Boletim da Nº 12, Abril de 2015 Federação Portuguesa de...

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Federação Portuguesa de Bridge Boletim da Nº 12, Abril de 2015 Diálogo e Transparência O diálogo e a transparência são dois elementos fundamentais na relação entre associados e dirigentes, no quadro de qualquer mo- vimento associativo, em particular do associativismo desportivo. A actual Direcção da FPB tem mantido com todos os agentes des- portivos, Clubes, Associações Regionais, Praticantes, Árbitros e Professores, um diálogo aberto e construtivo, na procura das me- lhores soluções para os problemas que, inevitavelmente, surgem na gestão federativa. Este diálogo, que se pretende profícuo, tem-se realizado, em pri- meiro lugar, nas Assembleias Gerais da FPB, onde têm assento os delegados representantes de todos os referidos agentes desporti- vos, mas também através do mailchimp, plataforma preferencial de divulgação das principais decisões da Direcção e da actividade desportiva da FPB, através do Boletim, e ainda através da troca de correspondência directa e pessoal. Independentemente do papel que as redes sociais possam ter na circulação de ideias e na divulgação de eventos, a Direcção da FPB considera que aquelas redes não são um meio adequado de diálo- go institucional, pelo que continuaremos a não responder às missi- vas e outros escritos que alguns teimam em publicar. A Direcção da FPB sempre respondeu, e continuará a responder, a toda a correspondência que lhe seja dirigida, por correio electróni- co ou por carta. A prestação de contas é um dos actos mais importantes da gestão federativa. Uma das principais preocupações da actual Direcção foi a eliminação de antigas práticas ilegais, como por exemplo os “sacos-azuis”. Tendo em vista a total transparência da execução orçamental da FPB, foi adoptado, a partir de 2014, um sistema de contabilidade analítica, que permite a qualquer pessoa conhecer detalhadamente em que actividades são empregues os recursos financeiros da FPB. Convidam-se todos os interessados a consultarem os quadros da contabilidade analítica, incluídos no Relatório e Contas do ano de 2014, publicado no portal da FPB. Inocêncio Araújo Presidente da FPB Editorial Editorial Editorial Destaque Mais dois Clubes filia- dos na FPB Futurália 2015 Entrevista a um prati- cante Debate: O 2 Oiros Multi é uma boa Convenção... Ou não? Jogadas de Segurança Distinguindo entre 3 e 4+ cartas de Apoio em Competição Prémios FPB dos Si- multâneos Nacionais Naipes congelados 1 2 3 4 5 e 6 7 a 9 10 a 14 15 e 16 17 18 NESTA EDIÇÃO:

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Federação Portuguesa de Bridge

Boletim da Nº 12, Abril de 2015

Diálogo e Transparência

O diálogo e a transparência são dois elementos fundamentais na relação entre associados e dirigentes, no quadro de qualquer mo-vimento associativo, em particular do associativismo desportivo.

A actual Direcção da FPB tem mantido com todos os agentes des-portivos, Clubes, Associações Regionais, Praticantes, Árbitros e Professores, um diálogo aberto e construtivo, na procura das me-lhores soluções para os problemas que, inevitavelmente, surgem na gestão federativa.

Este diálogo, que se pretende profícuo, tem-se realizado, em pri-meiro lugar, nas Assembleias Gerais da FPB, onde têm assento os delegados representantes de todos os referidos agentes desporti-vos, mas também através do mailchimp, plataforma preferencial de divulgação das principais decisões da Direcção e da actividade desportiva da FPB, através do Boletim, e ainda através da troca de correspondência directa e pessoal.

Independentemente do papel que as redes sociais possam ter na circulação de ideias e na divulgação de eventos, a Direcção da FPB considera que aquelas redes não são um meio adequado de diálo-go institucional, pelo que continuaremos a não responder às missi-vas e outros escritos que alguns teimam em publicar.

A Direcção da FPB sempre respondeu, e continuará a responder, a toda a correspondência que lhe seja dirigida, por correio electróni-co ou por carta.

A prestação de contas é um dos actos mais importantes da gestão federativa. Uma das principais preocupações da actual Direcção foi a eliminação de antigas práticas ilegais, como por exemplo os “sacos-azuis”. Tendo em vista a total transparência da execução orçamental da FPB, foi adoptado, a partir de 2014, um sistema de contabilidade analítica, que permite a qualquer pessoa conhecer detalhadamente em que actividades são empregues os recursos financeiros da FPB.

Convidam-se todos os interessados a consultarem os quadros da contabilidade analítica, incluídos no Relatório e Contas do ano de 2014, publicado no portal da FPB.

Inocêncio Araújo

Presidente da FPB

EditorialEditorial

Editorial Destaque Mais dois Clubes filia-dos na FPB Futurália 2015 Entrevista a um prati-cante

Debate: O 2 Oiros Multi é uma boa Convenção... Ou não? Jogadas de Segurança Distinguindo entre 3 e 4+ cartas de Apoio em Competição

Prémios FPB dos Si-multâneos Nacionais

Naipes congelados

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7 a 9 10 a 14 15 e 16

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NESTA EDIÇÃO:

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DESTAQUE

Sob proposta da Federação Portuguesa de Bridge e da Confederação do Desporto de Portugal, o Dr. João

Manuel Tavares de Pina e Lima Cluny, Presidente do Conselho de Justiça da FPB, foi um dos juristas

seleccionados pelo Conselho de Arbitragem Desportiva do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), para

desempenhar as funções de Árbitro do TAD.

