Boletim ADUFS 3
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Adufs realiza campanha contra EBSERH
P. 6
Campanha
Boletim
Ano 2Número 3 Fev/mar/abr 2013 Gestão Autonomia na Luta 2012-2014
A NACIONALNACIONALANDESCentral Sindical e Popular - CONLUTAS
Congresso
Confira alguns dosdestaques do 2º maior congresso da história
do Sindicato
Nacional
SINDICATO
Professores discutem PAD
P. 11
Reivindicação
Greve sem previsão; mobilização continua
P. 3
Educação
do ANDES-SN
HU
PADPAD
DIRETORIA 2012-2014 - GESTÃO AUTONOMIA NA LUTAPresidente: Brancilene Santos de Araújo; Vice-presidente: Genésio José dos Santos; Secretário: Jailton Costa; Diretor Administrativo e Financeiro: Elyson Nunes Carvalho;Diretora Acadêmico e Cultural: Maria Aparecida Silva Ribeiro. Suplentes: Noêmia Lima (DSS/CCSA); Sérgio Queiroz de Medeiros (DCOMP/CCET); Carlos Franco Liberato (DHI/CECH)Boletim produzido pela ADUFS - Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino SuperiorEndereço: Av. Marechal Rondon, s/n, bairro Rosa Elze, São Cristóvão-SE Jornalismo e Fotografia: Raquel Brabec (DRT-1517) / Design Gráfico e Ilustrações: Fernando CaldasO conteúdo dos artigos assinados é responsabilidade dos autores e não corresponde necessariamente à opinião da diretoria da ADUFSContato ADUFS: Tel.: (79) 3259-2021 / E-mail: [email protected] / Site: http://www.adufs.org.brN° de Tiragem: 1300 exemplares
EXPEDIENTE
2
Boletim ADUFS
ditorial
a grande quantidade de textos enviados ao
Congresso e a presença massiva das seções
no evento mostram que os docentes não
fecharam os olhos para os desmandos do
governo, mantendo-se firmes e atentos às
negociações já iniciadas com o MEC, bem
como às respostas das reitorias às pautas
locais elaboradas durante greve.
Dentre as ações desestruturantes do
governo, a EBSERH representa uma
ameaça ao caráter público e gratuito das
u n i ve rs i d a d e s fe d e ra i s , s e n d o a
privatização dos HUs, potencialmente, um
marco inicial para a privatização do ensino
superior brasileiro. No âmbito da UFS,
trouxemos o plebiscito nacional para todos
os campi e aderimos à grande campanha
nacional contra a EBSERH, com a confecção
e distribuição de material informativo e
publicitário sobre o tema.
Como pauta local, esta seção promoveu o
debate dos professores sobre o PAD, em
assembleia realizada no dia 11 de abril,
evidenciando a disposição de nossa
associação em se colocar, incisivamente, na
discussão sobre os instrumentos de
acompanhamento da ação docente. Mas a
luta está apenas começando. No caso da
Resolução que trata da Progressão
Funcional, a proposta da ADUFS, fruto de
intensa discussão, foi ignorada pelo CONSU
– o que, ao contrário do que se poderia
supor, só nos induz à mobilização e ao
fortalecimento de nossa luta.
Seguimos trabalhando para que a pauta
local de reivindicações – que contempla
todas as decisões relacionadas à nossa
carreira e ao funcionamento de nossa
universidade – seja considerada e
respeitada pela reitoria e conselhos
super iores da UFS, em busca da
democratização das ações deliberativas
desta instituição – da qual somos parte
integrante.
A ADUFS - Seção Sindical se mantém firme
no propósito de mobilizar e organizar a luta
dos docentes da UFS, promovendo diversas
discussões e frentes de trabalho. A
p a r t i c i p a ç ã o d e to d o s ( a s ) o s ( a s )
associados(as) nunca foi tão importante. Um
sindicato forte é um sindicato de luta e soma
de esforços , nos momentos mais
desafiadores. E, neste sentido, como
categoria, nunca fomos tão desafiados!
O REUNI foi criado no governo Lula com a
promessa de reestruturação e expansão
das universidades federais brasileiras. No
entanto, agora em fase conclusiva, este
programa do governo aparece como
responsável pelo agravamento da crise do
ensino público federal, ampliando e
interiorizando a desestruturação das
instituições.
Os efeitos colaterais dessa expansão
irresponsável e mal intencionada são
e v i d e n t e s : o s u c a t e a m e n t o d a s
universidades federais e a consequente
insatisfação de docentes, técnicos e
estudantes. Nossa categoria (que passara
sete anos sem uma mobilização concreta)
com a mudança contundente do perfil
geracional e com as novas formas de
controle e pressão do governo, leia-se a
intensificação das atividades docentes sob
uma lógica produtivista, reagiu com a maior
greve da história do país.
Impulsionada, em grande parte, pela
participação dessa nova geração de
d o c e n t e s , m a s , t a m b é m , p e l o
reaquecimento de antigas lideranças que
nunca desistiram dessa luta, a greve
representou um ganho político no sentido
da unificação e organização do movimento.
A renovação das lideranças de seções, por
todo o país, e a adesão crescente da base
aos diversos momentos de nossa jornada
de lutas confirmam que o docente recém-
ingresso também acredita no movimento
sindical como o meio legítimo de defesa
dos direitos de trabalhadores, bem como
de uma universidade pública, gratuita e
socialmente referenciada.
O 32º Congresso Nacional do ANDES-SN
constatou a nova conjuntura no
movimento sindical, diante de um cenário
de muitos desafios. Esta edição traz
entrevistas com docentes de outras seções
sindicais e da atual diretoria do ANDES-SN,
bem como informações sobre o plano de
lutas para 2013, além das reformas no
estatuto do Sindicato Nacional. Apesar de,
por hora, descartada a possibilidade greve,
do Acordo Coletivo Especial (ACE), que
confere aos sindicatos e ao empresariado o
poder de negociar condições que não
necessariamente obedecem a legislação
vigente, algo que pode prejudicar os
trabalhadores.
