Blitz Music Magazine

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1 março 2012 nº83 mensal €2,90 www.blitz.com EXCLUSIVO + Guia festivais de 2012 black keys BLITZ enter shikari beirut the doors deolinda blur

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Como projeto final de curso – na ESEIG - foi-nos proposto uma renovação da revista musical BLITZ. Neste projeto teríamos que criar uma nova imagem a nível tipográfico e editorial. Criando a minha própria estrutura, baselines e conceito, com artigos a partir da própria revista, simplifiquei-a usando apenas Helvetica e limpei a nível da composição, deixando a revista “respirar” de uma forma mais fresca.

Transcript of Blitz Music Magazine

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EXCLUSIVO+ Guia festivais de 2012

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vazio dos áridos meses de estio.E não deixa de ser curioso que até a evolução da industria da musica conduziu a um enorme inter-esse, económico (mas não só), nos concertos e, em particular, nos festivais, inédito até há pouco. A quebra de receitas provenientes da venda de dis-cos fez com que os artistas precisassem dos ca-chets ganhos em espetáculos como de pão para a boca, aceitando mesmo que o mercado reduzisse a sua remuneração. Ou seja, aconteceu uma tem-pestade perfeita que tem feito todos os festivais um paraíso para todos os envolvidos. Mas nada nos garante que seja sempre assim. A notória di-minuição do rendimento disponível das famílias poderá começar a inverter a situação; sucedendo o mesmo orçamento de marketing das marcas mais interessadas em utilizar a música para fazer crescer a sua visibilidade. Sem estes dois ingre-dientes, é óbvio que o preço dos bilhetes terá de aumentar e a qualidade dos artistas contratados podem estar, por isso, ao virar da esquina. E aí, depois das primeiras noticias do apocalipse, a própria comunicação social perderá interesse. A vcer vamos, já dizia o ceguinho.

Miguel Francisco Cadete

8/9. lyricsqueens of the stone age

dub fx

10. opinião10 ideias p/ prox. 10 anos

12. featuresGogol Bordello

21. p&rJulian Casablancas

22. features Black Keys

30. retrovisorJim Morrison

36. featuresBeirut

38/39 made in

ptDeolindaTiago Betterncourt

42/43. plusBlack Bombaim

Kings of Convenience

Air

44. albúmfestivaisoptimus alive!

paredes de coura

sudoeste tmn

super bock super rock

54. short stories

58. p&rDeftones - Chi Moreno

60. dvds

64. FeaturesLana Del Rey

68. agenda

Não sei o que a maioria das pessoas pensa, mas os festivais de verão são um êxito. Este ano, devi-do à crise económica, enfrentam a sua primeira séria ameaça. Seja como for, vale a pena dizer alto e bom som: está aberta a época dos festivais,É uma historia que merece ser lembrada. Desde que em meads dos anos 90 começaram a aparec-er festivais em Portugal, que esti tipo de eventos, já uma realidade há mais tempo noutros países da Europa e da América, foram crescendo em quantidade e em qualidade. E assim sucedeu porque produtores, público, patrocinadores, me-dia e até os próprios artistas que engalanam o cartaz, pelas mais diferentes razões, contribuíram para o mesmo.Produtores e publico deram mãos, ate porque e quase impossível recordar um festival que tenha corrido realmente mal. Os primeiros encontraram uma fonte de receitas quase garantida, sobretudo devido à quebra do risco destas empreitadas por via de apoio oferecido pelos patrocinadores. Mas é também esse apoio que permite que os preços das entradas sejam bastante mais baratos do que o praticado no resto do mundo ou ate oferecer cartazrs de luxo. Uma benesse que operadores de telemóveis e cervejeiras oferecem ao publico português apesar de por vezes ser mal entendida por parte dos espectadores.Mas a verdade é que os festivais em Portugal, foram desde sempre muito apetecíveis para os patrocinadores. Desde as marcas de cerveja que na primeira década os transformaram numa arena para a sua guerra pela quota de mercado até as operadoras de telemóveis que nos últimos anos têm esgrimido argumentos nas planícies alenteja-nas ou em espaços abertos à beira Tejo. Também os media apoiaram, desde o primeiro dia sem quebra de entusiasmo, os festivais de verão. Não só os da especialidade, mas também os gener-alistas, que encontraram nas romarias da “malta da pesada” o colorido necessário pra preencher o

editorial

4/5. frenteA tua opinião

Ornatos Violeta

5/7. frenteBlur - novo albúm?

Adele e os Grammys

Enter Shikari 3

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ornatos violeta

‘‘ Decidi de vez em quando fazer uma espécie de artigo sobre um ou outro álbum que me resulte especial ou que seja uma nova descoberta interessante. Não tenho qualquer pretensão de fazer artigos muito eloquentes ou elaborados, serão apenas opiniões minhas. No final atribuirei uma nota, de 1 a 10, a cada música como forma de atribuir, através da sua média uma nota ao álbum.Comecemos então e desta vez decidi escrever sobre o último álbum da Marisa Monte, o “O que você quer saber de verdade”. Antes de mais de-vo dizer que gosto de Marisa Monte já faz muito tempo e sempre me resultou um pouco estranho o porquê de ela não conseguir obter grande sucesso aqui em Portugal, ao mesmo tempo que vejo outros músicos, menos interessantes, como Michel Teló, Maria Gadú, Só para contrariar ou qualquer dupla sertaneja, ter algum sucesso. Não creio que a música da Marisa Monte seja muito fácil de apreciar, pois escapa um pouco ao estilo brasileiro que mais se ouve por cá, no en-tanto sempre conseguiu fazer álbuns com muita qualidade, que foram sempre passando ao lado do sucesso comercial. Gostaria muito que isso não se passasse de novo com este álbum, mas não creio que seja diferente. Desta vez, a Marisa Monte conseguiu um álbum muito equilibrado e muito interessante.Nas cotações das músicas sempre que eu gostar especialmente de uma música é-lhe atribuída uma cotação extra de 0,5 pontos, quando a música for para mim uma música que me resulta muito especial por razões fora do contexto musi-cal será atribuída uma cotação extra de 1 ponto.

a tua opinião

‘‘ Os metaleiros e indies não podem estar na mesma festa de aniversario porque depois existe bronca. Metaleiros gozam indies por comerem a carne com temparatura média, e os indies gozam os metaleiros por comerem carne rosinha.Quem entende bem os metaleiros são japone-ses, coreanos que vivem fora da Ásia e que são normalmente confundidos por chineses, já os metaleiros por góticos. O “deus do metal” Rob Halford, (o gay que os metaleiros não gozam, e em vez de chamar-lo gay chamam ao hetero Justin Bieber), apaix-onou-se por FF depois de o ver actuar em “A tua cara não me é estranha”. Segundo declarações na Loud,Halford exclamou “ Gostaria de lhe fazer um headbang se é que me entendem”. Ao saber das seguintes declarações, Fernando Ribeiro disse que apagaria o canal Tvi da sua televisão, isto depois de ter apagado o seu facebook por achar que ele e a sua familia estavam a ser gozados. Para além de tal acrescentou em tom de ameaça “ três facadas, pontuais e certeiras, direitas ao assunto. Deixar o sangue correr e bebo-lo no bar maldito mais próximo na compan-hia dos teus melhores amigos”. Ah e tal as letras do hip hop, ass para aqui, ass para lá, oh espera deixa ver a letra da ultima dos Moonspell “Lunar skin, white as pearl,Collar wine, reap the thine,Ride the bitch to ecstasy,Can’t go wrong, lickanthrope”Isto em rap fica mais ou menos assim “High as Yao Ming, fuck that bitch like crazy,gonna fuck so hard that in the next day she´s gonna be lazy”.Para acabar, gostaria de dizer que as pessoas do metal gostam de tudo pesado, por isso no supermercado não compram vegetais de lata.

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adele

Aos 23 anos, A

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aos seus pés. No passado dia

12 de Fevereiro, a londrina foi a

grande vencedora dos Gram

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ais importante da indústria

discográfica norte-americana.

Graças a 21, o seu segundo disco,

Adele ganhou 6 G

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a gala marcada pela m

orta, na véspera de W

hitney Houston.

Afinal, a reunião dos Blur não se vai ficar pelos palcos. Nas últimas semanas têm-se sucedido as pistas de que Damon Albarn, Graham Coxon, Alex James e Dave Rowntree estão mesmo apostados em voltar a estúdio, para gravar o primeiro álbum desde Think Tank, de 2003.Em entrevista ao jornal escocês Daily Record, Graham Coxon, que se prepara para lançar um disco a solo, A+E revelou: “Ainda não cominamos ensaiar, mas sem dúvida que vai haver outro álbum dos Blur”. Sobre os concertos de regresso de 2009, considera Coxon: “Foi uma experiência que curou muitas das nossas feridas. Ficamos encantados e desabafámos muita coisa. Percebemos que ainda temos muito em comum, que somos bons amigos, que somos irmãos. Havemos sempre de nos juntar e fazer coisas. Gostamos de gravar”. “Adoramo-nos uns aos outros e ainda gostamos de fazer música – não é um mau começo!”. Antes das declarações de Graham Coxon, já o produtor William Orbit dera a entender, através de uma série de mensagens no Twitter, que estava a trabalhar com os Blur num novo disco. Conhecido sobretudo pelo seu trabalho com a Madonna, William Orbit produziu 13, o último álbum dos Blur com Graham Coxon.

blur

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Page 7: Blitz Music Magazine

enter shikari

a primeira banda agressiva que eu conheci que juntava o rock à música de dança”, diz, antes de concordar com o colega quanto ao papel que a banda de Liam Howlett, Keith Flint e Maxim desempenhou na sonoridade dos Enter Shikari. “Ouvi-los fez-me deixar de estar tão fechado em termos de gostos musicais e começar a apreciar também música eletrónica”, assume Rou.Common Dreads é, segundo os dois músicos, um álbum bem mais trabalhado do que Take to the Skies, e é aí que reside a força de canções como Juggernauts ou No Sleep Tonight. “O álbum fala basicamente sobre coisas globais que atormen-tam as pessoas, como as alterações climatéricas, o imperialismo moderno, a guerra, a pobreza e o sistema monetário”, diz Rou, exaltando bem a vocação contestatária que lhe corre nas veias. “Gravamos o Take to The Skies em apenas duas semanas. Desta vez, tivemos tempo para nos sentarmos, escrever o álbum e gravar. Tivemos muito mais tempo para brincar e fazer experiên-cias”, completa Rob Rolfe.