De acordo com a lei 74/2013, o TAD é integrado, no máximo, por 40 árbitros, cinco dos quais são

designados pelas federações desportivas de modalidades não olímpicas.

O Dr. João Cluny licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, em

Julho de 2007, com a classificação de 17 (dezassete) valores, terminou o Mestrado em Ciências Jurídicas

Forenses em 2012 e tem formação específica em Direito Desportivo.

Desde Maio de 2007 é Secretário do Conselho Redactorial da Desporto & Direito, Revista Jurídica do

Desporto e desde Julho de 2010 é Advogado na Morais Leitão Galvão Teles, Soares da Silva & Associados,

desenvolvendo a sua actividade no Departamento de Contencioso, nomeadamente no Grupo de

Contencioso Civil e Criminal, com especial enfoque no Direito Penal e Contra-ordenacional. Desenvolve

também actividade no Grupo Transversal de Direito Desportivo.

Exerce ainda, desde Abril de 2011, as funções de Vogal do Conselho Fiscal da Associação Portuguesa de

Direito Desportivo e, desde Fevereiro de 2014, de Professor Convidado na Faculdade de Direito da

Universidade Nova de Lisboa, para leccionar a cadeira de “Prática Jurídica Interdisciplinar”.

Felicitamos o Dr. João Cluny por esta nomeação para o Tribunal Arbitral do Desporto, de grande prestígio

para a FPB.

Nº 12, Abril de 2015 Federação Portuguesa de Bridge

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Nº12, Abril 2015 — Página 3 Federação Portuguesa de Bridge

MAIS DOIS CLUBES FILIADOS NA FPB

Desde o início de 2015, mais dois Clubes de Bridge, que há alguns anos já tinham sido filiados na FPB, regressaram ao universo federativo.

O Clube Portuense, que tinha sido filiado até 2005, retomou a actividade des-portiva, em especial devido às acções de formação da Filomena Falcão e ao dina-mismo da Direcção da Associação Regional de Bridge do Norte (ARBN). O Clube Portuense conta já com 13 praticantes licenciados, 4 dos quais são praticantes que, no passado, já tinham sido federados, e 9 novos praticantes, produto da ac-tividade de formação do Clube.

O Núcleo de Bridge da Associação Cultural e Recreativa da Pedreira (ACUREP), que tinha sido filiado até 2010, e cujo responsável é o praticante Joa-quim Seabra, inscreveu 8 praticantes, 6 dos quais tinham deixado de ser federa-dos há uns anos atrás. A ACUREP, que foi mantendo alguma actividade bridgística esporádica, tem agora planos para retomar uma actividade regular. A Associação de Bridge do Centro (ABM) conta já com 5 Clubes filiados e 61 praticantes licenci-ados, o que representa um crescimento de 75%, face aos números do anterior mandato federativo.

SEDE DA ACUREP

Aos dirigentes e praticantes de ambos os Clubes, a Direcção da FPB deixa aqui os seus agradecimentos pela adesão ao universo federativo e expressa os seus votos de sucessos desportivos.

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FUTURÁLIA 2015

A FPB esteve presente na edição de 2015 da Futurália, a maior Feira de Educação e Formação de âmbito nacional que se realizou de 11 a 14 de Março, em Lisboa, na FIL.

Mais de 70 mil jovens e adultos procuraram conhecer as ofertas de ensino, forma-ção e empregabilidade presentes no certame.

A Futurália 2015 contou com o apoio de vários parceiros, entre os quais o Institu-to Português do Desporto e Juventude (IPDJ), que convidou a FPB e outras fede-rações desportivas a estarem presentes.

Considerando que a população-alvo deste tipo de eventos são os jovens e educa-dores, no sentido de promover o desporto, e em particular o Bridge, através de acções de sensibilização, de demonstração, aulas e workshops, a FPB acedeu ao convite do IPDJ.

Foi extremamente gratificante verificar a curiosidade e o interesse de inúmeros jo-vens que, após o visionamento do vídeo https://www.youtube.com/watch?v=GmC5HQiy2Jc se propuseram sentar-se à mesa de Bridge e jogar umas mãozi-nhas!

Nº 12, Abril de 2015 — Página 4 Federação Portuguesa de Bridge

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Entrevista a um praticante

Rui Marques

Quando é que começou a jogar Bridge e porquê?

Em 1985, nas férias de Verão da Universidade, li “umas coisas”. No final das férias, por coincidência dois amigos

também aprenderam as regras, e juntámo-nos para as primeiras partidas. Uns meses depois fui jogar um torneio

na Ordem dos Engenheiros. A primeira mão competitiva da minha vida foi contra o saudoso Vítor Diegues. As car-

tas eram francesas e não contei os ases...

Como tem sido essa experiência?

Gratificante, desde o início e em muitos aspetos. A prática competitiva, as gestão de clubes, a direção de torneios,

são experiências de vida que se recomendam. Quando assumi a carreira de arbitragem numa base profissional

passei a jogar progressivamente menos, e no período entre 2006 e 2013 parei quase por completo, devido a ou-

tros afazeres, mas nunca quebrei completamente a ligação.

Como tem sido a sua evolução como árbitro internacional?

