Bioprospecção de microrganismos leveduriformes produtores de ...

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA RODRIGO DE QUEIROZ OLIVEIRA Bioprospecção de microrganismos leveduriformes produtores de pectinases extracelulares isolados do Semi-árido baiano Feira de Santana, BA 2007

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

RODRIGO DE QUEIROZ OLIVEIRA

Bioprospecção de microrganismos leveduriformes produtores de

pectinases extracelulares isolados do Semi-árido baiano

Feira de Santana, BA

2007

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RODRIGO DE QUEIROZ OLIVEIRA

Bioprospecção de microrganismos leveduriformes produtores de

pectinases extracelulares isolados do Semi-árido baiano

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Biotecnologia.

Orientador: Profa. Dra. Sandra Aparecida de Assis (UEFS) Co-orientadores: Prof. Dr. Carlos Augusto Rosa (UFMG)

Profa. Dra. Ana Paula Trovatti Uetanabaro (UEFS)

Feira de Santana, BA

2007

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À minha orientadora Profa. Dra. Sandra

Aparecida de Assis e aos meus Co-orientadores

Prof. Dr. Carlos Augusto Rosa e Profa. Dra. Ana

Paula Trovatti Uetanabaro pelos valiosos

ensinamentos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus o guia fundamental de toda minha vida espiritual.

À Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), em especial ao Departamento de

Ciências Biológicas, pela oportunidade concedida para realização do Mestrado em

Biotecnologia com Ênfase em Recursos Naturais da Região Nordeste.

À Profa. Dra. Sandra Aparecida de Assis pelo acolhimento e orientação. Agradeço ainda

pelas condições de trabalho que me proporcionou, pela contínua disponibilidade, pela

paciência e, sobretudo, pela amizade em todos os momentos.

À Profa. Dra. Ana Paula Trovatti Uetanabaro do Departamento de Saúde da UEFS, pelo

incentivo, pela coleta, pelas críticas e sugestões, e pela amizade.

Ao Prof. Dr. Carlos Augusto Rosa do Departamento de Microbiologia do Instituto de

Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pela valiosa

cooperação tanto na coleta dos microrganismos, quanto nas análises dos dados obtidos.

À Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, tendo a frente o Prof.

Dr. Aristóteles Góes-Neto que se mostrou sempre atencioso e pronto a ajudar.

À aluna de iniciação científica Rita e aos colegas de Pós-Graduação Catiane e Paulo pela

colaboração nas técnicas de biologia molecular e análise filogenética.

Aos alunos de iniciação científica Fabiana, Danyo e Gildomar do Laboratório de

Enzimologia e Tecnologia das Fermentações (LAEN) do Departamento de Saúde da UEFS,

pelo auxílio nos ensaios enzimáticos.

Aos colegas do Laboratório de Pesquisa em Microbiologia (LAPEM) do Departamento de

Ciências Biológicas da UEFS: Thiago, Cléber, Alice, Carla, Isabela, Suzana, Suikinai e

Luciana pela convivência e apoio.

À Helton, pelo apoio na secretaria da Pós-Graduação.

5

Aos professores e colegas do Curso de Pós-Graduação em Biotecnologia, pela

contribuição no meu desenvolvimento pessoal e profissional.

À Profa. Dra. Rosane Freitas Schwan do Laboratório de Fisiologia de Microrganismos do

Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), pela gentil cessão da

levedura Kluyveromyces marxianus CCT 3172.

Ao Laboratório de Micologia (LAMIC) do Departamento de Ciências Biológicas da

UEFS, coordenado pelo Prof. Dr. Luís Fernando Pascholati Gusmăo, pelos registros

fotográficos dos microrganismos.

Ao Laboratório de Sistemática Molecular de Plantas (LAMOL) do Departamento de

Ciências Biológicas da UEFS, coordenado pelo Prof. Dr. Cassio van den Berg, pelo suporte

nos experimentos envolvendo biologia molecular.

A Sra. Valentina de Fátima De Martin do Laboratório de Biologia Molecular do

Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"

(ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP), pelo seqüenciamento do material genético.

Ao Prof. Dr. Antonio Azeredo pela colaboração na análise estatística dos resultados.

Ao biólogo Domingos pela identificação botânica.

Aos meus pais Gilson e Maria Eneusa, e a meu irmão Ronaldo, que me ofereceram

condições para o vivenciamento puramente acadêmico.

À minha querida noiva Charlene pelo companheirismo e paciência que teve comigo.

À minha família “Queirozes, Oliveiras e Jesuses”, representada por meu primo Paulo

Marcelo, meu sogro César e minha sogra Ana, pela torcida.

À FAPESB pela concessão da bolsa de mestrado (Pedido Nº 3509/2006).

Aos membros da banca examinadora, Dra. Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira e

Dr. Hélio Mitoshi Kamida, pelas sugestões e correções.

6

“O meu bom senso não me diz o que é, mas deixa claro que há algo que precisa ser sabido. Esta é a tarefa da ciência que, sem o bom senso do cientista, pode se desviar e se perder. Não tenho dúvida do insucesso do cientista a quem falte à capacidade de adivinhar, o sentido da desconfiança, a abertura à dúvida, a inquietação de quem não se acha demasiado certo das certezas. Tenho pena e, às vezes, medo do cientista demasiado seguro da segurança, senhor da verdade e que não suspeita da historicidade do próprio saber.”

(Paulo Freire – “Pedagogia da Autonomia”)

7

RESUMO

As enzimas pécticas de origem microbiana correspondem a 25% do total de enzimas

utilizadas na indústria alimentícia, sendo empregadas tradicionalmente na extração e

clarificação de suco de frutas. As leveduras despertam grande interesse para a produção em

larga escala destas enzimas, em virtude do seu crescimento rápido e meio de crescimento

geralmente sem indutor. Assim, seleções de microrganismos do ambiente são promissores

para prospecção de produtos de interesse industrial e biotecnológico. Desse modo, os

objetivos desse trabalho foram isolar, selecionar, identificar e verificar a atividade

pectinolítica de microrganismos leveduriformes (leveduras e fungos semelhantes a leveduras),

provenientes do Semi-árido baiano; além de depositá-los na Coleção de Culturas de

Microrganismos da Bahia (CCMB) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Os

microrganismos foram isolados de flores, frutos, tecido vegetal necrosado, insetos e solos da

região Semi-árida baiana em meio YM, acrescido de cloranfenicol 0,01%; selecionados em

meio diferencial contendo ácido poligalacturônico (MP-5) para determinação da

poligalacturonase (PG) e de pectina (MP-7) para pectina liase (PL); sendo eles identificados

pela amplificação da seqüência do domínio D1/D2 do 26S rDNA. Os resultados obtidos

foram avaliados mediante análise de variância (ANOVA) e Teste de Tukey com o pacote

estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences). Dos 250 isolados testados, 33

foram selecionados como pectinolíticos. Estes 33 microrganismos pectinolíticos foram:

Aureobasidium pullulans (18), Candida boidinii (1), Trichosporonoides sp. (3), Pseudozyma

sp. (4), Cryptococcus liquefaciens (1), “Fungal endophyte” (5) e o Kluyveromyces marxianus

(1), o qual tem aceitabilidade na indústria de processamento de alimentos. A atividade

pectinolítica diferiu significantemente entre os isolados (Tukey p<0,05). A atividade da

poligalacturonase foi verificada somente em nove deles, sendo o isolado Pseudozyma sp.

8

CCMB 300 e o Trichosporonoides sp. CCMB 304 os produtores mais ativos, apresentando

respectivamente 14,17 e 12,47 µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas.

Por outro lado, a atividade da pectina liase foi verificada em todos os 33 isolados, sendo os

produtores mais ativos o “Fungal endophyte” CCMB 327 e o “Fungal endophyte” CCMB

328, que apresentaram, respectivamente, 130,48 e 117,26 µmol de grupos uronídeos

insaturados formados por min/mg de proteínas. Este estudo demonstrou que microrganismos

leveduriformes isolados do Semi-árido baiano representam uma fonte de enzimas

extracelulares de interesse industrial e biotecnológico.

Palavras-chave: levedura, poligalacturonase, pectina liase, biotecnologia

9

ABSTRACT

The microbial pectic enzymes produced constitute 25% of the enzyme used in food market

and are used in extraction and clarification of juice fruits. Yeasts are an alternative source for

the large-scale production of commercial enzymes because have growth relatively simple and

in the general the growth medium does not require an inducer. In addition, screenings of

microorganisms from the environmental are promissory at prospection of products with

industrial and biotechnological interest. Our objective were isolate, select, identify and study

the enzymatic activity of yeast and like-yeast strains producers of pectinases extracelulars.

Other objective of this work was deposited the isolated microorganism in the Culture

Collections of Microorganisms of Bahia (CCMB) of the University of Feira de Santana

(UEFS). The microorganisms were isolated from flowers, fruits, necrotic plant tissue, insects

and soil from Semi-arid region of the State of Bahia, Brazil, using YM medium, in presence

of 0.01% of chloramphenicol. The yeasts isolated were grown in plates with mineral medium

containing polygalacturonic acid (MP-5) for polygalacturonase (PG) activity and mineral

medium containing pectin (MP-7) for pectin lyase activity (PL). Pectinolytic-secreting yeast

isolates were identified by amplification of the sequence of dominium D1/D2 of 26S rDNA.

Data were analyzed by analysis of variance (ANOVA) and Test of Tukey using SPSS

(Statistical Package for Social Sciences). From 250 strains 33 strains showed pectic activity.

These microorganisms are: Aureobasidium pullulans (18), Candida boidinii (1),

Trichosporonoides sp. (3), Pseudozyma sp. (4), Cryptococcus liquefaciens (1), “Fungal

endophyte” (5) e o Kluyveromyces marxianus (1). With K. marxianus additionally achieving

the status of being designated GRAS (Generally Regarded As Safe). The pectinolytic activity

differed in the strains (Tukey p<0,05). Nine strains showed pectinolytic activity of

polygalacturonase and the highest activity were verified in Pseudozyma sp. CCMB 300 and

10

Trichosporonoides sp. CCMB 304 that showed 14,17 e 12,47 µmol of galacturonic

acid/min/mg de protein. In relation to pectin lyase activity, these are verified in all 33 strains

and the highest activities occurred in “Fungal endophyte” CCMB 327 and in the “Fungal

endophyte” CCMB 328, that showed, respectively, 130,48 e 117,26 µmol of unsaturated

uronides/min/mg protein. Our study clearly revealed the potential of yeasts isolated from

Semi-arid environments to produce a wide range of pectinolytic enzymes.

Key words: yeast, polygalacturonase, pectin lyase, biotechnology

11

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Estrutura da parede celular vegetal. Fonte: IPPA,

http://www.ippa.info/what_is_pectin.htm....................................................

21

Figura 02 Estrutura da pectina. Fonte: Cook e Stoddart (1973) apud Sakai et al.

(1993)…........................................................................................................

22

Figura 03 Unidade de ácido galacturônico. Fonte: IPPA,

http://www.ippa.info/what_is_pectin.htm....................................................

22

Figura 04 Modo de ação das enzimas pectinolíticas. Fonte: Sakai et al. (1993)..........

24

Figura 05 Estrutura da unidade de DNA ribossomal (rDNA), o qual consiste de

seqüências altamente conservadas codificadoras dos RNAs ribossomais

(rRNAs) 18S, 5,8S e 28S, intercaladas com regiões não codificadoras

menos conservadas (ITS e IGS). Fonte: adaptado de VILGALYS LAB,

http://www.biology.duke.edu/fungi/mycolab/primers.htm..........................

29

Figura 06 Diversidade de áreas que envolvem a biotecnologia das leveduras. Fonte:

Walker (1998) apud Pinheiro (2004)............................................................

31

Figura 07 Halo de hidrólise do ácido poligalacturônico originado por

Saccharomyces cerevisiae CECT 1389, proveniente da Spanish Type

Culture Collection, Espanha. Fonte: Blanco et al. (1994) apud Blanco,

Sieiro e Villa (1999).....................................................................................

36

Figura 08 Mapa da Região Nordeste mostrando as ecorregiões do Bioma das

Caatingas e as 57 áreas prioritárias para conservação; as seis áreas de

Extrema Importância Biológica em vermelho estão sendo inventariadas

pelo PPBio. Fonte: PPBio, http://www.uefs.br/ppbio/index.html................

50

12

Figura 09 (a) Halo de hidrólise do ácido poligalacturônico, visualizado após adição

de hexadecil trimetil amônio brometo 1% (p/v), originado por

microrganismos leveduriformes isolado do Semi-árido baiano, crescidos a

28ºC por 48 h em meio MP-5. (b) Halo de degradação da pectina,

visualizado após adição de hexadecil trimetil amônio brometo 1% (p/v),

originado por microrganismo leveduriforme isolado do Semi-árido

baiano, crescido a 28ºC por 48 h em meio MP-7.........................................

66

Figura 10 Halo de degradação da pectina, visualizado após adição de hexadecil

trimetil amônio brometo 1% (p/v), originado por Kluyveromyces

marxianus CCT 3172, crescido a 28ºC por 48 h em meio MP-7.................

67

Figura 11 Produtos da PCR purificado de 33 isolados leveduriformes produtores de

pectinases, submetido à eletroforese em gel de agarose 1% em tampão

TAE 1X, 5V/cm, 1,5 hrs, corado com “SYBR Safe” (Invitrogen) e

fotografados pelo sistema de fotodocumentação Edas 290 (Kodak). Nas

amostras (canaletas) ocorre à amplificação do domínio D1/D2 do 26S

rDNA com os primers LR0R e LR5, e obtenção de um fragmento de

aproximadamente 900 pb, que é o tamanho próximo ao esperado para

estes domínios. O marcador (M) utilizado foi o “Gene Ruler 100 bp DNA

Ladder” (Fermentas).....................................................................................

70

Figura 12 Árvore filogenética dos microrganismos leveduriformes produtores de

pectinases extracelulares isolado Semi-árido baiano, obtida por análise de

“neighbour-joining” (modelo de Kimura dois parâmetros) do domínio

D1/D2 do 26S rDNA. Schizosaccharomyces pombe foi incluído para

enraizar a árvore. Os valores em porcentagem do bootstrap de 1000

replicações são dados a cada ramo (valores abaixo de 50% não são

mostrados). A designação do isolado (CCMB) são indicados após o

número do acesso no GenBank, exceto no grupo externo............................

73

13

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Mercados globais de Enzima baseados nos setores da aplicação, 2002-

2009 (milhões de dólares). Fonte: BCC Inc, 2004.....................................

39

Gráfico 02 Atividade específica (AE) da poligalacturonase (PG) em µmol de ácido

galacturônico liberado por min/mg de proteínas, obtida com

microrganismos leveduriformes isolado do Semi-árido baiano, crescidos

em agitador rotatório a 28ºC por 48 h em caldo de fermentação...............

78

Gráfico 03 Atividade específica (AE) da pectina liase (PL) em µmol de grupos

uronídeos insaturados formados por min/mg de proteínas, obtida com

microrganismos leveduriformes isolado do Semi-árido baiano, crescidos

em agitador rotatório a 28ºC por 48 h em caldo de fermentação...............

82

14

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Classificação das enzimas pécticas segundo a Comissão de Enzimas

(E.C.) adaptado de Jayani, Saxena e Gupta (2005)....................................

27

Tabela 02 Microrganismos leveduriformes isolados do Semi-árido baiano,

substratos do qual foram isolados e seus respectivos

georeferenciamentos...................................................................................

65

Tabela 03 Atividade semiquantitativa da poligalacturonase e pectina liase

extracelulares dos microrganismos leveduriformes isolados do Semi-

árido baiano crescidos a 28ºC por 48 h em meios diferencial, estimada

mediante o índice enzimático.....................................................................

69

Tabela 04 Caracterização molecular dos microrganismos leveduriformes

pectinolíticos isolados do Semi-árido baiano, a partir da análise da

sequência do domínio D1/D2 da subunidade (26S) de rDNA...................

72

Tabela 05 Biomassa seca, unidade de atividade da poligalacturonase, proteína total

e atividade específica da poligalacturonase produzidas por

microrganismos leveduriformes pectinolíticos isolados do Semi-árido

baiano, crescidos em caldo de fermentação em agitador rotatório a 150

rpm, a 28ºC por 48 h...................................................................................

81

Tabela 06 Biomassa seca, unidade de atividade da pectina liase, proteína total e

atividade específica da pectina liase produzidas por microrganismos

leveduriformes pectinolíticos isolados do Semi-árido baiano, crescidos

em caldo de fermentação em agitador rotatório a 150 rpm, a 28ºC por 48

h..................................................................................................................

84

15

LISTA DE ABREVIATURAS

AE: atividade específica

CCMB: Coleção de Culturas de Microrganismos da Bahia

cm: centímetro

EC: Comissão de Enzimas

h: hora

M: molaridade

mg: miligramas

min: minuto

mL: mililitro

MM: massa molar

mM: milimolar

nm: nanômetro

p/v: relação em porcentagem entre o peso do soluto e o volume da solução

pb: pares de bases

PG: poligalacturonase

pH: potencial hidrogeniônico

PL: pectina liase

PPBio: Programa de Pesquisa em Biodiversidade do Semi-árido

rpm: rotações por minuto

seg: segundo

UA: unidade de atividade

v/v: relação em porcentagem entre o volume do soluto e o volume da solução

µg: micrograma

µL: microlitro

16

SUMÁRIO

RESUMO........................................................................................................................... vi

ABSTRACT...................................................................................................................... viii

LISTA DE FIGURAS....................................................................................................... x

LISTA DE GRÁFICOS..................................................................................................... xii

LISTA DE TABELAS....................................................................................................... xiii

LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................................... xiv

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 18

2 OBJETIVOS................................................................................................................... 20

2.1 Objetivo Geral............................................................................................................. 20

2.2 Objetivos específicos................................................................................................... 20

3 Pectinases de interesse industrial e biotecnológico produzidas por leveduras: UMA

REVISÃO..........................................................................................................................

21

3.1 As substâncias pécticas................................................................................................ 21

3.2 As pectinases............................................................................................................... 24

3.2.1 Pectinesterases.......................................................................................................... 25

3.2.2 Enzimas despolimerizantes....................................................................................... 25

3.2.3 Protopectinases......................................................................................................... 26

3.3 Produção de pectinases por leveduras......................................................................... 28

3.3.1 Visão geral das leveduras......................................................................................... 28

3.3.2 Ocorrência de pectinase em leveduras...................................................................... 31

3.3.3 Generalidades sobre os fatores que afetam a produção de pectinases em leveduras 36

3.4 Produção e aplicação industrial das pectinases........................................................... 38

3.4.1Processamento de frutas e vegetais........................................................................... 41

3.4.2 Produção de vinho.................................................................................................... 43

3.4.3 Indústria têxtil........................................................................................................... 44

3.4.4 Extração de óleo....................................................................................................... 45

3.4.5 Fermentação do café, chá e cacau............................................................................. 46

3.4.6 Ração animal............................................................................................................ 47

3.4.7 Purificação de vírus de plantas................................................................................. 47

3.4.8 Tratamento de águas residuárias da indústria........................................................... 48

17

3.4.9 Indústria de papel e celulose..................................................................................... 48

3.5 O Semi-árido brasileiro como local potencial na obtenção de enzimas...................... 49

4 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................ 52

4.1 Isolamento e purificação dos microrganismos leveduriformes do Semi-árido baiano 52

4.2 Preservação dos microrganismos isolados.................................................................. 53

4.3 Seleção dos microrganismos leveduriformes produtores de enzimas pectinolíticas:

a poligalacturonase (PG) e a pectina liase (PL).................................................................

54

4.4 Identificação molecular dos microrganismos leveduriformes pectinolíticos.............. 55

4.4.1 Extração de DNA genômico..................................................................................... 55

4.4.2 Amplificação do domínio D1/D2 do 26S rDNA...................................................... 57

4.4.3 Sequenciamento dos produtos da PCR purificado................................................... 58

4.4.4 Análise das seqüências............................................................................................. 58

4.5 Determinação da poligalacturonase (PG) e da pectina liase (PL) extracelulares

produzidas por microrganismos leveduriformes em fermentação submersa.....................

59

4.5.1 Preparação das amostras para os ensaios enzimáticos.............................................. 59

4.5.2 Determinação da unidade de atividade (UA) da poligalacturonase (PG)................. 60

4.5.3 Determinação da unidade de atividade (UA) da pectina liase (PL).......................... 60

4.5.4 Doseamento da proteína total................................................................................... 61

4.5.5 Determinação da atividade específica (AE) da poligalacturonase (PG)................... 62

4.5.6 Determinação da atividade específica (AE) da pectina liase (PL)........................... 62

4.5.7 Determinação da biomassa....................................................................................... 62

4.5.8 Análise estatística..................................................................................................... 63

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 64

5.1 Isolamento e purificação dos microrganismos leveduriformes do Semi-árido baiano 64

5.2 Seleção dos microrganismos leveduriformes produtores de pectinases

extracelulares: a poligalacturonase (PG) e a pectina liase (PL)........................................

64

5.3 Filogenia molecular e biodiversidade dos microrganismos leveduriformes

pectinolíticos......................................................................................................................

70

5.4 Poligalacturonase (PG) e pectina liase (PL) extracelulares produzidas por

microrganismos leveduriformes por meio de fermentação submersa...............................

77

5.4.1 Atividade da poligalacturonase (PG)........................................................................ 77

5.4.2 Atividade da pectina liase (PL)................................................................................ 82

5.5 Resumo dos resultados............................................................................................... 85

18

6 CONCLUSÃO................................................................................................................ 88

REFERÊNCIAS................................................................................................................ 89

APÊNDICE(S)................................................................................................................... 102

APÊNDICE A – Fotografias dos substratos do Semi-árido baiano, dos quais

microrganismos leveduriformes produtores de pectinases extracelulares foram

isolados..............................................................................................................................