Carregados em ombros pela imprensa britânica quando em 2007 se estrearam com Take to The Skies, os Enter Shikari regressaram este ano às edições discográficas com Common Dreads, reg-isto que promete mantê-los à tona. Apesar de a sua música ser ambiciosa, a banda é comedida em termos de objectivos. “Não queremos nada da música, somos todos pessoas mais de dar do que receber”, assegura entre risos, o baterista Rob Rolfe. O vocalista Rou Reynolds apressa-se a completar: “Queremos apenas manter-nos in-spirados. Não gostamos de pedir muito”.Os dois músicos chegam à conversa com a BLITZ depois de uma noite animada nas Docas, em Lisboa – naquela que era a véspera do primeiro encontro dos Enter Shikari em solo nacional, na primeira parte dos Prodigy. “Falaram-nos hoje no Bairro Alto, mas ainda nos conseguimos divertir bem”, desabafa entre sorrisos o baterista. Sobre a importância dos Prodigy na vida dos Enter Shi-kari, o vocalista não tem grandes dúvidas. “Foram

Afilhados dos Prodigy, para quem fizeram a

primeira parte do concer-to do Pavilhão Atlântico,

os ingleses chegaram para agitar.

Com agressividade.

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Page 8: Blitz Music Magazine

She said “i’ll throw myself away,They’re just photos after all”

I can’t make you hang around.I can’t wash you off my skin.

Outside the frame, is what we’re leaving outYou won’t remember anyway

I can go with the flowBut don’t say it doesn’t matter anymore

I can go with the flowDo you believe it in your head?

It’s so safe to play alongLittle soldiers in a row

Falling in and out of loveWith something sweet to throw away.But I want something good to die for

To make it beautiful to live.I want a new mistake, lose is more than hesitate.

Do you believe it in your head?I can go with the flow

But don’t say it doesn’t matter anymoreI can go with the flow

Do you believe it in your head?

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Page 9: Blitz Music Magazine

Joined at the soul with a pair of headphonesWe need nobody to let ourselves go

Always on my side as we rock a stage showIn an ocean of music we move with the flowHer hand in my hand I don’t wanna let go

A partner in life on this mean old roadWe got the wind on our back that blows

We can’t drift apart, we just move with the flowJoined at the soul with a pair of headphones

We need nobody to let ourselves goAlways on my side as we rock a stage showIn an ocean of music we move with the flowHer hand in my hand I don’t wanna let go

A partner in life on this mean old roadWe got the wind on our back that blows

We can’t drift apart, we just move with the flowWell it started with a chat with the lips,

But why is it so I’m intrigued?Does my heart understand do its feelings exist,

Fits in with all my beliefs,I’m not as strong as I’d like to believe,

An impulse I cannot control,My feelings are something I thought I could leave,

To keep and come back as a wholeIt’s inevitable and understandable that my body

feels this way,I feel no inhibitions yet the contradictions of my

feelings lead me astray,Well I understand that I cannot deny my,

Human instinct that lies inside

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1. nós vs

cisne negroO que mais vai marcar a década será qualquer

coisa de absolutamente irreal e inesperado. Talvez a descoberta de um combustível limpo e muito barato. Ou a cura e os paraplégicos. Ou

a guerra brutal. Ou o terramoto que arrase uma nação do primeiro mundo. Mas a vida, apesar do cisne negro, vai ser o que fizermos dela. E

o talento virá sempre ao de cima. O melhor dos filmes, da musica, dos livros ou da arte dos próxi-

mos dez anos será um melhor magnifico.

2. mais dos mesmosEm 2020 o mundo será extremamente parecido. Como é hoje muito similar ao que há dez anos. Ao fim e ao cabo, continuamos a achar os AC/DC uma banda com um som único, os Xutos os maiores e a dar a capa dos jornais aos U2 de cada vez que voltam a Portugal. Em 2020, o mais certo é termos exactamente a mesma opinião e as mesmas impressões (que são as mesmas de há dez anos).Por mais googles, facebooks e iphones que exis-tam, são apenas meios de partilha das mesmas opiniões sobre as mesmas figuras de sempre. Ainda que se inventem outras ideias de ruptura que migrem para o dia-a-dia Xutos, acdc ou u2 vao lá estar. Ou a guerra das estrelas. Ou teorias sobre o Lost. Porque continuaremos a precisar de partilhar ideias e gostos. Nos concertos, em vez de isqueiros no ar, passamos a usar telemóveis. Usaremos outra coisa em 2020, mas o sopro no nosso coração será igual. Como sem-pre, é o talento que continuará a ser indispensáv-el e o verdadeiro motor das coisas. Queremos lá saber que aquilo que ouvimos foi tocado com guitarra ou som software. É a forma como nos enche a alma que nos dirá se vale a pena.3.

o amor é eterno

Culturalmente o amor dominará como domina sempre. Os grande livros, as grandes canções e os grandes filmes serão sempre inspirados pelo amor. Os futuros formatos digitais só vingam se

conseguirem suportar o amor. Ou a falta dele. As comédias românticas serão muito parecidas

com as de agora, ainda que daqui a 8 anos, o Hugh Grant faça de pai do tipo que fará de Hugh

Grant. As mulheres vao parecer-nos mais bonitas porque vao poder cuidar-se mais e melhor. As

relações serão mais dinâmicas, menos sus-tentadas, mais abundantes. Um novo laço de parentesco, o ex, ganhará mais importância.

Se são pessoas de quem gostámos, porque as haveremos de desterrar das nossas vidas?

4. terapiadas comprasO tradicional continuará a sustentar o novo. Compraremos discos, livros e jornais. Mesmo tendo vídeo on demand continuaremos a preferir a televisão que alguém programa. Ser corsário na internet cansa. Não queremos ser sempre libertários e excitados. Por mais imediatas e baratas que as ligações e os acessos venham a ser, haveremos de continuar a ir a lojas e estar com outras pessoas. Ninguém vai deixar de ir as compras. Ninguém vai deixar de namorar. As novas velocidades da conectividade vao ter impacto sobretudo na nossa vida burocrática, facilitando-a e dando-nos mais tempo para out-ras coisas. Como ir ao cinema. Os filmes em 3D até saõ meios chatos, mas não há pipocas tao saborosas como aquelas.

5. tocar

Em qualquer grande museu compraremos um catálogo da exposição igualzinho ao de hoje. É

possível que no nosso telefone esteja tudo sobre arte que nos impressionou, mas o prazer táctil e olfativo de ter um catálogo na mão é demasiado poderoso para ser destruído por um gadget. Os

bits não têm o peso do papel. E ninguém faz coleção de bilhetes digitais.

As revistas e os jornais serão menos, mas provavelmente melhores e com mais coisas. Se

calhar vêm com cinco litros de gasóleo incluídos. Ou cupões que dao entradas em vários festivais

de musica e artes. Pouco importa. O capitalismo, o grande jornalismo e a necessidade dessa

experiencia sensitiva que é folhear, vão acabar por encontrar solução para o papel.

7. fim das

fériasOs bens mais escassos daqui a dez anos, serão

a paz e o sossego. É muito provável que nos próximos dez anos o preço de estar sempre

online se torne despiciendo. Quando formos para a Republica Dominicana passar uma semana na praia, não vejo forma de impedir que se consulte

o mail a toda a hora ou que não se twite ou facebook que a agua esta muito quentinha. Não tenhamos dúvidas que é o que vamos fazer. Ou

ver um filme. Ou ouvir musica no nosso leitor. ou tirar fotografias às conchas. Em 2020, o dia

continuará a ter 24 horas e o anos 365 dias, mas as férias vao acabar de vez.

Há dez anos ninguém previu que a internet alas-trasse ou que dois Boiengs fossem espetados no coração de Nova Iorque. Mas foram estes os ac-ontecimentos determinantes de uma década que tresandou a acto falhado, escreve Pedro Bouche-rien Mendes. O júri do programa de televisão ídolos veste o turbante e espreita para dentro da bola de cristal os próxi-mos 10 anos de vida na terra (e não só).10

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ano

s

8. perseguidos pelopassadoCada coisa que fazemos fica. O nosso rasto digital será gigantesco. Tudo o que vai apra a rede com o nosso nome e a nossa cara voltará como uma força que não esperávamos. Posts infantis e apaixonados em blogues, tweets ou inanidades similares e vídeos e fotos em festas cujo sentido nem recordamos, serão recupera-dos por terceiros. Na exacta medida que formos preferindo esquecer que fizemos, dissemos, escrevemos, filmámos ou fotografámos aquilo. O que julgávamos efémero será eterno. Muita coisa será difícil de explicar e é provável que seja comum reconstruir vidas no passado. Até é verosímil que isso venha a ser negócio. A sorte de muitos é que será mais simples e mais barato remover tatuagens. Os transplantes serão cada vez menos noticias de jornal e ter alguém com mais de 100 anos na ceia de Natal será muito comum.

9. a maldição da

eternidadeA geração que nasceu nos anos 60 e 70 estará

cansada como nenhuma outra, porque estará cansada como nenhuma outra, porque sempre

ligada e não o esperava. O seu corpo estará em forma e remendado graças aos avanços na medicina e nas ciências adjacentes, mas a sua

alma exausta.Esta geração – que é a minha – passou da

televisão a preto e branco para a abundacia total de 2020. No nosso tempo era comum não haver eletricidade. E o episodio de uma serie da altura

perdia-se sempre. Essa logica da janela única foi-se. Em 2020 viveremos em pleno no tempo

da janela eterna. Todo o conteúdo antigo estará acessível algures na cloud da internet a um

preço simpático.Mesmo assim é seguro dizer que os presentes

de Natal serão muito iguais aos de hoje. Por isso precisaremos sempre que haja alguém que escolha por nós e reúna os êxitos dos Coldplay num Cd duplo deluxe para que possamos ofer-

ecer – os coldplay serão os novos queen.

106. preguiças e políciasO discurso dominante sobre o ambiente per-manecerá uma das idealogias mais fortes. Como o nuclear foi nos anos 70 ou a SIDA nos anos 90. Mas continuaremos a fazer as mesmas coisas sujas e poluentes, se nos souberem bem, derem jeito e forem fáceis. Como ir de carro para todo o lado. As calotes polares ficam muito longe para que nos aflijam a consciência. Será a inovação científica, pressionada pela regulação dos gover-nos, que nos tornará a todos mais verdes. Vai-se falar muito de água também. O avanço do comilão politicamente correcto fará com que fumar seja ilegal em algumas cidades, estados, ou mesmo países. Eu apostaria que mais tarde ou mais cedo as bebidas alcoólicas terão avisado semelhantes aos que os maços de tabaco têm agora.

