Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
-
Upload
susana-graciela-perez-barrera -
Category
Documents
-
view
220 -
download
0
Transcript of Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
1/21
80
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
BCriaiBoletim Ibero-americano deCriatividade e Inovao
N 05
Periodicidade Bimestral
Organizao:
Editor-chefe: Sergio Fernando Zavarize
Co-editora: Solange Muglia Wechsler
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
2/21
81
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
EDITORIAL 82
Tatiana de Cssia Nakano Primi
A INFLUNCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTMULO OUBARREIRA CRIATIVADE 83
Andresa Paula de Sousa; Joo Francisco Lins Brayner Rangel Junior
IDENTIFICAR AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAO:UM PROCESSO NO CONTEXTO EDUCACIONAL 87
Susana Graciela Prez BarreraPrez
ADULTOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAO: UMA HISTRIA DEREVELAES 91
Susana Graciela Prez BarreraPrez
ENSINO A DISTNCIA: APLICAO DO MODELO DE HABILIDADES DEPENSAMENTO DE PUCCIO, MURDOCK E MANCENA CONSTRUO DE CONTEDOS 92
Vera Maria Tind Freire Ribeiro
PROMESSAS DE FINAL DE ANO... 93
Heide Castro
VALE A PENA LER
DOSSI: ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAO 96
ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAO:MANUAL PARA GUIARO ALUNO DESDE A DEFINIO DE UM PROBLEMA AT O PRODUTO FINAL 97
Dborah Burns; Angela Virgolin
CABRUM!! CHUVA DE IDEIAS:DESENVOLVENDO A CRIATIVIDADE DAS CRIANAS 98Angela Virgolim
CHAMADA PARA A PRXIMA EDIO 100
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
3/21
82
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
Editorial
Tatiana de Cssia Nakano Primi
Pontifcia Universidade Catlica de Campinas
Presidente da CRIABRASILIS
E-mail: [email protected]
Esse ano um dos grandes marcos
alcanados pela Criabrasilis foi a criao
do boletim Ibero-americano de
Criatividade e Inovao, atualmente em
seu quinto nmero. Diversas notcias,
relatos de experincias, divulgao de
publicaes e eventos na rea
relacionados criatividade e inovao,
foram compartilhados por profissionais
nacionais e internacionais. A regularidade
na sua publicao e sua proposta de
continuidade qualifica parte das aes que
vm sendo planejadas e desenvolvidas
pela nova diretoria, a qual permanece
frente da associao at o ano de 2016.
Ao longo de 2014, os membros
tiveram a oportunidade de participar de
importantes eventos na rea.
Recentemente, destaque pode ser dadoao VI Encontro Nacional do Conselho
Nacional de Superdotao, X Congreso
Iberoamericano de Superdotacin,
Talento y Creatividad, no qual alguns
membros estiveram presentes,
apresentando seus trabalhos. Tendo
como temtica as Altas
habilidades/superdotao, criatividade e
inovao: contribuies para novas
prticas e saberes. Especificamente a
criatividade foi enfocada em uma palestra
(Criatividade: uma relao ineludvel), um
minicurso (Estimulacin creativa en um
mtodo de generacin de ideas) e uma
apresentao oral (Como entienden los
profesionales vinculados a la educacin la
creatividad? Estdio sobre las teorias
implcitas sobre el tema de la creatividad
de uma muestra de educadores). Nos
demais trabalhos, a criatividade apareceu
dentro do quadro das altas
habilidades/superdotao, voltados,
principalmente, apresentao de
programas de interveno e atendimento
essa populao especfica.
Aproveitamos a oportunidade paraagradecer a todos os colaboradores do
boletim e convidar os interessados a
enviarem suas contribuies.
Um criativo, inovador e produtivo
ano de 2015 a todos.
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
4/21
83
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
A INFLUNCIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL COMO
ESTMULO OU BARREIRA CRIATIVADE
Andresa Paula de Sousa
Centro Universitrio do Vale do Ipojuca - UNIFAVIPE-mail: [email protected]
Joo Francisco Lins Brayner Rangel Junior
Doutor em Psicologia Cognitiva
Universidade Federal de Pernambuco
E-mail: [email protected]
Cada organizao possui
particularidades formadoras de sua
cultura, tais caractersticas norteiam o
comportamento de seus colaboradores e
a cultura organizacional pode refletir no
posicionamento da empresa frente ao
ambiente em que atua. Este cenrio foibem descrito por Schein (2009). O
dinamismo necessrio s organizaes
para sua adaptao s mudanas no
cenrio em que esto inseridas requer das
mesmas que sejam criativas e inovadoras.
A influncia da cultura pode facilitar ou
dificultar a promoo da criatividade nas
organizaes, pois para que se obtenha
uma organizao competitiva
necessrio, entre outros fatores, um
ambiente promotor de iniciativa e
inovao. Partindo desse pressuposto, foi
realizado um estudo com o objetivo de
identificar a influncia exercida pela
cultura organizacional para a formao de
um ambiente criativo sob o ponto de vista
de 51 discentes de um curso de
bacharelado em Administrao, situado
no interior do estado de Pernambuco.