Greve 2012
Os docentes federais entraram em greve
no dia 17 de maio, após dois anos de
d iscussões com o governo para a
reestruturação da carreira. A greve quebrou
recorde: foi considerada uma das mais longas
dos docentes federais do país, com duração de
111 dias; também contou com um grande
número de adesões histórico das seções
sindicais pelo país – das 59 universidades do
país, 57 aderiram à paralisação. A greve dos
docentes também abriu caminhos para outras
categorias reivindicarem seus direitos, a
exemplo do Sintufs, que deflagrou greve pouco
depois.
Apesar dos boatos que correm pela
universidade, indicando um possível retorno
da greve dos docentes da UFS entre os meses
de abril ou maio, o fato é que, até o momento,
a greve não faz parte do plano de lutas para
2013.
O Congresso Nacional do ANDES-SN,
ocorrido de 4 a 9 de março, no Rio de Janeiro,
ao discutir as ações constituintes da jornada
de lutas não sinalizou, em nenhum momento,
o retorno da greve.
Mesmo sem previsão de greve, os docentes
permanecem na luta pela carreira docente e
melhores condições de trabalho. Entidades
ligadas ao serviço público já estão se
preparando para a Marcha em Brasília, no
próximo dia 24 de abril de 2013.
Integrando o plano de lutas, duas
campanhas nacionais estão em andamento:
campanha contra a implantação da Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e
contra a reforma da previdência. A primeira,
diz respeito à privatização da saúde através da
implantação da EBSERH.
Outro ponto de discussão é a aprovação
EGreve sem previsão; mobilização continua
ducação
gestão do SINTESE. O evento aconteceu às 9h,
no auditório da ADUFS.
Participaram da mesa a presidente da ADUFS,
profª Brancilene Araújo, a diretora da ADUFS,
profª Maria Aparecida Ribeiro, a presidente do
SINTESE, profª Ângela Maria de Melo, e a profª
Ivonete Alves da Crus, do Departamento de
Formação Sindical do SINTESE.
Projeto para a educação
O projeto para a educação pública sergipana
foi construído a partir de um diagnóstico sobre
a realidade educacional, delineado com base
na experiência dos educadores do Estado. O
objetivo do projeto é servir de base para
orientar o magistério e a sociedade em torno
da política educacional em cada unidade
escolar.
A presidente do SINTESE relata a construção
do projeto: “Nós reunimos a diretoria,
coordenação e professores do sindicato para
discutir a proposta inicial. Ela foi trabalhada
durante sete meses e depois enviada aos 25 mil
afiliados. A votação final da proposta ocorreu
em 2012, XIV Congresso Estadual dos
Trabalhadores em Educação Básica. Até o
momento, já trabalhamos em 16 municípios
discutindo o projeto”.
Fragmentação da educação
A professora Ivonete Alves explica que a
elaboração desse projeto nasceu da
necessidade de enfrentar a política educacional
criada pelo governo do Estado. “Há uma
tentativa de impor pacotes instrucionais sem
dialogar com o professor e sem atentar para a
realidade das escolas. Não é papel do sindicato
implementar política pública, mas, diante da
situação, tivemos que assumir a tarefa de
sistematizar um projeto para a educação”.
Da mesma forma pensa a presidente Ângela
Maria. “Com os pacotes instrucionais, está tudo
determinado. O professor não elabora mais as
provas, suas aulas. Ele fica preso e acaba
perdendo a capacidade de pensar a educação, e
isso tem nos preocupado”.
“A proposta do projeto é melhorar a
qualidade da educação, e tudo foi construído
com base na realidade vivida pelos professores.
Sabemos que não é possível mudar o mundo só
com a educação, mas podemos contribuir com
essa mudança através dela”, afirma Ângela.
Na manhã do dia 15 de março, ocorreu a
apresentação do projeto “Escola Democrática e
Popular: a Educação que queremos” aos
docentes da UFS, uma promoção do Sindicato
dos Trabalhadores em Educação Básica de
Sergipe (SINTESE) em parceria com a ADUFS. O
tema apresentado refere-se ao projeto para a
educação pública de Sergipe concebido pela
SINTESE e ADUFS debatem educação pública
Nº 3
3
Greve dos servidores públicosfederais realizada em 2012
Capa projeto
Boletim ADUFS
Serviços Hospitalares (EBSERH). A atividade contou também com a
participação estudantes, técnicos e profissionais da área de saúde.
Durante o protesto, os docentes distribuíram um manifesto à
comunidade universitária explicando porque são contrários à entrega
do patrimônio e gestão dos hospitais universitários à EBSERH.
Após o congresso, a categoria materializou o resultado das discussões
e decisões na conclusão da Pauta de Reivindicações dos Docentes das
Instituições Federais de Ensino Superior. A pauta foi protocolada pelo
ANDES-SN no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério do
Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), no dia 26 de março, e
reitera a proposta de reestruturação da carreira dos professores.
Confira depoimentos exclusivos, colhidos pela equipe do Boletim
ADUFS durante o segundo maior congresso da história do sindicato dos
docentes. O sentimento geral é de renovação do sindicato nacional e
maior engajamento e politização pós-greve 2012.
Professores de todo o país se reuniram de 4 e 9 de março, no Rio de
Janeiro, para o 32º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições Nacionais de Ensino Superior (ANDES-SN). O evento
aconteceu na Cidade Universitária da Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
campus do Fundão.
Com o tema “Sindicato Nacional na luta pelo projeto de educação e de
condições de trabalho”, o congresso reuniu mais de 500 participantes,
entre delegados e observadores. O congresso é a instância deliberativa
máxima da categoria e espaço onde os docentes definem o plano de
lutas e estratégias de ações para o ano.
Na pauta das plenárias deliberativas, temas variados foram
discutidos, entre eles: a EBSERH, o Fundo de Previdência do Servidor
Público (FUNPRESP), a continuidade da mobilização em defesa da
estruturação da carreira docente nas Federais, autonomia e condições
de trabalho nas Estaduais, questões relacionadas às políticas agrárias, de
gênero, ambientais, de mobilidade urbana, acessibilidade, entre outros.
Atividades
Na abertura do 32º Congresso do ANDES-SN, foi apresentada a nova
marca para o sindicato, que explicita de maneira mais clara a filiação à
CSP-Conlutas. Após a abertura, na primeira plenária do evento, os
delegados também aprovaram a homologação de mais cinco seções
sindicais da entidade.
