Biografia de Fernando Pessoa

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Fernando Pessoa Gustav Klimt, A Árvore da Vida Não conheci exemplo igual ao de Fernando Pessoa: o do homem substituído pelo poeta! (…) Fernando Pessoa foi exclusivamente poeta. Almada Negreiros

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Biografia de Fernando Pessoa

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Page 1: Biografia de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

Gustav Klimt, A Árvore da Vida

Não conheci exemplo

igual ao de Fernando

Pessoa: o do homem

substituído pelo poeta!(…)

Fernando Pessoa foi

exclusivamente poeta.

Almada Negreiros

Page 2: Biografia de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

Minha pátria é a língua portuguesa.

(…) odeio, com ódio verdadeiro,

com o único ódio que sinto, não

quem escreve mal português, não

quem não sabe sintaxe, não quem

escreve em ortografia simplificada,

mas a página mal escrita, como

pessoa própria, a sintaxe errada,

como gente em que se bata, a

ortografia sem ípsilon, como o

escarro directo que me enoja

independentemente de quem o

cuspisse.

Bernardo Soares, Livro do Desassossego

Page 3: Biografia de Fernando Pessoa

A língua pode muito bem ser uma pátria, como

escreveu Fernando Pessoa, porque como

pátria se ganha, se perde, se adopta ou

repudia.

Mas, antes de pátria, a Língua é sempre algo

de mais íntimo: padrão e medida da nossa

alma; referência da nossa arte...

João de Melo

Page 4: Biografia de Fernando Pessoa

Os poetas não têm biografia. A sua obra é a sua

biografia.

Pessoa quer dizer personagem e vem de

‘personna’, a máscara dos actores romanos.

A sua história poderia reduzir-se à irrealidade da

sua vida quotidiana e à realidade das suas ficções.

Não é inútil recordar os factos mais salientes da sua

vida, na condição de se saber que se trata das

pegadas de uma sombra.

O verdadeiro Pessoa é outro.

Octávio Paz, Fernando Pessoa, o Desconhecido de Si

Mesmo (excerto adaptado)

Page 5: Biografia de Fernando Pessoa

• Filho de Joaquim de Seabra Pessoa e de Maria Madalena Pinheiro Nogueira.

• Nasce a 13 de Julho de 1888, Lisboa, Largo de S. Carlos.

• O pai morre em 13 de Julho de 1893.

• Em 1894, cria o primeiro heterónimo: Chevalier de Pas.

• Em 1895, escreve o seu 1º poema dedicado à mãe.

Fernando António Nogueira Pessoa

Page 6: Biografia de Fernando Pessoa

• Em 1896, parte para a

África do Sul, onde

frequenta várias escolas,

recebendo uma educação

inglesa.

• Lê Shakespeare, Milton,

Byron, Poe, Keats,

Tennyson.

• Começa a escrever

(também em inglês):

– em 1899, cria o

heterónimo Alexandre

Search.

Page 7: Biografia de Fernando Pessoa

• Em 1905, regressa a Lisboa.

• Matricula-se na Faculdade de

Letras mas abandona os

estudos.

• Em 1908, emprega-se como

―correspondente estrangeiro‖.

• Em 1912, inicia uma intensa

actividade literária: publica na

revista A Águia o seu primeiro

artigo, ―A Nova Poesia

Portuguesa Sociologicamente

Considerada‖, onde profetiza o

aparecimento de um

«Supra-Camões».

Page 8: Biografia de Fernando Pessoa

• Com Mário de Sá-Carneiro,

Almada Negreiros e outros

modernistas, funda a revista

Orpheu (1915).

• Devido à sua capacidade de

«outrar-se», cria vários

heterónimos (Alberto Caeiro,

Álvaro de Campos, Ricardo

Reis…), assinando as suas

obras de acordo com a

personalidade de cada um.

Page 9: Biografia de Fernando Pessoa

• Colabora em várias revistas

(Athena, Contemporânea,

Presença…).

• Em 1921, publica os seus

English Poems (I, II e II).

• Em 1934, publica a Mensagem,

obra com que ganha o prémio

Antero de Quental (categoria B).

• Morre, a 30 de Novembro de

1935, no Hospital de São Luís

dos Franceses, em Lisboa,

deixando grande parte da sua

obra inédita.

Page 10: Biografia de Fernando Pessoa

E até que um dia de 1935 o poeta foi

pessoalmente enterrar o corpo que o

acompanhou toda a vida. Ficou só o

poeta, aceso em olhos perenes de

Portugal, do Mundo e do Futuro. Ficou só

o poeta, o único poeta que não viu as

suas próprias aventuras naturais de

homem.

Almada Negreiros

Page 11: Biografia de Fernando Pessoa

Se, depois de eu morrer,

quiserem escrever a minha

biografia,

Não há nada mais simples.

Tem só duas datas - a da

minha nascença e a da

minha morte.

Entre uma e outra coisa todos

os dias são meus.

Alberto Caeiro

Henri Matisse, Árvore da Vida

Page 12: Biografia de Fernando Pessoa

A minha alma gira em torno da

minha obra literária — boa ou

má, que seja, ou que possa

ser. Tudo o mais na vida tem

para mim interesse

secundário.

Fernando Pessoa, Cartas de Amor