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Mídias Sociais, Saberes e Representações Salvador - 13 e 14 de outubro de 2011
BLOG: FERRAMENTA ALIADA DA EDUCAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM COMPARTILHADA OU COLABORATIVA.
Caroline Pereira das Neves 1
Társio Roberto Macedo 2
Resumo: Esse artigo analisa as potencialidades da utilização de recursos tecnológicos que
emergiram com o advento das tecnologias contemporâneas, a exemplo do blog, como um
importante dispositivo no processo de ensino-aprendizagem. Vivemos em uma sociedade
onde a acessibilidade ao conhecimento através das tecnologias em rede e os diversos recursos
multimidiáticos tem introduziram novas formas de comunicação e informação, principalmente
no ambiente escolar. Utilizar dessas ferramentas para uma compreensão mais significativa por
parte dos estudantes sobre a escrita e autoria na internet relacionada aos espaços escolares se
mostra importante pelo fato da educação atual ainda desconsiderar as transformações do
contemporâneo, emergenciando mudanças dentro do contexto de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Blog, tecnologias da informação e comunicação, educação
Abstract: This article analyzes the potential use of technological resources that emerged with
the advent of contemporary technologies, the example of the blog, as an important device in
teaching-learning process. We live in a society where accessibility to knowledge through
networked technologies and the many resources multimidiáticos has introduced new forms of
communication and information, mainly in the school environment. Use these tools for a
more meaningful understanding on the part of students about writing and authorship in
internet related to school if spaces shows important by the fact that the current education still
disregard the transformations of the contemporary, emergency changes within the context of
teaching and learning.
Keywords: Blog, information and communication technologies, education
A sociedade contemporânea vem vivenciando uma época, onde a acessibilidade ao
conhecimento e às informações pelas mídias sociais e os diversos recursos multimidiáticos
tem introduzido novas formas de comunicação e informação, principalmente no ambiente
1 Analista de Tecnologia Educacional atuando na Coordenação de Educação a Distância do Instituto
Anísio Teixeira – Avansys - IAT/SEC. Pós- Graduanda em Docência no Ensino Superior: Saberes e Práticas do
Ensino Presencial e a Distância pela UNIJORGE e Graduada em Pedagogia pela Faculdade Social. 2 Professor da Faculdade Batista Brasileira de História da Educação. Mestrando em Gestão e
Tecnologias aplicadas a Educação pela Universidade Estadual da Bahia, Pós- Graduando em Docência no
Ensino Superior: Saberes e Práticas do Ensino Presencial e a Distância pela UNIJORGE e Graduado em História
pela Universidade Estadual de Feira de Santana.
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escolar. Sendo a educação, um espaço propício à experimentação de novas propostas e
possibilidades pedagógicas, ela exerce um papel fundamental no desenvolvimento das
pessoas e das sociedades.
Assim como todas as outras relações, a relação professor aluno também se modificou
diante da “cultura da convergência” em que vivemos atualmente. (JENKINS, 2006)
Mobilidade e a atitude perante os meios de comunicação modificaram e “nivelaram” em
alguns aspectos as relações entre professor e aluno também fora do contexto escolar.
O formando que antes devia obediência quase que restrita ao professor, encontra-se
relativamente, no mesmo nível, em termos de disponibilização da informação. Quando se
refere a convergência, Jenkins refere-se ao:
fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre
múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos
meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências
de entretenimento que desejam. (2006, p. 29)
Essa transformação de caráter cultural, evidenciada pela obra de Jenkins, por exemplo,
faz emergir o conceito de “cultura participativa”, onde os usuários são incentivados a procurar
novas informações e fazer reflexões em meio a conteúdos de mídia dispersos (2006, p. 30).
No âmbito da educação, pouco se vê algo desta natureza, visto que ainda se pensa num ensino
no qual os formandos precisam “gravar” os conteúdos, para “despejá-los” nas provas e
esquecer logo no dia seguinte. Em geral, isso não se evidencia como uma educação atraente e
tampouco instigante em termos dos cenários contemporâneos onde, por exemplo, a nossa
juventude vive e produz suas culturas e suas possibilidades formativas.
A partir do momento em que as relações entre professor e aluno, em termos de
disponibilização da informação e das interpretações, entram em patamares de relativa
igualdade de condições, muitos fatores se modificam.
O advento das redes, das tecnologias contemporâneas e as relações que estas
proporcionam impulsionaram e continuam impulsionando o processo de globalização, e de
acordo com Ianni (2009), a globalização foi alavancada pelas novas tecnologias à medida que
a segunda permite que a primeira se expanda a velocidades surpreendentes e que, ao tecer a
economia e a política, a empresa e o mercado, as tecnologias delimitam também os espaços e
os tempos, as nações e o continente.
