Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração...

20
Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - Ano IX - Setembro de 2008 Acesse ao nosso site: www.ocapuchinho.com.br

Transcript of Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração...

Page 1: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - Ano IX - Setembro de 2008

Acesse ao nosso site: www.ocapuchinho.com.br

Page 2: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

114 - Ano IX - Setembro de 2008

Igreja matriz Nossa Senhora das Mercês

Horários e atendimentos

ENDEREÇO da paróquia e conventoAv. Manoel Ribas, 96680810-000 CURITIBA-PrTel. paróquia: 041/ 3335.5752 (sec.)Tel. convento: 041/ 3335.1606 (freis)

EXPEDIENTE da Secretaria paroquial: Das 8h até 18h MISSAS horárioSegunda-feira: 6h30Terça e quarta-feira: 6h30 e 19hQuinta-feira: 6h30 e 18h30Sexta-feira: 6h30, 15h e 19h Novena: 8h30Sábado: 6h30, 17h e 19hDomingo: 6h30, 7h30, 9h, 10h30, 12h, 17h e 19h

ENTREAJUDAQuinta-feira: 9h, 14h30, 16h30, 19h30 e 21h

BÊNÇÃOS De segunda à sexta-feira: das 8h às 11h30 e das 14h às 18hSábado: das 8h às 11h30 e das 14h às 17hTelefone para agendar bênçãos: 3335.1606

Encontros de EntreajudaDepressão, desânimo, obsessões, possessões, soma-tizações, fobias, timidez, complexo de culpa, conceitos falhos de Deus, dependência de drogas, dificuldades conjugais, problemas familiares e outros. Participe desses Encontros de Entreajuda com frei Ovídio Zanini, em todos os domingos, das 15 às 18h, no salão paro-quial da Igreja das Mercês. O ingresso é de R$ 15,00 (quinze reais), com direito a um livro ou fita K7 de relax e programação mental. Será servido gratuitamente um lanche. Informações na secretaria paroquial, tel. 3335-5752, e-mail [email protected], celular do Fr Zanini: 9971-8844.

ANIVERSARIANTESNossa comunidade felicita os aniversariantes do mês de outubro, oferecendo a todos a prece comunitária e as intenções na Santa Missa.

SUGESTÕESCaro leitor! Sua opinião e sugestões são muito importantes. Entregue-as na secretaria da paróquia ou envie-as para o e-mail [email protected]. - Se você quiser saber mais, envie suas perguntas às quais procuraremos res-ponder. Mande seus artigos até o dia 25 de cada mês.

Expediente do BoletimPároco: Frei Alvadi P. Marmentini. Vigários paroquiais: Fr. Pedro Cesário Palma e Fr. Ovídio Zanini. Jornalista responsável: Janaina Martins Trindade - DRT nº 6595. Revisor: Frei Dionysio Destéfani. Coordenadora: Erotides F. Carvalho. Fotógrafa: Sueli F. Assunção e Mayra Cr. Ar-mentano Silvério. Colaboradores: Irmãs Vicentinas - Lú-cia H. Zouk (Catequese), Rosecler Schmitz, Sueli Rodaski (OFS), Marcos de Lacerda Pessoa, Welcidino C. da Silva, Nelly Kirsten, Flávio Wosniack, Valter Kisielewicz, Rita de C. Munhoz, Marisa Cremer, Secretárias da Paróquia. Diagramação: Edgar Larsen. Impressão: Ed. O Estado do Paraná (tel. 3331-5106). Tiragem: 6.000 exemplares.

Demonstrativo financeiro

Agosto de 2008RECEITAS

Dízimo paroquial ..................................................................................................... R$ 49.702,00Ofertas ................................................................................................................... R$ 13.914,00Espórtulas/batizados/casamentos ........................................................................... R$ 2.360,00Total ...................................................................................................................... R$ 65.976,00

Dizimistas cadastrados: ....................................................................................................... 1.467Dizimistas que contribuíram: .................................................................................................... 733

DESPESASDimensão Religiosa

Salários/encargos sociais/vales transporte .............................................................. R$ 8.401,44Plano de saúde dos funcionários .............................................................................. R$ 165,00Salários dos 3 freis que trabalham na paróquia ......................................................... R$ 3.240,00Despesas da casa paroquia ..................................................................................... R$ . 703,50Luz/água/telefone/correio ....................................................................................... R$ 2.344,83Despesas c/culto/ornamentação ............................................................................. R$ 1.616,00Manutenção e combustível de veículos/seguro .......................................................... R$ 726,06 Manutensão/móveis/utensílios/equipamentos ......................................................... R$ 1.113,00Conservação de imóveis/ reformas/pinturas ............................................................. R$ 7.478,58Material de limpeza/expediente/xerox ...................................................................... R$ 1.571,77Revistas/internet/jornal “O Capuchinho”/ WEB ......................................................... R$ 2.023,56Despesas com legalizações ..................................................................................... R$ 11,30 Total ...................................................................................................................... R$ 30.395,04

Dimensão MissionáriaTaxa para a Arquidiocese ......................................................................................... R$ 6.136,59Taxa para a Província freis capuchinhos .................................................................... R$ 6.302,92Material pastoral e catequético ................................................................................ R$ 2.004,09 Curso Diácono ........................................................................................................ R$ 180,00 Total ...................................................................................................................... R$ 14.623,60

Dimensão Social Ação Social V.N. Sra. da Luz.................................................................................... R$ 3.500,00 (Além das doações de: cestas básicas, alimentos, roupas e outras) Confraternização/lembrança dia dos pais/café dízimo .............................................. R$ 4.354,50 Encontros/reuniões ................................................................................................ R$ 255,00Total ...................................................................................................................... R$ 8.109,50TOTAL GERAL ......................................................................................................... R$ 53.128,14

“O dízimo é experiência de Fé que torna concreto e possível o sonho de fraternidade. Da consciência e prática do dizimista dependem, em grande parte, o dinamismo e a vida da comunidade. O dízimo que

temos é o espelho da comunidade que somos”!Muito obrigado pela sua partilha e doação em nossa comunidade.

Conselho de Assuntos Econômicos Paroquiais - CAEP CAPA: PROFª E ALUNOS DA ESCOLA VICENTINA

BÊNÇÃO DE SÃO FRANCISCO

DE ASSIS

“O Senhor te aben-çoe e te proteja.

Mostre-te a sua face e se

compadeça de ti.

Volva a ti o seu rosto e te dê a paz”

Quer ser um frei capuchinho?Conheça mais sobre os

freis capuchinhos pelo site: www.capuchinhosprsc.org.br

ORAÇÃO VOCACIONALÓ Deus, que não queres a morte do pecador, e sim,

que se converta e viva, nós te suplicamos pela inter-cessão da Bem-aventurada sempre Virgem Maria; de São José, seu esposo e de todos os santos, que nos concedas maior número de operários para a tua Igreja, que trabalhando com Cristo, se dediquem e sacrifiquem pelas almas. Por Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Page 3: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - 115

FATOS DA VIDA PAROQUIALCatequeseA coordenadora Irmã Durcília Lopes e sua

equipe de catequistas encerraram algumas de suas atividades com a realização de retiros de catequistas, Primeira Eucaristia, Crisma e tam-bém a renovação do batismo. A participação, de-dicação e o carinho de todos garantiu o sucesso da pastoral e reafirma o compromisso cristão.

NovenaDe 15 a 24 de setembro, a paróquia reali-

zou a novena da padroeira Nossa Senhora das Mercês. Em todos os dias, fiéis lotaram a igreja em manifestação de fé à Senhora das Mercês. Foram dias de muitas orações, testemunhos, bênçãos, graças e louvores, e no último dia (24), em belíssima celebração, houve a coroação de Nossa Senhora. A paróquia agradece a todos que contribuíram para a realização da novena e ajudaram a consolidar momentos tão especiais de fé cristã: Pastorais, Escola Vicentina N. Sra. das Mercês, Família Franciscana, Escola de En-fermagem Catarina Labouré e Hospital N. Sra. das Graças (ver neste número a descrição com-pleta da novena).

Participação das paróquias assistidasEm 22 de setembro, participaram da novena

cerca de 160 pessoas da paróquia da Vila N. Sra. da Luz (CIC), em Curitiba, e também da pa-róquia de Almirante Tamandaré. Após a celebra-ção, o CAEP e a Pastoral do Dízimo prepararam delicioso jantar, com carinho e acolhimento, no salão paroquial. Momentos como esse servem para o fortalecimento dos laços de união entre a Paróquia N. Sra das Mercês e as suas paróquias assistidas.

30 de Setembro – Dia da SecretáriaSabemos da importância da profissão da se-

cretária, que acolhem, com carinho e atenção, aos que procuram por atendimento. Podemos dizer que a secretária é o cartão de visita de uma empresa, contribui para o bom relacionamento na empresa e até para os bons negócios. Parabenizamos todas as secretárias pelo seu dia, mas, de modo espe-cial, as secretárias da nossa paróquia.

Semana de oração pelas famílias e pelas vocações capuchinhasDe 28 de setembro a 4 de outubro, celebra-

mos a semana de oração pelas famílias e pelas vocações capuchinhas. O período de oração con-sistiu em adquirir uma vela e acendê-la em casa durante sete dias e rezar o que estava indicado no folheto. Tal momento tem como finalidade pedir a Deus mais vocações para a Igreja e con-tribuir para a manutenção dos que se formam na vida religiosa e sacerdotal. Note-se que esta iniciativa foi assumida pela totalidade das paró-quias sob os cuidados dos freis capuchinhos no Paraná e Santa Catarina.

Pastoral do DízimoEm 18, 20 e 21 de setembro, comemora-

mos a nossa Padroeira oferecendo para todos os nossos dizimistas, paroquianos e visitantes um delicioso café. No final de semana, também contamos com a presença do missionário leigo Odilmar Oliveira Franco, que, durante todas as missas, falou de seu livro que relata a experiên-cia de fé e amor em relação ao dízimo. Na oca-sião, foram distribuídos mais de mil exemplares da obra. Antes de falar sobre o livro nas celebra-ções, em 20 de setembro, o missionário Odilmar

reuniu-se com todas as nossas lideranças para explicar o trabalho que ele faria no final de se-mana. Este trabalho foi para esclarecer e ajudar no aprofundamento da fé e o compromisso com a comunidade.

AgradecimentosA paróquia Nossa Sra. das Mercês agradece

a todos os que fizeram ofertas especiais para as obras da reforma e restauração. Agradece também a Sra. Inês Lourdes Nizzola que ofertou os suportes das lamparinas, feitos em granito, localizados na capela das Devoções e no fundo da igreja, em baixo da Cruz. Que Deus os recompense e abençoe.

Festa da PrimaveraA Pastoral do idoso festejou com muita ale-

gria, o “Dia da Pessoa Idosa”. A festa foi muito bonita! Os idosos participaram com animação, sentido-se muito amados, acolhidos e acarinha-dos. Festejamos também o início da primavera com um bingo, cujos prêmios eram vasos de flo-res lindíssimas. Porque os idosos são como as flores, cada um com sua beleza e alegria de vi-ver. Para a nossa festa ser completa, elegemos a “Rainha” e as “Princesas” da primavera: Berta Gabardo (94 anos) foi a rainha, Ivone Scheffee (87 anos) e Irene Pilatti (82 anos), as princesas. Frei Alvadi, nosso pároco, coroou e colocou as faixas na rainha e nas princesas, com todo o amor e carinho que sempre dedica aos idosos, completando a grande emoção da festa, que foi linda e de uma alegria sem fim. É muito bom ter a graça de viver a melhor idade com qualidade e muito amor. (Denize Tonin Toscan)

Secretaria da Paróquia

AÇÃO SOCIAL MERCÊSGraças à ajuda de nossos paroquianos, dos dizimistas e

de tantas outras pessoas, nossa paróquia Nossa Senhora das Mercês continua seus trabalhos sociais. Durante o mês de setembro de 2008, a paróquia das Mercês distribuiu quanto segue:

• à paróquia N. Sra. das Mercês: 265 Kg de alimento, 14 peças de roupa, 2 pares de calçado;

• ao frei Ovídio Zanini para distribuir às pessoas carentes do Cerne: 312 Kg de alimento, 169 peças de roupa, 17 pares de calçado, 104 diversos (brinquedos para crianças, eletrodo-mésticos, etc).

• à Toca de Assis: 50 Kg de alimento, 42 peças de roupa, 03 pares de calçados, 09 diversos (brinquedos para crianças, eletrodomésticos, etc).

• à paróquia de Almirante Tamandaré: 630 Kg de alimento, 1713 peças de roupa, 130 pares de calçados, 440 diversos (brinquedos para crianças, eletrodomésticos, etc),

• à paróquia Vila N. Sra. da Luz (CIC): 695 Kg de alimento, 1566 peças de roupa, 961 diversos, 171 pares de calçados e R$ 3000,00 (porcentagem do nosso dízimo) para os trabalhos de promoção humana daquela comunidade. A aplicação des-ses R$ 3.000,00 foi a seguinte:

• Salário das funcionárias (2 assistentes sociais) = R$ 1.756,00.• Encargos sociais (INSS, FGTS, PIS) = R$ 893,25.• Aulas de técnica vocal e música = R$ 110,00.• Revisão da máquina do curso de corte costura = R$ 135,00.• Material para curso de corte costura =R$ 30,30.• Instrutor do curso de gesso = R$ 197,50.• Saldo anterior: R$ 138,36.• Total de entradas: R$ 3000,00.• Total de saídas: R$ 3.122,05.• Saldo: R$ 16,31.Nosso muito obrigado a todos que contribuem com nossa

ação social da qual tanta gente se beneficia. Deus abençoe sua generosidade. Continuemos a ser uma comunidade mis-sionária, com o coração aberto às necessidades dos irmãos que necessitam de nosso apoio e ajuda. Sua generosidade atrairá a bênção e proteção divinas.

Frei Pedro Cesário Palma, OFMCap.Coordenador a Ação Social Mercês

Page 4: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

116 - Ano IX - Setembro de 2008

SENHOR, FAZEI-ME INSTRUMENTO DE VOSSA PAZA espiritualidade franciscana sempre me fasci-

nou. Francisco de Assis – em seu jeito de ser, pobre, serviçal, gratuito, fraterno e sua maneira de ver as coisas e de vivê-las – continua inspirando seguido-res no mundo todo. Uma das mais lindas orações, que merece reflexão para o nosso tempo é esta: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz”.

Com certeza, todos, de uma forma ou de outra, passamos por momentos de guerra. Vivemos num país sem guerra, mas, muitas vezes, vivemos inte-riormente numa inquietação enorme, infelizes, in-satisfeitos, sem sonhos. A ausência de paz é pior que a guerra.

Leonardo Boff, um dos grandes Teólogos Fran-ciscano de origem e de coração, transporta essa oração para o mundo atual, ajudando-nos na as-similação desta mensagem, pronunciada através dos séculos por todos os povos e credos para que nos tornemos autênticos instrumentos de paz. Pro-cure meditá-la:

“Senhor!”Ó Deus, sois o único Senhor de nossa vida, de

nosso coração e de nosso destino. Libertai¬-nos dos falsos senhores que nos iludem com suas pro-messas, pois não trazem nem vida nem paz. Dai-nos força para resistir e buscar a paz através da justiça e do serviço humilde a todos. Amém.