A minha carreira internacional começou com o Curso Internacional de 1993, em Amsterdão, onde obtive o “A”

que, à época, abria algumas (pequenas) portas para o acesso ao estatuto de árbitro internacional. Depois, teve

um forte impulso em virtude das provas internacionais organizadas em Portugal na primeira metade da década de

90. A partir de 1995 comecei a ser chamado regularmente para Campeonatos Europeus e integrei o quadro de

árbitros da EBL, e em 2001 passei a Assistant Chief, começando igualmente a dirigir Campeonatos Mundiais. Na

WBF, passei a árbitro sénior na Bermuda Bowl do Estoril, e a Assistant Chief em 2011. Tem sido uma experiência

fantástica, permitiu-me viajar por (quase) todos os continentes, conviver de perto com os maiores nomes do Brid-

ge mundial, aprender imenso com os melhores árbitros do mundo.

Qual foi o seu maior triunfo bridgístico?

Do ponto de vista competitivo nada de muito relevante, apenas alguns títulos regionais e um terceiro lugar no ex-

tinto Nacional de Regiões, nas Caldas das Felgueiras. Do ponto de vista da Direção de Torneios, destaco dois: Ter

sido o Chief TD no transnacional da Bermuda Bowl que se disputou no Estoril e chegar ao fim com zero recursos, e

a nomeação para o cargo de Chief Tournament Director nos Europeus de Tromso em 2015.

Qual a sua maior ambição, enquanto praticante e árbitro?

Como praticante, recomecei a jogar em 2013, e ainda me sinto a readquirir o ritmo. Quero basicamente evoluir e

jogar o melhor possível. Tenho a sorte de contar com a amizade e ajuda de alguns grandes jogadores, o que tem

tornado este propósito mais fácil. Duas metas concretas: Vencer um campeonato nacional e um US National

Championship. A nível de arbitragem já não há muito para subir na hierarquia. Gostava de um dia ser Chief TD em

algumas provas “especiais” (Cavendish, US Nationals, Bermuda Bowl, e mais uma ou outra).

Como praticante e árbitro, o que considera que pode ser melhorado no Bridge nacio-

nal?

O principal fator, para mim e desde há muito tempo, prende-se com o comportamento dos praticantes durante as

provas. O nosso temperamento latino não ajuda, mas é como um veneno de longo prazo para o progresso da mo-

dalidade. Numa comparação direta com, por exemplo, os US Nationals, temos tecnologicamente uma estrutura

muito mais evoluída, uma qualidade na direção de torneios às vezes melhor outras pior, e claramente uma muito

pior postura dos praticantes.

Nº12, Abril 2015 — Página 5 Federação Portuguesa de Bridge

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Nº12, Abril 2015 — Página 6 Federação Portuguesa de Bridge

Entrevista a um praticante (continuação)

Rui Marques

Não acho obviamente que isto se aplica a todos, pelo contrário, mas em termos comportamentais bastam alguns

maus exemplos (e nomeadamente alguns de praticantes que são “role models” e por esse mesmo motivo deveri-

am ser os primeiros a dar o exemplo) para que o ambiente geral se degrade significativamente e acabe por afas-

tar muitos potenciais praticantes.

Tem alguma história sobre Bridge que queira partilhar?

Tantas... Ficam aqui duas pequeninas, todas a ver com a direção de torneios:

1 – O saudoso Guido Ferraro, a jogar com o De Falco, em Malta, nos Europeus, estava em pressão de tempo para a próxima posição. Mudam, e a meio da posição seguinte o Guido grita para a mesa onde jogou: “Dama de Espa-

das”. O adversário em igual tom responde “Menos um”.

2 – Um jogador húngaro, na Bermuda Bowl do Estoril, queria recorrer de uma decisão. Pedi ao árbitro no terreno

para trazer o jogador para falar comigo, e depois de alguns minutos de conversa o dito jogador, mais alto que eu

e com o dobro da minha largura, põe-me uma mão no ombro e diz: “—Eu sei que tens razão, mas eu só precisa-

va de desabafar com alguém sobre o que o meu parceiro me fez!”

Partilhe connosco algumas das suas preferências:

Prato preferido?

Pato assado.

Bebida preferida?

Gin Tonic.

Outro “hobby” que não o Bridge?

Videogaming.

O filme da sua vida?

Jonathan Livingston Seagull (Fernão Capelo Gaivota).

O livro da sua vida?

No Fio da Navalha

Música preferida?

Home (Edward Sharpe and the Magnetic Zeros)

Viagem de sonho (feita ou pensada)?

Nova Zelândia (durante uns meses).

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DEBATE: O 2 OIROS MULTI É UMA BOA CONVENÇÃO… OU NÃO?

Nº12, Abril 2015 — Página 7 Federação Portuguesa de Bridge

Dois profissionais Ingleses enfrentam-se para defender e atacar os 2 Multi... Você decide…

Opinião de Tom Townsend

Os 2 Multi é uma boa Convenção...

A abertura em 2 Multi foi promovida por Jeremy Flint e Terence Reese há 30 anos. Há uma boa razão para a usar... É INGLESA. Rapidamente converteu-se em muito popular a todos os níveis de Bridge.

A abertura em 2 pode ser fraco a copas ou espadas, ou uma mão forte segundo o acordo do par.

O Parceiro responde 2 quando não quer jogar mais do que 2 Copas em frente a uma abertura fraca de 2 ...

O abridor corrige para 2 com uma mão fraca de 2 , ou diz algo mais alto com uma mão forte.

