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Designers da Década; Stefan Diez; Prémios Blue Design 2009

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making of :: capa

Prémios 2009NÚMERO ESPECIAL, CAPA ESPECIAL. Pedimos à jovem e talentosa designerCatarina Carreiras que desenhasse uma capa para anunciar os Prémios blue

Design 09.Catarina apresentou várias propostas (podem espreitar os estudos em baixo) e escolhemos a misteriosa e gráfica It Takes Time.

IT TAKES TIME, BY CATARINA CARREIRAS/ FABRICA “ItTakesTime” é uma fonte criada especificamente

para a exposição da Fabrica na ExperimentaDesign deste ano “Take Your Time”. Através da apropriação

das formas que os ponteiros do relógio geram à medida que o tempo corre, a fonte procura jogar com a

noção de vagar vs rapidez: duas constantes sempre em batalha em qualquer processo criativo.

Catarina Carreiras (1985, Lisboa) Licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade

de Belas Artes de Lisboa desde 2008, trabalha actualmente na Fabrica, o centro de pesquisa em

comunicação patrocinado pela Benetton, em Treviso (Itália). Nos últimos três anos teve a honra de receber

duas bolsas de mérito, atribuídas pela Universidade de Lisboa, e duas nomeações

na categoria de Design Gráfico do concurso Jovens Criadores (2008 e 2009).

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editorial :: blue design

DezSE ESTE NÚMERO FOSSE UM NÚMERO, seria o dez.

E isto apesar de ser o número doze. Não é um número como os outros.

Nem número o dez, nem esta edição, que reúne uma data

de dezes. Dez são os designers que escolhemos para representarem a década que agora

fechamos. Dez as categorias dos Prémios blue Design que anunciamos. Dez sobre dez (ou

quase), a postura que procuramos em todos (designers e objectos que desenham), para estarem

nas nossas páginas. A década que deixamos para trás pode até ter sido infernal, como sugere a

desalentada revista Time, bebé chorão na capa. Mas para o design, até onde este pode ser

desligado do mundo, parece que até nem correu mal. Nasceu o iPod. Os bebés passaram a andar

em carrinhos cool, ergonómicos e todo-o-terreno. As garrafas de água tornaram-se objectos de

culto. Os suecos desafiaram o “design elitista”. Os computadores portáteis, orelhinhas de coelho

a abanar, chegaram a milhares de crianças em aldeias africanas. Começámos a usar, nos pés,

objectos de design. Revelaram-nos a beleza do design Supernormal. E percebemos que não era

incompatível com o design art. Os holandeses continuaram a contar histórias com objectos.

Os racionalistas não morreram. Os franceses trouxeram-nos poesia. E os espanhóis rasgo e raça.

Voltou-se ao craft, mas com juízo. Avançou-se na prototipagem rápida.

O minimal reciclou-se. Fizeram-se reedições e nasceram novos ícones.

Feitas as contas, até dez ou depois, não há razão para rabugices. Esta década passou a correr,

como tudo passa, mas até nem correu mal. E no fim de contas, o importante é que corra.

M A D A L E N A G A L A M B [email protected]

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As últimas novidades das primeiras marcas.

30 E S P E C I A L : D E S I G N ( E R S ) D A D É C A D A O nosso ten best do que já vivemos neste século XXI.

52 D E S I G N G U R U : S T E F A N D I E Z O incansável designer-maker mostra-nos os seus últimos

projectos.

62 ESPECIAL: PRÉMIOS BLUE DESIGN 2009 O melhor do ano em produtos, marcas, ideias e criativos.

88 P R O J E C T O D E S I G N : ( S U M ) O N E Miguel Rios e Ângela Ferreira num diálogo criativo.

92 PROJECTO ARTE: LA CONFUSION DES SENSA Louis Vuitton deixa-nos baralhados. E ainda bem.

100 P R O J E C T O D E S I G N : C I N R E M A K E Em trânsito e colorido.

106 DESIGN INTRO: LUCA NICHETTO Ar fresco no design italiano.

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84 B R A N D N E W A R Q U I T E C T U R AEspaços privados e públicos que brilham.

98 PROJECTO ARQUITECTURA:LAGAR SOVENA O lagar do futuro segundo Bak Gordon.

102 E X P O S I Ç Ã O : D I E T E R R A M SO mestre no Design Museum de Londres.

114 S N E A K P R E V I E WLevantamos o véu e descobrimos o design mais fresco.

110 L I V R O SPara folhear o design.

111 E X P O S I Ç Õ E SA arte que vem.

112 M O R A D A SProcure e encontre.

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Edições4

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CONTACTOS PARA ASSINATURAS: Tel.: 214 142 909; Fax: 214 142 951; E-mail: [email protected]

O seu comentário é fundamental para melhorarmos a blue Design a cada edição. Assim, criámos este e-mail para que nos possa apontar

todos os defeitos que for encontrando na sua revista. Muito obrigado! [email protected]

A F O R M A S E G U E A E M O Ç Ã O

BLUE MEDIA Rua Vera Lagoa, n º 12, 1649 - 012 Lisboa, Tel.: 217 203 340 | Fax geral: 217 203 349 | Contribuinte nº 508 420 237

DIRECTOR GERAL Paulo Ferreira | DIRECTORA Madalena Galamba, [email protected]

DIRECTOR DE ARTE E PROJECTO GRÁFICO BLUE DESIGN Pedro Antunes, [email protected] | COLABORAM NESTA EDIÇÃO Ricardo Polónio (Fotógrafo)

DIRECTOR COMERCIAL Paulo Ferreira, [email protected] | DEPARTAMENTO DE MARKETING & PUBLICIDADE Maria Reis, [email protected]; Fax publicidade: 217 203 349

MARKETING Designer: Alberto Quintas, [email protected] | REVISÃO DE TEXTO Elsa Gonçalves | PRÉ-IMPRESSÃO Nuno Barbosa, [email protected]

DISTRIBUIÇÃO Logista | IMPRESSÃO União Europeia | DEPÓSITO LEGAL 257664/07; Registado no E.R.C. 125205 | PROPRIEDADE: Paulo dos Reis Ferreira | Tiragem: 20.000 exemplares

{ I N T E R D I T A A R E P R O D U Ç Ã O D E T E X T O S E I M A G E N S P O R Q U A I S Q U E R M E I O S }

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design :: brand new

C O L O R H A N G E R , D E F E R N A N D O B R Í Z I O

Tubo de ensaioAPRESENTADO NA EXPOSIÇÃO SÓTÃO, que juntou Fernando Brízio e Miguel Vieira

Baptista na galeria Marz, em Lisboa, Color Hanger é um dos nossos objectos do ano.

Brízio usou a sinterização selectiva por laser para solidificar a tinta que sai do tubinho, em mais uma

expressão feliz do seu design conceptual e lúdico. Outro, é a mesa Target,

um alvo apoiado em dardos. Na mouche. www.marz.biz

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D U P L E X , D E C O N S T A N C E G U I S S E T

IlusionistaUM PÁSSARO e um peixe conversam neste habitat onírico criado pela coqueluche do design francês, Constance

Guisset. A designer, que trabalhou com os irmãos Bouroullec antes de montar o seu próprio estúdio, tem

conquistado o mundo do design com os seus objectos poéticos e ilusionistas. Vencedora do Grand Prix du Design

de la Ville de Paris (2007) e do prémio do público da Design Parade, Villa Noailles, Guisset é um talento a seguir.

Nem tudo o que parece é, no design de Guisset: no candeeiro Fiat Luxe uma bola parece levitar orbitando à volta

do corpo da luminária. Na realidade ela é o interruptor e acende a lâmpada se a aproximarmos do candeeiro.

Nesta gaiola-aquário, um pássaro e um peixe fazem companhia um ao outro, e parecem flutuar,

atrás das longilíneas varas de madeira. www.constanceguisset.com

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linkqwww.onitsukatiger.com

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C O L E C Ç Ã O W A J I M A , D E R O N A N & E R W A N B O U R O U L L E C P A R A A J A P A N B R A N D

OrientalHÁ UMA AFINIDADE NATURAL entre o design dos irmãos Bouroullec e o Japão. Por isso, não é de estranhar que a

Japan Brand, um organismo que promove tudo o que é japonês e bom, tenha convidado os designers franceses para criarem

uma colecção de objectos contemporâneos a partir de uma técnica ancestral: o lacado japonês. Um candeeiro, uma bandeja

(perfeita para comer sushi), são alguns dos objectos que formam a colecção Wajima. Modular (ou não fosse uma proposta

Bouroullec, para acabar em casa), os objectos combinam-se para formar um conjunto indivísivel. Uma compreensão profunda do

material e da técnica (os designers visitaram as oficinas de lacagem para perceberem, ao lado dos artesãos, como tudo se

processa) reflecte-se em objectos cuja forma ecoa, numa linha contínua e curva, o brilho táctil do lacado. www.bouroullecs.com

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linkqwww.krups.com

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B I B E R O N M I M I J U M I

MimosoNÃO HÁ NADA MELHOR QUE O LEITE MATERNO, dizem os especialistas e as mães ajuizadas,

mas quando não pode ser, não há nada a fazer. E nessa altura, existem os biberons da Mimijumi, prontos a socorrer

progenitoras em apuros e crias esfomeadas. Desenvolvidos por uma equipa de designers e médicos na Califórnia,

os biberons Mimijumi são o mais próximo que se consegue chegar da maravilhosa morfologia humana.

Morfológicos, ergonómicos, com uma tetina redondinha que termina numa garrafa com uma base vermelha,

é o novo biberon para os bebés cool. E felizes. www.mimijumi.com

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linkqwww.plantagri.com

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W + W ,D A R O C A

Quatro em umCHAMA-SE W+W E TRANSPIRA NOVIDADE. Uma peça única, inteira, criada pela Roca,

que vai fazer a revolução em qualquer casa de banho. Dois em um, ou melhor, quatro em um, junta o lavatório à

retrete, e o design à ecologia. Águas do lavatório aproveitadas, graças ao sistema Reusing Water, e sistema

automático de limpeza, a precaver formação de bactérias e a evitar cheiros. Cabe em grandes e pequenos espaços,

minimiza canalizações e tem um ar futurista muito elegante. Há coisas que demoram, mas acabam

por mudar. Parabéns aos criativos da Roca pela corajosa intervenção e inovação! www.roca.pt

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linkqwww.fluxograma.com

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C O L E C Ç Ã O F W 0 9 ,C O O L D E S A C

AirosaUM ADEREÇO, UM ACESSÓRIO, um par de brincos, um anel,

um vestido, uma gabardina, uma peça, outra e mais outra, um espírito original,

desprendido e são, muito são. Sim, uma alma grande, animada por subtil

sabedoria, serenamente lúcida e equilibrada. É o que reside e apaixona em cada

marca eleita pela Cool de Sac, uma loja em Lisboa que desvenda, num beco sem

saída, o conceito da madrilena Maria Luísa Pries. Tudo escolhido a dedo,

produções não massificadas, estilos muito bem definidos, um espaço diferente

a que a cidade ainda não tinha tido, ainda, direito. Ao fundo de um túnel,

no Príncipe Real, bons e exclusivos ventos de Paris, da Dinamarca,

de Espanha... Não perca, para uma ocasião especial ou porque todos os dias

merecem ser brindados com o nosso empenho.

www.cooldesac.pt

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C O L E C Ç Ã O A W 0 9 , A N D Y W A R H O L B Y P E P E J E A N S

The Factory is backHÁ NOMES QUE SE LIGAM COM CONSEQUÊNCIAS EXPLOSIVAS.

Ao caso, vem a colecção Andy Warhol by Pepe Jeans, a demonstrar que a arte eterna de

um nome mítico se propaga pelos corredores da moda urbana, em harmoniosa e feliz

fusão. Cores e estampas saem dos vários trabalhos de Warhol, para cobrir, colorir e

carregar de vida e de história cada peça de vestuário. Dos acessórios aos básicos, dos

jeans às t’shirts, dos blusões aos cintos, às carteiras, aos sapatos, a irreverência da

cultura nova-iorquina dos anos sessenta contra-ataca, revivendo um herói que o mundo

conhece, um artista de génio ímpar, sobre um suporte onde o espírito forte,

inconformista e aventureiro é apanágio. The Andy Warhol Collection by Pepe Jeans é

uma celebração que une a consagrada marca londrina à Andy Warhol Foundation, em

honra dos homens e das mulheres do nosso século. Criações e protagonistas que Warhol

eternizou, eleitos para todas as ocasiões – do prático e confortável ao sofisticado, do dia

para a noite em grande estilo, sempre fashion, provocador, chic, original. Só visto.

www.pepejeans.com

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M O L E S K I N E A R T I S T C O L L E C T I O N D I A R I E S , D E M A R T I G U I X É

Vestido para matarMATAR DE DESEJO QUEM GOSTA DE ESCREVER, de anotar, de agendar, de não falhar, de reter momentos importantes!

Quem não prescinde do emblemático Moleskine a cada novo ano, prepare os sentidos para o encontrar... em de traje de festa.

O controverso e aclamado designer catalão, Martí Guixé, acedeu ao convite e encetou a denominada Moleskine Artist Collection Diaries, que

2010 inaugura. Resultado é um look à medida de Guixé, a que juntou 81 desenhos auto-colantes, símbolos úteis e que animam os dias,

numa edição limitada, que contempla versões pocket e large, com opção de planeamento semanal ou diário em 400 páginas.

Como Guixé lembra, “há quem sinta que o tempo é sempre curto, mas é uma percepção que muda consoante o contexto.

O Moleskine pode servir estas pessoas, com vidas de 26 horas por dia e 400 dias por ano! Temos de trabalhar a nossa percepção do tempo”,

acrescenta. Preto ou vermelho, grande ou pequenino, a edição é limitada e imperdível. Espreite em www.moleskine.com.