10. custo de vidaEspeculo que as crianças nascidas por altura de 2020 venham a ser pagas para ter boas notas e escolher cursos que façam falta às sociedades. Perceberam bem: daqui por trinta anos será obvio que não haverá outro remédio para motivar os alunos que não seja ter escolas parecidas com hotéis e pagar-lhes para lá irem. Pelo menos no primeiro mundo, onde a natali-dade continuará baixa. O terrorismo continuará a fazer-nos torcer o nariz a quem não seja branco como a neve. Se hoje todos querem ser nómadas, viajar pelo mundo sem compromissos, tirando fotografias e fazendo blogues, vivendoà custa dos pais ou a servir daiquiris em bares de praia, imaginemos daqui a 10 anos quando isso for ainda mais banal. Todas as gerações demo-raram a assentar mas nunca houve o numero dramático de velhos que haverá a cada ano que aí vem. E daqui a dez anso já estamos todos mais velhos. Isso é absolutamente certo

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gogol bordello

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gogol bordello

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Transformam qualquer concerto num arraial mas não há que ter medo desta banda.

Os Gogol Bordello são bons rebeldes, punk cigano e duro

só quer mudar o mundo. Depois de espalhar brasas no

Optimus Alive! 08, Eugene Hutz promete continuar a festa, 10 de dezembro em Lisboa, em mais uma actuação optimus.

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“É frustrante tocar em festivais.

É como fazer sexo e não ter

orgasmo.”

Em

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os Gogol Bordello são a prioridade e lembra que indicou à cantora uns amigos que estão a fazer um bom trabalho.Ainda não vi o espetáculo, espero ir vê-la a Nova Iorque em Outubro. Mas sei que essa parte da actuação esta a correr bem. Acho que vou actuar com ela nos espetáculos no Brasil. Se se confir-mar, o encontro em palco acontece a 14 e 18 de dezembro no rio de Janeiro e São Paulo.Apesar da história, tamanho reconhecimento tem pouco mais de um ano. Em julho de 2007 lan-çaram o Super Taranta!, longe do mainstream, a critica rendeu-se. Os media olharam curiosos para o grupo de imigrantes, para a figura burlesca de Eugene Hutz, para as letras refinadamente jo-cosas e sai-lhes um três chic. Surpreende-vos este interesse repentino? – não! No figurativo site oficial da banda, os links para os artigos pub-licados na imprensa aparecem colados num rolo de papel higiénico – a nossa música continua a ser a mesma, ainda agitamos todos os lugares, a qualquer hora, sempre que actuamos. Descreveu numa entrevista recente no site Music Towers o actual baixista Thomas Gobena.O segredo? São várias as tiradas que o denun-ciam. Gobena resumiu recentemente – uma en-ergia indescritível, festa indestrutível, uma beleza inegável. O nosso interlocutor Eugene Hutz, diz que parte essencial é o publico – as pessoas têm de fazer parte do acontecimento, não podem ser meros espectadores. A musica que fazemos é uma experiencia de comunidade. Ou uma versão ampli-ficada da vida e das personalidades das pessoas. Como antes tinha dito à Times. Ou um documen-tário vivo, que é o que responde quando se lhe pergunta como é o passado lhe influenciou a música.

Assim sendo, falamos sore a vida. Sendo filósofo assumido, confessadamente mais na estreia de Carl Jung do que Sigmund Freud, qual é a sua melhor teoria? Tenho muitas teorias.. estão sem-pre a mudar. Mas o que interessa no fim de con-tas é conseguir passar por cima do fogo” – atira Hutz do outro lado do telefone, sério. É a teoria das teorias, porque há fogo onde quer que vás e para onde quer que olhes. Se conseguires trans-formar a raiva que te guia numa coisa positiva, é o melhor que podes fazer. Utilizo a minha mu-sica para transformar o negativo em positivo. É a minha mensagem. Mas quem é que precisa de teorias sobre a vida? Posso inventar-te uma a qualquer hora da noite.De repente, é Eugene Hutz, 35 anos, o homem. Perguntamos-lhe o que acha da situação politica da Rússia, tendo crescido na ex-URSS… “Não sigo muito a situação politica. Acho que a politica

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não existe, é tudo uma questão económica. Os políticos não têm poder.. vão para onde o vento sopra. Se alguma coisa algum dia mudar não vai ter nada a ver com eles. As pessoas é que têm poder; se quiseres fazer alguma coisa fala com os teus amigos e vizinhos. Toda a gente consegue chegar Às pessoas que tem mais próximos. Os políticos que se lixem”.

Fascinado por historias pessoais, músico, filóso-fo, actor em vários filmes, um deles assinado por Madonna, mais desejos de realização, deseja um destino pouco simpático aos que lhe chama o irmão maluco de Borat, e despeja: o Borta é um idiota.A chamada vai abaixo. Entretanto os Gogol Bor-dello chegaram ao recinto do festival onde vão alinhar, juntamente com os Apocalyptica, The Subways e Goldfinger. A comitiva Gogol Bordello viaje em dois autocarros. No dia anterior o motor de um foi simplesmente ao ar. A peripécia contada assim fez com que inadvertidamente fosse a BLITZ a dar a noticia ao manager. Ficou a pensar que tin-ham morrido todos. Não cansa andar sempre na estrada? Toda a gente nos faz essa pergunta. É como se o facto de haver muita gente fosse sinal de andar sempre tudo a porrada. É uma abord-agem tão cínica… Como é que conseguem estar todos juntos? As pessoas foram feitas para es-tarem umas com as outras, é tão simples quanto isso. Faz parte do ser humano.O que é o surpreende mais entre viagens? Na ul-tima entrevista `BLITZ dissera que via na Europa de Leste e na America Latina uma espécie de Polo Norte e Polo Sul, muito parecidos apesar de distantes. Mas o que é o surpreende nos lugares por pnde tem andado? O que me surpreende mais é racismo. Está por toda a parte. É absurdo como está tão espalhado pelo mundo, como é uma noção tao idiota e tao forte em todo o lado.Depois das férias e dos concertos marcados até ao final do ano, regressam ao estúdio em Janeiro para gravar um novo álbum. Já têm alguma ideia? Hutz riu-se “Já temos o álbum todo. Já ta tudo escrito. É so ir para estúdio e gravar. As 5000 id-eias já lá estão! Haverá mais espaço para mais? Ainda estamos a escavar a superfície. O céu é o limite. Uma das novidades é um festival itinerante assinado pelos gogol bordello destinado a levar mundo fora algumas das suas bandas preferi-das. Para quando? Para o ano! A hiperatividade contagia. As férias de Eugene Hutz vao ser no rio de Janeiro, onde vive à escuta de sons brasilei-ros e sul-americanos. É um bom sitio pra relaxar. Planos? Passar os dias a escrever, é o que faço todos os dias.

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“Blues is easy to play, but hard to

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“Blues is easy to play, but hard to

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\Nascido em berço de ouro, filho do fundador da agência de modelos Elite e de uma ex-Miss Dinamarca, Julia Casablancas, líder dos Strokes,

é um dos mais carismáticos vocalistas do indie rock. Nos bastidores do Super Bock Super Rock, este verão, a BLITZ apanhou-o a solo e de ca-beça no microfone: efeitos secundários , diz ele, do frango que lhe boicotou o concerto.O que se passou no concerto no Super Bock Super Rock? Saiu mais cedo de palco, pare-cia zonzo…Foi um frango que comi.Comida estragada?Não, era delicioso. O melhor frango que comi na vida, para dizer a verdade. Mas também devia ser a coisa mais salgada que alguma vez comi. Parecia que tinha andado a nadar em sal durante dois dias, mas ao mesmo tempo era tão

bom que podia ter pessoas a cantar e a tocar harpa para ele. Isso misturado com o condutor

armaníaco que veio a guiar 300km por hora para o recinto, fez com que ficasse muito enjoado. Estive todo o tempo a tentar combater o enjoo, a fingir que estava bem. Geralmente, quando me sinto doente, ou esquisito, ou cansado, consigo lidar-me na mesma. Mas esta noite só queria mesmo era cantar as musicas sem vomitar.

Agora é pai de família, é muito complicado andar em digressão?É duro, é. Partir é sempre difícil. Só o dizer adeus… Não sei como é que o pessoal do exército consegue, é o que eu penso sempre. Dizeres adeus ao teu filho, quando ele ainda é uma criança, é muito complicado.É considerado por muitos um ícone de moda..Ui, claro! (risos)

É um aficionado de instrumentos antigos?Não, não coleciono sintetizadores. Aquilo são tudo sons falsos, feitos no midi do computador. Nunca fui grande colecionador destas coisas: in-strumentos, aparelhagem ou até de música. Em casa tenho é um piano, quero dizer, um teclado, onde escrevo muita coisa. O som desse teclado parece o de um piano verdadeiro, por acaso até tem poucos sons de órgão. Gosto de soar futur-ista mas ao mesmo tempo, tenho referências no passado de que gosto.

Sempre usou filtros na voz. Teve dificuldade em aceitar o som da sua voz?No passado foi mais por uma questão de gosto. Queria que a voz parecesse um dos instrumen-tos, que se misturasse no conjunto. Às vezes ouves musica pop e as vizes parecem-te limpas,

mas se ouvires com atenção, percebes que lhes falta muita coisa. Mas agora, no meu disco, a voz está bastante limpa.

Na sua página da wikipédia, bob marley aparece referido como uma das suas referencias a nível de voz. É verdade?Bob marley, sem duvida. É uma das minhas influencias. Ele, David Bowie, Prince, J. Lennon,

B. Wilson – John, Brian. Lou Reed. Os Velvet Underground foram muito importantes para mim.

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o rock dá

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Juntos há mais de dez anos, Dan Auerbach e Pat Carney “ganharam a lotaria” com Brothers, o álbum de 2010 que lhes rendeu fama em todo o planeta, três Grammys e um prémio da MTV com o nome da banda trocado. Com El Camino fresco nas lojas, Os Blak Keys ameaçaram prolongar o seu reinado blues-rock, mas prome-tem nunca esquecer que já foram dois rapazes remediados de uma ci-dade cosmopolita.