“Fazei-me um instrumento de vossa paz”Senhor, fazei-nos instrumento de vossa paz na

medida em que procurarmos viver em paz com nós mesmos, com a comunidade mais próxima, com a sociedade desigual e no meio dos piores conflitos. Que possamos nos esforçar para suportar tensões e contradições, buscando manter comunhão com todas as criaturas e tornando visível a vossa paz. Amém.

“Onde houver ódio. Que eu leve o amor”Senhor, onde houver ódio, que eu leve o amor.

Fazei que desentranhemos de nós o amor escon-dido sob as cinzas de ódios secretos. Que nosso amor aos outros suscite o amor escondido neles, capaz de transformar o ódio. Fazei que o amor in-cendeie nossos corações, irradie em nossas atitu-des e se realize em nossas ações, para que o ódio não tenha mais lugar dentro de nós. Amém.

“Onde houver ofensa, que eu leve o perdão”Senhor, onde houver ofensa, que eu leve o per-

dão. No dia em que fizerdes o balanço de nossa história, perdoai os que ofenderam e humilharam nossos irmãos e irmãs, pois eles também são vos-sos filhos e filhas. Mas, dai-nos força para nun-ca fazermos o que eles fizeram. Antes tornai-nos seres de solidariedade, de compaixão e de amor ilimitado. Amém.

“Onde houver discórdia, que eu leve união”Onde há discórdia, que eu leve a união. Dai-nos

sede de justiça, de compreensão e de tolerância para convivermos jovialmente uns com os outros. Dai-nos um coração que sinta o pulsar do coração

do universo e de cada criatura, sintonizando com o vosso coração divino que tudo une, tudo diversifica e tudo faz convergir. Amém.

“Onde houver dúvida, Que eu leve a fé”Senhor, onde houver dúvida, que eu leve a fé. Não

deixeis que a dúvida apague as estrelas-guias que iluminam nossa caminhada. Dai-nos a fé-confiança, que nos coloca em vossas mãos. Concedei-nos a fé-crença em vosso desígnio que nos quer reunidos em vosso reino com toda a criação. Amém.

Onde houver erro, que eu leve a verdadeSenhor, onde houver erro, que eu leve a verda-

de. Fazei-nos corajosos..na descoberta de nossos erros, especialmente dos que encobrem vossa pre-sença em todas as coisas. Que a verdade brilhe por nossas palavras sinceras, por nossos gestos humanizadores, por nossas intenções puras e por nossa busca permanente de fidelidade à verda-de. Nunca permitais que oprimamos os outros em nome da verdade religiosa. Amém.

Onde houver desespero, que eu leve esperançaSenhor, onde houver desespero, que eu leve a

esperança. Que eu seja solidário na luta dos que buscam a justiça. Que saiba criar uma atmosfera de confiança ilimitada em vosso misterioso projeto de amor. Que tenha palavras inspiradas para susci-tar a esperança inarredável de vivermos para sem-pre em vossa casa com todos os que precederam na história. Amém.

Onde houver tristeza, que eu leve alegriaSenhor, onde houver tristeza, que eu leve a ale-

gria. Fazei que a minha alegria nasça da compaixão sincera pelos que sofrem, da solidariedade verda-deira com os injustiçados e de minha própria con-versão à fraternidade universal. Amém.

Onde houver trevas, que eu leve a luzSenhor, onde houver trevas, que eu leve a luz.

Vós sois a luz verdadeira que ilumina cada pessoa

que vem a este mundo. Fazei que eu possa, por palavras inspiradas, por gestos consoladores e por um coração caloroso, dissipar as trevas humanas para que vossa luz nos mostre o caminho e trazer alegria à vida. Amém.

Ó Mestre,Ó Mestre, fazei que em nosso interior ressoe

vossa sabedoria e o exemplo de vossa coerência até a morte. Que sejamos vossos discípulos fiéis na medida em que realizarmos o que nos ensinais para sermos verdadeiramente instrumentos de amor e de paz. Amém.

Fazei que eu procure mais consolar, do que ser consoladoÓ Mestre, que eu possa sair da minha própria dor

para escutar o grito de quem sofre ao meu lado. Que tenha palavras que consolem e gestos que criem se-renidade, entrega confiante e paz profunda. Amém.

Fazei que eu procure mais compreender, do que ser compreendidoFazei que consiga acolher o outro assim como é.

Só assim o compreenderei como quero ser compre-endido. Concedei-me ver o menor sinal de verdade, de bondade e de amor no outro para reforçá-lo e permitir que venha à plena luz. Amém.

Fazei que eu procure mais amar, que ser amadoÓ Mestre, que eu acolha com generosidade e

alegria o amor que me é dado, mas que me empe-nhe sobretudo em fazer com que os que me cer-cam se sintam amados. Fazei que nos sintamos amados por Vós para experimentarmos a suprema felicidade concedida nesta vida. Amém.

Pois é dando que se recebe,Ó Mestre, fazei-nos entender que, dando gene-

rosa e gratuitamente, receberemos com supera-bundância tudo o que precisamos. Que possamos orientar nossa vida pela generosidade que nos de-volverá sempre mais compreensão, mais acolhida e mais amor. Amém

É perdoando que se é perdoadoÓ mestre, muitas vezes e de muitos modos nos

perdoastes ilimitadamente, como a Mãe amorosa perdoa o filho. Fazei que perdoemos também nós a quem nos tem ofendido. E que nunca deixemos de crer na generosidade do coração; capaz de perdo-ar mesmo quando injustamente ferido por muitas ofensas. Amém.

E é morrendo que se vive para a vida eternaÓ mestre, ensinai-nos a viver de tal forma que

acolhamos a morte como amiga e irmã. Ela não nos tira a vida, mas nos conduz à fonte de toda vida. Que possamos perceber na vida terrena o co-meço da vida celestial e eterna. Amém ...

Frei Alvadi Pedro Marmentini, OFMCapPároco

Page 5: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - 117

OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUSNos números anteriores de “O Capuchinho”,

tratamos dos três primeiros mandamentos da Lei de Deus, que se referiam mais ao amor de Deus. Os outros sete mandamentos se referem mais ao amor do próximo. Neste ar tigo estudare-mos o quarto e o quinto mandamento.

O quarto mandamento: honrar pai e mãe.“Honra teu pai e tua mãe para que se prolon-

guem teus dias na terra que Javé, teu Deus, te dá” (Ex 20,12).

Qual o sentido deste mandamento?Hoje, quando dizemos “honra teu pai e tua

mãe”, pensamos nas famílias em que nascemos. Famílias relativamente pequenas. Na Bíblia, po-rém, a família era mais ampla. Era o conjunto de várias famílias que moravam no mesmo lugar e que eram unidas entre si por laços de parentes-co. Assim, “honrar pai e mãe” era não só respei-tar os pais de cada um, mas também respeitar os pais da comunidade. Por tanto, “este manda-mento manda prestar honra, afeição e reconheci-mento aos avós e aos antepassados; estende-se aos deveres dos alunos para com o seu profes-sor, dos cidadãos para com sua pátria, os que a administram ou a governam” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2199).

Mas, em que sentido o respeito pelos pais pode contribuir para a permanência na terra? Qual a injustiça e a opressão que este manda-mento queria combater?

No Egito e na Palestina tudo estava organi-zado sob o poder centralizado do faraó e dos reis. Estes podiam explorar o povo impunemente (cf 1Sm 8,11-18). De todos se exigia: honrar o faraó, honrar os reis, respeitar a autoridade im-posta pelo poder central, exercida em nome dos deuses.

Ora, para o povo que se tinha liber tado da es-cravidão do Egito, esta situação não podia voltar nunca mais (cf Dt 17,16). Para que este povo pu-desse sobreviver e prolongar seus dias na terra, sua organização tinha de ser diferente: não mais com honras ao poder opressor, mas com honras aos pais.

A autoridade básica não mais vinha de cima,

mas de baixo. Vinha das comunidades. Assim, cada família tinha seu chefe (seu “pai”). Várias famílias se reuniam em clã e cada clã tinha seu chefe (seu “pai”). Vários clãs se reuniam em tri-bo e cada tribo tinha seu chefe (seu “pai”). A base desse novo sistema é o respeito pela auto-ridade dos pais. É o respeito pela família e pela comunidade.

Esse novo sistema começou a ser introduzi-do depois da saída do povo de Deus do Egito. E com isso, o povo tinha condições de controlar o abuso do poder por par te dos opressores e permanecer na terra (cf. Carlos Mesters, Os Dez Mandamentos, Paulus, 1986).

No Novo Testamento, Jesus reafirma o quar-to mandamento. Ele mesmo foi submisso e obe-diente a seus pais (cf. Lc 2,51) e par ticipou da vida da comunidade local de Nazaré durante trin-ta anos. Na comunidade, ele exercia o serviço de carpinteiro (cf. Mc 6,3), par ticipava das celebra-ções semanais (cf. Lc 4,16) e das suas romarias (cf. Lc 2,41-42).

Essa maneira de honrar os pais, tanto os da pequena família como os da grande família (co-munidade), era a maneira de Jesus “honrar o Pai do céu” (Jo 8,49) e de ser obediente a ele (cf. Fl 2,8). Por outro lado, Jesus critica os falsos “pais da comunidade” (escribas, maus fariseus, etc) que oprimiam o povo, querendo impor suas pró-prias idéias e defender seus próprios interesses (cf. Mc 7,9-13).

O quinto mandamento: não matar“Não matarás” (Ex 20,13)

Qual o sentido desse mandamento?No Egito, onde o povo de Deus ficou escravo,

o faraó não respeitava a vida do povo e man-dava matar os que fossem contrários aos seus interesses. Por exemplo, com medo de que o aumento da população masculina fosse causar problema para o seu governo, o faraó mandou matar todos os meninos recém-nascidos dos is-raelitas (cf. Ex 1,10-16).

O medo de perder a produção do povo escra-vizado, levou o faraó a decretar grande repressão (cf Ex 5,6-9), a ponto de transformar a situação do povo numa situação de morte: “Vida amarga com duros trabalhos” (Ex 1,14); “o povo gemia sob o peso da escravidão” (Ex 2,23).

O faraó, então, criou um exército for te para “esmagar no sangue a revolta dos povos por ele dominados” (Ex 14,9). Mas o faraó não era cas-tigado. Por que? Porque ele era considerado o dono da vida e da morte dos seus súditos. E quem matava, cumprindo as suas ordens, não era culpado. Então os pobres e oprimidos não tinham a quem recorrer. Ninguém escutava o seu clamor. Só Deus os escutava. Ora, o quinto man-damento responde a esse clamor do povo e quer combater a sua causa.

O quinto mandamento defende o direito que todos têm à vida. Esse direito era tão importante para o povo da Bíblia, que quem o desrespeitasse

não merecia viver: “Quem ferir o outro e causar sua morte, será morto” (Ex 21,12). Diz um outro texto: “Quem versar o sangue do homem, pelo homem terá seu sangue versado. Pois à imagem de Deus o homem foi criado” (Gn 9,6). Com o objetivo de defender a vida, o povo de Deus foi criando leis. E essas leis não eram função dos interesses dos grandes, como fazia o faraó, mas em defesa da vida dos pequenos e fracos (cf. Ex 22, 20-26).

No Novo Testamento, Jesus veio confirmar e completar este mandamento. Ele disse: “Ouvis-tes o que foi dito: ´não matarás´! Eu, porém, vos digo: ´aquele que ficar bravo contra o seu irmão, terá que responder em juízo´” (Mt 5,21-22).

Conforme Jesus, só observa plenamente o quinto mandamento aquele que chegou a ar-rancar de dentro de si tudo o que pode levar ao assassinato: raiva, xingamento, maldição (cf. Mt 5,22). Ou seja, só observa plenamente a lei de Deus aquele que chegou à plenitude do amor a Deus e ao próximo (cf. Mt 22,34-40).

Para Jesus, o respeito pela vida vai além da lei que dizia: “Olho por olho e dente por dente” (cf. Mt 5,38-42), e pede que se combata a vin-gança pelo perdão (cf. Mt 18,22). Jesus criticou a mentalidade que dizia: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” (Mt 5,43). Ele mandou amar os inimigos e rezar por eles (cf. Mt 5,44). Pela sua vida e palavra, Jesus mostrou o objeti-vo do quinto mandamento: “Eu vim para que to-dos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10) (cf. Carlos Mesters, “Os Dez Mandamen-tos”, Paulus, 1986).

Hoje, existem nações que se gloriam de ter abolido a pena de morte. Mas, o sistema de or-ganização dessas nações continua matando aos milhares pela fome, pelo desemprego, pela falta de condições de vida digna para o povo, pelas leis que não defendem a vida dos mais pobres, mas só os interesses dos grandes...

E o que dizer do homicídio voluntário? Do aborto? Da eutanásia? Do suicídio? Certamente temos muito a nos converter em relação ao quin-to mandamento!

Frei Pedro Cesário Palma, OFMcap

Odilmar e filhos.

Page 6: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

118 - Ano IX - Setembro de 2008

OUTUBRO: MÊS DAS MISSÕES

DIA DAS CRIANÇAS

Outubro é, para a Igreja Católica no mundo, o período no qual são intensificadas as iniciativas de informação, formação e cooperação em prol da missão universal. O objetivo é despertar a cons-ciência e a vida missionária cristã e as vocações missionárias.

A ação missionária é essencial para a comu-nidade cristã. Pelo batismo, todos nós, cristãos, somos chamados a se reunir, em comunhão, ao redor de Cristo e participar da sua missão, com o testemunho de vida e o anúncio do Evangelho.

O cristão é convocado a ajudar na criação e na animação de nossas igrejas, no esforço para in-

culturar o Evangelho nas diferentes realidades, a promover o diálogo inter-religioso, a se aproximar dos últimos e a prestar um serviço concreto de ca-ridade.

A missão está a serviço da paz: “Felizes os que promovem a paz” (Mt 5,9). É impossível entender a missão sem o compromisso com a paz. Somos convocados e enviados a proclamar a boa-notícia da paz. Promover a paz é questão de fidelidade ao mandato missionário de Jesus.

Muitos missionários, que estão por todo o mun-do, são perseguidos por pessoas que não gostam de Jesus e até muitos deles acabam morrendo por

anunciar a Palavra de Deus.Por isso, nossa oração por eles é muito impor-

tante. Vamos, então, aproveitar e rezar um pouco:Querido Papai do Céu, concede muita força e co-

ragem para todos os missionários que aceitaram a missão de evangelizar. Recebe em tuas mãos, Se-nhor, todas as pessoas que vão escutar a Tua Pa-lavra pela primeira vez, através dos missionários, para que possam crer e aceitar Jesus em suas vi-das, como único Salvador. Amém!

Mãezinha do Céu, intercede por todos os missio-nários do mundo, para que sigam teu exemplo de obediência e fidelidade à Palavra de Deus. Amém.