O Parceiro responde 2 quando não quer jogar mais do que 2 Espadas em frente a uma mão fraca de 2 mas

que quer jogar a um nível mais alto se a mão fraca é em copas... O abridor corrige para 3 com 2 mínimo ou

4 máximo na mão fraca de 2 , ou diz algo diferente se tem uma mão forte.

Chamamos a 2 e 2 “passa ou corrige”, ou “Multi”, ou respostas “paradoxas” – a paradoxa é que se tende a responder num naipe em que não se quer jogar. Com interesse em partida em frente a qualquer dos ricos, pode dizer 2ST para perguntar o naipe e força do abri-

dor, ou dizer 4 para que o abridor marque o seu naipe em transfer. Talvez Heather os vá persuadir que as dois fraco são tacticamente superiores ao Multi. É verdade que anuncia o

seu naipe em vez de começar com uma estratégia Multi. Mas o Multi tem vários pontos a seu favor:

(i) Depois de uma abertura fraca em 2 ou 2 o par não tem a opção de escolher que mão vai ser declarante.

O declarante vai ser a mão fraca... a mão forte vai ser o morto exposto depois da saída, e os defensores vão-se equivocar menos depois da primeira vaza.

Não é assim depois da abertura em Multi: depois da resposta de 2ST ou 4 a mão forte converte-se em decla-rante, e assim a saída e a defesa vão ser mais complicadas.

(ii) Pode-se jogar 2 dobrados ou até não dobrados depois duma abertura em Multi. Algo que seguramente não

pode fazer se abriu em 2 ou 2 fraco. (iii) Não conhecer o naipe do abridor priva os defensores dos cue-bids para desenvolver o leilão... uma vez que

intervenham.

Por exemplo, você intervém após o Multi com 2 e o seu parceiro avança com 3 ou 4 . São estas vozes cue-bids, que procuram 3ST ou para cheleme em espadas, ou são naturais e estão a avisar que você interveio no nai-

pe do Multi?

Enganoso.

(iv) O Multi causa mais confusão aos adversários que as aberturas fracas. Está convencido? Talvez ainda não. Mas o verdadeiro valor de jogar o Multi é que obtém 2 ou mais vozes pelo pre-

ço de uma.

Alguns utilizadores do Multi preferem jogar apenas a parte fraca... para assim poder passar sobre 2 . O que põe pressão sobre os adversários... para que compitam directamente em vez de esperar uma volta. Pessoalmente gosto de incluir a mão forte balançada... justamente a que está abaixo do forcing de partida.

Assim as minhas aberturas de 2 são 100% forcing de partida, o que é uma melhoria...

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Nº 12, Abril de 2015 Federação Portuguesa de Bridge

Se abre as suas mãos fracas com o Multi... deixa livres as vozes de 2 e 2 para outros propósitos, e os joga-dores criativos encontram muitas opções de uso. Alguns jogadores de top ingleses escolheram o seguinte: usam a Multi para as mãos fracas destrutivas: KJxxxx ou

menos, ou qualquer mínimo e vulnerabilidade favorável – seis triunfos. Abrem em 2 ou 2 com um estilo mais construtivo por exemplo: AKJ109x talvez com algo lateral... de 8-11 pontos, sempre com um naipe sexto decente. Se ainda não está decidido dou-lhe uma ultima razão... é muito divertido marcar naipes que não se têm... divirta-se.

Opinião de Heather Dhondy

Os 2 Multi não é uma boa convenção...

O Multi 2 permite-lhe meter muitas mãos numa só voz, deixando livre o espaço para que 2 e 2 signifi-quem… outra coisa... mas o quê?

Nos seus primeiros tempos, o Multi permitia jogar dois forte e fracos em ricos sendo a versão fraca 2 oiros. Actualmente as aberturas em dois forte são uma espécie em extinção... e o espaço poupado está a ser usado para

dois super fracos ou bicolores super fracos. Especialmente quando estes bicolores podem ser um 5-4...

Pondo a nossa atenção nas debilidades do Multi, o problema essencial de colocar muitos significados numa só voz é que o seu parceiro muitas vezes não vai saber o que tem. Isto pode afectar o seu leilão construtivo, o seu jogo

preventivo, e a sua defesa. Antes de analisar tudo isto há outra debilidade, que não deve ser esquecida: quando há uma penalidade em jogo

os seus adversários têm mais hipóteses de encontrá-la do que se tivesse aberto num dois fraco convencional. Suponha que tem:

AK109

KQ102

K4

Q108

e o seu ADD abre em 2 fraco em qualquer rico todos vulneráveis. Estaria preocupado em passar já que poderia ser o fim do leilão e poderiam ter partida, deixaria de lado o dobre e

diria 2ST.

Sem dúvida, se o adversário abre em 2 Multi, tem 2 formas de descrever a sua mão. Pode desenvolver uma defesa com um passe seguido de um dobre para jogar ou um dobre seguido por outro dobre... para penalizar… Voltando ao leilão construtivo, este sempre vai começar a níveis mais altos já que a primeira questão que se deve

averiguar é: Qual é o teu tipo de mão?

Suponha que tem:

2

AQ4

A85

AK7643

DEBATE: O 2 OIROS MULTI É UMA BOA

CONVENÇÃO… OU NÃO? (continuação)

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Nº12, Abril 2015 — Página 9 Federação Portuguesa de Bridge

DEBATE: O 2 OIROS MULTI É UMA BOA

CONVENÇÃO… OU NÃO? (continuação)

e o seu parceiro abre em Multi. Diz 2ST para averiguar o que tem o seu parceiro (ou 3 forcing se prefere) e o

seu parceiro marca 3 .