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Quando Brothers, a casa de “Tighten Up” e “Gowlien’For You”, foi lançado, nem Dan Auerbach nem Patrick Carney, dois membros dos Black Keys pera jovens inexperientes. Em maio de 2010, o vo-calista e guitarrista de ascendência polaca, natu-ral, a semelhança do seu companheiro de banda, da cidade de Akron, no Ohio, tinha acabado de completar 31 anos. Quase 20cm mais alto do que Dan, o gigante Patrick Carney entrara a poucas semanas na casa dos 30. Juntos nos Black Keys desde o começo dos anos 00, Dan e Patrick lan-çaram entre 2002 e o ano de Brothers, 5 álbuns, entre os quais os bem reconhecidos Rubber Fac-tory (referencia a um dos principais negócios de Akron, a industria dos pneus) de 2004, de Attack & Release, de 2008, a filiação no movimento de rock revivalista, por parte da imprensa musical, nunca agradou particularmente a dubla, e signifi-cou, durante muitos anos, comparações a bandas como os White Stripes ou os The Kills, vizinhos dos Black Keys no terreno blues-rock “a dois” da década passa. “Nem nos importamos muito. Há bandas piores a quem nos podiam comparar”- di-zia Patrick Carney em entrevista no site Livewire, em 2003. “Até sou fã desses tipos, mas não me parece que a nossa música seja parecida com a

deles. Acho que todas as bandas ficam frustra-das se estiverem sempre a ser comparadas com outras. Aos Radiohead nunca os comparam com ninguém.”.Durante quase 10 anos, e por muito que as com-parações o saturassem, os Black Keys viveram, de certa maneira, na sombra de grupos aparenta-dos. Conseguiam ganhar dinheiro suficiente para pagar a renda- segundo os próprios, depois dos 10 dólares averbados com primeiro concerto, a remuneração foi crescendo de forma sustentável, proporcionando-lhes uma autonomia modesta ao fim de quatro meses de estrada- mas estavam longe de ficar no Olimpo do rock. Ainda hoje, fieis aos casacos de ganga (Dan Auerbach em entrevista ao jornal Inglês The Guardian. “Ontem fomos sair a noite e só duas ou três pessoas e que nos reconheceram, isto num bar da moda em Cam-den (Londres)”, corrobora , satisfeito, Patrick Car-ney o baterista que tem vergonha de aparecer em revistas dedicadas ao seu oficio, “ao lado de bateristas a serio”. Brothers, com o seu design metro e minimalista- “This is na álbum by the Black Kase. The name of this álbum is Brothers”, Pode ler-se na capa, engendrada pelo irmão de Pat, Michael, e galar-

doada com um Grammy- veio mudar a vida dos Black Kase. Mas na verdade, o disco nasceu ele próprio de mudanças profundas na vida de Dan e Patrick, hoje amigos fraternais outrora colegas de liceus com “tribos”, gostos musicais e populari-dade muito distintas.

A ESTRELA DE FUTEBOL E O ANTI-SOCIAL

“O Dan tinha cabelo comprido, quando andava no liceu. Passavas por ele no corredor e estava sempre com um ar alucinado, meio passado.”, denuncia Patrick na entrevista que recentemente conduziu os Black Keys à capa da Rolling Stone. Dan, cujo pai era um espirito livre, mercador de arte e fã de Billie Holiday, Robert Johnson e Hank Williams, não só confirma a fama de ganzado como lhe junta um ou outro pormenor sumarento. “Lembro-me que uma vez um professor perce-beu, pelo meu bafo, que eu tinha estado a beber álcool e mandou-me falar com o presidente do conselho diretivo. Já nem sei o que aconteceu lá, às tantas fui suspenso… Mas a verdade é que nunca fazia os trabalhos de casa e ainda assim estava no quadro de honra. Mas que raio de sis-tema educativo é este?”. Jogador da equipa de

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futebol do liceu – o mesmo futebol que a Europa conhece, e a quem os norte americanos chamam de soccer – Dan Auerbach era aquilo a que se custuma chamar um miúdo “cool”. È o próprio irmão de Patrick, autor da capa de Brothers, que na mesma entrevista à Rolling Stone, recorda: “No liceu, o Dan e o Pat eram muito diferentes um do outro. O Pat era um esquisitóide, ao passo que o Dan era muito mais reservado e cool. Digo isto com todo o carinho. Para nós, os irmãos Carney, as raparigas nem olhavam. Mas dos Auerbachs gostavam elas”.Apesar de tudo o que os separava, Dan e Pat-rick, que viviam na mesma rua, passaram a adolescência com uma paixão em comum: a música. Curiosamente, foi Patrick que começou por apaixonar-se pelo rock clássico de Beatles, Rolling Stones e Led Zeppelin, que experimentou primeiramente a guitarra. Aos 12 anos, apaixona-do pela magia de Jimi Hendrix, implorou ao pai que lhe desse uma guitarra, masnem o facto de ter acesso ao instrumento e as aulas de musica fez com que conseguisse dominar seis cordas. “Não sei cantar nada, não sei cantarolas melo-dias nem consigo escrever riffs”, admitiu ao The Guardian. È o jornal britânico que faz mais analo-

“Sempre nos estivemos a borrifar para a nossa imagem, e

geralmente,odiamos

as pessoas que ligam muito a isso”

no carro e uma actuação num programa de rádio às 6h da manhã, apra uma plateia de idosos, são alguns dos pontos “altos” desta encarnação). Em 2003, a primeira oportunidade de sucesso bateu à porta dos Black keys sob a forma de um anún-cio de maionese. Uma marca britânica daquele produto ofereceu À banda 100 mil dólares para usar uma canção numa campanha publicitária. Dan e Pat arrepiaram-se “Era uma oferta su-perior àquilo que os nossos pais, juntos ganham num ano”, comentaram no programa de Stephen Colbert. Mas ainda não era desta que os Black Keys iam subir na vida: à época, o manager do grupo avisou-os que se aceitassem a proposta, corriam o risco de perder o apoio dos não mui-tos, mas fiéis fãs, que ficariam indignados ao saber que a banda se tinha vendido. Hoje em dia, os homens de “Run Right Back” são um dos grupos que mais canções tem a rodar em séries, filmes, anúncios publicitários e jogos de computa-dor – equiparam mesmo a oportunidade de chegar dessa forma aos ouvidos de milhões de pessoas a uma passagem regular na radio. “Deram-nos cabo da cabeça por cedermos a nossa música a anúncios, mas se não o tivéssemos feito nunca teríamos vendido 18 mil bilhetes [para concertos] em Londres”, argumenta Pat Carney ao Guard-ian, referindo-se a dois concertos esgotados no Alexandra Palace, em fevereiro deste ano. Após o sucesso de Brothers, contudo, a febre do licen-ciamento irá provavelmente, serenar: “Quando ninguém compra os teus discos, é fácil justific-ar porque é que estás a vender uma canção”, diz carney, desta feita à Rolling Stone. “Mas quando começas a vender discos já consegues justificar ter duas canções em anúncios à Cadillac. Ficas a parecer grandioso”.

Os Black Keys nunca teriam sido tão assediados por anunciantes e cineastas, contudo, se Brothers não estivesse recheado de canções memoráveis e apetecíveis. Gravado no estúdio Muscle Schoals, por onde os Rolling Stones passaram, em 1969,

gia: tal como os miúdos que não são grande esp-ingarda a jogar futebol, Carney foi mandado para o lugar de guarda-redes que, numa banda, equiv-ale mais ou menos ao posto de baterista. Ainda hoje, apesar de constituir metade dos grupos rock mais bem sucedidos do mundo, ele descrê das suas capacidades e confessa entrar a medo em cada concerto. Já Dan que o pai incentivou a dar concertos para poder ganhar a vida, ficou bem impressionado com o primeiro encontro musical com o “velho” conhecido Carney. “A maneira como ele tocava bateria era uma trapalhada, mas como eu ouvia muita música blues também era assim, consegui logo acompanhá-lo”. A demo doméstica que Dan e Pat gravaram então valeu-lhes um contrato com a pequena editora Alive, que lhes proporcionou a gravação do álbum The Big Come Up em 2002, sem que a dupla alguma vez tivesse pisado junta um palco. À luz do sucesso posterior dos Black Keys, o selo que começou a apostar nos dois rapazolas inexperientes já reeditou The Big Come Up pelo menos 14 vezes, sempre em vinil. Na altura em o seu debute saiu, porém, Dan e Pat, que para o seu álbum gravaram originais e versões de tradicionais blues e dos Beatles (“She said, she said”), eram só mais uma banda a tentar a sua sorte.

VENDER OU NÃO VENDER, EIS A QUESTÃOA falta de estrada que, ainda adolescentes, os Black Keys teriam quando assinaram o primeiro contrato foi rapidamente compensada com anos de digressões pouco glamorosas. No primeiro concerto, conta a lenda, atuaram para meia dúzia de gatos pingados (os relatos variam entre os 8 e 18 espectadores), levando para casa um total de 10 dólares. “até achamos incível que alguém pagasse tanto!”, desabafa Dan ao The Guardian. Muitas vezes, os dois amigos percor-riam, durante horas a fio e num mini-carrinha, as intermináveis estradas norte- -americanas e não tinham, no destino, ninguém à sua espera (20 ho-ras a atravessar o deserto sem ar condicionado

