Bisus 2 2011
Transcript of Bisus 2 2011
-
BISUS BOLETIM DE INOVAO E SUSTENTABILIDADE
O Objetivo deste Boletim promover o interesse dos alunos da PUCSP em colaborar com pesquisas sobre o tema de Inovao e Sustentabilidade como uma forma de contribuir com uma cultura de Desenvolvimento Sustentvel na Universidade.
BISUS 2s 2011, No. 1
LOGSTICA REVERSA E REUSO DE BENS PRODUTIVOS PELO SETOR INDUSTRIAL Christian Fey
CARROS HBRIDOS NAS BRIGHT GREEN CITIES Fernando de Moura Medrado Neto
O FUTURO DA COMIDA Natlia Gnecchi Sauter O DESMATAMENTO NO PLANETA Lucas Vicente Angrisani PREVIDNCIA: PLANEJANDO O FUTURO Marcela Confessor de Oliveira AS PRTICAS DO CONSUMO SUSTENTVEL Maria Carolina C.M.C. Menezes MERCEDES-BENS BLUE EFFICIENCY Mariana Alelaf De Alencar Fraia PRAZER, SOU A CRISE Lucas Dantas Jesus da Silva AS PRTICAS DE MARKETING DIGITAL DA EMPRESA TECNISA Rogrio de Oliveira Melo
-
PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAO, CONTABILIDADE E ATURIA
CURSO DE ADMINISTRAO
LOGSTICA REVERSA E REUSO DE BENS PRODUTIVOS PELO
SETOR INDUSTRIAL
CHRISTIAN FEY
So Paulo SP
2011
-
2
CHRISTIAN FEY
LOGSTICA REVERSA E REUSO DE BENS PRODUTIVOS PELO SETOR INDUSTRIAL
Trabalho de Pesquisa II apresentado ao Departamento de Administrao, da Faculdade de Economia, Administrao, Contabilidade e Aturia, da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, orientado pelo Professor Arnoldo Jos de Hoyos Guevara.
So Paulo SP
2011
-
3
Esse trabalho dedicado a:
Aos meus Irmos, que sempre me apoiaram em minhas decises de vida e aos
meus Pais, pela abnegao e solidariedade com meus estudos.
-
4
SUMRIO Introduo.......................................................................................... 7 1. Revoluo Industrial 1.1 A revoluo industrial........................................................ 8 1.2.O pioneirismo no Reino Unido..........................................10 1.3.O motor a vapor..................................................................12 1.4 A classe trabalhadora........................................................14 1.5 A industrializao na Europa............................................16 1.6 A expanso pelo mundo....................................................17 1.7 As consequncias da revoluo industrial.....................19 2. Logstica reversa 2.1 Teoria...................................................................................21 2.2 Importncia da logstica reversa......................................22 2.3 Logstica reversa: motivos e causas................................26 2.4 O caso do setor de refrigerantes......................................29 2.5 Produtos reciclveis e no reciclveis............................34 3. A imagem das empresas quanto logstica reversa 3.1 Responsabilidade social corporativa...............................36 3.2 Responsabilidade social X Marketing social...................36 3.3 Responsabilidade social empresarial e meio ambiente.37 3.4 Bens naturais nos processos produtivos........................37 3.5 Questo ambiental: preocupao crescente...................38 3.6 Revalorizao ecolgica....................................................39 3.7 Aspectos legais Fatores relevantes..............................40 3.8 Passivo ambiental..............................................................41
-
5
3.9 Selo verde...........................................................................42 3.10 Agenda 21.........................................................................42 3.11 Desenvolvimento sustentvel.........................................42 3.12 Logstica reversa na sustentabilidade...........................43 4. Implantao da logstica reversa no Brasil 4.1 Logstica reversa no Brasil...............................................44 Bibliografia.........................................................................................49
-
6
Introduo A reciclagem um fator em evidncia dentro de todos os setores da
economia, que esta em constante desenvolvimento, um tema diretamente ligado
sustentabilidade, que busca de modo ecolgico reutilizar produtos e bens j
consumidos, de modo a recicl-los totalmente em muitos dos casos. Hoje os
prprios produtores de novas mercadorias buscam pensar no descarte dos
mesmos, muitas vezes empresas acabam tendo o nome difamado pelo mal
descarte de produtos, os quais em princpio no eram e nem so mais de sua
responsabilidade, a partir do momento que j foram revendidos e consumidos.
Porm o mundo mudou e esse um fator de grande preocupao para as
organizaes, que hoje encontram bons mtodos para no tornar isso um
problema, mas sim mais um meio de renda.
A pesquisa busca a amplitude do mercado de reciclagem dentro da
sociedade e do mercado industrial brasileiro, de modo a enxergar o tamanho do
nicho existente e a possvel aplicao em industrias que ainda no utilizam deste
modo de filosofia, para agregar valor tanto para a prpria marca quanto para um
aumento de receita lquida.
O intuito filosfico do tema muito atrativo, busca de meio alternativo
reconstruir e refazer o novo por meio do antigo, sendo hoje vivel, em funo do
momento climtico e ambiental vivido no universo. O grande investimento em
pesquisa e desenvolvimento no meio busca introduzir este pensamento em todos
os setores, visto que os principais materiais descartados so frutos produtivos,
alto o volume de materiais que necessitam de lugar ou meio de voltar a se alocar
no espao, onde este projeto busca mostrar modos alternativos, como possvel
o descarte consciente e sustentvel de praticamente tudo, produzido e consumido
no mundo contemporneo.
-
7
1 Revoluo Industrial 1.1 A revoluo industrial
Antes da Revoluo Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual
(da o termo manufatura), no mximo com o emprego de algumas mquinas
simples. Dependendo da escala, grupos de artesos podiam se organizar e dividir
algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo arteso cuidava de
todo o processo, desde a obteno da matria-prima at comercializao do
produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos prprios
artesos e os profissionais da poca dominavam muitas (se no todas) etapas do
processo produtivo.
Com a Revoluo Industrial os trabalhadores perderam o controle do
processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patro (na
qualidade de empregados ou operrios), perdendo a posse da matria-prima, do
produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar mquinas que
pertenciam aos donos dos meios de produo os quais passaram a receber todos
os lucros. O trabalho realizado com as mquinas ficou conhecido por
maquinofatura.
Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evoluo
tecnolgica, econmica e social que vinha se processando na Europa desde a
Baixa Idade Mdia, com nfase nos pases onde a Reforma Protestante tinha
conseguido destronar a influncia da Igreja Catlica: Inglaterra, Esccia, Pases
Baixos, Sucia. Nos pases fiis ao catolicismo, a Revoluo Industrial eclodiu,
em geral, mais tarde, e num esforo declarado de copiar aquilo que se fazia nos
pases mais avanados tecnologicamente: os pases protestantes.
De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revoluo Industrial, iniciada na
Gr-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revolues Burguesas do
sculo XVIII, responsveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do
capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a
acompanham so a Independncia dos Estados Unidos e a Revoluo Francesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artesanatohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manufaturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria-primahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Oficinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lucrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Europahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Protestantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3licahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Esc%C3%B3ciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A9ciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marxhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%B5es_Burguesashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_Regimehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Americanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa
-
que, sob influncia dos princpios iluministas, assinalam a transio da Idade
Moderna para a Idade Contempornea. Para Marx, o capitalismo seria um
produto da Revoluo Industrial e no sua causa.
Com a evoluo do processo, no plano das Relaes Internacionais, o
sculo XIX foi marcado pela hegemonia mundial britnica, um perodo de
acelerado progresso econmico-tecnolgico, de expanso colonialista e das
primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do perodo,
o trono britnico foi ocupado pela rainha Vitria (1837-1901), razo pela qual
denominado como Era Vitoriana. Ao final do perodo, a busca por novas reas
para colonizar e descarregar os produtos maciamente produzidos pela
Revoluo Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potncias
industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente esprito
armamentista que culminou, mais tarde, na ecloso, da Primeira Guerra Mundial
(1914).
Figura 1: O incio da revoluo indstrial
8
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Modernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Modernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Contempor%C3%A2neahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_Internacionaishttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vit%C3%B3ria_do_Reino_Unidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1837http://pt.wikipedia.org/wiki/1901http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Vitorianahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundialhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1914
-
9
A Revoluo Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a trs
fatores:
1) os comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais
manufaturadores e comerciantes do mundo, detendo ainda a confiana e
reciprocidade dos governantes quanto manuteno da economia em seus
estados;
2) a existncia de um mercado em expanso para seus produtos, tendo a ndia, a
frica, a Amrica do Norte e a Amrica do Sul sido integradas ao esquema da
expanso econmica europia;
3) o contnuo crescimento de sua populao, que oferecia um mercado sempre
crescente de bens manufaturados, alm de uma reserva adequada (e
posteriormente excedente) de mo-de-obra.
1.2 O pioneirismo do Reino Unido O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revoluo Industrial por
diversos fatores:
Pela aplicao de uma poltica econmica liberal desde meados do sculo XVIII.
