BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI- - A Editorial · 2012-04-26 · Boletim Informativo da AFAGO...

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BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI- AÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA - ANO V N° 02 -MARÇO- ABRIL 2012 Editorial Raimundo Nonato de Miranda Chaves O Boletim Informativo da AFAGO continua evoluindo, sempre, em busca do melhor. Nesta edição há muita matéria que deve ser observada com o costumeiro interesse do leitor. Meu sentimento de avô me leva a comentar, de inicio, a mensagem de Carolina que, na ingenuidade dos seus sete anos, nos ensina: para ser feliz basta o essencial; existe força mesmo na fragilidade: “A Florzinha” tem apenas uma cor e o caule é pequeno, mas é feliz porque tem raiz. No Boletim há, também, poema de gente grande. E, que poema! Elza Pinto Alemão, poeta premiada, pede ajuda a Antônio de Castro Alves, ele que foi o arauto da luta contra a escravidão, falando diretamente com Deus. Elza pede ajuda, repito, para que o mensageiro fale com o Senhor que a escravidão continua. O demônio tem muitas faces, a escravidão restrita à raça negra, agora, transmudada em droga, violência, corrupção, pobreza, analfabetismo ... atinge a todas as raças. Nesta mesma linha, o artigo “A Ressurreição da Velhinha” de Adilson, no qual ele, Adilson, do alto da sua experiência se mostra desiludido frente ao demônio da Corrupção e da Desonestidade; seguindo na linha do sábio Rui Barbosa que falava na vergonha de ser honesto. Entenda a mensagem pessimista de Adilson como um alerta. Não se deve entregar a rapadura. Tem que se ir à luta. Neste ano realizar- se-ão eleições municipais. Vote em gente sangue bom. Eu tenho estimulado gouveianos competentes a escrever para o Boletim e, assim, incrementar o corpo de redatores. O Boletim, então, não ficaria com a cara de José Moreira – como alguém já ironizou – , Nada contra a cara de Moreira, qualquer jornal neste nosso pais teria orgulho de ter esta cara de competência, sabedoria e dedicação. Maior do que a cara de Moreira só a cara de todos os gouveianos agindo em conjunto. A semente lançada na comunidade gouveiana, de reconhecida cultura, germinou e está crescendo. Nesta edição, Ivete escreve sobre seu pai Francisco Xavier de Oliveira, o Chiquinho de Nelo e Diva Maria, sobre sua mãe Maria Luiza Ferreira de Miranda. É isto aí! Vamos registrar a história de gouveianos lutadores do passado e do presente. Eu conheci a ambos e dou meu depoimento. Chiquinho, empreendedor dinâmico e corajoso, lembro-me de diversos encontros com ele, mas quero me referi especialmente à luta com sua frota de caminhões nas estradas, melhor, nos atoleiros. Solo argiloso, com umidade torna-se um visgo. Caminhão atola até no eixo. Presenciei, no córrego de Camilinho, carreiros de meu pai atrelarem dezesseis bois, para puxar cada caminhão – a frota era de quatro a cinco – era admirável ver aquele conjunto de animais agindo como um corpo, todos tracionando num esforço simultâneo, em resposta à ordem de comando. Devo esclarecer que bem próximo, coisa de 400 a 500 metros, há descida muito íngreme e, ali, antes de iniciar a descida, estava um caminhão parado impedindo a passagem. Chiquinho, ele mesmo guiando seu caminhão, salta e dialoga com o motorista: — Por que você está parado e impedindo minha passagem? — Seu Chiquinho, o caminhão não tem freio! — Por que não tem freio? — O burrinho de freio está sem fluido! — Ponha água! O motorista, pouca prática, cometeu a ironia de rir da sugestão de Chiquinho, que, agora, com raiva falou, num tom que não admitia dúvidas. — Menino, olha aqui seu m... eu nasci os dentes dentro de um caminhão. Ponha água e tira este embaraço da minha frente. Com o burrinho cheio de água restabeleceram-se as condições de frenagem. A respeito de Maria Luiza, lembro-me do dia que ela me falou: Você comemora seu aniversário no dia 20 de maio, mas você nasceu na madrugada do dia 21. Sua irmã nasceu antes de meia noite. Estou seguro que Maria Luiza assistiu e ajudou minha mãe naquela hora difícil de parto gemelar, quando houve até promessa para São Raimundo Nonato, protetor das parturientes. Essa era Maria Luiza, líder, dinâmica, dedicada, lutando contra os demônios da caxumba, da coqueluche, do sarampo, da catapora, das verminoses. Qualquer tosse persistente, diarréia e outro sintoma que merecesse cuidado, Dona Luiza era acionada e, no seu cavalo baio encerado com nome de “Tira Gosto”, num piscar de olho, estava junto do paciente. Cuidando da família, da igreja, e da política, enfim, da comunidade. Niquinho Miranda era pacífico, mas tinha o genro Pedro Ivo de Miranda e a nora Maria Luiza, ambos disputavam a liderança e, não raras vezes, batiam de frente. A comunidade tremia porque eram dois lutadores de muita garra, mas ambos se respeitavam e tudo acabava em paz. São lideranças do passado, no presente há, em Gouveia, três lideranças trabalhando com assistência social, que merecem destaque: Adauto, com estudantes carentes; Amauri com estudantes portadoras de deficiência mental e Marambaia, com idosos. Sugiro que leiam artigo de minha autoria sobre as três personalidades. Merece leitura, com atenção, o Relatório de Atividades da Afago apresentado à Assembléia Geral reunida em março. O relatório traduz o esforço de um grupo de associados que se dedica com muita garra para garantir a consolidação do sonho de Doutor Waldir de Almeida Ribas.

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BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI-AÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA -

ANO V N° 02 -MARÇO- ABRIL 2012

EditorialRaimundo Nonato de Miranda Chaves

O Boletim Informativo da AFAGO continua evoluindo, sempre,em busca do melhor. Nesta edição há muita matéria que deveser observada com o costumeiro interesse do leitor. Meusentimento de avô me leva a comentar, de inicio, a mensagemde Carolina que, na ingenuidade dos seus sete anos, nos ensina:para ser feliz basta o essencial; existe força mesmo nafragilidade: “A Florzinha” tem apenas uma cor e o caule épequeno, mas é feliz porque tem raiz. No Boletim há, também,poema de gente grande. E, que poema! Elza Pinto Alemão,poeta premiada, pede ajuda a Antônio de Castro Alves, ele quefoi o arauto da luta contra a escravidão, falando diretamentecom Deus. Elza pede ajuda, repito, para que o mensageiro falecom o Senhor que a escravidão continua. O demônio tem muitasfaces, a escravidão restrita à raça negra, agora, transmudadaem droga, violência, corrupção, pobreza, analfabetismo ... atingea todas as raças. Nesta mesma linha, o artigo “A Ressurreiçãoda Velhinha” de Adilson, no qual ele, Adilson, do alto da suaexperiência se mostra desiludido frente ao demônio daCorrupção e da Desonestidade; seguindo na linha do sábio RuiBarbosa que falava na vergonha de ser honesto. Entenda amensagem pessimista de Adilson como um alerta. Não se deveentregar a rapadura. Tem que se ir à luta. Neste ano realizar-se-ão eleições municipais. Vote em gente sangue bom.Eu tenho estimulado gouveianos competentes a escrever parao Boletim e, assim, incrementar o corpo de redatores. O Boletim,então, não ficaria com a cara de José Moreira – como alguémjá ironizou – , Nada contra a cara de Moreira, qualquer jornalneste nosso pais teria orgulho de ter esta cara de competência,sabedoria e dedicação. Maior do que a cara de Moreira só acara de todos os gouveianos agindo em conjunto. A sementelançada na comunidade gouveiana, de reconhecida cultura,germinou e está crescendo. Nesta edição, Ivete escreve sobreseu pai Francisco Xavier de Oliveira, o Chiquinho de Nelo eDiva Maria, sobre sua mãe Maria Luiza Ferreira de Miranda.É isto aí! Vamos registrar a história de gouveianos lutadores dopassado e do presente. Eu conheci a ambos e dou meudepoimento. Chiquinho, empreendedor dinâmico e corajoso,lembro-me de diversos encontros com ele, mas quero me referiespecialmente à luta com sua frota de caminhões nas estradas,melhor, nos atoleiros. Solo argiloso, com umidade torna-se umvisgo. Caminhão atola até no eixo. Presenciei, no córrego deCamilinho, carreiros de meu pai atrelarem dezesseis bois, parapuxar cada caminhão – a frota era de quatro a cinco – eraadmirável ver aquele conjunto de animais agindo como umcorpo, todos tracionando num esforço simultâneo, em respostaà ordem de comando. Devo esclarecer que bem próximo, coisade 400 a 500 metros, há descida muito íngreme e, ali, antes deiniciar a descida, estava um caminhão parado impedindo a

passagem. Chiquinho, ele mesmo guiando seu caminhão,salta e dialoga com o motorista:— Por que você está parado e impedindo minha passagem?— Seu Chiquinho, o caminhão não tem freio!— Por que não tem freio?— O burrinho de freio está sem fluido!— Ponha água!O motorista, pouca prática, cometeu a ironia de rir dasugestão de Chiquinho, que, agora, com raiva falou, numtom que não admitia dúvidas.— Menino, olha aqui seu m... eu nasci os dentes dentro deum caminhão. Ponha água e tira este embaraço da minhafrente.Com o burrinho cheio de água restabeleceram-se ascondições de frenagem.A respeito de Maria Luiza, lembro-me do dia que ela mefalou: Você comemora seu aniversário no dia 20 de maio,mas você nasceu na madrugada do dia 21. Sua irmã nasceuantes de meia noite. Estou seguro que Maria Luiza assistiue ajudou minha mãe naquela hora difícil de parto gemelar,quando houve até promessa para São Raimundo Nonato,protetor das parturientes. Essa era Maria Luiza, líder,dinâmica, dedicada, lutando contra os demônios da caxumba,da coqueluche, do sarampo, da catapora, das verminoses.Qualquer tosse persistente, diarréia e outro sintoma quemerecesse cuidado, Dona Luiza era acionada e, no seu cavalobaio encerado com nome de “Tira Gosto”, num piscar deolho, estava junto do paciente. Cuidando da família, da igreja,e da política, enfim, da comunidade. Niquinho Miranda erapacífico, mas tinha o genro Pedro Ivo de Miranda e a noraMaria Luiza, ambos disputavam a liderança e, não rarasvezes, batiam de frente. A comunidade tremia porque eramdois lutadores de muita garra, mas ambos se respeitavam etudo acabava em paz.São lideranças do passado, no presente há, em Gouveia,três lideranças trabalhando com assistência social, quemerecem destaque: Adauto, com estudantes carentes;Amauri com estudantes portadoras de deficiência mental eMarambaia, com idosos. Sugiro que leiam artigo de minhaautoria sobre as três personalidades.Merece leitura, com atenção, o Relatório de Atividades daAfago apresentado à Assembléia Geral reunida em março.O relatório traduz o esforço de um grupo de associados quese dedica com muita garra para garantir a consolidação dosonho de Doutor Waldir de Almeida Ribas.

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Boletim Informativo da AFAGO página 2

Notícias & comentáriosSíntese das principais mensagens postadas no sítio WWW.afagouveia.org.br

WWW.afagouveia.org.br está como novo visual:Vejam imagens flutuantes:

Acesso ao Portal GouveiaAcesso ao Caminhos da SerraMostra de ArtesanatoRevitalização da Praça Pe. José MachadoPonte Córrego CedroElza P. Alemão, poeta premiadaAPAE de Gouveia Comissão Mineira de Folclore

Principais assuntos abordados emmensagens

Quem é insubstituível?25/02 Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGAuxiliadora, a máxima de que ninguém é insubstituível soa falsatanto quanto a outra de que “manda quem pode e obedece quemtem juízo”. A substituição às vezes se dá em qualidades pessoaismuito aquém do substituído. O espaço, a vaga, são ocupadosmuitas vezes para que não esqueçamos, jamais, o anterior. Eu tiveuma vida profissional ativa de quarenta e oito anos e em váriasoportunidades me contrapus a determinações que nãocoadunavam com o meu pensamento e modo de ser. Algumasvezes, poucas, engoli sapo, mas na maioria delas cuspi o indigestoe sempre me dei bem. Sempre afirmei em palavras para estagiáriose jovens executivos que “manda quem pode e obedece quem nãotem argumentação”.

Comentários de25/02 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo26/02 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas - MG.

Substituição e Posse

27/02 - Guido Araujo - Belo HorizonteEstou gostando do debate sobre ser alguém “substituível” ou“insubstituível”, postado pelo levantador de lebre e Diretor daAfago, Adilson Nascimento. Como disse a Professora Ma.Auxiliadora “o bom do debate reside aí: não só na afinidade deideias, mas, mormente no fato da contestação”. É isto: uns afirmam,outros contestam, e o resultado é sempre positivo para os leitores.E foi seguindo o desenrolar da querela que me dei com os costadosna mensagem do Professor Raimundo Nonato, comunicando aeleição do nosso conterrâneo Dr. José Moreira de Souza para apresidência da Comissão Mineira de Folclore, em assembleia geralordinária da Instituição, dia 25/02/12, na Sala Doutor Waldir deAlmeida Ribas - sede da Afago. A posse será dia 05/03, no Paláciodas Artes, com presença de autoridades do mundo político ecultural mineiro. Deixo ao Professor Moreira meu abraço feliz eorgulhoso de conterrâneo e votos do maior sucesso no períodode sua presidência, de 2012 a 2014. A Comissão Mineira de Folcloreabriga os expoentes dos estudiosos do folclore no Estado. Aela pertenceu o Professor Ayres da Mata Machado,diamantinense que prestou grandes serviços à Culturamineira. Sob a batuta do Professor José Moreira volta a

Comissão a trabalhar e produzir frutos, para orgulho de Gouveia ebenefício do Estado de Minas Gerais. Onde entra o debate? Digoaos gouveianos todos e a Adilson, Auxiliadora e aos debatedoresque a presença nossa no Palácio das Artes, dia 05/03/12, às 20horas, é “insubstituível”

Comentários de27/02/Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo05/03 - Erildo Antônio Nascimento de Jesus - DiamantinaHoje a AFAGO resgata a Comissão Mineira de Folclore. MinasGerais deve principalmente a AFAGO esta inegável conquista..Abraços Erildo Nascimento de Jesus06/03 - José Moreira de Souza - Belo Horizonte06/03 - Adilson do Nascimento -Belo Horizonte - MG06/03 - Gilberto Francisco de Almeida ### Belo Horizonte06/03 - João De Jesus Saraiva - Contagem06/03 -Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas- Mg.20/03 - Frei Flávio Silva Vieira - OFM Divinópolis -MG

Autossuficiência28/02 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGParece-me que foi em julho de 2004 quando eu estava formando umgrupo de executivos, do banco em que eu trabalhava, para fazeruma espécie de MBA em gestão de negócios, em parceria com oIBMEC, uma entidade pertencente à Universidade Federal do Riode Janeiro, e um diretor do banco graduado em administração deempresas, com mais de vinte anos de experiência profissional medisse que não se inscreveria, uma vez que não teria mais o queacrescentar ao seu vasto currículo profissional. Naquele momentoeu, embora estarrecido, lhe disse que ele estava confirmando amáxima de que “ninguém é tão autossuficiente que não tenha oque aprender, nem tão ignorante que não possa ensinar”. Como otreinamento seria pago pelo banco e totalmente voltado pararecebíveis, crédito e agronegócio, suas atividades específicas e,portanto, compulsório, eu não poderia deixá-lo de fora e o inscrevi.Moral da história: ele foi dos mais participativos, inclusive fazendoinúmeros questionamentos sobre temas de aplicação prática e queele desconhecia. Alguém quer contestar a máxima acima?Comentários de28/02 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo

Mensagem Especial para Adilson:28/02 - Otomano Menezes - Belo HorizonteMeu prezadíssimo orientador e guru Dr. Adilson do Nascimento,tenho acompanhado aqui neste site as suas mensagens de cunhopedagógico, inclusive sobre finanças públicas (dívida interna eexterna) que o senhor declara desconhecer. Imaginem seconhecesse. Qual a razão pela qual o senhor não aceita fazer partedo corpo de orientadores da Newton, da PUC e da Estácio, onde osenhor já fez palestras, e compartilhar esse vasto rol (gostou dorol?) de conhecimentos adquiridos no campo do direito e daadministração? Lembra que o senhor dizia que o conhecimentonão deve ser individual e sim institucional? Eu até voltaria aosbancos escolares para ouvir o senhor falar sobre as diferenças esimilitudes de uma gestão voltada para o relacionamento emconfronto com outra voltada unicamente para resultadoComentários de28/02/2012 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas- MG.

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Boletim Informativo da AFAGO página 3

Notícias & comentários

Dia da Mulher07/03 - Nilson Pereira Machado - Cidade dos Lagos Encantados-MG.Estamos em plena era da comunicação em massa, e no país queacaba de conquistar a posição de sexta economia do mundo, nestemomento o congresso acaba de aprovar e a Presidenta, sancionauma lei que obriga patrões e empregadores a não diferenciar salário,simplesmente por causa do sexo, ou seja a mulher ocupando cargosemelhante ,tem direito ao mesmo salário que um homem, naquelaposição.Vergonhoso do ponto de vista cultural. É vergonhoso umpaís que é mais um emaranhado de leis, criada para justificar oparaíso que se tornou o congresso nacional, pois o Senado já o édesde os tempos de Darci Ribeiro, que ao tomar posse, disse emalto e bom tom: “ Acabo de entrar no paraíso sem morrer” Por quea humanidade, é tão frágil do ponto de vista de igualdade, decondições, de opção sexual, de sexo, de cor, de grau de instrução,por que a riqueza do mundo é tão mal distribuída,por que ainda háfome e miséria, por não surge mais os ídolos sonhadores comigualdade, por tantas religiões, seitas, crenças se o homem mais seafasta do essencial, “Amar o próximo como a ti mesmo”. É tãosimples, e tão complexo.Eu me perco nas perguntas. Por que criaro dia Internacional da mulher, se todos os dias é o dia da mulher,essa mártir, pisoteada, triturada, e tão esquecida pelos homens.Por que Lei para proteger especificamente a mulher, que nãoprotege nada, bastava apenas que a justiça fosse ágil, e segura,que os agentes do judiciários,não aceitassem tantas aberrações,alegando que está dentro da lei. A Lei existe é para fazer valerações corretivas aos infratores, no entanto, o que se vê é umcomércio desenfreado, onde os recursos legais, coincidem com osrecursos financeiros do infrator. Meu Deus, quando não teremosque marcar uma data para comemorar, o dia dos pais, o dia dasmães, dos professores, o dia dos...dos... dos... Pra que se todos osdias, é um dia para respeitar, e nada melhor que o respeito parahomenagear, mas a sociedade assim determina e quer, com fundocomercial e nuances. Mas, em sendo assim só me resta abraçar amultidão e caminhar nas primeiras filas e comemorar o Dia daMulher, A minha Mãe, a Minha Esposa e todas as mulheres domundo e especificamente as mulheres gouveiana, desejos-lhesdias melhores, dias de respeitos, dias de compreensão ereconhecimento,que a salvação do mundo está nas mãos damulher.