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S A P A T O S C I N D E R E L L A , B Y K A R T E L L + . N O R M A L U I S A

Era uma vezPODEMOS COMEÇAR, SIM, POR ERA UMA VEZ... uma empresa de design industrial cuja produção se impôs com elevada estima e

consideração do mercado, pelas peças de mobiliário que vem trazendo à luz, em que o plástico ou similar material é capaz das mais

encantadoras formas de expressão. Trata-se da italiana Kartell, cuja fama se espalhou e que ora nos presenteia com uma insólita aposta. Segura

do seu know-how, do espaço que ocupa e das armas que tem, tratou de fazer uma parceria com quem dá cartas pelos meandros da moda made

in Italy e conhece os desejos das suas mais íntimas amigas – as senhoras. Kartell confiou o design à .normaluisa e produziu dois modelos de

sapatos para a próxima Primavera-Verão que reúnem simpáticos predicados. Saltos rasos e cores alegres, para os “Cinderella”, saltos altos a tons

neutros, para os “Lady”. Ambos elegantes, desenhados com mestria e, obviamente, feitos de plástico 100% reciclado. Leves e airosos como

merece a estação das flores, qualidade e conforto, como é tradição das suas assinaturas. www.normaluisa.com

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L I N H A K I L I M , , D E S A N D R A F I G U E R O A P A R A A G A N D I A B L A S C O

MediterrânicoUMA VERSÃO ACTUALIZADA DO KILIM, esta linha de tapetes desenhada por Sandra Figueroa para

a Gandía Blasco traz-nos ares do Mediterrâneo. Três nomes sugestivos - Catania, Siracusa e Palermo - para três

composições únicas à volta de padrões e cores ancestrais, em fio de lã. Nós rendemo-nos aos encantos deste

Catamia, em vermelho, branco e preto, que evocam a terra. Mas podiamos perder-nos na simplicidade gráfica

(e azul) de Palermo ou Siracusa. São uma novidade da GAN, a linha de tapetes da Gandía Blasco.

www.gan-rugs.com

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M Á Q U I N A D E C A F É E S P R E S S E R I A A U T O M A T I C P I A N O B L A C K D I S P L A Y , D A K R U P S

CompletaAS MÁQUINAS DE CAFÉ DA KRUPS são um clássico e uma garantia. Esta Piano Black Display faz parte

da família das automáticas, o que significa que numa fracção de segundo, podemos preparar um delicioso

e aromático espresso, sem nos preocuparmos com rigorosamente mais nada a não ser degustá-lo.

O design compacto reúne várias funções: moinho de café incorporado, placa para colocação e aquecimento

de chávenas, display LCD. Totalmente automática e programável, a máquina inclui um acessório auto-cappuccino

com recipiente para leite, em inox, um pormenor que lhe dá um ar intemporal. www.krups.pt

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B A N C O S T R I P E , D E G A B R I E L E P E Z Z I N I P A R A A M A X D E S I G N

Boa OndaCOM UM PERFIL INCONFUNDÍVEL, Stripe é um

banco monobloco, em poliuretano, que assenta sobre uma

estrutura de aço cromado. Desenhado por Gabriele Pezzini

para a Maxdesign, existe em três cores metalizadas: branco

pérola, cobre e ouro e foi pensado como uma estrutura

modular. Juntando vários Stripe, prolongamos a ondulação

até onde quisermos. Confortavelmente sentados, é claro.

www.fluxograma.com | www.maxdesign.it

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E S P E L H O P R E T À P O R T E R , D E C A R L O T I N T I P A R A A C A S A M A N I A

Espelho mágicoMAIS UMA PEÇA ENGENHOSA e bem humorada, editada pela Casamania, Prêt à Porter

é um espelho para princesas modernas. O espelho foi desenhado tendo em conta as limitações dos espaços

pequenos e a consequente necessidade de versatilidade. E mudança. Prêt à Porter é facilmente transportável,

um espelho de parede dos pés à cabeça (reflecte o corpo todo) que pode ser mudado de sítio sem esforço,

através de duas pegas laterais, simetricamente dispostas. Em contraplacado ou MDF e alumínio,

é um reflexo dos tempos que correm (e não se cansam) desenhado por Carlo Tinti.

www.fluxograma.com | www.casamania.it

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encontro :: design

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design :: encontro

Não foi nada fácil, mas escolhemos os dez designers

que mais marcaram a primeira

década do século XXI. Mais do que

de figuras, a escolha partiu dos

objectos. Visionários, poetas,

funcionalistas ou supernormais,

mas por uma razão ou outra

incontornáveis, este é o nosso

“ten best” de design(ers)

que fizeram os últimos dez anos.

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Veja a entrevista com os irmãos Bouroullec na blue Design 7

Quase sem querer, Ronan & Erwan Bouroullec podem muito bem ser os designers que mais marcaram a última década. Afinal, poucosinterpretaram, como eles, o mundo tal como ele se desenrolou ao longo dos dez primeiros anos do século XXI. O design dos irmãos Bouroullec cola-se à vida contemporânea como uma segunda pele. É uma resposta em aberto, nítida e sensível, às aspirações, às dúvidas e aos desejos de hoje.Inteligente, poético e audaz, o design dos irmãos bretões é sempre intensamente humano: quer na escala, quer no constante apelo que faz aoutilizador, convidado a completar, expandir ou alterar a peça pelo uso que lhe dá. Os Bouroullec assinam alguns dos hits do início deste século,inaugurando tipologias (Algue), revolucionando o espaço de trabalho (Joynt), ou fazendo um update levíssimo da cadeira de salão (Slow). Semesquecer projectos únicos, como o habitat nómada, a casa-barco Maison Flottante. Dominam, como poucos, os meandros da indústria (acolaboração com a Vitra é disso exemplo), mas mantêm o mesmo à vontade quando se trata de incursões experimentais, como as exposições naGalerie Kreo ou a retrospectiva organizada para o festival Villa Noailles.

Ronan & Erwan Bouroullec

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ALGUE (2004) VITRAChamam-lhe uma “micro arquitectura”. Impossível de catalogar,

entre o mobiliário e a arquitectura, Algue inaugura uma tipologia: não é

mobiliário, não é uma parede, é alguma coisa in between.

Pequenos elementos de polipropileno com forma de algas são agregados

uns aos outros através de um sistema muito simples (um click basta), que

permite que o utilizador crie e escolha a configuração que quiser.

Surgem assim divisórias semi-transparentes entre espaços, esculturas

vegetalistas, telas permeáveis por onde passa a luz, ou, ao contrário, densas

cortinas de várias camadas, quando decidimos sobrepor vários módulos.

É a modularidade ilimitada, freestyle. Uma paisagem em aberto que encarna

o espírito dos irmãos Bouroullec. Em última análise, é a pessoa,

e não o produto, que decide o fim da história.

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Veja a entrevista com Konstantin Grcic na blue Design 11

Como ele próprio nos confessou, no princípio da década Konstantin Gric era um designer relativamente desconhecido. Depois de aprendercarpintaria, estudar no Royal College of Art e passar pelo estúdio de Jasper Morrison, dava os seus primeiros passos a solo, iluminado pelo brilho deMayday. Dez anos depois, Grcic é um dos incontornáveis. Muito além do minimalismo, muito além do funcionalismo, o seu design é como osamores impossíveis: quanto mais difícil, mais exuberante. Em objectos como chair_ONE, ou o seu “sucedâneo” banco Miura (outro single-piece) ounos mais recentes Myto ou Extrusions, Grcic deixa bem claro porque é que é um dos designers (industriais) da década.

Konstantin Grcic

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CHAIR_ONE (2002), MAGISProvavelmente é “o” clássico de design da década. Aquele que escolhemos

de caras, sem hesitar. Produzida pela Magis, a chair_ONE de Konstantin

Grcic foi imediatamente reconhecida como um ícone.

Grcic trabalhou nela quase intuitivamente, construindo várias maquetes de

cartão para chegar à forma final. A partir de um molde de alumínio que

permite fazer uma cadeira praticamente numa só peça, chega-se

a um objecto onde a forma e a estrutura se fundem totalmente.

Grcic comparou a estética multifacetada da cadeira a uma bola de futebol.

Usada em interiores e exteriores, existe nas cores “básicas” predilectas

de Grcic e em duas versões: com quatro pernas e com uma base de betão.

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Veja a entrevista com Tokujin Yoshioka na blue Design 6

As peças de Tokujin Yoshioka comunicam beleza em estado puro (e líquido e gasoso). À partida é mais um artista que um designer mas a verdade éque podemos sempre sentar-nos numa cadeira Yoshioka. Objectos poéticos, tácteis, materiais, e que no entanto são capazes de nos por a flutuaracima do chão. Nascido em 1967 em Saga, Japão, Yoshioka estudou na escola de design de Kuwasawa, Tóquio e aprendeu com os mestres: ShiroKuramata e Issey Miyake. A singularidade dos seus projectos experimentais (como Honey Pop e o sofá Pane, que cresce como um pão no forno)chamaram a atenção de marcas como a Driade, a Moroso e a japonesa KKDI, que lhe encomendaram projectos em série. Inspirado, intuitivo eversátil (tão competente a projectar uma cadeira como um telemóvel) Yoshioka realiza projectos de design de interiores e lançamentos para marcas,como mostram as lojas Issey Miyake e Swarovski e as colaborações com a Peugeot e a Hermès, no Japão.

Tokujin Yoshioka

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HONEY POP (2001)“Queria criar uma cadeira que nunca tivesse existido” disse Tokujin Yoshioka

à blue Design a propósito de Honey Pop. Apresentada em 2001, Honey Pop

catapultou Yoshioka para a fama e actualmente faz parte das colecções do

MoMA e do Centre Georges Pompidou. É formada por 120 folhas de papel

ultrafino -semelhante ao utilizado nos álbuns de fotografias dos nosso avós-

cortadas quando a cadeira está fechada, isto é, plana. Aberta como uma

harmónica cor de marfim, revela-se extremamente sólida, apesar da

aparente leveza, e adapta-se ao corpo de quem se senta, tomando a sua

forma final. A inspiração, contou-nos Yoshioka, vem dos “comics japoneses,

onde de repente uma coisa pequena se torna uma coisa grande”.

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Tord Boontje é o protagonista de uma espécie de conto de fadas do design contemporâneo. Depois de um início próximo do minimalismo, abraçou,sem preconceitos, os motivos decorativos, e fê-lo, curiosamente, de forma radical: com flores e animais, num ambiente fantástico e irreal. Em 2002,a luminária Blossom, que desenhou para a Swarovsky Crystal Palace, lançou-o para a fama, e esteve na origem do primeiro “hit” industrial dodesigner: Wednesday, uma fina folha de alumínio recortada com motivos vegetais. Boontje, que nasceu em Enschede, na Holanda, em 1968, teveum percurso by the book: estudou na Design Academy de Eindhoven, fez um mestrado no Royal College of Art e começou por se instalar emLondres, onde esteve até meados dos anos 90. Depois, mudou-se para Bourg Argental, no sul de França, e foi um dos precussores da onda newromantics, assumindo craft como central no seu trabalho. Tanta florzinha e floresta acabou por gerar algum cansaço, e Boontje afastou-se um poucoda ribalta, sem perder a forma, como demonstram projectos mais recentes para a Artecnica e a Bisazza.

Tord Boontje

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MIDSUMMER (2004), ARTECNICAHerdeira dos candeeiros Wednesday e Garland, a luminária Midsummer é um

dos objectos mais populares da década. Representativa do design emocional

de Boontje, a aderência é imediata. Uma filigrana de delicadas flores, emitindo

uma luz vaporosa, a Midsummer remete para o novo romantismo que emergiu no

início deste século. A ideia é muito simples: duas folhas de Tyvek de cores

diferentes, com flores recortadas, sobrepõem-se uma à outra, produzindo

um efeito tão sublime quanto acessível. A Midsummer, produzida pela

norteamericana Artecnica, foi apresentada, com enorme sucesso, no contexto

da instalação de Tord Boontje para a Moroso, Happily Ever After, uma espécie

de bosque encantado contemporâneo, com uma atmosfera feérica.

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Ver entrevista com Maarten Baas na blue Design 1

Já passou algum tempo desde que Maarten Baas, recém saído da Design Academy de Eindhoven, incendiou o mundo do design com a sua peculiarforma de costumizar os clássicos (ou as velharias neo-barrocas encontradas em leilões na Net). Baas defendia que, depois de usadas, riscadas,descascadas (ou, radicalmente, depois de carbonizadas), as peças adquiriam uma nova qualidade, uma imperfeição perfeita. E, de facto, quandoolhamos para o resultado das piras de fogo de Baas, é impossível negar-lhes a beleza. Depois do sucesso da série Smoke (tornada industrial emainstream, pela Moooi, que produz o cadeirão e o candeeiro) não era fácil manter-se no topo. Mas Baas conseguiu-o, subvertendo os conceitos dobelo, do certo, do adequado, em projectos como Clay Furniture, Hey Chair Be a Boolkshelf!, Sculpt ou The Chankley Bore. Este ano, a sua instalaçãofílmica “Sweepers Clock”, parte do projecto Realtime, em que o lixo se transforma nos ponteiros de um relógio accionado por dois varredores, foi umdos imperdíveis de Milão.

Maarten Baas

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SMOKE (2002)O projecto de fim de curso do jovem Baas na Design Academy de Eindhoven

transformou-se num dos ícones do design da primeira década do século XXI.

A irreverência de Maarten foi absorvida e tornou-se chique.

Do caótico estúdio de Baas para os salões do hotel Gramercy, em Nova

Iorque, Smoke mostrou que havia fumo e fogo. A técnica consiste em aplicar

uma camada de epoxy sobre a superfície queimada e negra dos móveis.