Qual é o melhor contrato, 3ST ou 4 ? Deverá adivinhar. Ao contrário, jogando 2 fraco em espadas, pergunta 2ST, o seu parceiro pode mostrar um valor lateral em oiros e felizmente podem jogar 3ST frente a:

K109654

J5

K72

J9

Jogando Multi, deverá adivinhar mas com a informação adicional do seu parceiro pode escolher a melhor opção. Vejamos um exemplo diferente, suponha que abre em Multi com a mão forte. O seu parceiro, com ambos os

ricos e uma mão fraca... vai fazer uma barragem, suponhamos 3 ou 4 , e assim vai ter que começar a des-crever a sua mão a um nível muito alto, tendo que adivinhar o contrato.

Continuando com a parte preventiva o seu parceiro abre em 2 fraco em espadas, a mão seguinte passa, e tem:

KJ53

4

987543

A3

Esta mão faz uma barragem em 4 . O seu adversário terá que resolver um problema duro... e geralmente aca-

ba por dobrar, o que mostra uma grande variedade de mãos, valores e distribuições que fazem com que o par-ceiro deva adivinhar. Esta é a razão porque as barragens nos encantam.

Agora considere a pouca eficácia do Multi. Começa con 2 , o que permite desde o começo que o adversário

diga 2 , quando talvez não tivessem o suficiente para marcar 3 sobre um 2 fraco em espadas.

Mas suponhamos que passa... deverá dizer 2 já que o seu parceiro pode ter um 2 fraco. Toda a sua força de

barragem foi neutralizada e os adversários podem entrar facilmente no leilão. Finalmente consideremos os problemas defensivos que deverá enfrentar pelo Multi.

Tem:

K54

K54

8642

743

e o seu parceiro abre em Multi 2 . O jogador à sua direita diz 2ST natural... que sobem para 3ST.

A que sai? É um pesadelo. Se adivinha correctamente, pode chegar a fazer as 6 primeiras vazas... se se equivoca... o con-

trário… seguramente vão cumprir…

Compilado por Luis Correia

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Federação Portuguesa de Bridge Nº12, Abril 2015 — Página 10

JOGADAS DE SEGURANÇA

As palavras “Jogadas de Segurança” de uso frequente no Bridge significam precisamente o que o seu nome indica: proteger-se contra uma distribuição adversa. É una medida de precaução do declarante destinada a garantir o êxito do seu contrato ou, em alguns casos como defenso-res para garantir a derrota dum contrato. Este método pode em algumas ocasiões ter como consequência perder uma vaza, mas esta perda é insignificante em comparação com a possível perda do contrato ao não ter sido usada essa jogada de segurança. No Bridge por equipas as jogadas de segurança devem ser empregues sempre. A perda de va-zas de 30 pontos cada uma é um pequeno preço a pagar para assegurar uma partida ou um cheleme. Quando se joga em Matchpoints sem dúvida que se devem ter em conta outros facto-res. Obviamente, qualquer jogada de segurança que garanta ganhar, e que não corre risco de perdas deve ser usada tanto em equipas como em Matchpoints. Não existe uma fórmula estabelecida para guiar o jogador médio no uso das jogadas de segu-rança. Grande parte do seu uso depende do senso comum, ainda que algumas jogadas de se-gurança são tão frequentes que finalmente o seu uso converte-se em automático. Para que o jogador médio saiba quando usar uma jogada de segurança quando se apresenta a ocasião, deve ser capaz de concentrar-se nas seguintes três coisas: 1. Deve ser capaz de fixar na sua mente sobretudo como declarante, todas as cartas importan-tes dum naipe que não tem na mão e no morto. 2. Deve poder visualizar a pior maneira em como poderão estar distribuídas as cartas que lhe faltam. 3. Deve assumir essa distribuição e jogar para manter mínima a perda ou cumprir o seu contra-to contra essa má distribuição. Isto é especialmente verdadeiro em contratos dobrados e chele-mes, tanto em equipas como em Matchpoints. No caso de matchpoints, em contratos não dobrados, cada caso deve ser decidido pelos seus próprios méritos. Se uma jogada de segurança não causa perdas, deve ser usada sempre. No entanto, se a jogada de segurança pode gerar a perda duma vaza, mas garante o contrato, po-de não ser suficiente jogando contra um campo de jogadores optimistas e pode-se obter um mau resultado em matchpoints. Agora vejamos algumas jogadas de segurança standard que nunca perdem. 1.

O contrato é de 6 . Não há vazas para perder nos naipes fora do naipe de trunfo, e há entra-das suficientes para ambas as mãos. É obvio que só pode perder uma vaza. Se o naipe está 3-2, só se perde uma vaza independentemente donde estejam as figuras que faltam. Se joga o

A e se não aparece nenhuma figura não há jogada de segurança. A sua única esperança é

que nenhum jogador tenha QJ10x. No entanto se Oeste joga o J ou a Q ou o 10

na primeira vaza, deve-se jogar um pequeno trunfo desde a mesa para o 9. Se Oeste tinha

originalmente o doubleton QJ, nada se perdeu já que o K tiratá o trunfo que ainda fica

de fora. Por outro lado, se Oeste balda, o 10 de Este ganhará a vaza, mas mais tarde a par-tir do morto a passagem apanha os dois trunfos que estão em Este. Como pode ver, esta joga-da de segurança é só questão de senso comum. Não pode perder já que só perde uma vaza de trunfo.

