Boletim 55

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No Natal brilham luzes por toda a parte: nas casas, nas montras, nas ruas. Reúnem-se as famílias, distri- buem-se prendas, formulam-se boas festas com o desejo que todos vivam estes dias com paz, alegria, calor humano e solidariedade. Que a luz brilhe no coração de cada um e ilumine a vida de todos os dias; que o calor da fraternidade caracterize a nossa vida e estilo quotidianos, são os meus votos de Natal. Jesus nasceu para ser a luz de todo o homem que vem a este mundo. Pela sua ressurreição tornou-se como a luz do sol nascente que nos liberta das sombras da morte. Aprendamos a acolher a luz de Cristo no inte- rior do coração e a levar o calor do amor às famílias e às relações humanas, vivendo o Natal todos os dias. O símbolo da luz, tão representativo desta quadra, corresponde à procura das pessoas de todos os tem- pos, e da nossa época em particular. Todos ansiamos por uma luz mais inten- sa, ou seja, por uma fé mais clara, uma esperança mais viva, um amor mais forte. Todos procuramos combater as nuvens negras que ameaçam esconder o sol, vencer a tristeza que escurece a alegria. Que a luz do nascimento de Cristo nos ajude a superar as trevas do pecado, a escuridão do medo, as som- bras do desânimo e faça resplandecer em nós o esplendor da glória de Deus. Façamos da nossa vida um percurso para a luz. Vejamos a vida, as pessoas e os acontecimentos com um olhar positi- (Continua na página 2) 55 informativo informativo informativo informativo boletim boletim boletim boletim SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SANTARÉM SANTARÉM SANTARÉM SANTARÉM Destaque Outubro Novembro Dezembro 2010 2010 2010 2010 Mário Augusto C. Henriques Rebelo Mário Augusto C. Henriques Rebelo Mário Augusto C. Henriques Rebelo Mário Augusto C. Henriques Rebelo O PROVEDOR Chegou ao fim o primeiro ano em que esta Mesa Administrativa exerceu as suas funções de servir a comunidade de Santarém. Sentimos que o fizemos com a dedicação e o empenhamento necessários para levar a bom termo aquilo a que nos propusemos. Os obstáculos que encontrámos, apenas ajuda- ram a redobrar e reforçar o nosso compromisso de bem servir. Não nos vamos debruçar sobre a crise ou as dificuldades que sempre surgem em qual- quer actividade, pois essas podem ser ultrapassadas com bom senso e com a ajuda de todos. Vamos sim, debruçarmo-nos com muita atenção e generosida- de, sobre os objectivos que perseguimos, para melhor os podermos concreti- zar. Queremos continuar a ser uma referência de dedicação para todos os que da Santa Casa da Misericórdia se aproximam, continuando no exercício das Obras de Misericórdia que prometemos praticar, dando mais dignidade, afecto e conforto à vida dos que estão a nosso cargo. Tudo para que o futuro acon- teça com o brilho que aqueles que acolhemos merecem, para promovermos a sua qualidade de vida, o bem-estar social e a igualdade de oportunidades para todos. Inaugurámos novos serviços, remodelámos e adaptámos outros e vamos abrir, dentro de pouco tempo, uma Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração. Aumentámos o número de colaboradores, para melhorar a qualidade dos serviços que prestamos. No campo social e no âmbito cultural implementámos diversas actividades nos espaços da SCMS, como concer- tos, exposições e demonstrações, o que permitiu uma maior proximidade entre os cidadãos de Santarém, dando-lhes, ao mesmo tempo a conhecer o nosso património artístico-cultural. Tentámos rentabilizar o que temos e inovar para progredir. Preocupa-nos a sustentabilidade, mas os esforços que temos despendido nesse sentido começam a dar fruto. Outros projec- tos, parcerias e programas estão nos nossos objectivos. Temos a certeza que estamos no caminho certo e que com a ajuda de toda a comunidade os nossos projectos, que têm em mente a melhoria de vida da sociedade onde esta- mos inseridos, serão uma realidade que a todos beneficiará. Teremos uma sociedade mais justa, equitativa e livre para contribuir com disponibilida- de, saber e conhecimento, no auxílio ao próximo. Um Novo Ano começa. A todos os Irmãos desejamos as maiores prosperidades e que 2011 Vos traga tudo o que mais desejarem e que estejam sempre presentes, contribuindo para o engrandecimento da SCMS. Distribuição Gratuita | Publicação Trimestral www.scms.pt Reunião da Assembleia Geral [ Págs. 6 e 7 ] Editorial Uma luz brilha nas trevas [ D. Manuel Pelino Domingos ]

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Boletim 55

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  • No Natal brilham luzes por toda a parte: nas casas, nas montras, nas ruas. Renem-se as famlias, distri-buem-se prendas, formulam-se boas festas com o desejo que todos vivam estes dias com paz, alegria, calor humano e solidariedade. Que a luz brilhe no corao de cada um e ilumine a vida de todos os dias; que o calor da fraternidade caracterize a nossa vida e estilo quotidianos, so os meus votos de Natal. Jesus nasceu para ser a luz de todo o homem que vem a este mundo. Pela sua ressurreio tornou-se como a luz do sol nascente que nos liberta das sombras da morte. Aprendamos a acolher a luz de Cristo no inte-rior do corao e a levar o calor do amor s famlias e s relaes humanas, vivendo o Natal todos os dias.

    O smbolo da luz, to representativo desta quadra, corresponde procura das pessoas de todos os tem-

    pos, e da nossa poca em particular. Todos ansiamos por uma luz mais inten-sa, ou seja, por uma f mais clara, uma esperana mais viva, um amor mais forte. Todos procuramos combater as nuvens negras que ameaam esconder o sol, vencer a tristeza que escurece a alegria. Que a luz do nascimento de Cristo nos ajude a superar as trevas do pecado, a escurido do medo, as som-bras do desnimo e faa resplandecer em ns o esplendor da glria de Deus.

    Faamos da nossa vida um percurso para a luz. Vejamos a vida, as pessoas e os acontecimentos com um olhar positi-

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    SANTA CASA DA MISERICRDIA DE SANTARMSANTARMSANTARMSANTARM

    Destaque

    Outubro Novembro Dezembro

    2010201020102010

    Mrio Augusto C. Henriques RebeloMrio Augusto C. Henriques RebeloMrio Augusto C. Henriques RebeloMrio Augusto C. Henriques Rebelo O PROVEDOR

    Chegou ao fim o primeiro ano em que esta Mesa Administrativa exerceu as suas funes de servir a comunidade de Santarm. Sentimos que o fizemos com a dedicao e o empenhamento necessrios para levar a bom termo aquilo a que nos propusemos. Os obstculos que encontrmos, apenas ajuda-ram a redobrar e reforar o nosso compromisso de bem servir. No nos vamos debruar sobre a crise ou as dificuldades que sempre surgem em qual-quer actividade, pois essas podem ser ultrapassadas com bom senso e com a ajuda de todos. Vamos sim, debruarmo-nos com muita ateno e generosida-de, sobre os objectivos que perseguimos, para melhor os podermos concreti-zar.

    Queremos continuar a ser uma referncia de dedicao para todos os que da Santa Casa da Misericrdia se aproximam, continuando no exerccio das Obras de Misericrdia que prometemos praticar, dando mais dignidade, afecto e conforto vida dos que esto a nosso cargo. Tudo para que o futuro acon-tea com o brilho que aqueles que acolhemos merecem, para promovermos a sua qualidade de vida, o bem-estar social e a igualdade de oportunidades para todos.

    Inaugurmos novos servios, remodelmos e adaptmos outros e vamos abrir, dentro de pouco tempo, uma Unidade de Cuidados Continuados de Longa Durao. Aumentmos o nmero de colaboradores, para melhorar a qualidade dos servios que prestamos. No campo social e no mbito cultural implementmos diversas actividades nos espaos da SCMS, como concer-tos, exposies e demonstraes, o que permitiu uma maior proximidade entre os cidados de Santarm, dando-lhes, ao mesmo tempo a conhecer o nosso patrimnio artstico-cultural. Tentmos rentabilizar o que temos e inovar para progredir. Preocupa-nos a sustentabilidade, mas os esforos que temos despendido nesse sentido comeam a dar fruto. Outros projec-tos, parcerias e programas esto nos nossos objectivos. Temos a certeza que estamos no caminho certo e que com a ajuda de toda a comunidade os nossos projectos, que tm em mente a melhoria de vida da sociedade onde esta-mos inseridos, sero uma realidade que a todos beneficiar. Teremos uma sociedade mais justa, equitativa e livre para contribuir com disponibilida-de, saber e conhecimento, no auxlio ao prximo.

