Bisus 2 2011

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BISUS BOLETIM DE INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE O Objetivo deste Boletim é promover o interesse dos alunos da PUCSP em colaborar com pesquisas sobre o tema de Inovação e Sustentabilidade como uma forma de contribuir com uma cultura de Desenvolvimento Sustentável na Universidade. BISUS 2s 2011, No. 1 LOGÍSTICA REVERSA E REUSO DE BENS PRODUTIVOS PELO SETOR INDUSTRIAL Christian Fey CARROS HÍBRIDOS NAS BRIGHT GREEN CITIES Fernando de Moura Medrado Neto O FUTURO DA COMIDA Natália Gnecchi Sauter O DESMATAMENTO NO PLANETA Lucas Vicente Angrisani PREVIDÊNCIA: PLANEJANDO O FUTURO Marcela Confessor de Oliveira AS PRÁTICAS DO CONSUMO SUSTENTÁVEL Maria Carolina C.M.C. Menezes MERCEDES-BENS BLUE EFFICIENCY Mariana Alelaf De Alencar Fraia PRAZER, SOU A CRISE Lucas Dantas Jesus da Silva AS PRÁTICAS DE MARKETING DIGITAL DA EMPRESA TECNISA Rogério de Oliveira Melo

Transcript of Bisus 2 2011

  • BISUS BOLETIM DE INOVAO E SUSTENTABILIDADE

    O Objetivo deste Boletim promover o interesse dos alunos da PUCSP em colaborar com pesquisas sobre o tema de Inovao e Sustentabilidade como uma forma de contribuir com uma cultura de Desenvolvimento Sustentvel na Universidade.

    BISUS 2s 2011, No. 1

    LOGSTICA REVERSA E REUSO DE BENS PRODUTIVOS PELO SETOR INDUSTRIAL Christian Fey

    CARROS HBRIDOS NAS BRIGHT GREEN CITIES Fernando de Moura Medrado Neto

    O FUTURO DA COMIDA Natlia Gnecchi Sauter O DESMATAMENTO NO PLANETA Lucas Vicente Angrisani PREVIDNCIA: PLANEJANDO O FUTURO Marcela Confessor de Oliveira AS PRTICAS DO CONSUMO SUSTENTVEL Maria Carolina C.M.C. Menezes MERCEDES-BENS BLUE EFFICIENCY Mariana Alelaf De Alencar Fraia PRAZER, SOU A CRISE Lucas Dantas Jesus da Silva AS PRTICAS DE MARKETING DIGITAL DA EMPRESA TECNISA Rogrio de Oliveira Melo

  • PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAO, CONTABILIDADE E ATURIA

    CURSO DE ADMINISTRAO

    LOGSTICA REVERSA E REUSO DE BENS PRODUTIVOS PELO

    SETOR INDUSTRIAL

    CHRISTIAN FEY

    So Paulo SP

    2011

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    CHRISTIAN FEY

    LOGSTICA REVERSA E REUSO DE BENS PRODUTIVOS PELO SETOR INDUSTRIAL

    Trabalho de Pesquisa II apresentado ao Departamento de Administrao, da Faculdade de Economia, Administrao, Contabilidade e Aturia, da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, orientado pelo Professor Arnoldo Jos de Hoyos Guevara.

    So Paulo SP

    2011

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    Esse trabalho dedicado a:

    Aos meus Irmos, que sempre me apoiaram em minhas decises de vida e aos

    meus Pais, pela abnegao e solidariedade com meus estudos.

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    SUMRIO Introduo.......................................................................................... 7 1. Revoluo Industrial 1.1 A revoluo industrial........................................................ 8 1.2.O pioneirismo no Reino Unido..........................................10 1.3.O motor a vapor..................................................................12 1.4 A classe trabalhadora........................................................14 1.5 A industrializao na Europa............................................16 1.6 A expanso pelo mundo....................................................17 1.7 As consequncias da revoluo industrial.....................19 2. Logstica reversa 2.1 Teoria...................................................................................21 2.2 Importncia da logstica reversa......................................22 2.3 Logstica reversa: motivos e causas................................26 2.4 O caso do setor de refrigerantes......................................29 2.5 Produtos reciclveis e no reciclveis............................34 3. A imagem das empresas quanto logstica reversa 3.1 Responsabilidade social corporativa...............................36 3.2 Responsabilidade social X Marketing social...................36 3.3 Responsabilidade social empresarial e meio ambiente.37 3.4 Bens naturais nos processos produtivos........................37 3.5 Questo ambiental: preocupao crescente...................38 3.6 Revalorizao ecolgica....................................................39 3.7 Aspectos legais Fatores relevantes..............................40 3.8 Passivo ambiental..............................................................41

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    3.9 Selo verde...........................................................................42 3.10 Agenda 21.........................................................................42 3.11 Desenvolvimento sustentvel.........................................42 3.12 Logstica reversa na sustentabilidade...........................43 4. Implantao da logstica reversa no Brasil 4.1 Logstica reversa no Brasil...............................................44 Bibliografia.........................................................................................49

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    Introduo A reciclagem um fator em evidncia dentro de todos os setores da

    economia, que esta em constante desenvolvimento, um tema diretamente ligado

    sustentabilidade, que busca de modo ecolgico reutilizar produtos e bens j

    consumidos, de modo a recicl-los totalmente em muitos dos casos. Hoje os

    prprios produtores de novas mercadorias buscam pensar no descarte dos

    mesmos, muitas vezes empresas acabam tendo o nome difamado pelo mal

    descarte de produtos, os quais em princpio no eram e nem so mais de sua

    responsabilidade, a partir do momento que j foram revendidos e consumidos.

    Porm o mundo mudou e esse um fator de grande preocupao para as

    organizaes, que hoje encontram bons mtodos para no tornar isso um

    problema, mas sim mais um meio de renda.

    A pesquisa busca a amplitude do mercado de reciclagem dentro da

    sociedade e do mercado industrial brasileiro, de modo a enxergar o tamanho do

    nicho existente e a possvel aplicao em industrias que ainda no utilizam deste

    modo de filosofia, para agregar valor tanto para a prpria marca quanto para um

    aumento de receita lquida.

    O intuito filosfico do tema muito atrativo, busca de meio alternativo

    reconstruir e refazer o novo por meio do antigo, sendo hoje vivel, em funo do

    momento climtico e ambiental vivido no universo. O grande investimento em

    pesquisa e desenvolvimento no meio busca introduzir este pensamento em todos

    os setores, visto que os principais materiais descartados so frutos produtivos,

    alto o volume de materiais que necessitam de lugar ou meio de voltar a se alocar

    no espao, onde este projeto busca mostrar modos alternativos, como possvel

    o descarte consciente e sustentvel de praticamente tudo, produzido e consumido

    no mundo contemporneo.

  • 7

    1 Revoluo Industrial 1.1 A revoluo industrial

    Antes da Revoluo Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual

    (da o termo manufatura), no mximo com o emprego de algumas mquinas

    simples. Dependendo da escala, grupos de artesos podiam se organizar e dividir

    algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo arteso cuidava de

    todo o processo, desde a obteno da matria-prima at comercializao do

    produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos prprios

    artesos e os profissionais da poca dominavam muitas (se no todas) etapas do

    processo produtivo.

    Com a Revoluo Industrial os trabalhadores perderam o controle do

    processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patro (na

    qualidade de empregados ou operrios), perdendo a posse da matria-prima, do

    produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar mquinas que

    pertenciam aos donos dos meios de produo os quais passaram a receber todos

    os lucros. O trabalho realizado com as mquinas ficou conhecido por

    maquinofatura.

    Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evoluo

    tecnolgica, econmica e social que vinha se processando na Europa desde a

    Baixa Idade Mdia, com nfase nos pases onde a Reforma Protestante tinha

    conseguido destronar a influncia da Igreja Catlica: Inglaterra, Esccia, Pases

    Baixos, Sucia. Nos pases fiis ao catolicismo, a Revoluo Industrial eclodiu,

    em geral, mais tarde, e num esforo declarado de copiar aquilo que se fazia nos

    pases mais avanados tecnologicamente: os pases protestantes.

    De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revoluo Industrial, iniciada na

    Gr-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revolues Burguesas do

    sculo XVIII, responsveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do

    capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a

    acompanham so a Independncia dos Estados Unidos e a Revoluo Francesa

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Artesanatohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manufaturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria-primahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Oficinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lucrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Europahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Protestantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3licahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Esc%C3%B3ciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A9ciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marxhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%B5es_Burguesashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antigo_Regimehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Americanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa

  • que, sob influncia dos princpios iluministas, assinalam a transio da Idade

    Moderna para a Idade Contempornea. Para Marx, o capitalismo seria um

    produto da Revoluo Industrial e no sua causa.

    Com a evoluo do processo, no plano das Relaes Internacionais, o

    sculo XIX foi marcado pela hegemonia mundial britnica, um perodo de

    acelerado progresso econmico-tecnolgico, de expanso colonialista e das

    primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do perodo,

    o trono britnico foi ocupado pela rainha Vitria (1837-1901), razo pela qual

    denominado como Era Vitoriana. Ao final do perodo, a busca por novas reas

    para colonizar e descarregar os produtos maciamente produzidos pela

    Revoluo Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potncias

    industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente esprito

    armamentista que culminou, mais tarde, na ecloso, da Primeira Guerra Mundial

    (1914).

