso das instalações, gostei imenso da forma como apresentaram a FEUP… fiquei completamente encantada e disse: É isto, pronto! Não quero mais nada!”.

Em 2005/2006 a Semana Aberta trouxe até à FEUP mais de 1800 alunos do ensino secundário num total de 51 escolas do Norte do País. Da organização da Divisão de Comunicação e imagem, a iniciativa inclui ano após ano um conjunto diversifi-cado de actividades, estruturadas segundo as várias licencia-turas, e envolve essencialmente departamentos, laboratórios e institutos de interface.

Com a Raquel o contacto com a Faculdade também pesou imenso na sua decisão. As instalações, mas acima de tudo “o espírito que se vive e respira aqui dentro” , foram elementos que

não descurou.Hoje, já a frequentarem o curso de Enge-

nharia mecânica da FEUP, e depois da pri-meira etapa vencida – a colocação -, não têm dúvidas em afirmar, “esta foi a opção certa”.

projEctar, EmprEEnDEr, sabEr con-crEtIzar Desde há dois anos que a FEUP financia projectos multidisciplinares de alunos, de que são exemplos o FEUPbus, ViP Veleiro ino-vador Português, a participação em projectos na área aeroespacial (com a ESA) e aeronáu-tica (Air Cargo Challenge), olimpíadas de mecatrónica, PESC (Projectar, Empreender, Saber Concretizar), etc, envolvendo entre 40 e 60 alunos na totalidade dos projectos.

Sérgio é veterano na FEUP. Entrou em 1997 para o curso de Engenharia mecânica e conta com um percurso de altos e baixos de que não se orgulha. Actualmente está no 4º ano da LEm e diz com certeza que em 2006/2007 será aluno do 5º ano.

o curso de mecânica foi também a sua primeira opção. o fascínio pelo restauro automóvel e a paixão pelos automóveis não o fizeram ter dúvidas na altura da inscrição contudo, “o plano curricular muito teórico e pouco prático do 1º ano do curso” fi-zeram-no baixar armas e ser atingido pela lei de prescrições. Assim, prescreve em 2000 e, recusando-se a ficar parado, aposta em formação em restauro automóvel. Desde então, a vontade de aprender mais ultrapassa fronteiras. Portugal, Espa-nha, França e bélgica foram apenas alguns países onde aprendeu que restaurar não é “remendar com penso rápido” mas sim “respeitar a engenharia original do modelo a trabalhar”.

Quando retorna à FEUP, em 2002/2003, conhece, para além de um novo edifício um conjunto de novas valências e projectos que lhe fizeram ganhar um novo ânimo. munido de outro manancial de conhecimentos e de uma enorme vontade de “dar a volta por cima”, assume uma nova postura de responsabilidade e dinamismo, que o leva a abraçar em 2005 o desafio dos Projectos PESC propondo o restauro automóvel de um modelo Alfa Romeo.

Para o aluno “esta ponte entre a teoria e a prática devia ser a preocupação de todos os cursos da FEUP”, ideia também defendida pelo grande motor da iniciativa PESC. Para o professor barbedo de magalhães, catedrático do DEmEGi, o empenho “na constante integração dos alunos como colaboradores de grupos de investigação e/ou projecto e desenvolvimento, que lhes permite desenvolver um pensamento analítico” é o caminho a seguir, caminho esse que a FEUP começou a desbravar nos últimos trinta anos com a crescente aposta na actividade de inves-tigação e desenvolvimento. Com a certeza de que “não se aprende apenas na sala de aula e com os programas curriculares”, é constituindo a Faculdade como um todo, como “comunidade centrada na aproximação professor-aluno” que a FEUP atinge os elevados padrões de qualidade e exigência que a tornam um centro de excelência, reconhecido pela qualidade do ensino e respeitada pelas competên-cias dos seus graduados. o objectivo de todos é o de assegurar aos estudantes, não apenas o direito à educação, mas o direito a uma educação de qualidade, que corresponda às suas expectativas e direitos.

Actualmente, Sérgio está a frequentar o “Curso de Preparação de Chapa” organizado pelo CEPRA e pela FEUP, e que conta com nove formandos inscritos, entre os quais também Ágata, exemplo de que a Engenharia mecânica na FEUP também se faz no feminino apesar das contrariedades: “Sou a primeira rapariga a fazer o curso de chaparia, pois por norma é um curso interdito a mulheres. Se o curso fosse apenas da responsabilidade do CEPRA seria mais uma formanda recusada”, garante. metódica e com um forte espírito de liderança, não fosse ela também líder do projecto Fiat Uno, confessa que o curso de Engenharia mecânica não foi a sua primeira opção. No entanto, “as cadeiras específicas em tecnologias da fundição” fizeram-na abrir caminho num curso maioritariamente de homens. Sendo a única rapariga num projecto de 15 rapazes, garante ter sido movida pela

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alguns númEros…

- A FEUP conta com 5.034 alunos de licenciatura- 1131 alunos frequentam os cursos de especialização, mestrado

ou doutoramento da FEUP- A FEUP contabiliza um total de 469 docentes, dos quais 58 são

Professores Catedráticos- 84% dos docentes doutorados da FEUP trabalham em Centros

de Investigação e Desenvolvimento reconhecidos pela FCT- Na Faculdade decorrem 138 projectos (com ou sem parcerias

empresariais) e 148 protocolos de cooperação e contratos de prestação de serviços

- São 15 as unidades de investigação e 9 os institutos de interfa-ce ligados à FEUP

- O Campus da FEUP tem 97.685 m2 de área total: 55 salas de aula + 34 anfiteatros; 28 salas de estudo; 81 laboratórios de en-sino + 125 laboratórios de investigação; 41 salas de informática

- A Biblioteca da FEUP conta com 426 lugares sentados, 44 sofás para leitura informal, 79 PC disponíveis ao público, e 16 gabinetes de estudo, e está totalmente equipada com tomadas de rede e cobertura wireless.

- 32,8% dos recém-licenciados da FEUP encontrou o seu projecto profissional através da Bolsa de Emprego da FEUP ou do Fórum Emprego (iniciativa realizada na FEUP que oferece anualmen-te aos seus finalistas, recém-licenciados e pós-graduados, a possibilidade de contactar as empresas. Quase 60% dos alunos conseguem penetrar no mercado de trabalho após um mês do término do curso, apontando como Boa (com 70,8%) a taxa de empregabilidade dos cursos da FEUP.

- As ferramentas de e-Learning foram utilizadas em 2005 por cerca de 60 docentes e mais de 2500 alunos em mais de 100 cursos online.

“curiosidade e incentivo do namorado que também está envolvido no projecto”. Se para alguns a participação em projectos de investigação é uma perda de tempo, para Sérgio e Ágata é “sinónimo de maior motivação pelo curso”.

Em época DE ExamEs onDE EstuDar?Actualmente o CiCA administra 40 salas de informática com cerca de 500 com-putadores disponíveis para os alunos 24 horas por dia, 7 dias por semana. As salas de informática da FEUP constituem dos espaços mais frequentados pelos alunos durante a época de exames. manuel é um desses alunos. Para o estudan-te do 4º ano da LEiC – Licenciatura em Engenharia informática e Computação, o “equipamento das salas de informática é muito bom e adequado” (compu-tadores HP, com processador intel Pentium iV a 2.8 Ghz, 1 Gb de RAm, monitor 17’’ e DVD/CDRW). Contudo, manuel não poupa algumas críticas:“As salas são muito quentes e estão sempre cheias e as máquinas são bastante vulneráveis aos spywares”.

Resultado de uma investigação interna com vista à melhoria dos serviços nes-tas salas, o CiCA disponibiliza, desde o início do semestre, uma funcionalidade designada de SoAi (Sistema operativo Acabado de instalar). Com o objectivo de disponibilizar um computador livre de vírus, basta a qualquer utilizador reini-ciar o computador e o “SoAi elimina toda e qualquer informação que alguém tenha previamente colocado no disco de sistema, bastando para isso um reboot, seguido da limpeza das áreas temporárias”, garante o responsável pelo Centro de informática.

mas se manuel prefere as salas de informática para se dedicar ao estudo, outros há que não abdicam do total silêncio a que obriga a biblioteca. Sérgio e bruno garantem que, apesar de em época de exames “também ficar lotada”, a biblioteca da FEUP apresenta uma série de vantagens que propicia o estudo e o trabalho. “A possibilidade de a qualquer hora e a qualquer momento o aluno poder aceder à documentação em suporte digital resultando no acesso à informação em contexto de trabalho, ou seja, garantindo que não continue a ser necessário ir à biblioteca para consultar ou requisitar os documentos para estudo ou investigação”, apresenta-se para Ana Azevedo, Directora do Serviço de Documentação e informação, como um dos principais benefícios para os alunos. De referir que o acesso a várias colecções de ebooks de suporte ao ensino e aprendizagem é possível na FEUP desde 2003, data desde a qual o seu uso tem vindo a aumentar (no ano de 2005 foram consultados 75 541 documentos). Ana Azevedo salienta ainda a possibilidade de acesso a Normas em suporte digital bem como a “texto integral, igualmente via Catálogo da biblioteca, de normas, teses, relatórios técnicos, publicações periódicas, e outros”.

fEup aposta Em fErramEntas provEItosas no procEsso DE EnsIno A FEUP dispõe desde 2002 de um sistema de ensino à distância. o Moodle, suportado na plataforma OpenSource, oferece a todos os alunos e professores, “uma ferramenta de trabalho que se tem re-velado muito proveitosa no processo de ensino e aprendizagem”, como explica Sofia torrão, responsável pela área de tecnologia Educativa da Unidade de tecnologias de informação e Comunica-ção multimédia da Faculdade (utiCm), “mostrando-se disponível para aconselhamento na escolha da abordagem pedagógica mais adequada, na organização da informação e das funcionalida-des, e também na formação de docentes”. o e-Learning na FEUP apresenta-se versátil e diversificado, e por isso “uma ferramenta utilizada diariamente por muitos alunos e professores e em vários projectos da Faculdade”, como adianta a colaboradora da FEUP. Prova disso é o crescimento na ordem dos 50% no número de docentes e de disciplinas online comparativamente a 2004, números bastante animadores fundamentados pelos “cerca de 60 docentes, mais de 2500 alunos em mais de 100 cursos” no ano lectivo que finda.

os serviços de e-Learning na Faculdade potenciam um melhor processo de ensino-aprendizagem, na medida em que possibili-tam completar os documentos/recursos da disciplina com fóruns de discussão e dúvidas, glossários e wikis, referências, testes com correcção automática, submissão de trabalhos, sessões síncronas de chat, etc .

importa destacar, nesta medida, a progressiva utilização de tes-tes online na avaliação das disciplinas. Estes testes são gerados no momento e compostos por perguntas de um banco de ques-tões, agregadas de forma aleatória ou controlada pelos próprios professores. Com duração gerida e limitada pela plataforma, são corrigidos automaticamente podendo ser utilizados mais tarde como testes de auto-avaliação.

Ciente das questões de segurança que a avaliação com novas tecnologias impõe, o CiCA desenvolveu o SiGEX - Sistema inte-grado de Gestão de Exames -, permitindo desta forma controlar o acesso à rede com o objectivo de garantir a autenticidade dos exames realizados nos computadores. tito Vieira aponta “o controlo do ambiente de trabalho restringindo todos os acessos à

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rede, com excepção dos solicitados pelo docente” como uma das mais-valias de um projecto interno que elimina assim a possibilidade de alunos durante um exame recorrerem por exemplo a um chat ou uma página web.

mas no que respeita às novas apostas tecnológicas, a FEUP não se fica por aqui. Que o confirme João, aluno assíduo das aulas de Realidade Virtual e Aumentada. Num bloco de três horas, o aluno da Licenciatura em Engenharia informática e Computação tem estado lado a lado durante este semestre, com uma das mais recentes apostas tecnológicas da FEUP – a vídeoconferência. Durante oito semanas João não pareceu minimamente desagrado com a ideia de partilhar as aulas com docentes e alunos do iSt e da Uminho, e reconhece até que lhe agradou bastante “o facto de ter aulas partilhadas com outras universidades do país, ter outro modo de ensino e outros professores numa só disciplina”. Para o aluno esta ex-periência permitiu “unificar os conhecimentos específicos de cada um, pelo facto de cada professor, local ou remotamente, falar duma área de maior interesse ou da sua área de investi-gação, e tornar mais credível e, por vezes, mais interessante o seu discurso”, explica.

o projecto vídeoconferência começou na FEUP no fim de 2004. Constituído por elementos da utiCm e do CiCA, esta taskforce tem o objectivo principal de dotar a Faculdade com uma tecnologia e um equipamento de vídeoconferência capaz de garantir a qualidade de comunicações à distância sem interrupções e em vários pontos em simultâneo. Apesar de o objectivo parecer básico na sua essência, Paulo Vieira, especialista de informática do CiCA, garante que “os níveis de qualidade requeridos pelo grupo de trabalho exigiram cuidados especiais a nível da rede de dados”.

