Boletim C nº 15 | agosto 2012

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CASCAIS DESTAQUE Cascais Music Festival: muito mais que música passou por Cascais AHBVC inaugura complexo desportivo na Torre p.5 p.12-13 Foram quase quinze dias com a melhor música do mundo a animar o Hipódromo. Chegou ao fim a primeira edição do Cascais Music Festi- val mas o formato parece ter conquistado o público. Leia ainda uma entrevista exclusiva a Carlos do Carmo. Em 2012, a Associação Humanitária dos Bom- beiros Voluntários de Cascais comemora 126 anos. Tempo para a realização de um sonho com mais de duas décadas: um complexo desportivo de primeira linha que vai servir as populações de Cascais. ENTREVISTA p.14-15 “Ser um menino da linha faz com que as canções saiam com mais luz” Miguel Ângelo CARLOS FABIÃO OPINIÃO ALEXANDRA COSTA. CARLOS AVILEZ ARTIGO QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012 Quinzenal . Ano 1 . N.15 www.cm-cascais.pt INFOMAIL A VIDA E A HISTÓRIA DOS ALENTEJANOS DE CASCAIS CENTRAL DE MATRÍCULAS ANO LETIVO ABRE COM NOVAS ESCOLAS E AUTARQUIA ESTREIA INOVADORA FERRAMENTA INFORMÁTICA BOLETIM MUNICIPAL p.9 p.6-7 É um dos cabeças de cartaz das Festas do Mar 2012. Esteve à conversa com o ‘C’ sobre música, sobre a atualidade e, claro, sobre Cas- cais.

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CASCAIS DESTAQUE

Cascais Music Festival: muito mais que música passou por Cascais

AHBVC inaugura complexo desportivo na Torrep.5 p.12-13

Foram quase quinze dias com a melhor música do mundo a animar o Hipódromo. Chegou ao fim a primeira edição do Cascais Music Festi-val mas o formato parece ter conquistado o público. Leia ainda uma entrevista exclusiva a Carlos do Carmo.

Em 2012, a Associação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários de Cascais comemora 126 anos. Tempo para a realização de um sonho com mais de duas décadas: um complexo desportivo de primeira linha que vai servir as populações de Cascais.

ENTREVISTA

p.14-15

“Ser um menino da linha faz com que as canções saiam com mais luz”

Miguel Ângelo

CARLOS FABIÃO OPINIÃOALEXANDRA COSTA. CARLOS AVILEZ ARTIGO

QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012Quinzenal . Ano 1 . N.15

www.cm-cascais.pt

INFOMAIL

A VIDA E A HISTÓRIA DOS

ALENTEJANOS DE CASCAIS

CENTRAL DE MATRÍCULASANO LETIVO ABRE COM NOVAS ESCOLAS E AUTARQUIA ESTREIA INOVADORA FERRAMENTA INFORMÁTICA

BOLE

TIM

MU

NIC

IPA

L

p.9

p.6-7

É um dos cabeças de cartaz das Festas do Mar 2012. Esteve à conversa com o ‘C’ sobre música, sobre a atualidade e, claro, sobre Cas-cais.

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32anos26

edições

A festa do livro está de re-gresso à Vila. A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Cascais, dura até ao dia 5 de Agosto. Se ainda não tem o seu livro para as férias, aproveite a oportunidade: ao todo, 16 marcas editoriais e cinco alfarrabistas marcam presença numa feira onde os descontos podem ir até aos 40%.

FEIRA DO LIVRO DE CASCAIS

ELEVÓMETROEDITORIAL

O Diário Económico dá as contas: é este o impacto mediático estimado do circuito MOD70 que está a caminho de Cascais. A organização espera 1 mil-hão de visitas em cada ‘race village’ e cerca de 300 horas de transmissão televisiva por temporada. A estreia dos fantásticos trimarãs de 70 pés, de 12 a 23 de setembro (a maior escala do circuito), promete agitar as águas da Baía.

VELA: MOD 70

45

3lugar

milhões euros

Os sub-16 lusos consegui-ram o bronze no campe-onato da Europa de Horse-ball que decorreu de 18 a 22 de Julho no Picadeiro da Abóboda. Os ‘oito magníficos’ da equipa nacional bateram-se con-seguiram ainda entrar no quadro de honra da com-petição com o melhor mar-cador João Cardoso e com o melhor Jogador, Manuel Pais.

SELEÇÃO NACIONAL DE HORSEBALL

A jovem soprano Cristiana Oliveira, 32 anos, venceu a 14ª edição do Concurso Internacional de In- terpretação do Es-toril – Prémio El Corte Inglés, competição inte-grada nas Semanas de Música do Estoril. Cristiana Oliveira irá integrar agora a programação de várias orquestras na próxima tem-porada.

CRISTIANA OLIVEIRA

Envie-nos comentários e sugestões através do e-mail:[email protected] ou, por carta, para C - Boletim Municipal, Câ-mara Municipal de Cascais, Praça 5 de Outubro 2754-501 Cascais.

FICHA TÉCNICAPROPRIEDADE Câmara Municipal de Cascais

COORDENAÇÃO Departamento de Comunicação

EDIÇÃO Gonçalo Venâncio

REDAÇÃO Catarina Coelho, Diana Mendonça, Fátima Henriques, Isabel Alexandra Martins, Laís Castro, Marta Silvestre, Patrícia Sousa, Susana Ataíde, Rodrigo Saraiva

FOTOGRAFIA Laís Castro, Luís Bento, Joni Vinagre, Marta Silvestre

MULTIMÉDIA Ana Laura Alcântara, António Maria Correia, Miguel Caramelo, Tiago Nunes, Rodrigo Saraiva

GRAFISMO E PAGINAÇÃO Ana Rita Garcia

TIRAGEM 135.000 exemplares

PERIODICIDADE Quinzenal

Informação atualizada em:www.cm-cascais.ptwww.facebook/cmcascais

Café Alentejo, Restaurante Alentejo, Associações e Grupos com o nome “Alentejo”. Há quem diga que as Páginas Ama-relas ou as listas telefónicas são um bom espelho da diversi-dade de um território. Uma viagem rápida - que apesar dos telemóveis e da internet se mostrou surpreendentemente proveitosa - pelos calhamaços de papel permitiu-nos ter a confirmação empírica do que procurávamos: as marcas, refe-rências ou costumes mais do que evidentes do Alentejo no concelho de Cascais. Fomos à procura deles, dos Alentejanos de Cascais: das suas comunidades, e das comunidades que eles ajudaram a cons-truir em Cascais desde os anos de 1950, das suas tradições e das suas artes. Fizemo-lo com um propósito: nas semanas em que Cascais vibrou com a melhor música ( já lá iremos, ao Cascais Music Festival) procurámos os representantes de um estilo, de um estado de alma, que não teve (até agora) lugar nos cartazes dos festivais de Verão. Mas que tem um lugar reservado em permanência na nossa agenda cultural: a candidatura do Cante Alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. Dedicámos, por isso, o perfil do Munícipe desta edição a um alentejano que, jun-tamente com os homens da associação que lidera, muito têm feito por Cascais. Reformulando: que muito têm feito pelo Alentejo em Cascais e no país: José Palma, um dos promo-tores do Cante Alentejano e presidente do Grupo “Estrelas do Guadiana” de Tires.

Entramos em Agosto. Rima com férias, mar, música e, não franza já o sobrolho, regresso às aulas. Trazemos-lhe nesta edição um extraordinário exemplo de como uma ideia nasci-da no seio da comunidade escolar, pelos professores Adelino Calado e José Carlos Baetas, pode fazer a diferença na vida de centenas de pais e crianças. Fartos de burocracias e de tempos gastos inutilmente, os Professores montaram um inovador sistema informático a que chamaram “Central de Matrículas” e que coloca os alunos nas escolas de preferên-cia em frações de segundo: o que antes demorava semanas e trocas de processos por correio, é agora feito num abrir e fechar de olhos. Mas o nosso olhar pela educação não se esgota numa ferra-menta que permitiu a 93% dos alunos de Cascais serem colo-cados na sua primeira opção ainda Julho não tinha chegado a meio. Olhámos também para as novas escolas e as novas obras que fazem com que o próximo ano escolar arranque com mais qualidade e mais oportunidades para todos.

Agosto é sinónimo de Festas do Mar. No lançamento do grande cartaz deste ano – note-se a presença de músicos de Cascais todos os dias em palco – entrevistamos um dos “Embaixadores da nossa terra” – Miguel Ângelo. Ainda na música, navegamos em imagens pelos melhores momentos do Cascais Music Festival. A música esteve de regresso à Vila. A Vila esteve no centro da Música.

Cascais Elevada às Pessoas.

Bolsas Sociais para integração de crianças em creches da rede privada, uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais em parceria com as Juntas de

Freguesia do concelho e com a colaboração de creches da rede privada

CONDIÇÕES GERAIS DE ACESSO

Agregado familiar residente no concelho de Cascais;

Crianças em idade de creche (3 aos 36 meses);

Agregado Familiar beneficiário de Abono de Família incluído nos primeiros 3 escalões da Segurança Social;

Comprovativo de procura de vaga em Instituição Particular de Solidariedade Social do concelho

Para mais informações consulte www.cm-cascais.pt e dirija-se à Junta de Freguesia da sua área de residênciaO período de entrega de candidaturas decorre de 23 de julho até 20 de agosto

BOLSAS SOCIAISCRECHES

Social e Saúde

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OPINIÃO

CARLOS FABIÃO

Nascido em 1992, em San Cristóbal de La Laguna, Tenerife, o CICOP (Centro Internacional para la Conservación del Patri- monio) definiu como seu objecto: a formação na área da conservação, restauro e reabi-litação do património, a inves-tigação, dos princípios, métodos e técnicas de intervenção sobre o mesmo, sempre em perspetiva pluridisciplinar, procurando pro- mover as boas práticas na conservação, restauro e reabi-litação do Património construído. O CICOP ocupa-se ainda da sensibilização e divulgação das temáticas patrimoniais. Um dos seus desígnios maiores é a cooperação entre investigadores de diferentes origens, parti-cularmente do universo Ibero-Americano. Por se tratar de um espaço cultural com múltiplas afinidades, mas também por serem comuns os desafios de conservação e reabilitação dos patrimónios de ambas margens do Atlântico, pelas semelhanças de tipologias arquitectónicas e urbanas, técnicas de construção e modos de modelar as paisagens.Vinte anos de actividades desembocaram na constituição da Fundação CICOP, organis-mo internacional não-governa-mental, que agrega as distintas organizações CICOP da Europa e da América, sendo desejável a sua futura extensão aos continentes africano e asiático. De facto, se pensarmos no Património de origem portuguesa no mundo – recentemente inventariado sob o alto patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian - e aten-dermos somente ao mais re-levante: El Jadida / Mazagão (Marrocos), Cidade Velha, Ri-

Vice-Presidente do Instituto de Cultura e Estudos Sociais e Diretor do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Cascais e o CICOP

“Cascais é também lugar óbvio para um organismo [CICOP] que tem no Atlântico uma das suas grandes vias de comunicação, unindo o espaço Ibero Americano e cada vez mais atento a outras longitudes”

QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012

beira Grande de Santiago, em Cabo Verde, centros históricos brasileiros (Olinda, Salvador, Ouro Preto e outros), Ilha de Moçambique, Igrejas e Conventos de Goa ou ainda ao Centro Histórico de Macau, melhor se entenderá como se nos afigura pertinente alargar a África e Ásia o âmbito do CICOP, porque se aplica também a outras longitudes o objectivo que norteou o núcleo fundador.Ao longo dos últimos vinte anos, evoluiu bastante o conceito de Património Cultural. Se numa primeira fase a intervenção sobre o património construído constituía a principal preo-cupação, embora sem nunca esquecer a dimensão humana - de quem habita os centros históricos, mas também de quem os visita -, acompanhando os tempos, passou a incorporar o Património Natural, entendido na sua vertente ecológica, lembremos o caso da floresta laurissilva madeirense; mas também as paisagens culturais,

mónio é essencialmente aditivo e de modo algum exclusivo. Isto é, se hoje não parece fazer sentido classificar o património isoladamente, o típico Monu-mento do vetusto passado, isso não significa que não haja imóveis que continuam a colocar desafios constantes aos técnicos que se ocupam de conservação, restauro e reabilitação. Se hoje falamos mais do Imaterial, tal não significa que o Material seja menosprezado ou tenha perdido importância. Para valorizar, preservar, gerir e promover as Heranças Culturais devemos alargar o olhar para as distintas dimensões que engloba sem perder de vista o detalhe.O XI Congresso do CICOP realizou-se em Portugal pela primeira vez, e em Cascais. As razões da escolha de Cascais são evidentes. Em primeiro lugar, porque aqui se criou o CICOP Portugal, por iniciativa do Professor José Manuel Tengarrinha, personalidade de referência, desde sempre o mais entusiasta dinamizador do CICOP entre nós. Cascais é também lugar óbvio para um organismo que tem no Atlântico uma das suas grandes vias de comunicação, unindo o espaço Ibero Americano e cada vez mais atento a outras longitudes. Cascais ainda por ser um lugar onde se têm concretizado alguns dos grandes desígnios do CICOP,

em boa parte, graças à iniciativa municipal. Pelo desenvolvimento de uma política de conservação e reabilitação urbana que tem sabido preservar o espírito do lugar, sem perder de vista o bem-estar das populações. Também porque aqui se vem realizando um programa de reabilitação de edifícios históricos, conferindo-lhes novas funcionalidades, de que é exemplo a recente conversão da Cidadela em unidade hoteleira, sem deixar de cuidar de realizações arquitectónicas mais recentes, como a Casa de Santa Maria, do emblemático arquitecto Raul Lino, ou o edifício da Casa das Histórias de Paula Rego, de Souto Moura, patrimónios culturais do século XX e XXI.

RÚBRICA 85

Casa da HortaQUINTA DE STª CLARA

REABERTURA15 SETEMBRO 2012

BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CASCAIS

Nos auditórios do perímetro cultural de Cascais, durante três dias, especialistas de diferentes países debateram temas va-riados, como Conservação do Património, Turismo e modelos de gestão patrimonial, Patrimónios Marítimos, A ca-sa: recuperação e usos, sem esquecer a essencial abordagem ao uso de materiais tradicionais no restauro ou a Inovação e as Novas Tecnologias.Como corolário do XI Congresso do CICOP, a Fundação aprovou a localização em Cascais da sede do CICOP Europa. [Escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico]

paisagens históricas, territórios antropizados, de Sintra, constitui exemplo; abrange ainda o imaterial, envolvendo múltiplas dimensões intangíveis, como expressões mais mediáticas, saliente-se as classificações do Flamenco, do Tango ou do Fado; um conceito de Património cada vez mais plástico que não esquece o nosso tempo, também produtor de patrimónios com futuro.Sublinhe-se, porém, que o alar- gamento do conceito de Patri-

“Para valorizar, preservar, gerir e promover as Heranças Culturais devermos alargar o olhar para as distintas dimensões que engloba sem perder de vista o detalhe.”

