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Boletim de Comércio Exterior da Bahia MAIO 2015 ISSN 2179-8745

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Boletim de Comércio Exterior da Bahia

MAIO 2015

ISSN 2179-8745

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DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – MAIO/2015

Governo do Estado da Bahia Rui Costa

Secretaria do Planejamento João Leão

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia Eliana Boaventura

Diretoria de Indicadores e EstatísticaGustavo Casseb Pessoti

Coordenação de Acompanhamento ConjunturalLuiz Mário Vieira

Coordenação EditorialArthur Souza Cruz Junior

Elaboração TécnicaArthur Souza Cruz JuniorMarcos Santos de Oliveira Junior

Coordenação de Biblioteca e Documentação NormalizaçãoEliana Marta Gomes Silva Sousa

Coordenação de Disseminação da Informação Augusto Cezar Pereira Orrico

Editoria Geral Elisabete Cristina Teixeira Barretto

RevisãoChristiana Fausto (Linguagem)

Editoria de Arte e de Estilo Ludmila Nagamatsu

Editoração Marta Barreto

Sumário

Av. Luiz Viana Filho, 4ª Avenida, 435, CABSalvador (BA) • Cep: 41.745-002Tel.: (71) 3115 4822 • Fax: (71) 3116 1781www.sei.ba.gov.br • [email protected]

Desempenho do Comércio Exterior da Bahia – Maio 2015, 3

Importações, 6

Apêndice A – Maio 2015Balança comercial – BrasilBalança comercial – BahiaExportações brasileiras – principais estadosExportações baianas por fator agregadoExportações baianas – principais segmentosExportações baianas – principais segmentosExportações baianas – principais produtosExportações baianas – principais países e blocos econômicosImportações brasileiras – principais estadosImportações baianas por categorias de usoImportações baianas – principais produtosImportações baianas – principais países e blocos econômicos

Apêndice B – Informativo acumulado de janeiro a Maio de 2015

Balança comercial – BrasilBalança comercial – BahiaBalança comercial – Brasil X Bahia – Série histórica – 1980-2015Participação da Bahia no comércio exterior brasileiro – 1980-2015Exportações brasileiras – por regiõesExportações brasileiras – principais estadosExportações nordestinas por estadoExportações baianas – principais municípiosExportações baianas por fator agregadoExportações baianas – principais segmentosExportações baianas – principais segmentosExportações baianas – principais produtosExportações baianas – principais países e blocos econômicosImportações brasileiras por regiõesImportações brasileiras – principais estadosImportações nordestinas por estadoImportações baianas – principais municípiosImportações baianas por categorias de usoImportações baianas – principais produtosImportações baianas – principais países e blocos econômicos

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3Boletim de Comércio Exterior da Bahia, Salvador, maio. 2015

DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – MAIO/2015Desempenho do Comércio Exterior da Bahia – Maio 2015

A queda das importações, em ritmo mais forte que as exportações, garantiu um superávit de US$ 64,9 milhões para a balança comercial baiana em maio, único mês do ano, até agora, a registrar saldo positivo. Foram US$ 612,4 milhões em exportações, com queda de 34% em relação a igual mês de 2014 e importações de US$ 547,5 milhões, com recuo de 44,6%, na mesma comparação.

O mês passado registrou também a primeira queda mensal das importações baianas em 2015, até então sustentadas por expressivo aumento no setor de petróleo e derivados. Em maio, além das menores aquisições de combustíveis, a retração das compras de bens intermediários se inten-sificou, refletindo de forma mais clara a fraca atividade econômica e o efeito do câmbio no preço dos bens comprados no exterior.

Já as exportações tiveram, em maio, a maior retra-ção do ano, resultado do recuo nas cotações dos principais produtos comercializados pelo estado, no exterior, como derivados de petróleo, soja, petroquímicos e celulose. Também há o efeito da queda na demanda de parceiros comerciais importantes, como a Argentina, UE e EUA.