    Figura 1: O incio da revoluo indstrial

    8

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Modernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Modernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Contempor%C3%A2neahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_Internacionaishttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vit%C3%B3ria_do_Reino_Unidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1837http://pt.wikipedia.org/wiki/1901http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Vitorianahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundialhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1914

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    A Revoluo Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a trs

    fatores:

    1) os comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais

    manufaturadores e comerciantes do mundo, detendo ainda a confiana e

    reciprocidade dos governantes quanto manuteno da economia em seus

    estados;

    2) a existncia de um mercado em expanso para seus produtos, tendo a ndia, a

    frica, a Amrica do Norte e a Amrica do Sul sido integradas ao esquema da

    expanso econmica europia;

    3) o contnuo crescimento de sua populao, que oferecia um mercado sempre

    crescente de bens manufaturados, alm de uma reserva adequada (e

    posteriormente excedente) de mo-de-obra.

    1.2 O pioneirismo do Reino Unido O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revoluo Industrial por

    diversos fatores:

    Pela aplicao de uma poltica econmica liberal desde meados do sculo XVIII.

    Antes da liberalizao econmica, as atividades industriais e comerciais estavam

    cartelizadas pelo rgido sistema de guildas, razo pela qual a entrada de novos

    competidores e a inovao tecnolgica eram muito limitados. Com a liberalizao

    da indstria e do comrcio ocorreu um enorme progresso tecnolgico e um

    grande aumento da produtividade em um curto espao de tempo.

    O processo de enriquecimento britnico adquiriu maior impulso aps a Revoluo

    Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir

    os investimentos e ampliar os lucros.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Europahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81fricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Nortehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guildahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Inglesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Inglesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo

  • 10

    A Gr-Bretanha firmou vrios acordos comerciais vantajosos com outros pases.

    Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadncia da

    monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas

    preferenciais para os seus produtos no mercado portugus.

    A Gr-Bretanha possua grandes reservas de ferro e de carvo mineral em seu

    subsolo, principais matrias-primas utilizadas neste perodo. Dispunham de mo-

    de-obra em abundncia desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o

    xodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de

    trabalho nas manufaturas.

    A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fbricas, adquirir

    matrias-primas e mquinas e contratar empregados.

    Para ilustrar a relativa abundncia do capital que existia na Inglaterra, pode

    se constatar que a taxa de juros no final do sculo XVIII era de cerca de 5% ao

    ano; j na China, onde praticamente no existia progresso econmico, a taxa de

    juros era de cerca de 30% ao ano.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Methuenhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1703http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria-primahttp://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_Cercamentos_de_Terrashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/China

  • 1.3 O motor a vapor

    O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revoluo Industrial por

    diversos fatores:

    Figura 2: Mquina a vapor I

    Pela aplicao de uma poltica econmica liberal desde meados do sculo

    XVIII. Antes da liberalizao econmica, as atividades industriais e comerciais

    estavam cartelizadas pelo rgido sistema de guildas, razo pela qual a entrada de

    novos competidores e a inovao tecnolgica eram muito limitados. Com a

    liberalizao da indstria e do comrcio ocorreu um enorme progresso

    tecnolgico e um grande aumento da produtividade em um curto espao de

    tempo.

    O processo de enriquecimento britnico adquiriu maior impulso aps a

    Revoluo Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava

    para expandir os investimentos e ampliar os lucros.

    A Gr-Bretanha firmou vrios acordos comerciais vantajosos com outros

    pases. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a

    decadncia da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual

    conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado portugus.

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    http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unidohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guildahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Inglesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_Methuenhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1703

  • A Gr-Bretanha possua grandes reservas de ferro e de carvo mineral em

    seu subsolo, principais matrias-primas utilizadas neste perodo. Dispunham de

    mo-de-obra em abundncia desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que

    provocou o xodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos

    em busca de trabalho nas manufaturas.

    A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fbricas,

    adquirir matrias-primas e mquinas e contratar empregados.

    Para ilustrar a relativa abundncia do capital que existia na Inglaterra, pode se

    constatar que a taxa de juros no final do sculo XVIII era de cerca de 5% ao ano;

    j na China, onde praticamente no existia progresso econmico, a taxa de juros

    era de cerca de 30% ao ano.

    Figura 3: Mquina a vapor II

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    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria-primahttp://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o-de-obrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_dos_Cercamentos_de_Terrashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/China

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    1.4 A classe trabalhadora A produo manual que antecede Revoluo Industrial conheceu duas

    etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:

    O artesanato foi a forma de produo industrial caracterstica da Baixa Idade

    Mdia, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma

    produo de carter familiar, na qual o produtor (arteso) possua os meios de

    produo (era o proprietrio da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a

    famlia em sua prpria casa, realizando todas as etapas da produo, desde o

    preparo da matria-prima, at o acabamento final; ou seja no havia diviso do

    trabalho ou especializao para a confeco de algum produto. Em algumas

    situaes o arteso tinha junto a si um ajudante, porm no assalariado, pois

    realizava o mesmo trabalho pagando uma taxa pela utilizao das ferramentas.

    importante lembrar que nesse perodo a produo artesanal estava sob controle

    das corporaes de ofcio, assim como o comrcio tambm se encontrava sob

    controle de associaes, limitando o desenvolvimento da produo.

    A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade

    Clssica, resultou da ampliao do mercado consumidor com o desenvolvimento

    do comrcio monetrio. Nesse momento, j ocorre um aumento na produtividade

    do trabalho, devido diviso social da produo, onde cada trabalhador realizava

    uma etapa na confeco de um nico produto. A ampliao do mercado

    consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comrcio, tanto em

    direo ao oriente como em direo Amrica. Outra caracterstica desse

    perodo foi a interferncia do capitalista no processo produtivo, passando a

    comprar a matria-prima e a determinar o ritmo de produo.

    A partir da mquina, fala-se numa primeira, numa segunda e at terceira e quarta

    Revolues Industriais. Porm, se concebermos a industrializao como um

    processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no

    sculo XVIII), num segundo momento (energia eltrica no sculo XIX) e num

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Artesanatohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Manufaturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Modernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antiguidade_Cl%C3%A1ssicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Antiguidade_Cl%C3%A1ssicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_el%C3%A9tricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX

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    terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear

    e pelo avano da informtica, da robtica e do setor de comunicaes ao longo

    dos sculos XX e XXI (aspectos, porm, ainda discutveis).

    Na esfera social, o principal desdobramento da revoluo foi a

    transformao nas condies de vida nos pases industriais em relao aos

    outros pases da poca, havendo uma mudana progressiva das necessidades de

    consumo da populao conforme novas mercadorias foram sendo produzidas.

    A Revoluo Industrial alterou profundamente as condies de vida do

    trabalhador braal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da

    populao rural para as cidades. Criando enormes concentraes urbanas; a

    populao de Londres cresceu de 800 000 habitantes em 1780 para mais de 5

    milhes em 1880, por exemplo. Durante o incio da Revoluo Industrial, os

    operrios viviam em condies horrveis se comparadas s condies dos

    trabalhadores do sculo seguinte. Muitos dos trabalhadores tinham um cortio

    como moradia e ficavam submetidos a jornadas de trabalho que chegavam at a

    80 horas por semana. O salrio era medocre (em torno de 2.5 vezes o nvel de

    subsistncia) e tanto mulheres como crianas tambm trabalhavam, recebendo

    um salrio ainda menor.

    A produo em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez

    mais o trabalhador do produto final, j que cada grupo de trabalhadores passava

    a dominar apenas uma etapa da produo, mas sua produtividade ficava maior.

    Como sua produtividade aumentava os salrios reais dos trabalhadores ingleses

    aumentaram em mais de 300% entre 1800 at 1870. Devido ao progresso

    ocorrido nos primeiros 90 anos de industrializao, em 1860 a jornada de trabalho

    na Inglaterra j se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas dirias em

    cinco dias de trabalho por semana).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Londreshttp://pt.wikipedia.org/wiki/1780http://pt.wikipedia.org/wiki/1880http://pt.wikipedia.org/wiki/Semanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1800http://pt.wikipedia.org/wiki/1870http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterra

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    Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indstrias txteis:

    1780 - em torno de 80 horas por semana

    1820 - 67 horas por semana

    1860 - 53 horas por semana

    2007 - 46 horas por semana

    Segundo os socialistas, o salrio, medido a partir do que necessrio para

    que o trabalhador sobreviva (deve ser notado de que no existe definio exata

    para qual seja o "nvel mnimo de subsistncia"), cresceu medida que os

    trabalhadores pressionam os seus patres para tal, ou seja, se o salrio e as

    condies de vida melhoraram com o tempo, foi graas organizao e aos

    movimentos organizados pelos trabalhadores, que apesar de terem suas

    exigncias atendidas, continuam a se organizar e protestar por ainda mais

    redues da jornada de trabalho em todo o mundo.

    1.5 A industrializao na Europa At 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os

    pases industrializados. Embora outros pases j contassem com fbricas e

    equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra",

    como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem

    desenvolvidos, porm no possuam a tecnologia das fbricas inglesas.

    Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na poca,

    eram as regies mineradoras de carvo; lugares como o norte da Frana, nos

    vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e tambm em

    algumas regies da Blgica. A Alemanha nessa poca ainda no havia sido

    unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre esses a Prssia, que liderava a

    Revoluo Industrial. A Alemanha se unificou em 1871, quando a Prssia venceu

    a Guerra Franco-Prussiana.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Subsist%C3%AAncia&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/1850http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ruhrhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Wupper&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Europahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Sambrehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ruhrhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%BAssiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1871http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Franco-Prussiana

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    Fora estes lugares, a industrializao ficou presa:

    s principais cidades, como Paris e Berlim;

    aos centro de interligao viria, como Lyon, Colnia, Frankfurt am Main,

    Cracvia e Varsvia;

    aos principais portos, como Hamburgo, Bremen, Roterd, Le Havre,

    Marselha;

    a polos txteis, como Lille, Regio do Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld

    (Wuppertal), Chemmitz, Lodz e Moscou;

    e a distritos siderurgicos e indstria pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre,

    e da Silsia.

