blogueiro do apocalipse

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6 GAZETA DO POVO Curitiba, domingo, 18 de julho de 2010 Economia PERFIL Durante anos, quase ninguém prestou atenção aos alertas no melhor estilo “a casa vai cair” de Edward Hugh, um blogueiro britânico gregário e economista autodidata que previu várias vezes que a zona do euro não sobreviveria BARCELONA The New York Times z Em Barcelona, vivendo basica- mente de um salário de subsis- tência como professor de inglês para estrangeiros em tempo par- cial, ele publicava um post atrás do outro no deserto da internet. Era o auge da insensatez política, ele avisou, pensar que os ale- mães, avarentos e idosos, pode- riam conviver sob a mesma moe- da com os mais jovens irlande- ses, gregos e espanhóis, ávidos usuários de cartões de crédito, com quem compartilham a zona do euro. Mas agora que a crise da dívi- da soberana europeia preocupa os mercados mundiais, levando a baixas na cotação do euro qua- se todos os dias e levantando dúvidas sobre o futuro da união monetária, as caudalosas ref le- xões do blogueiro se tornaram leitura obrigatória para um público inf luente e ganham cada vez mais audiência no mundo todo, incluindo gente em posições-chave na Casa Branca. Ele chegou a ser cortejado pelo Fundo Monetário Inter- nacional, que lhe pediu que fos- se a Madri para auxiliar na análi- se da economia espanhola. “É muito bom, na verdade”, diz Edward Hugh, 61 anos, expres- são divertida, recostando-se den- tro do carro luxuoso que o levava a sua mais recente palestra, orga- nizada pelo Círculo de Economia, um inf luente grupo de lobby empresarial de Barcelona. Mas, em outros aspectos, sua vida mudou muito pouco. Ele até precisou pedir dinheiro emprestado de amigos para comprar roupas apresentáveis para comparecer à conferência com políticos e empresários espanhóis. E ainda se sustenta principalmente com as aulas de inglês em Barcelona, onde vive há duas décadas. “Acho que sou anticíclico”, diz, com uma risada. “Nos anos em que todos estavam se dando bem aqui, eu não ganhava nada. Agora sou um nome conhecido na Catalunha”, acrescenta. Bem, não exatamente. A ideia do eco- nomista como uma celebridade pop nos moldes de um Nouriel Roubini – que antecipou que o mercado imobiliário dos Estados Unidos entraria em colapso, o que lhe deu a fama que mais tar- de o transformou num consul- tor de grife mundial – ou de um Paul Krugman, economista ganhador do Nobel que mantém uma coluna de opinião no New York Times, está ainda por nascer na Eu- ropa e, em particu- lar, na Espanha. Mas, enquanto há dúvidas sobre como os governos europeus poderão escapar da armadilha da dívida e retomar o crescimen- to, Hugh, que há anos vem ref letindo sobre o assunto, pela pri- meira vez recebe alguma aten- ção por seus insights e sabedoria. E a principal proposta de Hugh – de que a Alemanha abandone o euro, o que quase imedia- tamente derrubaria de forma aguda o valor da moeda, melhorando a competitividade dos países mais fracos deixados para trás – parece bem mais o post atrevi- do de um blog do que solução prática. Ainda assim, a súbita vulnerabilidade da zona euro e a busca incessante de respostas por autoridades, investidores e economistas transformaram suas divagações antes obscuras em verdadeira febre. “Ele é um canal de informações que valori- zo muito”, afirma Brad DeLong, um economista da Universidade da Califórnia, em Berkeley, fun- cionário do Tesouro americano no governo do presidente Bill Clinton e ele mesmo um bloguei- ro de destaque. Rede de apoio Nascido em Liverpool, Hugh estudou na London School of Economics, mas tinha mais afi- nidades com filosofia, ciências, sociologia e literatura. Suas eclé- ticas atividades intelectuais o afastaram não só de um douto- rado, mas também de uma car- reira estável como professor uni- versitário em tempo integral. Vendo a si próprio mais como um europeu do que como um inglês, mudou-se para Barcelona em 1990. Os posts de seu blog ref letem seus interesses variados, muitas vezes citando Bob Dylan, Charles Bukowski, Jean-Paul Sartre, Friedrich Nietzsche e até mesmo o comportamento sociável de seus amados bonobos, a espécie de primata que é o parente mais próximo do ser humano no rei- no animal. Hugh cultiva a apa- rência pálida e desgrenhada de quem passou entre 12 e 14 horas por dia sentado em frente a um computador nos últimos 10 anos. Mas Hugh não é um reclu- so. Seu espírito alegre e gregário e sua adesão quase religiosa aos princípios de reciprocidade e tro- ca o tornam um adepto por exce- lência do trabalho colaborativo e em rede. Ao abraçar os costumes de Barcelona (fala f luentemente o catalão), criou também sua própria rede de apoio entre donas de casa de meia-idade, algumas das quais já o hospeda- ram em sua peregrinação de endereço