Apesar do excesso (o cadeirão tornou-se ubíquo) o carvão nunca foi tão cool.

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Ver entrevista com Fernando Brízio na blue Design 9

O único português a integrar a lista dos dez da década, Fernando Brízio é o local hero do design nacional. Mesmo existindo outros nomes, e muitobons, nenhum atingiu o reconhecimento e a admiração que Brízio suscita lá fora (por alguma razão foi capa da Intramuros e da Icon, por algumarazão é representado pela reputada Galerie Kreo). E cá dentro. Há muitas e boas razões para isso. Chamam-se Sound System, Journey, Tablecloth,Pata Negra, Handle, Color Hanger... O design conceptual nunca foi tão fino, espirituoso e cheio de graça.

Fernando Brízio

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PAINTING A FRESCO WITH GIOTTO (2006)O acaso está na origem de uma das peças mais conhecidas (e procuradas)

de Fernando Brízio. Os borrões coloridos de tinta, deixados por canetas de

feltro (baratas e correntes, como as da Giotto) nos lugares mais improváveis

e indesejáveis são o ponto de partido da série Painting a Fresco with Giotto

(taça e jarra). É um “acidente” provocado, mas altamente criativo e belo:

as pontas de feltro, ao tocarem na superfície virgem da faiança, deixam

manchas aleatórias, compondo o fresco final. Sendo tintas de água,

têm de ser fixadas com um verniz especial. Brízio veste a pele

do designer-maker e trabalha nelas uma a uma, no seu atelier. Irrepetíveis.

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Ver artigo sobre Jaime Hayon na blue Design 1

O madrileno Jaime Hayon (sim, vive em Barcelona mas nasceu em Madrid em 1974) é um dos criativos mais explosivos da última década.Realmente interessa pouco se ele é designer ou skater (como parecia ser a sua intenção quando resolveu ir viver para os Estado Unidos).Acreditamos que, de uma maneira ou de outra, teria deixado a sua marca no mundo. Melhor ainda: teria feito o seu próprio mundo. Depois depassar pela Fabrica (aos 23 anos director do departamento de design), Hayon entregou-se a projectos a solo, alguns na fronteira entre a arte e odesign (como Mediterranean Digital Barroque e Mon Cirque), outros com vocação industrial (como as fabulosas colecções AQHayon e Showtime)apesar de apoiados numa forte identidade individual e sincrética. Nos últimos anos, os seus projectos para a Bisazza, Established & Sons, Gaia &Gino, Baccarat e Camper não deixam ninguém indiferente.

Jaime Hayon

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AQHAYONQuando o fabricante de casas de banho ArtQuitect pediu a Jaime Hayon

que pensasse num produto “design” para o mercado espanhol, não imaginou

que estava prestes a fazer história. AQHayon, que foi apresentada em Milão

em 2004, é uma revolução soft, que transforma a tradição em futuro,

o conservadorismo em progresso. Ou, como expressa Hayon “uma

celebração da casa de banho como peça de mobiliário”. Com as suas formas

orgânicas, referências cruzadas (do neobarroco, ao mobiliário anos 60

passando pelo look boudoir), e irreverência cromática (combinações de

branco, amarelo, e preto, dourado e prateado), AQHayon coloca a casa de

banho no centro do palco doméstico. Em porcelana, fibra de vidro e madeira,

a colecção composta por lavatório, banheira e armários, permite inúmeras

composições, e completa-se com acessórios, como os cabides de parede em

forma de cabeça humana (sem feições) ou os candeeiros retro-futuristas.

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“Multifacetado” é um adjectivo que descreve bem a personalidade (inquieta) de Patrick Jouin. Mas há muito mais neste designer que procura estar“sempre no presente, mas nunca na moda”. Aprendiz de Starck, Jouin deixou o mestre em 1998 para abrir o seu próprio atelier. Desenvolveuprojectos de mobiliário para a Cassina, Kartell, Ligne Roset e Bernardht, e também iluminação, para a Murano Due ou a Artemide. Projectou osinteriores dos restaurantes de Alain Ducasse, incluindo o 58, no primeiro andar da Torre Eiffel. A sua habilidade para conciliar tradição emodernidade valeu-lhe alguns projectos preciosos como o design de interiores do showroom da Van Cleef & Arpels em Paris. Apesar de ter nascidoem Nantes, em 1967, Paris é a sua casa. “Fizemos as contas, e em Paris, encontramos um design de Jouin a cada 350 metros” disse ValerieGuillaume, curadora de design do Centre Georges Pompidou e comissária da primeira restrospectiva sobre Patrick Jouin, que teve lugar este ano emSão Paulo.

Patrick Jouin

Ver artigo sobre Design Digital na blue Design 3

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SOLID (2004)De inspiração orgânica, mas altamente técnica, Solid é o nome da colecção

de mobiliário produzida a partir da estereolitografia. Este nome complicado

é uma forma de prototipagem rápida que usa um raio laser para solidificar,

por camadas, resina líquida, transformando o desenho num objecto

tridimensional. Em 2004, Patrick Jouin foi o primeiro designer a conseguir

produzir objectos em tamanho real, “imprimindo-os”, através desta técnica,

directamente do CAD. A prototipagem rápida representa um avanço

importantíssimo nas técnicas de manufactura, comparável à introdução

do plástico. Uma oportunidade que Jouin soube aproveitar, com resultados

surpreendentes também ao nível formal, em Solid,

que parece reproduzir elementos do mundo natural (folhas, células)

amplificando-os e fixando-os para sempre.

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ver entrevista com Jasper Morrison na blue Design 8

Unanimemente considerado um dos maiores designers vivos, Jasper Morrison (1959) é um perfeccionista atarefado em melhorar as coisas, mais doque fazer coisas novas. Mas a maravilha é que os seus objectos, mesmo quando reescrevem tipologias sobejamente conhecidas, são sempre inteirae subtilmente novos. Morrison está nos pormenores. E na convicção de que a inovação e o aperfeiçoamento, passam mais pela redução do que peloacrescento. Do “utilitismo” ao Supernormal, Morrison é impossível de fixar num objecto. Aquilo que os permeia, a todos, é um silêncioextremamente falador, a modéstia dos grandes.

Jasper Morrison

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AIR CHAIR (2000) MAGISA Air Chair é um exemplo particularmente eloquente do talento de Jasper

Morrison para reinventar tipologias. Um objecto corrente, barato, banal –

a cadeira de plástico monobloco- transforma-se num ícone quando é tocado

pela graça subtil de Morrison. E pela tecnologia: a moldagem do plástico por

injecção a gás permitiu chegar com muita facilidade (e um baixo custo)

a formas nunca antes imaginadas. Com o seu confortável equilíbrio de

“ângulos e curvas”, a elegante Air Chair causou uma revolução na maneira

como vivemos os espaços exteriores. Porque de repente, uma vulgar cadeira

de plástico podia ser bonita, prática e durável (mesmo as versões coloridas

não se esvanecem ao sol). Morrison começou por desenhar a Air Chair versão

empilhável, para depois ampliar a linha com mesas e o modelo dobrável.

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Ver entrevista com Bertjan Pot na blue Design 10

Bertjan Pot talvez pareça um nome relativamente marginal para integrar a lista dos dez da década. Mas se pensarmos no êxito estrondoso, ou napopularidade ubíqua, de alguns dos objectos que desenhou nestes dez anos, vemos que não é tão periférico. Bertjan Pot faz parte da geração dedesigners holandeses que vê o dia quando os últimos foguetes da Droog design explodiam nos céus. O que significa que participa do espírito Droog,mas já é outra coisa. Em Pot, que nasceu em 1975, essa outra coisa começou por ser explorar incansavelmente “a superfície como estrutura”.Depois de objectos como Carbon Chair (uma citação directa de um clássico dos Eames) e Random Light, onde a exploração do material e da pele-esqueleto do objecto é central, Pot tem diversificado o seu approach, embora sempre guiado pela experimentação, como testemunham projectosmais recentes como Revolving Chandelier e Lazy Bastard.

Bertjan Pot

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RANDOM (1999-2002)Apesar do aparente caos, o candeeiro Random levou três anos a desenvolver.

Começou por ser um projecto do atelier Monkey Boys, criado por Bertjan Pot

e Daniel White em Roterdão em 1999. Quando o estúdio se desfez,

Pot continuou a trabalhar no projecto, até que a Moooi o colocou em

produção transformando-o num dos ícones do design do século XXI.

A ideia de Pot é simples: fazer um novelo de fibra de vidro banhada em epoxy

à volta de um enorme balão cheio que serve de molde.

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STEFANDIEZ

O P E R F E C C I O N I S T A

TEXTO M A D A L E N A G A L A M B A

IMAGENS S T E F A N D I E Z

Depois de vários meses à espera de uma entrevista com Stefan Diez,

decidimos avançar e mostrar o seu trabalho. Sem conversa. E quando olhamos para

a perfeição da cadeira Houdini, perguntamo-nos: palavras, para quê?

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”DIEZ PODE NÃO SER O MAIS PROLÍFICODOS DESIGNERS,mas os objectos que desenha deixam

marca (e ganham prémios) ”

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design :: entrevista

“OBSTINADO”. “PERFECCIONISTA”.

“Alguém que vai até aos limites”. É assim que

os colaboradores de Stefan Diez, que com ele convivem

e trabalham no seu atelier-oficina de Munique,

descrevem o designer. Depois de vários meses de trocas

de e-mails com um dos assistentes de Diez à espera de

conseguir uma entrevista, estas palavras podem bem

ser o mais perto que chegamos do designer.

Filho e neto de carpinteiros, Diez (pronuncia-se “ditz” e

não há nada de latino no nome) é um homem de

poucas palavras. E muito trabalho. Raramente dá

entrevistas, e percebemos porquê: está demasiado

ocupado. E cada projecto, um longo e árduo caminho

até à perfeição, leva-lhe imenso tempo.

Stefan Diez, que em poucos anos (abriu o seu estúdio

em 2003) se tornou uma das figuras cimeiras do design

alemão, faz parte do selecto clube de designers que

vincam o lado industrial da sua profissão. É assim que

se apresenta num documentário realizado para o canal

ARTE, que começa com esta declaração de princípio, e

termina com uma reflexão extremamente humilde e

realista: “o design nunca trará respostas às grandes

questões filosóficas. E quem pense o contrário, que

pense o que quiser”.

Com o seu aspecto de poeta torturado, Diez pode até

falar pouco, mas quando fala, mesmo silenciosamente,

nota-se. O mesmo se passa com o seu design. Diez pode

não ser o mais prolífico dos designers, mas os objectos

que desenha deixam marca (e ganham prémios).

CHAIR_ONE

No atelier de Munique, Diez acumula objectos que

o marcaram. Objectos que fizeram a sua história

ou para cuja história contribui. Entre as mesas de trabalho,

avistamos uma chair_One. Branca.

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THONET

Técnica antiga, formas actuais.

HOUDINI

A celebrada cadeira desenhada

para a e15.

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ENGENHO

Para a Rosenthal, Diez desenhou Shuttle, um sistema de recipientes de vidro com tampas inteligentes.

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”CLARA, SUCINTA,CONFORTAVEL, A CADEIRA HOUDINIé a imagem do novo design alemão:

sério mas cheio de graça”

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entrevista :: design

O exemplo mais recente é a cadeira Houdini,

editada pela empresa anglo-alemã e15, e que foi um

dos objectos mais louvados no último Salone del Mobile

de Milão. Como o nome indica, a cadeira tem truque.

Ou melhor, o truque é a ausência de truque.

Não tem um único prego ou parafuso, é apenas uma

sucessão meticulosa (colada à mão) de pranchas

de madeira, nas costas e no assento.

Clara, sucinta, confortável, é a imagem do novo design

alemão: sério mas cheio de graça.O sucesso de Houdini

não é, no entanto, uma excepção. O percurso de Diez

é uma sucessão de objectos exemplares. Vejamos: em

2002 vence o “Design Report Award” do Salone Satellite

de Milão com Big Bin, um sistema de armazenamento

de plástico que permite inúmeras configurações.

Em 2006, desenvolve, para a Rosenthal, Shuttle,

uma engenhosa colecção de recipientes de vidro para

cozinha. Extremamente versáteis, mudam consoante

a tampa (como um biberon) que é formada por duas

partes: uma de material plástico, como borracha, que

adere ao vidro e adopta a forma da base, e outra, na

extremidade, de porcelana, que termina o trabalho,

afinando a função, transformando a base numa garrafa

de azeite, num saleiro, numa jarra...

Apesar de acumular prémios Stefan Diez não tem nada

de estrela. Mantém-se fiel à sua metodologia “hands on”

e dedica tanto tempo a imaginar a forma do próximo

objecto como a polir (ou a esculpir) as pernas de uma

cadeira. “O nosso objectivo é chegar a uma unidade

entre a forma e a função de um produto”, afirma a certa

altura no documentário.

Note-se, não se trata de uma proximidade, ou

consequência, ou correspondência. É uma união.

Não admira que dê tanto trabalho.

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Antes de avançar para o protótipo, Diez trabalha a maqueta obsessivamente, até à exaustão.

Como uma escultura, onde por vezes há que limar, por outras acrescentar.

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”STEFAN DIEZ NÃO SE LIMITA A ‘DAR O RISCO’, COMO NOS ENSINARAM.Ele controla tudo até ao limite, mesmo

num contexto industrial onde,

inevitalmente, algo se perde ”

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Stefan Diez nasceu em Freising, Alemanha, em 1971.