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CASCAISPERFIL DO COLABORADOR

ANTÓNIO FIALHO Arqueólogo subaquático

É assim que António Pedro Costeira Fialho se sente quando fala das suas origens. Filho de um alentejano e de uma cascalense, António nasceu em Luanda em 1958, mas diversas circunstâncias fizeram com que durante a infância e juventude viajasse algumas vezes para Portugal onde também permanecia em casa de familiares que viviam por longos períodos entre Cascais e o Alentejo. Os pais eram ambos funcionários públicos em Luanda e de quatro em quatro anos tinham direito a viajar para Portugal, por seis meses. Sempre que vinham, António tinha que ser integrado numa escola e fazia novos amigos. A primeira vez que veio a Portugal tinha apenas três anos, e ficou em casa dos avós que viviam em Cascais. “Esta foi uma experiência enriquecedora que me fez lidar com diferentes realidades. Ao contrário de muitos jovens que começam cedo a imaginar a profissão que querem ter quando forem adultos, essa ainda não era uma das ideias que lhe ocupavam o pensamento. Se de alguma coisa tinha a certeza era de que gostava muito do mar. Conta que começou a nadar aos cinco anos. “Queria era estar dentro de água. Fascinava-me imenso a figura do Cousteau, mergulhador e explorador francês pioneiro na descoberta dos recursos do fundo do mar”. Essa paixão pelo mar haveria de o acompanhar sempre ao longo dos anos. Aos dezasseis anos quando veio definitivamente para Portugal foi estu-dar para um colégio interno em Benavente, onde ficou dois anos até ao regresso dos seus pais. Entretanto, começou, junto com alguns amigos, a praticar pesca submarina. Conta que nas férias costumavam ir acam-par para as Berlengas, Algarve, entre outros locais, e que para se con-seguirem manter nesse período iam à pesca e vendiam o peixe aos res-taurantes. Foi sempre junto ao mar que sentiu a vida vibrar dentro de si. Depois ter vivido a primeira experiência profissional como funcionário das finanças decidiu que “aquela não era de fato a sua praia”, e por isso resolve ir trabalha para a autarquia (Museu do Mar). “Tudo aquilo me fascinava!”, diz. Foi por isso que mais tarde decidiu fazer um curso supe-rior de História (variante Arqueologia) para conseguir ir mais além na área que realmente lhe preenche a alma. Hoje é arqueólogo subaquático e orgulha-se de poder dar a conhecer todo um trabalho de pesquisa e in-ventariação dos vestígios arqueológicos submersos, que resultaram na Carta Arqueológica Subaquática do Mar de Cascais. Este trabalho tem contado com o apoio de outros investigadores e também com a partici-pação de entidades com as quais a autarquia mantém protocolos, como o Centro Nacional de Arqueologia Náutica Subaquática (CNANS) e o Centro de História de Além-mar (CHAM). A história conta que ao longo dos séculos o mar de Cascais foi palco de diversas ocorrências marítimas que resultaram em muitos naufrágios, como o do navio es-cocês Thermopylae/Pedro Nunes, episódio sobre o qual António pu-blicou um livro em co-autoria com outros investigadores, como Jorge Freire do CHAM com quem em 2008 iniciou o trabalho de investigação no mar. “As câmaras de Cascais e Angra do Heroísmo estão no topo da arqueologia subaquática a nível nacional”, refere António Fialho. Por agora vai continuar com o trabalho da Carta Arqueológica Subaquática de Cascais e gostaria de ter, pelo menos, mais um técnico a trabalhar consigo, pois, contínua a ser o único arqueólogo subaquático da autar-quia. Outro dos seus desejos é que a Câmara possa vir a disponibilizar mais e melhores meios para as campanhas. António Fialho gosta tanto do que faz que sente o seu trabalho como se de um hobby se tratasse. “Sou um privilegiado porque vivo em Cascais e faço o que gosto”. Isabel Alexandra Martins

“Sou um filho da diáspora. Sinto-me como se tivesse nascido em três locais diferentes (Luanda, Cascais e Alentejo)...”

SIGA OS NOSSOS ATLETAS OLÍMPICOS

Desporto é muito mais do que o que se vive dentro de um está-dio, de um ringue, de um pavil-hão ou de um campo de regatas. Porque desporto é comunhão, porque desporto é união, a Câ-mara Municipal de Cascais propõe-lhe viver o maior evento desportivo do mundo em todas as suas dimensões. Por isso, en-tre os dias 27 de julho e 12 de agosto, poderá acompanhar a transmissão dos Jogos Olímpi-cos de Londres 2012 a partir do écran gigante montado no Lar-go Camões. Um dos mais multiculturais es-paços do concelho – todos os dias dezenas de nacionalidades

A Câmara Municipal de Cascais decidiu, na reunião de Câmara da passada segunda-feira e no âmbito do Pacto dos Autarcas, ao qual aderiu em 2008, antecipar um conjunto de ações com vista à redução de emissões de CO2 em 20% até 2020.Nesse sentido, e até ao final do presente mandato autárquico em 2013, a CMC irá atuar em 13 áreas previamente identificadas, através das correspondentes candidaturas a programas comu-nitários, de modo a atingir uma redução do consumo energético em 13%, reduzindo igualmente em 13% as emissões de CO2, al-cançando uma melhoria da qual-idade de vida dos cidadãos que vivem em Cascais, dos que aqui trabalham ou nos visitam.

PROGRAMA CASCAIS 13-13-13O programa 13-13-13 intervém em espaços públicos (edifícios municipais, frota municipal, parque escolar, equipamentos desportivos, iluminação pública e produção de energia), prevê ações de sensibilização em es-paços particulares (unidades hoteleiras, IPSS e outras ativi-dades económicas), para além da simplificação administrativa (desmaterialização de proces-sos e regulamentos de energia), estando ainda previstas diversas medidas de educação ambiental e de formação dos quadros da autarquia.De salientar a forte aposta na certificação ambiental nos edifí-cios públicos municipais e em grande número de equipamen-tos da atividade económica do

concelho, com especial incidên-cia na hotelaria e nas instalações destinadas ao desenvolvimento de atividades do 3º Sector.No que respeita à autarquia, de realçar a implementação de lâm-padas de baixo consumo na ilu-minação pública e um enorme foco na eficácia das ações de sensibilização que permitam al-terar comportamentos, de modo a obter o contributo de todos na redução de emissões de CO2.Está igualmente prevista a elab-oração de relatórios de avaliação que permitam acompanhar a ex-ecução do Programa 13-13-13, es-timando a necessidade de efetuar planos de contingência de forma a concretizar os objetivos. GV

cruzam a calçada do Largo - é o local indicado para assistir às provas de atletas de mais de 200 Comités Olímpicos. E, claro, é lá que esperamos que se forme uma grande corrente de energia positiva para os atletas portu-gueses. Daremos, sempre que possível, grande destaque às provas da vasta comitiva de atletas de Cascais que marca presença em Londres. Entre eles estão a equipa de velejadores do Clube Naval de Cascais: Sara Carmo (Classe laser Radial), Gustavo Lima (classe laser Standard), Fran-cisco Andrade e Bernardo Frei-

tas (Classe 49er9), Afonso Do-mingos e Frederico Pinheiro de Melo (Classe Star), Rita Gon-çalves, Diana Neves e Mariana Lobato (Match Racing). Tam-bém Marcos Chuva, atleta prati-cante de salto em comprimento e Gonçalo Carvalho Conchinhas (equestre) farão este ano a sua estreia como atletas olímpicos. Os Jogos podem ser seguidos a par e passo na RTP1, RTP2, RTP informação e RTP Olímpicos HD, canal criado para o efeito. Também o site www.rtp.pt/olim-picos será um veículo informa-tivo de tudo o que se passa no dia-a-dia dos Jogos.

OPINIÃO CASCAIS DESTAQUE DESPORTOENTREVISTA AMBIENTE CULTURA AGENDA PASSATEMPOSCASCAIS

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CASCAIS

QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012

COMPLEXO DA AHBVC: QUANDO O “SONHO” SE TRANSFORMA EM REALIDADE, 20 ANOS DEPOISTorre ganha complexo desportivo particularmente virada para uso da população idosa, portadora de deficiência ou jovens em idade escolar. Bombeiros de Cascais comemoram 126 anos

Fotos: Luís Bento

A manhã de 21 de julho não tra-zia boas notícias. A voz da rádio ia debitando as últimas sobre os incêndios que devoravam Tavira, no Algarve, e a ilha da Madeira. Cenários de destruição para onde foram deslocados homens e mulheres de todo o país. De Cascais, também tinham partido soldados da paz para combater os fogos e auxiliar as populações. Motivo pelo qual a grande famí-lia dos Bombeiros de Cascais não estava reunida num dia muito especial: o dia da inauguração do Complexo Desportivo da Torre, cumprindo um sonho com mais de vinte anos. As primeiras pala-vras só podiam ser para eles, os homens e mulheres do concelho e do país que, mesmo não estan-do ali, “têm sido um exemplo de coragem, um motivo de orgulho e uma inspiração para todos”, nas palavras do Presidente da Câmara Carlos Carreiras.Foi também por isso, por recon-hecerem o papel social dos bom-beiros, que muitos populares não quiserem perder pitada da

inauguração do complexo des-portivo da Associação Humani-tária dos Bombeiros Voluntários de Cascais (AHBVC) na Rua das Macieiras. Enquadrado por um cenário natural de tirar o fôlego, o complexo alberga duas pisci-nas – uma de aprendizagem de 10x20 metros e uma outra de fisioterapia -, dois ginásios, bal-neários, bar, cafetaria e ainda sala de primeiros socorros, num investimento total de dois mil-hões de euros - integralmente suportado pela Câmara Munici-pal de Cascais.“Saliento que o orçamento para este projeto foi cumprido à risca, que os prazos foram cumpridos escrupulosamente. Quem duvida que é possível fazer mais, melhor e com menos, dê uma vista de olhos nesta obra e tire as suas conclusões”, assinalou Carlos Carreiras. De arquitetura moderna, linhas simples e amigo do ambiente, o complexo deverá começar a operar no dia 1 de Setembro e é particularmente destinado a ci-

dadãos com necessidades espe-ciais, idosos e jovens. Integrada nas comemorações dos 126 da AHBVC, uma das mais antigas e prestigiadas insti-tuições do concelho, a inaugura-ção do complexo é um marco na história da corporação e marca uma nova fase no envolvimento com a população. “Hoje con-cretizamos um sonho com mais de 20 anos”, disse Rui Rama da Silva, presidente da direção da AHBVC. “Notamos, com agrado, que os preços por nós pratica-dos já tiveram o efeito de baixar o preço dos operadores de mer-cado”, notou Rui Rama da Silva sublinhando o efeito regulador deste novo equipamento. Num dia dedicado aos Bom-beiros, a cerimónia terminou como começou: com homena-gens. E se no início da manhã se lembraram, no Cemitério da Guia, todos os que deram a vida pela causa dos Bombeiros, ao ini-cio da tarde distinguiu-se um dos homens que continua a fazer a história da AHBVC: Vitor Neves.

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CASCAIS APOIA CANTE ALENTEJANO A PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE Depois do Fado, é a vez do Cante Alentejano apresentar a sua can-didatura a Património Imate-rial da Humanidade. A tentativa de certificar à escala planetária mais uma tradição portuguesa será conhecida no próximo ano. A nova candidatura é promovida pela Confraria do Cante Alen-tejano, Associação MODA e Casa do Alentejo, com apoio do Turismo do Alentejo, Câmara Municipal de Serpa e conta com apoio e a cooperação da Câmara Municipal de Cascais desde a primeira hora. A Comissão de Honra é liderada pelo Presidente da República e integra também o primeiro-ministro Pedro Pas-sos Coelho. “O Cante merece, os Alentejanos merecem e Portugal merece mais um reconhecimen-to à escala global de uma peça insubstituível na construção da nossa identidade”, assinalou Carlos Carreiras por ocasião do recente 32º Encontro do Grupo Estrelas do Guadiana. “É por isso que em Cascais apoiamos desde a primeira hora a candidatura do Cante. Apesar de todas as contrariedades, podem sempre contar com o nosso apoio” disse

ainda o Presidente da Câmara de Cascais. O Cante Alentejano representa a cultura popular tradicional e é cantada maioritariamente por homens, sem acompanhamento instrumental. As principais ca-racterísticas das modas alente-janas, que se julgam que tenham surgido em Serpa, caracterizam--se por serem todas em tons maiores e algumas têm a pausa para respirar, no meio da palavra, a chamada volta.O Cante alentejano entoa as mo-das do Alentejo, reproduzindo musicalmente a vida e beleza da pacata região de Portugal. O tra-balho no campo, como a monda, a religião, os amores e desamores e a vida militar são alguns dos temas mais conhecido das melo-diosas modas.E na tradição do Cante não há aulas nem workshops: tudo pas-sa de boca em boca, de pais para filhos, de avós para netos, ao som da experiência. Nas ruas do concelho de Cascais, o cante alentejano ecoa desde 1975 na voz do único Grupo Coral alentejano, os “Estrelas do Gua-diana”. Os elementos, residentes

em Tires, e oriundos do Alto e Baixo Alentejo, bem como também do Algarve, cantam as origens e desenvolvem regu-larmente trabalho com a Moda, Associação de Cante Alenteja-no, e com a Casa do Alentejo.Assegurando a passagem entre gerações dos valores culturais, o Museu da Música Portuguesa é o guardião deste património. E é também o palco privilegiado para suscitar a conversa sobre o cante alentejano. Tal como aconteceu no Dia Internacional dos Museus de 2012, com uma conferência onde estiveram presentes especialista neste estilo de cantar, como Sérgio

Tréfaut, realizador e documen-tarista, a etnomusicóloga Salwa Castelo-Branco e o antropólogo Paulo Lima. Por divulgar de for-ma exímia a tradição do Alentejo, o Município de Cascais estabele-ceu um protocolo de coopera-ção com o Município de Serpa e a Confraria do Cante Alente-jano de forma a divulgar todas as iniciativas que contribuam para um usufruto integrado do património cultural imaterial do Cante, ou de projetos conjuntos que se revelem de interesse para a valorização e difusão do mes-mo. Até o mundo se render ao Cante, cantemos nós as nossas tradições. PS e GV

NO CAMINHO DOS ALENTEJANOS À mesa não pode faltar pão, azeitonas, chouriço, queijos (de cabra e de ovelha), toucinho e presunto. Assim se sabe que es-tamos na casa de um alentejano. A gastronomia está vitalmente ligada às ervas aromáticas – poe-jo, hortelã, coentros, salsa entre tantas outras – e tudo é aprovei-tado à boa maneira dos tempos em que a palavra abundância pouco ou nada se conjugava - como o caso das beldroegas que nascem ao pé de água. As comunidades existentes em Cascais começaram a formar-se nos anos 50/60, com o êxodo para Lisboa e arredores de famílias inteiras. Sem acesso à educação superior – a maioria tinha o 1º ci-clo, muitas vezes finalizado já na idade adulta – todos vinham em busca de uma vida melhor perto da capital. As mulheres, muito jo-vens, procuravam trabalhar para casas de “gente de bem” e os

homens na hotelaria ou na cons-trução civil, esperando assim ter um ofício que os libertasse do trabalho do campo que era dei-xado para os mais velhos. Não é de estranhar que os alen-tejanos se juntassem em comu-nidade e que os usos e costumes tenham sobrevivido até hoje numa tentativa de recriar os am-bientes familiares de onde par-tiam. Afinal, as idas à terra que os viu nascer eram escassas e feitas, na melhor das hipóteses, em alturas festivas como o Na-tal ou a Páscoa. Como meio de contato com os familiares que fi-cavam na província – pais e mães – usavam-se as cartas que, muitas vezes (e porque quem as recebia não sabia ler nem escrever) eram lidas por outras pessoas. Mais do que uma carta, o envelope servia também para transportar alguns escudos para ajudar os mais ve-lhos. Modos de vida cuja simpli-

cidade foi popularizada na músi-ca portuguesa pelos Rio Grande com os acordes do “Querida mãe, querido pai. Então que tal?” Alentejano não vive sem música. Esta é uma verdade antropológi-ca ainda mais evidente quando os alentejanos estão em grupo. Qualquer que seja o momento, há sempre alguém que dá o mote. As modas alentejanas são de um cancioneiro tradicional que foi passado oralmente dos mais ve- lhos para os mais novos e são can-tadas, de acordo com a região de onde são oriundas, com as voltas e os ditotes populares. Aliás, o sotaque alentejano, tantas vezes usado no anedotário português, bem como os significados de al-gumas palavras ditas de manei-ras diferentes, são usos que um alentejano não perde e no qual, em abono da verdade, tem muito orgulho. Exemplos? Quando par-tem de algum lado, há quem diga

“vou abalári”; e se deita alguma coisa para o lixo, está a “aven-tári”. Dois exemplos do vocabu-lário regional do além-tejo, terra onde se veneram os mais velhos e se os tratam por vossemecê; onde um saco para pôr o pão se chama talego ou onde se diz “prantate queda” quando alguém mais velho exige recato. Por isso, se andar pelo concelho de Cascais e escutar uma moda alentejana, lhe cheirar a um bom ensopado de borrego ou ouvir expressões que ache diferentes, não estranhe. Existem grandes comunidades como as do Bairro Alentejano, na Parede, e bair-ros e ruas, como as de Alvide, Amoreira, S. Domingos de Rana, Sassoeiros, Tires, entre outras, com famílias inteiras oriundas das vilas e aldeias alentejanas, onde continua bem viva a von-tade da preservar a cultura do além-tejo. MS

MESTRE ALENTEJANOTerra de grandes barrigas,Onde há tanta gente gorda, Às sopas chamam açordaE à açorda chamam-lhe migas;Às razões chamam cantigas,Milhaduras são gorjetas,Maleitas dizem malêtas,Em vez de encostas, chapadas, Em vez de açoites, nalgadas E as bolotas são boletas.