Ainda que a queda no quantum embarcado tenha alcançado 8,7% no acumulado do ano, o preço continua a neutralizar a elevação pontual de volume em alguns segmentos da pauta de expor-tações baianas. O volume físico das vendas do complexo soja (grão, farelo e óleo), por exemplo, foi 2,2% maior até maio de 2015 que no mesmo período do ano passado, mas os preços seguiram comparativamente 24% inferiores, resultando em um recuo de 17,2% nas receitas no período.

Com os resultados apurados até o mês de maio, a Bahia ainda acumula um déficit de US$ 1,03 bilhão em sua balança comercial, como resultado

dos saldos negativos acumulados nos quatro pri-meiros meses de 2015. As exportações alcançaram US$ 2,87 bilhões e são 22% inferiores a igual período de 2014, enquanto que as importações foram de US$ 3,9 bilhões, estando 7,4% acima se comparadas a jan/maio do ano passado.

Apesar da piora nos termos de troca nos cinco primeiros meses do ano, a forte queda das impor-tações, em maio, contribuiu para gerar o primeiro superávit na balança comercial baiana em 2015.

Entre janeiro e maio, os preços das exporta-ções baianas recuaram 14,6% em relação a igual período do ano passado, com queda ainda mais expressiva entre os produtos básicos (¬25,1%). Como os preços de importação caíram mais (28,8%), os termos de troca baianos caíram 16,6% no acumulado até maio, sempre em rela-ção a igual período de 2014. Apenas em maio, a queda foi de 9,8%. A maior perda nos preços dos importados, em relação aos preços dos exporta-dos, ocorreu em consequência da concentração ainda maior da pauta de importações baianas em commodities, principalmente derivados de petróleo e minério de cobre. Em maio, além da queda generalizada de preços, o quantum exportado caiu também (25,2%), resultado de menores embarques de derivados de petróleo (45,7%); papel e celulose (38,3%), automotivo (35%) e soja e derivados (17,2%).

Tabela 1 – Balança comercialBahia – Jan.-maio. 2014/2015

(Valores em US$ 1000 FOB)

Discriminação 2014 2015 Var. %

Exportações 3.684.653 2.874.470 -21,99Importações 3.631.442 3.901.934 7,45Saldo 53.210 -1.027.464 -Corrente de comércio 7.316.095 6.776.404 -7,38

Fonte: MDIC/Secex, dados coletados em 08/06/2015.Elaboração: SEI.Obs.: Importações efetivas, dados preliminares.

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Vale ressaltar que os preços médios obtidos pelas exportações baianas, em maio, foram os mais baixos desde junho/2010. Eles giraram em torno de US$ 715 a tonelada FOB, inferior em 11,6% aos preços médios de igual mês do ano passado.

O desempenho recente das exportações está razoa-velmente em linha com a expectativa, ou seja, a forte queda esperada no valor exportado, tendo em vista a retração dos preços. O que está fora do esperado é a queda mais significativa do quantum exportado (8,7%), fruto da redução maior do que esperado dos embarques de derivados de petróleo. Isto ocorreu devido à parada para manutenção de importante unidade produtiva na RLAM – Refinaria Landulpho Alves, após acidente ocorrido ainda no início do ano.

Mesmo que ocorra a normalização dos embarques de derivados de petróleo, o que não ocorreu até maio – a redução dos embarques no setor já atinge 53,3% no ano –, as previsões indicam apenas crescimento resi-dual do quantum, já que o cenário externo permanece inalterado. Há, no horizonte, tão somente um ensaio de melhora, ainda muito incipiente, das exportações de manufaturados, decorrente do câmbio, mas principal-mente por conta do crescimento da economia dos EUA.

As exportações, até maio, continuam lideradas pelo setor de papel e celulose, com vendas de US$ 581,9 milhões e queda de 17,2%. Além da valorização do dólar, contribui para o momento positivo a demanda firme por celulose de fibra curta nos principais mercados internacionais,

especialmente Europa e China. O consumo crescente de papéis sanitários e o segmento de embalagens, ¬ os únicos tipos de papéis com perspectiva de cresci-mento nos próximos anos, deram robustez à procura por celulose e permitiram a aplicação de ao menos dois aumentos de preço do produto desde janeiro.