Antes da liberalizao econmica, as atividades industriais e comerciais estavam
cartelizadas pelo rgido sistema de guildas, razo pela qual a entrada de novos
competidores e a inovao tecnolgica eram muito limitados. Com a liberalizao
da indstria e do comrcio ocorreu um enorme progresso tecnolgico e um
grande aumento da produtividade em um curto espao de tempo.
O processo de enriquecimento britnico adquiriu maior impulso aps a Revoluo
Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir
os investimentos e ampliar os lucros.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81fricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Nortehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guildahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Inglesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Inglesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo
-
10
A Gr-Bretanha firmou vrios acordos comerciais vantajosos com outros pases.
Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadncia da
monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas
preferenciais para os seus produtos no mercado portugus.
A Gr-Bretanha possua grandes reservas de ferro e de carvo mineral em seu
subsolo, principais matrias-primas utilizadas neste perodo. Dispunham de mo-
de-obra em abundncia desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o
xodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de
trabalho nas manufaturas.
A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fbricas, adquirir
matrias-primas e mquinas e contratar empregados.
Para ilustrar a relativa abundncia do capital que existia na Inglaterra, pode
se constatar que a taxa de juros no final do sculo XVIII era de cerca de 5% ao
ano; j na China, onde praticamente no existia progresso econmico, a taxa de
juros era de cerca de 30% ao ano.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Methuenhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1703http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria-primahttp://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_Cercamentos_de_Terrashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/China
-
1.3 O motor a vapor
O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revoluo Industrial por
diversos fatores:
Figura 2: Mquina a vapor I
Pela aplicao de uma poltica econmica liberal desde meados do sculo
XVIII. Antes da liberalizao econmica, as atividades industriais e comerciais
estavam cartelizadas pelo rgido sistema de guildas, razo pela qual a entrada de
novos competidores e a inovao tecnolgica eram muito limitados. Com a
liberalizao da indstria e do comrcio ocorreu um enorme progresso
tecnolgico e um grande aumento da produtividade em um curto espao de
tempo.
O processo de enriquecimento britnico adquiriu maior impulso aps a
Revoluo Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava
para expandir os investimentos e ampliar os lucros.
A Gr-Bretanha firmou vrios acordos comerciais vantajosos com outros
pases. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a
decadncia da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual
conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado portugus.
11
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guildahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Inglesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Methuenhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1703
-
A Gr-Bretanha possua grandes reservas de ferro e de carvo mineral em
seu subsolo, principais matrias-primas utilizadas neste perodo. Dispunham de
mo-de-obra em abundncia desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que
provocou o xodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos
em busca de trabalho nas manufaturas.
A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fbricas,
adquirir matrias-primas e mquinas e contratar empregados.
Para ilustrar a relativa abundncia do capital que existia na Inglaterra, pode se
constatar que a taxa de juros no final do sculo XVIII era de cerca de 5% ao ano;
j na China, onde praticamente no existia progresso econmico, a taxa de juros
era de cerca de 30% ao ano.
Figura 3: Mquina a vapor II
12
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria-primahttp://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_Cercamentos_de_Terrashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/China
-
13
1.4 A classe trabalhadora A produo manual que antecede Revoluo Industrial conheceu duas
etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:
O artesanato foi a forma de produo industrial caracterstica da Baixa Idade
Mdia, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma
produo de carter familiar, na qual o produtor (arteso) possua os meios de
produo (era o proprietrio da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a
famlia em sua prpria casa, realizando todas as etapas da produo, desde o
preparo da matria-prima, at o acabamento final; ou seja no havia diviso do
trabalho ou especializao para a confeco de algum produto. Em algumas
situaes o arteso tinha junto a si um ajudante, porm no assalariado, pois
realizava o mesmo trabalho pagando uma taxa pela utilizao das ferramentas.
importante lembrar que nesse perodo a produo artesanal estava sob controle
das corporaes de ofcio, assim como o comrcio tambm se encontrava sob
controle de associaes, limitando o desenvolvimento da produo.
A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade
Clssica, resultou da ampliao do mercado consumidor com o desenvolvimento
do comrcio monetrio. Nesse momento, j ocorre um aumento na produtividade
do trabalho, devido diviso social da produo, onde cada trabalhador realizava
uma etapa na confeco de um nico produto. A ampliao do mercado
consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comrcio, tanto em
direo ao oriente como em direo Amrica. Outra caracterstica desse
perodo foi a interferncia do capitalista no processo produtivo, passando a
comprar a matria-prima e a determinar o ritmo de produo.
A partir da mquina, fala-se numa primeira, numa segunda e at terceira e quarta
Revolues Industriais. Porm, se concebermos a industrializao como um
processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no
sculo XVIII), num segundo momento (energia eltrica no sculo XIX) e num
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artesanatohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manufaturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Modernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antiguidade_Cl%C3%A1ssicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antiguidade_Cl%C3%A1ssicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_el%C3%A9tricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
-
14
terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear
e pelo avano da informtica, da robtica e do setor de comunicaes ao longo
dos sculos XX e XXI (aspectos, porm, ainda discutveis).
Na esfera social, o principal desdobramento da revoluo foi a
transformao nas condies de vida nos pases industriais em relao aos
outros pases da poca, havendo uma mudana progressiva das necessidades de
consumo da populao conforme novas mercadorias foram sendo produzidas.
A Revoluo Industrial alterou profundamente as condies de vida do
trabalhador braal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da
populao rural para as cidades. Criando enormes concentraes urbanas; a
populao de Londres cresceu de 800 000 habitantes em 1780 para mais de 5
milhes em 1880, por exemplo. Durante o incio da Revoluo Industrial, os
operrios viviam em condies horrveis se comparadas s condies dos
trabalhadores do sculo seguinte. Muitos dos trabalhadores tinham um cortio
como moradia e ficavam submetidos a jornadas de trabalho que chegavam at a
80 horas por semana. O salrio era medocre (em torno de 2.5 vezes o nvel de
subsistncia) e tanto mulheres como crianas tambm trabalhavam, recebendo
um salrio ainda menor.
A produo em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez
mais o trabalhador do produto final, j que cada grupo de trabalhadores passava
a dominar apenas uma etapa da produo, mas sua produtividade ficava maior.
Como sua produtividade aumentava os salrios reais dos trabalhadores ingleses
aumentaram em mais de 300% entre 1800 at 1870. Devido ao progresso
ocorrido nos primeiros 90 anos de industrializao, em 1860 a jornada de trabalho
na Inglaterra j se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas dirias em
cinco dias de trabalho por semana).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Londreshttp://pt.wikipedia.org/wiki/1780http://pt.wikipedia.org/wiki/1880http://pt.wikipedia.org/wiki/Semanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1800http://pt.wikipedia.org/wiki/1870http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterra
-
15
Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indstrias txteis:
1780 - em torno de 80 horas por semana
1820 - 67 horas por semana
1860 - 53 horas por semana
2007 - 46 horas por semana
Segundo os socialistas, o salrio, medido a partir do que necessrio para
que o trabalhador sobreviva (deve ser notado de que no existe definio exata
para qual seja o "nvel mnimo de subsistncia"), cresceu medida que os
trabalhadores pressionam os seus patres para tal, ou seja, se o salrio e as
condies de vida melhoraram com o tempo, foi graas organizao e aos
movimentos organizados pelos trabalhadores, que apesar de terem suas
exigncias atendidas, continuam a se organizar e protestar por ainda mais
redues da jornada de trabalho em todo o mundo.
1.5 A industrializao na Europa At 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os
pases industrializados. Embora outros pases j contassem com fbricas e
equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra",
como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem
desenvolvidos, porm no possuam a tecnologia das fbricas inglesas.
Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na poca,
eram as regies mineradoras de carvo; lugares como o norte da Frana, nos
vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e tambm em
algumas regies da Blgica. A Alemanha nessa poca ainda no havia sido
unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre esses a Prssia, que liderava a
Revoluo Industrial. A Alemanha se unificou em 1871, quando a Prssia venceu
a Guerra Franco-Prussiana.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Subsist%C3%AAncia&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/1850http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ruhrhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Wupper&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Europahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Sambrehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ruhrhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%BAssiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1871http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Franco-Prussiana
-
16
Fora estes lugares, a industrializao ficou presa:
s principais cidades, como Paris e Berlim;
aos centro de interligao viria, como Lyon, Colnia, Frankfurt am Main,
Cracvia e Varsvia;
aos principais portos, como Hamburgo, Bremen, Roterd, Le Havre,
Marselha;
a polos txteis, como Lille, Regio do Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld
(Wuppertal), Chemmitz, Lodz e Moscou;
e a distritos siderurgicos e indstria pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre,
e da Silsia.
1.6 A expanso pelo mundo Aps 1830, a produo industrial se descentralizou da Inglaterra e se
expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e
para o leste dos Estados Unidos da Amrica. Porm, cada pas se desenvolveu
em um ritmo diferente baseado nas condies econmicas, sociais e culturais de
cada lugar.
Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870,
houve a Unificao Alem que, liderada por Bismarck, impulsionou a Revoluo
Industrial no pas que j estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir dessa poca
que a produo de ferro fundido comeou a aumentar de forma exponencial.
