BOAS E MALINOWSKI. Everardo Rocha: XIX... XX... Como pôde mudar o marco teórico em tão pouco...

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O TRABALHO DE CAMPO E A SUA IMPORTÂNCIA NA ANTROPOLOGIA DO XX BOAS E MALINOWSKI

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o trabalho de campo e a crtica ao evolucionismo

o trabalho de campo e A SUA IMPORTNCIA NA ANTROPOLOGIA DO XX BOAS E MALINOWSKIO marco terico da AntropologiaEverardo Rocha:XIX...XX...

Como pde mudar o marco terico em to pouco tempo?-> crtica terica?-> acmulo de dados enviados para os antroplogos de gabinete?-> acontecimentos fortuitos?As viagens e a nova Antropologia

certezas -> pretenses -> inconsistncias ou ilusesO objeto da Antropologia muda

O objeto da Antropologia mudaEuropeus etnocntricos e evolucionistas

Nativos de carne o ossoRIVERS: o precurssormdico, psiclogo, psiquiatra, doutorado em medicina -> vira antroplogo1898: expedio cientfica ao Estreito de Torres) junto com outro mdico (Seligman)19011902: Toda da ndia (The Toda, 1906)Professor de Antropologia em Cambridge1907-1908: expedio Ilhas Salomo, Havia, Fiji.1914-1915: segunda expedio Torres (leva um jovem polons, Malinowsky, recm doutorado em Antropologia). 1922 (ano de sua morte): eleito presidente do Royal Anthropological Institute.

Resultado dessas viagens:Primeiro europeu a ver ndios ou selvagens de carne e osso -> material novo (diferente do material trabalhado por Morgan) => os sistemas classificatrios no reduzem absurdamente os laos de parentesco ....Prope o mtodo genealgico como o mtodo peculiar para a nova Antropologia.Precursor, mas no pai fundador da nova Antropologia:expedies X trabalho de campoFRANZ BOASNasce Vestflia 1858, famlia origem judiaestudou fsica, geografia, matemtica. Doutorado em 1881, na Alemanha1881 conhece a sua futura esposa Marie)1883 Participa de uma expedio para a ilha Baffin no rtico (monografia The central eskim,1888)1884 volta aos EUA e fez a primeira visita aos kwakiutl:45 anos dedicados a esse povo5.000 pginasltima viagem tinha 70 anosOs kwakiutl e o potlatch.

Como essas viagens mudaram suas certezasMuitas vezes, me pergunto que vantagens nossa boa sociedade tem sobre a dos selvagens. Quanto mais eu vejo seus costumes, mais reconheo no termos o direito de olh-los de cima para baixo. Onde, no nosso povo, poder-se-ia encontrar esta hospitalidade verdadeira?... Ns, pessoas altamente educadas somos bem piores, relativamente falando (carta a Marie)

qualquer um que tenha vivido em tribos primitivas e que compartilhou suas alegrias e tristezas, suas privaes e luxos, que v neles no simplesmente sujeitos de estudo a serem examinados como uma clula ao microscpio, mas como seres humanos sensveis e pensantes, concordar que no existe tal coisa como uma mente primitiva, ou um modo de pensar mgico e pr-lgico, mas que cada indivduo numa sociedade primitiva um homem, uma mulher, uma criana da mesma espcie, do mesmo modo de pensar, sentir e agir que um homem, uma mulher, uma criana em nossa prpria sociedade. (prefcio do livro Primitive Art)departamento de Antropologia de Columbia (1896 at 1941) Foi uma notoriedade em seu pas -> publicou 6 livros e 700 artigosEste homem teve uma enorme influncia no mbito antropolgico do mundoHomem militante: contra o racismo, contra as pretenses universalistas da cultura ocidental, relativista.Separa raa de cultura -> a cultura nada tem a ver com a biologia ou a fisiologia.quando em 1933 Hitler manda queimar 20,000 livros proibidos, os dele estavam no Index.morre em 1942.

O jovem Boas

Boas imitando uma dana indgena

O velho Boas

A ilha de Baffin e o territrio dos Inuits

Famlia Inuit

Inuits modernos

Territrio kwakiutl

Boas entre uma famlia kwakiutl

Boas entre uma famlia kwakiutl

Boas entre uma famlia kwakiutl

Vilarejo kwakiutl

Totems kwakiutl

Desenho de potlatch antigo

Chegando ao potlatch

Potlatch moderno

Kwakiutls modernos

BRONISLAW MALINOWSKINasce em Cracvia, na atual Polnia, 1884 (morre em 1942)Com 24 anos (1908)defende o doutorado em fsica e matemtica em Cracvia l livro de Frazer, O Ramo Dourado2 anos depois, 1910, viaja para a Inglaterra, entra na ps-graduao da London School Economics.3 anos depois publica um livro sobre os aborgenes australianos1914 participa de expedio de Rivers ao Estreito de Torres, como bolsista.Chega na Austrlia j comeada a IGM...1922 Os argonautas do Pacfico Ocidental, 1922: or trobriandeses e o kula.

O jovem Malinowski

Malinowski e os trobriandeses

Malinowski e os trobriandeses

Malinowski e os trobriandeses

O velho Malinowski

A nova Antropologia promovida pelos trabalhos de campo1. crtica das 2 formas cognitivas prprias do evolucionismo: da especulao para a evidncia emprica e a palavra do nativo. da deduo (do geral ao particular) para a induo (do particular ao geral).2. As culturas orais -> da viso diacrnica para a viso sincrnica.3. As culturas como experincias particulares: do universal para o particular -> o fim da vocao nomottica da Antropologia.

O mtodo etnogrficoSenso comum: ir ao campo, ficar um tempo, recolher dados, voltar.2 momentos: Trabalho de campo: convvio prolongado -> dilogo -> a metamorfose do pesquisador -> construo de um campo hermenutico prximo ao do nativo -> vamos conseguir ver dados, evidncias empricas, fatos -> anotar (caderneta de campo)reflexo isolada, terica, sobre os dados produzidos e anotados: re-produo (dos dados produzidos) -> seleo da seleo que fizemos.

A importncia de Malinowski1. Construo do mtodo etnogrfico (revisto apenas nos anos 1970: Geertz e a Antropologia interpretativa) -> diferena com Boas (depoimento de Mead)

2. Nova forma de apresentar os resultados de uma pesquisa: a monografia etnogrfica.Longas descries densas sobre 1 povo: Trobriand, Samoa, Fiji, terras altas da Birmnia, deserto do Kalahari, etc...Descrio de um fenmeno social total a travs do qual a cultura selvagem passa a fazer sentido para o leitor -> uma civilizao!

3. Tcnica de como coletar (construir): a observao-participante (dilogo):Tcnica que se caracteriza pela falta de sistematicidade: integrar time de futebol, tomar chimarro, fazer piada, preparar almoo, ouvir confidncias, ser objeto de risadas, ouvir uma reunio, assistir a uma aula...Aprender sua lnguaFazer parte