    1.6 A expanso pelo mundo Aps 1830, a produo industrial se descentralizou da Inglaterra e se

    expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e

    para o leste dos Estados Unidos da Amrica. Porm, cada pas se desenvolveu

    em um ritmo diferente baseado nas condies econmicas, sociais e culturais de

    cada lugar.

    Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870,

    houve a Unificao Alem que, liderada por Bismarck, impulsionou a Revoluo

    Industrial no pas que j estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir dessa poca

    que a produo de ferro fundido comeou a aumentar de forma exponencial.

    Na Itlia a unificao poltica realizada em 1870, semelhana do que

    ocorreu na Alemanha, impulsionou, mesmo que atrasada, a industrializao do

    pas. Essa s atingiu ao norte da Itlia, pois o sul continuou basicamente agrrio.

    Muito mais tarde, comeou a industrializao na Rssia, nas ltimas

    dcadas do sculo XIX. Os principais fatores para que ela acontecesse foram a

    grande disponibilidade de mo-de-obra, interveno governamental na economia

    atravs de subsdios e investimentos estrangeiros indstria.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Parishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Berlimhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lyonhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B4nia_(Alemanha)http://pt.wikipedia.org/wiki/Frankfurt_am_Mainhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crac%C3%B3viahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vars%C3%B3viahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hamburgohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bremenhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Roterd%C3%A3http://pt.wikipedia.org/wiki/Le_Havrehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Marselhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lillehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_do_Ruhrhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Roubaixhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Barmen-Elberfeld&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Wuppertalhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Chemmitz&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Lodzhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Moscouhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Loirehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sarrehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alta_Sil%C3%A9siahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1830http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Franco-prussianahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1870http://pt.wikipedia.org/wiki/Unifica%C3%A7%C3%A3o_Alem%C3%A3http://pt.wikipedia.org/wiki/Otto_von_Bismarckhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1815http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1liahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1870http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Industrializa%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%BAssiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX

  • 17

    Nos Estados Unidos a industrializao comeou no final do sculo XVIII, e

    foi somente aps a Guerra da Secesso que todo o pas se tornou industrializado.

    A industrializao relativamente tardia dos EUA em relao Inglaterra pode ser

    explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, j na Inglaterra

    existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa

    na agricultura em relao Inglaterra e consequentemente demorou bastante

    tempo para que a indstria ficasse mais importante que a agricultura. Outro fator

    que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulao de

    capital, como tinham muita terra eram essencialmente agrrios, impedindo a total

    industrializao do pas que at a segunda metade do sculo XIX era constitudo

    s pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos.

    O trmino do conflito resultou na abolio da escravatura o que elevou a

    produtividade da mo de obra. aumentando assim a velocidade de acumulao

    de capital, e tambm muitas riquezas naturais foram encontradas no perodo

    incentivando a industrializao.

    A modernizao do Japo data do incio da era Meiji, em 1867, quando a

    superao do feudalismo unificou o pas. A propriedade privada foi estabelecida.

    A autoridade poltica foi centralizada possibilitando a interveno estatal do

    governo central na economia, o que resultou no subsidio a indstria.

    E como a mo-de-obra ficou livre dos senhores feudais, ocorreu

    assimilao da tecnologia ocidental e o Japo passou de um dos pases mais

    atrasados do mundo a um pas industrializado.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIIIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Secess%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Agriculturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Industrializa%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1867http://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade_privada

  • Figura 4: Fabricao Ford T

    1.7 As consequencias da revoluo industrial A partir da Revoluo Industrial o volume de produo aumentou

    extraordinariamente: a produo de bens deixou de ser artesanal e passou a ser

    maquinofaturada; as populaes passaram a ter acesso a bens industrializados e

    deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fbricas

    passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua fora de

    trabalho em troca de um salrio.

    Outra das consequncias da Revoluo Industrial foi o rpido crescimento

    econmico. Antes dela, o progresso econmico era sempre lento (levavam

    sculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e aps, a renda

    per capita e a populao comearam a crescer de forma acelerada nunca antes

    vista na histria. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a populao da Inglaterra

    aumentou de 3,5 milhes para 8,5, j entre 1780 e 1880 ela saltou para 36

    milhes, devido drstica reduo da mortalidade infantil.

    18

    http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhadorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_de_trabalhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_de_trabalhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Economiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Renda_per_capitahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimento_populacionalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/1500http://pt.wikipedia.org/wiki/1780http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1780http://pt.wikipedia.org/wiki/1880http://pt.wikipedia.org/wiki/Mortalidade_infantil

  • 19

    A Revoluo Industrial alterou completamente a maneira de viver das

    populaes dos pases que se industrializaram. As cidades atraram os

    camponeses e artesos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.

    Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande pas,

    havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as

    pessoas mais pobres se aglomeravam em subrbios de casas velhas e

    desconfortveis, com condies horrveis de higiene e salubridade, se

    comparadas com as habitaes dos pases industrializados hoje em dia. Mas

    representavam uma grande melhoria se comparadas as condies de vida dos

    camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de gua

    encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.

    O trabalho do operrio era muito diferente do trabalho do campons:

    tarefas montonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanas

    incessantes. A cada instante, surgiam novas mquinas, novos produtos, novos

    gostos, novas modas.

    Estudos sobre as variaes na altura mdia dos homens no norte da

    Europa, sugerem que o progresso econmico gerado pela industrializao

    demorou varias dcadas at beneficiar a populao como um todo. Eles indicam

    que, em mdia, os homens do norte europeu durante o incio da Revoluo

    Industrial eram 7,6 centmetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes,

    na Alta Idade Mdia. estranho que a altura mdia dos ingleses tenha cado

    continuamente durante os anos de 1100 at o incio da revoluo industrial em

    1780, quando a altura mdia comeou a subir. Foi apenas no incio do sculo XX

    que essas populaes voltaram a ter altura semelhante s registradas entre os

    sculos IX e XI[3]. A variao da altura mdia de uma populao ao longo do

    tempo considerada um indicador de sade e bem-estar econmico.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Industrializa%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Artes%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1850http://pt.wikipedia.org/wiki/Sub%C3%BArbiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Casahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Choupanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Palhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua#.C3.81gua_da_torneira_.28.C3.A1gua_canalizada.29http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua#.C3.81gua_da_torneira_.28.C3.A1gua_canalizada.29http://pt.wikipedia.org/wiki/Ratohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Esgotohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Oper%C3%A1riohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Europahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Alta_Idade_M%C3%A9diahttp://pt.wikipedia.org/wiki/1100http://pt.wikipedia.org/wiki/1780http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial#cite_note-2

  • 20

    2. Logstica reversa 2.1 Teoria

    Logstica Reversa uma nova rea da logstica empresarial que busca

    gerenciar o ciclo de vida de bens de consumo at o seu descarte, ou seja, busca

    de maneira ecolgica o modo mais propcio para o reuso ou mesmo melhor forma

    de descarte de produtos quando j no so mais utilizados de maneira para a

    qual foram fabricados. Do ponto de vista econmico essa ferramenta foi criada

    no para complicar as organizaes, mas sim para buscar lucratividade e

    sustentabilidade para as organizaes que esto de acordo com a ideia,

    buscando ainda amenizar prejuzos ao meio ambiente.

    A logstica reversa ainda no muito conhecida no Brasil, porm esta se

    introduzindo e dentro de um prazo de cinco anos, dever estar bem difundida

    dentre as indstrias brasileiras, de acordo com Paulo Roberto Leite, em entrevista

    ao website Planeta Sustentvel

    (http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-

    realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtml).

    Um exemplo cotidiano da ferramenta o reuso de botijes de gs nas

    grandes cidades do pas, hoje empresas do meio utilizam a logstica reversa para

    recolher seus botijes e reutiliza-los enchendo-os novamente com o produto que

    ser consumido. Assim empresas podem de forma sustentvel distribuir seu

    produto final com uma reduo em seu custo, cobrando dos clientes apenas pelo

    produto consumido e no pela embalagem

    (http://www.ogerente.com.br/log/dt/logdt-an-logistica_reversa_brasil.htm).

    http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtmlhttp://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtmlhttp://www.ogerente.com.br/log/dt/logdt-an-logistica_reversa_brasil.htm

  • Figura 5: Ciclo da logstica reversa 2.2 Importncia da logstica reversa

    Reaproveitamento e remoo de refugo estudam e gerencia o modo como

    os subprodutos do processo produtivo sero descartados ou reincorporados ao

    processo. Devido a legislaes ambientais cada vez mais rgidas, a

    responsabilidade do fabricante sobre o produto est se ampliando. Alm do

    refugo gerado em seu prprio processo produtivo, o fabricante esta sendo

    responsabilizado pelo produto at o final de sua vida til. Isto tem ampliado uma

    atividade que at ento era restrita a suas premissas.

    Tradicionalmente, os fabricantes no se sentem responsveis por seus

    produtos aps o consumo. A maioria dos produtos usados jogada fora ou

    incinerados com considerveis danos ao meio ambiente. Atualmente, legislaes

    mais severas e a maior conscincia do consumidor sobre danos ao meio

    ambiente esto levando as empresas a repensarem sua responsabilidade sobre

    21

  • 22

    seus produtos aps o uso. A Europa, particularmente a Alemanha, pioneira na

    legislao sobre o descarte de produtos consumidos. Administrao de

    devolues envolve o retorno dos produtos empresa vendedora por motivo de

    defeito, excesso, recebimento de itens incorretos ou outras razes

    Vrias pesquisas e trabalhos mostram a importncia de se prestar ateno

    a este lado da logstica. Vrias empresas com um pequeno investimento no

    gerenciamento da Logstica Reversa conseguem retornos e economias

    substanciais. A Logstica Reversa a ltima fronteira em reduo de custos.