    Um Novo Ano comea. A todos os Irmos desejamos as maiores prosperidades e que 2011 Vos traga tudo o que mais desejarem e que estejam sempre presentes, contribuindo para o engrandecimento da SCMS.

    Distribuio Gratuita | Publicao Trimestral www.scms.pt

    Reunio da

    Assembleia Geral [ Pgs. 6 e 7 ] E

    ditorial

    Uma luz brilha nas trevas

    [ D. Manuel Pelino Domingos ]

  • 2

    Editorial 1

    Uma luz brilha nas trevas 1

    O Voluntrio e o Voluntariado 2

    Natal para meditar 2

    O inverno chegou com chuva e frio 3

    Sesso de sensibilizao de conservao e restauro

    4

    Concurso de Ideias 5

    Reunio da Assembleia Geral 6

    UTIS - Um ponto da situao 7

    Ano Novo 7

    Festejos de Natal na Misericrdia 8

    Kirie (poema) 9

    O Natal no CAAS 9

    Agradecimentos 9

    Obras de Misericrdia - Vestir os nus 10

    Obras de Miseric. - Vestir os nus (continuao) 11

    Conselheiro Figueiredo Leal 12

    Uma luz brilha nas trevas (continuao) 2

    PROPRIEDADE

    SANTA CASA DA MISERTICRDIA DE SANTARMSANTA CASA DA MISERTICRDIA DE SANTARMSANTA CASA DA MISERTICRDIA DE SANTARMSANTA CASA DA MISERTICRDIA DE SANTARM

    Largo Cndido dos Reis, 17 | 2001Largo Cndido dos Reis, 17 | 2001Largo Cndido dos Reis, 17 | 2001Largo Cndido dos Reis, 17 | 2001----901 Santarm901 Santarm901 Santarm901 Santarm

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    DIRECTOR

    Provedor Eng Mrio Augusto Carona Henriques Rebelo Provedor Eng Mrio Augusto Carona Henriques Rebelo Provedor Eng Mrio Augusto Carona Henriques Rebelo Provedor Eng Mrio Augusto Carona Henriques Rebelo

    EDITOR

    Eng Emlia Daniel LeitoEng Emlia Daniel LeitoEng Emlia Daniel LeitoEng Emlia Daniel Leito

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    Antnio J. L. MonteiroAntnio J. L. MonteiroAntnio J. L. MonteiroAntnio J. L. Monteiro

    TIRAGEM

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    DEPSITO LEGAL

    112397/97112397/97112397/97112397/97

    PESSOA COLECTIVA DE UTILIDADE PBLICAPESSOA COLECTIVA DE UTILIDADE PBLICAPESSOA COLECTIVA DE UTILIDADE PBLICAPESSOA COLECTIVA DE UTILIDADE PBLICA

    D.R. N 46 D.R. N 46 D.R. N 46 D.R. N 46 ---- 1 SRIE 1 SRIE 1 SRIE 1 SRIE ---- D.L. N 119/83, 25D.L. N 119/83, 25D.L. N 119/83, 25D.L. N 119/83, 25----2 2 2 2

    ACABAMENTO E IMPRESSO

    Peres, Marques & Cardoso, Ld Peres, Marques & Cardoso, Ld Peres, Marques & Cardoso, Ld Peres, Marques & Cardoso, Ld ---- SantarmSantarmSantarmSantarm

    O VOLUNTRIO E O VOLUNTARIADO

    Voluntariado uma actividade abrangi-da por lei em Portugal, a Lei 71 de 1998.

    O exerccio da solidariedade sempre importante, quer seja isolado, quer seja integrado em grupos, mas ser mais prof-cuo se for um trabalho organizado, numa comunho de esforos.

    por definio um trabalho sem fins lucrativos, feito seja por uma organizao, uma pessoa, uma famlia ou uma comuni-dade. Pode ser prestado em Institutos Particulares de Solidariedade Social, Mise-ricrdias e Clubes. Serve para apoiar a pobreza, ajudar pessoas diferentes, com-bater a excluso social, promover a sade, a educao, a cultura. O voluntrio colabo-ra com solidariedade, promovendo o res-peito, a fraternidade, a responsabilidade social e intercultural.

    O voluntrio no tem limite de idade, e est inserido em programas de enqua-dramento desde a igreja a instituies laicas.

    Sem ganhos materiais nem fins lucrati-vos, ou outras contrapartidas, no deixa de ter como principal enfoque o nosso prprio benefcio, pois d-nos a satisfao de fazer o bem, no apenas por altrusmo, mas sobretudo por ser uma forma de auto-realizao. O nosso desenvolvimento pessoal passa por promover a fraternida-de humana.

    As motivaes so diferentes para cada pessoa, mas o importante a utilidade e sentido que damos s nossas vidas. O prin-cipal interesse o trabalho para o Bem comum, ajudando os nossos semelhantes,

    levando um sorriso, um abrao... uma esperana.

    O voluntariado direccionado para todas as idades e para todos os que preci-sam, na nossa organizao, parquia ou comunidade.

    Hoje, grande nmero de reformados d algum do seu tempo livre para satisfazer as necessidades de quem precisa, mas h tambm o voluntrio jovem nos tempos livres, em campos de frias, na proteco das florestas ou ainda na promoo da eficincia energtica.

    Numerosas so as possibilidades de ajuda. Assim ns queiramos olhar para o lado!

    Para os jovens, alm de altrusmo, as actividades de voluntariado so-lhes teis no campo curricular. Os mais velhos tam-bm tm benefcios, no menos impor-tantes, como por exemplo a rede de ami-gos que ganham. A amizade to impor-tante para ns, como para aqueles a quem fazemos um pouco de companhia.

    A solido mata e a comunicao e o amor que so a fonte da vida.

    Qualquer um pode ser voluntrio. S tem que descobrir a rea em que quer trabalhar e abrir o seu corao aos outros. Todos devemos colaborar para construir um mundo melhor e mais solidrio. Que melhor motivao poder ter como ocu-pao de tempos livres? S precisamos de empenho, cooperao e responsabilidade.

    Sinta, acredite, disponibilize-se e venha.

    vo e benevolente, como Deus viu, aps a criao, que o mundo era bom. Elevemos o nosso corao ao Senhor, atravs da escuta da Sua Palavra e da orao, para que, na sua luz, possamos descobrir o encanto da vida que nos foi dada e do mundo que nos rodeia. Saibamos ver, para alm do egosmo e da corrupo, a beleza do amor de Cristo espalhado na beleza de muitos gestos de bondade, servio e ajuda fraterna.

    Faamos brilhar a luz nossa volta. Eis um bom programa de Natal para viver a vida inteira. Sejamos uma presena amiga para quem sofre a solido, prestemos ateno a quem est esquecido, levemos o sorriso a quem anda triste, estendamos a mo a quem jaz cado, procuremos curar as feridas de quem sofre, manifestemos a nossa f a quem vive sem esperana. Estejamos atentos s carncias e manifestemos a nossa solidarie-dade a quem precisa de ajuda. Vivamos o Natal no seu significado profundo de comeo de um mundo de paz, alegria e fraternidade.

    Santarm 12 de Dezembro de 2010

    (Continuao da pgina 1)

    Uma luz brilha nas trevas

    [ D. Manuel Pelino Domingos ]

    [ Um Voluntrio ]

  • 3

    O ms de Dezembro, ltimo da srie de 2010 chegou a medo mas com sorriso de Inverno. Prepara-se para a Festa de Natal, com a sua histria milenar inolvidvel! Evento celebrado todos os anos nos templos das cidades, vilas e aldeias, com oraes divinas.