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Na sociedade da informação e do conhecimento a incorporação da ciência e da
tecnologia aplicada ao processo de geração e distribuição de informação e da organização e
gestão do trabalho humano tem agregado valor aos diversos produtos e mercadorias. A
informação, de onde emerge potencialmente as relações de conhecimento, tornou-se peça-
chave na competitividade estratégica e no desenvolvimento econômico e social dos países
(ROSSINI, 2007).
A emergência da mediação das tecnologias e das mídias contemporâneas no currículo
e no contexto pedagógico exige dos profissionais competências necessárias para ressignificar
e modificar as dinâmicas das aulas, permitindo-se assim reavaliar suas posturas e mudar o
posicionamento no que se refere à resistência da utilização deste aparato lançando mão da
tecnologia inclusive para estreitar essa diversidade de conhecimento pluricultural.
As novas formas de ensino e aprendizagem estão abrindo um novo paradigma na
educação brasileira, estão realizando através dessas novas tecnologias uma gama de artifícios,
de novos pensamentos e novos meios de interação que envolve aluno x aluno, aluno x
professor. De acordo com Olson (1976, p.18),
A invenção de aparelhos, instrumentos e tecnologias da cultura que incluem formas
simbólicas inventadas, tais como a linguagem oral, os sistemas de escrita, sistemas
numéricos, recursos icônicos e as produções musicais permitem e exigem novas
formas de experiências que requerem novos tipos de habilidades ou competências.
O autor, já na década de setenta, analisava a contribuição que a inserção de novos
aparelhos possibilitava na sociedade. No entanto, as relações contemporâneas com as TIC no
ambiente educacional possibilitam aos professores novas possibilidades de interação com os
aprendentes, além de potencializar uma aprendizagem significativa.
Dialogando com as ideias de Levy (1995), acreditamos que a informática é um campo
de novas tecnologias intelectuais, aberto, conflituoso e, parcialmente, indeterminado. Nesse
contexto, a questão do uso desses recursos, particularmente na educação, ocupa posição
central e, por isso, é importante refletir sobre as mudanças educacionais provocadas por essas
tecnologias, propondo novas práticas docentes e buscando proporcionar experiências de
aprendizagem significativas para os alunos.
Sabe-se que as tecnologias de informação e comunicação têm oferecido amplas
possibilidades pedagógicas, dentre estas o blog. Numa realidade social na qual a escrita
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digital ganha espaço importante, o blog emerge como uma categoria de comunicação que é
muito cara aos atores que estão imersos na cultura digital. Desse modo, a utilização do mesmo
é potencializar um dialogo mais próximo do cotidiano dos estudantes, de maneira a
potencializar a aprendizagem desejada.
Atualmente, na educação, os blogs vêm ganhando espaço em diversas áreas, tanto
como dispositivo pedagógico, ou seja, uma forma sistematizada de produzir situações, corpos
e ideias significativas para a realidade de ensino, quanto como recurso didático. Pois
permitem aos educadores a divulgação de seus projetos e troca de experiências profissionais e
desperta nos alunos o interesse na produção e divulgação de seus próprios textos por
intermédio de postagens, nas quais podem interagir através de comentários.
BLOG na educação: Um recurso ou uma ferramenta para além da postagem de
comentários e publicações
A utilização de blogs como ferramenta de comunicação e publicação é recente, seu
surgimento por assim dizer foi ao final da década de 90, em 1997 , quando ainda se
chamavam weblog. O termo “weblog” foi primeiramente usado por Jorn Barger, para referir-
se a um conjunto de sites que “colecionavam” e divulgavam links interessantes na web
(Blood, 2000), como o seu Robot Wisdom. Daí o termo “web” + “log” (arquivo web), que foi
usado por Jorn para descrever a atividade de “logging the web”.
A palavra blog vem da abreviação de weblog - web (tecido, teia, também usada para
designar o ambiente de internet) e log (diário de bordo, registro). É um diário on-line que
permite que os usuários registrem diversos conteúdos que ficam disponíveis em ordem
cronológica, com a vantagem de que possibilita um espaço para comentários dos leitores.
Inicialmente, os blogs foram definidos como uma ferramenta de publicação que
constituía um formato muito particular. De acordo com Mantovani (2005), “weblog ou
simplesmente blog é um tipo de publicação on-line que tem origem no hábito de alguns
pioneiros de logar (entrar, conectar ou gravar) à web, fazer anotações, transcrever, comentar
os caminhos percorridos pelos espaços virtuais”.