    Pela falta de sistemas informatizados que permitam a integrao da

    Logstica Reversa ao fluxo normal de distribuio muitas empresas desenvolvem

    sistemas proprietrios ou terceirizam este setor para firmas especializadas, mais

    capacitadas a lidar com o processo.

    No existem dados precisos sobre o valor que os custos com Logstica

    Reversa representam na economia do Brasil. Levando-se em conta as estimativas

    para o mercado americano e extrapolando-as para o Brasil, os custos com

    Logstica Reversa representam aproximadamente 4% dos custos totais de

    Logstica, que de acordo com a Associao Brasileira de Movimentao e

    Logstica foi de US$ 153 bilhes em 1998. Estes nmeros tendem a crescer,

    medida que as atividades com Logstica Reversa aumentem entre as empresas.

    Apesar de muitas empresas saberem da importncia que o fluxo reverso

    tem, a maioria delas tem dificuldades ou desinteresse em implementar o

    gerenciamento da Logstica Reversa. A falta de sistemas informatizados que se

    integrem ao sistema existente de logstica, a dificuldade em medir o impacto dos

    retornos de produtos e/ou materiais, com o conseqente desconhecimento da

    necessidade de control-lo, o fato de que o fluxo reverso no representa receitas,

    mas custos e como tal recebem pouca ou nenhuma prioridade nas empresas, so

    algumas das razes apontadas para a no implementao da Logstica Reversa

    nas empresas.

  • 23

    Por exemplo, o desempenho que as empresas no ramo de engarrafamento

    de bebidas com vasilhames e engradados retornveis se beneficiam

    enormemente de uma boa Logstica Reversa. Estes ganhos se do a partir de

    uma melhor coordenao entre promoes e picos esperados no retorno de

    vasilhames, reduzindo a necessidade de produo de novos vasilhames, at a

    reduo na produo de garrafas plsticas no-retornveis, aproveitando o maior

    controle sobre os vasilhames retornveis e que j haviam sido pagos. No caso do

    Brasil a reciclagem das embalagens de alumnio vem gerando excelentes

    resultados do ponto de vista ecolgico e financeiro, j que est diminuindo

    consideravelmente os volumes importados de matrias primas, colocando a

    indstria deste setor entre os maiores recicladores de alumnio do mundo.

    A logstica vem desempenhando importante papel no Planejamento

    Estratgico e como Arma de Marketing nas empresas. Empresas com um bom

    sistema logstico conseguiram uma grande vantagem competitiva sobre aquelas

    que no o possuem. Sua grande contribuio na ampliao do servio ao

    cliente, satisfazendo exigncias e expectativas. A Logstica Reversa hoje

    fundamental no sistema logstico das empresas. No se concebe mais um

    sistema logstico completo se esta atividade no estiver incorporada a ele.

    O que se percebe que apenas uma questo de tempo at que a

    Logstica Reversa ocupe posio de destaque nas empresas. As empresas que

    forem mais rpidas tero uma maior vantagem competitiva sobre as que

    demorarem a implementar o gerenciamento do fluxo reverso, vantagem que pode

    ser traduzida em custos menores ou melhora no servio ao consumidor. Uma

    integrao da cadeia de suprimentos tambm se far necessria. O fluxo reverso

    de produtos dever ser considerado na coordenao logstica entre as empresas.

  • 24

    Figura 6: Aterro Sanitrio

    Figura 7: O planeta precisa de ajuda

  • 25

    2.3 Logstica reversa: motivos e causas De acordo com o grupo RevLog (um grupo de trabalho internacional para o estudo da Logstica Reversa, envolvendo pesquisadores de vrias Universidades

    em todo o mundo e sob a coordenao da Erasmus University Rotterdam, na

    Holanda), as principais razes que levam as firmas a atuarem mais fortemente na

    Logstica Reversa so:

    Legislao Ambiental, que fora as empresas a retornarem seus produtos e

    cuidar do tratamento necessrio;

    Benefcios econmicos do uso de produtos que retornam ao processo de

    produo, ao invs dos altos custos do correto descarte do lixo;

    A crescente conscientizao ambiental dos consumidores.

    Razes competitivas Diferenciao por servio;

    Limpeza do canal de distribuio;

    Proteo de Margem de Lucro;

    Recaptura de valor e recuperao de ativos.

    Quaisquer que sejam os motivos que levam uma empresa qualquer a

    se preocupar com o retorno de seus produtos e/ou materiais e a tentar administrar

    este fluxo de maneira cientfica, isto a prtica de Logstica Reversa. O processo

    logstico visto como um sistema que liga a empresa ao consumidor e seus

    fornecedores. O processo logstico apresentado em termos de dois esforos

    inter-relacionados: o Fluxo de Estoques de Valor Adicionado e as Necessidades

    de Fluxo de Informaes.

    Apesar do planejamento logstico, muitas vezes, priorizar apenas o

    estudo do fluxo de produtos no sentido Empresa-Cliente, a importncia de

    tambm olharmos o fluxo reverso. Quer seja devido a 'recalls' efetuados pela

    prpria empresa, vencimento de produtos, responsabilidade pelo correto descarte

    de produtos perigosos aps seu uso, produtos defeituosos e devolvidos para

    troca, desistncia da compra por parte do cliente ou legislao, o fato que o

    fluxo reverso um fator comum.

  • 26

    Em termos logsticos, quando adicionamos o sistema de Logstica

    Reversa ao fluxo de sada de mercadorias, temos uma Cadeia de Suprimentos

    Integral. A Cadeia de Suprimentos Integral (CSI) baseada no conceito de ciclo

    de vida do produto. Durante seu ciclo de vida, o produto percorre a sua cadeia de

    suprimentos normal. O que acrescentado na CSI so as etapas de descarte,

    recuperao e reaplicao, permitindo a reentrada do fluxo de material na cadeia

    de suprimentos.

    Um planejamento de Logstica Reversa envolve praticamente os

    mesmos elementos de um plano logstico convencional: nvel de servio,

    armazenagem, transporte, nvel de estoques, fluxo de materiais e sistema de

    informaes.

    O nvel de servios faz parte da estratgia global da empresa. Se como

    arma de vendas est includo algo como satisfao garantida ou seu dinheiro de

    volta ou garantia de troca em caso de defeito, o sistema logstico tem que estar

    preparado para o fluxo reverso e qualquer falha pode arriscar toda a imagem da

    companhia. Uma vez determinado o volume e as caractersticas do fluxo reverso,

    deve-se estabelecer os locais de armazenagem, os nveis de estoque, o tipo de

    transporte a ser utilizado e em que fase se dar a reentrada no fluxo normal do

    produto.

    As diferenas entre os sistemas de logstica com fluxo normal e a

    Logstica Reversa so quatro, de acordo com Krikke (1998).

    A primeira diferena que a logstica tradicional frente um sistema

    onde os produtos so puxados (pull system), enquanto que na Logstica

    Reversa existe uma combinao entre puxar e empurrar os produtos pela

    cadeia de suprimentos.[...] Como resultado de uma legislao mais

    restritiva e a maior responsabilidade do produtor, na Logstica Reversa, a

    quantidade de lixo produzido (e a distino entre o que reciclvel do que

    lixo indesejado) no pode ser influenciada pelo produtor e dever ser

  • 27

    igualada demanda de produtos, j que a quantidade de descarte j

    limitada em muitos pases.

    Em segundo lugar, os fluxos tradicionais de logstica so basicamente

    divergentes, enquanto que os fluxos reversos podem ser fortemente

    convergentes e divergentes ao mesmo tempo.

    Terceiro, os fluxos de retorno seguem um diagrama de processamento pr-

    definido, no qual produtos descartados so transformados em produtos

    secundrios, componentes e materiais. No fluxo normal, esta

    transformao acontece em uma unidade de produo, que serve como

    fornecedora da rede.

    Por ltimo, na Logstica Reversa, os processos de transformao tendem a

    ser incorporados na rede de distribuio, cobrindo todo o processo de

    produo, da oferta (descarte) demanda (reutilizao).

    Um outro ponto importante que fluxos reversos esto envoltos em um

    nvel de incerteza considervel. Ao se definir um sistema de Logstica Reversa, a

    incerteza sobre quantidade e qualidade se torna bastante relevante.

    Todos estes fatores nos levam a concluir que um sistema de Logstica

    Reversa, embora envolva os mesmos elementos bsicos de um sistema logstico

    tradicional, deve ser planejado e executado em separado e como atividade

    independente.

    Seis fatores crticos que influenciam a eficincia do processo de Logstica

    Reversa.

    So eles:

    Bons controles de entrada;

    Processos mapeados e formalizados;

    Tempo de ciclo reduzidos;

    Sistemas de informao;

    Rede logstica planejada;

    Relaes colaborativas entre clientes e fornecedores.