    H mesa farta e alegria na rvore tradicional, decorada com bolinhas coloridas, fios dourados ou prateados e luzinhas a cintilar. Na base da rvore verde, as prendas, envoltas em papis coloridos, com motivos natalcios. E no pode faltar o lao e a fita bicolor a envolver a prendinha surpresa na noite de 24 de Dezembro.

    Noite festiva inolvidvel e vivida com emoo e sentimento por todos os humanos.

    Na mesa sempre posta h as iguarias tradicionais do Natal. Os velhoses, coscores, o arroz doce, as rabanadas nortenhas, fazem crescer gua na boca no ambiente familiar. O abrir das prendas seguido com alegria e animao pelas surpresas que vo saindo, para o grupo familiar e amigo, com o tradicional slogan de Boas-Festas.

    A Missa de Natal rezada com f e respeito nas igrejas pelos Reverendos, paramentados para a festa eclesistica. No regresso aos lares, come-se bebe-se em ambiente de convvio salutar, a tradicional Ceia de Natal: bacalhau cozido com couves e batatas, pontifica nas mesas familiares.

    O dia 25 de Dezembro, todo ele envolve a histria imorredoura, do nascimento de Jesus Cristo que habita em nossos coraes para sempre.

    NATAL PARA MEDITAR... [ Eusbio Jorge ]

    O INVERNO CHEGOU COM CHUVA E FRIO

    O sol outonal despediu-se e foi para longe, transps monta-nhas e cordilheiras longnquas. Cedeu o lugar ao inverno, em Dezembro, o ms que encerra o ano que decorre.

    O tempo decorre com temperatura fria e chuva intensa, a azfama campesina surge para colher os produtos da terra e preparar os solos para as primeiras colheitas. Tratam-se as cepas vindimadas e obter as apreciadas bebidas, vinho, gua-p, pro-dutos que fazem parte da economia racional. So depois devi-damente guardados em tonis de maneira especial ou, por opo mais recente, depsitos (inox), alumnio anodizado, que no altera as qualidades dos produtos vincolas.

    Os frutos da poca so agradveis, apetitosos. As uvas, os morangos, as peras e mas, marmelos e outros de fazer crescer gua na boa. Os frutos secos, castanhas, nozes, amndoas, figos naturais ou passados, so ddivas do inverno.

    As rvores despiram a sua folhagem que vai caindo a atapetar o cho, imagens envelhecidas pelo tempo cclico e ficam com aspecto fantasmagrico.

    Neste tempo frio e chuvoso sem proteco a passarada tem o ambiente nocturno que traz surpresas diversas.

    Mas os pssaros com sentido de orientao e muita precau-o, vo conhecendo o meio para s depois partirem.

    As flores que se apreciam com ternura tambm vo desapare-cendo com as fortes chuvadas e o sopro do vento norte. A mudana das estaes tem reflexos no vesturio feminino e masculino. Com efeito, o vesturio de seda passa a ser de algo-do ou l. As mangas curtas cedem lugar s compridas.

    Todas estas mudanas so inerentes poca e preparam-nos para aceitar mais um ano que se aproxima e que esperamos seja prspero.

  • 4

    SESSO DE SENSIBILIZAO DE CONSERVAO E RESTAURO

    [ Vnia Paula ]

    No passado dia 9 de Novembro de 2010, realizou-se na Sala de Formao da Santa Casa da Misericrdia de Santarm, orientada pela Tcnica de Conservao e Restauro da Instituio, uma aco de sensibilizao da rea de Conservao e Restauro, como rea de interveno, bem como para a importncia da permanncia da mesma.

    O objectivo desta Sesso foi esclarecer o pblico relativamente temtica de preservao, conservao e restauro, expondo seu contexto terico, cientfico e prtico, sensibilizando para as ver-dadeiras necessidades e importncia da interveno nesta rea, despertando sensibilidades para a responsabilidade de todos ns como sociedade e ser individual na preservao de todo o Patrimnio existente.

    Foi feita uma abordagem terica da Preservao, Conservao e Restauro como disciplina cientfica, enquadrando a pertinncia da conservao e do restauro na Santa Casa da Misericrdia de Santarm. Foram apresentados diapositivos e imagens de exem-plos prticos de intervenes, de modo a expor o rigor cientfico que necessrio para a o tratamento de uma obra, sensibilizan-do para o facto de ser uma responsabilidade tcnica, intervir na recuperao de bens patrimoniais.

    Os presentes (voluntrios da Instituio), tiveram a oportuni-dade de observar metodologias de interveno, podendo parti-cipar no diagnstico e proposta de tratamento, segundo a orien-tao da Tcnica, seguindo sempre os princpios ticos de inter-veno. Foram dados a conhecer tambm alguns produtos e equipamentos, bem como as condies de higiene e segurana

    de trabalho despertando para a especificidade de determinados produtos qumicos e os cuidados que estes exigem, sendo muito importantes para riscos de sade, remetendo mais uma vez que este tipo de trabalho se assume com maior cariz cientfico e no com teor artesanal.

    Apesar de o nmero de pessoas presentes ter sido reduzido, foi gratificante a aderncia, e o interesse, tendo estes manifesta-do a forma diferente e mais cuidada com que futuramente observaro este tipo de trabalho, frisando at que a partir de agora ao visitar um museu sero muito mais sensveis, visto terem uma noo de todo o trabalho que est por trs.

  • 5

    O projecto que se apresenta, parte integrante de um conjunto de objectivos que considerei como prioritrios, nas reas do Pelouro que me foi atribudo, importante para a Santa Casa da Miseri-crdia de Santarm, quer materialmente, quer tambm de imagem, e que assumo como tarefa difcil, mas a merecer toda a dedicao e esforo, com o propsito firme de tornar as intenes em realiza-es, conforme posio tambm j expressa em opinio escrita, no primeiro Boletim Informativo da actual Mesa.

    Para alm da sempre presente e cuida-da gesto dos bens da Santa Casa, impe-se a necessidade de procurar novos pro-veitos e nesse sentido, entre outras inter-venes j concretizadas, propus agora Mesa Administrativa a abertura de um Concurso de Ideias que no seu essencial se consubstancia da seguinte forma:

    1. O Projecto visa rentabilizar os espaos no utilizados da nossa Praa de Touros e que no v colidir com o normal fun-cionamento da explorao dos espect-culos taurinos, conforme o contrato de concesso actual ou futuro;

    2. Destina-se a finalistas do Curso de Arquitectura do Pas e jovens arquitec-tos at idade de 30 anos, que podero vir eventualmente a liderar o projecto premiado;

    3. Ser constituda uma Comisso para

    apreciao dos projectos composta por elementos de reconhecido valor nesta rea, desejavelmente integrando tam-bm Reitores das Faculdades ou Presi-dentes da Ordem, a quem sero envia-dos os correspondentes convites. A dita Comisso eleger os trs primeiros premiados, aos quais sero entregues prmios pecunirios oferecidos por empresas via mecenato, a definir.

    Identificado o trabalho premiado, pas-sar-se- fase de auscultao de inves-tidores interessados, que permita con-cretizar este objectivo de todo o inte-resse para a Santa Casa;

    4. Todos os projectos recebidos, sero colocados em exposio nas arcadas da Praa de Touros, onde podero vir a ser observados pela Comunicao Social nacional e regional, grupos econmicos nacionais e estrangeiros, estudantes, pblico em geral, entidades polticas culturais e sociais. Exposio essa, que permitir, no s evidenciar a transfe-rncia do concurso e correspondente deciso, como ainda e fundamental-mente poder provocar maior interesse por parte de eventuais investidores presentes.

    Este projecto parece evidenciar vanta-gens significativas a considerar:

    Envolvncia da Santa Casa a custos muito reduzidos no projecto que visa rentabilizar espaos mortos e sem nenhum rendimento;

    Evita assim despesas obrigatrias e expressivas que podero advir num futuro prximo, por deteriorao do imvel;

    Liga a nvel nacional, os jovens arqui-tectos cidade de Santarm, Santa Casa e Praa de Touros, aos agentes econmicos nacionais e eventualmente internacionais;

    Possibilita a desejada colaborao insti-tucional com entidades polticas e sociais;

    Mediatiza positivamente a imagem da Santa Casa, pela apresentao dum projecto desta envergadura, abrindo perspectivas a jovens formandos e for-mados;

    Fica proprietria gratuitamente de vrios projectos ideias tantos quantos os apresentados, conforme definido;

    No se vislumbram desvantagens.