Comentários de08 e 12/03 - Guido Araujo - Belo Horizonte08/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG

Equiparação salarial09/03- Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG

Essa história de equiparação salarial entre homens e mulheres por

meio de Medida Provisória soa para mim tão falsa quanto uma

nota de três reais. No Brasil as leis são feitas em sua maioria para

serem descumpridas. A Bíblia do direito do trabalho, no Brasil,

chama-se CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – criada pelo

então presidente Getúlio Vargas, através do Decreto Lei n. 5.452,

de 1º. de maio de 1943. Naquele instrumento legal, em seu artigo

461, atualmente com redação dada pela Lei n. 1.723, de 8 de

novembro de 1952, vamos encontrar a seguinte redação: “sendo

idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao

mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá salário

igual, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade”. & 1º. –

“trabalho de igual valor, para fins deste Capítulo, será o que for

feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica,

entre pessoas cuja diferença de tempo de serviços não seja

superior a 2 (dois) anos”. Ora, presentes os pressupostos da Lei

torna-se um direito a igualdade dos salários. Isso, hoje, é muito

bem administrado pelos sindicatos das categorias profissionais

quando estabelecem nas convenções coletivas (entre os

sindicatos profissionais e os sindicatos patronais) ou pelos

acordos coletivos (entre o sindicato profissional e a empresa), os

pisos salariais e suas implicações, quando, na hipótese de não

terem suas reivindicações acatadas, acionam o Ministério do

Trabalho, na via administrativa ou a Justiça do Trabalho, na via

judicial. Empresas com várias filiais em vários Estados da

Federação têm às vezes que responder por ações na justiça

reivindicando equiparações, por exemplo, de uma operadora de

máquinas que trabalha em Maceió com um paradigma que prestaserviço em São Paulo. Essa ação a empresa só perderá se o seuadvogado tiver frequentado a faculdade apenas para namorar ecomer a merenda. No entanto se os dois empregados prestaremseus serviços, por exemplo, em Contagem, a ação não passará donível administrativo do sindicato e, na hipótese de que sejadescumprida, não passará da primeira instância do judiciário.Portanto, não vejo qualquer objetividade na Medida Provisóriaque está sendo proposta, para fazer foguetório no dia de ontem eque hoje já foi retirada da pauta do Senado. Ainda bem!Comentário de09/03 - José Moreira de Souza - Belo Horizonte09/03 - Adilson do Nascimento Belo Horizonte - MG

Reunião ordinária da assembleiageral da AFAGO

09/03- Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGO Presidente da AFAGO – Associação dos Filhos e Amigos deGouveia – está convidando os gouveanos, associados ou não,residentes em Belo Horizonte, Gouveia, Sete Lagoas, Curvelo,Grande BH, Tóquio, Londres, Nova York, Catar etc. para doisgrandes eventos da associação: 1) reunião ordinária da assembleiageral, por exigência do Estatuto Social; 2) reunião decongraçamento de gouveanos, por direito de nascença ou deafeição. Ambas serão realizadas no próximo dia 17 de março(sábado) , a partir de 16 horas, no Restaurante PizzabaR que ficana Avenida do Contorno, 1.636 – Floresta (próximo à Igreja). Aassembleia geral deverá apreciar o relatório da diretoria e aprestação de contas do exercício de 2011, além de opinar sobre oprograma de trabalho da associação para o ano de 2012. O conviteestá sendo enviado por email e pela via postal. Provavelmente eleo confirmará aqui neste espaço, mas estou alertando,principalmente aos meus seguidores, para que sejam meusmultiplicadores, de forma que tenhamos uma reunião bastanteconcorrida e, sobremaneira, florida com a presença do público

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Boletim Informativo da AFAGO página 4

Notícias & comentários

feminino. Para aqueles que desejarem permanecer no local após oencerramento do encontro, a partir de 19 horas haverá uma “roda desamba”. As reuniões da AFAGO são uma ótima oportunidade de reveramigos e conterrâneos e aqueles que não estão presentes acabam setornando o “assunto” dos comentários

Fábrica São Roberto Aguinaldo Diniz Filho (irmão doAntonino), vem reclamando com governo federal adesoneração da folha de pagamento, mas a “garganta” dogoverno central é muito profunda e, mesmo perdendo receitacom a redução da produção, prefere manter as altas taxasde impostos. A balança comercial do segmento têxtil, em2011, apresentou um déficit da ordem de quatro bilhões eoitocentos milhões de dólares. Bom, mas isso não é assuntopara nós. Nosso assunto é “Gouveia Remember”. Fico felizpelas manifestações de apoio que tenho recebido para queo médico Pérsio Monteiro Prado seja homenageado pelaAfago. Não concordo quando você diz que NÃO faz parteda AFAGO. Claro que faz! Você apenas AINDA não é sócia.Mas para fazer parte da AFAGO são necessários doisrequisitos: ser FILHO da terra, ou ser AMIGO dela. Os doisvocê possui.

Homenagens

11/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG21 de abril está chegando e certamente iremos presenciar aAssembleia Legislativa do Estado concedendo a Medalhada Inconfidência a prefeitos cujo “mérito” foi distribuirmerenda às escolas municipais, utilizando verba federal.Essa história de concessão de Honra ao Mérito deveria sertão rigorosa que o agraciado ao recebê-la se sentiria“honrado” e não “envergonhado”. Entendo ser uma faltade propósito designar um orador para saudar ohomenageado e esse não ter o quer dizer que não sejaatributos pessoais do tipo honesto, trabalhador, bom filho,bom pai e por ai afora. Se você perguntar: me diz um “troço”desse “cara” ai, haverá um silêncio constrangedor. Existena AFAGO um projeto corrente, de autoria do Diretor SocialGeraldo Augusto Silva (Dingo de Vavá de Ozório), parahomenagear gouveanos – natos ou adotados – que tenhamcontribuído decisivamente para o progresso e odesenvolvimento do município e da sua gente. Gostaria desugerir publicamente o nome de um gouveano, por adoção,de nome PÉRSIO MONTEIRO PRADO. Ai alguém me dirá:qual foi a obra desse “cara” para o progresso do município?A pergunta certamente virá no sentido de quais as escolasele criou? Quais as indústrias ele implantou? Quais ruas ouavenidas ele abriu? Quantas praças criou? Construiupontes, praça de esporte, rede de água e esgoto, calçamentopoliédrico? E eu: diria: não! Mas salvou vidas! Inúmeras!De crianças e de adultos! Batalhou sempre por uma melhorcondição de vida da população. Reclamava com veemênciade córregos de água potável que corriam a céu aberto,cobrando dos prefeitos a sua canalização. Brigoubravamente pela construção de rede de esgoto. Nessemundo mercantilizado visitava enfermos na zona ruralusando seu próprio meio de transporte e nada recebia. Davaconsultas grátis e fornecia medicamentos aos necessitadosque batiam à sua porta e sabidamente não tinham condiçõesde arcar com os custos. Trabalhava sem contar com ummínimo de condições técnicas para o exercício da profissão,tendo, quando da realização de cirurgias, como assistentee instrumentadora uma enfermeira e como anestesista um

São Roberto09/03. - Elizabete Guimarães - Carmo do Rio Claro-Minas GeraisTenho seguido vocês no Afagouveia. apenas lendo as trocas demensagens. E tem me dado muita saudades da nossa terra, como a genteera feliz, mas achava muito pouco.Talvez nem se lembre de mim, mas melembro, de muita gente boa, e as ruins tento esquecer. Queria participar dapróxima reunião, mas infelizmente estou bem longe. Tenho em B.H. nacasa do meu pai fotos antigas. Banda de música, onde meu pai tocavaclarinete, casamento na roça em São Roberto, time de futebol dos anos50,etc. e gostaria de compartilhar com vocês. Gostaria de saber se possoenvia-las, e como proceder. Gostaria de receber noticias e trocar mensagenscom gouveianos e amigos de Gouveia, principalmente de São Roberto.Temos muita coisa boa a ser lembrada.

Comentários de09/03 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas MG.09/03 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves - Belo Horizonte10/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG10/03 - João De Jesus Saraiva - Contagem17/03 - Fabio Alves Pinto - Itauna - MG17/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG17/03 - Guido Araujo - Belo Horizonte17/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG17/03 - Nilson Pereira Machado. - Sete Lagoas-MG.19/03 - Afranio Gomes Paulino de Miranda - Gouveia-MG20/03 - Guido Araujo - Belo Horizonte20/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG

Cultura em São Roberto17/03 - Elizabete Guimarães - Carmo do Rio Claro-Minas GeraisAdilson do Nascimento, tenho lembrado de vários fatos ocorridos emSão Roberto: Grupo de teatro dirigido por Eloi Vieira, ¨BODAS DESANGUE¨voce fazia o papel principal, era o noivo, eu era sua mãe,TiãoGouveia era o mordomo, Aparecida a noiva, José Vieira etc...Acho muitogratificante ter tantas coisas simples para serem relembradas, valeu apena

18/03 - Adilson do Nascimento Belo Horizonte - MGBetinha, não faz mal que seja em doses homeopáticas; o importante é sefazer presente. Veja bem, você relembra fatos e pessoas marcantes de umaera de ouro de uma vila que tinha vida própria em todos os sentidos.Faltava em São Roberto apenas um colégio. Se tivesse, nós nem iríamos àcidade. Lembra de quando encenamos “O Auto da Compadecida”? Tambémlevamos uma peça de minha autoria que eu depois que mudei para Ipatingae BH acabei perdendo os originais. Recordo que tinha você, ToninhoAmorim, Jovita etc. A fábrica vem passando por sucessivas crises e hojenão é mais aquele portento econômico dos nossos tempos, mas tem lutadopara sobreviver. A indústria têxtil, de uma maneira geral, sofre diretamentea influência da globalização, principalmente com a importação de tecidose roupas do mercado asiático. A ABIT – Associação Brasileira da IndústriaTêxtil e de Confecção – que é presidida pelo meu amigo e ex-estagiário da

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Notícias & comentáriosfarmacêutico. Foi médico da fábrica, do posto, do hospital e doINSS, tirando desses salários o sustento da sua família. Em suaclínica particular não exercia a medicina. Ali ele exercia o sacerdócio.Atualmente as suas atividades, em razão das suas fragilidadesfísicas (uma pena) estão bastante reduzidas, mas fico imaginandoos mais novos sempre querendo saber dele: como? Por quê?Quando? Assim como prefeitos não gostam de construir esgotosque ficam embaixo da terra e ninguém vê, a sua obra do ponto devista físico é invisível, mas para sermos justos teremos queenxergar além do visível, do palpável. Pérsio, com certeza, poderáser inscrito no Livro de Ouro do município, com toda JUSTIÇA

Comentários de11/03 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas. MG

Gouveano e Gouveiano

12/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGEu venho postando minhas mensagens neste espaço sempre coma intenção de estar provocando a sensibilidade das pessoas parase associarem ou discordarem delas. Tem dado certo. Porém asdiscussões ficam restritas a uma meia dúzia de gouveanos – Zé deFlora, eu continuo escrevendo gouveano, sem o “i” de Gouveia,em razão de uma lei da câmara municipal (que não é de minhaautoria) que estabeleceu essa grafia e que se não é conhecida,também não foi revogada – No íntimo eu gostaria que esse lequefosse ampliado com outros internautas, da própria cidade – quecontassem histórias da terra – e de outras paragens, até mesmo defora do país que pudessem contar suas peripécias de conviveremcom outras culturas e outras formas de vida. Um, em especial, queiria ilustrar “ao vivo e a cores” este espaço seria HAROLDOANTÔNIO RIBAS, cirurgião dentista, filho de João Ribas e deDona Vitalina. Dias atrás eu estava em dúvida se o nome Camilinhoera assim ou seria Camelinho. Ai ele me garantiu que era com “i”de CAMILO, um personagem folclórico (olha ai Zé de Flora)existente na comunidade em tempos idos. A cada encontro comHaroldo eu me surpreendo com os seus vastos conhecimentos danossa etnologia, buscando laços familiares desde os nossosantepassados de Portugal, até os dias de hoje. Ele conhece todasas famílias de Gouveia e suas ramificações. Haroldo descobrefatos de uma profundidade impressionante como a história dafamília PENNA que de tanto ter o nome escrito à mão com as letrasmais variadas passou a ser conhecida como família LIMA.

Especial14/03 - Nilson Pereira Machado - Cidade dos LagosEncantados- MG.

Pé de briga. Você em pé de guerra,Chama-me de pé de chumbo.Olhando os seus pés de galinha, Retruco, dizendo que sou o pé de boi.Você contra argumenta: que sou pé de valsa. Resignado mas,em pé de igualdade.Aceito no pé do ouvido que eu seja,Um pé de cana,ou um pé de chinelo.

E que mereço um pé na bunda,Mas, cuidado, sou um pé de vento Competente com pé na tábua,E possuindo um pé de Coelho.Posso no instante colocá-la no pé da página, Mas, doce, sou um pé de moleque.Não tenho pé chato,não tenho pé torto. De posse de um pé de cabraE ainda com um pé de pato, Vou esperar o pé d’água junto. Com o pé de vento, passar,E levá-la para o pé de serra. E com o pé nas costas,Sem pé de atleta. Serei o seu pé de apoio. Ou então, o seu pé de valsa.E neste pé de briga,fique com um pé atrás.Pois faremos na cama alguns “pezinhos”.Antes que eu pegueo meu pé de borracha.E coloque o pé na estrada,Pois não sou um pé de lã.Sou mesmo é um pé de botas. Noslin Arierep Odacham, 13/03/12.Olá Adilson, para seu dicionário estou completando ou melhor“brincando com as expressões” que você postou , quando seu netoo perguntou “ se pé serve apenas para chutar bola”, vê se vocêgosta da brincadeira, dá o “feed back “ meu passatempo é escrever.E mais para aumentar sua coleção” pé de lã” se diz que é aquele quecomete adultério assim como no sul “ pé de bota “ designa soldado.EM TEMPO Noslin Arierep Odacham é o anagrama de Nilson PereiraMachado

Piadinhas do Adilson do Nascimento

16/03 -A professora sempre orientava os seus alunos do primeiroano fundamental para que eles ficassem longe do álcool, do fumo edos jogos de azar. Certo dia, em uma enquete, ela perguntou para oArthur: - depois do número quatro qual o quem vem? – Cinco. – Edepois do cinco? – Seis. – E depois do seis? – Sete. – Muito bemArthur, nota dez. Ai perguntou para o Lucas: - depois do número setequal o que vem? – Oito. – E depois do oito? – Nove. – E depois donove? – Dez. – Muito bem Lucas, nota dez. Chegou, então, a vez doJoãozinho e ela perguntou: Depois do número dez qual o que vem? OJoãozinho (que não é Saraiva) pensou... pensou... e respondeu: -depois do dez vem o ... VALETE!

16/03 - Em uma cidadezinha do interior (cidadezinha não é Gouveia)um sapateiro comentava com o seu vizinho: - acabei de vender umpar de botinas para o Bastião e ele vai me pagar no próximo mês. Ovizinho, assustado, lhe falou: - você ficou maluco? O Bastião nãopaga suas contas, nem morto. O sapateiro, então, rindo da sua“esperteza”, disse: - não faz mal, eu vendi para ele pelo dobro dopreço.

22/03 - Zezinho chegou da escola chorando e dizendo para a mãe queos seus colegas o haviam apelidado de “CABEÇÃO”. A mãe, muito

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Notícias & comentárioscarinhosa, mostrou a ele que aquilo era inveja dos colegas, por ele serbonito e bom de bola, portanto, com um futuro brilhante pela frente. Emseguida pediu ao Zezinho que fosse ao Sacolão, da esquina, e comprasse4 cocos e 2 abóboras. Zezinho, imaginando o tamanho da compra,perguntou se poderia levar o carrinho, no que sua mãe lhe disse – não,meu filho, você consegue trazer tudo no seu “bonezinho”

22/03 - Certa noite eu jantava em um restaurante – não sei se foi emCampo Grande, Mato Grosso do Sul, ou foi em Cuiabá –, quando umgarçom perguntou-me de onde eu era. Eu disse a ele que era de MinasGerais. Ele, então, não contente com a resposta perguntou-me ainda: -de qual cidade? E eu imaginando facilitar para que ele identificasse aminha origem disse-lhe: de Diamantina, terra de JK. Ele, para minhasurpresa, disse-me meio decepcionado: - eu também sou mineiro, deIpatinga. Diamantina eu não conheço, mas já estive ali perto, emGOUVEIA, quando lá havia uma festa espetacular que eles chamavamde “Festa do Alho”. Ainda bem que o gerente do banco, que jantavacomigo, não percebeu o meu constrangimento.

23/03 Elizabete Guimarães - Carmo do Rio Claro-Minas GeraisAdilson, aconteceu comigo uma história igual a sua ano passado, sóque eu estava mais longe MANAUS. Estava no supermercado na filado caixa e comparava com minha amiga que é amazonense, as diferençasculturais entre Minas e Amazonas Um Sr. logo atrás na fila me perguntou.-Você é mineira? de que cidade?.Para economizar explicações disse queera de Diamantina, e ele respondeu- Sou de Uberaba, então você conheceGOUVEIA? DATAS? E eu respondi meia constrangida: a verdade nasciem uma Vila Chamada SÃO ROBERTO. E ele respondeu, tem uma fábricade tecidos. Então explicou que era vendedor e quando visitava cidadeslá perto tinha preferência pelo hotel de Osvaldo Patrício.Jurei nuncamais renegar nossa GOUVEIA. E faço questão de dizer SÃO ROBERTO.Eu moro no sul de Minas e alguns fazendeiros que conheci aqui, referea Gouveia como ¨CAPITAL DO ALHO¨e me perguntam porque não émais. Mas não sei responder, Você sabe o por que?