9876

J Q1032

AK54

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JOGADAS DE SEGURANÇA (continuação)

Nº12, Abril 2015 — Página 11 Federação Portuguesa de Bridge

Outro exemplo duma jogada de segurança standard. 2.

Presumindo que pelo leilão não tem nenhuma razão para supor que Oeste tem todas as car-tas deste naipe, começa por jogar uma carta pequena para o K do morto. Se não cai nenhu-ma figura, continua-se jogando uma carta pequena do morto e da mão. Necessita-se desta jogada de segurança porque senão perdem-se duas vazas. Se Oeste joga uma figura na pri-meira vaza deverá adivinhar se tem doubleton QJ ou um singleton. 3.

Este exemplo é elementar. Até um iniciado jogará uma figura de Sul já que a combinação de 4 cartas em qualquer das mãos não ganha vaza para os defensores porque existe posição de passagem para qualquer dos lados, se algum deles não assiste na primeira vaza. 4.

Este exemplo apresenta um problema totalmente diferente. Note que o 10 foi substituído por uma carta pequena. Agora o naipe deve ser jogado primeiro para o K para defender-se de J10 quarto em Este. Se Oeste balda então tanto o J como o 10 podem ser passados. No entanto, se Este tem chicana os defensores farão uma vaza em Oeste, depois de ter jogado a primeira vez para o K. Muitos jogadores instintivamente jugarão uma figura de Sul para atacar o naipe. O seguinte exemplo ilustra porque não é a jogada ganhadora. 5.

Vi isto há alguns anos e observe como pode ser doloroso. O contrato era 7 vulnerável. Sabe bem marcar um grande cheleme vulnerável. A mão tinha entradas para os dois lados e

depois do declarante ter ganho a saída na mão, jogou o K da mão e quando Oeste bal-dou já não pode ganhar o contrato. Vê-se nesse momento que a jogada apropriada era jo-gar pequeno para o Ás primeiro.

K32

A10987

K432

AQ1098

K432

AQ987

A32

J7654

KQ1098

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JOGADAS DE SEGURANÇA (continuação)

Duas passagens teriam sido suficientes para apanhar todo o naipe. Suponha que as 5 cartas de paus estavam em Oeste? Teria podido fazer todas as vazas? A resposta é que tecnicamente SIM,

se tivesse começado por jogar o 10 desde da mão na primeira vaza… impossível de fazer, a não ser que se conheçam as cartas dos defensores. O jogador médio pode ganhar muito se es-tudar estas jogadas de antemão em vez de ter que pensá-las à mesa. O exemplo seguinte vai ser familiar para muitos jogadores. É realmente surpreendente como se podem perder vazas devido a um descuido e por não tomar medidas de precaução. 6.

Neste exemplo, tendo 10 vazas no naipe, a melhor linha é fazer a passagem ao K. Se Este tem o K, perde-se uma vaza. Se Oeste tem o K não se perdem vazas independentemente que Oeste tenha o K singleton ou as três cartas que faltam do naipe. Portanto, jogar o J na primeira vaza é a jogada correcta. Como se pode verificar, quando Este balda, pode-se repetir a passagem para capturar o 10 em Oeste. Se se faz a passagem com uma carta pequena para a Q, Oeste vai sem-pre ganhar uma vaza porque fica com K10. O importante é que o jogador deve tomar uma certa precaução ao jogar. Não se afirma que se deva ser demasiado prevenido. Se ele tirou todo o pra-zer dum leilão audaz, vai-o perder se não ganha o seu contrato por não ter executado uma joga-da de segurança. O segundo tipo de jogadas de segurança é o que implica um risco em frente a uma ganância. Repete-se o que foi dito anteriormente: a Jogada de Segurança em equipas deve fazer-se sem excepção. Em Matchpoints, devem considerar-se outros factores. Se a probabilidade é que exista uma má distribuição, em certos casos em Matchpoints, poderia ser considerado mais vantajoso ser optimista e ganhar a vaza que com a Jogada de Segurança se poderia perder. Os seguintes são exemplos que poderiam aplicar-se tanto em equipas como em Matchpoints. 7.

O contrato é de 6 tanto em matchpoints como em equipas. Assumindo que o resto das cartas em Norte/Sul são altas com entradas em ambas as mãos, em equipas não há dúvida como deve ser jogado o naipe. O declarante não está interessado em adivinhar onde está o trunfo adverso, nem está particularmente interessado se pode ganhar outros 30 pontos por fazer 7. Se KJx estão

em Este, 6 não se cumprem. Por isso o jogador em equipas deve sempre jogar primeiro o

A do morto; e depois de entrar na sua própria mão com outro naipe jogar uma carta para a Q. Isto garante o contrato cada vez que se possa cumprir. Se Oeste tem as duas cartas de espadas

de K vai fazer 6 porque escolheu não haver passagem. No entanto, se Este tem o K single-

ton o jogador de equipas vai fazer 7 já que Jxx em Oeste agora pode ser passado. No caso de jogar Matchpoints deve decidir se deve jogar contra o campo. Se decide fazer uma

jogada de segurança, está a arriscar uma vaza se Kx ou Kxx estão em Oeste. Contra esta

possibilidade deve calcular as suas hipóteses de ir para o cabide se não adivinha a posição do

K e do J.