Você sabe qual é a origem do “Dia das Crianças”?No dia 12 de outubro comemoramos, no Brasil

o “Dia das Crianças”. Esta data foi decretada pelo Deputado Federal Galdino do Valle Filho, em 1920. Porém, passou a ser festejado somente a partir do ano de 1960, quando o diretor de fábrica de brinquedos resolveu divulgar essa data como o dia da criança. Por isso, incentivou as famílias a pre-sentearem seus filhos aumentando suas vendas, a estratégia deu certa.

De comum acordo, o comércio instituía, então, o dia 12 de outubro como Dia da Criança e neste dia comemora-se também o dia de Nossa Senhora Aparecida – PADROEIRA DO BRASIL.

ANJO DA GUARDAA Igreja comemora, no dia 2

de outubro, a festa dos Santos Anjos da Guarda. São eles espíri-tos celestes a quem Deus confiou a guarda e proteção dos homens. A cada ser humano, desde a hora de seu nascimento, foi confiado

um Anjo da Guarda, que o acompanhará até o dia de sua morte, protegendo-o e assistindo-o não só contra os perigos temporais, mas especialmente contra os perigos espirituais.

Devemos ao Santo Anjo afeto todo especial e temos por obrigação amá-lo, honrá-lo e invocá-lo, pois é o grande amigo que temos e que vê inces-santemente a face de Deus que está no Céu.

Durante nossa vida, sempre nos deparamos com situações em que nosso anjo da guarda nos instrui a agir de maneira correta, repelindo as más ações. Por maior que seja a tentação, a decisão final será exclusivamente nossa, pelo exercício do livre arbí-trio, um dom que recebemos de Deus, que nos torna seres perfeitos para optar entre o bem o mal.

Rezemos sempre ao nosso Anjo da Guarda, a oração que, desde crianças, aprendemos nos joe-lhos de nossas mães: Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divi-na, sempre me rege, me guarde, me governa e me ilumina. Amém.

NOSSA SENHORA DA APARECIDAEm 1717, Domingos Garcia, Felipe Pedroso e

João Alves pescavam no Rio Paraíba, que nasce em São Paulo e deságua no Rio de Janeiro. Sem sucesso na pescaria, tinham que pescar para o almoço do Conde de Assumar, que visitava a pro-víncia de Guaratinguetá. Foi então que resgataram o corpo de uma imagem de Nossa Senhora negra e minutos depois, ao lançarem novamente as re-des, resgataram sua cabeça. Após esse achado, os peixes começaram a aparecer em abundância ao redor do barco.

Por isso, a imagem foi e é chamada “Nossa Senhora de Aparecida”, por ter sido achada, de maneira tão singular, no rio. Posteriormente, em 1929, devido à enorme legião de fiéis que visita-vam seu santuário construído em 1834, foi decla-rada pelo papa Pio XI como Rainha do Brasil e sua padroeira oficial.

Coordenadores da Catequese

O calendário de outubro está recheado!!!O mês de outubro possui grandes datas comemorativas para a Igreja! Vamos ver se você sabe os

motivos pelos quais essas datas são importantes, ligando os santos (e anjo) aos seus feitos ou nomea-ções:

Page 7: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - 119

Contam as Fontes Franciscanas, como em Ce-lano, Segunda biografia (vida) de São Francisco, que tendo realizado sua primeira vivência transfor-madora com beijo no leproso, revolucionando seu modo de ver a vida, São Francisco passava pela Igreja de São Damião que estava abandonada e quase em ruínas, quando “conduzido pelo Espírito entrou para rezar, ajoelhando-se suplicante e de-voto diante de um Crucifixo. (...) viu-se transforma-do. Em seguida, (...)a imagem de Cristo crucificado abrindo os lábios na pintura falou: “Francisco, vai e repara a minha Igreja, que como vês está se destruindo toda”.

Francisco espantou-se ficando quase fora de si e sentiu-se preparado para obedecer, entregando seu ser por inteiro ao mandato recebido.

Como parte da celebração dos 800 anos do Ca-risma Franciscano no mundo, a Família Franciscana do Brasil promoveu a peregrinação de três réplicas da Cruz de São Damião, cujo original é guardado pelas irmãs Clarissas na Basílica de Santa Clara em Assis, Itália.

Um dos principais ícones da Espiritualidade Franciscana, o Crucifixo de São Damião está pas-sando por todas as localidades brasileiras aonde há raízes franciscanas. Este Crucifixo foi objeto de estudos importantes, como aquele com o qual nos brinda Frei Vitório Mazuco, no qual destaca algumas características que chamam a atenção quanto ao significado místico e religioso da pri-meira experiência fundante da Espiritualidade Franciscana.

O Crucifixo tem como figura central o Cristo, uma figura muito branca emitindo uma luz inten-sa sobre todas as demais cenas pintadas em in-tensos vermelho e preto predominantes. Todas as criaturas nestas cenas olham para Cristo, que está ereto, com os olhos abertos. Portanto, trata-se da imagem de Nosso Senhor ressuscitado, vivo.

A coroa de espinhos se transforma em áurea por Sua vitória sobre a Paixão e Morte. Acima da cabeça o Pai, acolhe o Filho. Os estigmas apare-cem e o sangue se derrama sobre anjos e santos. Do lado direito o sangue se derrama sobre São João. A inscrição Jesus Nazarenus Rex Judeorum também é própria do Evangelho de João.

A direita aparece a figura de Maria unida a figura de João. A esquerda estão Maria Madalena e Maria de Cleófas, primeiras testemunhas da ressurreição (Jo,19,25). Com exceção das duas que manifes-tam dor e sofrimento com a mão direita no rosto, as demais figuras humanas têm expressões cheias de fé e de adesão ao Cristo que venceu a morte. Outras figuras fazem parte do Crucifixo e todas ex-pressam, de certa maneira, a espera pelo retorno glorioso do Senhor.

A rica iconografia da Cruz de São Damião traz em si a representação do Cristo vivo. Isto marca definitivamente o Carisma Franciscano comprome-tido, através dos tempos, com o Cristo vivo e mar-ca uma espiritualidade para sempre missionária

As pinturas do Crucifixo, além de lembrar a Mis-são Franciscana, convidam à reflexão profunda da

conversão que nosso Santo levou até o final de sua vida.

Os principais partícipes da cena de conversão em São Damião são o Cristo vivo e, em sua fren-te, o jovem Francisco. Francisco estava em crise existencial e incomodado com as desigualdades e iniqüidades da sociedade. Encontrava-se em plena transformação e em mudança essencial de vida.

As Fontes Franciscanas dizem que, segundo Santa Clara, esta visão do Crucifixo em São Damião “constituiu-se em um êxtase de amor radiante e se configurou em impulso decisivo para a conversão de Francisco”.

Foi neste estado de alma, contam as Fontes, que Francisco foi “conduzido pelo Espírito” a entrar na igrejinha de São Damião quase destruída. No interior, o Santo encontra-se totalmente transfor-mado. É Cristo Crucificado lhe fala: “Francisco, vai e repara minha casa que está em ruína”. Espanta-do, quase perde os sentidos, mas a Voz lhe chama pelo nome e define o “mandato”: Vai!

“Vai!” pode significar: mexa-te, desacomoda-te, não fique ai parado, encontre o tempo necessário para cumprir sua missão espiritual no mundo. A Cruz de São Damião lembra que este “Vai!” não está dissociado à realidade que nos cerca e é uma das características mais fundamentais do Carisma Franciscano, o ser missionário.

Francisco, inicialmente, toma a Palavra “Vai!” ao pé da letra e se entrega inteiro à obra, recons-truindo a igrejinha de São Damião e mais 13 igre-jinhas, entre elas a Porciúncula que tem enorme significado para o Carisma.

Logo depois foi ali encontrado trabalhando pe-los seus dois primeiros companheiros e seguido-res Bernardo de Quintavale e Pedro Catani, que aderiram ao entusiasmo do amigo e mestre, dando ritmo às obras físicas de reconstrução das igrejas.

Mergulhado com dedicação neste trabalho, Francisco percebeu que a missão de reconstrução era, na verdade, de or-dem espiritual.

A Igreja, naqueles tempos, distan-ciava-se de seus propósitos, caindo no emaranhado de interesses de famí-lias nobres. As conquistas de territó-rios pela força de armas distorciam as motivações fortes da missão recebida de Cristo.

A missão “Vai!”, recebida por São Francisco, manteve, através destes oito séculos, o Carisma franciscano absolutamente comprometido e liga-do à Santa Igreja. Isto custou, algumas vezes, re-núncias e sofrimentos a todos os que seguiram e seguem o carisma de Francisco de Assis. Mas, a Missão Franciscana continua, ainda hoje, com seu frescor, testemunhando a presença do Cristo sem-pre vivo e atuante no seio da humanidade.

A oração diante do Crucifixo de São Damião con-firmou, em São Francisco de Assis, sua missão e seu carisma:

- Senhor, quem sois vós e quem sou eu ?- Vós o Altíssimo Senhor do céu e da terra e eu

um vermezinho, vosso ínfimo servo;

- Grande e magnífico Deus, meu Senhor Jesus Cristo, iluminai o meu espírito e dissipai as trevas da minha alma;

- Dai-me uma fé íntegra, uma esperança firme e uma caridade perfeita;

- Concedei-me meu Deus que eu vos conheça muito, para poder agir sempre segundo os vossos ensinamentos e de acordo com a vossa santíssima vontade;

- Absorvei Senhor, eu vos suplico, o meu espí-rito e pela suave e ardente força do vosso amor, desafeiçoai-me de todas as coisas que debaixo do céu existem, a fim de que eu possa morrer por vos-so amor, ó Deus, que por meu amor vos dignastes a morrer;

Você que gosta e admira o Carisma Franciscano, aproveite a peregrinação do Crucifixo de São Da-mião pela nossa cidade e deixe-se tocar pela sua mensagem. Como Francisco de Assis, pergunte-se: “Senhor, que queres que eu faça?”

A experiência de vida cristã, vivida com o espíri-to do Carisma Franciscano, com certeza poderá dar novo sentido à sua vida.

Cícero Bley JuniorFraternidade Nossa Senhora das Mercês.

Ordem Franciscana Secular - OFS.

O SONHO DE FRANCISCO E CLARA DE ASSIS

Page 8: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

120 - Ano IX - Setembro de 2008

O QUE DIZ A LEI - (XXI)APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA

A Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, cria mecanismos para coibir e prevenir a violên-cia doméstica e familiar contra a mulher e a eli-minação de todas as formas de discriminação contra as mulheres.

Para os efeitos desta lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - No âmbito da unidade doméstica, compre-endida como espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas.

II – No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços na-turais, por afinidade ou por vontade expressa.

III – Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

São formas de violência domésticas e fami-liar contra a mulher, entre outras:

I – A violência física, entendida como qual-quer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal.

II – A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição de auto-estima, por exemplo, humi-lhação, manipulação, isolamento, insulto, chan-tagem, ridicularização, ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo a saúde psicológica.

III – A violência sexual, entendida como qual-quer conduta que a constranja a presenciar, a man-ter ou participar de relação sexual não desejada.

IV – A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, sub-tração, destruição parcial ou total de seus ob-jetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos.

V – A violência moral, entendida como qual-quer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Providências da Polícia Militar, em relação a atendimento de ocorrência envolvendo violên-

cia doméstica e familiar:- No local da ocorrência, em contato com a

vítima, os policiais farão orientação quanto aos procedimentos cabíveis.

- Caso houver interesse da vítima na repre-sentação contra o autor, os envolvidos serão en-caminhados a Delegacia da Polícia Civil, para la-vrar o flagrante, sendo que o autor ficará preso, até o pagamento da fiança, estipulada pelo Sr. Delegado da Polícia, e a vítima será conduzida ao Hospital, caso seja necessário.

- Caso a vítima, não manifestar interesse em representar contra o autor, será lavrado boletim de ocorrência no local, efetuando o registro, e a vítima poderá decidir posteriormente a ação da representação.

- Caso a vítima, não acionar a polícia militar na data do fato, ela deverá comparecer o mais breve possível na Delegacia da Polícia Civil, para registrar a ocorrência, onde posteriormente serão adotados os procedimentos de polícia judiciária.

Valter KisielewiczAdvogado e vice-presidente do CAEP

ECOLOGIA E DIREITO À VIDANo dia 4 de outubro, comemora-se o Dia da Eco-

logia e, no dia 8 de outubro, o Dia do Direito à Vida. Os dois assuntos se completam.

Inicialmente, o dicionário dá estas definições: Ecologia: “Parte da Biologia que estuda a rela-

ção ente os seres vivos e o meio ambiente em que vivem, bem como as suas recíprocas influências.”

A Biologia estuda os seres vivos como um todo. Daí a razão de tratarmos os dois assuntos na mes-ma ótica. Contudo, façamos pequena distinção, pois os dois temas têm dias de comemoração distintos.

ECOLOGIANa Ecologia tratamos do ecossistema distinto,

da relação entre os seres vivos, além do meio am-biente onde vivemos e da influência do homem no seu meio ambiente.

Hoje vemos o estudante, na escola, sendo orientado para preservar o ambiente, não destruir a natureza, conservar as águas puras, colocar o lixo no seu devido lugar.

O homem, do passado não distante, quase não tinha orientação sobre a natureza e o lugar onde habitava. Hoje, a criança traz da escola para o lar novos ensinamentos e orientações de como pre-servar a natureza. Bom! Talvez, um pouco tarde. Mas antes tarde do que nunca!

Nós, pais, temos que ser o exemplo à criança. Temos que estimulá-la à preservação, mostrar-lhe o certo, distinto do errado e fazer que a criança de hoje seja o adulto responsável do amanhã.

O governo, os educadores e a escola estão fa-zendo sua parte. Onde ficamos nós, os pais? Na retaguarda. Pressupõe-se que somos maiores, res-ponsáveis, sabedores do certo e do errado. A crian-ça, é a “cópia” das atitudes dos mais velhos.

Candidatos políticos se apregoam defensores do ecossistema. Muitas vezes, apenas para conquistar eleitores e votos. Como todos queremos agir sempre de maneira consciente, cabe-nos tomar opções real-mente necessárias para melhorar o ecossistema.

Vemos, a destruição da selva amazônica. O gover-no age, mas tem de poucos recursos para combater a destruição, quando comparados com a ganância hu-mana. Fazendeiros, posseiros e até índios destroem o que a natureza levou séculos para construir. É a ga-nância de receber fartamente por preço reduzido. Não somos contra o progresso, mas somos avaliadores da destruição. O governo está certo em agir com dureza.

Você e eu conhecemos, talvez, os grandes pinhei-rais do sudoeste do Paraná. Onde estão agora? Não houve juízo nem leis para pôr um basta à ganância da época. Em poucas décadas, tudo desapareceu, dando lugar a plantações. O próprio nome Curitiba, palavra indígena, significa: terra dos pinheirais. A destruição e a cobiça dizimaram com tudo. Ficou no passado, não muito distante. O ecossistema, hoje, é outro.

O IBAMA, hoje, fiscaliza. Tem que fazer isto mesmo, ainda que tardiamente. Para os pósteros vão ficar as ilustrações nos papéis, na geografia, no conhecimento livresco.