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O autor do blog tem um espaço para publicar seus posts, aos quais, às vezes, os
leitores podem publicar comentários. Através dos comentários pode-se tecer um diálogo com
os leitores, de forma que sejam "reformuladas" (ou não) as concepções. Segundo Canavilhas
(2006, p. 21):
O sistema de comentários existente na maioria dos blogues permite sentir a reacção
imediata dos leitores, o que muitas vezes leva a acesas discussões. [...] Esta
interacção cria um ambiente alternativo aos media tradicionais. Alguns estudos
efectuados acerca da importância dos comentários concluem mesmo que o feedback
é vital para a manutenção das comunidades bloggers.
A proliferação de servidores gratuitos, a facilidade e rapidez de criar e manter um
blog, mesmo sem conhecimentos técnicos, fez com que aumentasse o número de blogs,
difundindo-se por todas as áreas do conhecimento, agregando ao blog outras possibilidades
além das postagens de comentários, tornando-o fenômeno social.
Nesse contexto surge a blogosfera, que é chamado o conjunto de blogs, que agrega
diversas esferas, que se “enroscam”, se ligam com toda a força e efemeridade da internet,
construindo assim uma rede nada esférica que agrega toda forma de expressão, objetivo e
forma de ver o mundo. Segundo Halmann (2006) estas formas de expressão, assim como no
espaço social, passam pelo reconhecimento, agrado, repúdio, ou mesmo indiferença, dos
outros sujeitos deste espaço, sendo que estes não são “pertencentes” ao espaço, mas estão com
um pertencimento maior ou menor, neste momento.
Com o surgimento de novas potencialidades para a inserção das mídias não podermos
considerar os blogs unicamente como uma ferramenta tecnológica que apenas funcionam
como diários pessoais e para a escrita de comentários. Compreendendo os blogs como
ferramentas de comunicação e, consequentemente, de interação social, diversos autores vão
analisar os blogs a partir das redes sociais constituídas através das trocas de comentários e
links, percebidos como interação social (AliHasan e Adamic, 2007; Marlow, 2006; Mishne e
Glance, 2006; Recuero, 2003).
De acordo com Mishne e Glance (2006) weblogs, assim, são ferramentas de
publicação que possuem também um impacto social, auxiliando na construção de estruturas
sociais por meio das trocas de comentários e conversações. Num espaço pedagógico, essas
conversações que acontecem nos blogs podem assumir um direcionamento voltado também
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para os estudos escolares.
O blog então assume caráter pedagógico, ressignificando-se para um dispositivo que
potencializa também do processo de escrita digital. Atualmente, faz-se necessário o
profissional da educação que tem interesse pela área de tecnologias aplicadas a Educação
estar inserido na blogosfera, visto que vivemos em uma sociedade na qual informação é
poder, deve-se estimular o aluno a se apropriar mais da cultura da leitura e escrita.
Nesse sentido, o blog chama a atenção por promover uma democratização dos
recursos para a produção da enunciação midiática, resultando na emergência de
enunciadores/as dispersos, que veiculam grande diversidade de conteúdos.
No entanto, o blog, como recurso didático-pedagógico pode ir além da tradicional
exposição de conteúdos, indicação de links e postagem de comentários de alunos, tanto aluno
como professor podem sugerir novas possibilidades no ambiente interativo que o blog
oferece. Assim, os blogs permitem uma construção coletiva de conhecimento que valoriza a
interação e a linguagem, para o desenvolvimento dos alunos. Conforme Vygotsky, apud
Mantovani (2005, p. 12):
A colaboração entre pares ajuda a desenvolver estratégias e habilidades gerais de
solução de problemas pelo processo cognitivo implícito na interação e na
comunicação. A linguagem é fundamental na estruturação do pensamento, sendo
necessário para comunicar o conhecimento, as ideias do indivíduo e para entender o
pensamento do outro envolvido na discussão ou na conversação.
Faz-se importante lembrar que o blog não deve se restringir apenas a um ou outro
componente curricular, pois é um recurso transdisciplinar, ou seja, que perpassa por todos os
eixos do conhecimento, já que nesse contexto o conhecimento na realidade busca uma
apresentação menos fragmentada. Podendo conter mais informações sobre uma determinada
área, mas não se fecha para qualquer outra em nenhum momento.