Durante os seis dias de congresso, os delegados e observadores
participaram ainda de duas atividades paralelas ao evento. No dia 5, os
professores se uniram à rede básica e fundamental e aos estudantes para
denunciar a mercantilização da educação pública. A Marcha em Defesa
do Ensino Público reuniu cerca de cinco mil participantes, que realizaram
o trajeto pela Avenida Rio Branco, partindo da Candelária rumo à
Cinelândia. A manifestação foi também uma preparação para a Grande
Marcha realizada em Brasília, no dia 24 de abril.
Na manhã do dia 7, os participantes do congresso se reuniram em
frente ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da UFRJ
para protestar contra a adesão das universidades à Empresa Brasileira de
Congresso Nacional do ANDES-SN
Movimento Sindical
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Nº 3
Roberto Leher, professor da UFRJ, ex-presidente do ANDES-SN “Temos algo novo acontecendo no sindicato, que é uma mudança muito rápida de peso geracional. Nós temos um congresso em que pra�camente mais da metade frequentam o encontro pela primeira vez. Isso se reflete no surgimento de temá�cas que não apareciam de maneira tão visível, algo que me parece alvissareiro nesse congresso. Este é um grande congresso, e sobretudo há uma disposição de enfrentar dimensões que são mais ar�culadas da questão universitária. Nós temos hoje um acervo maior em questões referente a gênero, �vemos uma dimensão muito mais visível em relação à questão indígena, então isso significa uma mobilização da temá�ca socioambiental, que hoje, na América La�na, é uma temá�ca muito importante que se enfrente. São assuntos cruciais para o futuro das lutas”.
Josevaldo Cunha, professor da UFCG e diretor do ANDES-SN “A impressão que fica com muita ênfase é do sucesso do 32º Congresso por duas razões básicas. Primeiro, a quan�dade significa�va de professores novos, que ingressaram recentemente na universidade. A gente acredita que isso aconteceu por conta do envolvimento da categoria docente nas mobilizações no úl�mo período, tanto nas universidades estaduais quanto nas federais, quando houve a maior greve do setor das federais. Isso fez com que 32º Congresso �vesse uma presença significa�va de pessoas novas no movimento. Um segundo aspecto é que os professores novos são muito bem-vindos ao sindicato. Vários deles não �veram oportunidade de ter nenhuma experiência sindical ou de outro �po de organização, porque parte de suas vidas recentes foram dedicadas para a academia. Quando chegam à universidade como professores, encontram-na expandida, maior, mas também sucateada e fragilizada em termos de garan�r condições de trabalho efe�vas para uma educação de qualidade, de exercício da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão do ponto de vista ins�tucional”.
João Zane�c, professor da USP “Na USP, também tem gente jovem entrando e essa é uma relação que eu considero supervital, não só para o trabalho acadêmico, mas também para o trabalho sindical. Eles foram alunos da universidade pública, quase a grande maioria, então mesmo antes de serem docentes já �nham conhecimento de como funciona uma boa universidade. Eu acredito que uma formação de qualidade tem que ser defendida, a construção de uma universidade crí�ca, reflexiva. Esse produ�vismo doido que nós vivemos reduz nosso trabalho ao tecnicismo, e não a uma reflexão crí�ca”.
Revitalização do Movimento Sincical: Perspec�vas e Desafios
pessoas não novas em idade, mas novas no
movimento. As sugestões são muitas e a gente
precisa realmente remodelar, alterar algumas
coisas para melhorar essa dinâmica. .
O congresso já é grande: uma semana inteira
de atividades. Para os diretores, são quase
quinze dias, e depois que termina é necessário
elaborar as mudanças e alterações e dar
encaminhamento àquilo que foi decidido no
congresso pela base.
As discussões da base culminaram na
aprovação da Marcha no dia 24 de abril,
financiada pelas centrais sindicais ligadas aos
servidores públicos federais, que agrega em
torno de 20 sindicatos.
Nós estamos batalhando nessa marcha contra
o fator previdenciário, essa mudança na
previdência que está ligada aos deputados
comprados no esquema do mensalão; também
somos contra o Acordo Coletivo Especial, que
para alguns segmentos seria um retrocesso
político e social. E há a bandeira pelos 10% já para
a educação. Educação não é despesa, é
investimento, e se você quer um povo com
conhecimento, você tem que investir na
educação. ’’
O professor Marcos Pedroso, diretor nacional
do ANDES-SN e vice-presidente da Regional
Nordeste 3 do ANDES-SN, fala de suas
impressões sobre o Congresso Nacional e
algumas deliberações do evento.
‘‘Para mim, esse congresso foi o maior de toda
a minha militância. Foram 71 associações
presentes no congresso, mais de 500 pessoas
como delegados, observadores, todos com
direito de voz. Os temas foram muitos
discutidos. Mas, ele acabou ficando muito
grande pela quantidade de resoluções que
foram enviadas. Para se ter uma ideia, foi feita
uma comissão para que pudesse estudar a
dinâmica e estrutura do congresso.
Depois da greve que tivemos em 2012, muitas
coisas mudaram. O congresso tinha mais de 50%
de pessoas novas nas universidades. Às vezes
Marina Barbosa, professora da UFJF, diretora e ex-presidente do ANDES-SN “Esse congresso se configura como um desdobramento de um ano de muita luta, não só no âmbito das federais. Ele tem três caracterís�cas importantes: primeiro, um número grande de par�cipantes; segundo elemento, homologação de novas seções sindicais, que demonstra a legi�midade do ANDES; e terceiro, a chegada de muita gente nova, que reconhece esse sindicato como seu espaço. Desse ponto de vista, o congresso já é vitorioso. É um congresso que acontece no início de um ano em que o governo já desenhou seu plano. Nós vamos ter medidas de austeridade, nós temos projetos governamentais que vão aprofundar os ataques. A nossa expecta�va como direção nacional é que o plano de lutas possa de fato fornecer as melhores prá�cas de definir as estratégias para a gente responder a esses ataques”.