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concerto pavilhão atlântico

tores de Next Girl foram acrescentando novos instrumentos, arranjos e influências à sua poção: no último El caminho, Ramones, T-Rex, Cramps e Clash foram alguns dos pontos cardeais segui-dosna confeção de um disco veloz, bombástico e sem qualquer pudor de tirar da cartola os riffs mais contagiantes e orelhudos. Mas a sua receita continua a passar por uma escassez propositada de recursos, combinada com uma certa modéstia, que os músicos atribuem à sua origem. “O facto de sermos de Akron fez de nós mais trabalhadores, mais competitivos, mais amargos, também”, ad-mitem. Ao Guardian, Pat Carney vai mais longe: “O dangermouse era capaz de dizer que temos medo do sucesso. E provavelmente é verdade. Quando era miúdo não era super pobre, mas os meus pais divorciaram-se e a minha mãe não tin-ha muito dinheiro. Mesmo agora, se tenho alguma coisa boa, saboreio-a devagar e guardo a maior parte do dinheiro. Os meus amigos não têm casas como as nossas. Muitos deles nem sequer con-seguem arranjar emprego. Até há poucos anos tinha medo de nunca ter dinheiro. E agora parece que ganhámos a porra da lotaria”.Pat e Dan estão na mesma frequência no que toca à importância desta ética de trabalho: “um sobrevivente”, estranhou o cocalista em entre-vista *a GQ. “ Não, o meu tio-avô é q sobreviveu ao Holocausto. Eu só tive sorte”. Os antecedentes familiares de Auerbach são explorados com mais detalhe no Guardian: “Toda a a família da minha avó foi assassinada. Mãe, pai, irmãos mais vel-hos, toda a gente. Ela conseguiu chegar até Ingla-terra e aprender inglês. Depois conheceu o meu avô, que estava no exército, mudaram-se pra New Jersey e por fim ela reencontrou o meu tio-avô. Todas estas histórias fizeram parte da minha juventude. É assim que percebes a sorte que tens e tudo isso te faz trabalhar mais”.Trabalho, um bom timing, sorte e ainda mais trabal-ho: é assim que os Black Keys resumem a fórmula do seu sucesso, atualmente traduzida em cente-nas de milhares de discos vendidos em todo o mundo e concertos esgotados nas maiores salas. “Somos bons e trabalhamos mais que os outros”, dispara sem falsas modéstias Dan, admitindo, ainda assim, a propósito de o concerto em Madi-son Square Garden NY, ter esgotado em menos

de 15minutos, que “este tipo de sucesso não de-via acontecer a tipos como nós”.O sentido de humor peculiar, que levou os Black Keys a colocarem a capa de El caminho (referen-cia ao luxuoso automóvel Chevrolet el caminho) a carrinha esfarrapada e fedorenta que lhes serviu, no começo da carreira, de veículo de digressão, ou escolheram para vídeo de lonely boy, imagens de um civil a dançar freneticamente (houve um teledisco de Jesse dylan, filho de bob, que foi para o lixo para dar lugar a este bailarino espon-tâneo), é outra das constantes na carreira de Dan e Pat.Quando receberam o Prémio de Revelação da MTV pelo vídeo de “Tighten Up”, acharam hi-lariante a troca de nomes no troféu: ao invés de Black Keys, os responsáveis daquele canal na base da estatueta Black Eyed Peas. À GQ, auer-bach rejubilou: “estávamos em digressão quando o nosso manager nos mandou uma foto do pré-mio. Pensei: um canal que nunca nos respeitou nem passa a nossa musica vai lixar-nos assim? Espetáculo!” Em todo o caso, e porque “daqui a 20 anos ninguém vai saber quem são os Black Eyed Peas”, os Black Keys, que o guardian disse terem a aparência de uma banda “desenhada

para dar à luz “Brown Sugar”, e “Wild Horses”, o sexto disco de Dan e Pat nasceu uma luta daque-las que só os irmãos podem protagonizar. Pat, reza mais uma vez a lenda, tinha acabado de se divorciar d euma mulher que Dan diz “odiar desde o primeiro momento”. A separação foi particular-mente virulenta e levou ao corte temporário de relações entre os dois amigos – que ainda assim, garantem que não são como os Gallaghers: não gritamos nem andamos à pancada. No rescaldo do divórcio, a ex-mulher de Carney chegou a pub-licar online um artigo, descrevendo as minudên-cias do seu casamento com o baterista dos Black Keys e acusando o colega do ex-marido de ser um jock do futebol, que tinha como ídolos o Dave Mathews e o G. Love and Special Sauce. Um machão que andava pela cidade como um bull-dog. Confrontado com estas e outras acusações, Auerbach prefere nunca mais ouvir falar da mul-her que dizer ter destruído a alma do amigo. Após o divórcio, tanto Pat como Dan – que é casado e tem uma filha, de quatro anos – acabam por tro-car Akron, a tal cidade do Ohio onde nasceram e foram criados, por Nashville, a capital da música country, no Tennessee. Foi lá que, alimentados por uma dieta de comita frita, erva e café horrível, complementada pelo hip-hop de Auerbach é fã e pelo tédio de viver numa cidade relativamente pa-cata, os Black Keys gravaram 16 canções em ap-enas 10 dias. E do disco que daí resultou, Broth-ers, até Liam Gallagher gostou.

HÁ UM RATO NO ESTÚDIO

Apesar de terem sido sempre uma banda de dois irmãos, os Black Keys passaram a contar, a partir de 2008, com uma mãozinha extra: a de Brian Burton, mais conhecido por Dangermouse, que gradualmente foi não só produzido como ajudando a compor algumas canções. Dan e Pat elogiam-lhe a queda para a canção, propriamente dita: afinal, a grande paixão da banda sempre foram: “os riffs de blues, repetitivos e hipnóticos: se continuares a tocar sempre a mesma coisa, aquilo acaba por surtir um efeito qualquer em ti”. Mas o modus operandi dos Black Keys continuou a primar pela simplicidade , algo que a banda atribui, também à formação pouco numerosa: “to-da a gente diz que o Beck é um camaleão. Claro que é, é só uma pessoa, não tem de convencer ninguém!”, argumentam. Ao longo dos anos, au-

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concerto pavilhão atlântico

para falhar”, pediram que a MTV lhes enviasse um troféu corrigido – e tiveram pena de terem de devolver o antigo.

Com o passado recente bem presenta (Pat car-ney ainda se lembra bem do que é trabalhar como operador de telemarketing), os Black Keys ent-raram a ganhar em 2012, com crítica e publico em polvorosa em El caminho, um disco que não quis-eram demorar muito tempo a gravar (“podíamos gravar um disco por semana, se não tivéssemos de tocar ao vivo”, gaba-se auerbach). “ZZ top com lantejoulas na barba e cruzamento entre led zep-pelin e motown” são alguns dos epítetos que o sé-timo álbum lhes tem rendido. Consciente de que aqueles que louvam hoje poderão estar-se nas tintas para eles amanhã, porém, dan e pat tentam dar o passo maior que a perna; o baterista chegou mesmo a dizer, ao guardian, que “as pessoas só devem gostar de nós porque soamos um bocado velhos”. E por falar em idade, recuemos até 2003, para ouvirmos as palavras de Black keys, ainda tão pequeninos, em entrevista corridinha ao site Livewire. Perguntavam-lhes eles: vocês vêem um futuro duradoiro para blues-rock? Respondia Pat carney, que quando conheceu Dan ficou escan-dalizado por o vizinho não conhecer led zeppelin: “Bem, o blues-rock já dura há mais de 40 anos, e o rock n rol há uns 50 anos. Por isso… sim!”

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“Embora se diga que trabalho é trabalho e

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ter muito conhaque no trabalho”

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“Embora se diga que trabalho é trabalho e

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Está vivo o Rei Lagarto. Quarenta anos depois da sua morte em Paris, Jim Morrison ainda pos-sui suficiente energia para adornar uma capa no NME – posicionando-se confortavelmente entre as edições dedicadas a Glastonbury e os Foo Fighters – e para levar mais a uma re-edição da obra dos Doors. A collection pode ser uma caixa “budget”, que reúne a discografia dos rapazes de Los Angeles sem grandes argumentos extra, mas é, pelo menos a terceira década e meia, sinal claro de que continua a existir interesse na mu-sica dos Doors. E mesmo que esta actividade não chegue para posicionar Jim no top de rendimen-tos gerados entre os músicos já desaparecidos – que a Forbes revelava no final do ano passado ser ocupado po Michael Jackson, Elvis Presley, John Lennon, Richard Rodgers (o que uma can-ção como “My favourite Things” pode fazer pelo legado de um homem..) e Jimi Hendrix -, chega pelo menos para indicar que o mito continua a fazer correr tinta e a inspirar novas gerações de músicos e ouvintes de musica.

DEUS DO ROCK OU FALSO PROFETA?Uma viagem rápida pelas décadas, no entanto, permite perceber que a controvérsia não abran-dou com a morte de Morrison. Al Aronowitz, no

obituário assinado no New York Post em 1971, começava por escrever que “todos fazemos pac-tos com o diabo”, adiantando depois que supunha “que Jim Morrison deve ter percebido que também o fez”, inscrevendo assim o vocalista dos Doors naquela recorrente mitológica que se estende até Robert Johnson e que parece indicar haver uma dimensão sobrenatural para que os que aceitam lidar com os seus fantasmas atrás de um micro-fone. Mas Aronowitz terminava o seu texto numa toada otimista, alegando que Jim poderia ter al-cançado um certo grau de paz nos últimos dias da sua vida. Na revista Sounds, em dezembro de 1978, o álbum póstumo Na American Prayer le-vava Sandy Robertson a escrever que “Jim era mais Lautréamont do que Presley”, referindo-se ao mesmo poeta francês que inspirou Maldoror, dos Mão Morta. Robertson não hesita e declara mesmo que “Morrison poderá ter sido o único verdadeiro poeta vomitado pelo rock n rol”.Lestar Bangs, que percebia alguma coisa de vómitos e de rock n roll, já se revelava mais cético no décimo aniversario do falecimento do vocal-ista dos Doors, confessando ter sempre desejado “que Morrison fosse melhor do que de facto era”. Mais adiante, Bangs refere mesmo que, “de certa maneira, a vida e a morte de Jim Morrison podem ser descritas simplesmente como um dos mais pa-

téticos episódios do “star system”, Ao contrário da ideia veinculada na Sounds, no entanto, Bangs usava as paginas da revista Musician para inven-tar um novo papel para Jim: “Eu nunca levei Mor-rison a sério como Rei Lagarto, mas sou um fã dos Doors hoje como já era em 1967; mas o que aceitei muito cedo, na verdade, foi a limitação dos Doors e que o Morrison seria menos Baudelaire, Rimbaud e Villon e mais Príncipe Palhaço”. Esta ideia do “Bozo Prince”, nas palavras de Bangs, atravessa a vida de Jim Morrison, alguém que surgiu num momento em que os media conhe-ciam também a sua explosão e em que o mundo aprendia a lidar com outro tipo de mecanismos de notoriedade: “ele pegou no medo e nas explosões de liberdade dos anos 60 e primeiro fez com que se parecessem ainda mais bizarras, perigosas e apocalípticas do que julgávamos ser, e depois pegou em tudo o que estávamos a levar tao a se-rio e transformou tudo numa grande piada”. Bangs sublimava a impossibilidade de se separar o palhaço do poeta, afirmando que essa carac-terística única tinha resultado em grande música, “capaz de estabelecer standards no rock n rol por muitos mais anos”.Em 1991, quando se cumpria metade desta viagem de 40 anos após o desaparecimento de Jim Morrison, Simon Reynolds juntava a sua voz e o coro de críticos que voltava as salas de cin-ema de biopic de Oliver Stone, ferramenta funda-mental na propagação do mito na década que viu o grunge nascer.Reynolds explicava que Jim Morrison se afirmou como “ um explorador dos territórios mais afasta-dos da condição humana”, algo que o cantor teria aprendido nas paginas de O Nascimento da Tra-gédia de Freidrich Nietzsche, ora que o filosofo opunha as figuras tutelares da arte de Apolo, o deus contemplativo e sonhador, e de Dionísio, o deus do excesso, do abandono pagão, da em-briaguez extática. “Um mapa de estrada para a obra dos Doors”, refere Reynolds em relação a obra do filosofo alemão. John Densmore, explica

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A Jim Morrison poderá atribuir-se um dos primeiros esforços conscientes para avaliar até onde poderia ir uma estrela pop.