Terra mole é atasquêro,Ir embora é abalári,Deitar fora é aventári,Fita de couro é apero;Vaso com planta é cravêro,Carpinteiro é abegão,A choupana é cabanãoE às hortas chamam hortejosOs cestos são cabanejosE ao trigo chama-se pão.

No resto de PortugáliNinguém diz palavras tais;As terras baixas são vaisMonte de feno é frascáliVestir bem parece máliÀ aveia chamam cevadaAo bofetão orelhadaAlcofa grande é gorpelhaÉgua lazã é vermelhaPoldra “isabel” é melada.

Quando um tipo está doenteLogo dizem que está morto.A todo o vau chamam portoChamam gajo a toda a genteVestir safões é correntePor acaso é por adrego, Ao saco chamam talego E, até nas classes mais ricasSer janota é ser maricasSer beirão é ser galego.

Os porcos medem-se às varas,O peixe vende-se aos quilosE a gente pasma de ouvi-losUsar maneiras tão raras;Chamam relvas às searasÀs vezes, não sei porquêE tratam por vomecêPessoas a quem venero;“não quero” diz-se “nã quero”“eu não sei” diz-se “ê nã sê”! [Letra de João de Vasconcellos e Sá]

DESTAQUE

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DESTAQUE

PERFIL DO MUNÍCIPE

Texto: Marta Silvestre | Fotos: Luís Bento

José Palma, 54 anos, Presidente do Grupo Coral “Estrelas do Guadiana”

PERFIL DO MUNÍCIPE

José Pereira Palma traz o Alentejo na alma, em cada palavra, história ou desejo. Nasceu nas Minas de S. Domingos, concelho de Mérto-la, filho de mãe algarvia e pai da terra, mineiro, como quase toda a sua família. Mas cedo parte para Lisboa, com 4 anos. “O trabalho na mina estava em vias de acabar, e como tinha uma tia em Lisboa, viemos para a capital, como muitos outros, à procura de uma vida melhor”, re-corda José Palma. Mas o Alentejo estava sempre presente, seja no falar ou seja à mesa. Nunca perde a ligação à terra natal, local que visita regularmente com os pais principalmente em épocas festi-vas.Tira o 1º ciclo e começa a traba-lhar na produtora Movieplay ain-da antes da maioridade. Apesar de trabalhar em Lisboa, é em Cascais, mais propriamente no Alto de Tires, que vive. Ainda se lembra da mãe a mondar nos terrenos naquela que é conhe-cida como a Terra de Canteiros, Tires. “As pessoas vinham com as tradições e como havia terre-nos para trabalhar continuavam”, diz José. Como se de uma aldeia além-tejo se tratasse, o costume dos ho-mens se juntarem ao fim de um dia de trabalho, para “beber um copito, assar uma febra, comer

um bocadinho de toucinho com pão e jogar à malha” era seguido à risca. Bem como o uso de can-tar “à alentejana”. E assim surgiu o convite para integrar o Grupo Coral “Estrelas do Guadiana”. “Convidaram-me, pouco depois da formação do grupo, em 1975, para vir para o grupo e olhe, as-sim foi”, recorda o homem que é agora presidente do grupo.Seguindo a tradição familiar, casa com uma algarvia e con-tínua na Movieplay passando de-pois para a RTP - primeiro como paquete e depois no economato - conjugando a sua vida profis-sional, durante vários anos, com uma vasta experiência associati-va: fazendo parte do grupo coral, da Sociedade 1º Maio de Tires e ainda como dirigente, durante al-gum tempo, da Casa do Alentejo, em Lisboa.Fez tudo isto com gosto. Aquele gosto de preservar a identidade e tradição alentejana, não só do cante, mas também das ex-pressões locais. Já no grupo, os homens fazem pesquisa com os mais velhos e organizam um can-cioneiro tradicional, ainda hoje utilizado. Começam a fazer os en-contros de coros, nos anos 80, que foi evoluindo até à fórmula que conhecemos nos nossos tempos. Apesar de não ter passado pelos tempos duros no Alentejo, sabe as

“Não há nada melhor do que o cheiro da nossa terra nas primeiras chuvas do Outono.”.

histórias de uma terra empobre-cida e esquecida, o então celeiro de Portugal, que vive da explo-ração dos mais pobres, nos cam-pos. Essas são as vidas que estão presentes naquilo que cantam. De fora ficam cores e convicções políticas. “Da porta para dentro, somos todos iguais e não temos partidos. Lá fora, podem fazer o que quiserem, mas aqui estamos a defender a nossa cultura e isso não pode ser prejudicado por outros assuntos”, afiança José Palma, que reafirma: “Quero que o grupo funcione como entidade de cultura para fazer o que me-lhor sabemos, que é apresentar o Alentejo e a sua história”. E assim, nesta crença leva o seu longo associativismo cultural, que defende acerrimamente. E tem um sonho – que a moda, à semelhança do que se faz noutros países, como Espanha, seja ensi-nada nas escolas, não só os en-sinamentos básicos musicais, bem como o conhecimento de um cancioneiro tão rico como o alentejano.Continuando a sua história de vida, relembra o ano de 1992, em que decide com a família emigrar para a Alemanha, onde esteve até 1998. Volta novamente para Tires. “Com os trocos que ga- nhei, construi a minha casa e tam-bém um cafezinho ao pé da esco-la de S. Domingos de Rana, que é ainda hoje onde trabalho”, relem-bra José Palma. Ao recordar este tempo, a voz de José Palma perde força. Esmorece e entristece-se à medida que o pensamento lhe é assaltado pelas memórias do mais dramático episódio da sua vida, o falecimento da sua filha em 2011. Depois de uma pausa, a conversa segue determinada: “Sabe, às vezes, este grupo serve também para ocupar o meu pensamento.

Temos de seguir para a frente, mas é muito doloroso”, confessa José Palma. Apesar de tudo, o Cante oferece-lhe razões para encarar a vida com otimismo. Hoje, o Grupo Coral “Estrela do Guadiana” conta com 28 elementos no ativo, com ensaios, por regra, uma vez por semana. Parece estar me- lhor do que nunca. “Houve uma evolução grande com a entrada de outros elementos, como o José Colaço, outro dos membros do grupo. A Câmara de Cascais também é muito culpada por esta evolução na pessoa da vereadora Ana Clara Justino e da Edite Sota,

QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012

20h3020h30

pois ajudaram-nos muito.”José Palma, não esquece a can-didatura do cante alentejano a Património Imaterial da Humani-dade, à semelhança do que acon-teceu com o Fado. “Tem de ser um processo bem feito, porque qualidades o cante tem, quer pelo seu cancioneiro, quer pelas dife-rentes formas e modos de se fazer a moda.” Em Cascais brilha o sol de julho e a vida de um homem importante na sua comunidade. Mas há uma coisa que José não esquece: “não há nada melhor do que o cheiro da nossa terra nas primeiras chu-vas do Outono.”

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CASCAISDescubra as férias em família no parque natural de Sintra-Cascais

ESTAMOS DE FÉRIAS E AGORA?

INFORMAÇÃO ANTES DE MAIS Antes de escolher qual o pro-grama passe pelo Posto de Infor-mação de Turismo de Natureza - Green Hotspot que funciona na Eco-Cabana, em frente ao Parque marechal Carmona. Aberto das 9h00 às 17h00 nos dias úteis e das 9h00 às 18h00 ao fim-de-se-mana encontra aqui muita infor-mação sobre o património e bio-diversidade existentes no Parque Natural de Sintra-Cascais (PNS-C).

BICICLETAS GRATUITASSe chegar cedo à Eco-cabana pode também requisitar gratu-itamente uma biCa – Bicicleta Grátis de Cascais e partir daqui à aventura ao longo das ciclovias que se estendem até ao Guincho. Estas bicicletas são geridas pela Câmara Municipal de Cascais e estão ainda disponíveis junto á estação de comboios de Cascais e na Guia.

CAMINHADASQualquer um ficará surpreendi-do com a variedade que o PNS-C tem para oferecer, a nível da fauna e flora. Para dar a conhecer este património Câmara Munici-pal de Cascais em parceria com o Parque Natural de Sintra-Cas-cais desenhou cinco chamou rotas. Com uma duração maior ou menor e variação do grau de dificuldade, estes percursos le-vam os caminhantes a conhecer as aldeias, as quintas, o litoral do Guincho e do Cabo Raso. Há também para percorrer a Grande Rota do Atlântico. Encontra toda a informação sobre estes percur-sos em www.cm-cascais.pt, mas, antes de se aventurar, tenha em atenção as regras básicas de se-gurança e o equipamento indis-pensável. Estes passeios são uma verdadeira comunhão com a na-tureza mas obrigam a calçado e vestuário adequados, bem como à disponibilidade de água e ali-mentos.

PASSEIOS PEDESTRES ENQUADRADOSPara passear no PNS-C pode ai-nda optar por fazê-lo integrado num grupo. Há um pequeno custo associado, mas também garantia de apoio e supervisão especializada. Fora dos momen-tos de maior calor, estes passeios são proporcionados pela SAL - Sistemas de Ar Livre em parce-ria com a Câmara Municipal de Cascais, têm saída da Capela da Malveira da Serra e uma duração média de 3 a 4 horas. As próxi-mas saídas são a 16 de setembro, 14 de outubro, 11 de novembro e 9 de dezembro, sempre às 10h00. Inscrição: [email protected] ou pelo telefone 265 227 685. Mais informação em: http://www.sal.pt/cascais/

PIQUENIQUES NA QUINTA DO PISÃOEis uma proposta difícil de re-sistir. Prepare o farnel (não é possível fazer lume, não esquec-er a toalha aos quadradinhos e o repelente) e rume à Quinta do Pisão. A poucos quilómetros de Alcabideche, pela Estrada da Malveira, a Quinta do Pisão de Cima, oferece um total de 450 hectares de área inserida no Parque Natural de Sintra-Cascais, Rede Natura 2000 e Paisagem da Serra de Sintra, classificada pela UNESCO como património da humanidade. Leve as bicicletas e desfrute de um passeio único em que pode ainda observar os burros lanudos que há pouco tempo se mudaram para lá para contribuir para o equilíbrio do ecossistema local. A quinta é propriedade do Ministério da Solidariedade e Segurança So-cial e está sob gestão da Câmara Municipal de Cascais (Cascais Ambiente). A entrada é livre.

TURISMO DE BICICLETASe gosta de andar de bicicleta mas prefere fazê-lo em compan-hia informe-se junto da Guincho Adventours que, em parceria com a Câmara Municipal de Cascais promove Passeios de Bicicleta com saída da Areia, para visitar as Ruinas Romanas - “Casais Vel-hos”, Praia do Abano, Ruínas da Fortaleza do Guincho, Ciclovia passando pelos diversos pon-tos de observação, finalizando na Areia. Pode também alugar

a bicicleta, mas há requisitos a respeitar e só podem participar maiores de 14 anos. Os próxi-mos passeios são nos dias 12 de agosto, 9 de setembro e 14 de outubro. Informações [email protected] ou 914 471 918

BTT PELA SERRA DENTROPara os mais afoitos (no mínimo com 12 anos) há sempre o desa-fio do BTTcomo forma diferente para conhecer os trilhos do Parque Natural Sintra-Cascais. Os passeios são promovidos pela Muitaventura e os percur-sos variam em cada passeio, bem como o nível de dificuldade téc-nica e física. Os próximos pas-seios acontecem dias 12 de agos-to, 9 de setembro e 7 de outubro. Inscrição: [email protected] | [email protected] ou pelo telefone 211 931 636 e 925 722 239.

É FÃ DE CAMPISMO?Cascais também tem um parque, junto ao Guincho. É explorado pela Orbitur e muito requisitado, mas se a ideia for experimentar uma noite na natureza tente a sua sorte!

Como portugueses que somos é recorrente darmos mais valor ao que está longe e distante fa-zendo vista grossa ao que está mesmo diante dos nossos olhos. Uma tendência que, ainda assim, tem vindo a diminuir, ganhando força o grupo de seguidores da máxima “vá para fora cá den-tro”. E é exatamente essa a pro-posta que lhe trazemos: fazer férias, ou simplesmente passar bons momentos, de preferência em família, dentro do concelho. Poderia esta proposta passar pelos muitos quilómetros de praia que no verão são sempre muito procuradas, mas não. A proposta que lhe fazemos é usufruir da natureza em pleno Parque Natural de Sintra-Cas-cais. Ao longo de todo o ano é grande a atividade de múltip-las entidades, entre as quais o Serviço Municipal de Proteção Civil para garantir uma gestão

cuidada e equilibrada do Parque Natural de Sintra-Cascais. Com os seus 14,45 hectares (equiva-lente a 14,5 campos de fute-bol), o PNS-C ocupa um terço do território do concelho de Cascais (freguesias de Alca-bideche e Cascais). Protegido, como não podia deixar de ser,

este território é também para ser usufruído, até porque mui-tos olhos ajudam a manter este património que é de todos e que tem muito para oferecer, pro-porcionando um cenário ideal para umas férias em família quase sem sair de casa e com um mínimo de investimento.