Depois de realizada uma consulta externa a vários fabri-cantes de equipamento profissional de vídeoconferência, a FEUP assina um protocolo de cooperação tecnológica com a tandberg, e instala um equipamento da marca norueguesa com suporte de operação em H.323 e SiP.

António bandeira, interlocutor deste serviço e colaborador da utiCm, tem a tarefa de operar o serviço de vídeocon-ferência na FEUP. À conversa com o biFEUP admite que “a vídeoconferência, de certa forma, ‘está na moda’ e tem já uma enorme taxa de penetração no mundo empresarial e privado” e adianta algumas justificações que a Faculda-de já comprovou. importa referir que, a par dos sistemas comerciais como o da tandberg foram ainda considerados sistemas OpenSource de vídeoconferência. Para o colaborador do Serviço de imagem, Comunicação e Cooperação (SiCC) “as funcionalidades e flexibilidade que um sistema de Open-Source como o AccessGrid consegue introduzir no conceito de vídeoconferência em ambiente de sala de aula” são de suma importância, e foi o que o professor António Augusto Sousa decidiu pôr à prova. Responsável pela docência em Realidade Virtual e Aumentada testou com os alunos o peso deste novo método de aprendizagem à distância. “Aproveitamento de recursos, maior número de alunos presentes numa aula embora à distância, possibilidade de gravação das apresen-tações, a oportunidade de participar em acções à distância sem perda de tempo e sem os custos associados às distâncias a percorrer”. Usando o AccessGrid, pela sua flexibilidade, cada interveniente pôde disponibilizar aos outros intervenientes quantas imagens desejou, facilitando assim a interacção entre os intervenientes. Como explica tecnicamente António bandeira “enquanto, por exemplo, uma câmara filma o pro-fessor, outras duas filmam a assistência permitindo ter uma visão global da sala ‘no lado de lá’ ”.

Dado o sucesso da iniciativa, e apesar de algumas proble-máticas “na automatização do processo de arranque”, o cola-borador reconhece a grandeza do projecto que tem em mãos e adianta a necessidade de criar “um espaço devidamente equipado para a realização de reuniões ou conferências à escala mundial e cujos intervenientes estão dispersos”.

Segundo apurou o biFEUP, a FEUP conta no momento com duas câmaras de vídeo robotizadas e uma série de equipa-mentos para as controlar remotamente e de sistemas com compatibilidade H.323, SiP e AccessGrid, encontrando a estru-turar um anfiteatro com todo o equipamento de vídeo, som e luz, necessário à realização de sessões de vídeoconferência com capacidade de operar com qualquer sistema.

EstágIo currIcular abrE portas ao ExtErIorParte dos cursos de licenciatura da FEUP incluem no plano curricular o chamado estágio, uma porta de acesso ao mercado de trabalho, reservan-do assim o segundo semestre do 5º ano para aprendizagem em contexto real de trabalho. João José Pinto Ferreira, docente do DEEC e responsável pela disciplina de Projecto, Seminário ou trabalho Final de Curso da LEEC, adianta alguns números:“Cerca de 184 propostas de projectos, uma cen-tena de alunos em contexto real de trabalho, mais de quinze empresas ou laboratórios de interface”. Explica em que medida esta disciplina beneficia os alunos. “Surge como forma de contacto com projectos de Engenharia reais… o seu objectivo imediato é aproximar o aluno da realidade prática de engenharia, tendo em vista a sua próxima inserção no mercado do trabalho. A familiarização com os conceitos de especificação, planeamento de recursos, custos, prazos de entrega, documentação, manutenção, reutili-zação, e outros, é parte integrante desse objectivo”.

Daniel foi aluno finalista da FEUP até março de 2006. De Setembro de 2005 a março do corrente realizou o seu estágio numa grande empresa ligada à aeronáutica - a oGmA S.A, indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca -, onde «deu asas» ao projecto “Sistemas Aviónicos de Aviões militares e Compatibilidade entre Antenas”. Na empresa o aluno estudou “os vários sistemas electrónicos [aviónicos] dos aviões militares, piloto automático, sistemas inerciais, compatibilidade electromagnética entre as muitas antenas usadas e fixas nas fuselagens dos aviões, interferências possíveis, etc”, conseguindo ainda elaborar “uma ferramenta automática para calcular os pontos ideais de fixação das várias antenas para reduzir ao máximo as interferências entre elas”, como adiantou ao biFEUP.

Depois de concluído o estágio surge a oportunidade. “Fui contactado para fazer estágio profissional na oGmA S.A. mas como eu já tinha aceite outra proposta fui obrigado a recusar”, sublinhou. Contudo, e apesar de hoje voar por outros ares, não esconde a importância que o estágio curricular teve para si. Apesar das dificuldades, mesmo sabendo que nem sempre foi fácil, o recém-engenheiro FEUP garante que “o estágio numa empresa ajuda a ter uma perspectiva do mundo real do trabalho e da noção das responsabi-lidades inerentes, ainda antes de fazer parte dessa realidade”. Em jeito de conselho ou sugestão ,o ex-aluno FEUP alerta “não devemos esquecer que o estágio curricular deve ser a realização de um projecto de investigação ainda que aliado a alguma componente prática na empresa, como foi o meu caso. Deste modo não põe em causa a qualidade do trabalho de inves-tigação feito e do projecto de final de curso apresentado”.

Depois de um semestre quase a tempo inteiro chega ao fim o estágio. “Dada a sua natureza especial, esta disciplina não pode ser avaliada atra-vés de um simples exame, exigindo a realização efectiva de um trabalho, ao longo do semestre, sob a orientação de um docente do DEEC”, sublinha o professor. Assim, ao aluno cabe “uma apresentação de 15 minutos de um poster que descreve o projecto que desenvolveu e a entrega de um relatório de estágio”, como explica o docente da FEUP, e ao Departamento de Elec-trotecnia e de Computadores a “comparticipação na impressão dos posters

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quando estes são elaborados cá dentro, usando os óptimos serviços de que a FEUP dispõe”, acrescenta.

Daniel conhece bem esse serviço da utiCm, a que recorreu para imprimir o seu poster e o seu relatório final, um serviço que aliás o aluno reco-menda. “Foi a primeira vez que utilizei o serviço de impressão da utiCm para imprimir documentos a cores, e devo dizer que é um serviço muito útil e com bastante qualidade. A relação qualidade/preço é bastante boa”, garante.

manuel Fontes, técnico de informática da utiCm, está no momento a pre-parar a “plotter” para imprimir uma quantidade de cartazes. Este ano pelas suas mãos já passaram os posters de projectos de final de curso e conferências, impressões personalizadas de capas de doutoramento e mestrado, para além de relatórios, encadernações, entre outros serviços. São escassas as sete horas diárias ao serviço da FEUP e daí, muitas vezes, lado a lado com a impressora as sete horas prolongam-se. Na FEUP desde Setembro de 2000, o serviço foi recen-temente inovado aparecendo com novas funcionalidades “um novo servidor de impressão capaz de contabilizar trabalhos, a aposta na área da digitalização e conversão de vídeo, um serviço de acabamentos de trabalhos (plasticização, guilhotinamento, dobragem folhetos)”, como explica. Em suma, “um serviço cada vez mais personalizado e assistido com impressões de qualidade e acaba-mento de trabalhos”.

a qualIDaDE pEDagógIca poDE mEDIr-sEHá mais de dez anos que a FEUP aplica aos alunos inquéritos pedagógicos no final de cada período lectivo visando a avaliação do desempenho pedagógico dos docentes e das disciplinas. Estes inquéritos, hoje online, são cada vez mais um processo simplificado e cada vez mais incisivo na auscultação das opiniões dos alunos no que respeita à qualidade de ensino e docência. miguel, neste 2º semestre de 2005/2006, fez valer a opinião dos alunos no que respeita ao pro-cesso de aprendizagem. A ele, mais do que a ninguém, acrescia a responsabili-dade de o fazer. É que miguel foi um dos seis alunos que deu a cara pela acção de sensibilização que a FEUP organizou incentivando ao contributo de todos. A exemplo de anos anteriores o aluno da LEiC deu resposta a uma panóplia de perguntas que mais não são que indicadores usados para acções de melho-ria. Contudo, este ano garantia-se “um processo mais simplificado” que não exigisse “a duplicação de informação como aconteceu em anos anteriores” e possibilitasse “o preenchimento por fases, “disciplina a disciplina”, sem perder as respostas dadas anteriormente”. Para miguel a garantia foi realmente cum-prida, “as perguntas eram mais directas e incisivas nos diferentes parâmetros de avaliação”, ou seja, mais facilidade no preenchimento e maior rapidez nas respostas com um único objectivo - a melhor qualidade de ensino e de apren-dizagem, resultado do contributo de todos. Para miguel ficou provado :“Falar mal do funcionamento das disciplinas e dos professores no fim das aulas ou na saída do exame não chega. É preciso reclamar a quem de direito, fazendo-o pelos meios mais adequados e de que muitas vezes dispomos”.

Depois de conhecidos os resultados dos inquéritos, a FEUP produz, e desde

2001, um conjunto de relatórios anuais de monitorização dos seus cursos que incluem uma vasta panóplia de indicadores, que são usados para acções de melhoria.

importa saber também que a FEUP tem neste momento em curso uma migração para inquéritos com base no sistema marsh (inquéritos aos alunos e aos docentes) com possibilidades de feed-back automático de sugestões para melhoria do desempenho dos docentes, e ainda que se encontra a desenvolver um instrumento (do tipo myer-briggs ou HbDi), a aplicar aos alunos que ingressam na FEUP, que permita conhecer melhor os seus estilos de aprendi-zagem, com o objectivo de melhor programar as suas formações.

Sendo conhecido que os sistemas de avaliação determinam largamente as aprendizagens, a alteração sucessiva do regulamen-to de avaliação da FEUP revela-se um instrumento essencial na progressiva mudança para um modelo de aprendizagem em que o aluno é protagonista. É exemplo disso a obrigatoriedade da exis-tência em cada semestre de uma disciplina apenas com avaliação distribuída (contínua sumativa) e os incentivos para que as outras, aonde aplicável, usem sistemas de avaliação mista, abrindo opor-tunidade para trabalho cooperativo e de grupo aonde é reconhe-cido existir um ambiente óptimo para o treino de capacidades e atitudes pessoais e inter-pessoais. Neste momento já cerca de 50% das disciplinas usam estes tipo de avaliação.

São constantes as adaptações ao modelo de aprendizagem cen-trado no aluno. Prova disso é o mais recente envolvimento da FEUP no projecto SENSOR 3 – projecto de avaliação do impacto da formação graduada no exercício da profissão. A ideia de que a formação de ensino superior poderá por vezes ser “inadequada para o exercício linear da profissão” conduziu a FEUP desde o ano lectivo de 2001/2002 “a conceber intervenções específicas, de que são exemplo o estudo anual de inserção profissional dos licencia-dos pela escola” com vista a aferir a empregabilidade à entrada no mercado de emprego. Com bolonha torna-se um requisito conhecer “a perspectiva dos graduados FEUP no que diz respeito ao seu exercício profissional, incidindo também o inquérito na necessidade, ou não, de competências soft ou complementares à sua formação científica e técnica de base”. A análise desta proble-mática inclui ainda “a visão do tecido empresarial português” que absorve cerca de 92,4% dos licenciados da FEUP. •

sabIa quE…. A FEUP terá brevemente no interior dos edifícios um conjunto de mini-ecopontos no sentido de melhorar o actual procedimento de deposição/recolha selec-tiva de resíduos urbanos recicláveis. Esta iniciativa é mais uma medida de sensibilização do projecto ECOFEUP, inserido na Unidade de Segurança, Higie-ne, Saúde e Ambiente dos Serviços Técnicos e de Ma-nutenção da Faculdade, e que desde 1999 promove a gestão ambiental na Faculdade.