5
Depoimento
HU
CAdufs inicia campanha contra Ebserh
ampanha
Com o slogan “Aderir à EBSERH é
privatizar a saúde e educação ao mesmo
tempo”, a ADUFS iniciou em abril a
articulação de uma campanha para divulgar
os riscos e prejuízos da Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares (EBSERH). A
campanha faz parte do movimento
nacional contra a EBSERH e tem por
o b j e t i v o p r o p o r c i o n a r m a i o r e s
esclarecimentos sobre este novo modelo
d e a d m i n i s t ra ç ã o d o s H o s p i t a i s
Universitários que está sendo implantado
pelo governo.
Foram confeccionados banners, adesivos
e botons para distribuição entre a
comunidade universitária e a população em
geral. A campanha também é uma forma de
pressionar a reitoria da UFS, através do
Conselho Universitário (CONSU), a não
aprovar o projeto de privatização da saúde.
Com a EBSERH, o Hospital Universitário
(HU) passa a ser gerido por uma empresa
de capital misto, ou seja, parte pública e
parte privada. No entendimento da ADUFS,
do ANDES-SN e da totalidade das seções
sindicais espalhadas pelo país, existe risco
de haver mudanças de prioridades, o que
pode comprometer a formação dos
discentes, as condições de trabalho dos
docentes e o sistema de saúde oferecido à
população.
Os gestores da EBSERH estão realizando
visitas ao HU da UFS e já ocorreram
reuniões para explicar o funcionamento da
empresa. Apesar disso, a universidade
ainda não se posicionou formalmente,
embora sua disposição pareça ser favorável
aos ditames do governo federal (vide artigo
na próxima página).
De acordo com a lei, existe uma
obrigação do governo em substituir todos
os terceirizados que estão nos hospitais por
concursados. Esse é um dos motivos de o
governo pressionar as universidades para
aderir ao projeto, pois, dessa forma, evita-
Boletim ADUFS
6
se a contratação de novos concursados. Se a
EBSERH for aprovada, não haverá mais
concurso público para contratação pelo
Regime Jurídico Único (RJU), informa a
diretoria da ADUFS.
Plebiscito
Com o objetivo de informar e mobilizar a
comunidade universitária contra a
privatização dos HUs e do Sistema Único de
Saúde (SUS), aconteceu de 2 a 19 de abril o
plebiscito nacional sobre a implantação da
EBSERH nos hospitais universitários.
Fizeram parte da iniciativa diversas
entidades, entre elas: ANDES-SN, Fasubra,
Direção Executiva Nacional dos Estudantes
de Medicina (Denem), Fenasps, Sinasefe,
CUT, CTB, CSP-Conlutas, Frente Nacional
Contra a Privatização do SUS, Anel e Une.
Durante as duas semanas, houve a coleta
nacional de votos de docentes, técnicos e
estudantes. O resultado será entregue no
dia 24 de abril, em ato público, no Ministério
da Educação (MEC), aproveitando a ocasião
da Marcha à Brasília dos servidores públicos
federais.
Na ADUFS, o plebiscito ocorreu de 9 a 19
de abril. A votação ocorreu em todos os
campi da UFS em horários e datas variados,
possibilitando que o maior número de
professores, técnicos e estudantes
pudessem votar. O secretário da ADUFS,
professor Jailton Costa, enfatiza a
importânc ia do esc larec imento e
conscientização da comunidade acadêmica
em seus respectivos campi, o que foi
possível graças a um calendário de
visitação.
Segundo o professor Elyson Carvalho,
diretor da ADUFS e um dos responsáveis
pela campanha, a essência da iniciativa é
conscientizar a comunidade acadêmica
sobre os efeitos da implantação da EBSERH
no sentido de privatizar a saúde e a
educação.
“Durante o Congresso Nacional,
percebemos que a nossa avaliação sobre a
situação anda na mesma direção que a
avaliação nacional: que a discussão estava
muito centrada no pessoal que atua na HU e
que a EBSERH tem uma forte ligação com a
privatização da universidade como um
todo. Então fizemos uma campanha que
desmistificasse isso, acabasse com a ideia
que a EBSERH é um problema só do HU. Pelo
contrário, é um problema da universidade,
que vai afetar todas as áreas. No nosso
entendimento, a EBSERH e a privatização da
universidade andam lado a lado”, afirma o
diretor.
Para a estudante Pérola Estrela, que está
cursando o 2º período de medicina na UFS,
Quais as consequências da EBSERH?
- Os serviços oferecidos pelos hospitais universitários estarão à disposição das parcerias com grupos
privados, onde a população terá que pagar pelo atendimento. Isso levará à diminuição do espaço
público e gratuito para a população carente.
- Os novos trabalhadores contratados não terão mais estabilidade no emprego e ficarão sujeitos às pressões
de mercado e de interesses polí�cos.
- A terceirização aumentará dentro dos hospitais, pois não está previsto concurso para todos os cargos.
Assim, o grau de exploração desses trabalhadores será ainda maior.
- Os hospitais universitários não farão parte das universidades. Serão geridos por uma empresa de
direito privado que atuará na lógica de mercado, não tendo mais compromisso com o ensino, pesquisa e
extensão, ferindo a autonomia universitária.
7
Nº 3
Federal e da falta de concursos públicos, situações que se arrastam por anos. Também se argumenta que a EBSERH transforma educação e saúde em mercadorias e implantará uma gestão condizente com objetivos mercantis e não de promoção da saúde e educação de qualidade. Segundo o portal do MEC, a EBSERH é uma empresa pública de direito privado, criada pela Lei Federal no 12.550, de 15 de dezembro de 2012. Em tese, seu funcionamento levaria a uma maior suposta faci l idade na gestão dos recursos financeiros e humanos e uma maior eficiência no atendimento à população.
a implantação da EBSERH acabará
prejudicando o processo de aprendizagem
dos estudantes e o atendimento à
população. “Como toda empresa, a EBSERH
com certeza vai visar lucro, e um hospital
universitário busca o aprendizado e
oferecer à população uma atenção à saúde
de forma gratuita”, afirma Pérola, que
participou do plebiscito para reforçar sua
convicção.