Para a realizao da pesquisa,
foram considerados os elementos
formadores da cultura organizacional, que
Motta (2010) identificou como sendo:
Mitos, Tabus, Ritos Coletivos, Normas,Linguagem e Valores. A abordagem
desses elementos permite o estudo da
cultura organizacional de forma mais
concreta. J para o estudo da criatividade
organizacional, foram utilizados aspectos
dos Indicadores de Clima para a
Criatividade (ICC), os quais, de acordo
com Hill e Amabile (apud BRUNO-FARIA e
ALENCAR, 1996) identificam o ambiente
social no qual os indivduos esto
inseridos, apontando caractersticas que
funcionam como promotores e como
barreiras criatividade corporativa.
Wechsler (2008), aponta como aspectos
importantes para uma organizao
criativa, cujo ambiente reflete a
personalidade dos seus membros, as
caractersticas de estrutura
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
5/21
84
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
descentralizada, favorecendo ideias da
base para o topo e a presena da
meritocracia, a qual inclui a premiao do
indivduo conforme seu talento criador.
O procedimento metodolgicoadotado na pesquisa com os estudantes,
constituiu-se por um estudo quanti-
qualitativo com um instrumento para
coleta de dados composto por um
questionrio, no qual utilizou-se uma
escala de Likert de 4 pontos dispostos
entre Discordo totalmente e Concordo
totalmente.
Nos resultados, foi possvelidentificar quais elementos culturais
foram mais percebidos pelos
respondentes conforme a cultura
organizacional da qual fazem parte. Vale
ressaltar que os respondentes esto
imersos em diversas realidades
organizacionais, diante do fato de que
trabalham em empresas distintas. Aquilo
que a diversidade de contextos poderiaapontar para os mais diversos elementos
da cultura, de forma heterognea,
resultou em algo singular. Os resultados
mostraram a recorrncia de alguns
valores culturais similares na percepo
dos respondentes, o que pode evidenciar
uma influncia cultural que se manifesta
de forma homognea em uma
microrregio do estado de Pernambuco,
onde os respondentes esto inseridos, j
que os mesmos trabalham, em sua
maioria, nas empresas da cidade de
Caruaru e cidades circunvizinhas, como:
Bezerros, Toritama e Santa Cruz do
Capibaribe. Como a cultura organizacional
recebe influncias do ambiente externo,
ao estudar a cultura de empresas de uma
mesma microrregio, pode-se constatar
uma percepo comum maioria dos
envolvidos, como apontado na pesquisa,
em que a percepo destes elementos se
deu na seguinte proporo: Valores
(80,30%), Normas (62,30%), RitosColetivos (55,70%), Tabus (51,20%),
Linguagem (44,80%) e Mitos (32,70%).
J na anlise da cultura
organizacional de forma geral em relao
aos estmulos ou barreiras criatividade,
o tratamento dos dados foi desenvolvido
com o auxlio do software SPSS Statistics
verso 22, utilizando o teste de Qui-
Quadrado de Pearson (X) para medir aspropores, de forma a verificar a
diferena entre as frequncias esperadas
e as observadas. Deste modo, foi possvel
estabelecer uma relao entre a
proporo de respostas de determinadas
variveis. Como valor alfa para o clculo
do X adotou-se 0,05, ou seja, resultados
de at 0,05 significam forte semelhana
no comportamento de dois grupos devariveis, no tocante a frequncias
observadas e as esperadas, quanto mais
prximos de zero forem os resultados,
mais forte a semelhana.
Em anlise da cultura sob a
percepo dos respondentes em relao
aos estmulos, foi obtido um X 0,172,
caracterizando a no existncia de
semelhana, ou seja, as culturas
analisadas no apontaram a formao de
um ambiente que estimulasse a
criatividade. Isto pode significar que as
organizaes nas quais os respondentes
trabalhavam, no atentaram ainda para o
fato de que estiveram contribuindo para
que seus colaboradores no
desenvolvessem o seu potencial criativo,
colocando dificuldades inclusive em
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
6/21
85
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
questes de competitividade no mercado
para as organizaes.
QUADRO 1 - Teste Qui-Quadrado Cultura Estmulos
700 clulas (100,0%) esperavam uma contagem menor que 5.A contagem mnima esperada ,02. Valor df SignificnciaSig. (2 lados)
Qui-quadrado de Pearson 681,917 648 ,172
Razo de verossimilhana 230,788 648 1,000
Associao Linear por Linear 2,752 1 ,097
N de Casos Vlidos 49
Fonte: dados da pesquisa.
Quanto a anlise da cultura com
relao as barreiras criatividade, o testeresultou em um nmero que representa
ainda mais baixa semelhana, X 0,331.
Este nmero indica que esta cultura no
representa uma barreira criatividade e
com uma semelhana ainda menor que o
nmero apresentado na anlise em
relao a estmulos. possvel inferir quea cultura como um todo no seja um
empecilho para um ambiente criativo, e
sim, um ou mais elementos formadores
da mesma faam este papel.
QUADRO 2- Teste Qui-Quadrado Cultura Barreiras
Fonte: Dados da pesquisa
O resultado obtido chama aateno para o fato de que no foi
encontrada uma semelhana na anlise
das culturas abordadas quanto a
estmulos ou barreiras criatividade. Isto
pode advir do fato de estas empresas
estarem inseridas em determinada
microrregio e as caractersticas culturais
desta microrregio influenciem a
formao da cultura organizacional deforma que seus ambientes internos no
sejam promotores e tambm no sejaformadora de uma barreira para a
criatividade. No possvel generalizar os
resultados, evidenciando que todas as
empresas envolvidas tenham estas
caractersticas culturais, pois seria
necessrio um estudo mais aprofundado
das caractersticas da microrregio e
destas organizaes para tal concluso.
