Biografia
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Biografia
Thomas Hobbes nasceu no dia 5 de abril de 1588 em Malmesbury, Inglaterra. Filho
do vigário anglicano de Charlton e Westport, foi criado pelo tio Francisco, comerciante.
Quando jovem, estudou na escola da igreja de Westport e aos 15 anos, ingressou
no Magdalen Hall da Universidade de Oxford, onde predominava o ensino da
escolástica, se formando no ano de 1608.
Foi professor de Willian Cavendish, com quem viajava regularmente a França,
Alemanha e Itália. Anos após o falecimento de Willian Cavendish, retornou a viajar
com o filho do falecido aluno, quando conheceu pessoalmente René Descartes e
Galileu.
Vendo o declínio da escolástica, retornou a Inglaterra em busca de novos
conhecimentos, quando conheceu Francis Bacon, reforçando sua linha de pensamento e
o afastando do pensamento aristotélico.
A partir dai, planejou uma trilogia filosófica composta pelos livros “De Corpore: sobre
os movimentos dos corpos”; “De Homine: sobre o desenvolvimento envolvido do
conhecimento e apetite humano.”; e “De Dive, a respeito da organização social.”
Em 1637 publicou na forma de manuscrito suas obras “Do Cidadão” e “Leviatã”,
irritando tanto os monarquistas quanto os parlamentaristas, devido aos assuntos neles
abordados, como o contrato social e o absolutismo.
Refugiado na França, continuou produzindo e publicou oficialmente sua obra
De Cive. O contato com os intelectuais permitiu que ele se tornasse professor do
príncipe de Gales, que futuramente se tornaria o rei Carlos II, da Inglaterra. Foi nesse
período que ele produziu O Leviatã, sua principal obra, que cobria o absolutismo
que suscedeu a supremacia da Igreja Medieval.
Devido ao conteúdo do livro, considerado como um ofensa ao rei Carlos II, que
habitava a França durante a república na Inglaterra, conhecida também como Ditadura
de Cornwell, Hobbes foi considerado como oportunista ao mesmo tempo em que era
investigado pelo governo francês devido a seus ataques contra o papado.
Retornou a Inglaterra apenas aos 63 anos, quando escreveu De Corpore, o segundo
livro de sua trilogia, no qual reduzia a filosofia ao estudo dos corpos em movimento.
Com o retorno de Carlos II a Inglaterra em 1660, os antigos inimigos de Hobbes,
como a monarquia e alguns cientistas, que incluíam o matemático John Wallis, que o
acusou de ter escrito O Leviatã como apoio ao líder puritano Oliver Cromwell, se
posicionando assim contra o rei Carlos I, que caíra em desgraça.
A defesa de Hobbes através de um documento denominado “Mr. Hobbes sob o
aspecto de sua lealdade, religião, reputação e maneiras” foi o suficiente para que
John Wallis retirasse suas acusações devido ao teor das histórias do período
revolucionário que o envolviam.
Hobbes retornou então a corte de Carlos II, onde recebia uma pensão generosa, mas
estava proibido de publicar qualquer texto polêmico devido a uma lei aprovada pelo
parlamento que proibia o ateísmo. Viveu até 1679, tendo vários trabalhos publicados
apenas após seu falecimento.
Ficou reconhecido como um dos principais filósofos políticos ingleses, com seu ápice
Contexto Histórico
Dinastia Tudor
Composta de seis soberanos consecutivos, essa dinastia foi de suma importância para a
história da Inglaterra com suas inúmeras conquistas, que serviram de base para o
desenvolvimento econômico do país.
Um dos principais reis foi Henrique VIII, que herdou o trono de seu pai (Henrique
VII) aos 11 anos de idade. Casou-se com Catarina, com quem teve uma filha chamada
Mary, e cerca de 20 anos depois decidiu se separar por querer ter um filho homem, além
de se sentir atraído por outra mulher. Pediu permissão para a Igreja Católica, a mesma,
por sua vez, renegou o pedido. Irritado com o cardeal, o rei o despojou de seu poder;
conseguiu então a anulação de seu casamento com o novo cardeal.
Em 1533 se casou com Ana Bolena, desse segundo casamento veio a princesa Isabel,
que ocupou o lugar de herdeira legítima no lugar de Mary.
No mesmo ano, o Papa excomungou o rei Henrique VIII. Com a influência de Thomas
Cromwell, seu mais fiel servo, o parlamento aprovou várias atas que acabaram de vez
com a aliança entre Inglaterra e Roma.
A rainha Ana Bolena foi decapitada, acusada de tentativa de assassinato ao rei. Pouco
depois casou-se com Jane Seymour, com quem teve seu único filho homem, Eduardo
VI, que subiu ao trono aos 10 anos de idade e faleceu aos 19 anos, em 1553.