Histórico da implantação A presidente Dilma Rousseff sancionou em 2011 a lei que cria a EBSERH com o objetivo de gerir os Hospitais Universitários. A medida dá poderes à empresa estatal de firmar contratos, convênios, contratar pessoal técnico, definir processos administrativos internos e metas de gestão. A implantação da EBSERH gerou insatisfação entre as instituições envolvidas por propor uma lógica que inclui privatização e mercantilização do sistema hospitalar público. As entidades contrárias à implantação desse sistema afirmam a EBSERH retira o caráter público dos HU, fere a autonomia universitária e prejudica a população usuária dos serviços assistenciais prestados pelos Hospitais-escola. Do ponto de vista das entidades sindicais e organizações que combatem esse novo sistema, a crise dos HUs é provocada pelo financiamento inadequado do Governo
Entretanto, no entendimento da ADUFS, tal facilidade significa, na prática, escapar de licitações e fiscalizações e, no que concerne aos recursos humanos, implicaria na terceirização e na pressão por uma produtividade a pretexto de uma suposta eficiência de atendimento, o que diminuiria a qualidade das aulas dos profissionais ligados à saúde. Sendo assim, a EBSERH, na visão das entidades diretamente ligadas a ela, além de ferir o princípio constitucional da autonomia universitária, aprofunda a crise do ensino superior, privatizando, ao mesmo tempo, parte da saúde e da educação federal brasileira.
Ato público ocorrido dia 10/04 no HU, com a presença da ADUFS, Sintufs e CUT/SE
8
seu emprego, nos mais diversos ramos e categorias, para serem
contratados por firmas terceirizadas.
Extinguir-se-ia também a responsabilidade solidária das
empresas que contratam as firmas terceirizadas (aquilo que,
atualmente, garante que as empresas contratantes possam ser
responsabilizadas pelo não cumprimento de contratos das
firmas terceirizadas).
- Resultado em números: milhares de empresas sem nenhum
empregado.
- Efeito colateral: fragmentação das categorias e ramos;
enorme cisão na organização sindical; consequente
enfraquecimento na capacidade de luta do conjunto dos
trabalhadores.
- A palavra de especialistas: se aprovado, o projeto vai
“demolir a coluna vertebral do direito do trabalho no Brasil.”
O breve passeio pela Wikipédia nos ajuda a refletir sobre a
atitude de uma reitoria de universidade federal que, em meio a
uma verdadeira batalha – a campanha nacional contra a
implantação compulsória da EBSERH, realizada em todo o
território nacional, durante o período de 2 a 19 de abril de 2013 -
divulga uma carta da referida empresa contradizendo
informações apuradas, estatísticas, dados concretos veiculados
por ocasião do enfrentamento.
Como classificar a publicação no site institucional da UFS do
texto tendencioso e manipulador da EBSERH? Isso, a despeito da
mobilização de diversas categorias trabalhistas, estudantes,
contribuintes e usuários do serviço público – potencialmente
prejudicados por mais este ataque aos direitos do cidadão.
Despreparo em identificar seus verdadeiros inimigos? Falta de
discernimento quanto a quem, de fato, representa e constitui
seus aliados? Crise de identidade – entre a gerência de empresa
pública e a categoria trabalhista a que pertence e que
oportunizou sua chegada aos cargos que ocupa?
Vamos rememorar a morte de Balbo e considerar como
engano da artilharia o fogo amigo que a página da UFS nos
lançou, durante as duas semanas em que trabalhamos duro no
plebiscito nacional – uma campanha séria, em que percorremos
seus campi, conversamos com a comunidade acadêmica,
(docentes-médicos e médicos em formação), buscamos apoio e
adesão da população do Estado, usuária dos serviços
hospitalares do HU.
Na oportunidade, porque o ataque contra os direitos do
trabalhador, ao contrário de determinada consciência política e
de classe, não descansa, pontuamos algumas informações (mal)
divulgadas nas diversas mídias, em relação a esta guerra
deflagrada.
- O Projeto de Lei 4330 avança em sua tramitação no Congresso.
Em síntese, sua proposta é generalizar a terceirização para todas
as atividades das empresas e do serviço público.
- Na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos
Deputados), o substitutivo do PL 4330 recebeu parecer favorável
do relator, deputado Arthur Maia (PMDB-BA). Pelo projeto, a
terceirização poderia atingir todas as atividades das empresas
privadas, estatais e do serviço público em geral, incluindo as
chamadas atividades-fins.
- Efeitos: se aprovada a lei, milhões de trabalhadores perderão
Reflexão
Fogo amigo (do inglês: friendly fire) é uma expressão eufêmica u�lizada militarmente no que tange aos aspectos de ataques: aliado à aliado, ou inimigo à inimigo. A expressão ganhou maior reconhecimento pois, nas guerras atuais, em que o contato �sico com o inimigo é minimizado, a simples suposição de um alvo faz com que o soldado queira abatê-lo, antes que o inimigo o faça. Essa é a grande causa de ví�mas aliadas em guerras. Exemplos como o dos Pracinhas (soldados brasileiros na II Guerra Mundial) que, por possuírem uniformes parecidos com os dos alemães e devido ao despreparo do governo brasileiro em iden�ficar combatentes inimigos, eram alvejados com frequência por aliados. O aviador militar e polí�co italiano Italo Balbo foi uma das célebres ví�mas de fogo amigo. Balbo foi aba�do por engano pela ar�lharia an�aérea italiana em Tobruk, em 1940, durante a II Guerra Mundial.
Boletim ADUFS
Artigo
ADUFS divulga relatório das demandas cole�vas da ADUFSdeterminando o prosseguimento do feito nos
a u t o s d o P r o c e s s o n º 0 0 0 1 0 0 0 -
41.1998.4 .05 .8500 (ação pr inc ipa l ) .
Entretanto, o servidor certificou que o
mencionado processo permanecia no TRF da
5ª Região.
De imediato, o setor jurídico da ADUFS
procedeu à diligência perante o TRF da 5ª
Região, onde foi obtido relatório em que
constava que o processo já havia sido devolvido
para 2ª Vara Federal. Em 20 de março,
peticionou comprovando a devolução e
requerendo que fosse promovida a execução.