em endereço. Atualmente, vive em uma fazenda num vilarejo de 60 habi- tantes no norte da Espanha, de onde escreve para uma série de blogs – entre eles, “A Fistful of Euros Global Economy Matters”, e outros mais especializados, dedicados às economias de paí- ses como Japão, Hungria, Letônia e Grécia. Acima de tudo, porém, o que mais faz é ler e pensar. “Na Idade Média, curiosidade em excesso era considerada peca- do”, e a observação vem acompa- nhada de outra risada. “Mas, com a internet, sinto que posso fazer aquilo de que gosto. O que, por sua vez, me faz sentir que posso, realmente, fazer alguma coisa.” A mensagem sombria de Hugh, em colunas de jornal, aparições na televisão e em rádios espanholas e reuniões com autoridades, é quase sempre a mesma: uma vez que a Espanha e outros países em dificul- dades na zona do euro, como Grécia, Portugal, Irlanda e Itália, não podem desvalorizar a moeda de forma unila- teral, têm poucas alternativas a não ser suportar, em vez disso, o que seria essencialmente uma desaceleração interna de 20%. Isso significa que os salários dos setores público e privado precisam ser reduzidos nessa pro- porção, aproximadamente, se esses países quiserem algum dia recuperar competitividade, aumentar as expor- tações e levantar o dinheiro necessá- rio para pagar suas dívidas. “Por que esses países não acompanharam o resto da Europa?”, pergunta o blogueiro. “É uma ques- tão demográfica. À medida que as populações envelhecem, há menos pessoas na faixa dos 20 aos 40 anos para comprar novas casas, de modo que se passa a economizar mais. Quanto mais jovem um país, mais dependente de crédito ele será para conseguir crescer”, explica. A Alemanha, onde a idade média é de 45 anos e está subindo, com a população total começando a dimi- nuir, é uma nação de poupadores, e políticas públicas têm incentivado manter sob controle os salários e turbinar as indústrias exportadoras. Em contrapartida, gregos, irlandeses e espanhóis, mais jovens, mergulha- ram num frenesi de empréstimos, impulsionado em especial pela cres- cente demanda por novas moradias e bens de consumo que, em muitos casos, levou a bolhas e, por fim, a falências no setor de habitação. Os salários foram empurrados para cima, estimulando o consumo, mas logo se tornou quase impossível para as indústrias desses países competi- rem com os austeros alemães, holan- deses e outros europeus do norte. Os economistas, dependentes como são, em sua maioria, de seus “pro- míscuos e essencialmente inúteis” modelos econômicos, critica Hugh, deixaram passar o que, segundo ele, era um desfecho facilmente previ- sível. E é por isso, acrescenta, “que agora estamos nessa enrascada”. A tese demográfica de Hugh não é estanque: na verdade, foi a Itália, e não a Grécia, que ele atacou primeiro. Mas a Itália, talvez porque seu nível de endividamento total já era muito alto e sua população, mais velha, seguiu uma política de maior austeri- dade fiscal que as de seus vizinhos e evitou uma bolha imobiliária. Hugh atraiu um séquito de segui- dores entre os analistas financeiros. “Edward já escrevia muito clara- mente sobre os desequilíbrios na Europa e o risco de uma crise bem antes de isso sequer ter aparecido na tela do radar dos analistas eco- nômicos”, observa Jonathan Tepper, da Variant Perception, uma empre- sa de pesquisas de Londres que presta serviços para hedge funds e investidores abonados. “Ele é uma máquina de pensar.” Ao mesmo tempo, Hugh está decidido a resistir a algumas das tentações que têm cruzado seu caminho ultimamente. Conta que recusou ofertas lucrativas de alguns fundos para fornecer análi- ses exclusivas, pois não queria que suas opiniões fossem monopoliza- das por apenas uma organização – embora admita que está refletindo sobre a proposta que recebeu para integrar o grupo permanente de colaboradores de Nouriel Roubini. E, quando o Michael Milken Institute – financiado por Milken, um dos condenados pelo boom de títulos podres” nos anos 80, mas que conseguiu escapar com uma fortuna mesmo depois de ser obrigado a arcar com uma multa de US$ 550 milhões – pagou US$ 3 mil por um breve relatório sobre o Leste Europeu que Hugh fez em um dia, o blo- gueiro deu o dinheiro a um amigo que estava tendo problemas para quitar a hipoteca, contou ele. “Não quero um cheque de Michael Milken, muito obrigado”, diz. z CRISE Chave do problema está na demografia z NOVOS FãS Ofertas tentadoras dão trabalho a Hugh “Tenho sido apresentado a todo tipo de gente interessante, e que ainda paga para almoçar comigo.” “Certa vez, um professor me chamou de ‘ladrão’ por aceitar uma bolsa de doutorado para continuar a usar meu tempo lendo os livros que queria e frequentando as aulas a que escolhia assistir.” Tradução: Christian Schwartz Lourdes Segade/The New York Times O blogueiro do apocalipse