O trono foi ocupado então por sua irmã Mary, primeira rainha oficial da Inglaterra e da
Irlanda; que era católica e procurou retomar a religião no país, ordenando que
protestantes fossem queimados em fogueiras. Devido à sua religião, casou-se com Filipe
II, rei da Espanha. Faleceu em 1558.
Sucessivamente, quem herdou o trono foi a sua meia-irmã, a princesa Isabel, que ficou
conhecida como rainha Elizabeth I. Foi em seu reinado que a Inglaterra chegou ao auge
econômico, além de se tornar a maior potência cultura, comercial e política da Europa.
No início teve problemas com a Escócia (que tinha como rainha sua prima Mary Stuart)
e França (rei Francisco II, marido de Mary Stuart), e alguns anos depois, com Espanha
(rei Filipe II). O rei, à favor do Catolicismo, e na tentativa de dominar todos os mares
além de seu território, acabar com as guerras e levar Mary Stuart ao trono da Inglaterra,
enviou a Invencível Armada, tropas marítimas que perderiam para a Inglaterra, levando
à execução de Mary. Isabel faleceu em 1603, conhecida como a rainha virgem,
reconhecendo em seu leito de morte o sobrinho Jaime VI da Escócia como seu
herdeiro.
Dinastia Stuart
Jaime VI reinou de 1603 à 1625, procurando implantar uma monarquia absoluta do
reino divino e uma reaproximação com a Espanha (tratado de Londres que acabou com
a guerra dos 20 anos), o que causou grande descontentamento da alta burguesia, fazendo
com que emigrassem para a America do Norte.
Sua morte traz ao trono seu filho Carlos I, que declarou guerra contra a Espanha em
1626, o que levou ao aumento de impostos e ao primeiro descontentamento interno com
o seu governo. Em 1628 é convocado um Parlamento, que lhe impõe a Petição dos
direitos, que garantia aos membros da cada o controle político financeiro; Carlos
dissolveu o Parlamento, retomando-o apenas em 1640, estourando a Guerra Civil.
A guerra estava dividida entre senhores feudais, que eram a favor do rei, e os membros
do parlamento, que eram contra e liderados por Oliver Cronwell, os quais ganharam a
guerra em 1645. O rei fugiu para a Escócia, mas foi pego e vendido para o Parlamento,
que decretou que o mesmo fosse executado.
Com isso é rompida a idéia da origem divina do rei e sua soberania. Dessa maneira,
Oliver Cronwell proclama a república no país e inicia uma ditadura puritana. Morreu em
1658, tendo seu filho Richard Cronwell assumindo o cargo, porém o mesmo
foi deposto um ano depois.
Em 1660 Carlos II é proclamado Rei, retomando assim o poder da família Stuart, porém
com poderes limitados. Fez aliança com Luiz XIV, fato que levou ao descontentamento
da burguesia, porém promulgou novamente os Atos de Navegação, que eram favoráveis
ao comércio inglês. Levou também o Parlamento a se dividir em dois, wihgs (contra o
rei, revolucionários) e tories (defensores feudais). Morreu em 1685.
Principais Teses
Hobbes era um contratualista, e afirmava que o Estado e/ou a sociedade se origina
através de um contrato. Antes disso os homens viviam naturalmente sem poder e sem
organização, com esse contrato foram estabelecidos regras de convívio social e de
subordinação política, e só é possível através de uma longa experiência da vida em
sociedade.
A natureza do homem os torna iguais, tanto pelas suas faculdades quanto de corpo e
espírito. Apesar das visíveis diferenças entre os homens, estas não são capazes de torná-
los diferentes quando falamos de sua natureza. Um homem pode ser mais forte
fisicamente, e menos espiritualmente, tendo em vista que as relações entre os homens
são complexas e formadas por um conjunto de atributos, os tornando igual o bastante a
ponto que nenhum possa triunfar de maneira total sobre o outro.
Para Hobbes, há na natureza do homem 3 causas de discórdia: competição, desconfiança
e glória. A prioridade do homem seria então a conservação de si mesmo, suas paixões
os fazem buscar a glória e a honra em todos os campos (no seu nome, profissão e
ação).
O maior conhecimento para Hobbes seria o conhecimento do homem, principalmente o
de si mesmo (conhece-te a ti mesmo).
Com o pleno conhecimento de si mesmo (nossas paixões), sabemos que os outros têm a
mesma paixão (não significa que saibamos o objeto de paixão de cada um).