BIOLOGIA – Direito à vidaSem muitas divagações, afirmamos que a vida

humana é um dom de Deus. Fez-nos à sua imagem e semelhança, colocando a pessoa humana entre as maravilhas da criação. Não querendo submeter-se aos planos do Criador, a pessoa humana revoltou-se, tornando-se inimiga de seu Criador e da natureza que o acolhia. Deus, em sua bondade, enviou-nos seu Filho que, com sua vida, morte e ressurreição, reconquistou a aliança perene com o mesmo Deus.

O homem não tem direito de matar esse Dom de Deus em si mesmo e nos outros. Isto está no Quinto Mandamento da Lei de Deus: “Não matar!” e na nossa Constituição, Artigo 121. Se desrespeitar-mos estas leis, estaremos sujeitos à sanção legal.

Apesar disso, na Mídia aparecem as contradi-ções: mortes, assassinatos, mães que abandonam seu recém-nascido e tantos outros fatos negativos.

No entanto, vemos a Ciência trazer novas curas e até prolongar a existência do ser humano. A Ciência, deve avançar. São muitos casos, mas a pesquisa das Células Troncos merece admiração. Há outros avan-ços tecnológicos que vemos ou lemos nos meios de comunicação. As pesquisas enriquecem e preservam a vida, que é Dom de Deus. Seria lastimável se estas conquistas humanitárias contentassem com o lado comercial e materialista de pessoas gananciosas.

Os jovens de hoje verão e viverão, no dia de ama-nhã, coisas espetaculares. A Ciência, como ciência, nunca parou, mas atualmente, caminha mais célere do que nunca.

Na natureza tudo passa e nós também. Mas, notamos, hoje, como conhecimento humano é ex-tenso. Talvez, no futuro, o que hoje é novidade, para os pósteros será normal ou ciência do passado.

Você e eu tenhamos em mente que Deus nos deu o sopro de vida e Ele está guiando os passos de nossos jovens. O que nos resta a fazer? Dentro de nosso alcance, preservemos a natureza e de-mos o devido valor à vida, como Dom de Deus.

Se dispusermos de tecnologia, coloquemos nos-sos préstimos a serviço da ciência e dos irmãos e irmãs, sem esquecermos que temos um Deus onis-ciente e que doa e ama a vida.

Welcidino Cândido da Silva

Page 9: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - 121

VIDA E MISSÃO NESTE CHÃO:MERCÊS AJUDA RORAINÓPOLIS-RR

Frei Vilson José da Silva é religioso capuchinho do Paraná e Santa Catarina que, desde 2007, está ajudando na paróquia de Rorainópolis, no estado de Roraima. Ele nos enviou estas informações que alargam nossos horizontes. Vamos lê-las:

Com este Lema em 2007 “Vida e Missão nes-te Chão”, a Campanha da Fraternidade, promovida pela CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil), chamou a atenção da Igreja para a realidade Amazônica. Também em 2007, a pedido do bispo Dom Roque Paloschi, os Capuchinhos abriram uma fraternidade interprovincial no Estado de Roraima, aos 27 de março de 2007. È interprovincial porque formada por um frei da Vice-província do Amazonas (fr. Celso Caldas), outro da Província Ceará-Piaui (fr. Francisco Freitas) e outro da Província do Paraná-Santa Catarina (fr. Vilson J. da Silva).

A realidade Com toda certeza, o restante do Brasil não faz

idéia do que é a Amazônia, sem contar que cada Estado que compõe a Amazônia legal tem suas pe-culiaridades. Quando falamos em Amazônia logo vem em nossa mente muita água, floresta, flora e fauna. O que não deixa de ser verdade.

Rorainópolis, onde moramos, é pequena cidade localizada no Sul do Estado de Roraima tem em média 25.000 habitantes. O Estado de Roraima é muito recente, tem apenas 20 anos.

A locomoção, nessa região, é feita, em geral, por via terrestre ou aérea e, em alguns casos, via fluvial com barcos. Sua população é genuinamente formada por migrantes 53,7%, indígenas 8,7% e do total de 405 mil habitantes, somente 188 mil são naturais do Estado.

Por isso, nossa Área Missionária de Rorainó-polis está inserida em realidade de migrantes que aqui chegaram, na sua maioria, do Estado do Ma-ranhão em busca da terra prometida. Alguns mais velhos talvez lembrem da frase “Terra sem homem para homem sem terra”.

Quando chegamos na Cidade de Rorainópolis

fomos aos poucos conhecendo a realidade. Aliás, o próprio termo Área Missionária era novo para nós. O que vem a ser isto? É uma parcela da Igreja que ainda não tem estrutura suficiente para ser uma paróquia.

Nesta área havia antes de nós um Padre dio-cesano também missionário, da Diocese de Santa Maria no Rio Grande do Sul que aqui ficou por cinco anos. Antes dele, havia outro padre também dio-cesano do Rio Grande do Sul que, há 30 anos, ti-nha chegado nestas terras. Atendia, heroicamente, mais quatro municípios. A diocese dispõe de seis padres diocesanos nativos. Os demais são missio-nários e missionárias).

Os padres anteriores visitavam uma ou duas ve-zes por ano as comunidades. Agora, mesmo sendo em três freis, pouco pudemos fazer principalmente por causa das distâncias e do clima.

As distânciasAs famílias moram, em sua maioria, nas “vici-

nais”, isto é, comunidades, traçadas proposital-mente em forma de espinha de peixe. Cada família reside em seu lote, distante, no mínimo, de seu vi-zinho uns 300 metros. Ao todo são 52 vicinais (co-munidades), nas quais existem apenas 14 comuni-dades cristãs. A distância entre elas não favorece o trabalho pastoral e nem a formação dos leigos. A comunidade mais próxima fica a 20 quilômetros e a mais distante a 200 quilômetros!

O climaO clima é fator preponderante. No Roraima te-

mos duas estações: o inverno (chuvas), que vai de abril a setembro e o verão, de setembro a março.

No inverno, é praticamente impossível atender as comunidades por causa dos atoleiros causados pelos caminhões carregados de toras e da má con-servação das estradas.

Trabalho pastoralQuando chegamos, fomos conhecendo a reali-

dade através de visitas às comunidades e às fa-mílias. Na assembléia de julho foram escolhidas estas prioridades: Catequese, Pastoral da Criança, Formação Bíblica e Fé Política.

Promovemos encontros formativos de Liturgia, Bíblica e Capacitação da Pastoral do Batismo.

A Catequese está começando a se organizar. Quando chegamos funcionava apenas em raros lu-gares. Hoje, contamos com 48 catequistas em 16 comunidades. Preparamos um subsídio catequéti-co e dividimos a Área Missionária em quatro seto-res. Para a Pastoral do Batismo preparamos um subsídio para encontros nas famílias.

Há também encontros de CEBs, incentivo a for-mar Conselhos nas Comunidades (CPC), celebra-ções mensais nas comunidades do interior e duas missas dominicais na igreja matriz.

Paróquias irmãsNossa Área Missionária, como também as ou-

tras, dispunha de poucos meios financeiros. O dí-zimo é quase insignificante com a entrada de ape-nas 1.700,00 reais, que não cobre as despesas da Pastoral.

Por isso, apelamos à generosidade de outras paróquias. As que nos ajudaram, até o momento, foram as seguintes:

- Paróquia São Francisco de Assis, de Umuara-ma-PR, aos cuidados dos freis capuchinhos, que nos ajudou com oito mil reais com os quais com-pramos um Moto Bros 125c para visitar as comuni-dades cristãs e mais um DataShow para nos auxi-liar na formação de nossas lideranças e fiéis.

- Paróquia N. Sra. das Mercês, em Curitiba-PR, também aos cuidados dos freis capuchinhos. O pá-roco (fr. Alvadi Marmenti) e o Conselho de Assun-tos Econômicos Paroquiais (CAEP) nos enviaram a quantia de oito mil reais. Com esta importância compramos, em Manaus-AM, o sistema de som para a igreja matriz. Está sendo instalado e muito nos servirá como melhor comunicação em nossas celebrações litúrgicas.

Às paróquias capuchinhas de Umuarama (S. Francisco de Assis) e de Curitiba-PR (N. Sra. das Mercês), nosso sincero agradecimento por es-tas generosas ajudas. Além desta fra-terna partilha financeira, nós freis de Rorainópolis-RR pedimos a todos os irmãos na fé que rezem pelos nossos missionários/as e por todos os que se esforçam para viver e comunicar o Evangelho.

Rondonópolis-RR, 2 de outubro de 2008

frei Vilson José da Silva, OFMCap

Capuchinho do Paraná e Santa Catarina

Igreja e missionários de Rorainópolis, no estado de Roraima.

Page 10: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

122 - Ano IX - Setembro de 2008

NOVENA DA NOSSA PADROEIRA

Momentos de fé, oração, evangelização, emoção e alegria!A festa da nossa padroeira, Nossa Senhora

das Mercês, há anos é uma festa religiosa com momentos de oração, evangelização e confrater-nização. Há alguns anos, não se promovem mais eventos com churrasco, bebida alcoólica, bingo e outras diversões. Os bingos, em nosso Estado, são proibidos por lei. Portanto, a sua prática é contravenção. Com tanta campanha contra a bebi-da alcoólica, a “lei seca” e as conseqüências tão maléficas do uso do álcool, seria contra testemu-nho a igreja promover festas regadas a bebidas.

Nossa paróquia obedece as normas da Conferência Nacional dos Bispos

do Brasil (CNBB), cuja orientação é que as paróquias se susten-

tem com o dízimo dos fiéis. Nossa paróquia, durante

a novena, promoveu tam-bém momentos de descon-tração e alegria: na quinta-feira, dia 18, no sábado, dia 20 e no domingo, dia

21, após as celebrações da Entreajuda e das mis-sas, ofereceu delicioso café com bolo. Foram 14 cafés, com grande participação para promover o convívio social e o congraçamento

entre os paroquianos e tam-bém os que vêm de outros lugares.

Temas de evangelização No primeiro dia (15.9.2008), a abertura – mui-

to solene – ficou ao encargo da Escola Vicentina, que envolveu pais, professores, funcionário e alu-nos. A missa foi concelebrada pelos freis da pa-róquia, convento e presidida pelo Pe. Odair José (Vicentino), diretor da província de Curitiba das Filhas da Caridade.

A procissão de entrada foi emocionante: um grupo de “jovens marial vicentino”, trouxe a ima-gem de N. Sra. das Mercês, de onde se despren-diam fitas azuis, demonstrando com esta coreo-grafia a grande união entre a Virgem e os fiéis. Na homilia, Pe. Odair José, enfocou o tema: “Edu-cação Integral” à luz do carisma vicentino. São Vicente de Paulo dizia: Não eduques, se não tive-res conhecimento e vivência! A educação só será integral quando de fato, for praticada.

O segundo dia (16.9.2008) da novena foi de muita animação. Iniciou-se com o som do “ber-rante” e os cantos foram executados com a mú-sica sertaneja. O tema: Dependência química. O pároco, frei Alvadi Marmentini, apresentou uma jovem que deu seu testemunho de 7 anos viciada em cocaína e agora recuperada. Aos 17 anos de idade saiu de sua casa para estudar na cidade de Passo Fundo-RS. A droga lhe foi oferecida por seu namorado. Durante todo este tempo escondeu da família seu problema. Quando estava “no fundo do poço”, havia abandonado o estudo e não con-seguia mais sustentar o vício com seu trabalho e mesada dos pais, procurou ajuda.

Foi na Fazenda Esperança no Rio Grande do Sul, onde permaneceu um ano internada. Após quatro meses, reconciliou-se com seus pais e re-cebeu sua visita, que lhe dedicaram muito amor e compreensão. E ela mesma queria uma vida nova. Descobriu o amor de Deus! Na Fazenda, conheceu a vida mais simples, sem tanto conforto como tinha antes, mas aprendeu a ser humilde. Após um ano de internamento, trabalhou mais um ano como voluntária, ajudando outros dependentes. Hoje dá seu testemunho e procura ajudar quem precisa. Disse: “Recebi tudo de graça e de graça também dou! É Deus na vida das pessoas!”

O terceiro dia (17.9.2008) foi presidido por frei Ovídio Zanini. Enfocou o Tema “Missão”, ba-seando-se no Documento de Aparecida, que con-voca todo o cristão católico a ser missionário. O episcopado pede que se valorize a catequese, que sejam despertadas as imagens que tocam o coração, mais que as teorias. Aprender a ser como Jesus! Viver como Jesus viveu!

O cristão do século XXI será místico, ou não será nada. O mundo muda com grande velocida-

Page 11: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - 123

de: promove o hedonismo, a vivência do prazer, o subjetivismo, o pensar como se quer, o rela-tivismo, a troca de religião, o consumismo e as mais diversas formas de encontrar o prazer. Nada mais sacia o coração humano! Só encontraremos a verdadeira paz de viver com a prática da Oração interior, a experiência de Deus!

No quarto dia (18.9.2008), o tema foi sobre o Sofrimento e Solidariedade. Frei Ovídio Zanini baseou-se nas Obras de Misericórdia. Nossa pa-róquia, promove, em todas as quintas-feiras, gran-de mutirão de ajuda às pessoas. Mais de 20 vo-luntários, os freis coordenam cinco encontros da celebração da Entreajuda e atendem pessoas que procuram ajuda. Há atendimentos dos “Solidários na dor e no luto”, do “Amor Exigente” e outros.

O quinto dia (19.9.2008), a cargo da Ordem Franciscana Secular (OFS) de nossa paróquia, teve como tema A Cruz de São Damião. Frei José Maria da Silva, diretor da OFS, falou sobre os 800 anos do carisma franciscano. Apresentou a figura sempre atraente de São Francisco de Assis que, na Igreja de São Damião, recebeu o apelo para Reconstruir a Igreja.

Passada a primeira etapa deste singu-lar convite, Francisco compreendeu que a verdadeira reconstrução era a da igreja viva. Abraçou com entusiasmo esse ide-al e fundou a Ordem Franciscana, tendo como carisma a pobreza, a vivência do Evangelho, a fraternidade e a partilha com os irmãos.

O sexto e sétimo dias (20-21.9.2008) da novena tiveram como tema A Partilha. Foi convidado, o jornalista e missionário leigo, Odilmar Oliveira Franco, para auxi-liar a comunidade das Mercês na celebra-ção específica sobre a Partilha e dízimo durante as nove missas daquele fim de semana.

Após o Evangelho, Odilmar colocou muito bem a importância e a responsabili-dade de cada católico com sua comunida-de em colaborar no sustento da mesma, promovendo assim a Evangelização, atra-vés da prática do dízimo.

No final das celebrações, cada família recebeu da paróquia um livro, com o títu-lo: Dízimo uma experiência de fé e amor, para aprofundar os conhecimentos, base-ado na palavra de Deus, a Bíblia.

No final da missa às 19h do domingo, dia 21, frei Dionysio Destéfani, secretário da Província dos freis capuchinhos e que acompanhou e orientou a obra de restau-ração da pintura interna da igreja, explicou à comunidade o processo da pintura e das reformas da igreja desde o ano de 1929. Nessa oportunidade, foi benta e inaugu-rada nova placa, colocada junto à pia de água benta, para homenagear o arquiteto da igreja (João De Mio) e o pintor da mes-ma (Paulo Kohl).