O Juízo da 2ª Vara determinou que os autos
fossem localizados com urgência. Em 24 de
março, a servidora responsável certificou no
processo que não houve a devolução. Em 26 de
março, novo despacho determinando expedição
de ofício ao TRF da 5ª Região para que o
processo fosse localizado. O oficio foi recebido
no TRF da 5ª Região no dia 1º de abril.
O processo já se encontra apto para
atualização dos cálculos e consequente
expedição dos respectivos RPV's e Precatórios. A
adoção de tal medida ainda não foi possível, em
razão da ausência dos autos principais. O setor
jurídico efetuou diligência no TRF 5ª Região em
Recife no mês de abril.
Informações prestadas por Rafaela Carvalho
Batista da Silva, advogada do escritório Alino &
Roberto e Advogados.
A ADUFS divulga, por meio deste boletim, o
relatório simplificado dos processos coletivos
da associação realizados pelo escritório Alino &
Roberto e Advogados, para maiores
esclarecimentos por parte dos professores.
Esclarecimento sobre o 3,17%
De acordo com a assessoria jurídica da
ADUFS, o processo dos 3,17% teve seu trânsito
em julgado em dezembro de 2012, isto é, não
houve interposição de recurso acerca dos
valores devidos aos substituídos (Processo nª
0001492-52.2006.4.05.8500). Em janeiro de
2013, os autos retornaram do Tribunal Regional
Federal (TRF) da 5ª Região, localizado em
Recife, tendo o Juiz Federal proferido despacho
J urídico
9
Nº 3
RELATÓRIO SIMPLIFICADO – DEMANDAS COLETIVAS – ADUFS
ALINO & ROBERTO E ADVOGADOS
Processo Principal Outros Números Objeto Último andamento
0006497-70.1997.4.05.8500 (Ação Ordinária)
0005581-79.2010.4.05.8500
(Execução)
0001939-64.2011.4.05.8500
(Embargos à Execução)
Direito à incidência nos vencimentos dos
substituídos, a partir de janeiro de 1993, do reajuste
salarial de 28,86%, outorgado aos servidores
públicos militares pelas Leis nºs: 8.622/93 e 8.627/93.
Em 04/03/2013 o Escritório Alino &
Roberto elaborou manifestação acerca dos Embargos Declaratórios opostos pela UFS perante o TRF 5ª Região que manteve a sentença considerando correta a decisão
do Juiz Ronivon (2ª Vara de Sergipe), acerca dos cálculos. Em 13/03/2013 com o
Relator Des. José Maria Lucena
0001000-41.1998.4.05.8500 (Ação Ordinária)
0001492-52.2006.4.05.8500
(Execução)
Sistema Remuneratório – 3,17%
O Escritório Alino & Roberto peticionou em
20/03 requerendo o prosseguimento do feito, eis que já houve o transito em
julgado da decisão que homologou os cálculos apresentados. Em 26/03 o Juiz da
2ª Vara Federal oficiou ao TRF da 5ª Região para devolver os autos para atualizar os cálculos e determinar a expedição de RPV’s e Precatórios.
0000493-12.2000.4.05.8500 (Ação Ordinária)
4809-48.2012.4.05.8500
(Embargos a Execução)
Devolução de valores descontados a título de
contribuição previdenciária sobre parcelas
remuneratórias sobre as férias
Em 03/07/2012, o Escritório Alino &
Roberto E Advogados apresentou cálculos com os valores devidos aos substituídos.
Em 15/08/2012 a UFS apresentou Embargos à Execução. Em 12/12/2012 foi determinada remessa para a Contadoria
da J. Federal para verificação dos cálculos. Em 04/03/2013 a Contadoria da J. Federal devolveu o processo com o cálculo ‘global’. Em 08/03/2013 houve determinação para
que os cálculos fossem elaborados individualmente. Processo na Contadoria
da J. Federal desde 18/03/2013.
0000494-94.2000.4.05.8500
(Ação Ordinária)
Devolução de valores descontados a título de
contribuição previdenciária sobre parcelas
remuneratórias relativas a gratificações de funções
comissionadas e cargos de direção dos substituídos.
Trânsito em julgado em março. Em 26/03/2013, o Escritório Alino & Roberto e
Advogados fez carga do processo para liquidar o julgado, isto é elaborar os
cálculos.
Santos (aposentado). A nova comissão
atuará no período de 1º de abril de 2013 a
31 de março de 2014
Uma das primeiras atividades da
comissão eleita será tratar das
modificações no estatuto da comissão e
iniciar o processo de negociação com a
UNIMED com relação ao aumento das
mensalidades dos planos de saúde em
2013.
Na segunda etapa da assembleia, no
mesmo dia, ocorreu a votação do novo
conselho fiscal. Os professores eleitos
são: Augusto César Vieira dos Santos
(NSE/CCSA), Marcos Pedroso (CODAP) e
Marluci Gama (CODAP), como membros
titulares, e Catarina Nascimento de
Oliveira (DSS/CCSA), Flavia Lopes
Pacheco (NSE/CCSA) e Jefferson David
Araujo Sales (NSE/CCSA) como membros
suplentes.
Ficou estabelecido, por unanimidade,
que a nova comissão vai atuar sobre as
ações a partir de 1º de abril de 2013, se
responsabilizando pelas contas a partir
deste momento. O conselho anterior
ainda deverá analisar as contas do
primeiro semestre da gestão Autonomia
na Luta, bem como as contas da gestão
anterior.
Professores da UFS votaram no dia 04
de abril a nova composição das
comissões de saúde e fiscal da ADUFS.
De acordo com o regulamento, a
Comissão de Saúde é formada por cinco
membros eleitos pela comunidade
docente em assembleia, junto com um
membro do conselho de representante e
o diretor administrativo-financeiro.
Foram escolhidos os professores:
Marcos Pedroso (CODAP), Gi ldo
Guimarães de Carvalho (aposentado),
Carlos Alberto Vieira de Mendonça
(aposentado), José Carlos Garcez de
Menezes (aposentado) e Luiz Alberto dos
AAssembleia vota comissões de saúde e fiscal
ssembleia
A apuração da eleição será coordenada pela
Comissão Eleitoral e iniciada no dia seguinte
ao da eleição. Já o anúncio definitivo do
resultado da consulta ocorrerá em 10 de
junho.