  • 28

    Quanto mais ajustados estes fatores, melhor o desempenho do sistema

    logstico. Acredita-se que, devido ao processo de globalizao, onde

    multinacionais adotam polticas comuns para todas suas filiais e os governos

    tendem a adotar legislaes ambientais mais rigorosas em todos os pases, em

    pouco tempo, as mesmas prticas ambientais adotadas na Europa sero

    implementadas no Brasil. Fora isto, possumos um Cdigo do Consumidor

    bastante rigoroso que permite ao consumidor desistir e retornar sua compra em

    um prazo de sete dias, define maiores responsabilidades das empresas por

    produtos fabricados e/ou comercializados por elas e estabelece normas para os

    recalls. Nosso consumidor tem-se tornado tambm bastante consciente de seus

    direitos e das responsabilidades ambientais das empresas. Alm de tudo isto,

    vrias empresas (tanto varejistas como fabricantes), por razes competitivas,

    esto adotando polticas de devoluo de produtos mais liberais. Temos tambm

    o reaproveitamento de materiais pelas empresas para reduo de custos. Tudo

    isto, aumenta o fluxo reverso dos produtos e/ou materiais no canal de distribuio.

    2.4 O caso do setor de refrigerantes O setor de refrigerantes um setor interessante para se estudar a Logstica

    Reversa devido ao retorno de vasilhames indstria, mas principalmente pelo

    retorno de paletes e chapatex. At o surgimento das embalagens feitas com

    polietileno tereftalato (PET), os vasilhames retornveis representavam uma

    barreira de entrada forte. Os custos logsticos eram elevados devido

    necessidade das indstrias em operarem com estoques de garrafas de vidro altos

    o suficiente para que o sistema funcionasse corretamente. Havia tambm a

    necessidade de que as empresas engarrafadoras possussem um nmero maior

    de plantas, para que estivessem mais prximas dos clientes, possibilitando um

    melhor controle de estoques de vasilhames.

    Estas garrafas tinham um custo superior ao prprio produto, inibindo

    compras por impulso e mantendo os varejistas dependentes daquelas empresas

    cujas embalagens eles possuam. Outro fator importante tambm a elevada

    margem de lucro proporcionada por estas embalagens retornveis, apesar de que

  • 29

    hoje elas representam menos de 4% das vendas. Com o surgimento das

    embalagens descartveis (PET), no incio da dcada de 1990, todas estas

    barreiras desapareceram, propiciando um grande crescimento das engarrafadoras

    de tubanas. A participao de mercado destas empresas menores cresceu de

    9% em 1988 para 33% em 1999, de acordo com o relatrio SEAE (ato de

    concentrao Brahma / Antartica).

    Com embalagens descartveis, o principal fator de Logstica Reversa a ser

    estudado nesta indstria poderia parecer que havia desaparecido primeira vista.

    No entanto, este setor enfrenta atualmente um problema bastante grave e com

    custos muito elevados cuja soluo parece bem distante. As empresas chamadas

    tradicionais, principalmente as franqueadas do sistema Coca-Cola e a AMBEV,

    utilizam em suas embalagens de embarque paletes e os chamados chapatex.

    Estes ltimos so chapas feitas em madeira, colocadas entre cada fileira vertical

    de garrafas PET ou latas com a finalidade de propiciar maior estabilidade pia e

    evitar o atrito entre elas. Estas pias so ento colocadas em paletes no

    descartveis e despachadas aos clientes. A necessidade da utilizao de

    chapatex tanto maior quanto mais quente a regio em que atua a

    engarrafadora. O calor dilata as garrafas pet e, caso no haja a chapa de madeira

    entre elas, com o atrito elas tendem a estourar. No caso de latas, o atrito pode

    provocar micro-furos, deixando vazar o gs ou mesmo todo o produto.

    Vazamentos de produtos podem resultar em devolues de toda a carga por parte

    do cliente, resultando em maiores prejuzos com transporte para a engarrafadora.

    Todo este material de embalagem tem um custo elevado, representando

    cerca de 7% a 8% dos custos totais do produto. So normalmente ativados na

    engarrafadora como patrimnio e deveriam retornar aps a entrega do pedido aos

    clientes. Em termos de valores, um palete padro tem um custo aproximado de

    R$ 15,00 e um chapatex R$ 3,00. Cada embalagem de embarque tem pelo

    menos 2 chapatex e 1 palete, dependendo do tipo de produto (lata ou PET).

    Normalmente, o ciclo de produo em uma indstria de refrigerantes

    bastante dinmica. Muitas vezes, o caminho faz duas ou at mesmo trs viagens

  • 30

    no mesmo dia. Ao chegar indstria, ele tem que fazer o acerto rapidamente e

    carregar novamente para outra viagem. Isto leva ao estabelecimento de sistemas

    logsticos normais e reversos estarem sob um mesmo responsvel, geralmente o

    setor de transportes. Este setor faz o acerto com o motorista, controla as

    embalagens que deveriam retornar e despacha a nova carga. A orientao dada

    pela indstria s engarrafadoras o de ativar estes paletes e chapatex e

    depreci-los em funo de um nmero pr-estabelecido de retornos previstos.

    Estes materiais so considerados essenciais produo e sua falta pode

    paralisar todo o processo. Estima-se que pelo menos 50% destes materiais sejam

    perdidos por falta de retorno s indstrias. Esta perda fez com que a ativao de

    paletes e chapatex deixasse de ocorrer e estes passassem a ser lanados como

    despesa. O controle numrico, entretanto continua a ser feito.

    Pelo lado dos clientes, principalmente as grandes redes varejistas, estes

    materiais, aps o abastecimento dos produtos nas gndolas so considerados

    como sucata ou entulho, no lhes sendo dados os cuidados que a indstria

    gostaria. Existe tambm um amplo mercado paralelo para estes materiais e uma

    certa participao de funcionrios das grandes redes no repasse. Para evitar

    paradas indesejadas na produo, a engarrafadora recorre ao mercado paralelo

    para a aquisio de paletes e chapatex de modo mais rpido, j que os principais

    fornecedores ficam localizados em So Paulo e necessitam um prazo razovel

    entre o pedido e a entrega. Como a produo planejada levando-se em conta o

    retorno dos paletes e chapatex para reaproveitamento, a no devoluo por parte

    de grandes redes tem como conseqncia possveis paradas devido a falta de

    materiais. O mais interessante que aqueles materiais que deveriam ter sido

    devolvidos acabam retornando indstria recomprados no mercado paralelo.

    Como tentativa de diminuir a perda desses materiais, a engarrafadora j

    tentou emitir notas de emprstimo que seriam cobradas caso a devoluo no

    ocorresse. Alguns empecilhos ocorreram. Em primeiro lugar, o sistema de

    informaes no estava preparado para controlar este tipo de operao e seria

    preciso montar uma estrutura de controle paralela. Depois houve uma resistncia

    enorme por parte das grandes redes varejistas que no reconheciam o dbito. O

  • 31

    xito em receber aconteceu apenas em aproximadamente 30% dos clientes

    (principalmente mdios) e s pde ser feito devido a um acordo tcito com o

    segundo maior concorrente, que sofre do mesmo problema, tendo sido deixado

    de lado devido ao elevado custo de controle e pequeno retorno.

    Talvez o fracasso tenha ocorrido devido principalmente falta de controles

    integrados aliado atribuio de responsabilidade de cobrana ter sido dado ao

    setor de vendas. Com receio de perder grandes clientes, o setor de vendas no

    est preparado para enfrentar resistncias em setores que tradicionalmente no

    representam seu principal produto. Vendas se sente responsvel pelo produto

    final e cobrada por cotas sobre eles.

    Materiais de embalagem so deixados de lado, caso possam interferir em

    grandes negociaes. Outra tentativa de superao do problema foi a substituio

    de paletes padro por paletes descartveis, com custo equivalente a um tero do

    outro e do chapatex por papelo. A diferena de qualidade dos paletes visvel e

    obrigou a engarrafadora a montar uma pequena marcenaria dentro de suas

    instalaes apenas para consertar os paletes descartveis que retornam

    indstria. J a substituio de chapatex por papelo foi uma medida que ainda

    bastante questionvel.

    Os refrigerantes saem da linha de produo gelados e assim so

    embalados. Ocorre ento a condensao que molha toda a embalagem. Com o

    chapatex isto no problema, j que a madeira no sofre com a gua. J o

    papelo se deteriora, deixando a carga bastante insegura. Isto pode acarretar em

    tombamento da carga, j que os caminhes de entrega so abertos nas laterais.

    O atrito tambm maior com o uso do papelo. Assim, o chapatex continua a ser

    utilizado para entregas em raio superior a 40 km da engarrafadora, sendo

    utilizado o papelo em entregas prximas. Por fim, esta engarrafadora em

    particular decidiu por aumentar o preo do seu produto de modo a incorporar o

    custo total destas embalagens, a princpio retornveis, repassando as perdas ao

    longo da cadeia. Os custos com estes tipos de materiais representam o segundo

  • 32

    maior custo de distribuio da engarrafadora, perdendo apenas para o

    combustvel.

    Tudo isto mostra grandes oportunidades de melhoria de todo o processo.

    No caso da empresa pesquisada, as perdas com paletes e chapatex chegam a

    valores aproximados de R$ 2 milhes de reais anuais. Como estes valores so de

    apenas uma engarrafadora e sabendo-se que este um problema da indstria

    como um todo (com exceo dos fabricantes regionais de tubanas, que, por

    operarem normalmente em um pequeno raio de distncia no se utilizam deste

    tipo de embalagem de embarque), os valores poderiam atingir a montantes

    considerveis, j que representam quase 2% do faturamento bruto da empresa.

    Em um mercado de 11 bilhes de litros anuais, com quase 70% do mercado nas

    mos das duas maiores empresas que tm este problema especfico e com um

    valor de venda aproximado de R$ 1,00 por litro, basta multiplicar para termos

    idia dos nmeros globais.

    O estabelecimento de alguns acordos entre os principais concorrentes

    mostra que possvel uma maior integrao de toda a cadeia produtiva. O

    envolvimento da outra ponta (grandes varejistas) e o desenvolvimento de maiores

    controles gerenciais de logstica Reversa se faz necessrio e altamente lucrativo,

    j que os custos so repassados por toda a cadeia.