102

APÊNDICE B – Fotografias da microscopia de contraste de fase dos microrganismos

leveduriformes produtores de enzimas pectinolíticas extracelulares, isolados do Semi-

árido baiano, crescidos em ágar YM a 28ºC por 48 h, corados com azul de metileno

1% (p/v) e ampliação de 1.000x (imersão em óleo)..........................................................

104

APÊNDICE C - Seqüências amplificadas do domínio D1/D2 do 26S rDNA dos

microrganismos leveduriformes produtores de enzimas pectinolíticas extracelulares,

isolados do Semi-árido baiano...........................................................................................

107

APÊNDICE D - Curvas de calibração............................................................................... 116

ANEXO(S)........................................................................................................................ 118

ANEXO A - Meios de cultura........................................................................................... 118

ANEXO B - Soluções, tampões e reagentes...................................................................... 120

18

1 INTRODUÇÃO

Desde a década de 30 que as pectinases são utilizadas em aplicações comerciais na

produção de vinhos e sucos de frutas (KASHYAP et al., 2001). Por outro lado, seu uso tem

aumentado consideravelmente, especialmente nas indústrias de alimentos, bebidas e vinhos,

têxtil e de papel e celulose. Segundo Uenojo e Pastore (2006) estas enzimas correspondem à

cerca de 20% do mercado mundial de enzimas e são produzidas naturalmente por plantas,

fungos, leveduras e bactérias.

Apesar de células vegetais e animais serem também fontes de enzimas, do ponto de vista

econômico e industrial, as enzimas extracelulares de microrganismos são preferíveis devido

ao custo de sua extração, isolamento e purificação (SAID; PIETRO, 2002).

As pectinases de origem microbiana correspondem a 25% do total de enzimas utilizadas

na indústria alimentícia, sendo empregadas tradicionalmente na extração e clarificação de

suco de frutas em razão de sua especificidade e do seu potencial catalítico, melhorando o

processo e qualidade do produto (JAYANI; SAXENA; GUPTA, 2005).

Não existem outros aditivos ou processos alternativos que se possam constituir em bons

substitutos das enzimas pectinolíticas nas indústrias alimentícias. Além disso, a tendência é de

aumento do consumo dessas enzimas pela incorporação ao mercado tanto de novos produtos

quanto de pequenos produtores, os quais estão pouco a pouco se tecnificando (CANTO;

MENEZES, 1995).

Preparações comerciais de pectinases são normalmente de origem fúngica, especialmente

do fungo filamentoso Aspergillus niger (BLANCO; SIEIRO; VILLA, 1999).

Outros microrganismos também são capazes de produzir estas enzimas, tais como as

leveduras dos gêneros Kluyveromyces, Saccharomyces, Stephanoascus, Pichia,

19

Zygosacchoromyces, Candida, Debaryomyces, Pseudozyma, Cryptococcus, Leucosporidium,

Metschnikowia, Rhodotorula, Torulaspora, Trichosporon, Kloeckera, Ambrosiozyma,

Bullera, Geotrichum, Rhodosporidium, Saccharomycopsis e Ustilago, além do fungo

semelhante à levedura Aureobasidium e de leveduras pretas (BIELY; SLÁVIKOVÁ, 1994;

STRAUSS et al., 2001; TRINDADE et al., 2002; BUZZINI; MARTINI, 2002; SILVA et al.,

2005; OLIVEIRA et al., 2006).

Assim sendo, as leveduras despertam grande interesse para a produção em larga escala,

quando comparadas aos fungos filamentosos, em virtude de inúmeras vantagens, destacando-

se, dentre outras, as seguintes: são unicelulares, o crescimento é rápido e o meio do

crescimento não requer um indutor (SILVA et al., 2005).

O artigo de revisão de Steele e Stowers (1991) e o de Bull, Goodfellow e Slater (1992),

enfatizam que, embora as modernas técnicas de biologia molecular permitam manipular os

microrganismos para gerar enzimas com propriedades desejáveis, programas de seleção e

triagem de microrganismos do ambiente são clássicos para prospecção de produtos de

interesse industrial e biotecnológico, pois microrganismos de uma mesma espécie em

ambientes diferentes podem apresentar diversidade genética.

Desse modo, o Semi-árido baiano representa um grande campo à prospecção

biotecnológica, pois leveduras adaptadas a esse ambiente físico significativamente

heterogêneo, incluindo diferentes climas, sistemas de chuvas, relevos, solos e hidrografias,

podem ser dotadas de características próprias, com peculiaridades de interesse industrial.

Além disso, pesquisas com estes microrganismos contribuem para o conhecimento da

biodiversidade nativa da região.

20

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Selecionar microrganismos leveduriformes (leveduras e fungos semelhantes a leveduras)

produtores de pectinases extracelulares do Semi-árido baiano.

2.2 Objetivos específicos

• Isolar microrganismos leveduriformes de substratos do Semi-árido baiano;

• Selecionar microrganismos leveduriformes produtores de pectinases extracelulares;

• Identificar os microrganismos pectinolíticos por meio da seqüência do domínio D1/D2

do 26S rDNA;

• Verificar a atividade enzimática das enzimas poligalacturonase (PG) e pectina liase

(PL) produzidas pelos microrganismos pectinolíticos;

• Depositar os isolados pectinolíticos na Coleção de Culturas de Microrganismos da

Bahia (CCMB) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

21

3 Pectinases de interesse industrial e biotecnológico produzidas por

leveduras: UMA REVISÃO

3.1 As substâncias pécticas

Substância péctica é o nome genérico usado para um grupo complexo de polissacarídeos

coloidais de elevado massa molecular, acidificado e carregado negativamente, que ocorre

principalmente na lamela média e nas paredes celulares de vegetais superiores associadas à

celulose e à hemicelulose, contribuindo na firmeza e estrutura dos seus tecidos (Figura 01)

(GUMMADI; PANDA, 2003; JAYANI; SAXENA; GUPTA, 2005).

Figura 01. Estrutura da parede celular vegetal. Fonte: IPPA, http://www.ippa.info/what_is_pectin.htm

A cadeia principal dos polissacarídeos pécticos é constituída de resíduos de ácido D-

galacturônico unidos por ligações α - (1→ 4), intercalados ou não por resíduos de ramnose, e

cadeias laterais contendo principalmente arabinose, galactose e xilose (ALKORTA et al.,

22

1997; KASHYAP et al., 2001). Os grupos carboxílicos do ácido galacturônico podem estar

parcialmente esterificados por grupos metil e parcial ou completamente neutralizados por íons

sódio, potássio ou amônio (KASHYAP et al., 2001). Detalhes da molécula péctica são

ilustrados nas Figuras 02 e 03.

Figura 02. Estrutura da pectina. Fonte: Cook e Stoddart (1973) apud Sakai et al. (1993).

Figura 03. Unidade de ácido galacturônico. Fonte: IPPA, http://www.ippa.info/what_is_pectin.htm

23

A Sociedade Americana de Química classificou as substâncias pécticas conforme

descrito a seguir (SAKAI et al., 1993; HOONDAL et al., 2002):

• Protopectina – designação atribuída às substâncias precursoras das substâncias

pécticas, que apresentam como característica a insolubilidade na água; além disto,

quando hidrolisada transforma-se em ácidos pectínicos ou pectina.

• Ácido péctico - nome dado às substâncias pécticas compostas na maior parte de ácidos

poligalacturônicos coloidais, essencialmente livres de grupos metil ésteres. Os sais

destes ácidos são chamados de pectatos.

• Ácidos pectínicos - termo usado para designar o ácido poligalacturônico coloidal que

contém uma quantidade significativa de grupos metil ésteres (maior que zero e menor

que 75%), que, sob condições adequadas, podem formar géis com açúcar em meio

ácido ou na presença de certos íons metálicos. Os sais destes ácidos denominam-se

pectinatos.

• Pectina(s) – denominação dada ao material polimérico solúvel em água no qual,

aproximadamente 75% dos grupos carboxilas das unidades do ácido galacturônico

estão esterificados com metanol. Assim como os ácidos pectínicos, a pectina também

é capaz de formar géis com açúcar em meio ácido sob condições adequadas.

Genericamente, as pectinas com mais da metade dos grupos carboxila esterificados

com metanol, são chamadas de pectinas com alto grau de metoxilação e com menos da

metade, de pectinas com baixo grau de metoxilação, que pode também possuir grupos

amida. A pectina pode ser usada em um grande número de alimentos como agente

24

gelificante, espessante, texturizante, emulsificante e estabilizador (THAKUR et al.,

1997, ASSIS, 2004).

3.2 As pectinases

Enzimas pécticas, pectinases ou enzimas pectinolíticas são um grupo heterogêneo de

enzimas relacionadas que catalisam a degradação das substâncias pécticas nos vegetais

(BLANCO; SIEIRO; VILLA, 1999; JAYANI; SAXENA; GUPTA, 2005), sendo ilustrados

seus modos de ação na Figura 04.

Figura 04. Modo de ação das enzimas pectinolíticas. Fonte: Sakai et al. (1993).

As enzimas pectinolíticas são produzidas pelos vegetais, tendo importância na maturação

dos frutos, crescimento, abscisão e desenvolvimento do pólen (BLANCO; SIEIRO; VILLA,

25

1999). Por outro lado, também são produzidas por bactérias, fungos filamentosos, leveduras,

insetos, nematóides e protozoários (HOONDAL et al, 2002).

As pectinases podem ser classificadas em três grupos (SAKAI et al., 1993; ALKORTA et

al., 1997; KASHYAP et al., 2001; JAYANI; SAXENA; GUPTA, 2005):

3.2.1 Pectinesterases

As pectinesterases são enzimas que catalisam a desesterificação do grupo metoxílico da

pectina produzindo álcool metílico e ácido péctico, sendo produzidas por fungos filamentosos,

leveduras e plantas superiores, estando presentes em praticamente todos preparados

comerciais de enzimas pectinolíticas.

3.2.2 Enzimas despolimerizantes

As enzimas despolimerizantes rompem as ligações glicosídicas α-(1-4) entre os

monômeros galacturônicos das substâncias pécticas, podendo atuar por hidrólise (hidrolases)

ou por transeliminação (liases).

As hidrolases são classificadas em dois grupos. Desse modo, aquelas que preferem o

pectato como substrato, são chamadas de poligalacturonases (endo ou exo) e, aquelas que têm

preferência pela pectina são chamadas de polimetilgalacturonases (endo ou exo). Os prefixos

endo e exo denotam uma clivagem randômica ou terminal pelas enzimas sob os monômeros

galacturônico dos substratos, respectivamente.

As endopoligalacturonases são enzimas produzidas por uma variedade de

microrganismos, como muitos fungos filamentosos, bactérias e leveduras. Elas também são

encontradas em plantas superiores e em alguns nematóides parasitas de planta. Por outro lado,

26

as exopoligalacturonases ocorrem menos freqüentemente, sendo produzidas por fungos

filamentosos e algumas bactérias.

As poligalacturonases são, dentre as enzimas pectinolíticas, as mais estudadas, tanto pelo

seu papel biológico na interação planta-fungo quanto pela sua utilização industrial, sendo a

atividade enzimática determinada com base no aumento do número dos grupos redutores

formados e diminuição da viscosidade dos substratos da solução, durante a reação enzimática

(MILLER, 1959).

As liases também são classificadas em dois grupos: poligalacturonato liases (endo e exo),

também chamadas de pectato liases, as quais têm preferência pelo pectato como substrato, e

as polimetilgalacturonato liases (endo e exo), que preferem a pectina como substrato, também

conhecidas como pectina liases.

As poligalacturonato liases são enzimas produzidas por muitas bactérias e alguns fungos

patogênicos, sendo a endopoligalacturonato liase mais abundante.

Poucos trabalhos têm relatado a produção de polimetilgalacturonato liases. O método mais

empregado na detecção da atividade da liase é medir o aumento da absorbância a 235

nanômetros, devido à formação de dupla ligação entre os carbonos envolvidos na reação,

gerando produtos insaturados (ALBERSHEIM, 1966).

3.2.3 Protopectinases

As protopectinases são enzimas que solubilizam protopectina, formando pectina solúvel

altamente polimerizada. Além do mais, podem ser divididas em tipo A, que atuam na região

do ácido poligalacturônico da protopectina, e tipo B, que atuam nas cadeias de polissacarídeos

que conectam as cadeias do ácido poligalacturônico aos constituintes da parede celular

27

vegetal. Deve-se mencionar ainda que, o tipo A é encontrado em leveduras e fungos

semelhantes a leveduras (yeast-like), enquanto que o tipo B em bactérias.

A Comissão de Enzimas (E.C.) da União Internacional de Bioquímica e Biologia

Molecular definiram critérios para a classificação e denominação das enzimas. A mais recente

e elaborada classificação para as pectinases são encontradas na Tabela 01.

Tabela 01. C

lassificação d

as enzim

as pécticas seg

un

do

a Co

miss

ão d

e En

zimas (E

.C.), ad

aptad

o d

e Jayani, S

axena e

Gu

pta

(20

05).

28

3.3 Produção de pectinases por leveduras

Segundo artigo de revisão de Blanco, Sieiro e Villa (1999), a produção de enzimas

pectinolíticas por bactérias e fungos filamentosos foi extensamente estudada e relatada,

devido ao seu papel na fitopatogênese; enquanto que, a produção destas enzimas por

leveduras recebeu menos atenção.

Na citada revisão, os pesquisadores atribuíram mais que um papel ecológico para as

pectinases secretadas por leveduras, elas poderiam estar envolvidas ainda na colonização dos

frutos, pois a sua produção causaria a degradação do tecido da fruta e concomitantemente

liberação dos açúcares das células, que, por sua vez, podem ser assimilados para o

crescimento da levedura, o que causaria o apodrecimento do fruto.

3.3.1 Visão geral das leveduras

Os fungos são seres eucariontes, de nutrição quimio-heterotrófico absorvitiva,

predominantemente aeróbios, com temperatura ótima de crescimento entre 25 a 30º C e pH de

4 a 7, podendo apresentar-se sob a forma leveduriforme ou filamentosa (ALEXOPOULOS;

MIMS; BLACKWELL, 1996).

As leveduras são formadas por células únicas, caracteristicamente esféricas ou ovais, que

se reproduzem assexuadamente por brotamento ou fissão. No entanto, algumas leveduras

produzem brotos que não separam uns dos outros, formando pseudomicélio. Além disso,

alguns fungos exibem dimorfismo, ou seja, podem crescer tanto na forma de fungo

filamentoso quanto na forma de levedura (ALEXOPOULOS; MIMS; BLACKWELL, 1996;

LOGUERCIO-LEITE; ESPOSITO, 2004).

29

Na natureza as leveduras podem ocupar diversos nichos ecológicos, já que são capazes de

utilizar diversos substratos para sua nutrição absortiva. Essa característica permite que as

leveduras secretem ao meio, enzimas extracelulares que degradam macromoléculas a

moléculas pequenas, que serão incorporadas e utilizadas nutricionalmente. Contudo, esses

microrganismos não são tipicamente degradadores de polímeros, preferindo habitats onde

abundam os açúcares solúveis, tais como nectário das flores e a superfície de frutas

(ALEXOPOULOS; MIMS; BLACKWELL, 1996; SANTOS et al., 1996; GALVAGNO;

FORCHIASSIN, 2004).

As leveduras são tradicionalmente identificadas através de técnicas convencionais,

baseadas em características morfológicas (macro e micro) e fisiológicas, entre as quais:

fermentação de diferentes fontes de carbono, assimilação de diferentes fontes de carbono e

nitrogênio, crescimento em diferentes temperaturas, crescimento em diferentes concentrações

de glicose e cloreto de sódio, tolerância ao ácido acético, produção extracelular de compostos

amilóides, coloração com diazônio azul B e resistência a ciclohexamida (YARROW, 1998).

Segundo Alexopoulos, Mims e Blackwell (1996), as leveduras podem ser classificadas

como pertencente aos ascomicetos, basidiomicetos ou fungos mitospóricos.

Nos últimos anos, com a introdução de novas técnicas biotecnológicas grandes progressos

na taxonomia de leveduras vêm ocorrendo (ORBERA-RATON, 2004).

Para Valente, Ramos e Leoncini (1999), o DNA ribossômico (rDNA) é muito empregado

em estudos taxonômicos devido à presença de regiões que evoluem em diferentes taxas,

servindo como base para análise das relações evolucionárias (Figura 05).

Figura 05. Estrutura da unidade de DNA ribossomal (rDNA), o qual consiste de seqüências altamente conservadas codificadoras dos RNAs ribossomais (rRNAs) 18S, 5,8S e 28S, intercaladas com regiões não codificadoras menos conservadas (ITS e IGS). Fonte: adaptado de VILGALYS LAB, http://www.biology.duke.edu/fungi/mycolab/primers.htm

5.8S

25-28S

5S

18S

ITS-1

ITS-2

IGS-1

IGS-2

5’

3’

30

As seqüências do domínio D1/D2 da subunidade maior (26S) do rDNA, que são entre as

regiões as mais variáveis dentro do gene inteiro, estão disponíveis para todas as espécies

conhecidas de leveduras ascomicéticas (KURTZMAN; ROBNETT, 1995, 1997, 1998). Estes

dados estão disponíveis também para leveduras basidiomicéticas, embora em alguns casos

seja necessário seqüênciar mais de uma região do DNA para se obter uma identificação

precisa (FELL et al. 2000). Neste caso, tem-se escolhido as regiões internas não codificadoras

(ITS1 e ITS2) e as regiões não codificadoras intergênicas (IGS1 e IGS2) (FELL; BLATT,

1999; SCORZETTI et al., 2002).

De outra parte, a abordagem baseada em uma combinação de métodos clássicos

(fenotípicas) e moleculares (genotípicas), tem resultado na descoberta de novas espécies e

rearranjos taxonômicos das já conhecidas (MANFIO, 2000; JESPERSEN et al., 2005;

LOPANDIC et al., 2006; LEAW et al., 2006).

Sem as leveduras não existiriam bebidas fermentadas como cervejas e vinhos, e outros

alimentos nos quais esses microrganismos têm papel de destaque em sua produção, como

também na produção de pão e queijo. Deve-se mencionar ainda que as leveduras são

responsáveis pela produção de enzimas de interesse industrial e de valor econômico,

destacando-se as pectinases (ALEXOPOULOS; MIMS; BLACKWELL, 1996; ESPOSITO;

AZEVEDO, 2004). A Figura 06 descreve, de um modo geral, a aplicação biotecnológica das

leveduras em diversas áreas científicas.

Atualmente, há um grande interesse industrial e biotecnológico e, na verdade, um sentido

de urgência sobre a documentação da biodiversidade das leveduras no Brasil, onde,

invariavelmente, uma porcentagem das espécies encontradas é ainda desconhecida para a

ciência (SANTOS et al., 1996; MANFIO, 2000; BUZZINI; MARTINI, 2002; FUENTEFRIA,

2004; MORAES; ROSA; SENE, 2005; RUIVO et al. 2006; ROSA et al., 2007). Hawksworth

31

(2001) estima a existência de 1,5 milhões de espécies de fungos no planeta, e menciona que

apenas 5% da diversidade é conhecida.

Figura 06. Diversidade de áreas que envolvem a biotecnologia das leveduras. Fonte: Walker (1998) apud Pinheiro (2004).

3.3.2 Ocorrência de pectinase em leveduras

A partir da observação de que os trabalhos discordavam sobre a produção de pectinase por

leveduras, os pesquisadores Luh e Phaff (1951), realizaram um estudo qualitativo com vista a

evidenciar a produção de poligalacturonase por estes microrganismos. Os referidos autores

testaram um grande número de espécies e linhagens de leveduras em meio líquido contendo

pectina cítrica como substrato, todas oriundas da Division of Food Technology, University of

Biologia celular, genética, bioquímica, biologia

molecular.

Cancro, SIDA, genética Humana, metabolismo de

drogas. Investigação

biológica

Investigação biomédica

Biossorção de metais, utilização de

efluentes.

Tecnologia Ambiental

Fermento de padeiro, etanol, produtos resultantes da fermentação.

Tecnologia das fermentações

Vacinas, hormônios, factores sanguíneos, probióticos, produtos farmacêuticos.

Saúde pública

Aromas, enzimas , pigmentos, aditivos

alimentares, redutores químicos.

Indústria alimentar / química

32

Califórnia, Estados Unidos. No entanto, somente seis culturas foram capazes de degradar a

pectina do meio, clarificando-o, sendo identificadas como Saccharomyces fragilis e sua forma

anamórfica Candida pseudotropicalis.

Após a pesquisa de Luh e Phaff (1951), outros pesquisadores passaram a investigar a

produção de pectinase extracelular por leveduras.

Sanchez, Guiraud e Galzy (1984), estudaram a atividade pectinolítica de leveduras

isoladas na Costa do Marfim durante a fermentação do cacau, além de outras linhagens

obtidas na Ecole Nationale Superieure de Agronomie, França. Conforme foi verificado por

estudos viscosimétrico, as leveduras Torulopsis candida, Candida norvegenesis,

Kluyveromyces fragilis e Saccharomyces chevalieri degradaram a pectina do meio de cultura,

sendo as quatro positivas para poligalacturonase. No entanto, leveduras positivas para a

pectina liase não foram encontradas nesse estudo.