18/03 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro Curvelo

HOMENAGEM! É hábito meu contemplar o firmamento. Foi entãoque da janela do apartamento, quis com as estrelas dialogar. Porém, océu belorizontino se vestiu totalmente de negro e fugidias, as estrelasnão povoaram com o seu brilho o espaço sideral. Insone, no leito arolar, me pus a declamar o poema de Olavo Bilac, a seguir: “Ora direis,ouvir estrelas... Certo! Perdestes o senso! Eu vos direi, no entanto,Que para ouvi-las, Muitas vezes desperto E me debruço à janela, Mudode espanto!” ( Perdoe-me, Olavo Bilac, quaisquer incorreções de minhaparte e as tribute ao horário(madrugada) e à falha de memória)! Hoje sevocê, Bilac, aqui estivesse, contar-lhe-ia que apesar das nuvensespessas e sombrias da noite, pude sim ver, ouvir e tocar uma estrela.-Loucura? -Não! Em perfeita sanidade mental, explicar-lhe-ia que setrata de uma estrela diferente. Esta estrela, neste momento dormeplacidamente a meu lado e como as outras emite luz, fazendo-o atravésdo brilhantismo de seu QI, da determinação de seu caráter e do carismade seu ser. Bebê recém-nascido aos 47 anos de idade, estou a embalá-lo com canções e preces de agradecimento a Deus pela dádiva de seurenascer, já que salvo pela fé no Senhor da Vida e pela competência ededicação de uma equipe médica. Estrela de primeira grandeza,bravamente lutou pela vida e numa volta inédita e surpreendente, chegavencedor a se inserir forte e orgulhoso no Universo de Amor doscorações paternos, dos quais ele jamais sairia. Num passe de mágica,valente e carinhoso, ele volta para afagar o coração materno que sempreacreditou na vitória de sua luta. A minha estrela está aqui, bem juntinho

de mim, a me acarinhar os momentos, incentivando-me sempre.É você, meu filho, Wilson Júnior, dos meus três humanos astros,a minha primeira estrela cadente. Veja a vida lá fora. Ouça odoce gorjear dos pássaros. Sinta a brisa a lhe afagar o rosto.Contemple o astro-rei que, rasgando o horizonte, pinta depúrpura o azul-anil do céu. Novo dia renasce. E... Com o dia,para júbilo de seus pais, familiares e amigos, você renascetambém. Que Deus seja louvado agora e sempre!

Casos acontecidos: Superstição eassombrações

13/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGJoãozinho, eu não ligo para superstição. Tanto que já comi(literalmente) gato preto; passo por debaixo de escada e ponhoqualquer pé no batente da porta da rua. Mas, já vivi situaçõesbastante inusitadas com relação a isso. Certa feita eu ia viajarcom um colega, que pela primeira vez iria andar de avião.Quando chegamos em Confins o “marmanjo” descobriu queera sexta-feira 13 e “amarelou” com medo de o avião cair e eleir encontrar São Pedro antes da hora. Eu fui só. Ao chegar aSão Paulo fui informado que o meu amigo havia saído doaeroporto e ficado ali na beira da estrada que vem de BeloHorizonte e quando o “nosso” avião passou acima de suacabeça ele foi andando de costas admirando o fundo daquele“pássaro de fero” e sem perceber entrou na pista de rolamentosendo apanhado por um carro em alta velocidade, morrendono local.

13/04 - Guido Araujo - Belo HorizonteSuperstição todo mundo tem, creio eu. Certos atos sãosuperstição para uns e não são para outros. Caveira de boiespetada nos mourões de cerca ou de curral, ferraduras evassouras atrás das portas, pé de coelho, não andar de costa,benzer-se ao entrar em campo de futebol ou outros lugares, lerhoróscopo, etc., tudo isso muita gente faz sem sentir. Quandopegos, dizem “no creo en brujas, mas que las hay, las hay”. Onoivo de uma amiga minha, não andava de ônibus dia nenhum.Perto de se aposentar e de casar, por insistência da noiva, foide Diamantina a Belo Horizonte, de onde iria com ela conhecero mar numas férias em Guarapari. Até Belo Horizonte, suaprimeira viagem de ônibus deu muito certo. Mas a ida paraGuarapari acabou para os dois no viaduto das almas. Foi azar?Força do pensamento? Uns casos assim reforçam a superstiçãopopular. Se há uma pessoa supersticiosa, esta é o garimpeiro.Sorte é sonhar com merda, com criança, com moça bonita.Azar é sonhar com gato preto, urubu e padre. Conheci umgarimpeiro que, no dia da apuração, saia de casa mais tarde,com algodão no ouvido e roupa limpa. Sexta feira 13 é umadata em que o azar sai do controle do supersticioso. Daí omedo maior.

15/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGVou fazer aqui um desafio aos poetas, mensageiros, colunistas,romancistas e curiosos gouveanos, mineiros e de além marespara escreverem sobre vivência ou experiência com fantasmae começo dando o meu testemunho: certa noite descia eu deGouveia para São Roberto, como sempre a pé, e lá do alto daSerrinha eu vislumbrei, ali naquela pedra, do “curtume”, queservia de descanso para caixões de defunto, uma “alma

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penada” totalmente coberta com um lençol branco e segurandouma vela acesa, na altura do peito. A minha primeira reação foivoltar, mas daí eu me perguntei: vou voltar e fazer o que?Depois eu não acredito em assombração e se por acaso forum, vai ser uma experiência única. Prossegui no meu caminhoe ao chegar bem perto eu, que havia adquirido um revólverINA 32 do Natalino, de Louro Pereira, saquei o “berro” e gritei:vou botar uma “azeitona” bem no meio dessa sua careca. Ai aassombração deu um pulo e descobrindo-se foi dizendo: - queé isso “minino” sou eu Expedito (de Paula); eu estava tentandodar um susto no Joãozinho Paneleiro e não esperava que vocêviesse primeiro. Nós dois descemos juntos o resto do caminhoe assombração para mim é isto; se você averiguar encontraráuma solução real para o “fantasma”..

15/04 - Guido Araujo - Belo HorizonteAdilson, já que você contou sua história de assombração,também vou contar a minha. Umas duas vezes por ano eu ia aGouveia com minha familia para as cerimônias da Semana Aantaou Festa do Divino. Numa destas vezes, eu descia a estradapara São Roberto, e cortei um atalho descendo a Serrinha. Aoatingir a estrada novamente, perto do “Curtume”, vi assentadana mesma pedra, que agora sei que era descanso de defunto,outra alma penada. Ao aproximar-me, vi que era uma mulher,nua, de bikini, descalça. “Gente!!” pensei, “esta deve ser dapá virada. Deve estar fugindo da eternidade com muita pressa,pois esqueceu até de pegar os chinelos”. Comecei a meapavorar e arrepiar, quando atinei que ela estava sem a cabeça.“Perdeu a cabeça também”, pensei. Como não sou medroso,continuei andando. Num piscar de olhos, o lençol voou para omeio da estrada, por onde eu ia passar. Aí, eu gritei: “que queé isto, alma penada!!” Acho que assustei a alma, pois o lençolvirou uma bola de neve e a mulher se levantou e deslizou paradentro dela. Só sei que a bola foi rolando na minha frenteestrada abaixo. Apertei o passo e a bola se apressava também.Queria ver como era dentro. Comecei a correr e a bola a correrna frente. Quando chegou numa ponte, perto da fábrica, abola foi parando com medo da água e eu atravessei a bola,com tanta velocidade que eu estava, e fiquei na frente.Começou, então, a soprar um vento leve que foi empurrando abola para trás, de volta. Como eu não tinha visto a mulherdentro da bola, comecei a subir a estrada atrás dela paraexaminar. Passei por umas mulheres desmaiadas na beira daestrada. Devia ser funcionárias que iam para a fábrica, para atroca de turno. Quando cheguei novamente no lugar onde elatinha aparecido, veio uma voz de dentro ca bola e falou:“cansei” e a bola parou. A mulher saiu de dentro dela e deitouna pedra novamente. Cobriu-se com um lençol puxado do ar.Eu disse: fique aí, abantesma, para assombrar outro. Acho queela obedeceu, pois de vez em quando alguém conta que viuuma alma por aquelas bandas.

Encontro

19/03 - João De Jesus Saraiva Contagem

Ida ao Pizza bar.Motivo - Encontro dos Gouveanos que fazemparte da (AFAGO)ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOSDE GOUVEIA,data,17(dezessete de março)motivo do encontro:reunião ordinária assembleia geral e congraçamento de

gouveanos,por direito e nascença ou de afeição, e homenagem dignae mais do que justa ao nosso grande amigo da Afago JoseMoreira,grande no saber e grande na estatura,como amigo dispensacomentários.Fomos dar a ele aquele abraço apertado e afetivo ecumprir com nossa obrigação de gouveanos que somos,saudar opresidente da (comissão mineira de folclore).Lá passamos horasagradáveis onde encontrei amigos que há muito tempo nãoencontrava com Irene Vieira,Ilda Vieira Haroldo Ribas;e os amigos daAFAGO,que estes eu encontro mais vezes na ocasião dasreuniões.Como é bom aquela roda de amigos,agente sente em casa esente uma sensação de liberdade,e conforto ao está no meio destenosso povo.Ao rever nossos amigos o nossos pensamentos vãolonge,e através do nosso papo amigo que nós tínhamos lá na nossacidade,nas tardes de final de semana,e que na cidade grande nós nãotemos este privilégio,foi assim que eu senti no sábado passado noencontro da AFAGO.Espero que nos próximos encontros que venhammais gouveanos para participar e sentir esta sensação gostosa queeu senti.Não percam minha gente este encontro,valeu a pena!(ESTESENCONTROS É PARA TODOS GOUVEANOS)

13/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGOntem, 12 de abril, em reunião conjunta da Diretoria Administrativa eConselho Fiscal da AFAGO – Associação dos Filhos e Amigos deGouveia –, realizada na Sala Doutor Waldir de Almeida Ribas, tivemosdois momentos que me deixaram por demais apreensivo: PRIMEIRO- o meu colega de Diretoria Professor e Sociólogo José Moreira deSouza disse da sua preocupação pela ausência de participação degouveanos, tanto da capital quanto da cidade, no desenvolvimentodos trabalhos e nas finalidades da AFAGO de promoverperiodicamente reuniões sociais, culturais, recreativas e outras quevisem estimular o relacionamento, o espírito comunitário e desolidariedade mútua entre os membros da colônia gouveana. Em razãodesse distanciamento colocou-se à disposição para patrocinar apróxima reunião de congraçamento em sua chácara, nos arredores doConvento de Macaúbas, em Santa Luzia, como fizeram, ano passado,os irmãos Manoel e Milton Miranda. Apesar desse desprendimentoe boa vontade surgiu a dúvida quanto à melhor forma de se comunicarcom os pouquíssimos associados quites com as suas mensalidades,de forma a que alcancemos todos eles. Foi quando eu propus fazerum chamamento neste espaço no sentido de atualizar todos osendereços, eletrônicos ou postais, incluindo CEP e telefones, dessesassociados, daqueles que mesmo não estando quites desejarem seatualizar, ou de quem, embora não seja associado, desejar se associar.As fichas de inscrição estarão disponíveis durante o encontro. Asremessas de endereços, sejam eletrônicos ou postais poderão serfeitas para [email protected] que é o meu endereçoeletrônico, ou para a Rua Capitão Leonídio Soares, 285 – Planalto –31720-590 – Belo Horizonte – MG que é o meu endereço postal.SEGUNDO – quando se discutia a definição e premiação do PrêmioAfago de Literatura para alunos dos cursos fundamental e médio dasescolas públicas de Gouveia, um dos diretores dizendo que algunsassociados imaginam que a AFAGO está “nadando” em dinheiro,embora a minha prestação de contas pela segunda vez na assembleiageral, com pouquíssimos presentes, tenha demonstrado que estamosno vermelho, propôs a solução de bancar com seus próprios recursos,mais uma vez, o ônus da premiação (não vou citar nome por não estarautorizado e entender que não seria ético), reconhecendo que nãoteríamos recursos disponíveis para arcar com os custos da premiação.Afinal, não temos patrocínio, não recebemos verbas públicas e ovalor trimestral das mensalidades é consumido com despesas postais,material de expediente, condomínio, hospedagem do site, telefone,tarifas bancárias, energia elétrica, IPTU, alvarás e taxas da prefeiturae da receita federal. Você que está lendo esta mensagem e sabe que oseu colega e amigo não tem acesso a este meio de comunicação, dêum toque nele; assim, no próximo encontro, vocês dois terãooportunidade de se reverem e de encontrarem antigos amigos deinfância e adolescência. Você que é associado traga um amigo parase associar.

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Lembranças19/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGEu me considero um privilegiado pelo fato de haver nascido em meadosdo século passado. Presenciei uma evolução tecnológica sem igual.Quando nasci, na Vila Operária da Fábrica São Roberto, em 1947,Gouveia não passava de um simples distrito do município deDiamantina, do qual se emancipou em 1954. O que havia demodernidade ali no distrito e depois no município se resumia à luzelétrica; água encanada em poucas casas; relógio (inclusivedespertador) que funcionava movido por “cordas de aço”; máquinade costura, acionada por pedal; uns três ou quatro carros de origemamericana – um dos quais de Geraldo Pereira e que era usado como“carro de praça” –; telefone público no posto da cidade e particularno escritório da fábrica; cinema, com filmes americanos em preto ebranco e aparelhos de rádio. Esses, em quase toda casa havia um.Ouvir rádio fazia parte do cotidiano das famílias e os aparelhos eramuns caixotes pesados, que funcionavam apenas em ondas curtas (nãohavia FM), com recepção por meio de válvulas (uma espécie degarrafinhas de vidro) que queimavam frequentemente e cuja reposiçãodependia do fornecimento de casas especializadas existentesgeralmente em São Paulo. Os rádios ficavam sintonizados na RádioMayrink Veiga, ou Tupi, ou Nacional, todas do Rio de Janeiro, entãocapital federal. Por elas se ouvia jogos de futebol, principalmente doVasco, Flamengo, Fluminense e Botafogo; as notícias do executivo,do legislativo e do judiciário, através da “Voz do Brasil” – que naqueletempo se justificava –; as notícias em geral, pelo “Repórter Esso”; e,religiosamente, a novela “O Direito de Nascer”. Eu já tinha uns seisanos de idade quando pela primeira vez vi uma geladeira, no refeitórioda fábrica. Parecia mais um guarda roupas, de madeira, cheia de portas.Depois foram surgindo, até chegar aos dias de hoje, talvez não nestaordem: ferro elétrico (substituto do ferro à brasa), fogão a gás(substituto do fogão à lenha), liquidificador, cafeteira elétrica, batedeirade bolo, disco de vinil, toca disco, bicicleta, motocicleta, automóvelde fabricação nacional, aparelho de TV com imagem preta e branca,rede de telefonia domiciliar (cada residência tem o seu), telefone semfio, caneta esferográfica, máquina de somar, rádio-relógio digital elétrico,máquina de lavar roupas, máquina de lavar louças, purificador deágua, videogames, videocassete, CD, aparelho de CD, TV em cores;de plasma, LCD e wide screen, inclusive por assinatura, microondas,freezer, condicionador de ar, aspirador de pó, ventilador de mesa e deteto, calculadora científica, DVD, aparelho de DVD, home theater,GPS, computador, microcomputador, notebook, netbook, internet,IPAD, IPOD, tablet, celular, MP3, MP4, MP5, pen driver, modem, câmerae filmadora digitais, caixa eletrônico, satélites para conquista do espaçoe das comunicações, cartão magnético (que eliminou o cheque egradativamente eliminará a moeda de papel) etc.etc. Além disso,acompanhamos a evolução de muitos aparelhos e equipamentos quejá existiam, a exemplo dos aviões, dos refrigeradores, do próprio rádio,dos veículos automotores etc. Será que ainda vamos ver algumamodernidade? Com certeza, sim! Não sou futurista, nem tecnólogo,mas espero ver, por exemplo, os aparelhos domésticos de umaresidência se comunicando com o mundo externo através datransmissão de dados em alta velocidade, utilizando a tecnologia dainternet e de aparelhos celulares. Já imaginou a sua geladeiracomunicando ao serviço de dellivery do supermercado o que estáfaltando para ser reposto? Pode imaginar! Nada é impossível para amente humana. Nem para o bem, nem para o mal.

FREI FLÁVIO SILVA VIEIRA20/03 - Frei Flávio Silva Vieira - OFM - DIVINÓPOLIS -MGFoi uma grata surpresa conhecer o site da AFAGO. É Semprebom lembrar de nosso torrão natal e sua gente! Quantagratidão e saudade! Aproveito para parabenizar o nobreconterrâneo José de Flora (que nunca tive a honra deconhecer) pelo trabalho na Comissão Mineira de Folcloreonde estão alguns dos meus confrades. Na última reuniãoFr.Leonardo me trouxe um kobu que foi degustado commuito prazer! Bom, vejo que alguns conterrâneos meustambém vivem nessas paragens do centro oeste mineiro. Sealgum quiser me dar o prazer de sua visita ficarei muitohonrado. Estou servindo com muita alegria ao povo deDivinópolis, onde a comunidade franciscana tem marcadopresença há quase um século. A todos os gouveianos meufraternal abraço.

Comentário de20/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG22/03 - João De Jesus Saraiva - Contagem22/03 - Frei Flávio - Divinópolis22/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG22/03 - Guido Araujo - Belo Horizonte23/03 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo23/03 - Fr. Flávio - OFM - Divinópolis23/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG23/03 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas -MG.26/03 - Fr. Flávio - Divinópolis.27/03 - Elizabete Guimarães - Carmo do Rio Claro-Minas Gerais

Gouveia e Datas

24/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGEstava lendo o “Carranca” – Órgão Informativo da ComissãoMineira de Folclore – e ali há um artigo do meu amigo Zé deFlora intitulado “Cobu da Gouveia: sapato sem meia” onde ele,entre outras considerações brilhantes, como sempre, faz alusãoà rivalidade existente em tempos idos entre Gouveia X Datas,ou Datas X Gouveia. Vivi, na pele (literalmente) um pouco essahistória. Haveria no domingo à tarde um jogo de futebol entreo time de Datas e o Guarani, de Gouveia. Quando chegamos aDatas fomos informados de que o vigário, Padre João MariaPoirier, um francês, havia feito uma homilia toda voltada para ofutebol e a rivalidade entre as duas cidades. Pediu para que osdatenses fossem cordiais e que o futebol deveria ser um elo deligação entre as duas comunidades. Lembro que quando oJoão Antônio “de Asteris” nos informou disso o Hugo Ribasteria dito: - isso vale até quando eles começarem a tomar um“chocolate” nosso. Em dado momento do jogo eu recebi umabola na lateral direita do campo, parti para a linha de fundo ecruzei para a área. O Hugo, com toda aquela sua habilidade,dominou e... “saco”. 3 X 0 para o Guarani. Pouco tempo depoisalguém esticou uma bola para que eu fosse à linha de fundo ecruzasse. Quando eu arranquei ouvi o padre, ali na beira docampo, dizer para o lateral: - “pau nele”! Ato contínuo eu meestatelei naquele cascalho do qual era composto o “gramado”

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do campo e tive que merecer os cuidados do massagista Jofre(daí o literal). Ao ficar de pé eu disse para o padre: pô, seu padre,o senhor mandando bater? E ele com a maior cara de pau: - vocêspensam que vão nos humilhar? Enquanto eu joguei contra Datas,fosse lá, em Gouveia ou em São Roberto, sempre havia uma rixa,apesar dos esforços do Bolivar, do Armando e outros datensesassíduos frequentadores de Gouveia, ou moradores lá.