Na Itlia a unificao poltica realizada em 1870, semelhana do que
ocorreu na Alemanha, impulsionou, mesmo que atrasada, a industrializao do
pas. Essa s atingiu ao norte da Itlia, pois o sul continuou basicamente agrrio.
Muito mais tarde, comeou a industrializao na Rssia, nas ltimas
dcadas do sculo XIX. Os principais fatores para que ela acontecesse foram a
grande disponibilidade de mo-de-obra, interveno governamental na economia
atravs de subsdios e investimentos estrangeiros indstria.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Berlimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lyonhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B4nia_(Alemanha)http://pt.wikipedia.org/wiki/Frankfurt_am_Mainhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crac%C3%B3viahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vars%C3%B3viahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hamburgohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bremenhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Roterd%C3%A3http://pt.wikipedia.org/wiki/Le_Havrehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Marselhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lillehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_do_Ruhrhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Roubaixhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Barmen-Elberfeld&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Wuppertalhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Chemmitz&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Lodzhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Moscouhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Loirehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sarrehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alta_Sil%C3%A9siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1830http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Franco-prussianahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1870http://pt.wikipedia.org/wiki/Unifica%C3%A7%C3%A3o_Alem%C3%A3http://pt.wikipedia.org/wiki/Otto_von_Bismarckhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1815http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1liahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1870http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Industrializa%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%BAssiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
-
17
Nos Estados Unidos a industrializao comeou no final do sculo XVIII, e
foi somente aps a Guerra da Secesso que todo o pas se tornou industrializado.
A industrializao relativamente tardia dos EUA em relao Inglaterra pode ser
explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, j na Inglaterra
existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa
na agricultura em relao Inglaterra e consequentemente demorou bastante
tempo para que a indstria ficasse mais importante que a agricultura. Outro fator
que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulao de
capital, como tinham muita terra eram essencialmente agrrios, impedindo a total
industrializao do pas que at a segunda metade do sculo XIX era constitudo
s pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos.
O trmino do conflito resultou na abolio da escravatura o que elevou a
produtividade da mo de obra. aumentando assim a velocidade de acumulao
de capital, e tambm muitas riquezas naturais foram encontradas no perodo
incentivando a industrializao.
A modernizao do Japo data do incio da era Meiji, em 1867, quando a
superao do feudalismo unificou o pas. A propriedade privada foi estabelecida.
A autoridade poltica foi centralizada possibilitando a interveno estatal do
governo central na economia, o que resultou no subsidio a indstria.
E como a mo-de-obra ficou livre dos senhores feudais, ocorreu
assimilao da tecnologia ocidental e o Japo passou de um dos pases mais
atrasados do mundo a um pas industrializado.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Secess%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Agriculturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Industrializa%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1867http://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade_privada
-
Figura 4: Fabricao Ford T
1.7 As consequencias da revoluo industrial A partir da Revoluo Industrial o volume de produo aumentou
extraordinariamente: a produo de bens deixou de ser artesanal e passou a ser
maquinofaturada; as populaes passaram a ter acesso a bens industrializados e
deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fbricas
passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua fora de
trabalho em troca de um salrio.
Outra das consequncias da Revoluo Industrial foi o rpido crescimento
econmico. Antes dela, o progresso econmico era sempre lento (levavam
sculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e aps, a renda
per capita e a populao comearam a crescer de forma acelerada nunca antes
vista na histria. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a populao da Inglaterra
aumentou de 3,5 milhes para 8,5, j entre 1780 e 1880 ela saltou para 36
milhes, devido drstica reduo da mortalidade infantil.
18
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhadorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_de_trabalhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_de_trabalhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Economiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Renda_per_capitahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimento_populacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1500http://pt.wikipedia.org/wiki/1780http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1780http://pt.wikipedia.org/wiki/1880http://pt.wikipedia.org/wiki/Mortalidade_infantil
-
19
A Revoluo Industrial alterou completamente a maneira de viver das
populaes dos pases que se industrializaram. As cidades atraram os
camponeses e artesos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.
Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande pas,
havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as
pessoas mais pobres se aglomeravam em subrbios de casas velhas e
desconfortveis, com condies horrveis de higiene e salubridade, se
comparadas com as habitaes dos pases industrializados hoje em dia. Mas
representavam uma grande melhoria se comparadas as condies de vida dos
camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de gua
encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.
O trabalho do operrio era muito diferente do trabalho do campons:
tarefas montonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanas
incessantes. A cada instante, surgiam novas mquinas, novos produtos, novos
gostos, novas modas.
Estudos sobre as variaes na altura mdia dos homens no norte da
Europa, sugerem que o progresso econmico gerado pela industrializao
demorou varias dcadas at beneficiar a populao como um todo. Eles indicam
que, em mdia, os homens do norte europeu durante o incio da Revoluo
Industrial eram 7,6 centmetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes,
na Alta Idade Mdia. estranho que a altura mdia dos ingleses tenha cado
continuamente durante os anos de 1100 at o incio da revoluo industrial em
1780, quando a altura mdia comeou a subir. Foi apenas no incio do sculo XX
que essas populaes voltaram a ter altura semelhante s registradas entre os
sculos IX e XI[3]. A variao da altura mdia de uma populao ao longo do
tempo considerada um indicador de sade e bem-estar econmico.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Industrializa%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Artes%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1850http://pt.wikipedia.org/wiki/Sub%C3%BArbiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Casahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Choupanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Palhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua#.C3.81gua_da_torneira_.28.C3.A1gua_canalizada.29http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua#.C3.81gua_da_torneira_.28.C3.A1gua_canalizada.29http://pt.wikipedia.org/wiki/Ratohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Esgotohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Oper%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Europahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alta_Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1100http://pt.wikipedia.org/wiki/1780http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial#cite_note-2
-
20
2. Logstica reversa 2.1 Teoria
Logstica Reversa uma nova rea da logstica empresarial que busca
gerenciar o ciclo de vida de bens de consumo at o seu descarte, ou seja, busca
de maneira ecolgica o modo mais propcio para o reuso ou mesmo melhor forma
de descarte de produtos quando j no so mais utilizados de maneira para a
qual foram fabricados. Do ponto de vista econmico essa ferramenta foi criada
no para complicar as organizaes, mas sim para buscar lucratividade e
sustentabilidade para as organizaes que esto de acordo com a ideia,
buscando ainda amenizar prejuzos ao meio ambiente.
A logstica reversa ainda no muito conhecida no Brasil, porm esta se
introduzindo e dentro de um prazo de cinco anos, dever estar bem difundida
dentre as indstrias brasileiras, de acordo com Paulo Roberto Leite, em entrevista
ao website Planeta Sustentvel
(http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-
realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtml).
Um exemplo cotidiano da ferramenta o reuso de botijes de gs nas
grandes cidades do pas, hoje empresas do meio utilizam a logstica reversa para
recolher seus botijes e reutiliza-los enchendo-os novamente com o produto que
ser consumido. Assim empresas podem de forma sustentvel distribuir seu
produto final com uma reduo em seu custo, cobrando dos clientes apenas pelo
produto consumido e no pela embalagem
(http://www.ogerente.com.br/log/dt/logdt-an-logistica_reversa_brasil.htm).
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtmlhttp://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtmlhttp://www.ogerente.com.br/log/dt/logdt-an-logistica_reversa_brasil.htm
-
Figura 5: Ciclo da logstica reversa 2.2 Importncia da logstica reversa
Reaproveitamento e remoo de refugo estudam e gerencia o modo como
os subprodutos do processo produtivo sero descartados ou reincorporados ao
processo. Devido a legislaes ambientais cada vez mais rgidas, a
responsabilidade do fabricante sobre o produto est se ampliando. Alm do
refugo gerado em seu prprio processo produtivo, o fabricante esta sendo
responsabilizado pelo produto at o final de sua vida til. Isto tem ampliado uma
atividade que at ento era restrita a suas premissas.
Tradicionalmente, os fabricantes no se sentem responsveis por seus
produtos aps o consumo. A maioria dos produtos usados jogada fora ou
incinerados com considerveis danos ao meio ambiente. Atualmente, legislaes
mais severas e a maior conscincia do consumidor sobre danos ao meio
ambiente esto levando as empresas a repensarem sua responsabilidade sobre
21
-
22
seus produtos aps o uso. A Europa, particularmente a Alemanha, pioneira na
legislao sobre o descarte de produtos consumidos. Administrao de
devolues envolve o retorno dos produtos empresa vendedora por motivo de
defeito, excesso, recebimento de itens incorretos ou outras razes
Vrias pesquisas e trabalhos mostram a importncia de se prestar ateno
a este lado da logstica. Vrias empresas com um pequeno investimento no
gerenciamento da Logstica Reversa conseguem retornos e economias
substanciais. A Logstica Reversa a ltima fronteira em reduo de custos.
Pela falta de sistemas informatizados que permitam a integrao da
Logstica Reversa ao fluxo normal de distribuio muitas empresas desenvolvem
sistemas proprietrios ou terceirizam este setor para firmas especializadas, mais
capacitadas a lidar com o processo.