    Este ser o traado de suporte ao pro-jecto que foi aprovado em Reunio de Mesa por unanimidade e na qual tambm foi deliberado delegar-me o planeamento e execuo deste Concurso de Ideias.

    Traado que pela sua complexidade e importncia, poder ser sujeito a ajustes, se e s considerados de mais-valia, quer de ordem tcnica, quer administrativa, assim como da indispensvel magistratu-ra, de influncia valiosa, sem que se adul-tere o esprito inicial j referido e aprova-do em reunio de Mesa.

    Este ser, assim se espera, um objectivo a atingir e de mais valia para o patrimnio da Santa Casa

    Uma equipa presidida com excelente qualidade, como o caso, toda ela moti-vada, colaborante, responsvel, muito coesa e intransigente na defesa dos inte-resses da Santa Casa so a garantia da nossa aposta.

    Irmos, vamos ento desenvolver este projecto com todo o nosso entusiasmo. Da sua evoluo iremos seguramente dando notcias, e aceitando mesmo sugestes que analisaremos com toda a ateno.

    Um Bom Ano para todos os Irmos.

    [ Casimiro Santos ]

  • 6

    Reunio da Assembleia Geral Teve lugar a 15 de Novembro a Assem-

    bleia Geral para apresentao do Plano de Actividades e a Conta Geral de Explorao para o ano de 2011, como determina o Compromisso.

    Presidiu Assembleia o Cor. Antnio Manuel Garcia Correia, Presidente da Mesa da Assembleia Geral, secretariado por Nuno Miguel Vieira Alves Ferreira e Jorge Paulo Ferreira, vogais da mesma Mesa, a fim de ser posto considerao e votao dos Irmos o contedo da Con-vocatria, datada de 19 de Outubro de 2010, cuja Agenda de Trabalhos era a seguinte:

    1) Votar o Plano de Actividades e o Ora-mento para o ano de 2011;

    2) Outros Assuntos.

    O Presidente da Mesa deu incio Assembleia estando presentes naquela bonita sala 27 Irmos.

    Depois de terminada a leitura da Acta de 24 de Maro de 2010, o Presidente ps a mesma votao que foi aprovada com 2 abstenes e 25 votos a favor.

    Passou-se de seguida Agenda de Tra-balhos, dando o Presidente a palavra ao Provedor para apresentao do Primeiro Ponto: Votar o Plano de Actividades e o Oramento para o ano de 2011

    O Provedor cumprimentou os Irmos presentes e, passou a apresentar o Plano de Actividades e Conta Geral de Explora-o para o prximo ano. Dado que o documento foi distribudo, passou a inci-dir a sua interveno apenas nas conclu-ses do mesmo, destacando o seu teor. Relativamente Conta Geral de Explora-o Previsional, adiantou que o Resultado Operacional indicia um acrscimo negati-vo, no montante de 28,538,25.

    O motivo mais relevante deve-se ao aumento das amortizaes (Conta 66), devido abertura da nova Resposta Social - U.C.C.L.D.M. (Unidade de Cuidados Con-tinuados Integrados de Sade, de Longa Durao e Manuteno). Este aumento compensado na conta de Subsdios para Investimentos (7983), estando assim, fora do mbito operacional, isto , reflecte-se nos Resultados Extraordinrios. Este Resultado Previsional do ano 2010 est muito elevado, devido ao valor da conta 791 (restituio de Impostos - IVA de Obras, Equipamento e Viaturas). Se retirar-mos este valor (115,105,69), o Resultado Extraordinrio do ano 2011 superior ao de 2010 em 25.133,87, o qual, correspon-de sensivelmente ao valor do aumento dos Subsdios ao Investimento.

    Informou tambm, j estar provisionada a verba a que foram condenados, a Santa Casa da Misericrdia de Santarm e o seu antigo Provedor o Irmo Jos Manuel Cordeiro.

    Terminada a exposio do Provedor, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, pediu aos Irmos para apresentarem pedi-dos de esclarecimentos. O Irmo Coronel Joaquim Bernardo perguntou sobre o Lar dos Rapazes e o seu futuro e, se os Utentes passaram a designar-se por Clientes. O Provedor explicou, que se trata de uma nova terminologia. O Irmo Adelino Cruz pediu esclarecimento sobre a CAMPUS XXI, o qual no vinha referido no Plano de Actividades. Em resposta, o Provedor disse que a CAMPUS XXI, no apresenta Contas Santa Casa da Miseri-crdia de Santarm, e que no gostava que a nossa Instituio pertencesse a uma sociedade como esta, pois achava que a CAMPUS XXI seria uma Empresa fantasma. Disse ter enviado duas cartas com aviso de recepo, uma dos novos Corpos Sociais e outra com indicao do administrador, o Irmo Dr. Joo Pita Soa-res e do Irmo Eng. Armando Rosa, para continuao como Presidente da Assem-bleia Geral. Estas cartas foram recepciona-das por uma Senhora chamada Carla e vem agora a administrao informar des-conhec-las. O Irmo Adelino Cruz disse que quanto mais depressa nos separar-mos dessa empresa melhor. O Irmo Eng. Armando Rosa informou, como Presiden-te da Assembleia Geral da CAMPUS XXI, que a reunio da Assembleia Geral, est marcada para dia 9 de Dezembro de 2010.

    O Sr. Presidente da Assembleia Geral pediu a palavra na qualidade de Irmo, solicitando ao Sr. Provedor para informar a quem foi pedido o parecer sobre o Lar dos Rapazes. Adiantou que foi proposta a extino do Lar dos Rapazes a qual foi votada favoravelmente, e que foi dado conhecimento Segurana Social. Foi ainda proposto Segurana Social, que a valncia Lar dos Rapazes fosse substituda por outra valncia envolvendo a Famlia e a Comunidade, no tendo havido respos-ta. Informou ainda, que tem conscincia

    de no haver condies para formar esses jovens, para alm do elevado custo finan-ceiro, quer para Instituio, quer para o Estado. Continuou dizendo, que esses jovens so provenientes de famlias desestruturadas, sendo os seus problemas mais da responsabilidade do Estado. Disse tambm, que a Mesa Administrativa comunicou ao Tribunal estas questes, por no ter capacidade para as suprir, j que a Segurana Social normalmente solicita o internamento de rapazes com graves problemas. Solicitou ao Provedor, para que, se o tema voltar a debate em Assembleia Geral, sejam as Reflexes novamente debatidas e apreciadas. Refe-riu tambm, ter comunicado estes proble-mas ao Tribunal e Segurana Social, mas que esta no se preocupou em ajudar a resolv-los, exigindo que o Provedor se deslocasse a Lisboa para ser ouvido, enviando de imediato uma inspeco no com o objectivo de ajudar a resolver o problema, mas antes, no sentido de fisca-lizar as instalaes, as competncias do quadro de pessoal, etc., de todas as valn-cias de Infncia e Juventude. O Provedor em resposta relembrou aos Irmos lendo a Acta da Assembleia Geral de 28 de Novembro de 2008, que no ponto n. 3, Reflexo sobre o Futuro do Lar dos Rapa-zes, concluiu que, esse documento de reflexo onde se inclua a proposta de encerramento, esta no fora sujeito aprovao, mas sim, uma proposta verbal apresentada pelo Irmo Ramiro Matos, a qual foi aceite por unanimidade, e que se transcreve: que a Assembleia vote se que a Assembleia vote se que a Assembleia vote se que a Assembleia vote se autoriza a Mesa Administrativa a conti-autoriza a Mesa Administrativa a conti-autoriza a Mesa Administrativa a conti-autoriza a Mesa Administrativa a conti-nuar os contactos e a procura de solues, nuar os contactos e a procura de solues, nuar os contactos e a procura de solues, nuar os contactos e a procura de solues, para a reconverso do Modelo actual do para a reconverso do Modelo actual do para a reconverso do Modelo actual do para a reconverso do Modelo actual do Lar, sem prejuzo de submeter a nova Lar, sem prejuzo de submeter a nova Lar, sem prejuzo de submeter a nova Lar, sem prejuzo de submeter a nova Assembleia Geral a soluo encontrada e Assembleia Geral a soluo encontrada e Assembleia Geral a soluo encontrada e Assembleia Geral a soluo encontrada e a definio e esclarecimento concreto do a definio e esclarecimento concreto do a definio e esclarecimento concreto do a definio e esclarecimento concreto do novo Modelonovo Modelonovo Modelonovo Modelo a implementara implementara implementara implementar, incumbin-do assim, a Mesa de apresentar um novo Modelo, uma outra soluo, em uma nova reunio de Assembleia Geral.