. Da necessidade de gerir os utilizadores nos diferentes tipos de sistemas operativos na FEUP, foi criado o FEUPim (FEUP Identity Manager) - uma ferramenta desenvolvida integralmente no CICA que permite uma gestão centralizada das contas que os utilizado-res possuem.

. A Unidade de Qualidade e Segurança (UQS) do CICA criou o CSIRT.FEUP, o Serviço de Resposta a Incidentes de Segurança Informática que consiste num canal privilegiado de informação sobre segurança elec-trónica entre a comunidade académica e o mundo exterior.

. Em 2005 foram publicadas no SiFEUP mais de 1000 notícias, das quais 287 na categoria Eventos na FEUP.

. A Biblioteca oferece formação no âmbito da pesquisa de informação, do processamento dos resultados e de todas as questões normativas associadas à produção de documentos. Para isso a Biblioteca da FEUP aposta num Certificado de Competências e de Pesquisa e Uso da Informação Científico Técnica disponível em três níveis (um de iniciação para os alunos dos primeiros anos, o segundo para alunos

de mestrado e um terceiro para docentes e inves-tigadores). A formação decorre em ambiente de e-learning e atribui créditos.

. A FEUP reuniu em 2005/2006 um total de 343 alunos em Programas de Mobilidade. O Programa Erasmus é dos programas de intercâmbio o que conta com maior número de inscritos (211).

. A FEUP dispõe de um espaço de Bolsa de Emprego onde os alunos, entre outras coisas, podem consul-tar e responder a anúncios de empresas, visualizar anúncios de eventos de empregabilidade e fazer a inscrição. Neste espaço é também dada a opor-tunidade às empresas de pesquisar Currículos de candidatos, colocar anúncios informativos de es-tágio ou emprego. A Faculdade de Engenharia tem no momento cerca de mil empresas registadas.

. A FEUP já faz chamadas através da Internet. Neste momento são cerca de 200 pessoas, entre profes-sores e funcionários, que utilizam o sistema VoIP e fazem chamadas a custo reduzido. O objectivo é que, no próximo ano lectivo, todas as comunica-ções sejam feitas através do sistema VoIP.

. Em Agosto de 2004 a infra-estrutura Wireless estava operacional na FEUP segundo os requisitos do projecto nacional e-U. Actualmente o campus da FEUP conta com 187 access points os quais já foram acedidos por 3734 pessoas internas e externas. Importa ainda referir que a rede wireless da FEUP está ligada a uma rede nacional de auten-ticação que engloba várias instituições de ensino e investigação.

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director da FEUP fala da adesão da faculdade a Bolonha

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o histórico de posições da FEUP face ao Proces-so de Bolonha começou em 1999, exactamente no ano em que a Declaração de Bolonha foi subscrita. como tem vindo a FEUP a adaptar-se a esta mudança? Antes de mais é preciso perceber bem quais são as questões difíceis e as questões fáceis em bolonha. Porque aquilo que vulgarmente é objecto de grande discussão pública – como a duração dos ciclos - é a parte mais fácil de todo este processo.

Qual é então o cerne da questão?É a outra componente que se discute menos e que tem a ver com a mudança do chamado paradigma pedagógico. Esse é que envolve mudanças culturais, quer da parte dos do-centes quer da parte dos alunos, e que não se fazem por “decreto-lei”.

Porque isso envolve de certa forma uma resis-tência à mudança?Não. Porque é preciso passar a funcionar num contexto diferente. E como são as pessoas que têm de aprender, e naturalmen-te demoram a fazê-lo, e esta aprendizagem implica práticas diferentes…

E esse trabalho de aprendizagem tem vindo a ser feito?Esse trabalho começou de facto a ser feito a partir de 1999 e intensificou-se a partir de 2001. Desde então começámos a usar alguns instrumentos que alavancassem essa mudança.

Dando, no fundo, mais importância a algumas formas de aprendizagem…Sim... Por um lado é preciso ter consciência e disseminar quais são os instrumentos pedagógicos de avaliação que proporcionam uma aprendizagem mais activa e para isso, em termos da gestão da faculdade, há coisas que são instrumentais. Quando se muda um instrumento não quer dizer que se mude a filosofia. mas o instrumento serve essa filo-sofia. E isso foi feito de forma mais intensiva a partir de 2001, mantendo, por exemplo, um portfólio de acções de formação para os docentes na área pedagógica, da comu-nicação, da avaliação, etc. Aliás, a primeira dessas acções de formação foi feita em 1994 Exactamente porque algumas escolas de en-

Apesar de o prazo só acabar em 2010, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) vai já avançar no próximo ano lectivo com nove Mestrados Integrados no âmbito do Processo de Bolonha.Trata-se de uma mudança que, segundo o Director da FEUP, Carlos Costa, tem vindo a ser preparada há alguns anos e será fundamental para o aumento das competências dos futuros engenheiros.

EnTREVisTA dE AnA mARTinsFoToGRAFiAs dE RUi A. CARdoso

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genharia europeias, e em particular nos EUA, tinham começado em 1991 a fazer a mudança.

o facto de o processo se ter intensificado a par-tir de 2001, tem a ver com a sua entrada para a Direcção da Faculdade?Não, embora eu seja uma pessoa que desde 1988 tem estado bastante dentro da evolução lá fora, das questões pedagógicas, dos ins-trumentos, etc. Portanto, eu pessoalmente se calhar estava em condições para acelerar um bocadinho mais o processo.

No fundo, o que me está a dizer é que, apesar de estarmos a entrar, em termos práticos, no processo de Bolonha em 2006/2007, o espírito de Bolonha tem vindo a ser fomentado na FEUP desde 1999…Do ponto de vista estritamente pedagógico sim. temos um modelo mais centrado no aluno, com mais projectos… No fundo, temos um modelo menos formal. E essa mudança foi feita já há alguns anos. mas a partir de 2001 é que foi possível fazermos um plano estratégico e intensificar a mudança, não só proporcionando ocasiões para os docentes se irem formando melhor mas também para irmos mudando. Para tal temos usado um modelo muito simples que não é um modelo estruturado, no sentido estrutural do termo, mas que se chama “modelo de infecção”. isto é, são os docentes que já estão motivados que vão praticando e levando os restantes a aderir.

Mudando o paradigma do ensino também estamos a dotar os nossos alunos com mais competências para trabalharem nas empresas?Estamos a criar condições de facto para os do-tar de um conjunto de capacidades e atitudes, particularmente de relacionamento pessoal, de trabalho em grupo e de comunicação, que hoje em dia são valorizados pelas empresas, para além da parte técnica e das competên-cias técnicas.

a nível geral, quais são as principais caracte-rísticas que as empresas podem esperar de um engenheiro da FEUP?É um engenheiro de banda larga, de base científica, preparado para fazer concepção mas preparado essencialmente para operar com sistemas muito complexos, com sistemas que têm necessariamente valor acrescentado

e que têm em conta todo o contexto socio-po-lítico, ambiental e ético.

apesar de a meta de Bolonha só ser em 2010, o facto é que a FEUP já vai, no próximo ano lectivo, oferecer mestrados integrados. Porquê esta antecipação?Nós começámo-nos a preparar em 2001 por uma razão muito simples. Sabendo que a mudança demora algum tempo a ser feita, dado que é uma mudança gradual que não se faz instantaneamente, começámos calma-mente com o objectivo de termos o sistema 80 por cento em produção. Achámos que, no contexto jurídico-legal português, será difícil chegar aos 100 por cento. Portanto, chegar aos 80 por cento em 2010 será muito bom do ponto de vista pedagógico.

Quando fala dos 100 por cento está a referir-se concretamente a quê?termos todas as disciplinas a funcionar já no sistema francamente centrado no aluno. mas pode haver dúvidas se deverá ser 100% porque do ponto de vista pedagógico mais purista uma coisa importante nas aprendiza-gens é a diversidade de contextos… Portanto, ninguém tem a certeza de que seja bom estar num modelo totalmente puro…

Por falar em diversidade de contextos, isso leva-nos para a internacionalização, porque Bolonha também tem a ver com a mobilidade, a internacionalização…o grande objectivo de bolonha é a promoção da Área Europeia do Ensino Superior via

jovens, que provavelmente virão a ocupar lugares importantes nos vários Estados, habituando-os a funcionar num ambiente mais multicultural. mas há também uma vantagem política que é a de diminuir as barreiras entre os países europeus na direc-ção da União. Além disso, indo contra a ideia, habitual na tradição europeia, de confundir igualdade de oportunidades com pessoas iguais, o que vai acontecer é que bolonha vai permitir reorganizar as redes de Ensino Supe-rior na Europa num modelo provavelmente muito próximo do americano. E desse ponto de vista o que vai fazer é redimensionar e refocar as ofertas que existem de Ensino Superior colocando-as num posicionamento que não é o actual.

a FEUP tem parcerias internacionais bastante fortes, tão fundamentais para o sucesso de Bolonha. Quais são as nossas opções estratégi-cas nesta área?Ao nível de investigação e Desenvolvimento temos muitas parcerias internacionais não só europeias mas a nível global. Já do lado das formações, temos vindo a apostar na internacionalização das formações, isto é, em ter alunos estrangeiros cá. E um dos mercados mais apetecíveis, não só para a economia mas também para a edu-cação, são os chamados bRiC – brasil, Rússia, india e China.

começámos pelo Brasil. Porquê?optámos por começar pelo brasil porque era mais fácil. temos feito uma intervenção sistemática estruturada nesse país no sentido de podermos vir a ter alunos brasileiros es-sencialmente a nível dos segundos e terceiros ciclos, embora a FEUP já faça a mobilidade a nível das graduações. Porque o brasil é um mercado muito grande, que está em cresci-mento muito rápido, com grande necessidade de formação avançada. E nós somos uma mais-valia.

Mais uma vez percebe-se que, se a FEUP, que é a maior faculdade da Universidade do Porto, é das poucas que já vai avançar para Bolonha este ano, é porque fez bem o trabalho de casa a vários níveis…Claro. o que facilitou a vida em termos de conseguirmos fazer a proposta dos nove mes-

Estamos a dotar os alunos de capacidades e atitudes que hoje em dia são valorizados pelas empresas, para além das competências técnicas.

Para lá da Engenharia

Engenharia Química porquê?Já não me lembro, mas foi uma escolha entre Medicina e Minas

Se não fosse Engenheiro Químico o que gostaria de ser?Engenheiro

Livro de eleição:“O Haj”

Melhor filme que já viu:Do Stanley Kubrick mas não me lembro do nome…

Projecto Pessoal de que se orgulha:Os meus filhos

Local de eleição:Nordeste transmontano

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trados integrados em tempo útil foi o facto de termos as coisas bem preparadas porque já andamos nisto há quatro ou cinco anos.

acha que o facto de sermos uma faculdade de Engenharia de alguma forma nos dotou de uma maior agilidade, de maiores condições para nos reorganizarmos e fazermos o exercício de inovação e criatividade necessário para nos adaptarmos a Bolonha? Naturalmente, a FEUP, em média, tem um espírito de mudança muito maior do que ou-tras que conheço. Portanto, as pessoas não se importam de arriscar, mesmo não conhecen-do ou não conseguindo traçar totalmente o futuro. E o que está a acontecer cada vez mais no Ensino Superior português é que cada vez mais as pessoas têm que arriscar e não podem esperar que o ministro lhes diga o que fazer. E nós agradecemos essa posição. Para nós é confortável trabalhar num contexto em que há risco e essa capacidade existe de facto cá dentro. mesmo do lado dos alunos. Portan-to, esta capacidade de mudança na faculdade tem muito a ver com o posicionamento que já existe por parte dos alunos e docentes e funcionários. inclusivamente há outra coisa muito importante: nós não temos o problema típico dos alunos contra os professores e dos professores contra os alunos. Nós conse-guimos cooperar. temos uma margem de confiança suficiente para isso. Vestimos uma camisola de grupo. Aqui, embora se discuta, duramente por vezes, as pessoas discutem sem segundas intenções. E isso é uma van-tagem muito grande. E os alunos têm dado contribuições muito importantes.