A aprendizagem colaborativa através do uso do blog na dinâmica da relação ensino –
aprendizagem
As tecnologias de informação e de comunicação têm propiciado o aprendizado de uma
linguagem digital, além da difusão de diversas aprendizagens e o aprendizado de diversos
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conhecimentos, principalmente no contexto educacional onde apresenta muitas
potencialidades e aplicações para a dinâmica ensino-aprendizagem e as próprias interações em
sala de aula, gerando assim muitas possibilidades colaborativas.
Para Freire (2001), o homem é um ser de relações que, desafiado pela natureza, a
transforma com seu trabalho, criando o mundo da cultura. Ao ser desafiado e transformar o
mundo onde vive, o sujeito constrói conhecimentos, amplia suas relações, interage com o
meio e percebe sua imersão histórica nessa realidade.
Com o advento do uso das novas tecnologias não só em sala de aula, essas relações
sofrem transformações, os conhecimentos passam a ser construídos de forma coletiva,
obrigando a sociedade a dinamizar o seu tempo, a ampliar mais seus conhecimentos sobre ao
que se refere as funcionalidades dos novos recursos que a internet juntamente com o
computador podem oferecer. De acordo com Okada (2010, p.07):
Com o amplo acesso não apenas para navegar, mas também para reutilizar e remixar,
o espaço colaborativo da web 2.0 tem crescido aceleradamente, a facilidade de
acessar, compartilhar, trocar e reconstruir na web 2.0 é uma das grandes vantagens
desta nova geração da internet na qual qualquer usuário – seja docente, pesquisador,
ou um aprendiz - pode participar ativamente sem precisar de muitos conhecimentos
técnicos.
Fazendo uma retrospectiva percebe-se então que a web 1.0 proporcionava o
“elearning”, que significa o aprender focado no simples acesso de recursos digitais
eletrônicos, já a web 2.0, “colearning 2.0”, que significa coaprender com base nas múltiplas
co-autorias via web 2.0.
Segundo Levy (2007) a segunda geração da World Wide Web, a Web 2.0, cuja
palavra-chave é colaboração, proporciona democratização no uso da web, em que é possível
não apenas acessar conteúdos, mas também transformá-lo, reorganizá-lo, classificando,
compartilhando e, principalmente possibilitando a aprendizagem cooperativa, o que vai nos
permitir construir uma inteligência coletiva.
A educação aberta colaborativa online tem sido considerada uma filosofia educacional
importante para enriquecer a aprendizagem continuada e aprendizagem informal (Okada &
Moreira, 2008) proporcionando maiores oportunidades de acesso e construção de
conhecimentos via redes sociais. O rápido crescimento de Recursos Educacionais Abertos na
web 2.0 favorecendo o acesso e uso livre de conteúdos e tecnologias para aprendizagem tem
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favorecido a aprendizagem aberta com base na reconstrução colaborativa, redistribuição
compartilhada e aprimoramento coletivo numa espiral.
De acordo com as falas anteriores da Alexandra Okada pode se visualizar então que a
base central da aprendizagem colaborativa, como o próprio nome indica é a aquisição de
conhecimento de maneira colaborativa, ou seja, através da colaboração, da troca de ideias
enfim uma aprendizagem onde todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem
contribuem para a construção de conhecimentos. Os alunos criam um blog ou uma blogosfera
que é uma rede de blogs, discutindo sobre determinados assuntos e tem o professor como
mediador ou facilitador desta discussão.
Diante desta nova realidade virtual, diversos aplicativos para aprendizagem aberta
colaborativa têm oferecido novas oportunidades para o design e construção de recursos
educacionais abertos, o blog se encontra entre eles, já que tem um caráter pedagógico e
colaborativo cria possibilidades para produzir e construir conhecimentos.
Nesse atual contexto, faz-se necessário que os professores saibam utilizar a
potencialidade da aprendizagem colaborativa que o blog pode proporcionar ao processo
ensino-aprendizagem. Por trabalhar na Coordenação de Educação a Distância da Diretoria de
Educação a Distância e Tecnologias Educacionais do Instituto Anísio Teixeira, que é um
Centro de Aperfeiçoamento de Professores da Rede Estadual de Educação, órgão executor da
Secretaria de Educação do Estado da Bahia convive-se e percebe-se as impressões dos
professores e dinâmica dos cursos que são voltados para o uso das tecnologias em sala de
aula.
Em 2010, a Secretaria de Educação do Estado da Bahia por intermédio do Instituto
Anísio Teixeira, através dos Núcleos de Tecnologia Educacional, promoveu o curso de
Introdução à Educação Digital para Professores da Rede Estadual de Educação. Este curso
aperfeiçoou professores para uso das mídias digitais interativas no processo educacional,
disseminando a cultura tecnológica na unidade escolar oferecendo-lhes subsídios para
estimular a produção dos alunos nas diferentes mídias, de forma articulada à proposta
pedagógica das escolas.