Reynolds, escreveu mesmo nas suas memorias, Riders on the Storm, que “Nietzsche matou Morri-son”. Simon Reynolds volta a abordar a discussão sobre os méritos poéticos de Jim Morrison e con-fessa-se um admirador do lado mais exagerado da sua poesia, embora tenha o cuidado de expli-car que “o júri ainda não se decidiu”.Há precisamente dez anos, o New York Times, tomou o caminho da reportagem para tentar com-preender o estado do mito, com John Tagliabue a explorar os caminhos do cemitério de Père-Lachaise onde se encontra a campa de Jim Mor-rison, uma verdadeira atracçao turística. Apesar de ser igualmente morada afinal de gente como Chopin, Oscar Wilde, Amedeo Modigliani, Ma-ria Callas, Edith Piaf ou Moliére, Père-Lachaise tornou-se um local de culto fervooso à memoria de Jim Morrison, facto aproveitado pela autarquia de Paris, que em 2001, ajudava à festa do culto promovendo concertos de andas de tributo e di-versas iniciativas que provuravam alimentar a in-dustria da memória de Morrison.Essa industria continuava saudável, claro, e a imagem de Jim Morrison não é diferente da de outros rebeldes como Che Guevara, tendo alcan-çado aquele grau icónico que lhe perimte ador-nar tudo: de tshrts e canecas a posters, bijuteria, “action figures” e o que mais a imaginação per-mitia. E agora, 40 anos após a morte de Jim em Paris para onde se refugiou em Março de 1971

para tentar fugir aos problemas com a lei criados a partir das suas explosões em palco, os media que criaram o mito continuam a não dar mais si-nais de abrandamento no seu esforço cíclico para manter a imagem do linder dos doors como um ativo de valor na bolsa do rock and rol. O NME deu-lhe a capa para assinalar a passagem de mais uma década sobre a sua morte, mas voltou a ecoar a controvérsia gerada pelo real valor da sua obra poética e musical, questionando se Jim será “um deus do rock ou um falso poeta”. E isso significa, basicamente, dois artigos de fundo: um favorável assinado por Gavin Haynes – que argu-menta que Jim “era um poeta de uma geração, um pensador e um líder inovador que haveria de representar não apenas o bastante crítico, assi-nado por James Lee, que é da opinião que o líder dos doors “deixou um conjunto de musica de es-tudante de segunda-linha”.

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beirut36

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Aos 25 anos, Zach Condon é um nome grande do indie inspirado na world music, nome-

adamente no folclore do Leste da Europa e na música mexicana. Natural do estado do Novo

México, fronteiriço com aquele país, e protago-nista de uma famosa viagem adolescente pela

europa – tão distante e exótica para muitos jovens americanos como o extremo Oriente para

o português médio -, o artista mais conhecido como Beirut apresenta, contudo, um currículo

breve. The Rip Tide é o terceiro disco do rapaz que foi descoberto, de forma algo ocasional, com

Gulag Orkestar (2006) e que no ano seguinte apaixonou muito boa gente com The Flying Club

Cup. De lá para cá, Condon lançou dois EP’s, brincou com a electrónica e cancelou uma série

de concertos, a braços com um esgotamento. The Rip Tide, lançado pela sua editora de forma

a preservar o “controlo criativo”, é assim o primei-ro disco depois da explosão de popularidade, e

mostra que, contrariamente ao que os fãs pode-riam temer, Condon percebeu muito bem o que

dele se espera – e vai continuar a agradar.

Condo custuma contar que, quando era (ainda) mais jovem, se deixou influenciar por Stephen

Merritt, voz e alma dos Magnetic Fields. Mas há também, no tom grave e pomposo do músico,

ecos da pompa de Neil Hannon, dos Divine Com-edy. Uma voz clássica que finca a âncora em

canções invariavelmente doces, de um romant-ismo que muitas vezes rima com Mediterrâneo

e Sul da Europa (ver a bela “Port of cell” que encerra o disco). De “santa Fe” (a cidade natal

do artista) à mais atmosférica “payne’s Bay”, pas-sando por “goshen”, balada pacata ao piano, ou “the Peacock” que soa quase a oração, a receita

de beirut é respeitada e executada com primor. Arranjos de sopros triunfais, melodias de sorriso

nos lábios, a tal voz de homem a contrastar, e bem, com os bordados miudinhos. É tudo tão

bonito como previsível e, a espaços, formulaico. Em Beirut continuamos a apreciar esta facilidade

em chegar ao belo e a esperar que, um dia, uma reaçao química inesperada, entre as tintas do custume, nos permita ver mais fundo e mais

além, neste postal curiosamente ilustrado.beirut37

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Deolinda estreiam-se em Córsega,

onde vãogravar um concerto

para o canal Mezzo.

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O novo álbum chama-se Em Fuga. Tem vontade de fugir de que neste momento? Gravámos o álbum de em junho de 2009 e co-mo nao tínhamos grande pressa em edita-lo, nao pensei muito num nome. So quando estávamos a ensaiar é que comecei a prestar atenção ao con-junto de músicas. Todas elas falam sobre um certo desapego, sobre largarmos coisas que nos fazem mal para agarrarmos outras que nos fazem bem. Em Fuga também tem a ver com ir em busca de uma emoção de que sinto falta na música. Faltam entranhas, falta as pessoas partilharem emoções em vez de fazerem sempre coisas com os ami-gos.

Ja sentiu necessidade de fugir de Portugal?No ultimo álbum, o Howard (Billerman), o produ-tor, queria que eu tivesse traduzido algumas músi-cas. O meu problema traduzir músicas prende-se com o fatco de nao estar em Inglaterra ou no Canadá...Faz-me confusão traduzir metáforas portuguesas para inglês. Como nao estou em contacto com a gíria desses países, haveria coisas que quan-do as pessoas ouvissem seriam simplesmente ridículas. Por isso, no fundo, o que precisava era de uma pessoa que fizesse uma ponte e pudesse discutir como seriam as traduções. Ja estive mais longe de fugir (risos).

Ha um tom confessional bem presente nas suas canções. Nunca sente que esta a expor-se demasiado? Nao, nao sinto (risos). Ha imensas pessoas que me abordam e acham que me conhecem através das letras, mas o que faço pode querer dizer tan-tas coisas ao mesmo tempo. O giro das letras, pelo menos as que nao dizem de forma objec-tiva, é o facto de terem muitos caminhos possíveis. Nao me sinto exposto, sinto-me escondido por tras desses caminhos. Um deles foi realmente meu. Ou nao, porque desde ha uns tempos nao escrevo so sobre mim.

Ja sentiu vontade de cantar fado?Tenho imensa vontade, mas sou uma porcaria a cantar fado, ja tentei e nao consigo. Sou muito critico em relação ao fado e, por ser tao critico, começo a cantar e percebo que sou completa-mente incompetente. Se a certa altura da minha ficar com a voz ainda pior, toda arranhada, se cal-har consigo. Quando for mais velhinho. Agora fica ridículo, amador, muito mau (risos).

Aderiu recentemente ao Twitter. Os 140 car-acteres dos “tweets” sao um bom desafio de escrita ou um convite a preguiça?Acho que sao um bom exercício. Gosto da escrita poética muito curta. O Twitter tanto pode ser uma coisa altamente poética como podes ir la dizer umas palhaçadas, o que também e engraçado. Tive d fazer um falso para ir ver o que as outras pessoas diziam e perceber que tipo de linguagem se usa ali. Ha dias em que nao tenho nada para dizer e nao digo, que é a maioria deles. Tenho de de crescer em termos cibernéticos.

O fantasma das comparações cm Jorge Palma continua a persegui-lo?Quem me compara com Jorge Palma nao faz id-eia daquilo que ando a fazer. Mas nao me lem-bro de ouvir falar disso recentemente. É limitado compararem-me ao Jorge Palma quando podiam ter falado, por exemplo, do Bob Dylan. Nao estou a dizer que o Jorge Palma nao tenha sido uma grande influencia- o álbum So mudou a minha maneira de olhar a música portuguesa – mas muito mais o Bob Dylan me mostrou uma ma-neira de abordar a música e ter poesia nas letras. Passou a certa altura, a ideia de que ficava muito chateado... Irritava-me quando me perguntavam se ficava chateado e nao propriamente a com-paração.

Há alguma hipótese de voltar a dar vida aos Toranja?Nao sei. Estou muito contente com a banda com que estou. O caminho que segui com estes músi-cos nunca conseguiria seguir com os Toranja. E nesta altura, se voltasse para os Toranja estaria a voltar atrás. Nao digo que daqui a uns anos nao façamos um concerto, porque tenho saudades de estarmos juntos, mas seria uma coisa mais afec-tiva que criativa. Nao estará muito próximo esse dia. Os Toranja acabaram naturalmente. Quando nao estamos bem, temos de mudar, nao ter medo de largar coisas para agarrar outras que se calhar têm muitas mais pernas para andar.

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No dia do 78º aniversário de Johnny Cash, falecido em 2003, vai ser a luz do último álbum do músico americano. A edição do sexto volume da série American Recordings, intitulado American

VI: Ain’t no Grave e produzido por Rick Rubin, está anunciada

para 26 de Fevereiro.

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No dia do 78º aniversário de Johnny Cash, falecido em 2003, vai ser a luz do último álbum do músico americano. A edição do sexto volume da série American Recordings, intitulado American

VI: Ain’t no Grave e produzido por Rick Rubin, está anunciada

para 26 de Fevereiro.