Na sua opinião, quais são as mais-valias de Bolonha para os alunos da FEUP, futuros engenheiros?A mobilidade provoca também eventual-mente maior empregabilidade, porque com os esquemas que estão por trás da mobili-dade, nomeadamente o sistema de créditos, o suplemento ao diploma e o sistema de classificações, bolonha vai dar maior confian-ça aos empregadores para acreditarem num

diploma e na pessoa que tem esta informa-ção. E isso vai dar aos estudantes portugueses uma perspectiva mais alargada de mercado de emprego, não só cá mas também em toda a União Europeia.

o grande atractivo de Bolonha para os alunos será então uma maior empregabilidade, uma maior mobilidade…Sim, e há também a possibilidade de mudan-ça de rumo, por exemplo. De facto, fazer um primeiro ciclo numa área e eventualmente depois redireccionar para outra, é muito inte-ressante. Vamos é ver como é que as pessoas se vão dar com um regime de créditos, que é muito mais opcional. A pedagogia mais centrada no aluno significa um aluno mais responsável, mais adulto. Portanto, vai ter de fazer muita coisa por ele e decidir muita coisa por ele. tem os caminhos menos condicionados. os alunos vão ter de viver num ambiente em que lhes é exigida maior responsabilidade, mesmo nas decisões de mudança, recurso, etc. Portanto, vão ter um regime menos paternalista. o que não é mau, porque os alunos são adultos… mas no período de adaptação poderá haver pessoas que se sentirão um pouco perdidas.

Portugal ainda produz poucos engenheiros, comparativamente ao resto da Europa e do Mundo. Que outras medidas, além de Bolonha, poderão ajudar a preencher esta lacuna?Por um lado, tem a ver com a refocagem do sistema nacional. Por outro lado, para as pes-soas virem para a área das engenharias tem de lhes ser dito que não se passa sem a mate-mática e sem a física. E quanto menos gente houver na matemática e física, fatalmente haverá menos gente haverá nas áreas tecno-lógicas e de engenharia. Portanto, a interven-ção tem de ser feita muito para atrás…

avançando para a pós-graduação, como vê o mercado dos Mestrados e Doutoramentos?A FEUP ia avançar com tudo em 2006/2007. Simplesmente, dado os requisitos do ministé-rio, percebemos que era impossível apresen-tar os dossiers completos em tempo útil. De qualquer das formas avançaremos com o 2º e 3º ciclo antes de 2010. Portanto, optámos para já por fazer a mudança das licenciaturas actuais para mestrados integrados e até 15 de Novembro estamos a fazer a adequação dos programas doutorais para estes entrarem em vigor em 2007/2008. Ao nível dos mestrados actuais, uma vez que alguns vão deixar de ser financiados, haverá problemas de viabili-dade financeira. outros vão ficar incluídos nos mestrados integrados ou no primeiro ano dos programas Doutorais, o que, neste último caso, vai dar direito a um diploma em Estudos Aprofundados de Especialização. o que sobrar poderá ser uma oferta de 2º ciclo a arrancar em 2008/2009, caso haja condições de mercado. •

o grande objectivo de Bolonha é a promoção da Área Europeia do Ensino superior via jovens, que provavelmente virão a ocupar lugares importantes nos vários Estados.

Director da Faculdade de Engenharia da Univer-sidade do Porto (FEUP) desde 2001, Carlos Costa nasceu no Porto, em 1948, licenciou-se em Enge-nharia Química em 1971 e fez todo o seu percurso académico nessa área, tendo-se tornado Professor Catedrático em 1996. No ensino de graduação e de pós-graduação, na investigação e desenvolvi-mento e na extensão, tem-se dedicado às áreas de Concepção, Projecto e Gestão de Sistemas de Processo Químico e Ambiental, transformação de Produtos Florestais e Sistemas de Ajuda à Decisão em instituições do Ensino Superior. Carlos Costa esteve envolvido em 25 Projectos de i&D nacionais e internacionais e 22 com empresas, sendo co-editor de um livro e co-autor de cerca de 70 artigos em revistas internacionais e proferido cerca de 30 conferências convidadas. É membro do Senado e respectiva Comissão Perma-nente e da Assembleia da Universidade e ainda Vogal dos Conselhos Gerais da Escola de Gestão do Porto, da Fundação Gomes teixeira e do instituto de Recursos e iniciativas Comuns da U.P desde 2001, tendo sido Director do Departamento de En-genharia Química e do mestrado em Engenharia do Ambiente. Carlos Costa é também Embaixador para Portugal da DEAN – Deans European Aca-demic Network desde 2003 e Vogal da Comissão Executiva da DEAN – Deans European Academic Network, 2005. Actualmente, o Director da FEUP é ainda membro da ordem dos Engenheiros, da Associação Portu-guesa de Recursos Hídricos, da Sociedade Portu-guesa de Química, da international Adsorption Society e da American institution of Chemical Engineers. Gestor de várias empresas, na área da fileira da madeira (21 anos), na área da restauração (2 anos), na área da consultoria (9 anos) e na área do ambiente (5 anos).

À ConVERsA Com carloS coSta

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No PRóXimo ANo lectivo, nove cursos da Faculda-de de Engenharia da Universidade do Porto estarão já alinhados com bolonha, para o que foi necessário rever em profundidade todos os planos de estudo para responderem a um novo conjunto de requi-sitos que implicam uma profunda mudança na forma de ensinar e de aprender. No entanto, apesar de esta ter sido uma etapa importante e que exigiu um grande esforço por parte do corpo docente e dos órgãos de gestão, as verdadeiras dificuldades só agora vão começar.

Na verdade, o lugar da FEUP entre as escolas Euro-peias de referência não está assegurado, e terá de ir sendo conquistado. o caminho, todos o sabemos, passa por uma maior orientação da Escola para o aluno e para o desenvolimento das suas com-petências, por uma maior internacionalização do ensino e da investigação, pela generalização de uma gestão por objectivos, pela agilização e eficiência dos processos internos, por mecanismos e sistemas de controlo de gestão e de avaliação do desempenho, etc.

Se as faces mais visíveis do processo de bolonha são as alterações dos planos de estudo e, ao nível da organização geral do ensino superior europeu, o desenvolvimento de referenciais e entidades de avaliação da qualidade e de acreditação dos cursos, as “ondas de choque” de bolonha estão longe de se esgotar aí. De facto, tendo a FEUP definido como objectivo estratégico afirmar-se como uma Escola de referência no contexto europeu, não só o ensino e a investigação, mas todos os serviços de suporte, terão de evoluir para níveis de excelência. Aqui, não se trata apenas dos serviços tradicionais – secre-tariado de cursos, recursos humanos, financeiros - mas também de um conjunto de novos serviços que se tornaram indispensáveis, nuns casos ao funcionamento quotidiano da Escola (serviços de comunicação e informáticos, tecnologias educa-tivas, sistema de informação e documentação), noutros à sua afirmação externa e à captação de novos alunos (cooperação inter-universitaria e com as empresas, comunicação e imagem, orientação e integração dos alunos, primeiro na Escola, depois no mercado de trabalho).

Ao longo da década de 90, a FEUP efectuou enormes progressos ao nível das infra-estruturas, da qualificação do quadro de colaboradores não docentes, e da organização interna. Se as novas instalações na Asprela e o sistema de informação SiFEUP são, talvez, os dois exemplos mais emble-máticos desta evolução, a revisão dos Estatutos da FEUP foi outro desenvolvimento fundamental que, ao alterar a composição dos órgãos de gestão e ao reforçar o papel dos Directores de Curso, consagrou um modelo de gestão mais ágil e mais comprome-tido com a qualidade do ensino.

Um processo contínuo de modernização da FEUP que a actual Direcção da faculdade prosseguiu e aprofundou. Actualmente, a FEUP dispõe de 206 laboratórios, 81 dos quais dedicados ao ensino, os principais processos estão praticamente todos in-formatizados, o acesso online a base documentais internacionais está generalizado e a biblioteca, com cerca de 4000 m2, oferece mais de 500 postos de trabalho equipados com computador. Foi publicado

O desafio de Bolonha e o QualiFEUP

oPiniÃo JoSÉ Faria

um novo regulamento orgânico que adaptou os Serviços Centrais às novas realidades, reformulando as suas missões e criando novas unidades, nomea-damente a Unidade de orientação e integração dos Alunos, a Unidade de Comunicação e imagem, a FEUP Edições, e a Unidade de e-Learning e tecnologia multimédia. No que toca aos sistemas de gestão, a FEUP está dotada de Gabinetes de Gestão, Jurídico, de Estudos e Projectos e de Qualidade, todos integrados na Unidade de apoio à Direcção. É também de salien-tar, a prática generalizada da gestão por objectivos, desde as Direcções de Serviço até aos colaboradores (não docentes) individuais, e o facto das contas serem certificadas por um RoC desde 2003.

Apesar do muito que já foi feito, muito há ainda a fazer. Dispondo a FEUP de uma infra-estrutura e de uma organização compatíveis com a sua ambição, trata-se agora de melhorar a qualidade dos serviços prestados à comunidade académica e às empresas, e de melhorar a eficiência das Unidades orgânicas da FEUP.

Foi este objectivo que conduziu à criação do Qua-liFEUP - Gabinete de Qualidade da FEUP no início de 2005, com a missão de apoiar os Serviços Centrais da FEUP no âmbito dos sistemas de gestão da qualidade.

Ao contrário de outras instituições, que optaram por seguir referenciais de gestão da qualidade (como as normas iSo9000) e por criar estruturas perma-nentes para apoiar o desenvolvimento dos sistema de gestão da qualidade, a FEUP optou por um modelo diferente, assente em equipas de trabalho consti-tuídas por colaboradores directamente envolvidos com as áreas de actividade em análise. os objectivos a atingir por cada Serviço são contratualizados com a Direcção da FEUP e integrados no sistema de avalia-ção do desempenho dos respectivos Directores.

Actualmente, são cerca de 30 os colaboradores não docentes e 10 os docentes envolvidos nas equipas de análise e melhoria, que se ocupam desde proces-sos orientados ao Utente, como o atendimento e resolução de problemas, a integração de novos colaboradores e a mobilidade de alunos, até proces-sos de internos de back-office, como a aprovação e publicação de planos de estudo ou processamento técnico documental.

Ao QualiFEUP cabe um papel de facilitador, informando, aconselhando e apoiando as Direcções de Serviço e as equipas de trabalho, quanto aos objectivos e às metodologias a adoptar por cada equipa. Esta não é, por certo, a opção mais fácil, mas é a mais adequada a uma organização como a FEUP que dispõe de um quadro de colaboradores muito qualificado e motivado e de um conjunto de Directo-res de Serviço que, além de não recearem a mudança, são os primeiros a desejá-la e a fazê-la acontecer. E que melhor ilustração disto mesmo, senão o facto de vários Serviços Centrais terem já em curso reorgani-zações internas surgidas espontaneamente a partir das reflexões partilhadas entre Directores e os seus colaboradores das equipas QualiFEUP? •

(*) Professor Auxiliar na secção de Automação, Controlo e sis-temas de Produção industrial do departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores e responsável pelo QualiFEUP – Gabinete de Qualidade da FEUP.

Prof. José Faria*

tendo a FEUP definido como objectivo estratégico afirmar-se como uma Escola de referência no contexto europeu, não só o ensino e a investigação, mas todos os serviços de suporte, terão de evoluir para níveis de excelência.

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os utilizadores que já adoptaram este projecto começaram por utilizar software instalado nos computadores (softphone) e a comunicar através de headset ou microfone e colunas. Posteriormente, ad-quiriram-se telefones iP pelas mais-valias que estes apresentam (visualização do chamador, múltiplas linhas, alta voz, qualidade da comunicação, etc.).

prIncIpaIs caractErístIcas Do sIstEma voIp@fEupos grandes motores para o desenvolvimento interno do VoiP@FEUP foram os custos e a agilidade e flexi-bilidade para a introdução de novas funcionalidades.