    O Irmo Coronel Garcia Correia manifes-tou que fosse pormenorizado, como se conseguiu rentabilizar mais de 70.000,00 no patrimnio. O Irmo e Mesrio Casimi-ro Santos informou que, o aumento advm do contrato com a SURGIMED, com a Clnica Dentria e o SISEP, de 30.000,00 para 60.000;00, foram estas as principais alteraes resultantes da renegociao de novos contratos Tam-bm nesta verba entram dois montantes, um de 3.000,00 de Publicidade e outra de 7.000,00, que corresponde a receitas (donativos) da Praa de Touros. Existem ainda outros de pequena expresso, que

    (Continua na pgina seguinte)

  • 7

    concorrem para este resultado.

    O Irmo Coronel Garcia Correia respon-deu considerar a verba de arrendamento do Patrimnio rstico e urbano, muito boa e de valor bastante elevado, mas lembrou, que os acordos com a SURGIMED e com o SISEP foram efectuados em 2008, e que a verba da Praa de Touros era normalmente inscrita na Rubrica 73 Proveitos Suplemen-tares, e no na Rubrica 78 Proveitos e Ganhos Financeiros, como foi includo no Oramento Previsional para 2011. Acres-centou porm, que se encontrava esclareci-do.

    O Irmo Coronel Garcia Correia lembrou, relativamente ao Projecto do Hotel Char-me que no foram executados Projectos de Especialidade ou de Engenharia, e que o contrato assinado com o Sr. Arquitecto Lus de Freitas, s contempla pagamentos,

    quando forem obtidos proveitos do imvel. O Provedor informou, que espera a respos-ta s cartas enviadas ao Sr. Arquitecto Lus de Freitas, e at obteno desta, os paga-mentos encontram-se cancelados.

    O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Cor. Garcia Correia interveio ainda para se congratular com a notcia, que teve conhecimento pela Comunicao Social, do Protocolo celebrado entre a Santa Casa e o Instituto Politcnico de Tomar, para a rea de Conservao e Restauro do Patri-mnio Cultural da Santa Casa....

    No havendo mais intervenes foi posta votao o Plano de Actividades e a Conta Geral de Explorao Previsional para 2011, com o respectivo Parecer do Conselho Fiscal, os quais foram aprovados por maio-ria com uma absteno.

    Passou-se de seguida ao Segundo Ponto: Outros Assuntos.

    O Provedor usou da palavra para informar que est a ser revisto o Compromisso, e que ser objecto de uma reunio da Assembleia Geral Extraordinria, para pos-svel aprovao de acordo com a nova legislao sobre a Unio das Misericrdias.

    No havendo mais intervenes o Sr. Presidente da Mesa da Assembleia Geral, deu por encerrada a sesso e apresentou Boas Festas a todos os presentes.

    (Continuao da pgina anterior)

    As frias de Natal trazem um estranho siln-cio a quem frequenta, desde meados de Outubro, a Universidade da Terceira Idade de Santarm UTIS.

    Aproveitamos este silncio para fazer um ponto de situao dos primeiros dois meses e meio de actividades. Actividades sempre realizadas com o intuito de prosseguir os objectivos gerais deste grande Projecto: proporcionar a actualizao scio-cultural dos seus alunos e fortalecer a sua participa-o social/cidadania activa.

    Assim, depois da abertura oficial do ano lectivo, a 27 de Outubro, realizada no audi-trio da Escola Superior de Sade de Santa-rm, na presena do Conselho de Parceiros e do Coordenador do Conselho Cientfico-Pedaggico, a UTIS rumou a Londres, com um grupo de 40 alunos da disciplina de Ingls. Entre 3 e 7 de Novembro, os partici-pantes puderam conhecer (ou revisitar) a bonita cidade de Londres, e alguns dos seus mais emblemticos locais e monu-mentos. Foi possvel passear por Oxford, cidade sobejamente conhecida pela sua universidade, a mais antiga das universida-des de lngua inglesa, e considerada uma

    das 5 melhores universidades do mundo. Houve tempo ainda para assistir ao ines-quecvel Musical Mamma Mia e visitar o famoso Museu de Cera Madame Tussauds.

    A convite da Biblioteca Municipal Braam-camp Freire, a Tuna da UTIS encerrou, a 29 de Outubro, na Sala de Leitura Bernardo Santareno, as comemoraes do Centen-rio da Repblica com o espectculo A Repblica Cantada.

    Em aproximadamente duas horas, foram percorridos 100 anos de msica popular portuguesa, devidamente contextualizada com pequenos textos ilustrativos do cen-rio vivido em cada uma das dcadas. O pblico presente encheu a Sala de Leitura em nmero e calor, aplaudindo entusiasti-camente a actuao da nossa Tuna.

    Reiteramos aqui os nossos agradecimentos a todos os elementos da Tuna, e em espe-cial ao nosso Grande Amigo Pepe, orienta-dor do grupo e autor dos medleys apresen-tados.

    J em Dezembro realizmos uma visita de estudo ao Palcio de Queluz e s Linhas de Torres, enquadrada na disciplina de Hist-ria, e levmos a efeito as comemoraes da quadra natalcia, com a Festa de Natal, a 3 de Dezembro no Teatro S da Bandeira, e o Lanche de Natal com troca de presentes, a 14, na Casa do Campino.

    Agora, o estranho silncio manter-se- na UTIS at ao dia 3 de Janeiro, quando reini-ciarem as aulas.

    At l ficam os nossos votos de um Santo Natal e um Prspero Ano Novo!

    UTIS - Um ponto da situao [ Cristina Jorge ]

    O tempo realmente voa e a as constan-tes solicitaes a que estamos sujeitos, os prazos definidos que no podemos ultra-passar para no corrermos o risco de ficar na estao enquanto o comboio avana, um sem nmero de responsabilidades que nos faz andar em constante alvoroo para as cumprir tudo isto e muito mais faz parte dos tempos modernos e somos obri-gados a entrar nesta lufa-lufa de forma a acompanharmos o chamado sistema.

    Foi com relativa rapidez que tambm passou o meu primeiro ano como elemen-to da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericrdia de Santarm. Fao uma pequena reflexo e confesso-vos que gos-taria de ter muito mais tempo para colabo-rar com todos aqueles que trabalham nesta enorme Instituio. Enorme no s pela sua estrutura mas Enorme devido ao Exce-lente desempenho de todos o tcnicos, colaboradores e voluntrios desta Casa, que do todos os dias o seu melhor para que as diferentes Resposta Sociais funcio-nem na perfeio.

    Sinto-me honrado em trabalhar com todos e sentir que fao parte desta Equipa.

    Aproveito o fecho do Ano para agrade-cer e enaltecer o Dinamismo e disponibili-dade de todos os que trabalham directa-mente comigo no desempenho das fun-es que me foram atribudas. O Aprender, aprendendo tem sido uma mais-valia para o desempenho das minhas funes e em tudo na vida devemos seguir esta mxima, pois o saber no ocupa espao.

    Agradeo tambm de uma forma geral a todos os Fornecedores da Santa Casa, que se associaram a ns na grande Festa que o Natal e que com muito sacrifcio presen-tearam a instituio com donativos ou com Bens que neste momento no poderamos adquirir, e que nos permitiram realizar grandes sonhos e fazer deste Natal, um Natal muito melhor.

    O nosso muito Obrigado.

    Resta-me desejar um Excelente Ano de 2011, extensvel claro s vossas famlias, esperando que este novo Ano vos traga tudo o que ambicionam.

    ANO NOVO [ Gonalo Eloy ]

  • 8

    Decorreram na nossa Santa Casa os habituais eventos durante a tradicional poca natalcia. Esses eventos decorreram entre o dia 6 de Dezembro e o dia 6 de Janeiro - Dia de Reis.