Foi aprendiz de carpinteiro (corre-lhe nas veias, e por

isso não é estranho que admita que sempre soube que

algum dia teria o seu atelier de carpintaria) e estudou

design industrial na Academia de Arte e Design

de Estugarda. Em Munique, trabalhou no estúdio

de Konstantin Grcic (onde teve um papel muito activo no

desenvolvimento da icónica chair_One, e é fácil perceber

porquê) antes de abrir o seu próprio estúdio, em 2003.

É aí que, com uma equipa de quatro designers

(incluindo a sua mulher Saskia, com quem desenvolveu

uma linha belíssima de sacos de papel) que desenvolve

os seus projectos, colaborando com diversas empresas e

numa variedade de áreas. Para a Authentics, da qual foi

director de arte, Diez fez de tudo: contentores, sacos de

viagem de papel (de Tyvek, ligeiros e indestrutíveis)

como Papier A1 e Papier A2 e clips para acoplar canetas

à agenda ou ao bolso (Pen Clip). Para a lendária Thonet,

reinterpretou a técnica do prensado encontrando-lhe

novas formas. Para a Moroso a série “picotada” Bent,

ou o alumínio com cara de papel. E em cada projecto

adivinha-se a sua enorme reverência para com

os materiais (seja madeira, papel, metal ou vidro) que

trabalha e estica como se todos tivessem possibilidades

elásticas, e uma enorme aptidão para actualizar

tipologias e combinar conceitos. Do nada à ideia,

da ideia ao desenho, do desenho à maqueta, da

maqueta ao protótipo, do protótipo ao produto, a

dedicação é total e exclusiva, de maneira a que nada

seja desperdiçado nem fique fora do lugar.

Numa cadeira, por exemplo, a ideia é que o protótipo se

aproxime realmente muito do objecto final (inclusive,

se possível, antecipando e testando o processo de

fabricação) para minimizar riscos (de falhas, de custos).

Este designer não se limita a “dar o risco”, como nos

ensinaram. Ele controla tudo até ao limite, mesmo num

contexto industrial onde, inevitavelmente, algo se perde.

Claro, funcional, sem adornos nem desculpas,

o design de Stefan Diez tem endurance.

Porque as coisas que levam tempo têm mais chances,

parece, de perdurar no tempo. e

www.stefan-diez.com

BIG BIN

Um sistema de arrumação modular

desenvolvido para a Aunthentics.

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PICOTADA

A série Bent, editada pela Moroso

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Page 63: blue design 12

O melhor do ano em produtos, marcas, ideias e criativosA segunda edição dos prémios Blue Design volta a distinguir

os fora-de-série do ano. Passamos 2009 em revista à procura

de inovação e criatividade.

As categoriasCRIATIVO DO ANO : CRIATURA DO ANO: ESTREIA DO ANO: REGRESSO DO ANO : LUXO DO ANO : BÁSICO DO ANO

MÁQUINA DO ANO : SPOT DO ANO : IDEIA BRILHANTE DO ANO : INSPIRAÇÃO DO ANO

10 categorias, 50 finalistas, 10 vencedores

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CRIATIVO DO ANOA F I G U R A O U C O L E C T I V O Q U E N O S E S M A G O U E M 2 0 0 9

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9 Konstantin GrcicNovembro foi o mês de Konstantin Grcic. Com duas exposições a inaugurar quase em simultâneo, o alemão

confirma o que todos já sabiamos: que é um dos designers mais influentes da sua geração. Em Chicago, o Art

Institute dedicava-lhe uma retrospectiva, Decisive Design. Em Londres, Grcic assumia a curadoria da primeira

exposição de design com a chancela da Serpentine Gallery, Design Real. "Decidido" e "real" são de facto dois

bons adjectivos para qualificar a postura de Grcic face ao design, que leva a sério, como poucos, e com humor,

como menos ainda. E se Novembro foi um mês em cheio para Grcic, o resto do ano também não lhe correu mal.

Em 2009, apresentou a cadeira Monza (Plank), a mesa Table B, para a BD Barcelona, uma linha de mobiliário

de escritório tubular para a Thonet/Muji e uma das peças do ano: a cadeira de escritório 360o (Magis). A 360o é

emblemática do design de Grcic: não é especialmente fácil, ou convidativa, mas acaba por revelar-se perfeita.

A estranheza e a rigidez formal de 360o é um truque ergonómico: a cadeira foi desenhada para passarmos pouco

tempo nela, o que se torna benéfico para costas maltratadas. Meio cadeira, meio banco, a 360o é uma bofetada

de luva branca aos obcecados pela ergonomia, e convida-nos a fazer coisas bem mais produtivas do que

trabalhar, como alguém sugeriu. Fiel aos seus principios, Grcic não pareceu nada incomodado com as críticas,

e fez humor com elas. No seu estúdio de Munique, continua ocupado com os seus projectos, que mais do que

desenhar, redesenham o mundo. Apaixonado pela indústria e pelos materiais, rejeita o estatuto de estrela,

mesmo quando é inegável que conquistou o seu lugar no panteão. E por isso é o nosso designer do ano.

www.konstantin-grcic.com

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{ F I N A L I S T A S }

SAM BARONSaber qual será o próximo projecto de Sam

Baron é sempre um desafio aliciante.

A imaginação, a poesia, o lado onírico

e louco do seu design são uma surpresa

constante. Este ano Baron presenteou-nos

com mais objectos extra-ordinários: a série

de cerâmica Bizarre, a colecção Royal

Actual, para a Vista Alegre, a série em vidro

Utiles & (F)utiles para a Secondome e mais

uma colaboração inspirada, Issima, com a

Bosa. Um sofá e uma mesa para a Zanotta

mostram que apesar de ser um mestre na

cerâmica, o seu talento não se esgota aí.

www.sambaron.fr

STUDIO MAKKINK & BEYRianne Makkink e Jurgen Bey formam

um casal aparentemente tão feliz em casa

como nas colaborações criativas.

A arquitecta e o designer holandeses

continuam o seu percurso luminoso entre

a arte e a indústria, assinando alguns

dos projectos mais frescos do ano.

Como a loja Droog no Soho de Nova Iorque

ou a linha office "ma non troppo"

projectada para a editora alemã Prooff.

www.jurgenbey.nl

NACHO CARBONELLEm dois anos, o valenciano Nacho

Carbonell passou do estatuto de jovem

promessa a estrela consumada.

A diferença, em relação às estrelas

fugazes, é que o fez com muita consistência

e assertividade, apesar do seu ar

vagamente tresloucado. Eleito Designer of the Future pela Design Miami,

o idiossincrático Carbonell soube

conquistar o seu lugar na cena mais artydo design, com os seus cocoons e formas

uterinas. A sua passagem pelo espaço

Rossana Orlandi e pela exposição Craft

Punk (ou pela EXD, em Lisboa)

não passou despercebida.

www.nachocarbonell.com

TIM BURTONCom uma mega retrospectiva no MoMA,

o cineasta norte-americano Tim Burton

passou de realizador a (verdadeiro) artista.

Compararam-no a Andy Warhol

e chamaram-lhe “surrealista pop”.

Para nós é um criativo cinco estrelas.

E o ano não teria sido o mesmo sem ele.

www.timburton.com

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CRIATURA DO ANOO ÍCONE (DE DESIGN OU ARQUITECTURA) DO ANO A QUEM DARÍAMOS UM ÓSCAR SEM PESTANEJAR

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9 Quilt, de Ronan & Erwan Bouroullecpara a Established & SonsA primeira colaboração dos irmãos Bouroullec com a Established & Sons não podia ser mais inspirada. Estiveram indecisos, mas acabaram

mesmo por baptizar este sofá que grita "sentem-se!" com o nome de Quilt. É a antítese dos sofás rígidos e estruturados e a sua chave está no

material. Desenvolvido pelos especialistas dinamarqueses da Kvadrat (que colaboraram com os bouroullec em Tiles e Cloud), este tecido

elástico é como uma "luva com vários bolsos". E cada bolso está cheio de espuma. Duas camadas de tecido cozidas desenhando favos de mel

fazem esta manta acolchoada, que depois cobre uma estrutura de fibra de vidro. Assim se chega a uma peça onde o conforto visual é tão

conseguido quanto o conforto físico. Um sofá contemporâneo para as novas formas de sentar e estar. O ponto de partida, explicam os irmãos,

era fazer um sofá ultraconfortável, desestruturado e acolhedor. Embora para alguns a pele de Quilt evoque geometrias moleculares,

a explicação dos Bouroullec é muito mais prosaica: inspiraram-se, dizem, na carapaça de uma tartaruga ou mesmo numa bola de futebol.

E chegam a comparar Quilt a um superherói musculado. Musculado, sim, mas ainda assim doce.

www.establishedandsons.com

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{ F I N A L I S T A S }

PLEATED PLEAT Apresentada na performance Craft Punk,

organizada pela Design Miami em Milão,

a cadeira Pleated Pleat de Yael Mer e Shay

Alkalay (Raw Edges) é mais um exemplo

da habilidade dos designers para

transformar materiais planos em volume,

e passar num ápice da bidimensionalidade

à tridimensionalidade. Uma série

de mobiliário de papel (na realidade,

é Tyvek) onde as dobras e pregas,

enchidas com espuma de poliuretano,

dão literalmente corpo a uma ideia.

www.raw-edges.com

COLOR HANGER (RED)É só um cabide. É de Fernando Brízio e é

uma das "relíquias" que sairam do sótão

do designer para a exposição que fez com

Miguel Vieira Baptista na Marz. Desde que

o vimos não pensámos noutra coisa que

não fosse pendurar nele um chapéu de

feltro, ou não. Até o próprio Brízio, quando

um coleccionador se declarou demasiado

interessado em adquirir a peça, se mostrou

reticente em separar-se dela. Dizem-nos

que a tinta solidifica através de um

processo chamado "sinterização selectiva

por laser". Mas até podia secar ao ar.

Adorávamos na mesma.

www.marz.biz

SOFT PARCELDesde que fundaram o estúdio TAF,

em 2002, os suecos Gabriella Gustafson

e Mattias Stahlbom têm feito um percurso

sossegado mas seguro. Arquitectos de

formação, fazem design de interiores

e equipamento. Determinados a tornar

o quotidiano menos banal, são autores de

alguns dos melhores projectos do ano.

Como a colecção de assentos modulares

Soft Parcel, que desenvolveram

para a Rossana Orlandi.

Um tecido com a aparência de papel

lustroso forra volumes de espuma para

formar pacotes onde nos sentamos.

O look "embrulhado" no seu melhor.

www.tafarkitektkontor.se

HOUDINIPara a alemã e15, Stefan Diez fez uma

cadeira de perfil invejável . Houdini é,

como o seu nome indica, uma ilusionista.

Por detrás do seu rigor e simplicidade

formal esconde-se uma técnica inovadora,

inspirada no fabrico de modelos de

aeroplanos. Duas lâminas de madeira

coladas uma à outra (sem pregos nem

parafusos) numa espécie

de moldagem manual.

www.stefan-diez.com

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ESTREIA DO ANOA E N T R A D A T R I U N F A N T E E M P O R T U G A L O U N O M U N D O

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9 MoustacheAtrás deste “bigode” divertido esconde-se uma das

melhores surpresas do ano. Apresentada oficialmente

em Milão, a Moustache causou sensação. A editora

criada pelos fundadores da Domestic (especialistas

em stickers de vinil) é a coqueluche do design gaulês.

Juntou uma mão-cheia de designers de talento

(Inga Sempé, François Azambourg, Matali Crasset,

Big Game e Ana Mir com Emili Padrós)

e passou-lhes um brief desafiante: desenhar objectos

para a casa tão bons quanto acessíveis.O alvo era um

segmento pouco explorado: a enorme fatia que se

estende entre o do-it-yourself comercial e o design

para as elites. Acertaram na mouche. Os nossos

preferidos: as cadeiras Bold, dos Big Game, a mesa

de François Azambourg, as cadeiras instantâneas

de Matali Crasset, e o balão de ar fresco, em forma

de luminária, de Inga Sempé.

www.moustache.fr

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SKITSCHApadrinhada pela jornalista Cristina

Morozzi (que aqui assegura a direcção

artística) a Skitsch é uma nova editora

italiana com vocação internacional.

Outra debutante num segmento a

despontar (o middle-luxury) a Skitsch

produz versões acessíveis do design de

autor. Quer isto dizer que podemos ter, por

um preço acessível, um serviço de chá de

Maarten Baas ou um candeeiro dos

Campana. A nata do design internacional

(atenção às Front, a Kiki van Eijk ou ao cada

vez mais notado Philippe Nigro) numa nova

label com espírito democrático.

www.skitsch.it

MUDE O MUDE mudou-se para a Baixa numa

das mais esperadas (ante) estreias do ano.

A imprensa não poupou elogios à

intervenção dos arquitectos Ricardo

Carvalho e Joana Vilhena na antiga sede do

BNU e não era para menos. Chamaram-lhe

"selecção destrutiva" e o resultado está à

vista: a estrutura do edifício, nua, pontuada

por elementos sagrados (o magnífico

balcão) não rivaliza, mas enaltece,

os Eames e as Westwoods.

www.mude.pt

CONSTANCE GUISSET Depois de trabalhar no estúdio dos irmãos

Bouroullec, a polivalente Constance Guisset

(para além do design é formada em

ciências políticas e joga andebol) lança-se

num voo a solo. A designer é considerada

uma das grandes promessas do design

francês. Uma cadeira que dança, um

aquário-gaiola e um canedeeiro que levita

são alguns dos projectos absolutamente

"fora" que não nos importariamos nada

de levar para "dentro" de casa.

www.constanceguisset.com

MARTIN MARGIELA A entrada do "estilista sem rosto" na arena

de Milão foi uma das jogadas do ano.

Sempre em trompe l'oeil, a vanguardista

griffe belga transportou para a semana

do design o seu universo engessado e cool, e deixou claro que tem uma palavra a dizer

no crossover entre a moda e o mobiliário.