De acordo com o regulamento, estão
habilitados a votar todos os professores e
servidores técnico-administrativos ativos,
incluindo aqueles afastados por férias ou
licença, que tenham sido contratados até a
data de aprovação do regulamento, além de
todos os estudantes regularmente
matriculados na UFS. Cada eleitor votará
uma única vez, sendo o voto pessoal e
intransferível.
Para mais informações sobre o processo
eleitoral, acesse o Regulamento Eleitoral
completo no site da ADUFS. Confira a
composição das chapas:
CCET
1ª Chapa: “CCET: Em busca de novos
caminhos”.
Diretor (a): Ledjane Silva Barreto
Vice-Diretor (a): Roberto Rodrigues de Souza
2ª Chapa: “Por um CCET integrado e
consolidado”.
Diretor (a): Pedro Leite de Santana
Vice-Diretor (a): Fábio dos Santos
CCSA
1ª Chapa: “Social Aplicada”.
Diretor (a): Débora Eleonora Pereira da Silva
Vice- Diretor (a): Valéria Aparecida Bari
CECH
1ª Chapa: “Diá logo, d ivers idade e
transparência”.
Diretor (a): Iara Maria Campelo Lima
Vice- Diretor (a): Maria Lêonia Garcia Costa
Carvalho
CCBS
1ª Chapa: “Consolidando a integração”.
Diretor (a): Antônio Carvalho da Paixão
Vice- Diretor (a): Charles dos Santos Estevam.
Em assembleia ocorrida no dia 3 de abril,
com presença de professores e da presidente
d o S I N T U FS , Ed j a n á r i a B o rge s , o
Regulamento Eleitoral para a eleição de
Centro da UFS foi debatido e recebeu
alterações. Na ocasião, também se decidiu o
calendário da eleição: as inscrições das
chapas para Diretor(a) e Vice-Diretor(a) de
Centro ocorreram entre os dias 15 a 17 de
abril.
A eleição para Diretor(a) e Vice-Diretor(a)
de Centro da UFS fortalece a autonomia da
instituição universitária e ocorrerá através
de um amplo processo participativo da
comunidade universitária, focado na
discussão em torno de programas de
trabalho e os legítimos representantes da
comunidade de cada Centro. As novas
gestões atuarão durante o quadriênio 2013-
2017.
A eleição está agendada para ocorrer no
dia 5 de junho – as mesas receptoras deverão
funcionar, ininterruptamente, das 8h às 22h.
ADUFS inicia organização da eleição de Centro
10
Boletim ADUFS
os professores e propor alterações.
O resultado desse debate foi uma
contraproposta apresentada à reitoria,
com revisão das tabelas de pontuação e
inclusão de atividades docentes não
previstas na resolução então aprovada.
Porém, o novo relator do processo, o
conselheiro Antônio Carvalho da Paixão,
alterou apenas um dos pontos pleiteados
pela ADUFS, a retirada de limite de
pontuação. Em sua justificativa, o relator
afirmou que seu parecer foi baseado na
emergência em subsidiar a CPPD a dar
vencimento aos processos pendentes de
progressão de professores, algo que seria
adiado se fosse dada prioridade à
reformulação da tabela de pontos.
O que é progressão docente
A progressão docente acontece quando
um professor muda de nível ou de classe.
A progressão ocorre a depender da
quantidade de pontos alcançados pelo
docente, através da realização das
atividades que constam na tabela da
resolução que as regem, como capacitação
profissional, orientação, participação em
bancas, publicações, entre outras
atividades docentes.
Uma das maiores queixas dos professores
da UFS quanto à Resolução 26/2012 está
no sistema de pontuação apresentado na
tabela de atividades, a exemplo da baixa
pontuação dos itens e do privilégio das
atividades administrativas em detrimento
das acadêmicas. Com a baixa pontuação, os
professores podem ter dificuldade
progredir, mesmo que produzam
ativamente, o que prejudica suas carreiras.
Em breve, será lançada data da
assembleia para reformulação da nova
resolução.
Em reunião ocorrida no dia 22 de
fevereiro, membros do Conselho
Universitário (CONSU) da UFS votaram a
Resolução no 26/2012, que estabelece
novas normas e critérios para a
progressão funcional dos docentes da
universidade. Os conselheiros foram
favoráveis ao parecer do novo relator
Antônio Carvalho da Paixão, porém,
desconsideraram alterações propostas
pela ADUFS.
A Resolução 26/2012/CONSU foi
aprovada no dia 23 de julho de 2012, após
anos de tramitação na Comissão
Permanente de Pessoal Docente (CPPD).
Ao ser apresentada ao corpo docente,
gerou um movimento de insatisfação
devido às lacunas e discrepâncias em seu
texto. A partir de então, a ADUFS
p r o m o v e u r e u n i õ e s i n t e r n a s e
assembleias para debater o assunto com
Reivindicação
CONSU vota Resolução de Progressão:desconsiderada proposta da ADUFS
União (TCU). Ligado ao Sistema Integrado
de Gestão Acadêmica (SIGAA), o PAD foi
lançado na UFS em 2012 pelo Centro de
Processamento de Dados (CPD) como
uma ferramenta de planejamento e
acompanhamento interno da UFS.
Porém, após sua implantação, os
professores questionaram o grau de
ingerência do novo sistema na carga
horária docente. A insatisfação girou em
torno da implantação do sistema sem
maiores discussões com a categoria
docente e por promover engessamento
das atividades dos professores.
Como resultado da pressão feita pelos
docentes da ADUFS, o reitor da UFS, Prof.
Angelo Roberto Antoniolli, revogou em
dezembro de 2012 a Portaria no 2016 de 7
de agosto de 2012, que normatiza o PAD. A
revogação saiu através da Portaria 3255,
após reivindicações por uma maior
discussão sobre o sistema.
A portaria também determinou a criação
de uma comissão presidida pelo vice-reitor
e diretores dos centros e campi da UFS,
além de um representante da ADUFS, para
que apresentassem uma minuta de
resolução que normatizasse o PAD, a ser
apreciada pelo CONEPE.