  • 33

    2.5 Produtos reciclveis e no reciclveis

    Produtos que podem ser reciclados:

    Lixo orgnico: restos de alimentos, frutas, legumes, folhas, grama,

    gravetos, etc..

    Papis: papis de escrever, papis de impresso, papis de embalagem,

    papis para fins sanitrios, cartes e cartolinas, papis especiais (kraft,

    heliogrfico, filtrante, de desenho).

    Plsticos: embalagens de shampoos, detergentes, refrigerantes e outros

    produtos domsticos, tampas plsticas de recipientes de outros materiais,

    embalagens de plstico de ovos, frutas e legumes, utenslios plsticos

    usados (canetas esferogrficas, escovas-de-dentes, baldes, artigos de

    cozinha, etc.).

    Vidros: todos os vidros (com exceo dos descritos nos produtos no

    reciclveis).

    Metais: folha-de-flandres (ao revestido com estanho como latas de leo,

    sardinha, creme de leite, etc.), alumnio (latas de refrigerantes, cerveja,

    chs).

    Lmpadas de mercrio: lmpadas de vapor de mercrio, de vapor de sdio,

    de luz mista e as lmpadas fluorescentes.

    Pilhas e baterias.

    Entulho.

    Pneus.

    Produtos no reciclveis:

    Papis: papel celofane, papel vegetal, papel plastificado, laminados

    (reciclagem difcil), encerados ou impregnados com substncias

    impermeveis, carbono, papel sanitrio usado, papis sujos, engordurados

    ou contaminados com alguma substncia nociva sade, papis

    revestidos com algum tipo de parafina ou silicone, fotografias, fitas

    adesivas e etiquetas adesivas.

  • 34

    Plsticos: plsticos termofixos (usados na indstria eletroeletrnica e na

    produo de alguns computadores, telefones e eletrodomsticos), plsticos

    tipo celofane, embalagens plsticas metalizadas (tipo salgadinhos), isopor.

    Vidros: espelhos, vidros de janelas, vidros de automveis, lmpadas, tubos

    de televiso e vlvulas, ampolas de medicamentos, cristal, vidros

    temperados planos ou de utenslios domsticos

    (http://rainydays.rockerspace.net/quais-produtos-podem-ser-reciclados/).

    http://rainydays.rockerspace.net/quais-produtos-podem-ser-reciclados/

  • 35

    3. A imagem das empresas quanto logstica reversa 3.1 Responsabilidade social corporativa

    o conjunto amplo de aes que beneficiam a sociedade e as corporaes

    que so tomadas pelas empresas, levando em considerao a economia,

    educao, meio-ambiente, sade, transporte, moradia, atividade locais e governo,

    essas aes otimizam ou criam programas sociais,trazendo benefcio mtuo entre

    a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos funcionrios,

    quanto da sua atuao da empresa e da prpria populao.

    Responsabilidade Social Empresarial a forma de gesto tica e

    transparente que tem a organizao com suas partes interessadas, de modo a

    minimizar seus impactos negativos no meio ambiente e na comunidade. Ser tico

    e transparente quer dizer conhecer e considerar suas partes interessadas

    objetivando um canal de dilogo.

    Uma organizao voltada para o desenvolvimento sustentvel ela planeia

    nos seus negcios um horizonte multidimensional, que engloba e assegura os

    direitos civis, polticos, econmicos, sociais, culturais e ambientais, na medida em

    que todos fazem parte de um sistema de obteno de uma economia solidria.

    3.2 Responsabilidade social X Marketing social Responsabilidade Social est diretamente ligada a uma atitude e a um

    comportamento empresarial tico e responsvel, enquanto o Marketing Social

    vem sendo utilizado como uma estratgia empresarial, para estabelecer maneiras

    de comunicao que divulgam as aes sociais das empresas.

    O Marketing Ambiental vem se destacando pelo despertar para a

    conscientizao

  • 36

    ambiental, sendo usado como uma nova arma estratgica, que busca o equilbrio

    entre preservao ambiental e conservao da imagem corporativa, sendo

    conhecida tambm como Marketing Verde.

    3.3 Responsabilidade social empresarial e meio ambiente Empresas esto se defrontando com condies de ambiente externo em grandes transformaes e velocidade crescente de mudanas. Aps anlise das

    ltimas dcadas, observa-se nitidamente a conscincia dos consumidores com

    relao aos impactos dos produtos no meio ambiente, devido a um nvel maior de

    informao ou uma intensidade e proximidade dos problemas conseqentes

    dessas agresses. Os investidores em empresas tm procurado investir em

    empresas tidas como ticas em suas relaes como o meio ambiente e social

    (LEITE, 2003).

    A diferenciao competitiva fora essas empresas a assumirem um

    comportamento voltado preservao ambiental, melhorando a sua imagem

    corporativa para se destacar em um mercado competitivo.

    3.4 Bens naturais nos processos produtivos

    Quando se fala em meio ambiente imediatamente o empresrio pensa em custo.

    Sendo o meio ambiente um potencial de recursos ociosos ou mal aproveitados,

    sua incluso nos negcios pode resultar em atividades que proporcionem lucro,

    ou pelo menos se paguem com a economia de energia, de gua ou de outros

    recursos naturais. Reciclar resduos, por exemplo, transform-los em produtos

    com valor agregado. Conservar energia reduzir custos de produo (ALMEIDA,

    2000).

    Leite (2003) entende que, como reao aos impactos dos produtos sobre o

    meio ambiente, a sociedade vem criando leis e novos conceitos sobre como

    progredir sem comprometer as geraes futuras, minimizando os impactos

    ambientais. As legislaes contemplam diversos aspectos relativos vida til de

  • 37

    um produto. O processo de fabricao, matrias-primas utilizadas e disposio

    final so avaliados.

    Por meio de classificao, os produtos so habilitados para serem

    negociados no mercado secundrio de matrias-primas e habilitados para serem

    dispostos em aterros.

    Produtos considerados amigveis ao meio ambiente recebem o selo verde

    (Silverstein, 1993). Nas grandes cidades produtos como eletrodomsticos,

    eletroeletrnicos, baterias, pilhas e pneus j so proibidos de serem descartados

    em aterros sanitrios.

    O termo responsabilidade estendida do produto Extended Product

    Responsability (ERP) comea a ser empregado. Isto significa que o produtor, ou

    a cadeia produtiva responsvel pelo produto, que gera impactos ambientais

    negativos, sero responsveis pela destinao correta aps o uso dos materiais.

    De acordo com Leite (2003), trata-se de uma nova ideia da teoria econmica, o

    princpio do poluidor pagador. Nos EUA, leis especficas incentivam o uso de

    material reciclado, oferecendo um sistema de tributos mais brandos para os

    contribuintes que o fazem. Outras, porm, obrigam os produtores a equilibrarem a

    quantidade produzida com a quantidade reciclada.

    3.5 Questo ambiental: preocupao crescente O homem tem exercido influncia sobre os ecossistemas terrestres, com o

    desenvolvimento de tecnologias que alteram, de forma cada vez mais rpida e

    predatria, o ambiente em que vive, acarretando acelerada degradao, que

    compromete a qualidade e a sobrevivncia humana.

    Quanto a essa situao, vm sendo utilizadas muitas ferramentas

    ambientais, buscando a melhoria da produo e atividades que respeitem os

    limites de saturao do meio ambiente (ALMEIDA, 2000).

  • 38

    Conforme entendimento do Grupo de Estudos e Desenvolvimento em

    Logstica GEDL da UFRJ, tradicionalmente os fabricantes no se sentiam

    responsveis por seus produtos aps as vendas, no existindo, portanto, a

    preocupao com sua posterior coleta. Estes produtos, caso no retornem ao

    ciclo produtivo de alguma forma e em quantidades 10 adequadas, geram

    acmulos que excedero, em alguns casos, as diversas possibilidades e

    capacidades de estocagem dos mesmos, transformando-se em problemas

    ambientais com visibilidade crescente.

    Grande parte dos materiais descartados necessita de algumas premissas

    para serem reinseridos no ciclo produtivo. A menos que haja um planejamento

    especfico, nem todos esses requisitos podem ser satisfeitos, impedindo assim o

    fluxo reverso de determinados bens.

    3.6 Revalorizao ecolgica A alta descartabilidade acaba por acarretar uma crescente sensibilidade

    ecolgica na sociedade, gerando intensa presso para que as empresas

    introduzam algum tipo de planejamento ao ciclo reverso desses materiais. A

    Logstica Reversa surgiu para solucionar esses problemas, buscando, entre

    outros objetivos, equacionar a multiplicidade de aspectos logsticos do retorno ao

    ciclo produtivo de diferentes tipos de bens e dos materiais constituintes dos

    mesmos. Busca-se tambm a reciclagem dos resduos industriais, dando origem

    a matrias-primas secundrias que sero novamente introduzidas no processo

    produtivo (GEDL, 2007).

    A insatisfao por parte de algumas pessoas desperta a reflexo de como

    a raa humana vem tratando seu planeta, surgindo o questionamento inevitvel

    da sujeira do ar e da gua, destruio das florestas, buraco na camada de oznio

    e o efeito estufa, que so consequncias do tratamento dado ao planeta e da alta

    descartabilidade de produtos sobre o meio ambiente.

  • 39

    3.7 Aspectos legais Fatores relevantes

    Um sistema estruturado de gesto possibilitar a organizao acompanhar

    assegurar sua conformidade com requisitos de legislao ambiental, otimizando o

    uso de seus recursos e minimizando, ao mesmo tempo, seu impacto sobre o

    meio-ambiente.