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Texto: Fátima Henriques | Fotos: Laís Castro

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CASCAIS

Ano letivo abre com novas escolas e autarquia estreia inovadora ferramenta informática

CENTRAL DE MATRICULAS: NOTA 20

Ano após ano, pais, alunos e professores eram sujeitos ao mesmo calvário: os processos de matrícula. Longos, demorados, burocráticos, os processos tradi-cionais de matrículas dificulta-vam a vida aos professores e não conferia segurança a pais e alu-nos que partiam muitas vezes de férias sem saber o que o futuro lhes reservava no início do ano letivo seguinte. Em Cascais, essa é uma realidade ultrapassada. Pela primeira vez, alunos do primeiro ciclo e do ensino pré-escolar foram todos colocados ai-nda durante a primeira quinzena de Julho. Uma exceção ao nível nacional. O sucesso deste ano deve-se a uma ideia inovadora nascida na própria Escola, pelos professores Adelino Calado e José Carlos Baetas: uma Central de Matrículas. Pela primeira vez reunidos na mesma plataforma, os dados de todos os alunos de primeiro-ciclo e pré-escolar são processados em segundos. Re-sultado: 95% dos alunos foram colocados, com rapidez e eficá-cia, na primeira opção de escola. As diferenças para o sistema an-terior, como explica a vereadora da Educação, Ana Clara Justino, são evidentes: “Antes, os alunos escolhiam três escolas e, caso a primeira opção não fosse pos-sível, o processo tinha de evoluir, consecutivamente, para a segun-da e terceira opção. Tudo isto se

fazia por correio.” Aquilo que an-tes demorava semanas, está ago-ra à distância de um click. Para Ana Clara Justino, a Central de Matriculas não é apenas uma fer-ramenta informática. “Permite à Câmara de Cascais prever e cor-rigir assimetrias que possam sur-gir na rede escolar”, acrescenta a vereadora. Presente na cerimó-nia de apresentação dos resul-tados da Central de Matrículas, dia 23 de Julho, Carlos Carreiras sublinhou “três pontos” que são fundamentais. “A proposta inovadora deste sistema é que, com antecedência, todos ficam a conhecer o futuro. Com isto estamos a induzir confiança nas instituições e previsibilidade no percurso escolar, algo que se tra-duz em estabilidade para as famí-lias, para os alunos e para os pro-fessores” assinalou o Presidente da Câmara. Outro dos pontos é a elevada percentagem de alu-

nos colocados na sua primeira opção: “Quando tanto se fala de liberdade de escolha dos pais na educação dos filhos, damos uma mostra inequívoca de que respeit-amos e promovemos essa mesma liberdade de escolha.” Por último, Carlos Carreiras não quis deixar de salientar o “extraordinário trabalho e o exemplo de cidada-nia ativa e empreendedora” dado pela comunidade escolar, em es-pecial pelos professores Adelino Calado e José Carlos Baetas. “Dois professores identificaram necessidades e oportunidades. Geraram uma ideia que a Câma-ra apoiou. Sem medo trilhar no-vas soluções, conseguimos efeti-vamente mudar e fazer acontecer para bem de todos, em especial dos nossos alunos” sublinha o Presidente da Câmara. Educação: Prioridade Estratégica. A cerimó-nia de apresentação dos resul-tados da Central de Matrículas

FINALISTAS DA ESCOLA PROFISSIONAL DE TEATRO DE CASCAIS APRESENTAM PROVA DE APTIDÃO

A conclusão dos cursos profis-sionais requer a realização obri-gatória de uma Prova de Aptidão Profissional que permita com- provar de forma integrada os conhecimentos adquiridos ao longo dos três anos da formação. Na Escola Profissional de Teatro de Cascais (EPTC), a Prova de Aptidão Profissional consiste anualmente na apresentação de uma peça, em que participam to-dos os alunos finalistas. E é pre-cisamente o trabalho dos jovens que terminam o seu curso neste ano letivo que pode ser visto até 12 de agosto, no Teatro Munici-pal Mirita Casimiro, no Monte Estoril, na peça “Woyzeck”, do dramaturgo alemão George Büchner. Encenada por Carlos Avilez, a partir de uma tradução

de João Barrento, a peça conta com três elencos diferentes, cu-jos desempenhos são avaliados por um júri. Fundada em 1992, pela Câmara Municipal de Cas-cais e Teatro Experimental de Cascais, a EPTC é hoje uma das mais importantes escolas de for-mação nesta área, prestando um contributo inestimável para a renovação e qualificação da pro-fissão de ator em Portugal. Atualmente oferece um leque diversificado de cursos pro-fissionais de nível III - ensino secundário, designadamente: Interpretação; Luz, Som e Efeitos Cénicos; Cenografia, Figurinos e Adereços. Os cursos têm a dura-ção de 3 anos e decorrem em re-gime diurno e a tempo inteiro. www.eptc.pt

foi o momento aproveitado por alguns presentes para fazer um balanço sobre o Estado da Edu-cação no Concelho. Apesar do dí-ficil contexto nacional, o próximo ano letivo inaugura duas novas escolas: a Escola Básica/ Jardim de Infância Rómulo Carvalho, em Mato Cheirinhos, e a EB1 com Jardim de Infância de São Pedro do Estoril que sofreu profundas obras de requalificação. Com a abertura destas novas unidades, com um custo de quatro milhões de euros, foram criadas mais 487 vagas na rede escolar concelhia. Destaque também para a abertu-ra de duas novas salas de Jardim de Infância em Alcabideche (Alto da Peça) e Monte Estoril (Raul Lino), para os arranjos exteriores da EB do Bairro Conde Monte Real (Tires), para o projeto de novas salas em Cascais e Cabeço de Mouro. Muito ansiada, e já em fase de obra, está a EB de Rana

e começou a contagem decres-cente para a construção da EB das Coveiras (são Domingos de Rana). Investimentos que, para Carlos Carreiras, mostram que a educação é uma prioridade es-tratégica. “A par da segurança, da saúde e do apoio social, é na área da educação que os investi-mentos da Câmara mais se fazem sentir. É por isso que concretiza-mos a apresentação de um ciclo de investimentos que compreen-deu 21 milhões apenas em ob-ras, valor ao qual acresce custos com equipamento. Já fizemos intervenções em 80% do parque escolar concelhio, faltam 20%. E com a resiliência, com a deter-minação e com a vontade que encontramos nas escolas e na Câmara Municipal de Cascais, estou certo que vamos conseguir intervir em 100% das escolas de Cascais” concluiu o Presidente da Câmara.

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Textos: Laís Castro e Susana Ataíde | Fotos: Laís Castro

Jovens ocupam os tempos livres com serviços à comunidade, ambiente e património

VOLUNTÁRIOS INVADEM O VERÃO DE CASCAIS

Trocaram parte das férias pela oportunidade de fazer a dife-rença. Decidiram integrar um pequeno exército que dá o melhor de si em prol da comu-nidade. Eles são peças insubsti-tuíveis para que Cascais seja um concelho mais solidário e mais próspero. Falamos dos mais de dois mil jovens que preenchem o seu tempo de férias nos pro-gramas de voluntariado de verão: Maré Viva, Cultura So-cial, Natura Observa, Junta Jo-vem e Workcamps - Campos de Trabalho Internacional. Mais do que uma resposta da autarquia a uma preocupação dos jovens, dos pais e de várias entidades que fazem parte do projeto, estes programas visam sobretudo ocupar o tempo livre de forma saudável desenvolven-do competências pessoais, soci-ais e culturais.Falamos de jovens entre os 15 e os 30 anos, portugueses e estrangeiros, que de junho a setembro, em turnos quinzenais ou mensais, na serra, na praia,

em instituições de solidariedade social ou sem fins lucrativos, em serviços do município, nas Jun-tas de Freguesias, cumprem cin-co horas diárias de trabalho com uma compensação financeira (de 10 a 15 euros) que serve ap-enas para cobrir custos de ali-mentação e transporte. Eles sen-tem que têm um propósito: ser cidadãos ativos que prestam um serviço valioso à comunidade, que se preocupam não apenas com o outro mas também com a preservação do ambiente e do património. Com o seu poten-cial, energia e criatividade, es-tes jovens dão vida a inúmeras atividades que, de outro modo, seriam impossíveis de concreti-zar.Valores como trabalho em equi-pa, adaptação, respeito, tolerân-cia, entreajuda, solidariedade, empatia são os ingredientes base dos programas de volun-tariado.E porque o mundo está em per-manente mudança, e com ele mudam os jovens também, os

programas têm-se adaptado a novas realidades de ano para ano. No caso, a mudança materi-alizou-se no aumento do núme-ro de vagas, na criação de novos projetos, bem como na criação de novos programas adequados tanto às ambições e competên-cias dos jovens como às necessi-dades da comunidade. Exemplo disto mesmo é o recém-lançado programa Junta Jovem (ver caixa) que na primeira edição recebeu 200 jovens. Um pouco por todo o mundo, 2012 será um ano que não dei-xará boas recordações. Em Cas-cais, há um exército de volun- tários que mostra aos seus con-cidadãos que há um futuro me-lhor, que há oportunidade e que há esperança. São estes jovens, portugueses e de muitas na-cionalidades, que formam um grande movimento de energia positiva e que não desiste de mostrar que, todas somadas, as pequenas diferenças dos poucos podem fazer uma grande dife-rença para todos.

Tamara Lopes, programa Maré Viva

Ana Catarina Alves e Sofia Ramalho, programa Natura Observa

CASCAIS

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CASCAIS

QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012

JUNTA JOVEM Esta é a novidade do ano nos pro-gramas de voluntariado. É uma iniciativa que enquadra os volun-tários nas juntas de freguesia de Cascais, Carcavelos, Estoril, Al-cabideche e Parede, dando-lhes a oportunidade de realizar ativi-dades na área do ambiente, apoio social, património, proteção civil e animação sociocultural. En-quadrado na Junta de Freguesia de Cascais, Duarte Nunes está a realizar obras de recuperação no parque infantil do Bairro Chesol, na Aldeia de Juzo: “Decidi par-ticipar porque é uma experiência nova. Em vez de estar em casa sem fazer nada, optei por vir para aqui ajudar a recuperar al-guns parques infantis e espaços públicos.” Duarte navega sobre o dia-a-dia de um voluntário e, confessando que chega cedo, ati-ra-se logo de manhã às pinturas de parques. Segue-se um inter-valo para almoço e à tarde, nova ronda de trincha e rolo na mão. “Estou a gostar, nunca tinha feito este tipo de trabalho.”

QUEM É QUEM E O QUE FAZ?

CULTURA SOCIALO trabalho dos voluntários deste projeto passa por apoiar enti-dades sem fins lucrativos sedea-das ou que realizem as suas ativi-dades no concelho de Cascais, contribuindo para a sua viabili-dade durante o período de verão. Os jovens realizam atividades nas mais diversas áreas: apoio social, património, proteção civil e animação cultural, entre outras. João Amador é um voluntário que está a trabalhar no Clube Des- portivo de Sassoeiros e deixa as razões que o levaram a assinar a inscrição nos programas de vo-luntariado.

João é responsável por um grupo de crianças a quem ocupa o tem-po com partidas de futebol, “jogo do mata” ou idas à piscina. No fim do dia, João não tem dúvidas: “É a primeira vez que participo

nestes projetos e acho que é im-portante ser voluntário, porque é uma forma de ajudar os outros. Faço um balanço muito positivo da experiência”.

MARÉ VIVAÉ o mais antigo programa de vo-luntariado de verão promovido pela Câmara Municipal de Cas-cais. Surge de uma preocupa-ção da autarquia em assegurar aos veraneantes alguns serviços básicos nas praias. Entre as tare-fas realizadas pelos voluntários, mais conhecidos como “Maréz-inhas”, destacam-se rondas para prevenir eventuais situações de risco, controle e limpeza dos acessos à praia, apoio à presta-ção de primeiros socorros, co-laboração com colónias de férias, distribuição e manutenção de cinzeiros de praia, prestação de informações aos veraneantes, apoio a pessoas com mobilidade condicionada, entre outras. Ta-mara Lopes, uma “Marézinha” na praia da Conceição, explica que o programa “não é só trab-alho, trabalho, trabalho”. Acaba por ser também “divertimento”, confessa Tamara, porque “faz-nos interagir com pessoas muito diferentes.” A “Marézinha” não tem dúvidas: “Esta experiência está a tornar-me mais humana por ter a certeza de que estou a ajudar as pessoas.”

NATURA OBSERVACom nove projetos no terreno e financiado pelo Programa Oper-acional Regional de Lisboa (POR Lisboa), o Natura Observa é a iniciativa que coloca os jovens a trabalhar no Parque Natural de Sintra-Cascais. Pequenos trabalhos de recuper-ação do património arquitetóni-co, gestão do Banco Genético Vegetal Autóctone, requalifica-ção de sistemas dunares, apoio à visitação no PNS-C, vigilância da floresta e de ribeiras, reali-zação de trabalhos florestais, manutenção de percursos pe-destres e apoio à gestão do Pe-dra Amarela Campo Base são as várias funções desempenhadas pelos participantes. Uma das voluntárias, enquadra-da no projeto Gaio (vigilância da floresta), não esquece o dia em que estava a fazer o seu per-curso habitual de bicicleta na Quinta do Pisão e “viu um foco de incêndio”. Sofia Ramalho conta que comunicou “imediata-mente a situação à coordenação do Natura Observa”. Enquanto a coordenação do projeto contactava com os Bom-beiros, Sofia e a sua colega fi-caram no ponto de observação transmitindo as informações necessárias. O foco de incêndio foi apagado rapidamente e as voluntárias seguiram caminho.

WORKCAMPSNa sua segunda edição, os “Cam-pos de Trabalho Internacionais”, ou workcamps, contam com a participação de 30 voluntários de vários países. Ao longo de 20 dias realizam trabalhos de recupe-ração, limpeza e manutenção em escolas, associações, museus, ins- tituições e/ou espaços públicos, envolvendo-se com a comunidade local. O grupo atualmente em trabalho está na Escola Básica da Aldeia de Juso – Murches, onde os jovens estão a pintar muros e salas de aula, recuperar jardins e construir um espaço para uma horta. Kadiatou Camara, uma das participantes nos workcamps, é francesa, e explica que “já pintou uma das salas da escola, a parte exterior do edifício e a área de jo-gos” e fez “algumas plantações”. Acrescenta que, como são 30 vo-luntários, estão “a fazer tarefas diferentes e o trabalho está a ser muito produtivo”.

“O trabalho está a ser muito produtivo”. [Kadiatou Camara]

“Queria ganhar alguma experiência algum dinheiro para ajudar a pagar as propinas”. [João Amador]

“Estou a achar uma experiência gira”. [Duarte Nunes]

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Entrevista exclusiva ao ‘C’ an-tes do concerto no Cascais Mu-sic Festival de um dos grandes embaixadores da alma e da lín-gua portuguesa: Carlos do Car-mo, que recebe o ‘C’ horas an-tes de subir ao palco no quinto dia do Cascais Music Festival.

O Fado, como Património Ima-terial da Humanidade e os 50 anos de carreira do fadista, que se assinalam em 2013, foram temas obrigatórios de uma con-versa animada por um grande senhor da música com mais de 300 fados gravados.

Como vê o seu espetáculo num festival como este, em que es-tão vários estilos de música presentes?Acho que o fado tem espaço nestes festivais e o Álvaro Covões pensou bem em encai-xar o fado neste festival. Lá fora este tipo de eventos já contam com este género musical como um dado adquirido: pelo seu lado exótico, pela diferença, por aquilo que ele tem e que as ou-tras canções não têm.

A distinção do Fado como Pa-trimónio Imaterial da Humani-dade fez com que este género conquistasse mais amantes?Eu divido essa questão: em primeiro lugar, considero que foi uma grande responsabili-dade e não é um ponto de chega-

da mas sim um ponto de partida. Temos muito, muito para fazer. Em segundo lugar, criou orgu-lho junto da população porque é um reconhecimento mundial. Depois, acrescentaria outra coi-sa: a imensa responsabilidade que fica em cima dos ombros de quem toca e de quem canta, juntamente com os académicos, que é fazer chegar cada vez mais à população o conhecimento da canção. Vamos a Espanha e os jovens conhecem a sua música, discutem a sua música, partici-pam, criticam e dá-lhe critério. Em Portugal ainda há todo esse caminho a percorrer.

Acha que o futuro do fado está assegurado pela nova geração?Não sei assegurar o futuro, mas há uma coisa que sinto: a minha

geração fez uma ponte. Uma ponte entre a geração de ouro e esta que chegou. É bom que ela compreenda a responsabilidade que tem nos ombros, pois nós demos-lhe a refeição pronta: candidatura, filme, tudo em ar-quivo, um extenso levantamento histórico. E isso, à minha gera-ção, não foi dado.A responsabilidade é acrescida e quero acreditar que muito tra-balho vai acontecer. Acho que é cedo para fazer uma avaliação, porque este impulso tem 10 anos, e 10 anos é muito pouco. Na história do fado, o seculo XX, teve 100 anos e você destaca 4 ou 5 pessoas. Em 100 anos! Por-tanto veja o que se tem ainda de caminhar.

Fazer fado de Cascais [como se faz de Lisboa ou Coimbra] é possível?