ÉTICA

26/03/2012 - ADILSON DO NASCIMENTO - Belo Horizonte -MGA exemplo da Revista Veja, da Editora Abril, o programa dominical“Fantástico”, da Rede Globo de Televisão tem prestadoconsideráveis serviços à sociedade brasileira denunciandoesquemas de corrupção em vários órgãos públicos. Apareceuprimeiro um hospital público, do Rio de Janeiro e ontem umaprefeitura do nordeste. Em dado momento da reportagem dodomingo, dia 18 passado, uma diretora de uma empresa investigadainforma que “isso é a ética do mercado”. ÉTICA, senhora? SantoAntônio da Gouveia!!! Aonde vamos chegar? Sem chegar a tanto,porém, sabe-se que esse tipo de procedimento é a regra geral dosnegócios públicos, principalmente quando se trata de prestaçãode serviços. As investigações poderão se estender às Secretariasde Estado, às Câmaras, aos Ministérios, aos Tribunais, até chegarao Congresso Nacional. Ali, teríamos a reedição daquela históriado marido que tendo pilhado a mulher com o vizinho, no sofá dasala... vendeu o sofá. Isso porque, na hipótese de que se chegueà Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal, provavelmenteos políticos... tirarão o Fantástico do ar.

Paisagens Mineiras

27/03 - Hermes Nascimento da Silva - Nova serranaEstranho. O concurso Paisagens Mineiras do Estado deMinas,encerrou a votação no dia 28/02/2012.Colocarão napágina,” em breve divulgaremos o vencedor. Ate hoje nãodivulgaram06/04 - Guido Araujo - Belo Horizonte

Gouveia.com: www.gouveia.com.br

29/03- Hermes Nascimento da Silva - Nova SerranaHoje, pude entrar em mais um site de Gouveia e nele observaralgumas coisa novas para mim que fui a Gouveia no principio deDezembro de 2011. Se Alguem não tiver conhecimento ai está:www.gouveia.com.br. Tem informações da Prefeitura de Gouveia,de alguns parceiros de site, etct. Gostei do que pude observar,por isso estou passando o endereço.

Comentários de

29/03 - Elizabete Guimarães ### Carmo do Rio Claro-Minas Gerais30/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG

Praça Padre José Machado

03/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MGGostaria de externar os meus cumprimentos ao prefeito Geraldo deFátima pelas reformas que estão sendo realizadas na Praça Padre JoséMachado, em Gouveia.03/04 - Afrânio Gomes - Gouveia-MG08/04 - Afrânio Gomes - Gouveia-MG

Turismo em Gouveia- PontosTurísticos03/04 - Afrânio Gomes - Gouveia-MGCACHOEIRA DO MELO - Em 1997 comecei a catalogar pontos quepoderiam ser atrativos da atividade eco turismo. A Cachoeira do Meloera totalmente desconhecida dos habitantes do núcleo do Municípiode Gouveia , com a ajuda do Murilo, proprietário de terras ás margensdo Rio Capivara, consegui chegar no alto daquela cachoeira. Fiqueiimpressionado com a altura e volume de água que desabava em umaqueda livre. Chovia muito naquela tarde de domingo e já era bemtarde. Em uma segunda visita chegamos ao pé daquela cortina deágua e assim se sucederam várias visitas e muitas fotos. A distanciada cachoeira até a sede do município e aproximadamente 40 km e avisitação depende de autorização do proprietário das terras onde elase encontra

Páscoa e Judas

05/04 - João De Jesus Saraiva - ContagemHá dois mil anos atrás,um homem veio ao mundo disposto a ser omaior exemplo de amor e verdade que a humanidade conhecia.Suaproposta de vida não foi entendida por muitos e,então,condenarameste homem e crucificaram-no ignorando todos os seus propósitos deum mundo melhor.Houve dor,angústia e escuridão.Por três dias,o solse recusou a brilhar,a lua se negou a iluminar a terra,até que no terceirodia algo extraordinário aconteceu.Houve a ressurreição,a páscoa existepara lembrar deste espetáculo inigualável chamadoressurreição(PÁSCOA) ressurreição do SORRISO, ressurreição daALEGRIA de viver,ressurreição do AMOR, ressurreição daAMIZADE,ressurreição da vontade de ser FELIZ,ressurreição dosSONHOS,das lembranças e de uma verdade que está acima dos ovosde chocolate.Cristo morreu,mas ressuscitou e fez isso somente paranos ensinar a matar os nossos piores defeitos,e ressuscitar as maioresvirtudes sepultadas no íntimo de nossos corações.(QUE ESTA SEJAA VERDADE DE NOSSA PÁSCOA)Feliz páscoa a todosAFAGUENANOS.Um grande abraço

Comentários de

06/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG07/04 - Pe. Silvio Augusto Moreira - Três Marias08/04 - Afrânio Gomes - Gouveia-MG08/04 - Nilson Pereira Machado. - Sete Lagoas-Mg.08/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG08/04 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo08/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG

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Notícias & comentários

Cemitério do Peixe

08/04 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves - Belo HorizonteGuido Araújo comentou, neste livro de mensagens, a questão delegalização de terras no Cemitério do Peixe através do direito de usucapião.Informo às pessoas interessadas que Antônio Francisco Pinto, vulgoCanequinha, fez doação de terras para as Almas do Cemitério do Peixe,especificou as divisas e ressaltou que, a área media 80 litros de terraincluindo 20 litros de direito dos Vieras, portanto, nem toda a área limitadano documento passaria a ser propriedade das Almas. O documento estáregistrado em Cartório de Conceição do Mato Dentro, com data de 1940.O problema é que as Almas do Cemitério do Peixe não têm personalidadejurídica e, por isso, não podem ser proprietárias de imóveis. As terras,então, são consideradas devolutas. A solução encontrada, sob aorientação do advogado Luiz Dumont e a liderança de Luiz Rodrigues, foicriar a Associação dos Amigos do Cemitério do Peixe. Dita associação, jáformada com estatutos registrados, tem personalidade jurídica e reivindicaa propriedade das terras que ainda não foram ocupadas. Eu tive o prazerde almoçar com Luiz Rodrigues na sua fazenda às margens do RioCongonhas, ele me mostrou todos os documentos e me garantiu que aárea disponível é plenamente suficiente para a realização do Jubileu. Asáreas ocupadas, na periferia, eram usadas como pasto de tropas, portanto,de pouca utilidade hoje. A Associação é dirigida por Luiz Rodrigues(presidente), Antônio Geraldo Moreira (vice), Anita Pinto Rodrigues(secretária), João de Vininho (tesoureiro), Luiz Dumont (assessor jurídico).Além da diretoria há o Conselho Fiscal. O Cemitério do Peixe continuaassim em boas mãos e o Jubileu garantido. São Miguel e as Almas sãopoderosos. Deixei, com Luiz, meu pedido de inclusão no corpo deassociados.

Comentário de09/04 -Guido Araujo -Belo Horizonte

Análise16 abril - José Moreira de Souza –Hoje, resolvi fichar todas as mensagens postadas do dia 25 de fevereiroaté a presente data. 16 de abril. Suprimi algumas e preenchi 44 páginas.Na análise destacou-se como tema recorrente: “A Gouveia vista de SãoRoberto”. Dá um livro. Vejam: o teatro em São Roberto. Adilson, odramaturgo, a sociabilidade do espaço operário, a educação, oimaginário, os assombrações e os Judas e tem muito mais. Terei umtrabalho imenso para condensar isto em duas páginas no Boletim daAFAGO edição 02_12 em preparação. Parabéns ao Adilson que temcoordenado essas conversas. Tenho um título para o livro: “Cobu versusbiscoito queimado”. O maestro José Maria de Souza, ao se tornarregente da banda de São Roberto, brincava de chamar os moradores deGouveia de cobu. Ele mesmo ficou conhecido como “Zé Maria-Cobu”.Entretanto, as pessoas de Gouveia, também por brincadeira, diziam:“agora você é biscoito queimado”. Certa vez, perguntei a minha tiaChica: e quem mora em Diamantina, o que é? Ela respondeu: “Pãoduro”. Assim temos: Gouveia, cobu; Datas: broa rachada; São Roberto:biscoito queimado, alusão ao forno e à chaminé da caldeira; eDiamantina: pão duro.

Palha de Milho Celebra um ano de fundação14 e 15 de abril de 2012 com muita festa, na comunidadeJardim em Mateus Leme. Parabén ao Gil Martins ecompanheiros.

Revitalização da Praça Padre

José Machado

Raimundo Nonato de Miranda Chaves

Quem entra na cidade de Gouveia pelo acesso norte, quandoparalelo à Matriz de Santo Antônio, assusta-se com os tapumesda praça e questiona: Que estão fazendo com a principal praçade Gouveia? Praça denominada dos Diários Associados, hoje,praça Padre José Machado, onde tantos romances se iniciaram,onde tantos discursos foram pronunciados, onde houve,tempos atrás, grande viveiro de colibris, os internos,prisioneiros, eram de Assis Chateubriand; os externos, livres,eram de Efigênio? Eram dos gouveianos? Não! Eram deninguém! Viviam e voavam livremente. Os coqueiros e asárvores mais altas podem ser vistos, intactos, por cima dotapume, mas a figura do padroeiro, o busto de Efigênio Paixão,as pedras de moinho serão preservados?A curiosidade, normalmente, leva o interessado a voltear emtorno da praça, mas a visão que se tem quando em frente aoRestaurante Piccolino é só tapume. Completando a volta vê-se, na face norte da praça, grande portão fechado comcadeado. Então, a curiosidade continua.Eu não estaria redigindo este texto se não pudesse esclareceras dúvidas. Eu vi o outro lado do tapume e ciceroneado pornada menos do que o Senhor Prefeito Municipal. Eu compunhao grupo constituído por Geraldo Sérgio, da comunidade deCamilinho; Geraldo Miranda, de Ribeirão de Areia e JoséMendes de Água Parada que foram recebidos, em audiência,pelo Senhor Prefeito para tratar de assuntos daquelascomunidades. O prefeito, após a audiência, deixou de lado ochapa de bronze, e, ele mesmo dirigindo, usou um chapabranca e nos mostrou, com entusiasmo, os trabalhos derevitalizaçao, que serão executados pela Construtora Stradado empresário Chiquinho Moura de tradicional família defazendeiros da região de São José do Galheiro.Na praça, os canteiros serão repaginados, número de bancose as áreas livres serão acrescidos, tanque de carpas e tartarugassubstituído por uma fonte, com bancada em semicírculo nolado sul. Na área da fonte será elevada de modo a reduzir ainclinação do terreno na metade norte da praça.

REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA PADRE JOSÉMACHADOConsultando o dicionário a palavra revitalizar agrega em si

todo o sentido do que será feito na praça Padre José Machado

a tão querida e conhecida pracinha para os gouveianos.

Revitalizar tornar a vitalizar insuflar nova vida ou vigor em

revigorar, reviver, revivificar, revitalizar as energias. Supomos

esta prática como um intento muito mais do que físico e estético

um intento afetivo, porque a praça Padre José Machado

remete-nos à nossa velha infância com colibris despertando

o nosso imaginário de beleza, tartarugas e cágados com a sua

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Boletim Informativo da AFAGO página 11

Notícias & comentários

letárgica calma a nos hipnotizar minutos e minutos a observá-los,flores coloridas árvores e coqueiros serenos, o pinheiro cheio delâmpadas coloridas no natal despertando a magia da época, apedra “de moinho” testemunho histórico de tantas vidas passadase presente em nosso cotidiano ainda. A praça Padre José Machadoé o oásis de Gouveia nela tudo passa e tudo alcança um estado depaz envolvidos em sua serena presença. Faceira como só, apracinha é a dona alcoviteira conhecida por varias gerações cenáriode olhares, de suspiros e sorrisos os “foot” dos fins de semanaque afundam o seu chão a espera por alguém que naquele dia nãovem, os encontros inesperados, as conversas descontraídas, asalegrias das conversas amigas, as festas, as serestas, tudo elaconvida e aplica a gentileza da boa anfitriã. Os seus bancos sãoos seus ajudantes fieis sempre disponíveis para agregar amigosou enamorados ou mesmo aqueles cansados das correriasrotineiras que sobremaneira ali encontram o descanso e o encantoda natureza que inaugura na alma de quem nela se encontra aesperança traduzida em poesia de cores e vida. E como noivasempre em festa, a fonte em seu seio com seus fios de prata acobrir o ar de leveza e frescor, a água que acalma e que pacífica.Agora esta bela dona será repaginada como toda senhora de bomgosto que dá para si o devido valor. Augustos e altivos serão osseus retoques, não como aquelas cirurgias invasivas que tudomodifica e que extrai a essência, serão retoques e detalhes paraacender com maestria a vida que nela pulsa. A intenção derevitalizá-la é uma forma de agradecimento a tantos momentos debeleza e de alegria que ela sempre fez-se cenário, mas sumariamente,para valorizar a nossa cidade e a cada um de nós, como cidadãosgouveianos que prezam pelo bem estar da população e paladivulgação de uma cidade acolhedora e bonita. Torcer para quepraça fique bela convidativa não é só dever como cidadão masdireito que cada cidadão gouveiano que honra com os seuscompromissos e que merece um lugar aprazível para divertir juntoa seus amigos e familiares. Abracemos com animo esta mudança,abasteçamo-nos com a alegria do belo somente, isso é o que maisimporta[crônica nos foi entregue pela dinâmica Secretária Municipalde Cultura, senhora Giselle Dória.]O Senhor Prefeito, também nos mostrou a unidade básicade saúde, já recebendo equipamentos médicos emobiliario: ultrassom, raio-X, cadeiras e equipamentosodontólogos montados em três consultórios. Local pararecolhimento do descarte hospitalar. Visitamos, também,as instalações da Farmácia de Minas.Acabamento dos préditos, equipamentos e mobiliário,tudo, de primeira linha. Ambiente agradável para pacientese acompanhantes, com plantas, sempre que possível.

Loja de Artesanato - Arte dasMontanhasLocal para ser visitado, em Gouveia: “Show room” do Núcleo deArtesanato de Gouveia.A loja – Arte das Montanhas –, situada à Rua Prefeito EfigênioGomes Pereira, 26, apresenta bela e rica mostra de trabalhos emtricô de linha e de barbante; arranjos florais secos, especialidadede artesãos de Cuiabá; pinturas, em tela e em cerâmica; criativostrabalhos em cabaça: oratórios, bonecas, santos, salientando otrabalho em cabaça e palha de milho das “meninas do Requeijão”.Compram-se bonecas e levam a história de presente.

Requeijão é uma comunidade próxima de Cuiabá e as meninas – adultas–, foram alfabetizadas pela mãe, na sala da própria residência, ondeapresentavam-se uniformizadas e comportavam como se estivessemna sala da aulas.Determinação da exigente mãe-professora.O conhecido Samburá – cesta tecida em palha de milho – de artesãosda Comunidade Quilombola do Espinho; Santos e Oratóriosentalhados em cedro pelo artista Gonzaga.A loja é mantida pela Prefeitura Municipal e administrada pela SecretariaMunicipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo. A gerência é deresponsabilidade de Ceule do Rosário Brandão, funcionária daPrefeitura, que atende no horário 8:00 às 11:00 e 13:00 ás 17:00.

Ceule recebe, expõe e vende os trabalhos de qualquer artesão e, elamesma, faz o acerto com o expositor, retira 10% do valor para despesascom embalagens.Telefones para contato: 38 3543-2249 – Secretaria Municipal de Cultura38 9998-1167A coleção “Arte das Montanhas” está pronta para ser exibida emBelo Horizonte, o que pode render bons resultados para os artesãos.Também, é uma boa oportunidade para o trabalho em parceria,envolvendo as entidades: Secretaria Municipal de Cultura, Esporte,Lazer e Turismo - CELT; A Comissão Mineira de Folclore – CMFL e aAssociação dos Filhos e Amigos de Gouveia - AFAGO.

[Textos e fotos de responsabilidade de Raimundo Nonatode Miranda Chaves ]

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Comemoração dos 64 anos e posse dadiretoria da Comissão Mineira de Folclore

Raimundo Nonato de Miranda ChavesO saber popular é um imensurável conjunto deconhecimentos que vem sendo transmitido de geração ageração, no tempo darwiniano, desde que o chimpanzéconseguiu caminhar ereto e transmitir aos filhos a suaexperiência. Este conhecimento está em vias de se perderporque, grande parte dele, está mantido na memória daspessoas e desaparecerá com morte.O principal órgão responsável pela organização, registroe divulgação deste conhecimento é a Comissão Mineirade Folclore – CMFL.A CMFL foi fundada em 1948 por um grupo deintelectuais mineiros e vem prestando serviços, durante64 anos, à causa da cultura. O trabalho resultante é maisou menos intenso, dependendo da ação de seus diretores.No momento, a posse na presidência, do SociólogoGouveiano José Moreira de Souza gerou grandeexpectativa pela conhecida dinâmica, dedicação esabedoria dele.A solenidade de posse ocorreu no dia 5 de março naSala Juvenal Dias, Palácio das Artes, Belo Horizonte coma presença de grande número de folcloristas do estado,intelectuais, políticos, diretores de empresas e de órgãospúblicos. Sob a presidência da Senhora Secretária deEstado da Cultura a posse da nova diretoria foi prestigiadatambém com a presença do Senhor Prefeito de Gouveia,Geraldo de Fátima Oliveira que se fez acompanhar daSenhora Secretária Municipal de Cultura, Giselle Dória edo Senhor Secretário de Assuntos Administrativos,Roberto Cezar. Presente, também, significativo númerode associados da Afago que, naquela solenidade, foihomenageada por serviços prestados à CMFL.Ponto alto da solenidade, pronunciamento do SenhorPresidente Moreira sobre Cobu da Gouveia, sapato semmeia.

Afago é Amiga Minas Gerais

José Moreira de Souza

Na cerimônia comemorativa dos sessenta e quatro anos defundação da Comissão Mineira de Folclore, o governo deMinas pode aquilatar a importância das associações locaisque reúnem comunidades de residentes na RegiãoMetropolitana de Belo Horizonte. A AFAGO foi exemplo dopotencial dessas associações.