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A cidade é Barcelos, o ano 2012. Eles são o Tojo Rodrigues (baixo), Paulo Senra (bateria) e Ricardo Miranda (guitarra) e apresentam Titans, álbum novo e especial de um power trio sur-preendente. Para começar, talvez as palavras power e titans nunca tenham feito sentido tanto juntas numa frase como agora, a propósito dos Black Bombaim, nome que deram ao cozinhado. Poder titânico é, de facto, uma boa maneira de descrever o som conjurado por estes três músi-cos que erguem muralhas de eletricidade a partir daquilo que os microfones captam e que os am-plificadores debitam.Neste álbum há ainda a particularidade de ao trio se juntar um assinalável número de convidados cuja dispersão do próprio som dos Black Bom-baim: de Steve Mackay, homem do saxofone nos Stooges, a Adolfo Luxúria Canibal, dono da guturalidade nos Mão Morta, há uma lista que se estende ainda por Isaiah Mitchell (dos Earthless e Howlin Rain), Noel V. Harmonson (dos Coments

on Fire), entre outros, João Pereira dos PAUS.Tojó Rodrigues recorda como chegaram até Ste-ve Mackay “em 2010, fiquei uma noite no Porto em casa do Joaquim Durães que vivia com Jona-than Saldanha. Ao acordar ainda meio ressacado de uma noite de excessos, ouço um saxofone a desbravar no quarto ao lado. Ao levantar-me, perguntei ao Joaquim quem estava a tocar ele disse-me que era o Steve Mackay. Pelo nome não cheguei lá, mas quando ele me diz que era o saxofonista que participou no mítico Fun House dos The Stooges e que estava no Porto para uma colaboração num concerto com o Jonathan, fiquei de boca aberta. Depois de algumas trocas de e-mails, lá conseguimos que ele gravasse uns takes de saxofone num estúdio de um amigo em San Francisco.No duplo álbum de Titans, os Black Bombaim de-senham com riffs e com terramotos rítmicos um dos mais poderosos sons rock que o nosso país já ouviu.

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dos Recreios

Foi um Coliseu dos recreios surpreendentemente a rebentar pelas costuras que recebeu os frances-es Air. O amor dos lisboetas pela melancolia da dupla foi correspondido com uma simpatia servi-da em agradecimentos poliglotas e as novas com-posições de Love 2 lado a lado com incursões por glórias do passado. As paisagens melancóli-cas das melodias do duo deixaram o publico em êxtase com uma sequencia inicial que incluiu Do the Joy, o belíssimo So Light is her football e os ritmos tropicais de Love, todos temas do novo longa-duração. O intimismo que se pedia estava lá, mas a ligação com o publico foi-se perdendo à medida que se foi enveredando por instrumentais mais densos.

43

Page 44: Blitz Music Magazine

álbum fotos

festivais

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álbum fotos

festivais

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Page 47: Blitz Music Magazine

OPTIMUS ALIVE!À quarta edição, é já o festival mais urbano por excelência. Todas as velhas glórias do rock e as tenrinhas esperanças de linguagem aparente-mente mais jovens vão lá parar: Este ano, o Opti-mus Alive! Foi vivido ao rubro por 110 mil espec-tadores. É obra!

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PAREDES DE COURADele se diz ser o mais verde de Portugal, o mais relaxado e também o mais “indígena” (entenda-se: indie dos sete costados). Este ano, foi de descobertas, mas também houve clássicos como Peter Hook, prodigy e The Cult.

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Page 50: Blitz Music Magazine

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Page 51: Blitz Music Magazine

SUPER BOCK SUPER ROCK

As horas no trânsito, o estacionamento caóti-co e as nuvens de pó foram queixas constantes na primeira edição do velhinho festival em terras do Meco. Mas a proximidade da praia, o marisco fresco e os bons concertos valeram a pena.

51

Page 52: Blitz Music Magazine

SUDOESTE TMNO ritual repete-se todos os anos e já usaram quase todas as palavras para descrevê-lo. Mais do que um festival de verão, o Sudoeste é uma colónia de férias. No bom sentido, quando há, fi-nalmente Beirut que deu um concerto que valeu por todos os outros.

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Page 53: Blitz Music Magazine

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short storiesFaltam 102 dias para o espetáculo do projeto norte-

americano no Coliseu dos Recreios mas já não há bil-hetes.O concerto de Bon Iver no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, está completamente esgotado a mais de três meses de se realizar, confirmou à BLITZ fonte da pro-motora Everything Is New. O espetáculo está marcado para as 21h00 do dia 24 de julho (portas abrem uma hora antes).Quem quiser assistir ao concerto do projeto norte-amer-icano no Coliseu do Porto, no dia 25 de julho, ainda pode comprar bilhete. Os ingressos estão à venda nos locais habituais e custam entre €25,00 e €35,00.Bon Iver, projeto liderado por Justin Vernon, vem a Portugal com o segundo álbum, Bon Iver, Bon Iver , na bagagem. Recorde abaixo o teledisco de “Calgary”, o primeiro single retirado do registo.

guns n’ roses

bon

iversantigold

Depois de não comparecer à cerimónia de en-trada dos Guns N’ Roses no Rock and Roll Hall of Fame, Axl pede desculpa à cidade de Cleveland. Pode vir aí filme sobre Guns N’ Roses.Axl Rose voltou a escrever uma mensagem sobre a entrada dos Guns N’ Roses no Rock and Roll Hall of Fame, no passado fim de semana. No seu site oficial , o músico mostra-se entusias-mado e lisonjeado com o apoio que recebeu de “fãs, da imprensa, de jornalistas e outros artistas. Sinto-me honrado, felicíssimo e incrivelmente al-iviado! Para dizer a verdade, pensei que ia acon-tecer o contrário”, admite, voltando a dizer que, com a sua recusa em comparecer à cerimónia, não quis “desiludir ninguém”. Porém, Axl Rose aproveita para “pedir desculpa a Cleveland”, a cidade do estado norte-americano do Ohio onde a gala decorreu, “por não ter começado por pedir-lhes desculpa por não ir à sua cidade. Penso que eles sabem como eu adoro tocar lá”. Sobre as acusações de que Axl diz ser vítima - “é obcecado, maluco, volátil, um ‘hater’” - o norte-americano diz: “Uma vez comprei uma pizza para uma sem-abrigo que me pediu uma sopa, aos berros. Demos-lhe a sopa que ela queria. Vocês podem arranjar a vossa”. Entretanto, o ex-baterista dos Guns N’ Roses, Matt Sorum, afirmou, numa entrevista ao canal VH1, que deverá ser feito um filme sobre a banda da Califórnia. “Já falei da possibilidade de se escrever um guião, e tenho falado disso com uns quantos figurões. O que distinguia os Guns N’ Roses das outras ban-das é que era tudo muito sujo, muito punk rock e muito autêntico”, diz Matt Sorum. “Por muito que quisessem encaixotar-nos no hair metal, nunca o fomos, porque tínhamos uma ener-gia diferente. Era uma corrente mais subterrânea e ligada à rua, que ficaria lindamente num filme”. Desconhece-se, por enquanto, se outros dos an-tigos membros dos Guns N’ Roses têm ligação a este projeto.

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Artista norte-americana sobe ao palco Heineken no mesmo dia em que atuam nomes como Stone Roses, Buraka Som Sistema ou LMFAO.Santigold é a nova confirmação para o Optimus Alive’12. A artista norte-americana atua no palco Heineken no dia 13 de julho, primeiro do evento de Algés e mesmo em que atuam nomes como Stone Roses, Justice, Buraka Som Sistema ou LMFAO.Consigo, Santigold trará o novo álbum Master of My Make-Believe , que chega este mês às lojas e sucede a Santogold, disco de estreia editado em 2008. Veja abaixo o teledisco de “Disparate Youth”, single retirado do novo registo.

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Page 55: Blitz Music Magazine

short stories

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Under New Zealand Lights reúne imagens de concertos da dupla em 2000 e 2003. Disco a solo do Jack White a caminho.Os White Stripes vão lançar um DVD ao vivo com imagens de concertos na Nova Zelândia, em 2000 e 2003, revelou Jack White. O músico norte-americano, que a 24 de abril edita o primeiro disco a solo, Blunderbuss , informou que o DVD se chamará Under The New Zealand Lights e sairá pela sua editora, a Third Man Re-cords. Em 2010, os White Stripes lançaram um documentário intitulado Under Great White North-ern Lights , e antes o DVD Under Blackpool Lights. Da mesma série de lançamentos constará um vinil de sete polegadas com inéditos de uma das out-ras bandas de Jack White, os Raconteurs. “Open Your Eyes” e “You Make a Fool Out of Me” foram gravadas durante as sessões do álbum Consolers Of The Lonely . A 21 de abril, data em que se assinala o Record Store Day (Dia das Lojas de Discos), a Third Man Records edita ainda dois singles antigos dos White Stripes em vinil. Em junho, Jack White apresenta o disco a solo ao vivo na Grã-Bretanha. Veja aqui o vídeo de “Sixteen Saltines”, uma das primeiras amostras de Blunderbuss.

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009.Cantora nega que sofra de distúrbios alimentares,

garantindo que é alérgica à lactose e ao glúten.Miley Cyrus usou a sua página no Twitter para negar os rumores mais recentes de que sofre de anorexia. Devido à visível perda de peso, nos últimos me-ses, e a uma imagem que a cantora colocou on-line, dizendo não poder comer uma refeição de “fast food”, ressurgiram as notícias de que a ex-estrela da Disney se debate com distúrbios alimentares. “A todos os que me chamam anoréxica, tenho alergia ao glúten e à lactose. [Aquele] post não tem nada a ver com peso, mas sim com saúde”, esclareceu Miley Cyrus no Twitter. No final do ano passado, a norte-americana lamentou as críticas dos media às mulheres mais curvilíneas, ilustrando o seu argumento com uma foto de Marilyn Monroe, sobre a qual escreveu: “Eis a prova de que podes ser adorada por mil-hares de homens, mesmo quando as tuas coxas tocam uma na outra”.

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55

Page 56: Blitz Music Magazine

Determinado em levar a banda noutra direção, Durst quer prescindir dos préstimos de DJ Lethal e John Otto. Concerto no Rock in Rio Lisboa é em maio.Fred Durst pretende despedir dois dos mem-bros originais dos Limp Bizkit, noticia o site TMZ. Segundo aquela fonte, DJ Lethal e o baterista John Otto não se enquadram na visão que o vocalista tem para o futuro próximo dos Limp Bizkit. O TMZ avança ainda que Fred Durst, apostado em seguir um estilo vida mais saudável, não es-tará satisfeito com os hábitos de Lethal e Otto. “Nos últimos quatro anos trabalhámos juntos para trazer os Limp Bizkit até onde eles estão hoje e se formos despedidos logo depois de a banda conseguir um contrato novo e uma nova oportuni-dade na vida não será nada fixe”, disse DJ Lethal ao TMZ. “Os fãs deviam perceber que se dois quintos da banda original não tocarem nos concertos, [a banda] não estará a ser genuína para com eles”, completou o músico.