Outro método para detecção de levedura produtora de poligalacturonase foi descrito por

McKay (1988). Segundo esse método, após o crescimento da cultura em placa de agarose com

ácido poligalacturônico como substrato, se recobre a superfície da placa com solução de

vermelho de rutênio. Sem a degradação da poligalacturonase, o vermelho de rutênio não

penetra no meio, sendo facilmente lavado. Nesse caso, a degradação do ácido

poligalacturônico é detectada pela formação de halo vermelho intenso ao redor da colônia.

Ainda, segundo esse trabalho, as leveduras produtoras de poligalacturonase foram:

Cryptococcus macerans NCYC 578, Candida toressi NCYC 786, Kluyveromyces marxianus

NCYC 587 e C. pseudotropicalis NCYC 744, todas elas obtidas da National Collection of

Yeast Culturres, Inglaterra.

Em 1994, Biely e Sláviková, propuseram um método similar para seleção de leveduras

pectinolíticas em meio sólido. Entretanto, este método consiste na precipitação da pectina

cítrica não degradada em meio sólido, após a adição de brometo de cetil trimetil de amônio;

33

onde as linhagens positivas mostram áreas transparentes em torno das colônias. Dentre os

gêneros de leveduras que exibiram halo de degradação nesse trabalho, têm-se: Ambrosiozyma,

Aureobasidium, Bullera, Candida, Cryptococcus, Georrichum, Klyuveromyces,

Leucosporidium, Rhodosporidium, Saccharomycopsis, Strephanoascus, Trichosporon e

Ustilago, todas elas provenientes da Culture Collection of Yeasts (CCY), Eslováquia.

No Brasil, em 1997, Schwan, Cooper e Wheals, isolaram, identificaram e depositaram na

Coleção de Culturas Tropicais da Fundação Tropical "André Tosello" (CCT), Brasil, as

linhagens de leveduras oriundas da fermentação do cacau. No mesmo trabalho, as linhagens

Kluyveromyces marxianus CCT 3172, K. thermotolerans CCT 1701, Saccharomyces

cervisiae var. chevalieri CCT 1698 e Candida rugopelliculose CCT 1702 foram hábeis na

secreção de poligalacturonase em meio líquido contendo pectina.

Strauss et al. (2001), pesquisaram a produção de enzimas extracelulares de 245 leveduras

não Saccharomyces, isoladas de vinhedos da África do Sul, tendo em vista o seu uso como

catalisadores durante a fermentação do vinho. Dentre outras enzimas, a pectinase foi estudada

por esses pesquisadores, sendo utilizado o meio sólido contendo ácido poligalacturônico para

detecção da produção da enzima. Entre as leveduras pectinolíticas, foram encontradas duas

linhagens de Candida stellata, uma de C. oleophila, uma de C. pulcherrima, uma de C. valida

e quatro de Kloeckera apiculata.

Por sua vez, Trindade et al. (2002), investigaram tanto a biodiversidade de leveduras em

frutas maduras e em polpa de fruta congelada coletadas no Brasil, quanto à produção de

enzimas por estas, incluindo pectinase, tendo em vista sua aplicação industrial. Assim, entre

as 381 linhagens pesquisadas nesse trabalho, somente 16 produziram pectinases

extracelulares, em meio sólido contendo ácido poligalacturônico, conforme listadas a seguir:

levedura preta, Candida azyma, levedura semelhante a C. bombicola, C. krusei,

Leucosporidium scotii, Metschnikowia spp., Pichia membranifaciens, P. antarctica, levedura

34

semelhante a P. fusiformata, Rhodotorula graminis, R. marina, levedura semelhante a

Torulaspora delbrueckii, Trichosporon spp., fungo semelhante a levedura e duas linhagens de

Cryptococcus spp.

Buzzini e Martini (2002) pesquisaram a produção de pectinase extracelular por leveduras

e fungos semelhantes a leveduras. Neste trabalho, os 394 microrganismos testados para

diferentes enzimas, foram isolados de solo, água, inseto e plantas coletadas em florestas do

Brasil. Os citados autores relataram à produção de pectinase, em meio sólido com pectina,

pelas linhagens Candida sake, Pichia guilliermondii, P. spartinae, correspondendo 1,5% do

total de linhagens positivas dos ascomicetos; Pseudozymas antarctica, correspondendo a

18,7% do total de linhagens positivas dos basidiomiceto; Aureobasidium pullulans,

correspondendo a 21,7% do total de linhagens positivas dos fungo semelhante a levedura.

Este estudo demonstrou o potencial de microrganismos isolados de ambiente tropical, como

fontes de enzimas de interesse industrial e biotecnológicas.

No trabalho de Nakagawa et al. (2004), leveduras psicrófilas foram isoladas do solo em

Abashiri no Japão, e testadas quanto a produção de enzimas pectinolíticas em baixas

temperaturas, usando meio sólido contendo pectina. Nesse trabalho, foram encontradas três

espécies de leveduras psicrófilas pectinolíticas, que podem ser utilizadas na indústria de

alimentos, são elas: Cryptococcus cylindricus, Mrakia frigida e Cystofilobasidium capitatum.

Já no trabalho de Silva et al. (2005), de um total de 300 leveduras isoladas de frutas

frescas e polpas de frutas tropicais do Brasil e da Colômbia, 21 foram positivas para

poligalacturonase, usando como substrato em meio sólido o ácido poligalacturônico. Essas 21

foram: Kluyveromyces wickerhamii (3), Stephanoascus smithiae (5), Debaryomyces hansenii

(2), D. polymorphus (1), Candida intermedia (1), C. pseudoglaebosa (1), C. krusei (1),

Zygosacchoromyces fermentati (1), Z. cidri (1), Pichia guilliermondii (2), P. angusta (1), P.

anomala (1), Pichia sp. (1). As leveduras S. smithiae (isolados FT-01, 168, 36 e 147), Pichia

35

sp. (FT-28), P. anomala (SL-125) e K. wickerhamii (185), também foram capazes de secretar

pectina liase, no entanto, em meio contendo pectina como substrato.

Mais recentemente, Oliveira et al. (2006) analisaram 201 isolados da levedura

Saccharomyces cerevisiae quanto à atividade pectinolítica de poligalactuonase e pectinase em

meio sólido, utilizando ácido poligalacturônico e pectina como substrato, respectivamente.

Todos esses isolados foram provenientes de amostras do “leite de leveduras” coletadas em

uma fábrica de etanol cítrico no Brasil. Neste trabalho os autores encontraram 107 isolados

que apresentaram secreção da poligalacturonase e 97 da pectinase.

Deve-se ainda mencionar o trabalho de Uenojo e Pastore (2006). Por sua vez, esses

pesquisadores isolaram 104 leveduras, de resíduos de agroindústrias, e as testaram quanto à

produção de pectinase em meio sólido contendo pectina cítrica, as quais 18 foram

consideradas positivas.

A aparente contradição entre os resultados encontrados por Luh e Phaff (1951), e dos

pesquisadores mais recentes, podem ser devido ao método empregado em cada caso

(BLANCO; SIEIRO; VILLA, 1999). Nos trabalhos recentes, os pesquisadores passaram a

aferir a produção de pectinase extracelular pelas leveduras através da formação de halo de

degradação do substrato em meio sólido (Figura 07).

O uso de meio sólido, ao contrário do meio líquido, permite a triagem de uma grande

quantidade de microorganismos, possibilitando uma rápida detecção de enzimas específicas,

além da determinação de variantes fisiológicos (BIELY; SLÁVIKOVÁ, 1994; STRAUSS et

al., 2001; TRINDADE et al., 2002; BUZZINI; MARTINI, 2002; FUENTEFRIA, 2004;

SILVA et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2006; UENOJO; PASTORE, 2006).

Cabe comentar que Kluyveromyces marxianus é uma levedura anteriormente designada K.

fragilis ou Saccharomyces fragilis (ROSE; HARRISON, 1969 apud PEREIRA, 2005).

36

3.3.3 Generalidades sobre os fatores que afetam a produção de pectinases em leveduras

O estudo regulatório de síntese e excreção de enzimas por microrganismos é um aspecto

do metabolismo celular de grande interesse para a indústria produtora de enzimas, sendo

dependente da linhagem selecionada, da forma de condução do processo fermentativo e das

características do meio de cultivo (SCHMIDELL, 2001).

Figura 07. Halo de hidrólise do ácido poligalacturônico originado por Saccharomyces cerevisiae CECT 1389, proveniente da Spanish Type Culture Collection, Espanha. Fonte: Blanco et al. (1994) apud Blanco, Sieiro e Villa (1999).

Segundo Said e Pietro (2002), as enzimas produzidas pelos microrganismos podem estar

localizadas dentro da célula (enzimas intracelulares), ou podem ser sintetizadas e

posteriormente excretadas no meio (enzimas extracelulares); sendo esta produção influenciada

pela fonte de carbono, tensão de oxigênio, pH do meio de cultivo, tempo de incubação e

tamanho do inoculo.

Conforme Galvagno e Forchiassin (2004), muitas vezes, as enzimas necessárias para

viabilizar o metabolismo básico de um fungo estão sempre presentes e são enzimas

constitutivas; em outros casos, é necessária a presença do substrato para induzir a síntese ou a

atividade da enzima para sua degradação, são as enzimas induzíveis. Além do mais, para os

37

citados autores, os fungos podem produzir enzimas adaptativas na presença de um substrato

que, normalmente não utilizam.

No trabalho de McKay (1988), as leveduras Kluyveromyces marxianus NCYC 587 e a

Candida pseudotropicalis NCYC 744, produziram a poligalacturonase em meio contendo

glicose como substrato, nesse caso a enzima foi constitutiva. Por outro lado, no mesmo

trabalho, as leveduras Cryptococcus macerans NCYC 578 e a Candida toressi NCYC 786,

produziram poligalacturonase quando utilizou o ácido poligalacturônico como única fonte de

carbono e de energia, indicando que a secreção da enzima foi induzida.

Entretanto, o trabalho de Schwan e Rose (1994) demonstrou que a produção de

poligalacturonase sob condições anaeróbicas acontece somente durante a fase de crescimento

da levedura Kluyveromyces marxianus CCT 3172, isolada da fermentação do cacau, sendo

uma capacidade constitutiva, porque pectina, ácido poligalacturônico e ácido galacturônico,

não foram requeridos para induzir a síntese desta enzima. Além do mais, uma fonte de

carbono e de energia facilmente metabolizável, como a glicose 1% (p/v), foi requerida para

regular a atividade pectinolítica, não ocorrendo o processo de repressão catabólica nesta

concentração de açúcar.

Said e Pietro (2002) chamam de repressão catabólica o processo pelo qual a síntese de

determinadas enzimas, em uma seqüência metabólica, é suprimida quando uma fonte de

carbono facilmente metabolizável está presente.

Já o trabalho de Moyo et al. (2003), que apresenta a otimização das condições de

crescimento e da atividade pectinolítica da levedura Kluyveromyces wickerhamii pela

metodologia de superfície de resposta, aponta que a produção de poligalacturonase

extracelular por essa linhagem foi parcialmente constitutiva; pois, a presença de pectina

[1%(p/v)] no meio contendo glicose [1%(p/v)] aumentou em aproximadamente 50% a

atividade pectinolítica. Além disso, as melhores condições estimadas para a atividade foram

38

na combinação das seguintes variáveis independentes: pH 5,0, temperatura 32º C e 91 horas

de incubação. Esse trabalho indicou ainda que o extrato cru com a enzima foi termoestável em

várias temperaturas quando na presença de íons Ca2+, sendo inibido pelos íons Mg2+, Zn2+,

Co2+, Mn2+ e Na+.

Em sentido amplo, Said e Pietro (2002) consideram que a produção de pectinases

extracelulares pelos microrganismos requer muitas vezes um indutor, por exemplo, a pectina.

Devendo-se ainda destacar que em alguns casos, a principal fonte de carbono pode também

servir como indutor. Da mesma forma, Hoondal et al. (2002) em artigo de revisão relatam que

as enzimas pectinolíticas microbianas são induzidas.

Com base nas considerações de Blanco, Sieiro e Villa (1999), dois tipos de leveduras

podem ser discernidos quanto à produção de enzimas. Um grupo compreende aquelas

incapazes de usar a pectina, o pectato ou seus produtos da hidrólise (ácido galacturônico)

como fonte de carbono. O outro grupo abrange as leveduras que, assim como fungos

semelhantes a leveduras, têm habilidade de crescer usando substâncias pécticas com a única

fonte de carbono, sugerindo um sistema enzimático mais complexo.

3.4 Produção e aplicação industrial das pectinases

A utilização de enzimas de forma geral e, em particular o uso industrial, tenderá a

aumentar no futuro, porque grande parte dos produtos manufaturados, em países

desenvolvidos, é de origem biológica e também porque os custos das enzimas utilizadas têm

declinado (ABRAHÃO NETO, 2001).

Atualmente, apenas 5% das enzimas comercialmente importantes são produzidas por

fermentação, em estado sólido (SAID; PIETRO, 2002). A produção de enzimas em escala

industrial se faz majoritariamente por fermentação submersa (SANT’ANNA JR., 2001). Os

39

processos de fermentação submersa dominam a produção da maioria das enzimas comerciais,

principalmente, porque o controle do processo é mais fácil neste sistema, predominando os

reatores agitados mecanicamente (SANT’ANNA JR., 2001; SAID; PIETRO, 2002).

O mercado industrial total de enzima em 2009 espera alcançar quase 2,4 bilhões de

dólares (Gráfico 01). Em artigo de revisão, Jayani, Saxena e Gupta (2005), relatam que as

pectinases microbianas correspondem a 25% das vendas globais de enzimas para indústria de

alimentos.

As primeiras aplicações comerciais das pectinases foram realizadas em 1930 na

produção de vinhos e sucos de frutas (KASHYAP et al., 2001). Atualmente, a maioria das

preparações comerciais deste grupo de enzimas é produzida por fungos filamentosos, sendo o

Aspergillus niger a principal fonte (BLANCO; SIEIRO; VILLA, 1999).

Gráfico 01. Mercados globais de Enzima baseados nos setores da aplicação, 2002-2009 (milhões de dólares). Fonte: BCC Inc, 2004.

Enzimas para a transformação de matérias primas

Enzimas para a indústria de alimentos

Enzimas para a indústria de ração animal

Milh

ões

de d

ólar

es

40

Além do mais, o A. niger têm o status de microrganismo GRAS (Generally Regarding

As Safe), produzindo várias pectinases, incluindo poligalacturonase, pectina liase e a

indesejável pectinesterase (BLANCO; SIEIRO; VILLA, 1999). Além destas enzimas são

produzidas outras (amilase, por exemplo), assim como metabólitos (metanol, por exemplo)

que conferem uma grande complexidade à solução, conduzindo a maiores dificuldades

técnicas e financeiras no processo de separação (BLANCO; SIEIRO; VILLA, 1999; SILVA

et al., 2005; PEREIRA, 2005). Para Solis, Flores e Huitron (1990), em fungo filamentoso a

produção das enzimas pécticas é regulada por um indutor e mecanismos de repressão

catabólica.

As leveduras representam uma alternativa à produção das pectinases, pois algumas

linhagens produzem somente um tipo de enzima pectinolítica (poligalacturonase ou pectina

liase) e geralmente não apresentam atividade para pectinesterase, dando origem a misturas

menos complexas (BLANCO; SIEIRO; VILLA, 1999; SILVA et al., 2005; PEREIRA, 2005).

No caso da levedura Kluyveromyces marxianus, cerca de 90% do total de proteína secretada

são poligalacturonase (BARNBY, 1987 apud PEREIRA, 2005); além disso, K. marxianus

também é considerado microrganismo GRAS (BLANCO; SIEIRO; VILLA, 1999; PEREIRA,

2005).

Além disso, com a manipulação genética de microrganismos pectinolíticos, como

linhagens das leveduras Saccharomyces cerevisiae e Kluyveromyces marxianus, é possível

aumentar a produção da enzima desejada de modo a tornar o processo rentável

industrialmente (JIA; WHEALS, 2000). Gene para poligalacturonase da levedura

Saccharomyces cerevisiae envolvido na degradação da pectina tem sido clonado e

seqüenciado, resultando em hiperexpressão em linhagem não pectinolítica (GOGNIES et al.,

1999). O trabalho de Blanco et al. (1998), por sua vez, mostrou que a expressão do gene

41

pectinolítico de diversas linhagens de Saccharomyces cerevisiae dependeu do plasmídio

usado e da base genética de cada linhagem.

Os seguintes tópicos discorrem sobre algumas das convencionais e novas aplicações das

enzimas pectinolíticas.

3.4.1 Processamento de frutas e vegetais

O consumo de sucos, néctares e polpas a base de frutas e vegetais tem registrado um

expressivo crescimento no mundo, tanto por seus sabores quanto por suas propriedades

nutritivas. De outra parte, o uso de enzimas nas etapas de produção tem aumentado o

rendimento e a qualidade destes produtos (BHAT, 2000).

As enzimas pectinolíticas são componentes importantes em toda a tecnologia empregada

no processamento de frutas e vegetais, sendo usadas geralmente para extração, clarificação e

estabilização da turbidez (BHAT, 2000; JAYANI; SAXENA; GUPTA, 2005).

Assim sendo, a pectinase é empregada no processo de extração para reduzir a viscosidade

e aumentar o rendimento do processo. Também é usada na clarificação a fim de remover

partículas responsáveis pela turbidez, conferindo melhor aparência aos produtos finais,

visando alcançar melhor aceitação dos mesmos, por parte dos consumidores (CANTO;

MENEZES, 1995).

Muitas vezes, as pectinases estão disponíveis na forma de misturas com outras enzimas,

ou seja, como complexos enzimáticos, contendo também celulase, hemicelulase e xilanase

(BHAT, 2000; KASHYAP et al., 2001).

Segundo Canto e Menezes (1995), no suco de maçã o uso de complexos enzimáticos é

muito importante para hidrolisar a pectina que ocorre em grande quantidade nessa fruta,

mesmo nas maçãs mais maduras. Já na produção de suco clarificado de limão, emprega-se um

42

complexo contendo pectinase e celulase para atuar tanto na hidrólise da pectina, quanto na

membrana externa da célula contendo o suco da fruta. No caso do suco de uva, não são

empregados complexos enzimáticos por estes conterem celulases, as quais levariam à

extração de muita polpa, o que não é desejável quando o objetivo é obter suco clarificado.

Cardoso et al. (1998), utilizaram complexos pectinolíticos e enzimáticos para aumentar o

rendimento e reduzir a viscosidade do suco de banana. Assim, o suco obtido com pectinase

comercial (Clarex) apresentou rendimento 9% maior que aquele obtido com pectinase e

celulase (Sigma), sugerindo que a concentração de pectinase na Clarex teria sido maior do que

a encontrada no Sigma.

Em artigo de revisão, Bhat (2000) menciona que a maceração enzimática na produção de

néctares e polpas de frutas possui grande valor industrial e comercial, particularmente no

aproveitamento de frutas tropicais facilmente perecíveis, como manga, goiaba e mamão.

Já na revisão de Lang e Dörnenburg (2000), considera-se que as poligalacturonases

fúngicas são utilizadas no processamento de sucos para aumentar o seu rendimento, pois

facilita a maceração e filtração.

Granada, Vendruscolo e Treptow (2001), utilizaram enzimas pectinolíticas na extração do

suco de amora-preta, incrementando o rendimento em 52% na prensagem da polpa. Além

disso, a utilização do preparado enzimático resultou em um suco mais encorpado, com mais

cor e sabor, sendo preferido pelos consumidores.

Por sua vez, Bastos et al. (2002) com o objetivo de aumentar o rendimento durante o

processo de extração da polpa de cupuaçu, adicionaram à polpa bruta dois tipos de

preparações enzimáticas de ação pectolítica (Citrozym-L e Rohament-PL). A utilização destas

preparações enzimáticas comerciais apresentou efeitos relevantes no aumento do rendimento

da extração da polpa, onde a Citrozym-L mostrou maior eficiência durante o processo de

extração, devido a sua constituição com pectinases, celulases e arabinases.

43

No trabalho de Santini (2004), a hidrólise enzimática utilizando Pectinex AFP L-3

(Novozymes) apresentou-se muito eficiente no processo de clarificação do suco de pêssego,

devido à redução da viscosidade e dos sólidos suspensos.

Semenova et al. (2006) utilizaram pectina liase de fungo para a produção do suco de

cranberry e na clarificação do suco de maçã, sendo esta pectinase mais eficientemente na

remoção da pectina altamente esterificada.

3.4.2 Produção de vinho

Outra grande área importante de utilização de pectinase é a indústria de vinhos.

Na indústria de vinho, frequentemente, são usadas formulações prontas contendo um

complexo constituído de pectinases, celulases e proteases. No caso dos vinhos brancos é

empregada pectinase durante o processamento, para obter um maior rendimento de extração e

para facilitar a prensagem. Entretanto doses excessivas da enzima, empregadas para aumentar

a extração também pode extrair os polifenóis da casca da uva, os quais oxidam o vinho

branco, tornando-o amarelo. No caso dos vinhos tintos, as enzimas nem sempre são

empregadas logo após o esmagamento, porque a casca fica em contato com o mosto por um

tempo muito mais prolongado. Assim, na produção de vinhos tintos de alta qualidade, as

enzimas são empregadas apenas na fase de acabamento do produto, após a fermentação, para,

tão somente, clarificar o vinho (CANTO; MENEZES, 1995).

Fertonani et al. (2006) obtiveram em condições semelhantes às observadas no setor

industrial, vinhos de maçã utilizando o mosto despectinizado com uma pectinase de nome

comercial Pectinex 3XL (Novozymes).