Há pouco mais de dois anos, era generalizado o receio de que a construção de novas fábricas de celulose de fibra curta, ¬ praticamente todas no Brasil, ¬ pudesse provocar uma forte queda nos preços globais da maté-ria prima. De lá para cá, porém, ao mesmo tempo em que a sobreoferta de minério de ferro derrubou os preços da commodity, a capacidade adicional de celu-lose foi absorvida pelo mercado, com impacto pontual nas cotações internacionais. Essa relação favorável entre oferta e demanda deveu¬-se ao fechamento de fábricas de alto custo no Hemisfério Norte e, como já mencionado, ao consumo crescente de papéis para fins sanitários e para a confecção de embalagens.

No último mês de maio, entretanto, quem liderou as vendas externas foi o segmento de soja e derivados, com US$ 137,2 milhões em receitas, ainda assim 38,7% abaixo de maio/2014. O volume embarcado em maio foi 364,6 mil toneladas, também inferior em 17,2% a igual mês do ano anterior. No ano, porém, os embarques físicos cresceram 2,2%, alcançando 920,6 mil toneladas. Já as receitas, em função da queda acentuada dos preços (-24%) até maio, atingiram US$ 353,8 milhões, o que representa uma queda de 22,3% ante o mesmo período de 2014.

(US$

FO

B)

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200

400

600

800

1000

1200

1400

Jun. 2014 Jul. 2014 Ago. 2014 Set. 2014 Out. 2014 Nov. 2014Maio 2014 Dez. 2014 Jan. 2015 Fev. 2015 Mar. 2015 Abr. 2015 Maio 2015

Gráfico 1 − Evolução dos preços médios de exportação – Bahia (Últimos 12 meses) Fonte: MDIC/Secex, dados coletados em 08/06/2015.Elaboração: SEI.Obs.: Valores de outubro excluído valores da plataforma de petróleo.

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A queda dos preços externos foi compensada, em parte, pelo câmbio. A desvalorização da moeda brasileira permi-tiu a exportadores e produtores receberem mais reais pelo produto vendido. Mesmo que insumos importados como fertilizantes e defensivos também fiquem mais caros, o movimento fortalece estimativas que indicam uma nova expansão da produção no país e no estado na safra que começará a ser semeada em meados de setembro (2015/16).

A soja perde preço devido à boa produção mundial. Os Estados Unidos voltam a superar 100 milhões de tone-ladas em 2015/16, enquanto o Brasil fica próximo dos 95 milhões, e a Argentina, dos 60 milhões em 2014/15.

Ou seja, todos os principais países produtores de soja estão com patamar recorde em relação há dois anos, quando os estoques ainda eram pequenos e forçavam os preços para cima.

Em tempos de crise, a China permanece como principal mercado para os produtos exportados pelo estado, com 26% de participação e crescimento de 22,3%. Argentina e EUA, maiores mercados para os produtos manufatu-rados, ocupam a segunda e terceira posição, respecti-vamente, com 11,5% e 9,6% de participação e quedas acentuadas: 18,1% para o mercado argentino e 42,1% para o mercado americano, redução sobretudo por conta das menores vendas de petróleo, pneus e celulose. A Ásia permanece, em 2015, como principal destino para as exportações baianas, com 34,5% de participação, e um crescimento de 4,2% no valor de suas compras.

Tabela 2 – Exportações baianasPrincipais segmentos – Jan.-maio. 2014/2015

Segmentos

Valores (US$ 1000 FOB) Var.

%Part.

%

Var. % Preço médio2014 2015

Papel e celulose 702.578 581.942 -17,17 20,25 -14,00Químicos e petroquímicos 653.974 522.904 -20,04 18,19 -17,89

Metalúrgicos 455.297 353.767 -22,30 12,31 -23,98

Petróleo e derivados 236.913 308.190 30,09 10,72 3,51

Soja e derivados 232.278 185.497 -20,14 6,45 -10,09Automotivo 650.263 152.393 -76,56 5,30 -49,80Algodão e seus subprodutos 111.710 98.323 -11,98 3,42 -50,51

Metais preciosos 41.816 84.420 101,89 2,94 -27,98Borracha e suas obras 53.127 82.805 55,86 2,88 -15,86