Os Limp Bizkit tocam no Rock in Rio Lisboa a 26 de maio, ao lado de Offspring, Linkin Park e Smashing Pumpkins.

Shifty Shellshock, vocalista da banda do êxito “Butterfly”, internado em es-tado crítico.Seth Brooks Binzer, cujo nome artístico é Shifty Shellshock, encontra-se em estado de coma, avança o site TMZ. Segundo esta fonte, o vocalista dos Crazy Town, que em 1999 conhecer-am o êxito com “Butterfly”, está internado num hospital de Los Angeles, na Califórnia, desde a passada quinta-feira, não reagindo a quaisquer estímulos. Além dos Crazy Town, que se separaram depois do fraco desempenho com-ercial do segundo álbum, Dark Horse , Shifty Shellshock é conhecido pela sua participação em reality shows protagonizados por celebridades a braços com problemas de alcoolismo e vício em drogas duras. No passado mês de fevereiro, Shifty Shellshock tinha sido detido por posse de cocaína, droga que, de resto, vitimou o antigo companheiro do cantor nos Crazy Town, Adam Goldstein (DJ AM), falecido em 2009.

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56

Page 57: Blitz Music Magazine

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Page 58: Blitz Music Magazine

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58

Page 59: Blitz Music Magazine

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59

Page 60: Blitz Music Magazine

A menos que esteja a viver numa ilha deserta nos últimos anos, não deve haver ninguém no mundo que pelo menos não tenha ouvido falar na maior e mais bem sucedida rede social: o Facebook. A história da sua génese, do seu surpreendente sucesso e do incontornável impacto que tem no tecido social moderno inspirou o realizador David Fincher e o argumentista Aaron Sorkin, o autor da muito premiada série Os Homens do Presi-dente, a fazerem uma recriação cinematográfica do percurso que levou um estudante universitário de Harvard e dos seus amigos a mudarem por completo os hábitos de comunicação de centenas de milhões de pessoas. No centro da história está Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), um brilhante estudante de ciências informáticas que no en-tanto é um zero à esquerda no que diz respeito a relações humanas. O falhanço da sua relação com uma namorada leva-o a planear a sua vingança algo mesquinha e ilegal onde convida os mem-bros da universidade a votarem e classificarem os atributos físicos das colegas.O sucesso da “partida” ultrapassa em muito as expectativas de Zuckerberg, e que com o passar do tempo o leva a ponderar a criação de um site onde toda a gente se pode encontrar cirtualmente. Fincher faz da crónica do percurso de Zucker-berg uma viagem envolvente e cativante, onde o protagonista com a sua personalidade algo mis-antrópica acaba por, ironicamente, criar a mais usada ferramenta de interacção pessoal. Fincher assina um filme inteligente e fascinante, servido por um argumento superior de Sorkin, e ainda excelentes desempenhos de todo o elenco. Um dos favoritos aos próximos óscares, como prova a “goleada” nos Globos de Ouro.

social networkrealização: david fincherinterpretação: jesse eisenberg, justin timberlake, andrew garfield

Ah, que saudades dos bons velhos tempos da Guerra Fria. A tensão entre as superpotências levou o mundo a beira do abismo, mas também inspirou escritores e argumentistas na crianção de empolgantes thillers. Salt é um filme que at-esta a nostalgia do velho inimigo, envolvendo-nos numa intriga tão fascinante quanto absurda sobre agentes soviéticos “adormecidos” que são ativa-dos para cumprirem o seu destino pela velha Ro-dina. Mas tudo isso é apenas a premissa; de facto este filme excelentemente dirigido pelo veterano realizador australiano Phillip Noyce não é mais do que um pretexto para vermos a bela Angelina Jol-ie a desafiar as leis da gravidade e a despachar inimigos a torto e a direito, elaboradas sequências de ação temperadas com muito fogo de artifício

Liz Gilbert, é uma mulher bem sucedida que, descontente com a sua vida, decide mudá-la, partindo à descoberta de si mesma rumo a Itália, depois até à India e finalmente Bali. O percurso de Liz passa pela comida, pela busca religiosa e finalmente pela descoberta do amor. No papel, isso resulta muito bem, tendo fascinado milhões de leitores. Mas adaptar um bestseller ao cinema nunca é tarefa fácil porque sintetizar a essência de um livro em imagens e sons não é apenas uma mera ilustração das sequências mais deci-sivas do livro. Apesar do elenco liderado por Julia Roberts, o filme de Ryan Murphy resulta pouco mais do que uma colagem de destinos turísticos, entremeados cmo alguma angústia existencial e uma filosofia oriental de pacotilha. É pouco!

Depois de, em Irmãos e Armas, nos terem da-do uma perspectiva muito pessoal dos horrores vividos por um pelotão de soldados americanos europeu da II Guerra Mundial, os mesmos produ-tores – entre eles Tom Hanks e Steven Spielberg – trazem-nos a sua descrição do inferno da guerra no Pacífico. Tecnicamente imaculado, com um magnífico trabalho de reconstituição e desem-penhos sólidos de um elenco pouco reconhecido, O pacífico não consegue atingir o brilhantismo de Irmãos e Armas. Onde este primava pela força e carisma das personagens, o pacifico dispersa-se ao tentar cobrir toda a campanha militar, perden-do o foco e a dimensão humana que fez muito sucesso na primeira série.

saltrealização: Phillip Noyceinterpretação: angelina jolie, liev schreiber, chiewetel ejifor

comer orar amarrealização: ryan murphyinterpretação: julia roberts, javier bardem, ryan philipe

o pacíficorealização: váriosinterpretação: joseph mazzarello, james badge hale, jon seda

dvds

60

Page 61: Blitz Music Magazine

61

Page 62: Blitz Music Magazine

“A única maneira de levar o rock n’ roll para

o futuro é não nos limitarmos a glorificar

o que já foi feito”

62

Page 63: Blitz Music Magazine

“A única maneira de levar o rock n’ roll para

o futuro é não nos limitarmos a glorificar

o que já foi feito”jason pierce

spiritualized

63

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Born to die é, sem dúvida ou discussão possível,

o álbum mais badalado deste início de 2012. É

nele que se procuram re-spostas para as dúvidas

que cercam a person-agem musical criada por

uma tímida Lizzy Grant de 25 anos. Mário Rui

Vieira disseca a anatomia do fenómeno Lana Del Rey e explica de onde veio esta voz e porque razão está a dar tanto

que falar.

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“Sei como não quero ser olhada: como alguémque faz o que lhe mandam”

A rapariga do momento, nome mais quente da musica norte-americana actual, estrela viral são aenas alguns dos termos utilizados para de-screver a nova Lizzy Grant – no inicio da histe-ria, reputados sites de musica como o Pitchfork apelidavam-na de nova rainha do indie rock. Não admira que haja tanta gente a sentir-se defrau-dada. Lana del Rey tem pouco de indie e é tudo menos rock. É engraçado. Não tenho nada de es-tranho – defende-se a cantora ao jornal Britânico Telegraph. Passei anos a mostrar a minha musica a diferentes editoras e todos me consideravam assustadora. Pensavam que as imagens pre-sentes na minha musica eram estranhas e a roçar o psicótico. E depois, de repente, foi como se as pessoas tivessem decidido que não era assim tao estranho, que afinal ate era demasiado perfeito. O facto de poder ser considerado pop é uma rev-elação para mim. Sabe o que mudou? Começou a passar nas radios.O objecto de discórdia, aquilo que me deu origem a toda a discussao em torno da persongaem chama-se video games, uma canção simples. Em agosto de 2011, a artista colocou o teledisco – uma colagem de imagens de filmes antigos, desenhos anomados e filmagens de si propria a cantar – supostamente realizado pela propria no youtube. Rapidamente se tornou um sucesso entre os melómanos mais atentos e fez eco em publicações alternativas e blogues mundiais, chegando depois ao top 10 britanico de singles e acabando o ano com 20 milhoes de visuali-zações no site de videos. A propria não parece saber bem como explicar o sucesso desedido de

video games. É uma bela cançao e canto-a num tom grave, coisa que a distingue das outras –ex-plica numa entrevista publicada pela revista Q, acrescentando de seguida que é, obviamente, um grande marco na sua vida. Aquilo que no inicio era elogiado como sincero e autêntico, como a propria assume, Sou eu em formato canção, rapi-damente passou a alvo de duvida e chacota, a cançao revelou posteriormente, continuou a atrair muita atenção e os poucos concertos que tinha marcados começaram a esgotar. Foi então que, alimentados por um artigo pouco elogioso do blog Hipster Runoff – pulicado em setembro, pouco depois de video games chegar a internet – varios foram os que começaram a levantar suspeitas so-bre a transformação de Grant em Del Rey, que diziam ter estado planeada desde o inicio. A es-colha do nome Lana del Rey teria sido da respon-sabilidade do management, mas a artista nega veementemente que seja essa a explicação – não tenho ideia dos filme em que entrou lana turner. Escolhi lana porque é um nome bonito, tal como rel rey – disse na esntrevista à Q. A artista tambem defende com unhas e dentes que lana e lizzy são a mesma pessoa – não estou dividida entre duas personalidades. Não há distinção –disse ao Tel-egraph – Queria um nome que soasse tao bonito quanto a musica. Não sinto necessidade de en-trar noutro mundo ou personagem, porque vivo no mesmo mundo e na mesma pessoa há muito tempo. Estou muito feliz assim. Qualquer pessoa lhe dirá isso”.

Com o mundo cibernético a ressacar da morte recente de um ícone chamado Amy Winehouse e a começar a aborrecer-se com as chocantes in-tervenções de Lady Gaga, só os melómanos mais incautados conseguirão justificar de forma válida o facto de terem sido apanhados de surpresa pela nova obcessão Lana del Rey. A cantora tornou-se um fenómeno em meio ano. Seja o lábio supe-rior falso ou vdadeiro, seja a passagem de Lizzy Grant a Lana del Rey uma criação pessoal ou dos magos da indústria, seja ela uma artista autêntica ou um valentíssimo logro, já ninguém lhe fica in-diferente. Born to die, o album que apresenta a exuberante persona musical de Grant ao mundo, chegou às lojas recentemente a prepara-se para confundir ainda mais aqueles que nele procuram esclarecimentos para suas dúvidas. Muito aguar-dado, o longa-duração não reuniu concenso en-tre a crítica, mas as vendas não vao seer nada parcas.

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