840 clulas (100,0%) esperavam uma contagemmenor que 5. A contagem mnima esperada ,02.
Valor df SignificnciaSig. (2 lados)
Qui-quadrado de Pearson 798,700 782 ,331
Razo de verossimilhana 254,887 782 1,000
Associao Linear por Linear 11,486 1 ,001
N de Casos Vlidos 49
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
7/21
86
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
provvel que, no caso das
barreiras no terem se relacionado com
aspectos culturais advenha de algum
outro elemento importante da cultura
dessas corporaes, que no tenha sidoanalisado, ou que algum elemento
abordado no estudo esteja exercendo
este papel mas de forma muito intrnseca,
no evidente e por isso a dificuldade de
encontra-lo nesta pesquisa. Destaca-se a
importncia de um estudo mais
aprofundado sobre o assunto para que se
tenha um diagnstico mais preciso.
Referncias
ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de;
BRUNO-FARIA, Maria de Ftima.
Estmulos e barreiras criatividade no
ambiente de trabalho. Revista de
Administrao. So Paulo, V 31, n 2, pg.
50-61, abril/junho,1996. Disponvel em
. Acesso em 20 de
setembro de 2014.
MOTTA, Fernando C. Prestes;
VASCONCELOS, Isabella Gouveia. Teoria
Geral da Administrao 3 ed. So
Paulo: Cengage Learning, 2010.
SCHEIN, Edgar H. Cultura Organizacional
e Liderana. So Paulo: Atlas, 2009.
WECHSLER, Solange Muglia.
Criatividade: Descobrindo e Encorajando.
Campinas: LAMP/PUC-CAMPINAS, 2008.
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
8/21
87
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
IDENTIFICAR AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAO:
UM PROCESSO NO CONTEXTO EDUCACIONAL
Susana Graciela Prez Barrera Prez1
E-mail: [email protected]
medida que a legislao
educacional brasileira mais recente
comea a ser posta em prtica, cresce a
necessidade de identificao dos alunoscom Altas Habilidades/Superdotao
(AH/SD) nas escolas brasileiras. A nova
Poltica de Educao Especial na
Perspectiva da Educao Inclusiva, o
Decreto 7611/11, a Resoluo N 4 e o
Parecer N 13 determinam o atendimento
educacional especializado (AEE) a esta
parcela de alunos com necessidades
educacionais especiais, definindo as suasdiretrizes operacionais nas Salas de
Recursos Multifuncionais e a adjudicao
de matrcula adicional para os alunos
atendidos por essa modalidade. O novo
Plano Nacional de Educao (Lei
13005/14), alm de coincidir com os
documentos anteriores, determina que
todos os alunos com Altas
Habilidades/Superdotao devem ser
1Doutora em Educao (PUCRS), em estgio ps-
doutoral (UFS), scia fundadora e presidente do
Conselho Brasileiro para Superdotao (ConBraSD);
membro do Conselho Tcnico da Associao
Gacha de Apoio s Altas Habilidades (AGAAHSD) e
delegada por Brasil na Federacin Iberoamericana
do World Council for Gifted and Talented Children;
pesquisadora do Grupo de Pesquisa CNPq da UNIP
Inteligncia e Criao: prticas educativas paraPortadores de Altas Habilidades.
identificados. Para cumprir com essas
legislaes, torna-se essencial que esses
alunos sejam declarados no CensoEscolar, algo que at o momento somente
acontece com um nmero infinitamente
inferior s estimativas mais conservadoras
sobre a incidncia de AH/SD, e, para isso,
imperativo que eles sejam identificados.
Tradicionalmente, os profissionais
da rea da Sade (psiclogos e
neurologistas) utilizavam (e ainda
utilizam) instrumentos padronizados deavaliao cognitiva, como os testes de QI,
transformando os resultados do
desempenho superior mdia em um
laudo de Altas
Habilidades/Superdotao.
O "laudo um parecer de uma
rea tcnica, neste caso, psicolgica ou
mdica, cujo uso indicado para
identificar transtornos de ordemneurolgica ou psicolgica, no
necessidades educacionais especiais. No
contexto educacional, o laudo um
resqucio da concepo clnica da
Educao Especial, que devemos deixar
de lado quando a entendemos sob o
paradigma inclusivo e que NO
requisito exigido nem para o registro no
Censo Escolar e nem para o atendimento
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
9/21
88
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
educacional especializado de nenhum
aluno com necessidades educacionais
especiais na legislao federal, conforme
determina a Nota Tcnica N 4, do
Ministrio de Educao (2014)simplesmente porque a identificao e a
elaborao do Plano de AEE que permitir
a sua declarao no Censo, na Educao
Especial, atribuio exclusiva do
Professor do AEE.
Quando se trata de alunos com
AH/SD, o laudo produzido aps testes
padronizados de inteligncia somente
atesta um desempenho superior mdiano raciocnio e fluncia verbal (rea
lingustica), e/ou no raciocnio numrico e
na apreciao de sequncias lgicas (rea
lgico-matemtica), na memria e na
capacidade de resolver problemas do
cotidiano, que frequentemente so muito
destacadas nesses alunos, especialmente
naqueles do tipo acadmico. Embora
ainda sejam bastante utilizados comoinstrumentos de avaliao, os testes de QI
no trazem contribuies importantes
para a identificao do desempenho
superior nas reas musical, corporal-
cinestsica, naturalista, espacial, intra e
interpessoal e no raramente falham
quando os alunos so do tipo produtivo-
criativo e se destacam mais pelo seu
pensamento indutivo e divergente.