Então não é?! Claro que sim. E tem grande tradição de casas do fado. Há alguns anos que não cantava em Cascais. E é pena.

O que significa neste espetá-culo a presença do António Serrano, nesta mistura entre a Harmónica e os instrumentos tradicionais do fado?Temos estado a ensaiar, porque ele é um músico muito ocupado, que acompanha o Paco de Lu-cia. Como gostamos muito um do outro, quando ele tem um bocadinho livre gostamos de tocar juntos. É um músico ex-cecional. Está muito atento a quem canta, tem muito respeito

CARLOS DO CARMO: “CASCAIS TEM GRANDE TRADIÇÃO NO FADO”

SCISSOR SISTERS

ERYKAH BADU

KEANE

Quando iniciámos este festival, lançámos um desafio e criámos uma assinatura: a música está de volta à Vila. E, de facto, Cascais já foi a capital da música, com o saudoso festival de jazz até os grandes concertos que aconteceram no pavilhão Dramático de Cascais. O objetivo principal do Cascais Music Festival foi ter uma programação eclética, com boa música, desde a pop britânica dos Keane até terminar com Mariza, uma das grandes embaixadoras do Fado e passando também por todos os artistas que aqui vieram. Sobretudo, o que para nós é importante, é que houve muito público, é que houve uma adesão importante até da Comunicação Social. Resumindo, acredito que correu bem. O espaço do Hipódromo é lindíssimo e Cascais merece mais entretenimento, mais cultura e mais música para as pessoas que aqui residem.Esperemos que os cascalenses tenham ficado satisfeitos com este evento.Que para o ano se repita. Foi muito bom trabalhar aqui.

CASCAIS MUSIC FESTIVAL: O RESCALDO

Álvaro CovõesEverything is New

MELODY GARDOT

CARLOS DO CARMO

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CARLOS DO CARMO: “CASCAIS TEM GRANDE TRADIÇÃO NO FADO”

‘A nova geração do Fado tem uma grande responsabilidade nos ombros’

pelo que fazemos e que encaixa com a sua personalidade, pois é um espanhol de gema, mas é um músico do mundo. É considera-do um dos grandes músicos de harmónico bocal do mundo.

Comemora para o ano 50 anos de carreira. De que forma vai comemorar?Não tenho nada programado. Falando muito a sério: o mundo que estamos a viver é tão incer-to, tão inseguro e tão indefinido, que seria quase arrogante se tivesse alguma coisa programa-da para o ano. Desejo, sim, fazê--lo com saúde e ter condições para comemorar. Tenho notado que o público tem ternura por mim, tem respeito e isso para

mim é tão bom. A cantar há quase 50 anos, é natural que as pessoas se enjoem… mas o públi-co vem ver os meus espetáculos. É muito importante que as pes-soas sintam que temos respeito por elas e que gostamos muito do que fazemos. E ao fim de 50 anos, as coisas que vou fazendo sabem-me bem.

MANU CHAO

ERYKAH BADU

MARIZA

ANTONY AND THE JOHNSONS

Foto: Luís Martins

MELODY GARDOT

PINK MARTINI

DONAVON FRANKENREITERXAVIER RUDDDONAVON FRANKENREITERXAVIER RUDD

CARLOS DO CARMO

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ENTREVISTA

Entrevista: Luisa Rego Edição: Laís CastroFotos: Joni Vinagre

“Menino da linha”, objetor de consciência, arquiteto, otimista, Miguel Ângelo evita rótulos mas não nega um facto: é cascalense de corpo e alma. Habituámo-nos a vê-lo como líder dos Delfins, banda que a Baía de Cascais viu nascer e encerrar após um percurso de 25 anos de carreira, 10 álbuns, quase 30 singles e muitas memórias. Mas saudosismo não é o espírito que rege Miguel Ângelo e, por isso, o músico afirma estar num “segundo tomo” da sua carreira. Agora a solo, já podemos ouvir a canção “Precioso”, mas há mais novidades para breve: em outubro é lançado o novo álbum do artista, um trabalho que é “uma tentativa de sentir a luz cá dentro e pô-la para fora”.

O Miguel Ângelo vive – e sempre viveu - em Cascais. É aquilo a que se chama “um menino da linha?”Sei lá... (risos). O que é que isso quer dizer hoje em dia? Eu ando muito de comboio, tanto aqui como em Lisboa, e acho que já há uma mistura tão grande que o “ser da Linha” já quer dizer muito pouco. Mas sim: vivi desde pequeno aqui, estudei aqui, quando saí da casa dos meus pais vim para Cascais, estive a trabalhar um ano e pouco como arquiteto no Departamento de Projetos Municipais da autarquia, estava aqui todos os dias. E isso acaba também por se refletir na música. Se morasse em Lisboa, talvez o estilo musical fosse diferente, mas o facto de ser um

“menino da linha” faz com que as canções saiam com mais luz.

Estava a dizer que trabalhou na Câmara Municipal de Cascais?Sim, no final dos anos 80. Como era objetor de consciência, ou seja, não concordava com o serviço militar obrigatório, esse foi o serviço cívico para o qual fui destacado. Tinha acabado o curso, estava formado como arquiteto e precisavam de uma pessoa para o Departamento de Projetos Municipais. Foram tempos magníficos, trabalhava-se com um espírito muito alegre. Eu participei em projetos de recuperação de escolas primárias e, apesar de não ser arquiteto paisagista, também desenvolvi alguns trabalhos na área dos jardins.

Hoje em dia o Miguel Ângelo dedica-se à música, a escrever livros, a dobragens… a arquite-

tura acabou por ser residual na sua vida?É uma relação de seguimento. Quando viajo, gosto de ir visitar determinado local pelas suas características arquitetónicas, mas em termos de eu ser arquiteto, sim, é residual. Não é um trabalho que se faça por hobby, é preciso uma vida inteira de dedicação. E eu optei pela música.

Então o que está a fazer hoje em dia?O facto de os Delfins terem acabado não significa que me tenha despedido da música. Em 2010, depois da tour de encerramento da banda, até tentei fazer o tradicional “ano sabático”, mas não consegui, porque tive logo convites para projetos musicais, como participar num movimento de recuperação de canções portuguesas dos anos 60 ou produzir uma nova banda chamada “Lábios”. Eu próprio comecei a escrever canções, não

SER UM “MENINO DA LINHA” FAZ COM QUE AS CANÇÕES SAIAM COM MAIS LUZ

MIGUEL ANGELO, MÚSICO

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15QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012

ENTREVISTAca. Estou a lembrar-me, por exemplo, da contestação ao serviço militar obrigatório, com a canção “Bandeira”. Como é que isso se cruzou com a carreira da banda?A questão do serviço militar obrigatório foi despoletada porque era uma situação próxima de nós. Alguns estavam colocados em Beja, outros nem sei bem aonde, quando queríamos ensaiar ou dar espetáculos era uma chatice… Então escrevemos a “Bandeira”, que tinha algumas referências à guerra e ao serviço militar; também “Aquele inverno”, que questionava a Guerra do Ultramar; outro exemplo é “Soltem os prisioneiros”, que surgiu de uma ligação que eu tinha com uma organização que ajudava a integrar na sociedade jovens timorenses refugiados em Portugal. Ou seja, essas músicas surgiram não pelo lado sociopolítico mas pela questão criativa e de proximidade. Eu acho que fez todo o sentido quando há músicas escritas sem serem encomendadas, num sentido panfletário.

Por outro lado, as músicas da banda têm também uma mensagem positiva e, por esse motivo, muitas vezes os Delfins acabaram por ser um pouco desconsiderados em comparação com outros grupos dos anos 80. Isso não nunca o incomodou? Não. Eu sinto-me completamente português, mas desde pequenino sempre fui muito aberto a ouvir música de outros países. E isso, se calhar, condicionou a minha maneira de ser. Eu acho que existe um Portugal totalmente diferente do país que muitas vezes aparece. As pessoas gostam de buscar aquele lado saudoso, do fado. Quando os Delfins aparecem, em 1984, com o seu lado mais pop, de camisa às risquinhas, a cantar a “Baía de Cascais” e o “Lugar ao sol”, as pessoas estranharam. E ainda hoje parece que se celebra mais facilmente a miséria e o choro do que um sorriso. Mas eu acho que Portugal não é assim, a luz de Lisboa não é a escuridão do fado, é muito mais iluminista. Claro que o fado é um património imaterial, mas acho que há outra riqueza portuguesa, que tem a ver com a diáspora antiga e o espírito empreendedor.

Foi jovem nos anos 80, que não foram tempos fáceis do ponto de vista económico e político. Hoje em dia volta-se a falar em situação de crise. Com o seu background, que mensagem deixaria aos jovens?A frase mais conhecida de todas,

Qual é o local de Cascais que lhe toca mais? Seria muito óbvio dizer a Baía, mas é muito difícil fugir a isso. Não só pela canção “Baía de Cascais” mas porque este sempre foi o ponto de encontro dos Delfins. E principalmente porque tínhamos o horizonte ao fundo e era o que nos inspirava.

A praia preferida?Agora é a de S. Pedro do Estoril. Mas na infância e adolescência foi a do Tamariz.

Um passeio a não perder?Ir de carro até à Malveira e depois seguir a pé até à Lagoa Azul, por uma série de caminhos já trilhados. Uma das belezas que nos diferencia é termos esta proximidade com a serra.

E se tivesse que escolher um restaurante, há algum favorito?Isso é um problema grande, porque tenho muitos amigos (risos)… Mas há o Tertúlia do Monte, no Monte Estoril, que é justamente um espaço onde se pode ir e conversar. E como eu associo sempre refeições ou um bom copo de vinho à conversa, acaba por ser um dos sítios onde vou mais vezes.

Dos equipamentos culturais de Cascais, qual destacaria? A Casa das Histórias Paula Rego. Pela obra que reúne, pela arquitetura em si, por ser uma Casa das Histórias, que é diferente de um museu tradicional.

EM CASCAIS... “Depois da tempestade vem a bonança”, e isso é o próprio planeta que mostra, através dos ventos e marés. E enquanto não vem a bonança não podemos ficar a carpir as dores. Há maneiras de dar a volta a isto. Não tanto maneiras que nos são impostas politicamente, mas outras formas que podemos adotar civicamente na nossa profissão, comunidade, concelho... Eu acho que é preciso fazer a diferença. E fazer a diferença normalmente é um bom negócio. Eu fico preocupado quando vejo cortes nas artes e cultura. Pensam que é supérfluo, mas não é de todo. Cinema, música, teatro, dança são áreas que envolvem centenas de pessoas e profissões, desde guiar o camião com o equipamento a alinhar as luzes do espetáculo, a gravar o som, montar os cenários... E acho que, justamente nestas alturas de crise, a cultura pode oferecer inspiração para novos caminhos e novas ideias. Nesta altura é que se deve apoiar o que é imaterial.

O seu novo álbum a solo vai ser um trabalho luminoso? É um álbum intimista mas com a luz que temos cá dentro. Não

é um trabalho de reflexão, é uma tentativa de sentir a luz cá dentro e pô-la para fora. E as canções têm refrões que podem ser cantarolados pelas pessoas, jogam com o facto de a música ao vivo ser o que importa agora. Acho que as músicas têm de ser feitas para as pessoas cantarem quando vão ver o espetáculo, já não tanto para ouvir em casa. Por isso as canções são para o público identificar-se e poder cantar bem alto.

“Não sou nada saudosista: tive a sorte de ter começado o grupo muito jovem, aos 16 anos. Mas chegámos à altura em que tivemos que começar novos caminhos”

“Ainda hoje parece que se celebra mais facilmente o choro do que um sorriso. Mas eu acho que Portugal não é a escuridão do fado, é muito mais iluminista”

conseguiria estar muito tempo afastado da música.

Escrever canções… letra e música? Sim. Neste momento estou a finalizar o meu disco a solo, que deve ser editado em outubro. O single já foi lançado em abril. Há uns anos só se escolhia o single depois de o álbum estar finalizado, mas a indústria mudou muito, estamos na era digital e o processo é diferente. Aliás, este trabalho a solo foi separado em três fases, para trabalhar com mais calma. Não tem sido um processo hermético de ir para o estúdio e gravar 12 músicas seguidas.

Entretanto já deu espetáculos a solo. A reação foi boa?Sim, muito boa. Fiz um concerto de arranque em Ovar e quando repeti o single, que se chama “Precioso”, foi um dos momentos altos do espetáculo. Fiquei con-tente porque o público respondeu

bem não só a alguns temas dos Delfins, que interpreto com outra roupagem, mas também a músicas novas. Não sou nada saudosista: tive a sorte de ter começado o grupo muito jovem, aos 16 anos, e agora estou numa espécie de “segundo tomo” da minha carreira. E desta vez estou a ter a oportunidade de testar algumas canções novas ao vivo, que é uma situação que acho muito interessante. Às vezes acho mais importante o barómetro do público em direto.

Disse que era o primeiro álbum a solo, mas em 1998 lançou o “Timidez”. Não era também a solo? O “Timidez” surgiu na sequência de uma pausa dos Delfins, em que eu e o Fernando Cunha, também da banda, fomos para o estúdio e gravámos algumas músicas. Mas na altura não teve o intuito de começar uma carreira a solo. Agora não. É uma situação que eu espero que dure - pelo menos é esse o objetivo.

Nesta fase está a trabalhar de forma bastante autónoma, desde a produção ao agenciamento. Tem saudades dos Delfins? Tenho tantas saudades dos Delfins como tenho dos tempos da faculdade ou de amigos que já não vejo há muito tempo.

E acha que daqui a uns anos a banda pode voltar a reunir-se?Ainda é cedo para isso passar-nos pela cabeça, mas acho que não. Se não fizemos tudo na nossa carreira enquanto banda, foi quase tudo. E recusámos continuar a fazer mais do mesmo. Chegámos à altura em que tivemos que começar novos caminhos, uma espécie de second life.