44

3.4.3 Indústria têxtil

O retting microbiano é um processo antigo, muito utilizado pela indústria têxtil, no qual

populações de microrganismos fermentadores, principalmente bactérias e fungos

filamentosos, degradam a pectina da casca do vegetal, tradicionalmente da juta e do linho,

liberando as fibras (HOONDAL et al., 2002).

Evans, Akin e Foulk (2002), estudaram o efeito da poligalacturonase fúngica no retting do

linho. Como resultado do tratamento, houve um eficiente aumento na liberação das fibras.

Na indústria têxtil, os fios obtidos do algodão cru são engomados para protegê-los da

abrasão durante a sua transformação em tecido. Entretanto, antes do tingimento, essa goma

deve ser removida, assim com as substâncias não celulósicas. O tratamento químico utilizado

na desengomagem emprega, entre outros, a soda cáustica, porém seu emprego tem sido

reduzido, sobretudo pelos problemas ambientais decorrentes do efluente (HOONDAL et al.,

2002).

Ainda segundo Hoondal et al. (2002), o uso de enzimas específicas tais como pectinases

(degradação das substâncias pécticas) e amilase (degradação da goma), tem diminuído o uso

dos produtos químicos no processamento do algodão, melhorando tanto a qualidade dos

efluentes, quanto do produto final, além de reduzir o consumo de energia.

No trabalho de Agrawal et al. (2007), as pectinases alcalinas foram 75% mais eficientes

do que as pectinases ácidas na degradação das substâncias pécticas associadas às fibras do

algodão.

Na degomagem de fibras de caule, por exemplo, do linho, rami, juta e o cânhamo, também

tem sido empregado complexos enzimáticos contendo pectinase e xilanase, porém livres de

celulase, pois essa pode danificar a fibra, comprometendo a qualidade do produto

(HOONDAL et al., 2002).

45

3.4.4 Extração de óleo

Os processos industriais para a produção de óleos vegetais geralmente envolvem extração

por solventes orgânicos, precedidos ou não de processos mecânicos (ROSENTHAL; PYLE;

NIRANJAN, 1996). O hexano é o solvente comumente utilizado, porém é potencialmente

carcinogênico e têm propriedades tóxicas (ROSENTHAL; PYLE; NIRANJAN, 1996;

KASHYAP et al., 2001).

Com isso, uma alternativa ao uso deste solvente é a utilização de soluções aquosas

enzimáticas (ROSENTHAL; PYLE; NIRANJAN, 1996). Por sua vez, a seleção do extrato

enzimático depende da composição da parede da oleaginosa em questão (SANTOS;

FERRARI, 2005). Geralmente, o extrato contém uma mistura de celulases, hemicelulases,

pectinases, amilases e proteases, pois são mais eficientes que isoladamente (ABDULKARIM

et al., 2006). Estas enzimas hidrolizam principalmente os polissacarídeos estruturais da parede

celular, ocorrendo também o rompimento das proteínas e lipídeos que dão forma à membrana

celular, liberando óleo que por outro método dificilmente seria extraído (ROSENTHAL;

PYLE; NIRANJAN, 1996).

A aplicação industrial da comercial enzima Olivex, um preparado de pectinase com baixa

concentração de celulase e hemicelulase produzida por Aspergillus aculeatus, melhorou a

extração do óleo de oliva (KASHYAP et al., 2001). Hadj-Taieb et al. (2006), compararam o

rendimento obtido na extração do óleo de oliva com e sem enzimas pectinolíticas, concluindo

que a aplicação enzimática melhorou a extração em aproximadamente 10%.

O Centro Nacional de Pesquisa de Tecnologia Agroindustrial de Alimentos (CTAA) da

Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) vêm desenvolvendo

pesquisa que visam produzir enzimas específicas (celulase, hemicelulase, poligalacturonase e

46

xilanase) para a extração de óleos vegetais, em especial dos óleos de abacate, soja e palma

(FREITAS et al., 1998).

3.4.5 Fermentação do café, chá e cacau

A diversidade de microrganismos associados com o processamento dos grãos do café foi

estudada por Silva et al. (2000). Geralmente, em todos os estágios do processo, as bactérias

foram o grupo mais abundante, seguido por fungos filamentosos e finalmente leveduras, as

quais mostraram um aumento durante a fermentação. Os gêneros mais comuns de leveduras

foram Pichia, Candida, Arxula e Saccharomycopsis, sendo que, dentre as espécies

identificadas encontram linhagens produtoras de pectinase, as quais contribuíram na

degradação da mucilagem aderente aos grãos, colaborando na qualidade final do produto.

Por sua vez, Masoud e Jespersen (2006), concluíram que linhagens de Pichia anomala e

P. kluyveri poderiam estar envolvidas na degradação da pectina durante a fermentação do café

por produzirem poligalacturonase.

O crescente interesse pelo consumo de chá deve-se grandemente a estudos que mostram a

relação inversa entre seu consumo e o risco de doenças degenerativas, como câncer e doenças

do coração (MATSUBARA; RODRIGUEZ-AMAYA, 2006).

Há, portanto, um interesse na utilização de preparações enzimáticas para melhorar a

produção de chás. Assim, as pectinases são requisitadas porque aceleram a fermentação dessa

bebida ao degradar as substâncias pécticas das folhas (ANGAYARKANNI et al., 2002).

Segundo Schwan e Wheals (2004), a fermentação microbiana é uma etapa essencial para a

produção de chocolate, sendo a sucessão de microrganismos (bactérias, fungos filamentosos e

leveduras) propiciada pela polpa mucilaginosa que envolve as amêndoas do cacau. Contudo, a

redução da quantidade de pectina pode conduzir para uma degradação da mucilagem,

47

contribuindo na melhora no processamento. Assim, um inóculo iniciador com leveduras

pectinolíticas pode render um chocolate de boa qualidade.

No trabalho de Ardhana e Fleet (2003), a poligalacturonase provavelmente contribuiu para

degradação da mucilagem das amêndoas do cacau.

3.4.6 Ração animal

Os animais monogástricos (aves e suínos, por exemplo) apresentam limitações no

aproveitamento de certos nutrientes presentes nos vegetais. Entretanto, as pectinases fazem

parte de uma mistura enzimática utilizada atualmente na alimentação desses animais. Como

conseqüência, ocorre uma melhora no desempenho do animal, os quais apresentam fezes mais

secas e sem resíduos de alimento (LECZNIESKI, 2006).

Saleh et al. (2005) concluíram que o rendimento da carcaça de frangos de corte foi

influenciado pela combinação de celulase, hemicelulose e pectinases adicionadas na dieta.

3.4.7 Purificação de vírus de plantas

O desenvolvimento das técnicas de purificação de vírus tem simplificado o isolamento das

partículas virais dos constituintes da planta, contribuindo para estudos morfológicos e

fisiológicos. Entretanto, para liberar os vírus dos tecidos vegetais, determinadas enzimas são

requeridas, como por exemplo, as pectinases (HOONDAL et al., 2002).

Assim sendo, para detecção do vírus da hepatite A em framboesa e morango, foram

utilizadas pectinases para remoção da pectina dessas frutas, facilitando a liberação dos vírus,

os quais foram identificados via amplificação do DNA in vitro (RZEZUTKA; D'AGOSTINO;

COOK, 2006).

48

Já na detecção de vírus entéricos (vírus da hepatite A, norovirus e rotavirus) em amostras

de bagas frescas, a adição de um tratamento com pectinase melhorou a sensibilidade do

método, pois as substâncias pécticas do fruto atuavam como inibidores (BUTOT;

PUTALLAZ; SANCHEZ, 2007).

3.4.8 Tratamento de águas residuárias da indústria

Compondo os resíduos gerados pelas indústrias de processamento de alimentos vegetais,

encontramos as substâncias pécticas. Entretanto, segundo Hoondal et al. (2002), o pré-

tratamento deste resíduo industrial com enzimas pectinolíticas provavelmente removerá o

material pectinoso, facilitando a decomposição da matéria orgânica pelo sistema de lodo

ativado.

Segundo estudo de Margesin, Fauster e Fonteyne (2005), leveduras psicrófilas produtoras

de pectato liase, isoladas e identificadas como Mrakia frigida, poderiam ser utilizadas em

escala industrial no pré-tratamento, a baixas temperaturas, de águas residuarias que

contenham substâncias pécticas.

3.4.9 Indústria de papel e celulose

A indústria de papel e celulose representa um dos mais expressivos setores industriais do

mundo e espera-se intensificar seus processos com o uso de enzimas microbianas (BAJPAI,

1999).

Durante a fabricação de papel, as pectinases podem despolimerizar o ácido

poligalacturônico em unidades de ácido galacturônico e subsequentemente baixar a demanda

catiônica da polpa celulósica, descorada com peróxido alcalino. A variação na retenção entre

49

substâncias pécticas e polímeros catiônicos atinge diretamente a qualidade final do produto.

Logo, o controle deste processo é de grande importância para a indústria de papel e polpa de

celulose (REID; RICARD, 2000).

Convem ainda mencionar que se empregam as pectinases para obtenção de outros

produtos e processos, como apresentados, a seguir:

Menezes, Sarmento e Daiuto (1998) verificaram a influência da adição de preparados

comerciais de celulase e pectinase na pubagem. Segundo estes pesquisadores, a adição desses

preparados enzimáticos acelerou a fermentação das raízes da mandioca, antecipando a

estabilização do pH e da acidez.

Leonel e Cereda (2000) avaliaram a menor concentração de pectinase (Pectinex Ultra SP-

L) necessária no processo de hidrólise e sacarificação do farelo de mandioca para produção de

etanol e à geração de um resíduo fibroso, com características para o aproveitamento como

fibra dietética.

3.5 O Semi-árido brasileiro como local potencial na obtenção de enzimas

No relatório final sobre a Diversidade Microbiana no Brasil, onde as fontes de consulta

incluíram questionários enviados para pesquisadores atuantes em Microbiologia, bem como

consultas às bases de dados on-line e publicações científicas em revistas indexadas nos

últimos 10 anos (1989-1999), Manfio (2000) pôde concluir preliminarmente que a atividade

de pesquisa em diversidade microbiana, e, consequentemente, a exploração tecnológica dos

recursos microbianos, são ainda bastante limitados no Brasil.

O Semi-árido brasileiro ocupa uma área de aproximadamente 900.000 km², cobrindo

quase 8% do território nacional e o Bioma Caatinga ocupa a maior parte dessa região, sendo

50

estimada a sua biodiversidade na ordem de mais de 20.000 espécies, entre animais, fungos e

plantas (Figura 08). Entretanto, dois dos maiores problemas associados ao Semi-árido são o

elevado grau de degradação ambiental e o baixo conhecimento da sua biodiversidade (PPBio,

http://www.uefs.br/ppbio/index.html).

Figura 08. Mapa da Região Nordeste mostrando as ecorregiões do Bioma das Caatingas e as 57 áreas prioritárias para conservação; as seis áreas de Extrema Importância Biológica em vermelho estão sendo inventariadas pelo PPBio. Fonte: PPBio, http://www.uefs.br/ppbio/index.html

51

Mais recentemente, a pesquisa em biodiversidade microbiana no Brasil ganhou força, com

a criação do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). Um dos projetos temáticos do

PPBio no Semi-árido está relacionado com prospecção de compostos bioativos produzidos

por microorganismos. Neste projeto, estão sendo isolados e identificados microorganismos de

diversos grupos (bactérias, leveduras e fungos filamentosos) do Semi-árido brasileiro para que

suas atividades microbianas e enzimáticas possam ser analisadas (PPBio,

http://www.uefs.br/ppbio/index.html).

Em sentido amplo, a biodiversidade de microrganismos no Semi-árido brasileiro é mais

amplamente conhecida e melhor documentada para os fungos filamentosos (GUSMÃO,

2004). Os resultados de projetos relacionados ao estudo da diversidade de fungos na região

Semi-árida do Estado da Bahia têm revelado um número surpreendente de novos registros

para o Brasil e para o Semi-árido; cerca de 30% do material coletado e identificado

representam novos registros ou espécies novas (GUSMÃO; MARQUES, 2006). Entretanto,

somente dois trabalhos voltados para leveduras no Semi-árido foram encontrados, os quais

determinaram espécies associadas a flores e frutos (SANTOS et al., 1996) e a solo (COSTA,

2006).

Assim, a diversidade de leveduras do Semi-árido e seu potencial biotecnológico são ainda

muito pouco conhecidos, porém altamente interessante dentro de um programa de

desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e ambiental.

52

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Isolamento e purificação dos microrganismos leveduriformes do Semi-árido baiano

Os substratos foram coletados em abril de 2006, ao longo das rodovias baianas, sendo

fotografados e georreferenciados os pontos das coletas.

Amostras de solos e flores foram coletadas e acondicionadas em sacos plásticos

individuais. Por outro lado, parte de frutos e necroses vegetais foram retiradas e transferidas

individualmente para tubo de ensaio com 1,0 mL de solução de extrato de levedura 1% (p/v),

para estimular o crescimento dos microrganismos leveduriformes, acrescido de cloranfenicol

0,01% (p/v), para inibir o crescimento de contaminantes bacterianos. Os insetos associados as

diferentes espécies de flores foram capturados individualmente.

Para o isolamento dos microrganismos leveduriformes a partir das amostras de solo foi

empregado o método de diluição seriada (SILVA; JUNQUEIRA; SIVEIRA, 2001), sendo

realizadas diluições de 10-1 a 10-3, preparadas em solução salina estéril 0,45% (p/v), pH 7,0.

De cada diluição, uma alíquota de 0,1 mL foi retirada e espalhada, em triplicadas, com auxílio

de uma alça de Drigalski, em placa de Petri contendo ágar YM (WICKERHAM, 1951 apud

MAZUR, 1961), acrescido de cloranfenicol 0,01%.

Para obtenção dos microrganismos leveduriformes das flores, o nectário floral foi

perfurado e raspado com uma alça de inoculação e esta estriada em ágar YM, acrescido de

cloranfenicol 0,01%.

Para o isolamento dos microrganismos leveduriformes de frutos e necrose, após

crescimento por 12 h a temperatura ambiente, a alça de inoculação foi mergulhada nos tubos

53

contendo a amostra, sendo em seguida semeada em ágar YM, acrescido de cloranfenicol

0,01%.

Para isolar os microrganismos leveduriformes associados aos insetos, esses foram

colocados a caminhar por alguns minutos sobre o ágar YM, acrescido de cloranfenicol 0,01%,

sendo posteriormente preservados em álcool a 70%.

Todas as placas inoculadas foram incubadas a 28ºC, sendo observadas diariamente, num

período de 2 a 5 dias. Colônias morfologicamente distintas de cada placa foram semeadas por

esgotamento em ágar YM e incubadas a 28ºC por 24 horas, para obtenção de culturas puras.

A triagem foi realizada no Laboratório de Pesquisa em Microbiologia (LAPEM) do

Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

4.2 Preservação dos microrganismos leveduriformes

Das colônias puras foram preparadas lâminas para exame microscópico para a verificação

da morfologia e pureza dos microrganismos, para isso foi utilizando o corante azul de

metileno 1% (p/v).

Os isolados leveduriformes foram repicados em tubos de ensaio contendo o ágar YM

inclinado. Após incubação a 28ºC por 24 h, foram adicionados sobre as colônias obtidas, 4,0

mL do crioprotetor glicerol 15% (v/v) estéril, sendo o conteúdo do tubo homogeneizado em

um agitador rotatório até o desprendimento das colônias do ágar. Imediatamente foi

transferidos, em triplicadas, 1,0 mL da suspensão obtida para tubos de polipropileno com

capacidade para 1,5 mL, sendo estes incubados por 10 min em gelo. Em seguida, os tubos

foram transferidos para um ultrafreezer a -86ºC e aí mantidos até sua utilização.

Sempre que necessário procedia-se a recuperação das células, semeando a solução

descongelada em uma placa com o ágar YM, seguindo de incubação a 28ºC por 24 a 48 h e a

54

verificação da pureza do material macroscópicamente e microscópicamente, quando

necessário.

4.3 Seleção dos microrganismos leveduriformes produtores de pectinases extracelulares:

a poligalacturonase (PG) e a pectina liase (PL)

Os microrganismos leveduriformes preservados foram crescidos em ágar YM a 28ºC por

pelo menos 18 h, mas não mais do que 48 h, para verificação da pureza e obtenção de células

metabolicamente ativas.

A seguir, foram preparados os inóculos em solução salina estéril, equivalentes a escala 3

de McFarland (Colorímetro VITEK, bioMérieux), que contém aproximadamente 108

UFC/mL. As suspensões obtidas foram homogeneizadas em agitador rotatório de tubo, e uma

alíquota de 0,3 µL foi inoculada na superfície do meio diferencial (meio MP-5) para verificar

a produção da enzima poligalacturonase (PG); e igual alíquota no meio diferencial (meio MP-

7) para verificar a produção de pectina liase (PL) (HANKIN; LACY, 1984 apud SILVA,

2003).

As placas contendo o inóculo foram incubadas a 28ºC e, após 48 h, sobre a superfície do

meio, foram cuidadosamente adicionados 3 mL da solução aquosa de hexadecil trimetil

amônio brometo 1% (p/v). Neste caso, o reagente precipita as substâncias pécticas intactas no

meio, tornando-o opaco; por outro lado, um halo claro ao redor das colônias pectinolíticas é

formado, indicando degradação do ácido poligalacturônico ou da pectina, substratos presentes

nos meios MP-5 e MP-7, respectivamente.

Tanto o diâmetro do halo, quanto o da colônia foram mensurados com uma régua

milimetrada.

55

A atividade enzimática em meio sólido foi determinada semiquantitativamente, através da

relação entre diâmetro médio do halo de degradação do substrato e o diâmetro médio de

crescimento da colônia, expresso como Índice Enzimático, conforme Hankin e Anagnostakis

(1975). Desse modo, quanto maior o halo de degradação, maior é o índice e,

conseqüentemente, maior é a atividade enzimática no meio.

O experimento foi conduzido em triplicadas e a levedura Kluyveromyces marxianus CCT

3172, cedida gentilmente pela Professora Dra. Rosane Freitas Schwan (Laboratório de

Fisiologia de Microrganismos, Departamento de Biologia da Universidade Federal de

Lavras), foi utilizada como controle positivo para poligalacturonase.

4.4 Identificação molecular dos microrganismos leveduriformes pectinolíticos

4.4.1 Extração de DNA genômico

Para obtenção do DNA, os isolados foram incubadas a 28ºC em 15 mL de caldo YM, sob

agitação orbital mecânica a 250 rpm por 12 h, seguido de centrifugação de 1,5 mL de cada

amostra a 13.000 rpm por 10 minutos em microtubos de 2 mL. O sobrenadante foi descartado

e a massa celular obtida submetida à maceração com nitrogênio líquido com auxílio de

bastões de vidro.

Imediatamente após a maceração, adicionou-se em cada tubo 1 mL de tampão de extração

de DNA [2% CTAB; 1,4 M NaCl; 20 mM EDTA (pH 8,0); 100 mM Tris HCl (pH 8,0); 2%

PVP-40] previamente aquecido a 65ºC e 4 µL de β-mercaptoetanol, protocolo modificado de

Doyle e Doyle (1987). Os tubos foram invertidos por algumas vezes e colocados em banho-

maria a 65ºC por 30 min. Em seguida a incubação no banho-maria, adicionou-se aos tubos,

56

em temperatura ambiente, 800 µL de Clorofórmio: Álcool Isoamílico (24:1), sendo

submetidos à agitação constante por 60 min, até formar uma emulsão.

Posteriormente, a emulsão foi centrifugada a 13.000 rpm por 10 min, seguindo da

transferência da fase aquosa superior para novos tubos, tomando cuidado para não contaminá-

la com a interfase. Adicionou-se a solução dos novos tubos, um volume igual de isopropanol

gelado, invertendo gentilmente o tubo por algumas vezes e deixando-os a -20ºC por 12 h.

Após esse tempo, realizou-se uma nova centrifugação a 13.000 rpm por 10 min para obtenção

do precipitado, o qual foi lavado três vezes com 1 mL de etanol 70%, tomando cuidado para

não perder o precipitado (centrifugação a 13.000 rpm por 5 min), e colocado a secar em

temperatura ambiente.

Depois de seco, acrescentou-se ao precipitado de 50 - 100 µL (dependendo do tamanho do

precipitado) de tampão Tris-EDTA (TE). As amostras foram submetidas à análise ou

estocadas a -20ºC. Para estimativa da qualidade e quantidade do DNA extraído, 3 µL de cada

amostra, acrescida de 4 µL do corante azul de bromofenol, foram submetidos ao processo de

eletroforese em gel de agarose 1% (p/v) em tampão TAE 1X, corado com 2 µL “SYBR Safe”

(Invitrogen), submersos na cuba com tampão TAE 1X. Como parâmetro das estimativas,

utilizou-se o marcador “Lambda DNA/HindIII Markers” (Promega).

O gel foi submetido a uma voltagem de 60 volts (V) e corrente de 50 miliamperes (mA)

por 1 h e 30 min. Ao final da eletroforese, o gel foi visualizado em transiluminador de UV. As

imagens foram fotodocumentadas pelo sistema EDAS 290 (Kodak). Em seguida, as amostras

foram diluídas em TE na concentração de 50 ng/mL e estocadas a 4°C para posterior

utilização nas reações de amplificação.

57

4.4.2 Amplificação do domínio D1/D2 do 26S rDNA

Para amplificação da seqüência do domínio D1/D2 do 26S rDNA, foram utilizados o

primer direto LR0R (5’-ACCCGCTGAACTTAAGC-3’) e o primer reverso LR5 (5’-

TCCTGAGGGAAACTTCG-3’), os quais se alinham respectivamente, com as seqüências

homólogas nas posições 26-42 e 964-948, da subunidade maior do RNA ribossomal (rRNA)

da levedura Saccharomyces cerevisae disponível no GenBank.