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6 GAZETA DO POVOCuritiba, domingo, 18 de julho de 2010

Economia

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Durante anos, quase

ninguém prestou

atenção aos alertas no

melhor estilo “a casa

vai cair” de Edward

Hugh, um blogueiro

britânico gregário e

economista

autodidata que previu

várias vezes que a

zona do euro não

sobreviveria

BarcelonaThe New York Times

z Em Barcelona, vivendo basica-mente de um salário de subsis-tência como professor de inglês para estrangeiros em tempo par-cial, ele publicava um post atrás do outro no deserto da internet. Era o auge da insensatez política, ele avisou, pensar que os ale-mães, avarentos e idosos, pode-riam conviver sob a mesma moe-da com os mais jovens irlande-ses, gregos e espanhóis, ávidos usuários de cartões de crédito, com quem compartilham a zona do euro.

Mas agora que a crise da dívi-da soberana europeia preocupa os mercados mundiais, levando

a baixas na cotação do euro qua-se todos os dias e levantando dúvidas sobre o futuro da união monetária, as caudalosas ref le-xões do blogueiro se tornaram leitura obrigatória para um público inf luente e ganham cada vez mais audiência no mundo todo, incluindo gente em posições-chave na Casa Branca.

Ele chegou a ser cortejado pelo Fundo Monetário In ter-nacional, que lhe pediu que fos-se a Madri para auxiliar na análi-se da economia espanhola. “É muito bom, na verdade”, diz Edward Hugh, 61 anos, expres-são divertida, recostando-se den-tro do carro luxuoso que o levava a sua mais recente palestra, orga-nizada pelo Círculo de Economia, um inf luente grupo de lobby empresarial de Barcelona.

Mas, em outros aspectos, sua vida mudou muito pouco. Ele até precisou pedir dinheiro emprestado de amigos para comprar roupas apresentáveis para comparecer à conferência com políticos e empresários espanhóis. E ainda se sustenta principalmente com as aulas de inglês em Barcelona, onde vive há duas décadas.