ARTIGOSCom efeito, a Comissão Mineira de Folclore, fundada nodia 19 de fevereiro do ano de 1948, vivia grave crise, pelaqual o governo do estado era também responsável.Vale recordar e sublinhar a importância da contribuição daAFAGO para Minas Gerais.Vivia-se os anos do pós Segunda Guerra Mundial. AOrganização das Nações Unidas – ONU – havia sido fundadapara garantir a paz entre as nações. Dentro dessa organizaçãosurge a UNESCO, dedicada à Educação, à Ciência e àCultura. Era ministro das Relações Exteriores, no ano de1947, Renato Almeida. O qual funda, no Brasil, a ComissãoNacional do Folclore como interface do Instituto Brasileiroda Educação Ciência e Cultura – IBECC -, órgão da Unesco.Minas Gerais é a primeira a responder à proposta de PazMundial ao fundar a Comissão Mineira de Folclore.A Comissão Nacional, juntamente com as comissõesEstaduais, tinha como objetivo lembrar constantemente aoEstado e seus governos a responsabilidade no que se refereao respeito ao Folclore entendido como síntese das tradiçõesque fundam uma nação. Tradições que garantem a identidadede um povo.As comissões não eram autarquia, não tinham vínculo como Estado, não eram remuneradas, nem garantidas peloEstado. Eram apenas o que veio a ser conhecido já nosanos 90 do século passado como Sociedade CivilOrganizada.Todos os intelectuais contribuíram sem jamais receberemqualquer remuneração. Sempre trabalho voluntário. EmMinas Gerais, os membros publicaram centenas de livros,milhares de artigos e desenvolveram projetos de estudos ede pesquisa por conta própria. O primeiro reconhecimentoda importância da Comissão Mineira de Folclore veio doGovernador Juscelino Kubitschek, em 1954, seguido pelogovernador Magalhães Pinto, em 1965. Note-se queJuscelino era PSD e Magalhães UDN. O que significa queas comissões em seus respectivos estados não tinhamqualquer vínculo partidário. Lutavam para que os governos,quaisquer que fossem, estivessem atentos para seu Povo eos processos tradicionais que lhes garantiam identidade.O que é tradição?Muitas pessoas acreditam que tradição é uma dança – aquadrilha, o samba, o lundu -, ou uma peça de artesanato –carro de boi por exemplo -, ou uma encenação – o carnaval.Não é bem isto. É tradição tudo aquilo que é passado deuma pessoa para outra sem ajuda dos meios modernos decomunicação. Trata-se da tradição oral. Tradição não é oproduto, mas o processo. Se você prepara um cobu tendoà frente uma receita publicada, não há tradição oral, mas sevocê faz o cobu que aprendeu com a vovó, aí está presentea tradição.Em Gouveia, a tradição mantém a memória de queTiradentes se hospedou na casa que existia no Pé do Morro.Esta memória é tradicional. Há uma tradição (recente) deque Maria Gouveia tinha escravos cobu. Isto não está emlivro nenhum, nem há documentos que abonem estatradição, embora venha sendo sustentada nas páginas deabertura dos sites da Prefeitura, do Portal Gouveia, daGouveia e até na Wikipédia.

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ARTIGOS

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Tradição é um processo educacional externo às escolas, aoensino formal. Externo ou pouco valorizado. Com efeito, asescolas são espaço onde reinam processos plenamentetradicionais. As relações dos professores com os alunos, dosalunos entre si e dos professores entre si são plenamentetradicionais. Dá-se, porém, que a tradição cultivada na escolapode estar em conflito com as tradições orais externas à vidaescolar.Fiquemos por aí.O que interessa de tudo isto merece um exemplo para o casode Gouveia. Nós tivemos uma intensa atividade de lapidaçãode diamante. As primeiras lapidações tiveram início no anode 1876 e se mantiveram até o ano de 1970. Essas lapidaçõesforam mantidas por processos tradicionais. Nas propriedadesrurais, as pessoas sabiam fabricar azeite de mamona. Istoera baseado em relações tradicionais. O fabrico de rapaduraou de queijo se conserva pela tradição em Gouveia.Do ponto de vista da Comissão Mineira de Folclore, o governodo Estado com apoio do governo municipal teria obrigaçãomoral de garantir essas tradições.Não se trata de se multiplicarem indústrias de lapidação, oude, em cada propriedade rural, haver uma fábrica de azeitede mamona, ou de queijo, ou de rapadura. Trata-se de mantera memória viva dessas tradições para que as pessoas possamconhecer as origens de seu saber local.Isto poderia ser mantido pela criação de museus, ou por umCentro de Memória. Se for museu, teremos o ambiente mortodos processos tradicionais; no Centro de Memória, haverálaboratórios ou oficinas mantenedoras da tradição comolaboratório.O resultado de tudo isto é a manutenção na memória do queGouveia, ou cada cidade, vila, ou povoado de Minas, do Brasilou do mundo poderam fazer em dado momento de sua história,o saber que se mantém ou o que favoreceu o desenvolvimentopara o estádio atual.Nós assistimos a frequente criação de museus. Muito sãobelíssimos. As modernas técnicas de museologia garantemestéticas de primeira linha. O museu é o depósito dos descartes.Carros de bois, carroças e carruagens, engenhos, tamboretes,porteiras, panelas, potes, bilhas, oratórios. Tudo sem uso,lembrando um passado morto. O Centro de Memória,diferentemente, exibe o artefato e seu uso; artefato vinculadoao saber fazer. O assim chamado “Turismo de Vilarejo” temo propósito de instituir centros de memória.Pois bem, a Comissão Mineira de Folclore, ao longo de suaexistência acumulou estudos, museus de artes e artesanatopopular e necessitou de espaço. No ano de 2001, no governoItamar Franco, o então secretário de Estado de Cultura, ÂngeloOsvaldo, regulamentou um decreto do governo MagalhãesPinto que criava o Centro de Tradições Mineiras. Nesse Centrohaveria espaço para abrigar documentos e o acervo daComissão Mineira de Folclore. Com a criação da CidadeAdministrativa o dito espaço foi desativado e a Comissão ficousem abrigo. Não bastasse isto, nos últimos anos, a Comissãoviveu crises de identidade.Aí entra a Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia. Seupresidente, professor doutor Raimundo Nonato de MirandaChaves, prontamente, tornou disponíveis as instalações da

AFAGO para reuniões que favoreceram a regularização plenada Comissão Mineira de Folclore, segundo a legislação vigente.Não bastasse isto, convocou toda a diretoria a apoiar a

reorganização da Comissão. O doutor Manoel Ferreira deMiranda, diretor jurídico, prontamente, se dispôs a examinartodos os livros de atas, estatutos e de escrituração.

Resultado, Gouveia, através de sua Associação de Amigos setornou a amiga maior de toda as Minas Gerais.

Na sessãocomemorativa doaniversário daComissão Mineira deFolclore, Gouveiamostrou o quantopode. Estiverampresentes todos osmembros da diretoria,inúmeros associados,

juntamente com o senhor prefeito municipal de Gouveia,Geraldo de Fátima Oliveira, o qual se fez acompanhar pelaSecretária de Cultura Gisele Dória e e Secretário de AssuntosAdministrativos, Roberto Cezar.

Em nome da Comissão Mineira de Folclore agradeço esse gestoque é superior a todos os códigos que presidem as gentilezas.A isto chamamos de elevado espírito público.

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ARTIGOSJosé Maria de Souza; muito mais do quemaestro

José Moreira de Souza[O presente atigo foi elaborado em atenção às mensagens coordenadas porAdilson do Nascimento, relativas à vida social em São Roberto]

Era o ano de 1968. Natal. José Maria regeu o coral que cantou na missada meia noite celebrada pelo jovem padre Serafim Fernandes de Araújo.Após a missa, recolheu-se em casa. Não respondeu aos apelos dosamigos para brindar o natal tanto a seu gosto.No dia 26 de dezembro, o grande maestro viu sua pressão cairvertiginosamente. O hospital doutor Aureliano Brandão havia sidoinaugurado há poucos anos. Os equipamentos de socorro deslocaram-se para sua casa.Os filhos, Zezé e Walmir, então residentes em Curvelo e Belo Horizontedeslocaram-se apressados, convocados por telefone - novidade. JoséMaria agonizava consciente de estar convocado para reger corosangélicos. Seguramente, entoou:

Do trono em que reinais,Ouvi-nos por piedade!

Era a canção preferida e continuamente executadanas missas dominicais em São Roberto. Dona Neidaao harmônio e José Maria na regência. Cantou emsilêncio o solo:

De nosso coração,Sois a doce esperança.O vosso nome é grande,O vosso braço é forte.Nossa alma vos pertence,Em vós terá confiança,Em vós pelejaráE terá até a morte,Em vós perseverança.Em vós, per-se-ve-ran-ça.

Calou-se, após entoar “em vós perseverança”.Precisava dar atenção à multidão que acorria paravisitá-lo, abraçá-lo, dar-lhe confiança.Suava frio, constantemente abanado pela esposa,dona Mimi, a todos ele respondia:

Não vou morrer hoje. Vou aguardar o ano novo. Eu querosaudar o1969.

Assim, no dia 1 de 1989, José Maria voou para o alto como umpassarinho!!! Um rouxinol! Os quatro filhos, Walmir, Zezé, Nico eAdinho seguiram a vida entoando cânticos do pai-mestre.Nesse mesmo ano de 1968, eu havia procurado José Maria de Souzapara ele me conceder uma entrevista sobre a atividade musical emGouveia. Entrevistei-o no início do ano, juntamente com Geraldo Abreu,Tiano Miranda, Zezé Paulino, Manuel Soares da Luz, José de Juca eChico de Sá Bernardina.Uma das perguntas que lhe fiz dizia respeito à “música de grade”,composições eruditas do período barroco conservadas em Gouveia.Na semana santa, gravei os ensaios da banda na ampla sala da casa deJosé Paulino e Dona Etelvina Miranda. Depois, a verônica e os corosdos “EOS”. Conversamos sobre a visita que o pesquisador alemão,Francisco Curt Lange, lhe havia feito e as peças encontradas. A Missaem Mi Bemol de José Joaquim (Lobo de Mesquita), a Missa do PadreCafé, os compositores locais e sua aprendizagem com Xisto no iníciodo século XX.Sobre a possibilidade de recuperação da orquestra e coro das peçasclássicas, José Maria foi peremptório: “Não há mais clima para isto.Nem gente.” Contudo, o maestro firmou uma tradição de “Arias aoPregador” que se fixaram na memória local. Não apenas isso, mas osbelíssimos cânticos da comunhão, herdados da música romântica do

século XIX. Vi gouveianos em visita a Gouveia, chorarem aoouvir: “O céu inteiro está na hóstia/que adoramos neste altar”.Ou “Ó Jesus, doce amigo de minh’alma.” Ou “Saudemos,saudemos” ou o que foi executado na festa de Santo Antôniono ano de 1983 – Coro masculino de Vicente Cassimiro eSerafim Antônio de Souza, Sebastião Abreu, ao harmônio:“Eu quisera, Jesus adorado/ Teu sacrário de amor rodear.”Gouveia preservou cânticos sacros numa obra conhecidacomo “Livro da Capa Preta”, edição de 1858. Além disso,proliferaram compositores locais de lundus, valsas,quadrilhas, “Shotices”, dobrados, modinhas. “É a ti flor docéu” é de autoria de Modesto Antônio Ferreira, gouveiano dagema. Juntamente com isto, os músicos se correspondiam.Os circos ou “Companhias de Cavalinhos” foram responsáveispela disseminação de músicas de diferentes lugares, até mesmoda Europa, como as marchas da paixão conhecidas comonúmero 2 e número três, trazidas por Américo e João VictorFoureaux. Esta família de origem francesa animava as festasdo Divino no Campo de Santana ou da Aclamação no Rio deJaneiro nos período do Império, tendo se fixado em LagoaSanta e depois dissolvido o circo em Diamantina.

No sábado da aleluia, visitei Geraldo Abreu elhe mostrei a gravação das músicas executadasno dia anterior. Geraldo, imediatamente, discoupara o companheiro de serestas:Oi, Zé, escuta aqui as porqueiras que vocêstocaram ontem!Linguagem de músico e de amizade. Qualquerpessoa externa à roda poderia se assustar comessa forma carinhosa de expressão. Em seguida,Geraldo tomou o violão, reuniu em torno de sias filhas Terezinha e Irene. Solou “Se essesolhos falassem” e comandou o coro: “É a ti flordo céu.” E a noite ficou pequena.Geraldo e Zé Maria eram amigos do coração.Digo com isto que eles eram afinados até a notasensível. Na escala musical distinguem-se atônica, a dominante, a subdominante e asensível. Sensível é a nota que se for malexecutada traz como consequência a mudança

de tom. Aplicada à vida, quando a gente discorda é porqueuma das partes desafinou. A desafinação muda o tom daconversa ou da convivência.Geraldo tinha Zé Maria como o amigo que não desafinavanunca. Foram amigos. Nas serestas, cada um com seu violãoou clarineta. Não era apenas no violão, nem na clarineta queeram parceiros. José Maria era também alfaiate, embora nãoexercesse a profissão há muitos anos.No ano de 1953, José Maria se ofereceu para confeccionar umdos ternos que eu teria de levar como parte do enxoval para oseminário. Sem possuir mais a máquina, ele se valeu do atelierde Geraldo e atualizou sua prática abandonada.José Maria tinha o ouvido preparado para a música. Nenhumadesafinação lhe passava despercebida. Exatamente por isso,sabia preparar as crianças para a entonação adequada. Estevesempre pronto para criar e reiniciar. Era presença necessária evoluntária nos ensaios e festas do grupo escolar Aurélio Pires.Com ele as meninas aprenderam bailados; “Canta, canta,cigana./ O teu olhar engana./ Tira, tira a sorte adivinha,/ pelo

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Boletim Informativo da AFAGO página 15

ARTIGOSmundo caminha.” Canto orfeônico, o Canto do pajé de Vila Lobos;El toque de l’ave Maria; Barcarola, Canção de Ninar.Ensaiou, certa vez, com todos os alunos do grupo a missa deAngelis, em gregoriano, celebrada com absoluto sucesso na velhamatriz de Santo Antônio.José Maria cantava e compunha. Na comemoração dos oitentaanos do sogro, Tiano Miranda, os músicos de reuniram em totalcongraçamento. Walmir, o filho, no acordeon, Irajá Aguiar, no piston,Chico de Sá Bernardina, no bombardino e Zé Maria na Clarineta.

Tiano não deixou pormenos, com os oitentaanos, no baixo tuba. Aí,Zé Maria cantou, ecantou e cantou: “Eusou o poeta/ e tu és alira”. Mil aplausos.José Mariatransbordava o “domde si”. Efigênio era umde seus maioresadmiradores. Quandonasceu a primeira filhado amigo – Luci –segundo relato dedona Mimi – MariaMadalena de Miranda– a esposa, José Maria

pensou: “não tenho nada para oferecer. Vou compor uma valsa.”Passou a mão no papel e... pronto. Criou uma nova Luci. A valsa.José Maria era maestro da banda de São Roberto, com direito asala para guarda de arquivos e ensaio dos músicos. Ali floresceramFrancisco Vieira e os filhos, Jair e José, Eli, João Antônio de Jota,Chico de Sá Bernardina, Samuel, entre outros. A fábrica,principalmente, com a direção de Alexandre Mascarenhas, tornou-se o que se chama de “instituição total”, local de trabalho, estudo,lazer, residência. Cinema, teatro, escola, convento, residências,restaurante, lactário, capela, bar, praça de esportes, farmácia,armazém; enfim, vida urbana completa. Os biscoitinhos queimadosrivalizavam em tudo com os cobu da Gouveia.José Francisco das Chagas – Chico de Sá Bernardina – exímio nobombardino, também seguiu a lição. Quando nasceu minha primeirafilha, Nícia, Chico compôs: “16 de maio”. O Dom se si é a tônicados músicos verdadeiros. Não é à toa que, às orquestras nãoprofissionais, se dá o nome de “filarmônicas”, quer dizer “amigasda harmonia”. O músico que é músico doa sua arte. Se alguémperguntar aos músicos verdadeiros quanto vale: a resposta certaseria: vale você e seu gosto. A música do músico não tem preço.[Neste dois mil e doze José Maria celebraria 110 anos]

Fotos:

1 - José Maria de Souza - clarinete - e o irmão João Antônio de Souza -requinta.

2. José Maria de Souza - bumbo - e Lucigênio Gomes Pereira - tarol.

Elza Pinto Alemão.

Medalha e Diploma: 2º lugar Nacional, ConcursoCasa do Poeta Maçon do Brasil/S.P.

CASTRO ALVES, CADÊ SEU GRITO?

Contra a escravidão negraCastro Alves escreveu em verso.Gritou aos simples e poderosos,também ao Arquiteto do Universo!Deus o ouviu com certeza!

Mandou à Terra o recado:“Ame aos outros do jeitoque você quer ser amado”!Porém o homem irreverente,valorizando a corrupção,inventou novas formasde escravizar o próprio irmão:

O funcionário incompetentemata o outro no documento,pra lhe tirar a aposentadoriasem sofrer constrangimento.O traficante ou usuáriopela droga aniquilaos inocentes cidadãosque entram na sua fila.

Veja o que ocorreu, Castro Alves,com seu grito por dias melhores:nossa riquíssima Pátria amadacriou escravidões maiores!Ah! Meu Castro poeta,que está ante meu Deus,peça pelos novos escravos,

sussurrando aos ouvidos seus!

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Boletim Informativo da AFAGO página 16

Relatório

Relatório da Diretoria da AFAGO - 20111. Eleições Dois mil e onze ficará marcado na Afago: primeiro ano sem a presença de Doutor Waldir de Almeida Ribas na sua direção.

A criatura deveria continuar sem o direcionamento de seu criador. Doutor Waldir compareceu, no inicio de 2011, à reuniãoconjunta do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, já muito debilitado pela doença que o acometera; quando, então,declarou-se, fisicamente, impossibilitado de continuar presidindo a Associação. Considerando a realidade inquestionável, osconselheiros aceitaram a saída do então presidente como fato consumado; e, o vice-presidente: Raimundo Nonato de MirandaChaves, com o apoio dos conselheiros, assumiu a presidência interina da Afago. O presidente, seguindo ao que determina oEstatuto, convocou eleições gerais, para renovação dos Conselhos da entidade. No dia vinte e sete de março de 2011, conformeedital de convocação, reuniu-se, ordinariamente a Assembleia Geral e elegeu, por aclamação, a chapa única assim composta:

a. Conselho de Administraçãoi. Presidente – Raimundo Nonato de Miranda Chavesii. Vice-Presidente – Haroldo Antônio Ribasiii. Secretário – Guido de Oliveira Araújoiv. Tesoureiro – Adilson do Nascimentov. Diretor de Comunicação – José Moreira de Souzavi. Diretor Jurídico – Manoel Luiz Ferreira de Mirandavii. Diretor Social e Cultural – Geraldo Augusto Silca

b. Conselho Fiscali. Milton Maria Ferreira de Mirandaii. Geraldo da Consolação Mirandaiii. Cleuber Alves Monteiroiv. Maria Hilda de Miranda Paixão (suplente)

Os associados eleitos foram declarados empossados, pelo Presidente da Assembleia, e assumiram, desde então, seus cargos parao próximo triênio: 2011 a 2013.