Isso os coloca em desvantagem
como instrumentos para identificar o
comportamento de AH/SD, visto que, por
um lado, a habilidade acima da mdia (em
qualquer inteligncia) apenas um dos
seus componentes, e deve incluir tambm
um elevado nvel de criatividade e de
comprometimento com a tarefa e, por
outro, porque especialmente esses dois
ltimos componentes so fortemente
influenciados pelo ambiente e,
conseqentemente, de difcil mensurao
por meio de testes.
A identificao dos indicadores deAH/SD deve ser processual e contextual e
ter um objetivo muito claro contribuir
para a definio do tipo de AEE que deve
ser oferecido ao aluno. Por isso,
responsabilidade prioritria da Educao,
sendo os educadores especializados, com
o auxlio dos professores (da sala de aula
regular e outros), da famlia e/ou dos
colegas, os encarregados desse processo.Apesar de que a constatao dos
indicadores de AH/SD exige uma
avaliao mais demorada, os
instrumentos de identificao so parte
importante desse processo, quando
observados contextual e
qualitativamente.
Um instrumento de identificao
tem que ter como objetivo distinguir,reconhecer os traos caractersticos das
Pessoas com Altas
Habilidades/Superdotao (PAH/SD),
permitindo-nos saber quem elas so,
onde esto e o que precisam,
promovendo a busca de sua identidade.
Deve constatar a intensidade, a
frequncia e a durao desses
indicadores, porque so essas as
magnitudes indispensveis para verificar o
comportamento de AH/SD. Por essa
razo, por se tratar de um processo que
requer tempo, apenas um instrumento
aplicado de forma pontual dificilmente
ter condies de fazer essa avaliao. Ele
poder apontar os indicadores presentes
nesse momento ou no perodo de vida
anterior ao momento de aplicao do
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
10/21
89
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
instrumento, mas a verificao da
intensidade, da frequncia e da durao
forosamente requer uma observao
mais demorada.
Um instrumento que procureidentificar os indicadores de AH/SD deve
ter um conceito de inteligncia e um
conceito de AH/SD subjacentes. O
conceito de inteligncia nica e imutvel
est francamente em descrdito, na
atualidade, mas ainda h alguns
nostlgicos defensores, e existe um
embate entre o conceito de inteligncia
fatorial ou multifatorial e aquele que aconsidera multidimensional ou modular.
Se entendermos a inteligncia como um
conjunto de fatores, a exemplo da noo
de inteligncia geral e inteligncia
especfica que foi defendida por puristas
como Spearman, ou daquela defendida
por pluralistas como Thurstone, que lhe
adjudicavam diversos componentes, o
conceito de AH/SD ficar restrito aalgumas habilidades intelectuais que
frequentemente podem ser aferidas no
desempenho acadmico constatado na
escola tradicional. Nessa escola, so
supervalorizadas as habilidades analticas
e o pensamento dedutivo e so aferidos,
assim como nos testes padronizados de
QI, a memria e o raciocnio verbal, o
raciocnio numrico, a apreciao de
sequncias lgicas e a capacidade de
resolver problemas do cotidiano que se
referem, primordialmente, s
inteligncias lingustica e lgico-
matemtica. Se as habilidades
investigadas abrangessem as demais
reas cerebrais - horizontalizando a
hierarquia que colocava no topo da
pirmide aquelas duas que a escola
tradicional e os testes padronizados
privilegiam, incorporando no mesmo
patamar outras inteligncias, como a
musical, a corporal-cinestsica, a espacial,
a naturalista, a intra e a interpessoal, oconceito de AH/SD tambm ter um
carter multidimensional.
Um instrumento de identificao
dos indicadores de AH/SD tem que levar
em considerao a heterogeneidade
desse grupo de pessoas, devido
diversidade de reas de destaque, de
caractersticas de personalidade, de
condicionantes culturais esocioeconmicas, das diferenas de
gnero, e de comportamento e de
manifestao das AH/SD entre as PAH/SD
do tipo acadmico e do tipo produtivo-
criativo ou mesmo misto.
As reas de destaque podem ser
extremamente variadas, podendo ser
mais amplas, como em uma ou mais reas
do conhecimento (humanas, exatas, etc.)ou muito especficas, como por exemplo,
em um tipo determinado de msica, de
dana, de ramo da fsica ou da qumica.
As caractersticas de personalidade
podem afetar muito a forma como se
manifestam as AH/SD; uma pessoa muito
tmida, por exemplo, poder ser muito
seletiva quanto a quem, onde e quando
mostrar suas habilidades, enquanto que
outra pessoa mais extrovertida poder ter
menos reservas nessa manifestao.
As condicionantes culturais e
socioeconmicas podem ter uma
influncia decisiva na manifestao das
AH/SD, especialmente quando a rea de
destaque requer algum desses recursos
para poder desenvolver-se. Por exemplo,
uma pessoa pode ter um potencial
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
11/21
90
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
enorme para tocar piano, mas se ela no
tiver acesso a um piano, como poder
demonstrar seu desempenho na msica?