    No primeiro dia, foi dado o arranque do Programa das Festas de Natal no Centro de Dia tendo sido dedicado ao Volunta-riado. No mesmo dia, deu-se incio exposio temporria subordinada Temtica Natalcia na Igreja da Miseri-crdia e Igreja de Jesus Cristo.

    No dia 16 pelas 15horas, o Grupo Musi-cal Amigos da Pardia, animou e encan-tou os nossos clientes do Lar de Idosos e do Lar de Grandes Dependentes.

    J no dia 20, a Mesa Administrativa numa cerimnia simples mas carregada de esprito natalcio, procedeu simbolica-mente, entrega de Cabazes de Natal aos funcionrios, atravs do mais antigo e do mais novo, ao servio na Santa Casa. Foi com muita emoo que a pequenada da Creche e Pr-Escolar Os Amiguinhos assistiu por volta das 16 horas, chegada do Pai Natal para a habitual visita anual e troca de prendas.

    No dia 21 ocorreu a tradicional Eucaristia de Natal na Igreja de Jesus Cristo celebrado pelo Capelo da Misericrdia Padre Vtor Joo, e com a presena das crianas e idosos que frequentam as nossas Respostas Sociais, respectivos fami-liares, grupos de Volun-trios, Funcionrios e da Mesa Administrativa.

    Nesse mesmo dia teve lugar o to dese-jado Jantar de Natal do Ncleo da Ancia-nia e CAAS que fez a delcia de todos os nossos clientes.

    A tradicional Festa de Natal da institui-o ocorreu no dia 22 pelas 15 horas, no Restaurante Ponte dAsseca que se desti-nava a Clientes, Familiares, Voluntrios e Funcionrios. Do programa, destacamos a actuao das crianas da Sala de 1, 3, Sala familiar e de 4 anos da Creche e Pr-Escolar Os Amiguinhos danando e cantando volta do pinheiro; a animao contagiante do palhao Pantufa e, de novo as crianas das salas dos 2 e dos 5

    anos que cantaram a cano da Estrelinha. De seguida actuaram as Vozes do Boial das nossas crianas do Centro de Actividades de Tempos Livres. Para finalizar assistiu-se s danas do Rancho Folclrico da Romeira.

    A encerrar o programa das festas desta quadra natalcia, foi feita a entrega de presentes no Lar dos Rapazes durante o Jantar de Reis.

    Tambm dentro deste perodo, esteve patente numa sala junto ao Porto do Lar dos Rapazes uma Venda de Natal com trabalhos efectuados nas diferentes Res-postas Sociais.

    Ladislau Teles Botas

    Faleceu em finais de Julho com 74 anos, o Irmo da Santa Casa da Misericrdia, Ladislau Teles Botas uma figura de vulto na cidade de Santarm, onde exerceu o cargo de Pre-sidente da Cmara entre 1977 e 1992.

    Ladislau Botas estava j h algum tempo ao cuidado da San-ta Casa da Misericrdia onde veio a falecer.

    Juntamo-nos famlia, neste momento de dor, qual ende-reamos as nossa sentidas condolncias.

    QUOTASQUOTASQUOTASQUOTAS Lembram-se os Irmos que ainda no efectuaram o paga-

    mento da sua quota referente ao ano de 2010 (ou anteriores) que o podero fazer directa e pessoalmente na Secretaria dos Servios Administrativos ou enviando a respectiva importn-cia atravs de cheque ou vale de correio para o endereo abai-xo indicado.

    Relembramos igualmente que o valor da referida Quota de 12,00/ano.

    Santa Casa da Misericrdia de Santarm Santa Casa da Misericrdia de Santarm Santa Casa da Misericrdia de Santarm Santa Casa da Misericrdia de Santarm

    Largo Cndido dos Reis, n17 Largo Cndido dos Reis, n17 Largo Cndido dos Reis, n17 Largo Cndido dos Reis, n17

    Apartado 23 Apartado 23 Apartado 23 Apartado 23

    2001200120012001----901 Santarm901 Santarm901 Santarm901 Santarm

    FESTEJOS DE NATAL NA MISERICRDIA

  • 9

    KYRIEKYRIEKYRIEKYRIE

    Em nome dos que choram,

    Dos que sofrem,

    Dos que acendem na noite o facho da revolta

    E que de noite morrem,

    Com a esperana nos olhos e arames em volta,

    Em nome dos que sonham com palavras

    De amor e paz que nunca foram ditas,

    Em nome dos que rezam em silncio

    E falam em silncio

    E estendem em silncio as duas mos aflitas.

    Em nome dos que pedem em segredo

    A esmola que os humilha e os destri

    E devoram as lgrimas e o medo

    Quando a fome lhes di.

    Em nome dos que dormem ao relento

    Numa cama de chuva com lenis de vento

    O sono da misria, terrvel e profundo.

    Em nome dos teus filhos que esqueceste,

    Filho de Deus que nunca mais nasceste,

    Volta outra vez ao mundo!

    Ary dos SantosAry dos SantosAry dos SantosAry dos Santos

    No mbito das comemoraes do Natal na Santa Casa da Misericrdia de San-tarm e semelhana das outras respostas sociais, o jantar de Natal realizou-se no dia 21 de Dezembro.

    A sala destinada s refeies estava engalanada com um bonito prespio, uma rvore de Natal multicolorida onde o brilho das luzes apelava festa, as cadei-ras forradas a tecido branco e enfeitadas com grandes laos, velas acesas nas mesas; tudo denotava um enorme cuidado e carinho para tornar o Natal dos sem abrigo uma verdadeira noite de Paz e Amor.

    Perto das 20 horas foram chegando homens e mulheres, bem arranjados e com um jeito de surpresa perante o que encontraram. O jantar foi servido sen-tado, por mim e pela Dr Mafalda; sopa, carne, doces, sumos, bolos tradicionais e caf. No faltou tambm a lembrana dum chocolate e pequena surpresa.

    Um voluntrio, o Sr. Jos Joaquim e um amigo tomaram a seu cargo a anima-o musical; msica e canes espalharam a alegria que a todos contagiou e levou a participar.

    Estiveram presentes o Provedor que a todos saudou e desejou Boas Festas, sua esposa e outros elementos da Mesa.

    Para mim foi uma experincia nica, onde os abraos, a alegria e algumas lgrimas se misturaram porque esta tambm uma poca de reflexo sobre "os porqus" da Vida, o que se perdeu, mas espero que tambm de projectos futuros.

    Esta a misso da Santa Casa: sugerir e ajudar a criar alicerces para a integra-o dos excludos na sociedade e este Natal no CAAS foi uma partilha livre de interesses, apenas baseada na solidariedade.

    O NATAL NO CAAS [ Cremilda Salvador ]

    AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericrdia vem agradecer de uma forma muito sentida a solidariedade manifestada nesta poca festiva por vrios benemritos com ofertas de roupas, brinquedos, alimentos, um plasma para o Lar dos Rapazes e ainda donativos em numerrio no valor de 3.735 euros.

    A todos o nosso Bem Haja e os melhores votos de um Prspero 2011.

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    OBRAS DE MISERICRDIA - Vestir os nus

    [ Antnio Monteiro | Maria Jos Casaca ]

    Como referimos no Boletim Informativo anterior, a leitura das Obras de Misericr-dia no Compromisso de 1577, segue uma determinada ordem suficientemente clara e aceitvel do ponto de vista das prioridades da misso e da aco caritati-va da Santa Casa da Misericrdia no sc. XVI, contudo, a disposio dos vrios medalhes representativos das mesmas obras na Sala do Definitrio, no obedece a qualquer critrio conhecido ou qual-quer modelo pr-definido. Este constran-gimento obrigou-nos a tomar a deciso de fazermos a leitura da direita para a esquerda, do que resulta comearmos por analisar, com mais pormenor, a Obra de Misericrdia Corporal VESTIR OS NUS, por ser a primeira ali expressa.