As reações da PCR (Polymerase Chain Reaction) foram realizadas em tubo de 0,2 mL,

para um volume final de 25 µL. A concentração final dos componentes foi: tampão da Taq

DNA polimerase 1X, 2,5 mM de MgCl2, 200 µM de cada dNTP, 1 pmol/µL de cada primer,

0,02 µL de Taq DNA polimerase, 1 ng/µL de DNA genômico e água mili-Q. Estas reações

foram feitas com um controle negativo em paralelo para verificar contaminações.

As amplificações foram realizadas em termociclador (Mastercycler, Eppendorf),

programado para um ciclo de desnaturação inicial de 94ºC por 1 min e 25 segundos, seguido

de 35 ciclos de desnaturação a 95ºC por 35 seg, anelamento a 55ºC por 55 seg e extensão a

72ºC por 2 min. Ao final dos 35 ciclos, as amostras foram submetidas a mais um ciclo de

extensão a 72º C por 10 min; protocolo modificado de Gardes e Bruns (1993).

Após a amplificação, cada amostra foi submetida à eletroforese em gel de agarose como

descrito anteriormente no item 3.4.1. Entretanto, a qualidade e quantidade do DNA

amplificado foram estimadas através de comparação com o marcador de peso molecular

“Gene Ruler 100 bp DNA Ladder” (Fermentas).

Para a purificação dos produtos da PCR utilizou-se o “PureLink PCR Purification Kit”

(Invitrogen), seguindo as orientações do fabricante. Para a quantificação do produto da PCR

purificado comparou-se a intensidade da banda do material purificado com a do marcador

“Gene Ruler 100 bp DNA Ladder” (Fermentas), conforme anteriormente descrito.

58

4.4.3 Seqüenciamento dos produtos da PCR purificado

Os produtos da PCR purificado foram seqüenciados no Laboratório de Biologia

Molecular do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura "Luiz

de Queiroz" (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP). As reações de seqüenciamento

foram realizadas utilizando-se o “DYEnamic ET Terminator Cycle Sequencing Kit”

(Amersham Biosciences), conforme manual do fabricante; e, o processamento das mesmas foi

realizado em um seqüenciador ABI 3100 “Genetic Analyzer” (Applied Biosystems).

4.4.4 Análise das seqüências

Os seqüenciamentos obtidos foram editados e analisados utilizando-se o Pregap4 version

1.4b1, Gap v4.8b1 e o Trev 1.8b1 do pacote de programas “Staden Package” (STADEN

PACKAGE, http://staden.sourceforge.net/). As seqüências resultantes foram submetidas ao

BLASTn (Basic Local Alignment Search Tool) do NCBI (National Center for Biotechnology

Information) (NCBI, http://www.ncbi.nlm.nih.gov), comparando-as com as seqüências

depositadas no GenBank.

Após a identificação, os microrganismos leveduriformes (leveduras e fungos semelhantes

a leveduras) foram depositados na Coleção de Culturas de Microrganismos da Bahia (CCMB)

da UEFS.

A árvore filogenética foi gerada com o pacote PAUP* (SWOFFORD, 2001), usando o

método “neighbour-joining” (SAITOU; NEI 1987). A distância entre as seqüências foi

calculada baseada no modelo Kimura de dois parâmetros (KIMURA 1980). A análise do

bootstrap (FELSENSTEIN, 1985) foi baseada em 1000 replicações.

59

4.5 Determinação da poligalacturonase (PG) e da pectina liase (PL) extracelulares

produzidas por microrganismos leveduriformes em fermentação submersa

4.5.1 Preparação das amostras para os ensaios enzimáticos

O processo de fermentação submersa foi realizado no Laboratório de Enzimologia

(LAEN) do Departamento de Saúde da UEFS.

Para se efetuar as fermentações, 5mL contendo células metabolicamente ativas,

padronizado conforme descrito anteriormente no item 4.3, foram transferidos para frasco de

vidro transparente de 250 mL contendo 50 mL de caldo de fermentação (PATCHING; ROSE,

1969 apud PEREIRA, 2005). Após receberem os inóculos, os frascos foram incubados em

agitador rotatório a 150 rpm, a 28ºC, durante 48 h.

Logo após a fermentação, as amostras foram transferidas assepticamente para tubos de

polipropileno com capacidade para 50 mL. Em seguida, estes tubos foram centrifugados a

10.000 rpm por 10 min a 4ºC. O sobrenadante decorrente, livre de células, considerado a

solução bruta de proteínas extracelulares, foi então homogeneizado e transferido para frascos

de vidro de 20 mL com tampa de borracha e mantidos a 4ºC em tampão acetato 0,05 M (pH

5,0), para poligalacturonase e tampão fosfato 0,05 M (pH 7,5), para pectina liase, até o

momento da análise, não ultrapassando o período de um mês.

Todos os ensaios enzimáticos e o doseamento da proteína total foram realizados em

triplicadas, sendo usado os resultados cuja diferença entre eles tenha sido de até 5%.

60

4.5.2 Determinação da unidade de atividade (UA) da poligalacturonase (PG)

A determinação da unidade de atividade da poligalacturonase foi adaptada de Pereira

(2005), usando o ácido 3,5-dinitrosalicíclico (DNS) proposto por Miller (1959), baseando-se

na quantificação de açúcares redutores liberados, pelo ácido poligalacturônico, para o meio.

A mistura da reação consistiu-se de 350 µL do sobrenadante da fermentação e 250 µL

de ácido poligalacturônico (Sigma) a 1% (p/v) em tampão acetato 0,05 M (pH 5,0). Todos os

tubos foram incubados a 45ºC, em banho-maria durante 1 h. Em seguida, em cada tubo

adicionou-se 600 µL de DNS. Esta mistura foi fervida, a 100ºC por 15 min. Parou-se a reação

mergulhando os tubos num banho de gelo e após arrefecimento foram adicionados 6,0 mL de

água destilada.

Usou-se 3,0 mL da solução obtida para leitura da absorbância. Esta foi mensurada em

espectrofotômetro UV/VIS (Varian, Cary 50) a 540 nm, contra um branco. A curva de

calibração foi realizada em duplicada utilizando como padrão o ácido D-galacturônico (Fluka)

(0,2162 – 1,19 mg/mL), para determinação do coeficiente angular da reta tangente.

Uma unidade de atividade da poligalacturonase (UAPG) foi definida como a

quantidade de enzima necessária para catalisar a formação de um µmol de ácido galacturônico

por minuto.

4.5.3 Determinação da unidade de atividade (UA) da pectina liase (PL)

A determinação da unidade de atividade da pectina liase foi adaptada de Piccoli-Valle

et al (2003), com base na taxa de produtos urônicos insaturados formados, os quais absorvem

a 235 nm (ALBERSHEIM, 1966).

61

A mistura da reação constou de 200 µL de tampão fosfato 0,1 M (pH 7,5), contendo

pectina cítrica (Sigma) a 2,5% (p/v) e 300 µL do sobrenadante da fermentação. Esta mistura

foi incubada a 40ºC por 15 min. A reação foi paralisada pela adição de 4,5 mL de H2SO4 0,01

M. Em seguida, a absorbância foi mensurada em espectrofotômetro a 235 nm, contra um

branco, sendo utilizados 3,0 mL da solução obtida para as leituras.

Uma unidade de atividade da pectina liase (UAPL) foi definida como um µmoles de

grupos uronídeos insaturados produzidos por minuto.

A unidade de atividade da pectina liase foi calculada através da subseqüente fórmula

(UENOJO; PASTORE, 2006):

Onde:

• ∆A = aumento da absorbância a 235 nm;

• v = volume da amostra enzimática utilizado na análise em mililitro;

• ε235nm = coeficiente de extinção molar dos produtos insaturados (5550 M-1cm-1);

• ∆T = tempo da reação enzimática em minutos;

• UAPL = unidade de atividade da pectina liase (µmol/mL/min).

4.5.4 Doseamento da proteína total

O doseamento da proteína total do sobrenadante advindo da fermentação foi efetuado

pelo método de Bradford (1976), utilizando como padrão albumina de soro bovino (BSA).

Em tubos de ensaio foram colocados 50 µL da solução bruta de proteínas

extracelulares e adicionados 2,5 mL do reagente de Bradford. Misturou-se o conteúdo e após

2 min, procedeu-se a leitura da absorbância 595 nm, contra um branco.

UAPL = ∆A / v / ε235nm x 106 / ∆T

62

A curva de calibração foi realizada em duplicada utilizando como padrão albumina de

soro bovina (10 – 100 µg/mL).

4.5.5 Determinação da atividade específica (AE) da poligalacturonase (PG)

A atividade específica da poligalacturonase foi calculada pela seguinte razão:

Onde:

• AEPG = µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas;

4.5.6 Determinação da atividade específica (AE) da pectina liase (PL)

A atividade específica da pectina liase foi calculada pela subseqüente razão:

Onde:

• AEPL = µmol de grupos uronídeos insaturados formados por min/mg de proteínas.

4.5.7 Determinação da biomassa

O pellet resultante da centrifugação das amostras fermentadas foram ressuspensos em

água destilada. Em seguida, a solução obtida foi transferida para placa de Petri previamente

preparada (60ºC por 24h), e levadas à estufa a 60ºC para secagem e pesados diariamente até

AE PL = UAPL / mg de proteína

AEPG = UAPG / mg de proteína

63

atingir massa constante. Posteriormente, a biomassa seca foi determinada pela diferença entre

a massa inicial e a final das placas, aferida em balança analítica.

4.5.8 Análise estatística

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias

comparadas pelo teste Tukey (p<0,05), através do pacote estatístico SPSS (Statistical

Package for the Social Sciences) versão 10.1 (SPSS, 1995).

64

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Isolamento, purificação e preservação dos microrganismos leveduriformes

proveniente do Semi-árido baiano

Foram utilizados um total de 138 exemplares de flores, 74 de frutos, 10 de insetos, 19

amostras de tecido vegetal necrosado e nove de solo, coletados ao longo das rodovias baianas,

como substratos do Semi-árido para o isolamento dos microrganismos leveduriformes, sendo

esses substratos identificados pela fotografia e os pontos de coleta pelo georreferenciamento

(Tabela 02).

A partir desses substratos, colônias foram obtidas em meio YM, sendo que diferentes

tipos morfológicos macroscopicamente distintos, foram selecionados de cada placa e

purificados. Todos os 250 microrganismos leveduriformes obtidos foram preservados em

glicerol 15% (v/v) a -86ºC.

5.2 Seleção dos microrganismos leveduriformes produtores de pectinases extracelulares:

a poligalacturonase (PG) e a pectina liase (PL)

No presente estudo, a detecção dos microrganismos pectinolíticos deu-se através da

visualização de halos claros ao redor da colônia em meio de cultura sólido específico: meio

MP-5 para identificação dos secretores da poligalacturonase (PG) e meio MP-7 para

identificação dos secretores da pectina liase (PL).

65

Tabela 02. Microrganismos leveduriformes pectinolíticos isolados do Semi-árido baiano, substratos do qual foram isolados e seus respectivos georeferenciamentos.

Código do isolado Substrato do isolamento Georeferenciamento da coleta

23.1 Flor (Solanum sp.) S 11°38’43,4” - W 040°55’09,6”

26d1 Flor (Pavonia sp.) S 11°31’20,8” - W 041°13’10,1”

27b3 Flor (Passiflora sp.) S 11°31’20,8” - W 041°13’10,1”

27c2 Flor (Passiflora sp.) S 11°31’20,8” - W 041°13’10,1”

27h4 Flor (Passiflora sp.) S 11°31’20,8” - W 041°13’10,1”

27.4.3 Flor (Passiflora sp.) S 11°31’20,8” - W 041°13’10,1”

28g2 Flor (Ipomoea sp.) S 11°31’21,7” - W 041°13’09,3”

29d1 Fruto (Clusia sp.) S 11°31’21,7” - W 041°13’11,2”

30a2.1 Flor (Pavonia sp.) S 11°31’21,7” - W 041°13’11,2”

31a1 Flor (Piptadenia sp.) S 11°31’21,7” - W 041°13’11,2”

33b1 Flor (Pavonia sp.) S 11°31’20,9” - W 041°13’11,7”

33b2 Flor (Pavonia sp.) S 11°31’20,9” - W 041°13’11,7”

72.2 Flor (Melocactus sp.) S 11°29’08,2” - W 041°20’10,8”

76.1 Flor (Melocactus sp.) S 11°29’08,2” - W 041°20’10,8”

90a1 Flor (Camptosema sp.) S 11°34’16,4” - W 041°06’51,4”

103.2 Flor (Stachytarpheta sp.) S 11°37’23,7” - W 040°59’58,3”

131 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

133.1 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

133.2 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

134.2 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

134.3 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

135 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

136 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

137 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

137.2 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

138 Fruto (Melocactus sp.) S 11°37’19,0” - W 040°59’56,7”

144.1 Tecido vegetal necrosado (Agave sp.) S 11°18’00,3” - W 041°01’11,7”

147i1 Flor (Agave sp.) S 11°18’00,3” - W 041°01’11,7”

147j1 Flor (Agave sp.) S 11°18’00,3” - W 041°01’11,7”

149.1 Flor (Jacaranda sp.) S 11°10’15,1” - W 040°53’58,2”

175a1 Fruto (Opuntia sp.) S 12°03’07,9” - W 039°58’95,2”

202 Solo (Arenoso) S 9°34’37.3” - W 038°43’56.9”

203 Solo (Arenoso) S 9°34’37.3” - W 038°43’56.9”

66

Dentre os 250 microrganismos avaliados, somente em 33 (13,2%) foi determinda a

produção de pelo menos uma das pectinases extracelulares. Desses 33, 18 (54,54%) foram

isolados de flores, os demais foram provenientes de frutos (36,36%), amostras de solo

(6,06%) e tecido vegetal necrosado (3,03%). Não sendo encontrado microrganismos

leveduriformes pectinolíticos nos insetos (Figura 09).

Figura 09. (a) Halo de hidrólise do ácido poligalacturônico, visualizado após adição de hexadecil trimetil amônio brometo 1% (p/v), originado por microrganismos leveduriformes isolado do Semi-árido baiano, crescidos a 28ºC por 48 h em meio MP-5. (b) Halo de degradação da pectina, visualizado após adição de hexadecil trimetil amônio brometo 1% (p/v), originado por microrganismo leveduriforme isolado do Semi-árido baiano, crescido a 28ºC por 48 h em meio MP-7

Ainda em relação à produção de pectinases extracelular, em três dos 33 isolados

positivos, não foi detectada à produção da pectina liase, esses foram os isolados 27.4.3, 147i1

e 147j1. Já a produção da poligalacturonase foi observada em todos os 33 isolados. A

levedura Kluyveromyces marxianus CCT 3172, utilizada como controle positivo para

poligalacturonase, nas condições experimentais estudadas, também secretou a pectina liase

(Figura 10).

Verifica-se que a percentagem de microrganismos leveduriformes pectinolíticos aqui

encontrada é corroborada pelo trabalho de investigação de atividade enzimática extracelular

27c2

131 27b3

27h4

(a)

134.3 (b)

67

realizada por Buzzini e Martini (2002), no qual foram encontrados 10,66% de pectinolíticos,

sendo estes isolados de solo, água, inseto e materiais vegetais coletadas em florestas do Brasil.

Figura 10. Halo de degradação da pectina, visualizado após adição de hexadecil trimetil amônio brometo 1% (p/v), originado por Kluyveromyces marxianus CCT 3172, crescido a 28ºC por 48 h em meio MP-7.

Convém salientar que uma percentagem mais baixa desses microrganismos foi

encontrada nos trabalhos de Trindade et al. (2002) e Silva el al. (2005), 4,2% e 7%,

respectivamente. Entretanto, nesses trabalhos estavam os microrganismos associados apenas a

frutas tropicais.

Flores que possuem glândulas nectaríferas e frutas são tradicionalmente consideradas

excelentes hábitat para leveduras, por oferecerem açúcares simples em sucessivos

microhábitat durante seus diferentes estágios de desenvolvimento e deterioração (SANTOS et

al., 1996; LACHANCE; STARMER, 1998).

Ainda, segundo os citados pesquisadores, insetos polinizadores são os vetores mais

importantes na dispersão das leveduras e sua especialização para certos nichos ecológicos

promove uma desigual distribuição e barreiras à troca genética entre as espécies de leveduras

de diferentes substratos e microhábitat, englobando leveduras ainda não descritas na literatura.

Silva (2003) inferiu que leveduras isoladas de frutas tropicais produzem pectinases

para despolimerizar a pectina presente nessas frutas, permitindo a assimilação dos açúcares da

68

cadeia lateral desse polissacarídeo péctico, tais como arabinose, galactose e xilose. Assim,

Trindade et al (2002), sugereriram que a atividade pectinolítica das leveduras é uma vantagem

competitiva para otimizar seu crescimento, quando se esgotam fontes de carbono mais

simples.

De fato, a assimilação de açúcares por leveduras é constatada em testes fisiológicos

quando se deseja identificar em nível de espécie (YARROW, 1998). Além disto, Schwan,

Cooper e Wheals (1997) verificaram que a pectina e o ácido poligalacturônico não são

utilizados como fonte de carbono pela levedura Kluyveromyces marxianus CCT 3172, não

estando sujeito a repressão catabólica a secreção das pectinases.

O maior índice enzimático para poligalacturonase foi determinado no isolado 144.1,

cujo valor foi de 5,667; sendo este inferior ao encontrado na levedura controle, o qual foi de

6,8. Por outro lado, entre os secretores de pectina liase, o isolado 33b1 apresentou o maior

índice (2,333), valor próximo ao do controle que foi de 2,5 (Tabela 03).

Lealem e Gashe (1994) sugereriram um índice enzimático ≥2,0 para considerar um

microrganismo como produtor potencial da enzima extracelular em meio sólido específico.

Entretanto, estudos voltados para seleção de microrganismos leveduriformes produtores de

enzimas extracelulares não fizeram uso desse índice, sendo as leveduras classificadas apenas

em secretoras ou não, das respectivas enzimas avaliadas (BIELY; SLÁVIKOVÁ, 1994;

STRAUSS et al., 2001; TRINDADE et al., 2002; BUZZINI; MARTINI, 2002;

FUENTEFRIA, 2004; SILVA et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2006).

Uma vez que a microbiologia industrial explora condições adequadas de crescimento e

síntese de produtos úteis, o presente estudo, ao contrário destes citados, envolveu o cálculo do

índice enzimático pelo fato de considerá-lo útil na comparação de isolados taxonomicamente

relacionados, pois estes podem apresentar diversidade fisiológica e fenotípica diferenciada.

69

Tabela 03. Atividade semiquantitativa da poligalacturonase e pectina liase extracelulares dos microrganismos leveduriformes isolados do Semi-árido baiano crescidos a 28ºC por 48 h em meios diferencial, estimada mediante o índice enzimático.

MP-5 MP-7 Designação

do isolado DMC DMH IE DMC DMH IE

23.1 0,5 1 2 0,6 0,6 1

26d1 2,1 0,2 0,095 1,6 1,2 0,75

27b3 0,5 1,2 2,4 0,9 0,6 0,667

27c2 0,6 1,8 3 0,7 0,5 0,714

27h4 0,6 1,8 3 0,7 0,6 0,857

27.4.3 0,5 0,8 1,6 0,7 ND ND

28g2 0,6 0,6 1 1,1 0,6 0,545

29d1 0,6 1,6 2,667 0,6 1,2 2

30a2.1 0,9 0,2 0,222 0,7 0,6 0,857

31a1 0,5 1,6 3,2 0,5 0,5 1

33b1 0,5 1,4 2,8 0,6 1,4 2,333

33b2 0,4 0,4 1 0,6 0,8 1,333

72.2 0,4 0,8 2 0,6 0,6 1

76.1 1,4 1,2 0,857 0,9 0,8 0,889

90a1 1,4 1,2 0,857 0,9 0,2 0,222

103.2 0,5 1,4 2,8 0,7 0,6 0,857

131 0,7 1,2 1,714 0,8 1,4 1,75

133.1 1,4 1,4 1 1 0,6 0,6

133.2 1,6 1,4 0,875 0,9 0,6 0,667

134.2 1,6 1,4 0,875 1 1 1

134.3 1,7 1,2 0,706 1 0,8 0,8

135 1 1,4 1,4 0,7 1,4 2

136 0,9 1,2 1,333 0,7 1,4 2

137 1,4 1,2 0,857 0,9 0,6 0,667

137.2 1,6 1 0,625 0,9 0,4 0,444

138 1,5 1,4 0,933 0,7 0,6 0,857

144.1 0,6 3,4 5,667 0,9 1,2 1,333

147i1 0,5 1 2 0,8 ND ND

147j1 0,3 0,6 2 0,7 ND ND

149.1 0,5 1,2 2,4 0,6 0,8 1,333

175a1 1,4 1,6 1,143 0,7 0,6 0,857

202 0,6 0,4 0,667 0,8 0,4 0,5

203 0,6 0,4 0,667 0,7 0,4 0,571

MC* 0,5 3,4 6,8 0,8 2 2,5

MP-5 = Meio diferencial para leveduras que produzem poligalacturonase; MP-7 = Meio diferencial para leveduras que produzem pectina liase; DMC = Diâmetro médio da colônia em centímetro; DMH = Diâmetro médio do halo de hidrólise do substrato em cm; IE = Índice enzimático, relação entre DMH e o DMC; ND = Não determinado. *MC = microrganismo controle positivo para poligalacturonase (Kluyveromyces marxianus CCT 3172).