Algumas das peças que encontramos

nos showrooms da marca já estão

a ser comercializadas.

www.maisonmartinmargiela.com

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REGRESSO DO ANOP R O T A G O N I S T A D E U M “ C O M E B A C K ” M E M O R Á V E L E M 2 0 0 9

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Royal Actual,de Sam Baronpara a VistaAlegre O ADN da Vista Alegre descodificado e rebaralhado por Sam

Baron na colecção Royal Actual é o nosso regresso do ano.

Porque neste projecto o designer francês parte de um

riquíssimo espólio — toda a tradição decorativa e formal da

Real Fábrica de Porcelanas, todo o know-how acumulado e o

património humano —e apropriando-se dele para o reinventar,

torna-o inquestionavelmente contemporâneo. Conseguir novas

formas a partir de formas já existentes não é uma novidade.

Mas fazê-lo com tanta harmonia, equilíbrio e subtileza já não

é tão óbvio. As formas, históricas e actuais, entrelaçam-se em

peças irrepetíveis simultaneamente barrocas e depuradas.

O mesmo gesto se repete na apropriação dos motivos florais,

um cruzamento de várias épocas, que passam a preto,

tornando-se num novo desenho, com requintados toques

dourados. Beleza inquebrável.

www.vistaalegre.pt

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MARCO SOUSA SANTOS Para a Experimenta, Marco Sousa Santos

resolveu tirar da gaveta alguns projectos

"adormecidos", misturando-os com

abordagens novas, em Workstation.

Todos são cadeiras. Todos são design

irrepreensível e juntos fizeram uma das

exposições mais memoráveis da Bienal,

à volta de um dos objectos mais difíceis

(pela sua própria evidência) para um

designer. As cadeiras do passado, vistas

e revistas, num regresso ao futuro mais

do que promissor.

ww.marcosousasantos.com

COLECÇÃO IKEA PS 09De três em três anos, com o lançamento

das colecções PS, a IKEA diverte-se a

desafiar o design elitista. Para deleite de

todos os que adoram design mas têm

carteiras formato flatpack (e não incha).

Mas este ano, o gigante sueco esmerou-se.

Hella Jongerius e as Front estão entre os

autores convocados para fazer o design

descer à terra. E agradece-se.

www.ikea.pt

SYSTEM (RE)ACTIVE System (Re)Active é um upgrade da "mala"

System 2K07, lançada pelo gabinete Miguel

Rios Design em 2007. Uma versão

optimizada, que deixa claro que mesmo

perto da perfeição, podemos sempre fazer

melhor. Colorido, compacto, mas deixando

intacto o espírito visionário do modelo

original, o System é um dos nossos

regressos do ano. Comercializado

internacionalmente, foi o vencedor

do Prémio Nacional de Design -

Sena da Silva na categoria Moda/Têxtil.

www.miguelriosdesign.eu

PROUST GEOMÉTRICAAs pinceladas no estofo da cadeira Proust,

que representam "fragmentos de

memória", podiam ter sido pixelizadas,

numa versão contemporânea. Mas

Alessandro Mendini preferiu torná-las

geométricas numa versão actual, editada

pela Cappellini, do clássico do Studio

Alchymia de 1979. Não é um ícone,

mas é um regresso assinalável.

www.capellini.itS

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LUXO DO ANOI M P O S S Í V E L O U N Ã O , O L U X O A Q U E T O D O S G O S T A R Í A M O S D E N O S D A R

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Aston Martin Não é um num milhão, é um em 77. Uma produção limitada de 77 unidades coloca o Aston Martin

One-77 no topo dos topos dos objectos de luxo mais desejados do ano. Esteticamente puro, dinâmico

e com um visual agressivo é um tailor-made à altura da elegância seu ocupante mais famoso:

James Bond. Mesmo que tudo não passe de ficção, continuemos a sonhar.

www.one-77.com

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WAJIMA COLLECTIONO verdadeiro luxo é uma peça que simboliza

o encontro entre os irmãos Bouroullec e

o Japão. A colecção Wajima, desenvolvida

para a Japan Brand, encontra novas

aplicações e usos para técnicas ancestrais,

como o lacado. Uma série de objectos para

a casa onde a suavidade - táctil e formal -

dá o mote. Brilhante.

www.bouroullec.com

CRYSTAL CANDYAnanases, romãs, bolas de golfe e gotas de

água foram alguns dos motivos explorados

por Jaime Hayon na colecção Crystal

Candy, da Baccarat.Texturas e espessuras

diferentes, as habituais combinações

insólitas de materiais (cerâmica e cristal)

intervêm num jogo de brilhos e mates,

transparências e cores, com o génio de

Hayon. São nove peças precisosas, numa

edição limitada de 25 conjunto e são um

luxo que se come com os olhos.

www.hayonstudio.com

TAPETE MANGASPode pendurar-se na parede, como uma

tela, ou estender-se no chão, para receber

passos calorosos. É o tapete Mangas,

desenhado por Patricia Urquiola, mestre

na combinação do new craft com o estilo

clean, para a Gandía Blasco. Formado por

módulos combináveis, de lã 100% virgem,

é a encarnação de um luxo muito íntimo

e valioso: o de nos sentirmos bem,

protegidos, em casa.

www.gandiablasco.com

AZEITE QUINTA DE SÃO VICENTE A garrafa de azeite desenhada por Michael

Young para a Herdeiros Passanha, é

poderosa. Olhamos para ela, na prateleira do

supermercado, e não conseguimos resistir.

Aderimos instintivamente, mesmo antes de

sabermos quem a desenhou, e mesmo antes

de provarmos o azeite que contém

(Quinta de S. Vicente) e constatar que é uma

maravilha. O design alia (mesmo) tradição

e modernidade e desta vez é a sério e vale a

pena. O ouro líquido no seu interior

não é eclipsado pelo packaging de luxo,

vencedor de vários prémios.

www.passanha.eu

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BÁSICO DO ANOO E S S E N C I A L Q U E D E V I A S E R O B R I G A T Ó R I O

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MaruniA japonesa Maruni é o nosso básico do ano.

Claro que é um básico bastante high-end, mas teve de ser.

Porque fazer coisas simples é infinitamente mais complexo do

que complicar. Como a ultraleve cadeira Cord,

de nendo, em madeira e aço, cujos pés têm 15mm de

diâmetro. Ou as novidades da colecção Hiroshima,

de Naoto Fukasawa, onde facilmente está tudo o que é

essencial.www.maruni.com

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HAPHAZARD HARMONY Afinal, Maarten Baas pode até ser

um menino bem comportado.

Com muito chá, servido no conjunto

Haphazard Harmony, que desenhou

para a Skitsch. Simples e bom.

www.maartenbaas.com

UTILITY “Longevidade, dureza e peso”. A partir de

materiais longevos e duros, como o vidro

industrial e a pedra, o britânico Tom Dixon

fez uma colecção resistente. À prova do

tempo e das modas, Utility concentra-se

no essencial e ganha a aposta, como no

candeeiro Fluoro, em enérgico cor-

de-laranja industrial.

www.tomdixon.net

R5.5 A colecção de relógios r5.5, desenhada

por Jasper Morrison para a Rado,

é um básico de luxo. Pormenores subtis

que fazem toda a diferença.

www.jaspermorrison.com

PAPIERUltraleves, super resistentes e bonitos, os

sacos Papier, desenvolvidos por Stefan Diez

e a mulher, Saskia, são um básico que devia

fazer parte de qualquer guarda-roupa

moderno. São feitos de papel sintético (dos

especialistas em materiais muito à frente,

Dupont) e apesar do seu peso pluma (115g

o mais pequeno, 135g o maior) podem levar

roupa para um fim-de-semana.

www.saskia-diez.de

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MÁQUINA DO ANOA M A Q U I N A – C A R R O , G A D G E T , E L E C T R O D O M É S T I C O — Q U E M A I S N O S F A S C I N O U E M 2 0 0 9

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Philips Food Design Probes Muito à frente. É essa a filosofia da Philips, que através do projecto de pesquisa Design Probes procura detectar

tendências e assegurar-se de que pelo menos algumas delas se tornarão mainstream em relativamente pouco tempo.

A ideia é a partir de sintomas marginais da sociedade actual, antecipar o futuro, e desenhar o lifestyle pós 2020 em

cinco grandes áreas: política, economia, cultura, ambiente e tecnologia. A comida é um dos temas em foco e foram

desenvolvidos três projectos - Diagnostic Kitchen, Food Creation e Home Farming – que antevêem como comeremos

e o que comeremos dentro de 15 ou 20 anos. Uma máquina que analisa a comida e avalia se corresponde às nossas

necessidades nutricionais pessoais, uma impressora que torna a cozinha molecular uma realidade doméstica, e um

aparelho que permite criar uma mini biosfera caseira (e daí extrair alimentos) são algumas das ideias extravagantes mas

que podem muito bem tornar-se realidade.

www.design.philips.com

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LEICA M8 WHITE EDITIONEm tudo idêntica à mítica M8, menos na cor

– branca – a Leica M8 White Edition foi um

dos lançamentos (limitados) do ano.

Podemos até preferir a clássica em preto

e cromado, mas uma Leica é uma Leica.

www.leica.com

TOSHIBA PORTÉGÉ R600779 gramas é quanto pesa o Toshiba

Portégé R600, apresentado como

o “ultraportátil mais leve de sempre”.

O perfil ultrafino não faz concessões à

performance. E essa é uma

das ideias do bom design.

www.toshiba.com

HUGO BOSS MOBILE PHONE BY SAMSUNG Elegante, minimal, intuitivo. O telemóvel

Hugo Boss by Samsung é um dos gadgets

do ano. Em preto metalizado e com capa

de pele a condizer, é perfeito para bloggersmodernos: no seu ecrã touch screen os

widgets permitem o acesso directo às

funcionalidades favoritas. E não são poucas.

www.samsung.com

TELEVISOR BEO VISION Potente e discreto, o Beovision 4 e 103''

da Bang & Olufsen é a prova de que pensar

em grande também resulta.

O único televisor gigante com suporte

metalizado, o que permite movê-lo

e ajustar a sua posição facilmente.

www.bang-olufsen.com

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SPOT DO ANOU M H O T E L , G A L E R I A , R E S T A U R A N T E O U L O J A D E O N D E N Ã O Q U E R E M O S S A I R

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Hotel Juvet Nos bosques noruegueses, o hotel Juvet é o spot do ano. Para um detox bucólico recomenda-se contacto

com a natureza, mas também com a arquitectura de herança modernista e o design contemporâneo.

Assim, simples e bonito. A ideia de abrir este geoturismo com design partiu do extravagante Knut

Slinning , abençoado com a ideia de partilhar o seu bocadinho de paraíso terrestre com o resto do

mundo. Contratou o gabinete de arquitectura Jensen & Skodvin para desenvolver o projecto, guiado

pela integração das cabanas na natureza e a ideia de que cada quarto só pode ter vista para as árvores,

riachos e pedras (e não para as outras cabanas) para garantir a privacidade total. Durante o Verão,

organizam-se estadias de cinco dias, com direito a actividades várias para desfrutar

ao máximo da paisagem. No Inverno, a acção volta-se para dentro, com packs dirigidos a empresas

e organizações. Ao ar livre ou dentro da cabana envidraçada a experiência é sempre

o máximo. www.juvet.com

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ALTIS BELÉM O hotel Altis Belém tornou-se um spotobrigatório na Lisboa ribeirinha.

Os descobrimentos revisitados num

projecto de sonho realizado pela fina flor

da arquitectura e do design nacionais:

Risco, RMAC e Manuel Alves

José Manuel Gonçalves.

www.altishotels.com

HOUSE OF BLUEA loja da Droog Design no Soho

novaiorquino é mais um projecto delicioso

do Studio Makkink & Bey.

House of Blue é uma casa dentro de uma

casa, feita de espuma de poliuretano

e onde podemos encontrar todas

as memórias portáteis da Droog.

www.droog.com

ACE HOTEL NYCDepois de Portland e Seattle, é a vez da

costa leste dos Estados Unidos conhecer

o espírito inconfundível dos hotéis Ace.

Criados por um entrepreneur ligado ao

mundo da música, são uma mistura de

Americana, objectos vintage, e design

contemporâneo. Sem esquecer os livros,

a música e a arte.

www.acehotel.com

LOJAS CAMPER TOGETHERNão é um lugar, são vários. A Camper

continua a apostar, com muitíssimo êxito,

na colaboração com designers de primeira

para projectarem “lojas de autor” com

o projecto Camper Together. Alguns

exemplos que marcaram o ano: a loja dos

irmãos Bouroullec perto do Pompidou,

em Paris, e o espaço desenhado por Jaime

Hayon em Tóquio.

www.camper.com

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IDEIA BRILHANTE DO ANOU M O B J E C T O O U I D E I A Q U E F E Z T O D A A D I F E R E N Ç A O U B R I L H O U M A I S F O R T E E M 2 0 0 9

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9 Vapeur, de IngaSempé para a Moustache Podia ser um chapéu de cozinheiro ou um balão a hélio

extremamente sedutor mas é Vapeur, o candeeiro

desenhado pela francesa Inga Sempé para a colecção

inaugural da Moustache. Feito de Tyvek (o versátil material

desenvolvido pela Dupont, que parece papel, mas não é)

tema leveza e a poesia das Akari de Noguchi.