O curso proporcionou aos professores a aprendizagem de práticas que valorizavam o
uso das mídias digitais para a dinâmica da sala de aula, e ao final do curso eles tiveram que
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criar blogs relacionados as disciplinas que ministravam. Não houve tempo para se fazer um
estudo apurado, mas através da observação percebeu-se o interesse uma pouca quantidade de
professores em utilizar os conhecimentos que adquiriram no curso para a sua prática
pedagógica e uma maioria continuaram reafirmando as dificuldades de locação de
laboratórios de informática nas escolas e a questão de se realmente essas mídias digitais
melhorariam ou auxiliariam numa melhor dinâmica ensino-aprendizagem.
Enfim, verifica-se então que ainda há uma dificuldade no professor em perceber a
importância colaborativa e pedagógica que o blog, como mídia digital pode oferecer a sua
prática e a possibilidade de ampliar conhecimentos na troca com os alunos, além de
construir uma visão colaborativa do conteúdo da aula, podendo aumentar o desenrolar da
discussão a respeito do tema solicitado na aula. Desta forma tanto os alunos quanto os
professores se apropriam do conhecimento.
Os blogs educacionais são vistos por Glogoff (2005), como uma ferramenta
instrucional centrada na aprendizagem. Como atividade centrada nos alunos, os blogs
permitem a eles construir capacidade de atuarem tanto individualmente como em grupo,
atributos que hoje são reconhecidos como importantes e essenciais para as pessoas na
sociedade contemporânea.
Considerações Finais
Percebe-se que atualmente que o uso de blogs vem sendo utilizados nas escolas,
universidades e espaços acadêmicos para além de postes, mas também para a orientação
pedagógica, com a finalidade de utilizá-los para meios interativos e participativos para o
contexto escolar em ambientes familiarizados com a Internet.
No que tange às escolas, já observamos blogs de autoria individual de professor,
alunos, assim como de autoria coletiva com alunos e professores, onde alguns tentam
englobar uma disciplina específica e outros tentam ampliar uma transmissão transdisciplinar
de informação especializada na disponibilização de informação e como uma importante
estratégia pedagógica, assim, se apresentando como um portfólio digital de intercâmbio,
colaboração e debates e um espaço de integração e de interação auxiliando novos paradigmas
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educacionais e de aprendizagem no ensino de língua.
O avanço das TIC tem proporcionado uma revolução na forma de comunicação
humana, ampliando as possibilidades de uso dessas tecnologias no processo de educação
através dos recursos oferecidos, principalmente pela Internet, através da web 2.0. Estamos
cada vez mais imersos pela Internet em nossa vida, seja pelo banco que utilizamos para fazer
movimentações online, pelas mais diversas compras, diversões, pesquisas, comunicação
online com qualquer parte do mundo, entre outros, torna-se dinâmica, interativa, flexível para
os conteúdos e publicações, deixando de ter uma característica estática, e podendo ser editada
tanto por profissionais da área como pelos próprios usuários. Mas o principal aproveitamento
é o da inteligência coletiva baseada em uma rede de informações onde cada usuário passa a
ser produtores de conteúdos.
Torna-se essencial um olhar concreto acerca das potencialidades da World Wide Web
na prática pedagógica, devendo esta ser encarada positivamente dado que proporciona ao
aluno a descoberta da informação e, como se pretende, coloca-o num lugar privilegiado ao lhe
ser dada a possibilidade de se tornar um produtor de informação para a Web. De acordo com
D’Eça (1998), o professor passa a ter um papel de orientador, de parceiro no processo de (re)
construção do conhecimento, apontando as possibilidades de novos caminhos, instigando o
estudante a navegar no ciberespaço e a estabelecer parcerias colaborativas.
Para Porto (2006, p.45), [...] o potencial educativo das tecnologias pressupõe uma
sensibilização e preparação docente para o uso, considerado o contexto de ação. Moraes
(2004) concebe a aprendizagem como resultado de processos interativos, conferindo às TIC
um papel de mediação da comunicação entre os atores do processo (professores e estudantes).
O foco do processo passa a ser a própria aprendizagem nas interações multidirecionais, não
lineares.
A partir do momento em que as relações entre professor e aluno, em termos de
disponibilização da informação e das interpretações, entram em patamares de relativa
igualdade de condições, muitos fatores se modificam. Dispositivos repensados para fins
educativos como o blog podem trazer ao aluno informações e provocações significativas para
o contexto da sala de aula, bem como as primeiras noções de autoria.
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