No existem dados precisos sobre o valor que os custos com Logstica
Reversa representam na economia do Brasil. Levando-se em conta as estimativas
para o mercado americano e extrapolando-as para o Brasil, os custos com
Logstica Reversa representam aproximadamente 4% dos custos totais de
Logstica, que de acordo com a Associao Brasileira de Movimentao e
Logstica foi de US$ 153 bilhes em 1998. Estes nmeros tendem a crescer,
medida que as atividades com Logstica Reversa aumentem entre as empresas.
Apesar de muitas empresas saberem da importncia que o fluxo reverso
tem, a maioria delas tem dificuldades ou desinteresse em implementar o
gerenciamento da Logstica Reversa. A falta de sistemas informatizados que se
integrem ao sistema existente de logstica, a dificuldade em medir o impacto dos
retornos de produtos e/ou materiais, com o conseqente desconhecimento da
necessidade de control-lo, o fato de que o fluxo reverso no representa receitas,
mas custos e como tal recebem pouca ou nenhuma prioridade nas empresas, so
algumas das razes apontadas para a no implementao da Logstica Reversa
nas empresas.
-
23
Por exemplo, o desempenho que as empresas no ramo de engarrafamento
de bebidas com vasilhames e engradados retornveis se beneficiam
enormemente de uma boa Logstica Reversa. Estes ganhos se do a partir de
uma melhor coordenao entre promoes e picos esperados no retorno de
vasilhames, reduzindo a necessidade de produo de novos vasilhames, at a
reduo na produo de garrafas plsticas no-retornveis, aproveitando o maior
controle sobre os vasilhames retornveis e que j haviam sido pagos. No caso do
Brasil a reciclagem das embalagens de alumnio vem gerando excelentes
resultados do ponto de vista ecolgico e financeiro, j que est diminuindo
consideravelmente os volumes importados de matrias primas, colocando a
indstria deste setor entre os maiores recicladores de alumnio do mundo.
A logstica vem desempenhando importante papel no Planejamento
Estratgico e como Arma de Marketing nas empresas. Empresas com um bom
sistema logstico conseguiram uma grande vantagem competitiva sobre aquelas
que no o possuem. Sua grande contribuio na ampliao do servio ao
cliente, satisfazendo exigncias e expectativas. A Logstica Reversa hoje
fundamental no sistema logstico das empresas. No se concebe mais um
sistema logstico completo se esta atividade no estiver incorporada a ele.
O que se percebe que apenas uma questo de tempo at que a
Logstica Reversa ocupe posio de destaque nas empresas. As empresas que
forem mais rpidas tero uma maior vantagem competitiva sobre as que
demorarem a implementar o gerenciamento do fluxo reverso, vantagem que pode
ser traduzida em custos menores ou melhora no servio ao consumidor. Uma
integrao da cadeia de suprimentos tambm se far necessria. O fluxo reverso
de produtos dever ser considerado na coordenao logstica entre as empresas.
-
24
Figura 6: Aterro Sanitrio
Figura 7: O planeta precisa de ajuda
-
25
2.3 Logstica reversa: motivos e causas De acordo com o grupo RevLog (um grupo de trabalho internacional para o estudo da Logstica Reversa, envolvendo pesquisadores de vrias Universidades
em todo o mundo e sob a coordenao da Erasmus University Rotterdam, na
Holanda), as principais razes que levam as firmas a atuarem mais fortemente na
Logstica Reversa so:
Legislao Ambiental, que fora as empresas a retornarem seus produtos e
cuidar do tratamento necessrio;
Benefcios econmicos do uso de produtos que retornam ao processo de
produo, ao invs dos altos custos do correto descarte do lixo;
A crescente conscientizao ambiental dos consumidores.
Razes competitivas Diferenciao por servio;
Limpeza do canal de distribuio;
Proteo de Margem de Lucro;
Recaptura de valor e recuperao de ativos.
Quaisquer que sejam os motivos que levam uma empresa qualquer a
se preocupar com o retorno de seus produtos e/ou materiais e a tentar administrar
este fluxo de maneira cientfica, isto a prtica de Logstica Reversa. O processo
logstico visto como um sistema que liga a empresa ao consumidor e seus
fornecedores. O processo logstico apresentado em termos de dois esforos
inter-relacionados: o Fluxo de Estoques de Valor Adicionado e as Necessidades
de Fluxo de Informaes.
Apesar do planejamento logstico, muitas vezes, priorizar apenas o
estudo do fluxo de produtos no sentido Empresa-Cliente, a importncia de
tambm olharmos o fluxo reverso. Quer seja devido a 'recalls' efetuados pela
prpria empresa, vencimento de produtos, responsabilidade pelo correto descarte
de produtos perigosos aps seu uso, produtos defeituosos e devolvidos para
troca, desistncia da compra por parte do cliente ou legislao, o fato que o
fluxo reverso um fator comum.
-
26
Em termos logsticos, quando adicionamos o sistema de Logstica
Reversa ao fluxo de sada de mercadorias, temos uma Cadeia de Suprimentos
Integral. A Cadeia de Suprimentos Integral (CSI) baseada no conceito de ciclo
de vida do produto. Durante seu ciclo de vida, o produto percorre a sua cadeia de
suprimentos normal. O que acrescentado na CSI so as etapas de descarte,
recuperao e reaplicao, permitindo a reentrada do fluxo de material na cadeia
de suprimentos.
Um planejamento de Logstica Reversa envolve praticamente os
mesmos elementos de um plano logstico convencional: nvel de servio,
armazenagem, transporte, nvel de estoques, fluxo de materiais e sistema de
informaes.
O nvel de servios faz parte da estratgia global da empresa. Se como
arma de vendas est includo algo como satisfao garantida ou seu dinheiro de
volta ou garantia de troca em caso de defeito, o sistema logstico tem que estar
preparado para o fluxo reverso e qualquer falha pode arriscar toda a imagem da
companhia. Uma vez determinado o volume e as caractersticas do fluxo reverso,
deve-se estabelecer os locais de armazenagem, os nveis de estoque, o tipo de
transporte a ser utilizado e em que fase se dar a reentrada no fluxo normal do
produto.
As diferenas entre os sistemas de logstica com fluxo normal e a
Logstica Reversa so quatro, de acordo com Krikke (1998).
A primeira diferena que a logstica tradicional frente um sistema
onde os produtos so puxados (pull system), enquanto que na Logstica
Reversa existe uma combinao entre puxar e empurrar os produtos pela
cadeia de suprimentos.[...] Como resultado de uma legislao mais
restritiva e a maior responsabilidade do produtor, na Logstica Reversa, a
quantidade de lixo produzido (e a distino entre o que reciclvel do que
lixo indesejado) no pode ser influenciada pelo produtor e dever ser
-
27
igualada demanda de produtos, j que a quantidade de descarte j
limitada em muitos pases.
Em segundo lugar, os fluxos tradicionais de logstica so basicamente
divergentes, enquanto que os fluxos reversos podem ser fortemente
convergentes e divergentes ao mesmo tempo.
Terceiro, os fluxos de retorno seguem um diagrama de processamento pr-
definido, no qual produtos descartados so transformados em produtos
secundrios, componentes e materiais. No fluxo normal, esta
transformao acontece em uma unidade de produo, que serve como
fornecedora da rede.
Por ltimo, na Logstica Reversa, os processos de transformao tendem a
ser incorporados na rede de distribuio, cobrindo todo o processo de
produo, da oferta (descarte) demanda (reutilizao).
Um outro ponto importante que fluxos reversos esto envoltos em um
nvel de incerteza considervel. Ao se definir um sistema de Logstica Reversa, a
incerteza sobre quantidade e qualidade se torna bastante relevante.
Todos estes fatores nos levam a concluir que um sistema de Logstica
Reversa, embora envolva os mesmos elementos bsicos de um sistema logstico
tradicional, deve ser planejado e executado em separado e como atividade
independente.
Seis fatores crticos que influenciam a eficincia do processo de Logstica
Reversa.
So eles:
Bons controles de entrada;
Processos mapeados e formalizados;
Tempo de ciclo reduzidos;
Sistemas de informao;
Rede logstica planejada;
Relaes colaborativas entre clientes e fornecedores.
-
28
Quanto mais ajustados estes fatores, melhor o desempenho do sistema
logstico. Acredita-se que, devido ao processo de globalizao, onde
multinacionais adotam polticas comuns para todas suas filiais e os governos
tendem a adotar legislaes ambientais mais rigorosas em todos os pases, em
pouco tempo, as mesmas prticas ambientais adotadas na Europa sero
implementadas no Brasil. Fora isto, possumos um Cdigo do Consumidor
bastante rigoroso que permite ao consumidor desistir e retornar sua compra em
um prazo de sete dias, define maiores responsabilidades das empresas por
produtos fabricados e/ou comercializados por elas e estabelece normas para os
recalls. Nosso consumidor tem-se tornado tambm bastante consciente de seus
direitos e das responsabilidades ambientais das empresas. Alm de tudo isto,
vrias empresas (tanto varejistas como fabricantes), por razes competitivas,
esto adotando polticas de devoluo de produtos mais liberais. Temos tambm
o reaproveitamento de materiais pelas empresas para reduo de custos. Tudo
isto, aumenta o fluxo reverso dos produtos e/ou materiais no canal de distribuio.