O homem não é translúcido aos olhos de seu semelhante, não sabendo o que o outro
deseja e qual objeto de sua paixão, fazemos suposições de qual será a sua atitude mais
prudente e mais razoável, o mesmo se aplica ao semelhante, que não sabe o que
queremos e também é forçado a supor nossa ação. Dessas suposições recíprocas, o
mais razoável para cada um é atacar o outro, ou para vencê-lo, ou simplesmente para
evitar um possível ataque: assim a guerra se generaliza entre os homens (guerra de todos
contra todos, “o homem é o lobo do homem”).
Com o conhecimento da natureza do homem, Hobbes afirma e exemplifica que o
homem não é sociável por natureza, desconfiando de tudo e todos devido à ciência de
suas paixões – um homem ao viajar procura ir armado e escoltado; ao dormir tranca as
portas e janelas de casa para se tranquilizar; mesmo ao se tratar de seus parentes e
servidores, tranca seus cofres.
Não existe culpa e nem moral para julgar ações pautadas em paixões ligadas a essa
natureza, intrínseco a todos:
“O direito de natureza, a que todos os autores geralmente chamam jus naturale, é a
liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser,
para preservação de sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e consequentemente de
fazer tudo aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como meios
adequados a esse fim.”
O homem hobbesiano não tem como principal interesse produzir riquezas, mas sim sua
honra (a riqueza apenas faz parte dessa), que leva os homens a se baterem por motivos
como uma simples palavra, um sorriso, uma diferença de opinião e/ou qualquer outra
coisa que atinja sua honra. Essa é atribuída a alguém em função de suas aparências
externas.
Analisando esses fatores o homem priorizou sua segurança. Não basta apenas o homem
criar regras e fundamentos jurídicos a fim de garanti-la, é preciso que exista um estado
com poder suficiente (espada) para assegurar a todos a garantia da mesma, forçando os
homens, assim, ao respeito. Um pacto entre homens não passaria de palavras sem
qualquer força se não houvesse o Estado para validá-lo e assegurá-lo.
É da vontade de todos direitos básicos como justiça, equidade, modéstia, piedade, ou
qualquer outra coisa que nos garanta a paz, porém esses direitos são contrários às nossas
paixões naturais e por isso o papel do Estado para garanti-lo.
A única forma de instaurar tal poder comum capaz de garantir segurança, tanto interna
(entre homens deste Estado), quanto externa (estrangeiros), é conceder todo o poder a
um homem ou assembléia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades por
pluralidade de votos a uma só vontade, ou seja, esse homem ou assembléia um
representante de todos. Seria como se cada homem dissesse a cada homem: “Cedo e
transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembléia
de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira
semelhante todas as suas ações”. Dessa maneira o poder transferido à esse soberano
deverá ser ilimitado, não devendo nem mesmo satisfação a qualquer outro homem.
O Estado tem a obrigação de garantir a segurança, vida, liberdade e propriedade do
homem. O homem por si só tem a liberdade de proteger a sua vida mesmo contra a
vontade do soberano, uma vez que este é um direito natural. Além disso, Hobbes
também considera como liberdade, em “Leviatã”, uma determinação física, aplicável a
qualquer corpo.
Para Hobbes a propriedade faz parte do poder do soberano e é garantida por leis civis.
Cabe ao soberano dividi-la entre seus súditos da maneira que preferir, porém o súdito
tem todo o direito de expulsar outro súdito de sua propriedade. Também é da
consciência do soberano com quem haverá trocas de mercadorias e com quais outros
países, assim como quais mercadorias devem ser trocadas.
Hobbes subordina a religião ao poder político
Conclusões finais e aplicabilidade do mundo contemporâneo
Observamos a competição e o domínio do homem a outro homem quando, em um
exemplo, analisamos a economia, que não tem um sistema eficaz que a controla e
inevitavelmente existam métodos e articulações para uma empresa maior e, portanto
mais forte, se sobressair em relação às outras. Além disso, em um exemplo macro
analisamos o Sistema Internacional, que também não tem um Estado que o controle e
existam países desenvolvidos com alto índice de IDH e qualidade de vida, por outro
lado, países miseráveis com péssimos índices e desigualdades.
Thomas Hobbes era entre os pensadores do seu tempo, conhecido por ser o mais
pessimista em relação ao modo como via o homem, sua natureza e paixões. Embora
falasse de um Estado com um soberano absoluto e incontestável, não descartava que
mesmo com esse Estado o homem ainda terá todas as características que torna
necessário o mesmo, além de toda injustiça que poderia acontecer em um cenário como
esse. O homem é o lobo do homem e é ele que faz todo mal para o próximo e
indiretamente para ele mesmo, com consequências e inseguranças. Assim, imaginava
um modo de política que tentasse eliminar ao máximo todo o mal causado pelo mesmo,
tentando assim, o colocar em uma realidade mais pacífica e segura.
Bibliografia
Livro “Os clássicos da política 1’’
Wikipédia
Mackenzie.bf
Dec.ufcg.edu.br
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