Em termos de custos verifica-se uma clara redução, não só porque as chamadas são sempre encaminhadas pela rota de menor custo de entre um conjunto pré-definido de rotas (LCR), mas por-que são criadas ligações iP virtualmente dedicadas entre instituições com comunicações frequentes, de forma totalmente transparente para o utilizador.

A nível dos novos serviços há um vasto leque a enunciar. Por ordem de importância, refira-se a mo-bilidade, isto é, a possibilidade da extensão de cada utilizador poder acompanhá-lo a toda a parte onde existir um ponto de rede. Desta forma é possível, por exemplo, que um utilizador da FEUP no estrangeiro, através dum equipamento terminal (ex: portátil), e

com uma ligação à internet, estabeleça uma ligação VPN para a FEUP e, de seguida, registe a sua extensão no servidor VoiP. A partir deste momento, poderá re-ceber e realizar chamadas internas ou externas como se estivesse no seu gabinete, sem que os seus interlo-cutores se apercebam da sua localização geográfica.

o voice mail ganha uma nova dimensão, sendo pos-sível integrá-lo com o e-mail. Qualquer mensagem que chegue ao voice mail do utilizador chegará em simultâneo à sua caixa de e-mail.

A identificação dos utilizadores no sistema é efec-tuada pelo username e pin sendo necessário intro-duzi-los para validação e registo no sistema, ficando assim contactável e podendo efectuar chamadas. o nível de autorização para a realização de chamadas é configurável e pode ser definido pela instituição, em função das necessidades de cada utilizador. o siste-ma tem oito níveis de acesso configurados, que vão desde as chamadas de emergência (nível 0) até ao controlo total da infra-estrutura (nível 7). Pelo meio é possível diferenciar chamadas locais, regionais, na-cionais, internacionais e chamadas para telemóveis.

A criação de salas virtuais para conferências é outra das funcionalidades do sistema. Divulgando a sala a outros participantes há a possibilidade de qualquer pessoa fazer parte dessa sala virtual. Não existe um número máximo de participantes

O Centro de Informática da FEUP iniciou nos primeiros meses de 2005 um projecto designado VoIP@FEUP com o objectivo de im-plementar uma infra-estrutura de Voz sobre IP (VoIP) capaz de reduzir os custos actuais e acrescentar versatilidade às comunicações.

Depois de avaliadas diferentes alternativas, em Outubro do mesmo ano a FEUP avan-çou para o desenvolvimento interno de um projecto-piloto que já conta com mais de 120 utilizadores activos (docentes e funcionários da Faculdade) e 60 alunos em fase de teste.

o PRoJECto VoiP@FEUP teve início em 2005, altura em que o Centro de informática da FEUP (CiCA) iniciou pesquisas no mercado para analisar as soluções comerciais de Voz sobre iP (VoiP) que estavam disponíveis. Foram solicitadas várias apresentações a diversos fornecedores e analisadas as possíveis soluções a adoptar. Contudo, embora as soluções apresentadas tenham mostrado bastante versatilidade e alguma robustez, os valores ao nível dos custos revelaram-se demasiado altos.

Perante este cenário, a Unidade de infra-estrutu-ras de Redes de Comunicação do CiCA (UiRC) iniciou uma fase de investigação com vista a determinar a forma de implementar o projecto com recursos mais baixos. Foram testados vários pacotes de software, contudo, apenas um deles revelou potencialida-des interessantes ao nível das soluções propostas pelos fornecedores. Assim, em outubro de 2005, a FEUP/CiCA avançou para o desenvolvimento interno de um projecto-piloto, tendo por base software do domínio público.

Surgiram as primeiras chamadas. Primeiro inter-nas, entre extensões VoiP, e de seguida para a rede fixa, através de servidores internacionais dedicados ao efeito hoje em dia largamente conhecidos. op-tou-se por utilizar uma numeração própria do tipo 3XXX para não entrar em conflito com as actuais 1XXX e 2XXX da FEUP e 4XXX do iNESC. No entanto, esta nova gama (3xxx) não possui DDi (números com acesso directo do exterior).

Adicionalmente foi desenvolvida toda uma plataforma para gestão da infra-estrutura baseada integralmente na WEb (http://voip.fe.up.pt), quer a nível do utilizador quer a nível do adminis-trador, com diversas funcionalidades que adiante se referem.

Em Janeiro de 2006, foram criados os primeiros utilizadores fora do CiCA e no início de Fevereiro o DEmm já tinha 10 telefones iP instalados. Em finais de Fevereiro, após várias tentativas, bastante esforço e uma colaboração estreita e frutífera com o Serviços técnicos de manutenção da FEUP (Stm), foi possível a interligação plena com Central telefónica Alcatel da FEUP. A partir daí, o crescimento tem sido exponencial. Ao DEmm, seguiram-se rapidamente o DEEC, o DEmEGi e a biblioteca, todos interessados numa situação mais definitiva, adquirindo também telefones iP.

Em março, foi ultrapassada a barreira das 5000 chamadas, com apenas cerca de 90 utilizadores e, em maio, atingiram-se as 7500 chamadas com cerca de 120 utilizadores.

inVEsTiGAÇÃo & dEsEnVolVimEnTo

Redução de custos, crescente agilidade e flexibilidade

Projecto-piloto VoiP@FEUP

http://www.fe.up.pt/cicae-mail: [email protected]

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definido. Estas salas virtuais podem ser criadas directamente pelo utilizador, sem necessidade de qualquer intervenção ou conhecimento do admi-nistrador do sistema.

Estão, naturalmente, disponíveis todos os serviços existentes no sistema telefónico tradicional, como bloqueio da extensão, transferência de chamadas, conferência a nível do equipamento, etc.

Com as funcionalidades de helpdesk (já imple-mentadas no Helpdesk do CiCA) disponibiliza-se um melhor atendimento ao utilizador, que é informado do número de chamadas que estão à frente da sua na fila, para além de a chamada ser distribuída ao primeiro operador disponível. Enquanto aguarda, é disponibilizada uma música de cortesia.

Um conceito completamente inovador é a inte-gração web com o utilizador. Com o sistema VoiP@FEUP, cada utilizador individualmente pode ver detalhe da(s) chamada(s) que acabou de realizar (custo, duração, etc…) na sua página pessoal VoiP. Para além disto tem ainda a possibilidade de consultar a lista telefónica geral, gerir a sua lista pessoal, efectuar chamadas SiP do tipo sip:[email protected], activar ou desactivar o seu voicemail, trocar o seu pin, bloquear a sua extensão, etc, etc….

Note-se que a mesma plataforma web disponi-biliza um conjunto de funcionalidades adicionais,

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destinadas aos responsáveis dos serviços, que vão desde a produção automática de diversas estatísti-cas aos mapas de billing.

compatIbIlIDaDEsForam testados diversos softphones e telefones iP. Neste momento, após ultrapassadas algumas difi-culdades presentes nalgumas marcas de telefones iP, devido às diferentes implementações do proto-colo SiP, existem já alguns modelos completamente compatíveis com os requisitos para a interligação.

Em relação aos telefones por software, softphones, já existem bastantes aplicações, embora as funcio-nalidades na sua maioria (por serem de distribuição livre) sejam bastante reduzidas.

A interligação do sistema VoiP com a central telefónica Alcatel foi uma tarefa de alguma com-plexidade, exigindo compreender plenamente o funcionamento da Central Alcatel e que formas de ligação aceitaria. Com algum esforço foi também possível ultrapassar este obstáculo, conseguindo ligar plenamente estes “dois mundos”.

próxImos passosEstá em desenvolvimento a capacidade de transmis-são de vídeo pelo sistema, com a inerente utilização em vídeoconferência.

outro objectivo interessante será o alargamento do projecto aos alunos. inicialmente apenas com acesso a chamadas internas pelo protocolo SiP entre os alu-nos e para extensões numéricas internas. Numa fase posterior, a ideia é permitir chamadas para qualquer destino numa perspectiva de pré-pago, integrado com o actual sistema de quotas de impressão.

A alta disponibilidade através de múltiplos servi-dores VoiP instalados em zonas distintas da FEUP é fundamental e consta dos planos de elaboração de um projecto totalmente em produção.

Finalmente, e talvez a mais importante, é a interli-gação VoiP com o maior número possível de institui-ções com as quais a FEUP estabelece comunicações de voz. Desta forma, esse tipo de comunicações consi-derar-se-ão chamadas “internas”, com a consequente taxação de zero cêntimos.A infra-estrutura VoiP@FEUP foi desenvolvida de forma a poder ser generalizável a outras institui-ções havendo disponibilidade para participar em projectos que visem a transferência da tecnologia para outras instituições (Faculdades, Universidades, empresas, etc…). •

Texto da responsabilidade do Centro de informática Prof. Correia Araújo (CiCA)

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FEUP PoR dEnTRo BreVeS

A liCEnCiATURA em Ciências da informação promo-veu durante os dias 17 e 18 de maio, nas instalações da FEUP e da FlUP, a quarta edição das Jornadas de Ciên-cias da informação subordinadas ao tema “sistemas de informação digitais”.

organizado por alunos dos diferentes anos do curso, o evento pretendeu dar mais um passo em frente no que toca à consciencialização global da sociedade em relação a esta licenciatura.

Com vista à implementação, desenvolvimento e

Com o oBJECTiVo de integrar os seus alunos do curso de licenciatura em Engenharia Civil (lEC) e do curso de mestrado em Estruturas de Engenharia Civil (mEsT) nas mais recentes técnicas da “Construção com novos materiais”, a FEUP recebeu um conjunto de quatro palestras técnicas organizadas pelo dEC.

A FACUldAdE de Engenharia da Universidade do Porto conseguiu o primeiro lugar na prova shell Eco-marathon na categoria de UrbanConcept - au-tomóveis de quatro rodas com capacidade para per-correr sete voltas em circuito (25,27 km) a velocidade média de 30 km/h.

A competição decorreu entre 18 e 21 de maio de 2006, em França, no circuito de nogaro, e contou com a participação da equipa FEUP/inEGi, integrando alunos das diferentes licenciaturas da Faculdade.

A equipa com os seus dois veículos experimentais o

o dEPARTAmEnTo de Física da Faculdade de Enge-nharia da Universidade do Porto não podia deixar pas-sar o ano de 2006 sem prestar homenagem a ludwig Boltzmann, um dos grandes cientistas que marcaram a passagem da Física do século xix para a do século xx,. neste sentido, organizou durante os meses de maio e Junho um ciclo de quatro palestras, intitulado “o legado de Boltzmann”. Proferidas por um leque de quatro convidados, conhecidos físicos portugueses

equiPa da FeuP ganhou PrÉmio de melhor «urBan-concePt»

iV JornadaS de ciênciaS da inFormaÇÃo

SeSSõeS PúBlicaS diScutem duraBilidade e reSiStência doS materiaiS e eStruturaS

“legado de Boltzmann” SerVe de mote a PaleStraS na FeuP

todos intimamente ligados à Física-Estatística e suas aplicações, estas palestras visaram aumentar a cultura científica e o apreço da comunidade académi-ca da FEUP pela Física. Estes encontros homenagea-ram ainda “os inestimáveis contributos de Boltzmann para a Física e, em particular, para a Termodinâmica e a Física-Estatística”, explica Paulo sá, professor auxi-liar do departamento de Física, também organizador da iniciativa.

protótipo: “inEGi-ii” e o UrbanConcept “Eco-inEGi”, obtendo a primeira vitória nacional na prova, vencen-do a classe dos veículos citadinos os UrbanConcept movidos a motores de combustão, com um consumo de 181km/litro (0,55litros/100km).

o veículo “inEGi-ii” classificou-se em 66º lugar da classificação geral com um consumo de 554km/litro (0,18litros/100km).

iniciadas a 26 de Abril e concluídas dia 24 de maio, estas sessões estenderam-se a empresas e gabinetes de projectos, com o intuito de fomentar a actualização de conhecimentos e a partilha de experiências profissionais.

As palestras contaram com especialistas e

gestão dos “sistemas de informação inteligentes”, o conjunto de alunos e professores envolvidos demons-traram a importância que os profissionais da infor-mação exercem na construção de uma organização inteligente e competitiva.

de referir que, a preparação científica e profissiona-lizante a ministrar pelo curso de licenciatura pretende cobrir o campo da informação, nomeadamente no que respeita à Gestão de informação nos mais diver-sos contextos organizacionais, ganhando particular

investigadores com experiência relevante e com trabalhos públicos neste domínio.

o docente da FEUP justifica a realização deste conjunto de palestras como forma de prestar tributo a alguém cujas contribuições “abriram profundos sulcos com significado físico”. importa referir que em 2006 contam-se 100 anos sobre o trágico desaparecimento do físico austríaco ludwig Boltzmann (1844-1906).