2.4 O caso do setor de refrigerantes O setor de refrigerantes um setor interessante para se estudar a Logstica
Reversa devido ao retorno de vasilhames indstria, mas principalmente pelo
retorno de paletes e chapatex. At o surgimento das embalagens feitas com
polietileno tereftalato (PET), os vasilhames retornveis representavam uma
barreira de entrada forte. Os custos logsticos eram elevados devido
necessidade das indstrias em operarem com estoques de garrafas de vidro altos
o suficiente para que o sistema funcionasse corretamente. Havia tambm a
necessidade de que as empresas engarrafadoras possussem um nmero maior
de plantas, para que estivessem mais prximas dos clientes, possibilitando um
melhor controle de estoques de vasilhames.
Estas garrafas tinham um custo superior ao prprio produto, inibindo
compras por impulso e mantendo os varejistas dependentes daquelas empresas
cujas embalagens eles possuam. Outro fator importante tambm a elevada
margem de lucro proporcionada por estas embalagens retornveis, apesar de que
-
29
hoje elas representam menos de 4% das vendas. Com o surgimento das
embalagens descartveis (PET), no incio da dcada de 1990, todas estas
barreiras desapareceram, propiciando um grande crescimento das engarrafadoras
de tubanas. A participao de mercado destas empresas menores cresceu de
9% em 1988 para 33% em 1999, de acordo com o relatrio SEAE (ato de
concentrao Brahma / Antartica).
Com embalagens descartveis, o principal fator de Logstica Reversa a ser
estudado nesta indstria poderia parecer que havia desaparecido primeira vista.
No entanto, este setor enfrenta atualmente um problema bastante grave e com
custos muito elevados cuja soluo parece bem distante. As empresas chamadas
tradicionais, principalmente as franqueadas do sistema Coca-Cola e a AMBEV,
utilizam em suas embalagens de embarque paletes e os chamados chapatex.
Estes ltimos so chapas feitas em madeira, colocadas entre cada fileira vertical
de garrafas PET ou latas com a finalidade de propiciar maior estabilidade pia e
evitar o atrito entre elas. Estas pias so ento colocadas em paletes no
descartveis e despachadas aos clientes. A necessidade da utilizao de
chapatex tanto maior quanto mais quente a regio em que atua a
engarrafadora. O calor dilata as garrafas pet e, caso no haja a chapa de madeira
entre elas, com o atrito elas tendem a estourar. No caso de latas, o atrito pode
provocar micro-furos, deixando vazar o gs ou mesmo todo o produto.
Vazamentos de produtos podem resultar em devolues de toda a carga por parte
do cliente, resultando em maiores prejuzos com transporte para a engarrafadora.
Todo este material de embalagem tem um custo elevado, representando
cerca de 7% a 8% dos custos totais do produto. So normalmente ativados na
engarrafadora como patrimnio e deveriam retornar aps a entrega do pedido aos
clientes. Em termos de valores, um palete padro tem um custo aproximado de
R$ 15,00 e um chapatex R$ 3,00. Cada embalagem de embarque tem pelo
menos 2 chapatex e 1 palete, dependendo do tipo de produto (lata ou PET).
Normalmente, o ciclo de produo em uma indstria de refrigerantes
bastante dinmica. Muitas vezes, o caminho faz duas ou at mesmo trs viagens
-
30
no mesmo dia. Ao chegar indstria, ele tem que fazer o acerto rapidamente e
carregar novamente para outra viagem. Isto leva ao estabelecimento de sistemas
logsticos normais e reversos estarem sob um mesmo responsvel, geralmente o
setor de transportes. Este setor faz o acerto com o motorista, controla as
embalagens que deveriam retornar e despacha a nova carga. A orientao dada
pela indstria s engarrafadoras o de ativar estes paletes e chapatex e
depreci-los em funo de um nmero pr-estabelecido de retornos previstos.
Estes materiais so considerados essenciais produo e sua falta pode
paralisar todo o processo. Estima-se que pelo menos 50% destes materiais sejam
perdidos por falta de retorno s indstrias. Esta perda fez com que a ativao de
paletes e chapatex deixasse de ocorrer e estes passassem a ser lanados como
despesa. O controle numrico, entretanto continua a ser feito.
Pelo lado dos clientes, principalmente as grandes redes varejistas, estes
materiais, aps o abastecimento dos produtos nas gndolas so considerados
como sucata ou entulho, no lhes sendo dados os cuidados que a indstria
gostaria. Existe tambm um amplo mercado paralelo para estes materiais e uma
certa participao de funcionrios das grandes redes no repasse. Para evitar
paradas indesejadas na produo, a engarrafadora recorre ao mercado paralelo
para a aquisio de paletes e chapatex de modo mais rpido, j que os principais
fornecedores ficam localizados em So Paulo e necessitam um prazo razovel
entre o pedido e a entrega. Como a produo planejada levando-se em conta o
retorno dos paletes e chapatex para reaproveitamento, a no devoluo por parte
de grandes redes tem como conseqncia possveis paradas devido a falta de
materiais. O mais interessante que aqueles materiais que deveriam ter sido
devolvidos acabam retornando indstria recomprados no mercado paralelo.
Como tentativa de diminuir a perda desses materiais, a engarrafadora j
tentou emitir notas de emprstimo que seriam cobradas caso a devoluo no
ocorresse. Alguns empecilhos ocorreram. Em primeiro lugar, o sistema de
informaes no estava preparado para controlar este tipo de operao e seria
preciso montar uma estrutura de controle paralela. Depois houve uma resistncia
enorme por parte das grandes redes varejistas que no reconheciam o dbito. O
-
31
xito em receber aconteceu apenas em aproximadamente 30% dos clientes
(principalmente mdios) e s pde ser feito devido a um acordo tcito com o
segundo maior concorrente, que sofre do mesmo problema, tendo sido deixado
de lado devido ao elevado custo de controle e pequeno retorno.
Talvez o fracasso tenha ocorrido devido principalmente falta de controles
integrados aliado atribuio de responsabilidade de cobrana ter sido dado ao
setor de vendas. Com receio de perder grandes clientes, o setor de vendas no
est preparado para enfrentar resistncias em setores que tradicionalmente no
representam seu principal produto. Vendas se sente responsvel pelo produto
final e cobrada por cotas sobre eles.
Materiais de embalagem so deixados de lado, caso possam interferir em
grandes negociaes. Outra tentativa de superao do problema foi a substituio
de paletes padro por paletes descartveis, com custo equivalente a um tero do
outro e do chapatex por papelo. A diferena de qualidade dos paletes visvel e
obrigou a engarrafadora a montar uma pequena marcenaria dentro de suas
instalaes apenas para consertar os paletes descartveis que retornam
indstria. J a substituio de chapatex por papelo foi uma medida que ainda
bastante questionvel.
Os refrigerantes saem da linha de produo gelados e assim so
embalados. Ocorre ento a condensao que molha toda a embalagem. Com o
chapatex isto no problema, j que a madeira no sofre com a gua. J o
papelo se deteriora, deixando a carga bastante insegura. Isto pode acarretar em
tombamento da carga, j que os caminhes de entrega so abertos nas laterais.
O atrito tambm maior com o uso do papelo. Assim, o chapatex continua a ser
utilizado para entregas em raio superior a 40 km da engarrafadora, sendo
utilizado o papelo em entregas prximas. Por fim, esta engarrafadora em
particular decidiu por aumentar o preo do seu produto de modo a incorporar o
custo total destas embalagens, a princpio retornveis, repassando as perdas ao
longo da cadeia. Os custos com estes tipos de materiais representam o segundo
-
32
maior custo de distribuio da engarrafadora, perdendo apenas para o
combustvel.
Tudo isto mostra grandes oportunidades de melhoria de todo o processo.
No caso da empresa pesquisada, as perdas com paletes e chapatex chegam a
valores aproximados de R$ 2 milhes de reais anuais. Como estes valores so de
apenas uma engarrafadora e sabendo-se que este um problema da indstria
como um todo (com exceo dos fabricantes regionais de tubanas, que, por
operarem normalmente em um pequeno raio de distncia no se utilizam deste
tipo de embalagem de embarque), os valores poderiam atingir a montantes
considerveis, j que representam quase 2% do faturamento bruto da empresa.
Em um mercado de 11 bilhes de litros anuais, com quase 70% do mercado nas
mos das duas maiores empresas que tm este problema especfico e com um
valor de venda aproximado de R$ 1,00 por litro, basta multiplicar para termos
idia dos nmeros globais.
O estabelecimento de alguns acordos entre os principais concorrentes
mostra que possvel uma maior integrao de toda a cadeia produtiva. O
envolvimento da outra ponta (grandes varejistas) e o desenvolvimento de maiores
controles gerenciais de logstica Reversa se faz necessrio e altamente lucrativo,
j que os custos so repassados por toda a cadeia.
-
33
2.5 Produtos reciclveis e no reciclveis
Produtos que podem ser reciclados:
Lixo orgnico: restos de alimentos, frutas, legumes, folhas, grama,
gravetos, etc..