Mesmo quando seu objetivo seja
desenhar um atendimento educacionalpara os alunos com AH/SD, esses
instrumentos no podem estar atrelados
ao rendimento escolar, porque esse
resultado, geralmente, no reflete o
desempenho em todas as possveis reas
de destaque e esse desempenho acima da
mdia que procuramos pode acontecer
fora do contexto escolar. Se entendermos
a educao como um processo deformao de um ser humano integral, no
demoraremos a nos dar conta de que a
escola tradicional no o lcus exclusivo
dela e que o desempenho do aluno nessa
escola somente aferido nas reas
acadmicas, tendo como filtro principal as
duas inteligncias que a sociedade
ocidental mais aprecia. No nosso meio,
so poucas as escolas que oferecemoportunidades para o desenvolvimento e
manifestao das inteligncias musical,
corporal-cinestsica, intra e interpessoal,
por exemplo, e, quando as oferecem, o
desempenho nessas reas menos
valorizado que o desempenho acadmico
propriamente dito, esperado dos alunos.
Um instrumento de identificao
dos indicadores de AH/SD deve coletar
informaes das mais variadas fontes
possveis: da prpria pessoa que est
sendo avaliada, de seus colegas, de sua
famlia e de seus professores, porque
existem fatores individuais ou ambientais
de uns ou de outros que podem ofuscar ou
mesmo ocultar esses indicadores.
Por essa razo, Freitas e Prez
(2012) recomendam obter dados de
diversas fontes; tomar extremo cuidado
na avaliao das respostas aos
instrumentos e no cruzamento das
informaes de todas as fontes,
especialmente quando se evidencia aeventual subvalorizao de alguma delas;
e, sempre que possvel, complementar as
informaes com outras obtidas de
entrevistas, biografias, portflios,
avaliaes de produtos por especialistas,
etc.
Desta forma, os instrumentos para
identificar os indicadores de AH/SD
devem ser utilizados para um primeirolevantamento de dados e, quando os
indicadores forem constatados, devem
ser integrados a um processo de
identificao mais demorado. Como esse
processo ocorre, geralmente, na escola,
(na sala de aula regular ou em sala de
recursos especfica para as AH/SD ou sala
de recursos multifuncional) e/ou no
NAAHS ou em outros centros deatendimento, os alunos que esto sendo
avaliados esto efetivamente recebendo
um AEE e devem ser registrados no Censo
Escolar na escola regular que frequentam
e na instituio onde estejam sendo
atendidos/identificados. Isso garantir a
adjudicao de matrcula dupla para fins
da distribuio dos recursos do FUNDEB
aos 2 ou 3 alunos que certamente sero
encontrados em cada sala de aula.
Assim, identificar os alunos com
indicadores de AH/SD, sua freqncia,
intensidade e durao, com base numa
teoria de inteligncia e numa teoria de
AH/SD, com instrumentos qualitativos
compatveis, que coletem informaes do
maior nmero possvel de fontes,
adaptados realidade na qual sejam
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
12/21
91
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
aplicados e considerando a
heterogeneidade das PAH/SD deve ser
um processo srio, relativamente
demorado que efetivamente venha a
contribuir com o reconhecimento,
aceitao e valorizao das AH/SD e,
fundamentalmente, que promova um
atendimento educacional especializado
de qualidade para essas pessoas.
ADULTOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAO:
UMA HISTRIA DE REVELAES
Susana Graciela Prez Barrera Prez
Os adultos com AH/SD so fontesinestimveis de informao para
aprimorar a escola e a educao quedeveria t-los atendido adequadamentena sua infncia e adolescncia, aceitando,reconhecendo, respeitando e valorizando
suas diferenas. Isso foi o que me levou aestabelecer um dilogo prazeroso e
enriquecedor com alguns deles, quecompartilharam comigo parte de suasvidas e me ajudaram a compreender e a
escrever minha tese de Doutorado emEducao que, infelizmente, aindacontinua solitria na produo cientfica
brasileira, quando se trata de adultos comAH/SD e a dar continuidade com umainvestigao mais particularizada sobre a
mulher com AH/SD.Consideradas uma minoria
insignificante, que no precisam de nada e
preconceituosamente vistas como
membros de uma elite "superior", aspessoas com AH/SD tendem a ocultar suaidentidade ou mesmo a no reconhec-la.Essa atitude muito freqente em
adolescentes e mulheres e quaseabsolutamente generalizada entre osadultos, trazendo, logicamente,
dificuldades de diversas ordens.O reconhecimento das AH/SD
geralmente traz consigo uma reviravolta
na vida da pessoa; um perodo dereavaliao, no qual ela revisa sua
existncia anterior e, finalmente umaetapa de reacomodao com a novaidentidade, quando ela se aceita (ou no)como uma pessoa com AH/SD.
A descoberta de que no so as"aberraes da natureza" que pensavam
ser, s vezes, chega muito tarde para aspessoas com AH/SD identificadas quandoadultas, mas, mesmo assim, traz para elas
um sentimento de alvio que lhespermite compreender muitas incgnitasque antes pairavam em suas mentes.
Os relatos de adultos com AH/SDso ao mesmo tempo gratificantes edolorosos, porque provam que a causa de
todos esses sentimentos a falta deidentificao, o desconhecimento, a falsaidia de que todos somos iguais, a
confuso que leva a pensar que ter
AH/SD necessariamente implica sermelhor que as demais pessoas e,
portanto, algo no desejvel.Muitos adultos tambm
experimentam dificuldades emmanterem-se em seus trabalhos porperodos muito longos e esta uma
situao prejudicial, inclusive do ponto devista econmico e social.