2. Revisão do Estatuto O presidente interino da Afago apresentou à Diretoria proposta de Revisão do Estatuto, justificando anecessidade de redução do número de cargos eletivos; eliminação do Conselho Consultivo por ser absolutamente desnecessário;eliminação da exigência de Regimento Interno, considerando que o Estatuto já era suficientemente detalhado. Da discussão daproposta, surgiram novas sugestões, como a criação do cargo honorifico: Presidente de Honra, que deveria ser ocupado porDoutor Waldir e o mandato dos conselheiros alterado de dois para três anos. Os Conselhos de Administração e Fiscal analisaramtodas as propostas e acordaram transferir ao conselheiro Manoel Luiz Ferreira de Miranda a tarefa de dar forma ao novo Estatuto,incorporando as propostas aprovadas. O Estatuto, submetido à Assembleia Geral, em reunião ordinária, no dia vinte e sete demarço, foi aprovado com as modificações sugeridas. Salientando:

a. Número de cargos eletivos: reduzidos de 20 para 11;b. Conselho consultivo: eliminado;c. Mandato dos conselheiros: Alterado de dois para três anos;d. Presidente de Honra: Aprovado e ocupado, por aclamação, por Doutor Waldir de Almeida Ribas.e. Artigo 1º. Incisivo: objetivo maior é promover a integração da comunidade gouveiana da RMBH fortalecendo os

laços de união com Gouveia e propugnar pelo desenvolvimento do município.3. Regularização de Documentos: A contabilidade da Afago, assim como outras atividades relacionadas à sua regularização legal

foram realizadas, desde a criação da entidade, pelo Diretor Jurídico: Advogado Cleuber Alves Monteiro. Cleuber prestou relevantesserviços e gozava do respeito e da admiração de Doutor Waldir, presidente da Afago, pelo trabalho realizado quando da implantaçãoda instituição. Considerando que a Afago deve resultar da ação de todos os seus associados e que o esforço deve ser distribuído.Considerando que Cleuber, durante quatro anos, tenha exercido esta importante função, aceitamos a oferta do ConselheiroMilton Miranda de assumir toda a tarefa relativa à contabilidade e regularização da entidade. A Organização Miranda de propriedadedo Advogado Milton M. Ferreira de Miranda processou toda a contabilidade, desde janeiro de 2011, e gerou o relatório a seguir:LEGALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS EM 2011.A AFAGO é uma ASSOCIAÇÃO e apesar de gozar de isenção de IRPJ não está isenta de cumprir com as obrigações acessórias.A AFAGO estava devidamente registrada em Cartório como determina a legislação e já possuía o CNPJ 08.905.090/0001-71,mas não vinha cumprindo com as obrigações acessórias, as quais não cumpridas no prazo legal estão sujeitas a multas.Obrigações não cumpridas nos prazos legais e que foram feitas posteriormente:

1-INSCRIÇÃO NA PREFEITURA para obter o Alvará de Localização2-ENTREGA DAS DECLARAÇÕES DE IRPJ3-DACON-DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS4- DCTF DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TIBUTÁRIOS FEDERAIS5- RAIS – RECIBO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS

Hoje a AFAGO encontra-se em dia com a escrituração contábil e com todas as suas obrigações fiscais e para comprovar tal fatoanexamos à presente as CERTIDÕES NEGATIVAS TAIS COMO:

1- SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL2-SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL REFERENTE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS3- SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DE MINAS GERAIS4- PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE

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Boletim Informativo da AFAGO página 17

Relatório

5- CAIXA ECONÔMICA FEDERAL REGULARIDADE DO FGTSTodos os documentos acima referidos estão, à disposição, nos arquivos da Secretaria da Afago. Registro o interesse e dedicaçãodemonstrados pela gouveiana Eunice Alves – filha de Júlio Alves – funcionária da Organização Miranda que cuidou especialmentede documentos junto à Receita Federal. Registro, também, que todos os trabalhos realizados pelos advogados: Cleuber e Milton– por eles ou por suas organizações – foram totalmente gratuitos.

4. Publicaçõesa. Boletim Informativo - BI, órgão oficial de informação da Afago, continua sendo o ponto alto da Associação. Em 2011

foram distribuídos seis edições ordinárias, mantendo assim a periodicidade bimestral, e uma edição extraordináriadedicada a Doutor Waldir de Almeida Ribas que falecera em três de junho. O editor do BI, professor Moreira, mantém amesma linha desde as primeiras edições. Divulgar Gouveia, pode-se dizer, é o lema. Escreve-se sobre gente: Efigênio,Theodulo, João Baiano, José Moreira, Marilia Gomes, Maria Gouveia, Tiburtina e mulheres do Vale. Escreve-se sobregente jovem: Victor Augusto, Sabrina Guedes, vencedores do prêmio Afago, vencedores das olimpíadas estudantis,vencedores de concurso na E.E. Ciro Ribas. Escrevem-se sobre acontecimentos: Jubileu do Cemitério do Peixe, Centenárioda Casa Comercial Mário, Queimadas em Camilinho, Turismo de Vilarejo de Cuiabá, Ecoturismo e Reinvindicação daZona Rural. Escrevem-se artigos de opinião: Gouveia cidade educógena, A Comunidade é passiva, Projeto Gouveia umasugestão, Administração do Bolsa Família, Educação e Folclore. O BI é distribuído de forma personalizada – entregapelo correio –, para associados, autoridades municipais, comércio e escolas.

b. Repouso iluminado Livreto com 12 páginas, impressão a cores, contendo mensagens, fotos e poesias. Editado peloprofessor Moreira, homenagem póstuma a Doutor Waldir de Almeida Ribas e distribuído durante a missa rezada porintenção dele, no sétimo dia do falecimento.

c. Testamento Livreto com 16 páginas, impressão a cores, 3000 cópias, contendo o Testamento Particular de DomPaulo Lopes de Faria – Arcebispo Emérito de Diamantina - , assim como Declaração daquele prelado indicando adestinação de seus bens, após sua morte. Editado pelo professor Moreira, atendendo a pedido do senhor cônego PauloNicolau de Almeida Neto do Prado Franco – Vigário da Paróquia de Santo Antônio de Gouveia. Esta publicação como asanteriores foram impressas com recursos de doação. Pode-se verificar pela Prestação de Contas que não foram alocadosrecursos oriundos de contribuições dos associados.

5. Site www.afagouveia.org.br segundo órgão de informação da Afago está disponível desde maio de 2010, portanto, com menosde dois anos de vida. O site da Afago vem prestando serviços de divulgação de Gouveia; oferecendo espaço gratuito a órgãos daadministração pública, a escolas e a organizações da sociedade civil para divulgação de fatos que interessam ao público. Quase sempretemos buscado a notícia e, na maioria das vezes, redigido as reportagens. Temos produzido informações sobre comunidades rurais:Engenho da Bilia, Engenho da Raquel, Espinho e Pedro Pereira; sobre projetos: Trilha Verde da Maria Fumaça, Turismo de Vilarejo deCuiabá, Centenário da Casa Comercial Mário Maria, Jubileu do Cemitério do Peixe, Concurso de redação na E.E. Ciro Ribas da VilaAlexandre Mascarenhas. Disponibilizamos, para consultas, toda a legislação básica do município: Código de Postura, CódigoTributário, Estrutura Administrativa, Lei do Meio Ambiente, Lei Orgânica de 1990, Lei Orgânica de 2011 e Lei de Parcelamento do Solo.Muito importante, o Livro de Mensagens que vem, a cada dia, se firmando na missão de:

a. estimular o contato entre gouveianos;b. oferecer a cada gouveiano o espaço para que ele possa explicitar sua opinião, suas ideias e suas reivindicações.

6. Reuniões de Congraçamento Conforme editorial do Boletim Informativo IV, número 04, de Julho-Agosto de 2011, num pré-balançodos seis primeiros meses de atividades da AFAGO, sob a sua presidência, o Professor Raimundo Nonato de Miranda Chavesafirma, considera as reuniões de congraçamento: “acontecimento relevante porque marca a hora do encontro, do abraço, daconfraternização, quando se fala de Gouveia, quando se relembra dos tempos da mocidade ali vividos, Normalmente se fazemduas reuniões por ano.” Em 2011 foram realizados dois encontros de congraçamento.O primeiro realizou-se nos salões do PizzaBar, Avenida do Contorno, no. 1636 juntamente com Assembleia Geral e ordinária; paraaprovação da reforma do Estatuto e apresentação do relatório de atividades, prestação de contas e posse do Conselho deAdministração e do Conselho Fiscal. Em seguida se deu a confraternização dos associados, suas famílias e amigos convidados.Ausente, por motivo de enfermidade, Dr. Waldir de Almeida Ribas, foi homenageado com uma placa entregue por uma comissãode três senhoras em sua residência, como fundador e de então em diante presidente de honra da Afago. A música ficou a cargodo Engenheiro artista Adalberto Alves Balsamão. As fotos e reportagem se encontram no Site da Afago.O segundo encontro de Congraçamento se deu em 17 de setembro de 2011, no sitio denominado “Nossa Casa”, de propriedadedo Doutor Manoel Luís Ferreira de Miranda, Diretor Jurídico, co-patrocinada pelo Doutor Milton M. Ferreira de Miranda, tambémConselheiro da Afago. A dupla Miranda recepcionou os membros da Afago, suas famílias e amigos convidados com um almoço/churrasco. O ambiente foi animado pela boa música executada pelo gouveiano Lucigênio Gomes Pereira. Alegria, boa prosa,descontração foram a tônica de toda a reunião. As fotos e reportagem se encontram no Site da Afago. Este congraçamento foiacontecimento relevante para o encontro, o abraço e a confraternização dos gouveianos e seus amigos e confirmou o esquemada Afago para seus dois encontros anuais de congraçamento: o primeiro a acontecer num ambiente fechado, facilitando arealização de assembleia, e o segundo em ambiente aberto, ao ar livre.

7. Prêmio Afago: O Prêmio Afago de Literatura lançado em 2010 teve sua segunda edição ampliada, no ano de 2011 , para incluirtambém as Escolas Rurais do Município de Gouveia, procurando atingir as seis escolas que têm ciclo final do ensino fundamental,intencionando com isto maior participação dos alunos. Para seleção dos melhores trabalhos foi nomeada pelo Presidente umacomissão de cinco senhoras, membros da afago, especializadas em Educação, Literatura e Língua Portuguesa. Os prêmios foramequalizados, diante da mínima diferenciação qualitativa das redações vencedoras. Os trabalhos concorrentes já foram selecionados

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Relatório

e a distribuição dos prêmios aguarda a definição de data por parte da Secretaria Municipal de Educação, parceira da Afago nesteprojeto

8. Sala Doutor Waldir: O Conselho Administrativo e o Conselho Fiscal, por proposta do Diretor Adilson do Nascimento, aprovarampor unanimidade denominar a sala sede da Afago com o nome de Doutor Waldir de Almeida Ribas, como homenagem a seufundador e presidente de honra e como forma de perpetuar-lhe a memória. Em seção solene da Diretoria da Afago, em 15 desetembro de 2011, dona Elena Berenice Brum Ribas, viúva do homenageado, descerrou a placa que a partir de então nomeia a salade reunião com o nome de DOUTOR WALDIR DE ALMEIDA RIBAS. Em discurso panegírico, o Diretor Adilson do Nascimentoafirmou: “Nossa placa não visa homenagear o médico competente e caridoso (...), visa homenagear o fundador e primeiropresidente de nossa entidade.” A reportagem e fotos encontram-se no Boletim Informativo 05/11.

9. Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Paraúna – SCBH Paraúna O Subcomitê, durante a primeira metade do ano, esteve acéfalo einoperante. Quando, graças a uma espécie de intervenção branca do Comitê da Bacia do Rio das Velhas, o grupo se reuniu,reorganizou o subcomitê, selecionou os novos membros e seus representantes, constituindo o colegiado de 12 membros titularese seus suplentes com um terço de membros, respectivamente, representando poder público, usuários e organizações da sociedadecivil. A Afago continua como membro titular, sendo seu representante Raimundo Nonato de Miranda Chaves. Também, eleito eempossado, na mesma oportunidade, o coordenado geral: representante da Estamparia São Roberto, senhor Marcos.Deve ser registrado que, desde 2010, o Estado vem cobrando taxas pelo uso da água. Parte da arrecadação deverá ser aplicada narecuperação e manutenção das bacias hidrográficas. O subcomitê é um colegiado consultivo e propositivo, portanto não podeexecutar projetos. Então, com a participação de corpo técnico do CBH Velhas, está elaborando projeto que, aprovado pelo CBHVelhas, será executado por empresa contratada. Problemas na bacia do Paraúna são assoreamentos provocados por mineração,pastoreio excessivo, estradas vicinais sem planejamento; são voçorocas; são áreas degradadas por diversas causas. Caracterizadoo problema tem-se, agora, que dimensiona-lo e propor soluções. O projeto do Subcomitê objetiva a contratação de empresa paraexecutar as ações de localização, dimensionamento, intensidade de danos atual e potencial e proposição de soluções.

10. Registro Especiala. Sede da Afago: Agradecimento especial da Afago à Senhora Elena Berenice Brum Ribas e ao Senhor Marcus Brum

Ribas pela manutenção, em Regime de Comodato, do conjunto de salas No. 1709 do Edifício Caxias, em poder da Afago,a custo zero.

b. Biblioteca Doutor Waldir A Senhora Elena Berenice doou a biblioteca de Doutor Waldir para Gouveia. A Afagointermediou esta operação, contatou a professora Maisa de Fátima Nascimento Dória, Secretária Municipal de Educaçãoe acordou com ela que aquela doação se constituiria em Coleção Especial de Livros, disponíveis na Biblioteca Públicade Gouveia. Com a concordância de Dona Elena, fechou-se o acordo e a Afago providenciou a embalagem e a lista doslivros, que já estão em Gouveia.

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Relatório

Prestação de contas e congraçamen-to no PizzabaR

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ARTIGOS

Chiquinho da Gouveia: um registro daHistória

Ivete de Oliveira RezendeTodos nós somos e seremos sempre os protagonistas da História,tecendo caminhos que pouco a pouco desenham o traçado de nossasvidas. Há homens que deixam marcas de sabedoria e generosidade,que precisam ser lembrados. É o caso de Francisco Xavier deOliveira, conhecido como Chiquinho da Gouveia ou de Nelo, meninopobre, que na infância já trabalhava para sustentar pais e irmãos.Sua vida foi totalmente ligada a Gouveia, embora tenha nascidoem Palmital. Esta terra o acolheu como filho, e ele a amou comose fosse sua. Mudou-se para Gouveia e se tornou sacristão dovigário Pe. José da Mata Machado, que afeiçoou-se ao meninoassim que o conheceu em Datas, onde já trabalhava comosacristão. Foram seis anos de trabalho com o vigário, que logopercebeu a vivacidade, a determinação e a coragem daquele jovem;e não poupou esforços para encorajá-lo nos seus sonhos. Quandonão estava com o padre, trabalhava na sua oficina de sapateiro efazia quaisquer biscates. Sempre foi econômico e tinha uma reservade tudo que conseguia ganhar em suas atividades. Com isso,comprou um caminhão a meia com Antônio Ribas. Os veículosnuma cidade do interior eram raros, representavam um instrumentode trabalho, ou eram luxo, como uma “baratinha” de propriedadedo Coronel Sica. Chiquinho teve sorte e transformou seu primeiro

caminhão em um negócio rentável, conseguindo adquirir mais cincocaminhões com o trabalho.

Sua família mudou-se para Gouveia e ele empregou seus irmãos,que se tornaram, como ele, responsáveis pelos caminhões.O seu contador, Afonso Souto, aconselhou-o a formar umasociedade com os irmãos, e nela foi incluído Theódulo Prado. Assimabriu uma oportunidade de ajudar os irmãos e o Theódulo, a quem

ele trouxe de Barão do Guaicuí e o acolheu como umirmão. Todos entraram apenas com o trabalho, semnenhum capital, surgindo a Empresa Xavier deTransportes Ltda.Ele ajudou pessoas que conhecia pouco, estendendo-lhes as mãos e encaminhando-os na vida. Dava muitaoportunidade àqueles que queriam trabalhar. Ter uma empresa de transportes na época era umafaçanha porque as estradas eram precárias e de terra.Gastava-se um dia, ou mais de viagem a BeloHorizonte. Quando chovia, o caminhão atolava, tinha-se de dormir na estrada, às vezes sem comida, parahonrar os compromissos de entregar as cargas no diacombinado.Nesta época, a fábrica de São Roberto foi à falênciasendo arrematada em leilão por dr. AlexandreMascarenhas, fato que acarretou muitos benefíciospara Gouveia.A partir daí, o principal cliente da empresa era estafábrica, juntamente com outras firmas: Irmãos Duarte(fábrica de tecidos do Rio Grande em Diamantina),Fábrica de tecidos de Biribiri, os Irmãos Coelho.Chiquinho conseguiu com Geraldo Simões, proprietárioda empresa de transportes Minas Gerais, o tráfegomútuo. A empresa Xavier passou a ter escritório emBelo Horizonte e todas as mercadorias que chegavam

de São Paulo e outros estados ela astransportava para Diamantina e regiões vizinhas,até Salto da Divisa.A empresa cresceu, passou a contar com 16caminhões, sendo seis para transportarcombustíveis da Texaco.Assim o nome de Gouveia era divulgado portoda a região.Chiquinho era um homem comunicativo, alegre,descontraído, brincalhão, de um porte altivo, eimpressionava a todos com seu sorriso largo.O dever estava em primeiro lugar, ele procuravaatender a todos que necessitavam de umaviagem urgente, a qualquer hora, onde quer quefosse. Desprezava a saúde, o sono, paraenfrentar o frio, o vento, a chuva e a escuridãodas péssimas estradas para ajudar as pessoas.Fazia transportes em carro de passeio, ou numa“jardineira” para Diamantina diariamente, quedepois foi substituída por um caminhão de duasboleias com carroceria.