“Acho que sou anticíclico”, diz, com uma risada. “Nos anos em que todos estavam se dando bem aqui, eu não ganhava nada. Agora sou um nome conhecido na Catalunha”, acrescenta. Bem, não exatamente. A ideia do eco-nomista como uma celebridade pop nos moldes de um Nouriel Roubini – que antecipou que o mercado imobiliário dos Estados Unidos entraria em colapso, o que lhe deu a fama que mais tar-

de o transformou num consul-tor de grife mundial – ou

de um Paul Krugman, economista ganhador do Nobel que mantém uma coluna de opinião no New

York Times, está ainda por nascer na Eu -ropa e, em particu-lar, na Espanha.

Mas, enquanto há dúvidas sobre como os governos europeus poderão escapar da armadilha da dívida e retomar o crescimen-

to, Hugh, que há anos vem refletindo sobre

o assunto, pela pri-meira vez recebe alguma aten-ção por seus

insights e sabedoria.

E a principal proposta de Hugh – de que a Alemanha abandone o euro, o que quase imedia-tamente derrubaria de forma aguda o valor da moeda, melhorando a competitividade dos países mais fracos deixados para trás – parece bem mais o post atrevi-do de um blog do que solução prática. Ainda assim, a súbita vulnerabilidade da zona euro e a busca incessante de respostas por autoridades, investidores e economistas transformaram suas divagações antes obscuras em verdadeira febre. “Ele é um canal de informações que valori-zo muito”, afirma Brad DeLong, um economista da Universidade da Califórnia, em Berkeley, fun-cionário do Tesouro americano no governo do presidente Bill Clinton e ele mesmo um bloguei-ro de destaque.

rede de apoio Nascido em Liverpool, Hugh estudou na London School of Economics, mas tinha mais afi-nidades com filosofia, ciências, sociologia e literatura. Suas eclé-ticas atividades intelectuais o afastaram não só de um douto-rado, mas também de uma car-reira estável como professor uni-versitário em tempo integral. Vendo a si próprio mais como um europeu do que como um inglês, mudou-se para Barcelona em 1990.

Os posts de seu blog refletem seus interesses variados, muitas vezes citando Bob Dylan, Charles Bukowski, Jean-Paul Sartre, Friedrich Nietzsche e até mesmo o comportamento sociável de seus amados bonobos, a espécie de primata que é o parente mais próximo do ser humano no rei-no animal. Hugh cultiva a apa-rência pálida e desgrenhada de quem passou entre 12 e 14 horas por dia sentado em frente a um computador nos últimos 10 anos. Mas Hugh não é um reclu-so. Seu espírito alegre e gregário e sua adesão quase religiosa aos princípios de reciprocidade e tro-ca o tornam um adepto por exce-lência do trabalho colaborativo e em rede. Ao abraçar os costumes de Barcelona (fala f luentemente o catalão), criou também sua própria rede de apoio entre donas de casa de meia-idade, algumas das quais já o hospeda-ram em sua peregrinação de endereço em endereço.

Atualmente, vive em uma fazenda num vilarejo de 60 habi-tantes no norte da Espanha, de onde escreve para uma série de blogs – entre eles, “A Fistful of Euros Global Economy Matters”, e outros mais especializados, dedicados às economias de paí-ses como Japão, Hungria, Letônia e Grécia. Acima de tudo, porém, o que mais faz é ler e pensar. “Na Idade Média, curiosidade em excesso era considerada peca-do”, e a observação vem acompa-nhada de outra risada. “Mas, com a internet, sinto que posso fazer aquilo de que gosto. O que, por sua vez, me faz sentir que posso, realmente, fazer alguma coisa.”