AQ42

K103

J98765

AQ54

Oeste Este

109876

Nº12, Abril 2015 — Página 12 Federação Portuguesa de Bridge

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Nº12, Abril 2015 — Página 13 Federação Portuguesa de Bridge

JOGADAS DE SEGURANÇA (continuação)

Por exemplo, se o K, J, estão doubleton em Este e o jogador decide fazer a passagem ao

K e a perde que deve fazer na próxima jogada? Passa o J ou joga para a queda? Pode

ser conveniente fazer uma comparação. Depois da primeira jogada, quando ele perde o K, o jogador de matchpoints deve lutar para cumprir o seu contrato. Pode calcular a percentagem? O seguinte EXEMPLO requer conhecimento da técnica conhecida como jogada de eliminação e pôr em mão, e também implica o uso duma jogada de segurança. 8.

Neste exemplo, contra 6 por Sul, Oeste sai ao J. Como se deve jogar a mão? Novamente temos o mesmo problema, match-points versus equipas. Se o declarante tem êxito nas passa-

gens a paus e ao K, 7 cumprem-se. No entanto, em equipas não deveria haver problema. Pôr em perigo o contrato para ganhar outros 30 pontos é ridículo. A saída a copas ganha em qualquer mão, três voltas de trunfo, e adiantam-se as duas copas que faltam. Agora joga-se o

A e a Q e não há diferença com quem ganha a vaza, já que qualquer volta assegura o contrato. Se jogam uma carta vermelha, dão corte e balda. Se voltam paus obtém-se uma pas-sagem grátis. Se ao contrário se faz a passagem a oiros e se perde e Oeste imediatamente vol-

ta um oiro para o A, o declarante agora deverá adivinhar onde está a Q. Se adivinha am-

bas vai ganhar 7 . Se tudo sai mal vai para o cabide num cheleme que se cumpria. Na seguinte mão deve fazer-se a jogada de segurança. 9.

O contrato é 6 e você pode perder uma só vaza de espadas. Uma jogada de segurança é

adiantar primeiro o A. Se não aparecem a Q ou o 10, joga-se um trunfo pequeno para

o morto. Se Oeste joga pequeno poe o 9. Se Este ganha a vaza com o 10 ou a Q não

se perdem mais trunfos. Se jogar o naipe de pequeno para o K perdem-se duas vazas se

Oeste tem originalmente Q10xx. A jogada de segurança o previne. Se Este tinha Q10xx,

a jogada de segurança funciona já que depois de jogar o A joga-se um pequeno trunfo para

o morto. Se Oeste balda, joga-se o K e volta-se a jogar o 9. Esta jogada de segurança no entanto, não significa necessariamente que o declarante está a sacrificar a hipótese de fa-zer sete. Se Oeste originalmente tem a Q doubleton, a jogada de segurança vai localizá-la na segunda volta no naipe. A passagem normal ganha especificamente só quando Este tem Q10x, Qxx ou Qxxx.

Q10987

K32 AQ

AJ10

Oeste Este

AK654

AQ4 32

K98

K98

AJ765

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Nº12, Abril 2015 — Página 14 Federação Portuguesa de Bridge

JOGADAS DE SEGURANÇA (continuação)

10.

O contrato é 6 por Sul. A saída é ao K. A jogar equipas: joga-se a Q e continua-se

com uma espada pequena. Quando Este assiste, joga-se o 10. Se Oeste tem o J os de-fensores farão esta vaza… mas nenhuma outra porque o naipe está bem distribuído. Se Oes-te entrou no leilão, presumiria que entra pela sua distribuição. Por esta razão, deverá fazer a jogada de segurança também jogando Matchpoints. 11.

O contrato é 6 com entradas em ambas as mãos, e sem outras perdentes. Como joga os

trunfos? A resposta é: jogue o J primeiro desde o morto. Isto não é uma jogada de segu-rança. É a única jogada que garante êxito ao contrato. Agora, examinemos a mesma força mas com os trunfos que faltam todos juntos em Este. 11A.

É obvio que se o naipe está 2-2 ou 3-1, só fará vaza o A dos defensores. Assim a única coisa que deve preocupar o declarante é que os trunfos estejam 4-0. Se Oeste tem os 4 trunfos que faltam não há nada que o declarante possa fazer. Oeste fará 2 trunfos. Se Este

tem os 4 trunfos o declarante pode prevenir a perda de duas vazas só se jogar o J do

morto na primeira vaza. Se Este recua, o resto é fácil já que jogar duas vezes através do

A faz que Este ganhe só o A. Se Este cobre o J, duas passagens para KQ8 farão o resto. Em conclusão, o declarante deve ser capaz de fixar na sua mente antes de jogar a primeira carta, todas as cartas que não tem, nem na sua mão nem no morto. Compilado por Luis Correia

Q2

AQ10 95432

AQJ

3

9876 KQJ10

7654

J9543

432 876

32

AK1087 KJ5

A

K1098

J543

KQ876

J543

A1092

KQ876

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Nº12, Abril 2015 — Página 15 Federação Portuguesa de Bridge

Distinguindo entre 3 ou 4 cartas de Apoio em Competição

Assumindo que joga um sistema de naipe rico quinto, porque é importante distinguir entre 3 e

4+ cartas de apoio em competição? A razão deve-se a que você (e o seu parceiro) gostariam

de ter uma ideia precisa sobre quando defender, e quando declarar. Suponhamos que o leilão

é (você está em Sul):

Oeste Norte Este Você

1♠ 2♦ ?