Além deste trajeto, atendia o transporte para Serro eadjacências. Nessas andanças conheceu sua futuraesposa, a serrana Elgita Guerra, que durante toda avida foi dedicada companheira. Na ausência do maridogarantia a administração da casa e educação dos setefilhos.Na época da Segunda Guerra Mundial a gasolina e ospneus eram racionados. A gasolina na bomba nãoestava disponível fora do horário estipulado pelo

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Boletim Informativo da AFAGO página 21

ARTIGOS

governo e havia falta no mercado. A solução encontrada foiusar o álcool, antes mesmo destes programas pró-álcool,

etanol, que vinha de Ponte Nova em tambores, no trem deferro para Diamantina.Foi político atuante, esteve na vanguarda de iniciativas queobjetivavam a emancipação política de Gouveia. Com otimbre político foi eleito vereador pelo antigo PSD (na épocaa função pública não era remunerada), e foi Presidente daCâmara de Vereadores.Viu a oportunidade de alçar novos vôos e adquiriu fazendasnos municípios de Diamantina e Curvelo. Uma delaspertencera ao avô de Juscelino Kubitschek, e quando estese tornou Presidente da República, foi visitá-la em companhiade sua mãe, Júlia Kubitschek.Chiquinho era um homem destemido, pois para chegar àfazenda de carro teve de desbravar e construir estradas,mata-burros, o que fez com a ajuda dos empregados. Otransporte naquela época era o trem de ferro, e como nãopodia ficar dependendo de seus horários, os quais oscilavambastante, teve a ousadia de abrir caminhos para atravessaros sertões. As primeiras viagens de carro para a fazendaeram um verdadeiro “rally”, nem trilha existia. Com ajudade algumas prefeituras ele conseguiu a manutenção dasestradas e construção de pontes. Com isso, muitosfazendeiros que o criticavam compraram carros e passarama usá-los para irem às suas fazendas. Logo em seguida, ogoverno desativou o ramal de trem de ferro de Diamantinaa Corinto.

Chiquinho tornou-se agropecuarista e proprietário no fabricode cachaça, continuava sendo um homem visionário. Ele

era exigente e queriamais inovações emelhores resultados. Mas como a saúde nãoo ajudava, ele vendeu aempresa e passou a sededicar apenas às suaspropriedades rurais,colocando os preceitosdo trabalho em primeirolugar. Morreu jovem com59 anos, mas deixou umlegado para nós e para asua querida Gouveia.Muitas vezesesquecemos fatosimportantes de nossavida que estãointrinsecamente ligadosàs nossas origens. Masquem somos nós, semmemória, sem História?Tornamo-nos seres semreferência, sem alma,sem vida. Nós somossujeitos dela, e a mesma

caminha sem pressa. Mas os nossos vínculos com o passadosão indestrutíveis.“O tempo é o tecido de nossas vidas.” (Antônio Candido)

Fotos: 1. Chiquinho: motorista do padre José da Mata2. Chiquinho e Elgita: Reinado de Nossa Senhora do Rosário

3. Abertura da estrada Gouveia a Diamantina, nos anos 30 a cabo deenxada

Arquivo Afonso Ferreira Brasil, recuperado por José Moreira deSouza, por recomendação de Afonsinho, cedido por Osvaldo Brasil

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ARTIGOSA RESSURREIÇÃO DA “VELHINHA”

Adilson do Nascimento

É comum ouvir alguém dizer que os tempos mudaram. Eu discordo. Paramim o que mudou foram as pessoas. Vendo tanta lama podre escorrendo para dentro das nossas casas atravésdo noticiário diário de jornal, rádio e televisão, eu perguntei ao meuamigo Zé de Flora: Zé, como é que fica a consciência dessas pessoas? Eele me respondeu taxativamente: - “essas pessoas não têm consciência”!Interessante é que eu tenho um vizinho, meu amigo, que vive me criticandopor eu dizer e até escrever que considero os políticos profissionaiscorruptos e interessados unicamente em desfrutar dos altos salários querecebem sem contrapartida de prestação de serviço, além dos inúmerosbenefícios adicionais que, embora imorais, são constitucionalmente legais,acrescidos de inúmeros outros, imorais, Já convivi muito diretamentecom política e com político, profissional e amador. Como político amador,considero aquele que exerce um cargo público apenas com a finalidadede prestar serviço ao bem comum e à comunidade, uma vez queprofissionalmente ganha a vida honestamente em outra atividade. Nessacategoria eu poderia citar Efigênio Gomes Pereira. Talvez outros, muitomais, que eu não atreveria relacionar aqui, para não ser traído pela memóriae cometer injustiças irreparáveis e danosas. Hoje, esse tipo de político jánão se faz presente no cenário nacional, seja em que instância for. Já participei ativa e diretamente da vida política quando, premido pelavontade dos meus colegas da Fábrica São Roberto, fui eleito o vereadormais votado na eleição de 1970, em Gouveia. Naqueles tempos o vereadornão percebia qualquer remuneração, nem ajuda de qualquer natureza. Noentanto, em 1977, quando o mandato já era remunerado, emborasimbolicamente, eu deixei a fábrica e a cidade no final de outubro erenunciei no início de novembro, deixando o cargo de presidente dacâmara para o meu vice Popô e a vaga de vereador para o primeiro suplentede que não lembro o nome, apesar de que a câmara se reunia apenasalgumas vezes por ano.O meu vizinho diz com toda sonoridade das letras que não acredita queaqueles “patriotas” que alardeiam estarem contribuindo com os seusesforços e dedicando parte das suas “vidas” em benefício do bem comum,estejam interessados unicamente em fazer fortuna a qualquer custo, semse preocuparem com a origem e a qualidade dos seus ganhos, nem com obem estar daqueles seus eleitores que não fazem parte das suas famíliasou da “tropa de choque”, embora de tempos em tempos voltem às suasorigens prometendo, de público, todos aqueles benefícios, não cumpridos,da eleição passada como: posto de atendimento médico, hospital, colégio,ginásio esportivo, indústria, rua asfaltada, asilo, pontes, rede de água eesgoto e no particular cumprem apenas as promessas de um par dechinelos, uma bola de futebol, uma dentadura etc. Aqui talvez resida amaior razão pela qual os governantes não se preocupam em proporcionaraos jovens uma educação de qualidade, pois, qualificados, os jovenspassarão a reivindicar maior atenção dos governantes e não repetirãoseus votos naqueles que prometem, nada cumprem e somem, voltandosomente às vésperas de nova eleição. Dizer que a corrupção seja um “dom” apenas da classe política podesoar como discriminatório. A corrupção se instalou também no meioempresarial, trabalhador, sindical, estudantil, artístico, judicial, esportivo,religioso e outros. Quando eu digo “políticos profissionais” eu não estoume referindo única e exclusivamente aos que se elegem às custas daignorância do povo para cargos públicos. Existem aqueles que ocupamcargos ditos técnicos, em empresas públicas, órgãos de administraçãodireta e indireta. A corrupção atinge, hoje, muito diretamente profissões anteriormentetidas como incorruptíveis, a exemplo do pessoal do judiciário. Quando eu

fazia o curso científico no Colégio ComercialDiamantinense, em Diamantina, nos idos de 1970, haviaum professor cujo respeito que a sua figura impunha eratão impressionante que até mesmo a sua ausência erarespeitada. No horário em que a próxima aula seria dele(história), aquela turma de adolescentes já se mantinha emcompleta harmonia e silêncio, ainda que ele não estivessepresente. Assim que ele adentrava a sala todos sepostavam de pé e aguardavam a sua ordem paraassentarem. Nos dias de prova até mesmo aqueles alunosmais relapsos que somente prosseguiam seus estudos àcusta de “cola” dos colegas iam para a aula com a matéria“na ponta da língua”, pois sabiam que não haveria a menorpossibilidade de se pedir uma “ajuda” e, muito menos, deconsegui-la. Embora ele não ficasse “passeando” pela sala,como se fiscalizasse a conduta dos alunos, ninguém searriscava a burlar a sua vigilância. Tudo era fruto dorespeito que ele impunha em razão da sua condição dealto funcionário público, ocupando um dos cargos de maiorrespeitabilidade da cidade e da comarca, ou seja, Juiz deDireito. Seu nome: Benedito Starling. Um arauto damoralidade, da decência e da ética. Uma espécie dedivindade. Hoje, a corrupção grassa substancialmentenesse meio, alcançando promotores, juízes,desembargadores, ministros de tribunais etc. Meu vizinho acredita que a corrupção será extinta, assimcomo a inflação, a miséria, o analfabetismo. Acredita que asaúde, a educação e a segurança, no Brasil de amanhã,terão padrões internacionais, do tipo dos países doprimeiro mundo.Meu vizinho acredita que o salário mínimo dará aotrabalhador poder aquisitivo para “atender a suasnecessidades vitais básicas e às de sua família comomoradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,higiene e previdência social”. Acredita que todos aquelesque forem pilhados em delitos, sejam por corrupção, furto,roubo, estupro, assassinato, indiferente das suas posiçõesna sociedade, serão devidamente punidos e no caso decorrupção devolverão ao erário os valores surrupiados,com juros e correção monetária. Meu vizinho, embora seja produtor rural, não acredita em“laranjas”. Há alguns dias eu lhe disse que no congressonacional se alguém gritar “pega ladrão” somente ficarãono recinto aqueles que forem mortos, pisoteados por nãohaverem conseguido ultrapassar as portas de saída dosprédios e ele disse que eu sou um “sonhador”. Meu vizinho entende ser perfeitamente decente e corretoque a defesa do senador Demóstenes Torres ingresse noSupremo Tribunal Federal com um pedido de anulação doprocesso que corre contra ele, alegando que as provasforam obtidas de forma ilegal, com autorização apenas dapolícia federal, quando o senador, por ter direito a foroprivilegiado somente poderia ter suas escutas telefônicasautorizadas pelo Supremo. Quer dizer: deixa de ser bandidoaquele que confessa seus próprios crimes em uma mesade bar? Meu vizinho é a ressurreição daquela personagem detempos passados criada pelo escritor Millor Fernandes,para a “Revista Veja”: A VELHINHA DE TAUBATÉ, queacreditava em Papai Noel, Saci Pererê, E.T de Varginha ehonestidade na política brasileira.

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Boletim Informativo da AFAGO página 23

Adauto, Amauri e Marambaia três

gouveianos solidários

Raimundo Nonato de Miranda Chaves

Comunidade significa, conforme nos ensina mestre JoséMoreira de Souza, com unidade. Unidade, no contexto,é um grupamento de pessoas ligadas pelo sentimentode cooperação, sentimento de ajuda mutua; obedecemao lema: uma mão lava a outra. A coesão do grupo éfortalecida pelo sentimento de solidariedade, quandomuitas pessoas auxiliam outras mais frágeis. Esta ajudacoletiva, normalmente, resulta da ação de um líder quemotiva e organiza o processo; ele mesmo, um elementocatalizador, presta grande ajuda ao se dispor aadministrar o movimento em prol dos mais frágeis.

Neste artigo, registro as ações de três gouveianos quedesenvolvem trabalho admirável de liderança,canalizando os esforços da comunidade para auxilio desubgrupos fragilizados. Os três, iguais em dedicação earrojo, são por ordem alfabética de nomes: Adautoatende a estudantes carentes; Amauri, a estudantes comdeficiência mental e João Antônio atende a pessoasidosas.

Adauto Aparecido de Almeida solteiro, funcionário daFábrica deTecido SãoRoberto, filhode ZéBranco, netode JoaquimPequeno eDas Dores,bisneto deTão eB e n e d i t a ,trineto deChico Teles e Lota. Conheci a todos na comunidade deCamilinho.

Adauto estuda na Faculdade de Serviços Sociais daUnopar, em Diamantina. Criou a Associação dos AmigosSolidários – ADAS e coordena a escola da associação,conhecida como Escolinha do Adauto. Contando cercade 70 estudantes, funciona, em condições humildes,no segundo piso de uma construção inacabada, comtrês expedientes diários. Nas manhãs e tardes sãorecebidos estudantes do primeiro grau e lhes sãoprestadas ajudas para reforço escolar e revisão dedeveres – os para casa –, além de palestras sobrealcoolismo, drogas , saúde e outros temas de interesse.À noite o espaço é cedido ao Projeto Cidadão Nota Dez,sob a responsabilidade do Idene/Diamantina - autarquiavinculada à Secretaria de Estado Extraordinária para oDesenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucurie do Norte de Minas. Adauto conta com ajuda de cinco

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adolescentes, voluntários: Glenda e Tais, estudantes dosegundo grau, são instrutoras. Outros três trabalham noProjeto Reciclagem: coleta, em toda a extensão da cidade,e classificação de todo material que possa ser reciclado. Areceita da venda do material ajuda a pagar: parte do aluguel,internet, telefone e outras pequenas despesas.

A Escola do Adauto, situada à rua Comandante Jair Faria,1415ª bairro Capelinha, fone: (38) 3543-1673, conta comajuda da Prefeitura Municipal para pagamento de parte doaluguel; com ajuda da CONAB para merenda, que é tambémfornecida à turma da noite; com ajuda do comércio e dedoações avulsas.

Na sala da entrada, emoldurado, na parede, o diploma queacompanha a Medalha Alexandre Mascarenhas; concedidaa Adauto em 2008, em reconhecimento pela sua atividadecidadã. Adauto é membro e parceiro da Associação paraPessoas Carentes e Pobres – ASPEC, atualmente presididapor Aguinaldo Veloso.

Informações detalhadas da Escolinha do Adauto, texto efotos, encontram-se no site www.afagouveia.org.br

Amauri Ribas, 45 anos, funcionário da COPASA, presidenteda APAE, abandonou os estudos no sexto ano e retornouaos bancos escolares aos 40 anos, frequentou o EJA –Educação de Jovens e Adultos – completou o primeiro graue depois, o segundo grau, no Programa EducaçãoProfissional - PEP EJA.

Casado com Rejane, que lhe deu três filhas: Caroline,universitária de direitos na PUC/Serro; Leticia, pré-universitária; Fernanda, estudante do segundo grau.Amauri é filho deAntônio Carlos e netode Cupertino Ribas –família de doutorWaldir. Assumiu apresidência da APAEem janeiro de 2011 eem agosto, comdeterminação ecoragem, decidiuencarar um grandeprojeto: A construçãoda sede própria para aAPAE, quatrocentosmetros de área construída.Primeiro passo – contrato de Cessão de Uso por vinte anos–, terreno de quatro mil metros quadrados, pertencente aopatrimônio da União, situado no bairro Capelina, área centralde Gouveia.Segundo passo – doação do BMG – valor de R$100.000,00.Registra-se a inestimável ajuda da gouveiana SueliAparecida Oliveira, funcionária do banco.

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Terceiro passo – livro de ouro – onde são registradas asdoações: material de construção e/ou dinheiro. Cada doadorcontribui como pode: variando de um a duzentos sacos decimento, esta última é doação de Ivo Andrade. SebastiãoAntônio dos Santos doou toda a lage de cobertura. Faço umparêntese para falar de Sebastião, conhecido como Tião deNeco, filho de Neco Teles e Terezinha. Quando jovem encaroua cidade grande e venceu. Hoje, investe no município,formando uma grande fazenda de gado nas localidades deFeijoal, Moinho Velho e Garrafa. A fazenda recebeu o nomede Três Rios. Eis ai um empreendedor de bom coração naclassificação de Amauri. Consta, também, doação de materialde construção recebida da Central Geral do Dízimo Pró-Vida(CGD), entidade com fins não econômicos, é uma instituiçãobeneficente de utilidade pública que realiza doações aentidades assistenciais; Registro, também, a doação de Kombipelo deputado estadual Dr. Viana.Amauri, batalhador dinamico – na foto com Adalenes,funcionária da Prefeitura responsável pela secretaria da APAE–, conseguiu da juiza da comarca a determinação para quemultas pecuniárias sejam pagas em material de construção.Visitamos a obra, agora, com toda a estrutura pronta, inclusivetelhado e terraço de 400 m2 com bela visão da Serra de SantoAntônio. Dalí o sonhador Amauri mostra o amplo terreno ondeele pretende construir quadra poliesportiva comunitária, hortapara produção de verduras destinadas a seus estudantes e,principalmente, local para a prática de equoterapia utilizandocavalos de sitiantes do municipio.Nas precárias instalações atuais a APAE trabalha tão somentecom a alfabetização, mas pretende alcançar o ensinofundamental quando transferida para as novas; a implantaçãode trabalhos manuais, com montagem e colagem de peças éum projeto da entusiasta supervisora Elizabete. No momentosão atendidos 59 estudantes, número que deve ser aumentadoporque muitos pais consideram as condições atuaisdeficientes e não permitem a presença de seus filhos. Registroa reação de grande alegria com que os estudantes recebemAmauri quando ele pentra em qualquer das salas de aulas.A APAE é filiada à Federação Nacional das APAEs e àFederação das APAEs do Estado de Minas Gerais.Informações detalhadas sobre suas atividades no sitewww.gouveia.apaebrasil.org.brInformações detalhadas sobre a construção da sede, asinstalações e as condições atuais da APAE encontram-se nosite www.afagouveia.org.brJoão Antônio de Azevedo, o Marambaia filho de RaimundoCarlota, da Chácara Santo Antônio. Com dezesseis anosdecidiu peitar o mundo e iniciou sua travessia: Barão deGuaicui, Corinto, Belo Horizonte e São Paulo. Deu o passomaior do que as pernas, não suportou o rojão e, logo depois,voltou à Gouveia. Reabasteceu, recarregou as baterias etentou novamente. Em São Paulo – capital –, chegou, viu evenceu. Montou cinescopio na Philips até se aposentar.Marambaia é viuvo com quatro filhos: Sandra, administradorade empresas, funcionáira da Superintendencia Regional deEnsino, em Diamantina; Célia, química textil, reside emCachoeira da Prata (SP); Fernanda, enfermeira, reside emBelo Horizonte; Eduardo, estudante.

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Na foto, com Amanda – secretária executiva doLar dos Idosos – orgulhosa do filho que vai nascerno meio do ano.

O Marambaia aposentado retornou a Gouveiaquando iniciava as fundações para construção doLar dos Idosos. Em Gouveia assumiu a presidenciada Vila Vicentina, durante quatro anos; vice-presidente do Lar dos Idosos assumiu apresidencia devido a renuncia do presidente,completou o mandato e foi eleito por mais doismandatos de quatro anos cada. Atualmente, ocupaa vice-presidencia por exigencia do estatuto, mascertamente, será reconduzido à presidencia naspróximas eleições.Marambaia continuou e terminou a construção doLar dos Idosos, incluindo, o auditório de 300m2,Centro de Eventos Dom Paulo Lopes de Faria,usado prioritariamente para lazer dos internos e,eventualmente, alugado para a realização deeventos. As instalações, com capacidade para 40internos, abrigam 22, de ambos os sexos,distribuidos em apartamentos de dois e de trespesssoas.O Lar dos Idosos assume total responsabilidadepelo bem estar e pela saude física e mental dointerno. Mantido com recursos provenientes dasaposentadorias; convênio com o Estado de Minas,recursos equivalente ao custo de um funcionário;Secretaria Municipal de Saude providenciaassistência médica e psicologica; CONAB contribuicom alimetos e mais, as doações de particulares.O Lar dos Idosos é vinculado à SSVP – SociedadeSão Vicente de Paula cuja estrutura administrativaenvolve diferentes niveis hierarquicos, desde oConselho Internacional até a ConferênciaVicentina, a unidade de menor nível. O ConselhoNacional do Brasil é o maior nível no país erepresenta a SSVP. Os Vicentinos mantêm eadministram creches, asilos, hospitais,educandários, abrigos e outros.