Os Delfins e o Miguel Ângelo, em concreto, foram pioneiros em fazer músicas com uma mensagem de intervenção cívi-

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DESPORTO

Texto: Diana Mendonça

Garra e empenho numa modalidade em que elas também dão cartas

RUGBY DE SALTO ALTO EM CASCAIS

A palavra medo é substituída por desafio, e não há obstáculo que lhes tire a motivação. No dia-a- -dia não dispensam os saltos-al-tos. Mas quando chegam ao cam-po tornam-se duras: dão tudo o que têm para vencer, e mostrar que merecem um lugar equipa-rado à vertente masculina. São a equipa feminina de Rugby de VII do Grupo Dramático e Sportivo de Cascais, que há quase cinco anos, dá provas de que este, tam-bém é um desporto delas.Segundo os dados da Federação Portuguesa de Rugby, nos últi-mos cinco anos, a modalidade viu um acréscimo de 56% de atle-tas federadas, bem como um au-mento do número de clubes em competições. A razão, de acordo com Marta Carvalho, jogadora da equipa do GDS Cascais, é simples: “É um jogo motivante e que nos dá imenso prazer, a par do espírito de união e do sentido de entreajuda entre as colegas de equipa.” Marta chegou ao rugby por iniciativa do pai, e adorou. “Motiva-me aprender um novo

desporto e ser cada vez melhor naquilo que faço.” No entanto, garante, nem tudo é fácil: “Há uma grande falta de divulgação da modalidade na variante femi-nina, e ainda existe um precon-ceito por parte da sociedade que acha que só os homens é que po-dem jogar Rugby. A falta de joga-doras tem sido um problema com o qual nos temos vindo a debater ao longo destas quatro épocas. Precisamos de mais raparigas na modalidade.”Da mesma opinião é Miguel Sande Freire, treinador da equi-pa: “Ao contrário do que sucede com os rapazes, não há muitas famílias que ‘achem graça’ a que a menina da casa jogue rugby. A nossa maior dificuldade prende-se, precisamente, com a captação de novas atletas.” E desengane- -se quem ainda acredita que exis- tem grandes diferenças entre o rugby praticado por atletas masculinos e o rugby feminino. “Naturalmente que existem dife-renças morfológicas e a nível de capacidade física, mas essas dife- “Nunca tinha sentido

tanta felicidade e adrenalina juntas num desporto. Já tinha experimentado muitas modalidades diferentes mas nada me dava a sensação que o rugby me dá. É uma parte extraordinariamente importante na minha vida. Dou tudo pelo rugby, principalmente porque além de ser um desporto, é uma família. São amigas que eu criei aqui e que respeito acima de tudo, bem como respeito o desporto por tudo aquilo que nos dá: a felicidade que nos transmite, as boas emoções, o facto de ser tão positivo e unido. A minha maior vitória foi o apoio dos meus pais, que vêm assistir aos jogos. No princípio tinham medo, e eu usava muitas proteções, mas fui aprendendo a agir em campo e esse medo despareceu. Estou cá há dois anos e nunca tive uma lesão. Para mim o rugby é família e união.” [Inês Frazão]

“Comecei a jogar rugby quando estava em Erasmus. Quando voltei, um amigo que joga rugby masculino, disse--me que costumava ver umas raparigas a treinar. Deu-me o contacto do treinador e eu vim logo. O rugby é muito importante para mim. Não só o desporto mas a equipa. Há um grande espírito de união dentro e fora de campo. Nada aqui tem que ver com individualidade. Todas as posições são importantes no jogo e adequam-se ao jogador. Há lugar para quem é mais rápido ou mais lento, mais magro ou mais forte. Cada um faz aquilo em que é perito. Ainda há quem diga que este não é um desporto para raparigas, mas aborrecem-me mais as próprias raparigas que acham que isto é coisa de homens. Quando nos veem na rua, arranjadas, de saltos altos e femininas, nem acreditam que jogamos rugby.” [Inês Couto]

renças não se fazem sentir em termos de abordagem ao jogo. Não há uma distinção significa-tiva entre equipas masculinas e femininas. O empenho, entrega ao jogo e agressividade, no bom sentido, são em tudo idênticos.” Prova disso são os resultados já obtidos. “Em termos desportivos, os maiores feitos, entre outros, foram a conquista do campe-onato regional da 2ª divisão em 2010/2011, título esse que re-validámos na corrente época, onde há que registar ainda o bom 7º lugar absoluto no campeonato nacional de sevens, obtido entre 22 equipas concorrentes.” Para o futuro, Miguel Sande Freire es-pera que a modalidade consiga captar mais atletas, para que se consiga jogar rugby de XV na 2ª divisão, onde atualmente se joga apenas de VII. Para o Cascais, em particular, fica o objetivo de chegar à 1ª divisão nacional num prazo de dois a três anos. Até lá, vamos continuar de olhos postos na história do rugby escrita no feminino.

OPINIÃO CASCAIS DESTAQUE DESPORTOENTREVISTA AMBIENTE CULTURA AGENDA PASSATEMPOSCASCAIS

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QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012 17

DESPORTO

Navegar sem restrições

PROJETO VELA SEM LIMITESNuma parceria entre o Clube Naval de Cascais, a Câmara Municipal e a Cercica, o Projeto Vela Sem Limites desliza pelas águas da baía há cerca de sete anos, oferecendo acesso à mo-dalidade, a pessoas portadoras de deficiência.Durante todo o ano, três ou quatro dias por semana são dedicados à saída dos barcos ACCESS, classe que se dis-

tingue por pequenas adaptações nas embarcações, que permitem melhor acessibilidade e estabili-dade aos velejadores. Luís Cruz, comandante de marinha mer-cante reformado e voluntário na iniciativa, explica algumas dife-renças: “São barcos que ador-nam muito menos, com um pati-lhão lastrado com bastante peso de forma a não atingir grandes inclinações, nem se virar. A re-

Dive for All

BATISMO DE MERGULHO ADAPTADOVai já na sua segunda edição, e tem como objetivo proporcionar uma experiência de mergulho a pessoas com mobilidade redu-zida ou necessidades especiais, permitindo-lhes a prática de uma atividade física com reconheci-dos benefícios físicos e mentais.A iniciativa é repartida por duas fases, sendo que inicialmente serão realizados quatro mergu-lhos experimentais na Piscina Municipal da Abóboda (durante o mês de setembro e início de outubro), que permitirá a fami- liarização com o material e apren-

tranca também é mais elevada do que a dos restantes barcos, para facilitar o desvio da cabeça quando se muda de bordo”.Numa iniciativa que tem como objetivo proporcionar autono-mia e liberdade a quem dele usufrui, Elisa Bustorff, volun-tária, não hesita ao descrever as suas mais-valias: “É extrema-mente gratificante ver pessoas que acham que têm limitações absolutas para determinados desportos, descobrirem que afi-nal tudo é possível. E depois se isto for transposto para o dia- -a-dia, dá origem a uma grande mudança de comportamento. Percebe-se que, às vezes, as limi-tações estão na nossa cabeça.”O Projeto Vela Sem Limites tem o apoio da APCA – Associação Portuguesa da Classe ACCESS, e conta com uma média de 150 participantes, 500 sessões anu-ais, e perto de 1500 saídas para a água. A modalidade engloba ain-da uma vertente de competição, que tem visto os velejadores de Cascais em lugares frequentes no pódio.

dizagem das técnicas de mergu-lho, antes do batismo no mar, com data marcada para 12 de outubro, na praia da Duquesa. Os participantes terão o acom-panhamento de instrutores da escola de mergulho Cascais Dive Center. Depois do sucesso do ano passado, que contou com uma dezena de participantes, este ano o objetivo de participações está marcado para as duas dezenas, pelo que as inscrições podem ser efetuadas até ao próximo dia 31 de agosto, através do site:www.cm-cascais.pt.

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AMBIENTE

Textos e Fotos: Laís Castro

Produtos de agricultura biológica disponíveis todos os sábados em Cascais e Carcavelos

FRUTAS E LEGUMES MAIS SAUDÁVEIS NOS MERCADOS BIOLÓGICOS

As cores vivas dos tomates, alfac-es, cenouras, pêssegos e laranjas invadem os olhos assim que se começa a avistar o Mercado Bio-lógico do Parque Marechal Car-mona. São 10 horas da manhã, o pequeno-almoço já está tomado mas olhar para aquelas frutas brilhantes e sumarentas abre o apetite por um sabor fresco, dife-rente… autêntico. Sabor autêntico é o que parece trazer Glória Cardoso ao Mer-cado quase todos os sábados de manhã. “Os produtos são muito mais saborosos, nota-se perfeita-mente a diferença. Para além disso mais saudáveis, porque não têm produtos químicos, e têm a vantagem de se aguentar mais tempo do que os produtos com-prados em grandes superfícies”.Mas não pense que aqui a fatura sai mais cara. Dona Glória des-mistifica a ideia, explicando que “pode ser um bocadinho mais caro, mas não são preços exor-bitantes. E há ainda a mais-va-lia de, desta forma, estarmos a apoiar os pequenos produtores agrícolas, que bem precisam. Ao verem que as pessoas veem cá comprar, sentem o seu trabalho recompensado e isso incentiva-os bastante”.

“Os produtos podem ser um bocadinho mais caros, mas não são preços exorbitantes”

Outra das vantagens que Arman-do destaca do Mercado Biológico de Casais é o facto de se realizar em pleno Parque Marechal Car-mona: “As pessoas podem vir ao Mercado e aproveitar para passear com os miúdos, brincar, ouvir os pássaros… Porque tudo isso também faz parte do ser bio-lógico”. Apesar da crise, este agricultor que vem “da outra banda do rio, lá para os lados de Alcochete” con-sidera que o Mercado Biológico de Cascais tem mantido “sen-sivelmente o mesmo volume de procura e venda desde que abriu”. Isto deve-se ao facto de o espaço ser frequentado “quase sempre pela mesma clientela, pessoas que veem cá de propósito para comprar produtos biológicos”.Há dois Mercados Biológicos no concelho de Cascais: o do Parque Marechal Carmona, que abriu em 2009, e o da Quinta da Alagoa, a funcionar há exatamente há um ano em Carcavelos. Ambos real-izam-se aos sábados, das 9h00 às 14h00. Criados pela Câmara Municipal de Cascais, os Mercados Biológi-cos contam com a parceria da Agrobio, uma organização não-governamental que promove a agricultura, a qualidade dos alimentos, a saúde e a defesa de uma prática agrícola mais sã. Conta com cerca de quatro mil associados em todo o país.

Também Maria Correia partilha desta ideia. “Aqui é mais fácil encontrar os produtos nacionais, evidentemente”. Mas não é só isso que a traz com regularidade ao Mercado Biológico: “Lá em casa procuro fazer uma alimen-tação mais saudável, próximo da vegetariana, de modo que é essencial que os produtos não tenham pesticidas e outras sub-stâncias que nos prejudicam. En-quanto puder seguir essa opção, é o que vou fazer”. A mais-valia dos produtos bio-lógicos é justamente essa: os ali-mentos são garantidamente mais saudáveis. A agricultura biológi-ca baseia-se no cultivo e gestão natural dos produtos. Legumes, hortaliças, frutas, feijão, ovos, azeite e ervas aromáticas não são produzidos com tratamentos químicos ou técnicas artificiais. Nem alimentos derivados, como bolos tradicionais, mel, compo-tas, biscoitos e muitos outros. Nos Mercados Biológicos de Cascais há ainda a vantagem de a qualidade dos produtos ser certificada pela norma europeia CE 834/2007. Os consumidores podem assim ter a certeza de que tudo o que levam para casa é natu- ral e biológico. Armando Alves

é um dos produtores que segue este tipo de agricultura. Repre-senta a Quinta das Mélias, uma cooperativa de agricultores que traz a Cascais frutas, legumes e sumos naturais. “Tudo vem do mesmo princípio: sementes bi-ológicas, que obedecem às regras de certificação existentes. Para além disso, é feito outro tipo de esforço na agricultura biológi-ca. Não é «olha, está aqui uma erva daninha» e colocar monda química. É tudo tratado de outra maneira”, explica o produtor.

Há dois Mercados Biológicos no concelho de Cascais: o do Parque Marechal Carmona e o da Quinta da Alagoa (Carcavelos). Ambos realizam-se aos sábados, das 9h00 às 14h00.

“Os produtos podem ser um bocadinho mais caros, mas não são preços exorbitantes”

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AMBIENTE

ALEXANDRACOSTAUma alimentação saudável, com o predomínio de vegetais e fruta frescos, da época e sem resíduos químicos é um meio preventivo por excelência. Através de escolhas de con-sumo conscientes podemos, si-multaneamente, contribuir para a saúde da nossa família, para a preservação do ambiente e da biodiversidade, o bem-estar animal, o emprego, a economia e a produção local. É esta produção local, de quali-dade, que chega aos cidadãos do concelho de Cascais, no Parque Marechal Carmona, em Cascais e na Quinta da Alagoa, em Carcavelos, todos os Sába-dos de manhã. Aqui, os Merca-dos AGROBIO oferecem, numa escala humanizada, plena de cuidado e confiança, os mais frescos frutos, verduras e mer-cearias certificados de Agricul-tura Biológica. A sustentabilidade ambiental é o conceito-chave nas explora-ções biológicas, que fomentam a biodiversidade e preservam as variedades tradicionais e as ra-ças autóctones, património pre-cioso do ponto de vista gené-tico, cultural e gastronómico. Sem pesticidas de síntese, os produtos biológicos protegem a saúde do consumidor e evitam a poluição dos solos e das águas. Estudos científicos revelam teores mais elevados de vitami-nas, minerais e antioxidantes nos vegetais biológicos, cujo menor teor em água se reflecte num sabor e aroma mais ricos, e melhor perfil nutricional do leite e carne biológicos.Consumir produtos de Agri-cultura Biológica é, assim, um modo de reencontrar o sabor genuíno e tradicional dos ali-mentos, uma forma saborosa de promover a saúde, com benefí-cios para toda a sociedade.

Agrobio

QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012

FEIRAS TEMÁTICAS, MÚSICA E DESFILES ANIMAM ESPAÇOS TRADICIONAIS

OBJETIVOProduzir alimentos de elevada qualidade, saudáveis e cuja produção tenha um impacto pos-itivo nos ecossistemas agrícolas.Produção: Métodos preventivos e culturais, como rotações, adu-bos verdes, compostagem, sebes vivas e outras técnicas que mel-horem a fertilidade dos solos e a biodiversidade.

PROIBIDOUtilizar pesticidas, adubos quími-cos de síntese e organismos ge-neticamente modificados.

QUEM GANHA? A saúde dos consumidores e produtores, uma vez que não há contacto com químicos nocivos. O ambiente, já que não há con-

DESMISTIFICAR A AGRICULTURA BIOLÓGICA

taminação dos solos e águas por parte de substâncias químicas potencialmente poluentes.E OS ANIMAIS? Também existe a produção ani-mal biológica, que se pauta pelo bem-estar animal e respeito pelos seus comportamentos naturais. Há ainda um cuidado com a sua alimentação e não são utilizadas hormonas de crescimento.

LEISNa Europa, a agricultura bi-ológica é regulada por legisla-ção específica. O cumprimento das normas é controlado e cer-tificado por organismos credita-dos para o efeito. Os produtos de agricultura biológica podem ser reconhecidos através de um logótipo europeu.

Produtos biológicos, artigos típicos de Cascais, Mercado Solidário, espaço para ser “Em-preendedor por um dia”, Feira do Livro e da Música, Feira de Oportunidades, Feira do Mel, Feira do Queijo, Feira da Cas-tanha, Feira de Vinhos e Enchi-dos, Feira Made In Cascais… Os produtos portugueses mais típicos, os mais cascalenses, os gourmet, os naturais, os inova-dores, os culturais e aqueles que ajudam quem mais precisa, todos estes e muitos mais terão espaço no novo Mercado da Vila, um espaço renovado que vai ganhar outra vida com as novidades que estão por vir. Ocupando a área do antigo Mer-cado Municipal de Cascais, o Mercado da Vila irá receber uma mercearia com horário alargado

(22h00), onde os visitantes en-contrarão produtos que dife-renciam Cascais de outros con-celhos, como o peixe, doces ou hortícolas. O antigo pavilhão da fruta será transformado num restaurante-escola e haverá ain-da acessos mais fáceis para pes-soas com mobilidade reduzida. Mas a ideia da renovação vai para além da vertente comer-cial. Visando tornar o Mercado da Vila num local acolhedor, interessante e próximo dos munícipes e visitantes, o espaço irá receber, ao longo do ano, di-versas feiras temáticas e sociais. Aqui, destaque para o Mercado Solidário - onde as associações de solidariedade social poderão comercializar artigos produ-zidos pelos seus utentes - e uma Feira Made In Cascais - onde

será permitida apenas a venda de artigos produzidos no con-celho.Aliando cultura e lazer às ativi-dades económicas, o espaço vai ainda acolher a realização de concursos de fotografia, desfiles de moda, degustação de produ-tos, bem como outras iniciativas que permitam animar musi-calmente o Mercado à noite. É o caso de espetáculos de jazz, soul, chill out ou fado. Também o Mercado Municipal de Carcavelos irá ganhar breve-mente uma nova cara. As obras de requalificação, já em curso, incluem a criação de esplanadas e a nova unidade de produção e comercialização dos gelados Santini. Às quintas-feiras, a pra-ça continuará a receber o mer-cado saloio em complemento

com a feira de levante. A famosa “Feira de Carcavelos” regressa assim à sua localização origi-nal, mas de forma organizada e aproximando-se do centro da freguesia, dos principais equi-pamentos e da população. Nos restantes dias da semana, o re-cinto da feira estará disponível para eventos permanentes e temporários que envolvam a população, atraiam novos visi-tantes ao concelho e promovam a criatividade. Estão a ser investidos 600 mil euros no Mercado da Vila e 2,800 milhões de euros em Carcavelos (dos quais 800 mil euros dizem respeito a investimento priva-do). Uma injeção total de 3,400 milhões para trazer uma lufada de ar a mercados tradicionais amados pelos cascalenses. LC

