Bio rené goscinny

1
RENÉ GOSCINNY René Goscinny nasceu a 14 de Agosto de 1926, em Paris (França). Filho de mãe ucraniana e de pai polaco, passou grande parte da sua infância na Argentina, onde chegou com quase dois anos. Frequentou o Liceu Francês de Buenos Aires, distinguindo-se como bom aluno, colaborando activamente nos boletins Notre voix e Quartier Latin, onde publicou os seus primeiros textos e desenhos. Com a súbita morte do pai, no Natal de 1942, a hipótese de ser admitido em Belas-Artes foi posta de parte, começando por trabalhar na publicidade. Em 1945 partiu para os EUA com a sua mãe, juntando-se a familiares que viviam em Nova Iorque, trabalhando em traduções numa empresa de importações e exportações. Foi em 1948 que se iniciou como assistente num pequeno estúdio de desenho, onde pontificavam nomes que mais tarde se tornarão célebres, como Harvey Kurtzman e outros colegas, que fundarão a revista Mad, em 1952. Regressado à Europa, abandonou a expectativa de vingar nos desenhos, confiando em tirar partido dos seus textos. Acabou por conhecer Albert Uderzo em 1951, em Paris, iniciando-se uma cumplicidade que terá o seu apogeu com a criação de " Astérix", em 1959. Antes disso, colaborou em diversos periódicos, como Moustique e Spirou. Neste último começou a sua longa colaboração com Morris, assegurando os argumentos de Lucky Luke, série criada a solo pelo primeiro, em 1949. Em 1955 surgiu Le Petit Nicolas (O Pequeno Nicolau), sob ilustrações de Jean-Jacques Sempé. Em 1956 iniciou-se a colaboração na revista Tintin, onde Goscinny pontificou em diferentes séries, destacando-se, no ano seguinte, o aparecimento de Spaghetti (com Dino Attanasio), Modeste e Pompon (com André Franquin) e Oumpah-Pah (Humpá-Pá em Portugal, com Albert Uderzo). Humpá- Pá, o simpático pele vermelha, apareceu em 1958, numa segunda versão, depois de uma experiência sem êxito em 1951. Goscinny, Uderzo e Charlier lançaram-se numa outra aventura conjunta, ao criarem a revista Pilote, em 1959, que marcou fortemente a BD europeia da década seguinte. Logo no número inaugural surgiu Astérix, a mais célebre das várias criações de Goscinny e de Uderzo que, em poucos anos, se tornou num verdadeiro fenómeno de popularidade. No início da década de 70, reflexo do Maio de 68, retirou-se da chefia de redacção da sua Pilote, contestado pelos autores mais novos, que pretendiam dar outra dinâmica à revista, concentrando-se nas suas múltiplas criações. Fundou nessa época, com Uderzo, o Studio Idéfix, dedicado à realização de desenhos animados das suas séries e a sua própria editora, a Éditions Albert-René. Faleceu na sua cidade natal, a 5 de Novembro de 1977, vítima de uma crise cardíaca, no auge da sua popularidade, trabalhando a um ritmo frenético, com muita energia, criatividade e talento. A sua obra, de tão vasta que é, deu origem ao Dictionnaire Goscinny (Dicionário Goscinny), saído em 2003. A sua esposa Gilberte (entretanto falecida) e a sua filha Anne instituíram o Prémio René Goscinny, que recompensa jovens argumentistas de BD e cuja entrega ocorre, todos os anos, durante o Festival de Angoulême.

Transcript of Bio rené goscinny

Page 1: Bio rené goscinny

RENÉ GOSCINNY

René Goscinny nasceu a 14 de Agosto de

1926, em Paris (França).

Filho de mãe ucraniana e de pai polaco,

passou grande parte da sua infância na

Argentina, onde chegou com quase dois

anos.

Frequentou o Liceu Francês de Buenos

Aires, distinguindo-se como bom aluno,

colaborando activamente nos boletins Notre voix e Quartier Latin, onde publicou os seus primeiros

textos e desenhos.

Com a súbita morte do pai, no Natal de 1942, a hipótese de ser admitido em Belas-Artes foi posta de

parte, começando por trabalhar na publicidade.

Em 1945 partiu para os EUA com a sua mãe, juntando-se a familiares que viviam em Nova Iorque,

trabalhando em traduções numa empresa de importações e exportações. Foi em 1948 que se iniciou

como assistente num pequeno estúdio de desenho, onde pontificavam nomes que mais tarde se

tornarão célebres, como Harvey Kurtzman e outros colegas, que fundarão a revista Mad, em 1952.

Regressado à Europa, abandonou a expectativa de vingar nos desenhos, confiando em tirar partido

dos seus textos. Acabou por conhecer Albert Uderzo em 1951, em Paris, iniciando-se uma

cumplicidade que terá o seu apogeu com a criação de "Astérix", em 1959. Antes disso, colaborou em

diversos periódicos, como Moustique e Spirou. Neste último começou a sua longa colaboração com

Morris, assegurando os argumentos de Lucky Luke, série criada a solo pelo primeiro, em 1949.

Em 1955 surgiu Le Petit Nicolas (O Pequeno Nicolau), sob ilustrações de Jean-Jacques Sempé. Em

1956 iniciou-se a colaboração na revista Tintin, onde Goscinny pontificou em diferentes séries,

destacando-se, no ano seguinte, o aparecimento de Spaghetti (com Dino Attanasio), Modeste e

Pompon (com André Franquin) e Oumpah-Pah (Humpá-Pá em Portugal, com Albert Uderzo). Humpá-

Pá, o simpático pele vermelha, apareceu em 1958, numa segunda versão, depois de uma

experiência sem êxito em 1951.

Goscinny, Uderzo e Charlier lançaram-se numa outra aventura conjunta, ao criarem a revista Pilote,

em 1959, que marcou fortemente a BD europeia da década seguinte. Logo no número inaugural

surgiu Astérix, a mais célebre das várias criações de Goscinny e de Uderzo que, em poucos anos, se

tornou num verdadeiro fenómeno de popularidade.

No início da década de 70, reflexo do Maio de 68, retirou-se da chefia de redacção da sua Pilote,

contestado pelos autores mais novos, que pretendiam dar outra dinâmica à revista, concentrando-se

nas suas múltiplas criações. Fundou nessa época, com Uderzo, o Studio Idéfix, dedicado à

realização de desenhos animados das suas séries e a sua própria editora, a Éditions Albert-René.

Faleceu na sua cidade natal, a 5 de Novembro de 1977, vítima de uma crise cardíaca, no auge da

sua popularidade, trabalhando a um ritmo frenético, com muita energia, criatividade e talento. A sua

obra, de tão vasta que é, deu origem ao Dictionnaire Goscinny (Dicionário Goscinny), saído em 2003.

A sua esposa Gilberte (entretanto falecida) e a sua filha Anne instituíram o Prémio René Goscinny,

que recompensa jovens argumentistas de BD e cuja entrega ocorre, todos os anos, durante o

Festival de Angoulême.