Pode usar 2ST como um apoio limitado ou mais, com 4+ cartas, e o cuebid (3♦) como um

apoio limitado ou mais, com três cartas de apoio. Quando tem só três trunfos, a sua mão ten-

de a ser mais balançada e assim é melhor para defender. Similarmente, quando tem 4+ trun-

fos (ou seja que os adversários têm menos cartas de espadas), a sua mão vai tender a ser

mais desbalançada e em em certas ocasiões você não vai querer estar a defender.

Assim… que tem que ver esta sequência com declarar ou defender? Bem, Oeste pode ter as

cartas corretas para saltar para 5♦ de imediato! Agora, saber que se tem a quarta carta de

trunfo pode ser uma informação crucial para o seu parceiro, se pensa marcar 5 sobre 5.

Suponhamos que o leilão continua assim:

Oeste Norte Este Você

1♠ 2♦ 2ST

3♦ 4♣ 5♦ ?

Por simplicidade, assumamos que os 4♣ do seu parceiro foi uma voz natural convidando para

cheleme. Dado que nós dissemos 2ST para mostrar um salto limitado ou mais com 4+ cartas

de apoio, agora estamos a trabalhar dentro da restrição de que as nossas acções sobre 5♦ se

baseiam em que a nossa mão tem 4+ trunfos. Poderíamos passar (forcing) para convidar o

parceiro a continuar a falar, ou poderíamos dobrar para sugerir uma mão que é equilibrada

com 4 trunfos e que não é adequada para declarar.

Se não tivéssemos podido distinguir entre 3 ou 4+ cartas de apoio na ronda anterior

(suponhamos que você joga 2ST como natural e 3♦ como apoio limitado ou mais com 3+ car-

tas de apoio), então teria outro factor de preocupação: o número de trunfos que tem o par.

Assim… que faz com as mãos que geralmente dizem 2ST natural? NÃO deve preocupar-se…

porque é muito raro que apareçam!

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Pense, para ter uma mão que diz 2ST natural deveria ter: (1) Não 3+♠, senão apoia, (2) Não

ter 4+♥, senão faz um dobre negativo ou diz 2♥, (3) Não ter 5+♦, ou faz um passe (passa

para que o seu parceiro reabra com dobre), (4) Ter uma mão que tem exactamente 10-11

PH, porque com mais dobra ou diz 3ST e com menos passa. Estas são muitas condições para

satisfazer, pelo que é muito rara uma mão deste tipo. Na hipótese pouco provável de que te-

nha essa mão (ou seja um 2-3-4-4), pode passar procurando sangue, ou dizer 3ST!

Distinguir entre 3 ou 4+ cartas de apoio é ainda mais importante quando se está numa bata-

lha nos ricos:

Oeste Norte Este Sul

1♥ 1♠ ?

Agora é melhor estar preparado – quantas vezes viram Oeste fazer uma barragem em 4♠, ou

talvez dar um salto em barragem em 3♠ e logo ouvir Este dizer 4♠? Estas situações ocorrem

muito frequentemente pelo que é sem dúvida uma ferramenta útil para ter no seu arsenal.

Também pode usá-lo em leilões defensivos!

Compilado por Luis Correia

Nº12, Abril 2015 — Página 16 Federação Portuguesa de Bridge

Distinguindo entre 3 ou 4 cartas de Apoio em Competição (continuação)

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Tendo em vista estimular a participação e o desempenho dos praticantes nos Si-multâneos Nacionais (SN), a Direcção da FPB, tendo obtido a concordância das en-tidades organizadoras, decidiu atribuir prémios bimensais e anuais, com base nas classificações acumuladas, ajustadas com handicap.

O regulamento do prémio pode ser consultado no site da FPB:

http://www.fpbridge.com/SN-PremiosFPB/SN_Premios_FPB-Regulamento.pdf

Os vencedores do II Prémio — Período Março/Abril foram:

1 – Nos Simultâneos Nacionais das segundas-feiras, o praticante Gonçalo Fer-nandes (3534), do CBBRE — Clube de Bridge Bota Rasa de Évora.

2 – Nos Simultâneos Nacionais das quintas-feiras, o praticante Henrique Correia (3526), do BcMG — Bridge Clube de Monte Gordo.

PARABÉNS AOS VENCEDORES

PRÉMIOS FPB dos SIMULTÂNEOS NACIONAIS

Nº 12, Abril de 2015 Federação Portuguesa de Bridge

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NAIPES CONGELADOS Alguma vez ouviu o que é um naipe congelado?

Um naipe congelado, é aquele que qualquer que o jogue pela primei-

ra vez vai desejar não o ter feito. Por outras palavras, vai custar uma

vaza à sua linha. Aqui ficam alguns exemplos de naipe congelados.

Veja-os com cuidado e rapidamente dará conta que é melhor que se-

jam os adversários a avança-lo.

Estas situações nem sempre são fácies de detectar, mas se um naipe

se vê como seja um naipe congelado, quando se têm a mão, ataque

outro naipe e espere que os seus adversários o joguem. Os jogadores

perdem muitas vazas sem dar conta do que estão a fazer na altura,

assim trate de entender este conceito e a sua contagem de vazas au-

mentará.

Q54

A976 K103

J82

K954

AJ7 1063

Q82

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2790-017 Carnaxide

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