70

5.3 Filogenia molecular e biodiversidade dos microrganismos leveduriformes

pectinolíticos

O DNA genômico extraído dos 33 microrganismos leveduriformes pectinolíticos

apresentou-se íntegro e sem contaminação. Através da PCR do domínio D1/D2 do 26S rDNA

com os primer LR0R e LR5, foi possível amplificar um fragmento de aproximadamente 900

pares de bases, fato este condizente com a literatura científica (VILGALYS LAB,

http://www.biology.duke.edu/fungi/mycolab/primers.htm) (Figura 11).

Figura 11. Produtos da PCR purificado de 33 isolados leveduriformes produtores de pectinases, submetido à eletroforese em gel de agarose 1% em tampão TAE 1X, 5V/cm, 1,5 hrs, corado com “SYBR Safe" (Invitrogen) e fotografados pelo sistema de fotodocumentação Edas 290 (Kodak). Nas amostras (canaletas) ocorre à amplificação do domínio D1/D2 do 26S rDNA com os primers LR0R e LR5, e obtenção de um fragmento de aproximadamente 900 pb, que é o tamanho próximo ao esperado para estes domínios. O marcador (M) utilizado foi o “Gene Ruler 100 bp DNA Ladder” (Fermentas).

147j1 203 27b3 135 28g2 202 31a1 133.1 29d1 72.2 144.1 147j1 33b1 27c2 27h4 33b2 131 M

134.3 90a1 137.2 137 76.1 23.1 136 133.2 138 149.1 175a1 134.2 103.2 30a2.1 27.4.3 26d1 M

71

Entretanto, o tamanho do fragmento seqüenciado com os primers LR0R e LR5, variou

entre 324 e 810 pares de bases. Com a obtenção das seqüências, estas foram comparadas com

as disponíveis no GenBank para identificação dos microrganismos (Tabela 04). Além disto, as

seqüências obtidas foram utilizadas para gerar uma árvore filogenética (Figura 12).

Após a identificação molecular, os microrganismos leveduriformes (leveduras e

fungos semelhantes a leveduras) foram depositados na Coleção de Culturas de

Microrganismos da Bahia (CCMB) da UEFS, recebendo códigos da coleção. Foram

identificados seis gêneros (Pseudozyma, Trichosporonoides, Candida, Aureobasidium,

Cryptococcus e Kluyveromyces), havendo entre eles 23 isolados ascomicetos [Aureobasidium

pullulans (18), Candida boidinii (1), Trichosporonoides sp. (3) e Kluyveromyces marxianus

(1)] e cinco basidiomicetos [Cryptococcus liquefaciens (1) e Pseudozyma sp. (4)]. Entretanto

cinco dos 33 microrganismos leveduriformes pectinolíticos, foram identificados apenas como

“Fungal endophyte” no GenBank.

Na análise da árvore filogenética observou-se que com exceção dos isolados “Fungal

endophyte” CCMB 328 e “Fungal endophyte” CCMB 327, oriundos de solo, os demais

(“Fungal endophyte” CCMB 305, “Fungal endophyte” CCMB 311 e “Fungal endophyte”

CCMB 308), proveniente de flores, apresentaram suporte estatístico de 82% na análise de

bootstrap na formação de subgrupos por meio de reamostragem dos dados, incluindo os

subgrupos do gênero Aureobasidium. Além disto, o isolado “Fungal endophyte” CCMB 308

obtido de Melocactus sp. apresentou valor de bootstrap de 80% com os subgrupos onde foram

incluídos os Aureobasidium, também procedente do citado substrato, apontando uma pequena

distância genética entre eles. Partindo destas observações pode-se sugerir que estes isolados

possuem uma percentagem de complementariedade de DNA muito próximas.

72

Tabela 04. Caracterização molecular dos microrganismos leveduriformes pectinolíticos isolados do Semi-árido baiano, a partir da análise da sequência do domínio D1/D2 da subunidade (26S) de rDNA.

Código

do

Isolado

Pares de

bases

seqüenciadas

Código de

acesso no

GenBank Organismo relativo

Valor de

expectitiva

(E-value)

Identidade

(%)

Grupo

taxonômico

Número

depósito

na CCMB

23.1 716 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 99 Ascomycota 296

26d1 324 AY791700 Candida boidinii 2e -93 87 Ascomycota 297

27b3 735 DQ400366 Trichosporonoides sp. 0.0 99 Ascomycota 298

27c2 716 DQ178644 Pseudozyma sp. 0.0 98 Basidiomycota 299

27h4 797 DQ178644 Pseudozyma sp. 0.0 98 Basidiomycota 300

27.4.3 810 DQ178644 Pseudozyma sp. 0.0 98 Basidiomycota 301

28g2 440 AB217512 Cryptococcus liquefaciens 0.0 96 Basidiomycota 302

29d1 620 DQ400366 Trichosporonoides sp. 0.0 99 Ascomycota 303

30a2.1 662 DQ400366 Trichosporonoides sp. 4e -144 89 Ascomycota 304

31a1 729 EF420058 Fungal endophyte 0.0 98 Fungi 305

33b1 775 DQ178644 Pseudozyma sp. 0.0 98 Basidiomycota 306

33b2 761 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 100 Ascomycota 307

72.2 635 EF420058 Fungal endophyte 0.0 99 Fungi 308

76.1 733 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 100 Ascomycota 309

90a1 708 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 99 Ascomycota 310

103.2 581 EF420058 Fungal endophyte 0.0 97 Fungi 311

131 556 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 99 Ascomycota 312

133.1 728 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 100 Ascomycota 313

133.2 504 AB304735 Aureobasidium pullulans 0.0 100 Ascomycota 314

134.2 526 AB304735 Aureobasidium pullulans 0.0 100 Ascomycota 315

134.3 591 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 100 Ascomycota 316

135 692 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 100 Ascomycota 317

136 527 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 99 Ascomycota 318

137 733 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 99 Ascomycota 319

137.2 740 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 100 Ascomycota 320

138 705 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 100 Ascomycota 321

144.1 685 AF543841 Kluyveromyces marxianus 0.0 100 Ascomycota 322

147i1 784 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 99 Ascomycota 323

147j1 525 EF375702 Aureobasidium pullulans 0.0 99 Ascomycota 324

149.1 408 AB304735 Aureobasidium pullulans 0.0 99 Ascomycota 325

175a1 708 AB217520 Aureobasidium pullulans 0.0 99 Ascomycota 326

202 715 EF420074 Fungal endophyte 0.0 99 Fungi 327

203 715 EF420074 Fungal endophyte 0.0 99 Fungi 328

CCMB = Coleção de Culturas de Microrganismos da Bahia

73

Figura 12. Árvore filogenética dos microrganismos leveduriformes produtores de pectinases extracelulares isolado Semi-árido baiano, obtida por análise de “neighbour-joining” (modelo de Kimura dois parâmetros) do domínio D1/D2 do 26S rDNA. Schizosaccharomyces pombe foi incluído para enraizar a árvore. Os valores em porcentagem do bootstrap de 1000 replicações são dados a cada ramo (valores abaixo de 50% não são mostrados). A designação do isolado (Coleção de Culturas de Microrganismos da Bahia, CCMB) são indicados após o número do acesso no GenBank, exceto no grupo externo.

Schizosaccharomyces pombe DQ442711

Fungal endophyte EF420074 CCMB 328

Fungal endophyte EF420074 CCMB 327

Kluyveromyces marxianus AF543841 CCMB 322

Candida boidinii AY791700 CCMB 297

Cryptococcus liquefaciens AB217512 CCMB 302

Trichosporonoides sp. DQ400366 CCMB 304

Trichosporonoides sp. DQ400366 CCMB 298

Trichosporonoides sp. DQ400366 CCMB 303

Pseudozyma sp. DQ178644 CCMB 299

Pseudozyma sp. DQ178644 CCMB 301

Pseudozyma sp. DQ178644 CCMB 300

Pseudozyma sp. DQ178644 CCMB 306

Fungal endophyte EF420058 CCMB 305

Fungal endophyte EF420058 CCMB 311

Fungal endophyte EF420058 CCMB 308

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 296

Aureobasidium pullulans EF375702 CCMB 324

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 323

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 317

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 326

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 310

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 321

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 307

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 318

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 309

Aureobasidium pullulans AB304735 CCMB 314

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 312

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 316

Aureobasidium pullulans AB304735 CCMB 315

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 313

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 320

Aureobasidium pullulans AB304735 CCMB 325

Aureobasidium pullulans AB217520 CCMB 319

94

76100

100

76

100100

60

57 82

80

8775

51

0.05 substitutions/site

74

Os basidiomicetos pectinolíticos foram isolados apenas de flores, enquanto que os

ascomicetos de frutos e flores.

Segundo Santos et al. (1996), comunidades de leveduras basidiomicéticas são

dominantes em flores, enquanto que leveduras ascomicéticas predominam em frutos. Quando

comparadas, a maioria das espécies de leveduras basidiomicéticas possui um perfil

assimilativo amplo de fontes de carbono quando comparadas com as leveduras ascomicéticas,

que se restringe a pouca fontes de carbono (KURTZMAN; FELL, 1998).

Deve-se ainda salientar que, entre os cinco isolados identificados como “Fungal

endophyte”, dois foram isolados de solo. Já o isolado Kluyveromyces marxianus CCMB 322,

foi proveniente do tecido vegetal necrosado de Agave sp.

A grande maioria dos estudos publicados tem mostrado que a levedura K. marxianus é

muito versátil, tendo interesse científico, industrial e biotecnológico, já que tem o status de

GRAS. Além da produção de enzimas como as pectinases e inulinase (BENDER et al., 2006),

outras aplicações incluem a produção de aromas (ETSCHMANN; SELL; SCHRADER,

2004).

A espécie Aureobasidium pullulans, muitas vezes referida na literatura científica como

fungo semelhante à levedura (yeast-like) ou levedura preta (black-yeast) (BUZZINI;

MARTINI, 2002; LAITILA et al., 2006), foi dentre os microrganismos pectinolíticos,

isolados no presente trabalho, o mais freqüente, apresentando uma forte associação com

Melocactus sp. Em estudos anteriores a espécie Aureobasidium pullulans também foi

freqüentemente encontrada fazendo parte da microbiota natural de flores e frutos (HAGLER

et al., 1993; ROSA et al, 1995; BUZZINI; MARTINI, 2002).

Espécies do gênero Trichosporonoides também são mencionadas como fungo

semelhante à levedura (HOCKING; PITT, 1981; RAMIREZ, 1989). Entretanto, na literatura

75

existem poucos relatos do isolamento e identificação destes microrganismos (HOCKING;

PITT, 1981; RAMIREZ, 1989).

No presente estudo o Trichosporonoides sp. CCMB 304, isolado de flor (Pavonia sp.),

apresentou na análise molecular valor de expectativa (E-value) de 4e-144, e identidade de

apenas 89% com a seqüência com maior escore, que é um valor de identidade considerado

pouco significativo estatisticamente para indicar uma possível homologia com as seqüências

disponíveis no banco de dados do GenBank para o segmento de DNA em estudo. Além disto,

na árvore filogenética observa-se que esse microrganismo está como subgrupo do grupo que

inclui os Trichosporonoides, apresentando valor de bootstrap de 100%, subsidiando a

diferenciação dentre os isolados do gênero.

Outro valor de expectativa diferente de 0 (zero) foi encontrado com o isolado Candida

boidinii CCMB 297, proveniente de flor (Pavonia sp.), indicando que não existe “boa”

similaridade com as seqüências disponíveis no banco de dados do GenBank.

Nesta abordagem, inferimos que Trichosporonoides sp. CCMB 304 e Candida boidinii

CCMB 297 são possivelmente dois novos táxons, ainda não descritos na literatura.

Entretanto, apesar das informações obtidas com o seqüenciamento dos domínios

D1/D2, para confirmar que os ambos representam duas espécies novas, são necessários dados

complementares provenientes do seqüenciamento da região ITS, além de características

morfológicas e fisiológicas, pois pode ter sido utilizado uma seqüência parcial, como no caso

do isolado Candida boidinii (324 pares de bases) ou ainda com um gene ainda não descrito.

Recentes pesquisas têm identificado novas espécies de leveduras isoladas de flores

(HONG, 2001), frutos (RUIVO, 2005), insetos associados a flores (LACHANCE; BOWLES,

2002), solo (MIDDELHOEVEN; SCORZETTI; FELL, 2001), água de tanque (RUIVO,

2005), exudatos de plantas (MORAIS et al, 2004) e polpa de fruta (TRINDADE et al, 2004),

76

corroborando a possibilidade de termos encontrado novas espécies ainda não descritas na

literatura.

Além disso, quatro dos microrganismos leveduriformes pectinolíticos foram

identificados apenas em nível de gênero como Pseudozyma, sendo que linhagens desse gênero

também são mencionadas na literatura como fungo semelhante à levedura (AVIS et al., 2005).

Leveduras pertencentes a este gênero possuem algumas características peculiares de interesse

biotecnológico, como por exemplo, produção de proteínas heterológas (AVIS et al., 2005) e

glicolipídios biosurfactantes (KONISHI et al., 2007).

Analisando a árvore filogenética verifica-se que os quatros isolados do gênero

Pseudozyma correspondem a um grupo com valor de bootstrap de 100%, sendo este grupo,

próximo filogeneticamente do grupo dos isolados do gênero Trichosporonoides, com um

suporte estatístico de 76%.

Da flor de Ipomoea sp. foi isolada a levedura Cryptococcus liquefaciens CCMB 302.

Esta espécie é considerada como um microrganismo capaz de habitar ambientes extremos,

como geleiras (BUTINAR; SPENCER-MARTINS; GUNDE-CIMERMAN, 2007) e mar

profundo (KANAMASA et al., 2007). Microrganismos de ambientes extremos já foram

estudados e representam comercialmente uma fonte potencial de enzimas termoestáveis

(HAKI; RAKSHIT, 2003).

Verifica-se que o número de pesquisa em estudos de sistemática e diversidade de

leveduras no Semi-árido brasileiro é bastante limitado, não sendo detectado publicações

ligadas ao potencial biotecnológico destes microrganismos. Assim, os únicos registros

encontrados nos últimos anos, foram os trabalhos de Santos et al. (1996) e mais recentemente,

o de Costa (2006).

Santos et al. (1996) determinaram espécies de leveduras associadas a flores e frutos de

cajueiro (Anacardium occidentale), cajazeiro (Spondia lutea), umbuzeiro (Spondia sp.) e

77

mangueira (Mangifera indica) da região Semi-árida do Brasil. Neste trabalho as leveduras

encontradas foram: Candida spp., C. albicans, semelhante a C. entomaea, C. guilliermondii,

C. krusei, C. parapsilosis, C. shehate, C. sorbosa, semelhante a C. torresii, C. tropicalis,

Cryptococus spp., C. laurentii, Debaryomyces sp., Geotrichum sp., Haltermannia

corniformus, Hanseniaspora occidentalis, Issatchenkia orientalis, I. terricola, Kloeckera sp.

K. apiculata, K. javanica, levedura preta (black-yeast), Metschnikowia sp., M. pulcherrima,

Pichia etchellsii, P. membranaefaciens, Rhodotorula spp., R. aurantiaca, R. glutinis, R.

graminis, R. minuta, R. rubra, Sporobolomyces roseus, Torulaspora delbruckii, Tremella spp.

Por outro lado, o trabalho de Costa (2006) constitui num levantamento taxonômico de

leveduras associadas ao solo de três localidades do Semi-árido da Bahia (Mucugê, Ipirá e

Paulo Afonso), em período seco e chuvoso, registrando os seguintes táxons: Aureobasidium

pullulans, Brettanomyces bruxellensis, Brettanomyces sp., Bullera alba, Candida sp., C.

catenulata, C. colliculosa, C. famata, C. glabrata, C.guilliermondii, C. parapsilosis, C.

zeylanoides, C. insectorum, C. robusta, C. sake, Cryptococcus sp., C. albidus, C. humicola, C.

laurentii, C. luteolus, C. terreus, Hormonema schizolunatum, levedura preta (black-yeast),

Pichia ohmeri, Rhodotorula sp., R. glutinis, R. minuta, R. mucilaginosa, Sporobolomyces

salmonicolor, S. roseus, Schizosaccharomyces sp., Trichosporon pullulans e T.dulcitum.

5.4 Poligalacturonase (PG) e pectina liase (PL) extracelulares produzidas por

microrganismos leveduriformes por meio de fermentação submersa

5.4.1 Atividade da poligalacturonase (PG)

A atividade da poligalacturonase extracelular foi verificada apenas em nove dos 33

isolados leveduriformes (Gráfico 02), sendo que as médias dessa atividade não diferiram

78

significativamente apenas entre dois dos nove isolados pelo teste “post-hoc” de Tukey, para

p<0,05 (Tabela 05). Esta tabela traz ainda as biomassas das culturas obtidas na fermentação

submersa.

Dentre aqueles nove isolados, o Pseudozyma sp. CCMB 300 foi quem apresentou o maior

valor de atividade (14,18 µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas). Em

contrapartida, ela apresentou o menor valor de biomassa seca (67 mg). Segundo Malavolta

(2000) o sistema de regulação do crescimento, parece ser independente do sistema de

regulação da expressão de atividades pectinolíticas em leveduras.

Gráfico 02. Atividade específica (AE) da poligalacturonase (PG) em µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas, obtida com microrganismos leveduriformes* isolado do Semi-árido baiano, crescidos em agitador rotatório a 28ºC por 48 h em caldo de fermentação. *No gráfico os microrganismos são em ordem crescente: 1-Aureobasidium pullulans CCMB 296; 2-Candida boidinii CCMB 297; 3-Trichosporonoides sp. CCMB 298; 4-Pseudozyma sp. CCMB 299; 5-Pseudozyma sp. CCMB 300; 6-Pseudozyma sp. CCMB 301; 7-Cryptococcus liquefaciens CCMB 302; 8-Trichosporonoides sp. CCMB 303; 9-Trichosporonoides sp. CCMB 304; 10-Fungal endophyte CCMB 305; 11-Pseudozyma sp. CCMB 306; 12-Aureobasidium pullulans CCMB 307; 13-Fungal endophyte CCMB 308; 14-Aureobasidium pullulans CCMB 309; 15-Aureobasidium pullulans CCMB 310; 16-Fungal endophyte CCMB 311; 17-Aureobasidium pullulans CCMB 312; 18-Aureobasidium pullulans CCMB 313; 19-Aureobasidium pullulans CCMB 314; 20-Aureobasidium pullulans CCMB 315; 21-Aureobasidium pullulans CCMB 316; 22-Aureobasidium pullulans CCMB 317; 23-Aureobasidium pullulans CCMB 318; 24-Aureobasidium pullulans CCMB 319; 25-Aureobasidium pullulans CCMB 320; 26-Aureobasidium pullulans CCMB 321; 27-Kluyveromyces marxianus CCMB 322; 28-Aureobasidium pullulans CCMB 323; 29-Aureobasidium pullulans CCMB 324; 30-Aureobasidium pullulans CCMB 325; 31-Aureobasidium pullulans CCMB 326; 32-Fungal endophyte CCMB 327; 33-Fungal endophyte CCMB 328; 34-Kluyveromyces marxianus CCT 3172. O microrganismo 34 corresponde ao controle positivo Kluyveromyces marxianus CCT 3172. As cores das colunas não possuem significado estatístico.

79

Além do mais, entre os quatro isolados do gênero Pseudozyma avaliados, apenas no

isolado Pseudozyma sp. CCMB 301, não foi determinada a atividade da poligalacturonase.

O isolado Kluyveromyces marxianus CCMB 322 apresentou valores de atividade (1,041

µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas) e biomassa seca (183,1 mg),

próximos ao encontrado na levedura controle Kluyveromyces marxianus CCT 3172 (1,274

µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas e 179 mg).

Dos três isolados do gênero Trichosporonoides, apenas no Trichosporonoides sp. CCMB

304, o qual corresponde possivelmente a uma nova espécie, foi determinada a atividade da

poligalacturonase (12,43 µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas),

sendo que este isolado apresenta uma variação genética, pois na árvore filogenética ele

aparece como subgrupo dentro do grupo formado pelo gênero Trichosporonoides.

O terceiro maior valor encontrado na atividade da poligalacturonase foi proveniente do

isolado Cryptococcus liquefaciens CCMB 302, equivalente a 10,58 µmol de ácido

galacturônico liberado por min/mg de proteínas. Abe et al. (2006), também produziram

poligalacturonase, utilizando Cryptococcus liquefaciens linhagem N6, porém em condições

extremas, utilizando baixa temperatura e alta pressão.

Entre os três “Fungal endophyte” isolados de flor, apenas no proveniente de Melocactus

sp., (“Fungal endophyte” CCMB 308), foi determinada a atividade da poligalacturonase

(0,493 µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas), sendo esta o menor

valor dentre os nove determinados.

Pela análise da árvore filogenética, verifica-se que este isolado está como subgrupo dentro

do grupo que inclui os demais “Fungal endophyte” isolados de flor e o gênero

Aureobasidium. Por outro lado, as médias da atividade da poligalacturonase de um grupo a

parte, formado pelos isolados “Fungal endophyte” CCMB 327 e “Fungal endophyte” CCMB

328 proveniente de solo arenoso, não diferiram significativamente pelo teste “post-hoc” de

80

Tukey, para p<0,05 (2,656 e 2,965 µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de

proteínas, respectivamente).