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CULTURA

20

Exposição temporária no Museu da Música Portuguesa dá a conhecer o trabalho pioneiro do investigador Armando Leça em 1939-40

UMA VIAGEM PELOS SONS DA MÚSICA

Texto: Catarina Coelho | Fotos: Luís Bento e DR

Entre as iniciativas que dinamiza regularmente com vista à divulga-ção do nosso património sonoro, o Museu da Música Portuguesa – Casa Verdades de Faria, no Monte Estoril, tem promovido e apoiado a produção de exposições e publi-cações que contribuem para um melhor conhecimento destes temas junto de um público alar-gado. No âmbito de um protocolo firmado com o INETI - Instituto de Etnomusicologia, Centro de Estudos em Música e Dança da Universidade Nova de Lisboa, está patente até 31 de outubro a exposição temporária “Armando Leça: a música portuguesa nos novos meios de comunicação”, na qual se resgata o trabalho deste investigador, que, vinte anos an-tes de Michel Giacometti iniciar as suas pesquisas, percorreu 82 localidades do país, do Algarve a Trás-os-Montes, munido de um gravador, ao qual teve acesso ape- nas entre novembro de 1939 e abril de 1940. “Há um conjunto de etnógrafos que, antes de Gia-cometti chegar a Portugal, desen-volveram um trabalho notável de mapeamento dos lugares da música tradicional e que depois foram completamente esque-cidos”, refere Maria do Rosário Pestana, investigadora do INETI e curadora da exposição. Nesta mostra, que resulta de um traba-lho de tratamento, estudo e digi-talização de 487 registos sonoros

representativos de dez das onze províncias portuguesas, iniciado pelo INETI, em 2010, é possível ouvir centenas de registos so-noros de música de matriz rural gravada por Armando Leça nesse seu périplo pelo país, bem como analisar os cadernos de campo do investigador e outros fundos doc-umentais provenientes da Cin-emateca Portuguesa, Biblioteca Nacional, RTP, Câmara Municipal de Matosinhos e do próprio Mu-seu da Música Portuguesa. Um espólio que “comprova que este empreendimento não foi feito casuisticamente. Foi pensado e integrado num plano que visava fazer um retrato sonoro do país”, destaca Rosário. Numa época em que o fascínio pelo potencial tec-nológico da gravação fortalecia o mito da “fixação para sempre”, Leça e muitos outros investiga-dores julgaram possível recolher, nos pontos mais recônditos do país, toda a pureza e originalidade de “um ser português” que con-side-ravam estar, pouco a pouco, a ser contaminado pela moderni-dade e pelo contacto com o meio urbano. Por outro lado, os meios de comunicação então emergen-tes surgiam como uma espécie de substitutos dos modos de trans-missão de geração para geração, ao permitirem chegar a todos e de uma só vez. Porém, o mito des-fez-se e a verdade é que também essas gravações se perderam no

tempo, não só porque a edição em disco não chegou a concretizar-se e a evolução das máquinas tornou ilegíveis alguns suportes, mas também, adianta Rosário, porque “Estas gravações causaram al-guma surpresa. Este trabalho era feito por pessoas da cidade, que tinham uma ideia muito roman-tizada do campo e o confronto com canções que aos ouvidos dessas pessoas soavam desafina-dos, terá sido um elemento que não contribuiu para a divulgação da coleção. Adormecidos nos es-pólios das instituições, frequen-temente dispersos por vários arquivos, estes registos sonoros – e os de Armando Leça são ape-nas um dos casos – acabaram por permanecer inexplorados “E como cada instituição só tem um pedacinho, não se justifica um in-vestimento no estudo do acervo, uma vez que a partir dessa peque-na quantidade de dados não é possível perceber a grandeza da figura que ali está representada”, conclui Maria do Rosário Pestana. Por outro lado, sem esse investi-mento na leitura e digitalização dos suportes, nunca se saberá o que contêm. Uma tendência que tem vindo a alterar-se lenta-mente, fruto de uma maior sensi-bilização para a importância da preservação do património so-noro, recentemente impulsionada pela bem-sucedida candidatura da elevação do Fado a Património Imaterial da Humanidade.

MUSEU DA MÚSICA PORTUGUESACASA VERDADES DE FARIA Não é fácil dar com ele. Loca-lizado no Monte Estoril, oculto num sobe e desce de ruas sinuo-sas, arvoredo, portões e muros altos que escondem cenários de contos de fadas, o Museu da Música Portuguesa é um tesouro ainda desconhecido para muitos. Mora na Casa Verdades de Faria, um palacete desenhado por Raul Lino para o banqueiro Jorge O’Neil (também responsável pela edificação da Torre de São Sebastião, atual Museu-Bibliote-ca Condes de Castro Guimarães), em 1918, magnificamente deco-rado com estuques pintados, vitrais e azulejos setecentistas que, só por si, já merecem uma visita. Doado ao Município pelo seu último proprietário privado, Enrique Mantero Belard, com vista à criação de uma Casa-

Museu e Jardim Público com o nome Verdades de Faria - apeli-dos da sua falecida esposa -, o edifício encontrou o seu destino na década de 80 do século XX, após a aquisição pela Câmara de Cascais, das coleções de instru-mentos musicais populares por-tugueses, objetos etnográficos e biblioteca especializada do etno-musicólogo Michel Giacometti (1929-1990). Em 1994, o com-positor Fernando Lopes-Graça deixou ao Município todo o seu espólio, que veio a ser incorpora-do no museu em 1995, logo após o seu falecimento. A reunião dos acervos destas duas personali-dades determina a vocação do museu, que tem como missão a preservação, conservação, estu-do, valorização e divulgação do Património Musical Português.

MICHEL GIACOMETTI E FERNANDO LOPES-GRAÇA Michel Giacometti (1929-1990), etnógrafo nascido na Córsega, veio para Portugal em 1959, ten-do vivido os últimos 25 anos de vida em Cascais. Giacometti foi responsável pelo maior e mais importante levantamento etno-musicológico realizado em Por-tugal. Em finais de 1960, Giaco-metti criou os Arquivos Sonoros Portugueses (ASP) e convidou o compositor, musicólogo e crítico Fernando Lopes-Graça (1906-1994) para colaborar no projeto.

Entre 1960 e 1983, os ASP publi-caram várias coleções discográfi-cas, sendo de destacar a coleção da Antologia de Música Regional Portuguesa. Giacometti ganhou maior notoriedade com o pro-grama televisivo Povo que Canta, transmitido entre 1970 e 1973, pela RTP. Recentemente editados em DVD, estes 37 programas cons- tituem ainda hoje um dos mais importantes documentários reali-zados no âmbito da etnomusico-logia portuguesa.

OPINIÃO CASCAIS DESTAQUE DESPORTOENTREVISTA AMBIENTE CULTURA AGENDA PASSATEMPOSCASCAIS

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CULTURA

21QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012

CARLOS AVILEZTodos os meus espetáculos em que tem havido cenas de esgrima artística, resultaram num momento muito especial de elegância, beleza e integra-ção no espaço e no tempo.O trabalho realizado na Com-panhia do Teatro Experimen-tal de Cascais culminou com a introdução da disciplina de Esgrima na Escola Profissio-nal de Teatro de Cascais, a qual tem obtido uma série de resultados de grande quali-dade e importância para todos os alunos que têm sido ben-eficiados por este trabalho. Quero ainda salientar o meu respeito e a minha admiração pelo Mestre Eugénio Roque, por tudo aquilo que ele nos tem ensinado.

Campeonato do Mundo de Esgrima Artística no Centro de Congressos

DE CAPA E ESPADA NO ESTORIL

Encenador

Texto: Diana Mendonça | Fotos: Luís Bento

Eugénio Roque é nome que não passa despercebido na esgrima internacional. Mestre de Armas, professor, membro da Academia de Armas Internacional e fun-dador da Academia de Armas de Portugal, é agora também o rosto por trás da organização do Campeonato do Mundo de Es-grima Artística, que passará pelo Centro de Congressos do Estoril, entre os dias 16 e 20 de agosto de 2012.A esgrima artística é uma ver-tente da esgrima que explora o lado cultural e histórico da mo-dalidade. “É o que se vê no teatro e no cinema”, explica o mestre. “É a simulação de duelos de várias épocas, que são coreografados como se fosse um diálogo que o ator decora e interpreta. É um texto sem palavras. Um texto de

gestos”. A verdade é que não há um único movimento neste texto que não esteja escrito à partida. Não há lugar para improvisos. “É preciso muita investigação e muita criatividade, tudo está pensado e ensaiado, visto que não há proteções e as armas po-dem magoar”.Em termos de competição exis-tem três classificações distintas: antiguidade medieval, grand siè-cle, e fantasia/intemporal. Nes-tas competem esgrimistas a solo, em duelo, em troupe, ou ainda em ensemble, em que um grupo exibe movimentos coordenados ao som de música, como se de um bailado se tratasse. A pontua-ção é atribuída por um júri téc-nico, composto por três a cinco mestres de armas, que avaliam a precisão dos movimentos ex-

ecutados, e por um júri artístico de três ou quatro pessoas liga-das às artes da representação, que pontuam a vertente visual e criativa. A qualificação para o campeonato é feita de acordo com as academias de cada país. Quando existe um número ele-vado de participantes, realiza-se um campeonato nacional de onde resulta uma seleção. Em Portugal, apesar de a esgrima artística fazer parte da forma-ção profissional dos atores – o próprio mestre Eugénio Roque é professor na Escola Profissional de Teatro de Cascais – é mais reduzido o número de pratican-tes preparados para a uma com-petição a este nível, pelo que a escolha dos participantes recai sobre a Academia de Armas de Portugal, sediada em Cascais.Embora a esgrima artística tenha dado os primeiros passos em França, Portugal não é estranho aos grandes campeonatos inter-nacionais, tendo já arrecadado diversas medalhas de ouro, prata e bronze, e organizado o primeiro campeonato do mundo em 1996, também pela mão do mestre Eu-génio Roque. “Desafiei o presi-dente da Academia de Armas Internacional, e realizámos o campeonato em Lisboa. A partir daí ficou definido que o mesmo teria lugar de quatro em quatro anos, tendo o último decorrido em San Marino. No Congresso Internacional da Academia que aconteceu há dois anos na Suíça, apresentámos a nossa candidatu-ra para o campeonato deste ano, e vencemos. Cascais venceu”.O Centro de Congressos do Es-toril irá então receber não só o Campeonato do Mundo, como também o Congresso da Aca-demia de Armas Internacional. Durante os quatro dias do evento haverá uma exposição de livros e cartazes da sétima arte, um ci-clo de cinema com os melhores filmes de capa e espada, diversos seminários, tempo para ensaios livres, ensaios de palco, dia de eliminatórias, e a grande gala final com os praticantes meda-lhados. Na manga escondem-se ainda algumas possíveis surpre-

sas, como demonstrações e ani-mações de rua.Com um objetivo traçado, tanto para o mestre Eugénio Roque como para os discípulos do seu Clube Duelo, os desafios serão agora encarados de espada em riste. Seja na organização com sucesso do campeonato, ou na exibição em prova dos pratican-tes. Para o público em geral fica a promessa de grandes duelos, trajes de época, e um espetáculo de história e tradição, com as melhores performances a nível mundial. A pautar o aconte- cimento, estará decerto a ima-gem que o país tem já projetada na comunidade internacional de esgrima artística: “Somos divertidos e bem-dispostos. A amizade e o modo como inter-agimos refletem-se no nosso tra-balho. Somos muito admirados lá fora por esta convivência e pela qualidade da nossa esgrima”.

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Consulte toda a programação na Agenda Cultural de Cascais em www.cm-cascais.pt/agenda, ou através de um telemóvel [QR-code]AGENDA

Exposições Dança. TeatroAté 19 agosto, 10-18hTerça-feira a domingoCentro Cultural de CascaisUnseen. Fotografia de Jessica LangeInformações: 214848900

Até 31 agostoTerça a sexta-feira, 10-17hSábado e domingo, 10-13h e 14-17hCasa de Santa MariaCaminhos - Exposição de cerâmi-ca de António Vasconcelos LapaInformações: 214815382/3

Até 2 setembro, 10-18hTerça-feira a domingoCentro Cultural de CascaisPigmentos – Pintura de Luísa AlbinoInformações: 214848900

Até 2 setembro, 14-20hTerça-feira a domingoEspaço Multiusos Parque Marina Terra de CascaisPrémio de Arquitetura Contemporânea da União Europeia – Mies van der Rohe 2011Informações: 918747564

2 agosto a 1 setembro, 22hAuditório do Casino EstorilTeatro: A Curva da Felicidade+ 18 anos. Bilhetes: 15 €, à venda no Casino Estoril e em www.ticketline.pt. Reservas: 937081517.Texto: Eduardo Galàn e Pedro Gomez. Encenação: Celso Cleto. Intérpretes: João de Carvalho, Luís Aleluia, Luís Mascarenhas e Victor Espadinha.

3 e 10 agosto, 21h30-23h Largo Cidade Vitória Danças na RuaInformações: 214815332/1.Num ambiente descontraído, os interessados poderão aprender os primeiros passos de uma modalidade de dança ou, se já têm alguma experiência, simplesmente dançar.3 agosto | Danças africanas10 agosto | Samba

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Até 9 setembro, 10-18hTerça-feira a domingoCentro Cultural de CascaisJornada de um canário na mina de carvãoPintura de Mário VitóriaInformações: 214848900

Até 30 setembro, 10-18hTerça-feira a domingoCentro Cultural de CascaisPintura de Paulo RegoInformações: 214848900

Até 6 outubroTerça a sexta-feira, 10-19hSábado, 10-13h e 14-18hBiblioteca de São Domingos RanaBranquinho da Fonseca, um escritor na bibliotecaInformações: 214815403/4

Até 28 outubro, 10-19hCasa das Histórias Paula RegoA Dama Pé de Cabra.Paula Rego e Adriana MolderInformações: 214826970

Torneios de Voleibol na Praia de Carcavelos

De 3 a 5 de agosto, a praia de Car-cavelos recebe uma das fases do Campeonato Nacional de Voleibol de Praia Sub-17 e Sub 19. Organi-zados pela Federação Portuguesa de Voleibol (FPV), com o apoio do Clube de Voleibol da Praia de Carcavelos, os Torneios dirigem- -se a atletas devidamente inscritos na FPV. A prática do voleibol nas praias portuguesas tem a sua ori-gem nos anos cinquenta, quando, em algumas das praias mais fre-quentadas, entre as quais a de Car-cavelos, os banhistas começaram a sua prática.

3 a 5 de agosto

Desporto3, 10 agosto, 21hPartida da Marina de CascaisPasseios noturnos de barco à velaInscrições: 214825576/56

4 agosto, 10-17hBaía de CascaisVela5 € (1 hora). Inscrições: [email protected]

4 agosto, 11hParque de Outeiro de PolimaGinástica no Parque Sem inscrição

4 agosto, 14-16hPraia da DuquesaMergulho15 € | Inscrições: [email protected]

4, 5, 11, 12 agosto, 9h30 e 11h30Partida da Marina de CascaisPasseios de barco à vela Inscrições: 214825576/56

4, 11 agosto10h00 - Praia do Tamariz 10h30 - Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do SalGinástica na Praia e na Pedra do Sal Gratuito. Sem inscrição

5, 12 agosto10h00 | Parque Marechal Carmona11h00 | Parque da Quinta da AlagoaGinástica no Parque Sem inscrição

11 agosto, 21hParque Natural Sintra-CascaisPasseios pedestres noturnos 8 €. Inscrições: 265227685

12 agosto, 9hParque Natural Sintra-CascaisPasseio de BTT 3 €. Inscrições: 211931636

12 agosto, 10-13hGuinchoPasseio de Bicicleta 5 € ou 9 € com aluguer de material. Inscrições: [email protected]

Correr o Fado - Quorum BalletInformações: 214815332/1.