A Acolhida foi o tema do oitavo dia (22.9.2008), da novena. Estiveram presentes aproximadamen-te 160 pessoas das duas paróquias assistidas pela nossa comunidade paroquial: paróquia de Al-mirante Tamandaré e paróquia Vila N. Sra. da Luz, no CIC, Curitiba.

Os párocos das duas paróquias concelebra-ram e agradeceram a parceria de ajuda mútua, promovida pela nossa paróquia das Mercês.

Terminada a celebração, nossos convidados foram recebidos no Salão paroquial e lhes foi ofe-recido saboroso jantar, feito por grupo de voluntá-rios da nossa paróquia.

O nono dia (23.9.2008), teve como enfoque o Voluntariado. O pároco, frei Alvadi Marmenti-ni, presidiu a celebração, com reflexões sobre o tema. Nosso Deus sempre partilhou com seu povo e por ele se entregou. Em decorrência dis-so, nós não podemos ficar acomodados. O ser humano tem necessidade de se doar, fazer cir-cular a energia e, com isso, viver melhor. Citou quantos voluntários trabalham e se dedicam nas mais diversas pastorais e movimentos da nossa paróquia. Ao todo, são 889 pessoas!

No dia 24 de setembro, foi celebrada a festa litúrgica de Nossa Senhora das Mercês. O pre-sidente desta celebração, foi frei Cláudio Nori Sturm, Superior Provincial dos freis capuchinhos no Paraná, Santa Catarina e Paraguai, falou so-bre Nossa Senhora como protagonista e modelo de serviço da evangelização na Igreja, e invocou sua proteção sobre os paroquianos que a invo-cam como libertadora de todos os males que nos afligem.

Terminada a Missa, a Escola Vicentina, com a participação de mais de 200 alunos, coordenou a coroação de Nossa Senhora das Mercês, como Rainha. Foi forte momento de fé e de singular encenação religiosa, por todos louvada e admi-rada.

A novena da Padroeira transformou-se em dez dias de muita oração, fervor e bênçãos. O páro-co, frei Alvadi, agradeceu a participação e a cola-boração de todos. Invocou as melhores bênçãos de Deus e da Virgem das Mercês para que aben-çoe todos os paroquianos e os tantos devotos que acorrem à nossa igreja matriz.

Erotides Floriani Carvalho

Page 12: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

124 - Ano IX - Setembro de 2008

QUANDO COISAS RUINSACONTECEM ÀS PESSOAS BOAS

Este é o título do livro escrito pelo rabino Harold S. Kushner, após passar por todo o tipo de emo-ções e questionamentos motivados pela morte pre-matura de seu filho aos 14 anos de idade. Kushner trabalhava como rabino em Boston, quando teve o diagnóstico médico de que seu filho, então com 3 anos de idade, era portador de doença chamada progéria, a qual causava envelhecimento rápido e precoce, e que morreria no começo da adolescên-cia.

Para Kushner nada mais fazia sentido. Sempre tentando fazer o melhor aos olhos de Deus, levando vida comprometida com a religião, realizando Sua obra, Kurshner começou a duvidar da Onipotência e Amor de Deus. Por que isto estava acontecendo justamente com sua família? Se ele era merecedor de algum castigo divino, o que dizer de seu filho, apenas com 3 anos de idade? Aquele diagnóstico representava a negação de tudo o que ele havia ensinado até então. E seu filho foi vivendo e mor-rendo dia-a-dia, enquanto o rabino se debatia na procura de um antídoto para o ressentimento que sentia contra Deus, o que dificultava a manuten-ção de sua fé e o recebimento do conforto pela religião.

Seu filho morreu dois dias após completar 14 anos.

É realmente injusta a distribuição do sofrimento pelo mundo. Por que coisas ruins acontecem às pessoas boas? Será que Deus dá a cada um o que ele merece e precisa? Será que Ele é realmente responsável por tudo que acontece na vida? Na busca do motivo para explicar uma tragédia e, ao mesmo tempo, tirar a responsabilidade de Deus, procura-se na culpa a saída para esta questão. Diz Kushner: “Uma das maneiras encontradas a cada geração para dar sentido ao sofrimento humano é supor que somos merecedores do que acontece, que de algum modo as desgraças sobrevêm como punição para nossos pecados”.

Outras premissas, no entanto, são rejeitadas por aqueles que acreditam num Deus-Amor: não é Deus quem escolhe quais carros vão se chocar e causar muitas mortes; quem vai ficar paralítico pelo resto de sua vida; quais as famílias que terão uma criança deficiente; que sempre há um propó-sito divino no sofrimento ou que “Deus escreve cer-to por linhas tortas”. O sofrimento não é obra de Deus. Sofrimento sem sentido, sofrimento como punição pelo pecado não especificado é duro de se aceitar.

Por outro lado, Kushner relata o caso daquela mulher cujo carro foi totalmente destruído numa batida com um motorista bêbado e ela escapou milagrosamente com vida. A mulher olha para o ra-bino e diz: “Agora sei que Deus existe. Se consegui ficar viva e inteira é porque Ele estava olhando por mim”. O rabino ficou calado por alguns instantes para não se opor à fé da mulher em Deus, mas sua mente se voltou para o funeral do jovem esposo e pai, morto duas semanas antes, numa colisão

igualmente provocada por um motorista bêbado. É muito comum as pessoas verem a Deus como

o mandante de tudo o que acontece em suas vidas, sem se questionarem sobre fatos que acontecem sem razão específica num contexto de circunstân-cias fortuitas e aleatórias. E existem ainda as leis da natureza, precisas e ordenadas, as leis da físi-ca, da química e outras mais. Estas leis não fazem distinção entre os bons e os maus. “Este é outro setor do mundo, que faz coisas ruins acontecerem a pessoas boas, e Deus nem as provoca nem as faz cessar”.

Quando nos sentimos com raiva porque fomos magoados, o ideal é rebelar-se contra a própria si-tuação, sem dirigir esta raiva a nós mesmos, aos que poderiam tê-la evitado ou estão tentando nos ajudar, ou contra Deus, que a teria permitido. ”Na verdade, zangar-se contra Deus não O magoa nem O leva a tomar medidas contra nós... A única coisa de errado nisto é que Deus não tem culpa nenhu-ma.”

A questão que devemos propor não é “Por que tudo isto aconteceu? Que fiz eu para merecer isto?” Mas sim: “Que vou fazer, agora que tudo isto me aconteceu?”

Dorothee Soelle diz que a “pergunta mais impor-tante que podemos fazer a respeito do sofrimento é a quem ele serve. O nosso sofrimento pode ser-

vir a Deus ou ao diabo, à causa de nos tornarmos vivos ou moralmente paralisados.” Não questio-nar: “de onde vem a tragédia?”, mas “para onde ela conduz?” é o ponto para o qual Soelle quer chamar nossa atenção. Nossas respostas vão dar ao sofrimento um sentido positivo ou negativo.

O sofrimento nos leva a explorar os limites de nossa capacidade, no sentido da força e do amor, e a descobrir fontes de consolação que antes não conhecíamos. Transformamos, então, aquela pessoa, que tanto amamos e que perdemos, em testemunha da afirmação da vida e não de sua re-jeição.

Kushner diz que, de certa forma, escrevera este livro ao longo de 15 anos, desde que ouvira a pa-lavra “progéria” pela primeira vez. A vida de Aaron havia tornado possível que este livro fosse escrito e a sua morte o havia tornado necessário. Ele pre-cisava dizer às pessoas que nunca ninguém nos prometeu uma vida longe da dor e do desaponta-mento. O máximo que nos prometeram é que nun-ca estaríamos sós em nossa caminhada.

A indagação das razões pelas quais coisas ruins acontecem às pessoas boas desdobra-se em perguntas bastante diferentes entre si, não mais questionando a causa do acontecimento, mas a como reagir ante ele, o que fazer depois do que aconteceu.

E ele diz: “Soube então que era tempo de es-crever meu livro. Eu ultrapassara a autopiedade, chegando a ponto de enfrentar e aceitar a morte de meu filho... Sou uma pessoa mais sensível, um pastor mais eficiente, um conselheiro mais simpá-tico por causa `da vida e da morte de Aaron do que teria sido sem elas. E eu renunciaria a todos esses ganhos se pudesse ter meu filho de volta. Se pudesse escolher, eu me anteciparia a todo crescimento e aprofundamento espiritual que so-brevieram em função de nossas experiências e se-ria o que eu era há 15 anos, um rabino médio, um conselheiro indiferente, ajudando uns e incapaz de ajudar a outros, e pai de um garoto brilhante e feliz. Porém, não posso escolher.”

“Eu penso no que Aaron e sua vida me ensina-ram, e percebo quanto perdi e quanto ganhei. O dia de ontem me parece menos doloroso, e não tenho medo de enfrentar o dia de amanhã.”

Marisa CremerGrupo de Apoio ao Luto

Reuniões: O Grupo de Apoio ao Luto comunica à comu-

nidade que novo horário de atendimento foi cria-do para melhor atender às pessoas enlutadas. Às quintas-feiras serão realizados dois encontros, um às 14h30 e outro às 19h30.

O Grupo conta, agora, com a participação de Mi-chele Monique Maba, psicóloga clínica e terapeuta que se dispôs a colocar seu conhecimento e ex-periência à disposição da nossa comunidade. Seja bem-vinda, Michele!Harold S. Kushner

Page 13: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - 125

A IMPOSIÇÃO DE MÃOS PODE CURAR?Ao longo de nossa história, o contato físico tem

sido associado aos mais impressionantes e mis-teriosos relatos de cura. A Bíblia nos revela di-versas curas milagrosas operadas por Jesus, pela imposição de suas mãos. Nos Atos dos Apóstolos, encontramos outras tantas curas realizadas pelos apóstolos, ao imporem as mãos sobre os doen-tes.

Para Jesus nenhuma doença é incurável. Ele nunca perguntou se era difícil curar. E as curas que realizou eram tanto físicas como espirituais. A um dizia: “Quero, sê limpo” e a outro recomenda-va: ”Vai e não tornes a pecar”. Jesus, certamente ainda hoje está presente quando o poder curativo opera um milagre ou cura. Ele continua vivo como quando tra-balhava em Nazaré ou quando fa-zia o Sermão da Montanha. Ele continua curando a humanidade através daqueles que oferecem suas mãos, para serem canais da energia divina.

Hoje a ciência comprova o que os povos primitivos há muito já sabiam: O contato físico exerce efeitos benéficos sobre o funcio-namento interno do corpo.

A primeira imposição de mãos, sobretudo quando feita em nível alfa, costuma trazer melhoras. Se for feita por vários dias ou semanas seguidas, a energia vi-tal da pessoa enferma começa a harmonizar-se. Os sintomas da doença tendem a enfraquecer até desaparecer. Pode também haver curas instantâneas. Jesus tocava os doentes com suas mãos e eles ficavam curados imediatamente. A energia transmitida ao impor as mãos, possuirá mais poder curati-vo quando aliada ao amor, à fé e confiança, tanto de quem recebe a imposição das mãos, como de quem a fizer.

Todas as pessoas treinadas podem fazer a imposição de mãos, desde as crianças até as vovós. Conta-se na história da vida de São Francisco Xavier, co-nhecido como o apóstolo da Ín-dia, que ele ensinava as crianças a rezar pela cura dos enfermos e as enviava a imporem suas mãos inocentes e puras sobre quem sofria de algum mal e muitas pessoas, mesmo as que ainda não eram cristãs, ficavam curadas.

É muito importante saber que quando estamos com a mente serena, o coração cheio de bonda-de e amor, podemos transmitir uma energia sin-gularmente grande pela imposição das mãos, ou mesmo irradiar energia à distância, dando força e ânimo a pessoas que se encontram longe e até mesmo libertá-las de alguma doença. Para isso é necessário concentrar-se mental e espiritualmente

sobre cada pessoa, a quem, de longe, fazemos a imposição de mãos.

A energia e o pensamento são como o raio de sol: percorrem distâncias grandes em fração de segundos. A bioenergia transmitida reestrutura a vida das células doentias, energizando-as para o restabelecimento da harmonia. Com o aumento da carga energética, se recompõe a vitalidade celular, reintegrando o corpo na sua harmonia primitiva.

O toque das mãos traz alívio, conforto e libera a tensão. Ao fazê-lo, os nervos e músculos que es-tão impedindo o fluxo de energia se descontraem, liberando-a para que possa gerar um estado de har-monia e saúde.

Gestos comuns, como abraçar alguém ou segurar suas mãos, contribuem para tranqüilizá-lo, para que relaxe, e lhe encorajamos o espírito, de modo que seu corpo reaja e sua dor diminua. Sabemos que os senti-mentos de carinho e amor têm conseqüências físicas.

O gesto de impor as mãos transmite amor e pode desencadear alterações metabólicas e quí-micas no corpo, as quais auxiliam na cura. A es-timulação tátil e a emoção podem controlar a en-dorfina, (hormônio natural que alivia a dor) o que proporciona uma sensação de bem estar.

O médico americano, Dr. Neil Solomon, certa vez declarou em sua coluna médica no Los Angeles

Times: “Nesta era de drogas miraculosas, amor, carinho e ternura ainda são complementos impor-tantes ao tratamento”. Ele comenta, baseado em experiências, que o toque das mãos entre os pro-fissionais de saúde e os pacientes, pode ser tão eficaz quanto os medicamentos.

Basta que observemos as reações das pessoas idosas a uma carícia, um abraço, um afago ou um aperto de mão, para avaliarmos como essas expe-riências são de vital importância para o bem estar delas. Porém, como nos alienamos do contato físi-co, também perdemos o instinto básico de curar.

Felizmente, existem fortes indicações de que es-tamos voltando a entendimento mais profundo dos

poderes humanos. A imagem que formamos de nós mesmos, está mudando à medida que a imensi-dão da mente humana torna-se vi-sível. Esta mudança se reflete na aceitação do inexplicável, o que inclui o renascimento da cura pela imposição de mãos.

A prova disso é o que se faz em todas as quintas-feiras em nossa Paróquia das Mercês, através das Celebrações de Entreajuda.

A imposição das mãos é um dos passos da Celebração. Nestes sete anos de Entreajuda, milhares de pessoas passaram por essa Igre-ja e foram beneficiadas de alguma forma. Relatos emocionantes de inúmeras pessoas testemunharam terem sido agraciadas com curas de doenças tidas como incuráveis. Outras tantas se libertaram do vício de drogas, sem contar as centenas de pessoas que alcançaram graças extraordinárias que harmonizaram suas vidas.

Ao impor as mãos, devemos preparar-nos espiritualmente atra-vés da oração e preferencialmen-te ficar de olhos fechados. É uma prática que deve ser feita com muita fé e amor, como quem quer realmente ajudar o outro e trans-formar-se em canal de graça. Nós transmitimos o que temos no inte-rior. Irradiamos paz, se tivermos o coração transbordante de paz.

É bom lembrar que somos apenas canais da energia cósmica do universo e canais das graças e bênçãos de Deus. A energia curadora ou restau-radora apenas passa por nós, fazendo de nossas mãos um prolongamento das mãos de Jesus.