Mas as “pregas” denunciam a sua origem: é claramente um

plissado de Sempé. Daqueles que nos fazem “levitar”.

www.ingasempe.fr

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R2 ERMIDA Artur Rebelo e Lizá Ramalho, os R2,

voltaram a ocupar a fachada da Ermida de

Belém com Dois Tempos, uma instalação

gráfica que brilhou. Mesmo à noite, ou não

tivessem as letras (que formavam frases

retiradas da imprensa internacional, a

propósito do tempo) sido pintadas com tinta

invisível e luminescente. O tangencial mais

luminoso da Experimenta.

www.r2design.pt

DIESEL SUCCESSFUL LIVINGA moda e o mobiliário nunca estiveram

tão próximos. A alimentação recíproca,

de marcas de roupa que capitalizam

o se estilo e editam peças de design,

e editoras de mobiliário que de repente

se viram para a moda,

é uma das tendências do ano.

A Diesel, que entrou triunfante neste

nicho, asosciando-se à Moroso

e à Foscarini, soube tirar partido

desta ideia brilhante.

www.diesel.com

MAKE IT BETTER A empresa portuguesa Móvelpartes decidiu

apostar no design como ferramenta

diferenciadora, e pediu aos ateliers Miguel

Vieira Baptista, Pedrita e Lagranja que

desenhassem novos equipamentos para

a sua linha de mobiliário em kit, Make it.

Um upgrade bem-vindo em tempos

de crise.

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LIGHT BULBS A meio caminho entre o design e a arte,

Pieke Bergmans é um nome a reter no novo

design holandês. Faz autênticos prodígios

com o seu material de eleição, o vidro,

como na edição especial das Light Bulbs,

onde, contaminado pelo design “viral”

de Bergmans, o vidro parece liquefazer-se

(ou não chegar a solidificar).

www.piekebergmans.com

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INSPIRAÇÃO DO ANOUM L IVRO, EXPOSIÇÃO OU OBRA QUE NOS INSPIRA E SEM O QUAL 2009 NÃO TERIA FE ITO SENTIDO

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EXD 09 A imprensa internacional elogiou a Bienal e Lisboa. Nós elogiamos a Bienal de Lisboa,

felizes com o regresso da EXD a casa. Quase colada à década que a inspirou

e que inspirou, a EXD fez dez anos em força. Com ups e downs,

mas muito mais para cima do que para baixo, a “nossa” Bienal está mesmo de parabéns.

www.experimentadesign.pt

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PRADA TRANSFORMER O palácio rotativo e camaleónico de Rem

Koolhaas para a princesa Miu Miu foi um

dos happenings do ano. Em Seul, foi palco

de exposições, cinema e instalações.

Um tetraedro mágico.

www.prada.com

SUMMER PAVILIONO Summer Pavilion da Serpentine,

foi tomado pelo atelier de arquitectura

Japonês SANAA. Uma folha reflectiva

de alumínio passeava sobre as nossas

cabeças, como uma nuvem espelho ou um

lago flutuante. Uma maravilha que mais

que inspirar, faz suspirar.

www.serpentinegallery.org

VIA LÁCTEA A colaboração entre Júlio Dolbeth e Sam

Baron para a Vista Alegre é prodigiosa.

Novas constelações a partir de estrelas

conhecidas, gráficas e materiais. Parece

que o ilustrador e o designer tocaram o céu,

e levaram-nos com eles.

www.julioguestlist.blogspot.com

FARAWAY Revolucionária, visionária, a casa-

-de-banho Faraway, desenhada pelos

mestres Ludovica & Roberto Palomba para

a Zuchetti/Kos, é a expressão de um futuro

que afinal não está tão longe.

Uma inspiração revigorante.

www.palombaserafini.com

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Rua do Loreto, 61

www.aervilhacorderosa.com.

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spot :: brand new

L O J A R E T R O S A R I A , D E R O S A P O M A R

O Pomar de RosaUMA DAS PRIMEIRAS bloggers em Portugal, Rosa Pomar, decidiu fazer o movimento inverso

e abriu a sua primeira loja off-line. No segundo andar de um prédio na Rua do Loreto,

a “designer-maker” abriu a sua retrosaria, onde podemos encontrar tecidos, bonecas, fitas,

slings e até uns minúsculos bonecos de plástico anos 20, confortavelmente deitados nas suas

caminhas, feitas à mão, é claro. Rosa Pomar abriu este espaço porque tanto tecido já não cabia

em casa. Mas há mais: “Há muito tempo que sonhava com um espaço em que pudesse conciliar

o trabalho de atelier com a organização de workshops. Estar num segundo andar permite-me ter

o ambiente ideal para isto: nem demasiado exposto como numa loja de rua, nem inacessível

como em casa”. Entretanto, podemos sempre espreitar o blog de Pomar, que já fez oito anos

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??????????? :: ?????????

2 4 I S S E Y M I Y A K E , D E N E N D O

Tudo à vistaDEPOIS DE TOKUJIN YOSHIOKA, é a vez da nova promessa (realidade) do design japonês,

Oki Sato/ Nendo, se associar ao mestre Miyake, num projecto de design de interiores para a nova loja do

criador. O atelier de Oki Sato assina o projecto da loja 24, um espaço que apresenta uma selecção de peças

de Issey Miyake, disponíveis em várias cores, cheias de energia. A loja é um pano de fundo

propositadamente branco e clean, onde a roupa de Miyake sobressai sem esforço. A estética inspira-se nas

lojas de conveniência nipónicas, com os produtos ordenadamente expostos e ao alcance de todos. Tudo

à vista (não há espaço de armazenamento, quando a colecção exposta é vendida, é substituída por outra)

e tudo em movimento: a loja é a roupa, e quando a colecção muda, estamos noutro espaço.

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brand new :: showroom

S H O W R O O M B U L T H A U P C H I A D O

Cozinha ContemporâneaQUEM PASSAR NO LARGO DA ACADEMIA DE BELAS ARTES, em Lisboa, pode nem reparar no novíssimo

showroom da Bulthaup, de tal maneira está integrado na arquitectura local. Mas ao passar a porta, rapidamente percebemos que

estamos num lugar diferente, onde tudo foi cuidado até ao mais pequeno pormenor para mostrar algumas das mais bonitas

cozinhas do mundo. Neste espaço, os vários sistemas desenvolvidos pela marca alemã (do mais básico ao mais sofisticado) podem

ser vistos e testados, como se quer. Para além dos sistemas Bulthaup, há lugar para as soluções de vanguarda da Gaggenau, neste

projecto integrado que dá uma boa ideia da experiência de cozinha contemporânea ao nosso alcance. Design e tecnologia ao lado de

azulejos antigos e uma das mais bonitas vistas sobre Lisboa. A cereja no topo do bolo: mobiliário e iluminação da Established &

Sons, numa selecção de objectos da exclusiva editora inglesa, também à venda. www.bulthaupchiado.com

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E S P A Ç O B Á

EmBÁsbacadosFOI ASSIM QUE FICÁMOS ao visitar o Espaço BÁ, uma

“plataforma de áreas criativas” na Rua do Barão, perto da Sé, em

Lisboa. O espaço serve de sede ao atelier de design e consultoria BÁ,

mas será muitas mais coisas. Para já, há uma parceria com a galeria

3+1, que expõe obras dos seus artistas (arrancando com Sara&André,

que não está nada mal). Mas o inteligente projecto de renovação, com

espaços versáteis e bem aproveitados (inclui um bar!) abre muitas

outras opções. Na fachada, o ambiente é NoHo, por dentro, um

quadro despojado e contemporâneo, numa sucessão de vénias ao

bom gosto, dignas de menção (indo, reparem na oliveira, na

campainha e na casa de banho). O Espaço BÁ é uma ideia da

responsabilidade de dois ilustres colaboradores da blue Design,

o Luís Royal e o Rui Catalão, tão boa, que nem é preciso puxar

a brasa à nossa sardinha.

www.ba-studio.com

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foco :: design

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(SUM )one, o primeiro projecto de design de mobiliário de Miguel Rios,

nasce de uma instalação de Ângela Ferreira que por sua vez parte da intersecção de três

referências: um banco, uma casa e uma moeda. Complicado? Talvez. Mas fascinante.

POR M A D A L E N A G A L A M B A

CONTAMINAÇÃO CRIATIVA

UM BANCO EM LISBOA ligado a outro banco em Maputo, ligado a uma casa visionária

em Brno, ligada a uma moeda, ligada à Minikitchen de Joe Colombo. Ligações. Citações.

Hipervínculos. Textos que se apropriam de outros textos, textos que desembocam noutros

textos, portas que se abrem, gavetas que deslizam à velocidade de um duplo clique.

A intertextualidade está no núcleo do projecto colaborativo entre o gabinete Miguel Rios

Design e a artista plástica Ângela Ferreira. Eles chamam-lhe “exercícios de apropriação”

e é este dialogismo que está na origem das duas partes do projecto (que por sua vez

“conversam” entre si): a instalação BNU, de Ângela Ferreira e o equipamento (SUM)one,

de Miguel Rios Design. Para além de explorar ligações verticais (um objecto que remete

para outro objecto e assim sucessivamente) (SUM)one, apresentado em finais de Outubro

na Galeria Filomena Soares, propõe uma “renovada reflexão interna acerca das ligações

e diferenciações entre a arte e o design”.

Tudo começou com uma “encomenda” do MUDE. O Museu do Design e da Moda desafiou

Miguel Rios a criar um projecto e Miguel Rios desafiou Ângela Ferreira, uma artista

cujo percurso seguia há muito, a colaborar com ele. “Ela apropriava-se de um espaço

arquitectónico no MUDE, fazia o que quisesse, e a partir daí eu fazia uma peça”.

Por esta ordem, o trabalho de Ângela Ferreira é virgem (até onde qualquer obra o pode ser)

e a abordagem de Miguel Rios, surge já contaminada pelo seu predecessor (e muito mais).

Para Ângela Ferreira, o detonador foi uma sala do edifício do MUDE em Lisboa, outrora a

sede do Banco Nacional Ultramarino na metrópole. A sala Dom Luís Pereira Coutinho

(homenagem ao administrador do banco que, nos anos 1950/1960 ordenou a remodelação

do edifício do século XIX) era um espaço atípico, distante das premissas modernistas do resto

do edifício, mas também uma imagem fortíssima do poder imperial português. No coração

do banco emissor para as colónias, era o centro do centro. Por razões logísticas, não foi

possível realizar o projecto nessa sala. Mas um parapeito, em forma de meia rotunda, que

delimita o foyer no primeiro andar, debruçado sobre a ampla entrada no rés-do-chão,

chamou a atenção da artista. É desse elemento arquitectónico que parte a reflexão de Ângela

(SUM)ONE: EXERCICIOS DE APROPRIAÇÃO, projecto colaborativo de Miguel Rios Design e Ângela Ferreira.

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Ferreira, nascida em Maputo em 1958, num trabalho

sempre centrado (ou descentrado) na arquitectura

e no colonialismo. Ou como escreve Jurgen Bock, no “in

between”, o espaço intersticial entre o passado e o futuro,

o Norte e o Sul, e todos os colonialismos. Do parapeito em

Lisboa, Ângela Ferreira passa rapidamente para a parede

curva e fluida de Mies van der Rohe na “Casa Tugendat”,

em Brno, actual República Checa, e fecha o círculo (ou

abre) na moeda moçambicana de dez meticais, que

inspira a sua “mesa de reuniões” (de poder), uma das

componentes da instalação de BNU. Este círculo, essa

mesa de poder, é o ponto de partida de Miguel Rios.

A ideia de “mesa” acende outra ligação na cabeça de Rios.

Retrocede até 2008, ano em que escolheu a Minikitchen

(1963) de Joe Colombo, como a “sua” peça da Colecção

Francisco Capelo, para uma exposição do MUDE no

Inspired Lisbon. Com os condicionamentos próprios de

um projecto de design, o objecto de Miguel Rios é ao

mesmo tempo, uma apropriação da instalação de Ângela

Ferreira e uma citação formal e conceptual da icónica peça

de Colombo. “ A uma determinada altura, Joe Colombo

deixa de se interessar pelos espaços, ou pelos objectos que

ocupam espaços, e passa a interessar-se por objectos que

são eles próprios espaços” salienta o designer. Para

Miguel Rios, o discurso de flexibilidade/mobilidade/espaço

dentro de espaço criado por Colombo nos anos 60 faz

todo o sentido actualmente. E a própria ideia de

desdobramento, de montagem e desmontagem, de

dinamismo, tem muito a ver com o trabalho de Rios:

“Fazia todo o sentido dar outro sentido à peça de

Colombo. A Minikitchen é uma “all in one” onde tudo

acontece. (SUM)one é um somatório de várias partes, é

um “sum in one”“ . Uma peça onde algumas coisas

acontecem, para alguém (someone). E o que acontece?

O que quisermos. (SUM)one, uma mesa com arrumação e

dois móveis de assento, pode ser uma bancada de apoio à

cozinha, ou, aberta, um mini escritório ou um espaço de

refeições. Modular, multifuncional, não é tudo, mas é

muitas coisas. É sobretudo o que precisarmos que seja.

Podemos sempre acrescentar.

O design de produto é de Telma Barrelas, que trabalhou

o esquisso de Miguel Rios e o converteu num habitat

contemporâneo de proporções exactas e toque aveludado.

A realização de um equipamento como o (SUM)one não

teria sido possível sem o apoio da Fabri cozinhas, que

recebeu o projecto de “braços abertos” e prestou todo o

apoio técnico e consultoria para transformar a maqueta

numa realidade. Já em 2008, a Fabri cozinhas tinha

apresentado a “Space Kitchen”, um protótipo em Corian®

desenhado por Inês Sabino, que evidenciava a ambição

inovadora da empresa. Agora, prepara uma edição

limitada do (SUM)one, destinada ao segmento alto do

mercado (o protótipo deverá ser adquirido pelo MUDE).