ênfase na área das TiC, associadas a disciplinas de Gestão, direito, entre outras.

Este novo curso resulta de uma parceria entre a Fa-culdade de letras e a Faculdade de Engenharia, cujas valências complementares na área cientifico-técnica permitem construir um plano de estudos sólido e ac-tualizado, em que se cruzam saberes tradicionais com aplicações teórico-práticas nas áreas das tecnologias da informação e da comunicação.

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o dEPARTAmEnTo de Engenharia Electrotécnica e Computadores (dEEC) recebeu recentemente da multinacional Texas Instruments, no âmbito do seu programa “dsP University”, um conjunto de plata-formas avançadas de processamento digital de sinal (“dsP Kits”).

no montante global de 3600 euros, este equipa-mento será utilizado em disciplinas de laboratório de processamento digital de sinal inseridas no novo mestrado integrado em Engenharia Electrotécnica e Computadores (miEEC).

deec receBe doaÇÃo de “dSP KitS”

Esta doação, resultado de diligências empreendidas pelos professores Aníbal Ferreira e Francisco Restivo do dEEC, surge na sequência de doações anteriores para objectivos de ensino e investigação na área de processamento digital de sinal aplicado. A primeira surgiu em Janeiro de 2000, no montante de 3900 euros, e a segunda em Janeiro de 2003, no montante global de 7600 euros.

o “dsP University Program” é um programa especí-fico da Texas Instruments destinado às universidades

com o objectivo de apoiar a inclusão de tecnologias avançadas de processamento digital de sinal em actividades de ensino e investigação. Para além de proporcionar preços de ensino na aquisição daquelas tecnologias, apoia também directamente algumas universidades seleccionadas, após um processo de análise e acreditação.

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A FEUP recebeu, entre os dias 11 e 13 de maio, mais de 100 participantes nacionais e estrangeiros na confe-rência “ECCo xix - Co 2006 Joint meeting”.

Reunindo pela primeira vez num único encontro duas conferências europeias da área da “optimi-zação Combinatória” (Co) - a ECCo e a Co (na sua 19ª edição) -, o evento apresentou a investigação operacional (io) como uma área que, com técnicas

maiS de 100 ParticiPanteS deBatem “oPtimizaÇÃo comBinatória”

como a modelação matemática e métodos analíticos avançados, facilita a análise de situações complexas e permitir tomar melhores decisões.

A organização deste encontro esteve a cargo de alguns professores da FEUP e contou com o apoio do inEsC Porto - instituto de Engenharia de sistemas e Computadores do Porto, da EURo (Associação dos Grupos Europeus de investigação operacional) e da

APdio (Associação Portuguesa para o desenvolvimen-to da investigação operacional).

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FeuP É Palco da SeSSÃo de aPreSentaÇÃo de ceruP

Foi Em “CAsA” de engenheiros que a Universidade do Porto deu a conhecer a sua mais recente aposta no que respeita à gestão de riscos naturais - a criação de um Centro de Riscos da Universidade do Porto – CE-RUP, apresentado publicamente na FEUP no passado dia 27 de Junho.

segundo dados difundidos pelo CREd - Centre for Research on the Epidemiology of disasters, da Univer-

sidade belga de louvain, “é evidente o aumento no número e no impacto económico e social dos desas-tres naturais ocorridos nos últimos anos”. mais de 91 mil pessoas morreram e prejuízos superiores a 150 mil milhões de dólares foram registados em consequên-cia de desastres naturais durante o ano passado.

Consciente da importância crescente desta proble-mática nas sociedades contemporâneas, a Universi-dade do Porto, enquanto pólo de produção e difusão do conhecimento tomou a iniciativa de criar o Centro de Estudos de Risco da Universidade do Porto - CERUP.

Este centro funcionará, desde já, no Pólo da Asprela, como âncora do desenvolvimento desta área temá-tica nos mais diversos vectores que a orientam, pro-movendo e conjugando os conhecimentos dispersos que evoluem nas diversas escolas, com o objectivo de aumentar a percepção sobre esta temática, quer das

dia mundial Sem taBaco aSSinalado na FeuP

A FACUldAdE de Engenharia da Universidade do Porto, em parceria com o núcleo Ambiental da FEUP (naFEUP), assinalou o passado dia 31 de maio – dia mundial sem Tabaco realizando um conjunto de actividades. Com o objectivo de sensibilizar alunos, docentes e funcionários da instituição para os seus-malefícios a iniciativa envolveu toda a Comunidade, com grande incidência nos alunos.

Com a colaboração imprescindível do serviço de Pneumologia do hospital Universitário de s. João, a manhã ficou marcada por uma acção de sensibilização que incluiu o levantamento de consumos tabagistas, revelando-se uma aposta vencedora dada a afluência de alunos. durante a tarde a FEUP e o naFEUP promoveram uma palestra proferida pelo Professor Agostinho marques, director do serviço de Pneumo-logia do hospital de s. João e professor catedrático da Faculdade de medicina do Porto. durante a sua intervenção o especialista salientou que a motivação é o factor determinante para quem quer deixar de fumar apontando “o aumento dos custos do tabaco” como uma solução que o Governo deve adoptar para “contrabalançar o valor de perdas na saúde”. Agostinho marques deu ainda a conhecer as taxas

de sucesso das consultas de tabaco que rondaram como adiantou os 19,4 e 27,5% (entre 2003-2004) . o especialista sugeriu a educação e a prevenção como a base de preparação de uma criança ou jovem. Para o especialista a figura do pai e da mãe devia assumir-se como o “herói não fumador”.

A conferência contou também com a presença do Professor António oliveira de Carvalho, docente do departamento de Engenharia Civil da FEUP e motor da implementação da iniciativa “FEUP sem Fumo” – uma medida adoptada pela Faculdade em novembro de 2005, que implementou a proibição de fumar em todos os espaços edificados de utilização colectiva da instituição.

Ao longo do dia foram ainda distribuídos diver-sos desdobráveis alusivos ao tabaco e às principais consequências inerentes ao seu consumo. o naFEUP fez ainda chegar às caixas de correio electrónico de alunos, docentes e não docentes da Faculdade um inquérito, no sentido de perceber qual o impacto da iniciativa “FEUP sem Fumo” seis meses depois.

instituições públicas e privadas implicadas no estudo e gestão dos riscos naturais, quer dos cidadãos em geral.

Aproveitando as sinergias potenciadas pela ope-ração Quadro Regional noÉ - Património e Riscos naturais (co-financiada por fundos europeus no âm-bito do Programa inTERREG iiiC sul), o CERUP é agora fundado com a participação de um leque variado de entidades nacionais, nomeadamente, a Câmara muni-cipal do Porto, o instituto da água, a Administração do Porto de leixões, o instituto Português do Património Arquitectónico, a Associação Florestal de Portugal e a Comissão de Coordenação e desenvolvimento Re-gional do norte que, desde já, se associaram através desta plataforma pluridisciplinar a outras associações e entidades nacionais e estrangeiras.

lStS da FeuP inicia miSSõeS com a marinha de guerra PortugueSa

nos diAs 6, 7 e 8 de maio, a convite da marinha de Guerra Portuguesa, e no âmbito do exercício sWoRdFish - maior exercício realizado pela marinha, na testagem de operações de vigilância e interdição marítima, desembarque anfíbio, operações especiais e operações integradas na luta global contra o terrorismo -, o laboratório de sistemas e Tecnologias subaquáticas (lsTs) da FEUP, em colaboração com ele-mentos do laboratório de sistemas Autónomos (lsA) do isEP, demonstrou várias tecnologias desenvolvidas no âmbito do projecto PisCis – Protótipo de um siste-ma integrado para Amostragem intensiva do oceano Costeiro. Este projecto tem por objectivo a concepção, desenvolvimento e implementação de um sistema avançado para a pesquisa de zonas costeiras, baseado em veículos submarinos autónomos. Financiado pela Agência de inovação no âmbito do Programa Posi e levado a cabo pela Administração dos Portos do douro e leixões, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e pelo Centro interdisciplinar de investigação marinha e Ambiental, neste projecto participam ainda o isEP e o inEGi.

A participação no exercício sWoRdFish foi precedida

de missões de preparação que tiveram lugar na base naval do Alfeite e em Tróia nas duas semanas que o precedentes. nesta demonstração o veículo submarino autónomo isURUs do lsTs foi um dos equipamentos operados. Estas operações , que foram apoiadas por uma lancha de desembarque e por outras embar-cações de marinha de Guerra, envolveram simul-taneamente dois veículos e duas redes de sensores num ambiente de iniciativa mista (operador no anel de controlo), e foram monitorizadas em tempo real através da publicação de dados numa página instalada num servidor da FEUP. Para o efeito, foi utilizada uma combinação da tecnologia 3G com as aplicações neptus (sistema de comando e controlo para múltiplos veículos), monsense (sistema de monitorização de redes de sensores wireless) e seaware (sistema pu-blish/subscribe para operações em tempo real).

os veículos procederam à recolha de dados através da utilização de sensores de temperatura, condutivi-dade, profundidade, batimetria e ainda de um sonar de varrimento lateral. As redes de sensores estavam configuradas para a monitorização de temperatura, humidade e luminosidade.

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Todos os anos o ritual repete-se: durante uma manhã a FEUP realiza o Dia da Graduação, um evento que visa o reconhecimento do mérito dos alunos da faculdade e do trabalho prestado pelos funcionários jubilados no ano anterior. Além de contar com a presença do Profes-sor Novais Barbosa - que na altura proferiu uma pales-tra sobre a Autonomia das Universidades, na qualidade de Reitor da Universidade do Porto - dos directores de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento e de outros docentes, esta cerimónia foi marcada ainda pela parti-cipação de algumas empresas e instituições: Mota-En-gil, CIN, Infineon, Fundação Engenheiro António de Al-meida, Electro Central Vulcanizadora (Cummins Engine Company), Fernando Simão, Ferespe, CPCIS e Metro do Porto, que atribuíram prémios aos melhores alunos da FEUP. Realizada no passado dia 20 de Maio, a 10ª edi-ção deste evento contou ainda com algumas actuações musicais, um cortejo académico e um Porto de Honra.

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Dia da GraduaçãoFoToGRAFiAs dE FiliPE PAiVA

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Comissão Europeia apresenta na FEUP proposta para sétimo programa-quadro

Novo PQ visa facilitar o acesso aos empréstimos do BEI

O Programa-Quadro é o principal instru-mento da União Europeia para o finan-ciamento de investigação e desenvolvi-mento. Proposto pela Comissão Europeia e adoptado pelo Conselho e Parlamento Europeus, o PQ segue um procedimento de co-decisão. Os PQ são implementados desde 1984 e aplicados durante o período de cinco anos, tendo sido proposto que o 7º PQ prevaleça sete anos. O Programa-Quadro actual é o PQ6, que irá decorrer até ao final de 2006.

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A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) acolheu no passado dia 3 de Maio uma sessão de informação sobre a actual preparação do 7º Programa-Quadro de Investigação.O novo programa apareceu dividido em quatro programas específicos e apresentou nove temas principais sobre os quais incidirá, evidenciando uma preocupação crescente com temas de Engenharia.

“o 7º PRoGRAmA-QUADRo será o principal instru-mento da União Europeia para o financiamento de investigação e Desenvolvimento”, assim o garantiu martin Penny (na foto), membro da Direcção Geral de investigação da Comissão Europeia, durante a recente Sessão de Apresentação sobre a preparação do 7º Programa-Quadro de investigação.

organizada pela Divisão de Cooperação da FEUP, com a colaboração do PRELo (Portuguese Rese-arch Liaison office), a iniciativa deu a conhecer a proposta apresentada pela Comissão Europeia, não havendo contudo, até ao momento, um documento final sobre esta matéria.