Se você deseja ser um canal de cura, cultive o nível alfa, nível de paz e de amor. Só imponha as mãos neste nível. A luz do amor tudo ilumina, embeleza e transforma. As asas do pensamento, banhadas pela luz do amor, são mais rápidas do que a luz do sol e chegam a tocar o infinito.

Nelly KirstenParapsicóloga Clínica - [email protected]

Page 14: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

126 - Ano IX - Setembro de 2008

PROFISSIONAIS DA SAÚDEEm certo programa sobre “Profissionalismo”,

um comediante relatou que, na hora da estréia de uma peça da qual era protagonista, recebeu a no-ticia que seu pai havia falecido. A platéia estava cheia. Mesmo com o coração partido, apresentou seu espetáculo com sucesso e depois atrás das cortinas entregou-se à sua dor..

Talvez seja comparação um pouco forte para re-tratarmos o que é ter profissionalismo em nossos tempos.

Em todas as profissões, da mais humilde a mais nobre, temos que assumir papéis. E, que di-zer quando a esta profissão está ligada ao bem mais precioso, a preservação da vida de alguém?

Desde muitos anos, o profissional da saúde, em especial o médico, é considerado como alguém dotado de filantropia e renuncia, comparado ao sacerdócio deixando os seus interesses em prol dos pacientes. Essa idealização vem sofrendo con-tínuos golpes à medida em que ocorrem mudanças sociais por causa das condições de trabalho a que os profissionais se expõem, com longas horas de jornada, salários nem sempre compatíveis.

Dizia um grande homem ao se referir ao seu cardiologista: Setenta por cento da minha cura eu devo a fé que eu sinto em meu médico.

Ainda assim, a revolta diante do inaceitável faz com que pessoas esperem destes profissionais verdadeiros milagres, esquecendo que, por vezes, no decorrer de suas vidas, muitas pessoas deixa-

ram de lado a prevenção, defrontando-se com o curso inevitável de uma doença genética.

Um médico humano é também um ser hu-mano médico. Por trás da mesa e do jaleco muitas vezes sobra:

- Um telefonema em lugar de um abraço de dia das mães;

- a saída rápida no meio da festinha do filho para ir atender a uma emergência;

- chegar atrasado ao jantar do seu aniversário de casamento;

- ir ao médico só... quando houver tempo;Mesmo assim, quem abraça e permanece na

área da saúde, certamente o faz por dedicação e por amor.

São tantos papéis: médico administrador, médico professor, Médico clinico, médico cirurgião, marido médico, pai médico.

No mês de outubro, alguns profissionais da saú-de são homenageados: Fisioterapeutas (dia 13), Médicos (dia 18), Dentistas (dia 25).

A redação deste jornal e os Freis Capuchinhos parabenizam todos estes profissionais. Pedem li-cença à comunidade para aplaudir um ser humano médico que, no auge da sua carreira e diante de todo o seu conhecimento cientifico, faz da fé em Deus a base para todos os seus tratamentos. Para-béns, Dr. Luiz Fernando Kubrusly! (foto ao lado)

Redação do Jornal O Capuchinho

SÃO LUCAS: Patrono dos MédicosSão Lucas é evangelista e patrono dos pintores e dos médicos. É

também autor de um dos Evangelhos que tem seu nome e dos Atos dos Apóstolos, ambos livros sagrados da Bíblia.

São Lucas é grego de Antioquia, hoje na atual Turquia. Que ele tenha sido médico percebe-se por uma passagem na carta aos Colossenses (4,14), na qual São Paulo o chama de “amado médico”.

Ser médico, cuidar e zelar pela vida humana é, sem dúvida, extraordi-nária e divina vocação. A vida – dom de Deus – deve sempre ser cuidada. Esta tarefa cabe, em primeiro lugar, à própria pessoa e, em seguida, ao médico.

Dr. Luiz Fernando Koblusly e sua família participam de celebrações na Igreja das Mercês. Ele é médico imbuído de fé. Homem que reza e faz da Medicina-cardiologia não uma profissão, mas, uma vocação cristã. É freqüente vê-lo participando da Santa Eucaristia em nossas missas não só aos domingos, mas também nos dias de semana, concentrado em oração e olhos sensivelmente fechados, buscando forças em Cristo para, como São Lucas, colaborar com Deus em cuidar dos problemas das pessoas cardíacas.

Nós, freis capuchinhos, sentimo-nos muito gratos ao Dr. Luiz Fer-nando pela grande sensibilidade médica que demonstrou em atender diversos freis.

São Lucas, patrono dos Médicos, abençoe o Dr. Luiz Fernando e sua família e toda a grande família médica. Os médicos são homens en-viados por Deus para zelarem de nossas vidas para conservarmos a qualidade de vida e para vencer as enfermidades que, com freqüência, invadem o corpo físico.

Parabéns ao Dr. Luiz Fernando e, através dele, a toda classe médica no dia a eles consagrado.

Freis Capuchinhos

Page 15: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - 127

DIA DO PROFESSORJusta e merecida homenagem nosso jornal

quer prestar a todos os professores de qual-quer nível: sejam universitários, de escolas básicas, jardim, maternal, de escolas públicas ou privadas.

Quem de nós não se lembra do seu primei-ro dia de aula? Quanta ansiedade! Vejamos:

- os preparativos em casa: material, mochi-la, uniforme, lanche...

- a chegada à escola: algum conhecido, pri-mo, vizinho; os outros, todos estranhos...

- a acolhida do professor(a): quanto cari-nho, nos acolhendo, quebrando o gelo, a timi-dez, perguntando o nome e se apresentando também...

- os ensinamentos: descobrir as letras, a alfabetização, iniciação aos números, en-fim, um mundo que foi se desvendando atra-vés da habilidade de “ensinar” da querida professora(o);

- a professora(o): figura estranha que, em poucos dias, foi ficando tão familiar, quanto nossa própria mãe...

Professora(o)! Se há alguém que merece nossa homenagem e gratidão pelo seu dia, no dia 15 de outubro, é você!

Nestes tempos de “campanha política”, vimos o Presidente da República, apresentar sua candidata à prefeita da nossa cidade, na TV, como uma pessoa lutadora, uma guerrei-ra.

Lembrei-me de nossos professores no Bra-sil, esses sim, são os verdadeiros lutadores e guerreiros e até heróis. Exercem sua missão de educadores muitas vezes nas mais precá-rias e vergonhosas situações de miséria, sem a mínima condição digna de terem pelo me-nos ambiente decente para poderem ministrar suas aulas, sem falar – é claro – da parca remuneração pelo seu trabalho.

Há uns tempos, apareceu no programa do “Fantástico” da TV Globo, o cenário de uma escola no nordeste do Brasil. A escola funcio-nava num casebre: coberto de folhas, o chão era de terra batida, as carteiras de tábuas em

cima de ripas. Nesta sala funcionavam as qua-tro séries do 1º grau, todas juntas. O repórter perguntou à professora, o que ela queria para sua escola e ela, recolhida em sua humildade, disse:

- Uma porta! - Uma porta?, retrucou o repórter incrédu-

lo.Sim, simplesmente uma porta... porque a

escola não tinha porta e a vaca entrava na sala e comia os cadernos dos alunos!...

Fiquei pensando: Onde estariam o prefeito daquela localidade, o governador do estado e o presidente da República?

Como se pode admitir - num país com tanta riqueza, com tanta arrecadação de impostos, com tantos homens de valor – vermos um ce-nário tão vergonhoso!

Certamente os homens de valor, os que fo-ram alunos aplicados no tempo de escola não estão no poder, no comando em alguns luga-res deste país. Em certas localidades estão no poder os que enganaram o povo humilde, ingênuo que os elegeu...

Sim, queremos uma porta!Uma porta que se abra para que todos os

brasileiros tenham acesso a uma escola de-cente, com professores preparados e bem re-munerados!

Acorda, Brasil! A solução de todas as ma-zelas da sociedade está na escola, no ensino de qualidade, com a porta aberta para a prio-ridade na educação!

Nossa homenagem a todos os abnegados professores, aos de ontem e aos de hoje.

Na pessoa de um professor de nossa co-munidade prestamos nossa homenagem ao professor José Leonardo Salata, com 77 anos de idade e dos quais 34 dedicados como professor, em diversas escolas estaduais e privadas de Curitiba.

Professor Salata (foto ao lado), a você e a todos os professores nossa homenagem, cari-nho e parabéns pelo seu dia.

Erotides Floriani Carvalho

SER MÉDICONenhuma profissão, por mais meritória e mais

excelsa – e todas são dignas e grandes – alcança tão profundamente o largo espectro do binômio: médico-doente. Homem a homem, Vida a Vida; esta é a relação mais importante, que supera a tudo mais e que mais exige.

O trato direto com a Vida faz crescer e agigantar a responsabilidade do médico. O médico precisa agir com sensibilidade humana para com o enfer-mo que está fragilizado e esperançoso.

Não bastam, apenas, os elementos materiais, por mais pródigos e abundantes. Outros atributos são necessários, que marcam indelevelmente o exercício da profissão médica. A alma do médico deve ter, e tem, intrínseca e flamejante, a chama

da compreensão, da tolerância, da caridade e do amor.

A Medicina é, e deverá ser sempre, contínua doação pessoal, que sabe ouvir, animar, compre-ender, discernir, consolar, num ato específico de homem para homem.

A medicina exige laborioso estudo, preparo, desprendimento, competência, dedicação e aper-feiçoamento contínuo. O foco principal do médico é a satisfação e o bem estar do seu paciente. É atividade humanística muito gratificante, mas, mui-to exigente.

Para seu exercício, há a convergência de múl-tiplos fatores, atitudes, procedimentos envolvendo recursos tecnológicos e humanos. Conta com as

mais avançadas conquistas da engenharia biomé-dica e recentes progressos da farmacologia.

A medicina moderna atua especialmente na pre-venção e no diagnóstico precoce de muitas patolo-gias. Ampliam-se os conhecimentos na prospecção profilática na defesa da saúde das populações, tentando reduzir a mortalidade infantil e alargando a perspectiva e a qualidade de vida das pessoas.

Ao lidar com vidas humanas, a Medicina con-solida-se com dote ímpar, condição inimitável e incomparável. Alia-se a Deus e promove-se em ge-nuíno sacerdócio.

Jayme Arana formado em 1974 em Medicina da UFPR

Page 16: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

128 - Ano IX - Setembro de 2008

SÃO FRANCISCO DE ASSIS - O Santo que encanta o mundoSão Francisco vem encantando através dos sé-

culos e foi escolhido como principal personalidade do II Milênio. Atrai seguidores desde que, com seu gesto radical, depôs as vestes aos pés de seu pai, rico mercador e partiu ao encalce da Senho-ra Pobreza. Logo mais, vemos Francisco salvando ovelhas do matadouro e intervindo para proteger o velho logo de Gubbio. São as primeiras manifesta-ções de sua imensa ternura.

O que se tornou pedra nos tempos de hoje, o sentido do sagrado nas mais humildes realidades terrenas, foi sempre forte e vivazmente acalentado por Francisco.

O Cardeal Garrone alertava: “Perdendo o sen-tido do ser e do sagrado, o sentido da Criação, ,o homem perde o sentido dos seus compromissos, porque há também algo sagrado numa palavra em-penhada”.

O amor de Francisco pelas criaturas, por causa do Criador, adquire valor profético. Tomás de Cela-no, um de seus biógrafos, assim descreveu esse amor:

- Quem poderia retraçar seu imenso amor a tudo que dizia respeito a Deus? Quem nos poderia descrever a ternura que invadia sua alma quando encontrava nas criaturas a sabedoria, o poder e a beleza do Criador? Ao contemplar o sol, a lua, o fir-mamento e todas as suas estrelas, sentia-se mer-gulhado numa inefável alegria. Piedade simples,

piedosa simplicidade.- Quando encontrava flores espargidas pelo

chão, pregava para elas como se fossem dotadas de razão e convidava-as a louvar o Senhor.

- Qualquer ser recebia o título de irmão; a in-tuição penetrante de seu coração conseguia des-cobrir, de maneira extraordinária e rara, o mistério das criaturas, visto já possuir a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.

No auge dos sofrimentos causados pelos aba-los da saúde e provavelmente pela presença dos estigmas – marcas visíveis em suas mãos, nos seus pés e peito do mútuo amor de Francisco e Cristo depois de dias de padecimento – Francisco irrompe com o belíssimo Cântico das Criaturas

O padre Elói Leclere comenta, com sensibilida-de, o Cântico e afirma que “a partir do sofrimento daquela noite – físico e espiritual – do pobre que jazia em uma cabana, o mundo se reconcilia na alma de Francisco”.

Jaques Loew, o convertido aos 24 anos, que através de um dos inúmeros biógrafos de São Fran-cisco, Joergensen, aprendeu a admirar o Santo, com crescente encanto, assim se expressa: “As realidades cósmicas: lua, estrelas, vento água, fogo são, por si mesmas, uma linguagem, expri-mem mais do que elas próprias; estão carregadas dos elos inconscientes da alma de Francisco e de todo homem com Deus.

Quando ele canta o louvor de Deus, através de suas criaturas, essas realidades do universo mate-rial atingem o âmago de nosso coração.

E, como provêm das profundezas mais univer-sais do homem, elas explicam esta fraternidade de Francisco, não somente com todas as criaturas, mas com todos os homens. E explicam também porque todos os homens se reconhecem nele”.

O carisma de Francisco continua afirmando al-gumas perenidades:

1. A referência a Deus, como o Sumo Bem;2. A proximidade e a fraternidade;3. O cuidado e a compaixão;4. O sentir-se bem entre os pequenos;5. O ecumenismo e o diálogo em todas as di-

reções.Talvez a avassaladora crise econômica que po-

derá desencadear-se a partir do desastre da cupi-dez especulativa americana, espraiando-se pelo globalizado mundo, alavancando a tão grande po-breza e a clamorosa fome, induza a humanidade a frear o instinto de abusiva acumulação e abraçar a simplicidade, o desprendimento, o dom da solidá-ria partilha, escudando-se na justiça e abrigando-se no regaço da paz.

Vivamos a ternura sempre e usemos de vigor na restauração do mais sagrados dos Tempos de Deus: a vida dos seres humanos e do mundo.

Frei José Maria da Silva, OFMCap

A ORAÇÃO DIÁRIARecomenda-se que todo cristão realize, diariamen-

te, uma oração mental. Mas como devemos fazê-la?Antes de realizá-la, para nos colocarmos na pre-

sença de Deus devemos proceder inicialmente a algumas breves considerações, que nos ajudem a afastar as preocupações da nossa mente. Por exemplo, podemos dizer a Jesus assim:

“Meu Senhor e meu Deus, creio firmemente que estás aqui, que me vês, que me ouves. Adoro-te com profunda reverência. Peço-te perdão dos meus pecados e graça para fazer com fruto este tempo de oração. Minha Mãe Imaculada, São José, meu Pai e Senhor, meu Anjo da Guarda, intercedei por mim”.