Realizado em MDF, com acabamento lacado (num subtil

jogo de brilho e mate) e um pormenor em Corian® (o vaso

onde é plantado autêntico capim moçambicano, numa

alusão literal e viva às ramificações do projecto), o

(SUM)one é uma caixa de surpresas que se abre como

quisermos. Miguel Rios, o “último apropriador”, trans-

formou a “mesa de poder” numa “mesa para todos”. e

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Há Confusão dos Sentidos nos Campos Elísios. Mais propriamente, no Espace Culturel Louis Vuitton, até 10 de Janeiro.

Uma exposição acima da alta costura.

POR N U N O D I A S

VIAJAR PARA DENTRO

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Projecto :: arte

SE, PARA MUITOS, é o cunho das malas mais apetecidas

do mundo, para a própria Louis Vuitton, tal definição

de si própria não chega. Prova disso é o Espace Culturel Louis

Vuitton que, bem ali, no cruzamento entre a rue Bassano e a

avenida dos Campos Elísios, tem oferecido ao público (que é,

também, o turista que sabe que Paris vai muito além da Torre

Eiffel), ao longo da duração do seu programa, uma

abordagem diferente sobre o tema das viagens nas suas

múltiplas facetas, dando a conhecer, para isso, a diversidade

da arte contemporânea de todo o mundo. “La Confusion des

Sens” é a décima exposição e, até 10 de Janeiro de 2010,

convida a explorar, não um qualquer safari,

com ou sem bagagem bem acondicionada numa Louis

Vuitton, mas sim a viagem interior.

Mergulhemos, então, para dentro de nós, escutemos o nosso

corpo e alertemos todos os sentidos para que, ao conhecermo-

nos melhor, possamos também compreender a complexidade

do mundo que nos rodeia. Esqueçamos, à partida,

todas as nossas certezas porque, daqui, a nossa percepção

das coisas não sairá a mesma. >>>

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projecto :: arte

Na concepção de Michel Foucault, “As relações que nos

deveriam entreter connosco não são relações de identidade.

Devem, isso sim, ser relações de diferenciação,

de criação, de inovação. É demasiado fastidioso ser-se sempre

o mesmo”. E, se esta poderia ser a conclusão a que cheguemos

depois desta exposição sensorial, o seu ponto de partida

é o trabalho de Olafur Eliasson, criado para marcar a

inauguração do Espace Culturel Louis Vuitton, no elevador

central, e que envolve o visitante na escuridão total. Olafur quis,

com este “Your Loss Of Senses”, explorar a percepção individual

e da consciência do eu com o que denominou de “Câmara

de Estropia Sensorial”. É o início perfeito para

os trabalhos que se seguem, da autoria de oito artistas que

estimularão os seus visitantes a tomarem consciência

do seu próprio corpo, do lugar deste no espaço e, também,

a desenvolverem as suas próprias imagens mentais. e

>>>

Obras de Véronique Joumard,

Auguste Dormeuil e Berdaguer & Pejus.

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Projecto :: arquitectura

“Verde foi meu nascimento e de luto me vesti, para dar a luz ao mundo, mil tormentos padeci”Velha adivinha,pranto sentido, chora a azeitona, seu destino grandioso.

É dele que vamos falar. Do lagar. De um lagar.

POR G U I A B R E U D E L I M A

UM LAGAR DO SÉCULO XXI

EM REDOR DE UM LAGAR há muitas vidas e muitas histórias. De fazer chorar as

pedrinhas da calçada, porque tocam o coração, de chorar por mais, que o paladar é divino,

de chorar a rir, que o trabalho no campo tem sua pândega, e até as temos de chorar baba e

ranho, se virmos a que chegou o olival português. Triste sina a da agricultura nacional, a que

a azeitona não escapa. Portugal foi, sim, um senhor produtor de azeite, do mais fino e

saboroso, e há quem saiba que o futuro depende da capacidade de produzirmos bem e

melhor o que a nossa terra dá.

A novidade chega da Sovena, a empresa que detém a gama de azeites Oliveira da Serra

(alguns já premiados), proprietária de 4.000 hectares de olival, locatária e compradora de

azeitona fora de portas, e que acaba de apresentar, justamente, o projecto para um novo

lagar. Novo e cheio de significado para o sector, para a região onde se insere e pelo mérito

arquitectónico de que se reveste. Um edifício capaz de responder às necessidades industriais

da empresa, uma referência do design contemporâneo, com uma vertente cultural de relevo.

Uma joint-venture com a Atitlan e o convite dirigido ao arquitecto Ricardo Bak Gordon, com

o desejo de assinalar uma nova era na história do azeite em Portugal, resultaram na visão

que a maqueta proporciona, a firmar outros contornos à arquitectura industrial no meio

rural. É a nova geração, empenhada em fundir-se harmoniosamente na paisagem, diluindo

os impactos, apostando no design, na funcionalidade da infra-estrutura, na mais-valia da

polivalência, na divulgação in loco e na valorização do seu produto. O lagar de Bak Gordon

será um espaço para todos, onde além de se produzir azeite com as mais avançadas técnicas

para obter azeites de alto nível de qualidade, numa lógica sustentável e amiga do ambiente,

serão partilhados conhecimentos e experiências, através de degustações e exposições

relacionadas com esta cultura tão antiga e importante na vida da humanidade.

A Sovena merece vénia pelo exemplo de inovação, pela qualidade que o seu produto

alcançou e pelo espírito empreendedor com que rege a sua actividade e a sua posição no

mercado. Tal como a azeitona deu a luz ao mundo. e

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Depois de uma festa de apresentação, literalmente debaixo de tinta, o CIN Re-make voltou a sair à rua, de metro e de autocarro.

A CIN é a mentora da simpática iniciativa que este ano contemplou Lisboa e o Porto.

POR G U I A B R E U D E L I M A

FOTOS C I N

O PODER DA COR

NUNCA OS TRANSPORTES PÚBLICOS foram tão cobiçados como nos dias que

correm. As razões são várias e importantes. A indiscutível urgência em diminuirmos a

circulação automóvel e a poluição nas grandes zonas urbanas, o facto de constituirem um

suporte magnífico para intervenções publicitárias, e mais recentemente e em abono de todos

os que preferem os veículos públicos, para dar largas à imaginação e à criação artística.

É o fenómeno Re-make’09, lançado pela marca de tintas CIN, que já em 2008 transformou

oito eléctricos de Lisboa em autênticas obras de arte.

Este ano, a CIN reformulou o desafio, desta vez a alunos de Arquitectura e de Design

de Lisboa e do Porto, que mostraram a força do seu talento criativo. Os alvos foram

autocarros e carruagens de metropolitano de ambas as cidades, num total de oito

intervenções, que contemplaram tanto exteriores como os interiores de cada exemplar.

Artistas do IADE, da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, da

Restart, da ETIC, da Faculdade de Belas Artes do Porto, da UCP – Escola das Artes, da ESAD

e da ESAP deram a alma e dignificaram, com distinção, o repto.

De 26 de Outubro a 26 de Novembro, tripeiros e alfacinhas, transeuntes e utentes,

(ar)regalaram os olhos com as criações dos entusiastas concorrentes. A alegria das cores,

a inspiração veiculada pelos temas, a musicalidade das ilustrações, as reminiscências de

outras épocas e de longínquas paragens, a dinâmica dos padrões e os múltiplos efeitos

visuais conseguidos, rasgaram o quotidiano das viagens rotineiras e dos percursos de

sempre, abriram sorrisos e encantaram corações. Quem viu e quem não viu, pode sempre

espreitar a ideia, conhecer os autores e o significado das suas criações no site

www.cinremake.com e

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Uma retrospectiva no Design Museum de Londres presta homenagem

a Dieter Rams, lenda-viva do design industrial e um dos incontornáveis do século XX.

Os “dez princípios do bom design” continuam imbatíveis, e até já há quem procure o décimo-primeiro.

POR M A D A L E N A G A L A M B A

FOTOS L U K E H A Y E S , © D E S I G N M U S E U M

É SIMPLES. Sem Dieter Rams, não haveria iPod. Para

a geração 2.0, pode até ser difícil imaginar um mundo de

máquinas enfadonhas, anterior a Rams. Mas ele existiu.

E se Rams não tivesse aparecido, tudo seria infinitamente

mais sombrio e confuso. Dieter Rams nasceu em 1932,

em Wiesbaden, na Alemanha. Neto de um carpinteiro

(porque é que tantos grandes designers têm um

carpinteiro na família?), estudou arquitectura e design de

interiores, e foi como arquitecto que entrou na empresa de

electrodomésticos Braun, em 1955. Rams tinha 23 anos.

E passaria as quatro décadas seguintes (em 1995 deixou

a empresa passando o testemunho a Peter Schneider) a

desenvolver mais de 500 produtos para o fabricante

alemão, muitos dos quais tão influentes que as suas

características mais revolucionárias se tornaram

standards para a indústria. A partir de 1957, Rams

colabora também com a Vitsoe, desenvolvendo, no

design de mobiliários, peças icónicas como a estante

modular 606. Gira-discos, calculadoras, aparelhagens,

isqueiros, máquinas de barbear, são alguns dos objectos

que mudaram a paisagem doméstica para sempre

e fizeram de Rams um dos mais influentes designers

do século XX. À beira dos oitenta anos, Rams simboliza

a integridade imperturbável do designer industrial.

Com ele, o funcionalismo brilha. E basta.

O ornamento, a moda que passa, torna-se definiti-

vamente obsoleta, anacrónica, mesmo antes de existir

(para se extinguir). Inspirado na Bauhaus, despojou os

objectos de toda a inutilidade e excesso: libertos de

decoração, legíveis, em tudo reduzidos ao essencial,

formalmente austeros, com um sentido inato de ordem,

rigorosos, e no entanto convidativos, apelativos,

intrinsecamente user friendly.

Mas chegar à simplicidade é extremamente complexo.

Porque não basta fazer menos, é preciso que seja melhor

(“less but better”). Rams é tão exigente (consigo próprio)

que retirou uma lista de dez princípios, de uma pergunta

autodirigida “Será que o meu design é bom design?”

(num blogue, alguém recomenda que todos

os designers tatuem os dez princípios no braço.).

LESS AND MORE: THE DESIGN ETHOS OF DIETER RAMS, NO DESIGN MUSEUM DE LONDRES

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foco :: design

Por todos estes motivos, Dieter Rams não é apenas um

designer importante; é um “designer muito importante”

como escreveu um jornalista da Eye. E nós

acrescentamos: muito, muito importante. E por tudo isto

os seus 40 anos de carreira são revisitados numa

retrospectiva de peso no Design Museum de Londres.

A exposição, intitulada “Less and More: The Design Ethos

of Dieter Rams” é originária do Japão (e pensamos nas

ligações de Rams ao conceito de Kansei) e esteve patente

nos museus Suntory, de Osaka, e Fuchu, de Tóquio.

Em Londres, o design de exposição esteve a cargo dos

consultores gráficos da Bibliothèque que fizeram um

trabalho sem mácula. A equipa da Bibliothèque - que

anteriormente tinha feito o design de exposição da mostra

Cold War Modern, no Victoria & Albert – partiu de uma

constatação de Klaus Kemp, um dos curators da

exposição original, que descreve os objectos de Rams

como “imagens”. A “natureza gráfica” dos objectos de

Rams inspirou os designers da Bibliothèque, que isolaram

elementos característicos da linguagem visual do alemão

e os extrapolaram para os painéis da exposição.

Interruptores, grelhas, teclados, parafusos, respeitando a

ordem e a geometria aparecem, magnificados,

abstractizados, ao longo da exposição, onde 244 objectos

estão organizados em cinco secções: os projectos a solo,

os projectos da Braun supervisionados por Rams, a

Vitsoe, tipologias e legado. Falando de legado, outro dos

highlights da exposição são as entrevistas, especialmente

realizadas para a ocasião, com designers como Jonathan

Ive, Jasper Morrison, Sam Hecht e Naoto Fukasawa.

E por que se trata de ethos, convém não esquecer o

debate sobre a metodologia e a filosofia de Rams, que

reunirá figuras do design alemão e britânico

no Goethe Institut de Londres, à procura, nada menos,

que do 11º princípio. E há quem ainda não tenha

aprendido os dez primeiros. e

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”CHEGAR À SIMPLICIDADE É EXTREMAMENTECOMPLEXO. Porque não basta fazer menos,

é preciso que seja melhor ”

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foco :: design

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Aos trinta e três anos, o veneziano Luca Nichetto é um dos nomes fortes

do novo design italiano. Uma cabeça arejada, que em cinco anos desenvolveu quarenta

projectos, número impressionante para um designer em princípio de carreira.

Autor de alguns dos hits da Casamania, o seu trabalho alia rigor projectual a imaginação.

POR M A D A L E N A G A L A M B A

AR FRESCO NO DESIGN ITALIANO

LUCA NICHETTO é um veneziano de gema, por isso não é de estranhar que os seus

primeiros passos tenham sido dados à volta do cristal de Murano. Com esquissos debaixo do

braço, apresentava-se, ainda estudante, à porta das oficinas de vidro da cidade, à espera que

os seus desenhos ganhassem forma. Passou pelo Istituto d´Arte de Veneza, mas foi na

faculdade de arquitectura que se formou em design industrial. Depois de desenhar peças

para a Salviati, depois de um estágio na Foscarini (onde aprendeu muito sobre materiais

e product development) abriu o seu atelier, Nichetto & Partners 2006. Desenvolvendo

projectos de design industrial e consultoria em design, Luca Nichetto e a sua equipa

venceram vários prémios, como o Gran Design Award 2008, o IF Product Award 2008

e o prémio de novos talentos Elle Decoration International Design Awards 2009.

Um reconhecimento acompanha uma produção frenética: mais de 40 projectos, em várias

tipologias e para vários clientes, nos últimos cinco anos.