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
13/21
92
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
ENSINO A DISTNCIA:
APLICAO DO MODELO DE HABILIDADES
DE PENSAMENTO DE PUCCIO, MURDOCK
E MANCE NA CONSTRUO DE CONTEDOS
(Resumo de Dissertao)
Vera Maria Tind Freire Ribeiro
Universidade Tiradentes
E-mail: [email protected]
Esta dissertao teve como
objetivo analisar o uso da metodologia de
Resoluo Criativa de Problemas:
modelo de Habilidades de Pensamentode Puccio, Murdock e Mance em trs
experincias de produo de contedo
para a Educao a Distncia: um curso
autoinstrucional; um programa com
mediao pedaggica e um programa
presencial. Optamos por uma pesquisa
qualitativa, do tipo pesquisa-ao, por
permitir a compreenso (pesquisa) e
mudanas (ao) no objeto pesquisado econsiderar os mltiplos papis que a
pesquisa ao permitiu: o de pesquisador,
o de conteudista e o de professor. O
processo contemplou quatro ciclos:
planejamento da construo dos cursos;
aplicao do programa; monitorao e
descrio dos resultados da ao e
reflexo sobre a experincia. O modelo foi
utilizado em suas trs etapas: Clarificao(Explorao da Viso e Identificao dos
Desafios); Transformao (Explorando
Ideias e Solues) e Implementao
(Aceitao e Implementao), para definir
estratgias de Criatividade a serem
aplicadas para obteno do pensamento
criativo, identificar e analisar as
facilidades e dificuldades encontradas
com relao utilizao do modelodurante o processo e propor orientaes
para utilizao do mesmo para a
construo de contedos em EAD. Na
primeira experincia o modelo foi usado
para pensar a escrita de forma a provocaruma reflexo na interao aluno-
contedo. Na segunda experincia,
utilizamos o modelo para criar contedos
didticos que preparassem esses alunos
na desconstruo e reconstruo de seu
papel docente sob a tica do pensamento
criativo. Na terceira experincia,
utilizamos o modelo para ensinar
professores-conteudistas de Educao aDistncia a problematizar contedos de
forma criativa.O modelo de Habilidades
de Pensamento mostrou estar adequado
produo de contedos para EAD, no
diagnstico da situao proposta, na
identificao de seus desafios, na
explorao de novas ideias e na escolha
das solues mais adequadas para serem
implementadas e por proporcionar aopesquisador em seus mltiplos papis,
vivncias de Metacognio que
enriqueceram sua prxis e geraram
autonomia criativa. Apesar das diferenas
de caractersticas das experincias, o
modelo de Habilidades de Pensamento
mostrou ser um instrumento flexvel,
adequado implementao de prticas
diversas do pensamento criativo em EAD.
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
14/21
93
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
PROMESSAS DE FINAL DE ANO...
Heide Castro
E-mail: [email protected]
Mais um ano se foi. Com nossos
acertos e com nossos projetos que
ficaram pelo caminho, ainda assim ele se
foi. a natureza, o fluxo. Ele se vai com a
nossa existncia ou no. Vai enquanto
estamos aqui, e quando nos formos ele
continuar indo.Qual a sensao ao terminar o
ciclo de 2014? Qual o balano que
fazemos? Seja qual for o seu resultado,
existe um que realmente aconteceu.
Concluso! Com resultados positivos para
ns ou no, de alguma maneira faz com
que ns, seres humanos, acreditemos que
o prximo ser diferente....
Mas ele ser mesmo diferente?
Dizem que um bom significado para
loucura fazermos as mesmas coisas e
esperarmos que o resultado seja diferente
ao final.
E o prximo ano j est a, batendo
porta, como uma criana mimada,
indomvel, querendo entrar. E em poucos
minutos estar conosco.
O que queremos neste prximo
ciclo (2015)? Mesmo com o estresse e
ansiedade, quem sabe frustrao,
iniciaremos de modo mais objetivo,
pratico ou de forma inconsciente a fazer
novos planos e metas.
Ns seres humanos gostamos demedidas. Quanto de peso estou? Quantos
anos de casamento? Como esto minhas
medidas mdicas (colesterol, glicemia,
hormnios, etc...).
Ao pensar neste prximo pacto,
neste prximo acordo com voc, gostaria
de falar sobre um tema que o
pesquisador, psiclogo Mihaly
Csikszentmihalyi, estuda h vriasdcadas: o Flow. Mas o que tem o Flow
com os nossos acordos de final de ano?
Podemos sentir prazer sem
qualquer investimento de energia
psquica, mas o deleite s ocorre em
consequncia de investimentos
extraordinrios de ateno.
Csikszentmihalyi
Que tipo de metas e sonhos
deveramos ter para 2015? Aqueles que
nos desafiarem. Mas os desafios devem
estar dentro de nossas habilidades e
capacidades.
Ento se pudssemos descrever
uma formula esta seria mais ou menos
assim:
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
15/21
94
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
Csikszentmihaly
HABILIDADES ALTAS + DESAFIOS ALTOS = FELICIDADE
Para sabermos se estamos em
Flow, precisamos levar em considerao
que as metas de algum modo deveriam:
1) Ser bastante claras. Nenhum
de ns sai pelo caminho sem ter muita
certeza do que quer e to pouco sobre o
que vai encontrar. Nem iniciamos na
maioria das vezes. Para que se envolvapor inteiro em qualquer tarefa preciso
ter o conhecimento preciso dela. Que
sejam minhas. No de terceiros, da minha
mulher, do meu chefe apenas. Mas com o
meu ser envolvido.