Papis: papis de escrever, papis de impresso, papis de embalagem,
papis para fins sanitrios, cartes e cartolinas, papis especiais (kraft,
heliogrfico, filtrante, de desenho).
Plsticos: embalagens de shampoos, detergentes, refrigerantes e outros
produtos domsticos, tampas plsticas de recipientes de outros materiais,
embalagens de plstico de ovos, frutas e legumes, utenslios plsticos
usados (canetas esferogrficas, escovas-de-dentes, baldes, artigos de
cozinha, etc.).
Vidros: todos os vidros (com exceo dos descritos nos produtos no
reciclveis).
Metais: folha-de-flandres (ao revestido com estanho como latas de leo,
sardinha, creme de leite, etc.), alumnio (latas de refrigerantes, cerveja,
chs).
Lmpadas de mercrio: lmpadas de vapor de mercrio, de vapor de sdio,
de luz mista e as lmpadas fluorescentes.
Pilhas e baterias.
Entulho.
Pneus.
Produtos no reciclveis:
Papis: papel celofane, papel vegetal, papel plastificado, laminados
(reciclagem difcil), encerados ou impregnados com substncias
impermeveis, carbono, papel sanitrio usado, papis sujos, engordurados
ou contaminados com alguma substncia nociva sade, papis
revestidos com algum tipo de parafina ou silicone, fotografias, fitas
adesivas e etiquetas adesivas.
-
34
Plsticos: plsticos termofixos (usados na indstria eletroeletrnica e na
produo de alguns computadores, telefones e eletrodomsticos), plsticos
tipo celofane, embalagens plsticas metalizadas (tipo salgadinhos), isopor.
Vidros: espelhos, vidros de janelas, vidros de automveis, lmpadas, tubos
de televiso e vlvulas, ampolas de medicamentos, cristal, vidros
temperados planos ou de utenslios domsticos
(http://rainydays.rockerspace.net/quais-produtos-podem-ser-reciclados/).
http://rainydays.rockerspace.net/quais-produtos-podem-ser-reciclados/
-
35
3. A imagem das empresas quanto logstica reversa 3.1 Responsabilidade social corporativa
o conjunto amplo de aes que beneficiam a sociedade e as corporaes
que so tomadas pelas empresas, levando em considerao a economia,
educao, meio-ambiente, sade, transporte, moradia, atividade locais e governo,
essas aes otimizam ou criam programas sociais,trazendo benefcio mtuo entre
a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos funcionrios,
quanto da sua atuao da empresa e da prpria populao.
Responsabilidade Social Empresarial a forma de gesto tica e
transparente que tem a organizao com suas partes interessadas, de modo a
minimizar seus impactos negativos no meio ambiente e na comunidade. Ser tico
e transparente quer dizer conhecer e considerar suas partes interessadas
objetivando um canal de dilogo.
Uma organizao voltada para o desenvolvimento sustentvel ela planeia
nos seus negcios um horizonte multidimensional, que engloba e assegura os
direitos civis, polticos, econmicos, sociais, culturais e ambientais, na medida em
que todos fazem parte de um sistema de obteno de uma economia solidria.
3.2 Responsabilidade social X Marketing social Responsabilidade Social est diretamente ligada a uma atitude e a um
comportamento empresarial tico e responsvel, enquanto o Marketing Social
vem sendo utilizado como uma estratgia empresarial, para estabelecer maneiras
de comunicao que divulgam as aes sociais das empresas.
O Marketing Ambiental vem se destacando pelo despertar para a
conscientizao
-
36
ambiental, sendo usado como uma nova arma estratgica, que busca o equilbrio
entre preservao ambiental e conservao da imagem corporativa, sendo
conhecida tambm como Marketing Verde.
3.3 Responsabilidade social empresarial e meio ambiente Empresas esto se defrontando com condies de ambiente externo em grandes transformaes e velocidade crescente de mudanas. Aps anlise das
ltimas dcadas, observa-se nitidamente a conscincia dos consumidores com
relao aos impactos dos produtos no meio ambiente, devido a um nvel maior de
informao ou uma intensidade e proximidade dos problemas conseqentes
dessas agresses. Os investidores em empresas tm procurado investir em
empresas tidas como ticas em suas relaes como o meio ambiente e social
(LEITE, 2003).
A diferenciao competitiva fora essas empresas a assumirem um
comportamento voltado preservao ambiental, melhorando a sua imagem
corporativa para se destacar em um mercado competitivo.
3.4 Bens naturais nos processos produtivos
Quando se fala em meio ambiente imediatamente o empresrio pensa em custo.
Sendo o meio ambiente um potencial de recursos ociosos ou mal aproveitados,
sua incluso nos negcios pode resultar em atividades que proporcionem lucro,
ou pelo menos se paguem com a economia de energia, de gua ou de outros
recursos naturais. Reciclar resduos, por exemplo, transform-los em produtos
com valor agregado. Conservar energia reduzir custos de produo (ALMEIDA,
2000).
Leite (2003) entende que, como reao aos impactos dos produtos sobre o
meio ambiente, a sociedade vem criando leis e novos conceitos sobre como
progredir sem comprometer as geraes futuras, minimizando os impactos
ambientais. As legislaes contemplam diversos aspectos relativos vida til de
-
37
um produto. O processo de fabricao, matrias-primas utilizadas e disposio
final so avaliados.
Por meio de classificao, os produtos so habilitados para serem
negociados no mercado secundrio de matrias-primas e habilitados para serem
dispostos em aterros.
Produtos considerados amigveis ao meio ambiente recebem o selo verde
(Silverstein, 1993). Nas grandes cidades produtos como eletrodomsticos,
eletroeletrnicos, baterias, pilhas e pneus j so proibidos de serem descartados
em aterros sanitrios.
O termo responsabilidade estendida do produto Extended Product
Responsability (ERP) comea a ser empregado. Isto significa que o produtor, ou
a cadeia produtiva responsvel pelo produto, que gera impactos ambientais
negativos, sero responsveis pela destinao correta aps o uso dos materiais.
De acordo com Leite (2003), trata-se de uma nova ideia da teoria econmica, o
princpio do poluidor pagador. Nos EUA, leis especficas incentivam o uso de
material reciclado, oferecendo um sistema de tributos mais brandos para os
contribuintes que o fazem. Outras, porm, obrigam os produtores a equilibrarem a
quantidade produzida com a quantidade reciclada.
3.5 Questo ambiental: preocupao crescente O homem tem exercido influncia sobre os ecossistemas terrestres, com o
desenvolvimento de tecnologias que alteram, de forma cada vez mais rpida e
predatria, o ambiente em que vive, acarretando acelerada degradao, que
compromete a qualidade e a sobrevivncia humana.
Quanto a essa situao, vm sendo utilizadas muitas ferramentas
ambientais, buscando a melhoria da produo e atividades que respeitem os
limites de saturao do meio ambiente (ALMEIDA, 2000).
-
38
Conforme entendimento do Grupo de Estudos e Desenvolvimento em
Logstica GEDL da UFRJ, tradicionalmente os fabricantes no se sentiam
responsveis por seus produtos aps as vendas, no existindo, portanto, a
preocupao com sua posterior coleta. Estes produtos, caso no retornem ao
ciclo produtivo de alguma forma e em quantidades 10 adequadas, geram
acmulos que excedero, em alguns casos, as diversas possibilidades e
capacidades de estocagem dos mesmos, transformando-se em problemas
ambientais com visibilidade crescente.
Grande parte dos materiais descartados necessita de algumas premissas
para serem reinseridos no ciclo produtivo. A menos que haja um planejamento
especfico, nem todos esses requisitos podem ser satisfeitos, impedindo assim o
fluxo reverso de determinados bens.
3.6 Revalorizao ecolgica A alta descartabilidade acaba por acarretar uma crescente sensibilidade
ecolgica na sociedade, gerando intensa presso para que as empresas
introduzam algum tipo de planejamento ao ciclo reverso desses materiais. A
Logstica Reversa surgiu para solucionar esses problemas, buscando, entre
outros objetivos, equacionar a multiplicidade de aspectos logsticos do retorno ao
ciclo produtivo de diferentes tipos de bens e dos materiais constituintes dos
mesmos. Busca-se tambm a reciclagem dos resduos industriais, dando origem
a matrias-primas secundrias que sero novamente introduzidas no processo
produtivo (GEDL, 2007).
A insatisfao por parte de algumas pessoas desperta a reflexo de como
a raa humana vem tratando seu planeta, surgindo o questionamento inevitvel
da sujeira do ar e da gua, destruio das florestas, buraco na camada de oznio
e o efeito estufa, que so consequncias do tratamento dado ao planeta e da alta
descartabilidade de produtos sobre o meio ambiente.
-
39
3.7 Aspectos legais Fatores relevantes
Um sistema estruturado de gesto possibilitar a organizao acompanhar
assegurar sua conformidade com requisitos de legislao ambiental, otimizando o
uso de seus recursos e minimizando, ao mesmo tempo, seu impacto sobre o
meio-ambiente.