Entrando em vigor no dia 1 de Janeiro de 2007 e vigorando até 31 de Dezembro de 2013, o 7º Programa-Quadro (7ºPQ) pre-tende dar continuidade ao programa anterior, fomentando a criação de uma Zona Europeia de investigação e a prossecução do desenvolvimento da Economia e Sociedade do Conhecimen-to na Europa.

Durante a sua intervenção martin Penny apresentou a estru-tura do PQ que se avizinha, as principais alterações face ao 6º Programa-Quadro, assim como as medidas para a simplificação operacional e os esquemas de financiamento.

importa salientar que este novo programa está dividido em quatro programas específicos correspondentes a quatro componentes básicas de investigação europeia: Cooperação, ideias, Pessoas e Capacidades, estipulando como principais prioridades a maior participação das indústrias e um maior in-vestimento privado em projectos de investigação – lacunas de-tectadas nos PQ anteriores e que este pretende corrigir. Assim, serão nove temas principais sobre os quais pretende incidir: Saúde, Alimentação, Agricultura, e biotecnologia; tecnologias de informação e Comunicação; Nanociências, Nanotecnologias, materiais e Novas tecnologias de Produção; Energia; ambiente; Ciências Socioeconómicas e Ciências Humanas e Segurança e Espaço, áreas temáticas abordadas diferentemente, tendo em conta cada um dos quatro programas específicos do 7º PQ. •

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FEUP recebe estudantes de toda a Europa

Council Meeting da EstIEM reúne 63 Faculdades de 22 paísesA OrgAnIzAçãO representativa de 50 mil estudantes eu-ropeus de engenharia conheceu de 18 a 23 de Abril, durante o seu 32º encontro bianual, os planos de recrutamento de três empresas mundiais de topo – Microsoft, Bosch e roland Berger. O evento teve lugar na FEUP e contou com 160 delega-dos provenientes de 63 faculdades, de um total de 22 países europeus.

A FACULDADE de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) foi a anfitriã do “32º Council meeting da EStiEm – European Students of industrial Enginerring and management”, uma iniciativa bianual organizada por alunos europeus de Gestão e Engenharia industrial. organizado um pouco por toda a Europa, esta foi a terceira vez que o evento esteve em Portugal, mas pela primeira vez com a dimensão assumida este ano: 160 delegados provenientes de 63 faculdades de 22 países.

Assim, na Primavera e no outono, num evento designado “Council meeting” reúnem-se representantes de todos os grupos locais per-tencentes à EStiEm visando “a coordenação dos diferentes projectos que estão em curso e o debate das linhas orientadoras para o futuro”, conforme explica a Associação de Alunos de Gestão e Engenharia industrial da FEUP (AGE-i-FEUP), responsável pela organização do “Council meeting” que a FEUP recebeu recentemente. Working groups, assembleias-gerais e grupos de discussão, numa tentativa de sincroni-zar os esforços dos vários grupos locais dispersos pela Europa.

importa destacar que durante a iniciativa os estudantes europeus puderam conhecer algumas possíveis saídas profissionais de três grandes empresas mundiais – a microsoft, a bosch e a Roland berger, parceiros fixos que a EStiEm mantém de há uns anos a esta parte. •

Campeonato Europeu de Futebol Robótico

FEUP obtém excelentes resultados na HolandaA Faculdade de Engenharia da Univer-sidade do Porto esteve recentemente no Campeonato Europeu de Futebol robótico com a presença de duas equipas – 5DPO e FC Portugal. O concurso decorreu em Eindhoven, na Holanda, entre os dias 6 e 9 de Abril, e posicionou a FEUP num patamar apreciado por muitos.

No PRiNCíPio de Abril a FEUP participou no Cam-peonato Europeu de Futebol Robótico realizado na Holanda, nas modalidades de Robôs Pequenos, Robôs médios, Simulação 2D, Simulação 3D, Simulação Rescue e Challenge. A Faculdade esteve representada por duas equipas dos grupos de Robótica do Departamento de Engenharia Elec-trotécnica e de Computadores (DEEC) – 5DPo e FC Portugal – que conquistaram o primeiro lugar em três das seis modalidades existentes.

A equipa 5DPO alcançou o primeiro lugar na modalidade de Robôs Pequenos (futebol robótico com equipas de cinco), derrotando a equipa alemã de bremen por dois golos a zero. importa referir que estes robôs foram totalmente projectados e construídos no DEEC, incluindo a parte mecânica que foi desenhada em mastercam e executada nas máquinas de CNC (torno e fresa), existentes neste departamento da FEUP. Na modalidade de Robôs médios a equipa 5DPO obteve o segundo lugar no Challenge (provas de perícia individuais) e o quinto lugar na competição.

A equipa FC Portugal, constituída por elementos da FEUP e da Universidade de Aveiro, alcançou o primeiro lugar na liga de Simulação 3D, marcando um total de 12 golos sem sofrer nenhum. A FC Por-tugal venceu também na modalidade Simulação Rescue (Resgate e Salvamento em catástrofes) e obteve o segundo lugar na liga de simulação 2D.

Este campeonato reuniu mais de 350 partici-pantes provenientes de universidades e empresas maioritariamente europeias, contando com a presença de mais de nove mil visitantes. •

Portugal vence campeonato do Mundo de Futebol robótico

Ao fecho desta edição à redacção do BiFEUP chegou a informação de que a equipa FC Portugal (FEUP/Univ. Aveiro) saiu vencedora do campeo-nato do Mundo de Futebol Robótico (RoboCup 2006) - Liga de Simulação 3D, que se disputou em Bremen entre, 13 e 18 Junho. Nesta liga a equipa marcou 77 golos sem sofrer nenhum. A FC Portugal derrotou por duas vezes os anteriores campeões mundiais, Aria (4-0 e 1-0) e venceu na final a equipa Chinesa Wright Eagle por 1-0. Na liga de simu-lação 3D desenvolvem-se essencial-mente metodologias de Inteligência Artificial que permitam a equipas de Robôs executar tarefas cooperativa complexas. A investigação da FC Portugal centra-se em metodologias de coordenação de agentes (robôs), incluindo estratégias flexíveis, tácticas, posicionamento estratégico baseado em situações, trocas dinâmi-cas de posições e papeis, modelização mútua, comunicação optimizada, visão inteligente, etc.Na liga de Robôs Pequenos (small-size), a equipa da FEUP 5dpo foi Vice-Campeã mundial, sendo derrotada na final pela equipa CMDragons dos EUA que usou eficazmente a sua potência de remate. Os robôs da FEUP marcaram um total de 39 golos, sofrendo unicamente 7. Este resul-tado pode ser considerado excelente pois esta liga é tradicionalmente considerada a “liga de engenharia” e só é acessível a países com tecnologia superior (EUA, Alemanha, Japão, etc.).

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A ESTIEM foi fundada em 1990, sendo a única organização europeia existente para estudantes de Gestão e Engenharia Industrial. Visando estabelecer e fortalecer o relacionamento entre alunos de toda a Europa, mas também apoiar o seu desenvolvimento profissional e pessoal, esta organização proporciona neste sentido o contacto com diferentes realidades de trabalho e estudo. Com efeito, a ESTIEM conta actualmente com 66 grupos locais (entre os quais o grupo AGE-i-FEUP), congregando cerca de 50 mil estudantes provenientes de diversos países europeus.

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A FACULDADE de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em parceria com a Associação dos Antigos Alunos da Licenciatura em Engenharia informática e Computação da FEUP (Alumni LEiC), está a promover, desde o passado dia 25 de Abril, o “Concurso de ideias de Negócio – Alumnidea”. Aberto ao público em geral, este concurso apresenta como áreas preferenciais as tecnologias de infor-mação e Comunicação, a Saúde, a biotecnologia e a Energia. Reivindicando mais inovação e empreen-dedorismo, com vista a “incentivar e promover a

Alunos da AlumnilEiC saem à rua e reivindicam mais inovação

Dia da liberdade assinalado com abertura de concurso de ideias de negócio

Mais de duas centenas de alunos da FEUP marcaram o Dia da Liberdade – 25 de Abril de 2006 – com uma encenação que reivindicou mais inovação e assinalou a abertura oficial do “Concurso de Ideias e negócio – AlumnIdea”.Em pleno coração da cidade do Porto, a Associação dos Antigos Alunos da Licen-ciatura em Engenharia Informática e Computação da FEUP (Alumni LEIC) plan-tou simbolicamente mais de 200 ideias.

criação de novas empresas de base tecnológica, de cariz inovador e com potencial de internacionali-zação elevado”, este concurso de ideias de negócio é uma iniciativa inédita em Portugal e tem por base modelos nórdicos. o arranque do projecto foi assinalado por estudantes da FEUP que “de forma inovadora” e “numa campanha reivindicativa no Porto”, como explicou Pedro Castro Henriques, pre-sidente da AlumniLEiC, plantaram simbolicamente, mais de 200 ideias “como se de árvores que crescem e dão frutos” se tratassem, reiterou.

o responsável esclareceu ainda que o concurso de ideias esteve aberto ao público em geral até meados de Junho, designadamente a universitários, professores e empresários, estando neste momento a decorrer a fase de concepção da ideia. Aqui estão apenas englobados os 50 melhores projectos apre-sentados e seleccionados por um júri composto por seis individualidades - o Prof. Carlos Costa (Director da FEUP), o Engº manuel mendonça (Presidente do iNESC Porto), o Engº António murta (em represen-tação da CotEC e Enabler), o Prof. Emídio Gomes (Director da APCtP), o Prof. Falcão e Cunha (Director da LGEi) e o Engº Pedro Gomes (do Grupo Sonae e di-rector de Parceria da Alumni). Assim, durante estes dois meses e meio os participantes no AlumniDEiA puderam amadurecer o projecto – dotá-lo de vali-dação científica e aplicabilidade prática - contando, nesta medida, com vários workshops temáticos em inovação, propriedade industrial, criatividade, busi-ness plan, marketing e internacionalização.

Ultrapassada esta fase, reconhecida pelo director de Parceria da Alumni, Pedro Gomes (Grupo Sonae) como a “mais importante do processo de inovação porque pode condicionar de forma crítica o seu sucesso”, prevê-se que em Agosto apenas 20 ideias estarão em concurso, culminando todo o processo em Setembro deste ano, com a criação de cinco empresas de base tecnológica.

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FEUP debate ideias sobre “Composites testing and Model Identification”

Com o objectivo de reunir a comunidade científica inter-nacional activa nas áreas de desenvolvimento de ensaios experimentais e modelação de materiais compósitos avançados, a FEUP foi palco de um debate alargado de ideias e experiências.

A FEUP ACoLHEU, entre 10 e 12 de Abril, o congresso internacional “CoMPTEST 2006 – Composites testing and model identification”. Depois de duas edições realizadas,

em França e no Reino unido respectivamente, surgidas da necessidade de ligar a pesquisa experimental à investigação numérica realizada nas áreas dos materiais compósitos, o evento chegou este ano pela primeira vez a Portugal, tendo a FEUP como anfitriã quer pelo seu know-how quer pelas suas elevadas competências neste domínio.

Num formato sem sessões paralelas, o evento reuniu a comunidade cientí-fica internacional activa nas áreas do desenvolvimento de ensaios experi-

mentais e modelação de materiais compósitos avançados, e proporcio-nou um debate alargado de ideias e experiências relacionadas com a identificação de parâmetros de modelação dos comportamentos físicos e mecânicos deste tipo de materiais.

De referir que a FEUP está aliada desde 2003 à organização da Conferência ComPtESt, criada pelos professores michael Wisnom, da University of bristol, e Fabrice Pierron, da ENSAm Chalons. •

ComPTEsT pela primeira vez em Portugal

50 mIl Euros para a mElhor IDEIa!Encontradas as cinco ideias de negócio, a 29 de Setem-bro terá lugar na Fundação de Serralves a entrega dos respectivos prémios. Cada premiado receberá o montante mínimo de 5 mil euros – capital que deverá ser aplicado na criação da empresa de negócio - mas também a possibilidade de um ano de espaço de incubação, formação e consultoria no Pólo tecnoló-gico da maia.

importa referir que o prémio total «Alumnideia» atinge os 50 mil euros, 25 mil dos quais atribuídos em dinheiro e os restantes em consultoria ministrada na Escola de Gestão do Porto, com formação para elabora-ção do plano de negócios.