Certa vez, li em uma obra de Francisco Fernán-dez Carvajal bela explicação sobre essas maravi-lhosas frases preparatórias que muitos recitam diariamente ao iniciarem as suas orações, depois de se persignarem. Anotei alguns trechos da expla-nação, que era mais ou menos assim:

Meu Senhor e meu Deus, creio firmemente que estás aqui, para escutar-me. - Ele verdadeiramente está no Tabernáculo, realmente presente sob as espécies sacramentais, com o seu Corpo, o seu Sangue, a sua Alma e a sua Divindade; e está pre-sente em nossa alma pela graça, sendo o motor dos nossos pensamentos, afetos, desejos e obras sobrenaturais. Ele me vê e me ouve!

A seguir, o cumprimento, tal como se costuma fazer quando conversamos com qualquer pessoa, que conhecemos. Cumprimentamos a Deus ado-rando-o: Adoro-te com profunda reverência! E se

alguma vez ofendemos essa pessoa, se a tratamos mal, pedimos-lhe perdão. Com Deus Nosso Senhor, a mesma coisa: Peço-te perdão dos meus pecados e graça para fazer bem, com fruto, este tempo de oração, de conversa contigo. E estamos fazendo oração e nos colocando na intimidade de Deus.

Mas, além disso, que faríamos se essa pessoa principal, com quem queremos conversar, tivesse mãe, e uma mãe que nos ama? Iríamos buscar sua recomendação e palavra a nosso favor! Temos, pois, que invocar a Mãe de Deus, que é também nossa Mãe e nos quer tanto: Minha Mãe Imaculada! E recorrer a São José, o pai nutrício de Jesus, que também pode muito na presença de Deus: São José, meu Pai e Se-nhor! E ao Anjo da Guarda, esse príncipe do Céu que nos ajuda e nos protege… Intercedei por mim!

Uma vez feita a oração preparatória, podemos falar com Deus. De quê? Das nossas alegrias e das nossas penas, dos nossos trabalhos, dos nossos desejos e dos nossos entusiasmos… De tudo!

Também podemos dizer-lhe com toda a simplici-dade: Senhor, aqui estou feito um bobo, sem saber o que contar-te… Quereria falar contigo, fazer ora-ção, meter-me na intimidade do teu Filho Jesus. Sei que estou junto de Ti, e não sei dizer-te duas pala-vras. Se estivesse com a minha mãe, com aquela pessoa querida, falar-lhes-ia disto e daquilo; conti-go, não me ocorre nada.

Isto é oração! “Permanecei diante do Sacrário, como um cachorrinho aos pés do seu amo, duran-te todo o tempo fixado de antemão. Senhor, aqui

estou! E custa-me! Ir-me-ia embora por aí, mas continuo aqui, por amor, porque sei que me estás vendo, que me estás escutando, que me estás sor-rindo!”

E junto dEle, mesmo quando não sabemos mui-to bem o que dizer, enchemo-nos de paz, recupera-mos as forças para enfrentar os nossos deveres, e a cruz se torna leve porque não é só nossa: Cristo nos ajuda a carregá-la.

Na oração diária, encontramos a origem de todo o nosso progresso espiritual e a fonte contínua de alegria, se estivermos decididos a estar “a sós com quem sabemos que nos ama”. A vida interior progride ao compasso da oração e repercute nas ações da pessoa, no seu trabalho, na sua atividade apostólica, no espírito de sacrifício…

Recorramos com freqüência a Santa Maria para que nos ensine como tratar o seu Filho, pois nenhu-ma pessoa no mundo soube dirigir-se a Ele, com o carinho e a intimidade, como fez sua Mãe. E junto dEla, São José, que tantas vezes falou com Jesus, enquanto o Menino crescia, enquanto juntos traba-lhavam, descansavam, passeavam pelos arredores de Nazaré… Depois de Maria, José foi quem passou mais horas junto do Filho de Deus. Ele nos dirá como manter esse tratamento íntimo com o Mestre, e, se lho pedirmos, ajudar-nos-á cada dia a tirar propósi-tos firmes, concretos e claros, que nos ajudarão a limar as asperezas do caráter, a ser mais serviçais, a estar alegres apesar de todas as contrariedades.

Marcos de Lacerda Pessoa

Page 17: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - 129

DIA DA CRIANÇADia das Crianças no BrasilA criação do Dia das Crianças no Brasil foi suge-

rido pelo deputado federal Galdino do Valle Filho na década de 1920.

Arthur Bernardes, então presidente do Brasil, aprovou por meio do decreto de nº 4867, no dia 5 de novembro de 1924, a data de 12 de outubro como o dia dos pequenos.

O Dia das Crianças só passou a ser comemora-do mesmo em 1960, quando a fábrica de brinque-dos Estrela fez uma promoção com a empresa Jo-hnson & Johnson para lançar a “Semana do Bebê Robusto” e aumentar suas vendas.

A idéia das duas empresas deu tão certo que outros comerciantes resolveram adotar a mesma estratégia. E assim, dia 12 de outubro é dia de criança ganhar presente!

Dia das Crianças no MundoMuitos países comemoram o Dia das Crianças

em outros dias do ano. Na Índia, é em 15 de no-vembro. Em Portugal e Moçambique, a comemora-ção é feita no dia 1º de junho. Na China e no Japão, a comemoração é celebrada em 5 de maio.

Dia Universal da CriançaA Organização das Nações Unidas, também co-

nhecida como ONU, comemora o dia de todas as crianças do mundo em 20 de novembro. Foi nessa data que os países aprovaram, em assembléia ge-ral da ONU, em 1959, a Declaração dos Direitos das Crianças.

Muitos dos direitos e liberdades contidos neste documento fazem parte da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Declaração dos Direitos da Criança estabelece, entre outras coisas, que toda criança requer proteção e cuidados especiais antes e depois do nascimento.

Declaração dos Direitos da Criança1º Princípio - Todas as crianças são credoras

destes direitos, sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, condição social ou nacionalidade, quer sua ou de sua família.

2º Princípio - A criança tem o direito de ser compreendida e protegida, e devem ter oportuni-dades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. As leis devem levar em conta os melhores interesses da criança.

3º Princípio - Toda criança tem direito a um nome e a uma nacionalidade.

4º Princípio - A criança tem direito a crescer e criar-se com saúde, alimentação, habitação, recre-ação e assistência médica adequadas, e à mãe devem ser proporcionados cuidados e proteção es-peciais, incluindo cuidados médicos antes e depois do parto.

5º Princípio - A criança incapacitada física ou mentalmente tem direito à educação e cuidados especiais.

6º Princípio - A criança tem direito ao amor e

à compreensão, e deve crescer, sempre que pos-sível, sob a proteção dos pais, num ambiente de afeto e de segurança moral e material para de-senvolver a sua personalidade. A sociedade e as autoridades públicas devem propiciar cuidados especiais às crianças sem família e àquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de fa-mílias numerosas.

7º Princípio - A criança tem direito à educação, para desenvolver as suas aptidões, sua capacida-de para emitir juízo, seus sentimentos, e seu sen-so de responsabilidade moral e social. Os melho-res interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais. A criança terá ampla oportunidade para brin-car e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades pú-blicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

8º Princípio - A criança, em quaisquer circuns-tâncias, deve estar entre os primeiros a receber proteção e socorro.

9º Princípio - A criança gozará proteção contra quaisquer formas de negligência, abandono, cruel-dade e exploração. Não deve trabalhar quando isto atrapalhar a sua educação, o seu desenvolvimento e a sua saúde mental ou moral.

10º Princípio - A criança deve ser criada num ambiente de compreensão, de tolerância, de ami-zade entre os povos, de paz e de fraternidade uni-versal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus se-melhantes.

Janaína Martins T. de Castro

PARAPSICOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA – n.º 27O Princípio da Igualdade está programado no

Subconsciente do Ser Humano. A reação espontâ-nea, automática e natural de lutar contra tudo o que possa submeter o ser humano à situação inferior em relação a outras pessoas é conseqüência natural do Princípio da Igualdade, registrado no Subconsciente.

“A Inveja nada mais é que o sentimento de perce-ber-se abaixo de alguém e não admiti-lo como normal e natural. Em decorrência dessa sensação de inferiori-dade, o invejoso busca estratégias para rebaixar o con-corrente, visando reduzi-lo ao seu nível, no mínimo.

A Vaidade caracteriza-se pelo medo de sentir-se rejeitado ou ofuscado. O indivíduo, então, busca ca-muflar sua insegurança por meio de artificialismos vários, seja no modo de falar e de vestir, seja nas atitudes e nos gestos rebuscados. A despeito de sua artificialidade, assim mesmo, o vaidoso ameaça ofuscar a presença de outros igualmente inseguros e, por isso mesmo, desperta cochichos, as críticas, as fofocas e as ironias.

O Orgulho, por sua vez, é o parente mais próxi-mo da vaidade e também se fundamenta na busca de superar uma insegurança. Tal sentimento induz o

indivíduo a assumir atitudes e posturas artificiais e arrogantes, grosseiras tentativas de demonstrar ser o que percebe e sente não ser. A pessoa vazia de va-lores essenciais, esnoba no brilho das aparências.

Como o vaidoso, também o orgulhoso ameaça ou-tros indivíduos inseguros e temerosos de perderem seu pouco brilho, de verem sua pequenez ainda mais minguada. O orgulhoso teme, mais do que o vaidoso, ter sua couraça artificial desmontada e assim mos-trar sua insegurança.

Inveja, vaidade e orgulho e tantas outras tenta-tivas de superar a profunda insegurança vivenciada pela sensação de pequenez e quase nulidade são reações automáticas do Subconsciente decorrentes do Princípio da Igualdade” (Pedro Grisa. O Jogo e a Estrutura das Personalidade, p. 77-78);

Programação Mental: Acomode-se confortavel-mente. Feche os olhos. Fique totalmente imóvel, tranqüilo. Respire profundamente e, ao exalar, re-laxe. Respire profundamente umas dez vezes e, ao exalar, relaxe cada vez mais. Após uns minutos de relaxamento concentre-se em você mesmo perceben-do sua inteligência, suas capacidades, seu potencial,

fortalecendo sua segurança e auto-estima. Bem con-centrado compreenda que você não precisa da in-veja, da vaidade ou do orgulho para sentir-se igual aos outros. Repita mentalmente muitas vezes: “Sou inteligente e sou capaz; Eu me amo e me quero bem, gosto de mim e sou feliz. Eu amo e quero o bem das pessoas, eu gosto das pessoas e nós somos felizes. As pessoas me amam e me querem bem, as pessoas gostam de mim e nós somos felizes. Eu me compreendo e me compreendo cada vez mais. Eu compreendo as pessoas e as pessoas me compre-endem, nós nos compreendemos e somos felizes!”

Flávio Wozniack - Parapsicólogo - CNPAC nº101Atendimento: 1. Gratuito (para carentes): Paróquia das Mercês – 3335-5752 2. Rua Manoel Ribas, 852 - sala 123336-5896 - 9926-5464Cursos de Parapsicologia: 1. Na Paróquia Santa Rita de Cássia – Vila Hauer,

a partir de 15/10 – Inscrições no 3276-2075 2. Vieira Cavalcanti, 1279 – Mercês, a partir de

13/10 – Inscrições no 3336-5896

Page 18: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

130 - Ano IX - Setembro de 2008

OUTUBRO E MISSÃONo passado, até a década de 1980, outubro era

ocupado por celebrações católicas missionárias. As escolas católicas organizavam, com seus alunos, teatros e rifas para arrecadar recursos para as mis-sões. Havia entusiasmo na difusão da fé. De certa forma, isso terminou e a Igreja Católica quer recu-perar o entusiasmo e dever da missão, em parte a exemplo dos grupos religiosos pentecostalistas que desenvolvem grande atividade para aumentar o número de seus fiéis. Quem não conhece estes jovens americanos, vestidos a rigor, que andam de casa em casa procurando prosélitos?

A idéia de um Dia das Missões em esfera mun-dial nasceu no Círculo Missionária do Seminário Arquidiocesano de Sássari (Sardenha – Itália), em 1924. Monsenhor Luigi Drago, secretário da Sagrada Congregação da Propagação da Fé (atu-al Congregação para a Evangelização dos Povos, no Vaticano), veio a Sássari para conferir o tríduo missionário de 1926. Os seminaristas pediram ao Monsenhor que propusesse ao Papa Pio XI a insti-tuição de um dia todo dedicado às Missões. Pio XI ficou entusiasmado, e no dia 24 de abril de 1926, a Congregação dos Ritos comunicava a aprovação desta idéia que seria realizada no penúltimo do-mingo de outubro. No dia 19 de outubro de 1985, o papa João Paulo II, em viagem pastoral à Sarde-nha, relembrou aos fiéis de Sássari a origem do Dia das Missões.

A Conferência Nacional dos Bispos do Bra-sil, reunida em Aparecida de 13 a 21 de maio de 2007, proclamou o Texto conclusivo da V Confe-

rência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Doc. de Aparecida), conclamando os fiéis ao dever fundamental do espírito apostólico e mis-sionário. Enumerou diversos motivos: 1. Vivemos em alta velocidade. O mundo muda

a cada ano. 2. A Igreja anda lentamente. É mais museu que

primavera. 3. Os males do mundo moderno: hedonismo,

relativismo e subjetivismo. 4. Ausência de Deus na Mídia. 5. Porcentagem das fugas ou impulsões. 6. A globalização incide na política, Mídia, Mo-

ral, educação, e religião. 7. Nova colonização cultural do American way

of life. 8. Escândalos de padres, Inquisição, triunfalis-

mo, repressão sexual.9. Crise de sexo e de família. Erro atual de

consciência sobre sexo. 10. Falta interioridade na religião e oração. Rah-

ner: necessidade de Mística. 11. Inferiorização da mulher e do negro. 12. Atual selvagem concentração de riquezas

nas mãos de poucos. 13. Corrupção política. 14. Crescimento da violência. 15. Desrespeito à Ecologia. 16. Fenômeno da multiplicação de seitas. 17. Tentativas de voltar a formas de religião con-

tra o Concílio Vaticano II. 18. Evangelização e catequese não condizentes

à atualidade.

Diante destas realidades, o Documento de Aparecida propõe:1. Ser missionário, como Maria, os apóstolos e

discípulos de Cristo.2. Anunciar a Religião como verdadeira promo-

ção humana, e não apenas como um apa-nhado de verdades.

3. Ideal da vida cristã: ser como Jesus, viver como Jesus.

4. A paróquia atual deve ser rede de comunida-des e grupos.

5. Multiplicar ministérios no serviço do Evange-lho.

6. Compromisso missionário de toda comuni-dade com os afastados.

7. Valorização da formação cristã das famílias, células vivas da Igreja.

8. Valorizar a catequese como experiência de Deus mais que conhecimento.

9. Valor da catequese permanente.

Nossa paróquia está de parabéns por atrair pes-soas, até mesmo afastadas da Igreja, de Curitiba Metropolitana, atraídas pelo Evangelho e pela va-lorização do emocional ou psicológico. Contamos com umas 850 pessoas voluntárias, enfim missio-nárias. Seja você também missionário com seus filhos e amigos. Mostre que você é um entusiasta do Evangelho de Cristo.