    Destaca-se como outro fator importante a ser considerado o que trata das

    penalidades legais a que esto sujeitas as empresas que no tm polticas

    ambientais definidas. O desenvolvimento de legislaes pertinentes exige um

    posicionamento das empresas no que tange logstica reversa, em suas reas de

    atuao ps-consumo e ps-venda.

    luz da ISO 14000, que uma norma elaborada pela International

    Organization for Standardization - ISO, com sede em Genebra, na Sua, rene

    mais de 100 pases com a finalidade de criar normas internacionais sobre o meio

    ambiente, cada pas possui um rgo responsvel por elaborar suas normas. No

    Brasil temos a ABNT, na Alemanha a DIN, no Japo o JIS, etc. A ISO uma

    instituio internacional e por essa razo, o processo de elaborao das normas

    muito lento, mas no menos criterioso, levando em considerao as

    caractersticas e as opinies de vrios pases membros.

    O Sistema de Gesto Ambiental Especificaes com Guia para Uso,

    conforme preconizado por essa ISO, estabelece requisitos para as empresas

    gerenciarem seus produtos e processos para que eles no agridam o meio

    ambiente, que a comunidade no sofra com os resduos gerados e que a

    sociedade seja beneficiada num aspecto amplo.

    A lei n. 9.605 - "Lei de Crimes Ambientais" - de 12/02/1998, prev pena de

    recluso de um a cinco anos, conforme seu artigo V, Seo III, para quem causar

    poluio de qualquer natureza em nveis tais que resultem ou possam resultar em

    danos sade humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a

  • 40

    destruio significativa da flora, quando ocorrer por lanamento de resduos

    slidos, lquidos ou gasosos, ou detritos, leos ou substncias oleosas.

    A resoluo RDC n. 306, de 07/12/2004 da Agncia Nacional de Vigilncia

    Sanitria ANVISA, dispe sobre o regulamento tcnico para o gerenciamento de

    resduos de servios de sade, o gerenciamento dos mesmos tem o objetivo de

    minimizar a produo de resduos e proporcionar aos resduos gerados, um

    encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando 11 proteo dos

    trabalhadores, a preservao da sade pblica, dos recursos naturais e do meio

    ambiente.

    Em seu artigo 1 a resoluo do Conselho Nacional do Meio Ambiente -

    CONAMA, n. 257 (anexo), de 30/06/1999, estabelece que as pilhas e baterias

    que contenham em suascomposies chumbo, cdmio, mercrio e seus

    compostos, necessrias ao funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos,

    veculos ou sistemas, mveis ou fixos, bem como os produtos eletro-eletrnicos

    que as contenham integradas em sua estrutura de forma no substituvel, aps

    seu esgotamento energtico, sero entregues pelos usurios aos

    estabelecimentos que as comercializam ou rede de assistncia tcnica

    autorizada pelas respectivas indstrias, para repasse aos fabricantes ou

    importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio de terceiros, os

    procedimentos de reutilizao, reciclagem, tratamento ou disposio final

    adequada proporo definida nesta resoluo relativamente s quantidades

    fabricadas e/ou importadas.

    3.8 Passivo ambiental O passivo ambiental representa os danos causados ao meio ambiente,

    representando assim, a obrigao, a responsabilidade social da empresa com

    aspectos ambientais.

    Conforme definido pela referida Resoluo, no balano patrimonial de uma

    empresa includo, atravs de clculos estimativos, o passivo ambiental (danos

    ambientais gerados) e no ativo (bens e direitos) so includas as aplicaes de

  • 41

    recursos que objetivem a recuperao do ambiente, bem como investimentos em

    tecnologia de processos de conteno ou eliminao de poluio.

    3.9 Selo verde Selo Verde consiste em uma rotulagem ambiental implementada em

    produtos comerciais, que indica que sua produo foi feita atendendo a um

    conjunto de normas preestabelecidas por uma instituio reconhecida para este

    fim.

    Atestada por meio de uma marca inserida voluntariamente pelo fabricante,

    que determinados produtos so adequados ao uso e apresentam menor impacto

    ambiental em relao a outros similares. A diferena entre rotulagem ambiental e

    a Certificao de Sistema de Gesto Ambiental que, o que est sendo

    certificado o produto, e no o seu processo produtivo.

    3.10 Agenda 21

    A Agenda 21 (Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e

    Desenvolvimento Rio 92, adota a Agenda 21 como um programa para o prximo

    sculo, reconhecendo formalmente, a necessidade de mobilizar atores no nvel

    global, regional e local para a promoo do uso sustentvel de recursos naturais e

    abordar o processo de desenvolvimento sob o enfoque da sustentabilidade)

    sendo um plano de ao para ser adotado por organizaes do sistema das

    Naes Unidas, governo e pela sociedade civil, em todas as reas em que a ao

    humana impacte o meio ambiente. Constitui-se na mais abrangente tentativa j

    realizada para orientar um novo modelo de desenvolvimento para o sculo XXI,

    cujo alicerce a sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econmica,

    perpassando em todas as suas aes propostas.

    3.11 Desenvolvimento sustentvel

    Conforme a Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,

    desenvolvimento sustentvel um processo de transformao no qual a

    explorao de recursos, a direo dos investimentos, a orientao do

  • 42

    desenvolvimento tecnolgico e a mudana institucional se harmonizam e se

    reforam.

    3.12 Logstica reversa na sustentabilidade A contribuio sustentabilidade se d na medida em que, o objetivo

    econmico da implementao da logstica reversa de ps-consumo pode ser

    entendido como a motivao para a obteno de resultados financeiros por meio

    de economias obtidas nas operaes industriais, principalmente pelo

    aproveitamento de matrias-primas secundrias, provenientes dos canais

    reversos de reciclagem, ou de revalorizaes mercadolgicas nos canais reversos

    de reuso e de remanufatura (LEITE, 2003).

    A logstica reversa uma oportunidade de desenvolver a sistematizao

    dos fluxos de resduos, bens e produtos descartados, seja pelo fim de sua vida til

    seja por obsolescncia tecnolgica e o seu reaproveitamento, que demonstra a

    contribuio para a reduo do uso de recursos naturais e dos demais impactos

    ambientais. O sistema logstico reverso consiste em uma ferramenta

    organizacional que viabiliza as cadeias reversas, de forma a contribuir para a

    promoo da sustentabilidade de uma cadeia produtiva.

  • 4. Implantao da logstica reversa no Brasil 4.1 Logstica reversa no Brasil Pesquisa Logstica reversa no Brasil: a viso dos especialistas

    Com relao ao contexto da logstica reversa no Brasil, 82% dos

    respondentes, ou seja, a grande maioria, considera tratar-se de um processo

    pouco aplicado pelas empresas no pas. O restante dos especialistas (18%)

    respondeu que a logstica reversa medianamente aplicada, no havendo

    resposta dizendo ser um processo bastante aplicado ou no aplicado, conforme

    ilustrado na Figura 1. A aplicao ainda restrita da logstica reversa no Brasil

    reflete-se na existncia de limitadas referncias bibliogrficas bem como num

    grande desconhecimento do assunto por parte da sociedade.

    Figura 1 Aplicao da logstica reversa pelas empresas no Brasil

    Quanto aos setores econmicos que fazem uso da logstica reversa no

    Brasil, 66% dos especialistas afirmam que esse processo vem sendo aplicado

    apenas em alguns setores especficos. Somando-se esse percentual aos 17%

    que responderam que a aplicao acontece em parte dos setores econmicos,

    tem-se que 83% dos respondentes no vem uma aplicao generalizada da

    logstica reversa por todos os setores econmicos, o que pode ser observado na

    Figura 2. 43

  • Com relao ao tamanho das empresas, 73% dos especialistas disseram

    que a logstica reversa tem sido aplicada por grandes empresas sendo que os

    demais 27% responderam que sua aplicao se d em mdias empresas.

    Nenhum dos respondentes assinalou que a aplicao acontece em pequenas

    empresas de acordo com Figura 3.

    Figura 2 Setores econmicos que aplicam a logstica reversa

    Figura 3 Tamanho das empresas que aplicam logstica reversa

    44

  • De acordo com o resultado da pesquisa, no existe um grupo de indstrias

    que efetivamente se destaque quanto aplicao da logstica reversa.

    Comparando-se com as respostas da questo relativa aos setores econmicos,

    pode-se concluir que a logstica reversa aplicada em determinados setores ou

    segmentos industriais dentro de todos os grupos de indstria investigados bens

    commodities, bens durveis e seus fornecedores, bens tradicionais e bens

    difusores de progresso tcnico, conforme ilustrado na Figura 4.

    Figura 4 Aplicao da logstica reversa pelos grupos de indstria

    Quanto s razes que fazem ou faro com que as empresas se preocupem

    com a logstica reversa, o atendimento das exigncias legais acrescido das

    devolues de produtos por problemas de qualidade somaram 49%. Seguiram-se

    os seguintes fatores: conscincia ambiental (19%); maior competitividade (17%);

    e viso do lucro (15%). A Figura 5 apresenta os resultados dessa questo.

    45

  • Figura 5 Razes para aplicao da logstica reversa

    Em relao aos fatores crticos identificados por Lacerda (2002) descritos

    no item 2 do referido trabalho, a pesquisa mostrou que os especialistas

    consideram a rede logstica planejada, os processos mapeados e formalizados e

    os sistemas de informao acurados como os principais fatores que dificultam a

    aplicao da logstica reversa. As relaes colaborativas entre clientes e

    fornecedores, o ciclo de tempo reduzido e os bons controles de entrada no foram

    considerados como fatores muito restritivos (Figura 6)

    Figura 6 Fatores crticos para aplicao da logstica reversa

    46

  • A opinio dos especialistas aponta para uma tendncia de crescimento da

    logstica reversa no Brasil (Figura 7). Os especialistas tambm consideraram que

    o comrcio eletrnico que apresenta tendncia de crescimento, vai pressionar

    as empresas a terem maior preocupao com a logstica reversa (Figura 8).