2) Fornecerfeedbackimediato: Ao
longo da jornada, do caminho os sinais
por onde estamos passando vo nos
confirmando o objetivo alcanado. muito difcil permanecer com energia e
motivado para a tarefa sem receber o
retorno peridico e rotineiro de seu
resultado. O sentido maior do Flowderiva
da certeza interna de que o que se faz
importante para mim e tem resultados,
sejam estes quais forem, mas que tem
resultados.
3) Equilibradas entre desafios ehabilidades: Se por um lado sonhar e se
desafiar faz parte de nossa existncia.
Sonhar e colocar metas que estejam,
neste momento, distante de nossas
capacidades / habilidades, teremos mais
um ano novo repleto de ansiedade efrustrao, pois teremos poucas chances
de xito.
Tambm, se as metas / sonhos
forem muito pouco desafiadoras para a
minha capacidade e habilidade entro em
outro estagio chamado de apatia. Muito
pouco de nossa energia ser
disponibilizada para atingir o que
planejamos.4) Altos nveis de concentrao:
Esta uma forma muito clara e precisa de
vermos se os itens acima foram levados
em considerao ao definirmos nossas
metas. Se estamos em uma meta que est
bastante clara, fornece feedback preciso e
constante ao longo do percurso e
equilibrada quanto ao nvel de desafios x
as habilidades, o nvel de concentrao absoluto. A entrega total. As minhas
desculpas de ausncia de motivao
ficam em um plano bem distante.
5) Experincia alterada do tempo:
A nossa percepo do tempo em todo o
nossos dias, depende, fundamentalmente
da entrega. E podemos dizer que ele
muito relativo. O que acontece conosco
quando estamos fazendo algo que
realmente amamos fazer? E quando no
queremos fazer o que estamos fazendo?
No primeiro caso o tempo voa, enquanto
no segundo parece que nunca passa.
Quando a meta que nos propusemos a
fazer for desafiadora, nossa viso do
tempo estar alterada. No veremos o
tempo passar enquanto estivermos
fazendo.
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
16/21
95
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
Pensando nestes itens, podemos
olhar para o nosso passado recente e
verificar o que nos propusemos a fazer.
Fomos at o final? Se no atendeu os
itens acima, provavelmente no,encontramos desculpas internas para no
fazer. Mesmo que nossa resposta foi um
sim, nos sentimos felizes ao final?
Mas somente a meta pela meta
no trar o Flow. Para recebermos o
feedback imediato, precisamos
desenvolver o sentido de aproveitamento,
de concentrao no caminho e no
somente na meta, pois do contrarioficaremos viciados e ao terminarmos
teremos que ter outra imediatamente
para substituir a anterior.
Vejamos o caso de um alpinista. Se
sua meta for somente o pico do Everest,
deixar de aproveitar, toda a caminhada.
Seu corpo mudando ao longo da
preparao. Os desafios menores
atingidos. As pessoas / cultura queconhecera ao longo da jornada, o
desenvolvimento do seu estilo de
negociar o patrocnio, os parceiros, os
apoiadores, etc.
Se nossa meta for to somente ser
os melhores pais, podemos nos perder no
caminho. Seremos pais que cumprem
tudo o quer manda a nossa cultura, a
medicina, a religio, mas no vimos osnossos filhos crescerem. E o tempo no
volta.
Se a nossa meta for to somente
ser o diretor da empresa que trabalho, por
mais difcil que seja, se tivermos
habilidades / capacidades, provavelmente
chegaremos l. Mas perderemos toda a
jornada. Nossa evoluo e aprendizado
desde estagirios at chegarmos ondenos propusemos.
Que 2015 seja um ano cheio de
Flow,de Fluxo!!! Que aprendamos a traar
nossas metas de tal modo que tenhamos
muitos momentos de felicidades e alegria.
Que aprendamos a aproveitar a nossa
caminhada, para que os momentos de
prazer que tenhamos ao longo desta
reflexo to importante de final de anopossa nos alimentar para as prximas
jornadas.
FELIZ 2015.
Heide Castro Psicloga, Consultora
Organizacional e Coach, especialista em
Psicologia Organizacional, Interveno
Cognitiva e Coaching Positivo.
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
17/21
96
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
Vale a pena ler
DOSSI: ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAO
O dossi temtico pode ser encontrado na
Revista Educao Especial, editada pela
Universidade Federal de Santa Maria, que
objetiva veicular somente artigos inditos
na rea da Educao Especial. A revista
quadrimestral, sendo que os dois
primeiros nmeros do ano atendem a
demanda do fluxo contnuo e o terceiro
nmero do ano organizado na forma de
Dossi Temtico.
Acesse em:
http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/educacaoespecial
http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/educacaoespecialhttp://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/educacaoespecial -
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
18/21
97
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAO:
MANUAL PARA GUIAR O ALUNO DESDE A
DEFINIO DE UM PROBLEMA AT O PRODUTO FINAL
Dborah Burns
E-mail: [email protected] - [email protected]
Este um livro essencialmente
prtico, que busca apresentar aos
professores, em dez lies, formas,sugestes e trajetrias para desenvolver a
capacidade de investigao em seus
alunos, comeando na sala regular e se
estendendo sala de recursos; e almeja
propiciar aos alunos com altas
habilidades/superdotao um melhor
entendimento do que se espera deles
nestes contextos. O manual se encontra
embasado no Modelo de EnriquecimentoEscolar de Joseph Renzulli, que foi
adotado no Brasil pelo MEC em 2005,
quando o Ministrio da Educao
implementou os Ncleos de Atividades de
Altas Habilidades/Superdotao
(NAAH/S) em todos os estados brasileiros.