Com direção artística e coreografia de Daniel Cardoso, esta peça parte do Fado, a mais representativa for-ma de expressão da cultura tradi-cional portuguesa, para, numa mul-tiplicidade de movimentos, sons, sensações e sentimentos, transmi-tir o que os nossos sentidos perce-bem e o nosso coração apreende. Desmistifica-se a conotação sau-dosista e melancólica que o fado carrega consigo, num espetáculo com interpretação dos bailarinos Daniel Cardoso, Elson Ferreira, Filipe Narciso, Gonçalo Andrade, Inês Godinho, Inês Pedruco, Ma-thilde Gilhet e Theresa da Silva C., e com acompanhamento de música ao vivo com a cantora Joana Melo, André Santos (viola), Luís Guer-reiro (guitarra portuguesa), Max e Ciuro (viola baixo).

9 a 11 agosto, 21h30Auditório Fernando Lopes-GraçaParque Palmela

WoyzeckBilhetes: 15€; Estudantes e seniores | 10€; Profissionais do espetáculo | 5€.Reservas e informações: 214670320.

De 20 de julho a 12 de agosto, os alunos finalistas da Escola Profis-sional de Teatro de Cascais, insti-tuição apoiada pela Câmara Mu-nicipal de Cascais, apresentam a sua Prova de Aptidão Profissional – PAP, numa encenação da peça “Woyzeck”, do dramaturgo ale-

Até 12 agostoTerça-feira a sábado, 21h30Domingo, 17h00Teatro Municipal Mirita Casimiro | Monte Estoril

Visita guiada à Zona de Interesse Biofísico das Avencas para famílias6 € | Inscrições: [email protected]

As visitas guiadas à Zona de Inte-resse Biofísico das Avencas visam divulgar a classificação deste terri-tório e alertar a população para as atividades proibidas e condiciona-das nesta área protegida. O percur-so é guiado por um técnico de am-biente, tendo uma duração máxima de 3 horas. O ponto de encontro é no estacionamento da praia da Pa-rede, junto ao restaurante “Bérrio”, terminando o percurso no limite oeste da Zona de Interesse Biofísi-co das Avencas, antes da praia da Bafureira.

mão George Büchner. Encenada por Carlos Avilez, a partir de uma tradução de João Barrento, a peça terá três elencos diferentes, jovens talentos do teatro português, cujos desempenhos serão avaliados por um júri. Em palco, os alunos se-rão acompanhados por atores do elenco do Teatro Experimental de Cascais. Escrita em 1836, “Woyze-ck” é muitas vezes considerada como a primeira peça “moderna” graças ao seu registo fragmen-tado e à capacidade de colocar o Homem comum perante a tragé-dia da sua existência. Ao longo de várias cenas curtas e não lineares, acompanhamos a queda do jovem soldado Woyzeck na loucura e no assassínio, consequências diretas da opressão que lhe é imposta pela sociedade em geral.

4 agosto, 9-12hDa Praia da Parede à Praia de São Pedro

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PASSATEMPOS

Infantil e JuvenilAo sábado, 10-12h30Quinta Pedagógica Armando VillarVisita à Quinta Pedagógica Armando Villar5 €. Gratuito para bebés até 2 anos.Inscrições: 932500600

A decorrer, 10-17hTerça a sexta-feiraMuseus MunicipaisAtividades para grupos de criançasInformações: 214815349

A decorrer, 18-9hForte de São Jorge de OitavosVem acampar no Forte!Visita guiada e acampamento para grupos. As crianças têm que ser acompanhadas por adultos.Inscrições até 15 dias antes: 214815949

Até 10 agostoArtemove – Academia de ArtesWorkshops de VerãoDos 6 aos 16 anos | 100 € por semana (materiais incluídos).Inscrições: 218093029 [email protected]

Todos os sábados, 9-14hParque Marechal Carmona e Parque da Quinta da Alagoa Mercados biológicosInformações: 213641354 ou [email protected] de venda de produtos de agricultura biológica, tais como frutas, legumes, doces, azeite, especiarias, ovos, entre outros.

A decorrer, 15-16hTerça e quinta-feiraVisitas ao Marégrafo de CascaisGrupos de todas as idades.Inscrições: 214815328.

Até 5 agostoSexta-feira e sábado, 17-24hDomingo a quinta-feira, 17-23hJardim Visconde da LuzXXVI Feira do Livro de CascaisInformações: 214815403

Até 2 setembroSegunda a sexta-feira, 18-24hSábado, domingo e feriados, 17-24hFIARTIL, Estoril49ª Feira de Artesanato do Estorilhttp://www.estoril-portugal.com

Outros eventos

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MúsicaEm agosto, 22-1h15Casino EstorilEspetáculos no Lounge D.Gratuito (entrada restrita a maiores de 18 anos).Informações: 214667700.

3 agosto, 21h30FIARTIL, EstorilNoite de Fado – Miguel Brito RebeloInformações: www.estoril-portugal.com

4 agosto, 21h30Centro Cultural de Cascais TigelafoneBilhetes: 5 €, à venda no local a partir das 20h30.Reservas: 919031368. www.tigelafone.pt

5 e 12 agosto, 21h30FIARTIL, Estoril1º Grande Concurso de FadoInformações: www.estoril-portugal.com

10 agosto, 21h30FIARTIL, EstorilNoite de Fado | Raquel TavaresInformações: www.estoril-portugal.com

1. Cante candidato a Património Cultural Imaterial da Humanidade2. Que tipo de mercado decorre todos os sabádos no Parque MarechalCarmona, em Cascais e na Quinta da Alagos, em Carcavelos.3. Equipamento inaugurado no âmbito do 126.º aniversário dosBombeiros Voluntários de Cascais.4. Material utilizado no fabrico da armação de uma bola de horseball.5. Batismo de mergulho adaptado, realizado em Cascais.6. Modalidade que esteve em competição entre 18 e 22 de julho no novo picadeiro de S. Domingos de Rana.7. Número de cavaleiros presentes numa equipa de horseball.8. Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais.9. Modalidade praticada no pontão de Cascais, destinada a invisuais.10. Praia candidata às “7 Maravilhas - Praias de Portugal”.

1. Cante Alentejano/ 2. Biológico / 3. Piscina / 4. Couro / 5. Dive For All / 6. Horseball / 7. Quatro / 8. CERCICA / 9. Vela Adaptada / 10. Guincho

1. Cante candidato a Património Cultural Imaterial da Humanidade./ 2. Que tipo de mercado decorre todos os sabádos no Parque Marechal Carmona, em Cascais e na Quinta da Alagos, em Carcavelos. / 3. Equipamento inaugurado no âmbito do 126.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Cascais. / 4. Material utilizado no fabrico da armação de uma bola de horseball. / 5. Batismo de mergulho adaptado, realizado em Cascais. / 6. Modalidade que esteve em competição entre 18 e 22 de julho no novo picadeiro de S. Domingos de Rana. / 7. Número de cavaleiros presentes numa equipa de horseball. / 8. Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais. / 9. Modalidade praticada no pontão de Cascais, destinada a invisuais. / 10. Praia candidata às “ 7 Maravilhas - Praias de Portugal”.

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São Domingos de RanaEstorilParedeCarcavelosAlcabidecheCascais

1. Cante Alentejano/ 2. Biológico / 3. Piscina / 4. Couro / 5. Dive For All / 6. Horseball / 7. Quatro / 8. CERCICA / 9. Vela Adaptada / 10. Guincho

1. Cante candidato a Património Cultural Imaterial da Humanidade./ 2. Que tipo de mercado decorre todos os sabádos no Parque Marechal Carmona, em Cascais e na Quinta da Alagos, em Carcavelos. / 3. Equipamento inaugurado no âmbito do 126.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Cascais. / 4. Material utilizado no fabrico da armação de uma bola de horseball. / 5. Batismo de mergulho adaptado, realizado em Cascais. / 6. Modalidade que esteve em competição entre 18 e 22 de julho no novo picadeiro de S. Domingos de Rana. / 7. Número de cavaleiros presentes numa equipa de horseball. / 8. Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais. / 9. Modalidade praticada no pontão de Cascais, destinada a invisuais. / 10. Praia candidata às “ 7 Maravilhas - Praias de Portugal”.

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QUINTA-FEIRA, 02 AGOSTO 2012

Até 19 agosto, 11-12h30Vitamimos | Quinta da Alagoa, CarcavelosWorkshops de culinária para criançasCusto: 15 € | Inscrições: 918086088ou [email protected] a cozinhar de forma saudável é a melhor ferramenta para nos mantermos saudáveis! 4 de agosto | almoço para a praia12 de agosto | smoothie e shots de frutas19 de agosto | petiscos para os amigos

8 agosto, 10-11h30Biblioteca Municipal de Cascais Infantil e JuvenilCaça ao tesouro - Jogo de pistasFamílias com crianças dos 5 aos 10 anos. Máx. 10 crianças. Inscrições: 214815326/7

11 agosto, 11hMuseu da Música Portuguesa Casa Verdades de FariaFamiliofones – a música e os seus instrumentosFamílias com crianças a partir dos 5 anos. Inscrições: 214815904/51

Até 30 setembro, 16hSexta-feira e sábado, 17-24hMuseu Condes Castro GuimarãesPeça em destaque: Pintura – Explicações do AvôÀ sexta-feira o museu destaca uma peça do seu acervo, com uma apresentação de 20 minutos.

Até 31 outubro, 11h e 15h0Terça-feira a domingoMuseu da Música Portuguesa Casa Verdades de FariaVisitas guiadas à exposição Armando Leça: a música portuguesa nos novos meios de comunicação6 a 20 participantes. Inscrições: 214815904/51.

3, 10 agosto, 10h30 ou 14h30Terça-feira a domingoMuseu da Música Portuguesa Casa Verdades de FariaConhece a nossa História?Visitas para seniores. Máx. 15 par-ticipantes. Inscrições: 214815904/51.Visita participada com a recriação das histórias retratadas nos painéis de azulejo setecentistas da Casa Verdades de Faria.

Page 24: Boletim C nº 15 | agosto 2012

CASCAIS

Há um Museu que lhe dá Música

CULTURA

p.20

DESPORTO AMBIENTE

“É a frutinha fresquinha!” Fomos conhecer os merca-dos biológicos de Cascais p.18 -19

Viver o Verão em segu-rança nos nossos Parques p.8-9

Rugby conjugado no feminino no Cascais: este desporto não é só para eles.

p.16

Exposição de Armando Leça para descobrir no Monte Estoril

CASCAIS

Associação apresentou plano estratégico 2012-2014

MOTA SOARES VISITA SER +

A Associação Portuguesa para a Prevenção e Desafio à Sida apre-sentou no passado dia 24 o seu plano estratégico para 2012-2014. A ocasião foi marcada pela pre-sença do ministro da Solidarie-dade Social, Pedro Mota Soares, da presidente do Instituto de Se-gurança Social, Mariana Ribeiro Ferreira, e do presidente da Câ-mara Municipal de Cascais, Car-los Carreiras.Norteada por princípios de me-lhoria contínua dos serviços que presta à comunidade, a associa-ção presidida por Margarida Prie-to consolidou medidas isoladas de transformação social num am-bicioso projeto plurianual. Man-tendo a sua visão e a sua missão – Portugal como país que respeita os direitos humanos dos indiví-duos que vivem com o VIH – Mar-garia Prieto enumerou os objeti-vos do biénio 2012-2014. A saber: prevenir o contágio do VIH nas comunidades mais vulneráveis; anular o estigma da discrimina-ção; colocar cada vez mais a SER + como organização de referência

na promoção de bem-estar físico, psicológico e social das pessoas que vivem com o VIH; promover a capacitação de recursos da or-ganização para otimizar serviços; implementar uma política de res-ponsabilidade social. Pedro Mota Soares, que de forma informal visitou a SER +, começou por explicar o porquê da sua pre-sença. “É uma visita informal mas que escolhi fazer porque a políti-ca dá-nos o privilégio de aprender muito. É esse um dos privilégios de exercer a função pública: o de podermos conhecer e contatar muitas coisas que são diferentes e eu, cada vez que visito uma ins-tituição social, estou a aprender coisas novas, estou a aprender sempre mais.” Mota Soares não esconde que essa aprendizagem é “fundamental” para a tomada de novas decisões. Depois da direção da SER + ter anunciado a sua adesão ao projeto das Cantinas Sociais, Pedro Mota Soares aproveitou a oportunidade para falar de uma resposta social que tem vindo a crescer exponen-

cialmente. Num curto espaço de tempo, o programa de emergência alimentar passou de uma dotação de 2 milhões para 50 milhões de euros, como explicou o ministro da Solidariedade Social. Isto tra-duz-se num aumento do número das Cantinas Sociais que pas-saram de 60 para 450 já contra-tualizadas – sendo que o membro do Governo estima que o número final possa atingir as 900. “As dificuldades que estamos a viver são transitórias e esperamos que, ainda na vigência da atual legis-latura, possamos vir a reduzir o número de cantinas sociais.”A terminar Pedro Mota Soares dei- xou uma palavra de elogio ao “tra-balho” e à “união de esforços” que se vê em Cascais no combate à crise social. “Venho muitas vezes a Cascais porque aqui se trabalha de forma muito satisfatória e em união de esforços.” Mota Soares sublinhou ainda que “em tempo de dificuldade, é sempre bom ver exemplos de excelência, exem-plos como os de Cascais.”

MAIS 140 VAGAS EM CRECHE PARA CRIANÇAS DO CONCELHOAlargar a resposta em creche a famílias do concelho com recur-sos económicos mais baixos e, ao mesmo tempo, rentabilizar as va-gas existentes na oferta privada, é o objetivo das Bolsas Sociais – Creche. Criadas pela Câmara Municipal de Cascais estas bolsas permitiram criar 140 vagas em creches de todo o concelho. As candidaturas decorrem de 23 de julho até 20 de agosto nas juntas de freguesia. Fruto de um protocolo estabe-lecido entre o município, juntas de freguesia e entidades parcei-ras, as vagas destinam-se a crian-ças entre os 3 e os 36 meses de famílias residentes no concelho. Como condição base para benefi-ciar deste apoio, os rendimentos das famílias devem integrá-las nos primeiros três escalões da Segurança Social. É também fun-damental que as famílias compro-vem estar à procura de vaga nas Instituições Particulares de Soli-dariedade Social concelhias.Neste projeto, a Câmara Munici-pal de Cascais vai investir cerca de 150 mil euros, oriundos do Fundo de Coesão Social criado em 2010 e que irão permitir complementar

o valor suportado pelos pais para garantir vaga na creche privada. “O que propusemos às institui-ções privadas foi a criação de uma mensalidade solidária, mais baixa que a cobrada normalmente”, ex-plica Frederico Pinho de Almeida, vereador da Habitação e Ação Social. Para já foram identificadas 140 vagas que se encontravam por preencher na oferta privada e que agora, fruto do apoio municipal às famílias do primeiro, segundo e terceiro escalões da Segurança Social, vão poder ser ocupadas. “Em todo o processo há garan-tia de promoção da coesão so-cial, porque assim, conseguimos atender às necessidades daqueles que mais precisam com um orça-mento determinado. Há também garantia de equidade, porque a oferta está disponível para famí-lias e instituições de todas as freguesias”, explica o vereador responsável.As famílias podem inscrever-se diretamente nas juntas de fre-guesia da sua área de residência até dia 20 de agosto de 2012.Mais informações em www.cm-cascais.pt/projeto/bolsas-soci-ais-creches.