Destaca-se como outro fator importante a ser considerado o que trata das
penalidades legais a que esto sujeitas as empresas que no tm polticas
ambientais definidas. O desenvolvimento de legislaes pertinentes exige um
posicionamento das empresas no que tange logstica reversa, em suas reas de
atuao ps-consumo e ps-venda.
luz da ISO 14000, que uma norma elaborada pela International
Organization for Standardization - ISO, com sede em Genebra, na Sua, rene
mais de 100 pases com a finalidade de criar normas internacionais sobre o meio
ambiente, cada pas possui um rgo responsvel por elaborar suas normas. No
Brasil temos a ABNT, na Alemanha a DIN, no Japo o JIS, etc. A ISO uma
instituio internacional e por essa razo, o processo de elaborao das normas
muito lento, mas no menos criterioso, levando em considerao as
caractersticas e as opinies de vrios pases membros.
O Sistema de Gesto Ambiental Especificaes com Guia para Uso,
conforme preconizado por essa ISO, estabelece requisitos para as empresas
gerenciarem seus produtos e processos para que eles no agridam o meio
ambiente, que a comunidade no sofra com os resduos gerados e que a
sociedade seja beneficiada num aspecto amplo.
A lei n. 9.605 - "Lei de Crimes Ambientais" - de 12/02/1998, prev pena de
recluso de um a cinco anos, conforme seu artigo V, Seo III, para quem causar
poluio de qualquer natureza em nveis tais que resultem ou possam resultar em
danos sade humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a
-
40
destruio significativa da flora, quando ocorrer por lanamento de resduos
slidos, lquidos ou gasosos, ou detritos, leos ou substncias oleosas.
A resoluo RDC n. 306, de 07/12/2004 da Agncia Nacional de Vigilncia
Sanitria ANVISA, dispe sobre o regulamento tcnico para o gerenciamento de
resduos de servios de sade, o gerenciamento dos mesmos tem o objetivo de
minimizar a produo de resduos e proporcionar aos resduos gerados, um
encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando 11 proteo dos
trabalhadores, a preservao da sade pblica, dos recursos naturais e do meio
ambiente.
Em seu artigo 1 a resoluo do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA, n. 257 (anexo), de 30/06/1999, estabelece que as pilhas e baterias
que contenham em suascomposies chumbo, cdmio, mercrio e seus
compostos, necessrias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos,
veculos ou sistemas, mveis ou fixos, bem como os produtos eletro-eletrnicos
que as contenham integradas em sua estrutura de forma no substituvel, aps
seu esgotamento energtico, sero entregues pelos usurios aos
estabelecimentos que as comercializam ou rede de assistncia tcnica
autorizada pelas respectivas indstrias, para repasse aos fabricantes ou
importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros, os
procedimentos de reutilizao, reciclagem, tratamento ou disposio final
adequada proporo definida nesta resoluo relativamente s quantidades
fabricadas e/ou importadas.
3.8 Passivo ambiental O passivo ambiental representa os danos causados ao meio ambiente,
representando assim, a obrigao, a responsabilidade social da empresa com
aspectos ambientais.
Conforme definido pela referida Resoluo, no balano patrimonial de uma
empresa includo, atravs de clculos estimativos, o passivo ambiental (danos
ambientais gerados) e no ativo (bens e direitos) so includas as aplicaes de
-
41
recursos que objetivem a recuperao do ambiente, bem como investimentos em
tecnologia de processos de conteno ou eliminao de poluio.
3.9 Selo verde Selo Verde consiste em uma rotulagem ambiental implementada em
produtos comerciais, que indica que sua produo foi feita atendendo a um
conjunto de normas preestabelecidas por uma instituio reconhecida para este
fim.
Atestada por meio de uma marca inserida voluntariamente pelo fabricante,
que determinados produtos so adequados ao uso e apresentam menor impacto
ambiental em relao a outros similares. A diferena entre rotulagem ambiental e
a Certificao de Sistema de Gesto Ambiental que, o que est sendo
certificado o produto, e no o seu processo produtivo.
3.10 Agenda 21
A Agenda 21 (Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento Rio 92, adota a Agenda 21 como um programa para o prximo
sculo, reconhecendo formalmente, a necessidade de mobilizar atores no nvel
global, regional e local para a promoo do uso sustentvel de recursos naturais e
abordar o processo de desenvolvimento sob o enfoque da sustentabilidade)
sendo um plano de ao para ser adotado por organizaes do sistema das
Naes Unidas, governo e pela sociedade civil, em todas as reas em que a ao
humana impacte o meio ambiente. Constitui-se na mais abrangente tentativa j
realizada para orientar um novo modelo de desenvolvimento para o sculo XXI,
cujo alicerce a sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econmica,
perpassando em todas as suas aes propostas.
3.11 Desenvolvimento sustentvel
Conforme a Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
desenvolvimento sustentvel um processo de transformao no qual a
explorao de recursos, a direo dos investimentos, a orientao do
-
42
desenvolvimento tecnolgico e a mudana institucional se harmonizam e se
reforam.
3.12 Logstica reversa na sustentabilidade A contribuio sustentabilidade se d na medida em que, o objetivo
econmico da implementao da logstica reversa de ps-consumo pode ser
entendido como a motivao para a obteno de resultados financeiros por meio
de economias obtidas nas operaes industriais, principalmente pelo
aproveitamento de matrias-primas secundrias, provenientes dos canais
reversos de reciclagem, ou de revalorizaes mercadolgicas nos canais reversos
de reuso e de remanufatura (LEITE, 2003).
A logstica reversa uma oportunidade de desenvolver a sistematizao
dos fluxos de resduos, bens e produtos descartados, seja pelo fim de sua vida til
seja por obsolescncia tecnolgica e o seu reaproveitamento, que demonstra a
contribuio para a reduo do uso de recursos naturais e dos demais impactos
ambientais. O sistema logstico reverso consiste em uma ferramenta
organizacional que viabiliza as cadeias reversas, de forma a contribuir para a
promoo da sustentabilidade de uma cadeia produtiva.
-
4. Implantao da logstica reversa no Brasil 4.1 Logstica reversa no Brasil Pesquisa Logstica reversa no Brasil: a viso dos especialistas
Com relao ao contexto da logstica reversa no Brasil, 82% dos
respondentes, ou seja, a grande maioria, considera tratar-se de um processo
pouco aplicado pelas empresas no pas. O restante dos especialistas (18%)
respondeu que a logstica reversa medianamente aplicada, no havendo
resposta dizendo ser um processo bastante aplicado ou no aplicado, conforme
ilustrado na Figura 1. A aplicao ainda restrita da logstica reversa no Brasil
reflete-se na existncia de limitadas referncias bibliogrficas bem como num
grande desconhecimento do assunto por parte da sociedade.
Figura 1 Aplicao da logstica reversa pelas empresas no Brasil
Quanto aos setores econmicos que fazem uso da logstica reversa no
Brasil, 66% dos especialistas afirmam que esse processo vem sendo aplicado
apenas em alguns setores especficos. Somando-se esse percentual aos 17%
que responderam que a aplicao acontece em parte dos setores econmicos,
tem-se que 83% dos respondentes no vem uma aplicao generalizada da
logstica reversa por todos os setores econmicos, o que pode ser observado na
Figura 2. 43
-
Com relao ao tamanho das empresas, 73% dos especialistas disseram
que a logstica reversa tem sido aplicada por grandes empresas sendo que os
demais 27% responderam que sua aplicao se d em mdias empresas.
Nenhum dos respondentes assinalou que a aplicao acontece em pequenas
empresas de acordo com Figura 3.
Figura 2 Setores econmicos que aplicam a logstica reversa
Figura 3 Tamanho das empresas que aplicam logstica reversa
44
-
De acordo com o resultado da pesquisa, no existe um grupo de indstrias
que efetivamente se destaque quanto aplicao da logstica reversa.
Comparando-se com as respostas da questo relativa aos setores econmicos,
pode-se concluir que a logstica reversa aplicada em determinados setores ou
segmentos industriais dentro de todos os grupos de indstria investigados bens
commodities, bens durveis e seus fornecedores, bens tradicionais e bens
difusores de progresso tcnico, conforme ilustrado na Figura 4.
Figura 4 Aplicao da logstica reversa pelos grupos de indstria
Quanto s razes que fazem ou faro com que as empresas se preocupem
com a logstica reversa, o atendimento das exigncias legais acrescido das
devolues de produtos por problemas de qualidade somaram 49%. Seguiram-se
os seguintes fatores: conscincia ambiental (19%); maior competitividade (17%);
e viso do lucro (15%). A Figura 5 apresenta os resultados dessa questo.
45
-
Figura 5 Razes para aplicao da logstica reversa
Em relao aos fatores crticos identificados por Lacerda (2002) descritos
no item 2 do referido trabalho, a pesquisa mostrou que os especialistas
consideram a rede logstica planejada, os processos mapeados e formalizados e
os sistemas de informao acurados como os principais fatores que dificultam a
aplicao da logstica reversa. As relaes colaborativas entre clientes e
fornecedores, o ciclo de tempo reduzido e os bons controles de entrada no foram
considerados como fatores muito restritivos (Figura 6)
Figura 6 Fatores crticos para aplicao da logstica reversa
46
-
A opinio dos especialistas aponta para uma tendncia de crescimento da
logstica reversa no Brasil (Figura 7). Os especialistas tambm consideraram que
o comrcio eletrnico que apresenta tendncia de crescimento, vai pressionar
as empresas a terem maior preocupao com a logstica reversa (Figura 8).