    Na presente cartela podemos verificar que a representao se limita a duas per-sonagens distintas. A aco parece decor-rer junto entrada de umas casas de habitao. Como fundo, o arvoredo e os montes. De p, um indivduo, segura nas mos aquilo que parece ser uma capa ou um manto. A sua ligeira inclinao frontal

    foca-nos na sua inteno para oferecer um agasalho segunda personagem. A forma como veste, denuncia-o como per-tencendo classe da nobreza: jaqueta,

    cales at ao joelho, borzeguins (bota at meio da perna com lao ou fivela), chapu emplumado e espada como arma de defesa. O indigente, de braos ligeira-mente flectidos, mas estendidos na direc-

    o da capa ou manto, com sentido de aceitao da ddiva, mantm-se sentado com o corpo em meia rotao como for-ma de esconder a sua nudez. Como toque final, o autor do projecto azulejar ao fazer a caracterizao do pedinte, serve-se de um saio curto, desgastado, farripado nas pontas, os cabelos compridos e a barba grande.

    Segundo a tradio, S. Martinho, o sol-dado romano que, ao passar pelos por-tes da cidade de Amiens, se deparou com um homem pobre, quase nu e, desembainhando a espada, cortou ao meio a capa que usava e deu metade ao mendigo, enrolando-se na restante.

    Ao longo da histria da Santa Casa, inmeras vezes poderamos referenciar a aplicao deste ofcio de caridade, e algu-mas dessas referncias inscrevem-se ain-da no Compromisso de 1577. A primeira diz que: Em todas as couzas de despeza de dinheiro, esmolas e vestidos para vestidos para vestidos para vestidos para pobrespobrespobrespobres, [] o Provedor o no far nem o mandar fazer sem acordo e conselho

    DO FICHEIRO DOS IRMOS

    Durante o ano de 2010 foram admitidos os seguintes Irmos da Santa Casa a quem a Misericrdia de San-tarm agradece a sua preciosa colaborao e deseja as maiores felicidades :

    Carlos Almeida e Cruz Carla Marina Santos Ferreira Santos Antnio Manuel Barbosa Relvas

    Paulo Jorge Carlos Dias Picoto

    Maria da Graa Correia

    Maria Elisabete Canio Castelo da Cunha Filipe

    Maria Fernanda da Silva Alves Canho

    Antnio Maria Canavarro Rhodes Srgio

    Maria Antnia de Brito Ginestal Machado

    Joaquim Lus Antolin Pedroso da Costa

    Jorge Manuel Alves Tom

    Francisco Jos Espinha Ribeiro de Carvalho

    Duarte Fernando Amaro Duro

    Nuno Alexandre Dias Videira

    Maria Amlia Pereira da Costa Freire

    Pedro Nuno Pimenta Braz

    Ricardo Jorge Figueiredo Segurado

    Maria de Lourdes Soares Rodrigues

    Maria Emlia Pinto de Matos Coelho Rufino

    Gonalo Luis Cordeiro de C. Asseiceira Santos

    Ana Margarida Cordeiro de Carvalho A. Santos

    Irene Lopes da Conceio de Arajo

    Irema Fernandes Tomaz da Conceio de Arajo

    Olga Fernandes Tomaz da Conceio de Arajo

    Maria Fernanda Deus Anselmo Antunes

    Maria da Conceio Silva Casanova

    Maria Jos Ferreira Esteves de Matos Coelho

    Matilde de Jesus Mendes Penteado

    Maria da Estrela dos Santos P. Rodrigues Maral

    Joaquim da Silva Ferreira

    Miguel Joo de Oliveira Sequeira Marcelino

    Rui Pedro de Sousa Barreiro

    Manuel Jorge Marques Fernandes

    Antnio Paulo Colao M. Frazo

    __________________________

    No mesmo perodo, chegou ao nosso conhecimento, com muita tristeza e pesar, o falecimento dos seguintes Irmos:

    Odete do Patrocnio Mota Jos Guilherme Coelho dos Reis Antnio Ferreira de Seabra Coelho

    Joaquim Manuel Ventura Batista

    Ladislau Telles Botas

    Jos de Matos Miranda

    Cndido F. Batista Beirante

    Maria do Carmo Rodrigues

    Que descansem na Paz do Senhor.

    Aos seus familiares apresentamos as nossas condolncias.

    Emlia Jesus Ferro

  • 11

    dos doze Irmos; a segunda, Deram a Deram a Deram a Deram a um preso pobre e doente um gabo e um preso pobre e doente um gabo e um preso pobre e doente um gabo e um preso pobre e doente um gabo e uns calesuns calesuns calesuns cales, registo do ano econmico de 1578-79, dos muitos nesse ano inscri-tos.

    A ttulo de curiosidade, remete-nos tambm para as cores do fardamento dos actuais colaboradores da Santa Casa, dizendo que Aver dous porteiros que sempre andaro Vestidos de azul; e servi-ro em tudo o que h Confraria for neces-srio, e um pouco mais adiante se acrescenta, que Aver hum moo pera a Sachristia, que tobem andar vestido d'azul,.

    Mas, para que isso acontecesse, a Mise-ricrdia era dotada de funcionrias habili-tadas ao tratamento de roupas; alm dos criados e ajudantes ligados prestao dos cuidados de sade, no Quadro de Pessoal anexo ao Compromisso de 1870, esto referenciados, no Hospital, um por-teiro, um criado, uma costureiracostureiracostureiracostureira, uma lavadeiralavadeiralavadeiralavadeira e uma engomadeiraengomadeiraengomadeiraengomadeira, um criado de compras, um cozinheiro e um ajudan-te. Pelos anos de 1838-1848, a lavadeira tinha de vencimento 4$000 ris e a engo-madeira 9$600 ris.

    Tambm em casos de legados testa-mentrios de Irmos benemritos deixan-do bens Santa Casa, estava esta obriga-da a cumprir segundo o acordo desses mesmos testamentos. Os testamentos eram administrados em Capelas, que no caso presente no designa algo fsico,

    mas sim, um conjunto de bens, vincula-dos ao testamento e cujos rendimentos deveriam ser gastos em missas, outras obras pias e de misericrdia. Em alguns desses testamentos estava inscrita a obrigao pia de amparo aos mais des-favorecidos na qualidade do vestir. Veja-se, por exemplo, a Capela de Francisco Soares de Albergaria, o qual fez testamen-to em 12 de Maro de 1656 e que con-templava Cada ano, em Quinta-Feira de Endoenas, um manto a cada uma de trs vivas pobres e honradas.

    O manto, tem aqui um significado mui-to particular pois podemo-lo ver na Ban-deira da Santa Casa da Misericrdia exis-tente na Sala do Definitrio. Num dos lados, a parte da frente, representada a imagem de Nossa Senhora da Misericr-dia, com um vasto manto azul celeste, aberto por mos de anjos, sob o qual se abrigam representantes de todos os gru-pos sociais.

    Como o manto azul celeste, tambm a Santa Casa apoiou durante cinco scu-los, pobres e humildes, graas s suas mercearias e asilos e, actualmente, continuar a apoiar todos aqueles que necessitarem do seu auxlio, quer no ves-ves-ves-ves-tirtirtirtir, quer no calarcalarcalarcalar, atravs do seu Banco de Roupas. Este iniciou a sua actividade em 1995, ainda de uma forma incipiente por manifesta necessidade da Santa Casa poder auxiliar em tempo til os utentes que dela necessitam, mas tambm pela

    gentilssima partici-pao da comunida-de em geral que nos faz chegar muitas roupas e calado em bom estado de con-servao.

    O grupo de Volun-trios da Misericr-dia, foi inicialmente o responsvel pela gesto e organiza-o do Banco de Roupas, contudo e devido s exigncias de procura e simul-taneamente de reco-lha/seleco das roupas, em 2000 mudaram-se as ins-talaes para uma sala do edifcio da lavandaria e defini-ram-se procedimen-tos de acordo com a nova realidade, nomeadamente os registos que permiti-

    ram um controle mais eficaz, do ponto de vista da concretizao do objectivo deste recurso: dar resposta adequada, com respeito pela privacidade de cada pessoa. Reportando-nos ao ano de 2010, a Miseri-crdia atende em mdia 70 famlias por ms. O Banco de Roupas hoje em dia carece de roupa de casa, nomeadamente: cobertores atoalhados e roupa de cama. Funciona todas as 5as feiras das 9h00 s 12h30, prolongando-se pelo perodo da tarde at s 15h30.