Frei Ovídio Zanini, OFMCap

DAR PÃO AOS QUE TEM FOME...“Senhor, daí pão para quem tem fome, e fome

de justiça para quem tem pão!” Esta é a prece fi-nal do momento de espiritualidade com os irmãos em situação de rua, conduzida pelo capuchinho frei Moacir Antonio Nasato, durante o convívio destes com a OFS (Fraternidade Nossa Senhora das Mer-cês).

Idealizador do Projeto “Abrace Jesus no Mora-dor de Rua”, frei Moacir, com muito entusiasmo e envolvido pelo espírito de “dar pão”, nos apontou o caminho e nos levou ao encontro dos moradores de rua que, na época à espera de alimentos, se concentravam em frente à Catedral de Curitiba.

Frei Moacir, com o seu exemplo de vida e hoje com a experiência dos seus trinta anos de ministé-rio sacerdotal, também nos ensina a levar o “pão do céu”, a esperança de vida eterna e a felicida-de plena ao morador de rua; a comunicar Jesus Cristo com o apostolado da amizade, da presença, do estar junto; a evangelizar com o silêncio, mas sem faltar o abraço e a acolhida carinhosa do ir-mão que, com freqüência, se torna imperceptível aos passantes e se sente ferido no seu íntimo pelo “sou tratado como se não existisse”.

Lembramos todos os passos fundamentais para que a Fraternidade começasse a perceber o “irmão invisível”: vencer barreiras de como perder o medo de ser agredido ao se aproximar do morador de rua; vencer a repugnância e merecer a confiança

das pessoas que vivem nesta condição. No início, pouco entendíamos das intenções de

frei Moacir. Hoje ficou claro que o “dar pão” iniciou-se com as noites de oração, vigílias e sono pas-sadas com os irmãos sem teto nas marquises da Rua XV, do Bradesco. na região da Rodoferroviária, com as visitas nos mocós e com o trabalho árduo de ajudar a conduzir o carrinho tão pesado do tra-balhador com recicláveis.

Algumas vezes, com a preocupação de compre-ender, nos perguntávamos: Seria necessário um convívio tão próximo para podermos trabalhar com o morador de rua? Apesar desta e de outras inter-rogações, frei Moacir – com atitudes pouco habitu-ais e, em alguns momentos até mesmo um pouco radicais – nos remetia à época de São Francisco de

Assis e, confiantes na sua intercessão através dos incentivos de nosso Assistente Espiritual (Local na época, hoje Regional), prosseguimos com a iniciati-va. Agora percebemos que, mediante a mútua aju-da, fomos conduzidos por Jesus Cristo, que “viveu para dar o pão do céu, para ser o pão do céu”. Com estes e outros pensamentos norteadores, frei Mo-acir “infundiu na alma” da Fraternidade o espírito e a vivência da “Igreja preferencial pelos pobres”.

Papa João Paulo II dizia: “O mundo tem sauda-des de Francisco de Assis!” A fraternidade N. Sra. das Mercês da OFS, hoje, responde: “Obrigada, Je-sus, pela vida e vocação de frei Moacir que, hoje, vivencia e retrata a sempre viva espiritualidade franciscana, o que permite comemorarmos. com alegria. os 800 anos do Carisma Franciscano, bem como os trinta anos de Ordenação Presbiteral do nosso Assistente Espiritual Regional.

Frei Moacir, a Fraternidade externa profunda gratidão pela sua missão e dedicação à OFS, atra-vés de reconhecimento e homenagem pelos seus anos de vida sacerdotal. Tudo isso se transforme em grande e comunitária prece que confiamos à intercessão de São Francisco e de Santa Clara de Assis, de S. João Maria Vianney e da Virgem Maria, Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos.

Paz e Bem!Suely Rodaski

pela Fraternidade N. Sra. das Mercês - OFS

Page 19: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

Boletim Informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês - 131

O GRANDE SILÊNCIOUm filme sobre a Ordem Cartusiana dos Alpes

franceses encontrou o caminho para as grandes sa-las alemãs. Um sucesso surpreendente: em lugar de ação ou de grandes emoções, apenas a calma e a contemplação da vida monástica. A impaciência certamente não é um defeito do cineasta alemão Philip Gröning.

Há quase 20 anos, ele pediu aos monges da Ordem Cartusiana a permissão de rodar um do-cumentário sobre suas vidas. A resposta foi: para alguns monges, ainda há pouco tempo na Ordem, era cedo demais; eles precisariam de cerca de dez anos, até se acostumarem à vida no convento.

Gröning não se deixou intimidar e manteve con-tato com o prior. Em 2002, finalmente reuniu-se aos religiosos em seu retiro nos Alpes franceses, por vários meses, e captou impressões da vida mo-nástica. A Ordem está entre as mais rigorosas da Igreja católica romana.

O filme resultante, com cerca de três horas de duração, recebeu uma chuva de críticas positivas, sendo por fim exibido em circuito comercial. Para surpresa generalizada, Die grosse Stille (O grande silêncio) é sucesso de público, já havendo ultrapas-sado a marca dos 100 mil espectadores.

DW-WORLD: Você está surpreso pelo sucesso de seu filme?Philip Gröning: Nem tanto quanto os distribuido-res, eles estão mais surpresos. Eu sabia que os espectadores se alegrariam com essa experiência, essa estrutura temporal especial e essa forma de vida meditativa. Eu acreditava que, quando o filme chegasse às salas, entrando em contato com o pú-blico, as pessoas começariam a recomendá-lo. E foi justamente o que ocorreu.

DW: Por que fez esse filme?PG: A idéia original me veio em 1984, quando es-tava na escola de cinema. Havia terminado meu

primeiro curta-metragem e estava sob a impressão do caos e dos jogos de poder durante os trabalhos de filmagem. Queria fazer algo que me trouxesse de volta àquilo que considero trabalho artístico. Para mim, isso significa trabalhar com a verdade, e tentar criar algo bastante absoluto. Assim cheguei à idéia do convento com seu silêncio. E aí tudo levou muito tempo. Demorou 17 anos!Em 1986 visitei pequena cartuxa, em companhia de amigo com quem pensava fazer o filme. Eles disseram que o projeto era bonito, mas que ainda era cedo demais. Alguns monges haviam sido acei-tos há pouco e precisavam de uns dez anos até se acostumarem, me explicaram. Pensávamos que o projeto estivesse morto. Mas continuei em contato e, em 1999, me ligaram, perguntando se ainda ti-nha interesse. Demorou um pouco até eu conseguir a permissão para filmar e o dinheiro. Começamos a rodar em 2002. Alguns críticos reclamaram que o filme não tem estrutura narrativa.

DW: Por que você decidiu fazer o filme dessa ma-neira?PG: Vivemos num tempo em que as informações estão disponíveis em todo lugar e as vivências são cada vez mais raras. Um filme sobre um mosteiro que dê todas as informações sobre ele – quando os monges se levantam, quando a Ordem foi fun-dada – seria perda de tempo para o espectador, pois ele fica sabendo isso em dois minutos, no site da Ordem ou no meu. Como diretor, decidi-me por realizar um filme que forneça espaço para experiên-cias, e que deixe o espectador vivenciá-las. Claro, há gente que diz que o filme não conta muito sobre o mosteiro, mas isso é falso. O filme cria o mostei-ro para o espectador.

DW: Para propiciar essa vivência na tela, você teve que viver entre os monges, durante a rodagem. Como foi isso?

PG: A experiência mostrou-se muito boa. Esse foi o principal motivo para eu haver feito esse filme. No princípio, estava muito triste e solitário. Quando não se fala, a pessoa começa a refletir sobre o que faz e vem o vazio.Então a coisa mudou, pouco a pouco a percep-ção ficou bem mais clara, e tive tranqüilizadora sensação. Tudo o que você vê ou ouve o faz feliz como ser humano. É uma coisa curiosa: quando você consegue não ficar pensando no próximo momento, nem fazer muitos planos – isso é uma espécie de pura felicidade. Você fica simples-mente feliz.

DW: Foi difícil retornar à sua antiga vida, após dei-xar o mosteiro?PG: Acima de tudo tomei consciência – após convi-ver com essas pessoas bastante livres de medos – de quanto a nossa sociedade é dirigida pelo medo. Costumamos dizer que ela é impulsionada pelo consumo e ganância, mas isso não é verdade. Ga-nância, consumo, desejo de ter um novo Porsche, por exemplo, é uma máscara para o puro medo. É uma sociedade que beira o pânico, e isso foi difícil de aceitar.

DW: Nos últimos tempos vários filmes documentá-rios encontraram grande interesse do público. Você acha que o gênero está de volta?PG: Acredito definitivamente no retorno do gêne-ro documentário. Talvez porque a dramaturgia do filme normal tornou-se tão previsível. Com grande antecedência você já sabe quem vai chorar em dois minutos e acontece. Acho que, aos poucos, as pessoas estão ficando cansadas disso e apre-ciam a surpresa e a crueza de um documentário, pois aqui é muito mais intensa a relação com o que você realmente é. E isso é importante para o cinema.

DELEGADOS FEDERAIS DISCUTEMvendas de medicamentos pela internet

É preciso alertar sobre os ricos do uso da Inter-net como meio de fazer propaganda e de vender medicamentos e outros produtos que podem cau-sar sérios riscos à saúde.

Este foi o objetivo da palestra realizada pela Gerente de Monitoramento e Fiscalização de Pro-paganda da Anvisa, Maria José Delgado, a cerca de 50 delegados federais. A apresentação integrou as atividades do Curso de Técnicas de Investigação de Crimes Cibernéticos, realizado pela Polícia Federal, em Brasília-DF.

“Os delegados foram sensibilizados para a im-portância da análise do risco de cada situação, do ponto de vista sanitário, e puderam conhecer os fluxos de atendimento das denúncias, desde de sua chegada, na Agência, até a sua tramitação”, explica Maria José Delgado.

Números: Por meio da Gerência de Monitora-

mento e Fiscalização de Propaganda (Gprop), a An-visa elaborou, entre 2005 e 2006, cerca de 1,3 mil pareceres técnicos e mais de 30 notificações de adequação/suspensão de propagandas irregu-lares. Aproximadamente 200 pareceres tratavam de produtos sem registro identificado por meio do monitoramento de propagandas.

Apenas em 2006, foram encaminhados à PF 22 casos de propaganda e comércio de medica-mentos sem registro pela internet. Em 2007, a Agência também participou de várias ações em conjunto com a Polícia Federal. Entre elas a ope-ração Placebo, na qual,após nove meses de inves-tigação, a Agência identificou a oferta de produtos clandestinos pela internet em seis Estados e dez Municípios.

Serviços/Farmacêuticos: O Presidente do Conselho Federal de Farmácia Jaldo de Souza San-

tos, alerta para o perigo que representa a venda de medicamentos pela internet. “Há vários proble-mas relacionados à venda pela internet. O principal deles é a ausência dos serviços farmacêuticos, o que representa falta de segurança para o usuário dos produtos”. “Afinal, quem vai orientar o usuário sobre o uso correto do medicamento?”

A venda do medicamento pela internet, segundo o dirigente do CFF, acarreta outro problema grave. É que o farmacêutico não está presente para fazer a anamnese do paciente. “Sem isso, quem saberá se o paciente é um dependente químico de alguma substância encontrada naquele medicamento?”, questiona. Para Dr. Jaldo, a venda pela internet só tem um objetivo: o econômico.

Lílian Santos KisielewiczFarmacêutica Bioquímica

Page 20: Boletim informativo da Paróquia Nossa Senhora das Mercês ... OUT.pdf · mos a semana de oração pelas famílias e pelas ... no folheto. Tal momento tem como ... Paraná e Santa

132 - Ano IX - Setembro de 2008

NOSSA SENHORA APARECIDANo dia 12 de outubro, comemoram-se duas da-

tas muito importantes para os brasileiros, Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil, e o Dia das Crianças.

Nossa Senhora AparecidaHá duas fontes sobre o achado da imagem de

N. Sra. Aparecida, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma.

Segundo estas fontes, em 1717, os pescado-res Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chama-do de rio Itaguaçu. Tentavam pescar, pois toda vez que jogavam a rede, ela voltava vazia, até que lhes trouxe a imagem de uma santa, sem a cabeça. Jo-gando novamente a rede, um pouco abaixo do pon-to onde haviam pescado a santa, pescaram, desta vez, a cabeça que faltava à imagem e as redes, até então vazias, passaram a voltar ao barco repletas de peixes. Esse é considerado o primeiro milagre da santa. Eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura.

Durante 15 anos, a imagem permaneceu com a família de Felipe Pedroso, um dos pescadores, e passou a ser alvo das orações de toda a comuni-dade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava. A fa-mília construiu um oratório, que, logo se constatou, era pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior. Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.

Em 1834 iniciou-se a construção da igreja que

hoje é conhecida como Basílica Velha. Em 6 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e deixou para a santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, com o manto azul. Em 8 de setembro de 1904 foi rea-lizada a solene coroação da imagem de Nossa Se-nhora da Conceição Aparecida e, em 1930, o papa Pio XI decreta-a padroeira do Brasil, declaração esta reafirmada, em 1931, pelo presidente Getúlio Vargas.

A construção da atual Basílica iniciou-se em 1946, com projeto assinado pelo Engenheiro Be-nedito Calixto de Jesus. A inauguração ocorreu em 1967, por ocasião da comemoração do 250.º Ani-versário do encontro milagroso da imagem, ainda com o templo inacabado. O Papa Paulo VI ofertou à santa uma rosa de ouro, símbolo de amor e con-fiança pelas inúmeras bênçãos e graças por ela

concedidas. A partir de 1950, pensava-se na cons-trução de novo templo mariano por causa do cres-cente número de romarias. O majestoso templo foi consagrado pelo Papa, após mais de vinte e cinco anos de construção, no dia 4 de julho de 1980, na primeira visita de João Paulo II ao Brasil.

A data comemorativa à Nossa Senhora Apareci-da (aniversário do aparecimento da imagem no Rio) foi fixada pela Santa Sé em 1954, como sendo 12 de outubro, embora as informações sobre tal data sejam controversas. É nesta época do ano que a Basílica registra a presença de multidão incontável de fiéis, embora eles marquem presença notável durante todo ano.

A imagem encontrada e até hoje reverenciada é de terracota e mede 40 cm de altura. A cor ori-ginal foi certamente afetada pelo tempo em que a imagem esteve mergulhada na água do rio, bem como pela fumaça das velas e dos candeeiros que durante tantos anos foram os símbolos da devoção dos fiéis à santa. Em 1978, após o atentado que a reduziu a quase 200 pedaços, ela foi reconsti-tuída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época, restauradora do Museu de Arte de São Paulo. Peritos afirmam que ela foi moldada com argila da região, pelo monge beneditino Frei Agos-tinho de Jesus, embora esta autoria seja de difícil comprovação.

Seja qual for a autoria da imagem ou a história de sua origem, a esta altura ela pouco importa, pois as graças alcançadas por seu intermédio têm trazido esperança e alento a um sem número de pessoas.

Se quiser saber mais detalhes sobre a Basílica e sua programação, visite o site www.santuario na-cional.com.br, no qual também é possível acender uma vela virtual.

Janaína Martins T. de Castro