Desta forma, as dez lies aqui
apresentadas ajudam o professor da sala
de recursos a desenvolver passo-a-passoum caminho que perpassa pelos
interesses individuais do estudante, suas
reas fortes e reas de motivao, para
chegar ento ao delineamento de um
projeto de investigao, pautado em
necessidades reais do mundo atual. O
estudante levado a compreender o que
significam projetos do tipo I (Atividades
Exploratrias Gerais), do Tipo II(Atividades de Treinamento) e do Tipo III
(Investigao de Problemas Reais). O livro
contm um CD com fotos, psteres e
formulrios de exerccios que auxiliaro o
professor nesta tarefa inicial.
Traduo: Danielle Lossio de Arajo & Luiane Daufenbach Amaral
Reviso da edio brasileira: Angela Virgolim
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
19/21
98
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
CABRUM!! CHUVA DE IDEIAS:
DESENVOLVENDO A CRIATIVIDADE DAS CRIANAS
Angela Virgolim
E-mail: [email protected]
possvel ensinar a criatividade?
H muito que esta pergunta vem
sendo feita por estudiosos na rea da
educao e ainda no h um consenso
sobre sua resposta. Muitos acreditam queno, assim como no se pode ensinar
inteligncia a algum. No entanto,
pesquisas mostram que pelo menos,
podemos ensinar as pessoas a usarem de
forma mais efetiva a sua criatividade
(assim como a inteligncia) e pensar de
forma mais racional ou de forma mais
imaginativa. Se todos ns nascemos com
uma certa quantidade de inteligncia e decriatividade, ento papel dos
educadores ensinar estratgias criativas
para que as crianas usem sua imaginao
e sejam encorajadas a desenvolver suas
habilidades de pensamento criativo de
forma mais ampla.
O livro Cabrum!! Chuva de ideias!
traz uma srie de atividades e exercciospara serem respondidos por crianas em
sala de aula, ou mesmo junto aos pais no
mbito da famlia. O livro baseia-se na
premissa de que quando a criana se
sente bem com ela mesma
(desenvolvendo um autoconceito forte e
positivo) e com o ambiente em que ela
est inserida (por exemplo, uma sala de
aula livre de crticas e julgamentos, ondetodas as ideias so bem-vindas), as ideias
fluem naturalmente. O prazer de criar d
asas imaginao, e ela aprende que o
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
20/21
99
Boletim Ibero-americano de Criatividade e Inovao, Campinas, n 05, 80-100, dezembro-2014/janeiro-2015
humor, as ideias loucas, as solues
inesperadas, a brincadeira e a alegria
fazem parte do processo natural de criar.
Temos observado que na escola
regular e tradicional, a criana aprende apensar de forma convergente, a chegar a
uma concluso comum, resposta nica e
correta. Ao longo do caminho, aquela
curiosidade natural, as infindveis
perguntas que marcam a criana pequena,
o espao para ser ela prpria e falar de si
mesma se perdem, e assim ela chega a
um ponto (normalmente por volta do
terceiro ano) onde a criatividade estrangulada. Se por um lado o
pensamento convergente fundamental
para a aprendizagem, por outro, a soluo
de muitos problemas do mundo atual
dependem de um pensamento divergente
e imaginativo. Assim, uma escola com
uma pedagogia mais aberta, menos
tradicional, que deseja preparar
adequadamente seus estudantes para osnovos desafios do mundo que elas tero
que enfrentar, no pode fechar os olhos
para o papel da criatividade no ensino no
sculo XXI. A criatividade em seus
aspectos da gerao de muitas ideias
diferentes, originais e que ainda noforam pensadas, aliada ao humor, ao
prazer e ao brincar, devem fazer parte
obrigatria de um currculo que busca
preparar o jovem para viver no mundo de
amanh.
Assim, Cabrum!! Chuva de ideias!
um convite criana para brincar com
suas ideias e expandir sua imaginao; um
espao onde ela no precisa ter medo defalar de si, de suas emoes, do seu
mundo interno e, a partir desta licena,
usar sua imaginao de forma livre e sem
barreiras. Trata-se de um instrumento til
para educadores e pais usarem com suas
crianas, de forma a mostrar a elas que o
mundo pode ser bem mais amplo e
interessante quando se sentem livres para
criar, imaginar e brincar com suas ideias eemoes.
Ilustraes: Leninha Lacerda
Diagramao: Tatiana Rodrigues
-
7/24/2019 Boletim CriaBrasilis 5 - 2015.pdf
21/21
100
Chamada para a proxima ediao
Convidamos a todos os interessados em publicar neste Boletim a enviar
suas contribuies at dia 10 de fevereiro / 2015.
Boletim n 06 Lanamento previsto para dia 25 de fevereiro de 2015.
Este boletim aceita contribuies nos idiomas portugus, espanhol e
ingls.
Participem. Esta uma excelente oportunidade para divulgar seus
trabalhos para a comunidade ibero-americana.
E-mail para o envio:[email protected]
Cordialmente,
Sergio Fernando Zavarize Solange Muglia Wechsler
Editor-chefe Co-editora
Organizao:
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]