Em Candida boidinii CCMB 297, assim como em todos os isolados do gênero

Aureobasidium não foi não determinada à atividade da poligalacturonase nas condições

experimentais. Blanco, Sieiro e Villa (1999), em artigo de revisão, sugerem que este

comportamento deve-se a um sistema enzimático mais complexo presente nestes

microrganismos.

Vários fatores podem ter influenciado para que a atividade da poligalacturonase nesses

isolados não fosse determinada. Desta forma, comparando-se a fermentação submersa com a

fermentação em estado sólido, onde todos os 33 foram secretores da poligalacturonase, temos

que no caldo de cultivo não estava presente o ácido poligalacturônico; enquanto que, no meio

sólido, ele estava presente como substrato, podendo ter induzido a síntese da enzima. Além

disto, a quantidade de glicose utilizada no caldo de fermentação [10% (p/v)] foi duas vezes

maior que a do meio sólido, o que pode ter causado a repressão catabólica, visto que a fonte

de carbono facilmente metabolizavel estava abundante naquele meio.

Verifica-se, pela análise dos resultados que nove isolados do presente estudo, produziram

a poligalacturonase na ausência de um indutor (ácido poligalacturônico), demonstrando a

natureza constitutiva dessa enzima nestes isolados.

Por outro lado, estes nove isolados não foram suscetíveis à repressão catabólica por

glicose na concentração de 10% (p/v). Este fato difere do encontrado por Blanco et al. (1998)

apud Blanco, Sieiro e Villa (1999), no qual a atividade pectinolítica foi completamente inibida

quando a concentração de glicose ultrapassou 2%. Por outro lado, no estudo de Malavolta

(2000), os efeitos regulatórios da glicose quanto à secreção de enzimas pectinolíticas foram

dependentes do isolado.

81

Tabela 05. Biomassa seca, unidade de atividade da poligalacturonase, proteína total e atividade específica da poligalacturonase produzidas por microrganismos leveduriformes pectinolíticos isolados do Semi-árido baiano, crescidos em caldo de fermentação em agitador rotatório a 150 rpm, a 28ºC por 48 h.

Microrganismo BS UAPG PT AEPG*

Aureobasidium pullulans CCMB 296 172 ND 0,084 ND

Candida boidinii CCMB 297 329,2 ND 0,127 ND

Trichosporonoides sp. CCMB 298 212,9 ND 0,059 ND

Pseudozyma sp. CCMB 299 162,9 0,584 0,089 6,562 d

Pseudozyma sp. CCMB 300 67 0,879 0,062 14,18 h

Pseudozyma sp. CCMB 301 213 ND 0,088 ND

Cryptococcus liquefaciens CCMB 302 351,3 1,206 0,114 10,58 f

Trichosporonoides sp. CCMB 303 301,6 ND 0,1 ND

Trichosporonoides sp. CCMB 304 163,3 1,255 0,101 12,43 g

Fungal endophyte CCMB 305 222,3 ND 0,075 ND

Pseudozyma sp. CCMB 306 141,8 0,725 0,086 8,43 e

Aureobasidium pullulans CCMB 307 152,8 ND 0,07 ND

Fungal endophyte CCMB 308 133 0,101 0,205 0,493 a

Aureobasidium pullulans CCMB 309 201,1 ND 0,12 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 310 161,1 ND 0,074 ND

Fungal endophyte CCMB 311 106,5 ND 0,063 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 312 117,5 ND 0,06 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 313 118 ND 0,096 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 314 97 ND 0,06 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 315 147,4 ND 0,091 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 316 237,2 ND 0,076 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 317 227,3 ND 0,076 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 318 108,8 ND 0,078 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 319 110 ND 0,058 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 320 236,9 ND 0,06 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 321 147,1 ND 0,088 ND

Kluyveromyces marxianus CCMB 322 183,1 0,201 0,193 1,041 ab

Aureobasidium pullulans CCMB 323 250 ND 0,053 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 324 250,5 ND 0,055 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 325 218,8 ND 0,086 ND

Aureobasidium pullulans CCMB 326 179,5 ND 0,086 ND

Fungal endophyte CCMB 327 166 0,17 0,064 2,656 c

Fungal endophyte CCMB 328 214 0,169 0,057 2,965 c

Kluyveromyces marxianus CCT 3172** 179 0,237 0,186 1,274 b

CCMB = Coleção de Culturas de Microrganismos da Bahia; BS = biomassa seca (mg); UAPG = unidade de atividade da poligalacturonase (µmol/mL/min); PT = Proteína total (mg/mL); AEPG = atividade específica da poligalacturonase (µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas); ND = não determinada. * Médias com letras minúsculas desiguais correspondem a grupos significativamente diferentes para p<0,05, de acordo com o teste “post-hoc” de Tukey; ** Microrganismo controle positivo para poligalacturonase.

82

5.4.2 Atividade da pectina liase (PL)

A atividade da pectina liase extracelular foi verificada em todos os 33 isolados

leveduriformes (Gráfico 03).

Gráfico 03. Atividade específica (AE) da pectina liase (PL) em µmol de grupos uronídeos insaturados formados por min/mg de proteínas, obtida com microrganismos leveduriformes* isolado do Semi-árido baiano, crescidos em agitador rotatório a 28ºC por 48 h em caldo de fermentação. *No gráfico os microrganismos são em ordem crescente: 1-Aureobasidium pullulans CCMB 296; 2-Candida boidinii CCMB 297; 3-Trichosporonoides sp. CCMB 298; 4-Pseudozyma sp. CCMB 299; 5-Pseudozyma sp. CCMB 300; 6-Pseudozyma sp. CCMB 301; 7-Cryptococcus liquefaciens CCMB 302; 8-Trichosporonoides sp. CCMB 303; 9-Trichosporonoides sp. CCMB 304; 10-Fungal endophyte CCMB 305; 11-Pseudozyma sp. CCMB 306; 12-Aureobasidium pullulans CCMB 307; 13-Fungal endophyte CCMB 308; 14-Aureobasidium pullulans CCMB 309; 15-Aureobasidium pullulans CCMB 310; 16-Fungal endophyte CCMB 311; 17-Aureobasidium pullulans CCMB 312; 18-Aureobasidium pullulans CCMB 313; 19-Aureobasidium pullulans CCMB 314; 20-Aureobasidium pullulans CCMB 315; 21-Aureobasidium pullulans CCMB 316; 22-Aureobasidium pullulans CCMB 317; 23-Aureobasidium pullulans CCMB 318; 24-Aureobasidium pullulans CCMB 319; 25-Aureobasidium pullulans CCMB 320; 26-Aureobasidium pullulans CCMB 321; 27-Kluyveromyces marxianus CCMB 322; 28-Aureobasidium pullulans CCMB 323; 29-Aureobasidium pullulans CCMB 324; 30-Aureobasidium pullulans CCMB 325; 31-Aureobasidium pullulans CCMB 326; 32-Fungal endophyte CCMB 327; 33-Fungal endophyte CCMB 328; 34-Kluyveromyces marxianus CCT 3172. As cores das colunas não possuem significado estatístico.

83

As médias da atividade da pectina liase não diferiram significativamente pelo teste “post-

hoc” de Tukey, para p<0,05 (Tabela 06), dentro dos seguintes grupos de isolados:

Aureobasidium pullulans CCMB 296, Pseudozyma sp. CCMB 299 e Pseudozyma sp. CCMB

301; Candida boidinii CCMB 297, Trichosporonoides sp. CCMB 304, Aureobasidium

pullulans CCMB 309 e Aureobasidium pullulans CCMB 313; Trichosporonoides sp. CCMB

298, Pseudozyma sp. CCMB 306 e Aureobasidium pullulans CCMB 320; Pseudozyma sp.

CCMB 300 e Aureobasidium pullulans CCMB 317; Cryptococcus liquefaciens CCMB 302 e

Kluyveromyces marxianus CCMB 322; “Fungal endophyte” CCMB 305, Aureobasidium

pullulans CCMB 310 e Aureobasidium pullulans CCMB 321; Aureobasidium pullulans

CCMB 314 e Aureobasidium pullulans CCMB 319; Aureobasidium pullulans CCMB 318 e

Aureobasidium pullulans CCMB 326. A Tabela 06 traz ainda as biomassas obtidas na

fermentação submersa de todas as 33 culturas.

O isolado “Fungal endophyte” CCMB 328 apresentou atividade de 130,48 µmol de

grupos uronídeos insaturados formados por min/mg de proteínas, sendo este o maior valor

encontrado no presente trabalho.

Os resultados para as leveduras Kluyveromyces foram contrários aos encontados em

outros estudos (SCHWAN; ROSE, 1994; MOYO et al., 2003). Nestes estudos, não foram

encontrado atividade para leveduras do gênero Kluyveromyces, enquanto que no presente

estudo esta atividade foi determinada, sendo 22,624 µmol de grupos uronídeos insaturados

formados por min/mg de proteínas para a Kluyveromyces marxianus CCT 3172 e 17,425

µmol de grupos uronídeos insaturados formados por min/mg de proteínas para a

Kluyveromyces marxianus CCMB 322.

84

Tabela 06. Biomassa seca, unidade de atividade da pectina liase, proteína total e atividade específica da pectina liase produzidas por microrganismos leveduriformes pectinolíticos isolados do Semi-árido baiano, crescidos em caldo de fermentação em agitador rotatório a 150 rpm, a 28ºC por 48 h.

Microrganismo BS UAPL PT AEPL*

Aureobasidium pullulans CCMB 296 172 2,472 0,084 29,429 cde

Candida boidinii CCMB 297 329,2 3,881 0,127 30,559 de

Trichosporonoides sp. CCMB 298 212,9 2,964 0,059 50,237 ijl

Pseudozyma sp. CCMB 299 162,9 2,553 0,089 28,685 cde

Pseudozyma sp. CCMB 300 67 3,343 0,062 53,919 jl

Pseudozyma sp. CCMB 301 213 2,564 0,088 29,136 cde

Cryptococcus liquefaciens CCMB 302 351,3 1,887 0,114 16,553 a

Trichosporonoides sp. CCMB 303 301,6 4,12 0,1 41,2 gh

Trichosporonoides sp. CCMB 304 163,3 3,026 0,101 29,96 de

Fungal endophyte CCMB 305 222,3 4,665 0,075 62,2 mno

Pseudozyma sp. CCMB 306 141,8 4,517 0,086 52,523 ijl

Aureobasidium pullulans CCMB 307 152,8 4,614 0,07 65,914 o

Fungal endophyte CCMB 308 133 3,963 0,205 19,332 ab

Aureobasidium pullulans CCMB 309 201,1 3,746 0,12 31,217 de

Aureobasidium pullulans CCMB 310 161,1 4,529 0,074 61,203 mno

Fungal endophyte CCMB 311 106,5 3,055 0,063 48,492 ij

Aureobasidium pullulans CCMB 312 117,5 3,804 0,06 63,4 no

Aureobasidium pullulans CCMB 313 118 2,994 0,096 31,188 de

Aureobasidium pullulans CCMB 314 97 3,389 0,06 56,483 lmn

Aureobasidium pullulans CCMB 315 147,4 3,066 0,091 33,692 ef

Aureobasidium pullulans CCMB 316 237,2 3,08 0,076 40,526 fg

Aureobasidium pullulans CCMB 317 227,3 4,103 0,076 53,987 jl

Aureobasidium pullulans CCMB 318 108,8 3,534 0,078 45,308 ghi

Aureobasidium pullulans CCMB 319 110 3,289 0,058 56,707 lmn

Aureobasidium pullulans CCMB 320 236,9 3,072 0,06 51,2 ijl

Aureobasidium pullulans CCMB 321 147,1 5,341 0,088 60,693 mno

Kluyveromyces marxianus CCMB 322 183,1 3,363 0,193 17,425 a

Aureobasidium pullulans CCMB 323 250 2,984 0,053 56,302 lm

Aureobasidium pullulans CCMB 324 250,5 2,607 0,055 47,4 hij

Aureobasidium pullulans CCMB 325 218,8 2,141 0,086 24,895 bcd

Aureobasidium pullulans CCMB 326 179,5 3,889 0,086 45,221 ghi

Fungal endophyte CCMB 327 166 8,351 0,064 130,48 q

Fungal endophyte CCMB 328 214 6,684 0,057 117,26 p

Kluyveromyces marxianus CCT 3172** 179 4,208 0,186 22,624 abc

CCMB = Coleção de Culturas de Microrganismos da Bahia; BS = biomassa seca (mg); UAPL = unidade de atividade da pectina liase (µmol/mL/min); PT = Proteína total (mg/mL); AEPL = atividade específica da pectina liase (µmol de grupos uronídeos insaturados formados por min/mg de proteínas). * Médias com letras minúsculas desiguais correspondem a grupos significativamente diferentes para p<0,05, de acordo com o teste “post-hoc” de Tukey; ** Microrganismo controle positivo para poligalacturonase.

85

Além disso, pectina liase não tem sido frequentemente detectada em leveduras, sendo

bastante relatada como secretada por fungos filamentosos (SCHWAN; COOPER; WHEALS,

1997).

No trabalho de Silva (2003), não foi determinada a atividade da pectina liase em nenhuma

cultura das leveduras submetidas à fermentação submersa. Segundo ela, uma possível causa

para a não detecção desta enzima pode ter sido devido à baixa sensibilidade do método

empregado, um método espectrofotométrico (ALBERSHEIM, 1966).

De fato, Nedjma, Hoffmann e Belarbi (2001) determinaram atividade da pectina liase na

levedura Saccharomyces cerevisiae SCPP, empregando um teste colorimétrico usando ácido

tiobarbitúrico na sua detecção.

Entretanto, no presente trabalho assim como em outros (PICCOLI-VALLE et al., 2003;

GUMMADI; KUMAR, 2006), a determinação da atividade da pectina liase deu-se pelo

método de Albersheim (1966). Deste modo, estudos com outros parâmetros (físicos e

químicos) fazem-se necessários.

A concentração de açúcar [10% (p/v)] no meio de cultivo não causou a repressão

catabólica da pectina liase no presente estudo. Além disto, não foi necessária a presença do

substrato (pectina) para induzir a síntese da pectina liase, sendo essa enzima constitutiva para

os 33 isolados avaliados, nas condições estudadas.

5.5 Resumo dos resultados

• Dentre os 250 microrganismos leveduriformes avaliados, 33 foram selecionados por

produzirem enzimas pectinolíticas em meio sólido especifíco. Em todos eles foi

possível determinar a produção da poligalacturonase e em três destes, não foi possível

determinar a pectina liase;

86

• O índice enzimático mostrou-se útil na comparação de isolados taxonomicamente

relacionados, sendo que nenhum isolado pectinolítico apresentou índice maior que o

encontrado no controle Kluyveromyces marxianus CCT 3172;

• Os 33 isolados pectinolíticos foram identificados molecularmente em seis gêneros

(Pseudozyma, Trichosporonoides, Candida, Aureobasidium, Cryptococcus e

Kluyveromyces), havendo entre eles 23 isolados ascomicetos [Aureobasidium

pullulans (18), Candida boidinii (1), Trichosporonoides sp. (3) e Kluyveromyces

marxianus (1)] e cinco basidiomicetos [Cryptococcus liquefaciens (1) e Pseudozyma

sp. (4)];

• Cinco dos 33 microrganismos leveduriformes pectinolíticos, foram identificados

apenas como “Fungal endophyte”;

• Os 33 microrganismos leveduriformes pectinolíticos isolados de substratos do Semi-

árido baiano foram depositados na Coleção de Culturas de Microrganismos da Bahia

(CCMB) da UEFS;

• O isolado Trichosporonoides sp. CCMB 304 e o Candida boidinii CCMB 297 são

possivelmente dois novos táxons, ainda não descritos na literatura, embasando-se nos

seus valores de expectativa (E-value) e de identidade (%);

• As médias da atividade da poligalacturonase não diferiram significativamente apenas

entre dois dos nove isolados produtores desta enzima (Tukey p<0,05);

• A atividade da poligalacturonase foi verificada somente em nove dos isolados

pectinolítios, sendo o isolado Pseudozyma sp. CCMB 300 e o Trichosporonoides sp.

CCMB 304 os secretores mais ativos, apresentando respectivamente 14,17 e 12,47

µmol de ácido galacturônico liberado por min/mg de proteínas;

87

• A poligalacturonase secretada por estes nove isolados, caracterizou-se como uma

enzima constitutiva, não sendo reprimida catabolicamente em caldo com glicose a

10% (p/v);

• A atividade da pectina liase foi verificada em todos os 33 isolados, sendo uma enzima

constitutiva, não tendo repressão catabólica em caldo com glicose a 10% (p/v);

• As médias da atividade da pectina liase diferiram significativamente entre grupos de

isolados produtores desta enzima (Tukey p<0,05);

• Os secretores mais ativos da pectina liase foram o “Fungal endophyte” CCMB 327 e o

“Fungal endophyte” CCMB 328, que apresentaram, respectivamente, 130,48 e 117,26

µmol de grupos uronídeos insaturados formados por min/mg de proteínas;

• É possível que proteases extracelulares produzidas pelos micorganismos

leveduriformes pectinolíticos durante a fermentação submersa tenham degradado

proteínas da solução bruta de proteínas extracelulares, justificando os baixos valores

encontrados no doseamento da proteína total.

88

6 CONCLUSÃO

Esse estudo demonstrou que microrganismos leveduriformes isolados do Semi-árido

baiano representam uma fonte de pectinases extracelulares de interesse industrial e

biotecnológico, com propriedades peculiares, tais como: tempo de fermentação curto em

caldo não dispendioso economicamente, secreção da enzima na ausência de um indutor e não

repressão catabólica quando presente uma fonte de carbono facilmente metabolizável.

Além disso, pesquisas com estes microrganismos contribuirão para o conhecimento da

biodiversidade de microrganismos do Semi-árido, pois até o atual, existe uma relativa

escassez de trabalhos.

É interessante que se dê continuidade ao trabalho otimizando a produção destas

enzimas, além de aplicá-las tendo em vista fins comerciais. Espera-se também, com métodos

complementares, diferenciar as espécies de microrganismos leveduriformes pectinolíticos

encontrados no presente estudo.

89

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102

APÊNDICE(S)

APÊNDICE A – Fotografias dos substratos do Semi-árido baiano, dos quais

microrganismos leveduriformes produtores de pectinases extracelulares foram isolados.

Solanum sp. Pavonia sp.

Melocactus sp. Stachytarpheta sp.

Clusia sp. Piptadenia sp.

103

Jacaranda sp. Camptosema sp.

Opuntia sp. Agave sp.

Passiflora sp. Ipomoea sp.

104

APÊNDICE B – Fotografias da microscopia de contraste de fase dos microrganismos

leveduriformes produtores de enzimas pectinolíticas extracelulares, isolados do Semi-

árido baiano, crescidos em ágar YM a 28ºC por 48 h, corados com azul de metileno 1%

(p/v) e ampliação de 1.000x (imersão em óleo).

Pseudozyma sp. CCMB 299

Pseudozyma sp. CCMB 300

Aureobasidium pullulans CCMB 296

Candida boidinii CCMB 297

Trichosporonoides sp. CCMB 298

Pseudozyma sp. CCMB 301

Cryptococcus liquefaciens CCMB 302

Trichosporonoides sp. CCMB 303

Trichosporonoides sp. CCMB 304

Fungal endophyte CCMB 305

Pseudozyma sp. CCMB 306

Aureobasidium pullulans CCMB 307

105

Fungal endophyte CCMB 308

Aureobasidium pullulans CCMB 309

Aureobasidium pullulans CCMB 310

Fungal endophyte CCMB 311

Aureobasidium pullulans CCMB 312

Aureobasidium pullulans CCMB 313

Aureobasidium pullulans CCMB 314

Aureobasidium pullulans CCMB 315

Aureobasidium pullulans CCMB 316

Aureobasidium pullulans CCMB 317

Aureobasidium pullulans CCMB 318

Aureobasidium pullulans CCMB 319

Aureobasidium pullulans CCMB 321

Aureobasidium pullulans CCMB 320

Kluyveromyces marxianus CCMB 322

106

Aureobasidium pullulans CCMB 324

Aureobasidium pullulans CCMB 323

Aureobasidium pullulans CCMB 325

Aureobasidium pullulans CCMB 326

Fungal endophyte CCMB 327

Fungal endophyte CCMB 328

107

APÊNDICE C - Seqüências amplificadas do domínio D1/D2 do 26S rDNA dos

microrganismos leveduriformes produtores de enzimas pectinolíticas extracelulares,

isolados do Semi-árido baiano.

1. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 296 5’gcctccaccagagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacacactgggctataacacctccaccgaagtgaaggccacattcccaatgcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgttttacccaaagcatcctctacaaattacaatg3’

2. Seqüência do isolado Candida boidinii CCMB 297 5’gcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatctgaaaacatcaggatcggtcgataatgcacctaaaaggctcttatcttcgttcactttcattacgcgtaagagtttgacaccctaacactcgcatagacgttagactccttggtccatgtttcaagacgggcggtactgtatcattacgccaaaatcctagccgaagcgcagtcctgagacaagttaggagtcattacttaagactataacactctaaaagagccacatttcaaaagctttttcactccaacaa3’

3. Seqüência do isolado Trichosporonoides sp. CCMB 298 5’tacccaggtcagacgatcgatttgcacgtcagaaccgcggcggccctccaccagagtttcctctggctttagcctacccaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacatatctgctcttgctcagaccagtattgcccgcaggcgcatggccggccggtgctgctcttacgatcgcacctacattactttcattgcgccctccgggtttgccacccaaagactcgcaaacatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgctgacggccattaagcctgcaccagtcggtcgcgaagcatccactgcgaggctataacactcccgaaagagccacattcctcacagccttctcctacacaacccaccaacgcagaccccacacaaaacgcatagcccagcagaaactaggtgtacgccaagtgctacggtactgacagccagcgcttcccttttggcaatttcacgtactctttcactctctttccaaagttcttttcatctttccctcacgggtacttgttcgctatcggtctctccccgttatttagccttagatggcgtttaccacccattttgcgctgcattcccaaacaacgcgactcgtcgagcgcaccccacaaagcaacagcaaccacaccaagcacgggattctcaccctctctgatgctgctttccagcagacttgggcatggtaccattacaggaggtacgtctccagcttaca3’

108

4. Seqüência do isolado Pseudozyma sp. CCMB 299 5’agagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacaggtatgctcttactcaaatccacgacataaatgacgtgaggatcggtcgatggtgcaccttgcggatcccacctgaattcactttcattgcgcctatgggtttgccacccaaagactcgcatacatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtggtagagggccattatgccaacgccctaagcgtaaaggtgcccgaaggcccgctcttgcgagtacgctgctgtcctcggtctcggtcgctgtatccagtagaaggctataacacaccccgagaggtgccacgttccttccacccttctccagtgcccaaaaccgacgttggcctgcaatctaggaaaaacaccaagcaaaagcaaggctgaatcctaggccgcatctctgacctcctacccttcccttttggcaatttcacgtactgtttaactctcttttcaaagttcttttcatctttccatcactgtacttgttcgctatcggtctctccccaatatttagccttagatggcatttaccacccattttgagctgcattcccaaacaactcgactcttagaaagtgtatcacaaagctacgggcgctccaagccatgtacgggattatcaccctctatgatgcccctttccaggggacttaggcttggtccgaagc3’

5. Seqüência do isolado Pseudozyma sp. CCMB 230 5’agagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacaggtatgctcttactcaaatccacgacataaatgacgtgaggatcggtcgatggtgcaccttgcggatcccacctgaattcactttcattgcgcctatgggtttgccacccaaagactcgcatacatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtggtagagggccattatgccaacgccctaagcgtaaaggtgcccgaaggcccgctcttgcgagtacgctgctgtcctcggtctcggtcgctgtatccagtagaaggctataacacaccccgagaggtgccacgttccttccacccttctccagtgcccaaaaccgacgttggcctgcaatctaggaaaaacaccaagcaaaagcaaggctgaatcctaggccgcatctctgacctcctacccttcccttttggcaatttcacgtactgtttaactctcttttcaaagttcttttcatctttccatcactgtacttgttcgctatcggtctctccccaatatttagccttagatggcatttaccacccattttgagctgcattcccaaacaactcgactcttagaaagtgtatcacaaagctacgggcgctccaagccatgtacgggattatcaccctctatgatgcccctttccaggggacttaggcttggtccgaagcggaaaacacttcttgagattacaatgcggacgccgaagacgccagctttcaatcttgggctcttccctcttcactcgccgt3’

6. Seqüência do isolado Pseudozyma sp. CCMB 301 5’tatacccaaatttgacgatcgatttgcacgtcagaaccgctacgagcctccaccagagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacaggtatgctcttactcaaatccacgacataaatgacgtgaggatcggtcgatggtgcaccttgcggatcccacctgaattcactttcattgcgcctatgggtttgccacccaaagactcgcatacatgttagactccttgggtccgtgtttcaagacgggtggtagagggccattatgccaacgccctaagcgtaaaggtgcccgaaggcccgctcttgcgagtacgctgctgtcctcggtctcggtcgctgtatccagtagaaggctataacacaccccgagaggtgccacgttccttccacccttctccagtgcccaaaaccgacgttggcctgcaatctaggaaaaacaccaagcaaaagcaaggctgaatcctaggccgcatctctgacctcctacccttcccttttggcaatttcacgtactgtttaactctcttttcaaagttcttttcatctttccatcactgtacttgttcgctatcggtctctccccaatatttagccttagatggcatttaccacccattttgagctgcattcccaaacaactcgactcttagaaagtgtatcacaaagctacgggcgctccaagccatgtacgggattatcaccctctatgatgcccctttccaggggacttaggcttggtccgaagcggaaaacacttcttgagattacaatgcggacgccgaaga3’

7. Seqüência do isolado Cryptococcus liquefaciens CCMB 302 5’tttcctctggcttcgccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacatatatgctcttactcaaatccatcactaaagatccagatcggtcgaagctgcaccttgcggatcgctcctacgttcactttcattgcgcactcgggtttgacacccaaatactcgcagatatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgtttaaagccattatgtcaacatcctaagcatgtacgtggacgaatcccggccaaaaggcatgctgcgttcctcagtcccaatcaatgtatatgacgcgaggctataagttcacccgagagtgctaccttccccgtgcctttatccatcgatcaaaactgatgttgaccccactcaagggaggtaagtcccaagagcatgactgacttcaatcgtttccctttcaacaa3’

109

8. Seqüência do isolado Trichosporonoides sp. CCMB 303 5’ctcagaccagtattgcccgcaggcgcatggccggccggtgctgctcttacgatcgcacctacattactttcattgcgccctccgggtttgccacccaaagactcgcaaacatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgctgacggccattaagcctgcaccagtcggtcgcgaagcatccactgcgaggctataacactcccgaaagagccacattcctcacagccttctcctacacaacccaccaacgcagaccccacacaaaacgcatagcccagcagaaactaggtgtacgccaagtgctacggtactgacagccagcgcttcccttttggcaatttcacgtactctttcactctctttccaaagttcttttcatctttccctcacggtacttgttcgctatcggtctctccccgttatttagccttagatggcgtttaccacccattttgcgctgcattcccaaacaacgcgactcgtcgagcgcaccccacaaagcaacagaaaccacaccaagcacgggattctcaccctctctgatgctgctttccagcagacttgggcatggtaccattacaggaggtacgtctccagcttacaatgcgctac3’

9. Seqüência do isolado Trichosporonoides sp. CCMB 304 5’tatacccaagtcagacgatcgatttgcacgtcagaaccgcgacggtcctccaccagagtttcctctggcttcaacctactcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacatatctgctcttgctcaaaccattcttgcccgcaggcgcatggtcggccggtgctgctccgaagatcgcacccacatcactttcattgcgccccccgggtttgccacccaaagactcgcaaacatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggccgctgacggccattaagcaccagcccgtcggcagcgaggcatccacgtgcgggctataacactcccgagggagccacattcccacacgccttctcccccaccagccaacgggccggggccccacacgcagcgagtagcccggcagaaaccaggtgtacaccacgtgcttcggtactgacagccagcgcttcccttttggcaatttcacgtactctttcactctctttccaaagtgcttttcatctttccctcacggtacttgttcgctatcggtctctccccaatatttagccgtagatggcgtttaccacccattttgcgctgcattcccaaacaacgcgactcgtcgagcgcaccccacaacgcagcagacaccacaccaagcacgggat3’

10. Seqüência do isolado Fungal endophyte CCMB 305 5’tttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacacccagggctataacactcccaccgaagtgagagccacattccctgagcctttatccggccgccaaaactgatgctggcctgtccagactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtcaaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccggtatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacatagggtgccatgtcctgtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagacaggcggctgccccaaagcatcctctacaaattacaatgcggacccgaaggccagctttcaaatt3’

11. Seqüência do isolado Pseudozyma sp. CCMB 306 5’gagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacaggtatgctcttactcaaatccacgacataaatgacgtgaggatcggtcgatggtgcaccttgcggatcccacctgaattcactttcattgcgcctatgggtttgccacccaaagactcgcatacatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtggtagagggccattatgccaacgccctaagcgtaaaggtgcccgaaggcccgctcttgcgagtacgctgctgtcctcggtctcggtcgctgtatccagtagaaggctataacacaccccgagaggtgccacgttccttccacccttctccagtgcccaaaaccgacgttggcctgcaatctaggaaaaacaccaagcaaaagcaaggctgaatcctaggccgcatctctgacctcctacccttcccttttggcaatttcacgtactgtttaactctcttttcaaagttcttttcatctttccatcactgtacttgttcgctatcggtctctccccaatatttagccttagatggcatttaccacccattttgagctgcattcccaaacaactcgactcttagaaagtgtatcacaaagctacgggcgctccaagccatgtacgggattatcaccctctatgatgcccctttccaggggacttaggcttggtccgaagcggaaaacacttcttgagattacaatgcggacgccgaagacgccagctttcaatcttgggc3’

110

12. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 307 5’tatacccaaatttgacgatcgatttgcacgtcagaaccgctgcgagcctccaccagagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatg3’

13. Seqüência do isolado Fungal endophyte CCMB 308 5’tttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacacctccaccgaagtggaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacatagggtgccatgtcctgtcacatacgggattctcaccct3’

14. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 309 5’agagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatgcggacccgaaggccagctttcaaatt3’

15. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 310 5’agagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttgggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatg3’

111

16. Seqüência do isolado Fungal endophyte CCMB 311 5’gggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacacccagggctataacactcccaccgaagtgagagccacattccctgggcctttatccggccgccaaaactgatgctggcctgtccagactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtcaaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccggtatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacatagggtgccatgtcctgtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagacaggcggctgccccaaagcatcctctacaaattacaatgcggacccgaaggccagctttcaaatt3’

17. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 312 5’ggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttgggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaat3’

18. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 313 5’tttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatgcggacccgaaggccagctttcaaat3’

19. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 314 5’caagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatgc3’

112

20. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 315 5’gacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatgcggacccgaaggccagctttcaaatt3’

21. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 316 5’gcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatg3’

22. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 317 5’acccaaatttgacgatcgatttgcacgtcagaaccgctgcgagcctccaccagagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctct3’

23. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 318 5’cactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctggggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaagg3’

113

24. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 319 5’gagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttgggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatgcggacccgaaggccagctttcaaatt3’

25. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 320 5’cctccaccagagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatgcggacccgaaggccagctttcaaat3’

26. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 321 5’agtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatg3’

27. Seqüência do isolado Kluyveromyces marxianus CCMB 322 5’tttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatgatgcacccttgcgggccctcacctacgttcactttcattacgcgtacgggttttacacccaaacactcgcatagacgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggcggcatttaaccattacgccagcatccttgacaaaagtcgcaatcctcagtcccagctggctgtattcccacgggctataacactctaccgaagcagagccacattcccgaggatttatccaaccgctaaaactgatgctggcccagcgaaagccgaagcaaacgccatgtctgatcaaatgcccttccctttcaacaatttcacgtactttttcactctcttttcaaagttcttttcatctttccatcactgtacttgttcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagatggaatttaccacccacttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaagcactttacaaataactgggatcctcgccacacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacatagacaaggaccagctacaaagtcgccttcttcaaattacaactcggacgtcg3’

114

28. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 323 5’acccaaatttgacgatcgatttgcacgtcagaaccgctgcgagcctccaccagagtttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacacactgggctataacacctccaccgaagtggaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgttttacccaaagcatcctctacaaattacaatgcgaacccgaaggctagctttcaaatt3’

29. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 324 5’gtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacacactgggctataacacctccaccgaagtggaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgttttacccaaagcatcctctacaaattacaatgcgaacccgaagg3’

30. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 325 5’gggcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacgtttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatgcggacccgaaggccagctttcaaatt3’

31. Seqüência do isolado Aureobasidium pullulans CCMB 326 5’agagtttcctctgggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtcccaacagctatgctcttactcaaatccatccgaagacatcaggatcggtcgatggtgcaccttgcggttcccacctccgttcactttcattacgcgcaggggtttgacacccgaacactcgcatagatgttagactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgcttacaaccattacgccagcatcctagccgaagcgcggacctcagtcccggctggccgtattacaccctgggctataacaccttcaccgaagtgaaggccacattcccagagcctttatccggccgccgaaactgatgctggcctgtccaaactgagtaaaccggtcagaagaccggccgaacagtttaaacaagtctgattgcaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctttttaactctctttccaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctcgccaatatttagctttagaagaaatttacctcccatttagagctgcattcccaaacaactcgactcgtcgaaggagctttacataggttaacatttccagtcacatacgggattctcaccctctatgacgtcctgttccaaggaacttagactggcgtttcacccaaagcatcctctacaaattacaatg3’

115

32. Seqüência do isolado Fungal endophyte CCMB 327 5’tttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtccgaggctttacgctcttactcaaatccatccgaatacatcaggatcggtcgatgatgcgccgaagctctcacctacgttcactttcattacgcgtgcgggttttacacccaaacactcgcgcaaaacctcgactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgctgatgaccattatgccagcgtccttgcagagcgcgaacctcggtccccgcgagggtattaaacgacgggctataacactcccggaggagccacgttcccgacgcttttatccccccgcgagaaccgacgctggcctgagccgggtcgagtgcaccagtgagaacactggatgatcagcccggcgcaagtctggtcacaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctatttaaccctcttttcaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctggcctatatttagctttagaagagatatacctcccattttgagcagcattcccaaactactcgactcgtcgaaggagctttacagaggctaggtgtccgactatacggggctctcaccctctctggcgtcccgttccagggaactcagaaggcacctcgccaaaagcatcctctacaaattacaactcgggccgaagccagatttcaaatt3’

33. Seqüência do isolado Fungal endophyte CCMB 328 5’tttcctctggcttcaccctattcaggcatagttcaccatctttcgggtccgaggctttacgctcttactcaaatccatccgaatacatcaggatcggtcgatgatgcgccgaagctctcacctacgttcactttcattacgcgtgcgggttttacacccaaacactcgcgcaaaacctcgactccttggtccgtgtttcaagacgggtcgctgatgaccattatgccagcgtccttgcagagcgcgaacctcggtccccgcgagggtattaaacgacgggctataacactcccggaggagccacgttcccgacgcttttatccccccgcgagaaccgacgctggcctgagccgggtcgagtgcaccagtgagaacactggatgatcagcccggcgcaagtctggtcacaagcgcttccctttcaacaatttcacgtgctatttaaccctcttttcaaagtgcttttcatctttcgatcactctacttgtgcgctatcggtctctggcctatatttagctttagaagagatatacctcccattttgagcagcattcccaaactactcgactcgtcgaaggagctttacagaggctaggtgtccgactatacggggctctcaccctctctggcgtcccgttccagggaactcagaaggcacctcgccaaaagcatcctctacaaattacaactcgggccgaagccagatttcaaatt3’

116

Curva padrão do ácido galacturônico

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4

Concentração (mg/mL)

Abs

orbâ

ncia

(54

0nm

) y = 0,8055x - 0,0069R2 = 0,9976

APÊNDICE D - Curvas de calibração

1. Curva padrão obtida com o ácido D-galacturônico pelo método do DNS (MILLER,

1959), para determinação da atividade da poligalacturonase (PG).

Concentração (mg/mL)

Absorbância1 Absorbância2 Média da Absorbância (540nm)

0,2162 0,1761 0,171 0,17355 0,324 0,2689 0,2596 0,29645 0,4324 0,351 0,3436 0,3917 0,5405 0,4155 0,4188 0,478 0,6486 0,5001 0,5032 0,57435 0,7567 0,5814 0,5926 0,66905 0,8648 0,7082 0,7 0,7865 0,9729 0,7536 0,7634 0,86325 1,08 0,8858 0,8634 0,9829 1,19 0,9585 0,9653 1,07425

117

Curva padrão da albumina de soro bovino (BSA)

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

0 20 40 60 80 100 120

Concentração ( µg/mL)

Abs

orbâ

ncia

(59

5nm

)

y = 0,0089x - 0,0069R2 = 0,9931

2. Curva padrão obtida com albumina de soro bovino (BSA) usando o método de

Bradford (1976), para determinação da proteína total.

Concentração (µg/mL)

Absorbância1 Absorbância2 Média da Absorbância (595nm)

10 0,0802 0,0808 0,0805 20 0,1711 0,1507 0,1609 30 0,2423 0,2539 0,2481 40 0,3502 0,3524 0,3513 50 0,4428 0,421 0,4319 60 0,5389 0,5133 0,5261 70 0,6687 0,6685 0,6686 90 0,7851 0,7867 0,7859 100 0,851 0,8514 0,8512

118

ANEXO(S)

Todo material de laboratório, meios de cultura, soluções e tampões utilizados foram

esterilizado em autoclave, a 121º C por 15 minutos.

ANEXO A - Meios de cultura

1. Agar YM (WICKERHAM, 1951 apud MAZUR, 1961)

Composto de extrato de levedura 3% (p/v), extrato de malte 3% (p/v), peptona 5%

(p/v), glicose 10% (p/v) e agar 20% (p/v) dissolvidos em água destilada; pH 6,2.

2. Agar MP-5 (HANKIN; LACY, 1984 apud SILVA, 2003)

Composto de ácido poligalacturônico 5% (p/v), glicose 5% (p/v), KH2PO4 4% (p/v),

NaHPO4 6% (p/v), (NH4)2SO4 2% (p/v), extrato de levedura 1% (p/v), FeSO4 0,001% (p/v),

MgSO4 0,20% (p/v), CaCl2 0,001% (p/v), H3BO3 0,00001% (p/v), MnSO4 0,00001% (p/v),

ZnSO4 0,00007% (p/v), CuSO4 0,00005% (p/v), MoO3 0,00001% (p/v) e ágar 15% (p/v)

dissolvidos em água destilada; pH 5,5.

119

3. Agar MP-7 (HANKIN; LACY, 1984 apud SILVA, 2003)

Composto de pectina 5% (p/v), glicose 5% (p/v), KH2PO4 4% (p/v), NaHPO4 6%

(p/v), (NH4)2SO4 2% (p/v), extrato de levedura 1% (p/v), FeSO4 0,001% (p/v), MgSO4 0,20%

(p/v), CaCl2 0,001% (p/v), H3BO3 0,00001% (p/v), MnSO4 0,00001% (p/v), ZnSO4 0,00007%

(p/v), CuSO4 0,00005% (p/v), MoO3 0,00001% (p/v) e ágar 15% (p/v) dissolvidos em água

destilada; pH 7,2.

4. Caldo de fermentação (PATCHING; ROSE, 1969 apud PEREIRA, 2005)

Composto de extrato de levedura 1% (p/v), glicose 10% (p/v), (NH4)2SO4 3% (p/v),

KH2PO4 4,5% (p/v), MgSO4 0,25% (p/v), CaCl2 0,25% (p/v) dissolvidos em água destilada;

pH 5,0.

120

ANEXO B - Soluções, tampões e reagentes

1. Solução de Tris-HCl 1 M (pH 8,0)

Dissolveu-se 121,1 g de Trizma base em 800 mL de água milli-Q, ajustando o pH para

8,0 com HCl e completando-se o volume para 1000 mL com água milli-Q.

2. Solução de Ácido etileno diamino tetra acético (EDTA) 0,5 M (pH 8,0)

Dissolveu-se 37,22 g de EDTA em 160 mL de água milli-Q, ajustando o pH para 8,0

com pastilhas de NaOH e completando-se o volume para 200 mL com água milli-Q.

3. Tampão de extração de DNA, modificado de Doyle e Doyle (1987)

Dissolveu-se (em banho-maria 65ºC) 2 g de CTAB em 28 mL de NaCl 5 M, 10 mL de

Tris-HCl 1 M (pH 8,0) e 4 mL de EDTA 0,5 M. Em seguida, acrescentou-se 2 g de PVP-40 e

pôs no agitador por 10 h, sendo o volume completado para 100 mL com água milli-Q.

4. Tampão Tris-EDTA (TE)

Misturou-se 1 mL de Tris-HCl 1 M (pH 8,0) com 0,2 mL de EDTA 0,5 M (pH 8,0),

completando o volume com água milli-Q para 100 mL.

121

5. Tampão Tris-Acetato/EDTA (TAE) 50X

Dissolveu-se 242 g de Trizma base em 57,1 mL de ácido acético glacial e 100 mL de

EDTA 0,5 M (pH 8,0), sendo o volume completado para 1000 mL com água milli-Q.

6. Solução de ácido acético 0,05 M

Misturou-se 0,29 mL de ácido acético em 100 mL de água milli-Q.

7. Solução de acetato de sódio 0,05 M

Dissolveu-se 0,41 g de acetato de sódio em 100 mL de água milli-Q.

8. Tampão acetato 0,05 M (pH 5,0)

Misturou-se 14,8 mL da solução de ácido acético com 35,2 da solução de acetato de

sódio, sendo o volume completado para 100 mL com água milli-Q.

9. Solução de Fosfato de sódio monobásico 0,05 M

Dissolveu-se 0,695 g de fosfato de sódio monobásico em 100 mL de água milli-Q.

9.1 Solução de Fosfato de sódio dibásico 0,05 M

Dissolveu-se 1,34 g de fosfato de sódio dibásico (heptahidratado) em 100 mL de água

milli-Q.

122

9.2 Tampão fosfato 0,05 M (pH 7,5)

Misturou-se 16,0 mL da solução de fosfato de sódio monobásico com 84,0 mL da

solução de fosfato de sódio dibásico (heptahidratado), sendo o volume completado para 100

mL com água milli-Q.

9.3 Reagente Ácido 3,5-dinitrosalicílico (DNS) (MILLER, 1959)

Dissolveu-se 10 g de ácido 3,5-dinitrosalicílico em 500 mL de água destilada a 85ºC.

Em seguida, adicionou-se 200 mL de solução de NaOH 2 N e 300 g de tartarato duplo de

sódio e potássio, completando o volume com água destilada para 1000 mL

9.4 Reagente de Bradford (BRADFORD, 1976)

Dissolveu-se 50 mg de Azul Brilhante de Coomassie G-250 em 25 mL de etanol 95%.

Em seguida, adicionou-se 50 mL de ácido fosfórico 85%, sendo o volume completado para

500 mL com água destilada.