Em assembleia ocorrida em 11 de abril,
na ADUFS, os docentes debateram a
proposta de Resolução do Conselho do
Ensino, da Pesquisa e da Extensão
(CONEPE) que trata da normatização das
atividades docentes da UFS. Os presentes
discutiram o conteúdo da proposta e
propuseram alterações em sua redação
de forma que o processo se torne
consoante com a prática diária do
docente.
O PAD (Plano de Atividade Docente) é
uma exigência dos órgãos de controle
externo, como a Controladora Geral da
União (CGU) e Tribunal de Contas da
Professores discutem PAD
11
Nº 3
Reunião CONSU
O estudanteuniversitário
que pensava ser
no velho prédio da casa dos estudantes da
ESALQ. Ao chegarmos ao quarto do nosso
colega, fomos recepcionados pelo
companheiro de quarto dele e este nos
alertou que o mesmo não poderia nos
atender porque estava hibernando.
Estranhamos aquela explicação, pois nunca
tínhamos ouvido falar de hibernação entre
humanos. O que sabíamos é que a prática
de hibernar era uma característica de
ursos. Ocorre que nos tínhamos cinco
exercícios para resolver antes de uma prova
e não poderíamos correr o risco de uma
reprovação. Nossas esperanças estavam no
colega em hibernação. Resolvemos acordar
n o s s a c a b e ç a p e n s a n t e q u e ,
h u m i l d e m e nte , n o s ate n d e u , n o s
acompanhando para a reunião do grupo de
estudos. Resolvemos as questões em
pendência em menos de uma hora, com
uma solução simples e clara, como era seu
costume ao enfrentar os problemas mais
difíceis.
Todos ficaram agradecidos e resolvemos
comemorar a resolução da lista de
exercícios em um restaurante de um
português que era o mais barato da cidade.
Foi quando, para surpresa geral, Multadid
pediu que o levasse a casa de estudante
onde e le morava que e le i r ia dar
continuidade à hibernação até segunda
feira pela manhã na hora de ir para a
ESALQ. Todos estranharam o pedido, mas
atendê-lo seria o mínimo que poderíamos
fazer e assim o conduzimos a sua toca e
fomos alegres almoçar.
Acontece que, durante o almoço, o
assunto em pauta foi a hibernação do
colega, fato este considerado estranho
numa votação de cinco contra três, pois as
nossas decisões eram sempre tomadas em
votação argumentada democraticamente,
como forma de protesto à ditadura militar
vigente naqueles anos. Naquele almoço,
ficou decidido que seria necessário uma
investigação para descobrir as razões do
comportamento do colega. Investigamos
por duas semanas e constatamos que, todo
fim de semana, nosso urso hibernava.
Depois de muitas observações e análise,
descobrimos que quando ocorria um
feriado, o nosso colega também hibernava.
Foi quando identificamos que existia uma
correlação entre a hibernação e os dias em
que o bandejão não abria.
Após o estudo do caso, constatou-se o
estado de pobreza do nosso colega que só
dispunha de dois cruzeiros por dia, sendo
um cruzeiro gasto no almoço e outro gasto
no jantar. Quando o bandejão estava
fechado, o nosso colega fica imóvel na cama
superior do beliche que, segundo ele, era
p a r a n ã o g a s t a r e n e r g i a e
consequentemente não ter fome.
A partir desta descoberta, o grupo passou a
financiar o almoço e jantar dos fins de
semanas e feriados do colega. Isso depois de
uma discussão demorada com todas as
argumentações possíveis para convencer o
nosso urso a aceitar aquela ajuda, em troca
da resolução dos exercícios das listas que o
grupo não conseguisse resolver.
Esta história, que só tem de ficção o nome
do nosso personagem, é verdadeira, pois fui
um dos participantes desse grupo de estudo
quando estudei na ESALQ, e continua se
repetindo em todo o país. O nosso Multadid
se formou, arranjou um emprego por
concurso público em um órgão de pesquisa
do Estado de São Paulo e, sem dúvida,
continua resolvendo as questões mais
difíceis com a sua característica de clareza e
simplicidade.
Os nossos restaurantes universitários, em
todo país, continuam fechados nos feriados
e fins de semana e consequentemente
muitos dos nossos estudantes continuam
hibernando, para não sentir fome, pensando
que são ursos.
Nota do editor: Em nosso caso específico, o
Resun permanece fechado desde setembro
de 2012. Imaginem quantos Multadids
precisam hibernar nos finais de semana.
Prof. Manuel Figueiroa, aposentado pelo
Dep. de Estatística da UFS
Vivíamos os primeiros anos de 1980,
quando conheci Multadid no bandejão, o
restaurante universitário da ESALQ – Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, na
cidade de Piracicaba, São Paulo. Naquela
época, o bandejão era frequentado por
professores, alunos e funcionários do
Campus e o almoço per-capita custava um
cruzeiro, a moeda vigente, com um
cardápio de verdura, arroz, feijão, carne de
boi, carne de carneiro, carne de porco,
galinha e feijoada com feijão preto na sexta
feira. Como se depreende, era uma comida
de ótima qualidade. O jantar era servido às
18 horas e consistia de risotos num
aproveitamento do que sobrou do almoço
sendo acompanhado de uma sopa servida
com pão francês (que é o nosso pão “jacó”).
Multadid era um dos colegas do grupo de
estudo que se reunia toda noite em nossa
casa e, na minha avaliação, era o mais
inteligente do grupo, pois os problemas
mais difíceis das infindáveis listas de
exercícios eram sempre resolvidos por ele
de uma forma simples e clara.
Realmente o cérebro deste colega era
digno de admiração.
Uma vez, tínhamos uma prova marcada
para uma segunda feira e marcamos para
estudarmos no sábado e no domingo. No
sábado, o grupo se reuniu e resolveu 15 dos
exercícios de uma lista de 20 sem a
presença do nosso cérebro que não
comparecera. Marcamos para continuar os
trabalhos no domingo de manhã e
determinamos que iriamos buscar o
Multadid onde ele estivesse. Foi nessa
ocasião que descobrimos que ele morava
urso
V ivências