Salienta-se ainda que os montantes atribuídos serão financiados pelo iNESC (instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores), EGP, beta Capital de Risco, iPortal mais (spin-off internacional da FEUP), iNoVA+ e Associação do Parque Ciência e tecnologia do Porto.

Aos vencedores será ainda atribuído Software de Gestão pela empresa SAGE o mais recente parceiro na «corrida» Alumnideia.

Um dos principais méritos do concurso consiste precisamente em fornecer aos participantes, gratui-tamente, um conjunto alargado de meios e de não envolver qualquer tipo de capital de risco por parte do participante, valendo por isso, como explica marco Catarino, da beta – Sociedade de Capital de Risco, S.A., “pela dinâmica de inovação que pretende conseguir, sendo a ideia apenas o ponto de partida”.

Pelo formato que o concurso apresenta, pela par-ticipação em workshops que implica, pela discussão de ideias e troca de experiências que fomenta, o objectivo é, nas palavras do representante da bEtA, “transformar em negócios um conjunto necessaria-mente restrito de ideias” desafiando os participantes a adoptar “uma atitude tradicionalmente avessa ao risco e incentivando-os a uma cultura empreendedora e de inovação”. •

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“A iNFoRmAção em Contexto” tem-se revelado cada vez mais um assunto actual e pertinente que especialistas internacionais (de Ciência e tecnologia) fazem questão de debater ano após ano. Com vista a salientar o papel das bibliotecas enquanto “serviços e não apenas como meros espaços de arquivo de informação” coube à FEUP este ano a organização da 27ª conferência da “international Association of thechnical University Libraries” (iAtUL).

A FEUP é membro do iAtUL desde 1998, tendo sido eleita para o board em 2003, e assume como principal aspiração a ligação às comunidades latino-americanas e espanhola. Prova disso, foi sem dúvida, a realização da 27ª iAtUL em Portugal que trouxe pela primeira vez a conferência a um país da Comunidade ibero-Ame-ricana. Contando com uma forte presença também de Espanha e do brasil e uma participação activa da Argentina e do Chile, esta edição contou ainda com a presença de algumas individualida-des de renome, nomeadamente, o guru das bibliotecas digitais, Herbert Van de Sompel, e a directora da emblemática biblioteca de Alexandria e reputada especialista em gestão de bibliotecas em entidades académicas e de investigação, Sohair Wastawy.

como, quanDo E Em quE formato?Respondendo a três questões cruciais – como, quando e em que formato a informação será imprescindível para os utilizadores -, a conferência esteve subordinada ao tema genérico “imbuir as bibliotecas na aprendizagem e na investigação”. Salientando a importância do universo digital e virtual, nomeadamente o e-Learning e o e-science, o programa previu ainda o debate sobre a integração da informação nos fluxos de trabalho institucionais e individuais.

Recorda-se que a conferência iAtUL é um evento de periodicida-de anual, sendo uma ocasião única de formação, partilha de ideias e de experiências e validação das estratégias, métodos e técnicas para a gestão e direcção das bibliotecas. •

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“inovar para competir - «Champions of innovation»”

Workshop ajudaempresas portuguesas a crescer

FEUP reúne bibliotecas universitárias

Durante quatro dias 38 países discutiram o acesso aos serviços de informaçãoO que é a Inovação? Como pode ser

planeada? Como é que as empresas gerem a criatividade e reorganizam as oportunidades? A estas e outras questões tentou responder o workshop “Champions of Innovation”, realizado na FEUP no passado dia 1 de Junho, numa organização conjunta da FEUP, nET BIC do Porto, IDIT e AdI, no âmbito do projecto de cooperação inter-regional Techlink.

NUmA ALtURA em que Portugal é chamado na corrida para a competitividade e a inovação é a chave para uma economia competitiva, a FEUP promove o workshop “Champions of innovation”.

Na perspectiva de abordar algumas técnicas que permitem incrementar a inovação, Francisco Restivo, professor da faculdade e representante FEUP na organização do evento, explica a im-portância de “fomentar juntos dos alunos uma cultura de inovação”.

Sob o lema “As acções valem mais que as pala-vras!” a FEUP com o apoio da NEt-biC do Porto, iDit e Adi, no âmbito do projecto de cooperação inter-regional Techlink, realizou no dia 1 de Junho, um workshop inovador que dividido em módulos encorajou à participação activa nas

técnicas de inovação. Possibilitando aos participantes a oportunidade de trabalharem case studies com o objec-tivo de partilha de experiências empresariais, o evento apostou ainda num painel seleccionado de empresas que já deram provas do quão inovador se pode ser.

Conduzido pelo Prof. David o’Sullivan, reconhecido investigador e consultor no campo da inovação que já realizou um grande número de seminários e workshops relacionados com este tema, o seminário foi dividido em duas partes - durante a manhã o programa incluiu uma sessão dedicada aos estudantes onde foram debatidos temas ligados à inovação, e na sessão da tarde previu uma mesa redonda, dinamizada pelo Professor David o’Sullivan, que contou com a participação de 16 empre-sas convidadas. Durante a sua intervenção o investigador internacional apontou a inovação como elemento essen-cial para a criação de desenvolvimento quer ao nível da qualidade e produtividade, quer ao nível do conhecimen-to ou dos lucros, quer mesmo no que respeita a pessoas.

Salienta-se que o TechLink é um projecto Interreg III que visa a cooperação transnacional entre quatro regiões ditas “inovadoras” – o Norte de Portugal, o País basco, a bretanha em França e a região bmW (border, midland and West) da irlanda e que procura, por um lado, promo-ver acções como o seminário realizado pela FEUP, e por outro, pôr em marcha um programa de troca de jovens agentes de inovação. A missão do TechLink é contribuir para o desenvolvimento económico-social das regiões envolvidas, promovendo uma cultura de inovação que incentive à competitividade e à transferência tecnoló-gica. o projecto em que a FEUP se vê envolvida consiste assim na criação de uma rede de cooperação transnacio-nal capaz de desenvolver metodologias e ferramentas ca-pazes de controlar e conduzir a um processo de inovação contínuo e evolutivo. •

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A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto reuniu, entre 22 e 25 de Maio, mais de 170 especialistas de 38 países de todo o mundo num encontro que pela primeira vez se realizou num país da Comunidade Ibero-Americana.Com vista a discutir o acesso aos serviços de informação a 27ª Conferência da IATUL contou a presença da Directora da Biblioteca de Alexandria, Sohair Wastwy.

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Sob organização do Instituto de Hidráulica e recursos Hídricos da FEUP (IHrH-FEUP), a Faculdade recebeu entre 8 e 10 de Maio a “1ª Conferência Internacional sobre Modelação Física Aplicada à Engenharia Cos-teira e Portuária – CoastLab’06”. Visando a criação de sinergias a FEUP discutiu durante três dias os novos desenvolvimentos nesta área.

A FEUP foi o local escolhido para receber a discussão sobre modelação Física Aplicada à Engenharia Costeira e Portuária organizada sob a égide do instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos. intitulado CoastLab’06, o evento levantou o véu a temas como as ondas, os transportes de sedimentos ou as técnicas de medição, pretendendo, desta forma, constituir um fórum interdisciplinar de reforço à interacção, ao diálogo e à cooperação entre investigadores interessados na modelação física aplicada à engenharia costeira e portuária em geral.

Ao longo de três dias, os participantes (que representaram mais de 28 países) tiveram a oportunidade de apresentar os seus trabalhos e equipamentos, bem como discutir informal-mente os desenvolvimentos recentes nesta área. Contando com a presença de personalidades internacionais, nomeadamente de Steven Hughes, engenheiro investigador do Coastal and Hydraulics Laboratory do US Army Engineer Research and Development Center, e de Ramón Hernandez, secretário-geral da international Association of Hydraulic Engineering and

três dias sobre modelação física aplicada à engenharia costeira e portuária na FEUP

Research, a conferência além de facilitar a criação de novas sinergias, definiu a experimentação em modelo físico como “um instrumento essencial para o dimen-sionamento de estruturas costeiras e portuárias”.

Paralelamente à conferência, realizou-se uma mostra técnica que deu a oportunidade aos palestrantes de ficarem a par das mais recentes inovações no âmbito da engenharia costeira e portuária produzidas por diversas organizações e empresas. •

Coastlab 2006 promove interacção

Ihrh promovE DEsEnvolvImEnto cIEntífIco E tEcnológIcoO IHRH - Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos é uma associação privada sem fins lucrativos. Foi constituída, em Dezembro de 1986, como instituição de transferência de conhecimentos e de prestação de serviços de investigação, desenvolvimento experi-mental e outras actividades científicas e técnicas, nos domínios da Hidráulica e da Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiente, entre a Universidade do Porto, (essencialmente através da Faculdade de Engenharia) e outras entidades que prosseguem objectivos de carácter essencialmente público.

É uma instituição oficialmente reconhecida como de “Utilidade Pública” e como “Relevante para o Desen-volvimento Científico e Tecnológico do País”.Ru

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Alunos da lEiC/FEUP dão a conhecer projectos de software

Empresas portuguesas desafiam alunos da FEUP à criação de ideias de produto

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O Auditório da FEUP recebeu no passado dia 9 de Junho a apresentação dos 16 projectos de software desenvolvidos pelos alunos de Laboratório de gestão de Projectos.Em parceria com nove empresas de renome os resultados apresentados revelaram-se uma agradável surpresa.

DEPoiS DE aPRESEnTaDaS no final de Abril as ideias de produto dos alunos da Licenciatura em Engenharia informática e Computação, foram dados a conhecer numa sessão de apresentação, realizada

“ O interesse dos alunos e o enorme esforço e profissionalismo de-monstrado são prova de que este modelo de ensino está certo e que deve servir de exemplo para outras escolas do país. Quem ganha? Portugal, claro.”, Engº João Cunha, Dir. Departamento de Negócios e Inovação da IBS Portugal

“ A disciplina de LGP da FEUP parece-nos muito inovadora e benéfica para os alunos por lhes facultar, ainda numa fase intermédia do uso, o contacto com o mundo empresarial e também por lhes permitir começar a compreender e a estruturar as principais áreas em que uma empresa se decompõe, ficando com noções de controlo financeiro e orçamental, marketing e organização.”, Dra. Joana Pinto de Andrade, Dir. Sistemas de Informa-ção do Banco BPi

“ O projecto deste ano e o do ano passado corresponderam intei-ramente às nossas expectativas e contribuíram de forma valiosa para os alunos e com um contribu-to relevante para a nossa empresa. O projecto deste ano deverá no final ser colocado em produção assumindo um funcionamento a 100% tal como observado até ao momento. Necessita natural-mente de um esforço final de instalação e de testes de perfor-mance e de robustez. No entanto, os resultados até ao momento são bastante promissores.”, Engº Jorge Ferreira, Dir. Tecnologias de Informação da Qimonda

no passado dia 9 de Junho, os 16 projectos de softwa-re. No âmbito da disciplina de Laboratório de Gestão de Projectos, do 4º ano, foram desafiadas nove empresas - a Portugal mail, a infineon, o bPi, a SAGE, a telbit, a ibS, a Central Casa, o modelo Continente e a Pt inovação -, a apresentarem propostas de projec-tos. o resultado foi uma agradável surpresa: portais, sistemas, ferramentas de apoio, frameworks, etc.

Com responsabilidades ainda no que respeita a todos os aspectos da gestão e/ou de natureza menos tecnológica (gestão da qualidade, auditorias, aspec-tos comerciais e económicos, organização de equi-

pas e empresas) as equipas, compostas por 10 ou 12 elementos, fizeram jus ao que o conceito de engenharia impõe: criatividade, tentativa-e-erro, iterativi-dade, experimentação e prototipagem. Ao cliente coube definir o projecto na forma de “casos de utilização” e os testes que lhe permitiram verificar se o sistema satisfaz os seus requisitos. Por sua vez, ao programador coube a res-ponsabilização pelas tarefas - estimar a tarefa e tentar planear a interacção de acordo com a sua capacidade e as tarefas pelas quais se responsabilizar.

Abrangendo temas tão diversos como a domótica, a tradução colaborativa de software e os sistemas de facturas elec-trónicas, as propostas apresentaram-se simples e capazes de garantir o sucesso do projecto, tendo em consideração os riscos associados aos requisitos, equipa, cliente, produto. •

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