Blog - Cadência

2
Cadência Cadência, na teoria musical ocidental, é uma série particular de intervalos, ou acordes que finalizam uma frase, seção ou obra musical. Cadências dão às frases um final próprio, que pode, por exemplo, sugerir ao ouvinte se a peça continuará ou se concluiu. Uma analogia pode ser feita em relação à pontuação, com algumas cadências mais fracas funcionando como vírgulas, indicando uma pausa ou descanso momentâneo, enquanto que uma cadência mais forte irá atuar como o ponto, indicando o final de uma frase ou sentença musical. Cadências são consideradas “fortes” ou “fracas” de acordo com a sensação de finalização que elas criam. Enquanto que cadências são geralmente classificadas pelo uso um acorde específico ou progressões melódicas específicas, o uso de tais recursos não indicam necessariamente uma cadência -- deve haver um sentido de finalização, como o final de uma frase. O ritmo harmônico tem um papel essencial na determinação de onde uma cadência ocorre. Geralmente há um decréscimo no valor das figuras rítmicas, sendo o acorde ou nota final da cadência uma nota mais longa que as demais. Todavia, mesmo em peças como moto perpétuos possuem cadências. Na teoria harmônica tonal, a cadência propriamente dita são os dois últimos acordes da frase ou da sentença. Quatro são os tipos mais comuns: Cadência perfeita. Cadência plagal. Cadência interrompida ou de engano. Cadência imperfeita. História No cantochão, a cadência era o nome do movimento que a melodia fazia para terminar. Ela indicava em qual modo a peça estava, ao atingir sua nota final (fundamental) por grau conjunto. Na música medieval, cadências são baseadas em díades ao invés de acordes. A primeira menção teórica de cadência vem da descrição de Guido D'Arezzo no Micrologus. D'Arezzo utiliza essa expressão para designar o final de uma frase numa polifonia a duas vozes, na qual as duas frases convergem para um uníssono. A alteração ascendente em um semitom da última nota do modo na chamada música ficta enfatiza ainda mais sua fundamental, criando para aquela a função de sensível. Assim, no chamado modo dórico, por exemplo, o dó sustenizado no final da melodia enfatizará ainda mais a fundamental do modo, que é ré. Com a invenção da polifonia, as cadências finais ficam ainda mais veementes ao assinalar a conclusão das peças. Este será o começo da transição do idioma modal para o tonal. Tipos de Cadências Para se familiarizar com os tipos de cadências é necessário compreender os graus das escalas tonais. Estes são referidos por números romanos: I: Primeiro grau: tônica. II: Segundo grau. supertônica. III: Terceiro grau. mediante. IV: Quarto grau: subdominante.

Transcript of Blog - Cadência

Page 1: Blog - Cadência

Cadência

Cadência, na teoria musical ocidental, é uma série particular de intervalos, ou acordes que finalizam uma frase, seção ou obra musical. Cadências dão às frases um final próprio, que pode, por exemplo, sugerir ao ouvinte se a peça continuará ou se concluiu. Uma analogia pode ser feita em relação à pontuação, com algumas cadências mais fracas funcionando como vírgulas, indicando uma pausa ou descanso momentâneo, enquanto que uma cadência mais forte irá atuar como o ponto, indicando o final de uma frase ou sentença musical. Cadências são consideradas “fortes” ou “fracas” de acordo com a sensação de finalização que elas criam. Enquanto que cadências são geralmente classificadas pelo uso um acorde específico ou progressões melódicas específicas, o uso de tais recursos não indicam necessariamente uma cadência -- deve haver um sentido de finalização, como o final de uma frase. O ritmo harmônico tem um papel essencial na determinação de onde uma cadência ocorre. Geralmente há um decréscimo no valor das figuras rítmicas, sendo o acorde ou nota final da cadência uma nota mais longa que as demais. Todavia, mesmo em peças como moto perpétuos possuem cadências. Na teoria harmônica tonal, a cadência propriamente dita são os dois últimos acordes da frase ou da sentença. Quatro são os tipos mais comuns:

• Cadência perfeita. • Cadência plagal. • Cadência interrompida ou de engano. • Cadência imperfeita.

História No cantochão, a cadência era o nome do movimento que a melodia fazia para terminar. Ela indicava em qual modo a peça estava, ao atingir sua nota final (fundamental) por grau conjunto. Na música medieval, cadências são baseadas em díades ao invés de acordes. A primeira menção teórica de cadência vem da descrição de Guido D'Arezzo no Micrologus. D'Arezzo utiliza essa expressão para designar o final de uma frase numa polifonia a duas vozes, na qual as duas frases convergem para um uníssono. A alteração ascendente em um semitom da última nota do modo na chamada música ficta enfatiza ainda mais sua fundamental, criando para aquela a função de sensível. Assim, no chamado modo dórico, por exemplo, o dó sustenizado no final da melodia enfatizará ainda mais a fundamental do modo, que é ré. Com a invenção da polifonia, as cadências finais ficam ainda mais veementes ao assinalar a conclusão das peças. Este será o começo da transição do idioma modal para o tonal.

Tipos de Cadências

Para se familiarizar com os tipos de cadências é necessário compreender os graus das escalas tonais. Estes são referidos por números romanos:

• I: Primeiro grau: tônica. • II: Segundo grau. supertônica. • III: Terceiro grau. mediante. • IV: Quarto grau: subdominante.

Page 2: Blog - Cadência

• V: Quinto grau: dominante. • VI: Sexto grau. superdominante. • VII: Sétimo grau: sensível.

Cadências conclusivas

Cadência Perfeita Também conhecida como ponto final ou cadência autêntica. É a cadência normal de conclusão de uma peça musical, dando, a quem ouve, a sensação de finalização da frase. É formada pelos acordes de dominante (V) e tônica (I). Exemplo na tonalidade de Dó Maior: Sol – Dó Cadência Plagal Também utilizada nas finalizações das obras musicais, a cadência plagal é conhecida como a cadência do amém, por ser utilizada para harmonizar esta palavra no final dos hinos. É formada pelos acordes de subdominante (IV) e tônica (I). Exemplo na tonalidade de Lá menor: Ré – Lá Cadência Imperfeita A única diferença entre a cadência imperfeita e a perfeita está no estado dos acordes, ou seja, um dos acordes da cadência imperfeita está invertido. Cadência Picarda Cadência característica das tonalidades menores. A resolução é feita dominante - tónica, sendo o acorde da tónica Maior.

Cadências não conclusivas

Cadência à Dominante Também chamada de meia cadência ou ponto de continuação. Com o efeito similar ao de uma vírgula, ela é construída ao se colocar praticamente qualquer acorde diatônico, mas, mais frequentemente o de tônica (I), supertônica (II) ou subdominante (IV), concluindo no acorde de Dominante (V). Cadência Interrompida A cadência interrompida ou de engano deixa a sensação de que a música está sendo interrompida, pois o compositor cria a expectativa de resolver a frase em uma cadência perfeita (V - I), no entanto, finaliza não com o acorde de tônica, mas sim com o de superdominante (VI).  

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.