Figura 7 Perspectiva de aplicao da logstica reversa para os prximos cinco anos
Figura 8 Influncia do comrcio eletrnico na logstica reversa
47
-
48
Concluses
A logstica vem desempenhando importante papel no Planejamento
Estratgico e como Arma de Marketing nas empresas. Empresas com um
bom sistema logstico conseguiram uma grande vantagem competitiva
sobre aquelas que no o possuem. Sua grande contribuio na
ampliao do servio ao cliente, satisfazendo exigncias e expectativas. A
Logstica Reversa hoje fundamental no sistema logstico das empresas.
No se concebe mais um sistema logstico completo se esta atividade no
estiver incorporada a ele.
O que se percebe que apenas uma questo de tempo at que a
Logstica Reversa ocupe posio de destaque nas empresas. As empresas
que forem mais rpidas tero uma maior vantagem competitiva sobre as
que demorarem a implementar o gerenciamento do fluxo reverso,
vantagem que pode ser traduzida em custos menores ou melhora no
servio ao consumidor. Uma integrao da cadeia de suprimentos tambm
se far necessria. O fluxo reverso de produtos dever ser considerado na
coordenao logstica entre as empresas.
A logstica reversa uma oportunidade de desenvolver a
sistematizao dos fluxos de resduos, bens e produtos descartados, seja
pelo fim de sua vida til seja por obsolescncia tecnolgica e o seu
reaproveitamento, que demonstra a contribuio para a reduo do uso de
recursos naturais e dos demais impactos ambientais. O sistema logstico
reverso consiste em uma ferramenta organizacional que viabiliza as
cadeias reversas, de forma a contribuir para a promoo da
sustentabilidade de uma cadeia produtiva.
Com relao ao contexto da logstica reversa no Brasil, 82% dos
respondentes de uma pesquisa de opinio sobre o tema , considera tratar-
se de um processo pouco aplicado pelas empresas no pas. O restante dos
-
49
especialistas (18%) respondeu que a logstica reversa medianamente
aplicada, no havendo resposta dizendo ser um processo bastante
aplicado ou no aplicado. A aplicao ainda restrita da logstica reversa no
Brasil reflete-se na existncia de limitadas referncias bibliogrficas bem
como num grande desconhecimento do assunto por parte da sociedade
que poderia terminar influenciando o processo. De acordo com o resultado
da pesquisa, no existe um grupo de indstrias que efetivamente se
destaque quanto aplicao da logstica reversa. Comparando-se com as
respostas da questo relativa aos setores econmicos, pode-se concluir
que a logstica reversa aplicada em determinados setores ou segmentos
industriais dentro de todos os grupos de indstria investigados bens
commodities, bens durveis e seus fornecedores, bens tradicionais e bens
difusores de progresso tcnico. Representa sim um atendencia a meio o
longo prazo no pais e no mundo.
Bibliografia http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-
realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtml, acesso em 27/09/2011.
http://www.ogerente.com.br/log/dt/logdt-an-logistica_reversa_brasil.htm, acesso
em 28/09/2011. http://rainydays.rockerspace.net/quais-produtos-podem-ser-reciclados/, acesso
em 28/10/2011.
pessoal.utfpr.edu.br/anacristina/arquivos/Logistica%20Reversa.ppt, acesso em
30/10/2011.
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0112_1450.pdf, acesso em
10/11/2011.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtmlhttp://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtmlhttp://www.ogerente.com.br/log/dt/logdt-an-logistica_reversa_brasil.htmhttp://rainydays.rockerspace.net/quais-produtos-podem-ser-reciclados/http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0112_1450.pdf
-
50
http://www.aedb.br/seget/artigos08/543_Logistica%20Reversa%20%20Artigo%20
para%20submissao.pdf, acesso em 14/11/2011.
KRIKKE, H. Recovery Strategies and Reverse Logistics Network Design
Holanda: BETA Institute for Business Engineering and Technology Application,
1998.
ROESCH, Sylvia Maria A.. Projeto de Estgio e de Pesquisa em Administrao:
Guia para Estgios, Trabalhos de Concluso, Dissertaes e Estudos de Caso. 3
Edio. So Paulo: Editora Atlas, 2009.
http://www.aedb.br/seget/artigos08/543_Logistica%20Reversa%20%20Artigo%20para%20submissao.pdfhttp://www.aedb.br/seget/artigos08/543_Logistica%20Reversa%20%20Artigo%20para%20submissao.pdf
-
PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO Faculdade de Economia, Administrao, Contabilidade e Atuariais
Aluno: Fernando de Moura Medrado Neto Tema do Trabalho: CARROS HBRIDOS NAS BRIGHT GREEN CITIES Professor: Arnoldo Jos de Hoyos Guevara SUMRIO INTRODUO .................................................................................................. 2 CAPTULO I CARROS HBRIDOS NAS BRIGHT GREEN CITIES................ 2
1.0 O QUE UM AUTOMVEL HBRIDO ............................................ 2 1.1 QUAL A IMPORTNCIA DOS AUTOMVEIS HBRIDOS? .......... 4 1.2 QUANTO CUSTA UM AUTOMVEL HBRIDO? ........................... 5 1.3 O QUE BRIGHT GREEN CITIES? ............................................... 8
CAPTULO II A NOVA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA NO BRASIL ............. 10 2.0 O PRIMEIRO H[IBRIDO NO PAS .................................................... 10 2.1 MARCAS QUE ADERIRAM A NOVA TECNOLOGIA ...................... 12 2.2 QUANDO A NOVA TECNOLOGIA SER TOTALMENTE INTEGRADA NO BRASIL? .............................................................. 16 2.3 QUAL A RELAO ENTRE UM CARRO HBRIDO E UMA CIDADE ECOLOGICAMENTE CORRETA? ................................... 17
CAPTULO III OS TRS TIPOS DE AUTOMVEIS HBRIDOS ................... 18 3.0 MOTOR A EXPLOSO ...................................................................... 18 3.1 MOTOR ELTRICO ........................................................................... 20 3.2 SISTEMA HBRIDO MISTO ............................................................... 22 3.3 AS FUNES DE BRIGHT GREEN CITIES ..................................... 25
CONCLUSO ...................................................................................................... 27 WEBGRAFIA ....................................................................................................... 27
1
-
INTRODUO Voc j se surpreendeu com o preo da gasolina ao chegar ao posto para abastecer seu
veculo? medida que a bomba vai registrando 80, 100 ou mais reais, talvez voc j tenha pensado em trocar seu carro por um mais econmico. Talvez, ainda, esteja preocupado com o fato de seu carro contribuir para o efeito estufa.
A indstria automobilstica tem a tecnologia para enfrentar essas preocupaes. o carro hbrido. Atualmente h muitos modelos no mercado e a maior parte das fbricas j tem planos de fabricar suas prprias verses.
Nesta pesquisa vamos tratar sobre estes assuntos, aprofundar um pouco na mecnica hbrida, e falar sobre o evento Bright Green Cities
CAPTULO I CARROS HBRIDOS NAS BRIGT GREEN CITIES
1.0 O QUE UM AUTOMVEL HBRIDO Um automvel hbrido um automvel que possui um motor de combusto interna,
normalmente a gasolina e um motor eltrico que permite reduzir o esforo do motor de combusto e assim reduzir os consumos e emisses.
Toyota Prius:
2
http://carros.hsw.uol.com.br/precos-da-gasolina.htmhttp://carros.hsw.uol.com.br/aquecimento-global.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Autom%C3%B3velhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Motor
-
Honda Insight:
3
-
1.1 QUAL A IMPORTNCIA DOS AUTOMVEIS HBRIDOS?
Os automveis hbridos por serem carros ecolgicos poluem muito menos emitindo uma quantidade muito menor de gases poluentes na atmosfera, ajudando assim a conservao do meio ambiente. Um automvel hbrido um automvel que possui um motor de combusto interna, normalmente a gasolina e um motor eltrico que permite reduzir o esforo do motor de combusto e assim reduzir os consumos e emisses. Devido aos problemas que a Terra est enfrentando com a camada de oznio e tambm muitos outros muito importante que cada pas utilize essa nova tecnologia, apesar de ser mais cara, com o passar dos anos ir se baratear possibilitando assim a troca dos veculos convencionais por veculos hbridos.
Tecnologia Hbrida:
O Funcionamento de um Motor Hbrido:
4
-
1.2 QUANTO CUSTA UM AUTOMVEL HBRIDO?
O preo varia muito de marca para marca como um automvel comum. Se quisermos ter um BMW hbrido o mais barato que ser lanado ainda este ano o serie 1 hibrid que sai em torno de 200 250 mil reais.
Porm para os menos exigentes j venda no mercado brasileiro est o Ford Fusion Hibrid custando 134 mil reais.
A tecnologia hbrida no Brasil ainda apresenta um preo bem salgado o que faz com que as pessoas desistam dos hbridos, mas com o passar dos anos o objetivo das montad