    Pelo atrs descrito se v que em toda a histria desta Santa Casa houve a preocu-pao de atender aos mais carenciados nas suas necessidades bsicas, numa atitude premente e solidria.

    Temos tambm como certo que vestir os nus no compreende apenas velar pelos cuidados primrios dos pobres e indigentes apoiados em toda a histria da Santa Casa; Vestir os nus poderia meta-foricamente significar a outra Obra de Misericrdia ensinar os ignorantes. Ensi-nando-os, vestem-se-lhes as roupagens do saber para que tirem melhor partido da vida e se realizem como elementos vlidos de uma sociedade em mutao.

    Para finalizar e, voltando ao ponto onde comemos, relembramos a quem se dedique ao estudo da azulejaria ou pura e simplesmente goste desta temti-ca, e queira ver outras referncias a este conjunto de Obras de Misericrdia, que no ano de 2007 a Unio das Misericrdias Portuguesas, atravs do seu Departamen-to de Cultura, levou a efeito um primeiro processo de Inventariao do Patrimnio Cultural das Misericrdias Portuguesas onde foram contempladas vinte e sete Santas Casas e onde esteve integrada a Misericrdia de Santarm. Esse processo de inventariao deu origem disponibi-lizao online de cerca de 10.666 peas inventariadas, tendo sido realizadas 578 fichas na Misericrdia de Santarm, as quais podem ser vistas em: http://matriz.softlimits.com/ump/MWBINT/MWBINT02.asp.

    Este conjunto, em particular, encontra-se catalogado como SCMS-199001102 -C.

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    Nasceu em Vila Franca de Xira e formou-se em Direito com o grau de Bacharel. Foi viver para Alpiara aps o casamento com D. Maria Xavier de Sousa Falco (nascida em 1849), uma rica herdeira des-ta localidade ribatejana, onde detinha, a par de outras, uma vastssima proprieda-de agrcola denominada Torrinha (hoje propriedade da famlia Ribeiro Telles). Desta unio nasce a sua ligao familiar a Manuel da Silva Passos (1801-1862), mais conhecido por Passos Manuel, que tinha casado, em 1838, com D. Gervsia Joaqui-na Farinha de Sousa Falco, filha de Joo de Sousa Falco, abastado agricultor, e de D. Maria Xavier Farinha Falco, propriet-rios da Quinta da Torre, em Alpiara.

    Homem empreendedor, em 1883, junta-se a um grupo de conceituados agricul-tores vinhateiros para formar uma Comis-so a fim de elaborarem um projecto sobre a produo e comrcio de vinho. Deste grupo faziam parte o Conde Casal Ribeiro, Francisco Simes Margiochi (Comendador da Ordem de Nossa Senho-ra da Conceio de Vila Viosa desde 1834), o Visconde de Coruche, Jos Perei-ra Palha Blanco, o Dr. Vicente Rodrigues Monteiro, o Eng. Bento Fortunato de Moura, Coutinho de Almeida dEa, D. Antnio dAlmeida, Adolfo Ferreira Lou-reiro, Manuel Alfonso Espregueira (Ministro da Fazenda do 1 governo do reinado de D. Manuel II, presidido pelo almirante Francisco Joaquim Ferreira do Amaral) e Joaquim Pires de Sousa Gomes.

    No ano de 1889, aliado a Pedro Augus-to Loureiro, como gerente, e Augusto dos Santos Ferreira de Miranda, constitui o Conselho de Administrao da Compa-nhia Mineira de Valverde, com um capital social de 100 mil ris.

    Em 1890 -lhe conferida, por Decreto Real, a merc do Titulo do Concelho, que s ser confirmada, por Carta Rgia, em 1892 e assume o cargo de Governador Civil de Santarm.

    Em 1891 morre a sua mulher, D. Maria Xavier de Sousa Falco de Figueiredo Leal, sem deixar descendncia.

    No ano de 1893 -lhe concedida, por Decreto Real, a merc de Comendador da Ordem Real Civil do Mrito Agrcola e dois anos mais tarde (1895) foi designado Presidente da Associao Agrcola do Distrito.

    No ano de 1896 um dos co-fundadores da Empresa Cermica Auro-ra, com sede em Lisboa.

    No ano de 1901, foi constituda a Socie-dade Fundadora da Praa de Touros de Vila Franca de Xira denominada Socieda-de Tauromquica de Vila Franca, de que eram directores, Jos Palha Blanco, Jos Antnio da Silva Vidal e Jos Dias da Silva. O capital social era de 15:000$00 ris. Desta sociedade por aces, faziam parte: Amadeu Infante, o Conde de Cascais, Lus da Gama, Carlos Jos Gonalves, Marcia-no Mendona, Rodolpho Santos e o Con-selheiro Figueiredo Leal, entre outros. Esta praa surge com o objectivo de fazer face s despesas do Asilo Creche, uma instituio que, aquando da peste da pneumnica, acolheu muitas crianas rfs. Mais tarde, a praa de toiros doa-da Santa Casa da Misericrdia. O Conse-lheiro Figueiredo Leal legou Misericr-dia de Santarm, por testamento, as aces de que era titular nesta sociedade.

    Ainda no decorrer deste ano o Conse-lheiro Figueiredo Leal eleito scio cor-respondente do Instituto de Coimbra.

    Em 1902 -lhe concedida a merc do Foro de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, e -lhe imposta a Gr-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceio de Vila Vio-sa, assim como lhe conferida, por Decre-to Real publicado no Dirio do Governo de 23 de Novembro, a merc da Comen-da da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cris-to, pelos servios prestados nao como Deputado e Governador Civil de Santa-rm.

    Neste mesmo ano funda, em colabora-o com Joaquim Jos Henriques, Joa-quim Jos Gomes, Antnio Seixas Correia e Carolina da Glria Seixas Correia, e com um capital social de 16 contos de ris, a Empresa do Sanatrio da Covilh.

    Por proposta de Lus Rebello da Silva, Francisco Santos e Apolinrio da Fonseca, no ano de 1903, o Conselheiro Figueiredo Leal eleito scio da Sociedade de Geo-grafia de Lisboa.

    Ainda no decurso deste ano, o Rei D. Carlos manda passar Carta de Merc de um Braso de Armas, ao Conselheiro Figueiredo Leal, pelo seu Mordomo-Mor, o Conde da Sabugosa e pelo Escrivo da Nobreza do Reino, Carlos da Silva Cam-

    pos. Este Braso de Armas importou em 264$800 ris que foram pagos ao Cartrio da Nobreza do Reino.

    No Arquivo Histrico da Santa Casa da Misericrdia de Santarm, pode-se apre-ciar o original da Carta de Merc deste Braso de Armas. O Braso apresenta-se em forma de um escudo esquartelado. No primeiro quartel, em campo sanguneo vem-se cinco folhas de figueira verdes, com os perfis de ouro postas em sautor. No segundo, em campo de prata, um lebreu negro, passante, armado de san-guneo entre seis estrelas vermelhas, trs de cada banda e um no chefe. Elmo de prata aberto, guarnecido de ouro e forra-do de vermelho. Paquife de metal e cores das Armas. Timbre, um lebreu negro igual ao do Escudo com uma estrela de prata na espdua. Tendo pendente a Gr-Cruz da Conceio.

    Faleceu a 10 Julho de 1909 em Santa-rm. Em reunio de Cmara proposto por Joo Arruda, em virtude dos servios, polticos e sociais, prestados pelo Conse-lheiro Figueiredo Leal, exarar um voto de pesar pela sua morte. Os restos mortais do benemrito Conselheiro so traslada-dos do cemitrio dos Capuchos para o cemitrio de Vila Franca de Xira, para o jazigo da famlia.

    Este notvel e importante lavrador ribatejano, deixou grande parte dos seus bens ao Hospital de Jesus Cristo. Parte do mobilirio da Sala do Definitrio da Santa Casa da Misericrdia, pertenciam ao seu esplio e o Arquivo Histrico exibe um retrato a perpetuar a sua memria.

    A Cmara Municipal de Santarm atri-buiu o seu nome ao arruamento que vai do Terreirinho das Flores, at Avenida 5 de Outubro.

    Conselheiro Figueiredo Leal

    [ Lurdes Vstia ]