A mensagem sombria de Hugh, em colunas de jornal, aparições na televisão e em rádios espanholas e reuniões com autoridades, é quase sempre a mesma: uma vez que a Espanha e outros países em dificul-dades na zona do euro, como Grécia, Portugal, Irlanda e Itália, não podem desvalorizar a moeda de forma unila-teral, têm poucas alternativas a não ser suportar, em vez disso, o que seria essencialmente uma desaceleração interna de 20%. Isso significa que os salários dos setores público e privado precisam ser reduzidos nessa pro-porção, aproximadamente, se esses países quiserem algum dia recuperar competitividade, aumentar as expor-tações e levantar o dinheiro necessá-rio para pagar suas dívidas.

“Por que esses países não acompanharam o resto da Europa?”, pergunta o blogueiro. “É uma ques-

tão demográfica. À medida que as populações envelhecem, há menos pessoas na faixa dos 20 aos 40 anos para comprar novas casas, de modo que se passa a economizar mais. Quanto mais jovem um país, mais dependente de crédito ele será para conseguir crescer”, explica.

A Alemanha, onde a idade média é de 45 anos e está subindo, com a população total começando a dimi-nuir, é uma nação de poupadores, e políticas públicas têm incentivado manter sob controle os salários e turbinar as indústrias exportadoras. Em contrapartida, gregos, irlandeses e espanhóis, mais jovens, mergulha-ram num frenesi de empréstimos, impulsionado em especial pela cres-cente demanda por novas moradias e bens de consumo que, em muitos casos, levou a bolhas e, por fim, a falências no setor de habitação. Os

salários foram empurrados para cima, estimulando o consumo, mas logo se tornou quase impossível para as indústrias desses países competi-rem com os austeros alemães, holan-deses e outros europeus do norte. Os economistas, dependentes como são, em sua maioria, de seus “pro-míscuos e essencialmente inúteis” modelos econômicos, critica Hugh, deixaram passar o que, segundo ele, era um desfecho facilmente previ-sível. E é por isso, acrescenta, “que agora estamos nessa enrascada”.

A tese demográfica de Hugh não é estanque: na verdade, foi a Itália, e não a Grécia, que ele atacou primeiro. Mas a Itália, talvez porque seu nível de endividamento total já era muito alto e sua população, mais velha, seguiu uma política de maior austeri-dade fiscal que as de seus vizinhos e evitou uma bolha imobiliária.

Hugh atraiu um séquito de segui-dores entre os analistas financeiros. “Edward já escrevia muito clara-mente sobre os desequilíbrios na Europa e o risco de uma crise bem antes de isso sequer ter aparecido na tela do radar dos analistas eco-nômicos”, observa Jonathan Tepper, da Variant Perception, uma empre-sa de pesquisas de Londres que presta serviços para hedge funds e investidores abonados. “Ele é uma máquina de pensar.”

Ao mesmo tempo, Hugh está

decidido a resistir a algumas das tentações que têm cruzado seu caminho ultimamente. Conta que recusou ofertas lucrativas de alguns fundos para fornecer análi-ses exclusivas, pois não queria que suas opiniões fossem monopoliza-das por apenas uma organização – embora admita que está refletindo sobre a proposta que recebeu para integrar o grupo permanente de colaboradores de Nouriel Roubini.

E, quando o Michael Milken Institute – financiado por Milken,

um dos condenados pelo “boom de títulos podres” nos anos 80, mas que conseguiu escapar com uma fortuna mesmo depois de ser obrigado a arcar com uma multa de US$ 550 milhões – pagou US$ 3 mil por um breve relatório sobre o Leste Europeu que Hugh fez em um dia, o blo-gueiro deu o dinheiro a um amigo que estava tendo problemas para quitar a hipoteca, contou ele. “Não quero um cheque de Michael Milken, muito obrigado”, diz.

z crise

Chave do problema está na demografia

z novos fãs

Ofertas tentadoras dão trabalho a Hugh

“Tenho sido apresentado a todo tipo de gente interessante, e que ainda paga para almoçar comigo.”

“Certa vez, um professor me chamou de ‘ladrão’ por aceitar uma bolsa de doutorado para continuar a usar meu tempo lendo os livros que queria e frequentando as aulas a que escolhia assistir.”

Tradução: Christian Schwartz

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