    Figura 7 Perspectiva de aplicao da logstica reversa para os prximos cinco anos

    Figura 8 Influncia do comrcio eletrnico na logstica reversa

    47

  • 48

    Concluses

    A logstica vem desempenhando importante papel no Planejamento

    Estratgico e como Arma de Marketing nas empresas. Empresas com um

    bom sistema logstico conseguiram uma grande vantagem competitiva

    sobre aquelas que no o possuem. Sua grande contribuio na

    ampliao do servio ao cliente, satisfazendo exigncias e expectativas. A

    Logstica Reversa hoje fundamental no sistema logstico das empresas.

    No se concebe mais um sistema logstico completo se esta atividade no

    estiver incorporada a ele.

    O que se percebe que apenas uma questo de tempo at que a

    Logstica Reversa ocupe posio de destaque nas empresas. As empresas

    que forem mais rpidas tero uma maior vantagem competitiva sobre as

    que demorarem a implementar o gerenciamento do fluxo reverso,

    vantagem que pode ser traduzida em custos menores ou melhora no

    servio ao consumidor. Uma integrao da cadeia de suprimentos tambm

    se far necessria. O fluxo reverso de produtos dever ser considerado na

    coordenao logstica entre as empresas.

    A logstica reversa uma oportunidade de desenvolver a

    sistematizao dos fluxos de resduos, bens e produtos descartados, seja

    pelo fim de sua vida til seja por obsolescncia tecnolgica e o seu

    reaproveitamento, que demonstra a contribuio para a reduo do uso de

    recursos naturais e dos demais impactos ambientais. O sistema logstico

    reverso consiste em uma ferramenta organizacional que viabiliza as

    cadeias reversas, de forma a contribuir para a promoo da

    sustentabilidade de uma cadeia produtiva.

    Com relao ao contexto da logstica reversa no Brasil, 82% dos

    respondentes de uma pesquisa de opinio sobre o tema , considera tratar-

    se de um processo pouco aplicado pelas empresas no pas. O restante dos

  • 49

    especialistas (18%) respondeu que a logstica reversa medianamente

    aplicada, no havendo resposta dizendo ser um processo bastante

    aplicado ou no aplicado. A aplicao ainda restrita da logstica reversa no

    Brasil reflete-se na existncia de limitadas referncias bibliogrficas bem

    como num grande desconhecimento do assunto por parte da sociedade

    que poderia terminar influenciando o processo. De acordo com o resultado

    da pesquisa, no existe um grupo de indstrias que efetivamente se

    destaque quanto aplicao da logstica reversa. Comparando-se com as

    respostas da questo relativa aos setores econmicos, pode-se concluir

    que a logstica reversa aplicada em determinados setores ou segmentos

    industriais dentro de todos os grupos de indstria investigados bens

    commodities, bens durveis e seus fornecedores, bens tradicionais e bens

    difusores de progresso tcnico. Representa sim um atendencia a meio o

    longo prazo no pais e no mundo.

    Bibliografia http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-

    realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtml, acesso em 27/09/2011.

    http://www.ogerente.com.br/log/dt/logdt-an-logistica_reversa_brasil.htm, acesso

    em 28/09/2011. http://rainydays.rockerspace.net/quais-produtos-podem-ser-reciclados/, acesso

    em 28/10/2011.

    pessoal.utfpr.edu.br/anacristina/arquivos/Logistica%20Reversa.ppt, acesso em

    30/10/2011.

    http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0112_1450.pdf, acesso em

    10/11/2011.

    http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtmlhttp://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/logistica-reversa-deve-se-tornar-realidade-paulo-roberto-leite-544377.shtmlhttp://www.ogerente.com.br/log/dt/logdt-an-logistica_reversa_brasil.htmhttp://rainydays.rockerspace.net/quais-produtos-podem-ser-reciclados/http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0112_1450.pdf

  • 50

    http://www.aedb.br/seget/artigos08/543_Logistica%20Reversa%20%20Artigo%20

    para%20submissao.pdf, acesso em 14/11/2011.

    KRIKKE, H. Recovery Strategies and Reverse Logistics Network Design

    Holanda: BETA Institute for Business Engineering and Technology Application,

    1998.

    ROESCH, Sylvia Maria A.. Projeto de Estgio e de Pesquisa em Administrao:

    Guia para Estgios, Trabalhos de Concluso, Dissertaes e Estudos de Caso. 3

    Edio. So Paulo: Editora Atlas, 2009.

    http://www.aedb.br/seget/artigos08/543_Logistica%20Reversa%20%20Artigo%20para%20submissao.pdfhttp://www.aedb.br/seget/artigos08/543_Logistica%20Reversa%20%20Artigo%20para%20submissao.pdf

  • PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULO Faculdade de Economia, Administrao, Contabilidade e Atuariais

    Aluno: Fernando de Moura Medrado Neto Tema do Trabalho: CARROS HBRIDOS NAS BRIGHT GREEN CITIES Professor: Arnoldo Jos de Hoyos Guevara SUMRIO INTRODUO .................................................................................................. 2 CAPTULO I CARROS HBRIDOS NAS BRIGHT GREEN CITIES................ 2

    1.0 O QUE UM AUTOMVEL HBRIDO ............................................ 2 1.1 QUAL A IMPORTNCIA DOS AUTOMVEIS HBRIDOS? .......... 4 1.2 QUANTO CUSTA UM AUTOMVEL HBRIDO? ........................... 5 1.3 O QUE BRIGHT GREEN CITIES? ............................................... 8

    CAPTULO II A NOVA TECNOLOGIA AUTOMOTIVA NO BRASIL ............. 10 2.0 O PRIMEIRO H[IBRIDO NO PAS .................................................... 10 2.1 MARCAS QUE ADERIRAM A NOVA TECNOLOGIA ...................... 12 2.2 QUANDO A NOVA TECNOLOGIA SER TOTALMENTE INTEGRADA NO BRASIL? .............................................................. 16 2.3 QUAL A RELAO ENTRE UM CARRO HBRIDO E UMA CIDADE ECOLOGICAMENTE CORRETA? ................................... 17

    CAPTULO III OS TRS TIPOS DE AUTOMVEIS HBRIDOS ................... 18 3.0 MOTOR A EXPLOSO ...................................................................... 18 3.1 MOTOR ELTRICO ........................................................................... 20 3.2 SISTEMA HBRIDO MISTO ............................................................... 22 3.3 AS FUNES DE BRIGHT GREEN CITIES ..................................... 25

    CONCLUSO ...................................................................................................... 27 WEBGRAFIA ....................................................................................................... 27

    1

  • INTRODUO Voc j se surpreendeu com o preo da gasolina ao chegar ao posto para abastecer seu

    veculo? medida que a bomba vai registrando 80, 100 ou mais reais, talvez voc j tenha pensado em trocar seu carro por um mais econmico. Talvez, ainda, esteja preocupado com o fato de seu carro contribuir para o efeito estufa.

    A indstria automobilstica tem a tecnologia para enfrentar essas preocupaes. o carro hbrido. Atualmente h muitos modelos no mercado e a maior parte das fbricas j tem planos de fabricar suas prprias verses.

    Nesta pesquisa vamos tratar sobre estes assuntos, aprofundar um pouco na mecnica hbrida, e falar sobre o evento Bright Green Cities

    CAPTULO I CARROS HBRIDOS NAS BRIGT GREEN CITIES

    1.0 O QUE UM AUTOMVEL HBRIDO Um automvel hbrido um automvel que possui um motor de combusto interna,

    normalmente a gasolina e um motor eltrico que permite reduzir o esforo do motor de combusto e assim reduzir os consumos e emisses.

    Toyota Prius:

    2

    http://carros.hsw.uol.com.br/precos-da-gasolina.htmhttp://carros.hsw.uol.com.br/aquecimento-global.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Autom%C3%B3velhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Motor

  • Honda Insight:

    3

  • 1.1 QUAL A IMPORTNCIA DOS AUTOMVEIS HBRIDOS?

    Os automveis hbridos por serem carros ecolgicos poluem muito menos emitindo uma quantidade muito menor de gases poluentes na atmosfera, ajudando assim a conservao do meio ambiente. Um automvel hbrido um automvel que possui um motor de combusto interna, normalmente a gasolina e um motor eltrico que permite reduzir o esforo do motor de combusto e assim reduzir os consumos e emisses. Devido aos problemas que a Terra est enfrentando com a camada de oznio e tambm muitos outros muito importante que cada pas utilize essa nova tecnologia, apesar de ser mais cara, com o passar dos anos ir se baratear possibilitando assim a troca dos veculos convencionais por veculos hbridos.

    Tecnologia Hbrida:

    O Funcionamento de um Motor Hbrido:

    4

  • 1.2 QUANTO CUSTA UM AUTOMVEL HBRIDO?

    O preo varia muito de marca para marca como um automvel comum. Se quisermos ter um BMW hbrido o mais barato que ser lanado ainda este ano o serie 1 hibrid que sai em torno de 200 250 mil reais.

    Porm para os menos exigentes j venda no mercado brasileiro est o Ford Fusion Hibrid custando 134 mil reais.

    A tecnologia hbrida no Brasil ainda apresenta um preo bem salgado o que faz com que as pessoas desistam dos hbridos, mas com o passar dos anos o objetivo das montad