Cacau e derivados 75.575 82.598 9,29 2,87 8,77Minerais 100.096 82.053 -18,03 2,85 -15,49Couros e peles 69.354 65.595 -5,42 2,28 5,33Sisal e derivados 43.876 56.404 28,55 1,96 23,77Café e especiarias 76.333 54.269 -28,91 1,89 -29,30Frutas e suas preparações 34.684 36.015 3,84 1,25 -16,00

Fumo e derivados 23.996 21.527 -10,29 0,75 -5,47Milho e derivados 30.434 21.142 -30,53 0,74 12,64Calçados e suas partes 18.870 18.201 -3,54 0,63 -12,24

Máquinas, aparelhos e materiais mecâni-cos e elétricos

1.221 13.413 998,19 0,47 -9,96

Carne e miudezas de aves 9.040 634 -92,99 0,02 -32,99

Demais segmentos 63.220 52.378 -17,15 1,82 -33,04Total 3.684.653 2.874.470 -21,99 100,00 -14,56Total 10.091.660 9.309.740 -7,75 100,00 -11,08Fonte: MDIC/Secex, dados coletados em 08/06/2015.Elaboração: SEI.

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DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR BAIANO – MAIO/2015Importações

Tabela 3 – Importações baianas por categorias de uso – Jan.-maio. 2014/2015

(Valores em US$ 1000 FOB)

Discriminação 2014 2015 Var. % Part. %

Bens intermediários 1.427.871 1.247.890 -12,60 31,98Combustíveis e lubrificantes 1.046.165 1.573.027 50,36 40,31Bens de capital 650.800 714.202 9,74 18,30Bens de consumo duráveis 447.963 312.858 -30,16 8,02Bens de consumo não duráveis 58.643 53.957 -7,99 1,38

Total 3.631.442 3.901.934 7,45 100,00Fonte: MDIC/Secex, dados coletados em 08/06/2015.Elaboração: SEI.OBS.: importações efetivas, dados preliminares.

Em maio, os insumos nacionais ganharam espaço dos importados nas compras da indústria depois que o país foi atingido com mais intensidade pelo ajuste recessivo. Por conta da falta de crédito e da insegurança, as empresas reduziram drasticamente a produção, mas cortaram com vigor ainda maior as importações de matérias primas.

A queda de demanda, provocada pelo ajuste, levou os fabri-cantes locais de insumos a operar com capacidade ociosa e elevou a oferta de produtos no mercado interno. Além disso, a desvalorização cambial que se acentuou,sobretudo com o dólar cotado na média na faixa de R$ 3,06.

O que mantinha ainda as taxas de crescimento posi-tivas nas importações, ao longo de 2015, eram as compras de combustíveis que cresceram até abril 132%, favorecidas pela queda de preço no mercado internacional e pela redução da produção interna local. Em maio, também, esse item registrou queda de 71,7%, resultando no pior desempenho para as importações do estado desde fevereiro/2013.

Evidentemente que os dados mensais possuem vola-tilidade elevada, todavia a queda das importações, exceto petróleo na margem, tem sido recorrente nos últimos meses. Esse movimento é realmente consistente e também coerente com o enfraque-cimento da atividade econômica doméstica (que ainda deve seguir desacelerando) e a depreciação cambial dos últimos meses.

Como não se espera uma reversão rápida da atividade econômica, que deverá começar a apresentar sinais de melhora apenas ao longo do segundo semestre e como o nível de estoques da economia ainda está elevado, fica difícil encontrar vetores de curto prazo que possam promover, genuinamente, um aumento de importações, exceto a volatilidade da série mensal. Assim, é muito factível que essa forte desaceleração das importações (como a ocorrida em maio) tenha vindo para ficar.

A saudável exceção nesse movimento são as compras de bens de capital que permaneceram em crescimento em maio (0,5%) e registram, no acumulado, variação positiva de 9,7%. Este segmento é um espelho dos investimentos e significa a modernização, a trans-ferência de tecnologia e conhecimento e o aumento da eficiência e produtividade do parque industrial.

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