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Maria Luiza Ferreira de MirandaDiva Maria de Miranda

Fraternidade e Saúde Pública é o tema da Campanha da Fraternidade2012, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil(CNBB) e tem como lema um versículo do livro do Eclesiástico:“QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA.” E o que issotem a ver com a história de vida e o exemplo de Maria Luiza Ferreirade Miranda?

A Campanha da Fraternidade deseja,assim, sensibilizar a todos sobre adura realidade das pessoas,principalmente das mais pobres, asquais não têm acesso à assistênciade saúde pública condizente comsuas necessidades e dignidade. Éuma realidade que clama por açõestransformadoras.

Ninguém escolhe ficar doente. Adoença se impõe. Além de nãorespeitar nossa liberdade, elatambém tolhe nosso direito de ir evir. A doença é, por isso, um forteconvite à reconciliação e àharmonização com nosso próprio sere com Deus, fonte de vida. A doençaé também um apelo à fraternidade e àigualdade, pois não discriminaninguém. Atinge a todos: ricos,pobres, crianças, jovens, adultos eidosos. Diante de tal realidade, aatitude mais lógica é a daFRATERNIDADE E DASOLIDARIEDADE.

Por falar nessas atitudes, lembro-me de uma pessoa inesquecívelque teve a coragem de assumir a solidariedade fraterna em favordos irmãos que sofriam: MARIA LUIZA FERREIRA DEMIRANDA. Brasileira, natural do povoado de Palmital, nomunicípio de Diamantina, nasceu no dia 10 de Outubro de 1910.Era filha de Luiz Ferreira de Abreu e de Maria Laudelina GomesFerreira. Ela morou em Diamantina, onde estudou e concluiu oantigo Curso Normal de Magistério na Escola Nossa Senhora dasDores.

Em 1930, foi nomeada professora na Escola Rural de Camilinho.Lecionou para as três primeiras séries. Naquela época as aulaseram ministradas em uma única sala, com todos os alunos juntos.Era o único espaço físico. A escola não possuía sede própria.

Casou-se em 1933, com Antônio Augusto de Miranda, natural eresidente em Camilinho. Era filho de Manoel Pinto de Miranda e deAmélia Augusta de Miranda. Ali, na comunidade de Camilinho,Maria Luiza pôde acolher e cuidar – atitudes cristãs aprendidas nafamília. Ela sempre teve o apoio do esposo, meu pai, que a ajudouno desenvolvimento do seu trabalho, principalmente na área dasaúde.

Foram anos de dedicação e trabalho às pessoas necessitadas e àfamília.Viajava léguas e léguas a cavalo,atravessando rioscheios,enfrentando as intempéries do tempo para atender asparturientes e outras pessoas que precisassem de sua ajuda. Comogratidão os pais a convidavam para ser a madrinha de seus filhos.Ela ficou sendo comadre de grande parte dos moradores daredondeza. Foi uma mulher de fibra e muito versátil. Por exemplo,organizava as festividades de Camilinho e vizinhança, tais como:

casamentos, carnavais, festas religiosas, juninas. Tambémpreparava discursos quando Bispos, Padres e Políticos visitavamo vilarejo.

Dinamismo, facilidade de expressar-se, solidariedade, fraternidade eramalgumas de suas características mais marcantes, além de carisma e muitacompetência. Foi uma semente que germinou em terra boa.

Tenho certeza que muitos sonhos que ela tinha se perderam, algumasvezes a deixaram abater, mas desanimar nunca! Tanto que ao enfrentar asoposições de políticos, figuras públicas e profissionais da saúde – que seincomodavam com seu trabalho assistencial –, ela não desistiu. Sua intenção

de servir e de ajudar as pessoas era maior. Seu grandeideal humanitário a inspirava. Tinha muita coragem,tantas vezes à prova. Procurava conduzir sempre oseu trabalho no caminho da verdade, do amor e dapaz. Tinha um coração muito humano, compreensivoe bom.

Hoje, sabemos o quanto é importante estimular acomunidade para o acompanhamento das ações dagestão pública referente à saúde. Nós leigos tambémsomos representantes de nossa comunidade e temos odireito e o dever de participarmos das decisõesreferentes às políticas públicas de saúde. Podemosparticipar dos conselhos municipais, conselhos locais,discutindo a saúde da população e sugerindo propostaspara a resolução dos problemas.

E naquela ocasião, o que podia fazer a “dona MariaLuiza?” Não tinha como participar de algum conselhoou serviço de saúde pública no distrito onde morava.Não existia. Mesmo assim, com as armas que possuía,graças a Deus, teve sabedoria para ver, compadecer-se, aproximar-se, dispor de seu tempo e cuidar;atitudes que são difíceis de serem concretizadas hoje.E ela, com muita coragem e determinação, pôde realizarvárias ações na comunidade de Camilinho.

Hoje, atuando como voluntária da Pastoral da Saúdeda minha comunidade, eu vejo o quanto foi importante

o trabalho voluntário da minha mãe. Uma atuação múltipla e abrangente.Hoje precisamos tanto daquelas informações e experiências práticas queela passava, a fim de poder ajudar a promover a esperança, a felicidade ea saúde de crianças, adolescentes, adultos e idosos.

Que surjam voluntárias como dona Maria Luiza para que a “SAÚDE SEDIFUNDA SOBRE A TERRA.”

Em 1946, mudou-se para Diamantina com a família para que todos osfilhos pudessem continuar os estudos. Em 1954, saiu de Diamantina e foimorar em Belo Horizonte, para que os filhos pudessem continuar os seusestudos e trabalhar.

Faleceu em 13 de Setembro de 1994, deixando cinco filhos: Edson, Jadir,Milton, Manoel Luiz, Valdir e uma filha Diva Maria. Quando ela morreu,já havia perdido dois filhos: Jair e Laudelino. Deixou também vinte e trêsnetos, uma neta e dois bisnetos.

Foi uma grande educadora e pessoa humana. Foi uma grande mulher,orgulho para a toda a família. Ensinou-nos que a sabedoria é dom que estádentro de nós. E que o êxito está na vontade de vencer.

Compartilhou com a família alegria e dificuldades. Os filhos cresceramnaquele convívio, aprendendo a respeitar as pessoas em suas limitações eadmira-las em seus acertos.

Seu amor incondicional e os valores ensinados foram e são para nós,filhos, exemplos de uma verdadeira professora da vida. Tivemos sorte detê-la como mãe.

Mas a lembrança de sua presença, do seu olhar, do som de sua voz, soprasuave em nossa memória e traz saudades... perpetuamos sua memória portodo o tempo, pois quando uma árvore morre, deixa dentro de seus frutosa semente de sua vida. Estará sempre em nossos corações.

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Saúde em GouveiaJosé Moreira de Souza

A questão da saúde sempre preocupou os moradores de qualquer aldeia,povoado, vila ou cidade. No caso de Gouveia, já no ano de 1736, compareceo nome de Ozde(?) Bernardino de Távora o qual prestava serviços aopovoado e região “com sua botica pequena”. No final desse mesmoséculo, com a chegada dos serviços da Real Extração, multiplicaram-seos “cirugiões” para atender aos escravos e feitores que trabalhavam namineração do diamante, nos serviços do Chiqueiro e da Cachoeira.No ano de 1831, o Censo Provincial registrou a presença do “LicenciadoAntonio Gomes dos Santos” que vivia da profissão de “cirurgia e botica”,ou seja era médico e farmacêutico. Quando toda a região se alarmou coma possibilidade de um surto de cholera morbus, por volta de 1855, ovigário da paróquia redigiu um relatório sobre as condições de atendimentoá saúde dos moradores. Merece destaque o seguinte trecho: “Cumprinostão bem communicar a VV. SSas. que a sermos invadidos do mal aprimeira e indispençavel medida será a vinda de pelo menos hum Medicopara esta Feguesia durante o mal assim como de todos os remediosprecisos para a povoação das Dattas e todo o Este da Freguesia, poisneste Arraial há Botica que comquanto não esteja completa seos donnosse offereceram afornecela todos os medicamentos que forem necessarios.... Gouveia, 9 de dezembro de 1855”.Este momento deve ser fixado por anunciar a elevada importância políticade um médico na localidade. Como, a epidemia de cólera ficou apenas nolitoral, Gouveia também não foi contemplada com a presença de médico.Apenas licenciados e entendidos socorriam a população. Os nomes maisrecentes, a partir dessa época foram os de José Prudente do Nascimento,Luiz Ponciano de Souza, Joaquim Alves Ferreira Taioba e João DamásioBaracho.José Prudente, conhecido com Juca Prudente, tinha sua moradia na chácarado Lava-pés. Luiz Ponciano de Souza residia ao lado da igreja matriz,Joaquim Taioba foi o fundador da Farmácia Auxiliadora nos anos de 1880e João Damásio veio ter à Gouveia por volta de 1930.Será a partir da epidemia conhecida como “Gripe Espanhola” quepossibilitará à Gouveia a presença de um médico residente. Zózimo RamosCouto é nome de que Gouveia não poderá esquecer. Formado em 1918,no ano de 1919 passou a residir em Gouveia, permaneceu na vila até o anode 1923. Sua saída se deu por motivos políticos. O doutor Zózimo tinhauma concepção muito mais ampla de saúde: queria a emancipação deGouveia. Foi o primeiro a pensar num hospital. Esse estabelecimentoocuparia uma das casas pertencentes ao patrimônio da Irmandade deNossa Senhora do Rosário.A ideia manteve-se viva com o Doutor Policarpo Teixeira, o Doutor Adaltopara vingar no início dos anos 50 com o doutor Jurandir Esteves.A construção do hospital, a partir de 1951, possibilitou a ampliação darede de água e deu nova força ao movimento de emancipação. Aconstrução e inauguração do hospital, antes da emancipação se tornouum monumento para mostrar o de que Gouveia era capaz ao se tornarcidade e sede de município.

“Leve em sua memória para o resto de sua vida, as coisas boas quesurgiram, no meio das dificuldades. Elas serão uma prova de sua

capacidade em vencer e lhe darão confiança na presença divina, quenos auxilia em qualquer situação, em qualquer tempo diante de

qualquer obstáculo”

“HOSPITAL DE GOUVÊA- NOSSOLEGADO

Tem 58 anos de fundação o “hospital de Gouvêa”. Luta incansável e semfim de alguns cidadãos Gouveianos, que desde sua construçãoempenharam esforço, amor, tempo e dinheiro para sua sobrevivência.

Para tanto se constituiu uma sociedade de caráter civil, deutilidade publica, sem fins lucrativos, caritativa, beneficentee de assistência à saúde, a “Associação Mantenedora doHospital e Maternidade Dr. Aureliano Brandão”, que possuipersonalidade Jurídica e foi fundada com o objetivo principalde prestar atendimento médico, hospitalar e ambulatorial àtodos quantos buscarem seus serviços, sem distinção deidade, nacionalidade, raça, credo, religião opinião política ouqualquer outra condição. Ela presta assistência gratuita aosdoentes carentes de recursos, de acordo com as suaspossibilidades e o estabelecido na legislação em vigor, epoderá para isso firmar Convênios ou contratos comentidades privadas, públicas, órgãos estaduais ouparaestatais, para prestação de serviços de assistência àsaúde, como consta do seu Estatuto.

Fica tão fácil entendermos o funcionamento deste Hospitalquando nos deparamos com esse conceito tão claro e objetivo,mas é tão difícil viver sua realidade! Estamos diante de umsonho sonhado por dezoito valentes cavalheiros,representantes de todas as famílias gouveianas, que em janeirode 1951, quanto nossa cidade era denominada de “Vila deGouvêa”, Município de Diamantina, perceberam anecessidade e a falta que um hospital vinha fazendo na Vila, eousaram erguer “um hospital que seria construído àsexpensas de donativos contados pela boa vontade de todos”.No final de abril deste mesmo ano, recebem uma verba deR$200.000 cruzeiros do Dr. Aureliano Brandão diretor doMinistério da Educação e Saúde para esse fim e no inicio demaio em reunião na casa do Dr. Jurandy Esteves, é “declaradoa crise do abastecimento de água no lugar, e manifesta aimpossibilidade do funcionamento do Hospital sem o preciosolíquido”, e estes homens então, constroem a nova rede deabastecimento de água no valor de 451.705,80 (quatrocentose cinquenta e um mil setecentos e cinco cruzeiros), canalizadado Amarelo e que até hoje abastece Gouveia. “ A Diretoria doHospital de Gouvêa, reunida em 30 de novembro do ano 1954,entrega à Prefeitura Municipal a nova adutora de

abastecimento de água da cidade que passará desta data emdiante a pertencer ao patrimônio da mesma”.

Desde os primeiros anos o hospital vem passando por terríveiscrises, porque ele não tem fins lucrativos, não tem dinheiro,não tem uma verba ou recursos financeiros próprios econstantes, sobrevive da caridade “as expensas dedonativos”, de cidadãos caridosos, de parcerias e conveniocom as prefeituras que repassam recursos do sus, de verbas

ARTIGOS

Boletim Informativo da AFAGO página 26

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No Roseiral da EsperançaAbrilDenis Alexandre de Oliveira Cordeiro – 01Renata Xavier Vieira Ribas – 02Antônio Ramos de Miranda - ?Maria Eduarda Xavier Vieira Medeiros – 10Ernane José Campos - 10Geraldo Miranda Ribas- (Guarda) – 10Lucas Alves Edmundo Gomes – 18Raquel Vieira Nascimento - 18Cilse Maria Ribas - 19 Camila Ribas Oliveira - 19Vitor Ribas Regis - 19Maria Alice de Aguiar - 20Pamela Moreira Costa – 21Maristela Duque – 21Marcelo Ribas Fonteneli – 22Gustavo Albuquerque Oliveira - 25Eder Antônio Monteiro – 26Laerte José Silva Pereira - 26

de parlamentares e da boa vontade de alguns que pedem, e, deoutros que doam.

Pois bem, essa é nossa intenção. Conscientizar, abrir o coração edialogar com os gouveianos. Toda família gouveiana já precisouou poderá precisar deste hospital. O hospital não tem um dono.Não é responsabilidade somente das diretorias que lutaram e lutampor mantê-lo. Ele precisa do apoio e da doação de todos.

Todos nós temos consciência da importância deste hospital emnossa cidade. Ele foi construído para atender ao povo de Gouveiae de alguns anos para cá o hospital vem prestando atendimento a

população das cidadesvizinhas de Congonhasdo Norte, PresidenteKubitschek, Datas, eConceição Mato Dentro(Capitão Felizardo), queparticipam comreferências pelosserviços prestados.

Foi-nos deixada essabela Instituição, que jános acolheu, nosamparou, e que estásempre triste, doente eprecisando de nós.Vamos nos unir e ajudaro hospital de Gouveia.

“Tu, que viestes pra quetodos tenham vida, cura

teu povo dessa dor em que se encerra; que a fé nos salve e nos dêforça nessa lida, e que a saúde se difunda sobre a terra! Ah!Quanta gente que, ao chegar aos hospitais, fica a sofrer semleito e sem medicamento! Olha, Senhor, a gente não suportamais, filho de Deus com esse indigno tratamento! Ah! Não éjusto, meu Senhor, ver o teu povo em sofrimento e privação, quandohá riqueza! Com tua força, nós veremos mundo novo, com maisjustiça, mais saúde, mais beleza!”

ALBERIS DE OLIVEIRA Provedor do Hospital

ARTIGOS

Vinicius Sebastian Machado– 26Simone Pereira da Silva - 28 Ivanice Araújo - 28Fernando Gomes – 29Renato Franco – 30

MaioMaria da Conceição Matos -Sãozinha de Vavá - 01Maria de Lourdes Gomes – 01Aristeu de Oliveira - 09Gabriela Ribas Oliveira - 09Elena B. Brum Ribas – 10Ilda Monteiro Prado - 10Lucíola Gomes Rocha – 10Luiz Fernando V. Trópia - 10Jorge Luiz Batista - 10Naly Ribas Oliveira - 10

Orlando Silva – Xeripe –10Cléuber Alves Monteiro– 11José Mário GomesPereira – 13Alisson Miranda Ribas -15Liliane Moreira – 15Lindeia Ribas deOliveira - 16Nícia Raies Moreira deSouza – 16Nilson Santos - 16-Nilberto Rocha- 16Valdene da ConceiçãoRibas - 16Leonardo de OliveiraPaula – 20

Raimundo Nonato MirandaChaves – 20Walison AparecidoBrandão - 22Ailton Ribas – 23Fred. Fonteneli de Freitas- 26Franco Zaghen - 30Ione Maria Ribas - 31Giorgio Zaghen - 31

No Roseiralda Esperança

Boletim Informativo da AFAGO página 27

Page 28: BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI- - A Editorial · 2012-04-26 · Boletim Informativo da AFAGO página 3 Notícias & comentários Dia da Mulher 07/03 - Nilson Pereira Machado

REMETENTEAFAGO - Associação dos Filhose Amigos da GouveiaAvenida Amazonas 115 - sala1709

CEP: 30.180 - 000 - BELO HORI-ZONTE - MG

IMPRESSO

Boletim da AFAGOÓrgão Informativo da Associação do Filhos e Amigosde GouveiaAno V – N ° 02-12 - MARÇO- ABRIL2012.

Diretor Responsável – Raimundo Nonato de MirandaChavesEditoração Gráfica: José Moreira de SouzaCrédito das Fotos: Raimundo Nonato de MirandaChaves, Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro, Arquivode Afonso Ferreira Brasil, Paulo Vieira e José Moreirade Souza.

Diretoria da AFAGOPresidente de Honra: Waldir de Almeida Ribas inMemoriamPresidente: Raimundo Nonato de Miranda ChavesSecretário: Guido de Oliveira AraújoDiretor de Finanças: Adilson Nascimento

Patrocinadores:Diretores da AFAGOComissão EditorialGuido de Oliveira Araújo.José Moreira de SouzaRaimundo Nonato de Miranda Chaves

A florzinhaCarolina Chaves Molck

Era uma vez uma florque tinha só uma cor.

Ela era bela,mas era magrela.

O caule era pequeno,mas tinha veneno.

Ela vivia feliz,pois tinha raiz.

Carol, neta de Raimundo Nonato, estudante do Colégio Anchieta deNova Friburgo (RJ), com sete anos de idade, é da equipe de nataçãodo colégio. Diversas medalhas conquistadas para a sua escola emtorneios das cidades Serranas incluindo Juiz de Fora.Olhem, gente. Poesia está no sangue.