Procurado pelas grandes marcas, Nichetto fez, entre muitos outros projectos, iluminação

para a Foscarini, cerâmica para a Bosa e mobiliário para a Casamania by Frezza. Com esta

editora, partilha um espírito inovador e ousado, o que torna a colaboração especialmente

frutífera e inspirada. A cadeira VAD, por exemplo, tornou-se uma quase imagem de marca

da Casamania, no seu lado mais versátil e racional. Inspirada na tradição do design

escandinavo, esta cadeira empilhável é uma monobloco em polipropileno, sobre estrutura

de metal, em vários acabamentos e cores.

LUCA NICHETTO

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”PROCURADO PELASGRANDES MARCAS, Nichetto fez, entre muitos outros

projectos, iluminação para a Foscarini,

cerâmica para a Bosa e mobiliário

para a Casamania by Frezza. ”

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Num registo muito diferente, a estrutura modular Maria,

forma paredes ou cortinas semi-transparentes, usadas

como decoração ou separador, em espaços interiores e

exteriores. Existe uma versão termosensível, em que as

folhas mudam de cor, representando ainda melhor o

cruzamento explícito entre natural e artificial. Modular,

como as folhas de plástico Maria, é Benn Grimm, um

sistema de assentos que permite várias configurações

e inclui a possibilidade pouco comum neste formato

de acrescentar costas aos módulos.

A última novidade é Nuance, uma cadeira em duas

versões (de mesa e lounge) que combina ergonomia e

charme craft (cada “tubo” forrado a tecido ou a pele,

tem uma cor diferente, em tons de azul).

Apesar de abrir um caminho novo, Luca Nichetto insere-

-se complemente na tradição industrial do design italiano.

Dá valor à pesquisa em torno de novos materiais e

processos de fabrico, ao know-how acumulado pelas

aziende. Como ele próprio declarou, já existem os

holandeses para se encarregarem das peças únicas. Os

italianos devem tirar partido e aproveitar a máquina

industrial ao seu dispôr. Sem desperdício.

Com verdadeiro stile italiano.e

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design :: intro

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livros :: media

Á L V A R O S I Z A ; A P O N T A M E N T O S D E U M A A R Q U I T E C T U R A S E N S I V E L

B E R T R A N D E S C O L A S U P E R I O R D E A R T E S ED E S I G N D E M A T O S I N H O SE M P A R C E R I A C O M A C A M A R AM U N I C I P A L D E M A T O S I N H O S

P R A D A B O O K

F O N D A Z I O N E P R A D A

Sob a chancela da Fondazione Prada, a marca

italiana tem publicado vários títulos de arte e

arquitectura. A própria marca foi já objecto de

estudo em "Projects for Prada", onde Rem

Koolhaas disserta sobre a sua colaboração. Desta

vez Miuccia dispensa-o e, juntamente com o

marido, Patrizio Bertelli (CEO da Prada), assume

a autoria do livro. 708 páginas, uma espécie de

bíblia sobre os últimos 30 anos de história da

Prada, que significaram uma expansão radical do

seu raio de acção muito além do universo da

moda. Através de ensaios fotográficos,

instantâneos e reproduções, é revelada a vocação

multidisciplinar da marca, com projectos nas

áreas da arquitectura, do cinema, da

comunicação e da arte. No mínimo inovadores,

muitas vezes experimentais, estes projectos

ajudaram a criar um novo conceito de luxo onde

a moda é apenas o ponto de partida de uma

intensíssima espiral criativa. Nas lojas Prada, em

livrarias seleccionadas e na Internet. 100 €

P A O L O D E G A N E L L O ; A S R A Z Õ E S D O M E U P R O J E C T O R A D I C A L

O primeiro livro sobre a obra do arquitecto

Paolo Deganello, é uma publicação

coordenada por Maria Milano, arquitecta e

docente na ESAD – Escola Superior de Artes e

Design de Matosinhos. Fundador do Grupo

Archizoom e criador do Movimento Radical

nos anos 60 e autor de inúmeras peças

produzidas por empresas de renome na área

do Design, como a Cassina, a Vitra, a Venini,

entre muitas outras, Paolo Deganello marca

presença nos principais museus internacionais

de Design. Maria Milano criou uma relação de

colaboração entre Paolo Deganello e a escola,

iniciada em 1998 e consolidada com a sua

participação nas aulas de Projecto, do Curso de

Interiores. O livro conta com contribuições de

críticos e historiadores de renome, e o projecto

gráfico é de João Faria e Pedro Nora. Nas lojas

Fnac. 39,90 €

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O historiador de arte Àlex Sánchez Vidiella,

acaba de dar à estampa, com a chancela da

Bertrand, uma monografia que resultou da

compilação dos projectos arquitectónicos mais

actuais e representativos da vasta obra de Álvaro

Siza, um dos mais reconhecidos arquitectos

internacionais da actualidade. O livro revela o

amplo percurso criativo do arquitecto português

que arrecadou já os mais prestigiados prémios

de arquitectura, como o “Mies van der Rohe de

Arquitectura Contemporânea da União

Europeia” (1988), o “Pritzker Prize” (1992), o

“Nacional de Arquitectura de Portugal” (1993), a

Medalha de Ouro da Fundação Alvar Aalto

(1998) e, este ano, a Medalha de Ouro do Royal

Institute of British Architects.Acarinhando a obra

de Siza com a expressão “arquitectura sensível”,

o autor leva-nos a viajar pelo seu interior, através

de uma ampla selecção de imagens, gráficos e

documentação, agrupados em diversas

tipologias. 29,95 €

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C O O R D E N A D A S S O LTA SSementes suecas - A Suécia desenha para crianças quase, quase a terminar, é uma

iniciativa conjunta do Instituto Sueco, da Embaixada da Suécia em Brasília e da Svensk Form, que

passou por Berlim, Bogotá e Cidade do México. A derradeira mostra é no Museu da Casa

Brasileira, em São Paulo, para nos derretermos com o engenho, a imaginação e “a atitude

sueca de que as crianças devem ter os melhores produtos”, como referiu Kerstin Wickman,

professora da Escola de Belas Artes de Estocolmo. Divertidos, simples e pensados ao pormenor, são

cerca de cinquenta objectos de encantar. Espreite o site em seu louvor: www.swedishseeds.com.

Via Design 3.0 é a proposta do parisiense Centro Pompidou para comemorar os 30 anos do

VIA (Valorização da Inovação no Mobiliário) que apresenta cerca de quarenta protótipos eleitos

entre os peças mais representativas do design francês, desde 1979. Para descobrir as primeiras

obras de Philippe Starck, Martin Szekely, Jean-Paul Gaultier, Ronan and Erwan Bouroullec, Matali

Crasset, Mathieu Lehanneur, François Azambourg, Philippe Rahm, Gaetano Pesce ou Andrée

Putman. Frank Lloyd Wright é celebrado no Guggenheim de Bilbau, numa exposição

sobre a relevância do seu pensamento espacial e da enorme influência que teve na organização da

vida moderna. Mais de oitenta projectos para admirar, desde casas privadas, escritórios, edifícios

públicos e religiosos, auditórios e teatros, alguns deles nunca executados. Um arquitecto lendário,

uma obra poética, uma mostra não muito longe de nós, num museu que merece visita demorada.

Serralves 2009 - “A Colecção” agora no seu terceiro momento, incide sobre formas de

edição múltipla da obra de arte através do livro de artista, do som e da fotografia. Parte da

exposição revela a colecção de livros de artista da Biblioteca da Fundação de Serralves, uma

importante memória da criação artística dos anos 60 até aos nossos dias, em diversos formatos:

livros, cartazes, filmes, postais e revistas. Interessante olhar retrospectivo, a não perder. Less and

More - The Design Ethos of Dieter Rams chama-nos ao Design Museum de

Londres. O criativo desenhador da marca alemã de electrónica Braun e um dois mais influentes

designers industriais do século XX, é lembrado, através dos mais significativos e referenciais

produtos criados para a Braun nos últimos 40 anos, e de algum mobiliário para a Vitsoe, com a

genial alma que lhe assiste e que se pulveriza ao design contemporâneo. Se está ou vai a Londres,

delicie os olhos com as originais telefonias e os pick-up do mestre Rams.

■ SEMENTES SUECAS - A SUÉCIA DESENHA PARA CRIANÇAS, Museu da Casa Brasileira, São Paulo, até 17 de Janeiro, www.mcb.sp.gov.br

■ VIA DESIGN 3.0, 1979-2009, 30 Anos de Criação de Mobiliário, Centre Pompidou, Paris, até 1 de Fevereiro, www.cnac-gp.fr

■ FRANK LLOYD WRIGHT, Guggenheim Museum, Bilbau, até 14 de Fevereiro, www.guggenheim-bilbao.es

■ SERRALVES 2009 - “A COLECCÃO”,Fundação de Serralves, Porto, até 7 de Março,www.serralves.pt

■ LESS AND MORE - THE DESIGN ETHOS OF DIETER RAMS,Design Museum of London, até de 7 Março, http://designmuseum.org

. . . E P R O P O M O S A L G U M A S E X P O S I Ç Õ E S Q U E N Ã O V A I Q U E R E R P E R D E R .

Expos

SERRALVES 2009 - “A COLECCÃO”

FRANK LLOYD WRIGHT

LESS AND MORE

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lista :: contactos

P R O C U R E A S M A R C A S Q U E O I N S P I R A M . . .

MarcasARTECNICAwww.artecnicainc.cnet

ATLANTISwww.vistaalegre.pt

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BANG & OLUFSENwww.bang-olufsen.com

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AFECTO (representante)Rua Eugénio de Castro, 248, sala 144Porto. Tel: 226 003 [email protected] | www.afectodesign.com

AREAAmoreiras Shopping Center, Centro Colombo, Cascais Shopping e Norte ShoppingTel: 217 315 350, 217 112 070, 214 606 290, 229 579 500

ARTE ASSINADAPorta do mar, 3.11.09, loja 2, Tel: 218 948 047

ARTE CASARua Guerra Junqueiro, 472Porto. Tel: 226 069 973

BASTIDORRua do Passeio Alegre, 694Porto. Tel: 226 197 620

CASA COMIGOAv. da Boavista, 2881, loja 1Porto. Tel: 226 160 789

DIMENSÃOAv. da Igreja, 37A. 1700-233 LisboaTel. 217 977 604

Rua Gonçalo Cristóvão, 864000-264 Porto. Tel. 223 322 [email protected]

DOMOLargo de Santos, 1G. LisboaTel: 213 955 328. [email protected]

FLUXOGRAMARua da Garagem, 3, CarnaxideTel: 214 257 551

Rua da Constituição, 2238Porto. Tel: 228 348 [email protected]

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E O S L U G A R E S O N D E A S P O D E E N C O N T R A R . . .

Shopping (cont.)

GALANTERua Rodrigo da Fonseca, 21CLisboa. Tel: 213 512 [email protected] | www.galante.pt

GANDIA BLASCORua Dr. Melo Leote, 20. PortoTel: 226 181 [email protected]

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IMAGO DECORAÇÃORua de S. João 8/10 A. BragaTel: 253 269 [email protected]

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INTERNA EMPORIO CASARua Ivens, 94.1250-102 LisboaTel.: 213 979 605

A LINHA DA VIZINHAAv. Conselheiro Fernando de Sousa, 27 A. LisboaTel: 213 825 [email protected]

LXDESIGNAv. Ilha da Madeira, 41. LisboaTel. 213 013 131

MARISKA SNOEY (representante)Av. Almirante Pessanha 16Lisboa. Tel: 213 429 [email protected]

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OFICINAS GERAIS (representante)Rua Joaquim Dias Salgueiro 180 A4470-777 | Vila Nova da TelhaTel: 229 942 [email protected]

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P O R O R D E M A L F A B É T I C A , O E L E N C O D E D E S I G N E R S Q U E P A R T I C I P A M N E S T E N Ú M E R O

FigurasSTEFAN DIEZAm Glockenbach 13Post: Geyerstrasse 2080469 [email protected]

LUCA NICHETTO Via Banchina dell'Azoto, 15 / D30175 - Porto Marghera (VE) Itá[email protected]

MIGUEL RIOS DESIGNRua da Conceição, 13-3º1100-151 [email protected]

POEIRARua da Impresa à Estrela, 21B. LisboaTel: 213 954 [email protected]

SANTOS DA CASAAv. D. Carlos I, 49-A. 1200-646 LisboaTel.: 213 952 536

SÁTIRADta. Das Campinas, 327. PortoTel: 226 119 760. [email protected]

SESSACIONALRua dos Barbosas, 81. BragaTel: 253 268 361. [email protected]

STOCK DESIGNParque das Nações, Alameda dosOceanos. Lote 2.11.01/ALisboa. [email protected]

VISTA ALEGRERua Nova da Trindade, 1. LisboaTel: 213 430 148. www.vistaalegre.pt

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CurtidosDuplamente curtidos, porque são de pele, e porque exploram conceitos relacionados com

a passagem do tempo, as memórias, a deterioração e a erosão —e já agora porque são

giros— os sapatos da colecção Pele, de Nuno Matos, resultam de um intenso processo

criativo de pesquisa e experimentação. Juntos, os sete pares constituem uma colecção

irrepetível de objectos-sapato que remete para o passado, revisitando os clássicos

e empregando técnicas de fabrico artesanal, mas que tem claramente um pé no futuro.

Pintalgados, corroídos, riscados, adornados, estes sapatos encenam uma luta de extremos,

entre o velho e o novo, o rico e o pobre, o interior e o exterior.

T O B E C O N T I N U E D … ( N O P R Ó X I M O N Ú M E R O D A B L U E D E S I G N )

Espreitamos pelo buraco da fechadura e mostramos-lhe o design que há-de vir. E que muito pouca gente viu.

SNEAKPREVIEW

PELE, PROJECTO DE FOOTWEAR DESIGN DE NUNO MATOS

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